conhecendo o zodíaco

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Conhecendo o Zodíaco Extraídos do Grande Evangelho de João Vol. 3 – Autor: Jacob Lorber 94. OPINIÃO DE HELENA A RESPEITO DOS APÓSTOLOS 1. Diz Helena, comovida pelo amor a Mim: “Dizei-me quem são aqueles doze homens respeitáveis que pouco falam, mas sempre O rodeiam? Um parece-se muito com Ele, outro, bem jovem, anota tudo num quadro. Quem são?” 2. Diz Mathael: “Que eu saiba, com exceção de um, são Seus discípulos mais antigos e já senhores de suas próprias tendências. Aquele, porém, dá impressão de desonesto e jamais haveria de querê- lo por amigo; parece a encarnação dum diabo! O Senhor saberá porque admite sua presença, pois os maus também são Suas criaturas e dependem do Seu Hálito. Por isso não devemos indagar porque Seu Amor pratica tais milagres até diante dum demônio. Teria vontade de interpelá-lo, – mas deixemos isto, basta que Ele o conheça. Os outros, por certo, terão opiniões proveitosas, porquanto parecem ser mais que iniciados.” 3. Diz Helena: “Naturalmente externaram desde início grande capacidade de assimilação em assuntos espirituais, do contrário Ele não os teria aceitado como adeptos. Também eu teria vontade de lhes falar, mas isto certamente não será tão fácil, não achas?” 4. Diz Mathael, dando de ombros: “Deus, o Senhor, despertou meu espírito que se uniu à minh’alma; por tal motivo conheço a mim e a Ele, à medida que me foi dada, dentro da verdade. Agora, ler o que se passa no fundo do coração humano como se lê num livro aberto, – isto só é possível a Ele e a quem Ele o quiser revelar. 5. Numa criatura mundana, cuja alma esteja inteiramente adormecida e cerceada pela vontade e ação do cérebro e dos sentidos, fácil é positivar como e o que pensa, sente e deseja. Impossível, no entanto, fazê-lo em pessoas que sentem e agem pela influência do espírito dentro da alma, pois já encerram em si as Verdades Eternas que somente Deus poderá reconhecer. 6. Por este motivo não nos é dado palestrar com elas como se fossem criaturas comuns. Num caso de necessidade, o Senhor o determinará; assim não sendo, devemos prescindir de tal prazer. – Mas..., que achas das estrelas fulgurantes, Helena?”

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Page 1: Conhecendo o Zodíaco

Conhecendo o ZodíacoExtraídos do Grande Evangelho de João Vol. 3 – Autor: Jacob Lorber

94. OPINIÃO DE HELENA A RESPEITO DOS APÓSTOLOS

1. Diz Helena, comovida pelo amor a Mim: “Dizei-me quem são aqueles doze homens respeitáveis que pouco falam, mas sempre O rodeiam? Um parece-se muito com Ele, outro, bem jovem, anota tudo num quadro. Quem são?”2. Diz Mathael: “Que eu saiba, com exceção de um, são Seus discípulos mais antigos e já senhores de suas próprias tendências. Aquele, porém, dá impressão de desonesto e jamais haveria de querê-lo por amigo; parece a encarnação dum diabo! O Senhor saberá porque admite sua presença, pois os maus também são Suas criaturas e dependem do Seu Hálito. Por isso não devemos indagar porque Seu Amor pratica tais milagres até diante dum demônio. Teria vontade de interpelá-lo, – mas deixemos isto, basta que Ele o conheça. Os outros, por certo, terão opiniões proveitosas, porquanto parecem ser mais que iniciados.”3. Diz Helena: “Naturalmente externaram desde início grande capacidade de assimilação em assuntos espirituais, do contrário Ele não os teria aceitado como adeptos. Também eu teria vontade de lhes falar, mas isto certamente não será tão fácil, não achas?”4. Diz Mathael, dando de ombros: “Deus, o Senhor, despertou meu espírito que se uniu à minh’alma; por tal motivo conheço a mim e a Ele, à medida que me foi dada, dentro da verdade. Agora, ler o que se passa no fundo do coração humano como se lê num livro aberto, – isto só é possível a Ele e a quem Ele o quiser revelar. 5. Numa criatura mundana, cuja alma esteja inteiramente adormecida e cerceada pela vontade e ação do cérebro e dos sentidos, fácil é positivar como e o que pensa, sente e deseja. Impossível, no entanto, fazê-lo em pessoas que sentem e agem pela influência do espírito dentro da alma, pois já encerram em si as Verdades Eternas que somente Deus poderá reconhecer.6. Por este motivo não nos é dado palestrar com elas como se fossem criaturas comuns. Num caso de necessidade, o Senhor o determinará; assim não sendo, devemos prescindir de tal prazer. – Mas..., que achas das estrelas fulgurantes, Helena?”7. Diz ela: “Sempre despertaram meu mais vivo interesse, desde que me conheço, tanto que guardei na memória uma série de constelações. As do zodíaco foram-me indicadas como as mais importantes e as estudei no decorrer dum ano. Em seguida fiquei conhecendo as outras, sei seus nomes, posição e quando surgem e desaparecem. Mas, que adianta isto? Quanto mais me dedicava a esse estudo, maiores e mais incisivas eram as perguntas que me brotavam n’alma e, até hoje, ninguém logrou responder. 8. Quem foi o descobridor do zodíaco e lhe deu os doze nomes? Que relação existe entre o leão e a virgem, o câncer e os gêmeos, o escorpião e a balança, o capricórnio e o sagitário? Por que se colocou no Firmamento um touro e um carneiro, um aquário e peixes? É estranho que no zodíaco se encontrem quatro figuras humanas e um instrumento de precisão! Ficar-te-ia mui grata se me pudesses dizer o porquê.”9. Diz Mathael: “Nada mais fácil; tem um pouco de paciência durante minha explicação que assimilarás tudo.”

95. MATHAEL DEFINE AS TRÊS PRIMEIRAS CONSTELAÇÕES

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1. (Mathael): “Evidentemente, foram os primitivos habitantes do Egito os inventores do zodíaco. Primeiro, porque alcançavam maior longevidade que nós; segundo: o firmamento naquele país sempre foi mais límpido, o que facilitava a observação das estrelas; terceiro: dormiam eles durante o dia, em virtude do calor intenso, trabalhando a maior parte da noite, que lhes proporcionava oportunidade para a observação astronômica. Assim, gravavam a constelação, dando-lhe nome de algum fenômeno ou hábito entre o povo. O estudo constante do zodíaco levou os homens à conclusão de que era um grande círculo dividido em doze partes, contendo cada qual uma constelação.2. Os antigos já calculavam serem as estrelas mais distantes da Terra que o Sol e a Lua, e também incluíram esses últimos no grande zodíaco. Este, por sua vez, movimenta-se, de sorte que o Sol, em cujo redor gira a Terra, alcança em trinta dias outra constelação. O fato de entrar a Lua em poucos dias numa outra, explicavam eles pelo seu percurso diário mais lento em volta da Terra, tanto que nunca retornava ao mesmo ponto que o Sol. Havia alguns sábios que afirmavam o contrário; entretanto, prevalecia a orientação da morosidade lunar. Deste modo surgiu o zodíaco, e irás saber da origem dos nomes.3. Durante a estação dos dias mais curtos, que no Egito eram acompanhados sempre de chuvas – fato significativo que levava o povo a iniciar um novo ano – o Sol se achava, por cálculo, na constelação que hoje denominamos aquário. Eis porque se lhe dava a figura dum pastor que, munido dum balde, despejava água num cocho. Os velhos denominavam de aquário (Uodan), tanto o homem quanto a constelação e a época. Mais tarde a fantasia fútil das criaturas o transformou num deus, venerando-o como vivificador da natureza ressequida. Deste modo a primeira constelação e a primeira época de chuvas ficou classificada. Vamos agora analisar os “peixes”.4. Nisto diz Pedro aos outros discípulos: “As explicações de Mathael são muito elucidativas, vamos prestar-lhe atenção.” 5. Digo Eu: “Isto mesmo; ouvi-o, pois Mathael é um dos primeiros cronistas desta época.” Todos se aproximam dele, o que o encabula um pouco, mas Pedro diz: “Continua, porque desejamos nos instruir contigo.”6. Retruca Mathael, modesto: “Para vós, amigos, meu saber por certo será insuficiente; sois discípulos antigos do Senhor, enquanto eu me acho em vosso meio há dezesseis horas.”7. Contesta Pedro: “Isto não te deve confundir; já nos deste provas que nos deixaram bem para trás. Tudo recebemos do Senhor, pois o que a um dá num ano, a outro poderá dar num dia. Por isso, continua com tua explicação.”8. Diz Mathael: “Pois bem; após trinta dias termina a época das chuvas e o Nilo se acha abarrotado de peixes que são iscados: parte é logo aproveitada, o restante é salgado e secado ao vento que, nessa ocasião, é muito forte. Essa manipulação com os peixes é obrigatória devido ao clima, antes que as águas do Nilo sequem e os cardumes morram nos canais, empestando o ar com o mau cheiro.9. O que hoje lá ainda é uso, constituía, ao tempo, verdadeira necessidade dos sábios habitantes e, como sempre se pescava na mesma época em que o Sol entrava em outra constelação, era ela cognominada de “peixes”, ou Ribar, ou ainda, Ribuze.10. Pelo fato das pessoas serem facilmente acometidas de febre, devido à alimentação com peixes gordurosos e pela respiração de ar pestilento, classificava-se esta ocasião de “febril”, inventando-se uma deusa incumbida de afastar a moléstia.11. O terceiro signo é representado pelo carneiro. Os habitantes que se dedicavam ao cuidado das ovelhas viam chegado o tempo de trosquiá-las, o que levava outros trinta dias, e como o Sol penetrava noutro signo, denominou-se o mesmo de “aries” (Kostron).12. Havendo nessa época grandes tempestades provindas da luta de um elemento contra o outro, as criaturas em breve acharam o nome dum deus: “marte”. Desmembrando esse nome, chega-se ao amigo Mar iza, ou Maor’iza, isto é: Esquentar o mar.

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13. Durante os signos anteriores o mar esfria, o que era percebido pelos moradores do litoral. Mas, pela força mais intensa do Sol e pela luta do ar quente do Sul com o frio do Norte, pelo despertar dos vulcões, o mar ia-se aquecendo pouco a pouco.

96. EXPLICAÇÃO DO QUARTO AO SEXTO SIGNOS

1. (Mathael): “Passando ao quarto signo, novamente deparamos com um animal, isto é: um touro vigoroso. Após os cuidados com as ovelhas, os povos pastoris dirigiam a atenção para o gado; era preciso selecioná-lo para conseguir boa criação.2. O touro, que tudo representava para os egípcios, até os influenciava pela escrita, quer dizer: formava figuras na areia pelo sopro – era apresentado em posição destemida, quase em pé, apoiado nas patas traseiras. É, portanto, muito natural que assim se denominasse o signo que apresentava em seus contornos tal animal. O próprio Taurus romano deriva-se da abreviatura do antigo Ta our sat, ou Ti a our sat, isto é: É época (sat) do touro ficar sobre as traseiras.3. Mais tarde classificou-se esta época entre os romanos de Aprilis, que pela tradução em egípcio quer dizer: A (touro) uperi (abre) liz ou lizu (a visão), ou: Touro, abre a cancela para o pasto! Assim, tornou-se Ele com o tempo um deus para esse povo, e com isto temos a origem verdadeira do quarto signo. Vamos agora analisar o quinto e como surgiu a figura dos gêmeos, em Castor e Pollux.4. Será mais facilmente compreendido se considerarmos que os velhos pastores, após o zelo para com o gado, haviam concluído a maior tarefa do ano. Em seguida se reuniam os cabeças das comunidades, quando eram escolhidos um ou dois peritos, que fossem ao mesmo tempo juízes, para apurarem se o esforço despendido havia dado bons resultados. A pergunta soava: Ka i estor?, o que quer dizer: Que fez ele? O outro, em seguida, advertia: Po luxe men!, ou seja: Esclarece-me a respeito.5. Daí surgiram os “gêmeos”, que no fundo apenas eram duas frases, uma indagadora e outra de incentivo. Como nessa época o Sol entrava na conhecida constelação, deu-se-lhe o nome de “gêmeos”, – no idioma romano Gemini ou Castor et Pollux, – naturalmente mais venerados como deuses.6. Vamos agora ao câncer. Nessa época, o dia alcançava a mais longa duração; quando novamente era diminuída, os velhos comparavam-na à marcha do caranguejo. Durante esses trinta dias o orvalho à beira do rio era muito forte, à noite, de sorte que os caranguejos saíam de seus esconderijos para um passeio no gramado úmido. Observando isto, os egípcios tentavam enxotar esses hóspedes indesejáveis, tarefa não fácil, pois seu número era incalculável. Primeiro tentaram ajuntar esses crustáceos aos montes, metendo-lhes fogo, o que não surtiu efeito diante da enorme quantidade. O cheiro agradável da queimação levou os velhos à suposição de que talvez fossem comíveis. Ninguém, todavia, animou-se a tal. 7. Mais tarde os cozinharam em grandes potes, cujo caldo, apesar de delicioso, não os estimulava ao consumo. Por isso deram-no aos porcos, que com ele se deleitavam e se tornavam gordos, fato que muito era do agrado de seus criadores. Na matança aproveitavam banha, couro e tripas, enquanto a carne servia de engorda para os próprios suínos. 8. Houve pessoas indolentes e preguiçosas que com o tempo não mais respeitaram as velhas leis de seu guia espiritual ante-diluviano, Henoch, sendo assim, preciso construir penitenciárias, a fim de enclausurar os malfeitores. Sua ração constituía de caranguejos cozidos, carne de porco salgada ou frita, e pão. Observaram, que os criminosos se davam muito bem com tal alimento, de sorte que os outros, num ano de má colheita experimentaram-no, achando-o mais saboroso que o costumeiro. Embreve, os crustáceos diminuíram consideravelmente, pois que todos lhes faziam caça.9. Mais tarde os próprios gregos e romanos dele se valiam; apenas os judeus até hoje não o fazem, embora não lhes tenha sido proibido por Moysés. Disto tudo se conclui que os antigos egípcios não

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poderiam ter encontrado interpretação mais acertada quanto à época, e fácil é de se deduzir que gregos e romanos dedicaram-na a uma deusa a que chamavam Juno.10. Apenas resta saber como se formou sua personalidade, e as opiniões diversas entre os sábios não deixavam de ter fundamento. Em síntese, baseava-se no mesmo motivo pelo qual surgiram Castor e Pollux. Durante a época dos caranguejos o calor já era demasiado para trabalhos braçais, razão por que se dedicavam aos estudos espiritualistas em vastos templos sombreados, muitos dos quais haviam sido construídos por primitivos habitantes.11. Uma das principais questões, no início de tais estudos, prendia-se à possibilidade de se encontrar o Divino Puro em qualquer relação material. Como fossem todas as indagações dos sábios mui curtas, o mesmo se dava com a seguinte: Je U N (un) o? Tradução: Continua inteiro o Divino, quando separado e postas ambas as partes lado a lado?12. Indagais: Como podem essas poucas letras significar tal frase? – Ouvi, pois: A letra U era representada no velho Egito por um semicírculo e, de igual modo, um receptáculo para o Divino que do Alto vem à Terra. É claro que se referiam mormente às dádivas espirituais da Luz, para a alma.13. O N reproduzia um semi-círculo invertido, traduzindo a matéria inerte e infecunda. Os telhados de algumas casas, principalmente dos templos, demonstravam que nesses lugares o divino se une à matéria, criando vida temporária, revelando-se por momentos, ao homem. Eis por que dali surgiu a importante pergunta: Je U N o?, pois o O representa a Divindade Completa em Sua Pureza.14. A resposta dizia que a matéria se mantém para com Deus como a mulher para com seu esposo e soberano. Deus criou em e pela matéria Seus múltiplos e variados filhos, pois a fecundava constantemente com Seu Influxo Divino.15. Com o tempo, mormente entre os posteriores descendentes mais sensuais, nem um vislumbre restou da antiga sabedoria egípcia. Formou-se, pois, da pergunta Je un o e de sua feminilidade declarada, uma deusa que recebeu a princípio, tolamente, o nome de Jeuno, mais tarde apenas Juno, cujo simbólico casamento foi realizado com o também tolo Zeus.16. Os antigos sábios tomavam a matéria, por motivos naturais, por demais rígida, julgando-a apenas aproveitável pelo justo esforço despendido. As imperfeições que nela surgiam eram por eles atribuídas a Juno, o que muito trabalho acarretou a Zeus. Compreendeis?”17. Diz Helena: “Continua, caro Mathael, pois te poderia ouvir dias a fio, embora tua narrativa não tenha as cores de um Homer; é sabia e verdadeira – e isto vale mais que a pintura colorida dos grandes trovadores populares. Por isso, continua!”18. Diz Mathael: “Sei que não me fazes elogios pessoais, pois a verdade merece ser apenas compreendida, por ter origem em Deus.

97. O SÉTIMO, OITAVO E NONO SIGNOS

1. Mathael: “Após o caranguejo deparamos com o “leão” no grande zodíaco que, igualmente, tem sua causa em a Natureza. Passada a caça aos crustáceos, que, às vezes, durava um ou dois dias além dos trinta – porquanto para os antigos egípcios não era o mês de fevereiro o destinado a sofrer a diferença existente entre os demais meses, e sim, o de junho – surgia outra calamidade, provocando perturbações e aborrecimentos. Nessa época as fêmeas, geralmente, davam cria e, a fim de saciar sua voracidade, invadiam desertos, montanhas e vales à procura de rebanhos.2. Sendo sua pátria a África e o Norte do Egito, fácil lhes era invadir até a zona mediana e o Sul. Assim como os lobos são levados pelo frio a procurar os povoados, o calor de junho impele os leões aos lugares menos quentes.3. Era nessa época que os habitantes do Egito tinham a visita desses animais selvagens, e como o Sol se aproximava dum signo que, semelhante ao do touro, apresentava a figura dum leão, os velhos

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assim o denominaram, quer dizer, também classificaram tal época de “leão” (Le o wa), Le: o mal ou o descendente do mesmo, oponente ao El: o bom ou o filho do bom, o: o Sol, divino; wa ou wai: foge; portanto: Le o wai significa: o mau foge do Sol.4. Há poucos decênios os romanos intitularam essa época em homenagem a seu herói Julius César, pois era astuto e sabia lutar tão destemidamente qual leão. Eis o sétimo signo que também foi venerado pelos descendentes egípcios como algo divino.5. Agora segue-se a virgem, pois as dificuldades maiores do ano haviam passado e o povo se entregava aos prazeres e às festas destinadas a presentes às virgens puras, estimulando-as no prosseguimento da moral. Era uso celebrar os casamentos nessa época, desde que se tratasse de u’a moça de índole impecável. Quem não tivesse procedido de tal forma era excluída do matrimônio; podia, em circunstâncias favoráveis, tornar-se concubina de um homem possuidor de uma ou várias mulheres, só lhe restando, fora disto, a condição deprimente de escrava. Assim, tal época também tinha sua importância, e como, precisamente, surgia novo signo, cognominou-se o mesmo de “virgem”. Há poucos anos os romanos vaidosos deram-lhe o nome do Imperador Augusto, em sua homenagem. Vimos, portanto, de que modo se encaixou uma virgem no zodíaco.6. Agora vemos um objeto, uma “balança”, usada pelos mercadores e farmacêuticos. Deu-se seu aparecimento da seguinte forma: após as comemorações nupciais chegava o tempo da fiscalização da colheita dos cereais – cujo cultivo já vinha sendo feito pelos antigos habitantes, além da pecuária e dos frutos: figos, tâmaras, olivas, romãs, laranjas etc.7. Cada comunidade tinha um delegado para todos os negócios e um sacerdote destinado ao ensino popular e a profetizar em ocasiões importantes. Não é preciso dizer que a casta sacerdotal, em breve, aumentou, dedicando-se apenas aos serviços de ordem material, quando exigiam renovações e melhoramentos. 8. Pesquisava, ajuntava e determinava o preparo dos metais, o que naturalmente, requeria muitos serventes e mestres de ofício. Esses não tinham tempo para a lavoura e pecuária, de sorte que precisavam ser sustentados pela municipalidade. Como tal problema poderia ser resolvido, se cada membro tinha de pagar um tributo correspondente à sua colheita?9. Determinou-se, então, o dízimo, pagável em benefício da casta sacerdotal e que era pesado numa “balança”. Existiam-nas de todos os tamanhos, e a colheita ia sendo pesada, nove vezes no depósito do dono e uma vez no do outro. O sumo sacerdote era ao mesmo tempo o pastor do povo e se chamava Vara on (quer dizer: ele é o pastor). Mais tarde os varaons se tornaram reis, e o sacerdócio também era sujeito a esse domínio. Por essa explicação histórica concluímos: o tempo que seguia à “virgem” era destinado à entrega do dízimo e, como o Sol entrava num outro ciclo, chamava-se o mesmo de “balança”.10. Não merece menção o fato de que se dava a essa época vários significados, usando-a como símbolo de justiça divina e terrena, chegando-se até, entre os povos atrasados, a lhe render devoção de modo idêntico ao que fazem os hindus com o arado. Tanto a fantasia dos homens quanto a crescente ganância e propagação dos sacerdotes e instrutores, com o tempo divinizaram tudo que lhes parecia antigo e útil. Vamos agora dirigir a atenção ao aracnídeo “escorpião”.

98. EXPLICAÇÃO DOS TRÊS ÚLTIMOS SIGNOS

1. (Mathael): “Eis que vinha um período mais tranqüilo: os rebanhos se acalmavam; as árvores frutíferas não mais apresentavam a mesma produção como na primavera; os campos descansavam – e os homens entravam em férias. Ter-se-iam deixado ficar de bom grado nessa indolência se o Senhor de Céus e Terra não os tivesse atiçado com um aracnídeo, comum no Egito.2. Logo no início dessa época os escorpiões apareciam por toda parte, multiplicando-se, já em meio desse tempo ocioso, como moscas num refeitório. Como se sabe, o ferimento pela cauda não só é

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mui doloroso, como também acarreta grande perigo quando não tratado imediatamente com um antídoto.3. Assim orientados os egípcios tudo fizeram para encontrar um contraveneno satisfatório. Finalmente, a casca dum arbusto do Nilo foi descoberta, cujo cozimento e seus vapores tinham a propriedade de sanear os quartos desse indesejável visitante. Umedecendo a casca e espalhando-a no soalho e sobre as camas, conseguia-se a eliminação. Deu-se-lhe, pois, o nome desse remédio, até então incógnito: Scóro (casca) pi ou pie (bebe) on (ele).4. Foi deste modo que se chamou a atenção dos descendentes sobre tal remédio que dava bom resultado na luta contra a praga. Até hoje recebemos do Egito, Arábia e Pérsia um pó com o qual se consegue, sem prejuízo para o homem, exterminar escorpiões e insetos; este pó é, com alguns acréscimos, extraído do mencionado arbusto.5. Tão logo aparecia o primeiro lacrau, o Sol entrava em novo signo, por isto se deu a tal época aquele nome. Até ali apenas se lhe havia dado atenção em virtude do remédio que exterminava esse aracnídeo, nocivo a homens e animais. Com o extermínio daquele e o cessar das trovoadas comuns, pelas quais os egípcios tinham grande respeito, pois diziam: A arma de Zeus é mais rápida e segura que a miserável, do homem!, terminava o tempo do ócio.6. Eis que os animais selvagens começavam a descer aos vales, fator esse que levava os homens a lhes fazerem caça com o arco. Lebres, coelhos, pequenos ursos, texugos, raposas, panteras, quantidade de gaviões e águias, crocodilos e o hipopótamo (em egípcio Je pa opata moz: o hipopótamo começa a desenvolver sua força) principiavam a se movimentar, não havendo tempo a perder. Além disto, estipulava-se um prêmio importante para o extermínio de grande número de crocodilos.7. Não vem ao caso de que maneira eram organizadas as diversas caçadas, basta sabermos que eram feitas em tal época e que o Sol passava por novo signo, portanto o cognominaram, sagitário. Merecia pouca veneração, com exceção de Apollo, deus também da caça.8. Vamos enfrentar o signo mais estranho: o capricórnio que, no entanto, tal como os outros, surgiu de modo natural. Nesse último período a caça invadia os vales, a fim de satisfazer sua fome. O bode tinha um valor considerável para os egípcios, razão pela qual não o deixavam escapar ileso: mal era avistado nos pastos em abandono, punham-se vigias que avisavam os outros do acontecimento.9. Não sendo fácil pegá-lo, várias épocas de capricórnio passavam sem que conseguissem realizar tal empresa. Em caso contrário, sua captura era um verdadeiro triunfo para todo o Egito. Tudo nele era considerado como remédio milagroso que curava qualquer moléstia, e os chifres eram o primeiro e mais valioso ornamento do próprio rei do Egito, valendo mais que ouro e pedras raras. Em eras remotas, taxava-se o valor dum Varaon pelo número de chifres de bode que até mesmo os sumo sacerdotes ostentavam, dourados, como prova de sua sabedoria e poder.Essa consideração ainda hoje sendo observada no Egito, é compreensível que denominassem, tanto a época quanto o signo, de capricórnio. 10. Deste modo analisamos todo o zodíaco, nele encontrando um fundo natural que também se nos depara no surgimento dos muitos semi-deuses. Assim, espero não ser difícil reconhecer o Deus Verdadeiro, numa Luz clara e justa. Jamais uma divindade criada pela fantasia realizou milagres que se lhe atribuíram, e as palavras, aparentemente sábias que alegam terem sido proferidas, foram obra dos próprios sábios. 11. Aqui, assistem-se a obras e sentenças jamais vistas e ouvidas, de sorte que descobrimos como conhecer o Deus Verdadeiro em toda Sua Pujança. Helena e tu, Ouran, dizei-me se minha explicação zodiacal foi convincente ou não.”