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CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO www.conticom.org.br www.conticom.org.br CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO [email protected] BOLETIM ELETRÔNICO Nº 454 - 17 A 24 DE JULHO DE 2017 FOI APROVADA PELO SENADO E SANCIONADA POR TEMER A MAIS COMPLETA BARBÁRIE CONTRA OS TRABALHADORES Veja alguns dos principais retrocessos na legislação impostos pelos golpistas ichel Temer (PMDB), na última quinta-feira (13), sancionou a nova legislação trabalhista, aprovada pelo Senado na última terça (11), o maior crime contra Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) desde a sua criação. Temer afirmou que “esse projeto é a revelação de como esse governo age, e como tenho dito, diálogo é o ponto princi- pal, mas formamos a ideia da responsa- bilidade fiscal com responsabilidade so- cial. E, quando falamos em responsabili- dade social, nós aqui estamos preservan- do todos os direitos dos trabalhadores. M Negociado sobre o legislado O Projeto de Lei 6.787 inclui o item 611-A na CLT. Segundo esse dispositivo, uma convenção ou acordo coletivo tem prevalência sobre a lei. Acontece que uma negociação, de fato, só tem possibilida- de de ocorrer se determinada categoria tiver um sindicato representativo e atuan- te. Se o trabalhador não puder contar com um sindicato forte – e um dos objetivos desta reforma é justamente enfraquecer os sindicatos - fica na pior. Neste pé é que as coisas ficaram agora. No texto original, era proibido alterar normas de segurança e de medicina do trabalho, disciplinadas em normas regu- lamentadoras, por exemplo. Isso desapa- receu nesta nefasta versão. Acordos e convenções O artigo 620 da CLT foi drasticamente alterado. Hoje, o texto diz que as condi- ções estabelecidas em convenções cole- tivas (por categoria), “quando mais favo- ráveis”, prevalecerão sobre as estipuladas em acordos coletivos (por empresa). O substituto propõe exatamente o con- trário: “As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre pre- valecerão sobre as estipuladas em con- venção coletiva de trabalho”. Assim, um acordo por empresa, por exemplo, valerá mais do que uma convenção válida para toda uma categoria profissional. Isso se torna mais grave com a cria- ção da figura do “representante por em- presa”, que pode ser manobrado pelo empregador para driblar o diálogo com o sindicato. Jornada A nova regra cria um novo artigo (59-A) para permitir que, por acordo individual escrito ou coletivo, “podem ser ajustadas quaisquer formas de compensação de jor- nada”, desde que não seja ultrapassado Não é que queiramos preservar, é que a Constituição Federal assim o determina”. UNIÃO - Em nota oficial, a CUT subli- nhou que “só a força da classe trabalha- dora organizada, aliada aos movimentos populares e forças políticas que defendem os interesses do povo, é que poderá re- verter essa série de ataques aos direitos sociais, à democracia e à soberania na- cional”. “Por isso mesmo a CUT reafirma sua posição de Fora Temer, Diretas Já e Constituinte para restabelecer a democra- cia, anular os atos dos golpistas nocivos aos nossos direitos e à nação brasileira”. COMBATE - Para o senador Paulo Paim (PT-RS), que votou contra o PLC 38/ 2017 que instituiu a mais completa bar- bárie contra os trabalhadores, “o povo bra- sileiro foi traído”, mas avisa com suas inú- meras mobilizações, que estará “sempre pronto para um bom combate”. “Foi lamentável a decisão. O Senado se omite, omite o poder do legislador. En- caminha um projeto idêntico, não mexeu uma vírgula do que vem da Câmara dos Deputados para o Executivo. Onde che- gamos? Por isso que esse país está essa esculhambação”, condenou Paim. o limite de dez horas diárias de trabalho e que a compensação seja feito no mes- mo mês. Outro dispositivo (59-B) dá es- paço para que seja possível estabelecer, inclusive por acordo individual escrito, jor- nada de 12 horas seguidas. Percurso Hoje, o tempo de deslocamento entre a casa do funcionário e a empresa é con- tabilizado como jornada quando o trans- porte é oferecido pelo empregador. O re- latório diz que esse tempo deixa de con- tar como jornada. “A nossa intenção é a de estabelecer que esse tempo, chama- do de hora in itinere, por não ser tempo à disposição do empregador, não integrará a jornada de trabalho”. Representação no local de trabalho Novo item, o 510-A, garante a eleição de uma comissão de representantes nas empresas com mais de 200 funcionários. A comissão terá de três a sete integran- tes, conforme o número de empregados. Não precisam ser sindicalizados. Esse colegiado terá objetivo anunciado de bus- car soluções para conflitos e acompanhar o cumprimento das leis trabalhistas. Tam- bém deve “acompanhar as negociações para a celebração de convenções coleti- vas e acordos coletivos de trabalho, sem prejuízo da atribuição constitucional dos sindicatos”. Terceirização Mexe nas leis 6.019 (trabalho tempo- rária) e 13.429 (recentemente sanciona- da por Michel Temer, sobre terceirização), para não deixar dúvida sobre o caráter amplo, geral e irrestrito com que a prática poderá ser adotada daqui por diante: “Con- sidera-se prestação de serviços a tercei- ros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas ativi- dades, inclusive sua atividade principal, à empresa prestadora de serviços que pos- sua capacidade econômica compatível com a sua execução”. Picaretas atuando firme em Brasília para acabar com avanços da CLT

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Page 1: CONSTRUÇÃOCONSTRUÇÃO · “Moro deve prestar contas para a história, como eu. A história é que vai dizer quem está certo e quem está errado. Não é possível ter Estado

CONSTRUÇÃOCONSTRUÇÃOCONSTRUÇÃOCONSTRUÇÃOCONSTRUÇÃOwww.conticom.org.brwww.conticom.org.br

CONSTRUÇÃOCONSTRUÇÃOCONSTRUÇÃOCONSTRUÇÃOCONSTRUÇÃOCONSTRUÇÃOCONSTRUÇÃOCONSTRUÇÃOCONSTRUÇÃOCONSTRUÇÃ[email protected] ELETRÔNICO Nº 454 - 17 A 24 DE JULHO DE 2017

FOI APROVADA PELO SENADO E SANCIONADA POR TEMER AMAIS COMPLETA BARBÁRIE CONTRA OS TRABALHADORES

Veja alguns dos principais retrocessos na legislação impostos pelos golpistas

ichel Temer (PMDB), na últimaquinta-feira (13), sancionou a novalegislação trabalhista, aprovada

pelo Senado na última terça (11), o maiorcrime contra Consolidação das Leis doTrabalho (CLT) desde a sua criação.

Temer afirmou que “esse projeto é arevelação de como esse governo age, ecomo tenho dito, diálogo é o ponto princi-pal, mas formamos a ideia da responsa-bilidade fiscal com responsabilidade so-cial. E, quando falamos em responsabili-dade social, nós aqui estamos preservan-do todos os direitos dos trabalhadores.

M

Negociado sobre o legisladoO Projeto de Lei 6.787 inclui o item

611-A na CLT. Segundo esse dispositivo,uma convenção ou acordo coletivo temprevalência sobre a lei. Acontece que umanegociação, de fato, só tem possibilida-de de ocorrer se determinada categoriativer um sindicato representativo e atuan-te. Se o trabalhador não puder contar comum sindicato forte – e um dos objetivosdesta reforma é justamente enfraqueceros sindicatos - fica na pior. Neste pé éque as coisas ficaram agora.

No texto original, era proibido alterarnormas de segurança e de medicina dotrabalho, disciplinadas em normas regu-lamentadoras, por exemplo. Isso desapa-receu nesta nefasta versão.

Acordos e convençõesO artigo 620 da CLT foi drasticamente

alterado. Hoje, o texto diz que as condi-ções estabelecidas em convenções cole-tivas (por categoria), “quando mais favo-ráveis”, prevalecerão sobre as estipuladasem acordos coletivos (por empresa). 

O substituto propõe exatamente o con-trário: “As condições estabelecidas emacordo coletivo de trabalho sempre pre-valecerão sobre as estipuladas em con-venção coletiva de trabalho”. Assim, umacordo por empresa, por exemplo, valerámais do que uma convenção válida paratoda uma categoria profissional. 

Isso se torna mais grave com a cria-ção da figura do “representante por em-presa”, que pode ser manobrado peloempregador para driblar o diálogo com osindicato.

JornadaA nova regra cria um novo artigo (59-A)

para permitir que, por acordo individualescrito ou coletivo, “podem ser ajustadasquaisquer formas de compensação de jor-nada”, desde que não seja ultrapassado

Não é que queiramos preservar, é que aConstituição Federal assim o determina”.

UNIÃO - Em nota oficial, a CUT subli-nhou que “só a força da classe trabalha-dora organizada, aliada aos movimentospopulares e forças políticas que defendemos interesses do povo, é que poderá re-verter essa série de ataques aos direitossociais, à democracia e à soberania na-cional”. “Por isso mesmo a CUT reafirmasua posição de Fora Temer, Diretas Já eConstituinte para restabelecer a democra-cia, anular os atos dos golpistas nocivosaos nossos direitos e à nação brasileira”.

COMBATE - Para o senador PauloPaim (PT-RS), que votou contra o PLC 38/2017 que instituiu a mais completa bar-bárie contra os trabalhadores, “o povo bra-sileiro foi traído”, mas avisa com suas inú-meras mobilizações, que estará “semprepronto para um bom combate”.

“Foi lamentável a decisão. O Senadose omite, omite o poder do legislador. En-caminha um projeto idêntico, não mexeuuma vírgula do que vem da Câmara dosDeputados para o Executivo. Onde che-gamos? Por isso que esse país está essaesculhambação”, condenou Paim.  

o limite de dez horas diárias de trabalhoe que a compensação seja feito no mes-mo mês. Outro dispositivo (59-B) dá es-paço para que seja possível estabelecer,inclusive por acordo individual escrito, jor-nada de 12 horas seguidas.

PercursoHoje, o tempo de deslocamento entre

a casa do funcionário e a empresa é con-tabilizado como jornada quando o trans-porte é oferecido pelo empregador. O re-latório diz que esse tempo deixa de con-tar como jornada. “A nossa intenção é ade estabelecer que esse tempo, chama-do de hora in itinere, por não ser tempo àdisposição do empregador, não integraráa jornada de trabalho”.

Representação no local de trabalhoNovo item, o 510-A, garante a eleição

de uma comissão de representantes nasempresas com mais de 200 funcionários.A comissão terá de três a sete integran-tes, conforme o número de empregados.

Não precisam ser sindicalizados. Essecolegiado terá objetivo anunciado de bus-car soluções para conflitos e acompanharo cumprimento das leis trabalhistas. Tam-bém deve “acompanhar as negociaçõespara a celebração de convenções coleti-vas e acordos coletivos de trabalho, semprejuízo da atribuição constitucional dossindicatos”.

TerceirizaçãoMexe nas leis 6.019 (trabalho tempo-

rária) e 13.429 (recentemente sanciona-da por Michel Temer, sobre terceirização),para não deixar dúvida sobre o caráteramplo, geral e irrestrito com que a práticapoderá ser adotada daqui por diante: “Con-sidera-se prestação de serviços a tercei-ros a transferência feita pela contratanteda execução de quaisquer de suas ativi-dades, inclusive sua atividade principal, àempresa prestadora de serviços que pos-sua capacidade econômica compatívelcom a sua execução”.

Picaretas atuando firme em Brasília para acabar com avanços da CLT

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Trabalho intermitenteA “deforma” inclui essa modalidade no

artigo 443, sobre contratos de trabalho. De-fine trabalho intermitente como aquele deprestação de serviços não contínua, ocor-rendo com alternância de períodos e deinatividade, determinados em horas, diasou meses. O contrato (artigo 452-A, novo)deve conter especificamente o valor da horade trabalho. Convocação deve ser feita compelo menos três dias de antecedência.

Além de submeter o trabalhador à em-presa, praticamente, sem permitir que eletenha outro emprego, o empregado seriachamado a trabalhar com 3 dias de ante-cedência, e se não comparecer terá ain-da que pagar uma multa para o patrão novalor de 50% do valor daquilo que recebe-ria pelo serviço.

UltratividadeA expressão refere-se à manutenção

da validade de convenções e acordos co-letivos enquanto não houver renovação. Éum item frequentemente contestado pe-los empresários. Recentemente, o minis-tro do Supremo Tribunal Federal (STF)Gilmar Mendes concedeu liminar suspen-dendo a ultratividade. No substitutivo, orelator endossa a posição e proíbe defini-tivamente a prática (artigo 614).

Verbas rescisóriasEm novo item (484-A), o relatório per-

mite que o trabalhador, em caso de acor-do para extinção de seu contrato, abra mãode 50% do aviso prévio e da multa sobre oFGTS. Nesse caso, ele só poderá movimen-tar 80% dos depósitos do Fundo de Garan-tia e não tem direito ao seguro-desemprego.

Justiça do Trabalho“A Justiça do Trabalho decidirá, na fal-

ta de disposições legais ou contratuais,conforme o caso, pela jurisprudência, poranalogia, por equidade e outros princípi-os e normas gerais de direito, principal-mente do direito do trabalho. [...] O direi-

to comum será fonte subsidiária do direi-to do trabalho, naquilo em que não for in-compatível com os princípios fundamen-tais deste”.

As súmulas e enunciados de jurispru-dência editados pelo TST e pelos TRT nãopoderão restringir direitos legalmente pre-visto nem criar obrigações que não este-jam previstas em lei.

FériasHoje, a lei determina que serão con-

cedidas em um só período, após 12 me-ses. Podem ser divididas em duas em “ca-sos excepcionais”, com no mínimo 10dias em um dos períodos (artigo 134).Com a possível mudança, as férias pode-

E a lista de ataques aos direitos dos trabalhadores prossegue...

rão serão divididas em três, com um perí-odo não inferior a 14 dias.

Demissão imotivadaCria novo dispositivo (artigo 477) para de-

terminar que as demissões individuais, plu-rais ou coletivas “equiparam-se” e não há ne-cessidade de autorização prévia de entida-de sindical ou de acordo coletivo. A Conven-ção 158 da OIT proíbe a dispensa imotivada.

GestantesA empregada gestante ou lactante será

afastada de “quaisquer atividades, opera-ções ou locais insalubres” (artigo 394-A).A “deforma” permite que ela trabalhe emlocal insalubre mediante apresentação deatestado médico (da empresa).

Durante meses o movimento sindi-cal mobilizou varias categorias con-tra a reforma trabalhista que li-quidou direitos e lançou àforça o Brasil de volta ao sé-culo XIX. Desde a campanhapara depor Dilma Rousseff,movimentos sociais, partidosde esquerda, coletivos eagentes que enfrentam as for-ças do retrocesso atuam paraesclarecer o sentido do golpe de es-tado de 2016.

INFÂMIA - O dia 11 de julho entrapara a historia como uma das maioresinfâmias cometidas pela classe domi-nante contra o povo brasileiro. A oficiali-zação do retrocesso trabalhista não deveser vista isoladamente. Nem de longe éum fato isolado. É um movimento pro-fundo realizado pelo patronato no con-

SINDICALISMO PÓS-REFORMADouglas Martins

texto da luta de classes. Para isso elesderam o golpe. É o triunfo da estupidezsobre a civilização.

A reforma aprovada no Congresso é fi-lha legítima da articulação reacionária ur-

dida desde a eleição de Lula em2003, derrotada nas urnas e, porisso mesmo, convertida em sa-botagem aberta e sistemáticaà democracia onde democra-cia significar justiça social. Opassado sufocou o presente

e ameaça o futuro. Vai um tem-po até que a sociedade acorde.

Mas ela acordará.EXCRECÊNCIAS - A ditadura do

capital sobre o trabalho vai se agravar. Ex-crecências jurídicas como trabalho inter-mitente, trabalho temporário, férias par-celadas, negociado sobre legislado terãoefeitos devastadores na vida cotidiana demilhões de pessoas neste que antes doretrocesso social já figurava como um dospaíses mais injustos do planeta. Por isso

o sindicalismo de luta se faz imprescin-dível.

O movimento sindical vive seu maiordesafio desde a redemocratização. Pre-cisa informar os trabalhadores sobre osefeitos do massacre golpista e ao mes-mo tempo propor uma pauta, o mais uni-ficada possível, de organização e finan-ciamento da ação sindical como campode resistência a partir do mundo do tra-balho ampliando a cidadania insurgentejunto com os movimento sociais.

Patrões não agem sozinhos. Têmapoio do sindicalismo de negócios, daoligarquia midiática, do capital interna-cional e, com o poder do dinheiro, cor-rompem as instituições políticas criadaspara representar a sociedade, controlan-do votos e interpretações jurídicas. Areforma pretende estender esse contro-le ao movimento sindical.

O sindicalismo pós-reforma é a re-jeição desse controle brutal travestidode modernização.

O vermelho cutista tem marcado presença nas ruas e avenidas do país

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CONSTRUÇÃO - Informativo da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira (Conticom/CUT).Endereço: Rua Caetano Pinto, 575, 1º andar, Brás, São Paulo-SP, CEP 03041-000. Fone: (11) 3330.3667. Fax: (11) 3330.3669. www.conticom.org.brPresidente: Claudio da Silva Gomes. Secretário de Imprensa: Carlos Magno Teixeira da Silva. Edição: Leonardo Severo. Textos: Camila Severo

uiz Inácio Lula da Silva reagiu àsentença do juiz Sérgio Moro comum discurso crítico sobre a

sentença do magistrado, que condenou oex-presidente a nove anos e meio deprisão por conta do processo que envolveum apartamento no Guarujá, no litoralpaulista. O pronunciamento do petistaocorreu na sede do PT em São Paulo, namanhã desta quinta-feira (13).

“Moro deve prestar contas para ahistória, como eu. A história é que vai dizerquem está certo e quem está errado. Nãoé possível ter Estado de direito se a gentenão acreditar na Justiça. E por isso aJustiça não pode mentir, não pode tomardecisões políticas. Tem que tomar decisõesbaseadas nos autos”, criticou Lula.

Durante seu pronunciamento, o ex-presidente falou sobre as eleições de2018 e anunciou sua pré-candidatura. “Sealguém pensa que com essa sentença metiraram do jogo, pode saber que eu tô nojogo. E quero dizer ao meu partido queaté agora não tinha reivindicado, mas voureivindicar, de me colocar como postulanteà Presidência da República em 2018”.

RECADO - Já no final, o petistamandou um recado aos seus opositores.“Quem acha que é o fim do Lula vaiquebrar a cara. Quem tem o direito dedecretar o meu fim é o povo brasileiro.”

O presidente nacional da CUT, VagnerFreitas, convocou a militância para asmanifestações que ocorrerão em todo opaís para apoiar o petista. “Nós nãoaceitaremos um processo eleitoral sem opresidente Lula. Eleição sem o presidenteLula é fraude. Dia 20 estaremos nas ruascom vários, porque defender Lula édefender a classe trabalhadora e ademocracia”, sublinhou Vagner.

LULA: “QUEM TEM O DIREITO DE DECRETAR O MEU FIM É O POVO”Ex-presidente anuncia sua candidatura à presidência em discurso duro e desafia a Justiça

Eleição sem a participação do ex-presidente é fraude, apontam movimentos sociais, organizando a reação popularDIA 20 TEM POVO NA RUA EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DE LULA

Com as bandeiras da defesa da de-mocracia e de Lula, por Fora Temer eDiretas Já e contra a implementação daReforma Trabalhista, organizações dosmovimentos sindical, sociais e partidosvão às ruas de todo o país na próximaquinta-feira (20).

Em São Paulo, a mobilização acon-tece na Avenida Paulista, a partir das17 horas, e terá entre os participantes oex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,alvo da parte jurídica do golpe que co-meçou com a ascensão de Temer.

Além de São Paulo, a CUT organi-zará e participará de atos em todo o país.Conforme destaca Vagner Freitas, poisnão se trata de defender apenas a figura

ou o legado do ex-presidente mas, tam-bém o funcionamento democrático e igua-litário da justiça brasileira e os direitossociais, previdenciário e trabalhistas. "Paraa Casa Grande, Lula representa o perigode um governo popular e trabalhista voltarao poder e reestabelecer a democracia, aigualdade, a distribuição de renda, a justi-ça e a inclusão social”, acrescentou.

ALERTA - Durante a reunião em SãoPaulo para organizar os atos, o membroda coordenação nacional do Movimentodos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Gui-lherme Boulos alertou que é preciso im-pedir o caráter partidário do Judiciário.

“Vivemos período de profundos retro-cessos sociais e democráticos. A conde-

nação de Lula pelo Moro é mais um gol-pe à já combalida democracia brasilei-ra, porque quando a justiça toma parti-do, condena sem provas, age pela pre-sunção da culpa e um juiz se torna acu-sador, há algo sério acontecendo. Porisso fazemos parte dessa campanha querepudia essa acusação sem provascomo parte da tentativa de tirar no tapetãoo Lula da disputa política”, avaliou.

AMPLITUDE DA LUTA - Dirigentenacional do Movimento dos Trabalhado-res Rurais Sem Terra (MST) Gilmar Mauroexplicou porque a luta não é restrita aosdefensores e simpatizantes do ex-presi-dente, mas fundamental para todo aque-le que acredite na democracia.

L

1. Lula ao lado delideranças dos movi-

mentos sociais epartidários;

2. Solidariedade aLula em João

Pessoa-PB;3. Lavagem do chão

do Tribunal deJustiça de Campinas

com creolina

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