conselhos para a igreja

Upload: raiza-lima

Post on 01-Mar-2016

66 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

religioso, escritora Ellen G. With

TRANSCRIPT

  • Conselhos para a Igreja

    Ellen G. White

    2007

    Copyright 2013Ellen G. White Estate, Inc.

  • Informaes sobre este livro

    Resumo

    Esta publicao eBook providenciada como um servio doEstado de Ellen G. White. parte integrante de uma vasta colecode livros gratuitos online. Por favor visite owebsite do Estado EllenG. White.

    Sobre a Autora

    Ellen G. White (1827-1915) considerada como a autora Ameri-cana mais traduzida, tendo sido as suas publicaes traduzidas paramais de 160 lnguas. Escreveu mais de 100.000 pginas numa vastavariedade de tpicos prticos e espirituais. Guiada pelo EspritoSanto, exaltou Jesus e guiou-se pelas Escrituras como base da f.

    Outras Hiperligaes

    Uma Breve Biografia de Ellen G. WhiteSobre o Estado de Ellen G. White

    Contrato de Licena de Utilizador Final

    A visualizao, impresso ou descarregamento da Internet destelivro garante-lhe apenas uma licena limitada, no exclusiva e in-transmissvel para uso pessoal. Esta licena no permite a republica-o, distribuio, atribuio, sub-licenciamento, venda, preparaopara trabalhos derivados ou outro tipo de uso. Qualquer utilizaono autorizada deste livro faz com que a licena aqui cedida sejaterminada.

    Mais informaes

    Para mais informaes sobre a autora, os editores ou como po-der financiar este servio, favor contactar o Estado de Ellen G.

    i

  • White: (endereo de email). Estamos gratos pelo seu interesse epelas suas sugestes, e que Deus o abenoe enquanto l.

    ii

  • iii

  • ContedoInformaes sobre este livro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . iIntroduo O dom proftico e Ellen G. White . . . . . . . . . . . . viCaptulo 1 Uma viso acerca da recompensa dos fiis . . . xxxviiCaptulo 2 O tempo do fim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xliiCaptulo 3 Como preparar-se para o encontro com o SenhorxlviiCaptulo 4 Unio com Cristo e com os amados irmos . . . . . . . lCaptulo 5 Cristo nossa justia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . lvCaptulo 6 Vida santificada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . lixCaptulo 7 Deus tem uma misso para voc . . . . . . . . . . . . . lxxCaptulo 8 Eis-me aqui, envia-me a mim . . . . . . . . . . . . lxxviiiCaptulo 9 As publicaes da igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . lxxxviiiCaptulo 10 A f num Deus pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xciCaptulo 11 O cristo um representante de Deus . . . . . . . xcviCaptulo 12 No mundo, mas no do mundo . . . . . . . . . . . . . . ciiCaptulo 13 A Bblia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cviCaptulo 14 Testemunhos para a igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . cxiiCaptulo 15 O Esprito Santo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cxxiCaptulo 16 Manter desobstruda a conexo com Deus . . . cxxvCaptulo 17 Pureza no corao e nos hbitos de vida . . . . cxxxiiCaptulo 18 A escolha de um marido ou esposa . . . . . . . cxxxixCaptulo 19 No se case com um descrente . . . . . . . . . . . . cxlixCaptulo 20 Casamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . clvCaptulo 21 Sucesso e felicidade ao educar os filhos . . . . . . . clxCaptulo 22 O relacionamento entre marido e esposa . . . . clxivCaptulo 23 A me e seus filhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . clxxCaptulo 24 Pais cristos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . clxxviCaptulo 25 O lar cristo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . clxxxiiCaptulo 26 Influncia espiritual no lar . . . . . . . . . . . . . . clxxxviCaptulo 27 Economia no lar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . clxxxixCaptulo 28 Atividades familiares nos feriados e

    aniversrios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cxcivCaptulo 29 Recreao adequada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cxcviiCaptulo 30 As portas que precisamos guardar . . . . . . . . . . . ccvCaptulo 31 A escolha da leitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ccvii

    iv

  • Contedo v

    Captulo 32 Msica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ccxiiCaptulo 33 A crtica e seus efeitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ccxivCaptulo 34 Conselho a respeito do vesturio . . . . . . . . . . ccxxiiCaptulo 35 Um apelo aos jovens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ccxxviiCaptulo 36 A melhor disciplina e a educao de

    nossos filhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ccxxxvCaptulo 37 Educao crist . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ccliCaptulo 38 Apelo por um viver saudvel . . . . . . . . . . . . . cclxviCaptulo 39 A importncia da higiene . . . . . . . . . . . . . . . . cclxxiCaptulo 40 A escolha dos alimentos . . . . . . . . . . . . . . . . cclxxivCaptulo 41 O consumo de carne . . . . . . . . . . . . . . . . . . cclxxxiiiCaptulo 42 Fidelidade na reforma do regime alimentarcclxxxixCaptulo 43 A igreja na terra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ccxcviiiCaptulo 44 A organizao da igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . . ccciiiCaptulo 45 A casa de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cccxCaptulo 46 Cuidando dos que erram . . . . . . . . . . . . . . . . . cccxviCaptulo 47 A observncia do santo Sbado do Senhor . cccxxivCaptulo 48 Conselhos sobre mordomia . . . . . . . . . . cccxxxviiiCaptulo 49 Atitude crist diante da misria e do

    sofrimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cccliiiCaptulo 50 Cristos de todo o mundo unidos em Cristo ccclviiiCaptulo 51 A reunio de orao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ccclxivCaptulo 52 O batismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ccclxviiiCaptulo 53 A ceia do Senhor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ccclxxiiCaptulo 54 Orao pelos doentes . . . . . . . . . . . . . . . . . ccclxxixCaptulo 55 A obra mdica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ccclxxxvCaptulo 56 Relaes com pessoas que tm outros

    interesses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cccxciCaptulo 57 Relaes com as autoridades . . . . . . . . . . . . cccxcivCaptulo 58 A obra enganadora de Satans . . . . . . . . . . . . . . . cdiCaptulo 59 O moderno disfarce luminoso de Satans . . . . . cdvCaptulo 60 Prodgios de mentira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cdxiiiCaptulo 61 A crise vindoura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cdxviiiCaptulo 62 O tempo da provao . . . . . . . . . . . . . . . . . . cdxxivCaptulo 63 O que no pode ser esquecido . . . . . . . . . . . cdxxixCaptulo 64 Cristo nosso grande sumo sacerdote . . . . . . cdxxxvCaptulo 65 Josu e o anjo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cdxxxixCaptulo 66 Eis que venho sem demora . . . . . . . . . . . . . cdxlv

  • Introduo O dom proftico e Ellen G. White

    Preparando-se para o encontro com Cristo Todos os ad-ventistas do stimo dia aguardam ansiosamente o tempo em queJesus vir, para lev-los ao lar celestial que foi preparar para eles. Na-quela terra maravilhosa, no haver mais pecado, decepes, fome,pobreza, doenas e morte. Quando o apstolo Joo contemplou osprivilgios que esperam os fiis, exclamou: Vede que grande amornos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos deDeus [...] Agora, somos filhos de Deus, e ainda no se manifestouo que haveremos de ser. Sabemos que, quando Ele Se manifestar,seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de v-Lo como Ele. 1 Joo 3:1, 2.

    O objetivo de Deus para Seu povo torn-lo semelhante a Jesusno carter. Desde o incio era plano de Deus que os membros dafamlia humana, criados Sua imagem, desenvolvessem caracteressemelhantes ao Seu. Para cumprir esse propsito, nossos primeirospais no den recebiam instrues diretamente de Cristo e dos an-jos. Mas aps Ado e Eva pecarem, eles no mais puderam falarlivremente com os seres celestiais dessa maneira.

    A fim de a famlia humana no ser deixada sem guia, Deus esco-lheu outros meios de revelar Sua vontade a Seu povo; um deles erapor intermdio dos profetas. Deus disse a Israel: Ento, disse: Ouvi,agora, as Minhas palavras; se entre vs h profeta, Eu, o Senhor, emviso a ele, Me fao conhecer ou falo com ele em sonhos. Nmeros12:6.

    propsito divino que Seu povo seja informado e iluminado,conhecendo e compreendendo no apenas os tempos em que vive,mas tambm o futuro. Certamente, o Senhor Deus no far coisaalguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, osprofetas. Ams 3:7. Isso diferencia o povo de Deus, os filhos daluz (1 Tessalonicenses 5:5), do povo do mundo.

    A obra do profeta inclui muito mais do que apenas fazer predi-es. Moiss, o profeta de Deus que escreveu seis livros da Bblia,

    vi

  • Introduo O dom proftico e Ellen G. White vii

    escreveu muito pouco acerca do que aconteceria no futuro. Sua obra descrita por Osias em seu mais amplo sentido: Mas o Senhor,por meio de um profeta, fez subir a Israel do Egito e, por um profeta,foi ele guardado. Osias 12:13. [8]

    O profeta no algum designado por seus semelhantes, nemnomeia a si mesmo. A escolha de uma pessoa para ser profeta inteiramente da alada divina. Homens e mulheres tm, de temposem tempos, sido escolhidos por Deus para falar por Ele.

    Esses profetas, homens e mulheres escolhidos por Deus comocanais de comunicao, falaram e escreveram aquilo que Deus lhesrevelara em santa viso. A preciosa Palavra de Deus inclui suas men-sagens. Atravs desses profetas, os membros da famlia humana tmsido levados compreenso do conflito que se desenrola, a guerraentre Cristo e Seus anjos e Satans e seus anjos. Recebemos enten-dimento acerca desse combate nos dias finais da histria terrestre, edos meios providos por Deus para cuidar de Sua obra e aperfeioaro carter de Seu povo.

    Os apstolos, os ltimos escritores da Bblia, nos deram umquadro claro dos eventos dos ltimos dias. Paulo escreveu acercados tempos perigosos, e Pedro advertiu sobre os escarnecedoresque andam segundo suas prprias concupiscncias, perguntando:Onde est a promessa de Sua vinda? A igreja, nesse tempo, estarem guerra, pois Joo viu a Satans pelejar com os restantes da suadescendncia O apstolo Joo identificou os membros da igreja dosltimos dias, a igreja remanescente, como aqueles que guardamos mandamentos de Deus (Apocalipse 12:17), considerando-oscomo a igreja guardadora dos mandamentos. Essa igreja remanes-cente tambm teria o testemunho de Jesus, que o esprito deprofecia. Apocalipse 19:10. Paulo declarou que a igreja que estesperando ansiosamente a volta de Cristo, no ficaria privada denenhum dom. 1 Corntios 1:7, 8. Ela seria abenoada com o dom dotestemunho de Cristo.

    Est claro, ento, que no plano de Deus a igreja dos ltimos diasteria em seu meio, quando viesse existncia, o Esprito de Profecia.Quo lgico que Deus falasse a Seu povo nos ltimos dias dahistria terrestre, assim como o fez com Seu povo em tempos denecessidade especial nos sculos passados.

  • viii Conselhos para a Igreja

    Quando essa igreja da profecia a Igreja Adventista do StimoDia viesse existncia, em meados do sculo dezenove, umavoz seria ouvida entre ns, dizendo: Deus me mostrou em santaviso. Essas palavras no eram jactanciosas, mas a expresso deuma mocinha de 17 anos que havia sido chamada para falar em nomede Deus. Durante setenta anos de fiel ministrio, essa voz foi ouvidaguiando, corrigindo, instruindo. E ouvida ainda hoje atravs demilhares de pginas escritas pela mensageira escolhida do Senhor,Ellen G. White.

    A viso do Grande Conflito entre Cristo e Satans Umpequeno prdio escolar de uma vila da regio oriental da Amricado Norte estava lotado de homens e mulheres que, numa tarde dedomingo, em meados de Maro de 1858, haviam-se reunido parauma cerimnia. O Pr. Tiago White oficiou a cerimnia fnebre de[9]um jovem e pregou um sermo. Quando ele terminou de falar, a Sra.White sentiu-se impressionada a dizer umas poucas palavras aosenlutados. Ela se levantou e falou por um ou dois minutos e ento fezuma pausa. O povo a olhava para captar as prximas palavras de seuslbios. Nesse momento, as pessoas ficaram um pouco sobressaltadascom a exclamao de Glria a Deus!, repetida por trs vezes comcrescente nfase. A Sra. White estava em viso.

    O Pr. White falou ao povo acerca das vises da Sra. White. Eleexplicou que as vises lhe haviam sido dadas desde que ela era umajovenzinha de dezessete anos. Disse-lhes que, embora seus olhosestivessem abertos e parecesse que contemplava alguma coisa distncia, ela estava totalmente inconsciente do que se passava aoseu redor e nada sabia do que lhe estava sucedendo. Ele se referiu a(Nmeros 24:4, 16), onde lemos de algum que ouve os ditos deDeus, o que tem a viso do Todo-Poderoso e prostra-se, porm deolhos abertos.

    Ele explicou s pessoas que sua esposa no respirava enquantoem viso. Ento, se voltou para (Daniel 10:17) e leu a experin-cia do profeta em viso: Porque, quanto a mim, no me resta jfora alguma, nem flego ficou em mim. O Pr. White, em seguida,convidou queles que quisessem para vir adiante e examinar a Sra.White. Ele sempre permitia tais exames e ficava feliz quando haviaum mdico presente para examin-la durante a viso.

  • Introduo O dom proftico e Ellen G. White ix

    Quando as pessoas chegavam perto, viam que a Sra. White norespirava, todavia, seu corao continuava batendo normalmente ea cor de sua face era natural. Foi trazido um espelho e colocadodiante de seu rosto, mas nenhuma umidade acumulou-se em suasuperfcie. Ento trouxeram uma vela, acenderam-na e a puserambem perto de seu nariz e boca. Mas a chama continuava ereta, semqualquer oscilao. As pessoas podiam ver que ela no respirava.Ellen andava pela sala, movimentando graciosamente seus braosenquanto proferia breves exclamaes acerca do que lhe estavasendo revelado. Como Daniel, ela primeiramente sofria a perda dafora natural; ento, era-lhe concedido poder sobrenatural. Daniel10:7, 8, 18, 19.

    Durante duas horas a Sra. White permaneceu em viso. Em duashoras ela no respirou. Ento, quando a viso chegou ao fim, elatomou uma profunda inspirao, deteve-se por cerca de um minuto,inspirou novamente e logo estava respirando com toda a naturalidade.Ao mesmo tempo, ela comeou a reconhecer o ambiente, tornando-se consciente do que ocorria ao seu redor.

    Algum que via freqentemente a Sra. White em viso, a Sra.Martha Amadon, fez a seguinte descrio:

    Em viso, seus olhos ficavam abertos. No havia respirao,observavam-se, porm, graciosos movimentos dos ombros, dos bra-os, das mos, que expressavam aquilo que ela via. Era impossvelpara qualquer pessoa impedir os movimentos de suas mos e braos.Ela repetidamente proferia apenas palavras ou articulava frases que [10]transmitiam a natureza da viso que estava tendo, quer do Cu querda Terra.

    Sua primeira palavra em viso era Glria, soando, no princ-pio, muito prxima, e ento diminuindo pouco a pouco, parecendomui distante. Isso se repetia algumas vezes. [...]

    As pessoas presentes no eram afetadas pela viso; nada cau-sava temor. A cena era solene e calma. [...]

    Quando a viso chegava ao fim e ela perdia de vista a luzcelestial, retornando, por assim dizer, Terra, exclamava com umlongo suspiro ao retomar sua respirao natural: E-S-C-U-R-I-D--O. Ento, mostrava-se abatida e sem foras.

  • x Conselhos para a Igreja

    Mas precisamos retornar nossa histria da viso de duas horasno edifcio da escola. Posteriormente, a Sra. White escreveu sobreessa viso:

    Muito do que eu havia visto dez anos antes, com referncia aogrande conflito dos sculos entre Cristo e Satans, foi repetido e fuiinstruda a escrever.

    Pareceu-lhe, na viso, estar presente e testemunhando as cenasque surgiam diante dela. Era como se estivesse no Cu, onde assistiu queda de Lcifer. Ento, observou a criao do mundo e viu nos-sos primeiros pais em seu lar ednico. Viu-os ceder s sugestes daserpente e perder seu lar paradisaco. Em rpida sucesso ela con-templou o desenrolar da histria bblica. Testemunhou a experinciados patriarcas e profetas de Israel, a vida e morte de nosso SalvadorJesus Cristo e Sua ascenso ao Cu, onde est ministrando comonosso Sumo Sacerdote desde ento.

    Depois viu os discpulos saindo para espalhar a mensagem doevangelho at os confins da Terra. Rapidamente passou diante delaa apostasia e a Idade Escura. Ento viu a obra da Reforma, ondehomens e mulheres nobres, com risco da prpria vida, defenderam averdade. Da a Sra. White foi levada s cenas do Juzo que se iniciouno Cu em 1844, prosseguindo at nossos dias. Foi, em seguida,transportada para o futuro e contemplou a vinda de Cristo nas nuvensdos cus. Testemunhou as cenas do milnio e a Terra renovada.

    Com essas claras apresentaes diante de si, a Sra. White, apsretornar sua casa, dedicou-se a escrever o que havia visto e ouvidodurante a viso. Cerca de seis meses mais tarde, um pequeno volumede 219 pginas saiu do prelo com o ttulo O Grande Conflito EntreCristo e Seus Anjos e Satans e Seus Anjos.

    Esse livro foi recebido com entusiasmo, pois retratava vivida-mente a experincia que estava diante da igreja e desmascarava osplanos de Satans, expondo a maneira pela qual ele tenta iludir aIgreja e o mundo com vistas ao ltimo conflito terreno. Quo gra-tos a Deus ficaram os adventistas porque Deus lhes estava falandoatravs do Esprito de Profecia, justamente como tinha prometidofazer.[11]

    A narrativa do grande conflito, feita de forma resumida no pe-queno volume Spiritual Gifts (Dons Espirituais), foi mais tarde re-

  • Introduo O dom proftico e Ellen G. White xi

    publicada na segunda parte do livro Primeiros Escritos, o que aindahoje pode ser visto nessa obra.

    Mas como a Igreja cresceu e o tempo passou, o Senhor, emmuitas vises posteriores, ampliou a histria do grande conflitoe lhe acrescentou maiores detalhes, e a Sra. White o reescreveuentre 1870 e 1884, em quatro volumes, com o ttulo The Spirit ofProphecy (O Esprito de Profecia). O livro A Histria da Redenoapresenta as mais importantes partes do grande conflito, extradasdesses livros. Esse volume, publicado em muitos idiomas, revelas pessoas o que foi mostrado nas vises do grande conflito. Maistarde, nos cinco volumes da srie Conflito dos Sculos (Patriarcase Profetas, Profetas e Reis, O Desejado de Todas as Naes, Atosdos Apstolos e o Grande Conflito), a Sra. White apresentou emminuciosos detalhes toda a histria do conflito entre o bem e o mal.

    Esses volumes, que acompanham a narrativa bblica desde acriao at a era crist e da at o final dos tempos, trazem grandeluz e encorajamento. So obras que tm ajudado os adventistas dostimo a se tornarem filhos da luz e filhos do dia. Vemos nessaexperincia o cumprimento da promessa: Certamente, o SenhorDeus no far coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aosSeus servos, os profetas. Ams 3:7.

    Escrevendo sobre como a luz chegou at ela, a Sra. White disse:Mediante a iluminao do Esprito Santo, as cenas do prolongadoconflito entre o bem e o mal tm sido abertas autora dessas p-ginas. De tempos em tempos, me tem sido permitido contemplar odesenrolar, nas diferentes pocas, do grande conflito entre Cristo, oPrncipe da Vida, o Autor de nossa salvao, e Satans, o prncipedo mal, o autor do pecado, o primeiro transgressor da Santa Leide Deus. [...] medida que o Esprito de Deus me ia revelando mente as grandes verdades de Sua Palavra, e as cenas do passado edo futuro, era-me ordenado tornar conhecido a outros o que assimfora revelado, delineando a histria do conflito nas eras passadas,e especialmente apresentando-a de tal maneira a lanar luz sobre aluta do futuro, em rpida aproximao.

    Como a luz era dada ao profeta Na experincia passadados filhos de Deus, como temos visto, o Senhor disse a Seu povocomo Ele Se comunicava com eles atravs dos profetas. Se entre

  • xii Conselhos para a Igreja

    vs h profeta, eu, o Senhor, em viso a ele Me fao conhecer oufalo com ele em sonhos. Nmeros 12:6.

    Dissemos anteriormente que a viso de 1858 sobre o grandeconflito foi acompanhada de certos fenmenos fsicos. Algum po-deria logicamente perguntar por que as vises eram dadas dessamaneira. Indubitavelmente, era para estabelecer a confiana do povoe garantir-lhes que o Senhor estava falando ao profeta. No eracomum a Sra. White referir-se detalhadamente sua condio en-[12]quanto em viso, mas em certa ocasio ela disse: Essas mensagensnos foram dadas para confirmar a f de todos, para que possamos terconfiana do Esprito de Profecia nestes ltimos dias.

    medida que a obra da Sra. White se desenvolveu, ela pde sertestada quanto aos seus resultados. Por seus frutos os conhecereis.Mas leva tempo para o fruto se desenvolver e o Senhor, no incio,deu evidncias vinculadas concesso das vises, que ajudaram opovo a crer.

    Entretanto nem todas as vises foram dadas em pblico, acom-panhadas por notveis fenmenos fsicos. O Senhor prometeucomunicar-Se com os profetas tambm atravs de sonhos. Nmeros12:16. Eram sonhos profticos tais como os que Daniel teve. Eledeclarou: No primeiro ano de Belsazar, rei da Babilnia, teve Da-niel um sonho e vises ante seus olhos, quando estava no seu leito;escreveu logo o sonho e relatou a suma de todas as coisas. Daniel7:1.

    Ao contar sobre o que lhe foi revelado, Daniel disse muitas: Euvi em vises da noite. De modo semelhante, na experincia deEllen White, as vises lhe foram dadas quando sua mente estavaem repouso durante as horas da noite. Seus escritos freqentementefazem a declarao introdutria: Nas vises da noite algumas coisasme foram claramente apresentadas. Repetidamente Deus falou aoprofeta mediante sonhos profticos. Podem surgir questes concer-nentes ao relacionamento entre um sonho proftico ou uma visonoturna e um sonho comum. Em 1868, a Sra. White escreveu arespeito:

    H muitos sonhos que derivam dos fatos ordinrios da vida,e com os quais o Esprito de Deus nada tem que ver. H tambmsonhos falsos, como h falsas vises, que so inspirados pelo espritode Satans. Os sonhos do Senhor, porm, so classificados em Sua

  • Introduo O dom proftico e Ellen G. White xiii

    Palavra no mesmo nvel que as vises, e so, como estas, o frutodo Esprito de Profecia. Esses sonhos, se forem levadas em contaas pessoas que os tiveram e as circunstncias em que foram dados,trazem em si mesmos a prova de sua autenticidade.

    Certa vez, quando a Sra. White j estava bem idosa, seu filho, oPr. W. C. White, procurando dados para ajudar aqueles que estavammenos informados, fez-lhe uma pergunta: Mame, a senhora temfalado seguidas vezes sobre assuntos que lhe foram revelados noite.A senhora fala de sonhos nos quais a luz derramada. Ns todossonhamos. Como a senhora sabe que Deus lhe est falando por meiode um sonho?

    Ela respondeu: Porque o mesmo anjo mensageiro que fica a meulado instruindo-me sobre as vises da noite, tambm est comigofalando-me nas vises do dia. O ser celestial referido era, outrasvezes, chamado de o anjo, meu guia, meu instrutor, etc. [13]

    No havia qualquer confuso na mente do profeta, nenhumaquesto referente revelao dada durante as horas da noite, pois ascircunstncias que a cercavam tornavam claro que era uma instruovinda de Deus.

    Outras vezes, as vises foram dadas enquanto a Sra. White estavaorando, falando ou escrevendo, sem nenhum aviso prvio, a no seruma breve pausa se ela estivesse falando ou orando publicamente.Ela escreveu certa vez:

    Enquanto em fervorosa orao, perdi a noo de tudo o que sepassava ao meu redor: o ambiente se encheu de luz e ouvi uma men-sagem dirigida a uma assemblia que parecia ser a da AssociaoGeral.

    Das muitas vises dadas Sra. White durante seu extenso minis-trio de setenta anos, a mais longa durou quatro horas e a mais curtaapenas um breve momento. Freqentemente elas duravam meia horaou um pouco mais. Porm, no se pode estabelecer uma regra que seaplique a todas as vises, por isso Paulo escreveu: Havendo Deus,outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelosprofetas [...]. Hebreus 1:1.

    A luz era dada ao profeta mediante vises, mas ele no as es-crevia enquanto em transe. Sua obra no era de cunho mecnico.Exceto em raras ocasies, o Senhor no lhe dava as palavras exatasa empregar, nem o anjo guiava a mo do profeta para registr-las.

  • xiv Conselhos para a Igreja

    Com sua mente iluminada pelas vises, o profeta falava ou escreviaas palavras que comunicavam luz e instruo ao povo, de forma oralou escrita.

    Podemos perguntar como a mente do profeta era iluminada,como ele obtinha a informao e instruo que devia comunicarao povo? Assim como nenhuma regra pode ser estabelecida paraa concesso das vises, da mesma forma nenhuma norma podeser fixada para orientar a maneira como o profeta recebe a mensa-gem inspirada. No entanto, em cada caso havia uma experinciareal que fazia indelvel impresso na mente do profeta. Do mesmomodo que o que vemos e experimentamos faz impresso mais pro-funda em nossa mente do que aquilo que ouvimos, assim tambmas representaes aos profetas, nas quais eles pareciam testemunharacontecimentos dramticos, realizam impresses mais duradourase profundas em seu pensamento. A Sra. White escreveu: Minhaateno frequentemente dirigida a cenas que ocorrem na Terra.s vezes sou levada para o futuro distante e me mostrado o quevai acontecer. Ento, mais uma vez, so-me reveladas coisas queaconteceram no passado.

    Disso se torna evidente que Ellen White via esses eventos ocorre-rem como se fosse uma testemunha ocular. Eles eram reapresentadosa ela em viso e assim causavam profunda impresso em sua mente.

    Outras vezes parecia-lhe estar verdadeiramente tomando parte nacena apresentada, parecendo-lhe sentir, ver, ouvir e atender, quando,em realidade, no o estava; mas sua mente era profunda e indelevel-mente impressionada. Sua primeira viso (apresentada no prximocaptulo deste livro) um exemplo disso.[14]

    Noutras ocasies, enquanto em viso, a Sra. White parecia estarpresente a reunies, em casas ou instituies localizadas em lugaresdistantes. To vvida era essa sensao de presena em tais encon-tros, que ela poderia relatar em detalhes as aes e palavras ditaspor vrias pessoas. Certa vez, enquanto em viso, Ellen White teve asensao de estar sendo levada para uma visita a uma de nossas ins-tituies mdicas, passando por quartos e vendo tudo o que ocorria.Sobre essa experincia, ela escreveu:

    As conversas frvolas, o gesticular leviano e o riso sem sen-tido feriam dolorosamente o ouvido [...] Fiquei atnita ao ver a

  • Introduo O dom proftico e Ellen G. White xv

    complacncia com os cimes, e ouvi palavras invejosas, conversasinadequadas que fariam corar os anjos de Deus.

    Depois foram mostradas condies mais agradveis na mesmainstituio. Ela foi conduzida a quartos dos quais provinha uma vozde orao. Que som bem-vindo! Uma mensagem de instruo foiredigida com base nessa visita instituio, e nas palavras do anjoque parecia gui-la atravs dos diferentes departamentos e quartos.

    Com freqncia, era enviada luz Sra. White em vvidas repre-sentaes simblicas. Uma delas claramente descrita nas seguintessentenas extradas de uma mensagem pessoal enviada a um desta-cado obreiro que era visto como estando em perigo:

    Certa ocasio, voc me foi representado como um general mon-tado num cavalo e empunhando uma bandeira. Algum veio e tomoua bandeira de suas mos, a qual trazia o lema: Os mandamentos deDeus e a f de Jesus, e que estava sendo pisoteada. Vi voc cercadopor homens que o estavam prendendo ao mundo.

    Houve circunstncias tambm em que vises diferenciadas econtrastantes eram apresentadas Sra. White uma ilustrando oque ocorreria se certos planos ou polticas fossem seguidos e, emoutra viso, os resultados de outros planos e polticas. Uma excelenteilustrao a respeito pode ser encontrada na referncia localizaoda fbrica de alimentos saudveis em Loma Linda, na regio oestedos Estados Unidos. O diretor e seus assessores estavam planejandoconstruir um grande edifcio prximo aos prdios principais dosanatrio. Enquanto os planos eram preparados, a Sra. White, aquilmetros de distncia, teve duas vises numa s noite. A respeitoda primeira viso, ela conta:

    Foi-me mostrado um grande edifcio onde muitos alimentoseram preparados. Havia tambm prdios menores prximos pada-ria. Ali ouvi altas vozes discutindo o trabalho que estava sendo feito.No houve acordo entre os obreiros e a confuso se instalou.

    Ento ela observou um aflito diretor em suas tentativas de ar-razoar com os obreiros em busca de harmonia, e que os pacientesouviram por acaso essas disputas e lamentavam que uma fbrica dealimentos devesse ser estabelecida naqueles belos terrenos, to pr-xima do hospital. Ento apareceu Algum em cena e disse: Tudo [15]isso est acontecendo a fim de dar a vocs uma lio objetiva, paraque possam ver o resultado da implementao de certos projetos.

  • xvi Conselhos para a Igreja

    Em seguida mudou-se a cena e ela viu a fbrica de alimen-tos a certa distncia do sanatrio, na estrada que dava para a viafrrea. Ali os trabalhos eram dirigidos de maneira humilde e emharmonia com os planos divinos. Poucas horas aps a viso, a Sra.White estava escrevendo aos obreiros de Loma Linda, e isso liqui-dou a questo sobre o local onde a fbrica de alimentos deveriaser construda. Houvesse o plano original sido executado, teramostido srios problemas em anos posteriores, com um enorme edifciocomercial vizinho ao sanatrio. Assim se pode ver que, de variadasmaneiras, a mensageira do Senhor recebeu informao e instruoatravs de vises diurnas e noturnas.

    Atravs da iluminao da mente o profeta falava ou escrevia,dando a mensagem de instruo e informao ao povo. Nesse tra-balho, a Sra. White era auxiliada pelo Esprito do Senhor, mas nohavia controle mecnico. Ela era deixada livre para escolher as pa-lavras com que transmitir a mensagem. Nos primeiros anos de seuministrio, ela declarou:

    Se bem que eu seja to dependente do Esprito do Senhor aoescrever minhas vises como ao receb-las, todavia as palavras queemprego ao descrever o que vi so minhas mesmo, a menos quesejam as que me foram ditas por um anjo, as quais eu sempre ponhoentre aspas.

    Como os escritores bblicos, a Sra. White s vezes preferia, soba direo do Esprito Santo, escolher a linguagem de outros autores,especialmente quando apreciava seu fraseado e expresses.

    A vida e a obra da Sra. Ellen G. White Ellen G. Harmon esua irm gmea nasceram em 26 de Novembro de 1827, em Gorham,Maine, na regio nordeste dos Estados Unidos. Quando estava comnove anos de idade, Ellen sofreu um acidente causado pelo golpe deuma pedra lanada por uma colega imprudente. Um grave ferimentono rosto quase lhe custou a vida e deixou-a num estado de fraquezatal que no pde continuar os estudos.

    Com onze anos, ela entregou o corao a Deus. Aos catorze,foi batizada por imerso no mar e recebida como membro da IgrejaMetodista. Juntamente com outros membros de sua famlia, elafreqentou as reunies adventistas em Portland, Maine, aceitando to-talmente os pontos de vista sobre a proximidade do segundo adventode Cristo apresentados por Guilherme Miller e seus associados.

  • Introduo O dom proftico e Ellen G. White xvii

    Certa manh, em Dezembro de 1844, enquanto estava orandocom outras quatro mulheres, o poder de Deus repousou sobre ela.Inicialmente Ellen perdeu a noo das coisas terrenas; ento, numarepresentao figurativa, ela testemunhou a viagem do povo do ad-vento para a cidade de Deus e a recompensa dos fiis. Com temor [16]e tremor essa adolescente de dezessete anos relatou essa e outrasvises aos crentes de Portland. E quando havia oportunidade elacontava a viso a grupos de adventistas no Maine e estados vizinhos.Em Agosto de 1846, Ellen Harmon casou-se com Tiago White, umjovem pastor adventista. Por cerca de trinta e cinco anos sua vida es-teve intimamente ligada do marido em diligente obra evangelstica,at sua morte em 6 de Agosto de 1881. Eles viajaram intensamentepelos Estados Unidos pregando e escrevendo, planejando e reali-zando, organizando e administrando.

    O tempo e a experincia tm provado quo amplos e firmesforam os fundamentos lanados por Tiago, Ellen White e seus com-panheiros, e quo sbia e eficazmente edificaram. Eles deram incio,entre 1849 e 1850, obra de publicaes entre os adventistas obser-vadores do sbado, participando do desenvolvimento organizacionalda Igreja mediante um slido sistema financeiro, em fins da dcadade 1850. Isso culminou com a organizao da Associao Geral dosAdventistas do Stimo Dia, em 1863. O ano de 1866 marcou o inciode nossa obra mdica e a grande obra educacional da denominaoteve seu comeo no incio da dcada seguinte. O plano de reuniescampais anuais foi desenvolvido em 1868 e, em 1874, os adventistasdo stimo dia enviaram seu primeiro missionrio alm-mar.

    Todo esse desenvolvimento foi guiado pelos muitos conselhosverbais e escritos que Deus deu ao povo mediante Ellen White.

    A maior parte das primeiras comunicaes foi redigida em formade cartas pessoais ou atravs de artigos publicados no Present Truth,nossa primeira publicao regular. No foi seno em torno de 1851que a Sra. White lanou seu primeiro livro de 64 pginas intituladoA Sketch of the Christian Experience and Visions of Ellen G. White(Um Esboo da Experincia Crist e Vises de Ellen G. White).

    Com incio em 1855, foi publicada uma srie de panfletos nu-merados, cada um deles com o ttulo de Testimony for the Church(Testemunho Para a Igreja). Eles disponibilizavam as mensagensde instruo e correo que. de tempos em tempos, Deus enviava

  • xviii Conselhos para a Igreja

    a Seu povo. Para atender contnua demanda por tal instruo, osprimeiros trinta panfletos foram republicados em 1885 em forma dequatro livros encadernados. Com o acrscimo de outros volumes,que surgiram entre 1889 e 1909, completou-se a coleo de novevolumes conhecidos como Testemunhos Para a Igreja.

    Os White tiveram quatro filhos. O mais velho, Henry, viveu atos dezesseis anos; o mais novo, Herbert, faleceu com trs mesesde idade. Os dois filhos do meio, Edson e William, viveram at maturidade, empenhados na obra da denominao adventista dostimo dia.

    Atendendo ao pedido da Associao Geral, a Sra. White viajou Europa no vero de 1885. Ali ela despendeu dois anos no fortale-cimento da recente obra naquele continente. Morando em Basilia,Sua, ela viajou intensamente atravs da Europa Central, do Norte[17]e do Sul, assistindo s reunies gerais da Igreja.

    Quatro anos depois de sua volta aos Estados Unidos, a Sra.White, com sessenta e trs anos de idade e em resposta a outra solici-tao da Associao Geral, viajou para a Austrlia. Ali trabalhou pornove anos. ajudando a iniciar e desenvolver a obra, especialmentenos setores mdico e educacional. Em 1900, retornou aos Esta-dos Unidos, indo residir na regio oeste do pas, em Santa Helena,Califrnia, onde ficou at sua morte em 1915.

    Durante o longo tempo de servio de sessenta anos na Amricado Norte e dez anos no exterior, ela teve cerca de duas mil visesque, mediante incansveis esforos voltados ao aconselhamento deindivduos, igrejas, reunies pblicas e sesses da Associao Geral,contriburam grandemente para o desenvolvimento deste grandemovimento. Mas isso no completou a tarefa de apresentar a todosas mensagens que ela recebeu de Deus.

    Seus escritos somam cerca de cem mil pginas. As mensagensprocedentes de sua pena chegavam s pessoas atravs de comuni-caes pessoais, artigos semanais nos peridicos denominacionaise em seus muitos livros. Os temas tratavam de histria bblica, ex-perincia crist, sade, educao, evangelismo e outros tpicos decunho prtico. Muitos de seus livros esto impressos nos principaisidiomas do mundo, e milhes de seus exemplares j foram vendidos.Somente o livro Caminho a Cristo vendeu cerca de 50 milhes deexemplares em 127 idiomas, entre 1892 e 1990.

  • Introduo O dom proftico e Ellen G. White xix

    Com a idade de oitenta e um anos, a Sra. White cruzou o conti-nente americano pela ltima vez, para assistir sesso da AssociaoGeral de 1909. Os restantes seis anos de sua vida foram despendidosna concluso de sua obra literria. Prxima ao fim da existncia, elaescreveu: Seja minha vida poupada ou no, meus escritos falarocontinuamente e sua obra ir avante enquanto o tempo durar.

    Com indmita coragem e plena confiana em seu Redentor, elafaleceu em sua casa, na Califrnia, no dia 16 de Julho de 1915, efoi sepultada junto ao esposo e filhos, no cemitrio de Oak Hill, emBattle Creek, Michigan.

    A Sra. White era apreciada e honrada por seus companheirosde obra, pela Igreja e os membros de sua famlia, como me devo-tada e uma obreira diligente e incansvel. Ela nunca teve um cargooficial na Igreja. Era tida pela Igreja e por si mesma como umamensageira com uma mensagem de Deus para Seu povo. Nuncapediu aos outros que cuidassem dela e nunca usou seu dom para aobteno de vantagens financeiras ou popularidade. Sua vida e tudoquanto possua foram dedicados causa de Deus.

    Por ocasio de sua morte, o editor de um semanrio popular, oThe Independent, em sua edio de 23 de Agosto de 1915, concluiuseus comentrios sobre a vida fecunda da Sra. White com estaspalavras: Ela foi absolutamente honesta em sua crena nas revela- [18]es que recebeu. Sua vida foi digna delas. Ela no exibia nenhumorgulho espiritual e jamais buscou interesses pecunirios. Viveu efez a obra de uma legtima profetisa.

    Poucos anos antes de sua morte, a Sra. White criou um conselhode depositrios formado por lderes da Igreja, a quem deixou seusescritos com o encargo de serem responsveis por seu cuidado epublicao contnua. Com escritrios na sede mundial da IgrejaAdventista do Stimo Dia, essa comisso promove a publicaocontinuada dos escritos de E. G. White em ingls, e estimula suacirculao, no todo ou em parte, em outros idiomas. Eles tambmtm publicado numerosas compilaes de artigos e manuscritos, emharmonia com a instruo da Sra. White. sob a autoridade dessacomisso que o presente volume levado a pblico.

    A Sra. White como os outros a conheceram Conhecendoa experincia incomum da Sra. White como mensageira do Senhor,alguns tm perguntado: Que tipo de pessoa ela era? Ser que en-

  • xx Conselhos para a Igreja

    frentava os mesmos problemas que ns? Era rica ou pobre? Elasorria?

    A Sra. White era me extremosa e dedicada dona de casa. Erauma anfitri cordial, hospedando frequentemente membros da Igrejaem sua casa. Era uma vizinha prestativa, uma mulher de profundasconvices, de disposio agradvel, gentil em maneiras e palavras.Em sua experincia no havia lugar para uma religio melanclica,infeliz e acabrunhada. As pessoas se sentiam vontade em suapresena. Talvez a melhor maneira de familiarizar-se com a Sra.White seja reconstituir o ambiente domstico de 1859, o primeiroano em que ela escreveu um dirio.

    Descobrimos que os Whites viviam nos arredores de BattleCreek, numa pequena casa de campo situada num grande terrenocom jardins, algumas rvores frutferas, uma vaca, algumas galinhase um lugar para seus filhos trabalharem e brincarem. A Sra. White,nessa poca, estava com trinta e um anos de idade. Tiago Whitetinha trinta e seis. Seus filhos estavam com quatro, nove e doze anosde idade.

    Em seu lar havia uma jovem crist contratada para ajudar nastarefas domsticas, pois a Sra. White estava frequentemente longede casa, ocupada em pregar e escrever. Entretanto, ela assumia asresponsabilidades do lar como cozinhar, limpar, lavar e costurar.Nalguns dias, ela ia at a casa publicadora onde tinha disposioum lugar calmo para escrever. Noutros dias, podia ser encontradano jardim plantando flores e vegetais e, s vezes, trocando plantasflorais com os vizinhos. Estava determinada a tornar seu lar o maisagradvel possvel para sua famlia, a fim de os filhos poderemconsiderar o lar o lugar mais desejvel de se estar.

    Ellen White era uma compradora cuidadosa e seus vizinhosadventistas ficavam felizes quando iam s compras com ela, poissabia o preo das coisas. Sua me havia sido uma mulher muitoprtica e ensinado lies valiosas s filhas. Ela aprendeu que saa[19]mais caro comprar coisas malfeitas do que mercadorias de boaqualidade.

    O sbado era o dia mais agradvel da semana para os filhos.A famlia assistia aos cultos na igreja e, se o Pr. White e a Sra.White estavam livres de compromissos com pregaes, a famlia seassentava junta durante o culto. No jantar havia um prato especial

  • Introduo O dom proftico e Ellen G. White xxi

    que no era preparado noutros dias; da, se o dia estivesse propcio, aSra. White caminhava com os filhos pelos bosques ou as margens dorio, observando as belezas da natureza e estudando as obras de Deus.Se o dia estivesse chuvoso ou frio, ela os reunia junto lareira dacasa e lia para eles, citando frequentemente materiais reunidos aquie ali, enquanto fazia suas viagens. Algumas dessas histrias foramposteriormente impressas em livros, para que outros pais pudessemcont-las aos filhos.

    A Sra. White no estava bem de sade nessa poca e desmaiavaalgumas vezes durante o dia, mas isso no a impedia de prosseguircom suas tarefas domsticas, bem como com a obra para o Senhor.Poucos anos mais tarde, em 1863, ele teve uma viso referente sade e aos cuidados com os enfermos. Foram-lhe mostradas emviso as roupas mais adequadas para usar, o alimento para ingerir,a necessidade de exerccio e repouso, bem como a importncia daconfiana em Deus, a fim de manter o corpo vigoroso e saudvel.

    A luz provinda de Deus concernente ao regime alimentar e nocividade dos alimentos crneos contrariava frontalmente a opi-nio pessoal da Sra. White, que julgava a carne essencial sadee produo de energia. Com a luz da viso a iluminar sua mente,ela instruiu a moa que a ajudava a preparar os alimentos para afamlia a pr sobre a mesa apenas alimentos integrais compostos decereais, vegetais, nozes, leite, creme e ovos. Havia tambm abun-dncia de frutas. Nessa ocasio, a famlia White passou a adotaruma dieta essencialmente vegetariana. Em 1894, Ellen White baniucompletamente a carne de sua mesa. A reforma de sade foi umagrande bno para a famlia White, como tem sido para milharesde famlias adventistas espalhadas pelo mundo.

    Aps a viso da reforma de sade, em 1863, e a adoo demtodos naturais de tratamento de enfermos, os Whites eram cons-tantemente chamados por seus vizinhos, quando doentes, para lhesministrar tratamentos. O Senhor abenoou muito esses esforos.Outras vezes, os enfermos eram levados para o lar dos Whites ecuidados com carinho at sua plena recuperao.

    A Sra. White desfrutava perodos de relaxamento e recreao nasmontanhas, em algum lago ou em mar aberto. Durante a meia idade,enquanto vivia perto da Pacific Press, no norte da Califrnia, eladecidiu dispensar um dia para repouso e recreao. A Sra. White, sua

  • xxii Conselhos para a Igreja

    famlia e o pessoal do escritrio, foram convidados a unir-se ao grupode obreiros da casa publicadora, convite que aceitaram prontamente.[20]Seu marido estava no Leste a servio da Organizao. Numa cartaque ela lhe enviou encontramos a narrativa dessa experincia.

    Depois de saborear um almoo composto de alimentos integraisna praia, o grupo todo saiu para um passeio de barco pela baa de SoFrancisco. O capito da embarcao era membro da Igreja e todosdesfrutaram uma tarde muito aprazvel. Ento foi sugerido irem paraalto-mar. Contando essa experincia, Ellen White escreveu:

    As ondas se elevavam e ramos lanados fortemente para cimae para baixo. Eu estava encantada, mas no tinha palavras paraexpressar. Era grandioso! Os borrifos de gua nos respingavam. Ovento era forte alm da Golden Gate; eu nunca havia experimentadonada igual em minha vida.

    Ento ela observou os vigilantes olhos do capito e a prontidoda tripulao em obedecer-lhe as ordens, e comentou:

    Deus retm os ventos em Suas mos. Ele controla as guas.Somos meras partculas nas vastas e profundas guas do Pacfico;todavia, anjos dos cus foram enviados para guardar essa pequenaembarcao enquanto singrava pelas ondas. Oh, as maravilhosasobras de Deus! Quo alm de nossa compreenso! Num relance, Elecontempla os mais altos cus e os mares.

    A Sra. White, desde o incio, havia assumido uma atitude decontentamento. Certa vez ela perguntou: Vocs j me viram desa-lentada, melanclica, lamuriosa? Tenho uma f que probe tal coisa. a concepo equivocada do verdadeiro ideal do carter e serviocristos que conduz a essa concluso. [...] Um servio sincero eespontneo a Jesus produz uma religio luminosa. Aqueles queseguem a Cristo bem de perto no ficam desanimados.

    Noutra ocasio, ela escreveu: Em alguns casos, a idia adotada que a alegria no compatvel com a dignidade do carter cristo,mas isso um erro. O Cu todo alegria. Ela descobriu que sevoc sorrir, receber sorrisos em troca; se voc proferir palavrasbondosas, ter em retorno tambm palavras carinhosas.

    Entretanto, houve momentos em que ela sofreu grande tribulao.Certa ocasio, isso ocorreu logo aps chegar Austrlia para ajudarno trabalho local. Ela se encontrava muito doente fazia quase um anoe sofria intensamente. Estava confinada cama, durante meses, e s

  • Introduo O dom proftico e Ellen G. White xxiii

    podia dormir umas poucas horas por noite. Acerca dessa experincia,ela escreveu a uma amiga:

    Quando me senti desamparada, lamentei ter viajado tanto. Porque no fiquei na Amrica? A que custo me encontrava na Austrlia?Com freqncia eu poderia ter enterrado minha face nos lenis echorado copiosamente. Mas no podia me dar ao luxo de verterlgrimas. Eu dizia a mim mesma: Ellen G. White, o que voc quer?Voc no veio para a Austrlia porque sentiu ser seu dever ir aondea Associao achasse melhor? Essa no foi sua deciso?

    Sim, eu dizia. [21]Ento por que voc se sente quase abandonada e desanimada?

    No esse o trabalho do inimigo? Eu dizia: Sim, acho que sim.Depois disso enxuguei minhas lgrimas rapidamente e disse:

    o bastante. Jamais voltarei a olhar para o lado escuro. Quer vivaou no, confio minha vida quele que morreu por mim.

    Eu cria que o Senhor faria bem todas as coisas e durante os oitomeses de desamparo, no tive qualquer desalento ou dvida. Agoravejo aquela situao como parte do grande plano do Senhor para obem de Seu povo aqui neste pas, para os da Amrica do Norte e meuprprio bem. No posso explicar por que ou como, mas creio. E soufeliz em minha aflio. Confio em meu Pai celestial. No duvidareide Seu amor.

    Quando a Sra. White morou em sua casa na Califrnia, duranteos ltimos quinze anos de sua vida, embora estivesse mais idosa,tomou interesse pelo trabalho de uma pequena fazenda e no bem-estar daqueles que a auxiliavam em suas atividades. Geralmenteocupava-se em escrever, comeando logo aps meia-noite, quandoia dormir cedo. Se o dia houvesse sido agradvel e seu trabalhoo permitisse, ela saa para um breve passeio pelo campo, parandopara conversar com alguma me que eventualmente encontrasse nojardim ou na porta de uma casa pela qual passasse. Algumas vezesela percebia a necessidade de alimentos e roupas e ento ia para suacasa e apanhava o necessrio para suprir as carncias. Anos depoisde sua morte, ela era ainda lembrada pelos vizinhos do vale ondeviveu, como uma pequena mulher de cabelos brancos, que semprefalava com ternura de Jesus.

    Quando ela morreu, tinha pouco mais do que as necessidades econfortos bsicos da vida. Ela era uma crist adventista do stimo

  • xxiv Conselhos para a Igreja

    dia confiante nos mritos de seu ressurreto Senhor e tentava fazerfielmente a obra que o Senhor lhe designara. Assim, com confianano corao, ela chegou ao fim de uma vida plena e coerente com suaexperincia crist.

    Mensagens que transformaram vidas Um evangelista es-tava realizando uma srie de reunies em Bushnell, Michigan. Logoaps um batismo, todavia, ele deixou o povo sem alicerar devida-mente os crentes na mensagem. Aos poucos as pessoas foram sedesanimando e alguns retomaram seus maus hbitos. Finalmente aigreja tornou-se to pequena que dez ou doze membros que restaramdecidiram que no deveriam mais continuar se reunindo. Logo apsse dispersarem do que achavam ser a ltima reunio, chegou o cor-reio e entre a correspondncia encontrava-se a Review and Herald(Revista e Arauto). Na seo Roteiro havia uma notcia dandoconta de que Tiago e Ellen White estariam em Bushnell para asreunies, em 20 de Julho de 1867. Faltava apenas uma semana paraisso. As crianas foram enviadas para chamar o povo de volta, aque-les que estavam no caminho de sua volta para casa. Ficou decidido[22]que se preparasse um lugar no bosque e se convidasse os vizinhos,especialmente os membros afastados.

    No dia 20 de Julho, um sbado, os Whites vieram at o bosqueonde sessenta pessoas se haviam reunido. O Pr. White falou pelamanh. tarde, a Sra. White se levantou para falar, mas aps aleitura de seu texto, ela parecia perplexa. Sem qualquer comentrioadicional, fechou a Bblia e comeou a falar ao povo de modo muitopessoal.

    Nesta tarde, estou diante de vocs olhando a face daqueles queme foram mostrados em viso, dois anos atrs. Enquanto os vejo, suaexperincia me vem claramente memria e tenho uma mensagempara vocs da parte do Senhor.

    H esse irmo que est prximo ao pinheiro. No posso cham-lo pelo nome, pois ainda no fomos apresentados, mas seu rosto me familiar e sua experincia est bem vvida diante de mim. Entoela falou quele irmo sobre sua apostasia. Ela o encorajou a voltare caminhar com o povo de Deus.

    Em seguida, volvendo-se para uma mulher noutra parte do audi-trio, disse: Essa irm assentada perto da irm Maynard, da igrejade Greenville; no sei dizer o seu nome porque no me foi dito,

  • Introduo O dom proftico e Ellen G. White xxv

    mas dois anos atrs seu caso me foi apresentado em viso e estoufamiliarizada com sua experincia. Em seguida, a Sra. White aanimou.

    H aquele irmo atrs do carvalho. No tenho condies decham-lo por nome, pois no o vi ainda, mas seu caso est claro paramim. Ento ela falou com ele, revelando seus mais ntimos pensa-mentos e abriu perante o auditrio a experincia daquele homem.

    Passando de um para outro, ela se dirigiu congregao, falandodo que lhe havia sido mostrado em viso, dois anos antes. Depoisde a Sra. White concluir seu sermo, falando no apenas palavrasde reprovao, mas tambm de animao, ela assentou. Algumdo grupo se levantou e disse: Gostaria de saber se aquilo que airm White nos disse nesta tarde verdadeiro. O Pastor e a Sra.White nunca haviam estado aqui antes; eles no esto familiarizadosconosco. A Sra. White nem mesmo sabe o nome da maioria de nse, todavia, ela vem aqui esta tarde e nos diz que dois anos antesrecebeu uma viso na qual nossos casos lhe foram mostrados e entonos fala pessoalmente, um por um, expondo diante de todos nossavida e nossos mais ntimos pensamentos. Tudo isso verdade, emcada caso? Ou a Sra. White cometeu alguns erros? Eu gostaria desaber.

    Uma por uma as pessoas se manifestaram. O homem que estavajunto ao pinheiro ficou em p e disse que a Sra. White havia descritoseu caso melhor do que ele mesmo poderia faz-lo. Ele confessouseu procedimento desobediente. E manifestou a deciso de voltare continuar junto com o povo de Deus. A mulher sentada junto irm Maynard, da igreja de Greenville, tambm confirmou. Disseque a Sra. White tinha narrado sua vida melhor que ela teria feito. O [23]homem junto ao carvalho disse que a irm White havia apresentadoseu caso de modo muito mais exato do que ele mesmo poderiaexpressar. Confisses foram feitas e os pecados foram abandonados.O Esprito de Deus desceu e houve um reavivamento em Bushnell.

    O Pastor e a Sra. White voltaram no sbado seguinte, quando foirealizado um batismo e organizada a igreja de Bushnell.

    O Senhor amava Seu povo em Bushnell, assim como faz com to-dos aqueles que nEle esperam. Eu repreendo e disciplino a quantosamo. S, pois, zeloso e arrepende-te. Apocalipse 3:19. Esse textodeve ter sido lembrado por alguns dos presentes. Quando o povo

  • xxvi Conselhos para a Igreja

    viu o prprio corao assim como o Senhor o v, compreendeu suaverdadeira condio e desejou mudar de vida. Esse o real propsitode muitas das vises dadas Sra. White.

    Logo aps a morte de Tiago White, em 1891, a Sra. White foimorar perto do Healdsburg College. Vrias moas moravam emsua casa enquanto freqentavam a escola. Era costume naqueletempo usar uma redezinha simples na cabea para manter o cabeloassentado durante o dia. Certo dia, ao passar pelo quarto da Sra.White, uma das moas viu uma rede de cabelo muito bem feita,exatamente como a que ela estava querendo conseguir. Pensandoque o objeto poderia estar perdido, ela o apanhou e ps em cimade seu ba. Pouco depois, quando se vestia para sair, a Sra. Whitesentiu falta de sua redezinha. noite, com a famlia reunida, a Sra.White perguntou sobre sua rede desaparecida, mas ningum deuqualquer indicao de saber onde ela estava.

    Um dia e pouco depois, quando a Sra. White estava passandopelo quarto daquela moa, uma voz lhe disse: Abra aquele ba.Como o ba no lhe pertencia ela no quis abri-lo. Na segundaordem, ela reconheceu a voz como de um anjo. Quando ela ergueua tampa do ba, viu por que o anjo lhe havia falado. Quando todosda casa se reuniram novamente, a Sra. White perguntou outra vezsobre a redinha, afirmando que ela no poderia ter desaparecido porsi mesma. Ningum disse nada e assim a Sra. White no prosseguiucom o assunto.

    Poucos dias mais tarde, enquanto a Sra. White estava descan-sando de sua tarefa de escrever, foi-lhe dada uma brevssima viso.Ela viu a mo de uma das moas deixar cair uma rede de cabelo sobrea lmpada a querosene. Quando a rede tocou a chama, consumiu-seimediatamente numa labareda. A terminou a viso.

    Ao a famlia se reunir, a Sra. White mais uma vez tocou noassunto do desaparecimento da rede, mas no houve confisso eningum parecia saber de seu paradeiro. Pouco depois, a Sra. Whitechamou aquela jovem e contou-lhe sobre a voz e o que ela haviavisto no ba; ento falou sobre a curta viso na qual vira uma redede cabelo sendo queimada sobre uma lmpada. Ao receber essainformao, a moa confessou ter apanhado a rede e a queimado[24]com receio de ser descoberta. Ela acertou a questo com a Sra. Whitee com Deus.

  • Introduo O dom proftico e Ellen G. White xxvii

    Podemos pensar que essa era uma coisa insignificante para oSenhor Se preocupar: apenas uma rede de cabelo. Mas era umaquesto de muito maior importncia do que o valor de um objetoroubado. Estava envolvida uma jovem, membro da Igreja Adventistado Stimo Dia. Ela achava que tudo estava bem, e no percebia osdefeitos de seu carter. No viu o egosmo que a levou a roubare enganar. Quando compreendeu quo importantes so as coisaspequenas e que Deus se interessou em dar uma viso Sua ocupadamensageira aqui na Terra sobre uma rede de cabelo, essa moacomeou a ver as coisas sob sua verdadeira luz. Essa experincia foio momento decisivo de sua vida.

    Essa uma razo por que as vises foram dadas Sra. White.Embora muitos dos testemunhos escritos pela Sra. White tenhamaplicaes bastante especficas, eles apresentam princpios que aten-dem s necessidades da igreja em cada lugar do mundo. A Sra.White deixou claro o propsito e o lugar dos testemunhos nestaspalavras:

    Os testemunhos escritos no se destinam a comunicar nova luz;e sim a gravar vividamente na alma as verdades da inspirao jreveladas. Os deveres do homem para com Deus e seu semelhanteesto claramente discriminados na Palavra Divina, mas poucos devs obedecem a essa luz. No se trata de apresentar outras verdades;mas, pelos Testemunhos, Deus simplificou importantes verdades jreveladas. [...] Os testemunhos no foram dados para depreciar aPalavra de Deus, mas para exalt-la e atrair as mentes para ela a fimde que a bela simplicidade da verdade possa impressionar a todos.

    Durante toda sua vida a Sra. White manteve a Palavra de Deusdiante do povo. Ao encerrar seu primeiro livro, declarou:

    Recomendo, caro leitor, a Palavra de Deus como regra de suaf e prtica. Por essa Palavra seremos julgados. Nela Deus prometeudar vises nos ltimos dias; no para estabelecer uma nova regra def, mas para conforto do Seu povo e para corrigir os que se desviamda verdade bblica.

    A viso que no podia ser contada Durante uma srie dereunies em Salamanca, Nova York, em Novembro de 1890, na quala Sra. White fez algumas palestras pblicas para grandes audinciase ficou muito fraca, tendo contrado uma severa gripe em meio viagem para l. Aps uma das reunies, ela foi para seu quarto

  • xxviii Conselhos para a Igreja

    desanimada e doente. Desejava derramar seu corao perante Deuse suplicar misericrdia, sade e foras. Ajoelhou-se ao lado de umacadeira e, contando o que se passou, disse:

    Eu no tinha ainda proferido uma palavra, quando a sala pareceuencher-se de uma luz suave e prateada e me foram removidos odesapontamento e o desnimo. Fiquei cheia de conforto e esperana senti a paz de Cristo.[25]

    Ento, Ellen recebeu uma viso. Aps a viso, no quis dormirou descansar. Ela fora curada e sentia-se recuperada.

    Uma deciso precisava ser tomada pela manh. Iria ela parao lugar onde as prximas reunies deveriam ocorrer ou voltariapara seu lar em Battle Creek? A. T. Robinson, que dirigia a obra,e William White, filho da Sra. White, foram at seu quarto parasaber a resposta. Eles a encontraram j vestida e bem de sade. Elaestava pronta para sair e lhes contou acerca da cura. Falou-lhes sobrea viso e disse: Gostaria de dizer-lhes o que me foi revelado nanoite passada. Em viso, parecia-me estar em Battle Creek e o anjomensageiro disse: Siga-me. Ento ela hesitou. No podia recordar-se da viso. Por duas vezes tentou cont-la, mas no se lembravado que lhe fora mostrado. Nos dias que se seguiram, ela escreveu arespeito. Isso tinha relao com os planos que estavam sendo feitospara o peridico de liberdade religiosa, ento chamado AmericanSentinel (Sentinela Americana).

    noite, como que pude penetrar em vrias reunies e l ouvi pa-lavras proferidas por homens influentes que se o American Sentinelremovesse a expresso Adventista do Stimo Dia de suas colunase nada dissesse sobre o sbado, os grandes homens do mundo iriamfinanci-lo: ele se tornaria popular e faria uma grande obra. Issoparecia muito atrativo.

    Vi que seus rostos brilhavam e eles passaram a trabalhar nopropsito de transformar o Sentinel num sucesso popular. Toda aquesto foi apresentada por homens que necessitavam da verdadena mente e no esprito.

    Claramente o que ela viu era um grupo de homens discutindo apoltica editorial do peridico. Quando a reunio da Associao Ge-ral foi aberta, em Maro de 1891, a Sra. White foi convidada a falarcada manh aos obreiros, s cinco e meia, e dirigir-se assembliade quatro mil pessoas reunidas no sbado tarde. Seu texto para

  • Introduo O dom proftico e Ellen G. White xxix

    o sbado tarde foi: Assim brilhe tambm a vossa luz diante doshomens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vossoPai que est nos cus. Todo o sermo foi um apelo aos adventistasdo stimo dia para que falassem abertamente sobre as distintivascaractersticas de sua f. Por trs vezes durante a reunio ela come-ou a falar da viso de Salamanca, mas foi impedida. Os eventosda viso simplesmente desapareceram de sua memria. Ento eladisse: Acerca disso, terei muito a dizer mais tarde. Ela completouseu sermo em cerca de uma hora e o encontro foi encerrado. Todosnotaram que ela era incapaz de rememorar a viso.

    O presidente da Associao Geral aproximou-se dela eperguntou-lhe se faria abertura da reunio da manh.

    No, ela respondeu, estou cansada; eu j dei meu testemunho.Vocs devem fazer outros planos para a reunio da manh. E assimse fez.

    Quando a Sra. White voltou para sua casa, disse aos membrosda famlia que no assistiria reunio da manh, que estava cansadae iria repousar. Em seguida, foi dormir e, no domingo de manh, os [26]planos foram traados.

    Naquela noite, aps o encerramento da sesso da AssociaoGeral, um pequeno grupo de homens reuniu-se em um dos escrit-rios do prdio da Review and Herald. Na manh seguinte, estavampresentes reunio representantes da casa publicadora que editavamo American Sentinel e tambm representantes da Associao de Li-berdade Religiosa. Eles se reuniram para discutir e solucionar umaquesto preocupante a poltica editorial do American Sentinel. Aporta foi fechada e todos concordaram que ela no se abriria at queo problema fosse resolvido.

    Pouco antes das trs da madrugada de domingo, a reunio seencerrou com um impasse, e a declarao da Associao de Li-berdade Religiosa de que, a menos que a Pacific Press atendesses suas exigncias e retirasse as expresses adventista do stimodia e sbado de suas colunas, ela no mais poderia consideraresse peridico como rgo da Associao de Liberdade Religiosa.Isso significava acabar com a publicao. Eles abriram a porta e oshomens foram para seus aposentos a fim de dormir.

    Mas Deus, que nunca dormita ou tosqueneja, enviou Seu anjomensageiro ao quarto de Ellen White s trs horas daquela madru-

  • xxx Conselhos para a Igreja

    gada. Ela foi despertada e instruda a ir reunio dos obreiros scinco e meia, e ali apresentar o que lhe fora mostrado na viso deSalamanca. Ellen vestiu-se, foi at sua escrivaninha e apanhou opapel no qual ela havia feito o registro do que lhe fora mostrado emSalamanca. medida que a cena lhe vinha mente com clareza, elaa descrevia melhor.

    Os ministros estavam ainda se levantando da orao no taber-nculo, e a Sra. White foi vista vindo em direo porta com ummao de manuscritos debaixo do brao. O presidente da AssociaoGeral dirigiu-se a ela:

    Irm White, disse ele, estamos felizes em v-la. A senhoratem uma mensagem para ns?

    Realmente tenho, ela respondeu e caminhou at a frente. Entorecomeou justamente onde havia parado no dia anterior. Disse ques trs horas daquela madrugada havia sido despertada e instruda air at a reunio de obreiros s cinco e meia e a apresentar o que lhehavia sido mostrado em Salamanca.

    Ela disse: Em viso, parecia-me estar em Battle Creek. Fuilevada aos escritrios da Review and Herald e o anjo mensageiroordenou-me: Siga-me. Entrei numa sala onde um grupo de homensdiscutia acaloradamente certo assunto. Houve manifestao de zelo,mas no de acordo com o conhecimento. Ela contou como estavamdiscutindo a poltica editorial do American Sentinel, e acrescentou:Vi um dos homens apanhar um exemplar do Sentinel, ergue-loacima de sua cabea e dizer: A menos que os artigos sobre o sbadoe o segundo advento sejam retirados deste peridico, no podemosmais consider-lo como um rgo da Associao de LiberdadeReligiosa. Ellen White falou durante uma hora, descrevendo a[27]reunio que lhe havia sido mostrada meses antes, e deu conselhosbaseados nessa revelao. Ento se assentou.

    O presidente da Associao Geral no sabia o que pensar arespeito. Ele no havia ouvido falar de tal reunio. Porm, no pre-cisaram esperar muito tempo por uma explicao, pois um homemse levantou no fundo da sala e comeou a falar:

    Eu estive nesse encontro na noite passada.Noite passada! A Sra. White observou: Noite passada? Eu

    pensei que essa reunio tinha ocorrido meses atrs, quando ela mefoi mostrada em viso.

  • Introduo O dom proftico e Ellen G. White xxxi

    Eu estive nesse encontro na noite passada, disse o homem, eeu sou quem fez as observaes sobre os artigos do jornal, erguendo-o acima de minha cabea. Sinto muito dizer que eu estava do ladoerrado, mas aproveito esta oportunidade para colocar-me do ladocerto. Em seguida, assentou.

    Outro homem levantou-se para falar. Era o presidente da Associ-ao de Liberdade Religiosa. Note suas palavras: Eu estive presentenessa reunio. Na ltima noite, aps o encerramento da assemblia,alguns de ns nos reunimos em meu gabinete, nos escritrios daReview, onde estvamos de portas fechadas para discutir as questese o assunto que nos foi apresentado nesta manh. Ficamos ali at astrs horas desta madrugada. Se eu comeasse a dar uma descrio doque aconteceu e das atitudes daqueles que l estavam, no poderiafaz-lo com tanta exatido e correo como o fez a Sra. White. Vejoque eu estava errado e que a posio que tomei no era correta.Pela luz que nos foi comunicada nesta manh, reconheo que estavaequivocado.

    Outros falaram naquele dia. Cada homem que estava na reuniona noite anterior ficou em p e deu seu testemunho, dizendo queEllen White havia descrito pormenorizadamente a reunio e as atitu-des daqueles que l estavam. Antes que terminasse aquele encontrono domingo de manh, o grupo da Liberdade Religiosa se reuniu eanulou a deciso tomada poucas horas antes.

    Se a Sra. White no fosse impedida e houvesse relatado a visona tarde de sbado, sua mensagem no teria servido ao propsitoque Deus tinha em mente, pois a reunio ainda no teria acontecido.

    De algum modo, os homens no teriam aceitado o conselho geraldado no sbado tarde. Eles pensavam que sabiam mais. Talvezarrazoassem como alguns fazem hoje: Bem, talvez a Irm Whiteno tenha entendido ou Estamos vivendo em tempos diferentesou ainda Aquele conselho foi aplicado h muitos anos, mas hojeele no se aplica. Os pensamentos que Satans sussurra em nossosouvidos hoje so os mesmos com o quais tentou nossos pastores em1891. Deus, em Seu tempo e a Seu modo, deixou claro que esta a Sua obra; que Ele a estava guiando e guardando; Ele estava com [28]Sua mo ao leme. Ellen White nos fala que Deus tem freqente-mente permitido que certas situaes cheguem crise, para que Sua

  • xxxii Conselhos para a Igreja

    interferncia possa tornar-se marcante. Ento Ele torna manifestoque h um Deus em Israel.

    Os Testemunhos e o leitor Durante setenta anos, Ellen G.White falou e escreveu o que Deus lhe revelava. Muitas vezes osconselhos foram dados para corrigir aqueles que se desviavam daverdade bblica. Outras vezes apontavam o rumo que Deus queriaque Seu povo seguisse. Vrios Testemunhos tratavam do modo devida, do lar e da Igreja. Como os membros da Igreja receberam essasmensagens?

    No incio de seus trabalhos, os lderes examinaram sua obra parase assegurar de que a manifestao do dom de profecia era genuna.O apstolo Paulo admoestou: No desprezeis as profecias; julgaitodas as coisas, retende o que bom. 1 Tessalonicenses 5:20, 21. Ostestes bblicos de um profeta foram aplicados obra da Sra. White.Sobre isso ela escreveu:

    Esta obra de Deus ou no . Deus nada faz em parceria comSatans. Minha obra nos ltimos trinta anos traz o selo de Deus ouo selo do inimigo. No h meio-termo nesse assunto.

    A Bblia nos fornece quatro testes bsicos pelos quais o profetadeve ser examinado. A obra da Sra. White resistiu a cada um deles:

    1. A mensagem do verdadeiro profeta deve estar em harmoniacom a Lei de Deus e as mensagens dos profetas. Isaas 8:20.

    Os escritos de Ellen G. White exaltam a Lei de Deus e sempreconduzem os homens e as mulheres Bblia em sua integralidade.Ela aponta para a Bblia como a nica regra de f e prtica e como aluz maior para a qual seus ensinos, a luz menor conduzem.

    2. As predies do verdadeiro profeta devem ocorrer dentrode um contexto de condicionalidade. Jeremias 18:7-10; 28:9. Con-quanto a obra da Sra. White seja muito semelhante de Moiss,de liderar e guiar o povo, todavia ela escreveu de maneira prof-tica acerca de muitos eventos a ocorrer. No incio de nossa obrade publicaes, em 1848, ela falou com respeito a como essa obracircundaria o mundo com luz. Hoje os adventistas do stimo diapublicam literatura em mais de 200 lnguas, num total avaliado emmais de 100 milhes de dlares por ano.

    Em 1890, quando o mundo declarava que no haveria mais guer-ras e o milnio estava prestes a alvorecer, ela escreveu: Aproxima-sea tempestade, e precisamos aprontar-nos para sua fria. [...] Veremos

  • Introduo O dom proftico e Ellen G. White xxxiii

    aflies por todos os lados. Milhares de navios sero arremessadospara as profundezas do mar. Esquadras se submergiro, sendo sa-crificados milhes de vidas humanas. Isso se cumpriu nas duasguerras mundiais.

    3. O verdadeiro profeta confessar que Jesus Cristo veio emcarne, que Deus Se revestiu da carne humana. 1 Joo 4:2. [29]

    A leitura do O Desejado de Todas as Naes deixa claro quea obra de Ellen G. White foi passou nesse teste. Observe estaspalavras:

    Jesus poderia haver permanecido ao lado de Seu Pai. Poderiahaver retido a glria do Cu, e as homenagens dos anjos. Mas pre-feriu entregar o cetro nas mos de Seu Pai, e descer do trono doUniverso, a fim de trazer luz aos que estavam nas trevas, e vida aosque estavam prestes a perecer. [...]

    Cerca de dois mil anos atrs, ouviu-se no Cu uma voz demisteriosa significao, sada do trono de Deus: Eis aqui venho.Sacrifcio e oferta no quiseste, mas corpo Me preparaste. [...] Eisaqui venho (no rolo do livro est escrito de Mim), para fazer, Deus, a Tua vontade. Hebreus 10:5-7. Nestas palavras anuncia-se o cumprimento do desgnio que estivera oculto desde temposeternos. Cristo estava prestes a visitar nosso mundo, e a encarnar.[...] Aos olhos do mundo, no possua beleza para que O desejassem;e no obstante era o encarnado Deus, a luz do Cu na Terra. Suaglria estava encoberta, Sua grandeza e majestade ocultas, para quepudesse atrair a Si os tentados e sofredores.

    4. Talvez a prova mais importante do verdadeiro profeta sejaencontrada em sua vida, obra e influncia de seus ensinos. Cristoanunciou esse teste em Mateus 7:15, 16: Por seus frutos os conhe-cereis.

    Ao vermos os frutos manifestados na vida daqueles que tmatendido aos conselhos do Esprito de Profecia constatamos que sobons. Os testemunhos tm produzido bons frutos. Quando olhamospara a igreja, sabendo que temos sido conduzidos por vrias linhasde atividade por esses conselhos, temos de reconhecer que a obra daSra. White foi mensurada por essa prova. A unidade de ensino nosescritos preparados num perodo de mais de setenta anos, tambmd positivo testemunho da integridade do dom.

  • xxxiv Conselhos para a Igreja

    Provas prticas de um verdadeiro profeta Alm dessasquatro grandes provas bblicas, o Senhor tm dado evidncias quedeixam claro que a obra possui Sua direo. Entre essas esto:

    1. A oportunidade da mensagem. O povo de Deus acha-se emespecial necessidade e a mensagem vem justamente a tempo deatend-la, como aconteceu com a primeira viso dada Sra. White.

    2. A natureza prtica de suas mensagens. A informao revelada Sra. White nas vises era de cunho prtico, atendendo a necessida-des prticas. Observe o modo com que os conselhos do testemunhose aplicam de modo prtico nossa vida diria.

    3. O elevado plano espiritual das mensagens. Elas no tratamde assuntos insignificantes ou comuns, mas de grandes e elevadostemas.

    4. A maneira como as vises foram dadas. Muitas das visesforam acompanhadas por fenmenos fsicos j descritos aqui. A ex-perincia da Sra. White em viso foi similar dos profetas bblicos.[30]

    5. As vises eram experincias definidas e no apenas impres-ses. Em viso, a Sra. White via, ouvia, sentia e recebia instruode anjos. As vises no poderiam ser consideradas excitao ouimaginao.

    6. A Sra. White no era controlada por aqueles que a cercavam.Para um homem ela escreveu: Voc acha que as pessoas podeminfluenciar minha mente. Se assim , ento no me pode ser confiadaa obra de Deus.

    7. Sua obra foi reconhecida pelos contemporneos. Tanto aque-les na Igreja que viveram e trabalharam com ela, como muitos outrosque no pertenceram igreja, todos a reconheceram como a men-sageira do Senhor. Os mais ntimos tinham grande confiana emseu chamado e obra.

    O qudruplo teste bblico e as evidncias adicionais anterior-mente apresentadas nos garantem que a obra de Ellen G. Whiteprocede de Deus, e digna de inquestionvel confiana.

    Os muitos livros de E. G. White esto cheios de conselhos einstrues de valor permanente para a Igreja. Quer esses testemunhossejam de natureza mais geral quer dirigidos a famlias e indivduos,eles nos so proveitosos hoje em dia. A esse respeito, a Sra. Whitediz: Visto as advertncias e instrues ministradas por meio detestemunhos a casos individuais se aplicarem com igual propriedade

  • Introduo O dom proftico e Ellen G. White xxxv

    a muitos outros que no foram neles especialmente mencionados,pareceu-me um dever publicar esses testemunhos individuais embenefcio da Igreja. [...] No conheo melhor meio de apresentar omeu modo de ver acerca dos erros e perigos gerais, bem como acercados deveres dos que amam a Deus e guardam os Seus mandamentos,do que publicar estes testemunhos. uso errneo dos testemunhosl-los a fim de encontrar algum ponto no qual a condenao deum membro da Igreja possa encontrar base. Os testemunhos nuncadevem ser usados como uma clava para obrigar algum irmo ou irma ver as coisas justamente como os outros as vem. H assuntos queprecisam ser deixados para o indivduo resolver a ss com Deus.

    Os conselhos deveriam ser estudados visando a encontrar os prin-cpios bsicos que se aplicam nossa vida hoje. O corao humano o mesmo em todo o mundo; os problemas de um so frequentementeos problemas de outro. Ellen White escreveu: Na repreenso doserros de um, Deus pretende corrigir a muitos. Ele torna claro oserros de alguns para que outros sejam assim advertidos.

    Prximo ao fim de sua existncia, a Sra. White deu o seguinteconselho:

    Por meio de Seu Santo Esprito a voz de Deus nos tem vindocontinuamente em advertncias e instrues [...] O tempo e a pro-vao no anularam as instrues dadas [...] As instrues dadasnos primeiros tempos da mensagem, devem ser conservadas comoinstrues dignas de confiana para se seguirem nesses seus diasfinais.

    Os conselhos que se seguem foram extrados de vrios livros deE. G. White, mas principalmente dos trs volumes dos TestemunhosSeletos, a edio mundial dos Testemunhos Para a Igreja, e repre- [31]sentam as linhas de instruo entendidas como as mais teis para aIgreja, em reas onde as limitaes dos membros da Igreja tornamimpossvel a publicao de mais que um nico volume de tamanhomoderado. A obra de selecionar e arranjar esses conselhos foi feitapor uma grande comisso sob autorizao do Conselho Administra-tivo dos Depositrios do Patrimnio Literrio de Ellen G. White, aquem foi designada a responsabilidade de cuidar dos conselhos doEsprito de Profecia. As selees so sucintas e restritas declaraode princpios bsicos prticos; assim uma ampla gama de assuntosfoi includa.

  • xxxvi Conselhos para a Igreja

    Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seusprofetas e prosperareis. 2 Crnicas 20:20.

    Depositrios do Patrimnio Literrio de Ellen G. White

    Washington, D.C.

    22 de Julho de 1957

    Revisado em 1 de Janeiro de 1990[32]

  • Captulo 1 Uma viso acerca da recompensa dosfiis

    Enquanto eu estava orando junto ao altar da famlia, o EspritoSanto me sobreveio, e pareceu-me estar subindo mais e mais alto daescura Terra. Voltei-me para ver o povo do advento no mundo, masno o pude achar, quando uma voz me disse: Olha novamente, eolha um pouco mais para cima. Com isso olhei mais para o alto e vium caminho reto e estreito, levantado em lugar elevado do mundo. Opovo do advento estava nesse caminho, a viajar para a cidade que seachava na sua extremidade mais afastada. Havia uma luz brilhantecolocada por trs deles no comeo do caminho, a qual um anjome disse ser o clamor da meia-noite. Essa luz brilhava em todaextenso do caminho, e proporcionava claridade para seus ps, paraque assim no tropeassem. Se conservassem o olhar fixo em Jesus,que Se achava precisamente diante deles, guiando-os para a cidade,estariam seguros. Mas logo alguns ficaram cansados, e disseramque a cidade estava muito longe e esperavam nela ter entrado antes.Ento Jesus os animava, levantando Seu glorioso brao direito, e deSeu brao saa uma luz que incidia sobre o povo do advento, e todosclamavam: Aleluia! Outros temerariamente negavam a existnciada luz atrs deles e diziam que no fora Deus quem os guiara tolonge. Ento, a luz atrs deles desaparecia, deixando-lhes os psem densas trevas, de modo que tropeavam e, perdendo de vista osinal e a Jesus, caam do caminho para baixo, no mundo tenebrosoe mpio. Logo ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas guas,a qual nos anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus. Os santosvivos, em nmero de cento e quarenta e quatro mil, reconhecerame entenderam a voz, ao passo que os mpios julgaram que era umtrovo ou terremoto. Ao declarar Deus a hora, o Esprito Santo nosenvolveu, e nosso rosto brilhou com o esplendor da glria de Deus,como aconteceu com Moiss, na descida do monte Sinai.

    Os cento e quarenta e quatro mil estavam todos selados e perfeita-mente unidos. Em sua testa estava escrito: Deus, Nova Jerusalm,

    xxxvii

  • xxxviii Conselhos para a Igreja

    e tinham uma estrela gloriosa que continha o novo nome de Jesus.Por causa de nosso estado feliz e santo, os mpios enraiveceram-se e arremeteram violentamente para lanar mo de ns, a fim delanar-nos priso, quando estendemos a mo em nome do Senhore eles caram indefesos ao cho. Foi ento que a sinagoga de Sa-[33]tans [aqueles que haviam escolhido seguir a Satans] reconheceuque Deus nos havia amado, que lavvamos os ps uns aos outros esaudvamos os irmos com sculo santo; e eles adoraram a nossosps.

    Logo nossos olhares foram dirigidos ao oriente, pois aparecerauma nuvenzinha escura aproximadamente do tamanho da metade damo de homem, a qual todos ns soubemos ser o sinal do Filho dohomem. Todos ns em silncio solene olhvamos a nuvem que seaproximava e se tornava mais e mais clara e brilhante, at converter-se numa grande nuvem branca. A parte inferior tinha aparncia defogo: o arco-ris estava sobre a nuvem, enquanto em redor dela seachavam dez milhares de anjos, entoando um cntico agradabils-simo; e sobre ela estava sentado o Filho do homem. Os cabelos,brancos e anelados, caam-Lhe sobre os ombros; e sobre a cabeatinha muitas coroas. Os ps tinham a aparncia de fogo; em Suadestra trazia uma foice aguda e na mo esquerda, uma trombeta deprata. Seus olhos eram como chamas de fogo, que profundamentepenetravam Seus filhos. Todos os rostos empalideceram; e o da-queles a quem Deus havia rejeitado se tornaram negros. Todos nsexclamamos ento: Quem poder estar em p? Esto as minhasvestes sem mancha? Ento os anjos cessaram de cantar, e houvealgum tempo de terrvel silncio, quando Jesus falou: Aqueles quetm mos limpas e corao puro sero capazes de estar em p; Mi-nha graa vos basta. Com isso nos iluminou o rosto e encheu dealegria o corao. E os anjos tocaram mais fortemente e tornaram acantar, enquanto a nuvem mais se aproximava da Terra.

    Ento a trombeta de prata de Jesus soou, ao descer Ele sobrea nuvem, envolto em labaredas de fogo. Olhou para as sepulturasdos santos que dormiam, ergueu ento os olhos e mos ao cu,e exclamou: Despertai! despertai! despertai, vs que dormis nop, e levantai-vos! Houve um forte terremoto. As sepulturas seabriram, e os mortos saram revestidos de imortalidade. Os cento equarenta e quatro mil clamaram Aleluia!, quando reconheceram

  • Uma viso acerca da recompensa dos fiis xxxix

    os amigos que deles tinham sido separados pela morte, e no mesmoinstante fomos transformados e arrebatados juntamente com elespara encontrar o Senhor nos ares.

    Todos ns entramos na nuvem, e estivemos sete dias ascendendopara o mar de vidro, onde Jesus trouxe as coroas, e com Suas pr-prias mos as colocou sobre nossa cabea. Deu-nos harpas de ouroe palmas de vitria. Ali, sobre o mar de vidro, os cento e quarentae quatro mil ficaram em quadrado perfeito. Alguns deles tinhamcoroas muito brilhantes; outros, no tanto. Algumas coroas pare-ciam repletas de estrelas, ao passo que outras tinham poucas. Todosestavam perfeitamente satisfeitos com sua coroa. E todos estavamvestidos com um glorioso manto branco, dos ombros aos ps. Haviaanjos de todos os lados em redor de ns quando caminhvamossobre o mar de vidro em direo porta da cidade. Jesus levantou [34]o potente e glorioso brao, segurou o portal de prolas, f-lo girarsobre seus luzentes gonzos, e nos disse: Lavastes vossas vestesem Meu sangue, permanecestes firmes pela Minha verdade: entrai.Todos entramos e sentamos ter direito cidade.

    Ali vimos a rvore da vida e o trono de Deus. Do trono provinhaum rio puro de gua, e de cada lado do rio estava a rvore da vida.De um lado do rio havia um tronco da rvore, e do outro lado outro,ambos de ouro puro e transparente. A princpio pensei que via duasrvores. Olhei outra vez e vi que elas se uniam em cima numa srvore. Assim, estava a rvore da vida em ambos os lados do rio davida. Seus ramos curvavam-se at o lugar em que nos achvamos,e seu fruto era esplndido; tinha o aspecto de ouro misturado comprata.

    Todos ns fomos debaixo da rvore, e sentamo-nos para contem-plar o encanto daquele lugar, quando os irmos Fitch e Stockman,que tinham pregado o evangelho do reino, e a quem Deus depuserana sepultura para os salvar, se achegaram a ns e nos perguntaram oque acontecera enquanto eles haviam dormido. Tentamos lembrarnossas maiores provaes, mas pareciam to pequenas em compa-rao com o peso eterno de glria mui excelente que nos rodeava,que nada pudemos dizer-lhes, e todos exclamamos Aleluia! muito fcil alcanar o Cu! e tocamos nossas gloriosas harpas efizemos com que as arcadas do Cu reboassem.

  • xl Conselhos para a Igreja

    Com Jesus nossa frente, descemos todos da cidade para a Terra,sobre uma grande e ngreme montanha que, incapaz de suportar aJesus sobre si, partiu-se em duas, formando uma grande plancie.Olhamos ento para cima e vimos a grande cidade, com doze funda-mentos, e doze portas, trs de cada lado, e um anjo em cada porta.Todos exclamamos: A cidade, a grande cidade, vem, vem de Deusdescendo do Cu; e ela veio e se ps no lugar em que nos achva-mos. Pusemos ento a observar as coisas gloriosas fora da cidade. Viali casas belssimas, que tinham a aparncia de prata, apoiadas porquatro colunas marchetadas de prolas preciosas, muito agradveis vista. Destinavam-se habitao dos santos. Em cada uma haviauma prateleira de ouro. Vi muitos dos santos entrarem nas casas,tirarem sua coroa resplandecente, e p-la na prateleira, saindo entopara o campo ao lado das casas, para lidar com a terra; no comotemos de fazer com a terra aqui, no, absolutamente. Uma gloriosaluz lhes resplandecia em redor da cabea, e estavam continuamentelouvando a Deus.

    Vi outro campo repleto de todas as espcies de flores; e quandoas apanhei, exclamei: Elas nunca murcharo. Em seguida vi umcampo de relva alta, cujo belssimo aspecto causava admirao;era uma vegetao viva, e tinha reflexos de prata e ouro quandomagnificamente se agitava para glria do Rei Jesus. Entramos, ento,num campo cheio de todas as espcies de animais: o leo, o cordeiro,o leopardo, o lobo, todos juntos em perfeita unio. Passamos pelomeio deles, e pacificamente nos acompanharam. Dali, entramos[35]num bosque, no como os escuros bosques que aqui temos, no,absolutamente, mas claro e por toda parte glorioso; os ramos dasrvores agitavam-se de um para outro lado, e todos exclamamos:Moraremos com segurana na solido, e dormiremos nos bosques.Atravessamos os bosques, pois estvamos a caminho do Monte Sio.

    No trajeto encontramos uma multido que tambm contemplavaas belezas do lugar. Notei a cor vermelha na borda de suas vestes, obrilho das coroas e a alvura purssima dos vestidos. Quando os sau-damos, perguntei a Jesus quem eram eles. Disse que eram mrtiresque por Ele haviam sido mortos. Com eles estava uma inumervelmultido de crianas que tinham tambm uma orla vermelha emsuas vestes. O Monte Sio estava exatamente diante de ns, e sobreo monte um belo templo, em cujo redor havia sete outras montanhas,

  • Uma viso acerca da recompensa dos fiis xli

    sobre as quais cresciam rosas e lrios. E vi as crianas subirem, ou,se o preferiam, fazer uso de suas pequenas asas e voar ao alto dasmontanhas e apanhar flores que nunca murcharo. Para embelezar olugar, havia em redor do templo todas as espcies de rvores; o buxo,o pinheiro, o cipreste, a oliveira, a murta, a romzeira e a figueira,curvada ao peso de seus figos maduros, embelezavam aquele local.E quando estvamos para entrar no santo templo, Jesus levantou Suabela voz e disse: Somente os cento e quarenta e quatro mil entramneste lugar, e ns exclamamos: Aleluia!

    Esse templo era apoiado por sete colunas, todas de ouro transpa-rente, engastadas de prolas belssimas. As maravilhosas coisas queali vi, no as posso descrever. Oh! se me fosse dado falar a lngua deCana, poderia ento contar um pouco das glrias do mundo melhor.Vi l mesas de pedra, em que estavam gravados com letras de ouroos nomes dos cento e quarenta e quatro mil. Depois de contemplar abeleza do templo, samos, e Jesus nos deixou e foi cidade. LogoLhe ouvimos de novo a delicada voz, dizendo: Vinde, povo Meu:viestes da grande tribulao, e fizestes Minha vontade; sofrestes porMim; vinde ceia, pois Eu Me cingirei e vos servirei. Ns excla-mamos: Aleluia! Glria! e entramos na cidade. E vi uma mesade pura prata; tinha muitos quilmetros de comprimento, contudonossos olhares podiam alcan-la toda. Vi o fruto da rvore da vida,o man, amndoas, figos, roms, uvas e muitas outras espcies defrutas. Pedi a Jesus que me deixasse comer do fruto. Disse Ele:Agora no. Os que comem do fruto deste lugar, no mais voltam Terra. Mas, dentro em pouco, se fores fiel, no somente comers dofruto da rvore da vida mas bebers tambm da gua da fonte. Edisse: Deves novamente voltar Terra, e relatar a outros o que terevelei. Ento um anjo me trouxe mansamente a este mundo escuro.Algumas vezes penso que no mais posso permanecer aqui; todas ascoisas da Terra parecem demasiado ridas. Sinto-me muito solitriaaqui, pois vi uma Terra melhor. Oh! tivesse eu asas como a pomba,e voaria e estaria em descanso! Primeiros Escritos, 14-20. [36]

  • Captulo 2 O tempo do fim

    Vivemos no tempo do fim. Os sinais dos tempos, que se cumpremrapidamente, declaram que a vinda de Cristo est prxima, s portas.Os dias em que vivemos so solenes e importantes. O Esprito deDeus est, gradual mas seguramente, sendo retirado da Terra. Pragase juzos j esto caindo sobre os que desprezam a graa de Deus.As calamidades em terra e mar, as condies sociais agitadas, osrumores de guerra, so assombrosos. Prenunciam a proximidade deacontecimentos da maior importncia.

    As foras do mal esto se arregimentando e se consolidando.Elas esto se robustecendo para a ltima grande crise. Grandesmudanas esto prestes a ocorrer no mundo, e os acontecimentosfinais sero rpidos.

    As condies do mundo mostram que esto iminentes temposangustiosos. Os jornais esto repletos de indcios de um terrvel con-flito em futuro prximo. Roubos ousados so ocorrncia freqente.As greves so comuns. Cometem-se por toda parte furtos e assas-sinatos. Homens possudos de demnios tiram a vida de homens,mulheres e crianas. Os homens tm-se enchido de vcios, e estogeneralizados todos os tipos de males. O inimigo tem conseguidoperverter a justia e encher do desejo de ganho egosta o coraodas pessoas. A justia se ps longe; porque a verdade anda trope-ando pelas ruas, e a eqidade no pode entrar. Isaas 59:14. Nascidades grandes h multides vivendo em pobreza e misria, quaseprivadas de alimento, abrigo e vesturio; ao passo que nas mesmascidades h os que tm mais do que o corao poderia desejar, quevivem no luxo, gastando o dinheiro com casas ricamente mobiliadas,com adornos pessoais, ou pior ainda, com a satisfao das paixescarnais, com bebidas alcolicas, fumo e outros artigos que destroemas faculdades do crebro, desequilibram a mente e degradam a vida.Sobem para Deus os clamores da humanidade que perece de fome,ao mesmo tempo em que, por toda sorte de opresses e extorses,os homens acumulam fortunas colossais.

    xlii

  • O tempo do fim xliii

    Uma ocasio, achando-me eu na cidade de Nova York, fui con-vidada, noite, para contemplar os edifcios que se erguiam, andarsobre andar, para o cu. Garantia-se que esses edifcios seriam prova de fogo, e haviam sido construdos para glorificar seus propri-etrios e construtores. Erguiam-se eles cada vez mais alto, e nelesera empregado o mais precioso material. Aqueles a quem essas cons-trues pertenciam no perguntavam a si mesmos: Como melhor [37]poderemos glorificar a Deus? O Senhor no fazia parte de suascogitaes. [...]

    Enquanto se erguiam esses edifcios, os proprietrios se regozija-vam com ambicioso orgulho de que tivessem dinheiro para empregarna satisfao do prprio eu e provocar a inveja de seus vizinhos.Grande parte do dinheiro que assim empregavam havia sido alcan-ado por extorses, oprimindo os pobres. Esqueciam-se de que noCu se conserva registro de todas as transaes comerciais; todotrato injusto, cada ato fraudulento, acha-se ali registrado. [...]

    A cena que em seguida passou perante mim foi um alarme deincndio. Os homens olhavam aos altos edifcios, supostamente prova de fogo, e diziam: Esto perfeitamente seguros. Mas essesedifcios foram consumidos como se fossem feitos de piche. Osaparelhos contra incndios nada podiam fazer para deter a destruio.Os bombeiros no podiam fazer funcionar as mquinas.

    Fui instruda de que quando vier o tempo do Senhor, se nohouver sido realizada mudana no corao dos soberbos, ambiciososseres humanos, descobriro os homens