corpo em forma

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pág.1 Parte integrante da edição nº 642 do Jornal Ipanema. Não pode ser vendido separadamente

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Suplemento especial da edição 642 do Jornal Ipanema

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pág.1Parte integrante da edição nº 642 do Jornal Ipanema.Não pode ser vendido separadamente

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Pertencente à medicina tradicional chinesa, a acupuntura éuma terapia complementar que, por meio da aplicação deagulhas em pontos definidos do corpo, contribui com o resgate do estado de equilíbrio.A definição é do médico e especia-

lista em acupuntura, Yo Tik Swan. É uma das formas de tratamento damedicina chinesa que inclui a fitoterapia (uso de plantas medicinais),exercícios da natureza respiratória e energética”, acrescenta. Swenconta que, a técnica milenar é aplicada comumente em hospitais daChina. “No Brasil começou no início do século passado, mas só em1998 foi reconhecido como especialidade médica”.

De lá para cá, acrescenta, a acupuntura passou por várias etapas.“A primeira foi o reconhecimento dos médicos, a segunda foi o aumen-to da divulgação e, agora, está passando pelo processo de integraçãocom outras especialidades”, descreve Swen, ressaltando que a acu-puntura, hoje em dia, é muitas vezes indicada por médicos, comoterapia complementar para uma série de problemas de saúde, princi-palmente aqueles que causam dor crônica.

Segundo o médico, a acupuntura contribui no tratamento parauma série de doenças como dores de coluna, problemas de articula-ção e musculares; lesões por esforços repetitivos (LER); tensão pré-menstrual e até problemas neurológicos. “Enxaqueca, distúrbios neu-rológicos periféricos, são alguns exemplos. A acupuntura dialoga coma endocrinologia também, pois auxilia a reduzir a obesidade, na medi-da em que reduz a ansiedade”, exemplifica.

Com expressiva procura pela terapia nos últimos anos, Yo TikSwan conta que é necessária a formação de novos profissionais paraatender toda a demanda de pacientes. “Não é uma terapia da moda.Veio para ficar, isso porque tem reconhecimento e validade científica”.Apesar de milenar, Swan conta que a técnica é aperfeiçoada a cadadia, e seus efeitos cada vez mais validados, graças a diversos estudose pesquisas sobre a acupuntura. “Esse é um desafio nosso [de médicosespecialistas em acupuntura]. É demonstrar na prática a validade dotratamento pelos resultados. Além disso, temos o desafio de estudarmais, para integrar a medicina oriental à medicina ocidental”, comen-

Técnica milenar,ta, revelando a existência de diversas pesquisas e congressos sobre oassunto. Yo Tik Swan explica que geralmente o tratamento por meio daterapia da acupuntura tem cerca de dez sessões, sendo que cada umatem duração entre 20 e 30 minutos. “É claro que depende do pacientee da doença, mas a cada sessão os efeitos vão se somando e osbenefícios são graduais”.

Ato médicoPor ser efetivamente reconhecido como uma especialidade médi-

ca, Swan destaca a importância do ato médico. “A acupuntura não éapenas uma técnica ‘tira-dor’. É uma atividade médica e só pode serexercida por médicos. Apenas os médicos é que podem investigar a dore indicar ao tratamento. Assim como eu recebo pacientes que foramindicados por outros médicos [de outras especialidades], eu tambémposso fazer o caminho inverso, isto é, indicar a outros especialistasquando necessário”, explica.

Para o médico, a acupuntura, além de ter superado as fases dereconhecimento da classe médica e ampla divulgação à população, “éuma especialidade que consegue manter um bom estado de saúde,pois, nesse sentido, é uma opção para manter e preservar a qualidadede vida aos pacientes”, finaliza.

acupuntura ganha adeptos no Ocidente“Seria uma das

formas de tratamentoda medicina chinesa

que inclui a fitoterapia(uso de plantas

medicinais), exercíciosda natureza respirató-

ria e energética”

QuiropraxiaDe acordo com dados da Organização Mundi-

al de Saúde, 80% da população mundial têm ouvai ter dores lombares. “A subluxação, que é popu-larmente chamada de ‘desvio’ ou ‘coluna fora dolugar’ é a mais comum”, comenta o quiropraxistaRaul Sartorelli Marolé. Sem precisar recorrer àsestatísticas, o especialista em trabalhar o alinha-mento da coluna destaca que são raras as pes-soas que nunca sentiram dor nas costas em al-gum momento da vida. “A dor é positiva, porqueé um sinal de alerta, de que alguma coisa nãovai bem, mas não significa que a pessoa tenha

atua na causa da dor e na prevençãoque conviver com ela”, explica.

Segundo ele, justamente pelo fato de o corpoter toda sustentação na coluna, os pequenos de-salinhamentos desta última pode provocar irrita-ção, hipersensibilidade (dor) ou, ao contrário, pou-co estímulo. “Depende de cada caso e de cadapaciente, mas às vezes não dá dor, mas provocaindisposição da pessoa”, comenta o quiropraxista.

A quiropraxia, segundo o profissional gradua-do na técnica, atua em dores que pode ser crônicaou aguda. “A quiropraxia tem boa eficácia para osdois tipos de dor”.

Marolé ressalta que o uso de antiinflamatóri-os e analgésicos são paliativos, porque aliviam ador, mas, ao contrário da quiropraxia, não trata acausa do problema. “A quiropraxia, além de tratar acausa, também ensina o paciente a evitar a dor. Istoé, orienta o paciente para a reabilitação”, detalha.

Indicado para pacientes de todas as idades, oespecialista conta que nos Estados Unidos é co-mum a indicação da terapia para crianças. “NoBrasil tem crescido muito nos últimos anos, gra-ças a muitos programas de tv e a divulgação pelobom e velho boca a boca. Creio que nos últimoscinco anos, teve um aumento de cem por cento daprocura”, comenta.

Apesar da crescente evidência da técnica, de-senvolvida incialmente no Canadá, Raul Sartorellirejeita o título de “terapia da moda”. “Não é ummodismo, mas, sim, tem virado um estilo de vida”.Ele explica que por meio do tratamento e da ori-entação, grande parte dos pacientes passa a se

preocupar mais com a saúde do corpo e mente,praticar exercícios e se atentar a hábitos alimen-tares mais saudáveis.

Segundo o quiropraxista sorocabano, a técni-ca de alinhamento da coluna é majoritariamenteprocurada por pessoas com idades entre 35 e 65anos. “A dor na coluna, porém, não tem a ver comenvelhecimento. É um erro achar que é normalsentir dor nas costas na medida em que a pessoavai ficando mais velha”. Segundo ele, as dores daidade avançada são apenas manifestações do cor-po, após longo período de postura inadequada,excesso de trabalho e de atividades prejudiciaisao corpo e sedentarismo.

Além do alinhamento e da educação preventivapara problemas de coluna, a quiropraxia, segundo Raul,oferece uma série de exercícios de alongamento efortalecimento muscular. “Não se limita a um únicoexercício. O mais importante de tudo é que o paciente[por meio da quiropraxia] aprenda a se tratar”.

Textos:Cida Haddad e Felipe ShikamaDiagramação e Capa:Jefferson Cascali de Lima

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deve ser feita apenas por especialista

Em alta,cirurgia plástica

Dados da Sociedade Brasileira de Cirur-gia Plástica (SBCP) mostram que entresetembro de 2007 e agosto de 2008foram realizados no Brasil 629 mil pro-

cedimentos cirúrgicos estéticos. O cirurgião plás-tico Daniel Branco detalha que cerca de 95% dospacientes submetidos à cirurgia são mulheres.“Creio que as cirurgias de lipoaspiração e mamasão as mais procuradas, chegam a cerca de 40%das intervenções cirúrgicas”, comenta.

Segundo o médico, membro da SBCP, o númerocrescente de cirurgias se deve ao “aumento dapreocupação com a boa aparência física”. Alémda aparência, conta o médico, a cirurgia plásti-ca bem sucedida também contribui com o au-mento da autoestima dos pacientes. “Eu notoque quando a pessoa que foi submetida à cirur-gia retorna ao consultório no pós-operatório, elaretorna com um sorriso diferente. Todos nós so-mos movidos pela autoestima”, acrescenta.

Embora as mulheres representem a grandemaioria dos pacientes, Branco conta que é cres-

cente o número de homens que também recor-rem à cirurgia plástica em busca da melhor apa-rência física. “A procura dos homens [pela cirur-gia plástica] vem crescendo. Os procedimentosmais procurados são a lipo, aumento da mamae o botox”, detalha.

Diante de tanto crescimento de demandapelas cirurgias, Branco ressalta a necessidadede o paciente buscar um médico com especiali-zação em cirurgia plástica e membro da Socie-dade Brasileira da especialidade. Reportagempublicada recentemente no jornal Estado deS.Paulo mostra que dos 300 processos abertospelo Conselho Regional de Medicina de SãoPaulo por erro médico, 291 não eram cirurgi-ões plásticos. “O importante é pesquisar a qua-lificação do médico. Quando você pega a es-trada e trafega com cuidado, é claro que podeter acidente. Mas existem fatores que aumen-tam a segurança, como o uso do cinto de segu-rança, o capacete. Com a cirurgia é a mesmacoisa”, exemplifica.

AvaliaçãoO cirurgião plástico Gal Moreira Dini, docente de cirurgia plás-

tica da Unifesp-EPM e PUC-SP, afirma que a cirurgia de mama é amais realizada, principalmente a prótese de silicone, mas o númerode mulheres colocando prótese de bumbum vem aumentando numaescala geométrica. A plástica de abdome vem em segundo lugar.

A avaliação é um ponto que não pode ser deixado de lado. Diniexplica que a avaliação é feita baseada no que a paciente vê comodeformidade e o que é realidade. “A paciente chega ao consultóriocheia de expectativas, ilusões e desinformadas. Precisamos deixarbem claro ao paciente os riscos (principalmente o de cicatrizaçãotipo quelóide, que não tem como ser previsto), as ilusões que flaci-dez de pele desaparece com lipoaspiração, que as correções dequeda das mamas não são para sempre, que engordar após umalipoaspiração vai cursar com irregularidades e depressões”, comen-

ta.De acordo com Dini, muitas vezes, a paciente chega achando

que é só marcar a cirurgia, operar e está com seu problema estéticoresolvido para sempre. “Não é assim e cirurgia tem validade. Preci-samos colocar os pés das pacientes no chão. Mas é difícil. Temtrabalhos científicos mostrando que as pacientes não absorvemnem 20% do que o médico fala na cirurgia. Por isso temos quepassar por escrito e antes da cirurgia damos um termo de consen-timento informado, declarando que todas estas particularidadesforam bem explicadas”, diz.

CuidadosO cirurgião plástico Eduardo Vilas Boas Braga diz que o suces-

so da cirurgia plástica depende dos cuidados pré e pós-operatório.Antes da cirurgia é importante que realize todos os exames, na

consulta pré-anestésica, suspenda o cigarro, doenças devem sercomunicadas e seguir todas recomendações do seu médico. Nopós-operatório é importante ter um tempo adequado para recupe-ração, usar a cinta modeladora, realizar a drenagem linfática. Cadatipo de cirurgia tem recomendações pós-operatórias específicas edevem ser seguidas pelo paciente.

Gal Moreira Dini complementa dizendo que o primeiro cuidadoé não engordar. “Em qualquer fase o fato de engordar/ emagrecer(efeito sanfona) acaba com nossos resultados”, diz.

Também é importante não fumar nem ficar perto de quem fuma(isso prejudica demais a cicatrização (abre e alarga os pontos),repouso e não realizar esforços como dirigir antes de ser liberadapelo cirurgião, usar a cinta no tempo correto, fazer drenagem linfá-tica conforme orientada, passar protetor solar, ter boa alimentação,evitar todo medicamento que contenha o ácido acetil salicilico.

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Aspecto psicológico éessencial na dançaA dança traz benefícios para o corpo e men

te. Na opinião da bailarina e professoraMônica Minelli, hoje a saúde deve ser pen- sada de uma forma completa, principal-

mente no aspecto psicológico. De acordo com Mô-nica, a dança estimula o prazer de executar ummovimento através da arte desse movimento, não ésimplesmente uma ginástica. “A dança engloba todaa musicalidade, coordenação motora, sensibilida-de, nós colocamos para fora toda a angústia quevivemos no dia a dia, então você canaliza isso emuma coisa positiva. A dança é a procura do belo”,explica.

Ela afirma que a parte psicológica é essencial,pois se a pessoa não está bem psicologicamente,não pode estar bem fisicamente. “Hoje principal-mente com essa vida sedentária que as pessoasestão vivendo, a dança promove, a disciplina, a au-toestima, o reconhecimento de erros, a busca daperfeição, além do momento de imensa satisfação”.

Mônica complementa dizendo que a dança nãoé massificada. Ela é um trabalho individual, no qualcada pessoa tem uma linguagem, uma dificuldade,um limite e um obstáculo a superar. Ela gera frus-tração quando é trabalhada com um profissionalque, por exemplo, não sabe entender o limite decada um. “A disciplina da dança é conquistada, nãoé imposta. A professora é firme, mas ao mesmotempo carinhosa”, exemplifica. “A dança é encarada,atualmente, como educacional, é uma parceira muitoimportante na formação do caráter da criança”, co-menta. Ela lembra que a dedicação e o trabalho sãopeças fundamentais para o sucesso na dança.

Mônica destaca ainda que a dança é uma aliadaà ortopedia. “O balé é muito indicado para a criança,porque trabalhamos os tendões, alongamento, o en-contro do equilíbrio e conhecimento de como funcio-na o seu corpo. O Pilates, lembra Mônica, está entreas atividades que também auxiliam os bailarinos.

“A dança é encarada,atualmente, comoeducacional, é uma

parceira muito impor-tante na formação do

caráter da criança”

Divulgação: Mônica Minelli

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A prática da atividade física proporciona umasérie de benefícios para a saúde e beleza do corpo.

Prática deexercícios físicosprevine doenças

O professor da Faculdade de Educação Físicade Sorocaba (Fefiso), Fábio Gianolla, cita entre os benefícios: aumento da massa óssea,diminuição da gordura corporal, aumento da

força e tamanho dos músculos, melhora da qualidade devida, tratamento e prevenção de várias doenças, aumento doconvívio social, diminuição do estresse, melhora do rendi-mento de atividades do cotidiano e de trabalho e desenvol-vimento do condicionamento físico geral.

A escolha da atividade física depende de três fatores,segundo Gianolla. O primeiro citado é a preferência pes-soal, ou seja, fazer o que gosta. É preciso verificar tambéma existência de doenças, dependendo da doença, certasatividades não podem ser realizadas.

Gianolla cita ainda a condição física. “Para realizarcertas atividades, é necessário ter um certo nível de con-dicionamento físico, caso contrário o risco de lesões égrande. Exemplo: um idoso de 80 anos que há 50 anos ésedentário pode gostar de futebol (preferência pessoal),

mas tem problemas cardíacos e está debilitado pelo en-velhecimento associado ao sedentarismo, por isso nãotem condição física e a doença não permite a prática dofutebol. Essa pessoa deveria fazer outra atividade condizentecom sua condição e isso deve ser prescrito e orientado por umprofissional de educação física capacitado”, comenta.

Evitar excessosO professor diz que para evitar exageros é importan-

te, antes de iniciar um programa de exercícios, procurarum médico para uma avaliação da saúde atual e depoisdisso o acompanhamento de um profissional de educaçãofísica capacitado.

Quanto ao número de vezes que as atividades devemser feitas, Gianolla afirma que elas podem ser praticadastodos os dias, desde que não ocorram de forma excessivae traumática, mas uma frequência considerada excelentepara melhorar aspectos da saúde e condicionamento físi-co pode variar de duas a quatro vezes por semana.

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Aparelho fonadordas crianças

As crianças também submetem seu apa-relho fonador a um desgaste muito grandedevido a hábitos vocais inadequados, estru-tura de personalidade, fatores alérgicos, en-tre outros, gerando as disfonias infantis .

Através de exames realizados pelomédico otorrinolaringologista,pode-sevisualizar a laringe e suas pregas vocaiscom mais precisão, levando a uma reali-dade mais clara no diagnóstico.

“Com todos esses avanços tanto cientí-ficos, quanto tecnológicos, o fonoaudiólogoé capaz de criar abordagens específicas fa-

cilitadoras e, como resultados, as terapi-as buscam melhor qualidade e efetivida-de. Isso representa maior prevenção, me-nos tempo de tratamento, maior objetivi-dade e bons resultados”, garante MariaAparecida.

Ela diz que encaramos nossa voz comouma manifestação automática do nossocorpo e damos a ela pouca atenção, colo-cando em risco nossa saúde vocal. “Profis-sionais da voz devem fazer um controlevocal anual, visto que sua atuação profis-sional depende de uma voz saudável. Odiagnóstico precoce de um problema vo-cal, realizado pelo otorrinolaringologistae pelo fonoaudiólogo, é a chave para seevitar limitações vocais futuras”, conclui.

controle vocal anual

A voz faz parte de nossa existência, poisela está presente desde o primeiro choro, riso e grito, até nosso “último suspiro”, diz a fonoaudióloga Maria Aparecida

Rodrigues. De acordo com ela, o homem necessitada comunicação do mesmo modo que seu corpo re-quer água e alimento para um bom funcionamento.“Através da voz expressamos nossas emoções, senti-mentos e personalidade. Ela nos identifica”, afirma.

Por estar tão presente em nossas vidas, a vozmodifica-se de acordo com a idade, saúde física,condições ambientais e contexto de comunicação.Os professores, cantores, locutores, radialistas, po-líticos, operadores de telemarketing, fonoaudiólo-gos, executivos, padres, pastores, entre outros, sãoconsiderados profissionais da voz. As pessoas quetêm a voz como instrumento de trabalho se preo-cupam com as disfonias profissionais, pois elas atin-gem níveis alarmantes.

Muitas vezes essas profissões exigem o máxi-mo do potencial vocal, comprometendo o delica-do aparelho fonador do indivíduo. “Geralmenteeles falam muito, gritam e mantêm a intensida-de vocal aumentada. Isso gera tensão na muscu-latura cervical, postura inadequada, padrão res-piratório deficitário, tom alterado, voz abafada esem projeção”, comenta.

Profissionais devem fazer um

Segundo a fonoaudióloga, os exemplos citadosacima são indícios de um distúrbio vocal decorrentedo abuso ou mau uso vocal. “Com o decorrer dotempo, no exame otorrinolaringológico, encontra-mos frequentemente nódulos (“calos” vocais), ede-mas (inchaço das pregas vocais) e pólipos (lesõesbenignas na laringe), dentre outras alterações”, diz.

“Geralmente eles falammuito, gritam e mantêm a

intensidade vocal aumenta-da. Isso gera tensão na

musculatura cervical,postura inadequada,

padrão respiratório deficitá-rio, tom alterado, voz

abafada e sem projeção”

Pés saudáveis no verãoOs pés merecem um tratamento especial, principalmente com a chegada do

Verão, já que é nessa estação que eles ficam mais expostos e tem que estar bemtratados. Para Inêcia Ribeiro de Barros, docente do curso Técnico em Podologia doSenac Sorocaba, os cuidados com os pés no verão devem ser redobrados. Segundoela, os cuidados devem começar com a saúde dos pés. O cuidado, segundo ela, devecomeçar ainda no chuveiro. Aqui, a dica é secar bem os pés após o banho, principal-mente entre os dedos.

A hidratação é essencial para manter a pele dos pés saudáveis. “É importantehidratar os pés diariamente com um bom hidratante próprio para os pés. Isso vai evitaro aparecimento das calosidades e fissuras”, explica.

Na hora de cuidar as unhas, o cuidado é ainda maior. Inêcia explica que é precisoter cuidado com a aparência das unhas. Se aparecerem alterações na cor ou naespessura é preciso procurar um dermatologista. Deve-se evitar retirar a cutícula, já queserve de proteção o corpo contra infecções que podem chegar através da pele. Asunhas devem ainda ser cortadas em linha reta sem invadir os cantos. “Quando houver

necessidade procure sempre um podólogo capacitado”, orienta. Sapatos adequados

Os modelos de sandálias, rasteirinhas, chinelos e sapatos para o verão são lindos,mas nem todos são confortáveis ou saudáveis. O cuidado com o uso dos sapatos noverão deve começar logo no momento da compra. A podóloga sugere que os sapatossejam comprados no período da tarde. Segundo ela, neste horário os pés já estão maisinchados e diminuem os riscos de apertos e desconfortos.

Apertos, segundo ela, que podem levar ao aparecimento de calos, calosidades ebolhas. Também é aconselhável evitar usar sapatos fechados por longos períodos. Ocalor e a umidade favorecem a proliferação de fungos. Caso a ocasião exija um sapatode salto alto, a dica é dar preferência aos saltos tipo anabela, que ajudam a distribuirmelhor o peso nos pés.

Para quem gosta das sandálias baixinhas, sem salto e conhecidas como rasteiri-nhas, a podóloga aconselha o uso de modelos que tenham palmilhas acolchoadas,que amenizam o impacto dos pés contra o chão.

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O dado é preocupante: pesquisas comprovam que cerca deum terço das pessoas no mundo sofrem de distúrbios do

sono. Além disso, entre 30% a 50% não têma quantidade de sono de que o corpo ne-cessita. Já em um recorte por faixa etária, apesquisa aponta também que cerca de 50%das pessoas com mais de 50 anos sofrem dedistúrbios do sono.

“Todos esses e outros problemas po-dem ser resolvidos a partir da escolha decolchão e travesseiros apropriados”, afirmaFlorisval Tersi Júnior, especialista em col-chão. Macio, mais duro, alto, baixo, de mola,de espuma, antialérgico. A escolha do col-chão e do travesseiro vai da preferência decada um. “O mais importante é ser um col-chão de qualidade, que custa mais caro,mas traz enormes benefícios à saúde e àqualidade de vida”, argumenta. Tersi Júniorafirma que embora a maioria das pessoaspasse a maior parte do tempo, em casa,sobre o colchão, ainda são poucos os quese preocupam em adquirir um produto queofereça melhor qualidade e conforto. “Aspessoas tem como sonho de consumo atelevisão, o carro, mas nunca o colchão.Muitas ainda vão muito pelo preço e seesquecem que é nele [no colchão] que elasvão descansar”, comenta. “Eu digo que osono é o nosso combustível, então se vocêdorme em um colchão de baixa qualidadeé como se você colocasse combustível ruimem seu carro”, acrescenta.

Colchão deboa qualidadegarante relaxamento profundo

“Todos essese outros

problemaspodem serresolvidos a

partir daescolha decolchão e

travesseirosapropriados”,

afirma FlorisvalTersi Júnior,

especialistaem colchão.

Segundo ele, o colchão tem granderesponsabilidade na vida e no sono daspessoas, porém, se for inadequado, a pessoapode até dormir, mas não vai ter o relaxamen-to profundo. “E, se o sono não for profundo, apessoa vai acordar indisposta, cansada, e podeter problemas de saúde e também trabalharmal”, argumenta o especialista.

Para defender o investimento em umbom colchão, cujo valor, dependendo dotamanho, pode chegar até R$ 5 mil, TersiJúnior ressalta os avanços tecnológicos bemcomo uma série de pesquisas de desenvol-vimento e materiais que são feitas pelosgrandes fabricantes do produto. “As pessoasnão entendem, mas existe muita tecnolo-gia para propiciar um sono profundo”.

Ele detalha que os colchões mais mo-dernos e adequados possuem molas ensa-cadas “que diminui o balanço”, além demantas viscoelásticas – uma espuma espe-cial, desenvolvida pela Nasa. “Não tem resi-liência, retorno, então, não pressiona a peleno osso. Sendo assim, a pessoa não fica semexendo constantemente durante a noite eela tem um relaxamento e um sono muitomelhores”, destaca.

A confecção dos bons colchões é ca-racterizada pela alta tecnologia. Entretanto,a preocupação ecológica também faz partedo processo de produção deste produto.“Existem colchões com tecidos de fibra debambu, que são mais frescos, menos quen-tes que os colchões convencionais”, acres-centa Tersi Júnior.

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proporciona melhora naqualidade de vida

Dormir bem Dormir bem é essencial. Muitas são as funções do sono, como a res- taurativa, ou seja, a de trazer oorganismo de volta à condição em

que teve início o dia após a jornada de obri-gações que se tem no decorrer dele. De acor-do com o otorrinolaringologista e professormestre em Medicina certificado pela Associ-ação Brasileira de Sono, Hélio Brasileiro, écomo se a reserva de substâncias químicasque regulam o funcionamento do organismofosse reabastecida durante o sono.

Outra função citada é a termorregulação.Segundo o médico, o controle da temperaturacorporal está intimamente relacionado ao sono.“Marcadamente notamos as alterações que ocor-rem no sono quando se está com febre, por exem-plo. Hoje se sabe que a privação do sono reduz acapacidade de se regular a temperatura corpo-ral”, explica.

Há também a função de consolidação damemória e aprendizado, ou seja, toda informa-ção que recebemos no decorrer do dia, quandoestudamos, trabalhamos ou na vida social, é con-solidada no decorrer do sono. “Sabe-se que quematravessa a noite estudando para fazer uma pro-

va, por exemplo, terá no dia seguinte grande chance denão se lembrar bem do que estudou e ao tentar resga-tar esse estudo dias após, a chance de não se lembrarainda será maior. Isso se deve ao fato de a memória nãoter sido consolidada adequadamente com uma boanoite de sono”, comenta Brasileiro.

O otorrinolaringologista cita ainda o repousopara o organismo. Durante o sono normal ocorreredução da pressão arterial, diminuição dos bati-mentos cardíacos, relaxamento muscular, reduçãoda produção de urina, ou seja, os vários sistemasdescansam durante o sono. Além disso, alguns hor-mônios são fortemente influenciados pelo sono, sãoeles: insulina que controla as taxas de glicose nosangue, leptina e grelina, que juntos controlam oapetite, hormônios da tireóide, corticóides produzi-dos pelo organismo, hormônio do crescimento, pro-lactina, que controla a produção de leite, dentremuitos outros, explicando porque quem não dormebem tem mais tendência a engordar, aumentar astaxas de gordura e açúcares no sangue, não cres-cer adequadamente, não conseguir amamentarbem, ter pressão arterial mais alta, ter maior riscode doenças cardíacas e vasculares, destacando-seacidente vascular cerebral, infarto agudo do mio-cárdio, impotência sexual, dentre outros problemas.

Problemas e tratamentosAlém dos problemas citados acima, quem não dorme bem pode ter sono em excesso durante o

dia, que dificulta a realização de atividades corriqueiras, diminuição da memória, redução da concen-tração, déficit do aprendizado, tendência a nervosismo ou depressão, dor de cabeça, hiperatividade(em crianças), problemas conjugais, impotência sexual, morte súbita, maior risco de acidentes domés-ticos, profissionais e de trânsito. Brasileiro afirma que os tratamentos são específicos para cadadistúrbio: mudança de hábitos de vida, psicoterapia de apoio (em especial para insônia), medicamen-tos específicos, uso de aparelhos (no caso de ronco e apneia do sono) e até cirurgias em casosselecionados de ronco e apnéia do sono.

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Saiba mais sobre a

Considerado um distúrbio do sono muito sério,a Apnéia Obstrutiva do Sono é causada pelorelaxamento exagerado das estruturas da região da garganta, bloqueando a passagem do

ar, causando paradas respiratórias durante o sono, con-forme explica a dentista, membro da American Acade-my of Dental Sleep Medicine e da Associação Brasileirado Sono, Patrícia Moura dos Santos.

De acordo com Patrícia, os principais sintomassão o ronco (muitas vezes intercalados com sufoca-mentos), engasgos, gemidos ou alterações nos bati-mentos cardíacos, sonolência diurna, comprometimen-to da atenção e memória, entre outros. Ela destacaque a Apnéia Obstrutiva do Sono atinge cerca de 4%da população mundial.

Patrícia diz que essa doença tão grave está rece-bendo cada vez mais atenção por parte dos profissio-nais da saúde do mundo inteiro, que têm a clara percep-ção que tratando a apnéia eles estão tratando váriosoutros problemas de saúde, como por exemplo, os car-díacos, pulmonares, diabetes e até mesmo obesidade,pelo fato dessas doenças poderem, muitas vezes, estarassociadas à Apnéia Obstrutiva do Sono.

Dos tratamentos mais usados, ela explica, para Ap-néia são o CPAP, para casos mais severos. “É como umabomba de ar que através de uma máscara no rosto do

Apnéia Obstrutiva do Sonopaciente, força a passagem do ar pelas vias aéreassuperiores e a placa intra-oral, que é usada em grandeparte dos casos e funciona posicionando adequadamen-te a mandíbula, evitando desta forma que o tecido rela-xado da orofaringe bloqueie a passagem do ar”, diz.

O número de dentistas que trabalham nessaárea ainda é muito restrito, comenta Patrícia. Porisso pacientes que se beneficiariam com o uso daplaca, muitas vezes, são submetidos a cirurgiasaltamente invasivas ou acabam usando o CPAPque, para grande parte das pessoas, é muito des-confortável, por falta de profissionais treinados ecapacitados da área odontológica atuando nessesegmento da saúde.

Segundo a dentista, para os pacientes é fun-damental a busca de profissionais sérios, capacita-dos nessa área, pois não é apenas colocar um aparelhona boca do paciente. O dentista deve ter conhecimen-tos específicos para que o tratamento seja conduzidoda forma correta.

Segundo ela, o importante é que as pessoas quesofrem desse mal procurem ajuda para o diagnóstico etratamento correto, pois a Apnéia Obstrutiva do Sono,normalmente acompanhada do ronco elevado, é umadoença que além de comprometer a qualidade de vidadas pessoas, pode levar a morte.

“Os principais sintomas sãoo ronco (muitas vezes inter-calados com sufocamen-tos), engasgos, gemidos oualterações nos batimentoscardíacos, sonolência diurna,comprometimento da aten-ção e memória, entre outros”

A saúde começa pela boca A frase clássica, frequentemente usada pelos dentistas faz todo sentido, afinal,

conforme explica o cirurgião dentista e presidente da Associação Paulista de Cirurgi-ões Dentistas (APCD), Carlos Alberto Muzzili, “mais do que a boa estética, a boca é umamáquina sofisticadíssima, cuja função é triturar o alimento que vai para o estômago. Seos dentes não o fazem corretamente, poderá desencadear em um problema sistêmico”,inicia, enfatizando que, quando o assunto é Odontologia, muitos se lembram apenascom uma questão estética, “mas está tudo interligado”.

Além da mastigação, cuja dificuldade pode resultar em problemas no estômago eno intestino, Muzzili explica que é grande o número de pessoas que sofrem de proble-mas de articulação temporo mandibular (ATM). “É um problema nos dentes, próximo aoouvido, que pode provocar dores de cabeça, por exemplo. Enfim, são problemas articu-lares desse tipo comprometem a qualidade de vida da pessoa”, alerta.

E, segundo Muzzili, esses são apenas alguns dos diversos exemplos capa-zes de ilustrar a importância dos dentes saudáveis à saúde. “Problemas orto-dônticos [de dentes tortos], sangramento da gengiva, mau hálito, enfim, sãovárias as questões bucais que, se não forem tratadas, podem interferir direta-mente na qualidade de vida”, comenta.

Entretanto, o cirurgião dentista e professor universitário do curso de Odon-tologia assinala que são muitos os avanços tecnológicos e científicos que hojepermitem tratamentos mais efetivos e seguros aos pacientes. “Hoje existemmáquinas que fazem escaneamento bucal. Houve um avanço tecnológico muitogrande. A única ressalva é que a natureza é única. O ser humano tenta copiara natureza e encontrar resultados iguais, mas isso depende de uma série defatores. Mais do que a estética, o nosso desafio é restabelecer não apenas aforma, mas também a função dos dentes”, analisa.

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Governo e segmentos da sociedade civil estão discutindo a elaboração de um plano de prevenção e controleda obesidade, a ser lançado ainda neste ano. Políticaspúblicas de combate à obesidade, como essas, têm

pela frente o desafio de reverter o avanço da obesidade, a quintacausa de mortes em todo mundo, de acordo com a OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS).

Os dados são alarmantes. Segundo a Associação Brasileirapara o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO),a doença já assume contornos de epidemia no país, afetandoaproximadamente 65% da população adulta, sendo metade pelosobrepeso e mais de 15% pela obesidade.

Por trás do problema, há diversos fatores, como os genéticos,os psiquiátricos e os alimentares. A professora Luciane LopesSant’ana Araújo, que coordena o curso de Nutrição da Universida-de de Sorocaba (Uniso), fala sobre a relação entre os hábitos dealimentação e a obesidade.

1. A melhoria da alimentação é uma recomendação no

combate aos problemas relacionados à obesidade, que já afe-tam mais da metade dos brasileiros. O fast-food é o maior vilão?São bem-vindas intervenções como a que o Chile pretendefazer, de restringir a venda desse tido de comida?

O fast-food é um dos fatores que contribuem para escolhasinadequadas, principalmente frente à diversidade de opções des-se tipo de alimento, com pratos muitas vezes ricos em gorduras,sal e açúcar. Além disso, o ambiente dos fast-food contribui nega-tivamente para a ingestão rápida das refeições. São espaços pou-co ventilados e quase sempre com muita poluição sonora, o quecontraria as orientações que promovemos quanto à ambiênciaadequada, o que inclui também boas condições de higienizaçãoe segurança alimentar. Hoje, quaisquer políticas de saúde bemplanejadas e que tenham objetivos claros são bem-vindas. O queocorre infelizmente em nosso país é que muitas dessas estratégiasnão têm o alcance esperado. De qualquer forma, o Chile temproposto algumas estratégias que podem ser encaradas comoextremismo e isto, na Nutrição ou em outras ciências relacionadasà Saúde Pública, não é bem visto, principalmente por que essasmedidas acabam não tendo o alcance desejado.

2. Como a senhora avalia as políticas públicas de combateao problema no Brasil?

O Brasil mudou substancialmente nos últimos 50 anos. Hoje,encontramos uma nova equação demográfica, caracterizada pelabaixa fecundidade e reduzida mortalidade infantil e pré-escolar e aexpectativa de vida média já supera os 67 anos. Essas transforma-ções fundamentam uma mudança importante na geração de ren-da, estilos de vida e, especificamente, nas demandas nutricionais.

Uma família menor, com melhores condições de renda podegastar mais com alimentação. Além disso, nos últimos 25 anosmelhoraram, significativamente, o acesso, a cobertura e a resoluti-vidade das ações de saúde, e das condições de saneamento. Essascondições caracterizam um processo de Transição Nutrici-onal do País, em que, de forma inesperada, a obesidadevem crescendo, principalmente entre a população debaixa renda. No entanto, o problema do sobrepeso/obe-sidade ainda não tem sido devidamente combatido,embora enfaticamente valorizado no documento sobrea política nacional de alimentação e nutrição.

Alimentaçãoe obesidade:como enfrentar o problema

3. O IBGE constatou que o brasileiro está se alimen-tando mal, consumindo produtos ricos em carboidratose gordura e poucas frutas e verduras. Quais ações podemajudar a reverter esse quadro?

Informar e orientar a população. Alimentação saudá-vel e atividade física são o melhor caminho para a preven-ção do excesso de peso. Isso implica, entre outras coisas, emcomer frutas e verduras variadas; consumir feijão pelo me-nos quatro vezes por semana; nunca pular refeições; evitaralimentos gordurosos, refrigerantes e salgadinhos industri-alizados, além de aumentar a atividade física diária, semovimentar. Subir escadas em vez de usar o elevador, evitarficar sentado por longos períodos e praticar 30 minutos deatividade física todos os dias.

4. A obesidade é um problema que começa na infân-cia. Pesquisa mostra que 33,5% de crianças de 5 anos,entre 2008 e 2009, apresentavam problemas de peso.Qual o papel dos pais e da escola?

Pais, família, escola e sociedade são modelos para acriança e, portanto, agentes de mudança que têm a funçãode levar a informação correta e a orientação adequada paracada estágio de vida. Os hábitos alimentares são o resultadodas experiências apreendidas ao longo da vida. Portanto, épossível, com algum esforço e técnicas eficazes de educa-ção, reformular esses hábitos, corrigindo erros e distúrbiosnutricionais. Em todas as frentes, na família e na sociedade,o sujeito deve ser ativo no processo de aprendizagem sobrealimentação saudável e sua importância para a saúde

5. Um estudo da USP/Esalq revela que o chá verderealmente funciona no combate ao excesso de peso eobesidade. Há outras bebidas ou alimentos que, compro-vadamente, têm essa função?

Não existe nenhum alimento mágico que podería-mos dizer ou mesmo afirmar que tenha efeito de combatera obesidade, que é uma condição patológica de carátercrônico. Alimento mágico não existe e sim uma reorgani-zação dos hábitos alimentares e do comportamento frenteà alimentação.

6. A proximidade do verão inspira muitas pessoas arecorrer a dietas. Esse hábito mostra que os cuidados coma alimentação, em muitos casos, possuem um carátertemporário e não se sustentam em longo prazo. Comomanter uma dieta balanceada, se alimentando com pra-zer e de forma saudável?

As práticas incorretas de controle de peso muitas vezesestão associadas à insatisfação pessoal e à baixa autoestima,o que leva muitos indivíduos a colocarem em prática mo-dificações temporárias no padrão alimentar, com restriçõesalimentares severas, as chamadas “dietas de modismo”. Con-tudo, as práticas alimentares são práticas sociais, determina-das por influências culturais, pelo modo de vida. Cabe aoindivíduo escolher o que irá ajudá-lo a melhorar seu estadode saúde e bem-estar e, para isso, informação e conheci-mentos nutricionais, estímulo pessoal e do núcleo familiar,além de mudança do comportamento alimentar são fun-damentais. (Assessoria de Comunicação/Uniso)

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Pilates: benefícios para corpo e mente

Apesar de antiga, desenvolvida em1920 pelo alemão Joseph Pilates,o método de controle corporalque leva o seu sobrenome vem,

aos poucos, sendo “descoberta” e aderidapelo grande público. “Com o aumento daexpectativa de vida, as pessoas também têmprocurado, cada vez mais, viver melhor. Porisso, o pilates tem sido bastante procurado.Ele ajuda na melhora da qualidade de vida”,comenta o educador físico e instrutor depilates, Gerônimo Cardia.

E são vários os benefícios, tanto à saú-de física quanto mental, aponta Cardia: “me-lhora a respiração, a coordenação motora,aumenta o vigor físico, propicia movimen-tos fluídos, contribui com o alinhamento, orelaxamento e a concentração”, elenca.

Segundo ele, o pilates é, inclusive, indi-cado pela comunidade médica como tera-pia complementar para casos de problemasde postura corporal, dores lombares e mácirculação. “O pilates não se preocupa ape-nas com a questão física, mas com a saúdede uma forma integral, pois engloba todosos aspectos do corpo”.

Cardia acrescenta que os benefícios àsaúde aparecem de forma rápida e, além decorrigir postura, aumenta a flexibilidade e aforça muscular e contribui com o aumentoda autoestima.

Para todosIndicado para todas as pessoas, a partir

dos oito anos de idade, as sessões costu-mam ter cerca de uma hora e, em geral,tem a seguinte dinâmica: aproximação(reconhecimento do corpo); os movimen-tos do pilates e, por fim, o relaxamento(com ênfase na respiração). “O indicado éque se faça pelo menos duas sessões se-manais”, orienta Cardia.

“É uma atividade que pode ser feitaaté o final da vida. Os exercícios são dosa-dos de acordo com a capacidade de cadaum”, comenta o mestre em Educação e es-pecialista em Ginástica Escolar, Psicopeda-gogia e Pedagogia do Movimento.

Entretanto, o educador físico recomen-da o método também para crianças. “Por-que vemos hoje uma ausência das ativida-des naturais lúdicas, que são as brincadei-ras de rua, então o pilates resgata essesmovimentos que estão sendo perdidos”, afir-ma. Com especialização em pilates para o pú-blico infantil, Cardia ressalta que além de lúdi-cos, os exercícios para os pequenos devem serassimilados com uso de “figuras associativas,para explorar o imaginário [da criança]”.

Especificamente no caso das crianças,ele destaca que as técnicas de percepçãocorporal “estimulam a concentração e fa-zem com que melhore o desempenho es-colar”. Já os exercícios de respiração, se-gundo ele, ajudam a reduzir a ansiedade.

Gerônimo Cardia acrescenta que nãoexiste um tempo de duração definido paraa prática da técnica de controle corporal.“Não tem ‘alta’ porque o corpo é feito paramovimentar. Se a gente para de se movi-mentar, o corpo e a mente sofrem as con-sequências”, comenta, ressaltando que“quem percebe o valor da atividade, di-ficilmente para”. “Não é uma atividadeda moda, mas vem crescendo, sim, acada dia”, conclui.

Nascido em Mönchengladbach, uma pe-quena cidade da Alemanha, Joseph Huber-tus Pilates foi uma criança pequena e doen-te, que sofria de asma, raquitismo e febrereumática. Ficava observando as outras cri-anças brincarem, correndo e rindo, fican-do com um corpo saudável, forte e fisicamenteatrativo como os de seus pais.

Após sobreviver a doenças a cada ano,começou a busca de sua vida com objetivoda superação para suas fraquezas, assimpoderia ser forte e saudável como seu pai.Historiadores relatam que uma família demédicos lhe deu um livro velho de anato-mia do corpo humano, e Pilates aprendeuminúcias sobre cada parte do corpo huma-no e estudou tanto as formas orientais comoocidentais de exercício, incluindo Yoga.

Antes da adolescência, Pilates come-çou a pesquisar muitos tipos de exercíciospara ajudar seu treino de fortalecimento.Ele pesquisou os livros nas bibliotecas deuniversidades. Já em casa, Pilates pratica-va cada exercício que havia lido a respeito.Ele mantinha registros dos efeitos de cadamovimento para medir seu progresso. Eleestudou Yoga, meditação Zen, e muitos ou-tros tipos antigos de exercícios greco-roma-no. Estudou anatomia, na esperança de en-contrar uma combinação de disciplinas paramelhorar sua saúde. Tomou nota de tudo.

Foi no ditado romano, “Mens sanain corpore sano” (mente sã, corpo são),que encontrou a base filosófica de seumétodo, pois utilizou seu conhecimen-to para superar as limitações de seucorpo. No final de sua adolescência jáera um ótimo mergulhador, ginasta, es-quiador e atleta de modo geral.

Essa determinação de superação,aliás, deu a dinâmica de início ao mo-vimento terapêutico que ajudou mi-lhões de pessoas a alcançar uma qua-lidade superior de saúde e felicidade.Conhecido como método Pilates, a sé-rie com mais de 500 exercícios é, por-tanto, a fusão das disciplinas greco-romana antiga, com o entendimento cien-tífico ocidental e oriental baseado na ana-tomia fisiológica.

“O pilates não sepreocupa apenascom a questão

física, mas com asaúde de uma

forma integral, poisengloba todos os

aspectos do corpo”.

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A preparação para oenvelhecimento

“Realmente precisamos identificar e tentarcorrigir esses fatores, com mudanças, o queé dificil, por exemplo, como mudar a ativi-

dade física e os costumes alimentares”,

O envelhecer é um processonatural. Na opinião do médico geriatra Paulo RenatoCanineu, há necessidade de

uma educação a respeito do envelheci-mento, pois caso contrário, ele é vistocomo uma doença, por exemplo.

Ele diz que costuma ponderar comseus pacientes idosos que só envelhe-ce quem vence barreiras, ultrapassa oslimites da própria doença e dificulda-des da vida diária. “É difícil você enve-lhecer e não ter algum problema, por-que saúde não quer dizer ausência dedoença. Hoje ela é definida como a ma-nutenção da capacidade funcional. En-velhecer bem é a capacidade de man-ter a capacidade de funcionamento doorganismo, de relacionar-se bem comas pessoas, com o ambiente que o ido-so vive e de aceitar as próprias limita-ções. Para isso há necessidade de umaeducação, que deve começar desde ainfância, passar pela adolescência e ju-ventude”, comenta.

De acordo com o médico, para en-velhecer bem é importante levar emconsideração os fatores chamados pro-tetores e de risco. Os protetores consti-tuem aqueles que mantêm a vontadede viver, a força de viver, ou seja, a pes-soa ter objetivos, sonhos e planos. Te-mos fatores de risco não só para o cora-ção, para as doenças circulatórias, comohipertensão, obesidade, vida sedentá-ria, estresse, alterações de açúcar e gor-duras. Esses são fatores que não só co-

locam em risco a saúde circulatória dapessoa, mas o médico cita doenças doponto de vista degenerativo, comoAlzheimer. “Realmente precisamos iden-tificar e tentar corrigir esses fatores, commudanças, o que é dificil, por exemplo,como mudar a atividade física e os cos-tumes alimentares”, diz.

Conectado ao mundoSegundo Canineu, para quem já

chegou na melhor idade, é possível pas-sar a se cuidar, mesmo aos 60, 70 anos.Para isso a pessoa tem que estar conec-tada com o mundo. Na opinão dele,uma das piores coisas é o isolamentosocial da família, do ambiente, vizinhose amigos. Ele lembra também a impor-tância da prática física como caminha-das e alimentação balanceada, com in-gestão de liquidos, frutas, verduras, peixe,grãos e uso ponderamente de gorduraanimal, carnes vermelhas, leite e própriosderivados. A família também tem queestar preparada para o envelhecimento.

“A família é sempre a grande res-ponsável pelo idoso. Ela precisa enten-der que a pessoa vai passando pormodificações que exigem entendimentoque ajude o idoso a se adaptar. Há atépreocupações domésticas como colocarbarras no banheiro para tomar banho commais segurança, mais luz dentro de casa eque os degraus possam ser transforma-dos em rampas. É importante manter asocialibidade do idoso e ter interatividadecom outras pessoas”, garante.

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Banco de Olhos realiza1.500 cirurgias por mês

O assunto é qualidade de vida e, não por acaso, a visão saudável é funda- mental. O Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), aliás, tem destaque e reco-

nhecimento internacionais, pois realiza diversascirurgias e tratamentos com laser. Conforme ex-plica Edil Vidal de Souza, superintendente do BOS,o volume maior de cirurgias são as chama-das refrativas, isto é, de miopia, astigma-tismo e hipermetropia.

“[O BOS] foi o primeiro hospital na América doSul a usar tecnologia Femtosecond para procedi-mentos cirúrgicos na córnea, sendo o principal ser-viço no mundo no desenvolvimento de transplantea laser, procedimento realizado normalmente in-clusive para os usuários do SUS”, ressalta.

Souza assinala que a cada mês, o BOS realiza10 mil consultas, além de 20 mil exames de diag-nóstico e 1.500 cirurgias. “As principais são a decatatara [500], cirurgia refrativa [300] e transplantede córnea [250]”, detalha.

Edil Vidal de Souza ressalta que o BOS ini-ciou suas atividades com atendimento social e aolongo desses anos se especializou nesse tipo deatendimento em massa, investiu em tecnologiadiferenciada e ensino médico, através da forma-ção de especialistas e sub-especialistas. “Tudo

isso é de fundamental importância para destacaro nosso serviço como uma referência nacional einternacional”.

Reconhecendo o aumento da qualidade de vidaque é oferecido aos seus pacientes, por meio dascirurgias oculares, Souza anuncia outra novidadeinovadora para quem, infelizmente, não tem o sen-tido da visão. “Sem dúvida hoje a visão é um dosprincipais sentidos para o ser humano ter qualida-de de vida, mas o BOS também pensa nos deficien-tes visuais e estará inaugurando em 2012 oseu Centro de Reabilitação ‘Vida Nova’”.

Ele assinala que além da estética, a qualidadede visão tem sido uma busca cada vez mais cons-tante pelas pessoas. “O maior volume é de cirurgiasrefrativa a laser [até 8 ou 9 graus], mas o BOS tam-bém oferece novas técnicas cirúrgicas e lentes es-peciais para altos míopes [geralmente, mais de 10graus], e recentemente várias técnicas para cirurgiasde presbiopia [vista cansada], sendo esta a grandenovidade da especialidade de oftalmologia no mundo”,comenta o superintendente do hospital filantrópico.

Além da oftalmologia, o BOS também tem atua-do na área de Otorrinolaringologia, oferecendo médi-cos 24 horas nessa especialidade. “Algumas novi-dades já surgiram nessa área neste último ano,inclusive com a realização de cirurgias inéditas aquiem Sorocaba”, finaliza Souza.

“Sem dúvida hoje a visão é um dosprincipais sentidos para o ser humanoter qualidade de vida, mas o BOStambém pensa nos deficientes visuais eestará inaugurando em 2012 oseu Centro de Reabilitação ‘Vida Nova’”

Fotos: Juliana Moraes

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Desde 2010, policiais do 7° Batalhão de Polícia Militar do Interior, em parceriacom a Prefeitura de Sorocaba e ACM, desenvolvem o projeto de Equoterapia.

De acordo com o segundo sargento João Carlos Jacintho são atendidos, demaneira gratuita, crianças e adolescentes com idades entre 4 e 15 anos, de patolo-gias diversas. O sargento diz que a polícia militar também tem essa preocupaçãocom o social e para todos os policiais e profissionais da equipe multidisciplinar, égratificante ver a melhora dos praticantes.

Devido à lista de espera ser grande, o sargento explica que o atendimento éfeito por um ano.

A terapeuta ocupacional Fernanda Rogoski de Souza Ferreira conta que aequoterapia utiliza a natureza e o cavalo como recurso terapêutico. De acordo comela, o cavalo tem muitas semelhanças com o ser humano e, por isso, ele é peçafundamental no tratamento, como o passo dele, com movimento tridimensional.Outro fator citado é que ele não vive sozinho e assim como a criança precisa decontato social. “A criança que não consegue andar, seja qual for a patologia, se sentepoderosa, porque o cavalo é alto, e ela descobre que tem condição de realizarqualquer coisa”, diz Fernanda.

Ela afirma que consegue muitos ganhos com o cavalo, como fazer com que opaciente aprenda a reorganizar o seu dia-a-dia, assim como o relaxamento.

As avaliações são feitas pela equipe multidisciplinar, como neuropsicologas,professor de educação física, fisioterapeutas e condutores. Como melhora, Fernandacita a parte social, interação, a correção postural, independência nas atividadesdiárias e práticas, o tônus muscular, coordenação motora, autoestima e confiança,Tudo com acompanhamento dos familiares.

Equoterapiatraz série de benefíciosa patologias diversas

Tai chi chuan:

Praticado pelos chineses por milhares deanos, o tai chi chuan é mais do que umaterapia alternativa. É encarado como“um modo de vida”, com fundamentos

filosóficos, cujas instruções, passadas de gera-ção para geração, foram desenvolvidas inicial-mente como uma arte marcial.

De acordo com informações da AssociaçãoBrasileira de Tai Chi Chuan, a técnica desenvol-vida historicamente e baseada na natureza, naobservação dos animais, por exemplo. Mas, se-gundo instrutores e praticantes, sua efetiva fon-te de energia “encontra-se totalmente em nos-so interior”. Apesar de suas raízes estarem naantiga China, o Tai Chi Chuan é muito indicadopara os ocidentais, pois visa dar aos que vivemno ritmo veloz das cidades urbanas, um fator decompensação em suas vidas.

Composto de movimentos circulares, con-comitantes com respiratórios, que vão relaxan-do o corpo à medida que são efetuados, semutilização de força física, o tai chi chuan consis-te em uma sequência aprendida dos movimen-tos contínuos, delicados e circulares, que,além de desenvolver o alongamento do cor-po, auxilia na ativação da circulação e no re-laxamento muscular.

saúde e paz interior

Entre os benefícios da prática milenar, pra-ticado ao som de música calma até mesmo empraças públicas da China, estão o relaxamentoda mente e corpo, melhora da digestão, além doaumento da flexibilidade das articulações.

O tai chi, aliás, pode ser praticado por pes-soas de qualquer idade. Isto porque, segundo osinstrutores, os movimentos flexíveis e circularesnão exigem esforço físico.

Especialistas assinalam, contudo, que a téc-nica vai além dos movimentos marcados pelasuavidade. É preciso que a mente esteja tranqui-la e concentrada. Além disso, a respiração deveestar em harmonia com o movimento do corpo.

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A busca pelopadrão da estéticaQual é o padrão de beleza hoje em dia? Esse questiona

mento faz parte do pensamento de muitas pessoas. A psicóloga clínica e terapeuta sexual Osmeire Tobias

Mendes diz que somos na essência seres distintos, diferentes e “próprios”, temos características que vêm

em nossa carga genética. “Uma essência única e por isso deveriaser por nós valorizada e não uma sentença de problemas.

Em sua opinião, o ideal seria que pudéssemos reconhecer eentender nosso biotipo, o qual determina qual nossa altura, ossa-tura, peso, características físicas herdadas, porém que não preci-sam ser sentença em nossas vidas.

De acordo com ela, quanto mais cedo os pais são orientadospodem colaborar para que os filhos tenham melhor dieta alimen-tar combinada a atividades físicas. “Isso por si só pode minimizaras ocorrências de problemas como, por exemplo uma obesidade.Considerando uma das tantas dificuldades após certa idade deser “corrigida” e que tem um padrão rigoroso da moda nos últimostempos, o da “magreza” e antes de tudo no que diz respeito àsaúde física e inclusive a psicológica.

Ela garante que se cuidar é fundamental, está ligado essenci-almente à nossa autoestima (ou não). O ideal seria a conscienti-zação de que em primeiro plano precisamos cuidar da nossasaúde. “Uma dieta alimentar saudável é recomendada a todos enão especificamente ao predisposto a obesidade. Então teríamoscomo consequência natural uma estética melhor, considerandoque boa alimentação e atividade física combinadas refletem emnosso peso, pele, cabelos e unhas”, diz.

Ela explica que “o que acontece é que do ideal para o real” vaiuma distância, assim temos consequências negativas em nos-so corpo e consequentemente em nossa psique/emoção. De-sejando o que está padronizado como “mágica”, com imedia-tez, quando muitas vezes levamos anos para deixar se instalarmaus hábitos.

“Estarmos voltados de forma saudável e equilibrados paraficarmos bem e/ou melhor é muito importante, mas se isso ocor-rer de forma desesperada e sem medir limites para os resultadospodem trazer sérias consequências, levando muitas vezes até amorte, como em tantos casos que vemos divulgados na mídia”.

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O mito de beleza atual

Há pouco tempo, conversando com uma amiga ela disse que as mulheres, hoje, lhepareciam todas iguais. Achei interessante a colocação, até porque já tinha reparadonisso. É como se um ideal de beleza imaginado e imposto sei lá onde e quando,imperasse sobre todas as mulheres, feias ou bonitas, magras ou gordas, loiras ou

morenas, jovens ou velhas. Antigamente, era só uma tentativa de não mostrar sinais deenvelhecimento, já que um dos ideais de beleza atuais é o da eterna juventude: temos que vivercomo se nunca fossemos morrer e não se pode mostrar o envelhecimento pois ele está ligadoà morte e com isso, é feio. Em outras palavras, destituíram o envelhecimento e a morte comopartes intrínsecas da vida.

Aumentou consideravelmente o número de mulheres jovens que se submetem às cirur-gias plásticas ou tratamentos de beleza dolorosos e invasivos. Não é mais um problema de nãose poder envelhecer. É um problema bem maior: é o de submeter-se a um mito de beleza quevem imposto de fora por meio de milhares de fotos, outdoors, revistas femininas, indústrias decosméticos e dietas milagrosas. Durante as últimas décadas, cresceram em ritmo acelerado osdistúrbios relacionados à alimentação e a cirurgia plástica de natureza estética veio se tornaruma das maiores especialidades médicas.

Mulheres que lutaram pelo direito ao voto em 1830, pelo trabalho fora de casa no pósguerra, e pela emancipação feminina na década de 60, via Betty Friedman e que hoje podemchegar a ganhar salários por vezes mais altos que os homens, que ocupam cargos públicos,que alcançaram altos postos, ainda estão presas num mito de beleza que não lhes permiteaproveitar o sucesso alcançado, depois de tantas batalhas.

Esse mito toma forma de uma coerção social que os mitos da maternidade, domesticida-de, castidade e passividade não conseguem mais realizar. Esse mito de uma beleza imposta eartificial, parece procurar neste instante, destruir psicologicamente tudo de positivo que ofeminino proporcionou as mulheres material e publicamente. Pensamos que conquistamos aliberdade, mas estamos tão ou mais presas do que nossas avós estavam. Quem discorre muitoclaramente sobre isso é Naomi Wolf, em seu livro “O Mito da Beleza”.

A beleza não é universal, nem imutável, embora o mundo ocidental finja que isso possa

ser possível. Os padrões de beleza mudam conforme a época, conforme o povo e sua cultura,conforme o gênero.

Naomi Wolf lembra, muito adequadamente, em seu livro, de um mito ressurgido, o daDama de Ferro, que não se refere à ex-primeira ministra britânica e sim a um instrumento detortura da Alemanha medieval: uma espécie de caixão com forma de um corpo, que traziapintados os membros e o rosto de uma jovem bela e sorridente. A pobre vítima era ali encerradae , quando a tampa se fechava, ela ali ficava imobilizada e morria de inanição ou perfuradapelos espigões de ferro encravados na parte interna do caixão. Essa figura me é muito tocanteporque faço um paralelo com o mito de beleza ao qual tentamos loucamente nos adequar enos prendemos cruel e rigidamente, esquecendo que beleza vai além das aparências. Osestragos contemporâneos provocados pela alucinação da aparência ideal, estão des-truindo nosso físico e nos exaurindo psicologicamente.

Aparência, embora seja o que primeiro aparece, não é tudo. Nenhuma boaaparência resiste a cinco minutos de conversa idiota, a uma total falta de virtude ou acomportamentos rudes.

Existe um velho ditado, que hoje parece estar chacinado pela exigência moderna de beleza,que diz que a beleza vem de dentro. Então, é urgente que conheçamos a mulher escondida quevive em nós, seja qual for o corpo em que ela esteja escondida. Temos que parar já e agora de julgaro outro, principalmente a outra mulher, segundo sua aparência. Até por uma questão ambiental,é preciso parar de consumir tanto e tão desnecessariamente para alimentar esse ideal de belezaartificial. Nem o planeta aguenta isso.

Para nos salvar, diz Naomi, podemos imaginar uma vida num corpo que não tenha opeso do valor do mito da beleza; uma teatralidade voluntária que brota da abundancia doamor por nós mesmas. Não precisamos transformar nossos corpos, precisamos transformar asregras. Precisamos parar de nos culpar, parar de correr, de pedir desculpas por não sermos o quenos é imposto, e começar a fazer o que realmente queremos. Ser feliz é bonito, é sexy, é atraente.Amar traz brilho ao corpo todo. Ser livre e deixar os outros livres, faz bem para a alma, pois elatambém fica aprisionada no corpo.

Temos que nos cuidar para ficarmos saudáveis e fortes, para termos ânimo. Saúde ésinônimo de beleza. Temos que nos cuidar para envelhecermos com dignidade e usufruirmosdo poder que a experiência nos dá. Para contemplarmos a vida do lugar de quem já percorreuo caminho e sente orgulho de suas realizações e dos desafios que enfrentou. (Artigo escritopela psicóloga clínica Lisete Moreira Del Bianco )

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Sorocaba investeem equipamentos e políticas paramelhorar qualidade de vida da população

Não é de hoje que os moradores de Sorocaba, por meio do poder público,têm sido beneficiados com oferta de políticas e equipamentos públicosque visam oferecer melhores condições de saúde e qualidade de vida.

A cidade, que já foi reconhecida nacionalmente como “capital da cami-nhada” por causa das diversas pistas de caminhada, instaladas no entorno devárias praças e parques, é agraciada com a segunda maior rede de ciclovias do país,ficando atrás apenas da cidade do Rio de Janeiro. “Mas o Rio de Janeiro é apenasna orla marítima, e não como opção de mobilidade”, disse o prefeito Vitor Lippi(PSDB) em reportagem especial sobre as ciclovias, já publicada no Jornal Ipanema.

A malha cicloviária da cidade, que até o final de 2012 deverá chegar a cemquilômetros, vale ressaltar, já se tornou uma referência no setor para todo o Brasile países da América Latina. “O projeto representa um novo conceito de qualidadede vida e mobilidade urbana, pois garante segurança aos ciclistas, estimula o lazere a prática de atividades físicas, além de oferecer uma opção econômica e nãopoluente de transporte”, acrescenta Lippi.

Em 2009, a rede de ciclovias rendeu a Sorocaba o prêmio especial “Agir Local-mente, Pensar Globalmente” na premiação do troféu “Município Verde Azul”, conce-dido pelo governo do estado de São Paulo, por meio da Secretaria do Meio Ambiente.

Elaborado por técnicos da Urbes – Trânsito e Transportes e da Secretaria deObras e Infraestrutura Urbana (Seobe), o Plano Cicloviário se viabiliza com a cons-trução de ciclovias em avenidas e interligações de pistas novas com as já existen-tes, para propiciar aos usuários deslocamentos mais longos.

As ciclovias possuem padrão com pintura vermelha, sinalização viária complacas e pintura de solo e, ao longo dos percursos, calçadas para caminhadas,sistema de iluminação e paisagismo, com gramado, arbustos e árvores.

Pedala SorocabaAlém das ciclovias, a Prefeitura de Sorocaba colocou em prática na cidade o

“Pedala Sorocaba”, que atrai centenas de ciclistas. O programa realiza passeios,sorteios, ações recreativas e culturais, sempre tendo como foco principal a impor-

tância do uso da bicicleta.Todos os domingos pela manhã, um tre-

cho da avenida Dom Aguirre é fechado noJardim Abaeté, nas proximidades do Parquedas Águas, para que a população pedale, comtoda a segurança e alto astral.

Organizado pela Urbes – Trânsito e Trans-portes, o passeio já reuniu mais de duas mil pes-soas, principalmente famílias, que aproveitam paramanter um hábito saudável e curtir um domingode lazer. A versão noturna do passeio, o “PedalaNoturno” acontece uma vez por mês e tambématrai ciclistas de toda a parte da cidade.

Academia ao ar livreAlém das ciclovias, moradores de diversos bairros de Sorocaba, de todas as

idades, contam com uma nova opção para se exercitar e cuidar da saúde. É o projetoAcademia ao Ar Livre, que disponibiliza aparelhos de ginástica em espaços públi-cos, como parques, áreas de lazer e praças da cidade.

Segundo a prefeitura, os equipamentos jáestão disponíveis em 15 pontos, de um total de 50previstos, que devem estar em todas as regiõesda cidade em breve. São seis aparelhos diferen-tes: caminhada dupla, cavalgada dupla, esqui du-plo, pressão de pernas e um múltiplo, com seisfunções. A busca pelas Academias tem sido in-tensa em todos os locais onde são implanta-dos, pois são instalados em locais onde, es-pontaneamente, as pessoas faziam ativida-des físicas. Agora, elas contam com maisesta opção para ter mais qualidade de vida.

Ginástica no ParqueJá o programa Ginástica no Parque, implantado recentemente pelo governo

municipal, oferece gratuitamente atividades físicas para diferentes faixas etárias,voltadas a pessoas acima de 15 anos. Os participantes do programa são orientadospor profissionais de Educação Física no combate ao sedentarismo, fazendo exercí-cios em um local junto à natureza, e de forma gratuita.

O programa começou no Parque “Maestro Nilson Lombardi”, no Jardim Ipiranga, e,segundo a prefeitura, será implantado, gradativamente, nos parques do Éden, da VilaFormosa, da Vitória Régia e no Parque das Águas, entre outros.

Entre as atividades estão: alongamento, exercícios localizados, orientação de cami-nhada, relaxamento, ioga, atividades lúdicas e de Tai Chi Chuan. Para participar, bastacomparecer ao Parque do Ipiranga e conversar com os técnicos da Secretaria de Esporte.

Via VivaJá o Via Viva tem animado milhares de sorocabanos. Com uma variada programação

de esportes, lazer, cultura, saúde, meio ambiente, entre outras ações da Prefeitura deSorocaba, o projeto acontece todo domingo, na avenida Itavuvu, cujo trecho de doisquilômetros (entre a UPH Zona Norte e a avenida Ata-násio Soares) é fechado ao trânsito de veículos entre 8 e13 horas. para quem quiser se divertir com a família,caminhar, correr, andar de bicicleta, skate ou patins e,ainda, passear com seu animal de estimação, entre ou-tras atividades.

Entre as atrações, todas gratuitas, o público podeparticipar de aulas de ginástica, artes marciais es-portes olímpicos e radicais, apresentações de músi-ca, teatro e dança, pintura facial, brinquedos inflá-veis, jogos de basquete, damas, xadrez, pebolim etênis de mesa e a Escola do Pedala, com orientaçõesàs crianças sobre segurança no trânsito.

O projeto mantém também uma “Academiaao Ar Livre”, empréstimos de livros pelo pro-grama móvel do “Vai e Vem” e a unidade Sabe Tudo, que fica próxima àavenida e que oferece acesso à internet e espaço para leitura de livros,revistas e jornais do dia. A estrutura oferece banheiros em três pontos daavenida e serviços de manutenção para bicicletas.

Zaqueu Proença/Secom Emerson Ferraz/Secom Emerson Ferraz/Secom Emerson Ferraz/Secom

Emerson Ferraz/Secom

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