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Ministério Público do Estado de Goiásr Centro de Apoio Operacional da Educação/CAOEDUCAÇÃO Rua 23, esq. com a Av. Fued José Sobba, Qd. 06, Lis. 15/25, SalaT-14 Bairro Jardim Goiás, Goiânia-Goiás CEP 74.B05-100 c? 3243-8029/8073/B511/8590/8347(Fax) e 127 WWW.mpqO.mP.br | caoeducacaoempgo.mp.br iti\\ Mlnliierio Putllco • :i!i!:i:eiSt'n | INFORMAÇÃO TECNICO-.TURIDICA N.° 04/2017 OBJETO: orieniar os membros do Ministério Público sobre a atribuição para atuar na fiscalização dos recursos vinculados aos programas financiados pelo FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB. O Centro de Apoio Operacional da Educação - CAOEDUCAÇÃO, por meio da Coordenadora que esla subscreve, com o auxílio do Centro de Apoio Operacional do Patrimônio Público, com fundamento no artigo 60, II, da Lei Complementar Estadual n" 25/98, expede a seguinte informação te'cnico-jurídica, sem caráter vinculativo. > Do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação -FNDE ê uma autarquia federal criada pela Lei n° 5.537/68 e vinculada ao Ministério da Educação, órgão da Administração Pública Federal. A instituição é voltada, essencialmente, para a captação de recursos c a canalização desses para o financiamento de projetos educacionais, de acordo com as diretrizes do planejamento nacional de educação. Dentre os programas financiados por meio do FNDE podem ser citados: o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE) e o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). > Do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) De acordo com a Lei n" 11.947/2009. o Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE é destinado a prestar assistência financeira, em caráter suplementar, às escolas públic

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Ministério Público do Estado de GoiásrCentro de ApoioOperacionalda Educação/CAOEDUCAÇÃO

Rua 23, esq. com a Av. Fued José Sobba, Qd. 06, Lis. 15/25, SalaT-14Bairro Jardim Goiás, Goiânia-Goiás • CEP 74.B05-100

c?3243-8029/8073/B511/8590/8347(Fax) e 127

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INFORMAÇÃO TECNICO-.TURIDICA N.° 04/2017

OBJETO: orieniar os membros do Ministério Público sobre a atribuição para atuar nafiscalização dos recursos vinculados aos programas financiados pelo FNDE - FundoNacional de Desenvolvimento da Educação e ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimentoda Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB.

O Centro de Apoio Operacional da Educação - CAOEDUCAÇÃO, por

meio da Coordenadora que esla subscreve, com o auxílio do Centro de Apoio Operacional

do Patrimônio Público, com fundamento no artigo 60, II, da Lei Complementar Estadual n"

25/98, expede a seguinte informação te'cnico-jurídica, sem caráter vinculativo.

> Do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação -FNDE ê uma autarquia

federal criada pela Lei n° 5.537/68 e vinculada ao Ministério da Educação, órgão da

Administração Pública Federal.

A instituição é voltada, essencialmente, para a captação de recursos c a

canalização desses para o financiamento de projetos educacionais, de acordo com as diretrizes

do planejamento nacional de educação.

Dentre os programas financiados por meio do FNDE podem ser citados: o

Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), o Programa Nacional de Alimentação Escolar

(PNAE), o Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE) e o Programa

Nacional do Livro Didático (PNLD).

> Do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)

De acordo com a Lei n" 11.947/2009. o Programa Dinheiro Direto na Escola -

PDDE é destinado a prestar assistência financeira, em caráter suplementar, às escolas públic

Page 2:  · controle do Programa. Por fim, o artigo 25 da Resolução CD/FNDE n° 10/2013 prevê que "Os bens permanentes adquiridos ou produzidos com os recursos transferidos a expensas

Ministério Público do Estado de Goiás'Centro de Apoio Operacional da Educação/CAOEDUCAÇÃO

Rua 23. esq. com a Av. Fued José Sobba, Qd. 06. Lts. 15'25. SalaT-14Bairro Jardim Goiás, Goiánia-Goiás - CEP 74.805-100

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da educação básica, para uso em despesas de manutenção do prédio escolar e de suas

instalações, de material didático e pedagógico, dentre outras destinadas a assegurar as

condições de funcionamento da unidade de ensino.

Os parágrafos Io e 2o do artigo 22, do referido diploma legal, dispõem que a

assistência financeira destinada aos estabelecimentos educacionais, fixada anualmente com

base em informações de diversas fontes (quantidade de alunos matriculados, dados do censo

escolar realizados pelo Ministério da Educação e dados coletados pela Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior), será concedida sem a necessidade de

celebração de convênio, acordo, contrato, ajuste ou instrumento congênere, mediante crédito

em conta bancária específica.

Em acréscimo, o artigo 28 da Lei n° li.947/2009 estabelece que a aplicação

dos recursos financeiros do Programa Dinheiro Direto na Escola deve ser fiscalizada pelo

FNDE e pelos órgãos de controle do Poder Executivo Federal.

Veja-se:

Art. 28. A fiscalização da aplicação dos recursos financeiros relativosà execução do PDDE é de competência do FNDE e dos órgãos decontrole externo e interno do Poder Executivo da União e será feita

mediante realização de auditorias, inspeções e análise dos processosque originarem as respectivas prestações de contas.

Parágrafo único. Os órgãos incumbidos da fiscalização dos recursosdestinados à execução do PDDE poderão celebrar convênios ouacordos, em regime de mútua cooperação, para auxiliar e otimizar ocontrole do Programa.

Por fim, o artigo 25 da Resolução CD/FNDE n° 10/2013 prevê que "Os bens

permanentes adquiridos ou produzidos com os recursos transferidos a expensas do PDDE

deverão ser tombados e incorporados ao patrimônio das EEx e destinados ao uso dos

respectivos estabelecimentos de ensino beneficiados, cabendo a esses últimos a

responsabilidade pela guarda e conservação dos bens ".

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Rua 23, osq. com aAv. Fuod José Sobba, Qd. 06, Lis. 15/25. SalaT-14,Bairro Jardim Goiás. Goiánia-Goiás - CEP 74.805-100

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> Do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE

O Programa Nacional de Alimentação Escolar, também disciplinado pela Lei n°

II.947/2009. é dirigido essencialmente à formação de hábitos alimentares saudáveis dos

alunos, por meio de ações de educação alimentar, nulricional e disponibilização de refeições

para a satisfação das necessidades nutricionais durante o período letivo (artigo 4").

A transferência dos recursos financeiros do PNAE é efetuada automaticamente

pelo FNDE, "sem a necessidade de convênio (...) mediante depósito em conta corrente

especifica" (artigo 5o, § 1"), cabendo aos Estados, Distrito Federal e Municípios apresentarem

à referida autarquia a prestação de contas total dos recursos recebidos (artigo 8").

Embora o artigo 9o da Lei n" 11.947/2009 contemple a possibilidade de

realização de convênios e acordos entre os órgãos de controle federal, estadual e municipal

para fiscalização e monitoramento da execução do PNAE, no § 3o, artigo 8o, do mesmo

dispositivo, é previsto que o FNDE é responsável pela realização de auditoria da aplicação

dos recursos nos Estados, Distrito Federal e municípios.

> Do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar - PNATE

O Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar foi instituído pela Lei n°

10.880/2004, no âmbito do Ministério da Educação, com o objetivo de custear, via

transferência automática de recursos, despesas referentes a manutenção, seguro,

licenciamento, impostos, taxas, pneus, câmaras, dentre outras relacionadas ao transporte

escolar dos alunos da educação básica residentesem área rural. Os recursos repassados podem

também ser utilizados para o pagamentode serviços contratados de terceiros para o transporte

escolar.

A execução do PNATE é realizada por meio da transferência de recursos

financeiros também oriundos do FNDE, sem necessidade de convênio e mediante depósito cm

conta corrente específica.

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Ministério Público do Estado do Goiás

Centro de Apoio Operacional da Educação/CAOEDUCAÇÃORua 23, esq. com a Av. Fued José Sobba, Qd. 06, Us. 15/25, SalaT-14i

Bairro Jardim Goiás. Goiânia-Goiás - CEP 74.805-100c? 3243-8029/8073/8511/8590/8347(Fax) e 127'

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A competência para fiscalizar o PNATE está prevista no artigo 10, da Lei n"

10.880/2004:

Art. 10. A fiscalização da aplicação dos recursos financeiros relativosaos Programas de que trata esta Lei é de competência do Ministério daEducação, do FNDE e dos órgãos do Sistema de Controle Interno doPoder Executivo Federal e será feita mediante a realização deauditorias, fiscalizações, inspeções c análise dos processos queoriginarem as respectivas prestações de contas.

§ l~" A fiscalização de que trata o caput deste artigo deverá, ainda, serrealizada pelos Conselhos referidos no art. 5o desta Lei na execuçãodo PNATE e do Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino paraAtendimento à Educação de Jovens e Adultos e pela ComissãoNacional de Alfabetização na execução do Programa BrasilAlfabetizado.

§ 2~ Os órgãos incumbidos da fiscalização da aplicação dos recursosfinanceiros destinados aos Programas de que trata esta Lei poderãocelebrar convênios ou acordos, em regime de mútua cooperação, paraauxiliar c otimizar o seu controle, sem prejuízo de suas competênciasinstitucionais.

§ 3- Qualquer pessoa física ou jurídica poderá denunciar aoMinistério da Educação, ao FNDE, aos órgãos do Sistema de ControleInterno do Poder Executivo Federal, ao Ministério Público Federal,aos mencionados Conselhos e à Comissão Nacional de Alfabetizaçãoirregularidades identificadas na aplicação dos recursos destinados àexecução dos Programas.

§ 4~ A fiscalização do Ministério da Educação, do FNDE e dos órgãosdo Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal ocorrerá

de oficio, a qualquer momento, ou será deflagrada, isoladamente ouem conjunto, sempre que for apresentada denúncia formal deirregularidade identificada no uso dos recursos públicos à conta dosProgramas.

§ 5 O órgão ou entidade concedente dos recursos financeirosrepassados à conta dos Programas de que trata esta Lei realizará, nasesferas de governo estadual, municipal e do Distrito Federal, a cadaexercício financeiro, auditagem da aplicação dos recursos relativos aesses Programas, por sistema de amostragem, podendo, para tanto,requisitar o encaminhamento de documentos e demais elementos que

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Mlniitírla Putllco •

julgar necessários, bem como realizar fiscalização in loco ou, ainda,delegar competência nesse sentido a outro órgão ou entidade estatal.

Note-se. novamente, no § 2o, a possibilidade de celebração de convênio ou

acordo legal para a eficiência da fiscalização da aplicação das verbas.

Embora o acompanhamento e o controle social da transferência e aplicação dos

recursos do PNATE devam ser exercidos nos Estados, Distrito Federal c municípios (artigo 5",

caput), as prestações de contas e os pareceres conclusivos respectivos são enviados ao FNDE

(artigo 24. § 13,da Lei 11.494/2007), que poderá suspender o repasse no caso de omissão ou

rejeição da prestação de contas ou uso de verbasem contrariedade aos critérios definidos para

a execução do programa (artigo 5o,capute § Io, da Lei 10.880/2004).

> Do Programa Nacional do Livro Didático - PNLD

O Programa Nacional do Livro Didático - PNLD compreende ações por meio

das quais o governo federal prove as escolas de educação básica pública com obras didáticas,

pedagógicas e literárias, bem como com outros materiais de apoio à prática educativa, de

forma sistemática, regular e gratuita.

Referido programa foi instituído pelo Decreto n° 7.084/2010, cujo artigo 32

estabelece que as respectivas despesas correm "àconta das dotaçõesanualmente consignadas

ao Ministério da Educação e ao FNDE. de aconlo com suas respectivas áreas de atuação"

cabendo a eles o controle da qualidade das obras adquiridas e distribuídas no âmbito do

programa (artigo 30).

De acordo com o artigo 6o da Resolução FNDE 03/2008, cabe ao FNDE a

execução do programa, com a participação de órgãos federais, estaduais e municipais.

Nos termos do artigo 7° do Decreto n" 7.084/2010, as obras adquiridas são

destinadas às Secretarias de Educação e às escolas participantes do programa, mediante

doação com encargo.

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Ministério Público do Estado de Goiás'

Centro do Apoio Operacional da Educação/CAOEDUCAÇÃORua23. osq.com a Av. Fued José Sebba, Qd. 06. Lts. 15/25, SalaT-14j

Bairro Jardim Goiás. Golània-Goiás -CEP 74.805-10oJk- 3243-8029/8073/8511/859078347(Fax) e 127

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Contudo, a aplicação dos recursos e a destinação dos livros e materiais

didáticos encaminhados às Secretarias de Educação e escolas, para execução do mencionado

programa, encontra-se submetida a controle e fiscalização federal, sendo os repasses

vinculados às finalidades específicas para as quais o programa foi criado.

> Do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização

dos Profissionais da Educação - FUNDEB

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, por sua vez, foi criado pela Emenda

Constitucional n" 53/2006 e regulamentado pela Lei n" 11.494/2007 e pelos Decretos n°

6.253/2007 e 6.278/2007.

Os recursos do FUNDEB são destinados aos estados. Distrito Federal e

municípios que oferecem atendimento na educação básica, conforme as matrículas nas escolas

públicas e conveniadas apuradas no último censo escolar realizado pelo INEP/MEC.

Trata-se de um fundo de natureza contábil e de âmbito estadual, formado, na

quase totalidade, por recursos provenientes dos impostos e transferências dos estados. Distrito

Federal e municípios, vinculados à educação por força do disposto no artigo 212, da

Constituição Federal e no artigo 60. do ADCT Além desses recursos, ainda compõe o

FUNDEB, a título de complementação, uma parcela de recursos federais, sempre que, no

âmbito de cada Estado, seu valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente.

> Da competência para processar c julgar causas referentes a desvios de verbas da

educação

Existe celeuma na doutrina e na jurisprudência em relação à competência para

processar e julgar desvios ou malversação de recursos públicos transferidos pela União aos

entes federados, o que causa insegurança jurídica.

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Ministério Público do Estado da Goiás

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Bairro Jardim Goiás. Goiãnia-Goiás - CEP 74.803-100!ii? 3243-8029/B073/8511/8590/8347(Fax) o 127

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A doutrina e a jurisprudência possuem entendimento majoritário no sentido de

que. em sede de ação de improbidade administrativa que visa à apuração de irregularidades na

aplicação de verbas de origem federal repassadas a determinado município, o dado

preponderante para a fixação da competência será a existência ou não de obrigação de

prestação de contas a órgão federal.

Nesse diapasão. é o teor da Súmula 208. do Superior Tribunal de Justiça:

"Compete á Justiça Federal processar c julgar Prefeito Municipal por desvio de verba sujeita

a prestação de contas perante o órgão federal".

Sob a luz do referido entendimento, a fiscalização da aplicação das verbas

pelos órgãos de controle federais atrai a competência da Justiça Federal e. consequentemente,

a atribuição do Ministério Público Federal para apurar os fatos.

Lado outro, a Súmula 209 do STJ prevê que "Compete à Justiça Estadual

processar c julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio

municipal".

Contudo, o próprio Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do conflito de

competência CC 88.899, excetuou da regra prevista na referida súmula as verbas

complementadas pela União, que consubstanciam, via de regra, em transferências

constitucionais, parcelas de recursos arrecadados pelo Governo Federal e remetidos aos

municípios por força de mandamento estabelecido na Constituição da República, as quais

atraem a competência da Justiça Federal.

Ademais, a mesma Corte, no julgamento do Recurso Especial n" 1,070.067/RN

(02/09/10) consignou que os verbetes sumulares em questão (Súmulas 208 e 209, do STJ)

foram cunhados com base em demandas penais, com enfoque em prejuízo de natureza

eminentemente econômica, não podendo ser aplicados sem temperamentos nas demandas

referentes à improbidade administrativa.

Nesse compasso, o STF apregoou que a legitimidade para apuração dos atos

passíveis de configurar improbidade administrativa é concorrente e disjuntiva entre os

Ministérios Públicos Federal e Estaduais. Contudo, estando presente interesse de alguma das

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Ministério Público do Estado de GoiásCentro do ApoioOperacional da Educação/CAOEDUCAÇÃO

Rua 23, esq. com a Av. Fued José Sebba. Qd. 06. Lts. 15/25. SalaT-14Bairro Jardim Goiás. Goiânla-Goiás - CEP 74.805-100 ///IN

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partes elcncadas no artigo 109, I. da CRFB/88, firma-se a competência da Justiça Federal.

Senão, veja-se:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. OFENSA AO ART.

535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. IMPROBIDADEADMINISTRATIVA. CONVÊNIO MUNICIPIO-UNIÃO. MÁAPLICAÇÃO E/OU DESVIO DE VERBAS CONVENIADAS.AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO.MUNICÍPIO. LEGITIMIDADE ATIVA DISJUNTIVA. I. Os órgãosjulgadores não estão obrigados a examinar todas as teses levantadaspelo jurisdicionado durante um processo judicial, bastando que asdecisões proferidas estejam devida e coerentemente fundamentadas,em obediência ao que determina o art. 93, inc. IX. da Lei Maior. Issonão caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC. Precedente. 2. No mais.

esta Corte Superior, decidindo inúmeros conflitos de competência,entende que, uma vez incorporada a verba advinda de convêniosfirmados com a União ao patrimônio municipal, a competência paraapreciação e julgamento do feito é da Justiça Estadual, pois a Uniãoperde interesse no controle da destinação e uso da verba pública. Aeste propósito, inclusive, vieram as Súmula n. 208 e 209 do SuperiorTribunal de Justiça. 3. A mesma lógica pode ser aplicada à presentedemanda, cuja controvérsia diz respeito à legitimidade de Municípiopara ajuizar ação civil pública por improbidade administrativa em facede ex-Prefeito para obter o ressarcimento de valores referentes aconvênio celebrado entre o Município e a União com o objetivo deestabelecer condições para erradicação do mosquito da dengue (bemcomo a condenação do agente político em outras sanções da Lei deImprobidade Administrativa). 4. Ora, se os valores conveniados foramefetivamente repassados, passaram a constituir receitas correntes doMunicípio, a teor do art. 11 da Lei n. 4.320/64, razão pela qual podevir a constituir dano ao erário municipal o gasto desvinculado dostermos do convênio. 5. Aliás, mesmo que assim não fosse, oMunicípio tem interesse legítimo e próprio em ver cumpridos ostermos do convênio por ele firmado, mesmo que a verba ainda nãotivesse sido efetivamente incorporada a seu patrimônio. Sob estaperspectiva (que já foge um pouco da adotada pelas Súmulas n. 208 e209 desta Corte Superior, mas é igualmente válida), também a Uniãopoderia ajuizar ação civil pública por improbidade administrativa, namedida em que lhe interessa saber se a parte a quem se vinculou navia do convênio adimpliu com seus requisitos (notadamente adestinação vinculada dos recursos). 6. Uma advertência: os verbetessumulares invocados de início foram cunhados com base em

demandas penais, notadamente no que tange à definição decompetência para processamento de crimes contra o patrimônio, que,

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como se sabe, segundo a jurisprudência desta Corte Superior,requerem, sob a luz dos princípios da estrita proteção de bens jurídicose da lesividade, prejuízo de natureza eminentemente econômica. Nãoé mesmo possível, pois, aqui, a incidência perfeita dessas súmulas,sem qualquer temperamento. 7. É que o interesse processual na açãocivil pública por improbidade administrativa transcende a meraaferição do patrimônio econômico. Simples a visualização destaconclusão na espécie: o combate à proliferação do mosquito dadengue insere-se no contexto de uma política pública de saúde deespectro nacional, envolvendo medidas de cooperação entre os entesfederados, razão pela qual não é e sustentável alegar que a União nãotem interesse jurídico - da mesma forma que o é alegar que oMunicípio envolvido também não o tem. Trata-se de legitimidadeativa disjuntiva. 8. Sob um ou outro ângulo, tanto o Município como aUnião são parte legítimas para propor ação civil pública como apresente. O que é preciso guardar cena atenção, sem dúvidas, é para ofato de que, conforme se constate a presença de um, de outro ou deambos, poderá se observar uma mudança de competência paraprocessamento e julgamento do feito, com destaque para o que dispõeo art. 109, inc. I, da Constituição da República vigente. 9. Recursoespecial parcialmente provido, determinando o retomo dos autos àorigem a fim de que lá se desenvolva regularmente a ação intentada.

(STJ - REsp: 1070067 RN 2008/0142715-4, Relator: MinistroMAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 02/09/2010,T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 04/10/2010).

Nesse contexto de divergências, o Supremo Tribunal Federal chegou a

reconhecer a sua própria competência para solucionar conflitos de atribuições entre órgãos do

Ministério Público de diferentes entidades da federação, cm razão do previsto no artigo 102,1.

f, da Constituição da República.

COMPETÊNCIA - CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES - MINISTÉRIOPÚBLICO FEDERAL VERSUS MINISTÉRIO PÚBLICOESTADUAL.

Compete ao Supremo a solução de conflito de atribuições a envolver oMinistério Público Federal e 0 Ministério Público Estadual.

CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÕES - MINISTÉRIOPÚBLICO FEDERAL VERSUS MINISTÉRIO PÚBLICOIESTADUAL - ROUBO E DESCAMINHO. Define-se o conflitoconsiderando o crime de que cuida o processo. A circunstância de, no

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Ministério Público do Estado de Goiás

Centro de Apoio Operacional da Educação/CAOEDUCAÇÃORua 23. esq. com a Av.Fued José Sebba, Od. 06. Lts 15/25. SalaT-14

Bairro JardimGoiás. Goiánia-Goiás - CEP74.805-100162 3243-8029/8073/8511/8590/8347(Fax) G127

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roubo, tratar-se de mercadoria alvo de contrabando não desloca a

atribuição, para denunciar, do Ministério Público Estadual para oFederal.

PET 3.528/BA. Rei. Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, DJ3.3.2006.

Todavia, em I9 de maio de 2016, a Corte Maior alterou o próprio

entendimento, ao argumento de que a questão não é jurisdicional. atribuindo ao Procurador-

Geral da República a incumbência de dirimir os referidos conflitos de atribuição:

AÇÃO CIVIL ORIGINÁRIA. CONFLITO DE ATRIBUIÇÕESENTRE ÓRGÃOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE DISTINTASUNIDADES DA FEDERAÇÃO. NOVO ENTENDrMENTO DOPLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL:COMPETÊNCIA DO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA.NEGADO SEGUIMENTO. REMESSA DO FEiTO AO ÓRGÃOCOMPETENTE.

O conflito de atribuições entre órgãos do Ministério Público dediferentes unidades da Federação deve ser dirimido pelo Procurador-Gcral da República (ACO 924, Plenário, Rei. Min. Luiz Fux, j.19/05/2016; ACO 1394, Plenário, Rei. Min. Marco Aurélio, j.19/05/2016: PET 4706. Plenário, Rei. Min. Marco Aurélio, j.19/05/2016: PET 4863, Plenário. Rei. Min. Marco Aurérlio, j.19/05/2016)

Todavia, desde a mudançade entendimento do STF até o presente momento, o

Procurador-Gcral da República efetivamente não dirimiu conflitos de atribuições entre os

órgãos do Ministério Público na fiscalização da aplicação dos recursos vinculados aos

programas financiados pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) e ao

Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

Profissionais da Educação - FUNDEB.

Por esse motivo, as conclusões acerca do lema perpassam pelo posicionamento

externado pela Corte Suprema, em consonância com os pareceres exarados, na época, pela

Procuradoria-Geral da República, conformea seguir aduzido.

10

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Ministério Público do Estado de Goiás!Centro do Apoio Operacional da Educação/CAOEDUCAÇÃO

Rua 23. esq. com a Av. Fuod José Sebba, Qd. 06. Lts. 15/25. SalaT-14Bairro Jardim Goiás, Goiània-Goiás - CEP 74.805-100

02 3243-8029/8073/8511/8590/8347(Fax) e 127

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Em derradeiro, a matéria em questão foi objeto de análise pelo Colégio de

Procuradores de Justiça do Ministério Público do Estado de Goiás, na reunião administrativa

realizada no dia 11/10/2017, resultando na expedição dos assentos 12/2017 e 13/2017, da

lavra do referido Colegiado:

ASSENTO 12/2017

É atribuição do Ministério Público Estadual apurar eventuaisdeficiências na prestação dos serviços públicos municipais e noatendimento das demandas locais na área da educação.

ASSENTO 13/2017

É atribuição do Ministério Público Estadual apurar, na esfera cível ede improbidade administrativa, irregularidades na aplicação derecursos públicos oriundos do Fundo de Manutenção eDesenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dosProfissionais da Educação - FUNDEB, salvo se houver verba federalenvolvida a título de complementação.

- Da atribuição para apurar irregularidades na execução dos programas e ações

financiados pelo FNDE (PDDE, PNAE, PNATE e PNLD)

Pois bem, no julgamento da Ação Cível Originária 1.827, o Supremo Tribunal

Federal definiu que é atribuição do Ministério Público Federal apurar irregularidades na

aplicação de recursos públicos federais e na execução de programas educacionais financiados

com verbas oriundas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Escola - FNDE, dentre os

quais estão o Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE, o Programa Nacional de

Alimentação Escolar - PNAE, o Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar -

PNATE e o Programa Nacional do Livro Didático - PNLD.

É ver:

CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÕES. MINISTÉRIOPÚBLICO FEDERAL E MINISTÉRIO PUBLICO ESTADUAL.ALEGADAS IRREGULARIDADES NA APLICAÇÃO DERECURSOS PÚBLICOS FEDERAIS E NA EXECUÇÃO DEPROGRAMAS EDUCACIONAIS. RECURSOS DO FUNDO

NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA ESCOLA - FNDE.

ART. 109, INC. I, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA;

li

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///|\Ministério Público do Estado de Golas!

Centro deApoio Operacional da Educação/CAOEDUCAÇÃO IRua 23, osq. com a Av. Fued JoséStjbba, Qd. 06. Lts. 15/25. SalaT-141

BairroJardim Goiás. Goiânia-Goiás - CEP 74.805-100í2 3243-8029/B073/8511/8590/8347(Fax) u127 ^mu'^ 11

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COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARADIRIMIR O CONFLITO. ATRIBUIÇÃO DO MINISTÉRIOPÚBLICO FEDERAL. (STF, ACO 1.9827, Maio Grosso, 01/02/2003,Rei. Ministra Carmem Lúcia).

Com efeito, prevaleceu o entendimento de que o interesse do FNDE em

fiscalizar a aplicação dos recursos repassados para financiamento dos programas PDDE,

PNAE. PNATE e PNLD, assim como a execução das políticas educacionais traçadas pelo

Ministério da Educação, atrai a competência da Justiça Federal e. consequentemente, a

atribuição do Ministério Público Federal (artigo 109da Constituição da República).

Contudo, como bem pontuou a Ministra Relatora Carmem Lúcia, a atribuição

do Ministério Público Federal para apurar irregularidades relacionadas à execução dos

programas e ações governamentais indicados e à aplicação dos recursos oriundos do

FNDE não exclui a atribuição do Ministério Público Estadual para apurar deficiências

na prestação dos serviços públicos municipais e no atendimento das demandas locais na

área da educação.

Veja-se:

O interesse dessa autarquia federal, vocacionada à execução daspolíticas educacionais traçadas pelo Ministério da Educação, não serestringe a jiscalizar a aplicação dos recursos federais repassados,mas também a monitorar a implementação das ações educacionaispertinentes aos programas por ela conduzidos e fomentados, além deavaliar o atendimento, ou não dos objetivos por eles perseguidos.

Assim, as medidas a serem adotadas em razão de eventuais

irregularidades verificadas na execução do Programa BrasilEscolarizado, especificamente nas ações: a) Dinheiro Direto naEscola para a Educação Básica; b) Apoio ao Transporte Escolar naEducação Básica; c) Distribuição de Materiais e Livros Didáticospara Ensino Fundamental e d) Apoio a Alimentação Escolar naEducação Básica devem ser coordenadas e promovidas peloMinistério Público Federal, na tinha da manifestação do Procurador-Gcral da República (Jls. 159-168).

Embora esteja a cargo do Ministério Público Federal a apuração deirregularidades relacionadas à execução dos programas e açõesgovernamentais indicados, à aplicação de recursos repassados peloFundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE econsecução dos objetivos traçados a partir dessas políticas públfí

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Ministério Público do Estado de Goiás'

Centro do Apoio Operacional da Educação/CAOEDUCAÇÃORua 23. osq.com a Av. Fued José Sebba, Qd. 06. Us. 15/25. SnlnT-14:

Bairro Jardim Goiás. Goiânia-Goiás - CEP 74.80!>-100 ///n?3243-8029/B073/B511/B590/8347(Fax)o 127 ffSrSffJSSS

WWW.mpqO.mp.br | [email protected]'- I*isso não deve inibir a atuação do Ministério Público Estadual emapurar eventuais deficiências na prestação dos serviços públicosmunicipais e no atendimento das demandas locais tia área deeducação.

Voto da Ministra Relatora Carmem Lúcia, no julgamento da ACO1.827 MATO GROSSO.

Na mesma linha de raciocínio, seguem julgados de outros Tribunais pátrios:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO PORATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA AJUIZADA POR

MUNICÍPIO. REPASSE DE VERBA FEDERAL. CONVÊNIOFIRMADO COM O FNDE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇAFEDERAL. SÚMULA 208/STJ. I. Compete à Justiça Federal ojulgamento de ação de improbidade administrativa ajuizada pelomunicípio agravante com fundamento em alegada ausência deprestação de contas, por parte do agravado, ex-prefeito, de verbaspúblicas repassadas mediante convênio firmado com entes federais.Inteligência da Súmula 208/STJ. 2. In casu, não prospera a lese deincompetência da Justiça Federal, considerando-se que se trata deverbas repassadas ao município, decorrente do Programa DinheiroDireto na Escola - PDDE, pelo Fundo Nacional deDesenvolvimento da Educação - FNDE, cuja fiscalização estásujeita aos controles da autarquia e do Tribunal de Contas da União,como órgão de controle externo. Precedentes da Corte. 3. Agravo deinstrumento a que se dá provimento para determinar o regularprocessamento e julgamento do feito pelo Juízo Federal da VaraÚnica da Subseção Judiciária de Castanhal/PA. (TRF-1 - AG:68441020144010000. Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL

NEY BELLO. Data de Julgamento: 23/09/2014, TERCEIRATURMA, Data de Publicação: 03/10/2014)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO EM

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA DEIMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. PROGRAMA NACIONAL

DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR - PNAE. LEGITIMIDADE DOMINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E COMPETÊNCIA DAJUSTIÇA FEDERAL. ARGUMENTAÇÃO GENÉRICA EDEFICIENTE. SÚMULA 284/STF. SÚMULA 208/STJ. 1. Édeficiente a fundamentação do especial que não demonstracontrariedade ou negativa de vigência a tratado ou lei federal (Súm284/STF). 2. "Compete à justiça federal processar e julgar pref

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c?3243-8029/8073/8511/8590/8347(Fax) o127 ",l",l1ua"°/."o-'i"WWW.mpqO.mP.br | caooducacaoifmpgo.mp.br

municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas peranteórgão federal" (Súmula 208 do STJ). 3. Agravo regimental nãoprovido.

(STJ - AgRg no AREsp: 30160 RS 2011/0172896-8, Relator: MinistraELIANA CALMON. Data de Julgamento: 12/11/2013. T2 -SEGUNDA TURMA. Data de Publicação: DJe 20/11/2013)

PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE

INSTRUMENTO. REPASSE DE VERBAS FEDERAIS A

MUNICÍPIO. PROGRAMA NACIONAL DE APOIO AOTRANSPORTE ESCOLAR (PNATE). FISCALIZAÇÃO PERANTEÓRGÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL, I -A doutrina e a jurisprudência possuem entendimento no sentido deque, em sede de ação de improbidade administrativa que visa àapuração de irregularidades na aplicação de verbas de origem federalrepassadas a determinado município, o dado preponderante para afixação da competência será a existência, ou não, de obrigação deprestação de contas a órgão federal. 2 - Nesse diapasão, merecedestaque o disposto no enunciado n" 208, da Súmula do SuperiorTribunal de Justiça, segundo o qual compete à Justiça Federalprocessar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita àprestação de contas perante órgão federal. 3 - Como. no presente caso,segundo o disposto no artigo 10, da Lei n" 10.880/04. que institui oPrograma Nacional de Apoio ao Transporte Escolar, a fiscalizaçãoda aplicação dos recursos financeiros relativos ao programa emquestão é "de competência do Ministério da Educação, do FNDE c dosórgãos do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal", acompetência para processamento e julgamento do processooriginário é da Justiça Federal. 4 - Agravo de instrumento provido.

(TRF-2 - AG: 201102010127622, Relator Desembargador FederalALUISIO GONÇALVES DE CASTRO MENDES, Data deJulgamento: 30/04/2013, QUINTA TURMA ESPECIALIZADA. Datade Publicação: 09/05/2013)

CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E PROCESSUALCIVIL. AÇÃO DE IMPROBIDADE AJUIZADA CONTRAPREFEITO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL QUE SERECONHECE HAJA VISTA ESTAREM OS FATOS

RELACIONADOS À APLICAÇÃO DE RECURSOS FEDERAISDO PNATE. APLICAÇÃO DA LEI DE IMPROBIDADE AOS ATOSPRATICADOS POR PREFEITOS AINDA QUE TIPIFICADOS NODEC-LEI 201/67. EXIGÊNCIA DA CONSTITUIÇÃO E DA

N

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///Ministério Público do Estado de Goiás

Centro de ApoioOperacionalda Educação/CAOEDUCAÇÃORua 23. esq. com a Av. Fued José Sebba. Od. 06. Us. 15/25, SalaT-14:

Bairro Jardim Goiás. Goiânia-Goiás - CEP 74.805-100W3243-8029/8073/B511/8590/8347(Fax) e127 jjJSShíIfcS

WWW.mpqO.mp.br |[email protected] I*8.429/92. CONJUNTO PROBATÓRIO QUE SUSTENTA APRATICA ATENTATÓRIA AO PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE -SAQUE NA BOCA DO CAIXA -, BEM ASSIM A OMISSÃOCONSCIENTE E LIVRE QUANTO AO DEVER DE PRESTARCONTAS DE VERBAS FEDERAIS DESTINADAS À APLICAÇÃONO TRANSPORTE DE ALUNOS. CONDENAÇÃO QUE SEMANTÉM. I. Aprevisão de responsabilização criminal e política dosprefeitos, levada a efeito no Decreto-Lei 201/I967. não têm a aptidãode impedir a incidência da Lei de Improbidade, que se aplica a todo equalquer agente público e convive com a responsabilização penal.Inteligência do parágrafo 4o, do artigo 37 da Constituição Federal.Precedentes do STJ (RESP 200800402850, ELIANA CALMON,

SEGUNDA TURMA, DJE DATA:22/09/2009 RSTJ VOL.:002l6PG:00292.). 2. Conjunto probatório que autoriza a condenação pelaprática de ato ímprobo previsto nos artigos 10, XI, e 11. II e IV. da Lei8429/92. porquanto deixa incontroverso o desembolso indevido dodinheiro público - mediante saque na boca do caixa - e ausência dedocumentação/registro que possa demonstrar o verdadeiro destino daverba federal em foco. 3. Apelação improvida. (TRF-5 - AC:200880000026984 AL, Relator: Desembargador Federal FernandoBraga, Data de Julgamento: 28/10/2014, Segunda Turma, Data dePublicação: 31/10/2014)

Demais disso, não se pode perder de vista que os valores repassados pelo

FNDE possuem caráter suplementar, cabendo aos entes públicos realizarem o

financiamento dos serviços públicos na área da educação também com recursos próprios,

cuja aplicação pode c deve ser fiscalizada pelo Ministério Público Estadual.

- Da atribuição para apurar irregularidades na gestão dos recursos do FUNDEB

No ano de 2011, o Supremo Tribunal Federal decidiu quatro conflitos de

atribuição entre o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual (ACOs 1109.

1206. 1241 e 1250) para apurar supostas irregularidades na gestão e prestação de contas de

recursos do Fundode Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização

do Magistério - FUNDEB, em municípiosdo Estado de São Paulo.

De acordo com as decisões, cabe ao Ministério Público Federal apurar

eventuais infrações penais cometidas na gestão das verbas educacionais, mesmo que elsj

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não envolvam repasses de recurso federal, uma vez que a política de educação é nacional e há

evidente interesse da União na correta aplicação do dinheiro. Outrossim, cabe ao Ministério

Público Estadual atuar cm matéria cível e de improbidade administrativa por parte dos

gestores das verbas do FUNDEB, deslocando-se a atribuição para o âmbito federal somente

se houver verba federal envolvida ou caso haja superveniente intervenção da União na gestão

dos recursos.

Em outras palavras, prevalece o entendimento de que, em não havendo

complementação da União, como atualmente ocorre no Estado de Goiás, as verbas do

FUNDEB resultam tão somente de redistribuição de verbas estaduais e municipais

constitucionalmente previstas, o que atrai a atribuição do Ministério Público Estadual.

Nos casos concretos analisados por meio das quatro Ações Cíveis Originárias

(ACOs 1109, 1206. 1241 e 1250), o Plenário da Corte Maior assentou que é do Ministério

Público do Estado de São Paulo a competência para propor a ação de improbidade

administrativa contra os gestores das verbas recebidas do FUNDEF, hoje denominado

FUNDEB, subordinado ao Ministérioda Educação.

"A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido doreconhecimento da atribuição do Ministério Público Federal paraatuar em matéria penal e pelo reconhecimento da atribuição doMinistério Público do Estado de São Paulo para atuar em matériacível c de improbidade administrativa, sendo certo que, naimprobidade, há o deslocamento da competência para a JustiçaFederal caso haja superveniente intervenção da União ou diante doreconhecimento ullerior de lesão ao patrimônio nacionar, sintetizou0 ministro Luiz Fux (ACO 1109/SP, Rei. Min. Ellen Gracie,05.10.2011)

Somente o ministro Marco Aurélio divergiu. Para ele, se o caso é de serviço

voltado à educação do Estado, com verbas estaduais, e há desvio de conduta na prestação

desse serviço, a competência para propor tanto a ação penal quanto a cível (de improbidade)

seria do Ministério Público Estadual. "Na espécie, não está em jogo nem serviço público

federal nem recursos federais, por isso eu peço vênia para entender que a atribuição para

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Ministério Público do Estado de Goiás

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uma e outra dessas ações é do Ministério Público estadual", esclareceu o magistrado da

Corte.

Em síntese, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, no tocante

às ações penais relativas a desvio de verbas do FUNDEB, independentemente de ter havido

ou não complementação por parte da União, a competência pertence à Justiça Federal. Isso

porque o texto constitucional (artigo 2I l. § Io. da CF/88) atribuiu à União função supletiva e

redistributiva cm matéria educacional, bem como o interesse na universalização de um padrão

mínimo de qualidade do ensino (artigo 109, IV, da CF).

Lado outro, conforme externado pela referida Corte, a competência para julgar

as ações de improbidade administrativa será da Justiça Estadual ou da Justiça Federal, a

depender da ocorrência ou não complementação do FUNDEB pela União. Em outras

palavras, a Justiça Federal apenas será competente se a União possuir interesse que lhe

permita atuar como autora, ré. assistente ou oponente. Inexislindo coniplementação1 de verbas

federais ao FUNDEB. como ocorre atualmente com o Estado de Goiás, a ação de improbidade

administrativa é de competência da Justiça Estadual.

Essa dicotomia entre a competência cível e criminal da Justiça Federal foi

explorada pelo Supremo Tribunal Federal, nos seguintes termos:

CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÕES.CARACTERIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE DECISÕES DO PODERJUDICIÁRIO. COMPETÊNCIA DO STF. ART. 102, I. r. CF.FUNDEF. COMPOSIÇÃO. ATRIBUIÇÃO EM RAZÃO DAMATÉRIA. ART. 109, 1E IV. CF. [...] 3. Asistemática de formaçãodo FUNDEF impõe, para a definição de atribuições entre o MinistérioPúblico Federal e o Ministério Público Estadual, adequadadelimitação da natureza cível ou criminal da matéria envolvida 4.Acompetência penal, uma vez presente o interesse da União, justifica acompetência da Justiça Federal (art. 109, IV, CF/88) não serestringindo ao aspecto econômico, podendo justificá-la questões deordem moral. In casu. assume peculiar relevância o papel da União namanutenção e na fiscalização dos recursos do FUNDEF, por isso o seuinteresse moral (político-social) em assegurar sua adequada

N8o existo, atualmente, complementação do FUNDEB pam o Estado doGoiás.

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Ministério Público do Estado de Goiás*

Centro de ApoioOperacionalda Educação/CAOEDUCAÇÃORua 23, osq. com a Av. Fuod Josô Sobba, Qd. 06, üs. 15/25, SalaT-14|

Bairro Jardim Goiás. Goiánia-Goiás -CEP 74.805-100|02 3243-8029/8073/8511/8590/8347(Fax) e 1271

WWW.mpqO.mP.br |caoeducacao®mpgo.mp.brI

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destinação, o que atrai a competência da Justiça Federal, em caráterexcepcional, para julgar os crimes praticados em detrimento dessasverbas e a atribuição do Ministério Público Federal para investigar osfatos e propor eventual ação penal. 5. A competência da JustiçaFederal na esfera cível somente se verifica quando a União tiverlegítimo interesse para aluar como autora, ré, assistente ou opoente.conforme disposto no art. I09, inciso I, da Constituição. A princípio, aUnião não teria legítimo interesse processual, pois. além de não lhepertencerem os recursos desviados (diante da ausência de repasse derecursos federais a título de complementação). tampouco o ato deimprobidade seria imptilável a agente público federal. 6. Conflito deatribuições conhecido, com declaração de atribuição ao órgão deatuação do Ministério Público Federal para averiguar eventualocorrência de ilícito penal e a atribuição do Ministério Público doEstado de São Paulo para apurar hipótese de improbidadeadministrativa, sem prejuízo de posterior deslocamento decompetência à Justiça Federal, caso haja intervenção da União oudiante do reconhecimento ulterior de lesão ao patrimônio nacionalnessa última hipótese. (ACO II09, Relator(a): Min. ELLENGRACIE. Relator(a) p/Acórdão: Min. LUIZ FUX (art. 38, IV, b, doRISTF), Tribunal Pleno, julgado em 05/10/2011, ACÓRDÃOELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 06-03-2012 PUBLIC. 03-2012)

> Das conclusões

Em que pesem as divergências acerca das atribuições dos diversos órgãos do

Ministério Público para atuar nas hipóteses de desvios e malversação das verbas da educação,

prevalece entendimento no seguinte sentido:

a) é atribuição do Ministério Público Federal apurar irregularidades na

aplicação de recursos públicos federais e na execução de programas educacionais financiados

com verbas oriundas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Escola - FNDE, dentre os

quais estão o Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE, o Programa Nacional de

Alimentação Escolar - PNAE. o Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar -

PNATE e o Programa Nacional do Livro Didático - PNLD (Ação Cível Originária 1.827);

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Ministério Público do Estado de GoiásCentro do ApoioOperacionalda Educação/CAOEDUCAÇÃO

Rua 23, esq. com a Av. Fued Josó Sebba. Qd. 06, Lts. 15/25. SalaT-14Bairro Jardim Goiás. Goiânia-Goiás - CEP 74.805-100

ea3243-8029/8073/8511/8590/8347(Fax) o127 '^S^u^StWWW.mpqO.mp.br | [email protected]

///l\Ib) cabe ao Ministério Público Estadual atuar em face de eventuais

deficiências na prestação dos serviços públicos municipais c no atendimento das

demandas locais na área da educação;

c) incumbe ao Ministério Público Estadual apurar irregularidades no

financiamento dos serviços públicos na área da educação feito com recursos do próprio

município ou do Estado, já que os repasses efetuados pelo FNDE possuem apenas caráter

suplementar;

d) cabe ao Ministério Público Estadual apurar, na esfera cível e de

improbidade administrativa, irregularidades na aplicação de recursos públicos oriundos do

FUNDEB, desde que não haja complementação da União, como atualmente ocorre no

Estado de Goiás (ACOs 1109, 1206. 1241 e 1250).

Importante ressaltar que a matéria em questão foi objeto de análise pelo

Colégio de Procuradores de Justiça do Ministério Público do Estado de Goiás, na reunião

administrativa realizada no dia 11/10/2017. resultando na expedição dos assentos 12/2017 e

13/2017. da lavra do referido Colegiado:

ASSENTO 12/2017

É atribuição do Ministério Público Estadual apurar eventuaisdeficiências na prestação dos serviços públicos municipais e noatendimento das demandas locais na área da educação.

ASSENTO 13/2017

É atribuição do Ministério Público Estadual apurar, na esfera cível ede improbidade administrativa, irregularidades na aplicação derecursos públicos oriundos do Fundo de Manutenção eDesenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dosProfissionais da Educação - FUNDEB, salvo se houver verba federalenvolvida a título de complementação.

Em derradeiro, nos termos dos dispositivos acima mencionados, é possível a

cooperação, mediante a realização de convênios ou acordos, para fiscalização da aplicação

das verbas da educação entre o Ministério Público Federal, o Ministério Público Estadual e

órgãos do Poder Executivo.

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Rua 23. esq cem aAv. Fued Josó Sebba, Qd. 06. Lts 15/25. SalaT-14' JwfBairro Jardim Goiás. Goiânia-Goias - CEP 74 .605-100 M M m

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Goiânia. 18 de dezembro de 2017.

LIAN

Promotora dATORMIN

tdora do CAEDUCAÇÃO

Em auxílio:

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BRUNO VíffffCx GOMESPromotor de J(/s/lça/Coorden;idor

do (7AOPP

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