uma discussão sobre cotas raciais

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RESUMO: Ao longo de séculos, vem se estendendo discussões sobre as raças, seus direitos e deveres, criando assim um sistema em que há uma diferenciação entre “cores”. Com o passar do tempo, houve grandes transformações e diminuiu mais as diferenças raciais perante a sociedade, mas ainda há um caminho longo até o ideal. Se houver ideal? Duarte e Suanno (2014) relatam leis e acontecimentos importantes para a socialização de modo geral, como o já implantado no Brasil, sistema de cotas raciais, na tentativa de equidade às chances de todas as raças de acesso e um curso superior. Mandela lutou pelos direitos iguais, criando leis que assegurava igualdade de direitos a todas as raças. No Brasil, a abolição libertou os afro descendentes do regime de trabalho escravo, mas não garantiu os mesmos direitos que os brancos. Cumpre lembrar que a escravidão dos negros africanos no Brasil tem toda uma questão econômica e de poder. No momento em que foi necessário a abolição da escravatura, a fizeram sem garantir dignidade e cidadania aos mesmos. Duarte e Suanno (2014, p. 86) asseveram que “Após a abolição da escravatura não foi garantido aos negros condições básicas de sobrevivência com dignidade. Não sendo assegurado escolaridade, direitos, trabalho, terras para produzirem e muito menos moradia, deixando-os excluídos e marginalizados.”. Dessa foram passaram a compor a camada social dos oprimidos. Isso foi corrigido somente na Constituição de 1.988. Se foi! Duarte e Suanno (2014, p. 87) apresentam que “Os programas de ações afirmativas são na verdade políticas de correção de desigualdades sociais e formas de efetivação de direitos.”. Esses programas visam combater preconceitos e prevenir a discriminação. Por haver um grande impacto discriminatório, consequente do passado, e, na tentativa de corrigir essa problemática, o governo criou um sistema de cotas para o acesso ao Ensino Superior. A legislação brasileira afirma que como objetivo fundamental da República é construir uma sociedade livre, justa e solidária para garantir o desenvolvimento nacional, dando possibilidades a índios e negros, para frequentarem escolas e universidades, de boa qualidade como todos os demais. Mediante o artigo 5º da Constituição Federal do Brasil de 1988, em Duarte e Suanno (2014, p. 92) “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo aos brasileiros e aos estrangeiros residentes neste País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Eis uma discussão importante: quando os negros terão esses direitos?! Precisamos entender todos, indiferente de raça, etnia, cor ou gênero, somos seres humanos e que nossa humanidade se constrói nas relações sociais estabelecidas. Então, que humanos queremos que sejamos?! REFERÊNCIA: DUARTE, Débora Cristina Lacerda de Lima e SUANNO, Marilza Vanessa Rosa. Universidade e Políticas Públicas de Cotas Raciais. In: REIS, Marlene Barbosa de Freitas (Org.) DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA: práticas interdisciplinares no Ensino Superior. Anápolis: UEG, 2014. RESENHA : Lançado em 2013 e baseado em fatos reais, o filme “12 anos de escravidão” (12 years a slave) conta a história de Solonon Northup (Chiwetel Ejiofor), um escravo liberto, que no ano de 1841, é sequestrado e forçado a trabalhar de forma escrava, passando por dois senhores, Ford (Benedict Cumberbatch) e Edwin Epps (Michael Fassbender), na região de Louisiana, EUA. O filme é um drma de 2 h e 13 min, que retrata a situação desumana, de maus tratos que os negros passaram na época da escravidão, e imediatamente após sua abolição. O que se observa em toda relação de submissão é a ignorância, o poder, a humilhação, o não reconhecimento do outro enquanto um ser humano e por isso, a desobrigação de garantir seus direitos a cidadania. Mesmo depois de legalizado esse direito, o mesmo não é reconhecido e respeitado. Nessa concepção o ser humano tem cor e não coração. Na era em que o tempo e espaço https:// moviesense.files.wordpr ess.com/ COTAS RACIAIS: Algo para ser discutido ALVES, Maria Clara, FERREIRA, Patricia, INACIO, Daniel Cardoso, RAMIRO, Patricia Acadêmicos da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Jussara, Curso de Licenciatura em Matemática, componentes do grupo GEFOPI.

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Page 1: Uma discussão sobre cotas raciais

RESUMO: Ao longo de séculos, vem se estendendo discussões sobre as raças, seus direitos e deveres, criando assim um sistema em que há uma diferenciação entre “cores”. Com o passar do tempo, houve grandes transformações e diminuiu mais as diferenças raciais perante a sociedade, mas ainda há um caminho longo até o ideal. Se houver ideal? Duarte e Suanno (2014) relatam leis e acontecimentos importantes para a socialização de modo geral, como o já implantado no Brasil, sistema de cotas raciais, na tentativa de equidade às chances de todas as raças de acesso e um curso superior. Mandela lutou pelos direitos iguais, criando leis que assegurava igualdade de direitos a todas as raças. No Brasil, a abolição libertou os afro descendentes do regime de trabalho escravo, mas não garantiu os mesmos direitos que os brancos. Cumpre lembrar que a escravidão dos negros africanos no Brasil tem toda uma questão econômica e de poder. No momento em que foi necessário a abolição da escravatura, a fizeram sem garantir dignidade e cidadania aos mesmos. Duarte e Suanno (2014, p. 86) asseveram que “Após a abolição da escravatura não foi garantido aos negros condições básicas de sobrevivência com dignidade. Não sendo assegurado escolaridade, direitos, trabalho, terras para produzirem e muito menos moradia, deixando-os excluídos e marginalizados.”. Dessa foram passaram a compor a camada social dos oprimidos. Isso foi corrigido somente na Constituição de 1.988. Se foi! Duarte e Suanno (2014, p. 87) apresentam que “Os programas de ações afirmativas são na verdade políticas de correção de desigualdades sociais e formas de efetivação de direitos.”. Esses programas visam combater preconceitos e prevenir a discriminação. Por haver um grande impacto discriminatório, consequente do passado, e, na tentativa de corrigir essa problemática, o governo criou um sistema de cotas para o acesso ao Ensino Superior. A legislação brasileira afirma que como objetivo fundamental da República é construir uma sociedade livre, justa e solidária para garantir o desenvolvimento nacional, dando possibilidades a índios e negros, para frequentarem escolas e universidades, de boa qualidade como todos os demais. Mediante o artigo 5º da Constituição Federal do Brasil de 1988, em Duarte e Suanno (2014, p. 92) “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo aos brasileiros e aos estrangeiros residentes neste País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Eis uma discussão importante: quando os negros terão esses direitos?! Precisamos entender todos, indiferente de raça, etnia, cor ou gênero, somos seres humanos e que nossa humanidade se constrói nas relações sociais estabelecidas. Então, que humanos queremos que sejamos?!

REFERÊNCIA: DUARTE, Débora Cristina Lacerda de Lima e SUANNO, Marilza Vanessa Rosa. Universidade e Políticas Públicas de Cotas Raciais. In: REIS, Marlene Barbosa de Freitas (Org.) DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA: práticas interdisciplinares no Ensino Superior. Anápolis: UEG, 2014.

RESENHA : Lançado em 2013 e baseado em fatos reais, o filme “12 anos de escravidão” (12 years a slave) conta a história de Solonon Northup (Chiwetel Ejiofor), um escravo liberto, que no ano de 1841, é sequestrado e forçado a trabalhar de forma escrava, passando por dois senhores, Ford (Benedict Cumberbatch) e Edwin Epps (Michael Fassbender), na região de Louisiana, EUA. O filme é um drma de 2 h e 13 min, que retrata a situação desumana, de maus tratos que os negros passaram na época da escravidão, e imediatamente após sua abolição. O que se observa em toda relação de submissão é a ignorância, o poder, a humilhação, o não reconhecimento do outro enquanto um ser humano e por isso, a desobrigação de garantir seus direitos a cidadania. Mesmo depois de legalizado esse direito, o mesmo não é reconhecido e respeitado. Nessa concepção o ser humano tem cor e não coração. Na era em que o tempo e espaço estão cada vez mais reduzidos, encontramos ainda situações em que a cor, a raça, a etnia ou o gênero ainda está separado e distanciado da díade cidadania-direitos humanos. Ser humano é ser cidadão. Ser cidadão é ter seus direitos garantidos. Ser humano cidadão é ser respeitado com igualdade. https://

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COTAS RACIAIS: Algo para ser discutido

ALVES, Maria Clara, FERREIRA, Patricia, INACIO, Daniel Cardoso, RAMIRO, Patricia

Acadêmicos da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Jussara, Curso de Licenciatura em Matemática, componentes do grupo GEFOPI.