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Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul Cremers determinou a interdição ética do exercício profissional no PACS, com base em relatórios de sua Comissão de Fiscalização e no pedido unânime feito pelos médicos que trabalham no local em assembléia realizada no Conselho (foto), com a participação do Simers, dia 21 de maio. Páginas 4, 5 e última TISS: Prejuízo a médicos e pacientes Página 10 Cremers interdita o maior PA do Estado Cremers interdita o maior PA do Estado Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul - Ano V / N o 42 / Maio 2007 Informativo Avenida Princesa Isabel, 921 Porto Alegre/RS 90620-001

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Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul

Cremers determinou a interdição ética do exercício profissional no PACS, com base em relatórios de sua Comissão de Fiscalização e no pedido unânime feito pelos médicos que trabalham no local em assembléia realizada no Conselho (foto), com a participação do Simers, dia 21 de maio.

Páginas 4, 5 e última

TISS: Prejuízo a médicos e pacientesPágina 10

Cremers interdita o maior PA do Estado

Cremers interdita o maior PA do Estado

Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul - Ano V / No 42 / Maio 2007

Informativo

Avenida Princesa Isabel, 921Porto Alegre/RS

90620-001

Page 2: Cremers interdita o maior PA do Estado · Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Av. Princesa Isabel, 921 CEP 90620-001 ... turmas são formadas por maioria de boli-vianos

Presidente: Marco Antônio BeckerVice-presidente: Cláudio Balduíno Souto Franzen

1º Secretário: Fernando Weber da Silva Matos 2º Secretário: Ismael Maguilnik

Tesoureiro: Isaias Levy Corregedores: Regis de Freitas Porto e Joaquim José Xavier

Conselheiros Antônio Celso Koehler Ayub | Carlos Antônio Mascia Gottschall

Céo Paranhos de Lima | Cláudio Balduíno Souto FranzenErcio Amaro de Oliveira Filho | Fernando Weber da Silva Matos

Flávio José Mombrú Job | Isaias Levy | Ismael MaguilnikIvan de Mello Chemale | João Pedro Escobar Marques Pereira

Joaquim José Xavier | José de Jesus Peixoto CamargoJosé Pio Rodrigues Furtado | Luiz Augusto Pereira

Marco Antônio Becker | Marineide Gonçalves de Melo Martinho Alexandre Reis Álvares da Silva

Newton Monteiro de Barros | Regis de Freitas Porto Rogério Wolf de Aguiar | Alberi Nascimento Grando

Cláudio André Klein | Cléber Ribeiro Álvares da Silva Douglas Pedroso | Enio Rotta | Euclides Viríssimo Santos Pires

Fernando Antônio Lucchese | Geraldo Druck Sant’Anna Ibrahim El Ammar | Iseu Milman | Izaias Ortiz Pinto

Jefferson Pedro Piva | José Pedro LaudaLuciano Bauer Gröhs | Magno José Spadari

Marco Antônio Oliveira de Azevedo Maria Lúcia da Rocha Oppermann

Mário Antônio Fedrizzi | Moacir Assein ArúsSilvio Pereira Coelho | Tomaz Barbosa Isolan

O Informativo Cremers é uma publicação doConselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul

Av. Princesa Isabel, 921 CEP 90620-001 – Porto Alegre/RSFone (51) 3219.7544 Fax (51) 3217.1968

E-mail: [email protected] – www.cremers.com.br

Conselho EditorialMarco Antônio Becker, Cláudio Balduíno Souto Franzen,

Fernando Weber da Silva Matos, Ismael Maguilnik e Isaias Levy

Redação: W/COMM Comunicação Jornalista Responsável: Ilgo Wink – Mat. 2556

Repórter: Viviane Schwäger – Reg. 10233Revisão: Raul Rubenich

Estagiário: Luis Felipe dos SantosFotos: W/COMM Comunicação

Projeto e Produção Gráfica Stampa Design

Direção: Eliane CasassolaEditoração: Thiago Pinheiro

CTI: Ana Paula AlmeidaIlustrações: Leandro Camiña

(51) 3023.4866 [email protected]

Tiragem: 30.000 exemplares

A Redação reserva-se o direito de publicar ou não o material a ela enviado, bem como editá-lo para fins de publicação. Matérias assinadas não expressam necessariamente a opinião da Diretoria do Cremers. O conteúdo do Informativo Cremers pode ser reproduzido, desde que mencionados o autor e a fonte.

Informativo

O Cremers promove encontro das Câmaras Técnicas e Delegacias nos dias 29 e 30 de junho.

A abertura será às 20h do dia 29. O conse-lheiro Rogério de Aguiar fará explanação sobre as Câmaras – função, importância e entrosamento com as delegacias. O vice-presidente Cláudio Franzen fará apresen-tação das Delegacias – ação, importância e entrosamento com as Câmaras.

No dia seguinte, as Câmaras de Medi-cina do Trabalho e perícias médicas dis-cutem sobre indicações, limites e ética de atestados, pareceres e laudos, às 9h. Às 10h, os protocolos em oncologia são te-ma de mesa composta pelas Câmaras de Auditoria em Saúde, Cancerologia e Ética Médica e Bioética. Todos os membros das câmaras técnicas e delegacias sec-cionais estão convidados.

A resolução nº 1.812/2007 do Con-selho Federal de Medicina, publi-cada no Diário Oficial da União

em fevereiro deste ano, resolve que a duração de um mandato de Comissão de Ética em estabelecimentos de saúde

é de ATÉ 30 meses. O novo texto altera o artigo 6º da Resolução nº 1.657/2002 do CFM, que declarava ser o mandato de Comissão de Ética de 30 meses, sem demonstrar clareza sobre os mandatos de duração inferior.

Editada resolução sobre mandatodas Comissões de Ética

Encontro das Câmaras Técnicas e Delegacias Seccionais

Venezuela inaugura sua EscolaLatino-Americana de Medicina

O novo presidente da Acade-mia Sul-Rio-Grandense de Medicina é Telmo Bonami-

go, que tomou posse no dia 26 de maio, em solenidade realizada no Cremers. Formado pela FFFCMP, em

1966, o professor Bonamigo é chefe do Serviço de Cirurgia Vascular do Complexo Hospitalar da Santa Casa em Porto Alegre.

Bonamigo substitui no cargo o con-selheiro do Cremers Carlos Gottschall.

Academia de Medicina

No início de maio foi inaugura-da a Escola Latino-Americana de Medicina Dr. Alejandro Próspero

Reverend, braço venezuelano da Elam cubana em Guri, Bolívar. De acordo com informações do governo, as primeiras turmas são formadas por maioria de boli-vianos (123) e brasileiros (58), totalizando 280 estudantes. São esperados em breve também 100 alunos de Cuba. Até outubro, o governo pretende chegar a 800 vagas.

A criação de uma Elam na Venezuela

foi acordada em 2005, durante formatu-ra da primeira turma na escola cubana. Na ocasião, o presidente Hugo Chávez afirmou que “100 mil médicos podem ser treinados nas Elams de Cuba e na Venezuela nos próximos dez anos – tal-vez até 200 mil, se outros países latino-americanos se juntarem à iniciativa”.

O presidente do Cremers e da Con-federação Médica Latino-Americana e do Caribe (Confemel), Marco Antônio Becker, já havia previsto essa expansão.

2JORNAL DO CREMERS ● MAIO 2007

NotasNotas

Cremers: ações com resultados concretos

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A

“O Cremers

agiu em defesa

de uma

medicina

eficiente, digna

e igualitária.”

Marco Antônio BeckerPresidente do Cremers

Ética e respeito

ao trabalho médico e aos pacientes

situação calamitosa que a Comissão de Fiscalização do Cremers encontrou no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul - localizado numa das áreas mais pobres de Porto Alegre -, a partir de denúncias dos mé-dicos que lá trabalham, en-frentando todo tipo de difi-culdade, reflete a realidade de um sistema público de saúde absolutamente falido.

O SUS, não resta a menor dú-vida, é uma conquista do povo brasileiro, mas na prática a cada ano escancara a sua incapaci-dade de atender plenamente as demandas da população, em especial a mais carente, aquela que não tem acesso a planos de saúde e que é a imensa maioria da sociedade.

Criado pela Constituição Federal de 1988, com a fina-lidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à Saúde da população, tornan-do obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão, o Sistema Único de Saúde hoje está longe de atingir esse ob-jetivo, altamente humanitário e louvável.

A falta de recursos causa-da pelos cortes sucessivos no

orçamento da União e a não regulamentação da Emenda 29 estão na origem de todos os problemas enfrentados pelo SUS, repercutindo na desva-lorização crescente do traba-lho médico e no atendimento precário à população. Como esse que ocorre no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul, alvo de interdição ética do exercício da medicina, depois de frustradas tentativas de re-solver os problemas detecta-dos no local em negociações com o gestor público.

Ao efetuar o ato de interdi-ção, atendendo pedido feitos pelo Simers e, por unanimi-dade, pelos médicos em as-sembléia geral, e também em função do excelente trabalho efetuado por sua Comissão de Fiscalização, o Cremers agiu em defesa de uma medicina eficiente, digna e igualitária.

A Prefeitura Municipal re-correu ao Poder Judiciário com uma agilidade espantosa para quem, até o ato de interdição, se movimentava como um pa-quiderme na busca de solu-ções para os problemas a ela encaminhados pelo Cremers anteriormente em sucessivas

reuniões. A liminar obtida pela prefeitura, contudo, não mu-dou a realidade fática.

O Cremers, por sua Assesso-ria Jurídica, conseguiu cassar a liminar para garantir que os mé-dicos que trabalham no PACS o façam dentro das mínimas condições éticas aceitáveis.

O Conselho busca, acima de tudo, reverter a perversa lógica originada nos confor-táveis gabinetes de sucessivos governos e que há muitos anos estabelece o seguinte: melhor um atendimento sem as mínimas condições para o exercício da medicina do que nada. Ou seja, para a po-pulação carente, aquela que não tem recursos para com-prar planos privados de saúde, vale tudo, vale qualquer coisa, até mesmo transformar um posto de emergência médica em hospital clandestino, um atentado à saúde pública e ao direito que o médico tem de trabalhar em condições de prestar um atendimento digno aos seus pacientes.

3JORNAL DO CREMERS ● MAIO 2007

EditorialEditorial

Cremers: ações com resultados concretos

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Depois de várias reuniões do Cremers, Simers e médicos do posto com

os gestores municipais na pre-feitura da Capital para solucionar os problemas constatados por sua Comissão de Fiscalização no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), a partir de denúncia dos médicos que lá estão lotados, o Cremers decidiu efetuar a inter-dição ética do exercício médico no local. No dia 23 de maio, os principais jornais da Capital publi-caram o Auto de Interdição.

No mesmo dia, a Prefeitura re-correu junto ao juiz de plantão da Justiça Federal e conseguiu limi-nar anulando os efeitos da inter-dição. O Conselho recorreu e, no dia 29, conseguiu cassar a liminar,

fazendo prevalecer, portanto, to-dos os efeitos da interdição.

“Esse é um ato extremo, to-mado quando os demais recursos não tiveram sucesso, como acon-

teceu nesse caso. É uma medida drástica, que penaliza médicos e pacientes, mas é preciso ga-rantir as condições mínimas para o exercício da medicina”,

comentou o presidente Marco Antônio Becker, ao anunciar a interdição do PACS.

A decisão foi tomada em sessão plenária do Cremers, dia 22. Os conselheiros levaram em conside-ração os relatórios da Comissão de Fiscalização e a posição dos médicos que trabalham no PACS na assembléia realizada no au-ditório do Conselho no dia 21. Nessa data, depois de duas horas de reunião, com a participação de representantes do Simers, além da coordenadora do posto, Ana Cirne, ficou decidido, por unanimidade, solicitar ao Cremers a interdição do Pronto Atendimento. O pedido foi feito através de ata circunstanciada da assembléia, com assinatura de todos os presentes.

Interdição ética do exercício médico

no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul

Resumo das principais irregularidades identificadas pela Comissão de Fiscalização do Conselho

• Não há respeito às condições mínimas de individualidade e à privacidade dos pa-cientes nas salas de observação, em que são alojados os pacientes mais graves, ficando expostos na mesma área física (inclusive homens e mulheres). Os pa-cientes ficam sem privacidade, expostos e vulneráveis, o que agrava ainda mais sua situação de fragilidade.

• A mesma exposição inadequada ocorre na triagem dos casos, que é realizada por au-xiliares de enfermagem em uma sala onde são atendidos até três pacientes simulta-neamente, na mesma área física.

• As condições sanitárias são precárias, in-cluindo a deterioração da área física, e a

distribuição inadequada de ambientes (co-mo setor de isolamento respiratório para pacientes com SIDA [AIDS] e Tuberculose contíguo à sala de fisioterapia respiratória). Além disso, há circulação de pacientes ainda contaminantes entre crianças e outros sus-cetíveis à contaminação, expondo os demais pacientes a um alto risco de contágio.

• A área destinada aos pacientes com SIDA [AIDS] e Tuberculose tem capacidade original instalada para quatro leitos, mas extrapola essa capacidade com a utili-zação de macas extras, prejudicando o atendimento.

• Por falta de suporte pela rede hospitalar, pacientes permanecem internados por até

quinze dias (pediatria, psiquiatria e SIDA [AIDS] e Tuberculose). A unidade funciona, de fato, como um hospital.

• A sala de observação pediátrica tem capacidade original instalada para nove pacientes, mas chega a receber mais de vinte pacientes, que são acomodados em leitos extras, nem sempre adequados, mas sempre desconfortáveis.

• A sala de observação da clínica de adultos possui capacidade original de seis leitos, com quatro leitos adicionais, mas chega a comportar até vinte pacientes, incluindo doentes em macas e cadeiras. Essa improvi-sação prejudica a assistência médica e fere o princípio da privacidade no atendimento.

Diretoria do Cremers esteve reunida duas vezes na Prefeitura

com os gestores municipais em busca de soluções para o PACS

4JORNAL DO CREMERS ● MAIO 2007

Intervenção ÉticaIntervenção Ética

Cremers: ações com resultados concretos

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• A lotação média da sala de observa-ção psiquiátrica se mantém em trinta pacientes (vinte acima da capacidade original), acomodados em camas hos-pitalares, macas e colchões no chão. A situação observada deixa evidente que não há condições mínimas de privaci-dade na sala de observação psiquiátri-ca, com pacientes de ambos os sexos expostos inadequadamente a todos os que permanecem na mesma área física, com diagnósticos e situações clínicas das mais diversas (adolescentes, idosos, psi-cóticos, suicidas, gestantes, dependentes químicos etc.). Existe alto risco de auto e heteroagressão.

• Há falta de medicamentos básicos e materiais essenciais à prática médica cotidiana em um serviço de urgência, colocando em risco a possibilidade de

cuidados aos pacientes graves que pro-curam atendimento a instituição.

• Procedimentos cirúrgicos são realizados em ambiente sem condições sanitárias mínimas (a ausência de ar condicionado na sala cirúrgica torna necessária a re-alização de procedimentos com janela aberta para área externa com alto risco de contaminação) e com materiais ina-

dequados ou inexistentes (falta de luvas esterilizadas, por exemplo).

• Pela superlotação, há aglomeração de fa-miliares nas salas de observação, expondo médicos e pacientes a riscos aumentados de agressão (inclusive tentativas de violên-cia sexual contra crianças em observação, como já relatado e evitado apenas pelo auxílio de familiares de outros pacientes).

Os integrantes da Comissão,

Antônio Celso Ayub (presidente),

Rogério Wolf de Aguiar e

Isaias Levy, com o médico fiscal

Mário Henrique Osanai,

durante vistoria

no Posto de Saúde

A posição firme do Cremers frente à crise no PACS repercutiu

na sociedade e teve cobertura intensa dos meios de comunicação

O Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul, que teve reduzido o seu movimento

a partir da interdição feita pelo Cremers, passará por grandes melhorias,

beneficiando médicos e pacientes

Conselho Regional de Medicinado Estado do Rio Grande do Sul

AUTO DE INTERDIÇÃO ÉTICA 01/07

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul, no uso das atribuições que lhe confere a Lei 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958 e,

Considerando a deliberação da Assembléia dos médicos que atuam no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul, em Porto Alegre-RS, realizada na sede do Cremers, em 21 de maio de 2007;

Considerando o Relatório da Comissão de Fiscalização do Cremers, que inspecionou aquele estabelecimento nos dias 11/04/2007, 17/04/2007 e 21/05/2007, concluindo pela inexistência de condições mínimas para o exercício da medicina naquele estabelecimento, não permitindo um atendimento adequado aos usuários, tanto do ponto de vista técnico e ético, em decorrência das péssimas condições de higiene, equipamentos sucateados, instalações precárias, falta de médicos e pessoal de apoio, falta de segurança, superlotação e desmonte hierárquico-funcional,

Considerando o disposto no art. 2º e 15, al. “c”, “g” e “h”, da Lei nº 3.268/57;

Considerando o que dispõe o Código de Ética Médica, em seus arts. 23 e 24;

Considerando a urgência da medida, em face da ausência de condições mínimas para o exercício ético da Medicina, pondo em risco a saúde e dos pacientes e a segurança dos profissionais médicos;

Considerando, finalmente, a decisão do Plenário do Cremers, em Sessão Extraordinária realizada no dia 22 de maio de 2007;RESOLVE:

a)Determinar, a interdição ética do exercício da medicina no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul, até que sejam restabelecidas as condições mínimas necessárias para o exercício ético da medicina.

b)Que o atendimento médico deverá ser mantido aos pacientes atualmente internados, até que se complete a remoção ou alta dos mesmos.

Porto Alegre, 23 de maio de 2007

Dr. Marco Antônio Becker Presidente

Dr. Fernando MatosPrimeiro Secretário

5JORNAL DO CREMERS ● MAIO 2007

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As entidades médicas gaú-chas estiveram reunidas no dia 14 de abril, na

Amrigs, para discutir temas que serão debatidos também no En-contro Nacional de Entidades Mé-dicas (Enem), que será realizado de 6 a 9 de junho, em Brasília. Representantes do Cremers, da Amrigs, dos sindicatos de Porto Alegre e de Caxias do Sul, da Federação dos Hospitais Filan-trópicos e da Sociedade de Me-dicina de Família e Comunidade, discutiram a inserção do médico jovem no mercado de trabalho, a necessidade de um Plano de Car-gos e Salários para os médicos do SUS, propostas para melhorar o SUS, perspectivas do PSF, a Saúde Suplementar e Regulamentação da Profissão Médica.

O presidente do Cremers, Marco Antônio Becker, fez uma análise geral dos problemas que atingem a medicina hoje, a co-meçar pela inclusão dos novos

médicos no mercado: “O médico jovem está desamparado, sen-do-lhe dificultado o acesso ao mercado de trabalho. A maioria das cooperativas médicas coloca barreiras quase intransponíveis para o seu ingresso. Esse é outro problema muito sério que precisa ser debatido com profundidade”, enfatizou.

Becker também falou sobre a Ordem dos Médicos. “Não existe

possibilidade de integrar entida-des privadas com públicas. Juri-dicamente é impossível. O que os médicos querem é a união, a con-gregação das entidades na defesa da dignidade do trabalho médico. É isso que realmente importa.”

Sobre o SUS, alvo de muitas críticas no encontro, Becker des-tacou: “Na teoria o SUS é o me-lhor sistema de saúde pública do mundo, mas funciona com gra-

"O médico jovem

está desamparado,

sendo-lhe dificultado

o acesso ao mercado

de trabalho.

A maioria das

cooperativas médicas

coloca barreiras

quase intransponíveis

para o seu ingresso."

Marco Antônio Becker

CBHPM, terceirização, hospitais e PSF

Entidades debatem inclusão do jovem médico no mercadoEm reunião realizada na Amrigs, as entidades médicas debateram o mercado de trabalho

do jovem médico, Plano de Carreira no SUS e outros temas que preocupam a classe médica

Newton Barros - Presidente AMRIGS Marco Antonio Becker - Presidente CREMERS Paulo de Argollo Mendes - Presidente do SIMERS

Presidente do Cremers cobra maior oportunidade de trabalho para os

jovens médicos e um plano de carreira para médicos do SUS

O conselheiro Rogério Wolf de Aguiar, coor-denador das Câmaras,

abordou a Saúde Suplementar,

explicando a criação da CBHPM e todo o trabalho desenvolvido du-rante quase três anos, envolvendo a Fipe e as sociedades de especia-lidades, e que resultou na tabela de divisão de portes e valores. O presidente do Sindicato dos Hos-pitais Filantrópicos do RS, Julio Dornelles de Matos, apresentou os dados que levou ao ministro da Saúde sobre a situação dos hospitais filantrópicos do RS, des-

tacando que os hospitais atendem cada vez mais pacientes do SUS, com menos recursos do governo. “Os filantrópicos atendem 79% das internações pelo SUS no Rio Grande do Sul”, afirmou.

Já a terceirização no sistema de saúde suplementar foi tratada pelo presidente do Sindicato de Caxias do Sul, Marlonei Silveira dos Santos, que trouxe exemplos de negociação entre médicos, SUS

e direção dos hospitais da Serra, com resultados muito bons em alguns casos da região de Caxias do Sul. O tema “Programa de Saúde da Família: Perspectivas” foi apresentado pelo presidente da Sociedade de Medicina da Famí-lia e Comunidade, Élson Romeu Faria, que contou a história da especialidade e da formação da equipe de profissionais na reunião preparatória para o Enem.

Dr. Rogério Wolf de Aguiar, coordenador

das Câmaras Técnicas

6JORNAL DO CREMERS ● MAIO 2007

União União

Cremers: ações com resultados concretos

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Em resposta ao manifesto publicado pelo Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren/RS), no final

de abril, contra a liminar impetrada pelo CFM, que dispõe sobre atendimentos e consultas, o Conselho Regional de Medicina (Cremers), a Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) e o Sindicato Médico do RS (Simers) publicaram uma nota conjunta nos principais jornais do Estado, repudiando a iniciativa.

O presidente do Cremers, Marco Antônio Becker, explica que a nota publicada pelas entidades médicas gaúchas tem o objetivo de tranqüilizar a população, já que o mani-festo do Coren-RS buscou criar preocupação na sociedade ao afirmar que milhões de pessoas ficarão sem assistência devido à decisão judicial.

Cremers, Amrigs e Simers cobram respeito à Saúde

Entidades debatem inclusão do jovem médico no mercadoEm reunião realizada na Amrigs, as entidades médicas debateram o mercado de trabalho

do jovem médico, Plano de Carreira no SUS e outros temas que preocupam a classe médica

Falta uniformidade nas relações de trabalho

O vice-presidente Cláudio Franzen apresentou uma amostra do trabalho que está sendo desenvol-vido pelas delegacias seccionais do Cremers sobre o atendimento aos pacientes do SUS e as relações de trabalho entre médicos e hospitais no Estado. O dados, coletados por 11 das 27 delegacias até o momento, compõem um estudo que pretende esboçar um painel da situação da saúde pública gaúcha. O vice-presidente constatou uma falta de

uniformidade nas relações de trabalho entre médi-cos e SUS no Rio Grande do Sul: “Na maioria dos casos, os profissionais recebem de acordo com a tabela de honorários, congelada desde 1994. Em alguns lugares, a prefeitura complementa os valo-res; em outros, a assistência é contratada através de ONGs. Há também casos em que os médicos são contratados pelo hospital”.

Franzen ressaltou que “é preciso que os médi-cos se organizem para uniformizar suas relações de trabalho com o SUS, seja através de contrato de trabalho, seja com a remuneração por ato médico. No primeiro caso, é necessária a criação de um plano de cargos e salários; no segundo, os valores da tabela de honorários devem ser atualizados”. O dirigente aponta a importância da desvincula-ção dos honorários médicos do valor contratado pelos hospitais para prestação de atendimento aos segurados do SUS, caso seja implantada a contra-tualização. “Daí a importância da organização dos corpos clínicos para exigir do SUS e dos hospitais esta separação dos contratos, tornando-os clara-mente independentes”.

Dr. Cláudio Franzen, vice-presidente do Cremers

ves deficiências. Não atende as necessidades da população, não valoriza o trabalho médico”. O Plano de Cargos e Salários é uma necessidade urgente, salientou: “Se a promotoria, o judiciário, não tivessem planos de carreira, faltariam promotores e juízes em muitas cidades, como hoje faltam médicos. Portanto, o governo precisa criar um plano similar para os médicos do SUS”. O ex-cesso de faculdades de medicina foi muito criticado por todos os participantes do evento. “Essa é uma forma de colocar médi-co barato no mercado. Temos excesso de faculdades, muitas delas visando o lucro e forman-do médicos despreparados, o que compromete a qualidade da medicina e o atendimento aos

MAIS RESPEITO PELA SAÚDE DA POPULAÇÃO Verdadeira campanha vem sendo feita nos meios de comunicação, pelo Conselho Regional de Enfermagem

do Rio Grande do Sul (COREN-RS), tentando criar clima de apreensão na sociedade, afirmando que milhões de pacientes ficarão sem assistência, devido à decisão judicial que impede os enfermeiros de praticarem atos para os quais, no entender do magistrado, não estão preparados. Afirma o COREN que o país está “de luto”, por causa da referida determinação. Em respeito à sociedade e, em especial aos usuários do SUS, afirmamos:

1 - Não é verdade que haverá prejuízo à população. Há cerca de três anos, quando decisão liminar (hoje definitiva, tendo transitado em julgado) obrigou o Conselho Federal de Enfermagem a retroceder em sua tentativa de desbordar os limites da capacidade de sua categoria, autorizando-a a solicitar e exames e a prescrever medicamentos, idêntica tentativa de terrorismo psicológico foi realizada. Nenhuma das anunciadas tragédias, contudo, chegou a ocorrer.

2 - São absolutamente diversos os cursos de medicina e de enfermagem, sendo a carga horária do primeiro, cerca do dobro daquela do segundo.

3 - Acusações de corporativismo e tentativas de confundir a opinião pública não nos afastarão da defesa do direito a uma atenção digna e correta à saúde da população.

4 - Discordamos frontalmente do modelo chamado “saúde pobre para os pobres”, preconizado pelo chamado “Consenso de Washington” e defendido pelo Banco Mundial.

5 - Os usuários do SUS têm direito a assistência médica prestada por médicos, como o restante da sociedade. Temos todo respeito pelos enfermeiros, com quem atuamos diariamente e em perfeita harmonia. Mas

lamentamos que uma autarquia pública, financiada com taxas e por tributos, faça afirmações que confundem e assustam, sem qualquer fundamento. Melhor faria, na defesa da saúde, se junto conosco denunciasse o corte de R$ 6 bilhões do orçamento para 2007, o descumprimento da Emenda 29 (10% da receita para o setor), e a não destinar de 100% da CPMF à saúde. Enquanto isso, pessoas adoecem ou morrem na fíla por cirurgias, leitos psiquiátricos e medicamentos. Isto, sim, motivo para luto.

Porto Alegre, 25 de abril de 2007.

Newton Barros - Presidente AMRIGS Marco Antonio Becker - Presidente CREMERS Paulo de Argollo Mendes - Presidente do SIMERS

7JORNAL DO CREMERS ● MAIO 2007

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Cremers participa de audiência em Brasília para resolver crise na saúde

A comitiva gaúcha que bus-ca soluções para a crise na área da saúde e para

os problemas de financiamento da assistência hospitalar credenciada do SUS no Estado esteve reunida com o ministro da Saúde no dia 11 de abril. O principal resultado da audiência, que contou com a participação do presidente do Cremers, Marco Antônio Becker, foi a criação de um Grupo de Tra-balho para fazer uma radiografia da situação e apontar alternativas para solucionar a crise, proposta apresentada pelo ministro José Gomes Temporão.

Segundo o presidente Marco Antônio Becker, “a saúde é um dever do Estado, não somente

dos profissionais da saúde. No Brasil, nada funciona de cima pa-ra baixo, é preciso ter uma base unida”. Becker afirma que caso nada seja apontado no prazo a ser estabelecido, “teremos que tomar medidas mais enérgicas”.

De acordo com o ministro da Saúde, “a solução tem que ser tripartite, entre governo federal, Estado e municípios. Isso tudo em parceria com federações, sindica-tos e trabalhadores”. O primeiro encontro do GT foi realizado em Porto Alegre. Técnicos do Ministé-rio passarão a se reunir com repre-sentantes dos órgãos e entidades que estão à frente da mobilização. O presidente da Assembléia Le-gislativa/RS, Frederico Antunes, e

o secretário da Saúde/RS, Osmar Terra, acompanharam a reunião no Ministério.

CobrançaA comitiva gaúcha reuniu-se

com o Ministro da Justiça, Tarso Genro e lideranças do Congresso. Durante reunião com o presiden-te da Câmara, Arlindo Chinaglia, Marco Antônio Becker se manifes-tou cobrando reajuste da tabela do SUS. "Há vários anos os médicos não recebem aumento do SUS. Se a situação continuar assim, não restará outra alternativa a não ser paralisar", enfatizou Becker, acres-centando que no RS boa parte dos médicos já não atendem pelo SUS. A mesma cobrança foi feita ao

Encontro com o ministro José Gomes Temporão resulta em criação de Grupo de Trabalho para buscar soluções para o Sistema Público de Saúde

Movimento recebe apoio do Conselho

No dia 02 de abril, repre-sentantes do Movimento Saúde para os Hospitais

reuniram-se na sede do Cremers para debater a situação do SUS no Estado e conformar estraté-gias de ação para debelar a cri-se instalada. O Movimento, que busca assegurar a sobrevivência do sistema público de saúde e condições de trabalho dignas pa-ra todos os profissionais nele envolvidos, obteve o apoio do Cremers como entidade avaliza-dora e representativa da classe médica, diretamente interessada na solução do problema.

Segundo o presidente Marco Antônio Becker, “a saúde é um

dever do Estado, não somente dos profissionais da saúde. No Brasil, nada funciona de cima para baixo, é preciso ter uma base unida”.

O vice-presidente Claúdio Franzen disse que o acordo pre-vê que os hospitais irão garantir o repasse dos médicos.

Além do presidente e vice-presidente do Cremers, compare-ceram à reunião o primeiro-secre-tário Fernando Matos, o tesoureiro Isaias Levy, o consultor jurídico Jorge Perrone, o coordenador das Câmaras Técnicas Rogério Aguiar e o coordenador de patrimônio Iseu Milman. Representando o Sin-dicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos, estive-

ram o presidente Júlio Matos, o superintendente Jairo Tessari e o Deputado Pedro Pereira. Em nome do Simers esteve o diretor

Néio Pereira; pela Federação dos Empregados em Serviços de Saú-de, Milton Kempfer; e pelo Sindi-saúde, Gilmar França.

Reunião da diretoria do Cremers com representantes dos hospitais

“Há vários anos os

médicos não recebem

aumento do SUS.

Se a situação

continuar assim,

não restará outra

alternativa

a não ser paralisar.”

Marco Antônio Becker

8JORNAL DO CREMERS ● MAIO 2007

AtuaçãoAtuação

Cremers: ações com resultados concretos

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Ministro da Saúde. O presidente da Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do RS (Feessers), Milton Kempfer,

destacou, entre outros itens, a de-fasagem salarial e a demissão de mais de 10 mil trabalhadores nos últimos anos.

O presidente do Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS, Júlio de Ma-tos, reivindicou a ampliação do te-to de repasses do governo federal para o RS. “A tabela do SUS está defasada. Desde 1994 foi corrigida em média em apenas 37,7%, en-quanto a inflação do setor chegou a quase 400%”, destacou.

A comitiva foi integrada por re-presentantes do Cremers, Simers, Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do RS (Feessers), Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantró-picos do RS, Federação das Santas Casas, Conselho Estadual de Saú-de e Federação das Associações dos Municípios do RS (Famurs).

Cremers participa de audiência em Brasília para resolver crise na saúdeEncontro com o ministro José Gomes Temporão resulta em criação de Grupo de Trabalho para buscar soluções para o Sistema Público de Saúde

Comitiva gaúcha entregou proposta para solução de crise hospitalar ao

Ministro da Justiça, Tarso Genro (C)

Soluções:P Reajuste imediato de 82% na Tabela SUS, que remunera

os prestadores do SUS (médicos, hospitais e laborató-rios de diagnóstico).

P Criação de câmaras técnicas nos Conselhos Municipais de Saúde para ampliar o acompanhamento da sociedade sobre a execução dos convênios/contratos.

P Inscrição de todos os prestadores de serviços no Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade, para garantir aprimoramento da gestão dos hospitais.

P Municipalização e regionalização da assistência e práticas dos sistemas de referência e contra-referência.

P Respeito aos direitos dos trabalhadores, garantindo jornada justa e direitos sindicais e negociação coletiva entre patrões e empregados.

P Em 2005, no RS, os hospitais filantrópicos foram respon-sáveis por 70,2% das internações do SUS. No restante do País, a média é de 40%.

P A Rede filantrópica do RS soma 239 hospitais, 55 mil trabalhadores, 25 mil leitos (17 mil direcionados ao SUS). Realizam 520 mil internações por ano.

P Desde a implantação do Plano Real, os valores pagos pelo SUS subiram em média 37,3%. No mesmo período, a in-flação hospitalar foi de 389%.

P Os hospitais recebem apenas R$ 55 de cada R$ 100 gastos na assistência a um paciente do SUS. O valor que deixa de ser custeado representa déficit de 81,8%. A am-pliação em R$ 42 milhões no teto mensal do SUS no RS supriria esta diferença.

Números:

Efeitos da crise

no Rio Grande do Sul:

14 hospitais fechados

em 10 anos (11 nos

últimos quatro anos)

e fechamento

de 2 mil leitos e

de 10 mil postos de

trabalho desde 2002.

9JORNAL DO CREMERS ● MAIO 2007

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Resolução do CFM proíbe a CID na TISS

TISS é prejudicial para médicos e pacientesÚnicos beneficiados pela TISS são os planos de saúde e a própria ANS, mas quem paga a conta são os médicos

O Conselho Federal de Medicina editou a Resolução CFM nº 1.819/07 (publi-cada no Diário Oficial da União de 22

maio 2007, Seção I, pg. 71), na qual “proíbe a colocação do diagnóstico codificado (CID) ou tempo de doença no preenchimento das guias da TISS de consulta e solicitação de exames de seguradoras e operadoras de planos de saúde concomitantemente com a identificação do pa-ciente e dá outras providências”.

Confira a resolução:

CONSIDERANDO a necessidade de regu-lamentação dos aspectos éticos relacionados ao preenchimento das guias de consultas emitidas pelas seguradoras e operadoras de planos de saúde;

CONSIDERANDO que o ser humano deve ser o principal alvo da atenção médica;

CONSIDERANDO o que preceituam os ar-tigos 153, 154 e 325 do Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940);

CONSIDERANDO o constante nos artigos

8, 11, 45 e todo o Capítulo IX do Código de Ética Médica;

CONSIDERANDO o disposto no artigo 14 do Regimento Interno do Conselho Federal de Medicina, aprovado pela Resolução CFM nº 1.753/2004, de 08/10/2004;

CONSIDERANDO que as informações oriundas da relação médico-paciente pertencem ao paciente, sendo o médico apenas o seu fiel depositário;

CONSIDERANDO que o ordenamento ju-rídico nacional prevê situações excludentes do segredo profissional;

CONSIDERANDO ser indispensável ao mé-dico identificar o paciente ao qual assiste;

CONSIDERANDO, finalmente, o decidido na sessão plenária de 17/5/2007,

RESOLVE:Art. 1º Vedar ao médico o preenchimento,

nas guias de consulta e solicitação de exames das operadoras de planos de saúde, dos cam-pos referentes à Classificação Internacional

de Doenças (CID) e tempo de doença con-comitantemente com qualquer outro tipo de identificação do paciente ou qualquer outra informação sobre diagnóstico, haja vista que o sigilo na relação médico-paciente é um direito inalienável do paciente, cabendo ao médico a sua proteção e guarda.

Parágrafo único. Excetuam-se desta proi-bição os casos previstos em lei ou aqueles em que haja transmissão eletrônica de informações, segundo as resoluções emanadas do Conselho Federal de Medicina.

Art. 2º Considerar falta ética grave todo e qualquer tipo de constrangimento exercido sobre os médicos para forçá-los ao descumpri-mento desta resolução ou de qualquer outro preceito ético-legal.

Parágrafo único. Respondem perante os Conselhos de Medicina os diretores médicos, os diretores técnicos, os prepostos médicos e quaisquer outros médicos que, direta ou indi-retamente, concorram para a prática do delito ético descrito no caput deste artigo.

O sistema Troca de Infor-mação em Saúde Su-plementar (TISS), criado

pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), é um padrão de intercâmbio de dados sobre clientes dos planos de saúde. Com a TISS, operadoras de pla-nos privados de assistência à saú-de e prestadores de serviços de saúde têm à disposição todas as informações médicas do paciente, podendo usá-las como forma de elevar o custo dos planos. Além disso, a implantação do sistema traz ônus aos médicos, pois é de responsabilidade do profissional

a atualização de equipamentos para utilização da TISS. De acor-do com a Resolução Normativa nº 153, da ANS, o sistema será plenamente informatizado até no-vembro de 2008.

O presidente Marco Antônio Becker é contrário à TISS, assim como está proposta, e alerta: “É inaceitável que o diagnóstico de uma consulta médica seja levado ao conhecimento do plano de saú-de e da ANS. Dizer que o segredo é total pelo sistema informatizado é uma falácia. Hoje, até segredos bancários são alvo dos hackers”. Becker frisa que “os planos já

provocaram o enfraquecimento da relação médico-paciente; ago-ra querem entrar na intimidade do consultório e ferir a privacida-de dos pacientes”.

Becker acrescenta: “Esse TISS é uma idéia da Agência Nacional de Saúde. Vai obrigar o médico a gastar com informática. A metade dos médicos não possui compu-tador. A própria ANS revela que 90% dos hospitais não estão in-formatizados. Ah, mas eles dizem que vão abrir crédito especial na Caixa Federal para os médicos. Quer dizer, quem terá de pagar a conta é o médico”.

O vice-presidente Cláudio Fran-zen é taxativo: “É um sistema an-tiético. O médico não pode tornar pública a doença do paciente”.

O primeiro-secretário, Fernan-do Weber Matos, reforça a crítica: “As empresas de planos de saúde podem usar os dados sobre a doença de uma pessoa como for-ma de elevar o custo dos planos. Como a informação ficará disponi-bilizada para todas as operadoras, o paciente ficará marcado como ‘bom’ ou ‘mau’ cliente. Será forma-do um banco de dados semelhan-te ao do SPC ou do Serasa, só que na área da saúde”, alerta.

10JORNAL DO CREMERS ● MAIO 2007

Ética Ética

Cremers: ações com resultados concretos

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Mais de 400 estudan-tes de faculdades de medicina do Estado

foram recepcionados pelo Con-selho Regional de Medicina e

pela Associação Médica do Rio Grande do Sul, no sábado, dia 31 de março, na Amrigs. O Cremers esteve representado por seu vice-presidente, Cláudio

Franzen, que falou sobre as atri-buições do Conselho, com uma abordagem a respeito da prática ética da medicina.

Franzen discorreu também

sobre a situação dos médicos formados no exterior, em espe-cial Cuba, e a abertura de novos cursos médicos, destacando que onde não há estrutura técnica adequada não pode ser instala-da uma faculdade de medicina. “É preciso principalmente um hospital-escola e um corpo de professores qualificado”, enfati-zou, observando que o ensino da medicina é diferenciado por-que lida com a vida humana. O vice-presidente do Cremers ressaltou a importância do ates-tado médico, comentou ainda a questão do Ato Médico e fez uma análise crítica do Sistema Único da Saúde.

Recepção a calouros de medicina

Novos estudantes confraternizaram na Amrigs Recepção reuniu lideranças médicas

Ministro da Saúde é contra privilégios

na revalidação de diplomas

Presidente Marco Antônio Becker entrega ao Ministro Temporão documento

sobre a situação da medicina no Brasil e nos países da América do Sul e do Caribe

A luta das entidades mé-dicas contra o acordo que o governo brasileiro

pretende firmar com o governo cubano para criar mecanismos que facilitem a revalidação de diplomas de médicos oriundos de Cuba ganhou a adesão do ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Ao participar de reu-nião na Associação Médica Bra-sileira, dia 27 de abril, em São Paulo, o ministro afirmou que é contra privilégios na revalidação de diplomas, defendendo a apli-cação da legislação vigente para todos que busquem revalidar seus diplomas no Brasil, sem abrir exceções.

O presidente Marco Antônio Becker, que entregou ao minis-

tro a ‘Declaração de São Paulo’, com as conclusões da assembléia extraordinária da Confederação Médica da América Latina e do Caribe, destaca a posição tomada por Temporão. “A declaração do ministro é um reforço à nossa luta contra essa tentativa do go-verno de facilitar a revalidação dos médicos cubanos ou de bra-sileiros formados em Cuba. Não importa a origem, todos devem seguir as normas legais. E isso vale para cubanos, norte-ameri-canos, europeus”, afirma Becker. “O cidadão brasileiro tem o direi-to de saber quem está cuidando de sua saúde, e para isso a reva-lidação dentro do que estabelece a Lei deve ser seguida à risca, sem privilégios”, enfatiza.

11JORNAL DO CREMERS ● MAIO 2007

Ensino MédicoEnsino Médico

Cremers: ações com resultados concretos

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Dr. Fernando

Weber Matos, primeiro-

secretário do Cremers

Auto-hemoterapia: prática é condenadaCremers emite parecer ratificando posições da Anvisa, CFM e Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia

1. A prática do procedimento deno-minado auto-hemoterapia não consta na RDC nº 153, de 14 de junho de 2004, que determina o regulamento técnico para os procedimentos hemoterápicos, incluindo a coleta, o processamento, a testagem, o armazenamento, o transporte, o controle de qualidade e o uso humano de sangue e seus componentes, obtidos do sangue venoso, do cordão umbilical, da placenta e da medula óssea.

2. Tal procedimento consiste na retira-da de sangue por punção venosa e a sua imediata administração por via intramus-cular ou subcutânea, na própria pessoa.

3. Não existem evidências científicas, trabalhos indexados, que comprovem a eficácia e segurança deste procedimento.

4. Este procedimento não foi submetido a estudos clínicos de eficácia e segurança, e a sua prática poderá causar reações ad-versas, imediatas ou tardias, de gravidade imprevisível.

5. A Resolução CFM nº 1.499, de 26 de agosto de 1998, proíbe aos médicos a utilização de práticas terapêuticas não reconhecidas pela comunidade científica. O reconhecimento científico, quando e se ocorrer, ensejará Resolução do Conselho Federal de Medicina oficializando sua prática pelos médicos no país.

Proíbe também qualquer vinculação de médicos a anúncios referentes a tais métodos e práticas.

6. A Sociedade Brasileira de Hematolo-gia e Hemoterapia não reconhece o proce-dimento auto-hemoterapia.

7. O procedimento “auto-hemoterapia” pode ser enquadrado no inciso V, Art. 2º do Decreto 77.052/76, e sua prática constitui infração sanitária, estando sujeita às pena-lidades previstas no item XXIX, do artigo 10, da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977.

8. As Vigilâncias Sanitárias deverão adotar as medidas legais cabíveis em rela-ção à referida prática.

Diante da notícia de um polêmico tratamento que envolve a auto-aplicação

de sangue para curar doenças, o primeiro-secretário do Cremers, Fernando Weber Matos, esclarece que o Conselho emitiu parecer jul-gando condenável a prática da au-to-hemoterapia. “O Conselho con-dena a auto-hemoterapia e abrirá processo ético-profissional contra os médicos que adotarem a prática, seguindo a orientação do Conselho Federal de Medicina, uma vez que

o tratamento nunca foi comprova-do cientificamente”.

O procedimento traz diversos riscos à saúde do paciente, como a contaminação do sangue entre a retirada e a reaplicação. A Resolu-ção CFM nº 1.499, de 26 de agosto de 1998, proíbe aos médicos a utilização de práticas terapêuticas não reconhecidas pela comunidade científica. O tratamento também não é reconhecido pela Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemo-terapia (SBHH).

A Câmara Técnica de Hemato-logia e Hemoterapia do Cremers, composta pelos médicos João Pe-dro Escobar Marques Pereira, Ines Guterres, Hiran Schuh e Lúcia Silla, emitiu o parecer nº 22/2007, em 30 de abril, no qual ratificou os pareceres da Anvisa, do CFM e da SBHH.

A Gerência de Sangue e Compo-nentes (GGSTO) da Anvisa divul-gou, em 13 de abril, nota técnica sobre a prática denominada de auto-hemoterapia. Confira abaixo:

Nota da Anvisa sobre o procedimento

12JORNAL DO CREMERS ● MAIO 2007

Orientação ProfissionalOrientação Profissional

Cremers: ações com resultados concretos

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Desvalorização médica na América Latina e no Caribe

1) Que os médicos dos países

da América Latina e do Caribe

estão sendo desprestigiados e agre-

didos na sua atividade profissional,

por falta de reconhecimento dos

seus governos no que diz respeito

à condições de trabalho e acesso a

uma remuneração digna.

Assim sendo, CONFEMEL defen-

derá sempre a capacidade científica

e ética dos médicos da nossa região,

como mecanismo de proteção de

uma atenção adequada às nossas po-

pulações, exigindo aos governos o

respeito das leis e o compromisso em

matéria política e prioritária de aten-

der adequadamente os problemas

assistenciais da nossa população.

2) Que alguns governos patro-

cinam ou permitem o exercício ile-

gal da medicina, quanto autorizam o

ingresso de médicos formados no

exterior sem efetuar a revalidação do

título em forma legal, de acordo com

o ordenamento jurídico de cada país.

Essa situação causa sérios prejuízos

à saúde dos pacientes. Eticamente é

inaceitável propôr que a atenção aos

pacientes pobres se realize por pro-

fissionais inabilitados e de formação

médica duvidosa ou insuficiente.

3) Que no lugar de trazer médi-

cos de formação duvidosa de outros

países para trabalhar no interior de

cada um deles, culpando os médicos

pela falta de atendimento nessas

regiões, o correto é implementar

políticas de saúde que integrem

os médicos nacionais, radicando-os

nestes lugares.

4) Que a CONFEMEL impulsio-

na a existência de revalidações uni-

versitárias de diplomas estrangeiros,

baseada em aspectos científicos e

éticos, mas não por interesses políti-

cos, ideológicos e econômicos, como

acontece atualmente.

5) Que países da América Latina e

do Caribe estão desviando recursos

destinados à saúde para outras fina-

lidades, com o consequente decrésci-

mo de atendimento à população.

6) Que faculdades de medicina

na América Latina estão proliferando

sem a necessidade social, nem as

mínimas condições de ensino e qua-

lidade, colocando em risco a saúde

da população.

7) A falta de garantias individuais

e coletivas para os médicos, em con-

tradição ao ideário democrático que

deve regir os nossos países.

8) Que os sistemas de saúde na

América Latina e no Caribe devem

ser implementados por um acordo

conciliador; em um amplo debate

entre os governos, os conselhos e

associações médicas; e a população

organizada, em busca de uma política

de saúde adequada que melhore a

qualidade de vida do povo.

9) Que a CONFEMEL repele a

intenção de estigmatização penal da

prática médica, que se pretende in-

cluir nos códigos penais dos países.

Dr. Marco Antônio Becker

Presidente

Dr. Eduardo Figueredo

Secretário Geral

Declaração de São Paulo

A principal conclusão da Assembléia Geral da Confederação Médica

Latino-Americana e do Caribe (Confemel), realizada na sede da Associação Médica Brasileira (AMB), em São Paulo, de 25 a 27 de abril, é de que as dificul-dades enfrentadas pelos médicos no Brasil existem também em praticamente todos os outros pa-íses. Em alguns deles o quadro é ainda pior.

“Os nossos problemas são os mesmos, como proliferação de cursos de medicina sem neces-sidade social, desvalorização do trabalho médico e uma tentativa

de quase todos os governos de oferecer um atendimento médico precário às pessoas mais pobres, uma medicina de segunda para a população carente”, analisa o presidente da Confemel, Marco Antônio Becker, primeiro brasi-leiro à frente da entidade.

Durante o encontro, repre-sentantes de cada país expôs um pouco de sua situação. Os quadros mais graves de atuação de médicos estrangeiros sem re-validação de diplomas estão na Bolívia e na Venezuela, onde o presidente Hugo Chaves ameaça até privatizar clínicas médicas.

Ao final da assembléia, foi

elaborada a “Declaração de São Paulo”, com um relato dos pro-blemas enfrentados pelos médi-cos sul-americanos e caribenhos e uma tomada de posição contra os governos que insistem em

desvalorizar o médico em preju-ízo da população. O documento foi entregue pelo presidente Be-cker à Associação Médica Mun-dial, durante reunião realizada em Berlim, de 10 a 12 de maio.

Assembéia da Confemel elaborou a “Declaração de São Paulo”,

que foi entregue à Associação Médica Mundial

13JORNAL DO CREMERS ● MAIO 2007

DenúnciaDenúncia

Cremers: ações com resultados concretos

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Entrega de Carteiras Profissionais no Interior

A diretoria do Cremers en-tregou carteiras profis-sionais a novos médicos

nas cidades de Passo Fundo, Rio Grande, Caxias do Sul, Pelotas e Santa Maria, dentro da política de aproximação às delegacias.

No dia 23 de março, as cidades de Caxias do Sul e Pelotas recebe-ram a diretoria do Conselho para entregar carteiras profissionais aos jovens médicos. Em Caxias do Sul, o presidente Marco Antônio Becker, o coordenador de patri-mônio Iseu Milman e o coordena-dor das câmaras técnicas Rogério Aguiar entregaram as carteiras profissionais para os novos médi-cos da região. O delegado seccio-nal Alexandre Gobbato, o conse-lheiro do Cremers Mario Fedrizzi, o 1º secretário da delegacia e re-presentante da Unimed Nordeste, Ricardo Casara; e o coordenador do curso de medicina da UCS João Domingos Lionço marcaram presença na solenidade.

Em Pelotas, o evento aconte-ceu na sede da Associação Médica e contou com a presença do vice-presidente do Cremers, Cláudio Franzen, além do coordenador da fiscalização e da ouvidoria Antônio Celso Ayub e do corregedor Régis Porto. O delegado seccional Mar-co Antônio Funchal e a presidente da Associação Médica, Ada Lígia Ferreira, estiveram presentes.

No dia seguinte, a diretoria esteve em Rio Grande. O de-legado seccional Job José Tei-xeira Gomes, o presidente da Sociedade de Medicina Paulo Figueiredo e a coordenadora do curso de medicina Isabel Cristina de Oliveira Netto participaram da cerimônia.

No dia 23 de março, o segun-do-secretário Ismael Maguil nik participou da entrega de carteiras no anfiteatro da Ameplan, em Pas-so Fundo. Participaram do evento o delegado do Cremers, Alberto Villarroel Torrico; o conselheiro Alberi Grando; o presidente da Academia Passo-fundense de Me-dicina Ruy Donadussi e o presi-dente da Associação Médica José Emílio Mendes Lima.

Dia 30 de março de 2007, a solenidade de entrega das car-teiras profissionais aos jovens médicos aconteceu em Santa Ma-ria. Estiveram presentes o vice-presidente do Cremers Cláudio Franzen, o tesoureiro Isaías Levy, o delegado seccional de Santa Maria João Alberto Larangeira, o 1º secretário da delegacia Laércio Argenta, a presidente da Socie-dade de Medicina de Santa Maria Janete Gehrke; a coordenadora do curso de medicina da UFSM Léris Bonfanti. O evento foi re-alizado na sede da Associação Médica da cidade.

Em Passo Fundo, a entrega de carteiras foi na sede da Ameplan

Seção Delegado Fone Endereço

Alegrete Dr. Décio Passos Sampaio Péres (55) 3422.4179 R. Vasco Alves, 431/402

Bagé Dr. Airton Torres de Lacerda (53) 3242.8060 R. General Neto, 161/204

Cachoeira do Sul Dr. Osmar Fernando Tesch (51) 3723.3233 R. Pinheiro Machado, 1020/104 | [email protected]

Camaquã Dr. Vitor Hugo da Silveira Ferrão (51) 3671.3191 R. Júlio de Castilhos, 235

Carazinho Dr. Airton Luís Fiebig (54) 3330.1038 R. Bernardo Paz, 162

Caxias do Sul Dr. Alexandre Ernesto Gobbato (54) 3221.4072 R. Bento Gonçalves, 1759/702 | [email protected]

Cruz Alta Dr. João Carlos Stona Heberle (55) 3324.2800 R. Venâncio Aires, 614 salas 45 e 46 | CEP 98005-020 | [email protected]

Erechim Dr. Juliano Sartori (54) 3321.0568 Av. 15 de Novembro, 78/305 | [email protected]

Ijuí Dra. Miréia Simões Pires Wahys (55) 3332.6130 R. Siqueira Couto, 93/406 | [email protected]

Lajeado Dr. Roberto da Cunha Wagner (51) 3714.1148 R. Fialho de Vargas, 323/304 | [email protected]

Novo Hamburgo Dr. Jorge Luiz Siebel (51) 3581.1924 R. Joaquim Pedro Soares, 500/sl. 55/56

Osório Dr. Ângelo Mazon Netto (51) 3663.2755 R. Barão do Rio Branco, 261/08-9

Palmeira das Missões Dr. Áttila Sarlo Maia Júnior (55) 3742.1503 R. César Westphalen, 195

Passo Fundo Dr. Alberto Villarroel Torrico (54) 3311.8799 R. Bento Gonçalves, 190/207 | [email protected]

Pelotas Dr. Marco Antônio Silveira Funchal (53) 3227.1363 R. General Osório, 754/602 | [email protected]

Rio Grande Dr. Job José Teixeira Gomes (53) 3232.9855 R. Zalony, 160/403 | [email protected]

Santa Cruz do Sul Dr. Mauro José Thies (51) 3713.1532 R. Ramiro Barcelos, 1365

Santa Maria Dr. João Alberto Larangeira (55) 3221.5284 Av. Pres. Vargas, 2135/503 | [email protected]

Santa Rosa Dr. Omar Celso Ceccagno dos Reis (55) 3512.8297 R. Fernando Ferrari, 281/803 | CEP 98900-000 | [email protected]

Santana do Livramento Dr. Leandro Nin Tholozan (55) 3242.2434 R. 13 de Maio, 410/501

Santo Ângelo Dr. Ubiratã Gomes de Almeida (55) 3313.4303 R. Três de Outubro, 256/202 | [email protected]

São Borja Dr. João Umberto Del Fabro (55) 3431.3433 Av. Presidente Vargas, 1440

São Gabriel Dr. Clóvis Renato Friedrich (55) 3232.2713 R. Jonathas Abbot, 636

São Jerônimo Dra. Lori Nídia Schmitt (51) 3651.1361 R. Salgado Filho, 435

São Leopoldo Dr. Renato Brufatto Machado (51) 3592.1646 R. Feitoria, 178

Três Passos Dr. Dary Pretto Filho (55) 3522.2324 R. Bento Gonçalves, 222 | CEP 98600-000

Uruguaiana Dr. Jorge Augusto Hecker Kappel (55) 3412.5068 R. Dr. Domingos de Almeida, 3.801

Novos médicos receberam suas carteiras

na Associação Médica de Santa Maria

DelegaciasDelegacias

Cremers: ações com resultados concretos

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Codame tem novos projetos para 2007

A nova Comissão de Di-vulgação de Assuntos Médicos (Codame) do

Cremers foi constituída no dia 27 de abril, e mais uma vez conta com o conselheiro Alberi Grando na presidência. A Coda-me também é composta pelos médicos Maria Lúcia Opper-mann como secretária e Cláu-dio André Klein como vogal.

Entre os projetos da Codame para este ano está a atualização do Manual de Normas de Pu-blicidade Médica, adequado à

resolução 1.701/03 do CFM. Se-gundo Alberi Grando, “o manu-al deverá ser distribuído entre os colegas, pois observamos que a maioria dos erros que aconte-cem na divulgação de assuntos médicos provém do desconhe-cimento das normas”.

Outra novidade está no en-caminhamento de denúncias e resultados de busca ativa. Gran-do explica que, a partir de agora, “os expedientes são distribuídos entre os membros da Comissão, que os avaliam individualmente,

até mesmo em casa, e depois ex-põem e discutem suas conclusões

em reunião, seguindo o modelo do sistema de sindicâncias”.

Confira os limites éticos para a publicidade médica

O Conselheiro Alberi Grando (E) coordena a reunião

com Maria Lúcia Oppermann e Cláudio André Klein

A Codame é o órgão responsável pelo controle da divulga-ção dos assuntos médicos, avaliando publicidade ou qualquer manifestação que possa indicar ilícito ético. A Codame examina jornais e revistas que possam conter má publicidade – autopro-moção indevida, exposição de paciente, associação com empresa privada etc. Caso este tipo de problema ocorra, é função da Codame convocar o médico ou instituição para esclarecimento ou orientação. Se houver reincidência na falta, a Comissão enca-minha pedido de sindicância à Corregedoria.

Pontos importantes da Resolução 1.701/03 do CFM são:Art. 3º - É vedado ao médico:b) anunciar aparelhagem de forma a que lhe atribua capa-

cidade privilegiada;c) participar de anúncios de empresas ou produtos ligados

à Medicina;e) permitir que seu nome circule em qualquer mídia, inclusive

na Internet, em matérias desprovidas de rigor científico;f) fazer propaganda de método ou técnica não aceitos pela

comunidade científica;g) expor a figura de paciente seu como forma de divulgar

técnica, método ou resultado de tratamento, ainda que com a autorização expressa deste, ressalvado o disposto no artigo 10 desta resolução;

h) anunciar a utilização de técnicas exclusivas.

Seção Delegado Fone Endereço

Alegrete Dr. Décio Passos Sampaio Péres (55) 3422.4179 R. Vasco Alves, 431/402

Bagé Dr. Airton Torres de Lacerda (53) 3242.8060 R. General Neto, 161/204

Cachoeira do Sul Dr. Osmar Fernando Tesch (51) 3723.3233 R. Pinheiro Machado, 1020/104 | [email protected]

Camaquã Dr. Vitor Hugo da Silveira Ferrão (51) 3671.3191 R. Júlio de Castilhos, 235

Carazinho Dr. Airton Luís Fiebig (54) 3330.1038 R. Bernardo Paz, 162

Caxias do Sul Dr. Alexandre Ernesto Gobbato (54) 3221.4072 R. Bento Gonçalves, 1759/702 | [email protected]

Cruz Alta Dr. João Carlos Stona Heberle (55) 3324.2800 R. Venâncio Aires, 614 salas 45 e 46 | CEP 98005-020 | [email protected]

Erechim Dr. Juliano Sartori (54) 3321.0568 Av. 15 de Novembro, 78/305 | [email protected]

Ijuí Dra. Miréia Simões Pires Wahys (55) 3332.6130 R. Siqueira Couto, 93/406 | [email protected]

Lajeado Dr. Roberto da Cunha Wagner (51) 3714.1148 R. Fialho de Vargas, 323/304 | [email protected]

Novo Hamburgo Dr. Jorge Luiz Siebel (51) 3581.1924 R. Joaquim Pedro Soares, 500/sl. 55/56

Osório Dr. Ângelo Mazon Netto (51) 3663.2755 R. Barão do Rio Branco, 261/08-9

Palmeira das Missões Dr. Áttila Sarlo Maia Júnior (55) 3742.1503 R. César Westphalen, 195

Passo Fundo Dr. Alberto Villarroel Torrico (54) 3311.8799 R. Bento Gonçalves, 190/207 | [email protected]

Pelotas Dr. Marco Antônio Silveira Funchal (53) 3227.1363 R. General Osório, 754/602 | [email protected]

Rio Grande Dr. Job José Teixeira Gomes (53) 3232.9855 R. Zalony, 160/403 | [email protected]

Santa Cruz do Sul Dr. Mauro José Thies (51) 3713.1532 R. Ramiro Barcelos, 1365

Santa Maria Dr. João Alberto Larangeira (55) 3221.5284 Av. Pres. Vargas, 2135/503 | [email protected]

Santa Rosa Dr. Omar Celso Ceccagno dos Reis (55) 3512.8297 R. Fernando Ferrari, 281/803 | CEP 98900-000 | [email protected]

Santana do Livramento Dr. Leandro Nin Tholozan (55) 3242.2434 R. 13 de Maio, 410/501

Santo Ângelo Dr. Ubiratã Gomes de Almeida (55) 3313.4303 R. Três de Outubro, 256/202 | [email protected]

São Borja Dr. João Umberto Del Fabro (55) 3431.3433 Av. Presidente Vargas, 1440

São Gabriel Dr. Clóvis Renato Friedrich (55) 3232.2713 R. Jonathas Abbot, 636

São Jerônimo Dra. Lori Nídia Schmitt (51) 3651.1361 R. Salgado Filho, 435

São Leopoldo Dr. Renato Brufatto Machado (51) 3592.1646 R. Feitoria, 178

Três Passos Dr. Dary Pretto Filho (55) 3522.2324 R. Bento Gonçalves, 222 | CEP 98600-000

Uruguaiana Dr. Jorge Augusto Hecker Kappel (55) 3412.5068 R. Dr. Domingos de Almeida, 3.801

15JORNAL DO CREMERS ● MAIO 2007

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Cremers: ações com resultados concretos

Page 16: Cremers interdita o maior PA do Estado · Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Av. Princesa Isabel, 921 CEP 90620-001 ... turmas são formadas por maioria de boli-vianos

Em reunião realizada dia 28, à noite, no Cremers, o prefeito José Fogaça,

acompanhado do secretário da Saúde, Pedro Gus, apresentou à diretoria do Conselho medidas emergenciais para resolver os problemas detectados pela Co-missão de Fiscalização do Conse-lho no Pronto Atendimento Cru-zeiro do Sul (PACS) e, também, projetos para reforma e amplia-ção do estabelecimento. As me-didas começaram as ser tomadas cinco dias após a interdição.

O prefeito de Porto Alegre fez questão de destacar a competência do Cremers ao fazer a interdição ética do exercício da medicina no PACS: “É preciso reconhecer que o Conselho tem autoridade e é so-

berano para tomar essa decisão”. Fogaça admitiu a existência das irregularidades apontadas pelo Cremers e manifestou sua preocu-pação em resolver a questão com

a maior presteza possível. Inicial-mente, serão aplicados R$ 100 mil para resolver os problemas mais ur-gentes relacionados pelo Cremers. O projeto de reforma completa

está orçado em R$ 6 milhões.O presidente do Cremers,

Marco Antônio Becker, elogiou a iniciativa da administração mu-nicipal ao buscar soluções que venham proporcionar melhores condições de trabalho aos mé-dicos e um atendimento digno à população. Destacou, porém, que seria importante fechar o posto durante as obras para não prejudicar os pacientes. “Quando fizemos as interdições de hos-pitais em Sapucaia do Sul, Es-teio, Canoas, Xangri-lá, Campo Bom, além de inúmeras clíni-cas, o atendimento foi inter-rompido e não houve caos. Depois, os hospitais voltaram em condições muito melhores”, salientou Becker.

Entenda o caso29/03 Plantonistas da Emergência em Saúde Mental do Pronto Aten-

dimento Cruzeiro do Sul (PACS) protocolam no Cremers do-cumento denunciando dificuldades para trabalhar e solicitando providências.

4/04 Simers encaminha documento solicitando providências ao Cremers, devido a relatos de agressões a médicos e outras irregularidades.

11/04 O médico fiscal do Cremers Mário Henrique Osanai visita o Pron-to Atendimento Cruzeiro do Sul e o Plantão de Emergência em Saúde Mental do PACS.

17/04 Comissão de Fiscalização, composta pelo coordenador Antônio Celso Ayub e pelos conselheiros Isaías Levy e Rogério Aguiar, visita o Plantão de Emergência em Saúde Mental.

18/04 Presidente do Cremers Marco Antônio Becker se reúne com o vice-prefeito de Porto Alegre Eliseu Santos e o secretário municipal de saúde Pedro Gus, cobrando da prefeitura solução para os problemas apresentados nas unidades. Também participam da reunião o vice-presidente Cláudio Franzen e o segundo-secretário Ismael Maguilnik, do Conselho, além de dirigentes do Simers.

02/05 A diretoria do Cremers se reúne novamente com a Prefeitura Mu-nicipal. Devido a alguns avanços, como a negociação da abertura de leitos psiquiátricos em hospitais, o Cremers decide ampliar o prazo para atendimento total das exigências.

14/05 Simers pede o fechamento do PACS depois de assembléia com médicos do Posto.

21/05 Cremers realiza assembléia com os médicos do Posto, que, por unanimidade, pedem a interdição do PACS, mediante ata circunstanciada.

22/05 Comissão de Fiscalização faz nova vistoria no PACS. O pedido de interdição é referendado pelo Plenário do Cremers. A diretoria do Cremers anuncia a interdição do PACS.

23/05 O Cremers publica nos jornais o Auto de Interdição Ética 01/07. O juiz de plantão do Tribunal Regional Federal dá liminar à Prefei-tura Municipal suspendendo os efeitos da interdição.

24/05 O Cremers recorre da decisão judicial.29/05 O TRF cassa a liminar obtida pela Prefeitura, restabelecendo todos

os efeitos da interdição feita pelo Cremers.

Interdição feita pelo Cremers desencadeia providências da Prefeitura Municipal

Em reunião na sede do Conselho, dia 28 de maio, o prefeito José Fogaça

apresentou projetos de melhoria do PACS à diretoria do Cremers

Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul

16JORNAL DO CREMERS ● MAIO 2007

Intervenção ÉticaIntervenção Ética

Cremers: ações com resultados concretos