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SUMARÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO Contabilidade Pública

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SUMARÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO

Contabilidade Pública

Prof. José Berbel

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Parte I – Noções Gerais

1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Administração Pública é todo o aparelhamento do Estado, preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. Administrar é gerir os serviços públicos; significa não só prestar serviços, como também, dirigir, governar com o objetivo de obter um resultado útil.

No exercício de sua função fundamental de promover o bem-comum, o Estado é a organização política do poder. Pode-se definir, portanto, o Estado como a Nação politicamente organizada. O limite espacial dentro do qual o Estado exerce de modo efetivo e exclusivo o poder de império sobre as pessoas e bens é o conceito de território. Território pode também ser considerado como o âmbito de validez da ordenação jurídica, chamada Estado.

O Brasil, consoante dispositivo inserido no primeiro artigo da Constituição, define-se como Estado Federal, através do seguinte texto:

A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito, tendo como fundamentos:

I – a soberania;II – a cidadania;III – a dignidade da pessoa humana;IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;V – o pluralismo político.

CONCEITO DE ESTADO DE DIREITO:

O Estado de Direito é, por definição, a sociedade civil política e juridicamente organizada. Ou seja, governantes e governados devem estar sujeitos à lei. Esta estabelece a tripartição do Poder em legislativo, Executivo e Judiciário, e a maneira de escolha para os cargos públicos.

Ao Legislativo, e somente a ele, deve caber a elaboração da lei.

Ao Executivo cabe realizar as ações necessárias para que a sociedade possa atingir os fins a que se propõe, fins estes estabelecidos em sua lei maior, a Constituição (carta magna).

Assim, cabe ao Executivo realizar as ações para concretizar o plano de governo que, em princípio, foi aprovado pela sociedade ao elegê-lo.

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Ao Judiciário cabe dirimir as controvérsias surgidas na aplicação da lei ao caso concreto, seja entre particulares e o Estado, ou entre os entes federativos (União, Estados, Municípios e DistritoFederal).

2 FINANÇAS PÚBLICAS

O atendimento das necessidades públicas é obtido através de imensa rede de serviços mantida pelo Estado; no desempenho dessas atividades, o Governo tem de valer-se do trabalho do homem, operando nas mais diferentes especializações, e tem de adquirir materiais de consumo e bens permanentes. O Governo paga pela obtenção desses recursos. Portanto, precisa procurar e obter a quantidade necessária de numerário para efetuar os pagamentos.

ATIVIDADE FINANCEIRA:

Para realizar as ações próprias do Estado, como: defesa do território nacional (Forças Armadas), acesso de todos à Justiça (Poder Judiciário), saúde, habitação, educação, saneamento básico etc., o Estado necessita de recursos financeiros.

Assim, simultaneamente com essas atividades, o Estado exerce mais uma: a atividade financeira, que visa obter recursos, gerenciá-los e aplicá-los de acordo com a lei.

A atividade financeira do Estado desenvolve-se, basicamente, em três áreas: a receita, ou seja, a obtenção dos recursos; a gestão, que é a administração não só desses recursos como também de todo o patrimônio do Estado, e a despesa, que é a aplicação dos recursos no pagamento das verbas autorizadas no orçamento anual.

RESPONSABILIDADE FISCAL:

A atividade financeira do Estado vinha sendo regida pela Lei nº 4.320, de 17-3-64. Entretanto, a Constituição Federal, promulgada em 5-10-88, determinou que nova lei complementar disporia sobre finanças públicas (art. 163 da CF).

Essa disposição constitucional só foi atendida com a promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF (Lei Complementar nº 101, de 4-5-2000), que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.

A lei complementar é lei de caráter nacional. Portanto, tem vigência sobre todo o território nacional. Sobrepõe-se a todas as leis federais, estaduais e municipais.

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Hierarquia das Leis:

1º - Constituição Federal2º - Emendas à Constituição3º - Lei Complementar4º - Lei Ordinária

Por essa razão, obriga a todos os entes federativos, aos Três Poderes, Tribunais de Contas e Ministério Público. Obriga também, no âmbito do Poder Executivo (federal, estadual e municipal), a administração direta, os fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes.

As normas da LRF dispõem basicamente sobre:

a) orçamento público - rigoroso equilíbrio entre receita e despesa; b) receita pública - previsão e arrecadação; c) despesa pública - definições e limites; d) endividamento - limites; e) gestão patrimonial; f) transparência na gestão fiscal - escrituração, consolidação de contas, relatórios,

prestação de contas e fiscalização.

Os relatórios exigidos pela LRF devem ser disponibilizados, em meio eletrônico de acesso público, nos prazos legais, e suas informações devem estar fundamentadas na contabilidade.

As normas de contabilidade pública, dispostas na Lei nº 4.320/64, estão

sendo revisadas por meio de projeto de lei, para atualizá-las e torná-las compatíveis com a LRF.

A Lei de Crimes de Responsabilidade Fiscal - LCRF (Lei nº 10.028, de 19-10-2000) acrescenta ao Código Penal um novo capítulo, que define os crimes contra as finanças públicas e estabelece as respectivas penas.

3 RECEITA PÚBLICA

No direito financeiro, o conceito de receita pública corresponde a toda a entrada de recursos monetários, seja por arrecadação de tributos (impostos, taxas e contribuições), que representa variação positiva no patrimônio líquido, seja pela obtenção de empréstimo, portanto, endividamento, consistindo em simples permuta de valores (troca de dinheiro por obrigação), não produzindo, no ato do empréstimo, variação no patrimônio líquido.

A receita pública classifica-se em:

a) receita corrente: a que produz variação positiva no patrimônio líquido, por aumento de valor do ativo. Por exemplo: arrecadação de tributos,

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recebimento de dividendos de sociedades de economia mista ou de empresas estatais dependentes etc.;

b) receita de capital: a que corresponde a permuta de valores do ativo por valores do passivo. Por exemplo: operações de crédito (tomada de empréstimos públicos ou privados), alienação de bens (venda de controle acionário de empresas estatais privatizadas) etc.

4 DESPESA PÚBLICA

No direito financeiro, o conceito de despesa pública corresponde a toda saída de numerário, seja por uma mutação patrimonial diminutiva, que produz uma variação negativa no patrimônio líquido, seja por um fato que simplesmente permuta valores e que, portanto, não altera o patrimônio líquido.

A despesa pública classifica-se em:

a) despesas correntes: as que produzem variação negativa no patrimônio líquido, ou seja, redução de valor do ativo. Por exemplo: despesas de custeio (pagamento de pessoal civil e militar, de material de consumo etc.);

b) despesas de capital: as que representam simples permuta de valores do ativo. Por exemplo: investimentos (obras públicas, equipamentos e instalações, aquisições de imóveis, concessão de empréstimo etc.).

5 ORÇAMENTO PÚBLICO

No direito financeiro, o orçamento é documento fundamental para a atividade financeira do Estado.

De acordo com a melhor doutrina, Allomar Baleeiro assim o define:

O orçamento é considerado o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza ao Poder Executivo, por certo período e em pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotado pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei.

O orçamento, no Estado de Direito, não é mero documento de caráter contábil ou administrativo, mas sim poderoso instrumento de política econômica e social que, para sua execução, depende da correta e eficaz alocação dos recursos.

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Existem três leis orçamentárias, de acordo com o art. 165 da CF:

a) orçamento plurianual: é na verdade um plano de metas de política governamental que envolve programas de duração prolongada. É uma programação econômica voltada para os vários setores de atividade do governo;

b) lei de diretrizes orçamentárias: de acordo com o § 22 do art. 165 da CF, compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento;

c) orçamento anual: é a que abrange o orçamento fiscal (receitas e despesas), referente aos três Poderes da União, fundos, órgãos e entidades de administração direta e indireta, fundações instituídas e mantidas pelo poder público, além do orçamento de investimentos das empresas estatais, bem como o orçamento da seguridade social. O orçamento anual é de um exercício financeiro público, que, no Brasil, desde o tempo do Império, coincide com o ano-calendário, ou seja, de 1º de janeiro a 31 de dezembro.

6 DÍVIDA PÚBLICA

A dívida pública é constituída pelos empréstimos que os governos federais, estaduais e municipais obtém por meio de operações de crédito, internas ou externas.

As operações de crédito com a finalidade de obter empréstimos classificam-se em:

a) operações de crédito por antecipação de receita é uma modalidade de empréstimo, de curto prazo, que o Estado faz para suprir déficit de caixa. Deve ser paga no mesmo exercício financeiro. O Estado oferece em garantia desse empréstimo parte da sua receita. Por exemplo: a arrecadação do ICMS de determinado período;

b) operações de crédito em geral - são os demais que não resultam de antecipação de receita. São empréstimos de longo prazo que objetivam atender, em geral, a despesas de capital e tomados mediante colocação, junto a investidores nacionais ou estrangeiros, de títulos da dívida pública.

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CONCEITOS DE DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO

O governo absolutista exerce a atividade financeira a sua vontade, livremente, sem restrições; é protegido pelo direito da força. Mas nos Estados de Direito, em que os governantes se curvam à força do Direito, a atividade financeira é controlada, é exercida dentro de determinadas limitações; a lei estabelece as restrições; são as normas constitucionais, são as normas ordinárias, são os regulamentos, atos, portarias, ordens de serviço etc. que constituem o complexo disciplinador da atividade financeira.

A esse conjunto de princípios e normas que regulam a atividade financeira do Estado (receita, gestão e despesa) de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), também conhecida como Lei de Meios, e com a Lei de Responsabilidade Fiscal, denomina-se Direito Financeiro.

Entretanto, a receita relativa à arrecadação de tributos (impostos, taxas e contribuições) tornou-se tão complexa que as normas que regulam sua imposição e arrecadação tiveram que ser separadas do Direito Financeiro para formar um novo ramo: o Direito Tributário.

Pode-se, portanto, definir Direito Tributário como o conjunto de princípios e normas jurídicas que regem as relações jurídicas entre o Estado e o Particular, relativas à instituição e arrecadação dos tributos.

O Direito Público destina-se a regular as relações entre Estado e sociedade e o Direito Privado a regular as relações entre os indivíduos da sociedade (particulares).

Assim tem-se a seguinte divisão:

DIREITO PÚBLICO – DIREITO CONSTITUCIONAL

Direito Administrativo   - Direito Financeiro   - Direito TributárioDireito PenalDireito Judiciário

DIREITO PRIVADO

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Direito Civil Direito Comercial Direito Trabalhista

EXERCÍCIOS - nº 1

1) Para viver em sociedade, o homem necessitou de uma entidade de força superior, que pudesse fazer regras de conduta. Criou-se, então, o: _________________

2) A elaboração das leis, é atribuição do: ______________________

3) “Realizar ações para concretizar o plano de governo que, em princípio, foi aprovado pela sociedade ao elegê-lo”. Esta é atribuição do: ____________________

4) “Dirimir as controvérsias surgidas na aplicação da lei ao caso concreto, seja entre particulares e o Estado, ou entre os entes federativos”.

Esta é atribuição do: _________________

5) O Estado desenvolve atividades para suprir as necessidades públicas. O conjunto de normas e princípios que regulam a atividade financeira do Estado denomina-se direito: __________

6) A receita relativa à arrecadação de tributos tornou-se tão complexa, que as normas que regulam sua imposição e arrecadação tiveram que ser separadas do Direito Financeiro para formar um novo ramo, o:______________________

7) “Série de mecanismos pelos quais o Estado obtém recursos econômico-financeiros, com efetivo incremento ao patrimônio público, com ou sem coação legal”. Este conceito refere-se á: _______________________

8) “A que produz variação positiva no patrimônio líquido, por aumento de valor do ativo. Por exemplo: arrecadação de tributos, recebimento de dividendos de sociedades de economia mista ou de empresas estatais dependentes etc”.

Esta definição refere-se á: __________________________

9) “A que corresponde a permuta de valores do ativo por valores do passivo. Por exemplo: operações de crédito (tomada de empréstimos públicos ou privados), alienação de bens (venda de controle acionário de empresas estatais privatizadas) etc.”. Esta definição refere-se á: _________________________

10) “Toda saída de numerário, seja por uma mutação patrimonial diminutiva, que produz uma variação negativa no patrimônio líquido, seja por um fato que simplesmente permuta valores e que, portanto não altera o patrimônio líquido”. Este conceito refere-se á: ___________________________

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11) “As que representam simples permuta de valores do ativo. Por exemplo: investimentos (obras públicas, equipamentos e instalações, aquisições de imóveis, concessão de empréstimos etc.”. Esta definição refere-se á: _________________________

12) “As que produzem variação negativa no patrimônio líquido, ou seja, redução de valor do ativo. Por exemplo: despesas de custeio (pagamento de pessoal civil e militar, de material de consumo etc.”. Este conceito refere-se á: _________________________

13) “O ______________ é o documento fundamental para a execução da atividade financeira do Estado.

14) O orçamento, no Estado de Direito, não é um mero documento de caráter contábil ou administrativo, mas sim poderoso instrumento de política econômica e social que para sua execução, depende da correta e eficaz alocação dos recursos. Existem três leis orçamentárias, de acordo com o art. 165 da Constituição Federal. São elas:

- ____________________- ____________________- ____________________

15) A lei que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, é a ______________________

16) O que é uma Empresa de Economia Mista? Cite 3 (três) exemplos.

17) O que é uma Autarquia? Cite 2 (dois) exemplos.

18) O que é uma Empresa Estatal Dependente? Cite 2 (dois) exemplos.

19) As operações de crédito com a finalidade de obter empréstimos são chamadas de _____________________e classifica-se em: _______________________________ e

______________________________________________

20) O Direito Público destina-se a regular as relações entre ____________________ e __________________________ e o Direito Particular a regular as relações entre os __________________________ (particulares).

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21) Qual o momento em que se considera instituído o Estado de Direito?

Parte II

7 ORÇAMENTO

Conceito

O Orçamento Público surgiu para atuar como instrumento de controle das atividades financeiras do Governo. Através de autorização previa, pode o órgão de representação popular, exercer ação fiscalizadora sobre a arrecadação e aplicação realizadas pelo Poder Executivo.

É um programa de trabalho do poder Executivo, aprovado pelo Poder Legislativo, durante um período financeiro que contém planos de custeio dos serviços públicos, planos de investimentos, de inversões e planos de obtenção de recursos.

Sob o aspecto econômico, segundo o Professor Alberto Deodado:

O orçamento é, na sua mais exata expressão o quadro orgânico da economia pública. É o espelho da vida do Estado e, pelas cifras, se conhecem os detalhes de seu processo, de sua cultura e de sua civilização.

Orçamento Programa

Constitui uma modalidade de orçamento, é um instrumento de planejamento no qual a previsão dos recursos financeiros e sua destinação decorrem da elaboração de um plano completo, destacando as metas, os objetivos e as intenções do Governo durante um período.

A elaboração do orçamento programa abrange quatro etapas:

Planejamento: é a definição dos objetivos a atingir;

Programação: é a definição das atividades necessárias à consecução dos objetivos;

Projeto: é a estimação dos recursos de trabalho necessários à realização das atividades;

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Orçamentação: é a estimação dos recursos financeiros para pagar a utilização dos recursos de trabalho e prever as fontes dos recursos.

7.1 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

Entre os inúmeros princípios, sobressaem-se alguns que são defendidos pela maioria dos financistas, entre os quais destacam-se:

Anualidade ou Periodicidade;As previsões de receita e despesa devem sempre se referir a um limitado período de tempo; essa regra obriga o Poder Executivo a pedir, periodicamente, nova autorização para cobrar tributos e aplicar o produto da arrecadação. O período de doze meses tem sido considerado ideal.

Especificação ou Discriminação;Este princípio veda as autorizações globais, tanto para arrecadar tributos como para aplicar os recursos financeiros; exige que o plano de cobrança dos tributos e programa de custeio e investimentos seja exposto detalhadamente. Os sistemas e os graus de especificação são aqueles constantes nos anexos da Lei 4.320/64.

Exclusividade;Segundo o princípio da exclusividade, a lei orçamentária não conterá matéria estranha à previsão da receita e à fixação da despesa.

Unidade;De acordo com o princípio da unidade, o orçamento deve constituir uma só peça, compreendendo as receitas e as despesas do exercício, de modo a demonstrar, pelo confronto das duas somas, se há equilíbrio, superávit ou déficit.

Universalidade ou Orçamento Bruto;De origem francesa, trata-se de requisito essencial a um bom sistema orçamentário. A luz do princípio da universalidade, todas as receitas e todas as despesas devem ser incluídas no orçamento, tendo por objetivo oferecer ao Poder Legislativo controle seguro sobre as operações financeiras realizadas pelo Poder Executivo.

Autorização Prévia, Clareza, Exatidão, Natureza Contábil etc...

7.2 TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Estimativa da receita

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O cálculo da receita a ser arrecadada no exercício seguinte constitui um trabalho relevante e de responsabilidade, pois a receita orçamentária representa uma importante fonte de recursos para a realização dos programas de trabalho.

Os procedimentos adotados na estimação da receita evoluíram, mas ainda não existem normas concretas e definitivas que conduzam a uma avaliação exata da receita.

O órgão central de orçamento do Ministério do Planejamento, auxiliado pelo cadastro fiscal, pela contabilidade, pela administração tributária e por outros órgãos da administração, envolvidos no processo arrecadatório, terá condições de definir, numa primeira aproximação, o montante da receita a ser arrecadada no exercício seguinte.

Fixação da despesa

Ao contrário da receita, que é estimada, a despesa é fixada pelo orçamento.

Deste modo, a realização da receita pode ultrapassar sua previsão, mas a realização da despesa encontra seu limite no valor fixado.

Os valores constantes no orçamento, referente às despesas orçamentárias, costumam ser denominados; despesa fixada, despesa prevista, despesa autorizada, dotação, verba, autorização de despesa, recurso orçamentário, crédito orçamentário ou simplesmente crédito.

A efetiva aplicação dos recursos orçamentários, os pagamentos, denomina-se, na contabilidade orçamentária, despesa realizada e na contabilidade financeira despesa paga.

7.3 PREVISÃO E RESULTADOS ORÇAMENTÁRIOS:

Segundo a natureza da diferença entre as somas da receita e da despesa, ou inexistindo diferença, diz-se que há um déficit previsto, um superávit previsto, ou um orçamento equilibrado.

Déficit Deficitário, o orçamento em que a receita orçada é inferior à despesa autorizada.

Superávit Superavitário, aquele em que a receita estimada supera o total da despesa fixada.

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Equilíbrio Considerado equilibrado, o orçamento em que o total da receita prevista coincide com o total da despesa fixada.

Todavia, no final do exercício, o resultado financeiro alcançado, após a execução orçamentária, poderá coincidir ou não com a previsão inicial, como segue:-

PREVISÃO INICIAL OCORRIDO

Menor que o previstoIgual ao previsto

DÉFICIT PREVISTO Maior que o previstoEquilíbrioSuperávit

Menor que o previstoIgual ao previsto

SUPERÀVIT PREVISTO Maior que o previstoEquilíbrioDéficit

DéficitEQUILÍBRIO PREVISTO Equilíbrio

Superávit

A lei de iniciativa do Poder Executivo estabelecerá: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais.

A seguir apresentamos um modelo de Orçamento anual:

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C.Pública - Modelo

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EXERCÍCIOS - nº 2

1. Apresente uma definição de Orçamento Público?

2. O que é um “Orçamento Programa”?

3. Quais são as etapas para elaboração do “Orçamento Programa”? Comente-as.

4. Cite 3 (três) Princípios Orçamentários.

5. Faça comentários sobre 2 (dois) Princípios Orçamentários.

6. Como boa técnica de elaboração orçamentária as receitas são ________________, e as despesas são ___________________.

7. A efetiva aplicação dos recursos orçamentários, os pagamentos, denomina-se, na contabilidade orçamentária,_____________________________e na contabilidade financeira _______________________________________.

8. Segundo a natureza da diferença entre as somas das receitas e das despesas, o resultado do orçamento poderá ser:

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9. Comente as 3 (três) possibilidades de resultado do orçamento público.

10. A lei de iniciativa do Poder Executivo estabelecerá: o _________________________, as ________________________________ e os ____________________________________

EXERCÍCIOS - nº 3

Classificar as contas, montar o Orçamento Público e apurar os Resultados, Corrente e de Capital:

Contas Valores

Investimentos 1.000Amortização de Empréstimos 5.000Tributária - Imposto Sobre Exportação 8.000Outras Despesas Correntes 25.000Agropecuária 14.000Industrial 15.000Inversões Financeiras 6.000De Custeio 21.000Despesas com transferências de Capital 4.000Tributária - Taxas de Fiscalização Ambiental 2.000De Serviços 10.000Operações de Crédito 3.000

Orçamento Anual

RECEITAS DESPESAS

Soma Soma

Soma Soma

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Sub-total das Receitas

Sub-total das Despesas

Déficit Orçamentário Superávit Orçamentário

Total Total

EXERCÍCIOS – nº 4

Classificar as contas, montar o Orçamento Público e apurar os Resultados, Corrente e de Capital:

Contas ValoresDespesas com transferências de Capital 1.000Tributária - Taxas de Fiscalização Ambiental 5.000Operações de Crédito 8.000Investimentos 25.000De Serviços 14.000De Custeio 15.000Industrial 6.000Inversões Financeiras 10.000Amortização de Empréstimos 4.000Outras Despesas Correntes 3.000Tributária - Imposto Sobre Exportação 10.000Agropecuária 3.000

ORÇAMENTO ANUAL

Soma Soma

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Soma Soma

Sub-total Sub-total

Total Total

EXERCÍCIO - nº 5

Classificar as contas, montar o Orçamento Público e apurar os resultados Corrente e de Capital:

Despesas c/ Transf. de Capital 1.500 Receitas Tributárias 14.000Receita Industrial 3.500 Despesa de Custeio 29.500Receita Agropecuária 1.000 Amortização de Empréstimos 2.000Alienação de Bens 6.000 Investimentos 18.000Operações de Crédito 11.000 Receita de Contribuições 7.000Outras Receitas de Capital 500 Inversões Financeiras 3.000Outras Receitas Correntes 500 Receita de Serviços 2.000Receita de Transf. de Capital 1.500 Receita Patrimonial 4.000Receita de Transf. Correntes 6.000 Despesa c/ Transf. Correntes 6.000

ORÇAMENTO ANUAL

Soma Soma

Soma Soma

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Sub-total Sub-total

Total Total

8 COMPOSIÇÃO DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS:

8.1 PLANO PLURIANUAL DE INVESTIMENTO - (PPA)

A População aumenta, as cidades desenvolvem-se e, conseqüentemente, as necessidades da população também crescem.

Para atender ao aumento da demanda o Governo é obrigado a criar mais hospitais e postos de saúde, mais escolas, aumentar o fornecimento de água e ampliar os serviços de saneamento básico etc. E, para o desenvolvimento econômico, terá de abrir e pavimentar mais estradas e vias urbanas, portos, aeroportos; aprimorar os meios de comunicação; incentivar os centros produtivos; para isso, precisará de mais imóveis, instalações, aparelhamentos, equipamentos, materiais e mais pessoal. Tudo isso resultará em maiores desembolsos de recursos financeiros.

Os órgãos de planejamento elaboram esses estudos, definem os novos investimentos, estabelecem seus graus de prioridade; fazem projetos, orçam os custos, traçam os cronogramas físicos e financeiros.

Este plano de ampliação dos serviços públicos devidamente ordenado, classificado e sistematizado segundo os graus de prioridade constituindo o que se chama de Plano Plurianual de Investimentos.

A lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

O PPA é um planejamento com características orçamentárias e tem a duração de quatro anos, cuja vigência se estende até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial e subseqüente, objetivando garantir a continuidade dos planos e programas instituídos pelo governo anterior.

PPA x0 x1 x2 x3 x4 x1 x2 x3 x4

Mandato x1 x2 x3 x4 x1 x2 x3 x4

8.2 LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ( LDO )

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A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridade da administração pública, federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

O planejamento do Poder Executivo traçando as metas que o Governo deseja atingir durante o seu mandato, não pode ser posto em prática sem a prévia aprovação do Poder Legislativo.

Constitui atribuição do Congresso Nacional examinar, discutir, emendar e aprovar, anualmente, os planos de custeio e de investimentos do Poder Executivo.

O conjunto de documentos, sintéticos e analíticos, demonstrando os planos do Governo, enviados ao Legislativo, denomina-se proposta orçamentária.

Com a aprovação pelo Poder Legislativo, a proposta orçamentária transforma-se em orçamento público. Após a publicação da lei, o Poder Executivo poderá dar início à execução dos seus planos.

8.3 LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL ( LOA )

A Lei Orçamentária Anual é o orçamento propriamente dito. Possui a denominação de LOA por ser a consignada pela Constituição Federal. O orçamento é um processo contínuo, dinâmico e flexível, que traduz, em termos financeiros, para determinado período, os planos e programas de trabalho, ajustando o ritmo de execução ao fluxo de recursos previstos, de modo a assegurar a contínua e oportuna liberação desses recursos.

No Brasil, a metodologia utilizada é a denominada de Orçamento-Programa. Essa metodologia foi fortalecida com a implantação do Plano Plurianual 2000-2003, também denominado de Avança Brasil.

Segundo o parágrafo 5º do art. 165 da Constituição Federal, a Lei Orçamentária Anual compreenderá:

O orçamento Fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituições e mantidas pelo poder público;

O orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; e

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O orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

A lei que aprova a receita orçamentária não pode conter matéria estranha ao orçamento; isso significa que a lei orçamentária não disporá sobre assunto que não se relacione estritamente com o orçamento. É o princípio da exclusividade, consagrado na Constituição Brasileira.

Pode a lei orçamentária conter autorização ao Poder Executivo para abrir créditos adicionais suplementares e para realizar operações de créditos por antecipação de receitas.

A lei do orçamento compreenderá todas as despesas e todas as receitas do Estado, inclusive as de operações de créditos autorizadas em lei. É o princípio da Universalidade.

Estimativa da Receita:

O cálculo da receita a ser arrecadada no exercício seguinte constitui um trabalho relevante e de responsabilidade, pois a receita orçamentária representa uma importante fonte de recursos par a realização dos programas de trabalho – atividades e projetos – traçados pelo Poder Executivo.

Durante a montagem do orçamento, o órgão responsável deve catalogar, de forma sistemática e permanente, informações que auxiliarão no trabalho de estimar as receitas. A Equipe técnica orçamentista precisa ser dotada de suficiente experiência e sensibilidade para pesar bem cada um dos fatores que modificam o valor da receita prevista.

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EXERCÍCIOS - nº 6

Composição das Leis Orçamentárias.

1) A Constituição Federal de 1988, em seu Capítulo II (das Finanças Públicas), nos traz na Seção II (dos Orçamentos), em seu artigo 165, que as leis do Poder Executivo estabelecerão três instrumentos do Processo de Planejamento-Orçamento. Quais são eles (as)?R:

2) O _______________________é um plano de médio prazo, através do qual procura-se ordenar as ações do governo que levem ao atingimento das metas fixadas para um período de ________anos.

3) O que estabelece, de forma regionalizada, a Lei que instituir o Plano Plurianual?R:

4) O que compreende a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)?R:

5) Quem elabora a Lei de Diretrizes Orçamentárias?R:

6) O que é uma proposta orçamentária?R:

7) A __________________ é o orçamento propriamente dito.

8) O planejamento do Poder Executivo não pode ser posto em prática sem a prévia aprovação do _____________________.

9) Quais os orçamentos compreendidos pela Lei Orçamentária Anual (LOA)?R:

10) –Quando a Lei orçamentária pode abrir créditos adicionais suplementares?R:

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11) Quando a proposta orçamentária é aprovada pelo Poder Legislativo, esta se transforma em ______________.

12) A Constituição Federal de 1988 em seu Artigo 165, § 8º nos diz que “A Lei orçamentária não conterá dispositivos estranhos à previsão da receita e fixação da despesa [...]”. Esta afirmação se reporta a qual princípio orçamentário?R:13) Quando o Poder Executivo pode dar inicio à execução de seus Planos?R:

14) A Lei do Orçamento compreenderá todas as despesas e receitas do Ente Governamental, inclusive as operações de créditos autorizadas em lei. Qual é o princípio orçamentário que contempla esta afirmação?R:

9 RECEITA PÚBLICA

Receita Pública é, no sentido mais amplo, o recolhimento de bens aos cofres públicos.

Inicialmente, desdobra-se em dois grandes grupos: Receita Orçamentária e Receita Extra-Orçamentária.

Receita Orçamentária:

É aquela devidamente discriminada no orçamento público; são os tributos, as rendas, as transferências, as alienações, os retornos de empréstimos e as operações de créditos por prazo superior a doze meses.

Classifica-se a receita orçamentária nas categorias econômicas:

RECEITAS (ENTRADA

)

TODOS OSRECEBIMENTO

S

INGRESSOS QUE SERÃORESTITUÍDOS NO

FUTURO

INGRESSOS QUE NÃO

SERÃO RESTITUÍDOS

simplesENTRADA

S DE CAIXA

RECEITA

PÚBLICA

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Receitas correntes e Receitas de Capital.

..Receitas Correntes:

Receita tributáriaImpostosTaxasContribuição e melhoriaContribuições sociais

Do PatrimônioPatrimonialAgropecuáriaIndustrialServiçosTransferências correntes

A Receita Tributária é composta por Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria. Conceitua-se como a resultante da cobrança de tributos pagos pelos contribuintes em razão de suas atividades, suas rendas, suas propriedades e dos benefícios diretos e imediatos recebidos do Estado.

A Lei 4.320/64 descreve que:

Tributo é a receita derivada, instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da Constituição e nas leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou específicas exercidas por essas entidades.

A Receita de Contribuições é também uma fonte das receitas correntes, destinada a arrecadar receitas relativas a contribuições sociais e econômicas, destinadas, geralmente, à manutenção dos programas e serviços sociais e de interesse coletivo.

A Receita Patrimonial, Agropecuária e Industrial são fontes que se compõem de rendas provenientes, respectivamente, da utilização de bens pertencentes ao Estado, como aluguéis, arrendamentos, juros, participações e dividendos; da produção vegetal, animal e de derivado; e da indústria extrativa mineral, de transformação e de construção. As Receitas de Serviços são outra fonte das receitas correntes que se originam da prestação de serviços comerciais, financeiros, de transporte, de comunicação e de outros serviços diversos, bem como tarifa de utilização de faróis, aeroportuárias, de pedágio.

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As Transferências Correntes são outra fonte oriunda de recursos financeiros recebidos de outras entidades de direito público ou privado e destinados ao atendimento de gastos, classificáveis em despesas correntes.

Outras Receitas Correntes também são fonte de receitas correntes originárias da cobrança de multas e juros de mora, indenizações e restituições, receita da dívida ativa e receitas diversas.

.. Receitas de capital;

Operações de Crédito

Amortizações de empréstimos;

Alienações de bens;

Transferências de capital;

Outras receitas de capital.

As Operações de Crédito são fontes oriundas da realização de recursos financeiros advindos da constituição de dívidas, através de empréstimos e financiamentos, que podem ser internas ou externas.

As Amortizações de Empréstimos são fontes das receitas de capital, através das quais se recebem valores dados anteriormente por empréstimos a outras entidades de direito público.

As Alienações de Bens são outra fonte das receitas de capital, captadas através da venda de bens patrimoniais móveis e imóveis, e dizem respeito às conversões de bens e valores em espécies, isto é, conversão desses bens e valores em moeda corrente.

As Transferências de Capital são outra fonte de recursos recebidos de outras entidades de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital.

Há ainda Outras Receitas de Capital, que é uma fonte das Receitas de Capital destinada a arrecadar outras receitas de capital que constituirão uma classificação genérica não enquadrável nas fontes anteriores.

Receita Extra Orçamentária:

É aquela que não integra o orçamento público e, sua realização não se vincula à execução do orçamento e, tão pouco constitui renda para o Estado.

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É verdade que o dinheiro recebido, a título de receita extra-orçamentária, soma-se as disponibilidades financeiras, mas, em contrapartida, constitui um passivo exigível e, assim sendo, será restituído quando reclamado.

São receitas extra-orçamentárias:

Cauções;

Consignações em folha de pagamento;

Retenções na fonte;

Salários não reclamados;

Operações de crédito a curto prazo.

Estágios da Receita:

A receita orçamentária passa por três fases denominadas de estágios: previsão, arrecadação e recolhimento:

Previsão

Trata-se do 1º estágio da receita. É a estimativa de quanto se espera arrecadar durante o exercício. É a individualização, o relacionamento e discriminação da espécie e o seu valor.

Arrecadação

Representa o 2º estágio da receita. É o momento em que os contribuintes comparecem perante os agentes arrecadadores (bancos e repartições) a fim de liquidarem suas obrigações para com o Estado.

Recolhimento

É o 3º estágio da receita e compreende o ato pelo qual os agentes arrecadadores (bancos e repartições) entregam ao tesouro público, o produto da arrecadação.

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EXERCÍCIOS - nº 7

Receitas Públicas.

1) O que é receita pública?R:

2) Quais são os dois grandes grupos em que se desdobram as Receitas Públicas? R:

3) O que é Receita Orçamentária?R:

4) Quais são as categorias econômicas das Receitas Orçamentárias?R:

5) Cite 5 exemplos de fontes das Receitas Correntes.R:

6) Defina o que são Receitas de Serviços.R:

7) A cobrança de multas, juros de mora e indenizações pertencem a qual categoria econômica e qual fonte de Receitas?R:

8) Quais as fontes que compõem as Receitas de Capital?R:

9) Como podemos classificar o recebimento de uma tarifa de pedágio?

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R:

10) O que é Receita Extra-Orçamentária?R:

11) Cite 3 exemplos de Receitas Extra-Orçamentárias.R:

12) Quais são as três fases da Receita Pública?R:

13) Defina os três estágios da Receita Pública.R:

10 DESPESA PÚBLICA

Para manter as necessidades da população, o governo mantém, em pleno funcionamento, uma complexa rede de serviços: escolas, segurança, postos de saúde e hospitais, estradas, saneamento básico, iluminação urbana, justiça, relacionamento com outros países, etc.

Tais serviços são custeados pelos Governos dos três níveis, conforme as áreas de suas competências.

Os benefícios prestados à população pelo poder público exigem, para sua manutenção, recursos materiais e humanos: materiais de consumo, materiais permanentes, máquinas e equipamentos, instalações, técnicos de vários graus com boa qualificação profissional, cientistas, pesquisadores, auxiliares de diferentes níveis de especialização trabalhadores braçais, etc.

Os bens adquiridos e os recursos humanos contratados são pagos pelo Governo.

Para enfrentar esses gastos o poder público necessita de recursos financeiros. São os cidadãos, beneficiados pelos serviços postos à sua disposição, que fornecem esses recursos.

Cada cidadão contribui com uma quota, calculada segundo suas rendas, suas propriedades e suas atividades; cada contribuinte participa nas despesas públicas

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conforme suas posses. Uns contribuem com parcelas maiores que outros. Muitos, menos favorecidos pela sua colocação no quadro sócio-econômico, nem mesmo chegam a contribuir, embora usufruam, igualmente, de todos os serviços públicos.

Denominam-se despesas públicas os gastos destinados à manutenção dos serviços públicos mencionados.

Despesa Pública:

Constitui despesa pública, todo pagamento efetuado a qualquer título pelos agentes pagadores. Classifica-se em dois grandes grupos: Despesa Orçamentária e Despesa Extra-Orçamentária.

Despesa Orçamentária:

É a despesa discriminada e fixada no orçamento público, cuja realização depende de autorização legislativa e que não pode efetivar-se sem o crédito orçamentário correspondente.

Divide-se em categorias econômicas:

..Despesas correntes:

Despesas de custeio (destinadas à manutenção dos serviços criados anteriormente à lei do orçamento – pessoal, material de consumo, serviços);

Transferências correntes (àquelas que não correspondem a uma contraprestação direta de bens ou serviços – subvenções ).

DESPESAS

(SAÍDAS)

TODOS OSPAGAMENTO

S

DESEMBOLSOS RELATIVOS

À RESTITUIÇÃO DEINGRESSOS ANTERIORES

DESEMBOLSOS QUE NÃO TÊM

CORRESPONDÊNCIAS COM ENTRADAS ANTERIORES

SIMPLESSAÍDAS

DE CAIXA

DESPESA

PÚBLICA

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..Despesas de capital:

Investimentos (necessárias ao planejamento e a execução de obras públicas, aquisição de material permanente, instalações, equipamentos, imóveis para obras);

Inversões financeiras (imóveis, bens de capital, participação no capital de entidades);

Transferências de capital (consistem na transferência de bens e ou numerários a outra entidade).

Despesa Extra Orçamentária:

Considera-se despesa extra-orçamentária os pagamentos que não dependem de autorização do Poder Legislativo, são aquelas que não estão vinculadas ao orçamento público; não integram o orçamento.

Correspondem à restituição ou à entrega de valores arrecadados sob o título de receita extra-orçamentária.

São exemplos de despesa extra-orçamentária:-

Devoluções de cauções;

Fianças;

Salários não reclamados;

Pagamentos de restos a pagar;

Consignações em folha de pagamentos;

Etc...

10.1 LICITAÇÃO: Lei 8.666/93

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As despesas com obras, serviços, inclusive de publicidade e compras da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação. Entretanto, a lei prescreve algumas exceções que dispensam ou tornam inexigível esse procedimento.

A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

No julgamento das propostas serão levadas em conta, conforme o caso, sempre no interesse do serviço público, as condições de qualidade, rendimento, preço, pagamento, prazos e outras previstas no edital ou no convite.

Para efeito de licitação de obras, serviços e compras considera-se:

Obra : toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta;

Serviços : toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesses para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;

Compra: toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente.

As modalidades de licitação são: concorrência; tomada de preços; convite; concurso, leilão e pregão.

A concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data de recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente a seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade administrativa a qual afixará em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas.

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Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios, constantes do edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias.

Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor de avaliação.

Pregão: é a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns, (compras), qualquer que seja o valor estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública.

10.2 ESTÁGIOS DA DESPESA:

Os procedimentos adotados na realização da despesa pública são classificados em grupos que reúnem operações de mesma natureza. Cada um desses grupos é denominado estágios, tanto no período de fixação da despesa como no período de realização da despesa, são constituídos de estágios:-

Conforme nos apresenta o Glossário da Secretaria do Tesouro Nacional2, a definição dos estádios da despesa pode ser assim definida:

Estágios da Despesa: Os estágios da despesa são: empenho, liquidação e pagamento. Empenho: é o ato emanado de autoridade competente que cria para o estado obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de condição; Liquidação: é a verificação do implemento de condição, ou seja, verificação objetiva do cumprimento contratual; Pagamento: é a emissão do cheque ou ordem bancária em favor do credor.

Embora alguns autores apresentem apenas três estágios para as despesas públicas (empenho, liquidação e pagamento), trabalharemos com as colocações do Professor Heilio Kohama*, que nos apresenta quatro estágios para as despesas públicas, quais sejam: fixação, empenho, liquidação e pagamento.

Detalhando um pouco mais, temos:

A Fixação é na realidade a primeira etapa ou estágio desenvolvido pela despesa orçamentária, é cumprida por ocasião da edição da discriminação das tabelas explicativas, baixadas através da Lei de

2 Disponível na World Wide Web em: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/servicos/glossario/glossario_e.asp - Acesso em 23/01/2005* KOHAMA, Heilio. Contabilidade Pública. Teoria e Prática. 15.edição. São Paulo: Atlas, 2016.

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Orçamento. Seja dito de passagem que ela é precedida por toda uma gama de procedimentos que vão desde a elaboração das propostas, a mensagem do Poder Executivo, o projeto de lei, a discussão pelo Poder Legislativo e a conseqüente aprovação e promulgação, transformando-a em Lei Orçamentária.

Por conseguinte, a Lei de Orçamento é o documento que caracteriza a fixação da despesa orçamentária, ou seja, o instrumento no qual são legalmente fixadas as discriminações e especificações dos créditos orçamentários, que se constitui no corolário da chamada etapa da elaboração desenvolvida pelo ciclo orçamentário. A etapa da elaboração termina com a edição da Lei Orçamentária, que em última análise constitui o estágio da Fixação.

Empenho

O Empenho da despesa é um ato emanado de autoridade competente, cria para o poder público a obrigação de pagamento. O empenho gera a obrigação de pagar. Logo, a ausência de empenho não obriga o pagamento.

Se uma autoridade administrativa autorizar a realização de uma despesa, sem empenhá-la, a responsabilidade pelo pagamento é sua, pessoal, e não da repartição.

Empenhar uma despesa consiste em emitir um documento denominado nota de empenho. São elementos essenciais desse documento: o nome completo do credor; o valor a ser pago; o histórico da despesa (fazendo referência ao número da concorrência ); o saldo da dotação; etc...

Liquidação

Consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios de respectivo crédito. Tem por finalidade apurar a origem e o objeto do pagamento, a importância exata e quem se deve efetuar o pagamento.

Pagamento

Último estágio da despesa, onde o credor comparece aos agentes pagadores, identifica-se, recebe o seu crédito e dá a competente quitação.

10.3 RESTOS A PAGAR:

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A despesa orçamentária empenhada, mas não paga até o último dia do ano financeiro, é apropriada ao exercício em contrapartida com a conta financeira resíduos passivos ou restos a pagar.

10.4 DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES:

O orçamento pode consignar dotação especial para o processamento de despesas relativas a exercícios encerrados.

Esse crédito foi criado com a finalidade de eliminar, ou pelo menos de reduzir, abertura de créditos especiais destinados a atender pagamentos de despesas que, por diversas razões, não puderam se pagas em exercícios anteriores.

11 Movimentação de créditos e mecanismos retificadores do orçamento.

Aprovado por lei, o orçamento público não pode ser alterado senão por outra lei .

Durante a execução orçamentária, o Poder Executivo pode solicitar ao Poder Legislativo, e este conceder, novos créditos orçamentários.

Os créditos adicionais aumentam a despesa púbica do exercício, já fixada no orçamento.

A fim de não prejudicar o equilíbrio do orçamento em execução, a lei determina que cada solicitação de crédito adicional será acompanhada da indicação de recursos hábeis.

São considerados recursos hábeis:-

Superávit financeiro do ano anterior; Excesso de arrecadação; Anulações de dotações orçamentárias e os créditos adicionais; Operações de créditos autorizadas.

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Os créditos adicionais, segundo as suas finalidades, classificam-se:

Créditos suplementares;Destinados a reforçar dotação já existente no orçamento em vigor.A fim de evitar freqüentes pedidos de suplementação, a legislação financeira permite que a própria lei orçamentária autorize o Poder Executivo a reajustar as dotações orçamentárias suplementando e reduzindo dentro de um limite percentual estabelecido.

Créditos especiais;Destinados a amparar programas novos que não figuram no orçamento.

Créditos extraordinários;Destinados a atender despesas imprevisíveis e urgentes como as decorrentes de guerra, subversão interna ou calamidade pública.

                   DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

                   RECEITA (fonte) Prevista Realizada Diferença DESPESA (função) Fixada Realizada Diferença

Receitas Correntes       Despesas Correntes      Tributária   10.000 9.000 1.000 De Custeio 25.500 20.500 5.000

De Contribuições 6.000 5.500 500 Transf. Correntes 6.000 5.500

500 Patrimonial 4.000 3.900 100          Agropecuária 1.000 800 200          Industrial   3.000 3.700 (700)          de Serviços 2.000 1.500 500          Transf. Correntes 5.000 4.000 1.000          Outras   500 400 100          Soma   31.500 28.800 2.700 Soma   31.500 26.000 5.500                    Déficit Corrente Superávit Corrente 2.800 (2.800)                   Receitas de Capital       Despesas de Capital      Oper. de Crédito 10.000 9.000 1.000 Investimentos 14.400 11.400 3.000 Alienação de Bens 4.000 5.000 (1.000) Invenções financeiras 2.000 1.500 500 Amortiz. de Emprest. 2.000 1.800 200 Transf. de Capital 1.000 700 300 Transf. de Capital 1.000 800 200          Outras   400 300 100          Soma   17.400 16.900 500 Soma   17.400 13.600 3.800                   Déficit de Capital       Superávit de Capital   3.300 (3.300)                   Total   48.900 45.700 3.200 Total   48.900 45.700 3.200

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C.Pública – Ex.2

EXERCÍCIOS - nº 8

Despesa Pública

1) São os gastos destinados à manutenção dos serviços públicos. Esta afirmação faz referência às ___________________.

2) Constituem despesas públicas:a) todos os recebimentos, a qualquer título, junto aos cofres públicos;b) todos os pagamentos efetuados a qualquer título pelos agentes pagadores;c) todos os pagamentos efetuados pelos agentes receptores;d) todos os encargos financeiros pagos à autoridade competente.

3) As despesas públicas são classificadas em dois grandes grupos:R: ____________________e ___________________________.

4) Podemos dizer que despesa orçamentária é aquela que:a) é discriminada e fixada no orçamento público;b) está relacionada com as entradas no orçamento público;c) é discutida e pode ser recebida de acordo com peça orçamentária;d) é aquela que é fixada pelo Poder Judiciário.

5) Para sua realização, a despesa orçamentária depende da:a) autorização do Poder Judiciário;b) autorização do Poder de Polícia do Estado;c) autorização do Poder Legislativo;d) autorização do Chefe da Casa Civil.

6) Ainda sobre a realização da despesa orçamentária, podemos dizer que ela:a) pode ser efetivada sem o crédito orçamentário correspondente;b) não pode ser aprovada sem a participação do Conselho Orçamentário;

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c) não pode ser efetivada sem o crédito orçamentário correspondente;d) não pode ser efetivada sem os limites constantes das taxas orçamentárias;

7) As Despesas Orçamentárias estão divididas em duas categorias econômicas:a) despesas correntes e despesas permanentes;b) despesas concorrentes e despesas fixadas;c) despesas bancárias e despesas pré-fixadas;d) despesas correntes e despesas de capital.

8) Compõem as despesas correntes:a) as despesas de investimentos e custeio;b) as despesas de custeio e as transferências de capital;c) as transferências correntes e despesas de custeio;d) as transferências correntes e as despesas com inversões financeiras.

9) Despesas _____________________ são aquelas destinadas à manutenção dos serviços criados anteriormente à lei do orçamento: pessoal, material de consumo e serviços.

10) Compõem as despesas de capital:a) as despesas de investimentos, de custeio e inversões financeiras;b) as despesas de custeio, transferências de capital e investimentos;c) as transferências de capital, investimentos e inversões financeiras;d) as transferências correntes, inversões financeiras e transferências de capital.

11) As despesas de ________________________são constituídas pela transferência de bens ou numerários à outra Entidade.

12) As despesas orçamentárias com instalações e imóveis para obras, são classificadas como: a) despesas de custeio; b) despesas de transferências de capital; c) despesas de transferências correntes; d) despesas de investimentos.

13) As despesas públicas consideradas como pagamentos que não dependem de autorização do poder Legislativo e que não estão vinculadas ao orçamento público, são chamadas de:

a) despesas não-orçamentárias; b) despesas extra-orçamentárias;c) despesas orçamentárias secundárias; d) despesas extraordinárias;

14) São exemplos de despesas extra-orçamentárias:a) bens de capital, devolução de cauções e fianças;b) fianças, pagamentos de restos a pagar e serviços;c) salários não reclamados, fiança e subvenções;d) fiança; pagamento de restos a pagar e devolução de cauções.

15) As despesas extra-orçamentárias são assim consideradas aquelas que não dependem da autorização do Poder Legislativo, e:

a) estão fixadas na peça orçamentária;b) não integram o orçamento;c) devem ser calculadas à taxa de juros de longo prazo (TJLP);d) são fixadas de acordo com as necessidades públicas.

16) A observância da igualdade perante a Lei (isonomia) e a seleção de propostas mais vantajosas para a Administração Pública, são garantidas quando realizamos a:

a) Licitação; b) Plenária Orçamentária Popular;c) Tomada de Preços; d) Contabilidade Pública.

17) A licitação ocorrerá quando a Administração Pública tenha que realizar determinadas despesas, contratadas com terceiros, principalmente com:

a) obras e salários, inclusive com publicidade e encargos;b) serviços e obras, inclusive com compras e publicidade;c) obras e fianças, inclusive com compras e cauções;d) serviços e obras, inclusive com instalações e salários.

18) As modalidades da licitação são:a) concorrência, convite, tomada de preços, orçamento e leilão;b) convite, concorrência, leilão, concurso e consignações;

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c) concorrência, levantamento de preços, leilão e fianças;d) concorrência, convite, concurso, tomada de preços e leilão;

19) É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados, que devem ser habilitados, possuir requisitos mínimos de qualificação exigidos pelo edital de execução de seu objeto. Essa modalidade é:

a) convite; b) leilão; c) concorrência; d) tomada de preços.

20) ________________é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data de recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

21) _______________ é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que tem como uma das atribuições à venda de bens móveis inservíveis para a Administração.

22) _______________ é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico com critérios estabelecidos pelo edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias.

23) _______________ é a modalidade de licitação utilizada para a alienação de bens imóveis, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais, a quem oferecer lances ao valor da avaliação.

24) Os estágios da despesa são:a) empenho, liquidação e provisão; b) provisão, liquidação e execução;c) empenho, liquidação e pagamento; d) pagamento, previsão e liquidação.

25) O ato emanado da autoridade competente que cria para o poder público uma obrigação de pagamento é o estágio da despesa chamado:

a) promissor; b) endosso; c) empenho; d) aceitação.

26) Quando uma autoridade administrativa autorizar a realização de uma despesa, sem empenhá-la, ficará responsável pelo pagamento:

a) a repartição na qual a autoridade está localizada; b) a Secretaria do Tesouro;c) ela mesma; d) n.d.a.

27) Empenhar uma despesa é emitir um documento denominado:a) nota de compromisso de pagamento; b) nota de empenho;c) nota de pendência pública; d) nota de pagamento posterior.

28) Consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. Este estágio da despesa pública é denominado de:

a) verificação; b) exame de crédito;c) liquidação; d) pagamento.

29) O estágio da despesa denominado _________________tem por finalidade apurar a origem e o objeto do pagamento, a importância exata e a quem se deve efetuar o pagamento.

30) O estágio da despesa onde o credor comparece aos agentes pagadores, identifica-se, recebe o seu crédito e dá a competente quitação, é:

a) liquidação; b) empenho;c) quitação plena; d) pagamento.

31) É a despesa orçamentária empenhada, mas não paga até o ultimo dia do ano financeiro. Essa despesa é classificada como:

a) liquidação; b) restos a pagar;c) despesas pendentes; d) despesas pendentes a pagar.

32) A apropriação ao exercício das despesas classificadas como restos a pagar tem uma contrapartida com a conta financeira denominada:

a) resíduos compensatórios ou resíduos a compensar;b) pendências a pagar ou resíduos a compensar;c) resíduos passivos ou restos a pagar;d) pendência programada e não paga.

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33) As despesas _______________ são aquelas que completaram o estágio liquidação, e as despesas _____________________ são aquelas que:

a) não concluíram o estágio do empenho e deverão ser novamente processadas;b) concluíram o estágio da legalização e podem ser liquidadas;c) não concluíram o estágio do processamento e poderão ser empenhadas;d) não concluíram o estágio da liquidação, mesmo que nele já tenham ingressado.

34) A fim de não prejudicar o equilíbrio do orçamento em execução, a Lei determina que cada solicitação de crédito adicional será acompanhada da indicação de recursos hábeis. São recursos hábeis:

a) Anulações de dotações orçamentárias, os créditos adicionais e o excesso de arrecadação; b) Superávit financeiro do ano anterior, as receitas programadas e o empenho global; c) o empenho, a liquidação e o pagamento; d) os créditos adicionais, as notas de empenho pendentes e a análise dos custos públicos.

35) Os créditos adicionais, segundo suas finalidades, classificam-se em:a) especiais, extraordinários e suplementares;b) extraordinários, complementares e padronizados;c) suplementares, casuais e estatísticos; d) estatísticos, suplementares e especiais.

1) Considere as informações abaixo, transporte-as para a planilha da Demonstração, Faça as somas, apure as diferenças, déficit ou superávit (se houver) e apure o Resultado Orçamentário do Exercício (ROE).      

R.O.E. = Soma das Receitas Realizadas ( - ) a Soma das Despesas Realizadas.

Título Valores   Título ValoresReceita Corrente Prevista 100.000   Despesa Corrente Fixada 100.000Despesa de Capital Realizada 110.000   Despesa de Capital Fixada 100.000Receita de Capital Prevista 100.000   Receita de Capital Realizada 110.000Receita Corrente Realizada     90.000   Despesa Corrente Realizada 95.000

Demonstração das Variações OrçamentáriasRECEITA   DESPESA

Título Prevista Realizada Diferença   Título Fixada Realizada Diferença

Corrente         Corrente           

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Capital         Capital           

Soma         Soma      Déficit         Superávit      

             Total         Total      

                R.O E =               

2) Realize as mesmas operações do exercício 1 e apure o Resultado.

Título Valores   Título ValoresDespesa Corrente Fixada 220.000   Receita Corrente Prevista 200.000Despesa de Capital Fixada 230.000   Despesa de Capital Realizada 200.000Receita de Capital Realizada 220.000   Receita de Capital Prevista 260.000Despesa Corrente Realizada 190.000   Receita Corrente Realizada     180.000

Demonstração das Variações OrçamentáriasRECEITA   DESPESA

Título Prevista Realizada Diferença   Título Fixada Realizada Diferença

Corrente         Corrente           

Capital         Capital           

Soma         Soma      

Déficit         Superávit                   

Total         Total      

                R.O E =               

12 Contabilidade Pública

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO NBC T 16.

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A Contabilidade Pública constitui-se no mais complexo ramo da Ciência Contábil. Mediante a aplicação das normas de escrituração contábil, a Contabilidade Pública, registra a previsão das receitas, a fixação das despesas e as alterações introduzidas no orçamento. Examina as operações de créditos, exerce controle interno acompanhando passo a passo à execução orçamentária, a fim de que ela se processe em conformidade com as normas gerais do Direito Financeiro. Compara a previsão e a execução orçamentária destacando as diferenças. Demonstram em seus relatórios finais, o resultado da execução orçamentária e seus reflexos econômico-financeiros. Mostra as variações patrimoniais resultantes ou não da execução orçamentária e, evidencia as obrigações, os direitos e os bens da entidade.

Conceito:

Contabilidade Pública é a disciplina que aplica na administração pública, as técnicas de registros e apurações contábeis em harmonia com as normas gerais do Direito Financeiro.

Campo de Atuação:

O campo de aplicação da Contabilidade Pública é restrito à administração pública nos seus três níveis de governo:

Governo Federal; Governo Estadual; Governo Municipal.

Regime Contábil:

O regime contábil será misto, ou seja, de caixa para as Receitas e de competência para as Despesas.

Plano de Contas:

O Plano de Contas Aplicado ao Setor Público – PCASP consiste em uma estruturação ordenada e sistematizada das contas utilizáveis em uma entidade, sua elaboração deve obedecer aos princípios de contabilidade geralmente aceitos e as normas legais aplicáveis em cada caso. O plano conterá as diretrizes gerais e especiais que orientam a feitura dos registros dos fatos ocorridos e dos atos praticados na entidade.

12.1 Estrutura e Critérios de classificação das contas:

Um plano de contas compõe-se, basicamente, das seguintes partes:

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. relação das contas agrupadas segundo suas funções;

. descrição da função de cada conta, mostrando claramente o que ela representa;

. descrição minuciosa do funcionamento das contas, indicando quando são debitadas ou creditadas, seu relacionamento com outras contas, a natureza do seu saldo e tudo mais que for julgado de utilidade para uso de cada conta;. fluxogramas gerais mostrando as operações básicas e as contas que deverão ser utilizadas em cada registro;. fluxogramas especiais mostrando as operações mais complexas, de funcionamento mais delicado, indicando os procedimentos e os lançamentos específicos para cada caso;. instruções gerais e particulares sobre a elaboração dos relatórios mensais, demonstrativos, análises, balanços, peças acessórias, encerramento das contas, providencias gerais e, etc.

12.2 Plano de Contas Aplicado ao Setor Público:

O Plano de Contas Aplicado ao Setor Público – PCASP, tem a seguinte apresentação:

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As contas possuem 7 níveis:

As contas possuem 9 dígitos:

Conta: 1.2.3.1.1.01.01

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1 – Ativo2 – Grupo não Circulante3 – Subgrupo – Imobilizado1 – Título – Bens Móveis1 – Subtítulo – Bens móveis (consolidação)01 – Item – Sistema de telefonia01 – Subitem - Aparelhos

O PCASP possui aproximadamente 5.000 contas. Ele está disponível no link:

www.tesouro.fazenda.gov.br/pcasp

MODELO DE UM PEQUENO PLANO DE CONTAS:

1 Ativo1.1 Ativo Circulante1.1.1 Caixa e Equivalentes de Caixa1.1.2 Créditos a Curto Prazo1.1.2.1 Créditos Tributários a Receber

1.2 Ativo Não Circulante1.2.3 Imobilizado1.2.3.1 Bens Móveis

2 Passivo2.1 Passivo Circulante2.1.2 Empréstimos e Financiamentos a Curto Prazo2.1.3 Fornecedores e Contas a Pagar a Curto Prazo2.1.3.1 Fornecedores Nacionais2.1.2.2 Fornecedores Estrangeiros

3 Variação Patrimonial Diminutiva3.1 Pessoal e Encargos3.1.1 Remuneração a Pessoal3.1.1.1 Remuneração a Pessoal Ativo Civil3.3 Uso de Bens, Serviços e Consumo de Capital Fixo3.3.2 Serviços 3.3.2.3 Serviço de Terceiros - PJ

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4 Variação Patrimonial Aumentativa4.1 Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria4.1.1 Impostos

5 Controles da Aprovação do Planejamento e Orçamento5.2 Orçamento Aprovado5.2.1 Previsão da Receita5.2.1.1 Previsão Inicial da Receita5.2.2 Fixação da Despesa5.2.2.1 Dotação Orçamentária Inicial

6 Controles da Execução do Planejamento e Orçamento6.2 Execução do Orçamento6.2.1 Execução da Receita6.2.1.1 Receita a Realizar6.2.1.2 Receita Realizada

6.2.2 Execução da Despesa6.2.2.1 Disponibilidades de Crédito6.2.2.1.1 Crédito Disponível6.2.2.1.2 Crédito Indisponível6.2.2.1.3 Crédito Utilizado6.2.2.1.3.01 Crédito Empenhado a Liquidar6.2.2.1.3.03 Crédito Emprenhado Líquido a Pagar6.2.2.1.3.04 Crédito Emprenhado Pago

7 Controles Devedores7.1 Atos Potenciais7.1.2 Atos Potenciais Passivos7.1.2.3 Obrigações Contratuais7.2 Administração Financeira7.2.1 Disponibilidade por Destinação7.2.1.1 Controle da Disponibilidade de Recursos

8 Controles Credores8.1.2 Execução dos Atos Potenciais Passivos8.1.2.3 Execução de Obrigações Contratuais8.1.2.4 Execução de Obrigações Contratuais - Executada

8.2.1 Execução das Disponibilidades por Destinação

8.2.1.1.1 Disponibilidade por Destinação de Recursos

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EXERCÍCIOS - nº 9

1) Podemos dizer que a Contabilidade Pública:

a) É a disciplina que estuda, na administração, os aspectos do orçamento público;

b) É a disciplina que aplica, gerencialmente, as técnicas de contabilidade avançada;

c) É a disciplina que aplica na administração pública as técnicas de registros e apurações contábeis em harmonia com as normas gerais de Direito Financeiro;

d) É a disciplina que aplica na administração pública as técnicas de registros e apurações governamentais para solucionar os problemas de ordem legal.

2) Analise as seguintes afirmações: I - Podemos dizer que o campo de aplicação da Contabilidade Pública é restrito à administração pública nos seus três níveis de governo;II – Somente O Governo Federal se utiliza da contabilidade pública;III – Um dos objetivos da Contabilidade Pública é determinar o resultado do Exercício, isto é, o Superávit e o Lucro da Gestão Pública;IV – Através da Contabilidade Pública são demonstrados o resultado da execução orçamentária e seus reflexos econômico-financeiros.

Assim, podemos afirmar que estão incorretas as alternativas:a) - IV, I e III;b) - II e IV;c) - II e IIId) - Todas estão incorretas

3) O Artigo 35 da Lei 4320/64 em seus incisos I e II nos definem que:“Pertencem ao exercício financeiro:I – as receitas nele arrecadadas;II – as despesas nele legalmente empenhadas (...)”;

Sobre a colocação do artigo citado, podemos dizer, especificamente, que ele está se referindo:

a) ao processo de licitação pública; b) ao regime contábil da contabilidade pública;c) ao Poder Legislativo, mostrando como este deverá atuar;d) ao processo de empenho global;

4) Sobre o regime contábil aplicado à Contabilidade Pública, este será:

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a) de Competência, para as receitas e despesas;b) de Caixa para as receitas e despesas;c) de Caixa para as receitas e de Competência para as despesas;d) de Caixa para as despesas e de Competência para as receitas.

5) A Legislação atual e seus anexos padronizam a estrutura dos balanços elaborados pela Contabilidade Pública que são os Balanços: _________________, ________________ e ____________________.

6) Os sistemas de escrituração utilizados pela Contabilidade Pública são:a) Sistemas: Patrimonial, Orçamentário, Federal e de Comparação;b) Sistemas: Orçamentário, Patrimonial, Financeiro e de Resultados;c) Sistemas: Orçamentário, Patrimonial, de Caixa e Financeiro;d) Sistemas: Patrimonial, Orçamentário, e de Controle.

7) A escrituração da contabilidade no Sistema Orçamentário evidenciará, dentre outros:

a) o registro do empenho da despesa e a execução orçamentária;b) o registro dos atos que produzem variação patrimonial;c) o registro das receitas extra-orçamentárias pendentes como restos a pagar;d) o registro do empenho da receita e da execução do orçamento.

8) As contas chamadas financeiras, que registram somente a movimentação de numerários. Podemos citar 2 exemplos: __________________________________________________________________

9) As contas que registram, dentre outros, o ativo e o passivo. Este grupo de contas formam o Balanço _________________________.

10) As contas com Natureza de Controle apresentam uma importante característica que é:

a) registrar as operações que não produzem de imediato nenhuma variação na equação patrimonial;

b) registrar os imóveis, as ações e títulos, para assegurar a veracidade dos lançamentos;

c) registrar os valores empenhados da receita e compara-los com os da despesa;

d) registrar as operações que produzem alterações no passivo intermediário, isto é, as alterações provocadas pelo ambiente externo;

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EXERCÍCIOS - nº 10

1. Associe as Contas à Natureza da Informação (marque com um “X”):

NO – Natureza OrçamentáriaNP – Natureza PatrimonialNC – Natureza de Controle ou Compensação

Nº Conta NO NP NC Códigos

1 Previsão Inicial de Receitas2 Receitas a Realizar3 Dotação Orçamentária Inicial4 Crédito Disponível5 Receita Realizada6 Caixa e Equivalente de Caixa7 Impostos8 Crédito Utilizado9 Obrigações Contratuais10 Crédito Empenhado Pago11 Serviços de Terceiros - PJ12 Fornecedores Nacionais13 Bens Móveis14 Credito Empenhado a Liquidar15 Execução de Obrigações Contratuais16 Créditos Tributários a Receber17 Fornecedores Estrangeiros18 Controle da Disponibilidade de Recursos19 Remuneração a Pessoal Ativo Civil20 Disponibilidade por Destinação de

Recursos

2- Em relação à Natureza das Contas, numere a segunda coluna de acordo com a primeira:

(1) Controle ( ) Registro do orçamento e de fatos que envolvam receitas e despesas.

(2) Patrimonial ( ) Valores que possam afetar direta ou indiretamente o patrimônio futuramente.

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(3) Orçamentário ( ) Registro das Operações que envolvam Bens, Direitos e

Obrigações.

12.3 Principais Lançamentos na Contabilidade Pública:

O lançamento contábil corresponde ao registro dos atos e fatos nas contas, representando a ocorrência cada fenômeno.

NBC-T 16 – Norma Brasileira Contábil - Técnica

1. Receitas

1.1 - Registro da previsão da receita:

Previsão Inicial da Receita NO D – 5.2.1.1.1.00.00 – Previsão Inicial da ReceitaC – 6.2.1.1.1.00.00 – Receita a Realizar Bruta

1.2- Registro da arrecadação da receita:

Registro da realização da receita

NO D – 6.2.1.1.1.00.00 – Receita a Realizar BrutaC – 6.2.1.2.0.00.00 – Receita Realizada

1.3 – Registro do repasse do agente arrecadador ao Tesouro:

Registro do recebimento da receita

NP D – 1.1.1.1.1.00.00 – Caixa ou EquivalenteC – 4.1.1.2.1.02.00 – IPTU

2- Despesas

2.1 – Registro da fixação da despesa:

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Aprovação dos créditos iniciais, segundo a LOA

NO D – 5.2.2.1.1.00.00 – Dotação InicialC – 6.2.2.1.1.00.00 – Crédito Disponível

2.2 – Registro do empenho da despesa:

Registro do empenho da despesa

NO D – 6.2.2.1.1.00.00 – Crédito DisponívelC – 6.2.2.1.3.01.00 – Crédito Empenhado a Liquidar

2.3 – Registro da liquidação da despesa:

Registro da liquidação da despesa

NO D – 6.2.2.1.3.01.00 – Crédito Empenhado a LiquidarC – 6.2.2.1.3.03.00 – Crédito Empenhado Liquidado

Registro do reconhecimento da despesa

NP D – 3.1.1.1.1.01.01 – Despesas C/ PessoalC – 2.1.1.1.1.01.01 – Salário a Pagar

2.4 – Registro do pagamento da despesa:

Registro do pagamento da despesa

NP D – 2.1.1.1.1.01.01 – Salário a PagarC – 1.1.1.1.1.00.00 – Caixa ou Equivalente

3 – Registro de Restos a Pagar

3.1 – Inscrição de restos a pagar:

Registro da liquidação da despesa

NO D – 6.2.2.1.3.01.00 – Crédito Empenhado a LiquidarC – 6.2.2.1.3.03.00 – Crédito Empenhado Liquidado

Registro do reconhecimento da despesa

NP D – 3.3.2.3.1.99.00 – Despesas DiversasC – 2.1.3.1.1.01.00 – Fornecedores Nacionais

3.2 – Pagamento dos Restos a Pagar no exercício seguinte:

Registro do pagamento de restos a pagar

NP D – 2.1.3.1.1.01.00 – Fornecedores Nacionais C – 1.1.1.1.1.00.00 – Caixa ou Equivalente

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4 – Compra de um Bem Patrimonial Móvel a Prazo (Veículo, computador, geladeira etc), com recebimento do bem no ato da compra:

Registro do empenho da despesa

NO D – 6.2.2.1.1.00.00 – Crédito DisponívelC – 6.2.2.1.3.01.00 – Crédito Empenhado a Liquidar

Registro da liquidação da despesa

NO D – 6.2.2.1.3.01.00 – Crédito Empenhado a LiquidarC – 6.2.2.1.3.03.00 – Crédito Empenhado Liquidado

Registro da entrada do bem e do reconhecimento da obrigação

NP D – 1.2.3.1.0.00.00 – Bens MóveisC – 2.1.3.1.1.01.00 – Fornecedores Nacionais

5 – Registro de doações de Imobilizado:

5.1 – Doação Efetuada:

Registro da baixa do bem patrimonial

NP D – 4.9.x.x – Desincorporação de AtivosC – 1.2.3.1 – Bens Móveis

5.2 – Doação Recebida:

Registro do recebimento do bem patrimonial

NP D – 1.2.3.1 – ImobilizadoC – 3.9.x.x – Incorporação de Ativos

6 – Registro de Contratos (Fatos que não produzem de imediato nenhuma variação patrimonial, mas que poderão produzi-la no futuro).

Registro do Contrato NC D – 7.1.2.3.1.04.00 – Contratos de Fornecimento de BensC – 8.1.2.3.1.04.01– Contrato de Fornecimentos de Bens - em Execução

Registro da baixa do Contrato

NC D – 8.1.2.3.1.04.01– Contrato de Fornecimento de Bens – em ExecuçãoC – 7.1.2.3.1.04.00 – Contratos de Fornecimento

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de Bens

13 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Os Relatórios Contábeis de Propósitos Gerais Aplicados ao Setor Público são os componentes centrais da transparência da informação contábil dos governos e de outras entidades do setor público, aprimorando-a e favorecendo-a.

Os RCPG’s podem compreender múltiplos relatórios, cada qual atendendo a certos aspectos dos objetivos e do alcance da elaboração e divulgação da informação contábil.

Para melhor compreensão deste capítulo, vamos ilustrá-lo com um exemplo que contemplará todas as etapas do processo contábil (eventos, lançamentos, razão, balancete e demonstrações contábeis.

Visando facilitar o entendimento, iremos trabalhar utilizando os quatros primeiros dígitos de cada conta.

A Unidade Gestora X; apresentou o seguinte orçamento:

RECEITA $ DESPESA $Receitas Correntes 50.000 Despesas Correntes 50.000   Receitas de Capital 50.000 Despesas de Capital 50.000   Total   100.000 Total   100.000

C.Pública – Exercício 2

Eventos:

a) Lançamento da previsão de receita e da fixação da despesa:

1- Registro da aprovação do orçamento, conforme a LOA;2- Fixação das despesas, de acordo com a LOA.

b) Recebimento de recursos referente à arrecadação de impostos $ 50.000,

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3- Registro da realização da receita;4- Registro da entrada do recurso.

c) Contratou prestação de serviços de vigilância para 12 meses, no valor de $ 12.000,5- Registro do empenho da despesa;6- Registro da responsabilidade de valores, títulos e bens;

d) Liquidação e pagamento de serviços de vigilância referentes a despesa do mês, $ 1.000,

7- Registro da liquidação da despesa do mês;8- Registro do reconhecimento da despesa do mês;9- Registro do pagamento da despesa do mês;10- Registro da baixa de responsabilidade de valores, títulos e bens.

e) Compra de veículo a prazo, com recebimento do bem no ato da compra, sem termo de contrato formalizado, $ 20.000,

11- Registro do empenho da despesa;12- Registro da liquidação da despesa;13- Registro do reconhecimento da despesa;14- Registro da entrada do bem.

Registros no livro Diário:

A1 NO D – 5.2.1.1 – Previsão Inicial da Receitas

C – 6.2.1.1 – Receitas a Realizar100.000,100.000,

2 NO D – 5.2.2.1 – Dotação Orçamentária InicialC – 6.2.2.1.1 – Crédito Disponível

100.000,100.000,

B3 NO D – 6.2.1.1 – Receita a Realizar

C – 6.2.1.2 – Receita Realizada50.000,50.000,

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4 NP D – 1.1.1.x – Caixa ou Equivalente de CaixaC – 4.1.1.x – Impostos

50.000,50.000,

C5 NO D – 6.2.2.1.1 – Crédito Disponível

C – 6.2.2.1.3 – Crédito Utilizado12.000,12.000,

6 NC D – 7.1.2.3 – Obrigações ContratuaisC – 8.1.2.3 – Execução de Obrigações Contatuais

12.000,12.000,

D7 NO D – 6.2.2.1.3 – Crédito Utilizado

C – 6.2.2.1.3.04 – Crédito Empenhado Pago1.000,1.000,

8 SP D – 3.3.2.3 – Serviços de Terceiros - PJC – 2.1.3.1 – Fornecedores Nacional

1.000,1.000,

9 SP D – 2.1.3.1 – Fornecedores NacionalC – 1.1.1.x – Caixa ou Equivalente de Caixa

1.000,1.000,

10 NC D – 8.1.2.3 – Execução de Obrigações ContratuaisC – 7.1.2.3 – Obrigações Contratuais

1.000,1.000,

E11 NO D – 6.2.2.1.1 – Crédito Disponível

C – 6.2.2.1.3 – Crédito Utilizado20.000,20.000,

12 NO D – 6.2.2.1.3 – Crédito UtilizadoC – 6.2.2.1.3.01 – Crédito Empenhado a Liquidar

20.000,20.000,

13 NP D – 1.2.3.1 – Bens MóveisC – 2.1.3.1 – Fornecedores Nacionais

20.000,20.000,

14 SP D – 1.4.2.2 – Bens MóveisC – 6.1.3.1 – Incorporação de Ativos

20.000,20.000,

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Verde Não existe mais o lançamento.

Lançamentos no Livro Razão:

C.Pública – Exercício 2

Balancete de Verificação:

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C. Pública – Exercício 2

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13.1 BALANÇO ORÇAMENTÁRIO:

O Balanço Orçamentário registra a previsão orçamentária, suas alterações, execução orçamentária, comparação entre a previsão e a execução orçamentária; créditos adicionais e empenhamento da despesa. No final do período compara a previsão com a realização, pondo em destaque as diferenças apuradas.

C.Pública - Balanços

O Resultado Orçamentário do Exercício (ROE) é apurado confrontando-se as receitas e as despesas executadas (arrecadação versus gastos), o que pode apresentar os seguintes resultados:

a) superávit orçamentário: receita executada maior que a despesa executada;b) déficit orçamentário: receita executada menor que a despesa executada; ec) resultado orçamentário nulo: receita executada igual à despesa executada.

No exemplo, teríamos:

ROE = Receitas $50.000, – Despesas $21.000, = 29.000,

Obs. Por se tratar de uma previsão, a receita poderá ser arrecadada a maior ou a menor. Já a despesa, que é fixada, só poderá ser realizada até o valor autorizado, ou seja, só poderá ser emitido empenho até o valor do crédito orçamentário disponível.

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13.2 BALANÇO FINANCEIRO:

O Balanço Financeiro registra os recebimentos e os pagamentos das receitas e das despesas orçamentárias e extra-orçamentárias; ativos e passivos financeiros.

C.Pública - Balanços

O Resultado Financeiro do Exercício (RFE) corresponde à diferença entre o somatório das receitas orçamentárias com as receitas extra-orçamentárias. E o somatório das despesas orçamentárias com as despesas extra-orçamentárias. Se as receitas formem maiores que as despesas, ocorre superávit; caso contrário, déficit.

RFE = Receitas Realizadas $ 50.000, - Despesas Realizadas $ 1.000, = $ 49.000,

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13.3 BALANÇO PATRIMONIAL:

O Balanço Patrimonial registra os bens móveis, créditos, obrigações, valores, movimento do almoxarifado, inscrição e baixa de ativos e passivos, incorporações e desincorporações de bens independentes da execução orçamentária, isto é, sem movimentação financeira; as superveniências e as insubsistências ativas e passivas.

C. Pública – Balanços

13.4 DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS:

A demonstração das variações patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.

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C. Pública - Balanços

13.4.1 Resultado Patrimonial do Exercício:

O Resultado Patrimonial do Exercício (RPE) é apurado pela diferença entre as Variações Ativas e as Variações Passivas, e representa as alterações patrimoniais do exercício, podendo apresentar:

a) superávit patrimonial: variação ativa maior que variação passiva;

b) déficit patrimonial: variação patrimonial: variação ativa menor que variação passiva; e

c) situação patrimonial nula: variação ativa igual a variação passiva.

RPE = Variações Ativas $ 50.000, - Variações Passivas $ 1.000, = 49.000,

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EXERCÍCIOS - nº 11

O País “Mares do Norte” apresentou a seguinte movimentação em 20X8.

100.000, Receita Corrente Prevista 100.000, Despesa Corrente Fixada100.000, Receita de Capital Prevista 100.000, Despesa de Capital Fixada200.000, Receita Total Orçada 200.000, Despesa Total Fixada 90.000, Receita Corrente Realizada 95.000, Despesa Corrente Realizada120.000, Receita de Capital Realizada 110.000, Despesa de Capital Realizada210.000, Receita Total Realizada 205.000, Despesa Total Realizada

Pede-se:

a) Demonstrativo das Variações Orçamentárias;b) Fazer os Lançamentos das:

- Receitas Previstas- Receitas Realizadas- Despesas Fixadas- Despesas Realizadas

c) Transportar os Lançamentos para os Razonetes; d) Preparar o Balancete de Verificação; e) Preparar o Balanço Financeiro; f) Preparar o Balanço Patrimonial; g) Preparar a Demonstração das Variações Patrimoniais.

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EXERCÍCIOS - nº 12

O País “Mares do Sul” apresentou a seguinte movimentação em 20X4.

200.000, Receita Corrente Prevista 220.000, Despesa Corrente Fixada260.000, Receita de Capital Prevista 230.000, Despesa de Capital Fixada460.000, Receita Total Orçada 450.000, Despesa Total Fixada180.000, Receita Corrente Realizada 190.000, Despesa Corrente Realizada220.000, Receita de Capital Realizada 200.000, Despesa de Capital Realizada400.000, Receita Total Realizada 390.000, Despesa Total Realizada

Pede-se:

a) Preparar o Demonstrativo das Variações Orçamentárias;b) Fazer os lançamentos das:

- Receitas Previstas- Receitas Realizadas- Despesas Fixadas- Despesas Realizadas

c) Transportar os Lançamentos para os Razonetes; d) Preparar o Balancete de Verificação; e) Elaborar o Balanço Financeiro; f) Elaborar o Balanço Patrimonial; g) Elaborar a Demonstração das Variações Patrimoniais.

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14 Sistemas de Controle Interno e Externo

Conceito:

De acordo, com a lei, 4.320/64, o controle da execução orçamentária compreenderá:

I - A legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;

II - A fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos;

III - O cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços.

Controle Interno

O Poder Executivo exercerá os três tipos de controle acima, sem prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas.

A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e subseqüente.

Funções básicas do Controle Interno:

a) Auditoria; e b) Controle Contábil, Financeiro e Administrativo.

a) – AUDITORIA

Resumidamente, podemos dizer que a Auditoria é um exame sistemático, planejado e independente, que tem por finalidade avaliar as ações empreendidas por uma organização na execução de um Programa ou Atividade, cujo produto final é o Relatório de Auditoria

Processo de Auditoria

O Processo de Auditoria divide-se em 3 Fases:1) Planejamento

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2) Execução e 3) Relatório

PROCESSO DE AUDITORIA - Planejamento -Execução - Relatório

Planejamento – Nesta fase há um dispêndio grande de tempo pois, é necessário maior detalhamento do trabalho a ser realizado. Na medida em que vai se adquirindo o conhecimento e a compreensão da entidade, através de Auditorias anteriores, muitos dos passos do processo de Planejamento podem ser abreviados, atualizando o trabalho efetuado anteriormente.

Execução – Durante a fase de Execução são realizadas Provas de Avaliação dos Controles e da coleta de Evidências, suficientes e confiáveis.

Relatório - Durante as fases de Planejamento e Execução, procura-se avaliar o enfoque que será observado na elaboração do Relatório, devendo certificar-se que a abordagem adotada sobre a sua apresentação seja adequada e reflita apropriadamente os fatos encontrados e as análises efetuadas.

b) CONTROLE INTERNO CONTÁBIL, FINANCEIRO E ADMINISTRATIVO

Controle Interno Contábil – Compreende o Plano da Organização e todos os Métodos e Procedimentos que se relacionam diretamente com a proteção e fidelidade dos Registros Contábeis, incluindo:

a) Sistemas de Autorização e Aprovação,b) Separação de Deveres e Responsabilidades relacionados

com a Escrituração e Elaboração de Relatórios Contábeis,c) Controle Físico de Bens, ed) Auditoria Interna

Controle Interno Financeiro - Abrange o Plano da Organização e os Procedimentos e Registros relativos à guarda dos recursos, assim como, as verificações de exatidão e confiabilidade dos registros e dos Relatórios Financeiros.

Controle Interno Administrativo – É também denominado de Controle Gerencial, compreende o Plano de Organização e todos os Métodos e Procedimentos que se relacionam indiretamente com os Registros Contábeis, ligados principalmente à Eficiência Operacional da Empresa, incluindo a Análises Estatísticas, Relatórios de Desempenho, Orçamentos, Programas de Desenvolvimento de Pessoal entre outro.

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Controle Externo

O controle externo será exercido pelo Poder Legislativo e terá por objetivo verificar a probidade da administração, a guarda e legal emprego do dinheiro público e o cumprimento da Lei do Orçamento.

O Poder Executivo prestará contas ao Poder Legislativo, no prazo estabelecido nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios.

As contas do Poder Executivo, com prévio parecer do Tribunal de Contas, serão submetidas ao Poder Legislativo.

Ressalvada a competência do Tribunal de Contas ou órgão equivalente, a tomada de contas dos agentes responsáveis por bens ou dinheiro público será realizada ou superintendida pelos serviços de contabilidade.

Tomadas e Prestações de contas:

Tomadas de contas, é o processo preparado pelo órgão de contabilidade analítica do Controle Interno, referente aos atos de gestão orçamentária, financeira e patrimonial e à guarda de bens e valores públicos sob a responsabilidade de agente responsável.

Prestação de contas, é o processo organizado pelo próprio agente responsável ou pela unidade de contabilidade analítica das entidades da administração indireta, referente aos atos de gestão praticados pelos respectivos dirigentes.

Segundo as regras aplicáveis, os processos de tomada e prestação de contas são encaminhados ao Tribunal de Contas da União no exercício financeiro subseqüente ao de seu encerramento, até o prazo máximo de 120 dias.

15 GESTÃO FISCAL

A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a

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renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.

RESPONSABILIDADE E CONTROLE NA GESTÃO PÚBLICA 3

Durante muitos anos não tivemos uma legislação que conseguisse

estabelecer controles na gestão pública. Ao contrário do administrador da iniciativa privada, que sempre teve de se preocupar com as origens dos recursos (receitas), o administrador público preocupava-se apenas com a aplicação dos recursos (despesas). Caso gastasse em excesso não haveria problema, pois o financiamento sempre viria em forma de aumento de impostos ou aumento da dívida pública, mediante a emissão de títulos.

Após amplo debate, foi aprovada pelo Congresso Nacional a Lei Complementar Nº 101 de 04 de maio de 2000 (LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal) que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal bem como outras providências.

As disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Apresentaremos, a seguir, alguns pontos da referida lei, os quais entendemos serem de suma importância:

Gestão de Recursos Humanos:

Art. 19 - A despesa total com pessoal não poderá exceder os seguintes percentuais da receita corrente líquida:

I – União: 50% Assim distribuídos:2,5% - para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União6% - para o Judiciário40,9% - para o Executivo0,6% - para o Ministério Público da União

II – Estados: 60%Assim distribuídos:3% - para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado6% - para o Judiciário49% - para o Executivo2% - para o Ministério Público dos Estados

III – Municípios: 60%Assim distribuídos:

3 Artigo de Autoria do Prof. José Divanil Spósito Berbel- Publicação: Mensário do Contabilista, Set/01.

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6% - para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver;54% - para o Executivo

Art. 21. Parágrafo Único. Visando coibir abusos, a LRF torna nulo de pleno direito o ato que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão.

Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos será realizada ao final de cada quadrimestre.

Art. 70. O Poder ou órgão cuja despesa total com pessoal no exercício anterior ao da publicação desta Lei estiver acima dos limites estabelecidos deverá enquadrar-se no respectivo limite em até dois exercícios, eliminando o excesso, gradualmente, à razão de, pelo menos, 50% ao ano.

Como outras medidas moralizadoras, observa-se:

Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei.

Art. 37. Está vedada a captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido.

Art. 38. IV. Estará proibida Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária.

a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada;b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigações de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.

Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.

Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia 30 de junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público.

Da Transparência da Gestão Fiscal

Art. 48 São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentários e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.

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Parágrafo Único. A transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Da Cidadania:

Portanto, estão disponibilizados os canais de participação e fiscalização para a opinião pública. Só nos resta, imbuídos de espírito patriótico, exercer a nossa cidadania em sua plenitude.

Quem ganha com isso é o País. A Lei de Responsabilidade Fiscal tem o grande mérito de colocar em ordem as contas da administração pública. Com essa nova legislação, tal qual os acionistas de uma empresa que obtêm informações a partir do balanço, também os brasileiros terão a chance de acompanhar o andamento das contas de municípios, Estados e Federação. Com isso, poderão avaliar a competência dos administradores em gerir os recursos que chegam até eles na forma dos inúmeros impostos, taxas e contribuições. Na hora de escolher um candidato, será bem mais fácil.

Neste contexto, louve-se a iniciativa do Conselho Federal de Contabilidade

que, ciente da sua Responsabilidade Social emitirá o Certificado de Gestão Fiscal Responsável para as Prefeituras que se apresentarem dentro dos parâmetros exigidos pela LRF.

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16 NOVOS HORIZONTES NA GESTÃO PÚBLICA 4

Existe muita gente tentando passar uma imagem de que a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF é algo maléfico para a gestão pública e à sociedade.

Afirmações do tipo (a LRF engessa e impede a execução de programas sociais; a LRF é uma cartilha imposta pelos paises ricos; não podemos atender as reivindicações porque já estamos nos limites impostos pela LRF; os investimentos estão limitados à arrecadação como manda a LRF etc.) são típicas de administradores públicos sem preocupação com limites de gastos e sem nenhum compromisso com as origens dos recursos para fazer face a esses mesmos gastos. Ainda estão naquele tempo do, se estourar o orçamento aumenta-se a dívida, aumenta-se impostos, manda-se a conta para a viúva etc.

Ao contrário do que se pretende fazer crer a opinião pública, a LRF é um importante mecanismo de controle e fortalece sensivelmente a figura do Administrador Público, pois prioriza a versatilidade premiando os que tem domínio sobre segmentos específicos das organizações públicas, como: departamentos, atividades, estratégias e produtos. Permite o emprego de técnicas relativas à administração de recurso humanos e materiais, custos, marketing, atendimento ao contribuinte etc., além de valorizar o princípio do planejamento e as peças orçamentárias, abrindo enormes espaços para esse profissional.

É bom lembrar que antes da aprovação dessa lei pelo Congresso Nacional, além de amplamente discutida junto aos seguimentos representativos da sociedade produtiva e organizada desse país, teve boas influências como o Fiscal Responsability Act, da Nova Zelândia, O BEA (Budget Enforced Act) dos EUA, e o Código de Boas Práticas para a Transparência Fiscal do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para que a LRF seja fortalecida se faz necessário que a sociedade brasileira se conscientize da sua importância e passe a acreditar nas mudanças que irá proporcionar, uma vez que sua existência visa única e tão somente combater os vícios da prática cartorial, do clientelismo, da baixa qualidade da burocracia e dos gastos públicos, da falta de qualificação técnica dos gestores da coisa pública e do baixo nível de organicidade que se observa no País.

4 Artigo de Autoria do Prof. José Divanil Spósito Berbel - Publicação: IOB Comenta. 5ª Semana. Jan/02.

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O Brasil está mudando, começa-se a abrir uma era de idéias, aumento da taxa de racionalidade e novos conceitos, tudo isso empurrado pela onda de transformações que varrem o mundo na esteira da globalização. A Lei de Responsabilidade Fiscal poderá contribuir para alcançarmos rapidamente a linha de um novo horizonte, mais claro, transparente e promissor para a sociedade brasileira.

17 GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS

Alíquota - percentual com que um tributo incide sobre o valor de algo tributado. Bem público - são as propriedades móveis e imóveis que integram o patrimônio público pertencentes à União, aos Estados ou aos Municípios, como escolas, bibliotecas, hospitais públicos, pontes, rios, praças, ruas, móveis das repartições públicas e das escolas, veículos oficiais e outros. Capitalismo - sistema social que se baseia na influência ou predomínio do capital; os meios de produção (bancos, financeiras, fábricas, lojas comerciais, supermercados, etc.) estão nas mãos das empresas privadas ou de indivíduos que contratam mão de obra em troca de salário. Cidadania - condição da pessoa que como membro de um Estado se acha no gozo de direitos e responsável por executar deveres que lhe permitem participar da vida pública e política. COFINS - contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. É cobrada pela União sobre o faturamento das empresas e se destina ao financiamento da Seguridade social (saúde, previdência e assistência social).

Competência - é a mobilização de conhecimentos e recursos para a solução de uma situação-problema (o inusitado).

Concorrência - ato ou efeito de concorrer. Disputa ou rivalidade entre produtores, negociantes, industriais, etc., pela oferta de mercadorias ou serviços iguais ou semelhantes. Constituição Federal - carta magna, lei maior. Conjunto das leis fundamentais que rege a vida de um País, elaborado e votado por congresso de representantes do povo e que regula as relações entre governantes e governados, traçando limites entre os poderes e declarando os direitos e garantias individuais.

Contrabando - são as entradas no território nacional de mercadorias estrangeiras ilegais, proibidas. Contribuição - quantia que o cidadão deve recolher para a formação dos fundos necessários ao custeio das despesas públicas.

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Contribuinte - indivíduo ou empresa sobre quem recai a obrigação de pagar tributos. Corrupção - Quando alguém, no seu trabalho, na mais absoluta falta de cidadania, solicita, recebe ou aceita uma vantagem indevida em troca de algum ato que deverá praticar ou deixar de praticar. Quem oferece a vantagem também comete o mesmo crime de corrupção. Declaração de Independência - Nós temos estas verdades evidentes por si mesmas: que todos os homens nascem iguais; são dotados pelo Criador de certos Direitos inalienáveis, entre os quais a Vida, a Liberdade e a busca da Felicidade; que para garantir esses direitos, os homens instituem entre eles Governos, cujo justo poder emana do consentimento dos governados; que, se um governo, seja qual for a sua forma, não reconhecer estes fins, o povo tem o direito de alterá-lo ou de aboli-lo e de instituir um novo governo, que fundará sobre tais princípios, e de que ele organizará os poderes segundo as formas que lhe parecem mais apropriadas para garantir a sua Segurança e sua Felicidade.

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 26 de agosto de 1789 - Artigo 1. Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. As distinções sociais não podem ser fundamentadas senão sobre a utilidade comum. Artigo 2. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescindíveis do homem. Esses direitos são: a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. Artigo 3. O princípio de toda soberania reside essencialmente na noção; nenhum corpo, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente. Artigo 4. A liberdade consiste em poder fazer tudo aquilo que não prejudique a outrem; assim sendo, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem outros limites senão os que assegurem aos demais membros da sociedade o gozo desses direitos. Tais limites não podem ser determinados senão pela lei. (...) Artigo 7. Nenhum homem pode ser acusado, preso nem detido senão nos caos determinados pela lei, e segundo as formas que ela prescreveu. Aqueles que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas todo cidadão chamado ou detido em virtude da lei deve obedecer incontinenti; ele se torna culpado pela resistência. (...) Artigo 10. Ninguém deve ser molestado pelas suas opiniões, mesmo religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública, estabelecida pela lei.

Democracia - sistema político cujas ações atendem aos interesses populares; governo do povo.

Dignidade - respeito, honra, consciência de seu próprio valor.

Estado - conjunto das Instituições governamentais que controlam e administram um País.

Estatuto da criança e o adolescente - criado em 13 de Julho de 1990 pela Lei 8.069, dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Prevê que a política de atendimento se fará por meio de um conjunto articulado de ações governamentais, com destaque para políticas

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sociais, programas de assistência social e serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vitimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão.

Feudalismo - sistema econômico, político e social que se fundamenta basicamente sobre a propriedade da terra, cedida pelo senhor feudal ao vassalo em troca de serviços; relação de dependência.

Fisco - Parte da administração pública responsável pela administração dos tributos. Governo - conjunto de órgãos responsáveis pela realização da administração pública, através de poderes delegados pelo povo. ICMS - imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. É um imposto de competência Estadual.

Ilegal - o que não é permitido ou contrário à lei. Iluministas - como foram chamadas as pessoas que, no século XVIII, "pensaram" e divulgaram algumas idéias sobre a liberdade das pessoas e sobre as Responsabilidades do Estado.

Impostos - é o tributo cobrado sem que haja uma contraprestação específica para este ou aquele serviço ou para realizar esta ou aquela obra. Destina-se a financiar os serviços públicos universais, isto é, aqueles que devem ser prestados de forma a beneficiar toda a coletividade indistintamente. Imune - relativo à imunidade tributária; é a dispensa do pagamento do tributo, previsto na Constituição Federal. Indenização - reparação de um prejuízo. Metrópole - cidade principal ou capital de um Estado, de uma província ou mesmo de uma colônia. Negligência - falta de cuidado, desleixo. ONG - Sigla de Organização Não-Governamental. São formadas por pessoas que não fazem parte de qualquer governo. Em geral, não têm fins comerciais e tratam de assuntos de interesse da humanidade, tais como pobreza, preservação do meio-ambiente, defesa de espécies em extinção etc.

Orçamento - estimativa das receitas que se deve arrecadar em um exercício financeiro e fixação das despesas a serem realizadas pela administração pública no mesmo período. Organizado pelo poder executivo e submetido à aprovação do poder legislativo.

Orçamento participativo - processo de discussão pública dos orçamentos, com caráter deliberativo, conduzido pelos governos municipais. Envolvem reuniões abertas à

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população e às entidades, visando o levantamento preliminar das demandas e a aprovação de prioridades de ação para o ano seguinte.

Patrimônio Público - é o conjunto de bens, direitos e obrigações que se encontram à disposição do Município do Estado ou da União, para a realização dos seus fins. PIS - Programa de Integração Social. É uma contribuição devida pelas pessoas jurídicas, com objetivo de financiar o pagamento do seguro desemprego e do abono para os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos (14º salário).

Poder Executivo - aquele que, conforme a Constituição Federal, tem a função de executar as leis, assim como exercer o governo e a administração dos negócios públicos.

Poder Judiciário - aquele que, conforme a Constituição Federal, deve determinar e garantir a aplicação das leis que determinam os direitos e deveres de cada indivíduo. Poder Legislativo - aquele que conforme a Constituição Federal, deve elaborar as leis que irão reger o país.

Preservar - conservar, manter livre de perigo ou dano. Prioridade - o que é mais importante. Rebeldia - não aceitar um comando de uma autoridade, ou seja, não aceitar uma determinação de pai ou mãe, de alguém do governo, etc.

Responsabilidade fiscal - refere-se à conduta do administrador público; terá que obedecer às normas e limites para administrar as finanças, prestando contas sobre quanto e como gastam os recursos da sociedade.

Responsabilidade Social - conjunto de metas sociais focadas na melhoria da qualidade de vida da população e estabelecidas com base em indicadores periodicamente mensurados. Restituição - devolução em dinheiro de imposto recolhido a mais que o devido. Revolução - movimento de revolta contra o poder estabelecido feito por um número significativo de pessoas em que geralmente se adotam métodos mais ou menos violentos. Sinopse - é o resumo de algo (história, filme, livro, etc). Sonegadores - pessoas ou empresas que não declaram ou apuram o tributo devido e, em conseqüência, deixam de recolhê-lo aos cofres públicos.

Sonegar - deixar de declarar ou apurar o tributo devido.

Surrupiar - tirar às escondidas.

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Tributos - é a parcela que a sociedade entrega ao Estado, em dinheiro, de forma obrigatória, para financiamento dos gastos públicos. Tributo é gênero, da qual são espécies: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais.

BIBLIOGRAFIA

BRASIL: Constituição Federal da República Federativa do Brasil -1988.

BRASIL: Lei 4.320/64 – Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

BRASIL: Lei Complementar 101/2000 – Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

KOHAMA, Heilio. Contabilidade Pública - Teoria e Prática. 15ª. ed. São Paulo: GEN/Atlas, 2016.

LIMA, Diana Vaz. Orçamento, Contabilidade e Gestão no Setor Público. 1ª. ed. São Paulo: GEN/ Atlas, 2018.

PISCITELLI, Roberto Bocaccio. TIMBÓ, Maria Zulene Farias. ROSA, Maria Berenice. Contabilidade Pública – Uma Abordagem da Administração Financeira Pública. 14ª. ed. São Paulo: GEN/Atlas, 2019.

Internet:

Disponível em:

http://www.tesouro.fazenda.gov.br/mcasp - Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público

http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pcasp - Plano de Contas Aplicado ao Setor Público

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