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Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia Março 2015 versus dinheiro 20 prometido por Jesus O dom 27 Uma promessa é uma promessa 12 Construtores Deus para Zuki e Pali Mxoli arriscaram tudo. Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia

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R e v i s t a I n t e r n a c i o n a l d a I g r e j a A d v e n t i s t a d o S é t i m o D i a

Março 2015

Fé versusdinheiro

20

prometido por JesusO dom27Uma promessa

é uma promessa12

ConstrutoresDeuspara

Zuki e Pali Mxoli arriscaram tudo.

R e v i s t a I n t e r n a c i o n a l d a I g r e j a A d v e n t i s t a d o S é t i m o D i a

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Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. V. 11, Nº- 3, Março de 2015.

www.adventistworld.orgOn-line: disponível em 10 idiomasTradução: Sonete Magalhães Costa

A R T I G O D E C A P A

16 Construtores para Deus

Sandra Blackmer Na iminência de perder tudo, Zuki e Pali Mxoli foram adiante mesmo assim.

8 V I S Ã O M U N D I A L

O campo missionário mais importante

Ted N. C. Wilson A nossa família é a prioridade.

12 D E V O C I O N A L

Uma promessa é uma promessa Dennis Meier Deus sempre faz o que promete?

14 C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

Visões de Deus Paulo Cândido de Oliveira Amar ao Deus que nos conhece melhor do que

nós mesmos.

S E Ç Õ E S

Março 2015

F o t o d a C a p a : C r e a t a s / t h i n k s t o C k . C o m

Assembleia da Associação GeralComunicado oficial determina que a sexagésima assembleia da Associação Geral será realizada nos dias 2 a 11 de julho de 2015, no Alamodome, em San Antonio, TX (EUA). A primeira reunião terá início às 8h00 do dia 2 de julho de 2015. Todos os delegados devidamente credenciados são convidados a estar presentes naquele momento.

Ted N. C. Wilson, presidente da Associação Geral

G. T. Ng, Secretário da Associação Geral

20 V I D A A D V E N T I S T A

Fé versus dinheiro Julian Archer Como nossos gastos podem se refletir em nossa fé.

22 D I S C O B R I N D O O

E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Mensageira de Deus – O ministério se expande

Anna Galeniece O próximo capítulo na vida de uma mulher notável.

24 S E R V I Ç O A D V E N T I S T A

Amor em ação Joel Reyes Aproximando alguém em necessidade com alguém

que se importa.

25 F É E C I Ê N C I A

Quando as espécies mudam L. James Gibson Os seres vivos se adaptam ao seu ambiente o

tempo todo.

26 R E S P O S T A S A

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Morto mas não esquecido

27 E S T U D O B Í B L I C O

O dom prometido por Jesus

28 T R O C A D E I D E I A S

3 N O T Í C I A S D O M U N D O

3 Notícias breves 6 Notícia principal 10 Histórias do GLOW

11 S A Ú D E N O M U N D O

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

2 Adventist World | Março 2015

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N O T í C I A S D O M u N D O

S E Ç Õ E S

■ Milhares de pessoas lotaram um estádio na capital da República Dominicana para comemorar os 3.052 batismos e uma ordenação histórica de 110 pastores, no final dos Dez Dias de Oração, iniciativa mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Os principais 29 líderes da Igreja Adventista, inclusive Ted N. C. Wilson, presidente da Associação Geral, participaram do programa no dia 17 de janeiro, no estádio El Palácio de Los Deportes, em Santo Domingo.

“Saímos com o coração cheio de gratidão pela obra do Espírito de Deus, e transbordando de alegria por ver que o Espírito Santo tem trabalhado intensamente nesta capital”, disse o evangelista Mark Finley, que dirigiu um programa noturno no estádio, intitulado “Ano Novo, Vida Nova”, nos dias 7-11 de janeiro.

Dos 3.052 batismos, mais de 1.800 foram feitos no estádio no sábado, 17 de janeiro, e outras centenas em vários lugares da ilha nos dias 16 e 17 de janeiro, segundo a União Dominicana da Igreja Adventista. Outros

Ainda mais profundo “Quando os sacerdotes que carregam a arca do Senhor, o Soberano de toda a Terra, puserem os pés no Jordão, a correnteza será represada e as águas formarão uma muralha” (Js 3:13, NVI).

Um dos temas de sermões mais conhecidos e apreciados pelos adventistas é a respeito de avançar pela fé com total certeza de que Deus irá cumprir Suas promessas. O projeto de construir mil prédios de igrejas foi lançado com base nessa promessa. São incontáveis cam-panhas evangelísticas realizadas, a princípio hesitantes, mas depois cada vez mais confiantes, à medida que líderes e membros se lembravam da necessidade de obedecer ao Senhor que ordenou: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15, ARA).

Mas o que acontece quando o leito do rio não seca no momento em que você pisa nele, e a água sobe até os joelhos, a cintura ou até o pescoço?

O que acontece nessas horas em que a lógica de uma mente divina parece em conflito com o chamado para uma fé divina?

Se toda vez que orássemos todo gatinho perdido, de repente, aparecesse, ou toda pessoa perdida fizesse um retorno dramático porque pedimos ao Senhor que mudasse seu coração, em breve consideraríamos os milagres de Deus como algo banal dos quais somos merecedores. A Palavra de Deus nos lembra repetidamente que, a fé nunca é uma máquina de venda automática, onde uma moeda depositada requer a entrega de um produto.

Afinal, não são coisas nem milagres as nossas maiores necessidades, mas o mais importante de tudo é desenvolvermos um relacionamento com o gracioso Deus. O objetivo da fé é sempre maior do que as grandes coisas realizadas por ela – prédios construídos, sermões pregados, copos com água oferecidos. Fé é a experiência de apren-der a aprofundar a confiança e chegar a uma convicção inabalável de que estamos sempre seguros e eternamente salvos porque nos encontramos em Suas mãos.

Ao ler o artigo de capa deste mês sobre um casal adventista que entrou no Jordão

até a água chegar ao pescoço, ore por essa convicção profunda que nos lem-

bra a Sua promessa: “Quando passares pelas águas, Eu serei contigo” (Is 43:2, ARA).

Acima: DEDICADOS: Vinte e seis pastores, fila do meio, ajoelhados com os líderes da igreja, à esquerda, durante cerimônia de ordenação. As esposas dos pastores estão em pé atrás deles. Direita: DA CHINA: Israel Leito, presidente da Divisão Interamericana, batizando Hiu Wang, primeira chinesa a se unir à Igreja Adventista do Sétimo Dia, na República Dominicana, no dia 17 de janeiro de 2015.

3.052 são batizados na República DominicanaSábado histórico coroa os Dez Dias de Oração da Igreja Adventista.

Andrew McChesney, editor de notícias Adventist Worldr

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r e n e G o m e z / i a d

Março 2015 | Adventist World 3

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N O T í C I A S D O M u N D O

foram batizados durante a série evan-gelística realizada pelo Pr. Finley, na semana anterior.

“Jesus é a pedra e você é chamado para construir Sua igreja sobre essa pedra – sobre Jesus Cristo”, disse Ted Wilson aos candidatos ao batismo no estádio. “Você constrói a igreja de Deus quando leva pes-soas a Ele, para a Santa Palavra, para Sua igreja, para o Seu movimento profético.”

Um batismo, em especial, chamou a atenção: Hiu Wang, é a primeira crente de origem chinesa a se unir à Igreja Adventista na República Dominicana.

“Wang representa um grupo com o qual a igreja tem trabalhado, há um ano e meio, através do centro missio-nário adventista, em Santo Domingo”, disse Luis Miguel Acevedo, responsável pelo grupo.

O centro oferece cursos de espanhol, culinária, estudos bíblicos e outras atividades com o objetivo de alcançar a população chinesa de 80 mil pessoas e que está crescendo.

A cerimônia de ordenação, realizada na tarde de sábado, marcou um mo-mento histórico para a Igreja Adventista em termos de número de pastores orde-nados, o número de países representa-dos e o número de líderes participando.

Foram ordenados 110 pastores, sendo 26 na cidade anfitriã, Santo Domingo. Líderes de todas as treze divisões da igreja mundial estiveram presentes à cerimônia de ordenação, além de vários vice-presidentes da Associação Geral e outros líderes. Outras 23 uniões da igreja, em 11 países da Divisão Interamericana, participaram da cerimônia, via satélite.

Cerca de outros 30 pastores foram ordenados em toda a Divisão nas sema-nas anteriores à cerimônia do sábado.

O sábado concluiu os Dez Dias de Oração, uma iniciativa anual da Asso-ciação Ministerial da Associação Geral, que levou adventistas a se reunirem diariamente, em todo o mundo, para pedir pelo derramamento do Espírito

se repetiam, vários deles perguntaram: “Você deve estar tirando essas ideias de algum lugar. O que você está lendo além dos textos obrigatórios?”

Respondendo, Douglass falou sobre os escritos da co-fundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Ellen G. White. Após ter lido O Desejado de Todas as Nações, um dos seus colegas de classe disse: “Entendo sua opinião. Essa autora tem a qualidade da autoidentificação.”

Douglass, que me contou esse inci-dente, colocava Ellen White no centro de um sistema teológico que ele construiu durante toda sua vida. Ele argumentava que, se o adventismo é verdade, e se Ellen

Santo sobre a igreja. Como resultado dos períodos de oração, os adventistas testemunharam unidade renovada e cura física nas famílias da igreja.

Mark Finley disse que Deus estava transformando vidas na República Dominicana, por meio dos esforços de adventistas dedicados.

“Deixo Santo Domingo profunda-mente impressionado pelo comprome-timento com a missão dos membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia e a extraordinária participação dos jovens na vida e no testemunho da igreja, com uma ênfase menor da administração da

igreja nos eventos evangelísticos”, disse Finley. “Saio daqui com o sentimento de que Deus fez algo incrivelmente sin-gular porque tivemos administradores, pastores e membros leigos unidos na missão dEle para o mundo, com o senso de urgência. E saio imaginando o que poderá acontecer se esse enfoque unifi-cado na missão e empenho para ganhar pessoas para Cristo ofuscar todas os interesses pessoais e for a prioridade de cada igreja, de cada Associação, União e Divisão”.

Libna Stevens, IAD, contribuiu para esta reportagem.

■ Quando aluno do curso de douto-rado, no início dos anos 1960, Herbert E. Douglass e seus colegas da Escola de Teologia do Pacífico, em Berkeley, Cali-fórnia (EUA), precisaram ler e discutir sobre os teólogos modernos, como exi-gência curricular.

Por várias vezes a classe ponderou as contradições aparentemente insolúveis entre os principais teólogos e Douglass apresentava ideias que toda a classe reco-nhecia como esclarecedoras de problemas.

No princípio, os colegas de classe pensavam que Douglass fosse simples-mente um teólogo inteligente e estu-dioso. Mas à medida que os episódios

Jerry Moon, diretor do departamento de história da igreja da Universidade Andrews

Douglass usava os escritos de Ellen G. White para esclarecimento durante momentos difíceis.

C o m e n t á r i o d e n o t í C i a s

A maior contribuiçãode Herbert E. Douglass

para a Teologia Adventista

4 Adventist World | Março 2015

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N O T í C I A S D O M u N D O

White foi usada por Deus para auxiliar no desenvolvimento de uma teologia genuinamente bíblica, então seus escritos devem ter as soluções necessárias para resolver qualquer problema.

Compreender esses escritos em um nível mais profundo, passou a ser sua constante busca que só terminou com sua morte, em 15 de dezembro de 2014, aos 87 anos de idade, após longa luta contra uma doença.

Para se compreender a paixão que Douglass, um dos principais teólogos da Igreja Adventista do século 20, tinha pelos escritos da Sra. White, é necessária uma compreensão do turbulento mundo do Adventismo para o qual ele entrou, como jovem pastor, em 1950.

Os adventistas se esqueceram da Reforma

Um dos principais valores que os adventistas herdaram da Reforma Protestante foi a ideia de que, devido à complacência humana e à apostasia, o caminho único para uma igreja se manter reformada era estar sempre se reforman-do. O problema em todos os movimentos religiosos era se considerar “reformado” e parar o processo de constante “reforma”. Ellen White afirmou repetidamente: “Somos reformadores”, e os adventistas pioneiros entenderam que era sua missão completar a Reforma Protestante como preparação para a vinda de Jesus.

Infelizmente, nas décadas de 1860 e 1870, vários evangelistas proeminentes confiaram nos debates doutrinários, negligenciando um relacionamento pessoal com Cristo, produzindo mem-bros de igreja que, como eles, estavam convictos da doutrina correta, mas não convertidos por um relacionamento íntimo e diário com Jesus.

Em 1888, em uma assembleia da Associação Geral, dois jovens ministros, E. J. Waggoner e A. T. Jones, tentaram convencer a igreja de sua necessidade de reforma e, segundo Ellen White, a maioria rejeitou sua mensagem.

Assim, muitos adventistas entraram no século 20 sem uma experiência viva da justificação pela fé em Jesus somente, e desconheciam tal deficiência. Foram considerados pela maioria dos outros protestantes uma seita legalista se não um culto totalitário.

A assembleia da Associação Geral de 1950 tentou remediar a situação com um chamado ao reavivamento e reforma, porém com base em uma visão meramente legal da justificação, e não como a “nova criatura” completa como é a visão de Paulo em 2 Coríntios 5:15-17 e endossada por Ellen White.

Dois jovens missionários adventistas na África protestaram contra essa deficiência, e a liderança da igreja se sentiu atacada. Uma pressão externa direcionada à liderança emergiu em 1955, quando alguns evangélicos con-frontaram os adventistas como sendo menos do que os cristãos ortodoxos. A situação levou à publicação do livro Questões sobre Doutrina, em 1957.

Esse livro declara antecipadamente que o objetivo “não é ser uma nova de-claração de fé” mas explicar “as crenças adventistas na terminologia usada nos círculos teológicos” da época.

Mas os assuntos tratados no livro logo polarizaram a denominação.

Foi essa situação volátil que o jovem pastor adventista Herbert E. Douglass,

encontrou. Seu ministério abrangeu mais de 60 dos anos mais turbulentos e controversos da história adventista.

Em 1953, Douglass tinha 26 anos de idade e seis de experiência pastoral, quan-do o Pacific Union College o chamou para lecionar e foi oferecida a ele uma bolsa para o Seminário Teológico Adventista.

Na época, o Seminário, a Associação Geral e a Casa Publicadora Review and Herald ficavam lado a lado em Takoma Park, Washington, D.C. (EUA). Tendo sido Douglass reconhecido como um teólogo excepcionalmente talentoso, a Review and Herald o convidou para fazer parte da equipe que prepararia os volumes 6 e 7 do Comentário Bíblico Adventista.

Encontrando respostas em Ellen White

Assim, ele tinha um assento na primeira fila, para observar o desenrolar do conflito, e se voltou para Ellen White em busca de soluções.

Douglass voltou ao Pacific Union College para lecionar Teologia em 1957, e posteriormente, em 1960, tornou-se diretor do departamento de teologia do Atlantic Union College (AUC); recebeu seu título de doutorado na Escola de Teologia do Pacífico, em 1964, e traba-lhou no AUC como diretor acadêmico e, mais tarde, presidente.

Ele estava no colégio em 1970, quando Kenneth Wood, editor da Review and Herald (hoje Adventist Review), o convidou para ser editor associado da principal revista da igreja. A função deu a Douglass o tempo e a oportunidade de publicar artigos e livros sobre os conceitos desenvolvidos por ele durante os anos em que foi professor. Além de centenas de artigos, ele publicou cerca de 30 livros. Seu livro A Mensageira do Senhor (1998) foi a publicação mais abrangente sobre Ellen White, antes da Enciclopédia Ellen G. White (2003), para a qual também contribuiu grandemente.

PENSADOR ADVENTISTA: Herbert E. Douglass, em 1973, durante sua passagem de seis anos como editor associado da Review and Herald, hoje Adventist Review.

a r Q U i V o s a d V e n t i s t a s

de Herbert E. Douglasspara a Teologia Adventista

Março 2015 | Adventist World 5

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N O T í C I A S D O M u N D O

■ Os 29 principais líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia trocaram seus laptops e telefones celulares por pin-céis e pás para construir – alguns pela primeira vez – um prédio de igreja na República Dominicana.

Ted N. C. Wilson, presidente da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, liderou o grupo de presiden-tes das divisões, vice-presidentes gerais e outros administradores da igreja, fazendo uma pausa na semana de reuniões ad-ministrativas para ajudar no projeto, na cidade de La Romana, na ilha caribenha.

“Que privilégio fazer uma pausa nas responsabilidades administrativas e me envolver diretamente neste projeto”, disse o Pr. Wilson durante o culto matinal, no hotel em que o grupo estava hospedado. “Esse é um trabalho de multiplicação, de expansão da igreja.”

Os principais líderes da igreja se reúnem do início de cada ano para elaborar o planejamento do denomi-nado PREXAD (Conselho Executivo da

Presidência). Porém, neste ano, o Pr. Wilson animou os líderes a também construírem uma igreja.

Antes da reunião, a Associação Geral entrou em contato com a Maranatha Vo-lunteers International, uma organização adventista conhecida por seus projetos de Igreja de Um Dia, e finalmente combi-naram a construção da Igreja Adventista Vila Caoba, em La Romana.

O novo prédio da igreja abrigará os 40 membros adventistas locais e terá o primeiro poço de água potável na comunidade local de 12 mil pessoas. Anteriormente os membros da Igreja se reuniam em um prédio humilde cons-truído com folhas de zinco nas paredes e no telhado, oito bancos deteriorados e um piso de chão batido e desnivelado que ficava enlameado quando chovia. As crianças se reuniam para a Escola Sabatina sob uma árvore.

No dia 14 de janeiro, os líderes da igreja pintaram os dois banheiros na nova igreja, ergueram paredes de tijolos

Douglass encontrou o ponto de partida para sua teologia nas narrativas bíblicas do conflito entre o bem e o mal e nos comentários de Ellen White sobre o assunto. O início do pecado, as acusações contra o caráter de Deus, e os desdobramentos do Seu plano de salvação como resposta abrangente para todas as calúnias de Satanás, expôs a fragilidade da maioria das teologias modernas.

A ênfase dada por Ellen White sobre o caráter de Deus ser a questão fundamental no grande conflito, tornou-se a base do sistema teológico de Douglass.

O tema do grande conflito expôs e resolveu claramente o falso dilema entre a obra de Cristo na cruz e Sua obra no santuário celestial. Como o objetivo da expiação era curar o mal que o pecado tinha criado dentro do universo de Deus, ficou claro que a cruz era o centro, mas não o fim da expiação. O sacrifício de Cristo na cruz foi perfeito, completo, suficiente e definitivo. Mas, na manhã da ressurreição de Cristo, ainda havia no Universo negócios pendentes que só Ele poderia realizar.

As apresentações mais detalhadas do sistema teológico de Douglass são encontradas em três livros publicados já na fase madura de sua vida: God at Risk: The Cost of Freedom in the Great Controversy (2004), The Fork in the Road (2007), e The Heartbeat of Adven-tism: The Great Controversy Theme in the Writings of Ellen G. White (2011).

Douglass foi um gigante, uma lenda em seu tempo para milhares de adventistas que leram sua obra e aplicaram seus conhecimentos na vida cotidiana. Se ele estava certo continu-ará a ser debatido. Mas mesmo os que não concordam com ele dificilmente podem contestar que, por meio de seus escritos, ele continuará a ser um dos teólogos adventistas mais influentes do século 20.

Principais líderes adventistas constroem igrejas

EM CONSTRUÇÃO: Líderes da igreja levantando uma sala para Escola

Sabatina próximo à Igreja Adventista

Vila Caoba, em La Romana, República

Dominicana.

L i b n a s t e V e n s / i a d

Libna Stevens, Divisão Interamericana

Ted Wilson dá uma pausa nas atividades administrativas e lidera grupo na construção de uma igreja.

6 Adventist World | Março 2015

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N O T í C I A S D O M u N D O

e telhado sobre a estrutura do edifício. Eles também levantaram uma estrutura de Um Dia com armação de metal e um telhado, ao lado da igreja, que servirá como sala para a Escola Sabatina.

“É maravilhoso sentir a colaboração internacional com todos nós aqui, trabalhando em conjunto para expandir a igreja”, disse o evangelista Mark Finley enquanto pintava as paredes do banheiro com os vice-presidentes da Associação Geral: Ella Simmons e Armando Miranda.

Finley disse que só pensava em duas coisas enquanto trabalhava: Pintar corretamente e louvar a Deus pela oportunidade de servi-Lo.

Simmons, que está completando seu segundo mandato de cinco anos como a primeira e única mulher vice- presidente da Associação Geral, disse que essa foi a primeira vez que partici-pou da construção de uma igreja.

“Há muitos anos eu desejava fazer isso. É tão maravilhoso!”, disse ela.

Simmons passou algum tempo pintando e anunciou que já tinha se “graduado” e já podia assentar tijolos.

Essa também foi a primeira vez que Israel Leito, presidente da Divisão Interamericana, que inclui a República Dominicana, constrói uma igreja com a Maranatha.

“Ter todos os líderes da igreja cons-truindo uma igreja para nossos mem-bros é um momento significativamente histórico”, disse ele. “Estamos muito felizes porque isso mostra aos nossos membros que estamos com eles e não apenas sentados em nossos escritórios.”

Esteban Paredes, pastor da Igreja Adventista Villa Caoba, disse que a nova igreja era a menor das seis congregações que ele pastoreia, mas que a decisão dos líderes da igreja de trabalhar na cons-trução tinha deixado boa impressão.

“É uma alegria ver e ter os líderes da Igreja Adventista de todo o mundo em pé, lado a lado, construindo este templo”, disse ele.

■ Uma cidade, na República Domini-cana, deu a uma rua o nome de Elena G. de White, co-fundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em reco-nhecimento à sua contribuição para o mundo por meio de sua obra literária.

A decisão da cidade de La Romana, com 130 mil habitantes, tornou essa a primeira vez em que uma rua recebe o nome da Sra. White, em todo o mundo.

Maritza Suero, prefeito de La Roma-na, anunciou a mudança de nome da 7ª Rua para Rua Elena G. de White em uma cerimônia com a presença do presidente mundial da Igreja Adventista, Ted N. C. Wilson e outros líderes da igreja.

“As palavras não são suficientes para cumprimentar tão altas personalidades do mundo cristão presentes hoje na cidade de La Romana, e a declaramos ‘ cidade de Deus’”, disse Suero em discurso cheio de elogios para a Igreja Adventista e seus líderes, em 15 de janeiro de 2015.

O Pr. Wilson agradeceu ao prefeito suas amáveis palavras, os esforços da cidade na promoção da liberdade reli-giosa, e a comemoração do legado da Sra. White, dando seu nome à rua.

Quando a cerimônia estava termi-

nando, um alto funcionário da cidade fez um anúncio surpresa, declarando que a cidade fez a doação de um terreno no valor de mais de 100.000 dólares para a igreja a fim de construir um novo templo. A propriedade de 500 metros quadrados está localizada em um bairro de classe média alta.

A Rua Elena G. de White está loca-lizada no bairro de Villa Alacrán e está a um quarteirão de distância da Igreja Adventista La Fé, com 60 membros. Mais tarde, Wilson e outros líderes da igreja visitaram a rua para inaugurar a placa fazer uma oração.

A ideia de mudar o nome da rua veio do vereador Wanchy Medina, nascido em lar adventista. Ele disse que queria reco-nhecer a importante contribuição que a Sra. Ellen White prestou para o mundo na área da saúde e em outras, disse ele.

GT Ng, secretário executivo da Igreja Adventista em nível mundial e presidente do conselho do Patrimônio Literário de Ellen G. White, disse que esta foi a primeira vez que uma rua recebeu o nome de Ellen G. White e observou que 2015 marca o 100º- ani-versário de sua morte.

Principais líderes adventistas constroem igrejas

Rua recebe o nome de Ellen G. White

NOVA PLACA: O presidente Ted N. C. Wilson inaugura placa da rua Ellen G. White, traduzido pelo vice presidente da Associação Geral, Armando Miranda, esquerda.

L i b n a s t e V e n s / i a d

Rua Elena G. de White é a primeira rua no mundo a receber o nome da cofundadora da Igreja Adventista.

Libna Stevens, Divisão Interamericana

Março 2015 | Adventist World 7

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V I S Ã O M U N D I A L

De todos os presentes que recebemos de Deus, dois dos mais preciosos foram dados

por Ele no Jardim do Éden: o sábado e a família. Esses presentes especiais centralizam-se em relacionamentos – com Deus e com as pessoas mais próximas de nós.

É interessante saber que Satanás concentra nesses dois presentes especiais alguns dos seus ataques mais ferozes. O que Deus planejou para nossa maior felicidade, Satanás tenta transformar em miséria. Neste artigo, vamos considerar especificamente a família.

O presente da família

Quando Deus criou Adão e Eva, Ele não criou simplesmente duas pessoas para que vivessem lado a lado. Não! Ele criou uma linda combinação de dois seres em uma unidade especial – a primeira família do mundo!

“Disse então o homem: ‘Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada’. Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne” (Gn 2:23 e 24, NVI).

Que imagem linda e carinhosa! Como Deus desejava que essa proximi-dade, esse amor, existisse em todas as famílias, desde o princípio! Mas, é dolo-

Bíblia, de Arthur S. Maxwell. Às vezes, as meninas faziam joguinhos bíblicos e, é claro, também líamos da própria Bíblia. Então, orávamos juntos, e as crianças também oravam. A oração era a parte central do culto, e queríamos que as crianças se sentissem à vontade para orar. Agora que estão adultas, Nancy e eu usamos vários subsídios no culto, como leitura da Bíblia, devoções matinais, troca de citações impressio-nantes do Espírito de Profecia e sempre fazendo da oração em conjunto o ponto principal de manhã e à noite. Para nós dois, o tempo de devoção pessoal e lei-tura da Bíblia e do Espírito de Profecia é absoluto. Isso reforça a atmosfera em toda a nossa família, filhos e netos. Ore sempre com seus filhos – de manhã e à noite. Ore com seus filhos e com seu cônjuge. Esteja certo de que eles estão entregando seu dia nas mãos de Deus. Que ao sair para o mundo pela manhã, sua família o faça com oração, e ao vol-tar à noite, conclua com oração.

Quando eu era estudante universi-tário, meu pai me enviou uma nota es-crita de próprio punho, com a seguinte citação:

“Consagrem-se a Deus pela manhã; façam dessa sua primeira tarefa. Seja sua oração: ‘Toma-me, Senhor, para ser Teu inteiramente. Aos Teus pés deponho todos os meus projetos. Usa-me hoje

roso saber que o pecado, com seus efeitos terríveis, produz tanta miséria e tristeza!

Mas nem tudo está perdido. Nosso Criador é o grande Ajudador, Restau-rador e Mantenedor de todas as coisas (veja 2Tm 1:9-12). Deus ainda pode ajudar as famílias de hoje a experimen-tar o calor, amor e proximidade como Ele planejou. A inspiração promete: “Unicamente a presença de Cristo pode tornar homens e mulheres felizes. Todas as águas comuns da vida, Cristo pode transformar em vinho do Céu. O lar se torna então como um Éden de bem-aventurança; a família, um belo símbolo da família no Céu.”1

Maneiras práticas de fortalecer as famílias

O que podemos fazer, na prática, para fortalecer as famílias? A seguir há seis recomendações:

1. Tome tempo diariamente para o culto familiar. Realize o culto familiar, que não seja forçado nem muito longo, mas algo curto e inspirador. Quando nossas filhas eram jovens, nós líamos bastante. Quando eram bem pequenas, usávamos livrinhos de bolso com his-tórias da Bíblia, chamados “Peixinhos”. Com dois anos de idade, nossa filha mais velha já os tinha memorizado. Mais tarde, lemos Meus Amigos da Bíblia, seguido pelas Belas Histórias da

Está bem próximo

Ted N. C. Wilson

F o t o : b r a n d X p i C t U r e s / s t o C k b y t e / t h i n k s t o C k . C o m

Ocampomais importante

mıssıonárıo

8 Adventist World | Março 2015

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em Teu serviço. Permanece comigo, e permite que toda a minha obra se faça em Ti’”.2

Nunca me esqueci daquele ato carinhoso e tento me consagrar todas as manhãs.

2. Converse e ore com seus filhos. Pais, é vital que vocês conversem com seus filhos. Perguntem a eles sobre a escola, sua vida social, seu desenvolvimento espiritual. Falem com eles. Falem. Falem. Falem. Mesmo quando os filhos já estiverem crescidos, você pode ligar ou escrever uma carta para eles. Não os aborreça nem irrite, mas entre em con-tato com eles. Desenvolva uma conversa que os conduza a pensamentos espiri-tuais, mas não de maneira aviltante e condenatória. Ofereça a eles palavras de encorajamento. Diga que está orando por eles. Ore com eles ao telefone, ou pessoalmente. As orações ajudam seus filhos a ter a certeza de que você confia em Deus e seu exemplo de oração mos-tra que eles também precisam confiar nEle.

3. Elogie e valorize seus filhos. Mostre a seus filhos que você os estima e que são pessoas com direitos próprios. Dê a eles orientação e incentivo para algo de valor eterno – tanto na vida pessoal como na profissional.

Uma forma de afirmar e de valorizar seus filhos é dizer-lhes que você confia neles. Hoje em dia, há muitas pessoas com baixa autoestima. Há muitos motivos para isso, inclusive as mensagens da mídia dizendo que, se não fizermos isso ou não tivermos aquilo, não valemos nada.

Portanto, diga a seus filhos que você acredita neles e que tem orgulho deles. Aproveite toda oportunidade para encontrar uma razão para deixá-los seguros. Não os repreenda, mas indique o Senhor como fonte de todas as coisas boas e os incentive nessa direção.

Não é exagerada a ênfase de quão importante é desenvolver a autoestima de seus filhos. Não deixe de fazê-lo mesmo quando se tornarem adultos. É

família: procurem seus queridos, mes-mo que estejam do outro lado do país ou do mundo.

6. Seja o guardião de seu irmão. As famílias se encontram sob intenso ata-que, o que muitas vezes resulta em lares esfacelados e pais solteiros. Para os que se encontram nessa situação, busquem coragem no Senhor, pois Ele irá preen-cher os espaços vazios que existem nas famílias. Ele promete: “Eu me casarei com você para sempre; eu me casarei com você com justiça e retidão, com amor e compaixão” (Os 2:19).

A pergunta que Caim fez: “Sou eu guardador do meu irmão?” é respondi-da por Cristo ao mostrar interesse em um. Isso também é extensivo à família da igreja. Fazemos parte de uma família mundial com 18 milhões de irmãos e irmãs – cada um com a responsabi-lidade de nutrir espiritualmente essa maravilhosa família.

Uma nota especial para os pais cujos filhos se afastaram do Senhor

Nunca perca a esperança. Nunca deixe de orar por seus filhos. Repense a maneira de abordá-los, para que não pa-reça condenatória. Em vez disso, retrate a misericórdia de nosso Pai celestial que, por meio do Espírito Santo, está sempre tentando nos aproximar dEle. Reconhe-ça que, por meio de pequenos porém contínuos esforços, as demonstrações de seu amor e interesse por seus filhos, pela graça de Deus, provocará mudanças em suas atitudes. Aproveite toda oportuni-dade para fazer um comentário positivo. Use toda oportunidade para demonstrar seu amor por eles.

Para famílias enfrentando desafios

Não deixem de falar uns com os ou-tros, mas falem baixo. É muito comum ouvirmos só o que estamos falando e não o que a outra pessoa está dizendo. Como encontramos na Bíblia, “levem os

importante que sejam incentivados e motivados durante toda a vida.

4. Planeje momentos especiais juntos. Planeje atividades especiais com a família, com antecedência – seja um piquenique, uma noite com todos em casa, ou levar seu cônjuge para jantar. Se você não tiver o propósito de criar atividades, vai passar pela vida sem muita interação com sua família. Plane-je, também, as férias com antecedência, e deixe que todos ajudem a planejar um período feliz e alegre, em vez de programas estressantes sem tempo para desfrutar uns dos outros.

Planeje com eles alguma atividade espiritual – como entregar literatura ou cantar em asilos ou hospitais. Fazer juntos algo para os outros é uma grande vacina contra as tentações do inimigo.

5. Seja a mudança que você deseja ver. As famílias foram instituídas pelo próprio Deus, e devem ser protegidas contra as incursões do cinismo, ceticis-mo e desânimo. O propósito da família é incentivar, não desanimar.

Pense em uma reunião de família recente. Você ficou irritado com certos membros da família? Ficou chateado com algum comentário? Observe que na família há muito amor, mas, infeliz-mente, pode haver grande animosidade. Aprenda a perdoar, abraçar e a incen-tivar sua família, mesmo que o estejam desanimando. Vá ao seu encontro com o espírito do Sermão da Montanha, proferido por Cristo (Mateus 5).

Em muitas partes do mundo há extensões da família, com múltiplos membros morando muito próximos e que fazem parte do cotidiano. Isso pode proporcionar encorajamento para os membros da família que estejam passando por dificuldade. Infelizmente, no século 21, mais e mais pessoas vivem longe da família. Elas podem ficar espiritualmente desconectadas de suas raízes espirituais e podem cair nos padrões de vida que estão longe do que Cristo tinha em mente. Membros da

Que ao sair para o mundo pela manhã, sua família o faça com oração, e ao voltar à noite, conclua com oração.

Março 2015 | Adventist World 9

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V I S Ã O M U N D I A L

fardos pesados uns dos outros” (Gl 6:2). Coloque-se no lugar da outra pessoa e tente ficar em paz, em vez de ser turrão e sempre se agarrar à opinião própria. Deixe que o Espírito Santo sensibilize seu coração e, ao fazer isso, Ele ame-nizará o coração do seu cônjuge e de seus filhos. Que haja no lar um espírito suave, confiando na promessa:

“Todo lar deve ser um lugar de amor, um lugar onde os anjos de Deus habitem, operando com influência sen-sibilizadora e suavizadora no coração dos pais e dos filhos”3.

No final Mantenhamos os olhos nas realida-

des eternas. Quando chegarmos ao Céu, Deus não vai perguntar-nos quanto trabalhamos na igreja ou quantos folhe-tos distribuímos – mesmo sendo coisas muito boas, essas não serão o foco prin-cipal. Em vez disso Ele vai perguntar: “O que você fez com sua família? Onde está o seu pequeno rebanho?”

Excelente material Todos os anos, o departamento do

Ministério da Família da Associação Geral prepara materiais para ajudar a fortalecer as famílias. Quero convidar você a visitar a página www.family.adventist.org e baixar o livro eletrônico de Reavivamento e Reforma intitulado Building Family Memories (Construindo Memórias da Família), editado por Willie e Elaine Oliver, diretores da Vida em Família. Esse livro é um excelente material para os interessados em forta-lecer tanto sua família, como as famílias da igreja e da comunidade local. ■

1 Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 28.2 White, Caminho a Cristo, p. 70.3 White, O Lar Adventista, p. 18.

GLOW (inglês, BRILHO – Giving Light to Our World [Levando luz ao nosso mundo]) – É um projeto evangelístico que surgiu na Califórnia, Estados Unidos, no território da Divisão Norte-Americana, e agora se estendeu às outras Divisões do mundo. Tem por objetivo motivar os membros a ter sempre em mãos literatura – panfletos chamados GLOW – para ser distribuídos gratuita-mente. Atualmente, os panfletos estão sendo impressos em 45 idiomas.

A seguir, temos uma pequena história do Reino Unido que retrata vidas alcançadas pelo GLOW:

GLOW: Levando luz ao nosso mundo

REINO UNIDO: Tiago,* um membro da igreja do Reino Unido, estava viajando em um ônibus público quando se sentiu impressionado a entregar um folheto ao jovem sentado ao seu lado. Criando coragem para falar, Tiago explicou que participava de um projeto de distribuição de literatura para conscientizar as pessoas sobre o que a Bíblia diz que acontecerá nos últimos dias da história deste mundo. Deu-se início a um diálogo e, quando chegou a hora de Tiago descer do ônibus, ele apontou para o endereço da Igreja Adventista local impresso no verso do folheto e convidou o jovem a comparecer.

Certo sábado, cerca de um ano mais tarde, Tiago entrou na igreja e ficou surpreso mas muito feliz ao ver o jovem do ônibus. Ele disse a Tiago que estava ali para aprender mais sobre a Igreja Adventista. Poucos meses mais tarde, após receber estudos bíblicos, o jovem foi batizado – evento para o qual convidou a família toda para assistir.

“Fiquei impressionado ao ver como foi simples”, disse Tiago. “Às vezes procuramos grandes meios de compartilhar a verdade, mas Deus só precisava que eu estivesse no ônibus, na hora certa, com um folheto do GLOW.”

As histórias são relatadas por Nelson Ernst, diretor do GLOW na Associação Central da Califórnia. Para saber mais sobre esse projeto, acesse sdaglow.org. Para assistir aos vídeos de testemunhos, acesse vimeo.com/user13970741

* pseudônimo

Histórias do

Ted N. C. Wilson é presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

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S A Ú D E N O M U N D O

Peter N. Landless e Allan R. Handysides

Compreendemos sua preocupação. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é

muito estressante para todos. Entretanto, por mais difícil que possa parecer, o conselho para “não interferir” pode ser um pedido para ajudar a diminuir a angústia e ansiedade dos pais.

Esse distúrbio pode provocar várias repercussões e tem sido estudado intensamente.

Ele é diagnosticado pelos sintomas comportamentais, muitos dos quais você descreveu. O distúrbio compromete o aprendizado da leitura, amizades e algumas características permanecem até a idade adulta. O TDAH está associado aos baixos índices de conclusão do Ensino Médio e pode ser um problema na ma-nutenção do emprego. Embora tenhamos certeza de sua boa intenção, apoiar com amor e bondade e não criticar será muito mais apreciado do que comentários sobre o comportamento da criança e conselhos sobre uma disciplina mais rigorosa.

O TDAH não é diagnosticado em crianças e adolescentes que apresentam vivacidade compatível com a idade, mas pode ser associado a efeitos adversos de longo prazo. Consequentemente, o diag-nóstico tem por base “escalas de avaliação comprovadas de pais e professores que avaliam o comportamento da criança em situações cotidianas em vários ambientes.”*

Distúrbios de aprendizado e ansie-dade, incluindo depressão, são fatores que provocam angústia não apenas na família, mas também na criança, que

caso, trabalhando com os pais, em casa.Muitas vezes, pessoas leigas pedem

medicação, e o uso de estimulantes têm apresentado diminuição dos sintomas da falta de atenção, hiperatividade e impulsividade. Embora o medicamento possa provocar melhora sintomática, a terapia comportamental é fundamental ao controle. O uso de recompensas e outras consequências, como o treina-mento comportamental dos pais, têm ajudado muitas crianças. Muitas pessoas recomendam terapias complementares, como suplementos dietéticos, vitaminas, alteração na dieta, exclusão do açúcar da dieta, terapia de quelação (remover metais do corpo), etc. Algumas dessas abordagens são inofensivas, mas outras têm causado efeitos adversos. As evidên-cias são insuficientes para recomendar essas terapias, e nesse caso a quelação e megavitaminas podem ser prejudiciais.

Um ambiente familiar tranquilo, cal-mo, com rotinas estruturadas, incluindo o tempo devocional, pode contribuir com a tranquilidade necessária para tais crianças – como é para todos nós. É altamente recomendado que sejam evitados os programas de TV emocio-nantes e muitos jogos eletrônicos.

Como avós, continuem a ser amoráveis, dignos de confiança e um “oásis” de apoio nesse que pode ser um período muito desafiador para os pais. Evite dar conselho; dê amor. ■

* Heidi M. Feldman and Michael I. Reiff, “Attention Deficit–Hyperactivity Disorder in Children and Adolescents,” New England Journal of Medicine 370 (27 de fevereiro de 2014): 838-846.

sofre com o distúrbio. É necessária a avaliação de profissio-

nais para se ter certeza de que não estão fazendo um diagnóstico exagerado ou respondendo inadequadamente à situação. O diagnóstico exagerado é sempre uma possibilidade, pois há alta prevalência em países como os Estados Unidos. Meninos correm mais risco do que meninas. As taxas internacionais sugerem que cerca de 5% dos meninos podem ter a doença, enquanto nos EUA houve um aumento de 33% de 1997 para 1999 e de 2006 para 2008.

O critério para o diagnóstico nos EUA é determinado pelas Orientações Práticas da Associação Americana de Psiquiatria: “Manual de Diagnóstico e Estatística dos Distúrbios Mentais”. Para se elaborar o diagnóstico são necessários pelo menos entre seis e nove sintomas apresentados antes dos 12 anos de idade. A classificação internacional usa o termo distúrbio hipercinético.

O problema com muitos desses distúrbios é que a severidade pode variar de leve a grave e os resultados também podem ser diferentes. Alguns estudos mostraram um componente genético, sugerindo cerca de 76% de hereditariedade.

As neuroimagens mostraram atrasos na maturação do córtex cerebral, e muitos acreditam que há uma disfunção na parte elétrica nervosa do cérebro.

A administração do problema é complexa e é importante ter uma equipe extremamente experiente envolvida no

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade Estamos preocupados com nosso neto. Ele é agitado e dificilmente segue instru-ções. Sua professora e os pais dizem que ele tem falta de atenção, hiperatividade e é muito impulsivo. Eles o rotularam com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Em nossa opinião tudo o que ele precisa é de uma disciplina mais estrita, mas os pais nos pediram para “não interferir”. Vocês têm algum conselho?

TDAH

Peter N. Landless, médico cardiologista nuclear, é diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral.

Allan R. Handysides, médico ginecologista aposentado, é ex-diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral.

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Dennis Meier

promessaUma promessa

é uma“Apareceu o Senhor a Abraão nos carvalhais de Manre,

quando ele estava assentado à entrada da tenda, no maior calor do dia” (Gn 18:1).*

O incêndio que destruiu completamente a Malden Mills, em 11 de dezembro de 1995, em Lawrence, Massachusetts (EUA), foi um dos maiores desastres

em fábricas na história daquele estado. Após a tragédia, afetando milhares de trabalhadores, Aaron Feuerstein, presidente da Malden Mills, anunciou que iria manter seus funcionários na folha de pagamento, e que ele iria reconstruir a fábrica. A maioria dos funcionários dessa fábrica de roupas esperava que, quando Feuerstein recebesse o enorme cheque do seguro, fosse reconstruir a fábrica na Ásia, para onde a maioria das fábricas norte-americanas havia se mudado. Ele estava realmente falando sério ou era apenas uma estratégia de relações públicas?

Em Gênesis 18, Deus mostra Sua fidelidade, visitando o acampamento de Abraão e desfrutando das bênçãos de uma refeição em conjunto. Deus foi ali apenas para comer sua comida deliciosa. Ele tinha que visitar Seu amigo, Abraão. De fato, há uma razão especial para esse encontro, pois essa não foi a primeira vez que Deus o visitou.

No decorrer da conversa, ficou claro o motivo para essa reunião em particular. Se você olhar bem, verá que alguns versos antes (Gn 17:21) havia acontecido um encontro semelhante. Deus disse a Abraão: “A Minha aliança, Eu a estabelecerei com Isaque, filho que Sara lhe dará no ano que vem, por esta época.”

O motivo da visita A visita de Deus nos Carvalhais de Manre tem uma his-

tória anterior. Deus veio para repetir uma promessa que, ou não foi levada a sério, ou não foi ouvida corretamente. Mas Abraão deve ter “ouvido” a promessa assim como o garçon Phyllis “ouviu” a promessa do policial Cunningham.

Podemos usar nossa “imaginação santificada” para visu-alizar a cena. Enquanto todos os outros estavam falando e

desfrutando da suntuosa refeição, Deus Se aproximou discre-tamente de Abraão e iniciou o seguinte diálogo:

Deus: “Abraão?”Abraão: “Sim, Senhor!”Deus: “Sabe aquela conversa de três meses atrás? Você se

lembra?”Abraão: “Mas é claro, Senhor, aquela sobre a aliança e uma

grande nação e a circuncisão, não é?”Deus: “Sim, exatamente! Então, Abraão, o que você precisa

para uma grande nação?” Abraão: “Gente! Muita gente!”Deus: “Então, Abraão, e de onde essa gente virá? Lembre-se

de Minhas palavras!”Abraão: “Bem, obviamente de mim – e de Sara.” Deus: “Isso mesmo, Abraão. Vamos ser diretos: Eu falei

com você há três meses e disse que em um ano Sara teria um filho. Você se lembra?”

Abraão: “Sim, mas eu pensei que…”Deus: “Além de pensar, o que você e Sara fizeram, sobre a

questão da multiplicação?”Então, Deus repetiu audivelmente as palavras: “Voltarei

a ti, daqui a um ano; e Sara, tua mulher, dará à luz um filho” (Gn 18:10).

Agora sabemos por que Deus tinha que visitar Abraão em Manre. Passaram-se três meses, e nada havia acontecido. A pro-messa de Deus tinha sido “ouvida” como uma frase vazia. Talvez a promessa tivesse sido espiritualizada. Talvez Abraão tivesse racionalizado, como os teólogos muitas vezes fazem, que houves-se um problema hermenêutico, um problema de interpretação. Mas em nenhum dos casos a promessa foi seguida pela ação.

Uma promessa que não é aplicada, não é vivida, permane-ce como uma frase vazia ou se torna um oráculo.

Deus nos visita Os seguidores de Cristo têm uma grande mala, cheia de

promessas em sua bagagem. Elas foram dadas por Deus a nós. Às vezes elas são aplicáveis a qualquer pessoa; em outras ocasiões, são bem pessoais.

D E V O C I O N A L

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promessaUma promessa que se aplica a todos nós, e é compreen-

dida como o anúncio sério sobre o nascimento de Isaque a Abraão e Sara, é a seguinte frase de Jesus: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:20). Temos que reconhecer quanto é radical essa promessa. Ela não depende de estarmos sentindo Jesus perto de nós. Também não depende de fazermos tudo certo. A exatidão dogmática não é uma condição para seu cumprimento. Ela se aplica incondicionalmente a todos os que são participantes do reino de Deus (versos 18 e 19).

Há momentos em nossa vida em que não temos a certeza de que Jesus está conosco. Uma doença grave, um desapon-tamento ou depressão podem anuviar nossa percepção da presença de Deus.

Mas há ainda outra lição: A segunda visita de Deus nos en-sina que não se trata de palavras religiosas, mas do fato de que as promessas possam requerer ação de nossa parte. Abraão só teria o filho prometido se cumprisse suas obrigações conju-gais com Sara. O cumprimento da promessa vem por meio da ação; ao agirmos expressamos nossa confiança em Deus.

Após eu ter pregado sobre esse conceito, um membro de igreja que havia sofrido muito com uma terrível doença, me fez uma pergunta difícil. Ele queria saber por que suas orações por cura não foram respondidas. Outros tinham orado por ele, de acordo com Tiago 5, e ele tinha lido literalmente a promessa de cura (Tiago 5:15: “O Senhor o levantará [o doente]”). De maneira prática, como ele devia reivindicar essa promessa e vivê-la? A resposta, no entanto, não está em algo mecânico “faça isso e aquilo”, que vai acontecer. As promessas são juramentos confiáveis de um relacionamento amoroso. Na promessa de Jesus encontrada em Mateus 28:20, o Mestre diz que Ele está conosco até o fim. Ele está conosco – mesmo quando não percebemos. Por quê? Porque só Aquele que me ama e quer estar ao meu lado pode fazer tal juramento. Essa promessa também é verdadeira para doenças e males. Ela pode significar que a cura nem sempre traz a melhora visível para nós. Talvez ela só ocorra mais tarde, e, às vezes, somente na ressurreição. E mesmo assim é uma questão de confiança.

A promessa é vivida pela fé, e a fé aumenta com o rela-cionamento. Por sua vez, o relacionamento cresce quando investimos nele. Os relacionamentos são o movimento perpétuo (perpetuum mobile) que os eruditos têm procurado por séculos: eles são guiados por sua própria energia, a que eles mesmos produzem.

No entanto, falando estritamente, não é uma questão de reivindicar uma promessa para que ela seja cumprida (a tão conhecida teologia dê-o-nome-e-reivindique), ao contrário, devemos agir porque conhecemos Aquele que prometeu. Então, poderemos seguir em frente, porque sabemos que Deus está conosco. Por meio da oração podemos levá-Lo conosco para o dia a dia da vida. Podemos estar seguros. O texto diz simplesmente: Com Deus, nada é impossível (cf. Gn 18:14).

Uma promessa cumprida As promessas de Deus se cumpriram. Sara realmente ficou

grávida e deu à luz um filho. Na carta aos Hebreus Sara é elogiada por sua confiança em Deus (Hb 11:11).

Por falar nisso, o membro da minha igreja está muito melhor. E Aaron Feuerstein, presidente da Malden Mills, cumpriu sua promessa. Manter seus funcionários na folha de pagamento durante a reconstrução da fábrica, em Massachusetts, lhe custou mais de 25 milhões de dólares e, consequentemente, o controle sobre a sua empresa, mas ele fez o que disse que faria.

Deus cumpre Suas promessas. Não importa o que você esteja enfrentando, Ele não vai abandoná-lo. A promessa é aplicável. Agora, levante-se e viva a promessa! ■

*Todos os textos bíblicos foram extraídos da versão Almeida Revista e Atualizada.

i m a G e m : s w e e t w a t e r p U b L i s h i n G

Dennis Meier é presidente da Associação Hansa e mora com a família em Hamburgo, Alemanha.

O cumprimento da promessa vem por meio da ação. Quando agimos, expressamos nossa confiança em Deus.

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Há algum tempo, um amigo me contou uma história verdadeira. Um homem religioso estava fumando um cigarro debaixo de um caminhão. Alguém lhe

perguntou por que estava fumando sob o caminhão. Ele respondeu: “Porque Deus não pode me ver aqui embaixo.”

Compreender Deus é a base da vida cristã. Pelo fato de eu ter nascido em um país católico, a compreensão dessa visão estava relacionada com grandeza, solenidade e distância. Era uma questão do lugar, tempo e comportamento correto. Fui ensinado que Deus vivia no Céu, mas que podíamos encontrar com Ele três vezes por semana, se frequentássemos fielmente os cultos da igreja e que eu deveria me comportar

Para minha total surpresa, os Salmos me mostraram que quanto mais perto eu chegava, mais eu O via como Aquele que vive envolto na luz da glória (Sl 104:1, 2) e cujo poder e majestade estão além da compreensão humana (Sl 8; 139:6). Fiquei surpreso ao perceber que o santo Deus dos Salmos não ficava atento apenas aos meus pecados e falhas (Sl 130:3, 4). A orientação de um coração leal a Deus parecia ser mais importante do que o estado do coração (Sl 106). Os poemas e hinos sagrados me convidam a ir com coragem e humildade encontrar segurança, paz e descanso sob Sua sombra (Sl 91:1, 2). Nessa proximidade íntima compreendi onde vidas são trans-formadas e de onde recebemos a força para ser fiéis. Então,

n Ú m e r o 3 Paulo Cândido de Oliveira

bem na Sua presença. No meu dia a dia, eu O considerava mais como um velho vizinho ranzinza, bisbilhotando minha vida constantemente para me pegar no flagra e punir por eu ter feito algo errado. Basicamente, eu O evitava, exceto em situações de desespero. Mais tarde, lendo o livro de Salmos, encontrei um Deus muito diferente. Eu O encontrei nas ruas, nas lojas, nas esquinas e nos lares – sempre envolvido na vida das pessoas. Fiquei surpreso ao perceber a imagem colorida de como Ele Se revela em meio à confusão da vida.

A visão de Deus no livro de Salmos me permitiu ver três das Suas características que mudaram minha visão a respeito dEle e abriu o caminho para a vitalidade espiritual.

Presente, não distante A primeira característica e, talvez, a realidade mais marcante

nos Salmos, é que Deus está sempre perto de nós (Sl 139). A visão distorcida de um Deus distante parece ser uma suposição amplamente difundida. É mais fácil e mais seguro lidar com um Deus distante. Ele é menos intimidador, mais misterioso e, talvez, mais santo.

isso se tornou apenas uma questão de permitir que Ele me atraísse para Si. De repente, descobri que não podia sair nem entrar na Sua presença. Ao contrário, sem a possibilidade de segredos, nós existimos em Sua presença (Sl 139:7).

Ativo, não em silêncio A segunda característica é a ativa participação de Deus

na história humana (Sl 135:6, 7). O Deus distante que eu conhecia também era silencioso, raramente visto ou ouvido. Eu ficava intrigado de como Ele podia ser quase ausente e mudo diante da miséria e tão despreocupado com a loucura humana. Com espanto, vi a lenta revelação da face de um Deus que não deixa a humanidade entregue à sua própria sorte, ou a natureza às suas próprias leis. Os Salmos O revelam como exercendo o controle sobre todas as coisas (Sl 103:19), inclusive sobre as nações e a natureza (Sl 9:7, 8; 104:14, 15, 27, 28).

Hoje, as convulsões sociais e naturais criam uma sensação de incerteza e ansiedade. Mas, nos Salmos, a certeza é de que Deus tem o futuro – o nosso futuro – em Suas mãos (Sl 16:5).

DeusA descoberta, nos Salmos, de uma imagem surpreendentemente

colorida de Deus

de

C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

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Foi confortador saber sobre Seu cuidado por aqueles que Ele forma no ventre da mãe (Sl 139:13) e, finalmente, fiquei face a face com Sua providência (Sl 138:7, 8). Ele ouve nossas ora-ções e responde com proteção, liberdade e salvação (Sl 18:5, 6, 16-19). Seus olhos nos seguem como fachos de luz na noite mais escura. Ele ouve os que estão desesperadamente endivi-dados (Sl 103:8) e é um refúgio quando enfrentamos perigos (Sl 57:1). Ele satisfaz o sedento, alimenta o faminto (Sl 107:8) e permanece fielmente ao lado do necessitado (Sl 109:31).

Além disso, Ele me fez lembrar que abençoa amoro-samente o fiel bem como o infiel (Sl 104:5-31). Eu sorri surpreso ao reconhecer como Ele Se dá a conhecer, cheio de compaixão e misericórdia (Sl 111:4).

Amoroso, não zangadoFinalmente, Sua terceira característica me indicou o

caráter de um Deus de amor. A princípio, eu via a figura de um Deus zangado e infeliz. Mas os quadros pendurados nas paredes do livro dos Salmos não são de um rosto carrancudo. Como um sopro de ar fresco, compreendi que Ele tem senso de humor (Sl 2:4) e proporciona alegria e felicidade (Sl 4:5-8). Ele é especialista em transformar escuridão em luz (Sl 18:28) e até gosta das manifestações de alegria (Sl 100:1, 2). Tive vontade de correr para Ele quando os Salmos me revelaram que Ele não é um Deus sisudo, sentado sobre uma nuvem, com relâmpagos na mão pronto para atacar os que Lhe

desobedecem. Eu podia me aproximar dEle como fonte de contentamento (Sl 126).

Eu não conseguia tirar meus olhos do Salmo 136, no qual Ele insiste em declarar a Si mesmo como amoroso e leal. Os autores dos Salmos, Davi, Asafe, Corá, Moisés, Hemã, Etã, Salomão e Jedutum, confiavam em Deus (Sl 130:5) e compre-endiam que conhecê-Lo é confiar nEle (Sl 9:10).

A história de Israel está cheia de terríveis atos de infideli-dade para com Deus. Eles oscilam entre incentivar Moisés e Arão a sacrificar crianças a demônios. Israel rejeitou a Terra Prometida e comeu alimentos oferecidos a Baal. No entanto, apesar de todas as más ações de Israel, Deus ainda respondeu com misericórdia e cuidado (Sl 106).

Eu estava errado. Deus não está distante, em silêncio nem com raiva. Ele deseja dar prosperidade e bênçãos para nossa família (Sl 128; 144:12-15).

Visão genuínaSe os que argumentam que Deus não existe são tolos

(Sl 14:1), os que pensam que Ele não consegue vê-los debaixo do caminhão, também são. Felizmente, Deus não nos deixa sozinhos para construir um deus em preto-e-branco segundo nossa própria imagem.

O Deus real, no mundo real, caminha em nossas ruas sujas e ouve nossas conversas mais mundanas e triviais. Ele molha Suas mãos enxugando as lágrimas do pobre e do amedrontado. Ele sofre na tragédia e ouve a agonia do perdido. Ele sorri para uma criança brincando. Ele se une aos cânticos de alegria em nosso casamento e anota os votos do jovem casal. Ele sussurra ideias criativas nos ouvidos dos poetas e dá nova harmonia aos músicos. Ele é o Senhor e Deus de tudo o que é humano: verdadeiramente, uma moradia segura (Sl 90:1). ■

Deus

Eu estava errado. Deus não está distante, em silêncio nem com raiva.

Paulo Cândido de Oliveira é natural do Brasil, atualmente serve no Oriente Médio. É casado em Liliane com quem têm duas filhas.

Deus, o Eterno Pai, é o Criador, o Originador, o Mantenedor e o Soberano de toda a criação. Ele é justo e santo, compassivo e clemente, tardio em irar-Se e grande em constante amor e

fidelidade. As qualidades e os poderes manifestos no Filho e no Espírito Santo também constituem revelações do Pai (Gn 1:1; Ap 4:11; 1Co 15:28; Jo 3:16; 1Jo 4:8; 1Tm 1:17; Ex 34:6, 7; Jo 14:9). – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, nº- 3

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A R T I G O D E C A PA

Sandra Blackmer

Acima: NO PROCESSO: A igreja Adventista Thembelihle no estágio inicial de construção.

Esquerda: JOVENS MÃOS AJUDADORAS: Até as crianças da congregação Thembelihle ajudaram a limpar os arredores da igreja.

Construtores

Deuspara

Mas era isso mesmo o que Deus esperava?

O casal Zuki e Pali, estava de mãos dadas sobre um pequeno monte gramado, no início da construção de uma nova igreja adventista. “O que estamos fazendo?”, questionavam-se em silêncio. “Isso pode ser uma loucura!” Pali olhou para o esposo e falou alto o que que ambos estavam pensando: “Será que Deus realmente está dirigindo esse projeto? Será que estamos seguindo Seus planos?”

A princípio, Zuki não respondeu. Ao contrário, ele a puxou para junto de si e começou a andar em volta da estrutura de dois andares, ainda no estágio inicial de construção, espiando lá dentro pelas janelas. Ele imaginava crianças cantan-do e orando nas classes de Escola Saba-tina enquanto os adultos, sentados em bancos confortáveis, estudavam a Bíblia. O salão social facilmente acomodaria algumas centenas de pessoas, dando a elas a oportunidade de se reunirem para comer juntos e elaborar programas evangelísticos. Essa seria uma estrutura impressionante, um lugar que honraria a Deus e acolheria os visitantes. Mas custaria a Pali e Zuki tudo o que eles tinham – tudo! Será que Deus realmente esperava isso de nós?, pensavam eles. Talvez devêssemos explicar, pedir desculpas para as pessoas, e seguir nossa vida. Certamente, vão entender!

A agitação interna de Zuki ameaçou dominá-lo, mas ele voltou a concentrar seus pensamentos no início do projeto.

Zukisani (“Zuki”) Mxoli, arquiteto, construtor próspero e bem-sucedido, que mora com

a esposa Palesa (“Pali”) e cinco filhos, em Johanesburgo, África do Sul, sempre gostou de compartilhar sua fé. Ele não apenas falava de Deus com seus amigos e colegas de trabalho, mas também era pregador e evangelista leigo. Zuki dirigiu muitas semanas de oração e campanhas evangelísticas e se alegrava sempre que via alguém aceitar Jesus como Salvador.

“Sempre tive uma paixão pelo evangelismo”, disse

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F o t o s : C o r t e s i a d e z U k i m X o L i

i m a G e m : i s t o C k / t h i n k s t o C k . C o m

O CASAL MXOLI: Zuki e Pali.

o lucro de um projeto para construir gratuitamente a igreja para esse grupo. Animamos os membros a continuar a levantar recursos para pagar algumas coisas específicas que eles queriam para sua igreja. Os lucros do restante de nossos projetos de construção seriam usados para a manutenção de nossa família. Faríamos isso uma vez ao ano: encontraríamos um grupo que necessitasse de uma igreja, construi-ríamos gratuitamente para eles, e o restante do recurso seria nosso.

“Isso foi o que pensamos que seria bom, correto e aceitável ao Senhor”, disse ele.

Não aconteceu conforme o planejado

Zuki disse aos membros da igreja que Deus proveria os recursos, e que sua empresa construiria sua igreja com pequeno ou nenhum custo para eles. As pessoas ficaram em êxtase! Entretanto, as coisas não aconteceram como haviam sido planejadas.

Logo depois que o alicerce ficou pronto e as paredes do prédio come-çaram a ser levantadas, o projeto do qual Zuki planejou usar o lucro para construir a igreja, foi cancelado. As autoridades municipais questionaram a legalidade do terreno, de modo que o banco se recusou a aprovar o financia-mento para o cliente. Os recursos para a construção da igreja desapareceram quase de um dia para o outro.

“Perguntamos a nós mesmos: ‘E agora?’”, explica Zuki. “Dizemos ao povo da igreja: ‘Olhem, construímos até aqui, agora vocês terminam em seu próprio ritmo?’ Ou devemos continu-ar? Decidimos continuar.”

Zuki começou a usar os rendimentos de outros projetos da construtora para a construção da igreja e passou a utili-zar recursos destinados à manutenção de sua família. Mas essa não era só a igrejinha de quatro paredes e um teto como Zuki tinha planejado. Era uma igreja cara, imponente, com dois andares, estimada em 300 mil dólares.

Zuki, “mas, às vezes fico dividido entre administrar meu negócio e ganhar almas. Por um lado, eu tinha que me virar para ganhar dinheiro para manter minha família; por outro, precisava preparar os sermões para pregar. Esse sempre foi um grande dilema.”

Zuki e Pali começaram a orar sobre a situação, pedindo a Deus que resolves-se o conflito. O Senhor os impressionou com o texto bíblico: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31, ARA). Os Mxoli compreenderam que Deus não queria que eles desistissem do seu negócio, mas que o usassem como uma ferramenta evangelística.

Agora a questão era: “Como vamos ministrar a outros com uma construtora?” A resposta? “Construir uma igreja!”

“Encontramos uma congregação em Katlehong que havia comprado um terreno e uma estrutura básica de metal mas que não tinha dinheiro para construir a igreja”, explica Zuki. “Há anos, estavam lutando para levantar recursos. Realizavam os cultos em uma sala bem pequena – muita gente para uma salinha – e tentavam construir a igreja. Eles nos convidaram para pregar e enquanto estávamos lá, tive-mos a ideia: Ah! Podemos ajudar esse povo! Temos a habilidade, o recurso e o dinheiro! Como tínhamos sido aben-çoados com um lucro considerável nos projetos de construção, decidimos usar

“No livro de Êxodo, Deus foi espe-cífico sobre a construção do Seu san-tuário”, observa Zuki. “Ele exigiu linho fino, ouro puro, a melhor madeira. Por isso, decidimos que devíamos fazer o nosso melhor por essa igreja para glorificar a Deus.”

A princípio Zuki e Pali não estavam muito preocupados com a perda do dinheiro do projeto; o Senhor tinha abençoado sua empresa, e eles acre-ditavam que ainda podiam doar os recursos. Novos projetos geralmente chegavam rapidamente à sua porta. Mas depois, por alguma razão, isso não estava acontecendo.

“Não estávamos conseguindo trabalho nenhum”, disse Zuki. “Eu fiz tudo o que sempre havia feito por 15 anos, mas não estava funcionando. Assim, basicamente, esvaziamos nossas reservas para financiar a construção da igreja.”

Infelizmente, a situação ia de mal a pior. Como não chegava nenhuma nova obra – apesar de todo o esforço de Zuki para “colocar a empresa em evidência” – e quase toda sua fonte de renda sendo usada para financiar a igreja, o casal chegou ao fundo do poço financeiramente. Com o tempo, já não conseguiam pagar nem a pres-tação da casa e do carro, e o banco chegou a ameaçá-los de confiscar seus bens.

Confrontando o desafio “A recuperação foi o maior desafio

que enfrentamos”, disse Zuki. “Não tínhamos certeza do que fazer. Assim, juntos, oramos a Deus. Quando nos levantamos daquele lugar de oração em nossa casa, olhamos um para o outro e dissemos em uníssono: “Vamos conti-nuar a igreja!”

Embora seu advogado e contador tivesse aconselhado que “parassem com aquela loucura”, Zuki e Pali seguiram em frente, lembrando 1 Coríntios 2, onde diz que as coisas de Deus “são loucura” para os incrédulos, mas não para os que têm a “mente de Cristo”.

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A R T I G O D E C A PA

No entanto, essa não foi uma decisão fácil. O problema financeiro estava causando tumulto e estresse em casa. O casal às vezes se sentia confuso e desani-mado. Até que Zuki disse à sua esposa: “Vamos lá na construção.”

“Passamos duas horas ali, só andan-do ao redor enquanto as pessoas tra-balhavam”, disse Zuki. “Então sentimos tanta paz, que tivemos a certeza de que era isso que devíamos fazer, não importando o que teríamos de passar.”

Ele acrescenta: “Os membros da igreja não sabiam de nossa situação. Eles estavam louvando a Deus pela maravilha do que estava acontecendo. E aqueles sorrisos! Eles nos deram força para continuar. Sabíamos que Deus queria que construíssemos aquela igre-ja. Então nosso foco pessoal começou a mudar. Em vez de orarmos por dinheiro para pagar casas e carros, começamos a orar simplesmente: ‘Deus, ajude-nos a terminar a igreja.’”

Finalmente, depois de três meses sem termos efetuado nenhum paga-mento da casa e do carro, o banco marcou a data para confiscar tudo de valor que a família Mxoli possuía. Deveria acontecer em três dias, ao meio-dia. A pressão do que as pessoas pensariam, especialmente os membros da igreja, pesava no coração do casal. Seu compromisso de permanecer fiel a Deus e ao que Ele os tinha chamado a fazer ficou ainda mais forte. Assim, eles confiaram no cuidado de Deus e avançaram pela fé.

O Senhor entra em cena Três dias que o banco fosse confiscar

seus bens, Zuki recebeu um telefonema. Era de um empresário em Durban, cerca de 550 quilômetros de Johanes-burgo. Ele precisava de um construtor experiente para supervisionar uma obra para ele, em Johanesburgo, e perguntou a Zuki se ele estava interessado no tra-balho. Ele havia conhecido o trabalho de Zuki recentemente, quando passou pela “construção de um lindo prédio de igreja” e parou para olhar. As pessoas

ali explicaram que o construtor da pro-priedade estava construindo o prédio para a congregação por conta própria. O empresário, que era cristão, pensou: “Uau! Se existe alguém em quem eu pos-so confiar, é a pessoa que dá seu dinheiro para uma igreja”.

Logo ele entrou em contato com Zuki para oferecer o trabalho. Esse não era um projeto pequeno. “Era enorme!” disse Zuki. O empresário viajou para Johanesburgo naquele mesmo dia, e no fim da noite seguinte o contrato estava assinado – um processo que normal-mente leva meses para ser completado para um projeto daquele envergadura, observa Zuki. Então o empresário pediu os dados bancários de Zuki para que pudesse fazer depósitos. Cedo, na manhã seguinte, o dia em que o banco iria confiscar os bens da família, Zuki conferiu sua conta bancária, esperando que depósito de 5 a 10% estivesse lá. Em vez disso, ele viu que o empresário havia feito um adiantamento de 50% do custo!

“Liguei imediatamente para ele e disse: ‘O senhor cometeu um engano. Depositou muito dinheiro.’ Ele respon-deu que não era engano e disse: ‘Eu confio em você, porque você deu tudo o que tinha para construir a igreja de Deus.’”

O prazo do meio-dia chegou, e com ele chegaram as pessoas para confiscar os carros da família e outros pertences. Mas Zuki os interrompeu dizendo: “Quero fazer um acerto para pagar vocês.”

Eles responderam: “Não, não quere-mos conversa e nenhum acerto, porque você já está prometendo há muito tempo. Só viemos para pegar suas coisas.”

“Não, não, não! Vocês não estão entendendo!”, disse Zuki a eles. “Não queremos negociar. Queremos quitar a dívida! Só precisamos saber se vocês querem dinheiro ou cheque.”

PROJETO COMPLETADO: Os escritórios da União do Zâmbia, em Lusaka, Zâmbia, após término da construção.

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“Aquele foi o melhor momento de nossa vida”, disse ele.

A obra continua A igreja em Katlehong, chamada

Igreja Adventista do Sétimo Dia Them-belihle, já foi concluída e os membros estão adorando ali. Os negócios de Zuki voltaram a crescer e as preocupações financeiras do casal ficaram no passado.

E o que eles estão fazendo agora? Sob os auspícios do seu ministério recém- criado, chamado “Ministério Co-missão A Palavra Viva”, eles continuam a construir e doar não apenas igrejas para Deus, mas muitos outros prédios também. Entre eles estão um prédio de administração e salas de aulas para a Escola de Enfermagem Maluti, em Lesoto, um prédio de ciências para a Universidade Rusangu, no Zâmbia, uma biblioteca e capela para o Hospital Adventista Kanye, em Botswana, alojamento para estudantes casados no Colégio Helderberg, na Cidade do Cabo e escritórios para a União do Zâmbia, em Lusaka. Às vezes Zuki paga o custo total da construção; outras vezes ele faz parceria com os membros da igreja ou organização e paga talvez metade do custo do projeto. Estão chovendo pedi-dos por ajuda e Zuki e Pali continuam a assumir projetos de doação pela fé. Hoje, esses projetos já chegaram a sete países.

“Quando assumimos um projeto, fazemos um compromisso e então pedimos a Deus que envie o dinheiro – e Ele envia”, diz Zuki. “Nossa fé nEle está crescendo a cada dia.”

“Dizemos às pessoas: ‘Isso não é um projeto do Zuki, apenas; é um projeto de Deus. O que Ele fez por nós, e o que continua fazendo em nossa vida, pode fazer na vida de qualquer pessoa. Só é preciso dar o passo da fé.” ■

INÍCIO DA UNIÃO DO ZÂMBIA: Posando ao lado do canteiro de obras dos novos escritórios da União do Zâmbia (da esquerda para a direita) estão o presidente da União, Harrington Akombwa; o missionário americano Dennis Evans; vice-presidente da Associação Geral Pardon Mwansa; construtor Zuki Mxoli e Francis Makuwa, associado nativo de Dennis Evans.

HOMEM DE FÉ: Construtor sul-africano

Zukisani “Zuki” Mxoli segura a planta de um projeto de construção

dedicado a Deus.

Sandra Blackmer é editora assistente da Adventist World.

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V I D A A D V E N T I S T A

A fé e o dinheiro formam o “dilema da gangorra”. Gangorras são comuns nos parques infantis em

todo o mundo. No francês, gangorra é ci-ça, que literalmente significa “isso-aquilo”. A gangorra é um dispositivo mecânico “aqui ou lá”. Você só pode estar embaixo ou em cima em vezes alternadas, nunca duas vezes juntas. É isso o que acontece com a fé e o dinheiro? Será que é necessário ter um dos dois, ou fé ou dinheiro, nunca os dois? Ou será que somente uma grande fé ou muito dinheiro podem mover a gangorra?

O que aprendi no “lado de baixo” do parquinho

De acordo com pesquisas recentes, meu país natal, a Austrália, é um dos mais ricos do planeta. O Relatório da Riqueza Global do banco Crédit Suisse, de 2013, mostra que os australianos adultos possuem o segundo maior nível de riqueza do que qualquer outro país do planeta (perdendo apenas para a Su-íça), e que nossa média de riqueza por adulto é a maior do planeta, mais do que o dobro da Suíça. Isso significa que não somos apenas extremamente ricos (embora nem sempre sintamos que so-mos), como também nossa riqueza está mais bem distribuída em comparação

com muitas outras nações. Porém, como cristão, tenho pro-

curado manter um profundo relacio-namento com Deus e, embora minha renda seja alta o bastante para que eu seja financeiramente autossuficiente, a pergunta que devo fazer é: Que impacto a prosperidade material exerce sobre nossa comunhão com Deus? Ela nos leva para mais perto de Deus e fortalece nossa fé, ou tira nossos olhos dEle? Ou será que o dinheiro não tem relação nenhuma com a fé?

À procura de respostas Em 2009, foi apresentado o resultado

de uma pesquisa do Instituto Gallup, realizada em 114 países. Uma das per-guntas que faziam era: “A religião é parte importante da sua vida diária?” O Gallup também pesquisou o nível da renda per capita de cada um dos países e fez um paralelo entre os dois (veja Tabela 1).

Pelos resultados, fica muito claro que o efeito gangorra está em pleno funcionamento. Quanto mais alta é a renda per capita de um país, mais baixo é o papel da religião na vida cotidiana do povo e vice-versa.

Vamos observar mais de perto algu-mas das nações que estão em cima e em baixo na gangorra “fé versus dinheiro”.

Julian Archer

dinheiroA Tabela 2 tem por base dados, tanto do Gallup como do Relatório da Riqueza Global do Crédit Suisse. Os dados mostram um grande divisor – tanto na importância da religião e níveis de riqueza – entre os países mais ricos (menos reli-giosos) e os mais pobres (mais religiosos).

Pode-se argumentar que a razão da grande riqueza dos “Dez Mais”, (países mais ricos do mundo) na Tabela 2 é que, originalmente, eles fundamentaram suas sociedades e práticas comerciais nos princípios cristãos, e Deus os abençoou. Entretanto, os tempos estão mudando. A gangorra está se inclinando e a pros-peridade material tem derrubado tanto a religião quanto a espiritualidade.

Mahatma Gandhi disse: “O fato é que, no momento em que há certeza de estabilidade, também há certeza de bancarrota espiritual.” É como se Gandhi ponderasse sobre as palavras de Jesus: “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mc 10:25).

Por experiência, sei que, quando uma pessoa é financeiramente abençoada, ela se encontra no estágio espiritualmente mais perigoso de sua vida. Quanto mais alta era minha renda, menos eu sentia necessidade de Deus. Meus bens afetavam minha espiritualidade.

A riqueza afeta a espiritualidade?

Fé Versus

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País

Indicadorde Bens

por Adulto (US$,000)

“A religião é importante para sua vida diária?”

% Responderam “NÃO”

Suíça 513 57%Austrália 403 67%Noruega 380 78%

Luxemburgo 315 64%EUA 301 36%

Suécia 299 88%França 296 74%

Singapura 282 53%Bélgica 256 68%

Dinamarca 255 83%A GRANDE DIFERENÇA

Tailândia 8 2%Índia 5 9%Haiti 4 8%

Paquistão 4 4%Quênia 3 3%

Cambodia 3 3%Nepal 2 5%

Vivendo um sonho? Quando apresento seminários sobre

Fé Versus Finanças, vejo que a maioria dos cristãos influentes deseja no íntimo, um relacionamento transformador com Deus. Mas eles ficam frustrados. Sentem como se estivessem sendo forçados a viver uma vida concentrada em prio-ridades terrenas quando sabem que a verdadeira satisfação e realização vêm apenas de coisas eternas. Posso ouvir seus clamores porque passei anos “vivendo o sonho”, mas ansiando por um relaciona-mento mais profundo com Deus.

Finalmente, concluí que as bênçãos materiais de Deus tinham se tornado uma maldição em minha vida. Isso não significa que as bênçãos de Deus sejam maldições, mas muitas vezes nós as usamos de tal maneira que se tornam maldições. Quando permitimos que as bênçãos materiais de Deus ocupem nosso coração, não conseguimos abri-lo a Jesus. E isso é uma maldição – uma maldição eterna.

A Bíblia está repleta de exemplos em que o mau uso das bênçãos de Deus se transformou em maldições. Em Deuteronômio 6, Moisés falou aos filhos de Israel que estavam prestes a entrar na “terra que mana leite e mel” (verso 3). Mas, então, acrescentou um argumento decisivo: “Quando isso acontecer, e vocês comerem e ficarem satisfeitos, tenham cuidado! Não se esqueçam do Senhor que os tirou do Egito, da terra da escravidão” (versos 11 e 12). Esse é um poderoso lembrete de que um estômago cheio pode nos deixar muito sonolentos.

Uma foto da gangorra Então, como é essa gangorra na

vida cotidiana de um cristão abastado? Olhemos as três áreas:

Construção: Quando eu “construo celeiros maiores” e armazeno meus te-souros aqui na Terra, isso me distrai das coisas eternas. Começo a me preocupar com elas, e invisto cada vez mais tempo

e energia para proteger e multiplicar as bênçãos em vez de confiar completa-mente em Deus. Minha vida econômica cresce, mas minha fé enfraquece; e, na maioria das vezes, eu nem percebo (veja Ap 3:17).

Tempo: O primeiro indicador da apatia espiritual é a diminuição do meu tempo com Deus. Isso geralmente acontece durante os períodos de aumento das pressões de tempo devido às prioridades financeiras, pessoais, de entretenimento, e outras. O problema pode durar somente algumas manhãs, ou talvez até muitos anos. Quando deixo de gastar tempo de qualidade orando e estudando as Escrituras, meu relacionamento com Cristo enfraquece.

Coração: Toda vez que meu coração fica cheio com os presentes e não com o Doador deles, minha fé diminui. Quan-do Cristo bate à porta do meu coração que se encontra repleto de bênçãos materiais (verso 20), o som de Sua batida é abafado. Mesmo que eu ouça, tenho que lutar para passar sobre todas as minhas bênçãos materiais para chegar até a porta e abri-la.

Ellen White se referiu a essa sín-drome de coração ocupado quando escreveu: “O Convidado divino está diante de sua porta enquanto você

empilha obstáculos que impedem Sua entrada. Jesus está batendo à porta por meio da prosperidade que lhe concede. Ele o carrega de bênçãos para testar sua fidelidade que deve fluir de você para outros. Você permitirá que o egoísmo triunfe? Você vai desperdiçar os pre-sentes de Deus, e perder sua alma por idolatrar as bênçãos dadas por Ele?”*

Esse é um terreno muito desafiador, mas ele levanta a questão: Nossa fé tem que aumentar sempre que nossos bens aumentam? A gangorra fé versus dinhei-ro é um princípio universal imutável?

Quebrando a gangorra Deus oferece cura a toda pessoa que

percebe que seu estilo de vida abastado está prejudicando sua vida espiritual. É um ataque cardíaco! Não uma parada cardíaca, mas um transplante total do coração espiritual. Em Ezequiel 36:26, Deus nos diz que Ele deseja nos dar um novo coração, um coração amoroso de carne, para substituir nosso coração materialista de pedra. Devemos nos converter outra vez. Podemos até ser membros atuantes da igreja, apoiando financeiramente a obra de Deus e, mesmo assim, contrair uma doença no coração espiritual. Precisamos de um transplante total do coração.

Em vez do antagonismo fé versus dinheiro, pode e deve ser fé e dinheiro. Ou ainda melhor, fé apesar do dinheiro.

Que sejamos fiéis a Deus em todas as coisas, inclusive em nossas bênçãos materiais. ■

* Ellen G. White, em Advent Review and Sabbath Herald, de 2 de novembro de 1886.

Julian Archer é autor do livro Help! I’ve Been Blessed! (Socorro! Estou Sendo Abençoado!). Ele escreve

de Toowoomba, Queensland, Austrália.

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LEGADO de LUZ

Parte 2: 1860–1868

Anos do Desenvolvimento da Igreja

mEnsAGEIrA DE DEUs –

Um olhar sobre a vida e o legado de Ellen White, 1860-1867

é expandeO ministério

Anna Galeniece

RETRATO DE FAMÍLIA: Tiago e Ellen White posam com seus filhos Willie (centro) e Edson (extrema direita) para o retrato de família em 1865, dois anos após a morte de Henry (destaque, esquerda).

A história oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia começa em 1860 com a

escolha do seu nome, e o registro de uma pequena casa publicadora, em 1861. Com esse humilde início, os adventistas começaram a se considerar uma organização. Eles se uniram em associações locais, e a Associação de Michigan foi criada em outubro de 1861.

Até esse período, as mensagens de Ellen White tinham sido dirigidas especialmente para estimular os crentes a ser fiéis a Deus e às doutrinas bíblicas, sustentando a obra de publicação e mostrando a necessidade de se organizar a igreja. Então, havia chegado o tempo de ampliar a visão dos adventistas para que começassem a ver a expansão da missão da igreja. Assim, em 20 de maio de 1863, vinte delegados de seis dos sete estados da associação1 decidi-ram se reunir e organizar a Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia como o órgão central.

Destaque para a saúde Em 5 de junho, (às vezes datado

como 6 de junho porque aconteceu depois do pôr do sol de sexta-feira) de 1863, apenas duas semanas após a primeira assembleia oficial da Asso-ciação Geral e algum tempo depois do estabelecimento das doutrinas princi-pais da igreja, o casal White estava em visita à família Hilliard, em Otsego, Michigan. Ali, Ellen foi tomada em uma visão que durou cerca de 45 minutos. Foi dada a ela a mensagem da reforma abrangente de saúde2 a qual Deus desejava que ela transmitisse aos crentes. Essa não foi a primeira vez que foi mostrada a ela a necessidade de um estilo de vida mais saudável. Em 1848, o Senhor revelou a ela o perigo

do hábito de fumar, de tomar chá preto e café3 e, em 1854, Ele revelou que as casas dos santos devem ser mantidas limpas e o apetite deve ser controlado4.

A visão abrangente dada na casa dos Hilliard incluía não apenas os be-nefícios de se ter um corpo e ambiente saudáveis, mas também apresentava uma estreita ligação entre saúde e espi-ritualidade, que não é apenas uma ques-tão pessoal do cristão. Ellen viu que essa mensagem “despertaria as mentes para o assunto”5, devido às suas implicações sociais e da missão.

Além de realizações tão importan-tes, o ano de 1863 terminou com uma página perdida no álbum da família White. O filho mais velho, Henry Nichols, adoeceu com pneumonia e morreu no dia 8 de dezembro, em Topsham, Maine. Perder seu filho de 16 anos de idade, o “doce cantor”6, foi um tremendo golpe para os pais, especialmente para Ellen, devido a seu desconhecimento sobre os remédios caseiros simples com os quais se torna-riam familiarizados posteriormente.

Apenas dois meses após a morte

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Parte 3: 1868–1881 Os Anos das Campais

PArTE 4: 1881–1891Década de 1880

de Henry, o terceiro filho da família, Willie, ficou doente com a mesma enfermidade. Dessa vez, a mãe aplicou hidroterapia com orações fervorosas, o que sustentou e curou o menino.

Entretanto, os resultados da batalha do grande conflito – doença, dor e morte – visitaram o lar da mensageira de Deus várias vezes. Algum tempo antes, o quarto filho da família White, John Herbert, havia falecido com apenas três meses de idade, em 1860.

O aprendizado continua O ano de 1864 marcou vários even-

tos importantes no ministério de Ellen White. Primeiro, ela publicou o quarto volume dos Dons Espirituais, com o subtítulo “Fatos Importantes da Fé: Leis de Saúde e Testemunhos Nº 1-10.” Ele incluía um capítulo com 32 páginas descrevendo a mensagem compreensiva de saúde revelada a ela no dia 5 de junho de 1863. Ao mesmo tempo, ela concluiu o panfleto Apelo às Mães.

A visita à instituição médica de James C. Jackson, “Nosso Lar na Colina”, em Dansville, Nova York no início de setembro de 1864, foi outro evento importante que ocorreu depois dessas publicações. Em sua viagem a Boston, Massachusetts, a família White esteve nessa instituição médica e ficou impres-sionada com os tratamentos naturais que observou ali. No entanto, Ellen, não concordou plenamente com a aborda-gem de Jackson à reforma de saúde. Ela havia alcançado melhor compreensão sobre o assunto devido às visões sobre saúde que havia recebido de Deus. Assim, ela continuou escrevendo sobre temas de saúde e publicou seis panfletos intitulados Saúde: ou Como Viver, em 1865. Por meio do assunto de saúde, nutrição e estilo de vida, Ellen convida-va as pessoas à fiel observância das leis naturais de Deus. Longas e cansativas viagens, pregações, escritos, obra de publicação, liderança, responsabilidades e várias outras obrigações, além de pobreza e vários desafios familiares,

tiveram seu efeito sobre Tiago White. No dia 16 de agosto de 1865, ele entrou em colapso por exaustão e foi acometi-do de paralisia como sequela do primei-ro de uma série de derrames (AVC) que também afetaram sua personalidade. Assim, além da carga de de profetisa, escritora, palestrante, conselheira e mãe, Ellen também teve de cuidar de seu marido doente.

Em dezembro de 1865, a família White pôde viajar para Rochester, Nova Iorque, e ficar na casa de amigos. Eles se reuniram no dia de Natal para orar pela saúde de Tiago que se deteriorava. Naquela ocasião, Ellen foi tomada em visão na qual foi instruída quanto à ma-neira de cuidar do esposo, para que se recuperasse. E, mais importante, foram- lhe dadas instruções de como estabele-cer uma instituição onde os princípios de saúde apropriados seriam praticados e ensinados aos pacientes. Essa visão, integrando princípios de saúde com religião (Ap 14:12), se tornou um instrumento para preparar a igreja para a ampla missão e, consequentemente, para a segunda vinda de Cristo.7

Seis meses mais tarde, durante a assembleia da Associação Geral, em maio de 1866, Ellen White aconselhou os líderes da igreja sobre a necessidade da criação de uma instituição de saúde. Eles aceitaram o novo desafio da educação e tratamento de saúde. Poucos meses após a sessão, essa decisão levou ao lança-mento de uma nova revista, The Health Reformer (O Reformador da Saúde) e do Instituto Ocidental de Reforma da Saúde, precursor do Sanatório de Battle Creek.

Servos obedientes Para ser um fiel instrumento nas

mãos de Deus, não basta pregar e ensinar aos outros sobre algo bom, mas também seguir a vontade revelada do Senhor. Assim, obedecendo à orientação de Deus, mesmo durante o inverno rigoroso e contra os conselhos de amigos, Ellen levou Tiago para uma turnê de pregações pelo norte

de Michigan, como terapia para sua recuperação. No fim de 1866, a viagem foi coroada pela recuperação parcial da saúde dele, e pela expansão do seu ministério. Por um período, a família White se dedicou à agricultura e à es-crita, mas em 1867, um itinerário de 20 semanas levou os dois para outra via-gem, quando realizaram 140 reuniões e Ellen foi motivada a falar ousadamente em público”8. Ela apresentou mensa-gens igualmente poderosas para públi-cos grandes e pequenos. Por exemplo, em setembro de 1867, Ellen falou na reunião de “convocação” na Associação de Illinois-Wisconsin. Depois, ela falou em uma reunião similar em Iowa. O sucesso desses dois encontros animou a Associação Geral a financiar a primeira reunião campal oficial em Michigan, em setembro de 1868, onde Ellen falou para cerca de duas mil pessoas.9

Quando Deus chama alguém para realizar algo, Ele capacita essa pessoa e lhe dá força, coragem e poder. Isso é visto claramente na vida e ministério da mensageira de Deus, no avanço da mis-são e na mensagem da Igreja Adventista do Sétimo Dia. ■

1 Iowa, Michigan, Minnesota, New York, Ohio, e Wisconsin; Vermont não enviou delegado. 2 Ellen G. White manuscrito 1, 1863; Ellen G. White, Spiritual Gifts (Battle Creek, Mich.: Seventh-day Adventist Pub. Assn., 1864), vol. 4a, p. 153; Review and Herald, Oct. 8, 1867; Apr. 2, 1914; Apr. 30, 1914.3 Ellen G. White, Mensagens Seletas (Washington, D.C.: Review and Herald Pub. Assn., 1958, 1980), book. 3, p. 273.4 Ellen G. White, Manuscript Releases (Silver Spring, Md.: Ellen G. White Estate, 1990), vol. 6, p. 221.5 Ibid., vol. 5, pp. 105, 106.6 Ellen G. White Testemunhos para a Igreja (Casa Publicadora Brasileira), vol. 1, p. 103.7 Ibid., pp. 485-494.8 Arthur L. White, Ellen G. White: The Progressive Years, 1862-1876 (Washington, D.C.: Review and Herald Pub. Assn., 1986), vol. 2, p. 185.9 Gary Land, “Camp Meetings,” The Ellen G. White Encyclopedia (Hagerstown, Md.: Review and Herald Pub. Assn., 2013), p. 676, 677.

Anna Galeniece é diretora da filial do Patrimônio Literário Adventista, da Universidade Adventista da

África, em Nairóbi, Quênia.

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S E R V I Ç O

Posso confiar no Senhor,Ele vai me ajudar.Posso confiar no Senhor,Ele não vai falhar.

A doce melodia flutua com a brisa, levando consigo uma mensagem de esperança. Esta é uma canção

especial que as crianças gostam de cantar. Todas elas chegaram de lugares diferentes e por diversos motivos. Infelizmente, nenhum bom motivo as levou até ali. Elas são órfãs e abandonadas, crianças que perderam o mais básico dos direitos humanos: a família.

No entanto aqui, entre as montanhas e os desertos de Baja Califórnia, elas encontraram um oásis, um verdadeiro lar. Aqui Inês* encontrou nova vida. Como as outras crianças do Internatio-nal Children’s Care (ICC) a Vila Oásis para Crianças, Inês já passou por dor e tristeza indescritíveis. Ela viu sua família se desintegrar, seus irmãos serem leva-dos para longe, para nunca mais vê-los.

Passos em direção à nova vidaPoucos anos após chegar à vila das

crianças, os cuidadores perceberam uma pequena curvatura na coluna de Inês. Ela sempre havia sido uma criança feliz e ativa, e o problema parecia não prejudicá-la. No entanto, ela foi levada a

um médico local, que diagnosticou sua doença como escoliose.

A deformidade progrediu rapida-mente. O médico concluiu que, a menos que fosse submetida a uma cirurgia, ela acabaria ficando aleijada. O adminis-trador da vila das crianças e o médico começaram a procurar por provedores que estivessem dispostos e fossem capa-zes de realizar a cirurgia.

Durante esse período, um grupo de patrocinadores do ICC do sul da Ca-lifórnia estava em visita às crianças da vila. Entre eles estavam Malcolm Smith e a esposa Joyce. Quando souberam do problema de Inês, ficaram sensibi-lizados. Ao retornarem à Califórnia, contaram aos seus amigos e conhecidos sobre sua amiguinha do México que precisava de ajuda.

Eles também entraram em contato com o Centro Médico da Universidade de Loma Linda, e falaram sobre o estado de saúde de Inês. Após analisarem a situação, a Comissão de Benefícios Internacionais do Centro Médico da Universidade de Loma Linda aprovou o pedido para realizar a cirurgia de que Inês necessitava.

Mas ainda havia obstáculos a ser superados. Inês precisava de um passaporte e um visto para entrar nos Estados Unidos. Como dependente menor, ela precisava de uma autorização

especial das autoridades mexicanas para viajar para o exterior.

Finalmente, em outubro de 2012, Inês pôde viajar para Loma Linda. A equipe cirúrgica, dirigida por um dos melhores cirurgiões ortopédicos do centro médico, Dr. Scott Nelson, se reu-niu para avaliar o caso de Inês e fazer um plano. As palavras de apoio e a ati-tude gentil do Dr. Nelson conquistaram a menina. Ela se lembra de seu sorriso quando ele entrou em seu quarto.

“Ele segurou minha mão”, disse ela em voz baixa, “e orou por mim. Depois que ele orou, eu sabia que tudo daria certo, porque Jesus o estaria ajudando.”

Devido à extensão do problema, o Dr. Nelson programou a cirurgia em duas etapas, que juntas levaram mais de 12 horas. Quando terminaram, o Dr. Nelson e a equipe estavam exaustos, mas satisfeitos por saber que tinham mudado a vida daquela menina querida.

Disse mais tarde o Dr. Nelson: “Considerando a seriedade de sua situa-ção, é uma tremenda bênção para mim como cirurgião, e para minha equipe, vê-la caminhando pelo hospital, ereta e feliz”, disse ele.

Se você visse Inês antes da cirurgia, perceberia uma tremenda diferença ago-ra. Ela gosta de falar, e se você perguntar, ela vai contar sobre seus novos amigos em Loma Linda e sobre o médico bon-doso que segurou sua mão e orou por ela. Ela vai mostrar um risco na parede que mostra sua altura antes da cirurgia. Em seguida vai ficar ereta para que veja quanto ela está mais alta agora.

“Quase oito centímetros mais alta!” diz ela sorrindo. ■

*Pseudônimo

F o t o s : s C o t t n e L s o n

Nova chance para uma garotinha.

Amoremação

DOUTOR E PACIENTE: Um ano mais tarde, Inês posa com o Dr. Nelson. Ela agora pode sonhar com uma vida longa e produtiva.

Joel Reyes era diretor de relações públicas do ICC quando escreveu este artigo.

Joel Reyes

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A descrição bíblica do estado original de nosso mundo é de paz e harmonia, sem sofrimento e sem violência. Deus criou as plantas para servirem de alimento para

todas as criaturas da Terra. Esse não é o estado do nosso mundo hoje. Ocorreram mudanças dramáticas tornando a predação, o sofrimento e outras formas de violência tão comuns que muitas vezes consideramos que esse seja o estado normal da natureza. Como explicar a diferença entre a criação original e o mundo que vemos agora?

De acordo com Gênesis 6, a natureza mudou extraordi-nariamente até o tempo de Noé. Deus deu a ele três motivos pelos quais iria destruir o mundo com o dilúvio (Gn 6:1-13). Primeiro, os seres humanos tinham se tornado muito maus, como descrito na frase “toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal” (verso 5). Além disso, a terra estava “cheia de violência” (verso 11), “pois toda a humanidade havia corrompido a sua conduta” (verso 12). Deus achou necessário destruir os efeitos de séculos de maldade, violência e corrupção. Nessa história podemos encontrar algumas inferências sobre a mudança nas espécies.

Mudança na criação A primeira inferência é que os fósseis encontrados nas

rochas não refletem o estado original da criação. Embora a Bíblia não tenha declarações explícitas sobre os fósseis, é razoável que sejam interpretados, em grande parte, como resultado da destruição catastrófica global descrita em Gê-nesis. Quando o dilúvio veio e destruiu o mundo, já havia acontecido a corrupção de toda a carne. Não podemos assumir que os predadores de aparência feroz que encontra-mos como fósseis sejam similares ao que foi visto no fim da semana da criação.

A segunda inferência é que o comportamento dos seres humanos e dos animais mudou para pior. No Éden recém- criado não havia violência nem sofrimento. Agora esses males são tão comuns que temos dificuldade até de imaginar um ambiente sem isso. Vários tipos de animais, como gatos, aranhas e crocodilos, se alimentam exclusivamente de outros

animais. O atual estado da natureza é tudo o que conhecemos e por isso é difícil imaginar um sistema ecológico sem preda-ção, doenças, sofrimento ou morte.

Nós também podemos inferir que os animais e plantas mudaram significativamente em sua forma. Muitos animais têm estruturas que não seriam necessárias em um mundo sem predação ou outra forma de violência. Certos tipos de cobras têm estruturas complexas para injetar veneno em outras criaturas. A composição química do veneno varia nas diversas espécies de cobras, a fim de coincidir com a vulnerabilidade dos vários tipos de presas. Os crocodilos têm características que parecem inadequadas para uma dieta vegetariana, como a impressionante variedade de dentes afiados e mandíbulas poderosas para restringir as vítimas que lutam para escapar. Muitos outros exemplos poderiam ser dados de criaturas que têm estruturas específicas que aumentam sua capacidade de matar e comer outros animais.

As mudanças na forma refletem as mudanças na infor-mação genética. A Bíblia não revela exatamente como isso acontece, mas revela a existência de um inimigo do Criador, um ser mau que tem a habilidade de atuar na natureza (e.g., Jó 1; 2; Lc 13:16). Estudos científicos estão descobrindo alguns meios pelos quais as espécies podem mudar, mas muitas perguntas permanecem sem resposta. Talvez estudos futuros nos ajudem a compreender a forma drástica como a natureza foi mudada, e como o Criador dotou os organismos vivos com a capacidade de sobreviver em um mundo que já não mais reflete Sua vontade.

No entanto, apesar dessas mudanças, a natureza ainda testifica da existência de um Designer Mestre cuja habilidade criativa e experiência são inigualáveis. ■

F É E C I Ê N C I A

L. James Gibson

espéciesmudam

L. James Gibson, Ph.D., é diretor do Instituto de Pesquisa em Geociência da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia.

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Março 2015 | Adventist World 25

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R E S P O S T A S A P E R G U N T A S B Í B L I C A S

A frase “foi reunido [’asap, “reunir, reco-

lher, tirar”, etc.] aos an-tepassados não é comum

na Bíblia; ela é principalmente encontrada no Pentateuco. Sua per-

gunta, penso eu, é se ela apoia ou não a crença da sobrevivência do espírito, ou alma, após a morte.

Vamos revisar essa ideia, examinar o uso dessa frase e discutir seu significado.

1. Vida após a morte? Os que aceitam o conceito de uma alma imortal argumentam que essa frase mostra que o Antigo Testamento apoia tal conceito. Argumentam que os “antepassados” formaram uma comunidade após-vida e os que morrem se unem a essa comunidade. Defendem que a frase “reunido ao seu povo” ou antepassados, não quer dizer que a pessoa foi enterrada no sepulcro de seus ante-passados, porque Abraão não foi enterrado com seus ances-trais (Gn 25:8, 9). Também não significa morrer, porque em algumas passagens parece ser diferente de morrer. Para eles, a única interpretação lógica é que, depois que morremos, nosso espírito se une à comunidade daqueles que já estão mortos.

2. Examinemos o texto: Um estudo sobre o uso dessa frase mostra várias coisas. Primeiro, em algumas passagens ela é parte de uma referência enfática à morte. Por exemplo: Expirou Abraão; morreu em ditosa velhice [. . .] e foi reunido ao seu povo [. . .] Sepultaram-no [. . .] seus filhos” (Gn 25:8, 9; Gn 25:17; 35:29; cf. Gn 49:33; Dt 32:50). Ela enfatiza quão definitiva é a morte, mesmo para o povo de Deus. O fato de a morte e sepultamento serem mencionados juntos com “reunido ao seu povo” sugere que nem sempre ela é um sinônimo para morte ou sepultamento.

Segundo, em alguns casos a frase parece ser sinônimo de “morrer”. Deus disse a Arão, “porque Arão será recolhido a seu povo e aí morrerá” (Nm 20:26). O mesmo uso é encon-trado nos casos de Moisés (Nm 27:13; 31:2) e a geração que conquistou a terra (Jz 2:10).

Terceiro, a frase é quase um sinônimo de “ser sepultado/tumba”. O Senhor disse ao Rei Josias: “Eu te reunirei

(lit. “Eu sou o que reúne”) a teus pais, e tu serás recolhido em paz à tua sepultura (lit. “você será recolhido à sua sepul-tura em paz”)” (2Cr 34:28; cf. 2Rs 22:20). A segunda parte do verso esclarece a primeira: reunir-se aos seus pais significa ser enterrado no sepulcro deles.

Quarto, às vezes, em lugar de usar a frase completa, encontramos apenas o verbo “reunir” significando “morrer” (Nm 27:13; Os 4:3; Is 57:1).

3. Significado da frase: Em relação ao significado dessa frase, devemos observar: Primeiro, não há conexão contex-tual entre a frase e a sobrevivência de alguma coisa depois que a pessoa morre. Segundo, é a pessoa morta (o cadáver) e não um dos seus componentes (por exemplo: a alma, o espírito) que se reúne aos antepassados. Terceiro, nossa frase basicamente significa morrer, mas enfatiza um aspecto particular da morte. A palavra “expirou” estabelece a che-gada da morte, e “ser enterrado” representa a separação. Ser reunido “aos seus antepassados” (NVI) ou “seu povo”(ARA) significa que a morte é inevitável. À semelhança de nossos antepassados, vamos morrer e nos unir a eles no sepulcro; termina nossa peregrinação e descansamos, a exemplo dos que nos precederam. Mas para aqueles que servem o Senhor, esse não é o fim. Quarto, o verbo sempre está no passivo – a reunião é individual; ela/ele não se une aos antepassados por si mesmo. A morte chega para todos. Mas o passivo pode sugerir que Deus é o agente implícito (2Rs 22:20). Nesse caso, a frase indicaria que os servos de Deus não são esquecidos quando morrem. Embora estejam mortos, Deus ainda os considera parte de Seu povo. Essa não é uma questão sobre a condição das pessoas após a morte, mas a respeito de como Deus as vê. A frase parece conter em si a esperança da ressurreição. ■

esquecidoMorto

mas não

Antes de se aposentar, Angel Manuel Rodríguez atuou como pastor, professor e teólogo.

Como podemos interpretar a declaração de que, quando alguém morre está “reunido

ao seu povo” (Gn 25:8 ARA)?

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E S T U D O B Í B L I C O

O dom do Espírito Santo é uma das mais preciosas promessas de Jesus. É o dom da Sua presença que anima, fortalece, revitaliza e capacita cada cristão.

Esse dom precioso muitas vezes é mal compreendido e um tanto misterioso para muitos cristãos. No estudo bíblico deste mês e dos meses seguintes, exploraremos a natureza, função e ministério do Espírito Santo. Ao estudar essas passagens, reflita sobre o que elas significam para sua vida.

1 O que Jesus declarou aos Seus discípulos sobre Sua partida? Leia João 16:7 e medite no significado da declaração de Jesus. Os discípulos de Jesus devem ter ficado perplexos quando Ele disse que partiria em breve. Ficaram ainda mais admirados quando Jesus declarou que Sua partida seria para o bem deles. O que você acha que Ele quis dizer com essa afirmação? Eis uma possibilidade: em breve os discípulos seriam espalhados. Eles testemunhariam do Seu amor em aldeias, cidades e países em todo o mundo Mediterrâneo. Enquanto permanecesse ali, em carne, Jesus só poderia estar presente em um lugar. Mas por meio da presença do Espírito Santo, Ele estaria presente com todos eles, em todos os lugares.

2 O Espírito Santo é uma influência de Deus, ou um dos membros da Trindade? Compare as seguintes passagens: Mateus 28:19; 2 Coríntios 13:14; Efésios 2:18.Observe a relação entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo: cada um é descrito como membro da Trindade, coeterno e coexistente.

3 De que modo a Bíblia descreve as funções do Espírito Santo como uma personalidade divina? Leia Gênesis 6: 3; João 16: 8, 12-14; Efésios 4:30; 1 Tessalonicenses 5:19. Liste os termos que descrevem a personalidade do Espírito Santo.Segundo as Escrituras, o Espírito Santo Se esforça, convence, instrui, guia e dirige. Ele pode ser entristecido e silenciado. Não é possível atribuir nenhuma dessas características a uma simples influência. Ellen White expressou isso com propriedade ao escrever: “O mal se vinha acumulando por séculos e só poderia ser restringido e resistido pelo eficaz poder do Espírito Santo, a terceira Pessoa da Trindade, que viria com não modificada energia, mas na plenitude do poder divino.”*

4 Que termos Jesus usou para descrever o Espírito Santo, a terceira Pessoa da Trindade? Compare João 14:16, 17 com João 16:7.Jesus Se referiu ao Espírito Santo como nosso Ajudador e Consolador. Essas palavras vêm do termo grego paraklete, que significa “aquele que vem junto”. O Espírito Santo é a presença pessoal de Cristo que está ao lado de cada cristão para suprir nossas mais profundas necessidades. Esse é um termo jurídico que significa muito mais que um advogado ou defensor. No sistema jurídico romano, paraklete era um indivíduo designado a suprir as necessidades físicas, mentais, emocionais e jurídicas de quem enfrentava um julgamento. A responsabilidade do paraklete era advogar em favor das pessoas, sendo seu representante, permanecendo ao seu lado, cuidando para que não lhes faltasse nada.

5 Leia João 16:18. Ao discutir o ministério do Espírito Santo com Seus discípulos, como Jesus animava os que acreditavam nEle com a realidade de que, embora estivesse partindo, ainda estaria presente?

6 Que outra função do Espírito Santo é revelada por Jesus, e que dom específico Ele traz? Leia João 14:25-27; 16:12, 13.Um dos ministérios do Espírito Santo é ensinar as verdades eternas. Ele o faz impressionando as verdades divinas em nossa mente enquanto estudamos a Palavra de Deus. O Espírito Santo também nos dá paz neste mundo atribulado, e acalma nosso coração nos dando o senso de que Deus está no controle tanto do mundo como de nossa vida.

7 Como podemos ser cheios do Espírito Santo e receber diariamente a terceira pessoa da Trindade em nossa vida? Leia João 14: 13-16; Lucas 11:13.Nosso Pai Celestial quer nos dar o dom do Seu Espírito. Ele deseja que a influência regeneradora e revitalizadora do Espírito Santo flua em nossa vida. Ao abrirmos nosso coração a Cristo e desejarmos agradá-Lo em todas as coisas, pedindo com fé pelo dom do Seu Espírito, nossa vida se encherá com o sentimento de Sua generosidade, Sua paz e Seu poder.

Portanto, vamos pedir. ■

* Ellen G. White, Testemunhos Para Ministros (Casa Publicadora Brasileira), p. 392.

Mark A. Finley

por JesusDom prometido

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Março 2015 | Adventist World 27

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Foto mostra um vislumbre da vida de Ellen WhiteEscrevo a respeito do artigo de Andrew McChesney sobre a foto recém- encontrada de Ellen White (veja “Ellen White como você nunca viu”, dezembro de 2014). É uma linda foto – 109 anos não conseguiram diminuir o carinho de-monstrado entre eles. Anseio pelo dia em que irei encontrá-los, pela graça de Deus!

Janet Williamspor e-mail

Pelos trajes de inverno, em minha opi-nião essa foto de Ellen White não foi tira-da no verão. A pasta em sua mão mostra que a irmã White era uma oradora muito organizada e bem preparada. Na mesma revista está o artigo de notícia intitulado: “Líderes da igreja são exortados a contra-tar pastores e não administradores”. Em certo contexto, o que Robert E. Lemon disse está certo – aumentar pastores

na linha de frente ajuda, mas isso não significa que não precisamos apoiar os membros leigos. Na verdade, sempre apreciei sua imensa contribuição para a Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Francis Tuffour Dallas, Texas, Estados Unidos

Ng se Preocupa com a “Séria Perda” de Membros Escrevo em resposta ao artigo de Andrew McChesney “Secretário Executivo da AG se preocupa com ‘séria perda’ de membros” (dezembro 2014). Esse relatório prova que o fim está próximo e que precisamos estar prontos para a vinda do Senhor.

Sou verdadeiramente abençoada por fazer parte desse grande movimento. Oro para que eu possa ajudar essa igreja e não ser uma pedra de tropeço. A seara está madura; só precisamos sair e permitir que Deus nos use!

Nosso maior problema é a retenção; nós, como igreja, precisamos trabalhar nessa área.

Mishlyn StephenAntilhas Holandesas

O privilégio de abrir a Bíblia Imagino que, de algum modo na vida de cada criança, e até de alguns adultos,

haja um herói. Eu nunca tive herói. Não, até agora. Tenho 69 anos de idade, sou veterano da Guerra do Vietnã, e o herói de quem estou falando é um rapaz de 19 anos de idade. Seu nome é William Hunter.

Nunca tinha percebido como somos privilegiados aqui na América do Norte na questão da leitura da Bíblia, até eu ler a história do jovem William Hunter (veja o artigo de Ted N. C. Wilson “O Privilégio de Abrir uma Bíblia”, novem-bro de 2014). Desde que a Adventist World chegou, já li essa história mais de dez vezes.

Fiquei tão impressionado em saber quão curta foi a vida desse jovem, e com seu amor pela Palavra de Deus, que ele me inspirou a mergulhar fundo na Palavra. Sinto-me abençoado por ter conhecido esse jovem impressionante. Sua natural e corajosa humildade é uma lição para todos nós.

Phillip Webber, Sr.Lisbon, Maine, Estados Unidos

Viva às Nozes!Obrigada pela mensagem de

saúde sutil contida no “Viva às Nozes!”, na Troca de Ideias da Adventist

Cartas

Por favor, orem por meu empreendi-mento comercial. Consegui levantar uma quantia razoável de dinheiro, e penso que será suficiente para montar uma pequena empresa.

Francis, Zâmbia

Preciso de oração por cura e direção espiritual. Obrigado!

Chamel, por e-mail

Por favor, orem pela conversão das pes-soas durante as reuniões evangelísticas em nossa igreja local.

Adrien, Burundi

Após vários anos procurando, consegui um emprego com o sábado livre. No en-tanto, o trabalho é desafiador. Por favor, orem para que eu aprenda rapidamente minha função e seja capaz de cumprir as exigências.

Rob, Estados Unidos

Aumentar pastores na linha de frente ajuda, mas isso não significa que não precisamos apoiar os membros leigos.

– Francis Tuffour, Dallas, Texas, Estados Unidos

r o n G r a y b i L L

t r o C a d e i d e i a s

28 Adventist World | Março 2015

GRATIDÃOOraçãow

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Como enviar cartas: letters@ adventist world.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua na carta o nome do artigo e a data da publicação. Coloque também seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.

World (outubro de 2014). Eu ficaria muito feliz de ver mais informações como essa!

Carol Leevia e-mail

Estudo BíblicoTodos os meses aguardo ansiosamente pela coluna de Estudo Bíblico, de Mark Finley. Ela é muito útil não só para o uso pessoal, mas também para os alunos da classe bíblica. Eu os uso após completar a série de estudos, durante ela e, mais frequente, após o batismo quando assuntos como escolha, esperança, paz e segurança ajudam os membros nos desafios cotidianos que os novos cristãos enfrentam. Eles não são teorias isoladas; são aplicáveis à vida real. Eu os coleciono e uso. Por favor, continue a publicá-los.

Viv Braddy-ReidBirmingham, Reino Unido

ObrigadoObrigado por sua revista e ministério! Lembrem-se de mim em suas orações; eu orarei por vocês.

Promise SiphumaBulawayo, Zimbábue

Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradeci-mentos (gratidão por orações respondidas) para [email protected]. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax, para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA.

Orem para que Deus dirija a visão que tenho sobre um ministério de multi-mídia para a comunidade, sobre paz e justiça social.

Victor, Estados Unidos

Por favor, orem por minha esposa, por mim e por nossa vida espiritual. Preciso

ser consistente com a minha fé!Franklin, Quênia

Por favor, orem pelo sucesso de nossa viagem missionária para ajudar as víti-mas do Tufão Haiyan. Orem, também, pelas vítimas do Tufão Ruby.

Rodel, Filipinas

cenoura Fonte: Men’s Health

maçãbatata

pepino

kiwi

berinjelamanga

Muitas vezes, a casca é a parte mais nutritiva das frutas e vegetais. Para extrair o máximo bene-fício, coma as seguintes frutas e vegetais com casca:

Com

Uma jornada de descobertas pela BíbliaDeus nos fala por meio de Sua Palavra. Junte-se a outros membros, em mais de 180 países, que estão lendo um capítulo da Bíblia todos os dias. Para baixar o Guia de Leitura da Bíblia, visite: www.reavivadosporsuapalavra.org, ou inscreva-se para receber diariamente o capítulo por e-mail. Para fazer parte desta iniciativa, comece por aqui:

1º- DE ABRil DE 2015 • 2 Coríntios 2

ReavivadosSua Palavrapor

Março 2015 | Adventist World 29

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A primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia do Iraque foi organizada no dia 17 de março de 1923.

As crenças adventistas foram introduzidas no país por Hashir Hasso, natural de Mosul. Hasso foi batizado em Beirute, Líbano, em 1911, quando estudava numa universidade americana

ali. Ele leu o livro Daniel e o Apocalipse, de Urias Smith, e recebeu estudos de W. K. Ising, um missionário adventista que servia em Beirute.

Embora Hasso tivesse ficado isolado, sem nenhum contato com a igreja durante a Primeira Guerra Mundial, em 1923 havia sete pessoas prontas para o batismo, ocasião em que Ising visitou o Iraque (Mesopotâmia na época). A recém-formada Missão da Mesopotâmia pertencia à Divisão Europeia.

W.K. Ising e Bashir Hasso

coisas… que você precisa conhecer sobre os5 pandas

milhões

Cerca de 800 milhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável. Esse número é maior do que as populações do Canadá, Estados Unidos e Europa Ocidental, juntas.Fonte: The Rotarian

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há92 anos

maısLargura média: 80 centímetros, nos ombros

Comprimento médio: 1,5 m

peso médio: machos, 113 kg e fêmeas 100 kg

média de vida em Cativeiro: 20 a 30 anos

dieta típiCa: bambu (99%)

As pessoas mais saudáveis do mundo compartilham os seguintes hábitos:

São felizes: as pessoas felizes tendem a ter pressão mais baixa.

Comem castanhas: as pessoas que consomem castanhas reduzem significa-tivamente o risco de doenças cardíacas, diabetes, câncer, etc.

Param de fumar: seja inteligente, não comece!

Ficam de pé: pessoas que ficam sentadas por mais de seis horas por dia são 40% mais propensas a morrer de qualquer causa que os que ficam sentados por menos de três horas.

Mantêm-se ativas: o exercício aumenta o condicionamento, energia e as endorfinas (a substância química que faz o cérebro se “sentir bem”).Fonte: Women’s Health

s t e L L a b o G d a n i C

Fonte: Defenders.org

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■ Meu hino preferido é “Longe e Perto os Campos Estão Maduros”. Ele me lembra do privilégio que temos como trabalhadores na seara do Senhor.

– Dancan, Nairóbi, Quênia

■ Meu hino preferido é “Bendita Segurança” (HA, 240). A harmonia é tão maravilhosa, e ele pode ser cantado como cânon.

– S. T. A., Leisnig, Alemanha

■ Meu hino preferido é “A Deus Demos Glória” (HA, 16). Enaltece a Deus, o Criador do Universo; como Ele nos enche de confiança e é uma constante fonte de bênçãos. O hino termina enaltecendo a bondade de Deus, que deu Seu Filho para morrer e vencer o pecado e a morte, nos dando acesso à cidade celestial. Aleluia!

– Jorge de Brito, Brasil

■ “Oh! Que Amigo em Cristo Temos!” (HA, 420) fala ao meu coração sobre o manso e gentil Jesus. Ele é o nosso melhor Amigo.

– Patrick, Abidjan, Costa do Marfim

Meu Hino Preferido…

No próximo mês, diga em até 50 palavras, qual é o sua promessa

bíblica preferida. Envie para: [email protected].

Coloque no assunto: Até 50 Palavras.

5OA T É P A L A V R A S

“Eis que cedo venho…”Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

EditorAdventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.

Editor Administrativo e Editor-ChefeBill Knott

Editor AssociadoClaude Richli

Gerente Internacional de PublicaçãoPyung Duk Chun

Comissão EditorialTed N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, assessor legal.

Comissão Coordenadora da Adventist World Jairyong Lee, presidente; Akeri Suzuki, Kenneth Osborn, Guimo Sung, Pyung Duk Chun, Suk Hee Han

Editores em Silver Spring, Maryland, EUALael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores assistentes), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Kimberly Luste Maran, Andrew McChesney

Editores em Seul, Coreia do Sul Pyung Duk Chun, Jae Man Park, Hyo Jun Kim

Editor On-lineCarlos Medley

Gerente de OperaçõesMerle Poirier

ColaboradoresMark A. Finley, John M. Fowler

ConselheiroE. Edward Zinke

Administrador Financeiro Rachel J. Child

Assistente Administrativo Marvene Thorpe-Baptiste

Comissão Administrativa Jairyong Lee, presidente; Bill Knott, secretário; P. D. Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Kenneth Osborn, Juan Prestol, Claude Richli, Akeri Suzuki, Ex-officio: Robert Lemon, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson

Diretor de Arte e DiagramaçãoJeff Dever, Brett Meliti

ConsultoresTed N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Raafat Kamal, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S. Simmons, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari

Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

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Website: www.adventistworld.org

Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria, México e nos Estados Unidos.

V. 11, nº- 3

Março 2015 | Adventist World 31

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