construção, operação e manutenção de redes de distribuição de água - nível 2

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 Guia do pr ossional em treinamento Construção, operação e manutenção de redes de distribuição de água      A      b    a    s     t    e    c      i    m    e    n     t    o      d    e     á    g    u    a Nível 2

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Rede de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - ReCESA

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  • Guia do profi ssional em treinamento

    Construo, operao e manuteno de redes de

    distribuio de gua Abas

    tecim

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    ua

    Nvel 2

  • Promoo Rede de Capacitao e Extenso Tecnolgica em Saneamento Ambiental - ReCESA

    Realizao Ncleo Sudeste de Capacitao e Extenso Tecnolgica em Saneamento Ambiental - Nucase

    Instituies integrantes do Nucase Universidade Federal de Minas Gerais (lder) | Universidade Federal do Esprito Santo | Universidade Federal do Rio de Janeiro | Universidade Estadual de Campinas

    Financiamento Financiadora de Estudos e Projetos do Ministrio da Cincia e Tecnologia | Fundao Nacional de Sade do Ministrio da Sade | Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministrio das Cidades

    Apoio organizacional Programa de Modernizao do Setor Saneamento-PMSS

    Patrocnio FEAM/Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel

    Comit consultivo da ReCESA

    Associao Brasileira de Captao e Manejo de gua de Chuva ABCMAC Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental ABES Associao Brasileira de Recursos Hdricos ABRH Associao Brasileira de Resduos Slidos e Limpeza Pblica ABLP Associao das Empresas de Saneamento Bsico Estaduais AESBE Associao Nacional dos Servios Municipais de Saneamento ASSEMAE Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educao Tecnolgica Concefet Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CONFEA Federao de rgo para a Assistncia Social e Educacional FASE Federao Nacional dos Urbanitrios FNU Frum Nacional de Comits de Bacias Hidrogrficas Fncbhs Frum Nacional de Pr-Reitores de Extenso das Universidades Pblicas Brasileiras

    Forproex Frum Nacional Lixo e Cidadania L&C Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental FNSA Instituto Brasileiro de Administrao Municipal IBAM Organizao Pan-Americana de Sade OPAS Programa Nacional de Conservao de Energia Procel Rede Brasileira de Capacitao em Recursos Hdricos Cap-Net Brasil

    Comit gestor da ReCESA

    Ministrio das Cidades Ministrio da Cincia e Tecnologia Ministrio do Meio Ambiente Ministrio da Educao Ministrio da Integrao Nacional Ministrio da Sade Banco Nacional de Desenvolvimento

    Econmico Social (BNDES) Caixa Econmica Federal (CAIXA)

    Parceiros do Nucase

    Cedae/RJ - Companhia Estadual de guas e Esgotos do Rio de Janeiro Cesan/ES - Companhia Esprito Santense de Saneamento Comlurb/RJ - Companhia Municipal de Limpeza Urbana Copasa Companhia de Saneamento de Minas Gerais DAEE - Departamento de guas e Energia Eltrica do Estado de So Paulo DLU/Campinas - Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura Municipal de Campinas Fundao Rio-guas Incaper/ES - Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistncia Tcnica e Extenso Rural IPT/SP - Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo PCJ - Consrcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundia SAAE/Itabira - Sistema Autnomo de gua e Esgoto de Itabira MG SABESP - Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo SANASA/Campinas - Sociedade de Abastecimento de gua e Saneamento S.A. SLU/PBH - Servio de Limpeza Urbana da prefeitura de Belo Horizonte Sudecap/PBH - Superintendncia de Desenvolvimento da Capital da Prefeitura de Belo Horizonte UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto UFSCar - Universidade Federal de So Carlos UNIVALE Universidade Vale do Rio Doce

  • Abas

    tecim

    ento

    de g

    ua

    Nvel 2Guia do profi ssional em treinamento

    Construo, operao e manuteno de redes de

    distribuio de gua

  • Conselho Editorial Temtico

    Valter Lcio de Pdua - UFMG Bernardo Arantes do Nascimento Teixeira - UFSCAR

    Edumar Coelho - UFES Iene Christie Figueiredo - UFRJ

    Profissionais que participaram da elaborao deste guia

    Professor Valter Lcio de Pdua Consultores Alosio de Arajo Prince (conteudista) l Jorge Martins Borges (conteudista)

    Izabel Chiodi Freitas (validadora)Bolsistas Luiza Clemente Cardoso l Simo Voloch Neto

    Crditos

    Consultoria pedaggica Ctedra da Unesco de Educao a Distncia FaE/UFMGJuliane Corra | Sara Shirley Belo Lana

    Projeto Grfico e Diagramao Marco Severo | Rachel Barreto | Romero Ronconi

    Impresso Artes Grficas Formato

    permitida a reproduo total ou parcial desta publicao, desde que citada a fonte.

    Catalogao da Fonte : Ricardo Miranda CRB/6-1598

    T772 Transversal : lodo gerado durante o tratamento de gua e esgoto : guia do profissional em treinamento : nvel 2 / Ministrio das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (org.). Braslia : Ministrio das Cidades, 2008. 90 p.

    Nota: Realizao do NUCASE Ncleo Sudeste de Capacitao e Extenso Tecnolgica em Saneamento Ambiental (Conselho Editorial Temtico: Carlos Augusto de Lemos Chernicharo; Ricardo Franci Gonalves; Edson Aparecido Abdul Nour e Isaac Volschan Junior).

    1. Lodo Saneamento. 2. Lodo Tratamento. 3. Saneamento Administrao Brasil. 2. Saneamento Legislao Brasil. I. Brasil. Ministrio das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. II. Ncleo Sudeste de Capacitao e Extenso Tecnolgica em Saneamento Ambiental. CDD 628.081

  • Apresentao da ReCESA

    A criao do Ministrio das Cidades no Governo do Presidente Luiz Incio Lula da Silva, em 2003, permitiu que os imensos desafios urbanos passassem a ser encarados como poltica de Estado. Nesse contexto, a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA) inaugurou um paradigma que inscreve o saneamento como poltica pblica, com dimenso urbana e ambiental, promotora de desenvolvimento e da reduo das desigualdades sociais. Uma concepo de saneamento em que a tcnica e a tecnologia so colocadas a favor da prestao de um servio pblico e essencial.

    A misso da SNSA ganhou maior relevncia e efetividade com a agenda do saneamento para o quadrinio 2007-2010, haja vista a deciso do Governo Federal de destinar, dos recursos reservados ao Programa de Acelerao do Crescimento PAC, 40 bilhes de reais para investimentos em saneamento.

    Nesse novo cenrio, a SNSA conduz aes em capacitao como um dos instrumentos estratgicos para a modificao de paradigmas, o alcance de melhorias de desempenho e da qualidade na prestao dos servios e a integrao de polticas setoriais. O projeto

    de estruturao da Rede de Capacitao e Extenso Tecnolgica em Saneamento

    Ambiental ReCESA constitui importante iniciativa nesta direo.

    A ReCESA tem o propsito de reunir um conjunto de instituies e entidades com o objetivo de coordenar o desenvolvimento de propostas pedaggicas e de material didtico, bem como promover aes de intercmbio e de extenso tecnolgica que levem em considerao as peculiaridades regionais e as diferentes polticas, tcnicas e tecnologias visando capacitar profissionais para a operao, manuteno e gesto dos sistemas de saneamento. Para a estruturao da ReCESA foram formados Ncleos Regionais e um Comit Gestor, em nvel nacional.

    Por fim, cabe destacar que este projeto ReCESA tem sido bastante desafiador para todos ns. Um grupo, predominantemente formado por profissionais da engenharia, mas, que compreendeu a necessidade de agregar outros olhares e saberes, ainda que para isso tenha sido necessrio contornar todos os meandros do rio, antes de chegar ao seu curso principal.

    Comit gestor da ReCESA

  • O Ncleo Sudeste de Capacitao e Extenso Tecnolgica em Saneamento Ambiental

    Nucase tem por objetivo o desenvolvimento de atividades de capacitao de profissionais da rea de saneamento, nos quatro estados da regio sudeste do Brasil.

    O Nucase coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais UFMG, tendo como instituies co-executoras a Universidade Federal do Esprito Santo UFES, a Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ e a Universidade Estadual de Campinas UNICAMP. Atendendo aos requisitos de abrangncia temtica e de capilaridade regional, as universidades que integram o Nucase tm como parceiros, em seus estados, prestadores de servios de saneamento e entidades especficas do setor.

    Coordenadores institucionais do Nucase

    A coletnea de materiais didticos produzidos pelo Nucase composta de 42 guias que sero utilizados em oficinas de capacitao para profissionais que atuam na rea do saneamento. So seis guias que versam sobre o manejo de guas pluviais urbanas, doze relacionados aos sistemas de abastecimento de gua, doze sobre sistemas de esgotamento sanitrio, nove que contemplam os resduos slidos urbanos e trs tero por objeto temas que perpassam todas as dimenses do saneamento, denominados temas transversais.

    Dentre as diversas metas estabelecidas pelo Nucase, merece destaque a produo dos Guias dos profissionais em treinamento, que serviro de apoio s oficinas de capacitao de operadores em saneamento que possuem grau de escolaridade variando do semi-alfabetizado ao terceiro grau. Os guias tm uma identidade visual e uma abordagem pedaggica que visa estabelecer um dilogo e a troca de conhecimentos entre os profissionais em treinamento e os instrutores. Para isso, foram tomados cuidados especiais com a forma de abordagem dos contedos, tipos de linguagem e recursos de interatividade.

    Equipe da central de produo de material didtico CPMD

    Nucase Os guias

  • A srie de guias relacionada ao abastecimento de gua resultou do trabalho coletivo que envol-veu a participao de dezenas de profissionais. Os temas que compem esta srie foram defi-nidos por meio de uma consulta a companhias de saneamento, prefeituras, servios autno-mos de gua e esgoto, instituies de ensino e pesquisa e profissionais da rea, com o objetivo de se definir os temas que a comunidade tcni-ca e cientfica da regio Sudeste considera, no momento, os mais relevantes para o desenvol-vimento do projeto NUCASE.

    Os temas abordados nesta srie dedicada ao abastecimento de gua incluem: Qualidade de gua e padro de potabilidade; Construo,

    operao e manuteno de redes de distribuio

    de gua; Operao e manuteno de estaes

    elevatrias de gua; Operao e manuteno de

    estaes de tratamento de gua; Gerenciamento

    de perdas de gua e de energia eltrica em siste-

    mas de abastecimento de gua; Amostragem,

    preservao e caracterizao fsico-qumica

    e microbiolgica de guas de abastecimento;

    Gerenciamento, tratamento e disposio final de

    lodos gerados em ETAs. Certamente h muitos outros temas importantes a serem aborda-dos, mas considera-se que este um primeiro e importante passo para que se tenha mate-rial didtico, produzido no Brasil, destinado a profissionais da rea de saneamento que raramente tm oportunidade de receber trei-namento e atualizao profissional.

    Coordenadores da rea temtica de abastecimento de gua

    Apresentao da rea temtica: Abastecimento de gua

  • Introduo ..................................................................................10Aspectos sanitrios das redes de distribuio de gua ................13 Sistemas de abastecimento de gua ...................................13 Qualidade da gua e sade ............................................... 26Aspectos construtivos, operacionais e de manuteno das redes de distribuio de gua .............................................. 36 Interpretao de projetos de rede de distribuio de gua ............................................................................ 36 Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua ..................................................... 44 Especificaes de tubos, juntas, vlvulas, acessrios e conexes ...................................................... 71Controle de perdas de gua em redes de distribuio de gua ... 79 Noes de gerenciamento de perdas de gua .................. 79 Simulao hidrulica e automao de redes de distribuio de gua ..................................................... 85

    Sumrio

  • 10 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Caro profissional,

    Para que a gua esteja disponvel assim que abrimos uma torneira, ela passa por um longo processo que comea na captao e termina na distribuio aos usurios do sistema de abastecimento de gua. As redes de distri-buio precisam ser construdas de maneira adequada, levando em conta as caractersti-cas da regio e as necessidades da populao, e exigem uma equipe sempre pronta para oper-las e repar-las quando necessrio. Essa equipe, da qual voc faz parte, tem gran-de responsabilidade com a sade das pessoas que utilizam a gua tratada.

    Mas se a gua j foi tratada, o que pode interferir em sua qualidade nessa etapa do abastecimento?

    Alm de a gua correr risco de ser contami-nada durante essa etapa, tambm temos o problema das perdas de gua, que impedem que ela chegue em quantidade adequada aos usurios.

    Abordaremos, ao longo desse guia, aspec-tos importantes da construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua. Para uma melhor compreenso do tema, organizamos esse guia nos seguintes conceitos-chave:

    Introduo

    Aspectos sanitrios de redes de distri-buio de gua; Aspectos construtivos, operacionais e de manuteno de redes de distribuio de gua; Controle de perdas de gua em redes de distribuio de gua.

    Neste guia do profissional em treinamento esto os textos, atividades e outras informa-es que usaremos durante essa oficina.

    Esperamos que sua participao nessa atividade estimule a troca de experincias, desperte a conscincia do papel social do seu trabalho e acrescente algo mais nos seus conhecimentos sobre a importncia sanitria na etapa da distribuio de gua. E que esses conhecimentos sejam teis para voc como profissional, responsvel pela gua distribuda em sua cidade, e como cidado, preocupado com a preservao do meio ambiente e com a sade da populao.

    Antes de seguirmos adiante, sugerimos que voc faa a prxima atividade, refletindo um pouco sobre o servio de abastecimento de gua.

    1.

    2.

    3.

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 11

    Para ler e refletir

    A atividade a seguir prope que voc reflita, individualmente, sobre a importncia da qualidade da gua para a sade e bem estar das pessoas a partir de um acontecimento noticiado em um jornal.

    Suponha que as crianas enfermas morem em residncia atendida por sistema de abastecimento de gua e dotada de caixa dgua e instalaes hidrulicas.

    Imagine que as crianas moravam em uma mesma casa e no ocorreu nenhum caso parecido na regio em que vivem. Onde poderia ter acontecido a contaminao?

    Foi noticiado, em um jornal, um surto de diar-

    ria em crianas. Segundo a notcia, os m-

    dicos acreditam que elas tenham ingerido um

    agente patognico transmitido pela gua.

    gua contaminada

    Agora, imagine que as trs crianas moravam em um mesmo bairro. Onde a gua pode ter sido contaminada?

  • 12 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Quais as possveis causas da contaminao?

    Caso as crianas morassem em uma mesma cidade, em bairros dife-rentes. Onde a gua poderia ter sido contaminada?

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 13

    Vamos comear nossa oficina sobre redes de distribuio de gua discutindo o abastecimento de gua no contexto da bacia hidrogrfi-ca. A seguir vamos lembrar as unidades que compem um sistema de abastecimento de gua e lembrar a importncia do abastecimento de gua e das outras reas do saneamento para a sade das pessoas.

    Sistemas de Abastecimento de gua

    gua de fcil acesso e boa qualidade fundamental sade e ao bem estar dos seres humanos. O sistema de abastecimento de gua, assim como as demais reas do saneamento, tem como objetivo proteger a sade das pessoas. Para um bom planejamento e para o funciona-mento correto do sistema, fundamental conhecer as caractersticas da bacia hidrogrfica na qual o sistema de abastecimento de gua est situado. Vamos tratar desse assunto na atividade a seguir, que tem como objetivo auxiliar na identificao destas caractersticas. Logo aps discutiremos sobre a Bacia Hidrogrfica e por ltimo lembrar as unidades dos sistemas de abastecimento de gua.

    OBJETIVOS:

    - Identificar os fatores que interferem no abastecimento de gua dentro de uma bacia hidrogrfica;

    - Relembrar as unidades de um sistema de abastecimento de gua;

    - Comentar a importncia do abastecimento de gua e das demais reas do saneamento para a sade das pessoas;

    - Relembrar as doenas relacio-nadas falta de saneamento;

    - Discutir o padro de potabilidade da gua estabelecido pelo Ministrio da Sade.

    Aspectos sanitrios das redes

    de distribuio de gua

    Questo para discusso

    Em grupo, responda e discuta as questes a seguir.

    O que um Sistema de Abastecimento de gua? Quais os principais componentes desse sistema?

  • 14 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    O que uma Bacia Hidrogrfica?

    Que caractersticas da Bacia Hidrogrfica devem ser observadas no planejamento do Sistema de Abastecimento de gua?

    Conhecer as caractersticas da bacia hidrogrfica na qual o sistema de abastecimento de gua est situado fundamental para um bom planejamento e para o funcionamento correto do sistema.

    Bacia Hidrogrfi ca

    Bacia Hidrogrfica uma rea natural cujos limites so definidos pelos pontos mais altos do relevo. Esses pontos so chamados de divisores de gua ou espiges dos montes ou montanhas.

    Agora ser feita uma exposio oral sobre o abastecimento de gua no contexto da bacia hidrogrfica. Procure participar durante a exposio: relate suas experincias, faa perguntas, tire dvidas e procure identificar o que complementa as respostas que voc e seu grupo apresentaram antes.

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 15

    Dentro da bacia, a gua da chuva drenada superficialmente por um curso de gua princi-pal at sua sada, no local mais baixo do relevo, esse local chamado foz do curso de gua.

    Para garantir a quantidade e a qualidade da gua dos mananciais e das nascentes que os alimen-tam, deve-se manter a vegetao natural no seu entorno e nas encostas, e tambm tomar alguns cuidados no uso e preparo do solo para diminuir a velocidade das enxurradas e aumentar a infil-trao de gua no solo. Qualquer alterao no meio ambiente dentro de uma Bacia Hidrogrfica ter consequncias em toda a Bacia.

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    Bacia hidrogrfi ca

    Voc sabe por que importante diminuir a velocidade das enxurradas e aumentar a infi ltrao?

    Se a velocidade das enxurradas diminuda e a infiltrao aumentada, a quantidade de gua subterrnea aumentar. Para que isso acontea, devemos proteger a vegetao natural do solo e evitar sua impermeabilizao.

    Em uma Bacia Hidrogrfica, as reas que se situam acima do ponto de captao do Sistema de Abastecimento de gua esto montante e as reas localizadas abaixo esto jusante.

    As atividades realizadas montante e jusan-te merecem tanto a ateno dos trabalhadores do sistema de gua e da comunidade quanto a regio em torno do ponto de captao de gua. Devem-se impedir aes e ativida-des que possam prejudicar a quantidade e a qualidade da gua do manancial que abastece a comunidade onde moramos e as comuni-dades que se situam jusante.

    Regies montante e jusante do ponto de captao

  • 16 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Atualmente, o planejamento governamental e a atuao das comunidades tendem a ser feitos por bacias hidrogrficas. Assim, foram formados os Comits de Bacia Hidrogrfica.

    H no seu municpio ou regio comit de Bacia? O rgo onde voc trabalha participa?

    Os Comits de Bacias Hidrogrficas tomam decises relacionadas gua. Cada regio tem ou ter um Comit de Bacia, que pode ser dividido em Sub-comits, permi-tindo cada vez mais que os usurios diretos possam gerir suas guas. Os comits so compostos por vrios representantes que partilham o uso da gua. Fazer parte de um comit uma tima forma de fazer valer seus direitos de cidado e de participar da preservao dos mananciais!

    Bacia Hidrogrfica Virtual

    Devido a importncia de se observar as caractersticas da Bacia Hidrogrfica na implantao e operao dos servios de saneamento, as oficinas de capacitao da ReCESA contam com a Bacia Hidrogrfica Virtual, ou BHV. A BHV um programa de computador onde voc encontrar textos, vdeos e jogos sobre saneamento inseridos em uma bacia hidrogrfica com nove cidades virtuais.

    Conversamos um pouco sobre bacia hidrogrfica. muito importante conhecer as caracte-rsticas naturais da fonte de gua e da regio abastecida pelo Sistema de Abastecimento de gua. Agora vamos relembrar as etapas que compem esse sistema.

    Unidades do Sistemas de Abastecimento de gua

    Um sistema de abastecimento uma soluo coletiva para fornecer gua a uma comunidade. Nele, a gua retirada da natureza, tratada e transportada at os consumidores.

    Voc sabia que a adoo de uma soluo coletiva para o abastecimento facilita a construo, a operao e a manuteno das unidades do sistema e o controle sobre a qualidade da gua consumida pela populao?

    Voc conhece outras solues coletivas de abastecimento de gua?

    Alm dos sistemas de abastecimento de gua, existem outras solues coletivas de abaste-cimento de gua. So solues alternativas como torneiras pblicas, caminhes-pipa, etc.

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 17

    Observe o sistema de abastecimento de gua representado na figura e, individualmente, responda as questes a seguir.

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    13

    4

    6

    5

    7

    8

    9

    Sistema de abastecimento de gua

    Identifique, na figura, as unidades do sistema de abastecimento de gua e enumere a coluna abaixo.

    Reservatrio apoiadoCaptaoEstao Elevatria de gua brutaReservatrio elevadoAdutora de gua bruta

    Estao de tratamento de guaEstao Elevatria de gua tratadaAdutora de gua tratadaRede de distribuio

    Marque com um X a resposta correta

    A adutora de gua bruta indicada na figura uma:

    Sempre que alguma dvida estiver impedindo voc de compreender o exerccio, pergunte ao instrutor ou ao monitor!

    adutora por gravidade em conduto livre;adutora por gravidade em conduto forado;adutora de recalque.

  • 18 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    A adutora de gua tratada indicada na figura uma:

    adutora por gravidade em conduto livre;adutora por gravidade em conduto forado;adutora de recalque.

    Agora ser feita uma exposio oral sobre as etapas do sistema de abastecimento de gua. Procure participar durante a exposio: relate suas experincias, faa perguntas, tire dvidas e procure identificar o que complementa as respostas do exerccio que voc e seus colegas acabaram de resolver.

    Um sistema de abastecimento de gua composto por equipamentos e servios divididos em etapas, que vo desde a captao na fonte de gua escolhida at a distribuio da gua tratada para diversos usos.

    As etapas de um sistema de tratamento convencional so:

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    Captao de gua

    Manancial superfi cial

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    Captao

    Captao a etapa onde se retira a gua da fonte que alimenta o sistema de abastecimen-to de gua. Essa fonte o manancial.

    Existem dois tipos de manancial:

    Manancial superficial: constitudo pelos corpos dgua superficiais. So os rios, riachos, lagos, represas, etc.

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 19

    Manancial subterrneo: So os lenis freticos e arte-sianos. A gua pode subir superfcie sob a forma de fontes ou nascentes, ou ser elevada artificialmente por meio de bombas.

    De que tipo o manancial que abastece sua cidade?

    Manancial subterrneo

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    Lenol fretico: aquele em que a gua se encontra livre, com sua superfcie sob a ao da presso atmosfrica. uma gua mais sujeita poluio e contaminao que o lenol artesiano, por estar mais prxima da superfcie do solo.

    Lenol artesiano (lenol confinado): aquele em que a gua se encontra confinada por camadas imper-meveis do subsolo, sob ao de presso superior presso atmosfrica. menos sujeito poluio e contaminao devido proteo da rocha impermevel que fica sobre ele. Mesmo assim, se no for protegido, a sua gua poder ser comprometida em quantidade e qualidade.

    gua subterrnea

    Vimos que no lenol artesiano a gua se encontra sob ao de presso superior presso atmosfrica. Voc sabe o significado de presso atmosfrica?

    Vamos primeiro relembrar o que presso. O conceito de presso tem grande importncia para quem lida com o sistema de distribuio de gua. As unidades do sistema esto subme-tidas presso da gua, presso do ar, e em alguns casos, presso do solo.

    A presso depende do valor da fora exercida e da rea onde a fora aplicada.

    A presso depende:a) do peso (intensidade da fora)b) da rea de apoio

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  • 20 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Duas das unidades bastante usadas para medir presso so o quilograma fora por centmetro quadrado (Kgf/cm) e o MegaPascal (MPa) (1 milho de vezes a presso de 1 Pascal (Pa).

    A unidade de presso chamada Pascal em homenagem a Blaise Pascal, filsofo, fsico e matemtico francs do sculo XVII que, entre outros trabalhos, desen-volveu pesquisas e demonstraes sobre a presso atmosfrica.

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    Blaise Pascal

    Para medir presses elevadas, usamos uma unidade denominada 1 atmosfera (1 atm). Esse valor corresponde presso exercida pela atmosfera terrestre em regies ao nvel do mar.

    Utilizamos tambm como unidade de presso o mca (metro de coluna dgua), que a presso que uma coluna de gua de 1 metro de altura produz.

    Vivemos mergulhados em uma imensa massa de ar, que a nossa atmosfera, cons-tituda de gases: oxignio, gs carbnico, vapor dgua, etc. A atmosfera exerce uma presso sobre os corpos nela mergulhados, chamada presso atmosfrica.

    Assim como os gases, a gua exerce presso sobre corpos nela mergulhados. A gua contida em um recipiente exerce pres-so tambm sobre as paredes internas desse recipiente.

    Um lquido exerce presso em todas as

    direes, sobre um corpo nele mergulhado

    Atividade individual

    Observe a figura. Quando o filtro estava cheio, a presso exercida pela gua (internamente) e a presso exercida pelo ar (externamente) se equilibravam.

    Depois que a gua foi extrada rapidamente do recipiente, diminuin-do a presso interna, a presso externa exercida pelo ar (presso atmosfrica) fez com que o objeto fosse esmagado.

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 21

    Filtro do sistema deformado por presso atmosfrica

    Como essa deformao do recipiente durante seu esvaziamento poderia ser evitada? Quais as conseqncias econmicas e sanitrias de problemas desse tipo?

    Aduo

    Aduo a etapa onde a gua transportada de uma unidade do sistema outra. Esse transporte feito nas adutoras.

    Adutora de gua bruta: transporta gua que ainda no passou pela etapa de tratamento.

    Adutora de gua tratada: transporta gua tratada.

    As adutoras podem ainda ser classificadas como:

    Adutora por gravidade em conduto livre:

    nesse tipo de adutora, a gua escoa sempre em declive, mantendo uma superfcie livre sob o efeito da presso atmosfrica. Os condutos no funcionam com seo plena (totalmente cheios).

    Adutora por gravidade em conduto livre

  • 22 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Adutora por gravidade em conduto

    forado: nesse tipo de adutora, a presso interna permanentemente superior pres-so atmosfrica permite gua mover-se, quer em sentido descendente quer em sentido ascendente.

    Adutora por gravidade em conduto forado

    Adutora de recalque

    Adutora de recalque: quando, por exem-plo, o local da captao estiver em um nvel inferior, que no possibilite a aduo por gravidade, necessrio o emprego de equi-pamento de recalque (conjunto moto-bomba e acessrios). Nesse caso, diz-se que a aduo feita em condutos forados por recalque.

    Adutoras de recalque e carga hidrulica

    chamada carga hidrulica a soma da energia que a gua possui devido sua presso com a energia devida sua velocidade.

    Em adutoras de recalque, a bomba aumenta a carga hidrulica, possibilitando que a gua suba.

    Aps a etapa de bombeamento a adutora geralmente trabalha em conduto forado. Isso ocorre para que no se perca a carga hidrulica fornecida pela bomba.

    Quando a gua precisa atingir pontos mais altos so necessrias Estaes Elevat-rias. Existem sistemas de abastecimento que no contam com nenhuma estao elevatria e sistemas que contam com dezenas delas.

    Estao elevatria

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 23

    Tratamento da gua

    Na etapa do tratamento, a gua bruta trata-da para que se torne gua potvel.

    Estao de tratamento

    de gua

    Para a gua ser consumida, ela deve passar por um tratamento? Voc sabe como as pessoas de sua regio obtinham gua para consumir antes de existir a estao de tratamento de gua na qual voc trabalha?

    Vazo o volume de gua que, em uma unidade de tempo, escoa em um conduto ou curso dgua.

    Para o estabelecimento das vazes de distribuio devem ser consideradas: As vazes para atender s reas especficas de consumo de gua. As caractersticas de ocupao tornam as reas distintas das reas vizinhas em termos de concentrao demogrfica e de categoria dos consumidores presentes (comercial, industrial, pblico e residencial); As vazes demandadas pelos grandes consumidores, chamados consumidores singulares; As vazes das reas de expanso (lugares com tendncia de crescimento).

    Sistema de distribuio

    O sistema de distribuio composto por dois conjuntos de unidades: reservatrios e redes de distribuio.

    Reservatrios: a principal funo dessa unidade do sistema compensar a diferena entre a vazo de consumo e a vazo de produo.

    No dimensionamento das redes de distribuio, utiliza-se a vazo da hora de maior consumo, no dia tambm de maior consumo.

  • 24 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    No Brasil, os picos de consumo de gua no so muito altos. Voc imagina o por qu?

    A reservao de gua permite suprimir as horas de maior consumo sem aumento na ativi-dade das unidades de tratamento de gua.

    Os reservatrios permitem, tambm:A continuidade do abastecimento mesmo com os equipamentos parados, para uma eventual manuteno; Atender s demandas de emergncia, como combate a incndios; Manter presso mnima ou constante na rede diminuindo os custos com a rede de distribuio.

    Como os reservatrios mantm a presso mnima ou constante na rede de distribuio?

    Reservatrio apoiado

    Os reservatrios de gua podem ser classificados quanto sua posio do terreno (enterrado, semi-enterrado, apoiado e elevado) e sua localizao em relao rede de distribuio (reservatrio de montante e reservatrio de jusante).

    O reservatrio de montante situado montante (acima) da rede de distribuio, para abastecimento normal.

    Voc conhece as funes do reservatrio de jusante?

    Um reservatrio de jusante fica jusante (abaixo) da rede de distribuio e recolhe a gua que no consumida, reservando-a para suprir o consumo em caso de interrupo no abastecimento ou nos picos de consumo.

    Os reservatrios podem ser construdos em diversos materiais: alvenaria, concreto, ao, fibra de vidro, madeira. So mais freqentes, no Brasil, os reservatrios em concreto armado.

    Para entender o funcionamento dos reservatrios, vamos comear entendo o comportamento dos vasos comunicantes.

    Consideremos dois recipientes, que no precisam ser do mesmo tamanho nem possuir a mesma forma, cujas bases esto ligadas por meio de um tubo. Dizemos que esses recipientes so vasos comunicantes.

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 25

    Vasos comunicantes

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    Coloquemos um lquido nesse conjunto de vasos e observaremos que esse lquido atinge alturas iguais em todos os recipientes, inde-pendente da quantidade de recipientes unidos pelo tubo ou da forma desses tubos.

    Essa propriedade permite que gua do reser-vatrio do sistema de distribuio chegue caixas dgua de consumidores sem a neces-sidade de uma bomba elevatria.

    Quanto mais elevado estiver o reservatrio de gua em relao ao tubo que ele alimenta, maior ser a presso da gua nesse tubo.

    Por isso, a presso da gua costuma ser expressa em metros de coluna dgua (mca).

    Para cumprir o papel de manter a presso adequada nas tubulaes, a localizao do reser-vatrio deve ser bem definida, levando em conta a topografia e o consumo da regio que abastece.

    Rede de distribuio: sua funo transportar a gua tratada at as residncias, edifcios comerciais, indstrias e locais pblicos.

    Quais peas e conexes compem a rede de distribuio de gua?

    At aqui vimos as principais etapas de um sistema de abastecimento de gua e a importn-cia de serem observadas as caractersticas naturais da bacia hidrogrfica na qual o sistema est inserido. Agora vamos falar um pouco sobre a importncia desse sistema para a sade das pessoas.

  • 26 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Qualidade da gua e sade

    O abastecimento de gua, assim como as demais reas do saneamento, um conjunto de aes que tm como objetivo proteger a sade das pessoas. Nesta unidade, vamos relembrar as medi-das que devem ser tomadas para garantir a eficincia desse servio ao cumprir esse objetivo.

    Questes para discusso

    Em grupo, responda e discuta as questes a seguir.

    Que fatores podem comprometer a qualidade da gua durante a etapa de distribuio?

    No seu dia-a-dia, no trabalho, voc j se deparou com um caso de contaminao da gua durante a etapa de distribuio? De que forma ocorreu a contaminao? Como o problema foi resolvido?

    Que cuidados devem ser tomados para evitar a contaminao da gua na etapa de distribuio?

    Agora ser feita uma exposio oral sobre saneamento, sade e doenas de veiculao hdrica. Procure participar durante a exposio: relate suas experincias, faa perguntas, tire dvidas e procure identificar o que complementa as respostas do exerccio que acabou de resolver.

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 27

    Saneamento e sade

    Para garantir um adequado sistema de saneamento e o direito sade, no podemos consi-derar o abastecimento de gua como um sistema isolado. Mas sim, compreendermos a importncia das outras reas do saneamento (gesto de resduos slidos, do manejo de guas pluviais e dos sistemas de esgotamento sanitrio) para a qualidade da gua que bebemos.

    Ao analisar a definio de sade e saneamento feita pela Organizao Mundial de Sade (OMS) percebemos, claramente esta relao.

    Sade - Estado de completo bem-estar fsico, mental e social e no apenas a ausncia de doena ou enfermidade.

    Saneamento - Controle de todos os fatores do meio fsico do homem, que exercem ou podem exercer efeito nocivo sobre o seu bem-estar fsico, mental ou social.

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    Sabemos que a qualidade da gua interfere na sade da populao, vamos discutir agora os benefcios de se utilizar gua de qualidade. Vamos discutir tambm a transmisso e os cuidados para se evitar algumas das doenas relacionadas com a gua.

    gua e sade

    A gua de qualidade traz muitos benefcios para a populao, so eles: Melhoria da sade e das condies de vida de uma comunidade; Diminuio da mortalidade infantil; Aumento da esperana de vida da populao; Diminuio dos casos de doenas transmitidas pela gua; Adoo de hbitos de higiene pela populao; Diminuio dos gastos com sade; Facilidade para instalao de comrcios e indstrias, onde a gua utilizada como matria prima ou utilizada no processo produtivo.

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    O acesso gua de qualidade traz muitos benefcios s pessoas, como a melhoria da sade das condies de vida de uma comunidade. Isso porque muitas doenas esto relacionadas falta de saneamento. Realizando a atividade a seguir, vamos relembrar algumas dessas doenas.

  • 28 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    O quadro a seguir, de informaes sobre transmisso, sintomas e preveno de doenas relacionadas com a gua, no est completo. Preencha os espaos vazios para complet-lo.

    Grupo de doenas Formas de transmisso Principais doenas

    Transmitidas por ............ e alimentos contaminados por fezes.

    O organismo ...................... (agente causador da doena) ingerido.

    -diarrias e disenterias, como a clera e a giardase -febre tifide e paratifide -leptospirose -amebase -hepatite infecciosa -ascaridase ou .............

    Controladas pela limpeza com a gua (associadas ao abaste-cimento insuficiente de gua).

    A falta de gua e a .............................. pessoal insuficiente criam condies favorveis para sua disseminao

    -infeces na .............. e nos olhos, como o tracoma e o tifo relacionado com piolhos, e a escabiose

    Associados gua (uma parte do ciclo da vida do agente in-feccioso ocorre em um animal aqutico)

    O patognico penetra pela ..................... ou ingerido.

    -esquitossomose ou .......................................

    Transmitidas por vetores que se relacionam com a gua

    As doenas so propagadas por insetos que nascem na gua ou picam perto dela

    -malria -febre amarela -dengue -filariose ou ..................

    O controle da transmisso de doenas deve ser feito pelas seguintes aes:

    Educao sanitria;Melhoria da higiene pessoal, domstica e dos alimentos; Utilizao e manuteno adequadas das instalaes sanitrias; Manejo de guas pluviais; Tratamento da gua;Tratamento e disposio adequada dos resduos (lixo e esgoto); Medidas de controle de vetores.

    Fonte: h

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    Criana com esquistossomose

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 29

    Bacia Hidrogrfica Virtual

    Conhea algumas doenas veiculadas pela gua na Bacia Hidrogrfica Virtual e as formas de reconhec-las, evit-las e trat-las.

    Alm dos microrganismos patognicos, a gua, por sua capacidade de dissolver quase todos os compostos qumicos, pode carregar substncias como agrotxicos, metais, ou elementos radioativos, que, dependendo da quantidade, podem causar problemas sade.

    Voc sabe dizer quando a gua est adequada para o consumo humano? Vamos discutir essa e outras questes sobre a qualidade da gua destinada ao consumo humano a seguir. Antes, vamos discutir algumas questes em grupos.

    Questes para discusso

    Em grupo, responda e discuta as questes a seguir.

    Quem faz a vigilncia da qualidade da gua? E quem realiza o controle?

    No caso de notarem, como profissionais, alteraes na qualidade da gua a quem devem informar?

  • 30 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Como usurios do servio de abastecimento de gua tratada em sua cidade, que providncias devem tomar se receberem gua de baixa qualidade em suas casas?

    Portaria MS n. 518/2004

    Para que a gua distribuda aos consumidores no oferea risco sade, o ministrio da sade criou a Portaria MS n. 518/2004.

    Essa Portaria estabelece os padres de potabilidade, que servem de parmetros para a vigi-lncia e o controle da qualidade da gua. So os valores mximos permitidos e os valores recomendveis para alguns parmetros indicadores da qualidade da gua. fundamental que voc, como profissional que atua no abastecimento de gua, conhea bem os padres de potabilidade da gua destinada ao consumo humano.

    Sobre vigilncia e controle da qualidade da gua

    Vigilncia: a vigilncia de responsabilidade de rgo de fiscalizao. a verificao do cumprimento dos padres de qualidade.

    Controle: o controle feito durante o tratamento da gua pelo prprio rgo respon-svel pelo servio de abastecimento de gua.

    A Portaria MS n. 518/2004 estabelece tambm normas para o plano de amostragem, inclu-sive localizao dos pontos de coletas de amostras.

    No Plano de Amostragem so definidos, basicamente, o nmero e a localizao dos pontos de amostragem; os parmetros a serem analisados e os valores limite das concentraes dos contaminantes a serem considerados.

    Os principais pontos de amostragem so prximos grande circulao de pessoas (como terminais rodovirios, edifcios com grupos populacionais de risco (como hospitais), trechos

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 31

    vulnerveis do sistema de distribuio (como ponta de rede) e locais onde so comuns os casos de doenas de veiculao hdrica).

    No municpio onde voc trabalha, onde feita a coleta de amostras para anlises da quali-dade da gua? Quais parmetros so analisados?

    Agora, voc acompanhar a realizao das anlises dos parmetros: turbidez, cor, pH e cloro residual livre.

    Anote os resultados, para compar-los com os valores que constam na Portaria MS n. 518/2004.

    Lembre-se de que na Portaria constam dezenas de outros parmetros que precisam ser monitorados periodicamente para se avaliar a qualidade da gua tratada e distribuda populao.

    Monitoramento da qualidade da gua

    Anlise de Turbidez

    A determinao da turbidez das amostras ser realizada utilizando um turbidmetro.

    Resultado da anlise:................

    Turbidmetro

    A turbidez a alterao na aparncia da gua que a torna turva.

    A perda da transparncia da gua causada pela presena de slidos em suspenso.

    Alm de causar aparncia desagradvel, os slidos em suspenso podem causar agravos sade servindo de abrigo para microrganismos se protegerem dos produtos usados na desinfeco da gua, como, por exemplo, o vrus da Hepatite A.

    A Portaria n.518/2004 do Ministrio da Sade estabelece que a turbidez da gua, na rede de distribuio, no ultrapasse 5,0 UT (Unidades de Turbidez).

  • 32 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Anlise de Cor

    A determinao da cor das amostras ser realizada pelo Mtodo Colorimtrico. A cor da amostra medida por um aparelho calibrado com uma soluo padro (de cor conhecida), o colormetro.

    Resultado da anlise:................

    Colormetro

    A gua de natureza incolor. Alteraes em sua aparn-cia so causadas pela presena de impurezas de origem natural (matria orgnica em decomposio, metais como ferro e mangans, etc) ou provenientes de resduos indus-triais ou domsticos (tinturas e outras substncias). Essas impurezas podem apresentar risco sade e, mesmo podendo no ser txicas, fazem com que a gua fique com uma aparncia desagradvel. Sendo rejeitada para beber, podem ocasionar doenas devido a ingesto de pouca gua.

    A Portaria n518/2004 do Ministrio da Sade estabelece, para cor aparente, o valor mximo de 15 uH como padro de aceitao para consumo humano.

    Anlise de pH

    A determinao da cor das amostras ser realizada pelo Mtodo do pHmetro. Nesse mtodo o pH da amostra medido por um aparelho calibrado com solues padro (solues de pH conhecido).

    Resultado da anlise:................

    A medida do potencial hidrogeninico, pH, indica se uma substncia cida, neutra ou bsica.

    A escala de pH varia de 0 a 14: Solues neutras tm pH igual a 7,0;Solues cidas tm pH menor que 7,0;Solues bsicas tm pH maior que 7,0.

    pHmetro

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 33

    O controle do pH muito impor-tante no processo de tratamento de gua. Ele costuma ser corrigido antes ou depois de algumas etapas do tratamento para melhorar o desempenho de alguns produ-tos qumicos utilizados durante o processo.

    Monitorar o pH tambm evita problemas com corroso e forma-o de crostas nas tubulaes e nos equipamentos que fazem parte do sistema de abasteci-mento de gua. Falaremos mais adiante sobre a importncia do controle do pH para a conserva-o das redes de distribuio.

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    Neutro

    Aumento daAcidez

    Aumento daAlcalinidade

    Bateria cida

    Suco de limo

    Vinagre

    Leite

    gua do mar

    Leite de magnsia

    Amnia

    Lixvia

    Peixe adulto morre

    Reproduo de peixeAfetada

    Faixa normal das chuvas

    Faixa normal da guados rios

    Chuva cida

    Escala de pH

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    A Portaria n. 518/2004 do Ministrio da Sade recomenda que o pH da gua seja mantido entre 6,0 e 9,0.

    Anlise do cloro residual livre

    A determinao da concentrao de cloro residual ser realizada pelo Mtodo do compa-rador Colorimtrico.

    Nesse mtodo, adicionado o reagente DPD amostra. A cor adquirida comparada a um escala de cores em um aparelho. A leitura do cloro residual livre feita em miligramas por litro (mg/L).

    Tambm comum o Mtodo do Colormetro, no qual adicionado amostra o reagente DPD e um aparelho, previamente calibrado, registra o resultado em mg/L de cloro.

    Resultado da anlise:................

    Disco comparador

    Fatores como o pH e a turbidez da gua, alm da resis-tncia dos microrganismos patognicos, dentre outros fatores, interferem na eficincia da desinfeco.

  • 34 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    A propriedade do cloro como desinfetante de manter uma concentrao residual na gua constitui uma barreira sanitria contra eventual recontaminao antes do uso.

    A Portaria MS n518/2004 do Ministrio da Sade estabelece que, aps a desinfeco, a gua deve conter teor mnimo de cloro residual livre de 0,2 mg/L.

    Turbidez, cor, pH e cloro residual livre so parmetros fsico-qumicos de qualidade da gua.

    So listados tambm na Portaria, padres microbiolgicos. Um importante parmetro micro-biolgico a presena de coliformes na gua.

    Coliformes so os principais indicadores de contaminao fecal. Os coliformes so um grande grupo de bactrias dentro do qual esto os coliformes termotolerantes e a Escherichia coli.

    A Portaria MS n518/2004 do Ministrio da Sade estabelece que, aps a desinfeco, nenhu-ma amostra pode apresentar Escherichia coli ou coliformes termotolerantes.

    Vimos a importncia do saneamento para a sade e bem estar das pessoas e as formas de evitar as doenas veiculadas pela gua.

    Vimos tambm que existe uma Portaria do Ministrio da Sade que estabelece parmetros para a qualidade da gua destinada ao consumo humano.

    Em nosso prximo encontro, vamos relembrar os cuidados necessrios para evitar que a gua seja contaminada na etapa de distribuio de gua.

    Teremos uma atividade prtica e, para isso, ser interessante que voc venha vestido como se fosse para um servio de manuteno de redes em campo.

    Vamos retomar nossos assuntos discutidos em nosso primeiro dia de oficina em uma atividade em grupo.

    Vamos analisar duas pequenas comunidades fictcias desprovidas de sistema de distribuio de gua onde ser implantado em breve um sistema de captao e tratamento simplificado de gua oriunda de um poo artesiano.

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 35

    Em grupos, vamos definir qual a melhor forma de distribuir para os membros dessa comunidade a gua tratada.

    Comunidade 1 - Uma vila construda para abrigar os trabalha-dores de uma siderrgica que acaba de construir uma unidade de produo em uma regio pouco habitada de um municpio da regio sudeste do Brasil.

    Comunidade 2 Uma comunidade rural localizada na regio do semi-rido da Regio Nordeste do Brasil.

    Iniciamos nossa oficina sobre redes de distribuio de gua lembrando a importncia do saneamento para a sade das pessoas. Vimos tambm as etapas que compem o sistema de abastecimento e definimos alguns conceitos relacionados distribuio de gua. Nessa prxima etapa, vamos trabalhar aspectos de grande importncia na construo e interpre-tao de projetos de rede de distribuio de gua.

  • 36 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Para construir, operar e realizar manutenes necessrias nas redes de distribuio de gua, vrios aspectos devem ser considerados. Nessa unidade vamos comear falando dos projetos de redes de distribuio. Em seguida discutiremos alguns aspectos tcnicos da rotina de construo, operao e manuteno de redes e por fim falaremos dos tipos de materiais mais utilizados em redes de distri-buio de gua.

    Interpretao de projetos de rede de distribuio de gua

    A interpretao correta do projeto da rede de distribuio o primeiro passo para a construo de uma rede de distribuio de gua adequada. Essa boa interpretao importante tambm para organizar bem um servio de manuteno e para operar a rede de maneira correta.

    Questes para discusso

    Em grupo, responda e discuta as questes a seguir.

    A figura a seguir uma planta sem escala da Mni Rede, seu grupo receber essa mesma planta em escala para que observem melhor os detalhes do projeto.

    Aspectos construtivos,

    operacionais e de manuteno

    de redes de distribuio de gua

    OBJETIVOS:

    - Trabalhar a interpretao de

    projetos de redes de distribuio de

    gua;

    -Lembrar as informaes

    necessrias para planejar e para

    implantar uma rede de distribuio de

    gua;

    -Discutir alguns problemas en-

    frentados pelos profissionais na

    rotina de operao e manuteno de

    redes;

    -Lembrar alguns conceitos tcnicos

    relacionados s redes de distribui-

    o de gua.

    -Recordar as normas de segu-

    rana necessrias preservao da sade dos

    profissionais que constroem e

    operam as redes de distribuio de

    gua;

    As Mni Redes so plataformas de treinamento que sero utili-zadas durante algumas oficinas de capacitao oferecidas pela ReCESA.

    Nela, sero realizadas aulas prticas das oficinas de abastecimento de gua, esgotamento sanitrio e drenagem de guas pluviais.

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 37

    Na Mini Rede da Bacia Hidrogrfica Virtual, voc poder testar seus conhecimentos sobre representao de elementos das redes de distribuio em projetos.

    Vocs conseguiriam, a partir desse projeto, implantar a Mni Rede de distribuio de gua? Quais dvidas surgiram durante a anlise do projeto?

    Imaginem que vocs foram encarregados de fazer o projeto para a construo de uma rede de distribuio de gua. De quais dados vocs precisam para construir esse projeto? Onde iriam buscar esses dados?

    Faam, na folha de papel que foi entregue junto planta, uma lista-gem dos materiais necessrios construo da rede.

  • 38 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Rede de distribuio de gua

    A rede de distribuio a estrutura do sistema mais integrada realidade urbana. cons-tituda de um conjunto de tubulaes interligadas instaladas ao longo das vias pblicas ou nos passeios, junto aos edifcios, conduzindo a gua aos pontos de consumo (residncias, edifcios comerciais, escolas, hospitais, etc.).

    A rede composta de tubulaes principais, alimentadas pelo reservatrio de montante ou pela adutora em conjunto com o reservatrio de jusante.

    Agora ser feita uma exposio oral sobre redes de distribuio de gua. Procure participar durante a exposio: relate suas experincias, faa perguntas, tire dvidas e procure identificar o que complemente as respostas do exerccio que acabou de resolver.

    Rede servida por reservatrio de montante

    Rede servida por reservatrio de jusante

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 39

    Os elementos necessrios para elaborao do projeto de redes de distribuio de gua para abastecimento pblico esto definidos na NBR 12.218 da Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT (1994).

    Essa norma deve ser constantemente consultada pelos profissionais que se dedicam a esse tipo de projeto.

    Dela, destacam-se os seguintes elementos, como requisitos necessrios para elaborao de um bom projeto de rede de distribuio de gua:

    Realizao do estudo de concepo do sistema de abastecimento de gua. A norma NBR12.211 da ABNT (1992) apresenta importantes orientaes para esse estudo; Definio das etapas de implantao; Projetos de outras partes do sistema de abastecimento de gua j elaborados de acordo com o estudo de concepo; Levantamento planialtimtrico e semicadastral da rea do projeto, incluindo o cadastro da rede existente e detalhes do arruamento, dos tipos de pavimento, de obras especiais e de interferncias; Plano de urbanizao e legislao relativa ao uso e ocupao do solo, quando houver.

    Consumidor singular aquele que apresenta um consumo especfico, signi-ficativamente maior que o produto da vazo especfi-ca da rea, pela rea por ele ocupada.

    Para traado da rede, utilizada planta baixa com levan-tamento planialtimtrico (curvas de nvel de metro em metro) e semi-cadastral, com locao dos lotes e reas de expanso, incluindo loteamentos aprovados ou previstos, indicao dos consumidores singulares, localizao de estradas, estradas de ferro, e dos outros obstculos naturais que necessitaro de obras especiais de travessia ou locao.

    Tambm so indicadas as reas de igual vazo especfica, as zonas de presso, etc. A seguir vamos discutir esses elementos necessrios ao dimensionamento de redes de distri-buio de gua.

    Elementos importantes para dimensionamento de redes de distribuio de gua

    Os conceitos de vazo, zonas de presso, perda de carga e setorizao so muito impor-tantes para o dimensionamento de redes de distribuio de gua.

  • 40 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Vazo

    O dimensionamento das redes de distribuio baseado na vazo e ela deve ser devida-mente calculada.

    Voc sabe como feito o clculo da vazo para os projetos de redes de distribuio? Vamos ver o exemplo a seguir.

    Vazes de distribuio

    Para calcular a vazo de distribuio necessria a uma determinada regio utilizada a seguinte expresso matemtica: QD= k1 k2 q P , em que: 86400 QD: vazo de distribuio (L/s);K1: coeficiente do dia de maior consumo;K2: coeficiente da hora de maior consumoq: consumo mdio per capita de gua, incluindo as perdas de gua no sistema pblico de abastecimento de gua (L/hab.dia);P: populao de projeto da rea considerada (hab).

    Vamos calcular, com a ajuda de uma calculadora, a vazo de distri-buio (QD) para uma cidade de 20.000 habitantes, consumo per capita mdio de 200L/hab.dia; k1=1,2 e k2=1,5.

    QD= Vazo de distribuio:..................................

    Outro fator importante no dimensionamento das redes de distribuio so as zonas de presso. Voc j ouviu falar em presso esttica e presso dinmica? Este o nosso prximo assunto.

    Zonas de presso

    A rede de distribuio projetada para que a presso dinmica mnima e a presso esttica mxima no ultrapassem os limites recomendados e preestabelecidos.

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 41

    Voc conhece os valores da presso mxima e da presso mnima que podem ocorrer na rede de distribuio do servio de abastecimento de gua em que voc atua?

    A presso esttica mxima que pode existir nas tubulaes da rede de distribuio que alimentam os ramais prediais de 0,5 MPa (50 mca) e a presso dinmica mnima de 0,1 MPa (10mca).

    Esses valores podem variar de um local para o outro, mas as variaes que costumam ocorrer so pequenas.

    A presso esttica, em um tubo dada pela altura da coluna dgua, medida em metros, que existe sobre o tubo considerado quando a gua no est escoando.

    A presso dinmica sempre menor que a presso esttica, pois ela obtida subtraindo da presso esttica as perdas de carga do sistema.

    Presso dinmica a presso exercida pela gua em movimento.

    O aparelho usado para medir presso em tubulaes o manmetro.

    Quais as conseqncias negativas da presso interna da tubulao ultrapassar o limite mximo?

    Por que a baixa presso no interior da rede de distribuio, ou subpresso, pode ocasionar a contaminao da gua da rede?

  • 42 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Perdas de carga

    As perdas de carga so perdas de energia devidas, principalmente, ao atrito da gua com as paredes internas das tubulaes. Essa perda de energia provoca queda de presso nas redes prejudicando o processo de distribuio da gua.

    No caso dos trechos de redes que precisam do auxlio de bombas, as perdas de carga provocam um maior gasto de energia com bombeamento.

    As perdas de carga so calculadas e consideradas no dimensionamento da rede. Alguns fatores podem aumentar essa perda de energia com o passar do tempo.

    Setorizao

    Alm da diviso em zonas de presso, as redes de distribuio precisam ser divididas em setores de manobra e setores de medio.

    Voc sabe o que so os setores de manobra e de medies e qual a importncia deles na rede de distribuio?

    Vamos iniciar este assunto observando a figura a seguir.

    Subdiviso de rede em setores de medio e de manobra (AZEVEDO NETTO et al, 1998)

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 43

    Setor de manobra: setor de manobra a menor subdiviso da rede adotada para possibilitar seu isolamento quando necessria a realizao de obras e servios de manuteno.

    A NBR 12.218 (ABNT,1994) estabelece que o isolamento do setor de manobra deve ser feito pelo acionamento do menor nmero de vlvulas, para facilitar a manuteno e diminuir a regio atingida por interrupo do servio, no caso da manuteno. Essa norma traz outras orientaes relacionadas a setores de manobra.

    Alm do custo significativo das vlvulas de manobra e de suas caixas de acionamento e proteo, o excesso de caixas de acionamento exige do operador grande esforo para fechar e abrir uma quantidade enorme de vlvulas. Isto quando ele consegue localizar, acessar ou acionar todas essas vlvulas, visto que no raro diversas delas costumam apresentar um dos seguintes problemas:

    omisso de sua localizao no cadastro da rede existente, motivada muitas vezes pela falta de atualizao cadastral ou pela ocultao indevida das tampas das caixas de acionamento ou de asfaltamento das vias pblicas onde elas se encontram;

    impossibilidade de seu acionamento, como conseqncia tambm do recobrimento irresponsvel das tampas de suas caixas de acesso, por obras de calamento ou de asfaltamento mal feitas.

    dificuldade de acesso s vlvulas defeituosas para o seu conserto, por causa no s da ocultao das tampas de suas caixas de acionamento, mas tambm devido confeco incorreta dessas caixas, que, na maioria das vezes, no permite acesso adequado s vlvulas.

    Segurana no trabalho

    Durante o acesso s caixas de proteo e acesso a vlvulas, deve-se ter cuidado com a possvel presena de animais peo-nhentos e de gases venenosos!

    Soluo desejvel de caixa de acionamento de vlvula de manobra

  • 44 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Setor de medio: a parte da rede de distribuio delimitada para permitir a avaliao da evoluo do consumo de gua e das perdas de carga e perdas de gua.

    Que equipamentos e procedimentos nos fornecem os dados para avaliao do consumo e das perdas de gua?

    A NBR 12.218 (ABNT,1994) orienta tambm a definio dos setores de medio.

    Chagamos ao final desta unidade dedicada ao estudo de elementos importantes no plane-jamento de redes de distribuio. Nosso prximo assunto ser os procedimentos envolvidos na construo, operao e manuteno das redes. Veremos como um bom planejamento fundamental para que a rede seja implementada e opere de maneira adequada, cumprindo seu papel de transportar gua de qualidade aos usurios do sistema de abastecimento.

    Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua

    Nessa unidade, vamos relembrar os cuidados necessrios ao bom funcionamento das redes de distribuio de gua.

    Questo para discusso

    Primeiro, responda individualmente:

    Quais os principais problemas enfrentados pela equipe que cuida da operao e da manuteno da rede de distribuio do servio de abastecimento de gua onde voc trabalha?

    Agora discuta com seu grupo.

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 45

    Outros profissionais tm problemas parecidos? Quais os principais problemas mais comuns que prejudicam o funcionamento das redes de distribuio de gua?

    Quais as conseqncias desses problemas sobre a qualidade da gua distribuda para consumo?

    Agora que terminamos a discusso em grupos, vamos construir um mural com os problemas mais comuns relacionados ao sistema de distribuio de gua. Vamos tentar encontrar causas e solues para esses problemas ao longo de nossa oficina.

    Problema identificado Possveis causas Possveis solues

  • 46 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    O contedo do item Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua ser discutido durante as atividades prticas que realizaremos na Mni Rede.

    Nas prximas pginas voc encontrar uma introduo, onde falaremos de planejamento de servios e o roteiro de nossa atividade prtica. Ele contm, tambm, informaes teis ao seu trabalho.

    Agora ser feita uma exposio oral sobre procedimentos importantes e providncias que precisam ser tomadas antes de se iniciar um servio de construo ou manuteno de redes de distribuio. Procure participar durante a exposio: relate suas experincias, faa perguntas, tire dvidas e procure identificar o que complemente as respostas do exerccio que acabou de resolver.

    Informao ao consumidor

    A informao ao consumidor um cuidado importante que deve ser tomado antes de dar incio aos servios de interveno no sistema de distribuio de gua, por isso muito importante termos conhecimento de um Decreto que foi publicado no dia 4 de maio de 2005 (Decreto 5.440/2005) e que regulamenta as informaes sobre qualidade da gua que devem ser dadas aos consumidores.

    muito desagradvel ficar sem gua em casa e, por isso, sempre que possvel, devemos informar aos consumidores quando e por quanto tempo ser interrompido o fornecimento de gua decorrente de alguma manuteno ou reparo no sistema.

    Na prestadora e servio de abastecimento de gua onde voc trabalha, vocs costumam respeitar os direitos do consumidor? Vocs fornecem aos consumidores informaes sobre a situao das unidades do sistema e sobre a qualidade da gua?

    O decreto 5.440/2005 estabelece que: Os rgos e as entidades dos Estados, Municpios, Distrito Federal e Territrios e demais pessoas jurdicas, s quais o Decreto 5.440/2005 se aplica, devero enviar as informaes aos consumidores sobre a qualidade da gua nos seguintes prazos:

    a) informaes mensais na conta de gua sobre os locais, formas de acesso e contatos por meio dos quais as informaes estaro disponveis e orientao sobre os cuidados necessrios em situaes de risco, a partir do dia 5 de junho de 2005;

    b) informaes mensais na conta de gua com o resumo mensal dos resultados das anlises referentes aos parmetros bsicos de qualidade da gua e caractersticas e

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 47

    problemas do manancial que causem riscos sade e alerta sobre os possveis danos a que esto sujeitos os consumidores, especialmente crianas, idosos e pacientes de hemodilise, orientando sobre as precaues e medidas corretivas necessrias, a partir de 15 de maro de 2006.

    Imaginem que vocs precisam realizar uma manuteno corretiva em um trecho da rede de distribuio de gua da regio onde trabalham e o abastecimento ser interrompido por algumas horas. Escrevam um texto informativo para enviar aos moradores da regio afetada.

    Sr.(a) consumidor(a), devido falta de gua em nossos mananciais, seu

    sistema de abastecimento de gua est sujeito a interrupes no forne-

    cimento, por perodos que podem durar at 2 dias. Nesta situao, po-

    dem ocorrer problemas de infiltrao na rede de distribuio e material

    estranho pode penetrar na canalizao atingindo sua casa.

    Caso note alguma diferena no aspecto de sua gua (sujeira, alterao

    na cor, gosto diferente, etc.), nos comunique imediatamente e, enquanto

    tomamos as providncias necessrias, filtre e clore sua gua para beber

    ou cozinhar. Qualquer dvida, entre em contato conosco pelo telefone

    XXXX-XXXX, ou pelo e-mail [email protected] ou visite uma de nossas

    agncias nos seguintes endereos....

    Agora, veja um exemplo de informativo aos consumidores

  • 48 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    O Decreto 5.440/2005 determina que a informao deve ser precisa, clara, correta, ostensiva e de fcil compreenso. Alm disso, o responsvel pelo abastecimento de gua deve facilitar o acesso informao, no disponibilizando somente via internet, ou s via telefone, ou ainda, exigindo que o consumidor se desloque longas distncias para ter acesso aos dados de qualidade da gua em postos de atendimento distantes de sua residncia.

    Informaes mais detalhadas sobre o Decreto 5.440/2005 podem ser obtidas na internet no endereo:http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/cometarios_sobre_o_decreto5440-2005.pdf.

    Planejamento de servios de construo e manuteno de redes de distribuio de gua

    Voc faz um planejamento antes de sair para fazer um trabalho de manuteno de rede de distribuio? Planejando voc economiza tempo, diminui as chances de ter de refazer o servio e aumenta a qualidade do trabalho realizado.

    Veja se os procedimentos apresentados a seguir fazem parte da sua rotina de trabalho.

    Instalao do canteiro de obras

    O canteiro de obras deve ser instalado com cuidado, para que seja um local de trabalho adequado e para que no oferea risco aos trabalhadores nem aos habitantes do local.

    Sinalizao da obra

    Devem ser utilizadas placas de sinalizao indicando obras no local, principalmente no caso de valas abertas. No caso de interferncia no trfego de veculos devem-se colocar placas nas redondezas indicando a localizao do ponto de bloqueio de trnsito e os desvios.

    Tambm necessria a instalao de placas com avisos de segurana para os trabalhadores, com lembretes de normas, organizao e uso dos equipamentos de proteo individual e coletiva.

    Bacia Hidrogrfica virtual

    Na Mini Rede da Bacia Hidrogrfica Virtual voc encontrar um jogo sobre sinalizao de obras!

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 49

    Transporte e manuseio de materiais

    Para transportar e manusear tubulaes, so necessrios alguns cuidados.

    Voc sabe quais so esses cuidados? Sabe as conseqncias de no se tomar esses cuidados?

    Que tal testar seus conhecimentos sobre transporte e manuseio de materiais em um jogo de perguntas?

    Alguns equipamentos utilizados na sinalizao de obras

    Segurana no trabalho

    A sinalizao muito impor-tante para a segurana no trabalho. Obedea-a e mantenha-a sempre visvel.

    Jogo Cuidados no transporte e manuseio de materiais

    Destaque os cartes que esto na ltima pgina deste livro e divida-os com um colega.

    Faa as perguntas dos seus cartes para ele e teste os seus conhe-cimentos respondendo s perguntas que ele lhe fizer.

    Abertura de valas

    Locao de vala

    Os passos para locao das valas so:Marcao do eixo da vala; Marcao das paredes laterais das valas a partir do eixo; Pintura das delimitaes das paredes das valas.

    Abertura de vala

  • 50 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Remoo de pavimento

    A remoo do pavimento costuma ser feita por um profissional operando uma picareta ou um martelo demolidor com posterior remoo do entulho com uma p.

    Infelizmente, boa parte do entulho gera-do pelas construes, manutenes e reformas so depositados em Disposies clandestinas, que so locais onde terra, entulho e outros tipos de resduos como podas e objetos volumosos so lana-dos sem cuidados tcnicos ou ambientais e sem a permisso dos proprietrios (particulares ou poder pblico), compro-metendo os sistemas de drenagem pluvial e de estabilizao dos macios. Tambm conhecido como bota-fora clandestino.

    Valas maiores costumam ser feitas utilizan-do-se a prpria retroescavadeira que ser utilizada na remoo de terra.

    Podem ser usados equipamentos mais sofis-ticados, como ferramentas que cortam o asfalto, permitindo mais rapidez e limpeza durante o servio.

    Como, nos servios onde voc atua, voc evita ou minimiza o problema dos resduos gerados durante as construes, manuteno e refor-mas nas redes distribuidoras de gua?

    Escavao e escoramento de vala

    A escavao e o escoramento das valas devem ser realizados com cuidado, adotando-se as tcnicas necessrias de escavao e o escora-mento de acordo com o tipo de solo do local.

    Escoramento de vala

    Segurana no trabalho

    Grande parte dos acidentes de traba-lho com morte por soterramento ocorre durante servios executados por equipes de construo e manuteno de redes de gua e esgoto.

    No permita que sua equipe trabalhe em valas onde h sinais de deslizamento de terreno sem que tenha sido feito o escoramento adequado.

    Voc conhece os equipamentos de prote-o individual (EPIs)? E os equipamentos de proteo coletiva (EPCs)?

    Providencie todos os EPIs e EPCs adequados!

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 51

    Bacia Hidrogrfica virtual

    Visite a Mni Rede da Bacia Hidrogrfica Virtual e veja se conhece alguns EPIs e ferramentas utilizados por operadores de redes de distribuio de gua!

    Preparo do fundo da vala

    Nichos de fundo de vala

    Fundo de vala imprprio para assentamento de tubulaes

    O fundo da vala deve ser unifor-me, a fim de evitar o rompimento dos tubos por esforos externos pontuais.

    Sempre que necessrio, devero ser escavados pequenos rebai-xamentos (nichos) ao redor das bolsas dos tubos, para evitar que estas funcionem como apoios localizados (cutelos) das tubu-laes, que podem causar o rompimento externo dos tubos.

    Alm dos aspectos tcnicos, devemos observar a segurana da equipe que realiza o servio. A seguir, discutiremos a preveno de acidentes de trabalho.

    Preveno de acidentes de trabalho

    Ao lembrar os procedimentos iniciais dos servios de construo e manuteno de redes, vimos algumas normas necessrias segurana no trabalho. Vamos iniciar nosso mdulo sobre a preveno de acidentes relatando acidentes sofridos ou presenciados. O que poderia ter sido feito para evitar que esses acidentes acontecessem?

    Agora, vamos falar um pouco sobre a preveno de acidentes.

    O que um acidente?

    Para o trabalhador: sofrimento fsico; incapacidade para o trabalho; desamparo para a famlia;

  • 52 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Para a empresa: dificuldades com as autoridades; m reputao perante a sociedade; gastos com primeiros socorros e transporte de acidentados; danificao ou perda de mquinas, equipamentos e material.

    Para a sociedade: Aumento do nmero de pessoas aposentadas por invalidez, e, consequentemente dos impostos e do custo de vida.

    Equipamentos de proteo individual (EPIs)

    Considera-se EPI todo dispositivo individual destinado a proteger a integridade fsica do trabalhador.

    A funo do EPI no evitar o acidente, mas evitar leses no corpo do trabalhador. EPIs mais utilizados:

    Capacete; culos de segurana; Luva/ mangas de proteo/ creme protetor; Calados/perneiras de proteo; Protetores auditivos; Respiradores, mscaras e respirador de ar mandado; Aventais jaquetas e capas.

    Equipamentos de proteo coletiva (EPCs)

    So equipamentos utilizados quando o risco de acidente afeta a mais de uma pessoa.

    Protetores de mquinas e equipamentos, guarda-corpos, escoramentos e equipamentos de sinalizao so alguns EPCs.

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 53

    Antes de iniciarmos nossa atividade prtica bom lembrar que o trabalho mais produtivo e seguro quando se usa a ferramenta certa e em boas condies.

    Verifique qual a ferramenta indicada para o trabalho a ser realizado!

    Ao verificar defeitos, providencie a substituio ou o concerto.

    Ferramentas em mau estado provocam acidentes!

    Voc se lembra que pedimos que voc viesse vestido como se fosse para um servio de manuteno de rede?

    Vamos ver os EPIs que cada profissional est habituado a utilizar.

    Ser que voc utiliza todos os equipamentos necessrios sua proteo?

    Roteiro de atividade prtica na Mni Rede de abastecimento de gua

    Na Mni Rede, encontraremos alguns elementos comuns das redes de distribuio. Nela, simularemos situaes que os profissionais que trabalham com sistemas de distribuio de gua enfrentam no dia-a-dia.

    Na Mni Rede, trabalharemos com:Tubulaes de PVC e ferro fundido; Vlvulas para controle de vazo; Vlvulas de descarga; Hidrantes (bocas de incndio ou marcos de gua); Medidores de vazo; Ventosa; Dispositivos redutores de presso (VRP) Acessrios: (Curva de 90; Ts e cruzetas; redutores de dimetros; Adaptador Ferro fundido/PVC; ligao de ponta e bolsa; ligao flangeada.

    Os riscos de acidentes num local de trabalho so muitos. No entanto, eles podem ser reduzidos, ou at desaparecerem por completo se forem tomadas as precaues necessrias.

  • 54 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    1. Montagem dos tubos, conexes, aparelhos e peas especiais

    Para montagem de tubos e acessrios deve-se usar as ferramentas corretas, destinadas ao tipo de pea e material que est sendo utilizado.

    Quando o profissional improvisa ferramentas ele est arriscando sua sade e a de seus colegas de trabalho. Evite acidentes!

    Cuidados:deve-se ter em mos todos os materiais e ferramentas necessrios; os tubos, conexes e peas especiais devem estar limpos, lubrificados (quando necessrio) e alinhados; importante proteger a tubulao contra a entrada de sujeiras e de pequenos animais transmissores de doena;. nos casos em que os tubos tenham de ser forados flexo (principalmente os de grande dimetro), usar luvas de correr para facilitar os ajustamentos necessrios. aps a execuo de cada junta, o tubo deve ser envolvido parcialmente com o material de reaterro, de modo a garantir sua imobilizao e deixar a junta exposta para o posterior ensaio de estanqueidade.

    2. Blocos de ancoragem

    Ancoragem a fixao de um componente da tubulao para que ele possa suportar o empuxo hidrulico (a fora da gua) sob presso.

    As conexes (curvas, ts, cruzetas, etc.) e peas especiais (vlvulas, etc.) devem ser ancoradas com blocos de concreto ou alvenaria, estacas ou tirantes convenientemente dimensionados. Na impossibilidade de execuo desses tipos convencionais de ancoragem, devero ser utilizadas conexes especiais concebidas e fabricadas para permitir sua auto-ancoragem.

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 55

    3. Reaterro parcial da vala

    Aps a colocao definitiva dos tubos, conexes e peas especiais no fundo da vala, as partes laterais sero preenchidas.

    O preenchimento feito at a meia altura dos tubos, com material totalmente livre de pedras e em camadas com espessuras no superiores a 10 cm

    Dimensionamento de blocos de ancoragem

    Os blocos de ancoragem so dimensionados levando em considerao o dimetro da tubulao, a presso exercida pela gua, a natureza do material dos tubos, o atrito entre o bloco e o solo e a resistncia de apoio sobre o terreno.

    A determinao das caractersticas e dimenses dos blocos exige clculos especficos e so definidas em projeto.

    Foras envolvidas na ancoragem

    F: empuxo hidrulico P: peso do bloco W: peso do reaterro B: apoio sobre a parede da vala f: atrito sobre o solo

    Construo do bloco de ancoragem

    importante que o concreto seja vazado diretamente no terreno, e que possua resis-tncia mecnica suficiente.

    Antes mesmo da montagem da forma, a tubulao deve ser escorada, para impedir a movimentao durante a construo do bloco.

    No momento da concepo do bloco de anco-ragem, deixar as juntas livres, a fim de permitir sua inspeo durante o teste hidrulico.

    Fonte: http://w

    ww.cehop.se.gov.br/

    esp/ES

    00236.pdf

  • 56 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Em cada camada, o material de enchimento dever ser forado a ocupar tambm a parte inferior da tubulao, por meio da movimentao adequada de ps ou, se o material for muito arenoso, pela execuo de aterro hidrulico (com saturao de gua).

    O adensamento dessas camadas iniciais dever ser feito de forma cuidadosa, podendo ser usado soquetes manuais ou compactadores mecnicos adequados, que garantam a no ocorrncia de choques com a tubulao j assentada.

    Reaterro parcial da vala (Passo-a-passo)

    Passo 1

    O preenchimento parcial da vala dever prosseguir em camadas de cerca de 10 cm de espessura, com material livre de pedras, mas sem o recobrimento das respectivas juntas, que devero ficar visveis durante a realizao do teste de estanqueidade.

    Passo 2

    Em cada camada, ser feito o adensamento manual (ou com compactador mecnico adequa-do) somente nas partes laterais da vala, fora da zona ocupada pelos tubos.

    Passo 4

    Na prxima camada, tambm com espessura de 10cm e usando ainda material de recobri-mento livre de pedras, a compactao continuar vigorosa nas partes laterais e se estender, porm de forma controlada, na parte central da vala, de modo a no danificar a tubulao e ainda sem cobrir as juntas.

    Passo 5

    A camada seguinte (tambm de 10cm e usando ainda material de preenchimento livre de pedras) dever receber compactao vigorosa e uniforme por toda a rea de enchimento (exceto os vos sobre as juntas), de modo a garantir a estabilidade horizontal e transversal da tubulao durante a execuo do teste de estanqueidade.

    4. Teste de estanqueidade

    O teste avalia a estanqueidade das juntas nas tubulaes de gua. realizado com a utili-zao de bombas e equipamentos adequados.

    O teste executado atravs da aplicao, no trecho de rede, de presses superiores presso de servio, por determinado perodo de tempo e computado o volume de vazamento.

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 57

    5. Reaterro total da vala

    O reaterro total deve ocorrer aps a realizao do teste de estanqueidade e aps a correo dos vazamentos porventura constatados.

    As zonas deixadas descobertas nas proximidades das juntas devero ser aterradas com os mesmos cuidados utilizados nas etapas anteriores, de modo a se garantirem condies homogneas de reaterro tambm nessas reas.

    O teste de estanqueidade realizado preenchendo-se a tubulao com gua e veri-ficando a ocorrncia de vazamentos nas juntas.

    Sempre que possvel, todas as juntas devem ser verificadas quanto sua estanqueidade, antes do seu recobrimento total. Os testes de estanqueidade devero ser realizados preferencialmente entre derivaes e, no mximo, a cada 500m de tubulao

    Fonte: h

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    O restante do reaterro, at a superfcie do terreno, dever ser realizado, sempre que possvel, com o material proveniente da prpria escavao da vala, desde que livre de pedras com dimenses superiores a 3cm. Esse material de enchimento ser compactado em camadas com 20cm a 30cm de espessura, de modo a se obter adensamento aproxima-damente igual do terreno original.

    6. Desinfeco da tubulao

    A desinfeco necessria para eliminar organismos nocivos, causadores de doenas, que se encontrem no interior da rede de distribuio de gua.

    A desinfeco, geralmente, feita utilizando-se soluo e cloro de concentrao 50 mg/L. Deve-se tomar cuidado par que a gua utilizada na desinfeco reflua tubulao de gua potvel.

    A soluo de gua clorada ser injetada lentamente na tubulao, devendo ser retida, no mnimo, durante 24 horas consecutivas. Aps o perodo da reteno de gua clorada, o resduo de cloro nas extremidades dos tubos e em outros pontos representativos, dever ser de, no mnimo, 25 mg/l.

  • 58 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Caso seja necessrio, o tempo de contato poder ser reduzido para 4 horas, utilizando-se uma soluo de cloro na concentrao de 100mg/L, ou para 2 horas, utilizando-se uma soluo de 200mg/L.

    Durante o processo de desinfeco, enquanto as tubulaes estiverem sob carga de gua fortemente clorada, as vlvulas e outros acessrios devero estar fechados, isolando o trecho.

    O enchimento da tubulao dever ser feito lentamente, at que todo o ar seja expulso do trecho. As ventosas sero fechadas de forma gradativa, a partir do momento em que nelas surgir gua.

    Fechadas todas as ventosas do trecho, ser introduzida gua clorada na tubulao, sob uma presso igual a 1,5 vezes a presso de trabalho no ponto de menor cota.

    A tubulao permanecer nesta condio por um perodo mnimo de 24 horas, aps o qual poder ser esvaziada, atravs de um ponto de descarga.

    A gua deve ser drenada para crrego ou galeria de guas pluviais.

    Aps o tempo de contato recomendado, a gua superclorada dever ser retirada das tubulaes, que devero ser lavadas com gua limpa. A lavagem dever prosseguir at que o cloro residual detectado nas guas de lavagem atinja 1,0 mg/L.

    Concluda a lavagem e antes das tubulaes serem colocadas em carga, devero ser coleta-das amostras da gua em pontos distintos destas. Estas amostras devero ser submetidas a anlises bacteriolgicas, que devero indicar ausncia de coliformes fecais.

    Caso as anlises indiquem presena de coliformes, todo o processo de desinfeco dever ser repetido at que se obtenham resultados satisfatrios.

    Sempre que houver necessidade de se inserir, na tubulao j desinfetada, pea ou cone-xes, estas devero ser previamente tratadas com soluo adequada de cloro, sendo todas as operaes efetuadas na presena de fiscalizao.

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 59

    7.Recomposio do pavimento

    A recomposio de pavimentos dever ser realizada com a maior brevidade possvel aps a concluso do reaterro, para permitir o restabelecimento do trfego normal no local de execuo da obra ou servio.

    Os materiais para a recomposio de pavi-mentos devero ser, preferencialmente, da mesma natureza daqueles que existiam no pavimento demolido.

    Qual o prazo mximo, no seu servio, para a recomposio do pavimento?

    8.Limpeza do local da obra

    Uma vez concluda a obra ou servio, dever ser procedida a imediata limpeza do local de sua execuo. Esta uma providncia muito importante para evitar mais incmodos vizi-nhana e tambm riscos de acidentes. Contribui igualmente para a boa imagem da empresa encarregada da execuo ou contratao da obra ou servio.

    A limpeza pode consistir em simples varrio ou incluir limpeza com aplicao de gua.

    Cuidados devem ser adotados para evitar a propagao excessiva de poeira e evitar entupi-mento de bocas de lobo e prejuzo ao adequado escoamento de guas pluviais. Os entulhos resultantes devem ser transportados para local adequado.

    9. Cadastro do servio executado

    Que informaes contm o cadastro utilizado na prestadora de servio de abastecimento onde voc trabalha?

    Em um cadastro de rede de distribuio de gua temos desenhos e registros adequados e convenientemente catalogados e arquivados, permitindo, de forma fcil e rpida, a obteno de informaes como as que esto listadas a seguir e que so fundamentais para a adequada operao e manuteno de uma rede de distribuio de gua:

  • 60 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    identificao da localizao, dimetros, tipos de materiais e demais caractersticas relevantes dos tubos, conexes, vlvulas, hidrantes e outros aparelhos ou dispositivos especiais das tubulaes constituintes da rede de distribuio, bem como dos tipos de pavimento das ruas e passeios em que as tubulaes esto instaladas;

    identificao dos estabelecimentos atendidos pela rede de distribuio (o que possibilita a resposta rpida s solicitaes de ligaes prediais ou de reparos de vazamentos, por exemplo);

    O modelo de cadastro utilizado pela prestadora de servios onde voc trabalha contm todas as informaes necessrias? Alguma informao importante tem ficado sem registro?

    Problemas comuns identifi cados nas redes de distribuio

    Na figura a seguir, esto os tipos de vazamentos mais comuns. Voc j deve ter se deparado com alguns deles no seu trabalho e em nossa atividade prtica na Mni Rede. Voc se lembra se todos foram citados em nossa atividade anterior visita Mni Rede?

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    .daaeararaquara.com.br

  • Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 61

    Que tipos de problemas os vazamentos podem causar?

    Na regio onde voc trabalha j ocorreram casos em que vazamentos causaram danos e aborrecimentos populao? Comente como foi o caso.

    importante lembrar que mais que prejuzos econmicos, pro-blemas na rede podem causar risco sade das pessoas que utilizam a gua distribuda para beber, cozinhar e para higiene.

    Vamos terminar o nosso mural dos problemas mais comuns relacio-nados ao sistema de distribuio de gua.

    Problema identificado Possveis causas Possveis solues

  • 62 Abastecimento de gua - Construo, operao e manuteno de redes de distribuio de gua - Nvel 2

    Rotina de funcionamento dos servios de manuteno

    A necessidade de servios de manuteno em redes de distribuio constante e o bom funcionamento do sistema de distribuio determinado por como administrada a rotina de manuteno. importante que o controle das obras seja previsto para execuo rpida, inclusive a atualizao do cadastro. Veremos agora os tipos de manuteno.

    Agora ser feita uma breve exposio oral sobre manuteno de redes de distribuio. Procure participar durante a exposio: relate suas experincias, faa perguntas, tire dvidas e procure identificar o que complemente as respostas do exerccio que j resolveu durante a oficina.

    Manuteno preventiva

    Manuteno preventiva todo servio que tem como finalidade a preservao do bom funcionamento de adutoras em termos de estanqueidade, condies de operao, eficincia hidrulica e condies de segurana, englobando tambm a operao (manobra) de rotina e o levantamento cadastral.

    Manuteno programada

    Trata-se de vazamentos em linhas alimentadoras que carecem de relativa urgncia de repa-ro e no esto, at certo ponto, danificando a pavimentao, nem causando transtorno ao usurio, portanto, no esto prejudicando o livre trnsito de veculo, podendo ser reparados no dia seguinte.

    Manuteno de em