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Escrivão de Polícia Conhecimentos Gerais – Parte 2 Prof. Thiago Scott

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Escrivão de Polícia

Conhecimentos Gerais – Parte 2

Prof. Thiago Scott

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Conhecimentos Gerais

Professor Thiago Scott

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Edital 2017

CONHECIMENTOS GERAIS: Aspectos políticos, históricos, geográficos, culturais e econômicos do Estado do Rio Grande do Sul e do Brasil.

BANCA: FUNDATEC

CARGO: Escrivão de Polícia

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Conhecimentos Gerais

CONCEITOS INICIAIS: GLOBALIZAÇÃO, NEOLIBERALISMO, COMMODITIES E AGRONEGÓCIO

Globalização

Durante a Guerra Fria, havia um claro choque entre dois sistemas de valores econômicos, po-líticos, sociais e ideológicos. Nos anos 1960, a juventude questionou todos os valores, tanto os socialistas quanto os capitalistas. O discurso pela paz e contra a guerra, contra o racismo e contra a hipocrisia indicava um caminho novo. O próprio esgotamento do estado de bem--estar social, a recessão e o desemprego dos anos 1970 tiveram como resultados importantes a desmoralização da socialdemocracia e a reversão da política generosa de imigração nos países do Norte. A partir do colapso do Bloco Socialista no final dos anos 1980, iniciava-se a Nova Or-dem Mundial, que tem como uma de suas características o processo acelerado de integração mundial, impulsionado pela comunicação, transportes, mercado, cultura de massas, etc. Esse processo é chamado de globalização.

O termo "globalização" tem estado em uso crescente desde meados da década de 1980 e espe-cialmente a partir de meados da década de 1990. Em 2000, o Fundo Monetário Internacional (FMI) identificou quatro aspectos básicos da globalização: comércio e transações financeiras, movimentos de capital e de investimento, migração e movimento de pessoas e a disseminação de conhecimento. Além disso, os desafios ambientais, como a mudança climática, poluição do ar e excesso de pesca do oceano, estão ligados à globalização

No último século, o processo de globalização se acelerou bastante devido à Terceira Revolução Industrial (ou Revolução Técnico-Científico-Informacional). Ela promoveu a evolução das tec-nologias de transporte e comunicação, de modo que a distância e as fronteiras geográficas se tornam cada vez menores. Isso contribuiu diretamente para o aumento das trocas comerciais entre os países, sobretudo para a velocidade em que essas trocas acontecem.

A globalização afeta todos os setores da sociedade, principalmente comunicação, comércio in-ternacional e liberdade de movimentação, com diferente intensidade dependendo do nível de desenvolvimento e integração das nações ao redor do planeta.

A globalização das comunicações tem sua face mais visível na internet, a rede mundial de com-putadores, possível graças a acordos e protocolos entre diferentes entidades privadas da área de telecomunicações e governos no mundo. Isto permitiu um grande fluxo de troca de ideias e informações sem paralelos na história da humanidade. Se, antes, uma pessoa estava limitada à imprensa local, agora ela mesma pode se tornar parte da imprensa e observar as tendências do mundo inteiro, tendo apenas, como fator de limitação, a barreira linguística.

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Outra característica da globalização das comunicações é o aumento da universalização do acesso a meios de comunicação, graças ao barateamento dos aparelhos, principalmente celulares e os de infraestrutura para as operadoras, com aumento da cobertura e incremento geral da qualidade graças a inovação tecnológica. Hoje, uma inovação criada no Japão pode aparecer no mercado português ou brasileiro em poucos dias e virar sucesso de mercado. Um exemplo da universalização do acesso à informação pode ser o próprio Brasil, hoje com 42 milhões de telefones instalados, e um aumento ainda maior de número de telefones celulares em relação à década de 1980, ultrapassando a barreira de 100 milhões de aparelhos em 2002.

Neoliberalismo

NEOLIBERALISMO: HISTÓRIA

O termo neoliberalismo já era registrado em alguns escritos dos séculos XVIII e XIX, mas co-meçou a aparecer com mais força na literatura acadêmica no final dos anos 1980, como uma forma de classificar o que seria um ressurgimento do liberalismo como ideologia predominante na política e economia internacionais. A ideia é que durante um certo período de tempo, o libe-ralismo perdeu predominância para o keynesianismo, inspirado pelo trabalho de John Maynard Keynes, que defendeu a tese de que os gastos públicos devem impulsionar a economia, espe-cialmente em tempos de recessão. Keynes era favorável ao Estado de bem-estar social.

A partir dos anos 1970, o mundo passou a vivenciar um declínio do modelo do Estado de bem--estar social, o que deu espaço para que ideias liberais aos poucos voltassem a ter preferência na política. Uma das primeiras experiências consideradas neoliberais no mundo foi levada a cabo pelo Chile. Em 1975, o ditador chileno Augusto Pinochet entrou em contato com acadê-micos da Escola de Chicago, que recomendaram medidas pró-liberalização do mercado e dimi-nuição do Estado. Entre tais medidas estavam a drástica redução do gasto público, demissão em massa de servidores públicos e privatização de empresas estatais. As eleições de Margareth Thatcher no Reino Unido e de Ronald Reagan nos Estados Unidos no início dos anos 1980 tam-bém foram indicativos desse fenômeno. Ambos são considerados até hoje líderes neoliberais.

CONSENSO DE WASHINGTON E NEOLIBERALISMO

Mas o conjunto mais claro de ideias chamadas de neoliberais veio no ano de 1989, quando o economista John Williamson publicou um artigo apresentando um conjunto de regras econô-micas acordadas por economistas de grandes instituições financeiras. Essas regras, que fica-riam conhecidas como Consenso de Washington, seriam o mínimo denominador comum, os pontos com que todas as principais instituições financeiras do mundo concordavam. Nos anos seguintes, esse ideário neoliberal orientaria a elaboração das políticas econômicas recomen-dadas por grandes agências internacionais, e de fato foram implementadas em vários países em desenvolvimento a partir do início dos anos 1990 – inclusive no Brasil. O conjunto de regras neoliberais seria:

• Disciplina fiscal

• Redução dos gastos públicos

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• Reforma tributária

• Juros de mercado

• Câmbio de mercado

• Abertura comercial

• Investimento estrangeiro direto

• Privatização de empresas estatais

• Desregulamentação (flexibilização de leis econômicas e trabalhistas)

• Direito à propriedade intelectual

Enquanto a definição de “liberal” é ampla e abriga formas de pensamento bem diferentes entre si, a definição de neoliberal é mais específica. Trata-se de uma doutrina prática, voltada a ações econômicas concretas, já que poucos acadêmicos de fato se definem como neoliberais ou de-senvolvem uma filosofia política ou econômica neoliberal. Também não existem muitas tentati-vas de definição rigorosa do termo. Dessa forma, o artigo de Williamson e as políticas do FMI e do Banco Mundial são o que temos de mais concreto sobre o que compõe o ideário neoliberal.

Conceitos e dados agrícolas

O que é agronegócio?

O agronegócio, que atualmente recebe o nome de agrobusiness (agronegócios em inglês), cor-responde à junção de diversas atividades produtivas que estão diretamente ligadas à produção e subprodução de produtos derivados da agricultura e pecuária.

Quando se fala em agronegócio é comum associar somente a produção in natura, como grãos e leite, por exemplo, no entanto esse segmento produtivo é muito mais abrangente, pois existe um grande número de participantes nesse processo.

O agronegócio deve ser entendido como um processo, na produção agropecuária intensiva é utilizado uma série de tecnologias e biotecnologias para alcançar níveis elevados de produtivi-dade, para isso é necessário que alguém ou uma empresa forneça tais elementos.

Diante disso, podemos citar vários setores da economia que faz parte do agronegócio, como bancos que fornecem créditos, indústria de insumos agrícolas (fertilizantes, herbicidas, inse-ticidas, sementes selecionadas para plantio entre outros), indústria de tratores e peças, lojas veterinárias e laboratórios que fornecem vacinas e rações para a pecuária de corte e leiteira, isso na primeira etapa produtiva.

Posteriormente a esse processo são agregados novos integrantes do agronegócio que cor-respondem às agroindústrias responsáveis pelo processamento da matéria-prima oriunda da agropecuária.

A agroindústria realiza a transformação dos produtos primários da agropecuária em subprodu-tos que podem inserir na produção de alimentos, como os frigoríficos, indústria de enlatados, laticínios, indústria de couro, biocombustíveis, produção têxtil entre muitos outros.

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A produção agropecuária está diretamente ligada aos alimentos, processados ou não, que fa-zem parte do nosso cotidiano, porém essa produção é mais complexa, isso por que muitos dos itens que compõe nossa vida são oriundos dessa atividade produtiva, madeira dos móveis, as roupas de algodão, essência dos sabonetes e grande parte dos remédios têm origem nos agro-negócios.

A partir de 1970, o Brasil vivenciou um aumento no setor agroindustrial, especialmente no pro-cessamento de café, soja, laranja e cana-de-açúcar e também criação de animais, principais produtos da época.

A agroindústria, que corresponde à fusão entre a produção agropecuária e a indústria, possui uma interdependência com relação a diversos ramos da indústria, pois necessitam de embala-gens, insumos agrícolas, irrigação, máquinas e implementos.

Esse conjunto de interações dá à atividade alto grau de importância econômica para o país, no ano de 1999 somente a agropecuária respondeu por 9% do PIB do Brasil, entretanto, se enqua-drarmos todas as atividades (comercial, financeira e serviços envolvidos) ligadas ao setor de agronegócios esse percentual se eleva de forma significativa com a participação da agroindús-tria para aproximadamente 40% do PIB total.

Esse processo também ocorre nos países centrais, nos quais a agropecuária responde, em mé-dia, por 3% do Produto Interno Bruto (PIB), mas os agronegócios ou agrobusiness representam um terço do PIB. Essas características levam os líderes dos Estados Unidos e da União Européia a conduzir sua produção agrícola de modo subsidiado pelos seus respectivos governos, esses criam medidas protecionistas (barreiras alfandegárias, impedimento de importação de produ-tos de bens agrícolas) para preservar as atividades de seus produtores.

O que são os commodities?

Segundo a classificação realizada pelo Banco Mundial, o Brasil figura entre as dez maiores eco-nomias do mundo, sendo o único país da América Latina a integrar este grupo. A lista é encabe-çada pelos Estados Unidos e conta com presença de Japão, Rússia, China e Índia.

Essa classificação econômica se deve em grande parte ao setor agrícola, cuja evolução tecnoló-gica gerou um maior volume de exportações, principalmente de commodities agrárias.

Mas o que são commodities? Quais são as principais commodities agrárias brasileiras e como esse mercado se comporta?

Commodity é um termo em inglês que designa produtos cuja demanda não se influencia por questões de qualidade, fornecedores ou marcas. A grande maioria das commodities são produ-tos extraídos da terra e que possuem preço universal.

Qual a utilidade de uma commodity?

Podemos considerar as commodities como uma forma de investimento, assim como poupança, fundos de investimentos e ações. Mas vale lembrar que nem todo produto pode ser considerado uma commodity, para receber essa classificação é preciso existir uma estrutura de mercado que possibilite que compradores e vendedores realizem negociações do produto em questão.

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Na prática as commodities podem ser comercializadas como se fossem ações da bolsa, no entanto têm como característica a ausência de pagamento de dividendos e negociação dos títulos até no máximo o seu prazo de vencimento, uma vez que não é logico negociar produtos agrícolas que já foram colhidos e utilizados.

Commodities que o Brasil exporta

Nosso país é um dos maiores exportadores de matérias primas, com grande influência do mercado de commodities na economia. Entre as principais commodities que o Brasil exporta estão:

• petróleo – commodity que possui características próprias, devido a sua importância global

• açúcar

• alumínio

• café

• carnes de boi, porco e frango

• tabaco

• milho

• minério de ferro

• soja

• suco de laranja

A vantagem das commodities é que seu preço aumenta consideravelmente quando o mercado internacional exige maiores demandas do produto. No entanto, em cenários de crise global as commodities se desvalorizam, a ponto de prejudicar os lucros das empresas que as produzem.

Outros fatores podem influenciar diretamente no preço das commodities. Por exemplo, embar-gos de produção por conta de pragas ou doenças, desastres climáticos, problemas políticos e até mesmo pela mudança de percepção do consumidor sobre o produto em questão.

Para que as commodities possam se valorizar é preciso manter a qualidade da produção agrí-cola e estar atualizado sobre as questões que influenciam a produção de forma positiva e ou negativa. Dessa forma a formação de profissionais qualificados e com conhecimento prático se faz fundamental.

Agricultura do RS

Com uma expansão vertiginosa de sua cultura na década de 1970, a soja se tornou o principal produto agrícola do Rio Grande do Sul. A área de produção se encontra difundida por todo o quadrante noroeste do estado e compreende algumas porções da depressão central e sobretu-do do planalto basáltico. O estado é hoje o terceiro maior produtor brasileiro do grão, perden-do apenas para Mato Grosso e Paraná. O trigo, cultivado em condições ecológicas muito dife-rentes, é plantado quer em zonas de campo, quer em áreas florestais. Nas primeiras, assume

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o caráter de monocultura extensiva e mecanizada. Nas zonas de floresta surge como pequena lavoura integrada no sistema de rotação de cultura praticado por pequenos lavradores. A prin-cipal região produtora é o planalto basáltico, sobretudo sua porção ocidental.

O Rio Grande do Sul é o maior produtor brasileiro de arroz, cultura típica das áreas de menor altitude do estado. É quase sempre uma cultura irrigada e na planície litorânea, em decorrência da pobreza dos solos arenosos, recebe considerável aplicação de adubos químicos. O milho é cultura bastante difundida nas áreas de solos florestais e está comumente associado à criação de suínos, para o qual contribui como ração. A mandioca tem distribuição geográfica semelhan-te à do milho. Além de utilizada na alimentação da população rural, é empregada como forra-gem por criadores de suínos e bovinos.

O cultivo do fumo concentra-se na região da encosta inferior da serra Geral, nas zonas dos rios Taquari e Pardo. O estado é o maior produtor brasileiro, mas o cultivo está em constante que-da, já que é alvo de políticas de substituição e diversificação de cultura, reflexo da queda no consumo mundial e aumento nas restrições ligadas aos efeitos negativos do hábito de fumar. Outra cultura importante do estado, na qual também é líder nacional em produção, é a da uva, que se concentra na região da alta encosta da serra Geral, nas zonas dos rios Taquari e Caí.

O Rio Grande do Sul destaca-se por sua produção agropecuária. O gado bovino criado na região do planalto destina-se sobretudo à produção de leite, enquanto que o criado no sul do estado, nos grandes estabelecimentos localizados na região da Campanha, ou estâncias, destina-se ao corte. A criação de ovinos concentra-se sobretudo na porção mais meridional da Campanha, enquanto a de suínos, que absorve parte significativa da produção de milho e a mandioca é típica das regiões florestais.

Merecem destaque as pastagens naturais da campanha gaúcha, em sua maioria utilizadas em pastoreio continuado e geralmente em potreiros de grande extensão, de modo a permitir a ex-pansão das atividades pecuárias, de grande repercussão na economia regional.

Atualmente, a agropecuária representa 9,3% do Valor Adicionado Bruto (VAB) gaúcho. Soman-do-se a atividade agroindustrial, a participação sobe para aproximadamente 30%. Desse mon-tante, 55% vem de municípios com menos de 15 mil habitantes. O Rio Grande do Sul contribui com 12% do VAB da Agropecuária nacional. Dos mais de 440 mil estabelecimentos agropecuá-rios, cerca de 380 mil são de agricultura familiar e quase 40% são menores que 10ha, segundo o Censo Agropecuário de 2006. Os maiores de 500ha são somente 2% dos estabelecimentos, mas ocupam 42,3% da área rural. A agricultura familiar emprega quase 1 milhão de pessoas e gera mais de R$9 bilhões, enquanto que a não familiar emprega pouco menos de 240 mil pes-soas e gera R$7,6 bilhões.

O cooperativismo tem grande força na agropecuária gaúcha, por influência dos imigrantes eu-ropeus, principalmente na agricultura familiar. Em 2006, quase 160 mil estabelecimentos rurais do Rio Grande do Sul contavam com produtor associado a cooperativas, 29% do total nacional. Tinham sede no estado, em 2010, 217 cooperativas de produção agropecuária e 11 entidades representativas de cooperativas. Cerca de 65% da produção de soja e trigo é direcionada a co-operativas.

Referência: http://www.atlassocioeconomico.rs.gov.br/inicial

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ASPECTOS DO BRASIL CONTEMPORÂNEO (2010 – 2017)

Governo Dilma Rousseff (2010 – 2016)

Em outubro de 2010, em segundo turno, o Brasil elege pela primeira vez uma mulher como Chefe do poder executivo. Dilma Rousseff (mineira de Belo Horizonte) tomou posse do cargo de Presidente da República Federativa do Brasil, prestando, assim como os demais presidentes eleitos na Nova República, juramento solene perante o Congresso Nacional em 1º de janeiro de 2011. Dilma deu continuidade aos programas do governo Lula tais como. O Luz para Todos, que beneficiou mais de 3 milhões de famílias até 2013, a segunda fase do PAC que foram disponibi-lizados recursos na ordem de R$ 1,59 trilhão em uma série de investimentos, tais como trans-portes, energia, cultura, meio ambiente, saúde, área social e habitação, e do programa Minha Casa, Minha Vida que obteve investimentos na cifra de R$ 34 bilhões da qual foram construídas 1 milhão de moradias na primeira fase, e 2 milhões de moradias com investimentos de R$125,7 bilhões na segunda fase do programa.

Em junho de 2013, irromperam no país inúmeras manifestações populares, quando milhões de pessoas saíram às ruas em todos os estados para contestar os aumentos nas tarifas de trans-porte público, a truculência das policiais militares estaduais, além de outras reivindicações. En-tre os principais desafios do país para o futuro estão um salto qualitativo na educação e saúde, a desburocratização do empreendedorismo e uma resposta eficiente aos crescentes problemas de segurança pública e favelização dos centros urbanos. Tais manifestações resultaram em ju-lho de 2013 no lançamento do programa mais médicos que teve como objetivo levar 15 mil profissionais da saúde para atender regiões carentes do Brasil. O Brasil sedia em 2014 a Copa do Mundo de futebol. No final do primeiro governo de Dilma, é deflagrada a Operação Lava Jato, do qual é apurado um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou mais de 10 bilhões de reais, sendo considerado pela polícia federal o maior esquema de corrupção da his-tória do Brasil.

Após as polarizadas eleições presidenciais de 2014, Rousseff é reeleita com 51,64% dos votos válidos, ao derrotar em segundo turno o candidato Aécio Neves. Durante a campanha eleito-ral, um acidente aéreo vitimou o candidato Eduardo Campos do PSB. Em março de 2015 novos protestos acontecem em vários estados principalmente contra a corrupção, especialmente por conta da Operação Lava Jato conduzida pela Polícia Federal. Como efeito da enorme e cres-cente insatisfação popular com o governo, a base política da presidente foi se deteriorando e um processo de impeachment contra a presidente é iniciado em dezembro do mesmo ano com base em várias acusações, incluindo as chamadas "pedaladas fiscais" cometidas em seu governo. O ato causa grande controvérsia e divide o país entre grupos antigovernistas (majori-tariamente de direita) e pró-governo (majoritariamente de esquerda). Em 17 de abril de 2016, a Câmara dos Deputados aprova o início do processo que culmina com o afastamento da presi-denta em 31 de agosto de 2916..

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Movimentos Sociais – Jornadas de Junho de 2013

Os protestos no Brasil em 2013, também conhecidos como Manifestações dos 20 centavos, Manifestações de Junho ou Jornadas de Junho, foram várias manifestações populares por todo o país que inicialmente surgiram para contestar os aumentos nas tarifas de transporte público, principalmente nas principais capitais. São as maiores mobilizações no país desde as manifesta-ções pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello em 1992, e chegaram a contar com até 84% de simpatia da população.

Inicialmente restrito a pouco milhares de participantes, os atos pela redução das passagens nos transportes públicos ganharam grande apoio popular em meados de junho, em especial após a forte repressão policial contra os manifestantes, cujo ápice se deu no protesto do dia 13 em São Paulo. Quatro dias depois, um grande número de populares tomou parte das manifesta-ções nas ruas em novos diversos protestos por várias cidades brasileiras e até do exterior. Em seu ápice, milhões de brasileiros estavam nas ruas protestando não apenas pela redução das tarifas e a violência policial, mas também por uma grande variedade de temas como os gastos públicos em grandes eventos esportivos internacionais, a má qualidade dos serviços públicos e a indignação com a corrupção política em geral. Os protestos geraram grande repercussão nacional e internacional.

Em resposta, o governo brasileiro anunciou várias medidas para tentar atender às reivindica-ções dos manifestantes e o Congresso Nacional votou uma série de concessões (a chamada "agenda positiva"), como ter tornado a corrupção como um crime hediondo, arquivado a cha-mada PEC 37, que proibiria investigações pelo Ministério Público, e proibido o voto secreto em votações para cassar o mandato de legisladores acusados de irregularidades. Houve também a revogação dos então recentes aumentos das tarifas nos transportes em várias cidades do país, com a volta aos preços anteriores ao movimento.

As manifestações no Brasil seguiram o mesmo processo de "propagação viral" de protestos em outros países, como a Primavera Árabe, no mundo árabe, Occupy Wall St, nos Estados Unidos, e Los Indignados, na Espanha.

Impeachment da Presidenta Dilma Rousseff

Em 31 de agosto de 2016, a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, foi destituída do cargo após a conclusão de um processo de impeachment, aberto contra ela em 12 de maio do mesmo ano. Entretanto, Dilma Rousseff não perdeu seus direitos políticos com a destituição, isto é, não ficou inabilitada para exercer cargos públicos por um período de oito anos, como prevê a Constituição Federal em seu artigo 52. Neste texto, além de explicarmos como ocorreu esse acontecimento, também indicaremos alguns temas históricos correlatos que podem ser alvos de questões de vestibulares e do Enem nos próximos anos.

Acolhimento do pedido de impeachment na Câmara dos Deputados

Ao longo do ano de 2015, a Câmara dos Deputados, então presidida pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB), recebeu 50 pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Des-ses pedidos, 39 foram rejeitados por não apresentarem provas e argumentos satisfatórios. Dos 11 restantes, Eduardo Cunha acolheu, em 2 de dezembro, aquele que foi protocolado em 15 de outubro. Esse pedido foi elaborado pelos juristas Miguel Reale Jr., Janaína Conceição Paschoal

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e Hélio Bicudo e subscrito por três líderes de movimentos populares que articularam parte da massa de pessoas que foi para as ruas em várias cidades do país em 2015, sobretudo em 15 de março. São eles: Kim Patroca Kataguiri (Movimento Brasil Livre – MBL), Rogério Chequer (Vem Pra Rua) e Carla Zambelli Salgado (Movimento Contra a Corrupção).

Abertura do processo e afastamento da presidente

O pedido foi encaminhado ao plenário da Câmara para ser votada a sua admissibilidade. A vota-ção ocorreu no dia 17 de abril de 2016. 367 deputados federais foram favoráveis e 137 votaram contra. Aos doze dias do mês seguinte, foi a vez de o plenário do Senado Federal votar contra ou favor da abertura do processo de impeachment. 55 senadores votaram a favor e 22, contra. Sendo assim, o processo estava oficialmente em curso e, como previsto no texto constitucional, Dilma Rousseff teve que se afastar temporariamente do cargo. Seu vice, Michel Temer, assumiu interinamente o posto.

Argumentos da acusação e da defesa

Segundo a Constituição Federal do Brasil, durante o processo de impeachment, os senadores desempenham função de juízes. Portanto, foi montada uma Comissão Especial de Impeach-ment para apurar as denúncias do processo, ouvir testemunhas da acusação e da defesa e de-bater política e juridicamente o caso.

No pedido que foi acolhido, os denunciantes formularam a acusação de crime de respon-sabilidade contra a presidente Dilma com base no artigo 85 da Constituição Federal e Lei 1. 079/1050. O argumento principal dizia respeito à violação, por parte da presidente, de leis re-lativas ao orçamento e ao controle fiscal, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Essa violação teria sido cometida com a edição de decretos de créditos suplementares sem a aprovação do Congresso Nacional e a realização de operação de crédito com instituição financeira controlada pela União.

A defesa, que foi realizada pelo advogado José Eduardo Cardozo, bem como os senadores par-tidários da presidente, justificou que a edição dos decretos consistia apenas em autorização de gastos, sem impacto na realização da despesa, já que esta seria “controlada pelos decretos de contingenciamento. Quanto a esse aspecto, no ano de 2015, o governo teria promovido o maior contingenciamento da história e cumprido a meta vigente ao final do exercício”. Além disso, a defesa também argumentou que toda a realização do processo de impeachment não tinha legitimidade porque não havia crime algum cometido por Dilma Rousseff. Fez parte desse argumento a narrativa de que o processo, na verdade, era um “golpe parlamentar”, orquestra-do por alguns personagens da cena política, como Eduardo Cunha e Michel Temer.

Votação final

Finalizados os trâmites da Comissão Especial de Impeachment, o processo seguiu para sua fase final, que transcorreu durante os dias 29, 30 e 31 de agosto de 2016. No primeiro dia, a presidente Dilma foi ao plenário do Senado Federal fazer a sua defesa e responder aos questionamentos dos senadores. Depois, acusação e defesa fizeram seus discursos finais, seguidos pelos discursos, também finais, dos senadores contra e a favor do impeachment. No dia 31, houve a votação decisiva.

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Todavia, antes que tivesse início, o primeiro-secretário do Senado, senador Vicentinho Alves, apresentou um requerimento da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) – partido da Presi-dente da República – que pedia o destaque do texto da votação que fala da penalidade aplicada ao presidente que sofre impeachment. O texto integral prevê a destituição do cargo e a perda dos direitos políticos, isto é, a inabilitação para o exercício de funções públicas, por oito anos. O requerimento pedia que ocorressem duas votações, uma para cada quesito da sentença. Os se-nadores votariam: 1) a favor ou contra a perda do mandato da presidente e 2) a favor ou contra a perda dos direitos políticos.

O requerimento foi deferido pelo presidente da mesa do julgamento, que era, na ocasião, o ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Ocorreram, então, duas votações e a presidente foi destituída de seu posto (primeira votação), mas ficou com os seus direitos políticos preservados (segunda votação). Esse “fatiamento” do texto da pena gerou intensa discussão entre juristas, políticos e jornalistas, já que foi considerado in-constitucional por muitos.

Governo Michel Temer (atual presidente do Brasil, desde 31 de agosto de 2016)

No dia 12 de maio de 2016, o Senado Federal aprova a admissibilidade do processo por 55 votos a favor, 22 contra e 2 abstenções. A Presidente Dilma Rousseff é afastada do exercício do cargo e o vice-presidente Michel Temer assume interinamente até o julgamento no Senado presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. O Brasil sedia, em agosto e setembro os Jogos Olímpicos e os Jogos Paralímpicos de Verão de 2016 respectivamente. No dia 31 de agosto de 2016, o Senado aprovou o impeachment de Dilma Rousseff com 61 votos favoráveis e 20 contrários e cassa o mandato de Dilma. O vice-presidente Michel Temer é então empossado no cargo como presidente da república em virtude da vacância do cargo.

Sendo considerado como um governo reformista, Temer encaminha ao congresso nacional re-formas polêmicas. Reformas tais como: Ensino médio, previdência, trabalhista e tributária. Te-mer dá continuidade ao programa habitacional, do qual é lançado ainda no governo Dilma a terceira fase do Minha Casa, Minha Vida que serão construídas mais 2 milhões de moradias até 2018, totalizando 5 milhões de moradias nas três fases do programa. O governo é marcado por uma baixa popularidade (a menor da história do Brasil), escândalos de corrupção (operação carne fraca, o áudio de Romero Jucá, a relação entre a JBS e a política)

Operação Lava-Jato

Operação Lava Jato é um conjunto de investigações em andamento pela Polícia Federal do Brasil, cumprindo mais de mil mandados de busca e apreensão, de prisão temporária, de prisão preventiva e de condução coercitiva, visando apurar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou de 10 a 20 bilhões de reais em propina. Iniciada em 17 de março de 2014, a operação contava até fevereiro de 2016 com trinta e oito fases operacionais, durante as quais mais de cem pessoas haviam sido presas e condenadas. Investiga crimes de corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, organização criminosa, obstrução da justiça, operação fraudulenta de câmbio e recebimento de vantagem indevida. De acordo com investigações e delações premiadas recebidas pela força-tarefa da Operação Lava Jato, estão envolvidos membros administrativos da empresa estatal petrolífera Petrobras, políticos dos maiores partidos do Brasil, incluindo presidentes da Câmara e do Senado e governadores de estados, além de empresários de grandes empresas brasileiras.

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A origem do nome da operação foi devido ao uso de uma rede de lavanderias e postos de com-bustíveis para movimentar valores de origem ilícita, investigada na primeira fase da operação, na qual o doleiro Alberto Youssef foi preso. Através de Youssef, constatou-se sua ligação com Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, que foi preso preventivamente na segunda fase. Seguindo essa linha de investigação, prendeu-se Nestor Cerveró em 2015, que depois dela-tou. Em junho, a operação atingiu grandes empreiteiras brasileiras, como a Andrade Gutierrez e Odebrecht, cujos respectivos presidentes foram presos; depois muitas outras empresas de empresas de ramos diversos seriam investigadas. Da ligação política, José Dirceu, já condenado em 2013 pelo seu envolvimento no Mensalão, foi preso novamente em agosto, e o publicitário João Santana seria investigado em fevereiro de 2016, enquanto, em março, a condução coer-citiva do ex-presidente Lula para depor à Polícia Federal em São Paulo repercutiu na impren-sa internacional. No mesmo mês, aconteceu a primeira operação internacional realizada pela Operação Lava Jato, em parceria com a Polícia Judiciária portuguesa. O ex-tesoureiro do Partido Progressista, João Cláudio Genu, foi preso em maio. Dois ex-ministros da Fazenda foram presos em setembro, Guido Mantega e Antonio Palocci, aquele liberado logo depois. O primeiro mem-bro eleito do executivo a ser preso foi o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral em no-vembro; no mês seguinte, foi a vez de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara de Deputados. Em janeiro de 2017, o empresário Eike Batista foi preso, e posteriormente, em março de 2017, o ex-gerente da Petrobras Roberto Gonçalves foi preso ao movimentar recursos ilícitos da Suíça para China e Bahamas. Em abril de 2017, a justiça bloqueou 470 milhões de reais do Partido Progressista (PP) e políticos da legenda, em uma ação que pede ressarcimento do partido de 2,3 bilhões de reais. A operação continua ativa.

Ao final de dezembro de 2016, a Operação Lava Jato obteve um acordo de leniência com a em-preiteira Odebrecht, que proporcionou o maior ressarcimento da história mundial. O acordo previu o depoimento de 77 executivos da empreiteira, que gerou 83 inquéritos no STF, e que foram retirados o sigilo em abril de 2017, pelo ministro da Corte Edson Fachin. Em 2017, peritos da Polícia Federal levantaram que as operações financeiras investigadas na Operação Lava Jato somaram 8 trilhões de reais. A Polícia Federal considera-a a maior investigação de corrupção da história do país.

A Operação Lava Jato descobriu um quadro de corrupção sistêmica no Brasil e fez a Justiça criminal funcionar para todos, independentemente de riqueza ou poder. Uma operação desse porte, em que cada fio da meada puxado tem desdobramentos imprevisíveis, não será esqueci-da facilmente. Quebrou-se paradigmas e criou-se necessidade de se estabelecer novos padrões de comportamento na política e na economia. Na fase batizada de Catilinárias, cujo alvo foi Eduardo Cunha e outros políticos, foi necessário mergulhar na história antiga e nos discursos de Cicero no Senado romano para entender a situação do Brasil: "Até quando abusarás da nos-sa paciência? Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós? A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia? (...) Não te dás contas de que teus planos foram desco-bertos?" O sentimento era mesmo o de que zombavam de nós e abusavam de nossa paciência. A pergunta "Até quando?" continua a ecoar nos ouvidos dos brasileiros. A resposta só pode ser dada por meio do fortalecimento das instituições.

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Dados Socioeconômicos do Brasil Contemporâneo

Introdução

A população brasileira atual é de 206,1 milhões de habitantes (Pnad 2016 – IBGE). Segundo as estimativas, no ano de 2025, a população brasileira deverá atingir 228 milhões de habitantes. A população brasileira distruibui-se pelas regiões da seguinte forma: Sudeste (86,3 milhões), Nor-deste (56,9 milhões), Sul (29,4 milhões), Norte (17,7 milhões) e Centro-Oeste (15,6 milhões).

Taxa de Natalidade e de Mortalidade

Se observarmos os dados populacionais brasileiros, poderemos verificar que a taxa de natalida-de tem diminuído nas últimas décadas. Isto ocorre, em função de alguns fatores. A adoção de métodos anticoncepcionais mais eficientes tem reduzido o número de gravidez. A entrada da mulher no mercado de trabalho, também contribuiu para a diminuição no número de filhos por casal. Enquanto nas décadas de 1950-60 uma mulher, em média, possuía de 4 a 6 filhos, hoje em dia um casal possui um ou dois filhos, em média.

A taxa de mortalidade também está caindo em nosso país. Com as melhorias na área de me-dicina, mais informações e melhores condições de vida, as pessoas vivem mais. Enquanto no começo da década de 1990 a expectativa de vida era de 66 anos, em 2013 foi para 74,9 anos (dados do IBGE).

A diminuição na taxa de fecundidade e aumento da expectativa de vida tem provocado mudan-ças na pirâmide etária brasileira. Há algumas décadas atrás, ela possuía uma base larga e o topo estreito, indicando uma superioridade de crianças e jovens. Atualmente ela apresenta caracte-rísticas de equilíbrio. Alguns estudiosos afirmam que, mantendo-se estas características, nas próximas décadas, o Brasil possuirá mais adultos e idosos do que crianças e jovens. Um proble-ma que já é enfrentado por países desenvolvidos, principalmente na Europa.

Mortalidade Infantil

Embora ainda seja alto, o índice de mortalidade infantil diminui a cada ano no Brasil. Em 1995, a taxa de mortalidade infantil era de 66 por mil. Em 2005, este índice caiu para 25,8 por mil. Já no íltimo Censo feito pelo IBGE em 2010, o índice verificado foi de 15,6 por mil.

Para termos uma base de comparação, em países desenvolvidos a taxa de mortalidade infantil é de, aproximadamente, 5 por mil.

Este índice tem caído no Brasil em função, principalmente, de alguns fatores: melhorias no atendimento à gestante, exames prévios, melhorias nas condições de higiene (saneamento bá-sico), uso de água tratada, utilização de recursos médicos mais avançados, etc.

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Outros dados da População brasileira

• Crescimento demográfico: 0,80% ao ano (entre 2015 e 2016) – Fonte PNAD IBGE (2016)

• Expectativa de vida: 75,5 anos (em 2015 – fonte: IBGE)

• Taxa de natalidade (por mil habitantes): 20,40 *

• Taxa de mortalidade (por mil habitantes): 6,31 *

• Taxa de fecundidade total: 1,74 ***

• Estrangeiros no Brasil: 0,23% **

• Estados mais populosos: São Paulo (44,7 milhões), Minas Gerais (21 milhões), Rio de Janei-ro (16,6 milhoes), Bahia (15,2 milhões) e Rio Grande do Sul (11,2 milhões). – Fonte: PNAD IBGE 2016 – estimativa

• Estados menos populosos: Roraima (514,2 mil), Amapá (782,3 mil) e Acre (816,6 mil). – Fonte PNAD IBGE (2016) – estimativa

• Capital menos populosa do Brasil: Palmas-TO (279,8 mil) – Fonte PNAD IBGE (2016) – esti-mativa

• Cidade mais populosa: São Paulo-SP (12,03 milhões) Fonte: PNAD IBGE 2016 – estimativa

• Proporção dos sexos: 98,4 milhões de homens e 104,7 milhões de mulheres. (Pnad 2014 – IBGE)

• Vivem na Zona Urbana: 172,8 milhões de habitantes, enquanto que na Zona Rural vivem 30,3 milhões de brasileiros. (Pnad 2014 – IBGE).

• Pessoas que vivem sozinhas: 14,4% ***

Fontes: IBGE * 2005 , ** Censo 2010, *** IBGE (Síntese de Indicadores Sociais 2015, referente ao ano de 2014)

Etnias no Brasil (cor ou raça)

• Pardos: 43,1%

• Brancos: 47,7%

• Negros: 7,6%

• Indígenas: 0,4%

• Amarelos: 1,1%

Fonte: Censo IBGE 2010

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INDICADORES DO RS

Modais de Transporte no RS

O RS conta com uma rede multimodal de transportes relativamente bem estruturada

O Rio Grande do Sul conta com uma rede multimodal de transportes relativamente bem estru-turada e capilarizada. Entretanto, possui uma matriz de transportes excessivamente centrada no transporte rodoviário. Considerando a matriz modal do Rio Grande do Sul, as rodovias eram responsáveis, em 2005 por 85% do total transportado e em 2014, por 88%, quantidade bem superior a brasileira que, em 2005 era de 68% e em 2011, reduziu para 52%*.

Há rotas hidroviárias interiores e portos importantes como o de Porto Alegre e de Rio Grande e rede ferroviária extensa, com potencial para ser explorado. Há também uma rede de aeroportos regionais e um aeroporto Internacional e, ainda, uma rede dutoviária que serve principalmente o nordeste do Estado. A movimentação de cargas e de passageiros é realizada predominantemente por rodovias que interligam as várias regiões do Estado aos outros estados brasileiros e aos países do MERCOSUL. Devido à sua localização geográfica, passam pelo Estado boa parte dos produtos comercializados entre o Brasil e o bloco de países do MERCOSUL, principalmente a Argentina. Com isso, rodovias como a BR-116, BR-101, BR-386 e BR-290, entre outras, apresentam volumes de tráfego cada vez mais pesado, principalmente em momentos de escoamento de safra agrícola.

A tradição exportadora de grande parte da agricultura e indústria gaúchas também contribui para definir a conformação das redes modais que ligam as várias regiões produtoras do Estado à capital e ao Porto de Rio Grande. Estruturas importantes como os pontos alfandegados e Por-tos Secos Alfadegados, localizados em pontos estratégicos do Estado, dão suporte à movimen-tação de cargas pelos diferentes modais, fornecendo desembaraço aduaneiro e fiscalização.

*Dados do Estudo Rumos 2015; do Plano Estadual de Logística e Transportes 2014 (PELT-RS) e do Plano Nacional de Logística e Transportes 2012 (MT/PNLT – Relatório Final, Brasília, setem-bro/2012. 243p.)

Matriz Modal do Brasil – 2011

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Matriz Modal do Rio Grande do Sul – 2014

Índice de Desenvolvimento Socioeconômico – IDESE

O RS encontra-se atualmente na faixa de médio desenvolvimento, com IDESE no valor de 0,757

O Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (IDESE) elaborado pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) é um índice sintético que tem por objetivo medir o grau de desenvolvimento dos municípios do Rio Grande do Sul. O IDESE é o resultado da agregação de três blocos de in-dicadores. Para cada uma das variáveis componentes dos blocos é calculado um Índice, entre 0 (nenhum desenvolvimento) e 1 (desenvolvimento total), que indica a posição relativa para os municípios. São fixados, a partir disto, valores de referência máximo (1) e mínimo (0) de cada variável. O índice final de cada bloco é a média aritmética dos índices dos seus sub-blocos.

Considera-se a classificação do índice em alto (acima de 0,800), médio (entre 0,500 e 0,799) e baixo (abaixo de 0,499) nível de desenvolvimento.

O IDESE considera, no total, um conjunto de 12 indicadores dividido em três blocos: Educação, Renda e Saúde.

O Bloco Educação utiliza cinco indicadores que se dividem em quatro sub-blocos, de acordo com faixas etárias: população entre quatro e cinco anos (taxa de matrícula na pré-escola), po-pulação entre seis e 14 anos (nota da Prova Brasil 5º e 9º ano do ensino fundamental), popula-ção entre 15 e 17 anos (taxa de matrícula no ensino médio) e população com 18 anos ou mais (percentual da população adulta com pelo menos ensino fundamental completo).

O Bloco Renda é composto por dois sub-blocos: apropriação de renda e geração de renda.

O Bloco Saúde utiliza cinco indicadores que são divididos em três sub-blocos: saúde materno--infantil (taxa de mortalidade de menores de 5 anos e número de consultas pré-natal por nasci-dos vivos), condições gerais de saúde (taxa de mortalidade por causas evitáveis e proporção de óbitos por causas mal definidas) e longevidade (taxa bruta de mortalidade padronizada).

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O Rio Grande do Sul encontra-se no patamar de médio desenvolvimento, com índice de 0,757 em 2014, tendo, nos últimos anos, avançado mais em relação aos blocos Renda e Educação. O bloco Saúde, embora tenha avançado menos do que os demais no período de 2007 a 2014, é o único dos três a se encontrar no patamar de alto desenvolvimento. Entre os COREDES, os índices de IDESE Total variam nas faixas de médio (0,500-0,799) e alto (0,800-1,000) desenvolvimento. Entre os municípios, verifica-se que os mais altos índices distribuem-se no entorno do eixo Porto Alegre-Caxias do Sul.

Evolução do IDESE do Rio Grande do Sul por blocos 2007-2014

Fonte: FEE/Núcleo de Indicadores Sociais e Ambientais

Faixas do Índice de Desenvolvimento Socioeconômico – IDESE

Fonte: FEE/Núcleo de Indicadores Sociais e Ambientais

Índice de Desenvolvimento Humano – IDH e IDHM

O IDHM do RS passou de 0,542 em 1991 – baixo desenvolvimento para 0,746 em 2010 – alto desenvolvimento

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida geral e sintética usada para classi-ficar grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida dos países. Foi criado em 1990 e vem sendo publicado anualmente, desde 1993, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD da ONU. O IDH varia em uma escala que vai de 0 (nenhum desenvol-vimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total).

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Atualmente, as três dimensões que constituem o IDH são:

Saúde: Vida saudável e longa (medida pela expectativa de vida)

Educação: Acesso ao conhecimento (medido pela média de anos de educação de adultos e a expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar)

Renda: Padrão de vida (medido pela Renda Nacional Bruta per capita)

O IDH global brasileiro para 2013 foi de 0,744 ocupando a posição 79º no ranking mundial entre 187 países e territórios reconhecidos pela ONU.

Este índice também é usado para apurar o desenvolvimento de cidades, estados e regiões. No Brasil é utilizado através do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M.

O IDH-M é um ajuste metodológico ao IDH global, por isso não é possível fazer comparação entre o IDHM de um município e o IDH de um país.

O IDHM foi publicado pela primeira em 1998 (a partir dos dados do Censo de 1970, 1980, 1991).

As informações mais recentes estão disponíveis no Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil – 2013 (a partir dos dados do Censo de 1991, 2000 e 2010).

O IDHM Total do Rio Grande do Sul evoluiu, de 1991 a 2010, de 0,542 – baixo desenvolvimento para 0,746 – alto desenvolvimento, de acordo com as faixas de Desenvolvimento Humano Municipal*.

* Faixas de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM

Evolução do IDHM do Rio Grande do Sul 1991-2000-2010

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Evolução do IDH global do Brasil 1980 – 2014**

Fonte: PNUD/Relatório de Desenvolvimento Humano 2014 para os IDH de 1980 a 2013 e Relatório de Desenvolvimento Humano 2015 para o IDH de 2014

** Os valores são rankings passados do IDH são recalculados retorativamente usando as mesmas atualizações e metodologias atuais. O PNUD publicava relatórios de 10 em 10 anos e a partir de 2010 passou a publicar relatórios anualmente.

Saúde

Expectativa de vida ao nascer

O RS é o terceiro estado brasileiro com a maior expectativa de vida do Brasil

A expectativa de vida é um importante indicador das condições socioeconômicas e ambientais e do nível de qualidade da saúde de determinado país ou região, pois está intimamente relacionada com o acesso ao sistema de saúde local e a adequação deste em responder às necessidades da população. Ela também reflete as recentes transformações do comportamento demográfico e dos indicadores sociais, como a queda acentuada da fecundidade e da mortalidade que resultam na demanda crescente por estruturas de serviços de saúde relacionadas ao envelhecimento da população.

Segundo o IBGE, no decênio de 1940-50¹ no Brasil, a expectativa média de vida ao nascer para ambos os sexos era de 43,7 anos. Em 1980 passou para 61,8 anos e, em 2000, já atingia 70,4 anos. Em 2010 a expectativa média de vida ao nascer para ambos os sexos no Brasil atingiu de 73,4 anos. Já no Estado do Rio Grande do Sul a expectativa média de vida para ambos os

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sexos passou de 53,0 no decênio 1940-50¹ para 68,8 em 1980 e 73,1 em 2000. Em 2010 a expectativa média de vida ao nascer para ambos os sexos atingiu 75,7 anos. Entre os 27 estados brasileiros, o Rio Grande do Sul é atualmente o terceiro com a maior expectativa de vida ao nascer, superado apenas por Santa Catarina e Distrito Federal.

Assim, pode-se dizer que, no Rio Grande do Sul, a transição demográfica começou mais cedo em relação aos demais estados brasileiros e tornou-se mais evidente nas últimas décadas, caracterizando-se pelo rápido aumento absoluto e relativo das faixas de população adulta e idosa. Em relação ao gênero, estas diferenças ficam ainda mais evidentes quando se constata a maior expectativa de vida ao nascer das mulheres, que atualmente atinge 79,1 anos, enquanto que a dos homens é de apenas 72,1 anos. Como resultado, o número de mulheres é superior ao número de homens, principalmente nas faixas de idade mais avançadas.

IBGE. Estatísticas do Séc. XX (extraída de: Anuário estatístico do Brasil 1960. Rio de Janeiro: IBGE, v. 21, 1960)

Evolução da expectativa de vida ao nascer para ambos os sexos no RS e BR 2000-2010 (nº de anos)

Fonte: IBGE/DPE-Coordenação de População e Indicadores Sociais

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Evolução da expectativa de vida ao nascer, segundo o sexo, no RS 2000-2010 (nº de anos) Fonte: IBGE/DPE-Coordenação de População e Indicadores Sociais

Coeficiente de Mortalidade Infantil

O coeficiente de mortalidade infantil é utilizado por todos os países como um dos mais sensí-veis indicadores de saúde, pois a morte de crianças menores de um ano é influenciada direta ou indiretamente por condições de história e idade materna, consangüinidade, procedimentos perinatais, condições e tipo de parto, pré-natal, prematuridade, baixo peso ao nascer, más for-mações congênitas, mães portadoras de doenças infecto-contagiosas, condições sócioeconô-micas, entre outros fatores de risco. Reflete a qualidade dos cuidados pré e pós-natal das crian-ças, além de demonstrar a eficácia das políticas públicas em relação às ações de prevenção com a saúde materna.

O último Relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF aponta para uma me-lhora global do indicador nos últimos 20 anos em praticamente todos os países, com destaque para o Brasil, que promoveu uma redução maior do que a média global. No entanto, o indica-dor do Brasil ainda é considerado alto pelo relatório. Os últimos dados sobre Taxa de Morta-lidade Infantil brasileira disponíveis no DATASUS (ano de 2014) apontam para 12,9 o número de óbitos por 1.000 n.v. Taxa elevada se comparada com países como Cuba com 4,6 óbitos por 1.000 n.v e Canadá com 5 óbitos por 1.000 n. v., por exemplo, os quais apresentam os melhores índices das Américas.

Entre as unidades da federação, o Rio Grande do Sul apresenta um dos menores Coeficientes de Mortalidade Infantil do Brasil. De acordo com o DATASUS, o RS registrou em 2015, 10,1 óbi-tos por 1.000 n.v. Considerando a última década, pode-se afirmar que o Estado registrou uma queda bastante significativa na mortalidade infantil, pois registrava 15,1 óbitos por 1.000 n.v no ano 2000. Os dois componentes principais: a mortalidade neonatal (de 0 a 28 dias) e a pós--neonatal ou infantil tardia (de 28 a 364 dias), passaram respectivamente, de 9,5 em 2000 para 7,2 em 2015 e de 5,6 em 2000 para 2,9 em 2015.

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Entre os municípios, os dados demonstram que, mesmo tendo aumentado o número de muni-cípios com coeficientes mais baixos, ainda persiste um número significativo de municípios com coeficientes acima da média do Estado. Em 2015, 176 municípios do RS – 35% do total apresen-taram Coeficiente de Mortalidade Infantil superiores à média do Estado. Deve-se ressaltar ain-da, que a grande maioria dos municípios que apresentaram coeficientes de mortalidade infantil muito elevados são municípios com população e número de nascimentos muito baixos sendo, portanto, onde os casos de morte repercutem com mais intensidade nas taxas de mortalidade.

A sensível diminuição da mortalidade infantil ocorrida no Estado nas últimas décadas não se manifesta de forma uniforme no território. Considerando os COREDEs e as Coordenadorias Regionais de Saúde – CRS , pode-se notar que a maior parte dos municípios com CMI acima da média do Estado encontram-se mais na metade sul do Estado.

Evolução do Coeficiente de Mortalidade Infantil, Neonatal e Pós Neonatal no RS 1970-2015 (óbitos/1000 n.v)

Fonte: SES RS/ Estatísticas de Saúde – Mortalidade

Alfabetização

O RS está entre os estados que possuem menor analfabetismo do país

O Rio Grande do Sul está entre os cinco estados mais alfabetizados do país. Atingiu em 2010 uma taxa de alfabetização da população acima de 15 anos de idade de 95,5%. O estado possui também um dos maiores percentuais de população adulta com curso fundamental, médio ou superior completo, ficando sempre entre os dez primeiros colocados.

Analisado por esses critérios o nível de instrução da população gaúcha têm uma posição privilegiada comparativamente com os demais estados brasileiros, mas internamente constatam-se diferenças regionais significativas. Enquanto o município de Feliz, por exemplo, possui uma taxa de analfabetismo inferior a 1%, Lagoão na região do Alto da Serra do Botucaraí, tem taxa de 20%.

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Outro indicador como a taxa de escolarização*, que identifica o percentual da população que está matriculada no nível de ensino adequado à sua faixa etária, o estado também apresentou variações ao longo das duas últimas décadas. No Ensino Médio houve uma melhora significativa onde a taxa saltou de 20,6% em 1980 para 53,1% em 2009. Já no Ensino Fundamental esse valor passou de 87,2% em 1980, para 92,6% em 2009.

Taxa de Escolarização nos Ensinos Fundamental e Médio do RS 1980 – 2009

Fonte:MEC/INEP

* Taxa de escolarização liquida identifica a parcela da população na faixa etária de 7 a 14 anos matriculada no Ensino Fundamental e na faixa de 15 a 17 anos matriculada no Ensino Médio.

Educação Superior

O RS possui em sua rede de Educação Superior 19 Universidades, 96 Faculdades, 5 Centros Uni-versitários 3 Institutos Federais

A Educação Superior abrange os cursos de graduação e pós-graduação nas diferentes áreas profissionais. Na graduação os cursos são abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processos seletivos. A pós-graduação, compreende cursos de especialização e programas de mestrado e doutorado.

A Educação Superior em todo o mundo sofreu um grande aumento no número de matrículas nos últimos anos. A criação de novas instituições, principalmente em países em desenvolvimento, con-tribuiu muito para este avanço. Entretanto os jovens brasileiros ainda têm pouco acesso à Educação Superior. Em 2011, dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio – PNAD indicava uma par-cela de 17,6% de jovens entre 18 e 24 anos que freqüentavam ou haviam concluído ensino superior de graduação. Embora este valor tenha crescido nos últimos anos ainda é baixo se comparado a alguns países da América Latina, como a Argentina (65%), Chile (48%), Uruguai (45%)*.

*Dados UNESCO

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Graduação

No Brasil as matrículas em cursos de graduação presencial somaram mais de 6 milhões e meio de alunos em 2015. No Rio Grande do Sul foram 395.851 alunos matriculados no mesmo ano.

O Estado possuía em 2015 uma rede bastante interiorizada com grande número de instituições em vários municípios, contando com 98 Faculdades, 19 Universidades, 5 Centros Universitários e 3 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia.

Pós-graduação

No Rio Grande do Sul, segundo dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, são 23 instituições que oferecem cursos em programas de pós-graduação em 2012. Estas instituições matricularam 18.887 alunos, sendo 60,9% em mestrado e 39,1% em doutorado.

Programas de Pós-Graduação, por município no RS – 2012

Fonte: MEC/CAPES

Educação à distância – EAD

A educação a distância (EAD) em termos legais é definida como a “modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”.

Esta modalidade de ensino cresceu significativamente nos últimos anos, principalmente na oferta de cursos superiores. No Brasil 1.717 municípios oferecem pólos de apoio presencial* para graduação. No Rio Grande do Sul estão presentes em 132 municípios e somam 443 pólos em atividade. Os cursos estão distribuídos em 4 tipos: seqüencial, bacharelado, licenciatura e tecnológico. Em 2012 o número de matrículas em cursos a distância no Brasil foi de 1.113.850 e no Rio Grande do Sul de 72.473.

*O pólo de apoio presencial é o local de atendimento dos estudantes da educação a distância no município.

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Economia

PIB – O PIB Total do Estado atingiu 357,8 bilhões em 2014.

A evolução da economia gaúcha apresenta forte associação com a economia brasileira pois, além de estar sujeita à mesma política econômica e às mesmas condições do mercado exter-no, a indústria gaúcha possui profundas relações de compra e venda com a indústria brasileira. Assim, a variação do PIB total do Rio Grande do Sul tem, em grande medida, acompanhado o crescimento nacional.

Em termos absolutos o PIB total gaúcho que, em 2002, era de 98,8 bilhões de reais, chegou, no ano de 2014, a cifra de 357,8 bilhões. O PIB brasileiro apresentou comportamento semelhan-te, passando de 1,5 trilhão para 5,8 trilhões, conforme dados de 2014¹.

No que se refere à distribuição espacial regional, considerando os dados de 2014, destacam-se os COREDEs Metropolitano Delta do Jacuí, Vale do Rio dos Sinos e Serra que, juntos, respon-dem por cerca de 51,1% do PIB Gaúcho.

A maior parte dos municípios que apresentaram PIB elevado em 2014 são predominantemente industriais e estão concentrados no eixo expandido Porto Alegre-Caxias do Sul e no eixo Pelo-tas-Rio Grande. Os dez municípios que apresentaram maior PIB em 2014 foram: Porto Alegre, Caxias do Sul, Gravataí, Canoas, Santa Cruz do Sul, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Rio Grande, São Leopoldo, e Pelotas. Juntos, esses municípios responderam por cerca de 42,2% do PIB Total do Estado.

Evolução PIB do Brasil e do RS 2002 – 2014 (R$ milhões)

Fonte: IBGE.Contas Regionais

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VAB Indústria

A indústria responde por 23,4% da economia gaúcha.

O Valor Adicionado Bruto – VAB da indústria brasileira em 2014 foi de aproximadamente 1,2 trilhões de reais. O Rio Grande do Sul contribuiu nesse montante com 6,12%, isto é, aproximadamente 72 bilhões de reais.

O Estado apresenta uma indústria diversificada que se desenvolveu a partir das agroindústrias e de outros segmentos ligados ao setor primário. Na matriz do VAB, o setor industrial do Estado responde por 23,4% do total, sendo que 16,8% é da indústria de transformação. A indústria de transformação do Rio Grande do Sul ocupa a terceira posição no ranking nacional (depois de São Paulo e Minas Gerais), com uma participação de 8,7%.

Os segmentos ligados ao mercado exportador possuem também um alto grau de concentração espacial de sua produção. O eixo Porto Alegre – Caxias do Sul polariza estes segmentos produtivos em sua grande parte. Apesar de bastante concentrada espacialmente, alguns segmentos, como o de produtos alimentares, apresentam um grau de dispersão maior pelo território gaúcho.

No ano de 2014, 15 municípios apresentaram mais de 50% do VAB industrial do estado, principalmente na transformação. Candiota e Pinhal da Serra se destacaram na produção e distribuição de eletricidade e Triunfo na fabricação de produtos derivados do petróleo. Os demais se concentram em fabricação de veículos automotores, produtos químicos, artefatos de couro e metalurgia.

A indústria extrativista possui uma participação pouco expressiva dentro da economia estadual, com apenas 0,2% do VAB total. As indústrias gaúchas dedicadas à extração mineral constituem-se, majoritariamente, de extração de minerais não-metálicos.O conjunto de indústrias gaúchas vinculadas ou diretamente relacionadas à construção civil ocupam o 6º lugar entre as unidades da federação, com 5,2% do VAB nacional.

Evolução do VAB da Indústria no RS 2002 – 2014 (R$ bilhões)

Fonte: IBGE – Contas Regionais

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VAB da Agropecuária

O RS contribui com 12% do VAB agropecuário brasileiro

O Valor Adicionado Bruto da Agropecuária brasileira em 2014 foi de 250 bilhões de reais. O Rio Grande do Sul contribuiu neste montante com 12%, isto é, aproximadamente 28,9 bilhões de reais.

Embora na matriz do VAB Total do Rio Grande do Sul o setor participe com somente 9%, esta atividade possui grande importância para a economia gaúcha, pois dela derivam inúmeros seg-mentos da agroindústria e há também uma grande influência da atividade no setor de exporta-ções. O setor também possui grande importância para os pequenos municípios, onde é respon-sável por impulsionar inúmeras atividades principalmente de comércio e serviços. Cinquenta e cinco por cento do VAB Agropecuário do Estado (R$ 16 bilhões) é oriundo de municípios com menos de 15 mil habitantes.

Os municípios de Cachoeira do Sul, Uruguaiana, Alegrete, Tupanciretã, Itaqui, Dom Pedrito, Santa Vitória do Palmar, Palmeira das Missões, São Borja, Canguçu, São Gabriel, Vacaria, Muitos Capões, São Lourenço do Sul, Camaquã se destacaram por apresentarem VAB superior a 250 milhões de reais. A maioria deles tem o cultivo de grãos como produto principal no setor. A ex-ceção fica com Caxias do Sul onde valor está associado principalmente a horticultura e criação de aves.

Evolução do VAB da Agropecuária no RS 2002-2014

Fonte: FEE

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Produção agropecuária e estrutura fundiária

A estrutura fundiária do Estado se diferencia de acordo com a região

O Rio Grande do Sul, tradicionalmente, apresenta-se como um Estado que se destaca pela sua produção agrícola e pecuária. O setor agropecuário tem uma estimativa de participação, em 2014, de 12% na estrutura do Valor Adicionado Bruto do Estado. No entanto, sabe-se que esta participação é ainda maior se considerada a repercussão na cadeia produtiva que o setor mo-vimenta.

O valor da produção agropecuária, conforme dados do Ministério da Agricultura, indica que na composição do Valor Bruto da Produção Agropecuária do Rio Grande do Sul em 2015, a agricul-tura responde por 68% e a pecuária por 32%.

A estrutura fundiária do Estado se diferencia de acordo com a região, alternando predomínio de grandes e médias propriedades com médias e pequenas unidades de produção.

Segundo o Censo Agropecuário de 2006, do total de 441.472 estabelecimentos agropecuários, 38,9% possuem tamanho menor de 10 ha. Já os maiores de 500 ha representam menos de 2% dos estabelecimentos, ocupando 42,3% da área rural. Deve-se ressaltar que o limite entre mi-nifúndio e latifúndio varia de acordo com a região e, normalmente, nas regiões da Campanha e da Fronteira Oeste, onde os solos são mais frágeis, necessita-se de áreas maiores para obter viabilidade na produção.

Uso da terra nos estabelecimentos agropecuários do RS – 2006

Fonte: IBGE/Censo Agropecuário 2006

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Número de estabelecimentos e área dos estabelecimentos agropecuários, por grupos de área total, no Rio Grande do Sul — 2006

Fonte: IBGE/Censo Agropecuário 2006

Uso do Solo e Problemas Ambientais

A utilização da unidade territorial bacia hidrográfica colabora para a definição de ações de recu-peração e preservação

A utilização da unidade territorial bacia hidrográfica para a identificação de problemas ambien-tais colabora para definição de ações de recuperação e preservação.

Muitos são os problemas ambientais no Rio Grande do Sul, resultantes na sua maioria, das formas de apropriação e uso que a sociedade faz dos chamados recursos naturais. Alguns des-ses problemas são facilmente identificáveis por abranger grandes extensões territoriais ou por influírem diretamente nas condições de qualidade de vida de um grande número de habitantes em diferentes locais do Estado.

O reconhecimento da ocorrência de problemas ambientais é fundamental para a definição de ações de políticas públicas de recuperação e preservação e para estimular o envolvimen-to maior da sociedade. Neste sentido, a identificação destes fenômenos utilizando a unidade territorial da bacia hidrográfica auxilia na compreensão da dinâmica ambiental a que os atores locais estão diretamente relacionados.

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Principais problemas ambientais da Bacia do Guaíba

Fonte: SEPLAG/DEPLAN

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Principais problemas ambientais da Bacia do Uruguai

Fonte: SEPLAG/DEPLAN

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Principais problemas ambientais da Bacia Litorânea.

Fonte: SEPLAG/DEPLAN

Atualidades Sobre Segurança

Entenda a crise no sistema prisional brasileiro

http://www.ebc.com.br/especiais/entenda-crise-no-sistema-prisional-brasileiro

A morte de 60 detentos em presídios do Amazonas chamou, mais uma vez, a atenção do país para a guerra de facções criminosas dentro de presídios brasileiros e expôs a fragilidade do sis-tema penitenciário nacional

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O cenário dos presídios nacionais

O ano de 2017 começou com o novo capítulo de uma antiga história. A morte de mais de 100 detentos chamou atenção para a guerra de facções criminosas dentro de presídios brasileiros e expôs a fragilidade do sistema penitenciário nacional.

Segundo os últimos dados divulgados em 2014 pelo Sistema Integrado de Informações Peni-tenciárias do Ministério da Justiça (Infopen), o Brasil chegou à marca de 607,7 mil presos. Desta população, 41% aguarda por julgamento atrás das grades. Ou seja, há 222 mil pessoas presas sem condenação.

Três episódios que aconteceram em 2017 denotam a crise nos presídios brasileiros. No dia 1º de janeiro, pelo menos 60 presos que cumpriam em Manaus (AM) foram mortos durante a re-belião que durou 17 horas. Na mesma semana, houve um tumulto em uma penitenciária em Roraima, onde 33 presos foram mortos. No dia 14, Rio Grande do Norte, pelo menos 26 presos foram mortos em rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz.

Após o ocorrido, cerca de 220 presos foram transferidos para outras penitenciárias. Estados como Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná também enfrentaram esse tipo de problema. No dia 24 de janeiro, mais de 200 detentos fugiram do Instituto Penal Agrícola em Bauru (SP).

Autoridades discutem soluções para crise prisional

Logo quando aconteceu o massacre em Manaus, a imprensa internacional criticou os presídios do país. Já o presidente Michel Temer decidiu ampliar a atuação do governo federal no com-bate à crise penitenciária. "Quero, numa primeira fala, mais uma vez, solidarizar-me com as famílias que tiveram seus presos vitimados naquele acidente pavoroso que ocorreu no presídio de Manaus", afirmou Temer.

Diante da crise, o Ministério da Justiça anunciou a criação de um Grupo Nacional de Interven-ção Penitenciária para atuar dentro dos presídios, em conjunto com as forças policiais estadu-ais. A exemplo da Força Nacional de Segurança Pública, o grupo conta com cerca de cem agen-tes penitenciários cedidos pelos estados e tem como objetivo conter situações problemáticas do sistema carcerário.

As medidas sucederam ao anúncio do lançamento do Plano Nacional de Segurança Pública, que começará a ser implementado no dia 15 de fevereiro. O plano prevê ações conjuntas de segurança pública e inteligência por parte dos governos federal e estaduais para tentar reduzir o número de homicídios dolosos, feminicídios e violência contra a mulher em todo o país.

À época, a Organização Não Governamental (ONG) Human Rights Watch divulgou comunicado dizendo que o Brasil precisa retomar o controle do sistema prisional.

“Nas últimas décadas, autoridades brasileiras gradativamente abdicaram de sua responsabili-dade de manter a ordem e a segurança nos presídios”,disse a diretora do escritório da entidade em São Paulo, Maria Laura Canineu.

Para a Human Rights Watch, essa situação expõe os presos à violência e abre espaço para a atu-ação do crime organizado. A superlotação é consequência, na avaliação da Human Rights, de políticas equivocadas, como a manutenção de presos provisórios junto com condenados.

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e seccionais do Amazonas e de Roraima informaram que vão acionar a Corte Interamericana de Direitos Humanos contra o

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Estado brasileiro. De acordo com o presidente da OAB, Claudio Lamachia, o Estado brasileiro perdeu o controle das prisões, que se encontram na mão do crime organizado.

Especialistas em segurança, por sua vez, criticam a terceirização de presídios e desinformação sobre detentos. A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, con-vocou uma reunião com os presidentes dos 27 tribunais de Justiça do país para discutir a crise do sistema penitenciário. A ministra pretender dar continuidade aos esforços do Judiciário para encontrar soluções para a crise.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que as Forças Armadas serão usadas mediante a demanda dos governadores dos estados afetados pela crise no sistema penitenciário. As tropas militares farão inspeção de materiais considerados proibidos nos presídios.

Contexto preocupante

A superlotação é um dos problemas dos presídios no Brasil. Dados de 2014 do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) mostram o crescimento gradual da população carcerária no Brasil. Em 2004, o país tinha 336 mil presos.

Dez anos depois, esse número quase dobrou, com 622 mil, sendo 584,7 mil em prisões estaduais, 37,4 mil em carceragens de delegacias e 397 nas quatro prisões federais em funcionamento no país. A quantidade de vagas, porém, não acompanha o crescimento. Em 2014, o número de vagas era 371,8 mil.

No Amazonas, por exemplo, 62,64% dos presos são provisórios. O número de presos ainda sem julgamento (5,5 mil) supera o número de vagas no estado (3,4 mil). Na Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Rondônia e Sergipe o cenário é o mesmo: não existe cadeia suficiente nem para os presos provisórios.

Presídios superlotados do Amazonas e de Rondônia têm protagonizado as páginas de jornais desde o fim de 2016, com mortes e guerras entre facções criminosas.

Saiba mais sobre as rebeliões em cada um dos estados:

Manaus

Em 1º de janeiro de 2017, o país ficou chocado com o massacre ocorrido em uma rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) em Manaus, onde 56 presos morreram. A rebe-lião no Compaj só é superada em número de mortos pelo chamado Massacre do Carandiru, no qual 111 detentos foram mortos, em 1992.

Agentes carcerários feitos reféns foram libertados após negociação entre os líderes da rebelião e autoridades.

Segundo as autoridades estaduais, o motim é mais um episódio da guerra entre facções crimi-nosas que disputam o controle das atividades ilícitas na região. O secretário estadual de Segu-rança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, disse, em entrevista, que o objetivo dos integrantes da organização Família do Norte (FDN) ao trocar tiros com policiais militares, render os agentes penitenciários e ocupar os pavilhões da unidade prisional era matar os internos ligados à facção rival, o Primeiro Comando da Capital (PCC).

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O PCC surgiu em São Paulo, mas já está presente em quase todas as unidades da federação. Doze agentes que trabalham para uma empresa terceirizada foram feitos reféns durante a rebelião e libertados com vida pelos próprios detentos.

A rebelião no Compaj só é superada em número de mortos pelo chamado Massacre do Caran-diru, no qual 111 detentos foram mortos, em 1992. O terceiro caso com maior número de mor-tes aconteceu em 2002, no Presídio Urso Branco, em Porto Velho (RO), onde 27 presos foram mortos durante uma rebelião.

O governo estadual deve utilizar parte dos R$ 44,7 milhões de repasse que o Fundo Penitenciário do Amazonas recebeu do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) para reparar os estragos na unidade.

O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, e o governador do Amazonas, José Melo, anunciaram no dia 2 de janeiro que os líderes das rebeliões ocorridas em Manaus (AM) seriam transferidos para presídios federais.

Cinquenta e seis dos 184 presos que escaparam de unidades prisionais do Amazonas nos pri-meiros dias do ano foram recapturados até o dia 3 de janeiro. Segundo a secretaria estadual de Segurança Pública, as forças policiais do estado continuam as buscas pelos foragidos.

Após o massacre, o governo do estado anunciou que 286 detentos foram transferidos para a Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, em Manaus, e devem permanecer lá por cerca de três meses. O local teve policiamento reforçado em possíveis pontos de fuga. Assim como em ou-tros presídios de Manaus, as visitas na unidade foram suspensas.

Em meio à crise, secretário de Administração Penitenciária do AM, Pedro Florêncio, deixou o cargo.

Alguns dias após a rebelião, foi divulgada a informação de que dezenove dias antes de serem mortos na chacina em que 56 presos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) foram assassinados por outros internos, dois detentos enviaram cartas à Justiça do Amazonas em que denunciaram que diretores da unidade prisional recebiam dinheiro de organizações criminosas para permitir a entrada de armas, drogas e celulares no presídio.

Roraima

Em 6 de janeiro deste ano, pelo menos 33 presos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), na zona Rural de Boa Vista (RR), foram mortos. Segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania, o tumulto na unidade começou durante a madrugada.

As mortes em Roraima ocorrem na mesma semana em que quase 60 presos foram assassi-nados em estabelecimentos prisionais do Amazonas e um dia após o governo federal lançar o Plano Nacional de Segurança Pública para tentar reduzir o número de homicídios dolosos e feminicídios; promover o combate integrado à criminalidade transnacional e a racionalização e a modernização do sistema penitenciário.

Rio Grande do Norte

Pelo menos 26 presos que cumpriam pena na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia da Floresta, na região metropolitana de Natal (RN), morreram durante uma rebelião em 14 de ja-neiro deste ano.

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Segundo o governo estadual, o motim teve início por volta das 17h do dia 14 (sábado) e foi con-tido por volta das 7h30 do dia 15 (domingo), depois que policiais entraram no estabelecimento. A situação foi controlada no presídio e sem conflitos com os agentes de segurança que entra-ram na unidade, conforme a Secretaria de Segurança Pública.

A Penitenciária de Alcaçuz é considerada a maior unidade prisional do estado. Ela é formada por cinco pavilhões e tem 5 mil e 900 metros quadrados de área construída. Informações publicadas no site da Secretaria Estadual da Justiça e da Cidadania mostram que Alcaçuz tem um total de 620 vagas e abriga atualmente uma população prisional 1.083 presos em regime fechado.

De acordo com o secretário estadual da Justiça e Cidadania, Walber Virgolino da Silva Ferreira, as mortes em Alcaçuz são mais um episódio da guerra entre facções criminosas que disputam o controle de atividades ilícitas, sobretudo do narcotráfico. De acordo com as autoridades poti-guares, as rebeliões e as chacinas de presos registradas no Amazonas e em Roraima nos primei-ros dias do ano “estimularam” os detentos do Rio Grande do Norte.

Em entrevista, o secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte, Caio César Marques Bezerra, disse que o governo estadual e o Ministério da Justiça estudam a possi-bilidade de ampliar o efetivo da tropa da Força Nacional no estado.

O clima de tensão voltou a dominar a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Natal, na manhã da segunda-feira, 16 de janeiro. Poucas horas depois de policiais militares deixarem o local, um grupo de detentos voltou a ocupar os telhados dos pavilhões. Imagens divulgadas pela impren-sa exibiram homens sobre os telhados de pavilhões empunhando paus, pedras e barras de fer-ro. Vestindo calções azuis, alguns homens enrolaram camisetas brancas na cabeça para escon-der o rosto. Outros portavam bandeiras improvisadas com lençóis enquanto gritam palavras de ordem como “a vitória é nossa”, em aparente provocação a integrantes de facções rivais.

Após a entrada da Polícia Militar na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, os presos desceram dos telhados da unidade.

A Secretaria de Segurança do RN transferiu os líderes da rebelião. Os presos que deixaram Al-caçuz ocupavam os pavilhões 1 e 2, dominados pela facção criminosa Sindicato do RN. Os 220 homens que deixaram Alcaçuz serão substituídos por outros 230 detentos de outros presídios que supostamente não fazem parte de nenhum grupo organizado: são conhecidos como “a massa”, pela posição neutra.

Depois da transferência de 220 presos da facção Sindicato do Crime do RN de Alcaçuz para outra unidade prisional, o serviço de transporte coletivo da cidade de Natal foi suspenso por alguns dias, devido a ataques aos veículos.

Militares das Forças Armadas começaram na sexta-feira (20 de janeiro) a reforçar o policiamen-to na região metropolitana de Natal, que vive um clima de insegurança por causa do confronto entre facções criminosas. Foram enviados 1.846 militares ao Rio Grande do Norte.

Paraná

Pelo menos dois presos morreram e 28 fugiram da Penitenciária Estadual de Piraquara, na re-gião metropolitana de Curitiba, na madrugada do dia 15 de janeiro. Segundo a Secretaria Es-tadual de Segurança Pública e Administração Penitenciária, os internos escaparam após uma explosão que abriu um buraco no muro da unidade. De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), os corpos dos dois presos – baleados e mortos durante confronto com os policiais que tentavam conter a fuga.

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Minas Gerais

Detentos fizeram um motim, na segunda-feira 16 de janeiro, no Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte. Os presos reivindi-caram ainda melhorias nos atendimentos médico, odontológico e psicológico e no tratamento aos parentes, que também estariam sofrendo abusos. Nas últimas semanas, o Primeiro Co-mando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho, duas das principais facções de narcotráfico do Brasil, tem promovido ou incentivado rebeliões em unidades prisionais do Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte. No vídeo gravado, o representante dos detentos do Presídio Antônio Dutra Ladeira faz inclusive menção à situação dos demais estados. "Todas as cadeias estão liga-das", disse.

Santa Catarina

Detentos do Presídio Regional de Lages, em Santa Catarina, começaram um motim na quinta--feira 19 de janeiro. Os presos queimaram colchões, mas o fogo foi contido pelo Corpo de Bom-beiros, segundo informações da Secretaria de Justiça e Cidadania do estado.

O motim durou cerca de uma hora e foi controlado pela equipe de agentes penitenciários espe-cializada em intervenção prisional, com o auxílio da Polícia Militar.

Dez presos ficaram feridos pelas chamas e estão sendo atendidos em unidades de saúde, mas nenhum deles corre risco de morrer. Não houve reféns ou fugas.

São Paulo2

Uma rebelião no Instituto Penal Agrícola na cidade de Bauru, interior paulista, resultou na fuga de 200 presos, informou o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom). Parte dos presos foram recapturados, mas não há informações sobre o número exato dos que continuam foragidos.

Rocinha: guerra entre bandidos cria novo barril de pólvora no Rio

http://veja.abril.com.br/brasil/rocinha-guerra-entre-bandidos-cria-novo-barril-de-polvora-no-rio/

Morro da Zona Sul carioca passa por troca de comando e acende alerta de autoridades para possibilidade de novos confrontos

A guerra entre bandidos no Rio de Janeiro pode transformar mais uma favela da zona sul ca-rioca em um barril de pólvora. Na manhã de quarta-feira (4), o morro do Vidigal teve uma mu-dança no comando do tráfico de drogas e passou a ser controlado pela mesma quadrilha que divide o domínio de território da vizinha favela da Rocinha, palco de confrontos intensos que levaram caos à cidade nas duas últimas semanas. A mudança é acompanhada por autoridades da segurança-pública, preocupadas com a possibilidade de novos conflitos.

Dois dias depois da saída das Forças Armadas da Rocinha, a polícia confirmou que bandidos ligados ao traficante Rogério Avelino dos Santos, o Rogério 157, retornaram à região e ocupa-ram a parte alta da favela, agora dividida entre duas facções rivais, o Comando Vermelho (CV)

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e a Amigos dos Amigos (ADA). O racha começou com uma briga entre Rogério e o ex-chefão do morro, Antonio Bonfim Lopes, o Nem, pelo controle da venda de drogas na região, uma das mais lucrativas da cidade. Ambos integravam a ADA, mas Nem, insatisfeito com seu ex-aliado e preso em Rondônia, comandou a tentativa de retomada da área. A disputa provocou confron-tos e a expulsão de Rogério 157. Fugindo da polícia e de bandidos inimigos, ele migrou para o Comando Vermelho e se refugiou em favelas da facção.

No Vidigal, quem controla a venda de drogas é Alan Francisco da Silva, o Bilan, muito próxi-mo de Rogério. Na quarta-feira (4), Bilan, que fazia parte da ADA, se converteu ao Comando Vermelho com o objetivo de manter a aliança com o amigo. A transferência de poder levou à expulsão de dois traficantes ligados a Nem que não aceitaram trocar de quadrilha. Com isso, a influência do Comando Vermelho se ampliou para mais uma favela carioca. Não há informação de intenso tiroteio, mortos ou feridos durante o processo.

Iniciais do Comando Vermelho podem ser vistas em paredes de imóveis no Vidigal (Foto de leitor/Arquivo pessoal)

A mudança consolida uma tradição na Zona Sul carioca. Historicamente, por serem vizinhas, Rocinha e Vidigal sempre foram dominadas pelo mesmo grupo de bandidos. Na manhã desta quinta-feira (5), já era possível ver as iniciais do Comando Vermelho pintadas nas paredes de algumas casas na favela. Rogério 157 é procurado pela polícia, e o Portal dos Procurados do Disque Denúncia pede 50 000 reais por informações que levem à sua captura.

Brasil tem recorde de violência com sete mortes intencionais por hora em 2016

Por iG São Paulo * | 30/10/2017 11:51 – Atualizada às 30/10/2017 12:49

Fonte: Último Segundo – iG @ http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2017-10-30/violencia.html

Sete pessoas morreram de forma violenta a cada hora ao longo do ano passado no Brasil. O dado representa um recorde histórico e foi revelado pelo 11º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança, estudo divulgado nesta segunda-feira (30) que reúne estatísticas oficiais da violência fornecidas pelas autoridades de segurança dos estados. De acordo com o levantamento, o País registrou um total de 61.619 mortes intencionais em 2016, número que representa alta de 3,8% em relação ao mesmo dado de 2015 e equivale ao total de mortes provocadas pela explosão

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da bomba nuclear que dizimou a cidade japonesa de Nagasaki em 1945. É como se uma bomba atômica da 2ª Guerra Mundial explodisse por ano no Brasil.

Os índices se referem ao total de vítimas de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais (em serviço, ou durante o período de folga). Em números absolutos, o Rio de Janeiro superou São Paulo e assumiu em 2016 o posto de estado com maior número de vítimas da violência : foram 6.262 mortes intencionais no ano passado.

A maior taxa de mortes violentas por grupo de 100 mil habitantes, no entanto, foi registrada no Sergipe. Por lá, foram contabilizadas 64 vítimas a cada 100 mil moradores em 2016, um salto de 11,5% na comparação com as 57,3 mortes por grupo de 100 mil registradas no ano anterior. O estado com melhor índice nesse quesito foi São Paulo, onde houve 11,7 casos de mortes violen-tas a cada 100 mil habitantes, segundo as informações do governo estadual.

Polícia mata mais e morre mais

Ainda de acordo com o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança, houve aumento no número de policiais mortos em situação de confronto e também no total de vítimas de inter-venções policiais.

O Rio de Janeiro lidera o levantamento nas duas vertentes: o policial do Rio mata mais quando está atrás do gatilho e morre mais quando está na mira da arma. No ano passado, foram mortos 40 policiais civis e militares em serviço e 92 durante o período de folgas em terras fluminenses. Em 2015, esses índices eram de 25 e 73, respectivamente.

Já o total de vítimas de ações policiais saltou de 645 para 925 em um ano no Rio de Janeiro. Em São Paulo, segundo estado com maior número de mortes violentas decorrentes de ações poli-ciais, foram 856 vítimas em 2016 (24 a mais que em 2015).

Latrocínios

Ainda de acordo com o estudo, o número de latrocínios (roubos seguidos de morte) cresceu 57,8% em sete anos no País. Somente no ano passado, foram registrados 2.514 assassinatos cometidos durante o ato do roubo ou em consequência dele. Na edição anterior do estudo, divulgada em 2010, o número havia sido de 1.593.

Em 19 estados houve aumento nesse tipo de crime. Rondônia (124%), Tocantins (73%) e Rio de Janeiro (70%) foram os estados com maior crescimento. No outro extremo, entre as unidades da federação em que os índices de latrocínio regrediram, as princiais quedas foram em Roraima (45%), Paraíba (28%) e Amapá (23%). Nos seis estados mais populosos além do Rio de Janeiro, foram registradas altas em São Paulo (1,2%), Bahia (1,4%), Paraná (8,3%), Rio Grande do Sul (17,1%) e Pernambuco (45%). Apenas em Minas Gerais houve recuo, de 10,6%.

Na relação entre o número de latrocínios e a população, o Pará aparece como o mais violento, com 2,6 casos por 100 mil habitantes no ano. Outros quatro estados superaram o índice de 2/100mil: Pará, Goiás, Amapá, Amazonas e Sergipe. Na outra ponta da tabela, Tocantins, São Paulo, Santa Catarina, Paraíba, Paraná e Minas Gerais ficaram abaixo de um por 100 mil. A taxa média do paíse é de 1,2 latrocínios a cada 100 mil habitantes.

Para especialistas, a alta generalizada na violência tem relação direta com a crise econômica que o país tem enfrentado. Sem recursos, os estados reduziram os investimentos em estrutura e pessoal nos últimos anos.

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Crise Econômica no Brasil (2015 – 2017)

«Como o Brasil entrou, sozinho, na pior crise da história». Época. 4 de abril de 2016«Brasil vive a pior recessão da história». G1. 3 de julho de 2017.

«Investimentos despencam e PIB cai 3,8 por cento em 2015, na maior recessão desde 1990». Estadão.

«PIB do Brasil cai 7,2% em dois anos». Valor econômico.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_econ%C3%B4mica_no_Brasil_em_2015%E2%80%932017

Uma forte crise econômica tem abalado a economia brasileira desde o seu início, nos primeiros meses de 2015, até a atualidade. A crise, cujos primeiros sinais já puderam ser percebidos no final de 2014, foi acompanhada e intensificada por uma crise política, resultando em protestos contra o governo por todo o país. Dilma Rousseff, presidente na época, que houvera sido reeleita para seu segundo mandato, foi afastada do cargo definitivamente em agosto de 2016 com o seu impeachment e em seu lugar assumiu seu vice, Michel Temer, que prometeu adotar medidas para recuperar a economia.

Uma das características da crise é a forte recessão econômica. É a pior recessão da história do país, havendo recuo no Produto Interno Bruto (PIB) por dois anos consecutivos. A economia contraiu-se em cerca de 3,8 por cento em 2015 e 3,6 por cento em 2016. O desemprego atingiu seu auge em março de 2017 com uma taxa de 13,6 por cento, o que representava mais de 14 milhões de brasileiros desempregados.

Em 2016 os efeitos da crise econômica foram amplamente sentidos pela sobrecarga nos serviços públicos e pela população, que precisou adaptar as contas para a realidade financeira. De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no ano, quase metade dos entrevistados (48 por cento) passou a usar mais transporte público e 34 por cento deixaram de ter plano de saúde. O aprofundamento da crise econômica levou 14 por cento das famílias a trocarem a escola dos filhos de particular para pública em junho, com percentual superior aos verificados em 2012 e 2013, antes da crise.Além disso, os consumidores trocaram produtos por similares mais baratos (78 por cento), esperando liquidações para comprar bens de maior valor (80 por cento) e poupando mais para o caso de necessidade (78 por cento).

Em junho de 2017, o PIB subiu um por cento no primeiro trimestre do ano, sendo o primeiro aumento, após oito quedas trimestrais consecutivas. O ministro da fazenda, Henrique Meirelles, disse que o país "saiu da maior recessão do século".

Não há um consenso claro entre os especialistas sobre quais foram as causas da crise. Porém, diversas fontes confiáveis podem ajudar a esclarecer os motivos que levaram o país a passar por graves dificuldades na economia. Pode-se dividir as causas apontadas entre internas e externas.

Causas Internas

Em 2013, antes do início da crise, a revista britânica The Economist já havia feito críticas à gestão econômica do governo, tendo lançado um relatório de 14 páginas sobre o assunto, que foi matéria de capa. A matéria faz um contraste entre dois momentos discrepantes da economia brasileira. Antes, o país sinalizava um futuro bastante promissor ao registrar crescimento de 7,5% em 2010, sendo o melhor desempenho em décadas. Para aumentar o entusiasmo, o Brasil foi escolhido

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para sediar tanto a Copa do Mundo em 2014 quanto as Olimpíadas em 2016. Porém, o Brasil fez poucas reformas durante os anos de boom econômico. A matéria afirma também que o setor público brasileiro impõe um fardo particularmente pesado no setor privado.

Causas Externas

A The Economist afirmou mais tarde, em 2015, que as causas imediatas da crise eram externas. A publicação diz que a presidente Dilma Rousseff poderia ter aproveitado melhor a onda de commodities do primeiro mandato dela para diminuir o Estado inchado, que engole 36% do PIB. Ao invés disso, o governo optou por garantir empréstimos subsidiados e incentivos fiscais onerosos para indústrias favorecidas. A subsequente queda dos preços das commodities explica, em parte, a crise.

Outro fator externo apontado foi a desaceleração da economia chinesa. Desde o final da década de 1990 até o início de 2012, houve um aumento significativo no preço das commodities no mercado internacional, impulsionado pela crescente demanda da China.

Recessão

Alteração percentual do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, segundo dados do IBGE. Percebe-se o baixo crescimento em 2014 e as fortes quedas nos anos seguintes.

Os sinais de que uma forte recessão viria já se percebeu em 2014, quando o crescimento do PIB foi de apenas 0,5 por cento. Em 2015, a economia se contraiu em 3,8 por cento, sendo a pior recessão desde 1990, durante o governo Collor. Porém, em 2016, o PIB teve outra queda forte, o que fez com que a recessão se tornasse a pior da história. Foi a primeira vez, desde a década de 30, que o país esteve em recessão por dois anos seguidos. Neste período, o PIB per capita caiu 11 por cento.

No primeiro trimestre de 2017, foi registrado um aumento do PIB de 1 por cento, sendo o primeiro aumento desde o início de 2015.

Rombo nas contas públicas

A recessão teve influência no rombo nas contas públicas registrado desde 2014. Este fenômeno ocorre quando o governo gasta mais do que arrecada. As contas do setor público registraram um déficit primário de 155,7 bilhões de reais em 2016, ou seja, as despesas do setor público superaram as receitas com impostos e tributos em 155,7 bilhões de reais naquele ano. No ano anterior, o déficit foi de 32,5 milhões. Em 2016 foi maior ainda, fechando em 155,8 bilhões.

Desemprego

O desemprego, no ano de 2014, ainda não havia dado sinais que iria aumentar. Na média do ano, a taxa ficou em 6,8 por cento, sendo a menor taxa dentre os dois anos anteriores. No en-cerramento do ano, foi registrado uma taxa de 4,8 por cento nas grandes metrópoles, tais como São Paulo e Belo Horizonte. Foi a menor taxa de desemprego desde 2003, ano em que o IBGE adotou a atual metodologia de análise.

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Todavia, nos anos de 2015 e 2016, a crise econômica fez o desemprego disparar. 2015 encerrou com uma taxa de 8,5 por cento e 2016 encerrou com número mais alarmante, 11,5 por cento, segundo o IBGE. Em números absolutos, isso representa 12,3 milhões de brasileiros desocupa-dos. Em setembro de 2016 a taxa de estava mais alta, chegando a 11,8 por cento.

O auge do desemprego foi verificado em março de 2017, quando o país contava com aproxima-damente 14 milhões de desempregados. No mês seguinte, abril, foi registrado uma pequena queda na taxa de desemprego. Se trata da primeira queda desde 2014. O desemprego em abril, que foi de 13,6 por cento, ainda era considerado muito elevado.

Durante todo o perído de crise, notou-se que, antes da crise, em fevereiro de 2014, havia 6,6 milhões de desempregados no país. Esse número mais que dobrou desde então até março de 2017, quando se contabilizou 13,4 milhões de pessoas sem trabalho.

Inflação

A inflação do Brasil é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, mais conhecido como IPCA. Este índice se refere ao aumento de preços (inflação) que afeta famílias com ren-dimento entre um e quarenta salários mínimos, abrangendo 11 das principais regiões metro-politanas do país. O Banco Central do Brasil fixa a meta do IPCA para um determinado ano. Em 2014, o índice fechou o ano em 6,41 por cento, ficando abaixo da meta do Banco Central, que é de 6,5 por cento. A inflação de 2014 havia sido a maior desde 2011.

Porém, em 2015, a inflação registrada foi significativamente maior, fechando o ano em 10,67 por cento, a mais alta desde 2002, que foi o ano em que o mercado financeiro estava inseguro quanto ao primeiro mandato de um governo do Partido dos Trabalhadores, ficando bem acima da meta. Os dados relativos ao IPCA são divulgados pelo IBGE, que afirmou também que 24 por cento da inflação do ano foi causada apenas pelo aumento da energia elétrica e dos combustíveis.

Em 2016, a inflação foi de 6,29 por cento, ficando abaixo do teto da meta. Algumas regiões metropolitanas, como São Paulo, Brasília, Goiânia e Vitória registraram taxas abaixo da média nacional. Curitiba teve a taxa mais baixa, que foi de 4,43 por cento. As demais regiões metropolitanas analisadas pelo IBGE tiveram taxas acima da média. Apesar da crise econômica, a inflação foi melhor que o esperado pelo Banco Central, pelo mercado, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e também pelo governo Temer. 2016 foi um ano agitado devido à crise política, e por essa razão as previsões de inflação variaram bastante ao longo do ano.

Percepção da população

Uma pesquisa do IBOPE em junho de 2015, 87 por cento da população reconhecia que o país vivia uma crise econômica. Seis meses depois, em janeiro de 2016, uma pesquisa divulgada pelo Instituto Data Popular indicou que esse número havia subido para 99 por cento, ou seja, praticamente todo mundo. Ainda segundo a pesquisa, 81 por cento sabiam que o país vivia uma recessão e 51 por cento dos entrevistados afirmou que esta foi a pior crise pela qual o país já passou. Esta última informação foi explicada pelo presidente do instituto, Renato Meirelles. Segundo ele, apenas em torno da metade da população acha que esta foi a pior crise devido a dois fatores. O primeiro é que muitos dos entrevistados eram pessoas jovens e que não tinham lembrança da época de hiperinflação no Brasil no final do século anterior. O segundo fator é que como a situação atual veio após um processo de crescimento forte e da democratização do consumo, a sensação de perda se torna mais forte.

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Classificação de crédito

Em 9 de setembro de 2015, considerando as dificuldades políticas do Brasil em implementar o ajuste fiscal proposto pelo governo Dilma e a previsão de déficit orçamentário feita pelo gover-no, a Standard & Poor's (S&P), agência americana de classificação de risco, rebaixou a nota do país para o nível "especulativo" (BB+). Horas antes, o vice-presidente de comunicação estraté-gica da Moody's havia declarado que sua agência, ao contrário da S&P, havia mantido o selo de bom pagador ao país. A Fitch também manteve a nota atribuída ao Brasil (BBB), embora tenha expressado preocupação quanto ao ritmo de crescimento do país. Todos os rebaixamentos sig-nificaram em uma perda de confiança no Brasil por parte dos investidores, o que piorou a ima-gem do país no exterior.

Em 2016, as agências de classificação de riscos norte-americanas voltaram a rebaixar as notas de crédito do Brasil. Em fevereiro de 2016, a Moodys rebaixou a nota do Brasil para Ba2, último nível antes do grau especulativo. No mesmo mês, a S&P rebaixou a nota de crédito do Brasil de BB+ para BB, e no mês seguinte, a Fitch rebaixou a nota do Brasil para BB.

Medidas colocadas pelo governo para tentar resolver a crise:

Novo Regime Fiscal — instituído por emenda constitucional aprovada em dezembro de 2016, que estabelece um limite (teto) para o crescimento dos gastos do Governo Federal por 20 anos.

Terceirização — projeto, já aprovado, que permite a terceirização do trabalho também para atividades-fim.

Reforma trabalhista — flexibiliza algumas leis trabalhistas, alterando a CLT.

Reforma da previdência — estabelece critérios mais rigorosos para a aposentadoria e previ-dência, estabelecendo, entre outros pontos, uma idade mínima para se aposentar.

Em junho de 2017, foi divulgada a informação que o PIB subiu um por cento no primeiro trimestre do ano. Foi o primeiro aumento do PIB, após oito quedas consecutivas. O ministro da fazenda, Henrique Meirelles, disse que o país "saiu da maior recessão do século". Porém, economistas alertam que o crescimento do PIB caracteriza apenas o fim da "recessão técnica" e que ainda é cedo para decretar que a crise acabou. O desemprego continua alto e ainda há incertezas quanto ao futuro da economia, especialmente após escândalos políticos provocados pela delação da JBS que envolvem o presidente Temer.

Em setembro de 2017, foi divulgado que o desemprego recuou 4,8 por cento, comparado ao trimestre de maio, mas ainda 9,1 por cento maior em relação ao ano anterior. A melhora na ocupação ainda é puxada pela informalidade e pelas contratações no setor público, segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo.

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REFORMA TRABALHISTA

Reforma trabalhista: saiba o que pode mudar

Projeto passou no Senado e vai à sanção. Temer promete mudar alguns pontos por MP. Entenda

https://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/25/politica/1493074533_442768.html

O texto-base da reforma trabalhista apresentado pelo Governo Michel Temer foi aprovado pelo plenário do Senado no dia 11 de julho, e foi sancionado pelo presidente nesta quinta-feira (13). O texto foi aprovado tal qual veio da Câmara dos Deputados, mas o presidente prometeu alterar alguns pontos polêmicos por meio de medida provisória e já enviou ao Congresso uma minuta com essas mudanças (veja quadro abaixo). Temer terá de enfrentar, no entanto, a resistência de Rodrigo Maia, presidente da Câmara, que afirmou via Twitter que a Casa "não aceitará nenhuma mudança na lei".

O que está no texto-base

O texto mantém a prevalência dos acordos coletivos em relação à lei em pontos específicos, propõe algumas garantias ao trabalhador terceirizado e o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, entre outras alterações. O documento cria ainda duas modalidades de contratação: a de trabalho intermitente, por jornada ou hora de serviço, e também o home office. Entenda os principais pontos da proposta.

Acordo coletivo

Patrões e empregados podem chegar a acordos coletivos na empresa independentemente do que prevê a lei trabalhista. Para tanto, o projeto regulamenta a eleição de representantes de trabalhadores para empresas com mais de 200 empregados, como estabelece a Constituição. A eleição deve ser convocada por edital, com pelo menos 15 dias de antecedência. O eleito terá mandato de dois anos, com uma reeleição. O texto proíbe a dispensa arbitrária ou sem justa causa, desde o registro da candidatura até seis meses após o fim do mandato.

Assim, trabalhadores poderão negociar diretamente:

1. Parcelamento de férias anuais.

Como é hoje: a CLT não permite dividir as férias. Em alguns casos, em duas vezes, tirando um mínimo de dez dias em uma delas.

O que foi aprovado no Senado: Se houver acordo entre as partes, dividi-la em até três vezes.

2. Pacto sobre cumprimento da jornada de trabalho

Como é hoje: segundo a CLT, a jornada é de 44 horas semanais, com no máximo 8 horas por dia de trabalho. A duração normal do trabalho pode ser acrescida de duas horas extras, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.

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O que foi aprovado no Senado: Pela proposta, a jornada diária pode chegar até a 12 horas, e o limite semanal pode chegar a 48 horas, incluídas quatro horas extras. Para 12 horas seguidas, haveria 36 ininterruptas. Trata-se de uma modalidade comum em hospitais, empresas de vigi-lância e portarias.

3. Horas trabalhadas e transporte até o trabalho.

Como é hoje: Os trabalhadores têm direito a incluir o tempo gasto para chegar ao trabalho como horas de jornada, quando não há acesso em transporte público, e a empresa fornece transporte alternativo.

O que foi aprovado no Senado: O tempo gasto no percurso para se chegar ao local de trabalho e no retorno para casa não poderá mais ser computado como parte da jornada.

4. Estabelecer um intervalo durante a jornada de trabalho com no mínimo de 30 minutos.

Como é hoje: Quem trabalha acima de seis horas num dia tem direito a uma hora de intervalo para repouso e alimentação. Caso o empregado usufrua de apenas 30 minutos desse intervalo, o Tribunal Superior do Trabalho entende que o intervalo restante (30 minutos mais) gera uma condenação à empresa equivalente a 1 hora e 30 minutos, e ainda com 50% de adicional, tendo reflexos em férias e décimas terceiro para cálculo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

O que foi aprovado no Senado: Que o intervalo restante seja o efetivamente suprimido

Outros pontos que podem ser discutidos em convenções coletivas:

Extensão do acordo coletivo após a expiração, plano de cargos e salários, banco de horas, trabalho remoto, adesão ao Programa de Seguro-desemprego, remuneração por produtividade, registro de jornada de trabalho e regulamento empresarial.

O que não pode ser negociado e prevalece o que a CLT já contempla:

• FGTS

• 3º salário

• Seguro-desemprego

Ações trabalhistas contra a empresa

O trabalhador que entra com ação contra empresa fica responsabilizado pelo pagamento dos honorários periciais caso perca a ação. Hoje, ele não arca com custos que são cobertos pelo Poder Público. Agora, o benefício da justiça gratuita passará a ser concedido apenas aos que comprovarem insuficiência de recursos.

O trabalhador também terá que pagar os custos processuais se faltar em um julgamento, salvo se comprovar, no prazo de oito dias, que o não comparecimento ocorreu por um motivo legal-mente justificável. Hoje, o empregado pode faltar a até três audiências judiciais.

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Má-fé em processos judiciais

O novo texto prevê punições para as pessoas que agem com má-fé em processos judiciais na área trabalhista, seja ela o reclamante, o reclamado ou interveniente. Será considerada de má--fé quem alterar a verdade dos fatos, usar o processo para conseguir objetivo ilegal, gerar re-sistência injustificada ao andamento do processo, proceder de modo temerário, entre outros. O juiz poderá aplicar uma multa de até 10% do valor da causa, além de indenização da parte contrária.

Limita interpretações específicas da lei do Tribunal Superior do Trabalho

O novo projeto quer requisitos mínimos para a edição de súmulas e outros enunciados de juris-prudência do TST, tomando por base procedimentos já previstos no Código de Processo Civil e para o STF. “Assim, com a redação dada ao art. 702 da CLT, pretendemos limitar as interpreta-ções ampliativas, e em alguns casos criativas, por parte do TST.”

Terceirização

O presidente Michel Temer sancionou no fim de março o polêmico projeto de lei aprovado pela Câmara que libera o trabalho terceirizado em todas as atividades, inclusive seu negócio principal. O texto da reforma trabalhista, entretanto, propõe algumas salvaguardas para o trabalhador terceirizado.

O relatório cria uma quarentena, na qual o empregador não poderá demitir o trabalhador efetivo e recontratá-lo como terceirizado em menos de 18 meses. Além disso, o terceirizado terá que ter as mesmas condições de trabalho dos efetivos da empresa, como uso de ambulatório, alimentação e segurança.

Contribuição sindical facultativa

Como é hoje: Hoje, o pagamento, que equivale a um dia de trabalho, é obrigatório e vale tanto para os empregados sindicalizados quanto para os que não são associados às entidades de classe.

O que foi aprovado no Senado: O texto quer alterar a contribuição sindical e torná-la facultativa.

Falta de registro

Como é hoje: O texto atual da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelece multa de meio salário mínimo (468,50 reais) para outras infrações sobre registro. A falta de dados sobre duração do trabalho, férias e acidentes também sujeitam o empregador a multa de 1.000

O que foi aprovado no Senado: o projeto aumenta a multa por empregado não registrado, de um salário mínimo (atualmente 937 reais) para 3.000 reais. Nos casos de microempresa e em-presa de pequeno porte a multa será de 800 reais.

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Teletrabalho (home office) e contrato por hora

O texto de Marinho cria duas modalidades de contratação, que hoje não existem: o trabalho in-termitente, por jornada ou hora de serviço, e o teletrabalho, que regulamenta trabalho de casa, estabelecendo regras para esse tipo de contrato.

A jornada intermitente permite que o trabalhador atue apenas alguns dias da semana, ou traba-lhe apenas algumas horas por dia, negociadas com o empregador. A empresa deve, no entanto, avisar ao funcionário com pelo menos cinco dias que precisará de seus serviços. O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes. O valor da hora de trabalho não poderá ser menor que o valor horário do salário mínimo e nem inferior a dos demais empregados da empresa.

O chamado home office deverá constar no contrato individual de trabalho, que também pre-cisa especificar quais as atividades serão realizadas pelo funcionários. O texto da reforma leva em conta os dados do IBGE de que 4 milhões de brasileiros já trabalham em casa, hoje na con-dição de autônomos ou profissionais liberais.

Prêmios como salário

Como é hoje: A Justiça do Trabalho considera os prêmios concedidos pelo empregador (viagens, ou algum item específico) são contabilizados como parte do salário. Assim, incidem sobre o valor do prêmio encargos previdenciários e trabalhistas.

O que foi aprovado no Senado: O empregador pode conceder o prêmio sem que o seu valor seja considerado parte do salário.

Rescisão contratual

Como é hoje: É exigido que a homologação da rescisão do contrato seja feitas em sindicatos

O que foi aprovado no Senado: A rescisão passa a ser feita na própria empresa, na presença dos advogados do patrão e do trabalhador – que pode ter assistência do sindicato. Para o relator, a medida agiliza o acesso do funcionário a benefícios, como por exemplo, o saque do FGTS.

Demissão

Como é hoje: Atualmente, se o trabalhador se demite ou é demitido, ele não tem direito aos seus recursos do FGTS, apenas se for demitido sem justa causa. O empregador tem a opção de avisar ao trabalhador sobre a demissão com 30 dias de antecedência ou pagar o salário referente ao mês sem que o funcionário precise trabalhar. Isso é válido para casos sem justa causa.

O que foi aprovado no Senado: O substitutivo prevê a demissão em comum acordo. Por esse mecanismo, a multa de 40% do FGTS seria reduzida a 20%, e o aviso prévio ficaria restrito a 15 dias. Além disso, o trabalhador poderia sacar 80% do Fundo, mas perderia o direito a receber o seguro-desemprego.

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Mulheres e trabalho insalubre

Como é hoje: Por lei, mulheres grávidas ou lactantes estão proibidas de trabalharem em lugares com condições insalubres.

O que foi aprovado no Senado: Mulher grávida ou lactante poderá trabalhar em ambientes considerados insalubre, desde que apresente um atestado médico que garanta que não há risco ao bebê nem à mãe.

Sucessão empresarial

O projeto prevê que, no caso em que uma empresa adquira outra, as obrigações trabalhistas passam a ser de responsabilidade do sucessor.

Greve Geral do Brasil em abril de 2017

«Greve geral: as paralisações desta sexta pelo país». Veja. 28 de abril de 2017.

«Greve geral: veja o que não vai funcionar nesta sexta-feira, 28 de abril». El País

«Os motivos da greve geral desta sexta (28/04)». Exame. 28 de abril de 2017.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Greve_geral_no_Brasil_em_2017

A greve geral no Brasil em 2017 aconteceu no dia 28 de abril, 100 anos depois da primeira greve geral, em junho de 1917. O movimento foi um protesto contra as reformas das leis trabalhistas, que posteriormente foram aprovadas, e da previdência social propostas pelo governo Michel Temer e em tramitação no Congresso Nacional do Brasil.

Mais de 150 cidades registraram paralisações, e segundo os organizadores houve adesão de 40 milhões de pessoas, não havendo balanço oficial de adesão ou do número de manifestantes nas ruas. Com ampla cobertura na mídia internacional, a greve foi minimizada pela imprensa brasileira segundo a jornalista Paula Cesarino Costa, com destaque sendo dado aos conflitos entre policiais e grevistas. Com reações diversas, políticos ligados ao governo reduziram o impacto da greve enquanto oposicionistas defenderam-na como expressão popular. O cientista político Marco Antonio Teixeira, escrevendo para a BBC, diz que a greve teria sido "menor do que organizadores esperavam, mas maior do que governo gostaria".

Organização

Várias centrais sindicais convocaram protestos contra as reformas das leis trabalhistas e da pre-vidência social propostas ao Congresso Nacional pelo governo Michel Temer. Apoiada por sin-dicatos locais, a greve foi convocada por diversas centrais como a Unidade Classista, CUT, CSP/Conlutas, UGT, Força Sindical, Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Nova Central, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e CGTB.

Outros movimentos também estiveram à frente das manifestações, como MST, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e UNE.

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Os partidos políticos que declararam apoio ou incentivaram sua militância a comparecer às ruas foram o PT, PSB, PCdoB, PSOL, PSTU, PCB, PDT Solidariedade e a REDE.

A greve também foi apoiada pela Igreja Católica no Brasil. Diversos bispos e padres convocaram os fiéis para protestar contra as reformas. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu nota chamando os cristãos a lutarem "a fim de buscar o melhor para o nosso povo, prin-cipalmente os mais fragilizados".

Reações

A greve teve repercussão internacional e gerou reações diversas entre jornalistas, governantes e cientistas políticos, enquanto que, segundo a ombudsman da Folha de S.Paulo, a cobertura nacional foi minimizada e exagerou os conflitos entre manifestantes e forças policiais.

O presidente Michel Temer criticou atos de violência, e o governo minimizou o impacto da greve. O então Ministro da Justiça, Osmar Serraglio, disse que a greve teria fracassado e que foi uma "baderna generalizada". Políticos ligados ao governo criticaram a greve e seus motivos, enquanto que políticos de oposição apoiaram-na como respaldo da vontade popular. João Doria Junior, prefeito de São Paulo, combateu a greve declarando em uma rede social que "sexta é dia de trabalho". Chamando a greve de "carna lula", o MBL também fez forte campanha contrária a mesma, afirmando que os manifestantes dependem do imposto sindical. Já as centrais sindicais classificaram a greve como a maior das últimas décadas, contando com a adesão de 40 milhões de pessoas.

Para o cientista político Milton Lahuerta, da USP, a greve representou "uma expressão de indignação". Já para o jornalista Merval Pereira, a greve não seria uma revolta popular, mas de sindicatos que estariam "perdendo regalias". A Rádio Jovem Pan declarou que "não houve greve geral" e que "na verdade, a greve fracassou": "Houve apenas pequenos piquetes de pessoas que tentaram parar o Brasil".

Jovem ferido

Um policial militar de Goiás causou graves ferimentos ao estudante universitário Mateus Ferreira da Silva em manifestação na cidade de Goiânia. A agressão foi fotografada e filmada, com fotos em sequência capturando o momento em que o cassetete do capitão Augusto Sampaio quebra ao atingir a cabeça do estudante. O estudante passou 11 dias internado na unidade de tratamento intensivo e sofreu várias fraturas no rosto, além de traumatismo crânio-encefálico.

O policial foi afastado de ações externas e aguarda em atividades administrativas a conclusão de inquérito sobre o ocorrido.

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ATUALIDADES SOBRE TRANSPORTES

Por Fabio Sasaki

https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/ transportes-as-concessoes-e-os-problemas-da--matriz-brasileira/

Neste mês, o governo brasileiro anunciou um plano de concessões de rodovias, aeroportos e ferrovias, com o objetivo de estimular os investimentos em infraestrutura. Está prevista para o primeiro trimestre de 2017 a realização de um leilão oferecendo as concessões dos aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Fortaleza. O governo também planeja lançar os editais de cinco trechos rodoviários, além das ferrovias Norte-Sul e Ferrogrão.

Ao atrair os investimentos da iniciativa privada, o governo pretende destravar aquele que é um dos grandes gargalos da infraestrutura brasileira: a matriz de transportes, considerada desequilibrada e insuficiente. Mas o modelo de concessões é o mais adequado para promover o desenvolvimento? Entenda a seguir as questões que envolvem a matriz de transportes no Brasil.

O QUE É MATRIZ DE TRANSPORTE?

Matriz de transporte é o conjunto dos meios de que um país dispõe para transportar pessoas e, principalmente, mercadorias. A ideal é aquela que consegue equacionar de forma adequada as distâncias e a geografia das regiões a ser atravessadas, as características do produto transporta-do e as exigências econômicas e sociais, minimizando custos financeiros e ambientais incluindo todas as modalidades de transporte:

• Transporte terrestre, composto de rodovias e ferrovias. As rodovias são indicadas para in-terligar pontos próximos e cargas urgentes, mas não volumosas. Já as ferrovias são adequa-das a trajetos médios e longos, para grandes volumes;

• transporte aéreo, dentro do país e para o exterior. O frete é mais caro, mas iTeal para o transporte de cargas delicadas e perecíveis ou de urgência para as indústrias;

• Transporte hidroviário, que inclui os rios, a navegação costeira (chamada cabotagem) e a transatlântica. É feito por barcaças e navios, que são mais lentos, porém muito mais bara-tos para grandes volumes;

• Transporte por dutos ou tubulações, fundamental para o transporte de gás, petróleo e água para a agricultura e a indústria.

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QUAL A SITUAÇÃO DA MATRIZ BRASILEIRA?

O Brasil enfrenta um déficit de infraestrutura logística. Ou seja, faltam rodovias, hidrovias, ferrovias, hidrovias, aeroportos e estrutura portuária para atender a uma demanda reprimida. Afora isso, nossa matriz é extremamente desequilibrada. Um país de dimensões continentais como o Brasil, que movimenta mercadorias internamente e exporta grande volume de grãos e minérios produzidos em áreas distantes do litoral, deveria usar, de forma integrada, várias modalidades de transporte. Não é o que acontece. Mais de 60% de todo o transporte do país acontece em rodovias. De outro lado, as hidrovias, ideal para o transporte de grãos do interior para o litoral, representa apenas 13% da matriz.

Gráfico Matriz de Transporte

Hoje, qualquer ideia sobre modernização, manutenção e expansão da matriz de transportes se baseia na intermodalidade ou transporte intermodal – a integração das várias opções de transporte. Por exemplo: transportar determinada carga por caminhão até um trem ou barcaça que a levará até um porto para exportação. A intermodalidade exige, além das vias de transporte, a construção de galpões para o estoque de produtos.

O QUE SÃO CONCESSÕES?

Para um setor que depende de volumosos investimentos financeiros para reduzir o déficit de infraestrutura, a crise política e econômica que o Brasil enfrenta só tende a piorar a situação. Com as contas públicas desequilibradas, o governo federal não tem dinheiro em caixa para bancar as obras necessárias à ampliação da malha de transportes pelo Brasil. Uma das alternativas para desatar este nó logístico tem sido a adoção de um modelo conhecido como concessão.

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Concessão é um sistema pelo qual o governo transfere à iniciativa privada serviços de construção, reformas e administração de rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos infraestrutura. Nessa transferência, as empresas fazem um investimento que, naturalmente, terá algum retorno financeiro. Por exemplo, uma empresa assume as obras de duplicação de uma rodovia. Em troca, ela recolhe o pedágio cobrado dos motoristas. Para ganhar uma concessão, uma empresa deve oferecer em leilão a melhor oferta de serviços e investimentos – na construção de novos ramais ferroviários e terminais portuários – ou, no caso das rodovias federais, as menores tarifas de pedágio.

QUAIS AS VANTAGENS E DESVANTAGENS?

Os planos de concessões lançados nos últimos anos pelo governo de Dilma Rousseff encontra-ram dificuldades para avançar devido ao fato de não haver empresas suficientemente interes-sadas em investir. O setor privado reclamava das restrições impostas pelo governo na participa-ção dos leilões – as empresas não achavam o retorno financeiro suficientemente atraente para um negócio considerado arriscado.

Entre as condições colocadas pelo governo Dilma para a parceria com o capital privado estava a limitação no período de concessão. Uma empresa que construísse uma rodovia, por exemplo, poderia explorá-la financeiramente por até 35 anos, período que os investidores consideram baixo para obter o lucro desejado. Além disso, as regras também fixavam uma taxa de retorno máximo para os investidores.

Ao conceder a exploração de rodovias, portos e aeroportos, o governo perde uma importante fonte de receitas em troca dos investimentos financeiros da iniciativa privada. Por isso, o go-verno anterior justificava ser importante manter tais regras para garantir um retorno financeiro adequado aos cofres públicos e trazer mais benefícios aos usuários ao impedir que os investido-res cobrassem preços abusivos de empresas e pessoas que utilizassem a malha de transportes.

Já o governo de Michel Temer lançou o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) com o objetivo declarado de retirar os “excessos de interferência do Estado”. Para isso, sinaliza que irá flexibilizar as regras das concessões para torná-las mais atraentes aos investidores. De todo modo, o desafio em qualquer modelo de concessão continua sendo atrair o capital privado sem que o Estado perca a capacidade de gerenciar os investimentos na matriz de transportes e ga-rantir o retorno adequado à sociedade.

Senado altera projeto sobre aplicativos de transporte e texto voltará à Câmara

https://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRKBN1D0351-OBRDN

BRASÍLIA (Reuters) – O Senado aprovou com alterações nesta terça-feira o projeto que regulamenta o serviço de transporte por meio de aplicativos como o Uber [UBER.UL] e o Cabify, e com isso a proposta segue agora à Câmara dos Deputados.

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Por 46 votos a 10, os senadores aprovaram o texto-base da proposta, seguido por emendas aprovadas na sequência, acertadas por boa parte dos líderes, para retirar a obrigatoriedade da placa vermelha e de o condutor ser o titular do veículo.

Senadores também retiraram do texto a regra que previa a autorização dos serviços por parte das prefeituras. A possibilidade de os municípios regulamentarem a atividade recebia críticas dos aplicativos por considerarem que poderia resultar na limitação da oferta.

“Ao município compete a fiscalização”, explicou o relator do projeto em plenário, Eduardo Lopes (PRB-RJ). “Ela (a prefeitura) não vai emitir autorização ou permissão”, disse a jornalistas após a votação.

O relator admitiu que o texto produzido pelos senadores de fato é mais favorável aos aplicativos, mas defendeu uma flexibilização das regras impostas aos taxistas.

Como foi alterado pelos senadores, o projeto precisa retornar à Câmara dos Deputados, que terá a palavra final sobre o texto a ser enviado para sanção presidencial.

A votação desta terça-feira foi marcada por acalorado debate entre os senadores, mesmo após o acordo entre as lideranças firmado antes da sessão plenária, refletindo os ânimos fora do plenário. Taxistas e motoristas de aplicativos estacionaram ao longo das vias de acesso ao Congresso em protesto que culminou com episódio de troca de agressões.

Há dias, empresas e taxistas vem se manifestando a favor e contra o PLC/28. Nesta terça-feira, o presidente-executivo do Uber, Dara Khosrowshahi, também esteve no país para acompanhar a votação.

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OPERAÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL EM 2017 (PRINCIPAIS)

Operação Carne Fraca

https://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%A3o_Carne_Fraca

Operação Carne Fraca é uma operação deflagrada pela Polícia Federal do Brasil, e teve início no dia 17 de março de 2017. Ela foi o estopim para o escândalo, onde apontou que as maiores empresas do ramo — JBS, dona das marcas Seara, Swift, Friboi e Vigor, e a BRF, dona da Sadia e Perdigão — são acusadas de adulterar a carne que vendiam no mercado interno e externo. No total o escândalo da carne adulterada no Brasil envolve mais de 30 empresas alimentícias do país, acusadas de comercializar carne estragada, mudar a data de vencimento, maquiar o aspecto e usar produtos químicos supostamente cancerígenos para buscar revenda de carne estragada, além de apontar agentes do governo acusados de liberar estas carnes.

Dentre as pessoas flagradas em gravações foi registrada a interferência do então Ministro da Justiça do governo Michel Temer, Osmar Serraglio, cobrando de um dos chefes do esquema e principal alvo da investigação Daniel Gonçalves Filho, sobre a fiscalização em um dos frigorífi-cos envolvidos.

Contexto econômico

O Brasil é o líder mundial em exportação de carne bovina e de frango, e o quarto exportador de carne suína. No ano de 2016 as vendas do setor representaram 7,2% do comércio global.

A holding BRF, controladora de Sadia e Perdigão, possui no país quarenta e sete fábricas, e so-zinha detinha 14% do mercado mundial de aves, exportando para 120 países; já a JBS, contro-ladora das marcas Friboi, Seara, Swift e Pilgrim's Pride era considerado o maior frigorífero do mundo, enviando carnes para 150 países.

Como impacto imediato o preço das ações destas duas empresas lideraram as perdas na Ibo-vespa no dia da operação: 7,25% a BRF e 10,59% a JBS; ambas já vinham de resultados ruins no ano de 2016, e avaliou-se que terão enormes dificuldades para conseguir reverter a quebra de confiança.

Operação Carne Fraca

1ª Fase – 17 de março de 2017, a Operação Carne Fraca foi realizada e divulgada como a maior realizada na história da corporação. Mais de 1.100 policiais federais foram as ruas para cumprir 309 mandados em seis estados do Brasil e no Distrito Federal. Os mandados expedidos pela Justiça foram 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão.

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Segundo as investigações, mais de 30 empresas e fiscais do Ministério da Agricultura se beneficiaram do esquema que envolvia liberar a venda da carne imprópria para consumo. A Polícia Federal afirmou que parte da propina liberada no esquema ia para o PMDB, partido do presidente da república em exercício, Michel Temer, e PP, da base aliada. O delegado da Polícia Federal, Maurício Moscardi, lembrou que a responsabilidade pelos atos criminosos contra a população é tanto dos empresários quanto dos agentes públicos. Dentro do Ministério da Agricultura funcionários envolvidos com o esquema removiam fiscais para garantir a continuidade do esquema. A recusa de um fiscal em ser removido, foi o que levou ao começo das investigações. Após a operação ser deflagrada pela PF, 33 servidores foram afastados, e destes, quatro foram exonerados. Três unidades de beneficiamento de carne foram fechadas; a BRF em Mineiros (GO), e as unidades da Peccin em Jaraguá do Sul (SC) e Curitiba (PR).[2]

2ª Fase (Antídoto) – Em 31 de maio de 2017, a Polícia Federal (PF) deflagrou a 2ª fase da Operação, cumprindo três mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, que é por tempo indeterminado, em Goiás. O principal alvo desta fase foi Francisco Carlos de Assis, ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Estado de Goiás. Ele foi flagrado em interceptações telefônicas falando sobre a destruição de provas relevantes para a apuração da Operação Carne Fraca.

Reações

Nacional

Autoridades alertaram para a imagem que o escândalo pode causar na indústria nacional e seus possíveis impactos na economia.

As ações da JBS, na BM&FBovespa fecharam o dia 17 de março em queda de mais de 11%, as BRF seguiram as da JBS e também caíram quase 8%. Somente neste dia, a JBS teve um perda de valor de mercado de R$ 3,456 bilhões, enquanto a BRF teve uma perda de R$ 2,31 bilhões.

Internacional

O periódico New York Times afirmou que o escândalo "lança dúvidas sobre a indústria do agronegócio no Brasil, na já afetada economia nacional, devido a outros escândalos", além de mencionar o vínculo das propinas originadas no esquema, com o partido do presidente do Brasil.

O jornal britânico Financial Times falou no mesmo tom do New York Times e também levantou dúvidas sobre o futuro da indústria da carne no Brasil.

O também britânico The Telegraph citou as acusações de corrupção para manter a carne podre no mercado e seu vínculo com funcionários do governo federal, fato que também foi lembrado pelo jornal estadunidense Washington Post.

Segundo o ministro Blairo Maggi, a União Europeia solicitou ao governo brasileiro uma reunião de emergência para esclarecimentos sobre a operação policial e as investigações sobre as fraudes.

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Governo

Em 19 de março de 2017, o presidente Michel Temer jantou em uma churrascaria com ministros e embaixadores, visando suavizar os efeitos da Operação Carne Fraca.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, do Partido Progressista, afirmou no dia 18 de março, em Cuiabá que alguns servidores se desviaram de suas funções, e afirmou que não deixará de consumir e recomendo o consumo de carne brasileira, afirmando que não há risco nenhum.

O gerente de Relações Internacionais e Governamentais da BRF, Roney Nogueira dos Santos, foi preso pela Polícia Federal no dia 18 de março no Aeroporto Internacional de Guarulhos após desembarcar vindo do exterior.

O presidente Michel Temer, no dia 19 de março, após reunião com embaixadores, anunciou uma força-tarefa para investigar alvos da Carne Fraca.

Doações a políticos

As principais empresas investigadas e alvos da operação Carne Fraca doaram 393 milhões de reais a políticos nas eleições gerais em 2014. O maior beneficiário foi o PT com 60,7 milhões de reais. O PMDB ficou em segundo lugar com 59,1 milhões de reais e em seguida o PSDB com 58,1 milhões de reais. O PP e o PR receberam 38,1 e 24,4 milhões de reais respectivamente.

Dentre os candidatos, os políticos filiados ao PT foram os que mais receberam, totalizando 60,6 milhões, enquanto políticos do PMDB 6,9 milhões, do PSDB 3,3 milhões de reais, do PSD 3,1 milhões de reais e do PROS 1,6 milhão de reais.

Operação Patmos

https://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%A3o_Patmos

A Operação Patmos é uma operação do âmbito da Operação Lava Jato conduzida pela Polícia Federal (PF) e a Procuradoria Geral da República (PGR), com a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) em 18 de maio de 2017. Seus principais alvos incluem o presidente da República Michel Temer (PMDB), e o senador da República, Aécio Neves (PSDB). A operação foi realizada um dia após o jornal O Globo revelar a existência de áudios comprometedores e provas contra Temer, Aécio, o deputado federal paranaense Rocha Loures (PMDB) e diversos outros agentes políticos. Foram apreendidos dois milhões de reais na operação.

As revelações do O Globo e as investigações indicaram uma suposta tentativa de Temer de comprar o silêncio de Eduardo Cunha, impedindo-o de fazer uma delação premiada. Cunha era o ex-presidente da Câmara dos Deputados que encontrava-se preso, acusado de diversos crimes relacionados à corrupção. As informações foram coletadas em um diálogo de Joesley Batista, um dos donos da empresa JBS, que havia gravado o presidente e negociado um acordo de delação premiada. Além disto, no anexo 9 da delação, Joesley relata pagamento de propina de três milhões de reais a Temer em 2010, três milhões de reais em 2012, e 300 mil reais em 2016.

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O senador Aécio Neves foi acusado de receber dois milhões de reais em propina e de tentar obstruir a Justiça, ao buscar influir para a aprovação de legislação que impediria a tipificação do crime de caixa dois eleitoral. Citação: Nos crimes tributários, o 'caixa 2' está previsto no art. 1º da Lei 8.137/90. O que não existe no direito penal brasileiro é um crime específico para o chamado 'caixa 2 eleitoral'. O senador foi afastado de suas funções pelo ministro Edson Fachin, que negou um pedido de prisão, feita pela PGR, contra Aécio. Sua irmã e um primo foram presos, e estabelecidas medidas cautelares contra o senador, como a apreensão de seu passaporte.

O nome da operação faz uma referência à ilha grega de Patmos, local onde supostamente o Apocalipse foi revelado ao apóstolo João. O jornal O Estado de S.Paulo observou a correlação entre o nome dado para a operação com seus resultados, publicando uma matéria intitulada "Operação Patmos, o apocalipse político". Com as revelações da operação, especulou-se que Temer renunciaria à presidência da República, haja vista que havia perdido significativo apoio político no Congresso Nacional. No entanto, em pronunciamento à Nação transmitido ao vivo, Temer refutou a hipótese de renúncia, dizendo que comprovaria sua inocência no STF.

A operação cumpriu 49 mandados judiciais: 41 de busca e apreensão e oito de prisão preventiva na residência de investigados, em seus endereços funcionais, em escritórios de advocacia e órgãos públicos.

Andrea Neves é suspeita de ter pedido dinheiro ao empresário Joesley Batista em nome do irmão.[17] A PF também cumpriu um mandado de busca e apreensão em seu apartamento em Copacabana, que pertenceu a seu avô Tancredo Neves. O ex-presidente do Partido Progressista, Pedro Corrêa, em delação premiada de março de 2016 disse que Andrea era operadora de propina do irmão. Andrea, segundo o ex-diretor da Odebrecht, Benedicto Júnior, teria recebido em uma conta em Nova Iorque propina destinada ao irmão, contrapartida a obras como a Cidade Administrativa e a usina de Santo Antônio, em Rondônia. Andrea é também acusada de tentar fugir do país, havendo comprado passagem para Londres com embarque marcado para a noite de 18 de maio.

Frederico Pacheco de Medeiros é mencionado por Aécio Neves como emissário de recebimento de propina. A denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República registra na página 13 uma conversa gravada entre Aécio e Joesley onde Frederico é mencionado: AÉCIO NEVES, então, reconhecendo a ilicitude de seu pedido, fala, em tom jocoso: "tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação", indicando: "o FRED com um cara seu": "Vamos combinar o FRED com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho." (34min20s).

João Baptista Lima Filho foi assessor de Michel Temer em 1984 quando Temer era secretário segurança de Franco Montoro. Lima e Temer foram citados em diversas irregularidades, tais como um esquema de propina na Docas revelado em 2000, arrecadação de recursos ilícitos na Eletronuclear e compra da construtora Argeplan. Lima tem um patrimônio de mais de 15 milhões de reais incluindo fazendas e 50 por cento na construtora Argeplan, especializada em serviços para o setor público. Lima adquiriu metade da construtora por apenas 250 mil reais em 2011, valor incompatível com o vulto dos contratos da construtora à época. Segundo José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva (presidente da Eletronuclear nos governos Lula e Dilma, preso na Operação Radioatividade acusado de corrupção nos contratos de Angra 3) teria sido indicado por Lima para o cargo. A Argeplan teria ganhado uma obra de 162 milhões de reais na usina de Angra 3 por influência de Temer e subcontratou a Engevix para executar o trabalho. A Argeplan subsequentemente doou 40 por cento das contribuições empresariais para a candidatura de Temer a deputado federal em 1994. A fazenda de Lima foi invadida em maio de 2016 pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) com a justificativa de se tratar de propriedade de Temer.

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Willer Tomaz é um advogado supostamente ligado aos senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, ambos implicados naOperação Lava Jato com múltiplas denúncias. O procurador-geral da República Rodrigo Janot relatou ao ministro do STF Edson Fachin que Willer, com possível ajuda do procurador da República Ângelo Goulart Vilella, tentava atrapalhar processo de colaboração premiada em curso. De origem humilde, Willer passou rapidamente de proprietário de loja de informática falida em Taguatinga para dono de escritório de advocacia de alto padrão em Brasília e Vitória, com 13 advogados e muitos clientes políticos. Segundo Joesley Batista, Willer vendia tráfico de influência, apregoando proximidade com o juiz-substituto da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília Ricardo Soares Leite, onde tramitam ações referentes à Operação Greenfield. Joesley também afirmou que Willer teria também pedido 50 mil reais mensais para repassar a Ângelo Goulart, por informações de interesse da JBS. O advogado também arrenda quatro rádios do ex-vice-governador do DF Paulo Octávio. Ibaneis Rocha, corregedor nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, abriu processo ético para apurar a conduta de Willer. Ibaneis tomou a iniciativa assim que tomou conhecimento do teor do inquérito em curso no Supremo, afirmando "O caso é grave, e será apurado".

Outras delações

De acordo com a revista Época, a JBS teria depositado cerca de 300 milhões de reais numa conta secreta na Suíça, cujo titular oficial é uma empresa de fachada de Joesley Batista, sediada no Panamá. Segundo, Joesley, o ex-presidente Lula podia fazer saques nessa conta para, em seguida, transferir o dinheiro para contas oficiais das campanhas eleitorais do PT em 2010 e 2014. O saldo dessa conta era gerado, segundo o empresário, a partir de vantagens ilegais obtidas pela JBS junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sobretudo no período em que Luciano Coutinho presidia o banco (2007 – 2016)

Joesley também relatou o pagamento de propina, na forma de remuneração de palestras e repasses ao Instituto Lula.[30] Um dos donos do grupo JBS, o empresário Joesley Batista relatou ter feito pagamentos que chegaram a 150 milhões de dólares em propina em favor dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, mediante depósitos em contas distintas no exterior. Ainda segundo o delator, Lula foi destinatário de 50 milhões de dólares, enquanto Dilma teria recebido 30 milhões de dólares.

Reações

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) requisitou uma "rápida investigação a respeito da suposta obstrução da Justiça praticada pelo presidente da República." Segundo a Constituição Federal, a obstrução da Justiça é um dos crimes que podem embasar um processo de impeachment contra Temer. Entretanto, a imunidade presidencial impede sua submissão à prisão, incluindo em flagrante ou preventiva.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que para a solução para a crise atual é respeito absoluto à Constituição e afirmou que se Michel Temer e Aécio Neves não tiverem uma defesa razoável, devem renunciar.

O ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa disse que as pessoas devem ir às ruas pedir a renúncia de Temer. Disse ser a única saída possível para amenizar a crise política causada no País.

Em 18 de maio de 2017, os partidos PPS e PTN anunciaram saía da base aliada ao governo Temer. PPS disse em nota, que, diante da delação premiada "de sócios da JBS envolvendo o

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presidente Michel Temer e da gravidade da denúncia", decidiu deixar o governo federal. No mesmo dia, o então ministro da Cultura Roberto Freire (PPS) afirmou em sua carta de demissão que decidiu deixar o cargo em razão das denúncias que atingiram o presidente Michel Temer. Posteriormente, em 20 de maio, o PSB rompeu com Temer e pediu a renúncia do presidente.

Os senadores Ana Amélia Lemos (PP), Lasier Martins (PSD) e Paulo Paim (PT) se posicionaram a favor da renúncia de Temer. Já o senador Otto Alencar (PSD) propôs a convocação de uma reunião extraordinária com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, para discutir a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, que para ele, é a solução mais rápida para a crise política.O presidente Michel Temer, em coletiva no mesmo dia, afirmou que as gravações foram clandestinas, no entanto, especialistas discordam. O minstro do STF, Edson Fachin considerou as gravações legais.

Compra de dólares e venda de ações

No dia 17 de maio a JBS comprou grande quantidade de dólares no mercado, poucas horas antes da divulgação do escândalo que fez a moeda disparar e levou a Bovespa a encerrar na manhã de quinta-feira as atividades, após queda de 10 por cento. A informação sobre a operação da empresa repercutiu no mercado financeiro. Na operação, a JBS lucrou 170 milhões de dólares. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investigará o caso.

A JBS é investigada também por venda de ações por parte dos controladores dias antes, totalizando 242,3 milhões de reais. A CVM, autarquia responsável pela regulação do mercado de ações, investigará as operações.

Operação Unfair Play

https://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%A3o_Unfair_Play

A Operação Unfair Play é uma operação da Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público Federal que investigou e prendeu, no dia 5 de outubro de 2017, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman. Seu braço-direito Leonardo Gryner, ex-diretor de marketing do COB e de comunicação e marketing do Comitê Rio-2016, também foi preso. A Unfair Play é um desdobramento da Operação Lava Jato que investiga a compra de votos para eleger o Rio de Janeiro como cidade olímpica. A operação foi motivada por um pedido do Ministério Público francês, no fim de 2016, após encontrar indícios de corrupção na candidatura do Rio em investigação sobre doping no atletismo.

Nuzman e Leonardo foram presos na segunda fase da operação, batizada de Unfair Play segundo tempo. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Nuzman tentou regularizar 16 barras de ouro de um quilo cada, após a primeira fase da operação. Ainda de acordo com o MPF, nos últimos dez anos o patrimônio de Nuzman cresceu 457 por cento, sendo parte deste dinheiro em paraíso fiscal em ações de offshore nas Ilhas Virgens Britânicas.

Antecedentes

A Operação Unfair Play ocorreu pela iniciativa do ex-dirigente esportivo brasileiro Eric Maleson, que foi presidente da CBDG (Confederação Brasileira de Desportos no Gelo). Maleson delatou Nuzman às autoridades francesas, fato crucial para a prisão de Nuzman. Em entrevista à ESPN

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horas após Nuzman ser detido, Maleson afirmou que a prisão poderia ter ocorrido há pelo menos quatro anos, quando a Polícia Federal (PF) iniciou a chamada Operação Cabo de Guerra, e que teria tido pressão de Brasília para encerrá-la.

Farra dos Guardanapos

A "Farra dos Guardanapos" foi como ficou conhecida uma reunião festiva ocorrida em 2009, onde o então governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral foi flagrado confraternizando com seus correligionários em um restaurante em Paris usando guardanapos amarrados na cabeça. Apesar de ter ocorrido em 2009, esta "festinha" só veio a público em 2012, após fotos do evento terem sido publicadas pelo blog do ex-governador Anthony Garotinho, que afirmou que a festividade fora paga com o dinheiro dos contribuintes. À época, Cabral confirmou a veracidade das imagens, alegando que foram tiradas numa viagem oficial em que ele foi receber a Medalha Légion d’Honneur do governo francês.

Segundo apurou o Ministério Público Federal do Rio, porém, esta "festa" na verdade foi um evento de comemoração antecipada pela escolha do Rio como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Conforme relata a procuradora do MPF do Rio, Fabiana Schneider, na ocasião, Cabral teria apresentado Nuzman ao empresário Arthur Soares, mais conhecido como "Rei Arthur", que foi o responsável pelo pagamento de US$ 2 milhões, no esquema de compra do voto do presidente da Federação Internacional, Lamine Diack. Ela afirma ainda que há forte suspeita de que nesse evento outros membros do comitê eleitoral para a Olimpíada de 2016 tenham recebido propina para escolher o Rio como cidade-sede.

"Aquele episódio do dia 14 de setembro de 2009 antecedeu em poucos dias os pagamentos que foram feitos da Matlok, de Arthur Soares, para Papa Massata Diack".

Fabiana Schneider, procuradora do MPF do Rio.

Participaram da “farra dos guardanapos” o ex-governador Sérgio Cabral, o ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes, o ex-secretário de Governo Wilson Carlos, o dono da empreiteira Delta Construções, Fernando Cavendish, o empresário Georges Sadala, Carlos Arthur Nuzman e Leonardo Gryner.

Na linha do tempo traçada pelos investigadores do Brasil e da França, o jantar em que ocorreu a "Farra dos Guardanapos" ocupa papel de destaque na suspeita de compra de votos africanos, já que o evento ocorreu apenas duas semanas antes da transferência dos U$ 2 milhões de Arthur Soares a Papa Diack. Fabiana Schneider, procuradora do MPF do Rio, explicou que o evento aconteceu no dia 14 de setembro de 2009 em Paris, e que no dia 23 do mesmo mês ocorreu a primeira transferência bancária confirmada por meio de cooperação internacional da Matlock Capital Group, empresa de Arthur Soares, com sede em Miami, nos Estados Unidos, para a conta de Papa Diack, que é filho de Lamine Diack. Ainda segundo a procuradora, no dia 29 de setembro de 2009, a Matlock fez dois depósitos, um de R$ 1,5 milhão na conta da empresa Pamodzi Consulting, cuja o dono é de Papa Diack, e mais US$ 500 mil numa agência do Senegal. No dia 2 de outubro de 2009, poucos dias depois, acontece o evento na Dinamarca, em Copenhague, em que o Rio de Janeiro vence e ganha a posição para sediar os jogos olímpicos.

Conforme relatado pelo jornal O Globo, na manhã anterior à esta festa, e também na manhã seguinte, houve duas reuniões técnicas para discutir como seria apresentada a candidatura do Rio, ocorridas no salão de convenções de um hotel, em Paris.

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RAQUEL DODGE É A PRIMEIRA MULHER ESCOLHIDA PARA COMANDAR A PGR

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/06/raquel-dodge-e-primeira-mulher-escolhida-para-comandar-pgr.html

Especialista na área criminal, tem a carreira ligada ao combate à corrupção. Futura procuradora-geral prometeu dar continuidade à operação Lava Jato.

O anúncio do nome de Raquel Dodge na quarta-feira (28) rompeu um costume nesse processo. Desde 2003 o procurador-geral escolhido vinha sendo o primeiro nome da lista de três, apresentada pelos próprios procuradores. Temer não fez assim. E o nome de Raquel Dodge inova também em outra área, porque é a primeira mulher indicada para comandar a PGR.

Raquel Dodge se comprometeu com seus pares sobre a continuidade da Lava Jato. Antes mesmo de ter sido eleita para compor a lista tríplice, já tinha mandado mensagens aos integrantes da Lava Jato os convidando para continuar nas funções. Ela foi a segunda mais votada na lista de procuradores apresentada ao presidente Michel Temer, e teve o nome escolhido por ele 24 horas depois da votação.

Raquel Dodge é considerada da ala de oposição a Janot. Mas, internamente, tem o apoio de procuradores, como mostrou o desempenho dela na votação feita entre seus pares.

Em nota, a associação dos procuradores destacou que “a lista foi mais uma vez acolhida e que Raquel Dodge assegura a seleção de um membro do Ministério Público Federal escrutinado pelos seus pares na sua capacidade técnica, experiência e liderança, requisitos fundamentais para a condução do MPF”.

Raquel Dodge é mestre em direito pela universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e entrou no Ministério Público Federal em 1987.

Tem a carreira ligada ao combate à corrupção e é reconhecida como uma especialista em matéria criminal, área em que atua no Superior Tribunal de Justiça.

Raquel Dodge atuou na Operação Caixa de Pandora, que levou à prisão o então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, em 2010, o primeiro governador preso no exercício do mandato.

E também trabalhou na equipe que processou criminalmente o ex-deputado Hildebrando Pascoal, acusado de envolvimento com um esquadrão da morte.

Nos debates com outros candidatos a procurador-geral da República, na semana passada, Raquel Dodge destacou a missão do Ministério Público no combate à corrupção.

“O momento é ímpar na vida nacional. A grave crise econômica, a elevada corrupção de verbas públicas e o trabalho feito na Lava Jato exigem de nós firmeza para prosseguir contra a corrupção, pela aplicação da lei a todos e pela superação de desigualdades. A corrupção aprofunda a desigualdade e elimina competitividade, desvia dinheiro público de serviços essenciais, como saúde, educação, saneamento, energia e transportes. Também diminui a competitividade e aumenta o fosso da desigualdade social no país. Não podemos regredir nem

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titubear. Somos muitos, mas um só é o Ministério Público. Temos muitos talentos e cada um deles é necessário para cumprir nossa missão constitucional”, disse.

E prometeu dar continuidade à operação Lava Jato.

“Tenho o compromisso em apoiar o enfrentamento da corrupção e a Lava Jato. Vou convidar os atuais integrantes a permanecer no trabalho e eventualmente aumentar a equipe. Pretendo também apoiar fortemente a defesa de direitos humanos, a proteção do meio ambiente e das instituições democráticas. A Lava Jato tem demonstrado que ninguém está acima da lei. Farei um esforço para que ninguém esteja abaixo da lei”, afirmou.

Antes da posse, o nome de Raquel Dodge terá que ser aprovado pelos senadores. Na quarta--feira (28), ela se encontrou com o presidente do Senado, Eunício Oliveira, do PMDB.

O senador Roberto Rocha, do PSB do Maranhão, será o relator da indicação na Comissão de Constituição e Justiça. Ele já sinalizou que deve recomendar o nome de Raquel Dodge para o comando da Procuradoria-Geral da República.

“É um currículo impecável. A escolha do presidente Michel Temer é sem dúvida uma grande escolha e vamos testemunhar isso na sabatina”, disse.

Segunda a assessoria da presidência da CCJ, a previsão é que a sabatina da procuradora seja no dia 12 de julho. A CCJ é formada por 27 senadores titulares, e sete são investigados na Lava Jato e outros dois são alvos de investigações que são desdobramentos da operação. São esses polí-ticos que vão questionar Raquel Dodge para saber se ela está apta ao cargo. O passo seguinte é submeter o nome dela ao plenário.

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CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE

Computador vai recomendar melhor tratamento para pacientes com câncer

http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,computador-vai-recomendar-melhor-tratamento-para-pacientes-com-cancer,70001830660

A partir desta semana, os médicos do Hospital do Câncer Mãe de Deus, em Porto Alegre, contarão com mais um “especialista” para auxiliá-los na definição do melhor tratamento para cada paciente. O novo integrante da equipe não é oncologista nem sequer formado em Medicina. Trata-se de um supercomputador que recomenda ao médico, em segundos, as melhores opções terapêuticas para cada caso, com base na análise de um banco de dados com milhões de evidências científicas.

O hospital gaúcho será o primeiro da América do Sul a utilizar a tecnologia Watson, da IBM, na área de oncologia. Por meio do sistema, o médico insere os dados clínicos do paciente, como sexo, idade, tipo de tumor, estágio da doença e resultados de exames, e recebe a lista com os tratamentos mais recomendados para cada caso.

“A plataforma vai trazer tanto evidências científicas já certificadas por uma curadoria de especialistas internacionais quanto evidências de estudos publicados há poucos dias, que o médico pode nem ter tido acesso ainda. O principal objetivo do Watson não é substituir qualquer profissional, mas, sim, empoderar o oncologista para tomar a melhor decisão com base em todas as evidências científicas existentes”, explica Eduardo Cipriani, da IBM Watson Health no Brasil.

Ele afirma que o sistema se faz necessário diante do grande volume de dados médicos que surgem a cada dia. “Até 2020, toda informação de Medicina dobrará a cada 73 dias e a capacidade de se manter atualizado está se tornando desumana.”

Para dar sua “opinião” ao médico, o Watson consulta, em segundos, 15 milhões de conteúdos científicos, incluindo 200 textos médicos e 300 artigos. O produto já é utilizado em Estados Unidos, Europa e países asiáticos como India e China.

Para o médico Carlos Barrios, diretor do Hospital Mãe de Deus, a plataforma vai ajudar a definir um tratamento personalizado para cada doente. “A diversidade de novos tratamentos e medicamentos é imensa. Dois pacientes podem ter o mesmo tipo de câncer, mas isso não quer dizer que o tratamento será igual. A opção escolhida pode impactar imensamente no resultado”, diz. A tecnologia Watson já pode ser usada para sete tipos de câncer e deverá englobar até 18 tipos até o final do ano, segundo a IBM.

"Ferramenta extra"

Médica do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Renata D’ Alpino diz que o programa é uma ferramenta extra dada aos médicos que já seguem a tendência dos tratamentos individualizados. “Os oncologistas já tentam hoje considerar as características individuais de cada paciente e da doença pra definir a melhor opção. A plataforma vai ajudar os médicos principalmente nos casos mais conflitantes, quando não há consenso.”

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Governo propõe 25% de corte no orçamento de ciência e tecnologia para 2018

http://ciencia.estadao.com.br/blogs/herton-escobar/governo-propoe-25-de-corte-no-orcamento-de-ciencia-e-tecnologia-para-2018/

O investimento federal em ciência e tecnologia no Brasil, que já é o menor da história, deve cair ainda mais em 2018. A previsão é de um corte de 25% em relação ao orçamento deste ano, segundo a nova proposta orçamentária encaminhada ao Congresso pelo Ministério do Planejamento em 30 de outubro.

O orçamento total do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) deverá ser reduzido em 19,5%, caindo de R$ 15,6 bilhões para R$ 12,6 bilhões. Isso corresponde a cerca de 2% do orçamento total do Poder Executivo.

Considerando apenas os recursos disponíveis para custeio e investimento — ou seja, aquilo que efetivamente poderá ser empenhado em bolsas e fomento à pesquisa, excluindo os gastos obrigatórios com salários e reserva de contingência — o corte é de 25%, com uma redução de R$ 5,9 bilhões para R$ 4,4 bilhões, segundo dados oficiais do MCTIC e análises da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Isso corresponde a menos da metade orçamento de cinco anos atrás.

Os valores se referem ao que foi aprovado pelo Congresso na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2017 e o que está previsto na versão final do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2018, que deve ser votado até o final de dezembro.

Dentro desse bolo, o orçamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), principal agência de fomento à ciência do governo federal, deverá encolher 13%, incluindo uma redução de 8,5% nos recursos disponíveis para bolsas e de 41%, nos recursos destinados a investimento (financiamento de pesquisa), que caem para pouco mais de R$ 100 milhões. Já o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) deverá encolher 9,5%.

DESASTRE

“A proposta é um desastre”, disse ao Estado o cientista Ronald Shellard, diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro, um dos 16 institutos nacionais de ciência e tecnologia ligados ao MCTIC. A previsão é que a dotação desses institutos seja reduzida em 39%, assim como o orçamento de todas as organizações sociais e autarquias associadas ao ministério — lista que inclui várias das principais instituições nacionais de ciência, tecnologia e inovação.

“As consequências disso para a sociedade como um todo são dramáticas”, afirma Shellard. “É uma das medidas mais estúpidas que já vi. Estão sabotando a economia do país.”

Além de fazer pesquisa científica, Shellard lembra que essas instituições prestam serviços essenciais ao país, como o monitoramento da Amazônia, previsão do tempo e de desastres naturais, manutenção das redes públicas de internet e da Hora Legal Brasileira, produção de radiofármacos, desenvolvimento de novos materiais e novas tecnologias na área espacial, de biocombustíveis, saúde e energia, entre outras.

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Uma reunião emergencial de diretores dos institutos foi marcada para sexta-feira. Em julho, eles já haviam divulgado um manifesto alertando que os cortes orçamentários causarão “danos irrecuperáveis a instituições estratégicas, alijando o Estado brasileiro de instrumentos essenciais para qualquer movimento de recuperação de nossa economia”.

“Vamos continuar na luta para a reversão deste quadro e para mais recursos para C&T no orçamento de 2018. Isto será feito por ações junto a parlamentares e junto à população, para alertar sobre os riscos para a ciência e para o país destes cortes drásticos nos recursos”, disse o presidente da SBPC, Ildeu Moreira.

Dezenas de outras organizações científicas, nacionais e internacionais, divulgaram manifestos e enviaram cartas ao presidente Michel Temer nos últimos dois meses, pedindo que ele reveja os cortes. A União Internacional de Física Pura e Aplicada (IUPAP, em inglês) ressaltou em carta a Temer que são necessárias décadas para construir instituições científicas de excelência, mas que esse esforço pode ser demolido rapidamente quando elas são atingidas por cortes “dramáticos” como esses.

CUMPRINDO METAS

Procurado pela reportagem, o MCTIC informou que continuará também batalhando por mais recursos dentro do governo. Como reforço adicional, o ministro Gilberto Kassab anunciou nesta semana que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovou um empréstimo de US$ 1,5 bilhão para investimentos em pesquisa e inovação no Brasil nos próximos cinco anos. Os recursos serão gerenciados pela Finep.

O Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão afirmou que as medidas são necessárias para o cumprimento das metas fiscais. “Sempre que a receita executada vem abaixo da receita prevista no orçamento, o governo é obrigado a contingenciar despesas”, informou a pasta à reportagem, por email. “Esse contingenciamento atingiu a todos os órgãos da União, que estão passando por um profundo processo de contenção na execução dos gastos dada a limitação orçamentária.”

CONTINGENCIAMENTO x CORTE

O orçamento do MCTIC aprovado no Congresso para este ano foi contingenciado em 44% pelo governo federal em março. Isso significa que 44% do orçamento ficou “congelado” (indisponível para empenho), mas o dinheiro não “desapareceu”, podendo ser liberado em caso de necessidade. Foi o que aconteceu em outubro, quando o governo “descongelou” (descontingenciou) cerca de R$ 500 milhões em caráter emergencial, para pagar bolsas e manter os institutos de pesquisa funcionando até o fim do ano.

No caso do PLOA 2018, porém, não se trata de um contingenciamento de recursos existentes, mas de um corte real no orçamento — que também pode vir a ser contingenciado. “Uma vez aprovados esses valores, não tem como aumentar”, diz o cientista Bruno Castilho, diretor do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA). “Neste ano o ministério conseguiu negociar uma liberação para pagar os rombos mais críticos. No ano que vem, não teremos de onde tirar esse socorro, porque o orçamento já começará menor.”

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Se for aprovada como está, segundo Shellard, a proposta orçamentária significará “o fim do sistema de institutos de pesquisa no país”. “Nesse ano já fizemos uma estratégia de sobrevivência”, diz. “Não dá para fazer isso dois anos seguidos.”

CASOS DE IMPACTO

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), referência em estudos climáticos, previsão do tempo, monitoramento do desmatamento e desenvolvimento de satélites, deverá começar 2018 com um orçamento 42% menor do que o deste ano. Um corte que poderá inviabilizar serviços como o monitoramento da Amazônia, que depende da compra de imagens de satélites estrangeiros, segundo o diretor Ricardo Galvão.

“Já neste ano, devido ao contingenciamento de 44%, não conseguimos assinar contratos importantíssimos, como os de lançamento dos satélites Amazônia 1 e CBERS 4A. Este último, em particular, chega a ser vergonhoso, pois é parte de um acordo formal do Brasil com a China, ratificado pelo Congresso Nacional”, afirma Galvão.

No Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), o orçamento previsto para 2018 é de R$ 9,8 milhões — 39% menor do que o deste ano, que já foi extremamente reduzido. Localizado em Petrópolis (RJ), o LNCC opera o maior supercomputador da América Latina, chamado Santos Dumont, que pesquisadores de todo o país utilizam para acelerar a sua produção científica em diversas áreas do conhecimento, como climatologia e epidemiologia.

“Com esse valor será muito difícil manter o supercomputador operando”, diz o diretor do LNCC, Augusto Gadelha. “Vou estudar alternativas, mas não vejo quais podem ser efetivadas.” Só a conta de energia do laboratório é de R$ 400 mil por mês.

“A situação é muito séria. É dinheiro de subsistência, para fazer o mínimo”, diz o diretor do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), Bruno Castilho, que também contempla um corte de 39% no seu orçamento. Dos R$ 10 milhões que o LNA precisa para honrar os contratos de participação da astronomia brasileira em observatórios internacionais, a proposta do governo prevê apenas R$ 5 milhões.

Cortes na Ciência ameaçam o futuro do Brasil, dizem ganhadores do Nobel

http://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,cortes-na-ciencia-ameacam-o-futuro-do-brasil-dizem-ganhadores-do-nobel,70002021809

Os cortes orçamentários em Ciência e Tecnologia “comprometem seriamente o futuro do Brasil” e precisam ser revistos “antes que seja tarde demais”, segundo um grupo de 23 ganhadores do Prêmio Nobel, que enviou nesta sexta-feira, 29, uma carta ao presidente Michel Temer, recomendando mudanças na postura do governo com relação ao setor.

O documento, enviado por e-mail ao gabinete da Presidência, faz referência ao corte de 44% no Orçamento deste ano do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), assim como à perspectiva de um novo corte em 2018 – que deverá ser da ordem de 15%, caso o Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo governo ao Congresso seja aprovado como está.

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“Isso danificará o Brasil por muitos anos, com o desmantelamento de grupos de pesquisa internacionalmente reconhecidos e uma fuga de cérebros que afetará os melhores jovens cientistas” do País, escrevem os pesquisadores.

A carta, à qual o Estado teve acesso com exclusividade, é assinada pelo físico francês Claude Cohen-Tannoudji e outros 22 laureados com o Prêmio Nobel nas áreas de Física, Química e Medicina. “Sabemos que a situação econômica do Brasil é muito difícil, mas urgimos o senhor a reconsiderar sua decisão antes que seja tarde demais”, conclui a carta.

Repercussão

“É uma iniciativa que mostra a importância da ciência brasileira e a gravidade da situação”, disse o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich, que também recebeu uma cópia da carta. A Presidência da República foi procurada pela reportagem, mas não respondeu até as 21 horas.

“A situação é trágica, não há outra palavra para descrevê-la”, disse ao Estado o pesquisador David Gross, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, vencedor do Nobel de Física em 2004 e também signatário da carta. Ele prevê que muitos jovens pesquisadores brasileiros vão desistir da carreira científica ou migrar para outros países, mais favoráveis à ciência. “Eles vão embora e não voltarão”, alertou. “É uma política estúpida, autodestrutiva”, completou Gross, referindo-se aos cortes horizontais aplicados pelo governo em todas as áreas, sem definição de prioridades.

A ciência, de acordo com ele, é uma área que precisa de investimentos consistentes e de longo prazo para produzir resultados que são essenciais para qualquer sociedade moderna. “Não é algo que você liga e desliga sem ter consequências graves.”

A carta dos laureados reproduz argumentos que vem sendo usados exaustivamente pela comunidade científica brasileira nos últimos anos. Em uma carta enviada à Presidência da República no início da semana, mais de 250 pesquisadores da área de Matemática pedem também a Temer que reconsidere os cortes orçamentários do setor.

“À fria luz dos fatos e além de qualquer partidarismo, repudiamos os repetidos e substanciais cortes de verba que sabotam o potencial transformador da ciência brasileira”, diz o documento. Entre os signatários está o matemático Artur Avila, ganhador da Medalha Fields, considerada o Prêmio Nobel da Matemática.

Cortes

O orçamento deste ano do MCTIC é o menor de todos os tempos, com cerca de R$ 3,2 bilhões disponíveis (depois do contingenciamento de 44% no início do ano) para o financiamento de pesquisas e pagamentos de bolsas em todo o País. Isso equivale a um terço do que o ministério tinha quatro anos atrás (antes de ser unificado com a pasta de Comunicações), e a proposta inicial do governo para 2018 é reduzir esse valor ainda mais, para R$ 2,7 bilhões.

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O que é desenvolvimento sustentável?

https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/

A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvi-mento econômico e a conservação ambiental.

O que é preciso fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável?

Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconheci-mento de que os recursos naturais são finitos.

Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente.

Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depen-de.

Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dos países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento econômico.

O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redu-ção do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.

Os modelos de desenvolvimento dos países industrializados devem ser seguidos?

O desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres, mas o caminho a seguir não pode ser o mesmo adotado pelos países industrializados. Mesmo porque não seria possível.

Caso as sociedades do Hemisfério Sul copiassem os padrões das sociedades do Norte, a quan-tidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a de recursos mi-nerais, 200 vezes.

Ao invés de aumentar os níveis de consumo dos países em desenvolvimento, é preciso reduzir os níveis observados nos países industrializados.

Os crescimentos econômico e populacional das últimas décadas têm sido marcados por dispa-ridades.

Embora os países do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto da população do planeta, eles detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção de madeira mundial.

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FATOS ATUAIS DO RIO GRANDE DO SUL

Crise Econômica

Rio Grande do Sul pede socorro com ajuste para estancar sangria nas contas do Estado

https://brasil.elpais.com/brasil/2016/11/22/politica/1479835220_636835.html

A maior recessão do século que se abateu no Brasil mostra agora sua fratura exposta nos Es-tados. Depois do Rio de Janeiro decretar estado de calamidade pública em junho, foi a vez do governo do Rio Grande do Sul gritar por socorro. Sem dinheiro para cobrir as despesas, o go-vernador José Ivo Sartori (PMDB) anunciou um pacote de emergência para estancar a sangria das contas públicas estaduais. Em menos de 24 horas, ele apresentou um projeto para extinguir diversos órgãos públicos, a demissão de 1.200 funcionários e decretou calamidade financeira no Estado. Chamado por ele de “modernização da estrutura”, o pacote de medidas de ajustes anunciado nesta segunda-feira, seguido pelo decreto de calamidade na terça, é uma tentativa de tirar o Rio Grande do Sul do vermelho.

"Trago medidas duras mas que desenham um novo Estado, um novo futuro", disse o governa-dor ao fazer o anúncio. "Gastamos mais do que arrecadamos e por isso não conseguimos cum-prir até mesmo as obrigações mais essenciais", afirmou, no que classificou de “a mais severa crise das finanças públicas da história do Rio Grande do Sul” e “a mais grave crise econômica da história da República brasileira”. Desde o ano passado, os servidores gaúchos estão recebendo seus salários parcelados e ainda com atraso.

A crise no Estado gaúcho se agravou nos últimos anos, mas já se arrastava há décadas. O Gover-no tem acumulado déficits, ao arrecadar menos do que gasta: em 2015, o déficit orçamentário chegou a 4,9 bilhões de reais, quatro vezes maior do que o verificado em 2014, de acordo com a secretaria da Fazenda do Estado. O que mais tem pesado nessa conta são os gastos com pes-soal e encargos da folha de pagamento, que passaram de 30,5 bilhões de reais em 2014 para 33,5 bilhões no ano passado, engolindo quase 60% do orçamento.

O pacote de ajuste anunciado nesta semana ainda depende da chancela da Assembleia Legislati-va, já que o plano do Governo foi apresentado por meio de seis Projetos de Emenda à Constituição (PEC) e 17 Projetos de Lei com caráter de urgência que ainda devem ser votados na Assembleia.

Além de depender do apoio dos deputados do seu Estado, Sartori precisará encontrar apoio nas ruas da população. Mas o clima, por ora, é hostil. Entidades sindicais que representam funcionários públicos prometem não sair das ruas. O Rio de Janeiro, que também anunciou medidas de ajustes recentemente, viu sua capital virar palco de protestos na semana passada, enquanto as medidas eram discutidas na Assembleia do Estado.

"Estamos aqui pra dizer que não aceitamos o pacote", afirmou ao EL PAÍS, por telefone, Claudio Augustin, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul. Ele atendeu a reportagem pelo celular, em frente à sede do Governo estadual nesta terça-feira, onde pro-testava. "Sabemos que esse pacote vai tirar direitos e que são medidas anti-povo e a favor da burguesia. Muitos setores já apontam para greves".

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Para tentar sair do vermelho, Sartori vai recorrer à surrada fórmula de austeridade: prevê, no total, a diminuição de três secretarias, que serão fundidas, a extinção de uma dezena de fundações e entidades estaduais, além da privatização ou federalização de quatro companhias. Outras medidas, como a revisão de benefícios fiscais, devem endurecer ainda mais o ajuste.

Para o economista Nelson Marconi, especialista em contas públicas, o aumento das despesas com pessoal e com os aposentados vem de longa data, o que torna difícil ao Rio Grande do Sul fugir de medidas impopulares como o aumento de contribuição dos servidores, reajustes menores e contribuição de inativos. "Muitos Estados aumentaram bastante as despesas permanentes na época da bonança em que as receitas eram alta. Agora com a oscilação da arrecadação causada pela baixa atividade econômica, não conseguem pagar o próprio orçamento”, explica.

"Medidas excepcionais"

O estado de calamidade anunciado por Sartori nesta terça permite que o Governo adote "medidas excepcionais". Isso, na prática, significa que o Estado não consegue arcar sozinho com o rombo financeiro e a União precisa interferir, enviando recursos e até mesmo equipes da Força Nacional para reforçar a segurança. Isso já ocorreu neste ano, quando Temer deslocou parte da brigada que atuaria na Paraolimpíada para conter a onda de violência que assola o Rio Grande do Sul. A ação ocorreu após um pedido de Sartori, que viu os índices de violência aumentarem brutalmente neste ano: só no primeiro semestre, as ocorrências de latrocínio (roubo seguido de morte) subiram 34%.

A crise na segurança também é reflexo do desastre financeiro vivido pelo Estado. Há mais de um ano, o Governo gaúcho vem parcelando o pagamento de milhares de funcionários públicos – incluindo os brigadistas -, que acabam recebendo a conta-gotas. Além disso, as contratações foram reduzidas drasticamente. Em agosto do ano passado, o governador anunciou o primeiro pacote de medidas para tentar conter a crise, mudando as regras para a aposentadoria, cortando investimentos e aumentando impostos. Mas não conseguiu desfazer o nó das contas do Estado.

O governo gaúcho chegou a ameaçar promover um calote na dívida com a União, mas recuou ao ver as contas do Estado bloqueadas por retaliação. Em junho deste ano, Sartori sentou-se pela primeira vez com o presidente Michel Temer e outros governadores para tentar negociar a dívida do Estado. Conseguiu estender o prazo para o pagamento por mais 20 anos, carência até o final deste ano ano para pagar as parcelas mensais da dívida, desconto nas primeiras parcelas, dentre outros pontos. Ainda assim, a previsão é de que o Estado gaúcho encerre 2016 com um déficit de 2,3 bilhões de reais.

Sartori participou nesta terça de uma reunião dos governadores com o presidente Michel Temer. Ele afirmou que as medidas que tem tomado desde que assumiu o Governo, no ano passado, fizeram com que a estimativa de déficit de 2018 fosse reduzida de uma perda de 25 bilhões de reais para uma perda de 8,8 bilhões de reais. "Quando começamos nosso processo no Rio Grande do Sul, muita gente achou que era brincadeira. Hoje, as pessoas percebem que boa parte dos Estados brasileiros passam por dificuldades semelhantes. Nós nos adiantamos e aquilo que fizemos antes, melhorou. Agora, estamos propondo uma outra agenda de atuação mais forte", informa o repórter Afonso Benites.

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O AJUSTE FISCAL DE SARTORI

Secretarias

• De 20 para 17

• Três serão fundidas:

• Secretaria Geral do Governo com a de Planejamento

• Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos com a do Trabalho e Desenvolvimento Social

• Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer com a da Cultura.

Fundações

• De 19 para 10

• Serão extintas:

• Fundação de Ciência e Tecnologia (CIENTEC)

• Fundação Cultural Piratini (FCP – TVE)

• Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH)

• Fundação de Economia e Estatística (FEE)

• Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO)

• Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (FEPPS)

• Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (FIGTF)

• Fundação de Zoobotânica (FZB)

• Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan)

Autarquias

• De sete para cinco

• Será extinta:

• Superintendência de Portos e Hidrovias

• Será modificada:

• Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento

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Companhias

• De 11 para seis

• Será extinta:

• Companhia Rio-grandense de Artes Gráficas

• Quatro poderão ser privatizadas ou federalizadas:

• Companhia Estadual de Energia Elétrica

• Companhia Estadual de Silos e Armazéns

• Companhia Rio-grandense de Mineração

• Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul

O Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul não são os únicos Estados que atravessam grandes di-ficuldades financeiras. As federações, juntamente com o Distrito Federal, somam um rombo fiscal bilionário que exigiu uma negociação conjunta nesta terça-feira. Segundo o Tesouro, a dívida dos Estados soma 77 bilhões. Assim como ocorre no Governo Federal, um dos princi-pais problemas dos estados é o aumento do gasto com servidores inativos. Além do Rio, Minas Gerais, Santa Catarina, Distrito Federal, Roraima e Tocantins viram seus gastos com pessoal au-mentar mais de 50% de 2009 a 2015. Os estados do Norte e Nordeste ainda sofrem com a que-da de transferência da arrecadação de impostos de outras federações para a região. "No Acre, Amapá e Roraima essas transferências chegam a quase 70% do total das receita desses estados. Com a queda de arrecadação dos outros estados eles também são bastante prejudicados", ex-plica Marconi.

Governo do Rio Grande do Sul pagará R$ 350 aos servidores nesta quinta

https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/governo-do-rio-grande-do-sul-pagara-r-350-aos-servidores-nesta-quinta.ghtml

Mais uma vez, o governo do Rio Grande do Sul vai parcelar os salários dos servidores e pensio-nistas vinculados ao Poder Executivo. Nesta quinta-feira (31), último dia do mês, será deposita-do o valor de R$ 350 em cada matrícula.

Os valores estarão disponíveis na rede bancária no início da manhã. É a parcela de valor mais baixo já paga.

A previsão do Piratini é integralizar os pagamentos até o próximo dia 13 de setembro. Ao todo, o Estado tem 344 mil servidores, entre ativos, inativos e pensionistas.

Contando com pouco mais de R$ 221 milhões em caixa, a Secretaria Estadual da Fazenda con-seguiu creditar apenas as duas primeiras faixas de uma folha líquida que fechou o mês em R$ 1,143 bilhão (sem considerar as consignações e tributos).

A Fazenda confirmou também o pagamento da nona parcela do 13º salário de 2016, o que sig-nifica o desencaixe de outros R$ 102 milhões.

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Já as consignações bancárias, que chegam a R$ 150 milhões, devem ser pagas até o dia 22 do próximo mês.

Os servidores vinculados às fundações receberão os vencimentos integrais no próxima segunda-feira (4), segundo dia útil do mês. A folha dos 5,2 mil celetistas representam R$ 25 milhões.

Histórico de parcelamentos

Desde fevereiro do ano passado, os salários dos servidores do Poder Executivo vêm sendo pagos de forma fatiada e consecutiva. Em 2015, também houve parcelamento, no início do governo Sartori, mas por dois meses.

Antes, a última vez em que os servidores tiveram os salários parcelados, havia sido em 2007, durante o governo de Yeda Crusius.

Professores estaduais decidem manter a greve

http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/Ensino%20/2017/11/634149/Professores-estaduais-decidem-manter-a-greve

Por 1160 votos a 568, uma assembleia do Cpers Sindicato definiu, nesta sexta-feira, pela manutenção da greve do magistério estadual, que completou 66 dias. A oposição à atual diretoria da entidade levou um número expressivo de docentes até o Parque da Harmonia e o resultado contrariou a orientação do comando de greve, para encerrar o movimento.

Na última terça, os secretários da Casa Civil, Fábio Branco, da Educação, Ronald Krumennauer, e o deputado estadual Gabriel Souza (PMDB), líder do governo na Assembleia Legislativa, foram à sede do Cpers. No documento final, o Piratini encaminhou propostas para seis itens, garantindo que todos os salários serão pagos dentro do mês, até o 10º dia útil – o que ocorre atualmente.

Já para o fim dos atrasos e pagamento do 13º salário em dia, o governo alegou que busca medidas administrativas e legislativas a fim de que isso ocorra. Antes, o fim dos parcelamentos era vinculado à venda de ações do Banrisul e à adesão do Estado ao Plano de Recuperação Fiscal, mas o Cpers disse que é contra as duas medidas e não pretende “assinar embaixo”.

No que se refere às férias, o governo não atendeu a reivindicação dos professores. A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) quer o cumprimento integral do calendário escolar de 2017, assim que as aulas forem retomadas, o que não garante férias de 45 dias no verão.

O Piratini reiterou ainda que não vai punir a grevistas e manteve a retirada do projeto que modifica a data de pagamento dos salários dos servidores, em tramitação na Assembleia Legislativa.

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Policiais civis decl1aram greve no RS a partir de segunda-feira

http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/Policia/2017/10/630585/Policiais-civis-declaram-greve-no-RS-a-partir-de-segundafeira

Categoria prometeu manter paralisação até que governo Sartori pague os salários integralmente

Os agentes da Polícia Civil decidiram declarar greve a partir da próxima segunda-feira. A ação foi tomada após assembleia geral realizada nesta quinta-feira, em Porto Alegre. A paralisação, conforme Ugeirm e Asdep, será mantida até que o governo Sartori integralize os salários dos servidores da Corporação. Um novo encontro foi convocado para a quarta-feira para avaliar as ações do movimento.

Durante a assembleia, o diretor da Ugeirm, Cláudio Wohlfahrt, comentou o encontro dos representantes sindicais com a cúpula do governo estadual, no Palácio Piratini. Ele salientou que as duas principais exigências da categoria não foram atendidas, o fim definitivo dos parcelamentos e a efetivação das promoções atrasadas. Conforme a Ugeirm, “depois de terem a data adiada por três vezes, este ano, o governo afirmou que (as promoções) não poderão sair. O secretário também informou que as promoções dependem do fluxo de caixa e da assinatura do Programa de Recuperação Fiscal com a União”.

Após informados pelos diretores, representantes das diversas regiões do Estado falaram no carro de som e reforçaram as principais preocupações, com parcelamento e impedimento da progressão de carreira. “Os policiais também foram unânimes em avaliar que a categoria está chegando ao seu limite e que é preciso aprofundar a mobilização”, relatou a Ugeirm em nota.

Após as discussões, foi aprovada, por ampla maioria, a proposta de greve até a integralização dos salários, que está prevista para o dia 17 de outubro. Após as deliberações, a Assembleia encaminhou a formação do Comando de Greve com a representação das várias regiões do estado. Nesta sexta-feira, a direção irá avaliar com o Comando de Greve como serão os procedimentos da categoria durante a paralisação, a partir de segunda-feira. Ainda não há definição sobre registros de ocorrência para crimes graves e realização de operações.

Marchezan retira da Câmara de Porto Alegre projeto que trata do regime de trabalho dos servidores

https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/marchezan-retira-da-camara-de-porto-alegre-projeto-que-trata-do-regime-de-trabalho-dos-servidores.ghtml

A Prefeitura de Porto Alegre encaminhou nesta terça-feira (7/11/17) à Câmara de Vereadores um ofício que pede a retirada de tramitação do projeto de lei de autoria do Executivo que altera o Estatuto dos Funcionários Públicos do Município. A proposta se refere ao regime de trabalho, aos acréscimos e a gratificações salariais concedidas aos trabalhadores.

Os servidores municipais estão em greve há mais de um mês, desde o dia 5 de outubro. Em assembleia do Sindicato dos Municipários (Simpa) realizada à tarde, a categoria decidiu manter a paralisação. Uma nova deliberação está marcada para a próxima terça (14).

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Em nota, o prefeito Nelson Marchezan Júnior diz que a intenção do governo municipal é am-pliar o debate sobre o assunto, antes da votação. A retirada do projeto do Legislativo era uma das exigências dos grevistas. Segundo a categoria, a alteração retira direitos dos trabalhadores.

"O Simpa espera que o governo receba os municipários para saber sobre os outros projetos em curso, a suspensão do parcelamento dos salários, a reposição da inflação e também a decisão de compensação dos dias parados, sem punições aos grevistas", disse o sindicato em comuni-cado.

A proposta de Marchezan foi encaminhada à Casa em julho deste ano. Na sua justificativa, o Executivo diz ser necessário cortar gastos com pessoal como forma de equilibrar as finanças.

No dia 23 de outubro, o prefeito recebeu as lideranças do sindicato, junto com vereadores. Na ocasião, foi apresentada a proposta de não votar os projetos antes do dia 2 de dezembro.

Greve chega ao 32° dia

Há cinco meses, os servidores municipais, assim como os estaduais, vêm recebendo seus salá-rios de forma parcelada. No dia 31 de outubro, último dia útil do mês, foram creditados R$ 1,9 mil nas contas dos servidores. Com isso, 26% dos trabalhadores receberam em dia.

O restante será quitado até 14 de novembro, conforme o ingresso de receitas nos cofres muni-cipais. De acordo com a prefeitura, todos os recursos que ingressarem nas contas do município serão destinados ao pagamento dos salários dos servidores.

Leia a nota da prefeitura na íntegra:

"Reforçando o compromisso assumido pelo governo na presença de 16 vereadores, em negociação com o Sindicato dos Municipários (Simpa) e o Comando de Greve, no sentido de promover amplo debate das propostas antes de irem à votação, formalizamos a retirada de tramitação do Projeto de Lei de Complementar 11/2017, que trata da estrutura de remuneração e vantagens dos servidores municipais.

A construção, documentada em ofício à Câmara Municipal nesta terça-feira, 7, foi acordada na reunião semanal com vereadores integrantes da base do governo no Legislativo, com a presença do líder do governo, Moisés Barboza, e do vice-líder, Luciano Marcantônio.

Mantemos a determinação de enfrentar a estrutura de despesa de pessoal para que não siga causando prejuízos drásticos às finanças públicas. A falta de equilíbrio entre receita e despesa impacta a prestação de serviços ao cidadão que mais precisa, e nós precisamos mudar essa realidade. O governo tem a convicção de que, neste momento, suspender a tramitação dos projetos servirá para ampliar o debate com a sociedade sobre uma estrutura de pessoal que compromete a sustentabilidade financeira da prefeitura e o próprio futuro do funcionalismo.

Nelson Marchezan Júnior, Prefeito de Porto Alegre