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Trabalho Individual Caracterização da situação do movimento cooperativo na década de 90 Disciplina: Associativismo e Cooperativismo Curso: PSI 2º Ano Docente: Arlindo Vera Cruz 1 Bruno Monteiro Nº 5927

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Cooperativismo

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Trabalho Individual

Caracterização da situação do movimento cooperativo na década de 90

Disciplina: Associativismo e Cooperativismo

Curso: PSI 2º Ano

Docente: Arlindo Vera Cruz

Discente: Bruno Monteiro Nº 5927

1Bruno Monteiro Nº 5927

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Introdução

Nós alunos do curso de Psicologia do 2º ano, foi-nos confiado a realização de

um trabalho académico no âmbito da disciplina de Associativismo e Cooperativismo.

Este trabalho consiste na criação de um trabalho onde iremos caracterizar a

situação do movimento cooperativo em cabo verde na década de 90 onde iremos

apontar os pontos mais marcantes desse processo principalmente no que toca ao

movimento cooperativo nessa época precisa que é a década de 90 que foi uma década

marcada por muitas mudanças sociais e politicas com a queda do regime de partido

único e o início da democracia.

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Enquadramento

No que toca ao aparecimento do cooperativismo em Cabo Verde podemos dizer

que foram criadas algumas cooperativas antes da independência, visto que a legislação

portuguesa vigorante em Cabo Verde na época permitia a criação de cooperativas mas

nunca se chegou a criar um movimento cooperativo nas ilhas.

O cooperativismo foi fruto da luta para a independência, já no momento da

passagem de Cabo Verde para um país livre e as criações das primeiras cooperativas

surgiram nesse contexto, porque alguns comerciantes que dominavam o mercado

estavam com receio da queda do Estado Colonial e ficaram na posse dos bens de

primeiras necessidades, estagnando a venda desses produtos e aplicando os preços de

forma exorbitante, mas também foi a forma encontrada para distribuir a ajuda

internacional para as populações carentes.

Mas o cooperativismo já fazia parte dos planos do PAIGC, como via para ajudar

no desenvolvimento do país, na época Cabo Verde contou com fortes ajudas e

internacionais no aspecto material e institucional para a formação de cooperativas que

ajudariam na formação de uma sociedade baseada nos princípios da solidariedade social

e sem exploração do homem pelo homem.

Em 1975 deu-se a independência e já em 1978 deu-se a criação do Instituto

Nacional das Cooperativas (INC), logo a seguir veio a implementar-se o Fundo de

Apoio as Cooperativas (FAC) e nesse mesmo caminho em 1980 com a construção da

primeira Constituição da Republica onde se encontrava as formas de propriedades onde

uma delas era a propriedade cooperativa que era responsável pelo sector do comércio

dos produtos alimentares e outros de 1ª necessidade.

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Caracterização do movimento cooperativo em Cabo Verde na década de 90

Para falarmos do cooperativismo na década de 90 temos que relembrar alguns

momentos passados antes dessa época no que toca a uma crescente monetarização e

passagem gradual que houve de uma economia de subsistência para uma economia de

mercado onde a houve uma elevação do rendimento e uma redução significativa da

pobreza extrema com isso começaram a diminuir algumas das formas tradicionais de

solidariedade social como a Tabanca, o “Djunta mô” e o “Djuda”.

Com tudo isso já em miados da década de 90 houve uma separação do partido e

do estado e nesse momento a INC ganhou mais autonomia na promoção do

cooperativismo mas sem perder os privilégios provenientes do estado.

Por iniciativa da INC foram formados quadros para a gerência e a promoção do

cooperativismo (os TOPC), diante disso deu-se lugar a inúmeras acções de formação,

actividades de apoio à criação, gestão e reforma de distintas contexturas cooperativas.

Na década de 90 houve uma reformulação da Lei de Bases Gerais do

Cooperativismo (Decreto-Lei nº101-H/90), segundo a qual as cooperativas são

agrupamentos de pessoas, de livre constituição, de composição e capital variáveis, e

que, na base da cooperação e entreajuda dos seus membros e na observância dos

princípios cooperativos, prosseguem, sem fins lucrativos, objectivos económicos,

sociais e culturais comuns, através de uma empresa.

Nessa época notou-se um progresso no discurso oficial, que põe em evidência a

carência de arrebatamento das “responsabilidades dos cooperadores em relação aos

destinos das suas cooperativas”.

Apesar do insucesso de muitas das primeiras cooperativas de consumo, geradas

sob o entusiasmo da Independência, o cooperativismo, principalmente na divisão do

consumo, conservou certa força até 1990, beneficiando do incentivo e do apoio do

Estado, nomeadamente através INC.

Já em 1991 com a criação de uma política com um certo liberalismo económico,

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verificou-se um enfraquecimento do movimento cooperativo e chegou a ser ligado a

com a ideologia comunista.

O próprio INC, veio a perder a sua performance, destacando-se a diminuição do

vigor do movimento cooperativo, devido às fragilidades das suas próprias estruturas de

integração, coordenação, promoção e gestão.

Em 1992 com a revisão da Constituição as cooperativas desapareceram do

catálogo de formatos de propriedades e vieram a aparecer nas formas de propriedades

privadas onde vieram a ser dado um outro conceito que era o de sociedades comerciais,

mas com os princípios de uma organização e gestão.

Verificou-se também uma despreocupação do Estado e apoio e estímulo às

cooperativas principalmente no que se refere as cooperativas de consumo e também

perdeu-se outro importante parceiro no sector público, a EMPA, após esforços de

privatização, em linhagem da liberalização da economia e do mercado de comércio,

conhece uma diminuição propositada da sua competência de acção no comércio,

acabando por extinguir no inico da década de 2000 e como a EMPA muitos outras

cooperativas chegaram a falência.

Dentro do contexto que se procede à revogação da Lei de Bases das

Cooperativistas, passando as Cooperativas a reger-se pelo Código das Empresas

Comerciais (Decreto-Legislativo 3/93, de 29 de Março), onde vieram a figurar como

uma das muitas outras formas de sociedades comerciais, que competem entre si no

mercado.

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Conclusão

Ao longo do trabalho foi possível constar o papel importante que o movimento

cooperativo teve para o processo pré independência e pôs independência como um dos

grandes pilares nesses processos ajudando de forma eficaz na formação do estado cabo-

verdiano servindo de intermediário entre o estado e o povo levando ajudas, de diversas

formas que vinham da comunidade internacional nessa época.

Também foi um factor importante para o desenvolvimento do comércio em cabo

verde principalmente para às pessoas mais desfavorecidas, e veio a ganhar um papel de

destaque nos projectos do estado e sempre foi falada de uma forma abrangente e

positiva devido a sua grande importância no processo de desenvolvimento de cabo

verde.

Por outro lado podemos verificar que com o passar dos tempos veio a perder

espaço na sociedade cabo-verdiana devido a muitas causas, uma delas a diminuição de

formas tradicionais de solidariedade social (Tabanka, Djunta mô, Djuda) que se deve a

passagem de uma economia de subsistência para um economia de mercado e essas

formas tradicionais de solidariedade social serviram de fundamento para a criação do

movimento cooperativo.

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Referências bibliográficas

1. Varela, Bartolomeu, Um olhar sobre a evolução do movimento cooperativo em

Cabo Verde, Praia, 3 de Julho de 2010.

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