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Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 1
CONTEÚDOS
Pagina
Acrónimos 3
Prefácio 4
Análise da Situação Socioeconómica e Demográfica de Sao Tomé de Principe 5-6
I Introdução 7
II Metodologia 8
III AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA ANUAL 9-25
Morbilidade 9-23
Distribuição mensal de casos de paludismo 2012- 2016 9
Limiar epidémico de paludismo em 2016 9
Consultas por todas as causas e por paludismo 10
Testes realizados e testes positivos 11-12
Distribuição de casos por unidade centro de registo e de notificação 13
Distribuição de casos por grupo de paciente (< 5 e > de 5 anos e grávidas) 13
Distribuição de casos por sexo 14
Distribuição de casos por distrito de proveniência 14
Localidades mais afectadas pelo paludismo 14-17
Taxa de incidência 18-19
Taxa de positividade 20
Semanas Epidemiológicas - 1 a 52 2016 21
Internamentos por paludismo registados em STP no ano 2016 22-23
Mortalidade 24
Prontitude e completude dos relatórios 25
IV AVALIAÇÃO OPERACIONAL 26-53
Prevenção e Luta Anti-Vectorial 26-32
MILDA 26
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PID 27-28
Entomologia 29-30
TPI 31-32
Manejo de casos 33-37
Diagnóstico de paludismo 33-35
a) Testes de paludismo 33-34
Microscopia/Lâminas 33
TDR 34
b) Controle de qualidade das lâminas 34-35
Tratamento do paludismo 36-37
a) Tratamento do paludismo não complicado 36
b) Tratamento do paludismo grave 36
c) Medicamentos Distribuídos em longo do ano 2016 37
IEC/CMC 38
Formação 39
Supervisão 40
Inquéritos/Estudos 41
Detecção/Busca Activa de paludismo 41
Avaliações do programa e elaboração de um novo PEN 42-44
Reuniões de coordenação 45
Orçamento Parceiros de implementação 45-47
Forças, fraquezas, recomendações, lições aprendidas e orientações estratégicas 47-48
Forças 47-48
Fraquezas 49
Recomendações 50-51
Lições tiradas 52
Orientações estratégicas 52-53
V CONSIDERAÇÕES FINAIS 54-55
ANEXOS 56-59
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ACRONIMO
AG - Água Grande
CAP - Conhecimentos Atitudes e Práticas
CMC – Comunicação para mudança de comportamento
CNE - Centro Nacional de Endemias
CNES- Centro Nacional de Educação Sanitária
CU - Caué
CT- Cantangalo
DS- Distrito Sanitário
Ef- Examinado feminino
Em- Examinado masculino
FG - Fundo Global
FNM - Fundo Nacional de Medicamentos
HAM - Hospital Doutor Aires de Menezes
ISCSVSM - Instituto Superior Ciências de Saúde Victor Sá Machado
IDS - Inquérito Demográfico Sanitário
IEC - Informação Educação e Comunicação
INE Instituto Nacional de Estatística
LO – Lobata
LE - Lembá
MIS - Inquérito de Indicadores da Malária (do inglês: Malaria Indicator Survey)
MSAS - Ministério da Saúde e Assuntos Sociais
MZ - Mé-Zochi
OGE - Orçamento Geral do Estado
OMS - Organização Mundial de Saúde
PEP - Plano Estratégico de Paludismo
PENLP - Plano Estratégico Nacional de Luta contra o Paludismo
PNLP - Programa Nacional de Luta contra o Paludismo
PSR - Programa de Saúde Reprodutiva
RAP - Região Autónoma de Príncipe
S&A – Seguimento e Avaliaçao
Sf-Suspeito feminino
Sm- Suspeito masculino
SP - Sulfadoxina-pirimetamina
STP - São Tomé e Príncipe
T1- 1º trimestre
T2 – 2º trimestre
T3 – 3º trimestre
T4 – 4º trimestre
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 4
PREFACIO
A apresentação e validação anual dos dados dos programas é uma actividade que o CNE
tem vindo a realizar já há alguns anos, com o objectivo de apresentar aos técnicos dos
programas bem como a todos os parceiros técnicos e financeiros, todas as actividades
programadas e realizadas no ano precedente com os seus respectivos níveis de
execução, as forças e fraquezas encontradas no decorrer das execuções, as ameaças e
perspectivas futuras. Tem também como objectivo mostrar a situação epidemiológica de
cada doença bem como as suas tendências ao longo dos anos. É a partir dessas
apresentações que a unidade de seguimento e avaliação elabora os relatórios anuais dos
programas.
Os Relatórios Anuais de cada programa do CNE inscrevem-se no âmbito das
actividades de Seguimento e Avaliação e visam a análise e a consolidação dos dados
apresentados nos relatórios mensais e trimestrais, entre outros, (actividades, indicadores,
dados epidemiológicos). Não se trata de uma duplicação das informações pré-existentes.
Com efeito o relatório anual do PNLP visa a síntese do conjunto de informações
registadas ao longo de doze meses com particular destaque para uma análise
comparativa-evolutiva dos dados. Este relatório prima sobretudo pela representação /
apresentação mais clara possível dos dados mensais, trimestrais e semestrais, visando
evidenciar os factos mais relevantes e sua evolução ao longo dos doze meses. O
presente relatório irá apresentar as acções e os resultados alcançados pelo PNLP durante
o ano 2016, os principais destaques, desafios e constrangimentos como forma de
partilhar com os seus parceiros, doadores e o público em geral, aspectos de vital
importância para o programa.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 5
Análise da Situação Socioeconómica e Demográfica de Sao Tomé de
Principe
São Tomé e Príncipe, arquipélago constituído por 2 ilhas (São Tomé e Príncipe), com
uma superfície terrestre de cerca de 1001 km2, sendo 859 km
2 para a ilha de São Tomé
e 142 km2
para a ilha de Príncipe. As ilhas de S. Tomé e do Príncipe distam
respectivamente cerca de 360 e 269 km da costa oeste do Continente Africano,
situando-se a ilha do Príncipe a 160 km a norte de S. Tomé.
É um país de rendimento médio baixo com um PNB de 1668$ por habitante em 2013.
Foi classificado em 142 º lugar sobre 188 países no índice de desenvolvimento humano
em 2016.
De acordo ao Fundo Monetário Internacional, (FMI), o crescimento real do PIB seria de
cerca de 5% em 2016 em relação com a recuperação do investimento público, a
retomada da produção de cacau e aumento do investimento directo estrangeiro no sector
do turismo.
A população de STP foi estimada em 193714 para o ano 2016 (INE estimação da
população a partir do censo 2012) destes 49.6% do sexo masculino e 50.4 % do sexo
feminino. Com uma densidade populacional de 0,19 habitantes/ km2, 48.1% da
população total tem entre 0 a 17 anos e 61,% da população mora na zona urbana.
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O País está dividido em sete distritos sanitários (Água Grande, Mé-Zochi, Lembá,
Lobata, Cantagalo, Caué e a Região Autônoma do Príncipe (RAP)). A esperança média
de vida ao nascer passou de 66.5 à 68.7 nas mulheres e de 61.3 à 62.1 nos homens. Num
intervalo de 12 anos (2001 - 2012), a taxa de crescimento médio anual da população
santomense passou de 1.59% à 2.45%.
Entre os distritos o maior incremento populacional foi verificado no distrito de Lobata
(0.60% à 2.28%) seguido de Lembá e RAP com uma evolução de 1.72% à 2.96% e
0.86% à 1.92% respectivamente.
Em termos de paludismo, as duas ilhas, São Tomé e Príncipe têm diferentes situações
epidemiológicas; sendo uma baixa transmissão em São Tomé e muito baixa no Príncipe.
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I INTRODUÇÃO
O Relatório Mundial do paludismo
2016, da Organização Mundial da
Saúde (OMS), alerta que a doença
continua sendo um problema de saúde
global. Foram registados 212 milhões
casos e 429 mil mortes em 2015,
embora a taxa de mortalidade por
paludismo tenha caído quase 30% desde
2010.
A situação é mais grave na África
Subsaariana, que concentra 90% dos
casos e 92% das mortes em todo o
mundo. As crianças com menos de
cinco anos são mais vulneráveis.
Calcula-se que elas representam 70% de
todos os óbitos.
Na Assembleia Mundial da Saúde, em
2015, os Estados-membros adotaram a
Estratégia Técnica Global para eliminar
o paludismo 2016-2030. A meta é
acabar com a doença em pelo menos 10
países até 2020. As perspectivas são
boas para se cumprir esse objetivo.
Em 2015, 10 países e territórios
registaram menos de 150 casos de
paludismo entre comunidades
indígenas. Outras nove nações foram
mais longe, foi registada uma queda de
até mil casos.
Segundo a OMS, países que alcançaram
pelo menos três anos consecutivos de
registro-zero de casos autóctones podem
entrar com o pedido para certificação da
eliminação da doença. A estratégia da
OMS determina uma redução de 40%
na incidência do paludismo até 2020,
tendo como base os números de 2015. O
relatório revelou que 40 dos 91 países e
territórios com a doença estão no
caminho para atingir a meta.
Entre os países lusófonos, Cabo Verde e
Timor-Leste destacam-se pela positiva,
sendo dos que têm menos casos e
mortes por paludismo. Cabo Verde é
ainda destacado como um dos três
países do mundo (juntamente com a
Zâmbia e o Zimbabué) onde mais de
80% da população em risco dorme
protegida por MILDAs ou PID.
Já em abril deste ano, a OMS incluía
Cabo Verde e Timor-Leste num lote de
21 países em condições de eliminar o
paludismo nos próximos cinco anos.
Nessa ocasião, a agência das Nações
Unidas para a saúde, sediada em
Genebra, referia-se também a São Tomé
e Príncipe. Esperava-se que o país
eliminasse o paludismo até 2025, mas
admitem que, com o financiamento
adequado e vontade política, essa meta
poderá ainda ser alcançada até 2020. A
agência da ONU afirmou que um
financiamento contínuo e suficiente
para o controle do paludismo é um sério
desafio.
Diante de todos essas evidências, São
Tomé e Príncipe não foge a realidade.
Actualmente conhecida como uma área
Hipoendémica, o país tem vindo a
alcançar resultados satisfatórios no que
diz respeito a morbilidade e
mortalidade. A incidência anual do
paludismo passou de 411,6 à 11,5 por
1000 hbts de 2001 à 2016 e o número
de óbitos de 180,2 para 0,005 por 1000
hbts, no mesmo período. Estes
excelestes resultados foram alcançados
graças a intensificação das intervenções
integradas de luta nomeadamente a
distribuição de rotina e em massa de
mosquiteiros impregnados com
insecticida de longa duração,
pulverização intradomiciliar e
tratamento de criadores larvares ; a
intensificação da vigilância
epidemiológica e resposta ; o
diagnóstico precoce e o tratamento
correcto dos casos usando terapias
combinadas à base de artemisina. Estes
resultados colocaram o país na lista dos
países a eliminar o paludismo até 2025.
No entanto, diante destes resultados, o
ressurgimento do paludismo no país,
constitui uma ameaça, na ausência de
uma vigilância contínua e intervenções
preventivas direcionadas; e todas as
idades são vulneráveis a epidemias com
alto potencial de morbilidade e
mortalidade.
É neste sentido que as medidas de
prevenção devem ser mantidas e um
melhor reforço da vigilância
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epidemiológica e resposta deverão ser
asseguradas por meio de um
financiamento contínuo e suficiente.
II METODOLOGIA
Os relatórios semanais são produzidos pela unidade de estatística do CNE a partir dos
dados semanais enviados pelos Distritos Sanitários (DS) que por sua vez são
confrontados com os dados diários enviados destes mesmos distritos através do sistema
Filemaker Pro criado dês de 2010.
As fichas/relatório mensal das actividades de luta contra o paludismo são preenchidas
mensalmente pelos respectivos Responsáveis de Epidemiologia dos Distritos (RDEs),
com base na recolha de informações no Centro de Saúde (CS) e em todos os Postos de
saúde (PS). Estes relatórios são confirmados/visados pelo Médico/a Delegado/a do
distrito.
Até o dia 10 de cada mês, todas as fichas/relatórios acima supracitados devem ser
encaminhadas para o CNE/PNLP e entregues no sector de estatística/seguimento-
avaliação, a qual procede à supervisão das mesmas. Os dados provenientes destas
fichas/relatórios são introduzidos numa base de dados no programa Excel pelo técnico
de estatística responsável pela introdução dos dados que por sua vez faz a comparação
com os dados enviados pelos mesmos RDEs dos distritos a partir do sistema acima
referido. Depois são encaminhados ao responsável do sector de estatística que procede a
sua verificação. De seguida estes relatórios, são arquivados em pastas específicas.
Paralelamente, todas as terças feiras, a equipa central se reúne com a equipa do
departamento de vigilância epidemiológica nacional, para a verificação e harmonização
dos dados.
Os relatórios trimestrais efectuados pelo PNLP, são enviados a todos os parceiros
implicados no programa.
Os resultados presentes neste relatório anual consistem em dados colectados/recolhidos
para responder aos indicadores do quadro de seguimento-avaliação solicitados.
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III AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA ANUAL
Morbilidade
Distribuição mensal de casos de paludismo 2012- 2016
O gráfico 1, reflecte a evolução dos casos de paludismo registados ao longo dos
últimos 5 anos (2012 à 2016). Verifica-se que a transmissão se faz durante todos os
anos com maior frequência nos meses de abril a junho e de agosto a novembro.
Durante esses últimos 5 anos, constata-se que de um modo geral houve uma redução
significativa de casos de paludismo (se tomar-se como base os dados de 2012) com
ligeiras variações nos últimos 2 anos (aumento), que podem estar relacionado com a
baixa da cobertura da PID registada nestes anos. (ver cobertura para os anos no
capítulo PID).
Fonte: CNE/Unidade S e A, dados sector estatística PNLP
Limiar epidémico de paludismo em 2016
Observando o gráfico abaixo (2), constata-se que a curva de casos registados ao longo
do ano 2016 está consideravelmente abaixo do limiar, e em alguns meses (setembro,
outubro e novembro) acima da curva de alerta.
Observa-se um aumento de casos dês de o mês de abril até o mês de julho seguido de
uma diminuição acentuada e com poucas variações até o mês de dezembro. O maior
pico foi observado no mês de junho com 23,7% do total de casos registados e o menor
no mês de outubro com 2,1%.
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Embora a curva de casos esteve sempre abaixo do limiar, não invalida a continuidade
das acções para mante-la nesse patamar.
Fonte : CNE/Unidade S&A, dados sector de estatística
Consultas por todas as causas e por paludismo
Neste relatório, tomou-se como consultas por todas as causas, todas aquelas pessoas que
se derigiram a uma unidade sanitária para se fazer consultar, incluindo aquelas suspeitas
de paludismo. As consultas por paludismo, são todas aquelas pessoas que procuraram
uma unidade sanitária por simptomas (suspeitas) de paludismo.
Ao analisar a relação entre as consultas por todas as causas e as por paludismo (gráfico
3), nota-se que ao longo dos 3 primeiros anos não se observou diferença entre as duas,
ou seja, a medida que as consultas por todas as causas iam aumentando, também
aumentavam as por paludismo. Do total de consultas realizadas no país, mais de 60%
eram atribuídas ao paludismo. Entretanto nos dois últimos anos, a situação não foi a
mesma, as consultas por todas as causas continuaram a aumentar (ligeira diminuição no
ano 2016), mas as por paludismo diminuíram (38,6% e 45,6%). Embora sabendo que o
número de casos positivos tendem a diminuir, ainda existe uma forte percentagem (>
20%) de consultas por todas as causas que correspondem a casos suspeitos de
paludismo. Esta tendência se explica pelo facto de que o protocolo de manejo de casos
de paludismo em São Tomé e Príncipe, recomenda que todos os casos de febre sejam
considerados como suspeitos de paludismo e consequentemente são submetidos a um
dos testes, e estes são utilizados como consultas por paludismo.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 11
Fonte: CNE/PNLP
Testes realizados e testes positivos
A análise feita a partir do gráfico 4, permitiu concluir que o número de testes de
paludismo realizados diminuiu entre os anos 2014 e 2015 para depois atingir o seu
maior pico em 2016. Porém o número de positivos conheceu diminuição considerável
nestes 5 anos. A percentagem de casos febris atribuídos ao paludismo variou de 12.0%
em 2012 a 2.8% em 2015, sendo atualmente de 2.6%
0
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
2012 2013 2014 2015 2016
Gráfico: 4- Tendência dos testes realizados em relação aos positivos
nos últimos 5 anos em STP
testados positivos
Fonte: CNE/PNLP
Considerando os distritos como um todo (incluindo o HAM), conforme observa-se
na Tabela 1, durante o ano foram realizados 86434 testes de paludismo (microscopia
e /ou TDR) em 86434 pessoas suspeitas de ter a doença, o que confere uma média de
1 teste realizado para cada pessoa suspeita no período. Este indicador operacional de
busca de portadores de doentes está no parâmetro recomendado pelo protocolo de
manejo de casos de paludismo, que recomenda uma lâmina/TDR para cada paciente
suspeito.
Podemos resumir que, 100% dos pacientes suspeitos beneficiaram de um dos testes
de diagnóstico de paludismo.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 12
Tabela 1: Casos suspeitos de paludismo, testados e positivos em STP- 2016.
Centro de notificação
<5 ANOS ≥5 ANOS GRÁVIDAS TOTAL
S m S f E m E f P m
P f S m S f E m E f P m P f S E P S m S f E m E f P m
P f
HAM 2164
2000
2164
2000
17 19 4821
7230
4821
7230
298 240
447 447 12 6985
9677
6985
9677
315 271
AG 3365
3515
3365
3515
20 12 7982
10270
7982
10270
452 266
401 401 3 11347
14186
11347
14186
472 281
MZ 1497
1563
1497
1563
1 0 3488
5659
3488
5659
47 34 620 620 1 4985
7842
4985
7842
48 35
CT 918 864 918 864 4 2 2023
2760
2023
2760
36 24 78 78 0 2941
3702
2941
3702
40 26
CU 253 232 253 232 0 0 671 757 671 757 2 6 158 158 0 924 1147
924 1147
2 6
LO 1404
1597
1404
1597
6 2 3130
4177
3130
4177
96 57 274 274 2 4534
6048
4534
6048
102 61
LE 1527
1545
1527
1545
13 12 2945
4064
2945
4064
119 68 468 468 1 4472
6077
4472
6077
132 81
RAP 162 176 162 176 0 0 351 559 351 559 8 1 319 319 0 513 1054
513 1054
8 1
11290
11492
11290
11492
61 47 25411
35476
25411
35476
1058
696
2765
2765
19 36701
49733
36701
49733
1119
762
Total STP
22782 22782 108 60887 60887 1754 5530
5530
19 86434 86434 1881
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 13
Fonte: CNE/PNLP/Unidade Estatística
NB: Nesta tabela apenas estão representados os casos diagnosticados nas USs públicas durante a detecção passiva.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 14
Segundo a notificação diária e semanal feita pelos distritos e através dos relatórios
semanais produzidos pelo sector de estatística do CNE, neste mesmo período de,
foram registados 1881 casos de paludismo durante a detecção passiva (todos
confirmados por um dos testes de diagnóstico de paludismo) e 357 durante a
detecçao activa totalizando 2238 casos com uma incidência neste período de
11,5/1000habts representando um ligeiro aumento comparativamente ao mesmo
período de 2015 que foi de 1950 na busca passiva e 108 na busca activa,
totalizando 2058 casos com uma incidência de 10,8/1000habts.
Distribuição de casos por Distrito de registo e de notificação
Quanto à distribuição por distrito de notificação, dos 1881 casos de paludismo
registados e notificados todos foram nas unidades sanitárias públicas, sendo 586
(31.2.%) no HAM, 753 na área de saúde de Agua Grande (40.0%), 213 em Lembá
(11.3), 163 em Lobata (8.7%), 83 (4,4) em Mé-Zóchi, e 66 (3.5%) em Cantagalo. Em
contrapartida os dois outros distritos registaram valores inferiores a um porcento, a
Região Autónoma de Príncipe com 9 casos (0.5%) e Caué com 8 casos (0.4%).
O mapeamento dos casos de paludismo em ST, permitiu observar a distribuição destes,
onde a maioria estão concentrados nos distritos de Agua Grande, Lobata e Lembá.
Menos casos foram registados na zona sul em particular no distrito de Caué, e na zona
do centro no districto de Mé_Zochi.
Mapa 2. Geolocalização dos casos de paludismo em ST, 2016
Fonte: CNE/PNLP
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 15
Distribuição de casos por grupo de paciente (< 5 e > de 5 anos e grávidas)
Relativamente a repartição por grupo de pacientes; foram registados 108 casos
(5.7%) em <5 anos, 19 (1,0%) nas mulheres grávidas e os restantes 1754 casos
(93,3%) em pacientes com idade ≥ 5 anos (excluindo as grávidas). Fazendo a
comparação com o ano anterior nota-se uma diminuição de casos de 1.4% nos <5
anos, 0,4% nas grávidas. Porém no grupo de ≥ 5 anos conheceu um aumento de
casos de 3,7%.
Considerando que a população <5 anos prevista para o ano 2016 foi de 29735
(projeções por idade INE), os 108 casos notificados para esta faixa etária,
representaram uma taxa de incidência de 3.6 casos por 1000 crianças menores de 5
anos. Quanto a taxa de incidência de paludismo nas mulheres grávidas foi de
2.9/1000 considerando 6586 (projeções por idade, INE) foi o número de grávidas
previstas para o ano 2016.
Esta taxa conheceu uma redução nos dois grupos de idade, comparativamente ao ano
precedente que foi de 5.1 em crianças menores de 5 anos e 5.2 nas mulheres
grávidas.
Distribuição de casos por sexo
No que concerne a distribuição dos casos por sexo; do total de casos de paludismo
registados, 1312 foram do sexo masculino e 926 do sexo feminino. A população do
sexo masculino foi a mais afectada pela doença representando 58,6 % dos casos. A
incidência da doença nesta população foi de 13,6/1000, enquanto que nas mulheres
foi de 9,5/1000 mulheres.
Distribuição de casos por distrito de proveniência
Ao analisar a tabela a seguir, constata-se que mais de metade dos casos de paludismo
registados no ano 2016, foram provenientes do distrito de Agua Grande, com 63,3%
seguido do distrito de Lembá com 13,1%, Lobata com 12,8%, Mé zochi com 6,1 e
Cantagalo com 4,2%. 0,3% dos casos foram provenientes da Região Autónoma do e
Príncipe e 0,2% do distrito de Caué. Está analise será mais exaustiva (completa) quando
analisada a taxa de incidência por distrito.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 16
Tabela 02: Distribuição dos casos por distrito de proveniência, em STP,2015 (inclui dados da busca
activa).
Distrito de
procedência Nº de casos Percentagem
Agua Grande 1417 63,3
Mé Zochi 136 6,1
Cantagalo 94 4,2
Cauê 5 0,2
Lobata 287 12,8
Lembá 293 13,1
R. A. Príncipe 6 0,3
Total 2238 100,0 Fonte Unidade de S&ACNE, dados provenientes da Unidade de estatística do PNLP
Localidades mais afectadas pelo paludismo
Na tabela que se segue estão representadas as localidades que tiveram maior número de
casos de paludismo durante o ano 2016. Nota-se que todas as localidades estão
representadas por ordem de importância indo de maior para menor.
Tabela 03: Distribuição de casos de paludismo por localidades do distrito de Agua Grande,
2016.
Distrito Localidade de residência
População
Nº casos
T.Incidência /100 %
Agua Grande
Oquê Del Rei 3465 267 7,7 18,8
B. Liberdade 512 148 28,9 10,4
B. Hospital 1881 69 3,7 4,9
Boa Morte 3432 57 1,7 4,0
Poto-Poto 537 51 9,5 3,6
Praia Lagarto ----- 48 ----- 3,4
Saton 590 45 7,6 3,2
Riboque Capital 4640 45 1,0 2,0
Quartel do Mourro 329 42 12,8 3,0
Campo Milho 666 42 6,3 3,0
S. Marçal 2867 40 1,4 2,8
S.J. Vargem 1793 39 2,2 2,8
Budo-Budo 105 37 35,2 2,6
Fonte: Unidade de S&A CNE, dados da unidade de estatística do
PNLP
Para o distrito de AG, tomou-se como
referência as localidades com efectivos
igual ou superior a 35 casos. Oquê Del
Rei aparece em primeiro lugar com 267
casos (18,8)% e Bairro da Liberdade em
segundo com 148 casos (10,4)%. Porém
quando calculada a taxa de incidência
por localidade, Budo-Budo aparece com
35,2/100 habitantes seguido do B.
Liberdade com 28,9/100 habitantes,
segundo os dados de projecção de
população por distrito do INE.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 17
Tabela 04: Distribuição de casos de paludismo por localidades do distrito de Mé Zochi, 2016.
Distrito Localidade de residência População
Nº casos
T.Incidência /100 %
Mé Zochi
Praia Melão 2668 12 0,4 8,8
Caminho Novo 1256 10 0,8 7,4
Bombom 496 9 1,8 6,6
Trindade Centro 1586 9 0,6 6,6
Almas 1255 8 0,6 5,9
Riba Mato 363 6 1,7 4,4
Bobo Forro 715 6 0,8 4,4
Fonte: Unidade de S&A CNE, dados da unidade de estatística
do PNLP
Concernente ao distrito de Mé Zochi, a
referência foi para as localidades com
mais de 5 casos. Praia Melão registou
maior número de casos (8,8%), no
entanto, a localidade de Bom-Bom e
Riba Mato foram mais acometidas por
paludismo com uma incidência de 1,8 e
1,7/100 habitantes respectivamente.
Tabela 05: Distribuição de casos de paludismo por localidades do distrito de Cantagalo, 2016.
Distrito
Localidade de residência População
Nº casos
T.Incidência /100 %
Cantagalo
Ribeira Afonso
29 -----
30,9
Cova Agua 363 7 1,9 7,4
Picão Flor 1119 6 0,5 6,4
Agua Izé 1255 5 0,4 5,3
Fonte: Unidade de S&A CNE, dados da unidade de estatística do
PNLP
No distrito de Cantagalo, a
referência foi para maior ou igual a
5 casos, onde Ribeira Afonso
aparece com maior número de
casos representando 30,9%,
seguido Cova Agua, Picão Flor e
Agua Izé. Porém foi em Cova Agua
onde se registou a maior incidência
pela doença (1,9‰). Quanto a
localidade de Ribeira Afonso, não
foi possível conhecer a sua
incidência por não se ter dados da
sua população.
Tabela 06: Distribuição de casos de paludismo por localidades do distrito de Caué, 2016
Distrito
Localidade de
residência População Nº
casos T.Incidência
/100 %
Caué
Porta Alegre 795 2 0,3 40,0
Vila Malanza 550 1 0,2 20,0
Angolares
1 ------ 20,0
Angra Toldo Praia 433 1 0,2 20,0
Fonte: Unidade de S&A CNE, dados da unidade de estatística do
PNLP
Quanto ao distrito de Caué, 40%
dos casos foram registados em
Porto Alegre, as outras 3
localidades registaram 20% cada
uma. No que diz respeito a taxa
de incidência, ela foi ligeiramente
maior na localidde de Porto
Alegre, porém não se conhece a
populção para Angolares por isso
não foi possibel determinar esta
taxa.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 18
Tabela 07: Distribuição de casos de paludismo por localidades do distrito de Lobata, 2016
Distrito
Localidade de
residência População Nº
casos T.Incidência
/100 %
Lobata
Santo Amaro 266 39 14,7 13,6
Diogo Nunes 392 34 8,7 11,8
Ferreira Governo 132 34 25,8 11,8
Praia Micoló ----- 28 ----- 9,8
Gonga ----- 22 ----- 7,7
Fernão Dias ----- 13 ----- 4,5
Changra ----- 10 ----- 3,5
Fonte: Unidade de S&A CNE, dados da unidade de estatística do
PNLP
Em Lobata, tomou-se em conta as
localidades com ≥10 casos, onde
Santo Amaro liderou com 39 casos
(13,6%), seguido de Diogo Nunes e
Ferreira Governo, ambos com 34
casos (11,8%). É de salientar que
muitas localidades não aparecem
nos dados do Instituto Nacional de
Estatística o que não nos permitiu
calcular a incidência por
localidades mais afectadas.
Tabela 08: Distribuição de casos de paludismo por localidades do distrito de Lembá, 2016
Distrito
Localidade de
residência População Nº
casos T.Incidência
/100 %
Lembá
Roça Lembá 395 180 45,6 61,4
Bairro Rosema 2587 26 1,0 8,9
Santa Catarina 169 24 14,2 8,2
Praia Ponta Figo 247 18 7,3 6,1
Bairro Bengá 3589 15 0,4 5,1
Bom Sucesso 297 6 2,0 2,0
Fonte: Unidade de S&A CNE, dados da unidade de estatística do
PNLP
Quanto ao distrito de Lembá, a
margem foi de maior ou igual a 5
casos. A Roça Lembá que carrega
o nome do distrito, registou por
si só 61,4% dos casos do distrito,
com uma incidência de 45,6 por
100 habitantes. Seguiu o Bairro
Rosema e Roça Santa Catarina
com 8,9% e 8,2% dos casos
respectivamente, porém Santa
Catarina com maior incidência
(14,2) seguido de R. Lembá. A
menor taxa de incidência, foi
registada no Bairro Bengá com
0,4/100 habitantes e Bairro
Rosema com 1,0/100 habitantes.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 19
Tabela 09: Distribuição de casos de paludismo por localidades na RAP, 2016
Distrito Localidade de
residência População
Nº casos
T.Incidência /100
%
R. A. Príncipe
Porto Real 471 3 0,6 50
R.Trabalhador 208 3 1,4 50
Fonte: Unidade de S&A CNE, dados da unidade de estatística do
PNLP
Na RAP, dos 6 casos autoctones
registados, 3 foram de Porto
Real e 3 da Rua dos trabalhores.
Porém a população da
localidade de Rua dos
Trabalhadores foi mais
acometida pela doença, ou seja,
em cada 100 habitantes 1,4
adoeceram paludismo.
TAXA DE INCIDÊNCIA E DE POSITIVIDADE POR PALUDISMO
INCIDÊNCIA
Tabela 10: Distribuição da taxa de incidência por paludismo por 1000 habitantes por
distrito de registo e de procedência em STP durante o ano 2016
Distritos
População
estimada
2015
Positivos
registados
no DS
Positivos
procedentes
do DS
T. Incidência /1000
DS registo
T. Incidência /1000
DS procedência
AG 74720 1551 1417 20,8 19,0
MZ 48731 85 136 1,7 2,8
CT 18615 97 94 5,2 5,0
CU 6838 8 5 1,2 0,7
LO 21085 172 287 8,2 13,6
LE 15673 315 293 20,1 18,7
RAP 8052 10 6 1,2 0,7
Total 193714 2238 2238 11,6 11,6 Fonte: Dados CNE/PNLP/Unidade S & A; Pop. Instituto Nacional de Estatística.
NB: Para a notificação, os casos do HAM estão incluídos no distrito de AG porque esta unidade sanitária
(HAM) se situa neste distrito. Para a procedência, estes casos foram repartidos para todos os distritos de
acordo as suas residências.
Na tabela 10, a taxa de incidência está representada de duas formas; uma por distrito
de registo/notificação e outra por distrito de procedência. Tanto numa como na outra,
os distritos de Agua Grande e de Lembá aparecem no topo da lista com 20.8 e 19,0‰
habitantes e 20.1‰ e 18,7‰ habitantes, respectivamente.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 20
Seguem os distritos de Lobata, Cantagalo Mé-Zochi. Quanto ao distrito de Caué e a
Região Autónoma do Príncipe, ambos têm 1,7‰ habitantes na taxa de registo e
0,7‰ habitantes na taxa de procedência. A taxa de incidência registada no País em
2016 foi de 11,6‰ habitantes, ligeiramente superior ao ano 2015 que tinha sido de
10,8‰ habitantes.
Segundo os mapas abaixo indicados, verifica-se que os distritos mais efetados pelo
paludismo em 2014 e 2015, foram Água Grande e Lobata com uma taxa de
incidência sempre superior a 6/100 habitantes. Em 2014, a RAP se destaca por ter
apresentando taxa de incidência entre 1-2 por mil habitantes (menor). Em 2015 o
destaque ainda recaiu sobre a RAP que aparece em verde com uma taxa de
incidência inferior a 1 caso por mil, seguido de Mé-Zochi que se situava entre 1-2 e
Cantagalo entre 2-5 casos por mil habitantes. Caué e Lembá regrediram passando
ambos para vermelho (taxas de incidência superiores a 6/mil). Em 2016, Mé-Zochi e
Caué progrediram ajuntando-se a RAP no verde (taxas de incidência inferior 2/mil
Nota-se que, a taxa de incidência nos DS tem sofrido variações constantes ao longo
dos últimos anos, com excepção do distrito de Agua Grande que em todos os anos
aparece com a maior incidência do país.
O distrito de Lembá que em 2011 assim como a RAP tinha sido considerado ilegível
para a pré-eliminação, conheceu uma recrudescência de casos estando actualmente
em pé de igualdade com os dois distritos mais afectados (Agua Grande e Lobata).
Evolução da taxa de incidência de paludismo por distrito nos últimos 3 anos em STP Mapa 01
Mapa 02
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 21
Mapa 03
Taxa de incidência de paludismo, segundo os distritos sanitários no ano 2016
POSITIVIDADE
Tabela 11: Distribuição da taxa de positividade de paludismo por distrito e tipo de
testess em STP durante o ano 2016 (inclui dados da busca activa)
Distrito Examinado Positivo TPP
% Exa.TDR
Positivo
TDR
TP
TDR Exa.Micros
Positivo
Micros
TP
Micros
HAM 18045 640 3,5 18043 640 3,5 2 0 0,0
AG 46282 911 2,0 44627 891 2,0 1656 20 1,2
MZ 12846 85 0,7 12069 84 0,7 777 1 0,1
CT 9376 97 1,0 9128 93 1,0 247 4 1,6
CU 2074 8 0,4 2072 8 0,4 2 0 0,0
LO 14284 172 1,2 13689 164 1,2 595 8 1,3
LE 16413 315 1,9 16034 313 2,0 379 2 0,5
RAP 2014 10 0,5 2014 10 0,5 0 0 0
Total 121334 2238 1,8 117676 2203 1,9 3658 35 1,0 Fonte: CNE/PNLP/Unidade S & A
A taxa de positividade do exame parasitológico (TPP), lâmina e /ou TDR; de Janeiro á
Dezembro de 2016 foi de 1,8%, variando de 3,5 (distrito de AG) á 0,4 (Caué). Porém
quando se separa a taxa de positividade de cada um dos exames parasitológicos,
verifica-se que a TP por TDR quase duas vezes superior a TP por microscopia. O
número de TDR realizado é quase trinte e quatro vezes mais, do que o número de
microscopia realizada (tabela 11), isto se explica pelo facto do TDR ser o primeiro
exame a ser realizado em pacientes suspeitos de paludismo em todas as unidades
sanitárias do país. A microscopia é fortemente recomendada em todos os casos positivos
para a confirmação e contagem da parasitémia permitindo assim o seguimento até 28
dias.
Fonte: UNDP/M/E - 2
0
1
7
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 22
Gráfico 5:Taxa de positividade por distrito, STP 2012-
2016
Relativamente à distribuição da
taxa de positividade por
districtos constate-se uma maior
diminuição no ano 2016,
quando comparada aos anos
anteriores. O distrito de Lembá
e RAP registraram taxas de
positividade menos elevadas em
comparação com todos os outros
distritos do país entre 2012 e
2016, com exceção de 2014 e
2015, onde uma taxa
ligeiramente elevada em
comparação com o distrito de
Mé-zochi foi observada em
Lembá.
Semanas Epidemiológicas - 1 a 52 2016
A notificação dos casos de paludismo, enviada semanalmente via relatórios
semanais, pelo PNLP permite um acompanhamento mais apurado para o
desencadeamento de acções e controlo.
De acordo com os dados deste sistema de notificação representados no gráfico
abaixo; no ano 2016, observou-se variações na curva com aumento e diminuição de
número de casos. Verificou-se um incremento dos casos desde a semana
epidemiológica 15 com poucas variações até o final da semana 26 que depois
conheceu uma descida acentuada até a semana 43 onde se nota uma tendência para
aumento com ligeiras ainda com algumas variações até a semana 52. O maior pico
foi registado na semana 21.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 23
Gráfico 5: Evolução semanal de casos de paludismo em STP, no ano 2016
Fonte : Unidade estatística PNLP/CNE
INTERNAMENTOS POR PALUDISMO REGISTADOS EM STP NO ANO 2016
INTERNAMENTO
Os casos de internamento por paludismo, são considerados como paludismo grave, pois
parte-se de principio que se tratam de pacientes que não conseguem tomar a medicação
por via oral e necessitam de tratamento por via parenteral.
Ao longo do ano 2016 foram registados um total 15172 internamentos Hospitalares
(tabela 05), destes, 275 foram por paludismo. Esta doença encontrava-se na origem de
1,8% dos casos de internamentos Hospitalares registados entre Janeiro e Dezembro
de 2016. Casos de internamentos por paludismo tem conhecido uma diminuição
considerável ao longo dos anos.
Quanto à distribuição por grupos de idade, observa-se que dos 3213 internamentos
referentes a todas as causas confundidas em menores de 5 anos, 27 (0,8) foram por
paludismo. Nas gravidas, dos 5068 casos de internamentos registados, 13 (0,3) foram
por paludismo.
Dentre os 275 casos de internamentos por paludismo registados, 9,8% foram em
crianças menores de 5 anos, 4,7 nas mulheres grávidas. O grupo de idade dos
maiores de 5 anos (expção das gravidas) representaram 85,5% dos internamentos.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 24
Tabela 05: Número total de Internamentos Hospitalar
Internamento
Hospitalar
Todas as
Causas %
Paludismo %
<5 Anos
Total
3213 0,8 27 9,8
≥ 5 Anos 6891 3,4 235 85,5
Grávidas 5068 0,3 13 4,7
Total 15172 1,8 275 Fonte: CNE/ PNLP
Observa-se no gráfico abaixo, que cerca de 75% de casos de paludismo grave
(internamentos por paludismo), foram registados no Hospital Ayres Menezes que constitui a
Unidade Central de referência no país. Seguidamente, aparece o distrito de Lobata com cerca
de 18%, Mé-Zochi e Cantagalo ambos com 3%, igualmente RAP e Lembá com 1%. De
realçar que o distrito de Agua Grande não aparece no gráfico porque não possui uma unidade
de internamento. Todos os casos de paludismo considerados graves no distrito de Agua
Grande, são transferidos a Unidade Central (HAM) que se situa neste mesmo distrito.
Gráfico 6: Distribuição de casos de internamento por paludismo registado no Hospital Central
e nos centros de saúde dos distritos de STP no ano 2016.
Fonte: CNE/PNLP, Unidade S& A
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 25
Mortalidade
ÓBITOS
Em relação aos óbitos, foi registado um total de 851 casos, em que 491 ocorrem a
nível hospitalar e 432 extra-hospitalar.
Concernente ao paludismo, registou-se 1 caso de óbito por paludismo no mês de
Abril do ano 2016. Óbito este que foi originado devido a recusa do paciente em ser
tratado tanto no ambulatório como no internamento, ou seja, devido a demora na
procura do serviço de saúde.
Quanto a taxa de mortalidade por paludismo, nos últimos 5 anos, constatou-se uma
redução, passando de 3,9 para 0,0 por 100 000 habitantes entre 2012-2015. Porém
em 2016, a observou-se um ligeiro aumento desta taxa para 0,5/100000bts.
A taxa de letalidade por paludismo neste período foi de 0,04%.
Gráfico 06: Taxa de mortalidade por paludismo últimos 5 anos em STP
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 26
Prontitude e Completude dos relatórios
Quando falamos da prontitude dos relatórios, estamos a falar da rapidez com que os
relatórios são enviados, ou seja, o envio dos relatórios em tempo útil, neste caso até o
dia 10 de cada mês. Já a completude está relacionada com o modo completo dos
relatórios, ou seja, todos os itens que compõem o relatório devem ser preenchidos.
A tabela 6 a seguir ilustra-nos o número de relatórios e a taxa de prontitude e de
completude dos relatórios mensais enviados pelos distritos ao programa. Nota-se uma
ligeira baixa na taxa de prontitude, saindo de 98,8% para 98 neste ano. Já a taxa de
completude dos relatórios, mantem nos 100%.
Tabela 6: Número de relatórios enviados a tempo e completos pelos distritos sanitários ao
PNLP/CNE e o nível de prontitude e completude em 2016,STP
Distritos
Relatórios enviados no
prazo (prontitude)
Relatórios completos
(completude)
Nº % Nº %
Agua
Grande 12 100 12 100
Mé Zochi 12 100 12 100
Cantagalo 11 92 12 100
Lobata 12 100 12 100
Lemba 12 100 12 100
Cauê 12 100 12 100
R.A.
Principe 11 92 12 100
Total STP 82 98 84 100
Fonte: CNE/PNLP/Relatórios Distritos
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 27
IV. AVALIAÇÃO OPERACIONAL
Prevenção e luta Anti-Vectorial
MILD
O Mosquiteiro impregnado com insecticida de longa duração (MILD) constitui uma
barreira física contra os mosquitos matando-os quando ali pousarem, impedindo
assim que eles piquem as pessoas. Em São Tomé e Príncipe, a distribuição de MILDs
é uma das medidas de luta contra o paludismo. Os MILDs são distribuídos em
campanhas de massa que são realizadas de 3 em 3 anos, e distribuição de rotina nos
serviços de saúde reproductiva, as mulheres grávidas durante a Consulta Pré-Natal
(CPN) e as crianças menores de 5 anos.
Durante o ano 2016 (tabela 7) foram distribuídos um total de 11.922 mil MILDAs.
Destes 7185 foram nos serviços de saúde reproductiva para as mulheres grávidas que se
apresentaram as consultas pré-natal e crianças menores de 5 anos. Outros 4737 foram
distribuidos a pessoas que procuram os serviços de saúde solicitando.
Tabela 7.-
Distribuição de
MILDA
Distritos < 5anos Gravidas Outros Total/ MILDA
AGR 2313 999 1052 4364
MZO 840 884 73 1797
LOB 528 246 44 818
CTG 287 365 0 652
LEM 376 102 0 478
CAU 157 31 17 205
RAP 37 20 0 57
CNE --- --- 850 850
OUT.PARC ---- ---- 2701 2701
Total 4.538 2.647 4.737 11.922
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 28
Fonte: CNE/PNLP/Relatório de distribuição de MILD 2016.
PID Este método inclui a pulverização periódica no interior das casas usando insecticidas
de acção remanescente e residual, que reduzem o tempo de vida e a densidade dos
mosquitos vector e, consequentemente, a transmissão do paludismo.
A pulverização intra-domiciliar aplica-se pelo facto de que a maioria do vector do
paludismo entra nas casas durante a noite, para se alimentar dos seus ocupantes e
repousar nas paredes, atrás dos móveis, etc., antes e ou depois de se alimentarem.
Estando as paredes pulverizadas com um inseticida eficaz, os mosquitos serão
expostos à uma dose letal enquanto lá permanecerem.
Daí que a PID joga um papel preponderante no controlo do paludismo ou em caso de
epidemia.
O gráfico abaixo ilustra-nos a evolução da taxa cobertura da PID em STP do 7º ao
11º ciclo. Nota-se uma baixa progressiva da curva dês do sétimo até o ultimo ciclo.
Fonte: CNE/PNLP/Relatório PID
Segundo as informações tiradas do relatório da PID, o maior factor que tem
contribuído para uma cobertura abaixo dos 80% (recomendado pela OMS), é a
recusa da população; o que poderá estar associado a uma mobilização social não
convincente, a um relaxamento da população que é consequência da drástica redução
da morbilidade e mortalidade do paludismo e a inexistência de ferramentas legais
que desincentivam a recusa à pulverização.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 29
Todas essas constatações necessitam de ser confirmadas ou não por um estudo.
Porém uma nova estratégia (abordagem) é necessária para atingir-se a meta
programada que é de 85% ou pelo menos a cobertura recomendada pela OMS para
obter-se a prevenção de massa que é de 80%.
Em 2016 foram realizados 10º e 11º ciclo de PID em STP, onde a taxa de cobertura a
nível nacional conheceu uma diminuição saindo de 70,9% para 69,6%. Quanto a
distribuição da cobertura por distritos, observa-se no gráfico abaixo que o distrito de
Cauê, apresenta maior cobertura (superior a cobertura universal) nos dois ciclos. A
cobertura neste distrito aumentou de um ciclo para outro, saindo de 90,4% para
91,2%. A Região Autónoma do Príncipe aparece em 2º lugar em termo de cobertura
da PID, porém nota-se uma diminuição no 11º ciclo quando comparado ao anterior.
Com excepção da RAP e do distrito de Agua Grande, todos os outros distritos
conheceram um aumento da cobertura da PID no 11º ciclo se comprado ao 10º. No
10º ciclo, apenas Caué e RAP obtiveram tendo mesmo ultrapassado a cobertura
universal recomendada pela OMS que é de 80%, já no ciclo seguinte, alem desses
dois distritos, Lobata e Lembá, também obtiveram cobertura universal tendo
registados 82.5% e 80% de coberturas respectivamente.
Em grosso modo, a cobertura média das casas pulverizadas em STP foi 70,9% no 10º ciclo
e 69,6 respectivamente, em 2016. E a população coberta pela PID foi de 146.223 no
10º ciclo e 149.223 no 11º ciclo,
Fonte: CNE/PNLP/Relatório PID
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 30
ENTOMOLOGIA
A entomologia é a ciência que estuda os insetos sob todos os seus aspectos e relações
com o homem, as plantas, os animais e o meio-ambiente.
Foram realizadas algumas actividades no âmbito da vigilância entomológica
nomeadamente, testes de sensibilidade a alguns insecticidas, captura nocturna, dissecção
dos mosquitos capturados, desinsectisação ou tratamento de criadores larvares (controlo
larval).
No gráfico abaixo, está
ilustrado a taxa de paridade e o
indice esporozoitico dos
mosquitos em 2015, visto que
ainda não se tinha os dados
para o ano 2016.
Estes resultados indicam que a
população do mosquito
permanece predominantemente
jovem durante todo o ano,
porque apenas 24% dos
mosquitos pariu pelo menos
uma vez e, assim, ter a idade
epidemiologicamente perigosa.
Gráfico:9- Taxa de paridade e índice esporozoitico
nos em STP,2015
Fonte: CNE/PNLP Unidade de Estatística/Apresentação situação
epidemiológica de paludismo 2016
Tabela 8- Origem das refeições sanguíneas de
mosquitos alimentados, capturados nas localidades de
AG (PG) e Leb (Nev)
Fonte: CNE/PNLP Unidade de Estatística/Apresentação situação
epidemiológica de paludismo 2016
Tabela 2 indica que os
mosquitos são principalmente
zoofílicos porque somente
8,8% tomaram sua refeição
de sangue em seres humanos.
A outra 91,2% estão
distribuídos por uma
variedade de animais,
incluindo porcos, ovelhas e
galinhas.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 31
Gráfico 10.- Teste de sensibilidade dos inseticidas realizado no sitio sentinela de Praia
Gamboa em 2016, ST.
Fonte: CNE/PNLP Unidade de Estatística/Apresentação situação epidemiológica de paludismo 2016
Através deste gráfico, pode-se observar que tanto o Bendicarb (insecticida em uso para
PID no país dês de 2013) como o Pirimiphos Metyl ( insecticida previsto para a rotação
com o Bendiocarb) apresentam taxas de mortalidade a 100%, ou seja, os mosquitos são
sensíveis a 100% a estes dois insecticidas.
De acordo a tabela, o hábito de alimentação do Anofeles gambiae no exterior das
habitações é continua sendo bem acentuado tendo em conta o número elevado de
mosquitos capturados. A maioria do vector alimenta-se fora das habitações
(esofágicos).
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 32
Tabela: 9-Número de Mosquitos capturados por isca humana no interior e no exterior, das
habitações, STP 2015-2016
CAPTURA NOUTURNA
INTERIOR EXTERIOR
Anf.Gambia Outros Anf.Gambia Outros
2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016
Cantagalo 30 39 10 11 704 589 88 59
Lobata 4 0 157 64 232 253 506 362
Lembá 2 3 71 79 441 352 184 153
Água Grande
2 2 102 153 929 485 946 1221
Mé Zochi 1 1 34 69 21 57 275 315
Cauê 20 34 47 18 484 499 261 150
RAP 121 49 232 145 383 275 474 532
total 180 128 653 539 3194 2510 2734 2792
Fonte: CNE/PNLP Unidade de Estatística/Apresentação situação epidemiológica de paludismo 2016
TPI
O tratamento preventivo intermitente (TPI) é uma intervenção eficaz para prevenção
e controlo do paludismo durante a gravidez. E baseia-se na suposição de que todas as
mulheres grávidas que vivem numa área de transmissão estável ou instável para
paludismo, têm parasitas no sangue ou na placenta e por isso deveriam ser tratadas
para minimizar o seu efeito na mãe e no feto. O TPI com Sulfadoxina (500mg) +
Pirimetamina (25) (SP) é a uma combinação de dois medicamentos. É actualmente a
abordagem mais eficaz para uso de antipalúdicos durante a gravidez e é
particularmente atraente para uso em áreas com um nível elevado de resistência a
cloroquina. É o medicamento de escolha em muitos países incluindo São Tomé e
Príncipe. A marca mais conhecida é o Fansidar. É administrado 3 comprimidos dose
única a partir do início do 2º trimestre (13ª semana) da gravidez ou partir do
momento em que a mulher sente os movimentos fetais respeitando sempre o
intervalo mínimo de 4 semanas entre cada toma. A forma mais eficaz de diminuir a
incidência de anemia materna, recém-nascidos com baixo peso e outros efeitos
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 33
nefasto devido o paludismo é garantir pelo menos quatro doses de TPI segundo o
protocolo nacional de manejo de casos.
Em 2016, foram registadas 6400 novas gravidas nos serviços de saúde reprodutiva
mais concretamente nas consultas pré-natais, um número relativamente maior ao
observado em 2015 que foi de 6174.
No que concerne a primeira dose do tratamento preventivo intermitente (TPI 1),
apenas 4370 (68,3 %) grávidas o fizeram, uma diminuição considerável quando
comparado com o ano precedente em que 97,3% das gravidas fizeram o TPI 1.
A mesma situação foi observada para o TPI 2, onde 4886 grávidas que presentavam
81,4% das que fizeram o TPI 1 fizeram o TPI 2 em 2015, e em 2016, somente 3300
(75,5%) das que fizeram o TPI 1 tomaram o TPI 2.
Deste modo a, “percentagem de mulheres grávidas que beneficiaram de consultas
pré-natais (CPN) e que receberam pelo menos 2 doses de SP para o tratamento
preventivo intermitente do paludismo” em STP no ano 2016 foi de 75,5%
conhecendo uma redução quando comparado com os dois últimos que foram de
81,4% e 76,3%.
O protocolo de manejo de casos de paludismo de São Tomé e Príncipe, recomenda
no mínimo, 4 doses de TPI durante todo o tempo da gravidez. Porém até 2016,
apenas 2 dose têm sido aplicadas, e menos de 80% das grávidas (excepção, 2015)
completam as duas dozes. Está situação suscita as seguintes questões:
Até que ponto o protocolo de manejo de casos está sendo implementado;
Até que ponto os profissionais de saúde que realizam as CPNs estão
informados sobre a utilização do TPI;
Até que ponto está intervenção tem tido impacto diante a situação
epidemiológica actual.
Diante destas questões, medidas deverão ser tomadas pelo programa na medida de
responde-las e soluciona-las.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 34
Manejo de Casos
DIAGNÓSTICO DO PALUDISMO
Segundo o protocolo terapêutico para manejo de casos de paludismo, actualizado em
novembro de 2015, o diagnóstico do paludismo é baseado em critérios clínicos
(diagnóstico clínico) complementado pela detecção dos parasitas no sangue (diagnostico
biológico ou de confirmação). A confirmação do diagnóstico pela microscopia ou os
testes de diagnóstico rápido (TDR) antes de tratamento é fortemente recomendada em
todos os casos, excepto em caso de suspeita do paludismo grave onde os testes de
confirmação não são imediatamente praticáveis.
a) Testes de Paludismo
Tabela : 10- Total de testes realizados nos últimos 3 anos
2014 2015 2016
Tr Tp Tr Tp Tr Tp
TDR 61353 1196 71940 1918 117676 2203
Laminas 33394 574 12408 140 3658 35
TOTAL 94747 1770 84348 2058 121334 2238 Fonte: CNE/PNLP
Microscopia/Lâminas
O diagnóstico de paludismo é realizado rotineiramente pelo exame da gota espessa,
entretanto, esta técnica requer o treinamento de microscopistas e pode consumir muito
tempo. Em STP, a microscopia é fortemente recomendada para a confirmação dos casos
e a contagem da parasitémia.
No ano 2016 foram realizadas 3658 microscopias, este número é quase 4 vezes mais do
que as realizadas em 2015 (11941) e 10 vezes mais do que as realizadas em 2014 (tabela
10).
De um modo geral nota-se uma tendência a diminuição da realização da microscopia
pelos técnicos, o que poderá diminuir a capacidade destes na observação das lâminas e
consequentemente afectar na qualidade dos resultados. Por outro lado, de acordo com a
situação epidemiológica actual, em que o país se orienta para a pré-
eliminação/eliminação do paludismo, a microscopia é o teste mais recomendado.
Das 3658 lâminas observadas em 2016 para paludismo, apenas 35 foram positivas
conferindo uma taxa de positividade de 0,96% (tabela 10).
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 35
TDR
O teste de diagnóstico rápido (TDR) é um dos procedimentos utilizados para garantir o
tratamento imediato do paludismo por ser prático e fácil de realizar. É adotado
especialmente onde e quando não existem condições adequadas e técnicos formados
para realizar a microscópia. No entanto em STP o TDR é o primeiro teste a ser realizado
para todos os casos suspeitos de paludismo.
De Janeiro a Dezembro de 2016, conforme ilustrado na tabela 10, foram utilizados
117676 TDR para o diagnóstico de paludismo, contra 71940 realizados em 2015 e
61351 realizados em 2014. Dos 117676 examinados em 2016, 2203 foram positivos
com uma taxa de positividade por TDR de 1,9%.
b) Controlo de Qualidade das lâminas
O Controlo de qualidade é uma medida adotada para definir padrões em
procedimentos, políticas e ações, de maneira uniforme. Mede a qualidade de serviços e
produtos de acordo com as especificações técnicas. Medidas essas que eram controladas
a partir da ausência de defeitos e qualidade em seu produto final. São técnicas e
atividades operacionais utilizadas para atender aos requisitos de qualidade.
A nível do Programa Nacional de Luta contra o Paludismo, é recomendado o controlo
de qualidade interno e externo das lâminas. Porém o controlo de qualidade externo
ainda não tem sido operacional. Ao nível interno faz-se o controlo de qualidade, onde as
lâminas são enviadas dos distritos para o nível central, para serem submetidas ao
controlo de qualidade.
No entanto, apenas o distrito de Lembá tem enviado lâminas para serem submetidas ao
controle de qualidade.
Em 2016, este distrito envio 73 lâminas ao nível central para o controlo de qualidade. A
tabela abaixo revela o resultado obtido destas lâminas.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 36
Tabela:11. Resultado do controlo de qualidade das lâminas enviadas do distrito de Lembá,
STP, 2016
Fonte: CNL/PNLP Unidade de estatística/Apresentação situação epidemiológica de paludismo 2016
À partir desta tabela pode-se concluir que a microscopia é até então o diagnóstico de
excelência para a confirmação do paludismo. A técnica utilizada é a gota espessa e o
esfregaço corado com Giemsa, que permite a identificação com facilidade e precisão da
espécie plasmodial.
Apesar de se ter detectado alguns erros durante o controlo de qualidade das lâminas,
anteriormente observadas pelos técnicos, classifica-se de aceitável o trabalho realizado
pelos técnicos. Porém medidas terão de ser implementadas para melhorar o desempenho
dos técnicos visto que:
7% de erros foi verificado no total de todas as lâminas observadas;
28,5% de lâminas observadas como negativas eram positivas (continham
gametócitos).
TRATAMENTO DO PALUDISMO
O diagnóstico precoce e correcto dos casos, seguidos de um tratamento rápido com um
antipalúdico eficaz constitui o elemento chave para a redução efectiva da morbilidade e
a mortalidade por paludismo.
A modalidade de manejo de casos nos diferentes níveis de cuidados será determinada
pelas manifestações clínicas e o diagnóstico, que se trata de um paludismo simples ou
paludismo grave.
a) Tratamento do paludismo não complicado
Percentagem de erros
por espécie
Percentagem de erros
de negativas para
positivas
Percentagem de
erros de positivas
para negativas
Percentagem de erros
do total dos erros das
lâminas revistas
0% (73/73) de erro- todas as lâminas
observadas foram bem
especificadas às
espécies).
28,5% (4/14) de erros
em lâminas negativas
relidas revelaram
positivas.
2,7 % (2/75) de
erros foram
detectadas nas ditas
lâminas positivas.
7% (6/86) de erros
foram verificados no
total de lâminas revistas.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 37
O medicamento de primeira intenção para o tratamento do paludismo não complicado é
a combinação Artesunato + Amodiaquina (ART+AM), associado a dose única de
primaquina para o tratamento de gametócitos. A combinação Arteméther -
Lumefantrina (AL) ou mais conhecido por Coartem é utilizada como alternativa em
caso de contra indicação ao medicamento de primeira intenção ou em caso de fracasso
terapêutico.
b) Tratamento do paludismo grave O tratamento deve ser iniciado assim que se suspeita do diagnóstico. O tratamento de
emergência comportará a utilização do artesunato injectavél em perfusão intravenosa
2,4 mg/kg de peso corporal no momento de internamento (hora 0), 12 horas depois e 24
horas depois. Após 24 horas recomenda-se que o tratamento seja feito uma vez por dia
até que o paciente possa tomar os medicamentos por via oral onde será administrado
ACT de 1ª intensão dose completa durante 3 dias associado a primaquina. Em caso de
indisponibilidade do artesunato injectavél, é recomendado começar por uma dose de
carga de quinino 20mg/kg de peso corporal em perfusão intravenosa lento em soro
glicose 5% ou 10% em 4 horas. A seguir será colocada uma dose normal (10 mg/Kg em
soro fisiológico ou glicose de 8 em 8 horas, antes de passar ao ACT 3 dias associado a
primaquina. Para além do tratamento específico, outros cuidados devem ser tomados em
função da avaliação clínica inicial.
NB: Para mais detalhes sobre o tratamento de paludismo ver o protocolo de manejo
de casos.
c) Medicamentos Distribuídos em longo do ano 2016
Durante o ano 2016 foram distribuídas 2238 doses de anti-palúdicos como ilustra a
tabela abaixo. Nota-se que 2044 pacientes foram tratados com artesunato +
amodiaquina que é o tratamento de primeira linha utilizado no país, destes 1849
também receberam primaquina para tratamento de gametócitos. 150 pacientes
receberam quinino como tratamento de paludismo grave, a 130, também foi associado
primaquina como tratamento para gametócitos, e 44 completaram o tratamento com o
antipalúdico de 1º linha, . A nenhum paciente foi administrado Cuartem como
tratamento de 2º linha.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 38
Quanto a distribuição por faixa etária, das 20338 doses distribuídas, 10 foi em menores
de 1 ano, 205 entre os de 1 á 5 anos, 531 entre os de 6 á 13 anos e 1492 nos de igual ou
superior á 14 anos.
Tabela 13: Doses de antipalúdicos distribuídos por faixa etária STP, 2016
Faixa etária
Art+Amo Art+Amo+Pri Art+Amo+Qu
i+Pri Art +Amo+Qui Quinino Quini+Pri Coartem
Total por idade
0-11
Meses 2 7 0 0 1 0 0 10
1-5
Anos 6 162 8 0 4 25 0 205
6-13 Anos
27 426 10 1 2 65 0 531
=>14 Anos
160 1254 22 3 13 40 0 1492
Total geral
195 1849 40 4 20 130 0 2238
Fonte: CNP/PNLP/Sistema de registo de dados de paludismo
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 39
IEC/CMC
Foram programadas actividades de comunicação para mudança de comportamento
(CMC). Na tabela abaixo estão apresentadas essas actividades assim como o seu nivel
de realização para o ano 2016.
Tabela: 14- Actividades de IEC e CMC, realizadas em STP, 20116
Actividade Realização
Sim Não
Produção de dois Spot para rádio e TVS x
Supervisão de actividades de sensibilização com os professores e alunos nas
escolas; x
Supervisão de actividades de sensibilização nas comunidades; x
Supervisão dos agentes de saúde comunitários sobre manejo de casos na
comunidade; x
Supervisão nos postos e centros de saúde sobre manejo de casos na
comunidade; x
Formação dos 152 directores e professores das escolas x
Produção de uma marca para paludismo x
Produções materiais de apoio a sensibilização (folhetos, cartazes, bandeirolas
camisolas e bonés) x
Participação no atelier de revisão do plano estratégico 2012-2016 x
Participação em reuniões periódicas de coordenação x
Fonte: Responsável da unidade de Comunicação
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 40
Formação
No âmbito das actividades do plano estratégico do PNLP a cargo do sub-beneficiario
principal CNE/PNUD (Fundo Global) existem actividades de Reforço das Capacidades
Institucionais no domínio de Gestão do Programa, mais concretamente actividades de
formação e reciclagem de médicos, enfermeiros e técnicos de saúde no sentido de
prestar o melhor serviço possível a Instituição visando combater e eliminar o paludismo.
Assim, existe o departamento de formação que trabalha junto aos sub-beneficiarios
secundários no sentido de coordenar e supervisionar as actividades específicas de
formação para que a instituição alcance os resultados esperados planificados no Plano
Estratégico Nacional das três doenças”.
Concretamente para paludismo, como se vê na tabela abaixo, ao longo do ano 2016,
foram realizadas 4 formações, divididas em várias sessões. Delas apenas uma (25%) foi
realizada a 100%. O nível de realização de todas as outras, foi inferior a 70%.
Tabela: 15- Formações do PNLP, realizadas em STP, 2016.
Fonte: Instituto superior ciências de saúde
Formação de 64
Directores escolar e 88
professores (152
pessoas) sobre novas
diretrizes para luta
contra a malária
T3
Realizada
ISCS
152
120
79%
05-29 de
Julho de 2017
Formação de médicos e
enfermeiros para os
sectores público e
privado (406) no caso
da malária correcta
gestão (casos simples e
graves, incluindo a
malária em mulheres
grávidas
T2/T3
Realizada
ISCS
210
138
66%
02 de Maio á
11 de Agosto
de 2016
Formação de técnicos
(15) PNLP na monitoria
e avaliação (coleta de
dados, análise e gestão)
em todos os níveis (RDE
distritais, CNE e HAM)
T2
Realizada
ISCS
15
15
100%
16-19 de Maio
de 2016
Fornecer sessões de
treinamento básico de
TI para o pessoal
distrital (4 sessões de 4
dias e meio de 16
participantes cada, em
São Tomé e 1 sessão de
4 dias e meio com 10
participantes Príncipe)
T2/T4
Realizada
Parcialmente
ISCS
64
24
--------- 27 á 30 de
Junho 2016;
24 á 27 de
Outubro de
2016;
31/10, 13 -15
de Dezembro
de 2016
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 41
Supervisão
A supervisão formativa tem como objectivo melhorar a prestação de serviço dos técnicos
de saúde (médicos, enfermeiros, parteiras, técnicos de farmácia e técnicos de laboratório) no
manejo correcto dos casos de paludismo incluindo o diagnóstico laboratorial por isso é
indispensável à sua realização periódica.
A supervisão em manejo de casos, realizada trimestralmente a nível de S.Tomé e
semestralmente na Rap.
Segundo o relatório de supervisão elaborado pelo gabinete técnico de supervisão do
CNE, ao longo do ano 2016 foi realizada supervisão, formativa e participativa no
manejo de casos de paludismo de nível Central aos Postos Sanitários e Comunitários,
Centros de Saúde e Hospital e aos Agentes de Saúde Comunitária. Nestas
supervisões foram visitadas 30 unidades sanitárias que inclui os dois Hospitais,
Centros de saúde e Postos Sanitários de todos os distritos incluindo a RAP. Ao longo
destas supervisões, constatou-se o seguinte:
100% das US visitadas dispoêm de recursos humanos e materiais para realizar o
diagnostico laboratorial para confirmação de casos de paludismo, seja por
microscopia ou TDR;
O diagnóstico laboratorial de paludismo é efectuado correctamente a nível dos
serviços em 99,8% para a microscopia e 99,2% para o Teste de Diagnóstico
Rápido;
100% (7/7) dos centros de saúde com internamento e hospital visitados tinham
capacidades de fazer o manejo de casos de paludismo grave;
100% (30/30) das US visitadas dispunham de antipalúdico de 1ª intenção;
90% das US visitadas possuíam primaquina para o tratamento gametocitocida.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 42
Inquéritos/Estudos
Detecção/Busca Activa de paludismo
Trata-se de um despiste das infecções palustres pelos técnicos e/ou agentes de saúde ao
nível da comunidade. A detecção activa dos casos pode consistir num rastreio de
pessoas com ou sem febres, seguidas de um exame parasitológico (TDR/Microscopia)
na comunidade conforme os critérios estabelecidos.
Ao longo do ano 2016, foram examinadas 34900 pessoas durante a detecção activa de
casos, em que 357 foram positivas representando uma taxa de positividade de 1,0%.
A testagem por TDR representou 99,8 % do total de exames realizados. Foi no DS de
Lembá onde se realizou o maior número de testagem representando 56%.
Tabela 14: Testes realizados durante a busca activa de casos em STP, 2016.
Distrito Examinado
TDR
Positivo
TDR
Examinado
Micros
Positivo
Micros
Total
Examinado
Total
Positivo
Taxa
positividade
Agua
Grande 22129 212 3 0 22132 212 0,96
Mé Zochi 19 2 0 0 19 2 10,5
Cantagalo 2733 31 0 0 2733 31 1,1
Lobata 3649 9 53 0 3702 9 0,2
Lembá 5861 102 3 0 5864 102 1,7
Caué 3 0 0 0 3 0 0,0
R.A.
Príncipe 447 1 0 0 447 1 0,2
Total STP 34841 357 59 0 34900 357 1,0
Fonte: CNE/PNLP-Base de dados de paludismo, Sistema
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 43
Avaliações do programa e elaboração de um novo PEN
As revisões/avaliações dos programas de paludismo são ferramentas de gestão para a
avaliação com base nas evidências da situação do paludismo e seu desempenho com
vista a fortalecê-lo para os melhores resultados podendo conduzir a impactos. Elas
avaliam os sistemas utilizados para fornecer intervenções encorajando o sucesso
propondo soluções para as lacunas e obstáculos. Eles são destinadas a ajudar os países e
parceiros a definir ou redefinir a agenda do paludismo a medio ou curto prazo.
De acordo ao guia da OMS para as avaliações dos programas de paludismo, existem três
tipos de revisão/avaliação: a revisão final dos programas de luta contra o paludismo e do
seu plano estratégico (RPP ou APP), a revisão a meio-percurso da PEN (RMP/AMP); e
a revisão do plano anual de trabalho do paludismo (RPA/APA). As três revisões são
consideradas como um continuum que leva à realização /elaboração efectiva do plano
estratégico.
É respeitando esses princípios e tendo chegado o último ano da implementação do PEN
2012-2016, o Governo de São Tomé e Príncipe, através do Centro Nacional de
Endemias decidiu realizar no mês de novembro do ano 2016, a avaliação do
desempenho do programa nacional de luta contra o paludismo e em função dos
resultados, rever o plano estratégico nacional, tornando-o adequado ao contexto
epidemiológico do país, visando a eliminação do paludismo.
Esta avaliação de desempenho do Plano Estratégico Nacional (PEN 2012-2016) do
Programa Nacional de Luta contra o Paludismo (PNLP) em São Tomé e Príncipe foi
uma oportunidade para efectuar uma análise aprofundada da implementação das
intervenções de luta, planificadas para os últimos 5 anos com vista a criar uma visão
estratégica do programa para o período 2017-2021, e em conformidade com a Estratégia
técnica global de luta contra o Paludismo (GTS, 2016-2030) e os Objectivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS de 2015 -2030).
Durante esta revisão todas os domínios de intervenção foram avaliados e analisados e
recomendações adequadas foram formuladas. Concernente ao impacto epidemiológica e
entomológica, uma diminuição da incidência e da mortalidade causada pelo paludismo
foi observada. Todos os distritos do país desde 2014 registraram taxa de positividade
dos testes (TDR e lâminas) inferiores a 5%. A taxa de infecção do Anopheles, vector do
paludismo, passou de 0,78% em 2013 para 0% em 2014. O objectivo concernete a
redução da morbilidade e da mortalidade por paludismo (60%) foi amplamente
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 44
ultrapassado para atingir 72% em 2015. A Região Autónoma do Príncipe, por sua vez,
registou uma incidência de casos autóctones a menos de 1 caso por 1000 habitantes
desde 2014. Para melhor almejar as intervenções por distrito, foi recomendado ao
programa de estratificar o país. No entanto, apesar destes resultados encorajadores,
muitas fraquezas e limitações persistiam.
Em relação ao financiamento do PEN 2012-2016, apenas 57% do orçamento previsto
foi mobilizado. O Fundo Global é o maior contribuinte (57%), seguido da cooperação
Taiwanesa (33,9%) e do Governo de São Tomé (2,7%). A parte do orçamento do MS
atribuído ao PNLP variou entre 0,3 e 0,5%. A contribuição da OMS e outros parceiros
foi sobretudo no âmbito da assistência técnica. O compromisso do governo na luta
contra o paludismo se traduz pela gratuitidade dos serviços de saúde (preventivos e
curativos). Todos os casos de paludismo (não complicado e grave) são tratados
gratuitamente. Além disso, os cuidados, os produtos antipalúdicos e outros insumos
(MILDA, inseticidas e TDR) são isentos das taxas. Um maior engajamento político e da
comunidade é observado na Região Autónoma do Príncipe.
Em termos de prevenção, há uma combinação de intervenções, que compreende a
pulverização intradomiciliar residual (PID), o uso de mosquiteiros impregnados com
insecticida de longa duração de acção (MILDA) e a luta antilarvar. Os estudos de
sensibilidade, têm demostrado que o Anopheles Coluzzii vector do paludismo em STP é
resistente a piretróides (Alfacypermetrina) e ao DDT. Para gerir a resistência, o PNLP
propõe a rotação de inseticidas a partir de 2018. Dois inseticidas estão em jogo a saber
Bendiocarb (carbamato) e Pirimifos-metilo ou Actellic 300 CS (organofosforado).
Testes de sensibilidade realizado em An. Coluzzii no país mostraram uma taxa de
mortalidade de 100% para essas duas classes de inseticidas. Relativamente a cobertura
de MILDA, ela é baixa (61%), sendo 60% em mulheres grávidas e de 70% nas crianças
menores de 5 anos. Quanto a pulverização intradomiciliar, ela está baixando na ilha de
São Tomé (73%), enquanto a Região Autónoma do Príncipe apresenta uma cobertura de
91%. O grande desafio no domínio da prevenção tem sido sempre o atraso na aquisição
de insumos (inseticidas e MILDA) e o aumento gradual da recusa da PID.
Essa revisão recomendou o envolvimento das câmaras e das comunidades em ações de
saneamento do meio para reduzir os criadores larvares; a implicação dos distritos na
planificação e na implementação das campanhas de distribuição em massa de MILDA e
de PID; de disponibilizar medicamentos para a quimioprevenção nos viajantes da RAP
e assegurar a implementação efectiva das 4 doses de TPIg e o reforço da colaboração
com o Programa Nacional de Saúde Reproductiva (PNSR)
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 45
Desde 2015, o país adotou um novo protocolo de tratamento adicionando uma dose
única de primaquina (para eliminar gametócitos) ao Artesunate + Amodiaquina. Todos
os casos positivos ao TDR são confirmados pela microscopia e tratados com um CTA e
seguido por 28 dias. O tratamento do paludismo em mulheres grávidas é feito através da
administração do Quinino associado com a Clindamicina, infelizmente, esta última
molécula está em falta em todas as unidades de saúde. Apesar da presença de
Artesunato injectável em Hospitais e Centros de Saúde para o tratamento de casos
graves, o quinino injectavel continua sendo usado para o tratamento destes casos. Um
reforço de capacidades para o respeito do protocolo de manejo de casos é indispensável.
Há necessidade de criar um sistema de farmacovigilância para detectar e prevenir os
efeitos adversos causados pelos medicamentos.
Dada a redução do número de casos de paludismo observado em todos os distritos de
São Tomé, é desejável que a busca ativa em torno dos casos detectados seja feito como
é o caso da Região Autónoma do Príncipe. A avaliação também recomendou de
assegurar a despistagem dos casos de febre a nível das portas de entrada de São Tomé,
visto que, o tráfego marítimo (no porto) e aéreo aumentou em São Tomé.
Os dados de vigilância são transmitidos diariamente em uma plataforma instalada no
nível central e acessível a todos os utilizadores. Isso tem facilitado a detecção de surtos
e / ou epidemias de paludismo.
Ao nível do país, existem várias estruturas envolvidas na compra e importação de
medicamentos e outros insumos (TDRs, MILDAs, inseticidas) com sub-comités de
quantificação, de recepção e de aquisições. Esses comitês funcionam sem a implicação
efetiva do Fundo Nacional de Medicamentos. Também seria desejável de implementar
um sistema de segurança e controlo de qualidade dos produtos antipalúdicos e de dota-
lo de meios para o seu funcionamento.
Em conclusão, as seguintes lições foram aprendidas a partir da revisão a saber: (1) a
PID constitui a intervenção maior na redução dos casos de paludismo em STP, (2),
apesar de um elevado conhecimento da população sobre os benefícios das intervenções
implementadas, a cobertura em MILDA (61%) e PID (73%) permanecem abaixo da
cobertura exigida pela OMS (pelo menos 80% para PID e MILDA) e (3) o
financiamento das atividades de luta depende quase inteiramente de fundos externo, o
Fundo Global e a cooperação Taiwanesa foram os principais contribuintes para a luta
contra o paludismo no país. O MS contribui 2,7%. Em relação à mobilização de
recursos financeiros, o MS deve usar métodos inovadores que possam atrair parceiros
locais e internacionais.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 46
Com base nas recomendações, elaborou-se no mês de Dezembro 2016, o documento de
política para a eliminação do paludismo em STP, baseada nas orientações, da Estratégia
Técnica Global de luta contra o Paludismo (GTS, 2016-2030) que orienta os países a
acelerar os esforços com vista a eliminar o paludismo, e também com a Agenda 2063 da
União Africana (UA, 2014), que estipula que em 2030, o paludismo será eliminada em
todos os países africanos.
Nota: Para mais detalhes sobre os resultados desta avaliação, e política de eliminação do paludismo,
consultar os referidos documentos.
Reuniões de coordenação
Foram realizadas varias reuniões de coordenação (internas e com os parceiros técnicos e
financeiros) em que foram discutidos temas sobre o PNLP, com o objectivo de fazer o
ponto da situação do programa assim como mobilizar recursos para a continuação e
intensificação das actividades de luta contra o paludismo, porém poucos são os
relatórios e/ou actas elaborados, o que não permitiu a sua quantificação.
Orçamento e Parceiros de implementação
O Programa Nacional de Luta Contra o Paludismo tem dado continuidade a
implementação das suas actividades através do financiamento do governo pelo
Ministério da Saúde e dos parceiros técnicos e financeiros. A tabela abaixo dá-nos um
resumo das despesas suportadas pelo governo e os seus parceiros no âmbito da luta
contra o paludismo no ano 2015.
Observa-se na tabela 15, que a contribuição do governo para o programa nacional de
luta contra o paludismo quase que triplicou se comparado aos dois anos anteriores, o
que influenciou igualmente, em um aumento de quase 3 vezes no total da despesa para
o ano 2016. Esse aumento considerável suscitou as questões seguintes:
Um maior engajamento do governo na luta contra o paludismo; ou
Os montantes atribuídos aos anos anteriores não tinham tido em conta vários
aspectos, não refletindo assim a Real contribuição do governo para com o
programa nacional de luta contra o paludismo.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 47
Tabela 15: Financiamento do programa nacional de luta contra o paludismo
concernente aos anos 2014., 2015 e 2016.
Financiamento da luta contra o paludismo nos últimos 3 anos (USD) 2014 2015 2016
Financiamento do governo Orçamento para a luta contra o paludismo 166 333 930 233 4 737 539
Despesas da luta contra o paludismo 11 084 47 033 1 745 437
Financiamento Fundo Mundial (incluindo todos os
beneficiários principais) 1 715 622 1 668 679 2 261 202
Externo Banco Mundial 0 0 0
USAID /PMI 0 0 0
Outros bilaterais (AID, CIDA, DFID, JICA etc.) 1 020 102 1 000 000 1 000 000
UNICEF 3 000 0 2 826
OMS 125 209 60 006 52 985
Outras (UE, outras agencias das
Nações Unidas, ONG,
fundações etc.) 1 600 1 600 4 584
Total
geral 3044964 3709566 9806589 Fonte: Relatório Mundial de paludismo 2015, DAF CNE 2017
Na tabela de distribuição das despesas, nota-se maior despesa em outros (48,7%),o que
não permite conhecer quais as intervenções ali inseridas. Segue as despesas com as
planificações, administrações e custos gerais, enquanto as despesas com seguimento e
avaliação e formação é quase zero. A área de comunicação, não tem qualquer
financiamento, no entanto constitui uma das estratégias importantes para a mudança do
paradigma, pelo qual deve-se pensar em investir.
Tabela: 16- Distribuição das despesas do estado com o PNLP em 2016 %
Recursos humanos e apoios técnicos 166 152 9,5
Formação 9 771 0,6
MILDa 0 0,0
Insecticidas & materiais de impregnação 0 0,0
Diagnóstico do paludismo (TDRs, microscopia) 0 0,0
Antipalúdicos 339 0,0
Gestão dos aprovisionamentos 38 384 2,2
Infraestruturas e equipamentos 106 827 6,1
Comunicação e advocacia 0 0,0
Seguimento e avaliação 81 0,005
Planificação, administração, custos gerais 574 039 32,9
Outros 849 845 48,7
Total 1 745 437 100,0 Fonte: Relatório Mundial de paludismo 2015, DAF CNE 2017
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 48
Além dos parceiros financeiros, o PNLP conta com a participação de outros parceiros
para a implementação das suas actividades. Estes parceiros estão apresentados na tabela
a seguir, bem como as suas áreas de intervenção.
Tabela 17: Parceiros de implementação das actividades do programa nacional de luta
contra o paludismo
Parceiros Áreas de intervenção
Distritos Sanitários Diagnóstico e manejo de casos de paludismo, acções de
sensibilização e CMC
FNM Gestão de medicamentos, TDRs e outros consumíveis
Zatona Adil Apoio nas acções de sensibilização e na pulverização
CNES Acções de sensibilização e CMC
HAM Diagnóstico e manejo de casos de paludismo
ISCVSM Realização das formações
Cruz Vermelha Acções de sensibilização e CMC, distribuição de MILDs Fonte:CNEPNLP
Forças, fraquezas, recomendações, lições aprendidas e orientações
estratégicas
A revisão do programa realizada em novembro de 2016, permitiu apontar as forças, e
os desafios encontrados pelo PNLP durante a implementção do seu PEN 2012-2016,
com eles, identificar as lições tiradas e a apartir das quais fazer as recomendações e
definir as estratégias a serem implementadas para o alcançe do principal objectivo do
programa que é atingir a eliminação do paludismo em 2025. Segue abaixo as
principaís:
Forças
Técnicos e unidades sanitárias com capacidade de fazer o diagnóstico e
tratamento de paludismo;
Existência de medicamentos e meios para o diagnóstico;
Apoio técnico e financeiro proveniente de estado e de vários parceiros;
Actualização de instrumentos para recolha de dados;
Testagem por TDR e/ou gota espessa para todos os casos de febre que
apresentam as unidades sanitárias;
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 49
Todos os casos de paludismo são confirmados por um dos testes de diagnóstico
de paludismo;
Treinamento dos líderes religiosos, ativistas de ONGs pelo PNLP, sobre o
paludismo;
Colaboração do CNES na produção e divulgação das mensagens informação e
comunicação;
Existência no CNE, de uma unidade responsável pela CC com um quadro que
lida com a comunicação sobre o paludismo;
Existência de ASC que oferecem um pacote alargado de sensibilização;
População tem um bom conhecimento sobre as causas, sinais, de acordo com o
estdudo CAP de 2015,
No RAP, é realizado a pesquiza activa em torno dos casos positivos detectados,
em um raio de 2 km em torno do caso.
Nas portas de entrada do RAP (aeroporto, portos), a triagem dos casos de febre é
assegurada
Dados centralizados ao nível nacional numa plataforma de gestão dos dados
acessíveis a todos os distritos;
Análise periódica dos dados e seguimento das tendências a nível central e dos
distritos;
Existência de pessoal dedicado na monitorização e recolha de dados a nível
distrital
Introdução e transmissão de dados diários a nível nacional e estes são
compilados, análises e divulgados sob forma de boletim semanal;
A taxa de completude dos relatórios superior a 80%
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 50
Fraquezas
Insuficiência de visibilidade do programa ao nível;
O quadro de coordenação de parceiros pouco funcional;
A comissão nacional de luta contra o paludismo não funcional;
Fraca colaboração intersectorial (com outros ministérios e setores privados);
O atraso no desenvolvimento de diretrizes e guias para controle integrado de
vetores técnicos (IVM);
O aumento gradual da taxa de recusa da PID;
Falta de um plano global de gestão da resistência do vetor aos inseticidas;
A ausência de uma cartografia de vectores ou perfil entomológico não
actualizado;
Não cumprimento do protocolo para o tratamento do paludismo grave;
Indisponibilidade de Clindamicina para o tratamento do paludismo simples nas
mulheres grávidas (Quinino + Clindamicina);
Inexistência de um sistema de garantia da qualidade dos exames microscópicos;
Estruturas privadas não são supervisionadas pelo PNLP e não são aprovisionados
com TDR ou medicamentos pelo programa;
Há falta de coordenação ao nível do sistema, com várias estruturas envolvidas na
compra e importação de drogas no país;
Inexistência de um sistema de controlo de qualidade e garantia de qualidade de
medicamentos;
Pouca implicação do FNM nos comités de quantificação, e recepção, dos
insumos;
Mensagens de sensibilização necessita não adaptadas à actual situação do
paludismo no país;
Inexistência de pessoal formado sobre as novas orientações para eliminação do
paludismo.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 51
Recomendações
Aumentar a contribuição do Estado para a luta contra o paludismo nuo mínimo
de 5 US per capita [segundo a Estratégia Técnica Geral (GTS), 2016-2030];
Mobilizar mais o setor privado e identificar fontes inovadoras de financiamento
interno para a luta contra o paludismo;
Continuar a desenvolver esforços para mobilizar recursos externos através dos
parceiros tradicionais e identificar novas;
Revitalizar a Secretariado Executivo da Comissão Nacional de Coordenação da
luta contra o paludismo concentrando-se em estratégias conducentes à
eliminação;
Fortalecer a colaboração intersetorial na luta contra o paludismo;
Reforço da capacidade institucional do programa através fortalecimento da
liderança e dos recursos para conduzir o país para a eliminação do paludismo;
Fortalecer as capacidades técnicas do programa nos domínios da eliminação;
Reforçar o quadro de concertação dos parceiros e grupos temáticos nas áreas
prioritárias, sob a liderança do Programa;
Fortalecer o IEC através de mensagens mais específicas, os métodos de CMC
inovadores e mensagens de comunicação adaptada ao contexto da eliminação;
Implicar os líderes na conscientização da comunidade;
Reforçar a capacidade dos agentes de saúde e dos agentes de luta antivectorial ao
nível dos distritos sobre o CMC;
Sensibilizar as comunidades para o saneamento ambiental, incluindo a gestão
dos criadores;
Fortalecer as atividades de IEC, mensagens sobre o uso de MILDA et PID;
Actualizar o perfil entomológico através da análise regular de dados de
vigilância entomológica;
Redinamizar o grupo técnico de apoio a coordenação e seguimento das
actividades de LAV;
Envolver o Ministério das Infra-estruturas e as camaras em ações de saneamento
ambiental;
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 52
Continuar a implementar a estratégia de gestão da resistência do Anopheles aos
insecticidas baseada na rotação;
Envolver distritos no planeamento e implementação das campanhas de
distribuição de massa de MILDA de PID;
Divulgar o protocolo de manejo de casos revisto;
Formar os prestadores sobre o novo protocolo de TPIg e garantir a aplicação
eficaz da política nacional de 4 doses de SP;
Disponibilizar medicamentos para quimioprevenção (mefloquina, atovaquona
proguanil) para os viajantes da RAP;
Reforçar as competências dos laboratórios nacionais integrando a garantia e
controlo da qualidade em colaboração com os centros de referência sub-
regionais;
Reforçar o sistema de controlo e garantia da qualidade do diagnóstico biológico
do paludismo através do desenvolvimento das directrizes/POS nacionais de
garantia da qualidade e controlo da qualidade, a formação / reciclagem dos
microscopistas;
Definir e implementar um sistema de farmacovigilância;
Estabelecer os testes de eficácia de terapêuticas (TET) cada 2 anos para
determinar a eficácia dos antipaludicos;
Reforçar as capacidades institucionais do FNM para que possa desempenhar
verdadeiramente o papel de um centro de aquisição de medicamentos;
Aumentar a capacidade de armazenamento do FNM;
Desenvolver manual de procedimentos para o armazenamento e distribuição de
medicamentos e outros insumos;
Criar um sistema segurança e controle de qualidade, e dota-lo de meios para o
seu funcionamento;
Treinar o pessoal em matéria de vigilância paludismo no contexto da eliminação;
Assegurar o despiste dos casos de febre nas portas de entrada São Tome
(aeroporto, portos).
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 53
Lições Tiradas
Uma boa parceria produz bons resultados na luta contra o paludismo no país;
O PID é a grande intervenção na redução dos casos de paludismo em STP;
O nível de conhecimento da população sobre a doença é elevada;
O acesso da população aos cuidados de saúde é alto;
Disponibilidade de insumos e equipamentos nas unidades de saúde;
O alto nível da apropriação do programa pelo pessoal de saúde;
O PNLP tem recursos suficientes para a execução das intervenções.
Orientações Estrategicas
O país deve adotar uma abordagem multi-sectorial que envolva todos os
intervenientes, incluindo outros ministérios, da sociedade civil e do setor
privado para alcançar o seu objectivo que é a eliminação do paludismo;
Em função dos dados disponíveis, o programa terá que definir metas e
intervenções por distrito;
Tendo em conta as orientações do Global de Estratégia Técnica (GTS), o país
devera aumentar os recursos ao mesmo tempo colocando em prática métodos
inovadores para mobilizar recursos internos;
Dada a importância da coordenação de acções contra o paludismo, o país irá
revigorar todos os órgãos de coordenação;
Considerando que o país está a avançar para a eliminação do paludismo, há
necessidade de reforçar a capacidade institucional do programa para dar-lhe
recursos e liderança e suficientes;
Tendo em conta que o controle de vetores é uma componente importante na luta
contra o paludismo, a vigilância deve ser considerada em todas as suas
componentes;
Envolver as comunidades em atividades de luta contra o paludismo;
Tendo em conta que o país se dirige para a eliminação do paludismo, a vigilância
deve constituir uma actividade chave do programa;
Considerando que o paludismo reduziu significativamente em todo o país,
levando a um baixo nível de imunidade da população; esforços de prevenção
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 54
devem continuar a ser prioridades ao nível do país ao mesmo tempo colocando
especial ênfase na PID;
Para garantir um bom diagnóstico, o país vai desenvolver um sistema de garantia
da qualidade da rede de laboratórios de qualidade, tendo em conta as ligações
com laboratórios acreditados;
No contexto de baixa transmissão, o país vai reforçar a qualidade dos cuidados
para evitar mortes, casos graves, com o apoio de um sistema de
farmacovigilância;
Uma vez que existem várias intervenientes no país no fornecimento de insumos,
seria desejável que as compras fossem centralizadas ao nível do central de
aprovisionamento e compras;
Considerando a importância da comunicação na luta contra a doença, o PNLP
deve desenvolver e implementar uma estratégia de comunicação no contexto da
eliminação, com particular destaque para o papel a ser desempenhado pelos
líderes na sensibilização das comunidades.
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 55
V CONSIDERAÇÕES FINAIS
As actividades desenvolvidas ao longo do ano 2016 concorreram para uma estabilidade
relativa da incidência do paludismo no país. Entretanto observou-se variações nas
semanas epidemiológicas com maior pico observado na semana 21 que veio reduzindo
gradualmente até o final do ano como se verifica nos gráficos 3.
Avaliando a incidência ao nível dos distritos, verificou-se que os distritos de Água
Grande e de Lembá aparecem com maior incidência contrariamente ao distrito de Caué
e a Região Autónomo do Príncipe que aparecem com menor. O distrito de Mé-Zochi
também se destacou por ser o terceiro com menor incidência no país durante o ano 2016
(tabela 10).
O mesmo se verifica para a taxa de positividade dos testes (tabela 11).
Durante as supervisões constatou-se que todas as US disponham de técnicos capacitados
e materiais para diagnosticar e tratar os casos de paludismo, e que todos os casos febre
são submetidos a um dos testes de diagnóstico de paludismo. O diagnóstico precoce
permitiu evitar a evolução para casos de paludismo grave (apenas 1,8% dos casos de
internamentos hospitalares foram atribuídos ao paludismo, tabela 5), porém houve 1 caso
de óbito.
Ao longo do ano, foram realizadas 2 campanhas de PID onde se verificou maiores
coberturas nos dois distritos menos populosos e menores coberturas nos dois distritos
mais populosos a taxa de cobertura a nível nacional conheceu uma diminuição saindo de
70,9% no 10º ciclo para 69,6% no 11º, não atingindo os 80% que é a cobertura
recomendada pela OMS para se obter um efeito de massa. Quanto a distribuição de
MILDAs, de rotina nota-se um aumento em relação ao ano precedente, saindo de 9280
em 2015 para 11922.
Ao longo do ano foram realizadas actividades de IEC e de CMC. Também foram
realizadas várias formações com o objectivo de capacitar os profissionais de saúde,
agentes de saúde comunitária e a população em geral no manejo de casos de paludismo.
Foram realizadas algumas actividades no âmbito da vigilância entomológica (tabela 8 e
9, gráfico 9 e 10) permitindo afirmar que os mosquitos (Anófeles Gambiae) permanecem
predominantemente jovem durante todo o ano, são principalmente zoofílicos porque
somente 8,8% tomaram sua refeição de sangue em seres humanos, o hábito de
alimentação no exterior das habitações continua sendo bem acentuado tendo em conta o
número elevado de mosquitos capturados e os insecticidas (Bendicarb em uso para PID
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 56
no país dês de 2013 como o Pirimiphos Metyl previsto para a rotação com o
Bendiocarb) apresentam taxas de mortalidade a 100%, ou seja, os mosquitos são
sensíveis a 100% a estes dois insecticidas.
A avaliação final do programa realizado em novembro do ano, permitiu identificar as
forças, as fraquezas e os desafios do programa durante os cinco anos de implementação
do seu plano estratégico 2012-2016, identificar as lições aprendidas e com elas, fazer
recomendações e definir as orientações estratégicas para o próximo plano estratégico.
De Janeiro a Dezembro de 2016, registou-se 1881 casos de paludismo durante a
detecção passiva e 357 durante a detecção activa, totalizando 2238 casos de paludismo,
com 275 internamentos e 1 óbito. Estes dados têm demostrado o esforço e a importância
que País tem dado ao Programa Nacional de Luta contra o Paludismo na perspectiva de
alcançar a visão prevista no plano estratégico nacional de luta contra o paludismo 2012-
2016 que é “ São Tomé e Príncipe livre do paludismo.”
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 57
ANEXO
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 58
Anexo 2
Tabela xx. Quadro lógico dos objetivos e indicadores chaves de impacto
Indicado
res de
Impacto
Baseline META
2014
Valor
atingido
2014
META
2015
Valor
atingido
2015
META
2016
Valor
atingido
2016
Fonte Método Frequê
ncia
Responsá
vel
Nº total de casos clínicos
de paludismo
131 (2011) 0 0 0 0 0 0 Livro de
registo de
consultas
Consulta dos
registos
Diário, semanal,
mensal
PNLP/CN
E
Nº total de casos de
paludismo nos ambulatórios
(confirmados -
Gota Espessa/TDR)
%
GE/TDR=10
744 (2012 de Jan-Nov)
1345 1356 1106 1498 963 1881 Livro de
registos do laboratório
Consulta
de registos
Diário,
semanal, mensal
PNLP/CN
E
Taxa de
mortalidade
por todas as
causas em
crianças < 5 anos
63/1000 NV
(2009)
41,56
(MICS 2014)
41,56
(MICS 2014)
NA NA NA NA
IDS,
MICS,
MIS,
Censo
Inquéritos
comunitários
5 em 5
anos INE
Nº total de casos
internados por
paludismo
1825 (2011) 409 414 315 560 189 275
Livro de
registos das
enfermaria
s dos distritos e
do
Hospital central
Consulta
de registos
Diário,
semanal, mensal
PNLP/Dist
ritos
Taxa de
letalidade
hospitalar por paludismo
[19/1825]
(1%) (2011) <1% 0% <1% 0% <1% 0,6%
Livros de
registo das
enfermarias
(Hospitais
e Centros de Saúde
com Intername
nto)
Consulta
de registos
Diário,
semanal,
mensal, anual
PNLP/Dist
ritos
Proporção de
crianças <5
anos com infecção por
paludismo
(Incidência)
[46/1000]
(1164/25151
) (2011)
[7,4/1000] (169/2274
0*1000)
(6,4/1000) [166/26014*1000]
1,3
(6,3/1000) [159/25300*1000]
1
(3,6/1000) [108/29735*1000]
Livro de
registos do
laboratório
Consulta de registos
Diário,
semanal,
mensal
PNLP/Distritos
Taxa de
letalidade hospitalar <5
anos
1% (7/520) (2011)
0% (0/67) 0% (0/72) 0% (0/27)
Livros de
registo das enfermaria
s
(Hospitais e Centros
de Saúde
com Intername
nto)
Consulta de registos
Diário,
semanal, mensal,
anual
PNLP/Distrito
Taxa de
positividade do teste de
paludismo
(microscopia / TDR)
5,5% (2011) 1,9 1,9 1,8 2,4 1,7 1,8
Livro de
registos do laboratório
Consulta
de registos
Diário,
semanal, mensal
PNLP/Dist
rito
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 59
Incidência de
paludismo por classificação
na RAP e nos
distritos de baixa
transmissão
(Importado e autóctone,
sexo, grupo
etário e grupo de risco)
1,0 1,0
(8/7775)
[( Autot =
Masc.
0,3/1000-
Fem. 1,1/1000)
(Impor =
Masc. 0,8/1000-
Fem.
0/1000 ]
<1
[( Autot =
Masc.
0/1000-
Fem. 0,5/1000)
(Impor =
Masc. 0,5/1000-
Fem.
0,3/1000 ]
<1
[( Autot =
Masc.
1,9/1000-
Fem. 0/1000)
(Impor =
Masc. 0,2/1000-
Fem.
0/1000 ]
Livro de
registos do laboratório
Consulta
de registos
Diário,
semanal, mensal
PNLP/Dist
rito
Casos de
paludismo
confirmados (Microscopia/
TDR) por 1000
Hab
51
1/183118x10
00) [2013]
(9,3) 1
754/187 604X1
000
(9,5)
1770/1860
24*1 000
7,4
(1421/192201x1
000)
(10,8)
2058/1898
19*1 000
5,9
(1152/196910x1
000)
(11,5)
2238/1937
14*1 000
Livro de
registos do
laboratório
Consulta de registos
Diário,
semanal,
mensal
PNLP/Distrito
Casos de
paludismo confirmados
(Microscopia/
TDR) por 1000 Hab na RAP
1 (2014) 1
(1)
8/7733*1000
1
(8/7924x100)
(0,6)
5/8004*1000
0,9
(7/8077x1000)
(1,2)
10/8052*1000
Livro de
registos do laboratório
Consulta
de registos
Diário,
semanal, mensal
PNLP/Dist
rito
Número de
óbitos por
paludismo
14 (2010) 0 0 0 0 0 1 Papeletas Processo clínico
Mensal, anual
PNLP/Distrito HAM
Taxa de mortalidade
por paludismo
(por 100 000)
11,4 (2011) 0 0 0 0 0 0,5
Livros de
registos de laboratório
Processo
clínico
Mensal,
anual
PNLP/Dist
rito HAM
Incidência de paludismo por
1000
39 9,3 8,7 5 10,8 4 8,5
Livros de
registos de
laboratório
Consulta de
registos
Diário, semanal,
mensal
PNLP/Dist
rito
Prevalência do
paludismo na
comunidade
5 % (2008/2009)
0,2 % --- --- IDS/MICS Consulta
IDS/MICS 5 em 5 anos
INE
Prevalência
parasitária de
paludismo na comunidade
(crianças de 2
à 9 anos)
ND 0,8 0,6 0,4
Inquérito
paludomét
rico
Consulta
de
relatório
Semestral
PNLP
Relatório Anual de Paludismo 2017 Página 60
Anexo 3
Ficha técnica
Responsável pela elaboração:
Jessica da Veiga dos Santos de Sousa Soares, Responsável da Unidade de Seguimento
e Avaliação do CNE
Apoio:
Anastácio Pires, Técnico da Unidade de Estatística do CNE