costa e gonÇalves junior (sd) inclusão, educação e diversidade - múltiplos olhares

14
7/24/2019 COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares http://slidepdf.com/reader/full/costa-e-goncalves-junior-sd-inclusao-educacao-e-diversidade-multiplos 1/14 INCLUSÃO, EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE: MÚLTIPLOS OLHARES COSTA, Vanderlei Balbino da – SPQMH/NEFEF/UFSCar [email protected] GONÇALVES JUNIOR, Luiz – SPQMH/NEFEF/UFSCar [email protected] Área Temática: Educação: Diversidade e Inclusão Agência Financiadora: IFP-FCC Resumo Ao abordar a problemática da inclusão, é público e notório perceber que há, no sistema educacional, em especial na concepção dos professores, muitas dúvidas sobre o que é melhor para a educação das pessoas com deficiência, integração ou inclusão? Nossa reflexão é a de que a inclusão tem como uma de suas principais metas, oportunizar que todas as pessoas com deficiências possam ingressar no ensino regular, independente do grau de sua deficiência. Nesse artigo iremos procurar fazer uma reflexão acerca da inclusão na educação, em especial, quando referimo-nos a diversidade. A inclusão escolar configura-se como um tema que vem provocando aos professores alguns momentos de reflexões, principalmente, quando observamos na escola os múltiplos olhares dos educadores frente à inclusão na diversidade. Nosso objetivo nesse artigo é provocar algumas inquietações aos professores que atuam no ensino regular. Para tanto, nossa intenção é averiguar a concepção dos professores acerca da inclusão escolar no contexto da diversidade. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, pautada na concepção teórica de vários autores que abordam essa temática de pesquisa. Nesse artigo lançamos mão de referenciais teóricos que abordam a questão da educação, inclusão e diversidade. Deste modo, é relevante ressaltar que foram enfatizados os múltiplos olhares dos professores que estão se debruçando frente a temática da inclusão. Nossas considerações finais acerca dessa temática são a de que a inclusão escolar é um processo novo em nossa legislação educacional, portanto ainda difícil de ser aceito. Assim, resta-nos empenho, dedicação e aceitação, pois mudar o modelo que aí está posto, romper com o paradigma tradicional, eliminar barreiras são, entre tantas outras, as maiores dificuldades que os professores vêm encontrando acerca da inclusão educacional nesse novo milênio. Palavras-chave: Escola; Professor; Educação; Inclusão e Diversidade  

Upload: heitor-amaral

Post on 20-Feb-2018

245 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

7/24/2019 COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

http://slidepdf.com/reader/full/costa-e-goncalves-junior-sd-inclusao-educacao-e-diversidade-multiplos 1/14

INCLUSÃO, EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE: MÚLTIPLOS

OLHARES

COSTA, Vanderlei Balbino da – SPQMH/NEFEF/[email protected] 

GONÇALVES JUNIOR, Luiz – SPQMH/NEFEF/[email protected] 

Área Temática: Educação: Diversidade e InclusãoAgência Financiadora: IFP-FCC

Resumo

Ao abordar a problemática da inclusão, é público e notório perceber que há, no sistemaeducacional, em especial na concepção dos professores, muitas dúvidas sobre o que é melhorpara a educação das pessoas com deficiência, integração ou inclusão? Nossa reflexão é a deque a inclusão tem como uma de suas principais metas, oportunizar que todas as pessoas comdeficiências possam ingressar no ensino regular, independente do grau de sua deficiência.Nesse artigo iremos procurar fazer uma reflexão acerca da inclusão na educação, em especial,quando referimo-nos a diversidade. A inclusão escolar configura-se como um tema que vemprovocando aos professores alguns momentos de reflexões, principalmente, quandoobservamos na escola os múltiplos olhares dos educadores frente à inclusão na diversidade.Nosso objetivo nesse artigo é provocar algumas inquietações aos professores que atuam noensino regular. Para tanto, nossa intenção é averiguar a concepção dos professores acerca dainclusão escolar no contexto da diversidade. A metodologia utilizada foi a pesquisabibliográfica, pautada na concepção teórica de vários autores que abordam essa temática depesquisa. Nesse artigo lançamos mão de referenciais teóricos que abordam a questão daeducação, inclusão e diversidade. Deste modo, é relevante ressaltar que foram enfatizados osmúltiplos olhares dos professores que estão se debruçando frente a temática da inclusão.Nossas considerações finais acerca dessa temática são a de que a inclusão escolar é umprocesso novo em nossa legislação educacional, portanto ainda difícil de ser aceito. Assim,resta-nos empenho, dedicação e aceitação, pois mudar o modelo que aí está posto, rompercom o paradigma tradicional, eliminar barreiras são, entre tantas outras, as maiores

dificuldades que os professores vêm encontrando acerca da inclusão educacional nesse novomilênio.

Palavras-chave: Escola; Professor; Educação; Inclusão e Diversidade 

Page 2: COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

7/24/2019 COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

http://slidepdf.com/reader/full/costa-e-goncalves-junior-sd-inclusao-educacao-e-diversidade-multiplos 2/14

 

3954

Introdução

A trajetória histórica da inclusão teve seu marco inicial na década de noventa, onde

foram realizadas diversas convenções internacionais em vários países e continentes.

No ano de 1990 ocorreu a Convenção Mundial de Educação Para Todos. É relevante,

no entanto, ressaltar que nessa convenção as Nações Unidas fizeram aprovar em assembléia,

importantes artigos que passaram a garantir direito e democratização do ensino para todos,

independentemente das diferenças particulares e/ou individuais dos alunos.

Os traços da exclusão e marginalização social encontram-se presentes no tratamento

que os Portadores de Necessidades Especiais (PNEs) recebem da sociedade. Nesse contexto,

em um primeiro momento eram as instituições religiosas que davam abrigo a esses chamados

“defeituosos”. Num momento posterior, eram as instituições estatais que passaram a assumir

esse papel, não com o objetivo de incluí-los, mas sim como forma de “armazená-los,

depositá-los, amontoá-los” em abrigos, centros de recuperação, sanatórios, asilos e prisões,

que de forma errônea durante décadas foram chamados de locais para reabilitação e

integração. Na prática, entretanto, essas instituições não se prestavam a tais fins (C AIADO,

2003; RODRIGUES, 2006).

Nossa pretensão com esse artigo é contribuir para que:

•  Os(as) docentes possam se despojar do medo, da insegurança, do preconceito e

da resistência;

•  A comunidade escolar possa olhar para o novo, o dessemelhante e para a

diversidade, não como um obstáculo, mas sim como um atributo significante

ao sistema educacional;

•  Os(as) estudantes possam romper barreiras, superar seus próprios limites,

vencer desafios, eliminar preconceitos;

•  O sistema educacional possa se adequar para receber na escola todas as

pessoas, sejam elas deficientes ou não;

•  Estudantes Portadores de Deficiência que já freqüentam o ensino regular sejam

efetivamente incluídos e não apenas integrados. 

Da segregação, onde as pessoas deficientes eram colocadas, depositadas e rejeitadas

em esferas inferiores, cuja meta era mantê-las escondidas para não “manchar” a sociedade,

Page 3: COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

7/24/2019 COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

http://slidepdf.com/reader/full/costa-e-goncalves-junior-sd-inclusao-educacao-e-diversidade-multiplos 3/14

 

3955

percorremos estreitos caminhos, travamos longas batalhas, enfim, enfrentamos grandes

desafios em busca de nossa identidade.

Nossa perspectiva nesta reflexão é que esse processo possa se configurar enquanto

uma ação educativa total, na qual a escola deve se abrir para incluir todos e todas. Nesse

sentido é de fundamental importância ressaltar Carvalho (2006):

Sob esse aspecto, os “is” da inclusão escolar exigem de nós reflexões sobre:•  A individualidade - o que significa não perder no todo, a satisfação dasnecessidades e interesses de cada um;•  A identidade – o que significa reconhecer-se, aceitando as própriascaracterísticas distintas das demais pessoas. E, no caso de pessoas com deficiência,significa não negá-las ou mascará-las, possibilitando o desenvolvimento dapersonalidade dos alunos, conferindo-lhes autonomia e auto-estima positiva.•

 

Os ideais democráticos – o que significam a busca da equidade, isto é, daequiparação de oportunidades, oferecendo-se, de direito e de fato o que todos e cadaum necessitam para o exercício da cidadania;

•  A remoção de barreiras para a aprendizagem e para a participação de todos –o que significa pensar nas barreiras enfrentadas pelos alunos e naquelasexperimentadas pelos educadores e pelas famílias, interferindo no processo deconstrução dos conhecimentos, pelos alunos. (p.155) 

Na perspectiva da diversidade, numa escola de todos e para todos, a nosso ver a

inclusão não é uma forma de negação da deficiência. Não queremos também negar as

diferenças e/ou a existência da diversidade. Nossa pretensão com esse estudo é fazer com que

aqueles que não acreditam na inclusão, possam ver a possibilidade de que ser deficiente

também é ser capaz. Ser diferente é também ser dotado de possibilidades, enfim, ser portador

de alguma necessidade é ter direito de mostrar suas potencialidades, conforme ressalta Lima

(2006):

Não estamos negando a existência da deficiência, mas estamos negando que umapessoa com deficiência seja deficiente. Não estamos negando que uma deficiênciafuja do padrão de normalidade atualmente aceito, mas estamos negando a

possibilidade de que, por conta dessa normalidade, se exclua pessoas comdeficiência da sociedade. Também não estamos negando a existência das diferenças,porém estamos refutando a existência de “deficiências” menores (p.62).

Nesse artigo procuramos fazer uma reflexão acerca da inclusão na educação, em

especial, quando referimo-nos a diversidade. A inclusão escolar configura-se como um tema

que vem provocando aos professores alguns momentos de reflexões, principalmente, quando

observamos na escola os múltiplos olhares dos educadores frente à inclusão na diversidade.

Nosso objetivo com esse artigo é provocar inquietações aos professores que atuam no ensino

regular. Para tanto, a intenção é averiguar a concepção dos professores acerca da inclusão

Page 4: COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

7/24/2019 COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

http://slidepdf.com/reader/full/costa-e-goncalves-junior-sd-inclusao-educacao-e-diversidade-multiplos 4/14

 

3956

escolar no contexto da diversidade. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica,

pautada na concepção teórica de vários autores que abordam essa temática de pesquisa. Nesse

artigo lançamos mão de referenciais teóricos que abordam a questão da educação, inclusão e

diversidade. Deste modo, é relevante ressaltar que foram enfatizados os múltiplos olhares dos

professores que se debruçam frente a temática da inclusão.

Integração e Inclusão: Múltiplos Olhares

Num rápido olhar para a Declaração Mundial de Educação Para Todos em 1990, fica

claro qual é a verdadeira função da escola que é constituída para atender a todos. Nesse

sentido, basta observar que a Convenção defende que toda criança tem direito à educação e ao

acesso aos conhecimentos, e que as escolas na perspectiva da diversidade devem acolher

todos e todas, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais,

lingüísticas ou outras. Destaca o entendimento de que a expressão “necessidades educativas

especiais” refere-se a todas as crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua

capacidade ou de suas dificuldades de aprendizagem. Encerra que as escolas têm que

encontrar a maneira de educar com êxito todas as crianças, inclusive as com deficiências

graves.

Pensar no outro, no diferente, na diversidade, é pensar na possibilidade de reduzir eeliminar as barreiras do preconceito, da discriminação e da desigualdade. Neste contexto,

Dussel (2001) citado por Oliveira (2006) afirma:

Aceitar o argumento do outro supõe-se o aceitar o outro como igual, e esta aceitaçãodo outro como igual é uma posição ética, é o reconhecimento ético ao outro comoigual, quer dizer, aceitar o argumento não é somente uma questão de verdade, é,também uma aceitação da pessoa do outro (p.70).

Se partirmos do pressuposto de que segundo a Organização das Nações Unidas (ONU,2002), 10% da população mundial é portadora de algum tipo de necessidades especiais e que

apenas 3% é atendida, então podemos perceber que grande parte desses deficientes estão

desprovidos de seus direitos sociais como: lazer, cultura, emprego e educação (VIEIRA, 2005).

Dessa forma torna-se evidente que nossos educandos ainda não estão incluídos e que,

portanto, o complexo fenômeno da inclusão escolar ainda não é uma garantia de todos.

Page 5: COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

7/24/2019 COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

http://slidepdf.com/reader/full/costa-e-goncalves-junior-sd-inclusao-educacao-e-diversidade-multiplos 5/14

 

3957

Frente ao complexo processo de inclusão escolar entendemos que devemos centrar em

princípios como: a aceitação das diferenças individuais, a valorização de cada pessoa, a

convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem através da cooperação.

O problema crucial para que no sistema educacional atual não ocorra a inclusão,

centra-se em dogmas autoritários que alguns professores e/ou gestores da educação insistem

em manter. É nesse contexto, contudo, que Freire (1987) tece ferrenhas críticas ao modelo de

educação, em especial quando se refere à concepção “bancária” que em sua essência nega a

dialogicidade como fator primordial à educação, fazendo com que a mesma se torne anti-

dialógica para realizar a superação. Freire (1987) é enfático em defender a dialogicidade entre

os sujeitos, propondo uma educação problematizadora que afirma a dialogicidade e se faz

dialógica.Desse modo, “normal, perfeito, certo, bem constituído” são “valores” que a sociedade

elege como qualidade humana. Mas, e as Pessoas Portadoras de Deficiência, devem ser

consideradas anormais, defeituosas e diferentes? Lima (2006), diz que não:

Normalidade exprime-se por sua sincronicidade histórica, regional, social, etc.Exprime-se por interesses e por atos excludentes. Considerar-se normal é considerara existência de outros, cujos atributos diferem dos que você elegeu para anormalidade, ao fazê-lo, promoveu a exclusão dos que desses atributos não

partilham, ou apenas não são considerados capazes de partilhar (p.61).

Numa escola libertadora, humana e humanizante cuja prioridade é a diversidade, a

inclusão se legitima a partir das necessidades de que todos(as), sem distinção, devem ser

incluídos, não importando, portanto, qualquer que seja a etnia e/ou cultura e/ou orientação

sexual e/ou deficiência.

Neste sentido, Mantoan (2003) sublinha a importância da inclusão na escola:

A escola, para muitos alunos, é o único espaço de acesso aos conhecimentos. É olugar que vai proporcionar-lhes condições de se desenvolverem e de se tornaremcidadãos, alguém com uma identidade sócio-cultural que lhes conferiráoportunidades de ser e de viver dignamente (p.53).

Em se tratando da escola, instituição criada para libertar homens e mulheres da

opressão e da alienação política, a meu ver ao contrário dos seus objetivos, esta escola tem se

configurado como seletista, marginalizadora e conservadora e, portanto, não permitindo a

todos e todas, oportunidades e/ou igualdades.

Page 6: COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

7/24/2019 COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

http://slidepdf.com/reader/full/costa-e-goncalves-junior-sd-inclusao-educacao-e-diversidade-multiplos 6/14

 

3958

Partindo desta premissa Brandão (1986), faz uma crítica a esta educação excludente

propondo:

[...] porque a educação sobrevive aos sistemas e, se em um ela serve à reprodução dadesigualdade e à difusão de idéias que legitimam a opressão, em outro pode servir àcriação da igualdade entre os homens e à pregação da liberdade. Uma outra aindapoderia ser: “porque a educação existe de mais modos do que se pensa e, aquimesmo, alguns deles podem servir ao trabalho de construir um outro tipo de mundo(p. 99).

Nossa reflexão acerca da sociedade que não observa o outro, o diferente, o estranho,

enfim, que não respeita a diversidade, cria estereótipos que nos levam a preconceitos e

discriminações que prejudicam os próprios membros do grupo “dominante” e aos outros, às

vezes de uma maneira brutal, piorando a qualidade de vida em sociedade, reduzindo nossasoportunidades, diminuindo as nossas chances de realização como humanidade a caminho de

um futuro cheio de incertezas, cheio de possibilidades para nele nos realizarmos.

Nesta perspectiva, a questão crucial que envolve o programa de ensino pautado na

educação escolar é a indefinição entre o processo de integração e o de inclusão. No primeiro,

a integração é para os alunos deficientes que conseguem se adaptar ou se adequar ao sistema,

seja ele o de ensino ou de trabalho. Partindo desse pré-suposto, levanta-se aqui a seguinte

indagação: se o processo de integração é a inserção do deficiente à sociedade tendo ele que seadaptar ao meio social sem que esta se modifique para recebê-lo, então como ficam aqueles

que não conseguem se integrar, se adaptar, enfim, se adequar ao convívio social? Essa questão

nos remete a fazer uma outra reflexão, a nosso ver a maioria não consegue se integrar e,

portanto, continua fora do sistema que é excludente, seletista, conservador e marginalizador.

O problema é que na escola, as práticas sociais e os processos educativos se encontram

ladeadas por dois discursos: de um lado, o discurso da inclusão educacional pautado no

despreparo dos profissionais da educação que não têm ou não recebem formação adequadapara conviver com esta realidade. De outro lado, o problema é o da integração que a nosso ver

não serve, porque só integra aqueles que conseguem adaptar-se ao meio, se manter no

sistema, sem que a sociedade se modifique para recebê-lo. Partindo dessa premissa, o grande

questionamento é: “e aqueles que não conseguiram se integrar?”. Essa indagação incorre no

desenraizamento e numa perda de origem social. Conforme afirma Bosi (1979):

Não há memória para aqueles a quem nada pertence, tudo o que o trabalho criou,

lutou, cairá no anonimato ao fim do percurso errante. A violência que separou

Page 7: COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

7/24/2019 COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

http://slidepdf.com/reader/full/costa-e-goncalves-junior-sd-inclusao-educacao-e-diversidade-multiplos 7/14

 

3959

articulações desconjuntou seus esforços, esbofeteou suas esperanças, espolioutambém a lembrança de seus feitos, cairá no esquecimento (p.110).

Em nossa reflexão nesse estudo somos partidários de que o processo de inclusão

escolar deve ocorrer em todo sistema de ensino. Partilhamos também da idéia de que a

inclusão é a forma pela qual todas as pessoas, deficientes ou não, devam ser incluídas no

ensino regular. No entanto, temos a clareza de que a educação inclusiva por se tratar de um

processo novo na nossa legislação educacional, configura-se como um projeto de educação

em construção, portanto, inconcluso, que ainda não está pronto e acabado. Seu fracasso ou o

seu sucesso depende de nós para que a educação se torne verdadeiramente inclusiva, nesse

sentido, libertadora. Nesse prisma, observa Freire (1992):

Inventamos a possibilidade de nos libertar na medida em que nos tornamos capazesde nos perceber como seres inconclusos, limitados, condicionados, históricos.Percebendo, sobretudo, também, que a pura percepção da inconclusão, da limitação,da possibilidade, não basta. É preciso juntar a ela a luta política pela transformaçãoda realidade (p.100).

A nosso ver incluir é o modelo de inserção mais radical que deve ocorrer no ensino

regular. Nesse sentido defendemos a idéia de que a inclusão é a melhor forma de oportunizar

e possibilitar que as pessoas deficientes possam desempenhar suas capacidades e/ou

potencialidades, independente do grau de sua deficiência ou de sua diferença social.

Numa análise sistemática observada por estudiosos da temática em questão, poder-se-

ia dizer que a inclusão é a forma pela qual todas as pessoas devem ser incluídas no sistema de

ensino sem que haja preconceitos, discriminações e desrespeito às diferenças. Partindo do pré-

suposto de que a inclusão propõe que todos os alunos e alunas devem ser incluídos, então, de

acordo com Sassaki (1997) a inclusão é:

(...) o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemassociais gerais, pessoas com necessidades especiais, e simultaneamente estas sepreparam para assumir seus papéis na sociedade. A inclusão social constitui, então,um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, emparceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação deoportunidades para todos (p.41).

Desse modo, a meu ver incluir é despojar de preconceitos, discriminações, aceitar as

diferenças, respeitar a diversidade. Incluir é garantir espaços, abrir horizontes, respeitar o

outro, o diferente, enfim, possibilitar que todos possam mesmo sendo diferentes gozar de

direitos sociais, políticos e culturais.

Page 8: COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

7/24/2019 COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

http://slidepdf.com/reader/full/costa-e-goncalves-junior-sd-inclusao-educacao-e-diversidade-multiplos 8/14

 

3960

Conforme destaca Sassaki (1997):

O processo de inclusão, como veementemente venho enfatizando, é um processo deconstrução de uma sociedade para todos, e dentro dessa sociedade um dos direitos

básicos de todo ser humano é a aspiração à felicidade ou, como outros lhe preferemchamar, à qualidade de vida (p.33).

As correntes de pensamento que discutem a inclusão na diversidade de pessoas

portadoras de deficiência no ensino regular escolar são unânimes em tecer ferrenhas críticas

ao sistema educacional que marginaliza, pois propõem a possibilidade de construir um novo

paradigma da educação (CAIADO, 2003; RODRIGUES, 2006).

Nos parece um tanto quanto distorcida a idéia de que a inclusão deve centrar-se apenas

pelo sistema de ensino, sistematizado, pelas vias escolares, tendo como base a educaçãoformativa, pautada em aspectos pedagógicos, teóricos e conceituais dirigidos por decretos ou

orientados por pseudo-profissionais que não vivem ou nunca viveram e vivenciaram práticas

sociais de inclusão. Adverso a essa arcaica postura pedagógica excessivamente escolar,

Dussel (2000) propõe:

É necessário terminar com a “era escolar” que a burguesia moderna européia inicioue que Rousseau definiu com seu Émile. Trata-se de uma verdadeira “síndromepedagógica” que é preciso saber superar, especialmente em nossa América Latina,região periférica e dependente, onde a “escola” é o sistema pelo qual se aliena omembro da cultura popular e não se permite que chegue à cultura ilustrada(deixando em sua subjetividade o gosto amargo do fracasso, mas, ao mesmo tempo,a consciência culpada de não ser “culto”: aceita-se então passivamente o estado deopressão popular neocolonial) (p. 207).

Pensar no outro, no diferente, na diversidade, é pensar na possibilidade de conviver

 juntos mesmo que no grupo possa haver a diferença. Nesse sentido, vale a pena ressaltar que

de acordo com Bulgarelli (2004):

A diversidade como valor fortalece e se fortalece com o movimento deresponsabilidade social corporativa porque, além de tudo, está identificada com osinteresses legítimos da sociedade e contribui para a superação de desigualdadesintoleráveis geradas pela discriminação arbitrária, sem justificativa, injustas,portanto (p.07).

As diferenças de gêneros, atitudes, valores culturais, são formas que ao longo da nossa

convivência social aprendemos conhecer o outro, enquanto ser que pertence à mesma

sociedade. Neste sentido Mantoan (2003) observa:

Page 9: COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

7/24/2019 COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

http://slidepdf.com/reader/full/costa-e-goncalves-junior-sd-inclusao-educacao-e-diversidade-multiplos 9/14

 

3961

As diferenças culturais, sociais, étnicas, religiosas, de gênero, enfim, a diversidadehumana está sendo cada vez mais desvelada e destacada e é condição imprescindívelpara se entender como aprendemos e como compreendemos o mundo e a nósmesmos (p.16).

Nesse ínterim, é importante ressaltar que ao pensar, refletir e analisar a prática social

da convivência escolar e os processos educativos envolvidos possibilita que homens e

mulheres possam se conscientizar do importante papel que ocupam na sociedade atual. Sendo

assim, Brandão (1986) ressalta que “não há uma forma única nem um modelo único de

educação: a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino

escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu único praticante”

(p.09).

Mas o que é conscientizar? Em linhas gerais diríamos que conscientizar é saber

decidir, ter clareza daquilo que preconiza ser relevante à conquista de espaços coletivos.

O modelo de homem, de mundo e de sociedade idealizado por Freire (1999) só pode

ser vivenciado, percebido e experenciado através da dialogicidade, pela qual homens e

mulheres se comunicam, constroem e reconstroem, criam e recriam, compreendem e

dialogam, falam com o outro, ouve, se faz “mestre libertador”.

Se partirmos do princípio que a escola real que temos, não é ideal para se efetivar o

processo de inclusão escolar, então devemos levantar alguns questionamentos. SegundoMantoan (2003):

O que significa educação para todos? O que implicaria a igualdade e oportunidade?Quais as demandas que emergem no processo ensino-aprendizagem? Como a escolatem se organizado para responder essa demanda? Como se dá na prática pedagógicaà diversidade em que pais, alunos, comunidade estão participando do projeto-político-pedagógico da escola? Enfim, a escola está caminhando para a inclusãosocial, ou está maquiando uma realidade apenas com objetivo de fugir do fenômenoda exclusão social? (p. 25).

Motiva-nos nesse estudo vislumbrar a possibilidade de lutar por uma educação cidadã

que propicie o direito de todas e de todos ao ensino e a aprendizagem em escolas regulares.

Nesse sentido, quando percebemos a possibilidade de conviver com as diferenças e,

portanto, com a diversidade, vale salientar o que pensa Boaventura de Souza Santos (citado

por BULGARELLI, 2004): “Temos o direito de ser igual quando a diferença nos inferioriza,

temos o direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza” (p.07).

Em se tratando da escola, instrumento criado supostamente para libertar homens e

mulheres da opressão e da alienação política, a meu ver ao contrário dos seus objetivos, esta

Page 10: COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

7/24/2019 COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

http://slidepdf.com/reader/full/costa-e-goncalves-junior-sd-inclusao-educacao-e-diversidade-multiplos 10/14

 

3962

escola tem se configurado como seletista, excludente, marginalizadora e conservadora e,

portanto, não permitindo a todos e todas, oportunidades e/ou igualdades.

Fazer da escola um espaço onde todos possam ter os mesmos direitos; onde todos

possam ser tratados com igualdade; onde os alunos deficientes não sejam olhados como “o

anormal”, onde a escola possa ver a diversidade não como um problema, mas sim como um

atributo somatório na construção das experiências; onde a escola seja um espaço capaz de

garantir que professoras e professores, coordenadores e coordenadoras, pais e mães, alunos e

alunas e a comunidade como um todo, com ou sem algum tipo de deficiência, possam crescer

 juntos em busca de uma sociedade humanizada, onde a pessoa seja o alvo principal.

Pensar nessa prática social presente dentro do sistema escolar e nos processos

educativos para além das arestas da escola nos remete pensar numa educação que seja capazde promover a conscientização de todos e de todas. Acerca dessa assertiva Fiori (1986)

observa: “A verdadeira educação é participação ativa neste fazer em que o homem se faz

continuamente. Educar, pois, é conscientizar e conscientizar equivale buscar essa plenitude da

condição humana” (p.03).

A pesquisa que permeia nossa reflexão vê o processo de inclusão enquanto ação

educativa total, na qual a escola deve se abrir para incluir todos e todas. Nesse sentido é de

fundamental importância ressaltar Carvalho (2006) quando observa: “a individualidade”(preservando os interesses individuais); “a identidade” (que significa valorizar a auto-estima

de forma positiva); “os ideais democráticos” (que significa a legitimação dos direitos para o

exercício pleno da cidadania); e “a remoção de barreiras para a aprendizagem e para a

participação de todos”.

Está presente em nosso imaginário que o processo de conscientização, dialogicidade,

humanização e, por conseguinte, de libertação não se dá só pelas vias da educação escolar. É

por esta razão que a reflexão Freireana parte do princípio de que é impossível a educação semque o educando eduque a si mesmo no próprio processo de sua libertação. Assim, torna-se

evidente que sem uma educação que busca promover a conscientização, o processo de

dialogicidade, de humanização entre todos e todas não será possível a conquista da nossa

liberdade. Partindo dessa premissa Fiori (1986) faz algumas considerações:

Só assim será possível repor os termos dos problemas de uma educaçãoautenticamente libertadora: força capaz de ajudar a desmontar o sistema dedominação, e promessa de um homem novo, dominador do mundo e libertador do

homem (p.03).

Page 11: COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

7/24/2019 COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

http://slidepdf.com/reader/full/costa-e-goncalves-junior-sd-inclusao-educacao-e-diversidade-multiplos 11/14

 

3963

Nessa trajetória profissional, o maior desafio da escola que observa o outro, o

estranho, o diferente e que respeita a diversidade é garantir a educação para todas as pessoas

historicamente excluídas, marginalizadas e oprimidas. Isso se configura, a nosso ver, umprocesso relativamente novo em nossa legislação, Dessa maneira, a razão pela qual a escola

ainda privilegia apenas aqueles considerados “normais”. Nesse sentido Caiado (2003)

considera:

O direito à educação de pessoas deficientes é muito recente em nossa legislação.Como prática social, a educação à pessoa deficiente aparece em nossa história cominiciativas tímidas e isoladas, sempre muito aquém da demanda social... (p.99-100).

Neste ideário, nossa intenção é promover na escola o processo de inclusão e favorecer

que os portadores de deficiência possam não só freqüentar o sistema educacional regular, mas

também se manter nele, rompendo barreiras, superando limites e vencendo obstáculos.

Considerações Finais

Dentro do escopo de nossa reflexão, fazer da escola um espaço onde todos possam ter

os mesmos direitos; onde todos possam ser tratados com igualdade de direitos; onde os alunos

deficientes não sejam olhados como “o outro, o anormal, o diferente”; onde a escola possa ver

a diversidade não como um problema, mas sim como um atributo somatório na construção

das experiências; onde a escola seja um espaço capaz de garantir que professoras e

professores, coordenadores e coordenadoras, pais e mães, alunos e alunas e a comunidade

como um todo, com ou sem algum tipo de deficiência, possam crescer juntos em busca de

uma sociedade humanizada, onde a pessoa seja o alvo principal. Diante dessa afirmação,

Hargreaves (1998) observa:

Fazer da escola um espaço de mudança é transformá-la numa comunidade educativade partilhas de trabalho e de cultura, com o envolvimento efetivo de todos, noprocesso educativo comum da inclusão. Nunca será demais estimular, de todas asformas, a participação de todos os que fazem a escola, incluindo, aí, a família e acomunidade, como recurso de incentivo e apoio ao processo de inclusão (p.84-85).

Enfim, a meu ver incluir é despojar de preconceitos, discriminações, aceitar as

diferenças, respeitar a diversidade. Incluir é garantir espaços, abrir horizontes, respeitar o

outro, o diferente, em síntese, possibilitar que todos possam mesmo sendo diferentes gozar de

direitos sociais, políticos, culturais... Essa reflexão preliminar levou-nos a uma indagação: até

Page 12: COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

7/24/2019 COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

http://slidepdf.com/reader/full/costa-e-goncalves-junior-sd-inclusao-educacao-e-diversidade-multiplos 12/14

 

3964

quando as pessoas portadoras de deficiências iram esperar que ocorra no ensino regular a

inclusão escolar?

Nossa intenção nesta reflexão é demonstrar que a inclusão propõe mudanças de

paradigmas, sepulta o modelo singular de educação, sugere sua pluralidade, abala a arcaica

estrutura do professorado, enfim, permite que as alunas e os alunos sejam aqueles, cuja

identidade não está centrada em um modelo único e intocável, ao contrário, na escola

inclusiva as alunas e os alunos constroem conjuntamente com a comunidade escolar a sua

identidade diante das experiências coletivas.

Nesse aspecto Mantoan (2003) ressalta:

A inclusão é produto de uma educação plural, democrática e transgressora. Elaprovoca uma crise escolar, ou melhor, uma crise de identidade institucional, que, porsua vez, abala a identidade dos professores e faz com que seja ressignificada aidentidade do aluno. O aluno da escola inclusiva é outro sujeito, que não tem umaidentidade fixada em modelos ideais, permanentes, essenciais (p.32).

Esses aspectos, no entanto, nos remetem a seguinte constatação: a inclusão escolar é

um processo novo, portanto ainda difícil de ser aceito. Resta-nos, contudo, empenho,

dedicação, vontade, pois mudar o modelo que aí está posto durante décadas, eliminar barreiras

que impedem nossas ações, quebrar paradigmas conservadores que nos marginalizam, que

nos oprimem e nos excluem, romper obstáculos que nos impossibilitam de lutar pela nossa

independência, são entre outros, os maiores desafios aos educadores e educadoras.

A educação libertadora, humana e humanizante na perspectiva da diversidade no novo

milênio que ora se inicia, necessariamente deve observar a questão ética diante das diferenças

que, a nosso entender, deve imediatamente sepultar o sistema educacional que exclui,

marginaliza, desqualifica pessoas, grupos, comunidades. Nesse sentido, Pires (2006), faz

referência a alguns pontos, como: propor a inclusão sem renunciar a prática da segregação,

permite constatar que só uma sociedade livre e democrática pode garantir efetivamente na

escola a inclusão de todos, independentemente se estes são deficientes ou não; deste modo a

escola de uma “comum-unidade” deve abraçar “a diversidade e a pluralidade das diferenças”,

cujo papel primordial do educador constitui em ser um educador de todos e para todos; numa

escola inclusiva o educador ético é aquele que tem consciência de que a prática da inclusão “é

socialmente construída”, vivida e percebida entre todas as pessoas que compõem o processo

de ensino e aprendizagem.

Page 13: COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

7/24/2019 COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

http://slidepdf.com/reader/full/costa-e-goncalves-junior-sd-inclusao-educacao-e-diversidade-multiplos 13/14

 

3965

A prática social da convivência escolar centrada em referenciais teóricos como

Brandão (1986), Dussel (2000), Fiori (1986), Freire (1987, 1992, 1997, 1999...), entre outros

autores estudados para a elaboração deste artigo, têm contribuído, no sentido de poder

entender a questão das diferenças, levando-nos a refletir sobre as seguintes asserções:

“ Ninguém se educa sozinho, os homens se educam em comunhão”; “O mestre se revela ao

discípulo e o discípulo se revela ao mestre”; “Somos seres inconclusos”; “ A educação como

 práxis de libertação leva-nos à conscientização”; “O mundo humano não é espetáculo de

inteligência pura, nem modelagem de ação cega: é obra de mãos inteligentes”.

REFERÊNCIAS

BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade: lembranças de velhos. São Paulo, Ed. T. A. Queiroz,1979.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense. 1986. (ColeçãoPrimeiros Passos: 20).

BULGARELLI, Reinaldo S. A diversidade e a experiência de fazer juntos.  2004.Disponível em: <http:www.unicrio.org.br/textos /dialogo/reinaldo_s_bulgarelli.html> Acessoem: 17 de maio de 2007.

CAIADO Kátia Regina Moreno. Aluno deficiente visual na escola: lembranças edepoimentos, 1° edição, Campinas SP, ed. Autores Associados: PUC, 2003.

CARVALHO, Rosita Édler. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”.  4ª ed. PortoAlegre, ed. Mediação, 2006.

DUSSEL, Enrique. Para uma ética da libertação latino-americana: III – erótica epedagógica. Tradução de Luiz João Gaio. São Paulo: Loyola, 2000.

FIORI, Ernani. M. Conscientização e Educação. Educação & Realidade, Porto Alegre,V.11, n.1, p.3-10, 1986.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

______. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio deJaneiro: ed. Paz e Terra, 1992.

______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paze Terra, 1997.

______. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.

Page 14: COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

7/24/2019 COSTA E GONÇALVES JUNIOR (Sd) Inclusão, Educação e Diversidade - Múltiplos Olhares

http://slidepdf.com/reader/full/costa-e-goncalves-junior-sd-inclusao-educacao-e-diversidade-multiplos 14/14

 

3966

HARVEAGRES, Handy. Os professores em tempo de mudança: o trabalho e a cultura doprofessor na idade pós-moderna. Lisboa: McGraw Hill, 1998, p.84-85.

LIMA, Francisco José de. Ética e Inclusão: o estatus da diferença. In: MARTINS, Lúcia de

Araújo Ramos. et. al. [orgs.]. Inclusão: Compartilhando Saberes. Petrópolis: ed. Vozes,2006, pág. 54-66.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer?. SãoPaulo: Moderna, 2003. (Col. Cotidiano Escolar).

OLIVEIRA, Ivanilde Apoluceno de. A problemática da ética da diferença e da exclusãosocial: um olhar dusseliano. In: MARTINS, Lúcia de Araújo Ramos. et. al. [orgs.].Inclusão: compartilhando saberes. Petrópolis: ed. Vozes, 2006. p.67-77.

PIRES, José. A questão ética frente às diferenças: uma perspectiva da pessoa como valor. In: MARTINS, Lúcia de Araújo Ramos. et. al. [orgs.]. Inclusão compartilhando saberes.Petrópolis – Rio de Janeiro, ed. Vozes, 2006.p.78-94.

RODRIGUES, David. Inclusão e Educação: Doze olhares sobre a educação inclusiva. SãoPaulo: ed. Summus, 2006.

SASSAKI, R. K. Inclusão:  construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA,1997.

VIEIRA, José Carlos. Democracia e Direitos Humanos no Brasil. São Paulo: Edições

Loyola, 2005.