coordenaÇÃo - geral coordenaÇÃo especÍfica … · 2008-04-30 · 7.12 hipótese de aditamento...

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DAJE – Departamento de Apoio aos Juizados Especiais Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso 1 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO CORREGEDORIA - GERAL DA JUSTIÇA Manual do Conciliador COORDENAÇÃO - GERAL Des. Orlando de Almeida Perri Márcia Coutinho COORDENAÇÃO ESPECÍFICA Sebastião de Arruda Almeida SUPERVISÃO Lusanil Egues da Cruz ORIENTAÇÃO E DIREÇÃO: Rosemeire Santini Pincerato DIGITAÇÃO Michele de Brito Martins REVISÃO JUDICIÁRIA Natércia Catarina Costa Reis Wanderley Andrade REVISÃO GRÁFICA Cristiane Vieira de Souza Lysiana F. de Vasconcelos Carvalho FORMATAÇÃO E ADEQUAÇÃO ABNT Cleusa Campana Perez CAPA E PROJETO GRÁFICO Departamento Gráfico do Tribunal de Justiça-MT

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DAJE – Departamento de Apoio aos Juizados Especiais

Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso

1

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO

CORREGEDORIA - GERAL DA JUSTIÇA

Manual do Conciliador

COORDENAÇÃO - GERAL

Des. Orlando de Almeida Perri

Márcia Coutinho

COORDENAÇÃO ESPECÍFICA

Sebastião de Arruda Almeida

SUPERVISÃO

Lusanil Egues da Cruz

ORIENTAÇÃO E DIREÇÃO:

Rosemeire Santini Pincerato

DIGITAÇÃO

Michele de Brito Martins

REVISÃO JUDICIÁRIA

Natércia Catarina Costa Reis

Wanderley Andrade

REVISÃO GRÁFICA

Cristiane Vieira de Souza

Lysiana F. de Vasconcelos Carvalho

FORMATAÇÃO E ADEQUAÇÃO ABNT

Cleusa Campana Perez

CAPA E PROJETO GRÁFICO

Departamento Gráfico do Tribunal de Justiça-MT

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COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Des. Benedito Pereira do Nascimento

Desa. Shelma Lombardi de Kato

Des. Licínio Carpinelli Stefani

Des. Leônidas Duarte Monteiro

Des. José Ferreira Leite

Des. José Jurandir de Lima

Des. Paulo Inácio Dias Lessa

Des. Munir Feguri

Des. Antônio Bitar Filho

Des. José Tadeu Cury

Des. Mariano Alonso Ribeiro Travassos

Des. Orlando de Almeida Perri

Des. Jurandir Florêncio de Castilho

Des. Rubens de Oliveira Santos Filho

Des. Manoel Ornellas de Almeida

Des. Donato Fortunato Ojeda

Des. Paulo da Cunha

Des. José Silvério

Des. Omar Rodrigues de Almeida

Des. Diocles de Figueiredo

Des. José Luiz de Carvalho

Des. Sebastião de Moraes Filho

Des. Juracy Persiani

Des. Evandro Stábile

Des. Márcio Vidal

Des. Rui Ramos Ribeiro

Des. Guiomar Teodoro Borges

Desa. Maria Helena Gargaglione Póvoas

Des. Juvenal Pereira da Silva

Des. Carlos Alberto Alves da Rocha

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CONSELHO DE SUPERVISÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS

COMPOSIÇÃO

PRESIDENTE

DES. LICÍNIO CARPINELLI STEFANI

MEMBROS - JUÍZES (AS)

DIRCEU DOS SANTOS

JOÃO BOSCO SOARES DA SILVA

MARIA APARECIDA RIBEIRO

JOSÉ ZUQUIM NOGUEIRA

SEBASTIÃO BARBOSA FARIAS

SERLY MARCONDES ALVES

MÁRIO ROBERTO KONO DE OLIVEIRA

SEBASTIÃO DE ARRUDA ALMEIDA

VALMIR ALAÉRCIO DOS SANTOS

YALE SABO MENDES

COMPOSIÇÃO DAS TURMAS RECURSAIS

1.ª TURMA RECURSAL DR. DIRCEU DOS SANTOS - Presidente

DRA. SERLY MARCONDES ALVES DR. MÁRIO ROBERTO KONO DE OLIVEIRA

2.ª TURMA RECURSAL

DR. JOÃO BOSCO SOARES DA SILVA - Presidente DR. SEBASTIÃO BARBOSA FARIAS

DR. NELSON DORIGATTI

3.ª TURMA RECURSAL DRA. MARIA APARECIDA RIBEIRO - Presidente

DR. SEBASTIÃO DE ARRUDA ALMEIDA DR. VALMIR ALAÉRCIO DOS SANTOS

SUPLENTES DR.YALE SABO MENDES

DR. GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO DRA. ANA CRISTINA DA SILVA ABDALLA

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APRESENTAÇÃO

O Manual do Conciliador foi elaborado com o escopo de orientar e dar suporte ao trabalho

dos auxiliares da Justiça, enfatizando a importância da função e a finalidade maior dos Juizados

Especiais, que é a de fazer com que as partes cheguem a um entendimento satisfatório, pondo fim à

demanda mediante um acordo.

Entendemos que a Corregedoria-Geral da Justiça, por meio do Departamento de Apoio aos

Juizados Especiais, poderia ir além das suas funções típicas e, por isso, traçamos metas inovadoras,

com o intuito de tornar a justiça cidadã realmente célere e eficaz, em respeito aos seus princípios

basilares, destacando o Projeto Conciliar, do qual o Manual do Conciliador é produto.

Nota-se que na elaboração dessa ferramenta de trabalho houve a preocupação não só de

orientar procedimentalmente o conciliador, mas, principalmente, de reunir informações acerca das

normas internas, fornecendo-lhes subsídios no desempenho dessa função de primordial importância.

Nos dias atuais, vê-se que os conflitos estão cada vez mais jurisdicionalizados, seja por

mudança de “hábitos” ou “valores”, seja em razão da litigiosidade contida ou até mesmo pela política

ineficiente do Estado, na busca de solução para os problemas sociais, advindo, daí, um importante

fenômeno sociocultural, cuja conseqüência é o abarrotamento de processos nos escaninhos do

Poder Judiciário. Diante disso, a Justiça, que deveria ser especial, está fadada a se tornar comum se

nada for feito para mudança desse cenário.

Sabe-se que a conciliação é obrigatória nos Juizados Especiais e que os nossos magistrados

têm empreendido grandes esforços para efetivá-la, obtendo bons resultados, porém, pouco

expressivos diante da vultosa demanda e do quadro insuficiente de servidores do Poder Judiciário

Mato-grossense.

Portanto, é nosso dever, como representante da Justiça, concentrar esforços na busca de

meios alternativos para a solução dos conflitos sociais.

Em momento oportuno, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) encampa o "Movimento pela

Conciliação", dando respaldo para que os demais órgãos institucionais façam a sua parte, nesta

sublime tarefa de pacificação social.

Cuiabá, março de 2008.

Desembargador Orlando de Almeida Perri

Corregedor-Geral da Justiça

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1. OS JUIZADOS ESPECIAIS NO CONTEXTO PROCESSUAL .................................................................. 8 1.1 As normas reguladoras do relacionamento humano (entre si, com o estado e com o meio ambiente) suas

implicações no contexto jurídico-processual ......................................................................................................... 8 1.2 O processo como meio de aplicação das normas jurídicas............................................................................ 8 1.3 A crise do sistema processual .......................................................................................................................... 8 1.4 Os Juizados Especiais – JUSTIÇA CIDADÃ E CONSENSUAL ................................................................. 9 2. ÂMBITO DE ATUAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS............................................................................. 9 3. ESTRUTURAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS NO

ÂMBITO ESTADUAL.......................................................................................................................................... 10 3.1 Estrutura do Tribunal de Justiça de Mato Grosso...................................................................................... 11 3.2 Conselho da Supervisão ................................................................................................................................. 11 3.3 Turmas Recursais........................................................................................................................................... 11 3.4 Corregedoria-Geral da Justiça...................................................................................................................... 12 3.5 Departamento de Apoio aos Juizados Especiais .......................................................................................... 12 4. OS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS............................................................................................................ 12 4.2 Os Princípios que norteiam os Juizados Especiais Cíveis ........................................................................... 14 4.3 A Competência dos Juizados Especiais Cíveis ............................................................................................. 15 4.3.3 A distribuição da competência dos Juizados Especiais Cíveis mato-grossenses .................................... 17 4.4 Os sujeitos da relação processual no Juizado Especial Cível...................................................................... 18 4.4.1 O Juiz Togado.............................................................................................................................................. 18 4.4.2 Os Conciliadores.......................................................................................................................................... 18 4.4.3 O Juiz Leigo ................................................................................................................................................. 18 4.5 Quem são as partes do processo nos Juizados Especiais Cíveis.................................................................. 19 4.6 Os ritos processuais do Juizado Especial Cível............................................................................................ 21 4.7 Fluxo da Execução de Título Judicial (Lei n.º 9.099/95, art. 52) ................................................................ 22 4.8 Da execução de Título Extrajudicial por quantia certa contra devedor solvente (Lei n.º 9.099/95, art.

53) 23 4.9 O Pedido Inicial - Referência legal: Lei n.º 9.099/95 – artigos 14 e 15 ....................................................... 24 4.9.2 Das citações nos Juizados Especiais ........................................................................................................... 25 4.9.3 A Intimação nos Juizados Especiais Cíveis ............................................................................................... 26 4.9.4 A Sessão/ Audiência de Conciliação........................................................................................................... 27 5. OS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS ................................................................................................... 33 5.1 Objetivos Principais ....................................................................................................................................... 34 5.2 Do Procedimento Criminal ............................................................................................................................ 35 5.2.2 O Termo Circunstanciado .......................................................................................................................... 35 5.2.3 Da Audiência Preliminar (Lei n.º 9.099/95, artigos 72 a 76). ................................................................... 36 5.2.4 Da aplicação imediata de pena alternativa à privativa de liberdade (transação penal) ........................ 37 a) Exemplo de Termo de Audiência com aplicação imediata de pena:............................................................. 38 5.3 O Conciliador.................................................................................................................................................. 39

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5.3.1 Perfil do Conciliador ................................................................................................................................... 39 5.3.2 Princípios que devem nortear a atuação do Conciliador ......................................................................... 40 5.3.3 Os deveres do Conciliador no exercício da função ................................................................................... 41 5.3.4 As principais atribuições do Conciliador .................................................................................................. 41 5.3.5 Passo a Passo do Trabalho do Conciliador................................................................................................ 42 5.3.6 O roteiro para audiência de conciliação .................................................................................................... 42 5.3.6.1 O horário de comparecimento à audiência de conciliação..................................................................... 42 5.3.7 O trabalho conciliatório............................................................................................................................ 43 5.3.7.1 Reunir as informações sobre o caso ......................................................................................................... 43 Aberta a audiência de conciliação, deve o Conciliador colher informações sobre o caso para melhor dirigir

os trabalhos. ........................................................................................................................................................... 43 Nesta fase é muito útil: .......................................................................................................................................... 43 5.3.7.2 Identificar as razões e interesses de objeto da lide.................................................................................. 43 5.3.7.3 Características do resumo: O resumo deve ser feito com: ..................................................................... 44 5.3.7.4 Esclarecer as controvérsias....................................................................................................................... 44 5.3.7.5 Discutir as controvérsias ........................................................................................................................... 44 5.3.7.6 Procurar levar as partes a encontrar uma solução................................................................................. 45 5.3.7.7 Finalizar a conciliação............................................................................................................................... 45 5.3.8 O fracasso na conciliação............................................................................................................................ 45 5.3.8.1 O encerramento da audiência de conciliação .......................................................................................... 46 5.3.8.2 A redação do Acordo Cível e outras providências........................................................................... 46 I) Acordo ................................................................................................................................................................ 46 II) Espécies de obrigação ...................................................................................................................................... 47 III) Tipos de obrigações e execução ..................................................................................................................... 47 6 DOS RECURSOS - ESPÉCIES DE RECURSOS ......................................................................................... 49 6.1 Recurso Inominado ........................................................................................................................................ 49 6.2 Embargos de Declaração ............................................................................................................................... 49 6.3 Prazos .............................................................................................................................................................. 50 6.4 Execução.......................................................................................................................................................... 50 b) Execução de Título Executivo Extrajudicial................................................................................................... 51 c) Ação rescisória................................................................................................................................................... 52 7. MODELOS....................................................................................................................................................... 53 7.1 Obrigação de Fazer ........................................................................................................................................ 53 7.2 Troca do Objeto de Fabricação..................................................................................................................... 54 7.3 Obrigação de Pagar........................................................................................................................................ 55 7.4 Indenização por Danos causados em Acidente de Veículo.......................................................................... 56 7.5 Indenização por Danos causados em imóvel em decorrência de infiltração.............................................. 57 7.6 Hipótese de Revelia......................................................................................................................................... 58 7.7 Hipótese de não-comparecimento do Autor ................................................................................................. 59 7.8 Hipótese de não haver acordo entre as partes.............................................................................................. 60

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7.9 Na hipótese de ausência de ambas as partes sem haver prova de citação da parte ré.............................. 61 7.10 Hipótese de o réu obstar a citação através do correio ............................................................................... 62 7.11 Hipótese de mudança de endereço do réu sem que o autor saiba informar, no momento da audiência, o

novo endereço ........................................................................................................................................................ 63 7.12 Hipótese de aditamento da inicial para inserção de co-réu no pólo passivo da reclamação. ................. 64 7.13 Designação de nova audiência conciliatória tendo em vista a possibilidade de acordo entre as partes 65 7.14 Acordo Celebrado......................................................................................................................................... 66 8. LEGISLAÇÃO ................................................................................................................................................ 67 8.1 LEI N.º 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995................................................................................. 67 8.2 Lei Federal n.º 10.259, de 12 de julho de 2001 .............................................................................................. 87 CNGC - Capítulo V – DOS JUIZADOS ESPECIAIS...................................................................................... 141 9. ATOS NORMATIVOS ................................................................................................................................... 151 PROVIMENTO N.º 01/2002/CSJE.................................................................................................................... 151

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1. OS JUIZADOS ESPECIAIS NO CONTEXTO PROCESSUAL

1.1 As normas reguladoras do relacionamento humano (entre si, com o estado e com o

meio ambiente) suas implicações no contexto jurídico-processual

O homem, um ser eminentemente social, tendo necessidade de se interagir com

outros de sua espécie, vive em regra, em sociedade, bem como se integra ao meio ambiente

terrestre. Para uma boa convivência humana, foram estabelecidas regras de comportamento,

inicialmente, com base em princípios éticos, tais como, de educação social (higiene, caráter),

gratidão, religiosas, etc., que, por sua vez, embora úteis à convivência social, se não adotadas

pela sociedade, não podem lhe ser impostas.

Como essas regras se mostraram insuficientes para a harmonia social

desejável, foram estabelecidas outras regras de procedimento humano e que se destinam à

limitação da atividade de cada um de nós, em relação ao nosso próximo, bem como, ao meio

ambiente e de cumprimento obrigatório para todos. São as chamadas normas jurídicas,

emanadas de um poder estatal soberano que, no nosso país, atualmente é representado pelo

Poder Legislativo (Federal, Estadual e Municipal). Como exemplos dessas normas, temos o

Código Civil, Penal, Trabalhista (CLT), Consumidor, Leis Ambientais, etc.

1.2 O processo como meio de aplicação das normas jurídicas

Em razão dessa norma jurídica ser de cumprimento obrigatório, ficou

estabelecido que cabe ao Estado-Juiz, representado pelo Poder Judiciário, a exclusiva

competência para a aplicação das regras jurídicas (jurisdição). E para isso, deve, também, o

Estado-Juiz observar normas que disciplinam a forma de aplicação das regras jurídicas.

O conjunto das regras disciplinadoras da forma de aplicação das normas

jurídicas é o chamado direito processual (Código de Processo Civil, Código de Processo

Penal, CLT, Lei dos Juizados Especiais, etc.).

1.3 A crise do sistema processual

Com o crescimento quantitativo da nossa sociedade e de suas múltiplas relações

interpessoais (entre pessoas, pessoas-estado, pessoa-meio ambiente), surgiu “novos direitos”

(consumidor, ambiental, informática, biodireito, etc.) e com eles o número de conflitos se avolumou e o

sistema processual brasileiro passou a não mais atender à sua finalidade de instrumento de efetivação do

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direito material, decorrentes, dentre outras causas, pelo excessivo rigor formal das regras processuais,

o valor das custas e despesas processuais, carência de magistrados, serventuários, entre outros,

tudo isto gerando uma excessiva morosidade na prestação do serviço do Estado-Juiz e dificultando, na

prática, o assegurado direito constitucional do amplo acesso à Justiça, por falta de efetividade do

processo, como instrumento de realização dos direitos declarados no ordenamento jurídico material.

1.4 Os Juizados Especiais – JUSTIÇA CIDADÃ E CONSENSUAL

É nessa esfera de pensamento moderno que entram os Juizados Especiais, com seus

princípios e critérios claramente voltados para uma Justiça gratuita, informal, simples e rápida (inc. I do

art. 98 da CF e art.2.º da Lei n.º 9.099/95).

Justiça cidadã e consensual porque, como veremos à frente, as diversas disposições da

Lei n.º 9.099/95 impõem a quem atuar nesse microssistema, seja o juiz, seus auxiliares (serventuários,

conciliadores, juízes leigo, etc.), o promotor de justiça, o advogado, o defensor público, o procurador

fazendário (este, em face da Lei n.º 10.259/2001 que criou os Juizados Especiais Cíveis e Criminais

Federais), etc., o quase-dever de perseguir sempre a composição do litígio, através dos meios alternativos

à chamada “Justiça Litigiosa”, através do caminho da conciliação, da composição dos danos civis, da

transação ou do chamado “sursis processual”.

Enfim, os Juizados Especiais Cíveis e Criminais devem preocupar-se em, não apenas

solucionar o processo, mas e principalmente, atender aos interesses das partes envolvidas no litígio e

com isso, cumprir efetivamente a sua função estatal que é, através da Administração da Justiça,

restabelecer e manter a harmonia de toda a comunidade social.

2. ÂMBITO DE ATUAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Os Juizados Especiais são Órgãos do Poder Judiciário, providos por juízes

togados, ou togados e leigos, sendo os cíveis competentes para a conciliação, o julgamento e a

execução de causas cíveis de menor complexidade.

Os juizados criminais são competentes para conciliação, o julgamento e a

execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, estas consideradas as

contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 02 (dois)

anos, cumulada ou não com multa.

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3. ESTRUTURAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E

CRIMINAIS NO ÂMBITO ESTADUAL

Administrativamente, temos no organograma a seguir, os Órgãos

Judiciários e seus setores auxiliares, no seguimento desta Justiça Especial neste Estado de

Mato Grosso:

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3.1 Estrutura do Tribunal de Justiça de Mato Grosso

O Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso sediado na Capital e

jurisdição em todo o território do Estado compõe-se de 30 (trinta) Desembargadores,

promovidos ou nomeados na forma da Constituição federal e do Código de Organização e

Divisão Judiciárias do Estado.

É composto ainda pelo Tribunal Pleno, Órgão Especial, Conselho da

Magistratura, 06 (seis) Câmaras Cíveis Isoladas e 02 (duas) Turmas de Câmaras Cíveis

Reunidas, 03 (três) Câmaras Criminais Isoladas e 01 (uma) Turma de Câmara Criminal

Reunida.

3.2 Conselho da Supervisão

O Conselho da Supervisão dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais é órgão

consultivo e de planejamento superior, com fulcro no artigo 5.º da Lei n.º 6.176/93.

É composto por um Presidente, sendo este um Desembargador, designado pelo

Órgão Especial, um juiz integrante das Turmas Recursais, este designado pelo Conselho da

Magistratura e ainda, Juízes Titulares dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Comarca

da Capital.

3.3 Turmas Recursais

As Turmas Recursais têm a finalidade de julgar os recursos contra as decisões

dos Juízes dos Juizados Especiais Estaduais. As decisões são colegiadas e tomadas por

maioria de votos.

Cada Turma Recursal será composta por 03 (três) Juízes de Direito, em

exercício no primeiro grau de jurisdição, presidida pelo Juiz mais antigo dentre os demais

componentes, conforme reza o artigo 82 e parágrafos.

Às Turmas Recursais Cíveis compete julgar os embargos de declaração de

seus julgados e os recursos de apelação, previstos no artigo 41, I, da Lei n.º 6.176/93.

As Turmas Recursais Criminais julgam recursos de apelação, agravo retido e

embargos de declaração de acórdãos.

Nesta fase processual, a capacidade postulatória é atribuída somente ao

advogado, mesmo nos processos em que as partes não possuem assistência jurídica.

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3.4 Corregedoria-Geral da Justiça

A Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de Mato Grosso é um órgão de

fiscalização, disciplina e orientação administrativa, exercida em todo o Estado por um

Desembargador, com a denominação de Corregedor-Geral da Justiça, regulamentado pela Lei

n.º 4.964/85 - COJE - Código de Organização e Divisão Judiciárias na Seção II, artigo 31 e

seguintes.

3.5 Departamento de Apoio aos Juizados Especiais

O Departamento de Apoio aos Juizados Especiais está regulamentado pelo

Provimento n.º 11/2007 do Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça de Mato Grosso

composto de um Diretor, uma Divisão de Gestão e Apoio aos Juizados Especiais e um Chefe

de Serviço de Apoio aos Juizados Especiais e uma Divisão de Apoio aos Juízes Leigos e

Conciliadores.

O Departamento de Apoio aos Juizados Especiais (DAJE) é setor

administrativo de coordenação, organização, acompanhamento, apoio e orientação aos

Juizados Especiais Cíveis e Criminais, às Varas Judiciais com competência para

processamento e julgamento dos feitos relativos à Lei n.º 9.099/95, aos Juizados Volantes,

Itinerantes e aos Postos de Atendimento instalados nos municípios e distritos que não sejam

sedes de comarcas, conforme estabelecido no Provimento n.º 11/2007 e artigos.

4. OS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS

4.1 Objetivos

Conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência

(art.1.º da Lei n.º 9.099/95).

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a) A Conciliação: composição alternativa de litígio, com substituição da chamada

“Justiça Litigiosa” pelo “modelo consensual”. É ato processual obrigatório, conforme estabelecem os

artigos 16 e 17 da Lei n.º 9.099/951.

b) O Processo : pode-se definir o processo de forma sucinta como “a relação

jurídica processual que interliga sujeitos processuais, em busca de uma idêntica finalidade,

que é a atuação da lei, mediante provocação da parte interessada”.

No Juizado Especial Cível há um só tipo de procedimento considerado na lide

cotidiana de “comum”, independentemente do conteúdo do pedido mediato ou imediato

(declaratória, condenatória ou constitutiva). Por isso, é prescindível que se indique o nomem

juris da demanda a ser proposta (p.ex. ação de cobrança, de indenização, declaratória, etc.),

pois toda ação de conhecimento nos Juizados Especiais Cíveis é considerada “Reclamação”

ou “Reclamatória”.

Assim, mesmo que a parte reclamante nomine a demanda judicial proposta, por

exemplo, de monitória ou consignatória, desde que a mesma se contenha na competência do

microssistema jurisdicional, será admitida e processada, segundo o rito comum estabelecido

na Lei dos Juizados Especiais Estaduais.

Com relação às execuções, costuma-se nominar o pedido exordial de ação de

execução de título judicial ou extrajudicial.

c) O Julgamento: é o momento da decisão acerca do conflito de interesses

levado à apreciação do juiz. O julgamento pode se revelar através de uma decisão não

extintiva do processo, também conhecida de “interlocutória” ou por um decisum nos termos

do § 1.º dos arts. 267 e 269 da Lei n.º 11.232/05.

d) A Execução: como já dito anteriormente, a execução realizada pelos

Juizados Especiais Cíveis Estaduais pode ser de título judicial ou extrajudicial, sendo que para

este documento executivo, estatui o inc. II do § 1.º do art. 3.º da Lei n.º 9.099/95, que a

execução limita-se ao valor equivalente a 40 salários mínimos e também que se atenda aos

requisitos do art. 8.º do mesmo Diploma Legal.

1 LJE: Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado designará a sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de quinze dias. Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação, dispensados o registro prévio de pedido e a citação.

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4.2 Os Princípios que norteiam os Juizados Especiais Cíveis

4.2.1 Princípio da oralidade: este princípio tem a finalidade de tornar o processo judicial

mais célere, através da observância das seguintes regras (subprincípios):

a) O da identidade da pessoa física do juiz, de modo que este dirija o processo desde o seu

início até o julgamento. É o princípio assentado no caput do art.132 do Código de Processo

Civil2.

Vale aqui ressaltar que, no âmbito dos Juizados Especiais, tal princípio é mais

flexibilizado, justificado pelo princípio maior da celeridade processual, podendo

eventualmente ser dispensado, em cada caso concreto, como acontece aqui no nosso Estado

de Mato Grosso onde até já se editou o seguinte Enunciado Estadual: Enunciado n.º1:“Não é aplicável o princípio da identidade física do Juiz perante os Juizados Especiais, salvo nos casos de embargos de declaração. Recomenda-se que o Juiz que instruiu o feito prolate a sentença.”

b) Da concentração dos atos processuais: isto é, que em uma ou em poucas

audiências próximas se realize a produção das provas e o julgamento da causa (artigos 17, 27,

28, 29 e 33 da Lei dos Juizados Especiais).

A ritualística estadual mato-grossense: designa-se a audiência conciliatória,

sendo a parte reclamada citada e advertida de que nesse ato, além de comparecer

obrigatoriamente, se desejar, deverá apresentar defesa nessa oportunidade ou no prazo de 05

dias, contados da realização de tal audiência de conciliação, sob pena de revelia. Com isso,

nas demandas onde não haja necessidade de realização de outras provas, é possível o

julgamento antecipado da lide, após o decurso do prazo de defesa (Enunciado 04 do VII

Encontro de Juízes Cíveis e Criminais do Estado de Mato Grosso3).

c) Da irrecorribilidade das decisões interlocutórias: não cabe o recurso de

agravo de instrumento no microssistema dos Juizados Especiais Cíveis4.

2Art. 132. O Juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiverem convocados, licenciados, afastados por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor. 3 VII EJJE/MT - Enunciado 04 - A Contestação será apresentada no prazo de 05 (cinco) dias, a contar da Audiência de Conciliação, sob pena de Revelia. 4Fonaje - Enunciado 15 - Nos Juizados Especiais não é cabível o recurso de agravo.

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d) Prevalência da palavra como meio de expressão: somente atos essenciais

serão registrados, podendo-se utilizar a fita magnética para gravação das informações orais (§

3.º do art.13); pedido inicial e contestação oral (arts.14 e 30); prova oral não reduzida a escrito

(art. 36); a sentença ou o acórdão podem ser gravados em fita magnética, na parte de sua

fundamentação, ficando para o registro escrito apenas a parte dispositiva. (Fonaje - Enunciado 46 – “A fundamentação da sentença ou do acórdão poderá ser feita oralmente, com gravação por qualquer meio, eletrônico ou digital, consignando-se apenas o dispositivo na ata”. (Redação Alterada no XIV Encontro - São Luis/MA).

4.2.2 Princípio da Simplicidade: significa que o processo não deve oferecer oportunidade

para incidentes (obstáculos) processuais, contendo-se toda a matéria de defesa na contestação,

inclusive eventual pedido contraposto do réu, em seu favor, exceto as argüições de suspeição

ou impedimento do juiz (exceções processuais), que se processam na forma do Código de

Processo Civil.

4.2.3 Princípio da informalidade: o critério da informalidade significa que os atos

processuais (petição inicial, contestação, argüições incidentais, requerimentos, decisões

interlocutórias) devem ser praticados informalmente, sem apegos a formas e ritos que possam

comprometer a sua finalidade, mesmo porque, os atos processuais são praticados pelas

próprias partes (reclamante e reclamado), podendo sê-lo pela forma oral, e, se for por escrito,

não dispõem elas de conhecimentos técnicos para peticionar.

4.2.4 Princípio da economia processual: o processo deve ser gratuito e conter apenas atos

processuais indispensáveis ao atingimento da sua finalidade. Dessa forma, nenhum ato

processual deve ser corrigido, repetido, ou anulado, se, de sua inobservância formal, nenhum

prejuízo tiver resultado para a parte contrária (princípio da sanação ou sanabilidade).

4.2.5 Princípio da celeridade: o critério da celeridade significa que o processo deve ser

rápido, e terminar no menor tempo possível, por envolver demandas economicamente simples

e de nenhuma complexidade jurídica, a fim de permitir ao autor a satisfação quase imediata

do seu direito.

4.3 A Competência dos Juizados Especiais Cíveis

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Segundo o art. 3.º da Lei n.º 9.099/95, o Juizado Especial Cível tem

competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor

complexidade, assim consideradas:

I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;

II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;

III - a ação de despejo para uso próprio;

IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado

no inciso I deste artigo;

V - para a execução de seus julgados (art. 3.º § 1.º, inc. I);

VI - para a execução dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até

quarenta vezes o salário mínimo, observada a legitimidade ativa prevista no § 1.º do art. 8.º da

Lei dos Juizados (art.3.º § 1.º, inc. II).

Observação: Por decisão tomada pelos Senhores Magistrados integrantes das Turmas

Recursais Reunidas do Estado de Mato Grosso, ficou decidido que: “A competência dos Juizados Especiais do Estado de Mato Grosso, fica limitada ao valor de alçada em 40 (quarenta) salários mínimos, independentemente da matéria, excetuando-se à cumulação de dano moral (Enunciado n..° 07 – VII Encontro Estadual – 2002) e multa cominatória (Enunciado n.º 25 – FONAJE).” – Enunciado 1/2007.

4.3.1 As causas que não podem ser julgadas pelos Juizados Especiais Cíveis : as de

natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas

a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho

patrimonial (§ 2.º do art .3.º da Lei n.º 9.099/95). Todavia, o Juizado Especial Cível pode

homologar acordos referentes a essas questões (alimentos, separação e divórcio consensuais,

arrolamento, etc) desde que no valor de até 40 salários mínimos (artigos 57 e 58 da Lei n.º

9.099/95).

4.3.2 O local onde poderá ser proposta a reclamação que compete aos Juizados

Especiais Cíveis (competência territorial)

Estabelece o art. 4.º da Lei n.º 9.099/95 que as reclamações poderão ser feitas

no Juizado Especial Cível, nos seguintes locais:

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I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça

atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal

ou escritório;

II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita, como por exemplo, nas

demandas que tenham por objeto a cobrança de títulos de crédito (nota promissória, cheque,

duplicata, etc.) de valor até o limite de 40 salários mínimos;

III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação

de dano de qualquer natureza, tais como, as reclamações decorrentes de acidente de trânsito,

por negativação em órgãos de proteção ao crédito, etc. Nessas situações, a reclamatória pode

ser proposta concorrentemente no foro do domicílio do autor onde ocorreu esse ato ou fato

gerador de reparação de danos de qualquer natureza.

Porém, em qualquer hipótese, poderá a reclamação ser proposta no foro do

domicílio do réu ou do local onde este exerça atividades profissionais ou econômicas ou

mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório (§ único do art. 4.º da Lei n.º

9.099/95).

4.3.3 A distribuição da competência dos Juizados Especiais Cíveis mato-grossenses

A competência jurisdicional dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais,

considerado o critério territorial, coincide com o limite do território de cada Comarca da

Unidade Federativa.

Em Cuiabá e Várzea Grande (Comarcas de Entrância Especial) a competência

territorial dos juizados especiais cíveis é disciplinada pelo Provimento n.º. 01/02 do egrégio

Conselho de Supervisão dos Juizados Especiais, tendo como parâmetro a localização dos

bairros existentes nas aludidas cidades do Estado de Mato Grosso.

Em relação ao Juizado Especial do Consumidor da Capital segundo a

Resolução n.º 18/98 do Tribunal Pleno do Estado de Mato Grosso, a competência é exclusiva

para o processamento e julgamento de causas decorrentes de relação de consumo, porém,

mantém-se a competência concorrente dos demais Juizados Cíveis da Capital para julgamento

também dessas causas.

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4.4 Os sujeitos da relação processual no Juizado Especial Cível 4.4.1 O Juiz Togado

Juiz Togado ou Juiz de Direito, é aquele que ingressa na carreira inicial da

magistratura, mediante concurso público de provas e títulos, sendo investido nas funções

jurisdicionais como representante do Estado, para dirimir os conflitos jurídicos instalados

entre membros da sociedade e levados à discussão no âmbito do Judiciário.

4.4.2 Os Conciliadores

Os Conciliadores são particulares que colaboram com o Judiciário na condição

de Auxiliares da Justiça, prestando serviço público relevante, sem vínculo empregatício,

sendo credenciados pelo Presidente do Tribunal de Justiça, pelo período de 02 (dois) anos,

admitida uma única prorrogação (art. 2.º, da Lei Complementar Estadual n.º. 270/07 ).

Salvo exceção legal ou situação excepcional da Comarca ou termo dela, os

conciliadores serão selecionados mediante teste seletivo e com ordem de aprovação,

exclusivamente entre bacharéis ou acadêmicos de Direito que estejam regularmente

matriculados em Universidades ou Faculdades Públicas ou Particulares, com curso autorizado

ou reconhecido pelo Ministério da Educação, a partir do 3.º ano ou 5.º semestre (LC n.º.

270/07, art. 4.º e Provimento n.º 10/07 CM).

4.4.3 O Juiz Leigo

Os Juízes Leigos também são particulares que colaboram com o Judiciário na

condição de Auxiliares da Justiça, prestando serviço público relevante, sem vínculo

empregatício, sendo credenciados pelo Presidente do Tribunal de Justiça, pelo período de 2

(dois) anos, admitida uma única prorrogação.

A escolha dos Juízes Leigos é feita mediante teste seletivo e com ordem de

aprovação, dentre advogados, preferencialmente residentes na Comarca do Juizado, com mais

de cinco anos de experiência profissional, que não exerçam quaisquer atividades político-

partidárias, não sejam filiados a partido político e não representem órgão de classe ou

entidade associativa (LC n.º 270/07, art. 3.º e Provimento n.º 12/07 CM).

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4.5 Quem são as partes do processo nos Juizados Especiais Cíveis

4.5.1 Não pode ser parte nos Juizados Especiais Cíveis, seja como reclamante ou

reclamado (caput do art. 8.º da LJE):

I - o incapaz - artigos 3.º e 4.º do novo Código Civil;

II - o preso;

III - as pessoas jurídicas de direito público, que são o Estado, o Município, e

suas autarquias e empresa pública principalmente, excluindo-se a União e demais entes

autárquicos e fundacionais, por força do disposto no inc. I do art.109 da CF;

IV - A massa falida e o insolvente civil, porque todas as demandas envolvendo

esses entes jurídicos devem ser decididas em conjunto.

4.5.2 Quem pode figurar como reclamante (propor ações) nos Juizados Especiais Cíveis

(§ 1.º do art. 8.º da LJE):

I - a pessoa física capaz;

II - a microempresa ou a firma individual, ou o seu cessionário (Lei n.º

9.841/99);

III - a pessoa jurídica de direito privado, na condição de parte reclamada,

quando apresentar pedido contraposto, na forma do que dispõe o art. 31 da Lei n.º 9.099/95;

IV - o espólio, quando inexistir interesse de incapazes;

V - o condomínio, nas hipóteses de cobrança de encargos condominiais (alínea

“b” do inc. II do art. 275 do Código de Processo Civil), bem como reclamado, nos demais

casos, como, por exemplo, nas ações movidas contra si pelos seus condôminos (reclamações

indenizatórias, cominatórias, etc...).

4.5.3 O advogado no Juizado Especial Cível

Para as ações até 20 salários mínimos, não há obrigatoriedade da assistência de

advogado para as partes litigantes (reclamante/reclamado). Acima desse valor, a presença do

advogado se faz necessário, a partir da audiência de instrução e julgamento (art. 9.º da Lei n.º

9.099/955), devendo ser regularmente constituído, com juntada da procuração nos autos ou

mediante termo no processo, devidamente assinado pela parte que o constituiu.

5 Lei nº. 9.099/95: Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.

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Portanto, para formular a reclamação, bem como para a sessão/audiência de

conciliação, não há necessidade da assistência de advogado, podendo a parte praticar todos os

atos processuais.

4.5.4 O representante legal da pessoa jurídica no Juizado Especial

A pessoa jurídica (empresa comercial, microempresa ou firma individual)

poderá ser representada por preposto credenciado, que não poderá ser o próprio advogado, se

este estiver na condição de patrono da parte (art. 9.º, § 4.º, da Lei nº. 9.099/95).

O condomínio será sempre representado pelo seu síndico, devendo ser

comprovado documentalmente tal condição.

4.5.5 A intervenção de terceiros

Segundo dispõe o art. 10 da Lei n.º 9.099/95 “não se admitirá, no processo,

qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.”.

4.5.6 O Ministério Público no Juizado Especial Cível

O Ministério Público atua nos Juizados Especiais Cíveis, apenas na condição

de Fiscal da Lei, nos casos do art. 82 do Código de Processo Civil.

No próprio Juizado Especial (Juízo Singular), o Promotor de Justiça atua nos

procedimentos de jurisdição voluntária (pequenos alvarás, arrolamento sumário, separação,

divórcio, etc..) e nos litigiosos, nas demais hipóteses do art. 82 do CPC.

Nas Turmas Recursais (Juízo Colegiado), o Ministério Público tem atuação

nos recursos, também naquelas hipóteses do art. 82 do CPC, e nas ações constitucionais

originárias (mandados de segurança, por exemplo). Esse papel é também desempenhado por

Promotor de Justiça de 1.º Grau de Jurisdição, mediante designação pela Procuradoria-Geral

de Justiça Estadual.

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4.6 Os ritos processuais do Juizado Especial Cível

Fluxo do procedimento comum

Reclamatória inicial (art.14)

Sem pedido de liminar Com pedido de liminar

Conclusão ao Juiz

Indeferimento da liminar Deferimento da liminar

Caução real

Cumprimento da liminar

Audiência de conciliação (arts.17 e 21) e/ou c/ instrução e julgamento

Citação (art.18) Citação(art.18)

Citação (art.18)

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4.7 Fluxo da Execução de Título Judicial (Lei n.º 9.099/95, art. 52)

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4.8 Da execução de Título Extrajudicial por quantia certa contra devedor solvente (Lei

n.º 9.099/95, art. 53)

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4.9 O Pedido Inicial - Referência legal: Lei n.º 9.099/95 – artigos 14 e 15

4.9.1 O endereçamento e o registro do pedido inicial

A petição (requerimento) inicial deve ser endereçada ao Juizado Especial Cível

indicado, segundo as regras de competência que foram mencionadas acima.

O pedido será sempre um documento escrito. Por isso, nos Juizados Especiais

do nosso Estado de Mato Grosso, temos à disposição da clientela jurisdicionada um

departamento para o assentamento das reclamações feitas oralmente, pela parte reclamante

(§3.º do art. 14 da Lei n.º 9.099/95), bem como, o serviço de protocolo para aquelas já

elaboradas previamente, seja pela própria parte ou através de profissional do direito.

4.9.1.1 O que deve conter o pedido inicial (§ 1.º do art. 14 da Lei n.º 9.099/95)

Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível:

I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;

II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;

III - o objeto e seu valor.

A parte reclamante não precisa obrigatoriamente indicar o valor da causa,

bastando que a mesma indique o objeto da reclamatória (o que deseja) e o valor econômico

que persegue. Por exemplo: ao reclamar por um cheque não pago pelo seu emitente, deverá

ser indicado que o objeto da reclamação é a cobrança ou execução (conforme o caso) daquele

título, cujo valor é o que se pretende receber.

4.9.1.2 Dos documentos essenciais

Em respeito aos princípios da oralidade e informalidade, não há necessidade do

reclamante apresentar, com o pedido inicial, os documentos que sejam considerados

indispensáveis à propositura da reclamatória, permitindo-se que os mesmos sejam

apresentados até à audiência de instrução e julgamento, conforme estatui o art. 33 da Lei n.º

9.099/95.

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Exemplo: Em uma ação de cobrança de título cambial (nota promissória,

duplicata ou cheque, etc.), não há necessidade de prévia juntada do documento original com a

peça de ingresso, pois no momento processual apropriado, pode ser feita a prova regular do

suposto crédito que se cobra judicialmente.

Observação: Todavia, não se tem admitido a juntada de documentos

considerados essenciais à causa, após a prolação da sentença, ou seja, na fase recursal, pois

fere o princípio do contraditório e do duplo grau de jurisdição.

4.9.2 Das citações nos Juizados Especiais

4.9.2.1 Da citação

A citação “é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de

se defender" (art. 213 do Código de Processo Civil). Por ser ato essencial à validade de todo o

processo judicial, a citação deve ser feita com estrita observância das regras ditadas pela

Legislação Processual.

Assim, na fase inicial do processo de conhecimento, são obedecidas as regras

do art. 18 da Lei n.º 9.099/95; na execução de título executivo extrajudicial, segue-se o

disposto nos artigos 18 e 53 da referida Norma Especial, combinados com as regras do Livro

II do Código de Processo Civil (Do Processo de Execução - Artigos 612 a 795).

Com relação à execução de título executivo judicial e visando-se sempre a

efetivação do princípio da celeridade processual, a Lei dos Juizados Especiais, em seu art. 52,

nos seus incisos III e IV, dispensa nova citação da parte que foi vencida na fase do

procedimento de conhecimento.

4.9.2.2 A citação da pessoa física (Lei n.º 9.099/95, art. 18 inc. I)

A citação da pessoa física reclamada é feita, como regra geral, por

correspondência (carta postal por “AR”), sendo válida, segundo entendimento jurisprudencial,

quando recebida por qualquer pessoa encontrada no endereço da parte reclamada, desde que

identificada.

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4.9.2.3 Da citação da pessoa jurídica (Lei n.º 9.099/95, art. 18, inc. II)

A pessoa jurídica deve ser citada, primeiramente, por correspondência postal,

com “AR”, entregue ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado.

4.9.2.4 Da citação por Oficial de Justiça (Lei n.º 9.099/95, art. 18, inc. III)

A citação, tanto da pessoa física, como da jurídica, no âmbito dos Juizados

Especiais Cíveis, quando por Oficial de Justiça, é feita de forma excepcional, isto é, quando

frustrada pelos meios citatórios indicados nos incisos I e II do art.18 da Lei n.º 9.099/95.

4.9.2.5 Citação por hora certa

Por não haver qualquer restrição legal quanto à esta forma citatória, tem-se

admitido regularmente a citação e/ou intimação por hora certa, no âmbito dos Juizados

Especiais Cíveis, seguindo-se o regramento geral do Código de Processo Civil.

4.9.2.6 Citação por Edital (Lei n.º 9.099/95, art. 18, § 2.º)

Em regra, é proibida a citação por edital no Juizado Especial Cível. Todavia, o

entendimento jurídico em torno do aludido Dispositivo Legal é no sentido de que a proibição

da citação editalícia restringe-se apenas aos feitos atinentes ao procedimento comum dos

Juizados Especiais, sendo possível, todavia, tal meio citatório, no processo executivo por

título executivo extrajudicial.

4.9.3 A Intimação nos Juizados Especiais Cíveis

Além das formas processuais para se fazer a citação, tem validade a intimação,

quando também realizada por qualquer outro meio idôneo, entendendo-se este como aquele

servido por fax, telefone ou internet, e-mail, etc. (art. 19 da Lei n.º 9.099/95).

É entendimento nacional que “a intimação do advogado é válida na pessoa de

qualquer integrante do escritório, desde que identificado.” (Fonaje - Enunciado 41).

Quando a parte reclamada for considerada revel no processo, é desnecessária a

sua intimação dos atos processuais, inclusive da sentença.

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Os membros do Ministério Público e da Defensoria Pública devem ser

intimados sempre pessoalmente (CPC - § 2.º do art.236 - Ministério Público; inc. I do art. 128

da Lei Complementar Federal n.º 80/94 - Defensor Público).

A intimação encaminhada no endereço das partes litigantes é sempre válida,

quando estas não comunicarem eventual mudança desse local (Lei n.º 9.099/95, art.19, § 2.º).

4.9.4 A Sessão/ Audiência de Conciliação

4.9.4.1 Quem pode presidir a Sessão e/ou Audiência de Conciliação (Lei n.º 9.099/95, art.

22, caput).

Podem presidir a sessão/audiência de conciliação, o conciliador, com a

supervisão do juiz togado ou do juiz leigo, ou este último (juiz leigo).

4.9.4.2 Comparecimento espontâneo das partes e a Sessão de Conciliação (Lei n.º

9.099/95, art. 17)

O comparecimento das partes imediatamente perante o Juizado Especial,

ocorre, no nosso Estado, nas hipóteses de demandas atendidas pelos Juizados Especiais

Volantes, tais como, no nosso Estado de Mato Grosso, o SAI (Serviço de Atendimento

Imediato), o JUVAM (Juizado Volante Ambiental), JEI (Juizado Especial Itinerante), onde o

litígio se exterioriza imediatamente à chegada desses Serviços Judiciários ao local onde se

encontram os litigantes, naquele momento.

Nesse caso, é dispensada a distribuição e autuação do pedido, bem como da

citação do reclamado e a conciliação é realizada imediatamente. Havendo acordo, lavra-se o

respectivo termo, assinado por todos os envolvidos e encaminhado à homologação pelo Juiz

de Direito.

4.9.4.3 Hipótese de não-comparecimento espontâneo das partes (Lei n.º 9.099/95, art. 16)

Não sendo o caso de comparecimento de ambas as partes perante o Juizado

Especial Cível, a reclamação é registrada, com designação da Sessão/Audiência de

Conciliação para os próximos 15 dias. Desse ato, sai a parte reclamante intimada para

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comparecimento obrigatório, pena de arquivamento do processo (Lei n.º 9.099/95, art. 51, inc.

I).

Concomitantemente, expede-se a carta de citação da parte reclamada, com as

advertências do art. 18 da Lei n.º 9.099/95, sendo que, no caso do Estado de Mato Grosso,

visando dar maior celeridade aos procedimentos nos Juizados Especiais Cíveis, é prática já

designar-se a Sessão de Conciliação como fase preliminar da Audiência de Instrução e

Julgamento, combinando-se os artigos 16 e 27, ambos da Lei n.º 9.099/95. Neste caso, a

citação conterá as advertências do art. 18, bem como, do Enunciado n.º 04 do VII Encontro de

Juízes estaduais de MT.

Esta forma procedimental permite que, nas causas onde, não havendo

necessidade de maior dilação probatória, informada pelas próprias partes, durante a Sessão

Conciliatória que é realizada anteriormente, se passe ao julgamento antecipado da lide, na

forma analógica ao art. 330 do Código de Processo Civil.

4.9.4.4 Os diversos caminhos processuais da Sessão/Audiência de Conciliação

a) Hipótese legal em caso de ausência da parte reclamante

1 - sem prévia intimação do reclamante, redesigna-se a audiência;

2 - havendo prévia intimação da parte reclamante e se esta justificou

antecipadamente a impossibilidade de comparecimento, redesigna-se o ato judicial. Se não

houve prévia justificação, certifica-se, também a ocorrência, para que o Juiz possa avaliar o

cabimento da extinção do processo, sem julgamento do mérito, na forma do art. 51, inc. I e

seu § 2.º, da Lei n.º 9.099/95.

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b) Hipóteses legais para o caso de ausência da parte reclamada na

Sessão/Audiência Conciliatória (artigos 20 e 22 da Lei n.º 9.099/95).

c) Aplicação dos efeitos da revelia (primeira parte do art. 20 da Lei n.º

9.099/95): Correlação no Código de Processo Civil: arts. 319 a 322.

A revelia tratada no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis diferencia-se

daquela retratada na Lei Processual Civil Geral, pois, enquanto nesta, a revelia resulta da

ausência de contestação (art. 319 do CPC), nos Juizados Especiais, a presunção de verdade

dos fatos articulados na petição inicial decorre da ausência da parte reclamada à sessão de

conciliação ou à audiência instrutória e de julgamento (art. 20 da Lei n.º 9.099/95).

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Assim, não comparecendo a parte reclamada, deve ser observado se a mesma

foi regularmente citada para a audiência ou não, lavrando-se, em seguida, o respectivo Termo

para decisão do Juiz, conforme exemplo a seguir:

d) Hipóteses legais em caso de comparecimento das partes litigantes

(reclamante e reclamado)

1 - conciliação exitosa (§ único do art. 22 da Lei n.º 9.099/95): havendo

acordo entre as partes, registram-se os seus termos, para posterior homologação pelo Juiz. No

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anexo, encontram-se vários exemplos de termos de audiência de conciliação com acordo

versando sobre diversas questões.

2 - fracasso da tentativa de conciliação (artigos 24, 25 e 26, da Lei n.º

9.099/95): Neste caso, o conciliador deve recolher a contestação eventualmente apresentada

nesse ato, ou anotar a concessão do prazo de 05 dias para tal apresentação, com 05 dias

seguidamente, para eventual impugnação.

Também, as partes devem ser consultadas se têm interesse na produção de

outras provas e, em caso positivo, justificar o motivo da dilação probatória, a fim de que possa

o Juiz decidir sobre elas.

Na hipótese de interesse na produção de provas, designar a audiência de

instrução, anotando que poderá a mesma não ocorrer, caso o Juiz entenda desnecessária a

realização de tal ato, pois poderá julgar antecipadamente a lide.

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5. OS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS

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Os Juizados Especiais Criminais resultam das principais transformações do

sistema penal brasileiro (reforma do Código Penal e Processual Penal em 1984; CF de 88 e

Lei n.º9.099/95), com inspiração jurídica no chamado “minimalismo penal”, cujas

características principais são:

I - ineficiência do sistema penal tradicional e o intervencionista, onde as penas

deixaram de cumprir a sua finalidade pedagógica e de reinserção do indivíduo à sociedade;

II - preocupação com a vítima;

III - princípio da intervenção estatal mínima, ou seja, somente quando outras

áreas do direito não solucionarem o conflito de interesses, agirá o sistema penal (Justiça

Consensual);

IV - preferência pela substituição da pena privativa de liberdade por outras

penas e medidas alternativas;

V - Justiça humanística, pois se leva em consideração, tanto a pessoa do

infrator como a vítima (ex: Justiça Terapêutica - Cuiabá - MT).

5.1 Objetivos Principais

5.1.1 A conciliação: substituição da Justiça Litigiosa para o Modelo Consensual,

apresentando-se como forma alternativa de composição de litígios e oferecendo a

possibilidade de se distribuir uma Justiça de forma equânime, isto é, atendendo aos interesses

das partes e não apenas do processo.

5.1.2 O processo: relação jurídica processual que interliga sujeitos processuais, em busca de

uma idêntica finalidade, que é a atuação da lei, mediante provocação da parte interessada.

5.1.3 O julgamento: é o ato de julgar a lide, ou seja , de aplicar o direito ao caso concreto

(não apenas o julgamento da lide ou mérito da causa, mas, também, a resolução de todas as

questões processuais que possam surgir no curso do processo), objetivo que se cumpre através

da subsunção do fato à lei.

5.1.4 A execução: para esta, os Juizados Especiais Criminais ficam limitados à execução

exclusivamente às penas de multa (art. 86 da Lei n.º 9.099/95), ficando as demais

modalidades de sanções penais (privativas de liberdade ou restritivas de direitos), cumuladas

ou não com a de multa, para a competência do Juízo Criminal Tradicional.

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5.2 Do Procedimento Criminal

5.2.1 A fase preliminar do procedimento criminal (artigos 69 a 76, da Lei n.º 9.099/95)

Infração Penal

Termo Circunstanciado(art.69 da LJE)

Audiência Preliminar (art.72 da LJE)

Requerimento do ofendido(§§ 4.º e 5.º do art.5.º do CPP)

Autoridade Policial

Juizado Especial Criminal

5.2.2 O Termo Circunstanciado

I - A competência para a lavratura do Termo Circunstanciado: A Polícia

Civil ou Militar (Fonaje – Enunciado 34 – “Atendidas às peculiaridades locais, o termo

circunstanciado poderá ser lavrado pela Polícia Civil ou Militar.”

II - Providências complementares à lavratura do Termo Circunstanciado

(pelo Delegado de Polícia):

- requisição de exames periciais, se necessários (caput do art. 69);

- liberação do autor da infração penal, independentemente de fiança, se este

assumir o compromisso de comparecimento ao Juizado Especial Criminal no dia e horário já

designado, na hipótese de impossibilidade de encaminhamento imediato (primeira parte do §

único do art.69 da LJE);

- havendo possibilidade, fazer encaminhamento do Termo Circunstanciado ao

Juizado Especial Criminal, juntamente com as partes envolvidas no litígio penal e demais

elementos probatórios (documentos, testemunhas, objetos, etc.)

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5.2.3 Da Audiência Preliminar (Lei n.º 9.099/95, artigos 72 a 76).

A audiência preliminar tem a finalidade de buscar a conciliação entre o autor

do fato delituoso e a vítima ou, se for o caso, a transação penal estabelecida entre o acusado

e o Representante do Ministério, com a aplicação imediata de pena alternativa à restritiva de

liberdade.

Capacidade postulatória para a audiência preliminar: exige-se a assistência de

advogado para as partes envolvidas no litígio (art.72 da LJE).

A conciliação: art. 73 e 74 da LJE:

A conciliação pode ser conduzida pelo Juiz Togado ou pelo Conciliador,

conforme estabelece o art. 73 da Lei n.º 9.099/95.

Sendo exitoso o acordo, lavra-se o respectivo, conforme exemplo a seguir:

A sentença que homologa o acordo é irrecorrível e sua execução é feita perante

o Juízo Civil competente (Justiça Tradicional ou Juizado Especial Cível).

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A conciliação implica em renúncia ao direito de queixa ou representação da

vítima (§ único do art. 74 da Lei n.º 9.099/95).

5.2.4 Da aplicação imediata de pena alternativa à privativa de liberdade (transação

penal)

A aplicação imediata de pena alternativa à privativa de liberdade, ou transação

penal, tem cabimento nos casos da ação pública condicionada ou quando esta for

incondicionada (caput do art. 76 da Lei n.º 9.099/95).

Reconhece-se ao Ministério Público a legitimidade para a proposta de

transação, podendo esta ser conduzida, tanto pelo Juiz Togado ou pelo Conciliador. (Fonaje: Enunciado 47 – (Redação alterada pelo Enunciado 71 aprovado no XV Encontro – Florianópolis/SC.) Redação anterior: “A expressão conciliação prevista no art. 73 da Lei nº. 9.099/95 abrange o acordo civil e a transação penal, podendo a proposta do Ministério Público ser encaminhada pelo conciliador, nos termos do art. 76, parágrafo 3.º da mesma lei”).

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a) Exemplo de Termo de Audiência com aplicação imediata de pena:

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O fracasso da conciliação ou da transação: instauração da fase contenciosa do

procedimento criminal

5.3 O Conciliador

5.3.1 Perfil do Conciliador

Daquilo que foi até agora abordado neste Manual sobre a conciliação, pode-se

dizer que ela é uma importantíssima ferramenta para o bom desempenho do serviço judiciário

prestado através dos Juizados Especiais, diante de sua peculiar natureza autocompositiva de

resolução dos conflitos de interesses que chegam ao Poder Judiciário.

É nesse panorama que a figura do conciliador ganha destacada importância,

pois essa técnica autocompositiva (conciliação) exige a intervenção desse terceiro, cuja forma

de atuar revelará o maior ou menor sucesso do Juizado Especial, na solução das disputas

judiciais.

Por isso, para o exercício das funções de conciliador, não basta apenas a

formação jurídica; exige-se também qualidades morais, capacidade de ouvir as partes,

debater as questões jurídicas discutidas no processo, de forma a convencer as partes de

que a conciliação é o melhor caminho para a solução satisfatória do conflito de interesses,

Manifestação do réu quanto à denúncia(81 da LJE)

Audiência de instrução e julgamento

Recebimento da denúncia

Arquivamento da peça acusatória

Recurso (art.82 da LJE)

Turma Recursal

Rejeição da denúncia

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pois, por melhor que seja a decisão do Juiz, é na autocomposição, quando bem conduzida,

que se terá a quase certeza da pacificação social efetiva.

5.3.2 Princípios que devem nortear a atuação do Conciliador

5.3.2.1 Autodeterminação: fazendo com que as partes alcancem um acordo voluntário, sem

imposição ou coerção de qualquer espécie.

5.3.2.2 Imparcialidade: o Conciliador deve permanecer eqüidistante devendo abandonar o

processo a qualquer momento se notar que não é mais capaz de se manter totalmente

imparcial. Por essa razão, segundo consta do inciso II do art. 8.º do Provimento n.º

10/2007/CM, o Conciliador não poderá atuar em causa que tenha algum motivo de

impedimento ou suspeição, conforme previstos nos artigos 134 e 135 do Código de Processo

Cível.

5.3.2.3 Conflitos de Interesse: o Conciliador não pode ter nenhum interesse no caso que lhe

é posto pelas partes, sob pena de desencadearem-se dúvidas legítimas acerca da integridade

do processo da mediação.

5.3.2.4 Competência: o Conciliador deve possuir as qualificações necessárias para atender

razoavelmente as expectativas das partes.

5.3.2.5 Confidencialidade: o Conciliador somente revelará informações quando receber

autorização de todas as partes ou quando for requisitado para assim fazer com determinação

legal ou por qualquer outra política pública.

5.3.2.6 Qualidade do Processo: o processo deve ser conduzido de maneira justa, diligente e

que proporcione a concretização do princípio da autodeterminação das partes, devendo haver

mútuo respeito entre envolvidos, dando-se oportunidades adequadas para todos participarem

das discussões.

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5.3.3 Os deveres do Conciliador no exercício da função

Em decorrência dos princípios acima mencionados, o art. 8.º do Provimento n.º

10/07CM, estabelece, como dever do conciliador:

I - assegurar às partes igualdade de tratamento, não atuando em causa que

tenha algum motivo de impedimento ou suspeição, mantendo rígido controle dos processos

em seu poder, não excedendo, injustificadamente, os prazos para submeter os acordos à

homologação do Juiz Togado;

II - comparecer pontualmente no horário de início das sessões de conciliação

e não se ausentar injustificadamente antes de seu término, e agir sempre sob a orientação e

supervisão do Juiz Togado;

III - tratar com urbanidade e respeito os magistrados, partes, membros do

Ministério Público, Defensores Públicos, Advogados, Testemunhas, Servidores e Auxiliares

da Justiça;

IV - manter conduta irrepreensível na vida pública e particular;

V - utilizar trajes compatíveis com o decoro judiciário;

VI - assinar lista de comparecimento na Secretaria dos Juizados Especiais

após a realização das sessões de conciliação;

VII - não advogar perante os Juizados Especiais, durante o período de

credenciamento;

VIII - freqüentar cursos e treinamentos indicados ou ministrados pelo

Tribunal de Justiça.

5.3.4 As principais atribuições do Conciliador

Conforme preceitua o art. 9.º do Provimento n.º 10/2007/CM são atribuições

do Conciliador:

I - abrir e conduzir a sessão de conciliação, sob a orientação do Juiz Togado ou

do Juiz Leigo, promovendo o entendimento entre as partes;

II - redigir os termos de acordo, submetendo-os à homologação do Juiz

Togado;

III - certificar os atos ocorridos na audiência de conciliação, redigindo as atas

das sessões que tenha presidido;

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IV - tomar por termo os requerimentos formulados pelas partes na audiência de

conciliação.

5.3.5 Passo a Passo do Trabalho do Conciliador

Antes da realização da audiência de conciliação, é altamente recomendável

que o Conciliador proceda a um breve estudo do caso, a fim de se inteirar do conflito de

interesse contido naqueles autos, permitindo-lhe, de antemão, escolher as técnicas

conciliatórias que poderá utilizar para a melhor solução da disputa. Além disso, tal

providência lhe garantirá confiança para conduzir a audiência.

5.3.6 O roteiro para audiência de conciliação

5.3.6.1 O horário de comparecimento à audiência de conciliação

Chegar à sala de audiência com antecedência, verificando se o seu material

de trabalho está em ordem (papel de rascunho, móveis, computador, impressora, etc.).

5.3.6.2 Início da audiência

Atitudes que o Conciliador deve tomar no início da audiência:

a) abrir a audiência cumprimentando as partes, se apresentando e solicitando

que as partes se apresentem;

b) identificar as partes;

c) explicar o papel do Conciliador e a função da audiência de conciliação:

deve ficar claro que a função de Conciliador não é a de Juiz, que o Conciliador não tem poder

de decisão, que é imparcial e que, durante a conciliação procurará facilitar um acordo entre as

partes;

d) explicar o procedimento da audiência de conciliação. As partes deverão ser

esclarecidas de que cada uma terá a oportunidade de falar, em igual tempo e sem

interrupções. Deve ficar claro também que caso não haja acordo nesta audiência, as partes

serão encaminhadas à audiência de instrução e julgamento perante o Juiz;

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e) não há confidencialidade na audiência de conciliação, mas as partes devem

ser informadas que as propostas e discussões apresentadas na audiência de conciliação não

serão utilizadas no julgamento;

f) dizer que o Conciliador espera que as partes escutem com atenção e sem

interrupção, expliquem suas preocupações e tentem seriamente resolver a questão;

g) confirmar com cada uma das partes a disposição para resolver o problema

mediante acordo;

h) perguntar se existe alguma dúvida sobre aquela audiência;

i) certificar a presença ou não dos advogados das partes, principalmente,

quando a assistência jurídica for obrigatória;

j) conferir a legitimação material e processual das partes, certificando-se da

regularidade dos instrumentos de representação principalmente no que tange às pessoas

jurídicas, que comumente são representadas por seus pressupostos, os quais devem

apresentar a carta de preposto e atos constitutivos da empresa. Vale ressaltar que, não

pode o advogado cumular a função de preposto da pessoa jurídica por ele assistida.

5.3.7 O trabalho conciliatório

5.3.7.1 Reunir as informações sobre o caso

Aberta a audiência de conciliação, deve o Conciliador colher informações

sobre o caso para melhor dirigir os trabalhos.

Nesta fase é muito útil:

a) colher declarações das partes: é a oportunidade para o conciliador conhecer

melhor as controvérsias a partir dos elementos trazidos pelas partes;

b) formular perguntas durante o relato, mediante as quais o conciliador possa

esclarecer pontos obscuros;

c) escutar ativamente.

5.3.7.2 Identificar as razões e interesses de objeto da lide.

Uma boa técnica para demonstrar que o Conciliador ouviu ambas as partes é

fazer um resumo, onde devem ser evitadas palavras hostis, ofensivas e agressivas. Pois

permite às partes saber que o Conciliador está ouvindo atentamente, de testar a compreensão

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do Conciliador acerca do que foi dito, além de auxiliar as partes e organizar seus

pensamentos.

Ao reformular declarações agressivas, pode ajudar a outra parte a ouvir o

que realmente está sendo dito. É um meio de trazer ordem à discussão, permite lembrar as

partes sobre o progresso que já foi alcançado.

Pode-se também usar a técnica de resumo simplesmente para certificar-se de

que todos os participantes ouviram o que foi dito, bem como para trazer à tona questões

específicas ou para levar a discussão adiante.

5.3.7.3 Características do resumo: O resumo deve ser feito com:

- Enfoque nas necessidades: Explicitar a cada uma das partes o que precisa

para que o conflito seja solucionado adequadamente.

- Enfoque prospectivo: Devem ser ressaltadas as alternativas que se tem para

solução do conflito, evitando-se discutir em torno da culpa, embora se possa, através de

perguntas sutis, levarem as partes a refletirem sobre seu comportamento anterior.

- Neutralidade

5.3.7.4 Esclarecer as controvérsias

Durante o relato, o Conciliador pode formular perguntas com objetivos

diversos, como questões esclarecedoras, justificadoras, podendo ser úteis também para

conhecer o relacionamento entre as partes e melhor identificar seus interesses, saber o que as

partes pensam para obter uma solução justa, identificando as prioridades, verificando os

padrões legítimos e critérios objetivos, dando ênfase aos pontos de consenso, enfatizando os

progressos e encorajando para a realização do acordo.

5.3.7.5 Discutir as controvérsias

Este é um momento importante no qual o conciliador tem um papel de

elucidar as necessidades e interesses das partes suscetíveis a serem resolvidas numa

conciliação.

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Neste ponto deve o Conciliador manter-se neutro, sem atribuir culpa ou

referir-se a personalidade ou caráter das partes, embora possa referir-se a conduta. Além

disso, deve-se manter uma visão prospectiva, vislumbrando o futuro e não o passado.

Neste momento também é oportuna a declaração da matéria em disputa. É

importante também o parafraseamento. Consiste em rememoração útil para verificação e

compreensão do que foi dito na forma afirmativa.

5.3.7.6 Procurar levar as partes a encontrar uma solução

A partir do relato das partes o Conciliador deve selecionar as questões para

discussão mediante o consentimento delas. Em seguida, deve submeter à avaliação das partes,

possíveis métodos de resolução. Deve o Conciliador indagar da parte sobre a proposta de

acordo, mediante perguntas abertas.

Naturalmente as partes começam a apresentar propostas sobre o objeto da

disputa, mas o Conciliador também pode auxiliá-los nesse processo, inclusive com referência

às decisões judiciais, uma vez que, muitas vezes as partes propõem soluções sem perceber

que, na verdade, estão fazendo isso.

Cada uma das opções apresentadas deverá ser analisada pela parte contrária,

devendo o Conciliador provocar mudanças no comportamento das partes, ouvindo as

propostas, validando os sentimentos expostos, promovendo a empatia, gerando opções de

solução, focalizando interesses, fazendo testes e realizando perguntas, sempre dando

alternativas de acordo.

5.3.7.7 Finalizar a conciliação

Para finalizar a conciliação, o Conciliador deverá promover a discussão em

torno do objeto principal, seguindo em torno do acessório. Em seguida deverá redigir o

acordo, confirmar o mesmo, lendo-o para as partes, e submetê-lo ao Juízo para homologação.

5.3.8 O fracasso na conciliação

Na hipótese de não ser obtida a conciliação entre as partes, o trabalho do

Conciliador prossegue com as seguintes providências:

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a) Cientificar a parte reclamada de que terá o prazo de 05 dias para

apresentar a sua contestação, caso não tenha providenciado até à referida audiência

conciliatória.

b) Da mesma forma, cientificar a parte reclamante de que terá igual prazo

para, se desejar, impugnar a contestação.

c) Em seguida, consultar às partes sobre o interesse na produção de outras

provas, justificando-as. Em caso positivo, designar, desde já, audiência de instrução e

julgamento, alertando que tal ato poderá não se realizar, caso o Juiz entenda dispensável a

dilação de provas requeridas e julgue o processo no estado em que se encontrar.

5.3.8.1 O encerramento da audiência de conciliação

Após todos os atos acima mencionados, que podem ocorrer durante a

audiência de conciliação, esta deverá ser encerrada, onde o Conciliador adotará as

seguintes medidas:

a) encerrar o Termo de Audiência, com impressão do documento, em tantas

vias quantas forem necessárias;

b) colher as assinaturas de todos os presentes na audiência;

c) declarar encerrada a audiência, agradecendo a presença e a colaboração

de todos para o ato judicial.

5.3.8.2 A redação do Acordo Cível e outras providências

I) Acordo

O acordo se formaliza por termo, onde são estabelecidas as obrigações

assumidas por cada parte. Uma vez realizado o acordo e consenso em torno dos pontos

controvertidos, o qual motivou o conflito de interesses, deve o Conciliador redigir o acordo

verificando alguns requisitos.

Primeiramente deve-se ter um cuidado especial com a linguagem a ser

utilizada. Por se tratar de um documento formal, devem ser evitadas as construções indiretas,

as palavras dúbias, as figuras de linguagem, etc. Não se pode esquecer que a parte leiga deve

compreender todo o conteúdo do documento. As partes devem ser informadas de que o acordo

tem força executiva, portanto à semelhança da sentença, devendo constar do acordo tal

informação.

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II) Espécies de obrigação

a) Obrigações de dar (coisa certa e coisa incerta)

b) Obrigações de fazer

c) Obrigações de não fazer

III) Tipos de obrigações e execução

a) Obrigação de dar coisa certa:

O Bem deve ser individualizado, móvel ou imóvel, e algumas regras aplicam-

se a obrigação de restituir. O credor não pode ser obrigado a receber outra coisa, ainda que

mais valiosa. A obrigação abrange os acessórios. O devedor é obrigado a conservar a coisa

com zelo e diligência, até a tradição da coisa pertencente ao devedor.

É aplicável a alguém que adquire um bem móvel e, ainda, é aplicável para a

devolução de bem móvel dado em aluguel ou comodato.

A execução é a citação para satisfazer a obrigação ou apresentar embargos, ou

seja, o devido cumprimento da obrigação ou depósito em juízo.

No caso do devedor não entregar, nem depositar ou não embargar, caberá

contra o devedor mandado de busca e apreensão e imissão na posse.

Se for coisa alienada em fraude, haverá busca contra terceiro, mas se houve a

deteriorização da coisa, haverá o pagamento do valor da coisa mais perdas e danos em

liquidação de sentença.

b) Obrigação de dar coisa incerta:

É semelhante à obrigação de entrega de coisa certa, mas com algumas

diferenças. A escolha, em regra, cabe ao devedor, a não ser que tenha acertado de forma

diferente. O devedor, na escolha, não pode dar a coisa pior nem é obrigado a dar a melhor.

Deve ficar estabelecido a quem cabe a escolha.

É aplicável nos contratos de compra e venda em estabelecimentos comerciais,

em que não foi entregue a coisa. No acordo deverá ficar definido a quem cabe a escolha.

Já na execução, após a escolha, é semelhante à execução da obrigação de

entrega de coisa certa.

C) Obrigação de fazer:

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É aplicado na realização de obras, prática de atos, na declaração de vontade,

como realização de contratos, procuração, etc. Consiste, também, na baixa de nome em

cadastro de inadimplentes (Serasa, SPC, etc), bem como a quitação de dívida.

Na execução o devedor é citado para cumprir a obrigação no prazo que estiver

estabelecido no acordo ou no prazo que for fixado pelo Juiz. Caberá a execução no caso de

descumprimento da obrigação e é autorizada a sua conversão em perdas e danos nos próprios

autos da execução.

Já em relação ao valor da multa cumula-se com as perdas e danos, podendo o

Juiz limitar o valor da multa.

Devemos pontuar algumas observações importantes:

Quando a obrigação puder ser cumprida por terceiros, o credor pode fazer à

custa do devedor ou pedir a conversão em perdas e danos. Geralmente é fixada uma multa

diária como pena para o descumprimento da obrigação. O valor da multa diária pode ser

fixado no acordo ou pelo Juiz, quando da execução.

d) Obrigação de não fazer:

O devedor será citado para desfazer aquilo a que se obrigara a não fazer, tendo

descumprido a obrigação. Mediante pedido do credor o ato pode ser desfeito por terceiro, à

custa do devedor, se houver mora ou recusa do devedor.

e) Obrigação de pagar a quantia certa:

A execução da obrigação de pagar a quantia certa consiste na expropriação de

bens do devedor para o pagamento da dívida.

f) Obrigações solidárias:

Nas obrigações solidárias o pagamento pode ser feito por qualquer dos

devedores. Há solidariedade entre o fornecedor de bens e serviços e seu representante,

conforme reza o artigo n.º 24 do CDC.

É importante que conste no termo de acordo os devedores solidários, pois isso

dá maior garantia ao credor.

Vale ressaltar que, no termo de acordo deve ficar claro o local do pagamento

ou do cumprimento da obrigação, se no domicílio do credor ou no domicílio do devedor. O

ideal é que os depósitos em dinheiro sejam feitos na Secretaria do Juizado ou em conta

bancária nominal ao credor (banco, agência e o número da conta bancária).

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6 DOS RECURSOS - ESPÉCIES DE RECURSOS

6.1 Recurso Inominado

O recurso inominado deverá ser interposto no prazo de 10 (dez) dias, contados

da ciência da sentença. As razões recursais devem ser oferecidas juntamente com a petição de

interposição do recurso.

A petição de interposição do recurso deve ser dirigida ao juízo a quo, ou seja, o

juízo prolator da sentença recorrida.

Tanto as razões como as contra-razões serão dirigidas, em petição autônoma, à

Turma Recursal, sendo as razões adunadas à petição de interposição do recurso, enquanto que

as contra-razões serão acostadas à petição de pedido de sua juntada aos autos, esta dirigida ao

Juiz a quo.

O prazo para interposição é de dez dias, contados da intimação para esse fim,

devendo as contra-razões serem oferecidas através de advogado, pois é quem tem a

capacidade postulatória em grau de recurso.

O julgamento deste recurso compete à Turma Recursal do respectivo Juizado.

6.2 Embargos de Declaração

Cabe a interposição dos embargos declaratórios quando, na sentença ou

acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida, como autoriza o artigo 48 da

Lei n.º 9.099/95.

Estes devem ser interpostos no prazo de cinco dias a contar da ciência da

decisão embargada, conforme preceitua o artigo 49 da Lei n.º 9.099/95.

Quando houver apenas erro material na sentença ou acórdão, não é necessária a

interposição de embargos para corrigi-lo, pois de conformidade com o parágrafo único, do

artigo 48 da Lei n.º 9.099/95, os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Reforça-se que os embargos de declaração podem ser interpostos por escrito ou

oralmente, autorizado pelo artigo 49 da Lei n.º 9.099/95.

Oportunamente e de conformidade com o artigo 50 da Lei n.º 9.099/95, poderá

ocorrer a suspensão dos embargos de declaração para outro recurso. Assim, o prazo já

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contado até a data de interposição dos embargos será somado na integralização do prazo para

o outro recurso.

Quando os embargos forem interpostos contra a sentença, somente será exigida

a presença do advogado, nos casos em que a Lei n.º 9.099/95 torna obrigatória essa

capacidade postulatória, ou seja, nas ações cujo valor atribuído à causa é superior a 20 (vinte)

salários mínimos. Salienta-se ainda que, mesmo quando facultada a assistência jurídica no

juízo de primeiro grau, essa assistência se torna obrigatória até mesmo para interposição dos

embargos de declaração.

A competência para apreciar os embargos de declaração é da autoridade

prolatora da decisão embargada. Se interpostos contra a sentença serão julgados pelo Juiz

prolator. Quando interpostos contra o acórdão, os pressupostos recursais serão apreciados pelo

relator, ou pelo membro da Turma Recursal que lavrou o acórdão embargado.

6.3 Prazos

O recurso deve ser interposto no prazo previsto na legislação processual

específica. Escoado esse prazo, o recurso não será recebido diante de sua

intempestividade.

a) Recurso Inominado - o recurso inominado de apelo deverá ser interposto

no prazo de 10 (dez) dias, contados da ciência da sentença.

b) Embargos de Declaração - estes devem ser interpostos no prazo de 05 dias

a contar da ciência da decisão embargada, conforme preceitua o artigo 49 da Lei n.º 9.099/95.

6.4 Execução

a) Execução de Título Judicial

O Juizado Especial Civil tem competência para executar as suas próprias

decisões, firmada pelo artigo 1.º, bem como pelo parágrafo primeiro, inciso I, do artigo 3.º da

Lei n.º 9.099/95.

A execução de título judicial, que tem como objeto uma sentença ou acórdão

transitado em julgado, será processada no próprio juizado especial, aplicando-se no que

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couber, o disposto no Código de Processo Civil, com as modificações feitas pela Lei nº.

11.232/2005, observando as regras específicas previstas no artigo 52 da Lei n.º 9.099/95.

Não sendo cumprida a obrigação imposta pela sentença condenatória ou pelo

acordo celebrado entre as partes, mediante requerimento verbal ou escrito do credor, dará

início ao processo de execução, a qual será processada nos próprios autos da ação proposta,

conforme o inciso IV do artigo 52 da Lei n.º 9.099/95.

Havendo execução provisória da sentença, bem como recurso recebido

somente no efeito devolutivo, permite a parte vencedora no processo executar de imediato a

decisão recorrida, cuja execução é provisória e deverá ser processada na forma do parágrafo

3.º, do artigo 475 do Código de Processo Civil, modificado pela Lei n.º 11.232/05, devendo o

exeqüente instruir a execução com cópias autenticadas das seguintes peças do processo, cuja

autenticação pode ser dispensada na forma do parágrafo 1.º, do artigo 544 do aludido

Diploma Processual Civil, devendo para tanto o advogado do exeqüente declarar a

autenticidade das peças processuais que instruir a execução, responsabilizando-se

pessoalmente por essa autenticidade.

O exeqüendo, para se defender no processo de execução de título judicial,

deverá oferecer impugnação na forma do artigo 475 - L, conforme modificação introduzida

pela Lei nº. 11.232/05, de forma que não cabem mais embargos do devedor nessa modalidade

de execução.

Realizada a penhora, o executado será intimado, na pessoa de seu advogado, que

poderá oferecer impugnação.

Com as modificações feitas no artigo 475 - J, parágrafo primeiro do Código de

Processo Civil, que não mais autoriza os embargos, mas somente a impugnação, entende-se

que o prazo é de 15 (quinze) dias, conforme fixado no dispositivo legal.

Vale ressaltar que o Juiz poderá rejeitar liminarmente a impugnação, quando o

executado não declarar de imediato o valor que entende correto, em se tratando de excesso de

execução.

b) Execução de Título Executivo Extrajudicial

O Título Executivo Extrajudicial trata-se de um título de crédito hábil à

execução, que tem origem em relação extraprocessual e assim classificada por lei. As

espécies de títulos extrajudiciais estão enumeradas no artigo 585 do Código de Processo

Civil.

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O artigo 646 do Código de Processo Civil discorre que “a execução por quantia

certa tem por objeto expropriar bens do devedor, a fim de satisfazer o direito do credor.”

A expropriação consiste na alienação de bens do devedor, na adjudicação em

favor do credor e no usufruto de imóvel ou de empresa.

Os bens que não estão sujeitos à execução, conforme norma inserida no artigo

648 do Código de Processo Civil, são considerados impenhoráveis ou inalienáveis.

Deve sempre ser respeitado o limite de alçada fixado pelo artigo 53 da Lei nº.

9.099/95 que determina que a “execução de título executivo extrajudicial, no valor de até 40

salários mínimos, obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil, com as modificações

introduzidas por esta lei.”

Na execução de título executivo extrajudicial, o exeqüido é citado para efetivar

o pagamento do débito executado no prazo de 24 horas, ou nomear bens à penhora, conforme o

artigo 652 do Código de Processo Civil. E,ainda, na execução fundada em título executivo

extrajudicial, o momento processual para o exeqüido opor os embargos do devedor é na

audiência de conciliação, caso não ocorra acordo entre as partes.

c) Ação rescisória

Com fulcro no artigo 59 da Lei dos Juizados Especiais n.º 9.099/95: “Art. 59 –

Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedimento instituído por esta lei.”

Portanto, a lei é clara em afirmar que é incabível a ação rescisória nos processos

dos Juizados Especiais.

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7. MODELOS

7.1 Obrigação de Fazer

PROCESSO N.º_________

AUTOR: _________

RÉU: __________________, assistido por seu advogado, Dr________________, indicado

nesta assentada para assisti-lo na presente Reclamação. AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA, na

forma abaixo.

Aos ____ do mês de ________de ________________, na sala das audiências do Juízo, onde

presente se achava o Conciliador, Dr. ___________________________, aí, no horário

aprazado para a audiência, foram apregoados os nomes das partes, respondendo ao pregão as

mesmas, as quais chegaram ao seguinte acordo: o Réu, reconhecendo a pretensão inicial, no

prazo de 15 dias, a contar do presente, sob pena de incorrer em multa diária de R$ 25,00, caso

incida em mora no adimplemento da obrigação ora assumida. Não sendo satisfeita a obrigação

no prazo acima, fica facultado ao Autor rescindir uniteralmente o contrato de prestação de

serviços pago, atualizado monetariamente. Fica facultado ainda ao Autor contratar os serviços

de outro profissional especializado, cobrando do Réu o preço pago ao novo contratado,

atualizado monetariamente a partir do seu efetivo desembolso. E por estarem de acordo,

assinam o presente termo, valendo este documento como título executivo, caso não seja

satisfeita a obrigação assumida.

CONCILIADOR AUTOR

RÉU

ADVOGADO

SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA VISTOS, etc.

HOMOLOGO, por sentença, para que produza seus jurídicos e legais efeitos, o acordo

celebrado pelas partes, extinguindo-se o feito com o exame do mérito, na forma do art. 269,

inc. 111, do CPC.

Sem custas.

Dou por cientes as partes e seus patronos. Registre-se e procedam-se as anotações de praxe.

Em / / JUIZ DE DIREITO

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7.2 Troca do Objeto de Fabricação

PROCESSO N.º_____

AUTOR: __________

RÉ: __________________, representada nesta audiência por seu preposto,

____________conforme instrumento de Carta preposto ora apresentada.

AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA, NA FORMA ABAIXO.

Aos ______dias do mês de _______________de______, na sala de audiência do Juízo, onde

presente se achava o Conciliador, Dr._________________, aí no horário aprazado para a

audiência, foram apregoados os nomes das partes, respondendo ao pregão as mesmas, as quais

chegaram ao seguinte acordo : a Ré, reconhecendo a pretensão inicial do autor, se obriga a

proceder a troca do televisor descrito na peça inicial da reclamação, no prazo de cinco dias a

contar do presente, sob pena de incorrer na multa diária de R$10,00, caso incida em mora no

adimplemento da obrigação ora assumida. Não sendo satisfeita a obrigação no prazo acima

acordado, fica facultado ao autor dar por rescindido unilateralmente o contrato de compra e

venda celebrado com a Ré, a qual fica obrigada a reembolsar ao autor o preço pago pelo

objeto acima, atualizado monetariamente de acordo com o preço de mercado e, não sendo

mais encontrado no comércio, de acordo com o similiar. Fica facultado ainda ao Autor

adquirir o produto de outro fornecedor, cobrando da ré preço pago pelo novo produto,

atualizado monetariamente a partir do efetivo desembolso. E por estarem de acordo, assinam

o presente termo, valendo este documento como título executivo, caso não seja satisfeita a

obrigação assumida.

CONCILIADOR

AUTOR

SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA

VISTOS ,etc.

HOMOLOGO, por sentença, para que produza seus jurídicos e legais efeitos, o acordo

celebrado pelas partes, extinguindo-se o feito com o exame do mérito, na forma do art. 269,

inc. III, do CPC.

Sem custas.

Dou por cientes as partes e seus patronos. Regitre-se e procedam-se as anotações de praxe.

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7.3 Obrigação de Pagar

PROCESSO N.º ________

AUTOR: _________

RÉ: _______________

AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA, na forma abaixo.

Aos ______ dias do mês de ________de ________, na sala de audiência do Juízo, onde

presente se achava o Conciliador, Dr. _____________________, aí, no horário aprazado para

a audiência, foram apregoados os nomes das partes, respondendo ao pregão as mesmas, as

quais chegaram ao seguinte acordo: a Ré, reconhecendo a pretensão inicial do Autor, se

obriga a pagar ao mesmo a importância de R$ 2.000,00(dois mil reais), em quatro parcelas

iguais de R$ 500,00 (quinhentos reais), efetivando neste ato o pagamento da primeira das

parcelas, em espécie, enquanto que as demais serão pagas na sede deste Juizado, no dia 10 dos

meses subseqüentes, incidindo atualização monetária a partir dos respectivos vencimentos

caso incorra em mora o obrigado na satisfação de sua obrigação ora assumida, abstendo-se as

partes de buscarem novamente a prestação jurisdicional, tendo como objeto e causa de pedir

os mesmos da presente Reclamação, salvo em relação à cobrança das importâncias acima. E

por estarem de acordo, assinam o presente termo, valendo este documento como título

executivo, caso não seja satisfeita a obrigação assumida.

CONCILIADOR

AUTOR

HOMOLOGO, por sentença, para que produza seus jurídicos e legais efeitos, o acordo

celebrado pelas partes, extinguindo-se o feito com o exame do mérito, na forma do art. 269,

inc. III, do CPC.

Sem custas.

Dou por cientes as partes e seus patronos. Regitre-se e procedam-se as anotações de praxe.

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7.4 Indenização por Danos causados em Acidente de Veículo

PROCESSO _____

AUTOR: __________

RÉ: _________

AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA, na forma abaixo.

Aos 23 dias do mês de agosto de 1994, na sala de audiência do Juízo, onde presente se

achava o Conciliador, Dr. JUSTRACILIO PEDERNEIRA, aí, no horário aprazado para a

audiência, foram apregoados os nomes das partes, respondendo ao pregão as mesmas, as

quais chegaram ao seguinte acordo: a Ré, reconhecendo a pretensão inicial do Autor, se

obriga a indenizar ao mesmo os danos materiais experimentados, no montante integral de

R$ 1.500,00(hum mil e quinhentos reais), cujo pagamento é efetivado neste ato, através do

cheque n-12.345, sacado contra o Banco do Brasil S/A, agência nQ 0000, abstendo-se as

partes de buscarem novamente a prestação jurisdicional, tendo como objeto e causa de pedir

os mesmos da presente Reclamação, ou qualquer outra pretensão material decorrente do

evento danoso descrito na peça exordial da aludida Reclamação, salvo em relação à

cobrança da importância representada pelo cheque supraepigrafado, caso o mesmo venha

ser devolvido por qualquer motivo, incidindo atualização monetária a partir do presente

termo. E por estarem de acordo, assinam o presente termo, valendo este documento como

título executivo, caso não seja satisfeita a obrigação assumida.

CONCILIADOR

AUTOR RÉ

SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA VISTOS etc.

HOMOLOGO, por sentença, para que produza

efeitos, o acordo celebrado pelas partes.

Em / /

JUIZ DE DIREITO

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7.5 Indenização por Danos causados em imóvel em decorrência de infiltração

PROCESSO N.º-3.567

AUTORA:

RÉ:

AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA, na forma abaixo.

Aos _______ dias do mês de __________ de ______________, na sala de audiência do

Juízo, onde presente se achava o Conciliador, Dr. ________________________, aí, no

horário aprazado para a audiência, foram apregoados os nomes das partes, respondendo ao

pregão as mesmas, as quais chegaram ao seguinte acordo: a Ré, reconhecendo a pretensão

inicial da Autora, se obriga a proceder o conserto do vazamento existente em seu imóvel,

no prazo de 20 dias, a contar do presente termo, sob pena de incorrer em multa diária de

R$ 50,00, caso incida em mora no adimplemento da obrigação, ora assumida; se

obrigando a indenizar à Ré os danos materiais causados em seu imóvel, no montante

integral de R$ 1.200,00(hum mil e duzentos reais), cujo o pagamento é efetivado neste ato

através do cheque n-12.345, sacado contra o Unibanco, cujo cheque deverá ser resgatado

no próprio dia 23 do corrente mês e ano. Caso seja devolvido por qualquer motivo,

incidirá atualização monetária sobre a importância nele representada, a partir do presente

acordo. E por estarem de acordo, assinam o presente termo, valendo este documento como

título executivo, caso não seja satisfeita a obrigação assumida.

CONCILIADOR

AUTORA

SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA VISTOS etc.

HOMOLOGO, por sentença, para que produza seus jurídicos e legais

efeitos, o acordo celebrado pelas partes, extinguindo-se o feito com o exame do mérito, na

forma do art. 269, inc.111, do CPC.

Sem custas

Dou por ciente as partes e seus patronos. Registre-se e procedam-se as anotações de praxe.

Em __/__/__

JUIZ DE DIREITO

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7.6 Hipótese de Revelia

Estando presente em audiência somente o Autor e certificado o conciliador da ausência

do Réu, sem justificar nos autos, apesar de regularmente citado, fica configurada sua

revelia, com a confissão ficta da matéria de fato e conseqüentemente julgamento

antecipado da lide. Assim, recomendamos ao conciliador a lavratura da assentada nos

moldes abaixo.

PROCESSO N.º

AUTOR:

RÉU:

AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA, na forma abaixo.

Aos dias do mês de do ano de, na sala de audiências do Juízo, onde presente se achava o

Conciliador, Dr. Comigo Serventuário da Justiça, aí, no horário aprazado para audiência,

foram apregoadas os nomes das partes, respondendo o pregão somente o(a) Autor (a).

Ausente o(a) Réu, apesar de regularmente citado(a), como se vê do expediente de fls.-,

cuja ausência nesta audiência não foi justificada nos autos. Pela ordem, pediu a palavra a

parte autora para requerer o prosseguimento do feito, com a decretação da REVELIA do

Réu pela sua ausência imotivada nesta audiência, esperando seja julgada antecipada a

lide e, conseqüentemente, condenada a parte Ré nos termos do pedido inicial. Assim,

recomendo ao Cartório a remessa dos autos à conclusão para que o douto julgador possa

decidir o que entende cabível à espécie. Nada mais havendo, foi encerrado o presente.

Eu, Serventuário da Justiça, o datilografei e subscrevo. E eu, Conciliador, assino.

CONCILIADOR

AUTOR

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7.7 Hipótese de não-comparecimento do Autor

PROCESSO N.º

AUTOR:

RÉU:

AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA, na forma abaixo.

Aos dias do mês de do ano de, na sala de audiências do juízo, onde presente se achava o

Conciliador, Dr. Comigo Serventuário da justiça, aí, no horário aprazado para audiência,

foram apregoadas os nomes das partes, respondendo o pregão somente a parte Ré.

Ausente o (a) Autor, apesar de regularmente cientificado (a) da presente audiência,

como se vê de fls., cuja ausência não foi justificado nos autos. Aberta audiência, em

vista da ausência imotivada do(a) Autor (a), foi requerido pela parte Ré fosse julgado

extinto o processo sem julgamento do mérito, em face da desistência tácita da ação por

parte do(a) Autor (a), configurada pela sua ausência nesta audiência. Assim, recomendo

ao Cartório a remessa dos autos à conclusão para que o douto julgador possa decidir o

que entende cabível à espécie. Nada mais havendo, foi encerrado o presente. Eu,

Serventuário da Justiça, o datilografei e subscrevo.

E eu, Conciliador, assino.

CONCILIADOR

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7.8 Hipótese de não haver acordo entre as partes

Não logrando o conciliador êxito na conciliação das partes, de acordo com a

disponibilidade de pauta do juiz, o próprio conciliador designa a audiência de instrução

e julgamento, dando-se ciência da designação aos presentes, lavrando-se a assentada nos

moldes abaixo.

PROCESSO N.º

AUTOR:

RÉU:

AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA, na forma abaixo.

Aos dias do mês de do ano de audiências do Juízo, onde presente se achava o

Conciliador, Dr. Comigo Serventuário da justiça, aí, no horário aprazado para audiência,

foram apregoadas os nomes das partes, respondendo o pregão os mesmos. Aberta a

audiência foi feita a proposta de conciliação das partes, não logrando êxito o Conciliador

na sua realização, razão pela qual foi designado o próximo dia/, às h para a realização da

Audiência de Instrução e Julgamento, ficando desde já cientes os presentes. Nada mais

havendo, foi encerrado o presente. Eu, Serventuário da justiça, o datilografei e

subscrevo. E eu, Conciliador, assino.

CONCILIADOR

AUTOR

RÉU

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7.9 Na hipótese de ausência de ambas as partes sem haver prova de citação da parte ré

Ciente a parte autora da audiência e havido dúvida quanto à citação da parte ré, por não

ter sido devolvido o AR até o momento da audiência, é caso de extinção do feito, sem

julgamento do mérito, recomendando assim a lavratura de assentada abaixo.

PROCESSO N.º

AUTOR:

RÉU:

AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA, na forma abaixo.

Aos dias do mês dedo ano de, na sala de audiências do Juízo, onde presente se achava o

Conciliador, Dr. comigo Serventuário da justiça, aí, no horário aprazado para audiência,

foram apregoadas os nomes das partes, não tendo as mesma respondidos apesar de ciente

o(a) Autor (a) fl. Quanto à parte Ré, há dúvida em relação à sua citação, considerando

que o correio até o presente momento não devolveu ao Cartório o AR. Assim,

recomendo ao Cartório sejam os autos conclusos ao ínclito Magistrado, para a

apreciação da extinção do feito, sem o julgamento do mérito, tendo em vista a

desistência tácita da ação por parte do(a) Autor(a), configurada pela sua ausência nesta

audiência. Nada mais havendo, foi encerrado o presente. Eu, , Serventuário da justiça, o

datilografei e subscrevo. E eu, Conciliador, assino.

CONCILIADOR

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7.10 Hipótese de o réu obstar a citação através do correio

Ficando caracterizado que a parte ré vem dificultando sua citação através do Correio,

obstruindo assim a boa administração da Justiça, deve o conciliador designar nova audiência

conciliatória, dando-se ciência à parte autora e recomendando ao Cartório a extração de

mandado de citação para que o oficial de justiça proceda à citação da parte ré. Vale observar

que para essa providência processual não é necessário fazer conclusão do feito ao juiz

processante, em respeito aos princípios que orientam o procedimento, recomendando, assim, a

lavratura da assentada nos moldes abaixo.

PROCESSO

AUTOR:

RÉU:

Aos dias do mês de do ano de, na sala de audiências do Juízo, onde presente se achava o

Conciliador, Dr. Comigo Serventuário da justiça, aí, no horário aprazado para audiência,

foram apregoadas os nomes das partes, respondendo o pregão somente o (a) Autor (a).

Ausente a parte Ré, havendo dúvida quanto a sua citação, considerando que a citação feita via

Correio foi recebida por terceiro, como demonstra o AR acostado a fls. Tratando-se de pessoa

física a parte Ré, exige a legislação regulamentadora do procedimento das ações de

competência do Juizado Especial Cível que a citação seja feita mediante AR em "MÃO

PRÓPRIA". Nesta oportunidade, o(a) Autor(a) alegou que a parte Ré vem dificultando sua

citação via Correio, obstruindo assim a boa administração da Justiça, requerendo, destarte, a

designação de nova Audiência Conciliatória, com a citação, através do Oficial de Justiça.

Assim, fica designado o próximo dia, às h para a realização da Audiência Conciliatória,

ficando desde já ciente o(a) Autor(a), recomendando ao Cartório a extração de Mandado de

Citação, a fim de ser citado o(a) Ré(u) através do Oficial de Justiça, inclusive por hora certa.

Nada mais havendo, foi encerrado o presente. Eu,

Serventuário da Justiça, o datilografei e subscrevo. E eu, Conciliador, assino.

CONCILIADOR

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7.11 Hipótese de mudança de endereço do réu sem que o autor saiba informar, no

momento da audiência, o novo endereço

Sendo devolvida a carta citatória pelo Correio e informada a mudança de endereço da

parte ré, recomendamos a suspensão do feito pelo prazo de 30 dias, a fim de a parte autora

informar ao Cartório o novo endereço do réu, lavrando-se a assentada nos moldes abaixo.

Não é necessária a abertura de conclusão dos autos ao juiz para a apreciação do pedido de

suspensão, fazendo conclusão apenas após a fluição do prazo acima e não informado o

novo endereço, para que o juiz extinga o feito, sem o julgamento do mérito. Caso seja

informado o endereço, o Cartório deve designar de imediato a nova audiência

conciliatória, expedindo-se a carta citatória, a qual será postada no Correio, dispensando

assim a conclusão do feito ao juiz, pois essa providência processual é dinamizada pelo

Cartório, em respeito aos princípios que orientam o procedimento.

PROCESSO N.º

AUTOR:

RÉU:

AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA, na forma abaixo.

Aos dias do mês de do ano de, na sala de audiências do Juízo, onde presente se achava o

Conciliador, Dr. Comigo Serventuário da justiça, aí, no horário aprazado para audiência,

foram apregoadas os nomes das partes, respondendo o pregão somente o (a) Autor(a).

Ausente o Réu, o qual não foi localizado, informando o Correio a sua mudança de

endereço, razão por que a parte Autora requereu a SUSPENSÃO do feito pelo prazo de 30

dias, a contar do presente, a fim de informar ao Cartório o novo endereço da parte Ré.

Assim, recomendo ao Cartório a suspensão do processo no prazo supra, salvo melhor

juízo. Nada mais havendo, foi encerrado o presente. Eu, ____, Serventuário da

justiça, o datilografei e subscrevo. E eu, Conciliador, assino.

CONCILIADOR

AUTOR

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7.12 Hipótese de aditamento da inicial para inserção de co-réu no pólo passivo da

reclamação.

Considerando que, no procedimento do Juizado Especial Cível, não se admite a denunciação à

lide em determinadas situações, como por exemplo nos delitos de trânsito, em que a parte

contrária comparece em audiência e comprova a transferência do domínio do veículo que era

de sua propriedade e envolvido no evento danoso, recomendamos, por questão de economia

processual, com a anuência das partes, seja inserido no pólo passivo da reclamação o nome do

atual proprietário do veículo, lavrando-se a assentada nos moldes abaixo, dispensada a

conclusão dos autos ao juiz, por tratar-se de medida processual que não necessita ser

apreciada de imediato e sim na audiência de instrução e julgamento, quando o juiz deve

apreciar todos os incidentes do processo, designando o conciliador nova audiência

conciliatória, ficando desde já cientes da designação o autor e o réu, devendo o Cartório

expedir a citação para o co-réu, retificar a autuação e o tombamento do feito, para fazer inserir

o nome do co-réu no pólo passivo da reclamação.

PROCESSO N.°

AUTOR:

RÉU:

AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA, na forma abaixo.

Aos dias do mês de do ano de, na sala de audiências do Juízo, onde presente se achava o

Conciliador, Dr.comigo Serventuário da Justiça, aí, no horário aprazado para audiência, foram

apregoadas os nomes das partes, respondendo o pregão as mesmas. Aberta a audiência foi

feita a proposta de conciliação das partes, não logrando êxito de imediato o Conciliador, tendo

em vista a alegação do Réu de que o veículo envolvido no sinistro não mais o pertence, tendo

o mesmo sido transferido para TIBUCIO TRONCOSO, brasileiro, solteiro, comerciante,

residente e dormiciliado na Rua das Tangerinas, n.º 24/908, Glória, nesta cidade, requerendo

assim fosse inserido no pólo passivo da presente ação o nome do mesmo, com o que

concordou o (a) Autor (a). Desta forma, fica designada nova Audiência Conciliatória o

próximo dia/ _/_, às h, ficando desde já ciente os presentes, recomendando ao cartório, salvo

melhor juízo, a retificação da autuação e do tombamento do processo, fazendo incluir no pólo

passivo o nome acima, extraindo-se carta citatória para o mesmo. Nada mais havendo, foi

encerrado o presente. Eu, , Serventuário da Justiça, o datilografei e

subscrevo. E eu, Conciliador, assino.

CONCILIADOR

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7.13 Designação de nova audiência conciliatória tendo em vista a possibilidade de

acordo entre as partes

Não logrando êxito imediato o conciliador na realização da conciliação das partes,

as quais ainda em dúvida quanto a possível acordo, necessitando de mais tempo para

refletir sobre as propostas feitas em audiência, de comum acordo entre as partes,

recomenda-se ao conciliador a designação de nova audiência conciliatória para em data

mais breve possível, lavrando-se a assentada nos moldes abaixo.

PROCESSO N.º

AUTOR:

RÉU:

AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA, na forma abaixo.

Aos dias do mês de do ano de, na sala de audiências do Juízo, onde presente se achava o

Conciliador, Dr. Comigo Serventuário da justiça, aí, no horário aprazado para audiência,

foram apregoadas os nomes das partes, respondendo o pregão as mesmas. Aberta a

audiência foi feita a proposta de conciliação das partes, não logrando êxito de imediato o

Conciliador na sua realização. Tendo em vista a possibilidade de acordo, cuja proposta

será discutida e refletida pelas partes com mais profundidade, a requerimento das

mesmas, foi adiada a presente audiência para o próximo dia /_/_ às h, ficando desde já

cientes os presentes. Nada mais havendo, foi encerrado o presente. Eu, Serventuário da

justiça, o datilografei e subscrevo.

E eu, Conciliador, assino.

CONCILIADOR

AUTOR

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7.14 Acordo Celebrado

AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO PROCESSO N.º

AÇÃO:

AUTOR:

RÉU:

Aos dias do mês de do ano de _________, na sala das audiências do Juízo da XXXVI

Juizado Especial Cível, onde presente se achava o Conciliador, Dr.

______________________, aí, no horário aprazado para a audiência, foram apregoados os

nomes das partes, respondendo ao pregão as mesmas, assistidas de seus patronos, os quais

abaixo identificados. Aberta a audiência, foi feita a proposta de conciliação das partes,

chegando as mesmas ao seguinte acordo: ............. Por estarem de acordo, assinam o

presente termo, o qual valerá como título executivo, caso não seja satisfeita a obrigação

acordada. Nada mais havendo, dou por encerrada a presente.

Conciliador

Autor:

OAB n.º:

Réu:

OAB n.º:

SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA

Vistos etc.

HOMOLOGO, por sentença, para que produza seus devidos e legais efeitos, o acordo acima

celebrado pelas partes, extinguindo-se o feito com o exame do mérito, na forma do art. 269,

inc. III do CPC.

Sem custas.

Ciente as partes da presente.

Registre-se e proceda as anotações de praxe.

Em....../......./..........

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8. LEGISLAÇÃO

8.1 LEI N.º 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995

Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras

providências.

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 1.º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordinária,

serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para

conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência.

Art. 2.º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade,

informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a

conciliação ou a transação.

CAPÍTULO II

Dos Juizados Especiais Cíveis

Seção I

Da Competência

Art. 3.º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo

e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:

I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;

II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;

III - a ação de despejo para uso próprio;

IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado

no inciso I deste artigo.

§ 1.º Compete ao Juizado Especial promover a execução:

I - dos seus julgados;

II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o

salário mínimo, observado o disposto no § 1.º do art. 8.º desta Lei.

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§ 2.º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de

natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas

a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho

patrimonial.

§ 3.º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao

crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.

Art. 4.º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do foro:

I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça

atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal

ou escritório;

II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;

III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação

de dano de qualquer natureza.

Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro

previsto no inciso I deste artigo.

Seção II

Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos

Art. 5.º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a

serem produzidas, para apreciá-las e para dar especial valor às regras de experiência comum

ou técnica.

Art. 6.º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e

equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum.

Art. 7.º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados,

os primeiros, preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados

com mais de cinco anos de experiência.

Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia

perante os Juizados Especiais, enquanto no desempenho de suas funções.

Seção III

Das Partes

Art. 8.º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz,

o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida

e o insolvente civil.

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§ 1.º Somente as pessoas físicas capazes serão admitidas a propor ação perante

o Juizado Especial, excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas.

§ 2.º O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de

assistência, inclusive para fins de conciliação.

Art. 9.º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão

pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é

obrigatória.

§ 1.º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer assistida

por advogado, ou se o réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser,

assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao Juizado Especial, na forma da lei

local.

§ 2.º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por advogado,

quando a causa o recomendar.

§ 3.º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes

especiais.

§ 4.º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser

representado por preposto credenciado.

Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de

terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.

Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos previstos em lei.

Seção IV

Dos atos processuais

Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário

noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as

finalidades para as quais forem realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2.º desta

Lei.

§ 1.º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

§ 2.º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada

por qualquer meio idôneo de comunicação.

§ 3.º Apenas os atos considerados essenciais serão registrados resumidamente,

em notas manuscritas, datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais atos poderão

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ser gravados em fita magnética ou equivalente, que será inutilizada após o trânsito em julgado

da decisão.

§ 4.º As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo e

demais documentos que o instruem.

Seção V

Do pedido

Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou

oral, à Secretaria do Juizado.

§ 1.º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível:

I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;

II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;

III - o objeto e seu valor.

§ 2.º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar,

desde logo, a extensão da obrigação.

§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, podendo

ser utilizado o sistema de fichas ou formulários impressos.

Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3.º desta Lei poderão ser alternativos

ou cumulados; nesta última hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o limite

fixado naquele dispositivo.

Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de distribuição e autuação, a

Secretaria do Juizado designará a sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de quinze dias.

Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á, desde

logo, a sessão de conciliação, dispensados o registro prévio de pedido e a citação.

Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a

contestação formal e ambos serão apreciados na mesma sentença.

Seção VI

Das Citações e Intimações

Art. 18. A citação far-se-á:

I - por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;

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II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao

encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado;

III - sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado

ou carta precatória.

§ 1.º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para comparecimento

do citando e advertência de que, não comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as

alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano.

§ 2.º Não se fará citação por edital.

§ 3.º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade da citação.

Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por

qualquer outro meio idôneo de comunicação.

§ 1.º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo cientes as

partes.

§ 2.º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no

curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente

indicado, na ausência da comunicação.

Seção VII

Da Revelia

Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à

audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido

inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.

Seção VIII

Da Conciliação e do Juízo Arbitral

Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes presentes

sobre as vantagens da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do litígio,

especialmente quanto ao disposto no § 3.º do art. 3.º desta Lei.

Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por

conciliador sob sua orientação.

Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e

homologada pelo Juiz togado, mediante sentença com eficácia de título executivo.

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Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado proferirá sentença.

Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo,

pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei.

§ 1.º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de termo

de compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, o Juiz

convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a audiência de instrução.

§ 2.º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.

Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na

forma dos arts. 5.º e 6.º desta Lei, podendo decidir por eqüidade.

Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subseqüentes, o árbitro

apresentará o laudo ao Juiz togado para homologação por sentença irrecorrível.

Seção IX

Da Instrução e Julgamento

Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á imediatamente à

audiência de instrução e julgamento, desde que não resulte prejuízo para a defesa.

Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização imediata, será a

audiência designada para um dos quinze dias subseqüentes, cientes, desde logo, as partes e

testemunhas eventualmente presentes.

Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão ouvidas as partes,

colhida a prova e, em seguida, proferida a sentença.

Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que possam interferir no

regular prosseguimento da audiência. As demais questões serão decididas na sentença.

Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por uma das partes,

manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência.

Seção X

Da Resposta do Réu

Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de defesa,

exceto argüição de suspeição ou impedimento do Juiz, que se processará na forma da

legislação em vigor.

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Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação,

formular pedido em seu favor, nos limites do art. 3.º desta Lei, desde que fundado nos

mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia.

Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria

audiência ou requerer a designação da nova data, que será desde logo fixada, cientes todos os

presentes.

Seção XI

Das Provas

Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda que não

especificados em lei, são hábeis para provar a veracidade dos fatos alegados pelas partes.

Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e

julgamento, ainda que não requeridas previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que

considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à

audiência de instrução e julgamento levadas pela parte que as tenha arrolado,

independentemente de intimação, ou mediante esta, se assim for requerido.

§ 1.º O requerimento para intimação das testemunhas será apresentado à

Secretaria no mínimo cinco dias antes da audiência de instrução e julgamento.

§ 2.º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz poderá determinar sua

imediata condução, valendo-se, se necessário, do concurso da força pública.

Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos de sua

confiança, permitida às partes a apresentação de parecer técnico.

Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofício ou a

requerimento das partes, realizar inspeção em pessoas ou coisas, ou determinar que o faça

pessoa de sua confiança, que lhe relatará informalmente o verificado.

Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a sentença referir,

no essencial, os informes trazidos nos depoimentos.

Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão de Juiz

togado.

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Seção XII

Da Sentença

Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve

resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.

Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida,

ainda que genérico o pedido.

Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exceder a alçada

estabelecida nesta Lei.

Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e

imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir outra em

substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de atos probatórios

indispensáveis.

Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo

arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.

§ 1.º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados,

em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 2.º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.

Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da

sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.

§ 1.º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta e oito

horas seguintes à interposição, sob pena de deserção.

§ 2.º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer resposta

escrita no prazo de dez dias.

Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe

efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.

Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita

magnética a que alude o § 3.º do art. 13 desta Lei, correndo por conta do requerente as

despesas respectivas.

Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento.

Art. 46. O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com a

indicação suficiente do processo, fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença for

confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.

Art. 47. (VETADO)

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Seção XIII

Dos Embargos de Declaração

Art. 48. Caberão embargos de declaração quando, na sentença ou acórdão,

houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.

Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oralmente,

no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.

Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração

suspenderão o prazo para recurso.

Seção XIV

Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito

Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:

I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das audiências do processo;

II - quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei ou seu

prosseguimento, após a conciliação;

III - quando for reconhecida a incompetência territorial;

IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no art. 8.º desta

Lei;

V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de sentença ou não se der

no prazo de trinta dias;

VI - quando, falecido o réu, o autor não promover a citação dos sucessores no

prazo de trinta dias da ciência do fato.

§ 1.º A extinção do processo independerá, em qualquer hipótese, de prévia

intimação pessoal das partes.

§ 2.º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar que a ausência

decorre de força maior, a parte poderá ser isentada, pelo Juiz, do pagamento das custas.

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Seção XV

Da Execução

Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado, aplicando-

se, no que couber, o disposto no Código de Processo Civil, com as seguintes alterações:

I - as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a conversão em

Bônus do Tesouro Nacional - BTN ou índice equivalente;

II - os cálculos de conversão de índices, de honorários, de juros e de outras

parcelas serão efetuados por servidor judicial;

III - a intimação da sentença será feita, sempre que possível, na própria

audiência em que for proferida. Nessa intimação, o vencido será instado a cumprir a sentença

tão logo ocorra seu trânsito em julgado, e advertido dos efeitos do seu descumprimento

(inciso V);

IV - não cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, e tendo

havido solicitação do interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á desde logo à execução,

dispensada nova citação;

V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer, o Juiz, na

sentença ou na fase de execução, cominará multa diária, arbitrada de acordo com as condições

econômicas do devedor, para a hipótese de inadimplemento. Não cumprida a obrigação, o

credor poderá requerer a elevação da multa ou a transformação da condenação em perdas e

danos, que o Juiz de imediato arbitrará, seguindo-se a execução por quantia certa, incluída a

multa vencida de obrigação de dar, quando evidenciada a malícia do devedor na execução do

julgado;

VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o cumprimento por outrem,

fixado o valor que o devedor deve depositar para as despesas, sob pena de multa diária;

VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o devedor, o

credor ou terceira pessoa idônea a tratar da alienação do bem penhorado, a qual se

aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a praça ou leilão. Sendo o preço inferior ao da

avaliação, as partes serão ouvidas. Se o pagamento não for à vista, será oferecida caução

idônea, nos casos de alienação de bem móvel, ou hipotecado o imóvel;

VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais, quando se tratar de

alienação de bens de pequeno valor;

IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da execução, versando

sobre:

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a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à revelia;

b) manifesto excesso de execução;

c) erro de cálculo;

d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, superveniente à

sentença.

Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até quarenta

salários mínimos, obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil, com as modificações

introduzidas por esta Lei.

§ 1.º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a comparecer à audiência de

conciliação, quando poderá oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou verbalmente.

§ 2.º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a solução do

litígio, se possível com dispensa da alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre

outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou a prestação, a dação em

pagamento ou a imediata adjudicação do bem penhorado.

§ 3.º Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados improcedentes,

qualquer das partes poderá requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do parágrafo

anterior.

§ 4.º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o processo

será imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos ao autor.

Seção XVI

Das Despesas

Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de

jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou despesas.

Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1.º do art. 42 desta Lei,

compreenderá todas as despesas processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau

de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência judiciária gratuita.

Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e

honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o

recorrente, vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez

por cento e vinte por cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor

corrigido da causa.

Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas, salvo quando:

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I - reconhecida a litigância de má-fé;

II - improcedentes os embargos do devedor;

III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de recurso

improvido do devedor.

Seção XVII

Disposições Finais

Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as curadorias

necessárias e o serviço de assistência judiciária.

Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá ser

homologado, no juízo competente, independentemente de termo, valendo a sentença como

título executivo judicial.

Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado pelas

partes, por instrumento escrito, referendado pelo órgão competente do Ministério Público.

Art. 58. As normas de organização judiciária local poderão estender a

conciliação prevista nos arts. 22 e 23 “a” causas não abrangidas por esta Lei.

Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedimento

instituído por esta Lei.

Capítulo III

Dos Juizados Especiais Criminais

Disposições Gerais

Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por Juízes togados ou togados e

leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de

menor potencial ofensivo. (Vide Lei nº 10.259, de 2001)

Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e

leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de

menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Redação dada pela

Lei n.º 11.313, de 2006)

Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o

tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão

os institutos da transação penal e da composição dos danos civis. (Incluído pela Lei n.º

11.313, de 2006)

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Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os

efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não

superior a um ano, excetuados os casos em que a lei preveja procedimento especial. (Vide Lei

nº 10.259, de 2001)

Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os

efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não

superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei n.º 11.313, de

2006)

Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da

oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que

possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de

liberdade.

Seção I

Da Competência e dos Atos Processuais

Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi

praticada a infração penal.

Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário

noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização

judiciária.

Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as

finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta

Lei.

§ 1.º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

§ 2.º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada

por qualquer meio hábil de comunicação.

§ 3.º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por

essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados

em fita magnética ou equivalente.

Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que

possível, ou por mandado.

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Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz

encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em

lei.

Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento

pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao

encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por

oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer

meio idôneo de comunicação.

Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde

logo cientes as partes, os interessados e defensores.

Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação do

acusado, constará a necessidade de seu comparecimento acompanhado de advogado, com a

advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado defensor público.

Seção II

Da Fase Preliminar

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará

termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a

vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.

Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for

imediatamente encaminhado ao Juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não

se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança.

Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for

imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não

se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz

poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de

convivência com a vítima. (Redação dada pela Lei n.º 10.455, de 13.5.2002))

Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a

realização imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da qual ambos

sairão cientes.

Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria

providenciará sua intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68

desta Lei.

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Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério

Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus

advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação

da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.

Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua

orientação.

Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na

forma da lei local, preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam

funções na administração da Justiça Criminal.

Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada

pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil

competente.

Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação

penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao

direito de queixa ou representação.

Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao

ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a

termo.

Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência

preliminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em

lei.

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública

incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a

aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.

§ 1.º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá

reduzi-la até a metade.

§ 2.º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena

privativa de liberdade, por sentença definitiva;

II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela

aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;

III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do

agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da

medida.

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§ 3.º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à

apreciação do Juiz.

§ 4.º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração,

o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência,

sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.

§ 5.º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no

art. 82 desta Lei.

§ 6.º A imposição da sanção de que trata o § 4.º deste artigo não constará de

certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não

terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.

Seção III

Do Procedimento Sumaríssimo

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de

pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76

desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver

necessidade de diligências imprescindíveis.

§ 1.º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo

de ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á

do exame do corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim

médico ou prova equivalente.

§ 2.º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a

formulação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das

peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.

§ 3.º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral,

cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso determinam a adoção

das providências previstas no parágrafo único do art. 66 desta Lei.

Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se

cópia ao acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia

e hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o

Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e seus advogados.

§ 1.º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66 e 68

desta Lei e cientificado da data da audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer

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suas testemunhas ou apresentar requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes de

sua realização.

§ 2.º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão intimados

nos termos do art. 67 desta Lei para comparecerem à audiência de instrução e julgamento.

§ 3.º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art. 67

desta Lei.

Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de instrução e julgamento,

se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de conciliação e de

oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-se-á nos termos dos arts. 72, 73,

74 e 75 desta Lei.

Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando imprescindível,

a condução coercitiva de quem deva comparecer.

Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à

acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento,

serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o

acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença.

§ 1.º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento,

podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

§ 2.º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e

pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença.

§ 3.º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de

convicção do Juiz.

Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá

apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro

grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 1.º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da

sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual

constarão as razões e o pedido do recorrente.

§ 2.º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez

dias.

§ 3.º As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magnética a

que alude o § 3.º do art. 65 desta Lei.

§ 4.º As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela imprensa.

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§ 5.º Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do

julgamento servirá de acórdão.

Art. 83. Caberão embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão,

houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.

§ 1.º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no

prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.

§ 2.º Quando opostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão

o prazo para o recurso.

§ 3.º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Seção IV

Da Execução

Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-á

mediante pagamento na Secretaria do Juizado.

Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a

punibilidade, determinando que a condenação não fique constando dos registros criminais,

exceto para fins de requisição judicial.

Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em pena

privativa da liberdade, ou restritiva de direitos, nos termos previstos em lei.

Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e restritivas de direitos,

ou de multa cumulada com estas, será processada perante o órgão competente, nos termos da

lei.

Seção V

Das Despesas Processuais

Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação de pena

restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e 76, § 4.º), as despesas processuais serão reduzidas,

conforme dispuser lei estadual.

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Seção VI

Disposições Finais

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial,

dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões

culposas.

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a

um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá

propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo

processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que

autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

§ 1.º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este,

recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de

prova, sob as seguintes condições:

I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;

II - proibição de freqüentar determinados lugares;

III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;

IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para

informar e justificar suas atividades.

§ 2.º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a

suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.

§ 3.º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser

processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.

§ 4.º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no

curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.

§ 5.º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.

§ 6.º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.

§ 7.º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo

prosseguirá em seus ulteriores termos.

Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja

instrução já estiver iniciada.

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Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça

Militar. (Artigo incluído pela Lei n.º 9.839, de 27.9.1999)

Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a

propositura da ação penal pública, o ofendido ou seu representante legal será intimado para

oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de decadência.

Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos Penal e de

Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei.

Capítulo IV

Disposições Finais Comuns

Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis e

Criminais, sua organização, composição e competência.

Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências

realizadas fora da sede da Comarca, em bairros ou cidades a ela pertencentes, ocupando

instalações de prédios públicos, de acordo com audiências previamente anunciadas.

Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os

Juizados Especiais no prazo de seis meses, a contar da vigência desta Lei.

Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias após a sua

publicação.

Art. 97. Ficam revogadas a Lei n.º 4.611, de 2 de abril de 1965 e a Lei n.º

7.244, de 7 de novembro de 1984.

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8.2 Lei Federal n.º 10.259, de 12 de julho de 2001

Dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1.º São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Justiça

Federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto na Lei nº. 9.099, de

26 de setembro de 1995.

Art. 2.º Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar os

feitos de competência da Justiça Federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo.

Parágrafo único Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo, para

os efeitos desta Lei, os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, ou

multa.

Art. 3.º Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e

julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem

como executar as suas sentenças.

§ 1.º Não se incluem na competência do Juizado Especial Cível as causas:

I - referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal, as ações

de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, execuções

fiscais e por improbidade administrativa e as demandas sobre direitos ou interesses difusos,

coletivos ou individuais homogêneos;

II - sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais;

III - para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de

natureza previdenciária e o de lançamento fiscal;

IV - que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a

servidores públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares.

§ 2.º Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de

competência do Juizado Especial, a soma de doze parcelas não poderá exceder o valor

referido no art. 3.º, caput.

§ 3.º No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua

competência é absoluta.

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Art. 4.º O Juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir medidas

cautelares no curso do processo, para evitar dano de difícil reparação.

Art. 5.º Exceto nos casos do art. 4.º, somente será admitido recurso de

sentença definitiva.

Art. 6.º Podem ser partes no Juizado Especial Federal Cível:

I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno

porte, assim definidas na Lei n.º 9.317, de 5 de dezembro de 1996;

II – como rés, a União, autarquias, fundações e empresas públicas federais.

Art. 7.º - As citações e intimações da União serão feitas na forma prevista nos

arts. 35 a 38 da Lei Complementar n.º 73, de 10 de fevereiro de 1993.

Parágrafo único A citação das autarquias, fundações e empresas públicas será

feita na pessoa do representante máximo da entidade, no local onde proposta a causa, quando

ali instalado seu escritório ou representação; se não, na sede da entidade.

Art. 8.º As partes serão intimadas da sentença, quando não proferida esta na

audiência em que estiver presente seu representante, por ARMP (aviso de recebimento em

mão própria).

§ 1.º As demais intimações das partes serão feitas na pessoa dos advogados ou

dos Procuradores que oficiem nos respectivos autos, pessoalmente ou por via postal.

§ 2.º Os tribunais poderão organizar serviço de intimação das partes e de

recepção de petições por meio eletrônico.

Art. 9.º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato

processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos,

devendo a citação para audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de

trinta dias.

Art. 10. As partes poderão designar, por escrito, representantes para a causa,

advogado ou não.

Parágrafo único Os representantes judiciais da União, autarquias, fundações

e empresas públicas federais, bem como os indicados na forma do caput, ficam autorizados a

conciliar, transigir ou desistir, nos processos da competência dos Juizados Especiais Federais.

Art. 11. A entidade pública ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de

que disponha para o esclarecimento da causa, apresentando-a até a instalação da audiência de

conciliação.

Parágrafo único Para a audiência de composição dos danos resultantes de

ilícito criminal (arts. 71, 72 e 74 da Lei n.º 9.099, de 26 de setembro de 1995), o representante

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da entidade que comparecer terá poderes para acordar, desistir ou transigir, na forma do art.

10.

Art. 12. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao

julgamento da causa, o Juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até cinco dias

antes da audiência, independentemente de intimação das partes.

§ 1.º Os honorários do técnico serão antecipados à conta de verba

orçamentária do respectivo Tribunal e, quando vencida na causa a entidade pública, seu valor

será incluído na ordem de pagamento a ser feita em favor do Tribunal.

§ 2.º Nas ações previdenciárias e relativas à assistência social, havendo

designação de exame, serão as partes intimadas para, em dez dias, apresentar quesitos e

indicar assistentes.

Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.

Art. 14. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei federal

quando houver divergência entre decisões sobre questões de direito material proferidas por

Turmas Recursais na interpretação da lei.

§ 1.º O pedido fundado em divergência entre Turmas da mesma Região será

julgado em reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência do Juiz Coordenador.

§ 2.º O pedido fundado em divergência entre decisões de turmas de diferentes

regiões ou da proferida em contrariedade a súmula ou jurisprudência dominante do STJ será

julgado por Turma de Uniformização, integrada por juízes de Turmas Recursais, sob a

presidência do Coordenador da Justiça Federal.

§ 3.º A reunião de juízes domiciliados em cidades diversas será feita pela via

eletrônica.

§ 4.º Quando a orientação acolhida pela Turma de Uniformização, em

questões de direito material, contrariar súmula ou jurisprudência dominante no Superior

Tribunal de Justiça - STJ, a parte interessada poderá provocar a manifestação deste, que

dirimirá a divergência.

§ 5.º No caso do § 4.º, presente a plausibilidade do direito invocado e havendo

fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder, de ofício ou a

requerimento do interessado, medida liminar determinando a suspensão dos processos nos

quais a controvérsia esteja estabelecida.

§ 6.º Eventuais pedidos de uniformização idênticos, recebidos

subseqüentemente em quaisquer Turmas Recursais, ficarão retidos nos autos, aguardando-se

pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça.

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§ 7.º Se necessário, o relator pedirá informações ao Presidente da Turma

Recursal ou Coordenador da Turma de Uniformização e ouvirá o Ministério Público, no prazo

de cinco dias. Eventuais interessados, ainda que não sejam partes no processo, poderão se

manifestar, no prazo de trinta dias.

§ 8.º Decorridos os prazos referidos no § 7.º, o relator incluirá o pedido em

pauta na Seção, com preferência sobre todos os demais feitos, ressalvados os processos com

réus presos, os habeas corpus e os mandados de segurança.

§ 9.º Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos referidos no § 6.º

serão apreciados pelas Turmas Recursais, que poderão exercer juízo de retratação ou declará-

los prejudicados, se veicularem tese não acolhida pelo Superior Tribunal de Justiça.

§ 10. Os Tribunais Regionais, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo

Tribunal Federal, no âmbito de suas competências, expedirão normas regulamentando a

composição dos órgãos e os procedimentos a serem adotados para o processamento e o

julgamento do pedido de uniformização e do recurso extraordinário.

Art. 15. O recurso extraordinário, para os efeitos desta Lei, será processado e

julgado segundo o estabelecido nos §§ 4.º a 9.º do art. 14, além da observância das normas do

Regimento.

Art. 16. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em julgado,

que imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado mediante

ofício do Juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da sentença ou do acordo.

Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em

julgado da decisão, o pagamento será efetuado no prazo de sessenta dias, contados da entrega

da requisição, por ordem do Juiz, à autoridade citada para a causa, na agência mais próxima

da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil, independentemente de precatório.

§ 1.º Para os efeitos do § 3.º do art. 100 da Constituição Federal, as obrigações

ali definidas como de pequeno valor, a serem pagas independentemente de precatório, terão

como limite o mesmo valor estabelecido nesta Lei para a competência do Juizado Especial

Federal Cível (art. 3.º, caput).

§ 2.º - Desatendida a requisição judicial, o Juiz determinará o seqüestro do

numerário suficiente ao cumprimento da decisão.

§ 3.º São vedados o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução,

de modo que o pagamento se faça, em parte, na forma estabelecida no § 1.º deste artigo, e, em

parte, mediante expedição do precatório, e a expedição de precatório complementar ou

suplementar do valor pago.

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§ 4.º Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido no § 1.º, o pagamento

far-se-á, sempre, por meio do precatório, sendo facultado à parte exeqüente a renúncia ao

crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório,

da forma lá prevista.

Art. 18. Os Juizados Especiais serão instalados por decisão do Tribunal

Regional Federal. O Juiz presidente do Juizado designará os conciliadores pelo período de

dois anos, admitida a recondução. O exercício dessas funções será gratuito, assegurados os

direitos e prerrogativas do jurado (art. 437 do Código de Processo Penal).

Parágrafo único Serão instalados Juizados Especiais Adjuntos nas

localidades cujo movimento forense não justifique a existência de Juizado Especial, cabendo

ao Tribunal designar a Vara onde funcionará.

Art. 19. No prazo de seis meses, a contar da publicação desta Lei, deverão ser

instalados os Juizados Especiais nas capitais dos Estados e no Distrito Federal.

Parágrafo único Na capital dos Estados, no Distrito Federal e em outras

cidades onde for necessário, neste último caso, por decisão do Tribunal Regional Federal,

serão instalados Juizados com competência exclusiva para ações previdenciárias.

Art. 20. Onde não houver Vara Federal, a causa poderá ser proposta no

Juizado Especial Federal mais próximo do foro definido no art. 4.º da Lei n.º 9.099, de 26 de

setembro de 1995, vedada a aplicação desta Lei no juízo estadual.

Art. 21. As Turmas Recursais serão instituídas por decisão do Tribunal

Regional Federal, que definirá sua composição e área de competência, podendo abranger mais

de uma seção.

§ 1.º Não será permitida a recondução, salvo quando não houver outro juiz na

sede da Turma Recursal ou na Região.

§ 2.º A designação dos juízes das Turmas Recursais obedecerá aos critérios de

antigüidade e merecimento.

Art. 22. Os Juizados Especiais serão coordenados por Juiz do respectivo

Tribunal Regional, escolhido por seus pares, com mandato de dois anos.

Parágrafo único O Juiz Federal, quando o exigirem as circunstâncias, poderá

determinar o funcionamento do Juizado Especial em caráter itinerante, mediante autorização

prévia do Tribunal Regional Federal, com antecedência de dez dias.

Art. 23. O Conselho da Justiça Federal poderá limitar, por até três anos,

contados a partir da publicação desta Lei, a competência dos Juizados Especiais Cíveis,

atendendo à necessidade da organização dos serviços judiciários ou administrativos.

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Art. 24. O Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal e as

Escolas de Magistratura dos Tribunais Regionais Federais criarão programas de informática

necessários para subsidiar a instrução das causas submetidas aos Juizados e promoverão

cursos de aperfeiçoamento destinados aos seus magistrados e servidores.

Art. 25. Não serão remetidas aos Juizados Especiais as demandas ajuizadas

até a data de sua instalação.

Art. 26. Competirá aos Tribunais Regionais Federais prestar o suporte

administrativo necessário ao funcionamento dos Juizados Especiais.

Art. 27. Esta Lei entra em vigor seis meses após a data de sua publicação.

Brasília, 12 de julho de 2001; 180.º da Independência e 113.º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Paulo de Tarso Tamos Ribeiro

Roberto Brant

Gilmar Ferreira Mendes

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 13.7.2001

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8.3 Lei Complementar n.º 123, de 14 de dezembro de 2006

Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis n.º 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 5.452, de 1.º de maio de 1943, da Lei n.º 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar n.º 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis n.º 9.317, de 5 de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei Complementar:

CAPÍTULO I

Disposições Preliminares

Art. 1.º Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao

tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de

pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, especialmente no que se refere:

I – à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação,

inclusive obrigações acessórias;

II – ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive

obrigações acessórias;

III – ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas

aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às

regras de inclusão.

§ 1.º Cabe ao Comitê Gestor de que trata o inciso I do caput do art. 2.o desta

Lei Complementar apreciar a necessidade de revisão dos valores expressos em moeda nesta

Lei Complementar.

§ 2.o (VETADO).

Art. 2.o O tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às

microempresas e empresas de pequeno porte de que trata o art. 1.o desta Lei Complementar

será gerido pelas instâncias a seguir especificadas:

I – Comitê Gestor de Tributação das Microempresas e Empresas de Pequeno

Porte, vinculado ao Ministério da Fazenda, composto por 2 (dois) representantes da Secretaria

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da Receita Federal e 2 (dois) representantes da Secretaria da Receita Previdenciária, como

representantes da União, 2 (dois) dos Estados e do Distrito Federal e 2 (dois) dos Municípios,

para tratar dos aspectos tributários; e

II – Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, com

a participação dos órgãos federais competentes e das entidades vinculadas ao setor, para tratar

dos demais aspectos.

§ 1.o O Comitê de que trata o inciso I do caput deste artigo será presidido e

coordenado por um dos representantes da União.

§ 2.o Os representantes dos Estados e do Distrito Federal no Comitê referido no

inciso I do caput deste artigo serão indicados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária -

Confaz e os dos Municípios serão indicados, um pela entidade representativa das Secretarias

de Finanças das Capitais e outro pelas entidades de representação nacional dos Municípios

brasileiros.

§ 3.o As entidades de representação referidas no § 2.o deste artigo serão aquelas

regularmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano antes da publicação desta Lei

Complementar.

§ 4.o O Comitê Gestor elaborará seu regimento interno mediante resolução.

§ 5.o O Fórum referido no inciso II do caput deste artigo, que tem por

finalidade orientar e assessorar a formulação e coordenação da política nacional de

desenvolvimento das microempresas e empresas de pequeno porte, bem como acompanhar e

avaliar a sua implantação, será presidido e coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior.

CAPÍTULO II

Da Definição de Microempresa e de Empresa de Pequeno Porte

Art. 3.o Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se

microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e

o empresário a que se refere o art. 966 da Lei n..o 10.406, de 10 de janeiro de 2002,

devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas

Jurídicas, conforme o caso, desde que:

I – no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela

equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00

(duzentos e quarenta mil reais);

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II – no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou

a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00

(duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e

quatrocentos mil reais).

§ 1.o Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o

produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços

prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e

os descontos incondicionais concedidos.

§ 2.o No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite a que

se refere o caput deste artigo será proporcional ao número de meses em que a microempresa

ou a empresa de pequeno porte houver exercido atividade, inclusive as frações de meses.

§ 3.o O enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou empresária

como microempresa ou empresa de pequeno porte bem como o seu desenquadramento não

implicarão alteração, denúncia ou qualquer restrição em relação a contratos por elas

anteriormente firmados.

§ 4.o Não se inclui no regime diferenciado e favorecido previsto nesta Lei

Complementar, para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica:

I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica;

II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa

jurídica com sede no exterior;

III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário

ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta

Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II

do caput deste artigo;

IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital

de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global

ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;

V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa

jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o

inciso II do caput deste artigo;

VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;

VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica;

VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de

desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento

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ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e

câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de

previdência complementar;

IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de

desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário

anteriores;

X - constituída sob a forma de sociedade por ações.

§ 5.o O disposto nos incisos IV e VII do § 4.o deste artigo não se aplica à

participação no capital de cooperativas de crédito, bem como em centrais de compras, bolsas

de subcontratação, no consórcio previsto nesta Lei Complementar, e associações

assemelhadas, sociedades de interesse econômico, sociedades de garantia solidária e outros

tipos de sociedade, que tenham como objetivo social a defesa exclusiva dos interesses

econômicos das microempresas e empresas de pequeno porte.

§ 6.o Na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte incorrer em

alguma das situações previstas nos incisos do § 4.o deste artigo, será excluída do regime de

que trata esta Lei Complementar, com efeitos a partir do mês seguinte ao que incorrida a

situação impeditiva.

§ 7.o Observado o disposto no § 2.o deste artigo, no caso de início de

atividades, a microempresa que, no ano-calendário, exceder o limite de receita bruta anual

previsto no inciso I do caput deste artigo passa, no ano-calendário seguinte, à condição de

empresa de pequeno porte.

§ 8.o Observado o disposto no § 2.o deste artigo, no caso de início de

atividades, a empresa de pequeno porte que, no ano-calendário, não ultrapassar o limite de

receita bruta anual previsto no inciso I do caput deste artigo passa, no ano-calendário

seguinte, à condição de microempresa.

§ 9.o A empresa de pequeno porte que, no ano-calendário, exceder o limite de

receita bruta anual previsto no inciso II do caput deste artigo fica excluída, no ano-calendário

seguinte, do regime diferenciado e favorecido previsto por esta Lei Complementar para todos

os efeitos legais.

§ 10. A microempresa e a empresa de pequeno porte que no decurso do ano-

calendário de início de atividade ultrapassarem o limite de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais)

multiplicados pelo número de meses de funcionamento nesse período estarão excluídas do

regime desta Lei Complementar, com efeitos retroativos ao início de suas atividades.

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§ 11. Na hipótese de o Distrito Federal, os Estados e seus respectivos

Municípios adotarem o disposto nos incisos I e II do caput do art. 19 e no art. 20 desta Lei

Complementar, caso a receita bruta auferida durante o ano-calendário de início de atividade

ultrapasse o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais) ou R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil

reais), respectivamente, multiplicados pelo número de meses de funcionamento nesse período,

estará excluída do regime tributário previsto nesta Lei Complementar em relação ao

pagamento dos tributos estaduais e municipais, com efeitos retroativos ao início de suas

atividades.

§ 12. A exclusão do regime desta Lei Complementar de que tratam os §§ 10 e

11 deste artigo não retroagirá ao início das atividades se o excesso verificado em relação à

receita bruta não for superior a 20% (vinte por cento) dos respectivos limites referidos

naqueles parágrafos, hipóteses em que os efeitos da exclusão dar-se-ão no ano-calendário

subseqüente.

CAPÍTULO III

Da Inscrição e da Baixa

Art. 4.o Na elaboração de normas de sua competência, os órgãos e entidades

envolvidos na abertura e fechamento de empresas, dos 3 (três) âmbitos de governo, deverão

considerar a unicidade do processo de registro e de legalização de empresários e de pessoas

jurídicas, para tanto devendo articular as competências próprias com aquelas dos demais

membros, e buscar, em conjunto, compatibilizar e integrar procedimentos, de modo a evitar a

duplicidade de exigências e garantir a linearidade do processo, da perspectiva do usuário.

Art. 5.o Os órgãos e entidades envolvidos na abertura e fechamento de

empresas, dos 3 (três) âmbitos de governo, no âmbito de suas atribuições, deverão manter à

disposição dos usuários, de forma presencial e pela rede mundial de computadores,

informações, orientações e instrumentos, de forma integrada e consolidada, que permitam

pesquisas prévias às etapas de registro ou inscrição, alteração e baixa de empresários e

pessoas jurídicas, de modo a prover ao usuário certeza quanto à documentação exigível e

quanto à viabilidade do registro ou inscrição.

Parágrafo único As pesquisas prévias à elaboração de ato constitutivo ou de

sua alteração deverão bastar a que o usuário seja informado pelos órgãos e entidades

competentes:

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I - da descrição oficial do endereço de seu interesse e da possibilidade de

exercício da atividade desejada no local escolhido;

II - de todos os requisitos a serem cumpridos para obtenção de licenças de

autorização de funcionamento, segundo a atividade pretendida, o porte, o grau de risco e a

localização; e

III - da possibilidade de uso do nome empresarial de seu interesse.

Art. 6.o Os requisitos de segurança sanitária, metrologia, controle ambiental e

prevenção contra incêndios, para os fins de registro e legalização de empresários e pessoas

jurídicas, deverão ser simplificados, racionalizados e uniformizados pelos órgãos envolvidos

na abertura e fechamento de empresas, no âmbito de suas competências.

§ 1.o Os órgãos e entidades envolvidos na abertura e fechamento de empresas

que sejam responsáveis pela emissão de licenças e autorizações de funcionamento somente

realizarão vistorias após o início de operação do estabelecimento, quando a atividade, por sua

natureza, comportar grau de risco compatível com esse procedimento.

§ 2.o Os órgãos e entidades competentes definirão, em 6 (seis) meses, contados

da publicação desta Lei Complementar, as atividades cujo grau de risco seja considerado alto

e que exigirão vistoria prévia.

Art. 7.o Exceto nos casos em que o grau de risco da atividade seja considerado

alto, os Municípios emitirão Alvará de Funcionamento Provisório, que permitirá o início de

operação do estabelecimento imediatamente após o ato de registro.

Art. 8.o Será assegurado aos empresários entrada única de dados cadastrais e

de documentos, resguardada a independência das bases de dados e observada a necessidade de

informações por parte dos órgãos e entidades que as integrem.

Art. 9.o O registro dos atos constitutivos, de suas alterações e extinções

(baixas), referentes a empresários e pessoas jurídicas em qualquer órgão envolvido no registro

empresarial e na abertura da empresa, dos 3 (três) âmbitos de governo, ocorrerá

independentemente da regularidade de obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas,

principais ou acessórias, do empresário, da sociedade, dos sócios, dos administradores ou de

empresas de que participem, sem prejuízo das responsabilidades do empresário, dos sócios ou

dos administradores por tais obrigações, apuradas antes ou após o ato de extinção.

§ 1.o O arquivamento, nos órgãos de registro, dos atos constitutivos de

empresários, de sociedades empresárias e de demais equiparados que se enquadrarem como

microempresa ou empresa de pequeno porte bem como o arquivamento de suas alterações são

dispensados das seguintes exigências:

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I - certidão de inexistência de condenação criminal, que será substituída por

declaração do titular ou administrador, firmada sob as penas da lei, de não estar impedido de

exercer atividade mercantil ou a administração de sociedade, em virtude de condenação

criminal;

II - prova de quitação, regularidade ou inexistência de débito referente a tributo

ou contribuição de qualquer natureza.

§ 2.o Não se aplica às microempresas e às empresas de pequeno porte o

disposto no § 2.º do art. 1.º da Lei n.º 8.906, de 4 de julho de 1994.

Art. 10. Não poderão ser exigidos pelos órgãos e entidades envolvidos na

abertura e fechamento de empresas, dos 3 (três) âmbitos de governo:

I - excetuados os casos de autorização prévia, quaisquer documentos adicionais

aos requeridos pelos órgãos executores do Registro Público de Empresas Mercantis e

Atividades Afins e do Registro Civil de Pessoas Jurídicas;

II - documento de propriedade ou contrato de locação do imóvel onde será

instalada a sede, filial ou outro estabelecimento, salvo para comprovação do endereço

indicado;

III - comprovação de regularidade de prepostos dos empresários ou pessoas

jurídicas com seus órgãos de classe, sob qualquer forma, como requisito para deferimento de

ato de inscrição, alteração ou baixa de empresa, bem como para autenticação de instrumento

de escrituração.

Art. 11. Fica vedada a instituição de qualquer tipo de exigência de natureza

documental ou formal, restritiva ou condicionante, pelos órgãos envolvidos na abertura e

fechamento de empresas, dos 3 (três) âmbitos de governo, que exceda o estrito limite dos

requisitos pertinentes à essência do ato de registro, alteração ou baixa da empresa.

CAPÍTULO IV

DOS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES

Seção I

Da Instituição e Abrangência

Art. 12. Fica instituído o Regime Especial Unificado de Arrecadação de

Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte -

Simples Nacional.

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Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante

documento único de arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições:

I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ;

II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no

inciso XII do § 1.o deste artigo;

III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;

IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS,

observado o disposto no inciso XII do § 1.o deste artigo;

V - Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do § 1.o

deste artigo;

VI - Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que

trata o art. 22 da Lei n.o 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso das pessoas jurídicas

que se dediquem às atividades de prestação de serviços previstas nos incisos XIII a XXVIII

do § 1.o e no § 2.o do art. 17 desta Lei Complementar;

VII - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre

Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação -

ICMS;

VIII - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS.

§ 1.o O recolhimento na forma deste artigo não exclui a incidência dos

seguintes impostos ou contribuições, devidos na qualidade de contribuinte ou responsável, em

relação aos quais será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas:

I - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a

Títulos ou Valores Mobiliários - IOF;

II - Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros;

III - Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou

Nacionalizados;

IV - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - IPTR;

V - Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos

em aplicações de renda fixa ou variável;

VI - Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de

bens do ativo permanente;

VII - Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores

e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF;

VIII - Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;

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IX - Contribuição para manutenção da Seguridade Social, relativa ao

trabalhador;

X - Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário, na

qualidade de contribuinte individual;

XI - Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela

pessoa jurídica a pessoas físicas;

XII - Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI incidentes na importação de

bens e serviços;

XIII - ICMS devido:

a) nas operações ou prestações sujeitas ao regime de substituição tributária;

b) por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força da legislação

estadual ou distrital vigente;

c) na entrada, no território do Estado ou do Distrito Federal, de petróleo,

inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, bem como energia

elétrica, quando não destinados à comercialização ou industrialização;

d) por ocasião do desembaraço aduaneiro;

e) na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria desacobertada de

documento fiscal;

f) na operação ou prestação desacobertada de documento fiscal;

g) nas operações com mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do

recolhimento do imposto, bem como do valor relativo à diferença entre a alíquota interna e a

interestadual, nas aquisições em outros Estados e Distrito Federal, nos termos da legislação

estadual ou distrital;

XIV – ISS devido:

a) em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na

fonte;

b) na importação de serviços;

XV - demais tributos de competência da União, dos Estados, do Distrito

Federal ou dos Municípios, não relacionados nos incisos anteriores.

§ 2.o Observada a legislação aplicável, a incidência do imposto de renda na

fonte, na hipótese do inciso V do § 1.o deste artigo, será definitiva.

§ 3.o As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples

Nacional ficam dispensadas do pagamento das demais contribuições instituídas pela União,

inclusive as contribuições para as entidades privadas de serviço social e de formação

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profissional vinculadas ao sistema sindical, de que trata o art. 240 da Constituição Federal, e

demais entidades de serviço social autônomo.

§ 4.o (VETADO).

Art. 14. Consideram-se isentos do imposto de renda, na fonte e na declaração

de ajuste do beneficiário, os valores efetivamente pagos ou distribuídos ao titular ou sócio da

microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional, salvo os que

corresponderem a pró-labore, aluguéis ou serviços prestados.

§ 1.o A isenção de que trata o caput deste artigo fica limitada ao valor

resultante da aplicação dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei n.o 9.249, de 26 de

dezembro de 1995, sobre a receita bruta mensal, no caso de antecipação de fonte, ou da

receita bruta total anual, tratando-se de declaração de ajuste, subtraído do valor devido na

forma do Simples Nacional no período.

§ 2.o O disposto no § 1.o deste artigo não se aplica na hipótese de a pessoa

jurídica manter escrituração contábil e evidenciar lucro superior àquele limite.

Art. 15. (VETADO).

Art. 16. A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na

condição de microempresa e empresa de pequeno porte dar-se-á na forma a ser estabelecida

em ato do Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o ano-calendário.

§ 1.o Para efeito de enquadramento no Simples Nacional, considerar-se-á

microempresa ou empresa de pequeno porte aquela cuja receita bruta no ano-calendário

anterior ao da opção esteja compreendida dentro dos limites previstos no art. 3o desta Lei

Complementar.

§ 2.o A opção de que trata o caput deste artigo deverá ser realizada no mês de

janeiro, até o seu último dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário

da opção, ressalvado o disposto no § 3.o deste artigo.

§ 3.o A opção produzirá efeitos a partir da data do início de atividade, desde

que exercida nos termos, prazo e condições a serem estabelecidos no ato do Comitê Gestor a

que se refere o caput deste artigo.

§ 4.o Serão consideradas inscritas no Simples Nacional as microempresas e

empresas de pequeno porte regularmente optantes pelo regime tributário de que trata a Lei n.o

9.317, de 5 de dezembro de 1996, salvo as que estiverem impedidas de optar por alguma

vedação imposta por esta Lei Complementar.

§ 5.o O Comitê Gestor regulamentará a opção automática prevista no § 4.o

deste artigo.

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§ 6.o O indeferimento da opção pelo Simples Nacional será formalizado

mediante ato da Administração Tributária segundo regulamentação do Comitê Gestor.

Seção II

Das Vedações ao Ingresso no Simples Nacional

Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do

Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte:

I - que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de

assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a

receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos creditórios

resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);

II - que tenha sócio domiciliado no exterior;

III - de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou

indireta, federal, estadual ou municipal;

IV - que preste serviço de comunicação;

V - que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou

com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja

suspensa;

VI - que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de

passageiros;

VII - que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de

energia elétrica;

VIII - que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e

motocicletas;

IX - que exerça atividade de importação de combustíveis;

X - que exerça atividade de produção ou venda no atacado de bebidas

alcoólicas, cigarros, armas, bem como de outros produtos tributados pelo IPI com alíquota ad

valorem superior a 20% (vinte por cento) ou com alíquota específica;

XI - que tenha por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício

de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que

constitua profissão regulamentada ou não, bem como a que preste serviços de instrutor, de

corretor, de despachante ou de qualquer tipo de intermediação de negócios;

XII - que realize cessão ou locação de mão-de-obra;

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XIII - que realize atividade de consultoria;

XIV –-que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis.

§ 1.o As vedações relativas a exercício de atividades previstas no caput deste

artigo não se aplicam às pessoas jurídicas que se dediquem exclusivamente às atividades

seguintes ou as exerçam em conjunto com outras atividades que não tenham sido objeto de

vedação no caput deste artigo:

I - creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental;

II - agência terceirizada de correios;

III - agência de viagem e turismo;

IV - centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte

terrestre de passageiros e de carga;

V - agência lotérica;

VI - serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus,

outros veículos pesados, tratores, máquinas e equipamentos agrícolas;

VII - serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para

veículos automotores;

VIII - serviços de manutenção e reparação de motocicletas, motonetas e

bicicletas;

IX - serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório

e de informática;

X - serviços de reparos hidráulicos, elétricos, pintura e carpintaria em

residências ou estabelecimentos civis ou empresariais, bem como manutenção e reparação de

aparelhos eletrodomésticos;

XI - serviços de instalação e manutenção de aparelhos e sistemas de ar

condicionado, refrigeração, ventilação, aquecimento e tratamento de ar em ambientes

controlados;

XII - veículos de comunicação, de radiodifusão sonora e de sons e imagens, e

mídia externa;

XIII - construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a

forma de subempreitada;

XIV - transporte municipal de passageiros;

XV – empresas montadoras de estandes para feiras;

XVI – escolas livres, de línguas estrangeiras, artes, cursos técnicos e

gerenciais;

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XVII - produção cultural e artística;

XVIII - produção cinematográfica e de artes cênicas;

XIX - cumulativamente administração e locação de imóveis de terceiros;

XX - academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais;

XXI - academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de

esportes;

XXII - (VETADO);

XXIII - elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos,

desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante;

XXIV - licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de

computação;

XXV - planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas

eletrônicas, desde que realizados em estabelecimento do optante;

XXVI - escritórios de serviços contábeis;

XXVII - serviço de vigilância, limpeza ou conservação;

XXVIII - (VETADO).

§ 2.o Poderão optar pelo Simples Nacional sociedades que se dediquem

exclusivamente à prestação de outros serviços que não tenham sido objeto de vedação

expressa no caput deste artigo.

§ 3.o (VETADO).

Seção III

Das Alíquotas e Base de Cálculo

Art. 18. O valor devido mensalmente pela microempresa e empresa de

pequeno porte, optante do Simples Nacional, será determinado mediante aplicação da tabela

do Anexo I desta Lei Complementar.

§ 1.o Para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a

receita bruta acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de apuração.

§ 2.o Em caso de início de atividade, os valores de receita bruta acumulada

constantes das tabelas dos Anexos I a V desta Lei Complementar devem ser

proporcionalizados ao número de meses de atividade no período.

§ 3.o Sobre a receita bruta auferida no mês incidirá a alíquota determinada na

forma do caput e dos §§ 1.o e 2.o deste artigo, podendo tal incidência se dar, à opção do

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contribuinte, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor, sobre a receita recebida no mês,

sendo essa opção irretratável para todo o ano-calendário.

§ 4.o O contribuinte deverá considerar, destacadamente, para fim de

pagamento:

I - as receitas decorrentes da revenda de mercadorias;

II - as receitas decorrentes da venda de mercadorias industrializadas pelo

contribuinte;

III - as receitas decorrentes da prestação de serviços, bem como a de locação

de bens móveis;

IV - as receitas decorrentes da venda de mercadorias sujeitas a substituição

tributária; e

V - as receitas decorrentes da exportação de mercadorias para o exterior,

inclusive as vendas realizadas por meio de comercial exportadora ou do consórcio previsto

nesta Lei Complementar.

§ 5.o Nos casos de atividades industriais, de locação de bens móveis e de

prestação de serviços, serão observadas as seguintes regras:

I - as atividades industriais serão tributadas na forma do Anexo II desta Lei

Complementar;

II - as atividades de prestação de serviços previstas nos incisos I a XII do § 1.o

do art. 17 desta Lei Complementar serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei

Complementar;

III - atividades de locação de bens móveis serão tributadas na forma do Anexo

III desta Lei Complementar, deduzindo-se da alíquota o percentual correspondente ao ISS

previsto nesse Anexo;

IV - as atividades de prestação de serviços previstas nos incisos XIII a XVIII

do § 1.o do art. 17 desta Lei Complementar serão tributadas na forma do Anexo IV desta Lei

Complementar, hipótese em que não estará incluída no Simples Nacional a contribuição

prevista no inciso VI do caput do art. 13 desta Lei Complementar, devendo ela ser recolhida

segundo a legislação prevista para os demais contribuintes ou responsáveis;

V - as atividades de prestação de serviços previstas nos incisos XIX a XXVIII

do § 1.o e no § 2.o do art. 17 desta Lei Complementar serão tributadas na forma do Anexo V

desta Lei Complementar, hipótese em que não estará incluída no Simples Nacional a

contribuição prevista no inciso VI do caput do art. 13 desta Lei Complementar, devendo ela

ser recolhida segundo a legislação prevista para os demais contribuintes ou responsáveis;

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VI - as atividades de prestação de serviços de transportes intermunicipais e

interestaduais serão tributadas na forma do Anexo V desta Lei Complementar, acrescido das

alíquotas correspondentes ao ICMS previstas no Anexo I desta Lei Complementar, hipótese

em que não estará incluída no Simples Nacional a contribuição prevista no inciso VI do caput

do art. 13 desta Lei Complementar, devendo esta ser recolhida segundo a legislação prevista

para os demais contribuintes ou responsáveis.

§ 6.o No caso dos serviços previstos no § 2.o do art. 6o da Lei Complementar

n.o 116, de 31 de julho de 2003, prestados pelas microempresas e pelas empresas de pequeno

porte, o tomador do serviço deverá reter o montante correspondente na forma da legislação do

município onde estiver localizado, que será abatido do valor a ser recolhido na forma do § 3.o

do art. 21 desta Lei Complementar.

§ 7.o A empresa comercial exportadora que houver adquirido mercadorias de

pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional, com o fim específico de exportação para o

exterior, que, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da data da emissão da nota

fiscal pela vendedora, não comprovar o seu embarque para o exterior ficará sujeita ao

pagamento de todos os impostos e contribuições que deixaram de ser pagos pela empresa

vendedora, acrescidos de juros de mora e multa, de mora ou de ofício, calculados na forma da

legislação que rege a cobrança do tributo não pago, aplicável à própria comercial exportadora.

§ 8.o Para efeito do disposto no § 7.o deste artigo, considera-se vencido o prazo

para o pagamento na data em que a empresa vendedora deveria fazê-lo, caso a venda

houvesse sido efetuada para o mercado interno.

§ 9.o Relativamente à contribuição patronal, devida pela vendedora, a

comercial exportadora deverá recolher, no prazo previsto no § 8.o deste artigo, o valor

correspondente a 11% (onze por cento) do valor das mercadorias não exportadas nos termos

do § 7.o deste artigo.

§ 10. Na hipótese do § 7.o deste artigo, a empresa comercial exportadora não

poderá deduzir do montante devido qualquer valor a título de crédito de Imposto sobre

Produtos Industrializados – IPI da Contribuição para o PIS/Pasep ou da Cofins, decorrente da

aquisição das mercadorias e serviços objeto da incidência.

§ 11. Na hipótese do § 7.o deste artigo, a empresa comercial exportadora

deverá pagar, também, os impostos e contribuições devidos nas vendas para o mercado

interno, caso, por qualquer forma, tenha alienado ou utilizado as mercadorias.

§ 12. Na apuração do montante devido no mês relativo a cada tributo, o

contribuinte que apure receitas mencionadas nos incisos IV e V do § 4.o deste artigo terá

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direito a redução do valor a ser recolhido na forma do Simples Nacional calculada nos termos

dos §§ 13 e 14 deste artigo.

§ 13. Para efeito de determinação da redução de que trata o § 12 deste artigo,

as receitas serão discriminadas em comerciais, industriais ou de prestação de serviços na

forma dos Anexos I, II, III, IV e V desta Lei Complementar.

§ 14. A redução no montante a ser recolhido do Simples Nacional no mês

relativo aos valores das receitas de que tratam os incisos IV e V do § 4.o deste artigo

corresponderá:

I – no caso de revenda de mercadorias:

a) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não

houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo I desta Lei Complementar, relativo à Cofins,

aplicado sobre a respectiva parcela de receita referida nos incisos IV ou V do § 4.o deste

artigo, conforme o caso;

b) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não

houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo I desta Lei Complementar, relativo à

Contribuição para o PIS/Pasep, aplicado sobre a respectiva parcela de receita referida nos

incisos IV ou V do § 4.o deste artigo, conforme o caso;

c) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não

houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo I desta Lei Complementar, relativo ao ICMS,

aplicado sobre a respectiva parcela de receita referida nos incisos IV ou V do § 4.o deste

artigo, conforme o caso;

II – no caso de venda de mercadorias industrializadas pelo contribuinte:

a) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não

houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo II desta Lei Complementar, relativo à Cofins,

aplicado sobre a respectiva parcela de receita referida nos incisos IV ou V do § 4.o deste

artigo, conforme o caso;

b) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não

houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo II desta Lei Complementar, relativo à

Contribuição para o PIS/Pasep, aplicado sobre a respectiva parcela de receita referida nos

incisos IV ou V do § 4.o deste artigo, conforme o caso;

c) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não

houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo II desta Lei Complementar, relativo ao ICMS,

aplicado sobre a respectiva parcela de receita referida nos incisos IV ou V do § 4.o deste

artigo, conforme o caso;

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d) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não

houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo II desta Lei Complementar, relativo ao IPI,

aplicado sobre a respectiva parcela de receita referida nos incisos IV ou V do § 4.o deste

artigo, conforme o caso.

§ 15. Será disponibilizado sistema eletrônico para realização do cálculo

simplificado do valor mensal devido referente ao Simples Nacional.

§ 16. Se o valor da receita bruta auferida durante o ano-calendário ultrapassar

o limite de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) multiplicados pelo número de meses do

período de atividade, a parcela de receita que exceder o montante assim determinado estará

sujeita às alíquotas máximas previstas nos Anexos I a V desta Lei Complementar,

proporcionalmente conforme o caso, acrescidas de 20% (vinte por cento).

§ 17. Na hipótese de o Distrito Federal ou o Estado e os Municípios nele

localizados adotarem o disposto nos incisos I e II do caput do art. 19 e no art. 20, ambos desta

Lei Complementar, a parcela da receita bruta auferida durante o ano-calendário que

ultrapassar o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais) ou R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta

mil reais), respectivamente, multiplicados pelo número de meses do período de atividade,

estará sujeita, em relação aos percentuais aplicáveis ao ICMS e ao ISS, às alíquotas máximas

correspondentes a essas faixas previstas nos Anexos I a V desta Lei Complementar,

proporcionalmente conforme o caso, acrescidas de 20% (vinte por cento).

§ 18. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no âmbito de suas

respectivas competências, poderão estabelecer, na forma definida pelo Comitê Gestor,

independentemente da receita bruta recebida no mês pelo contribuinte, valores fixos mensais

para o recolhimento do ICMS e do ISS devido por microempresa que aufira receita bruta, no

ano-calendário anterior, de até R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), ficando a

microempresa sujeita a esses valores durante todo o ano-calendário.

§ 19. Os valores estabelecidos no § 18 deste artigo não poderão exceder a 50%

(cinqüenta por cento) do maior recolhimento possível do tributo para a faixa de

enquadramento prevista na tabela do caput deste artigo, respeitados os acréscimos decorrentes

do tipo de atividade da empresa estabelecidos no § 5.o deste artigo.

§ 20. Na hipótese em que o Estado, o Município ou o Distrito Federal

concedam isenção ou redução do ICMS ou do ISS devido por microempresa ou empresa de

pequeno porte, ou ainda determine recolhimento de valor fixo para esses tributos, na forma do

§ 18 deste artigo, será realizada redução proporcional ou ajuste do valor a ser recolhido, na

forma definida em resolução do Comitê Gestor.

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§ 21. O valor a ser recolhido na forma do disposto no § 20 deste artigo,

exclusivamente na hipótese de isenção, não integrará o montante a ser partilhado com o

respectivo Município, Estado ou Distrito Federal.

§ 22. A atividade constante do inciso XXVI do § 1.o do art. 17 desta Lei

Complementar recolherá o ISS em valor fixo, na forma da legislação municipal.

§ 23. Da base de cálculo do ISS será abatido o material fornecido pelo

prestador dos serviços previstos nos itens 7.02 e 7.05 da lista de serviços anexa à Lei

Complementar n.o 116, de 31 de julho de 2003.

§ 24. Para efeito de aplicação do Anexo V desta Lei Complementar,

considera-se folha de salários incluídos encargos o montante pago, nos 12 (doze) meses

anteriores ao do período de apuração, a título de salários, retiradas de pró-labore, acrescidos

do montante efetivamente recolhido a título de contribuição para a Seguridade Social e para o

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

Art. 19. Sem prejuízo da possibilidade de adoção de todas as faixas de receita

previstas no art. 18 desta Lei Complementar, os Estados poderão optar pela aplicação, para

efeito de recolhimento do ICMS na forma do Simples Nacional em seus respectivos

territórios, da seguinte forma:

I - os Estados cuja participação no Produto Interno Bruto brasileiro seja de até

1% (um por cento) poderão optar pela aplicação, em seus respectivos territórios, das faixas de

receita bruta anual até R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais);

II - os Estados cuja participação no Produto Interno Bruto brasileiro seja de

mais de 1% (um por cento) e de menos de 5% (cinco por cento) poderão optar pela aplicação,

em seus respectivos territórios, das faixas de receita bruta anual até R$ 1.800.000,00 (um

milhão e oitocentos mil reais); e

III - os Estados cuja participação no Produto Interno Bruto brasileiro seja igual

ou superior a 5% (cinco por cento) ficam obrigados a adotar todas as faixas de receita bruta

anual.

§ 1.o A participação no Produto Interno Bruto brasileiro será apurada levando

em conta o último resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou

outro órgão que o substitua.

§ 2.o A opção prevista nos incisos I e II do caput deste artigo, bem como a

obrigatoriedade de adotar o percentual previsto no inciso III do caput deste artigo, surtirá

efeitos somente para o ano-calendário subseqüente.

§ 3.o O disposto neste artigo aplica-se ao Distrito Federal.

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111

Art. 20. A opção feita na forma do art. 19 desta Lei Complementar pelos

Estados importará adoção do mesmo limite de receita bruta anual para efeito de recolhimento

na forma do ISS dos Municípios nele localizados, bem como para o do ISS devido no Distrito

Federal.

§ 1.o As microempresas e empresas de pequeno porte que ultrapassarem os

limites a que se referem os incisos I e II do caput do art. 19 desta Lei Complementar estarão

automaticamente impedidas de recolher o ICMS e o ISS na forma do Simples Nacional no

ano-calendário subseqüente ao que tiver ocorrido o excesso.

§ 2.o O disposto no § 1.o deste artigo não se aplica na hipótese de o Estado ou

de o Distrito Federal adotarem, compulsoriamente ou por opção, a aplicação de faixa de

receita bruta superior à que vinha sendo utilizada no ano-calendário em que ocorreu o excesso

da receita bruta.

§ 3.o Na hipótese em que o recolhimento do ICMS ou do ISS não esteja sendo

efetuado por meio do Simples Nacional por força do disposto neste artigo e no art. 19 desta

Lei Complementar, as faixas de receita do Simples Nacional superiores àquela que tenha sido

objeto de opção pelos Estados ou pelo Distrito Federal sofrerão, para efeito de recolhimento

do Simples Nacional, redução na alíquota equivalente aos percentuais relativos a esses

impostos constantes dos Anexos I a V desta Lei Complementar, conforme o caso.

§ 4.o O Comitê Gestor regulamentará o disposto neste artigo e no art. 19 desta

Lei Complementar.

Seção IV

Do Recolhimento dos Tributos Devidos

Art. 21. Os tributos devidos, apurados na forma dos arts. 18 a 20 desta Lei

Complementar, deverão ser pagos:

I - por meio de documento único de arrecadação, instituído pelo Comitê

Gestor;

II - segundo códigos específicos, para cada espécie de receita discriminada no

§ 4.o do art. 18 desta Lei Complementar;

III - enquanto não regulamentado pelo Comitê Gestor, até o último dia útil da

primeira quinzena do mês subseqüente àquele a que se referir;

IV - em banco integrante da rede arrecadadora credenciada pelo Comitê

Gestor.

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§ 1.o Na hipótese de a microempresa ou a empresa de pequeno porte possuir

filiais, o recolhimento dos tributos do Simples Nacional dar-se-á por intermédio da matriz.

§ 2.o Poderá ser adotado sistema simplificado de arrecadação do Simples

Nacional, inclusive sem utilização da rede bancária, mediante requerimento do Estado,

Distrito Federal ou Município ao Comitê Gestor.

§ 3.o O valor não pago até a data do vencimento sujeitar-se-á à incidência de

encargos legais na forma prevista na legislação do imposto sobre a renda.

§ 4.o Caso tenha havido a retenção na fonte do ISS, ele será definitivo e deverá

ser deduzida a parcela do Simples Nacional a ele correspondente, que será apurada, tomando-

se por base as receitas de prestação de serviços que sofreram tal retenção, na forma prevista

nos §§ 12 a 14 do art. 18 desta Lei Complementar, não sendo o montante recolhido na forma

do Simples Nacional objeto de partilha com os municípios.

§ 5.o O Comitê Gestor regulará o modo pelo qual será solicitado o pedido de

restituição ou compensação dos valores do Simples Nacional recolhidos indevidamente ou em

montante superior ao devido.

Seção V

Do Repasse do Produto da Arrecadação

Art. 22. O Comitê Gestor definirá o sistema de repasses do total arrecadado,

inclusive encargos legais, para o:

I - Município ou Distrito Federal, do valor correspondente ao ISS;

II - Estado ou Distrito Federal, do valor correspondente ao ICMS;

III - Instituto Nacional do Seguro Social, do valor correspondente à

Contribuição para manutenção da Seguridade Social.

Parágrafo único. Enquanto o Comitê Gestor não regulamentar o prazo para o

repasse previsto no inciso II do caput deste artigo, esse será efetuado nos prazos estabelecidos

nos convênios celebrados no âmbito do colegiado a que se refere “a” alínea “g” do inciso XII

do § 2.o do art. 155 da Constituição Federal.

Seção VI

Dos Créditos

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Art. 23. As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo

Simples Nacional não farão jus à apropriação nem transferirão créditos relativos a impostos

ou contribuições abrangidos pelo Simples Nacional.

Art. 24. As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo

Simples Nacional não poderão utilizar ou destinar qualquer valor a título de incentivo fiscal.

Seção VII

Das Obrigações Fiscais Acessórias

Art. 25. As microempresas e empresas de pequeno porte optantes do Simples

Nacional apresentarão, anualmente, à Secretaria da Receita Federal declaração única e

simplificada de informações socioeconômicas e fiscais, que deverão ser disponibilizadas aos

órgãos de fiscalização tributária e previdenciária, observados prazo e modelo aprovados pelo

Comitê Gestor.

Art. 26. As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples

Nacional ficam obrigadas a:

I - emitir documento fiscal de venda ou prestação de serviço, de acordo com

instruções expedidas pelo Comitê Gestor;

II - manter em boa ordem e guarda os documentos que fundamentaram a

apuração dos impostos e contribuições devidos e o cumprimento das obrigações acessórias a

que se refere o art. 25 desta Lei Complementar enquanto não decorrido o prazo decadencial e

não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes.

§ 1.o Os empreendedores individuais com receita bruta acumulada no ano de

até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais):

I - poderão optar por fornecer nota fiscal avulsa obtida nas Secretarias de

Fazenda ou Finanças dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios;

II - farão a comprovação da receita bruta, mediante apresentação do registro

de vendas independentemente de documento fiscal de venda ou prestação de serviço, ou

escrituração simplificada das receitas, conforme instruções expedidas pelo Comitê Gestor;

III - ficam dispensados da emissão do documento fiscal previsto no inciso I do

caput deste artigo caso requeiram nota fiscal gratuita na Secretaria de Fazenda municipal ou

adotem formulário de escrituração simplificada das receitas nos municípios que não utilizem

o sistema de nota fiscal gratuita, conforme instruções expedidas pelo Comitê Gestor.

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§ 2.o As demais microempresas e as empresas de pequeno porte, além do

disposto nos incisos I e II do caput deste artigo, deverão, ainda, manter o livro-caixa em que

será escriturada sua movimentação financeira e bancária.

§ 3.o A exigência de declaração única a que se refere o caput do art. 25 desta

Lei Complementar não desobriga a prestação de informações relativas a terceiros.

§ 4.o As microempresas e empresas de pequeno porte referidas no § 2.o deste

artigo ficam sujeitas a outras obrigações acessórias a serem estabelecidas pelo Comitê Gestor,

com características nacionalmente uniformes, vedado o estabelecimento de regras unilaterais

pelas unidades políticas partícipes do sistema.

§ 5.o As microempresas e empresas de pequeno porte ficam sujeitas à entrega

de declaração eletrônica que deva conter os dados referentes aos serviços prestados ou

tomados de terceiros, na conformidade do que dispuser o Comitê Gestor.

Art. 27. As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples

Nacional poderão, opcionalmente, adotar contabilidade simplificada para os registros e

controles das operações realizadas, conforme regulamentação do Comitê Gestor.

Seção VIII

Da Exclusão do Simples Nacional

Art. 28. A exclusão do Simples Nacional será feita de ofício ou mediante

comunicação das empresas optantes.

Parágrafo único. As regras previstas nesta seção e o modo de sua

implementação serão regulamentados pelo Comitê Gestor.

Art. 29. A exclusão de ofício das empresas optantes pelo Simples Nacional

dar-se-á quando:

I - verificada a falta de comunicação de exclusão obrigatória;

II - for oferecido embaraço à fiscalização, caracterizado pela negativa não

justificada de exibição de livros e documentos a que estiverem obrigadas, bem como pelo não

fornecimento de informações sobre bens, movimentação financeira, negócio ou atividade que

estiverem intimadas a apresentar, e nas demais hipóteses que autorizam a requisição de

auxílio da força pública;

III - for oferecida resistência à fiscalização, caracterizada pela negativa de

acesso ao estabelecimento, ao domicílio fiscal ou a qualquer outro local onde desenvolvam

suas atividades ou se encontrem bens de sua propriedade;

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115

IV - a sua constituição ocorrer por interpostas pessoas;

V - tiver sido constatada prática reiterada de infração ao disposto nesta Lei

Complementar;

VI - a empresa for declarada inapta, na forma dos arts. 81 e 82 da Lei no 9.430,

de 27 de dezembro de 1996, e alterações posteriores;

VII - comercializar mercadorias objeto de contrabando ou descaminho;

VIII - houver falta de escrituração do livro-caixa ou não permitir a

identificação da movimentação financeira, inclusive bancária;

IX - for constatado que durante o ano-calendário o valor das despesas pagas

supera em 20% (vinte por cento) o valor de ingressos de recursos no mesmo período, excluído

o ano de início de atividade;

X - for constatado que durante o ano-calendário o valor das aquisições de

mercadorias para comercialização ou industrialização, ressalvadas hipóteses justificadas de

aumento de estoque, for superior a 80% (oitenta por cento) dos ingressos de recursos no

mesmo período, excluído o ano de início de atividade.

§ 1.o Nas hipóteses previstas nos incisos II a X do caput deste artigo, a

exclusão produzirá efeitos a partir do próprio mês em que incorridas, impedindo a opção pelo

regime diferenciado e favorecido desta Lei Complementar pelos próximos 3 (três) anos-

calendário seguintes.

§ 2.o O prazo de que trata o § 1.o deste artigo será elevado para 10 (dez) anos

caso seja constatada a utilização de artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento que

induza ou mantenha a fiscalização em erro, com o fim de suprimir ou reduzir o pagamento de

tributo apurável segundo o regime especial previsto nesta Lei Complementar.

§ 3.o A exclusão de ofício será realizada na forma regulamentada pelo Comitê

Gestor, cabendo o lançamento dos tributos e contribuições apurados aos respectivos entes

tributantes.

§ 4.o Para efeito do disposto no inciso I do caput deste artigo, não se considera

período de atividade aquele em que tenha sido solicitada suspensão voluntária perante o

Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ.

§ 5.o A competência para exclusão de ofício do Simples Nacional obedece ao

disposto no art. 33, e o julgamento administrativo, ao disposto no art. 39, ambos desta Lei

Complementar.

Art. 30. A exclusão do Simples Nacional, mediante comunicação das

microempresas ou das empresas de pequeno porte, dar-se-á:

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116

I - por opção;

II - obrigatoriamente, quando elas incorrerem em qualquer das situações de

vedação previstas nesta Lei Complementar; ou

III - obrigatoriamente, quando ultrapassado, no ano-calendário de início de

atividade, o limite de receita bruta correspondente a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais),

multiplicados pelo número de meses de funcionamento nesse período, em relação aos tributos

e contribuições federais, e, em relação aos tributos estaduais, municipais e distritais, de R$

100.000,00 (cem mil reais) ou R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais), também

multiplicados pelo número de meses de funcionamento no período, caso o Distrito Federal, os

Estados e seus respectivos Municípios tenham adotado os limites previstos nos incisos I e II

do art. 19 e no art. 20, ambos desta Lei Complementar.

§ 1.o A exclusão deverá ser comunicada à Secretaria da Receita Federal:

I - na hipótese do inciso I do caput deste artigo, até o último dia útil do mês de

janeiro;

II - na hipótese do inciso II do caput deste artigo, até o último dia útil do mês

subseqüente àquele em que ocorrida a situação de vedação;

III - na hipótese do inciso III do caput deste artigo, até o último dia útil do mês

de janeiro do ano-calendário subseqüente ao do início de atividades.

§ 2.o A comunicação de que trata o caput deste artigo dar-se-á na forma a ser

estabelecida pelo Comitê Gestor.

Art. 31 A exclusão das microempresas ou das empresas de pequeno porte do

Simples Nacional produzirá efeitos:

I - na hipótese do inciso I do caput do art. 30 desta Lei Complementar, a partir

de 1o de janeiro do ano-calendário subseqüente, ressalvado o disposto no § 4o deste artigo;

II - na hipótese do inciso II do caput do art. 30 desta Lei Complementar, a

partir do mês seguinte da ocorrência da situação impeditiva;

III - na hipótese do inciso III do caput do art. 30 desta Lei Complementar:

a) desde o início das atividades;

b) a partir de 1.o de janeiro do ano-calendário subseqüente, na hipótese de não

ter ultrapassado em mais de 20% (vinte por cento) o limite proporcional de que trata o § 10 do

art. 3.o desta Lei Complementar, em relação aos tributos federais, ou os respectivos limites de

que trata o § 11 do mesmo artigo, em relação aos tributos estaduais, distritais ou municipais,

conforme o caso;

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117

IV - na hipótese do inciso V do caput do art. 17 desta Lei Complementar, a

partir do ano-calendário subseqüente ao da ciência da comunicação da exclusão.

§ 1.o Na hipótese prevista no inciso III do caput do art. 30 desta Lei

Complementar, a microempresa ou empresa de pequeno porte não poderá optar, no ano-

calendário subseqüente ao do início de atividades, pelo Simples Nacional.

§ 2.o Na hipótese do inciso V do caput do art. 17 desta Lei Complementar, será

permitida a permanência da pessoa jurídica como optante pelo Simples Nacional mediante a

comprovação da regularização do débito no prazo de até 30 (trinta) dias contado a partir da

ciência da comunicação da exclusão.

§ 3.o A exclusão do Simples Nacional na hipótese em que os Estados, Distrito

Federal e Municípios adotem limites de receita bruta inferiores a R$ 2.400.000,00 (dois

milhões e quatrocentos mil reais) para efeito de recolhimento do ICMS e do ISS seguirá as

regras acima, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor.

§ 4.o No caso de a microempresa ou a empresa de pequeno porte ser excluída

do Simples Nacional no mês de janeiro, na hipótese do inciso I do caput do art. 30 desta Lei

Complementar, os efeitos da exclusão dar-se-ão nesse mesmo ano.

Art. 32. As microempresas ou as empresas de pequeno porte excluídas do

Simples Nacional sujeitar-se-ão, a partir do período em que se processarem os efeitos da

exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas.

§ 1.o Para efeitos do disposto no caput deste artigo, na hipótese da alínea a do

inciso III do caput do art. 31 desta Lei Complementar, a microempresa ou a empresa de

pequeno porte desenquadrada ficará sujeita ao pagamento da totalidade ou diferença dos

respectivos impostos e contribuições, devidos de conformidade com as normas gerais de

incidência, acrescidos, tão-somente, de juros de mora, quando efetuado antes do início de

procedimento de ofício.

§ 2.o Para efeito do disposto no caput deste artigo, o sujeito passivo poderá

optar pelo recolhimento do imposto de renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

na forma do lucro presumido, lucro real trimestral ou anual.

Seção IX

Da Fiscalização

Art. 33. A competência para fiscalizar o cumprimento das obrigações

principais e acessórias relativas ao Simples Nacional e para verificar a ocorrência das

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hipóteses previstas no art. 29 desta Lei Complementar é da Secretaria da Receita Federal e das

Secretarias de Fazenda ou de Finanças do Estado ou do Distrito Federal, segundo a

localização do estabelecimento, e, tratando-se de prestação de serviços incluídos na

competência tributária municipal, a competência será também do respectivo Município.

§ 1.o As Secretarias de Fazenda ou Finanças dos Estados poderão celebrar

convênio com os Municípios de sua jurisdição para atribuir a estes a fiscalização a que se

refere o caput deste artigo.

§ 2.o Na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte exercer

alguma das atividades de prestação de serviços previstas nos incisos XIII a XXVIII do § 1.o

do art. 17 desta Lei Complementar, caberá à Secretaria da Receita Previdenciária a

fiscalização da Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata

o art. 22 da Lei n.o 8.212, de 24 de julho de 1991.

§ 3.o O valor não pago, apurado em procedimento de fiscalização, será exigido

em lançamento de ofício pela autoridade competente que realizou a fiscalização.

§ 4.o O Comitê Gestor disciplinará o disposto neste artigo.

Seção X

Da Omissão de Receita

Art. 34. Aplicam-se à microempresa e à empresa de pequeno porte optantes

pelo Simples Nacional todas as presunções de omissão de receita existentes nas legislações de

regência dos impostos e contribuições incluídos no Simples Nacional.

Seção XI

Dos Acréscimos Legais

Art. 35. Aplicam-se aos impostos e contribuições devidos pela microempresa e

pela empresa de pequeno porte, inscritas no Simples Nacional, as normas relativas aos juros e

multa de mora e de ofício previstas para o imposto de renda, inclusive, quando for o caso, em

relação ao ICMS e ao ISS.

Art. 36. A falta de comunicação, quando obrigatória, da exclusão da pessoa

jurídica do Simples Nacional, nos prazos determinados no § 1.o do art. 30 desta Lei

Complementar, sujeitará a pessoa jurídica a multa correspondente a 10% (dez por cento) do

total dos impostos e contribuições devidos de conformidade com o Simples Nacional no mês

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que anteceder o início dos efeitos da exclusão, não inferior a R$ 500,00 (quinhentos reais),

insusceptível de redução.

Art. 37. A imposição das multas de que trata esta Lei Complementar não

exclui a aplicação das sanções previstas na legislação penal, inclusive em relação a declaração

falsa, adulteração de documentos e emissão de nota fiscal em desacordo com a operação

efetivamente praticada, a que estão sujeitos o titular ou sócio da pessoa jurídica.

Art. 38. O sujeito passivo que deixar de apresentar a Declaração Simplificada

da Pessoa Jurídica a que se refere o art. 25 desta Lei Complementar, no prazo fixado, ou que a

apresentar com incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no

caso de não-apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado

pela autoridade fiscal, na forma definida pelo Comitê Gestor, e sujeitar-se-á às seguintes

multas:

I - de 2% (dois por cento) ao mês-calendário ou fração, incidentes sobre o

montante dos tributos e contribuições informados na Declaração Simplificada da Pessoa

Jurídica, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega

após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3.o deste artigo;

II - de R$ 100,00 (cem reais) para cada grupo de 10 (dez) informações

incorretas ou omitidas.

§ 1.o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso I do caput deste

artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente

fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso

de não-apresentação, da lavratura do auto de infração.

§ 2.o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas:

I - à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de

qualquer procedimento de ofício;

II - a 75% (setenta e cinco por cento), se houver a apresentação da declaração

no prazo fixado em intimação.

§ 3.o A multa mínima a ser aplicada será de R$ 500,00 (quinhentos reais).

§ 4.o Considerar-se-á não entregue a declaração que não atender às

especificações técnicas estabelecidas pelo Comitê Gestor.

§ 5.o Na hipótese do § 4.o deste artigo, o sujeito passivo será intimado a

apresentar nova declaração, no prazo de 10 (dez) dias, contados da ciência da intimação, e

sujeitar-se-á à multa prevista no inciso I do caput deste artigo, observado o disposto nos §§ 1.o

a 3.o deste artigo.

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Seção XII

Do Processo Administrativo Fiscal

Art. 39. O contencioso administrativo relativo ao Simples Nacional será de

competência do órgão julgador integrante da estrutura administrativa do ente federativo que

efetuar o lançamento ou a exclusão de ofício, observados os dispositivos legais atinentes aos

processos administrativos fiscais desse ente.

§ 1.o O Município poderá, mediante convênio, transferir a atribuição de

julgamento exclusivamente ao respectivo Estado em que se localiza.

§ 2.o No caso em que o contribuinte do Simples Nacional exerça atividades

incluídas no campo de incidência do ICMS e do ISS e seja apurada omissão de receita de que

não se consiga identificar a origem, a autuação será feita utilizando a maior alíquota prevista

nesta Lei Complementar, e a parcela autuada que não seja correspondente aos tributos e

contribuições federais será rateada entre Estados e Municípios ou Distrito Federal.

§ 3.o Na hipótese referida no § 2.o deste artigo, o julgamento caberá ao Estado

ou ao Distrito Federal.

Art. 40. As consultas relativas ao Simples Nacional serão solucionadas pela

Secretaria da Receita Federal, salvo quando se referirem a tributos e contribuições de

competência estadual ou municipal, que serão solucionadas conforme a respectiva

competência tributária, na forma disciplinada pelo Comitê Gestor.

Seção XIII

Do Processo Judicial

Art. 41. À exceção do disposto no § 3.o deste artigo, os processos relativos a

tributos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional serão ajuizados em face da União,

que será representada em juízo pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

§ 1.o Os Estados, Distrito Federal e Municípios prestarão auxílio à

Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, em relação aos tributos de sua competência, na

forma a ser disciplinada por ato do Comitê Gestor.

§ 2.o Os créditos tributários oriundos da aplicação desta Lei Complementar

serão apurados, inscritos em Dívida Ativa da União e cobrados judicialmente pela

Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

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§ 3.o Mediante convênio, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional poderá

delegar aos Estados e Municípios a inscrição em dívida ativa estadual e municipal e a

cobrança judicial dos tributos estaduais e municipais a que se refere esta Lei Complementar.

CAPÍTULO V

DO ACESSO AOS MERCADOS

Seção única

Das Aquisições Públicas

Art. 42. Nas licitações públicas, a comprovação de regularidade fiscal das

microempresas e empresas de pequeno porte somente será exigida para efeito de assinatura do

contrato.

Art. 43. As microempresas e empresas de pequeno porte, por ocasião da

participação em certames licitatórios, deverão apresentar toda a documentação exigida para

efeito de comprovação de regularidade fiscal, mesmo que esta apresente alguma restrição.

§ 1.o Havendo alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal, será

assegurado o prazo de 2 (dois) dias úteis, cujo termo inicial corresponderá ao momento em

que o proponente for declarado o vencedor do certame, prorrogáveis por igual período, a

critério da Administração Pública, para a regularização da documentação, pagamento ou

parcelamento do débito, e emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com efeito de

certidão negativa.

§ 2.o A não-regularização da documentação, no prazo previsto no § 1.o deste

artigo, implicará decadência do direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no

art. 81 da Lei n.o 8.666, de 21 de junho de 1993, sendo facultado à Administração convocar os

licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para a assinatura do contrato, ou revogar

a licitação.

Art. 44. Nas licitações será assegurada, como critério de desempate,

preferência de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte.

§ 1.o Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas

apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez

por cento) superiores à proposta mais bem classificada.

§ 2.o Na modalidade de pregão, o intervalo percentual estabelecido no § 1.o

deste artigo será de até 5% (cinco por cento) superior ao melhor preço.

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Art. 45. Para efeito do disposto no art. 44 desta Lei Complementar, ocorrendo

o empate, proceder-se-á da seguinte forma:

I - a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada poderá

apresentar proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do certame, situação em

que será adjudicado em seu favor o objeto licitado;

II - não ocorrendo a contratação da microempresa ou empresa de pequeno

porte, na forma do inciso I do caput deste artigo, serão convocadas as remanescentes que

porventura se enquadrem na hipótese dos §§ 1.o e 2.o do art. 44 desta Lei Complementar, na

ordem classificatória, para o exercício do mesmo direito;

III – no caso de equivalência dos valores apresentados pelas microempresas e

empresas de pequeno porte que se encontrem nos intervalos estabelecidos nos §§ 1.o e 2.o do

art. 44 desta Lei Complementar, será realizado sorteio entre elas para que se identifique

aquela que primeiro poderá apresentar melhor oferta.

§ 1.o Na hipótese da não-contratação nos termos previstos no caput deste

artigo, o objeto licitado será adjudicado em favor da proposta originalmente vencedora do

certame.

§ 2.o O disposto neste artigo somente se aplicará quando a melhor oferta inicial

não tiver sido apresentada por microempresa ou empresa de pequeno porte.

§ 3.o No caso de pregão, a microempresa ou empresa de pequeno porte mais

bem classificada será convocada para apresentar nova proposta no prazo máximo de 5 (cinco)

minutos após o encerramento dos lances, sob pena de preclusão.

Art. 46. A microempresa e a empresa de pequeno porte titular de direitos

creditórios decorrentes de empenhos liquidados por órgãos e entidades da União, Estados,

Distrito Federal e Município não pagos em até 30 (trinta) dias contados da data de liquidação

poderão emitir cédula de crédito microempresarial.

Parágrafo único. A cédula de crédito microempresarial é título de crédito

regido, subsidiariamente, pela legislação prevista para as cédulas de crédito comercial, tendo

como lastro o empenho do poder público, cabendo ao Poder Executivo sua regulamentação no

prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da publicação desta Lei Complementar.

Art. 47. Nas contratações públicas da União, dos Estados e dos Municípios,

poderá ser concedido tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e

empresas de pequeno porte objetivando a promoção do desenvolvimento econômico e social

no âmbito municipal e regional, a ampliação da eficiência das políticas públicas e o incentivo

à inovação tecnológica, desde que previsto e regulamentado na legislação do respectivo ente.

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Art. 48. Para o cumprimento do disposto no art. 47 desta Lei Complementar, a

administração pública poderá realizar processo licitatório:

I - destinado exclusivamente à participação de microempresas e empresas de

pequeno porte nas contratações cujo valor seja de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

II - em que seja exigida dos licitantes a subcontratação de microempresa ou de

empresa de pequeno porte, desde que o percentual máximo do objeto a ser subcontratado não

exceda a 30% (trinta por cento) do total licitado;

III - em que se estabeleça cota de até 25% (vinte e cinco por cento) do objeto

para a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte, em certames para a

aquisição de bens e serviços de natureza divisível.

§ 1.o O valor licitado por meio do disposto neste artigo não poderá exceder a

25% (vinte e cinco por cento) do total licitado em cada ano civil.

§ 2.o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, os empenhos e pagamentos

do órgão ou entidade da administração pública poderão ser destinados diretamente às

microempresas e empresas de pequeno porte subcontratadas.

Art. 49. Não se aplica o disposto nos arts. 47 e 48 desta Lei Complementar

quando:

I - os critérios de tratamento diferenciado e simplificado para as

microempresas e empresas de pequeno porte não forem expressamente previstos no

instrumento convocatório;

II - não houver um mínimo de 3 (três) fornecedores competitivos enquadrados

como microempresas ou empresas de pequeno porte sediados local ou regionalmente e

capazes de cumprir as exigências estabelecidas no instrumento convocatório;

III - o tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e

empresas de pequeno porte não for vantajoso para a administração pública ou representar

prejuízo ao conjunto ou complexo do objeto a ser contratado;

IV - a licitação for dispensável ou inexigível, nos termos dos arts. 24 e 25 da

Lei n.o 8.666, de 21 de junho de 1993.

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CAPÍTULO VI

DA SIMPLIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO

Seção I

Da Segurança e da Medicina do Trabalho

Art. 50. As microempresas serão estimuladas pelo poder público e pelos

Serviços Sociais Autônomos a formar consórcios para acesso a serviços especializados em

segurança e medicina do trabalho.

Seção II

Das Obrigações Trabalhistas

Art. 51. As microempresas e as empresas de pequeno porte são dispensadas:

I - da afixação de Quadro de Trabalho em suas dependências;

II - da anotação das férias dos empregados nos respectivos livros ou fichas de

registro;

III - de empregar e matricular seus aprendizes nos cursos dos Serviços

Nacionais de Aprendizagem;

IV - da posse do livro intitulado "Inspeção do Trabalho"; e

V - de comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego a concessão de férias

coletivas.

Art. 52. O disposto no art. 51 desta Lei Complementar não dispensa as

microempresas e as empresas de pequeno porte dos seguintes procedimentos:

I - anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS;

II - arquivamento dos documentos comprobatórios de cumprimento das

obrigações trabalhistas e previdenciárias, enquanto não prescreverem essas obrigações;

III - apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo

de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP;

IV - apresentação das Relações Anuais de Empregados e da Relação Anual de

Informações Sociais – RAIS e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados –

CAGED.

Parágrafo único. (VETADO).

Art. 53. Além do disposto nos arts. 51 e 52 desta Lei Complementar, no que se

refere às obrigações previdenciárias e trabalhistas, ao empresário com receita bruta anual no

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ano-calendário anterior de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais) é concedido, ainda, o

seguinte tratamento especial, até o dia 31 de dezembro do segundo ano subseqüente ao de sua

formalização:

I - faculdade de o empresário ou os sócios da sociedade empresária contribuir

para a Seguridade Social, em substituição à contribuição de que trata o caput do art. 21 da Lei

n.o 8.212, de 24 de julho de 1991, na forma do § 2.o do mesmo artigo, na redação dada por

esta Lei Complementar;

II - dispensa do pagamento das contribuições sindicais de que trata a Seção I

do Capítulo III do Título V da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo

Decreto-Lei n.o 5.452, de 1.o de maio de 1943;

III - dispensa do pagamento das contribuições de interesse das entidades

privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, de que

trata o art. 240 da Constituição Federal, denominadas terceiros, e da contribuição social do

salário-educação prevista na Lei no 9.424, de 24 de dezembro de 1996;

IV - dispensa do pagamento das contribuições sociais instituídas pelos arts. 1o

e 2o da Lei Complementar no 110, de 29 de junho de 2001.

Parágrafo único. Os benefícios referidos neste artigo somente poderão ser

usufruídos por até 3 (três) anos-calendário.

Seção III

Do Acesso à Justiça do Trabalho

Art. 54. É facultado ao empregador de microempresa ou de empresa de

pequeno porte fazer-se substituir ou representar perante a Justiça do Trabalho por terceiros

que conheçam dos fatos, ainda que não possuam vínculo trabalhista ou societário.

CAPÍTULO VII

DA FISCALIZAÇÃO ORIENTADORA

Art. 55. A fiscalização, no que se refere aos aspectos trabalhista, metrológico,

sanitário, ambiental e de segurança, das microempresas e empresas de pequeno porte deverá

ter natureza prioritariamente orientadora, quando a atividade ou situação, por sua natureza,

comportar grau de risco compatível com esse procedimento.

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§ 1.o Será observado o critério de dupla visita para lavratura de autos de

infração, salvo quando for constatada infração por falta de registro de empregado ou anotação

da Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS, ou, ainda, na ocorrência de

reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização.

§ 2.o (VETADO).

§ 3.o Os órgãos e entidades competentes definirão, em 12 (doze) meses, as

atividades e situações cujo grau de risco seja considerado alto, as quais não se sujeitarão ao

disposto neste artigo.

§ 4.o O disposto neste artigo não se aplica ao processo administrativo fiscal

relativo a tributos, que se dará na forma dos arts. 39 e 40 desta Lei Complementar.

CAPÍTULO VIII

DO ASSOCIATIVISMO

Seção Única

Do Consórcio Simples

Art. 56. As microempresas ou as empresas de pequeno porte optantes pelo

Simples Nacional poderão realizar negócios de compra e venda, de bens e serviços, para os

mercados nacional e internacional, por meio de consórcio, por prazo indeterminado, nos

termos e condições estabelecidos pelo Poder Executivo federal.

§ 1.o O consórcio de que trata o caput deste artigo será composto

exclusivamente por microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples

Nacional.

§ 2.o O consórcio referido no caput deste artigo destinar-se-á ao aumento de

competitividade e a sua inserção em novos mercados internos e externos, por meio de ganhos

de escala, redução de custos, gestão estratégica, maior capacitação, acesso a crédito e a novas

tecnologias.

CAPÍTULO IX

DO ESTÍMULO AO CRÉDITO E À CAPITALIZAÇÃO

Seção I

Disposições Gerais

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Art. 57. O Poder Executivo federal proporá, sempre que necessário, medidas

no sentido de melhorar o acesso das microempresas e empresas de pequeno porte aos

mercados de crédito e de capitais, objetivando a redução do custo de transação, a elevação da

eficiência alocativa, o incentivo ao ambiente concorrencial e a qualidade do conjunto

informacional, em especial o acesso e portabilidade das informações cadastrais relativas ao

crédito.

Art. 58. Os bancos comerciais públicos e os bancos múltiplos públicos com

carteira comercial e a Caixa Econômica Federal manterão linhas de crédito específicas para as

microempresas e para as empresas de pequeno porte, devendo o montante disponível e suas

condições de acesso ser expressos nos respectivos orçamentos e amplamente divulgadas.

Parágrafo único. As instituições mencionadas no caput deste artigo deverão

publicar, juntamente com os respectivos balanços, relatório circunstanciado dos recursos

alocados às linhas de crédito referidas no caput deste artigo e aqueles efetivamente utilizados,

consignando, obrigatoriamente, as justificativas do desempenho alcançado.

Art. 59. As instituições referidas no caput do art. 58 desta Lei Complementar

devem se articular com as respectivas entidades de apoio e representação das microempresas e

empresas de pequeno porte, no sentido de proporcionar e desenvolver programas de

treinamento, desenvolvimento gerencial e capacitação tecnológica.

Art. 60. (VETADO).

Art. 61. Para fins de apoio creditício às operações de comércio exterior das

microempresas e das empresas de pequeno porte, serão utilizados os parâmetros de

enquadramento ou outros instrumentos de alta significância para as microempresas, empresas

de pequeno porte exportadoras segundo o porte de empresas, aprovados pelo Mercado

Comum do Sul - MERCOSUL.

Seção II

Das Responsabilidades do Banco Central do Brasil

Art. 62. O Banco Central do Brasil poderá disponibilizar dados e informações

para as instituições financeiras integrantes do Sistema Financeiro Nacional, inclusive por

meio do Sistema de Informações de Crédito - SCR, visando a ampliar o acesso ao crédito para

microempresas e empresas de pequeno porte e fomentar a competição bancária.

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§ 1.o O disposto no caput deste artigo alcança a disponibilização de dados e

informações específicas relativas ao histórico de relacionamento bancário e creditício das

microempresas e das empresas de pequeno porte, apenas aos próprios titulares.

§ 2.o O Banco Central do Brasil poderá garantir o acesso simplificado,

favorecido e diferenciado dos dados e informações constantes no § 1o deste artigo aos seus

respectivos interessados, podendo a instituição optar por realizá-lo por meio das instituições

financeiras, com as quais o próprio cliente tenha relacionamento.

Seção III

Das Condições de Acesso aos Depósitos Especiais do Fundo de Amparo ao Trabalhador

– FAT

Art. 63. O CODEFAT poderá disponibilizar recursos financeiros por meio da

criação de programa específico para as cooperativas de crédito de cujos quadros de

cooperados participem microempreendedores, empreendedores de microempresa e empresa

de pequeno porte bem como suas empresas.

Parágrafo único. Os recursos referidos no caput deste artigo deverão ser

destinados exclusivamente às microempresas e empresas de pequeno porte.

CAPÍTULO X

DO ESTÍMULO À INOVAÇÃO

Seção I

Disposições Gerais

Art. 64. Para os efeitos desta Lei Complementar considera-se:

I - inovação: a concepção de um novo produto ou processo de fabricação, bem

como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que

implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando

em maior competitividade no mercado;

II - agência de fomento: órgão ou instituição de natureza pública ou privada

que tenha entre os seus objetivos o financiamento de ações que visem a estimular e promover

o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da inovação;

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III - Instituição Científica e Tecnológica - ICT: órgão ou entidade da

administração pública que tenha por missão institucional, dentre outras, executar atividades de

pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou tecnológico;

IV - núcleo de inovação tecnológica: núcleo ou órgão constituído por uma ou

mais ICT com a finalidade de gerir sua política de inovação;

V - instituição de apoio: instituições criadas sob o amparo da Lei n.o 8.958, de

20 de dezembro de 1994, com a finalidade de dar apoio a projetos de pesquisa, ensino e

extensão e de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico.

Seção II

Do Apoio à Inovação

Art. 65. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e as

respectivas agências de fomento, as ICT, os núcleos de inovação tecnológica e as instituições

de apoio manterão programas específicos para as microempresas e para as empresas de

pequeno porte, inclusive quando estas revestirem a forma de incubadoras, observando-se o

seguinte:

I - as condições de acesso serão diferenciadas, favorecidas e simplificadas;

II - o montante disponível e suas condições de acesso deverão ser expressos

nos respectivos orçamentos e amplamente divulgados.

§ 1.o As instituições deverão publicar, juntamente com as respectivas

prestações de contas, relatório circunstanciado das estratégias para maximização da

participação do segmento, assim como dos recursos alocados às ações referidas no caput deste

artigo e aqueles efetivamente utilizados, consignando, obrigatoriamente, as justificativas do

desempenho alcançado no período.

§ 2.o As pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo terão por meta a

aplicação de, no mínimo, 20% (vinte por cento) dos recursos destinados à inovação para o

desenvolvimento de tal atividade nas microempresas ou nas empresas de pequeno porte.

§ 3.o Os órgãos e entidades integrantes da administração pública federal

atuantes em pesquisa, desenvolvimento ou capacitação tecnológica terão por meta efetivar

suas aplicações, no percentual mínimo fixado no § 2.o deste artigo, em programas e projetos

de apoio às microempresas ou às empresas de pequeno porte, transmitindo ao Ministério da

Ciência e Tecnologia, no primeiro trimestre de cada ano, informação relativa aos valores

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alocados e a respectiva relação percentual em relação ao total dos recursos destinados para

esse fim.

§ 4.o Fica o Ministério da Fazenda autorizado a reduzir a zero a alíquota do

IPI, da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep incidentes na aquisição de equipamentos,

máquinas, aparelhos, instrumentos, acessórios sobressalentes e ferramentas que os

acompanhem, adquiridos por microempresas ou empresas de pequeno porte que atuem no

setor de inovação tecnológica, na forma definida em regulamento.

Art. 66. No primeiro trimestre do ano subseqüente, os órgãos e entidades a

que alude o art. 67 desta Lei Complementar transmitirão ao Ministério da Ciência e

Tecnologia relatório circunstanciado dos projetos realizados, compreendendo a análise do

desempenho alcançado.

Art. 67. Os órgãos congêneres ao Ministério da Ciência e Tecnologia

estaduais e municipais deverão elaborar e divulgar relatório anual indicando o valor dos

recursos recebidos, inclusive por transferência de terceiros, que foram aplicados diretamente

ou por organizações vinculadas, por Fundos Setoriais e outros, no segmento das

microempresas e empresas de pequeno porte, retratando e avaliando os resultados obtidos e

indicando as previsões de ações e metas para ampliação de sua participação no exercício

seguinte.

CAPÍTULO XI

DAS REGRAS CIVIS E EMPRESARIAIS

Seção I

Das Regras Civis

Subseção I

Do Pequeno Empresário

Art. 68. Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do

disposto nos arts. 970 e 1.179 da Lei n.o 10.406, de 10 de janeiro de 2002, o empresário

individual caracterizado como microempresa na forma desta Lei Complementar que aufira

receita bruta anual de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais).

Subseção II

(VETADO)

Art. 69. (VETADO).

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Seção II

Das Deliberações Sociais e da Estrutura Organizacional

Art. 70. As microempresas e as empresas de pequeno porte são desobrigadas

da realização de reuniões e assembléias em qualquer das situações previstas na legislação

civil, as quais serão substituídas por deliberação representativa do primeiro número inteiro

superior à metade do capital social.

§ 1.o O disposto no caput deste artigo não se aplica caso haja disposição

contratual em contrário, caso ocorra hipótese de justa causa que enseje a exclusão de sócio ou

caso um ou mais sócios ponham em risco a continuidade da empresa em virtude de atos de

inegável gravidade.

§ 2.o Nos casos referidos no § 1.o deste artigo, realizar-se-á reunião ou

assembléia de acordo com a legislação civil.

Art. 71. Os empresários e as sociedades de que trata esta Lei Complementar,

nos termos da legislação civil, ficam dispensados da publicação de qualquer ato societário.

Seção III

Do Nome Empresarial

Art. 72. As microempresas e as empresas de pequeno porte, nos termos da

legislação civil, acrescentarão à sua firma ou denominação as expressões "Microempresa" ou

"Empresa de Pequeno Porte", ou suas respectivas abreviações, "ME" ou "EPP", conforme o

caso, sendo facultativa a inclusão do objeto da sociedade.

Seção IV

Do Protesto de Títulos

Art. 73. O protesto de título, quando o devedor for microempresário ou

empresa de pequeno porte, é sujeito às seguintes condições:

I - sobre os emolumentos do tabelião não incidirão quaisquer acréscimos a

título de taxas, custas e contribuições para o Estado ou Distrito Federal, carteira de

previdência, fundo de custeio de atos gratuitos, fundos especiais do Tribunal de Justiça, bem

como de associação de classe, criados ou que venham a ser criados sob qualquer título ou

denominação, ressalvada a cobrança do devedor das despesas de correio, condução e

publicação de edital para realização da intimação;

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II - para o pagamento do título em cartório, não poderá ser exigido cheque de

emissão de estabelecimento bancário, mas, feito o pagamento por meio de cheque, de emissão

de estabelecimento bancário ou não, a quitação dada pelo tabelionato de protesto será

condicionada à efetiva liquidação do cheque;

III - o cancelamento do registro de protesto, fundado no pagamento do título,

será feito independentemente de declaração de anuência do credor, salvo no caso de

impossibilidade de apresentação do original protestado;

IV - para os fins do disposto no caput e nos incisos I, II e III do caput deste

artigo, o devedor deverá provar sua qualidade de microempresa ou de empresa de pequeno

porte perante o tabelionato de protestos de títulos, mediante documento expedido pela Junta

Comercial ou pelo Registro Civil das Pessoas Jurídicas, conforme o caso;

V - quando o pagamento do título ocorrer com cheque sem a devida provisão

de fundos, serão automaticamente suspensos pelos cartórios de protesto, pelo prazo de 1 (um)

ano, todos os benefícios previstos para o devedor neste artigo, independentemente da

lavratura e registro do respectivo protesto.

CAPÍTULO XII

DO ACESSO À JUSTIÇA

Seção I

Do Acesso aos Juizados Especiais

Art. 74. Aplica-se às microempresas e às empresas de pequeno porte de que

trata esta Lei Complementar o disposto no § 1.o do art. 8.o da Lei n.o 9.099, de 26 de setembro

de 1995, e no inciso I do caput do art. 6o da Lei n.o 10.259, de 12 de julho de 2001, as quais,

assim como as pessoas físicas capazes, passam a ser admitidas como proponentes de ação

perante o Juizado Especial, excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas.

Seção II

Da Conciliação Prévia, Mediação e Arbitragem

Art. 75. As microempresas e empresas de pequeno porte deverão ser

estimuladas a utilizar os institutos de conciliação prévia, mediação e arbitragem para solução

dos seus conflitos.

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133

§ 1.o Serão reconhecidos de pleno direito os acordos celebrados no âmbito das

comissões de conciliação prévia.

§ 2.o O estímulo a que se refere o caput deste artigo compreenderá campanhas

de divulgação, serviços de esclarecimento e tratamento diferenciado, simplificado e

favorecido no tocante aos custos administrativos e honorários cobrados.

CAPÍTULO XIII

DO APOIO E DA REPRESENTAÇÃO

Art. 76. Para o cumprimento do disposto nesta Lei Complementar, bem como

para desenvolver e acompanhar políticas públicas voltadas às microempresas e empresas de

pequeno porte, o poder público, em consonância com o Fórum Permanente das

Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, sob a coordenação do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, deverá incentivar e apoiar a criação de

fóruns com participação dos órgãos públicos competentes e das entidades vinculadas ao setor.

Parágrafo único. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Exterior coordenará com as entidades representativas das microempresas e empresas de

pequeno porte a implementação dos fóruns regionais nas unidades da federação.

CAPÍTULO XIV

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 77. Promulgada esta Lei Complementar, o Comitê Gestor expedirá, em 6

(seis) meses, as instruções que se fizerem necessárias à sua execução.

§ 1.o O Ministério do Trabalho e Emprego, a Secretaria da Receita Federal, a

Secretaria da Receita Previdenciária, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão

editar, em 1 (um) ano, as leis e demais atos necessários para assegurar o pronto e imediato

tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido às microempresas e às empresas

de pequeno porte.

§ 2.o As empresas públicas e as sociedades de economia mista integrantes da

administração pública federal adotarão, no prazo previsto no § 1.o deste artigo, as

providências necessárias à adaptação dos respectivos estatutos ao disposto nesta Lei

Complementar.

§ 3.o (VETADO).

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Art. 78. As microempresas e as empresas de pequeno porte que se encontrem

sem movimento há mais de 3 (três) anos poderão dar baixa nos registros dos órgãos públicos

federais, estaduais e municipais, independentemente do pagamento de débitos tributários,

taxas ou multas devidas pelo atraso na entrega das respectivas declarações nesses períodos.

§ 1.o Os órgãos referidos no caput deste artigo terão o prazo de 60 (sessenta)

dias para efetivar a baixa nos respectivos cadastros.

§ 2.o Ultrapassado o prazo previsto no § 1.o deste artigo sem manifestação do

órgão competente, presumir-se-á a baixa dos registros das microempresas e as das empresas

de pequeno porte.

§ 3.o A baixa, na hipótese prevista neste artigo ou nos demais casos em que

venha a ser efetivada, inclusive naquele a que se refere o art. 9.o desta Lei Complementar, não

impede que, posteriormente, sejam lançados ou cobrados impostos, contribuições e

respectivas penalidades, decorrentes da simples falta de recolhimento ou da prática,

comprovada e apurada em processo administrativo ou judicial, de outras irregularidades

praticadas pelos empresários, pelas microempresas, pelas empresas de pequeno porte ou por

seus sócios ou administradores, reputando-se como solidariamente responsáveis, em qualquer

das hipóteses referidas neste artigo, os titulares, os sócios e os administradores do período de

ocorrência dos respectivos fatos geradores ou em períodos posteriores.

§ 4.o Os titulares ou sócios também são solidariamente responsáveis pelos

tributos ou contribuições que não tenham sido pagos ou recolhidos, inclusive multa de mora

ou de ofício, conforme o caso, e juros de mora.

Art. 79. Será concedido, para ingresso no regime diferenciado e favorecido

previsto nesta Lei Complementar, parcelamento, em até 120 (cento e vinte) parcelas mensais e

sucessivas, dos débitos relativos aos tributos e contribuições previstos no Simples Nacional,

de responsabilidade da microempresa ou empresa de pequeno porte e de seu titular ou sócio,

relativos a fatos geradores ocorridos até 31 de janeiro de 2006.

§ 1.o O valor mínimo da parcela mensal será de R$ 100,00 (cem reais),

considerados isoladamente os débitos para com a Fazenda Nacional, para com a Seguridade

Social, para com a Fazenda dos Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal.

§ 2.o Esse parcelamento alcança inclusive débitos inscritos em dívida ativa.

§ 3.o O parcelamento será requerido à respectiva Fazenda para com a qual o

sujeito passivo esteja em débito.

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135

§ 4.o Aplicam-se ao disposto neste artigo as demais regras vigentes para

parcelamento de tributos e contribuições federais, na forma regulamentada pelo Comitê

Gestor.

Art. 80. O art. 21 da Lei n.o 8.212, de 24 de julho de 1991, fica acrescido dos

seguintes §§ 2.o e 3.o, passando o parágrafo único a vigorar como § 1.o:

"Art. 21. ...................................................................

...............................................................................

§ 2.o É de 11% (onze por cento) sobre o valor correspondente ao limite

mínimo mensal do salário-de-contribuição a alíquota de contribuição do segurado contribuinte

individual que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou

equiparado, e do segurado facultativo que optarem pela exclusão do direito ao benefício de

aposentadoria por tempo de contribuição.

§ 3.o O segurado que tenha contribuído na forma do § 2.o deste artigo e

pretenda contar o tempo de contribuição correspondente para fins de obtenção da

aposentadoria por tempo de contribuição ou da contagem recíproca do tempo de contribuição

a que se refere o art. 94 da Lei n.o 8.213, de 24 de julho de 1991, deverá complementar a

contribuição mensal mediante o recolhimento de mais 9% (nove por cento), acrescido dos

juros moratórios de que trata o disposto no art. 34 desta Lei." (NR)

Art. 81. O art. 45 da Lei n.o 8.212, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar

com as seguintes alterações:

"Art. 45. ............................................................................

.............................................................................

§ 2.o Para apuração e constituição dos créditos a que se refere o § 1.o deste

artigo, a Seguridade Social utilizará como base de incidência o valor da média aritmética

simples dos maiores salários-de-contribuição, reajustados, correspondentes a 80% (oitenta por

cento) de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994.

............................................................................

§ 4.o Sobre os valores apurados na forma dos §§ 2.o e 3.o deste artigo incidirão

juros moratórios de 0,5% (zero vírgula cinco por cento) ao mês, capitalizados anualmente,

limitados ao percentual máximo de 50% (cinqüenta por cento), e multa de 10% (dez por

cento).

...........................................................................

§ 7.o A contribuição complementar a que se refere o § 3.o do art. 21 desta Lei

será exigida a qualquer tempo, sob pena de indeferimento do benefício." (NR)

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Art. 82. A Lei n.o 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as

seguintes alterações:

"Art. 9.o ..........................................................................

§ 1.o O Regime Geral de Previdência Social - RGPS garante a cobertura de

todas as situações expressas no art. 1.o desta Lei, exceto as de desemprego involuntário,

objeto de lei específica, e de aposentadoria por tempo de contribuição para o trabalhador de

que trata o § 2.o do art. 21 da Lei n.o 8.212, de 24 de julho de 1991.

.......................................................................... " (NR)

"Art. 18. ...........................................................................

I - .......................................................................

...........................................................................

c) aposentadoria por tempo de contribuição;

...........................................................................

§ 3.o O segurado contribuinte individual, que trabalhe por conta própria, sem

relação de trabalho com empresa ou equiparado, e o segurado facultativo que contribuam na

forma do § 2.o do art. 21 da Lei n.o 8.212, de 24 de julho de 1991, não farão jus à

aposentadoria por tempo de contribuição." (NR)

"Art. 55. ...........................................................................

...........................................................................

§ 4.o Não será computado como tempo de contribuição, para efeito de

concessão do benefício de que trata esta subseção, o período em que o segurado contribuinte

individual ou facultativo tiver contribuído na forma do § 2.o do art. 21 da Lei n.o 8.212, de 24

de julho de 1991, salvo se tiver complementado as contribuições na forma do § 3.o do mesmo

artigo." (NR)

Art. 83. O art. 94 da Lei n.o 8.213, de 24 de julho de 1991, fica acrescido do

seguinte § 2.o, passando o parágrafo único a vigorar como § 1.o:

"Art. 94. ...................................................................................

...................................................................................

§ 2.o Não será computado como tempo de contribuição, para efeito dos

benefícios previstos em regimes próprios de previdência social, o período em que o segurado

contribuinte individual ou facultativo tiver contribuído na forma do § 2.o do art. 21 da Lei n.o

8.212, de 24 de julho de 1991, salvo se complementadas as contribuições na forma do § 3.o do

mesmo artigo." (NR)

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Art. 84. O art. 58 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo

Decreto-Lei n.o 5.452, de 1.o de maio de 1943, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3.o:

"Art. 58. .......................................................................

........................................................................

§ 3.o Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte,

por meio de acordo ou convenção coletiva, em caso de transporte fornecido pelo empregador,

em local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o tempo médio despendido

pelo empregado, bem como a forma e a natureza da remuneração." (NR)

Art. 85. (VETADO).

Art. 86. As matérias tratadas nesta Lei Complementar que não sejam

reservadas constitucionalmente a lei complementar poderão ser objeto de alteração por lei

ordinária.

Art. 87. O § 1.o do art. 3.o da Lei Complementar n.o 63, de 11 de janeiro de

1990, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 3.o ............................................................................

§ 1.o O valor adicionado corresponderá, para cada Município:

I - ao valor das mercadorias saídas, acrescido do valor das prestações de

serviços, no seu território, deduzido o valor das mercadorias entradas, em cada ano civil;

II - nas hipóteses de tributação simplificada a que se refere o parágrafo único

do art. 146 da Constituição Federal, e, em outras situações, em que se dispensem os controles

de entrada, considerar-se-á como valor adicionado o percentual de 32% (trinta e dois por

cento) da receita bruta.

...................................................................." (NR)

Art. 88. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação,

ressalvado o regime de tributação das microempresas e empresas de pequeno porte, que entra

em vigor em 1.o de julho de 2007.

Art. 89. Ficam revogadas, a partir de 1.o de julho de 2007, a Lei n.o 9.317, de

5 de dezembro de 1996, e a Lei n.o 9.841, de 5 de outubro de 1999.

Brasília, 14 de dezembro de 2006; 185.o da Independência e 118.o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Guido Mantega

Luiz Marinho

Luiz Fernando Furlan

Dilma Rousseff

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8.5 LEI COMPLEMENTAR N.º 270, DE 02 DE ABRIL DE 2007

Introduz nos Juizados Especiais do Estado de Mato Grosso o Juiz Leigo e Conciliador, como Auxiliares da Justiça, e dá outras providências.

Art. 1.º Em cada unidade jurisdicional dos Juizados Especiais do Estado

haverá, se necessário, um Juiz Leigo e um Conciliador.

Art. 2.º Os Juízes Leigos e os Conciliadores são particulares que colaboram

com o Judiciário na condição de Auxiliares da Justiça, prestando serviço público relevante,

sem vínculo empregatício, sendo credenciados pelo Presidente do Tribunal de Justiça, pelo

período de 2 (dois) anos, admitida uma única prorrogação.

Art. 3.º Os Juízes Leigos serão escolhidos, mediante processo seletivo e com

ordem de aprovação, dentre advogados, preferencialmente residentes na Comarca do Juizado,

com mais de cinco anos de experiência profissional, que não exerçam quaisquer atividades

político-partidárias, não sejam filiados a partido político e não representem órgão de classe ou

entidade associativa.

Art. 4.º Salvo exceção legal ou situação excepcional da Comarca ou termo

dela, os conciliadores serão selecionados mediante teste seletivo e com ordem de aprovação,

exclusivamente entre bacharéis ou acadêmicos de Direito que estejam regularmente

matriculados em Universidades ou Faculdades Públicas ou Particulares, com curso autorizado

ou reconhecido pelo Ministério da Educação, a partir do 3.º ano ou 5.º semestre.

Art. 5.º O credenciamento dos Juízes Leigos e Conciliadores será considerado

automaticamente prorrogado, por igual período, se, dentro de trinta (30) dias do vencimento

do prazo estipulado no art. 2.º desta lei complementar, não for publicado o ato de

descredenciamento.

Art. 6.º O Tribunal de Justiça credenciará, para cada unidade jurisdicional,

Juízes Leigos e Conciliadores em número suficiente para atender a demanda, de acordo com a

necessidade dos serviços.

Art. 7.º Os Juízes Leigos e Conciliadores poderão ser descredenciados antes

do término do biênio, segundo conveniência motivada do Tribunal de Justiça.

Art. 8.º No Juizado Especial Cível, ao Juiz Leigo, sob a orientação e

supervisão do Juiz de Direito, é facultado o poder de dirigir o processo com liberdade para

determinar as provas a serem produzidas e apreciá-las; dar especial valor às regras de

experiência comum ou técnica; adotar, em cada caso, a decisão que reputar mais justa e

equânime; e presidir audiência de instrução e julgamento.

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Parágrafo único A decisão do Juiz Leigo, para sua validade e eficácia,

depende da homologação do Juiz Togado.

Art. 9.º No Juizado Especial Criminal, ao Juiz Leigo, sob a orientação e

supervisão do Juiz de Direito, é facultado promover a conciliação nas ações privadas e

públicas condicionadas, bem como a composição dos danos e intermediar transação penal,

após a proposta elaborada pelo Ministério Público, sendo-lhe vedado, entretanto, homologar

acordos e proferir atos decisórios.

§ 1.º Havendo conciliação ou composição dos danos civis, reduzidas a termo, o

Juiz Leigo as encaminhará ao Juiz de Direito para homologação, e em não sendo obtidas,

segue-se na forma prescrita pelo art. 75, caput, da Lei Federal n.º 9.099, de 26 de setembro de

1995.

§ 2.º É vedado ao Juiz Leigo, no âmbito do Juizado Especial Criminal, proferir

sentenças, decretar prisão, resolver incidentes, executar penas ou exercer qualquer outra

atividade privativa do Juiz de Direito.

Art. 10. Os Juízes Leigos e Conciliadores receberão abono variável mensal, de

cunho puramente indenizatório, pelas suas atuações em favor do Estado.

§ 1.º Os Juízes Leigos farão jus a até 2 (duas) UPF/MT por sentença de mérito

proferida e a até 1 (uma) UPF/MT por sentença sem julgamento de mérito ou acordo em

audiência.

§ 2.º Os Conciliadores farão jus a até 1 (uma) UPF/MT por conciliação

positiva.

Art. 11. O Conselho da Magistratura estabelecerá, por provimento, os valores

e o teto máximo mensal do abono variável destinado a cada Juiz Leigo e Conciliador.

Art. 12. Os Juízes Leigos ficam sujeitos, no que couber, aos deveres éticos dos

magistrados e às normas relativas aos impedimentos, suspeições, faltas e sanções

disciplinares.

Art. 13. O efetivo desempenho da função de Juiz Leigo, ininterruptamente,

durante mais de 2 (dois) anos, será considerado título em concurso para carreiras jurídicas no

Poder Judiciário.

Art. 14. As regras para seleção dos Juízes Leigos e Conciliadores serão fixadas

em provimento do Conselho da Magistratura.

Art. 15. Os Juízes Leigos e Conciliadores serão submetidos a cursos e

treinamentos obrigatórios, na forma regulada por provimento do Conselho de Magistratura.

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140

Art. 16. Os Juízes Leigos ficam impedidos de exercer a advocacia perante os

Juizados Especiais, durante o período de credenciamento.

Art. 17. O Tribunal de Justiça poderá credenciar profissionais que necessitar

para as atividades auxiliares de entrega da prestação jurisdicional, através da sistemática

fixada pelos arts. 4.º e 5.º da Lei Complementar n.º. 255, de 27 de outubro de 2006.

Art. 18. Os Juízes Leigos, os Conciliadores e os profissionais credenciados nos

termos do artigo anterior, na condição de autônomos, responderão pelas contribuições

providenciarias, devendo, mensalmente, fazer prova da regularidade junto ao Tribunal de

Justiça do Estado de Mato Grosso.

Art. 19. Ficam extintos os cargos de Conciliador, Símbolo PJNS, existentes

atualmente na estrutura do Poder Judiciário, a partir de suas vacâncias.

Art. 20. O subsídio do Juiz Substituto corresponderá a 80% (oitenta por cento)

do subsídio do Juiz de Direito de 1.ª Entrância, fixado nos termos da Lei Complementar n.º

242, de 17 de janeiro de 2006.

Parágrafo único. Durante o estágio probatório, o Juiz Substituto não

perceberá verbas indenizatórias e auxílio para aquisição de obras técnicas, exceto ajuda de

custo para mudança e diárias.

Art. 21. As despesas com verbas indenizatórias devidas aos órgãos, servidores

e colaboradores do Judiciário, inclusive as decorrentes da execução desta lei complementar,

serão suportadas pelas verbas orçamentárias próprias do Poder Judiciário e do Funajuris.

Art. 22. O décimo terceiro salário, o auxílio para aquisição de obras técnicas, a

gratificação de férias e a transformação delas em pecúnia, quando devidas ao magistrado,

corresponderão a um subsídio mensal da Entrância ou Instância respectiva, incluídas as verbas

indenizatórias.

Art. 23 Quando disponibilizado veículo oficial de representação ao

magistrado, será abonado valor mensal fixo para as despesas com os insumos e manutenção

do automotor.

Parágrafo único O uso do veículo oficial veda a percepção da verba

indenizatória do auxílio-transporte.

Art. 24 Esta lei complementar entra em vigor na data de sua publicação,

revogadas as disposições em contrário.

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CNGC - Capítulo V – DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Seção 1 – Disposições Gerais

Os Juizados Especiais deverão possuir os seguintes livros:

I - Registro Geral de Processos Cíveis (Reclamações, Embargos à Execução e

Embargos de Terceiro);

II - Registro de Incidentes e Procedimentos Cíveis Diversos (Exceções em

geral, impugnações e incidentes inominados);

III - Registro de Termos Circunstanciados;

IV - Registro Geral de Ações Penais;

V - Registro de Procedimentos Criminais Diversos (Habeas Corpus, Pedidos

de Liberdade Provisória com ou sem fiança ou Relaxamento de Prisão em Flagrante,

Comunicações de Prisão em Flagrante, Pedido de Busca e Apreensão, Pedido de Seqüestro de

Bens na forma do CPP, Pedido de Quebra de Sigilo Bancário ou Telefônico, Pedido de

Restituição de Coisas Apreendidas, Exceções em geral);

VI - Registro de Cartas Precatórias;

VII - Registro de requerimentos avulsos e ofícios;

VIII - Registro de Armas de Fogo Apreendidas;

IX - Registro de Armas Brancas, valores e outros objetos apreendidos;

X - Carga de autos:

1) ao Juiz;

2) ao Ministério Público;

3) à Defensoria Pública;

4) aos Advogados;

5) de Inquéritos, Termos Circunstanciados e outros procedimentos à

Delegacia;

6) a outras entidades, servidores e lotações (contador, distribuidor, etc).

XI - Carga de Mandados ao Oficial de Justiça;

XII - Registro de Sentenças;

XIII - Rol dos Culpados;

XIV - Registro de Transações Penais;

XV - Registro de Termo de Audiências.

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O livro de Registro de Transações Penais poderá ser substituído por sistema

informatizado de cadastramento de acusados beneficiados por transação penal, para fins de

cumprimento do disposto no artigo 89 da Lei n.º 9.099/95, cadastro esse do qual deverão

constar os seguintes dados:

a) qualificação completa do autor do fato, inclusive com RG, CPF e filiação;

b) natureza da infração cometida e dispositivos legais infringidos;

c) número do termo circunstanciado ou inquérito policial;

d) número do processo;

e) comarca, juizado e/ou vara;

f) data da transação penal;

g) dados sobre o cumprimento ou não do ajustado na transação;

h) extinção da punibilidade, com data.

Os dados do cadastro supra deverão ser disponibilizados para os magistrados,

escrivães judiciais e cartórios distribuidores oficializados, no site do Tribunal de Justiça na

Intranet, mediante sistema de consulta, com senha de uso individual e intransferível,

respondendo o usuário pela cessão indevida de sua senha a terceiros.

Nos Juizados Especiais onde for utilizado o sistema informatizado de

movimentação processual (APOLO), fica dispensado o Livro de Registro de Termo de

Audiência, devendo os referidos termos e assentadas ser lançados integralmente no

mencionado sistema.

Os Juizados Especiais deverão possuir os seguintes classificadores, para

arquivamento de:

I - Ofícios Recebidos e cópias de Ofícios Expedidos, separadamente;

II - Relatórios de visitas, inspeções e correições;

III - Para atos normativos em geral e decisões (Tribunal de Justiça (Tribunal

Pleno e Órgão Especial), Conselho da Magistratura, Corregedoria-Geral da Justiça, Conselho

de Supervisão dos Juizados Especiais e do Juiz, na qualidade de Corregedor permanente);

IV - Alvarás Expedidos;

V - Portarias Expedidas;

VI - Informações e documentos sigilosos, relativos a bens e rendas,

requisitados pelo juízo, na forma da norma 2.16.4;

VII - Atas de Reunião de Verificação de Resultados e Trato de Anomalias;

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VIII - Documentos referentes à requisição e ao recebimento de selos de

autenticidade, com balanço mensal (artigo 11, §1.º da Lei n.º 7.602/2001).

Nas comarcas onde o Magistrado responder, simultaneamente, pela Justiça

Comum e pelo Juizado Especial, os relatórios estatísticos das atividades, como o de

produtividade do Juiz, deverão ser separados e individualizados.

O Juizado Especial Criminal terá, além dos livros obrigatórios mencionados na

norma 5.1.1, os seguintes:

I - Rol dos Culpados: esse livro conterá os nomes dos réus julgados culpados,

obedecendo as regras próprias;

II - Registro de Transação, que poderá ser formado mediante folhas soltas, em

pastas apropriadas, sendo encadernado quando do seu preenchimento.

Na hipótese de o Juizado Especial Cível funcionar separadamente do Criminal,

cada qual terá apenas os livros e classificadores que lhes forem aplicáveis.

Quando o Juizado Especial possuir estrutura administrativa própria e

independente da Diretoria do Foro, deverão ser abertos também os livros e classificadores

necessários e aplicáveis dentre aqueles relacionados na norma.

1.10.1. Cada Turma Recursal deverá possuir os seguintes livros:

I - Registro Geral de Feitos: nele serão registrados todos os processos

ingressados na Turma Recursal. Cada registro conterá a data do registro, número do recurso,

identificação das partes, identificação da natureza do feito, nome do relator e coluna destinada

à observação.

II - Distribuidor: nele constarão o número do recurso, o nome das partes, a data

da distribuição e o nome do relator.

III - Carga de Autos: aplicam-se as mesmas regras estipuladas na norma 5.1.1,

inciso X.

IV - Registro de Acórdãos: os acórdãos serão registrados através de fotocópias,

com certidão de ser reprodução fiel do constante dos autos, assinada pelo Escrivão, ou cópias

fiéis assinadas pelos membros da Turma Recursal, e encadernadas a cada 200 (duzentas)

folhas, contendo cada volume o índice respectivo por data de publicação. Nos autos deverão

ser certificados o número do livro e a folha em que foi registrado.

V - Atas: poderão ser efetuadas em livro ou folhas soltas; nele serão escritas as

atas das sessões, assinalando com precisão todas as ocorrências, devendo constar o dia, mês e

ano da sessão, bem como hora da abertura e encerramento, nome do Presidente e demais

membros presentes, notícia sucinta das decisões proferidas, bastando declarar os dados

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144

mínimos necessários. A ata será lida na sessão imediata, encerrada com as observações

necessárias, assinada pelo Presidente da Turma Recursal e pelo Escrivão ou responsável, após

a sua aprovação.

Cada Turma Recursal deverá possuir os classificadores enumerados na norma

5.1.2, exceto o do inciso II.

O Serviço de Atendimento Imediato - SAI - possuirá os livros e classificadores

a seguir mencionados, observando-se o mencionado no Regimento Interno quanto aos atos a

si pertinentes:

I - Registro Geral de Feitos: nele serão registradas todas as ocorrências

atendidas e, conseqüentemente, os feitos distribuídos, contendo a data do registro, o número

do feito, a identificação das partes, a identificação da natureza do feito e a coluna destinada a

observações, podendo nesse espaço constar o Juizado para o qual foi remetido e a assinatura

do recebedor.

II - Ata: será utilizada especificamente pelos plantões.

III - Termo de Conciliação: serão utilizadas folhas soltas, podendo ser cópias

dos termos efetuados, devidamente assinados pelo Conciliador e pelas partes.

Logo que o livro atingir 200 (duzentas) folhas, será encadernado.

IV - Classificador para atos normativos, decisões, comunicados e

correspondências, podendo subdividi-los para melhor manuseio.

V - Classificador de Relatório Mensal.

O Conselho de Supervisão dos Juizados Especiais é o órgão consultivo e de

planejamento superior (Lei Estadual n.º 6.176/93, artigo 5.º), sem prejuízo das funções

fiscalizadoras e orientativas da Corregedoria-Geral da Justiça, nos termos do artigo 43 do

RITJ/MT e artigo 31 do COJE.

Os livros em geral serão abertos, numerados e encerrados pelo Escrivão ou

responsável pelo órgão específico.

Os processos serão arquivados nas dependências do Juizado ou do Cartório da

Turma Recursal, conforme a competência, em caixas padronizadas e numeradas pelo critério

ordinal crescente e sem interrupção quando da passagem de um ano para outro.

Os processos não poderão ser arquivados sem determinação do Juiz, do Relator

ou Presidente da Turma Recursal.

No ato do registro do feito, pelo Juizado Especial ou do recurso pela Turma

Recursal, serão elaborados dois fichários padronizados:

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145

I - um Geral: baseado nos nomes das partes, no qual constarão, além dos

nomes das partes, a natureza do feito, o número, livro e folhas do registro, decisão (sentença

ou acórdão), anotação sobre recursos e o arquivamento. Haverá,também, espaço para

observação de ordem geral, caso necessário.

II - outro Individual: destinado ao controle de movimentação dos processos,

que serão arquivados na oportunidade dos seus arquivamentos.

Os fichários referidos nesta norma poderão ser substituídos por sistema de

controle informatizado.

Deverão ser observados e cumpridos os Provimentos, as Resoluções e demais

instruções emanados do E. Tribunal Pleno, do E. Órgão Especial, do E. Conselho da

Magistratura, da Corregedoria-Geral da Justiça e do Conselho de Supervisão dos Juizados

Especiais.

Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho de Supervisão dos Juizados

Especiais ou pela Corregedoria-Geral da Justiça, conforme a hipótese.

As normas desta Seção aplicam-se, no que forem cabíveis, aos Postos de

Atendimento dos Juizados Especiais, observando-se o disposto na Resolução nº. 13/2003-TJ.

Os procedimentos nos Juizados Especiais obedecerão ao disposto na Lei n.º

9.099/95 e nas seções seguintes.

Seção 2 – Juizado Especial Cível

O Pedido

Registrado o pedido, independentemente de distribuição ou autuação, a própria

escrivania do Juizado designará sessão de conciliação no prazo de 15 (quinze) dias,

independentemente de despacho do Juiz.

A escrivania enviará ao distribuidor competente para registro relação diária dos

feitos ajuizados.

O pedido oral será reduzido a termo pela escrivania, sendo formulado por

escrito, e deverão constar de forma simples e em linguagem acessível:

I - o nome, qualificação e endereço das partes;

II - o fato e fundamentos, de forma sucinta;

III - o objeto e seu valor.

Os casos urgentes que necessitem de despacho serão, excepcionalmente,

distribuídos e submetidos ao Juiz antes da sessão de conciliação.

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Seção 3

Citação e Intimação

A citação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento em mão

própria (ARMP) e considerar-se-á feita na data da entrega da carta no endereço do réu.

O documento utilizado para a citação deverá conter:

I - resumo ou cópia do pedido inicial;

II - dia e hora para comparecimento do citando;

III - advertência de que, não comparecendo o citando, considerar-se-ão

verdadeiras as alegações iniciais e será proferido julgamento de plano.

IV – ciência de que a contestação será apresentada no prazo de 05 (cinco) dias,

a contar da audiência de conciliação, sob pena de revelia.

Na intimação por telefone, o secretário deverá certificar qual o número

chamado, o dia, o horário, a pessoa com quem falou e, em resumo, o teor da comunicação e

da respectiva resposta, além de outras informações pertinentes.

As intimações do representante do Ministério Público e do defensor público

serão efetuadas pessoalmente.

Apresentado o rol de testemunhas, a escrivania providenciará, desde logo,

independentemente de mandado, a intimação.

Seção 4 – Conciliação

Não obtida a conciliação, constará do termo de audiência que a contestação

deverá ser apresentada no prazo de 05 (cinco) dias, a contar da Audiência de Conciliação, sob

pena de revelia (Enunciado 04–Mato Grosso).

Constará no termo de audiência que o prazo para impugnar a contestação e os

documentos nela acostados será de 05 (cinco) dias a partir do término do prazo para

apresentação da defesa.

Seção 5 - Instrução e Julgamento

O Juiz poderá dispensar a oitiva de algumas testemunhas, se já tiver formado

seu convencimento.

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Serão decididos de plano todos os incidentes que possam interferir no regular

prosseguimento da audiência. As demais questões serão decididas na sentença.

Encerrada a instrução, o Juiz proferirá, em seguida, oralmente, a sentença, ou

marcará data para sua leitura, o que deverá ocorrer, no máximo, no prazo de 15 (quinze) dias.

Em casos excepcionais, devidamente justificado, o Juiz poderá exceder o prazo

indicado nesta norma.

Seção 6 - Gravação das Audiências

Fica permitido o sistema de gravação das audiências de instrução nos Juizados

Especiais.

Serão gravados os depoimentos das partes, testemunhas, peritos, assistentes

técnicos e outros necessários à instrução processual.

Os atos essenciais, bem como as conclusões das sentenças e decisões serão

registrados pelo sistema de datilografia ou digitação, consignando-se no termo

respectivo o nome das pessoas ouvidas através das gravações, bem como o

número da fita utilizada, que será conservada até o trânsito em julgado da decisão.

Havendo recurso, as partes poderão requerer a transcrição da fita, correndo por

conta do requerente as despesas respectivas.

A transcrição será realizada pela escrivania do Juizado, e o valor do trabalho

arbitrado pelo Juiz-Presidente do feito, nos próprios autos, que também determinará a

expedição de guia de recolhimento, indicando a instituição bancária onde deverá ser efetivado

o depósito, observado o disposto na norma 5.9.2.

Se qualquer causa impeditiva da gravação ocorrer no curso da audiência, os

depoimentos serão colhidos pelo sistema de datilografia ou digitação.

Seção 7 - Resposta do Réu

O Escrivão comunicará ao Distribuidor a apresentação de pedido contraposto

para as devidas anotações.

Seção 8 – Os Recursos

A escrivania certificará data e horário do ingresso do recurso e a regularidade

do preparo.

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São cabíveis embargos de declaração, por escrito ou oralmente, no prazo de 05

(cinco) dias, contados da ciência da decisão, quando nesta houver obscuridade, omissão ou

contradição.

Os embargos serão julgados pelo Juiz no prazo máximo de 10 (dez) dias e,

quando interpostos perante a Turma Recursal, serão levados a julgamento na primeira sessão

seguinte.

Seção 9 - Custas Recursais e do Processo

As custas processuais nos Juizados Especiais Cíveis serão calculadas conforme

tabela de custas do foro judicial, devidas nas seguintes hipóteses:

I - no preparo do recurso inominado, que compreenderá todas as despesas,

inclusive as dispensadas em primeiro grau;

II - na extinção do processo motivada pelo não-comparecimento do autor;

III - quando reconhecida a litigância de má-fé, no processo de conhecimento

e/ou execução;

IV - quando os embargos do devedor forem julgados improcedentes;

V - quando tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de recurso

desprovido do devedor.

Todas as custas devidas no processo deverão ser recolhidas, por ocasião do

preparo, em nome do FUNAJURIS, mediante guia de recolhimento, deduzidos os valores das

associações que deverão ser recolhidos em guia própria.

O Recorrente deverá recolher as custas processuais em instituição bancária, por

meio de guia de recolhimento emitida pelo Escrivão do Juizado ou pela Internet, nas 48

(quarenta e oito) horas após a interposição do recurso, sob pena de deserção.

Seção 10 - Juizado Especial Criminal

Inquérito Policial e Termo Circunstanciado

A baixa do termo circunstanciado à delegacia de polícia de origem será

anotada no livro Carga de Autos, nos termos da norma 5.1.1, inciso X, “5”.

A escrivania informará imediatamente ao Juiz o escoamento do prazo

concedido para a realização de diligência pela autoridade policial, bem como para o

pronunciamento do Ministério Público.

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Dependerá de decisão judicial a remessa do procedimento a outro juízo, que

será anotada no livro de Registro de Termos Circunstanciados, comunicando-se ao

distribuidor.

Quando no recinto em que funcionar o Juizado Especial Criminal não houver

local adequado para o depósito e guarda das armas, instrumentos e objetos remetidos pela

autoridade policial, deverá ser observado o disposto na norma 7.20.4.

Seção 11 - Audiência Preliminar

O Escrivão providenciará, desde logo, independente de despacho do Juiz, a

requisição de antecedentes e a certificação das circunstâncias de que trata o artigo 76, § 2.º,

incisos I e II, da Lei n.º 9.099/95, antes da remessa dos autos ao representante do Ministério

Público.

A audiência poderá ser conduzida por Conciliador, sob supervisão do Juiz

togado, sendo obrigatória a intimação prévia do representante do Ministério Público.

Nos casos de ação privada, não havendo conciliação, a vítima será esclarecida

quanto ao prazo para oferecimento de queixa-crime.

Seção 12 - Citação e Intimação

Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças

existentes ao Juízo Criminal Comum, com as comunicações necessárias, para a adoção do

procedimento previsto em lei, inclusive citação editalícia, se for o caso (artigo 66, § único, da

Lei n.º 9.099/95).

É recomendável que, antes de adotar a providência prevista na norma anterior,

o Juiz solicite informações à Justiça Eleitoral, Receita Federal e as empresas de telefonia

móvel, buscando o endereço do autor do fato, salvo se verificar, de plano, que tais medidas

serão infrutíferas.

Seção 13 - Comunicações pela Escrivania

A escrivania comunicará ao distribuidor, certificando:

I - o arquivamento;

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II - a transação penal;

III - o recebimento da denúncia ou queixa-crime, com ou sem suspensão do

processo;

IV - o aditamento da denúncia ou queixa-crime;

V - a condenação ou absolvição do réu;

VI - a extinção da punibilidade.

Aos Institutos de Identificação será comunicados o recebimento da denúncia

ou queixa-crime e, após o trânsito em julgado da decisão, o arquivamento, a condenação ou

absolvição do réu e a extinção da punibilidade com a sua respectiva motivação.

No caso de condenação transitada em julgado, o fato será comunicado ao

Tribunal Regional Eleitoral e à Vara de Execuções Penais.

Seção 14 - Custas Processuais

Todas as custas processuais nos Juizados Especiais Criminais serão calculadas

conforme tabela de custas do Foro judicial, devidas nas seguintes hipóteses:

I - nos casos de descumprimento da composição;

II - nos casos de decisão condenatória.

As custas processuais deverão ser recolhidas, por ocasião do preparo, em nome

do FUNAJURIS, mediante guia de recolhimento, deduzidos os valores das associações que

deverão ser recolhidos em guia própria.

Por ocasião da interposição do recurso, o recorrente deverá recolher as custas

processuais em instituição bancária, mediante guia de recolhimento emitida pelo Escrivão do

Juizado ou pela Internet, nas 48 (quarenta e oito) horas após a interposição do recurso, sob

pena de deserção.

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9. ATOS NORMATIVOS

PROVIMENTO N.º 01/2002/CSJE

O Des. Manoel Ornellas de Almeida, Presidente do Conselho de Supervisão

dos Juizados Especiais do Estado de Mato Grosso, no uso de suas atribuições legais previstas

no artigo 5º, da Lei n.º 6.176 de 18 de Janeiro de 1993.

CONSIDERANDO que os Juizados Especiais de Cuiabá e Várzea Grande

estão localizados em pontos estratégicos com a finalidade de facilitar o acesso da população à

procura de justiça; e que, não há critério para definir o local de proposição das reclamações,

circunstância que sobrecarrega determinados órgãos jurisdicionais, além de gerar outras

imperfeições no sistema;

CONSIDERANDO ser necessário para solucionar a questão, a distribuição

eqüitativa dos serviços jurisdicionais especiais através da fixação da competência territorial de

cada juizado, com delimitação da área de cada um, atendendo-se ao princípio do Juiz Natural,

conforme preceituado no art. 86 do CPC;

CONSIDERANDO, ainda, a decisão proferida pelo Colegiado de Supervisão

em sessão plenária realizada no dia 05.04.2002 que, por unanimidade, aderiu à fixação da

competência de cada órgão especial;

RESOLVE:

ART. 1.º Fixar a competência territorial de cada Juizado Especial Cível na

Comarca de Cuiabá e Cível e Criminal de Várzea Grande, obedecendo à divisão adotada pela

Justiça Eleitoral com as modificações necessárias a adaptação ao órgão especial.

ART. 2.º Cada um dos Juizados Especiais terá competência para receber

Ações exclusivamente nos bairros mencionados e dentro dos limites estabelecidos neste

provimento, conforme os itens a seguir articulados:

§1.º Na Comarca de Cuiabá os Juizados indicados atuarão com competência

jurisdicional dentro dos limites estipulados sobre os seguintes bairros:

I - JUIZADO CENTRO - Localização: Centro/Oeste, entre o Rio Cuiabá, a

Avenida Tenente Coronel Duarte, a Avenida Miguel Sutil até a Rodoviária e a Rodovia

Emanuel Pinheiro, compreendendo os bairros: Araés, Centro, Duque de Caxias, Coophamil

Popular, Quilombo, Santa Helena, Morada do Sol; Jardim Araçá, Jardim Mariana Jardim

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Santa Amália, Jardim Santa Isabel, Jardim Vista Alegre, Novo Colorado, Novo Terceiro,

Ribeirão da Ponte, Ribeirão do Lipa, Santa Rosa, Sucuri, Village Flamboyan, Despraiado,

Jardim Santa Marta, Miguel Sutil Centro Sul, Cidade Alta, Cohab Nova, Lixeira, Goiabeira,

Jardim Cuiabá Verdão, Porto, Miguel Sutil 02, Baú, Morro do Tambor, Cidade Verde, São

João dos Lázaros;

II - JUIZADO CPA - Localidade: Norte/Leste, entre as Avenidas do CPA e

do Contorno Leste, compreendendo os bairros: Aguaçu, Alvorada, Bordas da Chapada,

Consil, Guia, Jardim Bom Clima, Jardim Eldorado, Jardim Mariana, Jardim Monte

Líbano, Parque Rondon, Quarta Feira, Residencial Ana Paula, Residencial Colina Verde,

Rodoviária Parque, Terra Nova, CPA II (Setor II), CPA III (Setor I, II, III, IV) Residencial

Paiaguás, Bordas da Chapada, Jardim Ubirajara, CPA I, CPA II, CPA IV (1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª

etapas), Rio dos Peixes, Rio da Casca, Novo Paraíso I e II, Três Barras, Jardim Florianópolis,

Morada do Ouro Condomínio Morada da Serra Primeiro de Março Jardim Vitória, Jardim

Itapuã, Jardim Três Poderes Nova Conquista Residencial Altos da Serra, Jardim União

Residencial Altos da Glória, Tancredo Neves, Jardim Independência, Jardim Primavera,

José Pinto; Ouro Pinto, Jardim Brasil, Doutor Fábio Monteiro, Jardim Umuarama.

III - JUIZADO PLANALTO - Localidade: Leste/Sul, entre o Rio Coxipó

(lado esquerdo a montante), entre as Avenidas Fernando Correia da Costa, Emanuel Pinheiro

da Silva e a Estrada do Moinho, compreendendo os bairros: Bela Vista, Carumbé, Novo Mato

Grosso, São Carlos, Bosque da Saúde, Canjica Coxipó do Ouro, João Bosco Pinheiro; Boa

Esperança, Jardim Imperial, Jardim Universitário, Novo Horizonte, Pedregal, Planalto,

Residencial Santa Inês, Santa Cruz, Dom Bosco, 21 de Abril, Jardim Renascer, Sol Nascente,

Jardim Itamarati, Jardim Eldorado, Altos da Serra, Terra Nova, Vila Rosa, Jardim Itália,

Recanto dos Pássaros, Morada dos Nobres, Condomínio Planalto, Residencial Guaicurus,

Cachoeira das Garças, Três Lagoas.

IV - JUIZADO DO PORTO (UNIC) - Localidade: Oeste/Sul, entre o Rio

Coxipó (lado esquerdo a montante), Rio Cuiabá (também lado esquerdo a montante), Estrada

do Moinho, Avenida Fernando Correia e Avenida Emanuel Pinheiro da Silva, compreendendo

os bairros: Barbado, Campo Velho, Grande Terceiro, Jardim Bela Mariana, Jardim Califórnia,

Jardim Europa, Jardim Keneddy, Jardim Paulista, Jardim Petrópolis, Jardim Shangri-lá,

Jardim Tropical, Praeiro, Praeirinho, São Mateus; 03., Bandeirantes, Dom Aquino Lixeira,

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Poção, Areão, Jardim Guanabara, Pico do Amor, Jardim Ubatuba, Jardim das Américas

Jardim Leblon

V - JUIZADO TIJUCAL - Localidade: Sul, entre o Rio Coxipó (lado direito a

montante), Br. 364 (lado esquerdo, sentido Cuiabá/Rondonópolis), compreendendo os bairros:

Altos do Coxipó, Aricazinho, Água Limpa, Fazenda Velha, Jardim dos Ipês, Jardim Fortaleza,

Jardim Industriário I e II, Jardim Passaredo, Lagoa Azul, Liberdade, Osmar Cabral, Parque

Nova Esperança I, II e III, Parque Ohara, Pascoal Ramos, Pedra 90 (1ª, 2ª e 3ª etapas), Santa

Laura, São Francisco, São João Del Rey, São José, São Sebastião, Tijucal (Setor I, II, III e

IV), Jardim Alencastro;

VI - JUIZADO PARQUE CUIABÁ - Localidade: Sul, entre o Rio Coxipó

(lado direito a montante), Br. 364 (lado direito, sentido Cuiabá/Rondonópolis),

compreendendo os bairros: Chácara dos Pinheiros, Cohab São Gonçalo, Coophema, Coxipó

da Ponte, Jardim Industriário, Getúlio Vargas, Jardim Buriti, Jardim Comodoro, Jardim das

Palmeiras, Jardim Gramado, Jardim Itapajé, Jardim Presidente I e II, Nossa Senhora

Aparecida, Parque Atalaia, Parque Cuiabá, Parque Geórgia, Real Parque, Residencial

Coxipó, São Gonçalo, Vista Alegre.

VII – JUIZADO ESPECIAL DO CONSUMIDOR – Competência

Territorial na Comarca de Cuiabá, nas Ações relativas à proteção e defesa do consumidor.

VIII – JUIZADO VOLANTE AMBIENTAL – JUVAM terá competência

territorial nas Comarcas de Cuiabá, Várzea Grande e Santo Antônio do Leverger.

§2.º Na comarca de Várzea Grande os juizados atuarão com competência

jurisdicional sobre os seguintes bairros:

XI - JUIZADO DO JARDIM GLÓRIA (IVE) - Centro, COHAB, Costa

Verde, IPASE, Jardim Aeroporto, Jardim Imperador, Jardim Nova Era, Jardim Novo

Horizonte, Jardim Paula I, Loteamento Santa Maria I e II, Nossa Senhora da Guia, Nova

Várzea Grande e Pirineu; Cabo Michel (COHAB), Distrito da Guarita, Figueirinha, Jardim

Alá, Jardim dos Estados, Jardim Esmeralda, Jardim Glória, Jardim Imperial, Jardim Potiguar,

Mapim, Nova Esperança (COHAB), Nova Ipê (COHAB), Passagem da Conceição, Ponte

Nova, Porto, Serra Dourada, Tarumã (COHAB), Vila Artur, 23 de Setembro;

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XII - JUIZADO CRISTO REI (UNIVAG) - Alameda Julio Muller, Alto da

Boa Vista, Construmate, Cristo Rei, Dom Bosco (COHAB), Dom Orlando Chaves (COHAB),

Engordador, Helio Ponce de Arruda, Jaime Campos (COHAB), Lagoa do Jacaré, Maringá I,

II e III, Parque do Lago, Parque São João, Santa Clara, Santa Luzia, Unipark, Vila Sadia, Vila

Vitória; Águia Vermelha, Asa Bela, Bonsucesso, Canelas, Capão Grande, Capela, Colinas,

Jardim Icaraí, Jardim Marajoara, Limpo Grande, Nossa Senhora do Livramento, Pai André,

Praia Grande, Santa Izabel, São Simão, Souza Lima, 13 de Setembro, 24 de Dezembro.

ART. 3.º Para exato cumprimento desta norma o juiz deve declinar a sua

competência quando verificar, mediante provocação das partes ou até de ofício, a indevida

distribuição da reclamação, remetendo-a ao juízo competente.

ART. 4.º A Competência é estabelecida pela residência das partes, do local do

fato ou de onde a obrigação deve ser satisfeita.

Parágrafo Único - Os limites de cada bairro, serão estabelecidos pela linha

traçada no anexo e se estenderão pelo prolongamento da reta divisora até onde existir

povoação dentro da respectiva comarca.

ART. 5.º Não haverá redistribuição de reclamações, os efeitos deste

provimento serão ex tunc.

ART. 6.º Este Provimento entrará em vigor a partir da data da sua publicação,

revogadas as disposições em contrário.

Encaminhe-se cópia a todos os Juizados Especiais, à douta Corregedoria-Geral

da Justiça, a Presidência do Egrégio Conselho da Magistratura, Ordem dos Advogados do

Brasil, ao Ministério Público Estadual, à Secretaria de Segurança Pública, à Procuradoria-

Geral do Estado e a Defensoria Pública, promovendo-se as publicações necessárias.

Cuiabá, 05 de abril de 2002.

DES. MANOEL ORNELLAS DE ALMEIDA

PRESIDENTE DO CONSELHO

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA Id. 52.675 1

PROVIMENTO N.º 01/2007/CSJE

O Des. Manoel Ornellas de Almeida, Presidente do Conselho de Supervisão

dos Juizados Especiais do Estado de Mato Grosso, no uso de suas atribuições legais previstas

no artigo 5º, da Lei n.º 6.176 de 18 de janeiro de 1993.

CONSIDERANDO que os Juizados Especiais de Cuiabá e Várzea Grande

estão localizados em pontos estratégicos com a finalidade de facilitar o acesso da população à

procura de justiça; e que, não há critério para definir o local de proposição das reclamações,

circunstância que sobrecarrega determinados órgãos jurisdicionais, além de gerar outras

imperfeições no sistema;

CONSIDERANDO ser necessário para solucionar a questão, a distribuição

eqüitativa dos serviços jurisdicionais especiais através da fixação da competência territorial de

cada juizado, com delimitação da área de cada um, atendendo-se ao princípio do Juiz Natural,

conforme preceituado no art. 86 do CPC;

CONSIDERANDO, ainda, a decisão proferida pelo Colegiado de Supervisão

em sessão plenária realizada no dia 02.02.2007 ;

RESOLVE:

ART. 1.º Revogar, na íntegra os termos do Provimento nº 01/2004CSJE.

ART. 2.º O art. 4º do Provimento nº 01/2002/CSJE, passará a ter nova

redação:

ART. 3.º A Competência para fins deste Provimento, é estabelecida pela

residência ou domicílio do Reclamante.

ART. 4.º Incluir a competência do Bairro Senhor dos Passos, no Juizado

Especial do CPA

ART. 5.º O Bairro Jardim Primavera passa a ser de competência dos Juizados

Especiais do Centro.

ART. 6º. Este Provimento entrará em vigor a partir da data da sua publicação,

revogadas as disposições em contrário.

Encaminhe-se cópia a todos os Juizados Especiais, à douta Corregedoria-Geral

da Justiça, a Presidência do Egrégio Conselho da Magistratura, Ordem dos Advogados do

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Brasil, ao Ministério Público Estadual, à Secretaria de Segurança Pública, à Procuradoria-

Geral do Estado e a Defensoria Pública, promovendo-se as publicações necessárias.

Cuiabá, 05 de fevereiro de 2007.

PROVIMENTO N.º 01/2008/CSJE O Des. Licínio Carpinelli Stefani , Presidente do Conselho de Supervisão dos Juizados Especiais do Estado de Mato Grosso, no uso de suas atribuições legais previstas no artigo 5.º, da Lei n.º 6.176 de 18 de janeiro de 1993.

CONSIDERANDO que os Juizados Especiais de Cuiabá e Várzea Grande estão localizados em pontos estratégicos com a finalidade de facilitar o acesso da população à procura de justiça; e que, não há critério para definir o local de proposição das reclamações, circunstância que sobrecarrega determinados órgãos jurisdicionais, além de gerar outras imperfeições no sistema;

CONSIDERANDO ser necessário para solucionar a questão, a distribuição eqüitativa dos serviços jurisdicionais especiais através da fixação da competência territorial de cada juizado, com delimitação da área de cada um, atendendo-se ao princípio do Juiz Natural, conforme preceituado no art. 86 do CPC;

CONSIDERANDO, ainda,a decisão proferida pelo Colegiado de Supervisão em sessão plenária realizada no dia 06.12.2007 que, por unanimidade, decidiram pela alteração do art.3.º do Provimento n.º 001/2007/CSJE;

RESOLVE: ART. 1 .º Acrescentar a parte final ao artigo 3º do Provimento nº01/2007/CSJE. ART. 2.º O art. 3º do Provimento nº 01/2007/CSJE, passará a ter a seguinte redação: ART. 3.º A Competência para fins deste Provimento, é estabelecida pela residência ou domicílio do Reclamante, quando se tratar da mesma Comarca. ART. 6.º Este Provimento entrará em vigor a partir da data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Encaminhe-se cópia a todos os Juizados Especiais, à douta Corregedoria-Geral da Justiça, a Presidência do Egrégio Conselho da Magistratura, Ordem dos Advogados do Brasil, ao Ministério Público Estadual, à Secretaria de Segurança Pública, à Procuradoria-Geral do Estado e a Defensoria Pública, promovendo-se as publicações necessárias.

Cuiabá, 26 de fevereiro 2008.

DES. LICÍNIO CARPINELLI STEFAN

PRESIDENTE DO CONSELHO DE SUPERVISÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS.

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PROVIMENTO N.º 010/2007/CM Dispõe sobre as regras para o processo de

seleção e credenciamento dos conciliadores dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Estado

de Mato Grosso, bem como sobre suas atribuições.

O EGRÉGIO CONSELHO DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE MATO GROSSO, no uso de suas atribuições legais (art. 28, XXXVIII e art. 289, II, “d”, do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso),

CONSIDERANDO a necessidade de regulamentar, no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Estado de Mato Grosso , as atividades do Conciliador, previstas na Lei n.º 9.099/95 e Lei Complementar Estadual n.º 270/07;

CONSIDERANDO a necessidade de consolidar as regras para o

processo de seleção e de credenciamento, bem como as atribuições e remuneração do Conciliador.

R E S O L V E:

Art. 1.º O processo de seleção pública, destinado ao credenciamento de Conciliador, terá início com a expedição de edital pelo Presidente do Tribunal de Justiça, que especificará, dentre outras matérias, as Comarcas para as quais estarão abertas as inscrições.

Art. 2.º A Escola Superior da Magistratura – ESMAGIS – promoverá o exame de seleção segundo as regras do edital, encaminhando ao Presidente do Tribunal de Justiça a relação de aprovados, segundo a ordem de classificação.

Art. 3.º São requisitos para o exercício da função de Conciliador:

I - ser bacharel ou acadêmico de Direito, regularmente matriculado em Universidade ou Faculdade Pública ou Particular , com curso autorizado ou reconhecido pelo Ministério da Educação, a partir do 3.º ano ou 5.º semestre; II - ser maior de 18 (dezoito) anos; III - não possuir antecedentes criminais e não estar sendo demandado em ação de natureza cível ; IV - não ter processo em andamento no Juizado Especial da Comarca onde pretenda exercer a função; V - não exercer quaisquer atividades político-partidárias; VI - não ser filiado a partido político, não representar órgão de classe ou entidade associativa. Parágrafo único. Diante da excepcionalidade da Comarca ou

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termo dela, bem como do risco de comprometimento ou necessidade do serviço judiciário, pode ser dispensado o requisito do inciso I, caso em que o Juiz Togado recrutará, em exame de seleção por ele aplicado, os que se apresentem em melhores condições de exercer em a função.

Art. 4.º No ato da inscrição, que será gratuita, o candidato apresentará os

seguintes documentos: I - cópia autenticada da Carteira de Identidade e do Cadastro de Pessoa Física (CPF); II - certidão negativa de antecedentes criminais e de ações cíveis; III - declaração de que não advoga no âmbito do Juizado Especial da Comarca onde pretende exercer a função; IV - declaração de que não exerce quaisquer atividades político-partidárias, não seja filiado a partido político e não represente órgão de classe ou entidade associativa; V - cópia autenticada do diploma, se bacharel, ou certidão de matrícula atualizada em curso de direito, se acadêmico; VI - atestado de sanidade física e mental ; VII - duas fotografias 3x4, recentes .

Art. 5.º Os candidatos habilitados serão submetidos a teste seletivo de

conhecimentos jurídicos, conforme programa elaborado pela Escola Superior da Magistratura – ESMAGIS.

Art. 6.º Os candidatos aprovados, após capacitação ministrada pela

Escola Superior da Magistratura – ESMAGIS, serão credenciados pelo Presidente do Tribunal de Justiça, pelo período de até 02 (dois) anos, admitida uma única prorrogação. Parágrafo único. O credenciamento será considerado automaticamente prorrogado, por igual período, se, dentro de 30 (trinta) dia s do vencimento do biênio, não for publicado o ato de descredenciamento.

Art. .7. O Conciliador será descredenciado: I - por conveniência motivada do Poder Judiciário; II - quando o índice de produtividade for insatisfatório; III - quando houver violação aos deveres previstos no art. 8.º.

Art. 8.º São deveres do Conciliador:

I - assegurar às partes igualdade de tratamento; II - não atuar em causa em que tenha algum motivo de impedimento ou suspeição; III - manter rígido controle dos processos em seu poder; IV - não exceder, injustificadamente, os prazos para submeter os acordos à homologação do Juiz Togado; V - comparecer pontualmente no horário de início das sessões de conciliação e não se ausentar injustificadamente antes de seu término;

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VI - agir sob a orientação e supervisão do Juiz Togado; VII - tratar com urbanidade e respeito os magistrados, partes, membros do Ministério Público, Defensores Públicos, Advogados, Testemunhas, Servidores e Auxiliares da Justiça; VIII - manter conduta irrepreensível na vida pública e particular. IX - utilizar trajes compatíveis com o decoro judiciário; X - assinar lista de comparecimento na Secretaria dos Juizados Especiais após a realização das sessões de conciliação; XI - não advogar perante os Juizados Especiais, durante o período de credenciamento; XII - freqüentar cursos e treinamentos indicados ou ministrados pelo Tribunal de Justiça. Parágrafo único. Para os fins do preceituado no inciso II, aplica-se aos Conciliadores os motivos de impedimento e suspeição previstos nos artigos 134 e 135 do Código de Processo Civil, respectivamente.

Art. 9º. São atribuições do Conciliador: I - abrir e conduzir a sessão de conciliação, sob a orientação do Juiz Togado ou do Juiz Leigo, promovendo o entendimento entre as partes; II - redigir os termos de acordo, submetendo -os à homologação do Juiz Togado; III - certificar os atos ocorridos na audiência de conciliação, redigindo as atas das sessões que tenha presidido ; IV - tomar por termo os requerimentos formulados pelas partes na audiência de conciliação.

Art. 10. O Conciliador será remunerado por abono variável, de cunho puramente indenizatório, pelas suas atuações em favor do Estado, observando-se o teto máximo de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais). § 1.º Por conciliação positiva que realizar o conciliador receberá o valor correspondente a meia (0,5) UPF/MT. § 2.º Somente serão remunerados os atos praticados após o credenciamento, sendo vedado, em qualquer caso, pagamento retroativo. § 3.º Os atos remunerados serão apenas os praticados durante o mês, não se permitindo a cumulação, quando se tenha ultrapassado o teto máximo. § 4.º Até o quinto dia útil do mês seguinte serão encaminhados ao FUNAJURIS, para fins de pagamento: a) relatório de produtividade, extraído do Sistema Informa tizado de 1.ª. Instância – APOLO ou fornecido pelo superior imediato; b) nota fiscal de prestação de serviço de pessoa física, devidamente atestada pelo Juiz Togado; c) comprovante de recolhimento do ISS e INSS.

Art. 11. Cada Conciliador manterá conta corrente em Instituição Bancária indicada pelo Tribunal de Justiça, onde será depositada a remuneração mensal.

Art. 12. A Corregedoria-Geral da Justiça incluirá, no relatório de produtividade dos Juízes, campo próprio para registro dos atos praticados pelo Conciliador.

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Parágrafo único. Se mais de um Conciliador atuar no Juizado Especial, serão confeccionados relatórios distintos

Art. 13. O Juiz Togado orientará e supervisionará os trabalhos do Conciliador, podendo estabelecer, por Portaria, os processos e audiências em que atuarão, horário diferenciado de expediente, etc.

Art. 14. O Corregedor-Geral da Justiça poderá indicar ao Presidente do

Tribunal de Justiça a quantidade necessária de conciliadores para prover cada unidade judiciária e para desempenhar suas funções, cumulativamente ou não, em outro Juizado Especial no âmbito da mesma Comarca, quando a necessidade do serviço recomendar .

Art. 15. O Conciliador terá direito a diárias quando se deslocar para

atender Postos Avançados do Juizado, fora do município sede da Comarca, a ser regulamentadas por ato do Presidente do Tribunal de Justiça.

Art. 16. Observada a disponibilidade financeira do Tribunal de Justiça,

poderão ser credenciados mais de um Conciliador para cada Juizado Especial, desde que evidenciada a necessidade ou a peculiaridade dele ou dos seus Postos Avançados.

Art. 17. O Conciliador fica sujeito à responsabilização civil e penal

pelos atos que, nessa condição, praticar . Art. 18. A Escola Superior da Magistratura providenciará a capacitação

dos candidatos habilitados ao credenciamento, ficando à Corregedoria-Geral da Justiça os cursos de aperfeiçoamentos e reciclagens.

Art. 19. A Corregedoria-Geral da Justiça manterá atualizado os registros de credenciamento, descredenciamento e designações dos Conciliadores. Parágrafo único. Constatada a necessidade de se credenciar Conciliador, o Corregedor-Geral da Justiça a representará ao Presidente do Tribunal de Justiça, demonstrando-a com dados estatísticos.

Art. 20. Este Provimento entra em vigor na data da sua publicação.

P. R. Cumpra-se. Cuiabá, 04 de julho de 2007.

Desembargador PAULO INÁCIO DIAS LESSA Presidente do Conselho da Magistratura

Desembargador RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO Membro do Conselho da Magistratura

Desembargador ORLANDO DE ALMEIDA PERRI Membro do Conselho da Magistratura

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PROVIMENTO N.º 011/2007/CM Dispõe sobre as atribuições do Departamento de

Apoio aos Juizados Especiais e dá outras providências.

O EGRÉGIO CONSELHO DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE MATO GROSSO, no uso de suas atribuições legais (art. 28, XXXVIII e art. 289, II, “d”, do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso),

CONSIDERANDO a publicação da Lei Complementar n.º 270, de 02/4/07, que introduz no âmbito dos Juizados Especiais do Estado de Mato Grosso o Juiz Leigo e o Conciliador, como Auxiliares da Justiça;

CONSIDERANDO a publicação da Lei n.º 8.642, de 11/4/2007, que criou na estrutura administrativa da Corregedoria-Geral da Justiça o Departamento de Apoio aos Juizados Especiais;

CONSIDERANDO que a Corregedoria-Geral da Justiça é órgão de fiscalização, disciplina e orientação administrativa, conforme estabelece o art. 31 do Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado de Mato Grosso – COJE;

CONSIDERANDO que o Corregedor-Geral da Justiça é a autoridade judiciária competente para fiscalizar a Justiça de 1º Grau, incluindo os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, nos termos do art. 43 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso;

CONSIDERANDO a necessidade de se aprimorar o controle do serviço dos Juizados Especiais, permitindo a fiscalização, disciplina e orientação administrativa por parte da Corregedoria-Geral da Justiça, para fins de efetivar, de maneira rápida e eficaz, o acesso do cidadão à Justiça;

CONSIDERANDO a necessidade de definir e estabelecer a competência, tarefas e funções do Departamento de Apoio aos Juizados Especiais, vinculado à estrutura administrativa da Corregedoria-Geral da Justiça. R E S O L V E:

Art. 1.º O Departamento de Apoio aos Juizados Especiais é setor administrativo de coordenação, organização, acompanhamento, apoio e orientação aos Juizados Especiais Cíveis e Criminais instalados no Estado, às Varas Judiciais com competência para processamento e julgamento dos feitos relativos à Lei n.º 9.099/95, aos Juizados Volantes, Itinerantes e aos Postos de Atendimento, instalados nos municípios e distritos que não sejam sede de comarcas. Parágrafo único. Compete à Secretaria do Tribunal de Justiça, por intermédio de sua Supervisão e Diretoria específica, o controle dos dados pessoais e vida funcional dos servidores dos Juizados Especiais e das Turmas Recursais, dos Juízes Leigos e Conciliadores.

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Art. 2.º O Departamento de Apoio aos Juizados Especiais – DAJE, além das atribuições comuns aos Departamentos que integram a Supervisão da Secretaria da Corregedoria-Geral da Justiça, executará as seguintes atividades, tarefas e funções: I - controlar e processar os expedientes de criação, instalação e funcionamento e manter cadastro geral atualizado dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, das Varas judiciais com competência exclusiva para processamento e julgamento de feitos relativos aos Juizados Especiais, dos Juizados Volantes, Itinerantes e dos Postos de Atendimento, instalados nos municípios e distritos do Estado, disponibilizando todas as informações necessárias no site da Corregedoria, para consulta da comunidade jurídica e sociedade em geral; II - acompanhar e manter controle permanente dos índices de produtividade dos Juízes Leigos e dos Conciliadores, dos Juizados Especiais, dos Volantes e Itinerantes; III - acompanhar e manter controle permanente da movimentação forense nos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, Juizados Volantes e Itinerantes (JEI, SAI e JUVAM), Postos de Atendimento e Varas Especializadas, apresentando relatório mensal circunstanciado ao Corregedor –Geral da Justiça, para conhecimento e providências necessárias; IV - apresentar diretrizes para a fiscalização e controle dos serviços afeitos aos Juizados Especiais; V - manter atualizado quadro demonstrativo da competência jurisdicional e territorial dos Juizados Especiais, divulgando todas as informações necessárias no site da Corregedoria-Geral da Justiça; VI - elaborar e manter atualizado manual de orientação aos Juízes Leigos e Conciliadores, a ser instituído pela Corregedoria -Geral da Justiça, mediante ato normativo; VII - manter controle de designação e afastamentos dos Juízes Leigos e Conciliadores; VIII - manter registros atualizados das designações, de dispensa e de substituição dos Juízes Leigos e Conciliadores, objetivando subsidiar as ações e planejamento do Corregedor-Geral da Justiça, com vistas à regularidade dos serviços; IX - manter banco de legislação e jurisprudência para auxílio dos magistrados, conciliadores e juízes leigos, no processamento e julgamento dos feitos de competência dos Juizados Especiais; X - sugerir medidas que visem à racionalização do serviço judiciário relativo aos Juizados Especiais, propondo soluções aos problemas que se apresentarem nas comarcas; XI - elaborar e controlar convênios e termos de cooperação; XII - apresentar projetos de capacitação, aperfeiçoamento e qualificação de magistrados e servidores dos Juizados Especiais; XIII - prestar o apoio necessário aos eventos e encontros dos Juízes dos Juizados Especiais; XIV - exercer outras tarefas compatíveis com a área, por determinação do Corregedor-Geral da Justiça.

Art. 3.º As atividades do Departamento de Apoio aos Juizados Especiais

serão realizadas, preferencialmente, de forma digital, utilizando a ferramenta tecnológica GEDOC – Gerenciamento Eletrônico de Documentos, em uso na Secretaria da Corregedoria-Geral da Justiça, ou outro sistema similar, que venha substituí-lo.

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Art. 4.º O Corregedor-Geral da Justiça poderá criar uma Comissão

Permanente de Aperfeiçoamento e Qualificação dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, de âmbito estadual, funcionando junto à Corregedoria -Geral da Justiça, com atribuição de desenvolver projetos visando aperfeiçoar os serviços dos Juizados Especiais, a serem implementados juntamente com o Departamento de Aprimoramento de 1ª. Instância – DAP. § 1.° A Comissão será presidida pelo Corregedor -Geral da Justiça, sendo seu vice-presidente o magistrado por ele indicado. § 2.° O Corregedor-Geral da Justiça editará os atos normativos atinentes à composição, atribuição e o que mais for necessário para o funcionamento da Comissão. Art. 5.º Compete ao Corregedor-Geral da Justiça a designação de Juízes de Direito Titular de Juizado Especial para coordenar os Juizados Volantes e Itinerantes, bem como de magistrado para auxiliá-lo junto ao Departamento de Apoio aos Juizados Especiais. Art. 6.º Os casos omissos serão resolvidos pelo Corregedor - Geral da Justiça. Art. 7.º Este Provimento entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

P. R. Cumpra-se.

Cuiabá, 04 de julho de 2007. Desembargador PAULO INÁCIO DIAS LESSA

Presidente do Conselho da Magistratura Desembargador RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO

Membro do Conselho da Magistratura Desembargador ORLANDO DE ALMEIDA PERRI

Membro do Conselho da Magistratura

Supervisão dos Juizados Especiais PODER JUDICIÁRIO

JUIZADOS ESPECIAIS CONSELHO DE SUPERVISÃO