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ACIDENTES EM SERVIÇO E DOENÇAS PROFISSIONAIS 1 1 CENTRO REGIONAL DE SAÚDE PÚBLICA DE LISBOA E VALE DO TEJO Equipa de Saúde Ocupacional do Centro Regional de Saúde Pública de Lisboa e Vale do Tejo CONHECIMENTO, PREVENÇÃO E REPARAÇÃO DE ACIDENTES EM SERVIÇO E DOENÇAS PROFISSIONAIS Orientações Técnicas Janeiro, 2007

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ACIDENTES EM SERVIÇO

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CENTRO REGIONAL DE SAÚDE PÚBLICA

DE LISBOA E VALE DO TEJO

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CONHECIMENTO, PREVENÇÃO EREPARAÇÃO DE ACIDENTES EM

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Saúde Ocupacional do Centro de Saúde Pública de Lisboa e

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Janeiro, 2007

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ACIDENTES EM SERVIÇO E DOENÇAS PROFISSIONAIS

Preâmbulo No seguimento do documento “Modelo organizativo e orientações para a acção nos Centros de Saúde” (CRSPLVT, 2005), o qual define actividades mínimas a desenvolver pelas Equipas de Saúde Ocupacional locais no âmbito da Saúde Ocupacional Interna e Externa (Fig.1), afigura-se útil a elaboração de três orientações técnicas que têm como objectivo primordial reunir a informação mais relevante sobre cada área de intervenção e harmonizar procedimentos na Região de Lisboa e Vale do Tejo:

• Documento 1: Vacinação dos Profissionais de Saúde dos Centros de Saúde (Referência: CRSPLVT/01/SO)

• Documento 2: Conhecimento, Prevenção e Reparação de Acidentes em Serviço e Doenças Profissionais em Centros de Saúde (Referência: CRSPLVT/02/SO)

• Documento 3: Gestão do Risco Profissional em Centros de Saúde (Referência: CRSPLVT/03/SO)

SAÚDE OCUPACIONAL

O coSa

Saúde Ocupacional Interna (Centro de Saúde)

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Fig. 1 - Áreas de intervenção no âmbito da Saúde Ocupacional a esenvolver pela Equipa Concelhia

N.º CRSPLVT/02/SO Data: Janeiro 2007 N.º de páginas: 25

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cidentes em serviço e de trabalho” que úde Ocupacional Interna nos Centros de

Regional de Saúde Ocupacional de Lisboa e Vale do Tejo

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ÍNDICE Página 1. Enquadramento 4

2. Objectivo 5

3. Destinatários 5

4. Conceitos e definições 6

5. Do diagnóstico à reparação 9

5.1. Acidente em Serviço 9 5.1.1. Participação 9 5.1.2. Qualificação 13 5.1.3. Confirmação e graduação da incapacidade 13 5.1.4. Responsabilidade pela reparação 15

5.2. Doença Profissional 20 5.2.1. Participação 20 5.2.2. Qualificação, confirmação e graduação da incapacidade 22 5.2.3. Responsabilidade pela reparação 22

6. Análise epidemiológica da situação 23

Anexos

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1. ENQUADRAMENTO Os trabalhadores de Unidades de Saúde encontram-se expostos a uma multiplicidade de riscos provenientes da exposição a agentes químicos, físicos, biológicos e/ou do foro psico-social, resultantes de questões estruturais da edificação, da natureza, da actividade e/ou com origem na deficiente organização do trabalho. Em cada centro de saúde existem zonas ou situações que, pela natureza do seu funcionamento, presença de múltiplos factores de risco e/ou outras circunstâncias, poderão constituir maior perigo para a saúde dos trabalhadores. Os acidentes de trabalho são um problema de saúde pública de relevância no âmbito da saúde ocupacional, tendo em conta as consequências de morbi-mortalidade que originam. As condições precárias em que muitas vezes são realizadas determinadas actividades, a falta de meios de protecção adequados, a não formação e informação dos trabalhadores e a multiplicidade de riscos profissionais, são alguns aspectos que justificam a importância do registo dos acidentes de trabalho nos Centros de Saúde, com o objectivo primordial de adoptar medidas preventivas que minimizem a sua ocorrência. O acidente em serviço implica uma abordagem global centrada no acidentado, onde é fundamental a caracterização do acidente, assim como a formalização legal da reparação. A participação de uma doença profissional tem uma dupla perspectiva no âmbito da Saúde Ocupacional:

• A confirmação da doença por parte do Centro Nacional de Protecção contra os Riscos Profissionais, o que possibilita o desencadear de todo o processo que, em certas situações, permitirá ao trabalhador auferir uma indemnização;

• A identificação de situações de risco na empresa, propícias ao aparecimento de novas situações de patologia laboral, cabendo aos serviços de saúde ocupacional intervir, propondo e acompanhando as medidas correctivas necessárias.

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2. OBJECTIVO O presente documento tem como objectivo divulgar e harmonizar os procedimentos de prevenção e reparação dos acidentes em serviço e das doenças profissionais nos serviços de saúde da Região de Lisboa e Vale do Tejo, tendo por base a legislação actualmente em vigor, o Decreto Lei n.º 503/99 de 20 de Novembro.

3. DESTINATÁRIOS As presentes orientações técnicas aplicam-se aos funcionários e agentes e outros trabalhadores que sejam subscritores da Caixa Geral de Aposentações e que exerçam funções nos Centros de Saúde e na Região de Lisboa e Vale do Tejo. Ao pessoal vinculado por contrato individual de trabalho, com ou sem termo, e enquadrado no regime geral da segurança social aplica-se directamente o regime geral dos acidentes de trabalho constante da Lei n.º 100/97, de 13 de Setembro e dos Decretos Lei n.º 143/99 de 30 de Abril e n.º248/99, de 2 de Julho, cabendo à entidade empregadora a obrigação de transferir a responsabilidade para uma entidade seguradora. O Decreto-Lei n.º 503/99 de 20 de Novembro, regulamenta o regime jurídico dos acidentes em serviço e das doenças profissionais na função pública, uniformizando-o, tanto quanto possível, com o regime geral. Adopta os mesmos conceitos e regras da lei geral, respeitantes à caracterização e descaracterização do acidente e, bem assim, à qualificação da doença profissional, introduzindo dois conceitos novos – o de incidente e o de acontecimento perigoso, e ainda:

• garante o direito às mesmas prestações, quer em espécie, quer de natureza pecuniária;

• aplica o princípio da responsabilidade da entidade empregadora perante um acidente em serviço ou doença profissional e prevê mecanismos sancionatórios para os dirigentes que não cumpram ou não façam cumprir as obrigações previstas na lei;

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• cria juntas médicas próprias, uma junto da ADSE para confirmar as ausências temporárias absolutas e outra junto da Caixa Geral de Aposentações (CGA) para confirmar as incapacidades permanentes que implicam indemnização.

4. CONCEITOS E DEFINIÇÕES Para efeitos da aplicação do regime dos acidentes em serviço e de doenças profissionais e das consequentes medidas de prevenção, devem ser tidos em consideração os seguintes conceitos e definições:

• Superior hierárquico no centro de saúde o superior hierárquico é o director do centro de saúde ou o responsável administrativo e nos serviços da região e sub-região é o director de serviços/chefe de divisão ou outro dirigente com poderes delegados.

• Dirigente máximo / entidade empregadora / empregador é o Presidente do

Conselho de Administração, que pode delegar competências nos coordenadores sub-regionais.

• Serviço de segurança e saúde no trabalho (SSST) / equipa de saúde ocupacional

(ESO) nos estabelecimentos ou unidades de saúde devem existir SSST / ESO com o objectivo, entre outros, de analisar as causas dos acidentes em serviço, doenças profissionais, incidentes e acontecimentos perigosos e propor as correspondentes medidas de natureza preventiva e/ou correctiva.

• Acidente em serviço o acidente que se verifique no decurso da prestação de

trabalho pelos trabalhadores da Administração Pública, (alínea “b”, art. 3º do Decreto-Lei n.º 503/99, de 20 de Novembro), segundo os critérios da lei-geral dos acidentes de trabalho.

• Acidente de trabalho acidente que se verifique no local e no tempo de trabalho e

produza directa ou indirectamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte (art. 6º da Lei n.º 100/97, 13 de Setembro).

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Neste sentido, considera-se acidente de trabalho, o ocorrido:

No trajecto de ida e de regresso para e do local de trabalho;

Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar proveito económico para a entidade empregadora;

No local de trabalho, quando no exercício do direito de reunião ou de actividade de representante dos trabalhadores, nos termos da lei;

No local de trabalho, quando em frequência de curso de formação profissional ou, fora do local de trabalho, quando exista autorização expressa da entidade empregadora para tal frequência;

Fora do local ou do tempo de trabalho, quando verificado na execução de serviços determinados pela entidade empregadora ou por esta consentidos;

Entre o local de trabalho e o local da refeição;

Entre o local onde por determinação da entidade empregadora presta qualquer serviço relacionado com o seu trabalho e as instalações que constituem o seu local de trabalho habitual;

Não deixa de se considerar acidente de trabalho o que ocorrer quando o trajecto normal tenha sofrido interrupções ou desvios determinados pela satisfação de necessidades atendíveis do trabalhador, bem como por motivo de força maior ou por caso fortuito.

Na descaracterização do acidente de trabalho (art. 7º da Lei n.º 100/97, 13 de Setembro), não tem direito a reparação, o acidente que:

For dolosamente provocado pelo sinistrado ou provier de seu acto ou omissão, que importe violação, sem causa justificativa, das condições de segurança estabelecidas pela entidade empregadora ou previstas na lei;

Provier exclusivamente de negligência grosseira do sinistrado;

Resultar da privação permanente ou acidental do uso da razão do sinistrado, nos termos da lei civil, salvo se tal privação derivar da própria prestação do trabalho, for independente da vontade do sinistrado ou se a entidade empregadora ou o seu representante, conhecendo o estado do sinistrado, consentir na prestação;

Provier de caso de força maior.

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A predisposição patológica ou a incapacidade anterior ao acidente não implica a sua descaracterização, nem prejudica o direito à reparação, salvo quando tiverem sido ocultadas.

• Incidente todo o evento que afecta determinado trabalhador, no decurso do trabalho ou com ele relacionado, de que não resultem lesões corporais diagnosticadas de imediato, ou em que estas só necessitem de primeiros socorros (alínea “e” do art. 3º do Decreto-Lei n.º 503/99, de 20 de Novembro).

• Acontecimento perigoso todo o evento que sendo facilmente reconhecido, possa

constituir risco de acidente ou de doença para os trabalhadores, no decurso do trabalho, ou para a população em geral (alínea “f” do art. 3º do Decreto-Lei n.º 503/99, de 20 de Novembro).

• Doença profissional a lesão corporal, perturbação funcional ou doença que seja

consequência necessária e directa da actividade exercida pelo trabalhador e não represente normal desgaste do organismo (alínea “c” art. 3º do Decreto-Lei n.º 503/99, de 20 de Novembro).

São doenças profissionais as constantes da lista de doenças profissionais publicada no Decreto-Regulamentar n.º 6/2001 de 5 de Maio e ainda as lesões, perturbações funcionais ou doenças não incluídas na referida lista, desde que sejam consequência necessária e directa da actividade exercida pelo trabalhador e não representem normal desgaste do organismo (art. 25º Decreto-Lei n.º 503/99, de 20 de Novembro).

• Recidiva Lesão ou doença após a alta (de acidente em serviço) em relação às quais

seja estabelecido nexo de causalidade com o mesmo (alínea “o”, do art.º 3º do Decreto-Lei n.º 503/99, de 20 de Novembro).

• Agravamento Lesão ou doença que, estando melhor, piora ou agrava (alínea “p”, do

art.º 3º do Decreto-Lei n.º 503/99, de 20 de Novembro). • Recaída Lesão ou doença que, estando aparentemente curada, reaparece (alínea

“q”, do art.º 3º do Decreto-Lei n.º 503/99, de 20 de Novembro).

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5. DO DIAGNÓSTICO À REPARAÇÃO 5.1 Acidente em serviço 5.1.1.Participação De acordo com o estabelecido nos artigos 8º e 9º do Decreto-Lei n.º 503/99, de 20 de Novembro, o acidente, o incidente e o acontecimento perigoso devem ser comunicados. A participação deve ocorrer da seguinte forma:

a) Trabalhador Por si ou por interposta pessoa, o trabalhador, no prazo de dois dias úteis, participa, por escrito ou verbalmente, ao superior hierárquico, salvo se este tiver presenciado o acidente. A participação por escrito deve ser feita mediante utilização de impresso próprio (Anexo 1). O incidente e o acontecimento perigoso devem, igualmente, ser participados ao superior hierárquico, no prazo de dois dias úteis. Saliente-se que, no caso de o estado do trabalhador acidentado ou outra circunstância, devidamente comprovada, não permitir a participação no prazo de 2 dias, o prazo contar-se-á a partir da cessação do impedimento. Para além dos primeiros socorros, o trabalhador, caso tenha participado o acidente, deve, no prazo máximo de 2 dias úteis, recorrer a cuidados médicos, acompanhado do respectivo Boletim de Acompanhamento Médico – BAM (Anexo 2). O BAM deve ser disponibilizado de imediato ao trabalhador acidentado pelo superior hierárquico, sendo da responsabilidade do trabalhador a verificação do seu correcto preenchimento.

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b) Superior hierárquico O superior hierárquico participa:

o no prazo de um dia útil, a contar da data em que teve conhecimento, ao respectivo dirigente máximo/empregador, no impresso da comunicação de acidente (Anexo 1).

o de imediato, ao serviço de segurança e saúde no trabalho / equipa saúde ocupacional, ou na sua falta ao técnico de saúde ambiental, pela via mais expedita, para efeitos de caracterização do acidente ocorrido e preenchimento da grelha de análise que consta no Anexo 3.

c) Dirigente máximo / Empregador O dirigente máximo/empregador, a quem compete qualificar o acidente, deve participá-lo:

o no prazo de seis dias úteis, após o conhecimento da ocorrência às seguintes entidades:

Ao delegado de saúde concelhio da área onde tenha ocorrido o acidente;

À ADSE;

Ao competente departamento de estatística do ministério responsável pela área do trabalho.

(Na opinião dos autores, estas comunicações são irrelevantes para efeitos da prevenção da doença e da promoção da saúde dos trabalhadores, caso tenha sido dado conhecimento inicial à SSST /ESO).

o no prazo de vinte e quatro horas, após a ocorrência no caso de acidente mortal ou que evidencie uma situação particularmente grave, à respectiva delegação ou subdelegação do Instituto de Segurança Higiene e Saúde no Trabalho (ISHST) / Inspecção-Geral do Trabalho (IGT).

o após qualificação como acidente, aos respectivos serviços de segurança e saúde no trabalho / equipa de saúde ocupacional, com o objectivo de registo, adopção de medidas preventivas/correctivas, sempre que necessárias, e, no caso de acidente com incapacidade superior a três dias,

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para elaboração do respectivo relatório, com base na grelha de análise de acidente de trabalho.

o após a alta, no prazo de seis dias úteis, se for reconhecido ao acidentado uma incapacidade permanente ou se a incapacidade temporária tiver durado mais de 36 meses, seguidos ou interpolados, à Caixa Geral de Aposentações.

d) Serviços de saúde que tenham prestado assistência ao acidentado

Os serviços de saúde, públicos ou privados, que tenham prestado assistência a um acidentado, no prazo de um dia útil, devem participar a ocorrência à entidade empregadora do mesmo, pela via mais expedita. Esta determinação legal é redundante caso o BAM tenha sido devidamente preenchido.

Na figura 1 apresenta-se esquematicamente o fluxograma de participação dos acidentes em serviço.

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ACIDENTES EM SERVIÇO E DOENÇAS PROFISSIONAIS

Equipa Regional de Saúde Ocupacional LVTTipo: Orientações técnicas Âmbito: Centros de Saúde da Região de LVT

- Por escrito

- Por escrito - Verbalmente

2 dias úteis Serviço de saúde (privado ou publico)

que prestou assistência

- Pela via mais expedita

• 6 dias úteis - Após conhecimento da ocorr⇒ Delegado Concelhio da área ⇒ ADSE ⇒ Departamento de estatística do Ministé

• 24 Horas - Se for mortal ou particularmente⇒ ISHST / IGT

• Após qualificação do acidente: ⇒ Serviço de Segurança e Saúde no Trab

Ocupacional

• Após alta, 6 dias úteis, se for reconhecida ou temporária por minterpolados

⇒ Caixa Geral de Aposentações

1 dia útil

DIRIGENTE MÁXMO / ENTIDADE EM

SERVIÇO DE SAÚDE (privado ou publico)

que prestou assistência

TRABALHADOR ACIDENTADO (ou interposta pessoa)

Figura 1 – Part

SUPERIOR HIERÁRQUICO

- Da forma mais

expedita

1 dia útil

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ência:

rio do Trabalho

grave:

alho / Equipa Saúde

uma incapacidade permanente ais de 36 meses seguidos ou

De imediato

SERVIÇO DE SEGURANÇA SAÚDE NO TRABALHO/ EQUIPA SAÚDE

OCUPACIONAL PREGADORA

icipação de acidentes em serviço

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5.1.2. Qualificação A qualificação do acidente é da responsabilidade do dirigente máximo/entidade empregadora que tem que se pronunciar no prazo de 30 dias consecutivos, contado a partir da data em que do mesmo teve conhecimento. Nos casos de incidente ou de acontecimento perigoso, de que venha a resultar lesão corporal, perturbação funcional ou doença, também tem que se pronunciar no prazo de 30 dias, a contar da data em que se comprovou a existência do respectivo nexo de causalidade. Excepcionalmente e em casos devidamente fundamentados, o prazo pode ser prorrogado art. 7º do Decreto-Lei n.º 503/99 de 20 de Novembro. 5.1.3. Confirmação e graduação da incapacidade Os acidentes em serviço podem determinar incapacidades temporárias (IT) ou permanentes (IP) para o trabalho. As incapacidades temporárias podem ser parciais (ITP) ou absolutas (ITA). As incapacidades permanentes podem ser parciais (IPP), absolutas para o trabalho habitual (IPAth) e absolutas para todo e qualquer trabalho (IPAqt). A confirmação destas incapacidades é verificada pelas seguintes entidades:

a) Incapacidade temporária (IT)

A verificação e confirmação da incapacidade temporária, a atribuição da alta ou a sua revisão e a emissão de parecer relativo à possibilidade de integração nos serviços, competem a uma junta médica composta por dois médicos da ADSE, um dos quais preside, e um médico da escolha do acidentado. No caso de acidente de que não resulte incapacidade permanente e em que a duração da baixa não ultrapasse os 90 dias ou o serviço não requeira nesse prazo a verificação pela Junta Médica da ADSE, a alta é dada pelo médico assistente e é inscrita no BAM (Anexo 2). As faltas por acidente em serviço devem ser justificadas no prazo de cinco dias úteis a contar do 1º dia de ausência ao serviço (inclusive), mediante a apresentação de declaração emitida pelo médico ou estabelecimento de saúde que prestou os primeiros socorros, quando a ausência não tenha excedido 3 dias, ou de atestado

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médico quando exceda os 3 dias (art.º 19º Decreto-Lei n.º 503/99 de 20 de Novembro). Estas faltas não implicam, em caso algum, a perda ou diminuição de quaisquer direitos ou regalias, nomeadamente, o desconto do tempo para qualquer efeito (art.º 19º e art.º 30 do Decreto-Lei n.º 503/99 de 20 de Novembro). No caso de incapacidade temporária parcial (ITP) que não implique ausência ao serviço, o superior hierárquico deve atribuir ao acidentado trabalho compatível com o seu estado, em conformidade com o parecer do médico que o assista, do médico do trabalho ou da junta médica, dispensando-o do serviço para comparecer às consultas e tratamentos que tenha de efectuar dentro do seu horário de trabalho.

b) Incapacidade permanente (IP)

Na situação de se verificar incapacidade permanente (IP), a confirmação e a graduação da incapacidade é da competência da junta médica da Caixa Geral de Aposentações, que é constituída por um médico desta instituição, que preside, um perito médico-legal e um médico da escolha do acidentado. Quando se verifique IP que impossibilite o trabalhador de exercer plenamente as suas anteriores funções ou quando destas possa resultar o agravamento do seu estado de saúde, este tem direito a:

− Ocupação em funções compatíveis com o respectivo estado;

− Formação profissional;

− Adaptação do posto de trabalho;

− Reclassificação ou reconversão profissional;

− Trabalho a tempo parcial. As situações anteriormente referidas não implicam redução de remuneração nem perda de quaisquer regalias, sem prejuízo do disposto no regime da reclassificação e da reconversão profissional. A reclassificação e a reconversão profissional não podem, porém, em qualquer caso, implicar diminuição de remuneração.

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5.1.4. Responsabilidade pela reparação Os trabalhadores têm direito, independentemente do respectivo tempo de serviço, à reparação, em espécie e em dinheiro, dos danos resultantes de acidentes em serviço (art.4º do Decreto-Lei n.º 503/99 de 20 de Novembro). A responsabilidade pela reparação é da entidade empregadora (Administração Regional de Saúde da Região de Lisboa e Vale do Tejo), que deve assegurar a existência dos mecanismos indispensáveis de assistência aos acidentados. Nos casos em que se verifique incapacidade permanente ou morte, compete à Caixa Geral de Aposentações a avaliação e a reparação.

a) Prestação em espécie

A reparação em espécie envolve:

• Prestações de natureza médica, cirúrgica, de enfermagem, hospitalar, medicamentosa e quaisquer outras, incluindo tratamentos termais, fisioterapia e o fornecimento de próteses e ortóteses, seja qual for a sua forma, desde que necessárias e adequadas ao diagnóstico ou ao restabelecimento do estado de saúde físico ou mental e da capacidade de trabalho ou de ganho do acidentado e à sua recuperação para a vida activa;

• Transporte e estada, designadamente para observação, tratamento, comparência a juntas médicas ou a actos judiciais;

• A readaptação, reclassificação e reconversão profissional.

Decorrente desta abordagem, deve-se salientar três importantes aspectos:

Primeiros socorros (art.º 10º do Decreto-Lei n.º 503/99 de 20 de Novembro)

A entidade empregadora, através do superior hierárquico ou de quem o substitua, deve garantir ao acidentado a prestação imediata dos primeiros socorros e/ou de

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assistência médica no local e eventual transporte para hospital ou outro serviço de saúde onde possa receber tratamento, logo que ocorra um acidente. Se o acidente ocorrer fora do local habitual de trabalho, os primeiros socorros devem ser assegurados pelo responsável do serviço onde o acidente se tenha verificado, que comunicará, de imediato, a ocorrência ao superior hierárquico do acidentado ou a quem o substitua. Caso se trate de um acidente com risco biológico (ex: picada com agulha contaminada com sangue) devem ser seguidas as recomendações em uso na instituição/serviço. Esta matéria será objecto de orientações técnicas específicas de modo a harmonizar os vários procedimentos em vigor.

Assistência médica (art.º 11º do Decreto-Lei n.º 503/99 de 20 de Novembro)

O acidentado deve submeter-se às prescrições médicas e cirúrgicas necessárias à cura da lesão ou doença e à recuperação da capacidade para o trabalho. Caso não o faça sem justificação, perde os direitos e regalias a que tem legalmente direito, excepto os relativos à reparação por incapacidade permanente, e desde que a junta médica da Caixa Geral de Aposentações, reconheça que a incapacidade para o trabalho subsistiria em qualquer caso. A assistência médica, sempre que possível, deve ser prestada em instituições ou serviços oficiais prestadores de cuidados de saúde, tendo em conta a natureza das lesões e a proximidade da residência do acidentado. Caso não seja possível a prestação dos cuidados de saúde em instituições ou serviços oficiais, o estabelecimento oficial de saúde deve promover a transferência do acidentado para estabelecimento de saúde do sector privado e suportar o acréscimo de encargos que daí possa resultar. O acidentado pode optar por ser assistido em estabelecimento de saúde privado não integrado no serviço nacional de saúde. Nestas situações tem direito ao pagamento da importância que seria dispendida em estabelecimento do serviço nacional de saúde, devendo para o efeito apresentar os documentos comprovativos das despesas.

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No caso de internamento, este terá lugar em enfermaria. Se o acidentado optar por ser tratado em quarto particular, terá que suportar a diferença das despesas.

Transporte e estada (art.º 14º do Decreto-Lei n.º 503/99 de 20 de Novembro)

A entidade empregadora deve assegurar o necessário transporte sempre que o acidentado necessitar de assistência médica, observação, tratamento ou de comparecer a juntas médicas ou a actos judiciais. De entre os transportes adequados ao estado de saúde do trabalhador, deve optar-se pelo que envolva menor encargo financeiro. No caso de deslocação da residência ou do local onde o trabalhador se encontre com vista a assistência médica, observação, tratamento, comparência a juntas médicas ou a actos judiciais que impliquem estada, este tem direito ao pagamento da correspondente despesa, até ao limite do valor previsto para as ajudas de custo dos funcionários e agentes com remuneração superior ao valor do índice 405 da escala salarial do regime geral, salvo se a sua condição de saúde, medicamente fundamentada, justificar despesas de montante mais elevado. Quando o médico assistente ou a junta médica declarar que o estado de saúde do trabalhador o exige, há lugar ao pagamento das despesas de um acompanhante nas mesmas condições das estabelecidas para o trabalhador.

b) Prestação em dinheiro

O direito à reparação em dinheiro compreende:

• Remuneração, no período das faltas ao serviço motivadas pelo acidente, incluindo os suplementos de carácter permanente sobre os quais incidam descontos para a Caixa Geral de Aposentações e subsídio de refeição.

• Indemnização em capital ou pensão vitalícia correspondente à redução na capacidade de trabalho ou de ganho, no caso de incapacidade permanente (IP).

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• Subsídio por assistência de terceira pessoa quando o acidentado não praticar com autonomia os actos indispensáveis à satisfação das necessidades básicas da vida quotidiana sem a assistência permanente (art.º 16º Decreto-Lei n.º 503/99 de 20 de Novembro). A atribuição depende de requerimento, acompanhado de certificação do médico assistente ou da junta médica e de declaração passada por quem preste a assistência.

• Subsídio para readaptação de habitação;

• Subsídio por situações de elevada incapacidade permanente;

• Despesas de funeral e subsídio por morte;

• Pensão aos familiares, no caso de morte do trabalhador acidentado.

Notas: a) O BAM (Boletim de Acompanhamento Médico) constitui o cadastro clínico do trabalhador acidentado, desde a ocorrência do acidente (dia e hora) até à sua alta. O seu não correcto preenchimento pode invalidar, a não qualificação do acidente e o reembolso de despesas e o não reconhecimento do nexo de causalidade entre as lesões ou doenças, supervenientes e o acidente. b) No caso dos trabalhadores dos estabelecimentos de saúde com contrato individual de trabalho, aplica-se o regime geral dos acidentes de trabalho, constantes da Lei nº 100/97 de 13 de Setembro e do Decreto-Lei nº 143/99 de 30 de Abril, pelo que a responsabilidade pela reparação compete a uma entidade seguradora privada contratada para o efeito pela entidade empregadora/Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. c) Quando ocorrem acidentes em serviço “in initere”, especificamente acidentes de viação, o trabalhador acidentado, quando participa o acidente deve anexar, para além da participação e do BAM a participação às autoridades policiais, bem como, fotocópia das respectivas apólices de seguro e declaração de descaracterização de acidente (art.º 46º, art.º 47º e art.º 48 do Decreto-Lei n.º 503/99 de 20 de Novembro).

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d) A situação particular dos acidentes em serviço com objectos cortantes ou perfurantes contaminados será objecto de documento próprio onde será definida a marcha processual, bem como, o protocolo de encaminhamento e tratamento do trabalhador acidentado. e) No prazo de 10 anos, a contar da data de concessão da última alta médica, o trabalhador acidentado pode requerer, com fundamento em parecer médico, que seja considerado em situação de “recidiva, agravamento ou recaída”, tendo em vista a reabertura do processo de “Acidente em Serviço” (art.º 24º e art.º 29 do Decreto-Lei n.º 503/99 de 20 de Novembro).

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5.2. Doença Profissional 5.2.1. Participação De acordo com o estabelecido nos artigos n.os 27º e 28º do Decreto-Lei nº503/99 de 20 de Novembro, e Circular Normativa nº 1 de 8 de Janeiro de 2002 do Ministério da Saúde, a participação da presunção da doença profissional entre funcionários e agentes e outros trabalhadores que sejam subscritores da Caixa Geral de Aposentações, deve ocorrer da seguinte forma:

a) O médico assistente, no prazo de oito dias úteis a contar da data do diagnóstico, deve participar ao Centro Nacional de Protecção Contra Riscos Profissionais (CNPRP), em impresso próprio ou modelo informático fornecido por este Centro (Anexo 4), todos os casos clínicos em que presuma a existência de doença profissional. b) O Trabalhador, no prazo de dois dias úteis, contado da data da participação ou da emissão de declaração médica, entrega ao superior hierárquico cópia da participação ou declaração ou atestado médico de que conste o diagnóstico presuntivo de doença profissional. c) A entidade empregadora deve remeter ao CNPRP requerimento e documento de saúde específico onde conste o diagnóstico presuntivo. O CNPRP pode solicitar informação complementar sobre a avaliação da exposição profissional ao(s) factor(es) de risco em causa. d) O Centro Nacional de Protecção Contra Riscos Profissionais comunica os casos por ele confirmados de doença profissional às seguintes entidades:

• Entidade empregadora [casos confirmados e não, de doença profissional];

• Caixa Geral de Aposentações;

• ADSE;

• Delegado de saúde concelhio da sede da entidade empregadora.

e) A Entidade empregadora após receber a comunicação do CNPRP participa:

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ACIDENTES EM SERVIÇO E DOENÇAS PROFISSIONAIS

EquipTipo:Âmbi

o ao competente departamento do ministério responsável pela área do trabalho;

o aos respectivos SSST/ESO.

Na figura 2 apresenta-se esquematicamente o fluxograma de participação de doenças profissionais.

− Cmá

− SsS

1 dia útil

- Cópia do documento onde conste o diagnóstico presuntivo

2 dias úteis

Trabalhador

Superior hierárquico

Após confirmação do CNPCRP

Centro Nacional de Protecção Contra Riscos Profissionais

Após confirmação da Doença Profissional

Entidade Empregadora

Médico - Diagnóstico presuntivo - Em impresso próprio fornecido pelo CNPRP

Médico

- Caixa Geral de Aposentações - ADSE - Delegado de saúde concelhio

ompetente departamento doinistério responsável pelarea do trabalho erviços de segurança eaúde no trabalho /Equipa deaúde Ocupacional

a Regional de Saúde Ocupacional LV Orientações técnicas to: Centros de Saúde da Região de LV

Figura 2 – P

Cópia do Diagnóstico Médico

T

T

articipação

8 dias úteis, a contar da data do diagnóstico

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de doenças profissionais

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5.2.2. Qualificação, confirmação e graduação da incapacidade A qualificação da doença profissional é da responsabilidade dos serviços médicos do Centro Nacional de Protecção contra os Riscos Profissionais que efectuam o diagnóstico e a caracterização como doença profissional e, se for caso disso, a atribuição da incapacidade temporária ou a proposta do grau de incapacidade permanente (Anexos 5 e 6). A confirmação e a graduação definitiva da incapacidade permanente são da competência da junta médica da Caixa Geral de Aposentações, que inclui um médico do Centro Nacional e um médico da escolha do doente. 5.2.3. Responsabilidade pela reparação Os trabalhadores têm direito, independentemente do respectivo tempo de serviço, à reparação, em espécie e em dinheiro, dos danos resultantes das doenças profissionais (art.4º do Decreto-Lei n.º 503/99 de 20 de Novembro). A responsabilidade pela reparação é da entidade empregadora (Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo) que deve assegurar a existência dos mecanismos indispensáveis de assistência aos portadores de doença profissional. Nos casos em que se verifique incapacidade permanente ou morte, compete à Caixa Geral de Aposentações a avaliação e a reparação. As prestações em dinheiro e em espécie são idênticas ao referido no ponto 5.1.4. relativo aos acidentes em serviço.

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6. ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA SITUAÇÃO Um acidente de trabalho raramente tem um único factor desencadeante, apresentando causalidade múltipla. É fundamental, no âmbito da saúde ocupacional, caracterizar pormenorizadamente as circunstâncias que contribuíram para a ocorrência do acidente, assim como adoptar as medidas correctivas para evitar futuros acidentes semelhantes. O acidente em serviço implica uma abordagem global centrada no acidentado, onde é fundamental a caracterização do acidente, assim como a formalização legal da reparação. Após a ocorrência de um acidente em serviço deve proceder-se da seguinte forma: O Director do Centro de Saúde / Dirigente do Serviço (superior hierárquico) informa o

Serviço de Segurança e Saúde no Trabalho / Equipa de Saúde Ocupacional para efeito de análise epidemiológica. Na situação de inexistência deste Serviço/Equipa, deve ser nomeado um Técnico de Saúde Ambiental (TSA) do Serviço de Saúde Pública. Em caso de acidente com risco biológico, a averiguação deve também ser acompanhada por um profissional de enfermagem. O processo de análise inclui a audição do acidentado e das testemunhas.

Devem ser apuradas as circunstâncias em que ocorreu o acidente, de acordo

com os itens constantes da Grelha de Análise do Acidente (Anexo 3). Nos acidentes que impliquem baixa superior a três dias deve ser elaborado relatório

a remeter ao superior hierárquico. Ao Serviço de Segurança e Saúde no Trabalho / Equipa de Saúde Ocupacional compete:

o Propor e organizar os meios destinados à prestação dos primeiros socorros;

o Analisar as causas dos acidentes em serviço, doenças profissionais, incidentes e acontecimentos perigosos e propor as correspondentes medidas de natureza preventiva e correctiva;

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o Elaborar relatórios sobre os acidentes em serviço que tenham ocasionado ausência superior a três dias úteis;

o Manter actualizados os seguintes elementos:

− Lista dos acidentes em serviço que tenham originado ausência ao serviço;

− Lista de todas as situações de falta por doença e do correspondente número de dias de ausência ao serviço e, no caso de doença profissional, a respectiva identificação (diagnóstico);

− Lista dos factores de risco identificados, das medidas de correcção propostas e/ou das recomendações formuladas e registo da sua execução.

o Elaborar as estatísticas relativas aos acidentes em serviço e às doenças profissionais bem como o relatório anual (análise epidemiológica).

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ANEXOS

ANEXO 1 Participação e qualificação de acidente em serviço ANEXO 2 Boletim de Acompanhamento Médico

ANEXO 3 Grelha de análise de acidente em serviço ANEXO 4 Participação de doença profissional ANEXO 5 Requerimento de exame médico para diagnóstico e caracterização de doença profissional no âmbito da função pública

ANEXO 6 Dados de saúde no âmbito da função pública que devem acompanhar o requerimento de exame médico

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Anexos

CONHECIMENTO, PREVENÇÃO E

REPARAÇÃO DE ACIDENTES EM SERVIÇO E DOENÇAS PROFISSIONAIS

Orientações Técnicas

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Anexo 1 Participação e qualificação de acidente em serviço

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Anexo 2 Boletim de Acompanhamento Médico

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Anexo 3 Grelha de análise de acidente em serviço

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Anexo 4 Participação de doença profissional

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Anexo 5 Requerimento de exame médico para diagnóstico e caracterização de doença

profissional no âmbito da função pública

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Anexo 6 Dados de saúde no âmbito da função pública que devem acompanhar o

requerimento de exame médico

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ACIDENTES EM SERVIÇO E DOENÇAS PROFISSIONAIS

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Documento e

AntónCarla B

Carlos SCarmoHélderHerme

Isabel MaLina Mário

Sandra

Ed

Carla BSandra

A outros profissionais de saúde dasSetúbal que deram o seu contributo

nosso sincero

laborado por:

io Matos arreiros

ilva Santos Santos Mendes s Santos tos Correia

Guarda Castro Moreira

ição: arreiros Moreira

Sub-Regiões de Lisboa, Santarém e para a elaboração deste documento, o agradecimento.

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