conjuntura econômica e perspectivas 2020-2022 · 2019-12-12 · pib do terceiro trimestre revisado...
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Desemprego ficou em 3,6% em outubro, pouco acima dos 3,5% de
setembro, menor patamar em 50 anos
PIB do terceiro trimestre revisado para
2,1%,mas segue expectativa de desaceleração, para 1,5% em 2020
Após três quedas de juros, FED sinalizou manutenção no atual
patamar
Segue indefinição sobre o Brexit
Dados correntes de atividade
econômica mostram desaceleração mais forte, PIB do terceiro trimestre
mostrou expansão de 0,2%; para 2020 expectativa é de alta de 1,0%
Política monetária deve continuar estimulativa, com taxas até negativas
Economia chinesa segue em processo de redução gradual do seu crescimento,
num contexto de maior consumo doméstico; 3º tri cresceu 6,0%, pior dado
desde o início da série histórica em 1992; para 2020 expectativa é alta de 5,6%
Guerra comercial segue como fator de
risco relevante
Economia Internacional
Economia Internacional
• PIB global mostra alguma desaceleração, que deve durar, ao
menos, até o próximo ano
• Intensificação da Guerra comercial pode reduzir o PIB global para
uma expansão levemente abaixo de 3.0%Fonte: FMI (Projeções 4E)
• Governo segue se fazendo por meio de conflitos e última consequência é a saída de Bolsonaro do PSL; se base de apoio era pequena ficará ainda menor
• Apesar de todos os problemas de governabilidade, foi aprovada a reforma da previdência, com impacto de R$ 800 bi em 10 anos; PEC paralela, com inclusão de Estados e Municípios tem avançado, mas as custas de nova desidratação do projeto original
• Protagonismo de outros poderes, sobretudo do Legislativo na figura de Rodrigo Maia, tem sido fundamentais para o andamento das reformas
Cenário Político
• Reforma Tributária deixou de ser a próxima prioridade, governo vai priorizar as PECs do Plano mais Brasil, que tem objetivo de reduzir gastos obrigatórios, revisar fundos públicos e alterar as regras do Pacto Federativo
• Avanços, contudo, ficam para 2020, Bolsonaro quer que Paulo Guedes vá mais devagar com próximas reformas; há risco de manifestações contrárias
• Popularidade do governo e de Bolsonaro caíram ao longo dos primeiros cinco meses, oscilando dentro da margem de erro desde então
Cenário Político
Fonte: XP/Ipespe
• Sistema hoje:- Alta complexidade nas regras e alíquotas (só ICMS tem 27 legislações)- Contencioso elevado- Alto grau de regressividade que potencializa a desigualdade de
renda- Guerra fiscal gerada por incentivos fiscais estaduais e municipais- Tributação elevada de lucros e salários- Estrutura que foge ao padrão do sistema tributário de países
desenvolvidos- Estrutura gera má alocação de recursos produtivos com maiores
custos logísticos
• Propostas:- As discussões mais avançadas são as propostas da Câmara dos
Deputados e do Senado- A proposta do governo ainda não foi formalmente apresentada- A maior parte das propostas tem como ponto central a
implementação de um IVA (Imposto sobre Valor Agregado)- As propostas discutem também a autonomia dos entes, mas de forma
distintas- Nenhuma das propostas tem como meta alterar a carga tributária, ao
menos a curto prazo, mas tem efeitos setoriais importantes
Reforma Tributária
• A proposta que está mais madura e melhor estruturada é a PEC da Câmara dos
Deputados, mas convergência de 50 anos tem sido crítica recorrente a
proposta, ainda que convergência lenta reduza custo político para aprovação
• Proposta do Senado tem convergência mais rápida, mas ao incluir muitas
excepcionalidades, pode deixar sistema tributário ainda muito confuso
• Devemos caminhar para uma consolidação das duas propostas, governo quer começar com um IVA dual
• Governo gostaria ainda de desonerar folha de salários (“menina dos olhos” de
Paulo Guedes) de 20% para 13% ou até para zero, com a possibilidade de
criação de um Imposto sobre Transações Financeiras (ITF), muito parecido com
a antiga CPMF, mas que acabou derrubando o secretário especial Marcos
Cintra
Reforma Tributária
• PIB do 3º tri cresceu 0,6%, puxada por consumo (0,8%) e investimentos (2,0%)
• 2019 deve crescer 1,3%, com retomada mais forte da atividade no último trimestre fundamentada na recuperação do consumo dada o crescimento do crédito, renda, emprego e, sobretudo, a liberação de R$ 40 bilhões do FGTS, que terá impacto ao redor de 0,3 ponto de porcentagem em 2019 e 2020;
• Efeito das reformas e o FGTS devem impactar positivamente a confiança, fazendo com que a economia passe a recuperar com mais força e levando o PIB dos próximos anos ao redor 3% ao ano
Fonte: IBGE e BC (Projeções 4E)
Atividade - PIB
Atividade - PIB
Fonte: IBGE (Projeções 4E)
• Para 2019, apesar da frustração dos primeiros meses, o mercado de trabalho
mais dinâmico, somado ao avanço no mercado de crédito e liberação de parte
do FGTS devem sustentar a alta para o consumo das famílias
• Para 2020, situação mais tranquila nas contas públicas deve levar a alta da
confiança, com impactos sobre investimentos e consumo das famílias
Anual (%) 2015 2016 2017 2018 2019 2020
PIB -3,5 -3,3 1,3 1,3 1,3 2,8
Agropecuária 3,3 -5,2 14,2 1,4 1,4 2,9
Indústria -5,8 -4,6 -0,5 0,5 0,7 2,8
Serviços -2,7 -2,2 0,8 1,5 1,4 2,7
Consumo das Famílias -3,2 -3,8 2,0 2,1 2,1 3,2
Consumo do Governo -1,4 0,2 -0,7 0,4 -0,4 0,8
FBCF -13,9 -12,1 -2,6 3,9 4,2 5,3
Exportações 6,8 0,9 4,9 4,0 -3,4 1,7
Importações -14,2 -10,3 6,7 8,3 1,8 1,4
•Dados de emprego vem oscilando, mas mostram quadro melhor que o PIB
•Na Pnad, taxa dessazonalizada parou de cair nos últimos 4 meses (11,8% em julho e
11,9% em out), em função de maior crescimento da força de trabalho (alta de 0,30%)
em relação a ocupação (0,19%)
• Ainda na Pnad, destaque recente ficou por conta da população ocupada com
carteira assinada, que cresceu em torno de 1,5% entre abril e junho, perdeu força de
julho a setembro, e voltou a apresentar alta de 1,0% em outubro
• Já o Caged (emprego formal) tem oscilado e vem apresentando melhores
resultados no 2º semestre, com média dessas de 51 mil vagas/mês criadas (julho a
outubro) contra 31 mil/mês no 1º semestre
• Neste ano devem ser geradas ao redor de 500 mil vagas formais, número acima do
resultado de 2018 (421 mil)
Emprego
Fonte: IBGE e MTE
Renda• Elevação da inflação nos primeiros meses do ano e aumento do emprego informal e conta própria reduziu avanços da renda real dos salários, mas quadro está revertendo com a queda da inflação e no ano alta da renda deve ser ao redor de 0,4%
• Para 2020, melhora da atividade deve levar a maior alta da renda, dada a criação de empregos de melhor qualidade
• Ainda assim, massa de salários, composição de emprego e renda, que é o que afeta consumo, seguiu crescendo de forma consistente, por conta da criação de empregos. No ano massa deve crescer 2,4%, com alta de 1,9% para a ocupação. Em 2019 massa deve crescer ao redor de 3%, com maior contribuição da renda
Fonte: IBGE (Projeções 4E)
• Famílias estão em condição favorável para assumir novas dívidas no atual ciclo de
expansão
• Saldo de crédito à pessoa física cresce em bom ritmo, alta de 10% no ano até outubro, refletindo melhores condições pela redução do endividamento das famílias
• Oferta de crédito deve melhorar ainda mais ao longo de 2020, com redução esperada
dos spreads; movimento que enfim começou nos últimos dois meses, com quedas de 0,5
p.p. em setembro e 0,4 p.p. em outubro
• Expansão do crédito deve ganhar força com a aprovação da reforma da previdência,
a esperada alta da confiança e baixa dos custos ao tomador
Crédito
Fonte: Banco Central (Projeções 4E)
• Primeiros meses do ano tiveram inflação pressionada, levando o IPCA em 12 meses a
acumular alta de 4,94% em abril
• A partir de maio a inflação foi mais baixa e acumulou apenas 0,50% nos últimos 6 meses, até outubro
• Este comportamento da inflação corrente juntamente com retirada da base da greve
dos caminhoneiros de 2018 permitiu uma desaceleração significativa da inflação
acumulada em 12 meses, para 2,54% em outubro. Para os últimos meses do ano a
pressão sobre os preços passa a ser altista (não há mais efeito de normalização de
preços pós greve de maio de 2018) e inflação deve convergir para 3,3%
• Para 2020, recuperação econômica e necessidade de recomposição de margem de
lucro na indústria em um contexto de juros baixos deve pressionar os preços
Inflação
Fonte: Banco Central e IBGE (Projeções 4E)
• BC está em novo processo de queda de juros e taxa Selic foi reduzida três vezes,
para 5,0%, por conta da fraca atividade econômica e inflação controlada, num
contexto em que a agenda de reformas está caminhando
• A taxa já estava em baixo patamar, em 6,5% desde março de 2018, entretanto
efeito da taxa no mercado de crédito tem sido limitada devido aos altos spreads
bancários
• Avaliamos que o impacto líquido da reforma da previdência é expansionista e
redução atual coloca em risco o cumprimento da meta de inflação de 2020
• Projetamos mais duas quedas na taxa Selic, para 4,5% ao final do ano e 4,25% ao
final do ciclo, voltando a subir a partir no último trimestre de 2020, dado
destravamento do mercado de crédito em situação de risco mais normal
Política Monetária
Fonte: Banco Central e IBGE (Projeções 4E)
4,9
2,5
2,1
4,2
2,4
7,3
6,9
2,6
2,6
0,2
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
jan-
11m
ai-1
1se
t-1
1ja
n-12
mai
-12
set-
12
jan-
13m
ai-1
3se
t-1
3ja
n-14
mai
-14
set-
14
jan-
15m
ai-1
5se
t-1
5ja
n-16
mai
-16
set-
16
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17m
ai-1
7se
t-1
7ja
n-18
mai
-18
set-
18
jan-
19m
ai-1
9se
t-1
9ja
n-20
mai
-20
set-
20
%
Juros Reais (ex-post)(% a.a.)
Projeções
• Crescimento da Arrecadação perde força
com saída de fatores atípicos que puxaram
os resultados de 2018
• Nas despesas, corte de despesas
discricionárias, sobretudo investimentos, tem
permitido cumprimento do teto
• Ainda que as metas de primário para 2019
e 2020 sejam facilmente exequíveis, as fontes
de preocupação da equipe econômica são
o cumprimento da Regra de Ouro e o
respeito ao teto dos gastos nos anos à frente
Política Fiscal
Fonte: Banco Central (Projeções 4E)
Taxa de Câmbio
Fonte: Banco Central (Projeções 4E)
• Ambiente externo conduziu a maior parte do movimento recente de depreciação do real, ainda que condições internas estejam em tendência de melhora
• Dólar tem se apreciado globalmente por força de movimento de aversão a risco, relacionado às perspectivas de materialização da guerra comercial entre EUA e China
• Expectativa é que um diálogo mais racional volte ao jogo em algum momento, devendo atenuar nervosismo dos mercados e retire a pressão excessiva que recai sobre o dólar