crea . edição 66 . dez 2010

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Revista Dezembro 2010 . n 0 66 + nesta edição CREA-PR apresenta balanço do Pacto Global, programa da ONU a que o Conselho aderiu Astepar faz seminário no momento em que mercado quer profissionais mais atualizados Estudos indicam a possibilidade da construção de 245 pequenas usinas no PR Renovar e recompor Um desafio para o próximo governo DESAFIO O engenheiro civil Romeu Stencel e o engenheiro civil Roberto Abagge dos Santos, que trabalham no Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Para eles, a não renovação do quadro de profissionais, problema que atinge todos os órgãos públicos, é um desafio ao crescimento do Paraná. CREAPR veja mais em .crea-pr.org.br Uma publicação do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná

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Renovar e recompor: um desafio para o próximo governo.

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Page 1: CREA . Edição 66 . Dez 2010

R e v i s t a

Dezembro 2010 . n0 66

+ nesta edição

CREA-PR apresenta balanço do Pacto Global, programa da ONU a que o Conselho aderiu

Astepar faz seminário no momento em que mercado quer profissionais mais atualizados

Estudos indicam a possibilidade da construção de 245 pequenas usinas no PR

Renovar erecomporUm desafio para o próximo governo

DESAFIOO engenheiro civil Romeu Stencel e o engenheiro civil Roberto Abagge dos Santos, que trabalham no Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Para eles, a não renovação do quadro de profissionais, problema que atinge todos os órgãos públicos, é um desafio ao crescimento do Paraná.

CREAPRveja mais em .crea-pr.org.br

Uma publicação do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná

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Tudo o que você vai ler na revista e ver no site

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26 CARREIRA Estado não renova quadro de engenheiros, arquitetos e agrônomos há 20 anos

O Brasil cresce em um bom ritmo, o que exige investimento forte em infraestrutura. Mas no Paraná, uma das grandes dificuldades é a não renovação dos quadros técnicos do Estado. “Não vai precisar a Copa para o colapso”, alerta o presidente do CREA-PR, engenheiro engenheiro agrônomo Álvaro Cabrini Jr.

LEIA MAIS

Em entrevista, presidente do SEngE-PR fala do processo de desestruturação técnica no PRhttp://migre.me/37i1L

Um apagão profissional

Em defesa do bem comum19 Fiscalização in loco

Em nome da sociedade, CREA-PR deve fiscalizar de forma eficaz o exercício pro-fissional. Entendemos ser fundamental a fiscalização in loco a favor da eficiência.

Em discussão, o futuro do Paraná30 Agenda para o Desenvolvimento

Entidades elaboram propostas para garantir crescimento do Paraná nos próximos anos.

Agenda define metas quantitativas para o desenvolvimento do Estadohttp://migre.me/37i3M

Os novos nomes após a eleição18 CREAjr-PR

Sai lista dos nomes eleitos do CREAjr-PR para o período de 2011 a 2012.

Começa agora o processo de eleição complementarhttp://migre.me/37hV4

Mais oportunidade de trabalho20 Usinas de pequeno porte

Estudos indicam a possibilidade da construção de 245 projetos no Estado.

Região Sul concentra o maior potencial de PCHshttp://migre.me/37hYr

Para melhorar sempre32 Prêmio CREA-PR de Qualidade

Prêmio CREA-PR Qualidade nas Organizações Profissionais incentiva a melhoria profissional.

O depoimento de outras entidades que participaram do PCQhttp://migre.me/37i5j

Em busca da excelência34 Valorização

4ª Edição do Prêmio Qualidade e Inovação do CREA-PR teve nove trabalhos inscritos.

Por meio do Sisleg, fiscalização será facilitadahttp://migre.me/37MCM

Formação técnica exige preparo40 Profissional

Astepar faz seminário no momento em que mercado quer profissionais mais atualizados.

Seminário também comemora Dia nacional do Técnico Industrialhttp://migre.me/37ich

Conselho mostra resultados37 Pacto global

Programa da ONU, a que o CREA-PR aderiu, se compromete com um mundo melhor.

Pacto global reúne mais de 8 mil organizações pelo mundohttp://migre.me/37i7H

Perigo também na hora de votar38 Acessibilidade

Falta de acessibilidade nas seções de votação põe em risco voto de deficientes e idosos.

Regras que podem ajudar pessoas com deficiência a votar http://migre.me/37ib5

É preciso saber prevenir42 Prevenção de incêndios

Situação é mais urgente quando, dos 399 mu-nicípios do PR, 49 têm Corpo de Bombeiros.

Livro reúne as informações e dicas mais importanteshttp://migre.me/37Nq2

LEITURA RÁPIDA E ONLINE

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Curitiba cria programa inédito 44 Capacitação de feirantes

Programa de educação sanitária ensina a manipular alimentos e a fazer reciclagem.

Conheça mais a história desse programa inéditohttp://migre.me/37idx

17 MAIS Fórum debate a harmonia entre a construção e a educação sustentável.

Mais seções

7 EXPRESSO Plaenge vence o “I Prêmio Sinduscon/NOR 2010”. 21 construtoras participaram.

6 CARTA Álvaro Cabrini Jr fala do apagão que o PR sofre com a falta de profissionais de tecnologia.

16 gUIA CREA Fale da Gente pra Gente mostra que índice de satisfação com o CREA-PR chega a 90%.

45 PROFISSÃO E MERCADO Apesar de nova, engenharia ambiental está consolidada em todo o mundo e a demanda profissional cresce.

22 ARTIgOS TÉCNICOSLeia quatro artigos escritos por profissionais das áreas tecnológicas.

47 PLURAL Assessora do Ippuc e vice-presidente do CREA-PR argumentam: Curitiba está preparada para a Copa?

46 DE PONTA Nanotubos de car-bono são mais leves e resistentes que o aço. Evolução começou há 5 anos.

12 PALAVRA O presidente da Aneor diz que é urgente o aumento de investimentos em infraestrutura.

decida a reportagem

fale com a gente1. Pelo site www.crea-pr.org.br2. E-mail [email protected]. Fax (41) 3350-69374. Endereço Rua Dr. Zamenhof, 35, Alto da Glória, Curitiba-PR CEP 80.030-320

mande sua perguntaVocê participa da entrevista

Pergunte ao próximo entrevistado. Mande e-mail para [email protected]

Beto RichaO novo governador fala sobre a situação do Estado, seus principais projetos, programas e como é ocupar o mesmo cargo que um dia foi de seu pai, José Richa.

Escolha um ou mais assuntos abaixo. Todas podem virar reportagem. Mande e-mail para [email protected]

1 CREA-PR O Conselho é uma Instituição com várias atribuições. Mande sugestões do que você quer na revista.

2 Mercado O que o setor de habitação espera para 2011 com as medidas do BC que limitam o crédito.

3 Energia Conheça novas tecnologias de economia e eficiência nas principais modalidades da engenharia. 44

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Para você se programar

Confira um resumo de eventos

agenda

Informação que interessa e a opinião de quem lê

Primeiro semestre

SEMINÁRIO ESTADUAL

Habitação de Interesse Social e a Assistência Técnica – Curitiba. Mais informações em www.iabpr.org.br

17 e 18 de marçoENCONTROVII Encontro Estadual do CREAjr-PR – Curitiba. Mais informações em www.crea-pr.org.br

De 10 a 13 de agostoFEIRAFeira Latino Americana de Peças e Serviços de Equipamentos para Construção e Mineração (M&T EXPO PEÇAS E SERVIÇOS) em São Paulo. Mais informações em www.mtexpops.com.br

Mais informações em [email protected] informações em [email protected]

Curitiba 18 a 20 de fevereiro

Curitiba12 de março a 25 de junho

para se aprimorar

O curso oferece aos profissionais voltados às atividades empresariais do agronegócio e às da agricultura familiar, ferramentas básicas para o planejamen-to, execução e avaliação de sistemas agrossilvipastoris. Isso porque, na perspectiva do desenvolvimento rural sustentável, a integração de lavoura com pecuária e espécies florestais é funda-mental. Mais informações (41) 3354-4745 ou [email protected] ou www.aeaprcuritiba.com.br

Os serviços de telefonia têm passado por uma mudança importante. Eles têm migra-do de um sistema puramente baseado no serviço comutado para um sistema sobre a arquitetura da Internet, as redes TCP/IP. O objetivo do curso é capacitar profissio-nais para a implantação de aplicações de Voz sobre IP (VoIP) neste novo cenário das redes NgN. Serão discutidos todos os elementos e protocolos que compõem a arquitetura VoIP, bem como aqueles associados ao protocolo de sinalização SIP. Mais informações (41) 3271-2191 ou [email protected]

CURSO Como Integrar Lavoura, Pecuária e Espécies Florestais em Sistemas Agrossilvipastoris

CURSO Implantando Serviços de Telefonia IP em Redes SIP (NgN 1)

Cursos que interessam a você

LEITURA RÁPIDA E ONLINE

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para ler

para navegar Sites que têm valor

Sistema jurídico e a biodiversidade agrícolaDe Juliana Santilli, o livro trata, inicialmente, da história

das relações entre homens e plantas cultivadas e do conceito de agrobiodiversidade. Posteriormente, são analisadas a Lei de Sementes e Mudas, de Proteção de Cultivares, a Convenção para a Proteção de Obtenções Vegetais, o Tratado da FAO sobre Recursos Fitogenéticos para Alimentação e Agricultura. Também, a lei de acesso aos recursos genéticos e conhecimen-tos tradicionais. Acesse http://migre.me/2VMD9

Livros que valem a pena palavra do leitor A sua opinião

Construções sustentáveisOportuna a matéria da última edição da Revista do CREA-PR (n° 65 - set/out 10) a respeito das construções sustentáveis. A APRE parabeniza a divulgação de projetos que têm a madeira como uma das matérias-primas.gilson geronasso, presidente do Conselho Diretor da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal

ErroLendo a seção Palavra do Leitor da edição 65, na carta do técnico agrícola Fábio José Pires, deparei-me com a assombrosa expressão “alto de data”, onde deveria estar escrito “auto-didata”. A revista deve um pedido de descul-pas ao profissional que redigiu o texto e aos leitores.Engenheiro Acir Mello Jr.Coordenador de Projetos

Nota da Redação Caro senhor Acir, a publicação passa por uma revisão ortográfica completa, mas o erro passou. Nossas desculpas.

Engenharia de alimentosGostaria de que vocês colocassem, pelo menos de vez em quando, matérias da área de engenharia de alimentos.

giselle Naomi OnukiEngenheira de Alimentos e especialista em gestão da Qualidade

Manutenção responsávelConsidero que a sociedade brasileira ganhou em qualidade após entrarem em vigor normas da ABNT, que tratam da operação, uso e manutenção de edificações. Mas existe necessidade de atuação mais intensa de empresas e pro-fissionais habilitados em edifícios, que possam vir a trazer prejuízos pela falta de conservação adequada.

Anderson Presznhuk Engenheiro de Produção Civil

ErramosNa edição 64, a profissão correta do presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (IPPUL), Carlos Alberto Hirata é géografo, e não geólogo, como foi publicado.

Escreva, dê sua opinião. Vá ao site do CREA-PR www.crea-pr.org.br

História da engenharia desde o antigo EgitoDe Fernanda Passarelli Hamann, o livro conta a história da Engenharia, desde o antigo Egito até os dias de hoje. Ilustra-do, “Engenharia Invisível” mostra todo o trabalho por trás de obras importantes, cada uma em sua área, apresentando os equipamentos e soluções utilizadas na sua construção. Um presente para engenheiros, estudantes e interessados nesse universo. Acesse http://migre.me/2VMb4

O site do Instituto Brasileiro de Ar-quitetos, seção Paraná, traz informa-ções relevantes para os profissionais da área. Na aba superior, são nove links: o IAB-PR, notícias, eventos, boletins, concursos, honorários, documentos, links e contatos. A home, além de destacar notícias, eventos e concursos, conta ainda, na aba da esquerda, com destaques como newsletter e Twitter. O instituto fez parceria com o site Comu-nidade Arquitetura. Saiba mais aces-sando http://www.iabpr.org.br/home.php

O site do Sindicato dos Engenhei-ros do Paraná é um espaço onde os profissionais encontram uma série de informações. Na aba à esquer-da são 16 opções, desde o histórico da Instituição, serviços, consulta de ações, notícias etc. O site traz ainda informações sobre o plano de saúde e odontológico para associados, agenda de cursos e eventos, acesso a revistas e jornais direcionados à profissão. Acesse http://www.senge-pr.org.br e conheça mais.

SENgE-PR IAB-PR

ACESSE .crea-pr.org.brACESSE .crea-pr.org.br

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A palavra do presidenteCARTARua Dr. Zamenhof, 35, Alto da Glória, Curitiba-PR, CEP 80.060-240e-mail [email protected] site www.crea-pr.org.br Fones (41) 3350-6700 ou 0800-410067

CÂMARAS ESPECIALIZADAS

CEEC Eng. Civil Newton Rogério Rutz da SilvaCEEE Eng. Eletricista Nilton Camargo CostaCEgEM geólogo Fernando Scholl BettegaCEEMM Eng. Mecânico João Carlos MottiCEEQ Eng. de Alimentos Maurício RigoCEARQ Arquiteto Eneida KuchpilCEA Eng. Agrônomo Luiz Antonio Caldani CEEST Eng. de Segurança do Trabalho José Luiz de Souza

Realização Toda Editora Av. Cândido de Abreu, 526 Torre B, sala 1502 | Curitiba (PR) | (41) [email protected] | www.todaeditora.com.br

Coordenação Anna Preussler, jornalistaEditor Flávio ArantesEditor-adjunto Patrícia BlümelColaboram nesta ediçãoCREA-PR Rolf Gustavo Meyer e Lucas Dalla Vecchia Reportagem Ana Paula Moraes, Patrícia Moskwyn, Patrícia Blümel, Anna Preussler, Daniela Weber Licht, Eli Cristina Antonelli, Muriel Amaral, Vandré Dubiela, Marcela Mendes, Jocelaine dos Santos, Leonardo Handa, Verônica Mariano, Luíz Carlos Beraldo, Maigue GuethsFotos Leandro Taques, Estéfano Lessa, Stock.XCHNG, CREA-PR e divulgaçãoArte Daniela BaumguertnerEditor de imagens Paulo de ArazãoRevisão Lívia Mendes CassianoPós-produção Alexandre Müller Jornalista responsável Flávio Arantes

* TIRAgEM 60.000 exemplares

DIRETORIAMandato 13/01/2010 a 31/12/2010

PRESIDENTE Eng. Agrônomo Álvaro José Cabrini Júnior

10 VICE-PRESIDENTE Eng. Civil gilberto Piva

20 VICE-PRESIDENTE Eng. Civil Hélio Sabino Deitos

10 SECRETÁRI0 Téc. em Edificações Márcio gamba

20 SECRETÁRIO Eng. Mecânico Elmar Pessoa Silva

30 SECRETÁRIO Eng. Agrônomo Paulo gatti Paiva

10 TESOUREIRO Eng. Civil Joel Kruger

20 TESOUREIRO Engenheiro Eletricista Aldino Beal

DIRETOR ADJUNTO Eng. Agrônomo Dionísio gazziero

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Sua opinião é importante. Escreva através do link Fale Conosco no site www.crea-pr.org.br no item Comunicação

Siga o CREA-PR no Twitter:http://twitter.com/#!/CREA_PR

Palavras ao vento Quadro técnico atualizado é urgente num momento de crescimento e de alta demanda por infraestrutura

APAGÃO Estado está há 20 anos sem repor profissionais

Caos. Apagão. Duas palavras que resu-mem bem a reportagem de capa desta edição. Trata de um ponto central para o desenvol-vimento sustentável do Brasil. Num momen-to de economia em crescimento, de países emergentes como o Brasil com cada vez mais importância e voz no planeta, uma questão é central: infraestrutura.

Pode parecer um “jogo corporativo”, mas só o mais ingênuo dos brasileiros, razoavel-mente informado, não sabe que sem um con-junto de obras públicas (estradas, ferrrovias, portos e outros) moderno não há possibilida-de nenhuma do país manter o atual ritmo de crescimento, que deve fechar em quase 8% este ano. Ou seja, estamos próximos do rit-mo chinês. Crescimento demanda consumo e consumo demanda infraestrutura para trans-portar mercadorias. É uma equação lógica. E simples.

E o que vale para o Brasil, vale para o Paraná. Um só número resume o estado de desestruturação em que vivemos nesta área: há pelo menos duas décadas (isso mesmo, 20 anos!) o quadro técnico de profissionais das

áreas tecnológicas não é reposto no Paraná.Pelo menos na velocidade e necessidade que o nosso crescimento pede. A iniciativa privada pode fazer sua parte, mas é o Estado o prin-cipal indutor do desenvolvimento. O CREA-PR, em conjunto com várias entidades, tem há tempos reivindicado a reformulação do quadro técnico de profissionais de tecnolo-gia. Mas, por enquanto, com raras exceções, parece que falamos ao vento. Esperamos que o novo governo esteja disposto a içar as velas e mudar esta situação.

Mas esta edição tem muito mais. Uma reportagem que merece destaque - e que tem relação direta com o já dito acima - é o imen-so potencial do Paraná para a construção de usinas de pequeno porte, para atender desde municípios pequenos até indústrias. Estudos apontam uma demanda de 245 projetos no Estado. O que é também uma boa oportuni-dade de trabalho para nossos profissionais.

Leia também sobre nosso primeiro relató-rio ao Pacto Global, iniciativa da ONU por um mundo melhor, a que o CREA-PR aderiu. Ainda, a eleição do CREAjr, acessibilidade e prevenção de incêndios. Enfim, uma revista repleta de temas que interessam a nós profis-sionais de tecnologia e à sociedade.

Boa leitura.

Crescimento demanda consumo e consumo demanda infraestrutura para transportar mercadorias. É uma equação lógica”

Álvaro Cabrini Jr. engenheiro agrônomo e presidente do CREA-PR

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FISCALIZAÇÃO Assinatura do convênio vai agilizar acompanhamento de irregularidades

EXPRESSO Um giro pelo Paraná

Representantes da regional Ponta Grossa do CREA-PR e do escritório regional do IAP em Irati se reuniram para debater o licenciamento ambiental. O gerente regional do CREA-PR, en-genheiro agrônomo Vânder Moreno, diz que os cartórios da região ainda desconhecem a Por-taria 51 do IAP, que prevê a desburocratização dos pedidos de renovação. A solução foi soli-citar junto ao IAP o envio de circulares escla-recendo a situação. “A atuação do profissional ficará muito mais ágil”, acredita o engenhei-ro civil e conselheiro do CREA-PR, Dagoberto Waydzik. (por Jocelaine Santos)

PONTA GROSSA

Os profissionais registrados no CREA-PR po-dem colaborar com as ações desenvolvidas pelo Hospital Pequeno Príncipe. Para auxiliar o maior hospital pediátrico do Brasil, basta o profissional que declare imposto de renda por formulário com-pleto, escolher o Pequeno Príncipe como a Insti-tuição que deva receber o investimento.O limite para destinação de recursos é de 6% do imposto devido: ou seja, de um salário de R$ 3 mil, por exemplo, R$ 583,20 são direcionados ao hos-pital. Em 2009, esta iniciativa representou 7% das doações recebidas pela Instituição. O resultado da doação pode ser acompanhado no site http://www.hpp.org.br. (por Daniela Licht)

PARANÁ

Profissional do CREA-PR pode doar ao Pequeno Príncipe e abater do IR

CREA-PR e IAP esclarecem sobre licenciamento ambiental

PARANÁ Convênio com Ministério Público do Trabalho

O CREA-PR firmou em dezembro convênio para fins de fiscalização com o Ministério Público da União - Procura-doria Regional do Trabalho da 9ª Região. O convênio permite a troca de informa-ções para subsidiar e dar ciência ao MPT sobre irregularidades apuradas durante as ações fiscalizatórias realizadas pelo CREA-PR, principalmente em relação a processos decorrentes de descumpri-mento ao disposto nas Normas Brasilei-ras (NBRs) e que necessitem de medidas urgentes.

“Este convênio amplia a área de atu-ação da fiscalização do CREA. Uma vez identificadas as irregularidades podere-mos imediatamente comunicar ao MPT para que tome as providências necessá-rias”, afirmou o presidente do CREA-PR, engenheiro agrônomo Álvaro Cabrini Jr.

Para o procurador-chefe da Procura-

Troca de informações

doria Regional do Trabalho da 9ª re-gião, Ricardo Bruel da Silveira, o con-vênio é fundamental para a proteção da sociedade. “Com esta integração conseguiremos identificar com maior eficácia onde nossa ação é necessária e, com isso, aumentar a eficiência e a minimização de acidentes”, disse.

“Com a aproximação dos dois ór-gãos, situações de descumprimento das leis e irregularidades veiculadas ao trabalho poderão ser acompanhadas com maior agilidade. A partir disso, poderão ser criadas outras iniciativas, como grupo de trabalhos para aper-feiçoar as áreas de atuação das duas entidades no setor trabalhista”, diz a gestora de assessoria de relações ins-titucionais do Conselho, engenheira civil Vivian Curial Baêta de Faria. (por Patrícia Blümel)

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EXPRESSO Um giro pelo Paraná

Mesmo com a polêmica da primeira etapa da reforma, o Calçadão de Londrina passa pela segunda fase do processo. As peças de petit-pavet bran-cas e pretas serão substituídas por blocos de concretos nas cores branca, cinza e vermelha na tentativa de manter o desenho original.

De acordo com o arquiteto e urbanista Claudio Bravim, vice-presidente do Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (CEAL), essas interven-ções não poderiam acontecer, ao menos da forma como foram conduzidas. “Profissionais e Entidades de Classe se dispuseram a ajudar quanto à re-forma”, alega.

Outro item que o arquiteto pon-tua é quanto à mudança da iden-tidade do local. Para ele, o modelo original era um patrimônio da ci-dade e que deveria ser preservado, mantendo a memória do espaço. (por Muriel Amaral)

O engenheiro civil Nilton Capucho toma posse como presidente do Clube de Enge-nharia e Arquitetura de Londrina (CEAL) em janeiro. Ele substitui o arquiteto André Sell no cargo. Capucho já fazia parte da diretoria da Instituição e também já foi presidente do Conselho Municipal de Planejamento Urbano de Londrina (CMPU). Atualmente é proprie-tário da empresa Capucho Engenharia. “Como presidente, pretendo ampliar o qua-dro de associados e manter as atividades sociais do CEAL”, aponta o engenheiro como uma das metas de gestão. (por Muriel Amaral)

a segunda reforma

LONDRINA Mesmo com polêmica, calçadão está de novo em obras e gera debate

Engenheiro toma posse como novo presidente do CEAL

LONDRINA

Na medida em que encurta o prazo para os municípios se adequarem à Lei da Acessibilidade, sob pena de ter bloquea-do o repasse de recursos federais, mu-nicípios começam a se preocupar com o tema. Toledo, por exemplo, organizou um evento com a participação da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Toledo e do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná.

O objetivo foi promover a compreen-são da deficiência, mobilizar a defesa dos direitos e do bem-estar das pessoas com necessidades especiais, idosos e crian-ças. (por Vandré Dubiela)

SEM ACESSO Municípios que não se adequarem à Lei de Acessibili-dade podem ter recursos bloqueados

Debate sobreacessibilidade desperta atenção

TOLEDO

POLêMICA Reforma no Calçadão. CEAL: mudança de identidade do local

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Um dos exemplos das ações propostas pela Agenda Parlamentar é o Instituto de Pesquisa e Planejamento de Francisco Beltrão (IPPUB). O diretor-presidente do instituto, o arquiteto e urbanista Dalcy Salvati, diz que a criação do IPPUB foi uma reivindicação de anos dos profis-sionais associados à Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Sudoeste do Paraná (Sudenge), entidade autora da proposta, que ganhou mais força graças à Agenda Parlamentar. “O instituto tem seu foco principal no planejamento urbano e também em seus distritos e vilas. Suas principais atividades são elaboração do planejamento do sistema viário da cidade e, como consequência, a melhoria no trânsito, além da definição da infra-estrutura urbana e rural, entre outros”, explicou Salvati. (por Leonardo Handa)

u m r e s u l t a d o c o n c r e t oFRANCISCO BELTRÃO Agenda Parlamentar, iniciativa do CREA-PR, dá origem a IPPUB

A Associação dos Engenheiros e Ar-quitetos de Medianeira e Região dá conti-nuidade aos trabalhos de capacitação. Com apoio do Sebrae, realizou palestra sobre o projeto Construindo o Paraná – Obra Nota 10. O foco principal foi o lançamento de um programa avançado de gestão para enge-nheiros e arquitetos associados da ADEA. O programa foi dividido em três módulos: Pla-nejamento Estratégico/Gestão de Desem-penho, Gestão Financeira e Negociações Eficazes. (por Vandré Dubiela)

Engenheiros debatem programa avançado de gestão profissional

MEDIANEIRA

PROnTO Sede do IPPUB, reivindicação antiga que Agenda Parlamentar acelerou

Engenheiros, arquitetos e designers da prefeitura de Apucarana e da região partici-param da palestra de Acessibilidade promo-vida pelo CREA-PR. O evento foi mais uma ação do convênio entre prefeitura e CREA-PR. A coordenadora do Fórum de Acessibi-lidade, engenheira civil Vivian Curial Baêta de Faria, apresentou a legislação focada na acessibilidade. Na sequência, o engenheiro mecânico Fernando Villanueva apresentou os exemplos de superação e as novidades das tecnologias assistivas. Um dos pontos fortes foi viver a realidade de um portador de necessidades especiais. “As dificuldades foram muitas para os profissionais. Foi uma

Profissionais e acessibilidade

APUCARANA

experiência única”, conta o coordenador de infraestrutura da prefeitura, engenheiro civil Herivelto Moreno. (por Eli Antonelli)

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EXPRESSO Um giro pelo Paraná

O Sindicato da Indústria da Constru-ção Civil da Região Noroeste do Paraná (Sinduscon/NOR-PR) realizou a entrega do “I Prêmio Sinduscon/NOR 2010”. O even-to aconteceu no dia 24 de novembro, no Moinho Vermelho Buffet. As 21 construto-ras associadas ao sindicato, que concorreram ao prêmio, só conheceram o ganhador du-rante o evento. A vencedora foi a Plaenge.

De acordo com o superintendente, ad-ministrador Valdemar Adorno Junior, o objetivo é valorizar e incentivar as melho-res práticas nas construtoras, observando três quesitos: meio ambiente, segurança do trabalho e qualidade. Para avaliar os candi-datos, o Sinduscon/NOR-PR contou com a parceria do Sebrae. A avaliação do prêmio foi em três etapas: junho, agosto e novembro.

O proprietário da Construtora Design, engenheiro civil Tonio Yabiku, foi homena-geado durante o evento, por ter recebido, em agosto, o prêmio “Empresário do Ano 2010”, concedido anualmente pela Asso-ciação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM), Sindicato do Comércio Varejista de Maringá e Região (Sivamar), Associação Paranaense de Supermercados (APRAS) e Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP). (por Verônica Mariano)

Dezoito instituições entre empresas, agentes de integração e universidades da região dos Campos Gerais participaram da 2ª Feira de Es-tágios promovida pelo CREA-PR e a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa (AEAPG) durante o 5º Encontro de Engenharia e Tecnologia dos Campos Gerais. Durante os qua-tro dias, os estudantes conheceram melhor as oportunidades e os programas de estágios das empresas, além de participarem de palestras com profissionais. “Sem dúvida, o depoimento de pessoas atuantes no mercado serve como referência para os estudantes da área”, disse o presidente da AEAPG, engenheiro civil Roberto Pellissari. O evento contou com apoio do CONFEA. (por Jocelaine Santos)

Feira de estágios trouxe oportunidades e conhecimentos

PONTA GROSSA

MARINGÁ Plaenge vence o “I Prêmio Sinduscon/nOR 2010”. 21 construtoras participaram

PREMIADO O gerente da Plaenge recebe o prêmio: valorizar e incentivar as melhores práticas

MAIS Participantes em palestra na Feira: referência para os estudantes

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O III Agronegócio Brasil, promovido em novembro pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná (AEAPR-Curitiba) no Centro de Estações Experimentais do Canguiri da Universidade Federal do Paraná (Fazenda Canguiri/UFPR), simbolizou a reativação do local, parcialmente desativado após ser decla-rado Área de Proteção Ambiental (APA).

A realização da AnB na fazenda ajudou a despertar na Universidade o desejo de tornar o espaço uma área de excelência e referência ao restante do Brasil.

“A reitoria da UFPR, a diretoria de Ciências Agrárias da instituição, o Ministério da Agri-cultura, o CONFEA e o CREA-PR apoiaram integralmente a iniciativa. Agora queremos que os representantes públicos se mobilizem para trazer recursos ao Paraná e criarmos uma nova realidade”, disse o engenheiro agrônomo Luiz Antonio Correa Lucchesi, presidente da AEAPR-Curitiba. (por Daniela Licht)

A construção de bacias de contenção foi apontada como uma das medidas para pre-venir enchentes e alagamentos nas áreas de baixada, em Pato Branco.

A conclusão foi apresentada pelo enge-nheiro agrônomo Ricardo Germano Kurten Ihlenfeld. No entanto, ele ressaltou que não existe uma única razão para as enchentes, assim como não há uma única solução.“São necessárias medidas não estruturais, como destinar o lixo corretamente, respeitar o zoneamento urbano e deixar áreas de per-meabilização do solo”, disse. (por Leonardo Handa)

Bacias de contenção podem prevenir enchentes na área rural

PATO BRANCO

reativar um símboloPARANÁ III AnB marca movimento para reativação da Fazenda Canguiri

CAUSA E COnSEQUênCIA Palestra durante encontro em Apucarana. Mercado imobiliário aquecido exige atenção dobrada com acidentes

A Associação dos Engenheiros, Ar-quitetos e Agrônomos de Arapongas (Asenarag), em parceria com o CREA-PR realizou a 1ª Semana de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

Com o mercado da construção civil aquecido, cresce o número de acidentes na construção. O tema central foi “A seguran-ça do trabalho leva à prevenção de aciden-tes”. Para o gerente da Regional do CREA-PR de Apucarana, engenheiro civil Hélio Xavier da Silva Filho, o evento mobilizou a classe profissional sobre a responsabilidade na prevenção de acidentes. Para Hélio, o

mercado quente, mais risco de acidente

ARAPONGAS

simples fato dos profissionais conhecerem a legislação sobre o tema e o alto grau de risco a que seus subordinados estão sub-metidos, faz com que suas atitudes sejam alteradas automaticamente.

Entre os destaques, a palestra “Pla-nejamento e Fiscalização”, da promotora Kele C. Diogo Bahena, “Responsabilida-de Civil”, com o engenheiro Joel Krüger e “Fiscalização do exercício e da atividade profissional”, com o engenheiro José Luiz de Souza. Os participantes receberam o novo Manual de Fiscalização do CREA-PR. (por Eli Antonelli)

REIVInDICAÇÃO O presidente do CREA-PR, engenheiro agrônomo Álvaro Cabrini Jr, fala durante o evento

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RAIO X País vive bom momento com

aumento deinvestimentos, mas

não é suficiente para recuperar a falta de recursos

para o setor na última década,

analisa o engenheiro civil

José Alberto

Perguntas e respostasPALAVRA

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entrave para o

É urgente a necessidade do aumento de investimentos na infraestrutura para suportar o crescimento do país

TRANSPORTES Investimento em infraestrutura dobra, mas ainda é insuficiente

por PATRíCIA BLüMEL

O presidente da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (ANEOR), engenheiro civil José Alberto Pereira Ribeiro faz um levantamento da situação da infraes-trutura no País. À frente da associação que reúne cerca de trezentas empresas associadas, que atuam na construção de obras rodoviárias, ele reconhece que o país vive um bom momento com aumento de investimentos, mas que, mesmo assim, não é suficiente para recuperar a falta de recursos para o setor na última década. E ressalta que o Brasil apenas recuperará o déficit de investimentos com perseverança e continuidade de ações na recupe-ração de seus modais de transporte, principalmente o rodoviário.

JOSÉ ALBERTO Aumentaram muito os investimentos na área de infraestrutura do País nos últimos anos. Só como exemplo, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que é o órgão que responde por parte da infraestru-tura de transporte, está investindo este ano, cerca de R$ 16 bilhões. Isto representa cerca de R$ 1,3 bilhão por mês. Este valor representa o total que era investido por ano há cerca de oito anos. No próximo ano, o DNIT deve investir um total de R$ 12 bilhões. Pelo PAC 2, estão previstos investimentos de R$ 50 bilhões em quatro anos no setor.

O setor de construção vive a sua melhor fase em 15 anos. Para 2010, a estimativa de crescimento do Produto Inter-no Bruto (PIB) da construção – envolvendo todas as ativi-dades – deve chegar a 10%. É um percentual excepcional.

No mundo, o setor está estagnado. O Brasil vive uma fase de ouro. Segundo dados de um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a cadeia produtiva da construção - incluindo máquinas e equipamentos, materiais de cons-trução e construção, projetos e montagens - investiu em 2009 exatos R$ 224 bilhões, o equivalente a 8,5% do PIB. Este volume de investimentos gerou dez milhões de empregos com carteira assinada. Este foi o melhor resul-tado do Brasil em 25 anos.

Na área de habitação, o Brasil construiu mais de 700 mil novas unidades habitacionais. A meta era um milhão. Mas houve um salto de 60 mil por ano para 700 mil. Os investimentos na área de habitação e saneamento chegaram a R$ 18 bilhões. Há oito anos o Brasil estava investindo menos de R$ 2 bilhões por ano.

Qual a principal mudança no cenário da infraestrutura brasileira nos últimos anos?

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O Brasil possui técnicos com qualidade e quantidade suficiente para atender à demanda crescente de obras neste setor?

JOSÉ ALBERTO Não. Hoje há escassez de tudo. Faltam profissionais qualifica-dos de nível médio e até profissionais mais simples. Faltam engenheiros em todas as áreas. Os investimentos não cresceram apenas na área de infraestru-tura de transporte. Na área de petróleo e de energia elétrica também estão crescendo muito e os engenheiros estão sendo disputados e até importados da Espanha e de outros países. O Brasil tem hoje uma taxa de desemprego de 6% ao ano. É uma das mais baixas do mundo. Na Espanha, Itália, Gré-cia, Irlanda, Portugal anda por volta de 20% ao ano. Nos Estados Unidos é mais de 15%.

Faltam materiais de construção, caminhões, máquinas e aço. O cres-cimento do Brasil, este ano, deve ficar em torno de 7,5%. A Europa e o Japão devem crescer em torno de 2%. Na nossa atividade, falta até asfalto para as rodovias.

As empresas de engenharia brasileiras valorizam seus profissionais e cumprem a remuneração prevista em lei?

JOSÉ ALBERTO O mercado é quem está determinando os salários e a remunera-ção é hoje bem superior à prevista em lei. Faltam engenheiros e as empresas têm de pagar o que o mercado estabelece.

A Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (ANEOR) possui algum parâmetro do custo de obras rodoviárias no Brasil e também no exterior?

JOSÉ ALBERTO Acompanhamos com muito rigor a variação dos custos de cons-trução no Brasil e no exterior. As nossas empresas hoje são muito compe-titivas e participam de obras no país e lá fora. Estamos presentes hoje na América do Sul, África, Europa e Estados Unidos. As empresas que não tiverem uma gestão moderna no controle dos custos não sobrevivem em um mercado altamente competitivo como é o nosso.

Quais são hoje, em sua opinião, as necessidades mais urgentes de investimentos na matriz de transporte brasileira?

JOSÉ ALBERTO O Brasil precisa investir muito em ferrovias e aquavias, porque estamos muito atrasados nestes dois subsetores dos transportes. Mas o Brasil também está muito atrasado em rodovias.

Para se ter uma ideia, o Brasil tem hoje 180 mil quilômetros de rodovias asfaltadas. A França, com um território do tamanho de São Paulo, tem 800 mil quilômetros de rodovias asfaltadas e 200 mil quilômetros de rodovias duplicadas.

A Índia, China e Rússia têm mais de 500 mil quilômetros de rodovias asfal-tadas. Os Estados Unidos têm mais de 3 milhões de quilômetros de rodovias asfaltadas. Mas o Brasil tem 30 mil quilômetros de ferrovias há 50 anos.Os 20 países mais ricos do mundo têm 10 vezes mais ferrovias do que o Brasil e mais rodovias. No entanto, o Brasil é a oitava economia do mundo. Analisando estes dados é possível afirmar que o setor de infraestrutura de transporte é hoje um gargalo.

O PROFISSIONAL

JOSÉ ALBERTO PEREIRA RIBEIRO é curitibano, engenheiro civil e presidente da Associação Paranaense dos Empresários de Obras Públicas (APEOP)

+ DIRETOR presidente da ENGEMAX – Engenharia e Construções, desde 1992

+ DIRETOR presidente da SULBRÁS – Engenharia e Empreendimentos Construtora Serra Verde, desde 1984

+ TRABALHOU no DER – Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná

+ PRESIDE a ANEOR – Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias, desde 2006

+ PARTICIPA da presidência da APEOP – Associação Paranaense dos Empresários de Obras Públicas, desde 1983

+ TAMBÉM participa de conselhos temáticos de infraestrutura da CNI – Confederação Nacional da Indústria e atuou em conselhos da FIEP – Federação das Indústria do Estado do Paraná. Participa ainda do conselho do SICEPOT/PR – Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado do Paraná e da presidência da CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção

+ MEMBRO fundador da Fundação Centro dos Empresários do Paraná e do Conselho Paranaense da Livre Iniciativa

Perguntas e respostasPALAVRA

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O setor de construção vive a sua melhor fase em 15 anos. Para 2010, a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da construção – envolvendo todas as atividades – deve chegar a 10%. É um percentual excepcional. no mundo, o setor está estagnado. O Brasil vive uma fase de ouro.”

A atual legislação, que promove os contratos de obras atende aos interesses do tripé: empresas, profissionais e governo?

JOSÉ ALBERTO O Brasil precisa atualizar a Lei 8.666, mas isso poderá ser feito na próxima legislatura do Congresso. O ano está encerrando e não há mais tempo para pensar neste assunto. Vai ficar para o próximo Governo e para o próximo Congresso.

Como a infraestrutura do Paraná se enquadra em comparação aos demais estados brasileiros?

JOSÉ ALBERTO O Paraná ficou mais de 10 anos sem fazer grandes in-vestimentos na expansão de sua malha rodoviária e no seu sistema ferroviário. Vai precisar de muita determinação para superar o atraso. É um grande desafio para o novo governador. O estado perdeu muito tempo e precisa investir para continuar a ser competitivo no país e internacionalmente.

O governo federal oferece o mesmo tratamento para obras que estão sob a rubrica do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e obras que se encontram em outros programas?

JOSÉ ALBERTO O PAC é um programa de médio prazo e estão sob sua respon-sabilidade 90% do total de obras consideradas e definidas como prioritárias em termos de investimentos públicos e privados. Foi graças a ele que o país pode retomar os investimentos públicos e privados em infraestrutura com grande velocidade e com grandes valores.

Sabe-se que a falta de infraestrutura representa hoje um entrave ao desenvolvi-mento do país. O que falta para que o Brasil recupere o tempo perdido com falta de investimento nesta área e volte a contar com uma infraestrutura que suporte o crescimento do país?

JOSÉ ALBERTO O Brasil tem de ter perseverança e continuar investindo muito em infraestrutura. O Brasil está investindo, atualmente, 2% do PIB nesta área. Há seis anos investia apenas 1%. Dobrou, mas ainda é pouco. A China investe hoje 6% do PIB em infraestrutura. Por isso, ela consegue manter seu crescimento em níveis de 8% ao ano.

Qual a sua expectativa em relação aos governantes eleitos tanto no Paraná como no Brasil?

JOSÉ ALBERTO Conheço bem o governador Beto Richa, sei de sua capaci-dade como administrador e seus planos de investimentos. Ele conhece bem o estado e tem projetos ambiciosos de investimentos no Paraná para superar o atraso e os anos que perdemos. Tenho boas expectativas com relação à sua gestão e as empresas construtoras estão dispostas a auxiliar o estado. Felizmente, temos boas empresas na área de construção pesa-da. Quem executa as obras de um governo são as empresas de engenha-ria. Sem elas, os governos têm apenas planos e projetos. O Paraná tem boas empresas, bem equipadas e com tecnologias modernas. Portanto, as expectativas são boas.

Hoje há escassez de tudo. Faltam profissionais qualificados de nível médio e até profissionais mais simples. Faltam engenheiros em todas as áreas. Os investimentos não cresceram apenas na área de infraestrutura de transporte.”

O Brasil precisa investir muito em ferrovias e aquavias, porque estamos muito atrasados nestes dois subsetores dos transportes. Mas o país também está muito atrasado em rodovias.”

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Novidades a seu favorgUIA CREA

A PESQUISA

COnFIRA COMO O LEVAnTAMEnTO É FEITO

INICIATIVA Ferramenta ajuda a identificar pontos fortes e fracos do atendimento

Programa mostra que índice de satisfação com o CREA-PR chega a 90%

por VERôNICA MARIANO

O CREA-PR faz periodicamente uma pesquisa de satisfação com o público que busca algum tipo de serviço da entidade. Trata-se do “Fale da Gente pra Gente”. Para isso, um questionário é entregue ao usuário após o serviço prestado. Com isso, o Conselho pretende oferecer um trata-

mento de excelência para a comunidade, tanto para profissionais, empresas ou pú-blico em geral.

A ferramenta permite identificar, con-forme a facilitadora da regional Maringá, engenheira de Produção Viviani Hanne-bauer Berdusco, pontos fortes e fracos do atendimento, que ajudam melhorar a qualidade do serviço e, por consequên-cia, a satisfação do cliente. “Essa é uma importante ferramenta para medirmos a satisfação do público”, justifica Viviane.

Segundo ela, o questionário é envia-do por e-mail ou pode ser respondido através do site da entidade. A resposta é voluntária, por adesão. Os dados são tabulados e analisados mensalmente por todas as sete regionais (Maringá, Londrina, Apucarana, Cascavel, Ponta Grossa, Pato Branco e Curitiba). No entanto, Viviane destaca que a adesão

de 15% de respondentes, embora sig-nificativa estatísticamente, ainda pode melhorar. Até outubro deste ano, em todas as sete regionais foram enviados quase 22 mil questionários e 3,3 mil retornaram com as respostas. “Bus-camos estimular a participação com uma reformulação dessa ferramenta, tornando-a menor e mais prática para ser preenchida”, explica.

Segundo o gerente da regional Marin-gá, engenheiro eletricista Edgar Tsuzuki, as informações são utilizadas para melho-rar continuamente o processo de serviços da entidade. “Sempre que observamos uma oportunidade de melhora, busca-mos alcançar novos resultados. Hoje, os índices são muito positivos e trabalhamos para que a cada dia sejam mais eficazes”, destaca Tsuzuki.

• A pesquisa conta com um questionário formado por nove itens. No primeiro, o CREA-PR quer saber sobre a expectativa quanto à qualidade dos produtos e serviço.

• Na sequência, iniciam-se as questões sobre a satisfação do serviço prestado pela entidade. É avaliado o atendimento, informações prestadas, tempo de espera para atendimento, organização e limpeza do ambiente, qualidade e prazo da entrega do serviço ou produto.

• Há ainda um espaço para sugestões e críticas. Atualmente o índice de satisfação apresenta média de 90% nas sete regionais.

SERVIÇOS QUE gERAM A PESQUISA

• Certidão de acervo técnico

• Certidão de ART

• Efetivação de registro de pessoas físicas e jurídicas

• Regularização de obra

• Visto e alteração contratual

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MAIS

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ENCONTRO Fórum debate harmonia entre construção e educação sustentável

Secretário diz que a solução é unir forças pela conscientização

por VANDRÉ DUBIELA

O 17º Fórum de Docentes e Discentes das Instituições de En-sino do Paraná, realizado em outubro pelo CREA-PR, em Foz do Iguaçu, destacou dois temas de amplo apelo social: a sustentabili-dade e a educação. Para os profissionais, o fórum cumpriu a missão de aproximar o Sistema das Instituições de Ensino Superior.

Diretores e coordenadores dos cursos ligados às áreas de en-genharia, arquitetura e agronomia, além de membros dirigentes do CREAjr, marcaram presença no encontro. O evento debateu as novas propostas de formação profissional. Os participantes discu-tiram e refletiram sobre a harmonização do ambiente acadêmico e as tendências do mercado de trabalho.

O advogado Nildo José Lübke, secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, prendeu a atenção dos participantes ao abordar o tema Ciência Tecnológica e Sustentabilidade. “Desde os primórdios, existe o paradigma de que o ser humano, quanto maior o conhecimento, mais o seu meio é alvo de agressão”. De acordo com Lübke, a única forma de inverter essa destruição ou amenizar o impacto é a união de forças pela conscientização.

“Precisamos de engenheiros para o mundo, pessoas importantes para a construção do desenvolvimento global”. Nesse sentido, conti-nua Lübke, “a preparação nas faculdades é fundamental para formar o engenheiro com visão humana e não movido apenas pela razão”.

O presidente do CREA-PR, engenheiro agrônomo Álvaro Cabrini Júnior, destacou o envolvimento do Sistema no Pacto Global. “Esta-mos no caminho certo”, disse. Segundo ele, é preciso formar líderes conscientes da importância de produzir e preservar ao mesmo tempo.

pela sustentabilidade

CLIQUE E LEIA MAIS Confira outras informações e a opinião de quem participou.http://migre.me/37hSh

APROXIMAÇÃOAbertura do fórum que debateu as novas propostas de formação

PARA ENgENHEIRO,FóRUM DESTACOUUNIÃO ENTREACADEMIA EPROFISSIONAIS• O engenheiro civil Dante Alves Medeiros Filho, presidente da Comissão de Educação do CREA-PR e um dos palestrantes, disse que o fórum mostrou a importância do trabalho entre a academia e o meio profissional. Medeiros abordou o ensino e a aprendizagem na área tecnológica.

• Por meio de dinâmicas, os grupos se depararam com contratempos do dia a dia. Juntos, buscaram uma solução viável para cada tema apresentado. “Esse material servirá de subsídio ao Sistema, contribuindo para a solução de problemas”, informa Dante.

• As outras palestras foram do engenheiro civil Joel Krüger, sobre Sistema Acadêmico e Profissional e do engenheiro agrônomo Lineu guasque, da Assessoria de Relacionamento com as Instituições de Ensino (ARIE), do CREA-PR.

• O representante do CREAjr, Vinícius Lucena, passou a ter uma visão maior do mercado de trabalho e da importância da categoria, a partir de uma aproximação com o Sistema.

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ELEIÇÕES Sai lista dos eleitos do CREAjr-PR para gestão 2011/2012

Programa criado pelo Conselho permite aos estudantes se aproximarem do dia a dia da profissão e do CREA-PR

por DANIELA LICHT

O resultado do processo eleitoral para re-novar os dirigentes do CREAjr-PR, gestão 2011/2012, foi divulgado em dezembro. Parti-ciparam da votação 789 estudantes. Foram elei-tos 66 novos membros dirigentes que, somados aos 40 em mandato, totalizam 106 estudantes com atuação em 2011.

As atividades dos eleitos começam em mar-ço, com a realização do Encontro Estadual do CREAjr-PR, quando os estudantes recebem treinamento para as atividades que realizarão durante o mandato. Entre as atribuições, está o gerenciamento de espaços durante as aulas para que o CREA-PR possa ir até as instituições de ensino apresentar temas relativos ao sistema profissional.

O estudante de engenharia civil da UFPR Salem Ibrahim recebeu o maior número de vo-tos, 59. “Muitas discussões só acontecem no Conselho e o intuito é abrir o espaço para o debate com a maior participação dos acadêmi-cos, já que serão parte do CREA-PR futura-mente”, afirma.

Para uma das eleitas, Jéssica Marques de Oliveira, estudante de Arquitetura e Urbanismo da UEL, o programa é primordial para a atuação dos alunos que buscam excelência como futuros profissionais. “Pretendo unir os benefícios do CREAjr-PR com a atuação do Centro Acadê-mico, divulgando as ações do programa e o co-nhecimento sobre o funcionamento do sistema profissional a que estarão vinculados profissio-nalmente ”, comenta.

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Os resultados 2010

Membros corporativos inscritos no programa: 11.133Atividades realizadas ao longo do ano letivo: 233 até novembro

MAIS INFORMAÇõES nos sites do CREA-PR www.creajr-pr.org.br ou [email protected]

ACESSE .crea-pr.org.brACESSE .crea-pr.org.br

CLIQUE E LEIA MAIS Aberta eleição complementar.http://migre.me/37hV4

CREAjr-PR

EnTEnDA O PROgRAMA

• O CREAjr-PR é um programa do CREA-PR que aproxima os estudantes das áreas tecnológicas com o cotidiano da realidade profissional. Inclui estudantes matriculados e em situação regular nos cursos de nível médio e superior das áreas relacionadas ao Sistema CONFEA/CREA.

• Os estudantes inscritos recebem semanalmente o boletim eletrônico do Conselho, com notícias, informações sobre o setor, agenda e oportunidades de estágio. A adesão é voluntária e para participar o interessado pode acessar o link “Inscreva-se no CREAjr-PR”, no site do programa www.creajr-pr.org.br

• Eleitos, os membros se comprometem realizar durante o ano letivo uma pauta mínima: palestras que contemplem os temas Conhecendo o Sistema Profissional, Programa CREAjr-PR, Atribuição Profissional, Ética Profissional, Responsabilidade Civil, Criminal, Trabalhista e T écnica e, ainda, sobre ART.

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EFICIêNCIA Fiscalização in loco fundamenta qualidade à administração pública

Em nome da sociedade, CREA deve fiscalizar de forma eficaz o exercício profissional

por LUCAS RAUEN DALLA VECCHIAPROCURADOR DO CREA-PR

Embora a Legislação não esta-beleça a obrigatoriedade da fisca-lização in loco, entendemos ser de fundamental importância a sua rea-lização em atendimento ao princípio da eficiência.

A Constituição, em seu artigo 37 caput, quando trata do capítulo reservado à administração pública, estabeleceu que: “Art. 37. A admi-nistração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-ralidade, publicidade e eficiência.”

De acordo com dispositivo cons-titucional, a eficiência é um princípio que norteia toda a atuação da admi-nistração pública, seja ela direta ou indireta, como é o caso do Conselho. Tem-se a ideia de ação para produzir resultado de modo rápido e preciso.

A finalidade básica da eficiência no âmbito da atuação da administra-ção pública está intimamente ligada

com a ideia de defesa do bem co-mum. O fim primordial do aparelho estatal é servir ao público, de forma satisfatória. E é em nome do bem co-mum que o CREA-PR, assim como as demais Regionais, devem fiscalizar de forma plena e eficaz o exercício profissional da Engenharia, Arquite-tura, Agronomia e Geociências.

A própria administração deve se utilizar de mecanismos adequados para concretizar seus objetivos, tais como: capacitação de agentes públi-cos; melhoria nos processos adminis-trativos; transparência; racionaliza-ção; valorização com base no mérito; produtividade e controle.

A eficiência assume duas verten-tes: a primeira é organizar e estrutu-rar a máquina estatal para torná-la mais racional para que as necessida-des da sociedade sejam alcançadas de forma mais satisfatória e a segunda, é regular a atuação dos agentes públi-cos buscando que esses tenham um melhor desempenho possível, a fim de atingirem os melhores resultados.

A Lei nº 5.194/66, quando atri-bui aos CREA’s a organização do sis-tema de fiscalização do exercício das profissões, reguladas pela Lei (Art 34, “f ”), espera que toda a fiscali-zação seja pautada pelo princípio da

eficiência.Assim, com base no Princípio da

Eficiência, acreditamos que é preci-so ter segurança de estar agindo de forma correta quando na busca do objetivo da Lei 5.194/66, que é a fis-calização do exercício profissional e a maneira mais eficaz de obter esta segurança é realizando fiscalizações verdadeiramente plenas.

Portanto, apesar da inexistência de Lei expressa impondo a fiscaliza-ção ‘in loco” nos procedimentos vin-culados à Lei 5.194/66, o CREA-PR recomenda a presença do agente fis-calizador no local da obra, a fim de se homenagear o Princípio da Efici-ência, diminuindo drasticamente as possibilidades de alguma implicação grave aos cidadãos paranaenses.

EM DEFESA DO BEM COMUM

QUALIDADEO procurador Rauen Vecchia: fiscalização profissional de obras para modernização

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PCHS Usinas de pequeno porte têm capacidade de 1 MW até 30 MW

OPORTUnIDADEPara o engenheiro eletricista Nilton Camargo Costa, novas PCHs abrirão mercado para profissionais

por MARCELA MENDES

O Paraná verá surgir, ao longo dos pró-ximos anos, um número cada vez maior de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) em praticamente todas as suas regiões.

Estudos já realizados indicam a possibi-lidade de 245 projetos de PCHs em todo o estado – atualmente são 30 em operação (181 MW), duas em construção (29 MW) e 23 já outorgadas (370 MW). Segundo o coordenador da Câmara Especializada de Energia Elétrica do CREA-PR, engenhei-ro eletricista Nilton Camargo Costa, 148 PCHs já estão com empreendedor definido ou em processo de definição, totalizando 1.400 megawatts de potência instalada. Esses números significam não apenas a expansão do setor energético paranaense, mas também o surgimento de uma grande oportunidade de mercado para engenheiros, agrônomos, arquitetos e técnicos.

PCH é uma usina hidrelétrica de pequeno porte, com capacidade instalada superior a 1 MW e inferior a 30 MW. Conforme explica o engenheiro eletricista Rolf Gustavo Meyer, presidente da Associação Paranaense de Enge-nheiros Eletricistas (APEE), outra caracterís-tica é que a superfície do lago formado pelo reservatório deve ser menor do que 3 km², de acordo com a Resolução nº 394, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

A usina opera praticamente a “fio d’água”,

ou seja, fluxo contínuo. O reservatório não permite uma regularização do volume de água. Por esse motivo, em época de estiagem, a vazão disponível pode ser menor que a capa-cidade de geração das turbinas. Elas são insta-ladas em rios pequenos e médios, porém com desníveis significativos durante o percurso. Têm impactos ambientais reduzidos e geram energia de forma descentralizada.

Principal responsável pelo setor energé-tico no Paraná, a Companhia Paranaense de Energia (COPEL) possui participação mi-noritária em nove PCHs a serem implanta-das no estado. A empresa também mantém aberta uma chamada pública, convocando investidores que tenham direitos sobre os de-mais projetos de PCHs para firmar parcerias, conforme o engenheiro eletricista David Se-verino de Rezende, assistente do Diretor de Engenharia da COPEL.

Segundo o presidente da APEE, o investi-mento médio para a construção de uma PCH é de R$ 4,5 a R$ 6 milhões por megawatt instalado. “Considerando uma PCH de médio porte (10 MW), suficiente para atender uma grande indústria ou uma pequena cidade, cus-tará aproximadamente R$ 50 milhões”, expli-ca Meyer com base em dados da ANEEL.

Juntas, as PCHs devem acrescentar mais 1.402 MW ao parque gerador, ou seja, o equivalente a uma grande usina da COPEL. A conclusão das obras de instalação desse em-preendimento leva entre 18 e 24 meses.

Estudos indicam a possibilidade de 245 projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas em todo o estado, criando um grande mercado de trabalho

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O MAPA DE OPORTUNIDADESOnde estão previstas instalação de PCHs

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Depois de sete anos sem nenhuma liberação de licença ambiental por decisão do governo do estado, uma resolução entre a Secretaria de Es-tado do Meio Ambiente e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) retomou os licenciamentos e, com isso, a execução dos projetos. A consequência é que deve aumentar no próximo período a procura por profissionais para atuar neste segmento.

De acordo com o engenheiro eletricista Rolf Gustavo Meyer, presidente da APEE, PCHs são empreendimentos que contemplam profissionais de todas as modalidades da engenharia. “Des-

de a fase inicial de um projeto, passando pelo licenciamento, execução e manutenção, não há como citar alguma área que não esteja afetada pela obra”. Ele lembra as muitas empresas que se formaram especificamente para atuar neste mercado. “Algumas têm investidores prevendo, inclusive, a questão dos Créditos de Carbono ou Redução Certificada de Emissões (RCE), negocia-dos no mercado nacional e internacional”.

O engenheiro eletricista Nilton Camargo Cos-ta ressalta a importância dos profissionais da área de Engenharia Elétrica. “São empregados profis-

sionais de várias áreas, como Eletrotécnica, Ele-trônica, Telecomunicações, além de Engenharia de Computação, Automação e Controle”. Profis-sionais das áreas de Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Geologia, Engenharia Ambiental tam-bém estão envolvidos nos projetos. “O primeiro requisito para o ingresso nessa área é o conheci-mento técnico. Também é preciso ressaltar que o mercado de energia possui uma legislação e um mecanismo de autorregulação exigentes em nível técnico e jurídico. É desejável conhecer também as leis e as normas regulamentadoras”.

Mercado cresce e a tendência é de demanda cada vez mais em alta

OPORTUNIDADE PCHs exigem profissionais de todas as modalidades da engenharia

INVESTIMENTOS DA COPEL NO SETOR DEVEM ALCANÇAR R$ 110 MILHõES

Além da participação minoritária da COPEL nas nove PCHs que serão instaladas no Paraná, a companhia está iniciando as atividades para a implantação da PCH Cavernoso II, no rio Cavernoso, com 19 MW de potência instalada, com investimento previsto em torno de R$ 110 milhões. Segundo David Rezende, da COPEL, ela será implantada nos anos de 2011 e 2012 nos municípios de Virmond e Candói (centro-sul do estado).

A Assembléia Legislativa aprovou projeto de lei que autoriza a COPEL a ser sócia minoritária em empreendimentos privados, o que garante os investimentos previstos pela companhia. Leia mais no site do CREA-PR www.crea-pr.org.br

O MERCADO DE PCHS nO PARAnÁ

Previsão245 PROJETOS DE PCHS EM TODO O ESTADOHoje30 EM OPERAÇÃO (181 MW), DUAS EM CONSTRUÇÃO (29 MW) E 23 JÁ OUTORgADAS (370 MW)Capacidade instalada1.400 MEgAWATTS DE POTêNCIACustoDE R$ 4,5 A R$ 6 MILHõES POR MEgAWATT INSTALADO

CLIQUE E LEIA MAIS Região Sul concentra maior potencial de PCHs. http://migre.me/37hYr

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avaliação de imóveis: atribuição o u d e t e r m i n a ç ã o d e v a l o r ?

As avaliações praticadas no mercado, conceituadas simplesmente como atribuição de valor, podem ser classificadas em dois grupos: no primeiro, estariam aquelas baseadas, puramente, na intuição, opi-nião, crença e fé; no segundo, aquelas que se baseiam na comparação “visual” com outro imóvel, de mes-mas características ou não, no mesmo ou em local diferente, vendido ou disponibilizado para a venda. Nos dois casos, em sua maioria, não são merecedoras, sequer, da expressão empírica.

Considerando uma conceituação mais apurada, por exemplo, a determinação do valor do imóvel, expresso em moeda corrente, em dado momento e em condições normais de negociação, baseada em sondagem ou análise de mercado, encontramos trabalhos com resultados mais satisfatórios, nos quais, as avaliações podem ser classificadas em dois grupos. No primeiro, encontramos aquelas, infelizmente algumas, com autor identificado com o “número do CREA”, elaboradas empiricamente, comumente identificadas como “opinativo de valor”. As outras, constituídas por um laudo de avaliação referencian-do-se à NBR 14.653-1 a 4, porém, com atenção voltada muito mais à tolerância, à permissão quanto aos métodos a serem utilizados e aos graus de fundamentação e precisão, do que ao resultado em si. São avaliações, frequentemente encontradas em demandas judiciais ou em impugnações de lançamentos de tributos, cuja base de cálculo se fixa no valor do imóvel. No segundo grupo, dentro deste conceito de determinação de valor, temos as avaliações de estilo, elaboradas por profissionais habilitados, baseadas nas diretrizes, atividades básicas, apresentação, especificações e procedimentos metodológicos contidos na referida norma, sendo estas, as únicas merecedoras da definição técnica de avaliação.

A avaliação de imóveis, enquanto bens tangíveis, quer de forma individualizada para fins diversos, ou em massa para fins de tributação é, conforme resolução do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA), atividade exclusiva de engenheiros e arquitetos. Sua elaboração deve conduzir a números, mesmo que definidos por um intervalo, que se aproximem do valor pelo qual o proprietário se disponha a vender e daquele proposto pelo pretenso comprador. Não se pode confundir a atividade, o trabalho técnico e o resultado encontrado com sua mera formalização.

Por SEDENIR GOMES

O AUTOR SEDEnIR gOMES Engenheiro Civil pela Universidade Federal do Paraná. Especialista em Gestão Pública (OPET), Avaliações de Bens e Perícias (PUC PR), Administração Tributária (OPET), Administração pública e Governo (FACEL). Chefe da Divisão de Avaliação Imobiliária da Secretaria de Finanças da Prefeitura Municipal de Curitiba.

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OS AUTORES gABRIEL TRIERWEILER RIBEIRO, engenheiro eletricistaPROF. DR. ELíDIO DE CARVALHO LOBÃO, engenheiro eletricistaLUIS AnTOnIO CREMA, engenheiro de produçãoAnTOnIO REInALDO SERTICH KOEHLER, engenheiro eletricista

A usina de Itaipu passa por uma atualização tecnológica, devido à ocorrência de alguns fatores: equipamentos obsoletos no final de sua vida útil, ou com peças de reposição e assis-tência técnica, que não estão mais disponíveis no mercado. Entre os sistemas que ainda não foram modernizados, encontram-se os geradores a diesel, disponíveis como uma fonte emer-gencial de energia para a excitação das unidades geradoras principais (UGs) e alimentação dos sistema auxiliares. Este trabalho propõe um sistema de controle, proteção, supervisão e monitoramento destes geradores, seguindo a norma IEC 61850, a qual foi elaborada origi-nalmente para a automação e comunicação integrada em subestações, com extensões para centrais hidrelétricas e eólicas.

Não existe um draft da norma para centrais térmicas, exigindo a adaptação para auto-mação dos grupos geradores a diesel, pois as funcionalidades especificas de centrais térmicas não estão explicitamente modeladas. Atualmente, existem interfaces homem-máquina, que oferecem informações concentradas, organizadas, de interpretação simples e rápida.

Além disso, a modernização provê maior conforto e flexibilidade de operação e manu-tenção, permitindo a comunicação com os demais sistemas da usina. As vantagens podem ser sentidas ao observar que relés auxiliares e contatores são substituídos por equipamentos digitais menores. Relés de proteção eletromecânicos são substituídos por relés digitais, ca-pazes de estratégias de proteção mais sofisticadas e com menor custo de cabeamento. Os dispositivos eletrônicos de controle e os registros passam a ser digitais, os comandos e indi-cações são executados através da IHM.

Um problema a ser resolvido é que, ao se inserir um dispositivo em uma rede de comunicação, são necessárias adaptações para que o novo dispositivo seja capaz de se co-municar com os já existentes, que podem incluir atrasos, erros e custos adicionais. Outro fato é que, utilizando protocolos diferentes, é preciso treinamento para o corpo técnico e os fabricantes acabam repassando os custos.

Por isso, os sistemas de comunicação abertos fornecem interoperabilidade entre os dis-positivos, independentemente do fabricante. São requisitos básicos e devem ser baseados em um padrão internacional de comunicação, de forma a eliminar os problemas de comu-nicação. Uma alternativa de padrão internacional de comunicação aberto, e que fornece interoperabilidade entre os dispositivos de um sistema de potência é o IEC 61850.

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de sentido, proporcionando baixos gradientes de velocidade e, consequentemente, baixa dissipação. Nas altas frequências, os gradientes proporcionam grande dissipação. Praticamente toda a energia incidente é dissipada internamente na forma de calor. A forma da curva de absorção parte de valores menores nas baixas frequências, tendendo à unidade nas médias e altas frequências.

Materiais acústicos podem ser usados em diversas espes-suras, dependendo da aplicação. A absorção depende da es-pessura e o parâmetro que a considera é a resistência no flu-xo. Na prática, os materiais acústicos são usados para revestir internamente os ambientes, onde o nível de ruído no campo reverberante é excessivamente alto. As ondas sonoras incidem aleatoriamente sobre o material, provenientes de todas as dire-ções. Por isso, o coeficiente de absorção deve ser determinado por incidência aleatória, em uma câmara reverberante.

Portanto, avalie quais são os materiais acústicos mais ade-quados para o seu caso e lembre-se de, sempre, buscar a orien-tação de profissionais capacitados em acústica, evitando assim, problemas futuros.

Por Vítor Litwinczik

O AUTOR VíTOR LITWInCZIK Engenheiro mecânico, doutor em Acústica e Vibrações, membro da Sociedade Brasileira de Acústica (Sobrac) e diretor da Anima Acústica.

Infelizmente, ainda não há uma fiscalização adequada nas indústrias de máquinas e equipamentos para o melhor contro-le do volume de ruído produzido, atribuindo ao fabricante a responsabilidade e a iniciativa para desenvolver as característi-cas acústicas, isto é, controlar o ruído na fonte.

Esse problema, atualmente, precisa ser sanado pelas em-presas que adquirem os produtos, obrigando, muitas vezes, a interrupção do funcionamento destas máquinas por meses, para que seja feito um estudo de controle de ruído na fonte. Boa parte das empresas tem recorrido a clausuras ou barreiras como uma maneira mais viável de controlar o ruído. Entretan-to, esses métodos restringem o acesso rápido à máquina em caso de manutenção, além de dificultarem entradas e saídas de materiais e de causarem problemas de aquecimento.

Para tentar melhorar essa situação, sugerimos o mecanis-mo de dissipação de energia sonora nos materiais acústicos, que constitui a transformação de energia sonora em calor, por meio da viscosidade do ar. Uma onda sonora, ao incidir sobre um material acústico, provoca a movimentação do ar nos seus interstícios. Formam-se grandes gradientes de velocidade, de-vido à viscosidade do ar. Com isso, uma onda ao se propagar em um material acústico, tem sua amplitude rapidamente di-minuída. Obviamente que a dissipação está relacionada com a frequência da onda sonora incidente, pois ela define o tempo (período) de mudança de sentido do fluxo de ar nos interstícios do material. Desta forma, nas baixas frequências (período lon-go) a velocidade no material acústico sofre uma mudança lenta

PROCEDIMENTOS ACúSTICOS PARA MÁqUINAS

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CASO ISOLADOO engenheiro civil Elizeu Santos Ferreira e a também engenheira civil Isabela Cristina de Oliveira, da COPEL. Há seis meses na companhia, ele tem oportunidade de transmitir à nova profissional sua experiência, o que é fundamental na reposição de quadros.

PARA NÃO PARAR PR não renova quadro de profissionais há 20 anos

Um longo tempo de CaosFalta de profissionais compromete projetos para desenvolvimento do estado

por PATRíCIA MOSkwyN

Boa parte dos analistas, incluindo os mais pessimistas, diz que, com medidas pontuais, o Brasil tem grandes chances de continuar num rit-mo forte de desenvolvimento nos próximos anos. A boa maré, no entanto, pode ser barrada por gargalos de infraestrutura cada vez mais críticos. No Paraná, a situação não é diferente. Quais são os planos de médio e longo prazo para sustentar este desenvolvimento?

Para o presidente do CREA-PR, engenheiro agrônomo Álvaro Cabrini Junior, parte das dificul-dades está na falta de projetos e na redução de pes-soal técnico nos quadros do governo discutindo es-tas ações. Cabrini diz que alguns órgãos estão sem novas contratações há mais de 20 anos. “Perde-se a cultura, perde-se a memória técnica do órgão, que é o conhecimento tácito, que é aquele que você

adquire através da rotina diária.”Para o engenheiro civil Romeu Stencel,

funcionário do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) desde 1977, a situação da não renovação é preocupante. “Quan-to iniciei tive a oportunidade de aprender com os engenheiros que já atuavam no DER. Houve uma transmissão natural de conhecimento. Hoje isso não acontece mais. A velocidade de saída de profissio-nais é muito maior do que a chegada de novos. É urgente a busca de uma solução para esta questão”, afirma Stencel.

Seu companheiro de trabalho, o enge-nheiro civil Roberto Abagge dos Santos, está no DER há três anos. “O Departa-mento ficou vinte anos sem novos con-cursos até ser realizado o que eu passei. É muito tempo sem renovação”, explica.

Entre os investimentos prioritá-rios citados pelo presidente do CREA-PR, estão o porto de Para-naguá, as ferrovias, os aeroportos e as rodovias do estado. Para ele, o estado vive um caos logístico emi-nente. “O colapso já se antecipou à Copa. Ele somente será agravado. Faltou um estado planejador para

dar conta das ações ne-cessárias”, alerta. Para Cabrini, obras emer-

genciais, além de resolverem os problemas apenas de forma paliativa, podem ser canais para desvios ou mau uso do dinheiro público. A criação de um banco de projetos seria estratégica para o desen-volvimento.

“Desta forma, um governante pode lançar mão de projetos e buscar recursos internacionais ou nacionais para implementar as obras. O PAC não deslanchou como gostaríamos, porque não há projeto”, afirma. E completa. “Como a aposenta-doria é compulsória e os quadros não se renovam, os órgãos públicos de controle e planejamento es-tão se esvaindo, mas ainda dá pra salvar. Outro problema a ser enfrentado é a remuneração que compete com o setor privado. E é de conhecimen-to público que as vagas que estão sendo abertas pelos concursos não estão sendo preenchidas.”

Segundo o presidente do CREA-PR, o es-tado precisa estar dentro dos padrões técnicos e os órgãos de controle têm que ser equipados por profissionais capacitados para que as obras pos-sam ser licitadas e fiscalizadas. Só dessa maneira o desenvolvimento acontecerá. Ele lembra que o patrimônio público sem boa conservação se de-precia rapidamente.

“Um governo não pode pensar em quanto cus-ta dragar um porto, mas em quanto custa não dra-gar, não duplicar as estradas, não fazer as ferrovias, não fazer o saneamento, não aumentar os nossos aeroportos. Não se corta despesa que gera receita, pois isso estrangula o desenvolvimento”, finaliza.

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Fonte: Estudo feito a partir de sugestões e diagnósticos realizados pelo programa Agenda Parlamentar do CREA-PR em parceria com Entidades de Classe das áreas da Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

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“Além da falta de profissionais, há carência de mão-de-obra qualificada, principalmente engenheiros

civis aptos a elaborar planilhas or-çamentárias de obras da construção do setor. As faculdades de engenha-ria devem se preocupar com isso”

Engenheiro civil Julio César Filho, secretário de Estado de Obras Públicas

“É fundamental a participação de arquitetos e engenheiros para o desen-volvimento do estado, que

têm conhecimento e formação para organizar os setores da economia, administração e, em especial, a in-fraestrutura das cidades e regiões”

Arquiteto Luiz Forte Netto, ex-secretário de Desenvolvimento UrbanoNA PÁgINA 28, SENgE-PR diz que recomposição de

carreiras é fundamental para o desenvolvimento do Paraná.

“Não temos grandes obras, porque os quadros técnicos de planejamento e controle do estado e das

prefeituras estão reduzidos ou em grande parte deixaram de existir. Não temos profissionais elaborando proje-tos. E sem projetos não há obras.”

Engenheiro agrônomo Álvaro Cabrini Júnior, presidente do CREA-PR

“IDEIAS E SOLUÇõES PARA O PR”

Um estudo feito pelo CREA-PR e pelo SENGE-PR, sobre a necessidade de contratação de novos quadros e de remuneração justa, deve ser entregue ao governador eleito, Beto Richa. O documento “Ideias e Soluções para o Paraná” reúne as propostas de ações voltadas às políticas públicas esta-duais para as áreas de Engenharia, Arquitetura, Agronomia e Geociências. Algumas demandas do estudo:

Melhorias no sistema viário e investimentos nos vários modais de transporte.

Construção, manutenção ou adequação de espaços e de equipamentos públicos.

Investimentos em estrutura de saneamento, suprimento de água e coleta de resíduos.

Aperfeiçoamento e democratização dos processos gestores, com formula-ção participativa das políticas públicas por parte das entidades de classe.

Consolidação das reservas de competência, com o resgate de direitos e responsabilidade profissionais.

Investimentos em acessibilidade e sustentabilidade.

Aperfeiçoamento e incremento de práticas de fiscalização, vistorias, perícias, licenciamentos e manutenção predial.

Ações ambientais para conservação e recuperação de solos, águas, con-trole da erosão e a preservação de matas.

Realização de concursos para projetos de obras públicas.

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ENTIDADES REIVINDICAM ATENÇÃO A CARREIRAS

FOCO Questão é fundamental para o desenvolvimento do Paraná, afirma SEngE-PR

CLIQUE E LEIA MAIS

Presidente do SEngE-PR: o processo de desestruturação técnica no PR. http://migre.me/37i1L

FAnInICarreiras mais atrativas são fundamentais para o Paraná

O CREA-PR, em conjunto com enti-dades de classe do Paraná, tem reivindi-cado aos poderes Executivo e Legislativo a necessidade da construção de carreiras públicas mais atrativas aos profissionais de engenharia, arquitetura e agronomia.

“Colocamos este tema não como uma demanda puramente coorporativa, mas procurando fazê-los entender que é uma questão fundamental para o desenvolvi-mento do Paraná”, afirma o Presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (SENGE-PR), engenheiro civil Valter Fanini.

“O CREA-PR trabalha com diversas ações dentro da Agenda Parlamentar, sensibilizando as lideranças públicas so-bre a necessidade de melhoria da máqui-na e para a contratação de profissionais capacitados”, diz o engenheiro eletricis-ta Mário Guelbert, gerente da Regional Curitiba do CREA-PR. As ações atingem também os municípios.

“Com a oferta de salários mais atrativos pela iniciativa privada e com o aquecimento do mercado da construção civil, em breve o estado terá seu qua-dro aquém das necessidades”, diz a arquiteta Ana Carmen de Oliveira, presi-dente do Sindicato dos Arquitetos do Paraná (Sindarq/PR).

“Para o desenvolvimento da infraestrutura brasileira, a valorização dos engenheiros e arquitetos no serviço público e privado é fundamental”

Engenheiro civil Mario Stamm Junior, secretário dos Transportes

“Existe uma defasagem na contratação de profissionais de nível superior nas áreas de Agronomia e de Engenharia Florestal e, a nível médio, de técnicos agrícolas e agropecuários. Estes

profissionais são essenciais no trabalho de fiscalização da sanidade vegetal e animal”

Engenheiro agrônomo Erikson Chandoha, secretário da Agricultura

“Como engenheiro do DER, estou preocupado com o desestímulo, o desaparelhamento técnico e de execução no estado do Paraná. A recomposição dos quadros e a devida importância aos

profissionais são essenciais”

Engenheiro civil Heinz Herwig, conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná.

“O conhecimento técnico gera bons projetos. Já a formação continuada dos profissionais públicos e privados é fundamental para análise técnica dos processos de licenciamento ambiental”

Engenheiro agrônomo Rasca Rodrigues, ex-secretário do Meio Ambiente, ex-presidente do IAP e deputado estadual eleito.

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DOIS BONS EXEMPLOSTecpar e IAPAR são excelência no Paraná

O projeto de Lei nº 039/10, do deputado es-tadual Edson Strapasson (PMDB), recebeu parecer contrário da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Paraná. Ele previa o re-enquadramento salarial de Engenheiros e Arquitetos que atuam no serviço público do estado, com remu-neração mínima equivalente ao piso da categoria, de 8 salários mínimos e meio.

Segundo a Secretária de Estado da Adminis-tração e da Previdência, Maria Marta Lunardon, a implantação do projeto não era viável, já que o piso salarial de categorias de técnicos e profissionais não se aplica na relação trabalhista dos servidores públicos. Ela também discorda que haja falta de pro-fissionais das áreas técnicas no estado e questiona a defasagem salarial entre profissionais do serviço público e da iniciativa privada.

“No governo do Paraná, um engenheiro ou um arquiteto tem remuneração inicial de R$ 2.521,64. A tabela salarial tem três classes, com 12 referên-cias cada. O vencimento base nessa tabela vai até R$ 9.495,12”, explica a secretária.

PROJETO DE CORREÇÃO SALARIAL É REJEITADO POR COMISSÃO DA ASSEMBLEIA

RIBASExemplo ao país, Instituto atua em projetos de grande porte

COLOZZITecnologias que ajudam a transformar o estado

afirma o engenheiro eletricista e diretor técnico-cien-tífico Arnaldo Colozzi Filho.

O IAPAR CONDUZ 15 programas de pesquisa, cada um deles composto por vários projetos. Hoje 225 estão em curso. São pesquisas focadas no desenvolvimen-to regional da agropecuária. Dois exemplos: o Progra-ma de Solos e Água, de uso adequado e preservação desses recursos naturais e o desenvolvimento de biocombustíveis via cultivo de oleaginosas.

“É FUNDAMENTAL a presença dos técnicos e engenhei-ros agrônomos qualificados. Os institutos, enquanto órgãos de apoio ao estado e à sociedade, precisam ter esse caráter técnico, que qualifica a decisão e a implementação dos projetos”, finaliza.

TECPAR

NEM TUDO É UM CAOS. Um dos exemplos de excelência na área é o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), que completou 70 anos em 2010. Hoje, ele atua em projetos de grande porte, como a implantação da planta de produção de bio-

fármacos na unidade da Cidade Industrial de Curitiba e o núcleo de análise sobre políticas públicas em saúde (Napps). Mas existem muitos outros em curso.

“PODEMOS DESTACAR, por exemplo, a implantação do Laboratório de Ensaios em Luvas e Preservativos Masculinos e a participação na Rede de Detecção de Resíduos e Contaminantes em Alimentos (Pro-jeto MCT/Finep)”, afirma o engenheiro eletricista e diretor-técnico Bill Jorge Costa.

“ALÉM DA MODERNIZAÇÃO de infraestruturas físicas e de equipamentos das instituições, é preciso investir na formação de novos profissionais voltados à pes-quisa, desenvolvimento e inovação”, afirma o diretor-presidente do Instituto, o médico Luiz Fernando de Oliveira Ribas.

IAPAR

CRIADO HÁ 38 ANOS, outro bom exemplo é o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), que tem como missão o desenvolvimento técnico-científico e criação de soluções para a agropecuária paranaense. “As tecnologias desenvolvidas ajudaram a transfor-mar o estado em uma liderança nacional na área e em referência para muitos países”,

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uma agenda para o

FUTURO Entidades têm propostas para garantir crescimento do Paraná

Com coordenação das políticas nacionais e metas, o estado pode definir uma nova fase de evolução

desenvolvimento

Por Luiz Carlos Beraldo

Mudanças de governo sugerem opor-tunidades de renovação, reformulação e apresentação de novos planos para o desen-volvimento da sociedade, em seus diversos setores. Quem presenciou a mudança no perfil do Paraná, de essencialmente agrícola para uma economia mais diversificada, com a evolução do setor industrial e sua distribui-ção por todas as regiões, encontra-se diante de uma nova oportunidade de formular pro-postas para um próximo ciclo virtuoso.

Hoje, a indústria do Paraná é formada por 42 mil pequenas, médias e grandes em-presas, que geram 750 mil empregos, com uma massa salarial de R$ 10 bilhões (2008). Respondem por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.

“Devido à consciência da importância e da responsabilidade da indústria para com a sociedade, a FIEP está apresentando a Agen-

da da Indústria para o Desenvolvimento Inovador e Sustentável do Paraná, no hori-zonte de 2011 a 2014”, explica o presidente da entidade, Rodrigo da Rocha Loures.

A Agenda da Indústria contém um conjunto de propostas elencadas em quatro pilares estruturais: 1) Crédito, fomento e in-centivos fiscais; 2) Infraestrutura e energia; 3) Educação e Capacitação; e 4) Inovação nas Empresas. Além desses pilares, apresenta as demandas setoriais e regionais da indústria. Também contempla uma visão sobre o futu-ro da sociedade e da economia paranaense.

O documento apresenta ainda propos-tas de modernização da gestão pública, sem a qual seria difícil vencer os desafios impostos ao desenvolvimento do estado. Um conjunto de metas quantitativas é lis-tado, ao final, para permitir o monitora-mento da Agenda proposta.

Naturalmente, o desenvolvimento sustentável é um objetivo presente em

toda a proposta, que inclui a criação de linhas de crédito específicas para projetos ambientais, revisão do código florestal, desburocratização da obtenção de licen-ças ambientais, harmonização das com-petências entre órgãos ambientais e de fiscalização, entre outras medidas.

Como o desenvolvimento do estado ne-cessita de harmonização com as políticas do governo do país, a FIEP defende também, a nível nacional, um movimento pró-reforma do estado brasileiro que considere: a) uma reforma tributária, com a diminuição, sim-plificação e progressividade dos impostos; b) uma reforma trabalhista, que atualize a relação das pessoas com suas organizações e vice-versa; c) uma reforma política, que anime a nossa democracia; d) uma macroe-conomia decente, com juros e câmbio com-patíveis com as necessidades de crescimento e competitividade das nossas empresas no mercado global.

DISCUSSÃOEntidades mobilizam-se com propostas para o Paraná

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AEDER e FIEP têm proposta para modernizar os dois sistemas

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ESTRADAS E SISTEMA TRIBUTÁRIO

CLIQUE E LEIA MAIS Agenda define metas quantitativas. http://migre.me/37i3M

REFORMA TRIBUTÁRIA 1. A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) apresentou, recentemen-te, sua campanha pela reforma tributária para a bancada paranaense no Congresso Nacional.

2. “Um dos imperativos neste momento é levar adiante a modernização do estado, que passa por reformas como a do sistema tributário”, afirma o presidente da FIEP, Rodrigo da Rocha Loures. “O sistema brasileiro não favorece o empreendedorismo, o investimento e a produção”, completa.

3. Em outubro, a FIEP lançou uma campanha centrada na figura da sombra do imposto, que teve como primeira ação a distribuição de 1,2 milhão de cartilhas, que esclarecem a população sobre como são cobrados os impostos no Brasil e a gestão dos recursos públicos.

PAPELLoures, presidente da FIEP:

responsabilidade da indústria com a sociedade

ESTRADAS 1. A Associação dos Engenheiros do DER-PR (AEDER) está colocando na pauta de temas para o desenvolvimento do estado o ProRodar, programa ro-doviário de ações para o crescimento econômico-social do Paraná. Começou a ser elaborado em 2007, com o objetivo de mapear os pontos onde mais ocorrem acidentes, áreas críticas e perigosas, que necessitam de melhorias.

2. Segundo o presidente da entidade, engenheiro civil Octávio José Silveira da Rocha, o último estudo é da década de 50. Com colaboração de cinco superintendências, foi traçado um plano rodoviário para o estado, que hoje possui uma das infraestruturas rodoviárias mais ultrapassadas do país.

3. “Podemos comparar a malha viária às veias e artérias do corpo humano. Se estiverem entupidas, não conseguirão oxigenar o tráfego, ocasionando

congestionamentos, acidentes e impedindo o desenvolvimento”, resume o engenheiro.

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melhorar EXCELêNCIA Conselho reconhece entidades que investem em gestão

Prêmio CREA-PR Qualidade incentiva a melhoria e o fortalecimento das entidades de classe

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por ELI ANTONELLI

Em 2008, o CREA-PR criou o Prêmio CREA Qualidade nas Organizações Profis-sionais (PCQ). O objetivo é valorizar a exce-lência no atendimento aos profissionais e da sociedade, garantir a qualidade contínua nos processos e no atendimento das organizações ligadas ao Sistema CONFEA/CREA.

A proposta do prêmio é reconhecer as boas práticas de gestão focadas na melhoria gerencial, sustentabilidade e qualidade nos serviços, fortalecendo a satisfação dos asso-ciados em beneficio da sociedade.

A cada edição cresce o número de entida-des participantes. No 3º Ciclo, em 2010, 65% das entidades participaram. O coordenador da Assessoria de Apoio às Entidades de Clas-se (AAEC), administrador Claudemir Marcos Prattes, conta que o destaque do prêmio foi a

evolução média de 30% nos resultados do aten-dimento aos critérios. “É um dado incontestá-vel da melhoria da gestão e do caminho rumo à excelência “, explica.

Este ano, participaram 50 das 84 entidades de classe ligadas ao CREA-PR, número recorde. O desafio para 2011 é atingir 60 entidades.

A Associação de Engenheiros e Arquite-tos de Cascavel (AEAC), além de conquistar o primeiro lugar geral, foi a vencedora de seis critérios: Qualificação Profissional, Ambiente Associativo e Comunicação, Políticas Públicas, Modelo de Gestão, Responsabilidade Adminis-trativa e Social e Qualificação Profissional. A presidente, arquiteta Marli Antunes da Silva Aoki, afirma que esse resultado foi o esforço de um trabalho contínuo.

“Reunimos associados veteranos e da nova geração para trabalhar. O conselho dos mais experientes, somado ao dinamismo dos mais

novos, nos ajudou a atingir os desafios juntos”, destaca Marli. “A AEAC não economizou em-penho para realizar e buscar aprimoramento em todas as suas atividades. Os prêmios recebidos foram o reconhecimento e o sinal que estamos no caminho correto”, diz o engenheiro agrícola Darci Ribeiro, associado da AEAC.

A Associação Regional de Engenheiros e Arquitetos de Pato Branco (AREA-PB) participou pela primeira vez. “Atendemos mais de 50% dos critérios do PQC e esta-mos implantando uma política de melho-ria contínua com boas práticas, para num futuro próximo, sermos referência como entidade de classe com padrões de excelên-cia”, afirma o presidente, o engenheiro ele-tricista André Pallaoro. Todas as entidades participantes recebem um relatório de seu desempenho e sugestões de melhoria para aperfeiçoamento da gestão.

TODOS gAnHAMParticipantes do prêmio durante a cerimônia de entrega: mais integração e uma gestão melhor

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Auditorias mostram que entidades assimilaram função do prêmio

As entidades foram avaliadas por audito-res do quadro funcional do CREA-PR. Para a auditora Cacilda Neves dos Santos, as audi-torias deste ano mostraram que as entidades assimilaram na totalidade a função do prêmio. “Através de um método de gestão, a entidade de classe atinge seus objetivos perante os seus associados e alcança o respeito da sociedade e consequêntemente, a valorização das profissões. Este reconhecimento social está muito acima de qualquer prêmio que a entidade venha a receber”, declara.

MUDANÇAS PARA 2011

1. Os instrumentos de avaliação não serão mais pela pontuação máxima e sim, pelo percentual de critérios aplicáveis.

2. O Prêmio também terá uma nova categoria: “inovação”, que vai avaliar novos projetos das entidades. A categoria só será premiada e conhecida no dia da entrega, pois será votada pelos participantes.

3. As entidades poderão participar de curso de gestão à distância, que começa em março.

“Este prêmio destaca nosso compromisso com o associado no fortalecimento da valorização profissional com ações e promoções que possam alavancar a nossa classe e a capa-citação profissional de nossos jovens, futuros profissionais. Nossas metas e planejamentos sempre são colocados em discussão, pois os objetivos alcançados através do PCQ nos dão a representatividade que almejamos. Entre tantas ideias, a vontade e o querer neste momento falam mais alto. Temos convicção que, na verdade, o desejo afirma que tudo é possível, desde que estejamos totalmente compro-metidos com o que fazemos.”

ARqUITETA MARLI ANTUNES DA SILVA AOkI Presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Cascavel (AEAC): 1º lugar

CLIQUE E LEIA MAISO depoimento dos presidentes de outras entidades que participaram do PCQ.http://migre.me/37i5j

PCQ terá adequações, como treinamento para as entidades

DESTAQUEAssociação dos Engenheiros e Arquitetos de Maringá conquista 20 lugar

COnQUISTAAssociação Regional de Engenheiros e Arquitetos de Campo Mourão comemora o 30 lugar

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FISCALIZAÇÃO Trabalhos são premiados por inovação e qualidade

EVEnTOSeminário reuniu agentes de fiscalização de todo o Paraná

Estudos podem ser incorporados no dia-a-dia do processo fiscalizador

por ANNA PREUSSLER

Implementar melhorias contínuas no processo fiscalizatório e possibilitar a adoção de novas práticas na fiscaliza-ção é o objetivo do Prêmio Qualidade e Inovação do CREA-PR, que premiou no final de outubro quatro trabalhos de-senvolvidos pela equipe envolvida com a fiscalização do Conselho.

Esta foi a quarta edição do prêmio, que trouxe neste ano nove trabalhos inscritos em duas categorias – setorial e multissetorial.

Na categoria setorial foram vencedo-res os trabalhos “Projeto de Fiscalização de Cultivos e Manejo Florestal através de Sisleg”, em primeiro lugar; e “Conduta Profissional sob o Olhar das Entidades de Classe”, na segunda colocação. Na ca-tegoria multissetorial, o primeiro coloca-do ficou com “Fiscalização de Indústrias Têxteis” e na segunda colocação com “A Fiscalização como Indutora do Desempe-nho Profissional Adequado”.

Para o presidente do CREA-PR, en-genheiro agrônomo Álvaro Cabrini Jr, os trabalhos mostram a cada ano a evo-lução nos procedimentos de fiscalização. “Nossa equipe de agentes de fiscaliza-ção, assessores e analistas se superam a cada ano. A busca por novos desafios e soluções para a fiscalização e a melhoria do exercício profissional tornam-se cada vez mais evidentes”, avalia. “Ganha o Conselho com o potencial destes cola-boradores e as profissões, com a valori-zação de sua importância cada vez mais evidente para a sociedade”, diz. O qua-dro fiscalizatório do CREA-PR conta

com 96% de profissionais do Sistema.Para a facilitadora do Departamento

de Planejamento e Controle da Fiscali-zação (DAFIS), arquiteta Vanessa Mou-ra, como as organizações passam por um constante processo de mudanças e essas transformações, por sua vez, cau-sam impactos diretos na sua estrutura e nas pessoas que nelas atuam, é preciso inovar sempre, para que os colaborado-res sintam-se motivados e atendam às necessidades do Conselho. “Assim, o V Seminário de Fiscalização demonstrou que ano após ano a equipe vem sendo estimulada a participar do Prêmio Qua-lidade e Inovação. Em 2010 percebe-se que nossos colaboradores estão atentos às oportunidades e apresentaram propostas que serão desenvolvidas para reforçar o planejamento estratégico do CREA-PR, trazendo assim, resultados positivos para a organização”, afirma.

As propostas de 2010 foram conhe-cidas durante o V Seminário de Fiscali-zação do CREA-PR realizado em outu-bro na cidade de Foz do Iguaçu.

PARA AVAnÇAR

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VEnCEDOREquipe que ficou em primeiro lugar na categoria multissetorial

DESTAQUEEquipe vencedora na categoria setorial

EM BUSCA DA EXCELênCIA

VENCEDORES Melhores trabalhos merecem destaque

O primeiro lugar da categoria multissetorial trouxe como tema a fiscalização nas indústrias têxteis. O trabalho foi desenvolvido por uma equipe de agentes de fiscaliza-ção, agentes administrativos e assessores técnicos. O grupo, composto pelo eng. civil Christian Massago, eng. químico Bruno Takemura, eng. eletricista Thyago Nalim, Geraldo Caieiro Junior, eng. químico Paulo Henrique de Oliveira, técnico em Saneamento Ambien-tal Robinson Camargo, Viviani Hannebauer Berdusco, eng. têxtil Gustavo Matsuoka e eng. química Vera Harumi Kuranishi, teve como premissa potencializar a fiscalização na área da Engenharia Têxtil tendo em vista a característica socioeconômica das regiões de Apu-carana, Cianorte e Maringá, focando o trabalho nas atividades potencialmente envolvidas com o desenvolvimento tecnológico do setor.

Segundo o fiscal Thyago Nalim, o objetivo foi conscientizar as indústrias quanto à capacitação e profissionalização do setor. “As ações visam ainda a orientação e preven-ção aos possíveis riscos nas indústrias e empresas, bem como a melhoria de qualidade e produtividade pretendida nos processos e produtos do setor têxtil”, explica.

O primeiro colocado na categoria setorial foi o Projeto de Fiscalização de Cultivos e Manejo Florestal através do Sisleg, de autoria da agente de fiscalização e engenheira florestal Ana Paula Aletto. Outro exemplo de fiscalização focada nas potencialidades do estado, uma vez que o Paraná possui a terceira maior área de florestas plantadas de pinus e eucalipto no Paraná.

Segundo Ana Paula, a importância da fiscalização nesta área fica ainda mais clara pela questão não somente econômica como social e ambiental. “A madeira representa 4% do PIB nacional e 4,46% do PIB paranaense”, afirma.

O trabalho propõe uma metodologia sim-ples e efetiva para a fiscalização de empreen-dimentos florestais visando garantir o acompa-nhamento e assessoramento técnico devido.

INOVAÇÃO TRABALHOS ABORDAM ASSUNTOS PARA A MELHORIA CONTíNUA

Conheça as propostas inovadoras para a fiscalização:

CATEgORIA SETORIAL Conduta Profissional sob o Olhar das Entidades de Classe, Projeto de Fiscalização de Cultivos e Manejo Florestal através de SISLEg, Matriz de Denúncia; Fiscalização da Auditoria de Documentação Técnica Exigida pela NR 10; Metodologia para a Fiscalização e Implantação de Aproveitamentos Hidrelétricos; e Fiscalização em Produção Animal - Piscicultura.

CATEgORIA MULTISSETORIAL Fiscalização de Indústrias Têxteis, A fiscalização como Indutora do Desempenho Profissional Adequado e Pacto global e Fiscalização CREA-PR. A apresentação foi feita pelas equipes elaboradoras e os melhores trabalhos foram eleitos pelos participantes.

CLIQUE E LEIA MAIS Por meio do SISLEg, fiscalização será facilitada.http://migre.me/37MCM

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istaCLIQUE E LEIA MAIS Pacto

global reúne mais de 8 mil organizações pelo mundo. http://migre.me/37i7H

O Pacto Social mobiliza empresas internacio-nais para a adoção de melhores práticas em quatro áreas, explícitas em 10 princípios.

DIREITOS HUMANOS1. As empresas devem apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhecidos internacionalmente.

2. Garantia da sua não participação nas vio-lações destes direitos.

TRABALHO3. Apoiar a liberdade de associação e reco-nher o direito à negociação coletiva.

4. Eliminar todas as formas de trabalho força-do ou compulsório.

5. Abolir efetivamente o trabalho infantil.

6. Eliminar a discriminação no emprego.

MEIO AMBIENTE7. Apoiar uma abordagem preventiva aos de-safios ambientais.

8. Desenvolver iniciativas que promovam maior responsabilidade ambiental.

9. Incentivar o desenvolvimento e difusão de boas tecnologias ambientais.

CONTRA A CORRUPÇÃO10. Combater a corrupção.

por Maigue Gueths

Um ano depois do CREA-PR ter aderi-do ao Pacto Global, importante programa da Organização das Nações Unidas (ONU), os resultados dessa iniciativa aparecem em todas as regionais do Conselho. Dos 350 funcioná-rios do CREA-PR, 170 já se engajaram como voluntários e agentes do Pacto. São responsá-veis por fazer cumprir as ações definidas pelo corpo funcional, traduzem mudanças de com-portamento e incorporação de novos hábitos importantes para o meio ambiente.

A geógrafa Cacilda Redivo, do CREA-PR, conta que nos meses de outubro e novembro aconteceram reuniões nas sete regionais e na sede. “A intenção foi sensibi-lizar os funcionários para que eles se envol-vessem na proposta”, diz. O resultado apa-rece em números: das 11 ações sugeridas pelo CREA-PR, foram agregadas mais 63

novas propostas de funcionários. São medidas simples, mas que fazem di-

ferença para o meio ambiente, como a ado-ção de copos de vidro e garrafas para água, redução de impressões, cuidado com o des-ligamento de monitores e luzes na hora do almoço, priorização do uso da escada ao in-vés do elevador. Os resultados podem ser conferidos no blog http://pactoglobalcrea-pr.wordpress.com, recém-criado para con-tar a trajetória do Pacto no Conselho.

Ao completar um ano da adesão ao Pacto, em agosto, o CREA-PR enviou seu primeiro Relatório de Comunicação de Pro-gresso (COP) à ONU, onde relata as ações realizadas neste ano. A elaboração do COP é uma exigência do Pacto.

O Conselho fez, também, seu 1º Balan-ço Social. Além de trazer a demonstração financeira dos resultados da autarquia, o documento é um instrumento estratégico para avaliar, multiplicar e dar transparên-cia à responsabilidade social corporativa. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) é um exemplo de empresa adesa ao Pacto Global e que trabalhou para mudar sua vi-são de bolsa burguesa para bolsa popular.

PACTO GLOBAL Após um ano, Conselho mostra primeiros resultados

Programa da ONU, a que o CREA-PR aderiu, se compromete com a construção de um mundo melhor

por um mundo 10 PRInCíPIOS DO PACTO

melhor

EngAJADOSFuncionários aderem como voluntários ao Pacto Global

ASSISTA VíDEO SOBRE O PACTO gLOBAL. Clique em http://migre.me/37oA4

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DESRESPEITO Falta de acessibilidade põe em risco voto de portadores de necessidades especiais

PERIgO NA HORA DE VOTARTRE justifica que maioria dos prédios onde ficam seções não é adaptada

“Todas as pessoas nascem iguais em direito e dignidade, mas onde fica a nossa dignidade numa hora dessas? Eu tenho limitações, mas posso produzir e trabalhar. Só preciso que a sociedade me garanta acessibilidade para isso”. Lílian Sawada, 53 anos, representante comercial, que por problema de saúde, teve uma perna amputada.

O uso de urnas eletrônicas, a inviolabi-lidade do voto e a rapidez na apuração co-locam o Brasil como destaque internacional quando o assunto é eleições. Até 2018, o Tri-bunal Superior Eleitoral (TSE) também deve implantar em todo país a votação digital, que coletará os votos com maior segurança em urnas eletrônicas com leitor biométrico. Mas se de um lado a tecnologia é aliada nesse exercício de cidadania, a falta de acessibili-dade aos locais de votação coloca em risco o voto de milhares de pessoas com deficiência em todo país.

No dia 3 de outubro, o caso da represen-tante comercial Lilian Sawada, de 53 anos, que foi votar em um colégio no bairro Bacacheri, em Curitiba, ganhou noticiário nacional. Ao chegar para votar, às 11h30, ela foi informada que sua seção ficava no 3º andar. Para chegar lá, acabou pedindo ajuda de policiais militares, que carregaram sua cadeira escada acima. Ou-

tra opção seria justificar o voto. O detalhe é que Lílian, que amputou uma

perna, compareceu ao Tribunal Regional Elei-toral do Paraná (TER-PR), no dia 28 de abril, para pedir transferência de sua seção antiga para outra com acessibilidade, o que não aconteceu. Só ali naquele colégio, várias outras pessoas ti-veram o mesmo problema. No segundo turno, pelo menos naquela zona, o TRE providenciou para que todas as seções fossem para o térreo.

“Sempre ouvimos queixas de pessoas que não conseguem votar, porque não conseguiram chegar na seção”, lamenta Mauro Nardine, presidente da Associação dos Deficientes Físi-cos do Paraná.

Segundo o assessor de Comunicação Social do TRE, Marden Machado, com prédios não adaptados, os mesários têm orientação para fa-cilitar o acesso.

OS ELEITORES E OS PORTADORES DE DEFICIênCIA

Total eleitores

BRASIL 135,8 MILHõES PARANÁ 7,6 MILHõES

Número de seções para pessoas com deficiência (em geral com urnas adapta-das para deficientes visuais)

BRASIL 17.904PARANÁ 798

Número de eleitores que declararam ter algum tipo de necessidade especial

BRASIL 169.469PARANÁ 6.123

CLIQUE E LEIA MAIS Regras que podem ajudar pessoas com deficiência a votar. http://migre.me/37ib5

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PROFISSIONAL TÉCNICO ASTEPAR promove 1º Seminário Estadual de Integração Técnica

A falta de mão-de-obra qualificada abre uma lacuna na construção civil. Mas o que fazer para o projeto de uma obra, concebido com uma riqueza de detalhes, não ser desfigurado? A resposta é simples: capacitar e valorizar o profissional.

O problema é antigo. Por causa do salário, os mestres de obras, que são leigos e só têm conhecimento prático, exercem a função de técnicos em edificações, desqualificando o produto final, que é a obra. Apesar do aque-cimento na construção civil com as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e do projeto do governo federal “Minha casa, minha vida”, falta a ligação do técnico com engenheiros e mestres de obras. Nas outras categorias, como química e elétrica, geralmente, esses técnicos trabalham em empresas que oferecem cursos e capacitação.

Para valorizar o profissional, a Associação dos Técnicos do Paraná (ASTE-PAR), com o apoio do CREA-PR Apucarana, promoveu o 1º Seminário Estadu-al de Integração Técnica. O técnico é figura imprescindível na execução de uma obra com qualidade, responsabilidade e conhecimentos teórico e prático. “Ele é o elo de diálogo entre o projetista e o executor das tarefas, que é o operário”, define o técnico de projetos sênior da COPEL Distribuição e presidente da AS-TEPAR, Luiz Henrique da Cunha.

O trabalho do profissional técnico vai desde o levantamento em campo, via-bilidade técnico-econômica do projeto, planejamento da obra e execução até a ligação com o cliente. “Uma equipe de profissionais formados por engenheiros, arquitetos, agrônomos e técnicos contribui para uma boa execução de obras”, destaca o engenheiro civil e gerente regional do CREA-PR Apucarana, Hélio Xavier da Silva Filho.

No Paraná, são várias as funções técnicas importantes para a cadeia produ-tiva. Entre elas estão: projetista, topógrafo, orçamentista, operadores de usi-nas hidrelétricas, operadores de linhas de transmissão e distribuição, fiscais de obras, entre outros.

A profissão técnica cresce em todo o país. De 2003 a 2009 foram abertas mais de 271 mil vagas no ensino técnico, 61 mil só no Paraná. Em 2003, eram 86 escolas em 56 municípios. Hoje, são mais de 300 escolas em 170 cidades do estado.

Mercado quer profissionais cada vez mais atualizados num momento de aquecimento no setor da construção civil

formação técnica exige preparo

HOMEnAgEADOJosé Carlos de Godoy pelo Dia Nacional do Técnico

UnIÃOA diretoria da ASTEPAR durante o evento: atualização

DISCUSSÃO Cabrini, Cunha e prefeito de Apucarana João Carlos de Oliveira

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Seminário mostrou realidade do mercado a mais de 300 pessoas

META Classe integrada, que busca objetivos comuns, será cada vez mais fortalecida

A ASTEPAR realizou o 1º Seminário Estadual de Integração Técnica: “Oportunidade de Trabalho para Técnicos de Nível Médio”. No encontro, mais de 300 profissionais e estudantes conheceram o mer-cado de trabalho no Paraná e no Brasil , novas tec-nologias e trocaram experiências em vários cursos para técnicos de edificações, alimentos, agrícola, segurança no trabalho, eletromecânica e infor-mática. Também foram realizadas palestras sobre

engenharia, agronomia e geociência. O seminário aconteceu em Apucarana.

Os técnicos, muitas vezes, por falta de recur-sos, são privados de conhecimentos em novos pro-dutos e equipamentos, por estarem afastados dos grandes centros. “O seminário serviu para fortalecer a qualificação dos profissionais técnicos”, explica o presidente da ASTEPAR, técnico em projetos sênior, Luiz Henrique da Cunha.

O CREA-PR Apucarana foi parceiro na promoção do evento. Segundo o gerente regional, engenheiro civil Helio Xavier da Silva Filho, “é nosso compromis-so trabalharmos no fortalecimento das entidades de classe”. Uma classe integrada, que busca objetivos comuns, será cada vez mais fortalecida. O CREA-PR conta com quatro técnicos em seu quadro de agentes de fiscalização. A Astepar e a Regional Apucarana or-ganizam a segunda edição do seminário em 2011.

OS TÉCnICOS nO PARAnÁ

Total 15.928POR MODALIDADE PROFISSIONAL

Elétrica 8.102Agronomia 4.590Mec/Metalúrgica 1.361 Civil 1.524Agrimensura 275 Arquitetura 34 química 24Geologia e Eng. Minas 18

CLIQUE E LEIA MAIS Seminário também comemora Dia nacional do Técnico Industrial.http://migre.me/37ich

SEMInÁRIOApresentação do mercado de trabalho e troca de experiências

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A NECESSIDADE Dos 399 municípios do Paraná, apenas 49 têm Corpo de Bombeiros do Paraná

P a r a s a b e r p r e v e n i rCurso da PUCPR e livro lançado pelo CREA-PR com catalogação na Biblioteca Nacional ajudam profissionais a saber como elaborar projetos mais seguros contra incêndio e pânico

Formação agora é pós-graduação

OBJETIVO Curso prepara profissionais para orientação em engenharia e arquitetura

O Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança Contra Incêndio e Pânico, iniciado em maio de 2009, está em sua 2a turma, que começou em maio de 2010 e com inscrições abertas para a 3a turma com início previsto para abril de 2011.

O curso prepara profissionais para oferecer orientação técnica especializada para a realiza-ção de projetos de engenharia e arquitetura de forma a contemplar todos os requisitos necessá-rios para prevenção contra incêndio e pânico.

O curso é inédito. Os coordenadores, eng. civil Orlando Maciel Strobel e eng. civil e capi-tão Ivan Ricardo Fernandes logo perceberam que há uma carência de ensino especializado sobre este assunto, pois passaram a receber consulta para inscrições de todo o país e também de paí-

ses vizinhos.Voltado inicialmente para

profissionais de engenharia e arquitetura e dos corpos de bombeiros, o curso é aberto a profissionais com formação de nível superior na área técnica.

As disciplinas englobam temas como Me-todologia Científica Aplicada ao Projeto e Pes-quisa em Segurança contra Incêndio e Pânico, onde o aluno tem que apresentar monografia; os aspectos legais da segurança contra incêndio, abordando toda a legislação a nível nacional e internacional; análise de risco de incêndio; pro-jetos diversos de sistema de segurança contra incêndio e pânico, onde o aluno dimensiona to-dos os sistemas preventivos possíveis de serem

exigidos numa edificação, mostrando assim a sua proficiência com o curso.

Aborda-se ainda o comportamento ao fogo dos elementos construtivos e dos ma-teriais combustíveis incorporados às edifica-ções, bem como a segurança das estruturas de edifícios em situação de incêndio, onde todos os aspectos estruturais são abordados. Para mais informações sobre o curso basta acessar www.pucpr.br, ícone especialização e ícone exatas e tecnologia.

IDEIA Capitão Ivan, um dos responsáveis pela criação do curso de pós em Engenharia de Segurança contra Incêndios

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A NECESSIDADE Dos 399 municípios do Paraná, apenas 49 têm Corpo de Bombeiros do Paraná

P a r a s a b e r p r e v e n i rpor LUIZ CARLOS BERALDO

A equação é simples: dos 399 municí-pios do Paraná, apenas 49 possuem Corpo de Bombeiros. Os 350 restantes são aten-didos por bombeiros comunitários, pelas unidades de cidades próximas ou, simples-mente, pela própria sorte. A resposta para isso, portanto, deve começar pela prevenção que tem início nos projetos de engenharia e arquitetura das edificações.

E, por incrível que pareça, até recen-temente, não existia nada que reunisse informações sobre o que considerar ao se elaborar um projeto de qualquer tipo de edificação, prevenir incêndio ou situações de pânico. Nas principais metrópoles, as prefeituras exigem ou encaminham ao Corpo do Bombeiros os projetos para que sejam analisados quanto a esses aspectos.

Estima-se que na maior parte dos peque-nos municípios não haja qualquer orienta-ção ou exigência nesse sentido.

“O estado não tem condições de inves-tir em instalações e viaturas para todos os municípios, pois demandaria valores muito elevados. E mesmo onde há estes recursos e bombeiros preparados, a prevenção ainda é o melhor caminho, pois é preferível evitar que aconteça do que precisar conter o sinistro”, explica o engenheiro civil e capitão Ivan Ri-cardo Fernandes, que atua no setor de Enge-nharia do Corpo de Bombeiros do Paraná.

Atuando há 10 anos como bombeiro em Curitiba, após graduar-se em Física pela UFPR, graduou-se também em Engenharia Civil na PUCPR. Após constatar que cerca de 25% dos 20.000 projetos analisados anu-almente pelo Corpo de Bombeiros apresen-tavam irregularidades em relação a preven-

ção de incêndio e pânico, percebeu também que nos cursos de Engenharia e Arquitetura não havia nenhuma disciplina que tratasse do assunto. Sequer alguma definição curri-cular para que fosse abordado em disciplinas às quais o assunto pudesse guardar relação.

Assim surgiu a ideia de criar um Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança Contra Incêndio e Pânico, que foi colocada em prática pela PUCPR. A primeira turma de 20 alunos começou em maio de 2009. Logo se viu que a carência não é apenas local, mas nacional. O curso se repete anualmente e des-perta interesse em todo o país e também em países vizinhos, como o Paraguai.

Fonte: Setor de análise de projetos do Corpo de Bombeiros do Paraná

OS ERROS MAIS COMUNS NOS PROJETOSEm 50 projetos de uma amostragem previamente avaliada pelo Corpo de Bombeiros, o Capitão Ivan Fernandes identificou 216 pontos de não-conformidade em relação às normas de segurança. Confira:

ITENS QUANTIDADE FREQUêNCIA

Vias de Abandono 107 49%

Planta de Situação e Estatística 25 11%

Detalhes Técnicos 19 9%

Documentação Técnica 14 7%

Memoriais/Documentos 14 7%

Iluminação de Emergência 11 5%

Sistema Fixo de Proteção 10 4%

Sistema Alarme/Detecção 6 3%

Central de GLP 6 %

Sistema Móvel de Proteção 4 2%

TOTAL 216 100%

Alterações constatadas nos projetos e agrupadas em cada item

CLIQUE E LEIA MAIS Livro reúne as informações e dicas mais importantes.http://migre.me/37Nq2

25%dos 20.000 projetos analisados anualmente pelo Corpo de Bombeiros, em Curitiba, apresentavam irregularidades em relação à prevenção de incêndio e pânico.

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CAPACITAÇÃO Curitiba cria programa inédito para feirantes

“Eu já adotava práticas de higiene, mas o curso sempre traz informações novas.

Tenho muitos anos de feira, mas lidava com produto sem beneficiar. Hoje, a maioria dos

alimentos que eu vendo já está cortada e picada. Eu aprendi no curso como fazer isso.

Agora, quando a fiscalização aparece na feira, estamos com tudo certo”. Maria Cacilda

de Ávila, dona de uma barraca de verduras na feira há mais de 40 anos.

CLIQUE E LEIA MAIS A história do programa. http://migre.me/37idx

Programa ensina a manipular alimentos e reciclagem é feita a cada 24 meses

saboroso

por MAIGUE GUETHS

Feiras em espaços públicos são tradição em todo o mundo. Curitiba não foge à re-gra. As feiras livres e o Mercado Municipal fazem parte do cotidiano da população. Quem resiste a um pastel com garapa na feira? Ou a um pierogi na Feira Gastronô-mica? Para o engenheiro agrônomo Nilval-do Guimarães Vasconcellos, da Secretaria Municipal do Abastecimento, o sucesso das feiras não é resultado apenas dos sabores, mas também da qualidade e diversidade dos produtos comercializados.

Um dos principais instrumentos para a construção da qualidade e segurança sanitária é o programa Educação Sanitá-ria em Feiras Livres e Mercado Munici-pal, pioneiro no Brasil, e que já é uma referência para diversas prefeituras. A se-cretaria já recebeu comissões técnicas de outras cidades interessadas em conhecer

EQUIPE Orientação diminuiu irregularidades no comércio da feiras

FEIRAnTES ATEnDIDOS PELO PROgRAMA

298 FEIRANTES

147 comercializam frutas e verduras

98 comercializam lanches

07 comercializam carnes in natura

13 comercializam frios e laticínios

13 comercializam pescados

03 comercializam mel

12 comercializam biscoitos e bolachas

6.529 visitas de monitoramento e orientação

47 reuniões técnicas com varejistas

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“Há uns três anos tive que sair da banca, que era montada, para um trailler, já que trabalho com produtos que precisam de refrigeração. Foi pesado financeiramente, mas foi muito bom. O trailler tem mais higiene, é mais prático e bonito. Devia ter feito isso há mais tempo”. Nelson Francisco Túlio, feirante há 20 anos, vende frios e lacticínios.

o programa. A iniciativa também foi tema de apresentação no V Simpósio Brasileiro de Vigilância Sanitária, realizado em Be-lém (PA), em novembro.

Criado em 2006, o programa ofereceu curso de boas práticas de manipulação de alimentos a 100% dos feirantes, que devem se reciclar a cada 24 meses. Os comercian-tes tiveram prazos para se adequar e hoje são monitorados periodicamente. Como consequências positivas, varejistas que tra-balham com produtos de origem animal, alimentos prontos para consumo e legumes processados adquiriram equipamentos fri-gorificados. Houve melhora na qualidade do alimento ofertado, de vida do feirante, estrutural das bancas, exposição organizada das mercadorias e gerenciamento de resídu-os sólidos e líquidos.

Na etapa atual, a Vigilância Sanitária faz a fiscalização. “Antes, recebíamos muitas de-núncias. As irregularidades diminuíram mui-to”, diz Nivaldo. Outro passo do programa é a regularização da atividade. Curitiba foi a primeira cidade a criar o código de feirante dentro de seu Código Nacional de Ativida-des Econômicas. O Sebrae está orientando os comerciantes para a formalização e obtenção de alvará de funcionamento. Posteriormente, a licença sanitária do local de manipulação.

mais

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OnDE CURSAR

NO PARANÁ, VÁRIAS INSTITUIÇõES DE ENSINO TêM O CURSO DE ENgENHARIA AMBIENTAL

• CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ

• CENTRO UNIVERSITÁRIO DE UNIÃO DA VITÓRIA

• CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO DO PR

• FACULDADE ANCHIETA DE ENSINO SUPERIOR

• FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS DE CASCAVEL

• FACULDADE EDUCACIONAL DE DOIS VIZINHOS

• FACULDADE PITÁGORAS DE LONDRINA

• PUC- PARANÁ

• UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE

• UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

• UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PR

• UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Uma das principais funções é reduzir na natureza os impactos causados pelo homem

por ANA PAULA MORAES

Preservar com soluções de engenharia am-bientalmente corretas, reduzindo na natureza os impactos causados pela ação do homem. É a função do engenheiro ambiental. Suas atividades vão desde a criação de alternativas de energia limpa até obras com materiais de baixo impacto.

Também é função do profissional quantificar os estragos ambientais em outras áreas da engenharia e em outras atividades. Exemplos: a degradação no ecossistema de um rio com a construção de uma ponte ou a implantação de uma fábrica que vai afetar o ar. “É uma profissão com ótimas perspectivas”, destaca o presidente da Associação Paranaense dos Engenheiros Ambientais, Renato Muzzolon Júnior. Na opinião dele, a super-visão ambiental de obras, que inclui o gerenciamento de resíduos, efluentes ou licenciamento, entre outras, é uma das carreiras em ascenção na profissão.

“A engenharia ambiental é nova, porém está consolidada em todo o mun-do”, afirma o coordenador do curso e engenheiro civil da UFPR, professor Maurício Felga Gobbi. Segundo o professor, outro viés da profissão é o estudo

SAIBA EM QUE ÁREAS ATUARNo serviço público, o engenheiro ambiental pode trabalhar em secretarias e órgãos ambientais de licenciamento, fiscalização e acompanhamento. Também como consultor autônomo fazendo estudos, projetos, auditorias, pericias. Ainda em organizações não governamentais ligadas ao meio ambiente e em empresas dedicadas a estudos ambientais (estudos de impactos, viabilidade etc). Outra área são empresas que desenvolvem produtos e serviços ambientais (energia limpa, Mecanismos de Desenvolvimento Limpo – MDL, remediação química, física e biológica, recuperação de áreas degradadas etc). Pode ainda se dedicar à área acadêmica, como pesquisador nas universidades.

da relação entre o ambiente e as atividades humanas. Por exemplo, as mudanças climá-ticas, o impacto do aumento do nível médio do mar nas atividades portuárias, a causa e solução dos desastres naturais.

Durante o curso de cinco anos, o alu-no aprende as ciências básicas comuns às engenharias (matemática, física, química). Também há disciplinas mais abrangentes de projetos de engenharia ambiental, gestão ambiental, ecologia, economia e adminis-tração de empresas. “Temos disciplinas de laboratório e quatro de projetos de enge-nharia ambiental, que são 100% práticas”, destaca o professor.

IMPACTO Para o engenheiro civil Maurício Gobbi, profissão é nova, mas já está consolidada

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a serviço do meio ambienteENGENHEIRO AMBIENTAL Apesar de nova, profissão está consolidada em todo o mundo

PROFISSÃO & MERCADO

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Novidades a seu favorDE PONTA

PURA TECNOLOGIA nanotubos de carbono são mais leves e resistentes que o aço

Evolução começou há 5 anos e PR está na vanguarda da pesquisa

por LUIZ CARLOS BERALDO

Os nanotubos de carbono despontam como tecnolo-gia capaz de otimizar formas e resultados em praticamente todas as áreas, como medicina, eletrônica, energia e meta-lurgia. Hoje, os produtos mais conhecidos de seu empre-go podem ser encontrados na área esportiva: raquetes de tênis, bastões de hóquei e baseball. Também em peças e carenagens de automóveis da Fórmula 1.

Eles combinam características únicas de leveza e alta re-sistência, comparados a produtos convencionais. Desde sua descoberta, em 1991, os nanotubos de carbono e sua tecno-logia tiveram sua fase de maior evolução nos últimos cinco anos. No Brasil, a Rede Nacional de Pesquisa “Nanotubos de Carbono: Ciência e Aplicações” reúne 41 pesquisadores, em 14 instituições de oito estados.

O Paraná integra a rede e está na vanguarda com pes-quisas desenvolvidas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) desde 1998, quando o professor e químico Aldo Zarbin começou os primeiros experimentos. As pesquisas já estão em estágio bem mais avançado, orientadas princi-palmente na produção de sensores para diversas finalida-des, com destaque na área eletrônica.

minúsculos e PODEROSOS

SINDUSCON Vê AMPLA APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

• O diretor do Sinduscon, engenheiro civil Euclésio Manoel Finatti, é um entusiasta no emprego de novas tecnologias na construção civil. Defende a união do setor para obter mais facilidades, junto ao governo, para desenvolver produtos e processos mais modernos de construção. “Ainda estamos na fase primitiva de construir apenas com tijolinho sobre tijolinho, porque há muita burocracia e custo elevado para se aprovar qualquer processo mais inovador no país”, reclama.

• Nanotubos são, basicamente, minúsculos tubos cujas paredes são “folhas” monoatômicas de grafite, praticamente o mesmo usado nos lápis. A estrutura química dessa substância – que permite escrever com ela – também possibilita a separação de camadas finíssimas do material. Idealmente, essas camadas têm exatamente um átomo de espessura, porém é possível separar camadas mais grossas.

• Podem ser usados para quase tudo, dependendo da maneira como são produzidos. Na construção civil, por exemplo, substituir ou reforçar cabos de aço. Testes de laboratório indicam que a resistência à quebra de um CNT é quase duzentas vezes maior do que a de um cabo de aço.

200 vezes

mais resistentes, peças de nanotubos de carbono têm outra vantagem sobre o aço: pesam 1/6 deste material

CLIQUE E LEIA MAIS Minas desenvolve cimento e plástico de nanotubos.http://migre.me/37ie2

“O emprego de nanotubos é muito promissor em todas as áreas e a construção civil é uma delas, com múltiplos materiais”Aldo Zabini, professor da UFPR, que faz pesquisa com o material

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PLURAL Um tema, duas opiniões

É POSSíVEL VENCER OS DESAFIOSTodas as cidades-sede anseiam pela vitória, por sua Copa do

Mundo. Mas só ganharemos unidos e o resultado será para to-dos, respeitando as diversidades do país e das cidades, aceitando que alguns terão melhor condição que outros. Não há modelo de cidade. O que importa é o conjunto harmônico interdepen-dente, onde cada peça tem sua funcionalidade, todas de igual importância e mérito. Desafio mais simples para Curitiba, com tradição em planejamento urbano.

Experiências vividas na África do Sul e Alemanha, tão opos-tas e surpreendentemente bem sucedidas, nos mostraram que é possível realizar o que se apresenta como excessivo “desafio de requerimentos”. O esforço para cumprir prazos, acatar as exi-gências, cumprir a legislação vai valer a pena.

Estudos do Governo Federal revelam uma oportunidade ím-par ao país. Somente em infraestrutura, estádios, aeroportos e mobilidade, teremos investimentos em torno de R$ 33 bilhões. No turismo, 3,7 milhões de visitantes só no mês dos jogos. Eles virão em 2014 e trabalharemos para que voltem. Vão levar a imagem do país e das nossas cidades mundo afora.

Para o Brasil, visibilidade internacional e necessidade de in-tegração técnica e política. Aperfeiçoamento institucional é a ordem: muito controle da gestão pública. Transparência e a ne-cessidade de profissionais aptos, gerenciamento técnico adequa-do, recursos financeiros, projetos inovadores e sustentáveis, que garantam um legado para a população, sem desperdícios.

Os jogos não se resumem a futebol no estádio e Fanfests. Sediaremos o megaevento para prover o país com infraestrutura, qualidade nos serviços, projetos sociais consistentes, esporte em destaque, meio ambiente como prioridade, segurança em teste, saúde com qualidade, comércio ativo, tecnologia em evidência, cultura, emprego e renda em alta. A sociedade está convocada a garantir esse vasto legado. Essa imensa construção coletiva será usufruída por todos num futuro bem próximo.

SUSAnA LInS AFFOnSO DA COSTA é engenheira civil e assessora técnica para assuntos do Ippuc

DECISÕES DEMOCRÁTICAS PARA A COPA? Infelizmente, as decisões sobre a Copa ficaram confinadas em

quatro paredes e o volume de ideias e opiniões frutos das discussões técnicas que vêm ocorrendo não é potencializado. A Copa está sendo tratada como evento isolado como se fosse algo acima do interesse das cidades e de seus habitantes.

Um dos exemplos é a decisão quanto ao estádio que abrigará não mais que quatro jogos do mundial. O que se vende é que a melhor solução é o atual estádio do Atlético. Não é a melhor loca-lização, precisa se corrigir o fato de ter sido construído sobre o Rio Água Verde, além de ser necessário criar espaço para a construção do estacionamento - requisito imposto pelo atual Código de Ocupação do Município de Curitiba – o qual inclusive estava vigente quando da construção, mas não foi considerado.

O que não se observou antes da tomada de decisão de poucos, e que não deixou de ser salientado nas discussões técnicas de entidades, é que todo o planejamento da cidade de Curitiba reservou à região do Tarumã o espaço para implantação dos equipamentos esporti-vos. Lá já foram edificados o Ginásio Almir de Almeida, o estádio do Pinheirão, o hipódromo, a Secretaria de Esportes. O acesso ao Tarumã ficou bastante facilitado com a construção da Linha Verde, a Avenida Victor Ferreira do Amaral tem pistas duplas e pode ser ampliada sem desapropriações – um cenário adequado para viabili-zar o atendimento das exigências da FIFA. E não somente isso.

Sejamos visionários! Nesta região poderemos atender as decisões da Conferência de Esportes de implantar equipamentos que visem preparar atletas de alta performance visando às Olimpíadas de 2016. O futebol deve compor o cenário e não se tornar o ator principal.

A Copa deve ser conduzida como instrumento para incentivar o esporte, promover a inclusão social e o desenvolvimento. A Copa pode mais. E pede mais. A sociedade anseia por responsabilidade das autoridades, respeito à legislação vigente, principalmente àque-las que disciplinam o uso do solo, controlam os gastos públicos para confirmar que este país está preocupado e compromissado com as futuras gerações.

gILBERTO PIVA é engenheiro civil e vice-presidente do CREA-PR

Curitiba está preparada

OPINIÕES Assessora do IPPUC e vice-presidente do CREA-PR têm visões diferentes

para a Copa de 2014?

Page 48: CREA . Edição 66 . Dez 2010