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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HISTÓRIA Plano de aula com uso de imagem ALINE COTRIM Disciplina: Didática e prática de ensino de história II Professora: Carina Martins Título da Aula: Os símbolos do período napoleônico Questão central: a construção da ideia de poder e fama de Napoleão Bonaparte Idade dos alunos / turma: 9º ano do ensino fundamental Duração da aula: 50 minutos de aula Sequência didática / unidade: O que veio antes Aula 1: A França antes da Revolução Francesa – características da sociedade e da economia. Aula 2: Revolta Aristocrática; a convocação da Assembleia dos Estados Gerais; a formação da Assembleia Nacional Constituinte; a tomada da Bastilha, fim dos privilégios feudais, a redução do poder do clero. 1

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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HISTÓRIA

Plano de aula com uso de imagem

ALINE COTRIM

Disciplina: Didática e prática de ensino de história II

Professora: Carina Martins

Título da Aula: Os símbolos do período napoleônico

Questão central: a construção da ideia de poder e fama de Napoleão Bonaparte

Idade dos alunos / turma: 9º ano do ensino fundamental

Duração da aula: 50 minutos de aula

Sequência didática / unidade:

O que veio antes

Aula 1: A França antes da Revolução Francesa – características da sociedade e da economia.

Aula 2: Revolta Aristocrática; a convocação da Assembleia dos Estados Gerais; a formação

da Assembleia Nacional Constituinte; a tomada da Bastilha, fim dos privilégios feudais, a

redução do poder do clero.

Aula 3: a Monarquia Constitucional; a República, girondinos e jacobinos; os jacobinos no

poder; governo do diretório, o golpe do 18 Brumário e a ascensão de Napoleão Bonaparte.

O que vem depois

- a Era Napoleônica (Consulado, reorganização do Estado; Império, política expansionista,

reação ao expansionismo francês bloqueio continental, a derrota na Rússia; Governo dos cem

dias) e a Santa Aliança.

No final da aula:

1

Todos os alunos vão: reconhecer os principais símbolos do Império Napoleônico e saber o

que eles significam.

A maioria dos alunos vai: entender que é necessário relativizar o olhar quando de analise uma

imagem, seja ela qual for.

Alguns alunos vão: perceber características específicas em uma imagem e relacioná-las a um

período histórico.

Recursos a serem usados:

- o quadro negro

- a quadro Napoléon 1er sur le trône ou Sa majesté l’empereur des Français, de Ingres.

Tempo Atividade

5 min. Organização da sala.

5 min. Apresentação oral de como a aula acontecerá (revisão dos últimos

assuntos estudados, entrega e leitura da fonte, análise da fonte)

10 min. Revisão dos assuntos estudados nas últimas aulas (falar rapidamente como

se deu o desenrolar da Revolução Francesa, e como Napoleão chegou ao

poder).

5 min. Conversar sobre imagens. O que são imagens? Quadros, desenhos, fotos.

5 min. Distribuir a imagem do quadro de Napoleão. Deixar que eles olhem a

imagem com atenção (provavelmente farão alguma piada em relação a

veste dele, entre outros aspectos).

20 min. Análise da imagem; perguntar (e a resposta)

- analisar a imagem em si, o que tem nela, que objetos, que cores (tem um

homem sentado em um trono, ele usa bastante roupa, as cores vermelho,

branco e dourado são dominantes, um roupa de veludo, dois cetros, um

2

tapete, a assinatura de quem fez o quadro e o ano).

- falar para os alunos que a técnica de pintura do quadro é óleo sobre a

tela, é uma obra encomendada, ela tem 2,60m por 1,63m, e foi pintada em

1806 por Jean-Auguste Dominique Ingres.

- perguntar se alguém sabe quem é o homem retratado; é Napoleão

Bonaparte, um general francês que virou imperador. Contextualizar

Napoleão e a época retratada (em maio de 1804, o Senado francês ratificou

um plebiscito que houvera na França que restabelecia a monarquia no país,

mas sob a denominação de Império. Napoleão foi declarado imperador e

coroado em 2 de dezembro de 1804). Portanto, quando o quadro ficou

pronto Napoleão já era imperador da França.

- sendo assim, perguntaria aos alunos, qual a função que eles acham que o

quadro podia ter (mostrar quem era o imperador da França, mostrar o

quanto ele era poderoso, etc.).

- mostrarei aos alunos as especificidades do quadro. Napoleão é retratado

com seus símbolos de poder: o trono, a coroa de folhas de louro

confeccionada em ouro, remetendo a pessoas que atingiam a glória na

Grécia Antiga (como, por exemplo, quem ganhava as Olimpíadas), a veste

rica e pomposa com bordados, veludos e detalhes dourados, os cetros, um

com a mão da justiça e outro com a águia imperial, a espada, o tapete com

a imagem de uma águia. É importante observar que alguns desses objetos

de potência transmitida na coroação, já tinham sido usados pelos reis da

França: um cetro encimado por uma estátua de Carlos Magno (imagem 2),

a mão de Justiça (direita) e inspirado espada Joyeuse, lendária espada de

Carlos Magno (imagem 4).

- analisando mais detalhadamente, na figura 2, Napoleão segura o cetro

chamado de "Carlos Magno", que teria pertencido a Charles V. A estatueta

representa Carlos Magno, segurando lírio cetro em uma mão eo globo

imperial do outro.

- na imagem 3, a espada, modelado em Joyeuse, pertencia tambem a

Carlos Magno e é parte das regalias da coroação transmitidos atravésdos

3

reis da França. Também se pode ver o robe e coturno (inspirado em um

antigo cadarço). Ambos os acessórios são em cetim branco bordado e

enfeitado com voltas de ouro.

- na imagem 4, o tapete mostra a águia e, medalhões, padrões desejados

pelo artista. Tal referência é a Virgem eo Menino com Raphael, uma

figura recorrente na obra de Ingres. Vemos também signos do zodíaco,

como a balança tradicionalmente associado com Júpiter.

- outro ponto importante a se pensar ao analisar uma imagem é procurar

saber qual a recepção que ela teve quando foi feita e como é vista hoje.

Hoje este retrato, um dos mais famosos de Napoleão, é bem aceito, no

entanto, na época ele não foi bem visto por seus contemporâneos que o

consideravam "gótico" e "bárbaro". A originalidade da composição, a face,

sentado, a cabeça emergindo de uma roupa “exagerada”, como se ele

tivesse se afogando (reparem que só a única parte do seu corpo que tem a

pele exposta é o rosto), de fato longe das representações habituais do

imperador, que se aproxima aqui da representação de Zeus ou um ícone

bizantino.

Pensar a imagem hoje. Falar para os alunos que é importante também

pensar por onde esse quadro passou desde que foi feito, onde foi exposto e

onde é exposto hoje. Entre 1806 e 1814, o quadro fez parte da coleção do

Corpo Legislativo da França, que integrava a coleção dos museus reais.

Em 1832, o rei Louis-Philippe o doa para o Hotel dos Inválidos, onde se

encontra o Museu das Armas. Hoje ele está no Museu das Armas, em

Paris, na França, numa seção especifica sobre Napoleão Bonaparte, na sala

“A corte imperial”. O museu tem muitas exposições permanentes sobre o

exercito francês ao longo da história, e as guerras enfrentadas pela França.

Portanto, o museu que conta a história da Era Napoleônica está num

museu que conta a história das guerras francesas e as lutas dessa sociedade

em se manter como um conjunto. Pode-se concluir que esse quadro desde

que foi feito integrou exposições sobre a realeza e pouco depois também

sobre o exercito francês, ligado a ideia de honra e luta pela pátria, 4

relacionando assim essas mesmas ideias ao personagem de Napoleão e a

memória que se tem dele, pelo menos na França.

5 min. Perguntar se há alguma dúvida, tirar, caso haja e finalizar a aula.

Imagens

Imagem 1 - Napoléon 1er sur le trône ou Sa majesté l’empereur des Français, de Jean-Auguste Dominique Ingres, de 1806.

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Imagem 2 - cetro de Charles V.

Imagem 3 - espada de Carlos Magno.

6

Imagem 4 - tapete.

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