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24 Consenso “Diabetes Gestacional”: Atualização 2017 Consensus on Gestational Diabetes: 2017 Update Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), com a colaboração de: Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal (SPOMMF) Sociedade Portuguesa de Neonatologia (SPN) Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) Programa Nacional da Diabetes da Direção Geral de Saúde (DGS) Divisão da Saúde Sexual e Reprodutiva da DGS Coordenadores: Maria do Céu Almeida, Jorge Dores e Luísa Ruas Comissão redatorial: Maria do Céu Almeida, Jorge Dores, Lisa Vicente, Sandra Paiva, Luísa Ruas CORRESPONDÊNCIA Maria do Céu Almeida Serviço de Obstetrícia Maternidade Bissaya Barreto Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Rua Augusta Rocha 3000 Coimbra Portugal Tel: 239 800 100 Recebido/Received: 06/12/2016; Aceite/Accepted: 12/12/2016. Revista Portuguesa de Diabetes. 2017; 12 (1): 24-38 RECOMENDAÇÕES GUIDELINES Grupo de Trabalho: Adelina Sá Couto – Obstetrícia - Hospital Pedro Hispano, ULS de Matosinhos Alexandra Vieira – Endocrinologia – Centro Hospitalar (C.H.) Leiria-Pombal Amália Pacheco – Obstetrícia - Hospital de Faro, C.H. Algarve Ana Campos – Obstetrícia - Maternidade Alfredo da Costa, C.H. Lisboa Central Ana Catarina Matos – Endocrinologia - Hospital Garcia de Orta, Almada Ana Figueiredo – Medicina Interna - C.H. e Universitário de Coimbra Ana Maria Andrade – Obstetrícia – Hospital da Senhora da Oliveira, Guimarães Ana Maria Gonçalves – Medicina Interna - Hospital Dr. José Almeida, Cascais Ana Paula Galante – Medicina Geral e Familiar, APMGF Ana Paula Silva – Obstetrícia - Hospital de Faro, C.H. Algarve Anabela Melo – Obstetrícia – Hospital de Penafiel, C.H. Tâmega e Sousa Ângela Neves - Medicina Geral e Familiar, APMGF Anneke Joosten – Medicina Interna – C.H. Barreiro-Montijo António Lobo – Obstetrícia - Maternidade Daniel de Matos, C.H. e Universi- tário de Coimbra Carla Ferreira – Obstetrícia – C.H. Vila Nova de Gaia-Espinho Clara Pinto – Obstetrícia – Maternidade Júlio Dinis, Centro Materno-infantil do Norte Célia Araújo – Obstetrícia – Hospital Santa Maria da Feira, C.H. entre Douro e Vouga Elsa Landim – Obstetrícia – Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, Amadora Elsa Pina – Medicina Interna - Hospital de Faro, C.H. Algarve Eva Ferreira – Nutrição – C.H. Vila Nova de Gaia-Espinho Fátima Domingues – Obstetrícia – Hospital de Santa Luzia, Viana de Castelo Fátima Silva – Medicina Interna - C.H. e Universitário de Coimbra Francelino Ferreira – Medicina Interna – C.H. Barreiro-Montijo Gabriela Mimoso – Pediatria - Maternidade Bissaya Barreto, C.H. e Universi- tário de Coimbra, SPN Inês Castelão – Nutrição – Hospital São Francisco Xavier, C.H. Lisboa Ocidental Joana Guimarães – Endocrinologia - Hospital Infante D. Pedro, C.H. Baixo Vouga Joana Queirós – Endocrinologia - C.H. de S. João, Porto, SPEDM Joana Vilaverde – Endocrinologia - C.H. do Porto, Centro Materno-infantil do Norte Jorge Couceiro – Obstetrícia - Maternidade Bissaya Barreto - C.H. e Universi- tário de Coimbra Jorge Dores – Endocrinologia - C.H. do Porto, Centro Materno-infantil do Norte José Augusto Simões – Medicina Geral e Familiar, APMGF José Guia – Medicina Interna - Hospital São Francisco Xavier, C.H. Lisboa Ocidental Laura Fajar – Endocrinologia - Hospital de Santa Luzia, Viana de Castelo Lisa Vicente – Obstetrícia - Direção Geral de Saúde Luísa Martins – Obstetrícia – Hospital Dr. José Almeida, Cascais Luísa Ruas – Endocrinologia - C.H. e Universitário de Coimbra Manuela Carvalheiro – Endocrinologia. Maria Alice Sousa – Medicina Interna - Hospital São Francisco Xavier, C.H. Lis- boa Ocidental Maria Carlos Cordeiro – Endocrinologia - Hospital Garcia de Orta, Almada Maria do Céu Almeida – Obstetrícia - Maternidade Bissaya Barreto - C.H. e Universitário de Coimbra Maria João Oliveira – Endocrinologia – C.H. Vila Nova de Gaia-Espinho Maria José Almeida – Obstetrícia - Hospital Infante D. Pedro, C.H. Baixo Vouga Maria Lopes Pereira – Endocrinologia - Hospital de S. Marcos, Braga Maria Lurdes Gonçalves – Obstetrícia - Hospital São Francisco Xavier, C.H. Lis- boa Ocidental Maria Manuela Ricciulli – Medicina Interna – C.H. das Caldas da Rainha Mariana Martinho – Endocrinologia – Hospital Penafiel, C.H. Tâmega e Sousa Marta Barbosa – Obstetrícia - C.H. Vila Nova de Gaia-Espinho Mónica Centeno – Obstetrícia - Hospital de Sta. Maria, C.H. Lisboa Norte Naiegel Pereira – Obstetrícia – Hospital Beatriz Ângelo, Loures Natércia Candeias – Endocrinologia - Maternidade Alfredo da Costa, C.H. Lis- boa Central Njila Amaral - Obstetrícia – Hospital Beatriz Ângelo, Loures Pedro Figueiredo – Obstetrícia – Hospital da Senhora da Oliveira, Guimarães Sandra Belo – Endocrinologia – C.H. S. João, Porto Sandra Paiva – Endocrinologia - C.H. e Universitário de Coimbra Sara Monteiro – Endocrinologia - C.H. Vila Nova de Gaia-Espinho Sónia Pratas – Endocrinologia - Hospital Beatriz Ângelo, Loures Teresa Ventura – Obstetrícia - Maternidade Alfredo da Costa, C.H. Lisboa Central Tiago Ferraz – Obstetrícia - C.H. S. João, Porto Tiago Rocha – Endocrinologia Vânia Ferreira - Obstetrícia – Hospital Santa Maria da Feira, C.H. entre Douro e Vouga

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Page 1: Consenso “Diabetes Gestacional”: Atualização 2017 · • Na primeira visita pré-natal todas as grávidas deverão ser submetidas a uma glicemia plasmática em jejum. • Um

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Consenso “Diabetes Gestacional”:Atualização 2017Consensus on Gestational Diabetes: 2017 Update

Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), com a colaboração de:Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM)Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal (SPOMMF)Sociedade Portuguesa de Neonatologia (SPN)Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF)Programa Nacional da Diabetes da Direção Geral de Saúde (DGS)Divisão da Saúde Sexual e Reprodutiva da DGS

Coordenadores: Maria do Céu Almeida, Jorge Dores e Luísa RuasComissão redatorial: Maria do Céu Almeida, Jorge Dores, Lisa Vicente, Sandra Paiva, Luísa Ruas

CORRESPONDÊNCIA

Maria do Céu AlmeidaServiço de ObstetríciaMaternidade Bissaya BarretoCentro Hospitalar e Universitário de CoimbraRua Augusta Rocha3000 Coimbra PortugalTel: 239 800 100

Recebido/Received: 06/12/2016; Aceite/Accepted: 12/12/2016.

Revista Portuguesa de Diabetes. 2017; 12 (1): 24-38RECOMENDAÇÕESG U I D E L I N E S

Grupo de Trabalho:Adelina Sá Couto – Obstetrícia - Hospital Pedro Hispano, ULS de MatosinhosAlexandra Vieira – Endocrinologia – Centro Hospitalar (C.H.) Leiria-PombalAmália Pacheco – Obstetrícia - Hospital de Faro, C.H. AlgarveAna Campos – Obstetrícia - Maternidade Alfredo da Costa, C.H. Lisboa CentralAna Catarina Matos – Endocrinologia - Hospital Garcia de Orta, AlmadaAna Figueiredo – Medicina Interna - C.H. e Universitário de CoimbraAna Maria Andrade – Obstetrícia – Hospital da Senhora da Oliveira, GuimarãesAna Maria Gonçalves – Medicina Interna - Hospital Dr. José Almeida, CascaisAna Paula Galante – Medicina Geral e Familiar, APMGFAna Paula Silva – Obstetrícia - Hospital de Faro, C.H. AlgarveAnabela Melo – Obstetrícia – Hospital de Penafiel, C.H. Tâmega e SousaÂngela Neves - Medicina Geral e Familiar, APMGFAnneke Joosten – Medicina Interna – C.H. Barreiro-MontijoAntónio Lobo – Obstetrícia - Maternidade Daniel de Matos, C.H. e Universi-tário de CoimbraCarla Ferreira – Obstetrícia – C.H. Vila Nova de Gaia-EspinhoClara Pinto – Obstetrícia – Maternidade Júlio Dinis, Centro Materno-infantil do NorteCélia Araújo – Obstetrícia – Hospital Santa Maria da Feira, C.H. entre Douro e VougaElsa Landim – Obstetrícia – Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, AmadoraElsa Pina – Medicina Interna - Hospital de Faro, C.H. AlgarveEva Ferreira – Nutrição – C.H. Vila Nova de Gaia-EspinhoFátima Domingues – Obstetrícia – Hospital de Santa Luzia, Viana de CasteloFátima Silva – Medicina Interna - C.H. e Universitário de CoimbraFrancelino Ferreira – Medicina Interna – C.H. Barreiro-MontijoGabriela Mimoso – Pediatria - Maternidade Bissaya Barreto, C.H. e Universi-tário de Coimbra, SPNInês Castelão – Nutrição – Hospital São Francisco Xavier, C.H. Lisboa OcidentalJoana Guimarães – Endocrinologia - Hospital Infante D. Pedro, C.H. Baixo VougaJoana Queirós – Endocrinologia - C.H. de S. João, Porto, SPEDMJoana Vilaverde – Endocrinologia - C.H. do Porto, Centro Materno-infantil do NorteJorge Couceiro – Obstetrícia - Maternidade Bissaya Barreto - C.H. e Universi-tário de Coimbra

Jorge Dores – Endocrinologia - C.H. do Porto, Centro Materno-infantil do NorteJosé Augusto Simões – Medicina Geral e Familiar, APMGFJosé Guia – Medicina Interna - Hospital São Francisco Xavier, C.H. Lisboa OcidentalLaura Fajar – Endocrinologia - Hospital de Santa Luzia, Viana de CasteloLisa Vicente – Obstetrícia - Direção Geral de SaúdeLuísa Martins – Obstetrícia – Hospital Dr. José Almeida, CascaisLuísa Ruas – Endocrinologia - C.H. e Universitário de CoimbraManuela Carvalheiro – Endocrinologia.Maria Alice Sousa – Medicina Interna - Hospital São Francisco Xavier, C.H. Lis-boa OcidentalMaria Carlos Cordeiro – Endocrinologia - Hospital Garcia de Orta, AlmadaMaria do Céu Almeida – Obstetrícia - Maternidade Bissaya Barreto - C.H. e Universitário de CoimbraMaria João Oliveira – Endocrinologia – C.H. Vila Nova de Gaia-EspinhoMaria José Almeida – Obstetrícia - Hospital Infante D. Pedro, C.H. Baixo VougaMaria Lopes Pereira – Endocrinologia - Hospital de S. Marcos, BragaMaria Lurdes Gonçalves – Obstetrícia - Hospital São Francisco Xavier, C.H. Lis-boa OcidentalMaria Manuela Ricciulli – Medicina Interna – C.H. das Caldas da RainhaMariana Martinho – Endocrinologia – Hospital Penafiel, C.H. Tâmega e SousaMarta Barbosa – Obstetrícia - C.H. Vila Nova de Gaia-EspinhoMónica Centeno – Obstetrícia - Hospital de Sta. Maria, C.H. Lisboa NorteNaiegel Pereira – Obstetrícia – Hospital Beatriz Ângelo, LouresNatércia Candeias – Endocrinologia - Maternidade Alfredo da Costa, C.H. Lis-boa CentralNjila Amaral - Obstetrícia – Hospital Beatriz Ângelo, LouresPedro Figueiredo – Obstetrícia – Hospital da Senhora da Oliveira, GuimarãesSandra Belo – Endocrinologia – C.H. S. João, PortoSandra Paiva – Endocrinologia - C.H. e Universitário de CoimbraSara Monteiro – Endocrinologia - C.H. Vila Nova de Gaia-EspinhoSónia Pratas – Endocrinologia - Hospital Beatriz Ângelo, LouresTeresa Ventura – Obstetrícia - Maternidade Alfredo da Costa, C.H. Lisboa CentralTiago Ferraz – Obstetrícia - C.H. S. João, PortoTiago Rocha – EndocrinologiaVânia Ferreira - Obstetrícia – Hospital Santa Maria da Feira, C.H. entre Douro e Vouga

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2017; 12 (1): 24-38Consenso “Diabetes Gestacional”: Atualização 2016

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> INTRODUÇÃO

A elaboração deste documento de atualização, dirigido à abordagem diagnóstica e terapêutica da mulher com hiperglicemia detetada na gravidez resultou da necessi-dade sentida por parte dos profissionais de atualizar al-gumas definições e condutas do consenso de 2011 acompanhando, deste modo, a evidência científica sur-gida nos últimos anos.A avaliação anual dos dados nacionais discutida em reu-niões nacionais e internacionais tem permitido aferir atitudes e procedimentos dando também uma contri-buição importante para esta atualização.

> DEFINIÇÃO E DIAGNÓSTICO

Definição

Diabetes Gestacional (DG) define-se como um subti-po de intolerância aos hidratos de carbono diagnosti-cado ou detetada pela primeira vez no decurso da gravidez.Em 2013 a OMS (1) passou a considerar a Diabetes Ges-tacional um subtipo de hiperglicemia diagnosticada pela primeira vez na gravidez em curso, diferenciando-se da Diabetes na Gravidez por apresentar valores gli-cémicos intermédios entre os níveis que considera nor-mais na gravidez e valores que excedem os limites diagnósticos para a população não grávida (Quadro I). Esta subdivisão enfatiza a relevância do subtipo menos frequente, mas mais grave, a Diabetes na Gravidez que, apesar de ser igualmente diagnosticada na gravi-dez em curso, pode refletir a existência de uma diabe-tes não diagnosticada antes desta, implicando o ras-treio mais assertivo de malformações fetais, de complicações microvasculares da diabetes, de maior necessidade de vigilância e terapêutica farmacológica durante a gravidez e eventual dispensa da reclassifica-ção pós-parto com uma PTOG.

Diagnóstico

Os critérios de diagnóstico recomendados neste consen-so são baseados nos resultados do estudo Hyperglycemia and Adverse Pregnancy Outcome (HAPO) (2) e de acordo com os critérios da Associação Internacional dos Grupos de Estudos de Diabetes e Gravidez (IADPSG) (3) que de-monstrou a existência de uma relação linear entre os va-lores da glicemia materna e as morbilidades materna, fe-tal e neonatal.Apesar de se manter grande controvérsia quanto à sua aplicabilidade, têm progressivamente vindo a ser ratifica-dos pelas diversas autoridades científicas como a OMS (1), FIGO (4), IDF (5), Endocrine Society (6) e parcialmente pela ADA. (7)

• Na primeira visita pré-natal todas as grávidas deverão ser submetidas a uma glicemia plasmática em jejum.

• Um valor da glicemia em jejum (de 8 a 12 horas) superior ou igual a 92 mg/dl (5,1 mmol/l) mas inferior a 126 mg/dl (7,0 mmol/l) faz o diagnóstico de DG.

• Grávidas com valores de glicemia plasmática em jejum igual ou superior a 126 mg/dl (7,0 mmol/l) ou com um valor de glicemia plasmática ocasional superior a 200 mg/dl (11,1 mmol/l), se confirmado com um valor em je-jum superior ou igual a 126 mg/dl, devem ser considera-das como tendo o diagnóstico de Diabetes Mellitus na Gravidez.

• Caso o valor da glicemia seja inferior a 92 mg/dl, a grá-vida deve ser reavaliada entre as 24 e 28 semanas de gestação com uma PTOG com 75 g de glicose.

A prova deve ser efetuada de manhã, após um jejum de pelo menos 8 horas, mas não superior a 12 horas. Deve ser precedida, nos 3 dias anteriores de uma atividade física regular e de uma dieta não restritiva contendo uma quan-tidade de hidratos de carbono de pelo menos 150 g. A prova consiste na ingestão de uma solução contendo 75 g de glicose diluída em 250-300 ml de água. São necessá-rias colheitas de sangue para determinação da glicemia plasmática às 0, 1h e 2h. Durante a prova a grávida deve manter-se em repouso.Um valor igual ou superior às glicemias expostas no qua-dro 1 é suficiente para o diagnóstico de Hiperglicemia na Gravidez. A estratégia de diagnóstico da hiperglicemia na gravidez está referida no Quadro II.A PTOG não deverá ser efetuada a grávidas submetidas previamente a cirurgia bariátrica porque a alteração da absorção, secundária à modificação anatómica conferida pela cirurgia, não permite validar os resultados obtidos após a sobrecarga glucídica. Nestas mulheres estão des-critos métodos de diagnóstico alternativos como a auto-vigilância glicémica em ambulatório ( jejum e 1 hora pós-

Hora NormalHiperglicemia na Gravidez

DiabetesGestacional

Diabetesna Gravidez

Glicemia plasmática mg/dl (mmol/l)

0 < 92 (5,1) 92 – 125 (5,1 – 6,9) ≥ 126 (7,0)

1 < 180 (10,0) ≥ 180 (10,0) –

2 < 153 (8,5) 153 – 199 (8,3 – 10,9) ≥ 200 (11,0)

Quadro I - Diagnóstico da Hiperglicemia na Gravidez e seus subtipos baseado na PTOG (24 – 28 semanas). (1)

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prandial) ou a monitorização contínua da glicose, durante uma semana, entre as 24 e 28 semanas de gestação. (8,9)

Reforça-se neste consenso e de acordo com o recomen-dado pela IADPSG, que não deve ser efetuada uma PTOG de diagnóstico antes das 24 semanas de gravidez, por au-sência de consistência dos resultados encontrados nesse período. Igualmente a PTOG não deve ser repetida de-pois das 28 semanas. A realização da PTOG após este pe-ríodo deverá ser excecionalmente limitada a casos em que a gravidez não foi vigiada até esta idade gestacional. Apesar da OMS admitir que o diagnóstico pode ser efetu-ado em qualquer momento da gravidez, dever-se-á ter sempre em consideração que o estudo HAPO que supor-ta estes critérios foi baseado nos resultados da PTOG ocorridos apenas entre as 24-28 semanas.

Autovigilância Glicémica

A autovigilância glicémica é fundamental para avaliar o perfil glicémico da grávida e a necessidade de iniciar te-rapêutica farmacológica.Deverão ser realizadas 4 determinações da glicemia capilar diárias, em jejum e 1 hora após o início das 3 principais refeições, podendo ser ajustado se necessá-rio. (1,4,6,7,10,11)

Nas grávidas sob terapêutica farmacológica, deverão ser realizadas 4 ou mais determinações glicémicas con-soante o esquema terapêutico.

Terapêutica Não Farmacológica

A terapêutica nutricional é fundamental no tratamento da DG durante toda a gravidez. (12)

O plano alimentar deve ser personalizado e de acordo com o estado nutricional, antecedentes clínicos, hábitos alimentares e sócio-culturais da grávida.Deverá ser elaborado por nutricionista/dietista.O plano alimentar deve ser equilibrado e os hidratos de carbono/valor calórico total devem ser distribuídos ao longo do dia por 3 refeições principais, 2-3 intermédias (meio da manhã e 1 a 2 lanches) e uma antes de deitar. A ceia deve conter hidratos de carbono complexos, de forma a evitar a hipoglicemia noturna e cetose matinal.O valor calórico total deverá obedecer à seguinte distri-buição de macronutrientes:• 50-55% de hidratos de carbono (aporte mínimo 175

gr/dia).• 30% de gorduras.• 15-20% de proteínas.Deve também ter-se em consideração, na dieta da grá-vida, os micronutrientes fundamentais como os mine-rais (ferro, iodo e cálcio), vitaminas (ácido fólico, vitami-na C e vitaminas lipossolúveis) e as fibras solúveis e insolúveis.O valor calórico deverá ter em consideração o IMC pré-vio à gravidez e o ganho ponderal durante a mesma (Quadro IV).Alguns estudos em mulheres obesas sugerem que um ganho ponderal inferior ao recomendado é seguro.6,14-16

A atividade física deve ser estimulada, preferencialmen-te a marcha, pelo menos 30 minutos diários, se possível no período pós-prandial.12

Terapêutica Farmacológica

A terapêutica farmacológica deverá ser iniciada quando os objetivos glicémicos não forem atingidos num perío-

Primeira visita pré-natal:

Glicemia em jejum a todas as mulheres

1 – Glicemia em jejum ≥ 126 mg/dl ou ocasional > 200 mg/dl + con-firmação – diagnosticar como Diabetes na Gravidez – Tratar e seguir como diabetes prévia

2 – Glicemia jejum ≥ 92 mg/dl e < 126 mg/dl – diagnosticar como DG

3 – Glicemia jejum < 92 mg/dl – rastrear DG às 24 – 28 semanas

24 – 28 semanas: Realização da PTOG

PTOG com 75 gr

1 – Glicemia em jejum ≥ 126 mg/dl ou na 2ª hora ≥ 200 mg/dl

Diagnosticar como Diabetes na Gravidez – tratar e seguir como dia-betes prévia

2 – Um ou mais valores alterados, mas inferiores aos do ponto ante-rior (ver tabela A): diagnosticar DG

3 – Todos os Valores normais (ver tabela A – Normal)

Quadro II - Estratégia de Diagnóstico e deteção de anomalias da gli-cemia no decurso da gravidez.

> VIGILÂNCIA E TERAPÊUTICA

Endocrinológica

Objetivos Glicémicos (Quadro III)

mg/dl mmol/l

Jejum/pré-prandial ≤ 95 ≤ 5,3

1 h após o início das refeições ≤ 140 ≤ 7,8

Quadro III - Objetivos glicémicos. (1,4,6,7,10-12)

Poderá ser considerado o valor ≤ 120 mg/dl (6.7 mmol/L), se realizado 2 horas após o início da refeição.

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do de 1 a 2 semanas após a instituição das medidas não farmacológicas e em qualquer altura da gravidez.A avaliação do crescimento fetal durante o 3º trimestre pode determinar o início, bem como, o ajuste da tera-pêutica farmacológica. (17)

As opções terapêuticas são:• metformina;• glibenclamida;• insulina.

Insulina

O tipo de esquema insulínico e o número de administra-ções são determinados consoante as necessidades indi-viduais, controlo glicémico e estilo de vida. Pode variar entre uma a várias administrações diárias. (12)

Todos os tipos de insulina, humanas ou análogos, po-derão ser utilizados. (10-12,22,26)

No momento atual existe pouca experiência na utiliza-ção da glulisina, quanto à segurança e eficácia na gravi-dez. (22,27)

Obstétrica

A DG é fator de risco para inúmeras complicações ma-ternas e fetais que deverão ser consideradas e rastrea-das durante a vigilância pré-natal. (4,6,10,11,28-30)

Do ponto de vista obstétrico, a vigilância centrar-se-á na redução da morbilidade materna e fetal através da mo-nitorização fetal anteparto e da decisão sobre momento e tipo de parto. (4,10,11,28)

Vigilância Anteparto

Otimizar o desfecho clínico em grávidas com DG requer:• adequado controlo metabólico;• vigilância fetal que permita detetar atempadamente

situações de maior risco perinatal: – hipoxia fetal; – anomalias do crescimento fetal; – alterações do volume de líquido amniótico.Na programação da vigilância pré-natal (Quadro VI) devem ser considerados os seguintes fatores: – Idade gestacional do diagnóstico; – Controlo metabólico; – Tipo de terapêutica instituída; – Alterações do crescimento fetal; – Alterações da quantidade de líquido amniótico; – Existência de comorbilidades.

IMC prévioà gravidez

Ganho Ponderal Total (Kg)

Ganho ponderal semanal no 2º e 3º

trimestre (Kg)

Baixo peso(<18,5 Kg/m2)

12,5 – 18Kg 0,51

Normal(18,5 - 24,9 Kg/m2)

11,5 - 16 Kg 0,42

Excesso de peso(25,0 – 29,9 Kg/m2)

7 – 11,5 Kg 0,28

Obesidade(≥30,0 Kg/m2)

5 - 9 Kg 0,22

Quadro IV - Ganho ponderal aconselhado durante a gravidez. (13)

Antidiabéticos Orais (ADO) (Quadro V)

Na DG a terapêutica com ADO tem sido alvo de vários estudos que têm demonstrado a sua segurança e eficá-cia, sendo uma alternativa segura. (4,12,18-22)

Com base nos estudos existentes sobre o uso de ADO na gravidez, (4,12,18-22) não há diferença, comparativamente à insulina, na evolução da gravidez e complicações neo-natais. Apresenta vantagens devido à diminuição dos custos, mais fácil administração e maior satisfação da grávida (22).A metformina atravessa a placenta, contudo não foram demonstrados efeitos teratogénicos. (22,23) Existe evidên-cia científica da segurança e eficácia da sua utilização durante a gravidez. Vários estudos têm demonstrado um menor aumento de peso da grávida. (18-22)

A passagem transplacentar da glibenclamida ainda não está bem esclarecida, não estando demonstrado qualquer efeito teratogénico. (19,20,24,25) Vários estudos (19,20,24,25) demonstraram eficácia semelhante à insulina no controlo glicémico, complicações obstétricas e re-sultados neonatais. Com este fármaco parece, no en-tanto, existir um maior risco de hipoglicemia neona-tal. (12,18)

Dose inicial

Dose máxima

Frequência Horário

Metformina 500 mg 2500 mg 1 a 3Durante ou após refeição

Glibenclamida 1,25 mg 20 mg 1 a 3Antes das refeições

Todos os outros antidiabéticos orais estão contraindicados. (12,19)

Quadro V - ADO: posologia recomendada.

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Quando o diagnóstico de DG é feito no 1º trimestre o es-quema de vigilância recomendado será o do Quadro VI.Quando o diagnóstico de DG é feito no 2º trimestre (en-tre as 24 e 28 semanas) o esquema proposto será o do Quadro VII.Na avaliação ecográfica do crescimento fetal deverá considerar-se, para além do peso estimado, a existên-

cia de uma discrepância entre o perímetro cefálico e abdominal (sinal ecográfico de mau controlo metabó-lico).31,32

Nenhuma técnica de avaliação do bem-estar fetal será efetiva sem um controlo glicémico adequado.Na avaliação do controlo metabólico da grávida deve ter-se em conta os itens do Quadro VIII.

1º trimestreConsulta mensal de obstetrícia

Efetuar os rastreios preconizados a todas as grávidas entre as 9 e as 13 semanas e 6 dias

2º trimestre

Consulta mensal de obstetrícia.

Ecografia morfológica entre as 20 e 22 semanas com particular atenção à área cardíaca.

A realização de ecocardiografia fetal entre as 20 e 24 semanas deverá ser ponderada nos casos de difícil controlo metabóli-co e nas situações em que foi necessário a terapêutica farmacológica antes das 20 semanas.

Ecografia fetal por volta das 28 semanas para avaliação do crescimento fetal e do líquido amniótico*.

3º trimestre

A periodicidade das consultas pré-natais deverá ser de 2 a 4 semanas até às 36-37 semanas, dependendo este intervalo de cada caso, e depois semanalmente.

Avaliação ecográfica a cada 4 a 6 semanas, dependendo este intervalo de cada caso.

A cardiotocografia deverá ser realizada no termo da gravidez nas grávidas com bom controlo metabólico e sem terapêutica farmacológica. Nos restantes casos a sua utilização deve ser individualizada.

O perfil biofísico fetal e a fluxometria devem ser ponderados nos casos de alterações do crescimento fetal e com uma periodicidade variável dependendo de cada caso.

* Segundo a evidência atual alterações do crescimento e/ou quantidade do líquido amniótico às 28 semanas devem implicar ajuste terapêutico.17,29

Quadro VI - Vigilância anteparto - diagnóstico de DG no 1º trimestre.

3º trimestre

A periodicidade das consultas pré-natais deverá ser de 2 a 4 semanas até às 36-37 semanas, dependendo este intervalo de cada caso, e depois semanalmente.

Avaliação ecográfica por volta das 32 semanas e posteriormente, se indicado*, às 36-37 semanas.

A cardiotocografia deverá ser realizada no termo da gravidez nas grávidas com bom controlo metabólico e sem terapêutica farmacológica. Nos restantes casos a sua utilização deve ser individualizada.

O perfil biofísico fetal e a fluxometria devem ser ponderados nos casos de alterações do crescimento fetal e com uma periodicidade variável dependendo de cada caso.

* Indicações: difícil controlo metabólico, alterações do crescimento fetal e/ou líquido amniótico, necessidade de terapêutica farmacológica.

Quadro VII - Vigilância anteparto - diagnóstico de DG no 2º trimestre.

Controlo metabólico:

Perfil glicémico

Crescimento fetal na ecografia

Alterações da quantidade de líquido amniótico

Valores de HbA1c (evolução ao longo da gravidez) *

* Não sendo uma análise de rotina pode ser importante na avaliação do controlo glicémico em algumas situações.

Quadro VIII - Fatores que permitem aferir do controlo metabólico. > PARTO

Obstetrícia

Na ausência de complicações materno-fetais, uma das questões mais controversas é a altura ideal para termi-nar a gravidez. (4,10,11,28,33-35)

Os potenciais benefícios associados à indução são evitar:• mortes fetais tardias.• complicações relacionadas com o aumento excessivo do

peso fetal (distocia de ombros e lesões do plexo braquial).

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As potenciais desvantagens associadas à indução:• risco de taquissistolia.• prematuridade iatrogénica.• induções falhadas.• anomalias da duração do trabalho de parto.• aumento do risco de parto intervencionado.Há poucos estudos bem desenhados e devidamente randomizados que permitam uma comparação entre in-dução eletiva e atitude expectante nas grávidas com DG. (36-38) A idade gestacional ideal para a programação do parto depende, essencialmente, do controlo metabólico materno e alterações no crescimento fetal. (4,10,11,33-35)

A existência de determinados fatores de risco (Quadro IX) deverá implicar uma abordagem individualizada.

Na presença de outros fatores, como uma discrepância importante entre perímetro abdominal e perímetro ce-fálico (≥50 mm)32, um perímetro abdominal superior ao percentil 95 ou uma estimativa ponderal fetal superior a 4500 gramas, no termo (10,28,33) deverá ponderar-se a rea-lização de uma cesariana eletiva. Nestes casos, se a grá-vida entra em trabalho de parto (TP) espontâneo, o par-to vaginal, incluindo parto instrumentado, deve estar limitado às situações de boa progressão do 2º estadio do TP. (28)

Realça-se em relação à estimativa ecográfica do peso fetal (após as 36 semanas) que pode existir uma mar-gem de erro entre 10 e 15%. (39,40)

O trabalho de parto, espontâneo ou induzido, deve evoluir sob monitorização fetal contínua. (10,11,28)

Endocrinologia

Pontos Chave• A grávida com DG tratada com uma dose de insulina/

ADO clinicamente relevante deve ser abordada du-rante o TP como uma grávida com diabetes mellitus prévia.

• A grávida com DG deve suspender no dia do parto a terapêutica oral hipoglicemiante, prescrita durante a gravidez.

Objetivos Metabólicos

Durante o TP deve manter-se um controlo metabólico otimizado.Valores de glicemia capilar recomendados: 70 a 110 mg/dl (3,9 a 6,1 mmol/L). (6,10,11,28,41,42)

Fatores de risco a ter em consideração na decisão determinar a gravidez

– Idade materna ≥40 anos

– Obesidade

– Antecedentes de complicações obstétricas

– Presença de outras comorbilidades

Quadro IX - Fatores de risco para a decisão de terminar a gravidez.

Fatores de ponderação:

– Nuliparidade

– Obesidade

– Antecedentes de macrossomia

– Antecedentes de partos traumáticos

– TP espontâneo ou induzido

– Equilíbrio metabólico na gravidez

– Alterações do crescimento fetal

Quadro X - Fatores de ponderação na decisão da via do parto.

Idade Gestacional do Parto

Na decisão da idade gestacional do parto deve ter-se em consideração os fatores anteriormente referidos (quadros VIII e IX) permitindo deste modo uma indivi-dualização de cada caso clínico. Globalmente será reco-mendada a seguinte conduta:• Nas grávidas com bom controlo metabólico e sem al-

terações do crescimento fetal e/ou liquido amniótico a gestação não deverá ultrapassar as 40 semanas e 6 dias; (11,28,33,34)

• Nas restantes grávidas (difícil controlo, alterações no crescimento fetal, alterações da quantidade de liquido amniótico, presença de outras complicações obstétri-cas) deverá ser uma decisão individualizada, não de-vendo ultrapassar as 39 semanas e 6 dias. (4,10,11,28,34)

Via do Parto

A via vaginal é considerada preferencial. (4,10,11,28)

A indução do trabalho de parto (28) deve ser considerada na presença de complicações maternas e/ou fetais, ten-do em conta fatores como a idade gestacional, parida-de, índice de Bishop e avaliação do crescimento fetal.

Na decisão da via do parto deve-se ter em atenção al-guns fatores (Quadro X).

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Vigilância e Terapêutica (Quadros XI e XII) (12,43)

Quadro XII

Peri-parto das grávidas diabéticas tratadas em ambulatório COM insulina ou ADO

Antes do partoManter o esquema terapêutico que fazia em ambulatório

Registo das glicemias antes, 1.00 h após as refeições e antes de deitar

Dia do parto

Não administrar a dose habitual de insulina ou do ADO

A partir do momento em que é admitida no Serviço na fase ativa do trabalho de parto, inicia perfusão de Soro Polielectrolítico com glicose a 125 ml/h

Perfundir em seringa infusora 50 UI de insulina de ação curta (regular) em 50 cc de soro fisiológico (SF) a um débito variável segundo a glicemia capilar horária

Algoritmo de correção

Glicemia capilar (mg/dl) < 6061a

100

101a

120

121a

150

151a

200

201a

250

251a

300

301a

350

351a

400> 400

Insulina EV (UI) 0 0,5 1 2 4 6 7 8 9 10

> 350 Administrar 5 UI de insulina IM de 2/2 h até a glicemia < 120

Após o parto

Após a dequitadura suspender o SF com insulina, mantendo a perfusão de soro polieletrolítico com glicose até iniciar alimentação oral.

Não administrar a dose habitual de insulina/ADO prescrita em ambulatório

Administrar Insulina regular via SC em função da glicemia capilar medida de 2/2 horas, ou antes das refeições, logo que inicie alimentação oral (ver algoritmo de correção abaixo)

Se a glicemia > 140 mg/dl em 2 determinações sucessivas, contactar o médico para a instituição de terapêutica de base

Quadro XI

Peri-parto das grávidas diabéticas tratadas em ambulatório SEM insulina ou ADO

Antes do partoManter o plano alimentar que fazia em ambulatório

Registo das glicemias antes, 1.00 h após as refeições e antes de deitar

Dia do parto

A partir do momento em que é admitida no Serviço na fase ativa do trabalho de parto, inicia perfusão de Soro Polielectrolítico com glicose a 125 ml/h

Administrar Insulina regular por via SC em função da glicemia capilar medida de 4/4 horas

Algoritmo de correção

Glicemia capilar (mg/dl) < 100 101 a 150 151 a 200 201 a 250 251 a 300 301 a 350

Insulina SC (UI) 0 3 4 6 8 10

> 350 Administrar 5 UI de insulina IM de 2/2 h até a glicemia < 120

Após o parto

Logo que inicie alimentação PO, suspender a perfusão de soros glicosados e fazer a pesquisa de glicemias antes do pequeno-almoço, almoço e jantar

Se a glicemia < 120 mg/dl em 3 determinações sucessivas, suspender as pesquisas de glicemia

Se a glicemia > 200 mg/dl em 2 determinações sucessivas,contactar o médico para a instituição de terapêutica de base

NOTA: A implementação das recomendações deve ser adaptada às características particulares das realidades locais.

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> O RECÉM-NASCIDO

A hiperglicemia materna ao induzir hiperglicemia fetal e consequente hiperinsulinismo é considerada responsá-vel pela maioria das complicações fetais e neonatais. O prognóstico perinatal está relacionado com o tipo de diabetes e seu controlo metabólico. 44,45

Morbilidade/Fisiopatologia (Figura 1)

Atitudes

• Na sala de partos – Prever a necessidade de reanimação neonatal. – Identificar anomalias congénitas e lesões traumáticas.• Alojamento conjunto com a mãe, contacto pele-pele

ao nascer e alimentação precoce. O internamento em Cuidados Intensivos/Intermédios apenas está indica-do na prematuridade inferior a 34 semanas de gesta-

Peri-parto das grávidas diabéticas tratadas em ambulatório COM insulina ou ADO

Algoritmo de correção

Glicemia capilar(mg/dl)

< 140 141 a 200 201 a 250 251 a 300 301 a 350 351 a 400

Insulina SC (UI)

0 3 5 8 10 12

> 400 – Administrar 5 UI de insulina IM de 2/2 h até a glicemia < 160

* Em alternativa à perfusão de insulina com seringa infusora, pode ser usada perfusão de insulina em bomba perfusora – 25 unidades de insulina regular em 250 ml de SF a perfundir a um volume/hora 10 vezes superior ao preconizado no esquema da seringa. (42)

Asfixia perinatalCardiomiopatiaDificuldade respiratóriaTrauma de parto

Hiperbilirrubinémia

PLACENTA

Hiperglicemia materna

Hiperglicemia fetal

Anomalias congénitas(peri-concepcional)

Restrição crescimento fetal(0 – 20s gravidez)

Hiperinsulinismo(>20s gestação)

Hiperinsulinismo fetal Hiperglicemia fetal

Hipoglicemia neonatal(0-7 dias de vida)

Défice de Surfactante(neonatal)

Imaturidade metabolismo hepático(neonatal)

Sequelas do neurodesenvolvimento

Policitémia

Hipóxia fetal(>30 semanas gravidez)

Macrossomia fetal(>20 semanas gravidez)

adaptado de Barthell JE (46)

Figura 1 - Morbilidade/Fisiopatologia

Quadro XII (continuação)

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ção e/ou < 1800g; sofrimento fetal com consequente asfixia; dificuldade respiratória ou anomalia congénita major.

Morbilidade respiratória – Internamento em cuidados intensivos neonatais – suporte respiratório e exclusão de cardiopatia, policitémia ou infeção.Anomalias congénitas – Orientar de acordo com o tipo de anomalia.Hipoglicemia – Sinais e sintomas inespecíficos – Glice-mia capilar entre a 2ª e a 4ª hora de vida. Se hipoglice-mia (< 46 mg/dl / 2,6 mmol/L) persistente ou sintomáti-ca – internar em UCIN e prever a administração de perfusão de glicose.Hiperbilirrubinémia – Orientar de acordo com tabelas de referência para a idade gestacional, peso de nasci-mento e horas de vida.Trauma de parto – Referenciar a consulta de plexo bra-quial/Neuropediatria/Medicina física e reabilitação, se necessário.A maioria dos RN, de mãe com DG, tem um percurso perinatal sem incidentes, com uma conduta obstétrica e neonatal adequada. 47,48

> VIGILÂNCIA PÓS-PARTO

Obstétrica

A vigilância no puerpério imediato é semelhante à da puérpera sem hiperglicemia durante a gravidez tendo como objetivo a deteção e tratamento precoces de pro-váveis complicações, como a hemorragia pós-parto se-cundária a atonia uterina e a infeção.Durante o tempo de internamento os profissionais de saúde devem promover a adoção de estilos de vida sau-dáveis, incentivar a amamentação precoce (4,28) (para além dos benefícios gerais conhecidos há uma diminui-ção do risco de desenvolvimento futuro de diabetes) e informar sobre os métodos contracetivos mais adequa-dos. O progestativo isolado não está contraindicado nas mulheres com hiperglicemia na gravidez. (49)

A depressão pós-parto parece ser mais frequente nas mulheres com hiperglicemia na gravidez, pelo que se deve ter especial atenção a esta situação. (50,51)

Endocrinológica

Se a grávida foi tratada com insulina/ADO, no puerpério imediato deve-se seguir um esquema de vigilância e te-rapêutico idêntico ao da grávida com diabetes prévia.Normalmente, deixa de ser necessária a administração

de insulina e pode suspender-se a pesquisa das glice-mias capilares após a confirmação da sua normalidade sem soro glicosado 24 a 48h após o parto. (43)

Na grávida bem controlada sem necessidade de insuli-na, pode ser suspensa a vigilância glicémica.A amamentação deve ser incentivada devido aos seus possíveis benefícios a curto e a longo prazo para a mãe e para o filho, com redução neste do risco futuro de obesidade, doenças cardiovasculares e intolerância à glicose. (4,12,28)

Antes da alta deve ficar assegurada a marcação da PTOG de reclassificação, realizada de acordo com os critérios da OMS (anexo 2), idealmente para as 6 a 8 semanas após o parto devendo coincidir com a consulta de revi-são puerperal. (4,10,11,28)

> IMPLICAÇÕES FUTURAS

Mulheres com Antecedentes de Hiperglicemia Detetada na Gravidez

Diabetes Gestacional – Todas as mulheres com o diag-nóstico prévio de DG deverão ser submetidas a uma PTOG com 75g de glicose, idealmente 6 a 8 semanas após o parto, como forma de reclassificação, de acordo com os critérios da OMS – Anexo 2.As mulheres com antecedentes de DG têm um risco au-mentado de a desenvolver numa gravidez subsequente. Apresentam risco acrescido de desenvolver hiperglice-mia intermédia, diabetes tipo 2 ou síndrome metabóli-ca. (4,11,12) Este risco depende de fatores ambientais, gené-ticos e estilos de vida.Os antecedentes de DG não constituem, por si só, restri-ção à escolha do método contracetivo. Segundo os cri-térios de elegibilidade da OMS (49) todos os métodos contracetivos são seguros em mulheres com antece-dentes de DG (classe 1). No planeamento de uma futura gravidez será desejável efetuar uma glicemia em jejum e, se indicado, uma PTOG antes da conceção.Na ausência de uma futura gravidez, a avaliação meta-bólica a longo prazo dependerá sobretudo do risco es-timado de desenvolver diabetes tipo 2.Diabetes na Gravidez – Esta nova entidade é um subti-po da hiperglicemia detetada pela primeira vez na gra-videz que ocorre com muito menor frequência que a DG. Contudo, os limiares diagnósticos coincidentes com os valores glicémicos que definem a diabetes fora da gravidez, levam a uma maior intensificação da vigilância e tratamento, semelhantes a uma diabetes prévia à gra-videz. A informação disponível sobre a necessidade de reclassificação é omissa sobre a realização de uma PTOG

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após o parto nas mulheres com estes antecedentes. É colocada maior relevância no rastreio mais efetivo das complicações crónicas da doença, pelo que se deverá dar mais ênfase à glicemia em jejum e à HbA1c na ava-liação metabólica pós-parto destas mulheres.1Nas mulheres com critérios de diabetes e na ausência de complicações vasculares todos os métodos contraceti-vos podem ser utilizados, segundo os critérios de elegi-bilidade da OMS (Classe 2). (49)

Recomendações:É imperativa a adoção de estilos de vida saudáveis, que passam por um adequado plano alimentar e de exercí-cio físico com vista à normalização ponderal e controlo de todos os fatores de risco vascular.Deve ser evitado também o uso de fármacos com possí-vel efeito hiperglicemiante, nestas mulheres.Sob ponto vista laboratorial, aconselha-se a realização anual de glicemias plasmáticas.

Nos Filhos de Mulher com Hiperglicemia Detetada na Gravidez

Os RN de mãe com DG têm um risco significativo de com-plicações a longo prazo. (52) O mecanismo envolvido na patogénese dessas complicações ainda não está bem es-tabelecido (52), mas acredita-se que o hiperinsulinismo/hi-perglucagonemia, a hipoglicemia, a hipoxia fetal e as alte-rações hormonais subjacentes possam estar envolvidas.Estes achados relacionam-se com o conceito de progra-mação metabólica em que um estímulo ou agressão (fi-siológico e metabólico), durante um período crítico do desenvolvimento (período pré e pós-natais imediato) influencia o futuro, condicionando alterações que le-vam à doença na idade adulta. (53-55)

A morbilidade a longo prazo mais comummente asso-ciada à DG encontra-se sintetizada no Quadro XIII.

cia e de síndrome metabólico na adolescência, que pa-rece ser independente do peso ao nascer, do grau de gravidade da DG e do IMC materno. (61,62) O risco cardio-metabólico na idade adulta parece estar também au-mentado neste caso. (63)

Antropométricas

A hiperglicemia intrauterina conduz não só a um de-senvolvimento excessivo na fase final da gestação com aparecimento de macrossomia, mas também a excesso ponderal ou obesidade desde a infância até ao adulto jovem. (55-59) O “imprinting metabólico” para a obesida-de ocorre com uma ou mais alterações nos valores de glicemia na PTOG e a hiperglicemia em jejum é um fa-tor preditivo da obesidade infantil. Contudo, este risco pode ser modificável com o tratamento e controlo da DG.

Neurodesenvolvimento

Défices neurológicos a longo prazo no filho da mulher com diabetes incluem: paralisia cerebral, atraso mental, convulsões, alterações na fala e no comportamento, di-ficuldade na leitura e surdez; resultam geralmente de traumatismo no parto pela macrossomia, da hipoglice-mia, hiperbilirrubinemia neonatais e também de altera-ções do metabolismo in útero. (48,53,60)

Parece existir uma correlação negativa entre a hipergli-cemia in útero e o desenvolvimento psicomotor e cog-nitivo do filho. (64)

> CONCLUSÕES

É muito gratificante verificar que o entusiamo, envolvi-mento e empenho dos profissionais, que trabalham esta área, se tem mantido durante todos estes anos e que se traduz na elaboração desta atualização e na manuten-ção do preenchimento da base de dados de âmbito na-cional das grávidas com diabetes. Esta base tem sido uma ferramenta muito útil para a discussão de procedi-mentos em função dos resultados.A evolução do conhecimento resultante de novas evi-dências científicas associadas a uma análise constante dos resultados nacionais das grávidas com hiperglice-mia, justificaram a revisão do consenso anterior com o objetivo de melhorar os resultados futuros.Tal como na publicação de 2011, a dificuldade em se conseguir uma opinião consensual em alguns itens, re-sultou da própria ausência de uniformidade de critérios entre as diversas Sociedades Científicas, pelo que algu-

Metabólicas (45,48,51,53,55,56)

Diabetes tipo 2Diabetes gestacional transgeracionalDislipidemiaSíndrome metabólico

Cardiovasculares Hipertensão arterial (48,55,57)

Antropométricos Obesidade (55,56,58,59)

Neurocognitivas Alterações do neurodesenvolvimento (48,53,60)

Quadro XIII - Morbilidade a longo prazo associada à DG.

Metabólicas e Cardiovasculares

Na DG, a hiperinsulinemia in útero está associada a um aumento no risco de aparecimento de insulinorresistên-

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mas afirmações expressas no consenso resultam de uma reflexão profunda da leitura da literatura e a emissão consensual do seu parecer.Este documento de consenso pretende fornecer diretrizes para a vigilância e tratamento das grávidas com hipergli-cemia detetada na gravidez, de acordo com a classifica-

ção da OMS1 de 2013, com adaptação pontual às condi-ções locais e particularidades de cada situação clínica.Este trabalho é o corolário do diálogo interdisciplinar e do esforço pessoal de todos quanto contribuíram para dar a sua opinião válida para que possamos, no futuro, tratar ca-da vez melhor as nossas grávidas com hiperglicemia. <

ANEXO 1

DIABETES GESTACIONAL

Algoritmo de decisão para diagnóstico e tratamento

* Necessária confirmação com glicemia em jejum ≥ 126 mg/dl ** PTOG anormal quando pelo menos um dos valores é atingido

PTOG normalJejum < 92 e

1 hora < 180 e 2 horas < 153

PTOG anormal **Jejum ≥ 92 ou

1 hora ≥ 180 ou2 horas ≥ 153

Glicemia em jejum ≥ 126 mg/dlSE Glicemia ocasional ≥ 200 mg/dl*

Glicemia ≥ 92 mg/dl e< 126 mg/dlGlicemia em jejum < 92 mg/dl

Tratar como Diabetes Gestacional

Não repetir PTOGapós as 28 semanas

Tratar como Diabetesprévia à gravidez

Abordagem UniversalGrávidas na 1ª consulta pré-natal

1º TrimestreAvaliar

Glicemia em jejum

Exame normalReavaliar às 24-28 semanas com

PTOG de 75 gr

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ANEXO 2

PROVA DE TOLERÂNCIA ORAL À GLICOSE FORA DO CONTEXTO DA GRAVIDEZ

Procedimento e interpretação 65,66

A prova deve ser realizada de manhã após pelo menos 3 dias de regime alimentar normal (150 gr de hidratos de car-bono/dia) e atividade física regular. A prova deve ser precedida de um jejum de 8 a 14 horas, durante a qual é permi-tida ingestão de água. Não é permitido fumar durante a prova. Devem ser registadas informações sobre fatores que influenciem a interpretação de resultados (por ex.: medicação, inatividade, infeção, etc.).

Após a colheita de sangue em jejum, o indivíduo deve beber um soluto que contenha 75 gr de glicose em 250 a 300 ml de água no decurso de 5 minutos. A segunda colheita de sangue deve ser realizada 2 horas após o início da inges-tão do soluto glicosado.

Classificação / CondiçãoConcentração de glicose, mg/dl (mmol/l)

Plasma venoso

DIABETES MELLITUSJejum

2h após a ingestão do soluto glicosado

≥ 126 (≥ 7,0)ou

≥ 200 (≥ 11,1)

ANOMALIA DA TOLERÂNCIA À GLICOSEJejum

2h após a ingestão do soluto glicosado

< 126 (< 7,0)e

≥ 140 (7,8) e < 200 (11,1)

ANOMALIA DA GLICEMIA DO JEJUMJejum

≥ 110 (6,1) e < 126 (7,0)

Valores diagnósticos para a PTOG

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Porquê escolher Victoza®?

Não é recomendada a utilização de Victoza em doentes com compromisso hepático grave. Gravidez e aleitamento: Victoza não deve ser utilizado durante a gravidez. Se uma doente pretender  car grávida, ou se ocorrer uma gravidez, o tratamento com Victoza deverá ser interrompido. Victoza não deve ser utilizado durante a amamentação. Efeitos indesejáveis: As reações adversas mais frequentes foram náuseas e diarreia. As reações adversas frequentes incluíram cefaleias, vómitos, dispepsia, dores no abdómen superior, obstipação, gastrite, �atulência, distensão abdominal, re�uxo gastroesofágico, desconforto abdominal, dor de dentes, bronquite, nasofaringite, tonturas, fadiga, diminuição do apetite, reações no local da injeção, erupção cutânea, aumento do ritmo cardíaco, hipoglicemia, anorecia, lipase aumentada e amilase aumentada. Com a utilização de Victoza foram noti cados poucos casos de desidratação, compromisso renal, urticária, prurido e mal-estar. Os doentes a receber Victoza em combinação com uma sulfonilureia ou uma insulina basal poderão ter um risco acrescido de hipoglicemia. O risco de hipoglicemia pode ser diminuído com uma redução da dose de sulfonilureia ou de insulina basal. Foram comunicados poucos casos (<0,2%) de pancreatite aguda durante ensaios clínicos de longo prazo com Victoza. Casos de pancreatite foram, também, comunicados após a comercialização. Sobredosagem: Em ensaios clínicos e da utilização na pós-comercialização, foram noti cadas sobredosagens até 40 vezes (72 mg) a dose de tratamento recomendada. Geralmente, os doentes noti caram náuseas, vómitos e diarreia graves. Nenhum dos doentes noti cou hipoglicemia grave. Todos os doentes recuperaram sem complicações. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO: Novo Nordisk A/S, Novo Allé, DK-2880 Bagsværd, Dinamarca. Representante local: Novo Nordisk, Lda., Rua Quinta da Quintã, 1 – 1º, Quinta da Fonte, 2744-970 Paço de Arcos. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO: Nº Registo U.E.: EU/1/09/529/002. Código Nacional: 5216320. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO: 30 de junho de 2009. DATA DA ÚLTIMA RENOVAÇÃO: 11 de abril de 2014. DATA DA REVISÃO DO TEXTO: 09/2016. Medicamento sujeito a receita médica. Comparticipado a 90%. Para mais informações deverá contactar o representante local do titular da A.I.M.

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INFORMAÇÕES ESSENCIAIS COMPATÍVEIS COM O RCM - VICTOZA® NOME DO MEDICAMENTO: Victoza 6 mg/ml, solução injetável numa caneta pré-cheia. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA: 1 ml de solução contém 6 mg de liraglutido. Uma caneta pré-cheia contém 18 mg de liraglutido em 3ml. INFORMAÇÕES CLÍNICAS: Indicações terapêuticas: Victoza é indicado no tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2 para alcançar o controlo glicémico em: Monoterapia: quando a dieta e o exercício físico por si só não permitem um controlo glicémico em doentes para os quais a utilização de metformina é considerada inapropriada devido a intolerância ou a contraindicações, e em: Terapia combinada: em combinação com medicamentos orais para a redução da glicose sanguínea e/ou insulina basal, quando estes, em conjunto com a dieta e o exercício, não proporcionam um controlo glicémico adequado. Posologia e modo de administração: A dose inicial é de 0,6 mg de liraglutido por dia. Após, pelo menos, uma semana, a dose deve ser aumentada para 1,2 mg. Com base na resposta clínica, após, pelo menos, uma semana, a dose pode ser aumentada para 1,8 mg para melhorar o controlo glicémico. Victoza é administrado uma vez por dia em qualquer altura, independentemente das refeições, e pode ser injetado por via subcutânea no abdómen, na coxa ou no braço. Victoza não deve ser administrado por via intravenosa ou intramuscular. Em combinação com metformina com ou sem uma tiazolidinediona, a dose não necessita de ser ajustada. Quando Victoza é adicionado à terapia com sulfonilureia ou insulina basal, deve ser tida em consideração uma redução da dose de sulfonilureia ou de insulina basal, para reduzir o risco de hipoglicemia. Contraindicações: Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. Advertências e precauções especiais de utilização: Victoza não deve ser utilizado em doentes com diabetes mellitus tipo 1 ou no tratamento da cetoacidose diabética. Victoza não é um substituto da insulina. Existe uma experiência limitada em doentes com doença in�amatória do intestino e gastroparesia diabética, pelo que Victoza não é recomendado nestes doentes. Existe uma experiência limitada em doentes com insu ciência cardíaca congestiva New York Heart Association (NYHA) classe I-II. Não existe experiência em doentes com insu ciência cardíaca congestiva NYHA classe III-IV. Pancreatite aguda: A utilização de agonistas dos recetores GLP-1 foi associada a risco de desenvolvimento de pancreatite aguda. Foram noti cadas poucas ocorrências de pancreatite aguda. Os doentes devem ser informados sobre os sintomas característicos da pancreatite aguda. Se houver suspeita de pancreatite, deverá ser interrompida a administração de Victoza; se se con rmar o diagnóstico de pancreatite aguda, o tratamento com Victoza não deve ser reiniciado. Deve haver precaução em doentes com história de pancreatite. Foram comunicados acontecimentos adversos, incluindo calcitonina no sangue, bócio e neoplasia da tiróide, em ensaios clínicos, especialmente em doentes com doença pré-existente da tiróide. Os doentes tratados com Victoza devem ser avisados do potencial risco de desidratação relacionado com efeitos secundários gastrointestinais e a tomarem precauções de modo a evitar a depleção de �uidos. Victoza não pode, atualmente, ser recomendado para utilização em doentes com compromisso renal grave, incluindo doentes com doença renal em estado terminal.

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> ERRATA

No artigo original «“Desenvolvimento e Validação do Folheto Informativo “Guia de Uso Prático – Como Testar a sua Glicemia”, da autoria de M. T. Costa, L. M. Santiago e A. P. Fonseca, publicado na Revista Portuguesa de Diabetes – Vol. 11 - nº 4 – Dezembro 2016”», a palavra inicial do título inglês (no topo da pág. 141) saiu em português; assim, nesse título, em vez de “Suplementação and Validation…” deverá ler-se “Development and Validation…”. No mesmo artigo original, o primeiro subtítulo (no final da coluna da direita da pág. 141), saiu em inglês e não em português; assim, nesse subtítulo, onde se lê “INTRODUCTION” deverá ler-se “INTRODUÇÃO”. Ainda no mesmo artigo original, na pág. 145, na quarta linha (a contar do topo da pág.) da coluna da esquerda, onde se lê “Fez-se ao levantamento” deverá ler-se “Fez-se o levantamento”. Destes erros involuntários de paginação e revisão, pedimos desculpa aos autores e aos leitores.