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Entrevista Luiz Antonio Marrey Em discussão Paulo Sérgio Leite Fernandes MP e Democracia Roberto Livianu Ação em Destaque Instituto Pólis Tribuna Livre Eloy Ojea Gomes Com a Palavra Claudio Julio Tognolli e Juca Kfouri Revista do Movimento do Ministério Público Democrático Ano I - Número I - Edição Bimestral Corrupção do Agente Público

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EntrevistaLuiz Antonio Marrey

Em discussãoPaulo Sérgio Leite Fernandes

MP e DemocraciaRoberto Livianu

Ação em DestaqueInstituto Pólis

Tribuna LivreEloy Ojea Gomes

Com a PalavraClaudio Julio Tognolli

e Juca Kfouri

Revista do Movimento do Ministério Público Democrático

Ano I - Número I - Edição Bimestral

Corrupção do Agente Público

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CAPA : ILUSTRAÇÃO KIPPER

DiálogoNÚMERO UM

10EM DISCUSSÃOCorrupção do Agente Público

m p dONLINE

www.mpd.org.br

AGENDA

EVENTOS E ACONTECIMENTOS NAS ÁREAS DE

ATUAÇÃO DO MPD

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SOCIAIS.

ENQUETES

QUESTÕES EM DEBATE ACERCA DE TEMAS

DE RELEVO NACIONAL.

18TRIBUNA LIVREEloy Ojea Gomes

GRUPOS DEDISCUSSÃO

EM BREVE O MPD DISPONIBILIZARÁ

GRUPOS DE DISCUSSÃO PARA VOCÊ.

20COM A PALAVRAClaudio Julio Tognolli

e Juca Kfouri

6ENTREVISTALuiz Antonio Marrey

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seções4

Publicações porInês Büschel

Eventos

O que acontece no MPD.

Memórias do MP

Por Antônio Visconti

Humor

O MPD recomenda

A Charge do momento

Editorial

O MPD falando diretamentecom você.

5Por Roberto Livianu

MP e Democracia

14Trocando Idéias

Súmula Vinculante eControle Externo da Justiça

12Instituto Pólis.

Ação em destaque

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A revista “Diálogo”, que ora apresentamos, é fruto de anos deexperiência em comunicação social, que vínhamos fazendo por intermédio donosso “Boletim”, cujo espaço se tornou pequeno para a divulgação das idéiasdebatidas pela nossa entidade.

Hoje sentimo-nos fortes o bastante, para ampliar este canal decomunicação, propulsor de nossos ideais democráticos.

Nesta primeira edição, colocamos em debate o tema atual da “Corrupçãodo Agente Público”.

A luta contra a corrupção e a impunidade constitui grandepreocupação da sociedade brasileira e, por conseguinte, do MinistérioPúblico, ao qual incumbe agir em nome dela, na esfera criminal como narepressão à improbidade administrativa.

Discute-se, então, sobre a possibilidade legal de o Ministério Públicosubstituir-se à Polícia Judiciária na investigação criminal – e o SupremoTribunal Federal está decidindo a momentosa controvérsia, com resultadoimprevisível – sobre a extensão da legislação sobre improbidadeadministrativa – também sob o crivo da mais alta Corte, já existindoentendimento segundo o qual os detentores de mandato eletivo estãofora do alcance daquela, sujeitos apenas às sanções por crime deresponsabilidade, e ainda sobre o foro privilegiado para mandatáriossuspeitos de improbidade, no suposto de que se sujeitem à Lei deImprobidade Administrativa. Paralelamente, vozes prestigiosas advogama chamada lei da mordaça, buscando pôr óbices à comunicação deautoridades públicas com a sociedade, via meios de comunicação.

Negar-se ao Ministério Público a possibilidade de buscar diretamenteprovas que embasem instauração de processos criminais, retirar agentespolíticos do âmbito da lei de improbidade ou ainda dar-lhes foro privilegiado,contribuirá, inegavelmente, para o alastramento da corrupção, do abusode poder e da violação dos direitos humanos. E obstaculizar a comunicaçãodo Ministério Público, Poder Judiciário, Polícia e demais autoridades com opovo, via mídia, ao argumento de proteger a reputação de suspeitos degraves infrações à lei, parece constituir desrespeito ao direito de todos àinformação.

Evidentemente há que estar sempre vigilante contra a nefastainfluência do corporativismo, à qual nenhuma instituição está imune;sabidamente o poder correcional ordinário é praticamente inexistente paraMagistrados e membros do Ministério Público de 2ª Instância e não se temnotícia de punição de algum membro dessas carreiras por abuso de poderou do direito de informar a população sobre sua atuação, situação queindubitavelmente enfraquece o repúdio à lei da mordaça e ao poderinvestigatório do Ministério Público.

Além disso, a possibilidade de investigação direta de fatos criminosospelo Ministério Público há de ter caráter eminentemente supletivo –naquelas hipóteses restritas nas quais é indispensável, pena de consagrar-se a impunidade, e não pode sobrelevar-se à indispensável cooperaçãocom a Polícia Judiciária, que deve ser a regra. Há de se ter em vista querivalidades menores entre instituições, lamentavelmente não raras,favorecem exclusivamente os que deveriam ser apanhados nas malhasda lei.

Talvez fosse oportuno amiudar debates francos entre os diretamenteenvolvidos – Juízes, Promotores, Delegados, Advogados - e representantesda sociedade, aprofundando consensos e marcando melhor as dissenções,com vistas, porém, a dar eficácia real ao combate à corrupção e àimprobidade, essas chagas da realidade brasileira, tanto mais gravesquanto enormes as carências da população.

A Revista Diálogo é uma publicaçãodo Movimento do Ministério PúblicoDemocrático.Janeiro/ Fevereiro de 2004.Tiragem 5000 exemplares.

Movimento do Ministério Público DemocráticoRua Riachuelo no 217 5o andarCep 01007-000 - Centro - SP - São PauloTel./fax: (11) [email protected]

Conselho Editorial:Airton Florentino de BarrosAlberto Carlos Dib JúniorAlexander Martins MatiasAnna Trotta YarydAntonio Alberto MachadoAntonio ViscontiCarlos Gilberto Menezello RomaniEla Wiecko Volkmer de CastilhoFernando Masseli HeleneInês do Amaral BüschelInês Virgínia Prado SoaresJaqueline Lorenzetti MartinelliLuiz Alberto Esteves ScaloppeManuel Sérgio da Rocha MonteiroMaria Izabel do Amaral Sampaio CastroNelson Roberto BugalhoNeudival Mascarenhas FilhoPaula Bajer Martins da CostaPlínio de Arruda SampaioRoberto LivianuSamuel Sérgio SalinasValderez Deusdedit Abbud

DIRETORIAPresidente:Alberto Carlos Dib JúniorVice-presidente:Neudival Mascarenhas FilhoTesoureiro:Eduardo RheingantzPrimeiro-secretário:Rodrigo Canellas DiasSegunda-secretária:Anna Trotta YarydConselho Fiscal:Paulo Antônio Lüdke de OliveiraPaulo César Corrêa BorgesPlínio Antônio Britto GentilAssessoria de Comunicação:Face Virtual Planej e Consult. Ltda [email protected]. / fax: (11) 5084-5054Jornalista-responsável:Lizandra Cardelino (Mtb 58.410)[email protected]ção:Lizandra CardelinoProjeto gráfico:Ana FidalgoMarcelo TeixeiraMarketing:Reynaldo [email protected]:Allan ClempeIlustrações:Guz - [email protected].: (31) 9929-9882Kipper - [email protected].: (11) 3825-2470Impressão:GT Editora Assessoria e Rep. Com. Ltda.Tel.: 4227.5188 / 4227.2996Fax.: 4227.4659

Os artigos publicados com assinaturanão traduzem necessariamente aopinião desta revista.

EDITORIALCombate à corrupção

fale conoscoA sua participação é muito importante para nós. Mande sua sugestão, crítica ou comentário.

Na próxima edição, o tema será Violência Doméstica.

Movimento do Ministério Público Democrático.Rua Riachuelo, no 217 - 5o andar.Cep: 01007-000. Centro. São Paulo - SP.

Tel./fax: (11) 3241-4313Site: www.mpd.org.brE-mail : [email protected]

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Corrupção do Agente Públicofrente à Democracia.

Roberto Livianu*

“... o Brasil foi visto,via de regra, como

uma suculenta minade riquezas a ser

explorada...”

Os quinhentos e poucos anos da História denosso país nos mostram que o Brasil foi visto, via deregra, como uma suculenta mina de riquezas a serexplorada. Desde as capitanias hereditárias até osdias de hoje, parece sempre ter sido muito difícil vere zelar pela preservação da esfera pública, diante datendência historicamente voraz no sentido de serincorporada à esfera privada pelos indivíduos quesucumbem à tentação patr imonia l i s ta de seassenhorear de interesses que pertencem a todosindistintamente.

A análise fenomenológica da corrupção emnosso país indica seu profundo enraizamento culturalem nosso povo. Além disso , sempre ex is t iuconsiderável tolerância em relação aocr ime de corrupção bem como aosdemais “crimes do colarinho branco”,não sendo tão comuns as ondas declamor público por punição destescr imes que se possam compararàquelas que brotam em razão daprát ica de del i tos v io lentos ous implesmente v io ladores dopatrimônio individual , mesmo semviolência.

No entanto, o vigoroso combatejur ídico aos a tos de corrupção éimperat ivo é t ico nas soc iedades democrát icas ,porque e les vulneram diretamente o patr imôniopúblico e lesam a moralidade e diversos interessesda sociedade.

Para neutralizar a corrupção, é imprescindívelter t ransparência i r r igando as re lações que seconstróem de forma multilateral em torno do poder.Além disso , ex igem-se e f icazes mecanismos decontrole e personagens em condições de manejá-los,sendo notável ter-se atribuído constitucionalmente opapel de protagonista ao Ministério Público, como sevê no art. 129, III da Carta Magna.

Os mais importantes pr inc ípios é t icosrepublicanos recomendam que o Ministério Público

priorize no universo de suas ações e iniciativas aluta contra a corrupção por v io lar e la odesenvolvimento sócio-econômico, o meio ambiente,os dire i tos da infância e juventude, os d ire i toshumanos, as instituições democrática, os direitos el iberdades individuais e por agravar a pior dasdoenças soc ia is do mundo de ho je : a profundadesigualdade emergente da injusta distribuição dariqueza.

A eficiência na luta contra a corrupção nãocombina com privilégios, como o foro especial. Poristo, andou bem a Lei de Improbidade Administrativa(8.429/92) quando eliminou estes injustos favoreslegais , submetendo os responsáveis por atos de

improbidade , qualquer que se ja aparcela de poder que detenham, viade regra, ao julgamento pelo juízocomum de primeira instância.

O êxito contra a corrupção precisade todas as ferramentas jurídicas, nãobastando a persecução penal, sendofundamental a responsabilização civil,quer por ações populares, quer porações civis públicas, para citar apenasalguns exemplos.

Mas, o que parece fundamentalpara o êxito do Ministério Público

nesta empreitada é enxergar que não é saudávelconcentrar poderes nas mãos de uma ou poucas desuas figuras, que sempre se podem tornar alvo maisfácil de pressões políticas de todo o gênero.

Para a prevalência dos princípios do EstadoDemocrático de Direito é preciso espalhar o poderanti-corrupção da instituição pelas mãos de cada umdos seus membros, capilarizando sua intervenção,que tenderá a se tornar b l indada e imune àspressões , nem sempre legí t imas , por parte dosdetentores do poder.

* Promotor de Justiça, integrante do Movimento do Ministério PúblicoDemocrático.

MP E DEMOCRACIAMP E DEMOCRACIA

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Diálogo Hoje não passa muitotempo sem se tomar conhecimento deum novo escândalo. A corrupção vemaumentando ou sempre foi igual,estando apenas mais visível ?

Marrey É difícil fazer umaafirmação comprovada quanto àquantidade de corrupção, uma vezque nós não temos um índice quepossa possibilitar uma comparação.Uma sociedade melhor organizada,mais conhecedora de seus direitos,traz à tona um número maior decasos. Além disso quandofuncionamos em regime de plena

liberdade de imprensa, issofacilita a discussão de casos decorrupção em público. É claroque sempre houve casos decorrupção, não só naadminis t ração públ ica mastambém na área da iniciativaprivada. Esses últ imos casosnão são tão v is íve is poismuitas empresas preferemabafá- los , a inda que tomemmedidas contra o empregadoque agiu de maneira corrupta.Enfim, a grande corrupção setornou mais sof i s t i cada emalguns aspectos mas uma

sociedade mais aber ta a tornamais visível.

Diálogo Qual o impacto doforo privilegiado na persecução dacorrupção ?

Marrey O impacto serágrande se adotada a prerrogativade foro em matér ia de le i deimprobidade, pois os Tribunaisestão abarrotados de serviço e atramitação das ações origináriassempre foi mais lenta pela própriaforma de organização dosTribunais. Creio portanto que a

A Corrupção e o Ministério Público

Luiz Antonio MarreyENTREVISTAENTREVISTA

O ex-procurador-geral dajustiça (1996/2000 e 2002/2004) Luiz AntonioGuimarães Marrey falasobre corrupção e a posiçãodo Ministério Público emrelação à mídia e o controleexterno da polícia.

Marrey ingressou no MinistérioPúblico do Estado de São Paulo emsetembro de 1980. Foi Promotor deJustiça; Procurador de Justiça eProcurador-Geral de Justiça por trêsmandatos: 1996/1998, 1998/2000 e 2002/2004.Em entrevista concedida à RevistaDiálogo, o também sócio-fundador eex-dirigente do MPD fala sobre as leisbrasileiras, a atuação no MinistérioPúblico e as mudanças que devem serfeitas para se ter um melhor controleda corrupção.

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adoção de tal instituto trará aindamaiores di f iculdades napersecução .

Diálogo Em que medida pode oaperfeiçoamento do processoelei toral , bem como a reformapolítica, reduzir a corrupção?

Marrey A resposta daJust iça elei toral na apuração deabuso de poder econômico deveriaser mais rápida e eficaz. Se issoocorresse nós poderíamos chegara um dos indicativos de corrupção,em especial quando envolve quemocupa a máquina pública.Em nenhuma hipótese pode sejust i f i car corrupção comnecessidade de financiamento decampanha. A patologia ocorre emface da falta de princípios éticos emorais das pessoas . Na minhaopinião , se for adotada a lgumaforma de financiamento público decampanha, a corrupção nãodiminuir ia , pois aqueles que aprat icam encontrar iam outros“pretextos” para continuar a fazê-lo.

Diálogo O controle externo dapolícia vem servindo para o combateà corrupção? Qual o nível decontaminação pelo cr imeorganizado na ação dos agentespúblicos no Brasil ?

Marrey O controle externoda atividade policial vem sendoexercido com dificuldades mas éc laro que forneceu outrosinstrumentos na ver i f i cação daregular idade das apurações .

Quando se passa a ver i f i carquais inquér i tos não foraminstaurados ou aqueles que nãotêm tramitação regular , nóspodemos eventualmenteencontrar situações suspeitas.O conceito de crime organizadoexige necessar iamente ainfiltração ou a intervenção deagentes públ icos na suaprática. È impossível dizer comcerteza qual o índice decontaminação, mas e le não épequeno. De quando em

quando surgem not íc ias depol ic ia is fazendo escol ta decarga roubada ou mesmoenvolvidos com sequestradoresou máf ias do jogo . Outrosservidores públ icos tambémpart ic ipam de esquemas dedesvio de verbasprevidenciár ias e ass im pordiante.É evidente que não podemosgeneral izar pois se osenvolvidos fossem a maioria, avida bras i le i ra f i car iainsuportável . Convém no

entanto , aperfe içoar osmecanismos de prevenção ef i sca l ização , por exemplo , dacompatibilidade entre os padrõesde v ida e os rendimentos deservidores para evi tar a lgumasurpresa.

Diálogo A divulgação pelamídia da prática de corrupção ajudao Ministério Público ? E a chamada“mordaça” , de que formarepercutiria na ação do MinistérioPúblico ? A sociedade civil temdenunciado mais a corrupção?

Marrey A divulgação danot íc ia , se fe i ta de maneiraresponsável e fundada, a juda arepressão à corrupção pois aspessoas ficam sabendo, colaboramcom o Ministério Público com maisinformações e f i ca mais d i f íc i l“empurrrar o lixo para debaixo dotapete”. É evidente que é precisocaute la para não se cometerinjustiças.A adoção da “mordaça” seria muitoprejudicial à própria sociedade poisimpediria o Ministério Público deprestar contas de seus a tos .Haveria um tratamento desigual,pois o advogado poder ia fa larpubl icamente aqui lo que énecessár io ao seu exerc íc ioprof iss ional e o “advogado dasociedade”, que é o Promotor, seriasilenciado. Trata-se de uma medidade inspiração nitidamente elitista,pois somente surgiu quando aJust iça passou a incomodaralgumas pessoas de maior podereconômico ou político.A soc iedade, por força da

“A “mordaça” seriamuito prejudicial àprópria sociedade.

....Haveria umtratamentodesigual o

advogado poderiafalar publicamente... e o “advogadoda sociedade” ... oPromotor seria

silenciado..”

ENTREVISTAENTREVISTA

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“Leis podem seraperfeiçoadas

mas é comvontade políticaque se combate

corrupção.”

divulgação de casos temcolaborado mais com as suasinst i tuições , em especia l com oMinistério Público, pois passou aconfiar nele e na sua atuação.

Diálogo A lei brasileira ésuficiente ou insuficiente para coibira prát ica da improbidadeadministrativa?

Marrey A le i não étota lmente suf ic iente , mas sefosse aplicada para valer já seriabom. Há entendimento quedificulta ou impede o acesso doMinistério Público à determinadasinformações sem autorização doPoder Judic iár io . Em algumascircunstâncias isso dificulta muitoo t rabalho e a lguma soluçãointermediária pelo menos deveriaser adotada , com as devidascautelas.Outra questão diz respei to àimensa di f iculdade, em face daatual leg is lação penal , de seconseguir que um grande corruptocumpra pena pr ivat iva deliberdade, que é a única que elet e m e .

Diálogo Que balanço sepode fazer da ação do MinistérioPúblico nesse campo? A Justiça temmostrado vontade de punir acorrupção e quais as punições têmsido efetivas ?

Marrey O Minis tér ioPúbl ico tem s ido a pr inc ipalinstituição no combate à corrupçãono Brasil. Os sucessos maiores temocorr ido com a apl icação dachamada “ le i de improbidade”,cujas infrações são apuradas em

inquérito civil presidido pelomembro do Ministério Público.Nesse campo tem sido obtida adevolução de recursosdesviados em expressivo valor.Quem prat ica a tos deimprobidade ho je não es tátota lmente l ivre deconsequências pelos seus atos.De qualquer forma também têmsido obt idas condenaçõescr iminais de corruptos emnúmero maior do que seobt inha antes . Cre io que hátambém uma consciência cada

vez maior na magis tra turaquanto à gravidade dascondutas de corrupção, que sãoc laramente danosas àsoc iedade. É nossa tarefaconseguir provas suf ic ientespara conseguir condenações.É evidente que por uma sériede fatores o resultado final dadis tr ibuição da Just iça porvezes ainda é desigual apesardo esforço de muitos juizes epromotores. Seria inaceitáveluma Just iça que secaracterizasse como Justiça de

classes .No entanto, fazer valer o princípioda igualdade perante a lei, além devontade polít ica dos operadoresdo dire i to , ex ige umaprofundamento dademocrat ização das re lações nopaís.

Diálogo O que é precisomudar para se ter um melhorcontrole da corrupção ?

Marrey É prec iso umtrabalho con junto e constanteentre as vár ias inst i tuições quetêm parcela de responsabilidadeem repr imir a corrupção. Èessencial que Ministério Público,polícia, órgãos das receita federale es tadual a tuemsis temat icamente em forças-tarefa . Não é poss íve l quequalquer prof iss ional do se torpúblico se aproprie de informaçõesque devam ser compart i lhadasentre todos aqueles que operam nocombate à corrupção.É essencia l obter a p lenacolaboração do Banco Centra lquando se t ra ta de invest igarlavagem de dinheiro . Muitospassos têm s ido dado nessesentido. É preciso também treinaros prof iss ionais quanto alegislação de combate à lavagemde dinheiro, cuja aplicação no Brasilainda é recente.Os Tribunais de contas tambémtêm importância fundamental nocombate à corrupção, pois porvezes a i rregularidade formal éindicativo de algo mais grave.Leis podem ser aperfeiçoadas masé com vontade pol í t i ca que secombate corrupção.

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A investigação direta pelo Ministério Público- Corrupção e outros crimes

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Neudival Mascarenhas Filho*EM DISCUSSÃOEM DISCUSSÃO

1. Alguns setores denossa sociedade são contra apossibilidade de investigação criminaldireta pelo Ministério Público. Alegamque seria inconstitucional e ilegítima,o que não procede.

2. O Constituinte de1988 assegurou ao Ministério Públicoa titularidade privativa da ação penalpública (art. 129, I), bem como, dentreoutras atribuições, a de exercer ocontrole externo da atividade policial(art. 129, VII).

Assim, como concedeu aoMinistério Público o poder de ingressarcom a ação penal, implicitamenteconcedeu-lhe os meios necessários aoexercício deste munus constitucional. Éo conhecido princípio da“constitucionalidade implícita”,cunhado pela Suprema Corte norte-americana. Por conseguinte, se oMinistério Público pode o mais, que éexercitar a titularidade da Ação penalpública (atividade-fim), pode o menos,que é colher os subsídios necessáriospara embasar a propositura daquela(atividade-meio).

Neste sentido há diversosacórdãos, sendo um dos mais recenteso proferido pelo E. Superior Tribunalde Justiça no caso de Santo André(morte do Prefeito Celso Daniel), queentendeu legítima e válida ainvestigação levada a termo pelosPromotores do GAERCO respectivo,mantendo a prisão do “Sombra”.

3. Por outro lado, não há falarem exclusividade da Polícia Judiciáriapara o exercício da atividadeinvestigatória. A própria Constituiçãorefere a outros órgãos incumbidosdesse mister no âmbito de suasatribuições (ComissõesParlamentares de Inquérito e Tribunalde Contas da União). E o Código deProcesso Penal estabelece afacultatividade do inquérito comoinstrumento de investigação, nãosendo este indispensável para apropositura da ação penal (vide arts.12, 27, 28, 39, § 5º, 40, 46, § 1º e 47 doCPP).

4. Ademais, não há comoseparar o exercício da ação penal de

sua fase antecedente. São partesdo mesmo todo. O jurista lusitano José ManuelDamião da Cunha, ao analisar osdispositivos do CPP Português queconferiram ao MP a direção doinquérito policial, compercuciência, justifica talcompetência:

“O primeiro aspecto que logoressalta é o de que embora se atribuamestas duas competências entre sidiferenciadas, verifica-se, porém, naparte das normas referentes aoinquérito, um tratamento quase unitáriode ambas, uma vez que, como se podeler em diversos artigos do CPP, todo oinquérito (isto é, todo o conjunto dediligências e actos em que ele,atomisticamente, se decompõe) estáfuncionalizado, exactamente, àqueladecisão final de dedução ou não de umaacusação. Com efeito, a dedução deacusação, decisão que de acordo com aposição jurídico-institucional do MP sequer o mais objectiva e imparcialpossível, pressupõe que esse mesmo MPdesenvolva uma qualquer actividadeinvestigatória (ou que, pelo menos, estanão escape à sua responsabilidade) quelhe possibilite um juízo objectivo quefundamente, cabalmente, uma decisão.

Assim, o inquérito (ou a suadireção) é um verdadeiro pressuposto dacompetência de dedução da acusação.Por isso, direcção do inquérito eacusação constituem, funcionalmente,uma incindível unidade (como aliás sepoderá, facilmente, constatar de todo opreceituado quanto ao inquérito, onde adedução da acusação é parte doencerramento deste).”1

5. Não é por outro motivoque países democráticos comoPortugal, Itália, França eAlemanha, só para citar alguns dosmais importantes e avançados,dentre outros, trazem em suaslegislações dispositivos quecontemplam a investigação diretapelo MP. E alguns foram mais além,como França2 e Itália, onde a chefiada Polícia Judiciária é exercida peloProcurador Geral da Repúblicarespectivo.

6. Por fim, a iniciativainvestigatória do Ministério Público naárea criminal mostra-se cada vez maisnecessária, sobretudo quando hádificuldade ou desinteresse da polícia nacondução das investigações.

E ainda mais se avulta essanecessidade quando se fala emcorrupção na Administração Pública,diante dos obstáculos normalmenteencontrados pelos agentes policiais, quese vêem, muitas vezes, manietados emface do poder político de algunsinvestigados. Isto já não ocorre com oMinistério Público, que goza deprerrogativas constitucionais que lhe dãoindependência e liberdade para atuar.

1 O Ministério Público e os Órgãos de Polícia Criminal no

Novo Código de Processo Penal – Estudos Monográficos –

Porto – 1993 – pág. 121.2 Code de Procédure Pénale, art. 12: “La police judiciaire

est exercée, sous la direction du procureur de la République,

par les officiers fonctionnaires et agents designes au présent

titre. (Paris – editora LITEC - 2004).

* Promotor de Justiça de Guarulhos e Vice-

Presidente do Movimento do Ministério Público Democrático.

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Artigo assinado peloProcurador de Justiça Rodrigo CésarRebello Pinho, na edição de quarta-feirade cinzas da “Folha de São Paulo”(página A3), cuida das intricadasparticularidades referentes àverdadeira competição, hojedesenvolvida por setores do MinistérioPúblico, entre a nobre Instituição e aPolícia Judiciária. Pretende o ilustre autorreservar ao Ministério Público apossibilidade concorrente de perquirirhipotéticos fatos delituosos, conduzindo-se analogamente aos investigadores. Osargumentos são de três ordens: a) – nãose pode admitir que o órgão sejareduzido à condição de mero espectadorda atividade investigatória e de simplestransmissor de seu conteúdo ao PoderJudiciário; b) – deixar-se à PolíciaJudiciária o monopólio da investigaçãocriminal representará uma contribuiçãosignificativa para a impunidade deagentes estatais, da criminalidadeorganizada, dos criminosos decolarinhos branco, dos grupos deextermínio, dos crimes contra os direitoshumanos, dentre os quais o de tortura ede outros delitos. Há ocasiões em que apresença do Ministério Público noinquérito policial é verdadeiramentesalutar. Aliás, a Constituição Federal jálhe defere o controle externo da polícia,significando que o promotor público, see quando quiser, pode “sentar praça”ao lado da autoridade policial,acompanhando-a nas providênciaselucidatórias. Tocante a tal aspecto, bastaa leitura de artigo de Geórgia BajerFernandes de Freitas Porfírio(Administrativização da Justiça – v. sitedo IBCCRIM). Da quarta-feira de cinzasa esta data, o ilustre articulista RodrigoCésar Rebello Pinho, candidato aProcurador Geral de Justiça do Estadode São Paulo,(no fechamento da revistaele já foi nomeado pelo GovenadorAlckmin) foi incluído em lista tríplice erecebeu, no pleito ultimado em 20 demarço de 2004, a votação maior doeleitorado composto quase 1800promotores e procuradores de Justiça

no Estado, sabendo-se, porantecipação, que o Governador doEstado o nomeará, embora acondição de líder do triunvirato nãoseja fator obrigatório dehomologação. Venho insistindo, hámuitos anos, no respeito que tenhopela Instituição do MinistérioPúblico, mesmo divergindovisceralmente de comportamentosde membros menos amadurecidos,devotando-se, estes últimos, a umtratamento que restringe aatividade defensiva a ponto deimpor sigilo inadmissível aprocedimentos que tramitam naintimidade dos gabinetes. Isso, nofim das contas, termina por nulificara atividade persecutória,desenvolvida mais tarde pelosmesmos promotores de justiça quehaviam, no intróito, colhido provasunilateralmente. Repare-se que asobservações dizem mais respeito afalta de maturação do quepropriamente a desequilíbrio noexercício de tão meritóriaatribuição. Feita a ressalva, oMinistério Público vemdesenvolvendo atividade muitosalutar na apuração das mazelas dodito Brasil democrático, desvestindo-se, aliás, de venenosa influência,plantada nos velhos tempos,advinda do poder autoritário quetomou conta do país durante vinteanos. Entregar-se ao MinistérioPúblico a capacidade deinvestigação, por conta própria, deatos e fatos atinentes a hipótesesde infrações penais conduz a umapreocupação muito grande quantoà manutenção, em muitasalternativas, da intocabilidade queos pública ou de comportamentosoutros derivados do contato diretocom testemunhas e partícipesoutros, sabendo-se que há, nadogmática, proibição de contatoíntimo entre aqueles que sededicam a produzir a prova eaqueles que, por fás ou nefas,

detêm conhecimento da atividadeprobatória, tudo envolto, vez por outra,na denominada delação premiada,consubstanciando-se esta última numaenorme demonstração de como oDireito Penal pode ser enlameado pelaprópria astúcia de quem se encarregade negociar a extensão do direito depunir. Acresça-se, ainda, comreferência à delação, que ela podeconstituir, em muitas oportunidades,um quase estelionato moral praticadopelos próprios intervenientes naatividade judiciária, porque o delator,acreditando na promessa deminoração de pena, fica sob o guantedo magistrado que pode ou nãoaconchegar o Ministério Público. Dentrodo contexto, a estabilidade ética daJustiça apodrece. Fatores outros tisnama intimidade da polícia com o MinistérioPúblico. Obrigar-se-ia a Instituição azelar pela estrita legalidade daapuração, circunstância jáconcretizada, aliás, mas com uma certadose de distanciamento. Tal separaçãoé indispensável, porque uns e outrosse vigiam mutuamente, sem que odeslize de uns se comuniqueinadvertidamente aos outros, nuncadevendo ser esquecido o fenômeno deas maçãs podres de um cestocontagiarem os frutos não bichados.Nas circunstâncias, é melhor que ascoisas fiquem como estão, não sepodendo deixar de referir que já existe,anomalamente, procedimentoinvestigatório paralelo na deformaçãodos denominados inquéritos civispúblicos e procedimentos reparatórios.Ultrapassados tais prolegômenos,finalize-se afirmando que as reflexõestêm ligação direta com impecabilidadedo Ministério Público, até hoje mantida,com raríssimas exceções. Mesmo asexceções, no entanto, confirmam aregra da separação.

* Advogado criminal em São Paulo há 45 anos e

ex-presidente, no Conselho Federal da Ordem dos Advogados

do Brasil, da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas

dos Advogados..

Ministério Público não deve participar

de investigações policiais

Paulo Sérgio Leite Fernandes*EM DISCUSSÃOEM DISCUSSÃO

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Instituto Pólis: a cidadania como luta e conquistaLizandra Cardelino

O Instituto de Estudos,Formação e Assessoria em PolíticasSociais é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos eapartidária, legalmente reconhecidacomo de utilidade pública. Foi fundadono ano de 1987, por um grupo deprofissionais das mais diversas áreasde conhecimento e que colaboravamcom movimentos sociais ouassessoravam parlamentares eorganizações populares das maisvariadas regiões da cidade de SãoPaulo, sempre visando a conquista depolíticas públicas democráticas.

Desde sua fundação tem ocompromisso de lutar pela igualdadesocial entre os cidadãos, sendo queum de seus objetivos é contribuir paraa melhoria da qualidade de vida detodos e o desenvolvimentosustentável da sociedade brasileira.

O começo

À época de sua fundação oBrasil vivia tempos deredemocratização do país e havia umaAssembléia Constituinte redigindo afutura Constituição Brasileira. Navisão dos fundadores, era necessário

o desenvolvimento de trabalhossociais pelas entidades, arealização de estudos e pesquisasque pudessem subsidiar a açãopolítica e o oferecimento depropostas visando a concretizaçãoda igualdade social nas cidades.

O principal objetivo dosfundadores do Instituto Pólis na

época era formular projetos degestão que garantisse ademocratização do Estado e doPoder Público.

A questão democráticasempre foi o ponto alto do Instituto,assim como a reforma urbana e as

questões do meio ambiente e dacultura.

Ações

O grupo de profissionaissempre desenvolveu estudos eanalisou políticas, elegendo temasestratégicos e organizandoseminários, visando a capacitação delideranças populares e também deagentes públicos.

O Pólis iniciou a formulaçãode pesquisas, estudos e avaliações deadministrações municipais, inovandoem projetos ligados aodesenvolvimento da habitação e dostransportes, sempre disseminando oconhecimento e capacitando pessoas.

O Pólis hoje

O Instituto intervém emvárias áreas, mas concentra-se nasquestões do direito e urbanismo, taiscomo reforma urbana, direitos dacidade, articulando-se sempre com osmovimento sociais.

Tem contribuído muito com aimplementação dos conselhosgestores de políticas públicas, tantona área da saúde, criança e

“Nós só queremosque a sociedade

civil seja capaz deintervir nasatitudes dos

governos, intervir

com ação.”

AÇÃO EM DESTAQUE

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adolescente , urbanismo quanto dedireitos humanos. Desenvolve, ainda,um trabalho de formação delideranças sociais relacionadas àc i d a d a n i a .

Na sociedade

O Instituto Pólis possui umobservatório de avaliações depolíticas públicas de cidadanialocalizado na cidade de São Paulo,desenvolvendo parcerias com aPrefeitura. Exemplo disso é o trabalhoque está sendo realizado no Bairro doButantã: uma cozinha comunitária foiconstruída ao lado de uma favela,visando a conscientização dasmulheres a respeito da segurançaalimentar – semelhante ao projetofederal de combate à fome – etambém a geração de renda com aprodução de alimentos.

Planos

Para o futuro, sonha com acriação e funcionamento de suaescola de capacitação. “ Nosso maior

desejo é preparar pessoasqualificadas para atuar no campodo poder político, influenciar eviabilizar políticas públicas, nosentido de que várias propostaspassem a ser assumidas nosmunicípios”, explicou Nelson SauleJunior, atual coordenador da áreade direito à cidade, advogadoespecialista em Direitos Humanose Urbanísticos, bem como um dosfundadores do Instituto.

Conselhos, fóruns,conferências da cidade sãomecanismos utilizados pelo Pólispara vivenciar experiências queconcretizem e tornem-se modelosadotados por municípios,governos, enfim pelos poderespúblicos e, principalmente, quesejam incorporados por toda asociedade.

Atualmente, os 60 técnicosque compõem o corpo do Institutotêm como desafio – em razão danova administração – garantir aautonomia da sociedade civil juntoaos governos.

Desafios

Hoje, a equipe do Pólisempreende uma luta perante aCâmara Municipal paulistana, pelaimplementação do Conselho deRepresentantes – uma espécie demini-câmaras – em cada região dacidade de São Paulo, cujos integrantesrealizariam um melhor controle socialregional da gestão municipal.

Satisfeito com os resultadosdos trabalhos que vêem sendodesenvolvidos pelo Instituto, Saule Jr.explica que há possibilidade de semudar a realidade: “ Nós só queremosque a sociedade civil seja capaz deintervir com ação. Coisa que épossível. Mostre que é capaz demudar a realidade. Não queremosnada mais que a democratização dademocracia”, finaliza o advogado.

Instituto PólisRua Araújo, 124 - Centro - SPTelefone : (11) [email protected]

Página ao lado : Biblioteca, acesso ao público, Pátio,espaço de atividades. Acima em ordem horária : Polisem ação, Nelson Saule Junior, Sala de Reuniões.

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Para discutir a questão dasúmula vinculante,o TrocandoIdéias recebeu Luiz AntônioRodrigues da Silva - juiz do 2ºTribunal de Alçada Civil e professoruniversitário, Carlos Alberto deSalles - promotor de justiça e Doutorem Direito pela USP e EstevãoMallet - advogado e livre docentepela Faculdade de Direito da USP.

Foi entrevistada ainda ajurista Ada Pellegrini Grinover-Prof.ª Titular da Faculdade de Direitoda USP bem como o procurador dejustiça Oswaldo Palu e o promotorde justiça Carlos Alberto HernandezJr.

Na opinião de Salles eMallet, obrigar a todos osmagistrados a seguir a orientaçãode tendências de julgamento emquestões jurídicas semelhantespoderia comprometer a liberdadede decisão dos juízes e, via deconseqüência, a independência doJudiciário.

Mallet vê retrocesso para o

Direito na vinculatividade dassúmulas, discordando da posiçãodefendida por muitos, de que seriaa solução para agilizar aapreciação dos processos.

O magistrado Rodriguesda Silva, por sua vez, entende quefrente ao crescimento emprogressão geométrica dos casoslevados à Justiça, é imperiosa aadoção das súmulas para que sedesafogue a justiça, estando a seulado a jurista Ada Grinover, quedefende a adoção da súmulavinculante.

O quadro “Fala Povo”, noqual o programa entrevista apopulação nas ruas, mostrou odesconhecimento da população deassuntos importantes como esteratificando assim a a contribuiçãodo Trocando Idéias para acompreensão do tema e dosargumentos a favor e contra asúmula vinculante.

Súmula Vinculante

No ar há quase três anos, oTrocando Idéias consolida-se a cadadia como espaço na mídia a serviçoda cidadania, decodificando as maisdiversas questões do direito pelasconversas sempre densas de seusconvidados, das mais diversas áreasde conhecimento . A presençaconstante do Ministério Público noprograma mostra o papel daInstituição na solução das maisvariadas questões da Justiça.

Neste bimestre, merecemespecia l destaque os debatesacerca da súmula vinculante e docontrole externo da justiça, temasda ordem do dia nas discussõesre lac ionadas à re forma dojudiciário.

TROCANDO IDÉIASTROCANDO IDÉIAS

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De cima para baixo : foto geral do programa; Estevão Mallete Carlos Alberto de Salles; Luiz Antonio Rodrigues da Silva ea apresentadora Mirella Consolini.

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O Trocando Idéias abordououtro tema de primeira grandezanas discussões sobre a reforma dojudiciário, o controle externo dajust iça , em discussão noCongresso Nacional há doze anos,a í se incluindo o Judic iár io e oMinistério Público.

O Programa teve aimportante presença de Achiles deJesus Siquara Filho - Procurador-Geral de Just iça da Bahia ePresidente do Conselho Nacionalde Procuradores-Gerais de Justiça,Rogério Bastos Arantes - cientistapol í t i co e autor de “Minis tér ioPúblico e Política no Brasil” e dojornalista Márcio Chaer - editor dosite Consultor Jurídico.

O pres idente do MPD,Alberto Carlos Dib Jr., representoua ent idade sendo entrevis tadojuntamente com Luiz AntônioGuimarães Marrey, entãoconcluindo seu terceiro mandatocomo Procurador-Geral de Justiçade São Paulo , fundador e ex-coordenador-geral do MPD.

O projeto do programa TrocandoIdéias foi idealizado e é coordenadopelo promotor de Justiça e integrantedo MPD, Roberto Livianu eapresentado pela jornalista MirellaConsolini, com o apoio da UniversidadeMetodista.

Márcio Chaer e Achiles de Jesus Siquara Filho.

Controle Externo da Justiça

Siquara F i lhosustentou categor icamente anecessidade de implantação docontrole externo da jus t iça ,inclusive em relação ao MP, jáque na sua opinião ser iafórmula e f icaz para fazer ajustiça funcionar, valorizando aprópria democracia.

Marrey e Dibendossaram a pos ição deSiquara , enfat izando anecess idade de prestação decontas pela Justiça, de formatransparente , para que seresgate sua total credibilidadeperante a sociedade civil.

O cientista Arantes, porsua vez , como profundoconhecedor do funcionamentodo sistema de justiça e do papeldo MP como operador voltadopara a defesa da comunidade,salientou sua preocupação emrelação à forma de composiçãodo conselho de controle, tendoem vis ta a necess idade depreservação da independência

do Judic iár io e do MP nodesempenho concreto de suasatribuições.

No quadro “Fala Povo”apesar de muitos não estarem apar do assunto , na sua maior iaconcordam com o controle externosempre alegando a necessidade dese deter de a lgum modo ocrescimento da corrupção no poderpúblico em geral incluindo-se oJudiciário.

Portanto, os convidados eentrevis tados entenderam serpositivo o controle, havendo muitapolêmica em relação à forma decompor o conselho de controle, àexceção de Chaer, que sustentouque o controle de nada resolveria,posicionando-se contra o mesmo.

O Trocando Idéiasnovamente ratificou a importânciade se debater temas como este e anecessidade de se estimular novasoportunidades para se esclarecerdúvidas ainda presentes.

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Rogério Arantes e a apresentadora Mirella Consolini

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Acompanhe o Trocando Idéias

29 de Fevereiro de 2004“Biossegurança”

Cláudia Izique (Jornalista)e

Edward Ferreira Filho(PJ/S.Carlos) (esq.);Crodowaldo Pavan

(Biólogo - USP/UNICAMP)(dir.)

22 de Fevereiro de 2004“Casamento e Familia”

Célia Gonçalves(Psicóloga) e

Myrian V. de Souza(PJ/Pinheiros) (esq.);

Regina Beatriz Tavares(Profa. FADUSP) (dir.)

TROCANDO IDÉIASTROCANDO IDÉIAS

O Programa Trocando Idéias abordou, entre Janeiro eFevereiro de 2004, temas de grande importância e contou com apresença de profissionais altamente qualificados.

Casamento; Usucapião; Nascer e Crescer em São Paulo;Transplante de Órgãos; Programas Sociais de Combate à Violência;Nova Lei de Biossegurança; Súmula Vinculante e Controle Externoda Justiça foram alguns dos temas discutidos nos primeiros mesesdo ano de 2004.

O programa se div ide em quatro par tes d is t intas , asentrevistas com a presença de convidados relacionados com o temaabordado, uma entrevista exclusiva com um convidado especial, oquadro MPD entrevista e o quadro Fala Povo onde se capta a opiniãopública.

O Trocando Idéias é veiculado nos horários ao lado, podendotambém ser visto através de suas cópias na sede do Movimento doMinistério Público Democrático, no centro de São Paulo, ou os últimosprogramas no próprio site do MPD, www.mpd.org.br, podendo,inclusive, enviar sugestões e dúvidas.

TV Comunitária da Cidade deSão Paulo.

Domingos, às 22:30 horas

TV Justiça

Terças-feiras (20 horas)Sextas-feiras (10:30 horas)Sábados (10 horas)

Mais informações no site:www.mpd.org.br

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GALERIA

11 de Janeiro de 2004“Transplante de órgãos”

Sidnei Nehme(Pres. TRANSPÁTICA)

e João Luiz Marcondes Jr(PJ/GAESP) (esq.);

Hoel Setti Jr(Médico HC) (dir.)

18 de Janeiro de 2004“Usucapião”

Cintia Rosa P. Lima (Adv.) e Marcio P. de Mesquita (PJ Registros Públicos)

(esq.);Kazuo Nakano

(Instituto Pólis) (dir.)

25 de Janeiro de 2004“Nascer e Crescer em SP”

Carlos Meceni (Pres. APETESP) eAna Lucia Amaral

(Proc. República) (esq.);Benedito Lima de Toledo

(Arq. - Prof. FAUUSP) (dir.)

08 de Fevereiro de 2004“Programas Sociais deCombate à Violência”

Adib Kassouf (Adv.) e Michel Betenjane

(PJ/Serra Negra) (esq.); Helder Ferreira

(Psicólogo- NEVUSP) (dir.)

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Introdução

Em oportunidade anterior,culminei por sustentar que aracionalização é mandamento enecessidade atuais, com sede,inclusive, no princípio constitucionalda eficiência. E esse fundamento,agora no que pertine ao assunto empauta, é base suficiente paraaconselhar - em especial aosPromotores de Justiça - a busca desoluções extrajudiciais para a soluçãodos conflitos metaindividuais deinteresses, mas sem prejuízo àeficácia social da atuação institucional.

Outra premissa relevante aoassunto em comento, e aindacondizente à seara dos interessesmetaindividuais, é o fato dajurisprudência do Superior Tribunal deJustiça e do Supremo Tribunal Federal- na esteira das quais foi editada aMedida Provisória nº 2.102/00 - já terse sedimentado no sentido de falecerao Ministério Público legitimidadepara tutelar, pela via da ação civilpública, interesse relativo a matériatributária.

Pois Bem.

Abordagem do tema

Conjugando essascircunstâncias, e verificando um casoconcreto de cobrança de taxas para oexercício do direito de petição, ousei,com a valorosa contribuição do ilustree dileto colega subscritor DoutorVlademir Aparecido Soares, expedirrecomendação ao ExcelentíssimoPrefeito de Mongaguá, para que este,valendo-se de seu poder hierárquicosobre todos os demais servidorespúblicos municipais, baixasse atoadministrativo ordinatório, orientandoque o exercício do direito de petição é

gratuito (), de modo que a cobrançade taxa, mesmo no ato deprotocolização do pedido e sob omanto da malsinada taxa deexpediente, configuraria ato deimprobidade administrativa ().Fixamos ainda prazo para respostaacerca das medidas tomadas pelaAdministração Municipal ().

Pela mesma via, demosciência à administração municipal

que a conduta até então realizadamostrava-se ilegítima, tudo demodo a evitar futura alegação deignorância, boa-fé ou culpa emsentido estrito, e desde logoprevenindo responsabilidades.

Sintetizado o tema a serabordado, e explicitada a ousadaproposição, passo a justificá-los.

Análise Crítica

Não se desconhece que ummesmo fato pode repercutir emdiversas áreas do direito (). Em facedessa máxima, não se mostradespautério inferir que a questão

da cobrança de taxas no exercício dodireito de petição, além de se subsumirà seara tributária, amolda-se tambémà questão do responsáveldesenvolvimento da atividadeadministrativa, ou noutras palavras,à do exercício da probidadea d m i n i s t r a t i v a .

Isso porque é evidente que douso do direito de petição deverá,iniludivelmente (), decorrer atividadeadministrativa, considerando o poder-dever de agir imposto aoadministrador e o dever dehonestidade estabelecido peloprincípio da moralidadeadministrativa, critérios e princípiossabidamente vinculados à ação doadministrador público (). Diante dessadualidade de tratamento jurídico dofato jurígeno, sugiro seja focado oobjeto da investigação naregularidade do desempenho daatividade administrativa. Inúmeras,quero crer, são as vantagens daadoção desse entendimento.Primeiro, porque evita-seimpugnação judicial da instauração doInquérito Civil (). Em segundo lugar,estar-se-á contribuindo para aracionalização dos serviços, não sópor evitar a propositura de uma açãocivil pública versando sobre matériatributária, certamente fadada àextinção sem julgamento do mérito doprocesso, mas para, desafogando oJudiciário com demanda no mais dasvezes complexa - como é o caso dasações coletivas - valer-se de umainstrumento jurídico com maior efeitopedagógico () junto à pessoa doadministrador do que aquela ação civilpública.

Em terceiro lugar, arecomendação induvidosamentevalerá como meio de colaborar para

“A racionalização émandamento e

necessidadeatuais...base

suficiente paraaconselhar....a busca

de soluçõesextrajudiciais para a

solução dosconflitos

metaindividuais deinteresses....”

A recomendação como instrumento

de tutela do direito de petiçãoEloy Ojea Gomes*

TRIBUNA LIVRETRIBUNA LIVRE

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recomendado, diante do quedispõe o artigo 2º da ConstituiçãoFederal, ficará ao talante doAdministrador, cabendo aoMinistério Público velar apenaspela legitimidade da medidaadministrativa frente aoordenamento jurídico () ou mesmovaler-se dos demais instrumentosconstitucionais postos à suadisposição uma vez constatando

reiterações daquela condutaapontada como ilegítima e aomissão do Administrador frete àrecomendação feita.

Conclusões

1 - A racionalização émandamento e necessidade atuais,com sede, inclusive, no princípioconstitucional da eficiência, a pontode impor aos Promotores deJustiça a busca de soluçõesextrajudiciais para a solução dosconflitos metaindividuais deinteresses, mas sem prejuízo àeficácia social da atuação

o adequado exercício da atividadeadministrativa, aproximando, ao invésde afastar, o administrador público docontato sempre salutar com oPromotor de Justiça (). Em quarto lugar,a proposta atende à moderna e sempreracionalizadora postura de controleinterno da atividade administrativa (),no caso impulsionada pelarecomendação. E, por fim, o objetomediato da investigação, qual seja, anão cobrança de taxas em razão doexercício do direito de petição, seráatendido da mesma forma (), e até comeficácia social bem maior, haja vista ocaráter geral contido nos tipos deimprobidade administrativa, dirigido,especialmente, aos destinatários que semostrem potencialmente ímprobos ().

Conceituação e adequação darecomendação à hipótese

Neste particular, é manifesta aviabilidade e adequação jurídica dautilização desse instrumento posto àdisposição do Ministério Público. Paratanto concluir, reporto-me, com adevida licença, à precisa lição de HUGONIGRO MAZZILLI (), segundo a qualcompete ao Ministério Público, dentrode sua missão constitucional, zelarpara que os poderes públicos () e osserviços de relevância públicarespeitem os direitos constitucionais,e, por isso, faculta-lhes o emprego darecomendação, após préviainvestigação dos fatos, em cujo bojointeirar-se-á do problema,diagnosticará as falhas e suasconseqüências.

É importante ter em mente, atempo, que a escolha da medidacorretiva a ser utilizada, bem como aexpedição ou não do atoadministrativo ordinatório

institucional.2 – A investigação acerca da

não observância, pelo Poder Público,do postulado constitucional relativo aoexercício do direito de petição podeser enfocada tanto sob o prisma dodireito tributário quanto sob o prismada probidade administrativa narealização da atividadeadministrativa, diante do carátermultifário do direito.

3 – Até revisão legislativa sobrea legitimidade do Ministério Público naseara tributária, deverá a investigaçãoda atividade administrativacircunstante ao exercício do direito depetição ser enfocada pelo prisma daprobidade na realização da atividadeadministrativa, sob pena de indesejadaineficácia social da atuação institucional.

4 – É legítima a investigaçãoacerca do gratuito exercício do direitode petição sob a ótica da legitimidadeda atividade administrativa, em razãodo princípio da moralidadeadministrativa.

5 – Dada sua eficácia social eseu escopo de prevenirresponsabilidades e evitar futuraalegação de ignorância, boa-fé e culpaem sentido estrito, a recomendação éinstrumento jurídico idôneo para coibirabusos relativos ao exercício dodireito de petição, sobretudo em facedo que dispõe o artigo 11 da Lei nº8.429/92.

* Promotor de Justiça de Vicente emCarvalho - Guarujá/SP.

“É importante...a escolha da

medida corretiva aser utilizada ficará

ao talante doAdministrador,cabendo ao MP

velar ...legitimidade da

medidaadministrativa...”.

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“Calar o MP,calar a imprensa,

e calar aInternet: eis atriarquia da

corrupção com aqual o PT parece

simpatizar.”

A Biologia da Corrupção

Cada época cria a ideologia de que tem necessidade.Era a Europa arrasada pela Primeira Guerra que acreditava nosmotivos biológicos, pulsionais até mesmo craniométricos aguiarem as ações humanas - no que ia nisso muito de Freud,Lombroso e Nordau. Foram os EUA arrasados pelo crack de1929 que inventaram a eugenia em amplo espectro. É o mundoque ora não vê o capitalismo como uma saída incapaz deabsorver a miséria que vê na genética a resposta final. Quandoalgo vai mal, portanto, culpa-se algo ou alguém apontando-semotivos estruturais pelas deficiências.

No mundo do Parquet não é diferente. Vejamos algumasfrases do ministro José Dirceu, que serão a base de nossopostulado: o de que, com a crise brasileira em geral, e a do PTem particular, tenta-se mostrar que a deficiência do país está no"biologismo" do ordenamento jurídico. Não nos problemas ecorrupção do próprio governo. Falou o ministro Dirceu,contrariando a ele mesmo, em duas ocasiões, retratadas portrês mídias: "Portanto, é o governo, são ospartidos que sustentam o governo quequerem amordaçar o MP.Porque queremencobrir as suas relações comirregularidades. Querem impedir a ação doMP. No caso da CPI do narcotráfico e docrime organizado, ou da CPI do PC, ou daCPI do Orçamento, e da atuação diária doMP, nós estamos lendo nomes e filiaçõespartidárias daqueles que são denunciados,cassados.

Acredito que o Brasil precisa de leispara combater o crime organizado, onarcotráfico e a corrupção. O Brasil nãoprecisa de leis para controlar o MP. Eu considero isso uma mãopara o crime organizado. Já disse e repito, sem meias palavras:esses projetos de lei, essa PEC são instrumentos que vão apenasestimular a impunidade e dar a mão para o crime organizado."

Ministro José Dirceu, em entrevista ao jornal daAssociação Nacional dos Procuradores da República, abril de2000, "O ministro José Dirceu (Casa Civil) defendeu ontem,durante ato de apoio ao deputado federal Luiz EduardoGreenhalgh (PT), um maior controle da atividade do MinistérioPúblico."

Manchete na Folha de S. Paulo no dia 17/1/2004"O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, sugeriu

que o Congresso Nacional tome providências sobre a"persistente e permanente violação" de direitos dos cidadãospelo Ministério Público (MP) e por parte da imprensa. Ao fazer acrítica ao MP, o ministro disse que falava como cidadão. ''OCongresso Nacional precisa se debruçar sobre essa situaçãode extrema gravidade", disse, sugerindo que a Ordem dos

Advogados do Brasil agisse. ''Estamos vendo a Constituição serviolada diariamente numa série de procedimentos feitos sejapelo Ministério Público seja pela imprensa", afirmou. "Não émais razoável tolerar esse estado de coisas".

Reportagem de O Povo de 17/1/2004.A técnica do ministro José Dirceu nos ataques contra a

Justiça e o MP é a do Pacote de Abril de 1977. Para lembrar: em30 de março de 1977 o anteprojeto de reforma no Poder Judiciário,elaborado pelo governo Geisel, passou por votação noCongresso. E não obteve os dois terços de votos necessáriospara a aprovação. A resposta de Geisel: reuniu o Conselho deSegurança Nacional e, dois dias depois, meteu goela abaixo dopovo o recesso do Congresso pelo Ato Complementar número102. Nos 14 dias de fechamento do Congresso, Geisel decretou areforma do Judiciário que pretendia. Eis a musa inspiradora doministro José Dirceu: o Pacote de Abril de 1977.

Não pára por aí a gana contra o Parquet.Em 6 de abril de 2004 a Comissão deConstituição e Justiça do Senado Federalacolheu proposta do Senador DemóstenesTorres (PFL-GO) para uniformizar adenominação dos integrantes do MinistérioPúblico em todos os escalões, para que todossejam denominados "promotores",extinguindo com isso o nome de "Procuradorda República". Assim, o nome deProcurador-Geral da República passará aser Promotor-Geral da República. O relatorda reforma do Judiciário, Senador José Jorge(PFL-PE), disse sim a tudo isto.

São, em conjunto, tentativas de desacreditar ao Parquete também à imprensa. Porque calar as duas instituições é dizersim à corrupção. Há mais processos contra os grandes gruposjornalísticos do que jornalistas nas suas redações. Ou seja: parauma amostragem de 2.783 jornalistas há 3.342 ações judiciaismovidas, em todo o país, contra os grupos Globo (emissoras,jornais e revistas), editoras Abril e Três e os jornais Folha deS.Paulo e O Estado de S.Paulo. Os dados foram levantados numapesquisa de seis meses feita pelos jornalistas Márcio Chaer eLaura Diniz, do site Consultor Jurídico <www.conjur.com.br>.

Também causou grande surpresa no final de 2003 ato daprefeita paulistana Marta Suplicy ao vetar projeto de leipromulgado pela Câmara Municipal de São Paulo que obrigavaa prefeitura a publicar na Internet e nas subprefeiturasinformações sobre o orçamento da cidade e sobre a execuçãodesse orçamento (quanto se gastou e em quê).

Calar o MP, calar a imprensa, e calar a Internet: eis atriarquia da corrupção com a qual o PT parece simpatizar.

Claudio Júlio TognolliCOM A PALAVRACOM A PALAVRA

Claudio Julio Tognolli Jornalista

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Juca KfouriCOM A PALAVRACOM A PALAVRA

“Um desafio que ocombativo

Ministério Públicode São Paulo

precisa vencer.”

A Corrupção no Futebol

A piada não é nova, mas vale a pena recontá-la: quando Deus criou o mundo, começou pela Europa.Continente posto, Ele, já diante de ingleses, italianos,espanhóis etc, então, anunciou: “Agora vou criar umcontinente chamado América e ao sul vou fazer umpaís enorme, com litoral vastíssimo, sem acidentesnaturais como terremotos e vulcões, um lugar lindo.Vai se chamar Brasil e ainda vou pôr lá os melhoresjogadores de futebol do mundo.” Aí, o italiano nãoagüentou e interpelou o Criador: “Mas, por que meuDeus , um país tão abençoado e a inda com osmelhores jogadores de futebol?”. Deus não titubeou:“Ah, não se preocupe. Você vaiver os car to las que eu vouenf iar lá” .E cumpriu . Infe l izmente ,cumpriu de tal maneira que atéhoje, tantos milênios depois, acartolagem nacional continua ainfe l ic i tar a imensa torc idabrasileira.

A verdade é que ojogador bras i le i ro é tãotalentoso que, antes de venceros alemães, argentinos, italianos etc, precisa ganhar,e ganha, dos cartolas.

Carto las que por muitos anos foramdenunciados pela imprensa a ponto de haver queachasse que se t ra tava de meras impl icânciaspessoais, pois nada acontecia e a impunidade era aregra do jogo.Eis que houve , então , duas CPIs no CongressoNacional, e ambas produziram toneladas de provasque mostraram lavagem de dinheiro, enriquecimentoi l í c i to , remessa i legal de dinheiro ao exter ior ,sonegação de impostos, débitos com o INSS, enfim,uma série interminável de delitos.

Surpreendentemente, no entanto, já faz maisde dois anos que as CPIs entregaram seus relatóriosa quem de direito, ao Ministério Público Federal e aosEstaduais, inclusive, e nem por isso a situação mudou.Exceção feita ao Ministério Público mineiro, cujoinquérito resultou em afastamento de toda a direçãoda federação de futebol local, no mais tudo continuacomo antes, com quase todos os cartolas denunciadosvivendo livremente pelo país afora.

É verdade que, em São Paulo, incomodadopelas invest igações e pela presença constante deoficiais de Just iça em sua porta, o presidente da

Federação Paulista de Futebolpreferiu renunciar, cedendo oposto , porém, ao seu v ice eadvogado pessoal ,representante do reverendoMoon (este mesmo!) no Brasil.

Verdade , também, que asCPIs resul taram numa novalegis lação, as duas pr imeirasleis, aliás, assinadas no governoLula: a Lei de Moralização doEsporte e o Estatuto do

Torcedor, sem dúvida, um avanço considerável, postoque es tão cr iados os ins trumentos para maiortransparência no futebol.

Mas mesmo a nova legis lação tem s idoconstantemente desobedecida e corre o risco, comoé comum no Brasil, de “não pegar”.Para tanto concorrem dois fatores velhos conhecidosnossos: a inapetência (e descrença) do cidadão emfazer valer seus direito e a pouca fiscalização porparte das autoridades que são pagas com dinheiropúblico para fazer as leis valerem.

Um desaf io que o combat ivo Minis tér ioPúblico de São Paulo precisa vencer.

Juca Kfouri Jornalista

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Resenhas

A revista mensal NossaHistória editada pelaBiblioteca Nacional, já àvenda nas bancas de jornalde todo o país, ao preço deR$6,80.O site www.nossahistoria.netdará maiores informações.Trata-se de publicação debelíssima qualidade e quenos dá conta de dadosmuito interessantes denossa cultura. No exemplar de nº 3, ficamos sabendoque o documento conhecido como carta de Aberturados Portos no Brasil, datado de 28 de janeiro de 1808,foi assinado pelo príncipe regente D.João em caráterinterino e provisório - tal qual fazem hoje nossospresidentes ao editarem medidas provisórias - e assimpermaneceu.

E, também, a leitura da revistamensal OCAS, editada pelaOrganização Civil de Ação Sociale associada à InternationalNetwork of Street Papers. Essarevista é produzida porvoluntários e seus vendedoressão, exclusivamente, pessoasmaiores de 18 anos que vivemem situação de rua.Através do sitewww.ocas.org.br, você obterá

maiores informações.O objetivo é oferecer um instrumento de resgate da auto-estima dos vendedores, criando mecanismos para que oindivíduo torne-se seu próprio agente de transformação.Cada exemplar custa R$ 2,00 e poderá ser adquirido empontos fixos na cidade.

Inicialmente, o autorapresenta estudos geraissobre o tema, umverdadeiro roteiro para oaprofundamento dasquestões éticas ecorrelatas. Em seguida,passa a vislumbrá-las sob aótica dos operadores eacadêmicos do Direito,quando do exercício de

suas atividades. Assim, são abordados assuntoscomo ética e sociedade, bioética, ética e aprofissão forense, a ética do estudante, doadvogado, do juiz, do promotor e da polícia,entre outros. O exame da ética na vida docidadão finaliza o trabalho. ÉTICA GERAL EPROFISSIONAL, José Renato Nalini, EditoraRT, 2004, R$69,00.

Para o autor, professor desociologia em NovaIorque, odesenvolvimento docaráter depende devirtudes estáveis comolealdade, confiança,comprometimento e ajudamútua, características queestão desaparecendo nonovo capitalismo. Em

alguns aspectos, as mudanças que marcameste novo sistema são positivas e levaram auma economia dinâmica, mas tambémcorroeram a idéia de objetivo, a integridadee a confiança nos outros, aspectos quegerações anteriores consideravamessenciais para a formação do caráter. ACORROSÃO DO CARÁTER .RichardSennett, Editora Record, 2001.

O livro abordainteressante incursãopelo Brasil Colônia,tendo o autor(historiador nascido emAracaju, estudou emSalvador e lecionou emBrasília), mergulhadonuma pesquisa amplapara nos apresentar umasociedade urbana que, a

despeito de sua inclinação a copiar ametrópole – no caso Portugal – criou formaspróprias de viver e transplantou modelos evalores para adaptá-los nas suas relações coma Igreja e o Estado. O TEATRO DOS VÍCIOS– Transgressão e transigência na sociedadeurbana colonial. Emanuel Araújo, Editora JoséOlympio, 1997.

Nesta obra o autor, professor de DireitoPenal na Universidade Federal do Pará,realiza uma investigação técnico-jurídicaacerca de crimes de corrupção ativa epassiva, detendo-se na análise doselementos típicos e das questões deilicitude e culpabilidade. CRIMES DECORRUPÇÃO, Autor Edmundo OliveiraEditora Forense, RJ, 2ª edição, 1994.

CRIMES DECORRUPÇÃO

Trata-se de cartilha escrita por cinco amigosnascidos no município de Ribeirão Bonito e querelata a trilha empreendida por eles e outrosintegrantes da Ong Amigos Associados deRibeirão Bonito (AMARRIBO), no combateexitoso da corrupção na administração municipalda cidade de Ribeirão Bonito, município do estadode São Paulo.Antoninho M.Trevisan, AntonioChizzotti, Joao Alberto Ianhez, José Chizzotti eJosmar Verillo; Ateliê Editorial, SP, 2ª edição,2003.

O COMBATE ÀCORRUPÇÃO

NASPREFEITURAS

DE SÃOPAULO

MPD RECOMENDAMPD RECOMENDA

Por Inês BüschelPromotora de Justiçaaposentada eintegrante do MPD

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A Inteligência prevalecera sobre a força.

Henrique Serraglia foi figura exponencial doMinistério Público paulista, tendo realizado a partemaior de sua carreira na 1ª Promotoria Pública deRibeirão Preto. Era tido como Promotor inflexível noexercício de sua função, o que não raro acarretavaproblemas, quase sempre se contrariados interessesde gente poderosa . Já nos tempos de subst i tutotrabalhou longo período na Curadoria de MassasFalidas, em grande evidência naquela altura – finaldos anos 50.

Nos pr imeiros tempos do autor i tar ismo,Serragl ia já era Promotor dePirassununga, então de 3ª Entrância.Houve um acidente de trânsito noqual estavam envolvidos um j ipemilitar e uma carroça, originandoum inquérito policial-militar, afinalarquivado a pedido do Promotor,obviamente por não se jus t i f i carinstauração de ação penal.

Certo dia surgiu no Fórum ooficial que presidira dito inquérito,dando mostras de pretenderinterpelar o Promotor ou mesmodesacatá- lo , pois chegouperguntando em a l ta voz ondetrabalhava o “seu Henr ique” .Circunstantes , em espec ia lfuncionários do Fórum, ficaram na expectativa do quese seguir ia . – nesse tempo arbi trar iedades eramcorriqueiras, não poupando políticos, magistrados,promotores, autoridades, pessoas de prestígio, emsuma; bastava qualquer suspei ta por parte dosdetentores do poder ou de seus agentes, para aquelessofrerem todo o tipo de constrangimentos, pouco

podendo contar com o Poder Judic iár io ,impossibilitado de apreciar questões fundadas ematos institucionais.

O Promotor era autoridade de grande prestígionas Comarcas inter ioranas , naquela época eraincumbido do patrocínio de causas trabalhistas, o queo obr igava a chamar diar iamente ao Fórum ospatrões, comumente grandes proprietários de terraou empresários de destaque (esta atribuição custouperseguição a alguns, suspeitos de comunismo emvirtude do zelo pelos interesses dos trabalhadores).

Como se portaria, portanto, diantede militar que se apresentava comânimo tão pouco amistoso?

E o oficial entrou na sala daPromotor ia querendo saber dasrazões do pedido de arquivamentodo inquérito. Serraglia calmamenteperguntou quem era o interlocutore informado de que se tratava dooficial que presidira o procedimento,após ressaltar que devia ser pessoadotada de conhecimentos jurídicos,já que desempenhara essa função,passou a dar explicação recheadade termos técnicos, esmerando-sena escolha dos mais sofisticados ouarrevezados; e isso com a fluência

que lhe é característ ica; desnecessário completarque o desavisado interpelante fo i reduzido aosilêncio, posto em seu devido lugar.

Não houve nenhum incidente e cresceu oprestígio do Promotor e da Instituição na Comarca. Ainteligência prevalecera sobre a força.

Por Antônio ViscontiProcurador de Justiçae integrante do MPD.

“O Promotor eraautoridade degrande prestígio ...era incumbido dopatrocínio de causastrabalhistas, o que oobrigava a chamardiariamente aoFórum os patrões,c o m u m e n t eg r a n d e sproprietários deterra....”

MEMÓRIA DO MPMEMÓRIA DO MP

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Observatório doPoder Legislativo

Por iniciativa do deputadoMarcelo Cândido, tramita naAssembléia Legislativa de São Pauloum Projeto de Resolução, a criação,no âmbito da Assembléia Legislativae do Tribunal de Contas, doObservatório do Poder Legislativo.

Com a finalidade deacompanhar os trabalhos do PoderLegislativo e apoiar e facilitar asatividades da mesma natureza, deoutras instituições, será integrado porrepresentantes da própriaAssembléia, do Tribunal de Contas,da Ordem dos Advogados do Brasil,do Movimento do Ministério PúblicoDemocrático, da Associação Juízespara a Democracia, da AssociaçãoBrasileira de Imprensa, e doMovimento Voto Consciente.Iniciativas como está –extremamente louvável – vãoaproximar o povo de seus legítimosrepresentantes, emprestando maiortransparência e revelando osmeandros do processo legislativo.

Com esta iniciativa aAssembléia Legislativa de São Paulodará um exemplo e uma importantelição ao país, ou seja, de que um dosPoderes da República não deve temera presença do povo, a quem, acimade tudo, deve satisfações.

Alberto Dib Júnior Presidente do MPD

Foto do auditório e dos debatedores (abaixo)e Imagem do Cartaz do Seminário Viena +10 E)

MPD na MídiaO presidente do Ministério

Público Democrático (MPD),Alberto Carlos Dib Júniorparticipou do programa Vejam Só,no dia 07 de Janeiro de 2004, exibidopela Rede Internacional deTelevisão (RIT), no qual debatia otema “Alertar o cidadão contraadvogados ruins” .Dib dividiu o programa comAntônio Carlos Manfredini -Presidente da ACRIMESP eFerdinando Credidio - Presidenteda OAB de SBC.

O MPD dá o seu apoio àrealização do referido Congresso,na cidade de Franca, em SãoPaulo, entre os dias 19 a 23 demaio de 2004 e que contará com apresença de renomadosconferencistas, além deprofissionais e estudantes deDireito de todo o país. Trata-se deiniciativa empreendida peloNEDA- Núcleo de Estudos deDireito e Serviço Social, junto àUNESP-Faculdade de História,Direito e Serviço Social.

“Viena + 10” Realizou-se, no dia 12 de dezembro de 2003, das 14h00 às

19h00, na Assembléia Legislativa de São Paulo, no auditório FrancoMontoro, o evento comemorativo denominado “ Viena + 10”, visandouma avaliação das ações concretas surgidas após decorridos 10 anosda realização da Conferência Mundial de Direitos Humanos, realizadana cidade de Viena, Áustria, no ano de 1993. O evento foi patrocinadopela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa doEstado de SP, na pessoa do Deputado Renato S imões (PT) , daComissão da Mulher da Câmara Municipal de SP, na pessoa daVereadora F lávia Pere ira (PT) , do Pro je to Promotoras LegaisPopulares, e das organizações não-governamentais, Movimento doMinistério Público Democrático, IBAP-Instituto Brasileiro de AdvocaciaPública, União de Mulheres de SP e Fala Preta.

EVENTOSEVENTOS

A convite do Sindicato dosMagistrados do MP de Portugal, o MPDparticipará do Colóquio Internacional daMEDEL - Magistrados Europeus pelaDemocracia e Liberdades, com o tema“A formação dos operadores do Direito”,em Póvoa do Varzim, Porto, nospróximos dias 27, 28 e 29 de maio,representado pelo integrante RobertoLivianu. O objetivo é montar uma oficinade trabalho visando o intercâmbio deexperiências entre magistrados,membros do MP e demais operadoresdo Direito da América Latina e Europa.

MPD em PortugalCongresso Nacional deDireito Alternativo

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Confraternização de final de ano

“O evento consolidou aatuação do MPD e

fortaleceu o movimentopara os inúmeros planos

de 2004”

No dia 17 de dezembro de2003 os membros do Movimento doMinistério Público Democrático sereuniram para confraternização definal de ano no Bar e RestauranteSir Wiston, situado na Rua MárioFerraz, 568; Itaim. São Paulo.

O Evento veio ratificar asdiversas ações de 2003 e iniciar o anode 2004 for talecido para darcontinuidade aos projetos e estímulopara novas idéias.

O MPD agradece e contacom a participação de todos nospróximos eventos.

Anna Trotta Yaryd, Alexander Martins, Maria Izabel Castro e Andrea Martins

Inês Büschel, Antonio Visconti, Roberto Livianu, Alberto Dib

José Cazzetta, Valderez Abbud e Alberto Dib

Ruymar de Lima Nucci e Sra

Paulo Garrido, José Carlos de Freitas, Rogério Alvarez

Inês Büschel e MirellaConsolini

Elaine Garcia e Deborah PierriBerenice Matuk, Valderez Abbud e Maria Izabel Castro

Airton Florentino e Sueli Riviera

Paulo Garrido, Rodrigo Pinho, Valderez Abbud, Anna Trotta Yaryd e Maria Izabel Castro

Rodrigo Canellas Dias, José Carlos de Freitas, Rogério Alvarez e Marco Marcondes

Claudia Macdowell, Rodrigo Canellas, Roberto Livianu

Ana Anderlini e esposo Maria Izabel Castro, Marco Marcondes e Eloisa

Alexander Martins e esposa

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Por Guz

HUMORHUMOR

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