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A Responsabilidade Socioambiental dos Fundos de Pensão Carlos Frederico Aires Duque Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar - ABRAPP Congresso ABRARES 2010 10 de Novembro Rio de Janeiro

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A Responsabilidade

Socioambiental dos

Fundos de Pensão

Carlos Frederico Aires Duque

Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar - ABRAPP

Congresso ABRARES 201010 de Novembro – Rio de Janeiro

Roteiro da Apresentação

• Dados do Setor da Previdência Complementar Fechada

• Evolução da Governança Corporativa e sua Influência nos Fundos de

Pensão

• Mudanças Climáticas – Perspectivas e Desafios

• A Visão de Longo Prazo dos Fundos de Pensão

• Responsabilidade Socioambiental dos Fundos de Pensão

– Relatórios Sociais / Sustentabilidade

– Investimentos Socialmente Responsáveis

Dados Setoriais

Previdência Complementar Fechada

• 369 Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Fundos de

Pensão)

• 1.055 Planos de Benefícios (BD 35,3%, CD 34% e CV 30,7%)

• 2.744 Empresas Patrocinadoras

• 312 Instituidores

Dados Setoriais

Previdência Complementar Fechada

• Patrimônio das EFPCs (Fundos de Pensão)

• R$ 509 bilhões

• Representa cerca de 16% do PIB

• 2,6 milhões de Participantes Ativos e Assistidos

• 3,4 milhões de Dependentes

Dados Setoriais

ABRAPP

• 265 Entidades associadas (Fundos de Pensão)

• Representam 99,5% do total de ativos do segmento

A Governança Corporativa e sua influência

nos Fundos de Pensão

O Desenvolvimento Corporativo e o

Despertar da Governança Corporativa

Governança Corporativa – Abrangência

dos Interesses

Perspectivas Conceituais da Governança

Corporativa dos Fundos de Pensão

Sistema Participativo de Governança Corporativa

Gestão Estratégica de Longo Prazo

Gestão Integrada de Ativos e Passivos

Gerenciamento dos Riscos Corporativos

1

2

3

4

Modelo de Gestão dos Fundos de PensãoAbordagem Tradicional

Maximização de Resultados Econômicos para

seus Participantes e Patrocinadores

Ampliação das Fronteiras

Corporativas

Visão

Contemporânea“Empresa

Como

Instituição

Socioambiental”

Elevação

dos Padrões

Éticos, Sociais

e Ambientais

das Empresas

Visão

Tradicional“Maximização

Lucros e

Redução

Custos”

Influência dos

Stakeholders

Internos e

Externos

Modelo de Gestão dos Fundos de PensãoAbordagem Contemporânea

Novos Paradigmas de um Mundo mais

Sustentável

• Percepção coletiva da insustentabilidade

do modelo econômico e dos padrões de

consumo da sociedade atual

• Degradação ambiental acelerada trará

reflexos para toda humanidade

• Inconsistência do atual modelo

educacional no que tange às demandas

futuras de um modelo econômico

sustentável e de um mundo globalizado

• Urgência de uma nova ética de inclusão

social e que estenda seus benefícios às

gerações futuras

Acionistas/Proprietários

(Proteger o valor de

mercado, reduzir passivos,

crescimento da empresa)

Empregados

(Integridade, propriedade,

responsabilidade social)

Sociedade

(Ecologia, Trabalho, Pobreza,

Educação, Saúde, Infraestrutura)

Clientes

(Funcionalidade,

dependência,

preço)

Valor da

Sustentabilidade

Modelo de Gestão Sustentável – Novo

Paradigma Estratégico das Empresas

Fonte: The Sustainable Company, Chris Lazlo (2005)

Riscos

• Exclusão de Consumidores

• Regulamentação Preemptiva

• Perda de Market-share

• Danos à Reputação

• Multas, Penalidades

Oportunidades

• Melhora da Reputação

• Diferenciação de Produtos

• Funcionários Motivados

• Redução de Custos

• Ingresso em Novos Mercados

Não Sustentável

(Transferência de Valor)

Valor Sustentável

Não Sustentável

(Perda-Perda)

Não Sustentável

(Transferência de Valor)

Valor ao Acionista

+

Valor ao Stakeholder

+

_

Modelo de Gestão dos Fundos de PensãoAbordagem Contemporânea

Econômico

Ambiental

Social

Cuidar do Planeta

• Proteção Ambiental

• Recursos Renováveis

• Ecoeficiência

• Gestão de Resíduos

• Gestão de Riscos

Prosperidade

• Resultado Econômico

• Direito dos Acionistas

• Competitividade

• Relação com Clientes

e FornecedoresDignidade Humana

• Direitos Humanos

• Direitos dos Trabalhadores

• Envolvimento com a Comunidade

• Transparência

• Postura Ética

Tripé da Sustentabilidade Empresarial

Incorpora Preocupações,Valores e Atitudes Socioambientais

Desenvolvimento Novos Padrões de Análises e Decisões

Monitoramento Socioambiental de suas Atividades e Investimentos

Demonstrações Financeiras dão lugar aos Relatórios Sociais

5

6

7

8

Modelo de Gestão dos Fundos de PensãoAbordagem Contemporânea

Estamos diante de um nova Cultura Corporativa que irá

permitir a Sustentabilidade dos Resultados das EFPCs no

Longo Prazo, reforçando seu dever fiduciário.

Modelo de Gestão Sustentável Os Seis Níveis de Foco Estratégico

Fonte: The Sustainable Company, Chris Lazlo (2005)

Mudar Regra do Jogo

Desenvolver uma cultura de

sustentabilidade e uma identidade de

marca.

Abordar novos mercados orientados

pelas necessidades dos clientes e da

sociedade.

Criar diferenciação de produtos com

base nas características ambientais,

sociais e técnicas.

Reduzir os níveis energéticos, de

perdas, ou outros custos dos

processos.

Gestão de riscos orientada à

conformidade e voltada à proteção

patrimonial.

Mudanças Climáticas – Perspectivas e

Desafios

Desafios para um Crescimento Econômico

Sustentável

0

3

6

9

2005 2030

6,5

8,2

Crescimento PopulacionalBilhões

0

200

400

600

800

2005 2030

446

722

Consumo de EnergiaQuatrilhões de BTUs

Fonte: OECD Enviroment Outlook to 2030

+26% +62%

Impactos Ambientais das Mudanças Climáticas

Fonte: OECD Enviroment Outlook to 2030

Impactos Sociais das Mudanças Climáticas

Fome, Doenças, Desemprego,

Calamidades Públicas

Impactos Estimados para Setores Econômicos

Fonte: Climate Change your Business - KPMG

Classificação dos Setores:

• ‘Zona de Perigo’: Risco é maior que o Nível de Preparação

• ‘Meio do Caminho’: Risco é aproximadamente igual ao Nível

de Preparação

• ‘Zona de Segurança’: Nível de Preparação razoavelmente alto

para Riscos relativamente baixos

ImpactosDiretos

• Danos Ambientais• Riscos Empresariais • Perdas p/ Seguradoras• Medidas de Proteção

ImpactosIndiretos

• Mudança Regulatória • Acordos Internacionais• Incerteza Negócios• Aumento de Custos

ImpactosIndiretos

• Impacto na Marca• Perda de Clientes• Empresas com alto níveis de emissões GEE• Perda de Valor

ImpactosIndiretos

• Legislação + Restritiva• Processos Potenciais para empresas e setores poluidores

Riscos

FisicosRiscos

Regulatórios

Riscos

de Imagem

Riscos

Contenciosos

Efeitos Econômicos das Mudanças Climáticas

nas Empresas

Perdas Econômicas Potenciais

Fonte: Climate Change your Business - KPMG

Custo das Externalidades Ambientais Top 5 setores – 3000 > empresas públicas listadas - 2008

Aspectos Relevantes

• Custos das externalidades ambientais do planeta: • U$ 6,6 tri =~ 11% GDP 2008 • U$ 28,6 tri =~ 18% GDP 2050• Custo do impacto ambiental decorrente das 3000 maiores empresas publicas listadas em Bolsa => U$ 2,15 tri•> 50% dos ganhos das empresas podem estar em risco por causa das externalidades ambientais• 5 setores representam cerca 60% das externalidades e 59,77% do Ibovespa.

Responsabilidade Socioambiental dos

Fundos de Pensão

Relatórios Sociais / Sustentabilidade

Histórico de Iniciativas da ABRAPP

1. 2005

• Criação dos Princípios para o Investimento Responsável - ABRAPP / ETHOS

• Parceria Institucional ABRAPP / ETHOS

• Criação do Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE com a participação da ABRAPP

no Conselho do Índice

2. 2006

• Adesão da ABRAPP ao Carbon Disclosure Project – CDP

• Apoio da ABRAPP aos Principles for Responsible Investment – PRI

3. 2007

• Lançamento da 1ª Edição do Relatório Social da ABRAPP

4. 2008

• Lançamento da 2ª Edição do Relatório Social da ABRAPP

5. 2009

• Sugestão dos aspectos estratégicos para avanço do tema

• Criação da Comissão Técnica Nacional de Sustentabilidade

• Discussão do tema em sessão especial no Congresso ABRAPP

6. 2010

• Realização de Seminário de Sustentabilidade no Setor

• Lançamento da 3ª Edição do Relatório Social da ABRAPP

7. 2011

• Lançamento de Relatório Social específico p/ EFPC – ABRAPP / IBASE

Importância dos Relatórios Sociais /

Sustentabilidade

1. Instrumento eficaz na gestão e monitoramento da sustentabilidade no âmbito da

EFPC e das empresas investidas

2. Permite o engajamento participativo entre os seus diversos públicos alvos

3. O processo de elaboração do relatório conduz a entidade ao autoconhecimento,

revelando-se um poderoso instrumento de disseminação de conhecimento entre as

equipes sobre os tema

4. Importante Canal de Comunicação da EFPC e seus stakeholders

5. Contribui para a materializar as iniciativas empreendidas no campo da

sustentabilidade e permite maior consistência das informações

6. Permite avaliar os diversos estágios evolutivos das empresas com o tema

7. Fortalece a Cultura Organizacional da EFPC e das empresas investidas

Princípios para o Investimento Responsável

Princípios para Investimento Responsável

das empresas, incorporando aspectos que conduzam à preservação ambiental

do planeta e a melhoria das relações humanas e sociais.

Uma iniciativa da UNEP, braço financeiro da ONU, que desenvolveu em (2006)

um conjunto de Princípios que visam ampliar a abordagem financeira tradicional

1. Incorporar aspectos ESG nas análises de investimentos e nos

processos de tomada de decisão

2. Ser proprietários ativos e incorporar os temas de ESG nas

politicas e práticas de detenção de ativos

3. Buscar transparência adequada nos investimentos quanto aos

aspectos de ESG

4. Promover o PRI junto a outros Investidores Institucionais

5. Trabalhar para eficiência da implementação do PRI

6. Divulgar as atividades do PRI

813 signatários|$22 trillion AUM

Growth in signatories and AUM

0

4

8

12

16

20

24

0100200300400500600700800900

abr/06out/06abr/07out/07abr/08out/08abr/09out/09abr/10 set/10

US

$ t

rill

ion

Crescimento dos signatários e AUM

Number of signatories Assets under management

Signatários em julho/2010:

17 proprietários de ativos:INFRAPREV, BANESPREV, CERES, FORLUZ ,PETROS , VALIA, ECONOMUS , FUNCEF , PREVI,

CELPOS , FAELBA, REAL GRANDEZA, CENTRUS, FASERN e SISTEL .

Total de Ativos sob gestão: R$ 294 bi (61 % do setor de previdência complementar fechada no país - ABRAPP –

Dez/2009)

18 gestores de ativos:

Astra Investimentos, Atico Asset Managment, Bradesco Asset Management, DGF Investimentos, FIR

Capital Partners, Green Capital Investimentos, Itaú-Unibanco Asset Management, Mauá Investimentos

Ltda, NEXPAR, NSG Capital, Santa Fé Portfolios Ltda, Santander Brasil Asset Management, Stratus, Sul

América Investimentos DTVM S.A, Tarpon Investimentos S.A, Totem Investimentos, TRIPOD Investments,

VOGA

08 prestadores de serviços:BM&FBOVESPA, Fator Corretora, Grupo Ecopart, KEY Associados, LUZ Engenharia Financeira, Sustain

Capital, Trust9, Via Gutenberg

-Signatários internacionais ativos no network do Brasil: HSBC e Mercer

O PRI no Brasil

Investimentos Socialmente Responsáveis

Perspectiva Ambiental –

Preservação Ecológica

Perspectiva Humana –

Direitos Humanos

Perspectiva Governança –

Responsabilidade Social

Perspectiva Financeira-

Retornos dos Investimentos

Componentes dos Retornos dos

Investimentos

Investimentos Socialmente Responsáveis

Fonte: Socially Responsible Investment – A Global Revolution, Russell Sparkes.

Investimentos Socialmente Responsáveis

Análise das Empresas e Investimentos

Tangíves versus Intangíveis

• Ecoeficiência (uso de energia renováveis)

• Otimização do uso de Insumos

• Reciclagem de resíduos

• Lançamentos de novos produtos

(ecodesign)

Aspectos Quantitativos

• Redução de Custos

• Aumento de Receitas

• Ética nos negócios

• Respeito ao consumidores

• Transparência na informação

• Diálogo com os stakeholders

• Sustentabilidade dos négocios no longo prazo

Aspectos Qualitativos

• Redução de Riscos

• Fortalecimento da Marca

IFRS, Indicadores de Sustentabilidade, Comercio Mundial de Carbono, Incentivos Fiscais

Fonte: Adaptado do ABN-Amro, Eugênia Buosi, APIMEC 2008 .

Investimentos Socialmente Responsáveis

Empresas

Socialmente

Responsáveis

Imagem Positiva

Retém Clientes

Atrai Talentos

Maior Produtividade

e Eficiência

Menor Risco

Maior Acesso e Menor Custo de Capitais

Ativos Elegíveis / Preferenciais na Política de Investimentos da EFPC

Obs.: Resolução CMN N.º 3.792/2010, Art. 16, item VIII – Aderência aos princípios de responsabilidade socioambiental .

1990

2004

2009

1999

2001

2005

2010

U.S. Carbon Efficient

Index

Índice Caborno Eficiente

(ICO2)

Investimentos Socialmente Responsáveis

Investimentos Socialmente Responsáveis

050

100150200250300350400450500550600650

30/0

4/1

990

30/0

4/1

991

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4/2

000

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30/0

4/2

010

DS 400 S&P 500

0

50

100

150

200

250

300

350

31/1

2/1

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2/1

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31/1

2/2

000

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2/2

001

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007

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2/2

009

DJSI WORLD INDEX DJGI INDEX

Fonte: Bloomberg

Evolução percentual

020406080

100120140160180

FTSE 100 INDEX FTSE4 GOOD GLOBAL INDEX

Comparativo Ibovespa x ISE

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

120

2006 2007 2008 2009 AGO/2010 ACUMULADO

IBOV INDEX ISE INDEX

Fonte: Bloomberg

Dados em percentuais

PRI

CDP

GRI

“Novos Princípios e

Diretrizes”

“Nova Geração de

Investimentos”

Políticas

de

Investimentos

Fundos de

Pensão

Comitês

de

Investimentos

Estratégias

de Macro

e Micro Alocação

CONCLUSÃORelatórios Sociais / Sustentabilidade e Investimentos Socialmente Responsáveis

integram a Política de Investimentos da EFPC

“Padrões de

Referência”

www.infraprev.org.br

[email protected]: + 55 21 2156-8152

Diretor Superintendente

Instituto Infraero de Seguridade Social - INFRAPREV