contributo do laboratório químico virtual para aprendizagens no
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Paula Cristina da Conceição Teixeira Lopes
CONTRIBUTO DO LABORATÓRIO QUÍMICO VIRTUAL PARA APRENDIZAGENS NO
LABORATÓRIO QUÍMICO REAL
Dissertação do Mestrado em Física e Química para o Ensino, apresentada à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, sob a orientação do Professor Doutor Pedro Manuel de Melo Bandeira Tavares.
UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO 2004
ii
Aos meus pais e irmão
iii
ÍNDICE
1- INTRODUÇÃO
1.1- As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e a Educação 2
1.1.1– Novos cenários educativos 3
1.1.2 – A incorporação das TIC na educação 6
1.2 – O computador na educação 9
1.2.1 – A integração do computador na educação 11
1.3 – Realidade virtual 14
1.3.1 – A Linguagem de Modelagem em Realidade Virtual (VRML) 15
1.3.2. – Aplicações da Realidade Virtual 16
1.4 – Laboratórios virtuais 17
1.4.1 – Vantagens e desvantagens do LQV 18
1.4.2 – Alguns estudos sobre a aplicação do LQV ao ensino da Física
e Química 19
1.5 – Objectivos do trabalho 22
1.6 – Sinopse 23
2 – LABORATÓRIO VIRTUAL
2.1 – ChemLab 2.1- edição Professional 26
2.1.1 – Simulação do ChemLab 27
2.1.2 – Organização do ChemLab 28
2.1.3 – Elaboração de um protocolo 34
2.1.4 – Defeitos a corrigir em próximas versões 40
2.2 – Chemland6 40
2.3 – Le Chat 43
2.4 – ACDLabs 45
2.5 – Virtual Lab 46
2.6 – Sugestões de utilização dos diversos programas de Química 48
3 – METOLOGIA
3.1 – Tipo de estudo 51
iv
3.2 – Caracterização da amostra 51
3.3 – Material e métodos 53
3.4 – Procedimentos estatísticos 55
4 – RESULTADOS OBTIDOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO
4.1 – Laboratório real
4.1.1 – Manipulação, correcta de reagentes e material de laboratório 58
4.1.2 – Respeito e aplicação das regras de segurança 59
4.1.3 – Execução das tarefas propostas 61
4.1.4 – Ajuda do professor para executar as tarefas propostas 62
4.1.5 – Análise crítica dos resultados obtidos 64
4.1.6 – Discussão dos resultados 66
4.2 – Laboratório virtual
4.2.1 – Dificuldades na utilização do programa 68
4.2.2 – Identificação e utilização correcta de reagentes e material de
laboratório 70
4.2.3 – Execução das tarefas propostas 71
4.2.4 – Ajuda do professor para executar as tarefas propostas 72
4.2.5 – Discussão dos resultados 73
4.3 – Laboratório virtual/laboratório real 74
4.3.1 – Discussão dos resultados 77
4.4 – Sugestões ou comentários dos alunos 78
4.5 – Questões colocadas nos testes de avaliação sumativa 78
CONCLUSÕES 83
REFERENCIAS 88
ANEXO 1 – Conteúdos programáticos 95
ANEXO 2 – Protocolos utilizados 109
ANEXO 3 – Inquéritos 121
ANEXO 4 – Grelha de observação 125
ANEXO 5 – Questões das fichas de avaliação de conhecimentos 128
v
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Doutor Pedro Manuel de Melo Bandeira Tavares, pelo saber e
disponibilidade com que sempre orientou todo o trabalho, que a ambos pertence;
Aos elementos da Conselho Executivo da Escola Secundária do Rodo onde foi
aplicado o inquérito e efectuada a investigação, Dr. Salvador Ferreira, Dr. Nelson
Rodrigues e Dr. Adelino Tomé, pelo contributo valioso que dispensaram;
A todos os alunos que preencheram o inquérito e fizeram parte da investigação
realizada;
À Ana, Ana Luísa, Jorge, Lena, Márcia, Nandinha, Natália, Olga, Sérgio, Sofia,
Vilma e Xufia, pela grande amizade e empenho com que seguiram o estudo;
A todos aqueles, que de uma forma ou outra contribuíram para a realização deste
trabalho.
vi
RESUMO
A utilização de computadores no processo ensino – aprendizagem tem sido muito
discutida, consequentemente gerando muitas pesquisas. Uma das aplicações que surge no
desenvolvimento das novas tecnologias é a utilização do computador como ferramenta
didáctica complementar dos meios tradicionais. Este trabalho enquadra-se numa filosofia
de discussão e motivação da dinâmica do Ensino das Ciências, efectuando-se um estudo
sobre a utilização de Laboratórios Químicos Virtuais (LQV) aplicados em conjunto com o
método tradicional – Laboratório Químico Real (LQR), no processo ensino –
aprendizagem.
Para o LQV foram utilizados os seguintes programas informáticos: ChemLab,
Chemland6, Le Chat e Virtual Lab.
Como método foram escolhidas actividades experimentais do Programa de Química
do 10ºano de escolaridade, executadas por 37 alunos (ano lectivo 2002/2003), divididos
aleatoriamente em quatro grupos, de modo que em cada actividade experimental dois
grupos efectuavam o método tradicional (apenas LQR) e os outros dois utilizavam o
laboratório químico virtual e o laboratório químico real (LQV+LQR). Depois de cada
actividade experimental os alunos efectuaram a auto-avaliação das actividades efectuadas
no LQV e LQR através do preenchimento de um questionário. Paralelamente o docente
preencheu uma grelha de observação de aula. Foram igualmente analisados os resultados
obtidos pelos alunos nas várias questões das fichas de avaliação de conhecimentos.
Os dados obtidos através dos questionários de auto-avaliação não revelaram
diferenças significativas nas aprendizagens quando se utilizam ambos os métodos. A
grelha de observação de aula revela que o tempo lectivo total necessário à realização da
vii
actividade experimental é menor no método LQV+LQR. Verificou-se ainda que os alunos
que utilizaram o LQV, por se sentirem mais confiantes, descuraram algumas regras de
segurança no LQR. As fichas de avaliação de conhecimentos revelam diferenças
significativas nos resultados da questão relacionada com a titulação, com os alunos que
efectuaram este protocolo em LQV+LQR a obter melhores avaliações, devido à utilização
de dois programas diferentes para o LQV.
Podemos também concluir que a utilização dos laboratórios químicos virtuais foi
extremamente positiva e motivadora em todo o processo ensino-aprendizagem, pelo facto
de o aluno ir construindo algo do seu interesse e para o qual está motivado, tornando a
aprendizagem significativa.
A partir deste trabalho, é encorajador afirmar que as actividades experimentais em
que utilizamos em conjunto o laboratório químico virtual e o real, além de proporcionar
um ambiente propício para um ensino activo e efectivo, oferecem a oportunidade de uma
melhor compreensão da Química e a formação de uma postura no aluno de contínua busca
de conhecimentos, permitindo ao aluno a possibilidade de construir e/ou reconstruir os
seus conhecimentos.
Palavras-chave: Laboratório Químico Virtual, Laboratório Químico Real,
aprendizagens, motivação, programas informáticos educacionais
viii
ABSTRACT
The use of computers in the teaching/learning process has been so discussed that
arouse many investigations about the subject. One of the applications, included in the new
technologies development, is the use of the computer as a didactic tool complementing the
traditional means. This study is fitted in a philosophy of discussion and a dynamic
motivation of sciences teaching focusing the use of virtual chemical labs (VCL) connected
with the traditional method, the real chemical lab (RCL).
ChemLab, Chemland6; Le Chat and Virtual Lab were the programs used to study the
VCL.
The chosen method included experimental activities that were taken from the
Chemistry program, 10th grade, and they were executed by 37 students (200/2003). The
students were distributed in four groups in a random way. Two of these groups used only
the traditional method and the other two used both virtual and real labs. At the end of each
experimental activity the students made a self-evaluation about the activities filling in a
questionnaire. At the same time, the teacher filled in an observation chart of the class. The
final results were also analysed in the evaluation knowledge worksheets.
The final data got from the questionnaires didn’t reveal significant differences in the
learning when using both methods. The observation chart of the class shows that the time
spent in the experimental activity on both labs is less than in the RCL and students that
used the VCL neglect some RCL rules of security. The worksheets of knowledge revealed
that the students that worked with both labs got better marks.
ix
The use of virtual labs was motivating and extremely positive in the
teaching/learning process showing the pupils’ interest in building something that
encouraged them.
The effectiveness and activeness of this kind of learning by using both labs offered
the opportunity of a better comprehension of the subject in question, Chemistry and helped
students to seek data continually and build or even rebuild their own knowledge.
Key words: Virtual Chemical Lab; Real Chemical Lab; learning; motivation; educational
and technological programs
x
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
C –NMR Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear de carbono.
dll Extensão da aplicação informática
H – NMR Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear de protão.
GC Cromatografia Gasosa
HTML Hyper Text Markup Language – Linguagem de hipertexto
IR Espectroscopia de Infravermelho
LQR Laboratório Químico Real
LQV Laboratório Químico Virtual
RTF Rich Text Format – Formato de ficheiro compatível com MS-Word
RV Realidade Virtual
SPSS Statistical Package for the Social Sciences – Programa de análise estatística
TIC Tecnologias de Informação e Comunicação
UDL Extensão da aplicação informática
UV/VIS Espectroscopia de ultra-violeta/visível
VRML Linguagem de Modelagem em Realidade Virtual
xi
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1 – Módulos de simulação do ChemLab 28
Figura 2.2 – Organização do ChemLab 29
Figura 2.3 – Principais materiais de laboratório e equipamento disponíveis no Chemlab Pro
31
Figura 2.4 – Exemplo da selecção de reagentes no menu “Chemicals” 32
Figura 2.5 – Exemplo da visualização das propriedades químicas 33
Figura 2.6 – Titulação de um ácido forte com uma base forte 33
Figura 2.7 – Menu de inicio de criação de um protocolo 34
Figura 2.8 – Menu para adicionar um reagente à base de dados 35
Figura 2.9 –Menu de selecção dos reagentes necessários à actividade experimental 36
Figura 2.10 – Menu para adicionar um reagente à base de dados 37
Figura 2.11 –Menu para a escrita das reacções químicas que decorrem na actividade experimental
38
Figura 2.12 – Menu para a introdução das opções necessárias à actividade experimental
39
Figura 2.13 – Painel de entrada no programa Chemland 41
Figura 2.14 – Painel de acesso a cada um dos temas do programa 42
Figura 2.15 – Preparação de soluções 42
Figura 2.16 – Painel de entrada do programa Le Chat 43
Figura 2.17 – Exemplo de uma simulação de equilíbrio químico de uma reacção endotérmica em que se diminui o volume
44
Figura 2.18 – Exemplo de estrutura desenhada em ChemSketch/ACD 45
Figura 2.19 – Exemplo de estrutura visualizada em 3D Viewer/ACD 46
Figura 2.20 – Apresentação do programa Virtual Lab (Vlab) 46
Figura 2.21 – Exemplo de uma simulação de uma titulação de ácido forte com uma base forte
47
Figura 3.1 – Distribuição dos alunos por género 51
Figura 4.1 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D, referentes à manipulação, correcta de reagentes e material de laboratório
59
Figura 4.2 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D, referentes ao respeito e aplicação das regras de segurança
60
xii
Figura 4.3 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D, referentes à execução das tarefas propostas
62
Figura 4.4 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D, referentes à ajuda do professor para executar as tarefas propostas
64
Figura 4.5 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D, referentes à análise crítica dos resultados
65
Figura 4.6 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D, referentes às dificuldades na utilização do programa
69
Figura 4.7 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais
A, B, C e D, referentes à identificação e utilização correcta de reagentes e material de laboratório
70
Figura 4.8 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D, referentes à execução das tarefas propostas
72
Figura 4.9 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D, referentes à ajuda do professor para executar as tarefas propostas
73
Figura 4.10 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D, referentes à motivadora para a utilização do programa
75
Figura 4.11 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D, referentes ao recurso a este tipo de programa ajudar a uma melhor compreensão e execução das tarefas propostas
76
Figura 4.12 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D, referentes à utilização do programa nas aulas experimentais
77
Figura 4.13 – Resultados obtidos na ficha de avaliação de conhecimentos na questão relacionada com a actividade experimental A, preparação de uma solução
79
Figura 4.14 – Resultados obtidos na ficha de avaliação de conhecimentos na questão relacionada com a actividade experimental B, velocidade da reacção
80
Figura 4.15 – Resultados obtidos na ficha de avaliação de conhecimentos na questão relacionada com a actividade experimental C, equilíbrio químico
80
Figura 4.16 – Resultados obtidos no teste de avaliação sumativa na questão relacionada com a actividade experimental D, titulação
81
xiii
ÍNDICE DE QUADROS E TABELAS
Quadro 2.1 – Sugestões de aplicação dos diversos programas de Química 48
Quadro 4.1 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D
58
Quadro 4.2 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B,
C e D 60
Quadro 4.3 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B,
C e D 61
Quadro 4.4 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B,
C e D 63
Quadro 4.5 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B,
C e D 65
Quadro 4.6 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B,
C e D 69
Quadro 4.7 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B,
C e D 70
Quadro 4.8 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B,
C e D 71
Quadro 4.9 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B,
C e D 73
Quadro 4.10 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B,
C e D 74
Quadro 4.11 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B,
C e D 75
Quadro 4.12 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B,
C e D 76
Tabela 3.1 – Distribuição etária dos alunos em função do género 52
Tabela 3.2 – Utilização do computador 52
Tabela 3.3 – Planificação das actividades em laboratório virtual e laboratório
real 53
xiv
“ – Não sou, junto de vós, mais do que um
camarada um bocadinho mais velho, sei coisas que
vocês não sabem, do mesmo modo que vocês sabem
coisas que eu não sei ou já esqueci. Estou aqui para
ensinar umas e aprender outras. Ensinar, não: falar
delas. Aqui e no pátio e na rua e no vapor e no
comboio e no jardim e onde quer que nos
encontremos. – Não acabei sem lhes fazer notar que a
aula é nossa. “
Sebastião da Gama in Diário (1958)
11 IInnttrroodduuççããoo
1. Introdução
2
A utilização de computadores no processo ensino – aprendizagem tem sido
largamente investigada, principalmente a partir de 1970, com as novas possibilidades que
os computadores pessoais ofereceram [1]. Das inúmeras aplicações que surgem no
desenvolvimento das novas tecnologias destaca-se a utilização do computador como
ferramenta didáctica complementar aos meios tradicionais. É neste âmbito que incide o
presente trabalho, ao investigar a aplicação de Laboratórios Químicos Virtuais (LQV)
como complemento ao método de ensino - aprendizagem da Química no Laboratório
Químico Real (LQR).
Neste capítulo, referir-se-ão alguns aspectos gerais sobre a utilização das Tecnologias
de Informação e Comunicação (TIC) e a importância dos Laboratórios Químicos Virtuais,
após o que se descreverão os objectivos do presente trabalho. Terminar-se-á com a
definição das metas e a sinopse deste trabalho.
1.1 - As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e a
educação
O mundo que nos rodeia está em constante transformação. Estamos perante grandes
desafios em todas as áreas existindo novas directrizes para a educação [2]. O cidadão deste
novo milénio precisa de ser criativo, participativo e activo, preparado para enfrentar as
mudanças que ocorrem na sociedade. Presentemente os professores estão diante de novas
exigências para ajudar o aluno a cumprir tais objectivos. Entre os novos desafios, está a
utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
As TIC podem ser definidas como um novo conjunto de ferramentas, suportes e
canais para o tratamento e acesso à informação. A sua característica mais visível é o
1. Introdução
3
carácter radical e inovador e a influência mais notável estabelece-se na mudança
tecnológica e cultural, tendo como ponto de convergência o computador [3].
1.1.1 – Novos cenários educativos
Brunner [4:pp.4-7] realiza um breve resumo histórico no qual identifica “três
revoluções” que alteraram a forma de conceber e produzir a educação durante os últimos
séculos:
• Primeira revolução (antes do século XV): o aparecimento de escolas
medievais, em que se passou de um paradigma familiar e comunitário a um
paradigma institucional, metódico e didáctico de organização do processo
de educação. A formação escolar baseava-se na cultura oral, privilegiando-
se a memória (“um sabe o que pode recordar”).
• Segunda revolução (entre o Renascimento e a Revolução Industrial): a
criação dos sistemas escolares públicos (uma nova forma de organizar a
cultura nacional). De um paradigma privado passa-se a um público. De um
paradigma de institucionalidade fragmentada a um de concentração da
tarefa educativa. Pela primeira vez aparecem componentes do que hoje
conhecemos como sistema estatal de educação (conjunto de instituições
públicas formais e dedicadas exclusivamente ao ensino). Este processo será
acompanhado por uma gradual secularização e homogeneização da
educação, facilitadas pela difusão da imprensa, o uso de idiomas vernáculos
e o desenvolvimento de uma incipiente cultura científica [5]. Aparecem as
primeiras revistas científicas (metade do século XVII). A mudança
1. Introdução
4
tecnológica marca a passagem de cultura oral a uma supremacia do material
impresso [6].
• Terceira revolução (a partir da revolução industrial): a educação massiva
(extensão do processo educacional a todos), com a função de preparar as
pessoas para responder aos novos requerimentos da economia. Saber ler e
escrever passa a ser o passaporte requerido para ingressar na Galáxia
Gutenberg [6]. A massificação da escola devia contribuir, adicionalmente, à
construção da nação, tarefa que é da responsabilidade da educação estatal.
Durante os dois últimos séculos estas características determinaram a
estrutura e as rotinas da escola como a conhecemos hoje em dia. Em
resumo, a terceira revolução criou um novo paradigma, mudando a mesma
essência do processo de produção educacional e aproximando a escola ao
modelo industrial de massas. A sua pretensão e resultado foram
universalizar a educação, começando pela primária e progressivamente (sem
que esta tarefa, afirmamos, se tenha completado) aos níveis superiores.
Segundo Brunner [4:pp17-22], é provável que na actualidade estejamos perante uma
quarta revolução (a partir do último quarto do século XX). Fala-se de uma mudança do
paradigma tecnológico, a revolução tecnológica, quando o núcleo das tecnologias
emergentes, para além de induzir novos produtos, transforma os processos essenciais da
sociedade e, por isso, penetra em todos os domínios da actividade humana. Então, a quarta
revolução é sustentada no novo paradigma tecnológico, fundamentado nos processos de
globalização e das novas tecnologias de informação e comunicação que caracterizam um
novo tipo de sociedade: a sociedade da informação.
1. Introdução
5
Todas estas mudanças configuram novos contextos educativos cujas características
mais relevantes são:
• O conhecimento deixa de ser lento, escasso e estável. Pelo contrário, está
em permanente expansão e renovação.
• A escola deixa de ser o único meio que põe em contacto as novas gerações
com o conhecimento e a informação. Frente à “saturação informativa”
proveniente das novas tecnologias, a escola tem uma nova função na
educação dos sujeitos.
• A palavra do professor e o texto escrito deixam de ser os únicos suportes da
comunicação educacional.
• As novas competências e destrezas atribuídas à escola impõem maior
flexibilidade e atenção às características de cada aluno, permitindo um
desenvolvimento em cada um de múltiplas “inteligências”. Destacam-se a
capacidade de resolução dos diversos problemas complexos e ambíguos do
mundo real, a iniciativa pessoal, a atitude para assumir responsabilidades, a
habilidade para trabalhar em conjunto com os outros, para comunicar em
ambientes laborais altamente tecnicistas e destrezas bem desenvolvidas de
leitura e computação.
• Os métodos de ensino tradicionais deixam de ser os únicos disponíveis para
ensinar e aprender. De repente, a “instituição inabalável”, como alguns
caracterizam a escola, encontra-se com uma “força irresistível”: as
tecnologias da sociedade e da informação.
• A educação deixa de se identificar exclusivamente com o ambiente estado –
nação e ingressa na esfera da globalização. Neste sentido a escola tem uma
1. Introdução
6
importante função na busca do equilíbrio entre o global e o local e entre o
material e o espiritual.
• A escola deixa de ser uma agência formativa que opera num meio estável de
socialização; deve envolver-se nas mudanças que experimentam os outros
agentes socializadores (família, comunidade, igreja) e aceitar o desafio que
se desprende da ambiguidade normativa que tende a imperar.
1.1.2 – A incorporação das TIC na educação
O processo educativo tem, como objectivo final, o desenvolvimento de capacidades
fundamentais para a inserção do indivíduo na sociedade. Para melhorar este processo
devem-se considerar, por um lado, factores inerentes ao indivíduo, tais como a motivação,
o nível formativo, a experiência, as habilidades pessoais e a responsabilidade que ele
assume, as quais determinam o seu próprio estilo de aprendizagem; por outro lado, existem
factores externos, próprios do meio que o rodeia, que levam à necessidade de uma
formação contínua, individualizada e muito actualizada, implicando uma formação flexível
e de qualidade.
As TIC apresentam-se como uma ferramenta ao dispor quer do formando quer do
formador, recorrendo, por exemplo, a cursos interactivos multimédia, programas de
simulação ou programas de apoio à resolução de problemas.
Algumas das vantagens das TIC foram postas em manifesto na Grã-Bretanha pelo
Conselho Nacional para a Tecnologia Educativa [7, Comissão Europeia]. Foi elaborada em
1994 uma lista de potencialidades das TIC na educação, entre as quais podíamos destacar
as seguintes:
1. Introdução
7
a) As TIC motivam e estimulam a aprendizagem; igualmente podem
proporcionar um meio de aprendizagem em que o utilizador não se sinta
pressionado e coibido.
b) As TIC têm flexibilidade para satisfazer as necessidades e capacidades
individuais.
c) Os computadores podem reduzir o risco de fracasso na formação. Os
utilizadores que tiveram dificuldades com a aprendizagem podem sentir-se
estimulados com o uso das TIC, já que favorece a consecução de bons
resultados onde previamente ocorreram fracassos.
d) As TIC dão aos utilizadores acesso imediato a uma fonte mais rica de
informação, apresentando-a de uma nova forma que ajuda os utilizadores a
entendê-la e a assimilá-la mais adequadamente.
e) As simulações por computador permitem o pensamento sistémico sem
abandonar a profundidade na análise. Ideias difíceis fazem-se mais
compreensíveis quando as TIC as tornam visíveis.
f) Alunos com profundas e múltiplas dificuldades de aprendizagem podem ser
motivados a fazer actividades enriquecedoras e formativas. As TIC podem
inclusivamente compensar as dificuldades de comunicação e aprendizagem
de utilizadores com deficiências físicas.
g) O uso das TIC obriga os professores a ter uma nova visão sobre o ensino e
sobre as formas de aprendizagem.
h) As TIC oferecem potencial para um efectivo trabalho de grupo.
i) Os sistemas de aprendizagem informatizados podem ajudar a poupar tempo
e dinheiro.
1. Introdução
8
Há igualmente alguns inconvenientes, que se podem assinalar, e que derivam
fundamentalmente de um mau emprego das novas ferramentas surgidas com as TIC. Em
primeiro lugar as limitações de um utilizador que não domina um mínimo de informática.
Esta limitação é hoje em dia muito menor que há alguns anos, dependendo apenas da
habilidade do programador em ajustar as interfaces gráficas ao nível de conhecimentos do
utilizador. Como exemplo, podemos referir os jogos didácticos em computador no qual
qualquer criança com 4 anos (ou até menos) lida na perfeição.
Uma má concepção dos conteúdos pode originar uma desorientação do utilizador,
devido a uma sobrecarga de informação administrada ao mesmo. Neste contexto deve-se
distinguir a utilização de programas mais ou menos complexos, da navegação na Internet
em busca de informação.
No nosso sistema de ensino, as TIC fazem parte dos curricula desde o 3º ciclo do
ensino básico até ao ensino secundário. O Documento Orientador da Revisão Curricular
do Ensino Secundário [8] refere que:
“O ensino obrigatório das TIC é um imperativo educativo, mas também
social e cultural. Não basta saber aceder à Internet, substituir a máquina de escrever
por um processador de texto ou construir um gráfico a partir de uma folha de cálculo.
As técnicas e o domínio dos processos de sistematização e tratamento de
informação, das aplicações ligadas ao desenho assistido por computador, ou a
capacidade de produzir conteúdos para a Internet, são domínios estratégicos do
conhecimento a que não poderemos ficar alheios. Não nos podemos circunscrever à
formação de potenciais consumidores de informação. Pelo contrário, o desafio da
escola do futuro está na capacidade de formar para a produção, tratamento e difusão
da informação.”
1. Introdução
9
1.2 – O computador na educação
A utilização do computador no processo ensino – aprendizagem tem sido motivo de
investigações nas mais variadas esferas, por exemplo: na mudança dos paradigmas
educacionais [9], na utilização do computador como recurso auxiliar – inovação
conservadora [10: pp.199-216] e na mudança de actuação do educador [11]. Existem
pesquisas relacionadas “quando”, “como” e “onde” usar esta ferramenta no meio
educacional [2, 12].
A questão “quando” utilizar o computador está centrada no estabelecimento de
critérios de decisão do momento apropriado à utilização desta tecnologia no processo
educativo. Hoje os computadores estão a ser utilizados desde o 1º ciclo do ensino básico
até ao ensino universitário. Também faz parte da educação informal, onde os indivíduos
trocam informações e experiências no quotidiano das suas vidas, de forma muitas vezes
involuntária, no trabalho, no comércio ou no lazer.
A utilização dos computadores no meio educativo é hoje uma das questões mais
pertinentes e debatidas. Existem diversas maneiras de “como” utilizar os computadores na
educação. O computador pode ser usado na educação como máquina de ensinar ou como
ferramenta. O uso do computador como máquina de ensinar consiste na informatização dos
métodos de ensino tradicional. Do ponto de vista pedagógico, esse é o paradigma
instrucionista. Alguém implementa no computador uma série de informações, que devem
ser passadas ao aluno na forma de um tutorial, exercício prático ou jogo.
Entretanto, é muito comum encontrarmos essa abordagem sendo usada como uma
abordagem construtivista, ou seja, para propiciar a construção do conhecimento na mente
1. Introdução
10
do aluno. Embora, o paradigma seja ainda instrucionista, esse uso do computador tem sido
caracterizado, erroneamente, como construtivista no sentido piagiano.
Piaget [13] observou que a criança constrói a noção de certos conceitos porque ela
interage com objectos do ambiente onde vive. Essa interacção propicia o desenvolvimento
de esquemas mentais, e portanto à aprendizagem. Entretanto, esse desenvolvimento é fruto
do trabalho mental da criança e não de um processo de ensino ou transmissão de
informação.
Com o objectivo de evitar essa noção errónea sobre o uso do computador na
educação, Papert [14] denominou de construcionista a abordagem pela qual o aprendiz
constrói, através do computador o seu próprio conhecimento – paradigma construticionista.
Na noção de construticionismo de Papert existem duas ideias que contribuem para que este
tipo de construção do conhecimento seja diferente do construtivismo de Piaget. Primeiro, o
aprendiz constrói alguma coisa ou seja, é a aprendizagem através do fazer, do “colocar a
mão na massa”. Segundo, o facto de o aprendiz estar construindo algo do seu interesse e
para o qual está motivado. O envolvimento afectivo torna a aprendizagem significativa.
O computador no paradigma construticionista deve ser usado como uma ferramenta
que facilita a descrição, a reflexão e a dispersão de ideias. Então o computador pode ser
utilizado nos mais diversos ambientes, tornando a questão “onde” usar apenas uma
consequência da sua versatilidade.
As características de flexibilidade, aliadas à sua versatilidade, fazem com que o
computador possa ser usado como meio ou recurso didáctico diferente dos tradicionais
abrindo perspectivas ilimitadas.
Actualmente são muito diversas as formas de utilização do computador, quer como
instrumento de investigação quer como ferramenta de ensino e aprendizagem. A
1. Introdução
11
necessidade de diversificar métodos de ensino e aprendizagem para colmatar o insucesso
escolar e a falta de material nas actividades experimentais, que é visível nas Ciências
Naturais e Exactas, conduzirá ao uso crescente do computador no ensino das ciências
nomeadamente na Física e Química [1].
1.2.1 – A integração do computador na educação
A utilização de computadores no processo ensino-aprendizagem tem aberto um leque
de discussões a esse respeito. Não é um assunto consensual, as divergências são inúmeras e
as resistências bem grandes.
Muitos educadores pensam que a utilização do computador na escola irá mudar
totalmente a sua forma de actuação [11].
Alguns afirmam que o computador pode substituir os professores, mudando a escola,
tornando-a diferente da que estamos acostumados a conviver. Eliminar-se-ia o contacto do
aluno com o professor e, portanto, desaparecia o contacto humano da educação. Este receio
é mais que evidente quando se adopta o paradigma instrucionista. Nesse caso, tanto o
professor como o computador podem exercer a função de transmissores de factos. Assim,
se o professor se colocar nesta posição certamente que corre o risco de ser substituído [15].
Outros pensam que o computador virá contribuir muito para a escola e para o
processo ensino-aprendizagem, porém não descartam a participação do professor [14].
Talvez o professor e a própria escola tenham actuações diferentes das que tenham
hoje, porém devem coexistir.
Já outros pensam [10] que a contribuição que traz a utilização de computadores na
educação não passa de inovações conservadoras, onde o computador apenas realiza o que
1. Introdução
12
já vinha sendo feito por outros meios ou recursos auxiliares do professor, tais como:
retroprojector, projector de slides, filmes. Para estes educadores o computador traria
contribuições substanciais em termos didácticos e pedagógicos mas não epistemológicos.
O computador como meio didáctico é utilizado para demonstrar um fenómeno ou
conceito, antes deste ser transmitido ao aluno. Estas características do computador como a
capacidade de animação e a facilidade de simular fenómenos, contribuem para que ele seja
facilmente usado na condição de meio didáctico. No entanto, isto pode ser caracterizado
como uma subutilização do computador se pensarmos nos recursos que ele oferece como
ferramenta de aprendizagem: motivar e despertar curiosidade do aluno; desenvolver o
raciocínio ou possibilitar situações de resolução de problemas [15].
Citando Jorge Trindade [1]:
“O balanço da utilização dos computadores no ensino revela-se
inegavelmente positivo não apenas por ser um instrumento imprescindível a um
ensino activo, baseado na descoberta progressiva do conhecimento pelo aluno e na
autonomia maior do processo de aprendizagem, mas também porque, levantando
novas questões e ressuscitando algumas questões antigas, relançou a discussão em
torno de assuntos cruciais como as relações professor/aluno, aluno/aluno e o
desenvolvimento das capacidades tanto do professor como do aluno.”
Mas existem ainda algumas dificuldades que temos de superar para este ensino
activo, tanto a nível material como pedagógico, das quais salientamos [16]:
A nível material:
Nas nossas escolas ainda não existe um computador para cada aluno nas
aulas.
1. Introdução
13
O hardware torna-se rapidamente obsoleto, tendo de existir uma renovação
constante do mesmo, também devido ao aparecimento constante de novos e
melhores programas cada vez mais exigentes.
A nível pedagógico:
A selecção de um programa adequado e educativamente relevante passa
pela facilidade de acesso que o professor tenha à informação disponível
sobre o mesmo (guias, relações editoriais, novidades de publicações
periódicas). Isto implica que é necessário facilitar o acesso (por exemplo
serviços “on-line”) e completar a informação sobre programas, incluindo
documentação detalhada com: objectivos educativos, procedimentos de
avaliação, destinatários e materiais informáticos de apoio para melhorar esta
situação.
Descobrir o potencial curricular de um programa, integrá-lo na planificação
de uma unidade didáctica e reflectir antes da sua utilização sobre as suas
possibilidades metodológicos (aspectos pedagógicos/instrutivos), para
trabalhar com o mesmo exige dispor de um tempo extra. É preferível que
esta tarefa seja realizada por equipas de professores, antes que por um
professor individual e para isso existe a necessidade de apoio interno e
externo.
Avaliados aspectos como a qualidade técnica (execução, início e
manuseamento, qualidade de apresentação, conexão de periféricos) ou o
grau de interactividade (margem de intervenção, possibilidades de retro-
alimentação), a dimensão chave é a valorização da qualidade do programa.
1. Introdução
14
A maior parte dos programas deixa muito a desejar, não sendo utilizado
pelos alunos, quer na sala de aula quer em casa.
1.3 – Realidade Virtual
Não existe uma definição “oficial” do que é a realidade virtual (RV).
Segundo Roehl [17] “A realidade virtual é uma simulação de um ambiente
tridimensional gerada por computadores, em que o utilizador é capaz tanto de ver como
de manipular os conteúdos desse ambiente”.
Esta definição tem como chave três aspectos:
Simulação gerada em computadores
Tridimensional
Interactiva
Um usuário de um sistema de RV tem a liberdade de explorar o ambiente e
interactuar com ele numa forma nova e excitante.
Para Maria Lurdes Camacho [18] “a realidade virtual possui um grande potencial
educativo e, desde que seja utilizada correctamente poderá tornar-se num instrumento do ensino –
– aprendizagem versátil e de grande eficácia. Esta nova tecnologia educativa assenta então em
três pilares essenciais: imersão, interactividade e manipulação”.
No âmbito da realidade virtual Jorge Trindade [19] refere dois casos mais salientes na
aprendizagem da Química, Chemistry World, ambiente virtual para o estudo de átomos e
moléculas, e da Física, O Newton World, ambiente para o estudo da colisão de partículas.
A realidade virtual constitui um instrumento importante para a Química
nomeadamente na modelação molecular, em que podemos criar, visualizar e animar os
modelos a 3D [20].
1. Introdução
15
Jorge Trindade [1] concebeu o Água Virtual, um ambiente virtual tridimensional que
envolve conceitos sobre fases da água, transições de fase e orbitais atómicas do hidrogénio.
Este ambiente virtual pode ser visto através do ecrã de um computador, ou através de
óculos estereoscópicos, que dão a sensação de relevo, profundidade e imersão. Este
trabalho foi desenvolvido no âmbito da sua tese de doutoramento e efectuou o estudo sobre
o uso de ambientes virtuais no ensino e na aprendizagem da Física e Química.
1.3.1 – A Linguagem de Modelagem em Realidade Virtual (VRML)
A Linguagem de Modelagem em Realidade Virtual (VRML) é o padrão para a
transmissão de ambientes virtuais em Internet. A VRML é, para ambientes 3D, o
equivalente de HTML para o formato de um documento. Com um simples arquivo de texto
VRML, pode-se descrever a aparência e o comportamento de um mundo virtual, e navegar
por ele sem restrições [21].
A VRML é a basicamente uma linguagem para descrever mundos virtuais, muito
similar em alguns aspectos a outras linguagens usadas para a comunicação com os
computadores. Por isso não estamos a falar de textos, imagens estáticas ou animações, mas
sim de verdadeiros mundos tridimensionais. Quando se abre um arquivo VRML com um
software adequado, não estamos a recuperar a informação ao estilo de quando se abre um
documento de texto em Word, estamos a entrar no mundo virtual. Um arquivo VRML
actua de um modo muito parecido a um arquivo HTML, porque todo ele está descrito
como texto. No entanto, em vez de trabalhar com documentos de texto em duas dimensões,
descrevem-se objectos em 3D [21].
1. Introdução
16
A VRML é uma tecnologia relativamente nova. A primeira versão completou-se em
Agosto de 1995 e a segunda em 1996 [21].
Segundo Lemay et al [22]:
“VRML é muito mais que um simples formato de arquivo: é uma ideia, um
sonho e um objectivo. Para compreender a importância de VRML necessitamos ter
uma visão de todo o que se pode tornar possível uma vez que a especificação
amadurece e se disponha de hardware e software mais potente”
1.3.2 – Aplicações da Realidade Virtual
Apesar das limitações actuais, a tecnologia da RV está a ser utilizada em muitos tipos
de actividades diferentes (Ensino, Medicina, Arquitectura, …), bem como no ensino da
Biologia, Física, Química, História e Geografia.
A RV fornece um conjunto de características que a tornam única como meio de
aprendizagem [1,21]:
Ferramenta poderosa para o estudo e modelagem de processos e fenómenos de
dimensão espacial;
Os alunos desfrutam do trabalho com ambientes virtuais, pelo que estas
experiências podem resultar extremamente motivadoras;
Os professores percebem mudanças no seu papel perante uma turma. Em vez de
serem transmissores com todas as respostas, desempenham o papel de
orientadores que apoiam os estudantes no descobrimento dos ambientes e na
construção de ideias e juízos baseados na informação recompilada em esses
mundos;
1. Introdução
17
Os ambientes virtuais permitem situações de aprendizagens por tentativas e erro
que podem encorajar os alunos a explorarem uma larga escolha de
possibilidades;
O aluno é livre para interagir com os objectos virtuais realizando experiências
na primeira pessoa;
A realidade virtual pode adquirir e mostrar graficamente dados em tempo real;
Não há limitações de idade na aplicação da tecnologia RV na educação: podem
beneficiar-se alunos desde a primária até ao universitário;
1.4 – Laboratórios Virtuais
O Laboratório Virtual consiste num programa informático para a prática e simulação
de actividades desenvolvidas em laboratórios. Estes programas informáticos devem possuir
as seguintes características gerais [23-25]:
As experiências tratadas devem realizar-se passo a passo e seguindo o mesmo
procedimento dos trabalhos de laboratório, isto é, devem visualizar-se
processos e aparelhos através de animações seguindo o modo de operação do
laboratório;
Obtêm-se resultados numéricos e gráficos que se tratam matematicamente para
a obtenção das conclusões, de acordo com a planificação das disciplinas em
causa;
Devem incluir ajudas permanentes e acessíveis desde qualquer parte do
programa, assim como textos tutoriais onde se explicam os conceitos teóricos
1. Introdução
18
necessários, incluídos na própria ajuda ou remetendo à bibliografia
correspondente, livro ou endereço da Internet;
As unidades dedicadas à autoavaliação do aluno são uma parte importante
destas aplicações em que se realizam perguntas de escolha múltipla e onde o
programa informa o resultado obtido e portanto o grau de assimilação do
resultado obtido. As questões podem ser introduzidas livremente pelo professor.
1.4.1 – Vantagens e desvantagens do LV
Vantagens da utilização de LV em Física e Química [23-25]:
Com a utilização de LV torna-se viável realizar experiências que só seriam
possíveis de serem efectuadas em laboratórios muito bem equipados;
A realização de actividades experimentais com reagentes tóxicos o que seria
impensável num laboratório real;
Possibilita uma melhor visualização de certos fenómenos físicos na medida em
que torna possível a inclusão de elementos gráficos e de animações num mesmo
ambiente;
Permite poupar reagentes e material, evitando igualmente o lançamento de
resíduos químicos nos esgotos;
Permite repetir muito rapidamente todo ou parte do procedimento experimental.
1. Introdução
19
Como desvantagens podemos salientar:
Não conseguem simular os cheiros inerentes ao laboratório real. Por
exemplo, quando se realiza em Química Orgânica a síntese dos ésteres
sabemos que estes produzem os seus odores característicos;
Não permite nem ensina aos alunos o manuseamento correcto do material
de laboratório. Deste modo, não estimula nem avalia a destreza física para o
trabalho laboratorial;
Quem utiliza um laboratório químico real deve ser treinado para ser
cuidadoso tanto no manuseamento de equipamento como na utilização e
armazenagem de produtos químicos. Este treino não está presente na
utilização do laboratório virtual. Por isso o aluno não desenvolve atitudes de
responsabilidade, prevenção e confiança;
A Química, como ciência eminentemente experimental, necessita, a todo o
momento, de medir propriedades ou grandezas e não há nada mais certo do
que errar quando se faz uma medição. No laboratório virtual o aluno não
desenvolve o espírito crítico associado aos desvios obtidos em relação ao
valor da grandeza a medir.
1.4.2- Alguns estudos sobre aplicação do LV ao ensino da Física e Química.
Existem publicados alguns estudos sobre a utilização de Laboratórios Virtuais no
ensino da Física e Química.
Lucero et. al.[26] efectuaram um estudo sobre a utilização de laboratórios virtuais no
ensino da Física que foi aplicado a 57 alunos do 3º ano de Bioquímica. Os alunos foram
1. Introdução
20
divididos em 4 grupos de modo que o primeiro efectuou o estudo teórico, o segundo fez a
identificação das variáveis e realizou o procedimento experimental a seguir, o terceiro
realizou primeiro a actividade experimental no laboratório real e depois no laboratório
virtual e por fim o quarto utilizou em simultâneo os dois laboratórios real e virtual. Através
deste estudo concluíram que os alunos compreenderam melhor a actividade prática quando
se utilizaram em simultâneo os dois laboratórios e que a utilização de laboratórios virtuais
ajudam os alunos a compreenderem melhor os conteúdos leccionados. Por outro lado, a
utilização do laboratório virtual implica um tempo lectivo menor do que o laboratório real.
Yamamoto et. al. [25] realizaram um estudo sobre as possibilidades do uso do
computador como ferramenta pedagógica, nomeadamente na simulação de experiências de
Física. Este estudo foi realizado em três etapas. A primeira etapa foi efectuada em aulas
laboratoriais com alunos do segundo período do curso de engenharia, matriculados em
Física II (1996), na qual foram utilizadas algumas simulações. Na segunda etapa, foi
introduzido de forma sistemática um software de simulação para a realização de
demonstrações em aulas teóricas. O estudo nesta etapa teve três formas básicas, uma em
que a aula completa era de simulação, outra que era intercalada com conteúdos teóricos e
na última eram utilizadas as simulações depois da discussão teórica. A terceira etapa está
em fase de estudo e pretende-se efectuar o levantamento do ganho conceptual obtido com a
aplicação das simulações em sala de aula. As duas etapas foram avaliadas com a aplicação
de inquéritos aos alunos.
Como conclusão do estudo verificou-se que a utilização de simulações aumenta a
motivação dos alunos para os conteúdos a leccionar, tornando-os mais participativos nas
aulas e aumentando assim a interacção aluno/professor. Nas aulas teóricas a aplicação das
simulações depois da discussão teórica teve maior aceitação por parte dos alunos.
1. Introdução
21
M. Rita Otero [27] efectuou uma investigação que aborda a relação entre as imagens
externas e a construção do conhecimento no ensino da Física. Ao avaliar o rendimento
médio dos alunos submetidos ao tratamento clássico e à utilização de laboratórios virtuais,
verificou que não existiam diferenças estatísticas nos pré e pós-testes de avaliação (unidade
didáctica; oscilações livre, amortizadas e forçadas) efectuados pelos dois grupos (controle
e o experimental) No entanto os alunos do grupo experimental (LV) referiram que a
utilização do laboratório virtual os ajudou na compreensão das questões elaboradas no pós-
teste. M.Rita Otero refere que em relação ao aspecto qualitativo não nos devemos alhear do
efeito motivador que a utilização dos laboratórios virtuais produz.
Do mesmo modo, P. Martínez-Jiménez et. al. [24] concluem que o uso de
laboratórios virtuais contribui para melhorar o trabalho de alunos que têm maiores
dificuldades na aprendizagem. Os alunos melhoram a compreensão das técnicas e
conceitos básicos usadas nas actividades experimentais. O laboratório virtual pode
complementar o método tradicional, porque:
• Relaciona os aspectos teórico-práticos no ensino da Química.
• Identifica instrumentos e processos para entender os fenómenos de cada
experiência.
• Melhora o processo de aprendizagem, permitindo um encorajamento de
aquisição de habilidades científicas.
• Ensina a utilizar os aparelhos em Química.
• Permite uma análise dos resultados experimentais.
Cordelia Zimmerer et. al [28] efectuaram um estudo sobre a aprendizagem pela
Internet num curso laboratorial de Química Analítica. Foi aplicado a alunos do referido
curso nas disciplinas de Análise Quantitativa (teórica e laboratorial) e Química Analítica
1. Introdução
22
Instrumental (teórica e laboratorial). A parte laboratorial inclui 13 actividades
experimentais virtuais (IR, GC, UV/VIS, H-NMR, C-NMR, Raman), efectuadas por
grupos de 4 alunos e um supervisor. Foi utilizado essencialmente GC (cromatografia
gasosa) virtual. Deste estudo concluíram que a Internet providencia uma excelente
vantagem na apresentação de material num ambiente dinâmico. Os aparelhos virtuais
ajudam os alunos a desenvolver apropriadamente modelos mentais antes de começaram o
exercício proposto. O modelo mental é traduzido em propriedades relevantes. Enquanto
constroem o modelo mental os alunos desenvolvem uma estratégia para concretizar a tarefa
final. A utilização de instrumentos virtuais causa a inversão do processo de aprendizagem,
existe uma mudança do paradigma do “pusch” para o “pull mechanism”1. Os alunos
referiram ainda que a utilização do GC virtual é fundamental para entender os princípios
experimentais do GC real.
1.5 - Objectivos do trabalho
O propósito do presente estudo tem por base conhecer a contribuição do laboratório
químico virtual (LQV) nas aprendizagens no laboratório químico real (LQR). Os principais
objectivos que pretendemos atingir foram:
• Tipificar os alunos que usam as TIC na realização de tarefas escolares e conhecer
de forma qualitativa o seu uso;
• Avaliar a valoração atribuída por alunos ao uso das TIC na concretização das suas
actividades escolares;
1 Não foi efectuada a tradução por se perder o conceito descrito pelo autor
1. Introdução
23
• Potenciar o desenvolvimento da oferta e utilização das TIC, da Sociedade de
Informação e da nova realidade tecnológica emergente;
• Compreender a importância da aplicação de diversos métodos de ensino
-aprendizagem para a reconstrução do conhecimento científico;
• Avaliar as potencialidades da utilização do laboratório químico virtual para um
sucesso efectivo do processo ensino - aprendizagem;
• Conhecer os condicionantes da utilização dos laboratórios químicos virtual e real;
• Reconhecer a importância dos dados fornecidos utilizando o laboratório químico
virtual para validação dos resultados obtidos no laboratório químico real;
• Perspectivar a evolução das metodologias/tecnologias num futuro próximo de
acordo coma actuais necessidades do “aprender” a resolver as actuais
necessidades do Homem de ciência;
• Criticar as linhas evolutivas das metologias usadas no ensino - aprendizagem na
tentativa de resolver situações problema com que a ciência se deparou no passado
e deparará no futuro.
1.6 – Sinopse
Este trabalho está organizado da seguinte forma:
No capítulo 2 descrevemos os laboratórios químicos virtuais ChemLab, Clemland6,
Le Chat, ACDLabs e o Virtual Lab. Efectuamos ainda a organização de cada programa e a
sua aplicação aos conteúdos programáticos do ensino básico e secundário.
1. Introdução
24
No capítulo 3 expomos a metologia utilizada, definindo claramente os objectivos e as
hipóteses de trabalho, as variáveis a utilizar, os instrumentos de avaliação delineados, os
vários momentos da sua aplicação e os procedimentos adoptados.
No capítulo 4 apresentamos os principais resultados obtidos, análise e discussão.
Por último apresentamos as principais conclusões deste trabalho.
Para complementar e/ou fundamentar a exposição ao longo dos vários capítulos
apresentamos diversos anexos.
O anexo 1 reúne os conteúdos programáticos e/ou objectivos gerais da disciplina de
Ciências físico-químicas do ensino básico (nomeadamente Química) e Química A do
ensino secundário e o antigo programa de 10º ano e 12º ano de escolaridade.
O anexo 2 apresenta os protocolos das actividades experimentais utilizados no LQR e
LQV.
O anexo 3 contém os inquéritos utilizados na elaboração deste trabalho,
nomeadamente o inquérito inicial e o realizado durante a utilização do LQR e LQV.
O anexo 4 apresenta a grelha de observação de aula.
O anexo 5 reúne as quatro questões colocadas nas fichas de avaliação de
conhecimentos relativas às actividades experimentais A, B, C e D.
22 Laboratórios Virtuais
2. Laboratórios Virtuais
26
Neste capítulo descreveremos a organização dos diversos programas informáticos
utilizados nas aulas teóricas e laboratoriais: ChemLab, Chemland6, Le Chat, ACDLabs e
Virtual lab.
O programa ChemLab é descrito de uma forma mais alargada devido às grandes
potencialidades que o mesmo oferece no processo ensino – aprendizagem e por isso foi
utilizado sempre nas aulas laboratoriais.
De uma forma mais sucinta descrevemos os restantes programas informáticos, mas
sem descurar a informação necessária à sua utilização.
Mostrar-se-á também de que forma os programas se articulam com os conteúdos
programáticos a leccionar, informação necessária aos docentes do 4ºgrupo A para a sua
utilização nas suas aulas.
2.1 - ChemLab 2.1 – edição Professional
O programa ChemLab é um software da Model Science (1994-2003). Foi elaborado
para o Windows e consiste numa simulação interactiva de um Laboratório de Química,
existindo duas versões, uma professional e uma gratuita (freeware). A versão professional
(cerca de 250 Euros) permite a introdução de novos protocolos e reagentes, enquanto a
versão gratuita possui só alguns protocolos básicos de simulação. Ambas as versões podem
ser obtidas através do endereço:
http://www.modelscience.com.
É usado equipamento de modo idêntico ao material de laboratório assim como os
seus processos de utilização decorrentes de uma actividade experimental. O programa
2. Laboratórios Virtuais
27
possui algumas simulações de actividades experimentais contidas num módulo de
simulações separadas.
O ChemLab permite que os utilizadores experimentem várias actividades numa
fracção de tempo muito pequena, o que não acontece num laboratório real. Ao mesmo
tempo dá ênfase aos princípios críticos e às técnicas da Química experimental. É ideal para
conhecer demonstrações de actividades experimentais perigosas ou que não possam ser
realizadas devido às limitações de tempo lectivo.
Na óptica do utilizador o seu manuseamento e a execução das actividades
experimentais são bastante acessíveis.
O aspecto gráfico do programa é motivador permitindo ao utilizador obter uma
imagem dos ambientes reais bastante fidedigna.
2.1.1 - Simulações do ChemLab
Quando se inicia o programa ChemLab, o primeiro passo a escolher é a simulação da
actividade experimental desejada. Por isso aparece no ecrã uma lista de todas as
simulações presentes no mesmo (Figura 2.1)
2. Laboratórios Virtuais
28
Figura 2.1 – Módulos de simulação do ChemLab
Nesta lista há dois tipos de arquivos de simulação: (1) o laboratório definido como
“UDL File”, com arquivos de extensão “udl”, que pode ser criado ou editado pelos
utilizadores como uma ferramenta do programa; (2) uma extensão “dll” que não pode ser
criada ou editada por utilizadores (exemplo Acid-Base Titration).
Ao ser seleccionada a simulação desejada, o programa acciona todas as opções
necessárias à execução da mesma.
2.1.2 - Organização do ChemLab
O primeiro impacto do ecrã é bastante atractivo, apresentando as componentes
necessárias à execução de qualquer actividade experimental na parte superior do mesmo.
Na parte inferior, o ecrã, aparece dividido em duas partes. Na esquerda está o protocolo
necessário à execução da actividade e na direita, que está em branco, efectuar-se-á a
simulação da actividade experimental.
2. Laboratórios Virtuais
29
Figura 2.2 – Organização do ChemLab
O protocolo experimental possui três partes devidamente separadas:
• Introdução
• Procedimento
• Observações
O programa tem a facilidade de podermos aumentar ou diminuir o tamanho
disponibilizado para o texto e para a execução da actividade experimental. Tem ainda a
possibilidade de se fechar a parte do texto e ficar todo o ecrã para a simulação.
Na parte superior possui então todas as opções necessárias à simulação pretendida.
Na opção “Equipment” podemos seleccionar diverso material de laboratório (figura
2.3).
2. Laboratórios Virtuais
30
2. Laboratórios Virtuais
31
Figura 2.3 – Principais materiais de laboratório e equipamento disponíveis no ChemLab Pro
Para além do material apresentado na figura 2.3, o programa permite seleccionar
ainda um medidor de pH2, um termómetro e vareta de agitação.
O material mais habitual pode também ser seleccionado directamente na parte
superior escolhendo a figura representativa do mesmo (icon).
Na opção “Chemicals” estão os reagentes necessários à actividade experimental em
causa e na quantidade desejada, seleccionados a partir duma base de dados (figura 2.10).
Nesta opção só temos acesso aos reagentes introduzidos para a realização da actividade
experimental (figura 2.4).
2 Na versão utilizada, apesar de o menu permitir seleccionar a inclusão de um medidor de pH, este apenas indicava o valor 7.0. Até ao momento, este facto parece ser um erro do programa que poderá ser corrigido em futuras versões. Por este motivo o protocolo utilizado pelos alunos foi o fornecido pelo programa (Acid-base titration) cujo conteúdo está em inglês.
2. Laboratórios Virtuais
32
Figura 2.4 – Exemplo da selecção de reagentes no menu “Chemicals”
Na opção “Procedures”, temos os procedimentos usuais numa actividade
experimental:
• Colocação de etiquetas.
• Filtração/decantação
• Transferir para outro recipiente
• Pipetar
• Conta-gotas
• Propriedades químicas
• Procedimentos do espectrofotómetro
• Traçar gráficos
Na simulação pretendida podemos aceder às propriedades químicas e físicas dos
reagentes e produtos da reacção (figura 2.5).
2. Laboratórios Virtuais
33
Figura 2.5 – Exemplo da visualização das propriedades químicas e físicas
Na figura 2.6 apresenta-se um exemplo de uma titulação de um ácido forte com uma
base forte.
Figura 2.6 – Titulação de um ácido forte com uma base forte
2. Laboratórios Virtuais
34
2.1.3 - Elaboração de um protocolo
Como já foi referido anteriormente, a partir de qualquer ficheiro de extensão “udl”
podemos modificar ou criar um novo. Para isso no “ChemLab simulation modules” (figura
2.1) escolhemos a opção “Lab wizards”. Antes de iniciar o processo de criar um novo
protocolo deve-se escrever a introdução, o procedimento e as observações experimentais
(por exemplo em MS-Word) e guardar os respectivos textos no formato Rich Text Format
(RTF) em ficheiros separados.
Podemos então dar início ao processo de criar ou modificar um protocolo. O
primeiro quadro (figura 2.7) serve para dar o nome ao ficheiro (extensão “udl”), o título do
protocolo, uma breve descrição do mesmo e a respectiva autoria. Pode-se ainda colocar
uma palavra passe para impedir a alteração do protocolo por pessoas não intervenientes na
sua elaboração.
Figura 2.7 – Menu de início do processo de criação de um protocolo
2. Laboratórios Virtuais
35
A seguir aparece o quadro (figura 2.8), que nos permite indicar quais os ficheiros que
contêm o texto com a introdução, procedimento e observações experimentais.
Figura 2.8 – Menu para a introdução dos ficheiros com o protocolo experimental
O passo seguinte consiste em escolher os reagentes da base de dados do programa. A
água está sempre presente em todos os protocolos. Só devemos adicionar os reagentes e
produtos da reacção da simulação pretendida. Quando se adiciona os reagentes aparece um
quadro para assinalar várias opções:
• Stock chemical
• Reaction product
• Unknown
• Solution
Se é uma solução deve-se indicar a molaridade e a cor da solução.
2. Laboratórios Virtuais
36
Figura 2.9 – Menu de selecção dos reagentes necessários à actividade experimental
Se por acaso o reagente ou produto da reacção não existir na base de dados podemos
adicionar os mesmos preenchendo o quadro (figura 2.10), com as propriedades físicas e
químicas. Do mesmo modo também podemos consultar as referidas propriedades quando
adicionamos os reagentes ou produtos na simulação.
O quadro das propriedades deve ser totalmente preenchido senão o programa não
permite adicionar o reagente. O único ponto que este adiciona automaticamente é o CAS
RN.
2. Laboratórios Virtuais
37
Figura 2.10 – Menu para adicionar um reagente à base de dados
No passo seguinte podemos escrever as equações presentes no trabalho
experimental. O programa permite avançar mesmo não preenchendo este quadro (figura
2.11). Mas se queremos ter acesso às propriedades químicas dos reagentes e produtos da
reacção na simulação é fundamental preencher o referido quadro. O programa permite
ainda retroceder, se por qualquer lapso nos esquecermos de um reagente ou produto.
Para escrever a reacção devemos ter em atenção os coeficientes estequiométricos da
mesma.
2. Laboratórios Virtuais
38
Figura 2.11 – Menu para a escrita das reacções químicas que decorrem na actividade
experimental
Ao adicionar a reacção química, aparece um quadro com os seguintes detalhes:
• Nome da reacção;
• É necessário aquecer? /A que temperatura?
• É necessário arrefecer? / A que temperatura?
• Capacidade calorífica;
• Constante de equilíbrio;
• Reacção instantânea;
• Ordem da reacção;
Não é obrigatório preencher todos os parâmetros. Se for uma reacção simples, basta
só colocar o nome da reacção e dizer que é instantânea.
2. Laboratórios Virtuais
39
Quando se adiciona os reagentes e os produtos à equação química aparece para cada
um deles, um quadro com as seguintes questões:
• Os coeficientes estequiométricos;
• Formação de precipitado;
• Se a solução muda de cor e qual;
Finalmente concluída a operação de elaboração da reacção química o programa
apresenta as opções de laboratório.
Figura 2.12 – Menu para a introdução de opções necessárias à realização da actividade
experimental
O último quadro é a adição de indicadores. A elaboração do protocolo e respectiva
simulação ficam então concluídos.
2. Laboratórios Virtuais
40
2.1.4 – Defeitos a corrigir em próximas versões
A elaboração dos protocolos não é fácil, e se por algum motivo houver um engano,
depois de todo o processo concluído, não podemos alterar. Temos que iniciar toda a
programação e repetir todos os passos.
A simulação do protocolo experimental não é imediata. Se envolver produtos com
cor ou libertação de um gás são necessárias repetições de programação do protocolo. O
grau de dificuldade é bastante elevado para introduzir as referidas alterações.
Como exemplo, na preparação de uma solução de sulfato de cobre pentahidratado o
programa assume a cor azul do sólido, mas ao adicionarmos a água destilada, a solução
fica incolor. É necessário efectuar muitas tentativas até se conseguir a respectiva simulação
pois não assume de imediato a cor azul da solução.
Outro dos inconvenientes é o medidor de pH. Só funciona na simulação que vem no
programa. Ao programar um protocolo e seleccionarmos esta opção, o valor do medidor de
pH é sempre 7.0 para qualquer ácido ou base.
2.2 - Chemland6
O Chemland é um programa interactivo e foi elaborado para utilização de docentes e
de discentes no estudo dos princípios da química. Trata essencialmente dos aspectos
principais da matéria, como por exemplo a teoria atómica, as leis dos gases, as reacções
químicas, a nomenclatura, a termodinâmica, as soluções, o equilíbrio ácido-base e a
química orgânica.
2. Laboratórios Virtuais
41
O programa foi elaborado por William J. Vining da Faculdade de Hartwick e pelo
departamento de Química da Universidade de Masschusetts. É um programa gratuito que
pode ser obtido através do endereço:
ftp://soulcatcher.chem.umass.edu/incoming/clsetup.exe.
Este programa pode ser explorado nos diversos conteúdos programáticos desde o 7º
ano de escolaridade até ao 11º ano de escolaridade da disciplina de Ciências Físico-
Químicas e da disciplina de Química do 12º ano de escolaridade3. Também pode ser
utilizado nos novos programas das disciplinas de Física e Química A e B do 10º e 11º ano
de escolaridade4. Os painéis de entrada e de acesso estão representados nas figuras 2.13 e
2.14 respectivamente.
Figura 2.13 – Painel de entrada no programa Chemland
3 De acordo com os programas em vigor no ano lectivo 2002-2003. 4 Programas em vigor a partir de 2003-2004. Para o 12º ano só vigorará a partir de 2005-2006.
2. Laboratórios Virtuais
42
Figura 2.14 – Painel de acesso a cada um dos temas do programa
Foi utilizado o “ Basic Tasks - Solution Making” na actividade experimental A, como
se mostra no quadro seguinte:
Figura 2.15 – Preparação de soluções
2. Laboratórios Virtuais
43
2.3 – Le Chat
O programa Le Chat é um programa simulação do equilíbrio químico, elaborado por
Antero Abrunhosa, João Paiva e Victor Gil. Este programa pode ser adquirido através da
Sociedade Portuguesa da Química. A maioria das Escolas Secundárias possui este
programa na sua biblioteca, pois é do ano de 1993.
Figura 2.16 – Painel de entrada do programa Le Chat
Depois de seleccionar a equação química pretendida podemos fazer variar o volume,
a temperatura, a concentração de reagentes/produtos e adição de catalizador. Existe a
opção dos choques eficazes para a formação de reagentes e produtos ou a de elaboração do
gráfico das concentrações de reagentes e produtos em função do tempo.
2. Laboratórios Virtuais
44
No programa podemos ainda consultar os fundamentos teóricos do Principio de Le
Chatêlier para cada perturbação efectuada. Os alunos podem ainda verificar em que sentido
se desloca o equilíbrio, directo ou inverso, pelo piscar da respectiva seta. Quando se atinge
o novo estado de equilíbrio químico pisca o sinal de igual.
Todos os alunos tiveram acesso a este programa quando se leccionou a unidade
“Equilíbrio Químico”.
Figura 2.17 – Exemplo de uma simulação de equilíbrio químico de uma reacção endotérmica
em que se diminui o volume
Depois de se ter efectuado a investigação deste trabalho foi disponibilizada
gratuitamente a versão de 1998, denominada Le ChatII, a partir do endereço:
http://www.fis.uc.pt/~spf/Soft_c/soft_chtml
Alternativamente é possível comprar uma versão mais completa em CD.
2. Laboratórios Virtuais
45
2.4 – ACDLabs
O ACDLabs (Chemsketch + 3DViewer) é um programa destinado ao desenho de
estruturas de compostos, extremamente útil em Química Orgânica, conforme documenta a
figura 2.18. Os principais destinatários deste programa são os alunos e os professores
universitários, mas pode ser bastante útil a docentes do ensino secundário para preparação
das suas aulas, nomeadamente na disciplina de Química do 12º ano de escolaridade.
De salientar que é um programa gratuito podendo ser obtido através do endereço:
http://www.acdlabs.com
Este programa possui uma particularidade bastante interessante, pois ao construirmos
uma estrutura de um composto orgânico podemos accionar um programa de visualização
da molécula a três dimensões assim como a sua rotação (figura 2.19).
Figura 2.18 – Exemplo de estrutura desenhada em ACD \ChemSketch
2. Laboratórios Virtuais
46
Figura 2.19 – Exemplo de estrutura visualizada em ACD\3DViewer
2.5 – Virtual lab
Após o início deste estudo apareceu no mercado um novo programa de simulação de
um laboratório virtual, o “Vlab”. É, igualmente, um programa gratuito podendo ser obtido
através do endereço: http://ir.chem.cmu.edu/irproject/
Figura 2.20 – Apresentação do programa Vlab
2. Laboratórios Virtuais
47
O seu aspecto gráfico não é tão atraente e motivador como o Chemlab mas traduz
mais rigorosamente o procedimento utilizado no laboratório. Podemos ainda seleccionar
qualquer reagente da base de dados, sem estarmos limitados a um protocolo e realizar
qualquer actividade experimental. A base de reagentes possui ácidos e bases fortes e
fracas, indicadores e diversos sais. Na preparação das soluções pode ser utilizada água
destilada, mas não podemos adicionar nenhum reagente novo, o que limita as actividades
experimentais.
O programa propõe ainda alguns exercícios de aplicação estando as respectivas
soluções no endereço electrónico referido anteriormente.
Ao seleccionarmos um reagente, aparece no ecrã as características do mesmo como
é exemplificado na figura 2.21.
Figura 2.21 – Exemplo de uma simulação de uma titulação de acido forte com uma base forte
2. Laboratórios Virtuais
48
Existem muitos outros programas que podemos utilizar como recurso didáctico –
Acidbase, ChemBalance, Equachim, Structure Editor. Neste capítulo apenas foram focados
aqueles que se considerou possuírem maior interesse e interactividade.
2.6 – Sugestões de utilização dos diversos programas de Química.
Com base nos novos curricula do ensino básico e secundário efectuamos algumas
sugestões de aplicação tendo em conta o ano de escolaridade e conteúdos programáticos
(anexo1).
Quadro 2.1 – Sugestões de aplicação dos diversos programas de Química
Programa Ano de escolaridade Conteúdo programático
ChemLab Todos os anos de escolaridade
Todos os conteúdos programáticos em que se efectuem actividades experimentais e desde que se elaborem os respectivos protocolos para introduzir no referido programa
8º, 9º 10º e 11º anos
Formulas iónicas; Acerto de equações químicas. Cálculo da massa molar; Cálculo da concentração de uma
solução; Preparação de soluções (cálculos) Cálculo da molaridade; Espectro electromagnético; Absorção e emissão atómica; Efeito fotoeléctrico; Números quânticos; Configuração electrónica; Polaridade das moléculas; Lei dos gases.
9º e 10º anos Tabela Periódica; ligação química.
Chemland6
11º ano
Equilíbrio químico; Principio de Le Chatêlier; ácidos e bases, cálculo de pH; curvas de Titulação, reagente limitante
LeChat 11º ano Principio de Le Chatêlier
ACDLabs 7º, 8º e 9ºanos Material de laboratório Compostos de carbono
Virtual lab 8º e 11º anos Reacção entre ácidos e bases; pH Preparação de soluções
2. Laboratórios Virtuais
49
Todos estes programas podem ser utilizados no 12º ano de escolaridade, visto que os
conteúdos programáticos da disciplina abrangem os itens atrás referidos (anexo 1). De
referir que um novo programa curricular para o 12º ano está previsto entrar em vigor no
ano lectivo 2005/2006.
33 Metodologia
3. Metodologia
51
3.1 - Tipo de estudo
A investigação desenvolveu-se com o objectivo de avaliar qualitativamente o grau de
aprendizagem obtido com e sem utilização de ambientes químicos virtuais. Paralelamente
pretendeu-se identificar situações em que o LQV potencia ou desfavorece o ensino da
química.
O estudo foi efectuado com uma amostra reduzida de alunos da Escola Secundária do
Rodo (Peso da Régua), o que permitiu concentrá-lo numa situação específica e identificar
os diversos processos em curso.
Trata-se de um estudo descritivo e analítico, uma vez que pretende representar
situações e acontecimentos e descrever algumas das suas inter-relações, de forma a
conhecer melhor a realidade. Contrariamente ao que acontece com diversos estudos
experimentais, não existe um grupo de controlo.
3.2 - Caracterização da amostra
A amostra é constituída por 37 alunos, 15 pertencentes ao género feminino e 22 ao
género masculino, o que corresponde a 41% e 59%, respectivamente (Figura 3.1).
59%
41%
0%
0%Masculino Feminino
Figura 3.1 – Distribuição dos alunos por género
3. Metodologia
52
Oriundos do Concelho do Peso da Régua, os alunos apresentam idades
compreendidas entre os 15 e os 19 anos, tendo na sua maioria, idade igual a 15 anos, o que
corresponde a 43,2% (Tabela 3.1).
Tabela 3.1 – Distribuição etária dos alunos em função do sexo (N = 37)
Sexo Idade (anos) Masculino Feminino Total
15 16 17 18 19
36,4% 22,7% 27,3% 9,1% 4,5%
53,3% 33,3% 13,4%
- -
43,2% 27,0% 21,6% 5,4% 2,7%
Total 100,0 100,0 100,0
Os alunos estão distribuídos por duas turmas do 10º ano de escolaridade.
Através do inquérito preliminar efectuado verificamos que 79,4 % dos alunos
utilizam o computador, mas 51,4% ainda não têm acesso à Internet.
A grande maioria dos alunos, 75,7 %, utiliza o computador para efectuar os
trabalhos escolares.
Tabela 3.2 – Utilização do computador (N = 37)
Sim Não
Utilização do computador 79,4 % 20,6%
Acesso à Internet 48,6 % 51,4% Escola Casa Outro local Local de utilização do computador 29,7% 56,8% 8,1%
Trabalho escolar Lazer Outros Finalidade de utilização do computador
75,7% 56,7% 2,7%
3. Metodologia
53
3.3 - Material e métodos
Para o propósito do presente estudo, os alunos foram divididos, aleatoriamente, por
quatro grupos. Foram escolhidas quatro actividades experimentais do programa de
Química do 10º ano de escolaridade, que foram executadas de acordo com a planificação
da tabela 3.3.
Tabela 3.3 – Planificação das actividades em Laboratório virtual e Laboratório real5.
Actividade A Actividade B Actividade C Actividade D
Grupo 1
Laboratório Químico Virtual
+ Laboratório
Químico Real
Laboratório Químico Real
Laboratório Químico Virtual
+ Laboratório
Químico Real
Laboratório Químico Real
Grupo 2
Laboratório Químico Virtual
+ Laboratório
Químico Real
Laboratório Químico Real
Laboratório Químico Virtual
+ Laboratório
Químico Real
Laboratório Químico Real
Grupo 3 Laboratório Químico Real
Laboratório Químico Virtual
+ Laboratório
Químico Real
Laboratório Químico Real
Laboratório Químico Virtual
+ Laboratório
Químico Real
Grupo 4 Laboratório Químico Real
Laboratório Químico Virtual
+ Laboratório
Químico Real
Laboratório Químico Real
Laboratório Químico Virtual
+ Laboratório
Químico Real
As sessões de utilização dos programas informáticos tiveram uma duração média de
45 minutos. Antes da utilização de cada programa explicou-se aos alunos o seu
funcionamento. A duração média das aulas em que se aplicou a metodologia “ Laboratório
Químico Virtual + Laboratório Químico Real” é de 90 minutos e a mesma duração total foi
aplicada à metologia “Laboratório Químico Real”.
5 As actividades A, B, C e D estão descritas no anexo 2.
3. Metodologia
54
Depois de cada actividade experimental pedimos aos alunos que respondessem a um
inquérito individual e anónimo (anexo 3) a fim de garantir uma independência das
respostas.
No decorrer das actividades experimentais fomos recolhendo informações e
preenchendo uma grelha de observação (anexo 4).
Trata-se de um questionário com perguntas referentes ao laboratório químico real e
virtual, para que o aluno faça uma auto-avaliação do trabalho desenvolvido. A maioria das
perguntas é fechada, sendo o inquérito dividido em quatro partes:
Parte I – Laboratório real
Manipulação correcta de reagentes e material de laboratório
Respeito e aplicação de regras de segurança
Execução das tarefas propostas
Ajuda do professor para execução das tarefas propostas
Análise crítica dos resultados
Parte II – Laboratório Virtual
Dificuldades na utilização do programa
Identificação e utilização dos reagentes e material de laboratório
Execução das tarefas propostas
Ajuda do professor para execução das tarefas propostas
3. Metodologia
55
Parte III – Laboratório virtual/laboratório real
A motivação na utilização do programa
O recurso do software para melhor compreensão e execução das tarefas propostas
A utilização do programa como instrumento nas aulas experimentais
Parte IV – Comentários e opiniões dos alunos
Foi solicitada a permissão ao estabelecimento de ensino para ser efectuado o
respectivo estudo já descrito. Foram explicados os objectivos do estudo no momento de
aplicação do questionário, tendo também sido dadas algumas instruções de preenchimento,
não esquecendo de salientar a garantia de confidencialidade e a possibilidade de resposta
sob anonimato. Foi ainda referido que as respostas dadas seriam a base de um trabalho de
investigação, pelo que era importante responder com rigor e seriedade às questões, para
que os resultados pudessem ter efectivo interesse.
Por último foi efectuada uma análise dos resultados obtidos pelos alunos às questões
específicas relacionadas com as actividades experimentais, nas fichas de avaliação de
conhecimentos.
3.4 - Procedimentos estatísticos
Após a recolha dos dados, procedemos à sua organização e respectivo tratamento.
Numa primeira fase foi tentada uma abordagem estatística com o programa SPSS, mas,
como a amostra é pequena, a validade dos resultados era muito discutível. Desta forma,
optamos por efectuar um estudo qualitativo, não efectuando, neste trabalho, um tratamento
estatístico.
44 Resultados obtidos, análise e discussão
4. Resultados obtidos, análise e discussão
57
Este capítulo destina-se à apresentação, análise e discussão dos resultados obtidos
através da aplicação do inquérito realizado, observação da aula e fichas de avaliação de
conhecimentos, descritos no capítulo anterior.
A apresentação dos resultados segue a estrutura do inquérito, tal como foi descrito na
metodologia: Parte I – Laboratório real; Parte II – Laboratório virtual; Parte III –
Laboratório virtual/laboratório real; Parte IV – Comentários e opiniões dos alunos.
Para facilitar a visualização dos resultados a apresentação dos mesmos será feita
através de quadros. Para uma melhor compreensão dos quadros explicita-se de seguida as
actividades experimentais assim como os programas utilizados:
• Actividade experimental A
– Preparação de uma solução a partir do soluto sólido.
– Programas ChemLab e Chemland6.
• Actividade experimental B
– Efeito do catalizador na Velocidade da reacção.
– Programas ChemLab.
• Actividade experimental C
– Estudo do deslocamento do equilíbrio. Carácter reversível das reacções químicas.
– Programas ChemLab e Le Chat.
• Actividade experimental D
– Titulação ácido-base em solução aquosa.
– Programas ChemLab e Virtual lab.
4. Resultados obtidos, análise e discussão
58
4.1 – Laboratório real 4.1.1 - Manipulação, correcta de reagentes e material de laboratório
Na actividade experimental A, o grupo 4 não utilizou o LQV e teve alguma
dificuldade em identificar o material necessário à realização da actividade. Na actividade
experimental B, a amostra de alunos é de 35. Faltaram dois alunos, um no grupo 2 e outro
no grupo 4. Todos os grupos antes da actividade experimental C utilizaram o programa Le
Chat nas aulas teórico-práticas, permitindo uma melhor compreensão dos factores que
alteram o estado de equilíbrio químico. Na actividade experimental D (LQR), os grupos 1 e
2 revelaram algumas dificuldades no manuseamento da bureta e do erlenmeyer durante a
titulação ácido-base em solução aquosa. Nesta actividade faltou um aluno do grupo 4.
Quadro 4.1 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D
Manipulei, correctamente, reagentes e material de
laboratório Nunca Poucas vezes Às vezes Quase sempre
Total
LQV +LQR 6
30,0% 14
70,0% 20 Act. Esp. A
LQR 1 5,9%
8 47,0%
8 47,0% 17
LQV +LQR 1 6,2%
4 25,0%
11 68,8% 16
Act. Exp. B LQR 2
10,5% 5
26,3% 12
63,2% 19
LQV +LQR 2 10,0%
18 90,0% 20
Act. Exp. C LQR 1
5,9% 1
5,9% 5
29,4% 10
58,8% 17
LQV +LQR 3 18,8%
13 81,2% 16
Act. Exp. D LQR 2
10,0% 7
35,0% 11
55,0% 20
LQV +LQR 0 1 15 56 72 Total LQR 1 6 25 41 73
4. Resultados obtidos, análise e discussão
59
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Nunca Poucas vezes Às vezes Quasesempre
LQV+LQRLQR
Figura 4.1 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D,
referentes à manipulação correcta de reagentes e material de laboratório
4.1.2 – Respeito e aplicação das regras de segurança
Na actividade experimental A (LQR), alguns alunos dos grupos 3 e 4 tiveram
algumas dificuldades na pesagem do sólido, colocando-o directamente no prato da balança.
Na actividade experimental B (LQR), os grupos 1 e 2 tiveram alguma dificuldade na
quantidade de catalisador a adicionar ao peróxido de hidrogénio, adicionando uma grande
quantidade, tendo, por isso, de repetir a actividade.
Na actividade experimental D (LQV+LQR), o grupo 2 teve algum receio em
manipular o ácido e a base, pois possuíam algumas dúvidas relativas à sua perigosidade.
Para os referidos alunos estes eram tão perigosos que não deviam ser manipulados. Deste
modo, houve necessidade de relembrar as regras de segurança a aplicar na manipulação
dos reagentes.
4. Resultados obtidos, análise e discussão
60
Quadro 4.2 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D
Respeitei e apliquei regras de segurança
Nunca Poucas vezes Às vezes Quase sempre Total
LQV +LQR 9 45,0%
11 55,0% 20
Act. Exp. A LQR 2
11,8% 3
17,6% 12
70,6% 17
LQV +LQR 1 6,2%
2 12,5%
13 81,3 % 16
Act. Exp. B LQR 4
21,1% 15
78,9% 19
LQV +LQR 7 35,0%
13 65,0% 20
Act. Exp. C LQR 3
17,4% 14
82,4% 17
LQV +LQR 6 37,5%
10 62,5% 16
Act. Exp. D LQR 9
45,0% 11
55,0% 20
LQV +LQR 0 1 24 47 72 Total LQR 0 2 19 52 73
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Nunca Poucasvezes
Às vezes Quasesempre
LQV+LQRLQR
Figura 4.2 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e
D, referentes ao respeito e aplicação das regras de segurança
4. Resultados obtidos, análise e discussão
61
4.1.3 - Execução das tarefas propostas
Na execução da actividade experimental B, os grupos 3 e 4 (LQV+LQR)
necessitaram de apenas 70 min, enquanto que os grupos 1 e 2 (LQR) ocuparam a duração
normal de aula (90 min).
Na execução da actividade experimental C, os grupos 1 e 2 (LQV+LQR)
necessitaram de 60 minutos enquanto que os grupos 3 e 4 (LQR) precisaram de 80
minutos. O grupo 4 (LQR) revelou alguma dificuldade na utilização do ácido clorídrico e
do hidróxido de sódio. Alguns alunos não leram os rótulos e trocaram os reagentes, pelo
que tiveram que repetir a actividade experimental.
Na actividade experimental D, os grupos 1 e 2 (LQR) executaram a tarefa proposta
em 90 minutos e os grupos 3 e 4 (LQV+LQR) em 70 minutos. O grupo 2 teve alguma
dificuldade em atingir o ponto de equivalência.
Quadro 4.3 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D
Executei as tarefas propostas
Nunca Poucas vezes Às vezes Quase sempre Total
LQV +LQR 2 10,0%
18 90,0% 20
Act. Exp. A LQR 17
100,0% 17
LQV +LQR 4 25,0%
12 75,0 % 16
Act. Exp. B LQR 2
10,5% 1
5,3% 16
84,2% 19
LQV +LQR 3 15,0%
17 85,0% 20
Act. Exp. C LQR 17
100,0% 17
LQV +LQR 2 12,5%
14 87,5% 16
Act. Exp. D LQR 5
25,0% 15
75,0% 20
LQV +LQR 0 0 11 61 72 Total LQR 0 2 6 65 73
4. Resultados obtidos, análise e discussão
62
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Nunca Poucasvezes
Às vezes Quasesempre
LQV+LQRLQR
Figura 4.3 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e
D, referentes à execução das tarefas propostas
4.1.4 – Ajuda do professor para executar as tarefas propostas
Na actividade experimental A, os alunos dos grupos 1 e 2 (LQV+LQR) tiveram
algumas dificuldades na questão formulada no protocolo, necessitando por isso da
intervenção da docente para os orientar na mesma. Os grupos 3 e 4 (LQR) revelaram
bastantes dificuldades no cálculo da massa necessária e pesagem do sólido. De salientar
que são alunos do décimo ano não possuem ainda autonomia na execução de uma tarefa.
São muito inseguros e perguntam constantemente se estão a realizar “bem” a tarefa
proposta.
Como já foi referido anteriormente, na actividade experimental B, os alunos dos
grupos 1 e 2 (LQR) tiveram alguma dificuldade na quantidade de catalizador a adicionar ao
peróxido de hidrogénio.
4. Resultados obtidos, análise e discussão
63
Na actividade experimental D, os grupos 1 e 2 (LQR) tiveram alguma dificuldade
na execução da actividade, nomeadamente no manuseamento da bureta6.
Quadro 4.4 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D
Pedi ajuda ao professor para executar as tarefas
propostas Nunca Poucas vezes Às vezes Quase sempre
Total
LQV +LQR 4 20,0%
5 25,0%
8 40,0%
3 15,0% 20
Act. Exp. A LQR 4
23,5% 10
58,8% 3
17,7% 17
LQV +LQR 4 25,0%
11 68,8%
1 6,2 % 16
Act. Exp. B LQR 2
10,5% 5
26,3% 12
63,2% 19
LQV +LQR 3 15,0%
4 20,0%
12 60,0%
1 5,0% 20
Act. Exp. C LQR 4
23,5% 8
47,1% 5
29,4% 17
LQV +LQR 2 12,5%
3 18,7%
11 68,8 %
16 Act. Exp. D
LQR 2 10,0%
4 20,0%
12 60,0%
2 10,0% 20
LQV +LQR 9 16 42 5 72 Total LQR 8 21 39 5 73
6 Devido ao facto de haver apenas uma bureta disponível e que deixava cair líquido por fora da torneira, foi necessário improvisar uma forma de titular utilizando uma pipeta graduada. É natural que os alunos tenham sentido dificuldade em executar a titulação desta forma.
4. Resultados obtidos, análise e discussão
64
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Nunca Poucasvezes
Às vezes Quasesempre
LQV+LQRLQR
Figura 4.4 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e
D, referentes à ajuda do professor para executar as tarefas propostas
4.1.5 – Análise crítica dos resultados obtidos
Na actividade experimental A, todos os grupos analisaram criticamente os
resultados obtidos. Os grupos 3 e 4 (LQR) cometeram alguns erros nas pesagens (já
referidos), não obtendo a concentração pretendida, por isso efectuaram uma análise crítica
melhor que os outros grupos.
De um modo geral na actividade experimental B, os alunos analisaram criticamente
os resultados obtidos e identificaram com facilidade o gás libertado.
Na actividade experimental D, os grupos 1 e 2 (LQR) tiveram algumas dificuldades
na análise dos resultados devido aos problemas, já referidos anteriormente, na execução da
tarefa proposta.
4. Resultados obtidos, análise e discussão
65
Quadro 4.5 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D
Analisei, criticamente, os resultados obtidos
Nunca Poucas vezes Às vezes Quase sempre Total
LQV +LQR 5 25,0%
9 45,0%
6 30,0% 20
Act. Exp. A LQR 1
5,9% 3
17,6% 13
76,5% 17
LQV +LQR 1 6,2 %
10 62,5%
5 31,2 % 16
Act. Exp. B LQR 2
10,5% 4
21,1% 10
52,6% 3
15,8% 19
LQV +LQR
3 15,0%
12 60,0%
5 25,0% 20
Act. Exp. C LQR
1
5,9% 7
41,2% 9
52,9% 17
LQV +LQR
9 56,2 %
7 43,8% 16
Act. Exp. D LQR
2
10,0% 10
50,0% 8
40,0% 20
LQV +LQR 1 8 40 23 72 Total LQR 2 8 30 33 73
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Nunca Poucasvezes
Às vezes Quasesempre
LQV+LQRLQR
Figura 4.5 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e
D, referentes à análise crítica dos resultados obtidos
4. Resultados obtidos, análise e discussão
66
4.1.6 – Discussão dos resultados
Com base nos resultados obtidos nos inquéritos efectuados pelos alunos, depois de
cada actividade experimental, verificamos que não existem grandes diferenças em pontos
percentuais entre os dois métodos utilizados. Há, no entanto, algumas observações
interessantes a salientar.
Em relação ao parâmetro um (manipulação), verificamos que o LQR+LQV tem
72,2% em “quase sempre”, enquanto o LQR tem apenas 58,9%. A utilização prévia do
LQV permite ao aluno identificar mais facilmente o material de laboratório no LQR, e
efectua uma manipulação correcta do material e reagentes. A visualização do material no
LQV permite ao aluno associar o nome do material com o objecto em si. Por outro lado, o
programa identifica os reagentes pelo nome, fórmula química e concentração no caso das
soluções, permitindo ao aluno uma melhor compreensão do protocolo experimental. O
aluno, ao utilizar o LQV, pode repetir a actividade experimental as vezes que ache
necessário até cumprir a tarefa proposta sem problemas, o que permite um treino para a
manipulação correcta dos reagentes e material no LQR.
No parâmetro dois (regras de segurança), os alunos que utilizaram o LQR tiveram
mais cuidado com as regras de segurança, 52,0 % no “quase sempre”, enquanto os do
LQV+LQR foi de 47,0%. Podemos apontar que tal diferença se deve ao facto dos alunos
que utilizaram o LQV se sentirem mais à vontade (no LQV não há mãos a manipular
ácidos ou bases, nem vidros partidos a cortar os dedos), descurando as regras de segurança
do LQR.
Nos parâmetros três (execução) e quatro (ajuda do professor) a diferença percentual
entre os dois métodos nos diversos pontos não é superior a 5% por isso os resultados são
4. Resultados obtidos, análise e discussão
67
muito coincidentes. Por tal facto poderemos dizer que não se verificam diferenças
significativas nas aprendizagens no laboratório real quando se utiliza o laboratório virtual
nestes parâmetros. No entanto, o problema ocorrido com a bureta poderá estar a influenciar
os resultados destes parâmetros.
No parâmetro cinco (análise crítica dos resultados), verificamos que o LQR+LQV, no
ponto “quase sempre”, tem 31,9% e o LQR tem 45,3%. Estes resultados podem dever-se
essencialmente aos seguintes factores: i) os alunos do LQV+LQR repetem a actividade
experimental no LQV as vezes que quiserem e por tal facto conseguem diminuir os erros
sistemáticos no LQR (por exemplo erros de paralaxe ou sólidos no prato da balança); ii) os
alunos do LQV+LQR identificam com maior facilidade os erros cometidos na execução da
tarefa experimental (por exemplo a utilização de um vidro de relógio para pesar um sólido
em pó, excesso de catalisador ou troca de reagentes). Os alunos que efectuaram
previamente o protocolo em LQV adquiriram uma informação relativa aos resultados
esperados, possuindo um espírito mais crítico nos resultados obtidos em LQR sempre que
estes se afastam daqueles valores. Para estes alunos, criticar um resultado obtido em LQR,
significa apenas dizer se ele é ou não coincidente com o resultado obtido em LQV. Se o
resultado obtido for diferente não são capazes de indicar as causas prováveis. Para os
alunos que apenas efectuam LQR qualquer valor obtido pode estar certo ou errado, o que
se reflecte na maior percentagem (45,3%) no ponto “quase sempre”.
Em termos lectivos verificamos que os alunos que utilizam o LQV+LQR executam a
mesma actividade em menor tempo que os alunos que apenas efectuam o LQR.
Em termos de observação qualitativa verificamos que os alunos que utilizaram o
LQV são mais autónomos no LQR.
4. Resultados obtidos, análise e discussão
68
4.2 – Laboratório Virtual
4.2.1 – Dificuldades na utilização dos programas
Na actividade experimental A, preparação de uma solução, foi utilizado o programa
ChemLab como laboratório virtual e o programa Chemland6 para calcular a massa molar e
a massa de reagente necessária para preparar a solução pretendida. Os grupos 1 e 2 tiveram
algumas dificuldades em compreender que era previamente necessário colocar o gobelé
vazio na balança, tarar, e só depois na colocar o reagente no gobelé. Observamos que neste
processo o LQV se revela extremamente útil para o aluno compreender e treinar as técnicas
que irá empregar posteriormente no LQR, evitando, entre outros, o desperdício de
reagentes. Revelaram igualmente dificuldades na decantação da solução para o balão. A
docente não exemplificou qualquer actividade no programa, explicando só o
funcionamento geral do mesmo, de modo que os alunos o explorassem. No programa
Chemland6 foram efectuados os cálculos acima referidos. Não houve qualquer dificuldade
no manuseamento do mesmo, pois é extremamente acessível, apesar de estar em inglês.
Para a actividade experimental B, grupos 3 e 4, foi igualmente explicado o
funcionamento geral do programa. Os alunos não evidenciaram dificuldades na utilização
e, ávidos de informação, foram mais rápidos que os grupos anteriores. A colocação dos
reagentes foi o obstáculo mais notório.
Como já existe uma certa familiaridade com o programa a única dificuldade
detectada na actividade experimental C, foi a colocação de etiquetas nos tubos de ensaio.
Na actividade experimental D (titulação) foram utilizados o Chemlab e o Vlab. Foi
fornecida aos alunos uma versão impressa traduzida e adaptada do protocolo em inglês do
4. Resultados obtidos, análise e discussão
69
programa Chemlab. A utilização do programa Chemlab não levantou problemas aos
alunos, uma vez que todos eles já estavam familiarizados com o programa. A utilização do
Vlab não levantou qualquer dificuldade apesar de ser a primeira vez que contactavam com
ele.
Quadro 4.6 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D
Tive dificuldades na utilização do programa informático
Nunca Poucas vezes Às vezes Quase sempre Total
Act. Exp. A 5 25,0%
6 30,0%
8 40,0%
1 5,0% 20
Act. Exp. B 6 37,5%
5 31,2%
5 31,2%
16
Act. Exp. C 5 25,0%
1 5,0%
13 65,0%
1 5,0% 20
Act. Exp. D 6 37,5%
4 25,0%
5 31,2%
1 6,2% 16
Total 22 16 31 3 72
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Nunca Poucasvezes
Às vezes Quasesempre
LQV+LQR
Figura 4.6 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e
D, referentes às dificuldades na utilização do programa
4. Resultados obtidos, análise e discussão
70
4.2.2 – Identificação e utilização correcta de reagentes e material de laboratório
Os alunos identificaram com facilidade o material de laboratório, recorrendo ao menu
do equipamento e apontaram algumas falhas no mesmo, por exemplo a inexistência de
funil, tripé e suporte de tubos de ensaio.
Quadro 4.7 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D
Identifiquei e utilizei, correctamente, reagentes e material de laboratório
Nunca Poucas vezes Às vezes Quase sempre Total
Act. Exp. A 1
5,0% 7
35,0% 12
60,0% 20
Act. Exp. B 2 12,5 %
14 87,5% 16
Act. Exp. C 1 5,0%
9 4,0%
10 50,0% 20
Act. Exp. D 2 12,5%
4 25,0%
10 62,5% 16
Total 0 4 22 46 72
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Nunca Poucasvezes
Às vezes Quasesempre
LQV+LQR
Figura 4.7 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e
D, referentes à identificação e utilização correcta de reagentes e material de
laboratório
4. Resultados obtidos, análise e discussão
71
4.2.3– Execução das tarefas propostas
Na actividade experimental A, os alunos tiveram alguma dificuldade no processo de
decantação, não seleccionando o material que queriam sujeitar à referida operação. Após
algumas tentativas superaram a dificuldade.
Na execução da actividade experimental D foi revelado um aspecto negativo no
programa Chemlab relativo ao manuseamento da bureta, pois esta não permite a adição de
quantidades muito pequenas, ultrapassando-se, por vezes, o ponto de equivalência. Esta
contrariedade foi superada pela repetição da experiência e a construção em simultâneo do
gráfico variação de pH em função do volume do titulante adicionado. Foi depois utilizado
o programa Vlab que nesta actividade experimental é extremamente rigoroso.
Quadro 4.8 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D
Executei as tarefas propostas
Nunca Poucas vezes Às vezes Quase sempre Total
Act. Exp. A 1
5,0% 19
95,0% 20
Act. Exp. B 1 6,2%
15 93,5% 16
Act. Exp. C 1 5,0%
1 5,0%
18 90,0% 20
Act. Exp. D 4 25,0%
12 75,0% 16
Total 0 1 7 64 72
4. Resultados obtidos, análise e discussão
72
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Nunca Poucasvezes
Às vezes Quasesempre
LQV+LQR
Figura 4.8 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e
D, referentes à execução das tarefas propostas
4.2.4 – Ajuda do professor para executar as tarefas propostas
Como já foi referido anteriormente, na actividade experimental A, alguns alunos
tiveram dificuldades na colocação do reagente no gobelé assim como no processo de
decantação, tendo sido necessário fornecer algumas pistas para poderem avançar no
procedimento. Os alunos não conseguem uma total autonomia, receiam danificar o
programa, por isso estão sempre a perguntar se podem avançar, apesar da maior parte das
vezes estarem a proceder correctamente. O grupo 2 foi mais autónomo.
Na actividade experimental B, os alunos dos grupos 3 e 4 revelaram um espírito
sagaz, por isso a intervenção da docente foi mínima. Estavam muitos seguros no
manuseamento do programa.
Na actividade experimental C, os alunos dos grupos 1 e 2 tiveram alguma dificuldade
na colocação de etiquetas nos tubos de ensaio, devido a desconhecerem a palavra labels
inglesa, mas foi superada depois da intervenção da docente.
4. Resultados obtidos, análise e discussão
73
Quadro 4.9 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D
Pedi ajuda ao professor para executar as tarefas propostas Nunca Poucas vezes Às vezes Quase sempre Total
Act. Exp. A 3 15,0%
4 20,0%
8 40,0%
5 25,0% 20
Act. Exp. B 3 18,8%
6 37,5%
7 43,7%
16
Act. Exp. C 2 10,0%
3 15,0%
10 50,0%
5 25,0% 20
Act. Exp. D 3 18,8%
3 18,8%
9 56,2%
1 6,2% 16
Total 11 16 34 11 72
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Nunca Poucasvezes
Às vezes Quasesempre
LQV+LQR
Figura 4.9 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e
D, referentes à ajuda do professor para executar as tarefas propostas
4.2.5 – Discussão dos resultados
A maioria dos alunos possui computador em casa e consequentemente conseguem
manusear o mesmo com extrema facilidade. Por outro lado constatamos oralmente que
todos os alunos estão familiarizados com os jogos de computador. Por isso só uma pequena
4. Resultados obtidos, análise e discussão
74
percentagem dos alunos (4,2%) teve dificuldade na utilização do programa. Na tarefa
proposta os alunos realizaram a mesma com facilidade (1,4% com “poucas vezes”) e por
consequência este factor reflecte-se na autonomia de execução (15,2% na ajuda “quase
sempre”).
Na observação qualitativa verificamos que os alunos têm uma apetência pelo
computador e a tudo o que esteja relacionado com o mesmo. As aulas tornam-se
dinâmicas, aumenta a interacção aluno/aluno e aluno/professor e os alunos sentem grande
motivação na execução das tarefas propostas na sala de aula.
4.3 – Laboratório virtual/laboratório real
Os resultados dos inquéritos aos alunos realizados após cada actividade experimental
estão traduzidos nos quadros 4.10 a 4.12 e nas figuras 4.10 a 4.12.
Quadro 4.10 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D A utilização do programa “laboratório virtual” é motivadora Discordo
em absoluto
Discordo Não
tenho opinião
ConcordoConcordo
em absoluto
Total
Act. Exp. A 1 5,0%
8 40,0%
11 55,0% 20
Act. Exp. B 2 12,5%
14 87,5% 16
Act. Exp. C 6 30,0%
14 70,0% 20
Act. Exp. D 6 37,5%
10 62,5% 16
Total 0 0 1 22 49 72
4. Resultados obtidos, análise e discussão
75
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Discordo emabsoluto
Discordo Não tenhoopinião
Concordo Concordo emabsoluto
LQV+LQR
Figura 4.10 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e
D, referentes à motivação para a utilização do programa
Quadro 4.11 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D
O recurso a este tipo de programa ajuda-me a compreender e a executar melhor as tarefas propostas
Discordo em
absoluto Discordo
Não tenho
opinião Concordo
Concordo em
absoluto
Total
Act. Exp. A 1 5,0%
8 40,0%
11 55,0% 20
Act. Exp. B 1 6,2%
1 6,2%
6 37,5%
8 50,0% 16
Act. Exp. C 11 55,0%
9 45,0% 20
Act. Exp. D 1 6,2%
7 43,8%
8 50,0% 16
Total 0 3 1 32 36 72
4. Resultados obtidos, análise e discussão
76
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Discordo emabsoluto
Discordo Não tenhoopinião
Concordo Concordo emabsoluto
LQV+LQR
Figura 4.11 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e
D, referentes ao recurso a este tipo de programa ajudar a uma melhor
compreensão e execução das tarefas proposta
Quadro 4.12 – Resultados obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e D
Este tipo de programa deveria ser utilizado como instrumento nas aulas experimentais
Discordo em
absoluto Discordo
Não tenho
opinião Concordo
Concordo em
absoluto
Total
Act. Exp. A 1 5,0%
1 5,0%
5 25,0%
13 65,0% 20
Act. Exp. B 1 6,2%
8 50,0%
7 43,8% 16
Act. Exp. C 10 50,0%
10 50,0% 20
Act. Exp. D 1 6,2%
4 25,0%
11 68,8% 16
Total 0 1 3 27 41 72
4. Resultados obtidos, análise e discussão
77
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Discordoem
absoluto
Discordo Não tenhoopinião
Concordo Concordoem
absoluto
LQV+LQR
Figura 4.12 – Resultados totais obtidos no inquérito das actividades experimentais A, B, C e
D, referentes à utilização do programa nas aulas experimentais
4.3.1 – Discussão dos resultados
Os resultados deste inquérito permitem concluir que os alunos aderem à utilização
do LQV, sentindo-se motivados, verificando que aprendem a executar melhor as tarefas
propostas e preferindo este modo de aprendizagem.
Concluímos que a utilização dos laboratórios virtuais é extremamente positiva e
motivadora em todo o processo ensino – aprendizagem, pelo o facto de o aluno construir
algo do seu interesse e para o qual está motivado. Este envolvimento afectivo torna a
aprendizagem activa e lúdica [29], evitando que os conhecimentos sejam transmitidos
unicamente pelo professor.
4. Resultados obtidos, análise e discussão
78
4.4 – Sugestões ou comentários dos alunos
De entre as sugestões e comentários escritos e orais emitidas pelos alunos,
salientam-se as seguintes:
• “O programa não deveria estar em Inglês”
• “Eu acho a ideia do laboratório excelente”
• “Achei a aula muito boa”
• “A actividade com o computador mostrou-nos mais claramente como
devemos utilizar o material e adicionar reagentes”
• “Porque não utilizamos sempre os programas nas actividades desenvolvidas
na aula?”
• “Então não vamos usar o computador?”
Estes comentários traduzem uma nítida apetência dos alunos pelas aulas em que se
utiliza o LQV+LQR. Esta motivação acrescida deverá ser utilizada pelos professores para
incrementar o gosto dos alunos pela química como ciência experimental. Esta componente
motivacional revela-se muito importante nas escolhas que os alunos efectuarão
posteriormente a nível do 10º e 12º anos [30].
4.5 – Questões colocadas nas fichas de avaliação de conhecimentos
Ao longo do ano lectivo foram colocadas questões dos conteúdos programáticos,
nas fichas de avaliação. Do mesmo modo foi colocada uma questão de aplicação
relacionada com a actividade experimental.
4. Resultados obtidos, análise e discussão
79
Sem estar a avaliar as evoluções das aprendizagens, as respostas às questões, são
apresentadas conforme as actividades experimentais e os grupos de alunos que executaram
o LQV+LQR e apenas LQR.
Devido à diferença no número de alunos nos dois parâmetros, foi calculada a
percentagem das respostas em função do número de alunos para cada parâmetro (cerca de
73).
Na figura 4.13 apresentam-se os resultados obtidos na ficha de avaliação de
conhecimentos na questão relacionada com a actividade experimental A, preparação de
uma solução.
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Respostanula
Respostaerrada
Respostaincompleta
Respostacerta
LQV+LQRLQR
Figura 4.13 – Resultados obtidos na ficha de avaliação de conhecimentos na questão
relacionada com a actividade experimental A, preparação de uma solução
Os alunos do LQV+LQR obtiveram 15,0% de “resposta nula” e valores inferiores
em todos os parâmetros em relação ao LQR. Estes valores permitem concluir que o uso do
Chemland6 no cálculo da massa molar, número de moles e concentração, ao apresentar os
cálculos já efectuados, inibe alguns alunos de construir o seu conhecimento sobre a
questão. Por consequência, não respondem às questões de aquisição, compreensão e
aplicação de conhecimentos relacionadas com “preparação de uma solução”.
4. Resultados obtidos, análise e discussão
80
Nas figuras 4.14 e 4.15 apresentam-se os resultados obtidos na ficha de avaliação de
conhecimentos nas questões relacionadas com a actividade experimental B (velocidade das
reacções) e C (equilíbrio químico).
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Respostanula
Respostaerrada
Respostaincompleta
Respostacerta
LQV+LQRLQR
Figura 4.14 – Resultados obtidos na ficha de avaliação de conhecimentos na questão
relacionada com a actividade experimental B, velocidade da reacção
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Respostanula
Respostaerrada
Respostaincompleta
Respostacerta
LQV+LQRLQR
Figura 4.15 – Resultados obtidos na ficha de avaliação de conhecimentos na questão
relacionada com a actividade experimental C, equilíbrio químico
4. Resultados obtidos, análise e discussão
81
Estes resultados indicam pouca diferença entre os alunos que realizaram LQV+LQR
e os que apenas realizaram LQR, no entanto há uma ligeira vantagem para os primeiros no
parâmetro “resposta certa”. O facto das perguntas efectuadas serem de carácter qualitativo
(anexo 5) leva a que os alunos tentem sempre responder (ausência de respostas nulas),
aumentando o número de respostas incompletas.
Na figura 4.16 apresentam-se os resultados obtidos na ficha de avaliação de
conhecimentos na questão relacionada com a actividade experimental D, titulação.
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Respostanula
Respostaerrada
Respostaincompleta
Respostacerta
LQV+LQRLQR
Figura 4.16 – Resultados obtidos na ficha de avaliação de conhecimentos na questão
relacionada com a actividade experimental D, titulação
Nesta actividade, verificamos que os alunos que efectuaram o LQV+LQR
conseguiram, na sua maioria, responder acertadamente à questão proposta, ao contrário dos
alunos de LQR que na sua maioria tiveram resposta nula. Podemos referir que tal sucesso
se deve essencialmente à utilização dos dois programas virtuais, VLab e ChemLab na
titulação de um ácido forte/base forte. Ambos os programas mostram o valor do pH e
indicam o ponto final da titulação através da mudança de cor da solução. O Vlab indica
numérica e graficamente as concentrações de todas as espécies químicas presentes e as
variações de temperatura. Os alunos em LQV puderam repetir a actividade experimental as
4. Resultados obtidos, análise e discussão
82
vezes que acharam necessário antes de a efectuar no LQR. Esta repetição contribui
necessariamente para a compreensão e aquisição do conhecimento.
Ao longo das diversas na ficha de avaliação de conhecimentos, verificamos que os
alunos do LQV+LQR foram obtendo melhores classificações (maior número de respostas
certas) que os alunos do LQR. Não é, porém, objectivo deste estudo avaliar a progressão
do conhecimento, mas sim a contribuição em termos de aprendizagem do LQV. A
utilização do laboratório virtual revela-se bastante positiva no processo ensino –
aprendizagem.
Conclusões
Conclusões
84
A escola faz parte do mundo e para cumprir a sua função de contribuir para a
formação de indivíduos que possam exercer plenamente a sua cidadania, participando nos
processos de transformação e contenção da realidade, deve estar aberta e incorporar novos
hábitos, comportamentos, percepções e demandas. Por isso a escola tem um papel
importante a cumprir na sociedade, ensinando os alunos a relacionarem-se de maneira
selectiva e crítica com o universo de informações a que têm acesso. A implantação das
novas tecnologias no nosso dia-a-dia é primordial e se olharmos em nosso redor,
constatamos que elas fazem parte do nosso mundo actual. É fundamental que todos nós,
que estamos envolvidos activamente no processo ensino – aprendizagem, nos esforcemos
para integrar as novas tecnologias como instrumento de aprendizagem, de modo a
prepararmos os nossos jovens de hoje, para o mundo do trabalho de amanhã, que cada vez
mais envolverá conhecimentos tecnológicos.
Porque educar não é apenas um sinónimo de transmitir conhecimento; educar
abrange uma actuação muito vasta, que vai desde a simples transmissão do saber, ao
desenvolvimento de capacidades e à aquisição de comportamentos, pessoais e sociais, que
auxiliem a integração do indivíduo na sociedade [18].
De acordo com os objectivos formulados, os resultados encontrados, permitiram-nos
inferir que:
√ Dos 37 alunos que integraram este estudo 79,4% utilizam o computador no
seu dia a dia, com 75,7% a usá-lo para a realização dos trabalhos escolares.
Mas só 48,6% dos alunos utiliza a Internet para lazer e pesquisa para a
realização dos trabalhos escolares.
Conclusões
85
√ As actividades experimentais constituem um recurso didáctico no ensino da
Química e que estas podem e devem constituir uma parcela substantiva e
insubstituível nas actividades didácticas – pedagógicas.
√ A partir das actividades experimentais e metodologia empregada
(LQV+LQR), destacamos aspectos pelos quais acreditamos na eficiência
desta estratégia didáctica. Essa foi capaz de estimular a participação activa
dos alunos, despertar a curiosidade e o interesse e propiciar a construção de
um ambiente motivador, agradável e rico em situações novas e desafiadoras
que possibilitaram o pleno desenvolvimento das potencialidades dos alunos.
√ Podemos afirmar que uma vantagem da integração das novas tecnologias no
ensino é o aumento da motivação e de entusiasmo pela aprendizagem. É
uma ferramenta de aprendizagem interactiva e dinâmica, que reúne os
meios que permitem aos alunos concretizar o tipo de aprendizagem que o
mais os motiva.
√ Verificamos ainda que a utilização das novas tecnologias nas aulas
experimentais permite que estas decorram em menor tempo do que
utilizando só a prática tradicional (LQR). É um meio de desenvolver maior
diversidade de estratégias de remediação e/ou reestruturar saberes. Permite
ainda levantar novos problemas associados à natureza investigativa das
Ciências Físico-químicas, mormente na área da Química, e testar várias
hipóteses de resposta às mesmas em tempo útil. A estes factos associa-se
ainda um menor custo económico para as Escolas.
√ Verificamos ainda que a utilização de programas informáticos que efectuem
os cálculos necessários e inerentes a uma actividade experimental só devem
Conclusões
86
ser usados para confirmar os mesmos, porque se os alunos não os efectuam
estes não realizam a construção do conhecimento e por consequência não os
conseguem aplicar.
√ Quando se utiliza o LQV os alunos sentem-se mais confiantes e seguros no
LQR e por este facto descuram algumas regras de segurança; os docentes
devem estar atentos e alertá-los para a importância do cumprimento das
mesmas para a segurança de todos.
√ Um factor importante para a utilização de laboratórios virtuais é a
colmatação dos diversos condicionalismos que as escolas possuem de
ordem física e material, ajudando os docentes no processo ensino -
aprendizagem.
√ Constatamos ainda que a utilização da programas informáticos no ensino
das ciências muda o foco de aprendizagem, passando de absorção de
informação para a construção de conhecimento. Responsabilizamos cada
vez mais o aluno pela sua própria aprendizagem tornando-o mais autónomo
e independente.
A partir deste trabalho, é encorajador afirmar que as actividades experimentais em
que utilizamos em conjunto o laboratório químico virtual e o real, além de proporcionar
um ambiente propício para um ensino activo e efectivo, oferecem a oportunidade de uma
melhor compreensão da Química e a formação de uma postura no aluno de contínua busca
de conhecimentos. Assim o aluno tem a possibilidade de construir e/ou reconstruir os seus
conhecimentos.
Conclusões
87
Este trabalho deixa algumas questões em aberto nomeadamente o estudo da estrutura,
hierarquização e evolução do conhecimento desenvolvida pelo aluno utilizando as novas
tecnologias.
A título de concretização refere-se que, do ponto de vista cognitivo, a aprendizagem
é condicionada pelos conhecimentos anteriores dos alunos, o que coloca a questão da
importância da aplicação de um pré-teste para avaliar as concepções que o aluno tem
relativamente a conceitos associados aos assuntos em estudo.
Após aplicação da prática pedagógica laboratório químico virtual e real, em função
dos conhecimentos prévios, dos alcançados e da confrontação com as observações
realizadas, deve proceder-se à (re)formulação dos conceitos, à generalização dos
conhecimentos e ao estabelecimento de ligações com conhecimentos anteriores. Esta etapa
pode ser alvo de avaliação pela aplicação do pós-teste.
A confrontação dos resultados obtidos nos dois testes e a análise da discussão da
reformulação dos conceitos poderá, certamente, dar indicações acerca da evolução dos
alunos no seu processo de ensino – aprendizagem.
Referências
Referências
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http://www.acdlabs.com
http://www.modelscience.com
http://ir.chem.cmu.edu/irproject/
Anexo 1
Conteúdos programáticos
Anexo 1 – Conteúdos programáticos
96
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS, COMPONENTE DE QUÍMICA, 10º ANO (antigo)
UNIDADE I – Quantidade em Química
1.1 - Mole, massa molar e volume molar
1.2 - Fórmula química e seu significado
1.3 - Concentrações de soluções
1.4 - O significado das equações químicas. Reacções completas e incompletas.
1.5 - Cálculos baseados nas equações químicas.
1.6 - Fórmulas químicas a partir de reacções químicas
1.7 - Gravimetria e volumetria em determinações analíticas.
UNIDADE II - Velocidade das reacções
2.1 - Velocidade de reacção
2.2 - Efeito da concentração dos reagentes: estudo quantitativo
2.3 - Reacções químicas a nível molecular - mecanismo das reacções
2.4 - Efeito da temperatura
2.5 - Catalizadores – sua importância industrial e biológica
Anexo 1 – Conteúdos programáticos
97
UNIDADE III – Reacções incompletas e equilíbrio químico
3.1 -Transformações físicas e químicas
3.2 - Reacções incompletas e interpretação à escala molecular: - equilíbrio químico
3.3 - Múltiplos estados de equilíbrio em sistemas homogéneos e heterogéneos. Princípio de
Le Chatelier e suas aplicações industriais
UNIDADE IV - Um caso particular de equilíbrio: Reacções de ácido-base
4.1 - O ião H+(aq) e o comportamento ácido
4.2 - A transferência de iões H+ e o comportamento ácido-base
4.3 - Força de ácidos e bases
4.4 - Reacções de neutralização
4.5 - Cálculos de pH em soluções de ácidos ou de bases fortes
Anexo 1 – Conteúdos programáticos
98
QUÍMICA, 12º ANO (antigo)
1 - Progredindo no estudo da estrutura de átomos e moléculas
1.1 - Suporte experimental para a estrutura electrónica de átomos e moléculas.
1.1.1 - Métodos espectroscópicos.
1.1.2 - Métodos de difracção.
1.2 - A Mecânica Quântica e o estudo da estrutura electrónica dos átomos.
1.2.1 - Números quânticos e orbitais-nuvem no átomo H.
1.2.2 - Átomos polielectrónicos: configuração electrónica e Tabela Periódica.
1.3 - Orbitais moleculares.
1.3.1 - Orbitais moleculares ligantes e antiligantes.
1.3.2 - Regularidades nas fórmulas de estrutura das moléculas.
2 - Progredindo no estudo das ligações intermoleculares e equações dos gases.
2.1 - Ligações intermoleculares.
2.2 - Equações dos gases.
2.3 - Pressão de vapor.
3 - Progredindo no estudo dos compostos orgânicos.
3.1 - Relações entre estrutura e propriedades de compostos orgânicos.
Anexo 1 – Conteúdos programáticos
99
4 - Progredindo no estudo da extensão das reacções químicas.
4.1 - Rendimento de uma reacção.
4.2 - Constante de equilíbrio para sistemas homogéneos e heterogéneos.
4.3 - Equilíbrio de solubilidade e factores que afectam a solubilidade de um sal.
4.4 - Equilíbrio ácido-base.
4.4.1 - Cálculos de pH.
4.4.2 - Efeito tampão.
4.4.3 - Titulações de ácido-base.
4.5 - Reacções de oxidação – redução.
4.5.1 - Potenciais normais.
5 - Progredindo no estudo da energia e da entropia em reacções químicas.
5.1 - Calor e trabalho em reacções químicas.
5.2 - 1ª lei da Termodinâmica.
5.3 - Calores de reacção e lei de Hess.
5.4 - Entropia como critério de extensão das reacções químicas: 2ª lei da Termodinâmica.
6 - Química uma ciência em acção.
6.1 - A Química e as suas relações com a Tecnologia e a Sociedade.
Anexo 1 – Conteúdos programáticos
100
CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS, COMPONENTE DE QUÍMICA, 7º ANO
Terra em Transformação
Materiais
• Constituição do mundo material.
• Substâncias e misturas de substâncias.
• Propriedades físicas e químicas dos materiais.
• Separação das substâncias de uma mistura.
• Transformações físicas e transformações químicas
CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS, COMPONENTE DE QUÍMICA, 8º ANO
Sustentabilidade na Terra
Reacções Químicas
• Tipos de reacções químicas
• Velocidade das reacções químicas
• Explicação e representação das reacções químicas
Gestão Sustentável Dos Recursos
• Recursos naturais – Utilização e consequências.
• Protecção e conservação da natureza.
• Custos, benefícios e riscos das inovações científicas e tecnológicas
Anexo 1 – Conteúdos programáticos
101
CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS, COMPONENTE DE QUÍMICA, 9º ANO
Viver Melhor na Terra
Classificação dos materiais
• Propriedades dos materiais e Tabela Periódica dos elementos
• Estrutura atómica
• Ligação Química
QUÍMICA A, 10º ANO
Materiais: Diversidade e Constituição
0.1-Materiais
• Qual a origem
• Que constituição e composição
• Como se separam constituintes
• Como se explica a sua diversidade
0.2-Soluções
• Quais e quantos os componentes
• O que são soluções aquosas
• Composição quantitativa de soluções
0.3-Elementos químicos
• O que são
• Como se organizam
• Átomos diferentes do mesmo elemento
Anexo 1 – Conteúdos programáticos
102
Das Estrelas Ao Átomo
1.1. Arquitectura do Universo
• Breve história do Universo
Teoria do Big-Bang e suas limitações; outras teorias
• Escalas de tempo, comprimento e temperatura
Unidades SI e outras de tempo, comprimento e temperatura
• Medição em Química
• Aglomerados de estrelas, nebulosas, poeiras interestelares, buracos negros e
sistemas solares.
• Processo de formação de alguns elementos químicos no Universo
As estrelas como "autênticas fábricas" nucleares
• Algumas reacções nucleares e suas aplicações
Fusão nuclear do H e do He
Síntese nuclear do C e do O
Fissão nuclear
• Distribuição actual dos elementos no Universo
1.2. Espectros, radiações e energia
• Emissão de radiação pelas estrelas – espectro de riscas de absorção
• Espectro electromagnético – radiações e energia
• Relação das cores do espectro do visível com a energia da radiação
• Análise elementar por via seca
• Aplicações tecnológicas da interacção radiação – matéria
1.3. Átomo de hidrogénio e estrutura atómica
• Espectro do átomo de hidrogénio
• Quantização de energia
• Modelo quântico
Números quânticos (n, l, ml e ms)
Anexo 1 – Conteúdos programáticos
103
Orbitais (s, p, d)
Princípio da energia mínima
Princípio da exclusão de Pauli
Regra de Hund
Configuração electrónica de átomos de elementos de Z =23
1.4. Tabela Periódica - organização dos elementos químicos
• Descrição da estrutura actual da Tabela Periódica
• Breve história da Tabela Periódica
• Posição dos elementos na Tabela Periódica e respectivas configurações
electrónicas
• Variação do raio atómico e da energia de ionização na Tabela Periódica
• Propriedades dos elementos e propriedades das substâncias elementares
• Identificação de uma substância e avaliação da sua pureza
Na atmosfera da Terra: radiação, matéria e estrutura
2.1. Evolução da atmosfera - breve história
• Variação da composição da atmosfera (componentes maioritários) ao longo dos
tempos e suas causas
• Composição média da atmosfera actual
componentes principais
componentes vestigiais
• Agentes de alteração da concentração de constituintes vestigiais da atmosfera
agentes naturais
agentes antropogénicos
• Acção de alguns constituintes vestigiais da atmosfera nos organismos
dose letal
2.2. Atmosfera: temperatura, pressão e densidade em função da altitude
• Variação da temperatura e estrutura em camadas da atmosfera
Anexo 1 – Conteúdos programáticos
104
• Volume molar. Constante de Avogadro
• Densidade de um gás
relação volume/número de partículas a pressão e temperatura constantes
relação densidade de um gás/massa molar
• Dispersões na atmosfera
soluções gasosas
colóides e suspensões material particulado
soluções e colóides
• Composição quantitativa de soluções
concentração e concentração mássica
percentagem em volume e percentagem em massa
mg/kg ou cm 3 /m 3 (partes por milhão)
fracção molar
2.3. Interacção radiação – matéria
• Formação de iões na termosfera e na mesosfera: O2 + , O + e NO +
• A atmosfera como filtro de radiações solar
• Formação de radicais livres na estratosfera e na troposfera
HO •, Br • e Cl•
• Energia de ligação por molécula e energia de ionização por mole de moléculas
2.4. O ozono na estratosfera
• O ozono como filtro protector da Terra
Filtros solares
• Formação e decomposição do ozono na atmosfera
• A camada do ozono
• O problema científico e social do “buraco na camada do ozono”
• Efeitos sobre o ozono estratosférico. O caso particular dos CFC’s
• Nomenclatura dos alcanos e alguns dos seus derivados
Anexo 1 – Conteúdos programáticos
105
2.5. Moléculas na troposfera - espécies maioritárias (N2, O2, H2O, CO2) e espécies
vestigiais (H 2, CH4, NH3)
• Modelo covalente da ligação química
• Parâmetros de ligação
Energia de ligação
Comprimento de ligação
Ângulo de ligação
Geometria molecular
QUÍMICA A, 11º ANO
1. Produção e controlo – a síntese industrial do amoníaco
1.1. O amoníaco como matéria-prima
• A reacção de síntese do amoníaco
• Reacções químicas incompletas
• Aspectos quantitativos das reacções químicas
• Quantidade de substância
• Rendimento de uma reacção química
• Grau de pureza dos componentes de uma mistura reaccional
• Amoníaco e compostos de amónio em materiais de uso comum.
1.2. O amoníaco, a saúde e o ambiente
• Interacção do amoníaco com componentes atmosféricos
• Segurança na manipulação do amoníaco
1.3. Síntese do amoníaco e balanço energético
• Síntese do amoníaco e sistema de ligações químicas
• Variação de entalpia de reacção em sistemas isolados
Anexo 1 – Conteúdos programáticos
106
1.4. Produção industrial do amoníaco
• Reversibilidade das reacções químicas
• Equilíbrio químico como exemplo de um equilíbrio dinâmico
• Situações de equilíbrio dinâmico e desequilíbrio
• A síntese do amoníaco como um exemplo de equilíbrio químico
• Constante de equilíbrio químico, K: lei de Guldberg e Waage
• Quociente da reacção, Q
• Relação entre K e Q e o sentido dominante da progressão da reacção
• Relação entre K e a extensão da reacção
• Síntese do sulfato de tetraaminacobre (II) mono-hidratado.
• Visita a uma instalação industrial.
1.5. Controlo da produção industrial
• Factores que influenciam a evolução do sistema reaccional
• A concentração, a pressão e a temperatura
• A lei de Le Chatelier
• Efeitos da temperatura e da concentração no equilíbrio de uma reacção.
2 - Da Atmosfera ao Oceano: Soluções na Terra e para a Terra
• A água na Terra e a sua distribuição: problemas de abundância e de escassez.
• Os encontros mundiais sobre a água, com vista à resolução da escassez de água
potável.
2.1-Água da chuva, água destilada e água pura
• Água da chuva, água destilada e água pura: composição química e pH
• Ácido ou base: uma classificação de alguns materiais.
• pH uma medida de acidez, de basicidade e de neutralidade
• Concentração hidrogeniónica e o pH
• Escala Sorensen
• Ácidos e bases: evolução histórica dos conceitos
• Ácidos e bases segundo a teoria protónica (Brönsted-Lowry)
Anexo 1 – Conteúdos programáticos
107
• Água destilada e água pura.
• A água destilada no dia a dia
• Auto-ionização da água
• Aplicação da constante de equilíbrio à reacção de ionização da água: produto
iónico da água a 25 ºC ( Kw)
• Relação entre as concentrações do ião hidrogénio (H+) ou oxónio (H3O+) e do ião
hidróxido (OH-)
2.2. Águas minerais e de abastecimento público: a acidez e a basicidade das águas
2.2.1. Água potável: águas minerais e de abastecimento público
• Composições típicas e pH
• VMR e VMA de alguns componentes de águas potáveis
2.2.2. Água gaseificada e água da chuva: acidificação artificial e natural provocada pelo
dióxido de carbono
• Chuva normal e chuva ácida.
• Ionização de ácidos em água
• Ionização ou dissociação de bases em água
• Reacção ácido-base
• Pares conjugados ácido-base: orgânicos e inorgânicos
• Espécies químicas anfotéricas
• Aplicação da constante de equilíbrio às reacções de ionização de ácidos e bases
em água: Ka e Kb como indicadores da extensão da ionização
• Força relativa de ácidos e bases
• Efeito da temperatura na auto-ionização da água e no valor do pH
• Neutralização: uma reacção de ácido-base.
• Volumetria de ácido-base:
• Ponto de equivalência e ponto final
• Indicadores
• Dissociação de sais
• Ligação química
• Nomenclatura de sais
Anexo 1 – Conteúdos programáticos
108
2.3. Chuva ácida
2.3.1. Acidificação da chuva
• Como se forma
• Como se controla
• Como se corrige
2.3.2. Impacto em alguns materiais
• Ácidos e carbonatos
• Ácidos e metais
• Reacções de oxidação-redução:
• Perspectiva histórica
• Número de oxidação: espécie oxidada (redutor) e espécie reduzida (oxidante)
• Oxidante e redutor: um conceito relativo
• Pares conjugados de oxidação – redução
• Reacção ácido – metal: a importância do metal
• Série electroquímica: o caso dos metais.
• Protecção um metal usando um outro metal
2.4. Mineralização e desmineralização de águas
2.4.1 A solubilidade e o controlo da mineralização das águas
• Composição química média da água do mar
• Mineralização das águas e dissolução de sais
• Solubilidade: solutos e solventes:
• Solubilidade de sais em água: muito e pouco solúveis
• Dureza da água: origem e consequências a nível industrial e doméstico
• Dureza da água e problemas de lavagem
• Solução não saturada e saturada de sais em água
• Aplicação da constante de equilíbrio à solubilidade de sais pouco solúveis:
constante do produto de solubilidade ( Ks)
2.4.2. A desmineralização da água do mar
• Dessalinização
• Correcção da salinização
Anexo 2
Protocolos utilizados
Anexo 2 – Protocolos utilizados
110
Actividade experimental A
Preparação de uma solução a partir do soluto sólido
Objectivo: Preparar 100 cm3 de solução de sulfato de cobre com a concentração
0,10 mol dm-3
Introdução
Qualquer mistura homogénea é uma solução constituída por uma única fase, que
pode ser sólida (caso das ligas metálicas), líquida (caso da água que bebemos) ou gasosa
(como o ar que respiramos).
Os constituintes de uma solução são as substâncias que se misturam para a formar.
Numa solução, pelo menos uma substância, o soluto, está dissolvida noutra, o solvente.
As soluções em que o solvente é a água são especialmente importantes e são
designadas por soluções aquosas. Para salientar a importância das soluções aquosas basta
pensar que, no corpo humano, a água é o solvente do sangue. E também a água o
constituinte mais abundante nas células da maioria dos tecidos.
Ao estudar uma reacção química em solução aquosa, importa saber a quantidade do
soluto que pode reagir com uma outra substância. Como se pode verificar facilmente, uma
solução pode conter maior ou menor quantidade de um dado soluto dissolvido, isto é, pode
encontrar-se mais ou menos concentrada.
Porque o tipo de soluto determina as características físicas (e químicas também)
dessa solução, é de toda a conveniência saber quantificar a sua composição. São vários os
modos de exprimir a composição das soluções. As grandezas que estudamos no presente
ano lectivo são:
• Concentração molar (C)
A concentração molar indica a quantidade química de soluto existente na
unidade de volume da solução, em geral, dm3.
Anexo 2 – Protocolos utilizados
111
VnC =
n- quantidade química de soluto expresso em mol.
V- volume de solução expresso em dm3
C ou [ ] – concentração molar da solução expressa em mol dm-3 .
• Concentração (ou composição) mássica ( Cm)
A concentração mássica indica a massa de um dado soluto existente por cada
unidade de volume da solução.
Cm =Vm
m- massa de soluto existente na solução, expressa normalmente em g ou kg.
V- volume da solução, expresso normalmente em cm3 ou dm3.
Cm- concentração mássica da solução expressa normalmente em g.cm-3 ou
kg.dm-3 ( kg.m-3 no SI )
Procedimento
Antes de passar à fase da preparação propriamente dita, torna-se imprescindível
calcular a quantidade de sólido que se deve pesar para dissolver. Para isso, deve-se,
previamente:
• Determinar a quantidade química de sulfato de cobre pentahidratado que será
necessário dissolver em 100 cm3 de solução para obter a concentração pretendida.
• Calcular a massa correspondente de sulfato de cobre pentahidratado.
• Pesar rigorosamente, dentro do gobelé de 100 ml, a massa de sal necessária à
preparação da solução.
• Adicionar cerca de 40 ml de água desionizada; agitar até completa dissolução.
Anexo 2 – Protocolos utilizados
112
• Transferir a solução para o balão volumétrico; lavar a vareta, o gobelé e o funil com
pequenas porções de água desionizada e transferir estas águas de lavagem para o
balão.
• Completar o volume até ao traço de referência com água desionizada, agitar para
homogeneizar
• Guardar a solução preparada num frasco e rotulá-lo devidamente.
Observações
Elaborar um relatório, indicando os cálculos efectuados e as operações laboratoriais
mais importantes.
Questionário
Como procederias para preparar uma solução 0,050 mol.dm-3 de sulfato de cobre a
partir da solução preparada.
Anexo 2 – Protocolos utilizados
113
Actividade experimental B
Efeito do catalisador na velocidade da reacção
Objectivo: Verificar que a velocidade da reacção depende da natureza do catalisador
Introdução
Os catalisadores são substâncias que aumentam a velocidade de uma reacção, sem
se consumirem. Estas substâncias criam um novo mecanismo para a reacção cujas etapas
elementares são mais rápidas que a etapa determinante da reacção não catalisada.
Reacções químicas diferentes utilizam catalisadores diferentes e a mesma reacção
química pode ser catalisada por catalisadores diferentes.
A velocidade de reacção depende, ainda, da quantidade e do estado de divisão do
catalisador utilizado.
Por vezes, as reacções químicas são catalisadas por um dos produtos da reacção
(autocatálise).
Com este trabalho pretende-se verificar o efeito de diferentes catalisadores sobre a
velocidade de decomposição do peróxido de hidrogénio.
Procedimento
• Coloque em cada um dos tubos (3) de ensaio 5 ml de peróxido de hidrogénio a 20
volumes.
• Numere os tubos de 1 a 3.
• Com uma espátula, adicione ao tubo 2 uma porção de dióxido de manganês em pó.
• Com uma espátula adicione ao tubo 3 uma porção igual de iodeto de potássio.
• Aproxime um fósforo incandescente da boca dos tubos (2) e (3).
Anexo 2 – Protocolos utilizados
114
Observações
Registe o que observar.
Identifique o gás libertado aproximando um fósforo incandescente.
Questionário
Escreva a equação química que traduz a decomposição do peróxido de hidrogénio.
Como é que se pode explicar a grande quantidade de espuma formada?
O que aconteceu ao iodeto de potássio e ao dióxido de manganês?
Anexo 2 – Protocolos utilizados
115
Actividade experimental C
Estudo do deslocamento do equilíbrio.
Carácter reversível das reacções químicas.
Objectivo: Aplicar o Principio de Le Chatêlier ao equilíbrio homogéneo [ião cromato
CrO42-/ ião dicromato Cr2O7
2- ].
Introdução
Com este trabalho pretende-se estudar qualitativamente o equilíbrio químico
homogéneo que se estabelece entre os iões CrO42-/ Cr2O7
2-. Se as concentrações das
espécies presentes no equilíbrio não variarem, as espécies consumidas num certo intervalo
de tempo são regeneradas no mesmo tempo, através da reacção inversa, porque as
velocidades das reacções directa e inversa são iguais. Uma vez estabelecido, este persiste
indefinidamente desde que o sistema não seja perturbado. Quando o sistema em equilíbrio
químico é submetido a qualquer perturbação exterior, o sistema evolui no sentido de
contrariar essa perturbação, de forma a restabelecer um novo estado de equilíbrio.
2 CrO42- + 2H+ ↔ Cr2O7
2- + H2O
Procedimento
• Coloque dois tubos no suporte e numere-os com 1 e 2.
• No tubo 1 coloque 2 ml de solução aquosa 0,10 mol dm-3 de cromato de potássio
K2CrO4.
• No tubo 2 coloque 2ml de solução aquosa 0,10 mol dm-3 de dicromato de potássio
K2Cr2O7.
• Registe as cores das soluções contidas nos tubos 1 e 2.
Anexo 2 – Protocolos utilizados
116
• Ao tubo 1 adicione, gota a gota, uma solução de ácido clorídrico (1 mol dm-3) até
verificar alteração de cor.
• Registe a alteração de cor observada.
• Ao tubo 2 adicione, gota a gota, uma solução de hidróxido de sódio (1 mol dm-3)
até verificar uma alteração de cor.
• Registe a alteração de cor.
• Ao tubo 1 adicione, gota a gota, uma solução de hidróxido de sódio (1 mol dm-3)
até verificar uma alteração de cor.
• Registe a alteração de cor.
• Ao tubo 2 adiciona, gota a gota, uma solução de ácido clorídrico (1 mol dm-3) até
verificar alteração de cor.
• Registe a alteração de cor.
Observações
• Identifica cada uma das soluções x e y obtidas na sequência das experiências
realizadas com o tubo 1.
H+ (aq) + CrO42- (aq) Solução X + HO- (aq) solução Y
• Proceda como anteriormente, mas em relação ao tubo 2.
Anexo 2 – Protocolos utilizados
117
HO- (aq) + Cr2O72- (aq) Solução W + H+ (aq) Solução Z
Questionário
Interprete as alterações de cor observadas, tendo em conta o equilíbrio
Cr2O72-(aq)/CrO4
2- (aq).
Enuncie o Princípio em que se baseou para a execução deste trabalho.
Anexo 2 – Protocolos utilizados
118
Actividade experimental D
Titulação ácido-base em solução aquosa
Objectivo: Determinar a concentração da solução aquosa de ácido clorídrico, por
reacção com uma solução aquosa de hidróxido de sódio de concentração
conhecida, envolvendo o uso de indicadores
Introdução
Da reacção de um ácido com uma base, em solução aquosa, resulta um sal e água.
Misturemos solução aquosa de HCl (ácido forte) e de NaOH (base forte) nas
quantidades traduzidas pela equação química.
HCl (aq) + NaOH (aq) → NaCl (aq) + H2O (l)
O ácido clorídrico em solução aquosa ioniza-se de forma completa em iões hidrónio
que lhe conferem o carácter ácido:
HCl + H2O → Cl- + H3O+
O hidróxido de sódio em solução aquosa dissocia-se de forma completa em iões
hidróxido que lhe conferem o carácter básico:
NaOH (aq) → Na+ (aq) + HO- (aq)
Misturando as duas soluções, os iões hidrónio e hidróxido encontram-se, formando
moléculas de água:
H3O+ + HO- → 2H2O
Anexo 2 – Protocolos utilizados
119
Quando ácido e base estão presentes nas proporções estequiométricas, isto é, de
modo que o número de iões hidrónio seja igual ao número de iões hidróxido, a solução
resultante da mistura não tem carácter ácido ou básico, mas sim neutro.
[H3O+] = [HO-] pH = 7 (25ºC)
Ficam em solução os iões Cl- e Na+ do sal NaCl.
. Uma reacção deste tipo denomina-se neutralização.
No laboratório, os químicos recorrem à neutralização em dois casos especiais, entre
outros:
• Preparação de sais.
• Determinação da concentração de uma solução.
Procedimento
• Enxague a bureta com a solução de hidróxido de sódio e, em seguida, encha-a com
a referida solução. Ajuste o nível da solução até zero.
• Passe a pipeta e o balão de erlenmeyer com água destilada.
• Deite no balão, com o auxílio da pipeta, 20 ml de ácido clorídrico e junte duas
gotas de fenolftaleína.
• Adicione gota a gota a solução de NaOH, agitando sempre o balão com
movimentos circulares até que a solução mude de cor.
• Registe o volume de NaOH gasto.
• Repita a titulação.
Anexo 2 – Protocolos utilizados
120
Observações
Registe no quadro os resultados obtidos e efectue os cálculos necessários de modo a
completá-los.
1º Ensaio
Soluções HCl de concentração
desconhecida
NaOH de concentração
0,20 mol dm-3
Volume inicial 20 ml -------
Volume gasto --------
Quantidade (mol)
Concentração ---------
2º Ensaio
Volume inicial 20 ml --------
Volume gasto --------
Quantidade (mol)
Concentração -------
Questionário
• Calcule o valor médio da concentração em mol dm-3, da solução de HCl.
• Se misturarmos 20 ml de solução de NaOH, de concentração 0,20 mol dm-3,
com 12 ml de solução HCl, de concentração 0,40 mol dm-3, a solução resultante
será neutra?
Anexo 3
Inquéritos
Anexo 3 – Inquéritos
122
Inquérito 1
1- Ano de escolaridade: _________ 2- Idade: _______
3- Sexo: F ٱ M ٱ
4- Utiliza o computador? sim ٱ não ٱ
5- Onde utiliza o computador?
Escola ٱ Casa ٱ Outro local ٱ 6- Quantas horas por semana utiliza o computador? _________________ 7- Com que finalidade usa o computador?
Lazer (jogos) ٱ Trabalhos da escola ٱ Outro ٱ qual ?______ 8- -Tem acesso à Internet? sim ٱ não ٱ 9- Com que finalidade recorre à Internet?
Lazer ٱ Pesquisa ٱ
Anexo 3 – Inquéritos
123
Inquérito 2
Data: ___________ Grupo:____ Actividade experimental :_________
Preencha o seguinte inquérito colocando uma cruz (X) na quadrícula correspondente à situação que melhor transcreve a tua opinião.
• Laboratório real
Nunca
Poucas vezes
Às vezes
Quase sempre
Manipulei, correctamente, reagentes e material de laboratório
Respeitei e apliquei regras de segurança
Executei as tarefas propostas
Pedi ajuda ao professor para executar as tarefas propostas
Analisei, criticamente, os resultados obtidos
• Laboratório virtual
Nunca
Poucas vezes
Às vezes
Quase sempre
Tive dificuldades na utilização do programa informático
Identifiquei e utilizei, correctamente, reagentes e material de laboratório
Executei as tarefas propostas
Pedi ajuda ao professor para executar as tarefas propostas
Anexo 3 – Inquéritos
124
• Laboratório virtual/laboratório real
Discordo
em absoluto
Discordo
Não tenho
opinião
Concordo
Concordo em
absoluto A utilização do programa “laboratório virtual” é motivadora
O recurso a este tipo de programa ajuda-me a compreender e a executar melhor as tarefas propostas
Este tipo de programa deveria ser utilizado como instrumento nas aulas experimentais
• Espaço reservado para as tuas sugestões e/ou comentários --------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------------------------------------------------------------------------
Anexo 4
Grelha de observação
Anexo 4 – Grelha de observação
126
Grelha de observação
Data: _____________ Grupo:______ Actividade experimental: ______
• LABORATÓRIO REAL Compreensão da tarefa proposta
Identificação do material e reagentes
Organização do trabalho de acordo com o tempo
Manuseamento do material e reagentes
Autonomia na execução
Dificuldades detectadas na execução da tarefa proposta
Resultados obtidos
Relação e aplicação de conhecimentos
Anexo 4 – Grelha de observação
127
• LABORATÓRIO VIRTUAL Relação aluno/software
Dificuldades no manuseamento do software
Compreensão da tarefa proposta
Identificação do material e dos reagentes
Colocação dos reagentes no respectivo material
Manuseamento do material
Autonomia na execução
Obtenção dos resultados da experiência
Expectativas dos alunos
Questões pertinentes levantadas pelos alunos
Anexo 5
Questões das fichas de avaliação conhecimentos
Anexo 5 – Questões dos testes de avaliação
129
Questões das fichas de avaliação de conhecimentos
Actividade experimental A
Um aluno pretendia preparar uma solução de cloreto de sódio 0,100 mol dm-3. Com
este intuito dissolveu 5,85g de cloreto de sódio em água destilada, perfazendo um volume total de solução de 500,0 ml. Depois de ter preparado a solução verificou os cálculos efectuados e apercebeu-se que se tinha enganado, pois a solução preparada não tinha a concentração pretendida. Sem desprezar a solução, conseguiu resolver o problema. Indica como teria esse aluno resolvido o problema.
Actividade experimental B
Quando se aquece clorato de potássio liberta-se oxigénio:
2 KClO3 (s) → 3 O2 (g)↑ + 2KCl (s) Admitindo que se quer averiguar se um determinado pó negro catalisa a reacção, diga
justificando qual das seguintes experiências se deveria realizar: a) Medir a velocidade a que se formaria O2 a partir de dada massa de KClO3
misturada com o pó e a velocidade a que se formaria sem mistura. b) Medir volumes de O2 produzidos ao aquecer diferentes massas de pó negro com
uma massa determinada de KClO3. c) Medir a velocidade a que se forma O2 quando se aquecem diferentes massas de
KClO3. d) Medir os volumes de O2 produzidos quando se aquecem diferentes massas de
KClO3 com uma massa fixa de pó negro.
Actividade experimental C
Pode escrever-se com tinta invisível usando, em vez de tinta corrente, uma solução
aquosa de cloreto de cobalto. O funcionamento deste processo resume-se a seguir. Em solução aquosa, o cloreto de cobalto forma uma espécie rosada:
CoCl2 + 6 H2O →← [ Co(H2O)6 ]Cl2
rosado ou incolor
em solução diluída
Anexo 5 – Questões dos testes de avaliação
130
A espécie formada torna-se azul, segundo a equação:
2 [ Co(H2O)6 ]Cl2 →← Co[CoCl4 ] + 12 H2O azul
Usando uma solução diluída de cloreto de cobalto, o resultado é quase invisível. No entanto, aquecendo um pouco o papel onde se escreveu, a tinta torna-se visível. Depois de arrefecer, volta a ser invisível.
Como explica a “visibilidade” e a “invisibilidade” da tinta quando se aquece ou arrefece o papel da escrita?
Actividade experimental D
Com o objectivo de determinar a concentração de uma dada solução de hidróxido de
sódio, um aluno procedeu da seguinte forma: a) Depois de a lavar, encheu uma bureta de 50,00 ml de solução aquosa de ácido
clorídrico 0,100 mol dm-3. b) Mediu, com uma proveta, 10 ml da solução de hidróxido de sódio a analisar,
transvazou-a para um erlenmeyer e adicionou 2 gotas de solução alcoólica de fenolftaleína.
c) Colocando o erlenmeyer com a solução de hidróxido de sódio sob a bureta, e agitando lentamente, adicionou o ácido gota a gota até que a solução no erlenmeyer ficou incolor. Mediu e registou o volume de ácido gasto: 12,50 ml
d) Repetiu 3 vezes os procedimentos descritos em a), b) e c), tendo obtido os seguintes valores:
11,90 ml; 12,60 ml; 12,40 ml;
1.1 Tendo em conta os valores obtidos, qual a concentração da solução de hidróxido
de sódio? Indique, justificando, se usou todos os valores. 1.2 Concorda com o uso da proveta para medir o volume de solução de hidróxido de
sódio? Justifique