consolidaÇÃo do material didÁtico da disciplina de ... · 8 transformador de potencial...

97
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA CONSOLIDAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO DA DISCIPLINA DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS TRANSFORMADORES DE INSTRUMENTO. THAIS DE SOUZA DA SILVA Orientador: Prof. Jorge Nemésio Sousa, M. Sc Rio de Janeiro, RJ - Brasil Junho de 2014

Upload: ngohuong

Post on 12-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA POLITÉCNICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CONSOLIDAÇÃO DO MATERIAL

DIDÁTICO DA DISCIPLINA DE EQUIPAMENTOS

ELÉTRICOS – TRANSFORMADORES DE INSTRUMENTO.

THAIS DE SOUZA DA SILVA

Orientador:

Prof. Jorge Nemésio Sousa, M. Sc

Rio de Janeiro, RJ - Brasil

Junho de 2014

ii

CONSOLIDAÇÃO DO

MATERIAL DIDÁTICO DA DISCIPLINA DE

EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS – TRANSFORMADORES DE INSTRUMENTOS

Thais de Souza da Silva

PROJETO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE

ENGENHARIA ELÉTRICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS

PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO ELETRICISTA.

Aprovado por:

________________________________________

Prof. Jorge Nemésio Sousa, M. Sc.

(Orientador)

_________________________________________

Prof. Antonio Carlos Siqueira de Lima, D.Sc

_________________________________________

Prof. Sergio Sami Hazan, Ph.D

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

JUNHO, 2014

iii

RESUMO

A elaboração deste trabalho visou reunir em um só documento todas as informações

necessárias para a especificação de transformadores de instrumento, isto é, transformadores de

potencial e de corrente. Seu objetivo principal é fornecer aos estudantes da disciplina de

equipamentos elétricos meios suficientes para compreender o funcionamento dos diferentes

tipos desses equipamentos e determinar o mais adequado em cada função para cada tipo de

instalação.

Dentre os tópicos abordados nesse material, podem-se destacar as diferenças entre os

tipos de transformadores de potencial e de corrente, suas principais características, suas

funções, modos de operação, modelos, acessórios, principais fabricantes, suas vantagens e

desvantagens, o fornecimento de valores normatizados e os meios de dimensioná-lo e selecioná-

lo para determinada aplicação.

As informações aqui coletadas foram obtidas da literatura vigente sobre o assunto,

publicações de fabricantes, notas de aula e da experiência obtida ao longo de um ano de trabalho

no setor de pesquisa de TP e TC.

iv

LISTA DE FIGURAS

Figura 4.1: TC tipo primário enrolado......................................................................................19

Figura 4.2: TC tipo barra...........................................................................................................19

Figura 4.3: TC tipo janela.........................................................................................................19

Figura 4.4: TC tipo bucha.........................................................................................................20

Figura 4.5: TC tipo núcleo dividido..........................................................................................21

Figura 4.6: TC tipo vários núcleos............................................................................................22

Figura 4.7: TC posição livre.....................................................................................................22

Figura 4.8 TC tipo pedestal......................................................................................................23

Figura 4.9: TC tipo invertido....................................................................................................23

Figura 5.1: Nomenclatura de transformador de corrente..........................................................25

Figura 5.2: Indicação de polaridade de um transformador de corrente....................................26

Figura 5.3: marcação de terminais de relação única................................................................27

Figura 5.4: marcação de transformador de corrente religável..................................................27

Figura 5.5: marcação de terminais de relações múltiplas.........................................................27

Figura 5.6: marcação de terminais com duas relações com derivação no primário.................28

Figura 5.7: marcação de terminais com duas relações com derivações no secundário.............28

Figura 5.8: marcação de terminais com dois enrolamentos primários......................................28

Figura 5.9: marcação de terminais com dois enrolamentos secundários..................................28

Figura 6.1: Gráfico Is x Vs........................................................................................................36

Figura 6.2: Circuito equivalente de um Transformador de Corrente.......................................45

Figura 6.3: Curva de exatidão de um transformador de corrente – tensão secundária x corrente

de exatidão................................................................................................................................45

Figura 8.1: Exemplificação de um TPC - capacitor de acoplamento + TPI...............................53

Figura 8.2: Circuito com os componentes de um TPC...............................................................54

Figura 8.3: Componentes do TPC...............................................................................................54

Figura 8.4: Esquema elétrico do TPC.........................................................................................55

Figura 8.5: Circuito equivalente de um TPC..............................................................................56

Figura 9.1: Circuito equivalente de um TPI a frequência industrial.........................................58

Figura 9.2: Exemplo de um Sistema.........................................................................................59

Figura 9.3: Característica típica B x H de um material ferromagnético..................................60

Figura 9.4: Exemplificação dos três grupos de TPI pela ABNT..............................................61

Figura 9.5: Sistema a 2,4 kV neutro aterrado ou não aterrado................................................64

v

Figura 9.6: Sistema a 4,16 kV neutro aterrado ou a 4 fios.......................................................65

Figura 9.7: Sistema a 2,4 kV neutro aterrado ou não aterrado................................................66

Figura 9.8: Sistema a 2,4 kV neutro aterrado ou não aterra....................................................66

Figura 9.9: Ligação do transformador de potencial entre fase-terra.......................................67

Figura 9.10: Sistema fase-neutro 4,16 kV, aterrado ou a 4 fios..............................................69

Figura 9.11: Sistema neutro aterrado ou isolado. Fase e neutro conectados na mesma tensão

(2,4 kV) ................................................................................................................................... 69

Figura 9.12: Sistema de 69 kV com neutro aterrado ou isolado, onde o terminal primário de

cada transformador não é totalmente isolado e conectado a terra.............................................70

Figura 10.1: Marcação de terminais de conjunto de medições com três transformadores de

potencial e três de corrente ......................................................................................................83

Figura 10.2: Marcação de terminais de conjunto de medições com dois transformadores de

potencial e dois de corrente.....................................................................................................83

vi

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1: Tabela de classe térmica.......................................................................................19

Tabela 6.1: Relações nominais simples...................................................................................30

Tabela 6.2: Relações nominais duplas para ligação série/paralelo no enrolamento primário.30

Tabela 6.3: Relações nominais múltiplas obtidas por combinações e derivações no

enrolamento secundário............................................................................................................31

Tabela 6.4: Nível Básico de Isolamento para transformadores de corrente............................33

Tabela 6.5: Níveis de isolamento para equipamento de tensão máxima não inferior a 92 kV e

não superior a 242 kV...............................................................................................................33

Tabela 6.6: Níveis de isolamento para equipamento de tensão máxima não inferior a 362 kV e

não superior a 765 kV...............................................................................................................34

Tabela 6.7: Tensão suportável nominal à frequência industrial para transformador de corrente

de tensão máxima não inferior a 362 kV e não inferior a 765 kV............................................34

Tabela 6.8: Cargas nominais para TC com 5A de corrente secundária e fp 0,9 pela ABNT...37

Tabela 6.9: Cargas nominais para TC com 5A de corrente secundária e fp 0,5 ......................37

Tabela 6.10: Cargas nominais para TC de 5A de corrente secundária pela ANSI..................38

Tabela 6.11: Quadro Comparativo das Cargas Nominais e Normas ......................................39

Tabela 6.12: FCT - Fatores de correção de relação padronizados pelas normas.....................41

Tabela 6.13: Tabela de classe de precisão................................................................................43

Tabela 6.14 - Tensão secundária normalizada..........................................................................46

Tabela 6.15: Fatores térmicos nominais...................................................................................48

Tabela 7.1: Tipo de transformador de potencial.........................................................................52

Tabela 9.1: Tensões primárias nominais e relações nominais..................................................63

Tabela 9.2: Tabela de tensões nominais do grupo 1.................................................................65

Tabela 9.3: Tabela de tensões nominais do grupo 2.................................................................66

Tabela 9.4: Tensões nominais do grupo 3................................................................................68

Tabela 9.5: Tensões nominais do grupo 4.................................................................................70

Tabela 9.6: Tensões nominais do grupo 5.................................................................................71

Tabela 9.7: Níveis de isolamento para Vmáx ≤ 242 kV..........................................................71

Tabela 9.8: Níveis de Isolamento para Vmáx ≤ 362 kV...........................................................72

Tabela 9.9: Carga nominal ANSI..............................................................................................73

Tabela 9.10: Cargas nominais ABNT............................................................... .........................74

Tabela 9.11: Classes de exatidão..............................................................................................75

vii

Tabela 9.12: Classes de exatidão TP de medição.....................................................................76

Tabela 9.13: Classes de exatidão TP de proteção.....................................................................76

Tabela 9.14: fator de sobretensão.............................................................................................76

Tabela 9.15: Elevação de temperatura......................................................................................77

Tabela 9.16: Limite de elevação de temperatura.......................................................................79

Tabela 9.1: Sinais para separação de tensões nominais e relações nominais............................80

Tabela 9.2: Exemplos de marcação de terminais TP.................................................................84

Tabela 11.2: Exemplos de marcação de terminais.TC...............................................................85

viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

°C Grau Celsius - unidade de temperatura

Ω Ohm - unidade de resistência elétrica

A Ampère - unidade de corrente elétrica

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AC ou CA Corrente elétrica alternada

ANSI American National Standards Institute

DC ou CC Corrente elétrica contínua

FCR Fator de correção da relação

FCT Fator de correção de transformação

FS Fator de sobrecorrente

FScont Fator de sobretensão continuo

IEC International Electrotechnical Commission

IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers

m Metro - unidade de distância

NBR Sigla de Norma Brasileira aprovada pela ABNT

NBI Nível básico de isolamento

PLC Power line carrier

Pterm Potencia térmica nominal

RM Relações múltiplas

SF6 Hexafluoreto de enxofre

TC Transformador de Corrente

TP Transformador de Potencial

TPC Transformador de Potencial Capacitivo

TPI Transformador de Potencial Indutivo

VA VoltAmpere - unidade de potência elétrica

V Volt - unidade de tensão elétrica

W Watt - unidade de potência elétrica

ix

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1

1.1. PROPOSTA .................................................................................................................... 1

1.2. MOTIVAÇÃO ................................................................................................................. 1

1.3. OBJETIVO DO ESTUDO ................................................................................................. 1

1.4. RELEVÂNCIA DO ESTUDO ............................................................................................ 2

1.5. LIMITAÇÕES DO ESTUDO ............................................................................................. 2

1.6. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ......................................................................................... 2

1.7. METODOLOGIA DA PESQUISA ...................................................................................... 4

1.7.1 Introdução .................................................................................................................. 4

1.7.2. Etapas da Pesquisa ................................................................................................... 4

1.7.3 Definição de Pesquisa ................................................................................................ 4

1.7.4 Classificação e Tipos de Pesquisa ........................................................................... 5

2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 7

2.1 NORMAS ........................................................................................................................... 8

2.2 ISOLAÇÃO dE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS ..................................................................... 8

2.3 MATERIAL ISOLANTE ELÉTRICO ..................................................................................... 9

2.3.1 Termos e definições ................................................................................................... 9

2.3.2 Escolha do Material Isolante Elétrico ............................................................ 10

2.3.3 Classificação das Substâncias Isolantes Segundo a Natureza .......................... 10

2.3.4 Classificação das Substâncias Isolantes Segundo as Classes a Temperatura 11

3 TRANSFORMADOR DE INSTRUMENTO ................................................................. 12

3.1.TRANSFORMADOR DE CORRENTE ................................................................................. 13

3.2 FINALIDADES DO TC ..................................................................................................... 13

3.3 APLICAÇÃO DO TC ........................................................................................................ 13

4 ESPECIFICAÇÃO DE TRANSFORMADOR DE CORRENTE ................................. 14

x

4.1 INSTALAÇÃO .................................................................................................................. 14

4.1.1 Condições Especiais de Instalação ........................................................................ 14

4.2 TIPO DE SERVIÇO ........................................................................................................... 15

4.2.1 TC de Proteção ......................................................................................................... 15

4.2.2 TC de Medição ......................................................................................................... 15

4.2.3 Diferença entre TC de Proteção e Medição ........................................................ 16

4.3 TIPO DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA ............................................................................... 16

4.3.1 Primário Enrolado ................................................................................................... 16

4.3.2 Tipo Barra ................................................................................................................. 17

4.3.3 Tipo Janela ............................................................................................................... 17

4.3.4 Tipo Bucha ................................................................................................................ 18

4.3.5 Tipo Núcleo Dividido .............................................................................................. 18

4.3.6 Tipo com Vários Enrolamentos Primários .......................................................... 19

4.3.7 Vários Núcleos .......................................................................................................... 20

4.3.8 Posição Livre ............................................................................................................ 20

4.3.9 Tipo Pedestal ........................................................................................................... 21

4.3.10 Tipo Invertido ........................................................................................................ 21

5 REPRESENTAÇÃO DE UM TRANSFORMADOR DE CORRENTE ....................... 23

5.1 MARCAÇÃO DOS TERMINAIS ......................................................................................... 24

6 CARACTERÍSTICAS PARA ESPECIFICAÇÃO DE TRANSFORMADOR DE

CORRENTE .......................................................................................................................... 27

6.1 CORRENTE PRIMÁRIA NOMINAL E RELAÇÃO NOMINAL .............................................. 27

6.2 TENSÃO MÁXIMA E NÍVEIS DE ISOLAMENTO ............................................................... 31

6.3 FREQUÊNCIA NOMINAL ................................................................................................. 33

6.4 CARGAS NOMINAIS PARA TRANSFORMADORES DE CORRENTE ................................... 33

6.4.1 Tensão Secundária Nominal .................................................................................. 34

6.4.2 Cargas Nominais para Transformadores de Corrente – Nomenclatura ........ 35

xi

6.5 CLASSE DE EXATIDÃO ................................................................................................... 37

6.5.1 Transformadores de Corrente para Serviço de Medição ................................. 37

6.5.2 Transformadores de Corrente para Serviço de Proteção ................................. 42

6.5.3 Cálculo da Exatidão de um Transformador de Corrente ................................. 43

6.5.4 Formas de Especificação da Classe de Exatidão ................................................ 44

6.6 Tensão Secundária Normalizada ............................................................................. 44

6.6.1 Classificação para Corrente Secundária Diferente de 5 A ............................... 45

6.7 FATOR DE SOBRECORRENTE NOMINAL ......................................................................... 45

6.8 FATOR TÉRMICO NOMINAL ........................................................................................... 45

6.9. LIMITE DE CORRENTE DE CURTA DURAÇÃO NOMINAL PARA EFEITO TÉRMICO ....... 46

6.10 LIMITE DE CORRENTE DE CURTA DURAÇÃO NOMINAL PARA EFEITO MECÂNICO ... 47

6.11 TIPO DE INSTALAÇÃO .................................................................................................. 48

7 TRANSFORMADOR DE POTENCIAL ....................................................................... 49

7.1 FINALIDADE ................................................................................................................... 49

7.2 TIPO ................................................................................................................................ 49

8 TRANSFORMADOR DE POTENCIAL CAPACITIVO (TPC) .................................. 51

8.1.VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DO TPC ........................................................ 51

8.2 CIRCUITO EQUIVALENTE ............................................................................................... 53

9 TRANSFORMADOR DE POTENCIAL INDUTIVO .................................................. 55

9.1 CIRCUITO EQUIVALENTE DE UM TPI ............................................................................ 55

9.2.DESEMPENHO TRANSITÓRIO ......................................................................................... 57

9.3 CONSTITUIÇÃO DOS TPI - ABNT NBR 6855 ............................................................... 58

9.4 FERRO-RESSONÂNCIA ................................................................................................... 59

9.5 CARACTERÍSTICAS PARA ESPECIFICAÇÃO DE UM TRANSFORMADOR DE POTENCIAL . 60

9.6 CARACTERÍSTICAS NOMINAIS ....................................................................................... 61

9.6.1 Tensão Primária Nominal e Relação Nominal – ABNT .................................... 61

9.6.2 Tensão Primária Nominal e Relação Nominal – ANSI ..................................... 62

xii

9.6.3 Níveis de Isolamento ............................................................................................... 69

9.6.4 Frequência Nominal ................................................................................................ 70

9.6.5 Cargas Nominais ...................................................................................................... 70

9.6.6 Classe de Exatidão Nominal .................................................................................. 72

9.6.7 Fator de Sobretensão .............................................................................................. 74

9.6.8 Potência Térmica Nominal – Pterm ..................................................................... 75

9.7 CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO ................................................................................. 76

9.7.1 Quanto à Exatidão ................................................................................................... 76

9.7.2. Quanto a Elevação de Temperatura .................................................................... 76

10 REPRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 78

10.1 TENSÃO NOMINAL E RELAÇÕES NOMINAIS ................................................................ 78

10.2 IDENTIFICAÇÃO DOS TERMINAIS ................................................................................. 80

11 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 84

11.1 SUGESTÃO DE TRABALHOS FUTUROS ......................................................................... 84

1

1 INTRODUÇÃO

1.1. PROPOSTA

Este trabalho visa atender à necessidade da consolidação do material didático para a

disciplina de Equipamentos Elétricos, no tópico dos transformadores de potencial e de corrente.

O trabalho busca apresentar ao aluno de engenharia elétrica um material prático com

apresentação concisa e, também, facilitar a ação do professor, já que incorpora seus

apontamentos de aula.

1.2. MOTIVAÇÃO

Este trabalho foi motivado pela falta de material específico sobre esse assunto no

mercado, e pela necessidade de organizar o material didático vigente na disciplina de

equipamentos elétricos e pelo interesse do professor Jorge Nemésio Sousa em transformar este

assunto em um tema para o PG - Projeto de Graduação.

Foi motivado também pelo meu interesse sobre o assunto cursando a disciplina, e pela

minha necessidade na pratica fazendo projetos onde necessito especificar esses equipamentos.

1.3. OBJETIVO DO ESTUDO

O objetivo do presente trabalho é a consolidação do material didático que contribua na

formação de engenheiros eletricistas fornecendo aos estudantes meios suficientes para

compreender o funcionamento desses equipamentos e para determinar o mais adequado para

cada tipo de instalação.

Para isso, são fornecidos todos os valores normatizados, inclusive meios para

especificação desses equipamentos conforme sua instalação, incluindo também suas

características e funções.

Além disso, são disponibilizados os tipos com seus respectivos componentes, o

princípio de funcionamento e suas características.

2

1.4. RELEVÂNCIA DO ESTUDO

A ideia básica por trás da disciplina de Equipamentos Elétricos é que os alunos tenham

meios para conhecer e compreender bem os diferentes equipamentos elétricos ministrados ao

longo de toda a sua formação. Os futuros engenheiros devem estar preparados para o dinamismo

do mercado de trabalho e ter ciência de que não devem somente conhecer o funcionamento dos

equipamentos, máquinas e circuitos, mas também entender sua complexidade de concepção e

suas respectivas áreas de atuação.

1.5. LIMITAÇÕES DO ESTUDO

O tema abordado neste trabalho é complexo, até mesmo para os profissionais mais

experientes da área. A quantidade de material disponível é grande e está em constante

atualização, para incorporar as novas tecnologias aplicáveis e incluir novas abordagens sobre o

assunto. A vasta documentação existente permitiria que cada um dos capítulos apresentados

neste trabalho pudesse ser estendido para a elaboração de um PG específico sobre o tema em

questão. Boa parte do material é baseada nas informações contidas em norma, salvo algumas

publicações, catálogos e estudos específicos sobre determinado assunto, conforme a

bibliografia.

1.6. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

O trabalho está organizado em 11 capítulos, compostos da seguinte maneira:

Capítulo 1 – Introdução: apresenta os aspectos gerais dos assuntos contemplados no

estudo, introduzindo a proposta, a motivação, as considerações iniciais, o objetivo, a relevância

e as limitações do estudo.

Capítulo 2 – Referencial Teórico: aponta as principais fontes consulta das para a revisão

bibliográfica da literatura disponível, que serviu como embasamento do estudo.

3

Capítulo3 – Conceitos básicos dos transformadores de corrente: introduz o estudante

nos primeiros conceitos sobre o TC. Neste capítulo são apresentados o tema, as finalidades e as

aplicações desse equipamento.

Capítulo 4 – Especificação dos transformadores de corrente: apresenta as características

de instalação desse equipamento, o serviço desempenhado pelo TC e os tipos existentes devido

às diferentes construções mecânicas.

Capítulo 5 – Representação de um transformador de corrente: são apresentadas, de

maneira didática, as formas de representar o TC e de fazer a marcação dos terminais.

Capítulo 6 – Nesse capítulo são apresentadas as características necessárias para a

especificação do transformador de corrente.

Capítulo 7 – Conceitos básicos dos transformadores de potencial: introduz o estudante

nos primeiros conceitos sobre o TP. São apresentadas as finalidades e as aplicações desse

equipamento.

Capítulo 8 – Transformador de potencial capacitivo: são abordados os conceitos do

TPC, apresentadas as vantagens e desvantagens de seu uso, os seus componentes e o circuito

equivalente.

Capítulo 9 – Transformador de potencial indutivo: são abordados os principais

conceitos e suas respectivas características.

Capítulo 10 – Representação de um transformador de potencial: são apresentadas de

maneira didática as formas de representar o TP e identificação dos terminais

Capítulo 11 – Conclusão: apresenta uma análise conclusiva a respeito do trabalho

desenvolvido e comentários a ele relacionados.

4

1.7. METODOLOGIA DA PESQUISA

1.7.1 Introdução

A metodologia de pesquisa implementada para a elaboração desse projeto é mostrada

nesse capítulo, com detalhamento das etapas desta pesquisa.

A divisão se deu da seguinte forma:

1 – Escolha do tema.

2 - Definição do objetivo do estudo.

3 - Revisão bibliográfica.

4 - Metodologia.

5 - Redação e elaboração do trabalho.

6 - Conclusão.

1.7.2. Etapas da Pesquisa

A primeira etapa do estudo foi a escolha do tema a ser explorado.

Na segunda, definiu-se o objetivo do estudo.

A terceira fase deste processo foi a revisão bibliográfica, em que foram reunidos os

materiais utilizados como fonte para sua realização. Cada uma dessas fontes é citada ao final

do presente trabalho, na seção Referências Bibliográficas.

A quarta etapa se constitui no desenvolvimento da metodologia implementada, que é o

assunto tratado neste capítulo.

O trabalho que se estende do capítulo 1 ao 10, consiste na quinta fase do projeto, a

redação e elaboração.

Finalmente, no capítulo 11 é apresentada a última etapa, a análise conclusiva do

trabalho.

1.7.3 Definição de Pesquisa

Antes de darmos continuidade à metodologia de pesquisa adotada, é importante

esclarecer o que se entende por pesquisa, pois existem várias formas de definição.

5

Segundo SANTOS (apud SOARES, 2008), o ato de pesquisar é “o exercício intencional

da pura atividade intelectual, visando melhorar as condições práticas da existência”.

A pesquisa constitui-se em um conjunto de procedimentos que visam produzir um novo

conhecimento e não reproduzir, simplesmente, o que já se sabe sobre um dado objeto em um

determinado campo científico.

Portanto, o ato da pesquisa engrandece não só o pesquisador, como também a

humanidade, já que contribui para o avanço da ciência e para o desenvolvimento social.

1.7.4 Classificação e Tipos de Pesquisa

A classificação de uma pesquisa pode ser realizada de diversas formas, de acordo com

os critérios. As formas mais clássicas são feitas segundo a natureza, os objetivos, a finalidade

e os meios.

Segundo SILVA E MENEZES (apud OLIVEIRA, 2008), quanto à natureza, uma

pesquisa pode ser classificada como básica ou aplicada.

Pesquisa básica - tem por objetivo gerar conhecimentos novos úteis para o

avanço da ciência sem aplicação prática prevista.

Pesquisa aplicada - o conhecimento gerado possui aplicações práticas e são

dirigidos à solução de um problema.

Já em relação aos objetivos, GIL (apud OLIVEIRA, 2008) classifica a pesquisa como

exploratória, descritiva ou explicativa.

Pesquisa Exploratória – tenciona uma maior familiaridade com o problema

visando torna-lo explícito. Esse tipo de pesquisa utiliza levantamento

bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o

problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão.

Assume, em geral, as formas de pesquisas bibliográficas e estudos de caso.

Pesquisa Descritiva – Visa descrever as características de determinada

população ou fenômeno. Utiliza técnicas padronizadas de coleta de dados:

questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de

levantamento.

Pesquisa Explicativa – tem por objetivo identificar os fatores que determinam

ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da

6

realidade porque explica a razão das coisas. Assume, em geral, as formas de

pesquisa experimental e ex post facto.

Já segundo GIL (apud OLIVEIRA, 2008), com relação aos procedimentos técnicos de

coleta, a pesquisa pode ser do tipo bibliográfica, documental, experimental, levantamento,

estudo de caso, ex-post facto, pesquisa ação e participante.

Pesquisa Bibliográfica – quando elaborada a partir de material já publicado e

constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com

material disponibilizado na Internet.

Pesquisa Documental – quando elaborada a partir de materiais que não

receberam tratamento analítico.

Pesquisa Experimental – quando se determina um objeto de estudo e

selecionam-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as

formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.

Levantamento – quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas

cujo comportamento se deseja conhecer.

Estudo de caso – quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou

poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado

conhecimento.

Pesquisa ex-post facto – quando o 'experimento' se realiza depois dos fatos.

Pesquisa Ação – quando concebida e realizada em estreita associação com uma

ação ou com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e

participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de

modo cooperativo ou participativo.

Pesquisa Participante – quando se desenvolve a partir da interação entre

pesquisadores e membros das situações investigadas.

Portanto, podemos classificar o presente trabalho como uma pesquisa aplicada, quanto

a natureza, pois se propõe a elaboração de material didático a partir do conhecimento gerado;

descritiva, por proporcionar maior familiaridade com o tema, quanto ao objetivo; bibliográfica

e documental, quanto aos procedimentos técnicos de coleta já que foi elaborada a partir de um

material já publicado e não sofreu tratamento analítico.

7

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O trabalho foi iniciado tomando como base o material didático já existente da disciplina,

em conjunto com literatura disponível outros documentos que tratam do tema, e as normas

aplicáveis, tendo como objetivo unir todas essas informações sobre TC e TP em um único

material para a disciplina Equipamentos Elétricos. O material utilizado na disciplina

encontrava-se defasado, necessitando atualização.

Com essas fontes, o material foi expandido, enriquecido e organizado até que tomasse

a forma aqui apresentada. O texto segue as normas de elaboração de trabalhos acadêmicos da

ABNT, e a sequência de capítulos foi reorganizada de forma a facilitar a didática, respeitando

a lógica em que o professor apresenta o tema. Novas imagens foram adicionadas para facilitar

a compreensão, uma vez que determinados assuntos tornavam-se difíceis de ser compreendidos

devido à falta de ilustrações que pudessem reforçar o que era abordado.

A quantidade de material disponível sobre o assunto é grande e constantemente

atualizada. À medida que novas tecnologias passam a ser exploradas e novas técnicas de

abordagem são incorporadas, faz-se necessário rever a documentação disponível no mercado.

O objetivo deste trabalho também foi fornecer aos estudantes os meios necessários para a

compreensão do assunto e capacitá-los no momento de analisar e especificar um desses

equipamentos.

A maior dificuldade para a elaboração deste trabalho foi na delimitação do estudo. Ao

mesmo tempo em que a documentação sobre o assunto é ampla, não é muito fácil encontrar no

mercado publicações técnicas voltadas especificamente para este fim. Em alguns pontos

procurou-se fazer uma abordagem bastante didática, incluindo exemplos para facilitar a

compreensão do estudante. Por vezes este tipo de abordagem pode parecer repetitivo, mas

julgou-se preferível favorecer a didática, mesmo comprometendo a fluidez do estudo em alguns

pontos.

O trabalho, de uma maneira geral, é dividido em partes concomitantemente

independentes e interdependentes, pois ao mesmo tempo em que cada uma contempla um

assunto, umas servem de base para outras, e ainda, alguns tópicos se reafirmam em outras

partes.

8

2.1 NORMAS

Para elaboração desse trabalho levamos como base algumas normas técnicas referentes

ao TC e ao TP.

Transformadores para instrumentação (Terminologia): ABNT NBR – 6546

Transformadores de corrente - método de ensaio: ABNT NBR – 6821

Transformadores de corrente - especificação: ABNT NBR - 6856

Transformadores de potencial - método de ensaio: ABNT NBR – 6820

Transformadores de potencial: ABNT NBR - 6855

IEC C57.13 - Standards Requirements for Instruments Transformers

IEC C93.2 - Standards Requirements for Power-line Coupling Capacitor Voltage

Transformers

2.2 ISOLAÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

A circulação de corrente elétrica entre corpos metálicos ocorre quando existe uma

diferença de potencial elétrico entre os dois corpos metálicos separados e entre eles existe um

terceiro corpo de material condutor.

Já se a comunicação entre os dois primeiros corpos metálicos for estabelecida por um

corpo isolante, não haverá circulação de corrente elétrica.

Temos assim duas classes bem distintas de materiais: os condutores e os isolantes.

Existem materiais que não podem ser incluídos em nenhuma destas duas classes: são os

maus condutores e maus isolantes. Entre estes, existem alguns que adquiriram enorme

importância: são os semicondutores, nos quais a condutibilidade elétrica varia

extraordinariamente sob a influência de causas diversas.

9

2.3 MATERIAL ISOLANTE ELÉTRICO

2.3.1 Termos e definições

MIE - Material Isolante Elétrico: segundo a NBR 7034, é um sólido com baixa

condutividade elétrica, ou uma simples combinação desses materiais, usado para separar

partes condutoras de diferentes potenciais elétricos em equipamentos elétricos. O termo

‘material isolante’ pode ser usado, de forma mais ampla, para também designar líquidos

e gases isolantes.

Combinação simples de materiais isolantes elétricos: estrutura de dois ou mais

Materiais Isolantes Elétricos (MIE) fisicamente unidos, utilizados em Sistemas Isolantes

Elétricos (SIE). Os MIE combinados durante o processo de fabricação de um

equipamento não constituem uma ‘combinação simples’. Por exemplo, um material

flexível consistindo em papel laminado sobre filme de tereftalato de polietileno (IEC

60626) constitui uma ‘combinação simples’. Materiais isolantes podem ser impregnados

ou revestidos, recebendo tratamento com substâncias apropriadas, tais como vernizes,

resinas, massas ou outros, em grau suficiente para melhorar suas características

dielétricas, mecânicas e outras. além de formar uma película superficial adequada que

impeça a penetração de ar, umidade, poeira ou outros contaminantes num grau tal que

assegure um perfeito comportamento para a classe térmica designada.

SIE - Sistema Isolante Elétrico: sistema isolante contendo um ou mais MIE e/ou

combinações simples destes associados com partes condutoras, utilizado em

equipamentos elétricos.

Classe Térmica: designação de um Material Isolante Elétrico (MIE/SIE) igual ao valor

numérico da temperatura máxima utilizada, em graus Celsius, para o qual o MIE/SIE é

apropriado. A descrição de um equipamento elétrico como sendo de uma classe térmica

particular não significa que cada material isolante utilizado em sua construção tenha a

mesma capacidade térmica. Pode então ser necessário atribuir classes térmicas

diferentes para o mesmo MIE/SIE para condições de serviço diferentes.

DTE - Durabilidade Térmica Estimada: valor numérico de temperatura, em graus

Celsius, para o qual o material de referência possui desempenho satisfatório conhecido

em serviço para a aplicação especificada. O valor da DTE para um mesmo material pode

10

variar conforme a aplicação. Algumas vezes refere-se como índice de durabilidade

térmica ‘absoluta’.

DTR - Durabilidade Térmica Relativa: valor numérico da temperatura em graus

Celsius no qual o tempo estimado para o ponto final do material candidato é o mesmo

tempo estimado para o ponto final do material de referência (DTE)

Material Candidato: material para o qual é necessário estimar a durabilidade térmica

relativa (DTR). A determinação é realizada por envelhecimento térmico simultâneo do

material candidato e um material de referência.

Material de Referência: material com DTE conhecido, de preferência por experiências

do equipamento em serviço, usado para ensaios comparativos com material candidato.

2.3.2 Escolha do Material Isolante Elétrico

Devem ser considerados, na escolha dos materiais isolantes, em face das propriedades

e custos, os seguintes fatores:

Propriedades Mecânicas - resistência à tração, compressão, cisalhamento, impacto,

porosidade, absorção, absorção de umidade.

Propriedades Elétricas - resistência elétrica, resistência de isolamento, resistência

dielétrica.

Propriedades Químicas - resistência aos ácidos, óleos, calor, ozônio, corrosão e

umidade, combustabilidade.

Propriedades Térmicas - resistência térmica, calor específico, coeficiente de dilatação,

ponto de fusão.

2.3.3 Classificação das Substâncias Isolantes Segundo sua Natureza

Gases

Substâncias Isolantes Líquidos

Aplicados em estado líquido

Sólidos Aplicados em estado pastoso

Aplicados em estado sólido

Subdivisões e exemplos:

Gases - ar, azoto, hexafluoreto de enxofre (SF6)

11

Líquidos - óleo mineral, dielétricos sintéticos (líquidos com alto ponto de combustão

tais como, ascarel, óleo de silicone etc.), óleos vegetais, solventes empregados nos

vernizes e compostos isolantes (álcool, benzeno, nafta, benzinas etc.).

Sólidos Aplicados em Estado Líquido ou Pastoso - resinas e plásticos naturais,

materiais asfálticos, goma laca, ceras (animal, vegetal, parafina), vernizes e lacas,

resinas sintéticas, borracha sintética, silicone, compostos de celulose (termoplástico),

acetato de celulose, plásticos moldados a frio.

Sólidos - minerais (quartzo, mica, mármore), cerâmicas, porcelana, vidro, micalex,

materiais da classe da borracha (borracha natural, neoprene etc.), materiais fibrosos,

algodão, seda, papel, vidro, madeira, celofane.

2.3.4 Classificação das Substâncias Isolantes Segundo as Classes de Temperatura

A NBR 7034 designa as classes de temperatura dos materiais isolantes elétricos

(classificação térmica) ou da combinação destes materiais utilizados em máquinas, aparelhos e

equipamentos elétricos com base na temperatura máxima que podem suportar em condições

normais de operação durante a sua vida útil.

Avaliação de Durabilidade Térmica e Classificação

A classificação térmica para materiais isolantes não pode ser aplicada para um sistema de

isolação do qual eles são componentes, a não ser que isso seja provado. Da mesma forma, a

classificação térmica de um material não pode ser deduzida a partir da classe térmica de um

sistema de isolação no qual ele é um componente.

MIE - Material Isolante Elétrico

Os materiais isolantes elétricos e as combinações simples de materiais isolantes elétricos

devem ser avaliados de acordo com a IEC 60216-5 e IEC 60216-6, e referem-se às condições

de serviço esperadas.

SIE - Sistema Isolante Elétrico

Os sistemas de isolação elétrica devem ser avaliados de acordo com a IEC 61857-1 e

classificados de acordo com a IEC 62114.

12

Classe Térmica

Considerando-se que a temperatura em equipamentos elétricos é um dos principais fatores

que aceleram o envelhecimento dos materiais isolantes elétricos, são definidas classes térmicas

reconhecidas internacionalmente, sendo que a classe térmica especificada para um material

isolante elétrico representa a temperatura em graus Celsius para o qual o MIE é apropriado.

A classe térmica atribuída ao material utilizado num sistema de isolação não implica

automaticamente que a classe térmica do sistema é a mesma do material, ou para o material

com a classe térmica mais baixa, no caso de mais de um material, com classes diferentes, estar

sendo utilizado no sistema.

DTR (ºC) Classe Térmica Designação Anterior

(IEC 60085:2004)

DTR < 90 70

90 ≤ DTR < 105 90 Y

105 ≤ DTR < 120 105 A

120 ≤ DTR < 130 120 E

130 ≤ DTR < 155 130 B

155 ≤ DTR < 180 155 F

180 ≤ DTR < 200 180 H

200 ≤ DTR < 220 200 N

220 ≤ DTR < 250 220 R

DTR ≥ 250 250 C

Tabela 2.1: Tabela de classe térmica [15]

3 TRANSFORMADOR DE INSTRUMENTO

A grande expansão dos sistemas elétricos exige o uso de correntes e tensões cada vez

mais elevadas. Para controlar e proteger esses sistemas é necessário que as informações sobre

os valores de corrente e tensão sejam conhecidas. Com a impossibilidade de instrumentos que

meçam diretamente essas grandezas, utilizamos transformadores de instrumento para obtermos

valores de tensão e corrente que se adaptem aos instrumentos disponíveis. No caso da medida

de tensão utilizamos os transformadores de potencial (TP) e para corrente, temos os

transformadores de corrente (TC).

13

Os transformadores de instrumento têm a função de suprir de corrente e tensão os relés

e medidores com grandeza proporcional aos circuitos de potência, contudo, suficientemente

reduzidas de maneira que esses equipamentos possam ser fabricados de forma reduzida, do

ponto de vista de seu isolamento.

3.1.TRANSFORMADOR DE CORRENTE

A impedância do enrolamento primário dos transformadores de corrente é desprezível

quando comparada com a do sistema ao qual está instalado. Assim o circuito de potência define

a corrente que circula no primário dos TC.

Os transformadores de corrente consistem em poucas espiras no primário com uma

bitola apropriada para a corrente do circuito de força, conectado em série com este enrolamento,

fazendo com que a corrente que flui para a carga circule pelo enrolamento primário.

Já o secundário contém várias espiras de fio relativamente fino, adequado ao

equipamento de medição a ele conectado. A impedância interna do equipamento conectado ao

secundário do TC é pequena, fazendo com que o secundário esteja praticamente em curto-

circuito. Logo, o TC opera como se fosse um transformador com o secundário em curto-

circuito.

3.2 FINALIDADES DO TC

Os transformadores de corrente são equipamentos elétricos projetados especialmente

para alimentar instrumentos elétricos de medição, controle ou proteção. Esses equipamentos

transformam correntes de um alto valor para um valor fácil de ser medido por relés e outros

instrumentos.

Eles proporcionam o isolamento do circuito de medição de primário na alta tensão do

sistema. E também promovem possibilidade de padronização dos instrumentos e relés para

alguns valores de correntes.

3.3 APLICAÇÃO DO TC

Os transformadores de corrente são aplicados para que possamos ter corrente

normalizada e fácil de manusear com precisão e segurança. São utilizados na medição do

consumo de energia e potência (Wattímetros e medidores de energia) e na proteção dos sistemas

elétricos (relés).

14

4 ESPECIFICAÇÃO DE TRANSFORMADOR DE CORRENTE

4.1 INSTALAÇÃO

De acordo com a NBR 6856, em condições normais os TC são projetados para operar

em local com altitude não superior a 1.000 m, com temperatura máxima ambiente não superior

a 40 ºC, média não superior a 30 ºC e mínima de -10 ºC, em qualquer período de 24 horas.

Podem ser instalados em locais com condições diferentes, desde que os valores nominais sejam

corrigidos.

Quando o transformador de corrente solicitar valores permissíveis de fator térmico (item

6.8) para temperaturas fora das condições normais, deve ser fornecido pelo fabricante o valor

máximo do fator térmico que o TC é capaz de suportar sem exceder os limites de elevação de

temperatura.

Podem ser construídos para uso externo ou interno. Por motivo de economia, de modo

geral nas instalações de até 15 kV, são do tipo interno e para as demais tensões, são de uso

externo.

4.1.1 Condições especiais de instalação

Devem ser consideradas condições especiais as que podem exigir construção, revisão

de algum valor nominal, cuidados especiais no transporte, instalação ou funcionamento do TC,

e que devem ser levadas ao conhecimento do fabricante.

Exemplos de condições especiais segundo ABNT NBR 6856.

Instalação a alturas superiores 1.000 m.

Temperatura do ar ambiente fora dos limites normalizados.

Exposição a ambientes salinos, vapores, gases ou fumaça.

Exposição a poeira excessiva

Exposição a ambientes corrosivos

Vibrações anormais - sísmicos

Exposição a gases e vapores explosivos

Transporte em condições precárias

Instalação em locais úmidos, com possibilidade de formação de fungos

15

4.2 TIPO DE SERVIÇO

Os transformadores de corrente são classificados de acordo com o tipo de serviço a ser

executado.

4.2.1 TC de Proteção

Esses equipamentos são utilizados para proteção de circuitos de alta tensão, são

caracterizados pela baixa precisão (ex.: 10 % - 20 % de erro de medição) e elevada corrente de

saturação (da ordem de 20 vezes a corrente nominal).

Para um TC de proteção é importante que sua corrente secundária que alimenta os

sistemas de proteção seja a mais fiel possível, principalmente durante os curtos-circuitos. As

correntes de curto normalmente são bastante elevadas, o que pode levar o núcleo magnético do

TC à saturação.

Na operação normal do sistema, o TC trabalha dentro da região linear, portanto o erro

do TC é pequeno.

Durante uma falta, onde a corrente de curto é elevada, é preciso fazer a proteção atuar o

mais rápido possível, dentro das limitações de operação e de coordenação, onde proteger o

sistema elétrico passa a ser mais importante do que fazer sua medição. Admite-se então para a

proteção, durante o curto, erros de até 10 % na corrente secundária do TC.

4.2.2 TC de Medição

Esse tipo de TC é utilizado para medição de correntes em alta tensão, possui

característica de boa precisão (ex.: 0,3 % - 0,6 % de erro de medição) e baixa corrente de

saturação (4 vezes a corrente nominal). Esses devem retratar fielmente a corrente a ser medida,

apresentar erros de fase e de relação mínimos dentro de suas respectivas classes de exatidão.

Em caso de curto-circuito não há necessidade que a corrente seja transformada com

exatidão. É melhor que em condições de curto-circuito o TC sature, proporcionando assim, uma

autoproteção aos equipamentos de medição conectados no seu secundário.

16

4.2.3 Diferença entre TC de Proteção e Medição

O transformador de corrente de medição deve manter sua precisão para correntes

nominais, enquanto o TC de proteção deve ser preciso até o valor de Fator de Sobrecorrente

(FS - Item 6.7) especificado pelo cliente.

Outra diferença observada nesses dois tipos de TC são os núcleos magnéticos. O núcleo

do TC de medição é de seção menor do que os de proteção para que saturem durante o curto-

circuito quando a corrente primária atinge valores altos.

4.3 TIPO DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA

4.3.1 Primário Enrolado

Este tipo é usado quando são requeridas relações de transformações inferiores a 200/5.

Possui isolação limitada e, portanto, se aplica em circuitos até 15 kV. Possui os enrolamentos

primários e secundários completamente isolados e permanentemente montados no núcleo. É

fabricado de tal modo que o enrolamento primário, constituído de uma ou mais espiras, envolve

mecanicamente o núcleo do transformador.

Características - NBR 6856 –

Nível de isolamento: 600 V;

Corrente primária: 5 A até 400 A

Figura 4.1: TC Tipo Primário Enrolado [4].

17

4.3.2 Tipo Barra

Possui os enrolamentos primário e secundário completamente isolados e

permanentemente montados no núcleo. O primário consiste em uma barra condutora no interior

da janela do núcleo, e o transformador de corrente é fixado pelo primário.

Figura 4.2: TC Tipo Barra [4].

4.3.3 Tipo Janela

Este transformador de corrente possui o secundário completamente isolado e

permanentemente montado no núcleo, mas não possui enrolamento primário. É construído de

maneira análoga ao tipo bucha, descrito a seguir, exceto, que o ar é usado para separar os

enrolamentos primários e secundários. O enrolamento primário pode ser um barramento ou um

condutor que passa por dentro da janela.

Figura 4.3: TC Tipo Janela [4].

18

4.3.4 Tipo Bucha

Tipo especial de TC janela, é construído e projetado para ser instalado no interior das

buchas de um equipamento elétrico (transformador, disjuntor, reator etc.), fazendo parte

integrante do seu fornecimento.

Consiste de um núcleo toroidal (em forma de anel), com os enrolamentos secundários.

O núcleo fica situado ao redor de uma bucha de isolamento, através da qual passa um condutor,

que substituirá o enrolamento primário.

Pelo seu tipo de construção e instalação, o circuito magnético deste modelo de TC é

maior do que o dos outros, sendo mais preciso para correntes altas, pois possui menor saturação.

Em baixas correntes, tem menor precisão em virtude da maior corrente de excitação, razão pela

qual não é usado para medições com baixas correntes.

Figura 4.4: TC Tipo Bucha [4].

4.3.5 Tipo Núcleo Dividido

Possui o enrolamento secundário completamente isolado e permanentemente montado

no núcleo, mas, não possui enrolamento primário. Podendo ou não ter isolação para

enrolamento primário. Parte do núcleo é separável ou articulada para permitir o abraçamento

do condutor primário. Destina-se ao uso com enrolamento primário constituído de um condutor

completamente isolado ou um condutor nu operando com tensão dentro da relação do

transformador. Um tipo muito difundido de instrumento com núcleo dividido é o amperímetro

alicate.

19

O amperímetro alicate representa uma variedade do transformador de corrente do tipo

núcleo dividido que é utilizada para medidas sem interrupção do circuito elétrico. A peça

principal destes transformadores é o núcleo secionado, composto de chapas finas, a fim de

reduzir as perdas por histerese, sobre a qual se enrola o circuito secundário. As duas partes do

núcleo são movimentadas mediante um mecanismo articulado, sendo que elas se apertam uma

contra a outra através de um mecanismo acionado por mola. Neste caso o primário é constituído

pelo condutor ‘abraçado’ pelo alicate.

No caso da corrente medida não ser suficiente para causar a deflexão do ponteiro de

modo a se obter uma boa leitura, o procedimento recomendado é enrolar o circuito primário,

dando tantas voltas quantas forem necessárias, fazendo com que a grandeza da corrente primária

seja multiplicada pelo número de voltas dadas no enrolamento primário. Não se deve esquecer

que a leitura oferecida no instrumento deve ser dividida pelo número de voltas dadas no

enrolamento primário do TC.

Figura 4.5: TC Tipo Núcleo Dividido [4].

4.3.6 Tipo com Vários Enrolamentos Primários

Transformador de corrente com vários enrolamentos primários distintos e isolados

separadamente.

20

4.3.7 Vários Núcleos

Possuí vários enrolamentos secundários isolados separadamente e montados cada um

em seu próprio núcleo, formando um conjunto com um único enrolamento primário cujas

espiras enlaçam todos os secundários.

Figura 4.6: TC Tipo Vários Núcleos [4].

Os transformadores a seguir não são contemplados pela ABNT, porem são muito

utilizados em subestações.

4.3.8 Posição Livre

Os transformadores de corrente desse tipo são indicados para tensões de 765 kV e

corrente acima de 3.000 A. Seu uso é justificado em todos os casos em que há necessidade de

recombinação par obtenção de outras relações de transformação.

Figura 4.7: TC Posição Livre [4].

21

4.3.9 Tipo Pedestal

Os transformadores de corrente desse tipo têm sua massa concentrada na base do

equipamento, proporcionando maior estabilidade mecânica e buscando compensar a altura

elevada da bucha. O enrolamento primário é reforçado de forma a suportar os esforços

mecânicos oriundos de corrente de curto circuito.

Figura 4.8: TC Tipo Pedestal [4].

4.3.10 Tipo Invertido

Nesse tipo de transformados de corrente o enrolamento primário consiste em uma barra

estacionária que é envolvido pelo enrolamento secundário em forma de toróide.

O isolamento principal é colocado nos espaços deste toróide, que envolve as partes

secundarias e a expansão tubular. Os terminais do secundário estão disponíveis em uma caixa

de terminais.

O transformador de corrente do tipo invertido é utilizado em altas correntes e tensões.

22

Figura 4.9: TC Tipo Invertido [4].

23

5 REPRESENTAÇÃO DE UM TRANSFORMADOR DE CORRENTE

Existem várias formas de representar os transformadores de corrente. Nesse item vamos

descrever o método adotado pela ABNT.

As correntes nominais primárias e secundárias devem ser expressas em amperes ou

correntes primárias e secundárias na forma de relações nominal de correntes.

As correntes primárias nominais e as relações nominais devem ser escritas em ordem

crescente.

Dois pontos (:) é usado para exprimir relações nominais. Ex.: 300:1.

Hífen (–) é usado para separar correntes nominais de enrolamentos diferentes.

Ex.: 300 – 5A

300 – 300 – 5A (dois enrolamentos primários)

300 – 5 – 5 A (dois enrolamentos secundários)

Xis (x) é usado para separar correntes primárias nominais, ou relações nominais

duplas, como 300 x 600 – 5 A, correntes primárias nominais, cujos enrolamentos

podem ser ligados em série ou paralelo.

Barra (/) é usada para separar correntes primárias nominais ou relações nominais

obtidas por meio de derivações, efetuadas tanto nos enrolamentos primários como

nos secundários. Ex.: 300/400 – 5 A.

Exemplo:

100 – 5 A

Figura 5.1: Representação no Unifilar do Transformador de Corrente [4].

24

5.1 MARCAÇÃO DOS TERMINAIS

Os terminais dos transformadores de corrente devem ser adequadamente identificados

para facilitar a ligação correta, quer quando apenas as marcas de polaridade nos transformadores

de dois enrolamentos sem derivações, quer usando além destas uma letra e algarismos em cada

um dos terminais dos transformadores, de mais de dois enrolamentos, derivações ou relações

múltiplas. Quando for usada marcação individual nos terminais, a letra distinguirá o

enrolamento a que pertence o terminal.

P (ABNT) – Terminal do enrolamento primário. H segundo ANSI.

S (ABNT) – Terminal do enrolamento secundário. X segundo ANSI.

Os algarismos, dispostos segundo a série natural dos números inteiros, serão usados

como especificado na figura 5.2.

Exemplo:

Figura 5.2: Indicação de Polaridade de um Transformador de Corrente [4].

Quando antes da letra, o algarismo indicará a quantidade de enrolamentos, no caso de

haver mais de um enrolamento primário ou secundário, ou as diferentes fases do conjunto de

medição. Quando depois da letra, o mais baixo e o mais alto algarismo da série indicarão as

derivações em sua ordem relativa. Os terminais de enrolamentos diferentes, marcados com o

algarismo 1 (um), serão da mesma polaridade. Os terminais externos primários do conjunto de

medição serão numerados com segue:

0 (zero) para terminal neutro de entrada.

1 (um), 2 (dois) e 3 (três) para os demais terminais de entrada.

4 (quatro), 5 (cinco) e 6 (seis) para os demais terminais de saída.

25

Quando o transformador de corrente for do tipo primário religável, deverão constar do

próprio TC as ligações necessárias para sua correta execução.

Exemplos típicos de marcação de terminais:

Relação única

Figura 5.3: marcação de terminais de relação única [4].

Transformador de corrente religável

Dupla relação com primário em duas seções destinadas à ligação série paralelo.

Figura 5.4: marcação de transformador de corrente religável [4].

Transformador de corrente com relações múltiplas

Relação múltipla com primário em várias seções destinadas a ligação série-paralelo.

Figura 5.5: marcação de terminais de relações múltiplas [4].

26

Duas relações com derivação no primário

Figura 5.6: marcação de terminais com duas relações com derivação no primário [4].

Dois enrolamentos com múltiplas relações.

Figura 5.7: marcação de terminais com dois enrolamentos e múltiplas relações [4].

Dois enrolamentos primários

Figura 5.8: marcação de terminais com dois enrolamentos primários [4].

Dois enrolamentos secundários

Figura 5.9: marcação de terminais com dois enrolamentos secundários [4].

27

6 CARACTERÍSTICAS PARA ESPECIFICAÇÃO DE TRANSFORMADOR DE

CORRENTE

Na especificação do TC, para consulta aos fabricantes, devem ser no mínimo indicados:

Corrente(s) primárias nominal(is) e relação(ões) nominal(ais);

Tensão máxima do equipamento e níveis de isolamento;

Frequência nominal;

Cargas nominais;

Exatidão;

Número de núcleos para medição e proteção;

Fator térmico nominal;

Corrente suportável nominal de curta duração;

Valor de crista nominal da corrente suportável;

Tipo de aterramento do sistema;

Uso para interior ou exterior.

6.1 CORRENTE PRIMÁRIA NOMINAL E RELAÇÃO NOMINAL

As correntes e relações nominais podem ser vistas nas próximas tabelas, que são

padronizadas por norma (ABNT), sendo comuns as correntes secundárias normalizadas em 5

A ou 1 A. A seleção dos TC para serviço de medição deve ser de tal modo que a corrente de

carga esteja entre 10% e 100% da corrente primária nominal, pois os paralelogramos de

precisão são definidos para esta faixa. As tabelas de 6.1 a 6.3 mostram as relações nominais

padronizadas para os transformadores de corrente.

28

Relação Nominal Simples

Corrente primária nominal

Relação nominal

Corrente primária nominal

Relação nominal

Corrente primária nominal

Relação nominal

5 1 : 1 100 20 : 1 1000 200: 1

10 2 : 1 150 30 : 1 1200 240 : 1

15 3 : 1 200 40 : 1 1500 300 : 1

20 4 : 1 250 50 : 1 2000 400 : 1

25 5 : 1 300 60 : 1 2500 500 : 1

30 6 : 1 400 80 : 1 3000 600 : 1

40 8 : 1 500 100 : 1 4000 800 : 1

50 10 : 1 600 120 : 1 5000 1000 : 1

60 12 : 1 800 160 : 1 6000 1200 : 1

75 15 : 1 8000 1600 : 1

Tabela 6.1: Relações nominais simples (ABNT) [12].

Relações Nominais Duplas - Ligação Série / Paralelo

Corrente primária nominal (A)

Relação nominal Corrente primária

nominal (A) Relação nominal

5 x 10 1 x 2 : 1 800 x 1600 160 x 320 : 1

10 x 20 2 x 4 : 1 1000 x 2000 200 x 400 : 1

15 x 30 3 x 6 : 1 1200 x 2400 240 x 480 : 1

20 x 40 4 x 8 : 1 1500 x 3000 300 x 600 : 1

25 x 50 5 x 10 : 1 2000 x 4000 400 x 800 : 1

30 x 60 6 x 12 : 1 2500 x 5000 500 x 1000 : 1

40 x 80 8 x 16 : 1 3000 x 6000 600 x 1200 : 1

50 x 100 10 x 20 : 1 4000 x 8000 800 x 1600 : 1

60 x 120 12 x 24 : 1 5000 x 10000 1000 x 2000 : 1

75 x 150 15 x 30 : 1 6000 x 12000 1200 x 2400 ; 1

100 x 200 20 x 40 : 1 7000 x 14000 1400 x 2800 : 1

150 x 300 30 x 60 : 1 8000 x 16000 1600 x 3200 : 1

200 x 400 40 x 80 : 1 9000 x 18000 1800 x 3600 : 1

300 x 600 60 x 120 : 1 10000 x 20000 2000 x 4000 : 1

400 x 800 80 x 160 : 1

Tabela 6.2: Relações nominais duplas para ligação série/paralelo no enrolamento primário

(ABNT) [12].

29

Relações Nominais Múltiplas - RM

Designação genérica

Derivações Principais

Esquema Corrente Primária Nominal

Relação Nominal

Derivações Secundárias

RM600 – 5A

100/150/400/600

-5A

50

100

150

200

250

300

400

450

500

600

10:1

20:1

30:1

40:1

50:1

60:1

80:1

90:1

100:1

120:1

S2 – S3

S1 – S2

S1 – S3

S4 – S5

S3 – S4

S2 – S4

S1 – S4

S3 – S5

S2 – S5

S1 – S5

RM1200–5A

200/300/800/

1200-5A

100

200

300

400

500

600

800

900

1000

1200

20:1

40:1

60:1

80:1

100:1

120:1

160:1

180:1

200:1

240:1

S2 – S3

S1 – S2

S1 – S3

S4 – S5

S3 – S4

S2 – S4

S1 – S4

S3 – S5

S2 – S5

S1 – S5

RM2000–5A

400/1200/1500/

2000-5A

300

400

500

800

1100

1200

1500

1600

2000

60:1

80:1

100:1

160:1

220:1

240:1

300:1

320:1

400:1

S3 – S4

S1 – S2

S4 – S5

S2 – S3

S2 – S4

S1 – S3

S1 – S4

S2 – S5

S1 - S5

30

Designação genérica

Derivações Principais

Esquema Corrente Primária Nominal

Relação Nominal

Derivações Secundárias

RM4000-5A

500/200/3000/

400-5A

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

100:1

200:1

300:1

400:1

500:1

600:1

700:1

800:1

S1 – S2

S3 – S4

S2 –S3

S1 –S3

S2 – S4

S1 –S4

S2 –S5

S1 – S5

RM5000-5A

300/100/400/200

/1500/2000/

4000–5A

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

5000

100:1

200:1

300:1

400:1

500:1

600:1

700:1

800:1

1000:1

S2 – S3

S4 – S5

S1 – S2

S1 – S3

S2 –S4

S3 –S5

S2 – S5

S1 – S4

S1 – S5

RM6000-5A

1000/1500/4000/

6000 – 5A

500

1000

1500

2000

2500

3000

4000

4500

5000

6000

100:1

200:1

300:1

400:1

500:1

600:1

800:1

900:1

1000:1

1200:1

S2 – S3

S1 – S2

S1 – S3

S4 – S5

S3 –S4

S2 –S4

S1 – S4

S3 – S5

S2 – S5

S1 – S5

Tabela 6.3: Relações nominais múltiplas obtidas por combinações e derivações no

enrolamento secundário (ABNT) [12].

31

6.2 TENSÃO MÁXIMA E NÍVEIS DE ISOLAMENTO

O nível de isolamento nominal é definido pela máxima tensão do circuito, que deve ser,

no mínimo, a tensão mais elevada do sistema ao qual o transformador de corrente vai ser

conectado e é padronizado pela NBR 6856. Os níveis de isolamento são mostrados nas tabelas

de 6.4 a 6.7.

NBI - Nível Básico de Isolamento

Tensão Nominal do Sistema kV Tensão Máxima (fase terra) kV NBI e Tensão de Crista kV

0.6 0.38 10

2.4 1.53 45

4.8 3.06 60

8.32 5.29 75

13.8 8.9 110 ou 95

25.0 16.0 150 ou 125

34.5 22.0 200 ou 150

46.0 29.0 250

69.0 44.0 350

115.0 73.0 550 ou 450

138.0 88.0 650 ou 550

161.0 102.0 750 ou 650

230.0 146.0 1050 ou 900

Tabela 6.4: Nível Básico de Isolamento para transformadores de corrente (ABNT) [12].

Tensão máxima do

equipamento

kV (eficaz)

Tensão suportável

nominal de impulso

atmosférico

kV (crista)

Tensão suportável

nominal de impulso

de manobra a

frequência industrial

kV (eficaz)

Tensão suportável

nominal de impulso

atmosférico com

impulso cortado

kV (crista)

1.5 2 3 4

92.4 380

450

150

185

418

495

145 550

650

230

275

605

715

169 650

750

275

325

715

825

242 850

950

1050

360

395

460

935

1045

1155

Tabela 6.5: Níveis de isolamento para equipamento de tensão máxima não inferior a 92 kV e

não superior a 242 kV (ABNT) [12].

32

Tensão máxima

do equipamento

kV (crista)

Tensão suportável

nominal de impulso

atmosférico

kV (crista)

Tensão suportável

nominal de impulso

de manobra a

frequência industrial

kV (crista)

Tensão suportável

nominal de impulso

atmosférico com

impulso cortado

kV (crista)

362

1050 850

950 1155

1175 950

1050 1292

1300 1050

1175 1430

460

1425 1050

1175 1567

1550 1175 1705

1675 1175 1705

550

1425 1050

1175 1567

1550 1175

1300 1705

1800 1300

1425 1980

765

1800 1300

1425 1980

1950 2145

2100 2310

Tabela 6.6: Níveis de isolamento para equipamento de tensão máxima não inferior a 362 kV

e não superior a 765 kV (ABNT) [12].

Tensão máxima do

equipamento

kV (eficaz)

Tensão suportável nominal a

frequência industrial

kV (eficaz)

362 450

460 565

550 650

765 830

Tabela 6.7: Tensão suportável nominal à frequência industrial para transformador de corrente

de tensão máxima não inferior a 362 kV e não inferior a 765 kV (ABNT) [12].

33

6.3 FREQUÊNCIA NOMINAL

A frequência nominal é mais conhecida como frequência industrial. No Brasil o valor

estabelecido pela NBR é de 60 Hz, podendo variar de 58 a 62 Hz.

É um fator importante para o transformador de corrente, pois para a sua especificação,

o critério adotado é sua carga, que terá valores diferentes para diferentes frequências.

Os transformadores devem ser usados na frequência especificada em sua placa de

característica, para não ocasionar problemas de exatidão, perdas internas etc.

6.4 CARGAS NOMINAIS PARA TRANSFORMADORES DE CORRENTE

Todas as considerações sobre precisão dos transformadores de corrente requerem

conhecimento das cargas que os mesmos alimentam. A carga externa, também chamada de

‘burden’ (soma das impedâncias), pode ser expressa em termos de impedância com os

componentes de resistência e reatância ou em termos de potência e fator de potência, ou seja,

em Volt-Ampère (VA), que representam o que é consumido na impedância da carga com

corrente secundária nominal.

Assim, uma carga de 0,5 Ω, pode ser expressa, também, como 12,5 VA, assumindo uma

corrente secundária nominal de 5 A.

Os catálogos e publicações dos diversos fabricantes mostram as cargas dos relés,

medidores, etc. que, junto com as impedâncias dos condutores, permitem o cálculo da carga

total imposta ao TC. Para uma melhor compreensão das cargas nominais a serem impostas aos

transformadores de corrente de medição e proteção vamos observar as curvas típicas de

magnetização dos dois tipos.

Para os transformadores de corrente de instrumentação e medição é necessária uma

precisão elevada na faixa de 10 % a 120 % da corrente nominal, quando conectados a carga

nominal.

Já os TC para serviço de proteção, possuem uma característica linear até a tensão

secundária que corresponde à máxima corrente de defeito que circula na carga conectada.

34

6.4.1 Tensão Secundária Nominal

É a tensão que aparece nos terminais da carga nominal imposta ao transformador de

corrente, quando circula uma corrente 20 vezes a corrente secundária nominal, sem que o erro

da relação exceda o valor especificado. Esses valores são baseados para a corrente secundária

nominal de 5 A.

A figura 6.1, mostra as características dos dois tipos de transformadores de corrente com

a mesma carga nominal, porém um para instrumentação e outro para proteção. A figura mostra

que cada um dos dois TC tem características distintas. Caso seja necessário um transformador

de corrente para propósito de medição e proteção, ele terá que ter características duplas. Em

geral aparecem dificuldades no projeto, principalmente no que se referem às suas dimensões.

As diversas normas técnicas existentes indicam classes de precisão e cargas para

transformadores de corrente destinados à medição e proteção e possibilitam uma escolha direta

do tipo e característica dos transformados de corrente requerido para uma determinada

finalidade. Cada uma das normas mais utilizadas (ABNT, ANSI e IEC) apresenta métodos

ligeiramente diferentes, que, de modo geral, levam ao mesmo resultado aproximado.

Figura 6.1: Gráfico Is x Vs [4].

35

6.4.2 Cargas Nominais para Transformadores de Corrente – Nomenclatura

Nomenclatura segundo a ABNT

A carga na qual se baseiam os requisitos de exatidão para a qual o TC foi fabricado são

definidas de acordo com a tabela 6.8. É designada pela ABNT por caracteres formado pela letra

C seguida do número que indica a carga em Volt-Ampére (VA) correspondente a corrente

secundária nominal 5 A e frequência de 60 Hz.

Designação Potência

Aparente (VA)

Resistência

()

Reatância

Indutiva ()

Impedância

()

Tensão a

20 x 5 A (V)

Fator de potência fp = 0,90

C 2,5 2,5 0.09 0,044 0,1 10

C 5,0 5,0 0,18 0,087 0,2 20

C 12,5 12,5 0,45 0,218 0,5 50

C 22,5 22,5 0,81 0,392 0,9 90

C 45 45 1,62 0,785 1,8 180

C 90 90 3,24 1,569 3,6 360

Tabela 6.8: Cargas nominais para TC com 5A de corrente secundária e fp 0,9 pela ABNT [12].

Designação Potência

Aparente (VA)

Resistência

()

Reatância

Indutiva ()

Impedância

()

Tensão a

20 x 5 A (V)

Fator de potência fp = 0,50

C 25 25 0,5 0,866 1,0 100

C 50 50 1,0 1,732 2,0 200

C 100 100 2,0 3,464 4,0 400

C 200 200 4,0 6,928 8,0 800

Tabela 6.9: Cargas nominais para TC com 5A de corrente secundária e fp 0,5 (ABNT) [12].

Para correntes secundárias diferentes de 5 A, os valores de resistência, reatância

indutância e impedância das cargas nominais são obtidos multiplicando-se os valores desta

tabela pelo quadrado da relação entre a corrente nominal secundária de 5 A e a nova corrente

de secundário. Os valores do fator de potência e da potência permanecem inalterados

Nomenclatura segundo ANSI

Na nomenclatura seguindo a norma ANSI, utiliza-se a letra 'B' (Burden - carga externa)

seguida pelo número indicando a impedância em referente à carga, como mostra a tabela 6.10.

36

Designação

da Carga

Resistência

Indutância

(mH)

Impedância

Potência

Aparente

Fator de

Potência

Metering Burdens

B-0.1 0,09 0,116 0,1 2,5 0,9

B-0.2 0,18 0,232 0,2 5,0 0,9

B-0.5 0,45 0,580 0,5 15,5 0,9

B-0.9 0,81 1,04 0,9 22,5 0,9

B-1.8 1,62 2,08 1,8 45,0 0,9

Relaying Burdens

B-1 0,5 2,3 1,0 25 0,5

B-2 1,0 4,6 2,0 50 0,5

B-4 2,0 9,2 4,0 100 0,5

B-8 4,0 18,4 8,0 200 0,5

Tabela 6.10: Cargas nominais para TC de 5A de corrente secundária pela ANSI [14].

Para correntes secundárias diferentes de 5 A, os valores de resistência, indutância e

impedância das cargas nominais são obtidos multiplicando-se os valores desta tabela pelo

quadrado da relação entre a corrente de 5 A e a nova corrente de secundário. Os valores do fator

de potência e da potência permanecem inalterados.

Estas padronizações são estabelecidas para facilitar a comparação de diferentes

transformadores de corrente numa unidade básica. Note-se, por exemplo, que a designação, B-

2, corresponde a norma ANSI, a uma impedância de 2 Ω, a 60 Hz. Já na norma ABNT a

impedância de 2 Ω a 60 Hz corresponde ao C 50. Na tabela 6.11 temos a comparação das

designações pelas duas normas.

37

Designação Resistência

Ω

Indutância

mH

Potência

Aparente

VA

Fator de

Potência

Impedância

Ω ANSI ABNT

B-0,1 C 2,5 0,09 0,116 2,5 0,90 0,1

B-0,2 C 5,0 0,18 0,232 5,0 0,90 0,2

B-0,5 C 12,5 0,45 0,580 12,5 0,90 0,5

B-1 C 25 0,50 2,3 25 0,50 1,0

B-2 C 50 1,0 4,6 50 0,50 2,0

B-4 C 100 2,0 9,2 100 0,50 4,0

B-8 C 200 4,0 18,4 200 0,50 8,0

Tabela 6.11: Quadro Comparativo das Cargas Nominais e Normas (ANSI e ABNT)

[12e14].

6.5 CLASSE DE EXATIDÃO

A classe de exatidão do transformador de corrente está diretamente relacionada à função

que o equipamento está submetido.

Portanto, a determinação da classe de exatidão do transformador de corrente devido às

características intrínsecas de cada tipo (serviços de medição e proteção) será enfocada em duas

partes:

Classe de precisão para TC de serviço de medição.

Classe de precisão para TC de serviço de proteção.

Porém, independentemente da função ao qual o transformador de corrente está

submetido, ele e os equipamentos a ele ligados devem apresentar classe de exatidão semelhante.

6.5.1 Transformadores de Corrente para Serviço de Medição

Se fosse possível construir um transformador de corrente perfeito, ou seja, um

equipamento sem perdas nos enrolamentos e no núcleo, sem queda de tensão nos enrolamentos

38

e sem corrente de excitação para magnetização do núcleo, a corrente no enrolamento secundário

estaria defasada exatamente de 180º da corrente primária (supondo polaridade subtrativa) e a

relação de transformação seria exatamente igual à relação das espiras secundária para primária,

em todas as condições de corrente primária de carga. Em outras palavras, não haveria erro de

ângulo de fase nem erro de relação de transformação.

Os transformadores de corrente para serviço de medição, que alimentarão medidores

inclusive para faturamento, logo sendo importante que estes retratem com exatidão a corrente

de serviço normal do circuito devem apresentar erros de relação mínimos dentro de cada classe,

para correntes nominais entre 10% e 120% da corrente nominal.

Já em caso de curto circuito não é necessário que esta corrente seja transformada com

precisão pelos transformadores de corrente para serviço de medição. Muito pelo contrário, a

ação desta corrente provocará a saturação do núcleo do transformador o que proporcionará

autoproteção dos instrumentos conectados ao seu secundário.

Em outras palavras, considera-se que um transformador de corrente para serviço de

medição está dentro de sua classe de exatidão nominal, quando os pontos determinados pelos

Fatores de Correção da Relação (FCR) e pelos ângulos de fase (ß) estiverem dentro do

paralelogramo de exatidão, onde FCR é o fator que multiplicado pela relação nominal de placa

do TC fornece a relação real de transformação do equipamento.

𝐹𝐶𝑅 =𝐼1

𝐼2 𝑥

𝐼

𝑘= (

𝐼2 + 𝐼𝑒

𝐼2)

Onde:

I1 = Valor eficaz da corrente primária (A).

I2 = Corrente secundaria fluindo pela carga (A).

Ie = Corrente de excitação referida ao secundário.

K = Relação de espiras secundária para a primária.

Quando um transformador de corrente for usado somente na medição de corrente, seu

erro de relação precisa ser considerado. Entretanto, quando são feitas medições em que a relação

de fase entre a tensão e corrente estiver envolvida, o erro de fase (ß) da transformação da

corrente deve ser levado em consideração. Isso se faz necessário, porque um erro no ângulo de

fase da corrente constitui uma defasagem entre a corrente primária e a corrente secundária. Este

erro acarreta uma mudança na relação de fase entre a corrente e a tensão do circuito secundário,

quando comparada com a relação de fase entre a corrente e a tensão no circuito primário, o que

induzirá a um erro de medição.

39

O outro fator de correção é o chamado Fator da Correção de Transformação (FCT) que

leva em conta o efeito combinado do erro de relação de ângulo de fase (ß) na medição de

potência ou similares. O FCT deve ser entendido como o fator pelo qual se deve multiplicar a

leitura do wattímetro para se corrigir o efeito do erro de relação de ângulo de fase de um

transformador de corrente.

Os valores de FCT padronizados pelas normas ANSI e ABNT são mostrados na tabela

6.12, de acordo com o fator de potência da carga que estiver sendo medida.

Se o fator de potência do circuito primário estiver fora desta faixa, o FCT do

transformador de corrente poderá estar também fora da faixa especificada.

Classe de

Exatidão

Limites do Fator de Correção da Relação (FCR) e do

Fator de Correção de Transformação (FCT)

Limites do

Fator de

Potência

(atrasado) da

Carga Medida

100 % de I nominal 10 % de I nominal

Máximo Mínimo Máximo Mínimo

1,2 0,988 1,012 0,976 1,024 0,6 – 1,0

0,6 0,994 1,006 0,988 1,012 0,6 – 1,0

0,3 0,997 1,003 0,994 1,006 0,6 – 1,0

Tabela 6.12: FCT - Fatores de correção de relação padronizados pelas normas (ANSI

e ABNT) [12 e 14].

A Tabela 6.12 refere-se apenas as classes de exatidão referentes aos transformadores de

corrente destinados aos serviços de medição para faturamento e medidas de laboratório; para as

normas ANSI e ABNT.

Para qualquer FCR conhecido, para um transformador de corrente específico os valores

limites (positivos e negativos) do ângulo de fase (ß), em minutos pode ser obtido por:

ẞ = 2600 x (FCR – FCT)

Onde

FCT – Valores máximos e mínimos da tabela acima

FCR – Valores calculados nas condições de análise

Para os transformadores de corrente da classe 3, significa estar dentro da classe de

exatidão quando se tem o FCR entre 0.97 e 1,03.

40

Figura 6.2: Limites das classes de exatidão 0,3, em TC para serviço de medição [12]

Figura 6.3: Limites das classes de exatidão 0,6, em TC para serviço de medição [12].

41

Figura 6.4: Limites das classes de exatidão 1,2, em TC para serviço de medição [12].

Classe de Exatidão Aplicação

0,1 Para aferição e calibração dos instrumentos de medida de

laboratório.

0,3 Alimentação de medidores de demanda e consumo ativo e

reativo para fins de faturamento.

0,6 Alimentação de medidores para fins de acompanhamento de

custos industriais.

1,2

Alimentação de amperímetros indicadores, registradores

gráficos, relés de impedância, relés diferenciais, reles de distância,

relés direcionais etc.

3,0 Alimentação de reles de ação direta, por exemplo, aplicados em

disjuntores primários de subestações de consumidor.

Tabela 6.13: Tabela de classe de exatidão (ABNT) [12].

42

6.5.2 Transformadores de Corrente para Serviço de Proteção

Segundo a ABNT os transformadores de corrente para serviço de Proteção se

subdividem em duas classes:

Classe A – com alta impedância interna, isto é, aquele cuja reatância de dispersão do

enrolamento secundário possui valor apreciável. Classe T segundo a norma ANSI.

Classe B – com baixa impedância interna, isto é, aquele cuja reatância de dispersão do

enrolamento secundário possui valor desprezível. Entre estes podem ser citados os

transformadores de corrente com núcleo toroidal com enrolamento secundário uniformemente

distribuído. Classe C segundo a norma ANSI.

Estes transformadores são enquadrados pela ABNT nas seguintes classes de exatidão: 5

e 10. Pela norma ANSI o valor da exatidão é 10, e é classificado como C ou T. O C indica que

a relação de transformação pode ser calculada e o T indica que esta deve ser determinada através

de ensaio.

Os TC de proteção devem estar dentro de sua classe de exatidão para as tensões

secundárias nominais e as cargas secundárias nominais. Consideramos que um TC está dentro

de sua classe de exatidão quando, o seu erro percentual de relação não for superior ao valor

especificado (5% ou 10%) desde o valor de Isec. nominal até o valor de 20 vezes o valor de Isec.

nominal.

O erro percentual da relação pode ser calculado como:

Onde:

Is = Valor eficaz da corrente secundária considerada

Ie = Valor eficaz da corrente de excitação correspondente

É necessário se ter em mente que os instrumentos ligados a estes transformadores de

corrente devem possuir classe de exatidão semelhante.

43

6.5.3 Cálculo da Exatidão de um Transformador de Corrente

A figura 6.5 mostra o circuito equivalente de um transformador de corrente. A corrente

primária (IH) é transformada sem erros de relação, ou de ângulo de fase na corrente (IH/n) que

é chamada geralmente, de corrente primária referida ao secundário.

Figura 6.5: Circuito equivalente de um Transformador de Corrente [4].

Parte desta corrente é consumida na excitação do núcleo, e esta corrente é chamada de

corrente de excitação secundária (Ie). A diferença entre elas é a verdadeira corrente secundária

(IL). A corrente de excitação secundária (Ie) é função da tensão de excitação secundária (EL) e

da impedância de excitação secundária (Xm). A curva que relaciona a tensão de excitação

secundária (EL) com a corrente de excitação secundária (Ie) é chamada 'curva de excitação

secundária é mostrada na figura 6.6.

Figura 6.6: Curva de exatidão de um transformador de corrente – tensão secundária x corrente

de exatidão [4].

44

Se a curva de exatidão secundária e a impedância do enrolamento secundário são

conhecidas, a exatidão da relação de transformação pode ser determinada.

6.5.4 Formas de Especificação da Classe de Exatidão

A indicação da classe de exatidão de um transformador de corrente é feita como a seguir.

Para o TC de medição registra-se a classe de medição conforme o item 6.5.1, seguida

do símbolo de maior carga nominal, conforme o item 6.4.2 com a qual se verifica essa classe

de exatidão. Sendo que cada enrolamento secundário deve ter indicada sua classe de exatidão,

seguida da carga nominal correspondente.

Exemplos: 0,3C2,5 (ABNT) e 0,3B0,1 (ANSI).

Já para o TC de proteção deve-se registrar a classe de medição, conforme o item 6.5.2,

a classificação do transformador de corrente quanto à impedância interna, de acordo com o item

6.4.2, seguida a tensão secundária que aparece nos terminais do TC quando circula pela sua

carga secundária 20 vezes a corrente secundária nominal. Exemplos: 5A200 ou 10A200

(ABNT) e T200 (ANSI); 5B200 ou 10B20 (ABNT) e C400 (ANSI).

Pela norma ANSI pode-se omitir o valor da exatidão na especificação dos

transformadores de corrente já que todos têm valor igual a 10. Porém, na ABNT essa

informação não é omitida, pois isso não ocorre.

6.6 TENSÃO SECUNDÁRIA NORMALIZADA

Para o cálculo dessa tensão, foi considerada uma corrente secundaria nominal de 5 A,

com a carga de valor normalizado.

Tensões Secundárias Normalizadas (V)

10 20 50 90 100 180 200 360 400 800

Tabela 6.14 - Tensão secundária normalizada [4].

45

6.6.1 Classificação para Corrente Secundária Diferente de 5 A

O cálculo da carga ôhmica em TC com corrente secundaria diferente de 5 A será

realizado da mesma forma.

Isso significa que, quando a corrente secundária é diferente de 5A, os valores da

impedância das cargas devem ser obtidos multiplicando-se os valores da tabela pelo quadrado

da relação entre 5A e a nova Isec. nominal.

Exemplo:

Com uma corrente secundária de 1 A, a carga correspondente para B-2 será 2 vezes 25

(*), ou seja, 50 Ω, e a tensão nos terminais dos secundários será:

𝑉𝑠𝑒𝑐 = 50𝑥20𝑥1 = 1000 𝑉

(*) será 2 vezes 25, pois (5

1)

2

= 25

6.7 FATOR DE SOBRECORRENTE NOMINAL

Expressa a relação entre a máxima corrente com a qual o TC mantém a sua classe de

exatidão e a corrente nominal. Segundo a ABNT e as normas internacionais, o valor máximo

desse fator é 20 vezes a corrente primária nominal. Esse fator é muito importante para o

dimensionamento do TC de proteção, tendo em vista que esses devem responder, de acordo

com sua classe de exatidão (10%), a valores de corrente bastante severos nos seus primários

(correntes de curtos-circuitos).

6.8 FATOR TÉRMICO NOMINAL

O fator térmico (FT) determina a corrente máxima que o TC deve suportar em regime

permanente, operando em condições normais e com maior carga especificada, sem exceder os

limites de elevação de temperatura correspondentes à sua classe de isolamento, impostos pela

norma pela qual foi especificado. É o fator pelo qual se deve multiplicar a corrente primária

nominal do sistema de um TC para se obter a corrente primária máxima que o transformador

deve suportar.

46

Os fatores térmicos podem variar em função do fabricante e da norma, como

exemplificado na tabela 6.15.

Fatores Térmicos Nominais

ABNT ANSI

1,0 1,0

1,2 1,33

1,3 1,5

1,5 2,0

2,0 3,0

4,0

Tabela 6.15: Fatores térmicos nominais (ABNT e ANSI) [12 e 14].

Podemos calcular a corrente máxima que um transformador de corrente suporta, em

regime permanente sob condições normais, sem exceder os limites de temperatura especificados

para a sua classe de isolamento, com a fórmula abaixo.

6.9. LIMITE DE CORRENTE DE CURTA DURAÇÃO NOMINAL PARA EFEITO

TÉRMICO

CORRENTE TÉRMICA

Valor eficaz da maior corrente primária que o TC pode suportar por efeito Joule (com

enrolamento curto-circuitado), durante 1 segundo, sem sofrer avarias e perda da vida útil e sem

exceder os limites de temperatura especificados para sua classe de isolamento. Esse tipo de

corrente surge devido a faltas ou falhas ocorridas no sistema.

Esta corrente deve ser definida no ponto de instalação do transformador de instrumento.

Para instalação com circuitos protegidos por disjuntor, o limite de corrente de curta duração

para efeito térmico (It) do TC pode ser relacionado como: I t > I (corrente de interrupção máxima

do disjuntor).

(limitado a 40 kA)

47

Onde:

Ith = corrente térmica.

Inom = corrente nominal.

Se o tempo de duração for diferente de 1segundo, usa-se a fórmula abaixo:

Onde:

0,5 ≤ t ≤ 5 seg.

Observar que existe a possibilidade do transformador de corrente suportar maiores

elevações de temperatura, em função da temperatura de operação na qual está inserido.

Para suportar os efeitos térmicos da Icc, os enrolamentos devem ser projetados para

trabalhar durante 1 segundo, a uma densidade máxima de corrente de 160 A/mm2, pelas normas

ABNT e IEC, e 143 A/mm2, pela norma ANSI.

6.10 LIMITE DE CORRENTE DE CURTA DURAÇÃO NOMINAL PARA EFEITO

MECÂNICO

CORRENTE DINÂMICA

Valor de pico da primeira amplitude da corrente primária (valor eficaz) que o

transformador de corrente pode suportar durante determinado tempo (normalmente 0,1

segundo), com o enrolamento secundário curto-circuitado sem sofrer avarias elétricas ou

mecânicas pelo resultado das forças eletromagnéticas (forças de atração e repulsão).

Onde,

Idin = corrente dinâmica.

Ith = corrente térmica.

IthIthIdin *5,2*2*8,1

ttIthsegIth *)()1(

48

6.11 TIPO DE INSTALAÇÃO

Uso interno ou externo:

No caso de equipamento para uso interno é aquele instalado abrigado de intempéries. O

equipamento de uso externo é aquele instalado ao ar livre, sem abrigo contra as intempéries.

Condições especiais:

Altitudes superiores a 1.000 m;

Exposição a poeira excessiva, ambiente salino e ou corrosivo;

Sujeito a vibrações anormais - sísmicos.

49

7 TRANSFORMADOR DE POTENCIAL

7.1 FINALIDADE

O Transformador de Potencial (TP) é um equipamento usado principalmente para

sistemas de medição de tensão, tanto para baixa tensão (a partir de 0,6 kV) como para alta tensão,

sendo capaz de reduzir a tensão do circuito para níveis compatíveis com a máxima tensão

suportável pelos instrumentos de medição.

Sua principal aplicação é na medição de tensões com valores elevados, ou seja, seu

circuito primário é conectado a tensão a ser medida, sendo que no secundário será reproduzida

uma tensão reduzida e diretamente proporcional à do primário. Assim, com menor custo e maior

segurança, pode-se conectar um instrumento de medição, como voltímetro e wattímetro, no

secundário.

A tensão reduzida do circuito secundário do TP também é usada para alimentar, de forma

igualmente segura, os circuitos de proteção e controle das instalações elétricas. Dessa forma os

instrumentos de proteção e controle são dimensionados em tamanhos reduzidos com bobinas e

demais componentes de baixa isolação.

Os transformadores de potencial são equipamentos utilizados para suprir instrumentos

que apresentam elevada impedância, tais como voltímetros, relés de tensão, bobinas de tensão

de medidores de energia e etc.

No seu dimensionamento não há necessidade de se considerar todos os fatores

observados no dimensionamento dos transformadores de corrente, pois sua ligação em paralelo

com a rede faz com que a corrente de curto não tenha a mesma influência como nos TC.

Logo, a precisão das medições deve ser mantida em todas as leituras, mas esta condição

é satisfeita facilmente, pois a faixa de variação de tensão é bem menor do que a de corrente.

7.2.TIPO

Para uso em sistema de potência os transformadores de potencial podem ser divididos

em dois tipos:

TPI - Transformador de Potencial Indutivo

TPC - Transformador de Potencial Capacitivo

50

Já para uso em circuitos de ensaio e pesquisa em laboratório os transformadores de

potencial podem ser divididos em divisores capacitivos, resistivos e mistos.

Para determinar qual o melhor tipo de transformador de potencial a ser utilizado devemos

levar em consideração as seguintes informações:

Custo do equipamento

Utilização de 'carrier', também conhecido pela sigla OPLAT (Onda Portadora

Sobre Linhas de Alta Tensão). Em nosso país, é ainda o meio de comunicação

mais utilizado para esquemas de teleproteção, em vista do baixo custo. Há o

aproveitamento dos próprios cabos de energia da Linha de Transmissão como

meio físico de propagação do sinal, interligando subestações e usinas. Esses

fatores atuam de forma harmônica, pois em tensões inferiores a 69 kV geralmente

não se utiliza ‘carrier’ e os TPI tem um custo menor para esse nível de tensão em

relação ao TPC. Logo, há um predomínio na utilização dos TPI para esses níveis

de tensão.

Para as tensões compreendidas entre 69 kV e 138 kV o fator preponderante é a utilização

do PLC - Power Line Carrier, tecnologia que consiste em transmitir dados e voz em banda larga

pela rede mais utilizada em todo o mundo, a de energia elétrica. Como utiliza uma ferramenta

já disponível, não necessita de instalações especiais para ser implantada.

No nível de tensão de 138 kV podemos observar a utilização dos dois tipos de TP em

uma mesma subestação, pois é comum usar os TPC nas linhas de transmissão onde há ‘carrier’,

e os TPI nas barras, já que esses possuem um melhor custo para esse nível de tensão e nessa

posição os equipamentos não empregam nenhum tipo de comunicação por onda.

Já para níveis de tensão superiores a 138 kV, os dois fatores citados levam a utilização

dos TPC.

Tensão Tipo de Transformador de Potencial

600 V até 69 kV Predominantemente são utilizados os TPI

69 kV até 138 kV TPI ou TPC*

Acima de 138 kV São utilizados os TPC

*É necessário o uso do TPC nos sistemas que utilizam PLC.

Tabela 7.1: Tipo de transformador de potencial [2].

51

8 TRANSFORMADOR DE POTENCIAL CAPACITIVO (TPC)

O transformador de potencial capacitivo é um equipamento cuja finalidade é reproduzir

em seu circuito secundário um sinal de tensão proporcional à tensão do circuito primário,

normalizado e adequado ao uso de instrumentos de medição, controle ou proteção. É ainda

adequado ao sistema de telecomunicação via circuito de alta tensão.

Para tensões acima de 138 kV os transformadores de potencial capacitivo são mais

utilizados, como foi dito. Estes são constituídos basicamente de dois capacitores (C1 e C2) os

quais desempenham a função de divisor de tensão e acoplador da comunicação via ‘carrier’ ao

sistema de potência.

A captação da informação do secundário para os equipamentos de controle, proteção e

medição é realizada por um transformador indutivo de tensão primária de classe 15 kV.

Este executa a função de dois equipamentos, um TPI e um capacitor de acoplamento (que

atua como um divisor capacitivo de tensão) economizando estruturas e, com isso, espaço.

Figura 8.1: Exemplificação de um TPC - capacitor de acoplamento + TPI [6]

8.1.VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DO TPC

Se utilizados para medição ou proteção são mais econômicos que os TPI para a classe de

tensão igual ou superior a 230 kV.

Possuem o sistema de acoplamento para equipamentos de comunicação, porém uma

resposta secundária mais lenta comparada aos TPI.

52

Podemos observar nas figuras 8.2 a 8.3 os elementos principais de um TPC.

Figura 8.2: Circuito com os componentes de um TPC [7]

Figura 8.3: Componentes do TPC [7].

53

Esquema elétrico:

Figura 8.4: Esquema elétrico do TPC [6].

8.2 CIRCUITO EQUIVALENTE

Em condições normais, quando um TPC está conectado ao sistema de potência, pode-se

representar o conjunto sistema / TPC, em regime permanente, pelo circuito equivalente da figura

9.5.

54

Figura 8.5: Circuito equivalente de um TPC [4].

Onde:

Rp, Xp – Resistência e reatância de dispersão do enrolamento primário

Rs, Xs – Resistência e reatância de dispersão do enrolamento secundário

Xm – Reatância de magnetização do núcleo

Rfe – Resistência representativa das perdas no ferro

Zb – Carga secundária

Es – Gerador equivalente do sistema

a – relação de transformação (N1/N2)

Is – Corrente secundária

Xc1, Xc2 – Reatâncias capacitivas de C1 e C2

XL – Reator de compensação

55

9 TRANSFORMADOR DE POTENCIAL INDUTIVO

O TPI - Transformador de Potencial Indutivo, é constituído apenas de uma ou mais

unidades eletromagnéticas, cuja relação de transformação é definida primordialmente pela

relação de espiras de seus enrolamentos (N1/N2).

Os transformadores de potencial indutivo são usados para transformar altas tensões (kV)

em baixos valores mensuráveis (Volts). Esses podem ter vários enrolamentos de proteção e

medição, podendo ser projetado para fornecer qualquer tensão desejada de saída a partir do

enrolamento secundário.

9.1 CIRCUITO EQUIVALENTE DE UM TPI

Um TPI pode ser considerado como sendo um transformador de força conectado com

uma pequena carga (Zb).

Nesse tipo de equipamento, na medida em que a tensão nominal vai aumentando, o

número de espiras necessário para se estabelecer a densidade de campo magnético desejada

também aumenta. Por outro lado, a corrente primária nominal diminui. Isto significa construir,

para níveis de tensões elevadas, transformadores de potencial com enrolamento primário dotado

de um número muito grande de espiras de um fio muito fino, capaz de suportar uma corrente

primária nominal cada vez menor. Do ponto de vista construtivo isto significa maiores custos

pela dificuldade de execução da tarefa, sem esquecer a natural necessidade de um maior nível

de isolamento.

Em decorrência desse elevado número de espiras do enrolamento primário, os valores da

impedância de dispersão são bem altos. E os erros de medição introduzidos pelo TPI são

produzidos pela corrente responsável pela magnetização do núcleo e pela dispersão primária e

secundária.

56

Figura 9.1: Circuito equivalente de um TPI a frequência industrial (58 a 62 Hz) [4].

Onde:

Rp, Xp - Resistência e reatância de dispersão do enrolamento primário

Rs, Xs - Resistência e reatância de dispersão do enrolamento secundário

Rfe - Resistência representativa das perdas no ferro

Zb - Carga secundária

Es - Gerador equivalente do sistema

Lm - Indutância de magnetização do núcleo

Zb

57

9.2.DESEMPENHO TRANSITÓRIO

O desempenho transitório do TPI na ocorrência de um curto circuito próximo ao

equipamento deve ser levado em consideração, pois leva a erros consideráveis nas medições de

tensão.

Figura 9.2: Exemplo de um Sistema [4].

Temos que o fluxo máximo no secundário do TPI durante o curto circuito é:

Onde

Emáx. - Valor de pico da tensão do sistema equivalente

a = N1/N2 (relação de transformação nominal)

- Impedância da linha de transmissão (ZL), vale

Comparando-se o valor de ψbmáx com a amplitude do fluxo em regime permanente antes

do defeito (ψrp), onde ψrp = E máx. / a x, verifica-se que ψbmáx é menor que ψrp.

Concluindo, pode-se afirmar que para TPI a saturação do núcleo durante a ocorrência de

curto-circuitos não é motivo para maiores preocupações. Entretanto, como citado para curto-

circuitos próximos aos terminais da barra onde está conectado o TPI, o valor de ψbmáx será tão

ZaZE Lb /maxmax

LLLjXRZ

f 2

58

pequeno que poderá induzir a erros consideráveis nas medições de tensão. Este fato se explica

pela avaliação da curva B x H (figura 9.3) do material ferromagnético do TPI.

Figura 9.3: Característica típica B x H de um material ferromagnético [4].

A região corrida pela reta de inclinação 1 apresenta uma permeabilidade relativa (µr)

próxima a unidade, caracterizando, assim, a saturação do material.

Pela inclinação 2, temos µr elevado, caracterizando uma região de alta indutância de

magnetização e consequentemente um baixo erro de medição.

Para a região caracterizada pela inclinação 3, µr assume valor baixo, o que significa que

a indutância de magnetização decresce consideravelmente, o que caracteriza uma passagem fácil

para a corrente de magnetização e, portanto o aumento do erro na medição.

9.3 CONSTITUIÇÃO DOS TPI - ABNT NBR 6855

De acordo com a ligação para a qual são projetados, os TPI se classificam em três grupos:

Grupo 1:

São os TPI projetados para ligação entre fases. Eles são basicamente utilizados nos

sistemas de até 34,5 kV. Os transformadores enquadrados neste grupo devem suportar

continuamente 10% de sobrecarga.

59

Grupo 2:

São os TPI projetados para ligação entre fase e neutro de sistema diretamente aterrados:

RZ / Xp ≤ 1, onde Rz é a resistência de sequência zero do sistema e Xp é a reatância de sequência

positiva do sistema.

Grupo 3:

São os TPI projetados para ligação entre fase e neutro de sistemas onde não se garante a

eficácia do aterramento.

Figura 9.4: Exemplificação dos três grupos de TPI pela ABNT [6].

9.4. FERRO-RESSONÂNCIA

Ferro-ressonância é um fenômeno não linear complexo, ocasionado por um circuito

capacitivo ressonante, com indutores não lineares presentes em transformadores e que provoca

sobretensões cuja forma de onda é irregular e possui elevado conteúdo harmônico. Estas tensões

elevadas provocam danos à isolação podendo ocasionar a queima e explosão desses

equipamentos.

A ressonância série ou paralela conhecida ocorre para um valor especifico de

capacitância, já a ferro-ressonância pode ocorrer para uma ampla faixa. A frequência das formas

de onda de tensão e corrente na ferro-ressonância podem ser diferentes da frequência da fonte

de alimentação.

60

Várias condições podem deflagrar a ferro-ressonância, pois, muitas situações que são

normais na condição linear, são perigosas na condição não linear.

Algumas condições são necessárias para a ocorrência de ferro-ressonância, mas podem

não ser suficientes, como a presença simultânea de capacitância e indutâncias não lineares, e a

existência de pelo menos um ponto em que o potencial de terra não fica fixado (neutro não

aterrado, chaveamento monofásico, abertura de fusível etc.).

Para mitigar esse efeito deve-se criar um ponto de aterramento no trecho do sistema que

está sujeito a esse fenômeno. Porém, quando isso não é possível, a solução para atenuar esse

fenômeno em transformadores de potencial é instalar circuitos supressores de ferro ressonância

no TP.

9.5 CARACTERÍSTICAS PARA ESPECIFICAÇÃO DE UM TRANSFORMADOR DE

POTENCIAL

Para especificação de um TP são necessárias as seguintes informações:

Normas Aplicadas

Tensão Máxima do Sistema

Níveis de Isolamento

Tensão Suportável à Frequência Industrial

Tensão Suportável de Impulso Atmosférico

Tensão Suportável de Impulso de Manobra (quando aplicável)

Tensão Primária Nominal

Fator de Sobretensão

Tensão Secundária Nominal

Frequência nominal (TPC)

Classe de exatidão

Carga de exatidão

Potencia térmica

Capacitância nominal

Uso - interno ou externo

61

9.6 CARACTERÍSTICAS NOMINAIS

9.6.1 Tensão Primária Nominal e Relação Nominal – ABNT

A norma ABNT dispõe de valores tabelados de tensão primária e relação de tensão,

conforme os grupos de ligação. As tensões primárias e as relações nominais são especificadas

de acordo com a tabela 9.1 e devem ser representadas em ordem crescente utilizando os sinais

de acordo com a tabela 10.1.

Grupo 1

Ligação Fase

para Fase

Grupos 2 e 3 - Ligação de Fase para Neutro

Tensão

Primária

Nominal (V)

Relação

Nominal

Tensão

Primária

Nominal (V)

Relação nominal

Aprox. 115/3 115/√3 Aprox. 115

115 1:1

230 2:1

402,5 3,5:1

460 4:1

2300 20:1 2300/√3 36:1 20:1 12:1

3450 30:1 3450/√3 52,5:1 30:1 17,5:1

4025 35:1 4025/√3 60:1 35:1 20:1

4600 40:1 4600 /√3 72:1 40:1 24:1

6900 60:1 6900/√3 105:1 60:1 35:1

8050 70:1 8050/√3 120:1 70:1 40:1

11500 100:1 11500/√3 180:1 100:1 60:1

13800 120:1 13800/√3 210:1 120:1 70:1

23000 200:1 23000/√3 360:1 200:1 120:1

34500 300:1 34500/√3 525:1 300:1 175:1

46000 400:1 46000/√3 720:1 400:1 240:1

69000 600:1 69000/√3 1050:1 600:1 350:1

138000/√3 2100:1 1200:1 700:1

230000/√3 3600:1 2000:1 1200:1

Tabela 9.1: Tensões primárias nominais e relações nominais (ABNT) [13].

Nota: As relações nominais de TPI com tensões primárias nominais superiores a 69 kV para o

grupo 1, e a 230 kV para os grupos 2 e 3, devem ser especificados pelo comprador.

62

9.6.2 Tensão Primária Nominal e Relação Nominal – ANSI

De acordo com a norma ANSI os TP são classificados em diferentes grupos conforme as

características descritas.

Grupo 1 - Características

a) transformadores de potencial para uso com 100% da tensão primária nominal aplicada

ao enrolamento primário, quando conectados entre fase-fase ou fase-terra.

b) Os transformadores deste grupo devem ser capazes de operar com 125% da tensão

nominal, em regime de emergência, tomando-se o cuidado de evitar que a carga a ele imposta

em volt-amperes, na tensão nominal, ultrapasse 64% da carga térmica nominal, sem exceder a

uma elevação de temperatura de 75ºC. Isso resulta em uma diminuição da expectativa de vida

útil de 0.2% por dia.

c) Os transformadores de potencial do grupo 1, também devem ser capazes de operar

continuamente com 110% da tensão primária nominal desde que a carga em volt-amperes nesta

tensão não ultrapasse a carga térmica nominal.

d) Os transformadores conectados entre fase e terra em um sistema não aterrado não

devem ser considerados como um transformador de aterramento e consequentemente não devem

operar com os secundários ligados em delta (∆), pois em caso de curto-circuito correntes

elevadas podem circular.

e) A tensão de ligação em Y pode ser igual a √3 vezes a tensão para o equipamento ligado

em ∆ como mostra a figura 9.5. Para atender ao requisito acima, os transformadores de potencial

do grupo 1 devem ter isolamento pleno.

Sistema nominal trifásico

Figura 9.5: Sistema a 2,4 kV neutro não aterrado [4].

Os transformadores da figura 9.5 podem ser conectados na tensão de linha de 2,4 kV.

63

Figura 9.6: Sistema a 4,16 kV neutro aterrado ou a 4 fios [4].

Tensão Primária

(fase-fase)

Relação de Transformação Nível Básico de

Isolamento (kV crista)

120 / 208 Y 1:1 10

240 / 416 Y 2:1 10

300 / 520 Y 2,5:1 10

480 / 832 Y 4:1 30

600 / 1040 Y 5:1 30

2400 / 4160 Y 20:1 60

4200 / 7280 Y 35:1 75

4800 / 8320 Y 40:1 75

7200 / 12470 Y 60:1 110 ou 95

8400 / 14560 Y 70:1 110 ou 95

Tabela 9.2: Tabela de tensões nominais do grupo 1 [ANSI] [14].

Nota: Os transformadores de potencial conectados em fase terra não aterrados não podem ser

considerados como transformadores aterrados e também não podem ser operados com os

secundários em delta (∆) devido à excessiva corrente que circula no delta.

Grupo 2 - Características

a) Transformadores de potencial projetados para serviço entre fase-fase. Podem ser

usados entre fase-terra ou fase-neutro desde que seja aplicada ao enrolamento primário a tensão

nominal dividida por √3. Para atender as características o transformador deve ter isolamento

pleno.

b) Os transformadores de potencial do grupo 2 devem ser capazes de operar

continuamente com 110% da tensão primária nominal desde que a carga em volt-amperes nesta

tensão não ultrapasse a carga térmica nominal.

64

As figuras 9.7 e 9.8 mostram a ligação do transformador de potencial entre fase-fase e

fase-terra, respectivamente.

Figura 9.7: Sistema a 2,4 kV neutro aterrado ou não aterrado [4].

Os transformadores da figura 9. 7 podem ser conectados na tensão de linha de 2,4 kV,

mas até o limite do isolamento.

Figura 9.8: Sistema a 2,4 kV neutro aterrado ou não aterrado [4].

Tensão Primária

(fase-fase)

Relação de

Transformação

NBI - Nível Básico de

Isolamento (kV crista)

120/120Y 1:1 10

240/240Y 2:1 10

300/300 Y 2,5:1 10

480/480 Y 4:1 10

600/600 Y 5:1 10

2400/2400 Y 20:1 45

4800/4800 Y 40:1 60

7200/7200 Y 60:1 75

12000/12000 Y 100:1 100 ou 95

14400/14400 Y 120:1 100 ou 95

24000/24000 Y 200:1 150 ou 125

34500/34500 Y 300:1 200 ou 150

46000/46000Y 400:1 250

69000/69000Y 600:1 350

Tabela 9.3: Tabela de tensões nominais do grupo 2 (ANSI) [14].

65

Nota: Os transformadores de potencial conectados em fase terra não aterrados não podem ser

considerados como transformadores aterrados e também não podem ser operados com os

secundários em delta (∆) devido à excessiva corrente que circula no delta.

Grupo 3 - Características

a) Os transformadores de potencial deste grupo são projetados para serem usados

somente entre fase-terra e tendo sempre dois enrolamentos secundários. Eles podem ser usados

em sistemas com o neutro aterrado ou isolado, como pode ser visto na figura 9.8.

b) Os TP deste grupo para tensão primária de 9,2 kV e uso em sistemas de 161 kV Y

aterrado (por exemplo), devem ser capazes de suportar uma tensão igual a √3 vezes a tensão

nominal durante 1 minuto, sem exceder uma elevação de temperatura de 175 ºC.

c) Os TP com tensão nominal de 138 kV, para uso em sistema de 230 kV Y aterrado e

acima, devem ser capazes de operar a 140% da tensão nominal com a mesma limitação de

tempo e temperatura.

d) Os transformadores de potencial do grupo 3 devem ser capazes de operar

continuamente com 110% da tensão primária nominal, desde que a carga em volt-amperes,

nesta tensão, não ultrapasse a carga térmica nominal.

e) Os transformadores conectados entre fase-terra em um sistema não aterrado não

devem ser considerados como um transformador de aterramento e consequentemente não

devem operar com os secundários ligados em delta (∆), pois em caso de curto-circuito correntes

elevadas podem circular.

Figura 9.9: Ligação do transformador de potencial entre fase-terra [4].

Sistema de 69 kV com neutro aterrado ou isolado. O terminal primário de cada

transformador não é totalmente isolado e conectado à terra.

66

Tensão Primária Nominal /

Tensão Primária Nominal

(fase-fase)

Relação de Transformação Nível Básico de Isolamento

(kV crista)

14400 / 25000 Gnd Y 120/200 e 120/200:1 150 ou 125

20125 / 34500 Gnd Y 175/300 e 175/300:1 200

27600 / 46000 Gnd Y 240/400 e 240/400:1 250

40250 / 69000 Gnd Y 350/600 e 350/600:1 350

69000 / 115000 Gnd Y 600/1000 e 600/1000:1 550 ou 450

80500 / 138000 Gnd Y 700/1200 e 700/1200:1 650 ou 550

92000 / 161000 Gnd Y 800/1400 e 800/1400:1 750 ou 650

138000 /230000 Gnd Y 1200/2000 e1200/2000:1 1050 ou 900

207000 /362000 Gnd Y* 1800/3000 e1800/3000:1 1300 ou1175

287500 /550000 Gnd Y* 1800/3000 e1800/3000:1 1800 ou1675

341250 /800000 Gnd Y* 3750/ 6250 e 3750/6250:1 2050

Tabela 9.4: Tensões nominais do grupo 3 (ANSI) [14].

As tensões de 362 kV, 550 kV e 800 kV são as máximas tensões primárias nominais destinadas

ao uso em sistemas de extra-alta tensão, pela ANSI C92.

Notas:

(1) A dupla tensão nominal é usualmente conseguida pelo tap no secundário, no caso de

terminais monopolares do terminal do enrolamento terá um terminal comum.

(2) Os transformadores de potencial conectados em fase terra não aterrados não podem ser

considerados como transformadores aterrados e também não podem ser operados com os

secundários em delta (∆) devido à excessiva corrente que circula no delta.

Grupo 4 - Características

a) Os transformadores de potencial do grupo 4 são projetados para serem usados

somente fase-terra, podendo ter terminal de neutro isolado ou aterrado.

b) São projetados somente para uso interno.

c) Devem ser capazes de operar com 110 % da tensão nominal primária nominal, desde

que a carga em volt-amperes nesta tensão não ultrapasse a carga térmica nominal.

d) Devem também ser capaz de operar com 125 % da tensão primária, em regime de

emergência, desde que a carga em volt-amperes na tensão nominal não ultrapasse 64 % da carga

nominal, sem exceder a elevação de temperatura de 75 ºC. Isso resultará em uma diminuição

da expectativa de vida do transformador de potencial em 0,2 % por dia.

e) Os TP conectados entre fase-terra em um sistema não aterrado não devem ser

considerados como um transformador de aterramento e, consequentemente, não podem operar

67

com os secundários em delta (∆), pois em caso de curto-circuito correntes elevadas podem

circular nesses enrolamentos.

As figuras 9.10 e 9.11 mostram ligações típicas do grupo 4A e grupo 4B,

respectivamente.

Figura 9.10: Sistema fase-neutro 4,16 kV, aterrado ou a 4 fios [4].

Figura 9.11: Sistema neutro aterrado ou isolado. Fase e neutro conectados na mesma tensão

(2,4 kV) [4].

Tensão Primária Nominal /

Tensão Primária Nominal

(Fase-Fase)

Relação de

Transformação

Nível Básico de

Isolamento (kV crista)

Grupo 4A – Operação próximo a 100% da tensão nominal

2400 / 4160 Gnd Y 20:1 60

4200 / 7200 Gnd Y 35:1 75

4800 / 8320 Gnd Y 40:1 75

7200 / 12470 Gnd Y 60:1 110 ou 95

8400 / 14560 Gnd Y 70:1 110 ou 95

68

Tensão Primária Nominal /

Tensão Primária Nominal

(Fase-Fase)

Relação de

Transformação

Nível Básico de

Isolamento (kV crista)

Grupo 4B – Operação próximo a 58% da tensão nominal

4200 / 4160 Gnd Y 35:1 60

4800 / 8320 Gnd Y 40:1 60

7200 / 7200 Gnd Y 60:1 75

12000 / 12000 Gnd Y 100:1 110 ou 95

14400 / 14400 Gnd Y 120:1 110 ou 95

Tabela 9.5: Tensões nominais do grupo 4 (ANSI) [14].

Os transformadores de potencial conectados em fase terra não aterrados não podem ser

considerados como transformadores aterrados e também não podem ser operados com os

secundários em ∆ devido à excessiva corrente que circula no delta.

Grupo 5 - Características

a) Os transformadores de potencial do grupo 5 são projetados para serem usados

somente entre fase-terra. Podem ter terminal fase-terra. Podem ter terminal para neutro isolado

ou neutro aterrado.

b) São projetados para uso externo.

c) Devem ser capazes de operar continuamente com 110 % da tensão primária nominal,

desde que a carga em volt-amperes nesta tensão não ultrapasse a carga térmica nominal.

d) Os transformadores de potencial devem ser capazes de operar em uma tensão igual a

140% da tensão nominal por 1 minuto sem exceder 175 ºC de elevação de temperatura.

A figura 9.12 representa a ligação típica do grupo 5.

Figura 9.12: Sistema de 69 kV com neutro aterrado ou isolado, onde o terminal primário de

cada transformador não é totalmente isolado e conectado a terra [4].

69

Tensão Primária Nominal /

Tensão Primária Nominal

(fase-fase)

Relação de

Transformação

Nível Básico de

Isolamento

7200 / 12470 Gnd Y 60:1 110

8400 / 14560 Gnd Y 70:1 110

12000 / 20800 Gnd Y 100:1 150 ou 125

14400 / 25000 Gnd Y 120:1 150 ou 125

20125 / 34500 Gnd Y 175:1 200 ou 150

Tabela 9.6: Tensões nominais do grupo 5 (ANSI) [14].

9.6.3 Níveis de Isolamento

Os níveis de isolamento estão especificados nas tabelas 9.7 e 9.8.

Tensão máxima do

Equipamento

Vmáx ≤ 242 (kV)

Tensão suportável nominal à

frequência industrial durante

1 min (kV)

Tensão Suportável Nominal

de Impulso Atmosférico

(kV crista)

0,6 4

1,2 10 30

7,2 20 40

60

15 34 95

110

24,2 50 125

150

36,2 70

150

170

200

72,5 140 350

92,4 185 450

145 230

275

550

650

242 360

395

850

950

Tabela 9.7: Níveis de isolamento para Vmáx ≤ 242 kV (ABNT) [13].

Nota: Nos casos particulares de utilização de Vmáx = 25,8 kV e de 38 kV, devem ser adotados

os mesmos níveis de isolamento normalizados para as tensões Vmáx = 24,2 kV e Vmáx = 36,2

kV, respectivamente.

70

Tensão Máxima do

Equipamento

Vmáx ≥ 362 (kV)

Tensão Suportável

Nominal a Frequência

Industrial Durante

1 min (kV)

Tensão Suportável

Nominal de Impulso

de Manobra

(kV crista)

Tensão Suportável

Nominal de Impulso

Atmosférico

(kV crista)

362 450 850

950

950

1050

1175

460 620 1050 1425

550

650 1050

1175

1425

1550

740 1300 1675

800 870

960

1425

1550

1950

2100

Tabela 9.8: Níveis de Isolamento para Vmáx ≤ 362 kV (ABNT) [13].

9.6.4 Frequência Nominal

As frequências nominais em que um transformador de potência deve operar são:

50 Hz

60 Hz (ABNT)

50 / 60 Hz

No caso de dupla frequência os transformadores de potencial devem satisfazer às

condições de temperatura, para estas duas frequências, quando a potência nominal e a carga

nominal máxima forem as mesmas nas duas frequências.

9.6.5 Cargas Nominais

Carga, ou carga secundária nominal de um instrumento, são as impedâncias ligadas aos

seus terminais, cujo valor corresponde à potência para exatidão garantida. Consideramos como

carga todos os instrumentos ligados aos terminais do transformador de potencial, bem como, os

cabos que interligam o TP e os instrumentos, em caso de grandes distâncias.

De Acordo com a Norma ANSI

Para fins de dimensionamento, as cargas devem ser expressas em volt-amperes e fator

de potência conforme a tabela 9.9.

As cargas nominais são baseadas em duas tensões secundárias: 120 e 69,3 V.

71

Assim, para transformadores de potencial tendo relações que resultem em tensões

secundárias de 115 e 66,4 V, a carga em volt-amperes na tensão nominal será reduzida a 91,8%

dos valores da tabela 10.9, pois:

(115

120)

2

= 0,918 ou (66,4

69.3)

2

= 0,918

Características das

Cargas Tabeladas

Características na

Base de 120V

Características na

Base de 69.3V

Designação VA FP Resist.

(Ω) L (H) Z (Ω)

Resist.

(Ω) L (H) Z (Ω)

W 12.5 0.10 115.2 3.04 1152 38.4 1.01 384

X 25 0.70 403.2 1.09 576 134.4 0.364 192

Y 75 0.85 163.2 0.268 192 54.4 0.0894 64

Z 200 0.85 61.2 0.101 72 20.4 0.0335 24

Z 400 0.85 30.6 0.0503 36 10.2 0.0168 12

M 35 0.20 82.3 1.07 411 27.4 0.356 137

Tabela 9.9: Carga nominal (ANSI) [14].

Nota: Precisão normalizada para transformadores de potencial estabelece limites de 90% a 110

% da tensão nominal, que frequentemente corresponde a 120 ou 115 volts secundários. Quando

um transformador de potencial é operado a 58% da tensão nominal, a precisão será diferente

que a 100 %. As cargas normalizadas nesta tabela têm impedâncias diferentes a 120 e 69,3 V

de tensão secundária, logo para valores de tensão diferentes desses não se terá precisão.

De Acordo com a ABNT

As cargas nominais estabelecidas pela ABNT são as mesmas da norma ANSI. As

designações, entretanto, são formadas pela letra ‘P’, seguida da potência em VA correspondente

às tensões de 120 a 69,3V.

Na tabela 9.10 temos a classificação segundo a norma ABNT.

Características a 60 Hz e 120 V

Designação

Potência

Aparente

(VA)

Fator de

potência

Resistência

(Ω)

Reatância

Indutiva (Ω)

Impedância

(Ω)

P 12,5 12,5 0,10 115,2 1146,2 1152

P 25 25 0,70 403,2 411,3 576

P 35 3,5 0,20 82,5 402,7 411

P 75 75 0,85 163,2 101,1 192

P 200 200 0,85 61,2 37,9 72

P 400 400 0,85 30,6 19,0 36

Características a 60 Hz e 69,3 V

72

Designação

Potência

aparente

(VA)

Fator de

potência

Resistência

(Ω)

Reatância

Indutiva (Ω) Impedância (Ω)

P 12,5 12,5 0,10 38,4 382,0 384

P 25 25 0,70 134,4 137,1 192

P 35 3,5 0,20 27,4 134,4 137

P 75 75 0,85 54,4 33,7 64

P 200 200 0,85 20,4 12,6 24

P 400 400 0,85 10,2 6,3 12

Tabela 9.10: Cargas nominais (ABNT) [13].

Nota: As características a 60 Hz e 120 V são válidas para tensões secundárias entre 100 e 130

V; e as características a 60 Hz e 69,3 V, são válidas para tensões secundárias entre 58 e 75 V.

Em tais condições, as potências aparentes são diferentes das especificadas.

9.6.6 Classe de Exatidão Nominal

Pela norma ABNT

Os transformadores de potencial indutivos devem ser enquadrados em uma das

seguintes classes de exatidão: 0,3 – 0,6 – 1,2.

Considera-se que um TPI está dentro de sua classe de exatidão, nas condições

especificadas em 9.7.1 quando nestas condições, os pontos determinados pelos fatores de

correção de relação (FCR) e pelo ângulo de fase (γ) estiverem dentro do ‘paralelogramo de

exatidão’, especificado na figura 9.12, correspondente à(s) sua(s) classe(s) de exatidão.

A classe de exatidão 3 deve ser considerada sem limitação de ângulo de fase. Logo não

pode ser utilizada para serviço de medição de potência de energia. Neste caso, considera-se a

classe de exatidão atendida quando o fator de correção da relação (FCR) estiver entre os limites

1,03 e 0,97.

Para os enrolamentos de tensão residual, destinados a ligação em delta aberto, é

suficiente a classe de exatidão 3, tendo em vista tratar-se de enrolamento destinado apenas à

proteção. Neste caso, a carga deste secundário não deve ser considerada no cálculo da carga

simultânea.

73

Figura 9.12: Limites das classes de exatidão 0,3 - 0,6 - 1,2 em TPI [4].

Pela norma ANSI

Para os TPI a serviço de medição mantendo as classes de exatidão da tabela 9.11 e carga

de 0 a 100% da nominal. São as seguintes classes de precisão: 0,3 – 0,6 – 1,2.

Classe Relação de tensão (%) Ângulo de fase (minutos)

0,3 ± 0,3 ± 16

0,6 ± 0,6 ± 32

1,2 ± 1,2 ± 63

Tabela 9.11: Classes de exatidão (ANSI) [14].

74

Pela norma IEC

Para os TP a serviço de medição mantendo a classe de exatidão da tabela 10.12, com

carga entre 20 % e 100 % da nominal e fator de potência (fp) igual a 0,8 atrasado.

Classe Relação de Tensão

(%)

Ângulo de Fase

(minutos)

0,1 ± 0,1 ± 5

0,2 ± 0,2 ± 10

0,5 ± 0,5 ± 20

1,0 ± 1,0 ± 40

3,0 ± 3,0 Não especificado

Tabela 9.12: Classes de exatidão TP de medição (IEC) [4].

Quanto à especificação do TP, pode-se dizer que a classe 0,1 é utilizada para TP de

laboratório, a classe 0,2 para medição de precisão, a classe 0,5 para medição comercial, a classe

1,0 para medição industrial e a classe 3,0 em instrumentação.

Para os TP a serviço de proteção, os desvios da tensão nominal para os enrolamentos

secundários mantendo a classe de exatidão da tabela 9.13, com carga entre 20% e 100% da

nominal e fator de potência (fp) igual a 0,8 atrasado.

Classe Relação de Tensão (%) Ângulo de Fase (minutos)

3 P ± 3,0 ± 120

6 P ± 6,0 ± 240

Tabela 9.13: Classes de exatidão TP de proteção (IEC) [4].

9.6.7 Fator de Sobretensão

Fator aplicado à tensão primária nominal, para se obter a tensão primária na qual o TPI

satisfaz, por tempo determinado, os requisitos térmicos especificados.

Os valores do fator de sobretensão são mostrados na tabela 9.14.

Grupo de

Ligação

Fator de Sobretensão

Contínuo 30 segundos

1 1,15 1,15

2 1,15 1,5

3* 1,9 1,9

Tabela 9.14: fator de sobretensão (ABNT) [13].

75

*Esse fator de sobretensão torna-se necessário, em virtude de que este nível de tensão pode

ocorrer em um sistema trifásico não aterrado, durante faltas de fase para a terra. Por não ser

possível definir a duração de tais falhas, esta condição deve ser considerada como regime

contínuo. Embora esta especificação exija que os TPI pertencentes ao grupo de ligação 3 sejam

capazes de suportar em regime contínuo tal condição, isso não significa que eles possam ser

instalados em circuitos cuja tensão nominal exceda 115% da tensão primária nominal do TPI.

9.6.8 Potência Térmica Nominal – Pterm

Pela Norma ABNT

A potência térmica nominal mínima, em VA, deve ser igual ao produto do quadrado do

fator de sobretensão contínuo (Fstcont.) pela maior carga nominal especificada, ou carga

simultânea, para TPI com dois ou mais secundários, nos quais a potência térmica é distribuída

pelos secundários proporcionalmente à maior carga nominal de cada um deles.

Transformadores de potencial dos grupos de ligação 1 e 2 – a potência térmica não deve

ser inferior a 1,32 vezes a carga mais alta em VA, referente a exatidão do TP.

Transformadores de potencial do grupo de ligação 3 – a potência térmica não deve ser

inferior a 3,61 vezes a carga mais alta em VA, referente à exatidão do TP.

Pela Norma ANSI

A potência térmica nominal de um TP é especificada como a maior carga que o

transformador pode suportar com a tensão nominal no secundário sem exceder a elevação de

temperatura estabelecida pela tabela 9.15.

ANSI Temperatura Ambiente (10 ºC) Temperatura Ambiente (40 ºC)

Elevação de

Temperatura

Temperatura

Média do

Enrolamento - ºC

(Método da Resist.)

Ponto mais

Quente do

Enrolamento

Temperatura

Média do

Enrolamento - ºC

(Método da Resist.)

Ponto mais

Quente do

Enrolamento

55ºC 55 65 30 40

80ºC - Seco 80 110 55 85

Tabela 9.15: Elevação de temperatura (ANSI) [14].

Obs.: A elevação de temperatura das outras partes metálicas não deve exceder a temperatura

do ponto mais quente.

76

9.7.CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO

9.7.1 Quanto à Exatidão

Os transformadores de potencial com um único enrolamento devem estar dentro da sua

classe de exatidão nas seguintes condições:

a) Para tensões entre 90 % e 110 % da tensão nominal 60 HZ.

b) Para todos os valores de cargas nominais, desde vazio até a carga nominal especificada.

c) Para todos os valores de fatores de potência entre 0,6 e 1,0 indutivo de carga medida

no primário do transformador de potencial, estes valores definem o traçado dos

paralelogramos.

Em TPI com dois ou mais enrolamentos secundários, cada enrolamento deve estar dentro

de sua classe de exatidão, nas condições mencionadas nas condições a, b e c deste item, com

o(s) outro(s) secundário(s) alimentando cargas padronizadas, desde que a soma das cargas não

ultrapasse a carga simultânea especificada; mantendo a exatidão especificada para cada

secundário.

Num TPI com enrolamento provido de derivações, as classes de exatidão devem ser

especificadas separadamente para cada derivação, caso sejam diferentes. Caso contrário, as

derivações devem estar dentro da classe de exatidão do enrolamento total.

9.7.2. Quanto a Elevação de Temperatura

A elevação de temperatura dos enrolamentos e outras partes do TPI não deve exceder os

limites especificados na tabela 9.16, em quaisquer das seguintes condições.

Energizado à tensão primária nominal, com carga igual a potência térmica

nominal, distribuída pelos secundários proporcionalmente às maiores cargas

nominais indicadas em cada um deles, em regime contínuo.

Energizado a Fst30s vezes a tensão primária nominal por 30 segundos, depois de

estabilizada a temperatura a Fstcont vezes a tensão primária nominal, alimentando a

carga simultânea, distribuída pelos secundários, proporcionalmente às maiores

cargas nominais indicadas para cada um deles.

77

Tipo de TPI

Designação Antiga da

Classe de Temperatura

e Classe Térmica (D)

Limites de Elevação de Temperatura (A)

Dos Enrolamentos

Do Líquido

Isolante

Partes Metálicas

Método da

Variação de

Resistência

Método do Ponto

Mais Quente

Em Contato com Partes

Adjacentes à Isolação Outras Partes

Com isolação

líquida e com

conservador ou gás

inerte sobre

líquido isolante

A (105 ºC) 55 ºC 65 ºC 50 ºC (B)

Não devem atingir a

temperatura superior a

máxima especificada para

o ponto mais quente da

isolação adjacente.

Não devem atingir

temperatura excessiva que

possa prejudicara isolação

Com isolação

líquida e sem

conservador ou

gás inerte sobre

líquido isolante

A (105 ºC) 55ºC 65 ºC 50 ºC (C)

Com isolação

sólida

A (105 ºC)

E (120 ºC)

B (130 ºC)

F (155 ºC)

H (180 ºC)

55 ºC

70 ºC

80 ºC

105 ºC

130 ºC

65 ºC

80 ºC

90 ºC

115 ºC

140 ºC

-

-

-

-

-

Tabela 9.16: Limite de elevação de temperatura (ABNT) [13].

OBS.:

(A) OS TPI de uma classe de temperatura especificada podem usar, na sua isolação, combinações de materiais das classes A e H (105 ºC a 180ºC, desde que tais

combinações sejam usadas em locais do TPI não sujeitos a elevação de temperatura superiores às permitidas para material de classe mais baixa da combinação.

(B) Medida próxima à base superior do tanque

(C) Medida próxima à superfície.

(D) Nova classificação térmica exemplificada na tabela 2.1.

78

10 REPRESENTAÇÃO

10.1.TENSÃO NOMINAL E RELAÇÕES NOMINAIS

As tensões primárias e as relações nominais devem ser representadas em ordem

crescente utilizando os sinais conforme a tabela 10.1.

Sinal Função

: Representar relações nominais.

- Separar tensões nominais e relações nominais de enrolamentos diferentes.

X Separar tensões nominais e relações nominais obtidas por religação série ou paralelo.

/ Separar tensões nominais e relações nominais obtidas por derivação.

Tabela10.1: Sinais para separação de tensões nominais e relações nominais (ABNT) [13].

Exemplos:

1. TPI com um enrolamento primário e um secundário:

2. TPI com enrolamento primário e dois enrolamentos secundários com derivações:

ou

3. TPI com enrolamento primário e um enrolamento secundário, com derivação em um deles:

1:120

VkV 1158.13

1:1:120/70 1:120/70120/70

3115

115

3115

115

3

8.13

V

V

V

VkV

1:70/60

VVkkV

1153

\8.13

3

5.11

79

4. TPI com um enrolamento primário para religação série ou paralelo e um enrolamento

secundário:

5. TPI com enrolamento primário com derivação e dois enrolamentos secundários, sendo um

com derivação:

6. TPI com enrolamento primário para religação série ou paralelo e dois enrolamentos

secundários, sendo um com derivação:

7. TPI com enrolamento primário e dois enrolamentos secundários, sendo um de tensão

residual:

1:210120

3

115

3

115

3

13800

1:12060x

VkVkVx 1158.139.6

1:120/100/70/6070/60

3

115115115

3

8.13

3

5.11 VVV

kVkV

1:120/7060/357035 xx

3

115115115

3

8.13

3

9.6 VVV

kVx

kV

80

10.2 IDENTIFICAÇÃO DOS TERMINAIS

Os terminais devem ser adequadamente identificados, para facilitar sua ligação correta,

usando as marcas de polaridade e, além destas, uma letra e algarismos em cada um dos

terminais.

A identificação deve ser feira da seguinte forma:

A letra distingue o enrolamento a que pertence o terminal:

a. H – Terminal de enrolamento primário.

b. X – Terminal de enrolamento secundário.

Os algarismos são dispostos conforme a série natural dos números inteiros e

usados como indicado a seguir:

a. Quando antes da letra, o algarismo indica o número do enrolamento

primário ou secundário, ou as diferentes fases nos conjuntos de medição.

b. Quando depois da letra, o mais baixo e o mais alto algarismo da série

indicam o enrolamento completo, e os intermediários sindicam as

derivações em sua ordem relativa.

Os terminais externos primários dos conjuntos de medição são numerados como

segue:

a. O número 0, para o terminal de neutro de entrada.

b. Os números 1, 2 e 3 para os demais terminais de entrada.

c. Os números 3, 4 e 5 para os terminais de saída.

Os terminais secundários e os terminais internos dos conjuntos de medição são

marcados de acordo com os tópicos 1 e 2 deste item.

Quando um TPI for religável, devem constar da placa de identificação as

indicações necessárias para a execução correta do religamento.

Os exemplos típicos de marcação dos terminais são demostrados nas figuras 10.1 e 10.2

e na tabela 10.2.

81

Figura 10.1: Marcação de terminais de conjunto de medições com três transformadores de

potencial e três de corrente [4].

Figura 10.2: Marcação de terminais de conjunto de medições com dois transformadores de

potencial e dois de corrente [4].

82

Transformador de Potencial indutivo

Denominação Esquema

De relação única

De relação dupla, com primário em duas

seções, destinadas a ligação série paralelo

De duas relações, com derivações no

primário

De duas relações, com derivações no

secundário

De dois enrolamentos secundários

Tabela 10.2: Exemplos de marcação de terminais TPI (ABNT) [13].

83

Para efeito de comparação, mostramos, na tabela 10.3, exemplos de marcação de

polaridade dos TC.

Tabela 10.3: Exemplos de marcação de terminais TC (ABNT) [13].

84

11 CONCLUSÃO

Conforme descrito no capítulo 1, o objetivo do presente trabalho é de fornecer aos

futuros engenheiros eletricistas um material único e conciso que lhes fornecessem meios

suficientes para compreender o funcionamento dos transformadores de instrumentos dando-

lhes condições de entrar no mercado de trabalho com maior conhecimento sobre esses

transformadores. Além disso, o trabalho visa mostrar aos estudantes a enorme complexidade

da concepção de um equipamento desse tipo.

Este projeto procurou organizar o material encontrado em livros, catálogos, sites dos

fabricantes, citações, artigos e normas em um único material, permitindo que estas informações,

antes dispersas em diversos lugares, estejam reunidas em um único exemplar.

Apesar de o material ser conciso em sua proposta, a constante evolução desses

equipamentos faz com que seja necessária a permanente atualização das informações contidas

nesse trabalho. Por isso, é importante consultar normas e fabricantes para manter atualizadas as

informações necessárias para especificar os transformadores de instrumentos.

11.1 SUGESTÃO DE TRABALHOS FUTUROS

Este trabalho deverá ser revisado no futuro de modo a incorporar as novas tecnologias

que estão atualmente em estudo ou que ainda serão desenvolvidas.

Tendo como sugestão os TC e TP ópticos que já vem sendo utilizados em alguns novos

sistemas elétricos.

85

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] OLIVEIRA, L. B. Consolidação de Material Didático para a Disciplina de Engenharia do

Trabalho Gestão da Produção – 2008

[2] D’AJUZ, A.; RESENDE, F. M.; CARVALHO, F. M. S.; NUNES, I. G. et al. Equipamentos

Elétricos; Especificação e Aplicação em Subestações de Alta Tensão. FURNAS/UFF – 1985

[3] GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. Ed. Atlas – 1991

[4] NEMÉSIO SOUSA, J. Material Didático da Disciplina de Equipamentos Elétricos

Transformador de Instrumentos. UFRJ - 2013

[5] BASSETO G. C. Introdução às Características Construtivas dos Transformadores de

Corrente de Fabricação Areva. 2007

[6] COUTINHO L. Transformador de potencial capacitivo. Areva. 2007

[7] PEREIRA T. Transformador de potencial capacitivo. Areva - 2007

[8] CELSO L. Introdução às Especificações de Transformadores de Potencial Indutivo - Alstom

- 2011

[9] MARDEGAN C. Transformadores de Corrente, potencial e bobinas de Rogowski para fins

de proteção – Parte II - O Setor Elétrico - Fevereiro de 2010

[10] FILHO SILVA C. Transformadores para Instrumentos – 2010

[11] DUALIBI P. Subestações - Tipos equipamentos e proteção. Novembro 1999.

[12] ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Transformadores de corrente –

Especificação - NBR 6856:1992.

[13] ABNT NBR 6855:2009. Transformadores de potencial – Especificação.

[14] ANSI - American National Standards Institute. Requirements for instrument transformers

– ANSI – C57.13-2000.

[15] NEMÉSIO SOUSA, J. Material Didático da Disciplina de Manutenção de Equipamentos

e Instalações Elétricas – Isolação de Equipamentos. UFRJ - 2013