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Conforto
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Diabetes Healthcare
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Uma publicação do CENTRO BD DE EDUCAÇÃO EM DIABETES - Ano XV - Nº 61 - janeiro/fevereiro/março de 2001
VOLTA ÀS AULASRecomendações eesclarecimentos úteis
GLICEMIAA importância daautomonitorização com adra. Marluce Leão
GENTE COMO AGENTEConheça pessoas quecontrolam a Diabetes commuita disposição
PREVENÇÃO NASFERIDASDra. Mônica Antar Gambaalerta: não ignore nenhuma“feridinha”
OS TABUS DAALIMENTAÇÃO
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A
Editorial
por RAFAELE MADORMO*
2 11
Criança
EXPEDIENTEPublicação trimestral do Centro BD de Educação em Diabetes. Rua Alexandre Dumas, 1976, Chácara Sto. Antonio.
CEP 04717-004. São Paulo, SP. Tel.: 0800-115097.Diretora da Divisão Consumer Healthcare: Simone Agra
Diretor da publicação: Rafaele MadormoCoordenação de Educação em Diabetes: Márcia Camargo de Oliveira
Jornalista Responsável: Milton Nespatti (MTB 12460-SP)Revisão: Solange Eira
Design e Editoração: RN Comunicações - (0xx11) 5641-6615As matérias desta publicação podem ser reproduzidas,
desde que citada a fonte.Tiragem: 100 mil exemplares.
Indispensável paraa saúde humana
A G E N D A
DeniseMariaMartins éprofessora
de educação físicaformada pela Universidade Federal deSanta Catarina e doutoranda naUniversidade Federal do Estado de SãoPaulo/Escola Paulista de Medicina(Unifesp-EPM) em CiênciasEndocrinológicas. O objetivo do livro,segundo a autora, é informar osprofissionais de saúde sobre as causas,sintomas e riscos do diabetes, envolvendoprincipalmente as recomendaçõesespeciais para a organização e práticade atividades físicas com os portadoresde diabetes.
Exercício Físico noControle do Diabetes
Mellitus
esta primeira edição do anoestamos levantando um assuntoimportante mas que nem
sempre é levado em consideração portodos: a volta às aulas. Alegria doretorno para as crianças eadolescentes, afinal vão rever osamigos mas ao mesmo tempopreocupação para os pais que temfilhos portadores de diabetes. E se eletiver uma hipo durante o período queele está na escola, os professores eoutros funcionários saberão comoproceder?O propósito desta matéria é alertaraos pais e principalmente aoseducadores da importância da escolano processo de integração do portadorde diabetes.Além dos leitores habituais destaedição estaremos enviando a revistapara escolas de várias partes do país.Caso você leitor queira solicitar arevista para alguma escola da suacidade, basta entrar em contato pelodisque BD Bom Dia 0800 115097dando o endereço para enviarmos.Vamos despertar as escolas para quefaçam a sua parte.Mas a edição nos brinda também com
histórias de pessoas que são exemplopara todos na convivência positivacom o Diabetes: dona Cacilda, tiaLaura, sr. Francisco, sr. Cícero e donaMiriam mostram, cada um a seumodo, como conviver bem com estadisfunção. Vale a pena se inspirarnestes exemplos.Exemplo também é o da famíliaFranco. Com duas filhas portadorasde diabetes tipo 1 eles tinham tudopara tentar padronizar osprocedimentos com elas, mas foiexatamente o contrário. Respeitandoas particularidades de cada uma, elesencontraram a fórmula de viver comalegria.Leia também as matérias sobre feridasda dra. Mônica, sobreautomonitorização da dra. Marlucee de nutrição escrita pelas nutricio-nistas da Associação de Diabéticos deItabuna.Para fechar nossa edição, a Turma daPracinha dá uma lição na volta àsaulas.Um abraço de nossa equipe.
* Rafaele Madormo é Gerente deMarketing - Diabetes Healthcare
e respeito,EDUCAÇÃO
TAMBÉM NA ESCOLA
N
L I V R O
Denise Maria MartinsPhorte Editora(www.phorte.com)
25 a 27 de maio de 2001
IV COPEM
Congresso Paulista de
Endocrinologia e Metabologia
São Paulo - SP
Organizado por Paradigma
Planejamento de Eventos
Av. Brig. Faria Lima, 1993, cj.
88 - São Paulo - SP
Tels.: 3813-8896 / 3815-9003
Fax: 3815-2285
e-mail: [email protected]
Educação em diabetes é preparo paraum futuro seguro
A atuação dos profissionais de saúde na educaçãoem diabetes e a participação ativa dos portadoresde diabetes e seus familiares neste processo, sãofundamentais para garantir, através deorientações corretas e informações atualizadas,uma vida normal e saudável para as criançase jovens com diabetes em fase escolar. Estesestudantes e seus pais devem estarpreparados para enfrentar situações deemergência, discriminação e preconceito.Também é preciso saber avaliar asinformações divulgadas por fontes nãoespecializadas, isso porque muitasinformações sobre diabetes veiculadas pelatelevisão, rádio, jornais, revistas e internetnem sempre são totalmente corretas ouprecisas. É por isso que a criança e o jovembem orientados sobre o assunto conse-guem, com tranqüilidade e segurança,esclarecer dúvidas ou eventuais comentáriosfeitos por colegas e até por professores.Recomendações e esclarecimentos úteis• O diabetes não representa nenhum impedimentopara que a criança ou o jovem freqüente a escola.É importante que o aluno que tem diabetes nãoseja estimulado a receber tratamento distinto deseus colegas, pois isso poderá levá-lo a se considerardiferente e incapaz de participar das atividadescomo os outros jovens.• Identifique na escola o coordenador (muitasvezes pode ser o próprio professor) e informesobre a condição da criança ou jovem, asrecomendações do seu tratamento e os possíveisproblemas que poderão ocorrer durante o horárioescolar. Na maioria das vezes os profissionais daescola (diretor, professores, supervisores,cozinheiras e serventes) conhecem pouco sobrediabetes. Portanto, cabe aos pais e ao próprio
aluno transmitirem informações sobre o assunto.• Esclareça o pessoal da escola que para um bomcontrole do diabetes é necessário o equilíbrio narelação insulina/alimentação/exercício físico/estadoemocional. O desequilíbrio nessa relação podeser motivado por refeições deficientes ou fora doshorários rotineiros, exercícios físicos nãoplanejados, excesso de insulina, alteraçõesemocionais importantes ou doenças intercorrentes.A principal conseqüência desse desequilíbrio é aocorrência de hipoglicemia.• Explique na escola o que é hipoglicemia,descrevendo como o seu filho se comporta quandoo problema ocorre. Ressalte a importância de umlanche extra neste momento. É importante queo estudante diga a seus amigos que tem diabetese que, na ocorrência de hipoglicemia, deve ser lhedado um lanche extra.
• Outra dica é solicitar à escola que avise comantecedência eventuais mudanças no horário erotina escolar que possam afetar o bom controlee equilíbrio do tratamento. Tudo o que ocorrer
com o aluno deve ser comunicado o maisrápido possível e para isso é preciso manter
a escola informada e atualizada com en-dereços e telefones para contato em casode emergência. Da mesma forma a escolaprecisa ser informada com antecedência,sobre as datas de consultas e examesmarcados em horário de aula.Segundo a professora de educação física,Denise Maria Martins, todo alunoportador de diabetes deve participar dasaulas desta matéria, respeitando oshorários da merenda. “Não háproblema se esta aula for logo após olanche. Porém, se a aula for muito tempodepois da merenda, é recomendável queo aluno com diabetes coma alguma
coisa antes dos exercícios físicos para evitar umahipoglicemia”, orienta. A profª Denise alerta queé importante estar atento a estes horários e oprofessor deve saber como proceder e tratar oscasos de hipoglicemias antes, durante e após asatividades físicas.Para finalizar, conversem muito com seus filhos,orientando-os para que não comam nadaescondido, não cometam exageros e quecomuniquem qualquer alteração na rotina, a fimde que possam participar de todas as atividadese festas na escola, divertindo-se com saúde.Ter diabetes e levar uma vida normal é possíveltambém na escola. Seria ideal se os governos noBrasil investissem mais na infraestrutura do ensino,para que as escolas fossem bem equipadas paraproporcionar melhor educação, saúde,alimentação e segurança para todos. Comocidadãos, devemos buscar isso.
Educação
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Receita
VOLTAàs aulasA volta às aulas é sempre uma caixinha de surpresas, cheias de novos desafios, seja para
alunos, pais e professores. Já no primeiro dia de aula, é comum sentir aquele “frio na barriga”diante da expectativa do desconhecido (novos colegas, novos professores, novas matérias)
e da emoção no reencontro com os amigos. Para as crianças e adolescentes com diabetes sãonecessários alguns cuidados especiais a serem tomados pelos pais, a fim de que seus filhos
possam aproveitar o máximo do que a escola proporciona.
Esta versão da receita da tradicional panqueca é uma criação das nutricionistas LucieneVieira, Maria Lúcia Azevedo Leite, Ivana Silva e Carles Santos da Associação de
Diabéticos de Itabuna-Asdita.
PANQUECA
Maneira de prepararBater um pouco a clara, depois a gema;juntar o leite, a farinha de trigo, o adoçantee mexer bem para não encaroçar. Emseguida, juntar a banana em rodelas bemfininhas. Aquecer a frigideira e pincelar comóleo apenas para untá-la. Colocar umacolher de sopa de massa para cada panqueca.
Ingredientes1 ovo1 xícara de café de leite1 banana prata média2 colheres de sopa rasas de farinha de trigo1 colher de chá de óleo de sojacanela em pó a gosto10 gotas de adoçante
Deixar corar dos dois lados e enrolar.Arrumar num prato e polvilhar com canelaem pó. Antes de servir, levar um pouco aoforno.
Rendimento: 6 porções.Cada porção contém 45,23 calorias e 4,63g de carboidrato.
de banana prata
As frutas ilustradas que não fazem parte da receita não constam no cálculo do valor calórico, servem apenas como decoração do prato.
FOTO DE MARCELO VIGNERON - PRATO PREPARADO PELO BUFFET LEFÈVRE
• se uma unha estiver para cair, não aarranque. Procure um dermatologista omais rápido possível.
Em seguida, Mônica faz algumasrecomendações para a realização de umcurativo simples e adequado até que vocêconsiga encontrar um especialista:• compre numa farmácia um frasco de soro
fisiológico estéril (0,9%, não é o para lentesde contato), pacotes de gazes ou coberturaspronto-uso, uma agulha de injeção parafurar o frasco de soro (tudo isso deve serestéril), uma faixa crepe de boa qualidadepara fixar o curativo;
• lave bem as mãos, prepare o materialevitando tocar em tudo que entrará emcontato com a ferida;
• se houver alguma sujidade, lave antes aferida com água corrente, de preferênciafiltrada e se o trauma foi com algo muitosujo use sabonete neutro tornando-olíquido, ou seja, nunca aplique a barra naferida. Essa lavagem deve ser feita apenasuma vez. Seque com uma toalha limpa aregião em volta da ferida. Não enxugue aferida;
• com a agulha de injeção, faça um furo nobico do soro e com a pressão do jatoaproveite para realmente limpar a ferida.Posicione o frasco a mais ou menos 5 cmde distância da ferida. O jato de soroauxiliará na remoção de sujeira e corposestranhos. Se sangrar um pouco, não fazmal, pode ser um bom sinal;
• sobre a ferida coloque uma camada de gazeestéril, umidecida com o soro, em seguidacubra este curativo envolvendo a faixacrepe, com firmeza, mas sem apertar. Se fornas pernas ou pés sempre enfaixe de baixopara cima. Não coloque fitas adesivas diretona pele;
• vá o quanto antes ao hospital ou posto desaúde mais próximo de sua casa e procureum médico ou enfermeiro para otratamento, não se esqueça de mencionarsobre o seu diabetes;
• cuide-se bem, afinal você merece e deveviver bem com o diabetes e semcomplicações.
Se você tiver dúvidas entre em contatocom a profª Mônica para obter maioresexplicações: UNIFESP (0xx11) 5576-4355;atendimento em podologia da ANAD (0xx11)5572-6559, ou e-mail [email protected]
studos clínicos europeusdemonstraram que só o controleintensivo e precoce da glicemia reduz
o risco de desenvolvimento das complicaçõestardias do diabetes tipo 2. Periodicamente,o portador de diabetes é avaliado pelomédico ou pela equipe multidisciplinaratravés de exames laboratoriais ou deglicemia capilar ocasional. Porém, isso nãosatisfaz às necessidades de um bom controlepara que as pessoas tenham melhorqualidade de vida e sem complicações, sepossível.Cabe ao médico ou à equipe de saúdeEDUCAR e MOTIVAR o paciente aparticipar ativamente de seu tratamento,inclusive realizando seus testes de glicemiacapilar (ponta de dedo) em casa, através daautomonitorização. Monitorar oumonitorizar significa acompanhar, avaliare controlar, no caso, a glicose através deexames no sangue ou na urina. Portanto,automonitorização da glicemia significarealizar, em si mesmo, os testes necessáriospara avaliar e controlar a taxa de glicoseno sangue.
PASSOS PARA AAUTOMONITORIZAÇÃO
1º passo – Definir junto com o seu médicoas metas a atingir. Por exemplo: glicemias
pós-prandial (após as refeições) menor que140 mg/dl, hemoglobina glicosilada próximoao normal.
2º passo – Definir qual tipo de teste fazer?Glicemia capilar? Glicosúria? Em quehorários? Quantas vezes por dia? Em quemomentos especiais? O seu médico ouequipe de saúde definirão estas questõescom você, considerando sua condiçãofinanceira, idade, motivação e necessidadespessoais. Vale ressaltar que, para o portadorde diabetes tipo 2, a glicemia medida entre1 hora e meia a 2 horas após as refeições(pós-prandial) é tão importante quanto aglicemia de jejum.
3º passo – Como fazer o teste?
Glicemia capilar – medindo a glicoseno sangue
Vantagens: realiza-se de maneira fácil erápida com o auxílio de medidores deglicose. Avalia de forma direta e precisa operfil glicêmico a cada dia, permitindocorrigir o tratamento sempre que necessário.Além disso, determina o equilíbrio glicêmicoem momentos especiais, como em estadosde febre, diarréia, etc. Outra vantagem é derevelar a ocorrênciade hipoglicemia(baixa taxa deaçúcar no sangue),o que é importanteespecialmente empessoas que fazemaplicações deinsulina.
Desvantagens: é necessária uma gota desangue colhida através de picadas nas pontasdos dedos, procedimento um poucodoloroso. As fitas reagentes são caras e ogoverno não as subsidia. Também sãonecessários testes freqüentes de glicemia pordia e continuamente para se obter umcontrole intensivo do diabetes a cada dia.A automonitorização com teste de glicemiacapilar é, geralmente, indicada às pessoasmais jovens, com atividade e motivação. Oportador de diabetes tipo 2 deve sermotivado e orientado sobre os benefíciosda automonitorização.
Glicosúria – medindo a glicose na urinaPara muitos, o teste de glicosúria é obsoleto.Mas para as pessoas carentes, idosos epacientes com pouca motivação, ainda éuma opção muito válida para oautocontrole.Vantagens: é mais barato e indolor, podendoser feito várias vezes ao dia. São necessáriasapenas pequenas amostras de urina e fitasreagentes (Glicofita, Diastix, Glukotest, etc).Desvantagens: dá uma idéia indireta eimprecisa do nível de glicose no sangue. Aglicose somente está presente na urinaquando os níveis de glicemia estão acima
Nutrição
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Orientação Médica
abu em nossa língua tem dois sentidosopostos: primeiro, significa sagrado,consagrado; outro sentido é o de algo
inquietante, perigoso, proibido, impuro. Ostabus são de origem geralmente desconhecida,sendo portanto difícil explicar sua existência.Tabu alimentar caracteriza-se por umainterdição ou proibição à ingestão de certosalimentos, com a finalidade de “preservar”os indivíduos dos perigos resultantes daingestão de determinados alimentos. Naalimentação das pessoas com diabetesencontramos vários tabus alimentares,causando efeito negativo, interferindo notratamento. Veja alguns exemplos:• quem tem diabetes não pode comer nada
de “debaixo da terra”;• quem tem diabetes não pode comer
“beterraba” porque dela se faz açúcar;• quem tem diabetes não pode comer
“macarrão” e nem “pão”, pois são umveneno;
• quem tem diabetes não pode comer“feijão”, é pesado;
• quem tem diabetes não pode comer“banana”, “ uva” nem passar perto e agrande maioria das frutas , legumes e atéalgumas verduras...
Assim, ocorre uma restrição exagerada doscarboidratos (cereais, massas, raízes, etc.)com um aumento no consumo de gordurase proteínas (carnes) em detrimento doconsumo de verduras e frutas, que são até
considerados dispensáveis, resultando numaalimentação desequilibrada, além do fatoremocional como foi o caso de dona MariaJosefina Gomes, 70 anos, que ao ouvir quepoderia comer todas as verduras, questionou:“Posso comer quiabo?”“Pode sim”, respondeu a nutricionista.“Posso mesmo?”, repetiu.“Pode sim, qual é o problema?”Então ela respondeu:“É que tem 20 anos que sou ‘diabética’, 20anos que planto e preparo quiabo para minhafamília e 20 anos que não como quiabo.”“Por quê?”, perguntou a nutricionista.“Porque me disseram que ‘diabético’ nãopodia comer quiabo. E eu adoro quiabo...”E você já, se deu conta de quanta coisa podecomer? Lembre que quando escolhemos osmesmos alimentos, sempre preparados damesma forma, fica mais difícil cumprir umplano alimentar, que deve ser seguido durantetoda a vida. Além disso, quanto maior onúmero de opções de alimentos, sabores ereceitas, maior a possibilidade de se incluirprazer em todas as refeições. Converse comos profissionais de saúde, participe dasatividades educativas de nutrição nasassociações e fique por dentro dos alimentosque podem ser consumidos livremente, osque devem ser consumidos com critério eaqueles que devem ser evitados.O prazer faz parte do seu tratamentonutricional. Você merece! Pense nisso!
A IMPORTÂNCIA DAAUTOMONITORIZAÇÃO
DA GLICEMIA NODIABETES TIPO 2
Dra. Marluce Leão é médicaendocrinologista e presidente daASDITA-Associação dos Diabéticosde Itabuna (BA)
E
Metas do bom controle glicêmico segundo recomendação da SociedadeBrasileira de Diabetes - Consenso Brasileiro Sobre Diabetes-2000
TIPO DE TESTE RESULTADO ESPERADO RESULTADO ACEITÁVEL*Glicemia plasmática de jejum Inferior a 110 mg/dl Inferior a 126 mg/dl
Glicemia até 2 horas após a Inferior a 140 mg/dl Inferior a 160 mg/dl
refeição (pós-prandial)
Glicosúria Negativa
Cetonúria Negativa
*Acima destes valores é sempre necessário realizar intervenção para melhorar o controle metabólico.
T
TABUS
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Recentemente, a Associação de Diabéticos de Itabuna–ASDITA (BA)realizou uma série de Oficinas de Nutrição que contou com a parceriadas nutricionistas Luciene Vieira, Lúcia Azevedo, Ivana Silva e Carles
Santos. Nestas oficinas, os participantes aprenderam como os sinais detrânsito podem ajudar na elaboração de um cardápio variado para queuma alimentação balanceada. Aprenderam também como lidar com os
conhecidos “tabus alimentares” presentes na nossa cultura.
na alimentação
Gente
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DIFERENÇAS
omos todos iguais. Cada um é de umjeito. Ninguém é uma ilha. São trêsfrases muito conhecidas, usadas para
definir a vida de todos nós. Porém, a vidanão segue fórmulas matemáticas e tambémnão é tão simples encontrar um método queproporcione uma saúde perfeita. Paraconquistar o bem estar muitas vezes é precisoexperimentar. É assim que pensa CléliaFranco, de Maringá (PR), mãe de três filhas,duas delas portadoras de diabetes tipo 1.“Acho difícil definir um tratamentogeneralizado para toda pessoa que édiagnosticada com diabetes, assim comonão dá para definir uma forma simples eúnica a todas as pessoas para prevenir aglicemia elevada na hiperglicemia ou umacrise de glicemia muito baixa que ocorre nahipoglicemia”, comenta Clélia. Uma de suasfilhas, Manuela, de 19 anos, com diabetesdesde os 8 anos de idade, deixou de tomarinsulina antes de dormir depois que entrouem hipoglicemia noturna em duas ocasiões.A administração do hormônio pela manhãjá lhe basta. Com a filha mais nova, Camila,de 16 anos e diagnosticada aos 7 anos deidade, a coisa é totalmente diferente, poisnecessita da uma pequena dose de insulinaantes de ir para cama, caso contrário podeacordar no dia seguinte com hiperglicemia.Clélia conta que foi necessário experimentaralgumas alternativas, até que as glicemiasde Manuela e Camila fossem acertadas. Paraisso, foi preciso muito diálogo com o médico
das moças, o dr. Alcides Marrocos deAndrade. “O médico precisa conhecer bemo paciente e para isso é preciso haver muitaconversa, experimentar e não indicar umafórmula pronta que sirva para todos, poisisso acaba colocando em risco o sucesso dotratamento”, observa.Manuela e Camila estão de acordo com amãe, até porque têm personalidades bemdiferentes. Enquanto uma é mais impulsivanas suas atitudes, a outra procura conter asreações. Manuela gosta de comédia e doU2. Camila curte romance e ouve FernandaAbreu. “Nossas diferenças nos aproximam”,afirma Manuela que está cursando CiênciasContábeis na Universidade Estadual deMaringá.Tem ainda a outra irmã, Tissiana, de 21anos. “Ela não tem diabetes, mas participade tudo que fazemos, o que torna as coisasmais fáceis para a família”, comenta Camila,que planeja cursar Nutrição assim queconcluir o colégio. O pai, Hélio, dá totalapoio às filhas, principalmente porquereconhece que são moças muitodeterminadas em relação aos seus objetivos.Todos na família acreditam que o convíviocom o diabetes tem oferecido algumas lições.“Eu e meu marido cuidamos de minhasmeninas, mas elas também cuidam bem denós e assim vivemos com alegria, pois ébobagem ficar projetando as realizaçõespara o amanhã. A vida é hoje!”, garanteClélia.
S
de 180-200 mg/dl. Não detecta a ocorrênciade hipoglicemia. Não pode ser utilizado sea pessoa com diabetes apresentacomprometimento renal.
4º passo – O que fazer com os controlesOs dados obtidos nos testes de glicemiacapilar ou de glicosúria devem serregistrados, ou seja, é preciso anotar todosos resultados num diário de forma clara eorganizada, com data, horário, resultadodo teste e inclusive as ocorrências quepossam ter influenciado os resultados.Os resultados anotados no diário devem ser
apresentados ao médico a cada consulta,para que você, o profissional de saúde e aequipe multiprofissional possam corrigir otratamento atual e traçar estratégias paramelhorar o controle de suas glicemias.Para encerrar, transcrevo as palavras da sra.Maria de Alva, portadora de diabetes háquase 50 anos, presidente da IDF, emmensagem aos profissionais de saúde: “nãocabe a vocês, profissionais de saúde prover-nos esta melhor qualidade de vida. Vocêsnão podem fazer isso por nós. Nós é quetemos de fazê-lo por nós mesmos. Vocêspodem nos orientar, mas cabe a nós agir ealcançar os objetivos”.
Cabe ao médico ou� à equipe de saúdeEDUCAR e MOTIVAR
o paciente aparticipar
ativamente de seutratamento,
inclusive realizandoseus testes de
glicemia capilar(ponta de dedo) em
casa, através daautomonitorização.
egundo Mônica Antar Gamba, aformação das feridas nas extremidadesinferiores de pessoas com diabetes
são causadas pela polineuropatia simétricadistal (insensibilidade, sensação de dor ouformigamento, fraqueza muscular nas mãos,pernas e pés), pela vasculopatia periférica(alterações na circulação do sangue, dor aorepouso ou ao caminhar) e por outrosproblemas. A enfermeira explica que essascomplicações são conseqüência de muitosanos de mau controle do diabetes, associadoa outros fatores como tabagismo,hipertensão arterial, dislipidemia (taxa altade gordura no sangue), falta de cuidadoscom os pés e unhas, além de uso de calçadosinadequados. “As pessoas com diabetespodem perceber qualquer alteração nos péssimplesmente examinando-os diariamente”,orienta a profª Mônica. Ela dá algumasdicas:• verifique se a sua pele está muito seca,com rachaduras, áreas vermelhas,descamações. Examine cuidadosamenteentre os dedos e as unhas. Se você temdificuldade para fazer esse exame, peçaajuda a alguém;• faça a higiene diariamente e com muito
cuidado, utilizando sabonete neutro deglicerina durante o banho, com atençãoespecial aos membros e extremidades docorpo. Aproveite esse momento paramassagear as pernas e os pés. Não se
esqueça das unhas e atenção no enxágüe,pois os resíduos de sabonete e sujeirapodem causar problemas. Seque bem ospés com uma toalha macia,principalmente, entre os dedos, semfriccionar. Hidrate as pernas e os pés comum creme apropriado à base de lanolinaou outro indicado pelo seu médico. Aavaliação de um profissional experiente(podólogo) quanto ao corte das unhastambém é muito importante;
• atenção redobrada aos calçados e meias.Se você já apresenta algum tipo deproblema, a prescrição de uma palmilhaou calçado especial é crucial. Prefira asmeias de algodão e sapatos fechados, osmais confortáveis possíveis. Compre ossapatos no período da tarde, quando osseus pés estão mais inchados. Um salto,no máximo, de dois centímetros érecomendado. Evite sapatos feitos emmaterial sintético (plástico), pois causamsuor, odor desagradável e muitosproblemas;
• sempre que for a uma consulta médica,de enfermagem, ou mesmo em atividadesde educação em diabetes peça aoprofissional de saúde para examinar bemos seus pés, pernas e mãos.
Se você se descuidou um pouco eapareceu uma ferida, vamos cuidar rápido.Procure por um tratamento especializadocom um enfermeiro habilitado, cirurgião
vascular ou dermatologista, pois o problemapode se agravar. “Nenhuma ferida pode sernegligenciada porque o risco de infecção éalto e a conseqüência pode ser a amputaçãodo membro”, alerta Mônica. A enfermeirafaz algumas recomendações que considerabásicas no caso de aparecer uma ferida nascostas (úlceras de pressão “escaras”), naspernas ou pés:• não use mercúrio cromo, mertiolate, água
oxigenada, líquido de dakin, pomadas ouqualquer outro produto para tentar limpara ferida, pois esses produtos podemdestruir as células vivas da lesãoprovocando macerações e retardando acicatrização;
• a ferida não pode ficar aberta, exposta,pois isso impedirá a cicatrização;
• não friccione, nem lave a ferida comfreqüência usando sabonete comum;
• não coloque qualquer tecido ou compressade algodão em contato direto com a ferida;
• não tome nenhum antibiótico oumedicamento indicado em farmácia oupor uma pessoa que não seja um médico;
• evite tratar a ferida em farmácias,drogarias, manicures e pedicures;
• não espere que a ferida cicatrize sozinha.Vá imediatamente ao hospital, posto desaúde, clínica ou qualquer outro serviçode saúde e peça atendimento a umespecialista em feridas;
• se uma unha estiver para cair, não a
Prevenção
De repente aparece uma pequena ferida na perna ou no pé, talvez causada por um sapatoapertado, ou por um trauma ocasionado por uma batida em uma superfície dura e pontuda,
ou até por um corte incorreto das unhas. Se você tem diabetes, não ignore essa “ferida,”pois ela pode se tornar um grave problema. Quem avisa é a Professora do Departamento deEnfermagem da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP-EPM, Mônica Antar Gamba,especialista em tratamento de feridas decorrentes do diabetes mal controlado e autora datese de doutorado intitulada: “Amputações por Diabetes Mellitus. Uma prática prevenível?”
tem que tratar Dra. Mônica Antar Gamba,Professora do Departamento deEnfermagem da UniversidadeFederal de São Paulo - UNIFESP-EPM
S
unidas
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Reportagem
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Em guarda contra a discriminaçãoNo começo dos anos 30, a insulina aindaera uma novidade descoberta por FrederickBanting e o tratamento baseava-se numadieta alimentar extremamente rígida. Imagine,naquela época, ser diagnosticado comdiabetes e problemas cardíacos com apenastrês meses de vida.Foi o que aconteceu com Cacilda Frischeisen.Havia um jovem médico da Santa Casa doRio de Janeiro, dr. João Monteiro, que seinteressou pelo caso e recomendou que ospais da criança, Antonio e Michelina deSouza Monteiro, a levassem a Paris para sersubmetida à terapia adequada, o que eraimpossível no Brasil. Cacilda passou um anona França em tratamento, sobreviveu echegou até aqui sã e salva.Dona Cacilda, hoje com 71 anos de idade,
é uma das pessoas commaior tempo deconvívio comdiabetes que se tem
notícia, emtodo mundo.Ela garanteque vivebem porquenuncadeixou demanter umbom
controle da doença.“Eu nunca tive medo dodiabetes, pois minha preocupação básicasempre foi em relação à cardiopatia”, conta.Presidente executiva da Associação Cariocade Diabetes, vice-presidente da FederaçãoNacional de Diabetes no Rio de Janeiro eintegrante do Conselho Estadual e Políticode Integração da Pessoa com Deficiência,dona Cacilda é uma defensora dos direitosdos portadores de diabetes e avisa: não toleraqualquer tipo de discriminação. Por contadisso, já ajudou muita gente a ganharprocessos judiciais contra empresas que lhesnegaram admissão no emprego, só porquetinham diabetes. “Temos que nos amar, nosrespeitar e manter muita confiança em Deuspara podermos, com toda força, seguir emdireção a um futuro feliz e maravilhoso”,diz.
Tia LauraLaurinda Ferreira da Silva percebeu que
poderia melhorar a auto-estima e seu estadode saúde, dedicando-se ao trabalho deeducadora em diabetes na cidade em quenasceu e vive, Belém do Pará. Lá, ela éconhecida por tia Laura, atualmentetrabalhando como orientadora do Centro deApoio ao Diabético, um serviço da rede dedrogarias Big Ben, uma das maiores empresasdo comércio farmacêutico no norte do Brasil.Seja pessoalmente ou por telefone, todos osdias Laurinda atende muitas pessoas a quemela chama de “meus docinhos”, gente queprecisa de informação e estímulo para lidarcom o diabetes. Para desenvolver este serviço,tia Laura conta com o apoio do Centro BDde Educação em Diabetes.Em 1974, com 33 anos de idade, após suaterceira gravidez, Laurinda começou aengordar muito. Resolveu então procurarum médico que lhe fez o diagnóstico dediabetes e prescreveu apenas um medicamentooral, além de uma dieta rigorosa sem açúcare massas. O resultado não foi o desejado,pois ela passou a ter episódios dehipoglicemia. “Eu vivia irritada e tinhadesmaios freqüentes. Comecei a ficar preocu-pada com tudo aquilo, pois minha mãetambém era portadora de diabetes e faleceuquando tinha só 35 anos de idade. Meuirmão ficou cego por causa disso”, recorda.No início dos anos 90, Laurinda enfrentouum coma hiperglicêmico ao atingir 600 de
glicemia. “Tive de ficar hospitalizada e antesde receber alta, prometi que me dedicaria àspessoas com diabetes para ajudá-los nocontrole da doença”, conta. Foi assim queela se tornou a tia Laura. Há médicos dacidade que lhe encaminham seus pacientesmais teimosos, aqueles que de jeito nenhumaderem ao tratamento. Tia Laura sempreacaba colocando-os no caminho certo. “Osmais humildes geralmente acatam asorientações. Por outro lado, muitas pessoasem boas condições financeiras, que preferemignorar minhas recomendações, sempreacabam voltando, arrependidos, querendosaber se ainda há tempo para se tratardireito”, afirma.
Tango argentinoNo início da década de 70, Francisco Ribas,então com 17 anos de idade, deixou a capitaldo Paraná para estudar agronomia naArgentina, na Faculdade de Ciências Agráriasde Rosário, a cerca de 200 quilômetros deBuenos Aires. Logo que chegou lá, bateuuma tremenda saudade da família e dosamigos de sua Curitiba.Quase dois anos se passaram e para segurara pressão, Francisco buscava apoio nacomida. De repente, Francisco começou aurinar demais e a emagrecer a olhos vistos,apesar da fome descomunal. Ficoudesconfiado e foi procurar umendocrinologista da própria Universidade.Não deu outra: sua taxa de glicemia estavanas alturas, o que o levou a terminar suatemporada na Argentina.Hoje, pai de três filhos e administrador deempresas, Francisco é vice-presidente daADIM-Associação dos Diabéticos deMaringá, cidade onde vive. Já vivenciouvárias fases do desenvolvimento dadiabetologia. Após 13 anos de convívio como diabetes, começaram a surgir-lhe sinais decomplicações nos rins (nefropatia) e na visão(retinopatia). Francisco corrigiu sem traumaso problema ocular com laser, o que o ajudou
muito a preservar a visão.Sua vida melhorou muitodepois que passou a setratar com sua atualmédica, dra. Mirna LuciGama. “Além de me
orientar na busca de novosconceitos nutricionais, ela
me inseriu nummétodo detratamento mais
eficiente para o meucaso, com múltiplas
aplicações de insulina em doses baseadas emvários testes de glicemia capilar”, explica.Sua alimentação é bem balanceada, com umasignificativa ingestão de fibras que o ajudama reduzir as doses de insulina. Por isso, oproblema renal estacionou.Francisco acha fundamental passar poravaliações médicas pelo menos a cada 6meses e dá sua receita de vida saudável.“Tomar o remédio certo na hora certa, comeros alimentos certos na hora certa, manteratividade física regular e ter umendocrinologista como parceiro”.
Baiano arretadoSenhor do Bonfim, na bacia do rio SãoFrancisco na Bahia, a 385 quilômetros deSalvador, não comemora o carnaval comtanto entusiasmo como é característico emdiversas localidades do nordeste. Mas acidade se transforma durante o mês de junhoquando acontece a Festa de São João. É nessaépoca que Cícero Menezes fica arretado.Desde mocinho, ele sempre gostou de umacervejinha gelada, de um bom assado de bode(cabrito é no sul, explica ele), uma rapadurafresquinha, um caldo-de-cana tirado na horae umas colheradas de doce de leite da região.Bem, há cerca de dois anos ele foi avisadopelo médico que tinha diabetes tipo 2. Entãodeu adeus ao caldo-de-cana, à rapadura, aodoce de leite... Deixou tudo isso para trás.Mas na festa de São João, o sr. Cícero “se
arreta” e não recusa umas fatias de bodeassado, acompanhadas por uns goles daloirinha gelada.“Faço tudo certo para ter direito de fazeralgo errado”, justifica. Com 70 anos de idade,vai ao médico regularmente e toma oscomprimidos conforme a prescrição. Praticaioga e caminha três quilômetros todos osdias. Dessa forma, mantém suas taxas deglicemia, triglicérides e colesterol em plenocontrole. “Não gosto de cachaça e nunca fui
guloso. Se de vez em quando eu como umbodinho e tomo uma cervejinha, não achoque estou abusando. Estaria se comesserabada e não me tratasse bem”, pensa.Na sua cidade, o sr. Cícero tem ajudado osportadores de diabetes a se educarem quantoao tratamento. Para terminar, ele dá sua dicapara viver bem. “Quem tem diabetes nãopode se apavorar. O diabetes não aceitarebeldes. E quem quiser ‘se arretar’ uma vezou outra, que se arrete. Mas se arretepouco...”
Quem tem “cara de diabético”?A garantia de bom funcionamento dopâncreas de Mirian de Moura Almeidaexpirou-se alguns meses depois de ter
completado 40 anos de idade. Isso aconteceuhá cerca de 5 anos, ocasião em que chegoua perder cerca de 10 quilos em duas semanas.Mirian sentia-se profundamente exausta ecomeçou a ficar preocupada. Foi ao médicoe recebeu o diagnóstico de Diabetes Mellitustipo 2: estava com 400 de glicemia. “Fiqueialiviada quando soube que era diabetes tipo2, pois achava que tivesse outra doença muitograve”, diz.Mirian é enfermeira especializada em saúdepública e trabalha no FESIMA-Fomento deEducação Sanitária e Imunização em MassaContra Doenças Transmissíveis, uma divisãoda Secretaria de Estado da Saúde de SãoPaulo. O cargo lhe exige horas extras efreqüentes viagens pelo Brasil e ao exterior.Por isso, ela procura manter um rígidoplanejamento de seu tratamento. Possui umabolsa de viagem para levar todos osmedicamentos prescritos pelo médico(inclusive insulina e seringas para eventuaisemergências), glicosímetro, tiras para testesde glicemia, alguns potes de geléias diet eadoçantes. Nem sempre os hotéis onde sehospeda oferecem conveniências aos clientescom diabetes. Neste aspecto, Mirian avaliaque os serviços no Brasil progrediram muitomais do que em outros países desenvolvidos.“A maioria dos hotéis brasileiros servealimentos diet no café da manhã. Por outrolado, já estive em países, como Holanda eCanadá, onde sempre tem alguém que fazcara feia quando se pede um adoçante paracolocar no café”, conta. Ela não consideraque isso seja um tipo de discriminação. Masreclama com a gerência dos estabelecimentosque ainda não estão atentos às necessidadesde quem segue uma alimentação saudável.“Temos que exigir um atendimento nomínimo satisfatório”, assegura. Por isso,Mirian acha que as pessoasenvergonhadas ouconstrangidas por teremdiabetes cometem umgrande erro consigomesmas. “Uma amigadisse-me certa vezque eu não tinha‘cara dediabética’. Caí narisada e ela nãoentendeu oporquê.”
Gente que está ao nosso ladoConheça a história de pessoas motivadas, disciplinadas e participativas na questão do controle do diabetes.
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Reportagem
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Em guarda contra a discriminaçãoNo começo dos anos 30, a insulina aindaera uma novidade descoberta por FrederickBanting e o tratamento baseava-se numadieta alimentar extremamente rígida. Imagine,naquela época, ser diagnosticado comdiabetes e problemas cardíacos com apenastrês meses de vida.Foi o que aconteceu com Cacilda Frischeisen.Havia um jovem médico da Santa Casa doRio de Janeiro, dr. João Monteiro, que seinteressou pelo caso e recomendou que ospais da criança, Antonio e Michelina deSouza Monteiro, a levassem a Paris para sersubmetida à terapia adequada, o que eraimpossível no Brasil. Cacilda passou um anona França em tratamento, sobreviveu echegou até aqui sã e salva.Dona Cacilda, hoje com 71 anos de idade,
é uma das pessoas commaior tempo deconvívio comdiabetes que se tem
notícia, emtodo mundo.Ela garanteque vivebem porquenuncadeixou demanter umbom
controle da doença.“Eu nunca tive medo dodiabetes, pois minha preocupação básicasempre foi em relação à cardiopatia”, conta.Presidente executiva da Associação Cariocade Diabetes, vice-presidente da FederaçãoNacional de Diabetes no Rio de Janeiro eintegrante do Conselho Estadual e Políticode Integração da Pessoa com Deficiência,dona Cacilda é uma defensora dos direitosdos portadores de diabetes e avisa: não toleraqualquer tipo de discriminação. Por contadisso, já ajudou muita gente a ganharprocessos judiciais contra empresas que lhesnegaram admissão no emprego, só porquetinham diabetes. “Temos que nos amar, nosrespeitar e manter muita confiança em Deuspara podermos, com toda força, seguir emdireção a um futuro feliz e maravilhoso”,diz.
Tia LauraLaurinda Ferreira da Silva percebeu que
poderia melhorar a auto-estima e seu estadode saúde, dedicando-se ao trabalho deeducadora em diabetes na cidade em quenasceu e vive, Belém do Pará. Lá, ela éconhecida por tia Laura, atualmentetrabalhando como orientadora do Centro deApoio ao Diabético, um serviço da rede dedrogarias Big Ben, uma das maiores empresasdo comércio farmacêutico no norte do Brasil.Seja pessoalmente ou por telefone, todos osdias Laurinda atende muitas pessoas a quemela chama de “meus docinhos”, gente queprecisa de informação e estímulo para lidarcom o diabetes. Para desenvolver este serviço,tia Laura conta com o apoio do Centro BDde Educação em Diabetes.Em 1974, com 33 anos de idade, após suaterceira gravidez, Laurinda começou aengordar muito. Resolveu então procurarum médico que lhe fez o diagnóstico dediabetes e prescreveu apenas um medicamentooral, além de uma dieta rigorosa sem açúcare massas. O resultado não foi o desejado,pois ela passou a ter episódios dehipoglicemia. “Eu vivia irritada e tinhadesmaios freqüentes. Comecei a ficar preocu-pada com tudo aquilo, pois minha mãetambém era portadora de diabetes e faleceuquando tinha só 35 anos de idade. Meuirmão ficou cego por causa disso”, recorda.No início dos anos 90, Laurinda enfrentouum coma hiperglicêmico ao atingir 600 de
glicemia. “Tive de ficar hospitalizada e antesde receber alta, prometi que me dedicaria àspessoas com diabetes para ajudá-los nocontrole da doença”, conta. Foi assim queela se tornou a tia Laura. Há médicos dacidade que lhe encaminham seus pacientesmais teimosos, aqueles que de jeito nenhumaderem ao tratamento. Tia Laura sempreacaba colocando-os no caminho certo. “Osmais humildes geralmente acatam asorientações. Por outro lado, muitas pessoasem boas condições financeiras, que preferemignorar minhas recomendações, sempreacabam voltando, arrependidos, querendosaber se ainda há tempo para se tratardireito”, afirma.
Tango argentinoNo início da década de 70, Francisco Ribas,então com 17 anos de idade, deixou a capitaldo Paraná para estudar agronomia naArgentina, na Faculdade de Ciências Agráriasde Rosário, a cerca de 200 quilômetros deBuenos Aires. Logo que chegou lá, bateuuma tremenda saudade da família e dosamigos de sua Curitiba.Quase dois anos se passaram e para segurara pressão, Francisco buscava apoio nacomida. De repente, Francisco começou aurinar demais e a emagrecer a olhos vistos,apesar da fome descomunal. Ficoudesconfiado e foi procurar umendocrinologista da própria Universidade.Não deu outra: sua taxa de glicemia estavanas alturas, o que o levou a terminar suatemporada na Argentina.Hoje, pai de três filhos e administrador deempresas, Francisco é vice-presidente daADIM-Associação dos Diabéticos deMaringá, cidade onde vive. Já vivenciouvárias fases do desenvolvimento dadiabetologia. Após 13 anos de convívio como diabetes, começaram a surgir-lhe sinais decomplicações nos rins (nefropatia) e na visão(retinopatia). Francisco corrigiu sem traumaso problema ocular com laser, o que o ajudou
muito a preservar a visão.Sua vida melhorou muitodepois que passou a setratar com sua atualmédica, dra. Mirna LuciGama. “Além de me
orientar na busca de novosconceitos nutricionais, ela
me inseriu nummétodo detratamento mais
eficiente para o meucaso, com múltiplas
aplicações de insulina em doses baseadas emvários testes de glicemia capilar”, explica.Sua alimentação é bem balanceada, com umasignificativa ingestão de fibras que o ajudama reduzir as doses de insulina. Por isso, oproblema renal estacionou.Francisco acha fundamental passar poravaliações médicas pelo menos a cada 6meses e dá sua receita de vida saudável.“Tomar o remédio certo na hora certa, comeros alimentos certos na hora certa, manteratividade física regular e ter umendocrinologista como parceiro”.
Baiano arretadoSenhor do Bonfim, na bacia do rio SãoFrancisco na Bahia, a 385 quilômetros deSalvador, não comemora o carnaval comtanto entusiasmo como é característico emdiversas localidades do nordeste. Mas acidade se transforma durante o mês de junhoquando acontece a Festa de São João. É nessaépoca que Cícero Menezes fica arretado.Desde mocinho, ele sempre gostou de umacervejinha gelada, de um bom assado de bode(cabrito é no sul, explica ele), uma rapadurafresquinha, um caldo-de-cana tirado na horae umas colheradas de doce de leite da região.Bem, há cerca de dois anos ele foi avisadopelo médico que tinha diabetes tipo 2. Entãodeu adeus ao caldo-de-cana, à rapadura, aodoce de leite... Deixou tudo isso para trás.Mas na festa de São João, o sr. Cícero “se
arreta” e não recusa umas fatias de bodeassado, acompanhadas por uns goles daloirinha gelada.“Faço tudo certo para ter direito de fazeralgo errado”, justifica. Com 70 anos de idade,vai ao médico regularmente e toma oscomprimidos conforme a prescrição. Praticaioga e caminha três quilômetros todos osdias. Dessa forma, mantém suas taxas deglicemia, triglicérides e colesterol em plenocontrole. “Não gosto de cachaça e nunca fui
guloso. Se de vez em quando eu como umbodinho e tomo uma cervejinha, não achoque estou abusando. Estaria se comesserabada e não me tratasse bem”, pensa.Na sua cidade, o sr. Cícero tem ajudado osportadores de diabetes a se educarem quantoao tratamento. Para terminar, ele dá sua dicapara viver bem. “Quem tem diabetes nãopode se apavorar. O diabetes não aceitarebeldes. E quem quiser ‘se arretar’ uma vezou outra, que se arrete. Mas se arretepouco...”
Quem tem “cara de diabético”?A garantia de bom funcionamento dopâncreas de Mirian de Moura Almeidaexpirou-se alguns meses depois de ter
completado 40 anos de idade. Isso aconteceuhá cerca de 5 anos, ocasião em que chegoua perder cerca de 10 quilos em duas semanas.Mirian sentia-se profundamente exausta ecomeçou a ficar preocupada. Foi ao médicoe recebeu o diagnóstico de Diabetes Mellitustipo 2: estava com 400 de glicemia. “Fiqueialiviada quando soube que era diabetes tipo2, pois achava que tivesse outra doença muitograve”, diz.Mirian é enfermeira especializada em saúdepública e trabalha no FESIMA-Fomento deEducação Sanitária e Imunização em MassaContra Doenças Transmissíveis, uma divisãoda Secretaria de Estado da Saúde de SãoPaulo. O cargo lhe exige horas extras efreqüentes viagens pelo Brasil e ao exterior.Por isso, ela procura manter um rígidoplanejamento de seu tratamento. Possui umabolsa de viagem para levar todos osmedicamentos prescritos pelo médico(inclusive insulina e seringas para eventuaisemergências), glicosímetro, tiras para testesde glicemia, alguns potes de geléias diet eadoçantes. Nem sempre os hotéis onde sehospeda oferecem conveniências aos clientescom diabetes. Neste aspecto, Mirian avaliaque os serviços no Brasil progrediram muitomais do que em outros países desenvolvidos.“A maioria dos hotéis brasileiros servealimentos diet no café da manhã. Por outrolado, já estive em países, como Holanda eCanadá, onde sempre tem alguém que fazcara feia quando se pede um adoçante paracolocar no café”, conta. Ela não consideraque isso seja um tipo de discriminação. Masreclama com a gerência dos estabelecimentosque ainda não estão atentos às necessidadesde quem segue uma alimentação saudável.“Temos que exigir um atendimento nomínimo satisfatório”, assegura. Por isso,Mirian acha que as pessoasenvergonhadas ouconstrangidas por teremdiabetes cometem umgrande erro consigomesmas. “Uma amigadisse-me certa vezque eu não tinha‘cara dediabética’. Caí narisada e ela nãoentendeu oporquê.”
Gente que está ao nosso ladoConheça a história de pessoas motivadas, disciplinadas e participativas na questão do controle do diabetes.
Gente
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DIFERENÇAS
omos todos iguais. Cada um é de umjeito. Ninguém é uma ilha. São trêsfrases muito conhecidas, usadas para
definir a vida de todos nós. Porém, a vidanão segue fórmulas matemáticas e tambémnão é tão simples encontrar um método queproporcione uma saúde perfeita. Paraconquistar o bem estar muitas vezes é precisoexperimentar. É assim que pensa CléliaFranco, de Maringá (PR), mãe de três filhas,duas delas portadoras de diabetes tipo 1.“Acho difícil definir um tratamentogeneralizado para toda pessoa que édiagnosticada com diabetes, assim comonão dá para definir uma forma simples eúnica a todas as pessoas para prevenir aglicemia elevada na hiperglicemia ou umacrise de glicemia muito baixa que ocorre nahipoglicemia”, comenta Clélia. Uma de suasfilhas, Manuela, de 19 anos, com diabetesdesde os 8 anos de idade, deixou de tomarinsulina antes de dormir depois que entrouem hipoglicemia noturna em duas ocasiões.A administração do hormônio pela manhãjá lhe basta. Com a filha mais nova, Camila,de 16 anos e diagnosticada aos 7 anos deidade, a coisa é totalmente diferente, poisnecessita da uma pequena dose de insulinaantes de ir para cama, caso contrário podeacordar no dia seguinte com hiperglicemia.Clélia conta que foi necessário experimentaralgumas alternativas, até que as glicemiasde Manuela e Camila fossem acertadas. Paraisso, foi preciso muito diálogo com o médico
das moças, o dr. Alcides Marrocos deAndrade. “O médico precisa conhecer bemo paciente e para isso é preciso haver muitaconversa, experimentar e não indicar umafórmula pronta que sirva para todos, poisisso acaba colocando em risco o sucesso dotratamento”, observa.Manuela e Camila estão de acordo com amãe, até porque têm personalidades bemdiferentes. Enquanto uma é mais impulsivanas suas atitudes, a outra procura conter asreações. Manuela gosta de comédia e doU2. Camila curte romance e ouve FernandaAbreu. “Nossas diferenças nos aproximam”,afirma Manuela que está cursando CiênciasContábeis na Universidade Estadual deMaringá.Tem ainda a outra irmã, Tissiana, de 21anos. “Ela não tem diabetes, mas participade tudo que fazemos, o que torna as coisasmais fáceis para a família”, comenta Camila,que planeja cursar Nutrição assim queconcluir o colégio. O pai, Hélio, dá totalapoio às filhas, principalmente porquereconhece que são moças muitodeterminadas em relação aos seus objetivos.Todos na família acreditam que o convíviocom o diabetes tem oferecido algumas lições.“Eu e meu marido cuidamos de minhasmeninas, mas elas também cuidam bem denós e assim vivemos com alegria, pois ébobagem ficar projetando as realizaçõespara o amanhã. A vida é hoje!”, garanteClélia.
S
de 180-200 mg/dl. Não detecta a ocorrênciade hipoglicemia. Não pode ser utilizado sea pessoa com diabetes apresentacomprometimento renal.
4º passo – O que fazer com os controlesOs dados obtidos nos testes de glicemiacapilar ou de glicosúria devem serregistrados, ou seja, é preciso anotar todosos resultados num diário de forma clara eorganizada, com data, horário, resultadodo teste e inclusive as ocorrências quepossam ter influenciado os resultados.Os resultados anotados no diário devem ser
apresentados ao médico a cada consulta,para que você, o profissional de saúde e aequipe multiprofissional possam corrigir otratamento atual e traçar estratégias paramelhorar o controle de suas glicemias.Para encerrar, transcrevo as palavras da sra.Maria de Alva, portadora de diabetes háquase 50 anos, presidente da IDF, emmensagem aos profissionais de saúde: “nãocabe a vocês, profissionais de saúde prover-nos esta melhor qualidade de vida. Vocêsnão podem fazer isso por nós. Nós é quetemos de fazê-lo por nós mesmos. Vocêspodem nos orientar, mas cabe a nós agir ealcançar os objetivos”.
Cabe ao médico ou� à equipe de saúdeEDUCAR e MOTIVAR
o paciente aparticipar
ativamente de seutratamento,
inclusive realizandoseus testes de
glicemia capilar(ponta de dedo) em
casa, através daautomonitorização.
egundo Mônica Antar Gamba, aformação das feridas nas extremidadesinferiores de pessoas com diabetes
são causadas pela polineuropatia simétricadistal (insensibilidade, sensação de dor ouformigamento, fraqueza muscular nas mãos,pernas e pés), pela vasculopatia periférica(alterações na circulação do sangue, dor aorepouso ou ao caminhar) e por outrosproblemas. A enfermeira explica que essascomplicações são conseqüência de muitosanos de mau controle do diabetes, associadoa outros fatores como tabagismo,hipertensão arterial, dislipidemia (taxa altade gordura no sangue), falta de cuidadoscom os pés e unhas, além de uso de calçadosinadequados. “As pessoas com diabetespodem perceber qualquer alteração nos péssimplesmente examinando-os diariamente”,orienta a profª Mônica. Ela dá algumasdicas:• verifique se a sua pele está muito seca,com rachaduras, áreas vermelhas,descamações. Examine cuidadosamenteentre os dedos e as unhas. Se você temdificuldade para fazer esse exame, peçaajuda a alguém;• faça a higiene diariamente e com muito
cuidado, utilizando sabonete neutro deglicerina durante o banho, com atençãoespecial aos membros e extremidades docorpo. Aproveite esse momento paramassagear as pernas e os pés. Não se
esqueça das unhas e atenção no enxágüe,pois os resíduos de sabonete e sujeirapodem causar problemas. Seque bem ospés com uma toalha macia,principalmente, entre os dedos, semfriccionar. Hidrate as pernas e os pés comum creme apropriado à base de lanolinaou outro indicado pelo seu médico. Aavaliação de um profissional experiente(podólogo) quanto ao corte das unhastambém é muito importante;
• atenção redobrada aos calçados e meias.Se você já apresenta algum tipo deproblema, a prescrição de uma palmilhaou calçado especial é crucial. Prefira asmeias de algodão e sapatos fechados, osmais confortáveis possíveis. Compre ossapatos no período da tarde, quando osseus pés estão mais inchados. Um salto,no máximo, de dois centímetros érecomendado. Evite sapatos feitos emmaterial sintético (plástico), pois causamsuor, odor desagradável e muitosproblemas;
• sempre que for a uma consulta médica,de enfermagem, ou mesmo em atividadesde educação em diabetes peça aoprofissional de saúde para examinar bemos seus pés, pernas e mãos.
Se você se descuidou um pouco eapareceu uma ferida, vamos cuidar rápido.Procure por um tratamento especializadocom um enfermeiro habilitado, cirurgião
vascular ou dermatologista, pois o problemapode se agravar. “Nenhuma ferida pode sernegligenciada porque o risco de infecção éalto e a conseqüência pode ser a amputaçãodo membro”, alerta Mônica. A enfermeirafaz algumas recomendações que considerabásicas no caso de aparecer uma ferida nascostas (úlceras de pressão “escaras”), naspernas ou pés:• não use mercúrio cromo, mertiolate, água
oxigenada, líquido de dakin, pomadas ouqualquer outro produto para tentar limpara ferida, pois esses produtos podemdestruir as células vivas da lesãoprovocando macerações e retardando acicatrização;
• a ferida não pode ficar aberta, exposta,pois isso impedirá a cicatrização;
• não friccione, nem lave a ferida comfreqüência usando sabonete comum;
• não coloque qualquer tecido ou compressade algodão em contato direto com a ferida;
• não tome nenhum antibiótico oumedicamento indicado em farmácia oupor uma pessoa que não seja um médico;
• evite tratar a ferida em farmácias,drogarias, manicures e pedicures;
• não espere que a ferida cicatrize sozinha.Vá imediatamente ao hospital, posto desaúde, clínica ou qualquer outro serviçode saúde e peça atendimento a umespecialista em feridas;
• se uma unha estiver para cair, não a
Prevenção
De repente aparece uma pequena ferida na perna ou no pé, talvez causada por um sapatoapertado, ou por um trauma ocasionado por uma batida em uma superfície dura e pontuda,
ou até por um corte incorreto das unhas. Se você tem diabetes, não ignore essa “ferida,”pois ela pode se tornar um grave problema. Quem avisa é a Professora do Departamento deEnfermagem da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP-EPM, Mônica Antar Gamba,especialista em tratamento de feridas decorrentes do diabetes mal controlado e autora datese de doutorado intitulada: “Amputações por Diabetes Mellitus. Uma prática prevenível?”
tem que tratar Dra. Mônica Antar Gamba,Professora do Departamento deEnfermagem da UniversidadeFederal de São Paulo - UNIFESP-EPM
S
unidas
• se uma unha estiver para cair, não aarranque. Procure um dermatologista omais rápido possível.
Em seguida, Mônica faz algumasrecomendações para a realização de umcurativo simples e adequado até que vocêconsiga encontrar um especialista:• compre numa farmácia um frasco de soro
fisiológico estéril (0,9%, não é o para lentesde contato), pacotes de gazes ou coberturaspronto-uso, uma agulha de injeção parafurar o frasco de soro (tudo isso deve serestéril), uma faixa crepe de boa qualidadepara fixar o curativo;
• lave bem as mãos, prepare o materialevitando tocar em tudo que entrará emcontato com a ferida;
• se houver alguma sujidade, lave antes aferida com água corrente, de preferênciafiltrada e se o trauma foi com algo muitosujo use sabonete neutro tornando-olíquido, ou seja, nunca aplique a barra naferida. Essa lavagem deve ser feita apenasuma vez. Seque com uma toalha limpa aregião em volta da ferida. Não enxugue aferida;
• com a agulha de injeção, faça um furo nobico do soro e com a pressão do jatoaproveite para realmente limpar a ferida.Posicione o frasco a mais ou menos 5 cmde distância da ferida. O jato de soroauxiliará na remoção de sujeira e corposestranhos. Se sangrar um pouco, não fazmal, pode ser um bom sinal;
• sobre a ferida coloque uma camada de gazeestéril, umidecida com o soro, em seguidacubra este curativo envolvendo a faixacrepe, com firmeza, mas sem apertar. Se fornas pernas ou pés sempre enfaixe de baixopara cima. Não coloque fitas adesivas diretona pele;
• vá o quanto antes ao hospital ou posto desaúde mais próximo de sua casa e procureum médico ou enfermeiro para otratamento, não se esqueça de mencionarsobre o seu diabetes;
• cuide-se bem, afinal você merece e deveviver bem com o diabetes e semcomplicações.
Se você tiver dúvidas entre em contatocom a profª Mônica para obter maioresexplicações: UNIFESP (0xx11) 5576-4355;atendimento em podologia da ANAD (0xx11)5572-6559, ou e-mail [email protected]
studos clínicos europeusdemonstraram que só o controleintensivo e precoce da glicemia reduz
o risco de desenvolvimento das complicaçõestardias do diabetes tipo 2. Periodicamente,o portador de diabetes é avaliado pelomédico ou pela equipe multidisciplinaratravés de exames laboratoriais ou deglicemia capilar ocasional. Porém, isso nãosatisfaz às necessidades de um bom controlepara que as pessoas tenham melhorqualidade de vida e sem complicações, sepossível.Cabe ao médico ou à equipe de saúdeEDUCAR e MOTIVAR o paciente aparticipar ativamente de seu tratamento,inclusive realizando seus testes de glicemiacapilar (ponta de dedo) em casa, através daautomonitorização. Monitorar oumonitorizar significa acompanhar, avaliare controlar, no caso, a glicose através deexames no sangue ou na urina. Portanto,automonitorização da glicemia significarealizar, em si mesmo, os testes necessáriospara avaliar e controlar a taxa de glicoseno sangue.
PASSOS PARA AAUTOMONITORIZAÇÃO
1º passo – Definir junto com o seu médicoas metas a atingir. Por exemplo: glicemias
pós-prandial (após as refeições) menor que140 mg/dl, hemoglobina glicosilada próximoao normal.
2º passo – Definir qual tipo de teste fazer?Glicemia capilar? Glicosúria? Em quehorários? Quantas vezes por dia? Em quemomentos especiais? O seu médico ouequipe de saúde definirão estas questõescom você, considerando sua condiçãofinanceira, idade, motivação e necessidadespessoais. Vale ressaltar que, para o portadorde diabetes tipo 2, a glicemia medida entre1 hora e meia a 2 horas após as refeições(pós-prandial) é tão importante quanto aglicemia de jejum.
3º passo – Como fazer o teste?
Glicemia capilar – medindo a glicoseno sangue
Vantagens: realiza-se de maneira fácil erápida com o auxílio de medidores deglicose. Avalia de forma direta e precisa operfil glicêmico a cada dia, permitindocorrigir o tratamento sempre que necessário.Além disso, determina o equilíbrio glicêmicoem momentos especiais, como em estadosde febre, diarréia, etc. Outra vantagem é derevelar a ocorrênciade hipoglicemia(baixa taxa deaçúcar no sangue),o que é importanteespecialmente empessoas que fazemaplicações deinsulina.
Desvantagens: é necessária uma gota desangue colhida através de picadas nas pontasdos dedos, procedimento um poucodoloroso. As fitas reagentes são caras e ogoverno não as subsidia. Também sãonecessários testes freqüentes de glicemia pordia e continuamente para se obter umcontrole intensivo do diabetes a cada dia.A automonitorização com teste de glicemiacapilar é, geralmente, indicada às pessoasmais jovens, com atividade e motivação. Oportador de diabetes tipo 2 deve sermotivado e orientado sobre os benefíciosda automonitorização.
Glicosúria – medindo a glicose na urinaPara muitos, o teste de glicosúria é obsoleto.Mas para as pessoas carentes, idosos epacientes com pouca motivação, ainda éuma opção muito válida para oautocontrole.Vantagens: é mais barato e indolor, podendoser feito várias vezes ao dia. São necessáriasapenas pequenas amostras de urina e fitasreagentes (Glicofita, Diastix, Glukotest, etc).Desvantagens: dá uma idéia indireta eimprecisa do nível de glicose no sangue. Aglicose somente está presente na urinaquando os níveis de glicemia estão acima
Nutrição
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Orientação Médica
abu em nossa língua tem dois sentidosopostos: primeiro, significa sagrado,consagrado; outro sentido é o de algo
inquietante, perigoso, proibido, impuro. Ostabus são de origem geralmente desconhecida,sendo portanto difícil explicar sua existência.Tabu alimentar caracteriza-se por umainterdição ou proibição à ingestão de certosalimentos, com a finalidade de “preservar”os indivíduos dos perigos resultantes daingestão de determinados alimentos. Naalimentação das pessoas com diabetesencontramos vários tabus alimentares,causando efeito negativo, interferindo notratamento. Veja alguns exemplos:• quem tem diabetes não pode comer nada
de “debaixo da terra”;• quem tem diabetes não pode comer
“beterraba” porque dela se faz açúcar;• quem tem diabetes não pode comer
“macarrão” e nem “pão”, pois são umveneno;
• quem tem diabetes não pode comer“feijão”, é pesado;
• quem tem diabetes não pode comer“banana”, “ uva” nem passar perto e agrande maioria das frutas , legumes e atéalgumas verduras...
Assim, ocorre uma restrição exagerada doscarboidratos (cereais, massas, raízes, etc.)com um aumento no consumo de gordurase proteínas (carnes) em detrimento doconsumo de verduras e frutas, que são até
considerados dispensáveis, resultando numaalimentação desequilibrada, além do fatoremocional como foi o caso de dona MariaJosefina Gomes, 70 anos, que ao ouvir quepoderia comer todas as verduras, questionou:“Posso comer quiabo?”“Pode sim”, respondeu a nutricionista.“Posso mesmo?”, repetiu.“Pode sim, qual é o problema?”Então ela respondeu:“É que tem 20 anos que sou ‘diabética’, 20anos que planto e preparo quiabo para minhafamília e 20 anos que não como quiabo.”“Por quê?”, perguntou a nutricionista.“Porque me disseram que ‘diabético’ nãopodia comer quiabo. E eu adoro quiabo...”E você já, se deu conta de quanta coisa podecomer? Lembre que quando escolhemos osmesmos alimentos, sempre preparados damesma forma, fica mais difícil cumprir umplano alimentar, que deve ser seguido durantetoda a vida. Além disso, quanto maior onúmero de opções de alimentos, sabores ereceitas, maior a possibilidade de se incluirprazer em todas as refeições. Converse comos profissionais de saúde, participe dasatividades educativas de nutrição nasassociações e fique por dentro dos alimentosque podem ser consumidos livremente, osque devem ser consumidos com critério eaqueles que devem ser evitados.O prazer faz parte do seu tratamentonutricional. Você merece! Pense nisso!
A IMPORTÂNCIA DAAUTOMONITORIZAÇÃO
DA GLICEMIA NODIABETES TIPO 2
Dra. Marluce Leão é médicaendocrinologista e presidente daASDITA-Associação dos Diabéticosde Itabuna (BA)
E
Metas do bom controle glicêmico segundo recomendação da SociedadeBrasileira de Diabetes - Consenso Brasileiro Sobre Diabetes-2000
TIPO DE TESTE RESULTADO ESPERADO RESULTADO ACEITÁVEL*Glicemia plasmática de jejum Inferior a 110 mg/dl Inferior a 126 mg/dl
Glicemia até 2 horas após a Inferior a 140 mg/dl Inferior a 160 mg/dl
refeição (pós-prandial)
Glicosúria Negativa
Cetonúria Negativa
*Acima destes valores é sempre necessário realizar intervenção para melhorar o controle metabólico.
T
TABUS
9
Recentemente, a Associação de Diabéticos de Itabuna–ASDITA (BA)realizou uma série de Oficinas de Nutrição que contou com a parceriadas nutricionistas Luciene Vieira, Lúcia Azevedo, Ivana Silva e Carles
Santos. Nestas oficinas, os participantes aprenderam como os sinais detrânsito podem ajudar na elaboração de um cardápio variado para queuma alimentação balanceada. Aprenderam também como lidar com os
conhecidos “tabus alimentares” presentes na nossa cultura.
na alimentação
Educação em diabetes é preparo paraum futuro seguro
A atuação dos profissionais de saúde na educaçãoem diabetes e a participação ativa dos portadoresde diabetes e seus familiares neste processo, sãofundamentais para garantir, através deorientações corretas e informações atualizadas,uma vida normal e saudável para as criançase jovens com diabetes em fase escolar. Estesestudantes e seus pais devem estarpreparados para enfrentar situações deemergência, discriminação e preconceito.Também é preciso saber avaliar asinformações divulgadas por fontes nãoespecializadas, isso porque muitasinformações sobre diabetes veiculadas pelatelevisão, rádio, jornais, revistas e internetnem sempre são totalmente corretas ouprecisas. É por isso que a criança e o jovembem orientados sobre o assunto conse-guem, com tranqüilidade e segurança,esclarecer dúvidas ou eventuais comentáriosfeitos por colegas e até por professores.Recomendações e esclarecimentos úteis• O diabetes não representa nenhum impedimentopara que a criança ou o jovem freqüente a escola.É importante que o aluno que tem diabetes nãoseja estimulado a receber tratamento distinto deseus colegas, pois isso poderá levá-lo a se considerardiferente e incapaz de participar das atividadescomo os outros jovens.• Identifique na escola o coordenador (muitasvezes pode ser o próprio professor) e informesobre a condição da criança ou jovem, asrecomendações do seu tratamento e os possíveisproblemas que poderão ocorrer durante o horárioescolar. Na maioria das vezes os profissionais daescola (diretor, professores, supervisores,cozinheiras e serventes) conhecem pouco sobrediabetes. Portanto, cabe aos pais e ao próprio
aluno transmitirem informações sobre o assunto.• Esclareça o pessoal da escola que para um bomcontrole do diabetes é necessário o equilíbrio narelação insulina/alimentação/exercício físico/estadoemocional. O desequilíbrio nessa relação podeser motivado por refeições deficientes ou fora doshorários rotineiros, exercícios físicos nãoplanejados, excesso de insulina, alteraçõesemocionais importantes ou doenças intercorrentes.A principal conseqüência desse desequilíbrio é aocorrência de hipoglicemia.• Explique na escola o que é hipoglicemia,descrevendo como o seu filho se comporta quandoo problema ocorre. Ressalte a importância de umlanche extra neste momento. É importante queo estudante diga a seus amigos que tem diabetese que, na ocorrência de hipoglicemia, deve ser lhedado um lanche extra.
• Outra dica é solicitar à escola que avise comantecedência eventuais mudanças no horário erotina escolar que possam afetar o bom controlee equilíbrio do tratamento. Tudo o que ocorrer
com o aluno deve ser comunicado o maisrápido possível e para isso é preciso manter
a escola informada e atualizada com en-dereços e telefones para contato em casode emergência. Da mesma forma a escolaprecisa ser informada com antecedência,sobre as datas de consultas e examesmarcados em horário de aula.Segundo a professora de educação física,Denise Maria Martins, todo alunoportador de diabetes deve participar dasaulas desta matéria, respeitando oshorários da merenda. “Não háproblema se esta aula for logo após olanche. Porém, se a aula for muito tempodepois da merenda, é recomendável queo aluno com diabetes coma alguma
coisa antes dos exercícios físicos para evitar umahipoglicemia”, orienta. A profª Denise alerta queé importante estar atento a estes horários e oprofessor deve saber como proceder e tratar oscasos de hipoglicemias antes, durante e após asatividades físicas.Para finalizar, conversem muito com seus filhos,orientando-os para que não comam nadaescondido, não cometam exageros e quecomuniquem qualquer alteração na rotina, a fimde que possam participar de todas as atividadese festas na escola, divertindo-se com saúde.Ter diabetes e levar uma vida normal é possíveltambém na escola. Seria ideal se os governos noBrasil investissem mais na infraestrutura do ensino,para que as escolas fossem bem equipadas paraproporcionar melhor educação, saúde,alimentação e segurança para todos. Comocidadãos, devemos buscar isso.
Educação
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Receita
VOLTAàs aulasA volta às aulas é sempre uma caixinha de surpresas, cheias de novos desafios, seja para
alunos, pais e professores. Já no primeiro dia de aula, é comum sentir aquele “frio na barriga”diante da expectativa do desconhecido (novos colegas, novos professores, novas matérias)
e da emoção no reencontro com os amigos. Para as crianças e adolescentes com diabetes sãonecessários alguns cuidados especiais a serem tomados pelos pais, a fim de que seus filhos
possam aproveitar o máximo do que a escola proporciona.
Esta versão da receita da tradicional panqueca é uma criação das nutricionistas LucieneVieira, Maria Lúcia Azevedo Leite, Ivana Silva e Carles Santos da Associação de
Diabéticos de Itabuna-Asdita.
PANQUECA
Maneira de prepararBater um pouco a clara, depois a gema;juntar o leite, a farinha de trigo, o adoçantee mexer bem para não encaroçar. Emseguida, juntar a banana em rodelas bemfininhas. Aquecer a frigideira e pincelar comóleo apenas para untá-la. Colocar umacolher de sopa de massa para cada panqueca.
Ingredientes1 ovo1 xícara de café de leite1 banana prata média2 colheres de sopa rasas de farinha de trigo1 colher de chá de óleo de sojacanela em pó a gosto10 gotas de adoçante
Deixar corar dos dois lados e enrolar.Arrumar num prato e polvilhar com canelaem pó. Antes de servir, levar um pouco aoforno.
Rendimento: 6 porções.Cada porção contém 45,23 calorias e 4,63g de carboidrato.
de banana prata
As frutas ilustradas que não fazem parte da receita não constam no cálculo do valor calórico, servem apenas como decoração do prato.
FOTO DE MARCELO VIGNERON - PRATO PREPARADO PELO BUFFET LEFÈVRE
Editorial
por RAFAELE MADORMO*
2 11
Criança
EXPEDIENTEPublicação trimestral do Centro BD de Educação em Diabetes. Rua Alexandre Dumas, 1976, Chácara Sto. Antonio.
CEP 04717-004. São Paulo, SP. Tel.: 0800-115097.Diretora da Divisão Consumer Healthcare: Simone Agra
Diretor da publicação: Rafaele MadormoCoordenação de Educação em Diabetes: Márcia Camargo de Oliveira
Jornalista Responsável: Milton Nespatti (MTB 12460-SP)Revisão: Solange Eira
Design e Editoração: RN Comunicações - (0xx11) 5641-6615As matérias desta publicação podem ser reproduzidas,
desde que citada a fonte.Tiragem: 100 mil exemplares.
Indispensável paraa saúde humana
A G E N D A
DeniseMariaMartins éprofessora
de educação físicaformada pela Universidade Federal deSanta Catarina e doutoranda naUniversidade Federal do Estado de SãoPaulo/Escola Paulista de Medicina(Unifesp-EPM) em CiênciasEndocrinológicas. O objetivo do livro,segundo a autora, é informar osprofissionais de saúde sobre as causas,sintomas e riscos do diabetes, envolvendoprincipalmente as recomendaçõesespeciais para a organização e práticade atividades físicas com os portadoresde diabetes.
Exercício Físico noControle do Diabetes
Mellitus
esta primeira edição do anoestamos levantando um assuntoimportante mas que nem
sempre é levado em consideração portodos: a volta às aulas. Alegria doretorno para as crianças eadolescentes, afinal vão rever osamigos mas ao mesmo tempopreocupação para os pais que temfilhos portadores de diabetes. E se eletiver uma hipo durante o período queele está na escola, os professores eoutros funcionários saberão comoproceder?O propósito desta matéria é alertaraos pais e principalmente aoseducadores da importância da escolano processo de integração do portadorde diabetes.Além dos leitores habituais destaedição estaremos enviando a revistapara escolas de várias partes do país.Caso você leitor queira solicitar arevista para alguma escola da suacidade, basta entrar em contato pelodisque BD Bom Dia 0800 115097dando o endereço para enviarmos.Vamos despertar as escolas para quefaçam a sua parte.Mas a edição nos brinda também com
histórias de pessoas que são exemplopara todos na convivência positivacom o Diabetes: dona Cacilda, tiaLaura, sr. Francisco, sr. Cícero e donaMiriam mostram, cada um a seumodo, como conviver bem com estadisfunção. Vale a pena se inspirarnestes exemplos.Exemplo também é o da famíliaFranco. Com duas filhas portadorasde diabetes tipo 1 eles tinham tudopara tentar padronizar osprocedimentos com elas, mas foiexatamente o contrário. Respeitandoas particularidades de cada uma, elesencontraram a fórmula de viver comalegria.Leia também as matérias sobre feridasda dra. Mônica, sobreautomonitorização da dra. Marlucee de nutrição escrita pelas nutricio-nistas da Associação de Diabéticos deItabuna.Para fechar nossa edição, a Turma daPracinha dá uma lição na volta àsaulas.Um abraço de nossa equipe.
* Rafaele Madormo é Gerente deMarketing - Diabetes Healthcare
e respeito,EDUCAÇÃO
TAMBÉM NA ESCOLA
N
L I V R O
Denise Maria MartinsPhorte Editora(www.phorte.com)
25 a 27 de maio de 2001
IV COPEM
Congresso Paulista de
Endocrinologia e Metabologia
São Paulo - SP
Organizado por Paradigma
Planejamento de Eventos
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Uma publicação do CENTRO BD DE EDUCAÇÃO EM DIABETES - Ano XV - Nº 61 - janeiro/fevereiro/março de 2001
VOLTA ÀS AULASRecomendações eesclarecimentos úteis
GLICEMIAA importância daautomonitorização com adra. Marluce Leão
GENTE COMO AGENTEConheça pessoas quecontrolam a Diabetes commuita disposição
PREVENÇÃO NASFERIDASDra. Mônica Antar Gambaalerta: não ignore nenhuma“feridinha”
OS TABUS DAALIMENTAÇÃO
EXEM
PLAR D
E ASSI
NANT
EVE
NDA
PRO
IBID
A