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COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

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COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

Cursos e Eventos 20

Cartas 25

Últimas Notícias 24

Notas 16

Enfermageme seusnovos rumos

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

Neste mês poderemos acom-

panhar um panorama da Enfer-

magem Pediátrica em São Paulo.

A reportagem de capa, desta edi-

ção 53, aborda a importância das

ações da enfermagem pediátrica

- como segurar a criança no colo,

brincar com ela e, também, aco-

lher os pais - para amenizar o

processo da hospitalização infan-

til, além de apontar o crescimento

de clínicas e hospitais exclusivos

para o atendimento de crianças e

adolescentes, os quais contam

com profissionais de enfermagem

altamente capacitados para lidar

com este público.

Da mesma maneira, a matéria

intitulada “O sorriso do mascote”,

nos alerta da importância do dife-

rencial na assistência prestada ao

público infantil: trata-se de um

projeto que utiliza bichinhos de

estimação para fazer com que

pacientes contribuam com o

tratamento e assimilem melhor os

procedimentos de enfermagem.

O tema “dor”, também, está entre

os temas apontados pela Revista

COREN-SP deste mês. Procu-

ramos mostrar para você, leitor, as

perspectivas do mercado de

trabalho nesta área, ressaltando

que, tanto para enfermeiros, quan-

to para técnicos e auxiliares de

enfermagem, é crucial aprimorar

conhecimentos para orientar paci-

entes e familiares sobre as razões

e mecanismos da dor, seja esta

aguda ou crônica.

E pela primeira vez, os profissionais

de enfermagem poderão participar

de um concurso coordenado por

este Conselho: “O Conto da Enfer-

meira”. Nesta revista, você irá

encontrar o regulamento e as ins-

truções para efetuar a inscrição.

Contamos com a participação de

todos!

Boa leitura.

Ruth Miranda

capaEnfermagem do futuro

artigo - Heródoto BarbeiroEsparadrapo e pó químico

portariaResolução COFEN 271/02

Ato médicoAtados pelo ato

EspecialProjeto Pet SmileTerapia mediada por animais

entrevistaCOREN-SP trabalhando para garantira qualidade da assistência - EdnaMukai Corrêa

06

12

14

17

18

01ciência e tecnologiaPartenogênese artificial

04

02mercado de trabalhoA enfermagem no combate a dor

Índice

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

ciência e tecnologia

01

Por João Marinho

Como os japonesesproduziram um

camundongo comduas mães

ma das críticas ao feminismo radical é a de terconsiderado o homem dispensável dentro da

sociedade. Ela não procede, mas o mito foi revivido em abrildeste ano, graças a cientistas japoneses e coreanos lideradospor Tomohiro Kono, da Universidade de Agricultura de Tóquio,que conseguiram criar Kaguya, uma fêmea de camundongocom duas mães. Os machos estariam obsoletos?Não é bem assim. O procedimento, publicado na revistaNature e impropriamente chamado de “partenogêneseartificial”, é complexo e tem uma baixa porcentagem desucesso (veja tabela comparativa).A partenogênese é um tipo de reprodução assexuada encon-trada em insetos, répteis, anfíbios, certas aves e peixes, masnunca entre mamíferos. Ocorre quando um óvulo se divideaté gerar um ser completo, sem a fecundação por umespermatozóide.No procedimento nipo-coreano, porém, foram utilizadosmateriais genéticos de dois seres. Em termos estritos, erauma reprodução sexuada – só que entre duas fêmeas. Pelomesmo motivo, não era uma clonagem.Por meio da haploidização, que faz com que uma céluladiplóide se torne haplóide, como um óvulo ou espermato-zóide, a equipe de Kono reconstruiu ovócitos oriundos defêmeas distintas.O passo seguinte consistiu em “driblar” a natureza. Umdos motivos pelo qual a partenogênese não ocorre emmamíferos é o imprinting intenso, que pode ser entendidocomo a colocação de marcas ou estampas no material ge-nético.Funciona assim: por meio de mecanismos como a metilação,adição de grupamentos metilas (CH3) ao carbono 5 dacitosina, uma das bases nitrogenadas do DNA, certos genesmasculinos e certos genes femininos são desativados enão se expressam.Isso significa que seu par não-desativado passa a desem-

U

penhar um papel específico no desenvolvimento doembrião, agindo livremente. É como se os materiaisgenéticos recebessem “marcas”, que os diferenciam entresi. Entre os seres humanos, por exemplo, as estruturas daplacenta são formadas, em sua maioria, por genes paternos.Os japoneses e coreanos enganaram o imprinting. Umadas mães era geneticamente modificada e seus óvulostinham alterações em dois genes, o H19 e o IGF-2. O padrão,segundo Kono, correspondia ao do espermatozóide do ca-mundongo, ou seja, para que a experiência desse certo,os cientistas “masculinizaram” o material de uma das mães.Portanto, o experimento, na verdade, demonstrou oquanto o genoma do macho é imprescindível na reprodução.Mesmo assim, abre discussões importantes. Embora nadacomprove que a técnica funcione em humanos e, com ousem “masculinização” do genoma, eram duas fêmeas. Seráque, no futuro, a mulher poderá abrir mão de ter pai?

Sucesso do processo457 células-ovo foram reconstruídas na pesquisa371 foram implantadas em 26 fêmeas 24 fêmeas engravidaram 10 embriões chegaram a se desenvolver 2 filhotes nasceram vivosApenas um, Kaguya, chegou à idade adulta

Crepúsculo do macho?

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C

02

Negligência e falta deconhecimento contribuempara altos índicesde pacientes com dor

erca de 80% dos brasileiros sofrem ou já sofre-ram com algum tipo de dor. Este dado da OMS,

Um fator que contribui com esta estatística é que especialistas no combate a dor

continuam sendo a minoria em clínicas e hospitais nacionais. “O ideal seria ter um

enfermeiro ligado à dor em cada setor da instituição de saúde. Se a dor não é

avaliada como se deve, não é tratada corretamente”, aponta Maria Cecília Iksilara,

enfermeira coordenadora do Centro de Dor do Hospital 9 de Julho.

Porém, já é possível observar a ocorrência de congressos, palestras e cursos para

enfermeiros, os quais discutem unicamente a dor, seja esta aguda ou crônica. Isto

demonstra que os profissionais da área estão tentando buscar soluções para reverter

este quadro. “A enfermagem avalia a dor, administrando analgésicos prescritos,

verificando o alívio e os efeitos colaterais, organiza o esquema terapêutico e propõe

estratégias não medicamentosas para combater a dor”, explica a enfermeira Sandra

Celidônio Silva, que atua no Ambulatório de Neurologia do HC com o grupo de dor

há seis anos.

Outro indício de mudança é que alunos de enfermagem já recebem aulas específicas

sobre o tema. “Esclareço minhas alunas da UNIFESP para tratar a dor como o quinto

sinal vital. Devemos medir e anotar os sintomas de dor do paciente, da mesma

maneira que fazemos com a medicação”, diz Maria Cecília. O intuito de considerar

a dor um sinal vital é analisar todas as suas características e verificar o quanto está

interferindo nas atividades cotidianas do paciente.

Andréa Y. Kurashima, que lida diariamente com crianças, sabe bem a importância

disto. Ela é enfermeira coordenadora do Grupo de Cuidados Paliativos do

Departamento de Pediatria do Hospital do Câncer. “Com crianças é mais difícil

mensurar a dor. Uma das técnicas que utilizamos é pedir à criança para colocar água

num copo com a quantidade equivalente que ela está sentido a dor. A partir daí,

Combatendo a dor

demonstra que a dor é, atualmente, um desafio tantopara o paciente que a suporta quanto para o pro-fissional de saúde que procura meios para aliviá-la.

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

mercado de trabalho

“ Um a cada seis brasileiros tem dorcrônica. A mais recorrente,é a

lombalgia, que atinge a baixa colunavertebral. Em segundo lugar vem a

cefaléia e, em seguida, afribromialgia.“

03

emprega-se uma medicação individualizada, que controle a

dor, mas deixa a criança ativa”, conta Andréa.

Dores agudas X dores crônicas - Em alguns casos, a dor

desaparece quando tratado o fator que a desencadeou. Estas,

são denominadas dores agudas. Mas, há situações em que a

dor é completamente independente de fatores; mesmo

Sessões de relaxamento e musicoterapia são alguns dos coa-

djuvantes no tratamento com o objetivo de distrair o paciente

do foco da dor. “Valorizar os aspectos emocionais e sociais no

tratamento, ajuda o paciente a manter o máximo possível de sua

vida normal. Diminuir o sofrimento do paciente também diminui

os riscos de depressão”, completa Sandra.

Mercado de trabalho – “Fora do Brasil, os hospitais para serem

considerados centros de referência, devem ter uma ala para

tratamento da dor”, compara Maria Cecília. Aqui em São Paulo,

destacam-se Ambulatório de Dor do HC, Serviço de Terapia de

Dor e Medicina Paliativa da Santa Casa de Misericórdia de São

Paulo, Ambulatório de Dor da UNIFESP. Na rede particular pode-

se citar os hospitais Sírio Libanês e 9 de Julho.

Seguindo essa tendência, faz-se necessário profissionais alta-

mente especializados. “O mercado de trabalho está em expan-

são, mas o enfermeiro deve ter conhecimento técnico/científico

para entender a dor, saber as opções de tratamento para cada

caso”, argumenta Kurashima. “A especialização se faz importante

para saber a dosagem correta dos medicamentos, efeitos cola-

terais e conhecer as vias de administração”, conclui. Nesse contexto,

profissionais de enfermagem devem estar sempre buscando a

qualificação profissional para atuar avaliando a dor. O objetivo

deve ser melhora da funcionalidade física, psíquica e social.

Orientações ao paciente e ao familiar, sobre as razões e meca-

nismos da dor e riscos dos procedimentos, geram confiança no

enfermeiro e adesão ao programa terapêutico proposto.

quando eliminada a causa, ela persiste. Caracteriza-se, então,

a dor crônica. Segundo a enfermeira Sandra, neste estágio a

dor já não é mais identificada como um sintoma, mas sim

como uma patologia. “Isto ocorre por causa dos transtornos

físicos e emocionais de sua condição contínua. A vida com

dor resulta em alterações biológicas, psicossociais, so-

frimento, prejuízo do sono, do trabalho, da movimentação,

altera o humor, a capacidade de concentração, o relacio-

namento familiar, até mesmo a atividade sexual”, explica.

De acordo com a SBED – Sociedade Brasileira para Estudo

da Dor – As dores crônicas, geralmente, estão associadas

aos hábitos diários do paciente como má postura e obesi-

dade, que podem desencadear dores nas costas e nos joelhos.

Desta maneira fica difícil estabelecer um plano de preven-

ção. “A prevenção da dor crônica deveria começar com

trabalhos educativos em escolas com medidas preventivas

para controle de ansiedade, técnicas de relaxamento e

adaptações”, diz Sandra.

Por esse motivo é abundante a aplicação de métodos não

farmacológicos, ou as chamadas terapias complementares.

“ Um a cada seis brasileiros tem dorcrônica. A mais recorrente,é a

lombalgia, que atinge a baixa colunavertebral. Em segundo lugar vem a

cefaléia e, em seguida, afribromialgia.“

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

H

04

Edna MikaiCorrêa, enfermeira, é

representante doCOREN-SP

O COREN-SP

sempre

participou de

comissões de

estudos com

objetivo de

ampliar o

conhecimento

técnico científico

de enfermeiros,

técnicos e

auxiliares de

enfermagem para

que estejam

atualizados

frente às novas

tecnologias

Foto

divu

lgaç

ão

COREN-SPtrabalhando para garantir aqualidade da assistência

á cinco anos, Edna Mukai Corrêa está como representantedo COREN-SP participando das seguintes Comissões de

Estudo: CETURSP - Organismo Certificador de Produtos; UCIEE –União Certificadora da Indústria Elétrica e Eletrônica e de trêsProjetos de Normas Técnicas da ABNT: CB-26 - Comitê BrasileiroOdonto-Médico-Hospitalar; CB–32 - Comitê Brasileiro de Equi-pamentos de Proteção Individual e CB–29 - Comitê Brasileiro dePapel e Celulose. Nesta entrevista, Edna irá ressaltar a importânciadesse trabalho, realizado junto ao Conselho de Enfermagem.

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

e n t r e v i s t a

05

Revista do COREN-SP - Edna,você que participa dediferentes comissões, diga-noscomo é elaborada uma NormaTécnica?Inicialmente é necessário reunir umquorum de participantes; sendo umfabricante, um neutro e um consu-midor. Mas normalmente estas reu-niões, que ocorrem uma vez pormês, contam com um maior númerode participantes. O projeto de normaé elaborado por meio de uma normajá existente ou poderá ser elaboradauma norma brasileira. Vou citar umexemplo. Se a norma é internacional,no caso ISO ou IEC, deve ser modi-ficada para uma norma brasileira,por meio de um projeto de norma.Geralmente, torna-se igual à normainternacional e denominamos NBRISO ou NBR IEC. O projeto de normafinalizado é encaminhado para con-sulta pública e analisado, por 60 dias,pelo comitê técnico da ABNT. Apóseste prazo, retorna para a comissãode estudo para eventuais correções.Aprovado, este projeto de normapassa a ser denominado como nor-ma técnica brasileira; NBR, NBR ISO,NBR IEC, entre outros.

RC - Por quais processos umproduto deve passar antes deser certificado pela ABNT?Para que o produto seja certificadoe aprovado deverá passar por en-saios e testes, os quais devem estarem conformidade com as normasjá citadas. Estes ensaios são feitosem laboratórios e contemplam asnormas equivalentes ao produto. Aaprovação do produto final é reali-zada por um comitê técnico, que re-ceberá a certificação e aprovação

para que seja inserido no mercado.Quando o produto já estiver dis-ponível no mercado, terá o tempoda validade de certificação de cincoanos, sendo que deverá ser nova-mente testado e atualizado confor-me a norma vigente.

RC - Qual o objetivo do COREN-SP de estar participando des-sas comissões de estudos?O COREN-SP sempre participoudessas comissões de estudos, comobjetivo de ampliar o conhecimentotécnico científico de enfermeiros,técnicos e auxiliares de enfermagempara que estejam atualizados frenteàs novas tecnologias. Esse aprimo-ramento, também visa ajudá-los amelhor desempenhar suas funçõescotidianas e direcioná-los em seuprocesso de trabalho.O conhecimento sobre as normastécnicas traz segurança ao profis-sional de enfermagem, e isto asse-gura que o desempenho do profis-sional frente ao manuseio de equi-pamentos e materiais seja seguroe confiável para o paciente.

RC - De que forma o COREN-SPcontribuiu para garantir a qua-lidade do produto e benefícioao paciente/ cliente?O COREN-SP vem contribuindo paragarantir a qualidade do produtoparticipando ativamente nas reu-niões das comissões de estudos,sempre, opinando e questionandopara que não seja comprometida avida do paciente. Atualmente,diante de tantos materiais que seencontram no mercado, o profissio-nal de enfermagem tem o dever deanalisar qual é o melhor produto a

ser utilizado, seja equipamento oumaterial, e constatar se proporcionasegurança, eficiência e qualidadetanto para o paciente, quanto parao profissional que estará ma-nuseando. Mais uma vez ressaltoque os produtos para a área dasaúde devem estar em confor-midade com as normas técnicas daABNT ou normas internacionais,para garantir a biossegurança dopaciente e do profissional.

RC – Como o Conselho procuratransmitir aos profissionais deenfermagem a importância dasComissões de Estudo?Através de palestras. A última,realizada no dia 16 de setembro,alertou os Profissionais de Enfer-magem do Trabalho (ANENT eGETRAH) sobre os riscos biológicosem saúde ocupacional, e do cliente,com a utilização de luvas de proce-dimentos e cirúrgicas. Aliás, atual-mente, encontra-se em andamentoe revisão o projeto de normaNBR13391, referente à norma deluva cirúrgica. Mas o que eu real-mente gostaria de ressaltar é aimportância da participação dosprofissionais enfermeiros nestasComissões de Estudo para ela-boração das normas técnicas.Participando e colaborando, pode-rão prestar esclarecimentos e ser-vir de referencial técnico-científicosobre produtos e equipamentos. Acolaboração do profissional enfer-meiro nestes comitês, certamente,viabilizará sua rotina de trabalho,porque este é o direcionamento ea base para o crescimento profis-sional frente aos instrumentos quemanuseiam diariamente.

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 5307

A enfermagempediátricae o fascinantetrabalho de cuidardas crianças

capa

Por João Marinho

ENFERMAGEM

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

ual o papel da enfermagem entre as profissõesda área de saúde?

Atualmente, como muitas outras ciências, aenfermagem divide-se em especialidades, queprocuram atender às demandas de saúde cada vezmais complexas de nossa sociedade.A dimensão do trabalho, entretanto, nem sempre éconhecida do grande público – ou mesmo dosprofissionais – e isso se estende a uma das áreasmais fascinantes da profissão: a enfermagempediátrica.

do futuro

Q

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 5308

capa

Uma pequena histórianão se restringiam às criançashospitalizadas [...]. Florence, assim,lançava os fundamentos da enferma-gem pediátrica”.A visão da criança como sujeito querequer cuidados específicos vemdesde o final do século 18, e, ao longodo século 19, recebeu importantescontribuições do médico alemãoAbraham Jacobi, contemporâneo deFlorence e considerado o pai da pedia-tria. Foi apenas na década de 1940,porém, que a enfermagem pediátricaconstitui-se como especialidade.No Brasil, o cuidado com a criançana enfermagem remonta à criação doDepartamento Materno-Infantil na

Escola Anna Néri, fundada em 1923,no Rio de Janeiro.No entanto, coube à Escola Paulistade Enfermagem, atual Departamen-to de Enfermagem da UNIFESP (Uni-versidade Federal de São Paulo), acriação, em 1973, do Departamentode Enfermagem Pediátrica, que pos-sibilitou o surgimento do Curso deEspecialização em Pediatria e Pueri-cultura, primeiro do gênero do país– e que atualmente tem o nome deCurso de Especialização em En-fermagem Pediátrica e Neonatal. Amesma escola criaria cursos de mes-trado e doutorado na área, em 1978e 1986, respectivamente.

Desde o início da enfermagem mo-derna, há uma preocupação com oscuidados com a infância e a adoles-cência. “Em seu livro Notas sobre aenfermagem: o que é e o que não é,Florence Nightingale dizia que, commedidas e normas para a preservaçãodas boas condições sanitárias nashabitações, as crianças não preci-sariam passar por ‘epidemias infan-tis’”, explica a Dra. Semiramis MelaniMelo Rocha, professora da Escolade Enfermagem de Ribeirão Preto daUSP (Universidade de São Paulo) edo Departamento de Enfermagem daUFScar (Universidade Federal de SãoCarlos). “Os cuidados recomendados

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

capa

09

Versatilidade a toda prova

Hoje, o enfermeiro pediatra carac-teriza-se pela versatilidade em lidarcom pessoas inseridas em um ciclode vida extenso, compreendido en-tre o zero e os 18 anos e por conhe-cimentos que vão da psicologiainfantil à nutrição.“O enfermeiro pediatra deve terprofundo conhecimento sobre o pro-cesso de crescimento e desenvol-vimento da criança e do adoles-cente, as necessidades próprias decada faixa etária, as influências dasdoenças na vida da criança, do ado-lescente e da família, conhecer alegislação de proteção à criança eao adolescente, saber utilizar técni-cas de comunicação apropriadas eter competência e habilidades paraa realização de procedimentos eutilização de tecnologia entre outrosconhecimentos”, elenca a Profa.Dra. Conceição V. da Silva, presi-dente da SOBEP – Sociedade Bra-sileira de Enfermeiros Pediatras,entidade que, desde 2001, edita aRevista da SOBEP, direcionada aosprofissionais da especialidade.É na aplicação cotidiana desse co-nhecimento, porém, que reside oencanto da enfermagem pediátrica.“Trabalhar junto à criança, adoles-cente e família faz com que vocêse torne um ser humano melhor”,diz a Dra. Sônia Regina Pereira,chefe da disciplina de EnfermagemPediátrica do Departamento deEnfermagem da UNIFESP (Uni-versidade Federal de São Paulo).

Sônia recorda que, no início de suacarreira, há mais de 30 anos,trabalhar com crianças na enfer-maria era visto como castigo. “Acriança chorava muito, e as mães nãopodiam entrar, só podiam olhar pelovisor da porta por uma hora, trêsvezes por semana”.A rigidez era justificada pelo medoda infecção cruzada: acreditava-seque liberar a visita dos pais facili-taria a transmissão de doenças.O conceito caiu por terra ao ser com-provado que boa parte das trans-missões ocorria a partir dos profis-sionais de saúde, pela falta de pro-cedimentos de assepsia. Ganhou-seflexibilidade, acompanhada pelamaior importância dada ao vínculoafetivo entre criança, família eenfermeiro. “De certa forma, oenfermeiro faz um trabalho de ‘psi-cólogo’ com a mãe e o filho”, diz aDra. Semiramis Rocha. “É impor-tante o enfermeiro ter um bomrelacionamento com a família dacriança, pois há uma grande deman-da gerada pelas necessidades dofamiliar acompanhante[...] A enfer-magem estabelece um vínculo maispermanente com este familiar, até

porque a gente permanece 24 horascom a criança e compartilha todo oprocesso de cuidado”, completa aenfermeira Maria Isabel CostaMelo, diretora do Serviço de Enfer-magem Pediátrica do Hospital dasClínicas da UNICAMP (Universi-dade Estadual de Campinas).Atualmente, além das visitas re-gulares de parentes, a legislaçãobrasileira, por meio do ECA (Esta-tuto da Criança e do Adolescente),garante a permanência de umacompanhante em tempo integraldurante o tratamento da criança emhospital e clínica. Nesse caso, oenfermeiro pediatra acaba poratuar também no sentido de pro-mover mais conforto para essa pes-soa.“A família é importante [...]Alguém tem de estar ao lado dacriança”, diz a Dra. Sônia Regina.Sônia destaca que, majoritaria-mente, o papel de acompanhante éexercido pela mãe, mas “Você temhistórias de pais desempregados emães que trabalham, por exemplo,e quem acaba acompanhando é sóo pai. Socialmente, a grande maioriados acompanhantes é mulher, masvocê já tem a participação do paiou conjunta e também uma divisãodo cuidado”.

Construindo vínculos

“A criança chorava muito, e as mães nãopodiam entrar, só podiam olhar

pelo visor da porta por uma hora,três vezes por semana”.

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 5310

capa

A importância do vínculo familiarjunto aos pequeninos deu impulsoao desenvolvimento da chamadaenfermagem da família (family nur-sing). “É uma abordagem que en-volve três modalidades: o indivíduona família; a própria família, em si;e a família na comunidade, a inter-venção usando os recursos comu-nitários”, explica a Dra. Semiramis.“Com o Programa Saúde da Família[Nota do redator: instituído em 1994pelo Ministério da Saúde], existeuma tentativa de estimular esse tipode enfermagem, que também é maispreventiva, e a volta da enfermeirafazendo consultas”, explica a Dra.Sônia. “Mas ainda há um paradoxo.No Brasil, predomina a enfermagemcurativa, e, na curativa, você aindanão consegue atender a família por-que não há infra-estrutura, apesarde ocorrerem tentativas nessesentido”, diz.

Razão e emoção

Certo, a família é importante, mascomo se dá a relação do enfermeirocom a própria criança ou o adoles-cente? O que dá o tom muitas vezesé a sensibilidade. “Além da neces-sidade de desenvolver habilidadespara atender, ao mesmo tempo, umbebê e um adolescente, é precisoinvestir no auto-conhecimento, poisessa especialidade mobiliza muito asnossas emoções”, diz a enfermeiraMaria Isabel, para quem “é funda-mental ter características pessoaiscomo empatia, tolerância, concen-tração, responsabilidade, cordiali-

dade e flexibilidade”. Para a Dra.Sônia, “Não é só gostar de criança,tem de haver um compromisso”.O coração atua em conjunto comtécnicas específicas utilizadas naenfermagem pediátrica. “Trabalha-se, por exemplo, a sensibilidade àdor no recém-nascido. Há técnicasque o enfermeiro utiliza para iden-tificá-la”, diz a Dra. Semiramis.“Outra abordagem é o TeatroClown [Nota do redator: tipo deteatro com palhaços], que ajuda

muito na terapêutica de criançascom doenças crônicas graves, comoo câncer. Trata-se de elaborar umdiagnóstico, uma consulta, por meioda interpretação. Este é um trei-namento feito pelo pessoal de artescênicas”, completa, ressaltando quemuitas vezes há um psicólogo quefaz o papel de ator.Percebe-se, deste modo, que a a-bordagem multidisciplinar é muitoimportante. “Há muito trabalho co-letivo, com esportes, músicas, jogos,

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 5311

capa

objetos lúdicos, promoção e infor-mação sobre saúde”, explica aindaa Dra. Semiramis. Muitas vezes, hátambém acompanhamento escolar,dado por professores e pedagogos.A Dra. Sônia Regina chama a aten-ção também para o uso dos brin-quedos. “Hoje em dia, há espaçopara a criança brincar [...] A enfer-meira tem de ser lúdica, assim comoa equipe, e utilizar o brinquedo lú-dico e o terapêutico. No lúdico, a cri-ança vai se colocando, esponta-neamente, e você lê o que ela está‘dizendo’. No terapêutico, você, pormeio da brincadeira, explica para elacomo será o procedimento. Ela ma-nipula cateteres, esparadrapos, al-godões, agulhas de brinquedo, per-dendo ou minimizando seus medoscom relação aos procedimentos aque devem ser submetida”, explica.Os desenhos também são impor-tantes para crianças na faixa dos5-6 anos, e os jogos são muito utili-zados com o público pré-adolescen-te e adolescente. No caso específi-co deste último, o enfermeiro pedia-tra também tem de ser sensível paralidar com questões fortemente liga-das à sexualidade, como as doen-ças sexualmente transmissíveis e agravidez precoce. Além disso, como crescimento do número de unida-des de terapia intensiva infantil e dasobrevida dos bebês prematuros,aumenta a necessidade de o enfer-meiro pediatra atualizar-se constan-temente. Áreas como a puericulturae a pediatria social – que dão ênfaseao acompanhamento da saúde dacriança e à sua inserção na comu-

nidade, respectivamente – ganhamdestaque.

Pedras no caminho

Contudo, apesar de todo o encantoe do crescimento em importância,ainda são poucos os enfermeiroscom formação específica em pedia-tria, segundo a Dra. Conceição V.da Silva, presidente da SOBEP. Outradificuldade é que, no Brasil, a enfer-magem pediátrica ainda carece deprodução científica.Segundo a Dra. Seiko Kakehashi emsua tese Enfermagem pediátrica bra-sileira: produção científica de 1932a 1995 (USP, 1998), foram publi-

cados apenas 435 artigos sobre en-fermagem pediátrica nesse período.A escassez é confirmada pela Dra.Conceição: “De 1930 até agora, fo-ram publicados pouco mais de milartigos sobre criança e adolescentesem diferentes periódicos”, diz.A enfa. Maria Isabel chama ainda aatenção para as deficiências na for-mação de técnicos e auxiliares: “Ain-da há uma porcentagem de cargahorária pequena destinada à formaçãoem pediatria na grade curricular doscursos [...] Os técnicos e auxiliaresentram no mercado de trabalho [...]com pouca habilidade técnica paraexercer os procedimentos em enfer-magem pediátrica”.

Mas, afinal, compensa todo o esforço requerido pela especialidade?Com a palavra novamente a Dra. Sônia Regina: “Muito mais do quefalar, é saber ouvir, escutar gestos, expressões, balbucios e, às vezes,nem isso [...] É um sentido profundo de responsabilidade com ofuturo, pois é nele que encontraremos as crianças de agora [...]”“Eu me apaixonei pelo serviço [...] Nossa profissão não pode sermedida em termos de sucesso, quantitativamente, mas pelaslembranças boas, aquilo que a criança lembra de você. Há muitosanos, por exemplo, um menino brincou com a espingarda e ficoucom um dedo da mão semi-amputado. Ficou internado de 5 a 6 dias,foi uma loucura. Há três anos, levei minha filha a um baile deCarnaval. Vem um rapaz alto, olha pra mim e diz: ‘A senhora não éa ‘Tia’ Sônia?”. Ele me recontou a história – e já havia passadomais de 25 anos!”, diz emocionada.“Já aconteceu, sim, de eu achar que era melhor para a criança partir.Nesses casos, a criança comove mais pelo futuro, pelo que ela podiaser, mas não será. Entretanto, ela é agora. [...] Eu tenho de cuidarda criança enquanto ela está comigo. Esse momento tem de valer apena”, finaliza.

Vale a pena?

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 5312

“O contato com oanimal facilita o

tratamento. Opaciente fica

alegre, não pensana doença ou nacondição física e

não sente pena desi mesmo”

Para contribuir com o tratamento dos internos, alguns hospitais einstituições de São Paulo contam com visitas semanais de três cães,

um peixe, dois coelhos, uma tartaruga, dois porquinhos da índia e umchinchila. É isso mesmo, você não entendeu errado. Coordenados pelaveterinária e psicoterapeuta Hannelore Fuchs e uma equipe de dezoitovoluntários, esses animais despertam a curiosidade e arrancam sorrisos dospacientes.Esse é o Pet Smile, uma terapia mediada por animais idealizada por HanneloreFuchs há oito anos. A técnica já é uma velha conhecida de médicos americanose europeus, mas ainda é pouco difundida aqui no Brasil. A idéia de trazeresse tratamento para cá surgiu enquanto a Dra Hannelore fazia, nos EstadosUnidos, uma tese de psicologia com enfoque na relação entre animal deestimação e seu dono. “Estudei comportamento animal e percebi que o bichoouve, conforta, tudo isso através do diálogo que se estabelece pelo toque”,relata Fuchs.

Terapiamediada por animais

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 530713

especial

Os animais terapeutas da Dra. Han-nelore são adestrados, pois precisamser confiáveis, obedecerem a co-mandos de voz, agüentar o manuseio,serem obedientes e não importuna-rem. Do mesmo modo, os voluntáriospassam por uma seleção rigorosa esão aprovados, ou não, após uma fasede treinamento prático.

vida dos hóspedes”, explica KathiaWilly, diretora da unidade. “Por meiodo animal o voluntário abre uma pon-te para que o idoso interaja com omundo”, aponta a diretora.São visíveis os benefícios trazidoscom a implantação do projeto.“As visitas contínuas trouxeram dina-mismo aos internos, que agora co-mem e dormem melhor, além de secomunicarem com mais facilidade”,conta Wilma K. Bittencourt, enfer-meira especialista em gerontologiasocial do Recanto.

de dezesseis. “Quando o pessoal doprojeto vem, o dia deles muda com-pletamente”, completa Sandra.A mesma alegria por conta dapresença dos animais pode ser vistano Hospital da Criança. Localizadono bairro de Jabaquara é o maismoderno e completo hospital pediá-trico do país. Duas vezes por mêsas crianças brincam com os animaisdo projeto, aliviando as tensões pro-vocadas pelo estresse da internaçãohospitalar. “Acariciar o animal geraafetividade. Isto ajuda a criança aficar mais receptiva ao tratamento”,diz Carla I. Leonard, enfermeira doHospital da Criança.De acordo com Edmara Maia, coor-denadora da Comissão de Assistênciada SOBEP – Sociedade Brasileira deEnfermagem Pediátrica – a hospitali-zação é um período em que o medo ea insegurança estão sempre presen-tes. Por isto, são válidas as alterna-tivas para ajudar as crianças a superaresta experiência. “O contato da cri-ança com o animal se torna lúdico.Através da interação e da brincadeiraela consegue expressar suas preo-cupações e sentir-se aliviada.”,conclui.

Lidando com a terceira idade

O trabalho desenvolvido pelo PetSmile em asilos visa amenizar a so-lidão entre os idosos, causada em suamaioria pela perda de contato com afamília. “O deprimido se mobilizaquando cuida do animal. Ele se in-teressa, porque a presença do bichoacalma. E o mais importante é que oanimal não julga, nos aceita comosomos”, diz Elvira Rebolo da Silva,a Bia, voluntária desde o início do pro-jeto. Desde maio deste ano, o PetSmile tem realizado visitas mensaisao Recato Monte Alegre; uma uni-dade da Liga das Senhoras Católicasespecialmente desenvolvido para obem-estar do idoso.“O projeto foi a maneira que encon-tramos para trazer motivação, calorhumano e melhorar a qualidade de

Interagindo com crianças

“Nós avisamos para eles durante asemana o dia em que teremos a visitados bichinhos. A expectativa é enor-me, eles ficam muito agitados e an-siosos”, conta Sandra Anciate, pro-fessora do Lar Escola São Franciscohá dois anos. Essa instituição há se-ssenta anos, atende portadores dedeficiência física, oferecendo trata-mento nas áreas médicas e paramé-dicas. Em parceria com a UNIFESPchega a entender 1.600 pessoas pordia. O LESF também possui umaescola que recebe desde crianças –de quatro anos – até adolescentes

Equipe de voluntáriosdo Programa Pet Smile

Programa Pet [email protected]

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 5314

ato médico

ATADOS PELO ATO

Projeto de Lei que definefunções privativas do

médico, gera reação dasdiversas categorias de

saúde, que alegam possívelcerceamento de suas

atividades

as últimas semanas o país tem acompanhadopor meio da imprensa os debates e embates

tomou por base, entre outros consensos e docu-mentos, definições da Organização Mundial deSaúde a respeito da atividade médica. Mas nãoforam estas definições básicas que provocaram areação negativa dos conselhos federais e regionaisde biologia, biomedicina, educação física,enfermagem, farmácia, fisioterapia e terapia ocu-pacional, fonoaudiologia, nutrição, odontologia,psicologia, serviço social e dos técnicos emradiologia. O autor do Projeto entendeu que de-vem ser atos privativos da classe médica todos osprocedimentos diagnósticos e indicações tera-pêuticas, sugerindo uma interpretação de que setornaria impossível – e ilegal – para qualquer profis-sional de saúde não-médico atuar sobre um pacien-te sem que tenha havido antes um diagnóstico euma indicação terapêutica realizada por um mé-dico. Assim, não poderia uma pessoa consultar umpsicólogo, um fonoaudiólogo ou um nutricionistasem que um médico lhe tenha definido ou deter-minado se tal seria possível ou necessário. Emboraas entidades médicas neguem que é este o pro-pósito do PLS, existe a preocupação de que possahaver tal entendimento da Lei, especialmente nosetor público.

Nentre entidades médicas e todas as demais en-tidades de profissionais de saúde em torno daquestão do ato médico.Embora existam concepções e percepções comunsà sociedade sobre quais as atribuições de ummédico, apoiadas pelo Código Penal Brasileiro, queconsiderava crime o exercício da medicina sem adevida habilitação legal. A categoria jamais tevedefinidos ou assegurados por Lei qual o alcance eos limites de seu exercício profissional, ao contrá-rio do que já ocorre com grande parte das profis-sões da saúde como a enfermagem, que têm regula-mentadas suas ações desde 1986, por meio dapromulgação da Lei Federal Nº 7.498. A definiçãodo ato médico através de legislação específica viriapreencher essa necessidade da categoria.Após anos de debates da classe médica sobre oque era o ato médico, foram definidos os tópicosque formaram o esboço do que viria a ser o Projetode Lei 25 do senado federal (PLS) apresentado peloex-senador e médico Geraldo Althoff (PFL-SC) em2002, que define e regulamenta o ato médico.Contendo apenas 5 artigos, o texto original do PLS

Por Mônica Farias

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

gestão

0715

Outro ponto do Projeto de Lei que também causoupreocupação aos profissionais da saúde estápresente em seu artigo 3º, que determina que “asatividades de coordenação, direção, chefia,perícia, auditoria, supervisão e ensino dosprocedimentos médicos devem ser unicamenteexercidos por médicos”.Da maneira como originalmente redigido, permiteuma interpretação de que os diversos proce-dimentos administrativos da saúde sejam exercidosunicamente por médicos.Apontado pelas diversas categorias de profissionaisde saúde como corporativista, o PLS nº 25/2002

A presidente do COREN-SP lembra que, embora aproposta do PLS seja de 2002, tem havido nasúltimas semanas um aumento no número deconsultas dos profissionais de enfermagem sobreo posicionamento do COREN-SP a respeito do atomédico. Ruth Miranda esclarece que o COREN-SPfoi um dos primeiros conselhos profissionais desaúde do país a alertar as diferentes categoriasnão-médicas sobre os riscos para o exercícioprofissional representado por aquele Projeto deLei. “Desde então temos sido ativos militantescontra a aprovação do PL, junto a todos os demaisConselhos Regionais de Enfermagem, COFEN etodos os Conselhos de Classe de profissionais desaúde não médicos”. A atuação do COREN-SPocorre em contatos com os senadores, reuniõesdos Conselhos de Classe para traçar estratégiasde ações pelo arquivamento do PL 25 e a divul-gação à imprensa da postura dos profissionais deenfermagem sobre o tema.O posicionamento mais recente do senado, datadode 30 de junho de 2004, foi a aprovação dossenadores membros Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania (CCJ) do relatório do senadore médico Tião Viana (PT-AC), membro da Comissãode Constituição, Justiça e Cidadania que analisao Projeto de Lei sob esses aspectos. Viana apre-sentou um substitutivo definindo a coordenação,chefia, direção técnica, perícia, auditoria, super-visão e ensino de procedimentos médicos sejamatos exclusivos dos profissionais da medicina. Noentanto, não incluí entre as funções privativas dosmédicos as de direção administrativa de serviçosde saúde que dispensem formação médica. Amatéria encontra-se, no início deste mês deoutubro, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS),que deverá promover três audiências públicassobre o assunto.

A Revista do COREN manterá seus leitoresinformados sobre as próximas decisões envolvendoa tramitação do PLS nº 25/2002.Para acompanhar as ações dos conselhos pro-fissionais da saúde pelo arquivamento do PLS nº25, visite www.naoaoatomedico.com.br.Para conhecer a proposta original das entidadesmédicas, visite www.atomedico.org.br.

não recebe esta interpretação das entidadesmédicas que o defendem, alegando, em manifestodivulgado ao público, que este “objetiva tão-somente regulamentar os atos médicos, forta-lecendo o conceito de equipe de saúde e respei-tando as esferas de competência de cada profis-sional. Em nenhuma linha encontraremos violaçõesde direitos adquiridos, arrogância ou prepotênciaem relação aos demais membros da equipe.Ninguém trabalha pela saúde da populaçãosozinho, e muito menos sem a presença domédico”.“Não é este entendimento de uma Legislaçãoresponsável e desprovida de interesses que aleitura do PLS nº 25 proporciona aos profissionaisde enfermagem, fisioterapia, nutrição e todas asdemais que estão lutando não contra o direito dea categoria médica ter uma legislação própria”explica Ruth Miranda, presidente do COREN-SP. “Oque não podemos aceitar é o retrocesso, orompimento com o moderno conceito vigente daabordagem multidisciplinar da saúde com aprevalência de uma categoria sobre as demais,que é aquilo que a proposta nos moldes atuaispermite compreender”.

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

Estudo revela que crianças podemse livrar dos óculos mais cedoCrianças não precisam esperar pela adolescência

para trocar seus óculos por lentes de contato. É o

que revela um estudo realizado pela Universidade

de Ohio, nos Estados Unidos, com meninos e

meninas entre oito e onze anos. Submetidas ao

uso de lentes por onze horas ao dia, em média,

90% das crianças não demonstraram qualquer

problema de adaptação e 80% afirmaram ter-se

acostumado rapidamente com a colocação. De

acordo com o autor do estudo, doutor Jeffrey

Walline, está comprovado que mesmo antes dos

doze ou treze anos os jovens míopes estão

habilitados a usar e cuidar de suas lentes de

contato, tanto as rígidas de gás permeável como

as gelatinosas.

Hospital da Mooca Comemora 70 anoscom atendimento grátis a populaçãoO Hospital da Mooca, antiga Casa de Saúde e

Dom Pedro II, atualmente mantido por uma

Faculdade e vinculado a uma Fundação, completa

70 anos. A direção do Hospital decidiu comemorar

a data em grande estilo. Nos meses de setembro

16

e outubro, serão realizadas campanhas grátis de

atendimento a população. Em agosto, mês em

que o bairro da Mooca comemorou 448 anos, o

Hospital realizou exames gratuitos entre os dias 9

e 13. A capacidade de atendimento é de 300 pessoas

por dia. Para outubro novas atividades serão

programadas. O atendimento deve ser previamente

agendado através do telefone: (11) 3278-0010.

Cistite de repetição preocupacomunidade da saúdeA infecção urinária representa, atualmente, a

segunda maior causa de consultas médicas, só

perdendo para as infecções pulmonares. Por ano,

pelo menos 4 milhões de brasileiros procuram

os médicos queixando-se de cistite, uma infecção

urinária do baixo ventre, que atinge especial-

mente as mulheres. Porém um fato que tem

preocupado médicos é o aumento dos casos de

cistite de repetição, caracterizada por mais de um

caso de infecção por ano. Uma das razões é a

falta de diagnóstico correto. Um tipo de cistite

que costuma ser de difícil diagnóstico é a in-

tersticial, uma doença inflamatória vesical que

causa aumento da freqüência miccional e dor

pélvica.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo – julho/ 04

Publicação de artigos científicos emenfermagem - Revista ACADEMIA

O livro “Descortinan-

do o universo: A fa-

mília da criança com

câncer. Reflexões pa-

ra os profissionais de

saúde”, da Professora

e Enfermeira Cristiane

Pessoa da Cunha. A

obra foi fundamentada

em sua Dissertação de

Mestrado, concluído

na Escola de Enfermagem Anna Nery/ UFRJ.

Um texto que convida o leitor ao olhar dife-

renciado e atento, a escuta sensível e paciente,

ao respeito e compreensão dos discursos e dos

silêncios, ao cuidado eficiente e carinhoso.

Ele foi escrito para os profissionais e estudantes

da área de saúde, bem como para amigos e

familiares daqueles que estão vivenciando o

câncer. Informações: Livraria Planeta Letra: (12)

3652-4863/ 3652-3294.

A Revista ACA-

DEMIA DE EN-

FERMAGEM está

selecionando arti-

gos científicos de

enfermagem para

publicação.

Os interessados de-

verão ser enfermei-

ros especialistas.

As normas de pu-

blicação estão disponíveis no site da Academia.

Os trabalhos deverão ser enviados para o endereço

da ABESE: Rua Paraguaçu, 244/151 - cep 05006-

010 - São Paulo - SP. ABESE - Academia Brasileira

de Especialistas em Enfermagem.

www.abesenacional.com.br/regulamento.html

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

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17

O s enfermeiros e bombeiros são citados nessa

história, mas não tem nada com as maracutaias

aqui contadas.

antigão. Tudo isso só para ter um equipamento que nos

Estados Unidos não é obrigatório. Na maior parte da Europa

também não. Se onde a lei é mais rígida não é obrigatório,

porque aqui é? Será que somos mais ciosos da nossa

integridade que americanos e europeus, ou tem caroço

debaixo desse angu ? É só uma perguntinha impertinente,

não é uma afirmação.

Para você se acalmar,o pretexto para que troque tão

importante equipamento é que os atuais só extinguem fogos

da categoria A e B. Categoria A para fogaréu de

combustível, aquele que atormenta proprietários de Kombi

como eu. Categoria B é fogo proveniente de fagulha elétrica.

O novo extintor vem com pó químico para fogo no carpete,

banco e outras partes duras do carro. É a categoria C. O

bombeiro me disse que raramente ocorre fogo fora da

área do motor. Ainda assim, você vai poder usar um legítimo

extintor ABC. Uma maravilha. Não há foguinho que resista

ao super ABC. É claro que ele só funciona para quem é

treinado, fez curso, sabe como agir e que só serve para

apagar fogo no início. Portanto, apesar do seu avanço

tecnológico a maioria esmagadora dos motoristas não

sabem usá-lo. Ia me esquecendo de um detalhe: só uma

empresa no Brasil produz o tal pó. Vamos ter o monopólio

do pó... químico. E as válvulas especiais. Vão nadar em

ganhar dinheiro. Só de carro novo são dois milhões de

extintores, mas como toda a frota vai ter que trocar em

cinco anos, é mercado que não acaba mais. Melhor do que

fabricar estojinho de primeiros socorros. Detalhe, as

pequenas e médias empresas do ramo vão sumir. Quem

foi mesmo que disse que são as pequenas e médias

empresas que mais geram empregos.

Meu caro enfermeiro, só nos resta pressionar para que

esta questão se esclareça. Que tal pedir para o seu

deputado federal e senador façam uma investigação sobre

o caso? Não vai me dizer que você não sabe em quem

votou nas últimas eleições.

Eu explico. Algum iluminado do Conselho Nacional de

Trânsito teve uma inspiração, um in sight, como dizem os

místicos, e bolou uma forma sensacional de se ganhar

dinheiro com pedacinhos de esparadrapo. Bolou e aprovou

uma resolução que todos os carros tinham que ter um

super estojo de primeiros socorros para salvar preciosas

vidas ameaçadas por assustadores acidentes de grande

gravidade no trânsito. Você se lembra do velho e bom

estojo que todo mundo era obrigado a ter no carro? Quem

não tivesse era perseguido por policiais de trânsito,

guardas rodoviários e até mesmo acusado de ser um mau

cidadão por não usar tão importante e vital equipamento de

sobrevivência na selva automobilística.

Foi um festival de venda dos adorados estojinhos-salva-

vidas. Eram sofisticadíssimos, continham um rolinho de

esparadrapo, outro de gaze, um vidrinho com umas gotinhas

de mercúrio cromo e umas pomadinhas que não eram

chinesas... Se salvavam vidas, eu não sei, mas salvaram

a indústria desses produtos que de repente passou a

trabalhar dia e noite. Até marreteiro vendia o simpático

estojinho. No auge do civismo, eu disse cinismo, ou melhor

do civismo, houve mercado negro, o preço subiu e

motoristas desesperados imploravam para que lhes

vendessem o equipamento. Foi um bacanal de vendas.

Imagine quanto não ganharam com essa manobra. Até

hoje ninguém apurou de quem foi a brilhante idéia e a quem

isso favoreceu. Em pouco tempo se descobriu que era

tudo um embuste e nós jogamos solenemente os delicados

estojinhos nos lixões.

Agora vão nos obrigar a trocar o extintor do nosso carro a

cada cinco anos, por outro descartável. Os atuais são

reaproveitados, se em bom estado de conservação. É uma

resolução do Contran... Vem aí o extintor descartável, que

vai obrigar todo mundo a jogar um fora e comprar outro.

Antes que você diga que prefere o estojinho, é bom saber

que o novo vai custar cinco ou seis vezes mais que o

Heródoto Barbeiro é jornalista da TV Cultura e da Rádio CBN

ESPARADRAPOe PÓ QUÍMICO

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

Resolução COFEN Nº 271/02N

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as e

Res

oluç

ões

Mês de agosto marcou vitória da autonomia dosprofissionais de enfermagem na prescrição de

medicamentos

O CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEMem 18 de agosto deste ano, foi surpreendidopor uma liminar que suspendia os artigos2°, 3°,4° e 6° da Resolução COFEN n° 271/2002, a qual julgava a conduta do profissionalde enfermagem em determinadas áreas, degrave lesão à saúde e à ordem pública Trata-se de mais uma investida do CFM – ConselhoFederal de Medicina – contra o exercício plenoda enfermagem.Porém, apenas dois dias após este fato, aboa notícia: Cassada liminar que anulavaResolução COFEN 271/2002. O Desem-bargador Federal Dr. Antônio Ezequiel, do TRF- 1ª Região - Brasília, em ação específicainterposta pelo COFEN - Agravo deInstrumento - CASSOU a liminar que o CFMhavia obtido no sentido de anular aResolução COFEN 271/2002.Este fato, confirma que o Enfermeiro tem aCOMPETÊNCIA LEGAL tanto para prescriçãode medicamentos, quanto para participaçãode programas de Saúde pública, bem comoa solicitação de exames de rotina.

Confira abaixo, trecho da Decisão

1 – A liminar deferida pelo juízo de origem emMandado de Segurança coletivo, suspen-dendo a execução dos arts. 2°, 3°,4° e 6° daResolução COFEN n°271/2002, não mereceprosperar porque não há, no caso atuaçãoexacerbada, global e indiscriminada do pro-fissional de enfermagem no diagnóstico dedoença ou enfermidade ou na aplicação ouposologia de medicamentos.2- O art.2° limita a atuação do profissionalaos Programas de Saúde Pública, de cunhosocial, necessidade e abrangência indiscu-tíveis, e as rotinas às aprovadas em Institui-ções de Saúde, públicas ou privadas, parti-cipando de ambos profissionais da Medicina;3- O art.3°, por sua vez, limita a impugnadaautonomia do enfermeiro à escolha de me-dicamentos e respectivas posologias porquesomente a permite ao profissional que integraequipe de saúde, inexistindo ação isolada,desacompanhada ou não fiscalizada.

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 5318

4- O art.4° autoriza o enfermeiro a solicitarexames de rotina e complementares paragarantir ao cliente/paciente uma atençãoisenta de risco, prudente e segura na condutaprescricional/terapêutica, demonstrando umcuidado a mais, não imprudência.5- O art.6° faculta ao enfermeiro diagnosticare solucionar os problemas de saúde detec-tados, enquanto e somente quando atuar nosprogramas nas instituições de Saúde,apenas em atendimento a rotinas predeter-minadas e aprovadas com a finalidade deintegração multiprofissional.6- A Resolução do Conselho Nacional deEducação CNE/CES n° 03/2001, mencionadaexpressamente na Resolução COFEN n°271/2002,prevê, na formação do profissionalenfermeiro, a capacidade de diagnosticar esolucionar problemas de saúde, intervir noprocesso de saúde-doença, com a finalidadede proteger e reabilitar a saúde, na perspec-tiva da integralidade da assistência e inte-gração da enfermagem às ações multipro-fissionais.7- A liminar suspensa acarreta lesão à ordemadministrativa porque causa impacto na exe-cução e no funcionamento dos programasde saúde dos governos federal, estadual emunicipal e, conseqüentemente, à saúde pú-blica, colocando em risco a saúde e até avida da população, uma vez que a sustaçãodo desenvolvimento desses programas, semque somente médicos consigam desincum-bir-se desse trabalho, deixando pacientessem a mais comezinha assistência médica,poderia provocar colapso no Sistema deSaúde.8- Agravo Regimental denegado,9- Decisão confirmada,(AGSS 2003.01.00.002410-0/DF, Rel.Desembargador Federal CATÃO ALVES,CORTE ESPECIAL DJ de 22/04/04, p.02).

Para conferir na íntegra esta Decisão, bemcomo a Resolução COFEN n° 271/ 2002,acesse o site: www.cofen.com.br

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 5319

Conselho Regional de Enfermagem de São Pauloestá coordenando o concurso O Conto da Enfer-

Faça história,contando história

O

O contoda enfermeira

Faça história,contando história

O contoda enfermeira

meira. Pela primeira vez, enfermeiros, técnicos e auxi-liares de enfermagem poderão ter a chance de ver suashistórias publicadas na agenda COREN-SP 2006. Otema dos contos será: Experiências vivenciadas noexercício da profissão. Abaixo está o regulamentocompleto do concurso e as instruções de como fazercorretamente a inscrição. Fiquem atentos e não deixemde participar!

Como se inscrever1 - Tema: Experiências vivenciadas no exercício daprofissão.2 – Os contos deverão ser enviados no seguinte formato:documento do Word, fonte Times 12 e espaçamento1,5 entre linhas. Em relação ao tamanho do texto, oconto deverá preencher no mínimo três páginas doWord e no máximo quatro páginas.3 - Coloque em envelope grande com apelido. Em umenvelope pequeno, envie seu currículo com 10 linhas,além de nome completo e endereço, o título do conto eo apelido que escolheu. Esta informação deverá estarlacrada e só será aberta se o conto for selecionado.Remeta para: Rua Dona Veridiana, 298 - cep 01238-010 - São Paulo - SP, com a identificação: CONTO DAENFERMEIRA;4 - O prazo máximo para a inscrição é até 28 fevereirode 2005 - data de postagem (os textos recebidos apósessa data serão desconsiderados);5 - Após o encerramento do prazo, será constituída umacomissão de três pessoas de expressão no mundo edi-torial, especialmente convidadas para comporem o júri;6 - A comissão selecionará os 12 melhores contos, queserão publicados na agenda 2006;

7 - Os participantes deverão ser, obrigatoriamente,profissionais de enfermagem inscritos no COREN-SP.

Sobre o contoO conto moderno é uma narrativa curta que revela algoinesperado, uma visão de mundo surpreendente ouemocionante. Todos já leram uma história assim, quefaz rir, chorar, ou tira o fôlego. O conto tem uma grandeunidade no tempo em que é passado, no espaço ondecoisas acontecem e na ação da personagem que vive omomento.

Critérios utilizados pela comissão julgadora:1 - Os textos literários serão identificados pela inven-tividade e originalidade no domínio da linguagemliterária do gênero;2 - Deverão conter narrativas com unidade que revelemharmonia de forma e conteúdo;3 - Serão observadas a coerência e coesão no enca-deamento da narrativa sem que o conceito interfira naexpressão da livre manifestação artística do autor.

Divulgação dos resultadosA data da divulgação dos resultados será em agosto de2005. A comissão julgadora é soberana e não caberãorecursos sobre o resultado da seleção.Importante: Os originais recebidos serão destruídos30 dias após a divulgação do resultado.A remessa de originais para o concurso implica naconcordância das regras aqui especificadas.

PrêmioOs vencedores, além de terem seus contos publicados,receberão 10 exemplares da agenda COREN-SP 2006.Participe!

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

2004 - Cursos deExtensão emEnfermagem – UnibanEm todos os cursos serão

fornecidos certificados para quem

participar com, no mínimo, 75% de

freqüência.

Consulte datas pelo telefone abaixo

Local: UNIBAN

Público alvo: Acadêmicos de

Enfermagem e Enfermeiros

- Leitura de ECG

- Atendimento Pré-Hospitalar em

Suporte Básico à Vida - SBV

Informações: 0800-129000

www.fundacaouniban.org.br/

extensao/cursos-enfermagem.asp

Ciclo de atualizaçãoAcesso VenosoData: 18 de novembro

Local: Hotel Parthenon

Rua Maestro Cardim, 407

Horário: 8h às 12h30

Informações: (11) 3721-9333

www.ellusaude.com.br

Ciclo de atualizaçãoAssistência deEnfermagem em UTIPediátricaData: 19 de novembro

Local: Hospital Infantil Candido

Fontoura Rua Siqueira Bueno, 1757

Horário: 8h às 12h30

Informações: (11) 3721- 9333

www.ellusaude.com.br

Enfermagem em HomeCareData: 20 de novembro

Local: Colégio Vicente Leça Centro de

Qualificação Profissional em Saúde - SP

Investimento: R$ 30,00 -

das 08 às 14 horas

Informações: (11) 6131-2090

Prática de Administraçãode MedicamentosData: 09 e 11 de novembro

Investimento: R$ 50,00

Local: Alameda Santos, nº 211, 16º

andar - conj. 1609

Informações: 3145-4708

Assistência deEnfermagem aoPaciente IdosoData: 17 e 29 de novembro

Investimento: R$ 40,00

Local: Alameda Santos, nº 211, 16º

andar - conj. 1609

Informações: 3145-4708

Cuidados deEnfermagem comRecém NascidosData: 19 e 29 de novembro

Investimento: R$ 40,00

Local: Al. Santos, nº 211, 16º

andar - conj. 1609

Informações: 3145-4708

As informações sobre cursos e

eventos são de inteira respon-

sabilidade dos promotores dos

mesmos.

Para publicação de cursos nesta

seção envie e-mail para:

[email protected]

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 5321

Fórum de Gestores deEnfermagem - Gestão deRisco - como pode auxiliarna administração dosserviços de enfermagemData: 23 de outubro

Local: Hospital Samaritano - São Paulo

Informações: SOBRAGEN

e-mail: [email protected]

II Encontro de EnfermeirosEspecialistas em Oncologia/RadioterapiaData: 28 a 30 de outubro

Local: Centro de Convenções do

Instituto de Ensino e Pesquisa do

Hospital Sírio-Libanês - São Paulo - SP

Informações:

[email protected]

5º Congresso Nacional dela AEC EnfermeiraComunitaria “LA MEDIDADEL CUIDADO” -Asociación de EnfermeríaComunitariaData: 28 a 30 de outubro

Local: Balneario de Archena (Murcia)

Informações: Secretaria Técnica

Alquibla / 14 às 16 horas

[email protected]

www.enfermariacomunitaria.org

15º CongressoInternacional em Questõesde Saúde da MulherIV Cobeon – CongressoBrasileiro de EnfermagemObstétrica e NeonatalData: 07 a 11 de novembro

Local: Hotel Fazenda Fonte Colina

Verde - São Pedro/ SP

Informações:

[email protected]

IV Fórum Mineiro deEnfermagemData: 9 a 11 de novembro

Local: Universidade Federal de

Uberlândia - Anfiteatro Campus

Umuarama – Bloco 2A

Informações: www.hc.ufu.br/

enfermagem - (34) 3218-2387 ou 3218-

2146 das 7h às 17h

VI Simpósio de EducaçãoContinuada emEnfermagemData: 27 de novembro

Local: Centro Universitário São Camilo

Informações: 3721-9333

II Simpósio Brasileiro deVigilância Sanitária

I Simpósio Pan-Americanode Vigilância SanitáriaData: 21 a 24 de novembro

Local: Caldas Novas - Goiás

Informações: (62) 201-4149

www.simbravisa.com.br

II Oficina de TrabalhoCustos HospitalaresData: 27 de Novembro

Local: Hospital Santa Cruz São Paulo

Investimento: Sócio: R$ 40,00; Não

sócio: 80,00

Informações:[email protected]

I Simpósio de Enfermagemem ArritmiasXXI Congresso Brasileiro deArritmiasData: 03 de dezembro de 2004

Local: Belo Horizonte Minas Gerais

Informações:www.daec-sbc.org.br

3º Congresso Brasileiro deEspecialistas emEnfermagemData: 27 a 29 abril de 2005

Cursos pré-congresso: 25 e 26 de abril

de 2005

Local: Parlamento Latino Americano São

Paulo - SP

Informações:www.abesenacional.com.br

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

Embarqueneste roteiro

cultural

Hoje em dia, caminhar pelas estações doMetrô paulistano é como visitar umagaleria de arte. Ao longo dos 58km delinhas há esculturas, murais e painéisassinados por artistas de renome. Confira!

Vôo de XangôArtista: Gilberto SalvadorGênero: EsculturaData: 1999

Santana

Armênia

Memorial ArmêniaArtista: Josely Carvalho

Gênero: Instalação/EsculturaData:1995

Santa Cecília

Sem TítuloArtista:

Maurício Nogueira LimaGênero: Mural

Data: 1990

RepúblicaMomento Antropofágicocom Oswald de AndradeArtista: Antonio PeticovGênero: Mural Data:1990.

mam

MovimentoArtista: Cláudio TozziGênero: PainelData: 1990

O Ventre da VidaArtistas: DeniseMilan e Ary PerezGênero: InstalaçãoData: 1993

Bienal

Trianon Masp

Vôo da AproximaçãoArtista: Gilberto SalvadorGênero: PainelData: 2002

Pássaro RoccaArtista:

Francisco BrennandGênero: Escultura

Data: 1990

JabaquaraSem TítuloArtista: Renina KatzGênero:TratamentocromáticoData:1991

Cabral

A Catedral do Povo(Painel 8)

Artista: GontranGuanaes NettoGênero: Painel

Data: 1990

Corinthians-Itaquera

Jardim São Paulo

Barra Funda

Estudo de Mulher nº1Artista: José GuerraGênero: EsculturaData: 1989

SumaréArtista: Alex

FlemmingGênero:

Instalação/Poema

Data: 1998Penha

SolarisArtista: Eliana Zaroni Lindenberg

Gênero: EsculturaData: 1996

Largo Treze

Clínicas

22

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

Presidente

Ruth MirandaVice-presidente

Akiko KanazawaPrimeira-secretária

Maria Antonia de Andrade DiasSegunda-secretária

Vanderli de Oliveira DutraPrimeira-tesoureira

Rita de Cássia ChammaSegunda-tesoureira

Aldaíza Carvalho dos Reis

Publicação oficial bimestral do COREN-SP • Reg. nº 24.929 • 4º registro • 260 mil exemplares • distribuição gratuita dirigidaRua Dona Veridiana, 298 • Higienópolis • São Paulo • SP • CEP 01238-010 • Fone: 0800 55 21 55 • www.corensp.org.br

RedaçãoCássia Monteiro e João MarinhoRevisãoCássia Monteiro, Mônica FariasCapaIlustração Alvaro GuillermoProjeto Gráficoarte in comunicação e marketingfone/fax: (11) 5042-3428Coordenação editorialDe mais editorafone/fax:(11) [email protected]

Presidente da Comissão de Tomada de Contas (CTC)

Maria Aparecida MastroantonioMembros da CTC

Tomiko Kemoti AbeWilson Florêncio RibeiroConselheiros efetivos

Anézia Fernandes, Francinete de LimaOliveira, Guiomar Jerônimo de Oliveira,Lindaura Ruas Chaves, MagdáliaPereira de Sousa, Sérgio Luz, SôniaRegina Delestro Matos, TerezinhaAparecida dos Santos Menegueço

260 mil exemplares distribuição gratuita

COREN-SP on-lineO COREN-SP disponibiliza, para seus associados, informações on-line através de boletinsperiódicos. Caso tenha interesse de começar a receber informações via e-mail, cadastre-seem nosso site www.corensp.org.br

Conselho Federal de Enfermagem batalha pelo cumprimento da lei emconfederações desportivasCom base no Decerto 31, de 1834, elaborado quando o então imperador, Dom Pedro II, tinhaapenas nove anos de idade, o CFM – Conselho Federal de Medicina – investiu mais uma vezcontra os profissionais de enfermagem. Tentando impedir que enfermeiros se valessem dotítulo de “doutor”, foram à Justiça utilizando um argumento que possui 170 anos. Porém, oDecreto 31 não desabona profissionais de nenhuma categoria; somente autoriza, num ato derotina, as escolas de Medicina e os cursos jurídicos do Império a conferirem o grau de doutor,nas respectivas matérias aos catedráticos e substitutos que, à época, não o possuíam. OConselho Regional de Enfermagem encara este episódio com a tranqüilidade de quem estáhabilitado a lutar nos tribunais, em defesa dos direitos dos profissionais de enfermagem.Fonte: COFEN

Empregado padrãoO Sr. Donizete Floriano colaborador do COREN-SP recebeu o título de Emprega-do Padrão outorgado pelo Sistema COFEN/ COREN´s (Resolução COFEN-262/2001) de 2004.Otítulo foi homologado em plenário do COFEN em julho passado. Parabenizamos o profissionalpelo honroso título.

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

Por motivos editoriais aredação poderá resumir oconteúdo das cartas.

ParabenizaçãoSou enfermeira e muitome agrada as matériaspublicadas na Revista doCOREN-SP. Vocês estãode parabéns.Vilma Martins

Acidentes de trabalhoQuero parabenizar pelaescolha dos temas dasduas últimas edições so-bre as doenças que maisacometem os profissio-nais de enfermagem. Es-se tema foi o da minhamonografia da especia-lização em enfermagemdo trabalho em 1989.Oque mudou foi a inclusãodos casos de contami-nação pelo HIV.Maria Luiza Gonçalves daSilva

EstresseSou estudante de Enfer-magem em Jaú e estoudesenvolvendo um estudocientífico sobre o estres-se na área de enferma-gem e gostaria que sevocês pudessem enviar areportagem da edição de

Capa da edição 52

maio/junho da revistapois está muito interes-sante.Desde já agradeço.Flávia - São Paulo

aos profissionais dasaúde ,mas se fossepossível gostaria muito dereceber ou assinar arevista ,pois assim tereimais tempo de ler.Antecipadamente agra-deço a todos e um gran-de abraço.Willian Rehder

Salvador - BAEu gostaria de saber seo COREN-SP poderia meenviar as revistas men-sais. Aqui na Bahia, nãorecebemos nada desseConselho.Érica Coimbra Pereira –Salvador - BA

Minas GeraisSou enfermeira há 14anos atuei 12 anos emSão Paulo e há 2 anosestou atuando no estadode Minas Gerais e gos-taria imensamente dereceber a revista CO-REN-SP, me disponho apagar pela assinatura.Nádia Roquete - MinasGerais

Prezados leitoresAgradecemos as mani-festações de interesseem nossa publicação. In-formamos que as Revis-tas do COREN-SP sãodistruídas gratuitamentesomente aos profissio-nais de enfermagem do

Estado de São Paulo, de-vidamente cadastradosneste Conselho. Masvocês poderão continuaracessando as matériasatravés de nosso sitewww.corensp.org.br

Atraso no recebimentoGostaria de receber aedição passada da Re-vista do COREN-SP. Osassuntos abordados sãoótimos, por este motivogostaria de registrar oocorrido para que sejamsanados os problemascom a postagem dasrevistas.Obrigada.Kátia Juliani Calheiros doNascimento

Prezada KátiaAssim como você algunsprofissionais tiveram pro-blemas no recebimentodas Revistas do COREN-SP. Sendo assim gosta-ríamos de ressaltar aimportância de manter osdados cadastrais atua-lizados para que possa-mos manter a regula-ridade das postagens.

Mande sugestões e críti-cas para:[email protected]

Interesse naspublicações doCOREN-SPVenho através dessaparabenizar o belissimotrabalho quem fazem arevista COREN-SP, nãosou da área da saúdemas acompanho e muitoquase tudo que acon-tece, tenho sempre ligoalguns artigos pela inter-net, sei que esta concei-tuada revista e somente

COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53