contexto histórico do bairro do itaim bibi, sp - versão completa

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Avenida Horácio Lafer Itaim Bibi/SP Síntese

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Este breve Contexto Histórico do Bairro do Itaim Bibi, SP é um item componente do Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural do Terreno na Avenida Horácio Lafer.

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Page 1: Contexto Histórico do Bairro do Itaim Bibi, SP - Versão Completa

Avenida Horácio Lafer

Itaim Bibi/SP

Síntese

Page 2: Contexto Histórico do Bairro do Itaim Bibi, SP - Versão Completa

São Paulo e os Arredores

A ocupação colonial se deu a partir de 1560 através da

formação de vilas e aldeamentos jesuíticos. São

exemplos desse período a Vila de São Paulo de

Piratininga, formada a partir do colégio jesuítico, e os

aldeamentos na região de Carapicuíba, Embu, Barueri,

Pinheiros. Esses núcleos formaram um cinturão ao redor

da Vila de São Paulo servindo como proteção para a

região.

Muitos desses núcleos populacionais floresceram ao longo de

caminhos e estradas que ligavam a vila de São Paulo ao seu

entorno e a outros territórios da colônia. Antigas trilhas

indígenas, passagens em direção ao interior da colônia, e até

mesmo rios e córregos, serviram de base para a implantação

de uma malha intrincada de caminhos e rotas que convergiam

para a zona central da vila, na região do rio Tamanduateí.

Caminho para Sorocaba, o Caminho das Boiadas, o Caminho

para Santo Amaro, a Estrada do Araçá, Caminho para Santos,

entre outros.

CAMARGO, Paulo Fernando Bava. O Itaim Bibi já foi um porto. HISTÓRIA e-HISTÓRIA, 03 de maio de 2004, ISSN 1807-1783. Disponível em: http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=reportagens&ID=2#_ftn2

Disponível em: https://mapsengine.google.com/map/edit?hl=pt&mid=zrzs1tax68aE.kQP3IU1EwF_s

São Paulo e os

arredores

Surgimento e

povoamento

A casa

Bandeirista 1|8

Av. Horácio Lafer – Itaim Bibi -

São Paulo/SP

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Page 3: Contexto Histórico do Bairro do Itaim Bibi, SP - Versão Completa

São Paulo e os Arredores

Ao longo da década de 50

São Paulo viu sua população

ultrapassar a marca de 3,5

milhões de habitantes.

A partir de inícios do século

XX São Paulo passa a crescer

de forma acelerada tanto em

extensão como em

população, dilatando-se

radialmente para além de 15

quilômetros da zona central,

onde permaneceu contida

ao longo dos últimos 300anos.

Antigas chácaras ao redor do

núcleo histórico da cidade

foram loteadas e a área urbana

expandiu-se continuamente. Se

na última década do século

XIX, de 1890 a 1900, a

população da cidade havia

saltado de, aproximadamente,

65 mil para 240 mil habitantes,

em 1940 a cidade atingiu 1,3milhões de habitantes.

Com o contínuo crescimento da cidade foi necessário a

remodelação do sistema viário. Em 1937 a cidade recebeu

seu primeiro grande projeto urbanístico, o chamado Plano

de Avenidas. Em sua expansão territorial rumo à periferia os

principais rios, outrora importantes meio de circulação,

tornaram-se empecilhos. Muitos foram retificados, como o

rio Pinheiros e Tietê, outros canalizados e aterrados criando

assim, novos espaços a serem ocupados.

Área Urbanizada1930/1949

Expansão territorial de São Paulo. ArquivoPúblico do Estado de São Paulo

Expansão territorial de São Paulo. ArquivoPúblico do Estado de São Paulo

Expansão territorial de São Paulo, 1922. ArquivoPúblico do Estado de São Paulo

Mapa da expansão da área urbanizada daregião metropolitana de São Paulo, 2002/2003. [ Saiba + ]

São Paulo e os

arredores

Surgimento e

povoamento

A casa

Bandeirista

Av. Horácio Lafer – Itaim Bibi -

São Paulo/SP

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Page 4: Contexto Histórico do Bairro do Itaim Bibi, SP - Versão Completa

Surgimento e povoamento

Surgido entre as décadas de 1910 e 1920,

a extensa área onde hoje se encontra o

bairro, era passagem obrigatória para

aqueles que se dirigiam para Santo

Amaro, vindos do Centro e de Pinheiros.

Muitos anos antes das grandes avenidas

cortarem a região, já existiam estradas

que passavam por ali com a Estrada dasBoiadas e a Estrada para Santo Amaro.

O núcleo central de povoamento da região se

deu a partir da região conhecida como Sítio do

Itaim, no século XVIII. O local era uma

propriedade rural voltada à pecuária e à

plantação de produtos agrícolas. A Casa

bandeirista do Itaim Bibi foi a sede desse sítio.

Apesar de extensa, grande parte dessa região era

formada por várzeas que ficavam

frequentemente inundadas com as cheias dos rios

que passavam por ali. Entre eles podemos citar o

Ribeirão Uberaba e o Uberabinha, Córrego

Sapateiro, Córrego do Curtume, o Córrego das

Pedras e o Córrego Verde. Todos eles

desembocando no Rio Pinheiros.

Após sucessivos proprietários, em 1896, o sítio foi adquirido pelo

general José Vieira de Couto de Magalhães compreendendo a

área demarcada pelos Córregos Verde (nas proximidades do

Shopping Iguatemi, a norte), a Estrada de Santo Amaro até o

Córrego Uberabinha (próximo à atual Rua das Fiandeiras), e nos

fundos o Rio Pinheiros.

Distrito do Itaim Bibi. Prefeitura Municipal de São Paulo.http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/upload/pinheiros/arquivos/mapa_4_distrito_itaim_bibi.pdf

1921. Arquivo Público do Estado de São Paulo

Planta da cidade de São Paulo, Graccho da Gama, 1907. Arquivo Público do Estado de São Paulo

São Paulo e os

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Surgimento e

povoamento

A casa

Bandeirista

Av. Horácio Lafer – Itaim Bibi -

São Paulo/SP

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Surgimento e povoamento

Em 1907, Leopoldo Couto de Magalhães, irmão do general,

comprou as terras e fixou residência no local. Com sua morte, a área

foi loteada em pequenas chácaras e divididas entre seus herdeiros,

ao longo da década de 1910. O terreno referente à casa bandeirista

ficou com Leopoldo Couto de Magalhães Jr. Ao contrário do que

ocorreu na Aclimação e nos Jardins América e Europa onde o

loteamento foi feito por companhias estrangeiras, no ltaim ele foi

realizado pelos próprios proprietários que dividiram suas propriedades

sem nenhum plano urbanístico.

O sítio do Itaim, com sua sede no centro, ocupa grande parte das

terras do bairro. Antes do bairro ter um dos preços por metro quadrado

mais caros de São Paulo, ele foi ocupado por pequenos comerciantes,

homens de ofício, empregados do comércio e trabalhadores braçais

procurando terras baratas e um trabalho honesto.

Nos últimos anos, o bairro passou por um forte processo de verticalização. Isso se

deu após a canalização do Córrego do Sapateiro na década de 70, e o

surgimento da então Avenida Presidente Juscelino Kubitschek. Hoje o gabarito

do bairro é formado por algumas edificações remanescentes de um ou dois

pavimentos e por edifícios altos, tanto residenciais como de escritórios.LOPES, Helena de Q. F. & TOLEDO, Vera L. V. Itaim-Bibi. São Paulo: Departamento do Patrimônio Histórico, 1988.

Arruamento inicial do sítio do Itaim. 1922. Arquivo Público do Estado de São Paulo

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Surgimento e

povoamento

A casa

Bandeirista

Av. Horácio Lafer – Itaim Bibi -

São Paulo/SP

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A Casa BandeiristaDenominadas de Casas bandeiristas,

essas edificações apresentam

características construtivas semelhantes

como: planta baixa retangular; existência

de alpendres na parte frontal da casa;

uso da taipa de pilão para construção do

corpo principal, e do de pau-a-pique nas

divisórias internas; entre outros. –Veremos

mais sobre estas metodologias a seguir.

Datada de meados do século XVIII, a

casa bandeirista foi sede do Sítio do Itaim.

Até a década de 1910 serviu como

moradia e sede da propriedade. Entre

1918 e 1921 o local abrigou o Abrigo

Santa Maria. Após ser adquirida pelo

médico Brasílio Marcondes Machado, em

1922, o local abrigou no Sanatório Bela

Vista. Com o fim das atividades do

sanatório, no início da década de 1980, a

propriedade foi vendida.

Ao longo de sua trajetória, a edificação

sofreu diversas modificações em seu

interior e exterior para atender as

necessidades que surgiram com o tempo.

Algumas paredes, portas e janelas foram

suprimidas, assim como novas

edificações foram adicionadas ao corpo

da casa.

Devido a importância que o local

assumiu, o Condephaat e o Conpresp

decidiram pelo tombamento da casa.

Anos depois de seu tombamento a

edificação passou por um restauro. Após

estudos criteriosos, os restauradores

optaram por devolver ao prédio as

supostas feições que tinha quando foi

construída, no século XVIII. Por isso,

suprimiram todas as modificações feitas

na edificação ao longo dos anos.

Acréscimos feitos na casa bandeirista - SAIA, Helena. Casa Bandeirista do Itaim:proposta de restauro. Março de 1999.

Croquis -SAIA, Helena. Casa Bandeirista do Itaim: proposta de restauro. Março de 1999.

Croquis - SAIA, Helena. Casa Bandeirista do Itaim:proposta de restauro. Março de 1999.

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Surgimento e

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Bandeirista

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São Paulo/SP

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Page 7: Contexto Histórico do Bairro do Itaim Bibi, SP - Versão Completa

A Casa Bandeirista

Taipa e Pilão

Alicerce e parede de taipa de pilão

Pau a pique

Casa de Pau a pique

O pau a pique, também conhecido como taipa de mão, taipa de

sopapo ou taipa de sebe, é uma técnica construtiva que consiste

no entrelaçamento de madeiras verticais fixadas no solo, com vigas

horizontais, geralmente de bambu amarradas entre si por cipós,

dando origem a um grande painel perfurado. Depois de pronto,

esse painel é preenchido com barro.

A taipa de pilão é outra técnica construtiva

que consiste na utilização de barro prensado

na construção dos edifícios. O barro é

colocado em formas de madeira, chamados

taipais, e, posteriormente, é prensado com

um pilão. Após a secagem, o taipal é

desmontado e deslocado para a posição

vizinha e assim sucessivamente. Os taipais são

estruturados por tábuas e montantes de

madeira que são fixados por meio de cunhas,

em baixo, e um torniquete em cima. Suas

dimensões são de aproximadamente 1,0 m de

altura por 3,0 a 4,0 m lateralmente, e têm a

espessura final da parede, 0,6 m a 1 m.

COLIN, Sílvio. Técnicas construtivas do período colonial. Imphic – InstitutoHistórico. Disponível em: http://coisasdaarquitetura.wordpress.com/

http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2003-1/ecovilas/pau_a_pique.htm

http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2003-1/ecovilas/pau_a_pique.htm

São Paulo e os

arredores

Surgimento e

povoamento

A casa

Bandeirista

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Page 8: Contexto Histórico do Bairro do Itaim Bibi, SP - Versão Completa

A Casa Bandeirista

Em São Paulo, além da casa do Itaim, podemos

encontrar outros representantes das casas

bandeiristas como: a Casa do Butantã, Casa do

Tatuapé, Casa do Caxingui, Sítio do Capão, Sítio da

Ressaca, entre outros.

Casas Bandeirista da cidade de São Paulo

Casas Bandeiristas do Estado de São Paulo

MAYUMI, Lia. Taipa, canela preta e concreto: um estudo sobre a restauração de

casas bandeiristas em São Paulo. São Paulo: Tese de Doutorado, FAU-USP, 2005

MAYUMI, Lia. Taipa, canela preta e concreto: um estudo sobre a restauração decasas bandeiristas em São Paulo. São Paulo: Tese de Doutorado, FAU-USP, 2005

São Paulo e os

arredores

Surgimento e

povoamento

A casa

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A Casa Bandeirista do Itaim

Fotos de Nelson Kon. Disponível em: http://fotos.noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2013/04/06/conheca-o-projeto-de-restauro-da-casa-bandeirista-do-itaim-em-sao-paulo.htm#fotoNav=1

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arredores

Surgimento e

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A casa

Bandeirista

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Page 10: Contexto Histórico do Bairro do Itaim Bibi, SP - Versão Completa

Coordenação Geral

Dra. Erika M. Robrahn-González

Arqueóloga, Antropóloga e Historiadora

Dr. Paulo DeBlasis

Arqueólogo, Antropólogo e Historiador

Arquitetura, Restauração e Patrimônio Histórico Cultural

Ana Carolina Brugnera

Gestora de Arquitetura, Restauração e PHC

Arquiteta e Urbanista

Equeziel Barel

Historiador

Mestre em História da Arte, Patrimônio e Turismo Cultural

Daniele Meani

Graduanda em Arquitetura e Urbanismo

Acesse o conteúdo completo aqui.

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Coordenação Geral

Dra. Erika M. Robrahn-González

Arqueóloga, Antropóloga e Historiadora

Dr. Paulo DeBlasis

Arqueólogo, Antropólogo e Historiador

Arquitetura, Restauração e Patrimônio Histórico Cultural

Ana Carolina Brugnera

Gestora de Arquitetura, Restauração e PHC

Arquiteta e Urbanista

Equeziel Barel

Historiador

Mestre em História da Arte, Patrimônio e Turismo Cultural

Daniele Meani

Graduanda em Arquitetura e Urbanismo

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