consorciaÇÃo de cultivares de caupi- hortaliÇa … · “o senhor é o meu pastor e nada me...

79
ARNALDO PANTOJA DA COSTA CONSORCIAÇÃO DE CULTIVARES DE CAUPI- HORTALIÇA COM CULTIVARES DE CENOURA EM SISTEMA ORGÂNICO MOSSORÓ-RN 2014

Upload: vanque

Post on 08-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

ARNALDO PANTOJA DA COSTA

CONSORCIAÇÃO DE CULTIVARES DE CAUPI-

HORTALIÇA COM CULTIVARES DE CENOURA EM

SISTEMA ORGÂNICO

MOSSORÓ-RN

2014

ARNALDO PANTOJA DA COSTA

CONSORCIAÇÃO DE CULTIVARES DE CAUPI-HORTALIÇA COM

CULTIVARES DE CENOURA EM SISTEMA ORGÂNICO

Tese apresentada à Universidade Federal

Rural do Semi-Árido como parte das

exigências para obtenção do grau de Doutor

em Ciências: Fitotecnia.

Orientador:

Prof. Ph.D. Francisco Bezerra Neto

Co-Orientadora:

Profa. D. Sc. Maiele Leandro da Silva

MOSSORÓ-RN

2014

O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade de seus

autores

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Biblioteca Central Orlando Teixeira (BCOT)

Setor de Informação e Referência

C837c Costa, Arnaldo Pantoja da.

Consorciação de cultivares de caupi-hortaliça com cultivares de

cenoura em sistema orgânico. / Arnaldo Pantoja da Costa. -- Mossoró,

2014.

76f.: il.

Orientador: Prof. Ph.D. Francisco Bezerra Neto.

Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do

Semi-Árido. Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação.

1. Vigna unguiculata. 2. Daucus carota 3. Combinações de

cultivares. 4. Eficiência agroeconômica. I. Título.

RN/UFERSA/BCOT /884-14 CDD: 635.13

Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa

CRB-15/120

ARNALDO PANTOJA DA COSTA

CONSORCIAÇÃO DE CULTIVARES DE CAUPI-HORTALIÇA COM

CULTIVARES DE CENOURA EM SISTEMA ORGÂNICO

Tese apresentada à Universidade Federal

Rural do Semi-Árido como parte das

exigências para obtenção do grau de Doutor

em Ciências: Agronomia/Fitotecnia.

APROVADA EM: 11 / 12 / 2014

Dedico

Aos meus pais in memoriam, Manoel

Albuquerque Costa e Raimunda Pantoja da

Costa que me ensinaram a trabalhar e trilhar

os caminhos da honestidade, ética e

solidariedade.

Aos meus filhos, Regiane, Marcell e

Susan com muito amor e um desejo

imenso que sejam felizes e vencedores.

........Ofereço

“O Senhor é o meu Pastor e nada me faltará.

Deita-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas

tranquilas.

Refrigera a minha alma, guia-me pelas veredas da justiça, por

amor do seu nome.

Ainda que eu passe pelo vale da sombra da morte, não temeria

mal algum, porque Tu senhor estás comigo, a tua vara e o teu

cajado me consolam.

Prepara-me uma mesa perante mim na presença dos meus

inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice

transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia me

seguirão todos os dias de minha vida, e habitarei na casa do

SENHOR por longos dias".

Salmo 23

AGRADECIMENTOS

À Deus pelo dom da vida e tudo de bom em minha existência, seja toda honra

e toda a glória para sempre;

Ao professor Ph. D. Francisco Bezerra Neto, pelas orientações neste trabalho,

pela amizade, disponibilidade, paciência para ouvir, esclarecer e compartilhar sua

valiosa experiência dando me apoio em todos os momentos;

As professoras D. Sc. Maiele Leandro da Silva; D. Sc. Jailma Suerda Silva de

Lima e D. Sc. Gardênia Silvana de Oliveira Rodrigues pelas orientações, acolhida,

amizade, dedicação, incentivo e solidariedade no desenvolvimento deste trabalho.

À Tatiane Calandrino da Mata pelo amor, carinho, compreensão e apoio de

todas as horas;

À minha Irmã Vanda Pantoja da Costa, amiga incondicional de todas horas

pelas palavras de apoio, carinho, incentivo e amizade;

Ao meu cunhado Professor Emanoel Mendes de Brito e Socorro Brito os quais

contribuíram decisivamente para minha formação pessoal e profissional, a minha

eterna gratidão;

Aos meus filhos, netos e sobrinhos com a expectativa que a realização deste

sonho sirva de referência e exemplo em suas vidas;

A toda a minha família que perto ou longe torcem por mim. Me estimulam e

me lançam para frente;

Aos colegas de doutorado, mestrado, graduação e ensino técnico

profissionalizante da UFERSA, os quais tornaram a minha jornada mais leve, me

ajudando nos momentos difíceis;

À Universidade Federal Rural do Semiárido - UFERSA pela formação

proporcionada;

À CAPES pelo financiamento do projeto;

Ao Programa de Doutorado Interinstitucional em Fitotecnia IFPA/UFERSA –

DINTER;

Ao IFPA Campus Castanhal, Pará na pessoa do Professor Francisco Edinaldo

Feitosa de Araújo pela liberação entre outras ações que possibilitaram a concretização

do Doutorado;

Ao colega Ítalo Nunes Silva pelo apoio e importante contribuição neste

trabalho;

Aos professores facilitadores do processo de ensino e aprendizagem que com

seus conhecimentos e valiosas experiências foram decisivos na minha formação;

Aos professores Aurélio Paes Barros Júnior, Jailma Suerda Silva de Lima,

Maiele Leandro da Silva e Vânia Christina Nascimento Porto pelas sugestões e

participação na banca de avaliação;

Aos funcionários da Fazenda Experimental Rafael Fernandes da UFERSA, em

especial ao Sr. Cosmildo, pela colaboração na condução dos experimentos no campo;

A todos aqueles que de alguma forma contribuíram em mais essa etapa da

minha vida.

Meu reconhecimento e gratidão.

BIOGRAFIA

ARNALDO PANTOJA DA COSTA, filho de Manoel Albuquerque Costa e Raimunda

Pantoja da Costa, nasceu em Inhangapí, Pará, em 18 de setembro de 1960. Em 1977

iniciou o curso de Técnico em Agropecuária pela Escola Agrotécnica Federal de

Castanhal (EAFC), Pará, atual Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do

Pará (IFPA), Campus Castanhal-PA, obtendo o título de Técnico em Agropecuária em

dezembro de 1980. Em janeiro de 1981, ingressou no quadro de servidores da EAFC-

PA como Professor Colaborador. Em 1983, iniciou o curso de Licenciatura Plena em

Ciências Agrárias na Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL), MG, obtendo

o título de Licenciatura Plena em Ciências Agrárias em 1985. Em 1995, iniciou o

Curso de Bacharel em Administração pela Universidade Federal do Pará (UFPA),

concluindo-o em maio de 2001. Em 2007, iniciou o curso de Mestrado em Educação

Agrícola pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), concluindo-o

em outubro de 2008. Em março de 2013, iniciou o Curso de Doutorado em

Agronomia: Fitotecnia pela UFERSA, concluindo-o em dezembro de 2014.

RESUMO

COSTA, Arnaldo Pantoja da. Consorciação de cultivares de caupi-hortaliça com

cultivares de cenoura em sistema orgânico. 2014. 76tf. Tese (Doutorado em

Agronomia: Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA),

Mossoró-RN, 2014.

Este estudo teve como objetivo avaliar o desempenho agroeconômico da consorciação

de cultivares caupi-hortaliça com cultivares de cenoura fertilizada com flor-de-seda nas

condições semiárida do município de Mossoró-RN. O trabalho foi conduzido na

Fazenda Experimental “Rafael Fernandes” da Universidade Federal Rural do Semi-

Árido (UFERSA), durante o período de setembro de 2013 a março de 2014. O

delineamento experimental utilizado foi o de blocos completos casualizados com 4

repetições e os tratamentos arranjados em esquema fatorial 4 x 2, resultante da

combinação de quatro cultivares de caupi (BRS Tumucumaque, BRS Cauamé, BRS

Guariba e BRS Itaim) com duas cultivares de cenoura (Brasília e Alvorada). Em cada

bloco foi plantado uma parcela solteira de cada cultivar em estudo. Todos os

tratamentos foram adubados com flor-de-seda na dosagem de 50,37 t ha-1

. As

características avaliadas na cultura do caupi-hortaliça foram: número de vagens verdes

por área, produtividade de vagens verdes e peso seco de vagens verdes, número de

grãos verdes por vagem, produtividade de grãos verdes, peso de 100 grãos verdes e

peso seco de grãos verdes. Na cenoura foram determinadas: altura de plantas, massa

fresca e seca da parte aérea e de raízes, produtividade total, comercial e classificada de

raízes. Os índices de competição e de eficiência agroeconômica dos sistemas

consorciados avaliados foram: índice de superação, taxa de competição, vantagem do

consórcio, índice de uso eficiente da terra, índice de eficiência produtiva, escore da

variável canônica, renda bruta, renda líquida, taxa de retorno e índice de lucratividade

e vantagem monetária corrigida. A cultivar de cenoura que teve melhor desempenho na

produção de raízes comerciais foi a “Brasília”, tanto em cultivo solteiro como no

consorciado com as cultivares de caupi-hortaliça. Em termos absolutos, a cultivar de

caupi-hortaliça de maior produtividade foi a da BRS Tumucumaque tanto em sistema

solteiro como no consorciado. A combinação de cultivares de maior eficiência

agronômico/biológica foi a da BRS Guariba com cenoura Alvorada e a de maior

eficiência econômica foi a da cultivar BRS Tumucumaque com cenoura Brasília.

Palavras-chave: Vigna unguiculata; Daucus carota; Combinações de cultivares;

Eficiência agroeconômica.

ABSTRACT

COSTA, Arnaldo Pantoja da. Intercropping of cowpea-vegetable cultivars with

carrot cultivars in organic system. 2014. 76f. Dissertation (Doctorate in Agronomy:

Plant Science) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN,

2014.

This study aimed to evaluate the agroeconomic performance of the intercropping

system of cowpea-vegetable cultivars with carrot cultivars fertilized with roostertree in

the semi-arid conditions of Mossoró-RN. The work was conducted at the Experimental

Farm "Rafael Fernandes" of the Universidade Federal Rural do Semi-Àrido (UFERSA)

during the period of September 2013 to March 2014. The experimental design was a

randomized complete block with four replications and treatments arranged in a

factorial 4 x 2, resulting from the combination of four cowpea-vegetable cultivars of

(BRS Tumucumaque, BRS Cauamé, BRS and BRS Guariba Itaim) with two carrot

cultivars (Brasilia and Alvorada). In each block was planted a plot of each cultivar in

sole crop. All treatments were fertilized with roostertree at a dose of 50.37 t ha-1. The

characteristics evaluated in the cowpea-vegetable crop were: number of green pods per

area, yield of green pods and dry weight of green pods, number of green grains per

pod, productivity green of grains, weight of 100 green grains and dry weight of green

grains. In the carrot were evaluated: plant height, fresh and dry mass of shoots, total

and commercial productivity and classified productivity of roots. The competition and

agroeconomic efficiency indices of intercropping systems evaluated were:

Aggressivity, competitive ratio, intercropping advantage, land equivalent ratio,

productive efficiency index, score of the canonical variable, gross income, net income,

rate of return, profit margin and modified monetary advantage. The cultivar of carrot

that had the best performance in the commercial production of roots was the "Brasilia",

both in sole crop as in intercropped with cowpea-vegetable cultivars. In absolute terms,

the cultivar of cowpea-vegetable of higher productivity was BRS Tumucumaque both

single crop and intercropping system. The cultivars combination of higher

agronomic/biological efficiency was the BRS Guariba with carrot Alvorada and of the

greater economic efficiency was the cultivar BRS Tumucumaque with carrot Brasilia.

Keywords: Vigna unguiculata; Daucus carota; Cultivars combinations;

Agroeconomic efficiency.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Número de vagens verdes por área (NV), produtividade de vagens

verdes (PV), peso seco de vagens verdes (PSV), número de grãos

verdes por vagem (NG), produtividade de grãos verdes (PG), peso

de 100 grãos verdes (P100), peso seco de grãos verdes (PSG) de

caupi-hortaliça em função de cultivares de caupi-hortaliça e de

cenoura em consórcio e de cultivares de caupi-hortaliça solteira.

Mossoró-RN, UFERSA, 2014............................................................

42

Tabela 2 - Altura de plantas (AP), massa fresca da parte aérea (MFPA), massa

seca da parte aérea (MSPA) e massa seca de raízes (MSR) de

cenoura em função de cultivares de caupi-hortaliça e de cenoura em

consórcio e de cultivares de cenoura solteira. Mossoró-RN,

UFERSA, 2014...................................................................................

43

Tabela 3 - Produtividade comercial (PC) e total (PT) de cenoura em função de

cultivares de caupi-hortaliça e de cenoura em consórcio e de

cultivares de cenoura solteira. Mossoró-RN, UFERSA,

2014.....................................................................................................

45

Tabela 4- Produtividade de raízes longas (RL), médias (RM), curtas (RC) e

refugo (RR) de cenoura em função de cultivares de caupi hortaliça e

de cenoura em consórcio e de cultivares de cenoura solteira.

Mossoró-RN, UFERSA, 2014.............................................................

46

Tabela 5 - Índice de superação da cenoura (ISc) e do caupi-hortaliça (ISch),

taxa de competição do sistema (TCs) e vantagem do sistema

consorciado (VC) de caupi-hortaliça consorciado com cenoura.

Mossoró-RN, UFERSA, 2014............................................................

48

Tabela 6 - Valores de UETs nos métodos de padronização homogênea de

rendimento usando a média das repetições das cultivares solteiras

sobre blocos (M1), o máximo das médias das cultivares solteiras

sobre blocos (M2), a média das médias das cultivares solteiras sobre

blocos (M3), as médias das cultivares solteiras dentro do bloco (M4),

o máximo das cultivares solteiras dentro do bloco (M5) e o valor

observado de cada cultivar solteira dentro do bloco (M6), do índice

de eficiência produtiva (IEP) e da variável canônica Z nas

combinações de cultivares de caupi-hortaliça com cultivares de

cenoura. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.............................................. 49

Tabela 7 - Valores de UETs nos métodos de padronização homogênea de

rendimento usando a média das repetições das cultivares solteiras

sobre blocos (M1), o máximo das médias das cultivares solteiras

sobre blocos (M2), a média das médias das cultivares solteiras sobre

bloco (M3), as médias das cultivares solteiras dentro do bloco (M4),

o máximo das cultivares solteiras dentro do bloco (M5) e o valor

observado de cada cultivar solteira dentro do bloco (M6) e do índice

de eficiência produtiva (IEP) e variável canônica Z (Z) em

combinações de cultivares de caupi-hortaliça consorciadas com

cultivares de cenoura. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.........................

50

Tabela 8 - Valores de renda bruta (RB), renda líquida (RL), taxa de retorno

(TR), índice de lucratividade (IL) e da vantagem monetária

corrigida usando os métodos de padronização homogênea de

rendimento da UET M1 (VMc do M1) e M6 (VMc do M6). Mossoró-

RN, UFERSA, 2014............................................................................

52

Tabela 9 - Valores de renda bruta (RB), renda líquida (RL), taxa de retorno

(TR), índice de lucratividade (IL) e da vantagem monetária

corrigida (VMc) nos métodos de padronização homogênea de

rendimento M1 e M6 dos consórcios de caupi-hortaliça consorciado

com cenoura. Mossoró-RN, UFERSA, 2014................................

53

LISTA DE TABELAS DO APÊNDICE

Tabela 1A - Produtividades de caupi-hortaliça e de cenoura em t ha-1

nos

sistemas consorciados e solteiros......................................................

64

Tabela 2A - M1: Média do rendimento das repetições das cultivares solteiras

sobre blocos......................................................................................

65

Tabela 3A - M2: Máximo do rendimento das médias das cultivares solteiras

sobre blocos......................................................................................

65

Tabela 4A - M3: Média das médias do rendimento das cultivares solteiras sobre

blocos................................................................................................

66

Tabela 5A - M4: Médias do rendimento das cultivares solteiras dentro do

bloco..................................................................................................

66

Tabela 6A - M5: Máximo do rendimento das cultivares solteiras dentro do

bloco..................................................................................................

67

Tabela 7A - M6: Valores observados do rendimento de cada cultivar solteira

dentro do bloco.................................................................................

67

Tabela 8A - Valores de “F” de altura de plantas (AP), produtividade comercial

(PC) e total (PT), massa fresca da parte aérea (MFPA), massa seca

da parte aérea (MSPA) e da massa seca de raízes (MSR) de

cenoura em função de cultivares de caupi-hortaliça e de cenoura

em consórcio e de cultivares de cenoura solteira. Mossoró, RN,

UFERSA, 2014.................................................................................

68

Tabela 9A - Valores de “F” de produtividade de raízes longas (RL), médias

(RM), curtas (RC) e refugo (RR) de cenoura em função de

cultivares de caupi-hortaliça e de cenoura em consórcio e de

cultivares de cenoura solteira. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.........

68

Tabela 10A - Valores de “F” de número de grãos verdes por vagem (NG),

produtividade de grãos verdes (PG), produtividade de vagens

verdes (PV), peso seco de grãos verdes (PSG), peso seco de

vagens verdes (PSV), peso de 100 grãos verdes (P100) e número

de vagens por área (NV) de caupi-hortaliça em função de

cultivares de cultivares de caupi-hortaliça e de cenoura em

consórcio e de cultivares de caupi-hortaliça solteiro. Mossoró-RN,

UFERSA, 2014.................................................................................

69

Tabela 11A - Valores de “F” da média dos rendimentos das repetições das

cultivares solteiras sobre blocos (M1), do máximo rendimento das

médias dos rendimentos das cultivares solteiras sobre blocos (M2),

média das médias do rendimento das cultivares solteiras sobre

bloco (M3), médias dos rendimentos das cultivares solteiras dentro

bloco (M4), máximos dos rendimentos das cultivares solteiras

dentro do bloco (M5) e dos valores observados dos rendimentos de

cada cultivar solteira dentro do bloco (M6) da UET em função de

cultivares de caupi-hortaliça e de cultivares de cenoura

consorciada. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.....................................

69

Tabela 12A - Valores de “F” da média dos rendimentos das repetições das

cultivares solteiras sobre blocos (M1), do máximo rendimento das

médias dos rendimentos das cultivares solteiras sobre blocos (M2),

média das médias do rendimento das cultivares solteiras sobre

bloco (M3), médias dos rendimentos das cultivares solteiras dentro

bloco (M4), máximos dos rendimentos das cultivares solteiras

dentro do bloco (M5) e dos valores observados dos rendimentos

de cada cultivar solteira dentro do bloco (M6) da UET em função

de cultivares de caupi-hortaliça e de cultivares de cenoura

consorciada. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.....................................

70

Tabela 13A - Valores de “F” de renda bruta (RB), renda líquida (RL), taxa de

retorno (TR), índice de lucratividade (IL) e da vantagem

monetária corrigida da média dos rendimentos das repetições das

cultivares solteiras sobre blocos (VMc do M1) e dos valores

observado de cada cultivar solteira dentro do bloco (VM do M6)

em função de cultivares de caupi-hortaliça e cultivares de cenoura

consorciadas. Mossoró-RN, UFERSA, 2014....................................

70

Tabela 14A - Valores de “F” de renda bruta (RB), renda líquida (RL), taxa de

retorno (TR), índice de lucratividade (IL) e da vantagem

monetária corrigida da média dos rendimentos das repetições das

cultivares solteiras sobre blocos (VMc do M1) e dos valores

observado dos rendimentos de cada cultivar solteira dentro do

bloco (VMc do M6) em função de cultivares de caupi-hortaliça e

cultivares de cenoura consorciadas. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.

71

Tabela 15A - Valores de “F” do índice de eficiência produtiva (IEP) e da

variável canônica Z (Z) em função de cultivares de caupi-hortaliça

e cultivares de cenoura consorciadas. Mossoró-RN, UFERSA,

2014...................................................................................................

71

Tabela 16A - Tabela 16A - Valores de “F” do índice de eficiência produtiva

(IEP) e da variável canônica Z (Z) em função de cultivares de

caupi-hortaliça e cultivares de cenoura consorciadas. Mossoró-

RN, UFERSA, 2014..........................................................................

72

Tabela 17A - Custos variáveis e fixos de produção por hectare de cultivares de

caupi-hortaliça consorciada com cenoura Brasília adubada com 51

t ha-1

de flor-de-seda. Mossoró, RN, UFERSA, 2014.....................

73

Tabela 18A - Custos variáveis e fixos de produção por hectare de cultivares de

caupi-hortaliça consorciada com cenoura Alvorada adubada com

51 t ha-1

de flor-de-seda. Mossoró, RN, UFERSA, 2014.................

75

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 16

2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................... 18

2.1 CULTIVO CONSORCIADO ............................................................ 18

2.2 ADAPTAÇÃO DE CULTIVARES AO SISTEMA

CONSORCIADO.......... ....................................................................

22

2.3 ADUBAÇÃO VERDE NA PRODUÇÃO ORGÂNICA DE

HORTALIÇAS....................................................................................

24

3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................ 26

3.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

EXPERIMENTAL..............................................................................

26

3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ............................................ 27

3.3 INSTALAÇÃO E CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO ................... 28

3.4 CARACTERÍSTICAS AVALIADAS ............................................... 29

3.4.1 Cultura do caupi-hortaliça ............................................................. 29

3.4.1.1 Número vagem verdes por área ......................................................... 29

3.4.1.2 Produtividade de vagens verdes......................................................... 29

3.4.1.3 Peso seco de vagens verdes ............................................................... 30

3.4.1.4 Número de grãos verdes por vagem .................................................. 30

3.4.1.5 Produtividade de grãos verdes ........................................................... 30

3.4.1.6 Peso de 100 grãos verdes ................................................................... 30

3.4.1.7 Peso seco de grãos verdes .................................................................. 31

3.4.2 Cultura da cenoura ......................................................................... 31

3.4.2.1 Altura de plantas ................................................................................ 31

3.4.2.2 Massa fresca da parte aérea ............................................................... 31

3.4.2.3 Massa seca da parte aérea.. ................................................................ 32

3.4.2.4 Massa seca de raízes............................................................................ 32

3.4.2.5 Produtividade total de raízes............................................................ 32

3.4.2.6 Produtividade comercial de raízes...... ............................................... 32

3.4.2.7 Produtividade classificada de raízes.................................................... 33

3.4.3 Índices de competição e vantagem do consórcio............................. 33

3.4.3.1 Índice de superação (IS)...................................................................... 33

3.4.3.2 Taxa de competição (TC).................................................................... 34

3.4.3.3 Vantagem do consórcio (VC)..................................................... 35

3.4.4 Índices de avaliação da eficiência de sistemas consorciados......... 35

3.4.4.1 Índices de eficiência agronômica...................................................... 35

3.4.4.1.1 Índice Uso Eficiente da Terra (UET)............................................... 35

3.4.4.1.2 Índice de eficiência produtiva (IEP).................................................... 37

3.4.4.1.3 Escore da variável canônica (Z).......................................................... 38

3.4.4.2 Indicadores econômicos ................................................................ .. 38

3.4.4.2.1 Renda bruta (RB) .............................................................................. 38

3.4.4.2.2 Renda líquida (RL) ............................................................................ 38

3.4.4.2.3 Taxa de retorno (TR) ........................................................................ . 39

3.4.4.2.4 Índice de lucratividade (IL) ............................................................... 39

3.4.5.2.5 Vantagem monetária corrigida (VMc) ............................................... 39

3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................ 40

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................... 41

4.1 CULTURA DO CAUPI-HORTALIÇA ............................................ 41

4.2 CULTURA DA CENOURA ............................................................. 42

4.3 ÍNDICE DE COMPETIÇÃO E VANTAGEM DE CONSÓRCIO.... 47

4.4 ÍNDICES DE EFICIÊNCIA AGRONÔMICA/BIOLÓGICO............ 48

4.5 INDICADORES ECONÔMICOS..................................................... 51

5 CONCLUSÕES ............................................................................... 54

REFERÊNCIAS ........................................................................... ... 56

APÊNDICE ..................................................................................... . 63

16

1 INTRODUÇÃO

O sistema de produção convencional de hortaliças, vem sendo questionado por

caracterizar-se como uma atividade agroeconômica, altamente intensiva na utilização

do solo, água, insumos e mão-de-obra, impactando negativamente no meio ambiente e

na qualidade alimentar, em função do uso maciço de defensivos e fertilizantes

sintéticos, entre outras práticas culturais (CECÍLIO FILHO; TAVEIRA, 2001;

FILGUEIRA, 2003).

A consorciação de culturas é uma prática de cultivo que possibilita a

racionalização e o uso adequado dos recursos ambientais. O aumento de produtividade

nessa prática de cultivo se deve especialmente a complementaridade entre as culturas

envolvidas, que propicia uma melhor utilização dos recursos disponíveis e um melhor

manejo dos fatores de produção, dentre estes, a combinação de cultivares das culturas

componentes no consórcio, sendo que, a eficiência dessa combinação é tanto maior à

medida que se consegue anular ou minimizar os efeitos negativos instituídos de uma

cultura sobre a outra (TRENBATH, 1975). Segundo Porto et al. (2011), a prática de

consórcio é uma opção tecnológica viável para a produção de hortaliças e o sucesso da

associação entre as culturas será tanto maior quanto maior a complementaridade entre

elas.

A complementaridade pode ser considerada como temporal quando as culturas

utilizam suas principais demandas sobre os recursos ambientais em momentos

distintos, minimizando a competição entre elas, ou espacial, quando as diferenças na

arquitetura das plantas favorecem à melhor utilização da luz, água e nutrientes

disponíveis (WILLEY, 1979).

A avaliação das interações entre cultivares é fundamental para se estabelecer

um programa de seleção específico para o sistema de cultivo em consórcio. De acordo

17

com Geraldi, (1983) um dos aspectos mais importante em consórcio, onde ainda

persistem muitas dúvidas é quanto ao aspecto varietal.

Combinações de cultivares de caupi-hortaliça e de hortaliças tuberosas pouco

se sabe. No entanto, é de fundamental importância a realização de pesquisas para se

obter maiores informações afim de adequar essa tecnologia aos produtores com maior

eficiência agroeconômica. Alguns trabalhos isolados com combinações de hortaliças

têm sido realizados. Bezerra Neto et al. (2007) ao estudar a produtividade biológica em

sistemas consorciados de cenoura e alface nas condições do semiárido nordestino,

observaram vantagens em todos os consórcios de cenoura e alface testados em termos

agronômicos e econômicos. Silva et al. (2013) ao avaliar o potencial de cultivares de

feijão-caupi para a produção de grãos verdes nas condições de Serra Talhada – PE,

constatou que as cultivares Potengi, BRS-Tumucumaque, BRS-Guariba, BRS-Itaim,

BRS-Cauamé e Paulistinha apresentaram potencial para a produção de grãos verdes

naquela região, sob regime irrigado.

O consórcio de caupi-hortaliça com cenoura encontra se em fase inicial de

estudo no Rio Grande do Norte e se faz necessário informações sobre a viabilidade

agroeconômica desse sistema de cultivo e da qualidade de seus produtos (BEZERRA

NETO et al., 2013) Este trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho

agroeconômico de combinações de cultivares de caupi-hortaliça com cultivares de

cenoura em sistema orgânico.

18

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CULTIVO CONSORCIADO

O sistema de cultivo consorciado pode ser definido como o cultivo de duas ou

mais cultura numa mesma área, com ciclo e/ou arquitetura diferentes, sendo que estas

coabitam pelo menos uma parte significativa de seu ciclo cultural, porém, seus

produtos não são colhidos necessariamente ao mesmo tempo (CHATTERJEE;

MANDAL, 1992). Para Rezende et al. (2006), o cultivo consorciado consiste em um

sistema intermediário entre o cultivo solteiro e as condições vegetais naturais, onde

duas ou mais culturas em uma mesma área desenvolvem-se por certo período de

tempo.

Os consórcios podem ser constituídos de diversos arranjos espaciais, desde de

uma combinação simples de duas espécies em faixas ou fileiras alternadas até

consórcios mais complexos com mais de uma dúzia de espécies (CECÍLIO FILHO,

2005). Dessa forma objetiva-se maior eficiência no uso dos recursos ambientais e a

promoção e manutenção do equilíbrio ecológico.

O sistema de cultivo consorciado veio como alternativa ao crescente

questionamento dos rumos da agricultura moderna, que tem suscitado diversas

correlações negativas, tais como: nocividade à saúde humana pelo uso de diversos

insumos sintéticos; redução da biodiversidade e desequilíbrio ambiental; quebra da

resiliência das plantas, degradação dos solos e exclusão socioeconômica dos pequenos

produtores (JUNQUEIRA; LUENGO, 2000).

No consórcio o arranjo e manejo das culturas no campo promovem interações

ecológicas que contrastam com os sistemas agrícolas modernizados, assentados sobre a

exploração de monoculturas e o uso de capital intensivo e insumos (SANTOS, 1998).

19

Para Mello (2000), a consorciação de culturas é uma das práticas de cultivo

disponíveis que pode auxiliar na minimização do impacto ambiental gerado pelo

cultivo solteiro. Souza; Rezende, (2003) escrevem: “O consórcio de plantas se

apresenta como um dos métodos mais adequados à prática da olericultura, em moldes

agroecológicos, com inúmeras vantagens no aspecto ambiental, produtivo e

econômico”.

Em função das vantagens proporcionadas aos produtores, o cultivo consorciado

pode constituir-se numa tecnologia bastante aplicável e acessível, vindo a estabelecer-

se como um sistema alternativo ao cultivo solteiro, possibilitando um maior ganho,

seja pelo efeito sinergístico ou compensatório de uma cultura sobre a outra. Na

olericultura, o consórcio tem potencial para ser utilizado por pequenos produtores,

sendo uma técnica de fácil aprendizagem e implementação (CECÍLIO FILHO, 2005;

REZENDE et al., 2006). O cultivo consorciado é utilizado principalmente por

pequenos produtores e/ou agricultores de subsistência que dispõem de pequenas áreas,

elevada capacidade de mão-de-obra em relação a área e capital disponível (VIEIRA,

1998).

Pesquisas assinalam vantagens do sistema de cultivo consorciado em relação

ao sistema de cultivo solteiro, dentre as quais citam-se: uso mais eficiente da terra com

maior produtividade por unidade de área; diversificação da produção de alimentos

possibilitando melhor distribuição temporal de renda; utilização mais eficiente da mão

de obra; uso mais adequado dos recursos ambientais; cobertura vegetativa mais rápida

com aumento da proteção do solo contra erosão; melhor controle de ervas invasoras;

possibilidade de compensação da produção de uma cultura pela outra ou outras,

diminuindo assim, os riscos de perdas totais e aumento de renda líquida dos

agricultores (INNIS, 1997; SUDO et al., 1998; HEREDIA ZARATE et al., 2003;

DUBEY; KULVI, 1995).

As plantas em consórcios normalmente estão sujeitas a vários tipos de

interações as quais tem sido descrita pelos estudiosos como interações na forma de

20

competição e na forma de alelopatia. A forma de competição ocorre por fatores de

crescimento como água, luz e nutrientes, sendo que a medida que se aumenta a

densidade de plantas, reduz a disponibilidade desses fatores. A redução da energia

fotossintética para uma das culturas limita a fotossíntese ativa e a energia para

evapotranspiração. Por outro lado, as plantas sombreadas podem ser menos sujeitas ao

estresse hídrico. Na competição por água, nutrientes e oxigênio envolve o sistema

radicular e, é importante considerar as características inerentes as raízes das culturas

consorciadas como o tipo, tamanho, profundidade do solo a ser explorada, pois, é de se

esperar menos competição quando as culturas consorciadas exploram diferentes

profundidades de solo (TRENBATH, 1976). A alelopatia ocorre mediante a produção

de compostos químicos liberados ao meio ambiente que interfere direta ou

indiretamente sobre outra planta (RODRIGUES et al. 1992).

O sistema de consórcio é caracterizado pela competição do tipo interespecífica

e o sistema de cultivo solteiro pela competição intraespecífica (HART, 1975). No

consórcio, quando o relacionamento entre as culturas resulta em uma menor produção

do que a esperada para as duas espécies ocorre a inibição mútua, quando a produção

das espécies consorciadas é maior que a esperada ocorre a cooperação mútua e quando

uma cultura consorciada produz menos que o esperado, porém, é compensada pela

produção da outra espécie componente do consórcio que produziu mais do que a

expectativa inicial dizemos que o relacionamento ocorrido foi em compensação

(WILLEY, 1979).

Para obtermos melhores resultados com os sistemas de consórcio deve-se

minimizar a competição interespecífica. Quando duas ou mais culturas utilizam

diferentes componentes do sistema produtivo, ou diferentemente o mesmo recurso, ou

ainda, de algum modo exploram nichos ecológicos distintos, fortalecem o grau de

complementaridade entre estas e, nesse caso, o consórcio irá produzir mais do que suas

respectivas monoculturas (CERETTA, 1986; WILLEY, 1990; VANDERMEER,

1989).

21

Esse modo diferenciado de utilização dos recursos disponíveis, faz com que, as

plantas componentes do consórcio se complementem e façam melhor uso combinado

desses recursos do que quando cultivadas isoladamente e assim, a produção em

consórcio será maior do que em cultivo solteiro.

Para Bezerra Neto et al. (2003), a eficiência do consórcio depende diretamente

do sistema e das culturas envolvidas, havendo a necessidade da complementação entre

essas culturas. Porto (2008) corrobora e relata que essa eficiência será maior à medida

que se consegue minimizar os efeitos estabelecidos de uma espécie sobre a outra. De

acordo com Willey (1990), a complementaridade pode ser temporal quando as culturas

consorciadas fazem uso dos recursos em momentos diferentes ou espacial quando essa

complementaridade é decorrente de diferenças na arquitetura da planta ou na dispersão

das raízes no solo.

Considera-se, portanto, que as plantas componentes de um consórcio não

devem ocupar nichos ecológicos similares. Segundo Santos (1998), as espécies são

similares quando apresentam semelhantes exigências nutricionais, quantidade e

qualidade de luz e disponibilidade de água; apresentam semelhantes resistência e

suscetibilidade a herbívoros e patógenos; proporcionam recursos similares (alimento,

habitat e estímulos químicos) para espécies similares, no segundo e no terceiro níveis

tróficos, e ainda, quando apresentam ciclos similares de desenvolvimento e produção.

No geral, pode-se dizer que a prática de consórcio aplicada às hortaliças

apresenta-se como uma alternativa viável nas dimensões técnica, social, econômica e

ambiental, pois, têm mostrado eficiência, sobretudo para pequenos produtores,

propiciando a maximização das produtividades, minimizando os impactos

agroambientais e dando maior qualidade aos produtos.

22

2.2 ADAPTAÇÕES DE CULTIVARES AO SISTEMA CONSORCIADO.

A eficiência da consorciação de culturas depende fundamentalmente da seleção

de cultivares capazes de se adaptarem as condições peculiares desse sistema de cultivo.

Segundo Cruz et al. (2004), a adaptabilidade de um cultivar refere-se à sua capacidade

de aproveitar vantajosamente as variações do ambiente, ao passo que, a estabilidade de

comportamento refere-se à sua capacidade de apresentar-se altamente previsível

mesmo com as variações ambientais. No entanto, não existe um programa de seleção

de cultivares de feijão-caupi adequados ao cultivo consorciado com hortaliça que

necessita de maior atenção por parte dos pesquisadores. As diferentes cultivares de

hortaliças testadas em consórcios foram selecionadas visando o cultivo solteiro, não

sendo, portanto, possível prever o comportamento dessas cultivares em consórcio

(NEGREIROS et al., 2002).

Cultivares tradicionais utilizadas em consórcio geralmente são resultados de

anos de seleção natural realizada pelos próprios agricultores com o objetivo principal

de produzir e manter sua qualidade. Segundo Steiner (1982), estas cultivares

tradicionais competem bem com as ervas daninhas e outras espécies de culturas

associadas, e são relativamente resistentes a pragas e doenças e possuem um elevado

nível de variabilidade genética e heterozigose.

No geral, têm-se utilizado nos consórcios cultivares com alta performance

produtiva desenvolvida e/ou melhoradas e adaptadas ao sistema de monocultivo. No

entanto, esta estratégia tem se mostrado em muitos casos insatisfatória, não

apresentando a eficiência agroeconômica esperada. Estas cultivares foram selecionadas

para cultivo comercial, portanto, as condições de produtores familiares com baixo nível

gestão tecnológico e no geral com baixa fertilidade do solo, não permitem explorar

plenamente seu potencial. Considera-se ainda, que frequentemente elas possuem

características quanto a morfologia e vigor de crescimento que suprimem em culturas

23

associadas, tornando-as menos adequadas ao sistema de consórcio. (BEZERRA

NETO, 1993). Neste sentido, Carvalho (1993) relata que não é possível prever o

comportamento de genótipos em consórcio, a partir de resultados de cultura solteira e,

deste modo, os genótipos devem ser avaliados na mesma condição que serão

utilizados.

Segundo Geraldi (1983), o uso dessas cultivares tem gerado resultados

inconsistentes, não se dispondo, ainda, de informações conclusivas a respeito das

interações entre cultivares e sistema de consorciado.

O conhecimento do comportamento das cultivares em termos de suas maiores

ou menores habilidades competitivas, adaptações a temperatura, fotoperíodos, dentre

outras, poderá fornecer elementos para melhorar a escolha das culturas componentes

do sistema com vistas à obtenção de uma melhor eficiência no uso dos recursos

ambientais (OLIVEIRA, 2004). Entre os fatores que influem no desempenho produtivo

e qualitativo dos sistemas consorciados, que podem representar o sucesso ou o

insucesso da prática, têm-se a definição das cultivares das espécies a serem

consorciadas (BELTRÃO et al. 1984).

Avaliação de materiais genéticos avançados para consórcio, especialmente

melhorados para este propósito ou selecionados no cultivo solteiro, necessitarão ser

testados em ensaios na propriedade, com seleção inicial nas estações experimentais sob

condições tão similares quanto possíveis ao ambiente alvo, e selecionados para

características requeridas para o consórcio (OLIVEIRA, 2004).

As abordagens realizadas evidenciam a necessidade e o grande desafio das

pesquisas em selecionar cultivares de hortaliças adaptadas ao cultivo consorciado que

proporcionem boa capacidade de interação interespecífica e complementar como uma

estratégia para aumentar a eficiência agroeconômica viabilizando o uso racional e

adequado dos fatores ambientais.

24

2.3 ADUBAÇÃO VERDE NA PRODUÇÃO ORGÂNICA DE HORTALIÇAS

O uso intensivo de agroquímicos no sistema convencional de produção de

hortaliças tem ocasionado impactos negativos ao meio ambiente e a produção

alimentar pela contaminação dos recursos naturais e alimentares. De acordo com

Barros Júnior et al. (2010), a crescente demanda de consumidores por qualidade e

segurança alimentar, tem aumentado a procura por alimentos saudáveis e livres de

contaminação por produtos químicos, gerando assim, a necessidade de adoção de

técnicas alternativas de produção que visam minimizar ou eliminar o uso de adubos

minerais e de agrotóxicos.

A utilização de insumos naturais e/ou biológicos nos processos produtivos

representam uma alternativa que pode reduzir e/ou substituir os agroquímicos

sintéticos garantindo melhor qualidade aos produtos e sustentabilidade no uso dos

recursos ambientais. Segundo Linhares (2009), a utilização de estercos é amplamente

recomendada, contudo, considera-se que pode ocorrer limitações futuras e ainda que, o

uso de estercos pode gerar dependência de fontes externas às propriedades,

aumentando o custo de produção.

A adubação verde é desde a antiguidade utilizada por diferentes povos e

apresenta-se como uma alternativa sustentável à agricultura convencional (ANDRADE

NETO, 2008). De acordo com Coutinho et al. (2003), sistemas agroecológicos de

produção dependem e contam basicamente com os nutrientes provenientes da

decomposição dos resíduos de plantas de cultivo anteriores e da matéria orgânica do

solo para a nutrição de plantas, que é um dos fatores mais relevantes para a

sustentabilidade desses sistemas.

O uso de adubo verde consiste numa prática, útil e econômica para os pequenos

e médios produtores de hortaliças, capaz de promover melhorias na fertilidade e na

conservação do solo. As quantidades a serem recomendadas dependerão das condições

25

físicas do solo como: textura, estrutura e teor de matéria orgânica. O uso contínuo

dessa prática promove o acúmulo de N orgânico no solo aumentando seu potencial de

mineralização e sua disponibilidade para as plantas (GALVÃO et al., 1999).

No semiárido do nordeste brasileiro existem várias plantas espontâneas com

qualidades para serem usadas como adubo verde, entre elas a flor-de-seda (Calotropis

procera (Ait.) R.Br.) da família das Apocynaceae originária da África, provavelmente

introduzida no Brasil como planta ornamental. Disseminada por todo o semiárido,

destacando-se por permanecer verde mesmo nos períodos mais críticos de estresse

hídrico, com elevado rendimento de massa vegetal, rebrota vigorosa em resposta aos

cortes, excelente germinação e tolerância a solos salinos (LINHARES, 2008; LIMA,

2007).

Pesquisas realizadas nas condições do semiárido nordestino com espécies

espontâneas do bioma Caatinga como a flor-de-seda e jitirana (Merremia aegyptia L.)

utilizadas como adubo verde em hortaliças tuberosas e folhosas em pesquisas no

semiárido nordestino com sucesso (BEZERRA NETO et al. 2013). Linhares, et al.

(2011) trabalhando com as tuberosas cenoura, beterraba e rabanete obtiveram

aumentos da ordem de 61% no rendimento do rabanete com a adição de flor-de-seda.

Barros Junior et al. (2010) avaliou a qualidade do coentro produzido em função da

adubação verde utilizando as espécies espontâneas jitirana, mata pasto e flor-de-seda e

concluiu que na quantidade de 15,6 t ha-1

, a flor-de-seda resultou em uma melhor

qualidade quando comparada aos demais adubos em estudo. Linhares (2009) obteve

incremento na produção de rúcula com uso da flor-de-seda como adubo verde. Bezerra

Neto et al. (2013) avaliou a performance produtiva de cenoura consorciada com caupi-

hortaliça sob diferentes quantidades de flor-de-seda e obteve a otimização da

produtividade comercial da cenoura em consórcio com o caupi-hortaliça com a

incorporação de 50,37 t ha-1

de flor-de-seda, enquanto que, a otimização do peso de

grãos frescos de caupi-hortaliça e do sistema consorciado foi obtida na quantidade

aproximada de 46,00 t ha-1 de flor-de-seda adicionada ao solo.

26

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL

O trabalho foi realizado na Fazenda Rafael Fernandes pertencente à

Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), no período de setembro de

2013 a março de 2014. A referida área situa-se no distrito de Alagoinha, distante 20 km

da sede do município de Mossoró (5º 11’ S e 37º 20’ W, 18 m de altitude). O clima é

semiárido e de acordo com Köppen é “BSwh”, seco e muito quente, com duas estações

climáticas: uma seca, que vai geralmente de junho a janeiro e outra chuvosa, de

fevereiro a maio (CARMO FILHO et al., 1991). Durante o período experimental, a

temperatura média foi de 27°C; a média mínima de 25°C; a média máxima de 31°C;

umidade relativa média do ar de 66%; velocidade do vento média de 4 m s-1

; radiação

média de 918 kjm2; precipitação pluviométrica de 0 mm; pressão atmosférica média de

1011 hPa e temperatura média do ponto de orvalho de 19 °C.

O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Vermelho

Amarelo Distrófico (EMBRAPA, 2006). Antes da instalação do experimento, foram

coletadas amostras simples do solo, utilizando-se um trado holandês à profundidade de

0-20cm e, posteriormente homogeneizadas, para se obter uma amostra composta, a

qual foi enviada para análise no Laboratório de Fertilidade do Solo e Nutrição de

Plantas do Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas da UFERSA, cujos

resultados foram os seguintes: pH (água) = 7,09; MO; 11,5 mg dm-3

; N = 0,04 g kg-1

; P

= 15,14 g kg-1

; K= 50,5 mg dm-3

; Na = 4,1 mg dm-3

; Ca = 1,84 cmolc dm-3

; Mg = 1,39

cmolc dm-3

; e CTC = 3,38 cmolc dm-3

.

27

3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O delineamento experimental utilizado foi em blocos completos casualizados,

com os tratamentos arranjados em esquema fatorial 4 x 2, com quatro repetições. O

primeiro fator foi constituído pelas cultivares de caupi-hortaliça (BRS Itaim, BRS

Tumucumaque, BRS Guariba e BRS Cauamé) e o segundo, pelas cultivares de cenoura

(Brasília e Alvorada). A população de plantas recomendada para essas hortaliças no

cultivo solteiro na região é de 200.000 plantas por hectare para o caupi-hortaliça

(EMBRAPA, 2009) e 500.000 plantas por hectare para a cenoura (SIQUEIRA, 1995).

O cultivo consorciado foi estabelecido em faixas alternadas das culturas

componentes na proporção de 50% da área para a cenoura e 50% da área para o caupi-

hortaliça, onde cada parcela foi constituída de quatro fileiras de cenoura alternadas

com quatro fileiras de caupi-hortaliça, ladeadas por duas fileiras-bordaduras de cenoura

por um lado e por duas fileiras de caupi-hortaliça pelo outro lado, constituindo assim

as bordaduras laterais. A área total da parcela foi de 3,6 m2, com uma área útil de 2,00

m2, contendo 40 plantas de caupi-hortaliça no espaçamento de 0,25 m entre fileiras

com 10 plantas por metro linear e 100 plantas de cenoura no espaçamento de 0,25 m

com 25 plantas por metro linear.

Em cada bloco, foram plantadas parcelas solteiras das culturas de caupi-

hortaliça e de cenoura para obtenção dos índices de eficiência de cada cultivar e do

sistema consorciado. O cultivo solteiro de cada hortaliça foi estabelecido através do

plantio de seis linhas por parcela com uma área total 3,60 m2 e área útil de 2,00 m

2, no

espaçamento de 0,50 m x 0,10 m para a cultura do caupi-hortaliça e de uma área total

de 1,44 m2 com área útil de 0,80 m

2, no espaçamento 0,20 m x 0,10 m para a cultura da

cenoura. A área útil foi constituída das quatro fileiras centrais de plantas, excluindo-se

as primeiras e últimas plantas de cada fileira, usadas como bordaduras.

28

3.3 INSTALAÇÃO E CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO

O preparo do solo constituiu-se de limpeza mecânica da área com o auxílio de

um trator com arado acoplado, seguida de uma gradagem e levantamento mecanizado

dos canteiros. Após isto foi realizada uma solarização em pré-plantio com plástico

transparente tipo Vulca brilho Bril Fles de 30 micras durante 30 dias com a finalidade

de combater nematóides e fitoparasitas na camada 0-10 cm do solo, especialmente

Meloidogyne spp (SILVA et al., 2006).

A flor-de-seda foi coletada da vegetação nativa do perímetro urbano Mossoró-

Apodi, triturados em pedaços de 2-3 cm e colocados para secar em temperatura

ambiente até atingirem ponto de fenação, sendo armazenada com teor de umidade de

8,3%. Amostras desse adubo verde foram retiradas aleatoriamente para quantificação

dos teores de nutrientes, cuja composição química obtida foi: 15,3 g kg-1

N; 4,0 g kg-1

P; 15,7 g kg-1

K; 9,3 g kg-1

Ca e 7,03 g kg-1

Mg, com relação carbono/nitrogênio de

25:1.

Duas incorporações do adubo verde foram realizadas nas parcelas dos cultivos

consorciados e solteiro da cenoura, sendo 50% das quantidades de flor-de-seda

incorporadas em todas as parcelas nos canteiros consorciadas de plantio 20 dias antes

da semeadura das culturas componentes do consórcio e 50% restante incorporado aos

45 dias após o plantio da cenoura considerada cultura principal (SILVA et al., 2013). A

incorporação do adubo verde nos cultivos solteiros de caupi-hortaliça e cenoura foi de

42 e 51 t ha-1

respectivamente, conforme quantidade já otimizada em experimentos

(VIEIRA, 2014; SILVA, 2014) e no sistema consorciado foi de 50,37 t ha-1

(BEZERRA NETO et al., 2013)

O sistema de irrigação usado foi por microaspersão, com dois turnos de rega

diária, um pela manhã e outro pela tarde, fornecendo-se uma lâmina de água em média

de 8 mm dia-1

, com a finalidade de manter a umidade do solo entre 50 a 70% da

29

capacidade de campo, sendo essa, uma condição ideal para o processo de nitrificação

(NOVAIS et al., 2007). O controle das plantas infestantes foi realizado através de

monda diária.

A semeadura do caupi-hortaliça e da cenoura ocorreu no dia 20/11/2013. Aos

vinte e um e aos oito dias após a emergência, foi realizado o desbaste para a cultura da

caupi-hortaliça e da cenoura, respectivamente. Uma semana antes da colheita foram

identificadas aleatoriamente 20 plantas em cada parcela experimental para obtenção

dos dados. A colheita do caupi-hortaliça foi realizada aos 55 dias após a semeadura

através de quatro repasses sendo último no dia 28/01/2014 e a da cenoura aos 107 dias

após a semeadura.

3.4 CARACTERÍSTICAS AVALIADAS

3.4.1 Cultura do caupi-hortaliça

3.4.1.1 Número de vagens verdes por área

Quantificado a partir do número de vagens verdes colhidas por m2.

3.4.1.2 Produtividade de vagens verdes

Quantificada de todas as vagens colhidas das plantas da área útil, expressa em

kg ha-1

.

30

3.4.1.3 Peso seco de vagens verdes

Obtida da amostra aleatória de 20 plantas da área útil expresso em kg ha-1

.

3.4.1.4 Número de grãos verdes por vagem

Obtido de uma amostra de 20 plantas escolhida aleatoriamente na área útil de

cada parcela.

3.4.1.5 Produtividade de grãos verdes

Determinada da quantidade de grãos verdes obtida da área útil de cada parcela,

expressa em kg ha-1

.

3.4.1.6 Peso de 100 grãos verdes

Obtido de quatro amostras aleatória de 100 grãos verdes, expressa em g.

31

3.4.1.7 Peso seco de grãos verdes

Obtida através da amostra de grãos verdes retirados de 20 plantas, em estufa

com circulação de ar forçada a 65 °C até atingir massa constante expressa em kg ha-1

.

3.4.2 Cultura da cenoura

3.4.2.1 Altura de plantas

Realizada em uma amostra de vinte plantas retiradas aleatoriamente da área útil

da parcela, fazendo-se uma medição do solo até a extremidade das folhas mais altas,

estimando-se a média, e expressando-a em centímetros.

3.4.2.2 Massa fresca da parte aérea

Obtida da massa fresca da parte aérea de todas as plantas da área útil (2m2) e

expressa em t ha-1

.

32

3.4.2.3 Massa seca da parte aérea

Através da amostra de vinte plantas determinou-se a massa seca da parte aérea

em estufa com circulação de ar forçada a 65 °C até atingir massa constante e expressa

em t ha-1

.

3.4.2.4 Massa seca de raízes

Obtida das raízes da amostra de vinte plantas, em estufa de circulação de ar

forçada a 65 °C até atingir massa constante e expressa em t ha-1

.

3.4.2.5 Produtividade total de raízes

Obtida da massa fresca das raízes das plantas da área útil, e expressa em t ha-1

.

3.4.2.6 Produtividade comercial de raízes

Obtida da massa fresca das raízes das plantas da área útil, livres de rachaduras,

bifurcações, nematóides e danos mecânicos, e expressa em t ha-1

.

33

3.4.2.7 Produtividade classificada de raízes

Avaliada segundo o comprimento e maior diâmetro em: longas, com

comprimento de 17 a 25 cm e diâmetro menor que 5 cm; médias, com comprimento de

12 a17 cm e diâmetro maior que 2,5 cm; curtas, com comprimento de 5 a 12 cm e

diâmetro maior que 1 cm e refugo, considerada as raízes que não se enquadram nas

medidas anteriores, com rachaduras, bifurcações, nematóides e/ou danos mecânicos,

(VIEIRA et al.,1997).

3.4.3 Índices de competição e vantagem do consórcio

3.4.3.1 Índice de superação (IS)

É um índice para indicar quanto o acréscimo relativo de produção de uma

cultura componente c (no caso a cenoura) é maior do que aquele do componente ch

(caupi-hortaliça) em um sistema consorciado. Foi proposto por McGilchrist; Trenbath

(1971) para medir a dominância de uma cultura sobre a outra. Este índice é dado pelas

seguintes expressões:

ISc = (Ycch/Ycs.Zcch) - (Ychc/YchsZchc)

ISch = (Ychc/YchsZchc) - (Ycch/YcsZcch), onde:

ISc e ISch, são os índices de superação da cenoura e de caupi-hortaliça,

respectivamente;

34

Ycch e Ychc são as produtividades comercial de raízes de cenoura e de grãos

verdes de caupi-hortaliça em consórcio;

Yc e Ych são as produtividades comercial de raízes de cenoura e de grãos verdes

de caupi-hortaliça em cultivo solteiro;

Zcch é a proporção do plantio da cenoura em consórcio com caupi-hortaliça;

Zchc é a proporção do plantio do caupi-hortaliça em consórcio com cenoura.

Se o valor de IS for igual a zero, ambas as culturas são igualmente

competitivas. Se IS for positivo, então a cultura componente com sinal positivo é a

dominante e com sinal negativo é a dominada.

3.4.3.2 Taxa de competição (TC)

As taxas de competição TCc e TCch foram obtidas a partir do índice de

superação proposto por Willey; Rao (1980). É calculada pelas seguintes expressões:

TCc = [(Ycch/Yc)/( Ychc/Ych)]( Zchc/Zcch)

TCch = [(Ychc/Ych)/( Ycch/Yc)]( Zcch/Zchc), onde:

TCc e TCch, são as taxas de competição da cenoura e do caupi-hortaliça,

respectivamente;

Ycch e Ychc são as produtividades comercial de raízes de cenoura e de grãos

verdes de caupi-hortaliça em consórcio;

Yc e Ych são as produtividades comercial de raízes de cenoura e de grãos verdes

de caupi-hortaliça em cultivo solteiro;

Zcch é a proporção do plantio da cenoura em consórcio com caupi-hortaliça;

Zchc é a proporção do plantio da caupi-hortaliça em consórcio com cenoura.

35

Em um consórcio, a cultura de maior TC tem maior habilidade para usar os

recursos ambientais quando comparada com a outra cultura componente.

3.4.3.3 Vantagem do consórcio (VC)

É um índice que expressa a vantagem ou desvantagem das culturas

consorciadas. É calculada pela seguinte expressão:

VC = (Pc x PRc) + (Pch x PRch)

VC é a vantagem do sistema do consorcio;

Pc e Pch é o preço pago ao produtor a nível de mercado na região da cultura da

cenoura (R$ 0,80 kg1) e do caupi-hortaliça (R$ 6,00 kg

1), respectivamente;

PRc e PRch é a perda de rendimento relativo da cenoura e do caupi-hortaliça,

respectivamente, que é calculada através da seguinte expressão:

PRc = {[(Ycch/Zcch)/(Yc/Zc)] – 1}

PRch ={[(Ychc/Zchc)/(Ych/Zch)] – 1}

3.4.4 Índices de avaliação da eficiência de sistemas consorciados

3.4.4.1 Índices de eficiência agronômica

3.4.4.1.1 Índices uso eficiente da terra (UET)

36

Este índice foi definido por Osiru; Willey (1972) como a área relativa de terra,

sob condições de plantio isolado, que é requerida para proporcionar as produtividades

alcançadas no consórcio. Obtido pela seguinte expressão:

UET = (Ycch/Ycs) + (Ychc/Ychs), onde:

Ycch= Produtividade comercial de raízes de cenoura em consórcio com o caupi-

hortaliça;

Ycs= Produtividade comercial de raízes de cenoura solteira;

Ychc= Produtividade de grãos verdes de caupi-hortaliça em consórcio com a

cenoura;

Ychs= Produtividade de grãos verdes de caupi-hortaliça solteiro.

As UET’s de cada parcela foram obtidas, considerando-se os métodos de

padronização homogênea de rendimento sobre blocos e dentro do bloco. Os métodos

de padronização sobre blocos foram:

M1: Média dos rendimentos das repetições das cultivares solteiras sobre blocos;

M2: Máximo das médias dos rendimentos das cultivares solteira sobre blocos;

M3: Média das médias dos rendimentos das cultivares solteiras sobre blocos.

E os de padronização dentro do bloco foram os seguintes:

M4: Médias dos rendimentos das cultivares solteiras dentro do bloco;

M5: Máximo dos rendimentos das cultivares solteiras dentro do bloco;

M6: Valores observados dos rendimentos de cada cultivar solteira dentro do

bloco.

Para o cálculo destes métodos utilizou-se as produtividades ou rendimentos dos

8 tratamentos (consórcios), provenientes da combinação de 4 cultivares de caupi-

hortaliça com 2 cultivares de cenoura e ainda, 4 cultivares de caupi-hortaliça e 2

cultivares de cenoura em cultivo solteiro.

3.4.4.1.2 Índice de eficiência produtiva (IEP)

37

No calculo do índice de eficiência produtiva de cada tratamento, foi usado o

modelo DEA com retornos constantes à escala (CHARMES et al., 1979), já que, não

há diferenças de escalas significativas. Esse modelo tem a formulação matemática na

qual: Xik: valor do input i (i = 1, ..., s), para o tratamento k (k = 1, ..., n); Yjk: valor do

output j (j = 1, ..., r), para o tratamento k; vi e uj: pesos atribuídos a inputs e outputs,

respectivamente; O: tratamento em análise.

Max

- ≤ 0, k = 1,…, n uj, vi ≥ o, i=1, ...,s, j=1,...,r

As unidades de avaliação foram os tratamentos (consórcios), em um total de

oito. Como outputs, foram utilizadas as produtividades de cenoura e de caupi-hortaliça.

Para avaliar os rendimentos de cada parcela, considerou-se que cada parcela utilizou-se

de um único recurso com nível unitário, seguindo abordagem semelhante à usada por

(SOARES DE MELLO; GOMES, 2004), já que, os outputs incorporaram os possíveis

inputs. Esse modelo é equivalente ao modelo multicritério aditivo, com particularidade

de que as próprias alternativas atribuem pesos a cada critério, ignorando qualquer

opinião de eventual decisor. Ou seja, o DEA é usado como ferramenta multicritério e

não como uma medida de eficiência clássica.

Na modelagem deste estudo foi usada a taxa de retorno (índice descrito em

item a seguir) como input.

3.4.4.1.3 Escore da variável canônica (Z)

38

A eficiência do sistema consorciado foi determinada também pelo escore da

variável canônica (Z), obtida através da análise bivariada de variância das

produtividades do caupi-hortaliça e da cenoura.

3.4.4.2 Indicadores econômicos

3.4.4.2.1 Renda bruta (RB)

A renda bruta (RB) foi obtida através do valor da produção por hectare, a preço

pago ao produtor a nível de mercado na região, no mês de março de 2014. Para

cenoura o valor pago foi de R$ 0,80 kg-1

e para caupi foi de R$ 6,00 kg-1

.

3.4.4.2.2 Renda líquida (RL)

A renda líquida (RL) foi obtida através da diferença entre a renda bruta (RB) e

os custos totais (CT) envolvidos na obtenção da mesma. O custo total de produção foi

calculado e analisado ao final do processo produtivo em março de 2014. A modalidade

de custo analisada corresponde aos gastos totais por hectare de área cultivada, que

abrange os serviços prestados pelo capital estável, ou seja, a contribuição do capital

circulante e o valor dos custos alternativos. Para o custo alternativo ou de oportunidade

optou se por adotar a taxa de juro de 6% ao ano equivalente ao ganho em caderneta de

39

poupança. Para depreciação foi utilizado o método linear ou de cotas fixas, que

determina o valor anual da depreciação a partir do tempo de vida útil do bem durável,

do seu valor inicial e de sucata. O custo relativo à manutenção e conservação das

instalações, máquinas e equipamentos diretamente relacionados com a produção foi de

1% a.a. do valor de custo das construções e no caso de bomba e sistema de irrigação, o

percentual foi de 7% a.a.

3.4.4.2.3 Taxa de retorno (TR)

A taxa de retorno é a relação entre a renda bruta e o custo total. Significa

quantos reais são obtidos de retorno para cada real aplicado no sistema consorciado

avaliado.

3.4.4.2.4 Índice de lucratividade (IL)

O índice de lucratividade (IL) foi obtido pela relação entre a renda líquida (RL)

e a renda bruta (RB), expresso em porcentagem.

3.4.4.2.5 Vantagem monetária Corrigida (VMc)

A vantagem monetária corrigida foi obtida pela expressão: VMc = RL x (UET

- 1)/UET, Onde:

40

VMc: vantagem monetária corrigida;

RL: renda líquida

UET: índice de uso eficiente da terra

3.4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Realizaram-se análises univariadas de variância nas variáveis determinadas

através do pacote estatístico SISVAR (FERREIRA, 2011) para o delineamento em

blocos completos casualizados com os tratamentos arranjados em esquema fatorial. O

teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade foi usado na comparação das médias

entre as cultivares de cenoura e cultivares de caupi-hortaliça.

41

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 CULTURA DO CAUPI-HORTALIÇA

Não houve interação significativa entre cultivares de caupi-hortaliça e de

cenoura em nenhuma das características avaliadas no caupi-hortaliça. No entanto,

diferenças significativas entre cultivares de caupi-hortaliça solteiras foram registradas

apenas no número de grãos verdes por vagem e na produtividade de vagens verdes,

com as cultivares BRS Tumucumaque, BRS Guariba e BRS Cauamé se sobressaindo

da BRS Itaim no número de grãos verdes e a BRS Tumucumaque se destacando das

demais na produtividade de vagens verdes (Tabela 1). Essas diferenças podem ser

atribuídas a arquitetura dos materiais, onde as cultivares semieretas (BRS

Tumucumaque, BRS Guariba e BRS Cauamé) sobressaíram-se da cultivar ereta (BRS

Itaim). De acordo com Matos Filho et al. (2009) a arquitetura das plantas proporciona

maior produção de grãos por planta ou maior produtividade, além de maior

aproveitamento dos recursos do ambiente. Segundo Freire et al. (2005) cultivares de

porte semiereto produzem mais do que cultivares de porte ereto.

Em relação ao caupi-hortaliça consorciado não se registrou qualquer diferença

entre número de vagens verdes por área, produtividade de vagens verdes, peso seco de

vagens verdes, número de grãos verdes por vagem, produtividade de grãos verdes, peso

de 100 grãos verdes e peso seco de grãos verdes (Tabela 1). Esses resultados

evidenciam que é possível o consórcio do caupi-hortaliça com cenoura, devido a fraca

competividade entres as cultivares. Vandermmeer (1989) cita que no consórcio a fraca

competição opera quando uma espécie proporciona algum tipo de benefício para outra,

alterando o ambiente da outra espécie positivamente, ou ocorre também quando as

42

duas culturas se utilizam de diferentes componentes do ambiente, ou seja, quando as

culturas exploram os nichos ambientais distintamente.

Tabela 1 – Número de vagens verdes por área (NV), produtividade de vagens verdes

(PV), peso seco de vagens verdes (PSV), número de grãos verdes por vagem (NG),

produtividade de grãos verdes (PG), peso de 100 grãos verdes (P100), peso seco de

grãos verdes (PSG) de caupi-hortaliça em função de cultivares de caupi-hortaliça e de

cenoura em consórcio e de cultivares de caupi-hortaliça solteira. Mossoró-RN,

UFERSA, 2014. Cultivares de

caupi-hortaliça

consorciadas

com cenoura

NV PV PSV NG PG P100 PSG

(m2) (kg ha-1) (kg ha-1) (g) (kg ha-1)

BRS Itaim 31,50 a 819,01 a 0,287 a 7,43 a 289,54 a 29,31 a 0,180 a

BRS

Tumucumaque 44,75 a 1200,14 a 0,460 a 7,91 a 431,46 a 30,88 a 0,291 a

BRS Guariba 44,75 a 1022,43 a 0,440 a 6,78 a 336,59 a 26,67 a 0,296 a

BRS Cauamé 29,37 a 825,12 a 0,315 a 8,42 a 300,77 a 20,62 a 0,199 a

Brasília 35,06 a 902,28 a 0,347 a 7,18 a 309,24 a 25,80 a 0,230 a

Alvorada 40,12 a 1031,07 a 0,404 a 8,10 a 369,94 a 27,94 a 0,253 a

BRS Itaim 56,75 a 1484,84 ab 0,527 a 5,28 b* 484,38 a 35,23 a 0,367 a

BRS

Tumucumaque 63,25 a 2152,64 a 0,832 a 10,21 a 755,25 a 32,64 a 0,517 a

BRS Guariba 44,50 a 1263,34 b 0,525 a 10,02 a 434,38 a 26,80 a 0,347 a

BRS Cauamé 58,00 a 1716,03 ab 0,780 a 9,93 a 475,32 a 27,31 a 0,527 a

37,63 38,03 42,13 18,66 50,32 27,65 49,30

* Médias seguidas de letras minúscula diferentes na coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao

nível de 5% de probabilidade.

4.2 CULTURA DA CENOURA

Não houve interação significativa entre cultivares de caupi-hortaliça e

cultivares de cenoura na altura de plantas e na massa fresca e seca da parte aérea de

raízes de cenoura (Tabela 2). Diferenças estatísticas entre cultivares de caupi-hortaliça

e de cenoura consorciadas e solteiras não foram registradas nessas características,

exceto, entre cultivares de cenoura consorciadas na massa fresca da parte aérea e entre

43

cultivares de cenoura solteiras na altura de plantas, com a cultivar Brasília se

sobressaindo da Alvorada nessas duas situações (Tabela 2). Isso se deve

provavelmente a adaptação da cultivar Brasília as condições semiárida e a

superioridade dela em relação à Alvorada para superar as diversidades do ambiente

(LOPES et al., 2008).

Tabela 2 – Altura de plantas (AP), massa fresca da parte aérea (MFPA), massa seca da

parte aérea (MSPA) e massa seca de raízes (MSR) de cenoura em função de cultivares

de caupi-hortaliça e de cenoura em consórcio e de cultivares de cenoura solteira.

Mossoró-RN, UFERSA, 2014.

Cultivares de caupi-

hortaliça

consorciadas com

cenoura

AP

(cm)

MFPA

(t ha-1

)

MSPA

(t ha-1

)

MSR

(t ha-1

)

BRS Itaim 45,57 a 17,70 a 3,75 a 3,59 a

BRS Tumucumaque 47,35 a 22,17 a 4,26 a 3,53 a

BRS Guariba 47,04 a 22,65 a 3,85 a 3,57 a

BRS Cauamé 46,31 a 20,26 a 3,14 a 3,57 a

Cultivares de cenoura consorciadas com caupi-hortaliça

Brasília 47,01 a 22,52 a 3,99 a 3,45 a

Alvorada 46,12 a 18,87 b 3,52 a 3,68 a

Cultivares de cenoura solteira

Brasília 44,10 a * 26,63 a 4,66 a 4,25 a

Alvorada 40,00 b 23,68 a 3,39 a 4,12 a

CV (%) 5,72 16,98 30,56 25,52

* Médias seguidas de letras minúscula diferentes na coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao

nível de 5% de probabilidade.

Houve interação significativa entre cultivares de cenoura e cultivares de caupi-

hortaliça na produtividade total e comercial de raízes (Tabela 3). Desdobrando-se

cultivares de caupi-hortaliça dentro de cada cultivar de cenoura, não se observou

nessas produtividades diferenças entre as cultivares de caupi-hortaliça. Por outro lado,

desdobrando as cultivares de cenoura dentro de cada cultivar de caupi-hortaliça,

44

registrou-se diferenças significativas entre elas quando consorciadas com a cultivar de

caupi-hortaliça BRS Tumucumaque nessas produtividades e quando consorciadas com

a cultivar de caupi-hortaliça BRS Cauamé na produtividade comercial, com a

variedade Brasília se sobressaindo da cultivar Alvorada (Tabela 3).

Foi registrado também diferenças significativas entre cultivares de cenoura

solteira nas produtividades comercial e total de raízes, com a cultivar Brasília se

destacando da cultivar Alvorada (Tabela 3).

Observa-se que a cultivar Brasília apresenta maior adaptação a região em

relação a cultivar Alvorada, expressando boa combinação quando consorciada com a

cultivar BRS Tumucumaque. Resultados semelhantes foram observados por Bezerra

Neto et al. (2013) estudando o consórcio de cenoura com caupi-hortaliça. Em relação

ao cultivo solteiro, a performance produtiva da cultivar Brasília foi superior a da

Alvorada, expressando-se assim, a sua maior adaptabilidade ambiental, conforme

resultados obtidos por Lopes et al. (2008).

45

Tabela 3 – Produtividade comercial (PC) e total (PT) de cenoura em função de

cultivares de caupi-hortaliça e de cenoura em consórcio e de cultivares de cenoura

solteira. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.

Cultivares de cenoura consorciadas com caupi-hortaliça

PC (t ha-1

) PT (t ha-1

)

Cultivares de caupi-hortaliça

consorciadas com cenoura Brasília Alvorada Brasília Alvorada

BRS Itaim 18,39 aA 20,80 aA 19,64 aA 22,18 aA

BRS Tumucumaque 24,78 aA * 17,34 aB 26,27 aA 18,29 aB

BRS Guariba 22,63 aA 23,38 aA 23,72 aA 24,32 aA

BRS Cauamé 23,98 aA 18,13 aB 24,49 aA 19,33 aA

Cultivares de cenoura

solteira 33,02 A 27,34 B 35,09 A 28,05 B

CV (%) 16,38 15,63

* Médias seguidas pelas mesmas letras minúscula na coluna não diferem estatisticamente e por letras maiúsculas

diferentes nalinha diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Também não foi registrada diferenças significativas entre cultivares de caupi-

hortaliça nas produtividades de raízes longas, médias e refugo e entre cultivares de

cenoura consorciadas nas produtividades de raízes médias e refugos e entre cultivares

de cenoura solteira nas produtividades de raízes médias e curtas (Tabela 4).

Diferenças estatísticas foram registradas entre cultivares de cenoura

consorciada e solteira na produtividade de raízes longas, com a cultivar Brasília se

destacando da Alvorada e entre cultivares de cenoura consorciadas na produtividade

raízes curtas, com a cultivar Alvorada se sobressaindo da cultivar Brasília e entre

cultivares de cenoura solteira na produtividade de raízes refugo com a cultivar Brasília

se destacando da Alvorada (Tabela 4).

As maiores produtividades de raízes longas e médias foram registradas tanto

no sistema solteiro como no consorciado. A produção de raízes comerciais de cenoura

46

nos sistemas consorciados foi de 94,99%, dos quais 26,14% foram de raízes longas,

57,88% de raízes médias e 10,97% de raízes curtas. A produção de raízes comerciais

de cenoura no sistema solteiro foi de 95,59%, dos quais 28,99% foram de raízes

longas, 61,69% de raízes médias e 4,91% de raízes curtas. Provavelmente isso ocorreu

devido à eficiência da adubação de flor-de-seda em especial pela quantidade de

potássio fornecida, elemento este, juntamente com o nitrogênio, o mais exigido pela

cultura.

Tabela 4 – Produtividade de raízes longas (RL), médias (RM), curtas (RC) e refugo

(RR) de cenoura em função de cultivares de caupi-hortaliça e de cenoura em consórcio

e de cultivares de cenoura solteira. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.

Cultivares de caupi-

hortaliça consorciadas com

cenoura

RL

(t ha-1

)

RM

(t ha-1

)

RC

(t ha-1

)

RR

(t ha-1

)

BRS Itaim 4,56 a 11,44 a 2,34 a 1,31 a

BRS Tumucumaque 6,76 a 12,57 a 1,73 b 1,22 a

BRS Guariba 6,60 a 13,60 a 2,80 a 1,01 a

BRS Cauamé 5,02 a 13,24 a 2,79 a 0,86 a

Cultivares de cenoura consorciadas com caupi

Brasília 7,74 a * 12,23 a 1,84 b 1,09 a

Alvorada 3,74 b 13,19 a 2,99 a 1,12 a

Cultivares de cenoura solteira

Brasília 12,74 a 19,11 a 1,17 a 2,07 a

Alvorada 5,57 b 19,83 a 1,94 a 0,71 b

CV (%) 38,13 24,80 38,80 63,46

* Médias seguidas de letras minúscula diferentes na coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao

nível de5% de probabilidade.

47

4.3 ÍNDICE DE COMPETIÇÃO E VANTAGEM DE CONSÓRCIO

Esses índices não foram submetidos a análise de variância em virtude das

pressuposições da homogeneidade de variâncias normalidade e aditividade não serem

encontradas (Tabela 5). No entanto, nas combinações das cultivares de caupi-hortaliça

com as de cenoura, observou-se que a cenoura foi a cultura dominada nas seguintes

combinações: BRS Itaim x Brasília, BRS Tumucumaque x Alvorada, BRS Guariba x

Brasília e BRS Guariba x Alvorada e cultura dominante nas combinações: BRS Itaim x

Alvorada, BRS Tumucumaque x Brasília, BRS Caumé x Brasília e BRS Caumé x

Alvorada (Tabela 5).

As combinações das cultivares de caupi-hortaliça com cenoura que

proporcionaram a maior taxa de competição foram: BRS Caumé x Brasília, BRS

Guariba x Alvorada, BRS Caumé x Alvorada e BRS Tumucumaque x Alvorada

(Tabela 5). Esses resultados evidenciam que esses sistemas consorciados foram os

mais eficientes no uso dos recursos ambientais quando comparados com outros

sistemas, resultados estes que concordam com Cecílio Filho et al. (2013) estudando o

consórcio de tomate com alface em cultivo protegido. De acordo com Wahla et al.

(2009) a taxa de competição é uma importante ferramenta para determinação do grau

em que uma cultura compete com a outra.

Uma vez que os valores da vantagem do consórcio foram quase todos

positivos, estes índices definitivamente indicam uma vantagem expressiva para as

combinações BRS Guariba x Brasília e BRS Guariba x Alvorada (Tabela 5). Além de

ser um indicador de vantagem agronômica, o índice de vantagem do consórcio pode

ser um indicador de viabilidade econômica dos sistemas consorciados (AASIM et al.,

2008).

48

Tabela 5 – Índice de superação da cenoura (ISc) e do caupi-hortaliça (ISch), taxa de

competição do sistema (TCs) e vantagem do sistema consorciado (VC) de caupi-

hortaliça consorciado com cenoura. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.

TRATAMENTOS ISc ISch TCs VC

1 - BRS Itaim x Brasília -0,037* 0,037 2,08 1,56

2 - BRS Itaim x Alvorada 0,082 -0,082 2,10 1,54

3 - BRS Tumucumaque x Brasília 0,115 -0,115 2,29 0,79

4 - BRS Tumucumaque x Alvorada -0,050 0,050 2,67 3,38

5 - BRS Guariba x Brasília -0,192 0,192 2,34 7,40

6 - BRS Guariba x Alvorada -0,115 0,115 2,77 7,54

7 - BRS Cauamé x Brasília 0,195 -0,195 3,01 -1,54

8 - BRS Cauamé x Alvorada 0,010 -0,010 2,74 1,91

* Dados não submetidos à análise de variância em virtudes das pressuposições não serem alcançadas.

4.4 ÍNDICES DE EFICIÊNCIA AGRONÔMICO/BIOLÓGICA

Não houve qualquer interação significativa ou diferenças estatísticas entre os

fatores de produção estudados nos índices de eficiência agronômico/biológica (Tabela

6).

49

Tabela 6 – Valores de UETs nos métodos de padronização homogênea de rendimento

usando a média das repetições das cultivares solteiras sobre blocos (M1), o máximo das

médias das cultivares solteiras sobre blocos (M2), a média das médias das cultivares

solteiras sobre blocos (M3), as médias das cultivares solteiras dentro do bloco (M4), o

máximo das cultivares solteiras dentro do bloco (M5) e o valor observado de cada

cultivar solteira dentro do bloco (M6), do índice de eficiência produtiva (IEP) e da

variável canônica Z nas combinações de cultivares de caupi-hortaliça com cultivares de

cenoura. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.

Métodos de padronização homogênea

Cultivares de

caupi-hortaliça

e cenoura

M1 M2 M3 M4 M5 M6 IEP Escore

Z

BRS Itaim 1,21a 0,97 a 1,14 a 1,17 a 0,99 a 1,21 a 0,72 a 0,84 a

BRS

Tumucumaque 1,25 a 1,19 a 1,42 a 1,44 a 1,18 a 1,26 a 0,87 a 0,84 a

BRS Guariba 1,58 a 1,17 a 1,38 a 1,39 a 1,17 a 1,81 a 0,86 a 0,98 a

BRS Cauamé 1,18 a 1,02 a 1,19 a 1,22 a 1,03 a 1,26 a 0,80 a 0,90 a

Brasília 1,25 a 1,10 a 1,29 a 1,31 a 1,08 a 1,31 a 0,82 a 0,97 a

Alvorada 1,36 a 1,08 a 1,28 a 1,30 a 1,10 a 1,47 a 0,79 a 0,81 a

CV (%) 22,93 20,38 21,42 21,30 20,26 32,50 15,37 24,38

* Médias seguidas de letras minúscula diferentes na coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey nível

de 5% de probabilidade.

Nas combinações das cultivares de cenoura com as cultivares de caupi-

hortaliça no contexto dos métodos de padronização homogênea de rendimento sobre

blocos e dentro do bloco, observou-se que as maiores eficiências de uso eficiente a

terra foram obtidas no método M1 (variando de 11 a 65%) e no método M6 (variando

de 15 a 93%) (Tabela 7).

50

Tabela 7 – Valores de UETs nos métodos de padronização homogênea de rendimento

usando a média das repetições das cultivares solteiras sobre blocos (M1), o máximo das

médias das cultivares solteiras sobre blocos (M2), a média das médias das cultivares

solteiras sobre bloco (M3), as médias das cultivares solteiras dentro do bloco (M4), o

máximo das cultivares solteiras dentro do bloco (M5) e o valor observado de cada

cultivar solteira dentro do bloco (M6) e do índice de eficiência produtiva (IEP) e

variável canônica Z (Z) em combinações de cultivares de caupi-hortaliça consorciadas

com cultivares de cenoura. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.

Métodos de padronização homogênea

TRATAMENTOS M1 M2 M3 M4 M5 M6 IEP Escore

Z

1 - BRS Itaim x Brasília 1,12 a 0,97 a 1,15 a 1,18 a 0,98 a 1,15 a 0,68 a 0,77 a

2 - BRS Itaim x Alvorada 1,26 a 0,98 a 1,14 a 1,17 a 0,99 a 1,28 a 0,75 a 0,90 a

3 - BRS Tumucumaque x

Brasília

1,23 a 1,23 a 1,45 a 1,48 a 1,23 a 1,24 a 0,89 a 1,06 a

4 - BRS Tumucumaque x

Alvorada

1,27 a 1,15 a 1,40 a 1,40 a 1,15 a 1,28 a 0,84 a 0,62 a

5 - BRS Guariba x Brasília 1,50 a 1,16 a 1,37 a 1,40 a 1,18 a 1,70 a 0,86 a 0,96 a

6 - BRS Guariba x Alvorada 1,65 a 1,18 a 1,39 a 1,38 a 1,16 a 1,93 a 0,85 a 1,01 a

7 - BRS Cauamé x Brasília 1,11 a 1,03 a 1,19 a 1,18 a 1,02 a 1,15 a 0,87 a 1,08 a

8 - BRS Cauamé x Alvorada 1,24 a 1,01 a 1,20 a 1,26 a 1,04 a 1,38 a 0,74 a 0,72 a

CV (%) 22,93 20,38 21,42 21,30 20,26 32,50 15,37 24,38

* Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de

5% de probabilidade.

As combinações das cultivares de caupi-hortaliça BRS Itaim com as cultivares

de cenoura não apresentaram eficiência no uso eficiente da terra nos métodos M2 e M5.

Fora isso, registrou-se melhor uso dos recursos ambientais nas demais combinações,

com destaque para a combinação de caupi-hortaliça BRS Guariba com cenoura

Alvorada tanto nos métodos de padronização M1 (1,65) como no M6 (1,93). Segundo

Geraldi, (1983) as melhores combinações entre espécies em consórcio são aquelas

51

onde ocorrem uma alta complementação entre as cultivares (alto efeito geral de

consórcio), ao contrário das piores combinações.

Pelos resultados das UETs, percebe-se que o caupi-hortaliça e a cenoura são

culturas companheiras, onde elas se completam para melhor utilizar os recursos

ambientais e aproveitamento do uso da terra. De acordo Willey (1990) o melhor

resultado observado em cultivo consorciado pode ser alcançado com as espécies

avaliadas na condição de plantas companheiras quando estas fortalecem o grau de

complementaridade e, nesse caso, o consórcio irá produzir mais do que seus

respectivos cultivos solteiros.

Para o índice de eficiência produtiva e o escore da variável canônica Z,

registrou-se as maiores eficiências do consórcio de cenoura com caupi-hortaliça na

combinação de caupi BRS Tumucumaque com cenoura Brasília o e de BRS Cauamé

com cenoura Brasília, respectivamente (Tabela 7). Esse resultado se deve ao fato do

consórcio ter respondido muito bem nas combinações das cultivares estudadas,

demonstrando assim, uma baixa competição intraespecífica entre as cultivares.

De acordo Bezerra Neto et al. (2007b) a utilização desses métodos de

eficiência de consórcio, torna-se interessante em razão da maior capacidade

discriminante, além de mostrar o comportamento dos fatores-tratamentos por meio da

técnica de variáveis canônicas.

4.5 INDICADORES ECONÔMICOS

Também não foi registrada interação significativa ou diferenças estatísticas

entre os fatores de produção estudados nos índices econômicos: renda bruta e líquida,

taxa de retorno, índice de lucratividade e vantagem monetária corrigida nos métodos de

padronização de rendimento M1 e M6 (Tabela 8).

52

Tabela 8 – Valores de renda bruta (RB), renda líquida (RL), taxa de retorno (TR),

índice de lucratividade (IL) e da vantagem monetária corrigida usando os métodos de

padronização homogênea de rendimento da UET M1 (VMc do M1) e M6 (VMc do M6).

Mossoró-RN, UFERSA, 2014.

Cultivares de

caupi-hortaliça e

cenoura

RB

(R$ t ha-1)

RL

(R$ t ha-1) TR IL (%)

VMc do

M1

VMc do

M6

BRS Itaim 22.552,06 a* 8.772,75 a 1,63 a 38,11 a 1.522,96 a 1.422,43 a

BRS

Tumucumaque 26.153,59 a 12.374,29 a 1,90 a 45,11 a 2.720,86 a 2.636,05 a

BRS Guariba 26,843,85 a 13.064,55 a 1,94 a 47,57 a 4.874,84 a 5.316,19 a

BRS Cauamé 23.900,73 a 10.121,43 a 1,73 a 40,10 a 1.743,75 a 1.813,63 a

Brasília 25.614,43 a 11.907,45 a 1,86 a 45,15 a 2.428,94 a 2.576,35 a

Alvorada 24.110,68 a 10.259,06 a 1,74 a 40,30 a 3.002,26 a 3.017,80 a

CV (%) 17,32 38,85 17,22 25,23 100,92 113,35

* Médias seguidas de letras minúscula diferentes na coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey

nível de 5% de probabilidade.

A combinação que registrou os maiores índices econômicos foi a da cultivar de

caupi-hortaliça BRS Tumucumaque com cenoura Brasília e o de maior vantagem

monetária corrigida foi na combinação do caupi-hortaliça BRS Guariba com cenoura

Alvorada (Tabela 9). Essa diferença na eficiência pode ser atribuída aos métodos de

avaliação utilizado.

53

Tabela 9 – Valores de renda bruta (RB), renda líquida (RL), taxa de retorno (TR),

índice de lucratividade (IL) e da vantagem monetária corrigida (VMc) nos métodos de

padronização homogênea de rendimento M1 e M6 dos consórcios de caupi-hortaliça

consorciado com cenoura. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.

TRATAMENTOS

RB

(R$ t ha-1)

RL

(R$ t ha-1) TR IL (%)

VMc do

M1

VMc do

M6

1 - BRS Itaim x Brasília 21.895,91 a 8.188,93 a 1,59 a 36,49 a 1.066,96 a 955,37 a

2 - BRS Itaim x Alvorada 23.208,20 a 9.356,58 a 1,67 a 39,74 a 1.978,97 a 1.889,49 a

3 - BRS Tumucumaque x

Brasília

28.524,19 a 14.817,21 a 2,08 a 51,44 a 2.892,32 a 2.940,20 a

4 - BRS Tumucumaque x

Alvorada

23.782,99 a 9.931,37 a 1,71 a 38,77 a 2.594,41 a 2.331,89 a

5 - BRS Guariba x Brasília 26.558,33 a 12.851,35 a 1,93 a 48,13 a 4.272,10 a 4.723,50 a

6 - BRS Guariba x

Alvorada

27.129,37 a 13.277,75 a 1,96 a 47,01 a 5.477,58 a 5.908,87 a

7 - BRS Cauamé x Brasília 25.479,30 a 11.772,32 a 1,86 a 44,53 a 1.484,40 a 1.686,33 a

8 - BRS Cauamé x

Alvorada

22.322,16 a 8.470,54 a 1,61 a 35,66 a 1.978,96 a 1.940,93 a

CV (%) 17,32 38,85 17,22 25,23 100,92 113,35

* Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de

5% de probabilidade.

De modo geral, observou-se que algumas combinações de caupi-hortaliça com

cenoura em sistema de cultivo consorciado possibilitaram um maior aproveitamento e

maximização do uso dos recursos ambientais, com aumento nas produtividades das

cultivares, em função de uma efetiva interação entre as competições inter e

intraespecífica. De acordo com Santos (1998) isto é possível quando as espécies

apresentam nichos ecológicos diferentes, podendo assim maximizar a utilização da luz,

a absorção de nutrientes e outros recursos mais do que uma única cultura numa área e

tempo determinado.

54

5. CONCLUSÕES

A cultivar de cenoura que teve melhor desempenho na produção de raízes

comerciais foi a “Brasília”, tanto em cultivo solteiro como no consorciado com as

cultivares de caupi-hortaliça.

Em termos absolutos, a cultivar de caupi-hortaliça de maior produtividade foi a

da BRS Tumucumaque tanto em sistema solteiro como no consorciado.

A combinação de cultivares de maior eficiência agronômico/biológica foi a da

BRS Guariba com cenoura Alvorada e a de maior eficiência econômica foi a da

cultivar BRS Tumucumaque com cenoura Brasília.

55

REFERÊNCIAS

AASIM M., UMER E. M., KARIM A. 2008. Yield and competition indices of

intercropping cotton (Gossypium hirsutum L.) using different planting patterns. Tar Bil Der. v.14, p. 326-333.

ANDRADE NETO, R. de C.; GÓES G. B. de; MIRANDA, N. de O.; DINIZ E. T.;

FILHO F. S. T. P. F.2008. Revista Verde (Mossoró – RN – Brasil) v.3, n.1, p16.

BARROS JÚNIOR AP; BEZERRA NETO F; SILVEIRA LM; LINHARES PCF;

MOREIRA JN; SILVA E.O. 2010. Qualidade de coentro em função do uso de espécies

espontâneas como adubos verdes em diferentes quantidades. Horticultura Brasileira

v. 28: n. 2.

BELTRÃO, N.E.M.; NÓBREGA, L. B. da; AZEVEDO, D. M. P. de; VIEIRA, D.J.

1984. Comparação entre indicadores agroeconômicos de avaliação de

agroecossistemas consorciados e solteiros envolvendo algodão “upland” e feijão

“caupi”. Campina Grande: CNPA, 21p. (Boletim de Pesquisa, 15).

BEZERRA NETO, F. 1993. Effects of spatial arrangement and density on

efficiency, yield and yield components, dry matter partitioning and growth of

annual cotton/coepea/maize intercrop. 95p. These (DoctoredamAgronomic).

Universityof Arizona, EUA.

BEZERRA NETO, F.; ANDRADE, F. V.; NEGREIROS, M. Z. de.; JUNIOR, J. J. dos

S. 2003. Desempenho agroeconômico do consórcio cenoura x alface lisa em dois

sistemas de cultivo. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 21, n. 4, p. 636-643.

BEZERRA NETO, F.; GOMES, E. G.; OLIVEIRA, A. M. 2007. Produtividade

biológica em sistemas consorciados de cenoura e alface avaliada através de indicadores

agroeconômicos e métodos multicritério. Horticultura Brasileira, v.25, n. 3, p.193-

198.

56

BEZERRA NETO, F.; SILVA, M. L. da; VIEIRA, F. de A.; SILVA, R. C. P. da;

SILVA, I. N. da. 2013. Performance produtiva de cenoura consorciada com caupi-

hortaliça sob diferentes quantidades de flor-de-seda. III Congresso Nacional de Feijão

Caupi. Anais... Recife – PE.

CARMO FILHO, F. do; ESPÍNOLA SOBRINHO, J.; MAIA NETO, J. M. 1991.

Dados climatológicos de Mossoró: um município semi-árido nordestino. Mossoró:

ESAM (Escola Superior de Agricultura de Mossoró), 121p. (Coleção Mossoroense,

C.30).

CARVALHO, A. J. C. 1993. Comportamento de cultivares e linhagens de soja

[Glycinemax (L.) Merril] em consórcio com milho (Zeamays L.) de ciclos e portes

diferentes. 70f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Escola Superior de

Agricultura de Lavras (ESAL), Lavras-MG.

CECÍLIO FILHO, A. B. 2005. Cultivo consorciado de hortaliças: desenvolvimento

de uma linha de pesquisa. 135 f. Teses (Livre-docência) - Faculdade de Ciências

Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal.

CECÍLIO FILHO, A. B.; BEZERRA NETO, F., REZENDE, B. L. A.; GRANGEIRO,

L. C.; LIMA, J. S. S. 2013. Indices of competition and bio-agroeconomic efficiency of

lettuce and tomato intercrops in greenhouses. Australian Journal of Crop Science. v.

7, n. 6, p. 809-819.

CECILIO FILHO, A. B.; TAVEIRRA, M. C. G. S. 2001. Produtividade da cultura de

beterraba em função da época do estabelecimento do consórcio com rúcula.

Horticultura Brasileira. Brasília v. 9, n. 2, suplemento, 1 CD-ROM (Resumo).

CERETTA, C. A. 1986. Sistema de cultivo de mandioca em fileiras simples e

duplas em monocultivo e consorciada com girassol. 122f. Dissertação (Mestrado em

Fitotecnia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre - RS.

57

CHARMES, A.; COOPER, W. W.; RHODES, E. 1979. Measuring the efficiency of

decision-making units. European Journal of Operational Research, v. 3, n. 4, p.

339.

CHATTERJEE, B. N.; MANDAL, B. K. 1992. Present trends in research on

intercropping. Indian Journal of agricultural Sciences, New Delhi, v. 62, n.8, p. 507-

18.

COUTINHO, H. L. C.; UZÊD, M. C.; ANDRADE, A. G.; TAVARES, S. R. L.

Ecologia e biodiversidade do solo no contexto da agroecologia. Informe

Agropecuário. 2003. Belo Horizonte, v. 24, n. 220, p. 45-54.

CRUZ, C. D.; REGAZZI, A. J.; CARNEIRO, P. C. S. 2004. Modelos biométricos

aplicados ao melhoramento genético. Cap. 3 e 4. 3 eds., v.1. Viçosa, MG: UFV, 480

p.

DUBEY, D. N.; KULVI, G. S. 1995. Performace of sorghum (Sorghum bicolor) as

influencieYb intercropping and plantig geometry. Indian Journal Agronomy, New

Delhi, v. 9, n.4, p.353-356.

EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. 2006.

Centro nacional de Pesquisas de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.

2. ed. Rio de janeiro: Embrapa. 306p.

EMBRAPA - EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. 2009.

BRS Itaim: cultivar de feijão-caupi com grãos tipo fradinho. Teresina: Embrapa Meio-

Norte, (folder).

FERREIRA, D.F. 2011. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e

Agrotecnologia, v.35, p.1039-1042.

FILGUEIRA, F. A. R. 2003. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna

na produção e comercialização de hortaliças. 2. ed. Viçosa, UFV, p. 15-23.

58

FREIRE FILHO, F. R.; RIBEIRO, V. Q.; BARRETO, P. D.; SANTOS, A. A. 2005.

Melhoramento Genético. In: FREIRE FILHO, F. R.; LIMA, J. A. A.; RIBEIRO, V. Q.

(Ed.). Feijão-caupi: avanços tecnológicos. Brasília: Embrapa Informação

Tecnológica, p. 29-92.

GALVÃO, J. C. C; MIRANDA, G. V; SANTOS, I. C. 1999. Adubação orgânica.

Revista Cultivar, São Paulo, v.2, n.9, p.38-41.

GERALDI, I. O. 1983. Método de análise estatística para combinação de cultivares

em consórcio.1983, 120p. tese (Doutorado em Agronomia). Escola Superior Luiz de

Queiroz da Universidade de São Paulo, SP.

HART, R. D. 1975. A bean corn and manioc polyculture cropping systems. II – A

comparison between the yield and economic return from monoculture and polyculture

cropping systems. Turrialba, San Jose, v.25, n.4, p.337-384.

HEREDIA ZARATE, N. A.; VIEIRA, M. C.; WEISMANN, M.; LOURENÇÃO, A. L.

F. 2003. Produção e renda bruta de cebolinha e de salsa em cultivo solteiro e

consorciado. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 21, n. 3, p. 574-577.

INNIS, D. Q. 1997. Intercropping and the scientific basis of the traditional

agriculture. London: Intermediate Publications, 179p.

JUNQUEIRA, A. H.; LUENGO, R. F. A. 2000. Mercados diferenciados de hortaliças.

Horticultura Brasileira, Brasília, v. 18, n. 2, p. 95-99.

LIMA, G. K. L. de; LINHARES, P. C. F.; LIBERALINO FILHO, J.; BEZERRA

NETO, F. 2007. Utilização da jitirana em cobertura como adubo verde no

desenvolvimento do feijão mungo. Revista Brasileira de Agroecologia, Porto Alegre,

v. 2, n. 2, p. 1405-1407.

59

LINHARES, P. C. F. 2009. Vegetação espontânea como adubo verde no

desempenho agroeconômico de hortaliças folhosas. 109f. Tese (Doutorado em

Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró – RN.

LINHARES, P. C. F; MARACAJÁ, P. B.; LIMA, G. K. L. DE; BEZERRA NETO; F.;

LIBERALINO FILHO; J. 2008. Resposta da rúcula (Eruca sativa Mill.) folha larga a

adubação verde com jitirana (Ipomoea glabra L.) incorporada. Revista Verde,

Mossoró, v. 3, n. 2, p. 72 -77.

LINHARES, P.C.F.; SILVA, M.L.S.; PEREIRA, M.F. S.; BEZERRA, A.K; PAIVA,

A.C.C. 2011. Quantidades e tempos de decomposição da flor-de-seda no desempenho

agronômico do rabanete. Revista Verde, v.6, n.1, p.168 -173.

LOPES, W. A. R.; NEGREIROS, M. Z.; TEÓFILO, T. M. S.; ALVES, S. S. V.;

MARTINS, C. M.; NUNES, G. H. S.; GRANGEIRO, L. C. 2008. Produtividade de

cultivares de cenoura sob diferentes densidades de plantio. Revista Ceres, Viçosa, v.

55, n. 5, p. 482-487.

MATOS FILHO, C.H.A. et al. 2009. Potencial produtivo de progênies de feijão-caupi

com arquitetura ereta de planta. Ciência Rural, v.39, n.2, p.348-354.

McGILCHRIST, C. A.; TRENBATH, B. R. 1971. A revised analysis of plant

competition experiments. Biometrics, v. 27, n. 2, p. 659-671.

MELLO, C. P. T. 2000. Desempenho produtivo das culturas de cenoura e rúcula

em consórcio. 44f. Monografia (Graduação em Agronomia) – Faculdade de Ciências

Agrárias e Veterinárias "Júlio de Mesquita Filho", Universidade Estadual Paulista,

Jaboticabal.

NEGREIROS, M. Z.; BEZERRA NETO, F.; PORTO, V. C. N.; SANTOS, R. H. S.

2002. Cultivares de alface em sistemas solteiro e consorciado com cenoura em

Mossoró. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 20, n. 2, p. 162-166.

60

NOVAIS, R. F.; ALVAREZ, V. V. H.; BARROS, N. F.; FONTES, R. L. F.;

CANTARUTI, R. B.; NEVES, J. C. 2007. Fertilidade do solo. In: MEURER, E. J.

Fatores que influenciam o crescimento e o desenvolvimento das plantas. Viçosa:

SBCS, p. 65-90.

OLIVEIRA, E. Q. de. Desempenho agroeconômico do bicultivo de alface

consorciada, em faixa, com cenoura. 2004. 76f. Dissertação (Mestrado em

Agronomia: Fitotecnia) – Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM),

Mossoró, 2004.

OSIRU, D. S. O.; WILLEY, R. W. 1972. Studies on mixtures of dwarf sorghum and

beans (Phaseolus vulgaris) with particular reference to plant population. Journal of

Agricultural Science, v.79, n. 3, p. 531-540.

PORTO V.C.N.; BEZERRA NETO F; LIMA J.S.S; BARROS JÚNIOR A.P;

MOREIRA J.N. 2011. Combination of lettuce and rocket cultivars in two cultures

intercropped with carrots. Horticultura Brasileira v.29 p.404-411.

PORTO, V. C. N. Bicultivo de alface e rúcula consorciadas com cenoura em faixas.

2008. 90f. Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-

Árido (UFERSA), Mossoró-RN.

REZENDE, B. L. A.; CECÍLIO FILHO, A. B.; FELTRIM, A. L.; COSTA, C. C.;

BARBOSA, J. C. 2006. Viabilidade da consorciação de pimentão com repolho, rúcula,

alface e rabanete. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 24, n. 1, p. 36-41.

RODRIGUES, L. R. A.; RODRIGUES, T. J. D.; REIS, R. A. 1992. Alelopatia em

plantas forrageiras. Jaboticabal: UNESP/FUNEP, 18 p. (Boletim).

SANTOS, R. H. S. 1998. Interações interespecíficas em consórcio de olerícolas.

129f. Tese (Doutorado em Fitotecnia). Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa-

MG.

61

SILVA M. G; SHARMA R. D; JUNQUEIRA A. M. R; OLIVEIRA C. M. 2006. Efeito

da solarização, adubação química e orgânica no controle de nematóides em alface sob

cultivo protegido. Horticultura Brasileira v.24 p.489-494.

SILVA, F. S.; JUNIOR, B. P. A.; SILVEIRA, L.M. da. SANTANA, F. M. de S.;

SANTOS, M. G. dos 2013. Avaliação de cultivares de feijão-caupi irrigado para

produção de grãos verdes em serra talhada – PE. Revista Caatinga, v. 26 n. 1

SILVA, R. C. P. da. 2014. Adubação verde com espécie espontânea no consórcio de

cenoura e alface em bicultivo sob diferentes quantidades de biomassa e arranjos

espaciais. 71 f. Dissertações (Mestrado em Fitotecnia) - Universidade Federal Rural do

Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2014.

SIQUEIRA, G. A. S. 1995. Espaçamentos de plantio na produção de cenoura

‘Brasília’, no município de Mossoró-RN. 23f. Monografia (Graduação em

Agronomia), Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM), Mossoró, RN.

SOARES DE MELLO, J. C. C. B.; GOMES, E. G. 2004. Eficiências aeroportuárias: uma

abordagem comparativa com análise de envoltória de dados. Revista de Economia e

Administração, v. 3, n. 1, p. 15-23.

SOUZA, J. L.; RESENDE, P. 2003.Manual de horticultura orgânica. Viçosa:

Aprenda Fácil, 564p.

STEINER, K. G. 1982. Intercropping in tropical smallholder agriculture with

special reference to West Africa. Eschborn, Germany: Germany Agency for

Technical Cooperation (GTZ), 303p. (D-6236).

SUDO, A.; GUERRA, J. G. M.; ALMEIDA, D. L.; RIBEIRO, R. L. D. 1998.Cultivo

consorciado de cenoura e alface sob manejo orgânico. Seropédica: CNPAB, 4 p.

(RecomendaçãoTécnica, 2).

62

TRENBATH, B. R. 1975. Plant interactions in mixed crop communities. In:

PAPENDICK, R. I.; SANCHES, P. A.; TRIPLE, G. B. (eds). Multiple cropping.

Wisconsin: American Society of Agronomy. v. 1, p. 129-160.

TRENBATH, B.R. 1976. Plant interaction in mixed crop communities. In: R.I.

PAPENDICK, R.I.; SANCHEZ, A.; TRIPLETT, G.B. [Editors]. Multiple Cropping.

Madison: American Society of Agronomy, p. 129-169.

VANDERMEER, J. H. 1989. The ecology of intercropping. Cambridge: Cambridge

University Press, 237p.

VIEIRA, C. 1998. Cultivos consorciados. In: VIEIRA, C.; PAULA JÚNIOR, T. J.;

BORÉM, A. (eds.). Feijão: aspectos gerais e cultura no Estado de Minas Gerais.

Viçosa: UFV, p. 523-558.

VIEIRA, F. de A. 2014. Doses de máxima eficiência física e econômica de flor-de-

seda no rendimento de caupi-hortaliça. 55f. Dissertação (Mestrado em Agronomia:

Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró.

VIEIRA, J. V.; PESSOA, H. B. S. V.; MAKISHIMA, N. 1997. Cultivo da cenoura

(Daucuscarota L.). Brasilia: EmbrapaHortaliças. 19p. (InstruçõesTécnicas, 13).

WAHLA, I. H.; AHMAD, R.; EHSANULLAH; AHMAD, A., JABBAR, A. 2009

Competitive functions of components crops in some barley based intercropping

systems. International Journal of Agricultural and Biological v. 11, p. 69-72.

WILLEY, R. W. 1979. Intercropping - its importance and research needs. Part 1.

Competition and yield advantages. Field Crop Abstracts, Wallingford, v. 32, n. 1, p.1-

10.

WILLEY, R. W. 1990. Resource use in intercropping systems.Agricultural Water

Management v.17 p.215-231.

63

WILLEY, R. W.; RAO, M. R. A. 1980. competitive ratio for quantifying completion

between intercrops

APÊNDICE

64

Tabela 1A- Produtividades de caupi-hortaliça e de cenoura em t ha-1

nos sistemas

consorciados e solteiros.

Consórcios Blocos

Médias 1 2 3 4

Itaim 1,35 0,56 0,68 0,98 0,89

1 Brasília 15,13 21,83 23,13 13,47 18,39

Itaim 0,95 0,82 0,77 0,45 0,75

2 Alvorada 15,36 21,40 22,01 24,45 20,80

Tumucumaque 0,89 1,44 0,76 1,06 1,04

3 Brasília 25,39 27,58 23,09 23,06 24,78

Tumucumaque 1,33 1,01 1,21 1,90 1,36

4 Alvorada 8,79 21,77 20,08 18,71 17,34

Guariba 1,08 0,84 1,40 0,81 1,03

5 Brasília 25,93 21,82 19,35 23,44 22,64

Guariba 0,74 0,72 0,64 1,95 1,01

6 Alvorada 21,45 19,18 25,93 26,98 23,39

Cauamé 0,49 0,59 0,94 0,59 0,65

7 Brasília 17,58 25,33 26,63 26,37 23,98

Cauamé 1,65 1,09 0,83 0,43 1,00

8 Alvorada 17,52 12,37 24,80 17,85 18,14

C S

U O

L L

T T

I E

V I

A R

R A

E S

S

Itaim 1,46 1,18 1,55 1,75 1,48

Tumucumaque 1,60 2,52 1,94 2,55 2,15

Guariba 0,59 1,33 2,26 0,87 1,26

Cauamé 1,52 0,90 2,03 2,42 1,72

Brasília 29,99 33,02 39,50 29,58 33,02

Alvorada 23,62 24,33 31,45 29,97 27,34

Media do caupi 1,29 1,48 1,95 1,90 1,65

Media da cenoura 26,80 28,67 35,47 29,78 30,18

65

Tabela 2A – M1: Média dos rendimentos das repetições das cultivares solteiras sobre

blocos.

Consórcio BLOCO Média 1 2 3 4

1 1,37 1,04 1,16 1,07 1,16

2 1,20 1,33 1,32 1,20 1,26

3 1,18 1,50 1,05 1,19 1,23

4 0,94 1,27 1,30 1,57 1,27

5 1,64 1,33 1,69 1,35 1,50

6 1,37 1,27 1,45 2,53 1,66

7 0,82 1,11 1,36 1,14 1,10

8 1,60 1,09 1,39 0,91 1,25

Tabela 3A - M2: Máximo dos rendimentos das médias das cultivares solteiras sobre

blocos.

Consórcio BLOCO Média 1 2 3 4

1 1,08 0,92 1,02 0,86 0,97

2 0,91 1,03 1,02 0,95 0,98

3 1,18 1,50 1,05 1,19 1,23

4 0,88 1,13 1,17 1,45 1,16

5 1,29 1,05 1,24 1,08 1,16

6 1,00 0,91 1,08 1,73 1,18

7 0,76 1,04 1,24 1,07 1,03

8 1,30 0,88 1,14 0,74 1,01

66

Tabela 4A - M3: Média dos rendimentos das médias das cultivares solteiras sobre

blocos.

Consórcio BLOCO

Média 1 2 3 4

1 1,32 1,06 1,18 1,04 1,15

2 1,08 1,20 1,20 1,08 1,14

3 1,38 1,78 1,22 1,41 1,45

4 1,09 1,33 1,40 1,77 1,40

5 1,51 1,23 1,49 1,26 1,37

6 1,16 1,07 1,25 2,08 1,39

7 0,88 1,19 1,45 1,23 1,19

8 1,58 1,07 1,32 0,85 1,21

Tabela 5A - M4: Médias dos rendimentos das cultivares solteiras dentro bloco.

Consórcio BLOCO Média 1 2 3 4

1 1,61 1,14 1,00 0,97 1,18

2 1,31 1,30 1,02 1,06 1,17

3 1,64 1,93 1,04 1,33 1,49

4 1,36 1,44 1,19 1,63 1,40

5 1,80 1,33 1,26 1,21 1,40

6 1,38 1,15 1,06 1,94 1,38

7 1,03 1,28 1,24 1,19 1,19

8 1,93 1,17 1,13 0,83 1,26

67

Tabela 6A - M5: Máximo dos rendimentos das cultivares solteiras dentro bloco.

Consórcio BLOCO

Média 1 2 3 4

1 1,35 0,88 0,89 0,83 0,99

2 1,11 0,97 0,90 0,99 0,99

3 1,40 1,40 0,92 1,19 1,23

4 1,12 1,06 1,05 1,37 1,15

5 1,54 0,99 1,11 1,10 1,18

6 1,18 0,87 0,94 1,67 1,16

7 0,89 1,00 1,09 1,11 1,02

8 1,61 0,81 0,99 0,77 1,05

Tabela 7A - M6: Valores observados dos rendimentos de cada cultivar solteira dentro do

bloco.

Consórcio BLOCO Média 1 2 3 4

1 1,43 1,13 1,03 1,01 1,15

2 1,30 1,57 1,20 1,07 1,29

3 1,40 1,40 0,97 1,20 1,25

4 1,20 1,30 1,26 1,37 1,28

5 2,69 1,30 1,11 1,71 1,70

6 2,17 1,33 1,11 3,13 1,94

7 0,91 1,42 1,14 1,13 1,15

8 1,83 1,72 1,20 0,77 1,38

68

Tabela 8A - Valores de “F” de altura de plantas (AP), produtividade comercial (PC) e

total (PT), massa fresca da parte aérea (MFPA), massa seca da parte aérea (MSPA) e

da massa seca de raízes (MSR) de cenoura em função de cultivares de caupi-hortaliça e

de cenoura em consórcio e de cultivares de cenoura solteira. Mossoró, RN, UFERSA,

2014.

FV GL AP PC PT MFPA MSPA MSR

Testemunha x

Fatorial

1 19,16**

36,61** 38,79** 9,48**

0,36ns

2,79ns

Entre testemunhas 1 4,93*

4,55* 6,96* 1,30ns

2,40ns

0,04ns

Cultivares de caupi

(Ca)

3 0,74ns

1,11ns

0,95ns

3,01*

1,27ns

0,01ns

Cultivares de

Cenoura (Ce)

1 0,92ns

3,61ns

3,51ns

7,93**

1,32ns

0,45ns

Ca x Ce 3 0,42ns

3,31* 3,38* 2,76ns

0,13ns

1,35ns

Tratamentos 9 3,17** 6,45** 6,91** 3,97** 0,92ns

0,81ns

Blocos 3 4,11* 3,64* 3,53* 2,25ns

0,38ns

0,38ns

CV (%) 5,72 16,38 15,63 16,98 30,56 25,52 ** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,05.

Tabela 9A - Valores de “F” de produtividade de raízes longas (RL), médias (RM),

curtas (RC) e refugo (RR) de cenoura em função de cultivares de caupi-hortaliça e de

cenoura em consórcio e de cultivares de cenoura solteira. Mossoró-RN, UFERSA,

2014.

FV GL RL RM RC RR

Testemunha x Fatorial 1 12,49**

24,04** 6,33* 0,99ns

Entre testemunhas 1 17,18**

0,09ns

1,56ns

6,79*

Cultivares de caupi (Ca) 3 1,64ns

0,59ns

2,70ns

0,63ns

Cultivares de Cenoura (Ce) 1 21,39**

0,60ns

13,76** 0,01ns

Ca x Ce 3 2,17ns

1,97ns

0,38ns

0,96ns

Tratamentos 9 6,94** 3,60** 3,43** 1,40ns

Blocos 3 2,75ns

1,61ns

0,51ns

0,45ns

CV (%) 38,13 24,80 38,80 63,46 ** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,0

69

Tabela 10A - Valores de “F” de número de vagens verdes por área (NV), produtividade

de vagens verdes (PV), peso seco de vagens verdes (PSV), número de grãos verdes por

vagem (NG), produtividade de grãos verdes (PG), peso de 100 grãos verdes (P100),

peso seco de grãos verdes (PSG) de caupi-hortaliça em função de cultivares de

cultivares de caupi-hortaliça e de cenoura em consórcio e de cultivares de caupi-

hortaliça solteiro. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.

FV GL NV PV PSV NG PG P100 NSG

Testemunha

x Fatorial

1 12,88** 24,38** 22,73** 7,09* 10,02** 2,32ns 18,25**

Entre

testemunhas

1 0,94ns 2,80ns 2,68ns 10,11** 2,07ns 1,12ns 1,59ns

Cultivares de

caupi (Ca)

3 2,05ns 1,28ns 1,53ns 1,73ns 0,80ns 2,70ns 1,28ns

Cultivares de

Cenoura (Ce)

1 0,76ns 0,64ns 0,67ns 3,01ns 0,71ns 0,61ns 0,19ns

Ca x Ce 3 0,16ns 0,59ns 0,08ns 0,95ns 0,41ns 1,77ns 0,07ns

Tratamentos 9 2,10* 3,55** 3,30** 4,41** 1,87ns 1,79ns 2,48*

Blocos 3 0,50ns 0,65ns 0,05ns 3,17* 0,13ns 0,77ns 0,06ns

CV (%) 37,63 38,03 42,13 18,66 50,32 27,65 49,30

** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,0

Tabela 11A - Valores de “F” da média dos rendimentos das repetições das cultivares

solteiras sobre blocos (M1), do máximo rendimento das médias dos rendimentos das

cultivares solteiras sobre blocos (M2), média das médias do rendimento das cultivares

solteiras sobre bloco (M3), médias dos rendimentos das cultivares solteiras dentro

bloco (M4), máximos dos rendimentos das cultivares solteiras dentro do bloco (M5) e

dos valores observados dos rendimentos de cada cultivar solteira dentro do bloco (M6)

da UET em função de cultivares de caupi-hortaliça e de cultivares de cenoura

consorciada. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.

FV GL M1 M2 M3 M4 M5 M6

Cultivares de caupi (Ca) 3 3,07ns

1,93ns

1,95ns

1,71ns

1,62ns

3,20ns

Cultivares de cenoura

(Ce)

1 1,06ns

0,04ns

0,00ns

0,00ns

0,05ns

0,95ns

Ca x Ce 3 0,06ns

0,06ns

0,03ns

0,11ns

0,07ns

0,08ns

Blocos 3 0,33ns

0,29ns

0,24ns

2,70ns

2,96ns

1,58ns

CV (%)

-

22,93

20,38

21,42

21,30

20,26

32,50

** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,0

70

Tabela 12A - Valores de “F” da média dos rendimentos das repetições das cultivares

solteiras sobre blocos (M1), do máximo rendimento das médias dos rendimentos das

cultivares solteiras sobre blocos (M2), média das médias do rendimento das cultivares

solteiras sobre bloco (M3), médias dos rendimentos das cultivares solteiras dentro

bloco (M4), máximos dos rendimentos das cultivares solteiras dentro do bloco (M5) e

dos valores observados dos rendimentos de cada cultivar solteira dentro do bloco (M6)

da UET em função de cultivares de caupi-hortaliça e de cultivares de cenoura

consorciada. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.

FV GL M1 M2 M3 M4 M5 M6

Tratamentos 7 1,49ns

0,86ns

0,85ns

0,78ns

0,73ns

1,55ns

Blocos 3 0,33ns

0,29ns

0,24ns

2,70ns

2,96ns

1,58ns

CV (%) - 22,93 20,38 21,42 21,30 20,26 32,50

** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,0

Tabela 13A - Valores de “F” de renda bruta (RB), renda líquida (RL), taxa de retorno

(TR), índice de lucratividade (IL) e da vantagem monetária corrigida da média dos

rendimentos das repetições das cultivares solteiras sobre blocos (VMc do M1) e dos

valores observado de cada cultivar solteira dentro do bloco (VM do M6) em função de

cultivares de caupi-hortaliça e cultivares de cenoura consorciadas. Mossoró-RN,

UFERSA, 2014.

FV GL RB RL TR IL VMc do M1 VMc do M6

Tratamentos 7 1,26ns

1,29ns

1,34ns

1,18ns

1,35ns

1,13ns

Blocos 3 0,95ns

0,95ns

0,94ns

1,19ns

0,33ns

0,82ns

CV (%) - 17,32 38,85 17,22 25,23 87,95 113,35

** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,0

71

Tabela 14A - Valores de “F” de renda bruta (RB), renda líquida (RL), taxa de retorno

(TR), índice de lucratividade (IL) e da vantagem monetária corrigida da média dos

rendimentos das repetições das cultivares solteiras sobre blocos (VMc do M1) e dos

valores observado dos rendimentos de cada cultivar solteira dentro do bloco (VMc do

M6) em função de cultivares de caupi-hortaliça e cultivares de cenoura consorciadas.

Mossoró-RN, UFERSA, 2014.

FV GL RB RL TR IL

VMc do

M1

VMc do

M6

Cultivares de caupi

(Ca)

3 1,70ns

1,70ns

1,74ns

1,31ns

2,79ns

2,44ns

Cultivares de

cenoura (Ce)

1 0,97ns

1,17ns

1,36ns

1,62ns

0,61ns

0,15ns

Ca x Ce 3 0,91ns

0,91ns

0,93ns

0,90ns

0,09ns

0,13ns

Blocos 3 0,95ns

0,95ns

0,94ns

1,19ns

0,33ns

0,82ns

CV (%) - 17,32 38,85 17,22 25,23 87,95 113,35

** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,0

Tabela 15A- Valores de “F” do índice de eficiência produtiva (IEP) e da variável

canônica Z (Z) em função de cultivares de caupi-hortaliça e cultivares de cenoura

consorciadas. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.

FV GL IEP Escore Z

Tratamento 7 1,48ns

2,37ns

Blocos 3 0,97ns

1,91ns

CV (%) - 15,37 24,38

** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,0

72

Tabela 16A - Valores de “F” do índice de eficiência produtiva (IEP) e da variável

canônica Z (Z) em função de cultivares de caupi-hortaliça e cultivares de cenoura

consorciadas. Mossoró-RN, UFERSA, 2014.

FV GL IEP Escore Z

Cultivares de

caupi (Ca)

3 2,41ns

0,80ns

Cultivares de

cenoura (Ce)

1 0,46ns

4,06ns

Ca x Ce 3 0,89ns

3,39*

Blocos 3 0,98ns

1,91ns

CV (%) - 15,37 24,38

** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,0

73

Tabela 17A - Custos variáveis e fixos de produção por hectare de cultivares de caupi-

hortaliça consorciada com cenoura Brasília adubada com 51 t ha-1

de flor-de-seda.

Mossoró, RN, UFERSA, 2014.

COMPONENTES Un. Qte Preço (R$)

% sobre CT

Un. TOTAL

A. CUSTOS VARIÁVEIS (CV) 12.401,25 74,41

A.1. Insumos

2.908,20 17,45

Semente de Cenoura (cv. Brasília) 1 kg 2 80,00 160,00 0,96

Sementes de caupi-hortaliça 1 kg 10 2,83 28,30 0,17

Fibra de Coco (Golden Mix) 22kg 5 89,90 449,50 2,70

Bobina de plástico m 2064 1,10 2.270,40 13,62

A.2. Mão-de-obra

8.940,00 53,64

A.2.1 Custos com adubo verde (flor-

de-seda)

5.260,00 31,56

Corte (51 t ha-1) d/h* 150 30,00 4.500,00 27,00

Transporte Frete 4 60,00 240,00 1,44

Trituração d/h* 5 50,00 250,00 1,50

Secagem d/h* 5 30,00 150,00 0,90

Ensacamento d/h* 4 30,00 120,00 0,72

A.2.2 Custos com demais serviços

3.680,00 22,08

Limpeza do terreno h/t** 1 70,00 70,00 0,42

Aração h/t** 2 70,00 140,00 0,84

Gradagem h/t** 2 70,00 140,00 0,84

Confecção de canteiros d/h* 40 30,00 1.200,00 7,20

Distribuição e incorporação do adubo d/h* 7 30,00 210,00 1,26

Plantio d/h* 10 30,00 300,00 1,80

Desbaste d/h* 6 30,00 180,00 1,08

Capina manual d/h* 25 30,00 750,00 4,50

Colheita d/h* 15 30,00 450,00 2,70

Transporte d/h* 8 30,00 240,00 1,44

A.3. Energia elétrica

212,28 1,27

Bombeamento da água de irrigação Kw/h 981,99 0,22 212,28 1,27

A.4. Outras despesas

120,60 0,72

1% sobre (A.1), (A.2) e (A.3) % 0,01

12.06

0,48 120,60 0,72

74

A.5. Manutenção e Conservação

220,17 1,32

1% a.a. sobre valor das construções

(galpão e poço) % 0,01

10.00

0,00 33,00 0,20

5% a.a. sobre valor da máquina

forrageira % 0,05

5.000,

00 16,50 0,10

7% a.a. sobre valor do sistema de

irrigação % 0,07

7.325,

00 170,67 1,02

B. CUSTOS FIXOS (CF) 1.080,75 6,48

B.1. Depreciação 470,75 2,82

Vida

útil

(Mês)

Valor

(R$) Meses Depreciação % sobre CT

bomba submessa 60 2.776,00 3 138,80 0,83

Tubos 2" 120 498,00 3 12,45 0,07

Poço 600 5.000,00 3 25,00 0,15

Microaspessores 60 2.600,00 3 130,00 0,78

Conexões 60 790,00 3 39,50 0,24

Galpão 600 5.000,00 3 125,00 0,75

B.2. Impostos e taxas

10,00 0,06

Imposto Territorial rural ha 1 10,00 10,00 0,06

B.3. Mão-de-obra fixa

600,00 3,60

Aux. Administração

Salári

o 1

600,0

0 600,00 3,60

C. Custos Operacionais Totais (COT) 13.482,00

C.1. (A) + (B) 13.482,00 80,89

D. Custos de Oportunidade (CO) 224,98 1,35

D.1. Remuneração da terra

100,00 0,60

Arrendamento ha 1

100,0

0 100,00 0,60

D.2. Remuneração do Capital Fixo

(6% a.a.)

124,98 0,75

Infra-estrutura, máquinas e equipamentos % 0,06

16.66

4,00 124,98 0,75

E. CUSTOS TOTAIS 13.706,98

E.1. CV + CF + CO 13.706,98 82,24

*d/h=dia/homem

**h/t=hora/trator

75

Tabela 18A - Custos variáveis e fixos de produção por hectare de cultivares de caupi-

hortaliça consorciada com cenoura Alvorada adubada com 51 t ha-1

de flor-de-seda.

Mossoró, RN, UFERSA, 2014.

COMPONENTES Un. Qte Preço (R$)

% sobre

CT Un. TOTAL

A. CUSTOS VARIÁVEIS (CV)

12545,9 75,28

A.1. Insumos

3051,4 18,31

Semente de Cenoura (cv. Alvorada) 1 kg 2 151,6 303,2 1,82

Sementes de caupi-hortaliça 1 kg 10 2,83 28,3 0,17

Fibra de Coco (Golden Mix) 22kg 5 89,9 449,5 2,70

Bobina de plástico m 2064 1,1 2270,4 13,62

A.2. Mão-de-obra

8940 53,64

A.2.1 Custos com adubo verde (flor-de-seda)

5260 31,56

Corte (51 t ha-1) d/h* 150 30 4500 27,00

Transporte Frete 4 60 240 1,44

Trituração d/h* 5 50 250 1,50

Secagem d/h* 5 30 150 0,90

Ensacamento d/h* 4 30 120 0,72

A.2.2 Custos com demais serviços

3680 22,08

Limpeza do terreno h/t** 1 70 70 0,42

Aração h/t** 2 70 140 0,84

Gradagem h/t** 2 70 140 0,84

Confecção de canteiros d/h* 40 30 1200 7,20

Distribuição e incorporação do adubo d/h* 7 30 210 1,26

Plantio d/h* 10 30 300 1,80

Desbaste d/h* 6 30 180 1,08

Capina manual d/h* 25 30 750 4,50

Colheita d/h* 15 30 450 2,70

Transporte d/h* 8 30 240 1,44

A.3. Energia elétrica

212,277 1,27

Bombeamento da água de irrigação Kw/h 981,99 0,21617 212,277 1,27

A.4. Outras despesas

122,037 0,73

1% sobre (A.1), (A.2) e (A.3) % 0,01 12203,7 122,037 0,73

76

A.5. Manutenção e Conservação

220,173 1,32

1% a.a. sobre valor das construções

(galpão e poço) % 0,01 10000 33 0,20

5% a.a. sobre valor da máquina forrageira % 0,05 5000 16,5 0,10

7% a.a. sobre valor do sistema de

irrigação % 0,07 7325 170,673 1,02

B. CUSTOS FIXOS (CF)

1080,75 6,48

B.1. Depreciação

470,75 2,82

Vida útil

(Mês)

Valor

(R$) Meses Depreciação

% sobre

CT

bomba submessa 60 2776 3 138,8 0,83

Tubos 2" 120 498 3 12,45 0,07

Poço 600 5000 3 25 0,15

Microaspessores 60 2600 3 130 0,78

Conexões 60 790 3 39,5 0,24

Galpão 600 5000 3 125 0,75

B.2. Impostos e taxas

10 0,06

Imposto Territorial rural ha 1 10 10 0,06

B.3. Mão-de-obra fixa

600 3,60

Aux. Administração Salário 1 600 600 3,60

C. Custos Operacionais Totais (COT)

13626,6

C.1. (A) + (B)

13626,6 81,76

D. Custos de Oportunidade (CO)

224,98 1,35

D.1. Remuneração da terra

100 0,60

Arrendamento ha 1 100 100 0,60

D.2. Remuneração do Capital Fixo (6% a.a.)

124,98 0,75

Infra-estrutura, máquinas e equipamentos % 0,06 16664 124,98 0,75

E. CUSTOS TOTAIS

13851,6

E.1. CV + CF + CO

13851,6 83,11

*d/h=dia/homem

**h/t=hora/trator