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    Bernardino de Matos: hora de partir

    Marco Fontolan: A voz de um rio

    Marco Fontolan: A poesia

    Marco Fontolan: Haicais

    Luis Filipe: Retalhos de uma aldeia

    Luis Filipe: Mais uma esquina de rua

    Luis Filipe: Teu jeito

    Luis Filipe: Naturalidades

    Jos Geraldo Martinez: Voc linda

    Jos Geraldo Martinez: Iluso

    Jos Geraldo Martinez: D-me Senhor

    Merclia Rodrigues: Amante

    Merclia Rodrigues: Ainda o sonho

    Mrcia Possar - Arritmia

    Vera MussiOntem, tanta felicidade Carmo VasconcelosPudesse eu ser...

    Gui OlivaResponde corao

    Carmo VasconcelosO ltimo grito

    Vera MussiO toque de Deus

    Carmo VasconcelosFogo preso

    Jos Geraldo Martinez - Sbio

    Jos Geraldo MartinezMinha bandeirante

    Alceu Sebastio CostaO poeta, a tica e o fingimento

    Gui OlivaSou o mar

    Vera MussiNas mos de Deus

    Lda MelloO toque das mos (Prece de uma Reikiana)

    Vera MussiCoisas da vida, onde a morte jamais alcana

    Rose Mori - Procura Lda MelloMirante

    Alceu Sebastio CostaContemplando o Redentor

    Jenny LondooReencarnaes

    Armando RibeiroJaime les roses

    Lda Mello - Madrugada

    Alceu Sebastio CostaBem-Vinda Estao Outono

    Merclia Rodrigues - Outono

    Lda MelloEstao Alegria

    Isabel MachadoBenditos(Bons amigos (vulgo)

    Vera MussiDoce morrer a cada dia (reflexo)

    Lda MelloCantos da Alma

    Alceu Sebastio CostaA minha rosa amarela

    Carmo Vasconcelos - Amigo

    Eugnio de SCarta Potica

    Vera MussiEterno Amanhecer

    Lda MelloEu Sou

    Johayna Soares MerlinOs sons da cidade

    Manoel de BarrosO menino que carregava gua na peneira

    Manoel de BarrosColetnea escolhida9 (nove) poemas

    Sylvia CohinUm breve suspiro

    Eliane TriscaSonhos de ma

    Gui OlivaRegendo a vida

    Delasnieve Miranda Daspet de SouzaPoemas escolhidos

    Delasnieve Daspet - O suicida no quer se matar - quer matar a sua dor

    Lady Foppa (poeta goiana)Poeta peregrina Sylvia Cohin - Rastros

    Merclia RodriguesDoce Amor Alceu Sebastio CostaPimenteira Ornamental Sylvia CohinA qualquer preo

    Vera MussiResqucios dalma

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    Cleide CantonCanto sem lua

    Cleide CantonDeixa na paz os versos meus

    Dalva Algne LynchSeparao de bens

    Alberto Peyrano - Espada y corazn

    Vera MussiUm minuto

    Alfredo Cuerco BarreroFica proibido (Queda prohibido)

    Alceu Sebastio CostaQue pena!

    Ferdinando FernandesHino da indiferena

    Sylvia CohinVamos voar... Lda MelloSim, eu posso

    Suely NassifA dana das flores Suely NassifTua ausnciaPara Pedro Elias

    Sylvia CohinEsse dardo inserto

    Joo Coelho dos SantosNo importa

    Ferdinando FernandesPorta da saudade

    Suely NassifA meu pai (in memorian)

    Carmo VasconcelosRuma incerteza

    Alceu Sebastio CostaO refluir da primavera Alceu Sebastio CostaVnculos e Vibraes

    Carmo VasconcelosBailando com a chuva

    Alceu Sebastio CostaCidade de So Paulo461 anos25/01/2015

    Alceu Sebastio CostaHomenagem Dia Internacional da mulher8 de maro - 2015 Cleide Canton - Zorra

    Alceu Sebastio CostaEncantos da praa

    Gui OlivaFugindo me encontro

    Alceu Sebastio CostaMatizes enigmticos Alceu Sebastio CostaGenerosidade emplumada

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    HORA DE PARTIR!Bernard ino Matos

    Uns partindo, outros chegando, a vida em movimento,

    mas quando chega o momento,de a mala ir arrumando.a gente fica escutando,

    a cano de um lamento,que aoita o sentimento,encabresta aquele afeto,que aqueceu nosso teto,e deixa a alma chorando.

    A gente arruma as lembranas,deixa o adeus num cantinho,

    cuida pra que o carinho,to presente nas andanas,

    eivadas de esperanas,no se amasse com a tristeza,

    no amarrote a leveza,de um amor outrora infindo,,que aos poucos foi sumindo,

    no trotear das nuanas..

    A gente deixa um espao,onde se guarda a ternura,

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    bem longe da amargura,que deixa aquele mormao,

    que, o tempo, passo a passo,com sua sabedoria,

    com o dom de sua magia,,o amor vai restaurar,

    um amanh vai raiar,longe desse embarao.

    E depois de tudo pronto,resta somente a partida,

    uma triste despedida,onde no vale o confronto,

    d-se saudade um desconto,que se supunha sem fim,

    que no terminasse assim,mas se no h mais carinho,

    resta somente um caminho,sair sem bater o ponto.

    Se o amor verdadeiro,h uma nesga de ternura,

    no h ndoa de amargura,e a chama de um candeeiro,

    qual a vela de um veleiro,traz um clima de aconchego,

    e a rstia de um apego,mantm-se frgil e serena,o que torna mais amena,

    o acorde do violeiro.

    Fortaleza, 19/05/11

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    A voz de um rio

    Marco Fonto lan*

    Eu nasci numa fonteEscondida embaixo de rvores

    Frondosas e sombriasAo p de um morro

    Dentro de uma mata densaEscura e fria

    Sou este rio que correSou este rio que desce

    Sou este rio que avana

    Este rio que passa...Este rio que canta.

    Este rio que se alargacomo parte de um mundo

    falo a voz do tempono penso, no ouo

    No tenho respostas a darou perguntas a fazer

    Sou um rio, apenas

    um rio que correum rio que desce.;..

    Um rio,

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    que some entre a espessaMata virgem

    e depois reaparece!

    *Marco Antonio Benassi Fontolan formado em Direito na USP, ps-graduao em LiteraturaBrasileira na PUC e Mackensie. Nasceu na cidade de Santa Cruz do Rio Pardo, SP.Tem participado de vrias antologias, inclusive foi premiado numa antologia de contos, editadapela Fundao Cassiano Ricardo, de So Jos Campos.

    Obras publicadas: Viajante do Tempo (poemas) e Pedaos de vero e outras histrias(contos).

    Ttulo

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    A poesia

    Marco Fontolan

    A poesia est em tudoNos instantes do dia

    Na chuva que caiNa ventania.

    Em jardins inacessveisEm brejos lamacentos

    Em toda as coisas

    A poesia est no arA poesia est no marE mesmo que um dia.,

    Nem venha a ser mais escritaAinda assim, sempre existir.

    A poesia invisvel

    Ttulo

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    Haicais

    Marco Fonto lan

    Luzes na neblinada estrada que cruza a serra

    num dia de maio

    Colheita de frutosde um cajueiro em flor...

    - imagem tropical

    Dezembro chegandodias contagiantes, alegres

    - festas e presentes

    Dezembro chegando

    chuvas de vero, intensas- Natal se aproxima

    Cesta com vrias frutassobre a mesa da famlia

    - no final do ano

    Tempo de colheitade certas frutas tropicais,- caminho entre os ps

    Mangas caem pelo chonum dezembro radiante- muitas festas viro

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    No final do anofrutas, frutas... muitas frutas

    trabalho, colheita

    em uma esquinagrande ip, deslumbrante

    - embeleza tudo...

    Na mata fechadauma embaba surge...

    - folhas prateadas...

    a lua caminhasobre uma rodovia- onde tudo corre

    no jardim, um jasmim

    perfuma a noite no vero- intenso aroma...

    Maracuj em florl no meio do quintal

    - aroma e sabor

    Num canto do quintalmangas despencam do p

    - sobre o gramado

    canta o sabientre as rvores do quintal

    como antigamente.

    Ttulo

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    RETALHOS DE UMA ALDEIA

    Lu is d a Mota Fi l ipe*

    Aqui

    Onde o bom dia baila de boca em boca numa dana natural, as manhs brindam-nos coma pureza das gotas de orvalho.

    H cheiro a campos viosos e a perfumes que vivem nos estendais de roupa sempre quese encontram povoados.

    Os beirais acolhem sinfonias, anunciando a estao dos amores.

    O toque do sino na torre o orientador fiel para os que andam mimando as suas

    fazendas.

    Diariamente, em cada morada, fumegam iguarias saloias compondo buchas, merendas eceias.

    Postigos gastos so enfeitados com a brancura da arte rendilhada.

    O rossio, o mirante, a sociedade, o chafariz, o rio e o poo, so os padrinhos briosos dealgumas ruas e largos.

    Enquanto os ptios namoram com as travessas e os becos cobiam as ladeiras, bancosimprovisados, aquecidos pelo sol, servem de palco aos temas da vida alheia.

    Agosto ms de branquear casas e muros, para que possam combinar com a pureza dosjardins de f que se carregam aos ombros.

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    Neste canto saboreia-se a tranquilidade, respirando-se das marcas seculares.

    Nesta terra que beija o cu, os dias morrem mais depressa e as noites nascem maiscedo.

    Na aldeia, todos so primos e primas. Os sorrisos e as lgrimas so comunitrios,partilham-se dores e alegrias.

    No se fantasiam sentimentos. Tudo mais autntico e a vida brota ao sabor dosversos apinhados de rimas de verdades.

    *(Anos Montelavar Sintra - Portug al)

    In:g eoGRAFIA d o Silnc io, Edium Edi to res, 2010.

    Ttulo

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    MAIS UMA ESQUINA DE RUA

    Lu is d a Mota Fi l ipe*

    No palco turvado das madrugadas enganosas, o cenrio avesso cor da esperana.

    Naquela esquina de rua, passos de provocao abafam o medo.

    As bonecas trajam vestes enaltecendo os seus contornos,

    h movimentos ensaiados que adivinham a aco relmpago.

    Os pssaros surgem agrestes num cntico de devaneio,

    pousando impacientes seus venenos poluidores.

    H vestgios que o lquido mais puro no branqueia nem apaga.

    Quando as manhs surgem sombrias nos corpos exaustos,

    lacrimosos rios fluem pelo deserto.

    A sede de amar maior que a vergonha.

    S este desejo,

    vai suavizando o seu divrcio da felicidade.

    *(AnosMontelavarSintraPortugal)

    In geoGRAFIA do Silncio, Ed.Edium Editores, 2010.

    Ttulo

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    TEU JEITO

    Teu falar cativante,

    Teu cheiro agradvel,

    Teu olhar ternurento,

    Teu toque delicado,

    Teu abrao envolvente,

    Teu beijo doce,

    Teu amar encantador,

    Teu ser maravilhoso,

    Tua presena desejada

    ambicionada

    amada

    Lu is da Mota Fi l ipe

    (AnosMontelavarSintraPortugal)

    Ttulo

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    NATURALIDADES

    Meus versos so os gritos de esperanaPercorrendo um mundo de magia

    Frases que se embalam numa danaLembrando o valor da ecologia

    Rimas so natureza em alvoradaCores da vida mais bela e s

    Gotas de um orvalho chegadaDum dia que comea na manh

    Tantas palavras que eu inventoSo as inspiraes do momento

    Com as quais me apetece brincar

    Histrias mil, feitas ao ventoEntre alegria e o lamento

    Onde o ambiente eu vou amar

    Lu is da Mota Fi l ipe

    Ttulo

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    VOC LINDA!

    Jos Geraldo Martinez

    Tu s to linda senhora...No consegues enxergar?A doura que tens quando sorris,

    a meiguice que transborda em teu olhar...

    Tu s incrivelmente linda!Ainda que sem te arrumares...

    E nem te percebes, senhora,quando no espelho a te contemplares?

    Traos que mostram uma vida

    marcada de lutas vencidas?Os sonhos que eu te entrego no colo,

    que me foram de eterna guarida...

    Quando te vestes...Arrancas-me ainda arrepio!

    E teu cheiro de absinto...Apura-me o instinto esta loba no cio!

    Tuas mos quando me tocam...Meus pecados invocam, amada minha!

    E, ao teu gozo, entrego-te ao cu, mulher que amo...Com minha alma inteirinha!

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    No percebes a tua sensualidade?O poder que ainda tens nas mos?

    Quando me vs, ainda submisso a teus encantos,resignado e tal qual um co?

    No confias em ti?

    Na leveza que carregas no corao.Teu corpo, nem me lembro, esqueci...Vejo alm da carne que me entregas com paixo!

    Mulher, tu s linda!Tanto, tanto, tanto...

    A mim seja sempre bem-vinda, que o tempoainda

    no conseguiu roubar teu encanto!

    09/05/2011

    Ttulo

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    ILUSO....

    Jo sGerald o Marti nez

    Espera-me que no demoro!Sou uma iluso qualquer...

    Destas que no buscam um rosto ou colo,de quem na verdade as quiser!

    Desde que no me percam, um dia chego...Com vestes de sua imaginao!

    Por favor, no me cobrem realidade,sou apenas iluso!

    Deixarei meu rosto vocs esculpirem...E at meus lbios beijarem!Terei a cor dos olhos como quiserem,

    os cabelos como gostarem...

    Serei alto, baixo, mediano, no importa!Gordo, magro, careca...

    Um tipo que as agradam com certezae suas fantasias emprestam!

    Serei poeta, bombeiro, policial,

    um super heri...Um personagem casual

    que, no virtual, seu libido constri!

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    Levarei-as nos braos gentilmente...E danaremos o quanto desejarem!

    Cantaremos noite a dentro alegremente,melodias com lindos luares...

    Faremos amor a bel prazer,onde nossas mentes nos levarem!No carro, no mar, no rio, no banheiro...

    Em todos os lugares!

    Sou a fantasia amiga do(as) sonhadores...No me cobrem a realidade!

    Sou pueril, efmera...Tenho o corpo da irrealidade!

    Sou de alguns as lgrimas e

    de outros a saudade...Vento nas mos que me apertam,daqueles que buscam a verdade!

    12/5/2011

    Sou nada, sou tudo ao mesmo tempo...Sem mim? Morreriam os sonhos!

    ( Martinez)

    [email protected]

    Ttulo

    mailto:[email protected]:[email protected]
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    D-ME, SENHOR...

    Jo sGerald o Marti nez

    D-me, Senhor, uma mulhercuja f consiga transformar-me inteiramente!

    E que me faa levantar dos tombos e, com meus prprios ps, no aprendizado seguir emfrente.

    Uma mulher de Deus...Com resignao e sentimentos puros!

    Que eu farei com ela levantarem os ateus,incrdulos, ao Pai, to obscuros...

    D-me, Senhor, uma mulher bendita!Eu gritarei ao mundo teus ensinamentos e de

    minha f, tambm contrita...Levantarei os pecadores num s momento!D-me, Senhor, uma mulher de verdade,

    que as bainhas no tero mais espadas!Os conflitos estaro terminados,

    na fora viva desta mulher amada...D-me, Senhor, uma mulher Tua imagem e

    deste espelho serei cpia fiel!Quando nesta terra em pueril passagem

    possa nos receber ao teu lado, com glria ao cu...D-me, Senhor, uma mulher companheira,

    uma profeta poderosa!Serei capaz de enfrentar os canhes,

    tombar os soldados com buqus de rosas...Hei de edificar os teus santurios destrudos,

    o nosso mundo perdido!D-me, Senhor, uma mulher que eu ame o suficiente,

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    para me deixar mais perto de Ti.

    19/5/2011

    "Inspirado no belssimo texto de Oswald Chambers. "

    Leia o texto a seguir que o Poeta citou e se inspirou... belo demais....

    (colaborao da poeta Vera Mussi)

    "D-me um homem de Deus - um homem,Cuja f seja mestre de sua mente,

    E eu removerei todas as transgressesE abenoarei toda a humanidade.

    D-me um homem de Deus - um homem,Cuja lngua seja tocada com fogo do cu,

    E eu incendiarei os coraes mais impuros,Com grande determinao e desejos puros.D-me um homem de Deus - um homem,

    Um profeta poderoso do Senhor,E eu lhe darei paz na Terra,

    Conquistada com orao e no com espada.D-me um homem de Deus - um homem,

    fiel viso recebida,E eu edificarei seus santurios quebrados,E conduzirei as naes aos seus joelhos."

    (Oswald Chambers)

    Ttulo

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    AMANTE

    Merclia Rodrig ues

    Cubro meu pudor com teu abrao,em noite de sensatez to pouca!

    Encontro ainda calor no teu abrao...Sinto teus beijos atrevidos em minha boca.

    Meu corpo responde a teu carinho,no aconchego sedutor de teus cabelos.

    Deixo fluir a chama de mansinho,evoluindo no ardor de teus apelos!

    Loucos! Loucos de paixo em desatino!

    Param as horas... Silencia o mundo .Dois corpos enlaados no carinhoinebriados de prazer profundo.

    Somos um no vivido desvario.Abandono, ento todo pudor.

    Entrego-me completa, corpo em ciomeu ser que responde ao teu calor!

    Arranca de mim esta entrega!Nada sei, pois a paixo me cega.

    Toma-me o corpo que te quer...Neste momento sou amante, sou mulher!

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    Owner: Eme PaivaModeradoras: Anna Peralva, Marilda Ternura, Eliana (Shir)

    Midi: Aranjuez Mon AmourTube: Nikita e Site Laumidia

    Arte e formatao Marilda Ternura

    Merclia Rodrigues nasceu no ms de junho em Monte Alto (So Paulo).

    Sendo a pequenina de uma famlia de cinco filhos cresceu na vila, no campo. Rodeadapela simplicidade das pessoas e o carinho dos seus. Sonhadora, conheceu Jos casou ecom ele teve um casal de filhos.

    A menina ficou nas lembranas do passado... Nascia uma nova mulher, ave meprotegendo e educando as crias num ninho de amor e ternura.Atualmente reside em Araatuba. Licenciada em Portugus exerceu o magistrio poraproximadamente trinta anos. Hoje se dedica poesia almejando a ampliao cultural etroca de conhecimento entre amigos.

    Seus poetas preferidos: Drummond, Fernando Pessoa, Ceclia Meirelles e Ferreira Gullar.Merclia a essncia pura da poesia, tem o dom de fazer com a gente embarque em seusversos e voe ao encontro dos seus sonhos...

    Tal encontro s possvel pelo lirismo potico, pela sensibilidade exposta em seu estilosingular de poetar.

    Ela conhece profundamente as variaes e movimentos de cada palavra, pois escrevecom a alma!

    Anna Peralva

    Ttulo

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    AINDA O SONHO

    Merclia Rodrig ues

    Fujo de conflito e inutilidades.

    Teimosa sou com a vida e acreditono hoje pleno de possibilidades,

    num amanh abrindo portas, bendito!

    Abrao o tempo sem qualquer tristezae arrumo em sonhos a mala de viagem.

    Olho pra o futuro com a certezade levar esperana na bagagem.

    Se me veem como maluca? Beleza!Quero olhar at o universo com coragem

    e ter gratido pela sua grandeza!

    Sei que, no final de sonhos em viagem,haveremos de ver, com sutileza,

    os que puseram sonhos na bagagem!

    [email protected]

    Ttulo

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    Arritmia

    Mrc ia Possar*

    E foi assim, com um p na estrela.Foi querendo s-la

    que entreguei-me sua parecena.

    Deixei-me cintilar de seu brilho trepidante,para, quem sabe, ou at que pudesse,

    me ver volvel desse acaso,que foi dos meus acasoso maior e mais excedvel.

    Quis-me pautapara conter-te em d maior.

    Quis-me versos e odes.Quis-me leve, solta,para que, ainda que em preldio,

    pudesses ouvir-me dos teus acordes.

    Fiz-me brilho e calor,fiz-me msica e fiz-me musa

    para ouvir-te em declarao de amor!E ouvi teu canto... Meu encanto...

    Recanto de insensatez em noite de lua,onde me quiseste nua e eu... Quis-me tua!

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    Rua escura cheia de madrugadas,cheia de loucura,

    para sempre e inteira das tuas baladas.

    Chamadas...Foram as marcas da falta de ritmo

    daquela minha estrela louca.Centelha falta de mim,que me fazia cismar.Que me fazia pouca,para tanto desvairar,

    como se o que de anuncia em mim,no me fosse bastar.

    E foi assim que eu parti.Foi nessa trama,

    que o meu drama virou poesia.

    Foi nessa arritmiaque chamei e ainda chamo por ti...

    *****************************

    *Nasceu em Santo Andr (Grande ABC Paulista) - SP no dia 30 desetembro de 1957, atualmente mora na Cidade de Uberaba - MG.

    Ttulo

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    Ontem, tanta felicidade

    Vera Mus si

    Tudo muda em funo do passado,to recente !

    O inesperado, a cada dia,

    alavanca nossas escolhas do presenteRepleto de magia...

    O ontem no nos pertence a presena da "vontade ausente"

    nuvem passageira...transformando o momento em

    pensamento "sem eira nem beira..."

    O sentimento ignora( joga fora)

    as lembranas de outrora...Agora, a emoo estrangeira!

    Da razo, simples a consequnciaFala-se de um Amor - ominisciente!!

    Na cor azul da transparncia...O corao continua reluzente

    As escolhas entre o Eu e o Tu, imanentesrepelem o "Ns"- em contradio...

    Uma "vontade ausente" o fruto do adeus consciente,

    voz da iluso amante.

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    A divergncia entre o segredo e os fatos gritante!

    Vence o enredo dos boatos...Impertinentes!

    Foram sonhos inadimplentesVerdades incoerentes.

    Ontem, tanta felicidade!Hoje, nos caminhos distantes,

    morre a saudade de antes...

    "Bem que eu quis te ofertar meu destino, meu sonho,minha vida, e at mesmo esta efmera glriaque desperdio a cantar nos versos que componho...

    Nada quiseste...E assim, os sonhos que viviam,se ontem, puderam ser um comeo de histria,hoje, so dois caminhos que se distanciam..."

    J.G.de Araujo Jorge

    Ttulo

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    PUDESSE EU SER...

    Carmo Vasconcelos

    Pudesse eu ser...A concha onde abrigas

    prolas de palavras inteisO cofre onde ocultas

    jias de pensamentos caladosA nfora onde derramas

    cristais de lgrimas antigas

    Pudesse eu ser...Fasca e fogo

    na lenha hmida dos teus olhosSol e Lua

    na sombra difusa do teu corpoVerde e guana aridez do teu deserto

    Pudesse eu dizer...Perteno-te!

    ***(In "Geometrias Intemporais" - publicado em Maio/2000)

    Publicado no Recanto das Letras em 08/04/2005Cdigo do texto: T10392

    Ttulo

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    RESPONDE CORAO

    Gui Oliva

    Diga corao...responde neste curto espao,

    explique para mim, nesse entrelao do amoro que significa e o que se sente num abrao?

    mas no o disfarce em calor de amizade, por favor.

    bem verdade que, para bater,o amor tem de ser um grande amigo,

    mas ele s vezes pulsa um sofrer to dolorido,e nem sempre um amigo um amor antigo

    ento, diga corao sem mais demora,um abrao como um amasso prvio da massa?

    verdade que no seu descanso no cumpre hora,pois requisitado a embalar beijos, enquanto abraa?

    Confirme corao, se o amor continua a privilegiarentre os corpos, o enredo desse fio que no d n,

    quando os amantes sob os lenis vo se amare braos, pernas e sexos se realizam sendo um s.

    Conte para mim corao se os gemidos bradadosquando explodem chegam solitrios

    ou de um retesado abrao vm acompanhados?

    Finalmente corao me segrede agora, no cansao,aps o gozo final quando o silncio ronda os olhares, o at breve ou o adeus se faz, cada um vai embora

    ou permanecem por instantes, que parecem sculos,quentes e unidos em um novo e renovado abrao?

    concluo corao...tanta indagao s causa embarao!

    maro/2007

    www.vidaemcaminho.com.br

    Ttulo

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    O ltimo Grito!

    Carmo Vascon celos

    Hoje apetece-me gritar!

    O tempo j se vai fazendo curto para soltar os meus ecosLimitado para esvaziar tantos gestos recalcadosExguo para extravasar tanto amor

    Urgente para toda me entregarNo tentem sufocar-me, senhores!No mais calarei os meus ardores

    Direi "amo-te" a quem amo, direi "quero-te" a quem queroBeijarei a boca que me chama

    Enlaarei o corpo que me inflamaPreguem-me os letreiros que quiserem

    Apelidem-me de tonta, idiota, ridcula se preferirem

    Estou-me nas tintas!Recuso-me a vestir essa farpelaNo condiz com a gentica da minha pele

    J abortei muitos abraos, embalsamei o corpoDeixei morrer fome filhos-beijos

    Congelei cios e desejosE matei nascena inocentes palavras de amor

    Basta! Mais assassinatos, no!Pouco me importam os eptetos!

    Tenho as costas largas, um peito imensoDilatado de tantas emoes contidas

    No posso protelar tudo para outra encarnaoA minha alma est em fim de gestao

    Placenta a rebentar de nados-mortos. Sonhos que calei

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    Passos que no dei, amores que no viviCorre-me nas veias um rio de desafectos

    No me enjeitem os beijos, no me amarrem as mosNo me devolvam carcias

    No aceito devolues!Deitem no lixo se vos forem de sobra

    Haver sempre os subalimentados que cataro delciasNos contentores dos rejeitadosNo me impeam de gritar o amor

    Enquanto a matria vibre e tenha sangue e tenha vozPorque o amanh pode no passar de hojeE ser chegado o tempo de me levar de vs

    ***Janeiro/2007

    [email protected]

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    O Toque de DeusVera Muss i

    Reflexo

    "Quando as cordas de minha vida se afinarem,a cada toque Seu soar a msica do amor."

    Rabindranath Tagore, O Corao de Deus

    Caminhei pelas veredas de tantas verdades!Busquei Deus em todas as esquinas...

    Encantadas poesias, peregrinas,Foram escritas

    Na alegria do amor, sem rimas...

    Entre as das e vindas...

    Tantas portas abertas ao lu...Quantas graas recebidasMilagres do cu!

    Nas manhs frias de abrilA saudade febril

    Da felicidade espiritual!

    Meditei ... Meditei...Sobre as benos das dores

    Meditei...Presenciei...Um arco-ris de mil cores...

    Nas cordas deste corao...SoarA msica do Amor divino

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    Em sentimento...OuvirA voz do destino...

    O toque de Deus...ReinarSem julgamento!

    No mago da minh'alma

    H de restaurar a calmaE... Alm ....Muito alm...A Paz do Supremo Bem!

    Vera Mussi1de Julho / 2011

    http://www.veramussi.com.br/Poesias Especiais

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    FOGO-PRESOCarmo Vascon celos

    Tenho um poema atado na garganta,Como uma espinha aguda atravessada,Cingido ao fogo-preso que o no canta,

    Hirta a lngua, pla verve no largada.E a mgoa que bebi, por no ser pouca,

    Pela afronta, de fel envenenada,Traz ressaca de gelo minha boca,

    Pela amarga revolta no gritada.

    Porm, se ao rubro a mgoa se agiganta,Deitada ao gelo, breve desmanchada,E porque lisa a pena j no espanta.

    E liquefeito o mote, ento sustido,Corre a mgoa na verve deslaada,Vai-se a espinha, e o poema engolido!

    ***Lisboa/Portugal

    Set/13/2010

    ***http://carmovasconcelos.spaces.live.com

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    SBIO!

    Jo sGerald o Marti nez

    Hoje eu lhe entrego a minha alegria...

    Somente agora a descobri!Foram tantas buscas mundo afora,na iluso intil que nos devora e

    voc esteve sempre aqui...

    Hoje eu lhe entrego meu sorriso livre...Tal qual dos homens aliviados!

    Um abrao que em minha busca eu nunca tive,que me deixasse feliz e confortado...

    Hoje, este que corre com voc na chuva,

    o menino que habita em todo homem...Feliz simplesmente!Ainda que a vida o tivesse reservado tantas surras!

    Nada a estranhar quando se passados cinquenta, tudo se reinventa...

    So poucas as coisas que nos parecemabsurdas...

    Uma delas am-la s agora,quando o tempo to pequeno!

    que o amor este fato ignora,quando sublime, o sabemos...

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    Ah! Meu amor, se o mundomeu grito ouvisse:

    Feliz eu fui em minha juventudee lhe encontrando...

    Sbio eu fui em minha velhice!

    01/6/2011

    Ttulo

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    MINHA BANDEIRANTE!

    Jo sGerald o Marti nez

    Hoje sou todo entrega...

    O melhor de mim est a tua frente!Com os braos abertos minha alma te espera...Entra!

    E te apossas de tudo que nela tem...Das infinitas noites estelares,

    onde abrigam os mansos luares,com praias intocadas e maresjamais visitados por algum!

    toda tua...Com cu azul nas alturas,onde voam os mandarins...

    Com manhs completamente nuas,a mostrarem a dana dos jasmins!

    Entra!E te apossas de tudo:

    Deste amor sublime a te esperar,

    livre, solto e leve...Coberto de entrega somente

    a esta mulher que acabou de chegar!

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    Tem frutos pendidos nos ps

    dos infinitos pomares esparramados...Com relva fresca a nos banhar os ps,

    por caminhos serpenteados!

    Hoje sou todo entrega...Faze de mim o teu banquete,

    o teu caf matinal!Cobre-me com flores em ramalhetes,

    de meu corpo o teu quintal...

    Sou aquele que mais te amousobre esta msera terra!Onde a alma te entregou

    virgem, pura e bela...

    s minha bandeirante!Faze de minha alma teu recanto hospedeiro...

    Eterniza em ti este sublime instante,marcado por um amor d'antes,

    desbrava-me inteiro!

    12/6/2011

    " dentro de cada um que todas as perguntas so respondidas e todos os sonhos serealizam...

    Existe a uma luz que lhe mostra o caminho e quefaz acontecer o melhor."

    (A.D)

    Ttulo

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    O POETA, A TICA E O FINGIMENTO

    POETA ALCEU SEBASTIO COSTASo Paulo, 16 de janeiro de 2002

    Finjo que sou fingidor,Como o falso poeta

    Se faz arauto do amor.

    Assim, at oculto a dorDo cotidiano, da vida,

    Qual mscara colorida.

    Fazer poesia fingida,Por mero fingimento frio,Me fere, me constrange,Pois, da tica, ao arrepio.

    Se me chamam poeta,

    Apenas fingindo louvor, aval que me atestaSer poeta e fingidor.

    Se, por conta do original,Eu j nasci em pecado

    E, do amor, fui perdoado,Por fingimento culposo,

    Como seria eu onerado?

    Fingir que sou fingidor,

    Confesso, no me afeta,S quero manter in albisA minh`alma de poeta.

    Ttulo

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    SOU MARGui Oliva

    Sou como ele j cantado em poesia,selvagem, insubmisso,rebelde e calmo,brumas nesse vem e vai,voltas da vida

    e ondas que se desmancham em espumas.

    Sou seu mergulho fundo a recitar um salmo, margem tento encontrar os ps descalos,com fora bato nos costes e sigo no encalo

    das mars mansas,a encontrar quem beijo e salgo.

    Sou as guas espelho dos voejos de gaivotas,sou parte de um porto que espera ser seguro,e quero sempre ser um mar do amor que clamo,

    se insano lanar tempestade em minhas grotas,sou mar dos desenganos,no tempo escuroviro um oceano de perdas...um mar profano.

    Santos/SP 01/07/07Versos revisados em 2010

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    Nas mos de Deus

    Vera MussiReflexo

    Eu segurei muitas coisas em minhas mos, e perdi tudo;mas, tudo que eu coloquei nas mos de Deus, eu ainda possuo.

    Martin Luther King

    No passado conquistei afetos queridosDividi anseios amadurecidos

    Sonhei sonhos, j esquecidos...

    Tantos amores rejuvenescidosforam mantidos por tanto tempo...

    Segurei em minhas mos

    frgeis e pueris...Pensei ...Em horas inteis...

    Pensava...

    Pensava ter conservadoeternos os antigos valores...

    Grande aprendizadoDe todas as cores...

    Estavam todos em meu poder

    Eram todos passageiros,bem distantes do verdadeiro Ser!Em pleno viver terreno

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    Eternamente sereno...Sem qualquer compromisso

    Por isso...Perdi tudo!

    At o imenso "silncio"

    fez parte desse "tudo"que eu no conseguicolocar nas mos de Deus...

    No entendi o porqu!

    Mudei a rotina, mais uma vez!

    Aos poucos me convencide que somente

    a essncia purificada,colocada nas mos de Deus,

    tornar-se-ia a joia preciosa,lapidada por Ele,

    cujo brilho incomparvelhaveria de iluminar a vida

    de todos aqueles que se envolveramem minha vida,

    de valor inestimvel!

    Agora, tudo possuo!Nada mais desejo!

    Vera Mussi03.08.2011

    18:00 hs

    http://veramussi.com.br/

    Ttulo

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    O TOQUE DAS MOS

    (Prece de uma Reikiana)

    Lda Me llo

    Pai,sou parte de um todo,mergulhada na imensido csmica,

    no lugar em que preciso que eu esteja.

    Que eu permanea ao Teu servio,em comunho com todas as criaturas.

    Ilumina a minha mente e o meu esprito,para que eu trilhe os caminhos

    da serenidade e do discernimento.

    Purifica o meu coraopara que a energia que passe atravs dele,

    em direo s minhas mos,continue repleta do Teu Amor.

    Pai,abenoa as minhas mos

    para que elas sejam mensageirasda Tua Paz e do Teu Bem.

    Que elas sejam suaves e acolhedorasna distribuio dos Teus dons.

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    Que elas levem a luz da Tua harmonia

    aos seres por elas tocados.

    Que elas conduzam at meus irmosa Tua amorosa energia de cura.

    Que as minhas mos sejam instrumentosda manifestao do Teu infinito Amor.

    Assim seja!

    Arapiraca (AL) - Brasil

    Ttulo

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    Coisas da Vida...

    Onde a Morte jamais alcana!Vera Mussi

    21.08.2011

    Em momentos de esperana musicadaEntrego tudo nas mos do destino...

    Fao das horas...A meditao predestinada

    Tudo o que foi outroraSe repete nesse momento divino!

    Um amor que no morreRenasce a cada instante...

    Nos espaos siderais...Sempre cantante!

    O sonho...

    Nunca feneceDesde o amanhecer...De outra forma, acontece...

    Deseja sobreviver!

    Coisas da Vida... Bem vividaPensamentos...Espirituais

    Virtudes celestiaisSentimentos de esperana...

    Sublimando a Boa SorteOnde a Morte...

    Jamais alcana!****

    Ttulo

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    Procura

    Rose Mori

    Mergulhei fundo no passado

    procura do meu eu mais profundo,numa tentativa de resgatar

    os sonhos e as ilusesque a vida arrebatou...

    Procurei inutilmentePor minha auto confiana,

    Por meu amor prprioPor minha f perdida...

    Remexi lembranasno fundo da mente...

    vasculhei recordaesno imenso emaranhado

    de minhas emoese no encontrei nenhum vestgio

    do que sou hoje.A nica sombra que me acompanhou

    nesta jornada interior,foi a nossa histria

    que ainda hoje faz histriana insensatez de meu corao.

    Ttulo

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    MIRANTELda Mello

    Assento-me no topodo mirante do tempo.

    Meus sonhos foram barcosingrando o teu marde mars oscilantes.

    Sorvo o ar impregnadodo mistrio que existeno vaivm das ondas,entre o luar e a aurora

    dos teus caprichos.

    A esteira de espuma o que resta do teu barco

    rasgando as guas,no oceano insondvel

    dos teus desejos.

    Deixo que a brisa suaveque movia as minhas ilusesreconduza-me, mansamente,

    para as guas tranquilas

    do meu porto e remanso.

    Arapiraca (AL) Brasil

    Ttulo

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    CONTEMPLANDO O REDENTORA lceu Sebastio Costa

    Procuro entre as rvores o responsvel,

    O iluminado, o arquiteto amvel,Que me deu a viso e o objeto desejado,O prazer do tato mesmo sem t-lo tocado,Distribuiu as cores pelos campos e colinas,Fez do verde a esperana de quem sonha,

    ( De azul revestiu o firmamento )De branco Sua imagem no alto da montanha,

    Na moldura, contrastando com a mata,Tufos de algodo, nuvens alvas, cena rara,

    Privilegiado contemplo de perto esse quadro,No sei se choro, se rio, se estou mesmo acordado,

    De dia ou de noite, no importa a hora,Como o cuco, embora mudo, me ponho l fora,Na sacada, ergo os olhos, agradeo em orao

    Ser sensvel, poder captar tanta vibrao,Em sintonia com essa fora que emana l de cima,

    Fao versos retratando a aura desse clima,Ousado, peo inspirao para brind-Lo com rima.

    Prezada Amiga Michle,

    Encantado com suas fotos do Redentor, lembrei-me deste poema, que fiz h bastante tempo, inspirado na rplica, muito

    menor que o original, existente em Serra Negra-SP.Estava guardada para voc, no acha?Bjs.Alceu

    Ttulo

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    ReencarnaesJenn y Lond oo*

    "Eu venho desde ontem,do escuro passado e esquecido

    com as mos amarradas pelo tempo,e a boca selada das pocas remotas.

    Venho carregada das dores antigas,Guardadas por sculos,

    arrastando correntes longas e indestrutveis

    Eu venho da obscuridade,do poo do esquecimento,com o silncio nas costas,

    do medo ancestral que tem corrodo a minha almadesde o princpio dos tempos

    Venho de ser escrava por milnios,escrava de maneiras diferentes:

    submetida ao desejo de meu raptor na Prsia,escravizada na Grcia pelo poder romano,convertida em vestal nas terras do Egito,oferecida aos deuses em ritos milenares,

    vendida no desertoou avaliada como uma mercadoria

    Eu venho de ser apedrejada por adltera nas ruas de Jerusalm,

    por uma multido dos hipcritas,pecadores de todas as espcies,que clamavam aos cus pela minha punio

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    Tenho sido mutilada em muitos povospara privar o meu corpo dos prazeres

    e convertida em animal de cargatrabalhadora e parideira da espcie

    Tm-me violado sem limites,

    em todos os cantos do planeta,sem levarem em considerao a minha idade maduraou juventude , minha cor ou estatura

    Tive que servir ontem aos senhores,submeter-me aos seus desejos,

    entregar-me,doar-me, destruir-mepara esquecer-se de ser uma entre milhares.

    Fui cortes de um senhor em Castilha,Esposa de um marqus

    E concubina de um comerciante grego,Prostituta em Bombaim e nas FilipinasE esse tratamento foi sempre igual.

    De um e de outros sempre fui escrava,De um e de outros sempre fui dependente,

    menor de idade em todos os assuntos,Invisvel na Histria mais antiga

    e esquecida na Histria mais recenteNo tive a luz do alfabeto

    Durante muitos sculos,reguei com as minhas lgrimas a terraque devia cultivar desde a infncia.

    Tenho percorrido o mundo em milhares das vidasque me tm sido entregues uma a uma

    e tenho conhecido todos os homens do planeta:Os grandes, os pequenos, os bravos e cobardes,

    Os vis, os honestos, os bons e os terrveisMas quase todos levam a marca do tempo

    Uns manejam vidas como patres e senhores,Asfixiam, aprisionam e aniquilam

    Outros subjugam almas,comercializam com ideias

    assustam ou seduzemmanipulam ou oprimem

    Conheo-os a todos.Estive perto de uns e de outros

    Servindo cada dia,

    Recolhendo migalhas,Humilhando-me a cada passo,cumprindo o meu karma

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    Tenho percorrido todos os caminhos

    arranhando paredes, ensaiando silnciostratando de cumprir as ordens de ser

    como eles querem,mas no tenho conseguido

    Jamais foi permitido que eu escolhesseO rumo da minha vida.

    Tenho caminhado sempre em disjunoentre o ser santa ou prostitua

    Tenho conhecido o dio e os inquisidoresque em nome da santa madre igreja

    condenam o meu corpo ao seu servios infames chamas da fogueira.

    Tm-me chamado de mltiplas maneiras:Bruxa, louca, adivinha, pervertida, aliada de Sat,

    escrava da carne, sedutora ninfomanacaculpada de todos os males da Terra

    Mas segui vivendo,arando, colhendo, costurando, construindo,cozinhando, tecendo, curando, protegendo,parindo, criando, amamentando, cuidando

    e, sobretudo, amando

    Tenho povoado a Terra de senhores e escravos,de ricos e mendigos, de gnios e idiotas,mas todos tiveram o calor do meu ventre,

    meu sangue e seu alimentoe levaram com eles um pouco da minha vida

    Consegui sobreviver conquista brutal e sem piedadede Castilha nas terras da Amrica.

    Mas perdi meus deuses e a minha terrae meu ventre pariu gente mestia

    depois que o meu patro me tomou foraE neste continente mestio prossegui a minha existncia

    carregada de dores quotidiana negra e escrava .No meio da fazenda me vi obrigada

    A receber o patro quantas vezes ele quisesseSem poder expressar nenhuma queixa

    Depois fui costureira,camponesa , servente , agricultoraMe de muitos filhos miserveis,

    vendedora ambulante, curandeira,bab,cuidadora de velhos,artes de mos prodigiosas, tecel bordadeira,

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    operria, professora, secretria, enfermeira.

    Sempre servindo a todosconvertida em abelha ou semeadeira,

    fazendo as tarefas mais ingratas,moldada como uma jarra por mos alheias

    Vieram milhes de mulheres juntas escutar a minhas queixas.Falou-se de dores milenares,dos enormes grilhes que os sculos

    nos fizeram carregar nas costase formamos com todos os nossos lamentos

    um caudaloso rioque comeou a percorrer o Universo,

    afogando a injustia e os esquecimento

    O mundo ficou paralisado,os homens e mulheres no caminharam.

    Pararam as mquinas, os tornos,os grandes edifcios e as fbricas,

    ministrios e hotis, oficinas, hospitais,e lojas e lares e cozinhas

    Ns mulheres finalmente descobrimos:Somos to poderosas quanto eles

    E somos muito mais numerosas sobre a Terra!Mais que o silncio, mais que o sofrimento,Mais que a infncia e mais que a misria!

    Que este cntico ressoenas longnquas terras da Indochina

    nas clidas areias de frica,no Alasca e na Amrica Latina

    Proclamando a igualdade entre os gnerosPara construir um mundo solidrio

    -diferente, horizontal, sem poderes -a conjugar a ternura, a paz e a vidaa beber da cincia sem distino.

    A derrotar o dio e os preconceitos,O poder de uns poucos, as mesquinhas fronteiras,

    a amassar com as mos de ambos os sexos,o po da existncia ".

    *Este poema obteve o 1 premio em 1992 no concurso de poesia Gabriela Mistral, emQuito Equador. A autora, Jenny del Pilar Londoo Lpez, nasceu em 1952 emGuaiaquil no Equador. professora, sociloga, ativista na luta pelos direitos e igualdadeentre homens e mulheres.

    Ttulo

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    Jaime les rosesArm ando Ribei ro

    Jaime les roses pour leur lganceLeur sourire dans tes yeux

    Jaimeles roses pour leur fragranceEt pour ton sourire heureux

    Je ne voudrais ni couleur ni parfumCe quelles sont me suffit

    Et ce bonheur me convientComme le jour la nuit

    Et puis tant pis si elles blessentQuon puisse pleurer de chagrinQuand leurs pines on caresse

    On ne pense qua leur bien

    Et on senfuit peut-tre ailleursSeul lindiffrence nous blessurePuis le cur chagrin en pleureAu point de solitude on suture

    Mais je les aime pour leur beautPuis pour bien des mots et choses

    Mais surtout pour leur fragilitDe ntreque des roses

    Photo: Michle

    Ttulo

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    MADRUGADALda Mello

    Como falar da estrada percorrida,Se o nada chegada v do agora?

    Este cansao que esmaece a vida velho porto onde meu barco ancora.

    Te via em tudo, atravs do nada,Um sonho amado de cada momento.

    luz do sol, na noite enluarada,Presente estavas no meu pensamento.

    Distante vai o tempo em que a esperanaLuzia o corao e, na lembrana,Suave encanto, cuidado como a flor.

    S saudades so as fiis companhiasDas noites solitrias e vazias.

    O que restaram de um sonho de amor.

    Arapiraca (AL) - Brasil

    Ttulo

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    BEM-VINDA ESTAO OUTONOA lceu Sebastio Cos ta

    Outono,Horizonte clareando.

    No meu jardim,Pssaros e flores,Muita alegria para mim.

    Quaresma,Sexta da Paixo.Na roseira,Bela e faceira,A flor em boto.

    Feriado,Ao descanso guardado.Na hera sobre o porto,A passarinhada, engalanada,Solta o canto em orao.

    Natureza,Encanto e mistrio.No firmamento,Movem-se as nuvens em desalinho,Fustigadas pelo vento daninho.

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    Amizade,Paz e Amor.Na Poesia,Homens e pssaros, em harmonia,

    Unem suas preces ao canto da Ave Maria.

    Outono,Folhas mortas pelo cho.No calendrio,A paixo, a morte e a ressurreio,Cenrio outonal da Renovao.

    Ttulo

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    OUTONO

    Merclia Rodrig ues

    Sempre as estaes se repetem ...Vai-se a primavera florida .

    Os ventos ento se arrefecemHibernam-se a natureza e a vida .

    Assinalam as rvores em descanso,Deixam cair a folhagem no leito,

    tm a caule nu e desfeitoaquietam-se no sono em remanso .

    Da janela espio o tempo ...

    Perfeita a me natureza ,D-lhe na viglia um momento ..A ramagem toda em nudez

    aduba o solo em riquezadorme a vida esperando a vez !

    [email protected]

    Ttulo

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    Estao alegria!

    Autora: Lda Yara Motta Mello

    Esquece espinhos, h jardins floridos!Os tons da vida, festejando o amor!Sementes mortas geram coloridos

    Que, irreverentes, banham cada flor.

    Escuta do riacho o suave rumor,Qual melodia deleitando ouvidos.

    Esquece espinhos, h jardins floridos!

    Os tons da vida, festejando o amor!

    F renovada, males esquecidos,Entoa um hino, um canto de louvor,

    Um brinde vida, em tons agradecidos.Um novo tempo, doce e aquecedor.

    Esquece espinhos, h jardins floridos!

    Foto original: Maria Teresa Mathieu (Paris)

    Ttulo

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    BONS AMIGOS (vulgo)Ttulo: Benditos

    porIsabel Machado*

    Abenoados os que possuem amigos, os que os tm sem pedir.Porque amigo no se pede, no se compra, nem se vende.Amigo a gente sente!

    Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.Porque amigo no se cala, no questiona, nem se rende.Amigo a gente entende!

    Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.Porque amigo sofre e chora.Amigo no tem hora pra consolar!

    Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam arealidade.Porque amigo a direo.Amigo a base quando falta o cho!

    Benditos sejam todos os amigos de razes, verdadeiros.Porque amigos so herdeiros da real sagacidade.Ter amigos a melhor cumplicidade!

    H pessoas que choram por saber que as rosas tm espinho,H outras que sorriem por saber que os espinhos tm rosas!

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    *Isabel MachadoNota:

    a) Esta frase final no poema de Isabel Machado nada tem a ver com o estilo

    de Machado de Assis, procure ler: As Rosas/Crislidas

    b) vem sendo atribuda a Confcio: "There are people who cry knowing roses havethorns. Others smile because thorns have roses. (Confucius)e ao personagem de TomWilson o "Ziggy"

    NO CONSTA em: Obras Completas - Machado De AssisEditora Nova Aguilar

    "No amigo aquele que alardeia a amizade: traficante; a amizade sente-se,

    no se diz... (Machado de Assis)In: Joias do Pensamento BrasileiroEd. Tecnoprint S.Ap. 38

    Fonte: http://www.recantodasletras.com.br/

    Ttulo

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    Doce morrer em cada dia...Vera Mussi

    Reflexo

    "Quando aprendi todas as respostas da vida, mudaram as perguntas."

    Charles Chaplin

    Meditei, fechei os olhos e abri o corao...Quantas vezes pensei

    Ter alcanado a maturidade da sabedoria.Nunca imaginei que teria algo mais a aprender.

    Segui em frente ...Sem receios nem recusasPara continuar a viver intensamente

    Doce morrer em cada dia...To somente!

    Conhecidas as "respostas da vida"Novas propostas!

    Das utopias a vencerTantas mais ...a conhecer...

    Em meio a tantas iluses, todas juntas,... "mudaram as perguntas"

    Renascidas as alegriasMudaram as fantasias...

    Na estranha fuga da emoo tardiaDoce morrer em cada noite vazia...

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    A cada momento...A felicidade exigia mais conhecimento

    O pensamento seguia atento!Foi preciso responder quelas perguntasEm cada escolha havia vida, muita vidaDoce morrer em cada histria vivida...

    Em busca de tanto sentimento, em ao,Nada foi em vo...

    - Havia retribuio de um corao encantadoMero sonho, ainda no sonhado...

    Raro sentimento guardadoUm afeto enamorado

    De repente, somente para sobreviver,Um amor inusitado!

    Doce morrer em cada sonho apaixonadoSublime aprendizado!

    Enquanto desejarmos viverO eterno bem querer

    Seremos o que almejamos serPara algum...Suave alegria...

    Num instante... deveras amante- Doce morrer em cada dia...

    To somente!

    Vera Mussi28.05.2012

    Fotos de imagem: Michle Christine Praa da Liberdade/BH/MG

    Ttulo

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    Cantos da Alma

    Lda Mello

    Os versos tornam reais as iluses,

    em sutil confronto s mgoas vividas.

    Abrandam as dores das desiluses,Transformam em rimas as lgrimas contidas.

    Canto dorido, s vezes de saudade,

    Versos voejam ao sabor da iluso,

    O pensamento, em cumplicidade,

    Constri seu mundo, lava o corao.

    Navega em guas onde a dor se esvai,Lavando a alma em quimeras distantes,

    Invade trilhas e caminhando vai

    Cobrindo os rasgos das mgoas de antes.

    Arapiraca (AL) - Brasil

    Ttulo

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    A M INHA ROSA AMARELAAlceu Sebastio Costa

    Pela janela, contemplo a rosa amarela.Meu Deus, que criatura mais bela!

    At a borboleta faz reverncia para ela!

    Acariciada pela leve corrente do vento,Que lhe imprime delicado movimento,

    No meu jardim, prima-dona do momento.

    Obrigado, Senhor, por esta oportunidade

    De poder estar prximo de tal preciosidade,Rastro de seduo no caminho da felicidade.

    Na verdade, amo flores de todas as cores,Assim como poeto com rimas multicoloridas,Pois o Criador no nos concebeu pecadores,Tampouco detratores de nossas prprias vidas.

    Aquela bela rosa amarela, que olho com admirao,

    Amanh pode estar murcha, ptalas pelo cho,Mas a imagem presente que guardo no corao.Fevereiro/ 2009

    Ttulo

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    "Amigo quem te d um pedao de cho,quando de terra firme que precisas;

    Ou um pedacinho de cu,

    se o sonho que te faz falta... "

    (Marcelo Batalha)

    AMIGOCarmo Vasconcelos

    Amigo, as minhas mos so tuas,

    Cavalgam no luar das tuas luas,

    Aquecem no sol que te bafeja...

    Navegam no mar das tuas mgoas,

    Remam contigo por mars e frguas,Unem-se para orar a Deus que te proteja.

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    E o meu maior desejo estar contigo,

    s tu que me ds consolo e abrigo,

    Quando dos meus olhos corre o choro...Que me aconchegas suave no teu peito,

    Se de tristeza e amor insatisfeito,

    Sofro... E na tristeza me demoro.

    Por isso te dou as minhas mos,

    Faamos a viagem como irmos,De mos dadas nas pedras do caminho...

    E quando a nossa mente desnorteia,

    Que seja o meu amor tua candeia,

    Que seja a minha luz o teu carinho!

    ***Lisboa/Portugal

    http://carmovasconcelos.spaces.live.com

    Ttulo

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    CARTA POTICA

    Eugnio de S

    A ti, mulher, que a tua vida abristePra consolares estalma amargurada,

    A ti, que no meu peito j dormisteE ali te sentes calma e sossegada;

    A ti, amante querida e desvelada

    Que me velas o sono de poetaE cuidas que na asctica morada

    Residam as memrias mais provectas;

    A ti, que me deslumbras os recantos Onde a poesia em meu ser se esparsa,

    Quero dizer que me nutres de encantos;

    Com a tua ternura os males me apartasQue dutros horizontes so quebrantosVolatizados no amor com que me fartas

    Ttulo

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    Eterno AmanhecerVera Muss i

    Nesse belo amanhecer

    Dei voltas ao meu serE descobri como viverA ltima recordao...

    Sem revoltas nem paixo!

    Este corao, to amado,Herdou do lindo passadoA solido, sem desejos,

    Todas lembranasDemoradas esperanas

    Encantadas poesias,

    Tantas alegrias!

    E...Sob o olhar de um dia felizOusou amar novamente,

    Replantar a nova raizSinceramente...

    E com razo,Deu vida emoo

    Decidiu... Ouvir o coraoSimplesmente...

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    O futuro,Quando vier a ser vivido

    Tudo ser bem-vindoEnquanto amor houverNo eterno amanhecer!

    Vera Mussi20.07.2012

    ____________________________________________________"Nossa vida uma sequncia de eventos

    e no um desenrolar de desejos..."Luiz Felipe Pond

    Ttulo

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    EU SOULda Mello

    Eu sou o que sou.Hoje, o que no fui onteme o que no serei amanh.

    Um ser mutanteem contnua viagempelas avenidas do tempo,no roteiro das descobertas,buscando, em cada agora,as respostas que sinalizem

    para o que vim e para onde irei.

    Eu soua obra inacabada

    burilando, continuamente,os traos que a completem.

    A luz e a sombra,

    o acre e o doceo osis e o deserto,o ser e o no sero erro e o acerto,a causa e o efeito

    das minhas escolhas.

    Eu souo sentimento que arrisco,

    a emoo que me permito,a palavra que profiro,o silncio que guardo,a idia que transmito,

    o pensamento comprometidocom a histria que escrevo.

    Arapiraca (AL) - Brasil

    Ttulo

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    OS SONS DA CIDADEJohayna Soares Merlin

    Rudos me embalam ao anoitecer.

    Outros me chamam, antes do amanhecer.Sons coloridos, doloridos,

    de uma cidade perdida beira do desertoe invadida pela areia em cada nesga do seu ser!

    Ao longe, o trnsito reclama, se zanga, grita e buzina!Mais perto sussurra o vento,

    levantando das palmeiras os trepidantes braos,e derrubando tmaras que se espalham, gemendo,

    entre pedras duras como ao!

    A voz do Imn onipresente, convoca, imperiosa,a cada dia, quase a cada hora, seus fiis prece.

    Mantos e tnicas obedecem e se prostram, louvando seu profeta!Gritos ecoam, cidade afora e ns,

    Que para eles no passamos de impuros infiis, fora de ouvi-los, nos vemos obrigados a pensar

    num deus que no o nosso, e a pedir perdo pelos pecados de outros!

    O mar, em sua verde pureza, violado por frgeis barcas coloridas,e protesta, em repetidos brados, a tortura das criaturas

    que aos milhares so extirpados de seu bojoe deixam, nas guas agitadas, a essncia de uma vida abandonada!

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    Rebanhos atravessam o corao da cidade,e seus balidos tristes anunciam o desejo de estar longe, e livres,

    perdidos no verde dos campos, e no empurradosnessa mistura seca e incongruente, de asfalto, conchas e areia ardente!

    Gemidos indecifrveis expressam sua angstia, cortando a noite,

    e toda a dor de infantes ou felinos maltratados e famintos neles se refletee em pedaos se quebra provocando em mim estilhaos de dor,face derrota de saber no poder amenizar a pena,e diminuir o sofrimento daqueles que ouo gemer!

    Enquanto esses mltiplos rudos se recortam,maltratando uma cidade dolorida, que no ousa esperar,

    a lua se esconde e grita, aflita,pela cidade que no se sabe se maldita ou bendita!

    Nouakchott, Maio 2012

    Ttulo

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    O Menino Que Carregava gua Na Peneira

    Manoel de Barros *

    Tenho um livro sobre guas e meninos.Gostei mais de um menino

    que carregava gua na peneira.

    A me disse que carregar gua na peneiraera o mesmo que roubar um vento e sair

    correndo com ele para mostrar aos irmos.

    A me disse que era o mesmo quecatar espinhos na gua

    O mesmo que criar peixes no bolso.

    O menino era ligado em despropsitos.Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.

    A me reparou que o meninogostava mais do vazio

    do que do cheio.Falava que os vazios so maiores

    e at infinitos.

    Com o tempo aquele meninoque era cismado e esquisito

    porque gostava de carregar gua na peneira

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    Com o tempo descobriu que escrever seria

    o mesmo que carregar gua na peneira.

    No escrever o menino viu

    que era capaz de sernovia, monge ou mendigoao mesmo tempo.

    O menino aprendeu a usar as palavras.Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.

    E comeou a fazer peraltagens.

    Foi capaz de interromper o voo de um pssarobotando ponto final na frase.

    Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.

    O menino fazia prodgios.At fez uma pedra dar flor!

    A me reparava o menino com ternura.

    A me falou:Meu filho voc vai ser poeta.

    Voc vai carregar gua na peneira a vida toda.

    Voc vai encher osvazios com as suas

    peraltagense algumas pessoas

    vo te amar por seusdespropsitos.

    *Manoel Wenceslau Leite de Barros nasceu em Cuiab (MT) no dia 19 dedezembro de 1916. Atualmente mora em Campo Grande (MS). advogado,fazendeiro e poeta.

    Ttulo

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    Manoel de Barro s

    COLETNEA ESCOLHIDA Nove poemas

    VentoManoel de Barros, em Poemas Rupestres

    Se a gente jogar uma pedra no ventoEle nem olha para trs.Se a gente atacar o vento com enxadaEle nem sai sangue da bunda.Ele no di nada.Vento no tem tripa.Se a gente enfiar uma faca no vento

    Ele nem faz ui.A gente estudou no Colgio que vento o ar em movimento.E que o ar em movimento vento.Eu quis uma vez implantar um costelano vento.A costela no parava nem.Hoje eu tasquei uma pedra no organismodo vento.Depois me ensinaram que vento no temorganismo.Fiquei estudado.

    http://palavrassimpaticas.wordpress.com/2010/07/11/vento/http://palavrassimpaticas.wordpress.com/2010/07/11/vento/http://palavrassimpaticas.wordpress.com/2010/07/11/vento/
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    No asproManoel de Barros, em Poemas Rupestres

    Queria a palavra sem alamares, sem

    chatilenas, sem suspensrios, semtalabartes, sem paramentos, sem diademas,sem ademanes, sem colarinho.Eu queria a palavra limpa de solene.Limpa de soberba, limpa de melenas.Eu queria ficar mais porcaria nas palavras.Eu no queria colher nenhum pendo com elas.Queria ser apenas relativo de guas.Queria ser admirado pelos pssaros.Eu queria sempre a palavra no spero dela

    .

    A maior riqueza do homem a sua incompl...

    Manoel de Barros

    A maior riqueza do homem a sua incompletude.Nesse ponto sou abastado.Palavras que me aceitam comosou - eu no aceito.No aguento ser apenas umsujeito que abreportas, que puxa vlvulas,que olha o relgio, que

    compra po s 6 horas da tarde,que vai l fora,que aponta lpis,que v a uva etc. etc.PerdoaiMas eu preciso ser Outros.Eu penso renovar o homemusando borboletas.

    http://palavrassimpaticas.wordpress.com/2010/07/05/no-aspro/http://palavrassimpaticas.wordpress.com/2010/07/05/no-aspro/http://pensador.uol.com.br/autor/manoel_de_barros/http://pensador.uol.com.br/autor/manoel_de_barros/http://pensador.uol.com.br/autor/manoel_de_barros/http://palavrassimpaticas.wordpress.com/2010/07/05/no-aspro/
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    Experimentando a manh dos galosManoel de Barros

    ... poesias, a poesia

    - como a bocados ventosna harpa

    nuvema comer na rvorevazia quedesfolha a noite

    raz entrandoem orvalhos...

    floresta que ocultaquem aparececomo quem faladesaparece na boca

    cigarra que estoura ocrepsculoque a contm

    o beijo dos rios

    aberto nos camposespalmando em lacresos pssaros

    - e livrecomo um rumonem desconfiado...

    http://pensador.uol.com.br/autor/manoel_de_barros/http://pensador.uol.com.br/autor/manoel_de_barros/
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    Poesias rupestresManoel de Barros

    Um passarinho pediu a meu irmo para ser sua rvore.Meu irmo aceitou de ser a rvore daquele passarinho.No estgio de ser essa rvore, meu irmo aprendeu de

    sol, de cu e de lua mais do que na escola.

    No estgio de ser rvore meu irmo aprendeu para santomais do que os padres lhes ensinavam no internato.Aprendeu com a natureza o perfume de Deusseu olho no estgio de ser rvore aprendeu melhor o azul.E descobriu que uma casa vazia de cigarra esquecidano tronco das rvores s serve pra poesia.

    No estgio de ser rvore meu irmo descobriu que as rvores so vaidosas.Que justamente aquela rvore na qual meu irmo se transformara,envaidecia-se quando era nomeada para o entardecer dos pssarose tinha cimes da brancura que os lrios deixavam nos brejos.

    Meu irmo agradecia a Deus aquela permanncia em rvoreporque fez amizade com muitas borboletas."

    O copoManoel de Barros, em Poemas Rupestres

    Estava o jacar na beira do brejotomando um copo de sol.Foi o meninoE tascou um pedraNo olho do jacar.O bicho soltou trs urros

    E quebrou o silncio do lugar.Os cacos do silncio ficaram espalhadosna praia.O copo de sol no rachou nem.

    http://pensador.uol.com.br/autor/manoel_de_barros/http://pensador.uol.com.br/autor/manoel_de_barros/http://palavrassimpaticas.wordpress.com/2010/07/05/o-copo/http://palavrassimpaticas.wordpress.com/2010/07/05/o-copo/http://pensador.uol.com.br/autor/manoel_de_barros/
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    Poesias rupestresManoel de Barros

    Queria a palavra sem alamares, semchatilenas, sem suspensrios, sem

    talabartes, sem paramentos, sem diademas,sem ademanes, sem colarinho.Eu queria a palavra limpa de solene.Limpa de soberba, limpa de melenas.Eu queria ficar mais porcaria nas palavras.Eu no queria colher nenhum pendo com elas.Queria ser apenas relativo de guas.Queria ser admirado pelos pssaros.Eu queria sempre a palavra no spero dela.

    Cano do ver5Manoel de Barros, em Poemas Rupestres

    E com o seu olhar furado de nascentesO menino podia ver at a cor das vogais -como o poeta Rimbaud viu.Contou que viu a tarde latejar de andorinhas.

    E viu a gara pousada na solido de uma pedra.E viu outro lagarto que lambia o lado azul dosilncio.

    Manoel de Barro s

    Escrever nem uma coisaNem outra -

    A fim de dizer todas -Ou, pelo menos, nenhumas.

    Assim,Ao poeta faz bemDesexplicar -Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes.

    Ttulo

    http://palavrassimpaticas.wordpress.com/2010/07/11/cancao-do-ver-5/http://palavrassimpaticas.wordpress.com/2010/07/11/cancao-do-ver-5/http://palavrassimpaticas.wordpress.com/2010/07/11/cancao-do-ver-5/http://palavrassimpaticas.wordpress.com/2010/07/11/cancao-do-ver-5/http://pensador.uol.com.br/autor/manoel_de_barros/http://pensador.uol.com.br/autor/manoel_de_barros/http://palavrassimpaticas.wordpress.com/2010/07/11/cancao-do-ver-5/
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    Um breve sus piroSylv ia Cohin

    To sbio o Tempo que no se repete,guarda consigo o ciclo dos encantos

    que de vividos,fazem-se tantos,sem que com isso a alma se aquiete.

    que no peito h sempre bem guardadoalgum amor que j se fez passado

    e de to forte,mesmo embaado,

    mantm-se vivo at depois da morte.

    To sbio o Tempo, no lhe d ouvido.

    Caminha alheio, to despercebidoque sem aparte,

    sem alarido, mero palco, onde destarte,

    Tudo apenas um breve suspirodum Tempo que ofegante, eu transpiro.

    E no importase descortino

    quanto fugaz, e sigo, quase absorta,enquanto o Tempo escreve meu destino.

    Brasil, 17 de maio de 2010http://chavedapoesia.blogspot.com

    Ttulo

    http://chavedapoesia.blogspot.com/http://chavedapoesia.blogspot.com/
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    Sonhos de MaEliane Trisk a

    Na madrugada dos Noturnos de ChopinValsando nas esferas uterinas,

    Cintilncias so meus sonhos de ma,Reentrncias, minhas formas femininas.

    Me embriago ... o pulsar da lamparinaQue balana este fogo colorido.

    Se penetras meu recato de meninaMe enlao nos teus braos, onde fico!

    Misturando, a esse amor todas as ervasQue, noite nos transporta com seu cheiro.Meus desejos que atendes, sem reservas,So meus beijos no teu corpo por inteiro.

    Nessa noite em que a brisa faz, calada,Nossos versos de amor em combusto,Quando beijo, tua alma apaixonada;Se tu beijas, o meu prprio corao.

    Do Livro *Os tempos e sua voz*

    Canoas, /RS - BRASIL

    Ttulo

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    Regendo a Vida

    Gui Oliva

    Isso... faz assim... no sonata,no adota s o requinte da pausa,

    do silncio...troca pela cadncia alegre e leve,

    pela semibreve dessa pauta.

    Aproveita um minuto do minuetoe, em alegro sostenutorege,dessa relao, um staccato,

    conta, canta, toca e dana as horas,comemora... o tempo emerge.

    Apressa o compasso quaternrio.Presto!... logo o adiante e no discorde,

    s com plcida aparente harmoniano se faz melodia imortal.

    Segue num allegrosaltitante e radiante,

    j entusiasmado com o desfechonum molto vivace... brilhante,

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    mas no se adiante,falta ainda do tempo um resqucio

    quem sabe... para um retornoa um incio abissal.

    Toma a batuta ao seu alvedrio,sai perseguindo um sereno adgioe logo mais um espressivo andante

    mas logo retoma o ponteio ascensional.

    Agora apenas uns segundosem allegrovibrante

    no seja prudente...Vivacissimamentes resta ento... pomposo... o acorde final!

    Santos 28/09/06

    www.vidaemcaminho.com.br

    Ttulo

    http://www.vidaemcaminho.com.br/http://www.vidaemcaminho.com.br/
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    Poemas escolhidos

    Delasnieve Miranda Daspet de Souza*

    Melhor quebrar o espelho ...

    H sempre um seno.Um porqu.

    Um talvez, ou um quem sabe.Pode-se ser qualquer coisapara desvendar a guerra,

    furar a ferida,e no h remdio que cure!

    mais fcil culpar os outrospela nossa infelicidade

    e desesperana.O outro nosso algoz ... sempre!

    difcil saber-se menos .... Menos qualquer coisa.

    a nossa imperfeioque nos cria dor e raiva ....

    Duro admitir o erro,melhor quebrar o espelho!

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    H tanta beleza!

    A beleza da existnciaEsta na dinmica da vida...

    como o rio que, embora no mesmo lugar,Nunca o mesmo!

    Renova-se a cada segundo,Caminhando ao infinito!

    A beleza da existnciaEstno voodas gaivotas e

    No pousar suave nas praias...A marca dos passos nareia

    Permanecerat a prxima onda.

    H tanta beleza no mundo...

    H tanta beleza no vento que leva a folha...H tanta beleza na chuva que cai,Na flor que se abre pela manh,No sol que nasce todos os dias,

    No luar que ilumina a noite escura,No dia que chega e que se vai.

    H tanta beleza na mo estendidaQue acolhe e que doa,

    Na solidariedade que abraa irmos...

    H tanta beleza na vidaQue meu corao parece que vai explodir

    De tanta gratido!DD-junho-09

    Tigre

    Enfrento um tigre que todos os dias.

    Acorda comigo...Tenho de domar sua ferocidade

    E viver de maneira saudvel.

    Competir todos os dias, todas as horas,Em todos os campos,

    Faz a angustia nascer em ns.Como reagir a insegurana

    E ao medo que nos atordoa?

    Abrao-me ao meu medoEnvolvo-me com minhas inseguranas

    Encaro-os com coragem,

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    Solto o corpo rijo,Abandono os sofrimentos,

    Sinto a dor at o fim...Vou ao encontro da liberdade!

    DD _Campo Grande-MS 21.-05.10

    Ser Mulher...

    Tudo mulher!Um sopro de vida.

    Um sorriso.Um barco sem rumo.O texto e o contexto.O nexo e o conexo.

    Andar na chuvaDeixando que a gua

    Molhe a alma eCaindo dos olhos

    Faa a folha brotar( em nova vida ) procura do sol,Assim a mulher!

    Modificando-se a cada segundo.

    Adaptando-se conforme a estao,Florindo, dando frutos,Caindo como folha seca

    no outono da vida, a mulher!

    No fcil se mulher,Viver beira do precipcio

    Com tantas imposiesCondicionada a sentir,

    Carregando na moO traado do contradito,Os mistrios sem razes

    dos sonhos que no cabemNo seu oceano interior!

    Ser mulher carregar o mundo no ventre,O corao nos lbios,

    A saudade n'alma,E na metade que mundo conhece

    A grandeza invisvel da metade que no se v!29-12-2001 - 02,00 hsCampo Grande MS

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    Verdades

    Roubo do hoje a foraFazendo nascer o amanh.

    Da janela acompanho com olharAs nuvens do cu.

    De novo a sombra sinistraTolda tristemente meus sonhos.

    Tua imagem me acompanhaPor todos os lugares por onde ando.

    E em todos os momentos a tua presena que espantaAs brumas do desconhecido.

    No fao perguntas.Tenho medo das respostas que j sei.

    Liberta do invlucro fsico

    Devolverei a matria ao p de que fora feito.Vivi meus trs caminhos na terra.

    Purgatrio. Inferno. Cu.Tudo de acordo com meus projetos,

    Minhas atitudes,Procurando no reincidir nos mesmos erros.

    Agora - vago e esperoEntre podos e flagelosO ressurgir da verdade.16,20 hs - 09-04-2002

    Campo Grande MS

    A cada nascer do sol

    A cada nascer do solEspero que em seus raios nasam

    O fim das desigualdades, das dores, dos sofrimentos.

    A cada nascer do solEspero que os sonhos das pessoas

    Se fortaleam, nasam e cresam e seFaam presentes, sempre.

    A cada nascer do solAcalento um sonho fugaz de igualdade.

    Pois sei que a letra mortaE que a palavra vida.

    A cada nascer do solSei que o mundo, para mim, fica menor,

    Que, no meu horrio, j se faz tarde,E que a passos lentos caminho,

    O caminhar final...

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    A cada nascer do sol me questiono:

    Aonde quero chegar?Onde quero ir?

    Quando v, no viu, no chegou, nem saiu...

    A cada nascer do sol me respondo,Porque, embora embace e trapaceie, sei a resposta,

    Que, do caminho que busco, encontroTodos os sinais no percurso...

    A cada nascer do solEst, dentro de mim, a certeza

    Dos indicativos para chegar com segurana...

    A cada nascer de sol me cabe decidir.

    Discernir com sabedoria e equilbrioCada passo a seguir.

    A cada nascer do solSei que tenho de caminhar,

    Sei que tenho de decidir,Sei que tenho de buscar,Sei que tenho de fazer,

    Sei que tenho de conhecer!_____________________

    31-05-05Campo Grande MS

    *Advogada e ativista das causas da Paz, Sociais, Humanas, Ambientais e Culturais DelasnieveMiranda Daspet de Souza sul-mato-grossense de Porto Murtinho, onde nasceu e cresceu emmeio a exuberante natureza que o Pantanal do Mato Grosso do Sul, Brasil, residindo em CampoGrande-MS. Casada, tem dois filhos. poeta. Ativista da Biopoesia. Cronista, ensasta, palestrante,

    professora, educadora, faz trabalho social com menores carentes, pertence e representa vriasassociaes e academias literrias e culturais nacionais e internacionais.

    Ttulo

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    O suicida no quer se matar - quer matar a sua dor.- Elegia ao Povo Guarani -

    Delasnieve Daspet*

    Trago, hoje, meu canto triste, doloroso, de luto, de mgoa,Num sentimento que me corta a alma...Nnias para quem no entendeu que no existem mais fronteiras,

    que tudo acontece numa frao de segundo e reverbera por todo o universo.

    Uma grande mquina, desumana, caminha entre os homens,mata os indefesos de fome, de frio, de falta de dignidade,

    de vergonha, por usurpao de direitos.

    Ao contemplar a realidade vemos que a eternidade apenas uma palavra obscura...

    E o Guarani-Kaiowa agoniza,Sangra, e entrega seu sangue pela terra!

    Quantos assassinatos cometemos em nome da justia?Porque cada ndio que morre deixa em nossas mos

    o sangue de seu cruel e covarde assassinato!

    Decretem nossa extino e nos enterrem aqui

    Brada o bravo guerreiro guarani-kaiowa,ainda dentro de sua terra usurpada e ocupada

    Um processo de invasoNum longo caminho de opresso

    Para no se reconhecer o direito coletivoDo povo indgena.

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    Pedimos ao Governo e Justia Federal para no decretar a ordem de despejo/

    expulso, mas decretar nossa morte coletiva e enterrar ns todos aqui.Pedimos, de uma vez por todas, para decretar nossa extino

    dizimao total, alm de enviar vrios tratores para cavar um grande buracopara jogar e enterrar nossos corpos. Este o nosso pedido aos juzes federais

    O direito vida no pode seSubordinar ao direito da propriedade,A vitima fatal quase sempre o ndio,

    Morte consentida!

    Recuso-me a ser cmplice deste genocdio...Os ndios e os brancos so iguais em muitas maneiras,

    Foi um s criador que fez todos os humanos,Bebem das mesmas guas, corpo e esprito dos

    Mesmos oceanos!

    Recuso-me a ser cmplice de mais este assassinato...Se somos diferentes, diferentes, tambm, so os

    Pssaros em suas cores, nos seus cantos, nos seus modos.Somos distintos - temos as nossas lnguas, nossos sonhos,

    Nossas cores e compresso diferente...

    Recuso-me a compactuar com esta violncia...Os ndios preservaram e nos entregaram a ns e aos

    nossos filhos a herana da criao.Ocupamos a sua terra me.

    Terra que eles cuidaram ciclos aps ciclos...E que agora, afirmam "No terem e nem tero perspectiva de vida digna

    e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui

    Antes que tudo desaparea da face da terravamos parar e ouvir o canto da criao

    com a mente e o corao...Como podemos entender o desespero de uma deciso de morte coletiva?

    Como aceitar que algum vai morrer por ao ou omisso nossa?

    Parem. Pensem. Cheirem este ar puro que ainda resta... ouam as montanhas ela chora de dor,Ouam os riossuas lgrimas morrem nas ranhaduras da terra seca...oua o gemido da rvore que se contorce no fogo e na serra...

    Ouam... o esprito da terra esta coberto de cicatrizes e clama pela prudncia do homem...

    Sintam a me terra e pensem um pouco nestes irmos diferentes...Pensem nos quantos que j desapareceram para sempre...

    Vamos reconhecer esses irmos que chamam a sabedoria milenar de sua genteE nos respondem a cada violncia com prudncia e um pedido de paz...

    Enquanto o Guarani-Kaiow agoniza, seu corpo, seu sangue, sua sina

    de extermnio silencioso, numa desvalia extrema, aauto-imolao a ltima forma de ainda sobreviver.

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    Pensem, sintam... todos ns olhamos o mesmo cu,

    o mesmo sol, a mesma lua e compartilhamos as cores dos quatro ventosNo podemos conden-los a vagar e vagar sem rumo e sem destino...

    Estamos falando de gente, o que houve - o que h com a Constituio Cidad?

    Lembremos que j andamos por todos os lugares, por todos os caminhos,O horizonte sempre se esconde na terra, e,O suicida no quer se matar - quer matar a sua dor,Pachamama est encharcada com o sangue guarani

    Co ivi oguereco iara" - "Esta terra tem dono!Assim falou nhanderu Nsio Gomes, agora,

    vento que anda pelas trilhas deixadas pela ausncia...

    DD_DelasnieveDaspet -Campo GrandeMS25.10.12

    *Delasnieve Daspet - advogada e ativista das causas da Paz, Sociais, Humanas, Ambientais eCulturais, Conselheira Estadual de Cultura,

    Embaixadora Universal da Paz, preside a Associao Internacional Poetas Del Mundo, e, Poeta,essencialmente.

    Duo Almada Ovelar - Nde Mbaera Che Reseda ( Para voce minha flor - guarani)

    Uma indicao da poeta e amiga:

    Abraos fraternos

    Vera Mussi

    "Pensem, sintam... todos ns olhamos o mesmo cu,o mesmo sol, a mesma lua e compartilhamos as cores dos quatro ventosNo podemos conden-los a vagar e vagar sem rumo e sem destino...Estamos falando de gente, o que houve - o que h com a Constituio Cidad?" Delasnieve Daspet

    Ttulo

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    POETA PEREGRINALady Foppa Poeta Goiana

    Onde est o amor que acreditei seria para sempre?Do que feito os meus delicados sonhos e devaneios?

    Tudo acabou... O barco do amor est solto, a deriva.E minha alma sem rumo, da dor j no se esquiva...

    Meus caminhos se perderam alhures, em outras plagas.

    O contorno dos meus passos j no fixa sobre a terra!As runas no previram nenhum tropeo na estradaNem o destino alertou-me reveses em minha saga!

    Onde estaro os outonos perfumados a dois vividos?E as folhas esmaecidas sobre as quais eu caminhei...

    O vento frio do desengano levou-me as quimerasAs mentes dos meus versos e todas as primaveras!

    J no mais persigo a trilha que leva ao horizonteE desisti das surpresas que as curvas ocultavam...O cu cinzento nenhuma luz ao meu olhar revela

    E o arco ris desapareceu da vista da janela...

    J no visualizo as setas que segui com alegria...E a certeza que chegaria ao recanto de ser feliz

    O que fiz para meu canto se transformar em pranto?E porque tive que aprender sobre desencanto?

    No queria um visto pra onde o sofrimento nasceNem uma bssola que apontasse um norte infeliz...Bastava-me ser em seu cu uma estrela pequeninaE ser na terra to somente sua poeta peregrina...

    Foto de Lady Foppa feita no Caminho de Santiago

    Espanha, outono de [email protected]

    Ttulo

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    RASTROSSylvia Cohin

    A vida mar de sargao

    - De seu embalo sei eu Se no levou, devolveu...

    O caminho que perfaoColhendo o que o tempo deu,Em fel ou mel se estendeu...

    S sei que por onde passoNasce ou morre um sonho meuQue o velho tempo escreveu...

    uma queda-de-brao:A vida ou eu, quem venceu? a pergunta que fao.

    Sylvia CohinBrasil, 06.01.2013

    Ttulo

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    DOCE AMOR...

    Boa noite, doce amor! O sonho aguardaesta hora em que sou eu mesma pra viv-lo.

    ...E ento, as estrelas no retardam

    para poder eu, melhor, compreend-lo!

    Brilham os sis, astros, em cu de festae a luz da rua se apaga calmamente,

    com rstia esplendorosa, numa fresta,ilumino meu sonho persistente!

    V? Crio asas, corto espao, aparo arestaungindo-me do perfume existente,

    na nuvem brumosa que me empresta!

    noite, meu amor! A fantasia consistente,d-me asas e, de cometa em oferta,

    veste os sonhos de estrela incandescente!

    Merclia [email protected]

    Ttulo

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    PIMENTEIRA ORNAMENTAL

    Meu jardim, em Serra Negra, pequeno e limitado em espcies de flores,

    Mas me empolga versejar debruado sobre o vio divino das suas cores.

    Assim, j poetei inmeros versos inspirados nesse apndice da Me Natureza,Parte do meu pequeno osis, singelo recanto de paz num cenrio de rara beleza.

    Cantei o charme instigante da Rosa Amarela, dentre outras tantas a mais bela;Exaltei os pendores do Prncipe Negro, lindo ao sol, fazendo singular par com ela.

    Desta feita, reservo minhas loas para a viosa e multicor Pimenteira Ornamental,Que tenta ser discreta, porm no escapa aos olhos do poeta, ps trduo de carnaval.

    A lceu Sebas tio Cos taSERRA NEGRA, 17 de fevereiro de 2013

    Fot o de Alc eu Sebastio Costa

    Ttulo

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    A QUALQUER PREO

    S por hoje, resistirei tentao de me sentir

    deprimida e no terei pena de mim.S por hoje, aceitarei sem questionar o que fuie o que sou, sem me martirizar.

    S por hoje, e por ti, que quero saber feliz,farei de minha vida uma festa!

    S por hoje, e valendo a Eternidade, beberei Alegria.S por hoje, deixarei escapar a criana que mora

    em mim e brincarei com ela sem parar.

    S por hoje, vou me liberar, rir de minhas fantasiase farei inveja mais linda Colombina...

    S por hoje, mostrarei a magia do sorrisomascarando minha face.

    S por hoje, no permitirei nada que altere o meu humor,darei aos contratempos o valor que mereceme encontrarei graa em tudo minha volta!

    S por hoje, no sentirei falta de nada... nem da saudade...

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    S por hoje, no admitirei pensamentos negativos

    e serei apenas serenidade.S por hoje, esquecerei lgrimas sombrias,

    e medos tolos...

    S por hoje, viverei por toda a vida!

    E porque te amo hoje, decreto que no mais haverOntem ou Amanh,

    e Hoje quero ser feliz a qualquer preo!

    SYLVIA COHIN(Porto - Pt)

    Ttulo

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    Resqucios d'almaVera Mussi

    31.07.2008

    Resqucios d'almaem pleno sonho

    ouve-se o gemidode um corao aguerrido

    Toda a calma...Nada mais suponho!

    Da inspirao ao martrio...Profunda meditao...

    Em sacrifcio!nico prazer d'almaDivina revelao !

    Mero suplciotranscende o real...

    Em orao, para sobreviver...Silente, vai vencer!Encontra no astralo sonho cristalizadoPrestes a morrer...

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    Nas sombras...Descansa a emoo amante,

    por vezes abandonadapela razo agonizante.

    Nos escombros...Pressente novo caminho

    Difuso, incipiente...Da quimera irrealizada

    Restou o ninho...Eternizado!

    Ttulo

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    CANTO SEM LUACleide Canton

    Onde ests, minha amiga e companheira?Em que vo do infinito tu te escondese meus gritos em ecos no respondes por detrs dessa nuvem passageira?

    Onde ests? Faz-me falta a luz prateada!Faz-me falta um ouvido ao meu clamor

    que deixavas todinho ao meu disporqualquer fosse o desdm da madrugada.

    Debruaste o teu rosto pra no verminhas asas partidas pelo vento,os meus sonhos jogados, ao relento,esperando um eterno amanhecer...

    Onde ests? Quo perdida fico entoao sabor deste sal que no tem fim, ao calor deste sol que mata em mim

    a sede que habitou um corao.

    Foi-se toda a manh to perfumada,

    pelas rosas, por cravos, por jasmins...Foi-se o canto dos poucos serafinsque sumiram tambm da minha estrada.

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    101/143

    J nem chove nas terras que arejei e as plantinhas ao longo feneceram.Os matizes das cores se perderam...

    Que ser das sementes que plantei?!

    So Carlos, 09 de junho de 201308:50 horas

    Ttulo

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    DEIXE NA PAZ OS VERSOS MEUSCleide Canton

    Deixe na paz os versos meuscontados, cantados,

    simples ou rebuscados,tortos, enviesados,

    lineares ou quadriculados.

    No dizem sempre o que sintomas dizem daquilo que penso

    sem fugir do consenso.No exploram verves alheiasnem expresses cuspideiras.

    Passeiam no claro da lua

    sem buscar do sol o dourado.Caminham soltoscom preceitos sem preconceitos

    e sem noo de pecado.

    minh'alma que cantaas iluses que ainda sonho,

    os desejos que abraoe embalo no meu regao.So palavras que encaixo

    na magia de mil compassos

    da melodia que eu mesma trao.

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    103/143

    Meus versos vestidosde luto ou de festa

    percorrem caminhos quaisquerou se debruam nas sombras do nada.

    Mas so versos paridossem luta e sem dor

    que pedem, que implorampor um pouco de amor.

    So Carlos, 05/08/201315:20 horas

    Ttulo

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    104/143

    Separao de bensDalva Agne Lynch

    VOC FICA COM A RAZO.Eu fico com os dias ensandecidos

    Com o vento nos seus cabelosCom o canto final do solNo dourado da sua pele.

    VOC FICA COM A VERDADE.Eu fico com os raios da luaCom os sussurros sem nexoOs beijos loucos, dementesCom a obsesso dos corpos.

    VOC FICA COM O DIREITO.Eu fico com as horas de gozo

    Com o rudo das folhas das rvoresCom seus dedos tecendo anseios

    Na brancura do meu corpo.

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    105/143

    VOC FICA COM O QUE CERTO.

    Eu fico com a incertezaCom a beleza do instante sem continuidade

    Com o momento perdido entre as horasCom a eternidade perdida no momento.

    Voc fica, meu amor.EU SIGO.

    (Poema premiado com medalha de prata em concurso na Inglaterra)

    Ttulo

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    106/143

    ESPADA Y CORAZN

    Alberto Peyrano*

    Quierotomar del sol toda su esencia de una vez,

    robar la luna de sus sbanas de ail,juntar estrellas de esmeralda y de marfil,y derramarlas sobre tu piel.

    Quieroponer los versos que me inspiras en tu voz,

    mojar con lgrimas de alondra mi pincel,pasar tus rasgos al cantar de mi cincel,

    y darte vida con mi pasin.

    Quieropedirle al fuego su misterio y su pasin,

    sembrar mis venas con sus lenguas carmes,or del tiempo sus lecciones de vivir,

    y darte en versos mi gran amor.

    Quierotomar del aire la vital respiracin,

    llenar tu odo con palabras hecha luz.

    Voy a acercar ese horizonte tan azulabriendo rumbos hacia tu amor.

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    107/143

    Quiero

    con este verso ser un rezo en tu oracin,slo una nota de tu mgica cancin.

    Quiero en tu aliento

    permanecer.

    Erestodas las cosas tan soadas a la vez,eres la roca para mi ola de emocin.

    T eres la espada,yo el corazn.

    * psicanalista, terapeuta floral, astrlogo, professor, cantor de tango e letrista, poeta. Nasceu em Peyrano,Santa Fe, Argentina, em 14 de junho de 1945.

    Ttulo

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    108/143

    Dedico a todos aqueles que acreditamhaver "um minuto de felicidade"...

    para ser vivido duranteo passar