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XVII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XIII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e III Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba

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CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO ENSINO DA CARTOGRAFIA ESCOLAR E O USO DA

TECNOLOGIA

Tamires Mendonça Santos Silva1, Amanda Carlos Túler², João Paulo Pereira Paes², Ramon Santos Minas², Débora Ferreira Melo Fragoso²

1ECSEL/Curso de Segunda Licenciatura em Geografia, Rua Cel. Alziro Viana, 70, Aquidabam, Cachoeiro de

Itapemirim/ES, CEP: 29308-110, [email protected] 2 CCAUFES, Rua Alto Universitário, s/n, Alegre-ES, CEP: 29500.000,[email protected],

[email protected], [email protected], [email protected]

Resumo- Os recursos didáticos são um importante aliado para um ensino de qualidade, mas nada

valem se não estiverem dentro do contexto de determinada época. No mundo contemporâneo a importância da cartografia é fundamental para o ensino da geografia, e entender como cada período explorou o uso de mapas é uma interessante forma de descobrir a particularidade que correspondia à necessidade e a forma com que a escola via as representações cartográficas, e a sua interferência para a sociedade. Desta forma, o século XXI é caracterizado pelos avanços tecnológicos, e tendo em vista a necessidade de discussões sobre o uso das novas tecnologias para a nossa sociedade, este artigo busca trazer reflexões acerca dessa temática, que está fazendo parte do cotidiano de professores e alunos no atual processo de ensino e aprendizagem. Através de uma busca histórica da utilização dos mapas como recurso didático, será compreendido o importante papel do professor nesse processo, e como as épocas e a sociedade interferiu na produção do ensino de geografia. Palavras-chave: Mapas. Geografia. Recursos didáticos. Ciência Área do Conhecimento: Educação

Introdução

A cartografia engloba elementos da ciência e da arte, com o objetivo de representar graficamente, em mapas, as especificidades de uma determinada área geográfica (CERQUEIRA, 2011).

Existem distintas representações cartográficas, que são utilizadas como material didático, entre elas estão: Mapa-múndi, globo, mapas topográficos, carta, planta, mosaico, fotocarta, ortofotocarta, ortofotomapa, carta imagem, fotoíndice, entre outras. Estudar e conhecer esses recursos são importante para uma interpretação correta dos dados presente nas representações. Além de compreender como as representações cartográficas expressam dado período, e os mapas funcionam como elementos fundamentais para entender a noção de geografia e de sociedade em diferentes épocas.

Historicamente os mapas eram irrelevantes para o estudo da cartografia e não eram vistos como um recurso interessante que contribuía para um ensino do espaço. Ao longo do tempo os mapas foram sendo inseridos no contexto escolar em material impressos chamados de atlas, porém estes serviam apenas para memorização e localização dos países em função dos acidentes geográficos. Apenas no final do século XX o

estudo dos mapas foi ganhando um novo olhar para a cartografia e na atualidade as representações tiveram a tecnologia como um ótimo aliado.

Atualmente, muito se fala sobre as novas tecnologias que estão cada vez mais fazendo parte da vida tanto dos professores quanto dos alunos da educação básica, alterando os procedimentos que fundamentam os processos de ensino e aprendizagem. Desta forma, a inserção da cartografia multimídia se tornou um importante aliado para o estudo da geografia nesse século.

O presente trabalho tem como objetivos fazer

uma análise da construção histórica do ensino da cartografia no Brasil, e como os mapas surgiram como forma de recurso didático ao longo dos séculos XIX, XX e XXI. Metodologia

Como metodologia no presente trabalho foi

utilizada a pesquisa bibliográfica, através de diversos materiais como livros, jornais, revistas, internet e informações que foram estudadas durante a busca de dados.

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Resultados

A geografia passou a integrar o currículo

escolar apenas no fim do século XIX para atender a interesses políticos e as representações cartográficas presente nos livros didáticos expressavam os conhecimentos geográficos da época. Desta forma, será apresentado abaixo uma busca histórica com o intuito do entendimento de como surgiu os primeiros livros didáticos com representações cartográficas no Brasil.

Em 1824, na obra intitulada Compendio de Geographia Universal o autor Bazilio Quaresma Torreão fala da influência estrangeira nos primeiros livros didáticos de geografia. Segundo Almeida (2011, p. 12),

“No primeiro compêndio, logo no início, o

autor esclarece que se trata de um resumo de estudos de diversos autores estrangeiros, que

ele realizou com a finalidade de apresentar aos jovens brasileiros. De modo curioso, o autor

“reconhece a importância do trabalho com mapas para o ensino da Geografia e lamenta a

ausência desse recurso didático na obra devido aos altos custos, na época, de uma impressão

com imagens.”

Dessa forma nota-se que os textos eram a único meio destinado ao ensino, porém o autor aconselha os professores a fazer uso de planisférios e mapas para suprir a ausência de progressões cartográficas ausentes nos livros didáticos.

Posteriormente por volta da década de 1850 foram criados programas para o colégio Pedro II que serviram de base para os futuros livros, dentre eles se destaca o livro do padre jurista Thomaz Pompeu de Souza Brasil.

Entende-se que os livros até então tinham apenas resumos de obras científicas européias e descrições, eram ausentes de qualquer imagem cartográfica. Souza Brasil justifica a ausência de mapas no seu livro didático devido à imprecisão das cartas existentes sobre o Brasil, além das dificuldades de impressão das mesmas.

Nos programas posteriores o currículo de geografia do colégio Pedro II entre os anos de 1850 e 1890 passou por importantes transformações segundo Oliveira (2010, p.71) “existia uma desvinculação entre os conteúdos ministrados pela geografia e os elementos ligados a cartografia” vendo a cartografia com um conteúdo e não uma metodologia.

No programa de 1856 a geografia passou a se integrar a historia trazendo elementos da Grécia, Roma e aspectos ligados a cosmologia cristã e “consta como indicação de livro o Manual do Baccálauréat e o altas Delamarche dando margem para afirmarmos a existência de um trabalho com

mapas durante o período imperial.” (OLIVEIRA, 2010, p.72). No programa de 1858 a disciplina compreendia uma explicação dos principais termos técnicos e das divisões do globo através da cosmográficos e de mapa-mundi.

Por muitos anos o único material didático utilizado nas aulas de geografia foi o Atlas Delamarche, esse atlas trazia mapas de todo o mundo (ver Figura 1) e não possuía nenhum processo de reflexão acerca do espaço. Esse material servia apenas para memorização e localização dos países em função dos acidentes geográficos, como: mares, oceanos, cadeia de montanha e outros que eram estudados nas aulas de geografia. Até então nenhuma projeção era do Brasil e nem impressas em nossos livros didáticos.

Figura 1: Atlas Delamarche (BIBLIOTHÈQUE NUMÉRIQUE GALLICA, 2013).

No ano de 1862 acontece uma importante

mudança nos processos didáticos, até aqui as obras utilizadas eram estrangeiras e a partir desse ano passou a ser utilizado um material próprio que seria desenvolvido pelo próprio professor, este seria impresso e trabalhado com o aluno, chamada de apostilas do professor. Dessa forma surge um material tipicamente brasileiro, sob um olhar dos nossos professores.

Já nos anos seguintes, os atlas continuaram presentes nas aulas, porém ainda não eram inseridos nos livros didáticos, pois havia uma separação metodológica do tratamento dos mapas em sala de aula.

Em 1868 é publicado o Atlas do Império do Brasil de Candido Mendes de Almeida. Muitos autores de livros didáticos de geografia do século XIX diziam que não existiam mapas do Brasil de qualidade nesse período, e a publicação desse atlas vem questionar esse argumento já que os mapas existentes nesse atlas eram de boa

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qualidade. Apesar da boa qualidade dos mapas, esses ainda não correspondiam ao espaço original, apelando para a cartografia temática que busca diferenciações políticas a partir de cores.

Um livro didático importante surgiu já no final do século XIX, chamada de Terra Ilustrada obra adaptada por Eugenio de Barros Raja Gabaglia.

“O título “Terra Ilustrada” remete ao aspecto inovador dessa obra, pois ela deve ser um dos

primeiros livros didáticos ilustrados de Geografia impressos no Brasil. Trata-se de

uma inovação que a Livraria Garnier trouxe para o mercado editorial brasileiro” (ALMEIDA,

2011, p.13).

A partir de então iniciam-se assim uma nova fase na produção dos materiais didáticos onde as imagens passam a terem um importante papel na transposição de conceitos e conteúdos. Varias ilustrações presente neste livro foram copiados para livros posteriores chegando até os dias de hoje como verdadeiros ícones do ensino de cartografia, Almeida (2011, p. 14) entende que:

“Entre elas, escolhemos uma que teve o poder

de quase perpetuar a ideia de que as direções cardeais estão associadas aos lados do corpo

humano (direito/ Leste - esquerdo/Oeste) e levar ao esquecimento de que essas direções

resultam do movimento de rotação da Terra, o qual ocasiona o movimento aparente do Sol,

conhecido desde a Antiguidade como

referência para a orientação e a localização.”

No século XX inicia a reconstrução da cartografia nos livros didáticos, assim como a reconstrução dos mapas, as novas elaborações e suas transformações no decorrer deste século. Uma publicação importante para o estudo da geografia do Brasil que inicia o século é o Compêndio de Geografia Elementar de Manuel Said Ali Ida (1905), apesar de não ter mapas ele propôs regionalizar o território brasileiro a partir das suas atividades econômicas e das condições territoriais, segundo Oliveira (2010, p. 93)

“Processo de recorde por ele denominado

de “zonas geográficas”, a saber: Brasil Oriental

ou Ocidental, Brasil Setentrional, Brasil de Nordeste, Brasil Oriental e Brasil Meridional,

pré-anunciando as bases da divisão regional ainda em uso, estabelecida pelo IBGE:

Sudeste, Norte, sul, Nordeste e Centro-Oeste.”

A partir dessa divisão a regionalização do Brasil passa a ser estudada de maneira mais minuciosa dando importância não apenas aos aspectos econômicos, mas também aos naturais que influenciaram a construção da urbanização das regiões. Na obra de Delgado de Carvalho, Geographia do Brasil – Tomo I (1913) nasce uma geografia com uma visão moderna, visando analisar a relação do homem com o meio ao quais os mapas se tornaram um elemento importante e estes vinham agregados de tabelas e legendas. Assim as representações passam a ser usados com ferramenta para a assimilação de conceitos científicos.

Nas décadas de 1940 1950, Surgem um novo autor de livros didáticos no Brasil Aroldo de Edgard de Azevedo sua obra Brasil e suas regiões, cada capitulo destina-se a explorar os aspectos naturais, clima, relevo, hidrografia e vegetação, esses elementos são transpostos para os mapas, valorizando o uso desse recurso didáticos que agora se torna cada vez mais freqüentes e utilizados dentro dos diversos conteúdos de geografia. Os mapas passar a se tornarem uma referencia dos textos e servem de ilustração para aquilo descrito pelo autor, sendo uma representação visual do conteúdo de modo à melhor explicá-lo.

No ponto de vista histórico por volta dos anos de 1983, já no final do século a ditadura militar trás um novo olhar de sociedade, e a educação passa por transformações, bem como também os matérias didáticos que agora passam a atender a esse novo comando de governo. A nova autora de livros didáticos Zoraide Victorello Beltrame, trás no seu livro Geografia do Brasil – 2º grau uma abordagem mais econômica e políticas. Os mapas agora passam a ser um reflexo dos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) trazendo informações reais.

Desta forma, através dessa analise histórica é possível verificar a cartografia como um importante aliado didático no estudo da geografia, e que os mapas sempre fazem parte da representação da sociedade em que foram criados, sendo uma forma de expressão falando por si próprio.

A análise destes materiais permite identificar traços culturais, políticos e ideológicos ao longo da história, por isso no século XXI o ensino da cartografia ganha um novo olhar e novos recursos que possibilitam ao estudo dos mapas uma forma mais apropriada para o nosso século. Discussão

A tecnologia tem mudado a forma de ensinar,

hoje os computadores e a internet torna a aula mais dinâmica e interessante. Dessa forma se constituírem na sociedade contemporânea como os principais meios de produção, difusão e acesso à informação. No que se refere-se ao ensino da cartografia, os mapas passam a circular no mundo virtualmente e com uma diversidade muito grande, tanto nos seus conteúdos, como nos formatos.

No início do surgimento da Internet, por exemplo, os mapas que começaram a circular na rede ainda eram muito parecidos com aqueles que encontrávamos em livros didáticos e atlas escolares. Segundo Almeida (2011, p. 28) “a principal importância da Internet para a cartografia,

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neste período, foi permitir que, em questão de minutos, mapas construídos num ponto do globo alcançassem o mundo.” Mas ao longo do tempo a tecnologia avançou e permitiu que as representações cartográficas se torna cada vez mais interativa, permitindo ao usuário uma melhor interpretação dos mapas.

A aprender a linguagem cartográfica envolve símbolos que vão além de letras e palavras, linhas, cores e formas. Esses símbolos representados no mapa, vem substituir as palavras que seriam escritas, sintetizando as informações contidas nele, facilitando a comunicação e a visualização, auxiliando na aprendizagem geográfica.

“Sendo assim, para a utilização da cartografia

em sala de aula é necessário que os alunos passem por um processo de alfabetização para

entender a linguagem dos mapas na aquisição do conhecimento geográfico. Os alunos que

não tiverem orientação sobre os elementos

cartográficos nas aulas poderão ter grandes dificuldades em relacionar o conhecimento

geográfico com as questões relativas à seu cotidiano (PEDROSO, 2012, p.30)”.

A cartografia tornou-se importante ao longo da história da educação contemporânea por permitir o estudo do ambiente a partir de uma linguagem que possibilita tanto a visualização de lugares conhecidos pelo aluno quanto os não conhecidos. Então para compreender essa diversidade de elementos agora dispostos para o aluno, o professor precisa apresentar esses símbolos e integrá-los ao cotidiano, de modo a dá significados.

Com o surgimento do computador se faz necessário o uso de novas práticas educativas, novas definições e novos conceitos, a utilização desse novo material didático modificou a relação entre o usuário e os mapas, segundo Pedroso (2012, p. 31) “este recurso permite a apresentação das informações a partir daquilo que especificamente cada um deseja conhecer.” O que podemos entender é que as representações cartográficas no século XX permitem entender a sociedade nesse mundo cheio de transformações tecnológicas, com informações dispostas rapidamente e com uma enorme variedade de detalhes. Nos séculos passados a cartografia tinha os atlas como único recurso de ensino, e esse servia apenas como um instrumento de memorização sem grande significado para os alunos, despertando pouco interesse por parte dos mesmos. Porem a internet tem sido nesse século um ótimo aliado para despertar nos alunos a curiosidade de descobrir o mundo.

As tecnologias educacionais, passam a ser ferramentas complementares de ensino, oferecem aos estudantes acesso a uma grande variedade de informações, o que é uma tendência mundial

em todos os níveis de educação. Dessa forma Abreu (2010, p.5) afirma que “nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN –1998), são sugeridas a utilização de novas tecnologias nas atividades de ensino”. Então conhecer e utilizar esses recursos não são apenas uma opção do professor, mas uma exigência do governo. Além de entender que os recursos tecnológicos contribuem efetivamente para a consolidação de novas possibilidades metodológicas em sala de aula, inclusive no campo da Geografia e da cartografia escolar.

Dentro do contexto tecnológico hoje existem uma variedade de programas na internet disponíveis para o professor, são eles: o projeto Armazenzinho (PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, 2013), o canal Países e mapas do site do IBGE (IBGE, 2013) e os aplicativos Google Maps e Google Earth (GOOGLE MAPAS, 2013).

O website projeto Armazenzinho tem caráter educacional, possuindo informações sobre a cidade do Rio de Janeiro, lá o usuário pode encontrar dados sobre o município expressos em forma de texto, imagem e mapas. Além de conhecer diferentes rotas de por meio de metro, trem, bicicletas e barcas, e ainda o aluno pode montar um mapa temático do bairro. Essa conexão de informações é uma característica desse novo olhar de mapa, onde o aluno tem a possibilidade de utilizar várias linguagens de representação cartográfica de acordo com o seu interesse.

Já o site do IBGE o recurso utilizado no canal Países trata-se de um mapa-múndi interativo, o professor de geografia nas suas aulas, ensinando sobre determinado país, pode pedir que seus alunos utilizem esse site para descobrir informações interessantes sobre determinado país (Figura 2). No canal Mapas o aluno pode baixar os mapas com informações diversas como: mapas escolares, mapas político-administrativos, mapas físicos, mapas temáticos e mapas interativos.

Os aplicativos da Google chamados de maps e

Earth são os mais sofisticados. Almeida (2011, p.32) entende que:

“Tanto um quanto outro oferecem ao

usuário a possibilidade de escolher se quer visualizar a superfície terrestre na forma de mapas, imagens de satélite ou uma combinação entre os dois. Através das diversas ferramentas disponíveis, é possível também aproximar e distanciar os lugares, localizar endereços e serviços, traçar rotas, obter e compartilhar fotos e vídeos de diferentes lugares e desenhar novos mapas.”

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Esses aplicativos mostram o quanto à tecnologia trouxe um novo olhar para o ensino e estudo da cartografia. Os mapas sempre foram um importante aliado para explorar os conhecimentos cartográficos e o único recurso utilizado eram impressos em atlas ou junto aos livros didáticos, porém no século XXI foi preciso reinventar a idéia de mapa e esses aplicativos da Google trate-se de uma revolução da cartografia multimídia trazendo mapas em 2D ou 3D que permite ao usuário a sensação de estarem sobrevoando o planeta (ver Figura 3).

Todo esse recurso tecnológico re-significa o modo de estudar os mapas e os tornam mais atrativos, e cabe ao professor promover esse estudo preparando os alunos para se adaptarem as condições técnicas oferecidas pelo novo contexto informacional que caracteriza o nosso século. Dessa forma Pedroso (2012, p. 31) afirma “os novos símbolos criados a partir da cultura tecnológica apontam o analfabeto do futuro: será aquele que não souber ler as imagens geradas pelos meios eletrônicos”

A evolução tecnológica na Cartografia tem sido muito rápida. Com essa rapidez os professores precisam se atualização, para que a distância entre conhecimento e preparação não se amplie e assim o professor (principalmente nas regiões de pouco recursos), não se tornem um mero observador não participante no processo tecnológico de ensino.

Conclusão

Os métodos educacionais são um reflexo

da sociedade, pois ele tem o objetivo de atender as necessidades da mesma. Inegavelmente, os contextos nos quais as escolas se inserem vêm se transformando, mediante as transformações da sociedade, e juntamente os discursos e ferramentas construídos para apreendê-los também adquirem novos contornos.

Desta forma, o ensino de Geografia também vem sofrendo reconfiguração de seu pressuposto teórica e prática de modo a atender as exigências educacionais do nosso século.

Com as modificações do conteúdo das comunicações, a escola, é convidada a se apropriar das novas tecnologias da informação e comunicação, de modo a contextualizar o processo de transmissão e partilha dos saberes. Em cartografia a tecnologia chega com um recurso que torna o conteúdo muito mais atrativo e convidativo.

Por fim, este trabalho demonstrou que, os recursos didáticos são um reflexo do contexto sócio-cultural em que a escola está inserida. E já que o computador é uma ferramenta e uma

linguagem conhecida do aluno do século XXI, utilizá-lo principalmente aliado a internet forma o recurso mais adequado para o nosso século, principalmente no ensino da cartografia onde ouve vários avanços na construção de mapas interativos e repletos de informações que podem ser acessadas pelo aluno saciando as suas curiosidades. Adequar velhos recursos as inovações do século estreita os laços do aluno com a escola, fazendo com que ele a veja como um ambiente um pouco mais semelhante àquele no qual ele vive fora de seus muros. Referências

ABREU, P. R.; CASTROGIOVANNI, A. C. A cartografia escolar e a cartografia lar. Recife: UFRGS, 2010.

ALMEIDA, R. D. de. Cartografia escolar. Rio de

Janeiro: TV escola, 2011.

BIBLIOTHÈQUE NUMÉRIQUE GALLICA. Atlas Delamarche. Disponível em:

<http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/btv1b84687849/f1.item.langPT>. Acesso em: 10 set. 2013.

CERQUEIRA, W. de. Cartografia. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/cartografia.htm>. Acesso em: 10 set. 2013.

GOOGLE MAPAS. Mapas. 2013. Disponível em: <https://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&tab=wl>. Acesso em: 05 set. 2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Países. 2013 Disponível

em: <http://www.ibge.gov.br/paisesat/main_frameset.php>. Acesso em: 8 set. 2013.

OLIVEIRA, A. G. de. A Cartografia escolar e o ensino de geografia no Brasil: um olhar histórico

e metodológico a partir do livro didático (1913-1982). João Pessoa: [S.n.], 2010.

PEDROSO, J. do C.; STREFENON, Daniel Luiz. Recursos digitais e cartografia escolar:

Possibilidades metodológicas de trabalhos a partir do atlas escolar online do IBGE. Fortaleza: Geosaberes, 2012.

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Projeto armazenzinho. 2013. Disponível em: <http://portalgeo.rio.rj.gov.br/armazenzinho/web/conhecaTambem.asp>. Acesso em: 09 set. 2013.