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Universidade de Brasília Instituto de Humanas - IH Departamento de Geografia - GEA CONTROLES PARA DISTRIBUIÇÃO DE VOÇOROCAS NA ÁREA DO CENTRO DE INSTRUÇÕES DE FORMOSA - CIF Erika da Silva Noronha Brasília, agosto 2015

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Universidade de Brasília

Instituto de Humanas - IH

Departamento de Geografia - GEA

CONTROLES PARA DISTRIBUIÇÃO DE VOÇOROCAS NA ÁREA DO

CENTRO DE INSTRUÇÕES DE FORMOSA - CIF

Erika da Silva Noronha

Brasília, agosto 2015

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I

ERIKA DA SILVA NORONHA

CONTROLES PARA DISTRIBUIÇÃO DE VOÇOROCAS NA ÁREA DO

CENTRO DE INSTRUÇÃO DE FORMOSA/GO - CIF

Monografia apresentada ao Departamento

de Geografia do Instituto de Ciências

Humanas da Universidade de Brasília

como requisito parcial para obtenção do

grau de Bacharel em Geografia.

Orientador: Prof. Dr. Rogério Soares Elias Uagoda

Brasília, agosto de 2015.

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II

FICHA CATALOGRÁFICA

NORONHA, Erika da Silva.

Controles para distribuição de voçorocas na área do Centro de instrução De Formosa/GO - CIF

Orientação: Rogério Soares Elias Uagoda, Brasília 2015. Monografia (Bacharelado em Geografia), Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Geografia. |IH/GEA/UnB|

I. Voçoroca. II. Fomosa. (GO). III. Distribuição.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

NORONHA, Erika da Silva. Controles para distribuição de voçorocas na área do

Centro de instrução de Formosa/GO - CIF. Monografia de Graduação.

Universidade de Brasília. Instituto de Ciências Humanas. Departamento de

Geografia. Brasília, 2015. p. 56.

CESSÃO DE DIREITOS

Autoria: Erika da Silva Noronha

Título: Controles para distribuição de voçorocas na área do Centro de instrução

de Formosa/GO - CIF

Grau: Bacharel, 2015.

É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta

monografia e, ainda, emprestar e/ou vender cópias, somente que destinadas a

propósitos acadêmicos ou científicos, desde que citada a fonte.

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III

ERIKA DA SILVA NORONHA

CONTROLES PARA DISTRIBUIÇÃO DE VOÇOROCAS NA ÁREA DO

CENTRO DE INSTRUÇÃO DE FORMOSA/GO - CIF

Monografia apresentada ao Departamento

de Geografia do Instituto de Ciências

Humanas da Universidade de Brasília

como requisito parcial para obtenção do

grau de Bacharel em Geografia.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Rogério Soares Elias Uagoda (orientador)

Departamento de Geografia - UnB

____________________________________________________________

Prof. Dr.ª Ruth Laranja

Departamento de Geografia - UnB

____________________________________________________________

Me. João Paulo Sena Souza

IG – Instituto de Geociências

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IV

RESUMO

O objetivo deste trabalho é realizar uma análise do processo de voçorocamento

no Campo de instrução de Formosa/GO pertencente ao Exército Brasileiro. Esse

estudo consistirá no cruzamento de dados, buscando a identificação das feições

erosivas do tipo voçoroca, ao longo da área possibilitando a análise de controles

geotécnicos com a proposta de auxílio para o estudo de feições geomorfológicas

da região.

Foram utilizados os mapeamentos feitos e pela CPRM, 2003 e outros dados

disponibilizados ao Laboratório de Geografia Física – Lagef/UnB; Estes serviram

para a construção do mapa de ordenamento das voçorocas ao longo da área,

bem como a base para classificação do número de ocorrência por classe

geomorfológica: geologia, uso e cobertura do solo e solos. Os dados foram

manipulados no software ArcMap 10.1.2 permitindo a análise de cada voçoroca,

em relação ao Campo de instrução.

A partir do estudo realizado para controles da distribuição de voçorocas,

constatou-se a transição das feições da área permitindo assim um novo estudo

da evolução da paisagem. Através dos mapas elaborados permitiu-se a

observação da concentração de voçorocas em latossolos, solos expostos e vales

em relação ao total de 36,2687m² de voçorocas em 0,031 pertencente à área do

CIF.

Contudo, o cruzamento e a identificação do processo de voçorocamento e suas

potencialidades erosivas, pôde-se constatar que regiões preservadas podem ter

a ocorrência de voçorocas, e serem estudados a partir de sua evolução. Em

futuros estudos e projetos podem ser feitos controles para estabilização de

voçorocas, impedimento o rompimento de estradas e transformação brusca da

paisagem.

PALAVRAS-CHAVE: Geomorfologia, Voçorocas, geossistemas,

Compartimentação geomorfológica.

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V

ABSTRACT

The objective of this study is to analyze the gully process at the Education Course

in Formosa/GO that belongs to the Brazilian Army. This study will consist of

cross-checking data, seeking to identify the erosive features of the gully type,

along the area enabling the analysis of geotechnical controls with the aid proposal

for the study of geomorphological features of the area. Were used the mappings

made by the CPRM, 2003 and other data available to the Physical Geography

Laboratory - Lagef / UNB; these served for the construction of a map that shows

the ordering of the gullies along the area, as well as the basis for classifying the

the occurrence number by geomorphological class: geology, land use and land

cover and soil. The data were manipulated in ArcMap 10.1.2 software enabling

analysis of each gully, in relation to the education field. From the study performed

to control the distribution of gullies, It was found a transition of the features area

which allows a new study of the evolution of the landscape. The process of

mapmaking allowed the observation of gullies concentration in oxisols, exposed

soils and valleys in relation to total 36,2687m² of gullies in 0.031 belonging to the

CIF area. However, the cross-checking and the identification of gully process and

its erosive potential, it could be seen that even preserved regions may have the

occurrence of gullies, and should be studied from its evolution process. In future

studies and projects can be made controls for stabilizing gullies, preventing the

disruption of roads and sudden transformation of the landscape.

KEYWORDS: Geomorphology, Gullies, geosystems, Geomorphological

Compartimentation.

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VI

‘’ Dedico este trabalho á toda minha família e amigos que sempre me apoiaram na

caminhada desde à minha escolha em seguir a geografia. ’’

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VII

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por sempre abençoar meus caminhos.

Em especial, minha família por sempre apoiar minhas escolhas e minha

caminhada desde a entrada na Universidade de Brasília. Obrigada Domingos

Noronha e Maria Aparecida meus lindos pais, Camila e Bruno meus queridos

irmãos por todo apoio e carinho.

Agradeço a todos que sempre confiaram em mim e que de certa forma

contribuíram para o meu crescimento pessoal e profissional. Agradeço em

especial, a toda equipe do Laboratório de Geografia Física da Universidade de

Brasília – LAGEF/UnB por todas as trocas de conhecimento, ajudas e convívio

diário e principalmente ao meu orientador Rogério Uagoda por sempre estar

disposto a me ajudar e repassar sua experiência.

Obrigada a todos os professores do Departamento de Geografia da

Universidade de Brasília, por me proporcionarem a visão de que realmente a

geografia é o que eu escolhi para a minha vida. O meu muito obrigada à todos

vocês, em especial ao meu orientador e ao professor Roberto Gomes.

Agradeço aos meus amigos de longa data por estarem sempre ao meu

lado, em especial Natália, Kevin, Fernanda, Alana, Carolina, Raina, Isabela

Resende e entre outros que passaram pela minha vida acadêmica e pessoal com

muito amor e carinho. Obrigada amigos de curso, e com certeza de vida Amarílis,

Ludmilla, Paula, Mariana, Izaura, Giovanna e Ricardo por deixarem esse

momento na minha vida mais feliz. Obrigada pelas experiências trocadas e

momentos vividos no nosso querido grupo.

Por fim, obrigada a todos e que minha caminhada pela Geografia só esteja

começando com muito empenho e felicidade, deixo aqui meus sinceros

agradecimentos pois concluir com apoio uma etapa é muito importante!!!

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VIII

LISTA DE IMAGENS

i. Gráficos

Gráfico 1 - Voçorocas em cada ordem de estradas e caminhos. .................... 17

Gráfico 2 - Gráfico do número de ocorrências por número voçoroca

estrada/caminho. .............................................................................................. 18

Gráfico 3 - Classes de geologia por área do CIF. ............................................ 20

Gráfico 4 - Classes de solo por percentual de área. ........................................ 20

Gráfico 5 - Número de ocorrência de voçorocas por classe geológica. ........... 21

Gráfico 6 - Número de voçorocas por km² em cada classe geológica. ............ 22

Gráfico 7 - Voçorocas por classes de TPI./ Gráfico 8 - Voçorocas por Classe

de TPI. .............................................................................................................. 24

Gráfico 9 - Número de ocorrência de voçorocas por classe de TPI. ................ 24

Gráfico 10 - Número de ocorrência de voçorocas (nº/km²) por classes de TPI. 25

Gráfico 11 - Número de voçorocas (%) por classe de uso do solo. .................. 27

Gráfico 12 - Gráfico de classes de uso do solo pela área do CIF. ................... 28

Gráfico 13 - Gráfico de voçoroca por número de ocorrência na classe de uso do

solo. .................................................................................................................. 28

Gráfico 14 - Gráfico de voçoroca por número de ocorrência/km² na classe de

uso do solo. ...................................................................................................... 29

Gráfico 15 - Gráfico de voçorocas por classe de solo exposto......................... 30

Gráfico 16 - Voçorocas por km² em classe de solos. ....................................... 33

Gráfico 17 - Número de ocorrência de voçorocas por classe de solo. ............. 33

Gráfico 18 - Ocorrência de voçorocas por nº/km² em classe de solos. ............ 34

ii. Tabelas

Tabela 1 - Relação voçoroca/Área ................................................................... 15

Tabela 2 - Posição das feições-voçorocas em relação ao CIF. ........................ 16

Tabela 3 - Quantidade de voçorocas em cada buffer de estradas e caminhos

precários........................................................................................................... 17

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iii. Figuras

Figura 1 - Mapa de localização do Campo de instrução Militar, no contexto

Brasil, Distrito Federal e Formosa/GO. .............................................................. 4

Figura 2 - Mapa de localização voçorocas década 70 .................................... 12

Figura 3– Distribuição das voçorocas ao longo do CIF .................................... 13

Figura 4 - Mapa geológico CIF ......................................................................... 19

Figura 5 - Mapa de uso e cobertura do solo ..................................................... 23

Figura 6 - Mapa litológico do CIF ..................................................................... 26

Figura 7 - Mapa de voçorocas por classe de TPI ............................................ 31

iv. Imagens

Imagem 1 - Voçoroca. Foto tirada em: 15 de Abril de 2015. Zona 23 L 269368,

77m. ................................................................................................................. 34

Imagem 2 - Voçoroca. Foto tirada em: 15 de Abril de 2015. Zona 23 L 253191,

24m. ................................................................................................................. 35

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X

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1

2. OBJETIVOS ................................................................................................. 3

2.1 Objetivo central ......................................................................................... 3

2.2 Objetivos específicos ................................................................................ 3

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ................................................................... 4

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 6

4.1 Voçorocas ................................................................................................. 6

4.2 Ambiente SIG e série temporal aplicado à geomorfologia ....................... 7

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................... 9

5.1 Organização e busca da base de dados ................................................... 9

RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................... 11

6.1 identificações das voçorocas década de 70 ............................................... 11

6.2 identificações das voçorocas ano 2012 ...................................................... 13

6.4 Geologia e voçorocas ............................................................................. 19

6.6 Uso do solo e voçorocas ......................................................................... 26

6.7 Solos e Voçorocas ...............................................................................32

6.8 Verificação das feições ........................................................................35

7. CONCLUSÃO ............................................................................................... 36

8. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................ 38

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1. INTRODUÇÃO

A Geomorfologia da alta bacia do Rio Preto contém a existência de vários

processos erosivos. Os mapeamentos geológicos existentes são generalizados

(SIEG, 2005) e não permitem o estudo dos materiais constituintes dessas feições

dificultando a interpretação de sua evolução. Esse estudo consiste em realizar

uma análise dos controles e distribuição do processo de voçorocamento no

campo de instrução de Formosa/GO através do uso de sistema de informações

geográficas (SIG), ao longo do Campo localizado no estado de Goiás,

pertencente ao Exército Brasileiro a fim de auxiliar no detalhamento desses

processos erosivos da região e no estudo da evolução dessas feições.

Na Alta Bacia do Rio Preto, GO, DF e MG, encontram-se vários processos

de voçorocamento cuja evolução ainda é desconhecida, ou seja, para a região,

as classificações pedológicas, como de outros controles geotécnicos, são gerais

e não permitem a interpretação devida destas feições. A Geomorfologia tem

base na concepção do processo de formação do relevo e sua evolução

cronológica.

A escolha dessa área baseia-se pela quantidade de processos erosivos

existentes, e pelo entendimento de sua evolução através do uso do

geoprocessamento. Segundo (CAMAPUM, 2006), voçorocas constituem a

sequência natural de evolução dos processos erosivos, podendo o estágio de

voçoroca ser atingido como uma duração muito breve das fases anteriores do

fluxo do relevo. Inicialmente estudava-se a gênese das feições erosivas e

quais os principais constituintes da paisagem que controlariam a ocorrência

dessas formas do relevo. Atualmente, as feições erosivas são caracterizadas por

processos endógenos e exógenos, intemperismo e agentes antrópicos. Os

processos de voçorocamento segundo Guerra (2012), entendem-se por

remoção em canal de solo ou rocha decomposta, e permitem a exposição do

lençol freático.

De acordo com Guidicini & Nielbe (1984), o processo de voçorocamento

pode ocorrer ao longo das encostas, ou seja, podendo ou não formar vários

dígitos que avançarão sobre as linhas de drenagem. Os estudos em processos

de voçorocamento, podem ser feitos de diversas formas, além de análises

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temporais, existem também estudos sobre as condições controle para essas

feições erosivas.

De acordo com (GUERRA, 2012), para os estudos das formas do relevo

é importante representar a atuação da geomorfologia nos conhecimentos sobre

evolução da paisagem. Ou seja, identificar os componentes biológicos,

pedológicos e geológicos de uma região. Nesse estudo, observou-se os

controles estruturais e como as voçorocas se organizam ao longo do contorno

da região, trazendo para o conhecimento geomorfológico a interação das formas

do relevo com o espaço.

A região de estudo deste trabalho é o campo de instrução de Formosa

(CIF), que compreende uma área pertencente ao Exército Brasileiro, situando-

se na porção meridional do município de Formosa/GO. Essa área já vem sendo

estudada pela equipe do Laboratório de Geografia física da Universidade de

Brasília (LAGEF/UnB), para a caracterização de feiçoes doliniformes (Scharge,

et AL (prelo). Essa área diferencia-se do entorno pelo elevado grau de

preservação das fitofisionomias de cerrado, devido as características de seu uso.

Análise temporal em processos de voçorocamento, consiste em mapear

feições erosivas com o uso de imagens de satélite e caracterizar as erosões,

através do uso da fotointerpretação. No caso deste trabalho foram escolhidas

imagens dos anos de 1979 e 2012 para os estágios das voçorocas e constatar

os processos a ela ligados.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo central

O objetivo central deste trabalho é realizar uma análise, identificando

voçorocas ao longo da área do campo de instrução do Exército Brasileiro situado

em Formosa/GO e como essas estão distribuídas espacialmente, cruzando os

dados com os controles estruturais da região, uso do solo e informações

ambientais com o uso do geoprocessamento.

2.2 Objetivos específicos

Construir banco de dados em SIG, com informações do meio físico da

área do CIF, tais como: altimetria, curvas de nível, geomorfologia,

hidrografia e geologia.

Construção do mapa de uso e cobertura do solo, centrando nas

fitofisionomias do cerrado, tendo em vista ser uma área preservada.

Mapear e identificar onde estão ordenadas as voçorocas no terreno e

calcular a área individual de cada voçoroca.

Cruzar as voçorocas com os diferentes tipos de informação do meio

físico, em ambiente SIG.

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3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

A área de estudo situa-se no campo de instrução militar de Formosa (CIF),

que apresenta uma área aproximadamente de 116250.05ha e possui uma ampla

superfície do Cerrado ainda preservado com altitude de 900m a 1050m.

Figura 1 - Mapa de localização do Campo de instrução Militar, no contexto Brasil, Distrito Federal e Formosa/GO.

Este campo, pertence, ao Exército Brasileiro e localiza-se no estado de

Goiás no município de Formosa à 90,5km do Distrito Federal. Este campo militar,

encontra-se no contexto de 6º Grupo de Lançadores múltiplos de foguetes, e

aliado ao Comando Militar do Planalto.

A escolha dessa área justifica-se na influência do campo de instrução

militar como um local de preservação ao redor do município de Formosa, para o

conhecimento da evolução da paisagem, com estudos e caracterizações de

feições erosivas do tipo voçoroca utilizando a geomorfologia para utilidade no

acordo de cooperação técnica com o Exército Brasileiro 11º Região Militar

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DEPIMA entre a Universidade de Brasília – UnB e o Departamento de Geografia

(GEA/UnB).

Ao redor da área do CIF, encontram-se os circunvizinhos: Rio Preto a leste

do DF e o Rio Bezerra ao sul da divisa do estado de Goiás e Lagoa Feia

compondo o contorno da área, fazendo divisa com alguns municípios Cabeceira

Grande – MG e Cabeceira – GO. De acordo com a vegetação, segundo

Ab’saber (1967), o campo do CIF está inserido na classificação de domínios

morfoclimáticos do bioma Cerrado evidenciando-se fitofisionomias correlacionas

aos solos da região, compondo basicamente Cerrado stricto sensu, campo

limpo, cerradões e vegetações que acompanham o curso do lençol freático.

Em relação ao clima da região caracteriza-se por domínio de cerrado

Tropical sazonal com inverno seco, e temperaturas estacionais concentrado

meses de verão chuvosos e meses de inverno seco, disto resulta baixos índices

pluviométricos. (WALTER, 2006).

A Geologia da área, segundo o serviço geológico do Brasil (CPRM, 2003),

é composta pela unidade geomorfológica da Bacia do Alto do Rio Preto com

padrões de drenagem de baixa densidade de composição geológica

metassedimentar pertencente ao grupo Bambuí com formação na Era

Neoproterozóica com expressivos percentuais de latossolo Vermelho, Vermelho-

Amarelo.

De acordo com (CHRISTOPHERSON, 2012) os solos são formados de

acordo com a pedogênese tropica, em áreas quentes e úmidas que possuem

corrosão de ferro (Fe) e Alumínio (Al) com presença de matéria orgânica.

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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Voçorocas

O estudo das feições erosivas são parte integrante da ciência

geomorfológica. O reconhecimento dessas áreas em ordenamentos erosivos, é

decorrente do estudo de compreensão do relevo, que o faz responsável por

produzir ou destituir suas formas. Ou seja, a construção da paisagem depende

da evolução das formas de relevo.

“No sentido evolutivo, as formas refletem um comportamento dinâmico,

ao estar continuamente sujeitas a ajustes em seu modelado, como

resultado de suas relações com os processos que atuam sobre elas.

Essas relações podem ser definidas como promotoras das condições

de equilíbrio existentes ou a serem alcançadas, entre formas e

processos, passíveis de ocorrer em diferentes escalas temporais e

espaciais.” (GUERRA, 2012, p. 28).

As feições erosivas do tipo voçorocas, são consideradas erosões de

escoamento subsuperficial, ou seja, que possuem relação com movimentos

transversais aos fluxos de água, isso decorre da concentração de intemperismo

que promove a suscetibilidade do solo à erosão. Dentre os processos de

exposição do solo, as voçorocas encontram-se baseadas nas sucessões de

acúmulo de solo atingindo o lençol freático. De acordo com Camapum de

Carvalho et al. (2001):

“O aumento de concentração de água no solo, faz com que este evolua

para o estágio de voçorocas, com limite superior de 50cm sobre os

quais passam a intervir a instabilização dos taludes associada ou não

aos fenômenos de erosão interna. No entanto, as voçorocas e ravinas

se distinguem, respectivamente, por atingir ou não o lençol freático.”

(CAMAPUM, 2006).

As voçorocas, podem desenvolver-se através da compactação do solo em

relação ao nível freático, podendo assim atingir níveis de erosão com

crescimento acelerado em relação ao desgaste do solo. Em muitas áreas rurais,

é comum o processo de degradação do solo pois a partir de certa profundidade

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do entalhe, as erosões podem atingir o lençol freático, havendo então

contribuições de águas subterrâneas no processo erosivo. (Guidicini e Nielbe

apud Camapum, 2011).

Os processos erosivos originam-se por vários elementos, a capacidade

de erosão vem de fases de escoamento onde desenvolvem-se através de

modificações do relevo e do aumento de concentração da água. De acordo com

Camapum (2006), as voçorocas sempre atuam concomitantemente á outros

processos erosivos, sendo cenário de erosões internas, solapamentos e

propiciando a queda dos blocos.

As voçorocas, estão relacionadas com processos de erosões aceleradas

propiciando a inconstância da paisagem, segundo Guerra (2012. Pág 184), a

origem das voçorocas está correlacionada com as propriedades do solo, que

fazem com que haja transportes de materiais atingindo o canal mais próximo e

interferindo na formação da vegetação.

Contudo, o processo de voçorocamento têm relevância para a formação

do relevo, pois essa unidade geomorfológica, pode atingir denominadas

profundidades no solo, colaborando com a formação de erosão regressiva.

Sendo assim, as voçorocas proporcionam o entendimento do relevo em feições

preservadas pois segundo Christofoletti (2011) essas auxiliam na quantificação

do relevo colaborando com o estudo de amostragens a fim de estabelecer

conexões com outros processos erosivos.

4.2 Ambiente SIG e série temporal aplicado à geomorfologia

A Geomorfologia, como ciência de estudo do relevo e de compreensão de

suas formas e processos, possui métodos quantitativos para sua análise. Um

dos métodos de análise para o entendimento do relevo são os sistemas de

informações geográficas. Estes auxiliam na compreensão dos processos

erosivos, bem como no entendimento de regimes sistemáticos e racionais.

Segundo Christofoletti (1980) diante dessas possibilidades da Geomorfologia:

‘’ A ampliação dos mapeamentos em escala grande, a expansão

das fotografias áreas, e as facilidades técnicas oferecidas para

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a coleta dos dados, favorecem de maneira extraordinária a

pesquisa quantificada” (CHRISTOFOLETTI, 2011, p.19).

A caracterização dos processos erosivos, são de extrema importância

para o entendimento do relevo, ou seja, em áreas preservadas se faz necessário

o conhecimento da paisagem, bem como os elementos que a compõe, pois

esses processos e formas interagem com a estabilidade do relevo.

A análise temporal aliada ao ambiente de informações geográficas em

processos erosivos, possibilita a compreensão mais detalhada das fisionomias

do relevo e sua compreensão evolutiva. Segundo Guerra (2012, p. 413):

‘’ O geoprocessamento, em síntese, é um instrumento

poderoso para a investigação geomorfológica,

permitindo tanto a análise setorializada quanto a

pesquisa integrada da atuação de processos

geomorfológicos convergentes no tempo e no espaço

geográfico. ’’

Para uma análise geomorfológica, se faz necessário um estudo detalhado

das feições que compõe sua unidade. Esta requer dados precisos, que garantam

o entendimento evolutivo dos processos, bem como esses se formaram.

O aprimoramento do uso de informações geográficas, em análises de

temporalidade auxiliam no reconhecimento aprimorado do relevo, vegetação,

uso do solo e etc. Esse desenvolvimento tem oferecido valiosa compreensão das

dinâmicas geomorfológicas para análises morfométricas e etc.

Contudo, a interface geográfica entre as análises temporais e o ambiente de

informações geográficas, possibilita o detalhamento de regiões que ainda

desconhecem a cronologia dos processos erosivos. Sendo assim, o uso de

métodos que quantifiquem a geomorfologia, facilita a compreensão do relevo

bem como o seu ordenamento ao longo de um terreno.

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9

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

5.1 Organização e busca da base de dados

Para localização das voçorocas da década de 70 (ano de 1979), foram

utilizadas ortofotocartas disponibilizadas pelo CIGEX – Centro de informações

geográficas do exército no qual foram mapeadas as voçorocas utilizando-se da

coleta manual de pontos, plotando os pontos na base de dados do ArcMap

10.2.1.

As feições erosivas do ano de 2012 foram vetorizadas em escala 1:600

utilizando shapefiles em polígonos, possibilitando a construção do ordenamento

das voçorocas ao longo da área do exército. A base de dados foi construída em

uma imagem disponível online do banco de dados ‘’World Imagery” do ArcMap

10.2.1 com resolução de 15m do satélite Landsat Terra Color em pequenas e

médias escalas, disponíveis em ambiente SIG.

Para o mapeamento das estradas foram utilizados e georreferenciados

pela base de dados do pesquisador e mestre em Geociências João Paulo Senna,

que disponibilizou ao LAGEF-UnB para a construção da pesquisa. Os dados são

vetoriais na escala 1:300 com resolução de 1m estando na projeção cartográfica

UTM Zona 23s e DATUM Sirgas 2000.

A construção do mapeamento ocorreu com a identificação primária da

formação das feições erosivas-voçorocas. A identificação das voçorocas seguiu

o critério segundo (Guerra, 2012) que propicia o conhecimento destas feições

através da classificação de instabilidade da paisagem e de erosões em

profundidade com solos expostos e interação com canais de drenagem. Foi

feito um buffer das estradas com raios de 10m, 25m, 50m e 100m possibilitando

analisar quais feições erosivas estão em cada uma delas.

Para construção do mapa de uso e cobertura do solo foi utilizada imagem do

satélite Landsat 8 resolução espacial de 30 metros retirada do site USG

pertecence à NASA . Após isso, foi realizada uma composição RGB com bandas

4, 3 e 2 utilizando um recorte da área do campo de instruções do exército

disponibilizada pelo LAGEF- UnB. Foram coletas amostras de 6000 pixels para

as seguintes classes:

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10

1) Campo Limpo

2) Cerrado

3) Solo exposto

4) Água

Foi utilizado o software de sensoriamento remoto envi 4.7 utilizando a

classificação supervisionada maxi-verossimilhança segundo (Novo, 2008) nesta

classificação, o analista "supervisiona" o processo de categorização de pixel,

especificando, para o algoritmo de computador, amostras de vários tipos de

alvos terrestres presentes em uma cena, conhecidas como ROI’s (Regiões de

Interesses) que descreve os atributos espectrais para cada tipo de característica

de interesse. Para criação do mapa foi exportado o arquivo para shapefile para

utilização do software ArcMap 10.2.1.

Para construção dos mapas de geologia e solos foi utilizado mapeamento

feito por (CPRM, 2003) em escala vetorial de 1:250.000, que representa a melhor

escala de mapeamento da região até o momento. O projeto ao qual foi feito a

consulta refere-se ao zoneamento ecológico-econômico da região integrada de

desenvolvimento do Distrito Federal e entorno. Fase i, volume 1 (CPRM, 2003).

Para um melhor estudo de compartimentação da geomorfologia em

relação as voçorocas da área, foram utilizados dados do Topographical Position

Index, trabalhado pelo Mestre em Geografia Thomas Scharge. Segundo Scharge

(2015) este compara elevação média de uma área circundante específica, ao

redor de um modelo digital do terreno. Sendo assim, através desta

compartimentação segundo (Penteado, 1976) foram classificadas em baixas

vertentes, chapadas elevadas, vertentes íngremes, vertentes suaves, divisores

e vales.

Utilizando a ferramenta intersect no software ArcMap 10.2.1, foram feitos

cruzamentos para análise de classes as quais voçorocas estão dispostas ao

longo do campo de instrução de Formosa/GO. Os cruzamentos foram feitos nas

classes, analisando-as de acordo com o número de ocorrências por (%) de

voçorocas. As classes analisadas foram: a) Uso do solo b) Geologia e c) Solos.

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11

RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 identificações das voçorocas década de 70

A identificação das voçorocas da década de 70 ocorreu através da

utilização de ortofotocartas de escala 1:25.000 do ano de 1979, cedidas do

Ministério da Defesa – Exército Brasileiro/Secretaria de Tecnologia da

informação localizado na Diretoria de serviço geográfico – Centro de cartografia

automatizada do exército.

Foi utilizada a imagem aérea do software ArcMap 10.2.1 para marcação

de pontos, possibilitando a identificação das feições erosivas – voçorocas.

Foram encontradas 23 voçorocas ao longo da área nesta década.

De acordo com as ortofotocartas as voçorocas estão dispostas de acordo

com as zonas:

Córrego fundo: 3 voçorocas.

Folha: SD 23-Y-C-V-4-SO

MI – 2216/4 – SO

Lagoa Grande: 2 voçorocas

Folha: SD 23-Y-C-V-4-NO

MI – 22164/4 – NO

Cedro: 11 voçorocas

Folha: SD 23-Y-C-V-2-SO

MI – 2216/2 – SO

Poço D’ anta: 2 voçorocas

Folha: SD 23-Y-C-V-3-SE

MI – 2216/3 – SE

Córrego poções: 1 voçoroca

Folha: SD 23-Y-C-V-2-NO

MI – 2216/2 – NO

Riacho das pedras: 2 voçorocas

Folha: SD 23-Y-C-V-3-NE

MI – 2216/3 – NE

Curral queimado: 2 voçorocas

Folha: SD 23-Y-C-V-1-SE

MI – 2216/1 – SE

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12

A imagem abaixo representa a localização das voçorocas na década de

70 dispostas na imagem utilizada no software ArcMap 10.1.2.

Figura 2 – Mapa de localização voçorocas década 70

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13

6.2 identificações das voçorocas ano 2012

Através do mapeamento feito, foi possível a identificação das voçorocas

ao longo da área que possui 116250.05ha. Foram encontradas 43 voçorocas,

constata-se que devido ao alto nível de preservação da área a quantidade de

voçorocas por km² é extremamente elevada.

Figura 3 – Mapa de localização voçorocas ano de 2012

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14

As feições erosivas foram mapeadas em escala 1:600 utilizando a

imagem de satélite disponível pelo software ArcMap 10.2.1. Para sua

vetorização foram utilizados polígonos, possibilitando assim a observação do

contorno e área das feições erosivas. Após o mapeamento foram verificadas 43

voçorocas ao longo da área. Entende-se que a existência de voçorocas nessa

área que tem suas fitofisionomias bem preservadas é consequência em parte da

construção de estradas, mas em sua maioria de um processo natural relacionado

à fragilidade do meio físico.

Voçorocas Área (m²) Área (%) em relação à

área CIF

1 40120 0,00345

2 13259 0,00114

3 15392 0,00132

4 5800 0,00050

5 10556 0,00091

6 1533 0,00013

7 3700 0,00032

8 1601 0,00014

9 78612 0,00676

10 7698 0,00066

11 2975 0,00026

12 9975 0,00086

13 1604 0,00014

14 2604 0,00022

15 938 0,00008

16 1332 0,00011

17 14211 0,00122

18 10607 0,00091

19 4503 0,00039

20 8985 0,00077

21 1920 0,00017

22 7714 0,00066

23 11313 0,00097

24 10265 0,00088

25 3901 0,00034

26 1056 0,00009

27 1801 0,00015

28 3672 0,00032

29 17635 0,00152

30 21760 0,00187

31 11369 0,00098

32 2693 0,00023

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15

33 5642 0,00049

34 7128 0,00061

35 2744 0,00024

36 6044 0,00052

37 766 0,00007

38 1068 0,00009

39 4337 0,00037

40 1120 0,00010

41 2383 0,00020

42 186 0,00002

43 165 0,00001

TOTAL 362687 0,031

Tabela 1 - Relação voçoroca/Área

6.3 Voçorocas Buffer estradas

As feições erosivas foram calculadas por sua área em (m²) possibilitando

assim o total (%) em relação ao CIF. Após isso foi possível constatar através da

demarcação das voçorocas os locais referenciais que possibilitam a análise de

quais voçorocas atingirão em algum momento as estradas e quais tendem não

atingí-la, ordenando-as na parte mais alta e mais baixa do terreno através da

direção das estradas. Foi feita a separação das voçorocas em sentidos Jusante,

com o fluxo das voçorocas em um ponto mais rebaixado e à montante com o

fluxo das voçorocas na parte mais alta.

1) Jusante da estrada: Voçoroca tende à romper a estrada.

2) Montante da estrada: Voçoroca cresce por interferência das estradas e alcançará a encosta superior.

Feição Erosiva

Posição em relação as estradas

Voçoroca 1 Jusante da estrada

Voçoroca 2 Jusante da estrada

Voçoroca 3 Jusante da estrada

Voçoroca 4 Jusante da estrada

Voçoroca 5 Jusante da estrada

Voçoroca 6 Montante da estrada

Voçoroca 7 Montante da estrada

Voçoroca 8 Montante da estrada

Voçoroca 9 Montante da estrada

Voçoroca 10 Montante da estrada

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16

Voçoroca 11 Montante da estrada

Voçoroca 12 Montante da estrada

Voçoroca 13 Montante da estrada

Voçoroca 14 Montante da estrada

Voçoroca 15 Jusante da estrada

Voçoroca 16 Jusante da estrada

Voçoroca 17 Jusante da estrada

Voçoroca 18 Montante da estrada

Voçoroca 19 Montante da estrada

Voçoroca 20 Montante da estrada

Voçoroca 21 Jusante da estrada

Voçoroca 22 Montante da estrada

Voçoroca 23 Jusante da estrada

Voçoroca 24 Montante da estrada

Voçoroca 25 Jusante da estrada

Voçoroca 26 Jusante da estrada

Voçoroca 27 Montante da estrada

Voçoroca 28 Montante da estrada

Voçoroca 29 Jusante da estrada

Voçoroca 30 Jusante da estrada

Voçoroca 31 Jusante da estrada

Voçoroca 32 Jusante da estrada

Voçoroca 33 Jusante da estrada

Voçoroca 34 Montante da estrada

Voçoroca 35 Montante da estrada

Voçoroca 36 Montante da estrada

Voçoroca 37 Montante da estrada

Voçoroca 38 Montante da estrada

Voçoroca 39 Montante da estrada

Voçoroca 40 Montante da estrada

Voçoroca 41 Montante da estrada

Voçoroca 42 Montante da estrada

Tabela 2 - Posição das feições-voçorocas em relação ao CIF.

Após a constatação de quais voçorocas poderão atingir as estradas, foi

feito um buffer dos shapefiles de estradas e caminhos, mapeados em escala

1:1000 na imagem aérea do software ArcMap 10.1.2 concedida ao Laboratório

de Geografia física da Universidade de Brasília, feito pelo pesquisador Thomas

Johannes Schrage (SCHRAGE, 2015). Os buffers foram feitos em tamanhos de

10m, 25m, 50m e 100m. Foi possível ser observado as seguintes informações:

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17

Estrada Caminho Estrada Caminho Estrada Caminho Estrada Caminho

10m 10m 25m 25m 50m 50m 100m 100m

3 4 4 5 4 7 6 12

Tabela 3 - Quantidade de voçorocas em cada buffer de estradas e caminhos precários.

O gráfico abaixo mostra a relação feição erosiva-voçoroca em cada ordem

estrada/caminhos.

Gráfico 1 - Voçorocas em cada ordem de estradas e caminhos.

Foi possível ser observado que 5% de voçorocas estão crescendo em

direção às estradas e 25% aos caminhos. Das que atingirão as estradas 19

encontram-se a menos de 50m de distância dessas, enquanto das que atingirão

os caminhos 12 encontram-se a menos de 50 metros de distância das estradas.

No gráfico abaixo foi possível ser percebido o número de ocorrências por número

de voçoroca estradas/caminhos precários.

EstradaCaminho Estrada

CaminhoEstrada

CaminhoEstrada

Caminho

0

5

10

15

20

25

30

10m 10m 25m 25m 50m 50m 100m 100m

%

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18

Gráfico 2 - Gráfico do número de ocorrências por número voçoroca estrada/caminho.

EstradaCaminho Estrada

CaminhoEstrada

CaminhoEstrada

Caminho

0

2

4

6

8

10

12

14

10m 10m 25m 25m 50m 50m 100m 100m

de

Oco

rrê

nci

a

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19

6.4 Geologia e voçorocas

Figura 4 – Mapa Geológico CIF

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20

Percebeu-se que a grande maioria das voçorocas se encontram na

Unidade Rítmica quartzítica intermediária, subgrupo paraobeba indiviso,

coberturas detrito-lateríticas, cobertura arenosa indiferenciada e aluviões

holocênicos segundo (CPRM, 2003).

Gráfico 3 - Classes de geologia por área do CIF.

Através da composição do mapa geológico, constatou-se através do

cruzamento que a área de classes geológicas em (%) representa:

Gráfico 4 - Classes de solo por percentual de área.

0 100 200 300 400 500 600

Aluviões Holocênicos

Cobertura Arenosa Indiferenciada

Coberturas Detrito-lateríticas

Subgrupo Paraopeba indiviso

Unidade Rítmica Quartzítica Intermediária

Km²

Cla

sse

de

Geo

logi

a

0 10 20 30 40 50

Aluviões Holocênicos

Cobertura Arenosa Indiferenciada

Coberturas Detrito-lateríticas

Subgrupo Paraopeba indiviso

Unidade Rítmica Quartzítica Intermediária

%

Cla

sse

de

Geo

logi

a

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21

Observando o gráfico, pode-se perceber que a maior classe de litologia,

quase 600 km² corresponde às coberturas detrito-lateríticas, as quais

representam áreas planas, estáveis em seu estado natural, com boa capacidade

de carga e freático profundo. A segunda maior corresponde às rochas

carbonáticas da formação Paraopeba, com 400km2.

O gráfico abaixo (gráfico 5) representa o número de ocorrência por

voçorocas nas classes geológicas representadas.

Gráfico 5 - Número de ocorrência de voçorocas por classe geológica.

Percebeu-se que após a identificação de ocorrência de cada voçoroca por

classe geológica, a grande parte das voçorocas estão separadas no subgrupo

paraobeba indiviso o que é caracterizado por formações segundo (CPRM, 2003)

por calcarenito, dolomito, ritmito, marga, siltito, argilito e arcóseo.

Através dessa análise, o gráfico abaixo (Gráfico 6) representa o número

de voçorocas por km² considerando-se unidade Rítmica Quartizítica Interdiária,

a classe geológica que mais concentra a quantidade de voçorocas ao longo da

área.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Aluviões Holocênicos

Cobertura Arenosa Indiferenciada

Coberturas Detrito-lateríticas

Subgrupo Paraopeba indiviso

Unidade Rítmica Quartzítica Intermediária

Nº de Ocorrência

Cla

sse

de

Geo

logi

a

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Gráfico 6 - Número de voçorocas por km² em cada classe geológica.

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6

Aluviões Holocênicos

Cobertura Arenosa Indiferenciada

Coberturas Detrito-lateríticas

Subgrupo Paraopeba indiviso

Unidade Rítmica Quartzítica Intermediária

Nº/Km²

Cla

sse

de

Geo

logi

a

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23

6.5 Voçorocas e Geomorfologia classes de TPI (Topographic position

index)

Figura 5 - Mapa de voçorocas por classe de TPI

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24

Após o cruzamento com estes dados foi possível observar de acordo com

o gráfico (Gráficos 7 e 8) a área das classes geomorfológicas e a distribuição

das voçorocas por cada classe classes de TPI. A maior classe é relativa às

baixas vertentes, em torno de 450km2, enquanto a segunda maior é relativa aos

vales.

Gráfico 7 - Voçorocas por classes de TPI./ Gráfico 8 - Voçorocas por Classe de TPI.

Ao fazer o cruzamento pode-se perceber que os números de ocorrências

das voçorocas estão localizadas nos vales da área, e isso representa quase o

dobro do total de voçorocas:

Gráfico 9 - Número de ocorrência de voçorocas por classe de TPI.

0

5

10

15

20

25

BaixasVertentes

ChapadasElevadas

Divisores Vales VertentesSuaves

VertesÍngremes

n.

Classes de TPI

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25

A partir do número de ocorrência de voçorocas por km² constatou-se a

diminuição de voçoroca por classificação de vertentes íngremes e baixas

vertentes, possibilitando assim a classificação mais precisa de posicionamento

das voçorocas ao longo do Campo de Instrução. Assim, as áreas mais

susceptíveis a ocorrência dessas feições seriam os vales, vertentes íngremes e

baixas vertentes, havendo poucas ocorrências em divisores, chapadas e

vertentes suaves.

Gráfico 10 - Número de ocorrência de voçorocas (nº/km²) por classes de TPI.

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

0,09

BaixasVertentes

ChapadasElevadas

Divisores Vales VertentesSuaves

VertesÍngremes

n./

km²

Classes de TPI

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26

6.6 Uso do solo e voçorocas

A imagem a seguir representa o mapa de uso e cobertura do solo do CIF.

Figura 6 – Mapa de Uso do solo

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27

Constatou-se que a área possui uma distribuição considerável de áreas

conservadas na seguinte ordem: campo limpo, cerrado (Campo sujo) e a mata

de galeria. Não há distribuição de agricultura na região, portanto as áreas

antropizadas referem-se apenas a estradas, caminhos, construções recentes e

erosões superficiais, perfazendo menos de 10% da área total.

Gráfico 11 - Número de voçorocas (%) por classe de uso do solo.

A composição do mapa de uso e cobertura do solo, possibilitou a análise

da relação voçoroca/uso do solo. Essas interferências das voçorocas nas

classes de uso possibilitam observar que as voçorocas ao longo do Campo de

instruções, estão interferindo na evolução da paisagem, provocando

modificações no campo de instrução, caso não ocorra o seu controle. O gráfico

abaixo (Gráfico 12) representa a classe de uso do solo pela área total do CIF.

0

10

20

30

40

50

60

Á•gua Campo Limpo Campo Sujo Mata de Galeria Solo Exposto

%

Classe de Uso

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Gráfico 12 - Gráfico de classes de uso do solo pela área do CIF.

Constatou-se que as voçorocas estão dispostas ao longo da área na

região de campo limpo, onde abrange quase 80% da área total do CIF.

O número de ocorrências de voçorocas (Gráfico 13) por classe de uso do

solo verifica que quase 50% das voçorocas estão localizadas nas classes de

campo limpo e solo exposto, ou seja, nessas classes estão 41 voçorocas do total

de 43 ao longo do terreno.

Gráfico 13 - Gráfico de voçoroca por número de ocorrência na classe de uso do solo.

0

100

200

300

400

500

600

700

Á•gua Campo Limpo Campo Sujo Mata de Galeria Solo Exposto

Km

²

Classe de Uso

0

5

10

15

20

25

Á•gua Campo Limpo Campo Sujo Mata de Galeria Solo Exposto

de

Oco

rrên

cia

Classe de Uso

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De acordo com a constatação de que mais da metade das voçorocas

encontram-se em campo limpo e solo exposto foi possível observar-se que o

número de ocorrências das voçorocas por km² estão no solo exposto. Na

verdade, essa alta correlação é dada pelo fato de que o interior das voçorocas é

constituído de solo exposto, não significando que ela se desenvolve sobre tal

classe de uso. Ou seja, as voçorocas representam a exposição do solo e dos

lençóis freáticos ao longo da área. Podemos considerar portando que a maioria

das voçorocas encontram-se na classe de Campo Limpo e poucas em solo

exposto.

Gráfico 14 - Gráfico de voçoroca por número de ocorrência/km² na classe de uso do solo.

De acordo com a correspondência de área, constatou-se que 6 voçorocas

se encontram ao longo da área do solo exposto o que caracteriza segundo

(Florenzano, 2013. Pg. 21), as voçorocas tendem a se estabelecer nessas áreas,

onde ocorre a denominada erosão regressiva ou remontante, ou seja, são

causadas por mecanismos que atuam em diferentes escalas temporais e

espaciais, provocando o colapso das superfícies.

O gráfico (Gráfico 15) abaixo representa a área de solo exposto, em

relação a área total que é de 7,631153 m² na localização de 6 voçorocas.

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

Á•gua Campo Limpo Campo Sujo Mata de Galeria Solo Exposto

Nº/

Km

²

Classe de Uso

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Gráfico 15 - Gráfico de voçorocas por classe de solo exposto.

Através do cruzamento entre voçorocas e solo exposto foi possível ser

analisado que apenas 5% de voçorocas encontram-se em solos expostos, ou

seja, na verdade o processo de voçorocamento na área do CIF representa em

relação a sua área quase 6 voçorocas do total correspondente. Segundo

(MAGALHÃES, 1995) O poder erosivo depende do volume e velocidade do

escoamento, da declividade e comprimento da vertente e da presença de

vegetação. Conforme o tipo de vegetação e a extensão da área vegetada este

processo pode ser mais ou menos intenso (EMBRAPA, 2011).

Nas voçorocas alocadas em solo exposto pôde-se verificar que elas estão na

verdade crescendo sobre a classe de vegetação de campo limpo e campo sujo

de cerrado em nativo, sendo seu interior de solo exposto como verificado em

campo de forma expedita. Contudo, observa que o crescimento destas atinge as

áreas de campo limpo que representam quase 600km do total da área, podendo

assim haver em ações cronológicas a modificação da paisagem.

Área Solo Exposto Área Voçorocas

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6.7 Solos e voçorocas

Figura 7 – Mapa de solos

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As classes de solo estão separadas de acordo com o mapeamento feito

segundo (CPRM,2003).

A caracterização das classes fora ordenada em:

Cxbd29 – Cambissolo com níveis haplicos e Tb distrófico, petroplíntico com

textura média argilosa cascalhenta, horizonte A fraco com base distrófica não

pedregosa, vegetação de cerrado tropical subcaducifolio e campo cerrado

tropical.

Cxbd31 – Cambissolo com níveis haplicos e Tb distrófico, petroplintico com

textura argilosa cascalhenta ou média cascalhenta, horizonte A fraco ou

moderado, pedregosa com base distrófica, vegetação de campos tropicais e

floresta tropical subcaducifolia, relevo ondulado e suavemente ondulado.

Lvad1 –Latossolo vermelho-amarelo, distrófico típico com textura média,

horizonte A moderado não pedregoso, vegetação cerrado tropical subcaducifolio

e campo cerrado tropical com relevos planos e suavemente ondulado.

Lvad5 – Latossolo vermelho-amarelo, distrófico endopetroplíntico, textura

argilosa cascalhenta, horizonte A moderado endopedregoso, vegetação cerrado

tropical subcaducifolio e campo cerrado tropical, relevo plano e suavemente

ondulado.

Lvd2 – Latossolo vermelho típico, textura argilosa, horizonte A moderado, não

pedregosa, vegetação composta por cerradão e cerrado tropicais

subcaducifolios e campo cerrado, com relevo plano e suavemente ondulado.

Lvd3 – Latossolo vermelho, distrófico, textura argilosa, horizonte A moderado,

não pedregosa, vegetação cerrado tropical subcaducifolio e campo cerrado

tropical com relevo plano e suavemente ondulado. Em relação à distribuição das

classes, a classe dos latossolos cobre a grande maioria da área, correspondente

quase sempre aos topos altas vertentes, enquanto os cambissolos vem em

segundo lugar, cobrindo os vales.

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Gráfico 16 - Voçorocas por km² em classe de solos.

Ao se realizar o cruzamento entre as classes de solos e as voçorocas,

constatou-se que as voçorocas se dispõe com maior ocorrência na classe

Cxbd31 nos cambissolos haplicos em campos tropicais com argila cascalhenta.

Gráfico 17 - Número de ocorrência de voçorocas por classe de solo.

Porém, pode-se verificar que as feições erosivas atingirão outros

horizontes pedológicos, como representa do gráfico abaixo (Gráfico 15) por

número de ocorrência de voçorocas a cada km². A classe de LVd2 que

0

100

200

300

400

500

600

700

800

CXbd29 CXbd31 Lagoa LVAd1 LVAd5 LVd2 LVd3 LVd9 Urbano

Km

²

Classe de Solo

0

5

10

15

20

25

30

35

40

CXbd29 CXbd31 Lagoa LVAd1 LVAd5 LVd2 LVd3 LVd9 Urbano

de

Oco

rrên

cia

Classe de Solo

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representa níveis de latossolo vermelho típico, verifica que a ocorrência de

voçorocas por classe de latossolos ao longo da área é bastante expressiva.

Gráfico 18 - Ocorrência de voçorocas por nº/km² em classe de solos.

6.8 Verificação das feições

Em campo verificamos algumas das feições estudadas. A voçoroca de número

28 (imagem 1) e a voçoroca de número 34 (imagem 2). A primeira encontra-se

na classe de solo exposto, ou seja, representa a classe de latossolos vermelho-

amarelo com seu redor na classe de campo limpo. A segunda encontra-se na

classe de latossolos vermelhos e representa ao seu redor a classe de campo

sujo, com depósitos de latossolos e níveis de cascalho e situado em baixas

vertentes e vertentes íngremes.

Imagem 1 - Voçoroca. Foto tirada em: 15 de Abril de 2015. Zona 23 L 269368, 77m

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

0,14

0,16

CXbd29 CXbd31 Lagoa LVAd1 LVAd5 LVd2 LVd3 LVd9 Urbano

Nª/

Km

²

Classe de Solo

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Imagem 2 - Voçoroca. Foto tirada em: 15 de Abril de 2015. Zona 23 L 253191, 24m.

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7. CONCLUSÃO

Com o mapeamento das feições erosivas do tipo voçorocas, pode concluir

que a quantidade de voçorocas ao longo da área é extremamente elevada, pois

trata-se de uma região de cerrado preservado que possui baixo grau de

modificação da paisagem. Foram encontradas 43 voçorocas em um total de área

de 11625,05ha e que tendem a propagar-se com o passar dos anos.

Alguns elementos geomorfológicos estão interligados ás classes

geológicas, ou seja, a composição pedológica auxilia no surgimento das

voçorocas, assim como a correlação da vegetação e formação do relevo. Em

outros estudos na região foram feitas análises gerais não possibilitando o

reconhecimento dos elementos que compõe a paisagem. Através do cruzamento

de voçorocas com o TPI (Topographic index position) foi possível perceber que

as voçorocas estão dispostas ao longo da área nos vales e nas baixas vertentes

o que subsidia o estudo para controles geológicos na área.

A partir do mapa de uso e cobertura do solo, observou-se que as feições

erosivas representam o solo exposto da região, bem como grande parte da área

apresenta a presença de Cerrado-Campo Limpo, seguindo as faixas do ciclo da

paisagem.

Constatou-se a concentração de voçorocas ao longo das estradas e

caminhos precários, podendo assim atingi-los daqui a alguns anos, caso não

forem estabilizadas. O mapa de TPI aliado as voçorocas, possibilita a

constatação de que a compartimentação geomorfológica auxilia na formação das

voçorocas, bem como na transformação da paisagem.

Estudos futuros podem ser feitos para controle de estabilização das

voçorocas, analisando assim perda de sedimentos e interação com outras

feições erosivas ao longo da área.

As voçorocas concentram-se em sua maioria na classe geológica

quartzítica intermediário segundo (CPRM, 2003), de acordo com o

Topographical Position Index, foi possível ser observado que as voçorocas se

encontram nos vales, vertentes íngremes e baixas vertentes. Em relação a

composição pedológica da região, as voçorocas concentram-se nos cambissolos

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e latossolos vermelhos-amarelos (CPRM, 2003) e uso e cobertura do solo em

áreas de campo limpo e solo exposto.

Na análise feita em relação as estradas, pôde-se perceber que quase 30%

das voçorocas irão atingir no futuro, as estradas e caminhos precários da região,

podendo assim retirar a cobertura vegetal e danificar a área do CIF.

Contudo, através deste estudo foi possível ser observado a

susceptibilidade natural da área em relação a processos erovisos pois essas

encontram-se em uma região pouco antropizada podendo assim, verificar-se que

as voçorocas configuram uma parte da diversidade geomorfológica, assim como

altimetria relacionada a segmentos de feições lineares, que possibilitam a

inferência e constatação de algumas voçorocas em classes de solo exposto.

Tais conclusões, verificam a posição do Campo de Instrução em relação

ao seu forte passado, que traz para a atualidade uma grande área de estudo

subsidiando mapeamentos geotécnicos para a região.

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