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Congresso Nacional Câmara dos Deputados Comissão Especial - PEC 325/2009 Audiência Pública 03/06/2014 Carlos Antônio Almeida de Oliveira Perito Criminal Federal Presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais-APCF

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Congresso Nacional

Câmara dos Deputados

Comissão Especial - PEC 325/2009 Audiência Pública 03/06/2014

Carlos Antônio Almeida de Oliveira

Perito Criminal Federal

Presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais-APCF

POLÍCIA

CIENTÍFICA

POLÍCIA

ADMINISTRATIVA

POLÍCIA

OPERACIONAL

Polícias Civis e Federal

Exame Pericial (metodologia científica)

Isenção

Auxiliar a Justiça

Padronização

Reprodutibilidade

Menções ao perito oficial de natureza criminal

CPP e Lei 12030/2009

Não há normativo federal que

regulamente a existência das polícias

científicas, institutos de criminalística,

etc. e delineie sua posição em relação

às polícias civis e federal.

Art 158 CPP: Quando a infração deixar

vestígios, será indispensável o exame de

corpo de delito, direto ou indireto, não

podendo supri-lo a confissão do acusado.”

Art 159: “o exame de corpo de delito e

outras perícias serão realizadas por perito

oficial, portador de diploma de curso

superior”

a “pericia no Brasil carece de uma estrutura

minimamente padronizada, o que faz com que se

desenhe de forma diferente em cada Estado e no Distrito

Federal”.

Diagnóstico da Perícia Criminal no Brasil - Ministério da Justiça

2012

Manifestações sobre a autonomia das

Perícias Criminais

Protocolo Brasileiro de Perícia Forense no Crime de Tortura,

elaborado pelo Grupo de Trabalho “Tortura e Perícia Forense”

instituído pela portaria de junho de 2003, da Secretaria

Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.

2003 - Relator Especial da ONU - Nigel Rodley

“Segundo constatou o Relator Especial da ONU, Nigel Rodley, quando esteve em

visita oficial no Brasil, no ano de 2000, os delegados de polícia e agentes policiais que

encaminham uma vítima de tortura ao Instituto Médico-Legal - IML - muitas vezes

buscam induzir o perito médico-legista na realização do exame pericial. Nas entrevistas

de detentos concedidas ao Relator Especial, eles informaram que, por medo de

represálias, não se queixavam, quando examinados no IML, dos maus-tratos a que

haviam sido submetidos; e, muitas vezes, reclamavam de ter sido levados ao referido

Instituto por seus próprios torturadores e de serem intimidados e ameaçados durante

os exames. Esse relato, associado aos argumentos anteriores, demonstra que a

ausência de independência e autonomia dos Institutos de Criminalística (IC) e de

Medicina Legal (IML) causa desconfiança dos exames e eventualmente falhas nos

laudos. Eis que é mister que tais órgãos forenses passem a ser autônomos (2003).”

A PERÍCIA EM CASOS DE TORTURA

Genival Veloso de França¹

¹ Membro Titular da Academia Internacional de Medicina Legal.

(...)

Dentro deste quadro, um dos fatos mais graves e desalentadores, tem

sido a inserção dos Institutos Médico-Legais nos organismos de repressão,

quando deviam estar entre aqueles que são os verdadeiros arautos na

defesa dos direitos humanos. Isso infelizmente pode comprometer os

interesses mais legítimos da sociedade. Muitos desses Institutos estão

subordinados diretamente a Delegados de Polícia.

(...)

Ninguém de bom-senso pode assegurar que dessa vinculação possa existir

sempre qualquer forma de coação. Mas, dificilmente se poderia deixar de aceitar

a idéia de que em algumas ocasiões possa existir pressão, quando se sabe que

os órgãos de repressão no Brasil estiveram ou estão seriamente envolvidos no

arbítrio e na violência. Pelo menos, suprimiria esse grave fator de suspeição,

criado pela dependência e pela subordinação funcional.

RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA A PERÍCIA OFICIAL NOS CASOS DE TORTURA:

1) Os órgãos periciais devem possuir autonomia administrativa e gerencial, e ter dotação orçamentária

que garanta a satisfatória realização dos exames forenses.

2) Todos os ambientes periciais devem criar uma unidade especializada de direitos humanos, que garanta a

agilidade na realização de perícias nos casos de tortura e outros crimes conexos.

3) O histórico e exames materiais dos locais onde houve vítimas (fatais ou não) com suspeita de

ocorrência de tortura (e dos objetos relacionados a esses casos) devem ser realizados de forma a seguir

os protocolos internacionais e nacionais nesse desiderato.

4) A vítima (ou testemunha, por exemplo) deve ser entrevistada pelo perito criminal logo após a ocorrência de

tortura ou maus-tratos, ainda quando as evidências (manchas, marcas etc) não tiverem desaparecido ou

degradado.

5) A interlocução com as vítimas (ou testemunhas) deve sempre ser feita em local reservado, sem

acompanhamento policial ou de familiares.

6) Quando o histórico relatar caso de tortura, solicitar aos Institutos próprios:

a) Exame de local por equipe aparelhada na busca, identificação, colheita, acondicionamento e

preservação de fluidos, tecidos e anexos corporais, entre outros;

b) Exame de objetos, visando determinar, por exemplo: natureza, eficiência/eficácia e compatibilidade

com as lesões verificadas;

c) Exame de vestes e acessórios correlatos; e

d) Exames diversos visando comprovar a relação entre a(s) pessoa(s) envolvidas e o local/objeto examinado

(DNA, sangue, pêlos, marcas e impressões etc.).

Protocolo Brasileiro de Perícia Forense no Crime de Tortura

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2009

PROMOÇÃO E PROTEÇÃO DE TODOS OS DIREITOS HUMANOS, CIVIS,

POLÍTICOS, ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS INCLUINDO O DIRETO

AO DESENVOLVIMENTO

Relatório do Relator Especial de execuções extrajudiciais, sumárias ou

arbitrárias

Dr. Philip Alston

MISSÃO AO BRASIL

“Os Institutos Médicos Legais dos Estados precisam ser totalmente independentes das Secretarias de

Segurança Pública, e os peritos devem receber garantias profissionais que assegurem a

imparcialidade de suas investigações. Recursos e treinamento técnico adicional também devem ser

fornecidos”.

Manifestações sobre a autonomia das

Perícias Criminais

Plano Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3)

Decreto Presidencial nº 7.037/09 de 21/12/2009

Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência

Diretriz 11 – Democratização e modernização do sistema de segurança pública

“Assegurar a autonomia funcional dos peritos e a modernização dos órgãos periciais oficiais, como

forma de incrementar sua estruturação, assegurando a produção isenta e qualificada da prova

material, bem como o princípio da ampla defesa e do contraditório e o respeito aos Direitos

Humanos”.

Manifestações sobre a autonomia das

Perícias Criminais

1ª CONSEG - CONFERÊNCIA NACIONAL DE SEGURANÇA

PÚBLICA-2009

4.1.6 - Promover a “autonomia e a modernização dos órgãos periciais

criminais, por meio de orçamento próprio, como forma de incrementar sua

estruturação, assegurando a produção isenta e qualificada da prova material,

bem como o princípio da ampla defesa e do contraditório e o respeito aos

direitos humanos”.

1ª CONSEG - CONFERÊNCIA NACIONAL DE SEGURANÇA

PÚBLICA

RELATÓRIO FINAL

Manifestações sobre a autonomia das

Perícias Criminais

American Academy of Forensic Science

Strengthening Forensic Sciences in The United States: A Path Forward

Committee on Identifying the Needs of the Forensic Science Community

Committee on Science, Technology, and Law

Policy and Global Affairs

Committee on Applied and Theoretical Statistics

Division on Engineering and Physical Sciences

...os laboratórios de ciências forenses devem ser

autônomos nos órgãos de segurança pública ou deles

independentes””

Manifestações sobre a autonomia das

Perícias Criminais

A perícia criminal oficial no âmbito dos órgãos de investigação

Defensoria

Pública

Pol. Civil e

Federal

PM Outros

PRF

MP

Judiciário

Órgão de

Perícias

Obrigado