conflitos na colônia sinimbú

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  CONFLITOS NA COLÔNIA AGRÍCOLA DE SINUMBÚ JOÃO FERNANDO BARRETO DE BRITO  O artigo em questão foi pautado no projeto de pesquisa submetido ao processo de seleção para o PPGH – UFRN em 2013, sob a orientação da Professora Doutora Juliana Teixeira Souza. A ideia de apresentar essa comunicação no XVII Simpósio Nacional de História é resultado de uma preocupação que reconhece a importância do diálogo com outros pesquisadores no processo de formação do saber acadêmico, que considero uma etapa vital para o processo de amadurecimento deste projeto. 1. A violência e o trabalho no campo Por um período de quase dois anos (de abril de 2010 a março de 2012), fui bolsista de iniciação científica na pesquisa intitulada “Habitação e Tradição. Uma caracterização histórico-documental” sob a coordenação do professor Dr. Rubenilson Brazão Teixeira (Departamento de Arquitetura), trabalhando essencialmente na transcrição dos relatórios dos Presidentes e Governadores do Rio Grande do Norte (1835-1930). Durante o tempo envolvido com estes documentos tive a oportunidade de refletir sobre diversas questões que me chamaram atenção, sendo uma delas os relatos dos colonos de Sinimbú sobre as violências que sofreram, cometidas pelos diretores da colônia. A colônia agrícola de Sinimbú, segundo o relatório do então primeiro vice-presidente Manuel Januário Bezerra Albuquerque de 1878, esteve localizada entre as vilas de Extremoz e Ceará-Mirim, cerca de uma légua e meia destas, à margem esquerda do rio Caratan, também conhecido por rio Mudo. O terreno da colônia estaria localizado num ponto elevado, tendo  Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Licenciatura em História – UFRN - e est udante do Programa de Pós-graduação em História – PPGH-UFRN.  

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Artigo publicado na ANPUH em 2013 que trata historicamente da Colônia Agrícola Sinimbú, no ano de 1878, na província do Rio Grande do Norte.

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  • CONFLITOS NA COLNIA AGRCOLA DE SINUMB

    JOO FERNANDO BARRETO DE BRITO

    O artigo em questo foi pautado no projeto de pesquisa submetido ao processo de seleo para o PPGH UFRN em 2013, sob a orientao da Professora Doutora Juliana Teixeira Souza. A ideia de apresentar essa comunicao no XVII Simpsio Nacional de Histria resultado de uma preocupao que reconhece a importncia do dilogo com outros pesquisadores no processo de formao do saber acadmico, que considero uma etapa vital para o processo de amadurecimento deste projeto.

    1. A violncia e o trabalho no campo

    Por um perodo de quase dois anos (de abril de 2010 a maro de 2012), fui bolsista de iniciao cientfica na pesquisa intitulada Habitao e Tradio. Uma caracterizao histrico-documental sob a coordenao do professor Dr. Rubenilson Brazo Teixeira (Departamento de Arquitetura), trabalhando essencialmente na transcrio dos relatrios dos Presidentes e Governadores do Rio Grande do Norte (1835-1930). Durante o tempo envolvido com estes documentos tive a oportunidade de refletir sobre diversas questes que me chamaram ateno, sendo uma delas os relatos dos colonos de Sinimb sobre as violncias que sofreram, cometidas pelos diretores da colnia.

    A colnia agrcola de Sinimb, segundo o relatrio do ento primeiro vice-presidente Manuel Janurio Bezerra Albuquerque de 1878, esteve localizada entre as vilas de Extremoz e Cear-Mirim, cerca de uma lgua e meia destas, margem esquerda do rio Caratan, tambm conhecido por rio Mudo. O terreno da colnia estaria localizado num ponto elevado, tendo

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Licenciatura em Histria UFRN - e estudante do

    Programa de Ps-graduao em Histria PPGH-UFRN.

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    sido fundada pelo Presidente da Provncia do Rio Grande do Norte Jos Nicolu Tolentino de Carvalho, antecessor de Janurio, no ano de 1877. A mando do Presidente de Provncia Janurio Bezerra, o 2 escriturrio da Alfndega Antnio Cypriano de Arajo Silva desenvolveu um estudo sobre a dita colnia no qual obteve nmeros bastante significativos sobre sua composio populacional. Para se ter ideia do tamanho do ncleo agrcola de Sinimb, de acordo com a pesquisa levantada no ultimo recenseamento, effectuado em 1890 d ao municpio de Natal uma populao de 18,299 habitantes(MARANHO, 1893:42) Sinimb tinha por volta de 1200 palhoas, e cerca de 6600 moradores em 1878, como aponta o relatrio de Antnio Cypriano. Logo, podemos calcular que representa pouco mais que 30% da populao de Natal de 1890 e ultrapassaria a populao de municpios como Ars, que neste mesmo censo teve a contagem de apenas 3832 habitantes.

    As denncias contra os diretores da Colnia Agrcola Sinimb aparecem no relatrio de Manuel Janurio Bezerra Monteiro, presidente de provncia do Rio Grande do Norte em 1878, que registra os relatos dos colonos. Alguns destes relatos dizem respeito forma como eram tratados, sendo sujeitados aos mais diferentes tipos de violncia, como o uso da forquilha, espancamento com porrete, a negligncia de socorros mdicos e falta de vveres. Os colonos que morriam em decorrncia dos castigos fsicos s eram conduzidos ao jazigo, em certos casos, aps a quase total decomposio da matria, sendo os cadveres devorados por animais.

    Era tal o desleixo do director da Colnia, que nem mesmo os cadveres eram conduzidos ao ultimo jazigo com a presteza necessria, mas smente depois da decomposio quase total da matria. Confrangia o corao o espectaculo horripilante de enterramento de cada uma dessas victimas, cujo crime nico consistia na pobreza e na misria. Muitas vezes, quando um corpo j estava a largar os pedaos, que procurava sepultal-o. [...]

    Outros ainda tinham peior sorte, porque antes de se os levar ultima morada, eram presa dos ces ou das aves carnvoras, como attestam muitas pessoas, entre as quaes se pode citar referida Maria Ventura e o preto Marianno, que viram um co comendo o queixo de um cadver, o qual s foi enterrado trez dias depois. (Relatrio da Assemblia Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte, Presidente Manoel Janurio Bezerra Montenegro, 1879: 15-6).

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    Podemos considerar que este no fora o nico caso de violncia extrema sofrida pelos trabalhadores pobres livres na histria do Brasil Imprio. Mas o caso chama ateno pelo fato desses colonos serem, em sua maior parte, migrantes flagelados da seca de 1877 e estarem sob a tutela de um funcionrio nomeado pelo presidente de provncia, ou seja, um funcionrio a servio do Imprio, do qual os flagelados esperavam proteo, assegurando o acesso aos gneros de primeira necessidade. Nesta colnia estes trabalhadores buscaram socorros, mas tiveram em seu lugar a negligncia e o chicote, os quais se recusaram a aceitar passiva e

    resignadamente. Mas aquela manifestao de rebeldia do trabalhador do campo tambm no era um caso isolado.

    A segunda metade do sculo XIX notadamente caracterizada por manifestaes sociais em boa parte do Brasil, e as provncias do Norte tambm serviram de palco para essas revoltas. Apoiadas pelos grandes proprietrios, uma srie de medidas legais tomadas tanto pelo governo central, quanto pelos governos provinciais e municipais - como aumento e

    criao de novos impostos, o recrutamento militar obrigatrio, a criao dos censos para registros civis de nascimento e bito, a aplicao de novos padres de pesos e medidas, leis de combate a vadiagem e de cotas de trabalho etc. - contriburam para o descontentamento dos populares. Em vrias provncias do Norte1 surgiram movimentos de contestao rurais e urbanas2.

    Um exemplo dessas manifestaes o movimento conhecido como Ronco da Abelha, que ocorreu entre 1851-1852. A revolta se deu por conta dos decretos de nmeros 797 e 798 que instituam o Censo Geral do Imprio e o registro Civil dos Nascimentos e

    1O termo Norte compreendia desde a provncia do Amazonas at a da Bahia. A utilizao da palavra Nordeste antes de 1920 incomum, uma vez que ela passa a ser pensada a partir do problema das longas estiagens no final do sculo XIX e comeo XX, quando registrada pelos documentos das comisses formadas para combater a seca, fenmeno discurso - que ir ser conduzido principalmente pela elite pernambucana e que acabar culminando na construo do vocbulo Nordeste entre 1920-1930. Ver Peter Eisenberg (EISENBERG, 1977) e Neroaldo Pontes (AZEVDO, 1984). 2Algumas revoltas urbanas as quais no sero abordadas neste trabalho em virtude do distanciamento com a temtica aqui proposta. o caso de Pano do Teatro So Joo (1854), Carne sem osso, farinha sem caroo (1858), e a Revolta de 1878, as quais iniciaram em Salvador, mas que constitui um conjunto que acabara por influenciar vrias cidades como Recife, Natal, Mossor, Fortaleza, Macau, Mucuripe, So Lus entre outras. Estas informaes foram retiradas do livro de Hamilton de Mattos (MONTEIRO, 1993).

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    bitos, respectivamente, por acreditarem que as solicitaes de informaes sobre a cor faria com que fossem reduzidos condio de escravos os recm-nascidos e batizados. J a revolta do Quebra-quilos, tambm conhecida como imposto do cho, aconteceu entre 1874-1877, tendo como motivos geradores dos motins a nova lei do recrutamento militar, o aumento do imposto cobrado sobre os gneros alimentcios, alm da criao de um novo padro de pesos e medidas. Em resposta foram atacadas as coletorias de impostos e destrudos os arquivos das Cmaras Municipais, documentos dos cartrios civis e criminais e at mesmo alguns postos dos correios. A revolta conhecida como Guerra das Mulheres (1875-1876), teve sua motivao por conta da aplicao da Lei n 2556, que visava recrutar obrigatoriamente - os homens livres e vlidos, solteiros e casados, entre 19 e 30 anos, a qual fora interpretada como uma nova lei de escravido. Em represlia vrias mulheres foram at as juntas paroquias e rasgaram os editais de convocao, livros e exemplares das leis, ocorrendo em vrios casos agresses entre os manifestantes e a fora policial, como no caso da cidade de Mossor. Tais revoltas se manifestaram nas provncias de Pernambuco, Paraba, Alagoas, Sergipe, Bahia, Rio Grande do Norte e Cear.

    Importante observar que as revoltas se concentram entre as dcadas de 1850 e 1870, sob o contexto do fim do trfico de escravos (1850) e a instituio da Lei do Ventre Livre (1871). Aps essas medidas, podemos constatar que as populaes do Norte, em especial, ficaram muito sensveis a tudo que sugerisse mudanas nas relaes de trabalho. Alm das tenses ocasionadas em decorrncia dos problemas da seca e do difcil acesso a terra, que remetem a uma luta cotidiana pela sobrevivncia, mais dois fatores apareciam como motivadores para a insubordinao deste trabalhador rural: o medo de ser escravizado (perder formalmente o direito da liberdade) e o medo de serem tratados como escravos por seus patres. Num momento em que o sistema escravista aos poucos desmoronava crescia o desejo desse homem do campo de impor limites s novas formas de dominao, o que implica em expectativas com relao ao papel do Estado, do qual se espera proteo.

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    2. A historiografia sobre o trabalho no campo

    No que trata do debate historiogrfico acerca do tema aqui abordado, pode-se dizer que a presente pesquisa dialoga com campos distintos: Histria Agrria e Histria Social do Trabalho.

    Nos estudos da Histria Agrria se destaca a figura do homem pobre livre do campo, que associada imagem do migrante despossudo, vtima da ambio senhorial, que o explora de todas as formas possveis, embora em alguns casos este homem seja levado a viver e pensar conforme suas experincias enquanto campons. Este sistema que o explora e o

    degrada caracterizado por esta perspectiva da histria como uma superestrutura, a qual se desenvolve atravs do jogo de favores entre o poder pblico seja a nvel central ou municipal - e os senhores de terra.

    As estudiosas em Sociologia Rural, Maria Sylvia de Carvalho Franco e Maria Isaura Pereira de Queiroz, Homens Livres na Ordem Escravocrata (1969), O campesinato brasileiro (1973), respectivamente, denunciam que as relaes estabelecidas entre estes trabalhadores despossudos e os grandes proprietrios de terras, os senhores exportadores, destacando certa dependncia do campesino para com o patro. Enquanto Franco enfatiza os elementos comuns a todo grupo, Queiroz enxerga que a construo de uma homogeneizao do campesinato problemtica, uma vez que limita o homem do campo pobre livre a uma uniformidade que no existe, uma vez que estes podiam desempenhar funes diferentes pequenos proprietrios, arrendatrios, lavradores, jornaleiros, agregados etc. conforme o tamanho das reas cultivadas e das famlias, principal geradora de mo-de-obra.

    Por outro lado, as historiadoras Hebe de Mattos de Castro, em Ao Sul da Histria: lavradores pobres na crise do trabalho escravo (1987), e Mrcia Mendes Motta em Nas fronteiras do poder: conflito e direito terra no Brasil do sculo XIX (1998), inauguraram estudos que propunham o aprofundamento do problema campesino no que tange as formas de subverso daquela superestrutura e de apropriao do solo agrrio, como as questes que envolvem o direito sobre ele, do embate entre o direto costumeiro (marcos e

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    sua antiguidade: elementos de definio dos direitos de posse e propriedade) e o direito legal, que repercutem na diferena entre propriedade legal e o controle da terra. (Ver THOMPSON, 1986).

    Segundo Mattos, havia uma abundncia de terras livres as quais relativizava a precariedade do acesso a terra e incentivava o nomadismo [sic], o que acabava por contribuir para que este homem do campo gozasse de certa autonomia e se insubordinasse com relao aos grandes senhores terra. Desta maneira, a autora afirma que a grande oferta de terra livre e o trabalho familiar representavam uma possvel mobilidade social e econmica, havendo margem para o acmulo de excedentes, enquanto que o trabalho assalariado permanecesse mal remunerado mesmo em perodos de plena atividade e regularidade.

    A formao do mercado de trabalho no Rio Grande do Norte no um tema totalmente novo. A historiadora Denise Mattos Monteiro, em Introduo Histria do Rio Grande do Norte (2000), inaugura os estudos sobre o mundo do trabalho no Rio Grande e d nfase a uma abordagem economicista, que descarta o estudo da experincia da escravido por conta da pouca expressividade do nmero de escravos nesta provncia. Segundo a autora, existe um maior nmero de trabalhadores pobres livres (estereotipados na poca de caboclos ou mestios), os quais serviram de base para a produo agrcola e pecuarista. Estes lavradores so classificados de maneira homognea, e estariam necessariamente associados ao trabalho nas terras dos grandes senhores proprietrios, embora reconhea que estes poderiam estar ligados a atividades que julga complementar, a exemplo do jornaleiro. Portanto, predomina a percepo desses homens livres como despossudos.

    O segundo o trabalho de dissertao de Muirakytan Kennedy Macdo, A penltima verso do Serid: espao e histria no regionalismo seridoense (1998), na qual contribui para entender o complexo convvio entre escravos, homens pobres livres, alforriados condicionais e senhores de terra. Para tanto o autor aponta que o nmero de escravos caiu vertiginosamente de 1855 a 18883, em decorrncia do comrcio interprovincial, como tambm 3 Ver tabela de Mattos, M. R. F. Villa do Prncipe 1855/1890 Serto Seridoense Um estudo de caso da

    pobreza, p. 137.

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    por conta da seca, que contriburam para um tratamento diferenciado, em que coexistia o trabalho corpo a corpo entre patro e os seus subordinados vivendo das mesmas atividades, principalmente na regio do Serid aonde a oferta de escravos era menor, se comparada a regio do litoral aucareiro.

    ESCRAVOS NA PROVNCIA DO RIO GRANDE DO NORTE

    RIO GRANDE DO NORTE (PROVNCIA)

    SERID %

    1855 20.244 2.179 10,7 1872 13.484 2.624 19,4 1873 10.282 1.969 19,1 1881 9.367 1.905 20,3 1882 9.109 1.298 14,2 1883 8.807 1.160 13,1 1884 7.627 885 11,6 1887 2.161 - 1888 482 132 27,3

    1- Tabela demonstrativa da reduo do nmero de escravos na provncia do Rio Grande do Norte.

    Por outro lado, o trabalho assalariado no campo, evidentemente, no se configurou como capitalista, haja vista que o pagamento em moeda corrente se caracterizava por uma eventualidade e complementariedade, como no caso dos jornaleiros, os quais por vezes recebiam como pagamento gneros alimentcios como, por exemplo, a farinha de mandioca, esta muito negociada em troca do trabalho braal. Em contrapartida, vigorava entre os pequenos proprietrios o trabalho familiar em que esses pequenos agricultores e criadores, com frequncia, recorriam a outras fontes de renda em terras de fazendeiros, como forma de complementar sua renda (MACDO, 1998: 35). Alm disso, Kennedy aponta que a disponibilidade de terras devolutas, ainda no sculo XIX, corrobora com a teoria de certa mobilidade do campons, considerando que esta oferta acabava por gerar oportunidades de acesso a terra para pessoas provenientes do reino ou nascidos na colnia, o que representava

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    uma chance de subverso daquela superestrutura, da dependncia total do grande senhor de terras, da existncia de um trabalhador diferente do escravo e que diverge da figura do despossudo.

    importante ressaltar que h uma constante preocupao dos homens pobres livres em se distinguirem dos escravos, visto que havia uma linha muito tnue entre eles e os no libertos, ainda mais quando se tratava das relaes de trabalho estabelecidas entre senhores e escravos, senhores e trabalhadores livres. O reflexo dessa realidade foi sentido no sculo XIX, em que vrios protestos e revoltas tomaram os campos em virtude da necessidade desse homem livre se firmar enquanto tal, negando possveis semelhanas com os escravos, diferenciando-se, hierarquizando-se.

    3. Marcos para o estudo do caso Sinimb

    No Rio Grande do Norte, desde a primeira metade do sculo XIX se percebe a preocupao das autoridades com o controle e a proletarizao do homem pobre livre. Nos relatrios de presidente de provncia do RN de 1839, h referncia criao da Companhia dos Jornaleiros, a qual tinha por finalidade recrutar braos para a lavoura e para a realizao de obras na capital, alistando, sobretudo, vadios, ciganos, aggregados sem occupao honesta, e malfeitores apaziguados considerados vadios (VASQUEZ. 1849:16).

    Tratando da policia no julgo fora de propsito fallar-vos das companhias de jornaleiros que mandastes criar na capital e villas da provncia pela lei de 24 de outubro do anno passado [1837]. O governo propoz se organisar estas companhias; [...] primeiro que tudo nomear os comandantes destas companhias para elles alistarem os jornaleiros; mas para isto pode fazer-se torna-se indispensvel, que marqueis algumas vantagens aos comandantes porque do contrario o governo no achar uma s pessoa, que o queira ser, e debalde proceder ao alistamento, salvo se usar dos meios coersivos. (Discurso de Joo Valentino Dantas Pinaj, vice presidente da Provncia do Rio Grande do Norte, 1839:10.)

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    A populao pobre, constituda principalmente de negros, pardos e caboclos, acabara considerando que tal recrutamento tratava-se de uma armadilha que visava reduzi-los escravido. Este temor tem razes em uma longa histria, e sendo fundado ou no acabou por legitimar resistncia s diferentes tentativas de controle sobre a mo de obra, principalmente quando o alistamento se dava por meio da coero, exemplificado na fala do presidente de provncia Magalhes Vasquez, que diz

    A Lei n. 12 de 24 de Outubro de 1837 autorisou a organisao de companhias de jornaleiros para serem empregados em obras publicas ou mesmo no servio particular, formadas por todos os individuos de 18 a 40 annos de idade, que no estivessem qualificados na Guarda Nacional por falta de renda, no fssem vaqueiros ou no tivessem officio nem beneficio, e marcou as penas para punio da omisso, insubordinao ou qualquer outra falta.[...] A Lei Provincial de 24 de Outubro de 1837 procurou remediar a to grande mal [a falta de braos], ordenando a creao de companhias de jornaleiros; em seu auxilio ordenou a Resoluo Provincial de 8 de Novembro de 1838 o arrolamento pelos juizes de Paz, e tomou providencias contra os vadios, ciganos, aggregados sem occupao honesta, e malfeitores apaziguados: porm essas leis, [...] encontraro invencivel repugnancia nos preconceitos e desconfianas que se levaro na populao que se devio applicar, qual a obrigao do servio antolhou-se como escravido; ficaro ellas sem execuo. E os habitos prejudiciais industria subsistem em todo o vigor.(Falla do Presidente da Provncia do Rio Grande do Norte, Benvenuto Augusto de Magalhes Vasquez, 1849: 16)

    Fatores como a oferta de terra livre e o trabalho familiar, contriburam para a produo de um campesinato que, socialmente e culturalmente, poderia subverter o controle estabelecido pelos senhores, pelo governo central e municipal, possibilitando assim a quebra do esteretipo acerca do homem do campo despossudo e/ou sempre ligado a terra apenas por intermdio do grande proprietrio. So questes que ajudam a pensar as relaes de trabalho, assim como a relutncia desse trabalhador rural ao processo de proletarizao.

    Apresento um trecho da fala do presidente da provncia do Rio Grande do Norte de 1859, Nunes Gonalves, que relata a falta de braos escravos e a dificuldade para promover o trabalho no campo, revelando, por sua vez, certa conscincia dos jornaleiros o que contraria

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    a historiografia tradicional - quanto ao valor que deviam receber pelas jornadas trabalhadas, mas tambm de sua importncia para o Estado e para o grande proprietrio de terras.

    Avista da admirvel bondade do solo, maior devera ser a produo, se podessem ser aproveitadas as grandes safras dos engenhos. Como sabeis, quase todo o manejo deste feito por braos livres, attenta a muito limitada escravatura, de que dispe a provincia: os esforos e instancias dos senhores de engenho para aquisio de maior numero de trabalhadores tem elevado os salrios a um preo exorbitante, e os jornaleiros, considerando-se instrumentos necessrios, torno-se caprichosos e insubordinados na prestao de seus servios e com summa facilidade quebro todos os seus compromissos, deixando no poucas vezes de saldar as sommas, que lhes so adiantadas.(Relatrio da Assembleia Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte, Presidente Antonio Marcelino Nunes Gonalves Maranho, 1859: 24)

    H de se ressaltar o crescimento de um mercado de trabalho para esses homens livres, uma vez que o prprio trabalho, antes pensado pela elite agrria como uma atividade destinada apenas aos escravos, j teria sido aceita e estava em curso pelas mos dos homens pobres livres do campo, como afirma o presidente da Provncia do Rio Grande do Norte Nicolau Tolentino

    Pena que a agricultura no tenha tido o possvel incremento, que sofra os efeitos da falta de braos e capitais. Esse mal, porm, remedivel. O trabalho livre, aceito e j estabelecido, promete ser mais largamente desenvolvido; os capitais formar-se-o, sem duvida, se a necessidade reconhecida de estabelecimentos bancrios for satisfeita, como de esperar, atentos os urgentes reclamos dessa grande e importante classe da sociedade, os agricultores. (Fala do Presidente da provncia do Rio Grande do Norte, Jos Nicolau Tolentino de Carvalho, 1877: 24).

    Para os governantes, esta parcela livre de trabalhadores contribuiria com o projeto de desenvolvimento da agricultura, sendo inseridos em fazendas, engenhos ou ncleos agrcolas como o de Sinimb, de maneira a serem proletarizados. Logo, podemos afirmar que a busca por uma fora produtiva composta de trabalhadores pobres livres na provncia do RN pressupe alteraes nas relaes sociais e econmicas do campesinato, j que esse trabalhador ao ser incorporado como mo-de-obra perde gradativamente a autonomia frente ao patronato para tornar-se proletarizado, ou seja, dependente do senhor de terras.

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    Destarte, no podemos afirmar que a transio do trabalho escravo para o trabalho assalariado se deu por conta da extino da escravido, uma vez que j se configurava um mercado para o trabalhador pobre livre, como relatava Nicolau Tolentino, e que aos poucos acabava incorporando os negros que restavam na provncia alforriados, libertos condicionais, ou escravos de ganho -, transformando um campesinato em busca de autonomia em fora de trabalho cada vez mais submetida elite agrria. Estes sujeitos seriam obrigados a se retirar do campo em decorrncia do fator climtico da seca, mas suas formas de viver e pensar continuariam vinculadas experincia histrica adquirida enquanto campons e preocupao em se afastarem da experincia dramtica da escravido, como tambm em virtude de uma conscientizao dos direitos obtidos junto s esferas pblicas de poder. So os conflitos decorrentes desse movimento que pretendemos abordar nesse projeto.

    A partir dessa experincia histrica da escravido e da experincia camponesa, podemos encontrar o fio condutor para a compreenso do comportamento desses homens pobres livres, quanto aos medos que os afligiam principalmente a serem tratados como escravos ou serem escravizados -, quanto s formas de reivindicar seus direitos a quem e como recorrer aos direitos ou contra os abusos e como se impor mediante um poder pblico que hesita em assegurar os direitos desses homens pobres.

    Por outro lado, a relao com a terra antes de se dirigirem para a colnia agrcola de Sinimb tambm interfere na forma como vo dar sentido, significado, experincia nesta colnia. Seria algo passageiro, at retornarem para suas terras? Seria ponto de pouso antes de irem para outros lugares, como as cidades? Ou queriam se fixar nas fazendas ou colnias? O relatrio do presidente de provncia Nicolau Tolentino nos leva a crer que parte destes colonos antes de chegarem Sinimb poderia ter pertencido a um grupo de pequenos agricultores autnomos, o que pode revelar a resistncia em se submeterem a um chefe de colnia ou ao senhor de fazenda, quando o mesmo em sua Fala de 6 de maro de 1878 afirma que Ainda existem nas cidades de Mossor e Macu e nas Villas do Cear-mirim, So Gonalo e Extremoz extraordinrio numero de emigrantes, alguns dos quaes j procuraram voltar aos seus domiclios (CARVALHO, 1877:17.).

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    De acordo com a historiadora Hebe Maria Mattos, a anlise das experincias dos homens pobres do campo a partir do conceito de campesinato viabiliza uma discusso que rompe com o discurso tradicional, ou seja, que se distancia daquela viso da superestrutura e da abordagem econmica reducionista, que considera a Abolio um marco da transio do trabalho escravo para o assalariado. Partindo desta perspectiva generalista no se daria importncia a elementos essenciais reflexo sobre o que o campesinato, como da atuao dos trabalhadores pobres livres durante a escravido, da prpria experincia da escravido a qual informa a formao do trabalho, mas tambm no que se refere cultura desses homens, imprescindvel na definio das formas de pensar e agir quanto sabedores dos deveres e obrigaes dos governantes, bem como das formas pelas quais estavam sendo tratados.

    Conforme Hebe Maria Mattos a grande oferta de terras livres em reas de fronteira ou regies pouco valorizadas pelos latifundirios acabam por nos fornecer instrumentos capazes de relativizar o conceito do homem pobre livre despossudo e subordinado ao grande proprietrio de terras, uma vez que havia a possibilidade da mobilidade social e cultural , de insubordinao e, por conseguinte, de acumular certo capital em temporadas regulares com o trabalho familiar e trabalho complementar remunerado (se levarmos em conta que at os escravos conseguiam com enormes dificuldades - acumular capital para a compra da liberdade).

    No Rio Grande do Norte, em especial, esse homem pobre livre do campo representa a maior parcela da fora de trabalho. Logo, de interesse demonstrar sua capacidade de mobilizar e protestar contra abusos relacionados tanto s condies de trabalho quanto a manuteno de seus direitos. Partindo da leitura do trabalho de Hebe Mattos (CASTRO, 2001) importante considerar que as experincias de um passado escravista e/ou de trabalhado subjugado ao grande senhor de terras vo contribuir para o desejo de um futuro autnomo, exemplificado na figura do pequeno proprietrio terras.

    Segundo Francivaldo Alves Nunes em seu trabalho A semente da colonizao: Um estudo sobre a Colnia Agrcola Benevides (Par, 1870-1889) (2008), a criao dessas

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    unidades produtivas fez parte de um plano de reformas da agricultura no Brasil, que propunha o fomento da atividade agrcola em todo territrio nacional e a implantao de crdito agrcola. Conquanto, acreditamos que este plano de reformas, o qual culminou na experincia de implantao de vrias colnias agrcolas em toda nao - a exemplo do Ncleo Benevides, de Assunguy, Mucury, Porto Real, Cananea, nas provncias do Gro-Par, Paran, Minas Gerais, Rio de Janeiro e So Paulo, respectivamente - representou muito mais que a tentativa de desenvolver a lavoura e a consequente insero da Provncia no plano de reformas da agricultura no Brasil. Segundo Nunes, os ncleos agrcolas poderiam est sendo pensados como espaos para aliviar os conflitos (NUNES, 2008: 45) pelos grupos locais dominantes.

    Sendo assim, partimos do pressuposto que havia o interesse das elites e das autoridades pblicas do Rio Grande do Norte em dar tambm um destino ao grande nmero de migrantes, de modo a controlar a fora de trabalho e produo, mas tambm de incorporar o pequeno proprietrio de terra - os homens pobres livres - colnia, de modo a mant-los sobre determinada disciplina, proletarizando-os e incorporando-os tambm a pequena propriedade de terra, caso possusse, junto ao latifndio ou colnia. Como sugere o professor Renato Amado Peixoto em Cartografias Imaginrias: estudos sobre a construo da histria do espao nacional brasileiro e a relao da Histria e Espao (2011), no podemos considerar esses dois grupos sociais autoridades pblicas e grandes proprietrios de forma independente, pois o mesmo governo v-se obrigado no raramente a negociar/conceder favores junto s elites locais para ter sua autoridade reconhecida em forma de centralidade.

    No que se refere s fontes, utilizaremos os Artigos dos Relatrios do Ministrio dos Negcios do Imprio (1878,1879 e 1880) e os Relatrios de Presidente de Provncia do Rio Grande do Norte (1878,1879 e 1880), disponibilizados pelo portal www.brazil.crl.edu pelo Center for Research Libraries; As Atas do Conselho de Estado Terceiro Conselho do estado (1875 1880 e 1880- 1884) disponvel em http://www.senado.gov.br pelo Senado Federal; Jornais do fim do sculo XIX como o Brado Conservador e a Gazeta do Natal, que podem ser encontrados no endereo eletrnico http://hemerotecadigital.bn.br/ da Fundao Biblioteca

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    Nacional, como tambm os jornais que esto na Biblioteca Central Zila Mamede - UFRN em processo de digitalizao, o que vai permitir a consulta. Tambm utilizaremos fontes como os documentos do Ministrio da Agricultura, as Atas da Assembleia Legislativa Provincial, e as Correspondncias entre os representantes do Governo Provincial e do Governo Central.

    Nos documentos citados acima podemos localizar textos que certamente contribuiro para a resoluo dos problemas propostos pelo atual projeto, uma vez que nestes podemos encontrar os discursos testemunhos indiretos - dos colonos de Sinimb, dos funcionrios da provncia, bem como dos prprios presidentes (1876-1880), e dos funcionrios pblicos ligados Assembleia e ao Conselho acerca da colnia. Nestas fontes localizamos temas variados, que dizem respeito seca, a migrao, as relaes de trabalho, a economia provincial, os usos e abusos do controle da terra, e a administrao do governo provincial, principalmente no que se refere a como lidar com o migrante do interior, que se transporta para o litoral da provncia e , por sua vez, deslocado por meio de estratgias das elites locais para as cadeias, casas de passagem e colnias agrcolas.

    A proposta do trabalho mostrar que a experincia da escravido repercutiu nas novas relaes que vo sendo estabelecidas entre os homens pobres livres, os grandes proprietrios de terra e os representantes do governo, considerando as estratgias de dominao utilizadas pelas elites e as reivindicaes dos homens pobres livres. Outro ponto perceber como a experincia desses homens pobres livres enquanto campesino autnomo ou dependente dos grandes senhores, como jornaleiro proletarizado, interferiu nos sentidos conferidos ao trabalho na colnia. Alm do mais pretende-se compreender a relao entre os colonos de Sinimb e os representantes da provncia do Rio Grande do Norte, pensando no papel atribudo aos governantes com relao proteo e distribuio da justia. E, por fim, analisar as relaes entre senhores de terra e os homens pobres livres no campo nos espaos controlados pelo Estado, as quais repercutem nos conflitos desenrolados na colnia, de maneira a identificar as prticas que agem sobre este espao, uma vez que estas colnias agrcolas so dotadas de dinmicas especficas pelas diferentes particularidades no tocante de sua criao/funo em vrios pontos da nao.

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    Vale salientar que, embora haja uma historiografia preocupada em articular essas duas experincias, da escravido e formao de mercado de trabalho livre, ainda no h trabalhos que problematizem discusses voltadas para o mundo rural no Rio Grande do Norte, o que se configura como uma lacuna historiogrfica. Portanto, pode-se afirmar que esta pesquisa tem sua relevncia e originalidade definidas pela opo em analisar o conflito na Colnia Sinimb a partir daquele conjunto mais amplo de questes abordadas nos estudos sobre revolta no campo, tais como a conformao do trabalho livre nas reas rurais e as migraes, as polticas imperiais relacionadas ao trabalho nas provncias do Norte e os conflitos relacionados ao fim da escravido. Interessa-nos discutir, entre outras coisas, como a experincia da escravido informa as novas relaes que vo sendo estabelecidas, nos medos dos homens pobres livres e na perpetuao das estratgias de dominao utilizadas pelas elites, incluindo a violncia como marco principal.

    4. Referncias bibliogrficas

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    Discurso que recitou o bacharel Joo Valentino Dantas Pinaj, vice presidente da Provncia do Rio Grande do Norte na abertura de sua Assembla Legislativa na 1 sesso ordinria da 2 legislatura no dia 7 de setembro de 1838. 17 da Independncia e do Imprio Cidade do Natal 1839.

    Falla dirigida Assembla Legislativa da Provncia do Rio Grande do Norte, na instalao da mesma sesso ordinaria no dia 3 de maio de 1849 pelo Presidente da Provncia, Benvenuto Augusto de Magalhes Vasquez. pernambuco. na typographia de m. f. de faria. 1849.

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    Falla com que o exm. sr. doutor Jos Nicolau Tolentino de Carvalho abriu a 2 sesso da 21 legislatura da Assembleia Provincial do Rio Grande do Norte, em 18 de outubro de 1877. Pernambuco typ. de M. Figueiroa de Faria & Filhos, 1877.

    Mensagem do Governador Dr. Pedro Velho de Albuquerque Maranho. Relatrio apresentado aos chefes das reparties pblicas estadoais do Rio Grande do Norte. Natal, typog. da Repblica, 1893.

    Relatrio que Assembleia Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte apresentou no dia 14 de fevereiro de 1859, por occasio de sua instalao o exm. Presidente da Provncia. Doutor Antonio m. n. Gonalves Maranho. Typ. commercial de Antonio Pereira Ramos Almeida,1859.

    Relatrio com que instalou a Assemblia Legislativa Provincial do Rio Grande do Norte no dia 4 de Dezembro de 1878. O 1 vice-presidente o exm. Sr. Dr. Manoel Janurio Bezerra Montenegro. Pernambuco, Typ. do Jornal do Recife 47 Rua do Imperador 1879.