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CONSUMO: verso e prosa

Ana Alvina Teixeira Felício1 Marcela Verônica da Silva2

Resumo: Diante das dificuldades que a escola enfrenta para formar leitores críticos, faz-se necessária uma busca por estratégias viáveis para despertar nos alunos o interesse pela leitura de textos literários. Assim, a proposta do presente artigo é apresentar um modelo de produção didático-pedagógica que usa como suporte o Método Recepcional desenvolvido por Bordini e Aguiar (1993) com base na teoria da Estética da Recepção de Hans Robert Jauss. O eixo norteador da proposta é o tema “consumismo”, e, por meio dele pretendeu-se levar o aluno a refletir sobre o poder da mídia e do marketing na sociedade e na cultura. Percorrendo todas as etapas do método escolhido, foram disponibilizados para o aluno livros de poesias, contos, letras de música, imagens, textos publicitários, dentre outros, levando-o a um cres-cente domínio de leitura e interpretação. Foi possível observar durante as aulas uma significativa amplia-ção no horizonte de expectativas dos alunos, ao passo que os textos iam se revelando (graças aos mo-mentos de discussão, questionamento e produção textual). O desenvolvimento das atividades deu-se em uma classe do 9º ano do Ensino Fundamental, do Colégio Estadual Edith de Souza Prado de Oliveira- EFEJA, em Santo Antônio da Platina-PR no período de fevereiro a junho de 2013. Palavras-chave: Leitura. Consumo. Verso. Prosa. Recepção.

INTRODUÇÃO

Considerando as dificuldades encontradas em sala de aula em relação à prática

da leitura, fez-se necessária a busca por estratégias e/ou alternativas viáveis para des-

pertar nos alunos o interesse pela leitura de textos literários.

Observa-se que a ação de leitura tem se apresentado na escola como um mo-

mento crítico nas aulas de Língua Portuguesa, pois os alunos, na sua maioria, deixam

claro que não gostam de ler. Paradoxalmente, uma investigação na área de leitura para

crianças e adolescentes comprova o contrário, haja vista as inúmeras publicações de

revistas e livros para essa clientela (pois, se não houvesse clientela, não haveria inves-

timentos nesse setor).

Logo, o problema de leitura é local, restrito à sala de aula, pois os textos coloca-

dos à disposição dos alunos não vão de encontro aos interesses deles, mesmo porque,

1 Professora de Língua Portuguesa e Literatura no Colégio Estadual Edith de Souza Prado de Oliveira – EFEJA, em Santo Antônio da Platina – PR. Especialista em Educação Especial. Participante do Progra-ma de Desenvolvimento Educacional - 2012/2013 – SEED/PR. 2 Doutora em Literatura Brasileira.- Docente do Centro de Letras, Comunicação e Artes da Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP

muitas vezes, não são propostos e sim impostos. Ainda assim, há a necessidade de

colocá-los frente à cultura literária e a escola só conseguirá alcançar seus objetivos se

desenvolver estratégias viáveis aliadas a uma metodologia bem ajustada aos seus pro-

pósitos, deixando de lado o mero cumprimento burocrático para dar lugar a um trabalho

consciente. Então, como despertar nos alunos o interesse pela leitura?

A produção literária encontra espaço para expressar sonhos e realidades. Assim,

é possível estimular os adolescentes para que eles tornem-se leitores críticos pautando-

se em uma escolha assertiva de textos que dialoguem com suas vidas e permitam uma

busca contínua pela reflexão.

Dessa forma, ao abordar essa temática, o objetivo foi trabalhar a leitura usando

diversos gêneros literários, porém dando enfoque aos poemas apontando caminhos e

possibilidades que facilitassem as orientações e produções de textos; capacitando os

alunos para que, dentro e fora da escola, soubessem lidar com situações imprevistas e

com competência diante de todos os tipos de leitura; despertando o prazer pela leitura

através de poesia e da prosa que abordasse o universo do educando; e promovendo a

releitura, o pensamento lógico e a crítica por meio do Método Recepcional.

Para que os objetivos fossem atingidos, optou-se pelo tema consumo e, para

tanto, foram utilizados diversos gêneros textuais como poemas, contos, letras de músi-

ca, notícias jornalísticas, uma vez que a ideia central relaciona-se com o universo dos

adolescentes. Assim, o título Consumo: verso e prosa foi escolhido para demonstrar

sentido amplo, no qual verso pudesse dar conta das inúmeras manifestações artísticas

que contivessem musicalidade e prosa pudesse abarcar os diversos gêneros literários e

não-literários, como o conto, a piada, os textos informativos etc.

1. A LEITURA NA FORMAÇÃO ESCOLAR

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica (DCE) de Língua Portuguesa

(2008, p. 56) compreendem que:

a leitura como um ato dialógico, interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, os seus conhecimen-

tos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que o constituem.

Para Silva (apud DCE, 2008, p. 57):

a prática de leitura é um princípio de cidadania, ou seja, o leitor cidadão, pelas diferentes práticas de leitura, pode ficar sabendo quais são suas obrigações e também pode defender os seus direitos, além de ficar aberto às conquistas d e outros direitos necessários para uma sociedade justa, democrática, além de fi-car aberto às conquistas de outros direitos necessários para uma sociedade justa democrática e feliz.

Zilberman (1988, p.19), por sua vez, afirma que:

se o ato de ler se configura como uma relação privilegiada com o real, já que engloba tanto um convívio com a linguagem, como o exercício hermenêutico de interpretação dos significados ocultos que o texto enigmático suscita, a obra de ficção avulta como o modelo de excelência da leitura. Pois, sendo uma ima-gem simbólica do mundo que se deseja conhecer, ela nunca se dá de maneira completa e fechada. Pelo contrário, sua estrutura, marcada pelos vazios e pe-lo inacabamento das situações e figuras propostas, reclama a intervenção de um leitor, o qual preenche estas lacunas, dando vida ao mundo formado pelo escritor.

Levando em consideração as afirmações supracitadas, entende-se que o ato de

ler não significa apenas decodificar sinais, ou um código específico de letras, cuja in-

compreensão dos seus sentidos resulta naquilo que ficou caracterizado como analfabe-

tismo funcional – o leitor lê, mas é incapaz de apropriar-se do seu significado, a leitura,

deste modo, é marcada por “vazios”, que devem ser preenchidos pelas experiências do

leitor.

A identificação de palavras durante a leitura, portanto, não é suficiente, o que

importa é fazê-las ter sentido e que elas permitam a compreensão e a interpretação.

Nesse sentido, as DCE (2008, p.57) orientam para que se pratique “a leitura em diferen-

tes contextos [...] que se compreendam as esferas discursivas em que os textos são

produzidos e circulam, bem como se reconheçam as intenções e os interlocutores do

discurso”.

A literatura tem papel importante no desenvolvimento do processo de leitura e,

principalmente, no processo de compreensão, pois, além de atuar no campo dos pro-

cessos cognitivos capazes de estabelecer as associações, ela também demanda co-

nhecimentos prévios. Assim, é preciso que o leitor esteja comprometido e saia de sua

zona de conforto. Ao professor cabe o papel de instigar a curiosidade e de provocar o

posicionamento crítico sobre o que foi lido.

Quando o leitor compreende o que leu, ocorre a projeção no texto, e toda a vi-

vência pessoal, com suas emoções e expectativas, processam-se em sua mente. Su-

cede, então, a libertação decorrente da humanização que a leitura da obra literária pro-

voca.

Partindo desses pressupostos, a proposta metodológica de Bordini e Aguiar

(1993) trata da importância da obra literária na construção das associações e no pro-

cesso de compreensão. As autoras consideram a literatura:

uma das formas de comunicação, participa assim, do âmbito maior da cultura, ou seja, da produção significante, relacionando-se com outros objetos culturais. Entretanto, possui características que a diferenciam desses. [...] A atividade do leitor de literatura se exprime pela reconstrução, a partir da linguagem de todo universo simbólico que as palavras encerram pela concretização desse univer-so com base nas vivências pessoais do sujeito. A literatura, desse modo, se torna uma reserva de vida paralela, onde o leitor encontra o que não pode ou não sabe experimentar na realidade [...] captura o seu leitor e o prende a si mesmo por ampliar suas fronteiras existenciais sem oferecer os riscos da ventu-ra real (BORDINI e AGUIAR, 1993, p. 14-15).

O teórico Terry Eagleton (apud DCE, 2008, p. 58) parte da ideia de que “a difi-

culdade em definir literatura, [...] depende da maneira como cada um atribui o significa-

do a uma obra literária, tendo em vista que esta se concretiza na recepção e, sem essa

constante participação ativa do leitor, não haveria obra literária”.

O autor, assim, defende que as abordagens teóricas sobre a leitura sejam pen-

sadas a partir dos pressupostos da Estética da Recepção de Jauss e da Teoria do Efei-

to de Wolfgang Iser (1996), visto que tais teorias:

buscam formar um leitor capaz de sentir e de expressar o que sentiu, com condições de reconhecer [...] um envolvimento de subjetividades que se ex-pressam pela tríade obra/autor/leitor, por meio de uma interação que está pre-sente na prática de leitura. A escola, portanto deve trabalhar a literatura em sua dimensão estética. (EAGLETON apud DCE, 2008, p.58).

Desenvolvido a partir da Teoria da Estética da Recepção de Hans Robert Jauss,

o Método Recepcional elaborado por Bordini e Aguiar (1993) atribui valor ao leitor, visto

como um sujeito ativo no processo de leitura. Já a Teoria do Efeito de Wolfgang Iser

defende a dimensão social da leitura, mas concentra-se nos aspectos estéticos do texto

literário. Ambas as teorias defendem os momentos de debates e reflexões após a leitu-

ra, possibilitando ao aluno a ampliação dos seus horizontes de expectativas.

O Método Recepcional (1989), prevê efetuar leituras compreensivas e críticas;

ser receptivo a novos textos e a leitura de outrem; questionar as leituras efetuadas em

relação ao seu próprio horizonte cultural; transformar os seus próprios horizontes de

expectativas, bem como os do professor, da escola, da comunidade familiar e social.

Apesar da escolha de variados gêneros, a proposta foi a de seguir uma gradação

apresentando textos “fáceis”, e de certo modo conhecidos, para, em seguida, apresen-

tar textos que exigissem mais do leitor, o fizesse sair de uma situação confortável. As-

sim, os textos não-literários serviram de suporte para a leitura de textos literários canô-

nicos e não-canônicos. A inserção dos textos considerados clássicos tem sua importân-

cia descrita por Calvino (2002, p. 13) quando afirma que: “Os clássicos são livros que

exercem uma influência particular quando se impõem como inesquecíveis e também

quando se ocultam nas dobras da memória, mimetizando-se como inconsciente coletivo

ou individual”. Ou seja, os clássicos são leituras que se mantém vivas em nossa memó-

ria e possibilitam uma visão tanto da realidade imediata quanto de um quadro histórico,

mítico ou lendário.

Carmo (2008) a partir do tema consumo e com base no poema “Eu-etiqueta” de

Drummond levanta alguns questionamentos como: o nome grudado na calça, e que não

se conhece, é a etiqueta do produto ou um signo? As estampas contidas no blusão, na

camiseta, nas meias, não seriam publicidades gratuitas (que o poeta menciona que se

paga ao usar)? Todos os produtos que rodeiam as pessoas são mensagens? E essas

mensagens, e o uso de imperativos, denunciados nesses versos, retratam costumes ou

ordens? O homem é um veículo de propaganda que tem liberdade de escolha? O ser

humano que vive na realidade pronunciada pelo poema, sabe se reconhecer? Sabe se

é ser humano ou coisa? Quantas perguntas podem ser formuladas por intermédio deste

poema?

Esses questionamentos, ao serem compartilhados com os alunos originam um

debate produtivo e acabam por impor uma leitura atenta do texto. Portanto, ao ser de-

batido, o texto será mais bem compreendido, e, assim, o aluno poderá aos poucos ir

desvendando os mistérios escondidos em suas camadas.

2. O MÉTODO RECEPCIONAL EM UM TEMA: CONSUMO

2.1. O Método Recepcional

O Método Recepcional está alicerçado na Estética da Recepção, que valoriza o

papel do leitor como parte do processo de produção da obra, isto é, o leitor passa a ser

encarado como co-autor, uma vez que vem dele a possibilidade real de interpretação e

de constituição do significado dos mais diversos textos.

Hans Robert Jauss em seus estudos fornece índices para que o leitor possa de-

senvolver bem o seu papel, mas não apresenta nenhuma resposta pronta. É por meio

da experiência do leitor, estimulado pelo próprio texto, que o efeito da obra se fará sen-

tir no leitor, dando-lhe condições de atribuir sentido ao que lê; daí a leitura apresentar-

se como uma relação dialógica.

O Método Recepcional de ensino firma-se na atitude participativa do aluno em

contato com os mais diferentes textos. Partindo do horizonte de expectativa do grupo,

em termos de interesses literários, são oferecidos textos diversos que propiciem o ques-

tionamento desse horizonte, incitando-o assim a refletir e instaurando a mudança atra-

vés de um processo contínuo. Nesse sentido, o Método Recepcional enfatiza a compa-

ração entre o familiar e o novo, entre o próximo e o distante no tempo e no espaço.

São cinco os momentos de desenvolvimento do Método Recepcional:

1º determinação do horizonte de expectativa;

2º atendimento ao horizonte de expectativa;

3º ruptura do horizonte de expectativa;

4º questionamento do horizonte de expectativa; e

5º ampliação do horizonte de expectativa.

No último momento do processo, os alunos, segundo as autoras, tomam consci-

ência das alterações e aquisições obtidas através da experiência com a literatura. O

final desse Momento é o início de uma nova aplicação do método, que evolui em espi-

ral, sempre permitindo aos alunos uma relação mais consciente com a literatura e com

a vida.

2.2. Aplicação do Método Recepcional na Escola

Na aula inaugural procedeu-se uma reorganização da sala: as carteiras foram

postas em círculos para facilitar o diálogo e, em seguida foi explicitada a importância da

leitura em sala de aula e sua utilidade no dia-a-dia.

Segundo o Método Recepcional é importante que o professor, antes de elaborar

suas aulas, proceda à Determinação do Horizonte de Expectativa. Assim, em um pri-

meiro momento foi realizada uma sondagem sobre os interesses dos alunos, um ques-

tionamento acerca de seu contato com os livros, sobre os gêneros de preferência etc.

Eles responderam que gostavam de ler, em geral, histórias em quadrinhos, revistas te-

en e livros considerados best-seller por seu perfil mercadológico. Alguns demonstravam

interesse, também, por revistas e livros sobre esportes.

Diante da variedade de respostas, considerou-se importante apresentá-los ao u-

niverso literário, de modo a investigar suas reações diante de determinadas leituras.

Assim, foram apresentados diversos tipos de texto, voltados aos mais diferentes gostos.

As obras foram dispostas de modo que os alunos pudessem escolher o material a ser

lido. Dentre os textos disponibilizados, pode-se citar o ABC do lavrador e outros contos,

de Sílvio Romero (2007); Melhores contos de Caio Fernando Abreu (2006); O fantástico

mistério de Feiurinha, de Pedro Bandeira (2009); Para gostar de ler poesia, coletânea

de textos de Cecília Meireles e outros (1987); Ofício de poeta, com textos de Patativa

do Assaré e outros (2009); A poesia dos bichos, de Carlos Drummond de Andrade e

outros (2002); Histórias folclóricas de medo e de quebranto, de Ricardo Azevedo

(1996); A hora da estrela, de Clarice Lispector (1997), etc.

Após a leitura do material escolhido os estudantes tiveram a orientação de com-

partilhar com os colegas suas impressões sobre o texto. Eles, assim, além de comentar,

puderam ler em voz alta fragmentos do texto. À medida que eram lidos, surgiam comen-

tários. Um dos alunos, por exemplo, comentou a obra Ofício de Poeta, de Patativa do

Assaré. O aluno observou que a “escrita estava toda errada”, e isso serviu para que

fossem discutidos outros assuntos, como as diferenças linguísticas, a linguagem formal

e informal, a normal padrão. Assim, o momento de determinação do horizonte de ex-

pectativas, permitiu um diálogo entre professor e aluno sobre diversos assuntos.

No momento em que os poemas foram comentados, explicou-se que a poesia

permite liberdade de expressão por isso que se diz que ela “dá asas a imaginação”, é

uma seqüência de idéias colocadas no papel de forma simples e criativa, ou seja, é só

pensar e escrever, diferentemente do poema, que deve obedecer a uma série de regras

que a caracteriza. Para reforçar essa idéia sobre a poesia, foi lido o poema de José

Paulo Paes intitulado “Convite”, no qual o autor convida os leitores aos prazeres da lei-

tura da poesia.

Na sequência cada aluno recebeu uma cópia do poema “Perguntas de um traba-

lhador que lê”, de Bertold Brecht (1986). O texto defende o trabalho dos operários, que

fazem parte da história, porém não aparecem nela. O espaço da história é destinado

somente aos grandes dirigentes. Assim, após breve contextualização, foi realizada uma

leitura silenciosa, depois em voz alta, proporcionando um momento de reflexão e dis-

cussão sobre o pensamento do autor da poesia.

Os alunos levantaram questões, mostrando que conheciam personagens históri-

cos e as situações apresentadas. Citaram como referência os desenhos animados As-

terix, e as próprias referências históricas que tinham sobre as pirâmides do Egito e os

faraós. Assim, para contribuir com as reflexões foi apresentada uma nova questão: na

imagem da Santa Ceia (todos a conheciam), eles sabiam quem afinal, havia preparado

a ceia? Com esses questionamentos o aluno pode repensar a história e a literatura,

conferindo relevância a quem estava à margem. Deste modo, o ato de ler leva ou deve-

ria levar as pessoas a questionar “tantas histórias, tantas questões” sem respostas.

Esse momento de sondagem permitiu ao professor a escolha de seu obje-

to/tema. Optou-se pela apresentação de uma sequência de atividades orientadas a par-

tir do tema “consumo”. Os alunos foram questionados sobre imagens de notas de di-

nheiro e moedas de todos os valores; sobre o que essas imagens significavam para

eles; sobre o que significava ter mais ou menos dinheiro; como eles se viam profissio-

nalmente no futuro; sobre qual a finalidade do dinheiro; sobre a relação dinheiro x felici-

dade; sobre como seria viver sem dinheiro e o quanto é importante tê-lo; sobre o trata-

mento para com as pessoas ricas e pobres e sobre o que significa “gastar à vontade”.

As respostas foram muito diferentes, o que mostrou a diversidade de pensamen-

tos/concepções da turma, porém, a maioria (dos alunos) relacionava dinheiro a felicida-

de. Alguns alunos afirmaram que seria impossível viver sem dinheiro; outros disseram

que quem não tem dinheiro não tem amigos; e ainda que se tivessem carro ou moto,

conseguiriam ser mais atraentes.

Para a aula seguinte foi solicitado que trouxessem panfletos de propagandas das

lojas comerciais locais. Como estava na semana da Páscoa, todos os panfletos faziam

alusão a essa data, e aproveitando o tema, foi discutido o verdadeiro objetivo da Pás-

coa, observando que quando questionados, a maioria respondeu que o ovo de chocola-

te era o principal; poucos lembraram que a data associava-se à Ressurreição de Cristo,

e dessa forma, outras datas comemorativas também foram lembradas como o Dia das

Mães; Dia dos Namorados; Dia dos Pais; Natal; Ano Novo. Todas essas datas foram

lembradas como “dias de dar e receber presentes”, ou seja, os significados associados

à crenças religiosas ou a valores sociais ficaram à margem do conhecimento específico.

Os alunos recortaram os panfletos e colaram as figuras de modo a inseri-las em

uma “casa” que fosse “a casa dos seus sonhos”. Eles precisariam criar um título para a

composição e os resultados foram: “Minha casa”; “Minhas grifes”; “Quero ser feliz”;

“Quero comer bem”. Mais uma vez, os títulos estavam associados ao consumismo, pois

as figuras escolhidas foram as dos produtos mais caros e de marcas mais conhecidas.

Foram levadas ainda para a sala de aula revistas de moda e foi solicitado que e-

les escolhessem o que comprariam. Todas as peças encontradas foram recortadas,

sem nenhuma exceção (não consideraram nem mesmo gostos pessoais), o que de-

monstrou que a motivação era o consumo desenfreado e não a escolha moderada.

Trabalhou-se então com o poema Modismo de Guilherme Ramos que tem o con-

sumo como tema: Aceita, assim, Dinheiro e cartão. Sofre, no fim, O pobre cidadão. Consumo... Ou sem sumo. MODA: o Suprassumo Sem rumo.3 .

Foram apresentadas também duas charges: “Consumismo”4 e “A mídia e o con-

sumismo”5, e a partir delas realizou-se uma leitura crítica sobre modismo e consumis-

mo, uma vez que os autores, nesses textos, apresentam consumidores pacíficos frente

o poder da mídia.

As discussões que se sucederam, no caso das charges, foram vistas como “di-

vertidas”, foi então explicado para os alunos que a função da charge é justamente essa,

denunciar determinado fato, acontecimento ou comportamento através do humor, entre-

tanto, é preciso saber interpretar, e nesse caso, a ironia torna-se um recurso desafiador.

Da mesma maneira que o trecho do poema mostra claramente as conseqüências

do consumo, ao contrário das charges, eles entenderam e confirmaram que “realmente”

os pais costumavam comprar a prazo e depois ficavam preocupados.

Texto e charges foram confrontados com outro poema: Modismo de Faustino

(2008), que ironiza a “paranoia” do ser humano com a moda. Assim de repente, A vida é refeita, E as roupas de ontem, Não são mais aceitas Em passos ditados, Seguem alienados, Fazendo da dor Seu próprio legado Eles são assim.6

3 Disponível em: <http://prosopoetica.blogspot.com.br/2010/12/modismo.html>. Acesso em 20 de maio de 2012. 4 Disponível em:<wwwpsolriosasostras.wordpress.com.br>. Acesso em 20 de maio de 2012. 5 Disponível em: www.influenciadamidianasociedade.wordpress.com. Acesso em 20 de Maio de 2012. 6 FAUSTINO, Luan Emílio. Modismo. Disponível em: <http://dascartasquenuncamandei.blogspot.com.br/2010/09/modismo.html>. Acesso em: 10 de maio de 2013.

Os alunos se identificaram com a frase “E as roupas de ontem não são mais a-

ceitas” e entenderam o fato de não poderem comprar tudo o que gostariam. Os alunos

foram aconselhados a procurar em dicionários os significados dos termos “refeita”, “ali-

enados”, e “legado”. O interessante é que, uma vez que souberam o significado do ter-

mo “alienado” se apropriaram dele fazendo outra leitura, ou seja, para eles alienado é

quem não “acompanhava a moda”.

No segundo momento, denominado Atendimento ao Horizonte de Expectativa fo-

ram separados diversos textos poéticos e colocados em exposição na classe em forma

de mural, convidando os alunos à leitura dos mesmos. Eles puderam então circular à

vontade pela sala e depois foram orientados a discorrer sobre a diversidade dos mes-

mos.

Na sequência, os alunos assistiram ao vídeo clip da música “Camaro Amarelo”,

com Munhoz e Mariano. A letra, conhecida por todos os alunos, contava a história de

como um rapaz era tratado quando não tinha dinheiro e como a sua vida mudou quan-

do recebeu uma herança que lhe permitiu “mudar de vida”: vestindo grife, ficou bonito e

comprou o “camaro amarelo”, símbolo maior do novo status, e a partir desta observa-

ção, houve a discussão sobre o “ter” e não “ser”. Ao mesmo tempo, foi explorado o es-

tereótipo da “mulher interesseira”.

Neste momento foram discutidos alguns conceitos como: por que é importante

mostrar, exibir, desfilar o que possui? Por que a sociedade valoriza o ser humano pelo

o que ele tem e não pelo o que ele é? Por que o indivíduo se deixa levar pela manipula-

ção da mídia, dos catálogos, das propagandas, pelo que os artistas e personagens das

novelas expõem? Como se comportam as mulheres quando são pejorativamente cha-

madas de “interesseiras”; “periguetes”; “marias-chuteiras”?

Questões como qual a diferença entre consumo e consumismo; desejo e consu-

mo foram discutidos. Mais uma vez os alunos afirmaram a importância de ser ter dinhei-

ro e “carrão” para chamar a atenção de outras pessoas e em especial das mulheres.

Discutiu-se que atribuir valores às pessoas pelo que elas possuem, torna-as eterna-

mente insatisfeitas e inseguras; insatisfeitas porque sempre vão querer “mais e mais”

quando aquilo que possuem já não desperta interesse e, inseguras, justamente porque

associam o “ter” com a aceitação em relação às outras pessoas: amigos, namoradas

(os).

Outra atividade foi atribuir aos alunos supostamente, uma quantia corresponden-

te a R$1.000,00, explicando que o salário-mínimo era quase a metade disso, e que eles

gastassem como quisessem, devendo registrar em uma ficha os produtos e seus valo-

res, pesquisados nos catálogos das lojas da cidade. Depois da compra realizada, justi-

ficaram suas escolhas. A maioria dos alunos comprou aquilo que não precisava, justifi-

cando tratar-se de “sonhos de consumo” ou como sinal de status perante colegas e vi-

zinhos; apenas uma minoria escolheu produtos necessários que ainda não possuíam.

Consideraram que a quantidade de dinheiro era pouca e refletiram sobre o “salário-

mínimo”, chegando à conclusão de que ele realmente não supria as necessidades de

um trabalhador.

Ainda buscando utilizar elementos conhecidos para a averiguação inicial dos in-

teresses dos alunos, foi apresentada uma piada (gênero humorístico) que tinha o di-

nheiro como tema:

Falando em dinheiro

Um amigo aproxima do outro e diz: - Puxa, rapaz, eu não aguento mais! - O que foi, amigo? - É a minha mulher, todo dia ela me pede dinheiro! - Todo dia? - Todo dia. Um dia, cinco reais, outro dia, dez reais; outro, cinqüenta; outro cem reais... - Nossa! Mas o que ela faz tanto dinheiro?7

Os alunos deveriam fazer a conclusão. Várias sugestões foram dadas, porém

nenhuma se “enquadrava” no gênero, ou seja, não eram engraçadas. Quando a frase

original completou a piada, a gargalhada foi geral: “Nada, eu não dou!”.

Para completar as atividades, os alunos assistiram ao vídeo clip da música “Pe-

cado Capital” de Paulinho da Viola, e ao documentário “Lixo Extraordinário”, de Roberto

Dalmo sobre os trabalhos com lixo reciclável do artista plástico brasileiro Vik Muniz.

7 ZABOT, Grenilza Maria Lis; MIRA, Marília Marques; HAMANN, Eliane Kloster Ribeiro. EJA. Alfabetiza-ção de Jovens e Adultos. Língua portuguesa e matemática. Londrina: Base Editorial, 2009.

As discussões foram no sentido de que dinheiro e riqueza acabam se não soube-

rem economizar ou aplicar de maneira correta, que muitos ganhadores de loterias já

perderam tudo que ganharam. Da mesma forma, o dinheiro foi colocado como gerador

de conflitos em família. Assim, os alunos se lembraram de conflitos em suas famílias e

de cenas de novelas que envolviam tais desavenças.

Acharam interessantes os trabalhos com o lixo reciclável e lembraram que já ha-

viam visto brinquedos, vasos, porta-retratos feitos de garrafas pet na Feira de Ciências

da escola.

No terceiro momento de aplicação do Método Recepcional, denominado Ruptura

do Horizonte de Expectativa, foi trabalhado o conto “Muribeca”, de Marcelino Freire,

presente na obra “Angu de Sangue” (2000) trata-se de um monólogo na voz de uma

moradora do lixão. Os alunos fizeram uma leitura silenciosa, depois leitura em voz alta

com pausas para discussão de determinados trechos, e uma produção de texto sobre a

interpretação pessoal do aluno em relação à realidade do lixão.

Em seguida os alunos realizaram a interpretação de uma imagem, que apresen-

tava de um lado, uma favela e de outro, um prédio luxuoso8. Suas impressões foram de

que “até na hora de morar, os ricos vêem os pobres de cima”, eles questionaram o por-

quê dos bairros mais pobres ficarem longe do centro, foi explicado que num primeiro

momento isso acontecia por causa da valorização dos imóveis do centro, que tinha in-

fraestrutura em decorrência do comércio, mas que hoje isto já está mudando, uma vez

que condomínios de luxo vem sendo construídos nos arredores da cidade.

Em seguida os alunos puderam entrar em contato com outro texto sobre o as-

sunto: o poema “Muribeca é logo ali”, de Marcelo Trindade, presente na História da

Comunidade do Conjunto Muribeca. Outro poema que faz alusão às pessoas que vivem

do lixo também foi trabalhado o poema “O bicho”, de Manuel Bandeira presente na obra

Poesias Completas (1951).

Por sua vez, no quarto momento do Método Recepcional, denominado Questio-

namento do Horizonte de Expectativa foi solicitado que os alunos fizessem um inventá-

rio pessoal de todas as marcas que estavam usando ou usam no dia-a-dia: os materiais

escolares, as roupas, calçados, celulares, material de higiene, cosméticos, perfumes,

8 Disponível em <www.zabazuba.com>. Acesso em 21 de Novembro de 2013.

alimentos e tudo mais que lembrassem. Depois, as marcas elencadas foram escritas no

quadro com o número de quantas vezes foi mencionada.

Em seguida, esse quarto momento pautou-se no poema Eu etiqueta, de Carlos

Drummond de Andrade. Cópias do poema foram distribuídas entre os alunos. Primeiro

foi realizada uma leitura individual, e na sequencia o texto foi relido de forma expressi-

va, proporcionando a participação de todos. Já nesse momento associaram as marcas

que eles escolheram com o texto poético. O mesmo poema foi visto em vídeo com reci-

tação do ator Paulo Autran9.

Nesta interação, foram discutidas questões ideológicas de dominação, política,

religião e vida cotidiana. De onde surgem as ideologias? Se da interação social, se da

consciência? Como consumidores, somos influenciados pelas propagandas, pelos artis-

tas, pelos amigos?

Eles admitiram que a escolha das marcas que costumavam comprar/ usar tinha

influência das propagandas e dos ídolos. Na opinião deles, isso lhes conferia status pe-

rante os colegas que não usavam o mesmo produto, ou sentimento de pertencer ao

grupo de colegas que comungavam das mesmas preferências.

Foi discutido e analisado de seu verdadeiro papel enquanto pessoa e ser, capaz

de criar e ter liberdade de escolha e de reconhecer-se frente ao produto que usa, e não

tornar-se um ser alienado, ou ter atitudes iguais aos demais só para não ser excluído

do grupo, foi lembrado que eles não gostam de usar uniformes da escola alegando que

“todo mundo fica igual”, entretanto, as escolhas que eles fazem também os tornam pa-

dronizados.

Complementando e dialogando com a leitura do poema Eu etiqueta, foi apresen-

tado o poema “Ao Shopping Center”, de José Paulo Paes, presente em “Poema de ca-

da dia” (2010):

Pelos teus círculos Vagamos sem rumo Nós almas penadas Do mundo do consumo

9Disponível em: www.youtube.com/watch?v=Wr5uHxamSce>. Acesso em 21 de Novembro de 2013.

Retomou-se o poema “Modismo”, de Guilherme Ramos, para se fazer um parale-

lo entre as duas. Observou-se que uma das charges já vista anteriormente, que mostra

uma pessoa “afogada” em pacotes e sacolas de shopping, confirma a idéia concebida

quando se pensou em concentrar vários comércios e prestação de serviços num só lu-

gar: levando o consumidor a comprar através do “visual” aquilo que ele não se prontifi-

cou antes a adquirir.

O quinto momento de aplicação do Método Recepcional, denominado Ampliação

do Horizonte de Expectativa culminou também com a tomada de consciência, obser-

vando que existe uma grande relação entre a leitura, a escrita e a vida social, que uma

está interligada à outra. Os textos contemporâneos mostram esta realidade, basta sa-

ber ler, interpretar e entender o contexto, para poder enriquecer culturalmente e social-

mente.

A maior dificuldade observada no decorrer das atividades realizadas foi a inter-

pretação das charges, pois num primeiro momento eles a viram com humor e não como

crítica ou ironia, o que levou à hipótese de que a publicidade/mídia exerce um papel

fundamental na formação de consumidores acríticos, assim como o termo “alienado” foi

visto com sentido pejorativo, “alienado é quem não aceita o que é determinado pela a

maioria”.

Para concluir a etapa e avaliar a efetiva validade das leituras e discussões, foi

solicitada uma produção de texto a partir das frases: “Onde terei jogado fora meu gosto

e capacidade de escolher”; e “Meu nome novo é Coisa”. Essas produções foram apre-

sentadas na aula e lidas em voz alta, sendo que os próprios colegas se avaliaram. Cria-

ram também desenhos representativos, deles mesmos vestidos com etiquetas.

Finalizando, essas produções foram expostas no mural da escola, dos textos e

imagens trabalhados com os textos produzidos pelos alunos, chamando à atenção para

a questão do consumismo e suas consequências. Durante as atividades, os alunos fo-

ram o tempo todo orientados, tiveram materiais disponíveis para trabalharem, e acesso

ao Laboratório de informática.

Ações do dia-a-dia como o descarte de embalagens passaram a ser vistas com

outro olhar. Assim como, o problema dos lixões e das pessoas que buscam neles meios

de sobrevivência.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

No início houve um estranhamento em relação à linguagem escrita dos textos

não familiares, e enquanto a maioria dos alunos via essa dificuldade como uma possibi-

lidade de adquirir conhecimentos, uns poucos mostraram desinteresse ainda que, aos

poucos foram interagindo nas atividades propostas.

Conforme os trabalhos iam se desenvolvendo, os questionamentos, reflexões e

descobertas iam surgindo naturalmente, detectando os desafios enfrentados e o pro-

cesso de superação para a aprendizagem de uma boa leitura, cientes que a poesia está

presente em quase tudo, e de diversas formas no nosso dia-a-dia. Observaram que no

primeiro momento a poesia era de difícil compreensão, mas, depois de lida com aten-

ção e analisada passava a ser admirada por sua musicalidade, mensagem e possibili-

dade de interação/interpretação. .

A adoção de poesias foi de fácil entendimento analisando a realidade, assim co-

mo os diversos outros textos e imagens contribuíram para inserir o aluno no mundo da

leitura da poesia e da prosa, da língua portuguesa e dos gêneros literários. Não se po-

de afirmar que não houve dificuldades e que todos entenderam a proposta no mesmo

tempo, por isso, houve o cuidado de sempre, retomar os conteúdos quando se fazia

necessário, preenchendo as lacunas não previstas proporcionadas pelas avaliações

diagnósticas.

O Método Recepcional para a Língua Portuguesa é válido porque parte da ob-

servação da realidade de informação ou conhecimento do aluno sobre leitura/literatura

e avança num crescente, de acordo com o seu potencial. Entretanto, demanda tempo,

daí a importância de se trabalhar com projetos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE possibilitou que fossem co-

locadas em prática as etapas do Método Recepcional. Com base nessas estratégias,

pôde-se, então, considerar que, para a eficiência de um trabalho visando o bom apro-

veitamento da leitura de uma literatura mais elaborada, é necessário partir da realidade

presente no dia-a-dia do aluno, pois essa atitude cria uma ponte que permite uma maior

identificação.

Para ser bem recebida, a literatura necessita de um preparo do leitor, pois sem

essa “iniciação” ele não consegue interpretá-la, lançar a ela um olhar crítico.

O trabalho acima descrito buscou, assim, resgatar dois discursos: o popular (vi-

sível) e o erudito (literário). Para atingir os objetivos propostos, que era o de preparar o

leitor para a leitura da literatura, foram introduzidos textos conhecidos ou de fácil com-

preensão e, aos poucos, os alunos foram estimulados a pensar sobre o tema. Ao rece-

berem a literatura, puderam interpretá-la, alcançando novos sentidos. Acredita-se, des-

te modo que o trabalho tenha proporcionado o interesse dos estudantes por outras

descobertas.

É preciso considerar também que, além do consumismo, os alunos puderam

pensar acerca dos problemas sociais, como na situação das pessoas marginalizadas,

esquecidas, que vivem no e do lixo, além do próprio problema que se enfrenta atual-

mente sobre o consumo exagerado de bens e o desperdício.

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