contributo para a história da paróquia de são cipriano (1)

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1 CONTRIBUTO PARA A HISTÓRIA DA PARÓQUIA DE SÃO CIPRIANO DE PAÇOS DE BRANDÃO Por: CARLOS VARELA OS BRANDÕES I Em artigos anteriores dediquei-me a explanar assuntos, que de qualquer maneira nos ajudam a compreender melhor as origens desta Paróquia de São Cipriano de Paços de Brandão. Embora no que se relaciona com São Salvador de Grijó, concretamente no “Livro das Campainhas, e aos Fidalgos Naturais de Grijó, tivesse abordado os que usavam no seu nome “BRANDÃO”, vou tentar mais uma vez, deixar transcritas, algumas notas acerca deste apelido ou nome, já em uso nos séculos X e XI. Porque na nossa Paróquia o assunto teve um tratamento que muito deixa a desejar, principalmente se for analisado através dos conceitos a que a História nos obriga, leva-me, e nunca é demais relembrar, a introduzir este artigo com a divulgação de documentos da “DIPLOMATA ET CHARTAE”, em que se pode verificar que o ano de 1095 seria de todo improvável para que o Conde D. Henrique fizesse qualquer tipo de transacção, a favor de um fidalgo ou de uma, instituição religiosa, primeiro, sem que tal ficasse registado e avalisado pelo seu primo Raimundo em representação do sogro de ambos, Afonso; segundo,, porque desde o ano de 1094 até final de 1096, foi Raimundo e Urraca, que em representação de Afonso, validavam tais actos. Não obstante, ainda em 1097 aparece só o «Rex Adefonsi», pelo menos em um documento, a validar tais actos, e só a partir deste ano de 1097 é que se encontra Henrique e Teresa, a efectuá-lo, ainda em representação de Afonso. Julgo que a prova documental, que aqui vou apresentar, sirva, de uma vez por todas, para justificar a razão pela qual tenho procurado, que se altere o que se tomou por verdadeiro, e, que induz o leitor num tremendo erro histórico, e que as entidades institucionais, desta Paróquia, resolvam proceder às respectivas rectificações, para que quando se forem consultar «sites» ou outros meios de comunicação, em que tal está expresso, o leitor não encontre coisas de tal maneira inaceitáveis, como o ano de 1095, como vem referido nos “900 Anos de P.B.”, e saiba da verdade acerca do fidalgo ou fidalgos, que desde pelo menos o século X, já usavam no seu nome ou apelido,«Brandon», «Brandiaz», etc., e que deram origem ao «Brandão».

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1

CONTRIBUTO PARA A HISTÓRIA DA PARÓQUIA DE

SÃO CIPRIANO DE PAÇOS DE BRANDÃO

Por: CARLOS VARELA

OS BRANDÕES

I

Em artigos anteriores dediquei-me a explanar assuntos, que de qualquer

maneira nos ajudam a compreender melhor as origens desta Paróquia de São

Cipriano de Paços de Brandão. Embora no que se relaciona com São Salvador

de Grijó, concretamente no “Livro das Campainhas, e aos Fidalgos Naturais de

Grijó, tivesse abordado os que usavam no seu nome “BRANDÃO”, vou tentar

mais uma vez, deixar transcritas, algumas notas acerca deste apelido ou nome,

já em uso nos séculos X e XI.

Porque na nossa Paróquia o assunto teve um tratamento que muito deixa a

desejar, principalmente se for analisado através dos conceitos a que a História

nos obriga, leva-me, e nunca é demais relembrar, a introduzir este artigo com a

divulgação de documentos da “DIPLOMATA ET CHARTAE”, em que se pode

verificar que o ano de 1095 seria de todo improvável para que o Conde D.

Henrique fizesse qualquer tipo de transacção, a favor de um fidalgo ou de uma,

instituição religiosa, primeiro, sem que tal ficasse registado e avalisado pelo

seu primo Raimundo em representação do sogro de ambos, Afonso; segundo,,

porque desde o ano de 1094 até final de 1096, foi Raimundo e Urraca, que em

representação de Afonso, validavam tais actos. Não obstante, ainda em 1097

aparece só o «Rex Adefonsi», pelo menos em um documento, a validar tais

actos, e só a partir deste ano de 1097 é que se encontra Henrique e Teresa, a

efectuá-lo, ainda em representação de Afonso.

Julgo que a prova documental, que aqui vou apresentar, sirva, de uma vez por

todas, para justificar a razão pela qual tenho procurado, que se altere o que se

tomou por verdadeiro, e, que induz o leitor num tremendo erro histórico, e que

as entidades institucionais, desta Paróquia, resolvam proceder às respectivas

rectificações, para que quando se forem consultar «sites» ou outros meios de

comunicação, em que tal está expresso, o leitor não encontre coisas de tal

maneira inaceitáveis, como o ano de 1095, como vem referido nos “900 Anos

de P.B.”, e saiba da verdade acerca do fidalgo ou fidalgos, que desde pelo

menos o século X, já usavam no seu nome ou apelido,«Brandon», «Brandiaz»,

etc., e que deram origem ao «Brandão».

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II

FERNANDO BRANDÃO

A primeira questão que se coloca é a de se saber a ascendência de um tal

«FERNÃNDUS BRÃDIAZ», que confirma documento do Mosteiro de Lorvão em

1131, que se anexa:

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Este Fernandus Brandiaz, que o Pde.Correia, em os 900 Anos de P.B. coloca

como 1º donatário desta freguesia de Paços de Brandão, vai ser objecto, neste

artigo, de um tratamento muito especial, passando depois às origens dos

Brandões em terras que se vieram a denominar por Condado Portucalense.

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Veja-se como se refere «Frei.António Brandão» na «Monarchia Lusitana» aos

Brandões :

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Passemos, de seguida, ao que nos dizem, sobre o mesmo Fernando Brandão,

os Nobiliários:

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ARCHIVO HERALDICO-GENEALOGICO - visconde de Sanches de baena

BRANDÃO – Há sido vulgarmente julgada esta família como oriunda de

Inglaterra; porém de uns títulos conservados entre papeis que fora do padre fr.

José da Cruz, reformador do Cartório da Nobreza, consta ser a mesma família

originária da Normandia, de onde passaram a Portugal com o conde D.

Henrique dois irmãos chamados um Charles ou Carlos Brandão, e o segundo

Fernão Brandão, que viveram junto ao mosteiro de Grijó, em umas casas que

depois foram cognominadas com o nome de paço dos Brandões, e jazem os

ditos irmãos sepultados no mesmo mosteiro, tendo na sepultura um letreiro

latino, que vertido em português diz: Aqui jazem os cavaleiros Brandões. Não

consta que o primeiro tivesse descendentes, porém do segundo são tantos,

quantos são os que hoje se apelidam, Brandões em Lisboa, Porto, Évora,

Coimbra, Castelo Branco, Viana, e outras muitas terras onde se estenderam.

As suas armas estão no livro da armaria da Torre do Tombo, e são: em campo

azul cinco brandões acesos de oiro, postos em santor; timbre três dos referidos

brandões atados em roquete, com uma fita azul.»

Ainda se refere aos Brandões de Duarte Brandão, de João Brandão Sanchez,

e, aos de Buarcos, que procedem de Duarte Brandão, contudo só nos vamos

dedicar aos referenciados em primeiro lugar.

PEDATURA LUSITANA – CRISTÓVÃO ALÃO DE MORAIS

TÍTULO DE BRANDÕES

O Conde D. Pedro no seu livro não faz título particular dos Brandões, e só fala

neles por razão de algumas mulheres com quem casaram: e diz que Mayor

Roiz Durão filha de Ruy Diaz Durão e neta de Diogo Gil valente o que morreu

na batalha de Ourique casara com Garcia Miz. Brandão e houveram Pº. Garcia

= João Garcia = Fernão Garcia, e Gil Garcia que todos foram cavaleiros de

uma lança = Diz mais o Conde D. Pedro que D. Enxamea Diaz filha do mesmo

Diogo Gls. Valente casara com Fr.do Gls. Cavaleiro da Terra de Sousa, e

houvera a D. Thereza mulher de Martim Brandão o Velho.

«Querem alguns que os Brandões tenham sua origem de Inglaterra, aonde há

poucos tempos viveu Carlos Brandão Duque de Suffloc, que casou com Maria

filha de Henrique 7º daquela coroa…»

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NOBILIÁRIO DE FAMILIAS DE PORTUGAL – FELGUEIRAS GAYO

Felgueiras Gayo, começa por nos apresentar no título de BRANDOENS, um

primeiro capítulo sobre os Brandoins antigos, como se segue:

Cap. 1º

N. 1 – GRACIA MARTINS BRANDÃO – CASOU COM d. Mayor Rz de urro

filha de Ruy Dias de urro e D. Tereja Fernandes (Conde D. Pedro ttº 44 fls 270)

Filhos:

Pedro Garcia = João Garcia = Fernão Garcia = Gil Garcia (todos

Cavaleiros de uma lança e pouca fazenda).

Cap. 2º

N 1 – MARTIM BRANDÃO (Conde D. Pº. ttº 44 fls 276) que pode ser o que vai

§ 1 N 2 foi chamado o velho casado com D. Tareja Fernandes filha de Fernão

Glz Cavaleiro da terra de Sousa, e sua mulher D. Examea Dias a que «morreo»

a Bespa filha de Diogo Glz no § 32 dos Freitas c. g. ttº de Freitas § 32 N 3.

Cap. 3º

N - MARTIM BRANDÃO (Conde D. Pº ttº 44 fl 270) que igualmente pode ser

o dº § 1 N 2 casou com D. Berengeira Dias filha de Diogo Gil do Avellal no ttº

de Avelares § 1 N------ c.g.

Cap. 4º

N 1 – PEDRO MARTINS BRANDÃO (Conde D. Pº ttº 44 fls 270) casou com D.

Urraca Pires filha de Pedro Bool, e sua mulher Sancha Rz filha de Ruy Gomes

Colmeiro, e sua mulher D. Urraca Fernandes filha de Fernão Glz da Azambuja

ttº de Azambujas § 1.

BRANDOENS

N 1 – o Primeiro de que temos notícia é Carelos Brandão que passou a este

Reino no tempo do Conde Henrique e jaz enterrado no Mosteiro de Grijó:

tomou o Apelido de Brandão por assistir no Passo de Brandão: era o dº

Carelos Brandão Fidalgo Inglês.

Filho:- Martim Brandão

N 2 – MARTIM BRANDÃO, filho de Carelos Brandão N 1.

Filho: Fernão Martins Brandão

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N 3 – FERNÃO MARTINS BRANDÃO, filho de Martim Brandão N 2 foi Sr. Do

castelo de Arronches por mercê do Rei D. Pedro 1º, e Regedor de Évora e Aio

do Rei D. Fernando, parece faltar aqui alguma geração pela muita distância

que vai do Conde Henrique a D. Pº 1º que vão mais de 208 anos: deu o Rei D.

Pedro certas herdades em Montemor-o-Novo e, Morgado a que chamarão a

Silveira.

Filho: Lopo Fernandes Brandão.

RECORDAR – 900 ANOS DE PAÇOS DE BRANDÃO – PADRE

JOAQUIM CORREIA DA ROCHA

Porque se trata da única Monografia publicada sobre Paços de Brandão, não

deixa de ser curioso o que lá se encontra, página 134, diz-nos o seguinte:

«No campo de S. Mamede, não longe do Castelo de Guimarães, a batalha foi

vitoriosa, dada a presença dos cavaleiros da Terra de Sta. Maria. Entre eles, estava o

Nobre Fernando Brandão. O dia I de Portugal, nesse 24 de Junho de 1128, foi

comemorado condignamente, aqui na Torre com fachos luminosos, e, no torreiro

frente ao palácio, com torneio digno de registo. Mas talvez seja oportuno transcrever

as conclusões a que chegou MANSO DE LIMA (Jacinto Leitão).: “Os Brandões vieram

da Normandia, o que se prova por certas semelhanças entre as armas dos Brandons

normandos e dos Brandões”. Isto se lê em Famílias de Portugal, Tomo VII…»

«Os Brandões vieram da Normandia – e não da Inglaterra (os Brandons de Suflok) ou

da Irlanda (os Brendan) – o que se prova por certas semelhanças entre as armas dos

Brandons normandos e dos Brandões.

Fernão Brandão passou a Portugal com seu irmão Carlos Brandão no tempo do

Conde D. Henrique. Em Junho de 1131 aparece como testemunha num documento de

nomeação feita por Paio Gonçalves ao Mosteiro de Lorvão, documento este que é

citado na Monarquia Lusitana.

Carlos Brandão viveu em Rio meão, e Manso de Lima pouco mais acrescenta sobre

ele. Fernão Brandão casou e teve dois filhos: Martims Fernandes Brandão, que foi

Alcaide-Mor de Évora no tempo de D. Sancho I, casou com D. Sancha Pais e teve

descendência; e Pedro Fernandes Brandão.»

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Dictionaire – historique et héraldique – de la noblesse

française - par : d. mailhol –( paris 1896)-Tome second

Em face aquilo que os nossos estudiosos em heráldica e nobiliarquia,

principalmente dos séculos XVIII e XIX, nos dizem sobre as origens dos

Brandões, resolvi consultar uma das melhores obras, de igual período, editadas

em França, para saber se haveria alguma referência a algum nobre, que

usasse no seu apelido ou nome, a denominação de «BLANDON». Tal apelido

ou nome não aparece referenciado, contudo denominações como «Brande»,

«Brandt» ou «Brandin» são descritas na obra consultada. É pois com a

transcrição dessas referências, que vou deixar ao dispor do leitor deste artigo,

para que confronte o que lá se encontra com aquilo que os nossos «cronistas»

nos dizem.

BRANDE – Família nobre de origem belga, residente em França – Século XIX.

«Famille noble d´origine belge, résidente en France..»

«Armes: Ecartelé: aux 1 et 4, d´argent fretté de sable: aux 2 et 3, d´hermine à deux

fasces d´azur.»

«Devise: Spes in Deo»

REPRESENTAN ACTUEL:

«BRANDE (Hector-Marie-Louis ) – reconnu comme noble en France avec les titres de

messire et d´écuyer, par jugement du tribunal de 1er. Instance de Boulogne-sur-Mer du

21 avril 1891; marié á Marguerite-Armande-Hervin-Marie de Meautis, dont unne fille

unique: Mercédès-Yvonne-Marqguetite, née à Boulogne-sur-Mer le 22 Juillet 1881.

Residence: Paris, 14, rue de Thann; Versailles (en été), 1, rue de Solférino.

BRAND – Família originária dos Países Baixos, com existência em França

cerca de 1500.

«BRANDT – Originaire des Pays-Bas.

La fillation de cette famille remonte à Gérard de Brandt, seigneur de la

campe, qui épousa Anna de Vargelot dont il eut postérité; il existait vers 1500.

Au septiéme degré, nous trouvons Alexandre-François-Ignace de Brandt, chevalier,

seigneur de Marconne, Piequenhein, etc. Cornelle reforme du régiment Royal-Cravate,

il fut crée par le pape, comte palatin, patrice romain, et chevalier de l´Eperon d´or, à

cause de l´alliance de son pére avec l´illustre maison de Tolomey, originaire d´Italie; et

crée par lettres patentes du roi du mois de mars 1758, comte de Brandt: il èpousa , por

contrat passé à Arras le 2 septembre 1752, Jeannes-Catherine Mathon, dont il eut

plusieurs enfants.

ARMES: Bazur, à trois flammes d´argent, passees 2 et 1.»

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BRANDIN DE SAINT – LAURENS – Família originária da Normandia e

remonta ao século XV.

«Cette famille est originaire de Normandie et remonte au XVe. siécle.

Elle a donné plusieurs officier, un brigadier des gardes du corps mort en 1754; des

chevalliers de Saint-Louis, deux conseillers à la cour des aides et un conseiller au

parlement de Normandie.

Gustave Brandin de Saint-Laurens, fourrierdes logis du roi accompagna Charles X à

Cherbourg en 1830 et y reçut de lui la croix de Saint-Louis. Il a eu deux fils: Henri-

Aymé et Jean-Gaston. Le seul héritier du nom: Gustave Brandin de Saint-Laurens, fils

de Henri-Aymé, est mort sans avoir été marié.

Armes: Bazur à la flame d´argent accompagnée de trois molettes d´éperon de méme,

2 en chefe t 1 en pointe.

Supports: Deux chevaux.

Devise: Deo regique.»

FOUCHER DE BRANDOIS – Família nobre de Poitou, barões de Brandois, o

nome de Foucher é conhecido desde o século X.

«Famille noble du Poitou, divisée plusieurs branches: celle des seigneurs des

Herbiers, celle des seigneurs de Thénies, enfin celle des barons de Brandois, qui est

devenue l´ainée par l´extinction des autres.

Le nom du Foucher est connu dés le X siécle. Il y eut un Foucher qui partit pour la

primère croisade.

Cette famille a fourni plusieurs officiers des armées du roi, des chevaliers de l´ordre

militaire de Saint-Louis et de Saint-Michael.

Armes: De sable, au lion d´argent.»

Os brandões na Inglaterra (brandon, duke of suffolk)

Consultando-se diversos livros de Nobiliarquia Inglesa / Irlandesa, encontra-se

referenciado um tal Charles Brandon, Duke of Suffolk, que descendia de

Brandon, Duke of Suffolk, tendo esta família na origem William Brandon, no

século XV, desconhecendo-se a data do seu nascimento e origens.

O Charles Brandon, era uma personagem importante na coroa inglesa, basta

o título que ostenta, para se perceber tal. Foi casado com Maria, filha de

Henrique VII e viúva do rei de França, Luís XII.

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Esta família de “BRANDON” é de origem inglesa e não há registos de que

tenha passado à Península Ibérica.

DUARTE BRANDÃO – Segundo o que nos relata Felgueiras Gayo, no seu

“Nobiliário” – Tomo Sétimo, página 61, este Duarte Brandão «que era da

Alhandra como diz uma memória que vi e alguns fazem filho de Ruy Barba e

neto de Fernão Mz Alardo no ttº de barbas § 1 N 4 foi para Inglaterra fugindo a

seu Pai com Henrique Brandão onde dizendo ao Rei que era Hebreu se

baptizou e foi seu padrinho o Rei pelo que se chamou Duarte e tomou o apelido

de Brandão do dº Henrique Brandão que era embaixador da corte de Inglaterra

de que foi criado»,

De Inglaterra passou a Portugal no tempo de D. Afonso V, por quem foi

naturalizado em 1479, confirmado por D. João II em 1485 e por D. Manuel em

1497.

ARMAS: Em campo azul, dois dragões de oiro batalhantes com os pescoços e

rabos repassados armados de sanguinho .

TIMBRE: Os mesmos dragões, há quem diga que é meio cavalo- marinho.

D. João II deu-lhe o senhorio de Buarcos. As suas armas foram assinadas pelo

rei Inglês Duarte V, em memória de um desafio que Duarte Brandão teve e

venceu com um fidalgo Inglês, perante o mesmo rei, e pelos serviços que lhe

fizera na guerra contra França. Duarte Brandão foi cavaleiro da Jarreteira,

capitão das ilhas de Granache, e de tanta estima, que estando na comitiva do

rei de Inglaterra quando este se avistou com o de França, comeu com eles à

mesa.

.

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III

OS BRANDÕES DE ORIGEM PORTUGUESA

BRANDILUNI – Documento referente à Igreja de Águas sanctas, é

testemunhado entre outros, por «anagildus brandiluni» - Dp.Ch. LVI , ano de

906

.

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BRANDILIZ – Testamento referente ao «Monastéri Morariae», confirmado

por, Osório Brandiliz, geda brandiliz, odario brandiliz – Dp.Ch. LVI – 946

Page 31: Contributo para a história da paróquia de são cipriano  (1)

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BRANDON – BLANDILA - Documento do Livro Preto da Sé de Coimbra

– Dp.Ch. XCIII – 967 – É a primeira vez em que é mencionado o nome

BRANDON e BLANDILA.

BLANDO – Livro das Doações do Mosteiro de Paço de Sousa. Confirmação

por «Trutesendo testi.Blando». Dp.Ch. CCXXVI – 1015

Page 32: Contributo para a história da paróquia de são cipriano  (1)

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BRANDIA - «Karta de Tarouquela» - Confirmação por «Brandia test»,

referente ao Mosteiro de Grijó (Baio-Ferrado, Doc.128 de 1079, 12 Abril). –

Dp.Ch. DLXVI – 1079.

BRANDIRIGU – Documento referente ao Mosteiro de Arouca, em que nos

aparece como testemunha «Brandirigu test». Dp. Ch. DCCXII – 1088

Page 33: Contributo para a história da paróquia de são cipriano  (1)

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FERNÃO BRANDON (1109 – 1131) – Em 1109, Documentos Medievais

Portugueses, t. III, doc. 324, aparece este «Brandon» referenciado em

Souselas (Coimbra) e em 1131 confirma documento do Mosteiro de Lorvão,

como já foi assinalado no cap.II. Não se encontram documentos que possam

demonstrar a sua origem Francesa, Normanda, Inglesa ou Irlandesa, e,

também se prova a inexistência de qualquer documento de que em 1094 ou

1095, o Conde D. Henrique lhe tivesse doado esta terra de Paços. Pelo

contrário a sua ascendência é bem «portuguesa», de fidalgos oriundos de

«Terras da Maia», como se pode comprovar, (por todos aqueles que se

interessem por estes assuntos), consultando o livro, OS BRANDÕES –

Origens e Varonia (938 – 1663), de M. Antonino Fernandes – Porto –

Novembro de 2007.(1)

(1) – Para os interessados em adquirem o livro, informo que o mesmo se

encontrava à venda na LIVRARIA DO GUARDA – MOR – LISBOA, através do

seu site na internet, Telefone: 213940716 às 3ª feiras, das 14,00 h às 17,00

horas. – FAX: 213940716