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AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone: +251-115517700 Fax: +251 115517844 Website: www.au.int LC18560 47/47/22/10 CONSELHO EXECUTIVO Trigésima Sessão Ordinária 22-27 de Janeiro de 2017 Adis Abeba, Etiópia EX.CL/1013(XXX) Original: inglês RELATÓRIO DA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO EM MATÉRIA DE JUSTIÇA E ASSUNTOS JURÍDICOS, LOMÉ, TOGO, 19 DE SETEMBRO DE 2016

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Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone: +251-115517700 Fax: +251 115517844 Website: www.au.int

LC18560 – 47/47/22/10

CONSELHO EXECUTIVO

Trigésima Sessão Ordinária 22-27 de Janeiro de 2017 Adis Abeba, Etiópia

EX.CL/1013(XXX)

Original: inglês

RELATÓRIO DA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO EM MATÉRIA DE JUSTIÇA E ASSUNTOS

JURÍDICOS, LOMÉ, TOGO, 1–9 DE SETEMBRO DE 2016

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EX.CL/1013(XXX) Pág. 1

RELATÓRIO DA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DO COMITÉ TÉCNICO

ESPECIALIZADO EM MATÉRIA DE JUSTIÇA E ASSUNTOS JURÍDICOS, LOMÉ, TOGO, 1–9 DE SETEMBRO DE 2016

I. INTRODUÇÃO

1. A Segunda Sessão Ordinária do Comité Técnico Especializado (STC) em Matéria de Justiça e Assuntos Jurídicos foi realizada em Lomé, Togo, de 01 a 07 de Setembro de 2016 (Sessão de Peritos) e 08 e 09 de Setembro de 2016 (Sessão Ministerial).

2. Participaram na Segunda Sessão Ordinária vinte e sete (27) Estados-membros e uma (1) Agência Especializada da União Africana.

3. O objectivo da reunião foi a finalização de quatro (4) Projectos de Instrumentos Jurídicos antes da sua submissão e aprovação pelos Órgãos Deliberativos.

4. Consequentemente, a reunião aprovou os seguintes três (3) Projectos de Instrumentos Jurídicos:

i) Projecto da Carta Africana sobre Segurança e Protecção Marítimas e Desenvolvimento;

ii) Projecto de Estatutos do Mecanismo de Cooperação Policial da União Africana (AFRIPOL);

iii) Projecto de Emenda à Constituição da Comissão Africana de Aviação Civil.

5. O Projecto da Carta Africana sobre Segurança e Protecção Marítimas e Desenvolvimento em África foi adoptado durante a Cimeira Extraordinária realizada em Lomé, Togo, a 15 de Outubro de 2016.

6. A Segunda Sessão Ordinária não recomendou ao Conselho a apreciação do Projecto de Emenda ao Parágrafo (1) do Artigo 5º do Protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos sobre o Estabelecimento de um Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos. A Sessão decidiu que a proposta de emenda ao referido Artigo deve ser encaminhada à Comissão da União Africana, que deve estudar a proposta de emenda do ponto de vista processual e legal, com vista a garantir a conformidade com o procedimento de emenda detalhado no Artigo 35º do Protocolo que estabelece o Tribunal antes da voltar a submeter ao CTE em Matéria de Justiça e Assuntos Jurídicos.

7. O Relatório contendo as recomendações e os Projectos de Instrumentos Jurídicos adoptados pelo CTE em Matéria de Justiça e Assuntos Jurídicos consta como anexo ao presente Relatório.

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RELATÓRIO DA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DO CTE EM MATÉRIA DE JUSTIÇA E ASSUNTOS JURÍDICOS

LOMÉ, TOGO, 1–9 DE SETEMBRO DE 2016

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LC17917 61/9/12

2ª Sessão Ministerial do Comité Técnico Especializado em Matéria de Justiça e Assuntos Jurídicos 8 - 9 de Setembro de 2016 Lomé, Togo

Lomé, Togo STC/Legal/Min/Rpt. Original: Inglês

RELATÓRIO

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Lomé, Togo STC/Legal/Min/Rpt. Pág. 1

I. INTRODUÇÃO

1. Em conformidade com a Decisão da Conferência Assembly/AU/Dec.365(XVII), adoptada pela 17ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, realizada em Malabo, Guiné Equatorial, em Julho de 2011, e com a Decisão do Conselho Executivo, EX.CL/Dec.701(XXI), adoptada pela 21ª Sessão Ordinária do Conselho Executivo da União Africana realizada em Adis Abeba, Etiópia, em Julho de 2012, a Comissão da União Africana convocou a Primeira Sessão Ministerial Extraordinária do Comité Técnico Especializado (CTE) em Matéria de Justiça e Assuntos Jurídicos, para analisar os vários projectos de Instrumentos Jurídicos. O CTE em Matéria de Justiça e Assuntos Jurídicos é constituído pelos Ministros da Justiça e pelos Procuradores-Gerais ou Guardiões dos Selos, os Ministros responsáveis pelos Direitos Humanos, Constitucionalismo e Estado de Direito ou quaisquer outros Ministros ou autoridades devidamente acreditadas pelos Governos dos Estados-membros. II. PARTICIPAÇÃO

2. Participaram na reunião, representantes dos seguintes Estados-membros: Argélia; Angola; Burkina Faso; Camarões; República Centro-Africana; Congo; Cote D'Ivoire; República Democrática do Congo; Egipto; Etiópia; Guiné Equatorial; Gana; Quénia; Lesoto; Malawi; Namíbia; Níger; Nigéria; Ruanda; República Árabe Saaraui Democrática; África do Sul; Sudão do Sul; Sudão; Suazilândia; Togo; Uganda e Zâmbia. III. SESSÃO DE ABERTURA

Discurso do Ministro dos Negócios Estrangeiros da República do Togo

3. O Ministro dos Negócios Estrangeiros da República de Togo saudou os delegados em nome do Presidente da República do Togo. Aproveitou a oportunidade para felicitar a Comissão e os Estados-membros pela importância dada aos instrumentos jurídicos no processo de integração e de desenvolvimento do continente. Afirmou que a elaboração de novos instrumentos jurídicos é uma resposta aos desafios actuais enfrentados pelo continente e destaca a combinação necessária a ser estabelecida, em primeiro lugar, entre a lei e a acção e, em segundo lugar, entre a conceptualização e a operacionalização. 4. Reafirmando a honra do seu governo em acolher os Estados-membros à esta importante reunião, o Ministro pediu aos delegados para se sentissem em casa no Togo. Destacou que os projectos de documentos a serem apreciados contribuirão para o cumprimento dos objectivos consagrados no Acto Constitutivo da União Africana.

Discurso do Comissário para a Paz e Segurança da Comissão da União Africana 5. S.E. o Comissário para a Paz e Segurança deu as boas-vindas aos delegados em nome da Presidente da Comissão da União Africana, S.E. Dra. Nkosana Dlamini

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Zuma, à reunião do CTE em Matéria de Justiça e Assuntos Jurídicos e agradeceu-lhes por participar na reunião que foi estrategicamente convocada para implementar a Decisão da Conferência, Assembly/AU/Dec.593(XXXVI). Informou aos delegados que a sua participação nesta sessão do CTE, para a elaboração de instrumentos jurídicos que afirmam posição comum africana sobre questões de interesse mútuo para os Estados-membros da União Africana, é um testemunho do seu próprio compromisso inabalável e dos seus Estados-membros para enfrentar os desafios por que passa o continente, incluindo os relativos à justiça e ao estado de direito. 6. O Comissário recordou que este CTE é desafiado, com base nas habilidades óbvias dos seus peritos, a elaborar instrumentos normativos e regulamentares, a fim de coordenar a acção dos Estados-membros da União Africana no domínio da protecção e segurança marítimas e desenvolvimento em África. Afirmou que este instrumento de coordenação é necessário em África de modo a regular, a nível continental, todos os mecanismos de implementação já existentes nesse domínio. 7. Em relação aos demais projectos de instrumentos jurídicos apresentados ao CTE em Matéria de Justiça e Assuntos Jurídicos para apreciação, o Comissário mencionou que o segundo ponto, que requer atenção da sessão é o Projecto de Estatuto do Mecanismo de Cooperação Policial da União Africana (AFRIPOL). Afirmou que, em conformidade com a primeira reunião dos chefes da polícia africanos, realizada em Argel, nos dias 10-11 de Fevereiro de 2014, foi adoptada a Declaração de Argel sobre a Criação do Mecanismo Africano de Cooperação Policial (AFRIPOL). A Comissão apresentou o Projecto de Estatuto do AFRIPOL a presente reunião do CTE em Matéria de Justiça e Assuntos Jurídicos, como parte dos esforços para a rápida operacionalização do AFRIPOL. 8. Relativamente à Emenda ao Número 1 do Artigo 5.º do Protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos sobre a Criação de um Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos, o Comissário lembrou aos delegados que o Comité Africano de Peritos sobre os Direitos e Bem-Estar da criança (ACERWC) actualmente não tem a legitimidade para submeter casos ao Tribunal, podendo apenas solicitar parecer consultivo. Lembrou que para o ACERWC tratar de questões dos direitos humanos que constam do seu mandato, o Conselho Executivo na sua 29.ª Sessão Ordinária, realizada em Kigali em 2016, aprovou a Decisão Dec.EX.CL/923(XXIX), que solicita à este Comité em Matéria de Justiça e Assuntos Jurídicos a proceder à apreciação da Emenda ao Parágrafo (1) do Artigo 5.º do Protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos sobre a Criação de um Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos, que estabelece os indivíduos com direito de comparecer perante o tribunal. Em conformidade com a adopção da emenda, o ACERWC poderá comparecer perante o TADHP. Exortou os Distintos Ministros e Delegados presentes a considerar o pedido do Conselho Executivo de emenda às disposições do Parágrafo (1) do Artigo 5.º do Protocolo do Tribunal para permitir que o ACERWC cumpra com o seu mandato de promoção dos direitos da criança africana. 9. Finalmente, S.E. o Comissário procedeu a uma abordagem sobre o último instrumento constante na Agenda, o Projecto de Emenda à Constituição da Comissão

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Africana de Aviação Civil (CAFAC), que decorre de uma decisão da sua 25.ª Sessão Plenária de CAFAC para alteração da maioria necessária para constituir o quórum nas Reuniões Plenárias, de dois terços para maioria simples. Ressaltou que, como uma Agência Especializada da União, a decisão de Emenda da Constituição da CAFAC deve ser aprovada pelos relevantes órgãos deliberativos da União, daí a apreciação da emenda neste CTE. Encerrou então o seu discurso agradecendo os Ministros e todas as delegações presentes, os demais participantes, a Comissão da UA, os Intérpretes, os Tradutores e o Pessoal Técnico pelo trabalho realizado para a convocação da reunião.

Discurso do Ministro de Estado, Ministro da Justiça e Guardião dos Selos da República dos Camarões

10. S.E. o Ministro de Estado, Ministro da Justiça e Guardião dos Selos da República dos Camarões saudou todos os delegados e agradeceu-os pela participação na reunião. Lembrou igualmente a Decisão da Conferência, Assembly/AU/Dec.593(XXXVI), que solicitou ao relevante Comité Técnico Especializado bem como à Comissão a agilizarem as acções com vista a garantir a elaboração, aprovação e assinatura do Projecto da Carta Africana de Protecção e Segurança Marítimas e Desenvolvimento em África, durante a Cimeira Extraordinária em Outubro de 2016. Lembrou aos Peritos que, na sequência do exposto, o Gabinete do Conselheiro Jurídico convocou a presente reunião para garantir que se proceda à apreciação e seja feita recomendação da Carta à Conferência de Outubro de 2016. O Presidente do CTE afirmou que, considerando a próxima Sessão Extraordinária sobre Protecção e Segurança Marítimas e Desenvolvimento em África, a Carta a ser apreciada pelos ilustres delegados tem uma importância significativa. Lembrou que a protecção os mares é um desafio no caminho para a paz e o desenvolvimento, o mesmo ideal de segurança, sendo igualmente a justificação para a criação do AFRIPOL. Abordando a questão das emendas à Constituição da CAFAC e da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos sobre a Criação de um Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos, o Presidente reafirmou que estas emendas são consistentes com a vontade dos Estados-membros de melhorar o funcionamento das nossas instituições pan-africanas. 11. O Presidente concluiu o seu discurso destacando a importância de cada um os instrumentos jurídicos a serem apreciados pela reunião e em seguida declarou a reunião oficialmente aberta. IV. APRECIAÇÃO E ADOPÇÃO DO PROJECTO DE AGENDA 12. A reunião adoptou a seguinte Agenda:

1. Cerimónia de Abertura;

2. Apreciação e Adopção do Projecto de Agenda;

3. Organização dos Trabalhos;

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4. Apreciação do Projecto de Relatório da Reunião dos Juristas

Governamentais;

5. Apreciação dos Projectos de Instrumentos Jurídicos:

i. Projecto da Carta Africana de Protecção e Segurança Marítimas e Segurança e Desenvolvimento em África;

ii. Projecto de estatuto do Mecanismo de Cooperação Policial da União

Africana (AFRIPOL);

iii. Projecto de Emenda ao Número 1 do Artigo 5.º do Protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos sobre a Criação de um Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos;

iv. Projecto de Emenda à Constituição da Comissão Africana de Aviação

Civil. 6. Adopção dos Instrumentos Jurídicos e do Projecto de Relatório; 7. Diversos; 8. Cerimónia de Encerramento. V. ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHOS 13. Os participantes à reunião adoptaram o seguinte horário de trabalho:

Período da Manhã: 10:00 a 13:00

Período da Tarde: 14:30 a 18:00 VI. APRECIAÇÃO DO PROJECTO DA CARTA AFRICANA DE PROTECÇÃO E

SEGURANÇA MARÍTIMAS E DESENVOLVIMENTO EM ÁFRICA

14. A Comissão informou aos participantes à reunião que o Projecto da Carta foi validado durante uma Reunião de Juristas Governamentais, Comunidades Económicas Regionais (CER) e Parceiros Internacionais em Adis Abeba, Etiópia, em Abril de 2016, e posteriormente apreciada pelo Comité Técnico Especializado em Matéria de Defesa, Protecção e Segurança, em Julho de 2016, onde foi recomendado que o Projecto da Carta fosse submetido para apreciação do CTE em Matéria de Justiça e Assuntos Jurídicos. 15. Não foram apresentadas observações pelos Estados-membros e a Carta foi adoptada e recomendada para apreciação pela Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana.

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VII. APRECIAÇÃO DO PROJECTO DE ESTATUTO DO MECANISMO DE

COOPERAÇÃO POLICIAL DA UNIÃO AFRICANA (AFRIPOL)

16. A Comissão apresentou o Projecto de Estatuto. Como antecedente, informou aos participantes à reunião que a 7.ª Reunião Ordinária do Comité Técnico Especializado em Matéria de Defesa, Protecção e Segurança (CTEDPS), que se realizou em Adis Abeba a 14 de Janeiro de 2014, adoptou uma Declaração na qual o CTEDPS saudou a oferta da Argélia para acolher a Conferência dos Chefes da Polícia em Argel. Afirmou que a Declaração foi aprovada pela 22.ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana que se realizou em Adis Abeba, nos dias 30 a 31 de Janeiro de 2014. Posteriormente, foi realizada a Primeira Reunião dos Chefes da Polícia africanos, nos dias 10 e 11 de Fevereiro de 2014. A reunião adoptou a “Declaração de Argel sobre a Criação do Mecanismo Africano de Cooperação Policial – AFRIPOL” e concordou, entre outras, em designar a Argélia como o País Anfitrião para a Sede do AFRIPOL em Argel. 17. Durante a sua Vigésima Quinta Sessão Ordinária da Conferência realizada em Joanesburgo, África do Sul, nos dias 14 e 15 de Junho de 2015, a Conferência saudou os progressos empreendidos na operacionalização do AFRIPOL, bem como os esforços empreendidos por Argélia na criação da Sede do AFRIPOL. Assim, a Comissão apresentou o Estatuto do AFRIPOL à reunião do CTE em Matéria de Justiça e Assuntos Jurídicos, como parte dos esforços para a rápida operacionalização do AFRIPOL. 18. A Comissão resumiu ainda as principais questões sobre as quais foram feitas deliberações pela Reunião de Peritos; referindo-se ao Artigo 8.º do instrumento em que os Peritos prestaram contribuições sobre o alinhamento do documento, bem como o Artigo 20.º relativo ao quórum para a tomada de decisão, onde existia uma discrepância nos textos em inglês e francês em relação ao quórum. 19. Foram feitas os seguintes observações:

i) As funções e objectivos do AFRIPOL conferem-no capacidade jurídica. Não é preciso conferir ao AFRIPOL capacidade jurídica, como foi feito no Artigo 8.º do Protocolo, uma vez que a agência existe para auxiliar os Estados-membros;

ii) A Conselheira Jurídica Adjunta esclareceu, afirmando ser muito importante que o AFRIPOL tenha capacidade jurídica para que possa adquirir bens e propriedade de que necessita para o exercício das suas funções bem como para instaurar processos judiciais;

iii) Recusar personalidade jurídica ao AFRIPOL iria colocá-lo numa posição

frágil;

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iv) Há necessidade de clareza no Artigo 20.º para se ter um modo de tomada de decisão, isto é, seja por consenso ou maioria simples, mas não uma maioria de dois terços;

v) Há necessidade de uma maioria qualificada para a tomada de decisões e o quórum para a tomada de decisões deve ser de dois terços, uma vez que o AFRIPOL é uma instituição importante da União Africana;

vi) Deve haver esclarecimento sobre o papel do AFRIPOL nas operações de apoio à paz em relação à observância do princípio de não-interferência nos assuntos internos dos Estados-membros.

20. A Comissão AFRIPOL esclareceu que o AFRIPOL só agirá em conformidade com o seu mandato de apoio às operações de paz, tendo em conta o princípio da não-interferência e da soberania dos Estados-membros. Seguindo as observações, o Artigo 20.º do Projecto de Estatuto deve ter a seguinte redacção "maioria de dois terços" ao invés de "maioria simples" e os participantes à reunião recomendaram o Projecto de Estatuto para apreciação e adopção pela Conferência. VIII. ANÁLISE DO PROJECTO DE EMENDA AO PARÁGRAFO (1) DO ARTIGO 5.º

DO PROTOCOLO À CARTA AFRICANA DOS DIREITOS HUMANOS E DOS POVOS SOBRE A CRIAÇÃO DE UM TRIBUNAL AFRICANO DOS DIREITOS HUMANOS E DOS POVOS

21. A emenda proposta ao Número 1 do Artigo 5.º do Protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos sobre a Criação de um Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos seja encaminhado à Comissão da União Africana, que deve analisar a proposta de emenda numa perspectiva processual e jurídica com vista a garantir a aplicação da emenda dos procedimentos estipulados no Artigo 35o do Protocolo que cria o Tribunal, antes da nova apresentação ao CTE em Matéria de Justiça e Assuntos Jurídicos. IX. APRECIAÇÃO DO PROJECTO DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO DA

COMISSÃO AFRICANA DE AVIAÇÃO CIVIL (CAFAC)

22. O representante da Comissão Africana de Aviação Civil (CAFAC) apresentou os antecedentes e o contexto da proposta de emenda proposta por um Estado-membro, que foi posteriormente apreciada pela Sessão Plenária da CAFAC e estava agora a ser submetida à apreciação do CTE em Matéria de Justiça e Assuntos Jurídicos antes da apresentação ao Conselho Executivo e, posteriormente, à Conferência para adopção. 23. Depois da apresentação foram feitas as seguintes observações:

i) Uma emenda desta natureza incentivaria indisciplina por parte dos Estados-membros em não participar nas reuniões;

ii) Para poder avançar com as actividades da CAFAC esta emenda é necessária e, portanto, deve ser adoptada. Seria conveniente, portanto,

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remover o obstáculo da maioria de dois terços como uma exigência do quórum, uma vez que a aviação civil é uma questão importante em África;

iii) A CAFAC leva a cabo sérios esforços para ter uma participação razoável e, em alguns casos, dos actuais 54 membros, apenas cerca de 33 membros participam na maioria das suas sessões plenárias. As dificuldades têm muitas vezes a ver com questões de acreditação;

iv) A CAFAC empenhar-se no sentido de incentivar os Estados Partes a participar nas reuniões, uma vez esta ser uma questão importante.

24. A proposta de emenda do Número 4 do Artigo 10.º da Constituição Revista da Comissão Africana de Aviação Civil adoptada em 2009 foi recomendada para aprovação pela Conferência dos Chefes de Estado e de Governos da União Africana. X. DIVERSOS 25. Nenhuma questão foi levantada sob este ponto. XI. ADOPÇÃO DO RELATÓRIO DA SEGUNDA REUNIÃO DO COMITÉ TÉCNICO

ESPECIALIZADO EM MATÉRIA DE JUSTIÇA E ASSUNTOS JURÍDICOS 26. Os Ministros aprovaram o Relatório com algumas emendas. XII. CERIMÓNIA DE ENCERRAMENTO 27. No seu discurso de encerramento, o Ministro da Justiça da República do Togo agradeceu aos delegados pelo seu empenho e trabalho incansável na apreciação dos projectos de instrumentos jurídicos. Lembrou aos delegados da necessidade dos Estados-membros se fazerem presentes e participarem plenamente na Cimeira Extraordinária que será realizada em Outubro de 2016 em Lomé, Togo, e desejou a todos os delegados boa viagem no seu regresso aos seus países de origem. 28. No seu discurso, a Conselheira Jurídica Adjunta agradeceu ao Governo da República do Togo pela colaboração para garantir o sucesso da reunião do CTE em Matéria de Justiça e Assuntos Jurídicos. Agradeceu às delegações pelas suas observações construtivas e pela cooperação com o Presidente e a Comissão. Agradeceu igualmente aos Peritos, Funcionários do Gabinete do Conselheiro Jurídico, Representantes dos Departamentos da Comissão e os Intérpretes e Tradutores pela sua indulgência e entendimento. A Conselheira Jurídica Adjunta prestou homenagem especial ao Presidente pela excelente maneira na qual presidiu a reunião. 29. No seu discurso de encerramento, o Presidente da Reunião, S.E. o Ministro de Estado, Ministro da Justiça e Guardião dos Selos da República dos Camarões agradeceu aos Ministros e Delegados, aos Juristas Governamentais, à Conselheira Jurídica e aos funcionários do Gabinete do Conselheiro Jurídico, aos representantes dos vários Departamentos, Intérpretes, Tradutores e Técnicos pelo apoio e cooperação. Desejava aos Ilustres Delegados uma viagem segura aos seus vários destinos.

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EX.CL/1013(XXX)

Anexo 1

CARTA SOBRE A PROTECÇÃO E A SEGURANÇA MARÍTIMAS E O DESENVOLVIMENTO EM ÁFRICA

(CARTA DE LOMÉ)

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CARTA SOBRE A PROTECÇÃO E A SEGURANÇA MARÍTIMAS E O DESENVOLVIMENTO EM ÁFRICA

(CARTA DE LOMÉ)

PREÂMBULO Nós, os Chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da União Africana (UA): ADERINDO ao Acto Constitutivo da União Africana, de 11 de Julho de 2000, em particular ao disposto nas alíneas a), b), e) e f) do Artigo 3.º e no artigo 4 º e sublinhando o facto de que nenhuma disposição da presente Carta deve contrariar o estabelecido no Acto Constitutivo da União Africana; CONSIDERANDO as disposições da Carta das Nações Unidas, de 26 de Junho de 1945, em particular os Capítulos VI, VII e VIII; CONSCIENTES da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 10 de Dezembro de 1982, em particular os seus Artigos 100.º, 101.º e 105.º que definem o quadro jurídico da luta contra a pirataria e o roubo a mão armada contra navios, e a Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar de 01 de Novembro de 1974; CONSIDERANDO a Convenção Internacional sobre a Prevenção da Poluição pelos Navios,datada de 2 de Novembro de 1973; CONSIDERANDO a Convenção sobre a Represão de Actos Ilícitos contra a Segurança da Navegação Marítima, de 10 de Março de 1988, e o seu Protocolo, de 14 de Outubro de 2005; TOMANDO NOTA da Convenção de Basileia das Nações Unidas sobre o Controlo dos Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e sua Eliminação de 22 de Março de 1989; CONSCIENTES da Convenção das Nações Unidas contra a Criminalidade Transnacional Organizada (Convenção de Palermo) de 15 de Novembro de 2000, e dos seus três Protocolos Complementares; CONSIDERANDO a Convenção de Bamaco sobre a Proibição da Importação para África e o Controlo do Movimento Transfronteiriço e a Gestão de Resíduos Perigosos em África de 30 de Janeiro de 1991; CONSIDERANDO igualmente a Convenção para a Supressão de Actos Ilícitos contra a Segurança da Navegação Marítima, adoptada em Roma, a 10 de Março de 1988; CONSIDERANDO AINDA a Convenção para a Supressão dos Actos Ilicitos contra a Segurança da Navegação Maritima adoptada em Roma em 10 de Março de 1988;

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RECORDANDO as disposições da Convenção da OUA sobre a Prevenção e Combate ao Terrorismo de 14 de Julho de 1999 e o Protocolo à Convenção da OUA sobre a Prevenção e Combate ao Terrorismo de 01 de Julho de 2004; RECORDANDO IGUALMENTE as disposições da Carta Africana sobre Transporte Marítimo Revista, 26 de Julho de 2010; TENDO EM CONTA a Agenda 2063 da União Africana e a Agenda 2030 das Nações Unidas; TENDO IGUALMENTE EM CONTA as disposições pertinentes das Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que apelam para a elaboração e implementação de estratégias nacionais, subregionais e regionais de Protecção e Segurança Marítimas e de luta contra a pirataria; ENFATIZANDO a Estratégia Marítima Integrada 2050 (Estratégia AIM 2050), adoptada em 27 de Janeiro de 2014, cuja implementação será em conformidade com o Direito Marítimo Internacional; CONSCIENTES da importância geoestratégica dos mares, oceanos e das vias navegáveis interiores para o desenvolvimento socioeconómico de África e do seu papel para o desenvolvimento sustentável do continente; CONSIDERANDO que a persistência de conflitos constitui uma séria ameaça para a paz e segurança e compromete os nossos esforços que visam aumentar o nível de vida das nossas populações; PREOCUPADOS PROFUNDAMENTE com o flagelo do terrorismo, extremismo em todas as suas formas e com a criminalidade transnacional organizada, bem como com as diferentes ameaças contra a paz e segurança em África; RECONHECENDO que a proliferação de armas ligeiras e de pequeno calibre, bem como a criminalidade transfronteiriça contribuem para a propagação da insegurança e da instabilidade e representam riscos graves para a navegação marítima internacional; REAFIRMANDO o nosso compromisso no combate à criminalidade, ameaças e desafios no sector marítmo, a fim de proteger e garantir a segurança dos nossos mares e oceanos; CONVENCIDOS de que a prevenção, gestão e erradicação destes flagelos só podem ser atingidas através do reforço da cooperação com vista a coordenar os esforços dos Estados africanos insulares e sem acesso ao mar no quadro da União Africana; PREOCUPADOS com a protecção da biodiversidade e a utilização sustentável dos recursos marinhos do planeta, em conformidade com a Convenção sobre a Diversidade Biológica, adoptada no Rio de Janeiro, a 05 de Junho de 1992, e a Convenção sobre a Protecção, Gestão e Desenvolvimento do Ambiente Marítimo e Costeiro na África Oriental, adoptada em Nairobi, a 21 de Junho de 1985, bem como a Convenção para a Cooperação em matéria de Protecção, Gestão e Desenvolvimento

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do Ambiente Marítimo e Costeiro da Costa Atlântica na região da África Ocidental, Central, Oriental e Austral, adoptada em Abidjan, a 23 de Março de 1981; COMPROMETIDOS PROFUNDAMENTE com a paz e segurança no Mar Mediterrâneo, Mar Vermelho, Golfo de Aden, Oceano Atlântico e Oceano Índico, e SAUDANDO a determinação, através das Estratégias Marítimas dos Mecanismos Regionais das Comunidades Económicas Regionais, da Comissão do Oceano Índico e da Comissão do Golfo da Guiné de trabalhar em estreita colaboração com a Comissão da União Africana na implementação da Estratégia Integrada Africana para os Mares e Oceanos 2050, em conformidade com o Direito do Mar; SAUDANDO, POR OUTRO LADO, a realização, em Yaoundé, Camarões, de 24 a 25 de Junho de 2013, da Cimeira conjunta da Comuinidade Económica dos Estados da África Central (CEEA), da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da Comissão do Golfo da Guiné (CGG) sobre a Protecção e a Segurança Marítimas, que culminou com a criação do Centro Internacional de Coordenação (CIC), baseado em Yaoundé, Camarões; DECIDIDOS FIRMEMENTE a trabalhar de forma incansável para garantir a paz, protecção, segurança, estabilidade, protecção do ambiente marinho e facilitação do comércio nos espaços marítimos e para o desenvolvimento dos nossos países; POR ESTE MEIO, ACORDAMOS O SEGUINTE:

CAPÍTULO I: DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 1.º Definições

1. Para efeitos da presente Carta, aplicar-se-ão os seguintes termos e expressões:

“Agenda 2063 da UA” refere-se à visão da União Africana adoptada a 27 de Janeiro de 2014; "Acto Terrorista" refere-se a:

(a) Qualquer acto ou ameaça em violação das leis penais do Estado Parte susceptível de pôr em perigo a vida, a integridade física, as liberdades de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, que provoca ou pode provocar danos a bens privados ou públicos, aos recursos naturais, ao meio ambiente ou ao património cultural e feito com a intenção:

(i) De intimidar, provocar terror, forçar, exercer pressão ou ameaçar qualquer governo, organismo, instituição, população ou um grupo desta, tomar uma iniciativa ou abster-se dela, adoptar, renunciar a uma posição particular ou agir de acordo com determinados princípios; ou

(ii) Perturbar o funcionamento normal dos srviços públicos, a prestação dos serviços essenciais às populações ou criar uma crise no seio das populações;

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(iii) Criar uma insurreição geral num Estado Parte.

(b) Qualquer promoção, financiamento, contribuição, ordem, ajuda, incitação, encorajamento, tentativa, ameala, conspiração, organização ou equipamento de qualquer pessoa, com a intenção de cometer qualquer acto mencionados no Parágrafo a (i) a (iii);

“Biodiversidade Marinha” refere-se a variedade e variabilidade da vida na Terra; É uma medida da variedade de organismos presentes em diferentes ecossistemas, incluindo variações genéticas, variação de ecossistemas ou variações de espécies (número de espécies) no Domínio Marítimo;

“Carta” significa a Carta da União Africana sobre Protecção e Segurança Marítimas e Desenvolvimento em África;

“Carta Africana dos Transportes Marítimos Revista” refere-se à Carta Africana dos Transportes Marítimos Revista, adoptada pela União Africana em 26 de Julho de 2010;

“Comissão” significa a Comissão da União Africana;

“Conferência” refer-se à Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana;

“Consciencialização Marítima” refere-se a compreensão eficaz de qualquer coisa associada com o domínio marítimo que pode ter impacto na protecção, segurança, economia e ambiente; “Inspecção pelo Estado do Porto” refere-se a inspecção de navios estrangeiros nos portos nacionais para verificação de que a condição do navio e dos seus equipamentos cumprem os requisitos dos regulamentos internacionais e que o navio é tripulado e operado em conformidade com os referidos regulamentos;

“Convenção de Basileia da ONU” refere-se à convenção sobre o Controlo dos Movimentos Transfronteiriço de Resíduos Perigosos e sua Eliminação, adoptada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a 31 de Abril de 1989;

“Convenção de Bamaco” refere-se à Convenção de Bamaco sobre a Proibição da Importação para África e o Controlo do Movimento Transfronteiriço e a Gestão de Resíduos Perigosos em África, adoptada pela Organização de Unidade Africana, em Janeiro de 1991;

“Convenção de Palermo” refere-se a Convenção das Nações Unidas contra a Criminalidade Transnacional Organizada adoptada por uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas a 15 de Novembro de 2000;

“Crime Organizado Transnacional” refere-se ao crime coordenado fora das fronteiras nacionais, que envolvem grupos criminosos organizados, isto é, um gropo estruturado de três pessoas ou mais, existente por um determinado tempo, agindo em concertação, com o objectivo de cometer uma ou várias

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infracções graves para, directa ou indirectamente, tirar vantagens financeiras ou materiais, ou redes de indivíduos que operam em mais do que um país para planear e executar negócios ilícitos. Para o alcance dos seus objectivos, esses grupos criminosos usam sistematicamente a violência e a corrupção;

“Domínio Marítimo refere-se a todas as áreas e recursos do, no, sob, relativos ao, adjacente ao, ou limítrofes ao mar, oceano ou lagos, vias navegáveis intra-costeiros e interiores africanos, incluindo todas as actividades, infra-estruturas, cargas, navios e outros meios de transporte no domínio marítimo. Inclui igualmente o espaço aéreo sobre os mares, oceanos, lagos, as vias navegáveis intra-costeiras e interiores africanos e o espectro electromagnético dos oceanos, conforme definido na Estratégia AIM 2050;

“Economia do Mar/Azul” significa espaços aquáticos e marinhos, incluindo oceanos, mares, costas, lagos, rios e águas subterrâneas para fins económicos. Abrange uma vasta gama de sectores produtivos, incluindo as pescas, extracção mineira, a produção de energia, a aquacultura, os transportes marítimos e a protecção domar, com vista a melhorar o bem estar-estar socila;

"Estado Costeiro" significa qualquer Estado que dispõe de uma costa;

"Estado de Bandeira" refere-se a um navio comercial de um Estado cujas leis regem o registo e o licenciamento do navio, que tem a autoridade e responsabilidade de aplicar regulamentos aos navios registados sob sua bandeira, incluindo os relacionados à inspecção, certificação e emissão de documentos de protecção e prevenção da poluição; “Estado de Pavilhao” refere-se a um navio comercial de um Estado cujas leis regem o registo e o licenciamento do navio, que tem a autoridade e responsabilidade de aplicar regulamentos aos navios registados sob sua bandeira, incluindo os relacionados à inspecção, certificação e emissão de documentos de protecção e prevenção da poluição;

“Estado-membro” refere-se a um Estado-membro da União Africana;

“Estados Partes” refere-se aos Estados-membros que ratificaram, aceitaram, aprovaram ou aderiram à presente Carta, em conformidade com as suas respectivas normas constitucionais e a Carta tenha entrado em vigor;

“Estado Solicitado” refere-se ao Estado ao qual se tenha feito qualquer pedido; “Estado Requerente” refere-se ao Estado que tenha feito qualquer pedido;

“Governação Marinha” refere-se aos quadros legais e de regulamentação nacionais e internacionais e processos associados da sua aplicação que garantam o uso pacífico e sustentável dos mares para o comércio, alimentação, energia e matérias-primas;

"Navio" refre-se a um navio ou uma instalação móvel de qualquer tipo explorados nos domínios marinhos ou nas vias de navegação, incluindo os

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hidrodinâmicos, as aerodeslizadores, os submarinos, os engenhos flutuantes assim as plataformas fixas ou flutuantes exploradas para fins de transporte de mercadorias e de pessoas e para a prestação de serviços marítimos.

“Navio Pirata” refere-se a um navio sob o controlo efectivo de pessoas com a intenção de utiliá-lo para cometer um acto de pirataria ou um navio que foi utilizado para cometer esse acto, enquanto estiver sob o controlo dessas pessoas;

“Convenção SOLAS da Organização Marítima Internacional (OMI)” refere-se à Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar, de 01 de Novembro de 1974;

“Pesca Ilegal, Não Regulamentada e Não Declarada (INN)” refere-se à:

i. Pesca Ilegal refere-se às actividades:

a) realizadas por navios nacionais ou estrangeiros nas águas sob a

jurisdição de um Estado, sem a autorização desse Estado, ou em infracção às suas leis e regulamentos;

b) realizadas por navios que arvorem pavilhão de Estados que são Partes numa competente organização regional de pescas, mas que operam em infracção às medidas de conservação e de gestão adoptadas por essa organização e pelas quais os Estados estão vinculados, ou das pertinentes disposições do direito internacional aplicável; ou

c) em violação das leis nacionais ou das obrigações internacionais, incluindo as celebradas pelos Estados que cooperam com uma relevante organização regional de gestão de pescas

ii. Pesca Não Declarada refere-se à actividades:

a) que não tenham sido declarada, ou tenha sido declarada de forma

deturpada, à autoridade nacional competente, em infracção às leis e regulamentos nacionais; ou

b) realizadas na zona de competência de uma organização regional de pesca competente, que não foi declarada ou que tenha sido declarada de forma deturpada, em infracção aos procedimentos de declaração previstos por essa organização.

iii. Pesca Não Regulamentada refere-se à actividades:

a) na área de aplicação de uma relevante organização regional de

pescas que sejam realizadas por navios sem nacionalidade, ou por aqueles que arvorem pavilhão de um Estado que não seja parte dessa organização, ou por uma entidade de pesca, de uma forma

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que não seja consistente com ou viole as medidas de conservação e de gestão da organização; ou

b) em áreas ou para as unidades populacionais em relação às quais não existem medidas de conservação ou de gestão aplicáveis e onde tais actividades de pesca são realizadas de uma forma incompatível com as responsabilidades do Estado para a conservação dos recursos marinhos vivos ao abrigo do direito internacional.

"Pirataria" sinifica:

(a) Qualquer acto de violência ou de detenção cometido para fins privados pela tripulação ou passageiros de um navio ou de um avião privado e efectuado:

(i) no alto mar contra um navio ou uma aeronave ou ainda contra

pessoas ou bens a bordo desse navio ou aeronave; (ii) contra um navio, uma aeronave ou bens, num lugar fora da

jurisdição de um Estado:

(b) Qualquer acto de participação voluntária, com a utilização de um navio ou uma aeronave, com conhecimento dos factos, a partir de um navio ou de uma aeronave piratas;

(c) Qualquer acto de incitação ou de facilitaçãode um acto descrito nas alíneas (a) ou (b);

“Política e Estratégia Espacial Africana” refere-se aos primeiros passos concretos para a concretização de um Programa Africano sobre o Espaço Côsmico, como um dos programas emblemáticos da Agenda 2063 da UA, adoptado a 31 de Janeiro de 2016; “Poluição Marinha” refere-se à introdução, propagação de mecanismos invasores no oceano, o prejuízo ou potenciais efeitos do prejuízo resultantes da entrada no oceano de produtos químicos, partículas, resíduos industriais, agrícolas e residenciais ou ruídos e quaisquer outros factores de poluição transportados pela poluição do ar ou da terra; “Princípio da Subsidiaridade” refere-se ao princípio que procura garantir o grau de independência de uma autoridade inferior em relação a um organismo superior ou uma autoridade local em relação ao governo central. Envolve, portanto, a partilha de poderes entre os vários níveis de autoridade; “Agenda 2030 das Nações Unidas” refere-se ao plano das Nações Unidas para o alcance de um futuro melhor para todos, adoptado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a 25 de Setembro de 2015; “Recursos Marinhos” refere-se aos produtos que tenham origem no mar e que as plantas, animais e seres humanos necessitam para a vida;

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“Signatário” refere-se a um Estado-membro que tenha assinado a presente Carta; “Segurança Marítima” refere-se a todas as medidas tomadas para a protecção de navios e instalações offshore, suas tripulações e, onde apropriaado, dos seus passageiros, bem como para a protecção da navegação e facilitação do tráfego marítimo, infra-estruturas, instalações e ambiente marítimos; “Protecção marítima” refere-se a prevenção e luta contra todos os actos ou ameaças de actos ilícitos contra um navio, sua tripulação e passageiros ou contra instalações portuárias, infra-estruturas, instalações e ambiente marítimos; “Estratégia AIM 2050” refere-se à Estratégia Marítima Integrada de África até 2050, adoptada pela Conferência, a 27 de Janeiro de 2014; “Territórios Marítimos” refere-se aos espaços marítimos sob a jurisdição ou responsabilidade de um Estado Parte; "Trafico de Drogas" refere-se ao comércio ilícito mundial que envolve o cultivo, fabrico, distribuição e venda de substâncias sujeitas à legislações de proibição da droga; “Tráfico de Seres Humanos” refere-se ao recrutamento, transferência, alojamento ou acolhimento de pessoas através da ameaça ou do recurso à força ou ainda sob a forma de extorsão, de rapto, fraude, abuso de autoridade ou de aproveitamento da vulnerabilidade ou de oferta ou aceitação de benefíciospara obter o consentimento de uma pessoa com autoridade sobre uma outra pessoa, para fins de exploração; “UNCLOS” refere-se à Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 10 de Dezembro de 1982;

“Vias navegáveis interiores” refere-se a qualquer rio, riacho, lago, estuário, lagoa navegável, abaixo da linha de base de água ou canal que conduz ao tal local, com instalações para atracagem, carga ou descarrega de navios, incluindo instalações para movimentação de navios de carga, porto, atracadouros, molhes, pontões ou bóias e cais, dentro dos limites das vias navegáveis interiores, em qualquer lugar num país e inclui qualquer local declarado como sendo uma via navegável interior ao abrigo da relevante legislação nacional, conforme definido na Estratégia AIM 2050; “Roubo à mão armada contra navios” significa qualquer acto de violência ou de detenção, qualquer depredação ou ameaça que não é um acto de piaratria dirigido contra um navio, pessoas ou bens numa zona pertencente à jurisdição de um Estado; “Zonas Marítimas” refere-se as zonas marítimas, conforme definido na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS) adoptado a 10 de Dezembro de 1992;

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2. Na presente Carta, qualquer referência ao mar inclui oceanos e vias navegáveis interiores.

Artigo 2.º Princípios

Cada Estado Parte reafirma o seu compromisso com os princípios e objectivos consagrados na Carta das Nações Unidas, adoptada a 26 de Junho de 1945, no Acto Constitutivo da União Africana, adoptado a 11 de Julho de 2000, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, adoptada a 10 de Dezembro de 1948, na Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, adoptada a 27 de Junho de 1981, na Agenda 21 sobre o Desenvolvimento Sustentável, adoptada no Rio de Janeiro, a 14 de Janeiro em 1992, na Convenção de Palermo, adoptada a 15 de Novembro de 2000, na Convenção de Bamaco, adoptada a 30 de Janeiro de 1991, e em outros instrumentos jurídicos relevantes, bem como nos seguintes princípios fundamentais:

a) promoção da paz, protecção e segurança, desenvolvimento e da

estabilidade;

b) protecção dos direitos humanos fundamentais, e das liberdades bem como do respeito das normas do direito intenacional humanitário;

c) livre circulação de pessoas e bens;

d) igualdade soberana e interdependência dos Estados-membros;

e) integridade territorial e soberania nacional dos Estados-membros; e

f) Subsidiariedade.

Artigo 3.º

Objectivos

Os objectivos da presente Carta são os seguintes: a) prevenir e reprimir a criminalidade nacional e transnacional,

nomeadamente o terrorismo, a pirataria, o roubo à mão armada contra navios, o tráfico de drogas, o trafico de migrantes, o tráfico de pessoas e todos os outros tipos de tráfico no mar e a pesca INN;

b) proteger o ambiente, em geral, e o ambiente marinho no espaço dos Estados costeiros e insulares, em particular;

c) promover uma economia do mar/azul próspera e sustentável;

d) promover e reforçar a cooperação na área de consciencialização no

domínio marítimo, aviso prévio, prevenção e luta contra a pirataria, roubo à mão armada contra navios e tráfico ilícito de qualquer natureza, poluição dos mares e criminalidade transfronteiriça, terrorismo internacional e proliferação de armas ligeiras e de pequeno calibre;

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e) criar instituições nacionais, regionais e continentais adequadas e garantir a implementação de políticas apropriadas que promovam a protecção e a segurança no mar;

f) promover a coordenação e a cooperação interinstituições e transnacionais entre os Estados-membros, no espírito da Arquitectura Africana de Paz e Segurança da União Africana;

g) intensificar a implementação da Estratégia AIM 2050 em conformidade com o Direito Marítimo Internacional;

h) promover actividades de formação e reforço de capacidades do pessoal

do sector marítimo, portuário e industrial tendo em vista a utilização segura e responsável do domínio marítimo;

i) cooperar em matéria de Busca e Salvamento, em confirmade com a

Convenção SOLAS da OMI;

j) promover e sensibilizar as comunidades que vivem próximo do mar com vista ao desenvolvimento sustentável da costa e biodiversidade africana;

k) Promover e proteger o direito de acesso ao mar dos Estados encravados

de acordo com o previsto na presente Carta, nos instrumentos jurídicos da UA e outros instrumentos regionais e internacionais;

l) aumentar o nível do bem-estar da população envolvida;

Artigo 4.º Âmbito

A presente Carta deverá cobrir:

a) a prevenção e supressão da criminalidade transnacional no mar,

nomeadamente o terrorismo, a pirataria, o roubo à mão armada contra navios, o tráfico de drogas, o trafico de migrantes, o tráfico de pessoas e todos os outros tipos de tráfico, a pesca ilegal, não regulamentada e não declarada, a prevenção da poluição nos mares e outras actos ilícitos no mar, sob a jurisdição de um Estado Parte na sua área de responsabilidade;

b) todas as medidas para prevenir ou minimizar acidentes no mar causados por navios ou sua tripulação, a fim de facilitar a segurança da navegação;

c) a exploração sustentável dos recursos marinhos e optimização das

oportunidades de desenvolvimento dos sectores relacionados com o mar.

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CAPÍTULO II: MEDIDAS PARA A PREVENÇÃO E A LUTA CONTRA A CRIMINALIDADE NO MAR

Artigo 5.º

Medidas Socioeconómicas para Prevenção da Criminalidade no Mar

Cada Estado Parte deverá envidar esforços no sentido de: a) dar continuidade aos seus esforços visando a tomada de medidas

apropriadas para criar empregos produtivos, reduzir a pobreza e eliminar a pobreza extrema, incentivar a sensibilização sobre questões marítimas, a fim de criar melhores condições de vida e reforçar a coesão social através da implementação de uma política justa, inclusiva e equitativa para fazer face aos problemas socioeconómicos;

b) estimular a criação de emprego ao longo das costas, particularmente através da codificação e promoção da pesca artesanal por meio da formação dos intervenientes do sector, incentivando a transformação local dos produtos da pesca e facilitando a sua comercialização a nível nacional, sub-regional e internacional.

Artigo 6.º

Responsabilidade dos Estados Partes

Cada Estado Parte deverá, de acordo com as suas realidades e onde for aplicável, envidar esforços no sentido de:

a) organizar as suas acções no mar e reforçar a sua capacidade para

proteger a sua zona marítima e prestar assistência a Cada Estado Parte ou um Terceiro, em caso de necessidade;

b) reforçar a aplicação da lei no mar, através da formação e profissionalização das forças navais e da guarda costeira, agências responsáveis pela protecção e segurança marítimas, das autoridades portuárias e alfandegárias;

c) manter acções de patrulha, vigilância e reconhecimento no seu território

marítimo para fins de aplicação da lei e operações de busca e salvamento.

Artigo 7.º

Estruturas Nacionais de Coordenação

1. Cada Estado Parte deverá tomar medidas com vista a reduzir a criminalidade marítima e outras formas de actos ilícitos, como parte de um diálogo contínuo e cooperação efectiva entre as suas instituições nacionais relevantes;

2. Cada Estado Parte deverá criar uma estrutura nacional de coordenação e um centro de sensibilização sobre questões marítimas para garantir a coordenação

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das acções que visam salvaguardar e reforçar a Protecção e Segurança Marítimas.

Artigo 8.º

Harmonização da Legislação Nacional

Cada Estado Parte deverá, como apropriado:

a) harmonizar a sua legislação nacional de modo a estar em conformidade com os instrumentos jurídicos relevantes internacionais, incluindo a convenção UNCLOS, a convenção SOLAS e o Protocolo à Convenção de 2005 para a Eliminação dos Actos Ilícitos contra a Segurança da Navegação Marítima de 01 de Novembro de 2005; e

b) formar o pessoal responsável pela sua implementação, em particular o pessoal do sistema de justiça.

Artigo 9.º

Recursos para Garantir a Protecção e Segurança Marítimas

Cada Estado Parte deverá adoptar políticas que garantam a disponibilidade de recursos tanto por meio de fundos públicos como por meio do estabelecimento de parcerias público privadas necessárias para o investimento em equipamento, operações e formação em matéria de protecção e segurança marítimas, em conformidade com os seus procedimentos domésticos.

Artigo 10.º

Responsabilidades Financeiras dos Estados do Pavilhão e dos Estados Costeiros

Cada Estado Parte deverá incentivar a cooperação entre os Estados do Pavilhão e os Estados Costeiros, de modo que, num espírito de responsabilidade colectiva, as responsabilidades financeiras de protecção e segurança marítimas no domínio marítimo africano sejam partilhadas e apoiadas pelos diferentes actores envolvidos.

Artigo 11.º Fundo de Protecção e Segurança Marítimas

Os Estados Partes acordam em criar, um fundo de protecção e segurança marítimas.

CAPÍTULO III: GOVERNAÇÃO MARÍTIMA

Artigo 12.º

Governação Marítima

Cada Estado Parte deverá garantir a boa governação marítima com base numa melhor partilha de informações, comunicação eficaz e coordenação eficiente das suas acções.

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Artigo 13.º Fronteiras Marítimas

Cada Estado Parte deverá esforçar-se para delimitar as suas respectivas fronteiras marítimas, em conformidade com as disposições dos instrumentos internacionais relevantes.

Artigo 14.º Protecção de Territórios Marítimos

Cada Estado Parte deverá proteger os seus territórios marítimos e garantir a sua protecção e segurança marítimas, em conformidade com as leis e princípios internacionais relevantes.

Artigo 15.º

Responsabilidades do Estado de Bandeira e de Inspecção pelo Estado do porto

Cada Estado Parte deverá cumprir as suas responsabilidades como Estado de Bandeira e Estado do Porto dentro das suas jurisdições, visando:

a) erradicar a operação de práticas de navegação não conformes com as

normas;

b) aumentar a protecção e segurança; e

c) proteger o ambiente marítimo contra a poluição.

Artigo 16.º Tráfico de Pessoas e de Migrantes pelo Mar

Cada Estado Parte deverá desenvolver e implementar políticas de migração sólidas destinadas a tratar do tráfico depessoas, especialmente mulheres e crianças, bem como do trafico de migrantes pelo mar.

Artigo 17.º

Tráfico de Drogas

Cada Estado Parte deverá desenvolver e implementar estratégias equilibradas e integradas destinadas a combater o tráfico de drogas e os desafios conexos no domínio marítimo.

Artigo 18.º Segurança da Navegação

Cada Estado Parte deverá promover a segurança de navegação e a protecção e utilização sustentável do ambiente marinho, mediante a:

1) prestação de auxílio adequado à navegação, de acordo com os recursos

disponíveis;

2) obtenção da maior possível normalização no auxílio à navegação; e

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3) facilitação do acesso à informações relativas ao auxílio à navegação. CAPÍTULO IV: DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA AZUL/MAR

Artigo 19.º

Exploração do Domínio Marítimo

1. Cada Estado Parte deverá explorar e aproveitar os seus respectivos domínios marítimos de acordo com os relevantes princípios e padrões internacionais;

2. Cada Estado Parte deverá facilitar o envolvimento de actores não estatais, especialmente do sector privado, no desenvolvimento e implementação da economia azul/mar.

Artigo 20.º

Pescas e Aquicultura

1. Cada Estado Parte deverá implementar políticas apropriadas das pescas e da aquacultura para conservação, gestão e exploração sustentável da população dos pescados e outros recursos biológicos;

2. Cada Estado Parte deverá levar a cabo as reformas necessárias para boa governação do sector das pescas e promoção das pescas e aquacultura continentais de forma a contribuir para a criação de emprego no sector, reduzir a insegurança alimentar e a má nutrição e promover a diversificação económica;

3. Cada EstadosParte deverá tomar as medidas apropriadas para combater as

actividades da pesca ilegal ou não regulamentada no quadro das suas respectivas jurisdições nacionais e tomar as medidas legais para processar os perpetradores envolvidos na pesca ilegal ou não regulamentada.

Artigo 21.º

Criação de Riqueza e de Emprego através do Turismo Costeiro e Marítimo

Cada Estado Parte deverá promover o turismo costeiro e marítimo como um sector importante, considerando a dimensão ambiental, que gera receitas significativas e cria emprego, e concordam em promover o desenvolvimento sustentável de todas as actividades conexas.

Artigo 22.º Estratégia Integrada de Recursos Humanos para o Desenvovlimento Marítimo

1. Cada Estado Parte deverá desenvolver uma estratégia integrada de recursos

humanos para o sector marítimo para apoiar na oferta de competências tendo em conta o equilíbrio do género em toda a cadeia de valor marítima, que inclui as actividades de transporte e logística, “offshore”, pesca, turismo costeiro e marítimo bem como a Protecção e Segurança Marítimas;

2. Cada Estado Parte deverá criar uma agenda de desenvolvimento de recursos humanos, que inclua a formação, em conformidade com o potencial de

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crescimento económico e as oportunidades de criação de emprego, de forma mais ampla ao longo da cadeia de valor marítima.

Artigo 23.º

Melhoria da Concorrência

Cada Estado Parte deverá tomar medidas para melhorar a concorrência das suas indústrias marítimas, particularmente a nível do comércio internacional. Para o efeito, cada Estado Parte deverá:

a) Incentivar a criação e o desenvolvimento de empresas marítimas

africanas;

b) Promover acesso dos operadores africanos aos serviços auxiliares de transporte e as profissões;

c) Criar um ambiente propício para impulsionar investimento equitativo

pelos operadores africanos nas empresas estrangeiras que operam nos serviços auxiliares de transporte marítimo em África e nas profissões;

d) Priorizar na cabotagem transafricana as empresas marítimas nacionais e

regionais de forma a promover o comércio intra-africano e facilitar a integração socioeconómica do Continente.

Artigo 24.º

Desenvolvimento de Infra-estruturas e de Equipamentos ligados às Actividades Marítimas

1. Cada Estado Parte deverá desenvolver e reforçar as suas infra-estruturas a fim

de permitir às suas instalações portuárias realizar o seu potencial de crescimento económico e competitividade;

2. Cada Estado Parte deverá incentivar as parcerias público-privadas para facilitar a modernização das indústrias marítimas africanas, a fim de proporcionar serviços com padrão de qualidade e contribuir para a concretização dos objectivos de desenvolvimento sustentável.

Artigo 25.º

Medidas para Mitigar as Alterações Climáticas e as Ameaças ao Ambiente

1. Cada Estado Parte deverá adoptar medidas específicas de adaptação e mitigação para conter as ameaças das alterações climáticas e ambientais, em conformidade com os relevantes instrumentos internacionais;

2. Cada Estado Parte deverá estabelecer sistemas de intercâmbio de informações e de aviso prévio sobre poluição marinha, incluindo o despejo de resíduos tóxicos e perigosos e emissões não autorizadas a partir do alto mar.

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Artigo 26.º Protecção de Espécies Biológicas, da Fauna e da Flora Marinhas

Cada Estado Parte deverá preservar o ambiente marinho e a proteger as espécies biológicas marinhas da fauna e flora no processo de desenvolvimento do seu ambiente e da biodiversidade.

Artigo 27.º

Eliminação de Resíduos Tóxicos e Perigosos

1. Cada Estado Parte deverá desenvolver um mecanismo de detecção, prevenção e informação sobre poluição marítima, especialmente através da deposição de resíduos tóxicos e perigosos;

2. Cada Estado Parte deverá interditar a importação, exportação, manuseio, acumulação ou deposição de resíduos perigosos transfronteiriços, incluindo materiais radioactivos, resíduos químicos e orgânicos, em conformidade com as disposições da Convenção de Bamaco e de Basileia.

Artigo 28.º

Prevenção da Exploração Ilegal e do Roubo de Recursos Marinhos

1. Cada Estado Parte deverá redobrar esforços no sentido de prevenir e combater de forma eficaz a exploração ilegal e o roubo dos recursos marinhos nos seus respectivos espaços marítimos;

2. Cada Estado Parte deverá excluir produtos provenientes de transacções ilegais e da pilhagem de recursos no domínio marítimo.

3. Cada Estado Parte deverá excluir a comercialização de produtos derivados da

exploração e pilhagem de recursos marinhos provenientes de qualquer Estado Parte da União Africana.

Artigo 29.º

Gestão do Risco de Catástrofes Marítimas

Cada Estado Parte deverá elaborar uma estratégia multisectorial e multidisciplinar integrada para garantir a gestão do risco de catástrofes e reduzir a gravidade e os impactos de uma catástrofe.

CAPÍTULO V: COOPERAÇÃO

Artigo 30.º

Cooperação na Exploração do Domínio Marítimo

Os Estados Partes deverão cooperar a nível regional e continental no:

1) desenvolvimento e exploração de recursos marinhos nas suas respectivas águas através de trocas científicas e tecnológicas, parcerias para investigação e

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inovação bem como promoção e fortalecimento da economia azul/mar de conformidade com os relevantes princípios e padrões internacionais;

2) facilitar parcerias de comerciais no domínio marítimo;

3) aproveitamento das tecnologias modernas em conformidade com a Política e

Estratégia Espacial Africana e outros relevantes instrumentos da protecção e segurança marítimas.

Artigo 31.º

Cooperação nos Sectores das Pescas e da Aquicultura

1. Os Estados Partes deverão cooperar com vista a garantir a sustentabilidade da biodiversidade marinha;

2. Os Estados Partes deverão cooperar no quadro do Mecanismo dos Comités de

Pescas criados pelos seus respectivos organismos regionais competentes e instituições especializadas de forma a fortalecer e promover a gestão sustentável dos recursos da pesca.

Artigo 32.º

Cooperação no Combate aos Crimes no Mar

1. Os Estados Partes deverão cooperar e coordenar a luta contra a criminalidade transnacional organizada de todos os tipos, incluindo a circulação e tráfico de armas, terrorismo marítimo, tráfico de drogas, tráfico de espécies protegidas ou dos seus trófeus, lavagem de dinheiro e as suas infracções subjacentes, actos de pirataria e roubo armado contra navios, tomada de reféns no mar, roubo de petróleo e gás, tráfico de pessoas, tráfico de migrantes, poluição dos mares e oceanos, pesca ilegal, não regulamentada e não declarada, descarga de resíduos tóxicos e perigosos;

2. Os Estados Partes deverão tomar medidas adequadas, individual e

colectivamente, para combater efectivamente o crime organizado, incluindo a criminalidade transnacional organizada e assegurar que os actores de tais crimes sejam efectivamente processados e negar as vantagens da natureza dos seus crimes.

Artigo 33.º

Partilha de Dados Marítimos

1. Os Estados Partes deverão criar uma plataforma de troca e partilha de experiência e de boas práticas sobre protecção e segurança marítimas;

2. Os Estados Partes deverão empreender todos os esforços para criar um sistema

de partilha de dados que integra as estruturas nacionais, regionais e continentais para reforçar a consciência em relação ao domínio marítimo com vista a:

a) prevenir a prática de actos ilegais no mar;

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b) prender e deter indíviduos que preparam ou cometem quaisquer actos ilegais no mar;

c) apreender e confiscar navios e equipamentos utilizados na realização de

quaisqueres actos ilícitos no mar.

Artigo 34.º Cooperação na Partilha de Informações

Os Estados Partes deverão incentivar a cooperação na partilha de informações entre os seus serviços nacionais, regionais, agências continentais e órgãos especializados internacionais apropriados para a eficácia da luta contra os actos ilegais no mar.

Artigo 35.º Estratégias de Sensibilização Marítima

Os Estados Partes deverão adoptar estratégias de sensibilização sobre o domínio marítimo adequadas, adaptadas a situações de protecção e segurança nacionais, regionais e internacionais, com vista a aumentar o grau de sensibilização sobre os mares e oceanos.

Artigo 36.º

Cooperação Científica e Académica

Cada Estado Parte compromete-se a incentivar:

1. o reforço da cooperação entre as suas universidades e seus institutos de formação e de investigação nos domínios ligados ao mar e oceano, incluindo os da Universidade Pan-africana;

2. a realização de campanhas de investigação científica marinha para fins de

desenvolvimento; 3. o apoio às iniciativas através da formação de instituições em matéria de

capacitação na área de protecção e segurança marítimas.

Artigo 37.º Quadro Continental de Cooperação

Os Estados Partes deverão criar um quadro para a estreita cooperação nos domínios da protecção e da segurança marítimas com os quadros intersectoriais, Comunidades Económicas Regionais e outros organismos relevantes.

Artigo 38.º

Estruturas Regionais de Cooperação

Os Estados Partes deverão criar, onde ainda não existam, estruturas regionais de cooperação de luta contra crimes no mar.

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Artigo 39.º Quadro Nacional de Coordenação

1. Cada Estado Parte deverá preparar quadros legais nacionais para coordenar as

suas intervenções legais no mar;

2. Cada Estado Parte deverá esforçar-se por incorporar os quadros de cooperação nos seus enquadramentos jurídicos para combater efectivamente os actos ilícitos cometidos no mar;

3. Cada Estado Parte deverá promover, fortalecer e a manter os centros de

coordenação da busca marítima e os sub-centros de busca marítima para a eficiência organização da investigação marítima e serviços de busca.

Artigo 40.º

Cooperação Judiciária e Juridica

1. Os Estados Partes acordam mutuamente a cooperação judiciaria e juridica, da forma maisampla, com base na presente Carta;

2. Os Estados Partes deverão cooperar com base nos acordos bilaterais ou

multilaterais ou na ausência de um acordo de cooperação, com base na sua legislação nacional;

3. Apesar das diferenças nos ordenamentos jurídicos de cada Estado Parte, as

legislações nacionais deve garantir mecanismos conjuntos de investigações, assegurar procedimentos de troca de informações, pedidos judiciais, extradição e transferência de detidos e outros quadros conexos.

CAPÍTULO VI: MONITORIZAÇÃO E CONTROLO

Artigo 41.º

Comité dos Estados Partes

1. Por este meio, é criado um Comité de Estados Partes, composto por quinze (15) membros, para monitorizar a implementação da presente Carta e recomendar acções de acompanhamento;

2. O Comité deverá ser constituído pelos Ministros responsáveis pelas questões

marítimas ou outros Ministros ou Autoridades que forem designados pelos Governos dos Estados Partes;

3. Os membros do Comité serão eleitos a cada três anos, de entre as cinco regiões

do continente, com base na distribuição rotativa, do género e geográfica, em conformidade com os procedimentos e prátics da UA;

4. Cada Estado Parte deverá adoptar o regulamento interno do Comité.

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Artigo 42.º Procedimentos de apresentação de Relatórios

Cada Estado Parte à presente Carta deverá apresentar ao Comité um relatório sobre as medidas adoptadas para dar cumprimento às disposições da presente Carta:

1) no prazo de dois anos após a entrada em vigor da Carta para o Estado

Parte em causa; e

2) posteriormente, de cinco em cinco anos.

Artigo 43.º Relatórios do Comité

O Comité dos Estado Parte devem apresentar, em cada dois anos, à Conferência da União, um relatório sobre os progressos realizados na implementação da Carta.

Artigo 44.º

Secretariado do Comité

A Comissão deverá prestar serviço como Secretariado do Comité dos Estados Partes.

Artigo 45.º Resolução de Litígios

1. Qualquer litígio ou diferenndo que surja entre cada Estado Parte no que diz

respeito à interpretação, aplicação e implementação da presente Carta deverá ser resolvido por mútuo acordo entre os Estados interessados, incluindo através de negociações, mediação, conciliação ou outros meios pacíficos;

2. Em caso de fracasso das partes em litígio para resolver a disputa ou diferença, de

acordo com o número 1 do Artigo 45.º, as Partes em litígio poderão, por acordo mútuo, submeter o litígio:

a) Ao Tribunal Africano de Justiça e Direitos Humanos e dos Povos, quando

aplicável; ou

b) À um painel de arbitragem de três (3) árbitros, cuja nomeação deverá ser a seguinte:

i) dois (2) árbitros nomeados por cada uma das partes em diferendo; e

ii) um terceiro árbitro que será o Presidente do Painel e será nomeado

pelo Presidente da Comissão da União Africana. 3. A decisão do Painel de Árbitros será definitiva e vinculativa.

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Artigo 46.º

Anexos, Directrizes e Modalidades

1. Os Estados Membros devem, se for necessário, adoptar os anexos, com vista a complementar a presente Carta. Os referidos anexos serão parte integrante da presente Carta, e terão o mesmo valor juridico.

1. Um Estado Parte que aderir à presente Carta antes da adopção dos Anexos

reserva-se ao direito de aderir neles posteriorments.

2. Em caso de um Estado Membro aderir à presente Carta depois da adopção dos Anexos, deve declarar a sua intenção de estar ligado a um ou na totalidade dos Anexos.

3. Os Estados Membros devem adoptar também as linhas orientadoras e as modalidades visando guiar os Estados Partes na aplicação das obrigações resultantes da presente Carta.

CAPÍTULO VII: DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 47.º

Vulgarização da Carta

Os Estados Partes deverá tomar todas as medidas adequadas para garantir a maior difusão possível da presente Carta.

Artigo 48.º Cláusula de Salvaguarda

1. Nenhuma disposição da presente Carta deverá ser interpretada como

constituindo excepção aos princípios e valores contidos noutros relevantes instrumentos para a promoção da Protecção e Segurança Marítimas e Desenvolvimento em África;

2. Nenhuma disposição da presente Carta deverá ser interpretada no sentido de

impedir que uma Parte tome qualquer medida, compatível com as disposições da Carta das Nações Unidas ou qualquer outro instrumento internacional e que se limita às exigências da situação, uma vez que considera necessárias para a sua segurança externa ou interna.

Artigo 49.º

Assinatura, Ratificação e Adesão

1. A presente Carta deverá estar aberta aos Estados-membros da União para assinatura, ratificação ou adesão;

2. O instrumento de ratificação ou adesão à presente Carta será depositado junto do

Presidente da Comissão, que deverá notificar os Estados-membros da União do depósito dos instrumentos de ratificação ou adesão.

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Artigo 50.º Entrada em Vigor

1. A presente Carta deverá entrar em vigor trinta (30) dias após o depósito do

décimo quinto (15.º) instrumento de ratificação;

2. O Presidente da Comissão deverá notificar todos os Estados-membros da entrada em vigor da presente Carta;

3. Para qualquer Estado-membro que adira à presente Carta, esta entrará em vigor

em relação a esse Estado, na data do depósito do seu instrumento de adesão.

Artigo 51.º Reservas

1. Um Estado Parte pode, no momento da ratificação ou adesão à presente Carta,

apresentar, por escrito, uma reserva em relação a qualquer das disposições da presente Carta. A reserva não é incompatível com o objecto e a finalidade da presente Carta;

2. Salvo disposição em contrário, a reserva pode ser retirada a qualquer momento; 3. A retirada de uma reserva deverá ser apresentada por escrito ao Presidente da

Comissão, que deverá notificar os outrda retirada em conformidade.

Artigo 52.º Depositário

A presente Carta será depositada junto do Presidente da Comissão, que deverá enviar ao Governo de cada Estado signatário uma cópia autenticada da Carta.

Artigo 53.º

Registo

O Presidente da Comissão, aquando da entrada em vigor da presente Carta, deverá registá-la junto do Secretário Geral das Nações Unidas, em conformidade com o Artigo 102.º da Carta das Nações Unidas.

Artigo 54.º Retirada

1. A qualquer momento após três anos a partir da data de entrada em vigor da

presente Carta, qualquer Estado Parte poderá retirar-se mediante notificação por escrito ao Depositário;

2. A retirada terá efeito um (1) ano após a recepção da notificação pelo Depositário,

ou numa data posterior que possa ser especificada na notificação; 3. A retirada em nada afecta as obrigações do Estado Parte em causa antes da

retirada.

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Artigo 55.º Emendas e Revisão

1. Qualquer Estado Parte pode submeter propostas de emendas ou revisão da

presente Carta. Tais propostas devem ser adoptadas pela Conferência;

2. As propostas de emenda ou revisão da presente Carta devem ser submetidas ao Presidente da Comissão por escrito, que deverá transmitir as referidas propostas à Conferência pelo menos seis (6) meses antes da reunião na qual deverão ser apreciadas para adopção;

3. As emendas ou revisões deverão ser adoptadas pela Conferência por consenso

ou, na sua falta, por uma maioria de dois terços da Conferência; 4. As emendas ou revisão deverão entrar em vigor trinta (30) dias após a recepção

do décimo quinto (15.º) instrumento de ratificação pelo Presidente da Comissão da União Africana.

Artigo 56.º

Textos Autênticos

A presente Carta é redigida em quatro (4) textos originais, em Árabe, Inglês, Francês e Português, sendo todos os quatro (4) textos igualmente autênticos.

POR SER VERDADE, os abaixo assinados, devidamente autorizados para o efeito, assinaram a presente Carta. ADOPTADA PELA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA CONFERÊNCIA, REALIZADA EM 15 OUTUBRO 2016, EM LOME, TOGO

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EX.CL/1013(XXX)

Anexo 2

PROJECTO DE ESTATUTOS DO MECANISMO DA UNIÃO AFRICANA PARA A COOPERAÇÃO POLICIAL (AFRIPOL)

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1

PREÂMBULO

Nós, os Estados- membros da União Africana,

EVOCANDO os objectivos e princípios consagrados no Acto Constitutivo da União Africana;

INSPIRADA pela necessidade de operacionalizar integralmente a arquitectura de paz e segurança Africana prevista no Protocolo sobre a Criação do Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana;

EVOCANDO a Declaração Solene sobre a Política Africana Comum de Defesa e Segurança (PACDS) baseada na percepção comum africana daquilo que os Estados Africanos devem fazer colectivamente;

ORIENTADA pelos vários instrumentos sobre a luta contra a criminalidade transnacional organizada e o terrorismo adoptados pelos Estados-membros da UA;

EVOCANDO a Declaração de Argel de 11 de Fevereiro de 2014, adoptada pelos Chefes de Polícia de África em Argel, Argélia, relacionada com a criação do Mecanismo da União Africana para a Cooperação Policial;

EVOCANDO AINDA a Decisão EX.CL/Dec.820 (XXV) na qual o Conselho Executivo, na sua 25ª Sessão Ordinária realizada em Malabo, Guiné Equatorial, de 20 a 24 de Junho de 2014, endossando a declaração de Argelia sobre a criação do Mecanismo da União Africana para a Cooperação Policial;

PREOCUPADA com a crescente gravidade da criminalidade em várias sub-regiões de África, , especialmente os relacionados com as tecnologias de informação e comunicação, transferências ilícitas de capitais bem como o tráfico ilícito de recursos naturais e o contrabando;

CIENTE da crescente sofisticação com que os grupos criminosos organizados, incluindo grupos terroristas, traficantes de drogas, traficantes de armas, traficantes de seres humanos, raptos com pedido de resgate, proliferação ilícita de armas e branqueamento de capitais, estão a tornar-se intimamente entrelaçados;

CONVENCIDA da necessidade de promover a coordenação da polícia africana a nível estratégico, operacional e táctico através da avaliação das ameaças, análise de informações criminais, planificação e implementação de acções;

CONVENCIDA IGUALMENTE da importância da cooperação policial através do intercâmbio de dados e informações entre os Estados-membros;

CONVENCIDOS AINDA de que uma resposta efectiva às várias formas de criminalidade no continente africano exige a harmonização de métodos policiais, a troca e a extensão das melhores práticas em termos de formação, prevenção, técnicas e conhecimentos de investigação bem como o reforço das capacidades policiais africanas;

RECONHECENDO que a necessidade de uma maior cooperação entre as agências de segurança e inteligência é mais do que nunca importante;

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2

EVOCANDO o compromisso dos Estados-membros da União Africana e a sua determinação de promover os direitos humanos, a boa governação, o estado de direito e de trabalhar em conjunto para garantir a paz, a protecção, a segurança e a estabilidade no continente africano;

RECONHECENDO que esse objectivo exige uma maior coordenação e cooperação, especialmente com a Interpol e outras relevantes organizações;

RECONHECENDO os progressos alcançados até agora, que devem ser consolidados num quadro estratégico africano abrangente de prevenção e combate à criminalidade;

DETERMINADA a criar um Mecanismo da União Africana para a Cooperação Policial;

CONCORDA COM O SEGUINTE:

Artigo 1.º Definições

Nos presentes Estatutos, salvo indicação em contrário:

“AFRIPOL” significa o Mecanismo da União Africana para a Cooperação Policial;

“Conferência” significa a Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana;

“CAPCCO” significa o Comité dos Chefes da Polícia da África Central ou a sua organização sucessora;

“Comissão” significa a Comissão da União Africana;

“Acto Constitutivo” significa o Acto Constitutivo da União Africana;

“EAPCCO” significa a Organização de Cooperação dos Chefes da Polícia da África Oriental ou a sua organização sucessora;

“Conselho Executivo” significa o Conselho de Ministros da União Africana;

“Assembleia Geral da AFRIPOL” significa a Conferência dos Chefes da Polícia dos Estados-membros da União Africana;

“INTERPOL” significa a Organização Internacional da Polícia Criminal;

“Estados-membros” significa os Estados-membros da União Africana;

“NARC” significa a Capacidade Regional da África do Norte;

“Grupo de Apoio Estratégico da Polícia” significa a unidade designada como tal e estabelecido na Divisão de Apoio às Operação de Paz do Departamento de Paz e Segurança da UA;

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3

“Órgãos Deliberativos” significa os Órgãos Deliberativos da União Africana, conforme definido no Acto Constitutivo;

“RPCO” significa as Organizações Regionais dos Chefes da Polícia e inclui a CAPCCO, a EAPCCO, a SARPCCO, a WAPCCO e quaisquer outras Organizações Regionais de Cooperação dos Chefes de Polícia que possam ser estabelecidas;

“SARPCCO” significa a Organização de Cooperação Regional dos Chefes da Polícia da África Austral ou a sua organização sucessora;

“Estatutos” significam os presentes Estatutos que estabelecem o AFRIPOL;

“Comité de Direcção” significa o Órgão Executivo do AFRIPOL;

“CTEDPS” significa o Comité Técnico Especializado em Matéria de Defesa, Protecção e Segurança;

“União” ou “UA” significa a União Africana criada pelo Acto Constitutivo;

“WAPCCO” significa o Comité de Chefes da Polícia da África Ocidental ou a sua organização sucessora.

Artigo 2.º Criação e Capacidade Jurídica da AFIPOL

1. Pelo presente é criado o AFRIPOL como um mecanismo technico de cooperação policial para os Estados-membros da União Africana;

2. O AFRIPOL deriva a sua personalidade Jurídica através da Uniao Africana e deverá:

(a) celebrar acordos de acordo com as Regras e Regulamentos aplicáveis na União;

(b) adquirir e alienar bens móveis e imóveis de acordo com tais regras; e (c) instaurar processos judiciais.

Artigo 3.º

Objectivos

Os objectivos do AFRIPOL são os seguintes:

(a) estabelecer um quadro de cooperação policial a nível estratégico, operacional e táctico entre as instituições policiais dos Estados-membros;

(b) facilitar a prevenção, detecção e investigação da criminalidade transnacional organizada, em coordenação e colaboração com instituições policiais nacionais, regionais e internacionais;

(c) desenvolver as capacidades policiais dos Estados-membros, através da criação de centros de excelência africanos, por meio de programas de formação policial específicos adaptados às realidades do contexto africano;

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(d) preparar uma estratégia africana harmonizada para combater a criminalidade transnacional organizada, o terrorismo e a criminalidade cibernética, no âmbito da implementação das relevantes políticas da União Africana.

(e) reforçar a coordenação com estruturas semelhantes na prevenção e combate à criminalidade transnacional organizada;

(f) reforçar a assistência técnica mútua na formação, troca de experiências, especialistas e boas práticas entre as instituições policiais;

(g) melhorar a coordenação entre as forças policiais destacadas no contexto de operações de apoio à paz e trabalhar com o Grupo Policial de Apoio Estratégico nos elementos de planificação, mobilização, implementação, gestão e liquidação, e se for caso disso, outras componentes de aplicação da lei, no elemento polícial em operações de apoio à paz lideradas pela UA.

Artigo 4.º Funções

No exercício do seu mandato, AFRIPOL deve exercer as particularmente as seguintesfunções:Sem prejuízo à generalidade do acima exposto, o AFRIPOL compromete-se, em particular, a realizar as seguintes funções:

(a) ajuxiliar as instituições policiais dos Estados-membros na criação de um quadro de cooperação para as instituições policiais a nível nacional, regional, continental e internacional;

(b) auxiliar as instituições policiais dos Estados-membros a melhorar a sua eficiência e eficácia através do aprimoramento das suas capacidades organizacionais, técnicas, estratégicas, tácticas e operacionais;

(c) facilitar, se for caso disso, e em conformidade com as leis nacionais e internacionais aplicáveis, a assistência jurídica mútua ou acordos de extradição entre os Estados-membros;

(d) facilitar o intercâmbio ou partilha de dados ou informações para prevenir e combater a criminalidade transnacional organizada, o terrorismo e a criminalidade cibertetica;

(e) prevenir, detectar e investigar a criminalidade transnacional organizada, em cooperação e colaboração com as agências policiais e organismos de aplicação da lei nacionais, regionais e internacionais;

(f) auxiliar os Estados-membros no desenvolvimento ou melhoria das boas práticas de governação e gestão das instituições policiais e do respeito pelos direitos humanos e dos povos;

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5

(g) auxiliar os Estados-membros no desenvolvimento e melhoria do policiamento com base na comunidade para incentivar a participação dos cidadãos na prevenção e combate à criminalidade;

(h) permitir a planificação e coordenação de patrulhas e operações conjuntas;

(i) apoiar os Estados-membros no desenvolvimento de uma visão e estratégias continentais para a coordenação e colaboração entre as instituições policiais;

(j) auxiliar os Estados-membros no desenvolvimento de posições comuns africanas sobre matérias policiais;

(k) realizar estudos sobre as tendências da criminalidade transnacional organizada e desenvolver instrumentos continentais para a prevenção da criminalidade;

(l) desenvolver estratégias, sistemas, bases de dados de comunicação adequados para o cumprimento das funções acima descritas;

(m) agir como uma interface com o Grupo Policial de Apoio Estratégico, nas áreas de planificação, mobilização e, se for caso disso, de implantação de agentes de aplicação da lei e agentes policiais nas operações de apoio à paz conduzidas pela União Africana; e

(n) levar a cabo quaisquer outras funções atribuídas pelos Órgãos Deliberativos da UA.

Artigo 5.º Princípios

O AFRIPOL deverá unciona de acordo com os seguintes princípios:

(a) não-interferência de qualquer Estado-membro nos assuntos internos de outro, respeito da soberania e das leis nacionais dos Estados-membros;

(b) respeito pelos princípios democráticos, direitos humanos, estado de direito e boa governação, em conformidade com o Acto Constitutivo, Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, Declaração Universal dos Direitos Humanos e outros relevantes instrumentos;

(c) respeito pela ética policial, princípios da neutralidade, integridade e da presunção de inocência;

(d) respeito e reconhecimento da apropriação africana do AFRIPOL.

Artigo 6.º Comité Técnico Especializado de Defesa, Segurança e Protecção

O CTEDPS deverá ser responsável por prestar liderança e orientações políticas sobre questões ligadas à polícia em África.

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Artigo 7.º Estrutura do AFRIPOL

O AFRIPOL será constituído da seguinte forma:

(a) Assembleia Geral; (b) Comité de Direcção; (c) Secretariado; e (d) Escritórios Nacionais de Ligação.

Artigo 8.º Assembleia Geral

1. A Assembleia Geral será o Órgão deliberativo Técnico Supremo do AFRIPOL, com a responsabilidade de prestar orientações de liderança sobre cooperação polícial em África.

2. A Assembleia Geral é composta pelos Cefes da Polícia dos Estados-membros.

3. Compete à Assembleia Geral

(a) delinear as políticas e definir as directivas e prioridades estratégicas do AFRIPOL;

(b) garantir a supervisão da implementação das Políticas, Directivas e prioridades estratégicas do AFRIPOL após a sua adopção pelos órgãos deliberativos da UA;

(c) analisar o projecto de orçamento e a proposta de estrutura do AFRIPOL e submetê-los aos pertinentes órgãos deliberativos da UA, em conformidade com o Regulamento Financeiro da UA;

(d) garantir e seguir a implementação dos Estatutos;

(e) nomear e concluir a nomeação do Director Executivo do AFRIPOL;

(f) recomendar emendas aos Estatutos, através dos relevantes procedimentos da UA;

(g) adoptar o seu Regulamento Interno, sujeito à aprovação do CTEDPS;

(h) apreciar e aprovar o Regulamento Interno do Comité de Direcção e rever a sua composição e funções;

(i) submeter um relatório anual sobre o seu trabalho aos relevantes órgãos deliberativos da UA através do CTEDPS;

(j) eleger, na base da rotatividade, os membros da Mesa que deverão prestar serviço por um mandato não-renovavel de dois (2) anos e será constituída por cinco (5) membros, em representação das cinco (5) regiões, conforme determinado pela UA.

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(k) A Mesa deve ser composta da seguinte forma:

(i) Presidente; (ii) Três (3) Vice-Presidentes; e

(iii) Um (1) Relator.

(l) decidir sobre o local das suas reuniões; e

(m) realizar quaisquer funções que lhe forem atribuídas pelos órgãos deliberativos da União Africana a fim de garantir a implementação dos presentes Estatutos e outros instrumentos ou políticas relevantes.

Artigo 9.º Comité de Direcção

1. O Comité de Direcção do AFRIPOL tem a seguinte composição:

(a) cinco (5) membros da Mesa da Assembleia Geral; (b) Comissário da União Africana para a Paz e Segurança; (c) Chefes das RPCO; e (d) Director Executivo do AFRIPOL.

2. O Comité de Direcção é presidido pelo Presidente em Exercício da Assembleia Geral;

3. As funções, a periodicidade das reuniões e os procedimentos do Comité de Direcção estão definidos no seu Regulamento Interno.

Artigo 10.º Secretariado

1. Pelo presente, é estabelecido um Secretariado do AFRIPOL.

2. O Director é o Chefe Executivo da AFRIPOL, que será auxiliado por um quadro de pessoal conforme a necessidade e adequado.

3. O pessoal do Secretariado será recrutado e deverá assumir os postos de acordo com o Regulamento do Pessoal da União Africana;

4. A estrutura do Secretariado será determinada de acordo com o Regulamento Interno vigente na União Africana.

5. O Director será nomeado pela Assembleia Geral mediante recomendação do Comité de Direcção. As modalidades de nomeação do Director Executivo do AFRIPOL e outras questões processuais, serão previstas no Regulamento Interno da Assembleia Geral.

6. O Director Executivo deverá trabalhar em estreita colaboração e apresentar relatórios regulares à Comissão da União Africana através do Departamento de Paz e Segurança.

7. O Secretariado deverá:

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(a) garantir a administração eficiente do AFRIPOL;

(b) Convocar e prestar serviço às reuniões da Assembléia Geral, do Comitê Diretivo ou outras reuniões da AFRIPOL;

(c) manter contactos com as autoridades nacionais e internacionais de aplicação da lei;

(d) implementar as decisões da Assembleia Geral e do Comité de Direcção;

(e) elaborar o projecto de programa de trabalho anual para apreciação e aprovação da Assembleia Geral e posteriormente pelo CTEDPS;

(f) elaborar, distribuir e arquivar as actas das reuniões e todos os demais registos do AFRIPOL;

(g) submeter relatórios financeiros e de actividades anuais à Assembleia Geral sobre as actividades do AFRIPOL; e

(h) realizar quaisquer outras funções que lhe forem atribuídas pela Assembleia Geral ou outros relevantes órgãos da União Africana.

Artigo 11.º Escritórios Nacionais de Ligação

Cada Estado-membro, de acordo com a sua legislação nacional, deverá estabelecer um Escritório Nacional de Ligação do AFRIPOL, para o funcionamento regular das actividades do AFRIPOL.

Artigo 12.º Comparência e Participação

1. Nos termos do Artigo 10.º, os Chefes da Polícia devem comparecer e participar pessoalmente nas sessões do AFRIPOL. No caso em que não estejam em condições de comparecer pessoalmente, devem ser representados por representantes devidamente credenciados.

2. Os representantes dos órgãos da União ou quaisquer outras relevantes instituições da UA podem ser convidados a participar nas sessões do AFRIPOL.

3. O AFRIPOL pode convidar, na qualidade de observadores, quaisquer indivíduos ou instituição a participar nas suas sessões. Esses observadores, poderão ser convidados a fazer intervenções por escrito ou orais, mas não teráo direito à voto.

Artigo 13.º Local

1. As Sessões do AFRIPOL serão realizadas na Sede do AFRIPOL, a menos que o Pais Afritrião se ofereça a acolher qualquer sessão.

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2. No caso de uma sessão ser realizada fora da Sede do AFRIPOL, o Estado-membro de Acolhimento será responsável por todas as despesas adicionais incorridas pelo AFRIPOL como resultado da realização da sessão fora da Sede.

Artigo 14.º Quórum

O quórum das sessões da Assembleia Geral será por maioria de dois terços e do Comité de Direcção do AFRIPOL por maioria simples.

Artigo 15.º Sessões Ordinárias

1. O AFRIPOL reúne-se em sessão ordinária uma vez por ano e adopta a sua agenda na abertura de cada sessão.

2. A agenda provisória de uma Sessão Ordinária será elaborada pelo Secretariado, em consulta com o Comité de Direcção, e pode incluir pontos propostos pelos Estados-membros.

3. O Secretariado deverá distribuir a Agenda, bem como os documentos de trabalho aos Estados-membros, pelo menos trinta (30) dias antes da abertura da sessão.

Artigo 16.º Sessões Extraordinárias

1. O AFRIPOL poderá reunir-se em sessão extraordinária, sujeito à disponibilidade de fundos, a pedido:

(a) da Assembleia Geral; (b) dos órgãos deliberativos da União; ou (c) de qualquer Estado-membro, mediante aprovação por maioria simples

dos Estados-membros.

2. A Agenda de uma sessão extraordinária deverá ser composta apenas pelos ponto (s) apresentados para apreciação no pedido de convocação da referida sessão da AFRIPOL.

3. O Secretariado deverá distribuir a Agenda Provisória, bem como os documentos de trabalho de uma sessão extraordinária aos Estados-membros, pelo menos quinze (15) dias antes da abertura da sessão.

Artigo 17 Maioria Exigida para a Tomada de Decisões

A Assembleia Geral da AFRIPOL deverá tomar as suas decisões por consenso, na falta da qual, por maioria de dois terços dos Estados-membros presentes e com direito à votar;

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Artigo 18.º Bandeira, Hino e Logótipo

1. A bandeira e o hino da AFRIPOL deverão ser os da União Africana.

2. O AFRIPOL poderá adoptar o seu próprio logótipo.

Artigo 19.º Cooperação com os Estados-membros, Órgãos e Instituições da União

Africana

O AFRIPOL deverá estabelecer cooperação com os Estados-membros, órgãos ou instituições da União sobre qualquer matéria relacionada com os seus objectivos e funções.

Artigo 20.º Relações com a INTERPOL e outras Organizações

1. No cumprimento do seu mandato, o AFRIPOL deverá cooperar e trabalhar, em estreita cooperação com a INTERPOL e qualquer relevante organização.

2. O AFRIPOL poderá estabelecer relações e colaborar com organizações intergovernamentais e internacionais similares que reforçarão as suas capacidades para cumprir o seu mandato, conforme aprovado pela Assembleia Geral.

Artigo 21.º Orçamento e Recursos

1. O orçamento do AFRIPOL deverá ser parte integrante do orçamento ordinário da União.

2. Para atingir os seus objectivos, o AFRIPOL deverá ter o seu próprio orçamento operacional e de programas.

3. O AFRIPOL poderá mobilizar recursos de fontes extra-orçamentais de acordo com o Regulamento Financeiro da UA.

4. O AFRIPOL poderá receber doações e contribuições voluntárias, sujeitas à aprovação da Assembleia Geral.

5. O orçamento do AFRIPOL é submetido aos órgãos deliberativos da União, para aprovação, de acordo com as disposições pertinentes do Regulamento Financeiro da UA.

Artigo 22.º Termos e Condições de Serviço do Pessoal

Os termos e condições de serviço do pessoal do Secretariado do AFRIPOL regem-se pelo Regulamento do Pessoal da União Africana.

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Artigo 23.º Composição

O AFRIPOL será composto pelas instituições policiais dos Estados-membros da União Africana.

Artigo 24.º Sede do AFRIPOL

1. A Sede do AFRIPOL será em Argel, República Popular Democrática da Argélia.

2. Deverá ser celebrado um Acordo de Sede entre o Governo do País Anfitrião e a União Africana, após a adopção dos presentes Estatutos pela Conferência.

Artigo 25.º Línguas

As línguas oficiais e de trabalho do AFRIPOL serão as da União.

Artigo 26.º Privilégios e imunidades

O AFRIPOL e o seu pessoal gozarão dos privilégios e imunidades previstos na Convenção Geral dos Privilégios e Imunidades da Organização de Unidade Africana, da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e do Acordo de Sede que deverá ser celebrado entre a UA e o Governo do País Anfitrião.

Artigo 27.º Disposições Transitórias

Após a adopção dos presentes Estatutos pela Conferência da União, o Presidente da Comissão deverá:

(a) em consulta com o país anfitrião, tomar as medidas necessárias pa ra estabelecer um Secretariado Provisório; e

(b) , nomear o pessoal necessário a fim de facilitar o estabelecimento rápido do AFRIPOL, em conformidade com os presentes Estatutos e sujecto a aprovação dos órgãos deliberativos da União.

Artigo 28.º Emenda

1. Os presentes Estatutos podem ser emendados pela Conferência da União, mediante recomendação:

(a) do Conselho Executivo, após parecer da Assembleia Geral; ou

(b) do CTEDPS, após parecer da Assembleia Geral.

2. Qualquer emenda aos Estatutos entra em vigor após sua aprovação pela

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Conferencia da União.

Artigo 29.º Entrada em Vigor

1. Os presentes Estatutos entram em vigor após a sua adopção pela Conferência da União.

2. Os presentes Estatutos, cujos textos em Árabe, Inglês, Francês e Português, são igualmente autênticos, deveram ser enviados ao Director Executivo e a todos os Estados-membros.

Adoptado pela ……Sessão Ordinária da Conferência, realizada ………