cooperativa de trabalho

15
COOPERATIVA DE TRABALHO E A CONDIÇÃO FEMININA Constantina Ana Guerreiro Lacerda 1 Kelita Cristiny Santos 2 Resumo O estudo aborda o trabalho e o perfil das mulheres na Cooperativa de Bordadeiras e Produção Artesanal do Cerrado Goiano – BORDANA, no ano de 2011 em Goiânia Goiás. Trata-se de investigação sobre as iniciativas em Economia Solidária, especificamente do Cooperativismo como uma das respostas diante das mudanças do mundo do trabalho, decorrentes do processo de reestruturação produtiva. Neste cenário o cooperativismo apresenta-se como uma das alternativas de enfrentamento ao desemprego por meio da geração de trabalho e renda, implicando desafios no interior do próprio sistema cooperativo e da sociedade para promover a inclusão social e o exercício da cidadania. Desse modo, com essa investigação pretende-se discutir a experiência de Economia Solidária para as mulheres na cooperativa BORDANA, registrar o significado de trabalho cooperativo para as mulheres, e identificar o grau de autonomia econômica que a renda proporciona para as cooperadas. Para a abordagem do objeto empregou-se o método histórico dialético, como forma de apreender o fenômeno em sua totalidade. A pesquisa de campo apresenta aspectos quantitativos e qualitativos do tema investigado, cujo instrumento de coleta de dados foi o questionário entrevista. Para a explicação dos dados empregou-se a análise de conteúdo. Palavras- chave: cooperativa; condições de trabalho; renda; mulher; cidadania. INTRODUÇÃO A reestruturação produtiva, situada a partir da década de 1970, causou transformações, não só na esfera do trabalho e da produção, mas também mudanças mais gerais no âmbito da economia, da tecnologia, da cultura e das políticas de Estado. Crescem assim em todo o mundo, as desigualdades sociais e econômicas, com conseqüências nefastas para aqueles segmentos da população que, historicamente já não tinham acesso a bens e serviços, e aqueles que mesmo tendo algum acesso, vêem-se ameaçados pela perda de direitos sociais e de seus postos de trabalho. Tais conseqüências estão presentes diretamente nas mudanças no mundo do trabalho, com reflexos visíveis como a crise do modelo de acumulação taylorista/fordista; 1 Doutora em Serviço Social pela UFRJ .Professora e orientadora de monografia de conclusão do curso de Serviço Social Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás). End. Condomínio Jardins Atenas rua28 A Qd.19 A Lt.17 CEP:74885500 Goiânia Goiás Fone (62)3532-7361 e-mail [email protected]. O texto é parte de uma pesquisa para monografia de conclusão do curso de S.S. orientada pela referida autora. 2 Assistente Social graduada pela PUC-Goiás em 2011. End.: Av. Genésio do Carmo Qd.17 Lt.11S.Rio Formoso CEP:74330971 Goiânia Goiás Fone (62)35755136 e-mail:[email protected].

Upload: mario-cesar-pestana

Post on 09-Jul-2016

249 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Cooperativa de Trabalho

COOPERATIVA DE TRABALHO E A CONDIÇÃO FEMININA

Constantina Ana Guerreiro Lacerda1

Kelita Cristiny Santos

2

Resumo

O estudo aborda o trabalho e o perfil das mulheres na Cooperativa de Bordadeiras e Produção Artesanal do Cerrado Goiano – BORDANA, no ano de 2011 em Goiânia Goiás. Trata-se de investigação sobre as iniciativas em Economia Solidária, especificamente do Cooperativismo como uma das respostas diante das mudanças do mundo do trabalho, decorrentes do processo de reestruturação produtiva. Neste cenário o cooperativismo apresenta-se como uma das alternativas de enfrentamento ao desemprego por meio da geração de trabalho e renda, implicando desafios no interior do próprio sistema cooperativo e da sociedade para promover a inclusão social e o exercício da cidadania. Desse modo, com essa investigação pretende-se discutir a experiência de Economia Solidária para as mulheres na cooperativa BORDANA, registrar o significado de trabalho cooperativo para as mulheres, e identificar o grau de autonomia econômica que a renda proporciona para as cooperadas. Para a abordagem do objeto empregou-se o método histórico dialético, como forma de apreender o fenômeno em sua totalidade. A pesquisa de campo apresenta aspectos quantitativos e qualitativos do tema investigado, cujo instrumento de coleta de dados foi o questionário entrevista. Para a explicação dos dados empregou-se a análise de conteúdo. Palavras- chave: cooperativa; condições de trabalho; renda; mulher; cidadania.

INTRODUÇÃO

A reestruturação produtiva, situada a partir da década de 1970, causou transformações,

não só na esfera do trabalho e da produção, mas também mudanças mais gerais no âmbito da

economia, da tecnologia, da cultura e das políticas de Estado. Crescem assim em todo o

mundo, as desigualdades sociais e econômicas, com conseqüências nefastas para aqueles

segmentos da população que, historicamente já não tinham acesso a bens e serviços, e aqueles

que mesmo tendo algum acesso, vêem-se ameaçados pela perda de direitos sociais e de seus

postos de trabalho. Tais conseqüências estão presentes diretamente nas mudanças no mundo

do trabalho, com reflexos visíveis como a crise do modelo de acumulação taylorista/fordista;

1 Doutora em Serviço Social pela UFRJ .Professora e orientadora de monografia de conclusão do curso de Serviço Social Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás). End. Condomínio Jardins Atenas rua28 A Qd.19 A Lt.17 CEP:74885500 Goiânia Goiás Fone (62)3532-7361 e-mail [email protected]. O texto é parte de uma pesquisa para monografia de conclusão do curso de S.S. orientada pela referida autora. 2 Assistente Social graduada pela PUC-Goiás em 2011. End.: Av. Genésio do Carmo Qd.17 Lt.11S.Rio Formoso CEP:74330971 Goiânia Goiás Fone (62)35755136 e-mail:[email protected].

Page 2: Cooperativa de Trabalho

2

mudanças na estrutura produtiva, com a adoção das novas formas de organização e gestão do

trabalho do modelo toyotista; na precarização dos processos de trabalho; redefinições na

divisão sexual do trabalho; nos números alarmantes de desemprego estrutural; na precarização

dos processos de trabalho; baixos salários; e novas exigências de qualificações técnicas

(ANTUNES:1999).

As mudanças na estrutura do mercado de trabalho e na natureza do próprio trabalho

constituem-se hoje como problema central do desenvolvimento social, tanto em países

altamente industrializados como em países em desenvolvimento.

No Brasil, a reestruturação do processo de trabalho foi acentuada nas décadas de 1980

e 1990, afetando o país de forma geral, causando grandes transformações nas relações de

trabalho e na composição do mercado brasileiro, resultando em um grande numero de

excluídos do mercado de trabalho.

Na ultima metade da década de 1990, e em pleno começo do século XXI, observa-se

um continuo agravamento nas condições e relações de trabalho. A economia brasileira

convive com um sistema de relações de trabalho com características e predomínio do contrato

individual. Nesse sentido pode-se observar a existência de grandes diferenças regionais no

mercado de trabalho, e essas distinções podem explicar o fenômeno da subutilização da força

de trabalho que é completamente distinta entre os vários Estados brasileiros, comparados ao

norte e sul o leste e o oeste.

Em relação às estratégias para o crescimento do nível de emprego, o Brasil se

distingue significativamente das economias avançadas onde suas atuais experiências

concentram-se na Política de Trabalho e Emprego. Mesmo não possuindo ainda um sistema

público de emprego com capacidade de assumir um conjunto articulado de atividades voltadas

para o combate ao desemprego, o Brasil possui alguns programas de política pública em

andamento, tais como: intermediação da mão-de-obra, educação profissional, seguro

desemprego, e geração de emprego e renda. A prática adotada para o enfrentamento do

desemprego é delineada a partir dos serviços públicos, porém oferecidos para uma população

que já se encontra à margem do desemprego.

As formas tradicionais de geração de emprego e distribuição de renda estão em cheque

desde o marco de globalização e integração econômica, que excluem cada vez mais um

número maior de pessoas ao acesso a bens e políticas públicas. Pois ainda não alcançaram

uma abordagem inovadora que compatibilize habilidades e esforços com a necessidade de

inclusão das pessoas ao mercado de trabalho.

Page 3: Cooperativa de Trabalho

3

É neste cenário que o cooperativismo se apresenta como uma das alternativas de

enfrentamento ao desemprego por meio da geração de trabalho e renda, implicando desafios e

tarefas a desenvolver no interior do próprio sistema cooperativo como na sociedade, para

promover a inclusão social e o resgate do exercício da cidadania. Dessa forma, o

cooperativismo pode ser visualizado como uma das atividades econômicas realizadas dentro

da Economia Solidária, modelo econômico que se utiliza do processo democrático e

autogestionário.

A partir desta reflexão, optou-se pela Cooperativa de Bordadeiras e Produção

Artesanal do Cerrado Goiano – BORDANA para pensar qual o significado do processo de

cooperativismo, trabalho e renda para as mulheres, isto é, entender como compreendem a

autogestão, e como elas percebem-se como trabalhadoras cooperadas.

Explicitar a atuação das mulheres na Economia Solidária, e daí partindo para a

cooperativa, enquanto atividade que gera trabalho e renda abre a elas um campo para se

tornarem proprietárias dos meios de produção. Este é um desafio, pois vivenciamos um

sistema provedor de desigualdades em relação ao sexo, ao contrario do que é visto na pratica

de autogestão, onde os avanços em direção à equidade de gênero estão em constante

movimento.

Este trabalho está estruturado em duas partes. Na primeira consta uma abordagem da

reestruturação do processo de trabalho, e as novas demandas do mercado de trabalho, focando

a Economia Solidária e o Cooperativismo enquanto espaço do trabalho feminino. Na segunda

parte, discute-se a experiência de Economia Solidária para as mulheres na Cooperativa de

Bordadeiras e Produção Artesanal do Cerrado Goiano – BORDANA, enquanto estratégia de

trabalho e renda, bem como espaço de construção de cidadania.

O MUNDO DO TRABALHO E SEUS IMPACTOS JUNTO A CLASSE

TRABALHADORA.

Reestruturação do Processo de Trabalho

A transformação da natureza humana trabalhadora em “força de trabalho”, para “fator

de produção” como ferramenta do capital, é um processo assíduo e que parece não ter fim.

Visto de caráter rígido, o capital atira sobre o mundo do trabalho uma nova ordem desumana,

recriando na velha face da exploração do trabalho pelo sistema capitalista, novos cenários

desta exploração. Desse modo, Netto (2010:79) argumenta que o capital se sujeita a uma

relação de emprego sustentada na exploração do trabalho pelo capital. Mas, essa relação,

própria do Modo de Produção Capitalista, é historicamente determinada.

Page 4: Cooperativa de Trabalho

4

Assim, as mutações ocorridas no mundo do trabalho afetaram a composição da classe

trabalhadora e do mercado de trabalho. Com isso, abalou fortemente as condições de vida e de

trabalho daqueles que integram aquilo que Antunes (2008), chamou de “classe-que-vive-do-

trabalho”.

Esse processo agravou a realidade do trabalho, levando a redução de postos de

trabalho, em decorrência da modernização tecnológica, chamada de revolução cientifico -

tecnológica, tendo como objetivo retomar as taxas de crescimentos e maiores lucros por meio

da intensificação e flexibilização do processo de produção. Com a reestruturação econômica

dá-se, também, a contra-reforma social e política com a implementação de medidas

neoliberais, com o objetivo de combater o processo inflacionário, garantir o crescimento

econômico e as taxas de lucro do capital por meio da reforma fiscal e diminuição dos

investimentos nas políticas sociais, reduzindo a intervenção do Estado na oferta de bens e

serviços à população – a opção pelo Estado mínimo.

Essa reestruturação provoca como conseqüência, várias mudanças nos padrões de

acumulação, busca novas formas de produção, e estimula uma flexibilização no mundo do

trabalho. Tais mudanças como já foi dito, causam a fragmentação da classe trabalhadora,

deixando-a enfraquecida e sempre a serviço do capital, pois estará sempre sujeita “à

manipulação do trabalho”, e envolvidos no processo de “interiorização do trabalho alienado”

(ANTUNES, 1999: 24).

As profundas mutações ocorridas na esfera do trabalho servem para indicar a dinâmica

econômica do sistema capitalista. Essa situação ocorre proporcionando alterações tanto na

materialidade quanto na subjetividade do trabalhador, pois atinge de diversas formas sua

condição de vida e trabalho.

Tais mudanças resultam da introdução de novas tecnologias e de novos padrões

administrativos e que basicamente promovem processos significativos de reestruturação

produtiva e crescente valorização da mão-de-obra qualificada. Certas mutações, embora

assumam uma dimensão universal, se atualizam e se ampliam de acordo com o estágio de

desenvolvimento das economias capitalistas e das conjunturas político-sociais e culturais de

cada local.

De acordo com Azeredo (1998), observa-se que progressivamente o trabalho vem

perdendo sua “centralidade” nos processos social e produtivo. Ele esta sendo substituído pelo

mercado com suas leis “rígidas”, causando a precarização do trabalho (desemprego estrutural,

sub-emprego e informalização). Esse processo cria uma distinção no mercado de trabalho

Page 5: Cooperativa de Trabalho

5

entre “incluídos” (que possuem salário e direitos sociais garantidos) e os “excluídos”, que

constituem um numero crescente de trabalhadores com relações precárias de emprego.

O desenvolvimento das forças produtivas e o crescimento da riqueza do capital

mundial não se fizeram acompanhar pela universalização de direitos sociais no trabalho, mais

à custa da subordinação social de países de capitalismo tardio aos Estados centrais, no

processo de monopolização do capitalismo.

Mas de um bilhão de homens e mulheres padecem as vicissitudes do trabalho precarizado, instável, temporário, terceirizado, quase virtual, e dentre eles centenas de milhões têm seu cotidiano moldado pelo desemprego estrutural (ANTUNES, 2008 p. 103).

Analisando a realidade do mercado de trabalho em Goiás, pode ser levado em

consideração o saldo entre admitidos e desligados, segundo o Cadastro Geral de Empregados

e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego, e em segundo o numero de

empregos criados e o numero de oportunidades de trabalho fechadas.

A evolução positiva no mercado de trabalho goiano em relação a uma serie histórica

iniciada no ano de 2000, cujo saldo de empregos foi de 10.319. Nos anos seguintes foi

crescente alcançando 31.766 empregos em 2008, quando teve o inicio da crise econômica

mundial. Em 2009, a queda no saldo foi 48%, caindo o numero para 17.807 trabalhadores. Os

primeiros três meses de 2010, já apontam para uma grande recuperação, pois o saldo de

empregos, com carteira assinada, alcançou 34.657, chegando a um recorde em toda a serie

histórica. Assim pode-se dizer que os efeitos negativos da crise para o mercado de trabalho

goiano foram minimizados.

Por outro lado, quando se analisa o número de oportunidades de empregos abertos e/

ou fechados nos primeiros meses do ano de 2011, teve-se a possibilidade de perceber que a

crise ainda faz parte do cotidiano do mercado de trabalho goiano, pois 78,1% das

oportunidades de emprego criadas no ano de 2010 foram fechadas. Na verdade abriram se no

período, novas 158.374 oportunidades de emprego e fechou 123.717 mostrando o grau de

rotatividade de empregos existentes no mercado goiano.

Os setores mais afetados por esta rotatividade, pela ordem são: varejista 91,3%;

atacadista 86,1%; serviços 85,1%; construção civil 76,3%; e extração mineral com 67,1%. A

menor rotatividade de trabalhadores ficou por conta da indústria de transformação cujo

porcentual de demissão no período ficou em 37,1%.

Diante desses dados observa-se que o mercado de trabalho goiano tem o objetivo de

modernizar e diversificar a economia do Estado, buscando a geração de novos postos de

Page 6: Cooperativa de Trabalho

6

trabalho. Assim, a Economia Solidária entra na agenda goiana de política de emprego e renda,

enquanto iniciativa de cooperação econômica e autogestão surgidas no âmbito dos programas

de geração de trabalho e renda. Uma economia diversificada, que se apresenta como uma

proposta desafiadora no Estado de Goiás.

A Economia Solidária e o Cooperativismo como Espaço de Trabalho Feminino.

No contexto da crise do mundo do trabalho e, portanto, de desemprego estrutural, a

economia solidária se apresenta hoje como uma das alternativas de trabalho e renda para os

trabalhadores desempregados ou sub-empregados, expulsos do mercado de trabalho,

principalmente quando a economia capitalista foi assolada pela crise econômica que resultou

no processo de reestruturação produtiva.

As classes mais empobrecidas têm, historicamente, desenvolvido mecanismos de

enfrentamento do desemprego. Esses mecanismos assumem as mais distintas formas e

características. São estruturados a partir de novos arranjos sociais, políticos, econômicos e

culturais, coletivamente elaborados e aperfeiçoados e que passam a orientar todos os esforços

em prol da afirmação do empreendimento coletivo.

No Brasil, a economia solidária floresceu nos anos 1980, se intensificando na década

de 1990, sobretudo por entidades civis e governamentais voltadas para geração de trabalho e

renda. Todavia, durante toda a história da humanidade, embora muitas dessas experiências

sejam referencias importantes, estiveram isoladas e com pouca representatividade na vida

econômica e social, diante da sociedade capitalista.

As diferentes formas de organização socioeconômica desenhadas pelos diversos atores

sociais, em parte, são resultado das experiências históricas acumuladas por esses atores, junto

aos movimentos sociais, partidos políticos, associações de bairro, etc. nas décadas de 1970 e

1980 no Brasil.

Somando à atuação desses velhos atores sociais há uma emergência de novos,

principalmente a partir da década de 1990. Esses grupos de diferentes setores da sociedade

civil representam múltiplas concepções de mundo. Na sua maioria estão interessados em

propor e construir estratégias de ação que possibilitem gerar trabalho e renda, como também

promover a inserção social para os segmentos excluídos da população sob patamares

diferentes dos instituídos na sociedade capitalista, como o individualismo (CRUZ, 2004a;

POCHMANN, 2004). Nesse sentido, o desenvolvimento dessa forma de organização

socioeconômica aparece não só como um resultado, mas também como uma forma de

resposta e/ ou resistência dos setores organizados.

Page 7: Cooperativa de Trabalho

7

De acordo com a Aliança Cooperativa Internacional (ACI), o cooperativismo pode ser

definido como uma doutrina econômica estruturada para a geração de riquezas mediante o

livre associativismo entre as pessoas, que se unem para satisfazer necessidades, sejam elas de

cunho econômico, social ou cultural, por meio da produtividade e da valorização humana e

não da exploração do homem pelo homem.

Esse processo de organização coletiva pode transformar também o papel e/ou espaço

das mulheres na sociedade como a identidade a elas relacionada, apesar de não ser um

movimento coletivo apenas de mulheres. Ampliando o olhar sob a Economia Solidária e

considerando as relações sociais de gênero, observa-se que é grande a participação das

mulheres e também a expressiva presença delas como dirigente, reforçando a valorização do

trabalho feminino, em organizações como as cooperativas.

As experiências coletivas, em funções de liderança ou não, possibilitam

reconhecimento e visibilidade às atividades das mulheres e a sua atuação ultrapassa a ação

comum a elas atribuída, de reivindicações sociais. Quebra-se, inclusive, a idéia de que as

atividades na Economia Solidária são muito próximas do trabalho comunitário, tido como

território das mulheres. São atividades de trabalho coletivo e solidário, mas não

assistencialista, ao contrario, trata-se de atividades produtivas geradoras de renda, como a

Cooperativa e outros empreendimentos coletivos autogeridos industriais e comerciais, com

forte presença das mulheres.

Promover oportunidades iguais nas cooperativas é uma necessidade observada pela

Aliança Cooperativa Internacional (AIC), em suas várias articulações (global, regional e

setorial), como também no Comitê de Igualdade de Gêneros (GEC). Sendo assim, a ACI

enquanto organização mundial de representação do movimento cooperativo colocou em suas

prioridades a promoção da igualdade dos gêneros nas cooperativas em todos os níveis. As

cooperativas brasileiras tentam favorecer a participação das mulheres na qualidade de

delegadas enquanto representação legal em todo o mundo, para sustentar seu crescimento

profissional e vivenciar espaços autogestionários, onde a mulher consegue vislumbrar um

maior reconhecimento das suas potencialidades, fortalecendo vínculos sociais rompidos em

processos anteriores de exclusão.

A importância e a necessidade de desenvolver ações que propiciem situações

equitativas geram uma efetiva cooperação entre mulheres e homens que tenham a

possibilidade de integra-se enquanto seres humanos, cidadãos em plenitude e cooperados em

igualdade.

Page 8: Cooperativa de Trabalho

8

A COOPERATIVA E AS COOPERADAS

Histórico da Cooperativa Bordana

O projeto para a criação da Cooperativa de Bordadeiras e Produção do Cerrado

Goiano – BORDANA foi elaborado pelo Núcleo Ana Carol, vinculado ao Centro Popular da

Mulher e à Associação de Moradores do Conjunto Caiçara, em Goiânia - Goiás. A proposta

do Núcleo foi de identificar entre as mulheres da comunidade, pessoas que com determinadas

habilidades, principalmente de artesanato, bordado, criação de roupas, dentre outras

possibilidades.

O Centro Popular da Mulher através do Núcleo Ana Carol e a Associação de

Moradores, em parceria, têm o objetivo de promover a inclusão social destas mulheres que

estão organizadas, tendo como critério de inclusão o respeito aos seus conhecimentos e

habilidades pessoais para o trabalho artesanal. Objetiva também construir com as mulheres,

as condições para um trabalho cooperativo, criando oportunidades que lhes possibilitem

aprimorar suas habilidades, saber lidar com o mercado e constituir os mecanismos que lhes

garantam não somente produzir para o mercado local, mas também nacional e internacional.

Sendo assim, sob a forma administrativa de autogestão, o Instituto Ana Carol

mobilizou mulheres para participarem de uma nova economia que acontece em todo o mundo.

A proposta era para participar de atividades, envolvendo: capacitação profissional, confecção

de roupas bordadas artesanalmente, distribuição e comercialização dos produtos, e a

distribuição equitativa dos benefícios alcançados.

Em 2008, na sede da Associação de moradores do Conjunto Caiçara, um grupo de

mulheres recebeu uma orientação técnica para a organização em cooperativa promovida pelo

Programa de Incubadora Social da Universidade Federal de Goiás (UFG). Foram inúmeras

reuniões, encontros, palestras, formação e capacitação, tanto de bordado tradicional quanto da

filosofia cooperativista.

Institucionalmente a Cooperativa de Bordadeiras e Produção Artesanal do Cerrado

Goiano- BORDANA foi constituída em 31 de outubro de 2009 com a participação de 42

cooperadas e 02 homens. Ela tem estatuto jurídico, uma comissão gestora eleita entre as

cooperadas, e um tipo de trabalho de auto-gestão que segue as regras do cooperativismo

orientadas por instituições de cooperativas nacionais e locais.

Atualmente a Cooperativa conta com a parceria de entidades governamentais e não

governamentais: o Centro Popular da Mulher do Estado de Goiás; A Associação de

Page 9: Cooperativa de Trabalho

9

Moradores do Conjunto Caiçara; A Incubadora Social da UFG; A Organização das

Cooperativas Brasileiras – OCB/GO dentre outras.

Os principais fatores que influenciaram a criação da Cooperativa são: Oportunidade

para capacitar e qualificar as mulheres, com apoio para financiar suas iniciativas e oportunizar

a comercialização de seus produtos; Necessidade de organizar essas mulheres por meio de

instrumento jurídico; Melhorar a auto-estima e a qualidade de vida, promovendo o

desenvolvimento local; Garantir preço justo aos produtos; Melhorar a qualidade e agregar

valor aos produtos; Ampliar o mercado como fonte de geração de trabalho e renda para a

comunidade e região; Promover a auto-gestão.

A Bordana, esta localizada no Conjunto Caiçara, bairro situado na Região Leste de

Goiânia. O Conjunto enfrenta grandes problemas, como desemprego, violência urbana,

violência domestica e falta de espaço para esporte e lazer. Mais de 50% das moradoras não

tem profissão definida, elas ganham seu sustento em trabalhos como diaristas, confecção de

bordados e panos de prato, vendas de porta em porta de produtos de beleza ou recolhem

sucatas para revender.

A maioria das mulheres inicialmente reunidas contava apenas com a experiência das

que conheciam alguns pontos de bordados, outras buscaram cursos especializados e, depois,

tiveram treinamentos regulares com a contribuição de professoras artesãs, em reuniões

semanais aos sábados. Com essa rotina as habilidades foram aos poucos aperfeiçoadas

tornando-as, capacitadas como hábeis bordadeiras manuais, uma característica da cooperativa.

A cooperativa Bordana destaca-se na comunidade. O trabalho cooperado que ela

desenvolve promove a organização e cooperação no grupo, a valorização do trabalho, a auto-

estima, o empoderamento e a autonomia das mulheres participantes, hoje cooperadas e com

profissão definida de bordadeiras. O cooperativismo, por meios de seus princípios, vem

confirmando o papel da mulher na transformação da realidade social, contribuindo para a

geração de trabalho e renda, para o resgate da cidadania, valorização do trabalho e das

relações sociais e de gênero. Nesse sentido, por meio do trabalho cooperado na Bordana, as

mulheres estão enfrentando as mudanças na estrutura do mercado de trabalho e a natureza do

próprio trabalho, não individualizado e industrial, mas que gera inclusão e o desenvolvimento

social.

As Mulheres da Cooperativa Bordana A presença majoritariamente feminina nesta cooperativa, reforça que a luta pela

efetivação de diretos e a inserção no mercado de trabalho é algo desafiante, e necessário para

Page 10: Cooperativa de Trabalho

10

que haja a reconstrução de uma identidade de gênero marcada pela construção de autonomia,

e pela geração de renda. As mulheres buscam aprimorar diariamente o espaço de convivência

onde participam coletivamente, desempenhando papéis e elaborando atividades que, de

alguma forma proporcionam visibilidade enquanto ser de direitos e agentes transformadoras

de uma realidade social excludente.

A Bordana tem um universo de 33 cooperadas. A amostra foi aleatória simples,

composta por 20 mulheres que responderam a um questionário entrevista com perguntas

fechadas e abertas (pesquisa quantitativa e qualitativa), cujos dados permitiram traçar um

perfil quanto a: idade, grau de instrução, situação civil, profissão, renda familiar, significado

do trabalho cooperado, e convivência em grupo.

Quanto a idade das cooperadas 50% têm mais de 50 anos. Seu tempo de dedicação ao

trabalho coletivo é maior do que das outras, por se encontrarem na condição de donas de casa,

aposentadas, pensionistas. Todas as entrevistadas participam a mais de dois anos na

cooperativa, portanto desde sua fundação. As cooperadas vivenciaram reuniões periódicas de

formação para o cooperativismo e participaram da elaboraram do Estatuto da Cooperativa.

O grau de instrução indica que 40% das cooperadas concluíram o ensino médio

completo, porém não se profissionalizaram e/ou se preparam para enfrentar as exigências e as

novas demandas do mercado de trabalho. Relatam que existiam muitas dificuldades para

poder dar continuidade e cursarem uma Universidade. São mulheres que constituíram família

ainda na adolescência, fator pelo qual não prosseguiram com sua formação profissional. O

cruzamento do grau de instrução com a idade, mostra que essas mulheres estão entre os

trabalhadores que não possuem as qualidades exigidas pelo mercado de trabalho seletivo e

discriminador.

A situação civil das entrevistadas aponta que 40% são casadas, e relataram que com

a influência da filosofia cooperativista, houve uma melhora na convivência familiar.

Algumas dessas mulheres assumem responsabilidades na criação dos netos, a pedido dos

filhos, além de cuidarem dos pais já idosos.

Quanto à profissão, 45% das mulheres não trabalhavam fora de casa antes de serem

cooperadas. Suas atividades correspondiam apenas às tarefas domésticas, e às vezes

colaboravam com as ações comunitárias por meio da Associação de Moradores do Conjunto

Caiçara.

Quanto à renda familiar, 45% das mulheres disseram que a renda familiar é variável de

um a dois salários mínimos. Relataram que para atenderem às necessidades de uma família de

quatro a cinco pessoas com esta renda, é crítico assegurar o sustento de todos, como também

Page 11: Cooperativa de Trabalho

11

custear cursos de profissionalização e especialização que atenda as exigências do mercado de

trabalho. O número de pessoas na família que trabalham, indica que 22% do total de pessoas

por residência têm mais de cinqüenta e cinco anos, porcentagem justificada pelas próprias

mulheres que trabalham na cooperativa. 47% do numero de pessoas na família com menos de

vinte anos não trabalham por motivo de alguns ainda não terem a idade de ingresso no

mercado de trabalho, e a outra parte justifica não terem oportunidades para se

profissionalizarem.

Quando observada a renda pessoal, 95% das mulheres dizem que a renda gerada na

cooperativa ainda não é o suficiente para suas necessidades. Justificam que a cooperativa

ainda não atingiu o mercado suficiente para que a comercialização seja mais constante. A

produção artesanal não é ainda reconhecida, nem valorizada proporcionalmente ao trabalho

empregado. Este aspecto remete para as questões do desafio e das contradições presentes no

mundo do trabalho cooperado. O valor do trabalho, nesse caso, é diferenciado, e por ser

solidário caracteriza-se por objetivar relações sociais equitativas. Com isso ele é passível de

gerar mais cidadania do que renda.

O significado do trabalho cooperado para as entrevistadas indica uma incorporação

dos princípios do cooperativismo em seu cotidiano. Para 25% das mulheres, o trabalho

cooperado significa muito, possibilitando construir “bons” relacionamentos. O trabalho na

cooperativa ensina a ter mais responsabilidades, a se sentirem mais úteis, e solidárias com as

pessoas. Participam das reuniões de conselho, e por isso as decisões são acompanhadas por

todas, que de alguma forma contribui para entenderem que no cooperativismo todos fazem

parte de um único objetivo: o trabalho cooperado. Para 20% das mulheres o trabalho coletivo

é conduzido de forma diversificada, onde cada cooperada utiliza de suas capacidades e

habilidades.

Outras 15% das cooperadas responderam que o trabalho na cooperativa significa

crescimento pessoal e profissional. Para conviver no coletivo é preciso aprender a respeitar as

diferenças um do outro. A fala das cooperadas é que o trabalho com a participação de todas,

causa emoção pelo motivo de saberem que suas mãos são as provedoras do resultado. É um

privilégio e um orgulho ser bordadeira. Ressaltam que trabalhar assim é cooperar com o

outro, o crescimento profissional é compartilhado entre todas, sem patrão. Cada uma expõe

que, a coletividade conduz a uma forma de trabalho onde o resultado é progressivo e sempre

melhor do que o anterior.

Na fala de 10% das mulheres, o trabalho na cooperativa significa satisfação pela

produção. Um trabalho de união, pensando no coletivo, onde o ganho é o resultado da soma

Page 12: Cooperativa de Trabalho

12

de todos. Com esse mesmo percentual, observa-se uma visão de que o trabalho cooperativo

significa a inclusão de pessoas excluídas do mercado de trabalho, como também do convívio

em sociedade. É um trabalho que mantém a auto-estima sempre aflorada. O trabalho na

cooperativa faz a diferença em relação àquele onde a mulher não é respeitada e/ou valorizada,

significa também ter o prazer de fazer o que gosta: O trabalho na cooperativa aumenta a

possibilidade de mostrarmos quem realmente somos. O cooperativismo é visto como arte

linda, que pode ser aperfeiçoada todos os dias com a colaboração de todos. Uma cooperativa

onde a grande maioria é mulher, o trabalho é praticado com a essência da vivência que cada

uma tem para contar, fazendo com que essas experiências sejam trocadas com a intenção de

nos sentirmos parte da mesma classe que luta por melhores condições de vida. No trabalho

cooperado as exigências e/ou critérios, estão claros, o aprendizado na cooperativa é constante.

O cooperativismo oferece as ferramentas de socialização, cidadania, trabalho e renda.

Quando solicitadas para falarem de sua convivência em grupo as respostas mostraram

que para 25% das mulheres a convivência na cooperativa é muito boa por ser algo construído

sob o respeito e a admiração. Cada uma tem sua historia de vida que, diante do aprendizado

coletivo é aprimorada.

Também com essa porcentagem as respostas indicam que a convivência é dirigida na

medida em que todas se respeitam através do dialogo, onde tudo se resolve coletivamente,

com a compreensão e aceitação de opiniões que cada cooperada tem para contribuir no

crescimento do empreendimento. A convivência é saudável, muito tranqüila, buscam sempre

manter um relacionamento amigável, conduzido pela cooperação. Esses depoimentos indicam

uma possibilidade de aprendizagem das diferenças, sem preconceito e/ou discriminação, bem

como a valorização de não ser explorada e superarem diariamente as dificuldades de cada

mulher no seu processo de trabalho.

Todavia, as falas contém aspectos de subjetividades revelando que a inserção das

mulheres na cooperativa, vai além da geração de trabalho e renda. Esta experiência traz

significativas mudanças para a vida dessas mulheres, destacando-se: o aprendizado do

trabalho coletivo autogestionário; o crescimento pessoal; o desenvolvimento e a descoberta de

potencialidades; a ampliação da visão de mundo; o exercício da consciência ambiental por

meio dos bordados baseados das plantas do cerrado goiano; e a importância da participação

nas decisões da cooperativa. Há ainda um longo caminho a percorrer, na perspectiva da

autogestão e construção de uma cultura solidária e participativa que possa assegurar o

exercício da cidadania.

Page 13: Cooperativa de Trabalho

13

Portanto as mulheres têm a capacidade de serem “portadoras de mensagens, idéias e

valores modernos, de recriar espaços tradicionais e de criar novos espaços para favorecer a

causa das mulheres e lograr uma reordenação das relações com os homens. Nesse caminho,

se maneira decidida e com suas próprias propostas, as mulheres têm se colocado a favor do

desenvolvimento e da democracia (LAGARDE, 1996:158). Nesse sentido, a cooperação entre

essas mulheres reflete na construção de uma comunidade mais igual, democrática e de um

modelo de desenvolvimento que extrapole o movimento meramente econômico, colocando

como prioridade a vida humana, o atendimento as suas necessidades, a superação do

individualismo, e a valorização do saber.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo proporcionou o entendimento para perceber que a abertura da economia nos

últimos anos e a ocorrência de profundas mudanças na base técnica da produção e na

organização do trabalho trouxe como conseqüência, a ameaça de desemprego para grande

parte da população. Por outro lado, a redução setorial do emprego, provocada pela absorção

de novas tecnologias e novas formas de organização do trabalho. Para o enfrentamento da

ocorrência do desemprego causado pela exclusão de pessoas considerada pelo mercado de

trabalho incapacitadas para assumir as novas demandas. A Economia Solidária se apresenta

nesse contexto como uma das alternativas de atender essa população na geração de trabalho e

renda.

Ao procurar nas cooperativas alternativas à falta de emprego, as mulheres cooperadas

não estão só preocupadas apenas com suas necessidades humanas objetivas, preocupam-se

também com a questão política do meio ambiente do cerrado goiano. Tal ação política, no

cotidiano da cooperativa, amplia-se quanto ao desenvolvimento do trabalho, e quanto a

administração dessa organização. Trata-se, no entanto de um processo complexo, que exige

um enfrentamento de desafios que são postos no cotidiano da experiência coletiva,

considerando que há uma tradição de subordinação e individualismo na formação sócio-

histórica e econômica da sociedade brasileira.

Uma cooperativa é um modelo de empresa baseado na democracia e na mutualidade.

Um modelo que não nega as diversidades entre os indivíduos, mas, ao contrario, dá valor a

essa diversidade, construindo objetivos em comum. Pode-se afirmar que as cooperativas são

um modelo de empresa que atrai mulheres, e que lhe oferece a oportunidade de serem

independentes para participar e influenciar nas atividades econômicas. Em todo o mundo, as

cooperativas permitem às mulheres construírem sua autonomia, e a desenvolverem

Page 14: Cooperativa de Trabalho

14

consciência de si mesmas por meio da participação política e vivência de oportunidades das

quais estariam excluídas.

REFERENCIAS

ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 13. edição. Cortez Editora: São Paulo, 2008. _______________. Crise capitalista contemporânea e as transformações no mundo do trabalho (p.19 – 31). In: Programa de capacitação Continuada para Assistentes Sociais. Módulo 01. CEAD: Brasília, 1999. AZEREDO, Beatriz.. Políticas públicas de emprego: a experiência brasileira. Associação Brasileira de Estudos do Trabalho – ABET. São Paulo,1998. ___________.RAMOS, Carlos Alberto. Políticas públicas de emprego: experiências e desafios. Planejamento e políticas públicas – IPEA. Nº12, 1995. ARAÚJO, C.; SCALON, C. Percepções e atitudes de mulheres e homens sobre a conciliação entre família e trabalho pago no Brasil. Gênero, família e trabalho no Brasil. Rio de Janeiro: FVG, 2005. BARBOSA, Rosangela Nair de Carvalho. A economia solidária como política pública: uma tendência de geração de trabalho de renda e ressignificação do trabalho no Brasil. Cortez editora: São Paulo, 2007. BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento marxista. Jorge Zahar editor: Rio de Janeiro, 1988. COSTA, Bianca A. Lima; NEVES, Magda de Almeida. Empreendimentos de reciclagem: as mulheres na economia solidária. Encontro Internacional de Economia Solidária “O discurso e a prática da economia solidária”. São Paulo, 2007. DIAS, Luciana, EL KADI, Nágila, NASCIMENTO, Telma (orgs.). Plantar, bordar e colher: mulheres cooperadas, diagnósticos e reflexões. Goiânia: Ed.PUCGoiás, 2011. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. Disponivel em: http://www.ibge.com.br. Acesso em 15 nov. 2011. MONTANÕ, Carlos, DURIGUETTO, Maria Lúcia. Estado, classe e movimento social. 1. edição. Cortez Editora: São Paulo 2010. PILLETTI, Nelson & PILETTI, Claudino. História e vida integrada. Ed.Ática:São Paulo, 2002. POCHMANN, M. A economia solidária no Brasil: possibilidades e limites. Mercado de Trabalho, IPEA, n. 24, ago. 2004. Disponível em: www.ipea.gov.br. [Acesso em: 11 de setembro de 2011].

Page 15: Cooperativa de Trabalho

15

SINGER, Paul. Incubadoras universitárias de cooperativas: um relato a partir da experiência da USP. In: SINGER, Paul; SOUZA, André (org.). A economia solidária no Brasil: autogestão como resposta ao desemprego. São Paulo: Cortez, 2000. _______. Uma outra economia é possível: Paul Singer e a economia solidária. SOUZA, André; CUNHA, Gabriela Cavalcanti; DAKUZAKU, Regina Yoneko (orgs.). São Paulo: Contexto, 2003. _______. Globalização e desemprego. 3. edição. São Paulo: Contexto, 1999. _______. Introdução à Economia Solidária. 1. edição. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002. VEIGA, Sandra Mayrink. Cooperativismo: uma revolução em ação. Rio de Janeiro: DP&A: Fase, 2001.