convergência cultural em museus de salvador

21
Universidade do Estado da Bahia Departamento De Educação – DEDC Bacharelado Em Psicologia Antropologia Adriane Rocha, Camile Andrade, Gabriella Lyrio, Lucas Ibrahim e Rafaele Andrade CONVERGÊNCIA CULTURAL NOS MUSEUS DE SALVADOR Salvador 2014

Upload: mileandrade

Post on 29-Jan-2016

214 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Trabalho Acadêmico que aborda o encontro de distintas formas culturais em Museus localizados na cidade de Salvador.

TRANSCRIPT

Page 1: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

Universidade do Estado da Bahia

Departamento De Educação – DEDC

Bacharelado Em Psicologia

Antropologia

Adriane Rocha, Camile Andrade, Gabriella Lyrio, Lucas Ibrahim e Rafaele Andrade

CONVERGÊNCIA CULTURAL NOS MUSEUS DE SALVADOR

Salvador

2014

Page 2: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

Adiane Rocha, Camile Andrade, Gabriella Lyrio, Lucas Ibrahim e Rafaele Andrade

CONVERGÊNCIA CULTURAL NOS MUSEUS DE SALVADOR

Trabalho apesentado junto ao curso de

Psicologia à Universidade do Estado da

Bahia, como requisito parcial para a

aprovação na disciplina Antropologia.

Orientadora: Anailde Pereira Almeida.

Salvador

2014

Page 3: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 03

1.0 CULTURA…...................................................................................................... 041.1 Hierarquizações da Cultura …............................................................................ 041.2 Cultura Popular ….............................................................................................. 041.3 Cultura Erudita …............................................................................................... 051.4 Relação entre Cultura Popular e Erudita …........................................................ 06

2.0 OS MUSEUS E SUA RELAÇÃO COM A CULTURA POPULAR ..................... 072.1 Surgimento e fundamentos dos Museus …............................................................ 072.2 Museologia Brasileira …........................................................................................ 082.2 Museologia Contemporânea .................................................................................. 09

3.0 RELAÇÕES CULTURAIS E MUSEOLOGIA EM SALVADOR ….....................113.1 Museu Afro-brasileiro da Bahia …........................................................................ 113.1.1 Setores do MAFRO …........................................................................................ 13

3.2 Museu Tempostal ….............................................................................................. 143.3 Solar Ferrão ........................................................................................................... 143.3.1 Coleção de Arte Popular …................................................................................. 153.3.2 Smetak - O Alquimista do Som …...................................................................... 153.3.3 Coleção de Arte Africana Cláudio Masella ….................................................... 163.3.4 Museu Abelardo Rodrigues …............................................................................ 16

4.0 CONCLUSÃO …................................................................................................... 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ….................................................................... 19

Page 4: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

03

INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda a convergência das culturas popular e erudita, presente em

alguns museus da cidade de Salvador. Antes, deve-se conceituar tais culturas. Cultura Popular

pode ser definida como qualquer manifestação em que o povo produz e participa de forma

ativa. Já a Cultura Erudita é aquela proveniente de estudos, produzida através de pesquisas,

análises teóricas e experimentação. Através dos conceitos dados, as duas vertentes culturais

parecem ser extremamente distantes e até opostas, mas há uma interdependência entre as duas

que aproximam-nas. Esta interdependência é vista de forma explícita nas Instituições

Museológicas, as quais são definidas como locais responsáveis pela preservação e exposição

de bens culturais para a sociedade e seu desenvolvimento. Isto porque, a disponibilidade de

tais bens culturais tornam-se bases para estudo e pesquisa, que representam características da

cultura erudita, enquanto o conteúdo apresentado na exposição representa cultura popular,

assim como o reconhecimento cultural que provém de tal experiência. Em Salvador, o Museu

Afro-brasileiro, o Solar Ferrão e o Museu Tempostal são alguns dos representantes destas

relações culturais, apresentando conteúdo histórico, artístico, religioso e científico sobre

temas relacionados culturalmente com a cidade, representados pelas artes plásticas, músicais e

sacras e as culturas afro-brasileira e indígena. Os principais objetivos deste trabalho são

conhecimento e reflexão sobre o assunto, além do amadurecimento das ideias previamente

concebidas referentes ao mesmo e a aprovação na disciplina de Antropologia. A divisão do

conteúdo do trabalho apesenta quatro capítulos. No primeiro, é introduzida e conceituada a

relação entre as culturas popular e erdudita, enquanto o segundo aborda a museologia e o

terceiro a convergência cultural nos museus citados. O quarto e último capítulo conclui o

trabalho.

Page 5: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

04

1.0 CULTURA

De modo geral, cultura é um conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas

e comportamentais de um povo ou civilização, um processo em permanente de evolução,

diverso e rico. Um desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma comunidade fruto

do esforço coletivo pelo aprimoramento de valores. Portanto, fazem parte da cultura de um

povo música, teatro, rituais religiosos, linguagem oral e escrita, mitos, hábitos alimentares,

danças, arquitetura, invenções, pensamentos, forma de organização social, etc.

1.1 Hierarquizações da cultura

Toda cultura possui hierarquização em sua organização. Quando seleciona, define,

estabelece procedimentos ou impõe regras, tal cultura está promovendo hierarquização.

Quando se estabelecem critérios de idade e gênero, são definidos papéis ou até quando se

afirma o que pode e o que não pode, ou seja, quando há imposição de uma padronização,

temos aí hierarquias.

O problema desta hierarquização se estabelece na teoria de que uma cultura

antecederia e seria superior à outra, como ocorre no processo evolutivo, que expressa uma

perspectiva preconceituosa das relações culturais, que aceitam a teoria do relativismo cultural,

o qual indica a particularidade de cada cultura, não podendo existir comparações ou

hierarquizações entre elas. Podemos citar como exemplos de hierarquização presente no meio

cultural, a relação entre cultura popular e a cultura de ‘elite’ ou erudita. Geralmente, por uma

visão ignorante e superficial, muitos delimitam a cultura erudita como superior à popular.

1.2 Cultura popular

Existe uma discussão ampla voltada para o real conceito de cultura popular. A

perspectiva marxista define como uma cultura da classe oprimida, representante do povo, que

utiliza da mesma como expressão de resistência à classe opressora. Outro paradigma aceita o

termo povo com uma totalidade, não sendo restrito à uma classe social, logo, é produzida e

disponibilizada para todos os membros de determinada sociedade. De maneira geral, a cultura

Page 6: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

05

popular pode ser definida como qualquer manifestação cultural em que o povo produz e

participa de forma ativa. Geralmente, tais manifestações não estão ligadas ao conhecimento

cientifico e sim ao conhecimento vulgar ou espontâneo, ao senso comum. É uma manifestação

mais simples e acessível, com fortes características regionais e muitas vezes transmitida de

geração em geração. É conservadora e inovadora ao mesmo tempo no sentido em que é ligada

à tradição, mas incorpora novos elementos culturais.

Muitas vezes a incorporação de elementos modernos pela cultura popular a

transformação de algumas festas tradicionais em espetáculos para turistas ou a

comercialização de produtos da arte popular são, na verdade, modos de preservar a cultura

popular a qualquer custo e de seus produtores terem um alcance maior do que o pequeno

grupo de que fazem parte. Alguns exemplos de cultura popular seriam os gêneros populares

forró e funk, o futebol, as danças e festas folclóricas, literatura de cordel, provérbios, a

capoeira, o artesanato, os contos e fábulas e as lendas urbanas. Dentre os exemplos citados, a

literatura de cordel possui destaque por apresentar conteúdo popular contido em uma estrutura

científica.

1.3 Cultura erudita

É uma cultura feita pelo topo da pirâmide social. Os produtores da chamada cultura

erudita fazem parte de uma elite social, econômica, política e cultural e seu conteúdo é

proveniente do pensamento científico, dos livros, das pesquisas universitárias ou do estudo em

geral (erudito significa ter instrução vasta e variada adquirida sobretudo pela leitura). A arte

erudita e de vanguarda é produzida visando museus, críticos de arte, propostas revolucionárias

ou grandes exposições, público e divulgação.

A cultura erudita exige um alto grau de formação específica, de conhecimento de

história da arte (muitas vezes universal), dos movimentos artísticos, da própria história geral,

etc. Consequentemente, acaba sendo mais elaborada. Com o tempo, esta cultura vem se

dissipando em outros grupos sociais que não representem a elite, até porque o conhecimento

tende a apresentar uma concentração cada vez menor em determinada classe social. O museu

representava instituição restrita à elite que agora encontra-se aberta a todas as classes sociais,

por exemplo.

Page 7: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

06

1.4 Relação entre Cultura Popular e Erudita

O que se define como "erudito" e o "popular" está sempre em processo de ajustes,

desajustes, reajustes, em constante movimentação. Assim, tornar indissociável a divisão entre

eles é anular o que procuram conferir um tratamento contrastado de um e de outro domínio.

Cultura erudita seja uma evolução da popular, a relação entre a cultura erudita (ou da elite intelectual) e a cultura popular passa tanto pelas formas quanto pelos conteúdos dos sistemas de representações. Por isso o cruzamento entre ambos os domínios não pode ser entendido como uma relação de exterioridade envolvendo dois conjuntos estabelecidos aprioristicamente e sobrepostos (um letrado, o outro iletrado). Pelo contrário, esse cruzamento - ou zonas de fronteiras - entre o chamado "erudito" e o "popular" produz encontros e reencontros, espécie de fusões culturais. Segundo Bakhtin, em determinados momentos o Renascimento se traduzia na cultura popular codificada nas obras da cultura letrada ou erudita. Aliás, foi na cultura popular que todo aquele sistema cultural encontrou a sua máxima coerência e revelou de forma mais cabal seu princípio. A obra de Rabelais, nesse sentido, é paradigmática, justamente porque penetra no âmago da "cultura cômica popular", ou seja, na verdadeira "enciclopédia" da cultura popular (BAKHTIN, 1987, p.50).

É muito difícil numa sociedade, estudar manifestações culturais populares que não

estejam relacionadas às poderosas instituições dominantes e suas concepções. Em

contrapartida, a cultura erudita se apoia na popular, sendo esta sua base de estudo, existindo

assim uma interdependência entre as duas. Observa-se que há uma insistência em opor

popular e erudito, mas ao invés de nos preocuparmos com a realidade cultural de um setor da

população, definiríamos o setor da população de acordo com a realidade cultural. Apesar das

diferenças que podem haver entre as duas preocupações, elas estão sempre relacionadas. É

importante também destacar que ambas culturas estão se destanciando da restrição quanto às

classes, focando assim em sua produção.

A Universidade, que antes era uma instituição da qual só participavam membros de

classe dominante, hoje apresenta cada vez maior inserção das outras classes, que inserem a

cultura popular gradativamente no cenário acadêmico, que é erudito. Em contrapartida, a

música tida como popular é apreciada por pessoas que fazem parte da elite. Na literatura,

autores como Guimarães Rosa e Jorge Amado uniram a literatura, símbolo da cultura erudita,

com estórias ricas em cultura popular.

Page 8: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

07

2.0 OS MUSEUS E SUA RELAÇÃO COM A CULTURA POPULAR

Os museus, por serem instituídos a partir de pesquisa, ciência e análise acadêmica de

modo geral, são classificados como parte da cultura erudita. Entretanto, se observarmos o

conteúdo exposto por estes, percebemos que a maioria pertence à cultura popular, uma vez

que esta, apesar de ser produzida de forma espontânea, sem nenhum estudo acadêmico, dita a

história e as diferentes representações sociais, que por sua vez, são objetos de estudo dos

museus.

2.1 Surgimento e fundamentos dos Museus

A palavra museu é de origem grega (Mouseion) e foi utilizada durante a Antiguidade

para descrever um templo antigo, denominado Templo das Nove Musas, em homenagem às

filhas de Zeus (Deus do céu) e Mnemosine (Deusa da memória), e era voltado para ciência,

literatura e arte. Portanto, desde a Antiguidade os museus fazem parte da cultura erudita,

tendo sempre uma perspectiva acadêmica. Mas nem sempre os museus foram propriedades

voltadas ao público.

Até meados do século XVIII, eram tidos como propriedades privadas, com acesso

exclusivo para seus donos e pessoas próximas a eles. Foram os ideais da Revolução Francesa

que mudaram este cenário. Segundo Françoise Choay, a partir da Revolução, com o processo

de transferência dos bens do 1º e 2º Estado para o povo, criaram-se depósitos abertos ao

público. Este formato foi consolidado no século seguinte, com a criação de importantes

Instituições museológicas na Europa, as quais tiveram por objetivo instruir o povo através da

história.

De acordo com o Art. 1º da Lei nº 11.904 de 14 de janeiro de 2009, que instituiu o

Estatuto de Museus,

Consideram-se museus, para os efeitos desta Lei, as instituições sem fins lucrativos que

conservam, investigam, comunicam, interpretam e expõem, para fins de preservação,

estudo, pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos e coleções de valor

histórico, artístico, científico, técnico ou de qualquer outra natureza cultural, abertas ao

público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento. (Lei nº 11.904, Art. 1)

Page 9: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

08

2.2 Museologia Brasileira

No Brasil, os museus já trabalhavam com pesquisa, conservação do patrimônio e

educação antes do surgimento de Universidades e Institutos públicos de preservação do

patrimônio cultural. A primeira experiência museológica que ocorreu no país decorre do

século XVII, durante a dominação holandesa, em Pernambuco, quando diversas instituições

acadêmicas, incluindo um museu, foram instauradas no grande parque do Palácio de Friburgo.

Um século depois, foi criada a Casa de Xavier dos Pássaros (museu de história natural com

uma coleção de aves empalhadas), que só existiu até meados do século seguinte.

As primeiras instituições museológicas consolidadas no país até a atualidade foram

criadas a partir do século XIX, no reinado de João VI, tendo destaque o antigo Museu Real,

hoje denominado Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, criado em 1816. Depois deste,

diversos museus brasileiros de destaque foram criados, como o Museu Paraense Emílio

Goeldi (1866), antiga Sociedade Filomática, e o Museu Paulista (1895). Em 1922, foi criado o

Museu Histórico Nacional, de extrema importância para a museologia brasileira, já que foi o

primeiro museu em território nacional que se voltou para a educação do povo, tendo por

objetivo transmitir o conhecimento da história do seu país para aqueles que o visitavam, além

de desenvolver seu espírito nacionalista.

Em 1937, foi criado o SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional),

que definiu o patrimônio histórico como:

Conjunto de bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja do interesse

público quer por sua vinculação a fatos memoráveis da História do Brasil, quer por seu

excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. (Serviço do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 1937).

Um ano antes, Mário de Andrade foi convidado para produzir um anteprojeto da

instituição, no qual ele afirma a importância dos museus para a preservação cultural e sua

função educacional, dando aos museus quatro subdivisões: arqueológico e etnográfico,

histórico, das belas artes e das artes aplicadas e tecnologia industrial. Infelizmente, o decreto

de 1937 não seguiu o anteprojeto e estabeleceu uma visão unificada e restrita da cultura e do

patrimônio.

Page 10: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

09

Outra instituição relacionada a museologia de extrema importância é o ICOM

(Conselho Internacional de Museus), que é uma organização não-governamental protegida

pela UNESCO, que no mesmo ano de sua criação (1946) teve sua representação no Brasil. O

ICOM é a única organização museológica de abrangência mundial, tomando decisões ligadas

a cultura e o patrimônio cultural em plano mundial.

2.3 Museologia Contemporânea

A partir do que foi dito durante o Seminário Regional da UNESCO sobre a função

educativa dos museus, em 1958 no Rio de Janeiro,

O museu pode trazer muitos benefícios à educação. Esta importância não deixa de crescer.

Trata-se de dar à função educativa toda a importância que merece, sem diminuir o nível da

instituição, nem colocar em perigo o cumprimento das outras finalidades não menos

essenciais: conservação física, investigação científica, deleite, etc. (Seminário Regional

da UNESCO, 1958)

Percebe-se que a visão contemporânea da Museologia deixa a ideia de museu como

uma instituição voltada somente para recolhimento e preservação de objetos, se voltando mais

para o desenvolvimento da sociedade, uma vez que incorpora um âmbito mais destinado à

disponibilização de educação para todos os membros da comunidade de forma igualitária.

A Mesa Redonda de Santiago, que ocorreu no Chile em 1972, propôs que a relação

que o homem estabelece com o patrimônio cultural passasse a ser estudada pela museologia.

Portanto, o museu passa a ser mais que uma extensão da escola, tornando-se também agente

de transformações sociais. Com isso, o museu deixa de ser visto como uma instituição restrita

para membros de uma determinada classe, apresentando também exposições com temática

relacionada com a atualidade, as quais se encontram abertas às pessoas, que também podem

contribuir para a instituição.

No período entre 26 e 28 de junho de 2007, foi realizado em Salvador o I Encontro

Ibero-Americano de Museus, que de certa forma reafirmou tudo aquilo que foi imposto pela

Mesa Redonda de Santiago para o contexto ibero-americano. Segundo o encontro:

Page 11: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

10

Compreendendo os museus como práticas sociais relevantes para o desenvolvimento

compartilhado, como lugares de representação da diversidade cultural dos povos ibero-

americanos, que partilham no presente memórias do passado e que querem construir juntos

uma outra via de acesso ao futuro, com mais justiça, harmonia, solidariedade, liberdade,

paz, dignidade e direitos humanos. ( I Encontro Ibero-Americano de Museus, 2007)

Um exemplo da abordagem contemporânea em Salvador é a exposição “BEL BORBA

intervém urbano”, disponível na Caixa Cultural, que apesar de não ser classificada como

museu, é um espaço voltado para a promoção e difusão da cultura nacional, tornando a

participação dos artistas mais democrática e acessível, uma vez que possui sedes em todos os

Estados do país.

A exposição de Borba, especificamente, conta com 80 obras inéditas do artista, nas

quais ele intervém em fotografias antigas de domínio público e atuais, tiradas com seu celular,

da cidade de Salvador, além de imagens de satélites com projeções de aeroportos espalhados

pelo mundo, apresentando respectivamente, a Bahia de ontem, hoje e amanhã. Na Caixa

Cultural também é possível visitar outra exposição de Borba com esculturas construídas a

partir de escombros do antigo Estádio Otávio Mangabeira, atual espaço da Arena Fonte Nova,

demolido em 2010.

Page 12: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

11

3.0 RELAÇÕES CULTURAIS E MUSEOLOGIA EM SALVADOR

No primeiro capítulo foi citado que o museu representa uma instituição na qual estão

presentes as culturas popular e erudita, representando a convergência destas vertentes

culturais que são frequentemente referidas como opostas. Na cidade de Salvador, referência

em termo de cultura, pode-se encontrar diversos museus com as mais variadas representações

da cultura popular, expressas através de uma instituição com estrutura erudita.

3.1 Museu Afro-brasileiro da Bahia

O museu afro-brasileiro (MAFRO) da Bahia é um dos poucos do país que tratam da

cultura africana e seu papel na formação da cultura brasileira por conta de toda a história

entrelaçada entre ambas as culturas. Ele é um espaço de divulgação e permanência de valores

desta cultura pouco valorizada por muitos. É um espaço para amostra de sua identidade e

memória, uma maneira encontrada para estreitar a relação da população brasileira com a

África e compreender sua importância para nossa formação.

O MAFRO foi criado na década de 70 a partir de um Programa de Cooperação

Cultural entre o Brasil e os países da África e teve sua inauguração oficial no ano de 1982, em

um prédio histórico onde residia a antiga Escola de Medicina, a primeira do Brasil.

Inicialmente, segundo Cunha em sua dissertação (1999), coordenador do Museu entre 1995-

2001, podemos encontrar no projeto do museu, detalhes a respeito da iniciação do mesmo,

onde planejava ser um imenso centro cultural em que poderiam ser encontrados seminários,

cursos, divulgação de trabalhos sobre a cultura africana, estimulação de pesquisas dentre

outros pontos. Lamentavelmente ele não pôde expor todo o continente africano como era de

desejo no projeto inicial, devido a diminuição das salas (o plano inicial insidia no uso

totalitário do prédio histórico), contudo pôde continuar as principais atividades expostas nas

ações museológicas como as exposições.

Atualmente as exposições são realizadas em quatro setores e muitas de suas peças

foram disponibilizadas pela Nigéria ou foram doações com a existência inclusive de cópias

dadas como verdadeiras por serem únicas em todo o mundo. Ele nos dispõe da compreensão a

respeito da diversidade cultural, formulado também como um lugar de referência identitária,

Page 13: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

12

como prescrito sua necessidade na lei 10.639/03 que determina a inclusão da história e

culturas africanas e afro-brasileiras no currículo escolar.

No final da década de 90 o museu passou pela sua primeira restauração, tendo seu

espaço ainda mais reduzido. Como museu universitário ele tem também o compromisso com

a pesquisa, o ensino e extensão. O projeto de pesquisa precisa de um esforço que envolve

diversas áreas para ajuda na ampliação acerca da diversidade da cultura afro- brasileira e sua

complexidade.

O patrimônio cultural afro- brasileiro é fruto de muitos conflitos, lutas e acordos

através da busca de elementos africanos perdidos, por exemplo, diante de uma memória

negada e sequestrada já que, grande parte de sua cultura tentou ser subordinada para os

padrões católicos, no caso religioso, por exemplo, o que implica no que foi uma tentativa de

impor a cultura europeia, possivelmente considerada erudita, para a camada popular.

No período colonial, quando foram gestadas as principais organizações da cultura afro-

brasileira, é possível perceber a importância dos espaços festivos, considerados pelos

senhores como profanos, quando os escravizados festejavam os santos católicos, em forma

de alegres manifestações, mescladas às tradições africanas. Os senhores não percebiam que

a dimensão religiosa ancestral ali se perpetrava e se firmava, formando uma nova cultura na

qual eram preservados importantes suportes identitários (Freitas, Joseania)

O reconhecimento desta cultura têm sido ministrada durante muito tempo do âmbito

da invisibilidade e se visível geralmente voltada para o lado negativo, frisando a escravidão e

submissão. Um ponto curioso a respeito da escravidão é que alguns negros permaneciam no

meio escravista para não perder o contato com seu povo e sua cultura e acabar sendo

subordinado diante da cultura europeia já mencionada.

Podemos dizer que durante um longo período de tempo que reside até os dias atuais na

mente de muitas pessoas, ocorreu uma mercantilização da cultura africana sendo conceituado

apenas as partes consideradas essenciais para sua definição e consideração.

O consumismo sempre teve grande importância e ainda hoje é necessário seu uso para

que os negros sejam vistos e ouvidos muitas vezes diante da sociedade, ou seja, isso indica

que em diversos momentos ou fases da vida, eles têm que abrir mão de suas raízes

consideradas populares para seguir a padronização erudita, ou a causa de uma relação de

Page 14: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

13

interdependência ditada pela sociedade e ter assim alguma posição social de visibilidade, até

para a exigência de seus direitos, lamentavelmente.

Na Bahia existem, porém, vários objetos vistos como típicos da cultura negra sendo

eles, por exemplo, as mulheres do acarajé, a comida típica com o uso do dendê e a capoeira.

Todos os objetos citados passaram por problemas no decorrer da história, sendo marcados

assim de alguma maneira que os levasse a ser, graças a grandes autores em muitos casos,

pontos famosos e desejados que se estenderam para diversos lugares do mundo e passaram a

ter relevância diante da sociedade. Esta situação não diminui o fato de que esta cultura só tem

reconhecimento e exposição para objetos que para a ‘’cultura erudita’’ possui alguma

importância para se enquadrar no conhecimento geral.

O museu é tido então resumidamente como um espaço identitário para que as pessoas

possam se identificar em diversas áreas já que muitas de suas peças do acervo são encontrados

em casa e que nem sabíamos que vieram do meio africano e isso acaba tornando o espaço

também dinâmico.

3.1 Setores do MAFRO

O MAFRO é atualmente dividido em quatro setores, como dito anteriormente, e são

eles:

1) Este setor teve durante dez anos uma exposição que falava sobre orixás, suas

principais nações do candomblé em Salvador e das ferramentas dos orixás, logo depois

ocorreu a primeira exposição internacional do museu e foi a primeira vez que a mesma

saiu de seu local de origem para o Brasil e foi importante pela questão estrutural como

divulgação do museu e atualmente possui uma exposição sobre religião, a Brahma

Kumaris, parecida com a budista que acredita que alcançamos os pontos de luz/

valores através da meditação.

2) O segundo setor é o ‘’setor África’’que só possui peças africanas, a maioria do acervo

é composto por peças originárias da Nigéria e grande parte também fora doações de

museus de fora. É o espaço denominado também identitário e dinâmico. Porque é

encontrado também cerâmicas, máscaras, tecidos,esculturas, penteados, jogos,

processo da metalurgia e instrumentos que são utilizados até hoje. Além de painéis que

demonstram mapas e retratam a história, mencionando a África Pré- Colonial.

Page 15: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

14

3) O terceiro setor traz um tema polêmico que já está presente durante um ano que traz

um orixá muitas vezes mal interpretado, Exu. Ela vêm para explicar como Exu age, e

onde age, demonstrando que ele é um orixá como qualquer outro e reinstituindo a

ideia do Orixá que foi deturpado durante o processo de colonização do território

africano e nos cinco séculos da diáspora.

4) É um acervo de Caribé, um artista plástico que fez vinte e sete painéis de três metros

por um e/ dois por um que são representações de orixás e são talhados a madeira.

3.2 Museu Tempostal

Antônio Marcelino do Nascimento, natural de Sergipe, gostava de colecionar objetos

desde a infância, durante sua vida montou um acervo com trinta mil cartões postais. Em 1947

Antônio Marcelino mudou-se para Salvador.

Em maio de 1995 a coleção de Marcelino foi adquirida pelo Governo do Estado da

Bahia, através da Secretaria de Cultura e Turismo que se pontificou a zelar pelo material,

dessa forma, em novembro de 1997 foi criado o Museu Tempostal que é vinculado à Diretoria

de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (DIMUS/IPAC).

O Museu Tempostal é uma rica fonte de pesquisa que atrai turistas e também a

comunidade acadêmica, no museu podemos encontrar exposições em cartazes e a coleção

reunida por Marcelino. A primeira exposição tem como nome: “O Bairro do Comércio”, nela

observamos postais sobre o bairro do Comércio em um período que vai da primeira década do

século XX até os anos 80.

A outra exposição “Pelos Caminhos de Salvador” trata-se de cartões postais com a

representação de locais/bairros da cidade de Salvador em sua época antiga e para quem

conhece a cidade hoje o interessante é poder observar a modernização sofrida pelos locais. Os

cartões postais não retratam só Salvador, mas também alguns lugares do Estado da Bahia, essa

outra exposição tem como nome: “Bahia – Litoral e Sertão”, composta por postais datados do

início do século XX, neles observamos algumas cidades do interior do estado.

3.3 Solar Ferrão

Construído entre os séculos XVII e XVIII, o casarão Solar Ferrão já passou por

diversas utilidades, desde residência jesuítica até sede do Centro Operário da Bahia. Em 1978,

Page 16: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

15

foi adquirido pelo Governo do Estado da Bahia, que o restaurou, sediando ali o Museu

Abelardo Rodrigues, no andar nobre, e a Galeria Solar Ferrão, no resto do edifício.

Atualmente, a galeria é composta por quatro exposições: “Smetak - O Alquimista do Som”,

“Coleção de Arte Popular” e “Coleção de Arte Africana Claudio Masella”.

3.3.1 Coleção de Arte Popular

A coleção é representada por peças peculiares da cultura popular nordestina. O

nordestino possui uma cultura variada, influenciada por diferentes povos, sendo os principais

os indígenas, europeus e africanos. O acervo foi reunido por Martim Gonçalves e

posteriormente ampliado pela arquiteta italiana Lina Bo Bardi. Fazem parte da exposição

peças como: carrancas (esculturas feitas em madeira com fisionomia humana ou animal, eram

usadas inicialmente na proa das embarcações, atualmente ela é comercializada como produtos

artesanais), ex-votos (são objetos levados e deixados nas salas de milagres em agradecimento

aos milagres alcançados. Os ex-votos são o registro materiais da crença de um povo. Os

objetos podem ser partes do corpo humano, fotografias, bilhetes, miniatura de casas, barcos e

carros, quadros pictóricos, dentre outros objetos que identifiquem a graça recebida),

esculturas em cerâmica, fifós, panelas, potes de barro, brinquedos, utensílios domésticos e

objetos criados a partir de materiais recicláveis, que mostram uma sintonia entre a arte e a

vida cotidiana.

3.3.2 Smetak - O Alquimista do Som

A exposição mostra algumas obras de plástica sonora do compositor suíço

naturalizado brasileiro em 1968, Walter Smetak (1913-1984). As obras expostas foram criadas

na Bahia durante um período de efervescência cultural. A obra de Smetak uniu a composição

de música erudita de vanguarda com a construção de instrumentos musicais experimentais,

construindo um híbrido entre artes musicais e artes plásticas. Aliás, muitos de seus

instrumentos são mais consideradas como arte plástica que musicais.

A obra de Smetak pode ser vista sob dois aspectos distintos. Ao mesmo tempo em que ele

utiliza materiais locais como as cabaças na produção dos instrumentos, do ponto de vista

musical suas composições nada têm de “nativas”. Isto é, do ponto de vista da visualidade,

dos instrumentos enquanto objetos de arte, a Bahia está presente em sua obra, que possui

Page 17: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

16

referências à “cultura popular”. Do ponto de vista musical não – embora ele afirme o

contrário. Deste modo, a produção que Smetak via como uma “obra de arte total” termina

sendo entendida dentro de uma dualidade – entre os instrumentos como objetos plásticos, e

a música, os sons que produzem. Tratava-se de música experimental, que manteve, porém,

seu caráter erudito, derivado da sólida formação acadêmica de Smetak. E como toda a

música erudita de vanguarda do século XX, sua música teve uma circulação restrita junto

ao público, e foi mal recebida pela crítica. (Paoli, s.d.)

3.3.3 Coleção de Arte Africana Cláudio Masella

A Coleção Cláudio Masella é um acervo com cerca de 1070 peças, sobretudo

estatuetas e máscaras de metal e madeira. Elas representam o estilo étnico tradicional de mais

de vinte sociedades africanas, distribuídas por cerca de 14 países. Nascido em 2 de agosto

de1935, em Roma, e falecido em 21 de fevereiro de 2007, Masella se interessou pela arte

africana e reuniu obras com uma expressiva diversidade cultural. Segundo relatos orais, as

peças foram adquiridas ao longo de 35 anos. Em 2004, as peças foram doadas ao Estado da

Bahia pelo próprio colecionador, que via em Salvador um local propício para a divulgação da

cultura e das artes da África. Assim, o Estado se comprometeu, através de contrato de doação,

a gerir, conservar e expor a coleção ao público.

3.3.4 Museu Abelardo Rodrigues

Localizado no Solar Ferrão, o Museu Abelardo Rodrigues foi inaugurado no dia 5 de

novembro de 1981, o acervo é rico em esculturas valiosas da arte sacra brasileira, esculpidas

em madeira, pedra-sabão, barro e marfim.

Após a morte de Abelardo, a família decidiu que as obras deveriam ser expostas, o

governo de Pernambuco (estado oriundo de Abelardo) não demonstrou interesse e o

governador da Bahia na época (Antônio Carlos Magalhães), comprou o acervo. Entre as obras

estão imagens, oratórios, altares e crucifixos.

A história destes martírios devia exortar os fiéis à imitar as virtudes dos santos, ensiná-los

sobre a moral cristã, suscitar neles uma relação de amor e devoção à corte celestial,

sobretudo pelo reconhecimento do poder que os santos tinham em interceder junto a Jesus

para a satisfação dos rogos de seus devotos, quase sempre no sentido de amenizar as dores e

os sofrimentos da carne e do espírito (FREIRE, 2009).

Page 18: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

17

Para o catolicismo, as imagens são de uma grande importância, a Igreja Católica

possui um apego as suas imagens, elas são usadas como artefato que inspiraram os fies a

seguir suas vidas tomando como exemplo as histórias das pessoas representadas pelas

imagens.

Page 19: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

18

3.0 CONCLUSÃO

A partir do conhecimento e reflexão sobre o conteúdo apresentado, conclui-se

que as culturas popular e erudita representam vertentes culturais que não são

intrínsecamente ligadas à determinadas classes sociais, além de possuírem conceitos

e objetivos distintos que se complementam, não existindo assim uma total oposição

entre elas, apesar da distinção. Também pode-se destacar a ideia de que as instituições

museológicas não expõem somente o passado e não são voltadas somente para a

História, contendo também exposições contemporâneas, científicas, técnicas e artísticas,

além de não representar instituições com visitas restritas a uma classe social, sendo

abertas a todo o público. A maioria dos museus possui entrada gratuita ou, quando é

necessário o pagamento de ingressos, os preços são extremamente módicos quando

comparados à riqueza cultural disponibilizada através das exposições presentes na

instituição. A pesquisa e o desenvolvimento do trabalho foram essenciais para o

conhecimento da cultura presente na cidade e nos cidadãos, causando um maior

reconhecimento de quem somos e nossa origem cultural, e quebrando determinados

tabus e preconceitos sobre os conteúdos apresentados nas exposições visitadas,

além de proporcionar amadurecimento e ampliação do conhecimento sobre o assunto

abordado.

Page 20: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

19Referências Bibliográficas

– JUNIOR, José do Nascimento; CHAGAS, Mário de Souza. Política nacional de

museus. Brasília: MinC, 2007. 184 p. : il. Color.

– PRIMO, Judite Santos. Pensar contemporaneamente a museologia. Cadernos de

Sociomuseologia, nº 16, 1999, pg. 05 - 38. Disponível em: http://recil.grupolusofona.pt Acesso em: 08 jun 2014.

– JUNIOR, José do Nascimento, et al. Declaração da Cidade do Salvador. In.: Encontro

Ibero-Americano de Museus, 1, 2007, Salvador. Disponível em: http://www.museus.gov.br/ Acesso em: 08 jun 2014.

– JULIÃO, Letícia. Apontamentos sobre a História do Museu. Caderno de Diretrizes

Museológicas, 2ª parte, pg. 19 – 32. Disponível em: http://www.cultura.mg.gov.br/

Acesso em: 08 jun 014.

– BRASIL. Lei nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009; Institui o Estatuto dos Museus.

Brasília, 14 de janeiro de 2009; 188o da Independência e 121o da República.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ Acesso em: 08 jun 014.

– PAOLI, Paula Silveira de. Entre música e artes plásticas: as experiências de Walter

Smetak na Bahia de Todos os Santos. Disponível em: http://www.docomomobahia.org/ Acesso em: 08 jun 2014

– BAHIA. Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. Folder Institucional do

Solar Ferrão. [Salvador], [2012]. Disponível em: http://www.ipac.ba.gov.br Acesso em: 08 jun. 2014

– FREITAS, Joseania Miranda. Museu Afro-brasileiro; Ações afirmativas de caráter

museológico no novo setor da herança cultural afro-brasileira. In.: ENECULT, 1,

2005, Salvador. Disponível em: http://www.cult.ufba.br/ Acesso em: 08 jun 2014

Page 21: Convergência Cultural Em Museus de Salvador

20

– SANSONE, Livio. Os objetos da identidade negra: consumo, mercantilização,

globalização e a criação de culturas negras no Brasil. Mana, vol.6, n.1, Rio de Janeiro,

Apr. 2000. Disponível em: http://www.scielo.br/ Acesso em: 08 jun 2014

– FREIRE, Luiz Alberto Ribeiro. Imaginária e Imaginário no Brasil Colonial. In

Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas

Transversalidades nas Artes Visuais, n.18, 2009, Salvador. p. 2144 – 2156.

Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ Acesso em: 08 jun 2014

– SANTOS, Viviane da Silva. Ex-votos: Materialização da fé. In.: Encontro de Estudos

multidisciplinares em Cultura, n. 6, 2010, Salvador. Disponível em: www.cult.ufba.br

Acesso em: 08 jun 2014

– LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 21º edição. Zahar:

Rio de Janeiro, 2007.

– SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. 6ª Edição. São Paulo: brasiliense, 1987.