cotas raciais

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trabalho de HS

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Por ser recente, o sistema de cotas para negros carece de estudos que renam dados gerais do conjunto de universidades brasileiras. Mesmo analisados separadamente, eles trazem respostas extraordinrias. de se imaginar que os alunos oriundos de colgios privados tenham, na universidade, desempenho muito acima de seus pares cotistas. Afinal, eles tiveram uma educao exemplar, amparada em mensalidades que custam pequenas fortunas. Mas a esperada superioridade estudantil dos no cotistas est longe de ser verdade. A Uerj analisou as notas de seus alunos durante 5 anos. Os negros tiraram, em mdia, 6,41. J os no cotistas marcaram 6,37 pontos. Caso isolado? De jeito nenhum. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que tambm referncia no Pas, uma pesquisa demonstrou que, em 33 dos 64 cursos analisados, os alunos que ingressaram na universidade por meio de um sistema parecido com as cotas tiveram performance melhor do que os no beneficiados. E ningum est falando aqui de disciplinas sem prestgio. Em engenharia de computao, uma das novas fronteiras do mercado de trabalho, os estudantes negros, pobres e que frequentaram escolas pblicas tiraram, no terceiro semestre, mdia de 6,8, contra 6,1 dos demais. Em fsica, um bicho de sete cabeas para a maioria das pessoas, o primeiro grupo cravou 5,4 pontos, mais dos que os 4,1 dos outros (o que d uma diferena espantosa de 32%).As cotas raciais deram certo porque seus beneficiados so, sim, competentes. Merecem, sim, frequentar uma universidade pblica e de qualidade. No vestibular, que o princpio de tudo, os cotistas esto s um pouco atrs. Segundo dados do Sistema de Seleo Unificada, a nota de corte para os candidatos convencionais a vagas de medicina nas federais foi de 787,56 pontos. Para os cotistas, foi de 761,67 pontos. A diferena entre eles, portanto, ficou prxima de 3%. ISTO entrevistou educadores e todos disseram que essa distncia mais do que razovel. Na verdade, quase nada. Se em uma disciplina to concorrida quanto medicina um coeficiente de apenas 3% separa os privilegiados, que estudaram em colgios privados, dos negros e pobres, que frequentaram escolas pblicas, ento justo supor que a diferena mnima pode, perfeitamente, ser igualada ou superada no decorrer dos cursos. Depende s da disposio do aluno. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma das mais conceituadas do Pas, os resultados do ltimo vestibular surpreenderam. A maior diferena entre as notas de ingresso de cotistas e no cotistas foi observada no curso de economia, diz ngela Rocha, pr-reitora da UFRJ. Mesmo assim, essa distncia foi de 11%, o que, estatisticamente, no