configuração da rede linux - hardware

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Configuração do sistema e atualizações No Ubuntu 12.04, as opções de configuração do sistema, dentro do Unity ficam concentradas nos applets da área de notificação e no "Configurações do sistema" (o gnome-control-center) que vem fixo na barra lateral por default. Ele oferece um conjunto relativamente modesto de opções, que abrangem apenas as áreas mais comuns. Apesar disso, ele esconde vários segredos que iremos ver nas sessões seguintes. Tudo começa com as seções "Aparência" e "Brilho e bloqueio", que incluem opções básicas relacionadas ao lançados do Unity (o ajuste da largura da barra e a opção de ocultá-la automaticamente) e as configurações de brilho e esmaecimento da tela (que acaba por economizar uma boa dose de energia em notebooks, mas que muitos preferem desativar) bem como o bloqueio automático. O Ubuntu oferece uma configuração central para a linguagem do sistema, bem como para a instalação de novas línguas, localizado no "Suporte a idiomas". Este é um ponto em que o Linux está à frente do Windows em termos de facilidade de configuração. Ao instalar uma nova linguagem, o sistema verifica os pacotes instalados e instala os pacotes de internacionalização para os diferentes componentes (Gnome, KDE, LibreOffice, etc.) automaticamente, tornando muito simples manter um sistema com várias linguagens instaladas e alternar entre elas conforme desejado. Já a várias versões, a Canonical oferece o Ubuntu One, um serviço de armazenamento nas nuvens, que oferece 5 GB de espaço gratuito e um plano pago que dá direito a 20 GB. Além de se integrar bem ao sistema, oferecendo sincronização automática de pastas selecionadas, ele oferece também clientes para Windows e Android, oferecendo recursos bem similares ao Dropbox. Embora já tenha apresentado problemas de disponibilidade no passado, um dos atrativos do serviço é que o preço do plano pago é mais baixo que os oferecidos pelo Dropbox. Enquanto escrevo, o plano de 20 GB custa apenas US$ 30 anuais, contra os US$ 99 anuais do plano de 50 GB do Dropbox. Como ele já vêm pré-instalado no sistema, vale à pena fazer um teste com a versão gratuita. Continuando, uma área em que o Linux avançou bastante na última década é o suporte a impressão, que deixou de ser algo complicado, que envolvia baixar arquivos .ppd e fazer a configuração manualmente através da interface do Cups. Como os drivers de impressão já vêm incluídos diretamente no Cups, a configuração é bem simples, envolvendo apenas indicar o fabricante e o modelo da impressora (no caso de modelos recentes, que ainda não tenham um driver específico, vale a velha dica de escolher um modelo similar) e na maioria dos casos o sistema é capaz de detectar a impressora automaticamente durante o boot. O mesmo vale para as impressoras de rede, que podem ser instaladas indicando o endereço na rede e o protocolo usado, ou usando a detecção automática no "Impressora de rede > Localizar impressora de rede". O "Rede" oferece algumas opções básicas relacionadas à configuração das interfaces uma opção e um modo de voo, que desabilita todos os transmissores de rádio. Estes são na verdade apenas um subconjunto das opções disponíveis no NetworkManager, que veremos a seguir.

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Page 1: Configuração Da Rede Linux - Hardware

Configuração do sistema e atualizações

 No Ubuntu 12.04, as opções de configuração do sistema, dentro do Unity ficam concentradas nos applets da área de notificação e no "Configurações do sistema" (o gnome-control-center) que vem fixo na barra lateral por default. Ele oferece um conjunto relativamente modesto de opções, que abrangem apenas as áreas mais comuns. Apesar disso, ele esconde vários segredos que iremos ver nas sessões seguintes.

Tudo começa com as seções "Aparência" e "Brilho e bloqueio", que incluem opções básicas relacionadas ao lançados do Unity (o ajuste da largura da barra e a opção de ocultá-la automaticamente) e as configurações de brilho e esmaecimento da tela (que acaba por economizar uma boa dose de energia em notebooks, mas que muitos preferem desativar) bem como o bloqueio automático.O Ubuntu oferece uma configuração central para a linguagem do sistema, bem como para a instalação de novas línguas, localizado no "Suporte a idiomas". Este é um ponto em que o Linux está à frente do Windows em termos de facilidade de configuração. Ao instalar uma nova linguagem, o sistema verifica os pacotes instalados e instala os pacotes de internacionalização para os diferentes componentes (Gnome, KDE, LibreOffice, etc.) automaticamente, tornando muito simples manter um sistema com várias linguagens instaladas e alternar entre elas conforme desejado.Já a várias versões, a Canonical oferece o Ubuntu One, um serviço de armazenamento nas nuvens, que oferece 5 GB de espaço gratuito e um plano pago que dá direito a 20 GB. Além de se integrar bem ao sistema, oferecendo sincronização automática de pastas selecionadas, ele oferece também clientes para Windows e Android, oferecendo recursos bem similares ao Dropbox. Embora já tenha apresentado problemas de disponibilidade no passado, um dos atrativos do serviço é que o preço do plano pago é mais baixo que os oferecidos pelo Dropbox. Enquanto escrevo, o plano de 20 GB custa apenas US$ 30 anuais, contra os US$ 99 anuais do plano de 50 GB do Dropbox. Como ele já vêm pré-instalado no sistema, vale à pena fazer um teste com a versão gratuita.Continuando, uma área em que o Linux avançou bastante na última década é o suporte aimpressão, que deixou de ser algo complicado, que envolvia baixar arquivos .ppd e fazer a configuração manualmente através da interface do Cups. Como os drivers de impressão já vêm incluídos diretamente no Cups, a configuração é bem simples, envolvendo apenas indicar o fabricante e o modelo da impressora (no caso de modelos recentes, que ainda não tenham um driver específico, vale a velha dica de escolher um modelo similar) e na maioria dos casos o sistema é capaz de detectar a impressora automaticamente durante o boot. O mesmo vale para as impressoras de rede, que podem ser instaladas indicando o endereço na rede e o protocolo usado, ou usando a detecção automática no "Impressora de rede > Localizar impressora de rede".O "Rede" oferece algumas opções básicas relacionadas à configuração das interfaces uma opção e um modo de voo, que desabilita todos os transmissores de rádio. Estes são na verdade apenas um subconjunto das opções disponíveis no NetworkManager, que veremos a seguir.

As configurações de som permitem fazer um "overdrive" no volume, usando amplificação via software para ir até os 150% no volume de saída. Este é um truque que ajuda bastante no caso de notebooks com speakers baixos:

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Nas opções de energia, você pode configurar o sistema para dormir automaticamente quando a tampa é fechada, o que é a melhor opção no caso dos notebooks, para que você tenha uma plataforma de trabalho mais móvel, sem precisar desligar cada vez que for se deslocar. Em algumas configurações, o método de suspensão usado pelo sistema pode casar problemas, travando o ambiente gráfico ou mesmo todo o sistema ao abrir novamente a tampa. Uma solução nesses casos é suspender manualmente alterando o estado no próprio kernel, usando o comando:

# echo mem >/sys/power/state

Este comando só funciona se executado diretamente como root (use "sudo su" para logar-se como root no Ubuntu). Usando o sudo o sistema não dá permissão para escrita usando o echo, cat, etc. diretamente em arquivos do sistema, fazendo com que o comando não funciona. Se você quiser usá-lo em algum script onde prefira usar o sudo, uma opção seria primeiro abrir as permissões do arquivo e em seguida executar o comando como usuário normal, como em:

#!/bin/sh

# dormir.sh: Coloca o sistema para dormir

sudo chmod 666 /sys/power/state

echo mem >/sys/power/state

As configurações de teclado escondem alguns segredos. Clicando no "Configurações de layout > Opções", você tem acesso à uma série de opções ocultas para o comportamento do teclado, incluindo opções para desativar ou mudar o comportamento do Caps Lock (você pode usá-lo como uma segunda tecla Super, por exemplo), trocá-lo de posição com a tecla Ctrl, alterar o layout do teclado numérico, e até mesmo ativar o uso do Ctrl+Alt+Backspace para reiniciar o X, que vem desativado no Ubuntu:

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A configuração dos aplicativos padrão e das ações para a inserção de diferentes tipos de mídia (abrir na pasta ou abrir com um aplicativo, por exemplo) está escondida na seção "Detalhes", que lista também detalhes básicos sobre o sistema.As versões recentes do Ubuntu incluem também um utilitário de privacidade, que permite apagar de uma vez os registros de atividade e logs da maioria dos aplicativos, levando o "apagar o histórico" do navegador a um outro nível, englobando agora todo o sistema. Ele também oferece um ajuste detalhado das atividades que serão logadas, permitindo que você elimine o registro de atividades para os arquivos de vídeo e áudio exibidos, por exemplo.O "Cópia de segurança" oferece um gerenciador de backup, que permite salvar pastas específicas em um servidor SSH, WebDAV, FTP ou em um compartilhamento do Windows, bem como em um outro HD ou partição ou no Ubuntu One. As cópias de segurança são realizadas dentro de um período especificado e cópias antigas são automaticamente deletadas conforme não existe mais espaço disponível no destino.

 

Configuração da rede

 A configuração da rede continua sendo feita através do bom e velho NetworkManager, disfarçado agora de applet do Unity:

O NetworkManager surgiu ainda na década passada, como um utilitário de configuração de rede de "nova geração", que utiliza as informações coletadas pelo HAL para detectar as interfaces que estão disponíveis, oferecendo um menu de opções que permite que você se conecte a redes wireless, redes cabeadas e até mesmo a conexões 3G ou ADSL/PPPoE, alternando entre as redes disponíveis de maneira bastante prática.

Ao ativar o transmissor da rede wireless, ele detecta as redes disponíveis e mostra a lista através do applet ao lado do relógio. Ao se conectar a uma rede protegida, ele se oferece para salvar a passphrase e guarda a configuração, passando a se conectar à rede automaticamente quando você estiver dentro da área de cobertura, assim como seria de se esperar.

Ao plugar um cabo de rede, ele chaveia automaticamente da rede wireless para a rede cabeada, obtendo a configuração via DHCP. Desconectando o cabo de rede, ele volta a tentar se conectar a uma das redes wireless disponíveis, e assim por diante.

Por default, ele tenta configurar todas as conexões via DHCP (e desativa a conexão caso o DHCP não esteja disponível, ou o servidor esteja fora do ar), mas você pode também configurar os endereços manualmente, acessando as propriedades da interface, clicando com o botão direito sobre o applet e acessando o "Editar conexões":

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Desde o Ubuntu 8.10, ele oferece também suporte a modems ADSL configurados em modo bridge (conexão via PPPoE) e até mesmo a conexão com VPNs, oferecendo uma solução de conectividade bastante completa. No caso das conexões ADSL, existe também a opção de usar o clássico pppoeconf ("sudo pppoeconf" no terminal), que é o mesmo assistente de configuração usado em outras distribuições derivadas do Debian.

Está disponível também o suporte a conexões 3G, que podem ser configuradas manualmente ou através de um assistente:

As conexões 3G se comportam de forma muito similar às antigas conexões dial-up, incluindo um número de discagem, login de usuário e APN (que funciona como uma espécie de gateway padrão). Existem valores padronizados para cada operadora, por isso o assistente não tem problemas em configurar a conexão a partir da indicação da operadora usada. A questão central é que o modem usado precisa ter suporte no Linux. Atualmente, a maior parte dos modems USB (com exceção de alguns modelos recentes) e também celulares da Nokia (conectados ao PC em modo PC Suite) e outros que suportam o uso como modem USB são diretamente suportados pelo sistema, através do módulo usbserial, mas ainda existem casos em que você precisa adicionar uma regra específica, ou mesmo instalar algum módulo ou utilitário para ativar o suporte. Vale notar que esta opção se destina apenas a modems USB e telefones ligados através da porta USB. No caso dos mobile hotspots, a conexão é feita diretamente, já que eles se comportam como pontos de acesso Wi-Fi

Embora tenha sido criticado em suas primeiras versões, devido a problemas diversos, o NetworkManager cresceu e se tornou uma solução bastante estável. De qualquer forma, o uso do NetworkManager não impede que você configure a rede manualmente caso desejado. Para isso, basta adicionar a configuração da rede no arquivo "/etc/network/interfaces". O NetworkManager monitora a configuração do arquivo e deixa de monitorar interfaces especificadas manualmente nele.

Por padrão, o arquivo inclui referência apenas à interface de loopback, permitindo que o NetworkManager monitore as demais interfaces:

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auto lo

iface lo inet loopback

Ao adicionar uma configuração manual de rede dentro do arquivo, o sistema passa a usar a configuração especificada, desativando o uso do NetworkManager. Essa é uma boa solução se você usa um desktop conectado a uma rede cabeada e não tem necessidade de ficar alternando entre várias redes. Um exemplo de configuração seria:

auto lo eth0

iface lo inet loopback

iface eth0 inet static

address 192.168.1.23

netmask 255.255.255.0

network 192.168.1.0

broadcast 192.168.1.255

gateway 192.168.1.1

Se você estiver usando uma placa wireless, a configuração manual é feita em dois passos. O primeiro é gerar o arquivo de configuração do wpa_supplicant, usando o wpa_passphrase, especificando o nome da rede (ex: rede) e a passphrase de acesso (ex: 123456), como em:

# wpa_passphrase rede 123456 > /etc/wpa_supplicant.conf

Assim como em outros comandos que escrevem diretamente em arquivos, ele precisa ser executado diretamente como root, não com o sudo.

Com o arquivo de configuração gerado, falta apenas a configuração no arquivo "/etc/network/interfaces". A configuração é a mesma que usamos para placas cabeadas, com a adição de duas novas linhas, que ativam o uso do wpa_supplicant e indicam o arquivo de configuração que será usado, como em:

auto lo wlan0iface lo inet loopback

iface wlan0 inet static address 192.168.1.23 netmask 255.255.255.0 network 192.168.1.0 broadcast 192.168.1.255 gateway 192.168.1.1 wpa-driver wext wpa-conf /etc/wpa_supplicant.conf

Edite também o arquivo "/etc/resolv.conf", adicionando os endereços dos servidores DNS (um por linha), como em:

nameserver 208.67.222.222

nameserver 208.67.220.220

Se mudar de ideia, basta desfazer as alterações e o NetworkManager voltará a gerenciar as interfaces.

O NetworkManager roda como um serviço de sistema, e não como um aplicativo. É por isso que você não consegue desabilitá-lo diretamente através do ambiente gráfico. O ícone que aparece ao lado do relógio é na

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verdade uma instância do "nm-applet", um pequeno utilitário destinado apenas a mostrar as redes disponíveis e permitir que você altere a configuração.

Para realmente desativar o NetworkManager, é necessário parar diretamente o serviço, usando o comando "stop network-manager " e em seguida editar ou remover o arquivo "/etc/init/network-manager.conf", para que ele deixe de ser inicializado automaticamente durante o boot (veja mais detalhes no tópico sobre a configuração do Upstart mais adiante). Entretanto, isso é desnecessário na maior parte dos casos, uma vez que você pode desativá-lo simplesmente especificando a configuração de rede no "/etc/network/interfaces". Em versões antigas do Ubuntu, que ainda não utilizavam o Upstart, o comando para desativar o NetworkManager era o "/etc/init.d/NetworkManager stop" (para o serviço temporariamente) ou o "update-rc.d NetworkManager remove" (para desativar em definitivo, fazendo com que ele deixe de ser carregado durante o boot). Em versões muito antigas, anteriores ao 7.04, o comando era o "/etc/dbus-1/event.d/25NetworkManager stop". Nelas, a interface de configuração manual era também bem diferente e as opções para configurar conexões ADSL, modems 3G e VPNs ainda não estavam disponíveis.

Concluindo, temos também a questão do Ndiswrapper que, apesar da evolução dos drivers open-source, ainda é necessário para ativar algumas placas wireless. Se você está chegando agora, o Ndiswrapper é um software derivado do Wine, que permite ativar placas wireless que não possuem drivers para Linux, utilizando os drivers do Windows XP. Ele trabalha convertendo as chamadas NDIS (a interface para drivers de rede utilizada pelo Windows) em chamadas entendidas pelo kernel Linux, de maneira que a placa possa ser usada pelo sistema.

Para usá-lo, é necessário instalar o pacote "ndiswrapper-utils-1.9" (o "1.9" é o número da versão, que pode eventualmente mudar em edições futuras do Ubuntu), juntamente com o ndisgtk, que é a interface para gerenciar os drivers:

$ sudo apt-get install ndiswrapper-utils-1.9 ndisgtkSe, por acaso, você precisar baixar os pacotes a partir de outro PC (afinal, sem uma conexão de rede, você não tem como instalar os pacotes via apt-get), você pode baixar os pacotes "ndiswrapper-common", "ndiswrapper-utils-1.9" e "ndisgtk" referentes à versão do Ubuntu em uso no http://packages.ubuntu.com/ e instalá-los usando o "dpkg -i". Depois de instalados os pacotes, é criado o "Sistema > Administração > Drivers Windows para placas de rede sem fio". Dentro dele, basta clicar no "Instalar novo driver" e indicar a localização do arquivo .inf (como em "neti2220.inf") dentro da pasta com os drivers do Windows, que devem ter sido previamente descompactados.

Se o led da placa acendeu ao carregar o driver, experimente configurá-la da forma usual, utilizando o NetworkManager. Ao ser ativada através do Ndiswrapper, a placa wireless é vista pelo sistema como "wlan0".

Se não funcionar, teste com uma versão diferente do driver for Windows. Acesse o http://ndiswrapper.sourceforge.net/mediawiki/ e veja se não existe uma versão do driver recomendada para a sua placa. 

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Para desativar o firewall baseado ufw, digite:$ Sudo ufw disable

Ativar ROOTO usuário root já existe. Mas precisa ter permissão de usá-lo.No terminal:$ sudo passwd root

password: (digite a senha criada na instalação)New Password Unix: (digite a senha que será do root)Repeat Password Unix: (repita a senha que será do root)

Prontinho, você acaba de criar senha para o root. Agora, para acessar o root, digite:

$ su

password: (digite a senha do root)