convenção relativa à luta contra a discriminação no campo do ensino

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Convenção relativa à Luta contra a Discriminação no campo do Ensino Decreto nº 63.223 - de 6 de setembro de 1968 Presidente da República, havendo o Congresso Nacional aprovado pelo decreto legislativo n. 40 (*), de 1967, a Convenção à luta contra a discriminação no campo do ensino, adotada a 15 de dezembro de1960, pela Conferência Geral da Organização das nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, por ocasião de sua décima primeira sessão; E havendo a referida Convenção de conformidade com seu artigo 14, entrado em vigor para o Brasil, a 19 de julho de 1968, isto é, três meses após o depósito do instrumento de ratificação junto ao Diretor Geral da UNESCO, realizado em 19 de abril de 1968; Decreta que a mesma, apensa por cópia ao presente Decreto, seja executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém. Brasília, 6 de setembro, de 1968; 147.° da Independência e 80.º da República. A . Costa e Silva - Presidente da República. Convenção relativa à Luta contra a Discriminação no campo do Ensino Adotada a 14 de dezembro de 1960, pela Conferência Geral da UNESCO, em sua 11.ª sessão, reunida em Paris de 14 de novembro à 15 de dezembro de 1960. A Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura, reunida em Paris de 14 de novembro a 15 de dezembro de 1960, em sua décima primeira sessão. Lembrando que a Declaração universal dos direitos do homem afirma o princípio de não discriminação e proclama o direito de toda pessoa à educação. Considerando que a discriminação no campo do ensino constitui violação dos direitos enunciados nesta Declaração. Considerando que nos termos de sua Constituição, a Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura se propõe a instituir a colaboração entre as nações para assegurar a todos o respeito universal dos direitos do homem e oportunidades igual de educação. Consciente de que incumbe conseqüentemente à Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura, dentro do respeito da diversidade do sistemas nacionais de educação não só prescrever qualquer discriminação em matéria de ensino mas igualmente promover a igualdade de oportunidade e tratamento para todos nestes campos.

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Convenção Relativa à Luta Contra a Discriminação No Campo Do Ensino

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Conveno relativa Luta contra a Discriminao no campo do EnsinoDecreto n 63.223 - de 6 de setembro de 1968Presidente da Repblica, havendo o Congresso Nacional aprovado pelo decreto legislativo n. 40 (*), de 1967, a Conveno luta contra a discriminao no campo do ensino, adotada a 15 de dezembro de1960, pela Conferncia Geral da Organizao das naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura, por ocasio de sua dcima primeira sesso;E havendo a referida Conveno de conformidade com seu artigo 14, entrado em vigor para o Brasil, a 19 de julho de 1968, isto , trs meses aps o depsito do instrumento de ratificao junto ao Diretor Geral da UNESCO, realizado em 19 de abril de 1968;Decreta que a mesma, apensa por cpia ao presente Decreto, seja executada e cumprida to inteiramente como nela se contm.Braslia, 6 de setembro, de 1968; 147. da Independncia e 80. da Repblica.A . Costa e Silva - Presidente da Repblica.Conveno relativa Luta contra a Discriminao no campo do EnsinoAdotada a 14 de dezembro de 1960, pela Conferncia Geral da UNESCO, em sua 11. sesso, reunida em Paris de 14 de novembro 15 de dezembro de 1960.A Conferncia Geral da Organizao das Naes Unidas para a educao, a cincia e a cultura, reunida em Paris de 14 de novembro a 15 de dezembro de 1960, em sua dcima primeira sesso.Lembrando que a Declarao universal dos direitos do homem afirma o princpio de no discriminao e proclama o direito de toda pessoa educao.Considerando que a discriminao no campo do ensino constitui violao dos direitos enunciados nesta Declarao.Considerando que nos termos de sua Constituio, a Organizao das Naes Unidas para a educao, a cincia e a cultura se prope a instituir a colaborao entre as naes para assegurar a todos o respeito universal dos direitos do homem e oportunidades igual de educao.Consciente de que incumbe conseqentemente Organizao das Naes Unidas para a educao, a cincia e a cultura, dentro do respeito da diversidade do sistemas nacionais de educao no s prescrever qualquer discriminao em matria de ensino mas igualmente promover a igualdade de oportunidade e tratamento para todos nestes campos.Tendo recebido propostas sobre diferentes aspectos da discriminao no ensino, questo que constitui o item 17.1.4 da ordem do dia da sesso,Tendo decidido em sua dcima sesso, que essa questo seria objeto de uma conveno internacional assim como de recomendaes aos membros,Adotada neste dcimo quarto dia de dezembro de 1960, a presente Conveno: Artigo IPara os fins da presente Conveno, o termo "discriminao" abarca qualquer distino, excluso, limitao ou preferncia que, por motivo de raa, cor, sexo, lngua, religio, opinio publica ou qualquer outra opinio, origem nacional ou social, condio econmica ou nascimento, tenha por objeto ou efeito destruir ou alterar a igualdade de tratamento em matria de ensino, e, principalmente:a) privar qualquer pessoa ou grupo de pessoas do acesso aos diversos tipos ou graus de ensino;b) limitar a nvel inferior educao de qualquer pessoa ou grupo;c) sob reserva do disposto no artigo 2 da presente Conveno, instituir ou manter sistemas ou estabelecimentos de ensino separados para pessoas ou grupos de pessoas; oud) de impor a qualquer pessoa ou grupo de pessoas condies incompatveis com a dignidade do homem.2. Para os fins da presente Conveno, a palavra "ensino" refere-se aos diversos tipos e graus de ensino e compreende o acesso ao ensino, seu nvel e qualidade e as condies em que subministrado.Artigo IIQuando admitidas pelo Estado, as seguintes situaes no consideradas discriminatrias nos termos do artigo 1 da presente Conveno:a) a criao ou a manuteno de sistemas ou estabelecimentos de ensino separados para alunos dos dois sexos, quando estes sistemas ou estabelecimentos oferecerem facilidades equivalentes de acesso ao ensino dispuserem de um corpo docente igualmente qualificado assim como locais escolares e equipamentos da mesma qualidade e permitirem seguir os mesmos programas de estudos ou equivalentes;b) a criao ou manuteno por motivos de ordem religiosa ou lingstica, de sistemas ou estabelecimentos separados que proporcionem um ensino que corresponda escolha dos parentes ou tutores legais dos alunos, se a adeso a estes sistemas ou a freqncia desses estabelecimentos for facultativa e se o ensino proporcionado se coadunar as normas que possam ter sido prescritas ou aprovadas pelas autoridades competentes, particularmente para o ensino do mesmo grau;c) a criao ou manuteno de estabelecimentos de ensino privados, caso estes estabelecimentos no tenham o objetivo de assegurar a excluso de qualquer grupo, mas o de aumentar as possibilidades de ensino que aumentar as possibilidades de ensino que ofeream os poderes pblicos, se seu funcionamento corresponder a esse fim e se o ensino prestado se coadunar com as normas que possam ter sido prescritas ou aprovadas pelas autoridades competentes, particularmente para o ensino do primeiro grau.Artigo IIIA fim de eliminar e prevenir qualquer discriminao no sentido da presente Conveno, os Estados partes se comprometem a:a) ab-rogar quaisquer disposies legislativas e administrativas e fazer cessar quaisquer prticas administrativas que envolvam discriminao;b) tomar as medidas necessrias, inclusive legislativas, para que no haja discriminao na admisso de alunos nos estabelecimentos de ensino;c) no admitir, no que concerne s despesas de ensino, s atribuies de bolsas e qualquer forma de ajuda aos alunos e concesso de autorizaes e facilidades que possam ser necessrias ao prosseguimento dos estudos no estrangeiros qualquer diferena de tratamento entre nacionais pelos poderes pblicos, seno as baseadas no mrito e nas necessidades;d) no admitir, na ajuda que, eventualmente, e, sob qualquer forma, fr concedida pelas autoridades pblicas aos estabelecimentos de ensino, nenhuma preferncia ou restrio baseadas unicamente no fato de que os alunos pertenam a determinado grupo;e) conceder aos estrangeiros que residirem em seu territrio o mesmo acesso ao ensino que o concedido aos prprios nacionais.Artigo IVOs Estados Partes na presente Conveno comprometem-se alm do mais a formular, desenvolver e aplicar uma poltica nacional que vise a promover, por mtodos adaptados s circunstncias e usos nacionais, a igualdade de oportunidades e tratamento em matria de ensino, e principalmente:a) tornar obrigatrio e gratuito o ensino primrio: generalizar e tornar acessvel a todos o ensino secundrio sob suas diversas formas; tornar igualmente acessvel a todos o ensino superior em funo das capacidades individuais; assegurar a execuo por todos da obrigao escolar prescrita em lei;b) assegura em todos os estabelecimentos pblicos do mesmo grau um ensino do mesmo nvel e condies equivalentes no que diz respeito qualidade do ensino dado;c) encorajar e intensificar, por mtodos apropriados, educao de pessoas que receberam instruo primria ou que no a terminaram e permitir que continuem seus estudos em funo de suas aptides;d) assegurar sem discriminao a preparao ao magistrio.Artigo VOs Estados Partes nas presente Conveno convm em que:a) a educao deve visar ao pleno desenvolvimento da personalidade humana e ao fortalecimento do respeito aos direitos humanos e das liberdades fundamentais e que deve favorecer a compreenso, a tolerncia e a amizade entre todas as naes. Todos os grupos raciais ou religiosos, assim como o desenvolvimento das atividades nas Naes Unidas para a manuteno da paz;b) deve ser respeitada a liberdade dos pais e, quando for o caso, dos tutores legais:1.) de escolher para seus filhos estabelecimentos de ensino que no sejam mantidos pelos poderes pblicos, mas que obedeam s normas mnimas que possam ser prescritas ou aprovadas pelas autoridades competentes; e 2.) de assegurar, conforme as modalidades de aplicaes prprias da legislao de cada Estado, a educao religiosa e moral dos filhos, de acordo com suas prprias convices, outrossim, nenhuma pessoa ou nenhum grupo podero ser obrigados a receber instruo religiosa incompatvel com suas convices;c) deve ser reconhecido aos membros das minorias nacionais do direito de exercer atividades educativas que lhes sejam prprias, inclusive a direo das escolas e Segundo a poltica de cada Estado em matria de educao, o uso ou o ensino de sua prpria lngua desde que, entretanto:I - esse direito no seja exercido de uma maneira que impea os membros das minorias de compreender cultura e a lngua da coletividade e de tomar parte em suas atividades ou que comprometa a soberania nacional;II - o nvel de ensino nessas escolas, no seja inferior ao nvel geral prescrito ou aprovado pelas autoridades competentes; eIII - a freqncia a essas escolas seja facultativa.2. Os Estados partes na presente Conveno comprometem-se a tomar todas as medidas necessrias para assegurar a aplicao dos princpios enunciados no pargrafo 1. do presente artigo.Artigo VINa aplicao da presente Conveno, os Estados partes comprometem-se a dar a maior ateno s recomendaes que a conferncia Geral da Organizao das Naes Unidas para a educao, a cincia e a cultura adotar para definir as medidas a serem tomadas para lutar contra os diversos aspectos da discriminao no ensino e assegura a igualdade de oportunidade e de tratamento.Artigo VIIOs Estados partes na presente Conveno devero fornecer nos relatrios peridicos que apresentaro Conferncia Geral da Organizao das naes Unidas para a educao, a cincia e a cultura, nas datas e sob a forma que ela determinar, as disposies legislativas regulamentares e as outras medidas que tomarem para a aplicao da presente Conveno, inclusive as tomadas para formular e desenvolver a poltica nacional definida no artigo IV, assim como os resultados obtidos e os obstculos encontrados em sua aplicao.Artigo VIIIQualquer controvrsia entre dois ou mais Estados partes na presente Conveno relativa interpretao ou aplicao da presente Conveno que no tenha sido resolvida por meio de negociaes ser submetida, na ausncia de outro processo de soluo da controvrsia, Corte Internacional de justia que decidir a respeito.Artigo IXNo sero admitidas reservas presente Conveno.Artigo XA presente Conveno no prejudicar os direitos de que possam gozar indivduos ou grupos em virtude de acordos entre dois ou mais Estados desde que esses direitos no sejam contrrios nem letra nem ao espirito da presente Conveno.Artigo XIA presente Conveno redigida em espanhol, francs, ingls e russo, os quatro textos fazendo igualmente f.Artigo XIIA presente Conveno ser submetida ratificao ou aceitao dos membros da Organizao das Naes Unidas para a educao, a cincia e cultura de acordo com seus processos constitucionais respectivos.2. Os instrumentos de ratificao ou de aceitao sero depositados junto ao Diretor Geral da Organizao das Naes Unidas para a educao, a cincia e a cultura. Artigo XIIIA presente Conveno ficar aberta adeso de qualquer Estado no membro da Organizao das Naes Unidas que seja convidado a faz-lo pelo Conselho Executivo da Organizao.2. A adeso ser feita pelo depsito de um instrumento de adeso junto a Diretor Geral da Organizao das Naes Unidas para educao, a cincia e cultura.Artigo XIVA presente Conveno entrar em vigor trs meses aps a data do depsito terceiro instrumento de ratificao, de aceitao ou de adeso, mas unicamente em relao aos Estados que tenham depositado os respectivos instrumentos de ratificao, de aceitao ou de adeso antes de ou nessa data. Entrar em vigor, em relao a qualquer outro Estado, trs meses aps o depsito de seu instrumento de ratificao de aceitao ou de adeso.Artigo XVOs Estados partes na presente Conveno reconhecem que esta ; eles comprometem-se a consultar se for necessrio, os governos ou outras autoridades competentes dos referidos territrios, no momento ou antes da ratificao, da aceitao, ou da adeso, a fim de obter a aplicao da Conveno a esses territrios e notificar ao Diretor Geral da Organizao das Naes Unidas para a educao, a cincia e a cultura, os territrios aos quais Conveno se aplica, devendo esta notificao entrar em vigor trs meses aps seu reconhecimento.Artigo VICada um dos Estados partes na presente Conveno ter a faculdade de denunciar a presente Conveno em seu Prprio nome ou em nome de qualquer territrio por cujas relaes internacionais seja responsvel.2. A denuncia ser notificada por instrumento escrito depositado junto ao Diretor Geral da Organizao das Naes Unidas para a educao, a cincia e cultura.3. A denuncia se tornar efetiva doze meses aps o recebimento do instrumento de denuncia.Artigo XVIIDiretor Geral da Organizao das Naes Unidas para a educao, a cincia e a cultura informar os Estados mencionados no artigo 13, assim como a Organizao das Naes Unidas do depsito de todos os instrumentos de ratificao, de aceitao ou de adeso referidos nos artigos 12 e 13, assim como das notificaes e denuncias previstas nos artigos 15 e 16 respectivamente.Artigo XIIIA presente Conveno poder ser revista pela Conferncia Geral da Organizao da Naes unidas para a educao, a cincia e a cultura. Tal reviso entretanto, s obrigar os Estados que se tornarem partes da conveno revista2. Caso a Conferncia Geral adote nova Conveno que importe na reviso total ou parcial da presente Conveno e a no ser que nova Conveno disponha de outra maneira, a presente Conveno deixar de estar aberta ratificao, aceitao ou adeso a partir da data da entrada em vigor da nova Conveno revista.Artigo XIXDe acordo com o artigo 102 da carta das naes Unidas, a presente Conveno ser registrada no Secretariado das Naes Unidas a pedido do Diretor Geral da Organizao das Naes Unidas para a educao, a cincia e cultura.Feita em Paris, aos 15 dias de Dezembro de 1960, em dois exemplares autnticos assinados pelo Presidente da dcima primeira sesso da Conferncia Geral e pelo Diretor Geral da Organizao das Naes Unidas para a educao, a cincia e a cultura, os quais sero depositados nos arquivos da Organizao das Naes Unidas para a educao, a cincia e a cultura e cpias autenticadas dos mesmos sero remetidas a todos os Estados mencionados nos artigos 12 e 13, assim como organizao das Naes unidas.texto que precede o texto autntico da conveno devidamente adotada pela Conferncia da Organizao das Naes Unidas para a educao, a cincia e a cultura em sua dcima primeira sesso realizada em paris e declarada encerrada no dcimo quinto dia de dezembro de 1960.Em f do que apuseram sua assinaturas neste dcimo quinto dia de dezembro de 1960.O Presidente da Conferncia Geral - Akale-work abte-woldO Diretor Geral, Vittorino Veronese.