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CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA,CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA,CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA,CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA,CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA,ARQUITETURA E AGRONOMIA DE GOIÁSARQUITETURA E AGRONOMIA DE GOIÁSARQUITETURA E AGRONOMIA DE GOIÁSARQUITETURA E AGRONOMIA DE GOIÁSARQUITETURA E AGRONOMIA DE GOIÁS

COMPÊNDIO DOS TRABALHOS PREMIADOSCOMPÊNDIO DOS TRABALHOS PREMIADOSCOMPÊNDIO DOS TRABALHOS PREMIADOSCOMPÊNDIO DOS TRABALHOS PREMIADOSCOMPÊNDIO DOS TRABALHOS PREMIADOS

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4 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Arquiteto e Urbanista JADIR MENDONÇA DE LIMAEx-conselheiro do Crea-GOConsultor nas áreas de urbanismo, arquitetura e paisagismo

Engenheira Civil LÍVIA MARIA DIASEspecialista em Saúde Pública e Resíduos Sólidos e LíquidosSuperintendente de Saneamento da Secretaria das Cidades

Arquiteto e Urbanista ALUÍZIO ANTUNES BARREIRAEspecialista em Planejamento Urbano e Ambiental pela UCGMestre em Geografia pela Universidade Federal de GoiásDiretor Geral da Mútua-GO

Engenheiro Civil DANIEL FERREIRAConselheiro do Crea-GOMestre em Gestão Econômica do Meio Ambiente, pela UnB

MODALIDADES GEOLOGIA E MINAS / PRODUÇÃO LIMPA

Geólogo IGOR TARAPANOFFEspecialista em Gestão Ambiental pela Universidade de Brasília eIBAMAAtuou como assessor técnico-científico da Procuradoria daRepública em Goiás e EMBRAPA

Técnico em Mineração RODOLFO PINTO DE MENDONÇATécnico do setor de Hidrogeologia da SANEAGODiretor do Sindicado dos Técnicos Industriais do Estado de Goiás– SINTEC

COMISSÃO ESPECIAL DE JULGAMENTO DO PRÊMIO 2008

MODALIDADES URBANISMO E SANEAMENTO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 5

Engenheiro de Minas AUGUSTO CÉSAR GUSMÃO LIMAConselheiro do Crea-GOEx-presidente da Associação dos Engenheiros de Minas noEstado de Goiás

Engenheiro Eletricista DEIRY DINIZ DE FREITASPós-graduado em “Gestão de Empresas” pela UCGDiretor Administrativo da Mútua/GO

MODALIDADES PRODUÇÃO AGRONÔMICA E MEIO

AMBIENTE RURAL

Engenheiro Agrônomo LINO CARLOS BORGESMestre em “Engenharia Elétrica e da Computação” pela UFGDoutor em “Engenharia de Solo e Água” pela Escola deAgronomia da UFG

Engenheira Florestal RAQUEL DE FÁTIMA BOAVENTURAMestre em Agronomia - Área de Produção Vegetal, pela UFGIntegrante do Núcleo de Geoprocessamento da Superintendênciado IBAMA em Goiás

Engenheiro Agrônomo ODILON CLARO DE LIMAEspecialista em Planejamento Agrícola e PlanejamentoGovernamentalEx-secretário de Agricultura do Estado de Goiás

Engenheiro Agrônomo JOÃO DE DEUS DE SOUZABERNARDINOConselheiro do Crea-GOConsultor na área de projetos ambientais, perícias e avaliações

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6 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

MODALIDADE IMPRENSA

Jornalista LÍDIA NOGUEIRAPós-graduada em Assessoria em Comunicação pela UFGAtua na área de comunicação em editoras, entidades de classe eno segmento empresarial

Jornalista e escritor REINALDO JARDIMTrabalhou 11 anos Jornal do BrasilFoi diretor de jornalismo da TV Globo e da Rádio Nacional

Engenheiro Florestal DANIEL DEMORIPós-graduado em “Gestão Ambiental em Sistemas Florestais”.Auditor-líder na área de Sistemas de Gestão Ambiental, comlarga experiência em licenciamento ambiental nos Estados deMato Grosso e Goiás

Engenheiro Agrônomo ANNIBAL LACERDA MARGONMestre em Zootecnica pela Universidade Federal de ViçosaDiretor Financeiro da Mútua-GO

MODALIDADE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Engenheiro Civil IDALINO SERRA HORTÊNCIOEspecialista em Regulação EconômicaConselheiro Federal - Confea

Engenheiro Civil EDSON MELO FILIZZOLAEspecialista em Saúde Pública e também em Planejamento eGerenciamento de Recursos HídricosPresidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária eAmbiental - Seção Goiás

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 7

Engenheiro Agrônomo NILTON CÉZAR BELLIZZIPós-doutor em Manejo Integrado de PragasConselheiro do Crea-GO

Geógrafa ÂNGELA MARIA ÁUREA DOS SANTOS DAHEREspecialista na área de Ensino e Pesquisa em GeografiaSócia e responsável técnica da empresa ELAM Engenharia eConsultoria Ltda.

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DO CREA-GO/2008

Efetivos:Téc. Agrim. ANTÔNIO DE PÁDUA FERREIRAEng. de Minas AUGUSTO CÉSAR GUSMÃO LIMAEng. Civil DANIEL FERREIRAEng. Civil EDÉSIO DAHER FILHO (Coordenador)Eng. Agrônomo JOÃO DE DEUS DE SOUZA BERNARDINOEng. Agrônomo NILTON CÉSAR BELLIZZITéc. em Mineração RODOLFO PINTO DE MENDONÇA

Suplentes:Eng. Florestal DANIEL DEMORIEng. Agrônomo JOSÉ RENATO CATARINA RIBEIROEng. Agrônomo JOSÉ RODRIGUES DE MOURAEng. Eletretricista JOVANILSON FALEIRO DE FREITASArqta. e Urbanista MARIA LUISA GOMES ADORNOEng. Civil OSVALDO LUIZ VALINOTEArquiteto SÉRGIO EDWARD WIEDERHECKER

DIRETORIA DO CREA-GO/2008

PRESIDENTE: Eng. Agrônomo FRANCISCO ANTÔNIO SILVA DE ALMEIDA

1° VICE-PRESIDENTE: Eng. Civil DANIEL FERREIRA

2° VICE-PRESIDENTE: Eng. Agrônomo JOÃO DE DEUS DE SOUZA BERNARDINO

1° SECRETÁRIO: Geólogo WANDERLINO TEIXEIRA DE CARVALHO

2° SECRETÁRIO: Téc. Agrop. VALDIVINO ETERNO LEITE

1° TESOUREIRO: Arquiteto GASPAR LUIZ MARTINS

2° TESOUREIRO: Eng. Eletricista DEIRY DINIZ DE FREITAS

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 9

Apresentação

O Crea-GO publica a sexta edição do compêndio contendo os projetos vencedo-res, em 2008, do Prêmio Crea Goiás de Meio Ambiente. Os trabalhos premiados foramapresentados para 1200 convidados durante solenidade realizada no dia 27 de novem-bro de 2008, no Atlanta Music Hall, em Goiânia – GO.

A sétima edição do prêmio recebeu número recorde de projetos inscritos, totali-zando 93 inscrições. Ao todo foram 11 prêmios outorgados, divididos em oito modalida-des: Urbanismo; Educação Ambiental; Geologia e Minas; Saneamento; Produção Lim-pa; Produção Agronômica; Meio Ambiente Rural; e Imprensa (sendo: 1 prêmio parameios impressos, 1 prêmio para rádio, e 1 prêmio para televisão). Em 2008, dez proje-tos foram agraciados e uma menção honrosa foi concedia pela Comissão Julgadora doprêmio.

É importante ressaltar que o Regional instituiu o Prêmio Crea Goiás de MeioAmbiente para premiar pessoas físicas, jurídicas, entidades de classe, Ongs, órgãosgovernamentais – municipais, estaduais e federais - e veículos de comunicação doEstado. O prêmio também foi instituído com o objetivo mostrar soluções apontadaspelos profissionais e sociedade goiana para a preservação e conservação do meioambiente. Os trabalhos vencedores têm aplicabilidade expressiva dentro do Estado esão considerados projetos modelos para se atingir a sustentabilidade ambiental.

Por meio deste compêndio, a administração do Crea-GO sente-se orgulhosa emapresentar os trabalhos vencedores e, ao mesmo tempo, expressar o seu reconheci-mento à dedicação e criatividade dos autores dos projetos. A função do compêndio éjustamente valorizar e divulgar os trabalhos premiados. O compêndio será distribuídoàs bibliotecas, autoridades federais, estaduais e municipais, Creas de outros estados,órgãos de meio ambiente, entidades de classe, veículos de comunicação e Ongs. Apublicação do compêndio é a contribuição do Crea de Goiás para a educação ambien-tal no Estado e também reflete o verdadeiro papel do Conselho, que é o de defender osinteresses da sociedade, preservando o meio ambiente.

Goiânia, agosto de 2009

Eng. Civil Gerson de Almeida TaguatingaPresidente

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 11

SUMÁRIO

Menção Honrosa ..................................................................................................... 13Projeto: Sistema de Gestão AmbientalPremiada: Belcar Caminhões e Ônibus Ltda

Prêmio Modalidade Urbanismo.............................................................................. 23Projeto: Requalificação do Bosque dos BuritisPremiada: Agência Municipal do Meio Ambiente – AMMA

Prêmio Modalidade Saneamento ........................................................................... 51Projeto: Sistema domiciliar de tratamento de esgoto por plantas: umacontribuição ao ambiente da cidade de GoiâniaPremiado: Tecn. em Const. Civil e em Edif. Douglas Pereira da Silva Pitaluga

Prêmio Modalidade Geologia e Minas ................................................................... 69Projeto: Cerâmica Santo Antônio: um exemplo de sustentabilidadena pequena mineraçãoPremiada: Rosa e Cavalcante Ltda / Cerâmica Santo Antônio

Prêmio Modalidade Produção Limpa .................................................................... 87Projeto: SGA – Sistema Gestão AmbientalPremiada: Engenheira Civil Vivianne dos Santos Resende

Prêmio Modalidade Produção Agronômica .......................................................... 99Projeto Premiado: Manejo integrado de pragasPremiada: Jalles Machado S/A

Prêmio Modalidade Meio Ambiente Rural ............................................................. 113Projeto: Gestão Ambiental no Setor Sucroalcooleiro: utilização dosresíduos industriais na cultura de cana-de-açúcarPremiada: Jalles Machado S/A

Prêmio Modalidade Educação Ambiental ............................................................. 127Projeto: Agrotóxicos, educar para saber usar e proteção da bacia doRibeirão João LeitePremiada: Agroquima Produtos Agropecuários Ltda

Prêmio Modalidade Imprensa – Meio Impresso ................................................... 169Reportagem: Mudanças climáticas – calor vai afetar produção agrícolaAutores: Evandro Ricardo Bittencourt, Maria José Braga e Heloísa Lima

Prêmio Modalidade Imprensa – Televisão ............................................................ 179Programa: Araguaia – Corredor da Biodiversidade GoianaPremiado: Trilhas do Brasil Comunicação e Produções Ltda

Prêmio Modalidade Imprensa – Rádio .................................................................. 201Programa: Conexão AmbientalPremiado: Emmerson Alexandre Kran

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Menção Honrosa

Premiada:Belcar Caminhões e Ônibus Ltda.

Projeto:Sistema de Gestão Ambiental

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 15

1. APRESENTAÇÃO

1.1. Nome da Empresa: Belcar Caminhões e Máquinas Ltda.1.2. CNPJ: 02.212.918/0001- 201.3. Endereço Matriz: Br. 153, Km 1.282, Alto da Glória – Goiânia GO1.4. Endereço Filial: Br. 153, Km 1.478, Setor Industrial – Itumbiara GO1.5. Número de Trabalhadores: 1561.6. Número de Colaboradores Filial: 171.7. Site: www.belcarcaminhoes.com.br1.8. HistóricoEm 1983, nasce “Belcar Caminhões”. Instalada na Avenida Anhanguera nº. 130,

a empresa formalizou um contrato de concessão com a rede Autolatina (fusão dasfábricas Volkswagen e Ford), tornando-se uma revenda autorizada de caminhões emáquinas. Desde então, acompanhou o crescimento no mercado de caminhões damarca VW, destacando-se como a maior concessionária regional de Caminhões eMáquinas da rede no Brasil.

Em junho de 1988, a Belcar Caminhões inaugurou sua sede própria, numa áreade 25 mil metros quadrados, dos quais, quase a metade em área construída. Nas novasinstalações, a empresa ficou estrategicamente localizada na BR 153, rodovia de grandefluxo de caminhões e, ao mesmo tempo, a 20 minutos do centro da cidade.

Em 30 de setembro de 1999, a empresa recebeu o certificado ISO 9001 concedidopela TÜV da Alemanha (órgão habilitador da Norma ISO) tornando-se a primeiraconcessionária de caminhões da Região Centro-Oeste a obter tal certificação.

No dia 16 de Outubro de 2003, a Belcar Caminhões escolheu Itumbiara para sera primeira cidade goiana a receber uma filial da empresa. Decisão tomada devido àimportância desta cidade, que ocupa lugar de destaque no desenvolvimento do nossoEstado. A filial possui uma área total de 44.000 metros quadrados, sendo 500 metrosquadrados construídos e mais 1.000 metros quadrados de pátio. Com esta nova unidade,a Belcar está atendendo a 41 cidades ao redor de Itumbiara, com o mesmo padrão dequalidade da matriz, com conexão on-line e totalmente informatizada, agilizandoconsultas e procedimentos.

Em 1998, com a preocupação em manter a qualidade no ambiente de trabalho epromover o bem-estar social, a Belcar formalizou a sua área de Responsabilidade SocialEmpresarial – BELCAR CAMINHÕES CIDADANIA - BCC, tendo como missão contribuirpara a construção da Cidadania Corporativa, através da prática da ResponsabilidadeSocial Empresarial.

Com uma cultura empresarial fundamentada em valores humanos e, portanto,num ambiente de trabalho mais favorável, o conceito de responsabilidade socialencontrou terreno fértil na Belcar Caminhões, pois veio reforçar um compromisso quesempre existiu, por convicção, de respeito às partes interessadas, aos colaboradores e,principalmente, ao meio ambiente.

Entre as diversas iniciativas da BCC, destacam-se três Projetos Sociais e doisProgramas:

• Projeto EIC – Escolas de Informática e Cidadania• Projeto Parceiro nas Estradas;• Projeto BelcarArte;• Programa de Qualidade de Vida do Trabalhador – QVT;• Programa de Gestão Ambiental.

Visando a compensação ambiental pelo uso de recursos naturais e a minimizaçãodos impactos causados por suas atividades, a Belcar Caminhões busca desenvolverprojetos e organiza sua estrutura interna de forma que o meio ambiente seja tratado de

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maneira especial, sendo considerado em cada produto, processo ou serviço que aempresa desenvolve. Evita-se, assim, riscos futuros e permite à empresa, além dereduzir custos, aprimorar processos e explorar novos negócios voltados para asustentabilidade ambiental, melhorando sua inserção no mercado.

2. CAMPANHAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CONSUMO CONSCIENTE

Comprometida com a Coleta Seletiva de Lixo, a Belcar Caminhões desenvolveações ambientais que visam ao respeito ao ser humano, ao meio ambiente e aodesenvolvimento sustentável.

• A empresa realiza, regularmente, campanhas educativas sobre coleta seletivade lixo de acordo com o seu calendário interno de atividades. Atualmente, estásendo realizada a Campanha de Reciclagem e Sensibilização dos colaboradoresrecém-admitidos para Coleta Seletiva de Lixo;

• Temas relacionados aos cuidados com o meio ambiente e ao ConsumoConsciente fazem parte do conteúdo de cidadania do Projeto Escola de Informáticae Cidadania – EIC Belcar Caminhões1 e da Semana Interna de Prevenção aAcidentes no Trabalho – SIPAT. Este trabalho de sensibilização teve comoresultado a realização da Gincana Ambiental com a 14a turma da EIC em 2006,onde foi possível levantar informações sobre os resíduos produzidos pela empresae propor soluções para a diminuição do desperdício através da educaçãoambiental. Externamente, a Gincana também levantou informações sobre o lixoproduzido pela comunidade do entorno, bem como do número de catadores derecicláveis locais – atividades que culminaram com a produção, em parceriacom a VWCO, do filme Catador de Sonhos2;

Trabalhadores da empresa e o Sr. José GeddaNeto (Diretor Geral) na Campanha Ambiental daSemana do Meio Ambiente 2006, onde ostrabalhadores plantaram e apadrinharampalmeiras

1 O Projeto EIC é realizado em parceria com CDI (Comitê para a Democratização da Informática) e tem oobjetivo de dar noções de ética e cidadania utilizando, como ferramenta de inclusão social, a informática.Atende aos trabalhadores e seus familiares, adolescentes de baixa renda e em situação de risco social.

2 O vídeo ambiental, curta-metragem “Catador de Sonhos”, foi produzido pela Belcar Caminhões e dirigidopor Giovani Lorenzetti. Lançado na cidade de Goiânia no dia 8 de fevereiro de 2007, atingiu o objetivo deprovocar reflexão sobre a produção de lixo pelas pessoas e a inclusão do catador de lixo ao sistema delimpeza pública. O Conselho Temático de Resp. Social da FIEG e a DRT, com o apóio da BelcarCaminhões, firmaram parceria para estender esta discussão e propor um projeto de coleta seletiva delixo no município através da organização de um Fórum de Debates sobre o tema no ano de 2007. O“Catador de Sonhos” recebeu a Menção Honrosa no Prêmio Goiás de Gestão Ambiental 2007 daFederação das Indústrias do Estado de Goiás - FIEG.

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 17

3. SGA – SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

• Manual de Gestão AmbientalVisando a sistematização das ações já desenvolvidas pela empresa há pelomenos 10 anos na preservação do Meio Ambiente, a Belcar Caminhões Cidadaniaelaborou um Manual de Gestão Ambiental em parceria com os trabalhadores daempresa. O Manual é o registro destas ações ao mesmo tempo em que estabelecemetas para atingir objetivos ambientais, acreditando que, assim, possa serpossível mensurar resultados e avaliar o impacto destas ações no seu negócio,na cultura organizacional e no desenvolvimento da educação ambiental do seupúblico interno e da comunidade do entorno. O SGA da Belcar Caminhões recebeuo segundo lugar no Prêmio Goiás de Gestão Ambiental 2007 da Federação dasIndústrias do Estado de Goiás - FIEG.

• Comitê de Gestão AmbientalA empresa formalizou um Comitê de Gestão Ambiental que discute os impactosambientais na cadeia produtiva da empresa e elabora planos de ação ambiental.O Comitê é formado por trabalhadores que, voluntariamente, monitoram a coletaseletiva de lixo da empresa e são responsáveis pela comercialização e doaçãopara cooperativas de catadores do lixo reciclável e geração de recursosfinanceiros, apresentados em reuniões mensais.

• Carta de PrincípiosA Belcar Caminhões reafirmou seu compromisso sócio-ambiental com aelaboração de sua Carta de Princípios, em Outubro de 2006. Este documento foio resultado de um processo de auto-conhecimento, sendo um instrumento quenorteia o cumprimento da missão empresarial: “Contribuir para a Construção daCidadania Corporativa através da prática da Responsabilidade SocialEmpresarial”, onde assegura o respeito ao Meio Ambiente em toda sua cadeiaprodutiva; assume o compromisso com a melhoria da qualidade ambientalformalizado em um Manual de Gestão Ambiental; e compromete-se a realizarColeta Seletiva de Lixo na empresa, sensibilizando toda a rede de relacionamentospara esta prática, através da realização de campanhas educativas e daformalização de parcerias com organizações da sociedade civil e governo.

4. USO DE TECNOLOGIAS APROPRIADAS E LIMPAS

Em dezembro de 2006 foi elaborado um programa de redução do consumo deágua e energia, proposto no Manual de Gestão Ambiental. Na oportunidade, foiinstalado um Supressor de Anomalias Elétricas para a proteção das instalaçõeselétricas, o que baixou o consumo de energia em 22%. Além disso, osequipamentos instalados visaram a proteção do sistema elétrico em determinadospontos contra raios, surtos de tensão, alterações súbitas no sistema energético,redução do nível de harmônicas, entre outros. Além de protegerem, osequipamentos proporcionaram uma maior longevidade das instalações elétricasde nossa empresa.

5. APOIO FINANCEIRO À IMPLANTAÇÃO/DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMASDE EDUCAÇÃO AMBIENTAL A ENTIDADES PARCEIRAS

• Apoio ao Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis em Goiás.

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18 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

A Belcar Caminhões apóia o Movimento Nacional de Catadores de MateriaisRecicláveis, através da divulgação do documentário “Catador de Sonhos”, onde aempresa/instituição que solicita a cópia do documentário assina um termo decompromisso, que tem como objetivo transformar intenções em ações objetivasque de fato possibilitem a inclusão do catador no sistema de limpeza urbana. Dessaforma, compromete-se em disseminar o conceito de coleta seletiva de lixo e entrarem contato com o Sr. José Iramar de Souza (Presidente da ACOP – Associação deCatadores Ordem e Progresso e Líder do Movimento Estadual de Catadores deMateriais Recicláveis) e agendar data para a coleta do material reciclável na empresa/instituição.A empresa ainda apóia o movimento com doações de acordo com as necessidadesdos profissionais de materiais reciclados, como: doação de uniformes e EPI’s -Equipamentos de Proteção Individual em parceria com a Águia Diesel e EvolutiAmbiental.

• Participação no Fórum do Lixo – “Coleta Seletiva de Material Reciclável eInclusão Social”A partir da produção do documentário “Catador de Sonhos” elaborado pela BelcarCaminhões, foi realizado na FIEG – Federação das Indústrias do Estado de Goiás oFórum do Lixo – “Coleta Seletiva de Material Reciclável e Inclusão Social”. O Fórumfoi o primeiro passo de uma discussão ampla, permanente e propositiva, com açõesarticuladas entre instituições civis empresariais, acadêmicas, comunitárias eprofissionais, em parceria com o poder público, no desafio de se enfrentaradequadamente a problemática do lixo urbano, incluindo os profissionais – catadoresde material reciclável.O Fórum tem como objetivo diagnosticar como Goiânia administra o lixo urbano e, apartir daí, propor modelos de gestão de resíduos que contemplem de forma responsávelas questões ambientais e sociais. Foram debatidas as questões relacionadas ao meioambiente, trabalho decente, inclusão social e trabalho infantil, finalizando com aelaboração coletiva de uma carta de intenções, contendo as propostas iniciais deações conjuntas a serem desenvolvidas pelo Fórum e, sobretudo, declarando-se omodelo de gestão ambiental pretendido pela sociedade goianiense.Nesta tentativa, criou-se um extraordinário espaço de diálogo entre diversos atoressociais que uniram e assumiram a responsabilidade de, juntos, encontrarem umasolução inteligente que preservasse o meio ambiente e, ao mesmo tempo,promovesse o resgate social dos catadores, por meio da geração de trabalho erenda.

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 19

• Iniciativa do Projeto “Parceiros em Prol dos Catadores de Materiais Recicláveis”A Belcar Caminhões Cidadania, idealizadora do projeto Parceiros Nas Estradas, edemais empresas da Comissão Executiva do Fórum Permanente de Coleta Seletivade Material Reciclável e Inclusão Social, realizaram no dia 5 de Julho de 2008 oProjeto AÇÃO CIDADANIA – embasado no Parceiros Nas Estradas, este voltadoespecificamente para atender as demandas emergenciais dos Catadores de MateriaisRecicláveis transferidos da Favela dos Trilhos para o Residencial Senador AlbinoBoaventura. O objetivo do Projeto foi promover ações de cidadania junto ao públicomencionado, facilitando aos mesmos o acesso a bens e serviços sociais básicos.

A reunião de fechamento do Projeto foi realizada no Galpãono Residencial Senador Albino Boaventura

Abertura do Evento: Hino Nacional – Projeto Dó Ré Mí Falando a Mesma Língua (filhos de catadores) eTeste de Glicemia realizado pelo PROMED (parceira do evento)

6. MINIMIZAÇÃO DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS

A minimização de geração de resíduos da empresa é apresentada no Manual deGestão Ambiental e monitorada através do Comitê de Gestão Ambiental, mensalmente.

A comercialização de óleos, lubrificantes e graxas na empresa não gera resíduos.Os materiais listados abaixo são gerados a partir da manutenção de caminhões e ônibuse são depositados em local apropriado (lixeiras e central de resíduos), recolhidos peloserviço de limpeza pública local e Cooperativa de Catadores de Recicláveis.

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20 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

6.1 - Estudo dos Resíduos produzidos pela Belcar

Figura 1 – Quadro de Resíduos produzidos pela Empresa do Manual de Gestão Ambiental

METAL

PLÁSTICO

ORGÂNICO

PAPEL

MADEIRA

GRAXAS

ÓLEOLUBRIFICANTE

FILTROS (GÁS/AR/ÓLEO)

RESÍDUOSLÍQUIDOS

BATERIAS ELÂMPADASESPECIAIS

QUEIMADAS EVIDROS

Origem

Essencialmente,sucatas originadas da

desmonta decaminhões e peçasdanificadas, que o

cliente não retira daempresa: embreagens

e outras peças.

Copos descartáveis,sacos plásticos e

embalagens de peças;Vasilhames de 1 e 5litros originados da

venda de óleo.

Restos de comida,guardanapos, estopas,toalhas de papel, papel

higiênico usados.

Uso do escritório:-Papel A4;-

Formulário de papelcontínuo;

Formulário de N.F.:

Caixas de papelão deembalagens de peças;

Desmonta deCaminhões Novos

enviados pela Fábrica.

Extraída dos veículosem manutenção na

Oficina.

Extraído dos veículosem manutenção na

Oficina.

Extraídos dos veículosem manutenção na

Oficina

Gerados na lavagemde peças e do Piso da

Oficina.

Veículos e Estufa

Quantidade

Relativa, depende dovolume de serviço na

Oficina.*Quando ocontêiner é totalmentepreenchido, as peças

chegam a pesar até 600 kg.

02 sacos de 20 litrosdiariamente;depende do

volume de serviço daoficina.

2 sacos de 20 litrosdiariamente.

40 resmas de papel A4(500 folhas 75 g/m2) acada 35 dias;07 caixasde Formulário de papel

contínuo a cada 02meses.

Em média, 2.400 NF’semitidas por mês.Em

média 800 kg de sucatade papelão mensalmente.

Relativo, depende daentrega de caminhõesnovos enviados pelaFábrica.*As peças de

madeira medem em tornode 5 m de comprimento,10 cm de altura e 20 cm

de largura.

Não existemindicadores

Em média, 3.650 litrospor mês.

Filtro de ar: 30 filtrosdiariamente.Filtros de

óleo: 30 filtrosdiariamente.Filtros de

Gás:

Lavagem de Peças: 800a 1.500 litrosLavagemdo Piso: 1.000 a 2.000

litros

Não existemindicadores

Destino Final

Ferro Velho Ipiranga

Empresa de reciclagemPlastel

Companhia deUrbanização de Goiânia

– COMURG

Cooperativa deReciclagem - COOPREC

Doada paraADVEG(Associação dos

deficientes visuais deGoiás) e para Plastel

Depositada juntamentecom o óleo usado que éretirado pela empresa

Lwart

Empresa Lwart –Lubrificantes Ltda –CNPJ

46.201.083/0007-73

È destinado à empresaFerro Velho Ipiranga,

onde são prensados eseparado o óleo do

metal, o óleo a empresadestina para a Lwart e o

metal para a Gerdal

Caixas separadoras deágua e óleo.

Baterias para o FerroVelho Ipiranga, lâmpadasqueimadas e vidros são

depositados no contêinerda COMURG

Responsável

Chefe de Oficina

Estal

Chefe de Oficina

Estal

Sup. Administrativo

Chefe de Estoque

Chefe de Oficina

Chefe de Oficina

Gerente de AT.

Chefe de Oficina

Estal

Ger. De AT

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 21

7. INICIATIVAS DE PROTEÇÃO OU CONSERVAÇÃO AMBIENTAL

• Participação no Projeto de Preservação Ambiental no Rio AraguaiaDesde 2000 a Belcar Caminhões em parceria com a Águia Diesel participa do projeto:“Eu Amo o Araguaia”, uma iniciativa do Educador Ambiental José Donizete Rulli. OProjeto é realizado há 11 anos e tem como objetivo conscientizar e despertar osturistas e moradores ribeirinhos para o valor e grande importância do Rio Araguaiapara a humanidade, além de oferecer dicas de saúde, preservação ambiental eprevenção de acidentes, através de material informativo e divulgação na Rádio Aruanã.Realizadas nas cidades de Aruanã, Britânia, praias e acampamentos as ações depreservação ambiental têm sido de grande abrangência considerando o grandeaumento de turistas na região durante o mês de Julho quando o projeto é realizado.

• Campanha de Preservação Ambiental com colaboradores da empresaComo mencionado no início deste, a empresa realiza regularmente campanhaseducativas. Em Outubro de 2006, o Comitê de Gestão Ambiental através dos recursosdos resíduos produzidos pela empresa ofereceu aos colaboradores um passeio aoSalto de Corumbá–GO, com o objetivo de proporcionar um dia de lazer e contatocom a natureza; oferecer a oportunidade dos trabalhadores para a prática do esporte,além de possibilitar a integração entre os trabalhadores da empresa, com o foco naPreservação Ambiental. As atividades propostas foram Trekking e Rapel, monitoradaspor uma empresa especializada em treinamentos e esportes radicais.

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ModalidadeUrbanismo

Projeto:Revitalização do Bosque dos Buritis

Premiada:Agência Municipal do

Meio Ambiente - AMMA

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CONCORRENTE:

Prefeitura de GoiâniaIris Rezende Machado

Agência Municipal do Meio Ambiente – GoiâniaClarismino Luiz Pereira Júnior

Diretoria de Áreas Verdes e Unidades de Conservação – DIRUCRonaldo Vieira

Gerência de Arquitetura e Engenharia Ambiental – DIRUC/GEARQJuliana Borges dos Santos

1 Fonte: Prefeitura Municipal de Goiânia. Secretaria Municipal do Meio Ambiente – Goiânia.Plano de Manejo Bosque dos Buritis/2005.

2 Idem item anterior

Ficha TécnicaObra:Requalificação do Bosque dos Buritis Área Pública Inicial - Plano Original de Goiânia1

400.00m²

Área Verde Municipal – Atual2

124.800,00 m².

Localização:O Bosque dos Buritis localiza-se entre a Av. Assis Chateaubriand, Alameda das Rosas, Rua 1. Setor Oeste,Goiânia – Go. Começa na confluência da Rua 29 e Rua 01 do Setor Oeste; segue pela margem desta últimaaté sua confluência com a Assis Chateaubriand; defletindo à esquerda segue por essa Avenida até a Alamedados Buritis; defletindo à esquerda segue por essa Alameda até a sua confluência com a Rua 29; defletindo àesquerda segue por essa Rua, até sua confluência com Rua 01 onde teve início essa descrição.

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Projeto Arquitetura e Paisagismo

Celina Fernandes Almeida MansoArquiteta e UrbanistaMárcia AraújoArquiteta e UrbanistaMaria Amélia Pereira de AmorimArquiteta e UrbanistaYara Emy Tanimitsu HasegawaArquiteta e Urbanista

Projeto Estrutural

Cyntia Gomes da Costa MoreiraEngenheira Civil

Projeto Hidro-sanitário

Elza de Rezende Mota PassosEngenheira Civil

Projeto Elétrico

Elza de Rezende Mota PassosEngenheira Civil

Projeto Luminoténico

COMURG - Diretoria de Iluminação Pública

Projeto de Captação e Transportes deÁguas de Nascentes

Ivan Magalhães de Araújo JorgeEngenheiro Civil

Orçamento e cronograma

Elza de Rezende Mota PassosEngenheira CivilÉrica Ferreira de BastosEngenheira Civil

Recomposição Florística e Paisagística

Antonio Esteves dos ReisEngenheiro FlorestalMaria Amélia Pereira de AmorimArquiteta e UrbanistaFernando Augusto Lemos SalesEngenheiro Agrônomo

Colaboradores

Mariana Nascimento SiquieraHidrante – Consultoria e Projetos

Estagiários de Arquitetura

Antônio Queiroga Galvão FilhoRafaela Passos ValadaresThiago Bastos de Melo

Estagiários de Engenharia CivilEduardo Henrique Lopes de SouzaKaitson de Brito BarbosaMárcia Lima Peduzzi

Estagiárias de Biologia

Larissa Silva NavesSâmara Bastos Portela

FiscalizaçãoCláudia Márcia Monteiro da SilvaArquiteta UrbanistaFlávio Martins DiasEngenheiro Civil

Plano de ManejoGeórgia Ribeiro Silveira de SantanaBióloga – Coordenadora do ProjetoMarize Moreira GibrailBiólogaBruna Pereira de Oliveira Mota ScislewskiBiólogaCarlos Eduardo Abrahão R. de SousaBiólogoDaniella Santos Cruvinel da CruzBiólogaErika Maria SiqueiraGestora AmbientalGilberto Cardoso QueirozMédico VeterinárioLeandro de Oliveira BorgesBiólogoLuiz Alberto Machado FilhoZootecnistaWoldonei Marques JúniorEngenheiro AmbientalMárcia Yurico Hashimoto C. de SenaEngenheira AgrônomaEmmanuel Bezerra D’ AlessandroAcadêmico de BiologiaGuilherme LeiteAcadêmico de Saneamento AmbientalLara Diniz GuimarãesAcadêmica de BiologiaLudmila Gomes FerreiraAcadêmica de BiologiaMichel Mindlin RodriguAcadêmico de Engenheira AmbientalMonick Silva CardosoAcadêmica de Gestão AmbientalPablo Guilherme Alves SilvaAcadêmico de GeografiaRoberto Fernandes da SilvaAcadêmico de GeografiaSilvane de Fátima Aquino DantasAcadêmica de Engenharia AmbientalSônia de Araújo LimaAcadêmica de GeoprocessamentoTainah Silva NarducciAcadêmica de Engenharia Ambiental

Equipe técnica:

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Eu te vi crescer Goiânia,Te vi florescer, flores multicores,Como uma árvore frutífera,Abençoada, com quase um milhão de pessoas,Sendo agasalhada,Frutos de toda a espécie,Esta árvore nos dá,Onde pobres e ricos,Vem saciar.”Josefa Queiroz-1991

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I - APRESENTAÇÃO

A iniciativa deste trabalho representa o resultado de um processo de construçãocoletiva, que envolve a participação de diversas pessoas que contribuíram por suasposições, ações e projetos na requalificação, preservação e conservação do meioambiente construído e natural do Bosque dos Buritis.

A gravidade dos problemas identificados, o interesse dos participantes e as vali-osas contribuições apresentadas justificam a participação da proposta de Requalifica-ção do Bosque dos Buritis no PRÊMIO CREA 2008, na Modalidade Urbanismo, por per-mitir a identificação de valores arquitetônicos, urbanístico-paisagístico e ambientais,que contribuem para a melhoria da qualidade de vida e de comportamento que servirãode exemplos para nortear outras iniciativas em defesa dos espaços públicos, das áreasverdes e unidades de conservação da cidade de Goiânia.

No decorrer das atividades do grupo técnico de trabalho, diversas pessoas fo-ram agregadas, trazendo informações, experiências e visões específicas sobre o Bos-que dos Buritis. Diante de aspectos físicos peculiares que caracterizam a área de inter-venção uma série de dificuldades foi surgindo com o avanço das obras, o que terminouinfluindo na adequação de alguns pontos específicos do projeto inicial e na busca deinstrumentos apropriados para as novas tomadas de decisões e soluções técnicas deengenharia para situações emergenciais.

A socialização das informações aqui disponíveis é um poderoso instrumento deconscientização e de gestão ambiental, possibilitando a sensibilização e uma visão doProjeto de Requalificação do Bosque dos Buritis como um todo, para educadores, pro-fissionais, pesquisadores, técnicos de órgãos governamentais, militantes de organiza-ções não-governamentais, ambientalistas, usuários do Bosque, moradores da cidadeou de outras localidades, enfim, parafraseando Fernando de Oliveira Fonseca (2001),para “todos os que têm o direito ou o feliz dever de preservar e conservar esse valiosopatrimônio”.

II – INTRODUÇÃO

Vivemos um momento singular para a preservação das áreas verdes e unidadesde conservação no conjunto da cidade de Goiânia. A apreensão dessa singularidadeexige uma abordagem múltipla, contemplando um mosaico de informações, percep-ções e inferências que, no conjunto, possibilitará a captura do momento presente doBosque dos Buritis e permitirá, no futuro, um olhar pela preservação desta importanteunidade de conservação.

O primeiro enfoque que se apresenta remete ao viés histórico-ambiental da cida-de. Um breve relato e observações sobre a evolução urbana da cidade, histórico preli-minar da concepção do Plano de Urbanização de Goiânia, de 1933-38, que, em primei-ra aproximação, fez a escolha do sítio para implantação do grande empreendimento dacapital do Estado de Goiás. No início do século XX, nos anos de 1930, Getúlio Vargasestabeleceu critérios para os estudos definitivos da escolha do sítio da nova Capital doEstado de Goiás. O interventor Pedro Ludovico, argumentava de forma entusiasmadasobre a conveniência da instalação de uma cidade na localidade de Campinas, cidadedo interior goiano. Ao arquiteto urbanista Attílio Corrêa Lima coube a tarefa de criaçãode uma cidade moderna e planejada, destacando-se como parâmetro a populaçãobase de 50.000 habitantes e as preocupações de viabilidade ambiental do empreendi-mento.

Deu-se início à saga da construção da cidade. Num primeiro momento, a pers-pectiva histórica é abordada, onde são narrados os acontecimentos iniciais do surgi-

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mento do Bosque dos Buritis, da ocupação de sua área e de Goiânia. Num segundomomento, tem-se um sentido de continuidade dos processos de demarcações, dife-renciações e zoneamento territorial e de suas conseqüências. Dessa forma, o Bosquedos Buritis destaca-se como importante indicador ambiental da cidade.

A implantação de estruturas urbanas, irreversivelmente, afeta a biota da regiãoem que se localizam, seja pela ocupação das cidades em si, com todos os equipamen-tos urbanos necessários, seja pelos usos, resultando, em todos os casos, na retiradada cobertura vegetal. Verifica-se, portanto, que o Bosque dos Buritis hoje apresentauma redução aproximadamente de 70% da sua cobertura vegetal original. É notória anecessidade de conter o processo de desmatamento e as ocupações territoriais indis-criminadas. Para isso exige ações imediatas para a reversão da tendência de diminui-ção da cobertura vegetal, especialmente as matas, por estarem intrinsecamente asso-ciadas à proteção das nascentes e córregos.

É preocupante a pressão das ocupações urbanas sobre as unidades de conser-vação e seu entorno que, em algumas situações, poderão inviabilizar a implantaçãodos corredores ecológicos, imprescindíveis também para a fauna da bacia. Sob o olhartécnico define-se o programa de estudo, o foco necessário que permite objetividadecom relação à observação dos problemas e potencialidades que caracterizam e rele-vam aspectos importantes para definir os temas prioritários a serem trabalhados com ofim de proteger ecologicamente a cidade e, portanto, o Bosque dos Buritis. Estudosrealizados com a Universidade Federal de Goiás e Universidade Católica de Goiás edados constantes no Plano de Manejo do Bosque dos Buritis elaborado pela AMMA -Agência Municipal do Meio Ambiente da Prefeitura de Goiânia, que tratam do meiofísico, fazem uma completa radiografia da área objeto de intervenção, destacam a vul-nerabilidade, a contaminação das águas e também, quanto ao potencial das nascen-tes e dos recursos hídricos, a origem primeira dos afluentes formadores dos lagos doBosque dos Buritis.

É surpreendente contemplar a presença e a diversidade da flora e da fauna tãopróximas do Centro Urbano de Goiânia. Em sendo assim, preservar Goiânia e estaunidade de conservação, cuidando das nascentes do Córrego Buritis e do que restoudas suas reservas verdes, passa a ser rigorosamente a mesma coisa.

III – A CIDADE E O LUGAR

No projeto de urbanização do núcleo inicial da cidade de Goiânia (1933-1935)Attílio Corrêa Lima tira partido da paisagem natural existente e enfatiza a importânciade se definir e estabelecer as reservas de áreas verdes que se constituem em essen-ciais reservas de oxigênio dentro da cidade.

Os cursos d’água faziam parte de composição das áreas livres projetadas, sen-do elementos de destaque nas considerações do arquiteto urbanista, que procuravaproteger de um modo eficaz a pureza da água que deveria abastecer a cidade. Eleantevê que “O Buritizal, localizado na extremidade da Rua 26”, seria transformado empequeno parque. Para isso seria necessário drená-lo convenientemente, conduzindoas águas para o talvegue, em canal descoberto, ressaltando a importância deste paraos efeitos de pequenos lagos decorativos. Este parque denominado dos Buritis se es-tenderia por faixas ao longo do talvegue com 50 metros para cada lado deste, no míni-mo, formando o que os americanos denominam de “Park-way”.

Attílio procurou dotar a cidade com o máximo possível de espaços livres, tendolevado em consideração alguns sítios beneficiados pela natureza, que foram preserva-dos para servir de parques ou jardins, representando estes 34,6% do total da áreaprojetada destinada ao núcleo inicial, sendo que a relação aconselhável pela prática

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era de 25%. A relação de espaços livres com a função higienizadora e recreativa cor-responde a 14%, nos quais esta inserida a área destinada ao Parque dos Buritis, signi-ficava uma proporção de 308 habitantes por hectare de parque e jardim, deixandoGoiânia em condições privilegiadas, se comparada aos grandes centros urbanos emsituação semelhante naquela época como, por exemplo: Detroit (660 hab/ha), Filadél-fia (790 hab/ha), Nova York (943 hab/ha), Londres (1.000 hab/ha) e São Paulo (1.075hab/ha). Acresce-se a favor da cidade, a previsão de arborização de todas as viaspúblicas e o ajardinamento das principais avenidas.

Fig. 01 – Esboço da Planta de Urbanização de Goiânia elaborada porAttílio Corrêa Lima, 1933-1935. Destaque para os cursos d’água, reser-vas de matas e áreas verdes e Campinas. Fonte: Revista Arquitetura eUrbanismo (1937) citado por MANSO (2001, p. 89).

Verifica-se que as alterações sugeridas por Armando Augusto de Godoy na pro-posta de Attílio para Goiânia, em nada modificam a importância e a preocupação depreservar as matas e ainda ressalta que nada poderia justificar o dispor das matas paraoutros fins que não os previstos. Preocupou-se naquele momento em estabelecer asáreas de reserva visando anteceder questões como a salubridade da população e co-locava Goiânia entre as principais cidades em qualidade de vida e maior número demetros quadrados de áreas verdes por habitante.

O Bosque dos Buritis, área que pertencia à fazenda Botafogo, denominada noPlano Original da Cidade como Parque dos Buritis, foi destinado, no Decreto Lei Nº90A, de 30/07/1938 – onde foram aprovados os Setores Norte, Central, Sul e Oeste e acidade satélite de Campinas – como um espaço livre, inalienável, não podendo alteraro seu uso de lazer e preservação ambiental e destinação original de Parque Ecológico.Com a implantação da cidade de Goiânia, o uso não foi alterado, mas sua área sofreuperdas qualitativas desde o início de sua ocupação territorial e também ao longo do seuprocesso de crescimento e metropolização.

A partir da modificação do artigo 6.2.1.0 da Lei nº 575, de 1947, o espaço urbanode Goiânia foi ocupado por uma avalanche de loteamentos em torno de seu planooriginal. A reserva de área verde do Parque dos Buritis, como era chamado, ainda

existia, mas com o seu verde e as nas-centes do córrego dos Buritis compro-metidos com a ocupação indiscrimina-da.

Fig. 02 – Planta Geral do Setor Sul do Plano deUrbanização de Goiânia modificado pelo Escri-tório Coimbra Bueno, 1938. No detalhe plantaparcial do Setor Central e Sul, limites do Par-que Buritis e área prevista para o Setor Oeste.Fonte: ALVARES (1930), citado por MANSO(2001, p. 225).

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Atualmente a área do Bosque dos Buritis é de aproximadamente 124.800,00 m²,incluindo os edifícios da Assembléia Legislativa, do Museu de Arte de Goiânia e doCentro Livre de Artes da Prefeitura. Seus lagos são alimentados pelo Córrego Buritis,afluente do Córrego Capim Puba. As nascentes, catalogadas até o presente, concen-tram-se na região dos Clubes de Engenharia e dos Oficiais (Setor Marista), nos porõesdo Tribunal de Justiça (Setor Oeste) e dentro do próprio Bosque. Estas nascentes sãocanalizadas até os lagos existentes dentro deste complexo ecológico, sendo um desa-tivado e dois ativados e subdivididos. A partir daí a canalização continua e é despejadano Córrego Capim Puba. No lago desativado há um afloramento de lençol freático ealguma quantidade de água retida neste local.

Fig. 03 – Esboço Planta Geral de Orientação do Nú-cleo Inicial de Goiânia: Setor Central e Norte, a áreadestinada ao Parque dos Buritis, a pista de pouso, ocinturão verde e o traçado de Campinas de acordocom a proposta inicial de Attílio Corrêa Lima. Desta-que para o novo traçado do Setor Sul e as altera-ções sugeridas por Armando Augusto de Godoy,1938. Fonte: Revista Municipal de Engenharia. Riode Janeiro: Secretaria e Obras Públicas, nº 4, julho,1938. Desenho do Escritório Coimbra Bueno, citadoem MANSO (2001, p. 228).

Na década de 60, iniciou-se a organização e as benfeitorias na área do Bosquecom resgate do que restou, retirada de invasores e criação de recantos e espaços depermanência para atender as atividades recreativas e o lazer passivo e ativo.

Fig. 04 – Esboço dos limites da área original reser-vada ao Bosque dos Buritis (1937) e da área atual.Fonte: JÚNIOR (1996, p. 50).

A lei nº 7.653, de 19/06/73, ao transferir para o patrimônio do Município de Goiâ-nia, os bens de uso comum do povo, veio reafirmar os mandamentos ditados peloDecreto Lei nº 58/37, e Decreto Lei de nº 271/67, que estabelecem a transferência parao domínio público municipal das vias e espaços livres, constantes do plano de lotea-mento. A partir desta década houveram iniciativas no sentido de ocupar determinadasáreas dentro do Bosque, para outros fins. Tais iniciativas resultaram nas seguintesconstruções: Assembléia Legislativa em 1962, que foi ampliada em 1979, com a cons-trução de um novo pavilhão, provocando a derrubada de dezenas de árvores e em

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2003, com a construção de outro pavilhão, com dois pavimentos; Hospital dos Funcio-nários da Prefeitura, que na década de 1980 recebeu uma reforma, adequando o seuuso para o Museu de Arte e Centro Livre de Artes, recentemente reformado (2003-2004); CAIXEGO em 1982, demolida em 1992, atendendo as solicitações do movimen-to ambientalista/APBB, de recuperação da área; e o Monumento à Paz, em 1988, poriniciativa da Comunidade Bahá’í.

Fig. 05 - Situação do Bosque em 2003. Vista parcial Setor Cen-tral e Setor Oeste. Crédito imagem: RODRIGUES, 2001. Fon-te: Prefeitura Municipal de Goiânia, SEPLAN.

Fig. 06 – Limites área do Bosque dos Buritis com Setor Centrale Setor Oeste, 1961. Fonte: Prefeitura Municipal de Goiânia,SEPLAM.

Na década de 90 foram executadas algumas obras no bosque, melhorando as-sim a qualidade da área, sendo feita a lanchonete, os caminhos de concreto, a reformado alambrado do perímetro do bosque, os meios-fios, o tanque de dissipação de ener-gia das águas, que saem do lago da Assembléia Legislativa para as galerias pluviais ea instalação da fonte. No ano de 2000, houve outra intervenção na infra-estrutura dobosque, onde o calçamento externo foi substituído e a pista de caminhada foi ampliadapara três metros.

Ainda nesta década, o poder público em parceria com entidade protetora do Bos-que dos Buritis – APBB, propõe intervenções físico-ambientais para melhoria da área:entre os anos de 1990-1992 foram executadas obras de recuperação da nascente doCórrego Buritis que resultaram na construção do conjunto de lagos e canal, incluindopassarela de circulação dos lagos, lanchonete, bancos, meio-fios e reforma do alam-brado; entre os anos de 1992-1996 foi desenvolvida uma ação integrada entre a Prefei-tura - SEMMA, APBB e o Ministério do Meio Ambiente, que visava o reflorestamentodas matas do Bosque dos Buritis e esclarecer ao usuário quanto a sua preservação;entre os anos de 1996-2000 foi instalada uma fonte com jato de 50m de altura no lagopróximo ao Fórum e realizada a reforma total do calçamento externo (ampliação dapista, substituição do piso e das luminárias).

Muitos segmentos da sociedade se uniram e lutaram e continuam a lutar, paranão deixar o Bosque dos Buritis morrer. Este trabalho de proteção ao Bosque, desde2004, conta com instrumentos como SINDUSCON, Associação dos Protetores do Bos-que dos Buritis e Ministério Público. Em 2004 - 2005 elaborou-se o Plano de Manejoque define as diretrizes e o zoneamento ambiental, considerados pelo Projeto de Inter-venção do Bosque dos Buritis, elaborado pela equipe técnica da SEMMA em 2005 -

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2006. Este instrumento, colocado em prática, garantirá para as gerações atuais e futu-ras, a sobrevivência desse patrimônio natural em Goiânia, mostrando à comunidade,que ainda há tempo para protegermos as águas e o verde de nossa cidade, melhoran-do a qualidade de vida.

Fig. 07 – Bosque dos Buritis. Ao fun-do vista parcial Setor Central e re-gião norte em 2001. Crédito imagem:RODRIGUES (2001). Fonte: Prefei-tura Municipal de Goiânia, SEPLAM.

Em 2007 foi efetivada a implantação do Zoneamento Ambiental proposto peloPlano de Manejo e em 2008 foram concluídas as obras previstas no Projeto de Inter-venção.

IV - O BOSQUE DOS BURITIS ANTES DA INTERVENÇÃOO Bosque dos Buritis está inserido em um ambiente totalmente urbanizado e

consolidado. Seu entorno apresenta uma qualidade urbana considerada boa, tanto doponto de vista de investimento público e investimentos particulares novos, como daconservação e da manutenção dos edifícios residências mais antigos. Esse Bosque,que sobreviveu a tantas invasões e interferências antrópicas, é um dos elementos exis-tentes a favor da qualidade ambiental para a vida humana urbana e conta com uminstrumentos importante na sua preservação - o Plano de Manejo para o Bosque dosBuritis, elaborado pela Agência Municipal do Meio Ambiente - AMMA, então, SecretariaMunicipal do Meio Ambiente, no ano de 2005.

O Córrego Buritis tem suas nascentes localizadas na região dos Clubes de En-genharia e dos Oficiais (Setor Marista), no subsolo do Tribunal de Justiça (Setor Oeste)e dentro do próprio Bosque. Os recursos hídricos oriundos destas nascentes são cana-lizados de forma precária. Existem desvios e vazamentos em vários momentos dopercurso com perdas consideráveis antes de chegar até aos lagos existentes dentro doBosque dos Buritis. A água de várias nascentes que ali chegam, deixa o Bosque esegue ao lado do prédio da Assembleia Legislativa, atravessa a Alameda dos Buritis, oJóquei Clube, o Palácio do Comércio na Av. Anhanguera, Hospital São Lucas, SantaCasa, em linha atravessa todo o Setor Aeroporto até desaguar no Capim Puba, próxi-mo ao aterro da estrada de ferro, no Setor Norte Ferroviário. Três lagos ornamentaisforam construídos nas décadas de 80 e 90. O Córrego Buritis vem sofrendo com aação antrópica, recebendo esgotos clandestinos que são lançados em suas águas.Um afloramento de lençol freático no lago desativado e uma nascente próxima ao lagoda parte inferior do Bosque são pontos preocupantes dentro deste cenário que mere-ceram atenção especial. Em suas origens o solo do Bosque dos Buritis era todo reves-tido de mata. Predominava um solo argilo-arenoso, rico em matéria orgânica (terrapreta). Outros dois tipos de solo eram observados: latossolos vermelho escuro distrófi-

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cos A moderado com textura variando de argilosa a muito argilosa e relevo plano; latos-solos vermelho escuro distróficos A moderado com textura argilosa com relevo suaveondulado. Atualmente encontra-se descaracterizado pela introdução de material aliení-gena, através da ação das enxurradas e em virtude do antropismo que ocorreu commuita intensidade no decorrer dos anos.

A vegetação nativa do Bosque dos Buritis é caracterizada como Floresta Estaci-onal Semidecidual de Cerrado e na década de 30 era formada por buritizais e veredas,ocorrendo onde o solo é permanentemente brejoso. No Brasil o termo “vereda” é utili-zado para todos os tipos de vegetação que ocorrem no fundo de vale: o brejo estacio-nal, o brejo permanente e a faixa de buritis. Ao longo dos anos, desde sua criação, oBosque dos Buritis, passou por várias depredações e interferências, comprometendomais ainda a vegetação existente, tendo hoje uma preservação de apenas 30% doambiente natural original. O restante da vegetação foi substituído por espécies exóti-cas ao bioma. Na década de 70 o Bosque possuía uma vegetação representativa,apesar das intervenções e usos que foram ocorrendo, composta em parte por espéciescaducifólias (semidecidual) e adaptadas ao clima sazonal (estacional), quais sejam:Scheflera macrocarpa Aubl. (mandiocão), Apuleia leiocarpa Maebr. (garapa), Hymena-ea stilbocarpa Lee et Lang. (jatobá), Anadenanthera peregrina Benth. (boldo), Callisth-ne microphylla Warm. (joão farinha), Copaifera langsdorffi Desf. (pau-d’óleo), dentreoutras e nas áreas mais úmidas verificou-se ainda a Mauritia vinifera mart (buriti). Du-rante o processo de implantação do Bosque dos Buritis foram realizados vários planti-os, tanto de espécies nativas quanto exóticas. Atualmente a vegetação ainda encontra-se bastante antropizada, mas dentro de um planejamento paisagístico algumas açõescomo de recomposição florística, cercamento da mata foram efetivadas para evitar aabertura indiscriminada de trilhas e usos incompatíveis com a área verde.

Os animais que compõem a fauna tiveram que se adequar às modificações im-postas pelo homem, alternando seus hábitos de vida para sua sobrevivência, adaptan-do-se aos diversos tipos de vegetação encontradas no cerrado. O Bosque é utilizadocomo abrigo e/ou refúgio para alguns animais, e foram registradas quarenta e sete (47)espécies, representando 5,62% das espécies catalogadas para o bioma sendo desta-cados: Chloroceryle americana (martim-pescador-grande), Butorides striatus (socozi-nho), Nystalus chacuru (joão-bobo), Columbina minuta (rolinha), Furnarius rufus (joão-de-barro), Turdus leucomelas (sabiá-do-campo), e outros.

V – A REQUALIFICAÇÃO DO BOSQUE DOS BURITIS

O Bosque dos Buritis destaca-se com um dos espaços livres priorizados no traça-do original do Plano Urbanístico de Goiânia. É, portanto, uma área histórica, que trazem si as marcas de sua origem. Sua paisagem modificada com as intervenções ocorri-das traz em suas linhas e formas, maciços verdes e líquidos aquosos formando lagos ecanais, assim como, uma linguagem, carregada de memória, signos e que fala aosseus usuários e habitantes de Goiânia (BARTHES, 2001; FERRARA, 1997).

Para o seu real e completo aproveitamento em atividades voltadas ao lazer ativoe contemplativo e às atividades culturais, foram maximizados os usos dos diferentesequipamentos existentes e da paisagem, tendo como base o Plano de Manejo3. Esteinstrumento de planejamento e gestão tem por objetivos promover a recuperação daárea verde, preservar as nascentes do Córrego Buritis, recuperar e conservar o ambi-

3 Plano de Manejo Bosque dos Buritis/Goiânia/2005. Elaborado pelos técnicos da Secretaria Municipal doMeio Ambiente, Prefeitura Municipal de Goiânia em parceria com Sinduscon, Associação dos Protetoresdo Bosque e Ministério Público.

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ente do Bosque, desenvolver programas interativos e interpretativos para melhor apre-ciar e compreender o ecossistema protegido no Bosque e os valores culturais envolvi-dos.

Segundo Souza (2003), o ato de planejar sempre remete ao futuro, significandoum olhar de prevenção a evolução de um fenômeno “que necessita ser referenciadopor uma reflexão previa sobre os desdobramentos do quadro atual” (p. 47), comprome-tida com “um pensamento socialmente crítico” (p. 56). Em outras palavras, devemosconsiderar o objeto de intervenção, independente de sua escala, à luz das suas diver-sas dimensões: econômica, política, cultural, social, funcional, estética e ambiental.

E, em se tratando de espaços públicos, sejam eles parques, praças, áreas livresverdes, Oliveira (2003, p. 102), observa que este entendimento perpassa pela compre-ensão de sua organização espacial e paisagística, a partir da relação de seus quatrosaspectos constituintes - projeto, obra, localização e uso, que nunca devem estar disso-ciados do contexto urbano no qual se insere. Macedo (1999, p.13), ainda acrescentaque este ato de planejamento específico é resultado de uma ação programada enco-mendada a um autor ou um grupo de autores, que vem com programa normalmenteestabelecido e custo determinado, tornando a elaboração do projeto, que deve atenderaos anseios da comunidade do bairro onde será implantado, um desafio maior ao ar-quiteto e demais técnicos.

Corroborando, Burle Marx (1986) ressalta que todo planejamento é em funçãodo homem. Para ele, o espaço, quando visto em conjunto, sugere um constante fluirentre as possibilidades de uso coletivo e particular. Em face das crescentes devasta-ções da natureza, tornou-se uma necessidade trabalhar a paisagem sem agressão. Seos ambientes naturais sofreram muitas intervenções no decorrer dos anos, a propostaé de minimizar os impactos, destacando a riqueza natural que foi preservada até osdias atuais.

Com essa compreensão e tomando por base a visão de cidade exposta por Bres-ciani (1994) e Carlos (2001), para quem a cidade é composta de fragmentos de diferen-tes temporalidades e que o reconhecimento destas, passa pela morfologia urbana,compreendida em seus dois tempos: o do reconhecimento da vida (uso e apropriação)e das práticas urbanas (intervenções na reprodução e produção do espaço) buscou-seperceber permanências e transformações no Bosque dos Buritis, de forma a vencer odesafio que o desenho de seu futuro projeto impunha.

A estratégia adotada foi a de reaver este espaço urbano de elevada qualidade,salvaguardando os aspectos originais do local e integrando as mais diversas ativida-des ali desenvolvidas como forma de obter uma vivência equilibrada e integradas aomeio ambiente. Todas as melhorias foram ao encontro da valorização do local. Suapaisagem feita de árvores, água e elementos construídos passaria por mais uma inter-venção – a de formar, suavizar e integrar todos esses elementos e deixar mais visível onatural, considerando sempre que há entre a vida orgânica e a construção, pontos decontato de inegável valor histórico.

A proposta de intervenção do Bosque dos Buritis constituiu, assim, a oportunida-de de requalificação arquitetônica e adequações ambientais, para o que contribuem asações de revalorizar a relação do parque com a cidade, recuperar o ambiente e apaisagem, reconverter o uso em pontos estratégicos, assegurar a integração destaárea verde no tecido da cidade e a sua identidade, tendo como resultados finais acaptação da água das nascentes do Córrego Buritis, a renovação da água dos lagos, arecomposição florística e paisagística, a reforma dos caminhos internos, da pista decaminhada, das trilhas interpretativas, dos equipamentos de convivência e de serviços,associada à preservação desta Unidade de Conservação e à melhoria da qualidade devida. As diretrizes gerais da proposta de intervenção foram:

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• Aplicação da legislação proposta em julho de 1992 quando o Bosque da Avenida dos Buritise os mananciais das nascentes do Córrego dos Buritis foram considerados como Área deProteção Ambiental (APA), previsto na Lei Municipal nº 7.091;

• Preservação do Córrego Buritis com a recuperação florística com espécies nativas;• Recuperação e conservação do ambiente natural, dos espaços de lazer ativo e de permanência;• Compatibilização de relações harmônicas e adequadas do Parque com os usos e ocupa-

ções do entorno;• Implantação do projeto de sinalização interativa do Bosque dos Buritis como facilitador para

promoção de programas de educação ambiental na sensibilização da comunidade local;• Qualificar os espaços e serviços prestados à comunidade com a implantação do orquidário,

identificação dos ambulantes-permissionários; reestruturação dos quiosques, sanitários elanchonete, administração e segurança do parque.

• Utilização de materiais que não impermeabilizem o solo e tornar o parque acessível a todosobservando as normas de mobilidade e acessibilidade urbana.

VI – (RE) VIVENDO O BOSQUE DOS BURITIS

A vocação do lugar e a permeabilidade desta importante área de recarga de lençolfreático foram recuperadas. A vegetação da mata de galeria característica de áreas úmi-das e brejosas foi resgatada com a recomposição florística e paisagística. Em conside-ração a estas características naturais do Bosque dos Buritis, onde o elemento água épreponderante, foi recuperada a fonte luminosa contemplativa de extraordinária belezaplástica com efeito ornamental moderno em água de forte impacto visual, que certamen-te valorizara ainda mais os lagos existentes que se destacam como ícones na paisagemurbana de Goiânia.

As premissas que orientaram a elaboração do projeto de intervenção do Bosquedos Buritis foram as de obter uma ocupação racional do uso do solo que representasseeconomia do ponto de vista de implantação e maior permeabilidade, bem como promo-ver a qualidade da saúde pública e do meio ambiente. Para isso, todas as ações bus-caram preservar e melhorar os aspectos originais deste local reconhecido como bempatrimonial de excepcional valor urbanístico e paisagístico para a cidade de Goiânia.

Manejo e Zoneamento Ambiental Bosque dos Buritis

Fig. 08 - Fluxograma 1: Programa de Manejo do Bosque dos Buritis. AMMA, 2007

Fonte: SEPLAN e RODRIGUES, 2001

Programa de Manejo do Bosque dos Buritis

Uso Público

Recreação

Educação Ambiental

Turismo

Relações Públicas

Meio Ambiente

Manejo de Flora

Manejo de Fauna

Pesquisa e Monitoramento

Sub -programa de água

Operações

Proteção

Administração

Manutenção

Integração com o Entorno

(Associação)

Cooperação Interinstitucional Público/Privado

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As intervenções previstas serão realizadas nas seguintes zonas de uso:a) Zona de Preservação Integral e Zona de Uso Intensivo:

É constituída pelas áreas naturais ou alteradas pela atividade humana. Contémpaisagens únicas, recursos que possam servir às atividades recreacionais, relativa-mente concentradas, com facilidades de trânsito e de assistência ao público. O ambi-ente é mantido o mais natural possível. (SEMMA, 2005. p. 105).

Fig. 09 – Zona de Preser-vação Integral. Bosque dosBuritis. AMMA, 2005.Fonte: SEPLAN e RODRI-GUES, 2001

A vegetação local foi preservada. A recomposição florística prevista para umasignificativa área da Zona de Preservação Integral e para pontos estratégicos da Zonade Uso Intensivo, incluindo o manejo cuidadoso de espécies existentes e retiradas dasespécies que ameaçam as espécies nativas, permitiu resgatar a flora e fauna, favore-cendo o retorno e abrigo dos animais silvestres. As áreas de mata e brejos onde selocalizam as árvores de grande porte e várias espécies remanescentes foram preser-vadas e integradas aos equipamentos do Bosque dos Buritis. Os espaços construídos(novos e existentes) foram organizados, mantendo as árvores, sem a necessidade dequalquer derrubada.

Fig. 10 – Zona de Uso In-tensivo. Bosque dos Buritis.AMMA, 2005.Fonte: SEPLAN e RODRI-GUES, 2001

O projeto luminotécnico desta unidade de conservação emblemática para a ci-dade de Goiânia foi elaborado com o objetivo de valorizar os espaços, destacar seusdetalhes construtivos, a volumetria e massa verde dos elementos naturais, despertar

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um olhar para a paisagem noturna, utilizando o conceito ribalta com um resultado deiluminação de focalização contínua, e proporcionar maior segurança para os usuáriosdo Bosque dos Buritis. Toda a fiação elétrica interna foi substituída. O principal diferen-cial da iluminação proposta é facilitar a manutenção periódica e minimizar o impacto ea interferência visual. É a tentativa de se criar um ambiente convidativo e aconchegan-te, de forma a incutir alma renovada a esta Unidade de Conservação.

Os espaços existentes destinados aos equipamentos de convivência, recreaçãoe serviços de referência são: recantos, lagos, cascata, fonte ornamental, brejo, PraçaMonumento à Paz, anfiteatro, Museu de Artes de Goiânia, Centro Livre de Artes, esta-cionamento, administração e Guarda Municipal, parque infantil, estação de ginástica,caminhos internos, e pista de caminhada (calçada externa).

O pórtico do acesso principal, a murada e os portões dos acessos secundáriosreceberam tratamento diferenciado com colunas de alvenaria aparente, com detalhesem tubo de aço e uma pérgula metálica com luminoso de identificação, personificandoo acesso principal.

Fig. 11 e 12 – Pórtico do acesso principal. Vistas diurna e noturna. Destaque para lago da fonte com o jatod’água com mais de 50 metros de altura. Crédito imagens: Mauro Junio, (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ.

A pista de caminhada recebeu nova paginação de piso em frente aos portões deacesso ao Bosque dos Buritis. Rampas de acesso com rebaixamento do meio-fio fo-ram recuperadas e /ou instaladas seguindo as normas técnicas da NBR 9050 de mobi-lidade e acessibilidade urbana. O alambrado de fechamento externo existente foi subs-tituído por um novo. Toda a parte danificada do piso foi reformada e a demarcação dapista de caminhada foi executada.

Fig. 13 e 14 – Portão de acesso secundário e mura-da. Na paisagem ao lado observa-se o Lago da Fon-te, Monumento à Paz e remanescente de mata dan-do colorido especial. Crédito imagens: Mauro Junio,(2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ.

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Fig. 15 e 16 – Alambrado de fechamento emestado de conservação precário antes da inter-venção. Os módulos foram substituídos em suatotalidade por um fechamento que permite mai-or fluidez visual entre a calçada pública e a matalocalizada na zona de preservação e de uso restrito. Crédito imagens: Fernando Sales (2007) e Mauro Junio(2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ

Internamente preocupou–se em proteger a mata de galeria com um novo cerca-mento em toras de eucalipto roliças lixadas e tratadas e arame liso. Foram instaladosportões em pontos estratégicos para a manutenção, manejo das espécies nativas eacesso estrito às trilhas interpretativas e aos animais. As trilhas desativadas foramadequadas para plantio de espécies nativas de acordo com o projeto específico derecomposição florística.

Fig. 17 e 18 – O piso da calçada pública e pista de caminhada da Rua 1 (Setor Oeste). Recuperação nospontos críticos, favorecendo a mobilidade e maior segurança ao usuário. Paginação de piso com borda deacabamento nova e faixa verde para valorizar a murada e ampliar o espaço destinado à caminhada. Asdistâncias percorridas foram remarcadas em toda extensão do circuito de caminhada. Crédito imagens:Fernando Sales (2007) e Mauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ

A adequação ambiental desta Zona de Uso Intensivo foi contemplada ainda comas seguintes intervenções: demolição da antiga estação de tratamento de água (ETA),onde foram implantados os espaços verdes com estar e mirante; a criação de trêspraças de alimentação e um orquidário; a substituição e instalação de novas lixeiras,bancos, telefones públicos; e a recomposição florística e paisagística; substituiçãodo piso dos caminhos internos por blocos intertravados torna a área do Bosque maispermeável; eliminação de rampas e escadas inadequadas torna o caminhar maisseguro e facilita o acesso aos espaços de convivência, recreação e ao Centro deVisitante (recantos, lagos, espaço alternativo, mirante, parque infantil, trilhas interati-vas, estações de ginástica, Monumento à Paz e aos espaços de serviços CAT - Centro

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de Apoio ao Turista, lanchonete, administração do Parque, guarda Municipal, praçasde alimentação, MAG - Museu de Artes de Goiânia, Centro Livre de Artes, APBB -Associação dos Protetores do Bosque dos Buritis, espaço de exposição e eventos,estacionamento).

Fig. 19 e 20 – Caminhos internos ladeando o circuito das águas, canal com enrocamento e cascatas empedra marroada. Piso intertravado com borda sonora de alerta de perigo e faixa verde com guia de concreto.Cercamento da mata de galeria em toras lixadas e tratadas de eucaliptos com arame roliço. Crédito ima-gens: Fernando Sales (2007) e Mauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ

Fig. 21 e 22 – Monumentoà Paz recebe piso permeá-vel e valorização paisagís-tica. Crédito das imagens:Fernando Salles (2006) eMauro Junio (2008). Fonte:AMMA/DIRUC/GEARQ

Fig. 23 e 24 – Recanto da Trilha: Destaque para banco e mesas com banquetas. Crédito imagens: FernandoSalles (2005) e Mauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ

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Fig. 25 e 26 – Caminhos internos e bordas do Lago das Ilhas com faixa sonora de alerta. Destaque paraplacas de comunicação visual e postes de iluminação. Crédito das imagens: Fernando Salles (2005) eMauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ.

Fig. 27 e 28 - Bloco do anexo adaptado para atividades de apoio ao visitante. Crédito das imagens: Fernan-do Salles (2006) e Mauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ.

Fig. 29 e 30 – Arquibancada recebe tratamento especial com adaptação de corrimão, guarda corpo e espaçopara cadeirante. O piso do teatro de arena foi substituído. Crédito das imagens: Fernando Salles (2005) eMauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ.

Fig. 31 e 32 - Estação de ginástica ampliada e integrada à mata existente. Crédito das imagens: FernandoSalles (2006) e Mauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ.

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Fig. 33 e 34 – Apropriação dos espaços livres. Atividades promovidas pela Associação dos Orquidófilos deGoiás. Vista parcial das instalações do orquidário e centro de visitante. Crédito das imagens: Mauro Junio(2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ.

A reforma e ampliação do Parque Infantil compreendem uma área entre a matade galeria próxima da Alameda dos Buritis e o Lago das Ilhas. O acesso principal aosbrinquedos é por um único portão e todo o perímetro do parque infantil foi fechado comcercamento de madeira, canteiros e espécies de vegetação adequada ao local, man-tendo a concepção original do parque. Foram instalados brinquedos em toras de euca-lipto roliço para atender crianças de 2 a 12 anos de idade.

Fig. 35 e 36 – Parque Infantil. Crédito das imagens: Mauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ.

Adequação arquitetônica foi realizada com a construção de duas plataformas, umalocalizada em frente ao Lago da Trilha e a outra em frente ao Parque Infantil, para insta-lação de quiosques fixos e carrinhos dos ambulantes, que trabalhavam prestando servi-ços aos usuários do Bosque dos Buritis. Estares de convivência e permanência, equipa-dos com bancos e mesas com banquetas, foram integrados aos espaços dos quiosques,configurando assim as praças de alimentação com características peculiares.

Fig. 37, 38 e 39 – Apropriação dos espaços das praças de alimentação e vista de equipamentos: quiosque,banco reformado, mesas com banquetas e orelhões. Crédito das imagens: Mauro Junio (2008). Fonte:AMMA/DIRUC/GEARQ

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As rampas e escadas foram pensadas para atender as exigências de mobilidadee acessibilidade urbana. De acordo com o Decreto 5.296/2004 - Art. 11, projetos dearquitetura/reformas ou ampliação de edificações de uso público ou coletivo deverãoser executados de forma que sejam ou se tornem acessíveis à pessoa portadora dedeficiência ou com mobilidade reduzida. As rampas, escadas e os caminhos internosdo Bosque dos Buritis receberam tratamento especial no sentido de tornarem acessí-veis à pessoa portadora de necessidades especiais.

Fig. 40, 41 e 42 – Caminho interno, borda do Lago das Ilhas e escada de acesso ao Lago da Fonte. Créditodas imagens: Mauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ

O projeto de arquitetura e paisagismo do Bosque dos Buritis adotou os parâme-tros antropométricos da NBR 9050/2004 para propor os contemplados nas seguintesintervenções: rebaixamento de calçadas, anteparos e guarda-corpo na arquibancadado Teatro de Arena, vaga especial no estacionamento, sanitários públicos adaptadospara atender os portadores de necessidades especiais, instalação de corrimão e guar-da-corpo nas escadas e rampas, e deslocamento em linha reta com largura maior ouigual a 1,50 m nos caminhos internos. Os símbolos internacionais de acesso foramcontemplados no projeto de sinalização do Bosque dos Buritis.

Fig. 43 e 44 – Placasinterativas de comuni-cação visual com infor-mações sobre a fauna,flora e lagos. Créditodas imagens: MauroJunio (2008). Fonte:AMMA/DIRUC/GEARQ

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A comunicação visual e a sinalização do Bosque dos Buritis foram reformuladascom a fixação de novas placas (informativas; indicativas; orientação de uso e educati-vas).

Para a renovação da água dos lagos artificiais do Bosque dos Buritis foramadotadas soluções alternativas para o reaproveitamento desse líquido imprescindível.Uma das soluções foi a captação e transporte da água de nascentes localizadas noClube de Engenharia, Inmetro, CPRM, Clube dos Oficiais e dos Cabos e Soldados parao Lago da Fonte (lago1/superior) com adequação da rede para que não ocorra vaza-mento e sejam controladas algumas ligações clandestinas de esgoto que possam exis-tir.

Fig. 45, 46 e 47 – Bica que renova água do Lago da Fonte e roda d’água que bombeia água para o Lago daTrilha (próximo a Rua 1) no primeiro plano e ao fundo, belvedere e praça do Monumento à Paz protegidopelas árvores. A reforma da área destinada aos eventos e exposições foi executada de acordo com o projetode paginação de piso considerando as passarelas (pedestres) e jardins existentes. Crédito das imagens:Mauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ

Fig. 48 – Belvedere instalado na bor-da do Lago da Fonte foi concebidopara propiciar encontros e permanên-cias para todas as faixas etárias.Compõe a estrutura do Belvedere umdeck, com piso de madeira, e os doisguarda-corpos de proteção lateralexecutados com toras de eucalipto ebarras metálicas tubulares. Crédito daimagem: Mauro Junio (2008). Fonte:AMMA/DIRUC/GEARQ

Foram também objeto da intervenção a reforma, remoção e substituição do mo-biliário urbano. Foram instaladas novas lixeiras, bancos novos com encosto e conjuntode mesas com banquetas. Os bancos de concreto e mesas com banquetas de concretoexistentes foram mantidos e reformados a pedido dos usuários assíduos do Bosquedos Buritis.

Fig. 49, 50 e 51 – Recanto das Águas, Recanto da Cascata. Recanto da Mata, antiga área de estaciona-mento próxima à mata e ao Centro Livre de Artes. Crédito das imagens: Mauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ

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b) Zona de Uso Restrito:

Fig. 52 – Zona de Uso Restrito: Bosque dos Buritis. AMMA, 2005. Fonte: SEPLAN e RODRIGUES, 2001.

Compreende as áreas necessárias à administração, manutenção e serviços. Aadequação ambiental desta Zona de Uso Restrito prevê intervenções no entorno dosrecantos, lagos, brejos e nas trilhas interpretativas de educação ambiental e a recom-posição paisagística nas áreas dos jardins e dos canteiros.

O projeto e os serviços de implantação da recomposição paisagística e florísticaforam executados pela AMMA – Agencia Municipal do Meio Ambiente. O piso de chãobatido das trilhas naturais interpretativas (Trilha da Mata - 862,30 m²,

Trilha do Lago - 439,05 m²; Trilha dos Guapuruvus - 453,23 m²); localizadas naZona de Uso Restrito foi escarificado, compactado e regularizado.

As dimensões das trilhas foram adequadas ao uso por grupo de visitantes eestudantes.

Fig. 53, 54 e 55 – Recomposição paisagística e florística. Recuperação das trilhas com tratamento luminotéc-nico. Crédito das imagens: Fernando Sales (2007) e Mauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ/2008.

c) Zona de Preservação Integral

Essa zona consiste de áreas naturais, onde a intervenção humana tenha sidopequena ou mínima. Pode conter ecossistemas únicos, com espécies da flora, fauna,ou até fenômenos naturais de grande valor cientifico que podem tolerar ocasionalmen-te o uso limitado do público (SEMMA, 2005). Compreende a mata, com uma extensão

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aproximada de 46.438,81m², incluindo os lagos e as nascentes do Córrego Buriti. EssaZona de Preservação Integral limita-se com a Zona de Uso Restrito e uma parte daZona de Uso Intensivo. A adequação ambiental desta Zona de Preservação Integral foirealizada com a recomposição florística da mata, as intervenções nas trilhas interpre-tativas de educação ambiental e o cercamento de proteção da mata.

d) Zona de Recuperação:

Fig. 56, 57 e 58 – Recomposição paisagística e florística. Destaque para os exemplares de Buritis. Recupe-ração dos caminhos internos e limpeza do Lago das Ilhas. Crédito das imagens: Fernando Sales (2007) eMauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ

É uma zona que contém áreas que sofreram considerável alteração humana. Éconsiderada uma zona provisória, pois, uma vez restaurada será incorporada em umadas categorias permanentes. (SEMMA, 2005). Deter a degradação dos recursos natu-rais da área, principalmente flora e solo, e favorecer a recuperação natural da vidasilvestre são os principais objetivos a serem alcançados nesta Zona de Recuperação.A adequação ambiental desta Zona de Recuperação foi contemplada com a recompo-sição florística nos trechos das trilhas interpretativas que deixaram de existir e no esta-cionamento próximo ao Museu de Artes. Esta zona apresenta um grande potencialpara o futuro, pois, com a adequação ambiental concluída, será incorporada à Zona dePreservação Integral, resultando, assim, na melhoria da permeabilidade do solo quemanterá vivas as nascentes.

As árvores funcionando como um “quebra-luz” amenizam a claridade que incidesobre as edificações, tornam-se elementos de vedação e de proteção, retomando “aidéia da arquitetura como” “jogo sábio das luzes e das sombras” (MOTTA, 1986, p.76).Os lagos, com suas superfícies onduladas pelas fontes e cascatas, “trazem um poucodo céu para dentro do arvoredo”.

Fig. 59, 60 e 61 – Jardim espaço alternativo, vegetação específica para composição do pergolado. Desta-que para os Bacuris na marcação do portão da Rua 1 com acesso independente para pedestres e automó-veis. Crédito das imagens: Mauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ

Jardins internos e portãode acesso Rua 1

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Fig. 62, 63, 64 e 65 – área do entorno do orquidário foi trabalhada com maciços de arundina, conhecida pororquídea terrestre, aroeira salsa para sombreamento e vasos com Bambu mosso marcando a entrada.Canteiros e faixa verde na área do estacionamento. Crédito das imagens: Mauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ

Fig. 66, 67 e 68 – Caminhos internos de acesso ao espaço alternativo e detalhes canteiros de bromélias comseixos rolados e pedriscos. Crédito das imagens: Mauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ

Fig. 69 e 70 – Teatro de Arena, bica e roda d’água. O tratamento paisagístico do Teatro de Arena caracteri-zou-se mais pela retirada de algumas espécies de palmeiras que conflitavam com as espécies arbóreasexistentes. Crédito das imagens: Mauro Junio (2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ

“E os grandes conjuntos de árvores, de grande porte, formam uma cortina, cujatransparência permite luminosidade variada e acolhedora. O trabalho da luz unifica eenche de mistério a paisagem, abrange formas sutis de percepção...” (Motta, 1986,p.79). A vegetação foi distribuída demarcando as diversas áreas de uso, conduzindo avista a objetivos comuns ou criando surpresas aos que a percorrem lentamente, peladiversificação das perspectivas.

Espaço Alternativo Orquidário

Bica d’água e Teatro de Arena

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Maciço de quaresmerinhas/maciço linear dealpínias/guarirobas iluminadas

Fig. 71, 72 e 73 – Revegetação com maciço de Tibouchina stenocarpa eoutras espécies arbóreas nativas para recomposição da mata; maciço linearde Alpínia purpurata formando uma barreira vegetal de proteção do parqueinfantil; plantio de Syagrus oleracea formando uma cortina verde iluminada,cuja projeção se dá nas águas do lago. Crédito das imagens: Mauro Junio(2008). Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ

Quando o usuário busca a caminhada, seu olhar percorre a paisagem e os diver-sos tons de verde, salpicados de cores fortes e vibrantes das flores. O trajeto ganharitmo, precisão, interesse e a atenção se voltam para os pormenores do caminho, de-tendo-se ora numa flor, ora num pássaro, num sorriso de criança ou numa folha secaque cai acompanhando a fluidez do vento... O encanto dos detalhes quebra a monoto-nia, valoriza o todo e reaviva a individualidade. Num falar técnico Lúcio Costa afirmaque “um dos preceitos da urbanização moderna é o contraste entre a rigidez, a sime-tria, a disciplina da arquitetura e a imprecisão, a assimetria, o imprevisto da vegetação”(Costa, 1962, p.52).

Vencendo dificuldades naturais, o planejamento e o projeto de valorização pai-sagística arquitetônica e urbanística foi realizado em todos os níveis – água, piso, edi-ficações, traçados e vegetação, atendendo a todas as funções e necessidades defini-das nesse.

Quando se busca a integração de todos os elementos na configuração de umespaço a visão da paisagem se renova – “o ser humano, o gesto, a semente, a planta,a cidade e os territórios se aliam em grandiosos compromissos construtivos” (MOT-TA,1986).

Córrego Buritis

O Córrego Buritis, em seus meandros,Desde a nascente até o encontroCom o Córrego Capim Puba,Alimentou as veredas com seus buritis,Suas árvores, seus animais, e seus pássaros...O córrego percebeu, então, um movimento intensoNas proximidades de seu corpo, de sua vida...Era a cidade de Goiânia que nascia!Nascia como uma escultura,De sonhos, de planos e de ambições,Emergia da superfície da terraE tomava corpo e forma...Algo de muito importante estava acontecendo,Pensava o córrego com suas veredas...E percebia que espaços eram abertos

Fig. 74 - Crédito imagem: Mauro Junio (2008).Fonte: AMMA/DIRUC/GEARQ

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A pouca distância e continuou a pensar:Apesar de toda essa transformaçãoEu permanecerei, continuareiCom minhas águas límpidas,Recebendo as chuvas e o calor do sol,Abrigando os pássaros com seus ninhos...E alguns anos se passaramMuitos sons e ruídos diferentes surgiram...E a vida feliz e natural da vereda buritisPerdia o gosto da paz...Recortes foram feitos na áreaE o que era para ser preservadoNo Plano original de GoiâniaFoi diminuindo e se descaracterizando...E a vida do córrego e da veredaSofreu muitas modificaçõesMas não se extinguiu...Seres valorosos, em todas as épocas,Lutaram pela sua sobrevivência.Hoje ele encontra-seCom uma nova roupagemE com uma nova esperançaNo cerne de suas águas...A vida do Córrego Buritis continuaNas ações plenas de boa vontade!...

Maria Amélia Amorim - 2006

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ModalidadeSaneamento

Projeto:Sistema domiciliar de tratamento de

esgoto por plantas: uma contribuição aoambiente da cidade de Goiânia

Premiado:Tecnólogo em Construção Civil e emEdificações Douglas Pereira da Silva

Pitaluga

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SISTEMA DOMICILIAR DE TRATAMENTODE ESGOTO POR PLANTAS:

uma contribuição ao ambiente da cidade de Goiânia

PITALUGA, D. P. S.(1)

ALMEIDA, R. A. (2)

REIS, R. P. A.(3)

Douglas Pereira da Silva Pitaluga(1)

Tecnólogo em Construção Civil. Especialista em Tratamento de Resíduos. Mes-trando em Engenharia do Meio Ambiente, da Escola de Engenharia Civil da Universida-de Federal de Goiás – UFG. [email protected]

Rogério de Araújo Almeida(2)

Engenheiro Agrônomo. Especialista em Tratamento de Resíduos. Mestre emAgronomia. Doutor em Agronomia. Professor da Escola de Agronomia e Engenharia deAlimentos da Universidade Federal de Goiás – UFG. [email protected]

Ricardo Prado Abreu Reis(3)

Engenheiro Civil. Mestre em Engenharia Civil. Professor da Escola de Engenha-ria Civil da Universidade Federal de Goiás – UFG. [email protected]

RESUMOA utilização de plantas no tratamento de esgotos constitui-se em alternativa, efi-

ciente e de baixo custo, aos sistemas convencionais. O presente estudo objetivou ava-liar a eficiência de uma estação domiciliar experimental de tratamento de esgotos dotipo zona de raízes, precedida por tanque séptico, na cidade de Goiânia, GO. O tanqueséptico foi dimensionado de acordo com a NBR 7229 (ABNT, 1993). A zona de raízesseguiu as orientações de Philippi e Sezerino (2004) e foi vegetada com as espécieslírio-do-brejo (Hedychium coronarium J. König) e taboa (Typha angustifolia L.). Avalia-ram-se as eficiências percentuais da estação na redução da Demanda Bioquímica deOxigênio (90,7%), da Demanda Química de Oxigênio (81,1%) e dos Coliformes Termo-tolerantes (99,99998%), após quatro meses do início da aplicação de esgoto. O siste-ma avaliado mostrou-se eficiente no tratamento do esgoto, atendendo à legislaçãovigente, para os atributos estudados.

PALAVRAS-CHAVE: Fitorremediação, alagados construídos, águas residuárias.

INTRODUÇÃO

O destino final do esgoto sanitário é, geralmente, o encaminhamento a um corpode água, muitas vezes em sua forma bruta. Em conseqüência desse lançamento, po-dem aparecer alguns inconvenientes, como o desprendimento de maus odores, a pre-sença de sabor na água potável, a mortandade de peixes e a ameaça à saúde pública.Via de regra, tais impactos são mitigados ou evitados quando o esgoto é submetido atratamento prévio adequado.

Para serem lançados em corpos receptores de água doce, os efluentes das esta-ções de tratamento de esgoto devem, simultaneamente, atender às condições e pa-drões de lançamento de efluentes e não ocasionar a ultrapassagem das condições epadrões de qualidade de água, estabelecidos para as respectivas classes, nas condi-

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ções da vazão de referência (CONAMA, 2005). Os mananciais hídricos do Estado deGoiás são todos considerados de classe 2.

Pesquisadores têm buscado formas alternativas de tratamento de efluentes, prin-cipalmente o urbano, que representa um grande aporte de materiais orgânicos que sãolançados diariamente nos cursos de água. Segundo Heller e Nascimento (2005), estesestudos devem considerar, necessariamente, a realidade sócio-econômico-cultural dopaís, realidade sobre a qual os potenciais benefícios das ações e da pesquisa se aplica-rão. Assim, devem ser considerados o grau de desenvolvimento econômico do país,seus desequilíbrios ambientais e sociais, sua realidade sanitária e a cultura de seu povo.

A utilização de espécies vegetais no tratamento de esgoto representa uma tec-nologia emergente que está se revelando como uma alternativa, eficiente e de baixocusto, aos sistemas convencionais (PARKINSON; SIQUEIRA; CAMPOS, 2004). Essessistemas podem ser implantados no local onde o esgoto é gerado, são facilmente ope-rados, economizam energia e são mais flexíveis e menos susceptíveis a variações nastaxas de aplicação de esgoto (BRIX, 1993; SOLANO; SORIANO; CIRIA, 2004). Inte-gram-se ao ambiente e são caracterizados como tecnologia apropriada e auto-susten-tável (PRESZNHUK et al., 2003). Sua principal desvantagem está na maior necessida-de de área (BRIX, 1993), o que nem sempre é um fator limitante, especialmente noBrasil, país de grandes extensões territoriais.

A área para o tratamento de esgoto por zona de raízes varia de um a até seismetros quadrados por habitante. As condições climáticas brasileiras permitem a utiliza-ção de áreas reduzidas, principalmente se houver um tratamento prévio do esgoto (PHI-LIPPI; SEZERINO, 2004).

Segundo Valentim (2003), apesar da existência de várias pesquisas sobre trata-mento de esgotos com plantas no Brasil, ainda são poucos os sistemas avaliados con-tinuamente e por um longo período de tempo, e nem sempre os parâmetros de análisee a metodologia de condução adotada pelos pesquisadores coincidem, gerando, àsvezes, dificuldades de comparação entre os diversos trabalhos.

A utilização de plantas no tratamento de esgotos já ocorre em Goiás e o sistematem se mostrado bastante promissor (ALMEIDA, 2005; ALMEIDA; OLIVEIRA; KLIE-MANN, 2007), o que leva à necessidade de novas pesquisas com vistas a obter novosconhecimentos e subsídios para o seu dimensionamento e uso na região.

Desta forma, o presente trabalho objetivou avaliar o desempenho de um sistemaresidencial de tratamento de esgoto, do tipo zona de raízes com fluxo sub-superficialhorizontal, precedido de tanque séptico, na região de Goiânia, GO.

O clima local, segundo Köppen, é do tipo Aw (quente e semi-úmido com estaçãoseca bem definida, de maio a setembro, e regime pluviométrico tropical, com tempera-tura média anual de 23,2°C, com as médias mínimas e máximas de 17,9°C e 29,8°C,respectivamente). A precipitação pluvial média anual é de 1.575,9 mm e o total anualde insolação é de 2.588,1 h (BRASIL, 1992).

METODOLOGIA

Para a realização do estudo, foi projetado um sistema residencial experimentalde tratamento de esgoto doméstico. O sistema foi implantando em uma residênciatérrea unifamiliar, com cinco moradores (Foto 1), na região Leste da cidade de Goiânia,GO. O projeto foi concebido de forma a utilizar o uso do desnível disponível (diferençade nível entre a posição de saída do esgoto da residência e sua entrada no coletorpúblico), com vistas a um sistema que funcione pela força da gravidade, não necessi-tando de bombeamento do esgoto. Para atender tal concepção, inicialmente foi feito olevantamento planialtimétrico do terreno (Foto 2).

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Foto 1 - Moradores da residência onde foi implantado o sistema domiciliar de tratamento de esgoto porplantas, do tipo zona de raízes precedida por tanque séptico. Goiânia, GO. 2008

Foto 2 - Levantamento planialtimétrico do terreno para implanta-ção do sistema domiciliar de tratamento de esgoto por plantas, dotipo zona de raízes precedida por tanque séptico. Goiânia, GO. 2008

A estação experimental constituiu-se de um tanque séptico, dimensionado se-gundo a NBR 7.229 (ABNT, 1993), seguido por uma unidade de zona de raízes, classi-ficada por Brix (1993), como um sistema de tratamento baseado em macrófitas emer-gentes de fluxo sub-superficial horizontal, dimensionada segundo orientação de Philip-pi e Sezerino (2004), com a adoção de um metro quadrado de leito por habitante, e porum tanque reservatório para armazenamento do efluente tratado (Quadro 1, Figura 1 eFoto 4). A vazão média diária de esgoto foi estimada com base no consumo médio de

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água da residência dos seis meses anteriores (500 L dia-1), adotando-se uma taxa deretorno de 80%. Durante a avaliação do experimento foram coletados dados de consu-mo de água para nova estimativa da produção de esgoto.

As unidades de tratamento foram demarcadas no terreno, escavadas e construí-das com piso em concreto armado, paredes em alvenaria (tijolo furado 14 x 29 cm,deitado) e impermeabilizante no reboco.

O leito da zona de raízes foi preenchido com brita número um nos cinqüentacentímetros iniciais e finais, para aplicação e drenagem de líquidos, respectivamente.Na parte intermediária utilizou-se como substrato areia lavada (Foto 3), com 32,5% deespaços vazios e distribuição granulométrica apresentada na Figura 2.

Foto 3 - Leito da zona de ra-ízes preenchido com brita nú-mero um e areia lavada. A tá-bua divisória foi retirada apóso preenchimento. Goiânia,GO. 2008

Quadro 1

Dimensões das unidades do sistema residencial de tratamento de esgoto, do tipozona de raízes precedida por tanque séptico. Goiânia, GO. 2008.

Dimensões (m) Unidade

Larg. Comp. Prof. Útil Volume (m3)

Tanque séptico 0,80 2,10 1,60 2,70

Zona de raízes 1,25 4,00 0,60 3,00

Reservatório 2,40 1,10 0,60 1,60

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Figura 1 - Esquema geral do sistema domiciliar de tratamento de esgoto avaliado. Goiânia, GO. 2008

Foto 4 - Vista geral do sistema domiciliar de tratamento de esgoto avaliado, em fase final de construção,ainda sem as tampas do tanque séptico e do reservatório. Goiânia, GO. 2008

A areia foi vegetada com as espécies lírio-do-brejo (Hedychium coronarium J.König), na metade inicial e taboa (Typha angustifolia L.), na metade final (Foto 5. Foto6. Figura 3). Por ocasião do preenchimento do leito utilizou-se de tábuas de madeirapara separar a brita da areia, retirando-as em seguida. As espécies vegetais foramescolhidas pelas maiores eficiências no tratamento de esgoto sanitário nas condiçõesde Goiânia (ALMEIDA; OLIVEIRA; KLIEMANN, 2007).

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Figura 2 - Distribuição granulométrica da areia utilizada no preenchimento do leito da zona de raízes dosistema domiciliar de tratamento de esgoto avaliado. Goiânia, GO. 2008

No transplante das espécies vegetais foram utilizadas mudas, correspondentesa plantas adultas com brotações no rizoma, na densidade de dez plantas por metroquadrado. As plantas foram previamente coletadas em seu ambiente natural, tiveramsuas folhas cortadas e foram armazenadas em local úmido e sombreado, com vistas àbrotação. Após o transplantio das mudas procedeu-se a sua irrigação com água detorneira (do sistema público). A aplicação do esgoto iniciou-se somente após o pega-mento das plantas (quinze dias do transplante), conforme recomendado por Sievers(1993) e Solano; Soriano e Ciria (2004).

Foto 5 - Plantio de mudas da espécie lírio-do-brejo (Hedychium coronarium J. König) no leito de zona deraízes do sistema domiciliar de tratamento de esgoto por plantas. Goiânia, GO. 2008

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Foto 6 - Plantio de mudas da espécie taboa (Typha angustifolia L.) no leito de zona de raízes do sistemadomiciliar de tratamento de esgoto por plantas. Goiânia, GO. 2008

Figura 3 - Leito da zona de raízes do sistemaresidencial de tratamento de esgoto avalia-do. Em foco o desenvolvimento cronológicodas plantas até seu estágio de floração, quan-do a estação assume o visual agradável deum jardim florido. a) em 3 de janeiro, data dotransplante; b) em 30 de janeiro; c) em 15 defevereiro e d) em 4 de junho. Goiânia, GO.2008

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A partir de quatro meses após o início da aplicação de esgoto na estação (15 demaio), foram coletadas amostras mensais de efluente, por um período de quatro me-ses, para a realização de análises de qualidade. As amostras foram coletadas antes eapós a zona de raízes (Figura 4). Foram avaliados a Demanda Bioquímica de Oxigê-nio, a Demanda Química de Oxigênio e os Coliformes Termotolerantes.

Figura 4 - Vista em corte longitudinal do sistema residencial experimental de tratamento de esgoto avaliado,com indicação dos locais de coleta de amostras para análises laboratoriais. Goiânia, GO. 2008

Os resultados foram utilizados no cálculo da eficiência percentual do sistema napurificação do esgoto doméstico, segundo Dacach (1991). Para o cálculo da eficiênciado tanque séptico utilizaram-se os valores das concentrações afluentes dos atributosdo esgoto bruto, consolidados pela literatura (PESSOA; JORDÃO, 1982; SPERLING,1996 e NUVOLARI, 2003), uma vez que não foi feita sua caracterização no presenteestudo.

Todo esgoto produzido na residência foi conduzido ao tanque séptico, sem qual-quer separação. Do tanque, o efluente era conduzido à zona de raízes, pela força dagravidade (Fotos 7 e 8). A aplicação ocorria em uma das extremidades do leito pormeio de um tubo de esgoto (ø 100 mm), perfurado em toda sua extensão e posicionadono terço superior da profundidade do leito, envolto por uma camada de brita númeroum (Fotos 9 e 10). A drenagem do efluente da zona de raízes dava-se pela extremida-de oposta à entrada, em tubo de esgoto (ø 100 mm) posicionado no fundo do leito,igualmente perfurado e envolto por brita número um (Figura 5 e Foto 11).

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Foto 7 - Tubo de transição do efluente do tanque séptico para o leito de zona de raízes do sistema domiciliarde tratamento de esgoto por plantas. Goiânia, GO. 2008

Foto 8 - Vista interna do tanque séptico em funcionamento. Sistema domiciliar de tratamento de esgoto porplantas. Goiânia, GO. 2008

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Figura 5 - Desenho esquemático de um corte longitudinal do leito da zona de raízes do sistema residencialexperimental de tratamento de esgoto avaliado. Goiânia, GO, 2008

Foto 9 - Tubulação de PVC perfurada para uniformizar a aplicação do esgoto na zona de raízes do sistemadomiciliar de tratamento de esgoto por plantas. Goiânia, GO. 2008

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 63

Foto 10 - Detalhe do preenchimento da zona de raízes com substrato (areia e brita) e do tubo dealimentação do leito, do sistema domiciliar de tratamento de esgoto por plantas. Goiânia, GO. 2008

Foto 11 - Detalhe da tubulação de drenagem do leito da zona de raízes do sistema domiciliar detratamento de esgoto por plantas. Goiânia, GO. 2008

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A parte externa do tubo de drenagem da zona de raízes ficou dentro do tanquereservatório. Em sua extremidade foi acoplado um joelho de 90º com um tubo vertical,cujo posicionamento determinava o nível de líquidos dentro da zona de raízes (Foto12). O nível foi mantido a aproximadamente cinco centímetros abaixo da superfície dosubstrato, com vistas a evitar seu afloramento e a consequente proliferação de mos-quitos e liberação de maus odores. No tanque reservatório o efluente tratado permane-cia disponível para reuso e seu excesso era encaminhado ao coletor da rede pública.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O consumo médio mensal de água no período de condução do experimento foide 12,17 m3, o que corresponde a 405,5 L dia-1, portanto, menor que o consumo verifi-cado por ocasião do projeto da estação. Considerando-se a taxa de retorno de 80%,estimou-se uma vazão de esgoto de 324,4 L dia-1. Assim, o tempo de detenção hidráu-lica do esgoto foi de 8 dias no tanque séptico e de 2,7 dias na zona de raízes, totalizan-do 10,7 dias (Quadro 2). O leito da zona de raízes ocupado com plantas utilizou umaárea de 1 m2 por habitante, considerada pequena, tendo em vista o fluxo do sistemaser horizontal. A recomendação encontrada na literatura é de menos que 80 Kg DBOha-1dia-1 (MELO JÚNIOR, 2003), o que corresponde a uma área maior que 2,4 m2 porhabitante. Considerando a concentração afluente de 260 mg DBO L-1 e a vazão médiade esgoto verificada neste estudo (324,4 L dia-1), foi realizada uma aplicação de 168,48kg DBO ha-1dia-1, numa taxa aproximada de 65 L m-2 dia-1.

Foto 12 - Vista interna do reservatório de esgoto tratado do sistema domiciliar de tratamento de esgotopor plantas. Em detalhe a tubulação de entrada com o regulador de nível. Goiânia, GO. 2008

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A eficiência do tanque séptico na purificação do esgoto foi de 13% nos níveis deDBO e de DQO e de 99,9946% na contagem de coliformes termotolerantes. Salienta-se que os valores observados após o tanque séptico foram comparados a valoresteóricos consolidados pela literatura (SPERLING, 1996 e NUVOLARI, 2003 – para DBOe DQO – e PESSÔA; JORDÃO, 1982 – para Coliformes), uma vez que não foi feita acaracterização do afluente. O leito de zona de raízes ocasionou redução de 89% paraa DBO, 78% para a DQO e 99,63% para os coliformes termotolerantes (Tabela 1).

A eficiência total na redução da DBO foi de 90,7%, resultando num efluente com28 mg O

2 L-1. A legislação estabelece uma DBO máxima de 60 mg O

2 L-1 para o efluente

das estações de tratamento de esgoto ou uma redução mínima de 80% na concentraçãode DBO. Para o lançamento em corpos receptores de água doce de classe 2, o efluentenão pode elevar a concentração de DBO acima de 5 mg O

2 L-1. Tampouco, pode resultar

na redução da concentração de OD abaixo de 5 mg O2 L-1.

Solano; Soriano e Ciria (2004), na Espanha, observaram uma eficiência da taboana redução da DBO de 81%, para aplicação de 75 litros diários de esgoto por metroquadrado, no verão. Gersberg et al. (1986), na Califórnia, verificaram eficiência de74%. Van Kaick (2002), no Paraná, observou redução de 83,9%. Costa et al. (2003), na

Tabela 1 Valores médios de atributos e eficiência percentual na sua redução em esgoto

doméstico submetido a tratamento num sistema do tipo zona de raízes com fluxo sub-superficial horizontal, precedido por tanque séptico. Goiânia, GO. 2008.

DBO1

(mg O2 L-1)

DQO2

(mg O2 L-1)

Coliformes Termotolerantes (NMP 100mL-1)

Esgoto bruto3 300 700 1,0.109

redução (%) 13,3 12,7 99,9946

Após tanque séptico 260 611 5,4.104

redução (%) 89,2 78,4 99,63

Após zona de raízes 28 132 2,0.102

redução total (%) 90,7 81,1 99,99998

1 demanda bioquímica de oxigênio; 2 demanda química de oxigênio; 3 valores médios segundo Sperling (1996) e Nuvolari (2003), para DBO e DQO e segundo Pessôa e Jordão (1982), para coliformes termotolerantes.

1

Quadro 2

Dimensões, Volume Útil e Tempo de Detenção Hidráulica propiciados pelasunidades do sistema residencial de tratamento de esgoto, do tipo zona de raízesprecedida por tanque séptico. Goiânia, GO. 2008.

Dimensões (m) Unidade

Larg. Comp. Prof. Útil Volume Útil

(m3) TDH (dias)

Tanque séptico 0,80 2,10 1,55 2,60 8,01

Zona de raízes1 1,25 4,00 0,60 0,89 2,74

4,47

Reservatório 2,40 1,10 0,55 1,45

taxa de aplicação de 324,4 L dia-1, areia do substrato com 32,5% de espaços vazios e nível deefluente cinco centímetros abaixo da superfície. Desconsiderando o volume ocupado pelasraízes das plantas.

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Paraíba, constataram redução de 88%. Presznhuk et al. (2003), no Paraná, observaramredução de 84,2%. A DQO foi reduzida em 81%, valor próximo à média das eficiênciasverificadas pelos autores citados. Assim, a eficiência verificada neste trabalho foibastante satisfatória, compatível com o observado em sistemas das mais variadasconcepções e em várias regiões do mundo.

A remoção de coliformes termotolerantes foi de sete casas exponenciais,resultando em uma concentração de 200 NMP 100mL-1. A legislação brasileira nãodetermina limite de coliformes para os efluentes de estações de tratamento de esgoto.Todavia, a contribuição do efluente não pode elevar a contagem de coliformestermotolerantes nos corpos receptores acima dos limites estabelecidos para cada classe;ou seja, 1.000 NMP 100mL–1, para os de classe 2 (CONAMA, 2005). Verifica-se, portanto,que o efluente poderia ser disposto em qualquer manancial do estado de Goiás, pois, acontagem de coliformes na água do corpo receptor jamais ultrapassaria o limite legalestabelecido.

Embora este estudo tenha sido desenvolvido para uma residência, vislumbra-sesua aplicação no tratamento de esgotos de pequenas comunidades.

CONCLUSÃO

O sistema domiciliar de tratamento do tipo zona de raízes precedida por tanqueséptico foi eficiente na purificação do esgoto doméstico nas condições climáticas deGoiânia, GO, atendendo ao estabelecido na legislação vigente para os atributosDemanda Química de Oxigênio, Demanda Bioquímica de Oxigênio e ColiformesTermotolerantes.

Foto 13 - Esgoto tratado pelo sistema domiciliar de tratamento do tipo zona de raízes precedida portanque séptico. Goiânia, GO. 2008

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Foto 14 - Esgoto tratado pelo sistemadomiciliar de tratamento do tipo zona deraízes precedida por tanque séptico.Goiânia, GO. 2008

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ModalidadeGeologia e Minas

Projeto:Cerâmica Santo Antônio: um exemplo desustentabilidade na pequena mineração

Premiada:Rosa e Cavalcante LtdaCerâmica Santo Antônio

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Vista dos tanques com peixes

CERÂMICA SANTO ANTÔNIO

A EMPRESA- Razão Social: Rosa e Cavalcante Ltda- Nome de Fantasia: Cerâmica Santo Antônio- Endereço: Av. Bernardo Sayão, Qd. CG Lt. 02, Vila União, Mara Rosa –

Goiás – CEP: 76490-000 - Fone: (62) 3366-1382- Proprietário: Amado Olímpio Rosa – Diretor Presidente- Data de Fundação: 06 de agosto de 1982- CNPJ: 00.116.681/0001-58- Número de Funcionários: 65 (01/09/08)- Número de Funcionários Registrados: 65 (01/09/08)- EPIs Fornecidos pela Empresa: botina, óculos, luvas, protetor auricular,

máscara para pó, máscara para proteção de calor, uniforme- Licença de Funcionamento: processo nº 5301.00.804/1996-1 – Licença

GUS nº 57/2006 (val. 18/01/09)- Licença de Consumidor de Lenha: nº registro 560133380/2001-4

MISSÃO

Ser a solução em produtos cerâmicos, contribuir na realização do sonho de morarbem, valorizando o bem estar social e respeitando o meio ambiente.

VISÃO

Ser uma empresa que atende ao mercado consumidor em suas necessidades eexigências de moradia e fortalecer o compromisso entre empresa, clientes efornecedores.

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 73

VALORES

- Ética: Honrar compromisso entre empresa x clientes x fornecedores;- Valorizar o trabalho para trabalhar e viver com dignidade, saúde e segurança

no trabalho;- Satisfação dos clientes, acionistas, funcionários e fornecedores;- O comprometimento de todos os cooperadores com a qualidade dos

produtos e serviços;- Manter o meio ambiente em equilíbrio, de maneira a dar sustentabilidade

ao negócio, recuperando jazidas e reflorestamento.A cerâmica Santo Antônio está situada na cidade de Mara Rosa, Região Norte do

Estado de Goiás, desde agosto de 1982, distante 350 Km de Goiânia, capital de Goiáse 340 Km do Distrito Federal.

Historicamente, trata-se de uma região mineradora de ouro desde o séc. XVII,quer na sua forma primitiva de garimpo, ou de tecnologia avançada das grandesempresas mineradoras. Nas últimas décadas é também grande produtora de níquel,cobre e amianto, além de dezenas de empreendimentos de pequeno porte.

Dentre as indústrias mineradoras especializadas em cerâmica vermelha, todasde pequeno porte, destaca-se a Cerâmica Santo Antônio, por ter operacionalizado oprojeto “Área com Extração de Argila Exaurida – Nova Destinação de Uso e Ocupação”que transformou a área de onde se extraiu a argila, em:

§ Tanques para criatórios de peixes, abrigando a partir de dezembro de 2005,16 mil alevinos (pacu caranha, pintado, matrinchã e piau).

§ Um bosque com 2.500 árvores diversas.

A execução desse projeto vem atender aos valores e missão da Cerâmica SantoAntônio em ser a solução em produtos cerâmicos, de forma a contribuir na transformaçãodos sonhos de morar bem em realidade, valorizando o bem estar social e respeitandoo meio ambiente.

Ainda com esta preocupação ambiental executa o Projeto de Reflorestamentocom Eucalipto Urofila, para uso como combustível na queima, numa área de 63 ha,contendo 80.000 mudas dessa espécie.

A Cerâmica Santo Antônio destaca-se, também, por: ter todos os seus 65 atuaiscolaboradores registrados, disponibilizando-lhes uniformes, EPIs, sala para treinamentoe lanche; por ter propiciado a um de seus funcionários formar-se em técnico cerâmicona Escola SENAI Mário Amato em São Bernardo – SP, o primeiro do norte goiano e umdos raros em Goiás; e pela qualidade dos produtos que disponibiliza ao mercado.

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Colaboradores reunidos no pátio da Cerâmica Santo Antônio

A LAVRA

Vista geral do tanque de piscicultura e da área reflorestada com plantas frutíferas e plantas nativas

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- Local: Fazenda Lambari ou Estiva, Mara Rosa - Goiás- Proprietário: Amado Olímpio Rosa- Processo: DNPM nº 861.203/2003- Titular: Rosa e Cavalcante Ltda.- Título Minerário: Registro de Licença Outorgado/D.O.U. 16/04/04- Área: 11,21ha- Total Lavrado: (Conforme RAL) (2004), (2005), (2006), (2007)- R.T.: Engenheira de Minas: Crismária Alves Veloso da Silva CREA: 4310/

D-GO- Licença de Funcionamento: Processo 5601.20416/2003-2, Licença GUS

nº 641/2007, Vencimento 01/12/09- R.A.L.: em dia- R.C.A.: em dia- Controle de Qualidade da Matéria Prima – Laboratório Próprio- Laboratorista/Gerente de Controle de Qualidade: Técnico em Cerâmica

Cleyb Belizário – Escola SENAI Mário Amato – 2004.

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As matérias-primas utilizadas na Cerâmica Santo Antônio são provenientes dedepósito de várzea situado na margem esquerda do córrego Santo Antônio, da sub-bacia do Rio do Ouro.

Anualmente é realizada uma programação de produção para o ano seguinte, oque determina a quantidade e a especificação da matéria-prima necessária. Desenvolve-se, então, uma malha de furos de trado, detalhada em função das variações do minério.As amostras são submetidas a ensaios cerâmicos no laboratório da própria empresa,garantindo-se, assim, a qualidade da produção.

Parte-se, então, com o auxílio de uma pá carregadeira, para a limpeza da área eremoção do solo orgânico, que é estocado para uso no projeto de florestamento posterior.

Como pelo próprio tipo de depósito, as espessuras são de poucos metros e ominério de elevada umidade, facilmente escavado, utiliza-se uma retroescavadeira pararealização da lavra, com carregamento imediato e transporte até o pátio da indústria.Parte do minério é depositado em local de fácil acesso para uso no período chuvoso.

O estoque de matéria-prima é empilhada, por tipo de argila.

Vista geral da lavra de argila

ÁREA LAVRADA E EXAURIDA – NOVA DESTINAÇÃO DE USO

O projeto “Área de Extração de Argila Exaurida – Nova Destinação de Uso eOcupação” foi implantado, a partir de 2005, com recursos exclusivos da empresa, emuma área total de 10,702 ha, dos quais 2,268 ha, referentes a cava da lavra, foramtransformados em tanques para piscicultura e 8,434 ha, em seu entorno, foram objetode florestamento para formação de um bosque com árvores nativas e frutíferas.

A lavra foi planejada de forma que em uma primeira faixa de extração, o soloorgânico foi depositado em sua lateral e, a partir de então, o capeamento orgânico foisempre lançado na cava já aberta, a medida que a frente de lavra avançava.

Esgotada a jazida nessa área, foram realizados serviços de sistematização doterreno e estudos de proteção contra enchentes, erosão e assoreamento, decondicionamento do terreno e o fechamento dos drenos para a formação dos lagos.

A partir de dezembro de 2005 foram adquiridos, na Goiás Peixe, em Goiânia-GO, 16.000 alevinos de pintado, pacu caranha, matrinchã e piau, para povoamentodos tanques.

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Na área destinada a florestamento efetuou-se a limpeza e adequação do terreno,com a implantação de curvas de nível, a abertura e preparação das covas, além docombate prévio e contínuo a formigas.

Foram adquiridas em viveiros da região (Campinorte e Porangatu), e plantadas,2.500 mudas: de Brinco de Princesa (01),Mini Ibisco (02) Angico (24), Jatobá (14),Ixora Media (01), Mini Erica (46), Estretitzia (03), Branbrisia (01), Ipê Amarelo (20),Palmeira Carioca (10), Pitanga (03), Ipê Roxo (19), Ipê Amarelo Peq. (31), Ipê Branco(08), Tamarindo (04), Caqui (04), Cupuaçu (33), Cacau (03), Ameixa (03), Limão deConserva (02), Manga (14), Pêssego (2), Canela (2), Cítricos (15), Moréia (2), Pequi(22), Goiaba (13), Ixora Gigante (03), Mini Rosa (06), Espatódia (01), Quaresmeira(03), Guapeva (01), Barriguda (03), Jacarandá (180), Cedro (01), Jamelão (26), JamboAmarelo (17), Castanha do Pará (04), Ipê Rosa (02), Bálsamo (02), Jatobá (14), IngáPeq. (02), Abacate (05), Beribá (10), Acácia (17), Seringueira (20), Amburama (22),Óleo Pau (20), Peroba Rosa (16), Acácia Cor de Rosa (05), Nascadao (02), Pinha (03),Gerivá (03), Mogno (350), Calabura (10), Graviola (10), Açaí (70), Pupunha (27),Capomba (45), Oiti (10), Teca (80), Limaozinho (01), Gueroba (60), Guaracudi (400),Areca lacubo (2), Caju (5), Araçá Boi (03), Cagaita (01), Pau Brasil (05), Mexerica (20),Laranja Pêra (30).

A área foi transformada em um belo conjunto paisagístico, de atividade econômica e de lazer, comopode ser observado nas fotos e no mapa apresentados a seguir

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78 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Lavra e carregamento de argila

Início de formação dos lagos

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 79

Os lagos implantados com peixes

Os lagos implantados com peixes

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80 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Os lagos implantados com peixes

Plantio de plantas frutíferas

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 81

Vista geral

Vista geral dos lagos

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82 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Vista geral dos lagos

Vista geral dos lagos

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 83

Vista geral dos lagos

Vista geral dos lagos

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84 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

FLORESTAMENTO COM EUCALIPTO

O projeto de florestamento com eucalipto urófilo foi implantado a partir de 2006,na fazenda Lambari, também de propriedade do Sr. Amado Olímpio Rosa, distante10km da Cerâmica Santo Antônio.

O objetivo do Projeto é eliminar o uso de lenha proveniente do desmatamento doCerrado e aprimorar a matriz energética na queima dos produtos da Cerâmica SantoAntônio.

O combate a formigas foi iniciado 6 meses antes de se preparar adequadamente63ha de terra e efetuar o plantio de 80.000 mudas de eucalipto, em janeiro de 2007.

O início de corte e consequentemente de uso (na forma de cavaco) estão previstospara 2010.

Plantio de eucalipto

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 85

Bosque de plantas nativas e frutíferas em volta dos lagos

SUSTENTABILIDADE NA PEQUENA MINERAÇÃO

Amado Olímpio Rosa, ceramista e proprietário da Cerâmica Santo Antônio (GO).

No ano de 2008, tivemos o orgulho de receber o Prêmio Crea de Meio Ambiente,na categoria Geologia e Minas, e ter nosso trabalho apresentado como exemplo desustentabilidade na pequena mineração. Tudo isso nos deixou ainda mais motivados ecientes da nossa responsabilidade.

Desde o início de nossa atuação, há 27 anos, buscamos nos diferenciar pelavisão de manter o meio ambiente em equilíbrio, valorizando o ecossistema local, dandosustentabilidade ao negócio, recuperando as jazidas e fazendo sempre o reflorestamentodas áreas.

Partimos do princípio de que nosso principal fornecedor e parceiro é o meio ambiente,de onde se retira a argila e o combustível energético para as fábricas. E essa parceria só ésatisfatória quando todas as partes saem ganhando: tanto o homem quanto a natureza.

Nossas jazidas de argila estão localizadas na bacia do Rio do Ouro (GO), áreaem que a vegetação nativa foi devastada em função de atividades extrativistas dopassado. Infelizmente, a paisagem na região é composta por pastagens degradadas ena qual a água só existe no período chuvoso.

Com esta imagem em mente e um desejo de concretizar a sustentabilidade,transformamos crateras em taques para criatórios de peixes. Outras se tornaramreservatórios de água para animais bovinos. Porém, somente isso não era suficientepara mudar o cenário.

Por isso, em volta dos tanques, plantamos espécies frutíferas, como pequi, jamboamarelo, jamelão, abacate, pinha, limão e muitas outras. Também incluímos plantasnativas, por exemplo, ipê-roxo, pau-brasil, bálsamo, mogno, peroba, cedro e gueroba.

Toda a área foi revitalizada e o meio ambiente saiu ganhando, pois o que antesera paisagem degradada ganhou vida e atraiu pássaros e animais silvestres, o que

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86 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

tornou essa área um bosque de recreação e de lazer que tem permitido a todos bonsmomentos.

Muito mais que mostrar o cuidado e respeito com o meio ambiente, o que tambémacontece no projeto de reflorestamento com eucalipto urófila para uso como combustívelde queima, essa experiência mostrou que aquilo que é feito com amor a naturezaagradece em dobro.

Vista geral do lago e do bosque

Tudo o que é feito com amor a natureza agradece em dobro

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ModalidadeProdução Limpa

Projeto:SGPA - Sistema Gestão Ambiental

Premiada:Engenharia Civil Vivianne dos Santos

Resende

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 89

Produção Limpa: instrumentos da Sustentabilidade na efetivação do Siste-ma de Gestão Ambiental (SGA)

Case: Lince Veículos SA revenda Toyota Goiânia

Introdução

Este trabalho apresenta, em resumo, o processo de Produção Limpa como umaferramenta para o Sistema de Gestão Ambiental, sendo a sua implantação datada demaio de 2007 até maio de 2008, certificado pela DNV1 em 26 de junho de 2008, comreferência na NBR ISO 14001:2004.

O escopo do processo de implantação abarcou os departamentos de Pós Venda,Venda e Administrativo, possuindo como diferencial o conceito da sustentabilidade comofundamento da visão da empresa, concorrendo assim para o processo de CertificaçãoNBR ISO 14.001.

Desta maneira, observou-se a redução dos custos ambientais (geração de resí-duos, consumo de água, de energia e desperdícios de matérias-primas) a partir daescolha de tecnologias desde a concepção arquitetônica do prédio, execução da obraaté processos e atividades atuais.

Dentre os atuais processos, atividades e serviços (TSW-TOYOTA SALES WAY2

e TSM-TOYOTA SALES MARKETING3) foram identificados os seus aspectos e impac-tos ambientais, sendo que após esta análise foram elaborados os procedimentos quecompõem o Sistema de Gestão Ambiental.

O quadro abaixo apresenta as medidas tomadas durante a sistematização doSGA, demonstrando o enfoque sustentável através da Produção Limpa em um empre-endimento como a Revenda Lince Veículos S.A.

Quadro 1 - Comparação entre atitudes de controle dapoluição e o processo de Produção Limpa

Fonte: Adaptado de Husingh Environmental Consultants Inc. 1994

1 Certificadora DET NORSKE VERITAS.2 TSW - Sistema da Toyota do Brasil para a efetivação das vendas de veículos novos.3 TSM - Sistema da Toyota do Brasil para prestação de serviços em Pós Venda

O enfoque do controle de poluição· Poluentes são controlados por filtros e

métodos de tratamento do lixo

· O controle de poluição é avaliado depoisdo desenvolvimento de processos e pro-dutos e quando os problemas aparecem

· Controles de poluição e avanços ambi-entais são sempre considerados fatoresde custo pelas empresas

· Desafios para avanços ambientais devemser administrados por peritos ambientaistais como especialistas em rejeitos

· Avanços ambientais serão obtidos comtécnicas e tecnologia

· Medidas de avanços ambientais deveri-am obedecer aos padrões definidos pe-las autoridades

· Qualidade é definida como ‘atender àsnecessidades dos usuários’

O enfoque da Produção Limpa· Poluentes são evitados na origem, através de medidas

integradas

· A prevenção da poluição é parte integrante do desenvol-vimento de produtos e processos

· Poluição e rejeitos são considerados recursos potenciaise podem ser transformados em produtos úteis e sub-pro-dutos desde que não tóxicos

· Desafios para avanços ambientais deveriam ser de res-ponsabilidade geral na empresa, inclusive de trabalhado-res, designers e engenheiros de produto e de processo

· Avanços ambientais incluem abordagens técnicas e nãotécnicas

· Medidas de desenvolvimento ambiental deveriam ser um pro-cesso de trabalho contínuo visando a padrões elevados

· Qualidade total significa a produção de bens que atendamàs necessidades dos usuários e que tenham impactos míni-mos sobre a saúde e o ambiente

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90 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Sobre Sustentabilidade

A década de 90 no Brasil foi o início de um novo momento histórico, político,econômico e social com a eleição do primeiro presidente pelo voto direto. Após 25anos de ditadura militar a economia brasileira ensaia movimentos em direção ao Neo-liberalismo. Conforme DRUCKER (1986), este momento foi avaliado como uma novarealidade para o século XXI, a economia transnacional, com seus novos riscos e opor-tunidades, intrinsecamente vinculada ao novo conceito de ecologia transnacional, queperpassa por todas as discussões ambientais em um movimento questionador dosmodelos de desenvolvimento.

Neste contexto, a sustentabilidade é um conceito advindo de amplas discussõessobre a temática ambiental desde a década de 70. Segundo SAVITZ (2007), no séculoXXI a sustentabilidade é entendida nas organizações como uma forma de condução dosnegócios de modo a gerar um fluxo de benefícios para todos os seus stakeholders4.

SAVITZ (2007) ressalta ainda que a sustentabilidade assemelha-se a um territó-rio compartilhado pelos interesses da empresa (stakeholders financeiros) e pelos inte-resses do público (stakeholders não financeiros). Essa área comum é o que SAVITZchamou de “Ponto Doce da Sustentabilidade”, ou seja, o lugar em que a busca do lucrose mistura de maneira inseparável com a busca do bem comum.

A aplicação da sustentabilidade como princípio e ferramenta de gerenciamentonas empresas envolve um mosaico de conhecimentos técnicos nas mais diversas áre-as: engenharias, economia, administração, direito, dentre outros. Este então compre-ende a formação continuada de pessoas em valores comprometidos com o cuidadocom o meio ambiente.

Portanto, a premissa da sustentabilidade torna-se possível quando as organiza-ções assumem a variável ambiental em todas as etapas do processo produtivo. Istorequer dos empreendedores uma compreensão dos aspectos ambientais relevantespresentes nas atividades e, por conseguinte, a identificação dos impactos ambientaisque podem comprometer o ambiente e seus recursos naturais.

A sustentabilidade é uma filosofia de gerenciamento, identificada através da po-lítica, da missão e visão da empresa, e que irá delinear a cultura organizacional, seusprocessos e serviços.

Na construção do conceito de sustentabilidade para a revenda Toyota Lince Ve-ículos S.A. foram observados os princípios corporativos relativos à marca Toyota, combase nos procedimentos TSW (Toyota Sales Way) e TSM (Toyota Sales Marketing).Aos padrões de processo para revenda Toyota foram levantados os aspectos e impac-tos ambientais que fundamentaram a proposição dos Planos Ambientais do SGA, efe-tivados através de medidas de Produção Limpa.

Desenvolvimento da PropostaO sistema de gestão ambiental na concessionária Lince Veículos S.A.

Segundo a NBR ISO 140045 (1996), a incorporação do SGA na estrutura de umaorganização é capaz de ostentar um equilíbrio e integração dos interesses econômicose ambientais, o que pode alcançar vantagens competitivas significativas.

4 STAKEHOLDERS: qualquer pessoa que seja afetada, ou possa ser afetada, pelo desempenho de umaorganização. Incluem os stakeholders internos (como os empregados) os stakeholders de cadeia de valor(os fornecedores e os clientes) e os stakeholders externos (comunidades, investidores, organizações nãogovernamentais, órgão públicos etc) SAVITZ, 2007.5 NBR ISO 14004 - Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio do SGA.

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 91

A NBR ISO 14001:2004, norma que referencia o Sistema de Gestão Ambiental,adotada pela empresa Lince Veículos S.A, propõe à organização a implementação deprocedimentos que tratam seus aspectos ambientais e os possíveis impactos significa-tivos ao meio ambiente. Releva-se também que o cumprimento da legislação vigente éum requisito para a priorização dos impactos ambientais (MANUAL AMBIENTAL – LIN-CE VEÍCULOS S.A, 2008).

A partir do estudo sistemático dos impactos ambientais, segundo os aspectosambientais presentes nas atividades da Lince Veículos S.A, a empresa é consideradacomo poluidora, passível de licenciamento ambiental e outras exigências legais perti-nentes. Para efeito da investigação e aplicação dos requisitos legais do Sistema deGestão Ambiental, foram elencados os seguintes impactos ambientais, conforme oManual Ambiental – Lince Veículos S.A (2008):

• Poluição hídrica – geração de efluente• Poluição do solo – resíduos Classe I, Classe IIA e Classe IIB• Poluição atmosférica - emissões gasosas CO

2 e CO, emissões de substân-

cias controladas pelo Protocolo de Montreal• Poluição Sonora- geração de ruído

A identificação dos aspectos e impactos ambientais permite a elaboração dosobjetivos, metas e programas ambientais do SGA.

Com o intuito de atender ao item 4.3.3 da norma NBR ISO 14001: 2004, os obje-tivos, metas e programas do planejamento encontram-se descritos no Planejamentodo SGA. Os objetivos e metas adotados pela Lince Veículos S.A estão apresentadosno Quadro 02.

Quadro 02: Objetivos e metas ambientais da Lince Veículos S.A

Fonte: Objetivos e metas ambientais – Manual Ambiental, Lince Veículos, 2008.

Todas as ações necessárias para a efetivação dos objetivos e metas ambientaisadotados estão descritas nos Planos Ambientais, que compõem o Programa Ambientalde prevenção à poluição.

Poluição hídrica

Poluição atmosférica

Poluição do solo

Desperdício de recursos

naturais

1. otimização da SAO (separação

de água e óleo)

2. emissão zero

3. encaminhar resíduos gerados

e dar destino de acordo com a

classificação da NBR 10.004

1. reduzir consumo de recursos

naturais.

2. Reduzir consumo de água

1. reduzir em 90% a taxa de

DBO e DQO em um ano

2. neutralizar as emissões

gasosas em dois anos

3. tratar 90% dos resíduos

dando destinação correta em

um ano

1. reduzir em 10% o consumo

de energia elétrica em 2 anos;

2. reduzir em 10% em dois anos

Impactos Objetivos Metas

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92 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Na elaboração de cada Plano Ambiental, foram observados os requisitos legaisatendidos, referenciados a cada ação a ser executada.

Desta forma, os Planos Ambientais do Programa de Redução da Poluição con-templam:

- Plano de Controle e Redução dos Efluentes Gerados- Plano de neutralização de emissões de CO e CO

2;

- Plano de monitoramento e controle de gases relatados no Protocolo de Montreal;- Plano de gerenciamento de resíduos gerados;- Plano de redução de consumo de energia;- Plano de redução de consumo de água;

No mosaico de medidas ambientais que constituíram os Planos de Ação do Sis-tema de Gestão Ambiental, os mecanismos de Produção Limpa foram incorporadoscomo instrumentos importantes para a efetivação dos objetivos e metas ambientaispropostos. Na prática, estes mecanismos funcionam no processo produtivo como in-cremento da sustentabilidade nos serviços desenvolvidos da Lince Veículos S.A.

Produção Limpa como ferramenta de instrumentalização para a Sustentabilidadeno Gerenciamento Ambiental.

A produção limpa é considerada uma premissa fundamental para a efetivaçãodo conceito de sustentabilidade e foi abordada em todas as etapas dos Planos deAção, sendo evidenciada nos resultados obtidos dos monitoramentos ambientais.

O conceito Produção Limpa, segundo GREENPEACE (2007), significa a aplica-ção de uma estratégia econômica, ambiental e técnica integrada aos processos e pro-dutos, a fim de aumentar a eficiência do uso de matérias-primas, água e energia atra-vés da não-geração, minimização ou reciclagem dos resíduos gerados, com benefíci-os ambientais e econômicos para os processos produtivos.

Ainda observa-se que o princípio básico da Produção Limpa é eliminar a polui-ção durante o processo de produção, e não no final, a fim de atender a necessidade deprodutos de forma sustentável e utilizar com eficiência materiais e energias renová-veis, não-nocivas e ao mesmo tempo conservar a biodiversidade.

Como foi descrito anteriormente, no caso da Lince Veículos S.A, todos os possí-veis impactos ambientais foram investigados a partir dos aspectos identificados nasatividades desenvolvidas na empresa. Este levantamento cumpre um requisito da nor-ma NBR ISO 14001:2004, item 4.2, que compõe o Planejamento do Sistema de Ges-tão Ambiental.

Portanto, conhecidos estes impactos as fontes poluidoras dentro de cada ativi-dade da empresa, foi possível estudar as medidas técnicas para aplicação dos concei-tos da Produção Limpa.

O Sistema de Gestão Ambiental implementado como ferramenta de gerencia-mento envolve os quatro elementos6 da Produção Limpa:

• 1. O Enfoque PrecautórioAtravés do SGA foi possível exercer o controle sobre os passivos ambientais

identificados, com a definição dos aspectos e impactos ambientais prioritários, quefundamentaram a verificação do atendimento ao arcabouço legal ambiental. Esta me-dida visando ao atendimento à legislação ilustra o Enfoque Precautório que o SGA

6 Segundo o GREENPEACE (2007)

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 93

permite ao empreendimento. Isto significa, na prática, o gerenciamento dos possíveisriscos ambientais e o ônus de eventuais danos ambientais decorrentes do enquadra-mento legal.

• 2. O Enfoque PreventivoDesde a concepção da estrutura física até a organização dos procedimentos

operacionais, o enfoque preventivo da poluição foi sistematizado e priorizado nas eta-pas do processo de construção, na implantação e operação dos serviços da RevendaLince Veículos SA.

O enfoque preventivo pode ser constatado nas seguintes etapas da construçãoreferenciadas no Quadro 03.

Quadro 03: Enfoques referentes às etapas da construção

Etapa Enfoque Preventivo Medida

• 3. Controle DemocráticoO Sistema de Gestão Ambiental divulga amplamente sua política ambiental, en-

volvendo todos os stakeholders. A promoção das atividades de Educação Ambientalconcorre para o fortalecimento da cultura democrática de cuidado com o meio ambien-te dentro do processo de Produção Limpa.

• 4. Abordagem Integrada e HolísticaO SGA reduz riscos ambientais, com a minimização dos fluxos de matérias e

energia nos processos. A abordagem integrada foi essencial para assegurar que seefetivassem ações como a implantação de tecnologias limpas, a substituição de produ-tos perigosos no lavajato e a gerência dos resíduos gerados.

Para a Concessionária Lince Veículos S.A os benefícios são percebidos pelamelhoria do desempenho ambiental, associados à redução de custos por meio da reci-clagem de resíduos, economia de energia, água e outros recursos naturais; manuten-ção ou aumento da atração de capital (acionistas em geral não se arriscam a investirem empresas poluidoras); prevenção de riscos e possibilidade de reduzir custos deseguro; evidência da responsabilidade da empresa para com a sociedade; boa reputa-ção junto aos órgãos ambientais, comunidade e ONGs; possibilidade de obter financi-amentos com taxas reduzidas; homogeneização da forma de gerenciamento ambientalem toda a empresa; incorporação da variável ambiental na cultura da estrutura organi-zacional.

A elaboração e implantação do Sistema de Gestão Ambiental tiveram a aborda-gem da Produção Limpa envolvida nas seguintes etapas:

Fundação

Super Estrutura

Cobertura

Construção Civil

e acabamento

1. Reduzir perda de agregados,

cimento, água, formas para as

peças de concreto

2. Evitar perda em materiais

3. Evitar consumo de madeira,

evitar perdas

4. Evitar perda e reduzir geração

de resíduos

1. Pré-moldados de concreto para a

fundação

2. Pré – moldados metálicos

3. Pré – moldados metálicos

4. Sistema Dry Wall no lugar da

alvenaria comum

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94 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

1. Identificação da substância perigosa a ser gradualmente eliminada com base noPrincípio Precautório, no caso dos produtos empregados no lavajato para a lava-gem de veículos, o uso da máquina recicladora de ar condicionado, o emprego daturfa orgânica para contenção de derramamentos de óleos e fluidos;

2. Execução de análises química e de fluxo de material para a organização do Planode Gerenciamento de Resíduos e Efluentes;

3. Estabelecimento e implementação de um cronograma para a eliminação gradualda substância nociva do processo de produção, especificamente para o lavajato,uma vez que os produtos anteriormente usados concorriam para um alto riscoambiental e para a saúde dos colaboradores;

4. Implementação de processos de produção limpa. No caso das atividades dolavajato e troca de óleo, requereu a pesquisa e a definição de novas tecnologias;

5. Treinamento e fornecimento de apoio técnico e financeiro;6. Ativa divulgação de informações para o público e garantia de sua participação

na tomada de decisões nos processos do TSW, TSM e SGA;7. Viabilização da transição para a Produção Limpa, com planejamento social e o

envolvimento dos stakeholders, com as parcerias público-privadas com a Prefei-tura de Goiânia, através da Agência Municipal de Meio Ambiente e a parceria deresponsabilidade social com a COOPREC para a utilização de materiais nãotóxicos e reutilizáveis.

Quadro 04. Resultados obtidos com planos estabelecidos pelo Sistema de Ges-tão Ambiental

Plano Ação Proposta Produção Limpa Resultado

Plano de Contro-le e Redução dosEfluentes Gera-dos

Plano de neutra-lização de emis-sões de CO eCO2;

Plano de monito-ramento e con-trole de gases re-latados no Proto-colo de Montreal;

Plano de Geren-ciamento de resí-duos gerados

1. Otimização da SAO

2. Parceria público priva-da para recuperação deárea degradada

3. Evitar o escape de ga-ses nocivos à camada deozônio

4. Organização dos resí-duos gerados, armazena-mento e destinação corre-ta segundo a NBR 10004

4.1 Otimização do proce-dimento de troca de óleo

4.2. Implantação de siste-ma canalizado de capta-ção de óleo usado

1. Troca de Produtos para la-vagem de veículos.

2. Plantio de árvores dimensi-onado mediante cálculo deemissões CO e CO².

3. Procedimento com equipa-mento para reciclagem dosgases CFCs

4. Gerenciamento efetivo dopassivo de resíduos gerados

4.1 Eliminação das embala-gens de fluidos contamina-dos com hidrocarbonetos

4.2. Adaptação da estruturapara captação e estocagemdo óleo

1. Melhora significativa daeficiência da SAO

2. Reposição de vegetaçãoem área de proteção ambi-entalNeutralização de emis-sões de CO e CO²

3. Controle efetivo dos ga-ses, sem escape para oambiente.

4. Eliminação de impactosambientais diretos e indire-tos sobre solo e água.

4.1 Redução da geração deresíduos perigosos, porconseguinte, eliminação eincineração dos mesmos.4.2. Eliminação dos riscosde contaminação de solo erecurso hídrico.

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 95

Após o trabalho de implantação e execução dos Planos de Ação, observa-se quefoi estabelecido o ponto doce da sustentabilidade, conforme a Figura 01.

Figura 01 - Ponto doce da Sustentabilidade para o SGA Lince Veículos SA,segundo SAVITZ.

Este ponto pode ser resumido nos seguintes aspectos:• Desempenho Ambiental• Redução do consumo de Recursos Naturais• Capitalização de recursos• Prevenção de riscos em geral• Responsabilidade sócio-ambiental• Obtenção de financiamentos com taxa reduzida• Boa reputação junto aos órgãos ambientais• Manutenção e aumento da atração de capital• Incorporação da variável ambiental na estrutura organizacional

Conclusão:Tratando da questão lucratividade é possível obter resultados a curto, médio e

longo prazos. A lucratividade de curto prazo é a capitalização de resíduos, sob seudescarte seguro feito pelas empresas responsáveis pela destinação final correta e re-dução de custos de energia, água e aparas brancas. Os resultados de médio e longoprazos estão relacionados com a conquista de fatia de cliente e mercado consideran-do-se marketing “verde” pela nova imagem de credibilidade da marca.

Plano de redu-ção de consumode energia

Plano de redu-ção de consumode água

Plano de Redu-ção de PoluiçãoSonora

5. Utilização mínima deenergia elétrica para ilu-minação de ambientes

6. Reduzir o procedi-mento de lavagem deveículos no lavajatocom redução do consu-mo de água

7. Reduzir a geração deruído no lavajato

1. Projeto Arquitetônicocom aproveitamento máxi-mo da luz natural

6. Implantação de águaaquecida por sistema decaptação de energia solar.

7. Instalação do compres-sor silencioso

5. Redução significativa deconsumo de energia kW/m²

6. Redução do consumode água por carro lavado.

7. Redução do ruído gera-do

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96 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

A implantação do Sistema de Gestão Ambiental na concessionária Lince VeículosS.A. representa um cenário ambiental satisfatório aos interesses dos stakeholders. ANBR ISO 14001 pode ser utilizada como estratégia de marketing ambiental, ou “verde”,sendo uma ferramenta capaz de projetar e sustentar a imagem da empresa, difundindo-a com uma nova visão de mercado e destacando sua diferenciação ecologicamentecorreta junto à sociedade, fornecedores, funcionários e ao mercado (SCHERER, 2006).

Dessa forma, através de todos os mecanismos de Produção Limpa, a sustenta-bilidade tornou-se verdade nos processos e serviços da revenda Lince Veículos S.A.

No âmbito da Certificação Ambiental e Produção Limpa, a Lince Veículos ostentaum projeto pioneiro que vislumbra uma estratégia diferenciada na busca e conquistade novos clientes e no atendimento à Normalização Ambiental, ao mesmo tempo emque contribui para a preservação do Meio Ambiente.

Apresentação da Equipe Técnica:

Engenheira Civil Vivianne dos Santos Resende, especialista em GestãoAmbiental-Processos Gerenciais

CREA 9917/D GOCoordenadora da Elaboração e Implantação do Sistema de Gestão Ambiental

segundo a NBR ISO 14001Engenheira Ambiental Nádia Gomes de SouzaExecutiva de procedimentos ambientaisGestora Ambiental Lorenna EscobarExecutiva de Procedimentos e Controles Ambientais

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 97

ILUSTRAÇÕES

Lince Veículos – etapa de construção Lince Veículos – etapa de construção

Lince Veículos – etapa de construção Lince Veículos – etapa de construção

Lince Veículos – arquitetura favorável parautilização de luz natural

Lince Veículos – arquitetura favorável para utilizaçãode luz natural

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98 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Lince Veículos – arquitetura favorável para Lince Veículos – arquitetura favorávelutilização de luz natural para utilização de luz natural

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ModalidadeProdução Agronômica

Projeto:Manejo integrado de pragas

Premiada:Jalles Machado S/A

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 101

PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

JALLES MACHADO S/A

PROJETO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS

Indicado por: Eng. Agrônoma Patrícia Rezende Fontoura.Bióloga Andressa Carneiro de Sousa.

1 - INTRODUÇÃO

O manejo integrado de pragas é uma estratégia de controle múltiplo de infesta-ções que se fundamenta no controle ecológico e nos fatores de mortalidade naturais,procurando desenvolver táticas de controle que interfiram minimamente com essesfatores, com o objetivo de diminuir as chances dos insetos ou doenças de se adapta-rem a alguma prática defensiva em especial.

Quando bem empregada, a técnica do Manejo Integrado de Pragas (MIP) limitaos efeitos potenciais prejudiciais dos pesticidas químicos à saúde pública e ao MeioAmbiente.

O objetivo dessa estratégia não é o de eliminar os agentes, mas reduzir suapopulação de modo a permitir que seus inimigos naturais permaneçam na cultura, agindosobre suas presas e favorecendo a volta do equilíbrio natural desfeito pela lavoura epelo uso de defensivos agrícolas. Dessa forma, requer o entendimento do sistema dacultura como um todo e o conhecimento das relações ecológicas entre os insetos agres-sores, seus inimigos naturais e o ambiente onde está inserida.

A decisão de tomada de uma ação contra a infestação de insetos e outros agres-sores ou doenças requer o entendimento do nível de tolerância da cultura sem refletirem perda econômica substancial. Para tanto, é necessário o acompanhamento e apesquisa para estimar o grau de abundância e severidade da infestação.

A Jalles Machado realiza o projeto de Manejo Integrado de Pragas em três prin-cipais organismos que afetam a cultura de cana-de-açúcar, através do: controle bioló-gico da broca, controle biológico de cigarrinha e monitoramento de cupins.

Todas essas três ações têm obtido resultados satisfatórios, tanto no âmbito eco-nômico, social e principalmente ambiental.

2 - DESCRIÇÃO DA EMPRESA

2.1- HISTÓRIA

O ex-governador do estado de Goiás, Dr. Otávio Lage de Siqueira, pessoa sem-pre atenta ao bem estar social e ao progresso da região, em 1980, preocupado em criarmais empreendimentos para absorver o potencial de mão-de-obra disponível, iniciou omovimento para criar mais uma destilaria de álcool carburante, produto na época in-centivado pelo Governo, através do programa PROÁLCOOL. No dia 14 de novembrode 1980, no salão paroquial da Igreja Católica, na Praça Dimas Carrilho, era realizadaa solenidade de fundação da destilaria. Constituída sob a denominação de GoianésiaÁlcool S/A., nascia a mais próspera empresa da região. Mais tarde a empresa passariaa se chamar Jalles Machado S/A e está implantada na Rodovia GO 080 km 71,5 nomunicípio de Goianésia – GO. (Figura 1)

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102 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Figura 1- Vista área da Jalles Machado

A Jalles Machado S/A, empresa brasileira, de grande porte, comercializa os seusprodutos (álcool, açúcar e energia) em nível nacional e internacional, utilizando comomatéria-prima a cana-de-açúcar. Ao desenvolver suas atividades se preocupa em pro-teger o solo, preservar os recursos naturais e a sua biodiversidade bem como controlaras emissões atmosféricas. Prova disso são as inúmeras certificações conquistadaspela empresa, sendo as principais:

- GMA-SAFE (Certificado em Segurança Alimentar)- ISO 9001:2000 (Certificado em Sistema de Gestão da Qualidade)- ISO 14001:2004 (Certificado em Sistema de Gestão Ambiental)- DNV (Projeto de Cogeração com Bagaço)- Certificado KOSHER- USDA ORGANIC (Certificado de Operação Orgânico)- CERTIFICADO ECOSSOCIAL- IBD CERTIFICADO ORGÂNICO - Selo ABRINQ (Empresa Amiga da Criança)

Essas certificações se baseiam nos seguintes princípios:

Carta magna da Jalles Machado S/A

• Oferecer qualidade e segurança em seus produtos, com responsabilidade esegurança em seus produtos, com responsabilidade sócio-ambiental;

• Assegurar a satisfação dos acionistas e dos nossos clientes;• Valorizar as pessoas, promovendo-as e integrando-as;• Respeitar o Meio Ambiente, prevenir a poluição, atender a legislação vigente

e os requisitos regulamentares aplicáveis;• Buscar a melhoria contínua de desempenho.

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 103

2.2- PROJETOS SOCIAIS

A Jalles Machado S/A desenvolve, há anos, projetos sociais envolvendo açõesnas áreas da educação, saúde, lazer, recreação, seguridade social e meio ambiente,numa visão holística da sociedade. Dentre eles destacam-se:

- Criação da ESCOLA LUIZ CÉSAR DE SIQUEIRA MELO, voltada para o ensinode 1ª a 4ª séries;

- Estruturação de programas de bolsas de estudos para colaboradores, em to-dos os níveis, desde o básico, graduação, pós-graduação e mestrado;

- Política de treinamento para os colaboradores em diversas áreas, capacitan-do-os e qualificando-os para melhor desempenho de suas atividades profissionais epessoais;

- Atendimento odontológico preventivo, com programas regulares de escova-ção, aplicação de flúor e tratamento bucal;

- Acompanhamento médico, inclusive com a ação de especialista;- Aparelhos reabilitacionais;- Farmácia básica;- Merenda variada e nutritiva;- Vacinação contra hepatite B, tríplice viral, tétano e outras;- A empresa oferece plano de saúde aos seus colaboradores e dependentes nos

serviços médico-hospitalar, ambulatorial e laboratorial para exames de alta complexi-dade com convênios em Goianésia, Anápolis e Goiânia;

- A empresa preocupada com o bem estar de todos os colaboradores desenvol-ve inúmeras ações preventivas através de sua assistência social, visando sempre aqualidade de vida de cada um e refletindo no âmbito saudável de toda a empresa;

- A empresa possui o Serviço de Medicina do Trabalho, que tem como objetivoprevenir as doenças ocupacionais valorizando e promovendo a saúde de seus colabo-radores. Desenvolve o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacio-nal), onde se realizam cinco tipos de exames médicos, dentre eles os exames admissi-onais, periódicos e demissionais;

- A empresa mantém um clube recreativo para seus colaboradores para quepossam desfrutar de lazer e recreação;

- PPR- Programa de Participação no resultados que foi implantado em 1991, vi-sando o aumento do rendimento dos colaboradores, estimulando-os na busca de resul-tados econômicos, prevenção de acidentes do trabalho e G5S, na conquista de ambientelimpo, saudável e em interação com o meio ambiente e em trabalho em equipe.

2.3- MEIO AMBIENTE

A Jalles Machado S/A, tem o compromisso de estar sempre buscando o equilí-brio entre o meio ambiente e a atividade econômica, priorizando o uso inteligente dosrecursos naturais e investindo na melhoria contínua do seu desempenho. Assim, gra-dativamente, reduzimos os impactos ambientais e garantimos à sociedade produtos eserviços ecologicamente corretos. A produção de energia elétrica a partir de biomassaé ambientalmente limpa e proporciona às empresas geradoras, créditos de carbono,previstos no Protocolo de Kyoto, além da produção orgânica.

Dentre as principais ações ambientais da Jalles Machado, destacam-se:- CIMA (Comissão Interna de Meio Ambiente), formada por colaboradores de

todas as áreas da empresa tem como objetivo propor medidas de cunho educacionalnormativas ou de projetos de adequação, buscando a eliminação ou neutralização dosimpactos negativos ao meio ambiente;

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104 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

- Programas com a comunidade- Projeto Ame a Ema- Manejo Integrado de Pragas- Aplicação de novas técnicas de irrigações- Reflorestamento de Matas Ciliares- Viveiro de Mudas (Figura 2)

Figura 2- Viveiro de mudas

- Reserva legal Extra-Propriedade- Floresta de eucalipto- Preservação e Recuperação de APP’s e Reservas Legais- Reaproveitamento dos Resíduos- Crédito de Carbono e Co-Geração de Energia

3 - PROJETO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS

3.1 – CONTROLE BIÓLOGICO DA BROCA (Diatraea saccharalis)

A broca da cana-de-açúcar, Diatraea saccharalis (Figura 3), é considerada umapraga chave no cultivo de cana-de-açúcar, com ocorrência em todas as regiões ondese cultiva esta planta no Brasil. As fêmeas colocam seus ovos nas folhas, e as larvasrecém nascidas dirigem-se para as gemas onde penetram no colmo e alimentam-se deseu interior. As lagartas causam prejuízos diretos com a abertura de galerias, ocasio-nando perdas de peso da cana, morte das gemas, influenciando negativamente nagerminação. Em canas novas ocasionam o secamento dos ponteiros que é conhecidocomo coração morto.

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 105

Figura 3 - Diatraea saccharalis

Os prejuízos indiretos causados pela praga são os mais consideráveis, pois atra-vés dos orifícios abertos pelas lagartas penetram fungos causadores da podridão ver-melha do colmo que invertem a sacarose, diminuindo a pureza do caldo e dando me-nor rendimento de açúcar e álcool, além de influenciar na coloração do açúcar que éum fator importante do controle de qualidade do produto (Figura 4 ).

Figura 4 - Prejuízos da Broca na cana-de-açúcar

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106 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

O microhimenóptero Cotesia flavipes, segundo Macedo (1983), é um parasitói-de, cujas larvas se alimentam do tecido de reserva da lagarta de D. saccharalis. O seuparasitismo inicia-se com a ovoposição de uma fêmea, que introduz na lagarta cercade 50 ovos. Desses ovos nascem as larvas que se desenvolvem e migram para fora docorpo da lagarta formando casulos (“massas”) que originarão os adultos (Figura 5).

Figura 5 - Cotesia flavipes

Esse parasitóide foi introduzido no Brasil para o uso em programas de controlebiológico inundativo, ou seja, com liberações de grande quantidade de inimigos natu-rais nos locais onde há infestação da praga. No entanto, por problemas diversos, estasliberações devem ser constantes já que o inseto não consegue se estabelecer no cam-po. Assim, para obtenção da quantidade de adultos de C. flavipes necessária para asliberações é importante a sua criação massal em laboratório. A criação massal do para-sitóide é conduzida através de lagartas hospedeiras da broca da cana, criadas emdieta artificial (Figura 6).

Figura 6 - Diatraea saccharalis em dieta artificial

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 107

Para a liberação dos adultos no campo é necessário que se definam as áreasmais infestadas pela praga e que se determine a densidade populacional e o estágiopredominante do ciclo do inseto no momento da amostragem. A liberação é feita nasprimeiras horas do dia (Figura 7).

Figura 7 - Cotesia liberada no canavial

O manejo da broca tem sido realizado com sucesso utilizando-se o controle bio-lógico, que além de proporcionar resultados econômicos positivos, não provocam de-sequilíbrios ecológicos.

Visando o controle da Broca aliado a uma preocupação ambiental a Jalles Ma-chado criou em 1999 o primeiro laboratório de controle biológico do estado de Goiás(Figura 8), e hoje ainda é a única usina do setor sucroalcoleiro a possuir laboratóriopróprio.

Figura 8 - Sala de inoculação do Laboratório de Controle Biológico da Jalles Machado

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108 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

O laboratório biológico da Jalles Machado tem uma capacidade para produzir maisde 550.000 massas de Cotesia flavipes por mês, ou seja, uma liberação de aproximada-mente 2.750.000 indivíduos por mês. Essas massas são liberadas em toda a plantaçãoda Jalles Machado de acordo com o Levantamento do Índice de Infestação por Brocaque é realizado por uma equipe de campo, a mesma que realiza a liberação das vespas.O laboratório possui atualmente 27 funcionárias e funciona em dois turnos.

O uso de parasitóides, como a Cotesia não sofre pressões de legislação, emfunção do benefício que traz ao setor e ao meio ambiente. A técnica tem como vanta-gens à preservação do equilíbrio natural das populações de broca, e de outras espéci-es naturais em função da não aplicação de inseticidas na parte aérea da cultura cana-vieira durante todo o seu ciclo.

A maioria dos inseticidas apresenta amplo espectro de atuação e matam de modonão específico outros animais ecologicamente importantes e potencialmente úteis. Osinimigos naturais usualmente têm preferências muito específicas para certos tipos depragas e podem não causar dano algum a outros animais benéficos e a pessoas, ha-vendo menos perigo de impacto sobre o ambiente e qualidade da água.

Além de ação ambiental positiva o controle biológico de pragas apresenta vanta-gens econômicas. O custo por hectare da aplicação com inseticidas fisiológicos custaem média R$ 42,00 enquanto no controle biológico com Cotesia flavipes esse custo éde a aproximadamente R$ 16,00.

Os inseticidas fisiológicos funcionam somente nos primeiros ínstares das lagar-tas (de até um centímetro), em que, após sua eclosão, migram para a região do colmoda planta à procura de abrigo e lá permanecem se alimentando da raspagem das fo-lhas. Após esse período, as lagartas perfuram a casca do colmo na região do palmito eabrem uma galeria na planta, permanecendo o restante da sua fase de lagarta protegi-da da ação de fatores externos e defensivos agrícolas, como os inseticidas. Tal carac-terística da praga representa a maior dificuldade de seu controle, uma vez que nestasituação, tem-se somente a opção do controle biológico pela ação da Cotesia flavipes.

3.2 - CONTROLE BIOLÓGICO DA CIGARRINHA

A cigarrinha da raiz, Mahanarva fimbriolata (Figura 9) e a cigarrinha da folha,Mahanarva posticata, são pragas de importância crescente na cultura da cana-de-açú-car. Em áreas de “cana crua”, seu prejuízo chega a ser de 11% na produtividade agrí-cola. Seus problemas são maiores nos cortes subseqüentes à cana-planta.

Figura 9 - Cigarrinha da raiz

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 109

Sem a queima da cana, que também mata os insetos, as cigarrinhas encontramum ambiente favorável para viver no material orgânico acumulado no solo. Os estragoscausados por esse pequeno inseto, que mede cerca de um centímetro são devastado-res para a maior e mais importante cultura agroindustrial do Estado.

O ciclo de vida da cigarrinha começa com o início do período chuvoso. Os ovosenterrados no solo dão origem às ninfas, que vivem em torno de 50 a 60 dias. Logo aosair dos ovos, as ninfas caminham até a base da cana e se envolvem por uma espumaproduzidas por elas, para proteção, enquanto sugam a seiva da planta para se alimen-tar até a fase adulta, quando voam, acasalam e geram novos ovos. Os adultos causamprejuízos ao injetar toxinas nas folhas, interferindo na capacidade de fotossíntese daplanta. As perdas chegam a 60% no campo, sem contar os prejuízos na produçãoindustrial, devido à redução do teor de sacarose da cana. O ataque, que chega até aterceira geração, só termina quando começa o período mais seco. A partir dessa épocaa cigarrinha coloca os ovos no solo, que ficarão esperando a umidade de um novoperíodo chuvoso, quando, então, se iniciará uma nova colônia. (Revista Rural, 2008).

A Jalles Machado tem adotado Controle Biológico da cigarrinha que é feito atravésda aplicação de fungo, Metarhizuim anisopliae. Primeiramente é realizado um monitora-mento da densidade populacional de cigarrinha para que posteriormente seja realizado ocontrole. O monitoramento é imprescindível para se decidir sobre a estratégia de contro-le da praga, sendo que a detecção da primeira geração permite um controle mais eficien-te principalmente através do fungo Metarhizuim anisopliae (Figura 10).

Figura 10 - Aplicação de Metarhizuim anisopliae

O controle biológico não é poluente, não provoca desequilíbrios biológicos, éduradouro e aproveita o potencial biótico do agroecossistema, não é tóxico para ohomem e animais e pode ser aplicado com as máquinas convencionais, com peque-nas adaptações (ALVES & ALMEIDA, 1997).

3.3 - MONITORAMENTO E MANEJO DE CUPINS

Registram-se no Brasil cerca de 290 espécies em 67 gêneros. Este número deespécies é seguramente subestimado, pois há muitas espécies novas para descrevere outras, já descritas, provavelmente serão assinaladas no nosso meio. Cupins sãoinsetos sociais. Assim, há completa interdependência entre os indivíduos (Figura 11).

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110 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

As comunidades possuem indivíduos de diferentes morfologias (castas), adaptadas aotrabalho que desempenham. As colônias de cupins apresentam, basicamente, trêscastas de indivíduos: alados, soldados e operários. Em uma colônia saudável tambémencontram-se ovos e jovens. Soldados e operários são designadas castas neutras, porserem estéreis. Porém, diferentemente das abelhas e formigas (cujas castas não re-produtoras são compostas exclusivamente por fêmeas), soldados e operários de cu-pins preservam o sexo genético, bem como resquícios do aparelho genital e das gôna-das correspondentes ao respectivo sexo. Assim, na língua portuguesa, é incorreto falarem “operárias” de cupins para designar uma casta composta por fêmeas e machos. Ascomunidades de cupins vivem em ninhos. O conjunto comunidade e ninho constitui acolônia. (Cupins.net, 2008)

Figura 11- Algumas espécies de Cupins

Os principais danos dos cupins na cultura de cana-de-açúcar são redução daprodutividade, diminuição da longevidade dos canaviais e dificuldade na operação dasatividades agrícolas.

O controle de cupins na cana-de-açúcar com inseticidas químicos é uma práticajá tradicional e, segundo Valério et al (2004), pode ser dividido em dois períodos: até1985 com uso dos organoclorados (Aldrin e Heptacloro) e após 1985 com a utilizaçãode outras moléculas. Atualmente o controle químico preventivo de cupins na cana-de-açúcar é feito quase que exclusivamente com produtos a base de fipronil (Regent 800WG). Entretanto, outras medidas de controle culturais que busquem um maior equilí-brio através de correto manejo do solo com calagem, fosfatagem, elevação da matériaorgânica e a rotação de culturas com leguminosas como soja, amendoim e crotalária,podem trazer resultados muito favoráveis e até dispensar o uso de inseticidas quími-cos. Um bom exemplo disso observa-se nas áreas de cana orgânica (cerca de 6.000ha em Goiás) onde os cupins não podem ser controlados com inseticidas e não sãoobservados danos destes insetos na cultura, evidenciando que seu papel no sistema émais benéfico do que maléfico.

Com a implantação da colheita de cana-de-açúcar e com a conseqüente ma-nutenção de uma densa cobertura de palha sobre o solo, espera-se um aumento napopulação de cupins em geral uma vez que sua principal fonte de alimento são osresíduos vegetais. Neste sistema o papel ecológico dos cupins assume importânciafundamental como agentes decompositores e os cuidados no seu manejo deve ser

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 111

redobrado para a manutenção do equilíbrio e sustentabilidade das áreas de produ-ção.

Desde de 1994 a infestação de cupins nas áreas de plantio de cana-de-açúcar daJalles Machado S/A, em Goianésia-GO, está sendo monitorada para a tomada de deci-são sobre o tratamento químico e os resultados deste trabalho são aqui apresentados.

As equipes de monitoramento são previamente treinadas para a realização dasamostragens e separação dos principais gêneros de cupins que ocorrem nas áreas. Acada ano, nos meses de dezembro e janeiro, são feitas as amostragens de cupinssubterrâneos em áreas de plantio de cana-de-açúcar. A amostragem consiste no enter-rio de cerca de 2 iscas/ha, que serão retiradas após 25 a 30 dias. Cada isca é compos-ta de 2 colmos de cana-de-açúcar com cerca de 40cm de comprimento. Durante aretirada das iscas são obtidos os seguintes dados: espécies, níveis de ocorrência edanos dos cupins aos colmos. De posse destes dados é tomada a decisão quanto àsdoses de cupinicida a serem aplicadas em cada fazenda/talhão por ocasião do plantioda cultura em março/abril. Os gêneros de cupins considerados mais danosos aos ca-naviais são Heterotermes e Cornitermes. A partir da identificação e nível de ocorrênciadesses indivíduos é determinada a necessidade ou não de aplicação de defensivosquímicos, bem como a dosagem a ser aplicada.

A Jalles Machado S/A, possui atualmente uma área de de cana-de-açúcar próxi-ma de 35.000 ha. De 1994 a 2007, foram monitorados em média mais de 3.350 ha/ano, sendo que em cerca de 48% destas áreas os plantios foram feitos sem tratamentocom cupinicidas.

Observa-se que o monitoramento de infestação de cupins foi uma atividade degrande importância para empresa. Tanto pelo aspecto econômico, com uma economialíquida de mais de dois milhões de dólares e sem qualquer possibilidade de redução naprodutividade e na qualidade da cana-de-açúcar, como também pelo aspecto ambien-tal, pois se deixou de aplicar no solo cerca de dez toneladas e meia de inseticidas,conforme Tabela 1. Na economia líquida obtida foram incluídos apenas os custos rela-tivos à aquisição do inseticida e não foram adicionados outros custos como: custo deaplicação, custo ambiental, custo social (riscos de intoxicações)

Estes resultados evidenciam ainda mais a importância dos investimentos nabusca de novos conhecimentos e tecnologias que podem ser viabilizados de formamais eficaz, rápida e a menores custos através da parceria empresa/universidade.Infelizmente a maioria das usinas e destilarias de Goiás e do Brasil ainda preferemoptar pelo uso sistemático e irracional de cupinicidas buscando, na maioria das áre-as, controlar um grupo de insetos que exerce um papel muito mais benéfico do quemaléfico.

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112 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

4 - CONCLUSÃO

O Manejo Integrado de Pragas associa o a preservação do Meio Ambiente e adinâmica populacional das espécies, utilizando técnicas apropriadas e métodos de for-ma tão compatível quanto possível e mantém a população da praga em níveis abaixodaqueles capazes de causar dano econômico.

Para que o Manejo Intergrado de Pragas seja uma ação de sucesso, é necessá-rio principalmente, além de uma consciência ambiental e econômica, uma especialatenção na área de monitoramento e pesquisa para desenvolver e colocar em práticaatividades como essas. A Jalles Machado possui um Setor de Desenvolvimento e Pes-quisa, responsável por monitoramentos e experimentos na área de melhoramento agrí-cola e ambiental.

5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, S.B. & ALMEIDA, J.E.M. Controle biológico das pragas das pastagens.In: Simpósio sobre ecossistema de pastagens, 3., 1997, Jaboticabal,SP. Anais. Jaboti-cabal: 1997. p.318-341.

CUPINS. NET. Disponível em: http://www.cupim.net/. Acesso em: 24/09/2008.

MACEDO, N.; BOTELHO, P.S.M.; DEGASPARI, N.; ALMEIDA, L.C.; ARAÚJO,J.R.; MAGRINI, E.A. Controle biológico da broca da cana-de-açúcar : manual de instru-ção. Piracicaba: IAA/PLANALSUCAR, 1983. 22p.

REVISTA RURAL. Disponível em: http://www.revistarural.com.br/. Acesso em :24/09/2008.

VALÉRIO, J.R; MACEDO, N.; WILCKEN, C.F.; CONSTANTINO, R. Cupins empastagens, cana-de-açúcar e plantações florestais. In: Salvadori, Ávila e Silva (eds.)Pragas de solo no Brasil. FUNDACEP/FECOTRIGO, 2004. P. 409-45

Tabela 1- Resultados do monitoramento de infestação de cupins na Jalles Machado S. A., em Goianésia – GO, no período de 1994 a 2007.

Ano

Área plantada (ha)

Área sem inseticida (ha)

Custo de monitoramento (U$)

Economia com ajuste de dose de inseticidas (U$)*

Economia líquida (U$)

1994 3.368,58 50,00 - - 1,700,00 1995 2.869,09 516,00 - - 21,000,00 1996 3.421,92 1.800,00 2,500,00 - 71,000,00 1997 2.238,61 1.411,00 1,680,00 - 71,000,00 1998 2.200,00 1.720,00 1,660,00 - 86,000,00 1999 2.300,00 2.003,00 1,732,00 - 101,000,00 2000 3.867,45 2.139,60 2,945,00 54,000,00 161,000,00 2001 3.981,64 2.269,70 2,876,00 70,000,00 184,000,00 2002 5.000,00 1.500,00 3,750,00 120,000,00 184,000,00 2003 4.300,00 2.765,00 2,225,00 63,000,00 204,000,00 2004 5.300,00 3.720,00 6,183,00 64,000,00 246,000,00 2005 8.011,00 4.000,00 7,000,00 121,000,00 276,000,00 2006 7.198,56 2.957,92 8,000,00 128,000,00 239,000,00 2007 6.128,53 3.362,16 10,000,00 83,000,00 208,000,00 Total 60.185,38 30.214,38 50,551,00 703,000,00 2,053,000,00

*Inseticida utilizado foi Regent 800 WG - U$ 202,00/kg e utilizado na dose de 200 g/ha.

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ModalidadeMeio Ambiente Rural

Projeto:Gestão Ambiental no Setor

Sucroalcooleiro: utilização dos resíduosindustriais na cultura de cana-de-açúcar

Premiada:Jalles Machado S/A

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 115

“GESTÃO AMBIENTAL NO SETORSUCROALCOOLEIRO:

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS NACULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR”

PRÊMIO

CREA-GO de Meio Ambiente

2008

CATEGORIA:Meio Ambiente Rural

PRÊMIO

CREA-GO de Meio Ambiente

2008

CATEGORIA:Meio Ambiente Rural

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116 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

GESTÃO AMBIENTAL NO SETOR SUCROALCOOLEIRO: UTILIZAÇÃO DERESÍDUOS INDUSTRIAIS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR

Alam A. M. Tombini1, Ivan C. Zanatta2, Angélica F. V. Lobo3, Marcos R. Sampaio4

1 Técnico em Meio Ambiente – SGI /Jalles Machado S.A, Biólogo emestrando em Ciências Florestais pela UnB.

2 Eng° Químico/MBA Planejamento Ambiental – Gestor do SGI/Jalles Machado S.A3 Tecnóloga em Gestão Ambiental – SGI /Jalles Machado S.A

4 Biólogo – SGI /Jalles Machado S.A

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 117

RESUMO

A gestão dos resíduos pode funcionar como um bom indicador no que diz respeitoàs ações ambientais praticadas por uma empresa. A Jalles Machado, empresaestabelecida no município de Goianésia, Goiás, possui um Sistema de Gestão Integradaque preconiza a disposição adequada de todos os seus resíduos. Neste artigo sãoapresentados dados relativos à gestão de resíduos, especialmente da “torta de filtro”,das cinzas provenientes da lavagem dos gases das caldeiras, do material sólidoproveniente da estação de tratamento de efluentes e da vinhaça. Com a adoção detecnologias simples a empresa utiliza esses resíduos na fertilização de seus canaviais,aumentado sua produtividade e eliminando os impactos da destinação inadequadadesses resíduos.

ENVIRONMENTAL MANAGEMENT AT THE SUGAR AND ALCOHOL SECTOR:USE OF INDUSTRIAL RESIDUES IN THE SUGAR CANE CULTIVATION

Alam A. M. Tombini1, Ivan C. Zanatta2, Angélica F. V. Lobo3, Marcos R. Sampaio4

1 Biólogo/Técnico em Meio Ambiente – SGI /Jalles Machado S.A emestrando em Ciências Florestais pela UnB.

2 Eng° Químico/MBA Planejamento Ambiental – Gestor do SGI/Jalles Machado S.A3 Técnóloga em Gestão Ambiental – SGI /Jalles Machado S.A

4 Biólogo – SGI /Jalles Machado S.A

ABSTRACT

The management of residues can be a good index related to the environmentalactions taken by a company. Jalles Machado, in Goianésia, Goiás, has a system ofIntegrated Management that commends a suitable arrangement of all of its residues.This article presents data regarding the management of the residues, mainly the “filtercake”, of the ashes coming from the washing process of the gases from the boilers, aswell as of the solid material coming from the effluent treatment station and the vinasse.By adopting simple technology the company uses these residues as fertilizers in thesugar cane fields, increasing the productivity and eliminating the impacts of the unsuitableuse of them.

1. INTRODUÇÃO

Atualmente o Brasil é maior produtor de cana-de-açúcar mundial, sendo que nasafra 2007/2008 atingiu a marca de 473,16 milhões de toneladas de cana, em mais de6,92 milhões de hectares plantados. Hoje a cana-de-açúcar do Brasil é considerada amais competitiva nesse mercado por contar com os menores custos de produção deaçúcar e álcool do mundo.

Se por um lado estamos passando por um momento de euforia no que diz respeitoaos investimentos nesse setor, por outro, verificamos um aumento nas discussões emrelação à questão ambiental, principalmente com questionamentos e afirmações, muitasvezes infundadas cientificamente, a respeito dos impactos ambientais causados pelasindústrias sucroalcooleiras.

É fato que por muito tempo a agricultura foi vista como atividade potencialmentedegradadora, no entanto, como todos os segmentos da economia esse setor evoluiu,util izando hoje tecnologias de ponta para garantir maiores produtividadesconcomitantemente à preservação do meio ambiente.

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118 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

O uso da torta de filtro e vinhaça nos solos representa grande reciclagem denutrientes e de matéria orgânica. Neste momento de alta nos preços dos fertilizantes, ouso desses resíduos significa grande economia, principalmente no uso de fósforo epotássio.

Pretendemos com esse trabalho elencar algumas ações ambientais desenvolvidaspela Jalles Machado S.A que servem como referencia para outras empresas do país etambém alguns resultados econômicos decorrentes dessas ações.

Pretendemos ainda esclarecer algumas informações baseadas em mitosrelacionadas à produção sucroalcooleira, mostrando que, com ações muitas vezessimples, podemos evitar danos ambientais e de quebra aumentar a viabilidadeeconômica do empreendimento.

2. GESTÃO DE RESÍDUOS NA JALLES MACHADO

O setor sucroalcooleiro tem mostrado experiências bem sucedidas na gestãode resíduos demonstrando que com a aplicação de tecnologias, muitas vezes simples,é possível dar soluções rentáveis para o destino adequado dos resíduos.

A gestão de resíduos pode ser complexa e ao mesmo tempo desafiadora. Oresíduo industrial, por exemplo, se não for bem gerenciado, pode ser um problemapara o meio ambiente ou, se bem utilizado, pode ser uma oportunidade para diminuiçãodos custos de produção e dos riscos ambientais.

A adequada gestão dos resíduos pode representar melhoria da imagem daempresa e oportunidades de negócio. Pensando nisso, e consciente de suaresponsabilidade ambiental, a Jalles Machado vem realizando diversas ações queminimizam os impactos causados por estes resíduos. O reaproveitamento é realizadopara a fabricação de adubo orgânico, através da compostagem, utilização comofertirrigação, através da vinhaça e geração de energia através da queima do bagaço decana.

Na Jalles Machado todo resíduo gerado é reaproveitado internamente ouencaminhado para reciclagem em empresas regulares junto aos órgãos ambientais. Agestão dos resíduos se dá a partir de um monitoramento rigoroso em todas as fasesdos processos, pois a maneira mais racional, inteligente e econômica, é fazer a gestãodeste resíduo mitigando ao máximo a sua geração. A partir desse monitoramento, sãorealizados programas de educação ambiental de redução de desperdício e formas maiseficazes no manejo dos resíduos gerados.

A indústria investiu aproximadamente 500 mil reais em instalações de sistemas“scrubber”, que evitam que sejam lançados na atmosfera fuligem, poeira e outrosparticulados resultantes da queima do bagaço da cana.

É claro que a gestão de resíduos vai muito além da reutilização destes insumos.É necessária a visão geral que identifique as possibilidades de integração e, de formacomplementar, a visão especialista que permita o entendimento e a modificação dossistemas de produção. Fica evidente a necessidade de formação e treinamento derecursos humanos para o país enfrentar os desafios da gestão de resíduos como partedo negócio, considerando os aspectos econômicos, ecológicos e sociais (SPADOTTO,2008).

Os gráficos abaixo demonstram as receitas obtidas com a gestão dos resíduosnos anos de 2007 e 2008 pela Jalles Machado, ressaltando que grande parte dessareceita é aplicada pela empresa na adoção e implantação de novas tecnologias decontrole de poluição e impactos ambientais nas áreas de agricultura, como por exemplo,a restauração e recuperação de nascentes e matas ciliares.

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 119

Figura 1 - Receita obtida com a Gestão de resíduos na Jalles Machado S/A, município Goianésia-GO

Figura 2 - Receita obtida com a Gestão de resíduos na Jalles Machado S/A, município Goianésia-GO

Para se ter uma idéia de quanto à gestão de resíduos é importante para a indústriasucroalcooleira abaixo seguem alguns números relativos à produção de açúcar, álcoole seus resíduos gerados:

1 ton cana = 135 Kg açúcar + 12 Litros de álcool + 35 kg de torta de filtro +156 Litros de vinhaça.

2.1 TORTA DE FILTRO E COMPOSTAGEM

A torta de filtro é um subproduto da indústria canavieira resultante da purificaçãodo caldo sulfitado e de baixíssimo custo (CASARIN et al., 1989). A sua utilização comofertilizante orgânico após a compostagem é bastante difundida entre os produtores, eseu uso como substrato está sendo bem aceito, como observado nos resultadossatisfatórios encontrados na produção de cana-de-açúcar (MORGADO et al., 2000).

Na Jalles Machado a torta de filtro, que no passado causava poluição ao meioambiente, atualmente é usada como fertilizante e têm contribuído para a melhoria daspropriedades físicas dos solos, repondo parte dos elementos químicos, notadamente opotássio, retirados da área ocupada pela cana-deaçúcar.

Os resíduos da torta de filtro são misturados em área adequada para esse fimcom os resíduos resultantes da lavagem dos gases nas chaminés das caldeiras, dalimpeza das grelhas das caldeiras e do resíduo do lodo doméstico da estação detratamento de esgoto.

Além de instalar um sistema de lavagem dos gases provenientes da caldeira

VALOR TOTAL COMERCIALIZADO DE RESÍDUOS - 2007

296.429

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

Total

VA

LO

R (

R$)

VALOR TOTAL COMERCIALIZADO DE RESÍDUOS - 2008

238.831

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

Total

VA

LO

R (

R$)

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120 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

encomendou ainda um estudo de concentração superficial de NOx e material particuladoem sua região de abrangência, cujos dados demonstraram que não há emissão de materialparticulado nas cidades próximas provenientes das chaminés da Jalles Machado.

Conforme os cálculos e observações apresentados nesses relatórios, as emissõespara a atmosfera resultantes da Usina Jalles Machado, referentes a material particuladoe NOx constituem-se em contribuições pequenas para impactar a qualidade do ar naárea de influência de nosso empreendimento. Pode-se dizer que as concentraçõesdesses poluentes não resultam em comprometimento para a qualidade do ar, vistoserem valores muito abaixo do seu respectivo padrão nacional.

No tocante a reutilização da água, ela é armazenada em um tanque denominado“Tanque de Alimentação” e bombeada para dois tanques Scrubbers onde ocorre oprocesso de lavagem dos gases provenientes da caldeira. Essa água proveniente dalavagem é encaminhada para outros tanques chamados de “tanques-pulmões” onde aágua passa por um processo de peneiramento, retirando fuligem, cinzas e areia, queposteriormente serão incorporadas ao solo novamente. Depois disso a água seguepara um tanque de decantação purificando-a novamente e recomeçando o circuito.

Figura 3 - Disposição dos resíduos sólidos para fabricação do compostoagrícola na Jalles Machado S/A, município de Goianésia -GO

Para fabricação do composto final a Jalles Machado utiliza a compostagem, queé a transformação da matéria orgânica de restos da cana-de-açúcar através da açãode microorganismos, resultando num material estável, rico em substâncias húmicas,homogêneo e coloração escura.

Figuras 4 e 5 - Remoção da leira e distribuição do composto orgânico nos canaviais daJalles Machado S/A, município de Goianésia-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 121

Os resultados da Jalles Machado na gestão dos resíduos demonstram que comuma administração eficiente é possível transformar esses materiais em maioresprodutividades e ganhos financeiros.

Os gráficos abaixo demonstram a produção de diversos tipos de resíduos noano de 2008, bem como suas metas apontadas pelo Sistema de Gestão Integrada daJalles Machado, demonstrando que nos anos de 2007 e 2008 a produção de resíduose efluentes domésticos está abaixo da meta da empresa.

Figura 6 – Quantidade de lixo produzido pela Jalles Machado no ano de 2008. (Legenda: kg/TCM =kilograma de lixo produzido por Tonelada de Cana Moída)

Figura 7 – Quantidade de efluente doméstico pela Jalles Machado no ano de 2008. (Legenda: m3/TCM =metros cúbicos de efluente produzido por Tonelada de Cana Moída)

Resíduos de Lixo Doméstico - 2008

45,30

24,7021,60

18,0021,20

40,70 Meta - 35,80

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

abr mai jun jul ago Acumulado

(Kg

/TC

M)

x 0,

001

Efluente Doméstico - 2008

7,96

8,458,318,258,18

7,38

Meta - 9,00Meta - 8,00

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

9,00

10,00

abr mai jun jul ago Acumulado

m³/

h/T

CM

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122 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Figura 8 – Quantidade de torta de filtro produzida e utilizada pelo Setor Agrícola pelaJalles Machado no ano de 2008

A utilização da torta de filtro, após passar pelo processo de compostagem e recebera adição de alguns nutrientes provenientes das cinzas da lavagem dos gases dascaldeiras, vem mostrando-se um fertilizante muito eficiente na produção de cana-de-açúcar na Jalles Machado. Com isso elimina-se o problema do destino desses resíduose ainda consegue-se com uma tecnologia simples ampliar os ganhos financeiros daempresa.

Observa-se em estudos realizados nos canaviais da Jalles Machado que a tortade filtro mostrou-se altamente importante para produtividade da cana-de-açúcarprincipalmente quando associada a irrigação (BRAGA et al. 2003).

2.3 FERTIRRIGAÇÃO COM VINHAÇA

A vinhaça, resíduo da destilação do caldo de cana fermentado para produção deálcool, produzida em grande quantidade, numa proporção de aproximadamente 13litros de vinhaça para cada litro de álcool produzido, caracteriza-se por ser um resíduorico em matéria orgânica e alto teor de potássio.

Também pode originar-se como subproduto da produção de açúcar sendoeliminada no processo de cristalização do caldo da cana. No geral a vinhaça é rica emmatéria orgânica e em nutrientes minerais como o potássio (K), o cálcio (Ca) e o enxofre(S), e possui uma concentração hidrogeniônica (pH) variando entre 3,7 e 5,0 (LUDOVICE,1997).

A Jalles Machado vem ampliando seu sistema de Fertirrigação que hoje abrange14.000 hectares. Dessa forma, a vinhaça é conduzida por dutos entre a indústria e asáreas agrícolas, onde é feita a diluição na proporção de uma parte de vinhaça e trêspartes de água e em seguida é feita a distribuição através do processo de aspersão.

A proporção na diluição da vinhaça para fertirrigação é de 1:4, ou seja, uma partede água para três partes de vinhaça, representando uma economia de 25% de uso deágua que poderiam ser captadas. Vale ressaltar ainda que essa água da diluição é amesma que passou por processo industriais e será novamente reutilizada. Os gráficosabaixo demonstram a quantidade de vinhaça produzida pela indústria da Jalles Machadonos anos de 2007 e 2008.

Resíduo de Torta de Filtro - 2008

9.316,18

8.043,64

0,00 0,00 0,00

4.510,42

0,00

9.883,56

10.626,13

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Meses

To

n

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 123

Figuras 9 e 10 – Quantidade de vinhaça produzida pela indústria e utilizada na fertirrigação de áreas decultura de cana-de-açúcar da Jalles Machado S/A, nos anos de 2007 e 2008.

O aproveitamento racional dos resíduos líquidos industriais, através da tecnologiade “Fertirrigação de Canaviais” proporciona importantes benefícios ambientais, técnicose econômicos. Dentre os principais benefícios ambientais se destacam:

- Redução da dose média de resíduos líquidos aplicados, eliminando ou atenuandoos riscos de poluição de solos, de águas subterrâneas e até mesmo de águassuperficiais;

- Maior disponibilidade de áreas abrangidas no sistema global de fertirrigação,proporcionando maior flexibilidade operacional e mais alternativas de manejo dosresíduos no campo.

A Jalles Machado segue todas as normas pertinentes no que diz respeito àcanalização para transporte da vinhaça da indústria para as lavouras de cana-de-açúcar.Os tanques e os canais de condução, por exemplo, são impermeabilizados para evitarcontaminação do lençol freático, como demonstram as figuras abaixo:

Figura 11 – Figura esquerda: Condução de vinhaça da indústria para áreas de cultura de cana-de-açúcar;figura direita: tanque impermeabilizado para armazenamento de vinhaça

Resíduo de Vinhaça - 2007

78.71769.110

128.319123.241

140.746

127.802

96.386

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

160.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Meses

m^

3

Resíduo de Vinhaça - 2008

237.909,41

344.341,25

294.130,86

220.200,62

0,00 0,00

76.558,96

0,000,000

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Meses

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124 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Figura 12 – Travessia de tubulação de vinhaça em área depreservação permanente na Jalles Machado

Em síntese, com a ampliação do Projeto de Fertirrigação, diminuíram-se osimpactos ambientais em relação ao uso de potássio (K), pois a vinhaça é rica empotássio, técnicos, econômicos e ambientais. Substituiu-se a adubação químicaconvencional no que diz respeito ao Potássio (K).

Outro benefício advindo da fertirrigação com vinhaça nos canaviais da JallesMachado foi a correção do pH, nesse caso atuando de forma benéfica, como corretivodaacidez do solo e ainda fornecendo nutrientes, aumentando o teor de matéria orgânicae melhorando suas propriedades físicas (OLIVEIRA et. al. 2005)

O gráfico abaixo demonstra a intensidade de uso de fertilizantes (N-P-K) porculturas no Brasil em toneladas/hectare, comparado a aplicação da Jalles Machado emcomparação às outras unidades sucroalcooleiras (cana-de-açúcar). (Fonte: JallesMachado/CTC - Centro de Tecnologia Canavieira).

Figura 13 - Intensidade de uso de fertilizantes (N-P-K) por culturas noBrasil em ton / hectares, comparadas com a Jalles Machado S/A

De forma geral podemos concluir que, com relação ao uso da vinhaça comofertilizante, esta prática tem trazido inúmeros benefícios agrícolas, econômicos eambientais, desde que seja feito um monitoramento efetivo com relação a alteraçõesnas propriedades dos solos fertirrigados, de maneira a evitar eventuais excessos naaplicação da vinhaça.

0,11

0,15

0,24

0,30

0,31

0,36

0,40

0,46

0,49

0,54

0,94

Reflorestamento

Feijão

Arroz

Trigo

Milho

Jalles Machado

Soja

Cana-de-açúcar

Laranja

Café

Algodão

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 125

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O maior desafio para o setor sucroalcooleiro, e agora dando uma maior ênfase aprodução de etanol, é provar para o mundo que o nosso produto é um biocombustívelproduzido de forma ambientalmente correta, já que esse produto vem ganhando adeptosno mundo por esse apelo, ou seja, ser um combustível ecologicamente correto.

A gestão dos resíduos pode funcionar como um termômetro no que diz respeitoàs ações ambientais praticadas por uma empresa, se ela é bem planejada e estáconsolidada na empresa, é bem provável que a empresa esteja também organizadacom relação a outros programas e projetos ambientais.

A Gestão Ambiental de uma empresa mostra-se eficiente quando os projetos sãoautossustentáveis como demonstraram os números no caso da Jalles Machado. Osprojetos de reaproveitamento dos resíduos nas lavouras de cana-de-açúcar, além dedarem um destino adequado aos resíduos da indústria evitando a contaminação domeio ambiente, propiciam uma maior receita para empresa que por sua vez investecada vez mais em tecnologias para preservação dos recursos naturais.

De forma geral uma gestão eficiente dos resíduos deve partir das seguintesdiretrizes:

• Conhecimento sobre os resíduos;• Dos seus componentes;• Das alternativas de produção que diminuam o volume produzido;• Da sua trajetória da geração ao destino final;• Das formas de manuseio e tratamento ao longo da trajetória;• Redução de resíduos nos processos.Em relação à vinhaça nota-se a preocupação cada vez maior da sociedade

científica com o risco que esse material altamente poluente pode causar aos cursosd’água superficiais e ao lençol freático através da percolação até as águas subterrâneas.

Essa preocupação na empresa tem que ser contínua de modo a evitar acidentesambientais, uma vez que esse tipo de poluição não é imediatamente notada e muitavezes, quando constatada, sua possibilidade de reversão é pequena.

Na Jalles Machado a preocupação com a Gestão dos Resíduos e a conservaçãodos Recursos Naturais sempre permeou os objetivos da empresa, fato esse comprovadopela existência de áreas de recuperação de matas ciliares com até vinte anos deexistência.

Acreditamos que, para a Jalles Machado continuar sendo reconhecida comoempresa ambientalmente responsável, deve atuar em todos os aspectos relacionadosao controle de poluição, principalmente a geração e destino adequado dos resíduos.

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126 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAGA, A. M.C., OLIVEIRA, P. F. M., SOARES, R. A. B., KORNDORFER, G. H., Gessoe torta de filtro na produção de cana-de-açúcar cultivadas sob diferentes regimes deirrigação. In: XXIX Cong. Bras. De Ciência do Solo, 2003, Ribeirão Preto/SP, Anais,2003, p. 35.

CASARIN, V.; AGUIAR, I.B.; VITTI, G.C. Uso de resíduos da indústria canavieira nacomposição do substrato destinado à produção de mudas de Eucalyptus citriodoraHook. Científica, v.17, n.1, p.63-72, 1989.

LUDOVICE, M.T. (1996). Estudo do efeito poluente da vinhaça infiltrada em canalcondutor de terra sobre o lençol freático. Campinas, FEC-UNICAMP. Dissertação deMestrado, 1996.

MORGADO, I.F. et al. Resíduos agroindustriais prensados como substrato para aprodução de mudas de cana-de-açúcar. Scientia Agricola, v.57, n.4, p.709-712, out/dez2000.

OLIVEIRA, A. C. S. ; SILVA, M. A. S. ; KLIEMANN, H. J. ; SOARES, Rogério AugustoBremm ; BORGES, J. D. 2005. Acumulo de micronutrientes e de metais tóxicos emlatossolo cultivado com cana-de-açúcar fertirrigada com vinhaça. In: II CONGRESSODE PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO DA UFG, 2005, GOIÂNIA, GO. ANAIS DO IICONPEEX. GOIÂNIA, GO, 2005. v. 1 CD.

SPADOTTO, C. A. Gestão de Resíduos: realizações e desafios no setor sucroalcooleiro.EMBRAPA/CNPMA. (www.embrapa.br/imprensa/artigos/2008).

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ModalidadeEducação Ambiental

Projeto:Agrotóxicos, educar para saber usar e

proteção da Bacia do Ribeirão João Leite

Premiada:Agroquima Produtos Agropecuários Ltda.

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 129

AGROTÓXICOS, EDUCAR

PARA SABER USAR

Projeto de Educação

Ambiental e Treinamento de

Trabalhadores Rurais e

Estudantes no Estado de

Goiás

Uso Correto e Seguro dos

Agrotóxicos

e Descarte Final de

Embalagens Vazias

Engenheiro Agrônomo:CLÉSIO FERNANDES DE BRITO ALVES - CREA - 6660/D-GO

FONE: (62) 3265-4466 - E-mail: [email protected]

Empresa:Agroquima Produtos Agropecuários Ltda - Goiânia-GO

ANO 2007

REGISTRO FOTOGRÁFICO

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130 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

INTRODUÇÃO

O Estado de Goiás ocupa um lugar de destaque no cenário nacional na produçãode hortaliças. É o maior produtor de tomate do Brasil com 752.000 toneladas/ano, sendoresponsável por 23% da produção do País. O Estado é composto por 246 municípios,no entanto, apenas 11 municípios respondem por 50% da produção goiana, os quaispodemos destacar: Nova Veneza, Senador Canedo, Nerópolis, Anápolis, Campo Limpode Goiás, Bonfinópolis, Leopoldo de Bulhões, Terezóplis de Goiás, Inhumas, Ouro Verdee Goianápolis, que é considerada a capital do tomate, cultura que recebe, segundo ospróprios trabalhadores, até 5 pulverizações de agrotóxicos por semana. Isso torna asituação alarmante, pois aumenta o risco de intoxicação de trabalhadores rurais epoluição do meio ambiente.

Diante deste quadro e preocupados com a segurança do trabalhador rural e apreservação da natureza, estamos desenvolvendo há quatro anos um trabalho pioneirono Estado de Goiás, sobre o uso correto dos agrotóxicos e o descarte final dasembalagens vazias. A metodologia utilizada envolve palestras nas lavouras, dirigidasaos trabalhadores rurais, e nas escolas, para seus filhos, pois sabemos que as criançasatuam como multiplicadoras, levando a informação recebida para os familiares, amigose vizinhos.

Saímos a campo abrindo porteiras e onde encontramos gente trabalhando,realizamos palestras. Este é o grande diferencial do projeto, pois o trabalhador nãoprecisa se deslocar para ter acesso à informação. No final de cada palestra sorteia-seum Equipamento de Proteção Individual (EPI) entre o grupo, e entregamos para ostrabalhadores e estudantes uma cartilha educativa sobre o uso correto dos agrotóxicose o descarte final das embalagens vazias, apresentada pelos compadres “Lavorildo eHortalino”. O trabalho, que começou pequeno, foi tomando grandes proporções. Até omomento já realizamos 80 palestras diretamente no campo e 120 palestras nas escolas,atingindo o universo de 700 trabalhadores rurais e 5.000 alunos dos municípios citadosacima. Essas ações vão despertando interesse da população e as parcerias aumentama cada dia. Em 2005 e 2006 a Agência Rural do Estado de Goiás e Secretaria Estadualde Meio Ambiente e Recursos Hídricos foram nossos parceiros. Em 2007, a CEASA-GO e a Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros do Estado de Goiás(ASPHEGO) aderiram ao projeto.

A TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo em Goiás e com a maior audiência noEstado, também se interessou pelo projeto e exibiu uma reportagem de formaespontânea sobre o trabalho, no programa Jornal do Campo (uma espécie de GloboRural Regional) com 8 minutos de duração.

Definitivamente a comunidade adotou o projeto, que tem como objetivo principala segurança do trabalhador e a preservação ambiental. Veja nas páginas seguintes oresumo fotográfico do trabalho realizado nos principais municípios produtores dehortaliças do Estado de Goiás.

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 131

Alguns trabalhadores rurais ignoram riscos de intoxicação durante preparo dacalda e aplicação dos agrotóxicos.

Goianápolis-GO Anápolis-GO

Nova Veneza-GO

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132 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Trabalhador rural aplica agrotóxico sem luvas e avental e ainda abandonaembalagens vazias, gerando lixo tóxico no campo.

Leopoldo de Bulhões-GO

Bonfinópolis-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 133

Trabalhadores rurais assistem à palestra no próprio ambiente de trabalho, sobreo uso correto dos agrotóxicos e descarte das embalagens vazias.

Nerópolis-GO

Nerópolis-GO

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134 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Trabalhadores rurais não se incomodam de assistir às palestras sob sol forte eainda de pé.

Bonfinópolis-GO

Bonfinópolis-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 135

Classificação Toxicológica é um dos assuntos abordados nas palestras no campo.

Ouro Verde-GO

Ouro Verde-GO

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136 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

É gasto um tempo maior quando o assunto é Equipamento de Proteção Individual(EPI)

Ouro Verde-GO

Nova Veneza-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 137

Às vezes a palestra é realizada no meio da estrada.

Inhumas-GO

Inhumas-GO

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138 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Barraca de apoio improvisada no meio da lavoura é utilizada para realização depalestras.

Leopoldo de Bulhões-GO

Leopoldo de Bulhões-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 139

Trabalhador ganha EPI no final da palestra.

Nova Veneza-GO

Nova Veneza-GO

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140 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Goianápolis-GO

Ouro Verde-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 141

Trabalhador veste EPI logo que ganha.

Goianápolis-GO

Goianápolis-GO

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142 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Estagiários do curso de Agronomia entregam cartilha educativa sobre o uso corretodos agrotóxicos, apresentada pelos compadres “Lavorildo e Hortalino”.

Nerópolis-GO

Nova Veneza-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 143

Estagiários de Veterinária também participam do projeto.

Goianápolis-GO

Goianápolis-GO

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144 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

A cartilha sobre o uso correto dos agrotóxicos e descarte final das embalagensvazias é lida com atenção pelos trabalhadores rurais.

Goianápolis-GO

Campo Limpo de Goiás-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 145

Sentados no chão trabalhadores rurais são orientados sobre como usarcorretamente os agrotóxicos.

Anápolis-GO

Anápolis-GO

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146 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

A carroceria do veículo é utilizada para acomodar trabalhadores durante palestrano campo.

Nova Veneza-GO

Nova Veneza-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 147

A varanda serve como espaço para conscientizar e treinar toda família do homemdo campo sobre o uso correto dos agrotóxicos e a preservação do meio ambiente.

Anápolis-GO

Senador Canedo-GO

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148 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Após assistir palestra sobre o uso de agrotóxicos, trabalhador assina lista depresença.

Inhumas-GO

Goianápolis-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 149

Cada item do EPI é apresentado em detalhe aos trabalhadores rurais.

Anápolis-GO

Campo Limpo de Goiás-GO

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150 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

As caixas utilizadas para colher tomate servem de assentos durante palestra nocampo.

Leopoldo de Bulhões-GO

Leopoldo de Bulhões-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 151

Segundo os próprios trabalhadores, são realizadas até 5 pulverizações porsemana na cultura do tomate.

Terezópolis de Goiás-GO

Terezópolis de Goiás-GO

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152 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Até mesmo dentro do curral são ministradas palestras, visando o uso correto dosagrotóxicos e a preservação ambiental.

Anicuns-GO

Anicuns-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 153

Trabalhadoras rurais ganham brindes no final da palestra.

Nerópolis-GO

Senador Canedo-GO

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154 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

O trabalho foi desenvolvido em parceria com a CEASA-GO e Associação dosProdutores de Hortifrutigranjeiros do Estado de Goiás (ASPHEGO)

Goiânia-GO

Goiânia-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 155

Produtores dos municípios de Ouro Verde, Inhumas, Anápolis, Nova Veneza,Bonfinópolis, Terezópolis de Goiás, Leopoldo de Bulhões, Nerópolis, Campo Limpo deGoiás e Goianápolis comercializam suas hortaliças na CEASA de Goiânia.

CEASA de Goiânia-GO

CEASA de Goiânia-GO

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156 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

40 Engenheiros Agrônomos da Agência Rural do Estado de Goiás recebemtreinamento sobre uso correto dos agrotóxicos e descarte das embalagens vazias.

Goiânia-GO

Goiânia-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 157

O uso correto de agrotóxicos faz parte do programa de treinamento de novosrepresentantes comerciais da Agroquima.

Goiânia-GO

Goiânia-GO

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158 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Depois das lavouras, as palestras são ministradas nas salas de aula para osfilhos dos trabalhadores rurais.

Nova Veneza-GO

Nova Veneza-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 159

Crianças aprendem a Classificação Toxicológica dos Agrotóxicos e que não podemdesentupir o bico de pulverização com a boca.

Goianápolis-GO

Goianápolis-GO

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160 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Alunos prestam muita atenção nas palestras sobre agrotóxicos e preservação domeio ambiente.

Anápolis-GO

Anápolis-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 161

Alguns estudantes sentam até mesmo no chão para aprender como devem serusados os agrotóxicos.

Nova Veneza-GO

Nova Veneza-GO

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162 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Alunos ganham cartilha educativa apresentada pelos compadres “Lavorildo eHortalino”.

Terezópolis de Goiás-GO

Goianápolis-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 163

Crianças leem com atenção a cartilha sobre a maneira correta de trabalhar comagrotóxicos e depois ensinam para os pais.

Goianápolis-GO

Goianápolis-GO

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164 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Goianápolis-GO

Goianápolis-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 165

Crianças exibem com alegria a cartilha educativa apresentada pelos compadres“Lavorildo e Hortalino”.

Goianápolis-GO

Goianápolis-GO

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166 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Bonfinópolis-GO

Leopoldo de Bulhões-GO

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 167

Estudantes explicam para o repórter da TV Anhanguera/Rede Globo o queaprenderam na palestra.

Goianápolis-GO

Goianápolis-GO

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ModalidadeImprensa Escrita

Reportagem:Mudanças climáticas - calor vai afetar

produção agrícola

Autores:Evandro R. Bittencourt, Maria José

Braga e Heloísa Lima

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 171

A reportagem a seguir, publicada no Suplemento do Campo do Jornal O Popu-lar, é de autoria de Evandro Bittencourt, Maria José Braga e Heloísa Lima.

Mudanças climáticas

“Parece que o Sol baixou”

As nuvens, o Sol, as chuvas, as árvores. O calor. Tudo revela ao homem docampo o que acontece na natureza. Ele sabe que algo está diferente. Enquanto isso,pesquisadores procuram entender como as mudanças climáticas afetarão o agronegó-cio e buscam alternativas para enfrentar esse novo cenário, que também exige pensarem ações pelo desenvolvimento sustentável.

Calor vai afetar a produção agrícola

PRODUÇÃO SERÁ AFETADA PELO AQUECIMENTO, MAS TECNOLOGIA EBUSCA PELA SUSTENTABILIDADE PODEM AMENIZAR OS IMPACTOS NEGATIVOS.

Evandro Bittencourte Maria José Braga

“Parece que o Sol baixou e está mais perto da Terra.” É assim que FranciscoEliezer Rodrigues dos Santos, um camponês de 65 anos, conhecido como Chico, ex-plica o aumento da temperatura no município de Goiás, onde vive desde que nasceu.No casarão centenário da fazenda São João do Acuri não existe termômetro, mas Chi-co afirma com segurança que o calor está aumentando. “Dizem que é o aquecimentoglobal”, repete os termos que ouviu na TV.

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Com outras palavras, seu Adelino Rodrigues da Silva diz a mesma coisa. “Otempo começou a mudar em 1974. Um dia eu estava trabalhando na roça e quandovoltei para casa, tirei a camisa e vi que minhas costas estavam queimadas. O bananalque eu tinha, muito bonito, também ficou todo queimado. O Sol estava tão quente queparecia mais perto. E, de lá pra cá, o tempo vem esquentando cada vez mais”, diz.

Seu Adelino nasceu na Bahia, mas há 60 anos mora no município de Bom Jar-dim de Goiás, sempre trabalhando no campo. Do mesmo jeito, Chico só deixou a fa-zenda por um período em que precisou fazer tratamento médico na cidade. Acostuma-dos com os sinais da natureza, os dois dizem que o homem está destruindo a harmoniaque Deus criou.

Observando as árvores que rodeiam sua casa, Francisco prevê o início das chuvas

O que eles e outros tantos moradores do campo já perceberam está sendo con-firmado pela ciência. O estudo Aquecimento Global e Cenários Futuros da AgriculturaBrasileira, apresentado há poucos dias por pesquisadores da Embrapa e da Universi-dade de Campinas (Unicamp), trabalho que conta com o apoio do governo britânico,revelou as dimensões do problema que afeta toda a população mundial.

No Brasil, o aumento das temperaturas deve provocar perdas nas safras de grãose alterar a geografia da produção agrícola. Os pesquisadores pensaram em dois cená-rios ao fazerem as projeções para o futuro: um pessimista, no qual poucas medidassão tomadas para conter o aquecimento global e o aumento da temperatura fica esti-mado entre 2ºC e 5,4ºC até 2100; o outro, mais otimista, prevendo um aumento datemperatura entre 1,4ºC e 3,8ºC até 2010.

Soja deve migrarMesmo no cenário otimista, as projeções são alarmantes. O aquecimento global

pode comprometer a produção de alimentos no Brasil, com o aumento das áreas dealto risco climático, justamente aquelas que, pelas altas temperaturas, ficam também

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 173

com deficiência de água. Nos dois cenários, os pesquisadores apontam para a diminui-ção das áreas cultiváveis e para perdas no valor da produção. No cenário pessimista,as perdas foram estimadas em R$ 7,4 bilhões já em 2020, cifra que pode subir para R$14 bilhões em 2070.

Segundo o estudo da Embrapa/Unicamp, o cultivo de diversos tipos de alimen-tos será afetado pelo aumento da temperatura. As pesquisas revelam que apenas acana, por ser mais resistente ao calor, deve permanecer incólume. A soja será uma dasculturas mais afetadas e, como resultado das mudanças climáticas, deverá ocorrer amigração da cultura da Região Sul para o Centro-Oeste. A perda de área cultivada em2020 é estimada em 24%. Em 2050, essa perda pode chegar a 34%, alerta o engenhei-ro agrônomo Hilton Silveira Pinto, um dos organizadores do estudo e diretor associadodo Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, da Uni-camp. A vulnerabilidade da soja se deve ao fato de ser mais suscetível à falta d’água.

O café, a segunda cultura mais afetada com as mudanças climáticas, apesar demais resistente à deficiência hídrica, é especialmente sensível ao aumento da tempe-ratura. “Com temperaturas mais elevadas durante o florescimento, a cultura perde aaptidão de produzir em decorrência do aborto floral”, diz Hilton Silveira.

Cultura de destacada importância na alimentação da população de baixa renda,sobretudo na Região Nordeste, a mandioca também deve ser muito afetada. “A ten-dência é que deixe de ser produzida no Nordeste e passe a ser cultivada em regiõesmais próximas à Floresta Amazônica”, afirma o pesquisador. Segundo ele, onde hágrande incidência de chuvas o aquecimento deixa de ser problema.

Mas a confirmação ou não dos cenários dependerá do que for feito pelo meioambiente daqui para a frente. Diversas medidas para diminuir a emissão de gases queprovocam o efeito estufa podem e devem ser tomadas na agropecuária e em outrossetores da economia para mudar a direção que há séculos a humanidade insiste emseguir, mesmo sabendo que esse caminho não tem volta nem leva à sustentabilidade.

Temperatura em Goiânia já aumentou

Em todo o Brasil, é possível afirmar que o aumento de temperatura já é uma reali-dade. “No Estado de São Paulo, o aumento das temperaturas mínimas chega a até 2,5ºCnos últimos 100 anos. Na região de Goiânia, o aumento é da ordem de 1,5ºC a 2ºC”,afirma o pesquisador Hilton Silveira Pinto, diretor associado do Centro de PesquisasMeteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, da Universidade de Campinas.

Segundo ele, o abortamento de flores na cultura da soja na região de Rio Verde- relatado por vários agrônomos e produtores há alguns anos, já é reflexo das mudan-ças climáticas. “A soja, com temperaturas entre 32ºC e 33ºC, aborta suas flores e aprodução cai.” Conforme os cenários de mudança de temperatura previstos pelo Pai-nel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), as alterações de temperaturano Brasil poderiam ocorrer, em média, entre 1ºC (visão otimista) e 4ºC (visão pessimis-ta), num período de 100 anos.

“Com 4ºC de elevação da temperatura média, os efeitos são grandes”, afirma opesquisador Jurandir Zullo Júnior, diretor do Cepagri/Unicamp. A intensidade do au-mento da temperatura média, diz, se dá de forma variada nas regiões do Brasil. Avegetação e o tipo de solo, por exemplo, são fatores considerados em cada regiãoestudada.

Os pesquisadores brasileiros fizeram suas projeções utilizando o modelo climá-tico Precis (Providing Regional Climates for Impact Studies), um programa de compu-tador criado pelo Hadley Centre, da Inglaterra, e adaptado ao Brasil pelo Centro dePrevisão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

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174 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

O programa foi escolhido porque permite a análise do que vai ocorrer na agricul-tura, em função do aumento da temperatura, em áreas de 50 km X 50 km, possibilitan-do a avaliação do impacto até mesmo em pequenos municípios.

Problemas também com as oleaginosas

O aquecimento global não é ameaça à produção de etanol a partir da cana, masoutras matérias-primas usadas na produção de biodiesel serão afetadas. O impactodas mudanças climáticas sobre as energias renováveis do Brasil é foco de uma pes-quisa coordenada pelo pesquisador Carlos Nobre, do Centro de Previsão de Tempo eEstudos Climáticos, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Outras instituiçõesestão envolvidas, como a Embrapa Informática Agropecuária e a Unicamp.

Segundo o chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Eduardo DelgadoAssad, Nordeste e Sul do Brasil serão atingidos e, portanto, também as fontes renová-veis de biocombustíveis cultivadas nessas regiões. A mamona será uma das culturasmais afetadas. Outras oleaginosas importantes para a agroenergia, como canola, gi-rassol e amendoim também sofrerão restrições.

Chuvas também mudam

CHUVAS FORTES E ESTIAGENS PROLONGADAS SÃO TENDÊNCIAS QUEPREOCUPAM PRODUTORES

O aquecimento global não deve provocar grandes alterações no regime de chu-vas, apontam os estudos existentes. Mas, segundo o diretor associado do Centro dePesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri/Unicamp), Hil-ton Silveira Pinto, as chuvas mudam. “A tendência é de que elas se tornem mais fortese ocorram intervalos maiores de estiagem.”

Para o homem do campo, as mudanças já são bem visíveis. “Antes chovia muitomais. Meu pai falava que a chuva de 8 de setembro era fato consumado”, conta Fran-cisco Eliezer Rodrigues dos Santos, o Chico.

Chico diz, aliviado, que em sua fazendinha nunca falta água, porque ela é ba-nhada pelo Córrego Bugre, “que nunca seca”, e tem três represas. Mas bem que eleanda preocupado com as estiagens prolongadas.

Em frente à casa de Chico há um pé de jatobá, cheio de folhas verdes, e outro decajamanga, totalmente desfolhado. Logo abaixo, uma gameleira de folhas amareladasanuncia que também vai desfolhar.

Segundo seu Chico, quando as três árvores perdem suas folhas e ganham fo-lhas novas, a chuva chega. “Quem sabe quando vai chover é Deus, mas aqui na nossaregião esse é um sinal. A chuva deve chegar lá para outubro”, diz.

Seu Adelino, de Bom Jardim de Goiás, também está preocupado. Ele conta que,antigamente, os agricultores da região plantavam no início de setembro e logo vinha achuva. “Agora não é bem assim”, afirma.

Mas, para este ano, ele está otimista e prevê que vai começar a chover no mêsque vem. “A ciência de São João Batista ensina que, se nublar no dia 24 de junho,chove logo em setembro. As vezes pode falhar, mas a ciência dos homens tambémfalha. Vamos aguardar para ver”, diz.

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 175

“O tempo começou a mudar em 1974, garante seu Adelino”

Em busca do cenário otimista

As projeções de aumento da temperatura do estudo da Embrapa/Unicamp po-dem não se confirmar, caso haja uma redução da emissão de gases que provocam oefeito estufa. Também podem não se confirmar os prováveis prejuízos na agricultura,com a diminuição das áreas de risco.

Entre as medidas necessárias para a construção de um cenário mais otimistaestá o plantio de árvores para a neutralização do gás carbônico. E não é preciso sercientista para chegar a essa conclusão. “O homem não pode só destruir a natureza. Agente tem de plantar árvores. Todo mundo sabe que onde não existem árvores o ventosopra direto e causa destruição”, diz seu Adelino Rodrigues da Silva.

Novamente a ciência está comprovando a sabedoria popular. Já se sabe que oplantio de árvores é uma das técnicas que podem ser aplicadas em várias culturaspara amenizar o problema do aquecimento. Outra estratégia compensatória é a ado-ção de sistema de integração lavoura-pecuária e que, em alguns casos, também deveabranger o consórcio com florestas. Em áreas destinadas à produção de animais, osombreamento de pastagem é especialmente eficaz para abrandar a temperatura.

O reflorestamento nas propriedades agrícolas traz efeito direto na temperatura,graças ao sombreamento que proporciona. Além disso, há aumento da umidade relati-va do ar, pela transpiração das plantas, favorecendo a ocorrência de mais chuvas.Outra vantagem é a retenção de carbono. Cada árvore derrubada ou queimada liberaCO2, um dos principais gases do efeito estufa e considerado o “grande vilão” do aque-cimento global.

Em relação à produção de grãos, uma medida recomendada é adotar o plantiodireto em toda a área ainda cultivada de forma tradicional. Com essa técnica, é possí-

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vel economizar cerca de 10% de água, além de propiciar condições para o solo absor-ver mais as chuvas.

A preservação e a recuperação das vegetações nativas contribuem para dimi-nuir o aquecimento global e melhoram o desempenho agropecuário. Mas, antecipan-do-se ao futuro, pesquisadores estão trabalhando no desenvolvimento de variedadesmais resistentes ao calor e à seca.

Ciência como solução

PESQUISADORES APOSTAM NO DESENVOLVIMENTO DE NOVAS VARIEDA-DES E PRÁTICAS DE MANEJO

Heloísa Lima

As previsões para o clima são alarmantes, mas pesquisadores ouvidos peloPOPULAR apostam no desenvolvimento de novas variedades mais resistentes ao es-tresse biótico e abiótico para superar as dificuldades.

Eles explicam que já investiam no melhoramento de plantas, buscando encon-trar variedades mais resistentes a problemas climáticos e a doenças. Com as previ-sões recentes, as pesquisas ganharam mais fôlego. Novos materiais deverão estardisponíveis em menos de uma década.

José Renato Bouças, chefe da Embrapa Soja, diz que há muito a unidade traba-lha no desenvolvimento de variedades que se adaptam às mais diversas condições declima e solo existentes no País. Segundo ele, o desenvolvimento de materiais maisresistentes à falta de água será fundamental para a cultura. “Com temperaturas maisaltas, aumenta a necessidade de água da planta”. O pesquisador afirma que a meta édesenvolver variedades até 50% mais tolerantes ao estresse hídrico.

José Renato lembra, porém, que é preciso adotar práticas culturais que aumen-tem a capacidade de armazenamento de água no solo. Ele explica que diversas unida-des de pesquisas estão trabalhando em conjunto com o mesmo foco.

Paulo Evaristo Guimarães, da Embrapa Milho e Sorgo, diz que o desenvolvimen-to de novas variedades já permitiu que a cultura se espalhasse por todo o País e quetivesse diferentes ciclos, que permitem o plantio em diferentes épocas do ano. Segun-do ele, a tendência é de que, com as mudanças no clima, a pesquisa se torne aindamais regionalizada e que sejam desenvolvidas variedades voltadas para a realidadede cada local.

Para o pesquisador, é possível que variedades desenvolvidas para o semi-árido,como as superprecoces assum preto e caatingueiro, sejam recomendadas para outrasregiões do Brasil, no futuro.

Cléber Morais Guimarães, da Embrapa Arroz e Feijão, diz que a unidade enfocao desenvolvimento de plantas que mantenham a qualidade do grão, tenham raízesmais fortes e maiores e maior capacidade de armazenamento de água. Ele admite queessas novas variedades podem perder produtividade. Mas serão viáveis em condiçõesadversas.

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 177

Campo de testes de variedades de arroz mais resistentes à seca

Prevenção é o melhor remédio

Engenheiro agrônomo e pesquisador aposentado da Embrapa Pecuária Sudes-te, Odo Primavesi é daqueles que não concordam que a ciência tenha de investir naadaptação da agropecuária a um novo cenário climático.

Segundo Odo, o único caminho viável é mudar práticas, plantar mais árvores eevitar que as previsões mais alarmistas para as mudanças no clima se tornem realida-de. “Quando o ser humano vai fazer uma viagem espacial ou submarina, ele se adaptaàquele ambiente sob pena de morrer se colocar um único parafuso fora do lugar. Porque no ambiente terrestre é diferente?”, questiona.

Para o pesquisador, é fundamental que as árvores sejam incorporadas aos maisdiversos sistemas de produção. Odo lembra que alguns cientistas enfocam somenteos efeitos das emissões de gases no clima - uma vez que provocam a retenção docalor - mas se esquecem de que as áreas degradadas também geram calor.

Para o pesquisador, as pessoas se concentram somente nos riscos do aqueci-mento global e se esquecem dos impactos do aquecimento local. “Enquanto as pers-pectivas são de aumento de 1 grau na temperatura mínima global, há regiões, comoSão Paulo, em que já se verifica aumento de temperatura de 3 graus”, frisa.

O engenheiro agrônomo critica o modelo atual de pecuária brasileira que, se-gundo ele, tem contribuído para o aquecimento do planeta e não somente pelo gásmetano emitido durante o processo digestivo dos animais. “A culpa não é dos bois, masdos pecuaristas que não cuidam ou ateiam fogo nas pastagens e deixam os animaispassarem fome”.

Odo diz que, ao produzir com eficiência, adotando sistemas silvipastoris (árvo-res consorciadas com pastagens) e aumentando a produtividade por hectare, os pecu-aristas já dão uma boa contribuição. “Hoje precisamos de 400 metros quadrados deárea para produzir um bife, mas podemos chegar a 40 metros.” O pesquisador defendeainda investimentos em outras fontes de proteína, que necessitem de menos espaço eenergia (como peixes).

Segundo Odo, a produção consorciada com árvores é eficiente e rentável tantona agricultura quanto na pecuária. Ele lembra que as árvores seguram água no solo econseguem amenizar altas temperaturas. “Temos a cultura de desmatar, mas precisa-mos mudar essa visão de que as árvores atrapalham.”

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ModalidadeImprensa Televisão

Programa:Trilhas do Brasil “Araguaia - Corredor da

Biodiversidade Goiana”

Premiado:Trilhas do Brasil Comunicação

e Produção Ltda

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 181

HISTÓRICO:

O Programa Trilhas do Brasil surgiu da vontade de um grupo de amigos jornalistasde fazer algo diferente na televisão e que estimulasse as pessoas a preservar o meioambiente. O programa completou, em maio de 2009, oito anos no ar na TV SerraDourada, nossa principal parceira.

O programa Trilhas do Brasil cresceu, expandiu e nossa equipe viu a necessidadede falar não somente da preservação e/ou destruição do meio ambiente no país, masmostrar também a cultura e os costumes de nossa gente e ainda mostrar o que Goiáse o Brasil têm de melhor. Hoje podemos dizer que somos um programa que fala demeio ambiente, cultura, turismo e esportes de aventura, sempre passando a mensagemde que é preciso preservar nossos patrimônios cultural e natural.

Em 2005 tivemos a oportunidade de veicular o Programa Trilhas do Brasil paratodo o país em canais UHF e VHF por meio da Rede 21, afiliada do Grupo Bandeirantes.Alcançamos uma média 0,8% de audiência na Grande São Paulo. Uma vitória paraapenas três meses.

Mas a nossa maior conquista é, sem dúvida, a audiência que temos hoje emGoiás. Somos líderes de audiência no segmento, graças ao nosso esforço, claro, e àparceria com a TV Serra Dourada.

Para abordar melhor todos os temas do programa, criamos alguns quadros. No“Ação Ambiental” mostramos o que pessoas, organizações não governamentais,governos e empresas têm feito para preservar o meio ambiente, ou seja, é um espaçopara disseminar os projetos que visam a preservação da fauna, flora e mananciais.

No quadro “Acontece na Cidade”, como o nome mesmo diz, divulgamos diferentesassuntos. O quadro “Dicas” informa os melhores locais de hospedagem e alimentaçãonas cidades que visitamos. E o quadro “Radical” é destinado aos diferentes esportesde aventura, onde eles acontecem e como participar.

Em 2008 colocamos no ar mais um quadro: “Direito Ambiental” com os advogadosMaria de Lourdes e Henrique Luiz Pereira que esclarecem dúvidas e questionamentosdos telespectadores sobre a legislação ambiental. Uma forma a mais que encontramosde levar informação de qualidade para a população.

O Programa Trilhas do Brasil pode ser visto todos os domingos às 10 horas naTV Serra Dourada. Possibilitando a interação e abrangência com um público aindamaior, é exibida uma matéria no Jornal do Meio Dia, programa de maior audiência daTV Serra Dourada/SBT/GO, no sábado, sobre o tema principal do programa Trilhasdo Brasil. E desde 2007 a equipe do Programa Trilhas do Brasil está enganjada nacampanha “Bioma Cerrado: Patrimônio Nacional! Abrace essa ideia”. A campanha visaaprovar leis que garantam a preservação do Bioma Cerrado.

Equipe do Programa Trilhas do Brasil que trabalhou no programa “Araguaia:Corredor da Biodiversidade Goiana”:

Álvaro Duarte – jornalista e coordenadorRosângela Aguiar – jornalista e coordenadoraMariley Carneiro – jornalista / produtoraValdir Pereira – cinegrafistaJonas Guedes – auxiliar de cinegrafiaFabrício Montelo – editor de imagensMarcelo Camargo – administrativo-financeiro

Equipe atual do Programa Trilhas do BrasilÁlvaro Duarte – jornalista e coordenador

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182 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

Rosângela Aguiar – jornalista e coordenadoraValdir Pereira – cinegrafistaGilberto Dias – auxiliar de cinegrafiaLeonardo Ribeiro – editor de imagensHenrique Morais – jornalista / repórter e produtorGisele Lopes – administrativo-financeiro

“ARAGUAIA – CORREDOR DA BIODIVERSIDADE GOIANA”

Programa Trilhas do Brasil exibido em julho de 2008

Entra logomarca do Trilhas do Brasil

Apresentadora – abertura do programa:

Rosângela Aguiar, apresentadora do Programa Trilhas do Brasil

Ao longo dos mais de dois mil quilômetros de extensão do rio Araguaia é possívelperceber as modificações da paisagem e as ameaças que pairam sobre os ecossistemas.Um testemunho da grave situação enfrentada pelo Bioma Cerrado. As belezas do rioAraguaia, os bichos, plantas e os projetos de revitalização e muito mais é o que vocêconfere agora no Programa Trilhas do Brasil!

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 183

Apresentadora – chamada primeiro bloco:

Importante corredor de biodiversidade, o rio Araguaia possui mais de dois milquilômetros de extensão e nasce na divisa de Goiás com Mato Grosso. E é nestaregião que estão erosões, como a Chitolina, considerada uma das maiores do mundoe que tem causado impactos negativos no leito do rio Araguaia.

Primeiro bloco:

No dialeto Tupi, Araguaia significa rio das araras ou papagaio manso. Escolhamais do que apropriada para o nome do maior rio goiano. De beleza inigualável, comuma rica fauna e flora típicas do Cerrado e de água doce da Região Centro-Oeste.Assim é o Rio Araguaia, o rio dos goianos. Paraíso dos índios pré-colombianos,conquistado pelos bandeirantes no século XVII, chamado de “O mais lindo rio brasileiro”.

Pôr do sol no Rio Araguaia

No século XVII os bandeirantes chamaram o Araguaia de“o mais lindo rio brasileiro”

Foto aérea do Araguaia

O Rio Araguaia possui mais de dois mil quilômetros de extensão

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E não é por acaso, mas pelas praias de areias brancas, as matas, ilhas e umadiversificada fauna aquática. Sem falar nas águas calmas e vale extenso no coraçãodo Brasil. Com 2010 quilômetros de extensão, o rio Araguaia nasce nas formaçõeselevadas existentes no Parque Nacional das Emas, bem na divisa de Goiás e MatoGrosso, próximo à cidade de Mineiros.

É também no Alto do Araguaia, no município de Baliza, no oeste goiano, que estáo único canyon do estado. São 80 quilômetros de formações rochosas por onde correo rio Araguaia. Cerca de 30 quilômetros do canyon estão preservados na fazenda Valedo Encantado.

Canyon no rio Araguaia

O único canyon de Goiás é formado pelo rio Araguaia,no oeste do estado

Canyon no rio Araguaia

Cerca de 30 quilômetros do canyon no rio Araguaia estãopreservados na fazenda Vale do Encantado, em Baliza, Goiás

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Além de banhar os estados de Goiás, Mato Grosso e Pará, o rio Araguaia pertenceà Bacia Amazônica, deságua no rio Tocantins e é um dos mais piscosos do mundo,formando a Mesopotâmia Sul-Americana onde surgiu a população do Planalto Central.

O trajeto entre o Cerrado e a Amazônia faz do rio Araguaia um importante corredorde biodiversidade. E é nesta região que estão as principais nascentes do rio Araguaia,ameaçadas por cerca de 100 voçorocas, sendo a maior delas a Chitolina, consideradaa maior do mundo com cinco quilômetros de extensão, por 70 metros de largura eprofundidade de quase 50 metros.

Erosão Chitolina

A erosão Chitolina, no Rio Araguaia, possui profundidadede 50 metros e é a maior do mundo

Erosão Chitolina

A partir de 1996 a erosão Chitolina parou de crescer em função do trabalho de recuperação

Entre 1990 e 1995, a voçoroca avançava a passos largos, de 10 a 20 metros acada chuva forte, levando cerca de 17 milhões de metros cúbicos de areia para o leito

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do rio Araguaia. A partir de 1996, o cenário começou a modificar. “Após minha aquisição,em 96, fiz o primeiro trabalho de contenção, e a partir desta data ela não avançou nemmais um metro, você pode ver hoje aqueles antigos marcos, na época que o ministroKrause (Gustavo Krause, ministro do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente nogoverno Itamar Franco) esteve aqui, ela não avançou mais e a partir da época, com anossa intervenção, de reflorestamento, de proteção, cercando ela, ela está começandoa se recompor aos poucos. Isto é um serviço que vai levar mais uns 10 a 15 anos paraatingir o ponto mais satisfatório”, explica Milton Frias, proprietário da fazenda onde selocaliza a erosão Chitolina.

Milton Frias

“A recuperação desta área não foi e não é um trabalho fácil, masé gratificante”, diz satisfeito, Milton Frias, proprietário da fazenda

Além do plantio de mudas nativas do Cerrado, foram feitas curvas de nível, o queajudou a evitar o avanço da erosão. Um trabalho que valeu a pena, segundo o proprietárioda fazenda. Um exemplo a ser seguido. “É a nossa maior satisfação e o nosso maiorlucro foi conseguir ver que ela está se recuperando, que a flora está recuperada. E eume sinto realizado porque foi um serviço árduo, mas um serviço que deu resultado.Com isso quem não se sente realizado? Principalmente eu que gosto muito da natureza,da parte de meio ambiente, gosto das árvores, do verde, dos animais, das aves, entãome sinto totalmente realizado hoje com isso aí”, comentou o fazendeiro Milton Frias.

Segundo Bloco:

Apresentadora – chamada do segundo bloco

Desmatamento, erosões, mineração, entre outras ações negativas afetam asespécies existentes no rio Araguaia e reduzem a biodiversidade. Apesar disto, a verbadestinada pelo Governo Federal para preservar o rio Araguaia é de apenas R$ 300 mil.Muito pouco, mas ainda existe esperança com a elaboração do Plano deDesenvolvimento do Araguaia.

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Expedição ao rio Araguaia

Em julho de 2008 autoridades dos governos estadual e federal,e parlamentares vistoriaram de barco a área das nascentes do Rio Araguaia

Durante a expedição à região no início de julho (de 2008), autoridades,ambientalistas e jornalistas puderam constatar as modificações causadas pelasvoçorocas. A contenção das erosões não evitou o represamento das águas do rioAraguaia em suas nascentes. O cenário é inspirador, mas a realidade aqui é outra.“Acho que esse aqui é o primeiro grande impacto que o Araguaia sofre. Apesar de seruma região aparentemente bem preservada, sofre esse impacto silencioso porque essenão é um lugar de densidade humana alta, não tem ninguém aqui, mas de repente umaúnica voçoroca represou o rio e conseguiu destruir grande parte da mata de galeriadesta região. Então, mudou este ambiente. Era um ambiente que o Rio Araguaia corriano leito normal, no leito definido e passou a correr num leito espairado, como você estávendo aqui, essa área é um tipo de pantanal, uma área que antes era seca”, explicaLeandro Silveira, presidente do Instituto Onça Pintada, organização não governamentalque trabalha na proteção desta espécie da fauna brasileira ameaçada de extinção.

Leandro Silveira

O presidente do Instituto Onça Pintada, Leandro Silveira, alerta para asconsequências do represamento do Rio Araguaia no trecho das nascentes

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Álvaro Duarte

Jornalista Álvaro Duarte durante a expedição à nascente do Rio Araguaia

“Nós já percorremos três horas descendo o Rio Araguaia de barco e ainda faltammais sete para que possamos chegar ao município de Santa Rita, destino final danossa expedição. Do lado direito, Goiás. Do lado esquerdo, onde estou, Mato Grosso etoda uma extensão de terra que divide os dois estados ainda protegida. A soja e a canade açúcar ainda não chegaram por aqui e os ambientalistas esperam que por aquitambém nunca cheguem. É que o projeto do IBAMA prevê que esta extensão sejatransformada em corredor ecológico, protegido por lei, garantindo, assim, a preservaçãoda fauna e flora do cerrado, do Rio Araguaia e, principalmente, garantindo que futurasgerações possam ter acesso a este bioma considerado um dos mais ricos embiodiversidade do planeta”, disse o repórter Álvaro Duarte em uma das pausas daexpedição.

Estudos feitos pela Universidade Federal de Goiás apontam que restam apenas27% da vegetação da Bacia do Rio Araguaia. Isto vem causando alterações ambientaisdrásticas e rápidas, que afetam as espécies existentes na região e reduzem abiodiversidade.

Para preservar a fauna, flora e garantir a qualidade das águas do rio Araguaiaé necessária a integração entre os governos federal, estaduais e municipais. Esta foiuma das constatações da expedição à nascente do rio. Um Plano de Desenvolvimentodo Araguaia deve ficar pronto até o final do ano (2008). Quem garante é o diretor daAgência Nacional das Águas (ANA), Dalvino Trocolli Franca, presente à expedição:“Tem tido a participação dos diversos governos envolvidos na bacia, componentesda Bacia do Araguaia e também do Ibama. Esse trabalho especificamente é o demaior relevância porque a gente garante a produção de água e define uma forma depreservação das nascentes, de onde nós saímos, lá de cima, com um custorelativamente bem inferior a qualquer recuperação de qualquer outra área bastantedegradada. O papel fundamental da agência é ter uma negociação entre os diferentesusuários de água e ações como essa envolvendo os produtores agrícolas, governosestaduais e municipais e as entidades não governamentais, às vezes atéaparentemente com outras finalidades, mas que se inter-relacionam e que dão umproduto final muito significativo”.

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Dalvino – ANA)

O diretor da Agência Nacional de Águas, Dalvino Franca, cobramaior parceria entre as diferentes esferas de governo no

trabalho de preservação do Rio Araguaia

O Plano de Desenvolvimento do Araguaia está na fase final de elaboração e prevêa implantação de programas de ações para evitar ou minimizar os impactos ambientaisaté 2025. Os estudos feitos apontam que 58% das águas dos rios da região, inclusive oAraguaia, são utilizadas para irrigação; 13% para o abastecimento humano e 21% paradessedentação animal, além de indústrias e mineração, em menor quantidade, mas nãode menor impacto ambiental. Um fator que preocupa as autoridades.

Gráfico do Plano de Desenvolvimento do Araguaia

Os estudos feitos pela Agência Nacional de Águas demonstra um dado preocupante: 58% dos recursos hídricos da Bacia do

Rio Araguaia são utilizadas para irrigação.

Demandas Hídricas

DIAGNÓSTICODIAGNÓSTICO

55%

4%

10%

12%

19%

Irrigação

Dessedentação Animal

Abastecimento Humano

Indústria

Mineração

Vazão de Retirada

102 m³/s

Vazão de Retirada

223 m³/s

CENÁRIO NORMATIVOCENÁRIO NORMATIVO

2%

58%

6%

13%

21%

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Outros problemas apontados pelos estudos feitos pela ANA até agora sãodesmatamentos e práticas agrícolas inadequadas que levam ao aparecimento deerosões, falta de saneamento básico, exploração mineral excessiva, turismo sem infra-estrutura adequada e desarticulação de políticas públicas. Problemas comuns em váriosmananciais brasileiros, principalmente da Região Centro-Oeste. E um exemplo disto éa falta de conhecimento da biodiversidade da região do rio Araguaia e do próprio Cerrado.“Foi uma surpresa porque eu também não conhecia, é a primeira navegação que eufaço em 25 anos que eu moro aqui, confesso que fiquei surpreso. As matas ciliaresestão preservadas, com alguns problemas que nós enfrentamos com voçorocas, estápreservado e fico muito feliz pelo o que a gente está vendo. Acho que o Rio Araguaiaem sua cabeceira, em sua totalidade, tem mais de 90% de toda mata ciliar preservadae nós temos que continuar fazendo este trabalho de conscientização, principalmentedos produtores para que mantenham esse tratamento da nascente do Rio Araguaia,que é um dos rios mais importantes do Brasil”, disse João Sperandio, prefeito de AltoTaquari, Mato Grosso na época da reportagem.

O Araguaia é considerado um dos mais importantes do Brasil, mas para oPrograma de Revitalização do Rio foram destinados este ano (2008) apenas R$ 300mil. “R$ 300 mil é muito pouco, e é o que está posto no orçamento e eu penso que apartir deste ponto de vista, desta constatação, que iremos relatar ao ministro Minc, coma sensibilidade e o conhecimento que ele tem, evidentemente na preparação doorçamento do ano que vem nós vamos brigar para que esses recursos sejamaumentados e efetivamente aplicados na conservação da bacia, porque como eumencionei, diferentemente de outras áreas, o investimento principal é na recuperação.Aqui nós poderíamos ter um investimento muito menor com resultados muito grandesem manutenção das condições que ainda existem”, explicou Vicente Abreu, secretárioNacional de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente.

Vicente Abreu

“Vamos brigar para aumentar os recursos destinados para a preservaçãoda Bacia do Rio Araguaia”, afirmou o secretário Nacional de Recursos

Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Vicente Abreu

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O deputado federal do PT/GO, Pedro Wilson Guimarães, avisa que irá brigar pormais recursos para a preservação do rio Araguaia. “O papel do governo é de colocarmais recursos, de colocar projetos concretos e também do Congresso aprovar ouemendar. E nós estamos dispostos, na bancada de Goiás, ou de verba pessoal, queeles chamam de emenda parlamentar, da gente colocar mais recursos no sentido derevitalização, mas também apoiar grupos, como esta ONG Onça Pintada, apoiar aprefeitura de Alto Taquari, de Mineiros, Alto Araguaia, Santa Rita, de Chapadão do Céu,porque também de nós conversarmos com outros organismos estaduais e municipais,a SEMARH de Goiás, que tem todo interesse e com isso poderemos ter não só noGoverno Federal, mas outras ações estaduais e municipais e ações da sociedade,também buscar neste sentido”, disse o deputado federal Pedro Wilson.

Há pouco mais de dois meses na coordenação do Programa de Revitalização daBacia Araguaia-Tocantins, do Ministério do Meio Ambiente, Solange Iqueda admite queé necessário buscar mais recursos. Ela não conhecia a região da nascente do rioAraguaia. Ficou impressionada com o que viu, mas diz que é preciso identificar anecessidade de conservação da bacia. “Araguaia-Tocantins, como está em cada pedaço,como pode ser mobilizado para melhorar, conservar ou preservar o que já existe. Então,neste sentido estamos fazendo ainda uma rodada de diálogo, para ver a necessidadeou não dessa conservação e por estas belezas e por esse diagnóstico nós vimos queprecisa de fato ser conservado áreas como essa”, explicou Solange Iqueda,coordenadora do Programa de Revitalização da Bacia Araguaia-Tocantins do MMA.

Por outro lado, a criação de um corredor ecológico na região do entorno do ParqueNacional das Emas onde estão as principais nascentes do rio Araguaia é um alternativa.Para colocar isto em prática, o IBAMA de Goiás assinou Termos de Ajustamento deConduta com fazendeiros da região e espera conseguir a adesão das 120 propriedadesrurais notificadas por terem passivo ambiental. Ou seja, desmataram Áreas dePreservação Permanente (APPs), matas ciliares, entre outros problemas, e que agoratêm a oportunidade de colaborar com a preservação da região ajudando a criar o corredorecológico. “O que a gente abre agora é uma possibilidade concreta, pactuada comações e prazos pré-determinados para adequação definitiva de todo e qualquer passivoambiental que foi se acumulando ao longo de décadas. Então, a gente está com umaexpectativa boa, até o momento nós já firmamos mais de 50% dos TACs. Você podeperfeitamente planejar isto e fazer com que uma área dessa definitivamente setransforme em um corredor de biodiversidade, onde você vai ter ambientes bemprotegidos, você vai ter conexão de áreas e você vai inclusive ampliar a sobrevida doparque nacional das emas ou de qualquer outra unidade de conservação que venha aser alvo de um trabalho de planejamento deste. Uma unidade só, de qualquer tamanhoque ela seja, ela continua pequena para todas as necessidades ecológicas que elatem”, explicou o superintendente do IBAMA/GO, Ary Soares dos Santos.

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Ary Soares

O superintendente do IBAMA/GO, Ary Soares, quer parceria comfazendeiros da região para criar corredor ecológico do rio Araguaia

“Dentro do projeto Pró-Legal do Ministério do Meio Ambiente e coordenado peloIBAMA, já foram identificadas as áreas prioritárias para, inclusive, possibilitar arecomposição da reserva legal extra propriedade. E que, neste caso, é exatamentepara formar esse corredor ecológico e compor estas áreas prioritárias ambientalmente”,explicou o procurador da República, Cláudio Camárcio, que também participou daexpedição.

A expectativa é que com o corredor ecológico seja preservada uma área de 140quilômetros às margens do Araguaia. O trajeto foi percorrido de barco pelas autoridadese aqui eles puderam observar um santuário ecológico onde as araras conseguem sereproduzir longe da presença do ser humano. Ainda bem que ações como essa e tantasoutras estão sendo colocadas em prática. Uma chance a mais para preservar as belezasdo rio Araguaia. Mas cada um deve fazer a sua parte.

Araras

Araras que vivem na região estão ameaçadas senão houver um plano de manejo sustentável

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Área preservada do rio

Neste trecho do Rio Araguaia as matas ciliares ainda estão preservadas

· Autoridades descendo de barco

As autoridades que participaram da expedição pelas nascentes doRio Araguaia ficaram impressionados com o que viram

Terceiro bloco:

Apresentadora – chamada terceiro bloco

Aruanã, Luiz Alvez, Bandeirantes, Cocalinho, Aragarças. São algumas das cidadesmais procuradas pelos turistas nesta época do ano (período de junho a setembro),quando belas praias de areia branca se formam ao longo do rio Araguaia. Mas algunsproblemas preocupam as autoridades: o lixo deixado pelos turistas e a pesca predatória.

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Praias do araguaia

O aparecimento das praias ao longo do Rio Araguaia aconteceentre junho e setembro, no período da seca

Julho. Mês de temporada no Araguaia. O volume de água do rio diminui emfunção da seca e formam belas praias de areias brancas. Ao longo do rio Araguaiasurgem acampamentos com pouca ou muita infra-estrutura. Não importa. O bom poraqui é aproveitar o que a natureza oferece. São milhares de turistas que praticamentese mudam para as cidades ribeirinhas. Muitos são atraídos pela grande variedade depeixes. E apesar de ser considerado um dos rios mais piscosos do mundo, o Araguaiaenfrenta uma diminuição do estoque natural nas últimas décadas. Culpa da pescapredatória e descontrolada. Por isso mesmo, ações do Governo Estadual de Goiásbuscam alterar esta realidade, com um controle maior sobre os pescados.

De acordo com então secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estadode Goiás – SEMARH-, José de Paula Morais Filho, “a fiscalização ostensiva e intensivaneste período do ano é exatamente visando, além da punição pura e simples, umaorientação, numa abordagem com qualidade, mostrando para as pessoas a necessidadede se estabelecer certos procedimentos para garantir o que todos nós vamos buscarno rio Araguaia, que é a piscosidade. Nós vamos buscar peixes, buscar aventura, a paze tranqüilidade junto de um ambiente preservado e que motive a nossa geração e asfuturas gerações a freqüentar aquele lugar tão apreciado pelo povo goiano”.

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Acampamentos

No período da temporada surgem centenas deacampamentos nas praias do Rio Araguaia

Lixo deixado por turistas

Muitos turistas ainda insistem em deixar um rastrode sujeira nas praias do rio Araguaia

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O lixo produzido pelos acampamentos é outro problema sério. O trabalho deconscientização de ribeirinhos e turistas tem sido constante e garantido alguns resultadospositivos. Em muitos acampamentos é feita a separação do lixo e o acondicionamentocorreto. Mas em outros tem gente que insiste em deixar um rastro de sujeira para trás.Aruanã é a porta de entrada para o rio Araguaia em Goiás. A cidade recebe todos osanos milhares de turistas em busca de sossego ou diversão. Fica ao gosto do freguês.

“Estamos trabalhando em parceria com o Governo Federal, através da AgênciaNacional de Águas, do IBAMA e o próprio Ministério do Meio Ambiente, maisespecificamente a Secretaria Nacional de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, atravésdo Programa de Revitalização da Bacia Tocantins-Araguaia, para juntos, o Estado deGoiás, através da Polícia Militar, da Polícia Civil e outros parceiros, a Secretaria deMeio Ambiente, delimitarmos ações ou unificarmos ações para que tenhamos reais eefetivos resultados do ponto de vista da manutenção da qualidade ambiental do RioAraguaia”, informou o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás, Joséde Paula Morais Filho.

Aruanã

Aruanã é a porta de entrada para o rio Araguaia em Goiás

Entre os locais mais procurados pelos turistas nesta época do ano estão LuizAlves, a 520 quilômetros de Goiânia, São José dos Bandeirantes, Nova Crixás, Aragarçase Barra do Garças e Cocalinho, no Mato Grosso.

Praias

As praias surgem em vários trechos do Rio Araguaia

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Praias

Rio Araguaia

Luis Alves, distrito de São Miguel do Araguaia, é um lugar de rara beleza. Aqui épossível observar espetáculos da natureza como dos botos cercando um cardume depeixes. Já em Cocalinho, no Mato Grosso, a 400 quilômetros de Goiânia, a vegetaçãoe fauna da região do Araguaia caracterizam-se pela transição entre dois grandesecossistemas brasileiros: o Cerrado e a Floresta Amazônica. A partir daí, a natureza seencarrega de nos apresentar diferentes paisagens: os campos e os cerrados, as matasciliares e a floresta pluvial tropical.

Matas ciliares

Ao longo do Rio Araguaia ainda é possível ver matas ciliares preservadas

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Matas

A floresta pluvial é uma das característicasda vegetação da Bacia do Rio Araguaia

A diversidade dos ecossistemas protegidos pelo Parque Nacional do Araguaiafavorece o estudo da fauna e da flora por biólogos, ornitólogos e cientistas. O parque,que fica no Tocantins, possui mais de 2 milhões e 200 mil hectares. Ao navegar pelo rioAraguaia é possível encontrar diversos lagos, por sinal, muito procurados porpescadores. Como o Dumbá, no município de Cocalinho. No caminho encontramos asmargens do rio ainda preservadas. No trajeto é possível observar uma grande variedadede pássaros.

O lago Rico é outro local pra lá de especial. Quando o rio baixa, surgem praiasonde os animais podem ficar sem serem incomodados. Os ovos que estavam no ninhode tracajá foram devorados por uma raposa e pelo gavião, ciclo natural existente nanatureza. Como por aqui o homem não interfere, o lugar se torna ideal para a reproduçãode animais.

Tartarugas

Os lagos do Rio Araguaia são santuários ecológicos, onde astartarugas de água doce e outros animais conseguem se

reproduzir sem a interferência do ser humano

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Jacaré

Os jacarés são facilmente encontrados emalguns trechos mais preservados do Rio Araguaia

E o rio Araguaia nos reserva outras surpresas. Em Baliza, onde estão os canyonsdo rio Araguaia, próximo à Pedra Branca, no lado do Mato Grosso, está uma cachoeirade água quente.

Canyons

Os canyons em Baliza foram uma paisagem única em Goiás

Na margem esquerda do Araguaia, no município de Torixoréu, no Mato Grossoestá a gruta da Loca. São quase 200 metros quadrados de gravuras rupestres. Osvários círculos, tridentes e senoidais parecem muito mais que simples registros darotina dos antigos habitantes.

Ao longo do rio Araguaia existem milhares de lagos e lagoas, com uma ricabiodiversidade. Pesquisadores catalogaram 506 espécies de aves, 35 de mamíferos e20 de répteis. Aqui as tartarugas de água doce desovam e os peixes em época de

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piracema sobem em cardumes o rio Araguaia. Fartura para os botos, presa fácil paraos pescadores. No período da piracema a pesca é proibida e a fiscalização redobrada.Só assim para manter o equilíbrio ecológico do rio. Ação mais do que necessária parapreservar o rio Araguaia. E em época de temporada, de muitos turistas, não custalembrar para que cada um faça a sua parte. Deixando as praias limpas, sem desmatar,sem destruir. Deixando apenas pegadas e levando para casa apenas boas lembranças....

Araguaia

Pôr do sol no Araguaia

Apresentadora – encerramento do programa:

Para preservar as belezas do rio Araguaia é preciso que a população ribeirinha,turistas e autoridades façam a sua parte. Com políticas de desenvolvimento sustentávele cuidados simples, como recolher o lixo nos acampamentos. A ordem no Araguaia édeixar apenas pegadas e levar apenas boas lembranças. E não se esqueça: preservaro Cerrado é preservar rios como o Araguaia. Colabore com a Campanha Bioma Cerrado:Patrimônio Nacional! Abrace essa idéia.

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ModalidadeImprensa Rádio

Projeto:Conexão Ambiental

Premiado:Emmerson Alexandre Kran

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Programa Conexão Ambiental

A concepção

No dia 10 de novembro de 2007, a Rádio Difusora de Goiânia transmitia – aovivo – a primeira edição do Programa Conexão Ambiental. Criado com o compromissode divulgar, com responsabilidade e ética jornalística, ações e projetos que visem au-mentar a qualidade de vida do ser humano, o programa Conexão Ambiental se propõea seguir o caminho das mídias preocupadas em discutir e debater o futuro das gera-ções, e o equilíbrio da vida no planeta.

É urgente e necessário o despertar do ser humano para ações que viabilizem acontinuidade de sua própria vida na Terra. Essa é a nova ecologia humana, holística esistêmica, na qual a construção social está intimamente ligada à idéia de uma socieda-de sustentável. Comunicar rumo ao futuro, não apenas com o objetivo de debater eviabilizar a sobrevivência. Comunicar para se construir, no hoje, a ponte das idéias eatitudes que tornará a vida repleta de riqueza, abundância e prosperidade, respeitadaem todas as suas manifestações, visíveis e aparentemente invisíveis.

Sobre “o antes”

O programa foi parte de um grande projeto chamado Águas do Meia Ponte, queconcorreu ao primeiro edital do Programa Petrobrás Ambiental, em 2004, embora nãotenha sido contemplado. A proposta – que ainda existe enquanto projeto – era a de seconstruir uma rede de informação e educação ambiental tendo como ferramenta meto-dológica a Educomunicação. Mobilizar, construir e agir dentro da Bacia Hidrográfica doRio Meia Ponte, na perspectiva de, a longo prazo, construir uma relação de mudançade comportamento do ser com o rio. O projeto ainda não foi contemplado, mas suaimplantação aguarda – firme – o aparecimento de outras oportunidades.

Na época, pensou-se no programa de rádio como pano de fundo do projeto ge-ral. Ele seria a linha condutora do diálogo com todos os parceiros ao longo da bacia.

No conjunto, haveria ainda uma página na Internet, um jornal impresso e umarelação estreita com as Rádios Comunitárias. Na Internet, haveria ainda um espaçodesenvolvido para que crianças e jovens pudessem escrever, “pintar e bordar”. Colo-car suas impressões sobre o que sentiam sobre o projeto, sobre o rio, sobre a vida.Mais que abandonar métodos e ferramentas tradicionais, o principio central era apostarno potencial da população, enquanto cidadãos; compreender a situação de risco a quetodos nós estamos submetidos devido à degradação daquele meio ambiente, urbano erural, e, assim, desenvolver ações que interrompam este processo.

Apesar de uma certa frustração – após tanto empenho, trabalho e desejo dedesenvolver uma idéia com tamanha envergadura – não houve desistências. Exatostrês anos depois, após uma série de reuniões com a direção da Rádio Difusora deGoiânia, conquistamos o espaço tão almejado.

Sobre “o nome”

Originalmente, antes mesmo de entrar no ar, o nome do programa seria Águasdo Meia Ponte. Parte integrante do projeto maior, a idéia era preservar um nome –até mesmo por razões sentimentais. Isso chegou a provocar calorosas discussõesdentro do grupo, que envolveram, até mesmo, alguns publicitários que buscamospara – juntos – abraçar a idéia. Para alguns a idéia do nome fechava a proposta emtrabalhar somente com o Rio Meia Ponte, o que não era verdade. O nome era uma

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homenagem, mas apenas uma única pessoa gostava e aprovava. Mas isso logo mu-daria.

Ao longo de semanas, a necessidade de mudar o nome significava ter um nome,uma imagem, uma idéia que representasse conceitos conhecidos e fundamentadosdentro do ambientalismo. Foi quando surgiu o termo CONEXÃO AMBIENTAL. Na opi-nião do grupo, o termo conseguiu sintetizar – de forma abrangente – a proposta detrabalho que iria ser iniciada.

Sobre a comunicação

De forma adequada, delegados da I Conferência Nacional de Educação Ambien-tal, em 2003, na capital federal, precisaram, de forma realística, o tratamento que osmeios de comunicação dispensavam à questão ambiental, ainda que de maneira insu-ficiente, levantaram os seguintes itens:

• O monopólio dos meios de comunicação leva à uma dificuldade de divulgaçãoda temática ambiental e das reais causas da degradação ambiental;

• O despreparo dos profissionais da comunicação nas questões ambientais emuito mais em relação à educação ambiental;

• O consumismo desenfreado incentivado pelas indústrias tendo a propagandacomo forte delineador de hábitos e costumes;

• O alto custo da informação veiculada pela televisão;• Insuficiência de material de divulgação sobre a questão ambiental;• A informação sensacionalista que reduz o tema ambiental ao âmbito eminente-

mente ecológico;• A pouca utilização que os órgãos como IBAMA fazem dos meios de comunica-

ção para o processo educativo;• A inexpressividade dos poucos programas ecológicos/educativos existentes;• Os programas infantis, veiculados pela televisão com grande apelo à violên-

cia;• Ausência de políticas públicas de comunicação nos estados, com extensão à

área ambiental.

Os limites destas conclusões estão em condenar o “monopólio dos meios” e, aomesmo tempo, resmungar contra “o alto custo da informação veiculada pela televisão”.Esquece a Conferência que uma questão está ligada à outra. Com a agravante de queas pautas políticas, para o meio ambiente, estão vinculadas ao modelo econômico, dedesenvolvimento e de consumo. “Moderno e democrático”, no Sudeste; e quase sem-pre feudal, no Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

A informação ambiental contribuiu para a perspectiva não apenas de trabalho,mas de abordagem profunda e atenta sobre contextualidades, sem a qual torna-seimpossível compreender a informação e seu objeto de análise. Esta informação acom-panha o modelo de segmentação da programação dos meios de comunicação, neces-sária e urgente. Na mesma tendência, pôde a Internet dar a maior contribuição nosentido de permitir que Ong´s, instituições, grupos e mesmo pessoas de forma isolada,pudessem escrever e publicar material de conteúdo ambiental na rede.

Sobre “quem”

Existe um clima de abundância dentro do processo de construção de cada pau-ta até o término de cada programa. Dias Mendes, Emmerson Kran e Rodrigo Leles sãoprofissionais que se completam dentro dessa dinâmica. Há uma sintonia que ultrapas-

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 205

sa o fazer profissional e, de forma sutil, atinge o espiritual, parte essencial e integrantena relação do grupo que – em alguns momentos – necessita sentar e discutir detalhesda relação profissional.

Em 2007, já em fase de garantir o espaço na Rádio Difusora, Dias Mendes aindanão estava no grupo. Buscava-se um terceiro elemento fundamental para a dinâmicaproposta pelo projeto. “Eu estava passando pelo centro de Goiânia, de ônibus, quandovi o Dias numa parada de ônibus. Sem pestanejar, liguei pro Rodrigo e sugeri o nomedele. Ligamos pra ele na mesma hora”, relembra Emmerson.

Mesmo antes de trabalharem juntos no Conexão Ambiental, os três já eram ami-gos de longa data. Momentaneamente afastados, o projeto reuniu, novamente, o trioque já atuou, dentro e fora da área da Comunicação, em diversos outros momentos.

Três cavaleiros. Isso resume uma relação profissional que também é determina-da por uma sintonia que é espiritual, fundamental para o desempenho deste trabalho.Profundo respeito e a decisão de serem mutuamente convencidos quando o erro évisível. Sem patrão, nem donos, esses comunicadores assumem suas convicções di-ante da vida e do árduo compromisso de fazer, primeiramente, pelo prazer diante deuma tarefa nova em todos os seus matizes.

O programa

Existe uma sintonia de produção e de função dentro do programa. A ausência deum dos elementos determina um abacaxi, misturado com angu-de-caroço, difícil de serdigerido... Dias Mendes é o tato sutil na apresentação. Dinamismo e espontaneidadesão características que o mantém leve e sintonizado com tudo que ocorre nas entrevis-tas e debates do programa. Pescador exímio – inclusive nas histórias – aproveita deforma humorística qualquer detalhe deixado pelos entrevistados. Do grupo, é que maisapresenta experiência no rádio.

Emmerson Kran é o devorador de livros, artigos, matérias e demais materiaissobre a temática ambiental. Tendo cursado especialização em Educação Ambientalpelo IESA/UFG, ele cuida de apresentar as pautas ao grupo para que se decida porqual seguir. Faz a dobradinha com Dias no estúdio. É o mais turrão e estourado dogrupo, embora não pareça.

Rodrigo Leles é o diretor na concepção mais literal do termo. Responsável pelapaz e o equilíbrio das partes, especialmente quando os ânimos estão exaltados. Corta,emenda e acrescenta. Conhecedor íntimo das sutilezas do fazer político, costura ges-tos, palavras e conceitos – consistentes e profundos – enriquecendo os debates.

Essa química é responsável pela qualidade reconhecida do programa.

Nossos convidados

Uma diversidade de especialistas já passaram pelo programa. Foram mais de100 em 1 ano e 4 meses (04/2009). Doutores das nossas academias, gestores públi-cos, “ongueiros”, guerreiros, professores, profissionais liberais, monges, enfim... essagama de seres humanos é que tem construído o alto nível dos debates apresentados,semanalmente, aos ouvintes da Rádio Difusora.

Essa diversidade é que dá ao programa o nível da informação debatida. A esco-lha dos debatedores e entrevistados segue o mesmo ritmo de pesquisa em que sãofeitos os roteiros. Cada especialista é devidamente checado segundo suas competên-cias. Isso representa a busca de uma informação confiável.

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A pauta

Decidir pelo tema para cada programa nunca foi complicado. A gama de assuntosé de longe a menos preocupante na hora da produção. Muitas vezes a quantidade deassuntos faz com que percamos a factualidade de alguns devido a essa particularidadeda pauta ambiental.

O editorial do programa é algo delicioso de ser feito. É um misto de dados, esta-tísticas, impressões próprias, citações de especialistas ou anônimos, enfim, um apa-nhado de várias fontes que termina num texto rico, direto e objetivo.

A produção do programa é feita entre as refeições, no intervalo do cafezinho, ànoite... Geralmente logo no início da semana temos fechado pauta e nossos convida-dos. Acontece de na tarde de sexta-feira a pauta cair. No início era um desespero, hoje,o plano “b” está sempre na manga. Pra chegar a isso foi fundamental o acúmulo daexperiência, e aceitar o desafio.

Destaque para a pauta sobre a série de três programas sobre a polêmica envol-vendo a APA do João Leite e o Projeto Goiânia 3º Milênio. Um tipo de iniciativa rara dese ver na imprensa goiana.

Outro destaque foram os debates sobre a questão do trânsito/mobilidade urba-na. Assunto da mais alta urgência que é levado sem a devida importância por nossosgovernantes.

Se por um lado, o Conexão Ambiental preza pela qualidade dos debates e deseus debatedores, estes ainda brindam o programa trazendo convidados extras domais alto nível, alguns deles especialistas de países como Alemanha e França.

O patrocínio

Vender cota de patrocínio de um projeto como o Conexão Ambiental é tarefa in-cansável. É um programa que ao longo de 2008 lançou em terra fértil um produto que hámuito faltava no rádio goiano. No passado outros companheiros de jornada ambiental sedispuseram em várias tentativas em consolidar projetos semelhantes. Em sua maioria,esses programas também tiveram a mesma que temos hoje. É nesse ponto que a parce-ria com a Rádio Difusora alavancou um produto midiático, ocupando uma lacuna de valorincalculável em tempos de discussão séria sobre o futuro da humanidade.

Uma crise econômica muito mais ambiental e social

Os últimos estudos sobre o Cerrado feitos pelo Laboratório de Processamentode Imagens e Geoprocessamento da UFG dão conta de números preocupantes. Até2050 Goiás irá perder um total de 10 Distritos Federais, ou seja, a metade de sua flora.Some-se a isso a falta de definição de políticas energéticas que deem conta do futuro.Não viveremos de hidrelétrica somente, principalmente do impacto que as maiorescausam. Desperdiçamos tempo e recursos em não definir políticas para a energia eó-lica, solar, marés, biomassa, etc. Enquanto isso, Angra III segue em frente e as terme-létricas mais se parecem com verdadeiras Mad Marias1.

A síndrome carcinógena do capitalismo deu sua maior prova àqueles que nãoestavam presentes na Wall Street de 1929.

1 - Minissérie exibida pela Rede Globo em 2005. De Benedito Ruy Barbosa com direção de RicardoWaddington, foi gravada na Região Norte do País. Baseada na obra homônima de Márcio de Souza,retrata a feitura da estrada de ferro Madeira-Mamoré, em 1912.

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... um sistema que permite a um homem sozinho de ditar, à beira desua piscina, a sorte de uma moeda ou o destino de uma economia?E, se nada decididamente se opõe a este novo feudalismo ...Vivercom o caos é o luxo dos que o caos preserva ( HALIMI, 1993: 96)2

A humanidade hoje consome 20% mais recursos naturais do que a Terra é capazde gerar, diz o relatório Planeta Vivo do WWF. Em Mumbai, capital financeira da Índia,existe um bairro na periferia chamado Dharavi: 1 milhão de habitantes. O bairro deNeza-Chalco-Itza, na Cidade do México, tem o quádruplo de habitantes. Em Dharavi15 seres humanos costumam dividir 28 metros quadrados entre si para viverem.

A população mundial levou dezenas de milhares de anos para chegar ao primei-ro bilhão, em 1830. Mas bastaram 97 anos para dobrar, em 1927. Para o terceiro bi-lhão, em 1960, só foram precisos 33 anos. Para o quarto (1974), só 14 anos. 13 para oquinto, em 1987, e 12 para o sexto, em 1999. Agora, estamos com cerca de 6,7 bilhões,dos quais 1,3 bilhão na China, 1,2 bilhão na Índia, 380 milhões nos Estados Unidos e234,3 milhões na Indonésia.O Brasil é o quinto país mais populoso, com 189,6 milhões,mas até 2050 será superado pela Nigéria e Bangladesh, quando, segundo os demó-grafos da ONU, a população mundial deverá estar entre 8,5 e 9 bilhões.3

Em fevereiro desse ano, um bloco de gelo de 14 mil quilômetros quadrados,maior que a ilha do Havaí, 8 vezes maior que a cidade de São Paulo e aproximada-mente 19 vezes o de Goiânia, se desprendeu da Plataforma de Gelo Wilkins, na Penín-sula Antártica. Uma “pedra” cantada se estivesse num jogo, e talvez estejamos, só quebrincando com coisa séria.

O que o mundo, pessoas, governos, empresas, instituições estão fazendo ouirão fazer, de certa forma é necessário e urgente, mas o planeta como organismo vivoe pleno de vida está ferido e há muito desencadeou seu processo de auto-cura. Seaqui estaremos ou não, é à nossa consciência que esta pergunta remete, como umgrito de esperança e fé.

2 - HALIMI, Serge – “Em attendant les saltimbanques”, in Manière de Voir 19/ Le Monde Diplomatique p.96,Paris, setembro-93. Halimi é diretor de redação do Le Monde Diplomatique (França).

3 NOVAES, Washington – “Quantas pessoas cabem no mundo?” – Jornal O popular – 19/02/09.

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Conexão Ambiental

Temas e Convidados

1 – Panorama ambiental de Goiânia – 10/11/2007.• Clarismino Luiz Pereira Júnior – Presidente da Agência Municipal de Meio Ambien-

te/AMMA.

2 – Alimentação Orgânica – 17/11/2007.• Lisbeth Oliveira – Professora da UFG e Presidente da Associação para o Desen-

volvimento da Agricultura Orgânica-GO.• Claudia Araujo Moreira – Engª Agrônoma, diretora técnica da ADAO-GO.

3 – Trânsito e mobilidade urbana – 24/11/2007.• Horácio Mello – Diretor do DETRAN-GO.• Antenor José de Pinheiro Santos – Jornalista, ex-superintendente da SMT.• José Carlos Xavier – Engº Civil, Ex-secretário Nacional de Transporte e Mobilidade

Urbana do Ministério das Cidades.

4 – Cerrado, que sustentabilidade queremos? – 01/12/2007.• Odete Ghannan - Gerente de Ações Ambientais Integradas da Secretaria Estadu-

al do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh).• Ary Soares dos Santos - Superintendente do IBAMA em Goiás.

5 - Coleta seletiva e políticas públicas em meio Ambiente – 08/12/2007.• Sergio Alberto Dias da Silva – Vereador/PT.• Ailson Alves da Costa - Chefe do Departamento de Coleta e Remoção da CO-

MURG.

6 - Bioma Cerrado e PEC 115/95: preservar, conservar – 15/12/2007.• Pedro Wilson Guimarães – Deputado Federal/PT• Dra. Selma Simões de Castro – Geógrafa - IESA/UFG

7 - Meio Ambiente e Espiritualidade – 22/12/2007.• Hélyda Di Oliveira – Diretora Geral da Unipaz-GO• Vraja Dharma – Monge Hare Krishna

8 - Meio Ambiente e Espiritualidade – 29/12/2007.• Pedro Guinji Anabuki - Presidente da Comunidade Budista de Goiânia – Jôdo

Shinshu Honpa Hongwanji.• Sonia Maria Pereira Passos Vale - Presidente da Associação dos Preletores da

Regional Goiás da Seicho-No-Ie do Brasil.

Programas em 2008

9 - ONGs ambientalistas: Geoambiente – 05/01/2008.• Rogério Souto Cabral - Presidente do Conselho Deliberativo da Geoambiente• Michel Alves Stival - Diretor de Marketing Ambiental Geoambiente

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 209

10 - Água de beber: direitos e deveres – 12/01/2008.• Valcir Maria Batista – Professora do Ensino Médio e Educadora Ambiental• Adriano Paixão - Diretor de Licenciamento e Qualidade Ambiental da Agência Muni-

cipal de Meio Ambiente da Prefeitura de Goiânia/AMMA.

11 - Degradação Ambiental e possíveis doenças decorrentes – 19/01.• Dra. Norma Esther Negrete Calpiñeiro – Ginecologista e Obstetra, Msc. Ciências

Ambientais, especialista em Saúde Pública.

12 - Expansão Urbana e Meio ambiente: a cidade como palco de conflitos entreinteresses públicos e privados - 26/01

• Marina Pignataro Sant´Anna – Vereadora/PT.• Sirlene Borba - Presidenta da Associação de Preservação do Parque Vaca Brava.

13 - Educação Ambiental – Uma pedagogia de sobrevivência – 02/02.• Dr. Eguimar Felício Chaveiro – Geógrafo - IESA/UFG• Benjamim Pereira Vilela – Geógrafo, Presidente da ONG Socioambientalista Ja-

racarandá da Pedra, membro fundador do Núcleo de Pesquisa e Estudos em Edu-cação Ambiental e transdisciplinaridade do IESA/UFG.

• Het de Sousa Cruz – Matemático e físico. Professor da rede municipal de educação

14 – Ong´s ambientais: Grupo Ecológico Guardiões do Verde – 09/02.• Carlos Antonio Araújo – Cabo-PM, Diretor-presidente do Grupo Ecológico Guardi-

ões do Verde.

15 - Barragem do João Leite e projeto Goiânia 3º Milênio. Preservação e geraçãode empregos – 16/02 (1ºpgm).

• Henrique Luiz de Araújo Costa - Engenheiro Agrônomo e Gerente de Proteção deMananciais da Saneago.

• Paulo Paiva – Engº Civil com ênfase em Saneamento Básico, especialista emPlanejamento Urbano. Coordenador técnico do Fundo Estadual do Meio Ambien-te (FEMA) e presidente do Conselho Consultivo da Área de Proteção Ambientaldo João Leite – Semarh-GO

16 - Barragem do João Leite e projeto Goiânia 3º Milênio. Preservação e geraçãode empregos – 23/02 (2º pgm).

• Euler Morais – Secretário Municipal de Turismo-Goiânia-GO.• Osmar Pires Martins Júnior – Engº Agrônomo, biólogo, mestre em Biologia e Eco-

logia, professor universitário de cursos de graduação e de pós-graduação, presi-dente da Academia Goianiense de Letras. Foi secretário do Meio Ambiente deGoiânia – SEMMA (1993-96), perito ambiental do MP/GO (1997-2002) e presiden-te da Agência Ambiental de Goiás (2003-06).

17 – Turismo e Sustentabilidade – 01/03.• Cristiano de Oliveira - Gerente de Oportunidades de Investimentos e Produtos

turísticos da AGETUR - Agência Goiana de Turismo

18 - Barragem do João Leite e projeto Goiânia 3º Milênio. Preservação e geraçãode empregos – 16/02 (3º pgm).

• Emiliano de Godói - Engenheiro Agrônomo, Superintendente de Biodiversidadese Florestas da Semarh/GO. Doutorando em Agronomia.

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• Euler Morais – Secretário Municipal de Turismo-Goiânia-GO.

19 – Educação para o Trânsito – 15/03.• José Carlos Xavier – Engº civil, Ex-secretário Nacional de Transporte e Mobilidade

Urbana do Ministério das Cidades• Miguel Jorge Neto - Doutorando em Educação pela Universidade Católica de Santa

Fé, professor de Novas Tecnologias Educacionais, coordenador do Projeto Educarpara o Trânsito em Anápolis,coordenador do Programa Educando e Valorizando aVida da UEG.

• João Alves – Engº Civil, coordenador de Logística e Transporte da Presidência daRepública

20 – Dia Mundial da Água – 22/03.• Benjamim Pereira Vilela – Geógrafo, presidente da ONG Socioambientalista Jara-

carandá da Pedra, professor do ensino médio, Mestrando em Geografia pelo Insti-tuto de Estudos Sócio – Ambientais da Universidade Federal de Goiás, membrofundador do Núcleo de Pesquisa e Estudos em Educação Ambiental e Transdisci-plinaridade do IESA/UFG.

21 – Mudanças Climáticas e sua influência na Agricultura – 29/03.• Pedro Luiz Oliveira Machado – Engº. Agrônomo, doutorado em Solos e Nutrição

de Plantas pela Universidade Agrícola de Viena, (Áustria) e pós-doutorado na Grã-Bretanha. Pesquisador da Embrapa em Goiás. É revisor de relatórios do PainelIntergovernamental da ONU para Mudanças Climáticas.

• Manuel Eduardo Ferreira – Geógrafo, mestre em Processamento de Dados, Geo-logia e Análise Ambiental e doutorando em Ciências Ambientais pela Universida-de Federal de Goiás (UFG).

22 – Mudanças Climáticas e seus efeitos na cidade – 05/04.• Rosidalva Lopes Feitosa da Paz - Física e Matemática pela Universidade Federal

do Amazonas e especialista em Levantamentos Topobatimétricos pelo InstitutoNacional de Pesquisas da Amazônia. Atualmente é Superintendente da Secreta-ria de Estado de Ciência e Tecnologia de Goiás.

• Osmar Pires Martins Júnior - Agrônomo e biólogo, mestre em Biologia e Ecologia,professor universitário de cursos de graduação e de pós-graduação, presidenteda Academia Goianiense de Letras. Foi secretário do Meio Ambiente de Goiânia,perito ambiental e presidente da Agência Ambiental de Goiás.

23 – Estatuto do Pedestre – 12/04.• Maria Aparecida de Siqueira – Vereadora/PT, Presidente da Comissão dos Direitos

Humanos e Cidadania da Câmara Municipal. É psicóloga, pedagoga e especialistaem Administração Educacional.

24 – ONG Ambientalista Rio Uru – 19/04.• Tomaz Campos - Advogado e administrador de empresas, com especialização

em Direito Civil e Processual Civil, membro-fundador do Movimento AmbientalistaRio Uru e do Partido Verde em Itapuranga e conselheiro-diretor da ONG.

25 - Ação e futuro ambiental na perspectiva do instituto Serrano Neves – 26/04• Paulo Mauricio Serrano Neves - Procurador de Justiça Criminal do Ministério

Público de Goiás e Presidente do Instituto Serrano Neves de Educação Sócio-ambiental.

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PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008 211

26 – Crise mundial de alimentos – 03/05.• Sergio Alberto Dias da Silva – Vereador/PT - Sociólogo, ex-Assessor de Assuntos

Comunitários de Goiânia – na administração de Pedro Wilson – Membro da Co-missão de Meio Ambiente da Câmara Municipal.

27 – Grupo de Arte Educação Vida Seca – 10/05.• Danilo Rosolem - Graduando de Geografia na UEG, é percussionista do grupo

Vida Seca, das bandas Filhos de Saci e De Volta ao Samba.• Igor Zargov - Professor de percussão do Projeto Arte Educação da Fundação Jai-

me Câmara e músico do grupo Vida Seca.• Ricardo Roquete - Jornalista formado na Facomb-UFG, professor de percussão

do Projeto Arte Educação da Fundação Jaime Câmara, participa da banda Mina-dágua e do grupo Vida Seca.

• Thiago Verano - Agrônomo formado pela UFG, é professor de percussão no proje-to Comunidade Legal em Aparecida de Goiânia e músico do grupo Vida Seca.

28 – Política ambiental de Goiás – 17/05.• José de Paula Moraes Filho – Secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

de Goiás - Semarh

29 – Reforma agrária e meio ambiente – 24/05.• Luis Afonso - Membro da Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Ru-

rais Sem Terra, o MST. O Luis é da cidade de Ipameri e também é um assentado.

30 - Política Ambiental Nacional – 31/05.• Ary Soares dos Santos - Superintendente do IBAMA em Goiás.

31 - Arte e Meio Ambiente – 07/06.• Eládio Garcia Sá Teles - Ex-Presidente da Associação Goiana de Cinema e Vídeo

(AGCV), produtor cultural, diretor dos curtas “Espreita”, “A Caverna” e “A Lenda daÁrvore Sagrada”.

• Brasigóis Felício – Escritor e Jornalista.

32- Cidade: da cultura do improviso a uma cultura de planejamento – 14/06.• Virmondes Cruvinel Filho – Vereador em Goiânia pelo PSDC. Presidente da Co-

missão de Obras e Patrimônio da Câmara Municipal de Goiânia.• José Antonio Tietzmann e Silva – Professor das Universidades Federal e Católica

em Goiás, doutor em Direito Ambiental e Urbanístico pela Universidade de Limo-ges. Mestre em Direito Ambiental pela Universidade Internacional da Andaluzia,mestre em Direito Ambiental e Urbanístico pela Universidade de Limoges.

33 – Monitoramento do Cerrado – 21/06.• Dr. Nilson Clementino Ferreira - Graduado em Engenharia Cartográfica pela Uni-

versidade Estadual Paulista, mestrado em Geoprocessamento pela Universidadede São Paulo e doutorado em Ciências Ambientais pela Universidade Federal deGoiás. Atuou de 1995 a 2003 no Centro de Sensoriamento Remoto do IBAMA emBrasília, no monitoramento de desmatamentos na Floresta Amazônica. Atualmen-te é professor colaborador da Universidade Federal de Goiás e professor efetivodo Centro Federal de Educação Tecnológica Goiás. Responsável pelo desenvolvi-mento do Sistema Integrado de Alerta de Desmatamentos para o Cerrado.

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212 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

34 - Desenvolvimento econômico e sustentabilidade, caminhos de encontros oudesencontros – 12/07.

• Cláudio Lopes Maia – Doutorando em História, professor do curso de História daUFG do Campus de Catalão. O professor Cláudio tem artigos publicados sobrequestão camponesa, questão agrária e políticas agrícolas no Brasil.

35 – ONG Ambientalista 4 Elementos – 19/07.• Carmencita Tonelini - Bióloga e especialista em Tratamento e Disposição Final de

Resíduos Sólidos e Líquidos e atual presidente da ONG 4 Elementos.• Clecio Gonçalves de Moraes - formado em Química é Conselheiro Fiscal.• Kelly Cristina dos Anjos Prado - formada em Química é Assessora Executiva da

ONG 4Elementos.

36 – Grupo Arte e Educação “Bloco Boca do Lixo” – 02/08.• Gisele Gonçalves de Oliveira - Acadêmica do curso de Ciências Biológicas da

UEG e professora de Biologia.• Cristiano Cunha - Acadêmico de Administração na Faculdade Latino Americana e

representante do Coletivo Jovem de Meio Ambiental de Anápolis.

37 - Gestão ambiental e meio ambiente urbano – 09/08.• Thiago Camargo - Diretor de Gestão Ambiental da Agência Municipal de Meio Am-

biente da Prefeitura de Goiânia. Thiago Camargo é também Membro Titular da Câ-mara Técnica de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos do Conse-lho Nacional de Meio Ambiente.

38 - Rio Araguaia: conservar, preservar e educar – 16/08.• Antônio Alencar Sampaio - educador ambiental. Trabalha na coordenação do nú-

cleo de educação ambiental do RAN, - Centro de Conservação e Manejo de Rép-teis e Anfíbios do Ministério do Meio Ambiente.

39 – Eleições e Meio Ambiente – 30/08.• Osmar Pires Martins Júnior - Engenheiro Agrônomo e Biólogo, mestre em Biologia e

Ecologia, professor universitário de cursos de graduação e de pós-graduação epresidente da Academia Goianiense de Letras. Foi secretário do Meio Ambiente deGoiânia, (SEMMA), entre 1993 e 1996, perito ambiental do MP/GO entre 1997 e2002, e presidente da Agência Ambiental de Goiás, entre os anos de 2003 e 2006

• Ricardo Barbosa de Lima - bacharel em Ciências Sociais pela UFG. Doutor emDesenvolvimento Sustentável pela UnB. É professor da Faculdade de Direito daUFG (campus Cidade de Goiás), sócio do Instituto Brasil Central e pesquisadorcolaborador do Nupesc/Ser da UCG. Tem experiência na área de Sociologia doConhecimento e Ciência Política, com ênfase em Direitos Humanos (econômicos,sociais, culturais e ambientais). Atua em temas como: educação em direitos hu-manos, comportamento eleitoral, métodos e técnicas de pesquisa e violência cri-minalizada.

40 – CONGEA - Congresso Goiano de Educação Ambiental – 06/09.• Eguimar Felício Chaveiro – Doutor em Geografia. Professor do Instituto de Estu-

dos Sócio-Ambientais da UFG.• Benjamim Vilela - Geógrafo - Professor do Colégio SEG, Presidente da ONG So-

cioambientalista Jacarandá da Pedra, membro fundador do NUPEAT - IESA - UFG(Núcleo de Pesquisa e Estudos em Educação Ambiental e transdisciplinaridade).

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Mestrando em Geografia pelo Instituto de Estudos Sócio - Ambientais - IESA daUFG, com pesquisa em Educação Ambiental.

41 - Educação Ambiental: o desafio de educar para o ambiente – 13/09.• Beatriz de Paula Alvarenga - Geógrafa e pós-graduada por formação e ambienta-

lista por dedicação e amor à vida do planeta. Beatriz foi agraciada com o PrêmioCREA Goiás de Meio Ambiente/2007, na modalidade Meio Ambiente Rural com oPROJETO DE APOIO INSTITUCIONAL AO USUÁRIO IRRIGANTE, no municípiode Cristalina-GO.

• Neusarete Santana Campos Silva - Graduada em Pedagogia pela UniversidadeCatólica de Goiás. Pós-Graduada em Psicopedagogia. Educadora há mais de 20anos é professora da Rede Municipal de Ensino de Goiânia. Atualmente é Direto-ra da Escola Padre Lima no Setor Santa Genoveva. No ano passado a professoraNeusarete foi agraciada com o Prêmio CREA Goiás de Meio Ambiente/2007, namodalidade Educação Ambiental com o projeto “Eco-Emoção: ainda há tempo desalvar o planeta”.

42 – Recursos hídricos, uma garantia incerta? – 20/09.• Henrique Luiz de Araújo Costa – Engenheiro Agrônomo. É gerente de proteção de

mananciais da Saneago, atuando com gestão ambiental e proteção de mananci-ais de abastecimento público.

• Osmar Pires Martins Júnior – Professor Universitário, perito ambiental, mestre emBiologia e Ecologia, ex-secretário do Meio ambiente de Goiânia (SEMMA) e ex-presidente da Agência Ambiental de Goiás.

43 - Projeto Onça Pintada. Fundo para Conservação da Onça Pintada – 27/09.• Natália Tôrres - gerente de comunicação da ONG Fundo para a Conservação da

Onça Pintada. Bióloga formada pela UFG e mestra em Biologia Animal pela Uni-versidade de Brasília. É doutoranda em Ecologia e Evolução da Universidade Fe-deral de Goiás.

• Denis Castilho - geógrafo, formado pela UFG. Mestrando em Geografia pelo Insti-tuto de Estudos Sócio-ambientais, também da UFG e é membro-sócio da Associ-ação dos Geógrafos Brasileiros – AGB. Integra ainda o Núcleo de Estudos e Pes-quisas “Formação Territorial de Goiás” e já atuou junto ao Núcleo de Estudos ePesquisas em Turismo e Cultura.

44 – Juventude e Meio Ambiente – 03/10.• Diogo Damasceno Pires - acadêmico de Ciências Sociais da UFG, membro articu-

lador do coletivo jovem de meio ambiente de Goiás e facilitador nacional da Redede Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade (REJUMA). Ele também inte-gra a Secretaria Executiva da Rede de Educação e Informação Ambiental de Goi-ás, a Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental de Goiás e o coletivoeducador da estrada de ferro, além de participar do Núcleo de Educação Ambien-tal e Transdisciplinaridade da UFG.

• Cristiano Cunha - acadêmico de Administração na Faculdade Latino-americana erepresentante do coletivo jovem de meio ambiental de Anápolis.

45 - Ciclovias: é hora de andar sobre duas rodas – 11/10.• Maurício Beraldo – Vereador por Goiânia pelo PSDB. Autor do projeto de Lei Com-

plementar nº 169, aprovado pela Câmara Municipal em fevereiro do ano passado.A Lei dispõe sobre o uso da bicicleta e o sistema cicloviário em Goiânia.

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214 PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO AMBIENTE 2008

46 – Políticas para Juventude e Meio Ambiente – 18/10.• Rangel Arthur – Representante do MEC e membro da Rede da Juventude pelo

Meio ambiente e Sustentabilidade.

47 - Alimentação natural, comer bem, com saúde e dignidade – 25/10.• Danielle Silva Beltrão - Engenheira Agrônoma. Mestranda em Agronomia, área de

Solo e Água. Especialista em Agricultura Familiar Camponesa e Educação do Cam-po. Membro do Conselho Técnico da ADAO-GO. Atuação profissional: agriculturafamiliar, agroecologia, educação ambiental, recuperação de áreas degradadas.

• Nilza Bonfim - Presidente do Movimento de Donas-de-casa e Consumidores doEstado de Goiás. Nilza Bonfim é autora dos seguintes livros: Alimentação Alterna-tiva, Reaproveitamento de Alimentos e Guia de Economia Doméstica. Parceriacom o Instituto Biosfera.

48 - Cerrado Brasileiro: atitudes e perspectivas – 01/11.• Altair Sales Barbosa – Antropólogo. Doutor em Arqueologia Pré-Histórica. Atual-

mente é Professor Titular da Universidade Católica de Goiás e pesquisador doInstituto do Trópico Subúmido ITS/UCG. Tem experiência na área de Antropolo-gia, com ênfase em Etnologia Indígena. Atuando principalmente nos seguintestemas: ARQUEOLOGIA, BIOGEOGRAFIA, PALEOINDIO e Ecologia de Ecossis-temas.

49 – Conexão Ambiental Aniversário de 1º Ano – 08/11• Vários convidados

50 – O Compromisso da mídia com o equilíbrio do planeta – 15/11.• Rosângela Aguiar - jornalista e apresentadora do programa Trilhas do Brasil da

TV Serra Dourada. O Trilhas do Brasil ganhou pela terceira vez o Premio CREA-Goiás de Meio Ambiente com a reportagem “Araguaia: Corredor da biodiversida-de goiana”, veiculada no final de julho deste ano.

51 – A Semana e o meio ambiente no Brasil e no Mundo – 22/11.• Dias Mendes e Emmerson Kran – os apresentadores fizeram uma análise da se-

mana.

52 - PEC do Cerrado: entre a esperança, o sonho e a realidade – 29/11.• Altamiro Fernandes – Coordenador do Fórum Goiano em defesa do Cerrado.

53 - Alimentação Macrobiótica: a arte de prolongar a vida.– 06/12• Lisley Jardim - Especialista em Cozinha Macrobiótica.

• Osmar Jardim – macrobiótico e paisagista.

• Oscar Estevam - Economista, astrólogo e radiestesista e macrobiótico.

54 - Experiências Sustentáveis no Mercado Imobiliário. – 13/12.• Paulo Henrique Ribeiro - Engenheiro Civil e Diretor de Desenvolvimento Imobiliá-

rio da Toctao Engenharia.

• Gustavo Veras - Engenheiro Civil e Diretor de Produção da Loft Construtora. Pós-Graduado em Gestão e Gerenciamento de Obras pela Universidade Federal deGoiás.

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55 – Responsabilidade Sócio-Ambiental nas Empresas – 20/12.• Giovanna Ditscheiner - Jornalista pela Universidade Estácio de Sá RJ, especialis-

ta em Gestão para o Terceiro Setor, professora de pós-graduação das Universida-des Gama Filho, Veiga de Almeida, SENAI/ FATESG e UNIGRANRIO, todas noRio de Janeiro. Membro do Conselho de Responsabilidade Social da Federaçãodas Indústrias do Estado de Goiás, instrutora de cursos e palestras nas áreasde Responsabilidade Social, Voluntariado Empresarial, Elaboração de Projetos,Captação de Recursos, Balanço Social e Relatórios de Sustentabilidade.

• Vivianne Santos Resende – Engenheira. Especialista em Gestão Ambiental, Pro-cessos Gerenciais, Planejamento Urbano e Ambiental. É mestranda em História,na área de Territorialidades. Professora convidada da Universidade Católica deGoiás e coordenadora de projetos da empresa Vital Excelência & Sustentabilida-de Vivianne Resende foi ganhadora do Prêmio Crea Goiás de Meio Ambiente nacategoria Produção Limpa pela implantação do Sistema de Gestão Ambiental naConcessionária Lince Veículos.

56 – Meio Ambiente e Espiritualidade – 27/12. (último programa de 2008)• Pe. Rafael Vieira – Diretor da Rádio Difusora

• Sergio Alberto Dias da Silva – Vereador/PT - Sociólogo, ex-Assessor de AssuntosComunitários de Goiânia – na administração de Pedro Wilson – Membro da Co-missão de Meio Ambiente da Câmara Municipal.

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