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Cabo Verde 2011 Relatório e Contas

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Cabo Verde

2011Relatórioe Contas

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Relatório e Contas 20112 Relatório de Gestão

Índice

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07070808

1010

111111

1111121314

14141515

Relatório de Gestão

Mensagem do Presidente

O BES Cabo Verde

2.1. Capital Social e Estrutura Accionista

2.2. Órgãos Sociais

2.3. Principais Acontecimentos de 2011

2.4. Presença Geográfica, Rede de Distribuição e Instalações

2.5. Recursos Humanos

2.6. Responsabilidade Social

Enquadramento Económico 2011

3.1. Enquadramento Internacional

3.2. Enquadramento Nacional

3.3. Perspectiva Sectorial da Economia de Cabo Verde

Actividade Comercial

4.1. Estratégia e Modelo de Negócio

Análise do Risco de Crédito

5.1. Carteira de Crédito e Provisões

5.2. Análise do Risco de Crédito

Análise da Evolução da Actividade

6.1. Síntese da Actividade

6.2. Balanço

6.3. Principais Indicadores

6.4. O BESCV no Sistema Financeiro Cabo-verdiano

Demonstrações Financeiras e Prudenciais

7.1. Resultados

7.2. Rácios Financeiros

7.3. Rácios Prudenciais

I

1

2

3

4

5

6

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3BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

16161616

1820343636

414242424242

434343

Notas Finais

8.1. Declaração de conformidade sobre a Informação Financeira apresentada

8.2. Proposta de Aplicação dos Resultados

8.3. Agradecimentos

Demonstrações Financeiras e Notas às Contas

Demonstrações Financeiras

Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras

Certificação Legal das Contas

Relatório e Parecer do Fiscal Único

Relatório da Auditoria Externa

Informação sobre o Governo da Sociedade

Estrutura Organizacional e Governativa

Poderes do Órgão de Administração

Sistemas de Controlo Interno e de Gestão de Riscos

3.1. Área de Risco Global

3.2. Compliance & AML

3.3. Auditoria Interna

Administrativa e Financeira

Operativa

Comercial

8

II

1

2

3

4

5

III

1

2

3

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Relatório e Contas 20114 Relatório de Gestão

Relatório de Gestão

I

Cabo Verde

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5BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

1. Mensagem do Presidente

A envolvente macroeconómica e a crise financeira a nível mundial ocorrida durante o ano de 2011, principalmente na zona euro, foram factos que contribuíram para o abrandamento da actividade económica e que, de igual forma, influenciaram o recorrente apoio de cooperação que Cabo Verde vinha beneficiando ao longo dos últimos anos.

No entanto, estas realidades não permitiram que fosse perturbado o nosso propósito em continuar a apoiar o legítimo desejo de Cabo Verde em se constituir como uma plataforma internacional de prestação de serviços, em especial financeiros, orientada para a costa ocidental da África (WCA). Neste âmbito, foram feitas visitas a países da CEDEAO e a instituições multilaterais, foram assinados protocolos e convénios de cooperação com a Câmara Gran Canária (Las Palmas), com a APIA - Agência para a Promoção do Investimento dos Açores e com o Banco Espírito Santo dos Açores, em todos os casos visando a promoção do comércio bilateral e o financiamento do IDE com Cabo Verde, no contexto da consolidação da Macaronésia (Açores, Cabo Verde, Canárias e Madeira). Foi igualmente assinado um protocolo com a SOFID, Sociedade Financeira para o Desenvolvimento, para apoiar o estabelecimento e financiamento de parcerias entre empresas portuguesas e cabo-verdianas.

No plano interno, procedemos à expansão da nossa rede, abrindo a agência do Sal, em Santa Maria, e prosseguimos o nosso critério selectivo de aprovação de crédito, especialmente orientado para os sectores que, tradicionalmente, mais contribuem para o PIB de Cabo Verde, ou seja, o turismo, a construção civil e de infra-estruturas e o comércio em geral.

No âmbito institucional, mantivemos o nosso compromisso de actualização e apresentação pública dos já tradicionais Outlook económicos sobre Cabo Verde e sobre determinados sectores relevantes para a economia cabo- -verdiana, o primeiro em Março e o segundo durante a conferência “Cluster do Mar” realizado no Mindelo.

De igual forma, mantivemos o nosso apoio ao programa de responsabilidade social do Grupo BES, através do Comité Nacional de Cabo Verde do Planet Earth Institute, sendo de referir o convite que nos foi dirigido para apresentar uma declaração na sede da ONU, em Nova Iorque, a 13 de Maio, sobre a sustentabilidade ambiental em território cabo-verdiano, que se constata ser elevado.

Finalmente, cabe uma referência muito especial de agradecimento a todos os colaboradores do BESCV, pela forma dedicada e profissional como souberam dar continuidade ao projecto da nossa expansão, tanto a nível nacional como internacional, em estreita cooperação com o Banco Espírito Santo, perspectivando-se um maior e melhor apoio ao desenvolvimento da actividade dos nossos clientes, no cada vez mais promissor mercado africano.

Pedro Menéres Cudell(Presidente)

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Relatório e Contas 20116 Relatório de Gestão

2. O BES Cabo Verde

O BES Cabo Verde foi inaugurado em Julho de 2010, tendo iniciado a sua plena actividade comercial em Agosto do mesmo ano, com uma agência a funcionar na Cidade da Praia, Ilha de Santiago, capital da República de Cabo Verde. Durante o ano de 2011, foi aberta uma segunda agência, a funcionar na ilha do Sal, permitindo, deste modo, o crescimento da rede e uma actuação comercial mais intensa.

2.1. Capital Social e Estrutura Accionista

O BESCV possui um capital social de 1 433 000 000$00 (mil, quatrocentos e trinta e três milhões de escudos), dividido em 1 433 000 acções, com valor nominal de 1 000$00 (mil escudos) cada, detidos pelos seguintes accionistas:

2.2. Órgãos Sociais

Os órgãos sociais do Banco Espírito Santo Cabo Verde (BESCV) foram eleitos em Assembleia-Geral de accionistas em 30 de Junho de 2010.

Os estatutos do BESCV prevêem uma orgânica, composta por uma Assembleia-Geral, um Conselho de Administração e um Fiscal Único.

Assembleia-GeralPresidenteRui Manuel Duarte Sousa da Silveira

SecretárioNelson Raposo Bernardo

Conselho de AdministraçãoO Conselho de Administração é composto por três elementos efectivos e um suplente, indicados pela Assembleia-Geral.

PresidentePedro Menéres Cudell

VogaisAntónio Manuel Cerveira DuarteJoão Carlos Pereira Dias Baptista

SuplenteJosé Francisco de Oliveira e Silva Mendes Palma

Fiscal ÚnicoKPMG & Associados Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, SA, representado pela Dra. Sílvia Cristina de Sá Velho Corrêa da Silva Gomes.

2.3. Principais Acontecimentos de 2011

O ano de 2011 foi marcado pelo crescimento da actividade comercial, quer no segmento de clientes residentes particulares, quer no segmento empresas.

Marcou a actividade comercial, a abertura da segunda agência, permitindo o alargamento da base de clientes, com a presença na Ilha do Sal, onde o BES Sucursal Financeira Exterior financiou o maior resort turístico residencial de Cabo Verde: o Vila Verde Resort.

Desta forma, reforçaram-se as sinergias, potenciado a abertura da agência dentro do Resort, com mais de 1 262 unidades habitacionais.

Outra actividade relevante neste exercício foram os 2 protocolos comerciais que o BESCV promoveu e assinou com duas zonas da Macaronésia, as Ilhas Canárias (Gran Canárias), através do protocolo com o Banco Pastor (Grupo Banco Popular), e as Ilhas dos Açores, através do protocolo com o BES dos Açores.

Procurou-se através destas duas acções ligar as diferentes zonas da Macaronésia e criar uma relação bancária de sinergia, que promova o intercâmbio comercial e o aumento das relações bancárias e comerciais entre Portugal, Espanha e Cabo Verde.

O Banco continuou o seu processo de desenvolvimento informático com o lançamento de novos produtos e serviços ajustados às necessidades do mercado de clientes residentes, tendo sido inovador no mercado cabo-verdiano com o lançamento do Corporate TV, um sistema integrado de imagem e vídeo colocado nas agências e que representou um marco tecnológico na envolvente da agência para com o cliente e os funcionários.

Foi ainda criada uma oferta para o mercado internacional durante a segunda metade do 2011, procurando, assim, angariar clientes não residentes e assim potenciar a criação de uma praça financeira em Cabo Verde, aumentando a nossa actuação junto de mercados potenciais na Costa Ocidental de África: um dos objectivos que o BESCV pretende promover ao longo dos próximos anos.

2.4. Presença Geográfica, Rede de Distribuição e Instalações

O BES Cabo Verde (BESCV) tem sede própria na Av. Cidade de Lisboa, na cidade da Praia, onde também funciona a agência sede e os serviços centrais/administrativos.

No corrente exercício foram executadas obras de melhoria no edifício Sede, permitindo adequar o crescimento do banco, tanto em função do número de empregados, como de uma estrutura física maior.

O BESCV abriu, em Junho de 2011, a sua segunda agência, situada na Ilha do Sal, sendo que, para 2012, está prevista a abertura de uma nova agência, visando ampliar a cobertura do país e expandir a oferta de nossos produtos a um mercado em crescimento, dentro de uma política de proximidade aos clientes.

Nº Acções Valor Percentagem

BES África, SGPS - S.A. 1 432 850 1 432 850 000 99,9895%

Pedro Roberto Menéres Cudell 50 50 000 0,0035%

António Manuel Cerveira Duarte 50 50 000 0,0035%

João Carlos Pereira Dias Baptista 50 50 000 0,0035%

Total 1 433 000 1 433 000 000 100%

Estrutura Accionista (Valores em escudos)

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7BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

2.5. Recursos Humanos

O banco possui um quadro de 20 (vinte) elementos, sendo 4 contratados e 16 efectivos. Desse quadro, 35% são homens e 65% mulheres. Dos 20 colaboradores, apenas um não possui habilitações superiores (Licenciatura).

Foram contratados, durante o ano, seis (6) técnicos superiores: quatro para reforçar a equipa comercial da agência Sede e Sal e dois para os serviços centrais, nomeadamente para as áreas Operativa e Financeira.

O BES Cabo Verde tem vindo a proceder a um processo de formação interna contínua dos seus colaboradores, procurando, sempre que necessário, a formação interna (GBES) e externa no estrangeiro.

O Banco tem um processo de recrutamento, através do qual os candidatos são seleccionados com base em critérios bancários de Gestão de Pessoal.

O Banco desenvolveu um modelo de sistema de carreira e de progressão

salarial, baseado em funções e níveis de carreiras, existindo um sistema de avaliação individual de desempenho.

2.6. Responsabilidade Social

O BESCV incentiva uma postura pró natura, assumindo o lema “O banco verde que aposta na sustentabilidade”, através de simples cuidados na sua gestão diária.

A minimização do consumo de papel, de consumíveis, água, energia e a consequente redução das emissões atmosféricas, permitem ao Grupo BES diminuir o seu contributo directo no ambiente, reduzindo, simultaneamente, os seus custos operacionais.

Este duplo objectivo motiva os colaboradores e a gestão interna a reduzir a “pegada ambiental” e tornar as operações do Grupo cada vez mais eco- -eficientes.

O consumo de papel tem um peso relevante nas actividades operacionais, pelo que a digitalização de documentos e processos internos e externos, necessários na relação com clientes e fornecedores, tem vindo a aumentar. A desmaterialização é um projecto contínuo, associado à modernização operacional do banco e à flexibilidade na comunicação.

Os novos produtos são um bom exemplo desta modernização dos serviços financeiros do BES Cabo Verde. Sempre que possível, os processos associados aos produtos serão desmaterializados, permitindo ao cliente utilizar este serviço através das transacções online disponíveis.

Em 2011, houve a afirmação da parceria estabelecida pelo BES Cabo Verde e o BES Angola com o Planet Earth Institute, dando lugar à constituição da associação cívica e sem fins lucrativos denominada “Comité Cabo-verdiano do Instituto do Planeta Terra”, visando desenvolver acções em áreas do Ambiente, Biodiversidade e Geodiversidade, de acordo com as normas internacionais.

Referencia-se, ainda, que o BESCV, durante o ano de 2011, deu continuidade ao apoio a instituições de solidariedade que acolhem crianças e jovens em risco, contribuindo, desta forma, para a construção de uma sociedade mais equilibrada.

3. Enquadramento Económico 2011

3.1. Enquadramento internacional

O ano de 2011 continuou a ser marcado pela crise da dívida soberana na Zona Euro, sobretudo em resultado do forte desequilíbrio das contas públicas da Grécia e das dificuldades de esta economia implementar um ambicioso programa de austeridade. O contágio foi evidente a outros países como Portugal, Espanha, mas também a economias core como a França, a Bélgica, a Áustria, a Holanda ou a Finlândia. O quadro foi, então, de progressiva deterioração do contexto financeiro europeu: os receios relativos ao contágio da crise da dívida aumentaram a relutância das instituições financeiras em exporem-se entre si; a consequente secagem de liquidez penalizou o financiamento do investimento e do consumo; por outro lado, as políticas orçamentais restritivas que as economias sob contágio foram adoptando de forma simultânea como resposta à crise reforçaram a desaceleração da

Av. Cidade de Lisboa, CP 35 – Cidade da Praia

Telefone: +238 2602626

Fax: +238 2602634

Vila Verde Resort, Condolote 01, Bloco D, Loja R , CP 142

Telefone: +238 2428210

Fax: +238 2428219

Presença Geográfica do BESCV

Sede/Agência da Praia – Ilha de Santiago

Agência do Sal

2010 2011

Quadro de Pessoal

Serviços Centrais 8 10

Área Comercial 6 10

Total 14 20

Estrutura dos Recursos Humanos

Ilha de Santiago

Ilha do Sal

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Relatório e Contas 20118 Relatório de Gestão

actividade da economia europeia ao longo do segundo semestre do ano.

Reflectindo a quebra de confiança dos investidores, o EUR registou uma depreciação de 3% face ao USD no conjunto de 2011, cotando-se em EUR/USD 1,2939 no final do ano, e os índices accionistas DAX, CAC40, IBEX e PSI-20 desvalorizaram-se, respectivamente, 14,7%, 17%, 13,1% e 27,6%.

A instabilidade financeira marcou igualmente a evolução da actividade nas principais áreas económicas mundiais, com os impactos desfasados dos processos de consolidação orçamental a fazerem sentir-se na procura interna e, sobretudo, nos fluxos de comércio internacional. Após os registos francamente positivos observados em 2010, o PIB cresceu 2,8% na Alemanha, 1,5% na Zona Euro e 1,8% nos EUA. As principais economias emergentes também não ficaram imunes à crise da Zona Euro e ao arrefecimento da actividade global. As economias da China e do Brasil desaceleraram em 2011, com a primeira a crescer próximo de 9% (10,3% em 2010) e a segunda 2,9% (7,5% no ano anterior).

No plano dos preços, na Zona Euro, a taxa de inflação média anual foi de 2.6%, após um registo de 1,6% em 2010. Neste contexto, já no final do ano, o Banco Central Europeu (BCE) iniciou um ciclo de descida da principal taxa de juro de referência, com um primeiro corte de 25 bps em Novembro, para 1,25%, a que se seguiu um corte de igual dimensão em Dezembro, para 1%, anunciando também um conjunto de medidas que visaram facilitar o acesso da banca à liquidez e o normal funcionamento do mercado monetário interbancário.

Nos Estados Unidos, a evolução da inflação não foi igualmente uma preocupação para as autoridades monetárias, o que possibilitou à Reserva Federal a manutenção da taxa Fed Funds num intervalo compreendido entre 0% e 0,25% e a implementação da operação twist (venda de títulos do activo do Fed com maturidades inferiores a 3 anos e compra de activos com maturidades entre 6 e 30 anos).

Em Portugal, a política orçamental restritiva e o contexto difícil ao nível do financiamento externo traduziram-se num impacto negativo na procura interna (consumo privado e investimento) e no crescimento, com o PIB a registar uma contracção de 1,5%. Do lado positivo, as exportações mantiveram uma evolução positiva. Simultaneamente, prosseguiu a diversificação dos mercados das exportações portuguesas, com crescimentos significativos nas vendas a diversas economias emergentes em África, na Ásia e na América Latina.

O contágio da crise da dívida soberana no espaço da Zona Euro levou Portugal a solicitar auxilio financeiro internacional. O denominado Memorando de Entendimento – entre as autoridades nacionais e a missão da Comissão Europeia/BCE/FMI – estabeleceu um auxílio financeiro a Portugal num montante de EUR 78 mil milhões, por um período de 3 anos.

3.2. Enquadramento Nacional

Após um abrandamento mais acentuado em 2009, a economia cabo--verdiana voltou a intensificar o ritmo de crescimento em 2010, muito baseado no crescimento do investimento, em linha com a execução do programa de investimentos públicos levados a cabo pelo Governo, Programa de Investimento Público (PIP), em áreas como o abastecimento de água, o saneamento público e a habitação social, entre outras. Em 2011, a actividade económica manteve um bom dinamismo. No que se refere à evolução do consumo, a desaceleração foi visível desde Abril, quer em termos do consumo de bens não duradouros quer de bens duradouros. Em sentido contrário, o consumo público e as exportações de serviços – por via da evolução positiva do sector do turismo – mantiveram um desempenho cada vez mais preponderante para o crescimento da economia. Também na

vertente do investimento, a expansão foi visível, com especial destaque para o investimento em bens de transporte.

Neste contexto, mesmo num enquadramento internacional de desaceleração da actividade, em 2011, o desempenho da economia de Cabo Verde manteve-se favorável, com o crescimento a subir para 5,6% (5,4% em 2010), positivamente influenciado pela manutenção da execução do PIP, aliado ao bom desempenho do sector do turismo.

Ao longo de 2011, foi visível uma ligeira deterioração das contas externas e das contas públicas. Por um lado, o aumento da saída de fundos (por via das importações realizadas, de rendimentos de investimentos externos e amortização do serviço da dívida externa contraída pelo sector bancário e demais empresas), associado a uma quebra do investimento directo estrangeiro, conduziu a uma quebra das reservas externas. Paralelamente, ao longo da segunda metade do ano, notou-se um abrandamento das remessas de emigrantes. Por outro lado, a deterioração das contas públicas surge no seguimento da necessidade de o Estado concretizar as contrapartidas nacionais referentes aos projectos do PIP.

Em 2011, a inflação registou uma evolução em alta, em parte influenciada pelas actualizações dos preços dos combustíveis e de alguns bens de primeira necessidade, tendo colocado a taxa de inflação média anual num valor próximo de 5%. A diminuição lenta, mas sustentável, do nível de desemprego em Cabo Verde (ligeiramente acima de 10% da população activa no final do ano) suportou, igualmente, uma procura mais intensa por alguns bens e, por consequência, a evolução dos respectivos preços. Neste contexto, as autoridades monetárias de Cabo Verde procederam ao aumento da taxa de juro directora (em 150 pontos, de 4,25% para 5,75%) e do coeficiente das disponibilidades mínimas de caixa dos bancos comerciais em dois pontos percentuais (de 16% para 18%). Por último, ao nível cambial, dado o regime adoptado por Cabo Verde, que indexa o CVE (escudo cabo-verdiano) à evolução do euro, registou-se uma depreciação face às principais divisas internacionais, na mesma magnitude que a moeda única europeia sofreu, nomeadamente, face ao dólar norte-americano e ao iene.

3.3. Perspectiva Sectorial da Economia de Cabo Verde

O turismo e a pesca constituem sectores chave da economia de Cabo Verde, o primeiro pelo que representa hoje na economia do arquipélago, 16% de contribuição directa para o PIB e cerca de 45% de contribuição

Cabo Verde: Crescimento Real do PIB e do PIB per capita (% e USD)

12

10

8

6

4

2

0

4 000

3 500

3 000

2 500

2 000

1 500

1 000

500

0

%

USD

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

4,7

1 7611 966

2 038

2 287

2 710 3 122 3 1003 157

3 470

4,3

6,5

10,1

8,6

6,2

3,7

5,4 5,6

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9BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

total (estimativas do WTTC, 2011), o segundo pelo impacto que a actividade pesqueira tem, seja na dimensão industrial seja na vertente artesanal, e potencialmente poderá reforçar, na economia cabo-verdiana.

O desenvolvimento do sector turístico tem constituído um elemento central do processo de desenvolvimento económico de Cabo Verde, com um impacto que, extravasando largamente os limites estritos do sector, tem moldado a própria evolução da sociedade cabo-verdiana. O potencial turístico do país está ainda longe de se encontrar esgotado e o seu cabal aproveitamento, num quadro de sustentabilidade, será um instrumento privilegiado para o alargamento dos benefícios do crescimento a todo o território.

O crescimento do sector do turismo em Cabo Verde dinamizou e impulsionou outros sectores da economia, como a indústria hoteleira, a construção civil, a actividade imobiliária, o comércio ou a produção e distribuição de bens alimentares, que se confrontam com um novo conjunto de solicitações, inevitavelmente resultantes do aumento exponencial do número de dormidas que, em 2000, se cifravam em 685 mil e, em 2010, já superavam 2,3 milhões. O World Travel and Tourism Council (WTTC) prevê um crescimento médio anual das receitas do turismo de, aproximadamente, 10% (7,3% em termos reais) nos próximos dez anos, com o sector a representar, já hoje, directamente, 14% do emprego total. Cabo Verde é o 12º país à escala global em termos da importância relativa do sector do turismo para a sua economia, sendo o 9º no que concerne às expectativas de crescimento para o sector. Este cenário traduz-se na evolução crescente da capacidade de alojamento no arquipélago e maior qualidade das infra-estruturas e recursos humanos disponibilizados.

Sendo a economia cabo-verdiana, fundamentalmente, uma economia de serviços (73% do PIB em 2010, com grande preponderância do turismo), o impacto socioeconómico do sector das pescas tem vindo a crescer no território e responsáveis governamentais atribuem ao conjunto de actividades que o incorporam um contributo para o PIB de Cabo Verde acima dos 7% em 2011.

O sector do turismo e o sector da pesca cruzam-se, actualmente, no papel estratégico que são chamados a desempenhar para a sustentabilidade do crescimento futuro. Um crescimento que se pretende mais diversificado, com menor exposição a choques externos e com maior capacidade de envolver a totalidade do território.

O “Cluster do Mar” é o projecto corporizador da ambição, reiteradamente manifestada pelas autoridades de Cabo Verde, de mobilizar, para um desenvolvimento estruturado, um conjunto de actividades e competências que em muito ultrapassa os sectores marítimos tradicionais: envolvendo o turismo, a recreação costeira marinha, o turismo de cruzeiro, as pescas e o processamento de produtos da pesca, a aquacultura, a exploração de recursos marinhos, a logística marítima, a energia, a construção e reparação naval, a investigação e a captação de água. Os projectos associados são vários, como a criação de um centro internacional de conservação, processamento e exportação de produtos marinhos. Para este efeito, a renovação e/ou reconversão do Porto Grande, no Mindelo, a par da renovação de outros portos internacionais - Cidade da Praia, Sal e Santo Antão -, é fundamental para que Cabo Verde se constitua uma referência no Atlântico Médio.

Cabo Verde, com a 6ª maior Zona Económica Exclusiva da África Subsaariana, e com uma localização estratégica entre a Europa, a África e a América, tem todas as condições para se tornar um país de referência no âmbito da Economia do Mar, desenvolvendo um conjunto de valências que encontram no turismo e na pesca eixos de desenvolvimento de um conjunto alargado de actividades conexas e afins que têm no mar o seu elemento comum de referência e de geração de sinergias.

A afirmação do país como porta de entrada para a África Ocidental beneficia da sua plena integração regional, no quadro da CEDEAO (Comunidade Económica dos Países da África Ocidental, com 230 milhões de habitantes e 15 Estados membros) e do estreito relacionamento que mantém no quadro da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – com países integrantes de outras comunidades regionais da Costa Ocidental Africana.

A criação, em Cabo Verde, de uma importante plataforma logística do Atlântico Médio com uma clara vocação de serviço para toda a África Ocidental, é parte integrante de um “cluster do Mar” susceptível de tornar Cabo Verde um actor marítimo relevante ao nível regional e do Atlântico.

O ano de 2011 foi testemunha de passos importantes na construção desta realidade, nomeadamente através da contratualização da construção do entreposto frigorífico do Porto Grande, capacitador da conversão deste porto numa base de pesca de referência internacional para as frotas industriais; da vinda do navio científico Norueguês, Fridtjof Nansen, para avaliação dos recursos pesqueiros do país; da selecção de Cabo Verde, no âmbito do programa do Governo holandês ORIO (Facility for Infrastructure Development), para a construção de um novo terminal de cruzeiros no Mindelo; da inauguração da primeira fase da ampliação e modernização do porto da Praia; da continuada atracção de investimento estrangeiro pela indústria turística, com particular destaque para a Ilha da Boavista.

O acesso ao fornecimento de electricidade, área chave para a atracção do investimento, tem vindo, também, a conhecer uma significativa melhoria, atingindo uma cobertura de 95% do território em 2010. O continuado aumento da procura e a intenção do Governo de reduzir a dependência face ao petróleo tem levado à realização de importantes investimentos, nomeadamente na área das energias renováveis: Cabo Verde já utiliza 25% de energias renováveis na rede e a estratégia é chegar a 50% até 2020. De igual modo, o Governo de Cabo Verde conta com o suporte do Banco Mundial, para o financiamento de novos projectos, a concluir entre 2013 e 2014, que pretendem pôr fim aos constrangimentos energéticos no arquipélago. Têm sido efectuados, também, esforços significativos na melhoria da rede de comunicações, fixa, móvel e internet.

Ao nível do sector financeiro, a situação económica do país tem estimulado a sua crescente bancarização. Em 2010, ano em que iniciaram actividades mais três instituições de crédito, o universo das instituições no sistema bancário de Cabo Verde era constituído por oito no mercado onshore e nove no offshore. Esta expansão levou ao reforço da rede interna de distribuição

Fontes: Africa Development Bank, ES Research - Research Sectorial.

Distribuição sectorial do PIB, 2010 (%)

26,5

12,3

14,1

17,1

4

7,3

8,2

2,2

Comércio,hotelaria e restauração

Sector financeiro,imobiliário e serviços

às empresas Transportes e comunicação

Agricultura, floresta e pesca

Outrosserviços

Indústria

Administração

Energia,gás e saneamento

8,3Construção

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Relatório e Contas 201110 Relatório de Gestão

e a associadas actividades financeiras dos bancos. Em termos globais, o balanço do sistema bancário cabo-verdiano mostra um crescimento de 9% do activo líquido em 2010, que compara com 7% em 2009.

Os resultados alcançados nas diferentes vertentes da economia de Cabo Verde têm merecido o apreço das principais instituições internacionais. O indicador de facilidade em fazer negócios do World Bank, Doing Business 2012 (DB 2012), classifica o país dez posições acima, face ao ano anterior, a quinta maior subida a nível mundial, 119 entre 183 economias analisadas. Em sub-indicadores, como o comércio transfronteiriço, 61, e o cumprimento de contratos, 37, a economia cabo-verdiana classifica-se ao nível das economias mais desenvolvidas.

Cabo Verde surge no primeiro plano entre os países posicionados na classe “desenvolvimento humano médio”, ocupando o ranking 133 à escala global (187 países observados). Em 2011, Cabo Verde era o sexto país melhor classificado da África Subsaariana. No que concerne ao clima de liberdade económica percepcionado no arquipélago, a Heritage Foundation classifica Cabo Verde, em 2012, no 66º lugar entre 179 países (4º entre 46 países da África Subsaariana) e, de igual modo, o indicador da Transparency International, Corruption Perception Index 2011, classifica o país no lugar 41 entre os 183 países classificados, 2º no continente africano.

No seu conjunto, trata-se de um painel consistente de sinais transmitidos aos agentes económicos, que assume relevância preponderante no quadro de um modelo económico caracterizado por uma grande abertura ao exterior e que faz depender da confiança proporcionada e da qualidade do relacionamento alcançado, a sustentabilidade do modelo de desenvolvimento estrategicamente assumido.

4. Actividade Comercial

4.1. Estratégia e Modelo de Negócio

O BES Cabo Verde (BESCV) privilegia, actualmente, o contacto presencial e directo na angariação de clientes, primando-se pela visita comercial aos clientes e potenciais clientes, apresentando-lhes, objectivamente, as vantagens de se relacionarem com o banco, através de um serviço personalizado, aplicando essa estratégia também na angariação de recursos e na concessão de financiamentos.

Através do financiamento de projectos das empresas, suas clientes, e de parcerias público-privadas, o BESCV tem incentivado o investimento nas áreas do turismo e da imobiliária, bem como tem contribuído para o desenvolvimento da economia cabo-verdiana, através do financiamento às empresas (locais e portuguesas, sediadas no país) que se dedicam à construção e obras públicas, participando na construção e/ou modernização de grandes infra-estruturas do país (portos, aeroportos, estradas…).

O negócio do BESCV está direccionado para o segmento de particulares de médio a alto rendimento, residentes e não residentes, e, no segmento Corporate, grandes e médias empresas e sucursais locais de empresas estrangeiras e institucionais, tendo como finalidade captar, gerir e aplicar recursos em moeda local e estrangeira, através da divulgação, promoção e apoio ao investimento local e regional, objectivos fortemente atingidos durante o ano de 2011, conduzindo ao crescimento patrimonial e financeiro do próprio banco.

O BESCV tem apostado na promoção de parcerias com empresas cabo- -verdianas, colaborando na sua expansão para os novos mercados da África Ocidental e Central.

As empresas podem contar com soluções diversas para a gestão da sua tesouraria corrente, razão pela qual se têm direccionado para a estrutura do BESCV, podendo ser comprovado através da análise da evolução da carteira de clientes.

Em finais de 2010, o BESCV divulgou uma linha de crédito de 50 milhões de euros para apoiar as empresas que exportam ou que queiram exportar para Cabo Verde, possibilitando aos clientes (empresas) a cobertura de riscos associados às exportações, bem como o acesso à antecipação das receitas decorrentes dessa actividade.

Em Dezembro de 2011, essa linha de crédito foi alargada aos Açores, com a assinatura de um protocolo com o BES dos Açores, no seguimento do Protocolo assinado em Março, nas Ilhas Canárias, com o Banco Pastor (Grupo Banco Popular), com o intuito de ajudar as empresas interessadas em exportar para Cabo Verde e, eventualmente, para outros países da costa ocidental africana, visando incrementar as trocas comerciais nos arquipélagos da Macaronésia.

A carteira de clientes do BESCV cresceu 348%, em 2011, sendo que tanto o número de clientes Particulares como Corporate aumentou de forma significativa.

A carteira é composta por clientes que vêm cumprindo com as suas obrigações perante o banco e que, de igual importância, vêm mantendo um volume satisfatório de recursos no BESCV.

Dos 632 clientes em carteira, 75% (473) são particulares, residentes e não residentes no território nacional, bem como emigrantes, e 25% são empresas

Evolução da Carteira de Clientes Activos

40

+298%

+368%

159

Empresas

101

473

Particulares

2010

2011

(Número de clientes activos)

Caracterização dos clientes

25%

75%

Empresas

Particulares

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11BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

(159), nacionais e estrangeiras, na sua maioria sediadas em Cabo Verde, o que demonstra a confiança depositada no banco.

5. Análise do Risco do Crédito

5.1. Carteira de Crédito e Provisões

As actividades de concessão de crédito, iniciadas em meados de Agosto de 2010, alcançaram, em 2011, um volume oito vezes maior que o de 2010 (crescimento de 730%), constituída por 85% de operações de crédito com o segmento Corporate e 15% com o segmento Particular.

A evolução da carteira de crédito identificada no quadro seguinte engloba o montante das operações de crédito contratadas, por segmento (Empresas e Particulares) e por sector de actividade.

No cálculo das Provisões para o crédito, foi considerado o saldo total da carteira (financiamentos, conta caucionada em utilização, descobertos autorizados e não autorizados), à data do fecho, os dias em atraso no pagamento das prestações e as garantias subjacentes a cada uma das referidas operações.

A distribuição dos valores de créditos, pelas suas classes de risco, resultou na concentração de 99,9% das operações de crédito na classe de risco A e a consequentemente aplicação de 1% como taxa de provisão a esse grupo.

No entanto, a provisão média do total da carteira de crédito do BESCV, a 31 de Dezembro de 2011, corresponde a 1,11%.

5.2. Análise do Risco de Crédito

O BESCV empenhou-se, durante o ano, na diversificação da carteira de crédito entre os vários sectores de actividade do país (Construção, Comércio, Restauração e Hotéis, Indústrias, Prestação de serviços, Transportes e Comunicações), paralelamente ao aumento do seu volume, visando diluir o risco um pouco por toda a economia e, ao mesmo tempo, procurando cumprir o limite de concentração de risco de crédito imposto pelo órgão supervisor.

Não obstante a diversificação realizada, as empresas de prestação de serviços e de comércio geral categorizam o sector com maior concentração (40%) na carteira de crédito.

As limitações à concessão de crédito consistiram, essencialmente, no grau de qualidade e do nível de risco, tanto do cliente como da operação, bem como nos critérios de formalização do processo. Em consonância com os objectivos estabelecidos para o crédito, registou-se a contratação de 86% das operações aprovadas.

No exercício da gestão de crédito, as propostas foram criteriosamente analisadas e aprovadas em Comité de Crédito, com a participação das várias unidades intervenientes no processo, visando, essencialmente, a mitigação do risco de crédito da instituição.

A identificação e avaliação do risco do cliente/operação inicial e o acompanhamento contínuo da qualidade da carteira de crédito, a identificação dos clientes com propensão ao default e a análise da concentração de risco em alguns clientes e o respectivo grupo económico, têm permitido implementar, atempadamente, medidas de regularizações das possíveis situações de incumprimento e a monitorização do risco dessas operações, minimizando, acima de tudo, perdas pela imparidade do crédito.

Considerando o parâmetro “tempo de atraso na liquidação dos créditos”, bem assim como outros critérios instituídos pelo Banco Central (BCV) na mensuração da provisão para o crédito, foram identificados seis clientes com atrasos na liquidação das suas prestações o que, por uma questão prudencial, levou a que o percentual de imparidade sofresse um agravamento, uma vez que a taxa de provisionamento para esses créditos foi aumentado.

A distribuição das operações de crédito nas suas respectivas classes de risco resultou na concentração de 99,53% das operações de crédito na classe de risco A e a aplicação da taxa de provisão correspondente de 1%. Aplicaram- -se taxas de 5% e de 25% de provisão sobre os montantes correspondentes a 0,02% e 0,45% do volume de crédito, respectivamente, montantes referentes aos créditos com atraso no pagamento das prestações.

O acompanhamento regular da carteira de crédito durante o período em análise, o cumprimento do regulamento dos limites de concessão e concentração de risco e a regularização atempada das irregularidades de crédito contribuíram para que a carteira de crédito do banco se classificasse no nível A de qualidade de risco, com um percentual de provisionamento perto do nível mínimo exigido pela entidade reguladora.

6. Análise da Evolução da Actividade

6.1. Síntese da Actividade

A actividade bancária do Banco Espírito Santo Cabo Verde, S.A., actuando no mercado local e na diáspora, oferece aos seus clientes oportunidades de desenvolvimento dos seus negócios e dos seus projectos pessoais.

Dotado de bancos correspondentes dentro do próprio GBES e de uma equipa jovem, fortemente motivada e qualificada, o BESCV apresenta uma estrutura e adequada capacidade face ao mercado – alvo pretendido, permitindo respostas rápidas e de qualidade.

O BES Cabo Verde oferece uma vasta gama de produtos e serviços financeiros, com a qual procura potenciar oportunidades de negócio, tanto para o segmento Corporate como para o segmento de Particulares, incentivando o empreendedorismo e o investimento, através de uma gestão personalizada dos clientes.

Carteira de crédito (saldo)

Por Segmento 179 104 100% 1 485 910 100% 730%

Particular 29 123 16% 221 930 15% 662%

Empresa 149 981 84% 1 263 980 85% 743%

Por Sector de Actividade 179 104 100% 1 485 910 100% 730%

Habitação 19 006 11% 142 556 10% 650%

Particular Outros 10 117 6% 79 374 5% 685%

Comércio e Serviços 10 000 6% 587 079 40% 5 771%

Construção e Obras Publicas 109 857 61% 357 831 24% 226%

Indústria 26 779 15% 213 526 14% 697%

Restauração e Hotéis 3 344 2% 105 543 7% 3 056%

Provisões (1 791) 1,00% (16 470) 1,11% 819%

Crédito líquido de provisões 177 312 1 469 439 729%

Evolução da Carteira de Crédito a 31/12/2010 e 30/12/2011

2010 2011 Var. 2011/2010

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Relatório e Contas 201112 Relatório de Gestão

6.2. Balanço

O Activo líquido do BESCV, em Dezembro de 2011, era de 6,9 mil milhões de escudos, evidenciando um crescimento patrimonial de 327%, em relação a 2010. Para esse crescimento, contribuíram, especialmente, as aplicações financeiras em outras instituições e o crédito concedido a clientes que, conjuntamente, registaram um acréscimo superior a 80% do aumento do activo total.

Foram aplicados, em produtos financeiros, cerca 61% do activo, gerando rendimentos consideráveis. As aplicações financeiras e monetárias representam 76% do activo, o equivalente a 5,2 mil milhões de escudos.

A carteira de títulos é composta por títulos da dívida pública, Obrigações do Tesouro, que são títulos de natureza “detidos até à maturidade”, emitidos pelo Estado de Cabo Verde, remunerados mensalmente e com maturidade de oito anos.

O investimento em imobilizados, com um peso de 2% na composição do activo, apresenta um saldo de 160 milhões de escudos e um acréscimo de 85 milhões, em relação a 2010, demonstrando os investimentos que vêm sendo feitos, principalmente em instalações e em softwares, acompanhando o crescimento/desenvolvimento da instituição.

Estrutura e Qualidade da carteira de crédito

A carteira de crédito a clientes apresenta um stock de 1,5 mil milhões de escudos, em que 73% do volume total é crédito de longo prazo. A proporcionalidade dos créditos, no que concerne os prazos, inverteu em 2011, uma vez que, em 2010, os créditos de curto prazo representam a maioria da carteira, num total de 61%.

Representando 22% do activo total, a carteira apresenta boa qualidade, porquanto o BESCV pratica uma política rigorosa de angariação de clientes, avaliação de risco e de concessão de crédito, que passa pela análise dos clientes e das respectivas operações, com constante seguimento a posteriori.

Apostando numa acção agressiva e apresentando soluções competitivas, o BESCV conseguiu constituir uma carteira considerável de clientes de qualidade, potenciando sua capacidade de financiamento e estimulando o ambiente de negócios, oferecendo produtos a taxas atractivas e a prazos flexíveis, tanto para aplicações como para financiamentos.

Para isso, criaram-se dois gabinetes de acompanhamento do cliente, um para cada segmento, com o objectivo central de gerir e coordenar a carteira de clientes nas duas estruturas (Praia e Sal) e de se dedicar à prospecção de negócios em todo o território nacional.

O segmento Particulares corresponde a 75% dos clientes, os quais detêm 15% da carteira de crédito e 7% do total de recursos. No entanto, são os clientes do segmento Corporate que predominam o negócio, dado que têm à sua disposição um leque de soluções para as suas actividades, desde o apoio à tesouraria ao financiamento de seus investimentos, passando pelo incentivo à importação e/ou exportação.

No segmento Particulares predomina o crédito destinado à aquisição ou construção de habitação própria, representando 64% do crédito concedido a este segmento e a 10% do total da carteira. No segmento Corporate, prevalece o financiamento às empresas dedicadas à exploração do sector do comércio e prestação de serviços a outras empresas, configurando 46% do crédito a empresas e 40% do total da carteira.

No segmento Corporate, as operações extra-patrimoniais assumiram, durante o ano, um importante papel no apoio às empresas, tendo contribuído de forma estrutural para o incremento das receitas do Produto Bancário.

Destacam-se as operações de prestação de garantias bancárias, principalmente às operações de apoio à construção civil, nomeadamente, nas obras para o Estado. Nesse mesmo âmbito, as operações de apoio à importação tiveram um importante papel, tendo-se revelado uma forma activa de apoio aos nossos clientes, tendo sido efectuadas operações de emissão de cartas de crédito que representam 20% do total das operações extra-patrimoniais efectuadas durante 2011 no valor de 2 296 milhões de escudos.

Visando incrementar a celeridade e a qualidade na execução da procura dos clientes, o BESCV dedicou-se, durante 2011, à implementação de novas ferramentas ligadas a pagamentos, recebimentos e transferências (PS2, TEF, BESXpress, Swift), melhorando a sua eficiência operacional.

Em cada uma das agências, foi instalado, durante o ano, o sistema de Corporate TV, que é uma ferramenta de apresentação, gestão e distribuição de conteúdos multimédia. Esta solução funciona como um complemento e reforço da comunicação existente num determinado local, podendo constituir um excelente instrumento promocional, cuja actualização e edição de todo o tipo de informação é feito remotamente, em qualquer circunstância e a partir de qualquer ponto, independentemente de onde possam estar localizados os ecrãs.

O Corporate TV permite a publicitação dos produtos oferecidos pelo banco, dentro das próprias agências, e a apresentação ocasional de informações relevantes ao sector financeiro, permitindo melhorar a prestação de serviços e a comunicação entre a Instituição e o cliente, dando um carácter de modernidade e inovação aos espaços de atendimento e, ao mesmo tempo, permitindo fazer chegar, de forma eficaz e apelativa, informação noticiosa, institucional e cultural.

Composição do Activo

0,2%2,3%

21,6%

14,6%OutrosActivos

ActivoImobiliário

Aplicaçõesde Crédito

AplicaçõesMonetárias

61,3%AplicaçõesFinanceiras

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13BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

O banco possui recursos próprios no valor de 1,5 mil milhões de escudos, que, aliados ao Passivo de 5,4 mil milhões, perfazem um Passivo total de 6,9 mil milhões de escudos, distribuídos, basicamente entre recursos de clientes e recursos próprios.

Os recursos de mercado, representados pelos recursos de outras instituições de crédito, possuem um valor residual (197 mil escudos), quando comparados ao Passivo (5,4 mil milhões de escudos), representando 0,003% da sua estrutura global.

Num total de 5,37 mil milhões de escudos em recursos de clientes, 4,9 são depósitos à ordem, na sua maioria de empresas não residentes. Os depósitos a prazo cresceram consideravelmente e, à semelhança dos créditos, inverteram a proporcionalidade dos prazos, deixando os depósitos a prazo de representar a maior parcela.

O volume dos depósitos, fruto da estratégia comercial desenvolvida, é superior ao dos créditos, cobrindo-o em 3.6 vezes, permitindo que a carteira de crédito pudesse ser financiada, na sua totalidade, por recursos de clientes e, paralelamente, permitindo uma folga em termos de liquidez, que contraria a tendência do sector bancário em Cabo Verde.

6.3. Principais Indicadores

No primeiro exercício completo de actividades, a gestão da carteira de clientes e aplicações mostrou-se bastante eficiente, produzindo resultados positivos.

A dinâmica imprimida na gestão comercial resultou na captação de importantes recursos, possibilitando a concessão de créditos e, consequentemente, a formação de um produto bancário favorável.

A evolução da carteira durante o ano reflecte a dinâmica implícita na gestão do banco, favorecendo a circulação de capitais e dinamizando todo o sector bancário no seu todo.

Os créditos ao sector de comércio e serviços, que engloba empresas prestadoras de serviços e casas comerciais, as maiores dinamizadoras da economia cabo-verdiana, predominam na carteira, o que leva a inferir sobre a participação indirecta do BESCV no desenvolvimento económico do país.

O crédito à economia (sector privado unicamente) representa 85% da carteira, sendo a parcela restante referente a créditos a particulares (5% ao crédito ao consumo e 10% ao crédito à habitação).

O BESCV prima pela diversificação de crédito em sectores que apresentam grande potencial de crescimento, em linha com o desenvolvimento económico nacional.

As provisões, no valor de 16 milhões de escudos, respeitam os parâmetros definidos pela lei e destinam-se a cobrir riscos genéricos da carteira de crédito.

Em relação ao Passivo, a estrutura é dominada, à semelhança de 2010, pelas responsabilidades para com clientes (depósitos), com uma representação de 99%.

Evolução mensal do crédito a clientes

Nov.2010

Out.2010

Dez.2010

Jan.2011

Fev.2011

Mar.2011

Abr.2011

Mai.2011

Jun.2011

Jul.2011

Ago.2011

Set.2011

Out.2011

Nov.2011

Dez.2011

26%

26%28%

53%

14%

40%

17%

56%

2%

12%7%

16%

10%

11%

6%

14%

7%

5%

10%

Indústria

Restauração

ParticularOutros

Habitação

40%24% Comércio e

ServiçosConstrução eObras Publicas

Carteira de Crédito Vivo

Composição do Passivo Total

21,481% 0,732%CapitaisPróprios

OutrosPassivos

77,784%

0,003%

Recursosde Clientes

Recursosde Mercado

Crédito versus Depósitos na Estrutura do Balanço

Activo Líquido

Crédito a Clientes

Recursos de Clientes

milhões de CVE

5 365

1 486

6 901

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Relatório e Contas 201114 Relatório de Gestão

Desta forma, o Produto Bancário aumentou consideravelmente, sendo, o Cash-Flow, um forte indicador da produtividade alcançada em 2011.

6.4. O BESCV no Sistema Financeiro Cabo- -verdiano

O sistema financeiro cabo-verdiano é composto por quinze (15) instituições de crédito, sendo oito (8) bancos comerciais (onshore) e sete (7) bancos offshore.

Os oito bancos comerciais têm vindo a se expandir por todo o território nacional, abrindo agências nas localidades de menor dimensão, indo de encontro ao programa de bancarização nacional, visando uma maior transparência do sector bancário.

Apesar de a informação oficial sobre o sistema financeiro cabo-verdiano não se encontrar ainda disponível, dado o facto de as contas dos bancos, no geral, ainda serem provisórias por não terem sido auditadas, pelo que se conhece do comportamento do sistema e das informações referentes ao 1º semestre, pode se inferir que o ranking dos bancos não se deve ter alterado de forma substancial.

Em resumo, no 1º semestre, “o sistema bancário nacional evidenciou bons níveis de crescimento da actividade e da solvabilidade. A rentabilidade dos bancos todavia acusou níveis de desaceleração. A qualidade da carteira de crédito teve um ligeiro agravamento. Os indicadores de liquidez indiciaram igualmente níveis de deterioração crescente. De forma a acompanhar os riscos subjacentes ao exercício das suas actividades os bancos procederam ao aumento significativo dos seus Fundos Próprios elegíveis” (in Boletim de Estabilidade Financeira, Banco de Cabo Verde, Junho de 2011, p. 7).

O BESCV vem conquistando espaço no sistema financeiro nacional. Para além do facto de ter o segundo maior capital social do sector bancário, o

equivalente a 20% do capital total, a dinâmica na captação de recursos e na concessão de financiamentos, o posicionamento num segmento de clientes (Afluentes e Médias e Grandes Empresas) e, consequentemente, a qualidade da carteira de crédito, é destaque no sector bancário.

Pelos dados provisórios recolhidos no sector, o BESCV destaca-se na evolução de algumas rubricas importantes, tanto do Balanço como dos Resultados.No que concerne ao Balanço, destaca-se a liquidez e disponibilidades, em que mais de 45% do valor aplicado em instituições de crédito e 16% do valor do investimento em títulos públicos pertencem ao BESCV, evidenciando um alto nível de liquidez.

Detém ainda mais de 12% dos recursos próprios do conjunto dos bancos e, embora tenha sido o seu primeiro exercício completo, 5% do resultado líquido (provisório) do sector foi originado pelo BESCV.

Conclui-se, assim, que o BESCV se tornou num banco nacional de referência, conquistando, paulatinamente, a sua quota de mercado, dentro dos parâmetros esperados, com um número crescente de clientes a mostrar interesse pelo cabaz de oferta de produtos e soluções do BESCV no mercado.

7. Demonstrações Financeiras e Prudenciais

7.1. Resultados

O resultado líquido do BESCV foi muito satisfatório, tendo em conta a actual conjuntura económica que o país e o mundo atravessam, não podendo deixar de mencionar que o mercado nacional é bastante reduzido, sendo vulnerável às alterações internacionais.

Em 2010, atingiu-se, apesar do pouco tempo de actividade, um resultado líquido de 4,8 milhões de escudos, tendo sido integralmente transitado e incorporado nas reservas. Em 2011, o resultado alcançado foi de 44,6 milhões, nove vezes maior que o de 2010, sendo esse resultado derivado, totalmente, das actividades operacionais.

O Cash-Flow foi de 92 milhões de escudos, mais de duas vezes maior que o resultado líquido, demonstrando eficiência na gestão financeira desenvolvida.

A qualidade da carteira de aplicações, nomeadamente da carteira de títulos, de crédito e das demais aplicações financeiras geradoras de rendimento, pode ser comprovada pela análise da Margem Financeira, que se saldou em 98 milhões de escudos, 430% maior que a margem de 2010.

2011 2010

Activo Líquido 6 901 034 1 613 305

Activo Líquido (sem Titularização)

Crédito sobre Clientes 1 485 910 179 104

Crédito sobre Clientes (sem Titularização)

Recursos de Clientes 5 364 512 165 600

2011 2010

ACTIVIDADE

Activo Líquido 6 901 034 1 613 305

Crédito a Clientes 1 485 910 179 104

Recursos de Clientes 5 364 512 165 600

Margem Financeira 97 993 18 485

Produto Bancário (PB) 167 505 22 121

Cash-Flow 91 513 9 143

Resultado do Exercício 44 611 4 811

FUNCIONAMENTO

Número de Balcões 02 01

Número de Empregados 20 16

Número de Empregados/Número de Balcões 10 16

PRODUTIVIDADE

Activo Médio / Número Médio de Empregados 345 052 100 832

Cash Flow / Número Médio de Empregados 4 576 571

Custos de Estrutura / Activo Médio 1,79% 0,80%

Custos de Estrutura + Amortizações / PB (Cost-to-Income) 53,93% 62,71%

Principais Indicadores (Valores expressos em milhares de escudos)

Principais Indicadores BESCV Sistema Comparação

Activo Líquido 6 901 034 155 297 844 4,4%

Crédito a Clientes 1 485 910 90 547 745 1,6%

Recursos de Clientes 5 364 512 112 921 237 4,8%

Margem Financeira 97 993 5 675 728 1,7%

Produto Bancário (PB) 167 505 7 479 631 2,2%

Cash-Flow 91 513 2 916 900 3,1%

Resultado do Exercício 44 611 954 002 4,7%

Return on Assets (ROA) 0,65% 0,64% Acima da média

Return on Equity (ROE) 3,01% 8,04% Abaixo da média

Margem de Lucros e Proveitos 22,14% 12,75% Acima da média

Cost-to-Income 53,93% 68,56% Abaixo da média

Comparação dos Principais Indicadores (Sistema versus BESCV)(Valores expressos em milhares de CVE)

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15BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

7.2. Rácios Financeiros

O rácio de eficiência, o Cost-to-Income, é de 59,93%, inferior ao de 2010 em quase nove pontos percentuais, denotando ganho de eficiência mesmo num ano em que foi ampliada a sede e criada mais uma agência e foram contratados mais colaboradores.

O rácio de transformação de depósito em crédito é de 28%, uma vez que o volume de depósitos ultrapassa o stock de crédito, indicando uma maior liquidez e abrindo novas possibilidades de aplicações das disponibilidades, como o investimento em derivados e uma maior participação no mercado interbancário, através da concessão de empréstimos overnight.

No que respeita aos rácios de rentabilidade, fechou-se o ano com um rácio de Rentabilidade do Activo (ROA) de 0,65% e um rácio Rentabilidade dos Capitais Próprios (ROE) de 3%, com melhorias significativas de rentabilidade, em relação a 2010.

7.3. Rácios Prudenciais

Os Fundos Próprios do BESCV apresentam um montante de 1,4 mil milhões de escudos, valor que supera em muito o mínimo exigido pelas normas da autoridade supervisora, cobrindo a maioria dos possíveis riscos que o banco possa vir a incorrer.

No tocante aos sectores da economia financiados, 40% da carteira está concentrada nas empresas ligadas ao comércio e serviços, não significando, entretanto, um risco elevado de concentração, dado que são clientes muito diversos e com particularidades próprias, dificilmente expostos a riscos conjuntos, em caso de impactos negativos no sector.

As comissões líquidas geradas, num montante de 55,6 milhões de escudos, reflectem, especialmente, os proveitos oriundos das garantias bancárias emitidas e pelas linhas de créditos documentários.

As operações financeiras realizadas durante o ano geraram um resultado positivo de 10,8 milhões de escudos, conduzindo a um produto bancário elevado.

Os Custos Operativos acompanham o crescimento, físico e estrutural, do banco, reflectindo, de forma equitativa, sobre os Custos com Pessoal e os com Fornecimentos e Serviços de Terceiros.

As Amortizações e Provisões foram realizadas de acordo com as determinações regulamentares em vigor, tendo por base o investimento em activo imobilizado e o stock de crédito, respectivamente.

O Produto Bancário acompanha o carácter crescente dos ganhos gerados com serviços e comissões, constituindo a base fundamental do resultado do ano. O resultado líquido fixou-se em 27% do produto bancário, o que reflecte um importante controlo dos custos operativos e de gestão.

Evolução da margem financeira

Fev.2011

Jan.2011

Mar.2011

Abr.2011

Mai.2011

Jun.2011

Jul.2011

Ago.2011

Set.2011

Out.2011

Nov.2011

Dez.2011

1,07%

3,53%

máx. = 4,31% (Jun)

Demonstração de Resultados

MargemFinanceira

Serviços aClientes

ResultadosMercados

ProdutoBancário

CustosAdministra-

tivos

Amortizaçõese Provisões

Outros Custos

ResultadosLíquidos

milhões de CVE

451829

76

168

14

56

98

Resultados

Margem Financeira Produto Bancário Cash Flow Resultado do Exercício

milhões de CVE

45

92

168

98

0,300,65

0,33

3,01

Rácios Financeiros

2010

2011

ROA ROE

%

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Relatório e Contas 201116 Relatório de Gestão

Com um investimento líquido em imobilizado no valor de 131 milhões de escudos e fundos próprios de 1,4 mil milhões, o rácio de Cobertura de Imobilizado é de 1 068%. O aviso que regula o investimento em imobilizado prevê que o activo imobilizado não deve ultrapassar os fundos próprios, pelo que ainda existe uma importante margem para investimento em imobilizado.

O Rácio de Solvabilidade, o mais importante indicador de sustentabilidade de uma instituição de crédito é fixado, por lei em 10%. O BESCV, após a ponderação dos seus activos, pelos diversos riscos existentes, apresenta, em 2011, um rácio de 44%, o que significa que os fundos próprios existentes são suficientes para cobrir os possíveis riscos existentes no sistema.

8. Notas Finais

8.1. Declaração de conformidade sobre a Informação Financeira apresentada

Os membros do Conselho de Administração do Banco Espírito Santo de Cabo Verde, S.A., declaram:

• As demonstrações financeiras do Banco Espírito Santo de Cabo Verde, S.A., relativas aos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2010 e em 31 de Dezembro de 2011 foram preparadas de acordo com as Normas internacionais de Relato Financeiro (NIRF ou IFRS), tal como foi definido pelo Banco de Cabo Verde (BCV) no Aviso nº 2/2007, de 25 de Fevereiro de 2008;

• Tanto quanto é do seu conhecimento, as demonstrações financeiras referidas na alínea anterior proporcionam uma imagem verdadeira e apropriada do activo e do passivo, da situação financeira e dos resultados do BES Cabo Verde, de acordo com as referidas Normas, e foram objecto de aprovação na reunião do Conselho de Administração, realizada no dia 30 de Março de 2012;

• O relatório de gestão expõe a evolução dos negócios, o desempenho e a posição financeira do BES Cabo Verde, no exercício de 2011, e contém uma descrição sobre a evolução prevista da sociedade.

8.2. Proposta de Aplicação dos Resultados

Nos termos da sua competência estatutária, o Conselho de Administração do BES Cabo Verde tem a honra de apresentar, à Assembleia Geral, a seguinte proposta de Aplicação dos Resultados do Exercício, no montante de 44 610 777$00 (quarenta e quatro milhões, seiscentos e dez mil, setecentos e setenta e sete escudos):

8.3. Agradecimentos

O Conselho de Administração do Banco Espírito Santo de Cabo Verde, S.A. manifesta o seu agradecimento aos seus Clientes, pela confiança, às Autoridades Governamentais e de Supervisão, pela cooperação, e, especialmente, aos seus Colaboradores, pela lealdade e dedicação.

Cidade da Praia, 30 de Março de 2012

O Conselho de Administração do BES Cabo Verde

CVE

Reserva legal (10%) 4 461 100

Outras Reservas (90%) 40 149 900

Total resultado líquido 44 611 000

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17BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

Demonstrações Financeiras e Notas às Contas

II

Cabo Verde

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Relatório e Contas 201118 Relatório de Gestão

1. Demonstrações Financeiras

Notas 2011 2010 ∆ Abs. ∆ Rel. (%)

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 5 881 920 70 942 810 977 1143%

Disponibilidades em outras instituições de crédito 6 120 558 27 583 92 975 337%

Activos Financeiros detidos para negociação 5 235 - 5 235 -

Aplicações em instituições de crédito 7 4 023 710 1 047 547 2 976 163 284%

Crédito a clientes (líq.) 8 1 476 394 178 590 1 297 803 727%

Investimentos detidos até à maturidade 9 203 791 203 538 253 0%

Outros activos tangíveis 10 131 784 61 054 70 730 116%

Activos intangíveis 11 28 533 13 552 14 981 111%

Investimentos em associadas e filiais excluídas da consolidação - - - -

Activos por impostos correntes - - - -

Activos por impostos diferidos - - - -

Outros activos 12 12 639 8 707 3 932 45%

Total de Activo 6 884 564 1 611 514 5 273 051 327%

Passivo

Recursos de outras instituições de crédito 197 649 (452) -70%

Recursos de clientes e outros empréstimos 13 5 367 710 165 870 5 201 840 3136%

Responsabilidades representadas por títulos 13 187 78 109 141%

Passivos por impostos correntes 14 17 886 1 647 16 239 986%

Outros passivos 15 16 162 5 459 10 703 196%

Total de Passivo 5 402 142 173 703 5 228 440 3010%

Capital 16 1 433 000 1 433 000 - 0%

Outras reservas e resultados transitados 4 811 - 4 811 -

Resultado líquido 44 611 4 811 39 800 827%

Total de Capital próprio 1 482 422 1 437 811 44 611 3%

Total do Capital próprio e Passivo 6 884 564 1 611 514 5 273 051 327%

Balanço do Exercício findo em 31 de Dezembro de 2011 (Valores expressos em milhares de escudos)

Notas 2011 2010 ∆ Abs. ∆ Rel. (%)

Juros e proveitos similares 17 107 288 19 186 88 102 459%

Juros e custos similares 18 9 295 701 8 594 1226%

Margem financeira 97 993 18 485 79 508 430%

Rendimentos de instrumentos de capital

Proveitos de serviços e comissões 19 56 416 4 403 52 013 1181%

Custos com serviços e comissões 19 (854) (120) (734) 612%

Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 25 387 - 25 387 -

Resultados de reavaliação cambial (14 587) 1 (14 588) -1458800%

Resultados de alienação de outros activos - - - -

Outros resultados de exploração 3 149 (648) 3 797 -586%

Produto da actividade 167 504 22 121 145 383 657%

Custos com pessoal 20 33 989 6 289 27 700 440%

Gastos gerais administrativos 21 42 002 6 690 35 312 528%

Depreciações e amortizações 14 337 894 13 443 1504%

Imparidade do crédito líquida de reversões e recuperações 8 14 679 1 791 12 888 720%

Resultado antes de impostos e de interesses minoritários 62 497 6 458 56 040 868%

Impostos 14 17 886 1 647 16 239 986%

Correntes 14 17 886 1 647 16 239 986%

Resultado após impostos e antes de interesses minoritários 44 611 4 811 39 800 827%

Interesses minoritários - - - -

Resultado consolidado do exercício 44 611 4 811 39 800 827%

Demonstração de Resultados do Exercício findo em 31 de Dezembro de 2011 (Valores expressos em milhares de escudos)

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19BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

2011 2010

Actividades Operacionais

Juros, comissões e outros proveitos recebidos 163 704 23 589

Juros, comissões e outros custos pagos (10 150) (820)

Outros pagamentos e recebimentos operacionais 28 538 (648)

Pagamentos a empregados e fornecedores (75 992) (12 978)

Pagamentos de impostos sobre o rendimento ( 1 647) 0

Fluxo de caixa líquido proveniente do resultado operacional antes da variação nos fundos operacionais 104 453 9 142

(Aumentos ) Diminuições dos activos operacionais

Activos financeiros detidos para negociação e disponíveis para a venda ( 5 235) -

Activos financeiros detidos até a maturidade (253) (203 538)

Aplicações em instituições de crédito ( 85 497) 0

Créditos sobre clientes (1 312 483) (180 382)

Outros activos (3 932) (8 707)

Aumentos (Diminuições) dos passivos operacionais

Recursos de Bancos Centrais e outras instituições de crédito -452 649

Recursos de clientes 5 201 840 165 870

Responsabilidades representadas por títulos 109 78

Outros passivos 10 703 5 459

Fluxo de caixa líquido proveniente de actividades operacionais 3 804 800 (220 571)

Actividades de Investimento

Aquisição de activos intangíveis (22 358) (13 936)

Aquisição de activos tangíveis (77 690) (61 564)

Fluxo de caixa proveniente de actividades de investimento (100 047) (75 500)

Actividades de Financiamento

Realização de Capital - 1 433 000

Fluxo de caixa líquido proveniente de actividades de financiamento - 1 433 000

Variação líquida de Caixa e equivalentes de caixa 3 809 205 1 146 071

Caixa e equivalentes de caixa no início do periodo 1 146 072 -

Efeitos de diferenças de câmbio em Caixa e seus equivalentes (14 694) 1

Caixa e Equivalentes de caixa no final do periodo 4 940 584 1 146 072

Caixa e equivalentes de caixa engloba:

Caixa 62 619 12 427

Disponibilidades em Bancos Centrais 819 301 58 515

(Das quais, Disponibilidades de natureza obrigatória) 155 788 30 678

Disponibilidades em outras instituições de crédito 4 058 664 1 075 130

Total 4 940 584 1 146 072

2011 2010

Resultado líquido do exercício 44 611 4 811

Outro rendimento integral do exercício depois de impostos - -

Alterações de justo valor, líquidas de imposto - -

Total do rendimento integral do exercício 44 611 4 811

Capital Resultado líquido Total do Capital do Exercício Próprio

Saldo em 31 de Dezembro de 2010 1 433 000 4 811 1 437 811

Resultado líquido do exercício - 44 611 44 611

Total de ganhos e perdas reconhecidas no exercício - - 0

Aumento de capital - - 0

Saldo em 31 de Dezembro de 2011 1 433 000 49 422 1 482 422

Demonstração de Fluxos de Caixa do Exercício findo em 31 de Dezembro de 2011

Demonstrações do Rendimento Integral do Exercício findo em 31 de Dezembro 2011

Demonstração de Alterações no Capital Próprio do Exercício findo em 31 de Dezembro de 2011

(Valores expressos em milhares de escudos)

(Valores expressos em milhares de escudos)

(Valores expressos em milhares de escudos)

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Relatório e Contas 201120 Relatório de Gestão

2. Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras

NOTA 1 - Actividade

O Banco Espírito Santo Cabo Verde, S.A. (BESCV) é um banco comercial, com sede na Cidade da Praia, inaugurado em Julho de 2010, tendo iniciado a sua actividade em meados de Agosto do mesmo ano.

A actividade do Banco abrange a generalidade das áreas do sector bancário, com especial incidência nos mercados das médias e grandes empresas.

O Banco faz parte do Grupo Banco Espírito Santo (GBES), que, através do BES África SGPS, S.A. (detido a 100% pelo GBES), detém 99,9% do seu capital.

Actualmente, o BESCV opera através da sede na Cidade da Praia e da Agência da Ilha do Sal.

NOTA 2 - Bases de apresentação e políticas contabilísticas

2.1. Bases de Apresentação

As demonstrações financeiras do Banco, agora apresentadas, reportam-se a 31 de Dezembro de 2011 e foram preparadas em conformidade com os princípios consagrados nas Normas Internacionais de Relato Financeiro (NIRF/IFRS).

As IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee (IFRIC), e pelos respectivos órgãos antecessores.

As demonstrações financeiras do BESCV, agora apresentadas, reportam-se ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2011 e foram preparadas de acordo com os IFRS em vigor até 31 de Dezembro de 2011.

As demonstrações financeiras estão expressas em milhares de Escudos de Cabo Verde, arredondado ao milhar mais próximo. Estas foram preparadas de acordo com o princípio do custo histórico, com excepção dos activos e passivos registados ao seu justo valor.

A preparação de demonstrações financeiras de acordo com os IFRS requer que o Banco efectue julgamentos e estimativas e utilize pressupostos que afectam a aplicação das políticas contabilísticas e os montantes de proveitos, custos, activos e passivos. Alterações em tais pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter impactos sobre as actuais estimativas e julgamentos. As áreas que envolvem um maior nível de julgamento ou de complexidade, ou onde são utilizados pressupostos e estimativas significativos na preparação das demonstrações financeiras, encontram-se analisadas na Nota 3.

Estas demonstrações financeiras foram aprovadas em reunião do Conselho de Administração em 30 de Março de 2012.

2.2. Resumo das Principais Políticas Contabilísticas

a) Especialização de exercícios

O Banco segue o princípio da especialização de exercícios, em relação à generalidade das rubricas das demonstrações financeiras, nomeadamente no que se refere aos juros das operações activas e passivas que são registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu pagamento ou cobrança.

b) Operações em moeda estrangeira

As operações em moeda estrangeira são registadas de acordo com os princípios do sistema multi-currency, sendo cada operação registada exclusivamente em função das respectivas moedas. Este método prevê que todos os saldos expressos em moeda estrangeira sejam convertidos em Escudos de Cabo Verde, com base no câmbio médio do dia comunicado pelo Banco de Cabo Verde. As diferenças de câmbio apuradas são reflectidas nos resultados do exercício.

c) Crédito a clientes

O crédito a clientes inclui os empréstimos originados pelo Banco, cuja intenção não é a de venda no curto prazo, os quais são registados na data em que o montante de crédito é adiantado ao cliente.

O crédito a clientes só é desreconhecido do balanço quando (i) os direitos contratuais do Banco relativos aos respectivos fluxos de caixa expiraram, (ii) o Banco transferiu substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, ou, (iii) não obstante o Banco ter retido parte, mas não substancialmente todos, dos riscos e benefícios associados à sua detenção, o controlo sobre os activos foi transferido.

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21BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

O crédito a clientes é reconhecido, inicialmente, ao seu justo valor, acrescido dos custos de transacção e é, subsequentemente, valorizado ao custo amortizado, com base no método de taxa efectiva, sendo deduzido de eventuais perdas de imparidade.

Imparidade

O Banco avalia, regularmente, se existe evidência objectiva de imparidade na sua carteira de crédito. As perdas por imparidade identificadas são registadas por contrapartida de resultados, sendo, subsequentemente, revertidas por resultados caso, num período posterior, o montante da perda estimada diminua.

Um crédito concedido a clientes ou uma carteira de crédito concedido, definida como um conjunto de créditos com características de risco semelhantes, encontra-se em imparidade quando: (i) exista evidência objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial e (ii) quando esse evento (ou eventos) tenha um impacto no valor recuperável dos fluxos de caixa futuros desse crédito ou carteira de créditos, que possa ser estimado com razoabilidade.

Inicialmente, o Banco avalia se existe, individualmente, para cada crédito, evidência objectiva de imparidade. Para esta avaliação e na identificação dos créditos com imparidade numa base individual, o Banco utiliza a informação que alimenta os modelos de risco de crédito implementados e considera, de entre outros, os seguintes factores:

• A exposição global ao cliente e a existência de créditos em situação de incumprimento;• A viabilidade económico-financeira do negócio do cliente e a sua capacidade de gerar meios capazes de responder aos serviços da dívida no futuro;• A existência de credores privilegiados;• A existência, natureza e o valor estimado dos colaterais;• O endividamento do cliente com o sector financeiro;• O montante e os prazos de recuperação estimados.

Se, para determinado crédito, não existe evidência objectiva de imparidade, numa óptica individual, esse crédito é incluído num grupo de créditos com características de risco de crédito semelhantes (carteira de crédito), o qual é avaliado colectivamente – análise da imparidade numa base colectiva. Os créditos que são avaliados individualmente e para os quais é identificada uma perda por imparidade não são incluídos na avaliação colectiva.

Caso seja identificada uma perda por imparidade numa base individual, o montante da perda a reconhecer corresponde à diferença entre o valor contabilístico do crédito e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de recuperação), descontados à taxa de juro efectiva original do contrato. O crédito concedido é apresentado no balanço líquido da imparidade. Para um crédito com uma taxa de juro variável, a taxa de desconto a utilizar para a determinação da respectiva perda de imparidade é a taxa de juro efectiva actual, determinada com base nas regras de cada contrato.

As alterações do montante das perdas por imparidade reconhecidas, atribuíveis ao efeito do desconto, são registadas como juros e proveitos similares.

O cálculo do valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados de um crédito garantido reflecte os fluxos de caixa que possam resultar da recuperação e venda do colateral, deduzido dos custos inerentes com a sua recuperação e venda.

No âmbito da análise da imparidade numa base colectiva, os créditos são agrupados com base em características semelhantes de risco de crédito, em função da avaliação de risco definida pelo Banco. Os fluxos de caixa futuros para uma carteira de créditos, cuja imparidade é avaliada colectivamente, são estimados com base nos fluxos de caixa contratuais e na experiência histórica de perdas. A metodologia e os pressupostos utilizados para estimar os fluxos de caixa futuros são revistos regularmente pelo Banco de forma a monitorizar as diferenças entre as estimativas de perdas e as perdas reais.

Quando o Banco considera que determinado crédito é incobrável e tenha sido reconhecida uma perda por imparidade de 100%, este é abatido ao activo.

d) Outros activos financeiros

O Banco classifica os seus outros activos financeiros no momento da sua aquisição considerando a intenção que lhes está subjacente.

Nesta categoria incluem-se os investimentos detidos até à maturidade. Estes investimentos são activos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades definidas que o Banco tem intenção de deter até à maturidade.

Estes activos são inicialmente reconhecidos ao seu justo valor adicionado dos custos de transacção.

Após o seu reconhecimento inicial os investimentos detidos até à maturidade são valorizados ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva e são deduzidos de perdas de imparidade.

Imparidade

O Banco avalia regularmente se existe evidência objectiva de que um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, apresenta sinais de imparidade. Para os activos financeiros que apresentam sinais de imparidade, é determinado o respectivo valor recuperável, sendo as perdas por imparidade registadas por contrapartida de resultados.

Um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, encontra-se em imparidade sempre que exista evidência objectiva de imparidade resultante de um ou

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Relatório e Contas 201122 Relatório de Gestão

mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial, tais como: (i) para as acções e outros instrumentos de capital, uma desvalorização continuada ou de valor significativo no seu valor de mercado abaixo do custo de aquisição, e (ii) para títulos de dívida, quando esse evento (ou eventos) tenha um impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, que possa ser estimado com razoabilidade.

No que se refere aos investimentos detidos até à maturidade, as perdas por imparidade correspondem à diferença entre o valor contabilístico do activo e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de recuperação) descontados à taxa de juro efectiva original do activo financeiro.

Estes activos são apresentados no balanço, líquidos de imparidade. Caso estejamos perante um activo com uma taxa de juro variável, a taxa de desconto a utilizar para a determinação da respectiva perda de imparidade é a taxa de juro efectiva actual, determinada com base nas regras de cada contrato. Em relação aos investimentos detidos até à maturidade, se num período subsequente o montante da perda de imparidade diminui, e essa diminuição pode ser objectivamente relacionada com um evento que ocorreu após o reconhecimento da imparidade, esta é revertida por contrapartida de resultados do exercício.

e) Passivos financeiros

Um instrumento é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua forma legal.

Os passivos financeiros não derivados incluem recursos de instituições de crédito e de clientes, empréstimos e responsabilidades representadas por títulos, bem como passivos incorridos para pagamento de prestação de serviços ou compra de activos, registados em “outros passivos”.

Estes passivos financeiros são registados inicialmente pelo seu justo valor deduzido dos custos de transacção incorridos e subsequentemente ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva.

f) Outros activos tangíveis

Os outros activos tangíveis encontram-se valorizados ao custo de aquisição deduzido das respectivas amortizações acumuladas e perdas de imparidade. As despesas com a manutenção e reparação são reconhecidas como custo, de acordo com o princípio da especialização dos exercícios.

As amortizações são calculadas segundo o método das quotas constantes, às seguintes taxas de amortização que reflectem a vida útil esperada dos bens:

Quando existir indicação de que um activo possa estar em imparidade, o IAS 36 exige que o seu valor recuperável seja estimado, devendo ser reconhecida uma perda por imparidade sempre que o valor líquido de um activo exceda o seu valor recuperável. As perdas por imparidade são reconhecidas na demonstração de resultados.

O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda líquido e o seu valor de uso, sendo este calculado com base no valor actual dos fluxos de caixa estimados futuros que se esperam vir a obter do uso continuado do activo e da sua alienação no fim da sua vida útil.

g) Activos intangíveis

Os custos incorridos com a aquisição, produção e desenvolvimento de software são capitalizados, assim como as despesas adicionais suportadas pelo banco necessárias à sua implementação. Estes custos são amortizados de forma linear ao longo da vida útil esperada destes activos, a qual se situa normalmente entre 3 a 6 anos.

Todos os restantes encargos relacionados com os serviços informáticos, que não sejam expectáveis de virem a gerar benefícios económicos futuros para além de um exercício, são registados como custos quando incorridos.

h) Benefícios aos empregados

As responsabilidades relacionadas com benefícios a empregados são reconhecidas em conformidade com o preconizado no IAS 19.

Sendo o direito às férias adquirido no ano em que são usufruídas, não são registadas provisão para os encargos associados a estes benefícios.

Número de Anos

Imóveis de serviço próprio 25

Mobiliário e material 4-8

Equipamento informático 4

Máquinas e ferramentas 5

Material de transporte 4

Instalações interiores 8-10

Equipamento de segurança 4-5

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23BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

i) Imposto sobre lucros

O banco está sujeito ao Imposto Único sobre os Rendimentos (IUR) à taxa de 25% mais uma taxa de incêndio de 2% sobre o imposto apurado, perfazendo uma taxa global de 25,5%.

j) Reconhecimento de juros

Os resultados referentes a juros de instrumentos financeiros mensurados ao custo amortizado e de activos financeiros disponíveis para venda são reconhecidos nas rubricas de juros e proveitos similares ou juros e custos similares, utilizando o método da taxa efectiva. Os juros dos activos e passivos financeiros ao justo valor através dos resultados são também incluídos na rubrica de juros e proveitos similares ou juros e custos similares, respectivamente.

A taxa de juro efectiva é a taxa que desconta exactamente os pagamentos ou recebimentos futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, um período mais curto, para o valor líquido actual de balanço do activo ou passivo financeiro. A taxa de juro efectiva é estabelecida no reconhecimento inicial dos activos e passivos financeiros e não é revista subsequentemente.

Para o cálculo da taxa de juro efectiva são estimados os fluxos de caixa futuros considerando todos os termos contratuais do instrumento financeiro (por exemplo opções de pagamento antecipado), não considerando, no entanto, eventuais perdas de crédito futuras. O cálculo inclui as comissões que sejam parte integrante da taxa de juro efectiva, custos de transacção e todos os prémios e descontos directamente relacionados com a transacção. No caso de activos financeiros ou grupos de activos financeiros semelhantes para os quais foram reconhecidas perdas por imparidade, os juros registados em juros e proveitos equiparados são determinados com base na taxa de juro utilizada na mensuração da perda por imparidade.

k) Reconhecimento de serviços e comissões

Os rendimentos de serviços e comissões são reconhecidos da seguinte forma:

• Os rendimentos de serviços e comissões obtidos na execução de um acto significativo, como por exemplo comissões na sindicação de empréstimos, são reconhecidos em resultados quando o acto significativo tiver sido concluído;• Os rendimentos de serviços e comissões obtidos à medida que os serviços são prestados são reconhecidos em resultados no exercício a que se referem;• Os rendimentos de serviços e comissões que são uma parte integrante da taxa de juro efectiva de um instrumento financeiro são registados em resultados pelo método da taxa de juro efectiva.

l) Caixa e seus equivalentes

Para efeitos da demonstração de fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de aquisição/contratação, onde se incluem a caixa e disponibilidades em bancos centrais e em outras instituições de crédito.

NOTA 3 - Principais Estimativas e Julgamentos utilizados na elaboração das Demonstrações Financeiras

Os IFRS estabelecem uma série de tratamentos contabilísticos e requerem que o Conselho de Administração efectue julgamentos e faça as estimativas necessárias para decidir qual o tratamento contabilístico mais adequado. As principais estimativas contabilísticas e julgamentos utilizados na aplicação dos princípios contabilísticos pelo Banco são discutidos nesta Nota com o objectivo de melhorar o entendimento de como a sua aplicação afecta os resultados reportados do Banco e a sua divulgação. Uma descrição alargada das principais políticas contabilísticas utilizadas pelo Banco é apresentada na Nota 2 às demonstrações financeiras.

Considerando que em muitas situações existem alternativas ao tratamento contabilístico adoptado pelo Conselho de Administração, os resultados reportados pelo Banco poderiam ser diferentes caso um tratamento diferente fosse escolhido. O Conselho de Administração considera que as escolhas efectuadas são apropriadas e que as demonstrações financeiras apresentam de forma adequada a posição financeira do Banco e o resultado das suas operações em todos os aspectos materialmente relevantes.

3.1. Perdas por imparidade no crédito sobre clientes

O Banco efectua uma revisão periódica da sua carteira de crédito de forma a avaliar a existência de imparidade, conforme referido na alínea c) da Nota 2.2.O processo de avaliação da carteira de crédito de forma a determinar se uma perda por imparidade deve ser reconhecida é sujeito a diversas estimativas e julgamentos. Este processo inclui factores como a frequência de incumprimento, notações de risco, taxas de recuperação das perdas e as estimativas quer dos fluxos de caixa futuros quer do momento do seu recebimento.

A utilização de metodologias alternativas e de outros pressupostos e estimativas poderia resultar em níveis diferentes das perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados do Banco.

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Relatório e Contas 201124 Relatório de Gestão

3.2 Investimentos detidos até à maturidade

O Banco classifica os seus activos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades definidas como investimentos detidos até à maturidade, de acordo com os requisitos do IAS 39. Esta classificação requer um nível de julgamento significativo.

No julgamento efectuado, o Banco avalia a sua intenção e capacidade de deter estes investimentos até à maturidade. Caso o Banco não detenha estes investimentos até à maturidade, excepto em circunstâncias específicas – por exemplo, alienar uma parte não significativa perto da maturidade – é requerida a reclassificação de toda a carteira para activos financeiros disponíveis para venda, com a sua consequente mensuração ao justo valor e não ao custo amortizado.

Os activos detidos até à maturidade são objecto de teste sobre a existência de imparidade, o qual segue uma análise e decisão do Banco. A utilização de metodologias e pressupostos diferentes dos usados nos cálculos efectuados poderia ter impactos diferentes em resultados.

3.3. Impostos sobre os lucros

O Banco encontra-se sujeito ao pagamento de impostos sobre lucros em diversas jurisdições. A determinação do montante global de impostos sobre os lucros requer determinadas interpretações e estimativas. Existem diversas transacções e cálculos para os quais a determinação do valor final de imposto a pagar é incerto durante o ciclo normal de negócios.

Outras interpretações e estimativas poderiam resultar num nível diferente de impostos sobre os lucros, correntes e diferidos, reconhecidos no exercício.

As Autoridades Fiscais têm a atribuição de rever o cálculo da matéria colectável efectuado pelo Banco, durante um período de 5 anos, no caso de haver prejuízos fiscais reportáveis. Desta forma, é possível que haja correcções à matéria colectável, resultantes principalmente de diferenças na interpretação da legislação fiscal. No entanto, é convicção do Conselho de Administração do Banco, de que não haverá correcções significativas aos impostos sobre lucros registados nas demonstrações financeiras.

NOTA 4 - Reporte por Segmentos

Considerando que o Banco não detém títulos de capital próprio ou de dívida que sejam negociados publicamente, no âmbito do parágrafo 2 do IFRS 8 – Segmentos Operacionais, o Banco não apresenta informação relativa aos segmentos.

NOTA 5 - Caixa e Disponibilidades em Bancos Centrais

Esta rubrica decompõe-se no seguinte:

As disponibilidades à ordem no Banco de Cabo Verde incluem os depósitos de carácter obrigatório (reservas mínimas de caixa), no valor de 156 milhões de escudos (em 31 de Dezembro de 2010, eram de 31 milhões de escudos), constituídas de acordo com a Circular nº 157, de 08/11/2010, do Banco de Cabo Verde.

NOTA 6 - Disponibilidades em Outras instituições de Crédito Esta rubrica tem a seguinte composição:

31.12.11 31.12.10

Caixa 62 619 12 427

Disponibilidades à Ordem no Banco de Cabo Verde 819 301 58 515

Total 881 920 70 942

(Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.11 31.12.10

Disponibilidades sobre instituições de crédito no país

Cheques a cobrar 3 012 3 800

Disponibilidades sobre instituições de crédito no estrangeiro

Depósitos à ordem 117 546 23 783

Total 120 558 27 583

(Valores expressos em milhares de CVE)

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25BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

Os cheques a cobrar correspondem a cheques sacados a clientes de outros bancos, enviados para compensação.

Os depósitos à ordem sobre outras instituições de crédito não são remunerados.

NOTA 7- Aplicações em instituições de Crédito

Esta rubrica compõe-se no seguinte:

O escalonamento das aplicações em instituições de crédito, por prazos de vencimento, a 31 de Dezembro de 2011 e 2010, é como segue:

As aplicações em instituições de crédito, em 31 de Dezembro de 2011, venciam juros à taxa média anual de 1,64%. A 31 de Dezembro de 2010, a única aplicação existente vencia juros à taxa anual de 0,5%.

NOTA 8 - Crédito a Clientes

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

31.12.11 31.12.10

Aplicações em instituições financeiras no estrangeiro

Aplicações a muito curto prazo no BES 2 652 050 1 047 518

Aplicações em outras instituições financeiras 1 368 800 0

Juros 2 860 29

Total 4 023 710 1 047 547

(Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.11 31.12.10

Até 3 meses 3 935 300 1 047 547

De 3 meses a 1 ano 85 550 0

Total 4 020 850 1 047 547

(Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.11 31.12.10

Crédito a clientes

Curto Prazo 397 861 109 091

Médio e longo prazo 1 088 049 70 013

1 485 910 179 104

Créditos em conta corrente 227 381 2 943

Descobertos em depósitos à ordem 6 742 3 650

Crédito à habitação 142 556 19 006

Crédito individual 8 653 3 239

Empréstimos 1 029 857 143 387

Particular Outros 70 721 6 878

1 485 910 179 104

Juros do Crédito 6 954 1 278

Perdas por imparidade (16 470) (1 791)

Crédito Líquido de Provisões 1 476 394 178 590

(Valores expressos em milhares de CVE)

Os financiamentos concedidos aos colaboradores, a taxas de juros reduzidas, inserem-se nas rubricas crédito à habitação e crédito individual.

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Relatório e Contas 201126 Relatório de Gestão

O escalonamento do crédito a clientes por prazos de vencimento, a 31 de Dezembro de 2011 e 2010, é como segue:

A carteira de crédito a clientes, a 31 de Dezembro de 2011, foi contratada à taxa média anual de 9,41% (31 de Dezembro de 2010: 8,95%).

NOTA 9 - Investimentos Detidos até à Maturidade

Esta rubrica decompõe-se no seguinte:

As Obrigações em carteira (2011 e 2010) têm maturidade de oito (8) anos e vencem juros à taxa anual de 5,625%.

NOTA 10 - Outros Activos Tangíveis

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

31.12.11 31.12.10

Imóveis

Edifícios 73 037 -

Obras em imóveis arrendados 20 201 -

93 238 -

Equipamentos

Mobiliário e material 18 231 10 062

Máquinas e ferramentas 783 361

Material de transporte 10 300 10 300

Instalações interiores 2 434 -

Equipamento informático 12 061 7 341

Equipamento segurança 2 857 -

46 666 28 064

Activos tangíveis em curso

Imóveis - 33 126

Equipamento 58 375

58 33 501

Amortizações (8 178) (510)

Total 131 784 61 054

(Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.11 31.12.10

Títulos detidos até à maturidade

Obrigações do Tesouro de Cabo Verde 200 000 200 000

Juros de investimentos detidos até à maturidade 3 791 3 538

Total 203 791 203 538

(Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.11 31.12.10

Até 3 meses 372 656 24 859

De 3 meses a 1 ano 567 939 81 899

De 1 a 5 anos 77 735 51 006

Mais de 5 anos 467 792 18 396

Duração indeterminada 6 742 2 943

Total 1 492 864 179 104

(Valores expressos em milhares de CVE)

Estão cedidos aos clientes, com acordo de recompra, um total de 39 500 mil escudos em Obrigações do Tesouro de Cabo Verde.

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27BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

O movimento nesta rubrica foi o seguinte:

NOTA 11 - Activos Intangíveis

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

O movimento nesta rubrica foi o seguinte:

(Valores expressos em milhares de CVE)

Imóveis

Edifícios - - - 39 949 33 088 243 73 038 243 72 794

Obras em imóveis arrendados - - - 20 164 37 337 20 201 337 19 864

- - - 60 113 33 126 580 93 239 580 92 658

Equipamentos

Mobiliário e material 10 062 137 9 925 8 333 2 167 18 396 2 304 16 091

Máquinas e ferramentas 361 6 355 422 86 783 92 690

Material de transporte 10 300 215 10 085 2 575 10 300 2 790 7 510

Instalações interiores - - - 2 059 375 36 2 434 36 2 398

Equipamento informático 7 341 153 7 188 4 556 2 104 11 897 2 257 9 640

Equipamento segurança - - - 2 857 119 2 857 119 2 738

28 064 510 27 553 18 227 375 7 088 46 666 7 598 39 067

Activos tangíveis em curso

Imóveis de serviço próprio 33 088 - 33 088 - (33 088) - - - -

Despesas em imóveis arrendados 37 - 37 - (37) - - - -

Equipamento 375 - 375 58 (375) - 58 - 58

33 501 - 33 501 58 (33 501) - 58 - 58

61 564 510 61 054 78 398 - 7 668 139 962 8 178 131 784

Saldos em 31.12.10 Saldos em 31.12.11

Amortizaçõesacumuladas

Valorlíquido

Valor Bruto

Amortizaçõesdo exercício

Transfe- rências

Adições Amortizaçõesacumuladas

Valorlíquido

Valor Bruto

(Valores expressos em milhares de CVE)

Software 13 935 383 13 552 21 650 - 6 669 35 585 7 052 28 533

13 935 383 13 552 21 650 - 6 669 35 585 7 052 28 533

Saldos em 31.12.10 Saldos em 31.12.11

Amortizaçõesacumuladas

Valorlíquido

Valor Bruto

Amortizaçõesdo exercício

Transfe- rências

Adições Amortizaçõesacumuladas

Valorlíquido

Valor Bruto

31.12.11 31.12.10

Outros activos intangíveis

Sistemas de tratamento automático de informação (software) 35 585 13 936

Amortizações (7 052) (383)

Total 28 533 13 552

(Valores expressos em milhares de CVE)

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Relatório e Contas 201128 Relatório de Gestão

NOTA 12 - Outros Activos

Esta rubrica tem a seguinte decomposição:

NOTA 13 - Recursos de Clientes e Outros Empréstimos

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

Em “Outros Recursos de Clientes” incluem-se os valores nominais das Obrigações de Tesouro do Estado de cabo Verde, cedidos aos clientes, com compromisso de recompra.

O escalonamento dos Recursos de clientes por prazos de vencimento, a 30 de Dezembro de 2011 e a 31 de Dezembro de 2010, é como segue:

Os recursos de clientes exigíveis a prazo foram contratados à taxa média anual de 4,01% (31 de Dezembro de 2010: 4,18%).

31.12.11 31.12.10

Devedores diversos

Valores a receber do Grupo 3 097 -

Rendimentos a receber

Outros 2 762 -

Despesas com encargo diferido

Outros gastos administrativos 5 376 8 428

Outras contas de regularização 1 404 279

Total 12 639 8 707

(Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.11 31.12.10

Exigível à vista 4 982 477 67 515

Exigível a prazo 382 035 98 433

Até 3 meses 263 253 64 248

De 3 meses a 1 ano 107 882 24 185

De 1 a 5 anos 10 900 10 000

Total 5 364 512 165 948

(Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.11 31.12.10

Depósitos 5 325 012 155 600

À ordem 4 982 477 67 515

A prazo 342 535 88 085

Outros recursos de clientes 39 500 10 000

JUROS 3 385 348

TOTAL 5 367 897 165 948

Recursos de clientes

Residentes 775 721 154 314

Não Residentes 4 555 262 596

Emigrantes 36 914 11 038

Total 5 367 897 165 948

(Valores expressos em milhares de CVE)

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29BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

NOTA 14 - Passivos por impostos Correntes

Essa rubrica comporta a estimativa de imposto a pagar sobre os resultados do exercício findo a 31 de Dezembro de 2011 e apresenta o seguinte:

NOTA 15 - Outros Passivos

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

NOTA 16 - Capital

O capital social do Banco ascende a mCVE 1 433 000 (equivalente a 1 433 000 acções) e encontra-se integralmente realizado, sendo detido em 99,99% pelo BES África SGPS, SA.

NOTA 17- Juros e Proveitos Similares

Essa rubrica apresenta a seguinte desagregação:

31.12.11 31.12.10

Passivos por impostos correntes

Imposto Único sobre o Rendimento (IUR) 17 886 1 647

(Valores expressos em milhares de CVE)

(Valores expressos em milhares de CVE)

(Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.11 31.12.10

Credores diversos

Valores a pagar ao Grupo 7 383 1 252

Sector Público Administrativo 3 928 2 615

Encargos a pagar

Custos administrativos 2 182 -

Encargos com pessoal 2 400 -

Outras contas de regularização 269 1 593

Total 16 162 5 459

31.12.11 31.12.10

Capital subscrito

Acções ordinárias 1 433 000 1 433 000

(Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.11 31.12.10

Juros de aplicações em instituições financeiras 7 094 29

Juros de crédito a clientes 68 782 2 645

Juros de títulos da dívida pública caboverdiana 31 412 16 512

Total 107 288 19 186

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Relatório e Contas 201130 Relatório de Gestão

NOTA 18 - Juros e Custos Similares

Essa rubrica decompõe-se no seguinte:

NOTA 19 - Proveitos e Custos de Serviços e Comissões

Essa rubrica apresenta a seguinte decomposição:

NOTA 20 - Custos com Pessoal

Essa rubrica apresenta a seguinte composição:

NOTA 21 - Gastos Gerais Administrativos

Essa rubrica decompõe-se no seguinte:

Em serviços especializados diversos incluem-se, fundamentalmente, os encargos associados a (i) contratação e cedência de pessoal pela Multipessoal Cabo Verde, ascendendo a cerca de mCVE 8 050, (ii) serviços do sistema de pagamentos, cerca de mCVE 1 900, (iii) prestação de serviços de auditoria, cerca de mCVE 2 205.

(Valores expressos em milhares de CVE)

(Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.11 31.12.10

Juros de mercado monetário interbancário 1 095 104

Juros de recursos de clientes 7 268 519

Outros 932 78

Total 9 295 701

31.12.11 31.12.10

Rendimentos de serviços e comissões

Garantias e avales prestados 20 010 0

Créditos documentários 19 199 0

Outras comissões 17 207 4 403

56 416 4 403

Encargos com serviços e comissões

Por serviços bancários prestados por terceiros 854 120

Total 55 562 4 283

(Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.11 31.12.10

Remunerações 28 295 5 476

Encargos Sociais 3 179 692

Outros custos com pessoal 2 515 120

Total 33 989 6 289

(Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.11 31.12.10

Diversos Fornecimentos de Terceiros 2 717 216

Rendas de casa 2 006 0

Deslocações, estadas e representação 6 466 33

Publicidade 4 316 642

Honorarios 6 030 662

Serviços especializados diversos 18 688 5 012

Outros serviços 1 779 125

Total 42 002 6 690

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31BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

NOTA 22 - Passivos Contingentes e Compromissos

Os passivos contingentes e compromissos relacionados com a actividade do Banco são registados em rubricas extrapatrimoniais e apresentam a seguinte decomposição:

NOTA 23 - Transacções com partes relacionadas

O valor das transacções do Banco com partes relacionadas nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, assim como os respectivos custos e proveitos reconhecidos no exercício, resume-se como segue:

Os activos em balanço relativos às partes relacionadas incluídas no quadro acima referem-se fundamentalmente a depósitos e aplicações mantidos junto dessas entidades. Os passivos referem-se no essencial a depósitos bancários tomados e despesas diversas a reembolsar.

NOTA 24 – Justo valor dos activos e passivos financeiros

Tendo em consideração a maturidade dos activos e passivos expressos em balanço, o seu valor contabilístico corresponde a uma estimativa razoável do respectivo justo valor.

NOTA 25 – Gestão de riscos de actividade

O Banco está exposto a diversos riscos decorrentes do uso de instrumentos financeiros, os quais se analisam de seguida:

Risco de crédito

O Risco de Crédito resulta da possibilidade de ocorrência de perdas financeiras decorrentes do incumprimento do cliente ou contraparte relativamente às obrigações contratuais estabelecidas com o Banco no âmbito da sua actividade creditícia. O risco de crédito está essencialmente presente nos produtos tradicionais bancários – empréstimos, garantias e outros passivos contingentes.

É efectuada uma gestão permanente das carteiras de crédito que privilegia a interacção entre as várias equipas envolvidas na gestão de risco ao longo das sucessivas fases da vida do processo de crédito. Esta abordagem é complementada pela introdução de melhorias contínuas tanto no plano das metodologias e ferramentas de avaliação e controlo dos riscos, como ao nível dos procedimentos e circuitos de decisão.

O acompanhamento do perfil de risco de crédito do Banco, nomeadamente no que se refere à evolução das exposições de crédito e monitorização das eventuais perdas creditícias, é efectuado regularmente pelo Comité de Crédito.

Risco de mercado

O Risco de Mercado representa genericamente a eventual perda resultante de uma alteração adversa do valor de um instrumento financeiro como consequência da variação de taxas de juro, taxas de câmbio, preços de acções, preços de mercadorias, volatilidade e spread de crédito.

(Valores expressos em milhares de CVE)

31.12.11 31.12.10

Garantias prestadas 1 140 317 227 091

Créditos Documentários abertos 462 256 63 455

Total 1 602 572 290 546

(Valores expressos em milhares de CVE)

Banco Espírito Santo 1 487 370 - 5 228 765 1 071 330 - 29 -

Banque Privée 2 653 886 - 1 836 - - - - -

Banco Espírito Sucursal Financeira Exterior Cabo Verde 1 443 7 580 - - - 1 901 - -

Total 4 142 699 7 580 7 064 765 1 071 330 1 901 29 -

Saldos em 31.12.11 Saldos em 31.12.10

Passivos PassivosProveitos ProveitosActivos ActivosCustos Custos

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Relatório e Contas 201132 Relatório de Gestão

No nosso mercado face à reduzida dimensão do mercado financeiro e de capitais o risco não é expressivo, com excepção do risco cambial associado a moedas com câmbio variável face ao Escudo de Cabo Verde, com preponderância para Dólares dos Estados Unidos, moeda em relação ao qual o Banco apresenta um matching equilibrado em termos de posição cambial.

Contudo, a nossa gestão de risco de mercado é integrada com a gestão do balanço através da estrutura ALCO (Asset and Liability Committee) constituída ao mais alto nível do Grupo BES. Este órgão é responsável pela definição de políticas de afectação e estruturação do balanço bem como pelo controlo da exposição aos riscos de taxa de juro, de taxa de câmbio e de liquidez.

Risco de liquidez

O Risco de Liquidez, por definição, advém da incapacidade potencial de financiar o activo satisfazendo as responsabilidades exigidas nas datas devidas e da existência de potenciais dificuldades de liquidação de posições em carteira, sem incorrer em perdas significativas. O controlo dos níveis de liquidez tem como objectivo manter um nível satisfatório de disponibilidades para fazer face às necessidades financeiras no curto, médio e longo prazo, encontrando-se a estratégia financeira do Grupo desenvolvida no Relatório de Gestão.

Com o objectivo de avaliar a exposição global ao risco de liquidez são preparadas informações de Cash-Flow diários que permitem não só identificar os mismatch negativos, como elementos para efectuar a cobertura dinâmica dos mesmos.

O Banco tem desenvolvido um significativo esforço na diversificação das suas fontes de recursos através de reforço das intervenções a nível do mercado externo. Esta diversificação mitiga o risco de liquidez e constitui um dos objectivos das políticas de tolerância ao risco de liquidez do banco,

Risco operacional

O Risco operacional traduz-se, genericamente, na probabilidade de ocorrência de eventos com impactos negativos, nos resultados ou no capital, resultantes da inadequação ou deficiência de procedimentos, sistemas de informação, comportamento das pessoas ou motivados por acontecimentos externos, incluindo os riscos jurídicos.

Para gestão do risco operacional, o Banco deu inicio à implementação de um sistema com o objectivo de assegurar a identificação dos eventos de risco como vista à monitorização, controlo e mitigação do risco.

NOTA 26 - Normas Contabilísticas e Interpretações Recentemente Emitidas

Normas Contabilísticas e Interpretações Recentemente Emitidas ainda Não Adoptadas pelo Banco

As normas contabilísticas e interpretações recentemente emitidas, mas que ainda não entraram em vigor e que o Banco ainda não aplicou na elaboração das suas demonstrações financeiras, podem ser analisadas seguidamente. O Banco irá adoptar estas normas quando as mesmas forem de aplicação obrigatória.

As normas contabilísticas e interpretações recentemente emitidas, mas que ainda não entraram em vigor e que o Grupo ainda não aplicou na elaboração das suas demonstrações financeiras, podem ser analisadas seguidamente. O Grupo irá adoptar estas normas quando as mesmas forem de aplicação obrigatória.

IFRS 9 - Instrumentos financeiros

O International Accounting Standards Board (IASB), emitiu em Novembro de 2009, o IFRS 9 - Instrumentos financeiros parte I: Classificação e mensuração, com data de aplicação obrigatória para exercícios com início a partir de 1 de Janeiro de 2013, sendo a sua adopção antecipada permitida. Esta norma insere-se na primeira fase do projecto global do IASB de substituição do IAS 39 e aborda os temas de classificação e mensuração de activos financeiros.

Os principais aspectos considerados são os seguintes:

• Os activos financeiros passam a ser classificados em duas categorias: ao custo amortizado ou ao justo valor. Esta decisão será efectuada no momento inicial de reconhecimento dos activos financeiros. A sua classificação depende de como uma entidade apresenta no modelo de gestão do negócio esses activos financeiros e as características contratuais dos fluxos financeiros associados a cada activo financeiro;

• Apenas podem ser mensurados ao custo amortizado os instrumentos de dívida cujos fluxos financeiros contratados representam apenas capital e juros, isto é, contenham apenas características básicas de dívida, e a entidade, no modelo de gestão do negócio, detenha esses activos financeiros com o objectivo de capturar apenas os respectivos fluxos financeiros. Todos os outros instrumentos de dívida são reconhecidos ao justo valor;

• Os instrumentos de capital emitidos por terceiras entidades são reconhecidos ao justo valor com as variações subsequentes registadas em resultados do exercício. Contudo, uma entidade poderá irrevogavelmente eleger instrumentos de capital, para os quais, as variações de justo valor e as mais ou menos valias realizadas são reconhecidas em reservas. Os ganhos e perdas assim reconhecidos não poderão ser reciclados por resultados do exercício. Esta decisão é discricionária não implicando que todos os instrumentos de capital sejam assim tratados. Os dividendos recebidos são reconhecidos em resultados do exercício;

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33BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

• Todos os instrumentos de capital terão de ser mensurados ao justo valor, deixando de existir a possibilidade estabelecida pela IAS 39 de manter estes títulos ao seu custo de aquisição em situações em que este não possa ser mensurado com fiabilidade;

• As alterações de justo valor atribuíveis ao risco de crédito próprio dos passivos financeiros classificados na categoria justo valor através de resultados (fair value option) serão reconhecidas directamente Outro rendimento integral (Other comprehensive income). As restantes variações de justo valor associadas a estes passivos financeiros serão reconhecidas em resultados. Os montantes registados em Outro rendimento integral não serão posteriormente transferidos para resultados.

O Banco encontra-se a avaliar o impacto da adopção desta norma.

IFRS 13 - Mensuração do justo valor

O International Accounting Standards Board (IASB), emitiu em Maio de 2011, a IFRS 13 - Mensuração do justo valor, com data efectiva de aplicação obrigatória para exercícios com início a partir de 1 de Janeiro de 2013, sendo a sua adopção antecipada permitida. Esta norma apresenta um conceito revisto de justo valor assim como novos requisitos de informação.

Da adopção desta norma não se esperam impactos significativos ao nível do Banco.

IAS 27 - Demonstrações financeiras individuais

O International Accounting Standards Board (IASB), emitiu em Maio de 2011, a IAS 27 - Demonstrações financeiras individuais com data efectiva de aplicação obrigatória para exercícios com início a partir de 1 de Janeiro de 2013, sendo a sua adopção antecipada permitida. Esta norma IAS 27 (2011) não introduz alterações sobre os requisitos de aplicação da IAS 27 no âmbito das demonstrações financeiras individuais, apenas clarifica: 1) que uma entidade que prepara demonstrações financeiras individuais terá que seguir todas as normas relevantes das IFRS, e 2) necessidades de requisitos de divulgação.

Da adopção desta norma não se esperam impactos significativos ao nível do Banco.

IFRS 7 (Alterada) - Divulgações - Offsetting de activos e passivos financeiros

O International Accounting Standards Board (IASB), emitiu em Maio de 2011, uma alteração ao IFRS 7 - Divulgações - Offsetting de activos e passivos financeiros com data efectiva de aplicação obrigatória para exercícios com início a partir de 1 de Janeiro de 2013, sendo a sua adopção antecipada permitida.

Esta norma alterou os requisitos de divulgação de informação de modo a que os utilizadores das demonstrações financeiras possam avaliar o efeito ou potencial efeito da apresentação de forma líquida de activos e passivos financeiros na situação financeira de uma entidade.

O Banco encontra-se a avaliar o impacto da adopção desta norma alterada.

IAS 32 (Alterada) - Offsetting de activos e passivos financeiros

O International Accounting Standards Board (IASB), emitiu em Maio de 2011, uma alteração IAS 32 - Offsetting de activos e passivos financeiros com data efectiva de aplicação obrigatória para exercícios com início a partir de 1 de Janeiro de 2014, sendo a sua adopção antecipada permitida. Esta alteração veio substituir o parágrafo AG38 da IAS 32 pelos novos parágrafos AG38A-AG38F, relativamente às condições requeridas para se efectuar a apresentação de forma líquida de activos e passivos financeiros, na situação financeira de uma entidade:

• o critério de que uma entidade tem o direito legal de efectuar a liquidação pelo valor líquido dos valores reconhecidos, e• o critério de que uma entidade tem a intenção de liquidar os valores de forma líquida ou de realizar os activos e liquidar os passivos em simultâneo.

O Banco encontra-se a avaliar o impacto da adopção desta norma.

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Relatório e Contas 201134 Relatório de Gestão

3. Certificação Legal das Contas

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35BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

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Relatório e Contas 201136 Relatório de Gestão

4. Relatório e Parecer do Fiscal Único

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37BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

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Relatório e Contas 201138 Relatório de Gestão

5. Relatório da Auditoria Externa

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39BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

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Relatório e Contas 201140 Relatório de Gestão

Informação sobre o Governo da Sociedade

III

Cabo Verde

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41BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

1. Estrutura Organizacional e Governativa

A estrutura orgânica contempla um Conselho de Administração, apoiado por várias áreas: Risco Global, Compliance & AML, Auditoria Interna e por duas direcções: Direcção Administrativa e Financeira e Direcção Comercial.

A Direcção Comercial é gerida pelo Administrador residente, as propostas de operações comerciais são apresentadas pelos coordenadores e gestores e aprovadas em Comité de Crédito.

Direcção Administrativa e Financeira Direcção Comercial

Contabilidade& Reporte

Organização e Qualidade

GestorParticulares

Gestor Empresas

Operativa NacionalInternacional

AssistentesComerciais

AgênciasSede e Sal

Auditoria Interna

Risco Global

Compliance & AML

Organograma

Secretariado

Conselho de Administração

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Relatório e Contas 201142 Relatório de Gestão

2. Poderes do Órgão de Administração

O Presidente tem plenos poderes, individualmente e em conjunto com o Administrador residente, na gestão diária do Banco, de, entre outros, representar o Banco em todos e quaisquer actos, contratos ou documentos no âmbito da sua actividade, designadamente, para a concessão de crédito e demais operações conexas e representação perante quaisquer repartições públicas ou privadas.

O Administrador residente dispõe ainda de poderes para, em conjunto com o Director Administrativo e Financeiro, representar o Banco num vasto conjunto de actos e contratos relacionados com a gestão diária do Banco, que passam pela concessão de crédito, prestação de garantias bancárias, subscrição de instrumentos financeiros, gestão dos recursos humanos, no relacionamento com entidades públicas e privadas, embora limitados pelos valores constantes da deliberação do Conselho de Administração adoptada em 7 de Junho de 2010.

Por conseguinte, no Banco vigora a regra da vinculação mediante a assinatura individual do Presidente e/ou duas assinaturas, que poderá ser do Presidente e do Administrador residente e, em alternativa, do Administrador residente e do Director Administrativo e Financeiro para os actos e nos limites constantes da deliberação do Conselho de Administração.

3. Sistemas de Controlo Interno e de Gestão de Riscos

O sistema de controlo interno incorpora três áreas de extrema importância (a área de Compliance & AML e a área de Risco), um agindo a montante e outro a jusante, envolvendo, assim, todos os pontos do processo, desde o seu desencadeamento até à sua conclusão.

3.1. Área de Risco Global

A área de Risco Global no exercício contínuo da gestão e monitorização do risco de crédito, risco operacional, risco de liquidez e de taxa de juros do banco, em 2011, primou pela melhoria das técnicas de análise e acompanhamento das operações de crédito, avaliação dos indicadores de risco operacional e identificação das acções de melhoria e de mitigação das fontes de risco desta natureza, controlo do nível de liquidez e acompanhamento das operações do banco sujeito à variação das taxas de câmbio e de taxas de juros.

No tocante à gestão de risco de crédito, embora o banco não possua um modelo interno quantitativo para a mensuração do Rating/Scoring e da imparidade, todas as propostas de crédito foram submetidas à análise e parecer de risco e à decisão do Comité de Crédito.

O acompanhamento frequente das operações de crédito e a identificação tempestiva das operações com triggers de default proporcionou uma carteira de crédito de qualidade e, consequentemente, um reduzido valor de perda pela imparidade das operações de crédito. Aplicou-se de um modo geral o percentual mínimo de 1% de provisão de crédito, determinado, pelo regulamento, para o caso de créditos de risco de classe A.

Em 2011, deu-se início à implementação do Sistema de Gestão de Risco Operacional, com a identificação das fontes e eventos de risco operacional

associados às actividades do banco. Estão em curso ainda várias actividades relacionadas, entre as quais a instituição dos procedimentos de recolha, comunicação, registo, avaliação e reporte dos eventos de risco operacional. Para tal, foi elaborado o normativo interno de risco operacional e vários outros documentos de apoio à gestão desse risco, entre os quais, o catálogo e a árvore de processo.

Outro risco que mereceu especial atenção, durante o ano, foi o risco de mercado e liquidez, com particular ênfase no risco de taxas de juro. Assentou-se na análise e monitorização do grau de liquidez, na identificação do gap entre as operações (crédito e depósito), bem como na mensuração do impacto das operações sujeitas às variações de taxas de juro e de câmbios no resultado do período.

Foram ainda implementadas algumas ferramentas (mapas diversos), assentes nos procedimentos instituídos pela Basileia II, para a mensuração e avaliação do nível de risco de liquidez e de taxa de juros.

3.2. Compliance & AML

A área de Compliance & AML, Compliance e Anti-Money Laundering, responsável pelo controle e conformidade das actividades e negócios realizados, garante suporte às demais áreas do banco envolvidas no processo negocial. Sua principal função é assegurar o correcto cumprimento das normas e disposições legais, estabelecendo procedimentos alinhados às exigências dos órgãos reguladores competentes e às estratégias da casa-mãe.

Os procedimentos e normas internas estão igualmente sob a responsabilidade dessa área que é também responsável pelo exercício de controlo interno, bem como da prevenção e combate ao branqueamento de capitais, estabelecendo procedimentos alinhados às exigências dos órgãos reguladores competentes e às estratégias da organização.

Em 2011, foram desenvolvidas duas acções de actualização no exterior, incidindo-se nas áreas de controlo interno e prevenção de branqueamento de capitais, em linha com as prioridades delineadas/assumidas pelo próprio Governo de Cabo Verde, que elegeu o combate à criminalidade financeira a condição sine qua non para a manutenção da credibilidade internacional do país.

Visando garantir um adequado acompanhamento das actividades do banco, no que concerne às suas competências, foram criados diversos controlos, aplicáveis aos principais processos e operações, sempre procurando obedecer às instruções e regulamentos vigentes.

Foi igualmente implementado um plano de contingência, através de testes periódicos, e foi prestado auxílio na implementação de políticas de acompanhamento das tendências nacionais e internacionais no sector.

3.3. Auditoria Interna

A área de Auditoria Interna tem como objectivo principal concluir se os sistemas de gestão de risco, de controlo interno e de governação, definidos e implantados são adequados e funcionam de tal forma que garantam:

• Os riscos são devidamente identificados e geridos;• A informação de gestão, financeira e operacional mais relevante é correcta, confiável e tempestiva;• As mais significativas acções dos colaboradores estão em conformidade com as politicas, normas, procedimentos e leis e regulamentos de Cabo Verde;

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43BANCO ESPÍRITO SANTO CABO VERDE

• Os recursos são adquiridos de forma económica, têm uma utilização eficiente e são adequadamente protegidos;• Os programas, planos e objectivos são cumpridos;• Os requisitos legais e regulamentares, com maior impacto na organização, são identificados e devidamente tratados.

Esta acção é desenvolvida pelo Departamento de Auditoria e Inspecção do Grupo BES, no âmbito do seu perímetro de actuação, em gestão directa com a Administração do Banco.

4. Administrativa e FinanceiraNo âmbito das suas atribuições, a área Administrativa e Financeira desenvolve uma acção de supervisão e monitorização da área administrativa, assegurando o fornecimento dos bens e serviços necessários ao funcionamento do Banco, bem como de providenciar Informação de Gestão relevante para a actividade, incluindo a preparação de relatório de actividade mensal.

Nesta componente, há actuação na gestão da Contabilidade e Reporte, compreendendo, designadamente:

• Contabilizar de todas as operações efectuadas pela filial;• Fornecer os reportes necessários, a nível interno e externo;• Elaborar o orçamento da filial, analisar e monitorar o seu cumprimento;• Assegurar o cumprimento das obrigações fiscais;• Efectuar os devidos controlos de Reconciliação.

Outra área de actuação é na Gestão da Tesouraria e Mercado de Capitais, incluindo:

• Financiamento da actividade da filial e gestão diária da liquidez;• Gestão das posições cambiais e de Mercado Monetário;• Monitorização da exposição às contrapartes, face aos limites aprovados;• Gestão de activos e passivos, tendo em vista a redução do risco;• Cobertura do risco de taxa de juro.

5. OperativaA área operativa é responsável pelo processo operativo de abertura de conta, gestão de cartões de crédito, cartões de débito (vint24) e pré-pago, transferência, emissão dos contratos de crédito, contratos de depósitos a prazo e emissão de garantias e créditos documentários.

Durante o ano de 2011, as transferências interbancárias assumiram o papel de protagonistas na área Operativa, com especial destaque para as operações com o exterior, que, em termos de volume, suplantaram as operações domésticas.

Fruto da rede de Bancos correspondentes do Grupo BES, o Banco utiliza a vasta rede de correspondentes das suas operações internacionais, facilitando a comunicação e tornando os processos mais céleres.

6. ComercialA Direcção Comercial é responsável pela gestão global dos clientes. Para uma melhor gestão dos clientes, foram desenvolvidos dois segmentos preferenciais: particulares e empresas. Deste modo, foram criado dois gabinetes de coordenação para o acompanhamento, para cada um dos segmentos de mercado, tendo como objectivo central a gestão e coordenação da carteira de clientes nas duas agências (Praia e Sal).

No segmento de particulares, a acção comercial incide sobre os clientes afluentes de médio e alto rendimento e, no segmento das empresas, nas médias e grandes empresas e sucursais de empresas estrangeiras em Cabo Verde, pautando-se por uma gestão e atendimento personalizados.

O modelo comercial desenvolve-se da seguinte forma: as agências ocupam-se exclusivamente das operações básicas com clientes (depósitos, saques, compra/venda de divisas, pagamentos), enquanto as demais operações (abertura de conta, transferências, créditos, constituição de depósito a prazo) são geridas pela área comercial (gestores e assistentes comerciais) e executadas pelo BackOffice, na área operativa.

Esta actuação leva a que as agências tenham uma acção comercial plena, dado que as actividades operacionais são desenvolvidas centralmente.

Referente à operativa

Ordens de pagamentos recebidas 941 8 485

Domésticas 485 551

Internacionais 456 7 934

Ordens de pagamentos emitidas 1278 10 804

Domésticas 589 574

Internacionais 689 10 230

Crédito Documentário 10 342

Importação 10 342

Exportação 0 0

Garantias Bancárias 49 1 210

Emitidas 49 1 210

Recebidas 0 0

Operações com o Exterior

Quantidade Montante

2011

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Cabo Verde

Banco Espírito Santo Cabo Verde, S.A.Avenida Cidade de Lisboa, C.P. 35, Praia, Santiago, Cabo VerdeCapital Social de CVE 1.433.000.000$00Conservatória do Registo Comercial da Praia com nº 3076NIF 261973240

Imagem Capa:Dragoljub ZamurovicCosta Atlântica, Praia de São Pedro da Maceda, 6 de Julho de 2011