corrosÃo de aÇos inoxidÁveis avanÇados em meios

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.CK) ipen AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS FISIOLÓGICOS MAYSA TERADA Tese apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Doutor em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear - Materiais. Orientadora: Dra. Isolda Costa Co-orientador: Dr. Angelo Fernando Padilha São Paulo 2008

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Page 1: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

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AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM

MEIOS FISIOLÓGICOS

MAYSA TERADA

Tese apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Doutor em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear - Materiais.

Or ientadora: Dra. Isolda Costa

Co-orientador: Dr. Angelo Fernando Padilha

São Paulo 2008

Page 2: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

ipen

INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

Autarquia associada à Universidade de São Paulo

CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

FISIOLÓGICOS

\

MAYSA TERADA ^ ^ ^ ^ /

Tese apresentada como parte dos requisitos para obtenção do grau de Doutor em Ciências na área de Tecnologia Nuclear -Materiais

Orientadora: Dra. Isolda Costa

Co-orientador: Dr. Angelo Fernando Padilha

SAO PAULO

2008

Page 3: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

AGRADECIMENTOS

À Prof. Dra. Isolda Costa pela orientação, dedicação, amizade e apoio em

todos os momentos desta tese. Por ter sempre um tempo para me receber, mesmo

nos dias em que 24 horas não são suficientes para todos os compromissos.

Ao Prof. Dr. Angelo Fernando Padilha pela orientação, amizade e ajuda dados

mesmo nos momentos mais difíceis. Pela dedicação a todos os trabalhos que já

f izemos juntos, desde o meu trabalho de formatura, dissertação de mestrado, até o

término desta tese. Por todas as correções e sugestões aos trabalhos.

À Prof. Dra. Alda Maria Pereira Simões por me orientar e ensinar tanto do

ponto de vista profissional quanto pessoal. E também por permitir a minha ida a

Portugal, para a uti l ização das instalações do Instituto Superior Técnico de Lisboa.

À Dra. Olga Zazuco Higa pela orientação e realização dos ensaios de

citotoxicidade.

A o Prof. Dr. Hercílio Gomes de Melo pelas sugestões dadas no meu exame

de quali f icação e pela discussão e auxil io na preparação desta tese.

A o Prof. Dr. Stephan Wolynec, pela part icipação no meu exame de

quali f icação e por todas as sugestões dadas.

A o Prof. Dr. Laigudi Ramanathan pela part icipação no meu seminário de área

e por todas as sugestões dadas.

À MSc. Solange Lorenzetti pela preparação de grande parte das soluções

util izadas na parte experimental deste trabalho.

Aos amigos Dra. Clarice Kunioshi, Dra. Marina Magnaní e Vinícius Freire, por

todas as anál ises de MEV e as inúmeras horas gastas com este trabalho.

Aos amigos Clélia e Gilberto, da biblioteca do Departamento de Metalurgia e

Materiais da Escola Politécnica da USP, por todos os artigos, livros e teses

pesquisados e recebidos.

COM!SSAO rvAC:o;v.-.L D : !:Kíi-:Cih Í-ÍUCLEAR/SF-IP&W

Page 4: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Aos meus pais, Orminda e Masato, que sempre t iveram paciência e

condições de, junto com a CAPES, f inanciar estes intermináveis anos de preparação

desta tese.

Aos professores Dr. João Salvador e Dra. Maria de Fátima Montemor por

estarem sempre presentes e prontos a ajudar nos momentos difíceis passados em

Lisboa.

Às amigas Dra. Clara Herrera, MSc. Marina Martins Mennucci , Tatiana Cury e

Viviane Uehara, que agüentaram todas as minhas conversas sobre a tese, até nas

baladas.

Aos amigos Bruno Ramasco, MSc. Fernanda Martins Queiroz e Piter

Gargarel la, que junto comigo, passaram por todas as alegrias, tr istezas e

dif iculdades de um brasileiro vivendo no exterior. Por todos os nossos momentos de

paz e de tensão que f izeram parte dos longos meses que às vezes pareciam não

acabar nunca.

Aos amigos Olandir V. Correa, Dr. Renato Altobelli Antunes e Dr. Sérgio

Assis, por terem me ajudado muito na tanto na parte prática e quanto na teórica dos

meus ensaios. Por todas as sugestões dadas a este trabalho e todas as respostas

às minhas dúvidas.

Aos amigos Everson Banczek e Rogério Marques por todos os momentos

sérios e descontraídos que f izeram parte da elaboração desta tese.

À s amigas MSc. Nádia Figueira, Dra. Natércia Martins e Patrícia Cecil io, que

sempre est iveram presentes durante a longa jornada em Portugal. Que me

conheceram na fase mais mal-humorada da minha vida e ainda assim me

ofereceram sua amizade.

Aos colegas Dr. Alexandre Bastos, MSc. João Paulo Torres, MSc. Raquel

Duarte e Sara Relógio que me ensinaram ao longo dos meses, com muita paciência,

como preparar e operar os equipamentos SECM e SVET, no Instituto Superior

Técnico e m Lisboa. Por todo o tempo gasto comigo e com minhas dúvidas

intermináveis.

Page 5: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

À minha tia Olga Koshimizu e meus primos Daniel Koshimizu e MSc. Laís

Koshimizu que foram até Lisboa me visitar e agüentaram grande parte das minhas

d ivagações sobre o trabalho.

À minha Cocker Sushi , que f icou literalmente ao meu lado durante todo o

processo de redação deste trabalho.

À CAPES pelo apoio f inanceiro no Brasil e no Instituto Superior Técnico de

Lisboa.

Page 6: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

CORRELAÇÃO ENTRE MICROESTRUTURA E C O R R O S Ã O DE A Ç O S

INOXIDÁVEIS A V A N Ç A D O S EM MEIOS FISIOLÓGICOS

MAYSA TERADA

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo principal investigar o comportamento frente à

corrosão de aços inoxidáveis avançados em meios fisiológicos. Foram selecionados

para o estudo quatro aços inoxidáveis v isando avaliar o potencial destes para

apl icações e m implantes cirúrgicos: um aço superferrít ico (DIN W. Nr. 1.4575), a

Incoloy MA 956, contendo alumínio e óxido de itrio, um aço austenítico DIN W. Nr.

1.4970 e um aço superaustenít ico obtido por meio da adição de 0,87% de nitrogênio

ao aço dúplex DIN W. Nr. 1.4460. Os três primeiros aços contêm baixo teor de

níquel e suas películas protetoras são ricas em cromo, enquanto a Incoloy MA 956 é

isenta de níquel, e rica e m alumínio, o que influencia o seu f i lme passivo. Os

materiais foram anal isados usando técnicas de espectroscopia de impedância

eletroquímica (EIE), polarização potenciodinâmica, técnica do eletrodo vibrante,

microscopía eletroquímica de varredura, microscopía eletrônica de varredura de

emissão de campo, microscopía ótica e microscopía eletrônica de varredura. Os

meios escolhidos para aval iação da resistência à corrosão foram a solução de

Hanks, um meio de cultura e uma solução tamponada com fosfato. Os resultados de

EIE foram interpretados usando circuitos elétricos equivalentes que simularam uma

camada passiva dúplex e m todos os materiais anal isados. Todos os materiais

anal isados apresentaram resistência à corrosão superior à do aço inoxidável AISI

316L, correspondente ao A S T M F-138, que é o mais utilizado na fabricação de

implantes metál icos. Também foi destacada a importância do tratamento de

solubil ização nos aços com alto teor de nitrogênio. O DIN W. Nr. 1.4970 foi

considerado citotóxico e sua potencial idade para uso como biomaterial, rejeitada. O

DIN W. Nr. 1.4575 e Incoloy MA 956 podem ser usados como biomateriais, mas

somente e m próteses odontológicas ou de fácil remoção, devido ao seu

comportamento ferromagnético. O DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio foi o

que apresentou as condições mais apropriadas para uso como biomaterial, inclusive

para próteses ortopédicas.

Page 7: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

CORROSION OF ADVANCED STAINLESS STEEL IN PHYSIOLOGICAL

SOLUTIONS

MAYSA TERADA

S U M M A R Y

The main objective of this study was to detemi ine the corrosion behavior of advanced

stainless steels (SS) in physiological solutions to evaluate their potential for use as

biomaterials. Four stainless steels were tested: a superferrit ic stainless steel (DIN W.

Nr. 1.4575), Incoloy MA 956, containing a luminum and yttrium oxide, an austenit ic

stainless steel DIN W. Nr. 1.4970, and a superaustenit ic stainless steel obtained by

adding 0.87% nitrogen to a duplex stainless steel DIN W. Nr. 1.4460. The passive

fi lm on Incoloy MA 956 contained alumina and this affected the corrosion resistance

of the steel. The protective f i lms on the other three steels with low nickel content

were rich in chromium and iron. The electrochemical behavior of these steels was

investigated using electrochemical impedance spectroscopy (EIE), potent iodynamic

polarization, scanning vibrating electrode technique (SVET), field emission gun

(FEG), scanning electrochemical microscopy (SECM), optical microscopy (OM) and

scanning electron microscopy (SEM). The test electrolytes used were Hanks solution,

a culture medium known as Minimum Essential Medium (MEM) and a buffered

phoshated solution (PBS). The EIE results were interpreted using equivalent

electrical circuits that simulated the duplex structure of the oxide layer. All the

materials were more resistant to localized corrosion than AISI 316L, with composit ion

similar to A S T M F-138 SS. The results also highlighted the effect of the solution

annealing treatment on corrosion resistance of the high nitrogen DIN W. Nr. 1.4460.

The DIN W . Nr. 1.4970 steel was cytotoxic. Hence it cannot be used as a biomaterial.

The DIN W. Nr. 1.4575 steel and Incoloy MA 956 can only be used for applications of

easy removal, such as for odontological prostheses, due to their ferromagnetic

properties. The DIN W. Nr. 1.4460 (0.87% nitrogen) steel was the SS with the best

properties, among those studied for use as biomaterials.

Page 8: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Lista de s ímbolos e abreviações

A: área da superf icie da amostra

a: raio do eletrodo

C: capacitancia

Ca: concentração de espécie no vo lume total de solução

d: espessura da camada passiva

Da: coeficiente de difusão da espécie e m solução

E: potencial

EIE: Espectroscopia de Impedância Eletroquímica

e :constante dielétrica do f i lme passivo

F: constante de Faraday

FEG: Field Emission Gun

Icorr: corrente de corrosão

i . : corrente limite

k: constante de Boitzmann

MEM: solução de meio de cultura {Minimum Essential Medium)

MEV: Microscopio Eletrônico de Varredura

MO: Microscópio Óptico

n: número de elétrons consumidos ou produzidos por uma reação

catódica/anódica

PBS: solução de fosfato tamponada

PRE: Pitting Resistance Equivalent

R: resistência

SECM: Microscópio eletroquímico de varredura (Scanning Electrochemical

Microscopy)

SVET: Técnica de varredura do eletrodo vibrante (Scanning Vibrating

Technique)

Page 9: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Ufb: potencial de banda plana

Z: impedância

Page 10: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

SUMÁRIO

Página

1 . I N T R O D U Ç Ã O 1

2 . O B J E T I V O 5

3 . R E V I S Ã O B I B L I O G R Á F I C A 6

3 . 1 . Implantes Metál icos 6

3.1 .1 . Ti e suas ligas 8

3.1.2. Ligas à base de Cobalto 8

3.1.3. Aços inoxidáveis 9

3.2. Corrosão e degradação de biomateriais 11

3.3. Resistência à Corrosão e Camada Passiva 12

3.4. Citotoxicidade 17

3.5. Apresentação dos quatro aços investigados neste estudo 17

3.5 .1 . Os aços inoxidáveis austenít icos e superaustenít icos 19

3.5.2. Os aços inoxidáveis ferríticos e superferrít ícos 23

3.5.3. /#ico/oy MA 956 25

4 . M A T E R I A I S E M É T O D O S 2 7

4 . 1 . Preparação de amostras 30

4.2. Descrição sucinta das técnicas de caracterização microestrutural 32

4.3. Descrição dos ensaios de corrosão e citotoxidade 32

4 .3 .1 . Ensaios eletroquímicos 32

4.3 .1 .1 . Medidas de potencial de circuito aberto versus tempo de ensaio 33

4.3.1.2. Espectroscopia de impedância eletroquímica 33

4.3.1.3. Propriedades eletrônicas do filme passivo determinadas pelos gráficos

de Mott-Schottky 33

4.3.1.4. Ensaio de polarização potenciodinâmica 34

4.3.1.5. Microscópio eletroquímico de varredura (SECM) 34

I.Modo de resposta amperométr ica (amperometr ic feedback mode)

35

I

. : M L ' W V 5 P - Í P E M .

Page 11: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

11.Generation/collection mode (G/C)

36

111. Ensaios de penetração

36

IV.IViodo de resposta de transferência iônica (ion-transfer feedback mode)

36

V.Modo de perturbação do equilíbrio

36

VI .Medidas potenciométr icas

36

4.3.1.6. Técnica de varredura do eletrodo vibrante (SVET) 40

4.3.2. Meios e condições dos ensaios de corrosão 43

4.3.3. Ensaio de Citotoxicidade 45

5. R E S U L T A D O S 4 7

5 . 1 . Resultados dos ensaios de corrosão 47

5.1 .1 . Meios e condições dos ensaios de corrosão 47

5.2. Resultados dos ensaios eletroquímicos e m solução de Hanks 52

5.2 .1 . Medidas de potencial a circuito aberto versus tempo de ensaio 52

5.2.2. Espectroscopia de impedância eletroquímica 54

5.2.3. Ensaio de polarização potenciodinâmica em solução de Hanks 58

5.2.4. Resultados dos ensaios eletroquímicos e m solução salina tamponada

com fosfato (PBS) 62

5.2.4.1.Espectroscopia de impedância eletroquímica 63

5.2.4.2.Polarização potenciodinâmica em PBS

65

5.3. Ensaio de citotoxicidade 69

5.4. Correlação da microestrutura com a resistência à corrosão 70

5.4 .1 . Influência dos precipitados de nitreto na resistência à corrosão do

aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 alto N 70

5.4.2. Estudo do aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N como recebido por SECM.. . . 75

5.4.3. Resultados de SVET 88

5.5. Comparação dos aços inoxidáveis DIN W. Nr. 1.4460 alto N e AISI 316L 92

5.5 .1 . Resultados obtidos e m meio de cultura (MEM) 92

II

Page 12: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

5.5.2. Resultados de SECM 95

5.5.3. Características eletrônicas do fi lme passivo 99

6 . D I S C U S S Ã O 1 0 3

6 . 1 . Ensaios eletroquímicos 103

6.1 .1 . DIN W . Nr. 1.4970 103

6.1.2. DIN W. Nr. 1.4575 106

6 .1 .3 . /nco/oy MA 956 108

6.1.4. DIN W . Nr. 1.4460 alto N 111

6.2. Comparação dos quatro aços inoxidáveis 113

6.2 .1 . Potencial de circuito aberto e polarização potenciodinâmica 113

6.2.2. Espectroscopia de Impedância Eletroquímica 116

6.2 .1 .1 . Solução de Hanks 118

6.2.1.2. Solução tamponada de fosfato (PBS) 121

6.3. Influência da microestrutura na resistência á corrosão: nitretos de cromo no

aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 alto N 125

6.4. Comparação do DIN W. Nr. 1.4460 alto N e do AISI 316L 126

7. C O N C L U S Õ E S 1 2 9

8 . S U G E S T Õ E S P A R A T R A B A L H O S F U T U R O S 131

9 . R E F E R E N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S 1 3 2

A N E X O 1 1 5 6

A N E X O 2 1 6 1

111

Page 13: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

L I S T A D E F I G U R A S

Página

Figura 1: Desenho esquemát ico de um implante para substi tuição total de quadri l

mostrando a combinação de diversos materiais (Oréf ice et al. , 2006) 3

Figura 2: Exemplos de implantes ortopédicos metál icos, a) implante total de quadri l ;

b) placa de compressão de osteossíntese; c) placa de compressão em "T"; d)

placa de compressão e m "L"; e) parafuso para osso cortical; f) parafuso para

osso esponjoso (Oréfice et al . , 2006) 7

Figura 3: Modelo esquemát ico das distorções de imagem em análises de

ressonância magnét ica causadas pelo ferromagnét isme de uma implante (New

e t a l . , 1983) 10

Figura 4 : Circuitos elétricos equivalentes propostos para caracterizar a camada

passiva dos aços inoxidáveis (Azumi et al. , 1986, Bundy et al. , 1993, Montemor

et al, 2000, Liu et al. , 2003, Antunes, 2006) 15

Figura 5: Diagrama esquemát ico dos gráficos obt idos pelo método de Mott-Schottky.

16

Figura 6: Var iação do limite de escoamento dos aços inoxidáveis austenít icos nos

últ imos 80 anos (Speidel e Pedrazzoli , 1992) 20

Figura 7: Efeito do nitrogênio na resistência mecânica dos aços inoxidáveis

austenít icos (Lee, 2006) 21

Figura 8: Potencial de pite versus PRE (Speidel e Pedrazzol i , 1992) 22

Figura 9: Incoloy MA 956. Ataque: Reagente de Berzelius, durante 20 segundos, T =

25 °C. MO (Terada, 2003) 28

Figura 10: DIN W. Nr. 1.4575. Ataque: Solução V2A, durante 40 segundos, T = 25

°C. MO (Terada, 2003) 29

Figura 1 1 : DIN W . Nr. 1.4970. Ataque V2A-Beize. MO (Padi lha, 1981) 29

Figura 12: DIN W. Nr.1.4460 alto nitrogênio. Ataque V2A - Beize. MEV (Machado,

1995) 30

Figura 13: Esquema do eletrodo de trabalho util izado nos ensaios eletroquímicos.. 31

Figura 14: Esquema do eletrodo de trabalho util izado nos ensaios com SECM 31

Figura 15: Esquema das reações eletroquímicas detectadas pelos diferentes modos

de operação do S E C M 37

IV

Page 14: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Figura 16: Esquema de funcionamento do SECM (Msstate, 2007) 38

Figura 17: Esquema do microeletrodo usado nas análises de SECM 39

Figura 18: Microscopio eletroquímico de varredura (SECM) - Instituto Superior

Técnico.

Figura 19: Célula eletroquímica usada para ensaios no Microscopio eletroquímico de

va r redu ra -SECM. 40

Figura 20: Esquema do (a) f luxo iónico gerado pelas regiões anódicas e (b) as

respectivas correntes e diferença de potencial gerados (Akid e Garma, 2004). .41

Figura 2 1 : Esquema de funcionamento da SVET (Akid e Ganna, 2004) 41

Figura 22: Tipos de resposta de acordo com as intensidades de corrente detectadas

pela SVET (Akid e Garma, 2004) 41

Figura 23: Equipamento para condução dos ensaios pela técnica do eletrodo

vibrante (SVET) pertencente ao Instituto Superior Técnico 42

Figura 24: Célula usada para real ização dos ensaios de SVET 43

Figura 25: Conf iguração do arranjo exper imental . Eletrodo de trabalho com área

exposta na posição A) horizontal B) vertical 45

Figura 26: Diagramas de ângulo de fase de Bode para eletrodos de aço inoxidável

DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, com área exposta nas posições

horizontal e vertical, após 72 h em solução MEM a 37 °C 48

Figura 27: Diagramas de Nyquist para eletrodos de aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460

com 0,87% de nitrogênio, com área exposta nas posições horizontal e vert ical,

após 72 h em solução MEM a 37 °C 48

Figura 28: Curvas de polarização potenciodinâmica para eletrodos de aço inoxidável

DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, em duas conf igurações, área

exposta na posição horizontal e área exposta na posição vertical, ambas em

relação ao topo da célula, após 72 h e m solução M E M a 37 °C. Taxa de

varredura: 1 mV/s 49

Figura 29: Micrografias obtidas por MEV do aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 alto N

após polarização potenciodinâmica e m solução MEM a 37 °C. Presença de pites

e produtos precipitados nas áreas adjacentes aos mesmos. A) e B) eletrodo de

trabalho na posição vertical. C) e D) eletrodo de trabalho na posição horizontal

(parte superior da amostra) 50

Page 15: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Figura 30: Diagramas de ângulo de fase comparando o aço inoxidável DIN W. Nr.

1.4460 com 0,87% de nitrogênio nas posições horizontal e vert ical, após 72 h em

solução de Hanks a 37 °C 51

Figura 3 1 : Diagrama de Nyquist comparando o aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460

com 0,87% de nitrogênio nas posições horizontal e vert ical, após 72 h em

solução de Hanks a 37 °C 51

Figura 32: Curvas de polar ização potenciodinâmica para o aço inoxidável DIN W. Nr.

1.4460 com 0,87% de nitrogênio após 72 h em solução de Hanks a 37 °C

ensaiado com área exposta nas posições horizontal e vertical. Taxa de

varredura: 1 mV/s 52

Figura 33: Var iação do potencial de circuito aberto versus tempo de imersão em

solução de Hanks a 37 °C para os aços inoxidáveis superferrít ico DIN W . Nr.

1.4575 solubil izado, austenít ico DIN W. Nr. 1.4970, austenít ico DIN W. Nr.

1.4460 com 0,87% de nitrogênio e Incoloy MA 956 53

Figura 34: Diagramas de Nyquist para os aços inoxidáveis solubi l izados DIN W. Nr.

1.4575, 1.4970 e Incoloy MA 956 e DIN 1.4460 com 0,87% de nitrogênio como

recebido. Resultados obt idos após 72 h em solução de Hanks a 37 °C 56

Figura 35: Diagramas de módulo de Z para os aços inoxidáveis solubi l izados: DIN

W. Nr. 1.4575, 1.4970 e Incoloy MA 956 e DIN 1.4460 com 0,87% de nitrogênio

como recebido, após 72 h e m solução de Hanks a 37 °C 56

Figura 36: Diagramas de ângulo de fase de Bode para os aços inoxidáveis

solubil izados: DIN W. Nr. 1.4575, 1.4970 e Incoloy MA 956 e DIN 1.4460 com

0,87% de nitrogênio como recebido, após 72 h em solução de Hanks a 37 °C.. 57

Figura 37: Curvas de polarização potenciodinâmica para os aços inoxidáveis

superferrít ico DIN W . Nr. 1.4575 solubil izado, austenít ico DIN W. Nr. 1.4970 e

austenít ico DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, após 72 h de imersão

e m solução de Hanks a 37 °C. Taxa de varredura: 1 mV/s 59

Figura 38: Micrografia por MEV do aço inoxidável DIN W . Nr. 1.4970 após

polarização potenciodinâmica em solução de Hanks a 37 °C 60

Figura 39: Micrografia por MEV do aço inoxidável Incoloy MA 956 após polarização

potenciodinâmica em solução de Hanks a 37 °C 61

Figura 40: Micrografia por M E V do aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4575 após

polarização potenciodinâmica em solução de Hanks a 37 °C 61

Figura 4 1 : Micrografia por M E V do aço inoxidável DIN W . Nr. 1.4460 alto N após

polarização potenciodinâmica em solução de Hanks a 37 °C 62

VI

Page 16: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Figura 42 : MEV do aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 alto N após polarização

potenciodinâmica em solução de Hanks a 37 °C 62

Figura 43: Diagramas de Nyquist para os aços inoxidáveis solubi l izados: AISI 316L,

DIN W. Nr. 1.4575, Incoloy MA 956, DIN W . Nr. 1.4970 e DIN W. Nr. 1.4460 com

0,87% de nitrogênio como recebido, após 24 h em solução PBS a 25 °C 64

Figura 44: Diagramas de Bode para os aços inoxidáveis solubi l izados: AISI 316L,

DIN W . Nr. 1.4575, Incoloy MA 956, DIN W . Nr. 1.4970 e DIN W. Nr. 1.4460 com

0,87% de nitrogênio, após 24 h em solução PBS a 25 °C 64

Figura 45: Diagramas de ângulo de fase de Bode para os aços inoxidáveis

solubil izados: AISI 316L, DIN W. Nr. 1.4575, Incoloy MA 956, DIN W. Nr. 1.4970

e DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, após 24 h e m solução PBS a 25

°C 65

Figura 46: Curvas de polarização potenciodinâmica para os aços inoxidáveis

solubil izados: DIN W. Nr. 1.4575, Incoloy MA 956, DIN W. Nr. 1.4970 e DIN W.

Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, após 24 h e m solução PBS a 25 °C. Taxa

de varredura: 1 mV/s 66

Figura 47: MEV dos aços inoxidáveis após polarização potenciodinâmica em PBS a

25 °C. (a) DIN W. Nr. 1.4970, (b) Incoloy MA 956, (c) DIN W . Nr. 1.4575 e (d)

DIN W . Nr. 1.4460 alto N como recebido 68

Figura 48: MEV do aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 alto N após polarização

potenciodinâmica em PBS 69

Figura 49: Resultados do ensaio de citotoxicidade dos aços inoxidáveis DIN W. Nr.

1.4970, DIN W . Nr. 1.4575, DIN W. Nr. 1.4460 alto N e Incoloy MA 956 70

Figura 50: Diagramas de (a) de Nyquist e (b) ângulo de fase para os aços

inoxidáveis AISI 316L, superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575, Incoloy MA 956,

austenítico DIN W. Nr. 1.4970 e o aço austenít ico DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87%

de nitrogênio, nas condições como recebido e solubil izado, obtidos para 24 h de

imersão em solução PBS a 25 °C 71

Figura 5 1 : Curvas de polarização potenciodinâmica dos materiais investigados neste

estudo para 24 horas de imersão em solução PBS a 25 °C. Taxa de varredura: 1

mV/s 72

Figura 52: Micrografias por MEV de amostras do aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N como

recebido após anál ise no SECM 73

Figura 53: (a) Precipitados no aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N como recebido, (b)

Regiões anal isadas por FEG 74

VII

Page 17: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Figura 54; Porœntagem atômica obtida por EDS dos elementos presentes nos

precipitados presentes no aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N como recebido 74

Figura 55: Mapa dos e lementos químicos englobando precipitados e matriz do aço

inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 alto N como recebido. Os pontos brancos indicam a

concentração de cada elemento no material 75

Figura 56: Var iação do potencial de circuito aberto para o aço DIN W. Nr. 1.4460 alto

N, solubil izado e como recebido, em solução 0,1 mol.L"^ de NaCI, a 25 °C 76

Figura 57: Curva de polarização potenciodinâmica do aço inoxidável DIN W. Nr.

1.4460 alto N como recebido em solução 0,1 mol.L"^ de NaCI a 25 °C. Taxa de

varredura: 1 mV/s 77

Figura 58: Var iação da corrente em função da distância microeletrodo/amostra,

obtida pela curva de aproximação para o aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N

solubil izado, em 0,1 mol.L"^ de NaCI a 25 °C. O potencial apl icado ao

microeletrodo foi de -0,70 VAg/Agci Taxa de varredura = 10 )xm/s 78

Figura 59: Diagramas de densidade de corrente obtidos a diferentes distâncias (400,

200, 100 e 60 im) microeletrodo/par galvánico em solução 0,1 mol.L"^ de NaCI a

25 °C. Amostras e microeletrodo foram polarizados a - 0,70VAg/Agci- Taxa de

varredura = 10 |am/s 79

Figura 60: Mapa de densidade de corrente obtido a 60 ^ m da superfície do eletrodo

de trabalho e m solução 0,1 mol.L"^ de NaCI a 25 "C. O potencial da amostra e

microeletrodo foram mant idos a E = -0,70 VAg/Agci Passo de 100 |am e taxa de

varredura = 1 0 \im/s 80

Figura 6 1 : Voltametr ia cíclica no eletrodo de trabalho em diferentes regiões: resina

epóxi , aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N, solubil izado e como recebido, em solução

0,1 mol.L"^ de NaCI a 25 °C. Amostras polarizadas a -0,70 VAg/Agci- Taxa de

varredura = 10 ^im/s 81

Figura 62: Diagramas de corrente em função da variação de potencial apl icado ao

eletrodo de trabalho obt idos e m solução 0,1 mol.L'^ de NaCI a 25 "C. A distância

microeletrodo /amostra foi de 60 ^ m . Taxa de varredura = 10 ^m/s 82

Figura 63: Var iação da densidade de corrente relativa à reação de oxidação do ferro

e m função do potencial apl icado, obtida pela curva de aproximação para o aço

DIN W. Nr. 1.4460 alto N solubil izado. Potencial apl icado ao microeletrodo, E =

0,60 V, e ao eletrodo, E = 1,0 VAg/Agci, e m 0,1 mol.L"^ de NaCI. Taxa de varredura

= 10 i^m/s 83

vni

cc ,, . , ...;v-\,.i:.i£;Jî/SP-iPËW

Page 18: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Figura 64: Diagramas de corrente obtidos com variação distância

microeletrodo/amostra obtidos em solução 0,1 mol.L"^ de NaCI a 25 °C. Potencial

apl icado ao microeletrodo E = 0,60 V e a amostra E = 1,0 VAg/Agci 84

Figura 65: Mapa de corrente obtido a 60 |j,m da superf ic ie do eletrodo de trabalho em

solução 0,1 mol.L"' de NaCI a 25 °C. O potencial da amostra foi mant ido a 1,0

VAg/Agci e do microeletrodo a 0,60 VAg/Agci- Passo de 10 |am e taxa de varredura =

lO^ im/s 84

Figura 66: Vista superior do mapa de corrente mostrado na f igura anterior. Os picos

anódicos são representados pelos pontos brancos e os catódicos, pelos pretos.

85

Figura 67: Mapas da superf icie do aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 como recebido.

Potencial do microeletrodo a 0,60 VAg/Agci e da amostra a 0,95 VAg/Agci- A coluna

da direita mostra a vista superior do mapa da esquerda. Passo de 1 um e taxa

de varredura = 1 0 yivn/s 87

Figura 68: Corrosão localizada do aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N como recebido após

ensaios no SECM, causada pela presença de precipitados Cr2N 87

Figura 69: Diagramas de Nyquist para o aço inoxidável AISI 316L e o aço austenít ico

DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, obt idos após 72 h de imersão em

solução M E M a 37 °C 92

Figura 70: Diagramas de Bode para o aço inoxidável AISI 316L e o aço austenít ico

DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, obt idos após 72 h de imersão em

solução MEM a 37 °C 93

Figura 7 1 : Diagramas de ángulo de fase de Bode para o aço inoxidável AISI 316L e

o aço austenít ico DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, obtidos após 72 h

de imersão em solução M E M a 37 °C 93

Figura 72: Diagramas de polarização potenciodinâmica para o aço inoxidável AISI

316L e o aço austenít ico DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, obt idos

após 72 h de imersão em solução MEM a 37 °C 94

Figura 73: Micrografias obtidas por MEV de amostras polarizadas dos aços

inoxidáveis. A) AISI 316L e B) DIN W. Nr. 1.4460 alto N em MEM, a 37 "C 95

Figura 74: Curvas de aproximação microeíetrodo-amostra para detecção do

oxigênio. Potenciais do microeletrodo e do eletrodo de trabalho mantidos a -0,70

VAg/Agci, em solução 0,1 mol L"* de NaCI, a 25 °C. Taxa de varredura = 10 \ivn/s.

96

IX

Page 19: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Figura 75: Diagramas de corrente obtidos a diferentes distâncias microeletrodo/par

galvánico e m solução 0,1 mol.L"^ de NaCI a 25 °C. Amost ras e microeletrodo

polarizados a - 0,70 VAg/Agci 97

Figura 76: Mapa de corrente obtido a 60 im da superf icie do eletrodo de trabalho em

solução 0,1 mol L'^ de NaCI a 25 °C. Potenciais da amostra e do microeletrodo

mant idos a 0,60 VAg/Agci- Passo de 100 im e taxa de varredura = 10 [im/s 98

Figura 77: Diagramas de corrente e m função da variação de potencial apl icado ao

eletrodo de trabalho. Imersão e m 0,1 mol.L"^ de NaCI a 25 °C. Distância

microeletrodo/amostra de 60 |am e potencial do microeletrodo de 0,60 VAg/Agci-

Taxa de varredura de 10 |im/s 98

Figura 78: Mapa de corrente obtido a 60 i^m da superf icie do eletrodo de trabalho

imerso em solução de 0,1 mol L" de NaCI a 25 °C. O potencial da amostra foi

mant ido a 0,50 VAg/Agci e do microeletrodo a 0,60 VAg/Agci- Passo de 100 ^ m e

taxa de varredura = 1 0 |im/s 99

Figura 79: Gráficos de Mott-Schottky para os aços inoxidáveis A IS ! 316L e DIN W.

Nr. 1.4460 alto N como recebido e solubil izado 101

Figura 80: Relação teor de cromo versus potencial de corrosão (Ecorr) e de circuito

aberto (Eca) dos aços inoxidáveis DIN W. Nr. 1.4970, DIN W . Nr. 1.4575, DIN W.

Nr. 1.4460 alto N solubil izado e Incoloy MA 956, em solução de Hanks a 37 °C.

115

Figura 8 1 : Relação teor de cromo versus potencial de corrosão dos aços inoxidáveis

DIN W. Nr. 1.4970, DIN W. Nr. 1.4575, DIN W. Nr. 1.4460 alto N solubil izado e

Incoloy MA 956, em PBS a 25 °C 116

Figura 82: Relação do teor de níquel com a resistência da camada externa de óxido

presente na superfície dos aços inoxidáveis superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575, do

aço inoxidável austenít ico DIN W . Nr. 1.4970, do aço inoxidável dúplex DIN W.

Nr. 1.4460 com alto teor de nitrogênio e do AISI 316L 120

Figura 83: Relação entre teor de cromo e a resistência da camada interna de óxido

na superfície dos aços inoxidáveis superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575, austenít ico

DIN W. Nr. 1.4970, austenít ico DIN W. Nr. 1.4460 com alto teor de nitrogênio e

do austenít ico AISI 316L 121

Figura 84: Relação entre o teor de níquel e a resistência da camada externa de

óxido na superfície dos aços inoxidáveis superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575,

Page 20: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

austenít ico DIN W . Nr. 1.4970, DIN W. Nr. 1.4460 com alto teor de nitrogênio e

A I S I 3 1 6 L 123

Figura 85: Relação do teor de cromo com a resistência da camada interna de óxido

presente na superf icie dos aços inoxidáveis superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575, do

aço inoxidável austenít ico DIN W. Nr. 1.4970, do aço inoxidável dúplex DIN W.

Nr. 1.4460 com alto teor de nitrogênio e do AISI 316L em solução PBS a 25 °C.

124

XI

Page 21: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

L I S T A D E T A B E L A S

Página

Tabela 1: Exemplos de Implantes e suas funções (Oréfice et al. , 2006) 4

Tabela 2: Teor máximo de inclusões permit ido e m aços inoxidáveis uti l izados como

biomateriais segundo a norma A S T M F138 (Oréfice et al. , 2006) 9

Tabela 3: Composições químicas do aço inoxidável superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575,

da Incoloy MA 956, do aço inoxidável austenít ico DIN W. Nr. 1.4970, do aço

inoxidável dúplex DIN W. Nr. 1.4460 alto N e do aço AISI 316L, e m porcentagem

em massa, obtidas por f luorescencia de ralos X 27

Tabela 4 : Propriedades mecânicas e físicas dos aços inoxidáveis superferrít ico DIN

W. Nr. 1.4575, da Incoloy MA 956, do aço inoxidável austenít ico DIN W. Nr.

1.4970 e do aço inoxidável dúplex DIN W . Nr. 1.4460 com alto teor de nitrogênio

(Euroinox, 2007) 28

Tabela 5: Composição química da solução de Hanks (Lavos-Valereto et al . , 2002) .43

Tabela 6: Composição química do meio de cultura celular (MEM) (Assis, 2006) 44

Tabela 7: Composição química do meio PBS (Pan et al. , 2000) 44

Tabela 8: Área de exposição ao meio de ensaio do aço inoxidável superferrít ico DIN

W. Nr. 1.4575, da Incoloy MA 956, do aço Inoxidável austenít ico DIN W. Nr.

1.4970 e do aço inoxidável dúplex DIN W. Nr. 1.4460 com alto teor de nitrogênio.

44

Tabela 9: Potencial de circuito aberto dos aços inoxidáveis superferrít ico DIN W. Nr.

1.4575 solubil izado, austenít ico DIN W . Nr. 1.4970, austenít ico DIN W. Nr.

1.4460 com 0,87% de nitrogênio e Incoloy MA 956 54

Tabela 10: Potenciais e correntes de corrosão e potenciais de quebra do f i lme

passivo para os aços inoxidáveis superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575, austenít icos

AISI 316L, DIN W. Nr. 1.4970 e DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio e

ferrítico Incoloy MA 956. Após 72 h em solução de Hanks a 37 °C 59

Tabela 1 1 : Potenciais e correntes de corrosão, potenciais de quebra do f i lme passivo

e PRE para os aços inoxidáveis superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575, austenít icos

AISI 316L, DIN W. Nr. 1.4970 e DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio e

ferrítico Incoloy MA 956. Após 24 horas de imersão em PBS, a 25 °C 67

Xll

Page 22: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Tabela 12: Potenciais e correntes de corrosão e potenciais de quebra do f i lme

passivo para os aços inoxidáveis austenít icos DIN W . Nr. 1.4460 com 0,87% de

nitrogênio como recebido e solubil izado. Após 24 horas de imersão e m PBS, a

25 °C 72

Tabela 13: Mapas de corrente obtidos por SVET do aço inoxidável DIN W. Nr.

1.4460 solubil izado e como recebido 89

Tabela 14: Potenciais de corrosão e de quebra do f i lme passivo sobre os aços

inoxidáveis AISI 316L e DIN W. Nr. 1.4460 alto N em solução M E M , a 37 °C.... 94

Tabela 15: Número de doadores e receptores no f i lme de óxido superficial sobre os

aços inoxidáveis AISI 316L e DIN W. Nr. 1.4460 alto N como recebido e

solubil izado, calculados a partir dos resultados apresentados na Figura 72 . . . . 101

Tabela 16: Valores das resistências e das capacitancias das camadas que compõem

o fi lme óxido sobre o aço DIN W. Nr. 1.4970, obtidos do ajuste do circuito

equivalente aos resultados dos ensaios de EIE 105

Tabela 17: Comparação dos resultados obtidos nos ensaios eletroquímicos do aço

DIN W. Nr 1.4970 em diferentes meios 105

Tabela 18: Valores das resistências e dos CPEs das camadas que compõem o f i lme

óxido sobre o aço DIN W . Nr. 1.4575, obtidos do ajuste do circuito equivalente

aos resultados obtidos nos ensaios de EIE 107

Tabela 19: Comparação dos resultados obtidos nos ensaios eletroquímicos do aço

DIN W. Nr. 1.4575 em diferentes meios 108

Tabela 20: Valores das resistências e dos e lementos de fase constante das

camadas que compõem o f i lme óxido sobre a Incoloy MA 956, obtidos do ajuste

do circuito equivalente aos resultados obtidos nos ensaios de EIE 110

Tabela 2 1 : Comparação dos resultados obtidos nos ensaios eletroquímicos da

Incoloy MA 956 em diferentes meios 111

Tabela 22: Valores das resistências e dos e lementos de fase constante para as

camadas que compõem o f i lme óxido sobre o aço DIN W . Nr. 1.4460 alto N,

obtidos de ajuste do circuito equivalente aos resultados experimentais 112

Tabela 23: Comparação dos resultados obtidos nos ensaios eletroquímicos do aço

DIN W. Nr. 1.4460 alto N como recebido em solução de Hanks e PBS 113

Tabela 24: Valores de resistência e do elemento de fase constante associados às

camadas que compõem o f i lme óxido sobre os materiais ensaiados, obt idas

através do ajuste do circuito equivalente aos resultados obtidos nos ensaios de

impedância eletroquímica e m solução de Hanks a 37 "C 119

XIII

Page 23: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Tabela 25: Valores de resistência e CPEs para as camadas do f i lme óxido sobre

aços inoxidáveis, obt idos do ajuste do circuito equivalente aos resultados

experimentais dos ensaios de impedância eletroquímica em solução PBS a 25

°C 122

XIV

Page 24: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

1 . INTRODUÇÃO

A apl icação dos conhecimentos e técnicas de engenharia na área médica e

cirúrgica atrai cientistas e engenheiros que buscam aprimorar a qual idade de vida de

pacientes, através da fabricação e do design de implantes que, inseridos no corpo

humano, fazem com que estes adquiram melhores condições de vida (Wil l iams,

1976).

A colocação de um implante engloba diferentes ramos da medicina, incluindo

a ortopedia, odontologia, cirurgias cardiovasculares, reconstrutivas, oftalmológicas e

até mesmo neurológicas. Dentre as possíveis razões para o emprego de um

implante, podemos citar (Wil l iams, 1976 e 1980, Mears, 1977, Oréfice et al. , 2006):

o Substi tuição de uma parte da anatomia que tenha sido avariada: quadri l ,

válvulas cardíacas, córneas.

• Tratamento de problemas congênitos: anomnalidades faciais.

• Processos de cicatrização de tecidos: suturas, estabi l ização de ossos

fraturados.

• Correção de deformidades ósseas: curvaturas anormais da coluna.

« Apr imorar o funcionamento de um órgão ou parte do corpo: controle muscular

do coração.

Materiais preparados para interagir com sistemas biológicos uti l izados em

apl icações médicas, dentárias, veterinárias e farmacêut icas, que fo rmam uma

interface com os sistemas biológicos de fomria a avaliar, tratar, crescer ou substituir

qualquer tecido, órgão ou função corporal são denominados biomateriais (Oréfice et

al. , 2006, Wi l l iams, 1980 e 1987, Hiromoto et al . , 2002).

Para isso, é fundamental a combinação de propriedades químicas, mecânicas

(Will iams, 1976), físicas e biológicas que gerem confiança do ponto de vista

fisiológico, já que este é um ambiente extremamente hostil, composto de íons

inorgânicos, ácidos orgânicos, aminoácidos e proteínas que inf luenciam a resistência

á corrosão do material (Brown e Merritt, 1981 , Wi l l iams e Clark, 1982, Wi l l iams et al.,

1988 e 1998, Sousa e Barbosa, 1993, Ratner et al. , 1996, Khan et al . , 1999,

Hiromoto et al . , 2002, Rondell i et a l . , 2005, Frateur et al. , 2006, Oréfice et a l , 2006,

Tang et al . , 2006). No caso de um implante dentário, por exemplo, é necessária, a

resistência á f lexão de 100 a 140 MPa, pois sua interação com células epiteliais,

tecido gengival e osso resulta em tensões de compressão no dente e de tração na

mandíbula. A lém disso, o implante não pode causar danos aos tecidos moles, ter

propriedades alergênicas ou carcinogênicas, nem liberar substâncias tóxicas ao

organismo, ou seja, deve ser resistente á corrosão (Oréfice et al . , 2006).

Dentre os fatores relevantes na escolha de um novo material, o mais

importante é a biocompatibi l idade, que descreve as reações adversas do corpo em

1

C 0 M ! 5 S A U : V . r . . . ^ L - L : : r . - c . - . . v . . . . . - . . . . . - . a , -

Page 25: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

relação ao material, e vice-versa, e quais são suas conseqüências. Este fator

depende de onde o mesmo é implantado (Bagnall , 1980, Wil l iams, 1980, Oréfice et

al, 2006). No aparelho circulatório, por exemplo, o material não pode sofrer adesão

de corpúsculos presentes no sangue, enquanto em juntas artificiais ou implantes

dentários, estes devem apresentar forte adesão celular (Hiromoto et al. , 2002).

Apesar das diferenças, quatro fatores básicos devem ser considerados:

• o fenômeno f ís ico-quimico que ocorre nos segundos ou minutos iniciais de

contato entre o biomaterial e os tecidos corporais.

• O efeito da presença de um corpo estranho no organismo, presente desde

minutos após a colocação do implante até nos anos seguintes.

• As mudanças notadas no implante devido á sua interação com os tecidos,

incluindo corrosão e degradação.

• A reação interfacial sequelar entre o implante e os tecidos corporais.

Os implantes, pr incipalmente em quadri l e joelho, representam uma das

maiores evoluções cirúrgicas deste século. Atualmente, centenas de milhares de

pacientes recebem art iculações artificiais todos os anos e, por isso, existe uma

ampla pesquisa em busca de materiais adequados, desde polietileno de ultra-alto

peso molecular, até aços inoxidáveis e alumina. Ou seja, as matérias-primas em

potencial possuem uma var iedade que inclui todas as indústrias, desde metais,

cerâmicas, vidros, plásticos, f ibras, elastômeros, compósi tos e tecidos (Wil l iams,

1987, Oréfice et al. , 2006), sendo que alguns implantes são resultado da

combinação de diferentes materiais, como pode ser visto no esquema do implante

de quadri l , apresentado na Figura 1. Outros exemplos de implantes e suas funções

são mostrados na Tabela 1.

No ano de 2004, o mercado de produtos médicos e odontológicos era

responsável por aprox imadamente 36.000 empregos e o faturamento do setor foi de

US$ 2,5 bilhões, somente no Brasil (ABIMO, 2006). A demanda de biomateriais

cresce de 5 a 15% ao ano, e está diretamente relacionada à prática de esportes

radicais. Est ima-se que sejam realizados 2 a 3 milhões de implantes por ano,

apenas nos Estados Unidos; dentre os quais, 1,5 mi lhões se referem à colocação de

pinos, placas e parafusos de f ixação de fraturas e 500.000 de substituição de

art iculações de quadri l e de joelho. Atualmente existem mais de 50 t ipos de

implantes uti l izando mais de 40 materiais diferentes (Oréfice et al., 2006).

Page 26: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Revest imento metál ico do

soquete para encaixe no

acetábulo

Soquete cJe polímero (UHMVVPE)

Carga ^ Prótese da cabeca do fémur

Fémur

osso)

Haste

Cimento (PMMA)

na medula óssea

Figura 1: Desenho esquemát ico de um implante para substi tuição total de quadri l

mostrando a combinação de diversos materiais (Oréfice et al., 2006).

Page 27: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Tabela 1 : Exemplos de Implantes e suas funções (Oréfice et al . , 2006).

Implante

Implante de córnea

Tubulação nervosa

Marca Passo

Implantes de quadri l ,

joelho, ombro, cotovelo e

pulso

Placas, parafusos e

arames para osso

Implantes endósseos de

substituição de dentes

Âncoras ortodônticas

Implante de

preenchimento de

contorno facial (nariz,

orelha, face)

Pele artificial

Função

Promover um caminho

ótico para a retina

Al inhamento de nervos

desl igados

Manutenção do ritmo

cardíaco

Reconstrução de

art iculações artríticas ou

fraturadas

Reparo de fraturas

Substi tuição de dentes

danif icados ou perdidos

Promover suporte para

apl icação de tensão

requerida para mudar

defonn Idades

Substi tuição de tecidos

doentes, com tumores ou

traumatizados

Tratar queimaduras

severas

Biomaterial

Pollmetacri lato de metila

(PMMA)

Membrana de sil icone

Aço inoxidável, borracha

de sil icone, eletrodo de

platina, etc.

Aço inoxidável AISI 316L,

ligas Co-Cr, Ti-AI-V, Co-

Cr-Mo-Ni, polieti leno de

alta densidade e alto

peso molecular

Aço inoxidável AISI 316L,

ligas de Ti e Co-Cr,

compósi tos

Aço inoxidável, ligas Co-

Cr-Mo, Ti e ligas de Ti ,

AI2O3, PMMA, etc.

AI2O3 recoberta com

Bioglass, Vitai l ium

recoberto com Bioglass

Borracha de sil icone,

polieti leno, colágeno

dissolvido, etc.

Colágeno tratado,

membrana de sil icone

ultrafina, compósi tos de

espuma de

policaprotactona

Page 28: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

2. OBJETIVO

O objetivo geral desta tese é avaliar a potencial idade de quatro aços

inoxidáveis especiais para uso como material para fabr icação de implantes, com

base especif icamente na resistência á corrosão dos aços escolhidos para estudo, e

também comparar os resultados destes com a do aço inoxidável mais util izado para

estas apl icações, a saber, o aço A S T M F-138, um aperfeiçoamento do AISI 316L. A

comparação entre quatro aços no estado inicial solubil izado (Incoloy MA 956, aço

inoxidável superferrít ico DIN W . Nr. 1.4575 e austenít icos DIN W . Nr. 1.4970 e DIN

W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio) quanto ao comportamento frente à corrosão

será realizada em três meios, a saber, solução de Hanks, meio de cultura (Minimum

Essential Medium) e uma solução salina de fosfato tamponada (Phosphate Buffered

Solution). O DIN W. Nr. 1.4460 alto N pemnitirá avaliar o papel do nitrogênio na

resistência à corrosão e a Incoloy MA 956, as influências do alumínio.

Page 29: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3 .1 . Implantes Metálicos

Na odontologia, aparecem como compactação do ouro em folha ou por

fundição de amálgamas (ligas produzidas por uma mistura de mercúrio líquido com

partículas de cobre, estanho, prata, zinco, paládio e outros metais). No entanto,

devido á presença do mercúrio, existem preocupações constantes quanto ao

sistema de descarte util izado. A lém do ouro, outras ligas nobres usadas e m

restaurações são platina e iridio, mas seu alto custo faz com que não seja

empregado com tanta freqüência. Os aços inoxidáveis foram introduzidos por volta

de 1930 e hoje são considerados os materiais mais promissores do ponto de vista

odontológico (Oh et al. , 2001). Os metais dos aparelhos ortodônticos também são

considerados biomateriais e geralmente são de aço inoxidável austenít ico ou ligas

Co-Cr-Ni e Ni-Cr. Nos implantes dentários, a liga mais utilizada é TÍ-6AI-4V, mas

também encontramos implantes de Ti puro ou aço inoxidável austenítico (Oréfice et

al . , 2006).

Implantes metál icos também são usados f reqüentemente na área de

ortopedia, como suporte de f ixação, correção de deformidades congênitas ou

substituição de ossos fraturados. Um grande número de metais e suas ligas,

incluindo alumínio, cobre, zinco, aços carbono, prata, níquel e magnesio foi

estudado inicialmente para confecção deste t ipo de implante. No entanto, esses

metais deixaram de ser considerados biomateriais devido às reações adversas dos

produtos de corrosão com o corpo, muitas vezes l igadas à baixa resistência à

corrosão.

Em 1926 foi desenvolvido o primeiro aço inoxidável usado em implantes

ortopédicos, de composição 18%Cr-8%Ni-2 a 4%Mo-0 ,08%C (Bardos, 1977). Os

primeiros registros de implantes temporár ios para f ixação de fraturas datam do início

do século passado e são conhecidos como "Lane Plate" e m homenagem ao seu

criador W. A. Lane (King, 1959). Estes implantes eram confeccionados de aço

carbono, mas foi comprovado que este material sofria corrosão causando inf lamação

nas regiões adjacentes (Danzig et al . , 1980, Tarr et al. , 1983).

Nos anos 40, descobriu-se que apenas metais mais nobres ou muito

passivos, como o titânio e suas ligas, apresentam taxas de corrosão a níveis

aceitáveis para serem usados como biomateriais (Beder e Eade, 1956, Wi l l iams,

1976, Rae, 1986 e 1986, Pohier, 1986, Azevedo, 2002). No entanto, em 1959, ainda

eram relatados problemas com parafusos metál icos implantados para f ixação de

fraturas. Scales et al. (1959) publ icaram um trabalho feito com 109 pacientes que

apresentavam dores, inf lamações e inchaços devido à problemas com seus

implantes, após alguns meses ou até anos. Grande parte das falhas ocorria devido à

corrosão, causada pela diferença entre os materiais que compunham a implante,

6

Page 30: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

formando pares galvánicos. Em 1983, Cook et al . mostraram uma pesquisa feita com

82 pacientes implantados. Os dados coletados revelaram que 17% das implantes

eram fabr icadas com materiais que não atendiam às normas A S T M . A lém disso,

6 2 % dos pacientes sofr iam de dores e inf lamações e mais de 9 0 % dos implantes

anal isadas apresentavam corrosão por pites ou frestas.

Dentre os materiais usados comercialmente para implantes ortopédicos,

podemos citar o titânio puro e a liga TÍ-6AI-V (ASTM F67 e F 136), ligas Co-Cr-Mo

(ASTM F75 e F 799) e os aços inoxidáveis A S T M F-138, pr incipalmente na

confecção de implantes art iculadas ( implantes permanentes) e na f ixação de fraturas

( implantes temporár ios). A Figura 2 mostra exemplos de implantes ortopédicos

metál icos (Oréfice et al . , 2006).

Um dos fatores agravantes na resistência à corrosão dos biomateriais é a

concentração de oxigênio dissolvido nos f luidos corporais, aprox imadamente quatro

vezes menor que a presente no ar, que prejudica a regeneração da camada de

óxido na superfície do metal , após a dissolução da mesma (Morita et al. , 1988,

Hanawa, 2004). Outras característ icas indispensáveis aos biomateriais metál icos

para apl icação em implantes ortopédicos são; resistência à fratura, ao desgaste e à

fadiga devido ao grande número de ciclos e cargas repetit ivas aos quais são

submet idos, causados pelo movimento dos pacientes (Ducheyne et al . , 1975, Pohier,

1986, Fricker e Shivanath, 1990).

r

(A) ( B )

p i

O (O

" \ I Í E )

Figura 2: Exemplos de implantes ortopédicos metál icos, a) implante total de quadri l ;

b) placa de compressão de osteossíntese; c) placa de compressão e m "T"; d) placa

de compressão em "L"; e) parafuso para osso cortical; f) parafuso para osso

esponjoso (Oréfice et al. , 2006).

Page 31: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

3.1 .1 . Ti e suas ligas

O Ti e suas ligas são empregados com grande sucesso devido à sua elevada

resistência à corrosão e faci l idade de osseointegração (Fricker e Shivanath, 1990,

Assis, 2005). A lém disso, possui alta relação resistência-peso e propriedades não-

magnét icas. A liga mais usada é TÍ-6AI-4V (45%), seguida pelo Ti puro (30%)

(Oréfice et a l . ,2006) .

Embora a liga TÍ-6AI-4V seja muito util izada, implantes deste material fo rmam

óxido de vanádio em suas superfícies. Como este óxido é termodinamicamente

instável, há discussões quanto à sua toxicidade e possível compromet imento dos

pulmões. Deste modo, tem sido estudada a substi tuição do vanádio por nióbio (Ti-

6AI-7Nb), com expectativa de menor toxicidade (Oréfice et al. , 2006, Assis, 2006).

Lavos-Valereto et al (2004) mostraram que a película passiva que se forma

sobre a liga Ti-6AI-7Nb é um óxido de titânio com características bem semelhantes

às de uma película passiva formada sobre o alumínio, e atr ibuíram a faci l idade de

osseointegração à presença da camada porosa, a qual facilitaria a interpenetração

das células ósseas com o óxido. A lém disso, implantes de titânio são integrados por

tecido ósseo, sem estrutura f ibrosa ou reações inflamatórias crônicas (Will iams,

1980). Processos celulares se desenvolvem á distância correspondente a uma

camada da ordem de 20 a 30 nm de espessura (Branemark et al . , 1983).

U m dos problemas dos implantes de ligas de titânio é o custo elevado

(Wil l iams, 1980 e 1987), o que sugere um mercado promissor para os aços

inoxidáveis com baixo teor de níquel, devido à resistência mecânica e à corrosão

destes últ imos, além da tenacidade e biocompatibi l idade.

3.1.2. Ligas à base de Cobalto

A s ligas à base de cobalto apresentam excelente resistência à corrosão, ao

desgaste e à fadiga, a lém da biocompatibi l idade. São amplamente uti l izadas na

fabr icação de vários disposit ivos tanto na área ortopédica, quanto odontológica. No

entanto, a literatura sugere que ligas Co-Cr-Mo não devem ser util izadas em

componentes implantados na região do fémur, devido ao risco de fratura (Ducheyne

e t a l . , 1975).

O uso das ligas de Co como material ortopédico se iniciou por volta de 1924,

em cães. Em 1938, parafusos de Co-Cr foram implantados em ossos de animais.

Em seguida, a liga à base de Co conhecida como Vitailium foi util izada em

revest imentos colocados na cabeça do fémur para reduzir a dor e aumentar a

mobi l idade. Por volta de 1950, iniciou-se a uti l ização das ligas fundidas á base de

Co usadas em endoimplantes (Oréfice et al, 2006). Nos anos 70 e início dos anos

80, a liga mais usada foi a Co-Ni-Cr-Mo. No entanto, devido à l iberação de níquel

Page 32: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

pela liga, sua uti l ização tem diminuído. Outro fator a ser considerado é que a lgumas

pesquisas sugerem que as ligas à base de cobalto corroem e l iberam partículas

tóxicas ao organismo, diminuindo o crescimento celular ou até mesmo causando a

morte das células dos tecidos adjacentes (Evans e Benjamín, 1987, Xulin et al. ,

1997).

3.1.3. Aços inoxidáveis

O aço inoxidável A S T M F-138 é o mais util izado atualmente devido à sua

elevada resistência á corrosão, boa fabricabil idade e baixo custo (Pan et al . , 1997,

Sivakumar et al. , 1993). No entanto, a literatura menciona que aproximadamente

9 0 % destes implantes sofre corrosão (Will iams, 1976 e 1980, Cook et al, 1987,

Nielsen, 1987, Walczak et al. , 1998, Pan et al. , 2000, Xie et al . , 2002, Orozco, 2005),

l iberando íons que podem interagir com os tecidos adjacentes, causando alergias,

infecções e falha prematura da implante (Winter, 1974, Wi l l iams, 1980, Rea, 1983,

McNamara e Wil l iams, 1984, Shett lemore e Bundy, 2 0 0 1 , Bailey et al. , 2005). A lém

disso, ensaios in vivo mostram que este material pode estar associado a tumores

mal ignos (Sinibaldi et al. , 1976). Deve-se destacar que, para determinar-se a

biocompatibi l idade do material, é necessário um estudo do t ipo de íon l iberado, sua

quanti f icação e toxicidade (Hanawa, 2004). Já foram detectados casos de corrosão

por pite, em frestas, sob tensão, por atrito e por fadiga (Ducheyne et al. , 1975, Imam

et al. , 1979, Wil l iams, 1980, Morita et al. , 1988, Xie et al. , 2002).

Outro fator a ser lembrado é que os aços inoxidáveis austenít icos uti l izados

em implantes não podem conter regiões ferrít icas visíveis com aumentos de lOOx,

devem ter teores de inclusão de acordo com a Tabela 2 e tamanho de grão menor

ou igual a 5.

Tabela 2: Teor máximo de inclusões pemii t ido em aços inoxidáveis uti l izados como

biomateriais segundo a nomia A S T M F138 (Oréfice et al . , 2006).

T ipo de Su l fe to (%) Alumina (%) Sil icato (%) , 5 ' °® , inclusão ^ ' ^ ' ^ ' globulares (%)

Fino 1,5 1,5 1,5 1,5

grosso 1,0 1,0 1,0 1,0

Apesar da ausência de ferrita, o aço inoxidável AISI 316L, ou seu

correspondente A S T M F-138, apresenta possibi l idade de formação de fases

ferromagnét icas, como ferrita delta e/ou martensita induzida por deformação, que

9

Page 33: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

podem produzir reações adversas no caso do paciente ser submet ido a exames de

ressonância magnética (MRÍ), como por exemplo: aquecimento na região da

implante, movimentação da mesma devido aos campos magnét icos do equipamento

e/ou distorções nos resultados do exame (New et al . , 1983, Shellock e Curtis, 1991 ,

l imuro, 1994, Devge et al . , 1997, Woods, 2002). No entanto, este t ipo de efeito é

dependente do tamanho e do formato do implante, a lém da permeabi l idade

magnét ica e do grau de ferromagnet ismo do material (New et al . , 1983, l imuro, 1994,

Devge et al. , 1997). Apesar dos aços inoxidáveis uti l izados em implantes não

apresentarem ferromagnet ismo aparente, existem casos comprovados de que o

material interagiu com o campo magnét ico do equipamento de ressonância

magnét ica, alterando os resultados da análise (Shellock e Curtis, 1991).

Sabe-se ainda que, no Brasil, exames de ressonância magnética não são

real izados em pacientes portadores de implantes ortopédicos, já que a grande

maioria dos equipamentos at inge campos magnét icos de 1,5 T, que podem interagir

com alguns t ipos de material (Shellock e Curtis, 1991). A lém disso, atualmente

existem equipamentos que uti l izam campos magnét icos de até 3 T, o equivalente a

50.000 vezes o campo magnét ico da Terra (Woods, 2002). Deste modo, seria

inviável a uti l ização de materiais ferromagnét icos (New et al , 1983, Woods, 2002) e m

qualquer t ipo de implante, exceto nas implantes removíveis. A lém disso, implantes

de tamanho reduzido como as odontológicas, não afetam a realização do exame em

regiões distantes do implante, já que as distorções de imagem são extremamente

local izadas, como se pode notar na Figura 3 ( l imuro, 1994, Devge et al . , 1997).

Figura 3: Modelo esquemát ico das distorções de imagem em análises de

ressonância magnét ica causadas pelo ferromagnet ismo de uma implante (New et al . ,

1983).

10

Page 34: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

o avanço tecnológico prevê a necessidade do desenvolv imento de novos

materiais com propriedades mecânicas, boa fabricabi l idade e baixo custo.

Baseando-se nesses fatos, neste t rabalho serão estudados quatro aços inoxidáveis,

selecionados devido pr incipalmente aos seus históricos de boa resistência á

corrosão.

3.2. Corrosão e degradação de biomateriais

A resistência à corrosão dos materiais usados em implantes é uma das

principais propriedades a serem consideradas quando se visa um bom desempenho

dos mesmos. Os principais t ipos de corrosão já detectados em implantes são: por

pite, em frestas, sob tensão e intergranular (Ducheyne et al . , 1975, Imam et al. ,

1979, Wil l iams, 1980, Morita et al . , 1988, Oh et al . , 2 0 0 1 , Xie et al . , 2002, Orozco,

2005).

Há várias causas para a corrosão de um material colocado no corpo humano.

Uma delas é a redução do pH para valores entre 5,3 e 5,6, que ocorre na região do

implante, devido ao t rauma da cirurgia (Bundy, 1975). Microorganismos infecciosos e

frestas formadas entre os componentes dentro das quais a concentração de

oxigênio pode ser reduzida, podem também contribuir para a corrosão do implante.

Em termos de característ icas químicas, a interação entre o implante e os

f luidos corpóreos deve ser considerada. Esses fluidos consistem e m solução com

cerca de 0,9% de NaCI e outros sais e compostos orgânicos, à temperatura de 37 °C

(Bundy, 1975, Fontana, 1987). Outro fator a ser considerado é a presença de gases

dissolvidos nos f luidos corporais que podem criar regiões com aeração diferencial,

gerando corrosão. A lém disso, as baixas concentrações de oxigênio detectadas em

ensaios in vivo dif icultam o processo de repassivação da película protetora de óxido

(Morita et al. , 1988, Hanawa, 2004).

Em condições normais, o pH é em torno de 7,4, mas após cirurgias de

implantes, esse valor pode ser alterado, resultando na diminuição do pH para

valores e m tomo de 5 (Hench e Ethridge, 1975, Fontana, 1987). Em casos onde

ocorre drenagem deficiente da área do implante, o pH ácido é mant ido por semanas,

e e m casos de infecção, a acidez pode atingir níveis muito baixos (pH=3) (Hanawa,

2004).

Embora apenas os íons cloreto tenham sido responsabi l izados pela corrosão,

sabe-se atualmente que as macromoléculas biológicas, especialmente as proteínas,

inf luenciam consideravelmente, podendo inibir ou acelerar a corrosão de um metal

(Brown e Merritt, 1981 , Wil l iams e Clarim, 1982, Wil l iams, 1988, Sousa e Barbosa,

1993, Ratner et al . , 1996, Khan et al . , 1999, Hiromoto et al. , 2002, Rondell i et al . ,

2005, Frateur et al . , 2006, Tang et al . , 2006). Anál ises de produtos de corrosão têm

mostrado efeitos significativos da presença de baixas concentrações de proteínas.

1 1

Page 35: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Proteínas são adsorvidas na superfície de metais/l igas e a quant idade

adsorvida depende das características dessa superf ic ie (Encl<evort et al. , 1984,

Wil l iams e Wil l iams, 1988, Rubio et al. , 2002, Poleunis et al. , 2003, Sakiyama et al. ,

2004, Oréfice et al . , 2006, Mutlu et al. , 2007, Landoulsi et al. 2008). Do mesmo

modo, tem sido verif icado que proteínas se l igam a íons metál icos formando

complexos metal-proteína que são distr ibuídos pelo organismo. É provável, portanto,

que as proteínas inf luenciem nas reações de corrosão quando um metal é

implantado, pois um caso de adsorção desordenada acarreta na quebra da estrutura

da proteína, que perde sua biofuncionalidade e é reconhecida pelo organismo como

um corpo estranho, causando infecção (Oréfice et al . , 2006). A lém disso, proteínas

favorecem a adesão de bactérias na superfície metál ica (Rubio et al. , 2002).

No caso dos implantes de ligas de titânio. Khan et al. (1999) af i rmam que,

dependendo da liga, a proteínas podem atuar tanto como inibidor (TÍ-6AI-7V), quanto

acelerar a corrosão (Ti-6AI-7Nb e Ti-13Nb-13Zr) e estas divergências podem estar

relacionadas com as interações metal/proteína/hidróxidos fomnados. Sousa e

Barbosa (1993) af i rmam que as proteínas aumentam a resistência à corrosão de

titânio puro.

Frateur et al (2006) concluíram que a adição de proteínas em meio de H 2 S O 4

não afeta a camada passiva dos aços inoxidáveis, no entanto, sua presença atua

como um inibidor de corrosão em superfícies não passivadas. Wil l iams et al (1988)

revelam que as proteínas aumentam em até 6 1 % a taxa de corrosão de implantes de

aço inoxidável AISI 316L. Okazaki e Gotoh (2005) provaram que, imerso durante

uma semana a 37 °C, o aço inoxidável A IS ! 316L liberou maior quant idade de íons

Cr e Ni em soluções contendo proteínas. No entanto, este mesmo trabalho mostra

que a maior quant idade de íons Fe foi l iberada do AISI 316L em PBS sem adição de

proteínas. Tang et al. (2006) afimriam que a resistência á corrosão dos aços

inoxidáveis AISI 304 e AISI 316L diminui e m solução M E M com adição de 10% de

soro fetal bovino (SFB). Não existe um consenso na literatura sobre o efeito das

proteínas na resistência à corrosão de materiais metál icos.

3.3. Resistência à Corrosão e Camada Passiva

A resistência à corrosão dos aços inoxidáveis é dependente de muitas

variáveis como pH, temperatura, meio, composição, dentre outras. No entanto, todos

estes itens contr ibuem diretamente para a formação dos f i lmes passivos na

superfície, que é a principal característica responsável pela resistência á corrosão

destes aços. Existem vários modelos na literatura para o processo de formação

destes f i lmes (Chao et a l . , 1981 , Bojinov, 1995), sua estabi l idade, quebra (Line et al. ,

1981, Schultze e Lohrengel, 2000) e estrutura (OIsson, 2003).

O f i lme passivo é formado por uma combinação de óxidos e pode ser

caracterizado através da sua condutividade elétrica e seu comportamento

12

Page 36: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

eletroquímico. Existem muitos estudos envolvendo espectroscopia de fotoeletrons

emit idos por raios-X (XPS) e espectroscopia Auger (AES) que revelam que o

principal responsável pela formação da película sobre aços inoxidáveis é o cromo

presente na liga, ou seja, este elemento é determinante para o aumento da

resistência à corrosão (Asami et al. , 1976, 1977 e 1978, Lister e Pinhero, 2003,

Bastos et al. , 2004, Sourisseau et al . , 2005). Asami et al (1978) af i rmam ainda que o

teor de cromo presente no óxido é proporcional ao presente na liga e, teores

superiores a 13% geram f i lmes passivos, compostos basicamente de hidróxido de

cromo hidratado. Jang e Kwon (2006) expõem que adições de níquel e mol ibdênio

podem precipitar na forma óxidos (NiO, M0O2 e/ou M0O3) na camada passiva ou

estarem incorporadas na forma de íons Ni=^*, Mo"* e/ou Mo^*. Adições de níquel

conferem maior resistência à corrosão e o molibdênio el imina os sites ativos de

corrosão localizada (Oh et al . , 2004). Montemor e co-autores (2000) d izem que o pH

da solução não interfere nas propr iedades do fi lme, mas influencia nas quant idades

de óxidos de cromo e de ferro presentes na camada interna.

Em geral, há um consenso (Castie e Clayton, 1977, Ginesan e Smith, 1988,

Hakiki et al, 1995, Da Cunha Belo et al. , 1998, Hakiki e Da Cunha Belo, 1998,

Bojinov et al. , 1999, Martini e Muller, 2000, Montemor et al. , 2000, Oh et al. , 2004)

sobre o caráter dúplex dos f i lmes passivos sobre aços inoxidáveis. Estes f i lmes

geralmente apresentam gradientes de composição química e podem ser constituídos

de regiões com propriedades semicondutoras di ferenciadas (Hakiki et al, 1995,

Hakiki e Da Cunha Belo, 1998, Martini e Muller, 2000, Montemor et al . , 2000). Hakiki

et al. (1995) anal isaram aços inoxidáveis 304 e 316 em uma solução de borato pelos

d iagramas de Mott-Schottky e concluíram que a película passiva era composta de

duas camadas, uma interna rica e m cromo e outra externa, rica em ferro. Da Cunha

Belo et al. (1998) estudaram a camada de óxido formada no 316L após 2000 h de

exposição em um ambiente PWR a 350 °C por XPS e diagramas de Mott-Schottky e

concluíram que esta é formada por uma camada interna rica em cromo e outra

externa rica em uma mistura de níquel e ferro.

No caso dos aços inoxidáveis AISI 316L, o óxido passivo e m geral é descrito

como composto por uma região interna de óxido de cromo, e outra, externa, de um

óxido misto de ferro e níquel, as quais apresentar iam semicondut iv idades diferentes.

Oh e co-autores (2004) divulgam que o nitrogênio também está presente no f i lme

passivo, e aparece em maior quant idade na camada interna. Este mesmo caráter

dúplex tem sido também associado com fi lmes passivos f inos (d< 2 nm) (Hakiki et al,

1995, Hakiki e Da Cunha Belo, 1998). A caracterização química e estrutural é um

dos fatores mais importantes para a compreensão das propriedades relacionadas à

resistência à corrosão destes metais (Wailinder, 1999, Bastos et al . , 2004, Jang e

Kwon, 2006).

Os ajustes dos d iagramas de ângulo de fase de EIE por circuitos elétricos

equivalentes são usados para caracterizar a camada passiva. Os modelos de

circuitos util izam uma combinação de resistores, capacitores, e lementos de fase

1 3

Page 37: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

constantes (CPE) ou elementos de Warburg. Segundo Bonora et al. (1996), o

circuito mais adequado a cada ajuste deve ter o menor número de componentes

possível, dentro de um erro aceitável.

A impedância do elemento de fase constante (CPE) é definida pela Equação

1, onde Y é a combinação de propriedades relacionadas á superfície e ás espécies

eletroativas independentes; coéa f reqüência angular descrita por ca = 2.n.f, onde fé

a freqüência; e O < n < 1, onde n está associado com a distribuição não uniforme de

corrente devido á rugosidade e imperfeições na superfície (Matini e Muller, 2000). No

caso de n = O, Y é um resistor puro. Se n = 0,5, CPE representa a chamada

impedância de Warburg, que modela o comportamento difusivo através de uma

camada de óxido ou de revestimento superficial (Liu et al. , 2003). Quando n = 1, Y

descreve as condições de um capacitor ideal (C).

Za>,=[Y.(j.^rV (Equação 1)

Os modelos propostos na literatura para aços inoxidáveis (Azumi et a l . , 1986,

MacDonald, 1990, Bundy et al . , 1993, Escudero et al . , 1995, Montemor et a l , 2000,

Liu et al. , 2003) são representados na Figura 4 . Em todos eles, as capacitancias

foram substi tuídas por e lementos de fase constantes (CPE) que representam o

desvio de um capacitor ideal.

O modelo da Figura 4a é composto pela resistência correspondente à camada

de óxido e a capacitancia desta camada e m paralelo, representando um sistema

passivo simples, onde haveria adsorção acompanhada de transferência de carga

(Ge et al . , 2 0 0 1 , Wolynec, 2003). A Figura 4b acrescenta a chamada impedância de

Warburg ao sistema, sugerindo um processo de difusão iônica através dos produtos

de corrosão precipitados na região próxima e/ou no interior dos pites (Polo et al. ,

2002). O circuito da Figura 4c é util izado nos casos em que o processo corrosivo

inclui uma camada porosa e outra barreira, como no estudo de recobrimentos com

tintas ou ligas de titânio (Assis, 2006). A Figura 4d representa um sistema de

camada dúplex, onde cada componente R-CPE indica a impedância em freqüências

diferentes (baixas - R2 e CPE2 ; e altas - R I e CPE1). Azumi et al (1986), Gerischer

(1989) e Ge et al. (2001) sugerem que estes componentes se referem,

respect ivamente, ao f i lme passivo e á dupla camada de Helmholtz na interface

f i lme/solução. No entanto, a literatura (Hakiki et al, 1995, Da Cunha Belo et a l . , 1998,

Hakiki e Da Cunha Belo, 1998, Montemor et al. , 2000) também defende que o

circuito equivalente composto de dois componentes R-CPE paralelos, em série, e a

resistência da solução têm sido proposto para representar as propr iedades da

camada dúplex do f i lme passivo. Um componente R-CPE estaria relacionado á

camada interna do f i lme passivo, enquanto o outro componente R-CPE que aparece

em freqüências mais elevadas estaria relacionado com a camada externa.

14

Page 38: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

a)

b)

c)

Rsol

Rsol

d)

CPE1

CPE1

W1

Figura 4 : Circuitos elétricos equivalentes propostos para caracterizar a carnada

passiva dos aços inoxidáveis (Azumi et al. , 1986, Bundy et al . , 1993, Montemor et al,

2000, Liu et al. , 2003, Antunes, 2006).

Para películas de óxidos semicondutores, as propriedades eletrônicas do

f i lme passivo podem ser determinadas por um modelo de Mott-Schottky. Pela

apl icação de diversos ciclos de polarização na amostra, ocorre o crescimento do

f i lme passivo, e as características de condut iv idade deste podem ser investigadas

pelo método de Mott-Schottky. Neste método, o inverso da capacitancia ao

quadrado (1/C^) versus potencial (U) é representado por uma reta, cuja incl inação

caracteriza o comportamento de um semicondutor tipo-n ou t ipo-p (Hakiki et al. ,

1995, Ge et al . , 2003, Shahryari e Omanovic, 2007). O valor máximo de capacitancia

(Ufb) corresponde ao potencial onde não há acúmulo de cargas no semicondutor

(Figura 5).

Um semicondutor t ipo-p é caracter izado pelo excesso de cargas posit ivas,

causadas por lacunas ou buracos eletrônicos que são chamados de receptores. O

semicondutor t ipo-n apresenta excesso de cargas negativas causadas por lacunas

de íons metál icos, denominadas doadores. Tanto os receptores quanto os doadores

são considerados dopantes (Antunes, 2006).

15

Page 39: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Semicondutor Tipo-p

Semicondutor Tipo-n

U < Ufb Ufb Ufb< U U

Figura 5: Diagrama esquemát ico dos gráficos obtidos pelo método de Mott-Schottky.

A densidade de dopantes nos f i lmes passivos pode ser calculada através da

Equação 2:

(1.)= ? (Equação 2)

Onde e é a constante dielétrica do f i lme, eO, a permissividade do vácuo (F.cm"

^), e é a carga elementar do elétron (0) , Ndop é a concentração de dopantes (cm"^),

Ufb, o potencial de banda plana (V), k, a constante de Boi tzmann (J. K'^) e r , a

temperatura e m K (Montemor et al., 2000, Ge et al. , 2003, Antunes, 2006, Shahryari

e Omanovic, 2007). A densidade de dopantes é inversamente proporcional á

resistência à corrosão dos aços inoxidáveis (Montemor et al . , 2000, Antunes, 2006).

A literatura diz que as lacunas de oxigênio estar iam diretamente relacionadas

á nucleação de pites, pois os íons cloreto ser iam absorvidos por estas lacunas,

gerando lacunas catiônicas na interface metal/solução e diminuição localizada da

espessura do fi lme passivo (Shahryari e Omanovic, 2007).

Recentemente, técnicas de análises localizadas como a Microscopía de

Varredura Eletroquímica (SECM) e a Técnica de Varredura do Eletrodo Vibrante

(SVET) vêm sendo util izadas e m estudos relacionados à corrosão localizada e

passivação. Com estas técnicas é possível detectar os elementos químicos através

da dos íons envolvidos (Brundie et al. , 1992, Tsuchiya et al. , 2002, Bastos et al. ,

2005); e correlacionar as característ icas da película passiva com a resistência à

corrosão do material (Lister e Pinhero, 2003, Bastos et al . , 2004 e 2006, Shih,

2004).

16

Page 40: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

3.4. Citotoxicidade

O ensaio de citotoxicidade in vitro é o primeiro teste para avaliar a

biocompatibi l idade de materiais, sejam metálicos, elastômeros, polímeros, ou outros

materiais usados em disposit ivos médicos. Após o perfil de citotoxicidade de um

material ter sido determinado, testes de apl icação mais específ icos são realizados

para avaliar a biocompatibi l idade deste.

Os efeitos tóxicos podem ser: morte celular, al terações na permeabi l idade da

membrana celular, inibição enzimát ica, etc. Material tóxico é aquele que libera um

elemento ou composto químico e m quant idade suficiente para matar células, direta

ou indiretamente, devido à inibição das vias metaból icas. O número de células que

são afetadas fornece uma indicação da dose e da potência do elemento ou

composto químico.

Apesar de haver vários fatores que afetam a toxicidade, o mais importante é a

dose ou quant idade do e lemento ou composto químico l iberado á célula individual. O

conceito de dose l iberada refere-se á dose que é realmente absorvida pela célula.

A s diferentes células apresentam sensibi l idades diferenciadas aos efeitos tóxicos de

substâncias estranhas e as células mais sensíveis são referidas como células alvo.

Portanto, o teste de citotoxicidade avalia a toxicidade da substância e m análise,

uti l izando-se doses l iberadas da mesma, na célula alvo.

O ensaio de citotoxicidade é fundamentado no procedimento desenvolvido por

Borefreud e Puerner (1984) para a tr iagem de agentes citotóxicos sobre uma

camada de monocélulas. O método é baseado na aval iação quantitativa de células

viáveis após exposição ao agente tóxico, pela incubação com o corante supervital do

composto tetrazóiio MTS (3-4,5-dimeti l t iazol-2-y)5-(3-carboximetoxifenil)-2-(4-

sulfofenil-2H-tetrazolio) e metassulfato de fenazina, um agente acoplador de elétrons

(PMS). O MTS é biorreduzido pelas células a um produto formazan que é solúvel e m

meio de cultura e depois é submet ido a uma análise colorímétrica da coloração

incorporada, de acordo com Barítrop et al. (1991). A quant idade de MTS, o marcador

da viabil idade celular incorporada pela população de células, é diretamente

proporcional ao número de células viáveis na cultura. A concentração que produzir

uma redução de 5 0 % na absorção de MTS é tomada como parâmetro de

citotoxicidade.

3.5. Apresentação dos quatro aços investigados neste estudo

Os aços foram os principais materiais de engenhar ia (em tonelagem

produzida) nos séculos XIX e XX e há fortes indicações de que continuarão sendo

nos próximos séculos. A produção mundial total de aço bruto foi de 962,5 milhões de

toneladas em 2003, segundo o Instituto Internacional do Ferro e do Aço (IISI;

International Iron and Steel Institute). O Brasil ocupa a nona posição na lista dos dez

17

Page 41: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

maiores produtores: China (220,1 milhões de toneladas); Japão (110,5); Estados

Unidos (91,4); Rússia (61,3); Coréia do Sul (46,3); A lemanha (44,8); Ucrânia (36,7);

índia (31,8); Brasil (31,1) e Itália (26,7). Segundo o ISSF (International Stainless

Steel Fórum), sigla e m inglês para Fórum Internacional de Aço Inoxidável, a

produção de aços inoxidáveis de 2003 foi de 21,5 mi lhões de toneladas. Portanto, a

produção mundial de aços inoxidáveis representa 2 ,2% da produção mundial total de

aços. Por outro lado, uma chapa de aço inoxidável custa cerca de 5 a 10 vezes o

valor de uma chapa de aço baixo carbono com dimensões similares.

É interessante notar que enquanto a produção brasileira total de aços

representa cerca de 3% da produção mundial , nos inoxidáveis a part icipação

brasileira é de apenas 1,6%. Pode-se afirmar que este quadro se repete para outros

t ipos de aços especiais, ou seja, o Brasil ainda não é um grande produtor de aços

especiais. As universidades e centros de pesquisas podem ajudar a mudar este

quadro desfavorável, desenvolvendo novas ligas e encontrando novas apl icações

para os aços inoxidáveis. As apl icações e m implantes cirúrgicos representam um

mercado promissor para os aços inoxidáveis com baixo teor de níquel, mas para isto

eles devem apresentar uma combinação favorável de resistência mecânica,

tenacidade e biocompatibi l idade. De um modo geral , o conhecimento acumulado e

as pesquisas realizadas e m áreas mais exigentes, tais como nuclear, aeronáutica e

medicina acabam ampl iando o campo de apl icações dos materiais em outras áreas,

e no caso dos aços, não tem sido diferente.

Os aços inoxidáveis são f reqüentemente classif icados de acordo com suas

microestruturas e m cinco t ipos: austenít icos, ferrít icos, martensít icos, dúplex

(ferrít icos-austeníticos) e endurecíveis por precipitação. Dentre os cinco t ipos

mencionados, os martensít icos e os endurecíveis por precipitação apresentam

tenacidade pobre e não serão contemplados neste projeto (Padilha, 2002). As

composições dos quatro aços que foram util izados nesta tese são apresentadas na

Tabela 3. Três dos aços são ligas comerciais (DIN W . Nr. 1.4970, DIN W. Nr. 1.4575

e Incoloy MA 956), mas o aço superaustenít ico contendo 0,87% de nitrogênio é

fabricado em escala de laboratório. Os materiais escolhidos para este estudo foram

caracter izados e m cinco teses de doutorado e duas dissertações de mestrado,

dentre as quais Terada (2003), Pimenta (2001) e Vi l ianueva (2005) estudaram o DIN

W Nr. 1.4575; Hupalo (2003) e Terada (2003), a Incoloy MA 956; Machado (1995 e

1999), o DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio e Padilha (1981), o DIN W. Nr.

1.4970.

O DIN W Nr 1.4970 foi or iginalmente desenvolvido para ser usado em núcleos

de reatores nucleares refr igerados a sódio líquido. Deste modo, diversos estudos

podem ser encontrados na literatura sobre sua resistência à corrosão intergranular

(Terada et al, 2005), resistência mecânica em altas temperaturas (Padilha, 1983,

Wassi lew et al. , 1986, Abasó lo et al. , 2002) e precipitação de fases (Padilha e

Schanz, 1980, Kesternich e Meertens, 1986) mas seu uso como biomaterial ainda

não havia sido considerado até o presente estudo. Existem trabalhos relacionados á

18

Page 42: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

precipitação de fases no aço DIN W. Nr. 1.4575 (Padilha et al . , 2 0 0 1 , Pimenta, 2 0 0 1 ,

Pimenta et al . , 2003), indicando sua possível uti l ização do aço superferrít ico DIN W.

Nr. 1.4575 como biomaterial (Assis et al . , 2005). Todavia, estes trabalhos não se

referem às restrições causadas pelo comportamento ferromagnét ico do material .

A Incoloy MA 956 foi inicialmente desenvolvida e util izada para componentes

de turbinas a gàs (câmara de combustão) e s istemas avançados de conversão de

energia. Na década de 80, ela passou a ser util izada e m componentes de fornos,

leitos f luidizados e queimadores. Por isso, existem muitas pesquisas que

investigaram seu compor tamento e m altas temperaturas (Chou e Badeshia, 1993 e

1995, Miodownik, 1994, Chou, 1997). Nos anos 90, constatou-se que a Incoloy MA

956 apresentava excelentes característ icas para ser util izada na confecção de

implantes cirúrgicos (Escudero e González-Carrasco, 1994, Escudero et al . , 1995,

Escudero et al. , 1996). No entanto, como no caso do DIN W. Nr. 1.45745, a literatura

não considerou as característ icas ferromagnét icas do material.

O aço DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio foi desenvolvido e m

laboratório pelo processo de refundição de escória pressurizada (electro-slag

remelting - ESR) e amplamente caracterizado (Machado, 1995 e 1999, Machado e

Padilha, 1996). No entanto, não foram encontrados na literatura estudos

relacionados à potencial idade de apl icação deste aço como biomaterial.

Diversas técnicas de caracterização foram uti l izadas em trabalhos prévios

para o estudo destes materiais. Dentre elas podem ser mencionadas: microscopia

óptica, microscopia eletrônica de varredura (MEV), microscopia eletrônica de

transmissão, difração de raios-X, difração de elétrons retroespalhados (no MEV),

análise química de micro-regiões por dispersão de energia (no MEV), medidas

magnét icas (ferritoscopia) e medidas de microdureza. Estas técnicas foram

amplamente uti l izadas e são descri tas detalhadamente em várias teses de

doutorado (Machado, 1999, Pimenta Jr, 2 0 0 1 , Hupalo, 2003, Vi l lanueva, 2005) e

dissertações de mestrado (Machado, 1995, Terada, 2003, Andrade, 2006),

defendidas no Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo e que abordaram os quatro aços do

presente projeto.

3.5.1 . Os aços inoxidáveis austenít icos e superaustenít icos

Os aços inoxidáveis austenít icos (AIA) foram descobertos em 1911 , na

empresa Krupp, na A lemanha, e signif icaram um grande avanço no desenvolv imento

de materiais resistentes á corrosão e à oxidação. Os AIAs apresentam usualmente

excelente combinação de resistência à corrosão, tenacidade e soldabi l idade.

Entretanto, o nível de resistência mecânica apresentado pelas composições mais

comuns, part icularmente o limite de escoamento, é relat ivamente baixo, entre 200 e

250 MPa, no estado recozido.

19

Page 43: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Uma al temativa bastante eficiente para aumentar a resistência mecânica dos

aços inoxidáveis austenít icos é o encruamento obtido pela deformação a frio. A

baixa energia de defeito de empi lhamento e a formação de martensita induzida por

deformação ocasionam alta taxa de encruamento e possibil i tam o aumento do limite

de escoamento para valores superiores a 1200 MPa, mesmo para um aço comum

como o AISI 304. O aquecimento do material encruado durante processamento,

so ldagem ou uso, pode causar recuperação, reversão da martensita, e até

recristal ização, com a conseqüente queda da resistência mecânica (Padilha e Rios.

2002 e 2003). A adição de altos teores de nitrogênio pode elevar o limite de

escoamento para cerca de 500 MPa. Estes aços, denominados superausteníticos,

podem conter até cerca de 0,9% de nitrogênio, embora 0,2% seja o teor médio mais

comum (Machado e Padilha, 2002, Baba e Katada, 1980).

A s propr iedades dos aços inoxidáveis melhoraram muito durante as últ imas

décadas, dando um grande salto com a introdução de altos teores de nitrogênio. A

Figura 6 mostra o aumento do limite de escoamento com o decorrer dos anos, onde

se observa o grande salto ocorrido na década de 80, devido ao aperfeiçoamento dos

aços contendo alto nitrogênio. A Figura 7 mostra o efeito do nitrogênio no limite de

escoamento e no limite de resistência dos aços inoxidáveis austenít icos. É digna de

menção a excelente combinação de resistência mecânica, ducti l idade e tenacidade

dos aços inoxidáveis austenít icos contendo alto nitrogênio, possibil i tando sua

apl icação onde são necessárias alta resistência e boa tenacidade, a lém de elevada

resistência á corrosão, mesmo e m temperaturas elevadas (Pant et al. , 1987,

Bonnefois et al . , 1989, Reed, 1989, Speidel, 1990, Speidel e Pedrazzol i , 1992,

LIewellyn, 1993, Simmons, 1996, Sumita et a l . , 2004, Hanninen et a l . , 2 0 0 1 , Oh et

al. , 2004).

m o.

3000 -

2000

E

10OO

1 1 —

limite de iMcoamento de afos i

I alto nitrogênio

ãcos

30OO-

Figura 6: Var iação do limite de escoamento dos aços inoxidáveis austenít icos nos

últ imos 80 anos (Speidel e Pedrazzoli , 1992).

20

Page 44: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

- Liga experimental Fe-Mn-Cr-Ni

-I L. I 1 0.5 1,0

Nitrogênio (% em peso)

Figura 7: Efeito do nitrogênio na resistência mecânica dos aços inoxidáveis

austenít icos (Lee, 2006).

Outra característ ica importante dos aços inoxidáveis austenít icos com alto

nitrogênio é a sua não magnet ização. Mesmo quando trabalhados a fr io, os aços

com alto nitrogênio não formam fases magnét icas, como a martensita a', devido á

grande estabi l idade da austenita (Reed, 1989, Speidel e Pedrazzol i , 1992).

Existem vários mecanismos propostos na literatura que expl icam o efeito do

nitrogênio na resistência á corrosão. Pesquisas sugerem que adições de nitrogênio

aumentam o potencial de pite da liga em soluções aquosas contendo cloreto e

reduzem a taxa de corrosão (Bonnefois et al . , 1989, Reed, 1989, Speidel e

Pedrazzol i , 1992, Hanninen et al . , 2 0 0 1 , Padilha et al . , 2 0 0 1 , Pimenta et al . , 2003,

Sumita et al. , 2004, Orellana et a l . , 2005, Baba e Katada, 2006, Lee, 2006, Ningshen

et al., 2007). No final da década de 60, foram propostas fórmulas que relacionam a

resistência á corrosão por pite (PRE = Pitting Resistance Equivalent) com as

concentrações de nitrogênio, c romo e molibdênio, conforme equação abaixo

(Equação 3) (Reed, 1989, S immons, 1996, Hanninen et al. , 2001). O coeficiente 30

do nitrogênio é válido para aços austenít icos e o 16 para aços dúplex. O cromo e o

mol ibdênio são ferrit izantes ou alfagênicos e concentram-se principalmente na

ferrita, e o nitrogênio, na austenita (Reed, 1989).

PRE = %Cr + 3,3 %m + (16 ou 30) % N (Equação 3)

21

Page 45: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Speidel e Pedrazzoli (1992) sugerem uma fórmula mais complexa para o

cálculo do PRE, que também considera as concentrações de níquel, manganês e

carbono (Equação 4). Os valores de PRE obtidos por esta equação são relacionados

aos potenciais de pite e m água do mar sintética e soluções de NaCI a 23 e 90 °C na

Figura 8. Segundo o gráf ico, materiais com PRE acima de 40 possuem maior

resistência á corrosão por pite tanto em solução de NaCI a 23 °C quanto em água do

mar sintética a 40 °C.

PRE = %Cr + 3,3 %Mo + 30 %N + 0,5 % Ni - 0,5 % M n - 30 % C (Equação 4)

1 5 0 0

1 0 0 0

> E

o. UJ

5 0 0

-500

-i r

• agua do mar 4 0°C — - 2 2 % N a a 22'C

22% MbO 90'C

J L I I I I

- 2 0 - 1 0 O 10 2 0 3 0 «O 5 0 6 0 7 0 8 0

PRE

Cr • 3.3MO + 30N • 0.5NÍ - 0.5Mn - 30C [ W t % ]

Figura 8: Potencial de pite versus PRE (Speidel e Pedrazzol i , 1992).

Uma das possíveis causas para o retardamento no início da corrosão

localizada proposta na literatura é a formação de íons NH4* e m pites nucleados,

aumentando o pH local e a taxa de repassivação; a lém da alta estabi l idade e

resistência da camada passiva formada (Clayton e Mart in, 1989, Grabke, 1996,

Hanninen et al. , 2 0 0 1 , Sumita et al . , 2004, Bayoumi e Ghanem, 2005, Baba e

Katada, 2006, Lothongkum et al. , 2006, Ha e Kwon, 2007, López et al . , 2007). Outro

ponto importante é que, em pH ácido (pH=2), o teor de nitrogênio aumenta o

22

Page 46: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

potencial de corrosão do aço inoxidável (Bayoumi e Ghanem, 2005). Como alguns

estudos indicam que estes aços são promissores para uso como biomateriais

(Rondell i et a l . , 1997, Orozco, 2005), este é um dado relevante, já que, como foi

citado anteriomnente, o pH na região adjacente à implante, em casos de infecção

pode atingir pH = 3 e se manter assim durante semanas (Hanawa, 2004).

O nitrogênio parece também reduzir os efeitos da sensit ização. Por outro

lado, abaixo de 900 °C pode ocorrer a indesejável precipitação de Cr2N, reduzindo a

resistência à corrosão, pois o empobrec imento em cromo da matriz pode causar

dif iculdade de passivação (Presser e Silcock, 1983). A lém disso, a formação desses

precipitados causa redução drástica no potencial de pite, já que a nucleação dos

pites se dá na interface matriz/precipitado. A precipitação de Cr2N se inicia ao longo

dos contornos de grão, em seguida ocorre em regiões intragranulares. Seu

crescimento ocorre na fomia de estruturas lamelares. (Machado e Padilha, 1996 e

2000, Machado et al. , 1998, Ha e Kwon, 2007, Shi et al. , 2007).

Com a saída de nitrogênio de solução sólida, pode ocorrer ainda a

precipitação de fase sigma e ferrita delta, conforme estudado deta lhadamente nos

trabalhos de Machado e co-autores (1996, 1998, 1999, 2000 e 2002). Em

contraposição a isto, o nitrogênio inibe a formação de carbonetos, melhorando a

resistência à corrosão intergranular, quando não há formação de nitretos. A

resistência á corrosão sob tensão também é melhorada pelas adições de nitrogênio

(Speidel, 1990).

Durante os processos de so ldagem, o nitrogênio introduzido no aço tende a

sair para a atmosfera. Isto causa porosidade, a lém da perda do elemento de liga,

prejudicando ser iamente as propriedades mecânicas e de resistência á corrosão.

Aços nos quais foi feita adição massiva de nitrogênio dif ici lmente podem ser

soldados com metais de adição, como nos processos convencionais (Trosken,

1989). Outro problema é a formação de nitretos na zona afetada pelo calor, piorando

as propriedades mecânicas e de resistência á corrosão. O nitrogênio, por outro lado,

inibe a formação de fase sigma e de carbonetos, contribuindo para a manutenção de

tenacidade do material (Bennefois et a l . , 1989 e Steinbeck et al. , 1994).

Pode-se afirmar que os aços inoxidáveis austenít icos contendo altos teores

de nitrogênio migraram rapidamente dos laboratórios de pesquisas e

desenvolvimento para as empresas e, começam inclusive a serem especif icados em

equipamentos fabricados no nosso país (McKay, 2001).

3.5.2. Os aços inoxidáveis ferríticos e superferrít ícos

Os aços inoxidáveis ferríticos são ligas à base de ferro contendo entre 11 e

3 0 % de cromo e 3% de molibdênio. A adição de molibdênio é responsável pelo

aumento da resistência à corrosão por pite do material (Folkhard, 1988, Lee, 2006) e

23

Page 47: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

pelo aumento na tolerância de e lementos intersticiais, como carbono e nitrogênio

(Rossel, 1999). A s adições de níquel são uti l izadas em teores de até 4 % , pois

combinado com o molibdênio, esse e lemento melhora ainda mais a resistência à

corrosão dos aços (Folkhard, 1988, Chiaverini, 1965, Lee, 2006). Adições de niobio

e titânio aumentam a resistência à corrosão, pois previnem a precipitação de

carbonetos de cromo (Folkhard, 1988). Nos aços inoxidáveis ferríticos, a presença

do oxigênio e do hidrogênio é prejudicial ás suas propriedades mecânicas e seus

níveis devem ser cuidadosamente controlados (Marcinkowski et al. , 1964, Campbel l ,

1992, Da Silva, 1999).

Os aços inoxidáveis ferríticos foram descobertos em 1911 na empresa United

Steels, nos Estados Unidos da Amér ica e é habitual, ao analisar-se a evolução dos

aços inoxidáveis ferrít icos, classificá-los e m gerações (Davies, 1994). A primeira

geração de aços inoxidáveis ferríticos foi desenvolvida nas primeiras décadas do

século XX, quando os processos de descarburação ainda eram muito ineficientes e,

por esta razão, o carbono e, conseqüentemente o cromo, eram relativamente altos.

Os principais representantes desta geração são os aços AISI 430 e AISI 446. Aços

desta primeira geração não são totalmente ferrít icos e m toda faixa de composições e

temperaturas. A segunda geração de aços inoxidáveis ferrít icos tem carbono e

nitrogênio mais baixos e contém elementos f ixadores ou estabil izadores de carbono

e nitrogênio, como é o caso do titânio e do niobio. A lém disto, o titânio e o niobio,

eventualmente em excesso em solução sólida, são elementos alfagênicos. Por estas

razões, esta geração tem microestrutura completamente ferrítica. O aço AISI 409 é

um representante típico desta segunda geração. A terceira geração de aços

inoxidáveis ferrít icos surgiu por volta de 1970 e já usufruiu das técnicas mais

eficientes de descarburação. O representante típico desta geração é o aço AISI 444.

Eles apresentam teores de carbono e nitrogênio t ipicamente da ordem de 0,02% ou

até mais baixos, são estabi l izados com titânio ou niobio e f reqüentemente contêm

molibdênio. Elementos como niobio e titânio funcionam como estabi l izadores da

ferrita e são fortes formadores de carbonetos e nitretos (Rossel, 1999).

O desenvolv imento dos processos metalúrgicos de redução de carbono em

larga escala, tais como descarburização e m argônio-oxigênio (AOD - Argon-Oxygen

Decarburization) e a vácuo (VOD - Vaccum-Oxygen Decarburization), abriram novas

perspectivas para os aços com baixo teor de intersticiais, dentre eles os inoxidáveis

ferríticos. O aumento do teor de cromo para valores acima de 25%, assim como as

adições de molibdênio (elemento ferrit izante forte) levaram ao desenvolv imento dos

aços superferrítícos. A lém disto, a combinação de alto cromo, alto mol ibdênio e

baixo carbono permitiu a adição de níquel, sem que ocorresse a desestabi l ização da

ferrita. O principal efeito do níquel é o de melhorar a tenacidade, embora ele também

desempenhe papel posit ivo na resistência à corrosão em condições redutoras e

melhore a resistência à corrosão por pite e e m frestas. Os aços 28Cr-4Ni-2Mo-Nb

(DIN W. Nr. 1.4575) e 29Cr-4Mo-2Ni são representantes típicos desta geração.

24

Page 48: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Quando se compara a var iação da resistência ao impacto versus temperatura

para aços inoxidáveis austenít icos, dúplex (ferrít icos-austeníticos) e ferrít icos, pode-

se observar que os aços inoxidáveis ferrít icos apresentam temperatura de transição

frágil-dúctil relat ivamente alta. Deve-se mencionar ainda que a temperatura de

transição frágil-dúctil depende fortemente do teor de e lementos intersticiais,

pr incipalmente carbono e nitrogênio, do aço.

Os aços inoxidáveis ferrít icos, especialmente os superferrítícos, são

selecionados para numerosas apl icações principalmente devido a sua resistência á

corrosão. Eles têm excelente resistência á corrosão general izada, á corrosão por

pite, à corrosão em frestas ("crewce corrosión") e á corrosão sob tensão em meios

contendo íons cloreto. Suas maiores apl icações ocorrem nas indústrias químicas,

petroquímica, papel e celulose e e m instalações de dessal inização (Pimenta et a l . ,

2001).

3.5 .3 . /nco/oy MA 956

A Incoloy MA 956 (Fe-20%Cr-5%AI-0,5 Y2O3) é um material relat ivamente

recente e teve sua primeira uti l ização comercial no início da década de 80, passando

por três fases distintas (Murty e Ranganathan, 1998). Ela foi inicialmente

desenvolvida e util izada para componentes de turbinas a gás (câmara de

combustão) e sistemas avançados de conversão de energia. Em uma segunda fase,

no final da década de 80, ela passou a ser util izada e m componentes de fornos,

leitos f luidizados e queimadores. Nesta época, sua produção pelo seu principal

fabricante (Inco Al loys International) superava 500 toneladas anuais. Mais tarde, em

meados da década de 90, constatou-se que a Incoloy MA 956 apresentava

excelentes características para ser util izada na confecção de implantes cirúrgicos

(Escudero e González-Carrasco, 1994, Escudero et al. , 1995 e 1996). Uma possível

característ ica positiva dessa liga seria a sua maior faci l idade para a

osseointegração. A película passiva formada pelo alumínio é constituída por duas

camadas: uma interna, contínua e al tamente protetora, responsável pela elevada

resistência á corrosão, e uma outra externa, porosa, que favorece a

osseointegração.

A Incoloy MA 956 apresenta também excelentes resistências à oxidação, á

cart juração ou carbonetação ("carburization") e á corrosão a quente ("hot

corrosion"). O óxido protetor formado em altas temperaturas é a alumina

(Quadakkers et al. , 1989 e Huntz et al . , 1998), ao contrário da maioria das

superl igas, onde o óxido é do t ipo cromia. Ginesan e Smith (Ginesan e Smith, 1988)

estudaram a resistência á oxidação de seis superl igas (Inconel 617, Inco HX,

Nimonic 86, Haynes 188, Haynes 214 e MA 956) em vários meios e observaram que

a Incoloy MA 956 apresentou desempenho excepcional em todas as condições. Os

autores atr ibuíram esse desempenho á proteção do óxido de alumínio formado, a

qual seria melhorada pela presença de óxido de itrio.

25

Page 49: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Sua produção é por mecanossíntese (Sundaresan e Froes, 1987)

{"mechanical alloyin^') seguida de extrusão a quente, contém altos teores de cromo

e alumínio e é reforçada por uma dispersão fina de óxido de itrio. A presença de

uma fina dispersão de óxido pemi i te a retenção das propriedades mecânicas da liga

em níveis util izáveis até 0,9 vezes o seu ponto de fusão (PF, em K), onde PF=1480 °C

(1753 K) (Specialmetals, 2006). Endurecimento adicional pode ser obtido por meio

de deformação (encruamento). Neste sentido, a excepcional resistência da liga á

recristalização desempenha um papel importante. Sua resistência à f luencia a 1150

°C excede a do mol ibdênio, e sua resistência à t ração a 1000 °C é equivalente á do

aço resistente ao calor AISI 310. Existe menção na literatura (Norris, 1997) de

util ização da Incoloy MA 956 até por volta de 1300 °C.

26

Page 50: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

4. MATERIAIS E M É T O D O S

Os materiais uti l izados no presente trabalho são o aço inoxidável

superferrít ico DIN W . Nr. 1.4575, a Incoloy MA 956, o aço austenít ico DIN W. Nr.

1.4970 e o aço inoxidável superaustenít ico DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de

nitrogênio. A s composições químicas dos mesmos estão na Tabela 3 e as

micrografias dos materiais na condição como recebida são mostradas nas Figuras 9

a 12 (microscopía óptica - MO). A lgumas propriedades mecânicas e físicas dos

quatro materiais estudados e do aço AISI 316L no estado recozido estão presentes

na Tabela 4 .

Tabela 3: Composições químicas do aço inoxidável superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575,

da Incoloy MA 956, do aço inoxidável austenít ico DIN W. Nr. 1.4970, do aço

inoxidável dúplex DIN W. Nr. 1.4460 alto N e do aço AISI 316L, em porcentagem e m

massa, obtidas por f luorescência de raios X.

Aço

DIN W. Nr.

1.4970 (A)

DIN W. Nr.

1.4460+N

(A)

DIN W. Nr.

1.4575 (F)

Incoloy MA

956 (F)

AISI 316L

(A)

Cr Ni Mo Si Mn Outros Fe

Ti=0,46

0,09 14,60 15,00 1,25 0,46 1,70

Nb<0,05

Ti=0,39

0,007 17,4 13,5 1,25 0,46 1,78

66,39

0,03 25,10 5,50 1,90 1,50 1,20 N=0,87 63.9

0,01 28,12 3,91 2,44 0,35 0,22 Nb=0,31 64,64

AÍ=5,51

0,017 21,26 0,09 0,16 0,07 0,14 Y= 0,42 71,94

65,60

27

Page 51: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Tabela 4 : Propriedades mecânicas e físicas dos aços inoxidáveis superferrít ico DIN

W. Nr. 1.4575, da Incoloy U/K 956, do aço inoxidável austenít ico DIN W. Nr. 1.4970 e

do aço inoxidável dúplex DIN W . Nr. 1.4460 com alto teor de nitrogênio (Euroinox,

2007).

Propriedades

Densidade (g/cm^)

Condut iv idade

térmica (W/m.K)

Módulo de

elasticidade (GPa)

Limite de

escoamento ( M P a )

Limite de

resistência á t ração

(MPa)

Alongamento total

(%)

DIN W.

Nr. 1.4575

7,5

15

200

520

630

25

Incoloy

MA 956

7,25

10,9

175

550

650

9

DIN W. Nr.

1.4970

8,2

13,7

200

140

400

60

DIN W.

Nr. 1.4460

0,87% N

7,8

15

200

590

770

30

AISI 316L

8,0

15

200

170

480

40

30 mm

Figura 9: Incoloy MA 956. Ataque: Reagente de Berzelius, durante 20 segundos, T

25 °C. MO (Terada, 2003).

28

Page 52: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Figura 10: DIN W. Nr. 1.4575. Ataque: Solução V2A, durante 40 segundos, T = 25

°C. MO (Terada, 2003).

Figura 1 1 : DIN W. Nr. 1.4970. Ataque V2A-Beize. MO (Padilha, 1981).

29

Page 53: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

c C

NI TI CO S O L . 1 2 5 0 C ^ l h

Figura 12: DIN W . Nr.1.4460 alto nitrogênio. Ataque V2A - Beize. M E V (Machado,

1995).

4 . 1 . Preparação de amostras

Amostras do aço inoxidável superferrít ico DIN W . Nr. 1.4575 foram cortadas a

partir de uma chapa laminada, em corpos de prova de d imensões 10 m m x 10 m m ,

foram solubil izadas a 1050 °C por 30 minutos e resfriadas em água.

Amostras de Incoloy MA 956 foram retiradas da seção transversal de barras

cilíndricas extrudadas com diâmetros de 30 m m e compr imento médio de 300 mm,

sendo preparados corpos-de-prova de um oitavo de circunferência com área

aproximada de 0,90 cm^, que foram solubil izados a 1050 °C por 1 h, e em seguida

resfr iados e m água.

Amostras do aço DIN W. Nr. 1.4970 foram retiradas da seção transversal de

barras cilíndricas extrudadas, com diâmetros de 15 m m , e confeccionados corpos-

de-prova um quarto de circunferência com área de aprox imadamente 0,40 cm^, que

foram solubil izadas a 1100 °C por 30 minutos, e resfriadas e m água.

Corpos-de-prova de aço inoxidável superaustenít ico foram tirados de uma

barra com diâmetro de 16 m m , com dimensões um quarto de circunferência com

área de 0,50 cm^, Estes foram analisados e m duas condições: como recebidos e

solubil izados a 1250 °C por 60 minutos, e então resfriados em água.

Todos os eletrodos foram lixados até grana #4.000 antes da realização dos

ensaios.

30

Page 54: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Foram preparados dois t ipos de eletrodo de trabalho para a real ização dos

ensaios. Para as medidas de potencial de circuito aberto, espectroscopia de

impedância eletroquímica, polarização potenciodinâmica e potenciostática foram

preparados eletrodos embut idos em resina epóxi após contato elétrico estabelecido

com fio de cobre, como ilustra o esquema apresentado na Figura 13.

AMOSTRA

S T

RESINA EPÓXI

FIO DE COBRE

Figura 13: Esquema do eletrodo de trabalho util izado nos ensaios eletroquímicos.

Eletrodos com duas amostras fomiando pares galvânicos, mostrados

esquemat icamente na Figura 14, foram preparados para ensaios eletroquímicos no

microscópio eletroquímico de varredura {Scanning Electrochemical Microscopy -

SECM).

AMOSTRA 1 AMOSTRA 2

RESINA EPOXI

FIO DE COBRE

Figura 14: Esquema do eletrodo de trabalho uti l izado nos ensaios com SECM.

31

Page 55: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

4.2. Descrição sucinta das técnicas de caracterização microestrutural

Técnicas de análise microestrutural foram util izadas na caracterização das

microestruturas dos aços, como microscopía eletrônica de varredura (MEV) e Field

Emission Gun (FEG). Através delas foi possível relacionar a corrosão localizada ás

característ icas microestruturais das amostras.

4.3. Descrição dos ensaios de corrosão e citotoxidade

4 .3 .1 . Ensaios eletroquímicos

Com o objetivo de investigar os mecanismos e cinética de corrosão de um

sistema geralmente empregam-se técnicas eletroquímicas. Pelo uso destas técnicas,

taxas de corrosão instantâneas podem ser obt idas. Os métodos eletroquímicos

podem ser divididos em técnicas a corrente contínua (d.c.) e a corrente alternada

(a.c.)(Wolynec, 2003). Em meios de baixa condutividade as técnicas d.c. apresentam

o inconveniente da queda ôhmica elevada, devido á resistência da solução, o que

pode introduzir erros signif icativos nos resultados. A uti l ização de técnicas a.c.

permite a identif icação da resistência da solução e, portanto, a possibi l idade de se

identif icar sua contr ibuição na resposta. Outra l imitação das técnicas d.c. é que as

altas polarizações requeridas para obter informação cinética completa podem alterar

irreversivelmente a superfície do eletrodo, impossibi l i tando o monitoramento

contínuo do eletrodo. As técnicas d.c. também não permitem a identif icação de

propr iedades que não envolvam a transferência de carga, como por exemplo, a

capacitancia da dupla camada elétrica.

Os métodos eletroquímicos mais convencionais adotados neste estudo foram

a polarização potenciodinâmica, medidas de potencial de circuito aberto em função

do tempo de ensaio, espectroscopia de impedância eletroquímica e método de Mott-

Schottky (Hakiki et al. , 1995, Carmezim et al. , 2002 e 2005, Ferreira et al., 2002).

Todos os ensaios foram realizados usando uma célula de três eletrodos com um fio

de platina como contra-eletrodo, um eletrodo de calomelano saturado (ECS) como

eletrodo de referência e o eletrodo de trabalho.

Outros métodos de grande interesse para o presente trabalho como a

microscopia de varredura eletroquímica (Scanning Electrochemical Microscopy -

SECM) e a técnica de varredura do eletrodo vibrante (Scanning Vibrating Electrode

Technique - SVET), que podem determinar a condut iv idade superficial e os

mecanismos envolvidos na corrosão de materiais metál icos.

32

Page 56: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

4.3 .1 .1 . Medidas de potencial de circuito aberto versiis t e m p o d e ensaio

C o m o conhecimento da relação entre o potencial e a densidade de corrente

(curva de polarização) para um dado sistema, foi possível monitorar o potencial do

eletrodo de trabalho para obtenção de informação cinética sobre tal s istema. Da

relação potencial versus tempo foi possível dizer se o sistema estava no estado ativo

ou passivo, se estava sofrendo corrosão por pite. Este método também foi útil para

estabelecer se o potencial de corrosão atingiu um estado de estabi l ização

necessário para a val idação dos resultados de espectroscopia de impedância

eletroquímica.

As medidas foram feitas em cada material até que at ingissem uma

estabi l idade significativa. Dependendo da combinação material/solução de imersão,

este tempo variou de 24 a 72 h.

4.3.1.2. Espectroscopia de impedância eletroquímica

A técnica de espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE) é cada vez

mais apl icada em diversos estudos de corrosão por possibilitar a separação de

vários processos que ocorrem com cinéticas diferentes (Mansfeld e Shih, 1988).

Uma grande quant idade de parâmetros pode influenciar o comportamento

eletroquímico dos materiais metál icos, como pré-tratamentos, recobrimentos e

condições de ensaio, tais como temperatura e concentração de oxigênio no meio. A

EIE é uma técnica part icularmente útil na caracter ização de recobrimentos (Bonora

et al. , 1996) e das películas passivas. A caracter ização da camada passiva é

al tamente relevante para o presente estudo.

Para a análise dos resultados de EIE foram testados diversos circuitos

equivalentes, e vários destes apresentaram bons ajustes com os resultados deste

trabalho, sendo escolhido o mais simples entre eles, ou seja, aquele com menos

componentes, conforme indica a literatura (Bonora et al . , 1996).

Os ensaios de EIE foram realizados e m um frequencímetro Solartron 1255,

e m na faixa de freqüências de 10 kHz a 10 mHz, com duração de cerca de 30

minutos, ampl i tude de 10 m V e com taxa de aquisição de 6 pontos por década.

4.3.1.3. Propriedades eletrônicas do fi lme passivo determinadas pelos gráficos

de Mott-Schottky

As características do f i lme passivo formado na superfície dos materiais

estudados podem ser invest igadas através dos gráficos de Mott-Schottky. O método

33

Page 57: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

consiste em detemninar os valores de capacitancia do f i lme passivo, var iando o

potencial apl icado na amostra, em uma freqüência específ ica. Os resultados obt idos

detemi inam as propriedades eletrônicas dos f i lmes passivos de acordo com o

excesso de cargas positivas (tipo-p) ou negativas (tipo-n).

As medidas foram feitas a 1 kHz e a polar ização foi apl icada e m passos de 50

mVecs na direção catódica (Antunes, 2006), a partir do potencial de 0,25 VECS até -

1,0 VECS- O valor inicial foi escolhido a partir do gráfico de polarização

potenciodinâmica dos aços estudados, que mostrou a passividade dos mesmos

neste potencial. Hakiki e co-autores (1995) quest ionam a confiabi l idade dos

resultados obtidos em potenciais inferiores a -0,5 VECS , pois o f i lme passivo de óxido

de ferro não seria estável quando submetido a estes potenciais. No entanto, os

autores assumem que quando as medidas são feitas em um curto período de tempo

(10 s), não ocorreriam mudanças significativas real izaram medidas até -1,5 VECS-

4.3.1.4. Ensaio de polarização potenciodinâmica

Ensaios de polar ização potenciodinâmica foram realizados e m um

potenciostato EG&G 273A, com taxa de varredura de 1 mV.s"^ desde -800 mV/ECS

até que a densidade de corrente atingia o valor de 1 mA/cm^. A lgumas curvas de

polarização foram iniciadas no Ecorr da amostra, e outras no potencial de -200 m V vs

Ecorr- Nestes últ imos casos, este potencial inicial foi escolhido para possibil itar

comparação dos resultados obt idos neste trabalho com os de resultados de outros

trabalhos envolvendo ligas de titânio e o aço inoxidável AISI 316L.

4.3.1.5. Microscópio eletroquímico de varredura (SECM)

O Microscópio Eletroquímico de Varredura (SECM) pode ser considerado uma

derivação do microscópio de varredura por tunelamento eletrônico (STM) e do

microscópio de força atômica (AFM). O diferencial do S E C M é sua sensibi l idade

química e o uso de íons e m solução como gerador de resposta. Seu funcionamento

é baseado em um microeletrodo imerso na solução de ensaio, que varre a superfície

de um sólido, caracterizando sua topografia e as atividades nas interfaces

sólido/líquido (Seizer e Mandier, 1996), líquido/líquido e líquido/gás (Seizer e

Mandier, 1996, Shao e Mirkin, 1997, Barker et al . , 1999, Mirkin e Horrocks, 2000).

Este microeletrodo é eletroquimicamente ativo e capta a corrente faradaica gerada

pela eletrólise das espécies em solução (Msstate, 2007).

O SECM permite o estudo avançado das reações eletroquímicas devido à sua

resolução espacial e sensibi l idade eletroquímica (Scott e Whi te, 1991 , Mao et al. ,

1995). Este pode ser empregado em análises químicas microscópicas e/ou medidas

de constantes f ísico-químicas e seus coeficientes (Martin e Unwin, 1997) e tem a

34

Page 58: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

capacidade de solucionar problemas complexos que ocorrem durante a corrosão de

um metal . Por exemplo, a formação, crescimento e repassivação de pites (Wipf,

1994, Bastos et al. , 2005 e 2006) ou a degradação de um recobrimento devido à

agressividade do meio (Souto et al. , 2004, Bastos et al. , 2005, Souto et al. , 2005).

Em meios adequados é ainda possível a detecção de gradientes de concentração de

espécies reagentes ou produtos das reações ocorrendo na superfície do substrato, o

que constitui uma forma indireta, localizada e não-intrusiva de estudar o processo

corrosivo. Isso é possível porque as medidas dos valores de corrente podem ser

relacionadas às reações eletroquímicas que ocorrem na superfície da amostra e

cada reação apresenta um potencial característico.

A lém disso, a resistência da solução e as eventuais mudanças de corrente

não causam efeitos significativos nos resultados devido às medidas ext remamente

localizadas, da ordem de [Jio,

anál ises diversas podem ser real izadas com este microscópico, a lém das

convencionais, como voltametria cíclica, polarização potenciodinâmica e

potenciostática e determinação de potencial de circuito aberto (Mirkin e Horrocks,

2000). Os t ipos de operação do SECM são:

/. Modo de resposta amperométr ica (amperometric feedback mode)

Neste caso, os eletrodos são imersos e m uma solução contendo um agente

mediador (espécie oxidável). Quando é apl icado um determinado potencial ao

microeletrodo (tip), a oxidação ocorre segundo a reação (1), controlada pela di fusão

de R até o microeletrodo - Figura 15.

R - n e ^ O (1)

Quando o microeletrodo (tip) está a uma grande distância da amostra

(superior a mui tos diâmetros do microeletrodo), a corrente medida é estacionária e

obedece à (2), onde Lé a corrente limite, n, é o número de elétrons consumidos ou

produzidos pela reação; F é a constante de Faraday; Da é o coeficiente de di fusão

da espécie em solução; Ca é a concentração da espécie no vo lume total e a, o raio

do eletrodo (Bastos et al. , 2004, Mirkin e Horrocks, 2000, Etienne et al . , 2004,

Simões e t a l , 2007). .

L = 4nFDaCaa (2)

Conforme o microeletrodo se aproxima de um material condutivo, a espécie O

formada em (1) di funde até o substrato, onde é reduzido segundo a reação indicada

e m (3).

O + ne' -> R (3)

35

Page 59: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Este processo produz um fluxo adicional de R detectado pela tip e recebe o

nome de retorno positivo, ou positive feedback (Rejedran e Ananth i , 2004). No caso

de um substrato inerte, a espécie O gerada não reage, causando um retorno

negativo ou negative feedback.

II. Generation/collection mode (G/C)

Este modo não é útil para a análise de espécies inativas, pois, neste caso, um

eletrodo de trabalho gera espécies coletadas pelo microeletrodo (í/p) (Mirkin e

Horrocks, 2000, Souto et al. , 2005) - Figura 15.2. Possibil ita a detecção das

concentrações iónicas na solução. O microeletrodo varre uma fina camada de

di fusão gerada pelo substrato, polar izado a um determinado potencial, escolhido de

acordo com a reação eletroquímica que se espera detectar. Util izado no modo

amperométr ico, o microeletrodo pode perturbar a camada de drfusão e arrastar as

espécies de acordo com seu movimento. Estes fatores l imitam seu uso, e favorecem

o modo de anál ise potenciométr ica (Mirkin e Horrocks, 2000).

III. Ensaios de penetração

Nos ensaios de penetração, um microeletrodo penetra a microestrutura a ser

anal isada, coletando informações sobre variação de concentração, cinética e

transporte de massa ao longo da profundidade da amostra (Mirkin e Horrocks, 2000)

- Figura 15.3.

IV. Modo de resposta de transferência iônica {ion-transfer feedback mode)

Este modo é útil tanto e m interfaces sólido/líquido quanto líquido/líquido.

Tanto a corrente limite do estado estacionário quanto a corrente medida são

produzidas por transferência de íons (Mirkin e Horrocks, 2000) - Figura 15.4.

V. Modo de perturbação do equilíbrio

Neste caso, o equilíbrio do sistema é perturbado pela variação de algum

componente da solução. O microeletrodo detecta o f luxo de espécies gerado para

que ocorra o reequilíbrio da solução - Figura 15.5. Este modo é geralmente util izado

para o estudo de fases que contr ibuem para o equilíbrio do sistema (Mirkin e

Horrocks, 2000).

VI . Medidas potenciométricas

As medidas potenciométr icas são uma derivação do modo

generation/col lect ion. No entanto, este modo causa uma perturbação mínima à

camada de difusão (Mirkin e Horrocks, 2000) - Figura 15.6.

36

Page 60: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

R O

X. Feedback

^ O = R R

2. Generation-Collection 3. Penetração

X = H". K", Cl-Ca", Zn", KH,*

4. Transterencia iónica

5.Perturbação do equii ibrio

6. neUecçao potenciómetrica

Figura 15: Esquema das reações eletroquímicas detectadas pelos diferentes modos

de operação do SECM.

O Microscópio eletroquímico de varredura opera com um bipotenciostato, que

pemií te a polarização simultânea da amostra e do microeletrodo - Figura 16

(Msstate, 2007). A Figura 17 mostra o esquema do microeletrodo usado nas

anál ises.

As anál ises foram realizadas com dois microeletrodos de diâmetros diferentes

(8,5 |am ou 100 | im), eletrodo de referência de Ag/AgCI e contra eletrodo de platina.

Foi util izada solução de 0,1 mol.L"^ de NaCI, a 25 °C e as anál ises de varredura

linear e mapeamento foram feitas a uma taxa de 10 |Lim/s. Considerando que as

principais reações de corrosão do ferro e m solução de NaCI naturalmente aerada

correspondem à redução do oxigênio dissolvido (Equação 5) e á oxidação do ferro

(Equação 6), os potenciais apl icados ao microeletrodo foram detemi inados de

acordo com a possível detecção de concentrações de oxigênio dissolvido e íons Fe*^

presentes na solução. Segundo a literatura, estes valores ser iam, respect ivamente, -

0,70 V e +0,60 V (Burstein e Vines, 2 0 0 1 , Etienne et al. , 2004, Bastos et al . , 2004,

Simões et al . , 2007)

37

Page 61: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

0 2 + 2H20 + 4e ^ 4 0 H

Fe*2 ^ Fe* ' + e"

(Equação 5)

(Equação 6)

Os ensaios de SECM e SVET foram realizados no Instituto Superior Técnico,

em Lisboa, sob a orientação da Dra Alda Maria Pereira Simões. O SECM util izado

neste trabalho foi uma Workstat ion UNISCAN 370, l igada a um bipotenciostato

(Uniscan, 2007) apresentado na Figura 18. A Figura 19 mostra em detalhes a célula

eletroquímica, com a posição dos eletrodos de trabalho, o microeletrodo, o eletrodo

de referência de Ag/AgCI e o contra eletrodo de platina.

Moni tor

Controlador

triaxla1

F.lct.ro; 1 to

Figura 16: Esquema de funcionamento do SECM (Msstate, 2007).

38

Page 62: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

C A P I - a r

71-"" r-Va,a ° = ^ / ^ ' "

V 2 m m

Mir r : : . l i e : ^ V ^ " - / ^

Figura 17: Esquema do microeletrodo usado nas anál ises de SECM.

Figura 18: Microscópio eletroquímico de varredura (SECM) - Instituto Superior Técnico.

3 9

Page 63: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Figura 19: Célula eletroquímica usada para ensaios no Microscópio eletroquímico de

varredura -SECM.

4.3.1.6. Técnica de varredura do eletrodo vibrante (SVET)

A corrosão localizada é um processo eletroquímico que envolve a oxidação

das áreas anódicas da superfície metál ica, gerando um fluxo iónico que se dirige às

regiões catódicas adjacentes através do eletrólito - Figura 20 (Akid e Garma, 2004,

Simões et al. , 2007). Este f luxo dá or igem a uma corrente iônica e um gradiente de

potencial no eletrólito. Part indo deste princípio, a técnica do eletrodo vibrante (SVET)

utiliza um microeletrodo capaz de medir estes gradientes, permitindo o estudo in situ da corrosão. Os dados são coletados através da vibração de um eletrodo,

posicionado paralelamente a poucos mícrons da superfície da amostra, cuja

ampl i tude resulta em um sinal elétrico recebido pelo amplif icador - Figura 21

(Uniscan, 2007). A resolução das medidas é detenninada pelo diâmetro do

microeletrodo usado, que pode variar entre 20 e 200 [im. O esquema da Figura 22

mostra as diferenças de resultados que podem ser obtidos de acordo com a

intensidade de corrente da região anódica. Áreas anódicas muito próximas podem

aparecer como uma única, dependendo da intensidade e da precisão das medidas

(Akid e Gamna, 2004).

40

Page 64: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

El í íLrc : ! - ! . : . - . B

E l t t t . r ; ; i - l . : j

C a - . : : í : : C a i . c c i o

Figura 20: Esquema do (a) f luxo iónico gerado pelas regiões anódicas e (b) as

respectivas correntes e di ferença de potencial gerados (Akid e Garma, 2004).

r:}l.fí:rr:i".sl.a*..;:

Figura 2 1 : Esquema de funcionamento da SVET (Akid e Ganna, 2004).

1 l.a e:ri A l

A l M

Figura 22: Tipos de resposta de acordo com as intensidades de corrente detectadas

pela SVET (Akid e Garma, 2004).

41

Page 65: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Esta técnica foi desenvolvida por biólogos para o estudo de correntes na

região das células. Atualmente apresenta uma gama de apl icações em estudos de

corrosão (Franklin et al. , 1991 e 1992, Bastos et al, 2006, Simões et al. , 2007),

desde a corrosão por pite, em frestas (Uchida et al. , 2001), sob tensão e também em

amostras recobertas (Böhm et al. , 2000). No entanto, não foram encontrados na

literatura, trabalhos de SVET sobre corrosão e m aços inoxidáveis.

A Figura 23 mostra a montagem experimental adotada para a técnica do

eletrodo vibrante (SVET) disponibi l izada pelo Instituto Superior Técnico. O

equipamento uti l izado é da Applicable Electronics Equipments, e o programa de

leitura de dados foi o Automated Scanning Electrode Technique (ASET). A célula

eletroquímica usada é mostrada na Figura 24, dentro de uma gaiola de Faraday. O

recipiente com capacidade para aprox imadamente 10 mL de solução era preparado

com fita adesiva. O eletrodo vibrante era de irídio-platina, com diâmetro de 40-50

yim. A distância eletrodo-amostra foi mantida em 200 \xm em todos os ensaios.

Os ensaios em microscópio eletroquímico de varredura e a SVET foram

realizados em solução 0,9% de NaCI a 25 °C, para simular o soro fisiológico. Não

foram realizados ensaios com solução mais complexa devido ao grande número de

íons presentes, que interferiam diretamente nos resultados.

Figura 23: Equipamento para condução dos ensaios pela técnica do eletrodo

vibrante (SVET) pertencente ao Instituto Superior Técnico.

42

Page 66: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

/ - - i

Figura 24: Célula usada para real ização dos ensaios de SVET.

4.3.2. Meios e condições dos ensaios de corrosão

Três soluções foram usadas nos ensaios eletroquímicos, a solução de Hanks,

um meio de cultura celular (Min imum Essential Medium) e uma solução salina

tamponada com fosfato (Phosphate Buffered Solution), à temperatura de 37 °C e em

condições de aeração natural, s imulando a composição dos fluidos fisiológicos. As

composições químicas da solução de Hanks, do meio de cultura celular (MEM) e da

solução salina tamponada com fosfato (PBS) são dadas nas Tabelas 5, 6 e 7,

respect ivamente. Os quatro materiais estudados neste trabalho, bem como o aço

AISI 316L foram ensaiados e m dois meios. As áreas de exposição de cada material

ao meio de ensaio são dadas na Tabela 8.

Tabela 5: Composição química da solução de Hanks (Lavos-Valereto et al. , 2002).

Composto mg. L-

NaCI 7.864,81

KCI 397,17

MgS04.7H20 197,18

CaCl22H20 188,51

Na2HP04.2H20 53,39

K H 2 P O 4 54,43

C6H12O6H2O 750,63

Fenol vermelho 1 % 2.516,10

43

Page 67: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Tabela 6: Composição química do meio de cultura celular (MEM) (Assis, 2006).

Composto mg.L-'

CaCl2 200

KCI 400

MgS04 (anidro) 98

NaCI 6^800

NaHCOs 2.200

NaH2P04.H20 Í 4 0

D-Glucose 1.000

Fenol vermelho 1 % 10

Aminoácidos 1 5 7 - 5 5 6

Vi taminas « 8 , 1

Tabela 7: Composição química do meio PBS (Pan et al . , 2000).

Composto mg. L"

NaCI 8.770

Na2HP04 1.420

KH2PO4 2.720

Tabela 8; Área de exposição ao meio de ensaio do aço inoxidável superferrít ico DIN

W. Nr. 1.4575, da Incoloy MA 956, do aço inoxidável austenít ico DIN W. Nr. 1.4970 e

do aço inoxidável dúplex DIN W. Nr. 1.4460 com alto teor de nitrogênio.

material Área de exposição (cm^)

DIN W. Nr. 1.4575 1,0

Incoloy MA 956 0,90

DIN W. Nr. 1.4970 0,40

DIN W. Nr. 1.4460 - 0 ,87% N 0,50

44

Page 68: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Alguns eletrodos de trabalho foram testados com suas áreas expostas na em

posição horizontal e outros na posição vertical para avaliar a influência do arranjo

experimental nos resultados obtidos. A Figura 25 ilustra os dois t ipos de

conf iguração da célula adotados.

PLATINA

^ ^ ^ M O S T R A

Figura 25; Conf iguração do arranjo experimental . Eletrodo de trabalho com área

exposta na posição A) horizontal B) vert ical.

4.3.3. Ensaio de Citotoxicidade

O ensaio de citotoxicidade foi efetuado conforme a norma ISO 10.993 - parte

5 (ISO 10.993, 1992). A l inhagem celular foi estabelecida de mamíferos obtida de um

repositório reconhecido como American Type Culture Collection (ATCC). Foi uti l izada

uma cultura de células de ovario de hamster chinês (ATCC CHO Kl) cult ivadas e m

meio RPMI 1640 com adição de 10% de soro fetal bovino e 1 % de penicil ina.

Amostras de 5 cm^ dos aços inoxidáveis DIN W. Nr. 1.4970, DIN W. Nr.

1.4460 com alto teor de nitrogênio, DIN W. Nr. 1.4575 e Incoloy MA 956 foram

esteri l izadas por autociavagem a 120 °C por 20 minutos. Em seguida foram imersas

durante 48 horas, a 37 °C em 4 mL de solução RPMI 1640. O extrato foi adicionado

à cultura de células de ovario de hamster chinês. A solução de ensaio é chamada de

extrato (100 % de concentração). Esta solução foi diluída várias vezes preparando-

se soluções com concentrações de 50%, 25%, 12,5% e 6,25% da concentração

45

Page 69: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

inicial. Cada concentração foi distribuída em quatro poços de 50 ¡iL e cada poço

recebeu 3.000 células, permanecendo incubado durante 72 h sob atmosfera úmida

de 5% de CO2. Após este período, foi adic ionada uma solução de 0 ,2% de MTS e

0 ,09% de PMS e m PBS. A leitura do corante por absorbância foi feita após 2 h e o

índice de citotoxicidade é baseado na quant idade de células vivas contra a

concentração do extrato.

Foram util izadas como medida de comparação, uma solução de fenol 0,3%

(controle positivo) e uma placa de titânio (controle negativo).

46

Page 70: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

5. RESULTADOS

5 . 1 . Resultados dos ensaios de corrosão

5.1 .1 . Meios e condições dos ensaios de corrosão

Os ensaios foram realizados com o eletrodo de trabalho em conf igurações

geométr icas distintas, vide Figura 25, para investigação de possíveis influências nos

resultados obtidos. As amostras foram imersas por 72 h e m MEM a 37 °C, para a

estabi l ização dos processos interfaciais, o que foi aval iado por medidas de potencial

de circuito aberto (Assis, 2006) e, e m seguida, foram realizados ensaios de

espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE) e ensaios de polarização

potenciodinâmica.

Observou-se que a posição da amostra durante o ensaio afetou os resultados

de EIE. As Figuras 26 e 27 revelam estas diferenças. Os diagramas de Bode da

Figura 26 mostram duas constantes de tempo bem definidas para o eletrodo com

superfície exposta na posição horizontal. A constante de tempo a altas freqüências,

observada na amostra testada na posição horizontal, deve-se provavelmente à

camada na superfície da amostra, decorrente da precipitação de componentes da

solução MEM, o que foi visível à vista desarmada. Em baixas freqüências, para este

t ipo de configuração, observa-se o segundo pico, provavelmente relacionado com

processos interfaciais que ocorrem sob a camada de produtos deposi tados. O

módulo de Z é maior quando a amostra está na posição horizontal (Figura 27).

Para a conf iguração da célula com o eletrodo de superfície exposta na

posição vertical, observa-se um pico em freqüências intermediárias (cerca de 1 Hz) e

um ombro, em freqüências mais elevadas (em torno de 100 Hz). Este resultado deve

ser devido á presença do f i lme óxido passivante, observado sobre os aços

inoxidáveis como o usado neste ensaio (DIN W . Nr. 1.4460), o qual se acredita que

possua caráter dúplex. Foram realizados vários ensaios nas duas conf igurações e

observou-se maior reprodutibi l idade dos resultados associados à conf iguração

vertical.

Com base nos resultados obtidos em MEM, concluiu-se que a util ização do

eletrodo com face exposta ao meio na posição vertical permite maior confiabi l idade e

reprodutibi l idade nas anál ises.

47

Page 71: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

DIN 1.4460alto N como recebido

-90

-80

01 -70 l/> (ü u. « -60 T3 O 3

-50 OI c <

-40

-30

-20

-10

0

• Eletrodo na posição vertical

• Eletrodo na posição horizontal

1.0E-2 1.0E-1 1.0E+O 1.0E+1 1.0E+2 Freqüência (Hz)

1.0E+3 1.0E+4 1.0E+5

Figura 26: Diagramas de ângulo de fase de Bode para eletrodos de aço inoxidável

DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, com área exposta nas posições

horizontal e vertical, após 72 h em solução MEM a 37 °C.

E u

a

4.8E+4

4.2E+4

3.6E+4

3.0E+4

2.4E+4

1.8E+4

1.2E+4

6.0E+3 A'

0,1 H¿

' Betrodo na posição vertical

• Setrodo na posição liorizontal

O.OE+0 O.OE+0 1.2E+4 2.4E+4 3.6E+4 4.8E+4 6,0E+4

2 real (Qcm )

Figura 27: Diagramas de Nyquist para eletrodos de aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460

com 0,87% de nitrogênio, com área exposta nas posições horizontal e vertical, após

72 h em solução MEM a 37 °C.

Curvas de polarização potenciodinâmica típicas para os dois t ipos testados de

configuração da célula são mostradas na Figura 28. Estas curvas mostram um

potencial de quebra da camada passiva bem definido apenas para a conf iguração de

célula com eletrodo na posição horizontal, sendo este da ordem de 400 mVEcs- Para

a configuração da célula na posição vertical, ocorre um aumento bem gradual da

48

Page 72: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

densidade de corrente seguido por um aumento levemente mais acentuado em

potenciais de aprox imadamente 900 mVEcs

DIN 1.4460 alto N como recebido

1500 n

1000

> 500

LU

o -

-500 -

-1000

-Eletrodo na posição vertical

-Eletrodo na posição horizonta

1,0E-10 1.0E-09 1,OE-08 1.0E-07 1,0E-06 1,0E-05

i (A/cm=)

1.0E-04 1.0E-03 1,0E-02

Figura 28: Curvas de polarização potenciodinâmica para eletrodos de aço inoxidável

DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, em duas configurações, área exposta

na posição horizontal e área exposta na posição vertical, ambas em relação ao topo

da célula, após 72 h em solução MEM a 37 °C. Taxa de varredura: 1 mV/s.

Após o ensaio de polarização potenciodinâmica, as amostras foram

observadas por microscopia eletrônica de varredura (MEV) e as micrografias das

superfícies são apresentadas na Figura 29. Uma grande quant idade de pites foi

observada na superfície do eletrodo com área exposta na posição horizontal,

enquanto para o eletrodo com área na posição vertical, a quant idade de pites e a

profundidade destes foi inferior. Ao redor dos pites de maiores d imensões foram

observados precipitados depositados de forma concêntr ica. Conforme já

mencionado, na solução MEM ocorreu a precipitação de uma camada com

consistência gelatinosa na superfície dos eletrodos ensaiados com superfície

exposta na posição horizontal. Esta camada deve ter favorecido a formação de pites

por atuar na formação de uma célula ativa/passiva.

49

Page 73: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

B

D

Figura 29: Micrografias obt idas por MEV do aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 alto N

após polarização potenciodinâmica em solução MEM a 37 °C. Presença de pites e

produtos precipitados nas áreas adjacentes aos mesmos. A) e B) eletrodo de

trabalho na posição vertical,

superior da amostra).

) eletrodo de trabalho na posição horizontal (parte

A influência da conf iguração geométr ica também foi investigada uti l izando a

solução de Hanks. No entanto, não foram observadas grandes di ferenças nos

resultados das duas conf igurações, conforme pode ser notado nos gráficos das

Figuras 30 e 3 1 . A inda assim, resultados mais capacit ivos e maiores impedâncias

foram associados ao eletrodo com área exposta na posição vertical e com valores de

impedância mais altos que a outra configuração.

50

Page 74: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

DIN 1.4460 alto N como recebido

01 i/i ra

l i . a> •o _o 3 D l C

<

-90 ' Eletrodo na posição vertical • Eletrodo na posição horizontal

• É • •

1,0E-2 1.0E-1 1.0E-K) 1.0E+1 1.0E+2

Freqüência (Hz)

1.0E+3 1.0E+4 1.0E+5

Figura 30; Diagramas de ângulo de fase comparando o aço inoxidável DIN W. Nr.

1.4460 com 0,87% de nitrogênio nas posições horizontal e vertical, após 72 h em

solução de Hanks a 37 °C.

g

d l

4.8E+4

4.2E+4

3.6E+4

3.0E+4

2.4E+4

1.8E+4 -

1.2E+4 -

6.0E+3

O.OE+0

0,01 Hz

0.01 Hz

Eletrodo na posição vertical

• Eletrodo na posição horizontal

O.OE+0 1,2E+4 2.4E+4 3,6E+4 Z real (ncm^)

4.8E+4 6.0E+4

Figura 3 1 : Diagrama de Nyquist comparando o aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460

com 0,87% de nitrogênio nas posições horizontal e vertical, após 72 h em solução

de Hanks a 37 °C.

Nas curvas de polarização potenciodinâmica da Figura 32, apenas pequenas

diferenças foram observadas no potencial de corrosão e nas densidades de

51

-80

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

Page 75: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

corrente, e o potencial de pite foi claramente definido para ambas as conf igurações,

sendo os valores deste potencial muito próximos em ambas as condições testadas.

Considera-se que a maior dependencia entre os resultados e a conf iguração

que ocorreu no meio MEM em relação à solução de Hanks foi devido à maior

complexidade e à presença de grande quant idade de componentes no primeiro

meio, o que favoreceu precipitação de uma camada na superfície do eletrodo

ensaiado com área exposta na posição horizontal.

1000

500

> ÍJU

-500

-1000

DIN 1.4460 alto N como recebido

— Eletrodo na posição vertical

— Eletrodo na posição horizontal

1.0E-09 1.0E-08 1,0E-07 l,0E-06 1.0E-05

i (A/cm-) 1 .OE-04 1.0E-03 1.0E-02

Figura 32: Curvas de polarização potenciodinâmica para o aço inoxidável DIN W. Nr.

1.4460 com 0,87% de nitrogênio após 72 h e m solução de Hanks a 37 °C ensaiado

com área exposta nas posições horizontal e vertical. Taxa de varredura: 1 mV/s.

Buscando uniformizar as condições de ensaio, e com base nos resultados

obtidos, optou-se pela real ização de todos os testes com a conf iguração de célula

onde o eletrodo de trabalho ficava com a área exposta na posição vertical,

independente do meio adotado.

5.2. Resultados dos ensaios eletroquímicos em solução de Hanks

5.2.1 . Medidas de potencial a circuito aberto versus tempo de ensaio

A Figura 33 apresenta as curvas de variação do potencial de circuito aberto

em função do tempo de imersão dos aços inoxidáveis austenít icos DIN W. Nr.

1.4460 alto N, DIN W. Nr. 1.4970, ferrítico DIN W. Nr. 1.4575 e da Incoloy MA 956.

52

Page 76: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Os resultados mostraram que após 60 horas de Imersão todas as ligas testadas

haviam atingido a estabil ização do potencial. O tempo de 72 horas de imersão foi

então estabelecido para realização dos ensaios de EIE.

Para os aços DIN W. Nr. 1.4460 alto N e Incoloy MA 956 foi observado

aumento de potencial inicial o que deve ser causado pelo aumento de espessura do

fi lme óxido superficial no meio de ensaio. O primeiro aço foi o que apresentou

valores de potencial estável mais nobres (cerca de -60 mVecs) e também o que mais

rapidamente atingiu a estabil ização do potencial, o que ocorria após cerca de 9

horas de imersão. Os potenciais de corrosão dos aços DIN W. Nr. 1.4575 e DIN W.

Nr. 1.4970, por sua vez, diminuíram com o tempo de imersão até cerca de 10 horas,

e a partir deste período, ocorreu estabi l ização do potencial do aço DIN W. Nr.

1.4575. A diminuição do potencial com o tempo indica ataque do f i lme passivo

superficial formado ao ar, após imersão destes aços na solução de Hanks a qual

possui e levadas concentrações de cloreto (Tabela 5). Estes resultados sugerem

para estes aços uma menor resistência do f i lme superficial, provavelmente devido à

maior concentração de defeitos nestes f i lmes, e que poderiam estar relacionados à

microestrutura destes aços.

Ill

I

UJ

o

-100 -

-200 -

-300 -

-400 -

-500

-600

-700

-800

- - DIN 1.4460 alto N como recebido

- - DIN 1.4575

Incoloy MA956

DIN 1.4970

10 20 30 40

t(h) 50 60 70 80

Figura 33: Var iação do potencial de circuito aberto versus tempo de imersão em

solução de Hanks a 37 °C para os aços inoxidáveis superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575

solubil izado, austenít ico DIN W. Nr. 1.4970, austenít ico DIN W. Nr. 1.4460 com

0,87% de nitrogênio e Incoloy MA 956.

Outro fator a ser analisado no gráfico é a presença de osci lações associadas

a processos de quebra e repassivação da película passiva nas horas iniciais de

5 3

Page 77: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

ensaio para o aço DIN W . Nr. 1.4575. Estas osci lações apresentaram ampl i tudes de

até 40 mVEcs nas 3 horas iniciais. Este aço foi o que apresentou maior tempo de

estabi l ização do potencial , o que ocorreu e m cerca de 57 horas, quando valores de

aprox imadamente -350 mVEcs foram medidos. Este comportamento indica

instabil idade superficial da amostra, a lém da provável presença de defeitos.

Aumento de potencial e estabi l ização do mesmo e m períodos relat ivamente

curtos, cerca de 40 horas, foram associados à Incoloy MA 956, sugerindo elevada

tendência à passivação e alta resistência do f i lme superficial ao ataque pelos íons

cloretos presentes no meio. Não foram observadas para este aço, osci lações de

potencial durante o período de estabi l ização ou após este período.

A Tabela 9 apresenta os potenciais de circuito aberto após estabil ização para

todos os materiais ensaiados. Os maiores valores de potencial foram associados ao

aço DIN W. Nr. 1.4460 e á Incoloy MA 956, o que deve ser devido à presença de

0,87% N no primeiro e de alumínio e itrio na composição da Incoloy MA 956, os

quais favorecem a formação de f i lmes superficiais mais protetores, uma vez que

estes materiais não correspondem àqueles com os maiores teores de cromo entre

os ensaiados.

Tabela 9: Potencial de circuito aberto dos aços inoxidáveis superferrít ico DIN W . Nr.

1.4575 solubil izado, austenít ico DIN W. Nr. 1.4970, austenít ico DIN W. Nr. 1.4460

com 0,87% de nitrogênio e Incoloy MA 956.

Material Potencial (mVEcs)

DIN W. Nr. 1.4575 (SF) E = -360

DIN W . Nr. 1.4970 (A) E = -410

DIN W . Nr. 1.4460 0,87% N (A) E = -60

MA 956 (F) E = -135

(SF) = superferrít ico

(A) = austenít ico

(F) = ferrítico

5.2.2. Espectroscopia de impedância eletroquimica

A comparação dos quatro aços quanto à resistência à corrosão foi feita após

72 h de imersão em solução de Hanks a 37 °C. A s Figuras 34 a 36 apresentam,

respect ivamente, os d iagramas de módulo de impedância, Nyquist e de ângulo de

fase, para este período de imersão.

54

Page 78: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

A Figura 35 mostra que no limite BF, todos os materiais anal isados t iveram

valores próximos de módulo de impedância, da ordem de 10^ Q.cm^, na freqüência

de 0,01 Hz. O material de maior impedância foi a Incoloy MA 956. De forma

inesperada, os resultados das Figuras 35 e 36 mostraram menores impedâncias

para o aço DIN W . Nr. 1.4460 alto N, o que será expl icado mais adiante.

De acordo com os diagramas de ângulo de fase da Figura 36, em todos os

aços anal isados, pode-se observar a formação de um "ombro" na região de baixa

freqüência, cuja localização varia de acordo com o aço. A presença de duas

constantes também é indicada na literatura para aços inoxidáveis e eletrodo de ferro

passivo (Castle e Clayton, 1977, Azumi et al. , 1986, Montemor et al. , 2000, Ge et al . ,

2001). O circuito elétrico proposto neste trabalho e mostrado na Figura 4d , o qual

considera a presença de duas constantes de tempo, apresentou excelente ajuste

com os resultados experimentais do presente trabalho, como será mostrado

posteriomnente. O fonnato dos diagramas de ângulo de fase de Bode foi muito

similar para o aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N e a Incoloy MA 956, o que sugere

compor tamento eletroquímico similar para estes dois materiais. No entanto, o aço

DIN W . Nr. 1.4575 apresentou comportamento mais capacit ivo nas baixas

freqüências que as demais ligas, com ângulos de fase de aprox imadamente - 70°, o

que poderia sugerir processos de transferência de carga mais difíceis neste material

e poderia ser relacionado com os maiores teores de cromo neste material . Todavia,

deve-se ter e m mente que este material foi o que apresentou maior quant idade de

osci lações durante o período de estabi l ização do potencial e maior período para

atingir a estabi l idade de potenciais. Vale também ressaltar que no período de

obtenção dos resultados de EIE (72 h) o potencial da Incoloy MA 956 já se

encontrava estável.

Anal isando os resultados de espectroscopia de impedância eletroquímica, os

aços inoxidáveis ferrít icos {Incoloy MA 956 e DIN W . Nr. 1.4575) apresentam

resistência á corrosão superior aos aços inoxidáveis austenít icos (DIN W . Nr 1.4970

e DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio). No entanto, devido à adição de

nitrogênio, esperava-se que o material mais resistente fosse o DIN W . Nr. 1.4460

alto N (Padilha et al., 2 0 0 1 , Pimenta Jr. et al. , 2003, Baba e Katada, 2006, Lee,

2006, Ningshen et al., 2007) e, portanto, este ponto será mais detalhado no decorrer

do trabalho.

55

Page 79: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

E u g.

4.0E+5 -

3.0E+5

2.0E+5 -

1.0E+5

• 0,01 Hz

A 0.01 Hz

:'.0I H ;

' DIN 14575 solubilizado

DIN 14970 solubilizado

DIN 14460 alto N como recsbido

Incoloy MA 956 solubilizado

O.OE+O O.OE+0 1.0E+5 2.0E+5 3.0E+5 4.0E+5 5.0E+5 6.0E+5

Z real (Qcm^)

Figura 34: Diagramas de Nyquist para os aços inoxidáveis solubi l izados DIN W. Nr.

1.4575, 1.4970 e Incoloy MA 956 e DIN 1.4460 com 0,87% de nitrogênio como

recebido. Resultados obtidos após 72 h em solução de Hanks a 37 °C.

1.0E+7 -F

1,0E+S 1

E 1.0E+5 -u d N 1,0E+4 • 0 3 •O O S

1,0E+3 -

1,0E+2

1.0E+1 --

> DIN 14575 solubilizado • DIN 14970 solubilizado • DIN 14460 alto N como recebido ' Incoloy MA 956 solubilizado

* i * • • t • •

* • * •

1,0E-2 1,0E-1 1,0E+0 1.0E+1 1.0E+2 1,0E+3 1,0E+4 1,0E+5

Freqüência (Hz)

Figura 35: Diagramas de módulo de Z para os aços inoxidáveis solubi l izados: DIN

W. Nr. 1.4575, 1.4970 e Incoloy MA 956 e DIN 1.4460 com 0,87% de nitrogênio

como recebido, após 72 h em solução de Hanks a 37 °C.

56

Page 80: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

01 w n u. « •a o 3

- 9 0 1

- 8 0 •

- 7 0

- 6 0

-50

-40

-30

-20

- 1 0

0 H

10 1.0E-

• • • • î : Í ¡ 1 1 î 1 1 • î • . ,

- * 1

> DIN 14575 solubilizado

• DIN 14970 solubilizado

• DIN 14460 alto N como recebido

• Incoloy MA956 solubilizado

• : •

;-2 1.0E-1 1.0E-K) 1.0E+1 1,0E+2

Freqüência (Hz)

1.0E+3 1.0E+4 1.0E+5

S C

I

•so -60

•70

••jO

•J •

10 •

10E- . i;e-- -.E". • ;e-- • • £ - . i .

Frequência (Hz)

• : t - 4 1 .-b»:'

1-J

1 : € - - 1 1 • ;e-. • :e-- • Frequência (Hz)

: IL

-10

0 • C'IU 1-1J6-: art; rjccn%5'*;*t,Jc

1 jE-. 1 0 E 1 -:e-. -.E-- • .E-. 1 ;€*•> 1 -jE--t 1 ;£•:•

Frequência (Hz)

5-

I • M -

-40 -X

-:o -10

0

10 •

1 0E-; 1CE1 -CE-: - CE--I 1 :€»

Frequência (Hz)

Figura 36: Diagramas de ângulo de fase de Bode para os aços inoxidáveis

solubil izados: DIN W. Nr. 1.4575, 1.4970 e Incoloy MA 956 e DIN 1.4460 com 0,87%

de nitrogênio como recebido, após 72 h em solução de Hanks a 37 °C.

57

Page 81: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

5.2.3. Ensaio de polarização potenciodinâmica em solução de Hanks

Os ensaios de polar ização potenciodinâmica anódica foram realizados com o

objet ivo de obter in fomiações sobre a resistência à corrosão por pite das várias ligas

e a estabi l idade do óxido formado. A Figura 37 apresenta as curvas de polarização

potenciodinâmica para os quatro aços estudados neste trabalho e o comparat ivo

AISI 316L. As amostras foram aval iadas desde um potencial de -800 mVEcs até que

a corrente atingisse 10"^ A/cm^, a um velocidade de 1 mV/s. Estas condições de

ensaio foram determinadas v isando a comparação dos resultados com outros

trabalhos (Assis, 2006, Antunes, 2006) realizados no Laboratório de Corrosão do

Instituto de Pesquisas Energét icas e Nucleares.

A corrente de corrosão foi est imada pela equação de TafeI apl icada aos

t rechos lineares catódicos e anódicos da curva de polarização. Todas as amostras

anal isadas apresentaram densidade de corrente iguais ou inferiores a pA/cm^

(Tabela 10). Estes valores são muito baixos e típicos de materiais passivos,

indicando a formação de uma camada de óxido protetor na superfície do aço no

meio de ensaio. Apenas as correntes de corrosão do DIN W . Nr. 1.4575 e da Incoloy

MA 956 são inferiores às do AISI 316L, como mostra a Figura 37.

Com exceção do DIN W . Nr. 1.4575, os demais potenciais de corrosão

obt idos são mais negativos que os potenciais de circuito aberto, devido à redução

parcial do óxido superficial, uma vez que a polarização teve início em potenciais

catódicos em relação ao potencial de corrosão.

Os aços inoxidáveis solubi l izados superferrít ico DIN W. Nr. 1.4460 com alto N,

austenít ico DIN W. Nr. 1.4970 e a Incoloy MA 956 apresentaram quebra do f i lme

passivo em potenciais e levados (557 mVEcs, 288 mVecs e 257 mVEcs,

respect ivamente) em relação aos 163 mVecs do AISI 316L (Tabela 10). A curva de

polar ização do aço DIN W. Nr. 1.4970 sugere a nucleação de pites e m potenciais de

cerca de 100 mVEcs, indicada pela instabil idade de corrente na curva de polarização,

até a ocorrência da quebra do f i lme passivo a 288 mVEcs, conforme foi comprovado

pela observação da superfície. No DIN W. Nr. 1.4575, a quebra do f i lme passivo

ocorreu e m potenciais de aprox imadamente 1.100 mVEcs, o que pode gerar dúvidas

se este aumento teria sido causado pela quebra do f i lme passivo ou pela reação de

evolução de oxigênio. Para solucionar esta questão, foi necessária a observação da

superfície da amostra por microscopia e os resultados são apresentados a seguir.

Os potenciais de quebra não puderam ser relacionados aos valores de PRE

calculados pela Equação 4 (Tabela 10). Apesar de esta equação relacionar a

presença de vários elementos químicos à resistência à corrosão por pite, a

microestrutura do material não é considerada. Este fato pode explicar a discrepância

de valores.

58

Page 82: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

1500

1000 -

500 -

m

-500

-1000

DIN 1.4575 DIN 1.4970

— DIN 1.4460 alto N Incoloy MA 956 AISI316L

1.0E-10 1.0E-09 1.0E-08 1.0E-07 1.0E-06 1.0E-05 1.0E-04 1.0E-03 1.0E-02 1,0E-01

i (A/cm^)

Figura 37: Curvas de polarização potenciodinâmica para os aços inoxidáveis

superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575 solubil izado, austenít ico DIN W. Nr. 1.4970 e

austenít ico DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, após 72 h de imersão em

solução de Hanks a 37 °C. Taxa de varredura: 1 mV/s.

Tabela 10: Potenciais e correntes de corrosão e potenciais de quebra do fi lme

passivo para os aços inoxidáveis superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575, austenít icos AISI

316L, DIN W. Nr. 1.4970 e DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio e ferrítico

Incoloy MA 956. Após 72 h em solução de Hanks a 37 °C.

Material

DIN W. Nr. 1.4575

(SF)

'corr (A/cm^) E (mVEcs) t quebra (mVEcs)

7,50.10"^ -13 1.073

PRE

DIN W. Nr. 1.4970

(A)

DIN W. Nr. 1.4460

0,87% N (A)

Incoloy MA 956 (F)

AISI 316L (A)

(SF) = superferrít ico

(A) = austenít ico

(F) = ferrít ico

4 ,16.10 '

2 ,71.10 '

6,36.10

1,54.10

-7

-6

288

-704 A nucleação a 105

-470

-334

-575

557

257

163

18,73

57,47

24,40

5 9

Page 83: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Os pites das amostras foram observados após polarização potenciodinâmica

por microscopia eletrônica de varredura e estas são mostradas nas Figuras 38 a 42

para os aços DIN W. Nr. 1.4970, Incoloy MA 956 e DIN W. Nr. 1.4460 com alto teor

de nitrogênio, respect ivamente. A ausência de qualquer sinal de corrosão na

amostra do DIN W . Nr. 1.4575 mostra que o potencial de quebra do mesmo,

presente na Figura 37, se refere à evolução do oxigênio e não à presença de pites.

Nos outros três materiais polarizados, os pites tem morfologia, tamanho e

profundidade diferentes, dependendo do aço ensaiado. Enquanto pites regulares e

arredondados de diâmetros superiores a 500 |xm foram associados ao DIN W. Nr.

1.4970, pites bem pequenos (d < 10 um) e irregulares foram observados no aço DIN

W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, visíveis apenas com aumentos de 1000X ou

superiores, como pode ser observado na Figura 42 . Na Incoloy MA 956 apresentava

apenas um pite raso por amostra ensaiada, de morfologia irregular e diâmetro de

200 ^ m .

Dentre os materiais anal isados, o aço cujo desempenho geral pôde ser

considerado melhor, em solução de Hanks a 37 °C, segundo os d iagramas de

ângulo de fase e polarização potenciodinâmica, é o DIN W . Nr. 1.4575, sugerindo

que a alta quant idade de cromo (28%) presente neste aço, em relação aos outros

materiais estudados, deve ser responsável por este resultado.

Figura 38: Micrografia por MEV do aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4970 após

polarização potenciodinâmica e m solução de Hanks a 37 °C.

60

Page 84: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Figura 39: Micrografia por M E V do aço inoxidável Incoloy MA 956 após polarização

potenciodinâmica e m solução de Hanks a 37 °C.

Spot Mayn D»; I wo ! i :0.0 k\ ' S.R lOOOx S í

Figura 40: Micrografia por MEV do aço inoxidável DIN W . Nr. 1.4575 após

polarização potenciodinâmica e m solução de Hanks a 37 °C.

61

Page 85: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Figura 4 1 : Micrografia por MEV do aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 alto N após

polarização potenciodinâmica em solução de Hanks a 37 °C.

V.

Figura 42 : M E V do aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 alto N após polarização

potenciodinâmica em solução de Hanks a 37 °C.

5.2.4. Resultados dos ensaios eletroquímicos em solução salina tamponada

com fosfato (PBS)

Embora os lons cloreto sejam considerados os principais responsáveis pela

corrosão, sabe-se atualmente que as macromoléculas biológicas, especialmente as

proteínas, encontradas em meios f isiológicos, influenciam consideravelmente a

resistência á corrosão dos materiais uti l izados em apl icações biomédicas (Wipf,

1994, Et ienne etal., 2004, Rajedran e Ananth i , 2004, Souto, 2004 e 2005, S imões et

al. 2007). Como não existe um consenso sobre a influência das proteínas na

resistência à corrosão, optou-se por realizar os ensaios e m solução de fosfato

62

Page 86: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

tamponada (PBS) para efeito de comparação com resultados apresentados na

literatura, a lém deste ser uma das soluções mais simples entre as que s imulam os

meios fisiológicos.

Após a observação do comportamento dos potenciais de circuito aberto das

amostras, notou-se que a estabi l ização dos mesmos ocorreu e m menos de 24 horas,

e que o comportamento não sofria al teração nas 48 horas subseqüentes. Deste

modo, para que houvesse ot imização no tempo de uso dos equipamentos do

laboratório, os ensaios eletroquímicos foram feitos após 24 horas de imersão em

PBS. Outro fator a ser considerado é que a temperatura ambiente foi escolhida para

real ização dos ensaios, devido a problemas técnicos ocorr idos no laboratório

durante o período das análises. O fato dos ensaios terem sido realizados a 25 °C

não influenciou nos resultados obtidos, já que os mesmos também foram feitos a 37

°C e geraram os mesmos valores. Lavos-Valereto e co-autores (2004) mostraram

que os resultados obtidos a 25 °C para ligas de titânio também não foram

divergentes dos medidos a 37 "C, e m solução de Hanks.

5.2.4.1.Espectroscopia de impedância eletroquímica

Os ensaios eletroquímicos em solução PBS foram obtidos após 24 h de

imersão à temperatura de 25 °C. Os diagramas de Nyquist (Figura 43) e de módulo

de impedância (Figura 44) indicam que a resistência á corrosão do aço inoxidável

DIN W . Nr. 1.4460 alto N é superior à de todos os outros materiais e a do AISI 316L

é a mais baixa. Todos os materiais apresentaram módulos de impedância da ordem

de 10^Q.cm='aO,01 Hz.

A Figura 45 apresenta os d iagramas de ângulo de fase para os materiais

invest igados neste estudo, bem como para o aço AISI 316L, que é o aço comercial

mais adotado para a fabricação de implantes ortopédicos. Observa-se claramente a

presença de duas constantes de tempo para o aço AISI 316L, bem separadas, a

primeira associada ao pico em cerca de 100 Hz e a segunda relacionada ao pico em

freqüências inferiores a 0,1 Hz. Para o aço DIN W . Nr. 1.4460 com 0,87% de

nitrogênio observa-se um pico em freqüências da ordem de 10 Hz e nas baixas

freqüências, um patamar, provavelmente correspondente ao início da formação de

um segundo pico para freqüências inferiores ás estudadas neste trabalho. Para os

outros materiais testados, aparentemente ocorreu uma maior interação entre as

duas constantes de tempo, o que pode ser inferido do aparente patamar observado

para freqüências inferiores a 1 Hz.

6 3

Page 87: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

3.5E+5

3,0E+5 -

2.5E+5 -

E 2,0E+5 u

g

t 1.5E+5 i

1.0E+5 -

5,0E+4 -

O.OE+0

0.01 Hz

• 0,01 Hz

' 0,01 Hz

.316L

• Incoloy MA956

DIN 14575

DIN 14970

' DIN 14460 alto N como recebido

O.OE+O 1.0E+5 2.0E+5 3.0E+5 Z real (Qcm^)

4.0E+5 5.0E+5

Figura 43: Diagramas de Nyquist para os aços inoxidáveis solubi l izados: AISI 316L,

DIN W. Nr. 1.4575, Incoloy MA 956, DIN W. Nr. 1.4970 e DIN W. Nr. 1.4460 com

0,87% de nitrogênio como recebido, após 24 h em solução PBS a 25 °C.

1,0E+7 -r

1.0E+6 - I

1,0E+5 • . ' ^ t .

f u d 1,0E+4

N

1,0E+3 -;

1,0E+2 -:

1,0E+1

316L

Incoloy MA956

DIN 14575

DIN 14970

> DIN 14460 alto N como recebido

* A

• 1 1 • »

1 1 • 1 1 • t

1.0E-2 1,0E-1 1.0E+0 1,0E+1 1,0E+2 1,0E+3 1.0E+4 1.0E+5 Freqüência (Hz)

Figura 44: Diagramas de Bode para os aços inoxidáveis solubi l izados: AISI 316L,

DIN W. Nr. 1.4575, Incoloy MA 956, DIN W. Nr. 1.4970 e DIN W. Nr. 1.4460 com

0,87% de nitrogênio, após 24 h em solução PBS a 25 °C.

64

Page 88: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

0)

l/l (5 U. 0)

•D O s

-90 1

-80 -

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

-. i

316L

Incoloy MA956

DIN 14575

DIN 14970

• Dl N 14460 alto N como recebido

1.0E-2 1.0E-1 1.0E-KI 1.0E+1 1.0E+2 1.0E-H3 1.0E+4

Freqüência (Hz)

1.0E+5

Figura 45: Diagramas de ângulo de fase de Bode para os aços inoxidáveis

solubil izados: AISI 316L, DIN W. Nr. 1.4575, Incoloy MA 956, DIN W. Nr. 1.4970 e

DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, após 24 h e m solução PBS a 25 °C.

5.2.4.2. Polarização potenciodinâmica em PBS

As curvas de polarização potenciodinâmica em PBS foram iniciadas no

potencial de corrosão, uma vez que os potenciais catódicos alteram as

características das camadas de óxido nas superfícies dos materiais testados, e

foram interrompidas quando a densidade de corrente atingia o valor de 1 mA/cm^. A

velocidade de varredura foi de 1 mV/s. Curvas típicas para os quatro materiais

testados são mostradas na Figura 46 e os respectivos valores de potencial de

corrosão e de quebra são dados na Tabela 1 1 . Os valores de potenciais de corrosão

respectivas correntes foram calculados a partir de extrapolações dos trechos

l ineares das curvas.

Os potenciais de quebra de todos os materiais testados foram superior ao do

AISI 316L. Apesar do seu potencial de corrosão não ter sido dos menos nobres, este

último pôde ser associado a uma das maiores correntes de corrosão.

Dentre os aços inoxidáveis avançados, a Figura 46 indica que, em PBS, a

Incoloy MA 956 é a que apresenta maior tendência à quebra do fi lme passivo em

relação aos demais. O aumento da corrente com o potencial observado mesmo para

baixas sobretensões sugere que o f i lme superficial apresenta heterogeneidades,

onde é rompido, o que ocorre em potenciais de aprox imadamente 194 mVEcs No

entanto, seu potencial de corrosão é o mais nobre e menores densidades de

65

Page 89: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

corrente (em potenciais próximos ao de corrosão) puderam ser associadas a este

material.

Para o aço DIN W. Nr. 1.4575, se observa o estabelecimento de uma região

de relativa estabi l idade de corrente e m potenciais de cerca de 900 mVEcs,

provavelmente associada a um segundo f i lme passivo. O aumento acentuado de

corrente para este aço só ocorreu a cerca de 1.162 mVecs, o que pode ser causado

ou por quebra do f i lme passivo ou pela reação de evolução de oxigênio. A aparente

maior resistência à quebra deste f i lme deve estar relacionada com o maior teor de

cromo neste aço e m comparação aos demais materiais testados.

As curvas de polarização do aço DIN W . Nr. 1.4970 apresentaram potenciais

de quebra intermediários em relação aos demais aços da Figura 46, apesar do seu

menor teor de cromo. No entanto, os valores de densidade de corrente foram os

mais altos e os potenciais de corrosão, os menos nobres dentre todos.

O DIN W. Nr. 1.4460 alto N teve um desempenho considerado mediano em

relação aos outros aços inoxidáveis. Este resultado não era esperado, pelo menos

do ponto de vista do teor de nitrogênio nestas amostras e do seu PRE calculado a

partir da Equação 4 (Tabela 11), e deverá ser expl icado mais adiante.

1.5

l Ul

O -

-0,5 -

-DIN 1.4575

-DIN 1.4970

Incoloy MA 956

-DIN 1.4460 alto N

AISI 316L

-1 1,0E-09 1,0E-08 1.0E-07 1.0E-06 1.0E-05 1.0E-04 1,0E-03 1.0E-02

i (A/crn^

Figura 46: Curvas de polarização potenciodinâmica para os aços inoxidáveis

solubi l izados: DIN W. Nr. 1.4575, Incoloy MA 956, DIN W. Nr. 1.4970 e DIN W. Nr.

1.4460 com 0,87% de nitrogênio, após 24 h em solução PBS a 25 °C. Taxa de

varredura: 1 mV/s.

6&

Page 90: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Tabela 1 1 : Potenciais e correntes de corrosão, potenciais de quebra do f i lme passivo

e PRE para os aços inoxidáveis superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575, austenít icos AISI

316L, DIN W. Nr. 1.4970 e DIN W . Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio e ferrítico

Incoloy MA 956. Após 24 horas de imersão em PBS, a 25 °C.

Material

DIN W . Nr. 1.4575

(SF)

'corr (A/cm^) E (mVecs) ^quebra (mVEcs)

PRE

1,49.10 ,-8

DIN W . Nr. 1.4970 (A) 1,01.10'

DIN W . Nr. 1.4460

0 ,87% N como 6,97.10

recebido (A)

Incoloy MA 956 (F) 3,05.10"'

AISI 316L (A) 1,54.10'

(SF) = superferrít ico

(A) = austenít ico

(F) = ferrítico

1-7

-30

-550

-233

-79

-218

1.162

780

Nucleação a 285

1.000

18,73

57,47

194

276 24,40

A lgumas amostras entre as ensaiadas foram observadas e m MEV após o

ensaio de polarização potenciodinâmica e as micrografias obtidas são apresentadas

na Figura 47. Estas micrografias revelam que, assim como as anál ises e m solução

de Hanks, o DIN 1.4575 não apresentou sinais de corrosão. Os outros materiais

ensaiados apresentaram pites, mas a quant idade, o tamanho e a morfologia destes

também var iaram com o t ipo de material . O aço DIN W . Nr. 1.4970 foi o que

apresentou maior densidade de pites, e estes mostraram morfologia regular com

formato arredondado, de diâmetro aproximado de 20 |j,m. A Incoloy MA 956

apresentou apenas um pite por amostra, o qual se apresentava bastante largo

(diâmetro da ordem de 150 |xm) e pouco profundo.

O aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N apresentou pites extremante pequenos, de

diâmetros inferiores a 5 fxm, e bem distribuídos sobre a superfície da amostra. A

observação das amostras polarizadas deste aço em maiores aumentos permitiu

notar a presença de partículas circulares em toda a superfície da amostra, como

mostra a Figura 48. Foi realizada anál ise semi-quantitat iva por EDS sobre os

precipitados indicados na Figura 49 e os dados obt idos mostraram elevados teores

de cromo (acima de 70%), indicando que poder iam se tratar de partículas de nitreto

de cromo, devido ao alto teor de nitrogênio presente neste aço. Estes resultados

expl icam a inesperada "baixa" resistência à corrosão associada a este material, na

67

Page 91: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

condição indicada nas Figuras 35 a 38 e 43 a 46. A presença de grande

concentração de precipitados de nitreto de cromo na superfície indicou que um novo

tratamento de solubi l ização seria necessário antes que outros ensaios fossem

realizados. O material havia sido ensaiado na condição como recebido.

B

D

Figura 47: M E V dos aços inoxidáveis após polar ização potenciodinâmica em PBS a

25 °C. (a) DIN W. Nr. 1.4970, (b) Incoloy MA 956, (c) DIN W. Nr. 1.4575 e (d) DIN W .

Nr. 1.4460 alto N como recebido.

6 8

Page 92: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Figura 48 : MEV do aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 alto N após polarização

potenciodinâmica em PBS.

5.3. Ensaio de citotoxicidade

O ensaio de citotoxicidade foi efetuado conforme a norma ISO 10.993 - parte

5 (1992). O material não é considerado citotóxico quando provoca a morte de uma

parcela inferior a 5 0 % das células. A l inhagem celular foi estabelecida de mamíferos

obtida de um repositório reconhecido como American Type Culture Collection

(ATCC). Foi utilizada uma cultura de células de ovario de hamster chinês (ATCC

CHO Kl).

Os resultados encontrados estão na Figura 49. O extrato (solução de 100%

de concentração) obtido pela imersão do aço inoxidável austenít ico DIN W. Nr.

1.4970 causou a morte de aprox imadamente 6 5 % das células. Este resultado indica

que este material é citotóxico, não podendo, portanto, ser util izado como biomaterial.

Para o aço inoxidável austenít ico DIN W. Nr. 1.4460 com alto teor de

nitrogênio (como recebido), a solução de concentração 100% mostrou uma

viabi l idade celular superior a 85%. Deste modo, levando em conta apenas o

resultado de citotoxicidade, este material poderia ser considerado para uso como

biomaterial .

Tanto a Incoloy MA 956 quanto o DIN W. Nr. 1.4575 apresentaram níveis de

citototoxicidade tão baixos que chegaram a ser inferiores ao controle negativo, ou

seja, poder iam ser considerados biomateriais. Assis et al (2003) também realizaram

testes de citotoxicidade com o extrato do aço DIN W. Nr. 1.4575 e obtiveram

resultado negativo, ou seja, observaram que este aço não apresenta citotoxicidade.

69

Page 93: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

120

<

UJ ü UJ o

i >

20 40 60 80

CONCENTRAÇÃO DE EXTRATO (%)

Figura 49: Resul tados do ensaio de citotoxicidade dos aços inoxidáveis DIN W. Nr.

1.4970, DIN W. Nr. 1.4575, DIN W. Nr. 1.4460 alto N e Incoloy MA 956.

Devido aos resultados dos testes de citotoxicidade, o aço DIN W. Nr. 1.4970

foi descartado como biomaterial. Os aços inoxidáveis ferríticos DIN W. Nr. 1.4575 e

Incoloy MA 956 foram aprovados no teste, mas não poderiam ser uti l izados como

implantes ortopédicos devido ao seu ferromagnet ismo. Deste modo, os estudos

seguintes serão focados no DIN W. Nr. 1.4460 alto N, em comparação ao comercial

AISI 316L.

5.4. Correlação da m i c r o e s t r u t u r a c o m a resistência à corrosão

5 .4 .1 . Influência d o s p r e c i p i t a d o s de n i t r e t o na resistência à corrosão d o

aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 a l to N

Os resultados obtidos revelaram que o aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 alto

N na condição como recebida não apresentava alta resistência à corrosão quando

comparado aos demais materiais testados. No entanto, observou-se também que

sua microestrutura apresentava grande quant idade de precipitados (Figura 48), e

decidiu-se pela realização de um novo tratamento de solubil ização deste aço, a 1250

°C durante 60 minutos. Após este tratamento, foram realizados novos ensaios com

este material. Os resultados de EIE e polarização potenciodinâmica para o material

solubil izado são apresentados nas Figuras 50 e 5 1 .

70

Page 94: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Os diagramas de EIE indicam que o aço DIN 1.4460 alto N solubil izado

apresentou valores mais altos de módulo de impedância e de capacitancia (Figura

50) que todos os outros materiais testados neste trabalho.

% 3,0E+5 o a oí

i 2,0E+5

1.0E+5

5.0E+5

4.0E+5 ^

i: I Hr * ,

• 0.01 Hz

0.01 Hz

ii^OOl Hz

O.OE-HD

• 316L . MA 956

14575 '14970 • 14460 alto N

14460 alto N solublllzada

O.OE+0 1.0E+5 2.0E+5 3.0E+5 4.0E+5 5.0E+5 6.0E+5 7.0E+5 8,0E+5 Z real (ncm^)

« m ra u. 01 •D O 3 O) c

-90 -

-80 •

-70 :

-60 -

g o O O O O O O O O Q Q o

-40 -

-30 -

-20 -

-10 -

i • . o

. 316L MA956

»14575 • 14970 • 14460 alto N o 14460 alto N solutillizada

o -• O •

o 1,0E-2 1,0E-1 1,ÜE+0 1,0E+1 1,0E+2

Frequência (Hz)

1,0E+3 1,0E+4 1,0E+5

Figura 50: Diagramas de (a) de Nyquist e (b) ângulo de fase para os aços

inoxidáveis AISI 316L, superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575, Incoloy MA 956, austenítico

DIN W. Nr. 1.4970 e o aço austenít ico DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio,

nas condições como recebido e solubil izado, obtidos para 24 h de imersão em

solução PBS a 25 °C.

As curvas de polarização potenciodinâmica da Figura 51 revelam que o aço

DIN W. Nr. 1.4460 alto N solubil izado apresentou uma das menores taxas de

71

Page 95: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

corrosão (da ordem de 10"^ A/cm^) dentre todos os outros materiais testados. O

aumento de corrente observado em potenciais próximos a 1.142 mVecs, foi devido á

reação de evolução de oxigênio, uma vez que a observação da superfície por MEV

após ensaio mostrou a ausência de pites na superfície.

1.5

S 0.5

t UJ

-0.5

-1

DIN 1.4575

DIN 1.4970

Incoloy M.A 956

DIN 1.4460 alto N solubilizado

AISI 316L

1.0E-09 1.0E-08 1.0E-07 1.0E-06 1.0E-05 1.OE-04 1.0E-03 1.0E-02

i (A/cm )

Figura 5 1 : Curvas de polarização potenciodinâmica dos materiais investigados neste

estudo para 24 horas de imersão em solução PBS a 25 °C. Taxa de varredura: 1

m V/s.

Tabela 12: Potenciais e correntes de corrosão e potenciais de quebra do f i lme

passivo para os aços inoxidáveis austenít icos DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de

nitrogênio como recebido e solubil izado. Após 24 horas de imersão em PBS, a 25

°C.

Material

DIN W. Nr. 1.4460 0,87% N

como recebido

DIN W. Nr. 1.4460 0,87% N

solubil izado

'corr (A/cm^) E (mVEcs)

6,97.10 ,-7

2,16.10 -8

-233

-76

Equebra

(mVEcs)

1.000

1.142

Os precipitados que são usualmente encontrados nesse aço inoxidável com

alto N não solubil izado são sugeridos na literatura como sendo Cr2N (Machado,

1995, Machado e Padilha, 1996). As amostras como recebidas foram anal isadas por

MEV e microscopia eletrônica de varredura de emissão de campo (FEG) e os

72

Page 96: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

resultados são apresentados a seguir. A observação por MEV da superfície deste

aço após tratamento de solubi l ização permitiu verif icar que os nitretos presentes no

aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N como recebido haviam desaparecido após a

solubi l ização.

As micrografias apresentadas na Figura 52 correspondem ao aço DIN W. Nr.

1.4460 alto N como recebido e revelam uma grande quant idade de precipitados na

superfície deste aço, com tamanhos de aprox imadamente 1 [im. Pode-se notar

ainda, que existem regiões onde estes precipitados não estão na matriz, restando

apenas pequenos orifícios. Este fato se deve à corrosão na interface

precipitado/matriz que resulta, em alguns casos, no destacamento dos mesmos

(Terada e fa / . , 2007 ) .

Os precipitados foram anal isados por EDS, e foi conf i rmado que estes são

ricos em cromo. Para avaliar a presença de nitrogênio nestes precipitados foi

realizada análise por FEG nos mesmos.

Figura 52: Micrografias por MEV de amostras do aço DIN W . Nr. 1.4460 alto N como

recebido após análise no SECM.

O FEG permitiu não somente que diferentes precipitados fossem anal isados

quimicamente, independentemente de seus tamanhos reduzidos, como também que

anál ises químicas fossem feitas e m regiões diferentes dentro de um mesmo

precipitado. Para tanto, foram anal isadas amostras do aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N

na condição como recebida (Figura 53a) e alguns precipitados foram selecionados,

sendo estes indicados na Figura 53b. Dentro deles foram demarcadas cinco regiões

diferentes onde foram feitas as análises químicas, cujos resultados são

apresentados na Figura 54. Anal isando as porcentagens atômicas do precipitado,

tem-se uma razão de 2:1 entre cromo e nitrogênio, indicando se tratar de CraN.

73

Page 97: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Além disso, foi realizado o mapeamento de alguns elementos químicos nas

regiões mostradas na Figura 53b. A Figura 55 mostra o mapa dos elementos

químicos obtidos, com os pontos brancos indicando a presença do elemento

anal isado. As áreas claras indicam maiores concentrações. Pode-se notar

c laramente que os precipitados são mais ricos em cromo e nitrogênio e mais pobres

em ferro e níquel que a matriz.

Figura 53: (a) Precipitados no aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N como recebido, (b)

Regiões anal isadas por FEG.

70

60

50

nj . | 40

•2

20

10

O

-N

-Cr

Fe

3

Ponto

Figura 54: Porcentagem atômica obtida por EDS dos elementos presentes nos

precipitados presentes no aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N como recebido.

74

COK>^..,

Page 98: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Figura 55: Mapa dos e lementos químicos englobando precipitados e matriz do aço

inoxidável DIN W . Nr. 1.4460 alto N como recebido. Os pontos brancos indicam a

concentração de cada e lemento no material.

5.4.2. E s t u d o d o aço DIN W. Nr. 1.4460 a l to N c o m o r e c e b i d o p o r S E C M

Duas amostras do aço DIN W. Nr. 1.4460 com alto teor de N nas duas

condições, como recebida e solubll lzada a 1250 °C por 60 minutos, foram

selecionadas e anal isadas por SECM. As medidas foram feitas com um

microeletrodo de 8,5 | im de diâmetro, passo de 100 ^ m e eletrodo de referência de

Ag/AgCI.

A Figura 56 mostra a var iação do potencial de circuito aberto (OCP) para

amostras de DIN W. Nr. 1.4460 com alto N nas condições como recebido e

75

Page 99: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

solubil izado, em solução 0,1 mol.L'^ de NaCI a 25 °C. Os resultados revelam que os

valores de OCP da amostra solubll lzada são maiores que os da amostra como

recebida, indicando um comportamento mais anódico desta última, provavelmente

devido à presença de nitretos.

Foram real izados ensaios de polarização potenciodinâmica anódica da amostra

como recebida e uma curva típica é indicada na Figura 57 onde pode-se notar a

nucleação de pites a partir de potenciais em torno de 0,2 VAg/Agci- No entanto, a

quebra do f i lme passivo só ocorreu em potenciais de aprox imadamente 1,0 VAg/Agci-

0,06 n

0.04

0,02 -

> -0,02

Ul -0,04

-0.06

-0.08

— DIN W. Nr. 1.4460 alto N solubilizado

— DIN W. Nr, 1,4460 alto N como recebido

50 100 150 200 t(s)

250 300 350 400

Figura 56: Var iação do potencial de circuito aberto para o aço DIN W. Nr. 1.4460 alto

N, solubil izado e como recebido, em solução 0,1 mol.L'^ de NaCI, a 25 °C.

76

Page 100: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,OE-04 1,0E-03 1,0E-02 1,0E-01 1,0E+00

i (A;cm*2)

Figura 57: Curva de polarização potenciodinâmica do aço inoxidável DIN W. Nr.

1.4460 alto N como recebido em solução 0,1 mol.L'^ de NaCI a 25 °C. Taxa de

varredura: 1 mV/s.

De acordo com a literatura, a concentração de oxigênio dissolvido pode ser

est imada polar izando o microeletrodo a um potencial de - 0 , 7 0 V (Burstein e Vines,

2 0 0 1 , Et ienne et al. , 2004, Bastos et al. , 2004, Simões et al. , 2007). No entanto,

como já foi visto no aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N, devido à estabi l idade da camada

de óxido formada na superfície da amostra, não foi possível detectar o oxigênio sem

se polarizar também a amostra. O mesmo problema foi verif icado nestas análises e

após vários testes, verif icou-se que o potencial de polarização da amostra adequado

para esta aval iação também era de -0,70 VAg/Agci-

Buscando a distância ideal microeletrodo/amostra que deveria ser util izada

durante os ensaios, optou-se pela obtenção da curva de aproximação, onde o

eletrodo foi posicionado a uma altura de 2000 |am e m relação á amostra e foram

medidas as densidades de corrente conforme o microeletrodo se aproximava, até

que esta distância fosse de 10 |j,m. A Figura 58 revela que os valores medidos a

distâncias superiores a 500 | im permanecem prat icamente inalterados. No entanto,

abaixo de 500 ^im, quanto mais próximo o eletrodo se encontrava da superfície,

menor era o teor de oxigênio detectado, indicando a ocorrência de reações

eletroquímicas nesta região.

Quando o microeletrodo (f/p) está a uma grande distância da amostra

(superior a muitos diâmetros do microeletrodo), a corrente medida é estacionaria e

obedece á Equação 7, onde L é a corrente limite, n, é o número de elétrons

consumidos ou produzidos pela reação; F é a constante de Faraday; Dg é o

coeficiente de di fusão da espécie e m solução; Cg é a concentração da espécie no

77

Page 101: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

volume total e a, o raio do eletrodo (Bastos et al . , 2004, Mirkin e Horrocks, 2000,

Etienne et al . , 2004, Simões et al, 2007)..

i» = 4nFDaCaa (Equação 7)

Adotando-se o valor de 2,0 x 10"^ m^/s para o coeficiente de difusão do

oxigênio e m água (Lide, 2003), obteve-se uma concentração de 2,1 x 10"^mol.L" \ ou

seja, muito próxima aos 2,4 x 10"^ M, que é a solubi l idade do oxigênio e m 0,1 mol.L"^

de NaCI (Hichman, 1978).

9E-10

8E-10

7E--D

6E-10

5E-10

4E-10

3E-10

2E-t)

•E-t)

O

500 •noo

X(nm)

1500 2000

Figura 58: Var iação da corrente e m função da distância microeletrodo/amostra,

obtida pela curva de aproximação para o aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N solubil izado,

em 0,1 mol.L'^ de NaCI a 25 °C. O potencial apl icado ao microeletrodo foi de -0,70

VAg/Agci- Taxa de varredura = 10 [im/s.

Um segundo teste foi realizado ao longo da superfície da amostra (varredura

em linha) para avaliar se o comportamento observado se mantinha por toda a

superí'ície da mesma. Este teste foi realizado para diferentes distâncias

microeletrodo/amostra. Os gráficos obtidos são apresentados na Figura 59. Para

efeito de comparação, as medidas foram feitas tanto sobre a resina epóxi quanto

sobre as amostras de aço inoxidável DIN W . Nr. 1.4460 alto N, nas condições

solubil izado e como recebido. A concentração de oxigênio detectada sobre a resina

foi maior do que sobre as amostras metál icas. A lém disso, a amostra solubll lzada

também apresentou correntes maiores relacionadas à maior concentração de

oxigênio e m sua superfície do que a amostra como recebida, apoiando a indicação

de que esta última condição é mais reativa que a primeira, conf i rmando os

resultados de OCP. Outro aspecto a ser apontado é que, quanto maior a distância

78

Page 102: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

microeletrodo/amostra, menor é a diferença de concentração de oxigênio sobre a

resina e amostra. Este fato se deve ao consumo do oxigênio pela reação catódica

representada pela Equação 5 e está de acordo com os resultados da Figura 58.

2,5E-10

< 1,5E-10

5E-11

DrN 1.4460 alto | Resina epóxi

N como recebidoi

DIN 1.4460 alto

N solubilizado

1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000

X ( n m )

Figura 59: Diagramas de densidade de corrente obtidos a diferentes distâncias (400,

200, 100 e 60 i^m) microeletrodo/par galvánico em solução 0,1 mol.L"^ de NaCI a 25

°C. Amostras e microeletrodo foram polarizados a - 0,70VAg/Agci- Taxa de varredura =

1 0 íj,m/s.

A densidade de corrente do eletrodo de trabalho foi mapeada de modo a

investigar se o comportamento mostrado na Figura 59 se mantinha constante sobre

toda a superfície e os resultados são apresentados na Figura 60. As medidas foram

feitas a uma distância microeletrodo/amostra de 60 }xm. No entanto, como os valores

obtidos para as amostras do par são muito próximos, esta diferença não é evidente

no mapeamento, devido à escala de cores util izada e à imagem em três dimensões.

Ass im sendo, foi realizado o ensaio de voltametria cíclica para avaliar a

confiabi l idade dos resultados da Figura 59, já que, neste ensaio, o microeletrodo

monitora as mudanças eletroquímicas ocorr idas, na região imediatamente abaixo

deste ( K w a k e t a l . , 1990).

79

Page 103: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Figura 60: Mapa de densidade de corrente obtido a 60 da superf icie do eletrodo

de trabalho em solução 0,1 mol.L"^ de NaCI a 25 °C. O potencial da amostra e

microeletrodo foram mantidos a E = -0,70 VAg/Agci- Passo de 100 \ivn e taxa de

varredura = 10 [im/s.

Os ensaios de voltametria cíclica foram realizados polar izando o eletrodo de

trabalho a um potencial de -0,70 VAg/Agci- As medidas foram feitas com uma taxa de

varredura de 10 ]xm/s, a uma distância microeletrodo/amostra de 60 |am, em solução

0,1 mol.L'^ de NaCI a 25 °C. Os resultados da Figura 61 mostram que a amostra do

aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N como recebida é mais ativa do que a solubi l izada.

80

Page 104: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

-S.OE-10

-6.0E-10

-4.0E-10

-2.0E-10

-1.0E-24

2.0E-10

4.0E-10

6.0E-10

resma epoxi

DIN 1.4460 alto N como recebido

DIN 1.4460 alto N solubilizado

-0.1 0.1 0.3 0.5 0.7

E (VAg/AgCl)

0.9 1.1 1.3

Figura 6 1 : Voltametr ia cíclica no eletrodo de trabalho em diferentes regiões: resina

epóxi, aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N, solubil izado e como recebido, em solução 0,1

mol.L"^ de NaCI a 25 °C. Amostras polarizadas a -0,70 VAg/Agci- Taxa de varredura =

10 |am/s.

Os resultados obtidos com relação à concentração de oxigênio dissolvido na

solução indicam que, ao se polarizar as amostras a -0,70 VAg/Agci é possível detectar

var iações na concentração de oxigênio, o que supõe-se estar relacionado à

at ividades de corrosão na amostra como recebida.

Buscando-se aprofundar este aspecto da investigação, foram realizadas

medidas visando a detecção da concentração de íons Fe^"" presentes na solução.

Para isso, o microeletrodo foi polarizado a +0,60 V (Bastos et al., 2004, Simões et

al . , 2007). Todavia, novamente devido à camada de óxido ext remamente estável

formada na superfície das amostras do DIN W. Nr. 1.4460 alto N, a polarização

neste potencial não foi suficiente para permitir a detecção de íons na solução. Esta

detecção só foi possível quando as amostras foram polarizadas a 1,0 VAg/Agci, como

mostra a Figura 62.

O aumento da densidade de corrente indica maior concentração de Fe^"",

conf i rmando que a amostra como recebida apresentava muito mais atividade do que

a solubil izada. Pode-se notar, ainda, que foram obtidas medidas de densidade de

corrente sobre a resina epóxi presente entre as duas amostras. Essa corrente é

determinada pelo arrastamento dos íons Fe^"" pelo microeletrodo.

81

Page 105: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

KA)

8,0E-10

7,0E-10

6,0E-10

5,0E-10

4,0E-10

3,0E-10

2,0E-10

1.4460 alto N como recebida ,

^

0,9V —1,0V

1.4460 alto N solubilizada

2000 4000 6000

X(nm)

8000 10000 12000

Figura 62: Diagramas de corrente em função da var iação de potencial apl icado ao

eletrodo de trabalho obtidos em solução 0,1 mol.L"^ de NaCI a 25 °C. A distância

microeletrodo /amostra foi de 60 i^m. Taxa de varredura = 10 ^m/s .

Para avaliar a var iação na concentração de ions Fe^"" em solução com relação

à distância microeletrodo/amostra, foi obtida a curva de aproximação, mostrada na

Figura 63. O potencial do microeletrodo foi mant ido em 0,60 V e o do eletrodo de

trabalho (amostra de aço), a 1,0 VAg/Agci- A densidade de corrente medida foi

prat icamente estável para distâncias superiores a 600 lum. No entanto, entre 600 e

10 um, há um aumento na concentração de íons Fe^"", indicando corrosão do

material.

Foi realizada ainda, a varredura em linha (line scan), em diferentes distâncias

microeletrodo/amostra, com o potencial do microeletrodo mantido a E = 0,60 V, e o

do eletrodo, a E = 1,0 VAg/Agci- Os gráficos obtidos são apresentados na Figura 64.

Os valores de densidade de corrente obtidos para a distância de 400 |um são muito

inferiores aos obtidos a 100 ^ m , conf i rmando os resultados mostrados na Figura 63.

Pode-se notar ainda uma variação nos valores obtidos a 100 |am, que conferem um

aspecto serri lhado à curva na região intermediária entre as duas amostras.

Provavelmente isso ocorre devido à grande concentração de íons nesta região,

devido ao arrastamento dos mesmos pelo microeletrodo, durante a varredura.

Os resultados comprovaram que as amostras sofrem corrosão quando

polarizadas, mas não é possível determinar com exat idão, a partir dor resultados

apresentados, qual o t ipo de corrosão ocorrida. Para isso, foi feito um mapeamento

da densidade de corrente na superfície da amostra como recebida, o qual é

apresentado na Figura 65. Nota-se a presença de picos anódicos (vermelhos) e

catódicos (azuis) indicando regiões de ataque localizado, ou seja, corrosão por pite.

8 2

Page 106: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Uma vista superior do mapa (Figura 66) revela ainda uma grande quant idade de

picos, apresentados por pontos brancos e pretos, com as zonas catódicas (pontos

brancos) e anódicas (pontos pretos) aparecendo lado a lado, típicos da formação de

pites (González-García et al . , 2004). Após o ensaio, a amostra foi observada por

microscopia eletrônica de varredura (MEV).

1,0E-O9

8,0E-10

6,0E-10

< 4,0E-10

2,0E-10

0,0E+00

-2,0E-10

500 1000 1500 2000 2500 3000 3500

X(nm)

Figura 63: Var iação da densidade de corrente relativa à reação de oxidação do ferro

em função do potencial apl icado, obtida pela curva de aproximação para o aço DIN

W. Nr. 1.4460 alto N solubil izado. Potencial apl icado ao microeletrodo, E = 0,60 V, e

ao eletrodo, E = 1,0 VAg/Agci, e m 0,1 mol.L"^ de NaCI. Taxa de varredura = 10 ¡im/s.

83

..::,-;,;Sr-iPEN

Page 107: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

1.6E-07 1

1.4E-07 -

1,2E-07 -

1,0E-07 -

< 8.0E-08 •

6,0E-08 -

4,0E-08 -

2,0E-08 -

0,0E+00

100 um

400 um

• 4460 COTIO -eceb oo • 4463 so lizaco

1000 2000 3ÜD0

X( | im)

4000 5000

Figura 64: Diagramas de corrente obtidos com variação distância

microeletrodo/amostra obtidos em solução 0,1 mol.L"^ de NaCI a 25 °C. Potencial

apl icado ao microeletrodo E = 0,60 V e à amostra E = 1,0 VAg/Agci-

Figura 65: Mapa de corrente obtido a 60 ^ m da superfície do eletrodo de trabalho em

solução 0,1 mol.L"^ de NaCI a 25 °C. O potencial da amostra foi mantido a 1,0

VAg/Agci e do mícroeletrodo a 0,60 VAg/Agci- Passo de 10 fxm e taxa de varredura = 10

|j.m/s.

84

Page 108: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

mm 9.90 0.00

\ I SI

-1,35

mm

1 50

Figura 66: Vista superior do mapa de corrente mostrado na f igura anterior. Os picos

anódicos são representados pelos pontos brancos e os catódicos, pelos pretos.

Buscando estudar mais deta lhadamente a nucleação e o crescimento dos

pites, assim como sua localização, foram feitos mapeamentos de corrente com

intervalos de 10 minutos, polarizando o microeletrodo a 0,60 VAg/Agci (Bastos et al. ,

2004, Simões et al. , 2007) e as amostras a 0,95 VAg/Agci- Estas medidas foram feitas

com passo áe ^ \ivn e taxa de varredura de 10 ^m/s . Os mapas da Figura 67

mostram um grande número de picos de corrente anódica, sendo os valores de

maior intensidade representados pela cor vermelha. As pilhas de ação local entre

precipitado e matriz são a causa da nucleação do pite. A análise dos resultados

sugere que alguns pites sofrem repassivação, obsen/ando-se que alguns

desaparecem com o tempo. Isto pode ser expl icado pela remoção de precipitados

causada pelo ataque na interface entre estes e a matriz. O destacamento do

precipitado com exposição da matriz pode resultar na passivação desta (Burstein e

Vines, 2001). Esta hipótese é conf irmada pelas micrograf ias da Figura 68. As

imagens mostram que a corrosão localizada ocorre na interface precipitado/matriz.

85

Page 109: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

804p

100 00 0 00

-50t

50,0C

I.OOn

50

r 00

I.OOn

S30

100 00 0 00

-50 (

1

50,0C

100 00 um 0 00

-50 (

um

50 OC

Figura 65: Mapas da superfície do aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 como recebido. Potencial do microeletrodo a 0,60 VAg/Agci e da amostra a 0,95 VAg/Agci- A coluna da direita mostra a vista superior do mapa da esquerda. Passo de 1 i^m e taxa de varredura = 10 f im /s .

86

Page 110: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

1 OOn

'•Oo

|Lim

100 00 um

100 00 um

0 00

0 00

-50 C

50 OC

-50 (

(im

50 OC

Figura 67: Mapas da superfície do aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 como recebido.

Potencial do microeletrodo a 0,60 VAg/Agci e da amostra a 0,95 VAg/Agci- A coluna da

direita mostra a vista superior do mapa da esquerda. Passo de 1 ^m e taxa de

varredura = 10 \imls.

Figura 68: Corrosão localizada do aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N como recebido após

ensaios no SECM, causada pela presença de precipitados Cr2N.

8 7

Page 111: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Os resultados obt idos estão de acordo com o esperado, ou seja, indicam que

o aço inoxidável DIN W . Nr. 1.4460 alto N apresenta alta resistênica á corrosão após

o tratamento de solubi l ização. O material como recebido apresentou grande

quant idade de nitretos (Cr2N) que atuam como regiões de nucleação de pites. As

micrografias comprovam que a corrosão localizada se inicia na interface

nitreto/matriz e que o processo causa a remoção do precipitado.

5.4.3. R e s u l t a d o s d e SVET

A técnica de varredura do eletrodo vibrante (SVET) foi util izada para detectar

áreas anódicas e catódicas na superf icie do aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N como

recebido e solubil izado. As medidas foram feitas posic ionando o eletrodo vibrante a

uma altura de 200 [im da amostra, em solução de 0,1 mol.L"^ de NaCI a 25 °C.

Os mapas de corrente são mostrados na Tabela 13 e indicam que as duas

amostras possuem áreas anódicas (vermelhas) e catódicas (azuis). No entanto, os

valores de densidade de corrente máximas em ambas são da ordem de 3 joA/cm^,

considerados baixos quando comparados com a literatura (Franklin et al. , 1991 e

1992, Böhm et al . , 2000, S imões et al. , 2007). A lém disso, a varredura também foi

feita sobre a resina e as correntes medidas sobre estas regiões não puderam ser

di ferenciadas das medidas sobre as amostras.

Segundo a literatura (Bastos et al. , 2006), pode ter havido nucleação e

repassivação de pites, mas os mesmos ocorreram de forma rápida, entre as leituras

real izadas, já que cada mapeamento demorou cerca de 30 minutos. No entanto,

Franklin et al. (1991) mostram que pites detectados logo após sua nucleação, geram

uma corrente de 20 |uA/cm^.

Após as análises, as amostras foram observadas e m MEV e não houve

corrosão visível e m nenhuma delas. A expl icação sugerida por S imões et al. (2007)

é de que as densidades de corrente ter iam sido provocadas pela movimentação da

solução causada pelo eletrodo vibrante.

88

Page 112: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Tabela 13: Mapas de corrente obtidos por SVET do aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 solubil izado e como recebido.

DIN W. Nr. 14460 alto N solubil izado

e ensaiado em 0,1 mol.L"^ NaCI A = 9 mm^

Escala de

corrente (i jA/cm^)

DIN W. Nr. 14460 alto N como recebido

e ensaiado em 0,1 mol.L"^ NaCI A = 13mm2

à o

30 min 30 min

5 1 Í

89

Page 113: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Tabela 13: Mapas de corrente obtidos por SVET do aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 solubil izado e como recebido.

1 h 2 . 4

1.6

0 . 8

O

- 0 . 8

- 1 . 6

- 2 . 4

- 3 . 2

- 4

1 h

1 h 30 min 1 h e 30 min

2 h 2 . 4

1.6

0 . 8

O

- 0 . 8

- 1 . 6

- 2 , 4

- 3 . 2

- 4

2 h

9 0

Page 114: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Tabela 13: Mapas de corrente obtidos por SVET do aço inoxidável DIN W. Nr.

1.4460 solubil izado e como recebido.

2 h 30 min 2 h e 30 min

3 h

t f :

3 h

¿f )P^AÍ=,^ u.o'*cv--^:í-:í-5.Êzu-t;::^^.

Esta técnica é de grande eficiência no estudo de materiais como ligas de

alumínio e ferro/zinco. No entanto, a análise de materiais com elevada resistência à

corrosão como aços inoxidáveis não foi possível devido à alta estabi l idade da

película passiva destes materiais. Est ima-se que a polarização da amostra durante

os ensaios pudesse auxiliar nesta questão.

91

Page 115: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

5.5. Comparação d o s aços inoxidáveis DIN W. Nr. 1.4460 a l to N e AISI 316L

fi

7,0E+5

6.0E+5 -

5,0E+5 -

^ 4,0E+5-u

2- 3.0E+5 '

2.0E+5 -

1,0E+5

0,0E+0

•0,01 Hz

• 0.01 Hz

. DIN 14460 alto N solubilizado • 316L

0,0E+0 2,0E+5 4,0E+5 6.0E+5 Z real (Ocm^)

8,0E+5 1,0E+6

Figura 69: Diagramas de Nyquist para o aço inoxidável AISI 316L e o aço austenít ico

DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, obt idos após 72 h de imersão em

solução MEM a 37 °C.

92

5 .5 .1 . R e s u l t a d o s o b t i d o s e m m e i o de c u l t u r a (MEM)

As Figuras 68 a 70 comparam o comportamento eletroquímico dos aços DIN

W . Nr. 1.4460 alto N solubi l izado e AISI 316L para 72 horas de imersão em MEM a

37 °C. Os diagramas de Nyquist (Figura 69) e de módulo de Z (Figura 70) revelam

que ambos os materiais tem com valores de impedância da ordem de 10^ Q.cm^ a

0,01 Hz, sendo os valores do DIN W. Nr. 1.4460 alto N, superiores ao do AISI 316L.

Para os dois materiais, o d iagrama de ângulo de fase (Figura 71) mostra um pico em

freqüências intermediárias (cerca de 1 Hz) e um ombro, em freqüências mais

elevadas (em torno de 100 Hz). Tal resultado deve ser associado ao f i lme óxido

passivante de caráter dúplex formado sobre os aços inoxidáveis.

Page 116: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

1.0E+7 -p

1,0E+6

Ç 1.0E+5 o

d N 1.0E+4 -; o

I 1,0E+3

1.0E+2 -;

1,0E+1

• DIN 14460 alto N solubilizado

- 316L

* . Î .

A «

1.0E-2 1,0E-1 1,0E+0 1,0E+1 1,0E+2 1,0E+3 1.0E+4 1,0E+5

Freqüência (Hz)

Figura 70: Diagramas de Bode para o aço inoxidável AISI 316L e o aço austenít ico

DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, obtidos após 72 h de imersão em

solução MEM a 37 °C.

0)

s - o o n a> c

<

-90 1

-80 -

-70 -

-60 -

-50 -

-40

-30 -\

-20

-10 ^

o

• 316L DIN 1.4460 alto N solubilizado

1.0E-2 1.0E-1 1.0E+0 1.0E+1 1,0E+2 1.0E+3 1,0E+4 1.0E+5

Freqüência (Hz)

Figura 7 1 : Diagramas de ângulo de fase de Bode para o aço inoxidável AISI 316L e

o aço austenít ico DIN W. Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, obtidos após 72 h de

imersão em solução MEM a 37 °C.

Curvas de polarização potenciodinâmica para os dois aços são mostradas na

Figura 72. As curvas mostram que o aço DIN W. Nr. 14460 alto N solubil izado

apresenta potencial de corrosão mais alto e taxa de corrosão uma ordem de

93

Page 117: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

grandeza menor que o aço AISI 316L (Tabela 14). O potencial de quebra do f i lme

passivo sobre este último é bem definido, da ordem de 400 mVEcs, enquanto que

para o aço DIN W . Nr. 1.4460 alto N não foi observado potencial de quebra da

película passiva.

2000 1

1500

1000

> s UJ o -

-500 -

-1000

— AISI 316L —DIN 1.4460 alto N solubilizado

1.0E-09 1,0E-08 1.0E-07 1.0E-06 1,0E-05 1.OE-04 1,0E-03 1.0E-02 1,0E-01 1.0E-K)0

i {A/cm')

Figura 72 : Diagramas de polarização potenciodinâmica para o aço inoxidável AISI

316L e o aço austenít ico DIN W . Nr. 1.4460 com 0,87% de nitrogênio, obtidos após

72 h de imersão em solução M E M a 37 °C.

Tabela 14: Potenciais de corrosão e de quebra do f i lme passivo sobre os aços

inoxidáveis AISI 316L e DIN W . Nr. 1.4460 alto N em solução M E M , a 37 °C.

A ç o

AISI 316 L

DIN W . Nr. 1.4460

alto N

lcorr(A/cm2)

8,37.10"^

2,74.10"^

corr (mVEcs)

- 693

- 4 7 0

Equebra (HIVECS)

435

Após o ensaio de polarização potenciodinâmica, as amostras testadas foram

observadas por microscopia eletrônica de varredura (MEV) e as micrograf ias das

superfícies são apresentadas na Figura 73. Uma grande quant idade de pites foi

observada na superfície do aço AISI 316L, todos com diâmetros da ordem de 650

um. Não foram observados pites na superfície do aço DIN W . Nr. 1.4460 alto N

solubi l izado após o ensaio de polarização.

94

Page 118: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

B

Figura 73: Micrograf ias obt idas por M E V de amostras polarizadas dos aços

inoxidáveis. A) AISI 316L e B) DIN W . Nr. 1.4460 alto N e m MEM, a 37 °C.

5.5.2. R e s u l t a d o s de S E C M

O aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 alto N foi estudado no presente trabalho

para avallar sua aplicabil idade como biomaterial e potencial idade para substi tuição

do AISI 316L neste tipo de apl icação. Este últ imo aço inoxidável é o mais usado

atualmente em implantes permanentes e temporár ias, desde que para estas

apl icações atendam as exigências da norma A S T M F-138.

O comportamento eletroquímico dos dois aços, DIN W. Nr. 1.4460 alto N e

AISI 316L, foi investigado e os resultados comparados uti l izando o SECM, sendo

adotado para este estudo microeletrodo de 8,5 |am, contra-eletrodo de platina e

eletrodo de referência de Ag/AgCI.

As curvas de aproximação para detecção de oxigênio foram feitas nos

diferentes pontos do eletrodo de trabalho e os resultados obtidos são mostrados na

Figura 74. Os valores de corrente medidos sobre as amostras se mantêm

prat icamente constantes, em torno de 3,0 pA, a partir de uma distância

microeletrodo/amostra de 1000 (xm até 500 |am. Para distâncias menores, estes

valores d iminuem consideravelmente, sendo as menores densidades, (1,8 pA),

atr ibuídas ao aço AISI 316L, o que indica que a superfície do aço inoxidável AISI

316L é mais ativa que a do DIN W. Nr. 1.4460 alto N solubil izado.

95

Page 119: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

200 400 600

d (um)

800 1000

Figura 74: Curvas de aproximação microeíetrodo-amostra para detecção do

oxigênio. Potenciais do microeletrodo e do eletrodo de trabalho mant idos a -0,70

VAg/Agci, em solução 0,1 mol L" de NaCI, a 25 °C. Taxa de varredura = 10 jam/s.

Os diagramas de corrente em varredura em linha foram obtidos a diferentes

distâncias microeletrodo/amostra. Os resultados mostrados na Figura 75 conf i rmam

as curvas de aproximação, ou seja, indicam que o aço inoxidável AISI 316L é mais

ativo que o DIN W. Nr. 1.4460 alto N. A lém disso, nota-se ainda que a distância de

trabalho microeletrodo/amostra mais adequada é de 60 |am. A distância de 40 ^ m

não foi utilizada devido à possibi l idade do microeletrodo se chocar contra a

superfície da amostra durante o ensaio. Como seus resultados foram muito próximos

aos correspondentes à distância de 60 ^m, optou-se por esta última distância para

evitar um risco "desnecessário".

96

Page 120: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

3,5E-10

3,0E-10

2,5E-10

2,0E-10

1,5E-10

1,0E-10

400 — 200 — 60 — 40

DIN 1.4460 alto N solubilizada AISI 316L

J Resina epóxi

2000 4000 6000

d (Mm)

8000 10000 12000

Figura 75: Diagramas de corrente obtidos a diferentes distâncias microeletrodo/par

galvánico em solução 0,1 mol.L"^ de NaCI a 25 °C. Amostras e microeletrodo

polarizados a - 0,70 VAg/Agci-

Após determinação dos parâmetros para a realização do ensaio e a

constatação de que a superfície do AISI 316L é mais ativa que a do DIN W. Nr.

1.4460 alto N, foi realizado um mapeamento de oxigênio no eletrdodo de trabalho,

varrendo a superfície de ambas as amostras e da resina epóxi , como indicado na

Figura 76. Nota-se claramente que o teor de oxigênio na solução 0,1 mol.L'^ de

NaCI sobre a amostra de AISI 316L é inferior em relação à amostra de DIN W. Nr.

1.4460 alto N, devido ao seu maior consumo pela reação catódica. Buscando a

conf i rmação desta hipótese, foi feita a varredura em linha e o mapeamento do par

para determinação da concentração de íons Fe^"" presente em cada região. Antes,

para determinação do potencial de polarização adequado para causar corrosão,

foram feitas medidas potenciostáticas no eletrodo de trabalho. A Figura 77 mostra

que a partir de E = 0,20 VAg/Agci, ocorre corrosão do AISI 316L, mas não do DIN W.

Nr. 1.4460 alto N. No entanto, a concentração de íons Fe^"" é pequena até potenciais

de 0,50 VAg/Agci- Portanto, este foi o potencial de polarização escolhido para

polarização do par galvánico. Valores muito baixos de corrente poderiam

desaparecer em um mapeamento enquanto que os altos valores poderiam acarretar

arraste de íons pelo microeletrodo durante as medições. A Figura 78 revela valores

de densidade de corrente muito anódicos na região da amostra do aço AISI 316L e

os picos aparecem onde há maior concentração de íons Fe^"", ou seja, ataque

localizado (pite). A amostra de aço DIN W. Nr.1.4460 alto N é representada por uma

região azul, de coloração mais escura, indicando ausência de corrosão.

97

Page 121: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Figura 76: Mapa de corrente obtido a 60 \xir) da superf icie do eletrodo de trabalho em

solução 0,1 mol L' de NaCI a 25 °C. Potenciais da amostra e do microeletrodo

mantidos a 0,60 VAg/Agci- Passo de 100 i^m e taxa de varredura = 10 \xrr\/s.

1.8E-09 T

O.IVl 1,6E-09 I ¡ 0,2VÍ

0,3Vj 1,4E-09 I I - 0,5V|

1,2E-09

_ 1E-09

8E-10

6E-10

4E-10 -j

2E-10 i

O '

MN 1.44finaltnN

Resina epóxi I

2000 4000 6000

d(nm)

8000 10000 12000

Figura 77: Diagramas de corrente em função da variação de potencial apl icado ao

eletrodo de trabalho. Imersão em 0,1 mol.L'^ de NaCI a 25 °C. Distância

microeletrodo/amostra de 60 |am e potencial do microeletrodo de 0,60 VAg/Agci- Taxa

de varredura de 10 jam/s.

9 8

Page 122: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

1.446Ü solubilizada

-1 x3ri

Figura 78: IVIapa de corrente obtido a 60 da superfície do eletrodo de trabalho

imerso em solução de 0,1 mol L" de NaCI a 25 °C. O potencial da amostra foi

mantido a 0,50 VAg/Agci e do microeletrodo a 0,60 VAg/Agci- Passo de 100 )_im e taxa de

varredura = 10 |um/s.

Os resultados obt idos por SECM indicam que o aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N

solubil izado apresenta maior resistência à corrosão que o AISI 316L. Mesmo quando

submet ido a um potencial de 0,5 VAg/Agci, o aço inoxidável com alto N não sofreu

qualquer tipo de corrosão em solução 0,1 mol.L"^ de NaCI a 25 °C.

5.5.3. Características eletrônicas d o f i lme p a s s i v o

As características do f i lme passivo formado na superfície dos materiais

estudados podem ser invest igadas através dos gráficos de Mott-Schottky. A Figura

79 mostra os resultados obtidos para amostras de AISI 316L e DIN W. Nr. 1.4460

alto N, como recebido e solubil izado. As medidas foram feitas a 1 kHz e a

polarização foi apl icada em passos de 50 mVEcs na direção catódica (Antunes,

2006), a partir do potencial de 0,25 VECS até -1,0 VECS - O valor inicial foi escolhido a

partir do gráfico de polarização potenciodinâmica dos aços estudados, que mostrou

a passividade dos mesmos neste potencial. Hakiki e co-autores (1995) quest ionam a

confiabi l idade dos resultados obtidos em potenciais inferiores a -0,5 VECS , pois o

f i lme passivo de óxido de ferro não seria estável quando submetido a estes

potenciais. No entanto, o próprio artigo assume que as medidas são feitas e m um

9 9

comi'

Page 123: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

curto período de tempo ( 1 0 s), o que não causaria mudanças signif icativas e m

medidas real izadas no sentido catódico, e mede até - 1 , 5 VECS-

O valor máx imo da capacitancia, que representa o potencial de banda plana,

é de Ufb = - 0 , 3 5 VECS , em todas as amostras testadas. Os gráficos sugerem que os

dois aços inoxidáveis têm uma película passiva de caráter duplex. Em ambos os

casos, acima de - 0 , 3 5 VECS , há uma incl inação positiva típica de semicondutor t ipo-n,

associada á camada externa de óxido de ferro do f i lme passivo. Abaixo deste

potencial, a incl inação do gráfico é negativa, indicando um semicondutor t ipo-p,

relacionado à camada interna de óxido de cromo (Okamoto, 1 9 7 3 , Hakiki et al . ,

1 9 9 5 ) . A densidade de dopantes (doadores e receptores) pode ser calculada

baseando-se nas inclinações dos gráficos (Ge et al . , 2 0 0 3 , Antunes, 2 0 0 6 ) .

O AISI 3 1 6 L tem maior quant idade de receptores e menor quant idade de

doadores que o DIN W. Nr. 1 . 4 4 6 0 alto N como recebido (Tabela 1 5 ) . No entanto,

após a solubi l ização destas últ imas, o número de doadores caiu em uma ordem de

grandeza e o de receptores, em aprox imadamente 5 0 % . Nota-se que tanto a

incl inação positiva (camada externa) quanto á inclinação negativa (camada interna)

aumentaram e m relação à amostra como recebida.

100

Page 124: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

1.4E+12 -

1.2E+12 -

1.0E+12 -

ü 8,0E+11 -n

y 6.0E+11

4,0E+11

2.0E+11 -

O.OE+OO

* 316L • 1.4460 alto N como recebido

1.4460 alto N solubilizado

-1.1E+00 -9,0E-01 -7,0E-01 -5.0E-01 -3.0E-01 -1.0E-01 1.0E-01 3.0E-01

E (V/ECS)

2,0E+11 1

1.8E+11 -

1.6E+11 -

1,4E+11

5^ 1.2E+11

f" 1.0E+11

8.0E+10 -

6.0E+10 -

4.0E+10 -

2.0E+10

O.OE+00

-.-316L • 1.4460 alto N como recebido

1.4460 alto N solubilizado

B

* î

-1.1E+00 -9.0E-01 -7,0E-01 -5.0E-01 -3.0E-01 -1.0E-01 1.0E-01 3.0E-01 5.0E-01

E (V/ECS)

Figura 79: Gráficos de IVIott-Schottl^y para os aços inoxidáveis A IS! 316L e DIN W.

Nr. 1.4460 alto N como recebido e solubil izado.

101

Page 125: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Tabela 15: Número de doadores e receptores no f i lme de óxido superficial sobre os aços inoxidáveis AISI 316L e DIN W. Nr. 1.4460 alto N como recebido e solubil izado, calculados a partir dos resultados apresentados na Figura 79.

Aço Doadores (cm^) Receptores (cm^)

A I S I 3 1 6 L 4,86.10^^ 6,11.10^°

DIN W . Nr. 1.4460 a l t o N 6,05.10^^ 3,69.10^°

como recebido

DIN W. Nr. 1.4460 alto N solubil izado

4,17.10^^ 2,71.10^°

102

Page 126: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

6. D ISCUSSÃO

6 .1 . E n s a i o s eletroquímicos

Comparando os resultados obt idos uti l izando as soluções de Hanks e PBS,

pode-se notar que as di ferenças físicas entre os ensaios estão no tempo e na

temperatura de imersão das amostras. Entretanto, todos os ensaios foram realizados

após a estabi l ização do potencial de circuito aberto, e ensaios real izados após 72 h

de imersão em PBS mostraram que o tempo de imersão não influenciou nos

resultados.

Quanto à composição, as duas soluções possuem quant idade semelhantes

de cloretos (Tabela 5 e 7), mas a solução de Hanks contém proteínas e vi taminas,

que segundo a literatura, pode influenciar de forma negativa (Wil l iams et al. , 1988)

ou positiva (Rondell i et al., 2005, Frateur et al. , 2006) na camada passiva.

6 .1 .1 . D I N W . Nr. 1.4970

O potencial do aço inoxidável austenít ico DIN W. Nr. 1.4970 apresentou

pequena diminuição na primeira hora de imersão em solução de Hanks a 37 °C

(Tabela 5), indicando ataque parcial da película de óxido formada ao ar, causado

pela solução de ensaio que contém espécies agressivas, como íons cloreto

(Wolynec, 2003). Após a primeira hora, o potencial aumentou até atingir a

estabi l ização, o que deve ter sido causado pelo crescimento do f i lme de óxido

superficial até uma espessura limite (Figura 33).

Os resultados dos ensaios de EIE sugeriram que a camada passiva sobre o

DIN W . Nr. 1.4970 possui regiões de propriedades distintas, representadas pelas

duas constantes de tempo que se sobrepõem no diagrama de Bode (Figura 36,

Hanks e Figura 45, PBS).

A literatura (Hakiki et al . , 1995, Da Cunha Belo, et al. , 1998, Bojinov et al.,

1999, Montemor et al. , 2000, Abreu et al. , 2006, Antunes, 2006) propõe que a

camada passiva dos aços inoxidáveis é constituída por uma camada duplex, na qual

o óxido mais interno é rico em cromo, e o óxido mais externo é rico em ferro e

níquel. Os resultados do presente trabalho estão de acordo com a literatura no que

diz respeito à presença de duas constantes de tempo, indicada pelos resultados dos

ajustes dos diagramas a um circuito equivalente com duas constantes de tempo

(Anexos 1 e 2).

Os valores de resistência, capacitancia e do elemento de fase constante

(CPE) obt idos dos ajustes são mostrados na Tabela 16. Estes dados permitem notar

103

Page 127: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

que, em solução de Hanks, ambos os valores de Rext e Rint são da ordem de 10^

Q.cm^. Ainda assim, o valor de R¡nt é aproximadamente quatro vezes maior que de

Rext- Estes dados indicam que contr ibuição da camada passiva para a resistência à

corrosão é proporcionada pr incipalmente pela camada interna, mas que a camada

externa também oferece alta resistência. Os valores de CPEext são da ordem de

grandeza de 10"^ cm"V"Q, e os de next são de 0,83. Rondell i et al. (2005) sugerem

que valores deste expoente inferiores a 0,9 podem estar relacionados à presença de

defeitos, heterogeneidades e rugosidade da camada externa de óxido. A camada

interna pôde ser representada por um capacitor ideal C¡nt, sugerindo uma camada

uniforme, ou seja, livre de defeitos. A lém disso, o valor obt ido é duas vezes maior

que o de CPEext

Os resultados de EIE e m PBS mostraram valores de resistência para a

camada interna (R¡nt) uma ordem de grandeza superiores à externa, indicando que a

resistência à corrosão é pr incipalmente provida por aquela. Ass im como em solução

de Hanks, os valores de CPEext também são da ordem de grandeza de 10"^ cm"^s"Q

e next, de 0,83. A lém disso, a camada interna mais uma vez pôde ser ajustada como

um capacitor ideal Cmt, sendo que, nas duas soluções, os valores obtidos são

semelhantes.

Os valores de espessura da camada foram calculados. De acordo com a

definição de capacitancia, tem-se:

C = e..£.o.A/d (Equação 8)

onde e é a constante dielétrica do f i lme passivo. A, a área da superfície, e d, a

espessura da camada passiva (Rondell i et al . , 2005). Em ambas as soluções, a

camada externa é mais espessa que a interna. Apesar da menor espessura, a

camada interna apresenta maior resistência que a externa, ou seja, é mais densa e

livre de defeitos.

A camada externa formada em solução de Hanks é mais espessa que em

PBS. Por sua vez, a espessura da camada interna formada em PBS é da mesma

ordem da formada e m solução de Hanks. Acredita-se que esta última camada seja a

principal responsável pela resistência à corrosão do aço. Os dados indicam ainda

que, comparando as duas soluções, tanto na camada externa quanto na interna, as

menores espessuras estão l igadas ás maiores resistências.

O potencial de corrosão determinado pela curva de polarização

potenciodinâmica e m solução de Hanks foi E = -704 mVecs, e a discrepância entre os

valores obtidos em potencial de circuito aberto e pela curva de polarização pode ser

expl icada por este último ensaio ter se iniciado em potenciais catódicos, causando a

104

Page 128: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

redução parcial do óxido superficial (Assis, 2006). O aço se mostrou susceptível à

corrosão por pite em solução de Hanks. A curva de polarização indica a nucleação

de pites a partir de potenciais de cerca de 285 mVEcs- Há indicação de tendência á

repassivação de pites neste aço, mas o aumento de potencial causou a quebra

localizada do f i lme passivo e o crescimento dos pites até diâmetros de

aprox imadamente 500 (xm, para uma densidade de corrente máx ima de 10"^ A/cm^

(Figura 37).

Tabela 16: Valores das resistências e das capacitancias das camadas que compõem

o f i lme óxido sobre o aço DIN W. Nr. 1.4970, obtidos do ajuste do circuito

equivalente aos resultados dos ensaios de EIE.

Hanks (37°C) PBS (25°C)

Rsoi(íí.cm2) 103,4 37,73

CPEext (cm V Q ) 3,54.10-^ 5,03.10-^

Hext 0,83 0,82

Rext(Q.cm2) 1,19.10^ 5,86.10^

Espessura (nm) 12,00 8,44

Cint (cm-^s-^Q) 7,02.10"^ 6,67.10"^

R¡nt(Q.cm2) 4,62.10^ 7,73.10^

Espessura (nm) 6,05 6,37

Tabela 17: Comparação dos resultados obt idos nos ensaios eletroquímicos do aço

DIN W. Nr 1.4970 em diferentes meios.

Solução

Hanks (37 °C)

PBS (25 °C)

Ecorr (mVECs) 'corr (A/cm^) Equebra (mVEcs)

-704

-550

4,16.10"^

1,01.10"®

288

780

Diâmetro dos

pites

(dpites(^m))

500

15

De acordo com os valores da Tabela 17, pode-se observar que o aço DIN W.

Nr. 1.4970 se mostrou mais resistente à corrosão em solução tamponada de fosfato

105

Page 129: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

(PBS), com potencial de quebra mais altos e taxas de corrosão mais baixas quando

comparados aos resultados obt idos e m solução de Hanks (Tabela 17). Estes dados

conf i rmam os resultados de EIE, que mostram que a camada passiva interna

formada e m solução de Hanks é menos resistente que a desenvolvida em PBS.

6.1.2. DIN W. Nr. 1.4575

O potencial do aço inoxidável superferrít ico DIN W . Nr. 1.4575 diminuiu nas

cinco primeiras horas de imersão em solução de Hanks, que segundo a literatura, é

causado pelas heterogeneidades na estrutura ou na sua espessura do f i lme de óxido

formado ao ar (Marcus, 1998). Após 65 horas de imersão em solução de Hanks o

potencial estabi l izou, indicando que a camada atinge uma espessura limite. (Figura

33). O potencial de corrosão medido após estabil ização foi E = -360 mVEcs.

Os resultados de EIE tanto em solução de Hanks (Figura 36) quanto em PBS

indicaram duas constantes de tempo (Figura 45) e foram ajustados com o mesmo

modelo de circuito equivalente (Anexos 1 e 2) o qual considera um caráter dúplex

para o óxido passivo sobre os aços inoxidáveis. Esta camada é composta de uma

camada interna, rica em cromo, e outra externa, rica e m ferro e níquel (Hakiki et al . ,

1995, Da Cunha Belo, et al. , 1998, Bojinov et al. , 1999, Montemor et al . , 2000, Abreu

et al. , 2006, Antunes, 2006).

Os valores de resistência e dos e lementos de fase constante (CPE) referentes

a cada componente do modelo obtidos do ajuste ao circuito equivalente proposto

são mostrados na Tabela 18. Os resultados mostram que, em solução de Hanks, os

valores de resistência da camada interna do óxido (R¡nt) são três ordens de grandeza

superiores aos da externa, o que indica que aquela é a principal responsável pela

resistência á corrosão do material. Os resultados de CPEint também são de uma

ordem de grandeza mais altos que os de CPEext. Logo, a diferença nos valores de

CPE poderia ser expl icada pela maior espessura, maior quant idade de defeitos,

heterogeneidades e/ou porosidade da camada externa. Outro dado que apoia esta

teoria é o expoente n (Tabela 18), que se aproxima de 1 em capacitores puros e

diminui de acordo com o aumento na quant idade de heterogeneidades.

Calculando os valores das espessuras das camadas de acordo com a

Equação 8, temos que apesar da menor espessura, a camada interna apresenta

maior resistência que a externa, ou seja, é mais densa e livre de defeitos. Os dados

indicam ainda que, comparando as duas soluções, tanto na camada externa quanto

na interna, as menores espessuras estão l igadas às maiores resistências.

Em PBS, os valores de CPEjpt são inferiores aos de CPEext Entretanto, nesta

solução, Rint é apenas uma ordem de grandeza maior que Rext Este fato confirma

que a resistência á corrosão do material é conferida pela camada interna, mas

também demonstra que esta camada é menos protetora que a formada e m solução

1Q6

Page 130: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

de Hanks. Comparando-se os resultados obt idos, nota-se ainda que os valores de

Rext para ambos os meios são da mesma ordem de grandeza, da ordem de lO'*

Q.cm^, apesar da capacitancia em solução de Hanks ser uma ordem de grandeza

inferior. Tais resultados sugerem que a camada passiva formada em solução de

Hanks é mais protetora que a formada em PBS.

Na literatura, encontramos que a presença de fosfatos atuaria como inibidor

da corrosão. Assis (2006), comparando ligas de titânio em solução de Hanks e em

solução 0,9% de NaCI, notou que uma camada passiva mais protetora era formada

nas ligas de Ti imersas e m solução de Hanks, que segundo a literatura, se deve à

presença de fosfatos (Shahryari e Omanovic, 2007).

No entanto, as moléculas orgânicas presentes na solução de Hanks também

influenciam na resistência à corrosão. Rondell i et al. (2005) af i rmam que, em aços

inoxidáveis, a resistência da camada interna é mais alta em meios contendo

moléculas orgânicas.

Tabela 18: Valores das resistências e dos CPEs das camadas que compõem o f i lme

óxido sobre o aço DIN W. Nr. 1.4575, obt idos do ajuste do circuito equivalente aos

resultados obt idos nos ensaios de EIE.

Hanks (37°C) PBS (25°C)

Rsol (Q.cm^) 117 105,9

CPEext (cm"2s'"Q) 2,20.10"^ 1,36.10-^

next 0,81 0,84

Rext(íí.cm2) 3,34.10^ 2,27.10^

Espessura (nm) 48,10 77,82

CPE¡nt(cm-2s-"Q) 5,42.10-® 6,73.10-^

nint 0,92 0,99

Rint(Q.cm2) 1,80.10^ 9,59.10®

Espessura (nm) 1,96 15,72

Os ensaios de polarização potenciodinâmica em solução de Hanks (Figura

37) mostraram que o DIN W . Nr. 1.4575 tem um potencial de quebra de E = 1.073

mVEcs A observação destas amostras por M E V provou que este potencial não

corresponde à corrosão por pites e portanto, pode estar l igada à evolução do

oxigênio.

COM

107

Page 131: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Em PBS, a taxa de corrosão do aço DIN W. Nr. 1.4575 foi uma ordem de

grandeza mais baixa que em solução de Hanks (Tabela 19). Outro resultado que

vale ressaltar é o grande aumento de corrente em potenciais de aprox imadamente

1.162 mVEcs, mostrado na Figura 46. Ass im como em solução de Hanks, este

aumento poderia ser causado pela quebra do f i lme passivo ou pela reação de

evolução de oxigênio. A observação da superfície por MEV também não mostrou a

presença de pites na amostra polarizada deste aço (Figura 47), conf i rmando que o

aumento de corrente é devido à reação de evolução do oxigênio.

Tabela 19: Comparação dos resultados obtidos nos ensaios eletroquímicos do aço

DIN W. Nr. 1.4575 em diferentes meios.

Solução

Hanks (37°C)

PBS (25 °C)

Ecorr (ITTIVECS) 'corr (A/cm^) Equebra (mVEcs)

-13

-30

7,50.10

1,49.10^

r7

Diâmetro dos

pites

(dpites (i^m))

1.073

1.162

Os resultados divulgados na Tabela 19 e os de observação da superfície

após polarização (Figura 45) mostram que este aço apresenta alta resistência à

corrosão por pites, tanto e m meio PBS como em solução de Hanks. Os ensaios de

EIE mostraram que, em PBS, a camada passiva interna formada é menos protetora

que a formada e m solução de Hanks. Os ensaios de polarização potenciodinâmica

contradizem estes resultados, já que a taxa de corrosão é 50 vezes menor em PBS

que em solução de Hanks.

6 . 1 . 3 . / n c o / o y MA 956

Após imersão em solução de Hanks, o potencial da Incoloy MA 956 (ferrítico)

aumentou indicando crescimento da camada passiva até que a estabil ização foi

atingida. Seu potencial não apresentou diminuição após imersão em solução de

Hanks, indicando maior resistência do f i lme passivo ao ataque pelo meio.

López et al. (1998) revelam que a camada passiva formada ao ar na

superfície da Incoloy MA 956 como recebida é constituída de óxidos de ferro e de

cromo. Os ensaios de X P S mostram ainda alguns indícios de óxido de alumínio e

ausência de titânio ou itrio. Por outro lado, a literatura (Ramanarayan et al. , 1984,

V e r s a d et al., 1993, Escudero e González-Carrasco, 1994, López et al. , 1998,

108

Page 132: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Czyrska-Fi lemonowicz et al . , 1999, García-Alonso et al. , 2000, González-Carrasco et

al. , 2 0 0 1 , Pérez et al . , 2001) relata que a carnada de óxido formada e m temperaturas

acima de 800 °C na superf ic ie da Incoloy MA 956 é const i tuida de alumina

compacta, aderente e densa, com teores de óxidos de Ti , Y, Cr e Fe presentes em

forma de nódulos. Quadakkers et al . (1992) acrescentam que a taxa de crescimento

do óxido é inf luenciada pela presença de óxido de itrio, que favorece a difusão do

oxigênio. A lém disso, af i rmam que concentração de Itrio na superf icie da amostra é

proporcional ao tempo e á temperatura de tratamento térmico. A camada de alumina

formada em alta temperaturas seria responsável pela elevada resistência á corrosão

deste material quando comparado a outros biomateriais como ligas Co-Ni-Cr, ligas

Ti-AI-V e aço AISI 316L, em solução de Hanks, á temperatura ambiente (Escudero et

al. , 1996, García-Alonso et al. , 2001).

Os d iagramas de EIE (Figura 36) e m solução de Hanks e em PBS (Figura

45) mostram um comportamento capacit ivo, com ângulos de fase próximos a -80°.

Um pico alargado que aparece em baixas e médias frequências, podendo resultado

da interanção entre duas constantes de tempo. A camada passiva sobre a Incoloy

MA 956 pôde ser representada por um circuito simples (Figura 4a) de componentes

R-CPE (Anexos 1 e 2). Este fato está de acordo com Escudero et al . (1995), que

expõem que a camada passiva formada ao ar da Incoloy MA 956 tem uma

espessura est imada de poucos Angst roms e pode ser representada por um circuito

elétrico equivalente simples, quando imersa em solução de Hanks. Neste caso, este

circuito simples indica que a camada externa formada na superfície da Incoloy MA

956 apresenta uma elevada resistência á corrosão, de modo que a camada interna

não pode ser detectada pelos ensaios de EIE.

Os resultados dos ajustes dos circuitos elétricos equivalentes mostram que,

e m solução de Hanks, os valores de CPE são cerca de cinco vezes mais baixos e as

resistências (R), 2 0 % mais altas que em PBS. No entanto, em ambas as soluções,

as resistências da camada de óxido (R) são da ordem de 10® Q.cm^ e os CPE, de

10'® cm 'V^Q (Tabela 20). Estes dados estão de acordo com a literatura (Escudero et

al . , 1995), que apresenta as mesmas ordens de grandeza para amostras de Incoloy

MA 956 imersas nesta solução por períodos de até 270 dias.

As espessuras das camadas foram calculadas de acordo com a Equação 8.

Apesar da espessura da camada formada em solução de Hanks ser muito maior que

e m PBS, os valores de resistência não são tão discrepantes, sugerindo que em

solução de Hanks, a camada tem maior quant idade de defeitos e heterogeneidades

que em PBS.

109

Page 133: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Tabela 20: Valores das resistências e dos elementos de fase constante das

camadas que compõem o f i lme óxido sobre a Incoloy MA 956, obt idos do ajuste do

circuito equivalente aos resultados obt idos nos ensaios de EIE.

Hanks (37°C) PBS (25 °C)

RsoKQ.cm ) 118,3 16,8

CPE(cm-V"Q) 1,27.10® 7,46.10"®

R(Q.cm2) 9,74.10® 7,86.10®

n 0,8 0,88

Espessura (nm) 75,26 12,81

A s curvas de polarização potenciodinâmica para este material (Figura 37)

indicam a nucleação de pites, que são rapidamente repassivados devido ao teor de

cromo (cerca de 21%). Em amostras pré-oxidadas a 1.100 °C, o c romo da Incoloy

MA 956 é responsável pela passivação da camada de alumina, em caso de

exposição do substrato (Escudero et al. , 1996, Escudero et al., 2000, García-Alonso

et al. , 2001). O potencial de quebra foi determinado em 257 mVecs (Tabela 21) e a

observação da superfície após a polar ização permit iu notar que esta quebra resultou

e m apenas um pite, que atinge diâmetro de cerca de 200 |am (Figura 39) para uma

densidade de corrente máxima de 10"^ A/cm^. Apesar da singular idade do

desenvolv imento de um único pite, tal fato foi constatado em todas as amostras de

Incoloy MA 956 testadas. Segundo a literatura (Escudero e González-Carrasco,

1994), a Incoloy MA 956 não é susceptível a pites, mesmo quando polarizada em

potenciais de até 700 mVEcs após 6 meses de imersão em solução de Hanks. No

entanto, o fato de que apenas um pite foi nucleado confirma a elevada resistência à

corrosão do material, comprovando os resultados de EIE. Como a nucleação de

pites ocorre apenas em regiões heterogêneas da camada passiva (Ramanathan,

1988), a corrosão ocorreu apenas em uma região localizada, de maior

susceptibi l idade que o restante da superfície da amostra.

A Incoloy MA 956 apresentou, e m PBS, maior potencial de corrosão e taxa

de corrosão de uma ordem de grandeza mais baixa do que em solução de Hanks

(Tabela 21). No entanto, o potencial de quebra foi menor em PBS. Observou-se

ainda que, assim como e m solução de Hanks, em PBS também ocorria apenas um

pite por amostra.

110

Page 134: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Tabela 2 1 : Comparação dos resultados obtidos nos ensaios eletroquímicos da

Incoloy MA 956 em diferentes meios.

Diâmetro dos

pites Solução Ecorr (mVECs) 'corr (A/cm^) Equebra (mVEcs)

(dpites (^m))

Hanks

(37 °C)

PBS

(25 °C)

-334 6,36.10-^ 257 200

-79 3,05.10-® 194 200

6.1.4. DIN W . Nr. 1.4460 a l to N

Ass im como para a Incoloy MA 956 (ferrítico), após imersão em solução de

Hanks, o potencial do aço DIN W . Nr. 1.4460 alto N como recebido também

apresentou aumento indicativo de crescimento da camada passiva até que a

estabi l ização foi atingida (Figura 33). No entanto, o gráfico da Figura 37 revela que

esta camada passiva não é totalmente resistente à corrosão por pite, apesar das

pesquisas suger i rem que adições de nitrogênio aumentam o potencial de pite em

soluções aquosas contendo cloreto e reduzem a taxa de corrosão (Padilha et al. ,

2 0 0 1 , Pimenta et al. , 2003, Baba e Katada, 2006, Lee, 2006, Ningshen et al. , 2007).

A observação das amostras em M E V (Figura 42) revelou uma grande quantidade de

pites com diâmetros inferiores a 10 |am.

Os resultados de EIE (diagramas de ângulo de fase) tanto em solução de

Hanks (Figura 36) quanto em PBS indicaram a presença de duas constantes de

tempo (Figura 45) e foram ajustados com o modelo de circuito equivalente de dois

conjuntos R-CPE e m série (Anexos 1 e 2). A literatura diz que a camada passiva dos

aços inoxidáveis é dúplex, composta de uma camada interna, rica em cromo, e outra

externa, rica e m ferro e níquel (Hakiki et al. , 1995, Da Cunha Belo, et al. , 1998,

Bojinov et al. , 1999, Montemor et al . , 2000, Abreu et al. , 2006, Antunes, 2006).

Os valores de Rint e Rext obt idos em solução de Hanks são da mesma ordem

de grandeza (Tabela 22), apesar de Rint ser três vezes mais alto. Quanto ás CPEint e

CPEext, o primeiro é cerca de 5 0 % maior que o segundo. A lém disso, os expoentes

Hint e Hext índícam a presença de mais heterogeneidades e defeitos na camada

externa.Estes dados sugerem que a camada interna é mais protetora do ponto de

vista da resistência à corrosão.

1 1 1

COK; : - •..jv.........:..L-.ysp-iFEN

Page 135: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Em PBS, Rint é cerca de dez vezes maior que Rext. A lém disso, enquanto nexté

0,85, a camada interna pôde ser representada por um capacitor puro. Estes dados

conf i rmam que a camada interna é responsável pela resistência á corrosão do

material. Este fato significa maior homogeneidade e resistência da camada passiva

interna, já que, mesmo sendo influenciada por fatores relacionados aos t ipos de

solução, a nucleação de pites ocorre somente e m regiões de defeitos na superfície

do aço inoxidável ou de var iações de espessura (Ramanathan, 1988).

Calculando os valores das espessuras das camadas de acordo com a

Equação 8, temos que e m ambas os soluções, a camada externa é mais espessa

que a interna. Os dados indicam ainda que, comparando as duas soluções, a

camada externa de maior espessura tem menor resistência, devido á maior

quant idade de defeitos. Quanto á interna, as maiores espessuras estão l igadas às

maiores resistências.

Nos ensaios de polarização potenciodinâmica, o DIN W. Nr. 1.4460 alto N

como recebido apresentou taxas de corrosão 30 vezes mais baixas em PBS que em

solução de Hanks (Tabela 23). A lém disso, em PBS, o potencial de corrosão é mais

baixo e o potencial de quebra, mais alto que em solução de Hanks. Os pites

encontrados após a polarização potenciodinâmica em PBS tem, em média, metade

do valor dos encontrados após os mesmos ensaios e m solução de Hanks.

Tabela 22: Valores das resistências e dos elementos de fase constante para as

camadas que compõem o f i lme óxido sobre o aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N, obtidos

de ajuste do circuito equivalente aos resultados experimentais.

Liga Hanks (37°C) PBS (25°C)

Rsoi(íí.cm2) 66,87 43,92

CPEext (cm-VQ) 3,48.10® 2,42.10-®

next 0,80 0,85

Rext(Q.cm2) 1,01.10® 7,31.10^

Espessura (nm) 15,21 21,86

C ( c m - V Q ) - 6,26.10®

CPEint (cm-V"Q) 8,03.10®

nint 0,87

Rint(Q.cm2) 3,31.10® 5,80.10®

Espessura (nm) 6,61 8,48

112

Page 136: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Tabela 23: Comparação dos resultados obtidos nos ensaios eletroquímicos do aço

DIN W. Nr. 1.4460 alto N como recebido em solução de Hanks e PBS.

Solução

Hanks

(37 X )

PBS

(25 °C)

Ecorr (mVEcs) 'corr (A/cm^) Equebra (mVEcs)

-470

-233

2,71.10"

6,97.10 ,-7

557

1.000

Diâmetro dos

pites

(dpites (^m))

< 10

< 5

Os dados obt idos mostram que, em PBS, o aço inoxidável 1.4460 alto N foi

menos susceptível á corrosão por pites que em solução de Hanks.

6.2. Comparação d o s q u a t r o aços inoxidáveis

6 .2 .1 . Po tenc ia l de c i r c u i t o a b e r t o e polarização potenciodinâmica

A maioria dos metais, pr incipalmente os que passivam, forma uma película de

óxido na superfície que pode ou não se dissolver na presença de soluções

corrosivas. Dentre as di ferenças relevantes ao processo de formação e crescimento

da camada passiva, podemos citar a microestrutura dos aços inoxidáveis

(ferrít icos/austeníticos), seu teor de cromo e a presença de elementos como

nitrogênio (DIN W. Nr. 1.4460 alto N) e alumínio {Incoloy MA 956).

Em solução de Hanks, os potenciais de circuito aberto, de corrosão e de

quebra do austenít ico DIN W . Nr. 1.4970 foram os menos nobres dentre todos os

materiais estudados neste trabalho (E = -410 mVEcs, -700 mVEcs e 280 mVEcs,

respectivamente). A lém disso, também foi o material que apresentou maior

quant idade de pites, sendo estes os de maior diâmetro. Isto pode ser atr ibuído ao

menor teor de cromo (14,6%) neste material em relação ao presente nos demais

materiais ensaiados (Sato, 1990; Ramanathan, 1988; Marcus, 1998). No entanto,

Campbel l (1992), Speidel e Pedrazzol i (1992) e Abreu et al. (2006) indicam que, do

ponto de vista da resistência à corrosão, a quant idade de cromo poderia ser

compensada pela presença de níquel, mas isto não foi verif icado pelos resultados

obt idos no presente trabalho.

113

Page 137: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

o superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575, aço inoxidável de maior teor de cromo

(28,12%) deste trabalho, não teve o maior potencial de circuito aberto, mas

apresentou o maior potencial de corrosão e de quebra dentre todos os materiais

testados em solução de Hanks (-360 mVEcs, -13 mVEcs e 1.073 mVEcs,

respectivamente). Estas diferenças podem ser expl icadas pela mudança das

características da película passiva durante o ensaio de polarização

potenciodinâmica, já que as medidas se iniciaram em potenciais catódicos. Outro

fator importante é que o potencial de quebra deste material não representa um

potencial de pite e s im, a evolução de oxigênio.

Como já foi ci tado anteriormente, a literatura sobre a ferrítica Incoloy MA 956

como recebida propõe que a camada passiva formada ao ar teria grande quant idade

de óxidos de ferro e cromo e indícios de alumínio (López et al. , 1998). O material

demonstrou uma das menores correntes de corrosão dentre os materiais testados, e

a presença de apenas um pite por amostra revelou uma elevada resistência da

camada passiva, que foi quebrada e m um ponto de heterogeneidade.

O austenít ico DIN W Nr. 1.4460 alto N como recebido foi o que apresentou

potencial de circuito aberto e de quebra mais nobres (E= -60 mVEcs e 557 mVEcs,

respectivamente) dentre os testados neste trabalho. Isto se deve ao alto teor de

cromo neste aço (25,1%) e á presença do alto teor de nitrogênio (0,87%) e m sua

composição, que promove alta estabi l idade e resistência da camada passiva

formada (Grabke, 1996, Hanninen et al., 2 0 0 1 , Sumita et al. , 2004, Bayoumi e

Ghanem, 2005, Baba e Katada, 2006, Lothongkum et al. , 2006, Ha e Kwon, 2007).

A literatura diz que a taxa de difusão nos materiais ferrít icos é dez vezes

maior que nos austenít icos (Padilha, 1997, Smith e Hashemi, 2006). Deste modo,

pensava-se que os aços inoxidáveis ferrít icos ter iam maior resistência á corrosão

localizada que os austenít icos (Sumita et al. , 2004). A lém disso, o teor de cromo

presente em cada aço inoxidável tembém seria proporcional à resistência á corrosão

dos aços inoxidáveis (Ramanathan, 1988, Sato, 1990, Marcus, 1998). No entanto, os

resultados obtidos neste trabalho indicam que os potenciais obtidos e m solução de

Hanks (Figuras 33 e 37) não puderam ser relacionados somente aos teores de

cromo de cada material (Figura 80) nem à diferença microestrutural

ferrít icos/austeníticos, sugerindo a influência de outros fatores como a presença de

elementos de liga (Escudero e González-Carrasco, 1994, Escudero et al. , 1996,

Grabke, 1996, García-Alonso et al . , 2 0 0 1 , Hanninen et al. , 2 0 0 1 , Padilha et al. , 2 0 0 1 ,

Sumita et al. , 2004, Bayoumi e Ghanem, 2005, Baba e Katada, 2006, Lee, 2006,

Lothongkum et al. , 2006, Ha e Kwon, 2007, López et al. , 2007, Ningshen et al.,

2007).

114

Page 138: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

teor de Cr (%)

14,5 21,26 25,1 28,12

O

-100

-200 S UJ > E -300

o

.Vi -400

-500

-600

Incoioy MA 9'jb DIN

DIN l,¿it)ü alto N cono recebido

-700

-800

DIN i . ¿ y / ü

Ecorr

Eca

Figura 80: Relação teor de cromo versus potencial de corrosão (Ecorr) e de circuito

aberto (Eca) dos aços inoxidáveis DIN W. Nr. 1.4970, DIN W. Nr. 1.4575, DIN W. Nr.

1.4460 alto N solubil izado e Incoloy MA 956, em solução de Hanks a 37 °C.

Em PBS, os dados obt idos por polarização potenciodinâmica (Figura 46),

indicaram que o potencial de corrosão também não foi proporcional ao teor de cromo

presente nos materiais (Figura 81). Neste caso, é importante ressaltar que a amostra

de DIN W. Nr. 1.4460 alto N foi testada na condição solubil izada, enquanto em

solução de Hanks, o material foi usado na condição como recebida. Esta influência

do tratamento de solubil ização no DIN 1.4460 alto N será mais bem detalhada no

decorrer deste trabalho.

Ass im como em solução de Hanks, o aço DIN W. Nr. 1.4575 (28,12% Cr)

não se mostrou susceptível à corrosão por pite, uma exceção quando comparado

aos demais materiais testados, Incoloy MA 956 (21,3%), DIN W. Nr. 1.4970

(14,6%Cr) e DIN W. Nr. 1.4460 alto N (25,1%Cr),

115

Page 139: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

14,6

teor de Cr (%)

21,26 25,1 28,12

O

-100

-200

2 -300 > ~ -400 \-\_

S -500

-600

-700

-800

-900

-1000

Incoloy MA y^O

DIN l Á b / S

DIN l .¿¿OüaltoN

solubilizado

PBS DIN 1.<19/Ü

Figura 8 1 : Relação teor de cromo versus potencial de corrosão dos aços inoxidáveis

DIN W. Nr. 1.4970, DIN W. Nr. 1.4575, DIN W. Nr. 1.4460 alto N solubil izado e

Incoloy MA 956, em PBS a 25 °C.

Se compararmos os resultados nos dois meios, notamos que todas as

amostras t iveram, em PBS, taxa de corrosão menor ou igual que em solução de

Hanks.

6.2.2. E s p e c t r o s c o p i a de Impedânc ia E le t roqu ím ica

Anal isando os resultados de EIE em solução de Hanks a 37 °C, temos que,

apesar do teor de cromo, do potencial de corrosão e do potencial de quebra do DIN

W. Nr. 1.4970 apresentarem valores mais baixos que dos outros materiais

estudados, os resultados de EIE não mostraram módulos de impedância inferiores

para este material. A lém disso, seus valores de ângulo de fase em baixas e médias

freqüências são inferiores apenas aos do DIN W. Nr. 1.4575.

A elevada resistência à corrosão do DIN W. Nr. 1.4575 foi confirmada pelos

resultados de ângulo de fase. As amostras indicaram o comportamento mais

capacit ivo em baixas freqüências dentre os materiais estudados, com valores de

ângulos de fase próximos a -70°. Porém, este aço não foi o de maior módulo de

impedância, o que pode ser causado pela presença de grande quant idade de

defeitos no óxido. Todavia, observou-se alta resistência deste óxido à quebra, o que

poderia ser causado pela reforma do óxido de cromo até mesmo durante a

polarização, impedindo a exposição do substrato metál ico ao meio de ensaio.

116

Page 140: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

A Incoloy MA 956 foi o material de maior módulo de impedância dentre os

estudados (Figura 35). Apesar disso, seu teor de cromo é de "apenas" 2 1 % , contra

os 2 5 , 1 % do DIN 1.4460 alto N e os 28 ,12% do DIN 1.4575. Logo, supõe-se que a

presença do alumínio na camada passiva foi responsável por estes resultados.

Apesar dos potenciais de corrosão nobres e dos e levados potenciais de

quebra, o aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N na condição como recebido apresentou os

menores valores de impedância e de ângulo de fase e m baixas e médias

freqüências, dentre os materiais estudados neste trabalho. Inicialmente, supunha-se

que as amostras estavam solubi l izadas, mas os resultados obt idos geraram dúvidas

quanto à veracidade desta informação, já que a presença do nitrogênio também

pode exercer efeitos deletérios na resistência á corrosão quando precipitado na

forma de nitretos (Ha e Kwon, 2007, Shi et al. , 2007). Um novo tratamento de

solubi l ização foi realizado nestas amostras e novos ensaios provaram que todos os

resultados do DIN 1.4460 alto N, obt idos em solução de Hanks, haviam sido

compromet idos pela presença de nitretos de cromo.

C i r c u i t o s Elétricos E q u i v a l e n t e s

Os ajustes dos resultados de EIE por circuitos elétricos equivalentes nos

permitem obter informações sobre as características físicas da camada passiva dos

materiais. Para analisar os resultados de EIE, foram testados vários circuitos para

cada material e meio estudado, baseados em um número l imitado de componentes

elétricos.

Dentre todos os modelos testados, os quais já foram propostos anteriormente

(Azumi et al. , 1986, Bundy et al. , 1993, Montemor et al, 2000, Liu et al. , 2003,

Antunes, 2006), os presentes nas Figuras 4a, 4b e 4c geraram erros maiores do que

o da Figura 4d para os aços inoxidáveis DIN W. Nr. 1.4575, DIN W. Nr. 1.4970 e DIN

W. Nr. 1.4460 alto N. Este circuito representa o caráter dúplex dos f i lmes passivos

dos aços inoxidáveis, que, segundo a literatura (Hakiki et al . , 1995, Da Cunha Belo,

et al. , 1998, Bojinov et al. , 1999, Montemor et al., 2000), é formado por uma camada

externa rica em óxido de ferro (Fe203) e outra interna de óxido de cromo (Cr203).

Trabalhos recentes mostram ainda que a presença de níquel pode inibir os

processos de oxidação do ferro e do cromo, diminuindo a espessura da película de

óxido formada ao ar. Neste caso, a camada de óxido seria formada por maior

quant idade de óxido de níquel do que de ferro e de cromo (Abreu et al . , 2006).

No caso da Incoloy MA 956, o circuito mais adequado foi o da Figura 4a,

conf i rmando o trabalho de Escudero et al. (1995). Como já foi ci tado, López et al.

(1998) d izem que a camada passiva formada ao ar é composta de óxidos de ferro e

cromo, com indícios de alumínio.

Todos os ajustes foram realizados considerando elementos de fase

constante (CPEs) em substi tuição aos capacitores ideais (C). A qual idade dos

117

Page 141: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

ajustes com o circuito equivalente foi aval lada pelos valores de chi-quadrado (ordem

10"^ ou 10"^), e pelo erro associado a cada componente do circuito equivalente

proposto, inferior a 10%, que indicam um bom ajuste com o circuito proposto, tanto

para imersão e m solução de Hanks quanto e m PBS. Estes dados são apresentados

nos Anexos 1 e 2.

6.2 .1 .1 . Solução d e H a n k s

O Anexo 1 apresenta os espectros de impedância experimentais e resultantes

do ajuste ao circuito equivalente mostrado na Figura 4a e 4d . Na Tabela 24 são

apresentados os valores de resistência e do CPE associados com a camada interna

(Rint e CPE¡nt/C¡nt), e externa (Rext e CPEext) do f i lme passivo sobre os materiais

ensaiados.

Com relação à camada externa, os aços DIN W. Nr. 1.4575 e AISI 316L

apresentaram valores de resistência (Rext) da mesma ordem de grandeza, 10"* Q

cm^, embora inferiores aos dos demais aços testados. Estes valores foram, todavia

superiores aos encontrados por Antunes para o aço AISI 316L (2006), em solução

de Hanks, e por Azumi et al. (1986) em meios tamponades de fosfato/borato. No

entanto, estes valores são similares aos encontrados por Ge et al. (2003) para o AISI

316L e m solução de água de sistemas de refrigeração. Os aços DIN W. Nr. 1.4970 e

DIN W . Nr. 1.4460 com alto N como recebido apresentaram maiores resistências da

camada externa e m comparação aos demais aços, da ordem de 10® Q.cm^,

indicando que sobre estes dois últ imos, esta camada seria mais protetora. A Figura

81 mostra a relação entre o teor de Ni e a resistência da camada externa nos aços

DIN W. Nr. 1.4575, 14970 e AISI 316L. O DIN 1.4460 alto N teve sua resistência

aumentada pelo alte teor de nitrogênio. Todos os CPEext apresentaram valores da

ordem de décimos de ^iF.cm^* (Tabela 24). A Incoloy MA 956 não foi adicionada ao

gráfico da Figura 82 devido à presença de alumínio em sua composição. Dentre

todos os materiais estudados, a camada externa de maior CPE foi da Incoloy MA

956 e o maior valor, do AISI 316L.

118

Page 142: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Tabela 24: Valores de resistência e do elemento de fase constante associados às

camadas que compõem o f i lme óxido sobre os materiais ensaiados, obt idas através

do ajuste do circuito equivalente aos resultados obt idos nos ensaios de impedância

eletroquímica em solução de Hanks a 37 °C.

Liga

Rsol

(Q.cm^)

CPEext

(cm-2s-"n)

Hext

Rext

(Q.cm^)

C (F.cm^')

CPEint

Hint

DIN

1.4575

(SF)

117

2,20.10®

0,81

3,34.10^

5,42.10-®

0,92

DIN 1.4970

(A)

103,4

3,54.10®

0,83

1,19.10®

7,02.10®

Rint(Q.cm2) 1.80.10^ 4,62.10®

(SF) = superferrít ico

(A) = austenít ico

(F) = ferrítico

DIN 1.4460

0,87% N como

recebido (A)

66,87

3,48.10

0,80

1,01.10=

1-5

8,03.10-®

0,87

3,31.10®

Incoloy

MA 956

(F)

118,3

1,27.10® 4,09.10"

0,80

AISI 316L

(A)

80,77

0,79

9,74.10® 4,74.10^

9,96.10"®

0,93

2,01.10®

119

Page 143: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

5,0E+05

4,5E+05

4,0E+05

3,5E+05

;r 3,OE+0[3

^ 2,5E+0'S

a r" 2,0E+05

ir 1,'3E+0[S

l,0E+05

5,0E+04

0,0E+00

DIN ÍÁ9 /Ü

DIN lÃ^OÜ dito N cono

recebido

DIN lAb/'j

3,91 5,5

AISI31ÒL

13,5 15

%Ni

Figura 82: Relação do teor de níquel com a resistência da camada externa de óxido

presente na superf icie dos aços inoxidáveis superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575, do aço

inoxidável austenít ico DIN W. Nr. 1.4970, do aço inoxidável dúplex DIN W. Nr.

1.4460 com alto teor de nitrogênio e do AISI 316L.

De acordo com a Tabela 24, todos os aços especiais estudados neste trabalho

apresentam valores de resistência da camada interna (Rint) superiores aos valores da

camada externa, indicando que aquela é a principal responsável pela resistência à

corrosão dos aços inoxidáveis. Todos os valores de Rint são da ordem de 10® Q cm^

ou maiores (DIN W. Nr. 1.4575), similares aos resultados obtidos por Azumi et al.

(1986) e Ge et al. (2003). Admit indo que a Rint está associada com a camada de

óxido rica em crômia tentou-se estabelecer uma correlação entre os valores de Rint e

o teor de cromo em cada aço anal isado. Conforme mostrado na Figura 83, quanto

maior o teor de cromo no material, maior é o valor de Rint- Todavia, esta relação não

se aplica à Incoloy MA 956, pois sua camada passiva é formada também por

alumina além do óxido de cromo. Era esperado que a camada interna do DIN W. Nr.

1.4460 alto N t ivesse uma resistência mais alta, devido à presença do nitrogênio.

120

Page 144: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

E u

d

c

2,0E+07

l,8E+07

l,6E+07

l,4E+07

l,2E+07

l,0E+07

8,0E+06

6,0E+06

4,0E+06

2,0E+06

0,OE-i-00

DIN 1.457:3

DIN 1.4970 AISI 316L

14,6 17,4

%Cr

DIN 1.4460 alto N como

recebido

25,1 28,12

Figura 83: Relação entre teor de cromo e a resistência da camada interna de óxido

na superf icie dos aços inoxidáveis superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575, austenít ico DIN

W. Nr. 1.4970, austenít ico DIN W. Nr. 1.4460 com alto teor de nitrogênio e do

austenít ico AISI 316L.

6.2.1.2. S o l u ç ã o t a m p o n a d a de f o s f a t o (PBS)

O Anexo 2 apresenta os espectros de impedância experimentais e os ajustes

obtidos através do circuito equivalente mostrado na Figura 4a e 4d . Os valores de

resistência e CPEs aqui associados com a camada externa (Rext e CPEext), e interna

(Rint e CPEint) são mostrados na Tabela 25.

Com relação à camada externa, todos os aços estudados apresentaram

valores de resistência (Rext), muito próximos, da ordem de 10'* Q cm^, superiores aos

encontrados por Antunes (2006), Azumi et al. (1986) e Ge et al. (2003). A única

exceção foi a Incoloy MA 956, cujo f i lme passivo pôde ser ajustado por um circuito

simples devido à alta resistência da camada externa (10® Q.cm^).

Ass im como em solução de Hanks, uma relação direta entre Rext e os teores de

níquel foi estabelecida (Figura 84). No entanto, mais uma vez é necessário excluir o

aço com alto teor de nitrogênio e a Incoloy MA 956 (5,5% Al) da relação. Ou seja,

comparando-se apenas os aços DIN W. Nr. 1.4575, W. Nr. 1.4970 e AISI 316L, nota-

se que Rext é aumenta com o aumento do teor de níquel.

121

Page 145: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Tabela 25: Valores de resistência e CPEs para as camadas do f i lme óxido sobre

aços inoxidáveis, obtidos do ajuste do circuito equivalente aos resultados

experimentais dos ensaios de impedância eletroquímica e m solução PBS a 25 °C.

Liga

sol (Q.cm^)

CPEext

( cm -Vo)

Hext

DIN

1.4575

(SF)

105,9

1,36.10-^

0,84

DIN

1.4970

(A)

37,73

5,03.10"® 7,46. IO"'' 2 ,42.10

0,82

Incoloy

MA 956

(F)

16,84

,-5

0,89

DIN 1.4460 DIN 1.4460

0,87% N 0,87% N AISI

como solubil izado 3 1 6 L ( A )

recebido (A) (A)

43,92

v 5

0,85

29,13

7,30.10

0,80

-5

59,44

3,48.10

0,82

1-5

Rext

(Q.cm^)

C (F.cm^)

CPEin,

(cm"2s""Q)

n¡nt

2,27.10^ 5,86.10^ 7,86.10®

6,73.10®

0,99

6,67.10 1-5

7,31.10^ 8,40.10^ 2,06.10'*

6,26.10® 3,22.10®

2,71.10"®

0,83

^ i " * , 9,59.10® 7,73.10® (Q.cm^)

(SF) = superferrít ico

(A) = austenít ico

(F) = ferrítico

5,80.10= 3,12.10^ 7,19.10=

Os valores de CPEext para o aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4575 são uma ordem

de grandeza mais baixos que os CPEext obtidos para os outros materiais. Como foi

ci tado anteriormente, a literatura diz que esta diferença pode ser causada pela maior

de espessura na camada externa, maior quant idade de defeitos e/ou

heterogeneidades no DIN W. Nr. 1.4575. No entanto, os expoentes next de todos os

materiais da Tabela 26 indicam que os comportamentos das camadas externas não

se aprox imam de capacitores ideais (Jiang et al . , 2005).

122

Page 146: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

9,0E-K)4

8,0E+04

7,0E+O4

5,0E+O4

5.0E+04

S 4.0E+04

DIN l.-^-Oü al to N

DIN l . i ^ t i O a l t o N c o n o solubi l i jado

recebido

DIN 1 Á 9 / 0

3.0E+04

2.0E+04

1,OE+04

0,OE+00 I I I I 3,91 5,5 5,5 13,5

% N i

Figura 84: Relação entre o teor de níquel e a resistência da cannada externa de

óxido na superfície dos aços inoxidáveis superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575,

austenít ico DIN W. Nr. 1.4970, DIN W. Nr. 1.4460 com alto teor de nitrogênio e AISI

316L.

Em solução PBS, também foi observada uma relação direta entre a Rjnt e o teor

de cromo do material (Figura 85). O R¡nt das amostras de DIN W, Nr. 1.4460

solubil izado se destacam em relação aos outros materiais, enquanto o DIN 1.4460

alto N como recebido demonstrou a menor R¡nt Estes dados são indicativos do efeito

benéfico do nitrogênio solubil izado na matriz na resistência à corrosão deste material

(Grabke, 1996, Hanninen et al. , 2 0 0 1 , Sumita et al., 2004, Bayoumi e Ghanem,

2005. Baba e Katada, 2006, Lothongkum et al. , 2006, Ha e Kwon, 2007, López et al.,

2007). De acordo com Vanini et al., (1994), Grabke (1996), Oh etal. (2004) e Jiang

et al. (2005), nos aços inoxidáveis com alto teor de nitrogênio, este elemento está

presente nos f i lmes passivos, tanto na camada interna quanto na externa.

Comparando os efeitos do tratamento de solubil ização do DIN W. Nr. 1.4460 alto N,

os resultados indicam uma influência mais significativa na camada interna do óxido

que na externa. Segundo Vanini e co-autores (1994), nitretos são detectados por

XPS apenas na camada interna do aço inoxidável austenít ico Fe-17Cr-13Ni-0,15N.

O aumento de Rint em uma ordem de grandeza em relação ao material como

recebido aponta para a importância em se garantir a solubi l ização do nitrogênio

nestes aços e para os possíveis efeitos de temperatura de operação, de tratamento

térmico e de processamento de aços com alto nitrogênio na resistência à corrosão

dos mesmos.

O aço DIN W. Nr. 1.4575 também apresentou uma camada interna de

resistência alta (da ordem de 10® Q.cm^), provavelmente devido ao seu maior teor

de cromo (Sato, 1990; Ramanathan, 1988; Marcus, 1998).

123

Page 147: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

3,5E+06

3,OE+06

2,5E+06

2,0E+06 U

d 1.5E+06 c

l,0E+06

'5,OE+05

O.OE+00

DIN 1.4970 AISI316L

I I DIN 1.4460 alto N como recebido

DIN 1.4460 alto N solubilizado

DIN1.4575

I 14,6 17,4 25,1 25,1 28,12

%Cr

Figura 85: Relação do teor de cromo com a resistência da camada interna de óxido

presente na superfície dos aços inoxidáveis superferrít ico DIN W. Nr. 1.4575, do aço

inoxidável austenít ico DIN W. Nr. 1.4970, do aço inoxidável dúplex DIN W. Nr.

1.4460 com alto teor de nitrogênio e do AISI 316L em solução PBS a 25 °C,

Comparando-se os valores de CPEint dos aços estudados, nota-se que estes

são todos da mesma ordem de grandeza (10® Q.cm^). Além disso, observam-se na

Tabela 26 comportamentos de um capacitor ideal para a camada interna sobre a

maioria dos aços, à exceção do aço AISI 316L, sugerindo que a camada interna

formada neste último é muito heterogênea.

Como pode ser visto nas Tabelas 5 e 7, a quantidade de cloretos presente em

ambos os meios é muito semelhante. As principais diferenças na composição são as

vi taminas e proteínas na solução de Hanks. No entanto, como já foi citado

anteriormente, a literatura não chega a um consenso sobre a influência das

proteínas na camada passiva (Wil l iams et al., 1988, Rondelli et al . , 2005, Frateur et

al. , 2006).

De acordo com os resultados deste trabalho, o aço DIN W. Nr. 1.4970 foi o

que apresentou menor resistência à corrosão em comparação aos outros materiais

ensaiados. O alto teor de níquel neste aço (15%) aparentemente não foi suficiente

para compensar o efeito do seu teor de cromo inferior (14,6%) ao dos outros aços

ensaiados. A lém disso, o ensaio de citotoxicidade caracterizou este aço como

citotóxico, devido à quantidade de produtos de corrosão l iberados no meio de

cultura, sendo, portanto, considerado inadequado para apl icações como biomaterial.

Os resultados para o aço DIN W. Nr. 1,4575 mostraram que este não é

susceptível à corrosão por pite e, também, que sua camada interna possui elevada

124

Page 148: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

resistencia, tanto em presença de PBS quanto e m solução de Hanks. Quando

comparado aos outros materiais, seu alto teor de cromo (28,12%) é de importância

fundamental para a sua maior resistência à corrosão. No entanto, sua estrutura

superferrít ica e, consequentemente, seu alto ferromagnet ismo, o qualif ica apenas

para apl icações em implantes odontológicas (FLORES et al. , 2004) ou outras

apl icações de fácil remoção, como implantes faciais.

A Incoloy MA 956 apresentou uma característica particular que foi a de

apresentar sempre apenas um pite por amostra após o ensaio de polarização. A

indicação de elevada resistência á corrosão e m ausência de potenciais apl icados,

tanto em PBS quanto em solução de Hanks, deve-se em parte á presença de 5,5%

de alumínio em sua composição. Teve as menores taxas de corrosão em ambos os

meios e sua camada passiva de alta resistência foi responsável pela presença de

apenas um pite e m casa amostra. Do ponto de vista da biocompatibi l idade, não

apresentou citotoxicidade. No entanto, sua estrutura ferrítica e o alto

ferromagnet ismo, o quali f icam para apl icações como biomaterial apenas em

implantes odontológicas (FLORES et al . , 2004) ou outras de fácil remoção.

O aço DIN W . Nr. 1.4460 alto N é pouco susceptível à corrosão por pite. O

aço como recebido apresentou os maiores potenciais de quebra da película passiva

dentre os materiais estudados que desenvolveram pites e os pites formados

apresentaram pequena dimensão, com diâmetros inferiores a 10 \im. A elevada

resistência à corrosão deste aço foi observada tanto em PBS quanto e m solução de

Hanks. A presença de 0,87% de nitrogênio em solução foi de importância primordial

para a propriedade de resistência á corrosão. Do ponto de vista da

biocompatibi l idade, este não é citotóxico. A lém do mais, este aço é totalmente

austenít ico e, portanto, não apresenta ferromagnet ismo (Machado e Padilha, 1996).

Os resultados, portanto, apontam para a possibi l idade de uso deste aço para a

fabricação de biomateriais, entre estes, as implantes permanentes ou temporár ias,

desde que o nitrogênio encontre-se solubil izado.

Os resultados, portanto, indicam que e m todos os meios as ligas estudadas

encontram-se passivas, mas as características de proteção do f i lme passivo formado

dependem da liga, observando-se que para a lgumas ligas a solução de Hanks

resultou em f i lmes mais protetores, enquanto que para outras, foi na solução PBS

que o f i lme passivo apresentou-se mais resistente.

6.3. Influência da m i c r o e s t r u t u r a na resistência à corrosão: n i t r e t o s de c r o m o

n o aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4460 a l to N

A influência da microestrutura na resistência á corrosão dos materiais é tão ou

mais importante que a da composição. Os valores de resistência e capacitancia

ajustados pelos circuitos elétricos equivalentes mostraram que a presença de

125

Page 149: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

precipitados de nitreto de cromo no aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N foi um fator

determinante na sua resistência à corrosão.

Os ensaios eletroquímicos mostraram que o tratamento de solubi l ização

realizado no aço DIN W . Nr. 1.4460 alto N foi determinante na sua resistência á

corrosão. Os resultados de EIE (Figura 50) mostram que as amostras solubi l izadas

apresentaram os maiores valores de ângulo de fase e de módulos de impedância

dentre todos os materiais estudados. A lém disso, os ensaios de polarização

potenciodinâmica (Figura 51) mostraram que a taxa de corrosão do material diminuiu

em uma ordem de grandeza após a solubi l ização e não foram observados pites nem

indícios de corrosão na amostra solubil izada, após a polarização. Este material

apresenta um valor de PRE superior a 40 , quando calculado pelas Equações 3 ou 4,

indicando uma alta resistência à corrosão por pite. No entanto, a microestrutura do

material não é considerada neste cálculo. Os resultados deste trabalho mostraram

que apenas a amostra como recebida foi susceptível á corrosão por pite e f icou

comprovado que esta corrosão se iniciava na interface precipitado/matriz. Os

precipitados eram Cr2N e a corrosão prosseguia até a remoção dos mesmos.

De acordo com Vanini et al., (1994), Grabke (1996), Oh et al. (2004) e Jiang

et al. (2005), o nitrogênio está presente no f i lme passivo dos aços inoxidáveis e

aparece em maior quant idade na camada interna. Os valores de resistência e C e

CPE indicados na Tabela 26 conf irmam estes dados da literatura, indicando que a

solubil ização influencia mais a resistência da camada interna do que a externa.

Os resultados obt idos por SVET mostraram que a amostra solubil izada

apresentou menor quant idade de áreas catódicas e anódicas que a como recebida.

No entanto, as densidades de corrente máximas obt idas são muito baixas quando

comparadas á literatura. Simões e co-autores (2007) supõem que estes valores não

estar iam l igados ao processo de corrosão e s im à movimentação dos íons Na"^ e Cr

para compensar o excesso de carga nas regiões catódicas e anódicas.

As anál ises feitas por SECM revelam que a amostra solubil izada tem

superfície menos ativa que a como recebida. A solução próxima à superfície desta

últ ima teve menor concentração de oxigênio dissolvido e maior quant idade de íons

Fe*^. A lém disso, mapeamentos de corrente ateridos a cada dez minutos mostraram

que a corrosão localizada se inicia na interface precipitado/matriz e acarreta na

remoção dos nitretos. Os mapas da Figura 67 provam que as correntes anódicas

representadas e m vermelho mudam de posição ao longo do tempo, indicando que

há repassivação da matriz após a remoção do precipitado. Nos mapas, há uma

aparente orientação dos precipitados, que também está de acordo com a literatura

(Machado e Padilha, 1996).

6.4. Comparação d o DIN W. Nr. 1.4460 a l to N e d o AISI 316L

Os resultados dos ensaios eletroquímicos mostraram que o aço DIN W. Nr.

1.4460 alto N solubi l izado é mais resistente á corrosão que o aço AISI 316L em

solução PBS, a 25 °C (Figuras 50 e 51). Em MEM, o AISI 316L teve menores

126

Page 150: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

módulos de impedância, comportamento menos capacit ivo em baixas freqüências,

maiores potenciais e correntes de corrosão (Figuras 69 a 71). A lém disso, o DIN W.

Nr. 1.4460 alto N solubil izado não foi susceptível a corrosão por pite (Figura 72),

enquanto o AISI 316L apresentou pite com diâmetros superiores a 400 ^ m (Figura

73).

O SECM demonstrou que o AISI 316L tem uma superfície mais ativa que o

DIN W . Nr. 1.4460 alto N. Os dados obt idos mostraram que há uma baixa

concentração de oxigênio na solução próxima à superfície do AISI 316L, em relação

ao DIN W. Nr. 1.4460 alto N (Figura 75). Os mapas de corrente comprovaram ainda

que houve uma grande concentração de íons Fe*^ na região do AISI 316L, e

ausência destes íons na solução próxima ao DIN W. Nr. 1.4460 alto N (Figuras 77 e

78).

Os resultados obt idos com o método de Mott-Schottky (Tabela 15) mostram

que o número de dopantes no aço inoxidável AISI 316L nas condições de ensaio

adotadas é de até uma ordem de grandeza (número de doadores) maior que no DIN

W. Nr. 1.4460 alto N solubil izado. Trabalhos recentes mostram que a densidade de

doadores nos f i lmes passivos sobre o AISI 316L formados em soluções aquosas de

pH = 8, é da ordem de 10^° cm"^ (Montemor et al., 2000). Valores desta ordem

também foram calculados para f i lmes formados sobre o mesmo tipo de aço em

solução de Hanks a 37 °C (Antunes, 2006). Observa-se, portanto, concordância

entre os resultados do presente trabalho e os da literatura no que se refere á

densidade de doadores no f i lme passivo. A quant idade de receptores est imada no

presente estudo, entretanto foi uma ordem de grandeza inferior aos de algumas

publ icações (Montemor et al. , 2000), sendo da ordem de 10*^ cm'^, indicando menor

quant idade de defeitos e, portanto, maior resistência à corrosão da camada interna

de óxido, em relação á externa e em relação a dados publicados (Da Cunha Belo et

al. , 1998; Montemor et a l . , 2000; Antunes, 2006).

Segundo a literatura (Da Cunha Belo et al . , 1998), quanto maior a

concentração de dopantes, maior é a tendência á corrosão por pite do material.

Ensaios realizados no Laboratório de Corrosão e Tratamento de Superfícies

(Labcorts) do Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais (CCTM) do IPEN usando

a liga PM 2000 e o aço inoxidável AISI 316L e m PBS a 25 °C, também indicaram

números de receptores uma ordem de grandeza inferior aos da literatura. Esta

discrepância pode ser atribuída á diferença na solução adotada no presente trabalho

(PBS), rica em fosfato, e que pode atuar como inibidor de corrosão de materiais

ferrosos e favorecer o processo de repassivação (Frankiin et al. , 1991 e 1992,

Bastos et al., 2006). Rubio et al. (2002) demonstraram que após 2 horas de imersão

em PBS, a camada de óxido sobre o aço inoxidável 304 contém fosfato adsorvido.

O valor máx imo da capacitancia, representativo do potencial de banda plana

obtido neste trabalho foi de Ufb = -0,35 VECS , em todas as amostras testadas. A

existência de incl inações positivas e negativas nos gráficos de Mott-Schottky é

devido ao caráter dúplex do f i lme, onde a camada interna é uma região

semicondutora t ipo-p rica em óxido de cromo e a externa, uma região semicondutora

t ipo-n, composta principalmente por óxidos de ferro (Montemor et al., 2000, Ge et al. ,

2003, Shahryari e Omanovic, 2007).

127

Page 151: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

o aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N solubi l izado apresentou a maior resistência à

corrosão entre os ensaiados. Este aço foi t ambém o que mostrou menor quant idade

de dopantes (receptores e doadores) em comparação com os demais testados e

com resultados da literatura (Montemor et al . , 2000, Ge et al . , 2003, Antunes, 2006).

Os resultados de Mott-Schottky também mostraram que o tratamento de

solubil ização do DIN 1.4460 alto N afetou a concentração de defeitos do f i lme

passivo, interferindo tanto na camada interna quanto na externa deste f i lme.

Em resumo, todos os testes comparat ivos feitos com o DIN W. Nr. 1.4460 alto

N e o comercial AISI 316L revelam que este últ imo apresenta menor resistência à

corrosão por pites. Este fator, al iado à ausência de fases ferromagét icas e ao

comportamento considerado não-citotóxico do DIN W. Nr. 1.4460 alto N, faz com

que este material possa ser considerado como um possível substituto do AISI 316L.

128

Page 152: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

7. C O N C L U S Õ E S

Os resultados mostraram a influência dos meios de ensaio adotados na

resistência à corrosão dos materiais testados. Dentre as soluções adotadas, o

meio de cultura (MEM), mais complexo, que causou a formação de uma

camada gelatinosa precipitada na superfície dos aços ensaiados. Este

precipitado afetou os resultados dos ensaios eletroquímicos e chamou

atenção para a necessidade de se usar uma conf iguração de célula que

evitasse a deposição de uma camada de precipitados na superfície das

amostras ensaiadas.

O uso da SVET não foi ef iciente no estudo da corrosão localizada do aço

inoxidável DIN 1.4460 alto N.

O SECM permitiu a detecção de íons Fe*^ e de oxigênio dissolvidos na

solução. A lém disso, foi de extrema importância no estudo corrosão localizada

do DIN W. Nr. 1.4460 alto N, devido ao mapeamento de corrente durante o

processo de nucleação e repassivação dos pites.

O teor de cromo presente nos materiais influenciou diretamente na resistência

á corrosão dos mesmos. No entanto, outros e lementos de liga, como Al e N

também afetaram as propriedades de corrosão dos aços inoxidáveis testados.

Foi proposto um circuito elétrico que considera um modelo de camada dupla

para a película passiva formada por uma camada de óxido interna rica em

cromo e outra externa rica e m ferro e níquel. Este modelo foi adequado para a

camada passiva formada sobre os aços DIN W. Nr. 1.4575, 1.4970 E 1.4460

alto N, em PBS e solução de Hanks. Este modelo é composto por dois

componentes R-CPE ou R-C, e m série, onde o e lemento de fase constante

(CPE) ao invés de capacitancia, representa o desvio de um capacitor ideal

devido aos defeitos presentes na camada passiva.

A Incoloy MA 956 teve sua camada passiva ajustada por um circuito

equivalente simples R-CPE, indicando que a resistência da camada externa é

elevada a ponto de não haver resposta da camada interna na faixa de

freqüência investigada.

A presença de nitretos de cromo (Cr2N) no aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N

como recebido causou uma grande diminuição em sua resistência à corrosão,

e influenciou principalmente na resistência da camada interna da película

passiva.

O aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4970 é citotóxico e, portanto não pode ser

usado como biomaterial.

Devido ao ferromagnet ismo, os aços ferríticos DIN W. Nr. 1.4575 e Incoloy

MA 956 apenas podem ser usados em apl icações e m que possam ser

faci lmente removidos em caso de necessidade de um exame de ressonância

magnét ica pelo paciente implantado, como por exemplo, para implantes

dentárias.

c o ; - . . ' , .:v....,.....,;.:.íp••ip£^

129

Page 153: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

• o aço DIN W. Nr. 1.4460 alto N solubil izado é um potencial candidato para

substi tuição do aço AISI 316L em implantes como os ortopédicos, sejam

estes removíveis ou permanentes.

130

Page 154: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

8. S U G E S T Õ E S P A R A T R A B A L H O S FUTUROS

• Influência das proteínas na resistência à corrosão dos aços inoxidáveis DIN

W . Nr. 1.4575, 1.4460 alto N e Incoloy MA 956.

• Anál ise química da camada passiva formada em meios aquosos nos aços

inoxidáveis DIN W. Nr. 1.4575, 1.4079 e 1.4460 alto N.

• Estudo detalhado da composição química da camada passiva formada em

meios aquosos da Incoloy MA 956.

• Anál ise dos produtos de corrosão do aço inoxidável DIN W. Nr. 1.4970 e

maiores esclarecimentos sobre a causa de sua citotoxicidade.

• Uso da SVET para o estudo da corrosão localizada dos aços inoxidáveis, com

apl icação de potencial na amostra.

131

Page 155: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Nitrogen Steels), L o n d o n , I n s t i t u t e o f M e t a l s , p p . 8 7 - 9 1 , 1 9 8 9 .

T S U C H I Y A , H . , F U J I M O T O , S . , C H I H A R A , O . , S H I B A T A , T .

S e m i c o n d u c t i v e b e h a v i o r o f p a s s i v e f i l m s f o r m e d o n p u r e C r a n d F e - C r

a l l o y s in s u l f u r i c a c i d s o l u t i o n . Electrochimica Acta, v . 4 7 , n. 2 7 , p p .

4 3 5 7 - 4 3 6 6 , 2 0 0 2 .

U C H I D A , H. , Y A M A S H I T A , M. , I N O U E , S . , K O T E R A Z A W A , K. I n - s i t u

o b s e r v a t i o n s o f c r a c k n u c l e a t i o n a n d g r o w t h d u r i n g s t r e s s c o r r o s i o n by

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V E R S A C I , R. A . , C L E M E N S , D., Q U A D A K K E R S , W . J . D i s t r i b u t i o n a n d

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State Ionics, v . 5 9 , n. 3 - 4 , p p . , 2 3 5 - 2 4 2 , 1 9 9 3 .

153 . . . . . . . . . . .L ÚZ c.-.:-;v.,..,.:^LL£AwSP-i^'t^

Page 177: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

V I L L A N U E V A , D. M. E. Precipitação de fase sigma em três aços

inoxidáveis: austenítico, superferrítico e dúplex. T e s e ( D o u t o r a d o ) ,

E P U S P , S ã o P a u l o , 2 0 0 5 .

W A L C Z A K , J . , S H A H G A L D I , F., H E A T L E Y , F. In v i v o c o r r o s i o n o f 3 1 6 L

s t a i n l e s s - s t e e l h i p i m p l a n t s : m o r p h o l o g y a n d e l e m e n t a l c o m p o s i t i o n s o f

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W A L L I N D E R , D. , P A N , J . , L E Y G R A F , C , D E L B L A N C - B A U E R , A . E I S

a n d X P S s t u d y o f s u r f a c e m o d i f i c a t i o n o f 3 1 6 L V M s t a i n l e s s s t e e l a f t e r

p a s s i v a t i o n . Corrosion Science, v . 4 1 , n. 2 , p p . 2 7 5 - 2 8 9 , 1 9 9 9 .

W A S S I L E W , C , S C H N E I D E R , W . , E H R L I C H , K. C r e e p a n d c r e e p -

r u p t u r e p r o p e r t i e s o f t y p e 1 . 4 9 7 0 s t a i n l e s s s t e e l d u r i n g a n d a f t e r

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W I L L I A M S , D. F. R e v i e w : T i s s u e - b i o m a t e r i a l i n t e r a c t i o n s . Journal of

Materials Science, v . 2 2 , n. 1 1 , p p . 3 4 2 1 - 3 4 4 5 , 1 9 8 7

W I L L I A M S , R. L., B R O W N , S. A . , M E R R I T T K. E l e c t r o c h e m i c a l s t u d i e s

o n t h e i n f l u e n c e o f p r o t e i n s o n t h e c o r r o s i o n o f i m p l a n t a l l o y s .

Biomaterials, v . 9 , n . 3, p p . 1 8 1 - 1 8 6 , 1 9 8 8 .

W I L L I A M S , R. L., W I L L I A M S , D. F. A l b u m i n a d s o r p t i o n o n m e t a l

s u r f a c e s . Biomaterials, v . 9, n. 3, p p . 2 0 6 - 2 1 2 , 1 9 8 8 .

W I N T E R , G . D. T i s s u e r e a c t i o n s to m e t a l l i c w e a r a n d c o r r o s i o n

p r o d u c t s in h u m a n p a t i e n t s . Journal of Biomedical Materials

Research Symposium, v. 8, n. 5, p p . 1 1 - 2 6 , 1 9 7 4 .

W I P F , D. O. I n i t i a t i o n a n d s t u d y o f l o c a l i z e d c o r r o s i o n by s c a n n i n g

e l e c t r o c h e m i c a l m i c r o s c o p y . Colloids and Surfaces A:

Physicochemical and Engineering Aspects, v. 9 3 , n. 5, p p . 2 5 1 - 2 6 1 ,

1 9 9 4 .

W O L Y N E C , S . Técnicas eletroquímicas em corrosão, E D U S P , S ã o

P a u l o , 2 0 0 3 .

154

Page 178: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

W O O D S , T . O . S t a i n l e s s s t e e l s f o r m e d i c a i a n d s u r g i c a l a p p l i c a t i o n s . I n : ASTM Symposium, E U A , p p . 8 2 - 9 0 , 2 0 0 2 .

w w w . u n i s c a n . c o m . A c e s s a d o e m d e z e m b r o d e 2 0 0 7 .

w w w . m s s t a t e . e d u . A c e s s a d o e m f e v e r e i r o 2 0 0 7 .

www.specia lmetals.com A c e s s a d o e m a b r i l 2 0 0 6 .

X I E , J . , A L P A S , A . T . , N O R T H W O O D , D. O. A m e c h a n i s m f o r t h e c r a c k i n i t i a t i o n o f c o r r o s i o n f a t i g u e o f T y p e 3 1 6 L s t a i n l e s s s t e e l in H a n k ' s s o l u t i o n . Materials Characterization, v . 4 8 , n. 4 , p p . 2 7 1 - 2 7 7 , 2 0 0 2 .

X U L I N , S . , I T O , A . , T A T E I S H I , T . , H O S H I N O , A . F r e t t i n g c o r r o s i o n r e s i s t a n c e a n d f r e t t i n g c o r r o s i o n p r o d u c t c y t o c o m p a t i b i l i t y o f f e r r i t i c s t a i n l e s s s t e e l . Journal of Biomedical Materials Research, v . 3 4 , n. 1 , p p . 9 - 1 4 , 1 9 9 7 .

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155

Page 179: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

ANEXO 1

Rex t Rint

Element Freedom Value Error Error %

Rsol Free(+) 80,77 0,7323 0,90665

Rext Free(+) 47404 5769,1 12,17

CPEext-T Free(+) 4,0959E-5 1,1194E-6 2,733

CPEext-P Free(+) 0,78691 0,0037235 0,47318

Rint Free(+) 2,0157E5 20807 10,322

CPEint-T Free(+) 9,9615E-5 9,0716E-6 9,1067

CPEint-P Fixed(X) 0,93023 N / A N / A

Chi-Squared: 0,0042416 Weighted Sum of Squares: 0,32236

Data File: Circuit Model File: Mode: Maximum Iterations: Optimization Iterations: Type of Fitting: Type of Weighting:

10=6-

_ 10* t

10'

C:\Users\Masato\Desktop\Maysa\circuitos\20112w.t

C:\Users\Masato\Desktop\Maysa\clrcuitos\two layer

Run Fitting / Freq. Range (0,001 - 1000000)

100

0 Complex Calc-Modulus

10- 10' 10° 10' lO-" 10'

Frequency (Hz)

Hill UJ.LUllj l l-XJ.I!iuJ 1_

10^ 10' 10" 10^

-90

-65 f-

-40

-15

-ItXXXXJ

-75000 -

-60000 -

10" 10'' 10° 10' 10^ 10'

Frequency (Hz)

10" 10^ 100000

Ajuste do circuito equivalente do 316L. Após 72 h de imersão e m solução de Hanks

a 37 X .

156

Page 180: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

next Rint

Element Freedom Value Error Error %

Rsol Free(+) 103,4 0,45973 0,44461

Rext Free(+) 1,1929E5 10782 9,0385

CPEext-T Free(+) 3,5441 E-5 4,9924E-7 1,4087

CPEext-P FixedW 0,82701 N/A N/A

Rint Free(+) 4,6169E5 19786 4,2856

Cint Free(+) 7,022E-5 3,5338E-6 5,0325

Chi-Squared: 0,0018787

Weighted Sum of Squares: 0,15217

Data File:

Circuit Model File:

Mode:

Maximum Iterations:

Optimization Iterations:

Type of Fitting:

Type of Weighting:

10« t" _ 1 0 " !

^ i o 4 10^1 10 1 F

10- 10 10° 10' 10' 10'

Frequency (Hz)

-90 r -

I

-65 i-

I ^ 0 -

-15 -

10^

C:\Users\Masato\Desktop\Maysa\circuitos\20910w.1

C:\Users\Masato\Desktop\Maysa\circuitos\two layer

Run Fitting / Freq. Range (0,001 -1000000)

100

0

Complex

Calc-Modulus

10« j i i i j

10=

LlLUiL„ l_U. l . lL

10' 10°

-300000

-200000

-100000 -

10' 10= _ J _ I I'UJtlJ - 1- 1 ! i i j i i

10' 10" 10« 400000 Frequency (Hz)

Ajuste do circuito equivalente do DIN 1.4970. Após 72 h de imersão em solução de

Hanks a 37 °C.

157

Page 181: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Rsol Rext

CPEext

Rint

BXt CPBnt

I ' l — » > — '

Element Freedom Value Error Error %

Rsol Free(+) 117 0,33968 0,29032

Rext Free(+) 33387 2158,4 6,4648

CPEext-T Free(+) 2,2037E-5 4,7179E-7 2,1409

CPEext-P Free(+) 0,8114 0,0030987 0,3819

Rint Free(+) 1,8032E7 1,0374E6 5,7531

CPEint-T Free(+) 5,4289E-6 2,3856E-8 0,43943

CPEint-P Fixed()Q 0,9217 N/A N/A

Chi-Squared: Weighted Sum of Squares:

Data File: Circuit Model File: Mode: Maximum Iterations: Optimization Iterations: Type of Fitting: Type of Weighting:

0,00049625 0,0397

C:\Users\Masato\Desktop\Maysa\circuitos\LF003Av

J:\Sergio\Ajuste\moclelos-X\two layers - H.mdi Run Fitting / Freq. Range (0,001 - 1000000) 100 0 Complex Calc-Modulus

10%

10=1

_ 10" É ^ i o 4

lO jr 10'

-90

-65

I -40

-15

10-2 10-' 10° 10' 10 10' 10" 10«

Frequency (Hz)

I I I I " I I I L_l_LLIlll! L_l,LUUll I-LUJIUI L- l . lMl l l l ' f - U l ^ i j J

10"' 10' 10° 10' 10= 10' 10" 10«

Frequency (Hz)

-2,5e6

-2,0e6

-1,5e6

-1,0e6

-5,0e5 -

Ajuste do circuito equivalente do DIN 1.4575. Após 72 h de imersão em solução de

Hanks a 37 °C.

158

Page 182: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

RSOL REXT RINT

CPEEXT CPBNT

Element Freedom Value En'or Error %

Rsol Free(+) 66,87 0,16113 0,24096

CPEext-T Free(+) 3,4847E-5 7,1787E-7 2,0601

CPEext-P Free(+) 0,80147 0,0011325 0,1413

Rext Free(+) 1,0066E5 5772,4 5,7346

CPEint-T Free(+) 8,0334E-5 4,3263E-6 5,3854

CPEint-P Fixed(X) 0,86619 N/A N/A

Rint Free(+) 3,307E5 13750 4,1578

Chi-Squared:

Weighted Sum of Squares:

Data File:

Circuit Model File:

Mode:

Maximum Iterations:

Optimization Iterations:

Type of Fitting:

Type of Weighting:

0,00031801

0,025441

C:\Users\Masato\Desktop\Maysa\circuitos\LFN128C

J:\Sergio\Ajuste\modelos - 316L\two layers 316L Ge

Run Fitting / Freq. Range (0,001 -1000000)

100

0

Complex

Calc-Modulus

1 0 ^ 1 —

10=I • .

io4

-90

-65

I AO

-15

10= IR • -••

^ Q"! C L .LU im ! l_L_LllIlli Ll.LLLlill^ LJ.tJJI l l i l_l I Hlll l ULJ_LLUll L l . i .UI i i )

10= 10' 10° 10' 10= 10' 10« 10=

Frequency (Hz)

-150000

-100000

-50000

10= 10' 10° 10' 10= 10' 10' 10=

Frequency (Hz) 150000 0 50000 100000

Z'

Ajuste do circuito equivalente do DIN 1.4460 alto N. Após 72 h de imersão e m solução de Hanks a 37 °C.

159

Page 183: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Rsol Rext

— f - ^ / s / ^ - i — CPEext

Element

Rsol

Rext

CPEext-T

CPEext-P

Freedom

Free(+)

Free(+)

Free(+)

Fixed(X)

Value

118,3 9,74E5 iE5 1,27E-5 iE-5 0,80 ;6

Error

0,719

22481

5,4276E-8

N/A

Error %

0,6042

2,4162

0,4339

N/A

Chi-Squared: 0,0019811

Weighted Sum of Squares: 0,16443

Data File: Circuit Model File: Mode:

Maximum Iterations: Optimization Iterations: Type of Fitting: Type of Weighting:

C:\Users\Masato\Desktop\Maysa\circuitos\LF001Av

C:\Users\Masato\Desktop\Maysa\circuitos\two layei

Run Fitting / Freq. Range (0,001 - 1000000)

100

0

Complex

Calc-Modulus

10' 10

Frequency (Hz)

-400000

-300000 -

-200000 -

-100000

100000 200000 300000 400000 500000

Z' Frequency (Hz)

Ajuste do circuito equivalente da Incoloy MA 956. Após 72 h de imersão em solução de Hanks a 37 °C.

160

x;^i^/aí••'-it^t^t

Page 184: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

A N E X O 2

Rext Rint

Element Freedom Value Error Error %

Rsol Free(+) 59,44 0,34196 0,5753

Rext Free(+) 20620 1322,6 6,4142

CPEext-T Free(+) 3,4784E-5 1,3441E-6 3,8641

CPEext-P Fixed(X) 0,82061 N/A N/A

Rint Free(+) 7,1889E5 28835 4,011

CPEint-T Free(+) 2,7139E-5 4,3771E-7 1,6128

CPEint-P Free(+) 0,82739 0,0039622 0,47888

Chi-Squared: 0,0013821 Weighted Sum of Squares: 0,11056

s

Data File: Circuit Model File: Mode:

Maximum Iterations: Optimization Iterations: Type of Fitting: Type of Weighting:

10%

io«r-

~ 10 'E

1 0 H

10' 10"= 10' 10° 10' 10=

Frequency (Hz)

10'

10' 10= 10'

Frequency (Hz)

C:\Users\Masato\Desktop\Maysa\PBS imp\LFR110 J:\Sergio\Ajuste\modelos-X\two layers - H.mdl Run Fitting / Freq. Range (0,001 -1000000) 100 0

Complex Calc-Modulus

UIUI l.L_

10« 10= -300000

-200000

-100000 -

1 0 '

AISI 316L. Após 24 h de imersão em solução PBS a 25 °C.

200000

Z

300000

161

Page 185: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Rint

Element Freedom Value Error Error %

Rsol Free(+) 105,9 0,32776 0,3095

CPEext-T Free(+) 0,00013642 3,2939E-6 2,4145

CPEext-P FixedW 0,8445 N/A N/A

Rext Free(+) 22734 3250,6 14,298

CPEint-T Free(+) 6,7296E-5 1,3749E-6 2,0431

CPEint-P Fixed(X) 0,99944 N/A N/A

Rint Free(+) 9,5959E5 1,025E5 10,682

Chi-Squared; 0,00075115

Weighted Sum of Squares: 0,017276

Data File: Circuit Model File: Mode:

Maximum Iterations: Optimization Iterations: Type of Fitting: Type of Weighting:

J:\resultados IPEN\m398\LF149199

J:\Sergio\Ajuste\modelos - 316L\two layers 316L Ge Run Fitting / Freq. Range (0,001 - 1000000)

100 0 Complex Calc-Modulus

1 U I —

10= I.. N

s

f 10't 10=1 10' L

10- 10'

-90 I

-65

-40

-15 h

10° 10' 10= 10'

Frequency (Hz)

10" 10=

-150000

-100000

-50000 -

10= 10' 10° 10' 10= 10' 10" 10=

Frequency (Hz) 50000 100000 150000

Z'

DIN W. Nr. 1.4575. Após 24 h de imersão e m solução PBS a 25 °C.

162

Page 186: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Rint

Element Freedom Value Error Error %

Rsol Free(+) 37,73 0,20443 0,54182

Rext Free{+) 58633 4850,4 8,2725

CPEext-T Free(+) 5,0326E-5 5,2069E-7 1,0346

CPEext-P Fixed()Q 0,81508 N/A N/A

Rint Free(+) 7,7283E5 55061 7,1246

Cint Free(+) 6,6657E-5 1,8116E-6 2,7178

Chi-Squared: 0,0019866

Weighted Sum of Squares; 0,16092

Data File:

Circuit Model File:

Mode:

Maximum Iterations:

Optimization Iterations:

Type of Fitting:

Type of Weighting:

c:\users\masato\desktop\maysa\pbs imp\LF31012w

C:\Users\Masato\Desktop\Maysa\circuitos\two layei

Run Fitting / Freq. Range (0,001 -1000000)

100

0

Complex

Calc-Modulus

10^ i tf

Frequency (Hz)

10* l t f

-300000

-200000

-65

3 .15 L

- „ i _ ; . L i l i l l J LJ_I Mini I

10" i a ' 10° 10' 10= 10^

Frequency (Hz)

. i m i l _ '

10' 10= 400000

DIN W. Nr. 1.4970. Após 24 h de imersão em solução PBS a 25 °C.

163

Page 187: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Rsol Rext Rint

Element Freedom Value Error En-or %

Rsol Free(+) 43,92 0,30764 0,70046

Rext Free(+) 73075 3517,2 4,8131

CPEext-T Free(+) 2,4293E-5 2,0976E-7 0,86346

CPEext-P Fixed()Q 0,84982 N/A N/A

Rint Free(+) 5,8037E5 42741 7,3644

Cint Free(+) 6,2647E-5 2,0075E-6 3,2045

Chi-Squared: 0,0030109

Weighted Sum of Squares: 0,23786

Data File: Circuit Model File: Mode:

Maximum Iterations: Optimization Iterations: Type of Fitting: Type of Weighting:

10^1

10= t - -

_ i f f ' | N -" l O ^ l f

r o ^ l

c:\users\masato\desktop\maysa\pbs imp\LFPB2174

C:\Users\Masato\Desktop\Maysa\circuitos\two layei

Run Fitting / Freq. Range (0,001 -1000000)

100

0

Complex

Calc-Modulus

10' 10-= 10' 10° 10' 10= 10=

Frequency (Hz)

10" 10=

-90

-65 -

3 01

-100000 -

LXLUJi l i U

10 = 10-' 10" 10= 300000 400000

10° 10' 10= 10^

0 100000 200000

Frequency (Hz) ^,

DIN W . Nr. 1.4460 alto N como recebido. Após 24 h de imersão em solução PBS a 25 X .

164

Page 188: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Rsol Rext Rint

Element

Rsol

Rext

CPEext-T

CPEext-P

Rint

Cint

Freedom

Free(+)

Free{+)

Free(+)

Fixed(X)

Free(+)

Free(+)

Value

29,13

83983

7,3083E-5

0,795

3,121E6

3,2266E-5

Error

0,10894

11337

8,6325E-7

N/A

2,2095E5

4,0642E-7

En-or %

0,37398

13,499

1,1812

N/A

7,0795

1,2596

Chi-Squared: 0,0010814

Weighted Sum of Squares: 0,08759

Data File: Circuit Model File: Mode:

Maximum Iterations: Optimization Iterations: Type of Fitting: Type of Weighting:

10=

10=

r-

_io"p. - I t f t

10="

10' 10= 10-' 10° 10' 10=

Frequency (Hz)

10^

-90

-65

£ - 4 0

-15 -

C:\Users\Masato\Desktop\Maysa\PBS imp\LFNS02

C:\Users\Masato\Desktop\Maysa\circuitos\two layer

Run Fitting / Freq. Range (0,001 -1000000)

100

0

Complex

Calc-Modulus

10" 10=

10-= 10' 10° 10' 10= 10= 10" 10=

0 250000 500000 750000 1000000

Frequency (Hz) ^

DIN W. Nr. 1.4460 alto N solubil izado. Após 24 h de imersão em solução PBS a 25°C.

165

Page 189: CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AVANÇADOS EM MEIOS

Rsol Rext

Element

Rsol

(Ext-T

(Ext-P

ext

Freedom

Free(+)

Free(+)

Fixed()Q

Free(+)

Value

16,84

7,4616E-5

0,88668

7,862E5

Error

0,10182

3,3983E-7

N/A

67372

Error %

0,60463

0,45544

N/A

8,5693

Chi-Squared: 0,0036207

Weighted Sum of Squares: 0,30052

Data File: Circuit Model File: Mode:

Maximum Iterations: Optimization Iterations: Type of Fitting: Type of Weighting:

C:\Users\Masato\Desktop\Maysa\PBS imp\LFMA1S

J:\SergioV^juste\modelos-)ftone layer.mdl

Run Fitting / Freq. Range (0,001 -1000000)

100

0

Complex

Calc-Modulus

10-2 10' 10° 10' 10= 10» 10« 10=

Frequency (Hz)

-90

-65 -

-40

-15

10-= 10-' 10° 10' 10= 10' 10* 10'

Frequency (Hz)

-150000

-100000

-50000

50000 100000 Z'

150000

Incoloy MA 956. Após 24 h de imersão em solução PBS a 25 °C.

166