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Contabilidade Geral

Passivo

Professor Rodrigo Machado

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Contabilidade Geral

PASSIVO

Aspectos Legais

Nesse conjunto de contas devemos classificar as obrigações da empresa, como definido pela Lei nº 6.404/76, em seu art. 184:

Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios:

I – as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço;

II – as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço;

III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

Estrutura Conceitual Para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis: Texto Remanescente

Equação fundamental do patrimônio

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Passivo Exigível

É um dos elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial e financeira de uma entidade. O passivo é definido pela Estrutura Conceitual (CPC 00) como uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos. Normalmen-te, a liquidação de um passivo se dá pela entrega de dinheiro ou prestação de serviços para terceiros.

Iudícibus (2006) detalha que existem 03 (três) espécies da obrigações, sendo elas:

• Obrigações legais – são oriundas das operações da entidade, tais como compras a prazo, obrigações com recursos humanos, consumo de água, energia elétrica, telefone, internet e congêneres.

• Obrigações equitativas – são compromissos assumidos com terceiros, com origem em prá-ticas comerciais, tais como as garantias que são oferecidas aos clientes; e outros compro-missos similares.

• Obrigações contingentes – têm como origem eventos não planejados e que provavelmente acarretarão desembolsos para a empresa, como prejuízos a terceiros causados pelo produ-tos fabricados pela empresa ou mesmo pelo serviço prestado.

Na Contabilidade Brasileira o passivo exigível está dividido em dois subgrupos: passivo circulan-te e passivo não circulante. Essa subdivisão está relacionada aos critérios de classificação em curto e longo prazos, respectivamente.

Passivo Circulante e Não Circulante

A divisão do Passivo Exigível em Circulante e Não Circulante é recente e foi criada pela Lei nº 11.941/09 quando alterou o art. 180 da Lei nº 6.404/76, transcrito a seguir:

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Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem venci-mento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

A Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 26, aprovada pela Resolução nº 1.185/2009 do CFC, também determinou no seu item 60 o Passível Exigível em dois subgrupos, pois:

60. A entidade deve apresentar ativos circulantes e não circulantes, e passivos circu-lantes e não circulantes, como grupos de contas separados no balanço patrimonial, de acordo com os itens 66 a 76, exceto quando uma apresentação baseada na liqui-dez proporcionar informação confiável e mais relevante. Quando essa exceção for aplicável, todos os ativos e passivos devem ser apresentados por ordem de liquidez.

O principal atributo para a distinção entre circulante e não circulante, seja no ativo ou passivo é o prazo de realização. Enquanto a divisão entre Ativo Circulante e Não Circulante está vincu-lada à data de recebimento, no Passivo, a vinculação é relacionada à data de vencimento de determinada obrigação.

Obrigações de curto prazo, portanto, passivos classificados no Circulante, são todas aqueles vencíveis em 12 meses a serem contados a partir da data de publicação das relatórios contá-beis-financeiros. As obrigações de longo prazo, portanto, classificados como Não Circulantes, são aqueles vencíveis após 12 meses a serem contados a partir da data de publicação das rela-tórios contábeis-financeiros.

Passivo ExigívelPassivo Circulante Obrigações de curto prazo

≤ 12 meses

Passivo Não Circulante Obrigações de longo prazo≥ 12 meses

De acordo com o CPC 26, passivo deverá ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios:

a) espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade;

b) está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado;

c) deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; ou

d) a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo (roll over) durante pelo menos doze meses após a data do balanço (ver item 73).

Os termos de um passivo que podem, à opção da contraparte, resultar na sua liquidação por meio da emissão de instrumentos patrimoniais não devem afetar a sua classificação. Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes.

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Circulante e ciclo operacional

No processo de industrialização há compras de matéria-prima – comumente não são realizadas com pagamento à vista. A obrigação de pagar é representada na contabilidade pela conta fornecedores.

Em seguida, inicia-se o processo de industrialização, entrando no estágio de transformação de matérias-primas em produtos em elaboração. Nesse estágio surgem outras obrigações a pagar, tais como salários, aluguéis, outras despesas.

A próxima fase do ciclo operacional é a conclusão da industrialização, situação na qual os produtos acabados são representados pela conta de estoques de produtos acabados estando prontos para serem vendidos.

Assim como as compras, as vendas habitualmente são realizadas a prazo, o que dá origem à conta duplicatas a receber e em contrapartida, há o reconhecimento contábil dos custos dos estoques portanto, qual a conclusão pode ser chegada após a análise de todas essas operações?

É relevante observar que, nesse período, todas as contas envolvidas estiveram em constante movimento, isso é, seus saldos são frequentemente alterados. São as contas em giro, em circulação. Por isso, o grupo dessas contas é denominado Circulante.

Esse processo repete-se constante e ininterruptamente, uma vez que a empresa está sempre adquirindo matérias-primas, produzindo e vendendo seus produtos para alimentar seu processo industrial.

O período desde a aquisição da matéria-prima (que entra no processo produtivo) até o recebimento de duplicatas é denominado Ciclo Operacional.

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Passivo Circulante – detalhe importante

O item 70 do CPC 26 apresenta de forma clara que itens operacionais como salários, despesas e outros, que estejam diretamente relacionados aos custos operacionais da entidade, devem ser registrados no circulante, independente do prazo de pagamento – curto ou longo prazo.

70. Alguns passivos circulantes, tais como contas a pagar comerciais e algumas apropriações por competência relativas a gastos com empregados e outros custos operacionais são parte do capital circulante usado no ciclo operacional normal da entidade. Tais itens operacionais são classificados como passivos circulantes mesmo que estejam para ser liquidados em mais de doze meses após a data do balanço patrimonial.

O mesmo item 70, orienta acerca da classificação entre circulante e não circulante quando o ci-clo operacional da entidade não puder ser claramente identificado ao afirmar que: “Quando o ciclo operacional normal da entidade não for claramente identificável, pressupõe-se que a sua duração seja de doze meses.”

Passivo Circulante – condições especiais de dívidas (obrigações)

Existem situações de passivos de curto prazo que podem ser renegociados para longo prazo, assim como existem passivos de longo prazo que são reclassificados para curto prazo, tais como:

• Dívidas renegociadas

• Não cumprimento de contrato de financiamento

• Capitalização de juros e encargos financeiros

• Ocorrência entre a data de fechamento do balanço e a sua publicação

Passivo Circulante – dívidas renegociadas

Uma entidade poderá reclassificar dívidas de curto prazo para dívidas de longo prazo, mas para que isso aconteça o credor deverá concordar formalmente com a prolongação do prazo e renegociação da dívida, conforme é detalhado no item 73 do CPC26:

73. Se a entidade tiver a expectativa, e tiver poder discricionário, para refinanciar ou substituir (roll over) uma obrigação por pelo menos doze meses após a data do balanço segundo dispositivo contratual do empréstimo existente, deve classificar a obrigação como não circulante, mesmo que de outra forma fosse devida dentro de período mais curto. Contudo, quando o refinanciamento ou a substituição (roll over) da obrigação não depender somente da entidade (por exemplo, se não hou-ver um acordo de refinanciamento), o simples potencial de refinanciamento não é considerado suficiente para a classificação como não circulante e, portanto, a obrigação é classificada como circulante.

Portanto, o refinanciamento ou a rolagem de dívidas tem que contar com o aval do credor, caso contrário deverá permanecer contabilizada como curto prazo, pois o simples potencial de dilação de prazo não é suficiente para a reclassificação.

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Passivo Circulante – não cumprimento de contrato de financiamento

Uma dívida com prazo de pagamento firmado em 36 meses, por exemplo, deverá ser reclassifica-da para o curto prazo, no caso de quebra contratual ao término ou antes do término do período de publicação das demonstrações contábeis. Nesse caso, a reclassificação da dívida de longo para curto prazo é obrigatória, mesmo que o credor tenha concordado em não antecipar o prazo de vencimento do contrato, conforme especificado nos itens 74 do CPC 26 (R1):

74. Quando a entidade quebrar um acordo contratual (covenant) de um emprésti-mo de longo prazo (índice de endividamento ou de cobertura de juros, por exem-plo) ao término ou antes do término do período de reporte, tornando o passivo vencido e pagável à ordem do credor, o passivo deve ser classificado como circu-lante mesmo que o credor tenha concordado, após a data do balanço e antes da data da autorização para emissão das demonstrações contábeis, em não exigir pa-gamento antecipado como consequência da quebra do covenant. O passivo deve ser classificado como circulante porque, à data do balanço, a entidade não tem o direito incondicional de diferir a sua liquidação durante pelo menos doze meses após essa data.

No entanto, quando o credor concordar, antes da publicação do relatório contábil-financeiro, com a dilação do prazo de pagamento e nos 12 meses após a publicação das relatórios contábil--financeiros o credor não tiver o direito de antecipar o prazo de pagamento, a dívida deverá permanecer com não circulante, conforme especificado no item 75 do CPC 26 (R1):

75. Entretanto, o passivo deve ser classificado como não circulante se o credor tiver concordado, até a data do balanço, em proporcionar uma dilação de prazo, a ter-minar pelo menos doze meses após a data do balanço, dentro do qual a entidade poderá retificar a quebra de covenant contratual (reenquadramento nos índices de endividamento e cobertura de juros, por exemplo) e durante o qual o credor não poderá exigir a liquidação imediata do passivo em questão.

Passivo Circulante – capitalização dos juros ou encargos financeiros

Capitalização significa somar ao valor gasto com um Ativo os juros de um empréstimo ou fi-nanciamento que fora contratado para produzir esse Ativo para venda ou uso. Por isso se diz, na Contabilidade “ativar os custos”.

Os custos com a produção de um ativo qualificável devem ser considerados como parte inte-grante desse ativo, conforme especificado pelo CPC 20 (R1) em seu item 20:

10. Os custos de empréstimos que são atribuíveis diretamente à aquisição, cons-trução ou produção de um ativo qualificável são aqueles que seriam evitados se os gastos com o ativo qualificável não tivessem sido feitos. Quando a entidade toma emprestados recursos especificamente com o propósito de obter um ativo qualifi-cável particular, os custos do empréstimo que são diretamente atribuíveis ao ativo qualificável podem ser prontamente identificados.

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Regra geral, juros transcorridos são despesas do resultado, entretanto, no caso de construção de ativos qualificáveis eles terão outro tratamento contábil e serão ativados. Mas para que isso aconteça e a entidade que reporta a informação deverá atender aos critérios que são definidos pelo item 17 do CPC 20 (R1) para que ela possa iniciar a capitalização dos juros:

17. A entidade deve iniciar a capitalização dos custos de empréstimos como parte do custo de um ativo qualificável na data de início. A data de início para a capita-lização é a primeira data em que a entidade satisfaz todas as seguintes condições:

(a) incorre em gastos com o ativo;

(b) incorre em custos de empréstimos; e

(c) inicia as atividades que são necessárias ao preparo do ativo para seu uso ou venda pretendidos

Passivo Circulante – interrupção do processo de capitalização dos juros ou encargos financeiros

Quando a entidade que reporta a informação resolve adquirir um ativo qualificável e, por qual-quer motivo, o tempo de aquisição é interrompido – um acidente, um embargo da obra ou mesmo da alteração do planejamento que motivou a aquisição -, os encargos financeiros dos empréstimos obtidos para a aquisição desse ativo devem deixar de ser considerados como cus-tos desses ativos e passarem a ser considerados como despesas do período.

Esse procedimento está previsto no item 20 do CPC 20 (R1): “A entidade deve suspender a capi-talização dos custos de empréstimos durante períodos extensos em que suspender as ativida-des de desenvolvimento de um ativo qualificável”.

A entidade não deve suspender a capitalização de custos de empréstimos quando um atraso tem-porário é parte necessária do processo de concluir o ativo para seu uso ou venda pretendidos.

Exemplo: a capitalização deve continuar ao longo do período em que o nível elevado das águas atrasar a construção de uma ponte, se tal nível elevado das águas for comum durante o período de construção na região geográfica envolvida.

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Exemplo:

A entidade adquire empréstimos de R$ 100.000,00 para a construção de uma máquina que foi considerada como ativo qualificável. No contrato de financiamento ficou acertadas seguintes cláusulas:

• Juros totais de R$ 8.000

• Correção monetária R$ 2.000

Contabilização inicial da operação:

Início da capitalização dos juros e encargos financeiros:

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Interrupção do processo de capitalização dos juros e encargos financeiros:

Passivo Circulante – ocorrências entre a data de fechamento do Balanço e sua publicação

Podem ocorrer negociações entre o encerramento do Balanço Patrimonial no dia 31 de de-zembro e a data da publicação no início do próximo exercício. Algumas situações são previstas no CPC 26 (R1) no seu item 76, e todas elas não darão origem a modificações nos relatórios contábil-financeiros, mas devem ser informadas em notas explicativas:

76. Com respeito a empréstimos classificados como passivo circulante, se os even-tos que se seguem ocorrerem entre a data do balanço e a data em que as de-monstrações contábeis forem autorizadas para serem emitidas, esses eventos serão qualificados para divulgação como eventos que não originam ajustes de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 24 – Evento Subsequente:

(a) refinanciamento para uma base de longo prazo;

(b) retificação de quebra de covenant de empréstimo de longo prazo; e

(a) concessão por parte do credor de dilação de prazo para retificar a quebra de covenant contratual (reenquadramento nos índices de endividamento e cobertura de juros, por exemplo) de empréstimo de longo prazo, que termine pelo menos doze meses após a data do balanço

Se a entidade que reporta a informação tinha em dezembro dívidas de curto prazo, quaisquer alterações nessas condições para o longo prazo não poderão ser reconhecidas pela contabili-dade, para que não sejam alterados os relatórios contábil-financeiro já encerrados.

De forma idêntica, dívidas vencidas que a entidade que reporta a informação já tinha reclas-sificado como integralmente de curto prazo, não poderão ser recolocadas no longo prazo se a negociação com o cliente ocorreu após o encerramento do relatório contábil-financeiro.

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Passivo Circulante – Contas

Abaixo temos os exemplos de contas que pertencem ao passivo circulante e com maior incidência em provas de concursos públicos:

Passivo Não Circulante

As contas apresentadas nesse subgrupo são basicamente as mesmas já estudadas no subgrupo passivo circulante, exceto as que receberão tratamento específico a seguir (debêntures e subvenções governamentais).

A diferença básica das contas do Passivo Circulante e do Não Circulante concentra-se no aspecto temporal. Regra geral, enquanto o primeiro receberá saldos de contas vencíveis em 12 (doze) meses a contar da data de publicação do relatório contábil-financeiro, o segundo receberá as obrigações com vencimento após o prazo de 12 (doze) meses.

Passivo Não Circulante – aspecto temporal

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Passivo Não Circulante – debêntures

No Brasil, são títulos de dívidas que são emitidos exclusivamente por sociedades anônimas (capital aberto ou fechado), no entanto, somente as sociedades com registro na Comissão de Valores Mobiliários podem efetuar emissões públicas de debêntures. A emissão de debêntures, seja ela pública ou não, tem como objetivo captar recursos diretamente de investidores, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas.

Esses investidores normalmente possuem recursos aplicados em instituições financeiras, que pagam juros por essa aplicação. Para atrair essas pessoas, as empresas emitem debêntures com proposta de remuneração superior àquela paga pelas instituições financeiras e, assim, os inves-tidores abandonam seus investimentos em poupança, CDB e outros, para adquirirem as debên-tures emitidas.

Na emissão de debêntures podemos ter duas espécies:

• Emissão acima do par; e

• Emissão abaixo do par.

Exemplo de emissão de debêntures acima do par

Uma entidade emite 500 debêntures, cada uma no valor de R$1.000,00, obtendo um prêmio de 10%. O pagamento será feito em 05 anos após a emissão das debêntures, com juros de 1% ao mês. No período da emissão das debêntures a taxa média de mercado adotada pelas instituições financeiras era de 0,4% para investimentos similares.

O prêmio (ágio) pago pelo investidor ocorre porque a remuneração das debêntures é mais que o dobro daquela oferecida pelo mercado financeiro, o que provoca grande procura pela compra dos títulos emitidos pela sociedade anônima. Esse prêmio deve ser considerado uma dívida para entidade, porque ela somente poderá realizar, de fato, essa receita financeira quando ela cumprir com as obrigações presentes nos termos da emissão das debêntures.

O investidor pagou um prêmio para receber juros de 1% por 60 meses, sendo assim, os R$ 50.000 somente poderão ser reconhecidos à medida em que a empresa for cumprindo com seus compromissos em relação ao investidor.

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A cada período transcorrido – os cálculos realizados na questão tiveram como base o ano – o prêmio deverá ser apropriado ao resultado do exercício como uma receita financeira, assim com devem ser realizados os ajustes das obrigações entre curto e longo prazos. Após o primeiro ano os saldos serão:

Exemplo de emissão de debêntures abaixo do par

Uma entidade emite 500 debêntures, cada uma no valor de R$1.000,00, obtendo um deságio de 10%. O pagamento será feito em 05 anos após a emissão das debêntures, com juros de 1% ao mês.

O deságio deve ser considerado como um redutor da dívida para com o investidor, uma vez que a empresa só poderá contabilizar a despesa financeira à medida em que a empresa for cumprindo com seus compromissos em relação ao investidor.

Exemplo de emissão de debêntures acima do par

A cada período transcorrido – os cálculos realizados na questão tiveram como base o ano – o prêmio deverá ser apropriado ao resultado do exercício como uma receita financeira, assim com devem ser realizados os ajustes das obrigações entre curto e longo prazos. Após o primeiro ano os saldos serão:

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Passivo Não Circulante – custo na emissão de debêntures

As debêntures são títulos de dívida de emissão exclusiva de sociedades anônimas; a fundamen-tação legal deste dispositivo de captação de recurso das sociedades anônimas está especificada na Lei das S.A. (nº 6.404/76) nos artigos 52 até 74.

As empresas que emitem debêntures, isso é, que assumem dívidas junto a credores, normal-mente o fazem por oferecer condições especiais de remuneração e também podem oferecer participações nos lucros e a conversão das debêntures em capital.

Esse processo de captar recursos através do lançamento de debêntures conta, normalmente, com a figura dos agentes financeiros, que divulgam a operação e encontram os interessados. Esse tipo de agenciamento é remunerado e recebe o nome de custos de emissão.

Os custos de emissão são compostos pelas taxas de corretagem, divulgação, dentre outros re-lativos à operação de captação.

O CPC 08 (R1) é o documento emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis que ficou responsável por regular a contabilização e evidenciação dos custos de transação incorridos na:

• distribuição primária de ações ou bônus de subscrição,

• na aquisição e alienação de ações próprias,

• na captação de recursos por meio da contratação de empréstimos ou financiamentos ou pela emissão de títulos de dívida,

• bem como dos prêmios na emissão de debêntures e outros instrumentos de dívida ou de patrimônio líquido (frequentemente referidos como títulos e valores mobiliários – TVM).

Nesse sentido, o CPC 08 define custos de transação como “aqueles incorridos e diretamente atribuíveis às atividades necessárias exclusivamente à consecução das transações. São, por natureza, gastos incrementais, já que não existiriam ou teriam sido evitados se essas transa-ções não ocorressem”.

Além de conceituar, o CPC 08 (R1) trouxe também alguns exemplos desses custos, são eles:

1. gastos com elaboração de prospectos e relatórios;

2. remuneração de serviços profissionais de terceiros (advogados, contadores, auditores, consultores, profissionais de bancos de investimento, corretores etc.);

3. gastos com publicidade (inclusive os incorridos nos processos de road-shows);

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4. taxas e comissões;

5. custos de transferência; e

6. custos de registro etc.

Custos de transação não incluem:

• ágios ou deságios na emissão dos títulos e valores mobiliários;

• despesas financeiras; e

• custos internos administrativos ou custos de carregamento.

Aproveitando o exemplo anterior, a visão do cursos de emissão de debêntures no Balanço Pa-trimonial será:

Passivo Não Circulante – subvenções governamentais

Uma subvenção também é designada no Brasil como incentivo fiscal, subsídio, doação ou prêmio. As subvenções governamentais são reguladas pelo CPC 07 – Subvenção e Assistência Governamentais. De acordo com o Pronunciamento Técnico, subvenção é:

é uma assistência governamental geralmente na forma de contribuição de natureza pecuniária, mas não só restrita a ela, concedida a uma entidade normalmente em troca do cumprimento passado ou futuro de certas condições relacionadas às atividades operacionais da entidade. Não são subvenções governamentais aquelas

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que não podem ser razoavelmente quantificadas em dinheiro e as transações com o governo que não podem ser distinguidas das transações comerciais normais da entidade.

A subvenção governamental, inclusive subvenção não monetária a valor justo, não deve ser reconhecida até que exista razoável segurança de que:

a) a entidade cumprirá todas as condições estabelecidas e relacionadas à subvenção; e

b) a subvenção será recebida.

Passivo Não Circulante – subvenções governamentais – reconhecimento contábil

Antes da Lei nº 11.638/07 a subvenção para investimentos era reconhecida contabilmente como reserva de Capital. Após a lei ela passou a ser considerada como conta do Passivo Exigí-vel no ato do recebimento, se a entidade que reporta a informação ainda não tiver cumprido as suas obrigações.

Após cumprir com suas obrigações, o valor contábil deverá ser reclassificado e reconhecido como receita e, opcionalmente, poderá constituir uma reserva de lucros no Patrimônio Líqui-do. As alternativas de tratamento contábil são representadas nos itens 15A e B do CPC:

15A. Enquanto não atendidos os requisitos para reconhecimento da receita com subvenção na demonstração do resultado, a contrapartida da subvenção governa-mental registrada no ativo deve ser feita em conta específica do passivo.

15B. Há situações em que é necessário que o valor da subvenção governamen-tal não seja distribuído ou de qualquer forma repassado aos sócios ou acionistas, fazendo-se necessária a retenção, após trânsito pela demonstração do resultado, em conta apropriada de patrimônio líquido, para comprovação do atendimento dessa condição. Nessas situações, tal valor, após ter sido reconhecido na demons-tração do resultado, pode ser creditado à reserva própria (reserva de incentivos fiscais), a partir da conta de lucros ou prejuízos acumulados.

Passivo Não Circulante – subvenções governamentais – apropriação no resultado

Inicialmente uma subvenção governamental é reconhecida em contas patrimoniais – ativo e passivo -, e após cumpridas, pela entidade que reporta a informação, as obrigações presentes, o saldo da subvenção governamental é transferido para o resultado.

A apropriação do saldo ao resultado, como receita, deve ser realizado pelo mesmo período de tempo em que o bem, recebido como subvenção ou comprado com ela, for depreciado ou amortizado. Esse procedimento até ao princípio da competência e é considerado como fundamental pelo CPC:

É fundamental, pelo regime de competência, que a receita de subvenção gover-namental seja reconhecida em bases sistemáticas e racionais, ao longo do período necessário e confrontada com as despesas correspondentes. Assim, o reconheci-mento da receita de subvenção governamental no momento de seu recebimento somente é admitido nos casos em que não há base de alocação da subvenção ao longo dos períodos beneficiados.

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Na maioria dos casos essa correlação pode ser feita, e a subvenção deve ser re-conhecida em confronto com as despesas correspondentes. Semelhantemente, a subvenção relacionada a ativo depreciável deve ser reconhecida como receita ao longo do período da vida útil do bem e na mesma proporção de sua depreciação.

Passivo Não Circulante – subvenções governamentais – Exemplo

Uma entidade recebeu uma subvenção governamental relativa a um terreno no valor de R$ 1.000.000 para a construção de uma fábrica. A contabilização, quando do recebimento do ter-reno será:

Após o cumprimento, pela entidade, das obrigações assumidas por ela para o recebimento da subvenção, ela deverá passar a reconhecer o resultado da subvenção governamental, mas o terreno não é depreciável e nesse caso a apropriação da subvenção deverá ter por base o edifí-cio ou prédio construído naquele terreno.

O prédio construído no terreno recebido como subvenção governamental será depreciado em 25 anos; portanto, a apropriação da subvenção terá ligação direta com o tempo de depreciação deste prédio. A quota de depreciação será de $1.000.000/25 anos = R$ 40.000 ao ano.

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Passivo Não Circulante – principais contas

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