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CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS LÍNGUA PORTUGUESA RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO LEGISLAÇÃO FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Cargos: PROFESSOR DE ANOS INICIAIS

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CONCURSO

SÃO LEOPOLDO/RS

CONTEÚDOS

LÍNGUA PORTUGUESA

RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

LEGISLAÇÃO

FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Cargos: PROFESSOR DE ANOS INICIAIS

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PORTUGUÊS PARA CONCURSOSPARA CONCURSOS

PROF. PÓLUX MARTINSPROF. PÓLUX MARTINSPROF. PÓLUX MARTINS

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SUMÁRIOFONOLOGIA...............................................................................................................03ACENTUAÇÃO..........................................................................................................05OS PORQUÊS...........................................................................................................08USO DO HÍFEN COM PREFIXOS.............................................................................09MORFOLOGIA................................................................................................................10FLEXÃO NOMINAL.................................................................................................12FLEXÃO VERBAL.....................................................................................................14FORMAÇÃO DE PALAVRAS.................................................................................19CRASE............................................................................................................................22ANÁLISE SINTÁTICA DO PERÍODO SIMPLES.........................................................23REGÊNCIA DOS VERBOS USUAIS E USO DE PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS...26REGÊNCIA COM PRONOMES RELATIVOS.............................................................28VOZES VERBAIS......................................................................................................29CONCORDÂNCIA VERBAL....................................................................................31CONCORDÂNCIA NOMINAL................................................................................33PERÍODO COMPOSTO...........................................................................................35PONTUAÇÃO.................................................................................................................41COLOCAÇÃO PRONOMINAL...............................................................................43EMPREGO DOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS................................................44DISCURSO DIRETO E INDIRETO..............................................................................46INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS..................................................................................47FIGURAS.............................................................................................................................49SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS...........................................................................52QUESTÕES....................................................................................................................................................................54

LÍNGUA PORTUGUESA

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PORTUGUÊS

FONOLOGIA

Fonema: é a menor unidade de som.

G A T O 4 letras/ g a t o / 4 fonemas

H E R Ó I 5 letras/ e r ó y / 4 fonemas

DÍGRAFOS

É o encontro de duas letras que representam um único fonema.

nh – canhão (6 letras, 5 fonemas)

lh – alho (4 letras, 3 fonemas)

ch – chinesa (7 letras, 6 fonemas)

ss – assado (6 letras, 5 fonemas)

rr – arroz (5 letras, 4 fonemas)

sc /s/ – nascer (6 letras, 5 fonemas)

sç –cresça (6 letras, 5 fonemas)

xs – exsudar (7 letras, 6 fonemas)

xc /s/ –exceção (7 letras, 6 fonemas)

qu:

antes de e - quero (5 letras, 4 fonemas)

antes de i - quilo (5 letras, 4 fonemas)

gu:

antes de e - gueixa (6 letras, 5 fonemas)

antes de i - guincho (7 letras, 4 fonemas)

Se estiverem na mesma sílaba:

um - umbigo (6 letras, 5 fonemas)

un - mundo (5 letras, 4 fonemas)

im - sim ( 3 letras, 2 fonemas)

in - vinte (5 letras, 4 fonemas)

Só serão dígrafos se estiverem na mesma sílaba e início ou meio da palavra:

am - campo (5 letras, 4 fonemas)

an - anta (4 letras, 3 fonemas)

em - sempre (6 letras, 5 fonemas)

en - centro (6 letras, 5 fonemas)

om - compra (6 letras, 5 fonemas)

on - ontem (5 letras, 4 fonemas)

Esses mesmos encontros, se estiverem na última sílaba, serão ditongos (representam dois fone-mas):

am - entram

em - vendem

en - hífen

om - rândom

prótons - prótons

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POLISSEMIA

Possibilidade de uma mesma letra representar diferentes fonemas.

Ccarro / k /certo / s /

Eherói / e /era / é /

Ggota / g /giz / j /

Ohora / ó /hoje / o /

Rrato / R /; carro / R /arame / r /

Ssapo / s /casa / z /

XXuxa / x /exército / z /extremo / s /Pólux / ks /; táxi / ks /

Zzebra / z /dez / s /

ENCONTROS VOCÁLICOS

Vogal: é forte; é o centro da sílaba.Semivogal: é fraca; apoia-se na vogal.

DITONGOS

Crescente: semivogal + vogal na mesma sílaba. Ex.: MÉ-DIA, SÉ-RIEDecrescente: vogal + semivogal na mesma sílaba. Ex.: HE-RÓI, IN-CRÍ-VEIS

TRITONGO: semivogal + vogal + semivogal na mesma sílaba. Ex.: U-RU-GUAI

HIATO: vogal + vogal em sílabas diferentes. Ex.: SA-Ú-VA

ENCONTROS CONSONANTAIS

Inseparáveis ou Perfeitos: mesma sílaba. Ex.: TRA-TOR, A-PRO-VEI-TAR

Separáveis ou Imperfeitos: sílabas diferentes. Ex.: CAS-TOR, OP-CIO-NAL

ACRÉSCIMO E SUPRESSÃO DE FONEMAS NA LINGUAGEM COLOQUIAL

Acréscimo:Pneu, Indignado, Advogado

Supressão:Doutor, Couro, Queijo

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ACENTUAÇÃO

Existem dois tipos de acento:

Acento Gráfico: agudo (´) e circunflexo (^). Acento Tônico (tonicidade): Sílaba mais forte.

Existem três tipos de acento tônico:

- Proparoxítonas (antepenúltima é a mais forte) Ex: Má/xi/mo

- Paroxítonas(penúltima é a mais forte)Ex: Ho/mem

- Oxítonas(última é a mais forte) U/ru/bu

85% das palavras do português são paroxítonas; 10% são oxítonas;5% são proparoxítonas.

Existe acentuação para deslocar a tonicidade porque a maioria das palavras são paroxítonas. A maioria das palavras não têm acento porque é paroxítona.A acentuação serve para ler a palavra de forma certa, porque a maioria é paroxítona.

Regras de acentuação gráfica

Casos gerais

1. Proparoxítonas Todas são acentuadas. Ex: Mí/ni/mo

2. ParoxítonasNão são acentuadas quando terminadas em: a (s) – vacae (s) – potes o (s) – copoem – item, homem ens – itensam – entram

Todas as outras paroxítonas são acentuadas!Ex: hú/mus lá/pis Pó/luxtó/rax

Exceção:Paroxítonas terminadas em ditongo crescente perfazem uma regra à parte.Ex: sé/rie mé/dio Ín/dia

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3. OxítonasSerão acentuadas quando terminadas em:a (s) – Paraná e (s) – caféo (s) – cipóem – refém ens – intervéns

As oxítonas terminadas em outras letras não são acentuadas.Ex: alimentar, saci.

4. Monossílabos tônicos;Serão acentuadas quando terminados em:a(s): páe(s): péo(s): pó

Casos especiais

1. Ditongos abertos tônicos ÉI, ÓI, ÉUSerão acentuados quando estiverem presentes na última sílaba. Exemplos (com acento): herói, chapéu, pastéisExemplos (sem acento): heroico, plateia, ideia

2. Hiatos com i/uSerão acentuados quando:

- forem tônicos;- não estiverem seguidos de nh;- estiverem formando sílaba sozinhos ou com “s”;- estiverem antecedidos de vogal diferente.- não estiverem antecedidos de ditongo decrescente.

Exemplos: sa/ú/va ra/í/zes pa/ís pa/í/ses Gua/í/bara/iz não tem acento porque o “i” forma sílaba com o “z”xi/i/ta não tem acento porque o “i” é antecedido da mesma vogalba/i/nha não tem acento porque o “i” é seguido de “nh”feiura não tem acento porque está antecedido de ditongo decrescente.

3. Acento diferenciala) pôr – Verbo

por – PreposiçãoEx: Vou por ali. (direção) Vou pôr ali. (colocar)

b) pode – Presente do Indicativo pôde – Pretérito Perfeito

c) fôrma – de bolo, de pão forma – maneira (facultativo)

d) Ter / Vir- Se o sujeito for singular:Tem - Tem ocorrido um problema. Vem – Vem ocorrendo um problema.

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- Se o sujeito for plural:Têm – Têm ocorrido problemas. Vêm – Vêm ocorrendo problemas.

e) Derivados de Ter /VirEx: Conter, provir, intervir... Ex.: Conter:

- Se o sujeito for singular, o acento é agudo: contém (regra das oxítonas).

- Se o sujeito for plural, o acento écircunflexo: contêm (regra do acento diferencial).Ex.: Provir:

- provém (singular) (regra das oxítonas)

- provêm (plural) (regra do acento diferencial)

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OS PORQUÊS

Separado:Quando puder ser substituído por “por que razão”. Ex: Não entendi por que ela não veio.

Quando puder ser substituído por “por qual”, “pelo(s) qual (is)”, “pela(s) qual (is)” Ex: O caminho por que irei é mais curto.

Nos demais casos, escreve-se “porque” (junto)!

Acentuado:Quando for substantivado: quando houver um artigo, pronome, numeral (o, um, esse...) na frente.Ex: Diga-me o porquê disso tudo.

Antes de pontuação, em final de oração. Ex: Não sei por quê, nem quero saber.

Nos demais casos, escreve-se sem acento!

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USO DO HÍFEN COM PREFIXOS

1. Em prefixos como ANTE, ANTI, ARQUI, AUTO, CIRCUM, CO, CONTRA, ENTRE, EXTRA, HI- PER, INFRA, INTER, INTRA, SEMI, SOBRE, SUB, SUPER, SUPRA, ULTRA, etc. e em formações com falsos prefixos (AERO, FOTO, MACRO, MAXI, MICRO, MINI, NEO, PAN, PROTO, PSEUDO, RETRO, TELE…), só se emprega o hífen nos seguintes casos:

a) Antes de “H”: ante-histórico, anti-higiênico, anti-herói, anti-horário, auto-hipnose, circum--hospitalar, co-herdeiro, infrahepático, inter-humano, hiper-hidratação, neo-hamburguês, pan--helênico, proto-história, semi-hospitalar, sobre-humano, sub-humano, super-homem, ultra-hi- perbólico…

b) Antes da MESMA LETRA com que se inicia o segundo elemento: auto-observação, anti--imperialismo, anti-inflacionário, anti-inflamatório, arqui-inimigo, arqui-irmandade, contra-almi-rante, contra-ataque, infra-assinado, infra-axilar, intra-abdominal, proto-orgânico, semi-inconsci-ência, semi-interno, sobre-erguer, supra-anal, supra-auricular, ultra-aquecido, eletro-ótica, micro--onda, micro-ônibus, inter-regional…

2. Com os prefixos “CIRCUM-” e “PAN-”, quando o segundo elemento começa por “h”, vogal, “m” ou “n”, devemos usar o hífen: circum-hospitalar, circum-escolar, circum-murado, circum-navegação, pan-africano, pan-americano, pan-mágico, pan-negritude…

3. Com os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA, ULTRA, ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE, se o segundo elemento começa por “s” ou “r”, devemos dobrar as con-soantes, em vez de usar o hífen: autorretrato, autosserviço, con- trarreforma, contrassenso, infrarre-nal, infrassom, intrarracial, neorromântico, neossocialismo, pseudorrainha, pseudossábio, semirreta, semisselvagem, suprarrenal, suprassumo, ultrarradi- cal, ultrassom, antessala, antirrábico, antissemi-ta, antissocial, arquirrival, arquissacerdote, so- brerroda, sobressalto…

4. Com os prefixos EX, VICE, SEM, ALÉM, RECÉM, BEM, AQUÉM, PRÓ, PÓS e PRÉ, usa-se sempre hí-fen: além-mar, aquém-túmulo, ex-aluno, pós-graduação, pré-história, pró-europeu, recém-casado, sem-terra, vice-rei...

5. Na formação de palavras com AB, OB e AD, usa-se hífen diante de palavra iniciada por B, D e R: ad-digital, ad-renal, ob-rogar, ab-rogar...

6. Com os prefixos SUB e SOB, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por R ou B: sub-região, sub--reitor, sub-regional, sob-roda, sub-bacia...

7. Com o prefixo CO, junta-se o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por O ou por H. Se a palavra seguinte começar por S ou R, devemos dobrar essas consoantes: coobrigação, coedi-ção, coeducar, cofundador, coabitação, coerdeiro, corréu, corresponsável, cosseno...

8. Com os prefixos PRE e RE, não se usa o hífen, mesmo diante de palavras iniciadas por E: preexis-tente, preelaborar, reescrever, reedição...

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MORFOLOGIA

É o estudo das classes gramaticais.

CLASSEÉ a condição original da palavra. A classe pode ser alterada, modificada. Existem dois tipos de classe:

1. Variáveis (que têm singular, plural, masculino e feminino)Mudam de gênero e/ou de número.

SubstantivosAdjetivosArtigosVerbosPronomesNumerais

2. Invariáveis (não têm singular, plural, masculino e feminino) Não variam.

AdvérbiosPreposiçõesConjunçõesInterjeições

FUNÇÃOÉ a atividade exercida num determinado contexto. A função muda conforme o contexto.Eu conheci Maria (“Maria” é OD).Maria estuda para concursos (“Maria” é sujeito).

SujeitoObjetoVocativoAdjuntoApostoComplemento NominalEtc.

CLASSES DE PALAVRAS

SUBSTANTIVO:É toda a palavra naturalmente classificada como tal, ou antecedida de determinativo. Ex: Quadro, camisa, microfone substantivos naturais.Os substantivos que não são naturais são criados pelo contexto.

Determinativos: transformam em substantivo.a) Artigos:Ex: Nunca entenderei o porquê disso tudo.

“Porquê” é uma conjunção, mas como foi colocado o determinativo (artigo “o”) na frente do “porquê”, ele deixou de ser uma conjunção e passou a ser um substantivo.

b) Pronomes:Demonstrativos (este, aquele, etc.)Ex: Aquele entardecer foi o mais belo que já vi.

Entardecer é verbo, mas, nesse caso, tornou-se um substantivo em função do pronome demons-trativo “aquele”.

Indefinidos (algum, nenhum, qualquer, etc.) Ex: Não quero ouvir nenhum piu durante a novela.

“piu” deixa de ser uma onomatopeia e passa a ser um substantivo em função do pronomeindefinido “nenhum”.

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Possessivos (meu, teu, nosso, etc.) Ex: Minha espera é a 8.

“Espera” é um verbo, mas transformou-se em um substantivo devido ao pronome possessivo “minha”.

c) Numerais (dois, primeiro, etc.) Ex: Primeiro olhar: nada aconteceu.

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FLEXÃO NOMINAL

“Olhar” é verbo, mas se transformou em substantivo em função do numeral “primeiro”. Variação de gênero e número dos substantivos e adjetivos.

Flexão de grau: Superlativo absoluto sintético (usa-se, em geral, o sufixo -íssimo)

Só os adjetivos têm superlativo.

Ex:Belo BelíssimoNobre Nobilíssimo Sério SeriíssimoObs: Palavras que têm “io” no final trocam o “o” por “íssimo” e ficam com dois “ii”.

Flexão de gênero e de número:1. Flexionam-se em gênero e número Ex.: Cachorro

Cachorra Desinência de gênero (é o que faz que a palavra seja feminina).Cachorros Desinência de número (o que faz que a palavra seja plural é a presença do “s”).Cachorras

2. Flexionam-se somente em númeroEx.: Caneta Só tem gênero feminino, não varia em gênero, só em número.

Giz É masculino porque não termina com ”a”, não tem flexão de gênero, só de número (gi-zes).Quadro (s) Só masculino. Quadra (s) Só feminino. Ágil ÁgeisFeliz → Felizes

O que faz com que duas palavras sejam a mesma é o fato de terem a mesma raiz com o mes-mo significado.Ex:Quadro Quadra

Ex:CachorroCachorra

3. Não se flexionama) Só plural:

As costasAs hemorroidas As fezes, etc.

b) São singular e plural simultaneamente: o/os lápiso/os ônibus o/os fax, etc.

Exemplos de adjetivos que não se flexionam: simples, piegas

Têm a mesma raiz, mas não o mesmo significado; então, não são a mesma palavra.

São a mesma palavra, mas flexionadas em gênero.

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O que modifica o que em uma frase?

SUBSTANTIVO:É modificado por: Adjetivo Pronome Artigo Numeral

(Note que todas essas classes são variáveis).

ADVÉRBIO: É invariável.Modifica: Verbos Adjetivos Advérbios

Advérbios modificam:1. VerbosEx: Ele estudou muito.“Muito”, nesta frase, é um advérbio, porque está modificando o verbo “estudar”.

Teste:Para provar que o “muito” desta frase é um advérbio, coloca-se a frase no plural. Se “muito” não variar, é porque é um advérbio. Advérbios são invariáveis!

Ex: Eles estudaram muito. O “muito” não variou! É advérbio!!!

2. AdjetivosEx: Ele está muito triste.Este “muito” é um advérbio porque está modificando a palavra “triste”, que é um adjetivo.

Teste:Para provar: use o plural!!

Eles estão muito tristes. “muito” não variou! É advérbio!

3. AdvérbiosEx: Ela chegou muito cedo.

Este “muito” é um advérbio porque está modificando outro advérbio.

Diferença entre preposição e “A” e artigo “A”

“A” ARTIGO FEMININO “A” PREPOSIÇÃO

SÓ PODE SER USADO ANTES DE SUBSTANTIVOFEMININO SINGULAR

O “A”, SE NÃO ESTIVER ANTECEDENDO SUBS-TANTIVO FEMININO E SINGULAR, É PREPOSIÇÃO.

Ex. Ela via a garota vir a jato.“garota” é substantivo feminino singular

Se substituir por masculino, o “a” se transforma em “o”.

Ex: Ela via o garoto vir a jato.

Ex.: Ela via a garota vir a jato.“jato” é substantivo masculino singular

Exceção:A = “usando” (instrumento) é preposição! Ex.: Ferido a bala.

Morto a faca.

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FLEXÃO VERBAL

Morfemas:São as partes que compõem um verbo.

PRATICÁSSEMOS- PRATIC = Raiz ou Radical- Á = Vogal Temática- SSE = Desinência Modo-Temporal- MOS = Desinência Número-Pessoal

1. RAIZ OU RADICAL- Proporciona o significado do verbo.- Confere a família de palavras.

Raiz ou Radical + Significado = Família (termos cognatos).

Ex.: Lixo, Lixeira, Lixão, Lixinho, Lixeiro, Lixa Lixa não possui o mesmo significado das outras palavras, por isso não é termo cognato das demais.

Ex: Colo, Colar, Colarinho, Colarzinho São termos cognatos.

2. VOGAL TEMÁTICAÉ o que determina a conjugação.

A – Verbo da 1ª conjugação – amar, namorar, passear, etc.

E – Verbo da 2ª conjugação – vender, comer (os verbos que têm “o” entram na 2ª conjugação porque no latim possuíam “e” (poer – Latim Pôr - Português) – Repor, Compor, Indispor

I – Verbo da 3ª conjugação – Parir

3. DESINÊNCIA MODO-TEMPORAL (MT)Cada verbo tem a sua, nunca se repete, nunca é a mesma. É a marca identificadora do Tempo e do Modo.

MODOS:Indicativo, Subjuntivo, Imperativo

TEMPOS:Presente, Pretérito, Futuro

4. DESINÊNCIA NÚMERO-PESSOAL (NP)Indica o número (singular, plural) e a pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa). Só verbos têm. Ex: Inviolabilidade é um substantivo, por isso não tem desinência número-pessoal.

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INDICATIVO

TEMPO MT USO EXEMPLO

Presente Ø(agora)

Usado para indicaruma ação frequente.Pode ser usado para

indicar futuro.

Cláudia nada todas as noites no rio.

Às 18h, eu passo aí e te busco.

Pretérito PerfeitoØ

(ontem)- Passado concluído. Luís tomou banho

durante uma hora.

Pretérito Imperfeito vaia

- nha

- Passado não - conclu-ído.

No momento em que Luís tomaVA banho,

faltou água.

Outros exemplos: par-tIAs, tíNHAmos

Pretérito Mais-Que--Perfeito(PMQP) - ra

-Passado acabado antes de outro

acabado.

Rafael nasceu em 81; Jacques nasceRA em

68.

Futuro do Presente ráre - Futuro certo. Eu passaREi neste

concurso.

Futuro do Pretérito ria - Futuro condicional. Eu estudaRIA mais se

você me desse tempo.

SUBJUNTIVO

TEMPO MT USO EXEMPLO

PresenteØ

(que/caso) - Possibilidade futura.Caso eu passe no con- curso, farei uma festa.

Pretérito Imperfeito - sse - Condição.Se eu quiseSSE, poderia

prejudicar-te.

Futuroarerir

- Possibilidade futura.Se eu passAR no con- curso, comprarei uma

casa.

IMPERATIVO AFIRMATIVOÉ utilizado para ordens, conselhos, convites.

TU X VOCÊtu você tu vocêA E E A

- ar

erir

-or

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Ex: “pega”Vem do verbo pegar. Olhar para a esquerda (-ar); como “pega” termina com “a” então é “tu”. Venda (-er) vocêPõe (-or) tu Chame (-ar) você

Verbos que não terminam nem com “a” nem com “e” serão sempre TU. Ex: Vem, Sai, Faz, Vai

Se não estiver explícito se é TU ou VOCÊ, podemos saber através dos pronomes:

Possessivos Pessoais

TU teu (s), tua(s) te, ti, contigo

VOCÊ seu (s), sua (s) se, si, consigoo, a, lhe

Exemplos:1. Lave sua roupa. (você)2. Mostra-te mais atento. (tu)1. Se quiseres passar, estuda. (tu)

IMPERATIVO NEGATIVO

Utiliza as expressões não, nunca, jamais, nem

1. “Você”: é igual à tabela Ex: Não acenda

Não escreva Não cante

2. “Tu”: é necessário verificar o “você” na tabela e acrescentar o “s”. Ex: Não cantes

Não escondas Não sorrias

EXCEÇÃO: o único verbo do português que não pode usar a tabela é o ESTAR.

Tu:Afirmativo: estáNegativo: não estejas

Você:Afirmativo: estejaNegativo: não esteja

VERBOS COM DOIS PARTICÍPIOS (ABUNDANTES)

Nestes verbos, o particípio regular, invariável e arrizotônico (acentuado na terminação) emprega-se com os verbos auxiliares ter e haver para formar os tempos compostos:A assembleia tinha aceitado as novas leis.

Enquanto que o particípio irregular, variável e rizotônico (acentuado no radical), é utilizado com o auxiliar ser ou estar.As novas leis foram aceitas pela Assembleia.

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PRINCIPAIS PARTICÍPIOS ABUNDANTES

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR TER/ HAVER PARTICÍPIO IRREGULAR SER/ ESTAR

aceitar aceitado aceitoentregar entregado entregueenxugar enxugado enxutoexpressar expressado expressoexpulsar expulsado expulsoganhar ganhado* ganhogastar gastado* gastoisentar isentado isentolibertar libertado libertolimpar limpado limpomatar matado mortopagar pagado* pagosalvar salvado salvosoltar soltado solto

acender acendido acesoeleger elegido eleitomorrer morrido morto

prender prendido presosuspender suspendido suspenso

emergir emergido emersoexpelir expelido expulso

exprimir exprimido expressoextinguir extinguido extintoimergir imergido imersoimprimir imprimido impressoincluir incluído inclusoinserir inserido inserto

* em desuso

VERBOS DE UM ÚNICO PARTICÍPIO IRREGULAR

INFINITIVO PARTICÍPIOdizer dito

escrever escritofazer feitover vistopôr postoabrir aberto

cobrir cobertovir vindo

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VERBOS DERIVADOS

Os verbos derivados de outros verbos pelo acréscimo de prefixos seguem exatamente a conjuga-ção de seu primitivo.Suprima o prefixo e conjugue apenas o verbo primitivo.Esse princípio, embora pareça elementar, é, contudo, esquecido na prática. Os falantes tendem a encarar os verbos derivados como regulares, criando formas inaceitáveis na língua culta formal:

ERRADO: Ele interviu na discussão. CERTO: Ele interveio na discussão.

ERRADO: Quando ele rever a obra, encontrará erros. CERTO: Quando ele revir a obra, encontrará erros.

OS DERIVADOS DE PÔR – TER – VER – VIR

Devemos ter especial atenção com os verbos derivados de pôr, ter, ver e vir, que são verbos irre-gulares.

PÔR – propor, supor, antepor, impor, etc. (todos os verbos que apresentam a vogal o no infinitivo são derivados de pôr).TER – entreter, conter, deter, manter, suster, etc.VER – antever, prever, rever, etc.VIR – avir, advir, intervir, provir, sobrevir, etc.

ESQUEMA DE FLEXÃO DOS PRINCIPAIS VERBOS DERIVADORES

INDICATIVO SUBJUNTIVO EXEMPLOS DE DERIVADOS

Pretérito Perfeito

Pretérito MQP

Pretérito Imperfeito Futuro -

TER tive tivera tivesse tiver detivesse, contiverVER vi vira visse vir revira, previrmosVIR vim viera viesse vier interviesse, convierPÔR pus pusera pusesse puser dispuser, compusera

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FORMAÇÃO DE PALAVRAS

São os métodos por meio dos quais se formam palavras em Português.

DERIVAÇÃOPREFIXOS E SUFIXOSQuanto à composição de seu significado, os vocábulos podem ser divididos em certas unidades básicas, denominadas MORFEMAS. Cada tipo de morfema contribui, à sua maneira, para a signi-ficação da palavra. É necessário reconhecer, principalmente, a função dos RADICAIS, PREFIXOS e SUFIXOS. Podemos localizá-los facilmente, relacionando vários vocábulos da mesma família (vocá-bulos COGNATOS).

Prefixo Radical Sufixo

des

DENT eDENT inaDENT istaDENT adoDENT al

Na lista, apenas DENTE é um vocábulo primitivo. Os outros todos, que se formam pelo acréscimo de AFIXOS, são derivados.

I – OS PREFIXOSQuando acrescentamos um prefixo a um vocábulo já existente, formamos um novo vocábulo DA MESMA CLASSE QUE O VOCÁBULO PRIMITIVO:leal (adj.) – DESleal (adj.)fazer (verbo) – DESfazer (verbo)ânimo (subst.) – DESânimo (subst.)

Os principais prefixos do Português são:

1. IN-, IM-, I-a) indica negação – ilegível, ilimitado, inevitável, inexistente, inesperado, etc.b) indica direção, penetração – inspirar, importar, inscrever, imigrar, etc.

2. DES pode indicar:a) EM SUBSTANTIVOS:

- negação ou falta: desordem, desequilíbrio, descanso, etc.- cessação de um estado: desengano, desilusão, desuso.- coisa mal feita: desserviço, desgoverno.

b) EM ADJETIVOS:- negação: descortês, desleal, desigual, etc.

c) NOS VERBOS:- ato contrário: desenterrar, desfazer, desatar, etc.- cessação de uma situação: desempatar, desmamar, desenganar, desimpedir.- tirar ou separar uma coisa de outra: descascar, desmascarar, descaroçar, desfolhar.

3. EX-a) indica movimento para fora: exportar, expulsar, expirar, excluirb) (com hífen): o que já não é: ex-marido, ex-colega, ex-proprietário, ex-ministro.

4. RE- significa “outra vez”: reassumir, reler, refazer, reaparecer, renascer.

5. ANTE- indica “anterioridade”: anteontem, antevéspera, anteprojeto, antediluviano.

6. ANTI- indica oposição ou efeito contrário: anticomunista, antiinflamatório, antifebril.

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Alem desses, usamos também com frequência: CIRCUM-, VICE-, CONTRA-, INTER- (ou EN- TRE-), SUB- e TRANSEx.: circunvizinho, circunavegação, vice-rei, vice-prefeito, contraproposta, contraveneno, intervir, interestadual, entreabrir, entretecer, subgerente, subsolo, transoceânico, transportar, etc.

II – OS SUFIXOSSão mais usados que os prefixos na formação de vocábulos derivados. O vocábulo derivado pode (ou não) pertencer à mesma classe do seu primitivo:pedra (subst.) – pedrEIRO (subst.) gosto (subst.) – gostOSO (adj.)

Os principais sufixos são:1. -EIROa) aquele que trabalha com alguma coisa: jardineiro, cabeleireiro, feiticeiro.b) planta ou árvore: cajueiro, pessegueiro, limoeiroc) lugar onde se guarda alguma coisa: açucareiro, paliteiro, roupeirod) adjetivo: campeiro, verdadeiro, grosseiro, certeiro, rasteiro.e) ramos de negócio: drogaria, chapelaria, alfaiataria, marcenaria.

2. -ARIAa) ideia coletiva: sacaria, pedraria, fuzilaria, gritaria.b) atos próprios de certos indivíduos: patifaria, velhacaria, pirataria.

3. -ÊS - que nasceu ou viveu em algum lugar: francês, montanhês

4. -EZ (ou -EZA) - forma substantivos abstratos derivados de adjetivos: belo – beleza; altivo – altivez

5. -AL (ou -AR) - forma adjetivos tirados de substantivos: família – familiar; espírito – espiritual Além disso, pode indicar o coletivo de certas plantas: cafezal, arrozal, pinhal.

6. –NTE ou -DOR (ou –OR) - forma substantivos e adjetivos de agente: gerente, estudante, polidor, elei-tor

7. -DOURO - indica o lugar onde se pratica determinada ação: bebedouro, matadouro, ancoradouro

8. -TÓRIO - o mesmo que o sufixo acima: lavatório, dormitório, refeitório, auditório

9. -ADO (ADA)a) GOLPE ou FERIMENTO: pedrada, martelada, facada, navalhada.b) MEDIDA OU QUANTIDADE: garfada, fornada, colherada, carroçada, braçada.c) IDEIA COLETIVA: meninada, boiada, garotada, papelada.d) ALIMENTOS (doces, sucos e pratos especiais): laranjada, goiabada, feijoada.e) ATO ESPECÍFICO: risada, examinada, jogada, passada.

10. - OSO (OSA) - forma ADJETIVOS a partir de SUBSTANTIVOS: caprichoso, cuidadoso, rigoroso

11. -AVEL (ou -ÍVEL, -ÚVEL) - indica POSSIBILIDADE: solúvel, substituível, aceitável, discutível, louvável.

12. SUFIXOS FORMADORES DE VERBOS (os mais comuns):- AR: murar, almoçar, ancorar.- IZAR: fertilizar, moralizar, simbolizar, neutralizar, simbolizar, tranquilizar.- FICAR: falsificar, danificar, purificar, simplificar.- EJAR: forcejar, gargarejar, lacrimejar, gaguejar.- EAR: sapatear, custear, guerrear.- ECER: fortalecer, favorecer, escurecer.

13. SUFIXOS FORMADORES DE SUBSTANTIVOS ABSTRATOS (de ação ou qualidade)MENTO – constrangimento, adiantamento, congelamento.AÇÃO – concentração, realização, demonstração.ANÇA – mudança, vingança, matança, esperança.ÊNCIA – inocência, indecência, benevolência.DADE – maldade, ruindade, amabilidade.EZA, EZ – malvadeza, avidez, surdez.

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OUTROS PROCESSOS DE FORMAÇÃO:

1. Derivação parassintética: colocação simultânea de prefixo e sufixo: prolongamento, amanhecer.

2. Derivação imprópria: alteração de classe gramatical, sem mudança gráfica na palavra: (o) olhar.

3. Composiçãoa) Por justaposição (palavra + palavra, sem perda de letras): girassol, catavento.b) Por aglutinação (palavra + palavra, com perda e /ou alteração de letras): vinagre (vinho + acre)

4. Hibridismo: junção de duas palavras de línguas diferentes. Ex.: Micropartícula (grego + port.)Goleiro (inglês + port.)

5. Derivação regressiva: CORTAR > CORTEPODAR > PODA

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CRASE

É o encontro de dois sons idênticos: A (preposição) + A (artigo feminino) = À.O princípio básico diz que só existe crase antes de palavra feminina.

Para determinar as situações em que há o acento de crase, utiliza-se o seguinte método:

Palavra Troca por Ocorre Crase Exemplo

Feminina Masculina AO(S) sim

Esta questão é idêntica À que caiu na última prova.Este teste é idêntico AO que caiu na última prova.

Feminina Masculina AO(S) não Enviei A fatura A esta empresa. Enviei O bole-

to A este escritório.

Masculina - - não Fui A pé, voltei A cavalo.

Verbo - - não Cheguei a pensar em me mudar, mas de-pois desisti.

Àquele(s) Àquela (s)

Àquilo

A este(s) A esta(s)

A isto -sim

Já comunicamos àquele cliente o pro- ble-ma.Já comunicamos a este cliente o pro- ble-ma.

Aquele(s) Aquela (s)

Aquilo

Este(s) Esta(s)

Isto - não Aquela questão será anulada. Esta questão será anulada.

Atente também para os seguintes CASOS ESPECIAIS1. Se o A estiver no singular, e a palavra seguinte no plural, não haverá crase. Ex.: Refiro-me a pessoas honestas.

2. Antes de HORA DETERMINADA, sempre haverá crase, exceto após preposição. Ex.: Cheguei aqui às 21h. Estou aqui desde as 21h.

3. Não há crase antes de PRONOMES DE TRATAMENTO.Ex.: Mais tarde, entregarei a Vossa Senhoria o relatório.

4. Não há crase após preposição. Ex.: Comparecerei perante a juíza.

5. Há crase na expressão À MODA, explícita ou subentendida.Ex.: Faremos um jantar com arroz à grega.

6. Com as expressões CASA, TERRA e DISTÂNCIA, só haverá crase se houver determinação. Ex.: Educação a distância. Víamo-nos à distância de 200m.

7. Só existem dois casos de crase facultativa:a) Antes de nome próprio feminino: Enviei a matéria a/ à Marília.b) Antes de pronome possessivo feminino no singular (minha, tua, sua, nossa, vossa): Enviei a matéria a/ à sua repórter.

8. No caso da palavra ATÉ, existem duas interpretações possíveis:a) Sem crase indicando inclusão. Ex.: Pinte até a porta. (Inclusive a porta)b) Com crase indicando direção. Ex.: Pinte até à porta. (Até o limite da porta)

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ANÁLISE SINTÁTICA DO PERÍODO SIMPLES

Também conhecida como REGÊNCIA VERBAL ou PADRÕES FRASAIS

Frase:É um enunciado com sentido completo. Inicia com letra maiúscula e vai até o ponto. Ex.: Fogo!!Está pegando fogo no prédio!!

Oração:É um enunciado com verbo. Necessariamente a oração tem que ter verbo.Ex.: Eu quero que você me ajude.

Período:É uma frase que possui oração. Também se inicia com maiúscula e vai até o ponto. Ex.: A questão a que me refiro foi anulada.

Não existem funções sintáticas fixas: análise sintática se faz pelo contexto.

PADRÕES FRASAIS

O verbo é o critério para definir os padrões frasais.

Para fazer a análise sintática, deve-se seguir a seguinte ordem.

1. Verbo.

2. Sujeito. Pergunta-se:- Que é quê?- Quem é quê?

3. Complemento:Do verbo: ObjetoDo sujeito: Predicativo do sujeitoO complemento é sempre algo ou alguém!!!

4. Adjunto Adverbial:- É dispensável. Se o retirar da frase, ela continua com sentido.- Indica tempo, modo ou lugar.

Para a gramática, complemento é algo necessário, obrigatório. Já o adjunto é dispensável

I – VERBO INTRANSITIVONão precisa de complemento. Ex: Faltou luz em São Leopoldo.- Verbo: Faltou- Sujeito: luz- Adjunto Adverbial: em São Leopoldo

Verbo intransitivo é aquele em que ele e o sujeito já têm sentido completo. Esta frase possui VI porque “faltou luz” já faz sentido, não precisa de complemento.

II – VERBO TRANSITIVO DIRETOÉ aquele que precisa de complemento, mas sem preposição.Ex: Já estudei toda a matéria do concurso.- Verbo: estudei- Sujeito: eu (subentendido)- OD: toda a matéria do concurso- Adjunto Adverbial: Já

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Quando se sabe qual é o sujeito, mas ele não aparece explicitamente, chama-se de sujeito “elípti-co”, “subentendido”, “oculto” ou “implícito”. Ex.: “estudei”

Nesse contexto, o verbo e o sujeito não têm sentido completo, então é necessário localizar o com-plemento. É algo ou alguém.

Qual foi o algo ou alguém que estudei? Toda a matéria do concurso.

Obs: Para saber se é OD ou OI: olhar a primeira palavra do complemento. Se for preposição, é OI; se não for, é OD. No caso dessa frase, “toda” é pronome, não preposição, por isso é OD.

III – VERBO TRANSITIVO INDIRETOPrecisa de complemento e tem de vir acompanhado de preposição. A primeira palavra do com-plemento tem de ser uma preposição.Ex.: Nunca confie demais nos vizinhos.- Verbo: confie- Sujeito: você (subentendido)- OI: nos vizinhos- Adjuntos adverbiais: “nunca” e “demais”

Quando o verbo estiver no imperativo, o sujeito é elíptico!

IV – VERBO TRANSITIVO DIRETO E INDIRETOÉ também chamado de bitransitivo. Possui dois complementos: um com preposição e outro sem.Ex.: Avisei o síndico de que isso ocorreria.- Verbo: Avisei- Sujeito: eu (subentendido)- OD: o síndico- OI: de que isso ocorreria

V – VERBO DE LIGAÇÃOLiga o sujeito a uma característica ou a um estado do sujeito (predicativo). Ex.: Ela parece muito triste hoje.- Verbo: parece- Sujeito: ela- Predicativo: muito triste- Adjunto adverbial: hoje

Compare com:Ex.: Ela anda com seus próprios pés.- Verbo Intransitivo: anda- Sujeito: Ela- Adjunto adverbial: com seus próprios pés

PREPOSIÇÕES E CONTRAÇÕES

Preposições essenciais: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA, DE, DESDE, EM, ENTRE, POR, PARA, PE-RANTE, SEM, SOB, SOBRE, TRÁS

Contrações e combinações: são a mistura de preposição com artigo ou pronome. do = de + ono = em + o ao = a + oà = a + apelo = por + o dela = de + elade + aquela = daquela em + ela = nelaetc.

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OUTROS ELEMENTOS SINTÁTICOS

ADJUNTO ADNOMINAL- Acompanha o substantivo concreto.- Tem valor ativo (faz uma ação, não recebe ação).

Ex.: O livro de bolso é barato. “de bolso” é Adj. Adn.

Quando o substantivo for concreto, quem o acompanhar é adjunto adnominal.

Quando houver dúvida se o substantivo é concreto, deve-se fazer o seguinte teste: Ex.: Amor de mãe nunca termina.

Quem tem amor? A mãe. Então “de mãe” é adjunto adnominal, pois tem sentido ativo.

COMPLEMENTO NOMINAL- Complementa o substantivo abstrato e o adjetivo.- Tem valor passivo.

Ex.: A saudade de Maria me faz sofrer. Quem sente saudade? “Eu”. “Maria” é passiva da minha saudade Então “Maria” é comple-

mento nominal.

Ex.: A saudade de Maria a faz sofrer. Quem sente saudade? “Maria”. “Maria” é ativa da saudade. Então “Maria” é adjunto adno-

minal.

APOSTOPossui duas características básicas:- Explica outro termo da oração.- Tem como núcleo um substantivo. O núcleo obrigatoriamente tem de ser um substantivo.

Ex.: A CIA, Central de Inteligência dos EUA, não conseguiu prever os ataques de 11/9.- Verbo: conseguiu prever- Sujeito: A CIA- OD: os ataques de 11/9- Adj. Adv.: não- Aposto: Central de Inteligência dos EUA

VOCATIVOÉ utilizado para realizar um chamamento ou para dirigir-se a algo ou a alguém.Ex.: Não desejo, caros senhores, causar-lhes arrependimento. (“caros senhores” é o vocativo)

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REGÊNCIA DOS VERBOS USUAIS E USO DE PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS

OBJETOS DIRETOS OBJETOS INDIRETOS ouADJUNTOS ADNOMINAIS

-o, -a, -os, -as-lo, -la, -los, -las-no, na, nos, nas

lhe, lhes = A ELE(S) = OIlhe, lhes = DELE(S) = ADJ. ADNOMINAL

1. Querera) = desejar – VTDEu quero muito o vizinho (OD). Eu quero muito a vizinha.

b) = estimar (querer bem, ser amigo) – VTI – com preposição “A”Eu quero muito ao vizinho (OI).Eu quero muito à vizinha.

Ex:Eu o quero muito. → Sentido de desejar = OD. Eu lhe quero muito. → Sentido de estimar = OITirei-lhe o doce. Ou seja: Tirei o doce dele Adjunto Adnominal

2. Pagar/ Perdoara) Quando for algo – VTDEx: Paguei a conta. (OD) = Paguei-a.Perdoei o erro. (OD) = Perdoei-o.

b) Quando for alguém –VTI – Com preposição “A” Ex: Paguei ao pedreiro. (OI) = Paguei-lhe.Perdoei ao amigo. (OI) = Perdoei-lhe.

3. Procedera) = realizar – VTI – com preposição “A” Ex: Procedi ao exame do braço. (OI) Procedi a ele.

b) = estar correto – VIEx: Tua informação não procede. (VI)

4. Assistira) = auxiliar - VTDEx: Assisti o técnico durante o jogo. (OD) = Assisti-o durante o jogo.

b) = olhar – VTI – com preposição “A”Ex: Assisti ao jogo do Inter. = Assisti a ele.

5. Agradara) Satisfazer, contentar – VTI – com preposição “A” Ex: Tua decisão não agradou a ninguém. (OI)

b) Acariciar – VTDEx: A menina agradou o cãozinho. (OD) = A menina agradou-o.

6. Aspirara) = respirar – VTDEx: Aspirei o perfume Amor Gaúcho. (OD) = Aspirei-o.

b) = almejar – VTI – com preposição “A”Ex: Aspiro a uma vaga neste concurso. (OI) = Aspiro a ela.

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7. Visara) Dar visto, mirar – VTDEx: Visei o documento. (OD) = Visei-o.

b) Almejar – VTI – com preposição “A”Ex: Viso a um cargo público. (OI) = Viso a ele.

8. Obedecer – VTI – com preposição “A”Ex: Obedeça à sinalização. (OI) = Obedeça-lhe.

9. Responder – VTI- com preposição “A”Ex: Responda ao “e-mail”. (OI) = Responda a ele.

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REGÊNCIA COM PRONOMES RELATIVOS

Principais pronomes relativos: que, quem, cujo, o qual, onde. Têm por função retomar um substan-tivo ou um pronome anterior.

Quando houver uma preposição ligada a um pronome relativo, quem a exige é uma palavra que vem depois.

1. QUESó é pronome relativo quando houver um substantivo anterior e puder ser substituído por o qual, a qual, os quais, as quais.Ex: O livro de que preciso é muito caro.

P: Quem exige o “de”?R: O verbo “preciso”.

2. QUEMSó é usado para pessoas.Ex: A vizinha de quem falo é a do andar inferior.

3. CUJOIndica posse. Não se usa artigo antes ou depois de CUJO. Deve ser posicionado entre dois substan-tivos.Ex: A garota por cuja irmã me apaixonei tinha mais idade do que eu.

4. O QUALEx: A pessoa na qual confio é você.

5. ONDESó quando representar espaço físico. Ex: A casa aonde irei é linda.

QUE como conjunção integrante - Não retoma palavra anterior.- É aquele em que ele e tudo o que vem depois dele pode ser substituído por ISTO. Ex: Eu quero que você me aqueça neste inverno.Pode substituir por:Eu quero isto. Então é uma conjunção integrante.

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VOZES VERBAIS

1. VOZ PASSIVA: é aquela em que o sujeito é passivo da ação.a) Voz passiva analítica: possui verbo SER + PARTICÍPIO. Ex.: Os sobreviventes foram resgatados pelos bombeiros.

b) Voz passiva sintética: possui VTD + SE Ex.: Encontraram-se os sobreviventes.

2. VOZ REFLEXIVA: o sujeito é, simultaneamente, agente e paciente. Ex.: Ela se atirou ao mar.

3. VOZ ATIVA: o sujeito é o agente.Ex.: Os bombeiros resgataram os sobreviventes.

QUAIS FRASES PODEM SER PASSADAS PARA A VOZ PASSIVA?Somente as que possuem OD e sujeito.

Não possuem voz passiva:a) Verbos intransitivos: Chegaram as correspondências hoje.b) Verbos transitivos indiretos: Precisamos de mais tempo.c) Verbos de ligação: Todos parecem estupefatos neste momento.d) Verbos impessoais (não possuem sujeito): Não haveria arranha-céus.e) Verbo “ter” no sentido de “possuir”: Nossa família tem muitos membros.

PASSAGEM DA VOZ ATIVA PARA A VOZ PASSIVA ANALÍTICA

Aumenta sempre em um o número de verbos.

Fórmula para passar para a passiva analítica:

OD + “SER” NO MESMO TEMPO + PARTICÍPIO + POR / PELO + SUJEITO + OUTROS

Passos:1. Fazer a análise sintática;2. contar o número de verbos;3. verificar o tempo do verbo;4. aplicar a fórmula.

Ex 1:Voz ativa: A banca elaborou a prova em uma semana.

Há um verbo na frase. Na voz passiva, têm de aparecer um a mais.Voz passiva analítica: A prova foi elaborada pela banca em uma semana.

Ex 2:Voz ativa: A banca havia elaborado a prova em uma semana.Voz passiva analítica: A prova havia sido elaborada pela banca em uma semana.

Ex 3:Voz ativa: A banca vem elaborando as provas há uma semana.Voz passiva analítica: As provas vêm sendo elaboradas pela banca há uma semana.

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PASSAGEM DA VOZ PASSIVA ANALÍTICA PARA A VOZ ATIVA

Reduz-se em um o número de verbos.

Passos:1. Iniciar com o agente da passiva.2. Eliminar o verbo “ser”, transferindo seu tempo para o verbo seguinte.

Ex 1:Voz passiva analítica: As questões serão analisadas pela comissão hoje à tarde.

O que determina que essa frase está na voz passiva? O verbo “ser” + o verbo no particípio.Voz ativa: A comissão analisará as questões hoje à tarde.

Ex 2:Voz passiva analítica: As questões tinham sido analisadas pela comissão hoje à tarde.Voz ativa: A comissão tinha analisado as questões hoje à tarde.

PASSAGEM DA VOZ PASSIVA SINTÉTICA PARA A ANALÍTICA

Passos:

1. Eliminar o SE.2. Acrescentar SER + particípio.3. Manter o tempo do verbo.Ex.: Não se aceitam argumentos lógicos. Argumentos lógicos não são aceitos.

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CONCORDÂNCIA VERBAL

É a concordância do sujeito com o verbo.

1. SUJEITO POSPOSTOA ordem direta do Português é SUJEITO/ VERBO/ COMPLEMENTO. No entanto, em certas frases, ocorre a inversão dessa ordem, o que pode causar dificuldade na realização da concordância verbal.Ex.: Ainda existem, apesar da dificuldade imposta pela crise econômica, condições de cresci- men-to para nosso Estado.

2. SUJEITO ORACIONALEm muitas frases, o sujeito não tem como núcleo um substantivo, e sim um verbo. Nesse caso, o sujei-to será oracional e o outro verbo deverá permanecer no singular.Ex.: Antigamente, bastava os pais levantarem os olhos, e os filhos os respeitavam. (O sujeito do ver-bo “bastava” é “os pais levantarem os olhos”).

3. VERBOS IMPESSOAISNão possuem sujeito, nem plural.a) HAVER (quando puder ser substituído por EXISTIR, OCORRER ou FAZER).Ex.: Se não existissem elevadores, não haveria arranha-céus. (Observar que, neste caso, “arranha--céus” é objeto direto da segunda oração.)

b) FAZER (no sentido de tempo decorrido ou fenômenos da natureza).Ex.: Já faz muitos anos que não a vejo. (Observar que, neste caso, “muitos anos” é objeto direto da primeira oração.)

c) Verbos que indiquem FENÔMENOS DA NATUREZA (chover, nevar, etc.) Ex.: Choveu a noite toda.

4. LOCUÇÕES VERBAISOcorre quando existe um verbo principal e, pelo menos, um auxiliar. Quem determina como será a concordância é o principal (o último da locução). Se o principal for impessoal, o auxiliar permanecerá no singular.Exemplos:a) Deve haver saídas. (HAVER é impessoal).b) Devem existir saídas. (EXISTIR é pessoal; portanto, “saídas” é o sujeito da oração).c) Poderá fazer 10° C amanhã. (FAZER é impessoal).d) Poderão ocorrer tumultos. (OCORRER é pessoal; portanto, “tumultos é o sujeito da oração).

5. PARTÍCULA SEa) VERBO TRANSITIVO DIRETO + SE: o sujeito é explícito, e o verbo concorda com ele. Nesse caso, o “SE” é pronome apassivador.Ex.: Não se admitem interferências externas. (“interferências externas” é o sujeito da oração econcorda com o verbo “admitem”)

b) VERBO TRANSITIVO INDIRETO ou VERBO INTRANSITIVO: o sujeito é indeterminado, e o verbo perma-nece no singular. Nesse caso, o “SE” é índice de indeterminação do sujeito. Ex.: Precisa-se de pedreiros nesta obra. (“pedreiros” é o objeto indireto da oração).

Chega-se sempre com atraso nas segundas-feiras. (o verbo “chegar” é intransitivo).

6. COLETIVOS PARTITIVOSCom expressões tais como A MAIORIA DE, GRANDE PARTE DE, A MAIOR PARTE DE, entre outras que expressam uma parte do todo, a concordância poderá ser realizada com a expressão ou com o adjunto adnominal.Ex.: A maioria dos brasileiros deseja a redução da maioridade penal OU A maioria dos brasileiros desejam a redução da maioridade penal.

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7. UM DOS QUEQuando ocorrer essa expressão, a concordância é facultativa (o verbo pode permanecer no singu-lar ou ir para o plural).Ex.: Eu sou um dos que mais estuda OU Eu sou um dos que mais estudam.

8. TOPÔNIMOSQuando o sujeito é representado por uma expressão toponímica (geográfica), a presença (ou não) do artigo determinará a concordância.Ex. EUA determina bombardeio. Os EUA determinam bombardeio.

9. QUAL, ALGUM, NENHUM, QUALQUER + DE NÓS, DENTRE NÓS1º PRONOME NO SINGULAR: O verbo concorda com o primeiro pronome.1º PRONOME NO PLURAL: pode concordar com o primeiro ou com o segundo pronome. Ex.: Qual de nós vencerá a corrida?

Alguns de nós não querem (queremos) pagar a mais para participar.

10. MAIS DE UM/CADA UMO verbo deve ficar no singular, exceto se ele exprimir reciprocidade. Ex.: Mais de um chegou atrasado à reunião.

Mais de um dos brigões acertaram-se socos.

11. UM OU OUTROO verbo permanece na 3ª pessoa do singular. Ex.: Um ou outro amigo lhe ligou.

12. NOME COLETIVONome coletivo no singular deixa o verbo no singular ou concorda com a palavra do plural.Ex.: Um bando de alunos invadiu/invadiram o auditório.O grupo de professores rejeitou/rejeitaram a proposta.

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CONCORDÂNCIA NOMINAL

É a concordância entre as formas nominais: substantivo, adjetivo, pronome, artigo e numeral. Essas classes são variáveis, ao contrário do advérbio, que é invariável.

1. Regra básica: as classes nominais concordam em gênero e número entre si. Ex.: Aquelas três fáceis questões viabilizaram minha aprovação no concurso.

2. Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos. Nesse caso, podem ocorrer as seguintes situações:a) Os substantivos são do mesmo gênero: assim, o adjetivo conserva o gênero e vai para o plural ou concorda com o mais próximo.Ex: Ela tem marido e filho bonitos.

Ela tem marido e filho bonito.b) Os substantivos são de gênero diferente. Assim, o adjetivo vai para o masculino plural ou concorda com o mais próximo.Ex: Adquirimos aparelhos e máquinas danificados.

Adquirimos aparelhos e máquinas danificadas.

3. Adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos. Nesse caso, o adjetivo concorda com o mais próximo.Ex: Demonstrou notável conhecimento e didática.

Muitas mulheres e homens.

4. O particípio, empregado, nas orações reduzidas, sempre concordará com o substantivo a que se refere.Ex: Realizada a tarefa, fomos descansar.

5. Predicativo. Sempre concorda com o sujeito. Ex: Os ônibus chegaram atrasados.

Os documentos seguem apensos ao processo.

6. Adjetivos, em geral, são variáveis (anexo, mesmo, próprio, extra, quite, só, leso, obrigado, incluso, nenhum, bastante, etc.).Ex: Anexas envio as fotos.

Ela mesma disse “muito obrigada”. Estamos quites nesse negócio.

Obs.: a expressão “em anexo”, mesmo que muitas vezes condenada por diversas gramáticas, cos-tuma aparecer em provas de concursos. Nesse caso, por se tratar de locução adverbial, permane-ce no singular.Ex.: Em anexo, envio as fotos.

7. Advérbios, em geral, são invariáveis (menos, alerta, salvo, exceto, tirante, de modo que, de ma-neira que, etc.).Ex: Coma menos carne.

Todos gostam de estudar, salvo meus sobrinhos.

8. As expressões É PRECISO, É NECESSÁRIO, É BOM, É PROIBIDO, entre outras, ficam inva- riáveis quando não acompanhadas de determinativo.Ex: Proibido entrada.

Proibida a entrada.Entrada proibido.

9. Regras de variação dos substantivos compostos.a) Flexionam-se os dois elementos quando ambos forem variáveis.Ex. carro-forte/ carros-fortes

b) Pode-se flexionar somente o primeiro elemento quando o segundo o determinar. Ex.: banana-maçã/ bananas-maçã.

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c) Flexiona-se o último elemento, quando só ele for variável. Ex.: sem-terra/ sem-terras; guarda-chuva/ guarda-chuvas.

d) Palavras repetidas ou onomatopaicas: só o último elemento varia. Ex.: bem-te-vi/ bem-te-vis; pisca-pisca/ pisca-piscas.

e) Palavras intercaladas por uma preposição. Ex.: pôr-do-sol/ pores-do-sol.

10. Regra de variação dos adjetivos compostos: somente o último varia. Ex.: Situação político-econômica.

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PERÍODO COMPOSTO

Período Composto é aquele que possui duas ou mais orações.

O período pode ser composto:a) por subordinação quando as orações exercem função sintática sobre um verbo ou nome de outra oração chamada de oração principal.

b) por coordenação quando as orações são sintaticamente independentes, ou seja, não exercem função sintática em relação a verbos ou nomes de outra oração.

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO

As orações subordinadas podem ser:a) Substantivas (exercem função própria de substantivos)b) Adjetivas (exercem função própria de adjetivos)c) Adverbiais (exercem função própria de advérbios)

Exemplos:1. Aguardamos a sua visita. (Substantivo)O substantivo acima exerce a função de núcleo do objeto direto. Em lugar desse núcleo substantivo poderíamos usar um objeto direto oracional:Ex.:Aguardamos que você nos visite. (Or. Subordinada Substantiva)

2. Os trabalhadores grevistas exigiram aumento salarial.O adjetivo grevistas exerce a função de adjunto adnominal do substantivo trabalhadores. Em seu lugar, podemos usar uma oração:Ex.: Os trabalhadores que fizeram greve exigiram aumento salarial. (Oração Subordinada Adjetiva)

3. À noite, visitarei meus avós paternos. (Locução Adverbial)A locução adverbial, que exerce função de adjunto adverbial, pode ser substituída por uma ora-ção:Ex.: Quando anoitecer, visitarei meus avós paternos. (Oração Subordinada Adverbial)

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Exercem a função própria de um adjetivo, referindo-se a um substantivo ou pronome da oração principal. São introduzidas pelos seguintes pronomes relativos:

PRONOMES RELATIVOScujo, cuja, cujos, cujas

o qual, a qual, os quais, as quais

onde (equivalendo a no qual eflexões)

quanto, quanta, quantos, quantasque (equivalendo a o qual e flexões)

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As orações adjetivas classificam-se em:

1. RESTRITIVAS:São indispensáveis para a compreensão do termo antecedente, ao qual se ligam sem pausa, não havendo, portanto, necessidade de vírgula na escrita.Ex: A doença que surgiu nestes últimos tempos pode matar muita gente.

2. EXPLICATIVASTêm valor secundário, dispensável ao período. Simplesmente acrescentam um esclarecimento rela-tivo ao antecedente, funcionando como uma espécie de aposto, sendo necessariamente separa-das por vírgulas na escrita.Ex: Deus, que é justo, premia a virtude.

O pronome relativo pode exercer várias funções sintáticas. Para analisá-lo, basta substituir o prono-me pelo seu antecedente e verificar a função que esse antecedente assume na oração subordi-nada.

a) SUJEITO:Não conheço a pessoa que chegou agora. (Sujeito) A pessoa chegou agora.

b) OBJETO DIRETO:Leve a comida que o animal recusou. (Objeto direto) O animal recusou a comida.

c) OBJETO INDIRETO:São conselhos de que jamais me esquecerei. (Objeto indireto) Jamais me esquecerei dos conselhos.

d) COMPLEMENTO NOMINAL:As doenças de que tens medo já têm cura. (Complemento nominal) Tens medo das doenças.

e) PREDICATIVO DO SUJEITO:Não confio no traidor que ele é. (Predicativo do sujeito) Ele é traidor.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

As orações subordinadas adverbiais funcionam como adjunto adverbial do verbo da oração prin-cipal.

Comparemos:a) As plumas flutuam por sua leveza.b) As plumas flutuam porque são leves.

Tanto o período n° 1 quanto o n° 2 têm adjuntos adverbiais da causa. No entanto, no período n° 2, o adjunto adverbial de causa porque são leves é uma oração, pois contém verbo: é, por- tanto, uma oração subordinada adverbial causal.

As orações subordinadas adverbiais, que têm por conectivos conjunções subordinativas ou locu-ções conjuntivas subordinativas, classificam-se, de acordo com a função que exercem, da seguinte maneira:

a) CAUSAISValem por um adjunto adverbial de causa:Ex: Continuamos o caminho a pé, porque o carro enguiçou.

b) CONSECUTIVASIndicam a consequência do fato expresso na oração principal:Ex: Ela estava tão fraca que não pôde levantar-se.

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c) COMPARATIVASEstabelecem comparação de igualdade, inferioridade ou superioridade em relação a adjeti- vos, verbos ou advérbios da oração principal:Ex: Aquele lutador é forte como um touro.

d) CONDICIONAISImpõem uma condição para a realização do fato expresso na principal: Ex: Se estudares, conseguirás boas notas.

e) CONCESSIVASConcedem um obstáculo que impede a ocorrência do fato expresso na oração principal: Ex: Mesmo que chova, iremos ao estádio.

f) CONFORMATIVASFuncionam como adjunto adverbial de modo:Ex: Ele fez tudo como combinamos.

g) TEMPORAISValem por adjunto adverbial de tempo:Ex: Quando ouvimos pela primeira vez essa música, não gostamos dela.

h) PROPORCIONAISExpressa a variação de um fato na subordinada que provoca uma variação proporcional de um fato principal:Ex: Quanto mais ouvimos essa música, mais a apreciamos.

i) FINAISIndicam o objetivo a ser alcançado; valem por um adjunto adverbial de fim:Ex: O pai sempre trabalhou para que os filhos estudassem.

ORAÇÕES COORDENADAS

O período é composto por coordenação quando as orações componentes são sintaticamente independentes, ou seja, quando uma não exerce função sintática em relação a outra. As orações coordenadas podem estar separadas por um sinal de pontuação (vírgula ou ponto e vírgula) ou ligadas por conjunção coordenativa.No primeiro caso, a coordenação é ASSINDÉTICA; no segundo, SINDÉTICA.

SINDÉTICAS

a) ADITIVASExpressam fatos sucessivos ou simultâneos; estão apenas somadas umas às outras: Ex: Ele foi à cidade e fez ótimas compras.

b) ADVERSATIVASExpressam um fato que contrasta com o anterior:Ex: Ele é rico, mas não paga suas dívidas.

c) CONCLUSIVASExprimem uma conclusão lógica do fato expresso na anterior: Ex: Estudei muito; logo, serei aprovado.

d) ALTERNATIVASExprimem um fato que exclui o anterior:Ex: Presta atenção, ou some-te de vez.

e) EXPLICATIVASJustificam uma opinião ou ordem expressa na oração anterior: Ex: Amanhã, não viajaremos, pois provavelmente choverá.

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QUADRO-RESUMO DOS NEXOS ORACIONAIS

1- Coordenativos

CLA SS I F I C A ÇÃO CONJUNÇÃO BÁSICA SINÔNIMOS CARACTERIZAÇÃO EXEMPLOS

ADITIVOS E

NEMMAS TAMBÉM ALÉM DISSO

ADEMAIS

Relacionam pensa-mentos similares

A filha da vizinha não estuda, nem

trabalha.Não só era boni-ta, mas também

inteligente.

ADVERSATIVOS MAS

PORÉM TODAVIA

CONTUDO ENTRETANTO NO ENTANTO

E SIMSÓ QUE E =

MAS

Relacionam pen-samentos contras-

tantes.

Existem muitosconcorrendo a vagas em con-cursos públicos,

maspoucos estu-

dam.A proposta do

Governo era boa, entretanto foi

mal interpretada.

ALTERNATIVOS OU...OUORA... ORA

QUER... QUER SEJA... SEJA

Relacionam pen-samentos que se

excluem ou se alternam

(Ou) você estuda, ou não

obterá êxito.Quer eu viaje, quer fique em casa, avisarei

antes.

CONCLUSIVOS LOGO

PORTANTO DESTARTE

POIS (deslocado)

POR ISSOPOR CON-SEGUINTE

CONSEQUEN-TEMENTE

ASSIM

Exprimem a con-sequência lógica

para um fato.

Penso, logo existo.

Estudei muito; serei, pois, apro-

vado entre os primeiros.

EXPLICATIVOS PORQUE

jÁ QUE VISTO QUE POR-

QUANTO POISQUE (= por-

que)

Introduzem uma oração que explica

ou justi- fica uma ordem ou opinião

anterior.

Ela deverá ob-ter êxito neste

concurso, pois se preparou

com antecedên-cia.

Aceite críticas, porquanto

ninguém é per- feito.

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2 – Subordinativos adverbiais

CLASSIFICAÇÃO CONJUNÇÃOBÁSICA SINÔNIMOS CARACTERIZAÇÃO EXEMPLOS

CONDICIONAIS SE

CASOA MENOS QUE CON-TANTO QUE DESDE QUE SEM QUE

Apresentam a circunstância de que depende a

realização do fato expresso na oração

principal.

Se não houver provas concretas, o acusado não será condenado.

Sem que se negocie um acordo, o projeto não será aprovado.

CAUSAIS PORQUE

JÁ QUEUMA VEZ QUE

VISTO QUE COMO

HAJA VISTA POIS

Indicam o motivo da realização ou

não-realização do fato expresso na oração principal.

Como essas questões serão anuladas, minha média será aumenta-

da.

Fui aprovado porque me preparei com an-

tecedência.

CONCESSIVOS EMBORA

AINDA QUE MESMO QUE SE BEM QUEAPESAR DE

(QUE) POSTO QUE CON-QUANTO

A DESPEITO DE NÃO

OBSTANTE

Indicam uma con-cessão em rela-

ção ao fato que é expresso na oração

principal.

Ele acerta cada vez mais questões embora esteja se preparando

há pouco tempo.

Posto que tenha aceitado a proposta, continuou reticente

quanto a ela.

TEMPORAIS QUANDO

LOGO QUE ASSIM QUE DESDE QUE

SEMPRE QUE ANTES QUE

MAL

Exprimem o momen-to em que ocorre o fato expresso na oração principal.

Desde que se formou, nunca mais estudou.

Mal saiu de casa, co-meçou a chover.

FINAIS A FIM DEQUE

PARA QUE PARA

Indicam o objetivo do que ocorre na oração principal.

Para que ocorra aumento salarial, será necessário ocorrer au-

mento de receita.

Todos estudavam cada vez mais, a fim de ficar entre os pri-

meiros.

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CONFORMATIVOS CONFOR- ME

SEGUNDO CONSOANTE

COMO

Expressam a con-formidade de um pensamento em relação a outro contido na ora-ção principal.

Segundo está escrito neste relatório, a crise

já passou.

Tudo ocorreu como eu previra.

PROPORCIONAIS

À MEDIDAQUE

À PROPOR-ÇÃO QUE QUANTO

MAIS/ MAIS QUANTO MENOS/ MENOS

Expressam a proporciona- lidade de um pensamento em relação a outro contido na ora- ção

principal.

À medida que enve- lhecia, tudo caía.

Quanto mais eu rezo, mais assom- bração

aparece.

COMPARATIVOS COMO

ASSIM COMO TAL

COMO MAIS... (DO)

QUEMENOS... (DO) QUE

MAIOR (DO) QUE MENOR

(DO) QUE MELHOR

(DO) QUE PIOR (DO) QUE TÃO... QUANTOTANTO

QUANTO

Estabelecem rela-ções de seme-

lhança, igualda-de, inferioridade ou superioridade.

Este Governo é tão incompetente quan-

to o anterior.

Sempre trabalhei mais (do) que pre- cisei.

CONS E C U T I VOSTÃO....QUE

TAL... QUE TANTO QUE TAMANHO...

QUE DE MODO QUE

Indicam a conse-quência do fato enun- ciado na

oração principal.

Trabalhava tanto que mal podia se divertir.

Era tão estudioso que ficou

entre os primeirosno concurso

ORAÇÕES ADVERBIAIS REDUZIDASSão aquelas em que o nexo está subentendido. Dividem-se em três tipos:

1. Orações reduzidas de gerúndio.Ex.: Comprando este livro, você será aprovado. (Neste caso, CONDICIONAL = Se comprar este livro, você será aprovado.)

2. Orações reduzidas de particípio.Ex.: Passado o susto, ele se recompôs. (Neste caso, TEMPORAL = Quando passou o susto, ele se recom-pôs.)

3. Orações reduzidas de infinitivo.Ex.: Ao sair de casa, começou a chover. (Neste caso, TEMPORAL = Assim que saiu de casa, come-çou a chover.)

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PONTUAÇÃO

O emprego dos sinais de pontuação obedece exclusivamente a critérios relacionados à estrutura gramatical da frase. Para pontuar corretamente, é indispensável, portanto, ter a capacidade de reconhecer, na frase, seus elementos constituintes: sujeito, verbo, complemento, adjunto adverbial, etc. É indispensável, também, reconhecer os padrões frasais.

VÍRGULA

A vírgula é empregada para assinalar, na frase, enumerações, intercalações, deslocamentos e su-pressões.

1. ADJUNTO ADVE5RBIAL DESLOCADO, INTERCALADO, OU ANTECIPADODevem-se usar duas vírgulas (quando possível). Em geral, as provas de concursos têm considerado esse procedimento facultativo.

Ex.: Ontem à tarde, eu assisti ao jogo na TV. Eu, ontem à tarde, assisti ao jogo na TV.

2. ELEMENTO INTERCALADO ou EXPRESSÃO INTERPOSITIVASão expressões que não exercem função específica na frase e que costumam interpor-se a elemen-tos essenciais (ou seja, isto é, ou melhor, por exemplo, aliás, etc.). Recebem, quando possível, duas vírgulas.

Ex.: O Presidente, aliás, de nada sabia.O Brasil, por exemplo, aderiu ao Protocolo de Kioto.

3. ITENS DE UMA SÉRIE ou ENUMERAÇÕES ou ELEMENTOS DE MESMA FUNÇÃO E CLASSE Após cada um, coloca-se uma vírgula, e entre o último e o penúltimo, pode-se colocar um E.

Ex.: Estava animada com o final de semana, com o sol, com a primavera.

4. ELIPSE DO VERBO ou VERBO SUBENTENDIDO Coloca-se uma vírgula no lugar do verbo subentendido.

Ex.: Eu sou colorado; ela, gremista.

5. APOSTORecebe, quando possível, duas vírgulas.

Ex.: Gerente da filial Taquari, Alessandra recebeu um prêmio.

6. VOCATIVORecebe, se possível, duas vírgulas.

Ex.: Vota, Brasil.Não desejo, caros amigos, impor-lhes condições.

7. ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS Ao final de cada uma, coloca-se uma vírgula.

Ex: Mariana saiu do local da prova, pegou o ônibus, dirigiu-se à casa dos amigos e foi comemo-rar a aprovação.

8. ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICASRegra geral: coloca-se uma vírgula antes do nexo coordenado.

Ex.: Fez a prova lentamente, mas respondeu a todas as questões.

Caso especial 1: NEXOS ADVERSATIVOS ou CONCLUSIVOS (exceto MAS). Pode-se deslocar o nexo e colocá-lo entre vírgulas.

Ex.: Estudei muito; obterei, portanto, êxito neste concurso.

Caso especial 2: coloca-se vírgula antes do E quando houver duas orações com sujeitos diferentes (procedimento facultativo).Ex.: A oposição apresentou uma proposta, e o Governo a rejeitou.

UMA FRASE NA ORDEM DIRETA NÃO NECESSITA DE VÍRGULA.

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9. ORAÇÕES ADVERBIAIS DESLOCADAS, ANTECIPADAS OU INTERCALADAS Recebem duas vírgulas, quando possível.

Ex.: Assim que sair o gabarito, eu poderei entrar com recurso. Eu, assim que sair o gabarito, poderei entrar com recurso.

10. ORAÇÕES ADJETIVAS EXPLICATIVASQuando a oração for adjetiva explicativa, ou seja, for uma declaração sobre todos os elementos de um grupo ou sobre um único existente, deverá receber vírgulas.

Ex.: O homem, que é mortal, luta para prolongar sua vida.Deus, que é onipotente, concede livre-arbítrio.

Tal regra também se aplica aos adjuntos adnominais generalizantes.Ex.: O homem, mortal, luta para prolongar sua vida.

DOIS-PONTOS

1. Para introduzir um detalhamento para uma afirmação anterior (nesse caso, pode ser substituído por travessão, ponto e vírgula ou ponto).

Ex.: Não comparecerei à reunião: perdi o voo.

2. Para introduzir uma citação literal.Ex.: O Ministro afirmou: “Não haverá repique inflacionário”.

1. Para introduzir um aposto enumerativo.Ex.: Conheci três cidades: Paris, Roma e Três Coroas.

PONTO E VÍRGULA

1. Para separar orações coordenadas adversativas e conclusivas cujo nexo esteja deslocado.Ex.: Estudei muito; deverei, pois, obter bom resultado.

2. Para separar orações de sentido oposto que se ligam sem conjunção. Ex.: Para uns a igualdade é um sonho; para outros, uma luta.

ASPAS

1. Para REALÇAR uma expressãoEx.: A palavra “formidável” sofreu profunda transformação semântica desde o século XIX.

2. Para destacar ESTRANGEIRISMO, NEOLOGISMO ou GÍRIA. Ex.: Irei ao “shopping” fazer compras.O plano é “imexível”.O “magrão” só ficou “azarando” aquela “mina”.

3. Para marcar uma IRONIA.Ex.: Minha “querida” vizinha é uma lambisgoia.

4. Para RELATIVIZAR o sentido de uma expressão.Ex.: Nós, leitores “maduros”, não gostamos de entretenimento. (Talvez os leitores não sejam assim tão maduros...)

TRAVESSÕES/ PARÊNTESES

1. Para SUBSTITUIR vírgulas.Ex.: Meu sonho era ser ator; meus pais – contra meu desejo – matricularam-me no Colégio Militar.

2. Para inserir um COMENTÁRIO do autor.Ex.: 70% dos eleitores brasileiros – isso é vergonhoso! – não se lembram em quem votaram na última eleição.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

É a colocação do pronome oblíquo átono (me, te, se nos, vos, o, a, lhe) em relação ao verbo.

PRÓCLISE (pronome antes do verbo)1. Partículas de negação (não, nunca, jamais, etc.). Ex.: Não me acorde antes das 8h.

2. Partículas iniciadas com QU (que, quem, qual, etc.). Ex.: Quero que lhe digam a verdade.

3. Pronomes em geral (algum, nenhum, ele, tudo, etc.). Ex.: Isso me traz muitas lembranças.

4. Conjunções subordinativas (embora, segundo, conforme, etc.). Ex.: Embora me respeitem, não me ajudam.

5. Conjunções coordenativas (mas, portanto, pois, etc.). Regra facultativa. Ex.: Tínhamos os melhores currículos, portanto nos contrataram.

6. Advérbios não seguidos de vírgula (aqui, hoje, ontem, etc.). Ex.: Aqui se faz, aqui se paga.

7. Gerúndio precedido da preposição “em”. Ex.: Em se fazendo o que pedi, tudo dará certo.

8. Infinitivo pessoal regido de preposição. Ex.: Por se consideraram inocentes, não responderam às acusações.

9. Orações optativas (que expressam desejo) com sujeito anteposto ao verbo. Ex.: Deus o livre!

MESÓCLISE (pronome no meio do verbo)Somente quando o verbo estiver no futuro do presente ou do pretérito do indicativo.

Ex.: Dar-me-ias tua mão em casamento?Far-me-ás aquele favor?

ÊNCLISE (demais casos)Ex.: Faça-me um favor!!

COLOCAÇÃO COM LOCUÇÕES VERBAISNo caso de locuções verbais, pode-se colocar o pronome antes, no meio ou depois da locução, exceto após particípio.

Ex.: O aluno se deve aplicar./ O aluno deve-se aplicar./ O aluno deve aplicar-se.O aluno se tem aplicado./ O aluno tem-se aplicado.

Observações importantes:a) Não se usa próclise em início de frase.

Ex.: Me chamaram para uma entrevista. (ERRADO) Chamaram-me para uma entrevista. (CORRETO)

b) Não se usa próclise após pontuação.Ex.: Ontem à noite, te ligaram. (ERRADO) Ontem à noite, ligaram-te. (CORRETO)

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EMPREGO DOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Apesar de não haver limites rígidos para o emprego dos demonstrativos ESTE e ESSE (e seus corres-pondentes ISTO e ISSO), é possível estabelecer algumas regras práticas de uso que poderão ajudá-lo em suas redações.

1. Eixo Espacial

ISTO ESTE

ISSO ESSE

Esta cadeira em que estou sentado pertenceu a D. João I; essa que ocupas, a D. Pedro II. O que é isso que tens na cabeça? Isto aqui é um cocar dos bororós.Todos os teus amigos desta cidade mandam-te lembranças. Querem saber como é essa vida que levas aí.Informamos-lhe que esta companhia sentir-se-á muito honrada em poder servir a essa famosa ins-tituição.

2. Eixo Temporal

ISTO ESTE

ISSO ESSE

Nesse ano, completei meu curso secundário. Este inverno vai ser rigoroso.Este ano está-me parecendo muito curto.

3. Eixo das Palavras

ISTO ESTE

ISSO ESSE

Isto que vou dizer agora ajudá-los-á a melhor compreender isso que afirmei. Prestem muita atenção nisto que vou falar.Essa, meus amigos, era a ideia que eu tinha para apresentar.

4. Outras particularidades

a) Segundo Celso Cunha, é possível, também, empregar-se ESTE ou ISTO onde seriade esperar

ESSE ou ISSO, com referência a pessoas ou objetos situados em regiões ou épocas distantes, com a finalidade de indicar que certas pessoas ou coisas nos interessam particularmente:

Ah, esta África misteriosa!O que pensaria este Napoleão, ao atravessar os Alpes?

AQUI proximidade de quem fala

AQUI proximidade de quem

presente

passado

designam uma ideia que vamos examinar.

referem-se a uma ideia já mencionada.

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b) Quando nos referimos ao que foi dito por nosso interlocutor, usamos ESSE ou ISSO: Esse José de que falas não é primo da Arlinda?Isso é mentira!

c) NISTO pode ser usado no sentido de “então, neste momento”: Nisto, entrou o conde com a espada na mão.

d) Quando se quer explicar um termo, acrescentando-lhe algum detalhe ou apontando alguma característica especial, usa-se ESSE:

Vamos falar do tóxico, esse perigo do século. O gasogênio, esse desconhecido.

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DISCURSO DIRETO E INDIRETO

DISCURSO DIRETO: reprodução textual das palavras de alguém.O Discurso Direto caracteriza-se pela inicial maiúscula, pontuação (dois pontos, vírgula ou traves-são e, às vezes, aspas) e ausência de conjunção.

Ex.: Declarou o famoso diretor: “O cinema vendeu a alma ao diabo”.

DISCURSO INDIRETO: reprodução, por um terceiro, da mensagem de alguém.No Discurso Indireto não há pontuação específica nem iniciais maiúsculas, mas surge a conjunção (que / se).

Ex.: O famoso diretor declarou que o cinema havia vendido a alma ao diabo.

QUADRO DE TRANSFORMAÇÕES

DISCURSO DIRETO DISCURSO INDIRETO

Pronomes pessoais 1ª ou 2ª pessoas (eu, me, te,nós...) e você 3ª pessoa (ele, ela, se, si...)

Tempos verbais

Presente do Indicativo (ex.: estou)

Pretérito Imperfeito do Indicativo (ex.: estava)

Pretérito Perfeito do Indicativo (ex.: estive)

Pretérito Mais-Que-Perfeito do Indicativo (ex.: estivera)

Futuro do Presente do Indicativo (ex.: estarei)

Futuro do Pretérito do Indicativo (ex.: estaria)

Presente do Subjuntivo (ex.: esteja)

Futuro do Subjuntivo (ex.: esti- ver)

Imperativo (ex.: esteja)

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo (ex.: estivesse)

Pronomes demonstrativos Este, esta isto Esse, essa, isso Aquele, aquela, aquilo

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Interpretar um texto é reproduzir as mesmas ideias do texto com outras palavras.Reproduzir é copiar as ideias e criar vocabulário. As palavras que aparecem no texto não serão as mes-mas da resposta. O vocabulário é o problema da interpretação.

SUBJETIVIDADE OBJETIVIDADE

Padrão Individual Padrão Coletivo

Leis da Interpretação de Textos:1. Sempre justificar a resposta com base no contexto.2. A verdade está no texto.3. Abrir mão de todos os pressupostos (preconceitos, opinião própria, conhecimentos que se têm sobre o assunto...).

Tipos de questões:1. Inferência / Pressuposição / Suposição / Conclusão

É chegar a conclusões não explícitas a partir de dados explícitos.Ex.: Quando alguém torce para o Internacional, infere-se que “seca” o Grêmio.

2. Semânticaa) Denotação e conotação

DENOTAÇÃO CONOTAÇÃOLinguagem Literal Linguagem figurada

pé-de-meia (vestuário) pé-de-meia (poupança)

pé de moleque (parte do corpo) pé-de-moleque (doce)

b) Campo SemânticoConjunto de palavras cujo significado gira em torno do mesmo eixo temático.

Ex: Família: pai, filhos, mãe, sogra, casa, avós, irmãos, primos...Ex.: Casamento: amor, aliança, lua de mel, sexo, noivos, festa, padrinhos, juiz, padre...

c) Estratégia SemânticaÉ o método por meio do qual se revela o significado desconhecido de uma palavra.

Para descobrir o significado de uma palavra, NÃO FAZER:a) Análise sintática, pois se baseia em funções e não no significado. Exemplo de frase:Se as blugatides olvassem trúnfides apocolinas, então groncemente predimaríamos os xinfolanes de frelhões.

Pode-se fazer a análise sintática da frase toda, mas isso não auxiliará na descoberta do significado.b) Análise morfológica- Classe. Ex: Blugatides é um substantivo.- Terminação. Ex: Hífen, Pólen e Hímen tem a mesma terminação, mas significados diferentes.

c) Análise fonológica. Ex: Olvassem tem 8 letras, 7 fonemas, 1 dígrafo. De nada adiantou fazer a análise fonológica! O significado não foi descoberto!

Para descobrir o significado de uma palavra, FAZER:a) Observar o campo semântico.O conjunto de palavras em que aquela palavra está inserida.

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b) Relacionar as palavras a uma família = raiz da palavra + significadoEx: anacrônico

raiz: cron = tempoLogo: “anacrônico” tem no seu significado “tempo”

3. Sinonímia, Antonímia, Paronímia, Homonímia Sinonímia: Palavras com significados muito próximos. Ex: morte, falecimento, óbito

Antonímia: Palavras com significados opostos. Ex: alto x baixo gordo x magro

Paronímia: Palavras parecidas Ex: Flagrante (em evidência) x Fragrante (perfumado)

Homonímia: Palavras com alguma aspecto em comum. Ex: pronúncia comum

4. TEMA: é o assunto principala) Não confundir tema com exemploTodo texto é composto de três níveis: o menos importante é o exemplo (é descartável); depois vem o tema (não é amplo demais, nem tão específico), e se for amplo demais é periferia.

b) Observar as repetições ao longo do texto (= duração)Para ser um tema, o assunto tem de ter o conceito de duração. Ou seja, para algo ser o tema, tem de aparecer no mínimo três vezes durante o texto.

Tema é amplo e tese é o ponto de vista argumentativo sobre o tema (isso é um texto dissertativo).

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FIGURAS

As figuras de linguagem são recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras.

Figuras de som

a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.“Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos.“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados dis-tintos.“Eu que passo, penso e peço.”

Figuras de construção

a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto. “Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia)b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período.“E sob as ondas ritmadase sob as nuvens e os ventose sob as pontes e sob o sarcasmo e sob a gosma e sob o vômito (...)”d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase.“De tudo ficou um pouco. Do meu medo. Do teu asco.”e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser:- De gêneroVossa Excelência está preocupado.- De númeroOs Lusíadas glorificou nossa literatura.- De pessoa“O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca.”f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase.Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.A vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa.g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.“E rir meu riso e derramar meu pranto.”h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases. “Amor é um fogo que arde sem se ver;É ferida que dói e não se sente;É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer”

Figuras de pensamento

a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido. “Os jardins têm vida e morte.”b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura--se suavizar alguma afirmação desagradável.Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)

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d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede)e) prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são pró-prios de seres animados.O jardim olhava as crianças sem dizer nada.f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descen-dente (anticlímax)“Um coração chagado de desejos Latejando, batendo, restrugindo.”g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada).“Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus!”

Figuras de palavras

a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.“Meu pensamento é um rio subterrâneo.”b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transpo-sição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos.Observe:Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa)c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado.O pé da mesa estava quebrado.d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade:...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles)e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.A luz crua da madrugada invadia meu quarto.

QUESTÕES

1. (Oswaldo Cruz-SP) Observe a oração: “O ti-que-taque do relógio nos perturbava”. Qual é a figura de linguagem da expressão destaca-da?

2. (CESGRANRIO-RJ) Na frase: “O fio da idéia cresceu, engrossou e partiu-se” ocorre proces-so de gradação. Não há gradação em:

a) O carro arrancou, ganhou velocidade e ca-potou.b) O avião decolou, ganhou altura e caiu.c) O balão inflou, começou a subir e apagou.d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e frustrou-se.e) João pegou de um livro, ouviu um disco e saiu.

3. (UM-SP) Qual dos períodos abaixo apresenta um desvio das normas propostas pela Gramáti-ca, conhecido no domínio da linguagem figu-rada como catacrese?

a) Os olhos piscavam mil vezes por minuto diante do horrível espetáculo.b) Eu parece-me que vivo em função de um áspero orgulho.c) Com o espinho enterrado no pé, levantou- se rápida à procura do pai.d) Suas faces avermelhadas traduziam-se em chamas encolerizadas por causa dos males imaginados.e) A perversidade secreta daquelas monta-nhas selvagens assustava as calmas águas do riacho.

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Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes

Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”(Cruz e Sousa)

4. (São Marcos-SP) No texto de Cruz e Sousa te-mos exemplo de:

a) paralelismob) versos brancosc) eufemismod) aliteraçãoe) hipérbole

5. (São Marcos-SP) Na frase “Ao pobre não lhe devo nada”, encontramos um caso de:

a) anacolutob) pleonasmoc) elipsed) zeugmae) solecismo

6. (PUCSP) Nos trechos:“...em um dos autores nacionais ou nacionali-zados de oitenta pra lá faltava nas estantes do major.”“...o essencial é achar-se as palavras que o vio-lão pede e deseja”encontramos, respectivamente, as seguintes fi-guras de linguagem:

a) prosopopéia e hipérboleb) hipérbole e metonímiac) perífrase e hipérboled) metonímia e eufemismoe) metonímia e prosopopéia

7. (FMU-SP) Nos dois primeiros versos:

O vento voa a noite toda se atordoa, aparece a mesma figura:

a) metéforab) metonímiac) hipérboled) personificaçãoe) antítese

8. (FMU-SP) Observe a letra destacada nos dois primeiros versos:

O vento voaa noite toda se atordoa,

Na consoante que se repete, você vê:

a) aliteraçãob) assonânciac) ecod) rimae) onomatopeia

9. (UM-SP) Aponte a alternativa em que não haja uma comparação.

a) “Rio como um regato que soa fresco numa pedra.”b) “E mais estranho do que todas as estranhe-zas que as cousas sejam realmente o que pa-recem ser.”c) “Qual um filósofo, o poeta vive a procurar o mistério oculto das cousas.”d) “Os pensamentos das árvores a respeito do mistério das cousas são tão estranhos quanto os dos rios.’’e) “Os meus sentidos estavam tão aguçados, que aprenderam sozinhos o mistério das cou-sas.”

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SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

SINÔNIMOSSão palavras que apresentam, entre si, o mesmo significado.

triste = melancólico. resgatar = recuperarmaciço = compacto ratificar = confirmar digno = decente, honestoreminiscências = lembranças insipiente = ignorante.

ANTÔNIMOSSão palavras que apresentam, entre si, sentidos opostos, contrários.

bom x mau bem x malcondenar x absolversimplificar x complicar

HOMÔNIMOSSão palavras iguais na forma e diferentes na significação. Há três tipos de homônimos:

a) HOMÔNIMOS PERFEITOSTêm a mesma grafia e o mesmo som.cedo (advérbio) e cedo (verbo ceder);meio (numeral), meio (adjetivo) e meio (substantivo).

b) HOMÔNIMOS HOMÓFONOSTêm o mesmo som e grafias diferentes.sessão (reunião), seção (repartição) e cessão (ato de ceder);concerto (harmonia) e conserto (remendo).

c) HOMÔNIMOS HOMÓGRAFOSTêm a mesma grafia e sons diferentes. almoço (refeição) e almoço (verbo almoçar);sede (vontade de beber) e sede (residência).

PARÔNIMOSSão palavras de significação diferente, mas de forma parecida, semelhante.retificar e ratificar;emergir e imergir.Eis uma lista com alguns homônimos e parônimos:

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acender = atear fogoascender = subiracerca de = a respeito de, sobrecerca de = aproximadamentehá cerca de = faz aproximadamente, existe aproximadamente, acontece aproximada-menteafim = semelhante, com afinidadea fim de = com a finalidade de amoral = indiferente à moralimoral = contra a moral, libertino, devassoapreçar = marcar o preço apressar = acelerar arrear = pôr arreios arriar = abaixarbucho = estômago de ruminantesbuxo = arbusto ornamental caçar = abater a caça cassar = anularcela = aposentosela = arreiocenso = recenseamentosenso = juízocessão = ato de doarseção ou secção = corte, divisãosessão = reuniãochá = bebidaxá = título de soberano no Orientechalé = casa campestrexale = cobertura para os ombroscheque = ordem de pagamentoxeque = lance do jogo de xadrez, contratem-po comprimento = extensão cumprimento = saudaçãoconcertar = harmonizar, combinar consertar = remendar, reparar conjetura = suposição, hipótese conjuntura = situação, circunstância coser = costurarcozer = cozinhar deferir = conceder diferir = adiardescrição = representação discrição = ato de ser discreto descriminar = inocentardiscriminar = diferençar, distinguir despensa = compartimento dispensa = desobrigaçãodespercebido = sem atenção, desatentodesapercebido = desprevenidodiscente = relativo a alunos docente = relativo a professores emergir = vir à tonaimergir = mergulhar emigrante = o que sai imigrante = o que entraeminente = nobre, alto, excelente iminente = prestes a acontecer esperto = ativo, inteligente, vivo experto = perito, entendido espiar = olhar sorrateiramente

expiar = sofrer pena ou castigo estada = permanência de pessoa estadia = permanência de veículo flagrante = evidentefragrante = aromáticofúsil = que se pode fundir fuzil = carabinafusível = resistência de fusibilidade calibradaincerto = duvidoso inserto = inserido, incluso incipiente = iniciante insipiente = ignorante indefesso = incansável indefeso = sem defesainfligir = aplicar pena ou castigoinfringir = transgredir, violar, desrespeitar intemerato = puro, íntegro, incorrupto intimorato = destemido, valente, corajoso intercessão = súplica, rogointerse(c)ção = ponto de encontro de duas li-nhaslaço = laçadalasso = cansado, frouxo ratificar = confirmar retificar = corrigirsoar = produzir som suar = transpirar sortir = abastecer surtir = originar sustar = suspender suster = sustentartacha = brocha, pequeno pregotaxa = tributotachar = censurar, notar defeito em taxar = estabelecer o preço vultoso = volumosovultuoso = atacado de vultuosidade (conges-tão na face)

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QUESTÕES - BANCA LA SALLE

As questões de 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.

44% da população brasileira não lê e 30% nunca comprou um livro, aponta pesquisa Retratos da Leitura

Disponível em: http://cultura.estadao.com.br/blogs/babel/44-da-populacao-brasileira. Texto adaptado.

01. De acordo com a leitura do texto, é correto afirmar que:

a) no Brasil, hábito de leitura está perdendo espaço para outras atividades de entretenimento, tais como uso da internet, bate-papo nas redes sociais e esportes ao ar livre.

b) o número de leitores está diminuindo em todo o mundo devido à falta de incentivo à prática da leitura por parte dos pais e professores.

c) a Bíblia é o livro mais lido no mundo todo.d) a maior parte das obras lidas pela população brasileira são de cunho didático, visto que com-

põem as listas de indicações impostas pelas escolas.e) entre 2011 e 2015, houve um sutil aumento no número de leitores no Brasil.

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02. Leia as afirmações relativas aos dados apresentados no texto.

I – Para mais de 60% da população, não houve uma pessoa que tivesse incentivado a leitura em sua trajetória devida.II – A maioria dos compradores de livros (acima de 10%) prefere os e-books. III – Em torno de 30% dos entrevistados prefere retirar livros de bibliotecas.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a I e IId) Apenas a II e IIIe) Apenas a III

03. As lacunas das linhas 01, 05 e 16 devem ser respectivamente preenchidas por:

a) A – a – ab) A – à –àc) Há – a –ad) Há – à –àe) Há – à –a

04. Leia as seguintes possibilidades de reescrita da seguinte passagem:

Para a pesquisa, é leitor quem leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos 3 meses. Já o não leitor é aquele que declarou não ter lido nenhum livro nos últimos 3 meses, mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses.

I – Segundo a pesquisa, é considerado leitor quem leu – inteiro ou em partes – pelo menos um livro nos últimos 3 meses. Por sua vez, o não leitor é aquele que declarou não ter lido nenhum livro nos últimos 3 meses, ainda que tenha lido nos últimos 12 meses.II – De acordo com a pesquisa, é leitor quem leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últi-mos 3 meses, mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses.III – Para a pesquisa, é leitor quem leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos 3 meses; Por sua vez, o não leitor é aquele que declarou não ter lido nenhum livro nos últimos 3 meses, ainda que tenha lido nos últimos 12 meses.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão)correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a IIId) Apenas a I e a IIe) I, II eIII

05. O conectivo “entretanto” (linha 17) apenas NÃO poderia ser substituído por:

a) porémb) portantoc) contudod) todaviae) no entanto

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06. Assinale a alternativa que apresenta erro de concordância verbal.

a) Na pesquisa intitulada Retratos da leitura no Brasil, houve um número restrito de pessoas que de-monstraram cultivar o hábito deler.

b) Existe em todo o Brasil, muitas pessoa que admitem nunca terem lido sequer um único livro em suavida.

c) No Brasil, há muitos leitores que, mesmo com a evolução tecnológica, ainda dão preferência aos livrosimpressos.

d) Infelizmente, percebe-se que a procura por obras literárias clássicas tem diminuído entre os leitores brasileiros.

e) Na pesquisa, verificou-se que a Bíblia foi o livro mais lido, em qualquer nível deescolaridade.

07. Leia as afirmações abaixo, relativas à pontuação empregada no texto.

I – As vírgulas antes e depois da expressão entidade mantida pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) marcam a intercalação de uma oração coordenada.II – As vírgulas antes e depois da expressão entidade mantida pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) poderia ser substituídas por travessões.III – Há um fragmento de frase na linha 10, pois não deveria haver ponto final, e sim uma vírgula antes do advérbio Já.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas I e IIc) Apenas a IId) Apenas II eIIIe) I, II e III

08. A alternativa corretamente pontuada é:

a) Segundo, dados da pesquisa Retratos da leitura no Brasil houve um pequeno crescimento no número de leitores nos últimos anos o que infelizmente não pode ser considerado um resultado favorável tendo em vista o fato ser um aumento pouco expressivo.

b) Segundo dados da pesquisa, Retratos da leitura no Brasil, houve um pequeno crescimento no número de leitores, nos últimos anos, o que infelizmente não pode ser considerado um resultado favorável tendo em vista, o fato ser um aumento pouco expressivo.

c) Segundo dados, da pesquisa Retratos da leitura no Brasil, houve um pequeno crescimento no número de leitores nos últimos anos o que infelizmente não pode ser considerado, um resultado favorável, tendo em vista o fato ser um aumento pouco expressivo.

d) Segundo dados da pesquisa Retratos da leitura no Brasil, houve um pequeno crescimento no número de leitores nos últimos anos, o que infelizmente não pode ser considerado um resultado, favorável tendo em vista o fato ser um aumento pouco expressivo.

e) Segundo dados da pesquisa Retratos da leitura no Brasil, houve um pequeno crescimento no número de leitores nos últimos anos, o que infelizmente não pode ser considerado um resultado favorável, tendo em vista, o fato ser um aumento pouco expressivo.

09. São acentuadas de acordo com a mesma regra que “vídeos” as palavras:

a) própria etrajetóriab) média eresponsávelc) índice eníveld) Bíblia ealiáse) nível e média

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10. Leia as afirmações relativas a formas verbais empregadas no texto.

I – A forma verbal lê (linha 02) ficaria leem, caso o seu sujeito fosse os brasileiros.II – Representavam (linha 01) e ouviu (linha 08) estão no pretérito imperfeito do indicativo.III – A forma verbal leu (linha 10) está no pretérito perfeito do indicativo e apresenta aspecto con-cluso.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a IId) Apenas a IIIe) I, II e III

As questões de 11 a 20 referem-se ao texto abaixo.

Saúde e educação no Brasil

Disponível em <http://www.sbcm.org.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=2369:saude-e-educacao--no-brasil&catid=84:opiniao&itemid=135> (adaptado)

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11. As lacunas das linhas 06, 14 e 35 devem ser, respectivamente, preenchidas por

a) cidadãos – mal –sinalizarb) cidadões – mal –sinalizarc) cidadões – mau –sinalisard) cidadãos – mau –sinalizare) cidadões – mau –sinalizar

12. Considerando o emprego do sinal indicativo de crase, assinale a alternativa que preenche, cor-reta e respectivamente, as lacunas das linhas 02, 24 e26.

a) à – a –ab) à – à –àc) à – a –àd) a – a –àe) à – à –a

13. A palavra “alvissareiro”, linha 03, pode ser substituída, sem comprometer o sentido original do texto, por

a) auspiciosob) difícilc) lamentáveld) negativoe) severo

14. Deacordo com o texto, analise as afirmações abaixo e assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso

( ) O Brasil é o segundo país no mundo com mais escolas médicas. ( ) O problema da saúde no Brasil é a falta demédicos.( ) Somente com altos salários será possível ter qualidade na saúde brasileira A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo,é:

a) V – V –Vb) F – F – Vc) V – V – Fd) F – V –Fe) V – F –F

15. Considerando as estruturas linguísticas do texto, assinale a opção correta.

a) O verbo “são”, linha 01, para efeitos de concordância deveria ser empregado no singular.b) A expressão “as bases”, linha 04, para efeitos de semântica textual deveria estar no singular.c) A vírgula da linha 17 deveria, obrigatoriamente, ser substituída porponto-e-vírgula.d) Na linha 33, a retirada do advérbio de negação não prejudicaria o sentido original do texto.e) As aspas entre o trecho das linhas 28 e 30 foram utilizadas para destacar o discurso de outrem.

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16. Analise as afirmações abaixo:

I – A expressão “Dessa forma”, linha 07, é um elemento coesivo.II – A expressão “Tem-se”, linha 05, no contexto em que se encontra e de acordo com a norma culta da Língua Portuguesa, está gramaticalmente incorreta.III – O uso do verbo “precisar” na primeira pessoa do plural, linha 35, evidencia que o autor do texto não faz parte do discurso.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a IIId) Apenas a I e IIe) I, II e III

17. Para efeitos de coesão,a conjunção da linha 09 só não poderia ser substituída por

a) Masb) Porémc) Contudod) Portantoe) Todavia

18. De acordo com o texto, é INCORRETO afirmarque

a) foi criada, em 2007, uma avaliação aplicada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de SãoPaulo.

b) não há intenção, por parte do MEC, em aumentar o número de vagas nos cursos de medicina das instituiçõesfederais.

c) os índices de reprovação na avaliação aplicada pelo Conselho Regional de Medicina do Esta-do de São Paulo corroboram que muitos novos médicos não estão preparados para exercer a profissão.

d) a população da Índia é seis vezes maior que a do Brasil.e) é necessária uma boa distribuição geográfica e uma base para o profissional se fixar em perife-

rias das grandes cidades.

19. Observe as seguintes perguntas:

I – De acordo com a avaliação realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, em 2011, qual a porcentagem de alunos que não sabem interpretar radiografia ou fazer diagnóstico?II – Em que ano do Curso de Medicina estavam os estudantes que participaram da avaliação do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo em 2011?III – Quantas escolas de medicina há na Índia?

Das perguntas acima, qual(is) é(ão) respondida(s) pelo texto?

a) Apenas a Ib) Apenas a I e IIc) Apenas a I e IIId) Apenas a II e IIIe) I, II e III

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20. Analise as palavras abaixo, dentro do contexto em que se encontram, e assinale a alternativa INCORRETA.

a) “e” (linha 04) –conjunção.b) “de” (linha 09) –preposição.c) “não” (linha 16) –advérbio.d) “apenas” (linha 35) –conjunção.e) “Somente” (linha 37) –advérbio.

As questões de 21 a 30 referem-se ao texto abaixo.

25 de setembro – Dia do trânsito

Disponível em <http://www.brasilescola.com/datas-comemorativas/dia-transito.htm> (adaptado).

21. As lacunas das linhas 17, 31 e 32 devem ser, respectivamente, preenchidas por

a) atrás – Há –ajab) atraz – Existem –hajac) atrás – Há –hajad) atrás – Existe –hajae) atraz – Há –haja

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22. Considerando o emprego do sinal indicativo de crase, assinale a alternativa que preenche, cor-reta e respectivamente, as lacunas das linhas 03, 27 e 29.

a) a – à –àb) à – à –ac) a – a –ad) a – à –ae) à – a –à

23. Em “Ao longo dos últimos anos, o trânsito conheceu um aumento...” (linha 15), a expressão subli-nhada, sintaticamente, recebe a classificação de

a) complemento verbalb) adjunto adnominalc) adjunto adverbiald) predicativoe) predicado nominal

24. Assinale (V) para Verdadeiro e (F) para Falso.

( ) A segunda vírgula da linha 17 foi usada para isolar o adjunto adverbial.( ) A última vírgula da linha 20 poderia ser omitida sem acarretar prejuízo ao texto e às normas vi-gentes.( ) Em “A criação do Dia Nacional do Trânsito ocorreu” (linha 07), poderia ser incluída uma vírgula após “Trânsito”, na tentativa de enfatizar o que virá a serdito.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

a) F – V –Fb) V – F –Vc) F – F – Fd) F – V –Ve) V – F –F

25. A conjunção presente na linha 25, dentro do contexto em que se insere, estabelece relação de

a) concessãob) consequênciac) finalidaded) proporçãoe) conclusão

26. De acordo com o texto, analise as afirmações abaixo e assinale (V) para verdadeiro e(F) para Falso.

( ) O crescimento de acidentes no trânsito está relacionado ao aumento de veículos nas estradas brasileiras.( ) Existem facilidades para a compra de um carro zero, o que gerou um aumento da frota de ve-ículos.( ) A Lei Seca surgiu na tentativa de diminuir o número de acidentes notrânsito.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo,é:

a) V – V –Vb) F – F – Vc) F – V –Vd) F – F – Fe) V – F –V

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27. Segundo o texto, é INCORRETO afirmar que

a) é maior o número de óbitos por acidentes de trânsito do que por câncer, segundo dados de 2013.

b) o Brasil só perde para três outros países no que se refere ao número de mortes no trânsito.c) em 2010, mais de 42 mil pessoas morreram vítimas de acidentes de trânsito.d) o governo busca medidas para diminuir o número de acidentes no trânsito.e) as medidas tomadas pelo governo brasileiro já apresentam resultados satisfatórios.

28. De acordo com o texto, considere as afirmações:

I – Há mais acidentes de trânsito na Nigéria do que noBrasil.II – Houve um aumento significativo no número de mortes por acidente de trânsito nos últimos anos.III – De 2010 para 2014, houve uma pequena redução no número de mortes por acidente de trân-sito.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIIc) Apenas a I e IId) Apenas a II e IIIe) I, II e III

29. Sobre as palavras “alcoólicos” e “trânsito”, é possível afirmar que

a) a primeira é trissílaba, enquanto a segunda é polissílaba.b) as duas palavras são oxítonas.c) a primeira é polissílaba e a segunda, trissílaba.d) as duas palavras sãotrissílabas.e) a primeira é oxítona e a segunda, proparoxítona.

30. Em “Todos os anos, no dia 25 de setembro, é comemorado no Brasilo Dia do Trânsito. Mas o que é trânsito e a que se refere essa expressão?” (linhas 01 e 02), as palavras sublinhadas morfologica-mente, são classificadas em

a) substantivo – conjunção – verbo – conjunçãob) adjetivo – preposição – verbo –preposiçãoc) substantivo – preposição – verbo – preposiçãod) adjetivo – preposição – conjunção –verboe) pronome – preposição – verbo –preposição

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As questões de 31 a 40 referem-se ao texto abaixo.

Coração abandonado

Pesquisa revela que no Brasil as mulheres ignoram os fatores de risco das doenças cardíacas e têm extrema dificuldade para identificar os sintomas de um infarto

(Revista Veja, outubro de 2013, p. 111-112. Texto Adaptado)

31. A respeito do texto, analise as seguintes proposições:

I – É um texto literário com linguagem conotativa.II – A linguagem tem função utilitária e pretende ter um único significado. III – Trata-se de um textoinformativo.

Das afirmações acima, qual(s) está(ão) correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a IIId) Apenas a I e IIIe) Apenas II e III

32. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 2, 3, 18 e 20:

a) A – a – A –àb) A – a – À –àc) À – à – A –ad) À – a – A –ae) À – a – À –a

33. No trecho “O que as desfavorece é a constituição das artérias coronárias.” (linha 12), o termo sublinhado se refere a:

a) Certasb) Doençasc) Mulheresd) Coronáriase) Homens

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34. Analise as seguintes proposições a respeito do trecho “Os vasos femininos são 15% mais estreitos” (linhas 12-13):

I – O sujeito é simples e com ele concorda o verbo em número epessoa.II – O sujeito é composto e com ele concorda o verbo em número e pessoa. III – Trata-se de um sujeito coletivo, devendo o verbo concordar no singular.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a IIId) Apenas a I e IIIe) Apenas II e III

35. Em é (linha 8), responsável (linha 9) e além (linha 13), temos, respectivamente:

a) Proparoxítona, paroxítona, paroxítonab) Paroxítona, paroxítona, oxítonac) Oxítona, proparoxítona, paroxítonad) Monossílaba tônica, paroxítona, oxítonae) Monossílaba átona, paroxítona, oxítona

36. Em relação ao vocábulo diabetes (linha 15), analise as seguintes afirmações:

I – diabetes é um substantivoepiceno.II – diabetes, no contexto em que se insere, está no gênero masculino. III – diabetes é um substantivo de gênero incerto.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a IIId) Apenas a I e IIe) Apenas II e III

37. O conectivo e no trecho “Departamento de Pesquisa e Inteligência de Mercado da Abril”. (li-nhas 4-5) exprime ideia de:

a) Alternânciab) Conclusãoc) Adiçãod) Explicaçãoe) Oposição

38. Analise as seguintes proposições a respeito dos termos “distúrbios cardíacos” (linha 5):

I – O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere. II – O adjetivo está no masculino plural.III – distúrbios é adjetivo.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a IIId) Apenas a I e IIe) Apenas I e III

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39. O vocábulo “porém” (linha 14), no contexto em que se insere, expressa:

a) Oposiçãob) Motivoc) Acrescentamentod) Condiçãoe) Explicação

40. Analise as seguintes afirmações a respeito do trecho “As brasileiras encaram os distúrbios cardí-acos como um mal tipicamente masculino” (linhas 5-6):

I – Trata-se de um exemplo de discurso indireto. II – Trata-se de um exemplo de discurso direto.III – Trata-se de um exemplo de discurso indireto livre. Das afirmações acima, qual(is) está(ão) cor-reta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a IIId) Apenas a I e IIe) Apenas I e III

As questões de 41 a 50 referem-se ao texto abaixo.

Professor do século XXI

Disponível em <http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/198/o-jeito-nova-geracao-298693-1.asp> (adaptado)

41. As lacunas das linhas 05, 09 e 21 devem ser, respectivamente, preenchidas por

a) entusiastas – tem –mantemb) entusiastas – têm –mantêmc) entusiastas – tem –mantémd) entuziastas – têm –mantéme) entusiastas – têm –mantém

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42. Observe as frases abaixo:

I – “... tem se dedicado ao ensino e à pesquisa...” (linha12).II – “... ocorrendo deve-se, sobretudo, à capacidade...” (linha 14). III – “... adaptar a máquina à sua realidade.” (linhas 30 e 31)

Em qual(is) das frases acima, a crase é facultativa?

a) Apenas na Ib) Apenas na IIc) Apenas na IIId) Apenas em I e IIe) Apenas em I e III

43. Observe as seguintes perguntas:

I – Há quanto tempo Paulo Cysneiros dedica-se ao estudo das tecnologias da informação?II – Qual mudança ocorreu, nos últimos anos, nos jovens que ingressaram no mercado de trabalho? III – Quem foram os responsáveis pela pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Administração (FIA/USP)?

Das perguntas acima, qual(is) é (são) respondida(s) pelo texto?

a) Apenas a Ib) Apenas I e IIc) Apenas I e IIId) Apenas II e IIIe) I, II, III

44. De acordo com o texto, assinale (V) para verdadeiro e (F) parafalso.

( ) Ter uma visão crítica, ao utilizar a tecnologia, torna-se algo positivo, segundo o pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco.( ) A pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Administração teve como parâmetro mais de 150 jovens.( ) Somente 4% dos entrevistados não consideram a realização pessoal como objetivo do trabalho, segundo pesquisa da Fundação Instituto de Administração.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo é:

a) F – V –Fb) V – F –Fc) V – V – Vd) F – F – Ve) F – V –V

45. De acordo com o texto, é possível afirmar que

I – brincadeiras fazem parte da prática docente dos novos professores.II – o professor deve ter o cuidado de adaptar as tecnologias à sua realidade.III – o professor deve guiar o aluno e mostrar onde está aquilo que o educando deseja.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a IIId) Apenas a I e IIe) I, II e III

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46. No período “Para Paulo Gileno Cysneiros, a visão crítica do uso desses recursos na educação é positiva” (linha 28), ao passarmos o vocábulo “visão” para o plural, quantas outras palavras sofrerão alteração para efeitos de concordância?

a) 3b) 4c) 5d) 8e) 9

47. Em “... eles promovem uma revolução silenciosa” (linha 07), a expressão sublinhada, sintatica-mente, recebe a classificação de

a) sujeito simplesb) adjunto adverbialc) predicativo do sujeitod) objeto diretoe) objeto indireto

48. No período “Em outras vezes, elas provocam medo.” (linhas 29 e 30), a vírgula foi usada para

a) intercalar orações.b) isolar o adjunto adverbial deslocado.c) isolar o adjunto adnominal deslocado.d) marcar a supressão de um elemento sintático.e) isolar o predicativo do sujeito.

49. Marque a alternativa que apresenta a regra de acentuação das palavras “usá-la” e “até”, res-pectivamente.

a) oxítona terminada em –a / oxítona terminada em–e.b) paroxítona terminada em –a / oxítona terminada em–e.c) oxítona terminada em –a, seguida de pronome do caso reto / oxítona terminada em–e.d) paroxítona terminada em –a / paroxítona terminada em–e.e) paroxítona seguida de ditongo / paroxítona terminada em–e.

50. Assinale a alternativa que não apresenta desvio de pontuação.

a) A chamada “geração Y”, os nascidos na década de 1980 até meados dos anos 1990, é a primei-ra geração que não precisou aprender como lidar com equipamentos eletrônicos.

b) A atitude, não é diferente, com os professores.c) Boas doses de idealismo e paixão, envolvem o magistério.d) O uso das tecnologias, para Paulo – tem o potencial de modificar os modos de pensar.e) Esses profissionais, ao chegar ao mercado de trabalho foram considerados inovadores e empre-

endedores.

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As questões de 51 a 60 referem-se ao texto abaixo.

Os comportamentos que minam qualquer relação de trabalho

Disponível em <http://exame.abril.com/carreira/os-comportamentos-que-minam-qualquer-relacao-de-trabalho> (texto adaptado)

51. As lacunas das linhas 04, 09 e 10 devem ser, respectivamente,preenchidas por

a) a – a –porqueb) a – a – porquec) à – à – porqued) à – a – porquêe) a – à – porquê

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52. De acordo com o texto, é INCORRETO afirmar que

a) as habilidades de relacionamentos determinam a qualidade de vida profissional.b) todas as afirmações sobre comportamento – apontadas no texto – são de Homero Reis.c) os maus ouvintes são incumbidos de propagar e minar as relações profissionais.d) as pessoas serão capazes de conversar sobre o que as incomodam a partir do momento em que

forem trabalhadas as competências emocionais.e) Elaborar uma reclamação efetiva aproxima o colaborador da solução, não garantindo, todavia,

a certeza da resolução do problema.

53. Observe as seguintesperguntas:

I – Reis fala sobre a armadilha comportamental. Que armadilha é essa? II – Segundo o texto, qual a diferença entre queixa e reclamação?III – Quais os comportamentos que mais estragam as relações de trabalho?

Das perguntas acima, qual(is) é(são) respondida(s) pelo texto?

a) Apenas a I e IIb) Apenas a IIc) Apenas a I e IIId) Apenas a II e IIIe) I, II e III

54. A conjunção presente na linha 06 estabelece, dentro do contexto em que se insere, relação semânticade

a) adversidadeb) oposiçãoc) concessãod) proporçãoe) condição

55. Respeitando as regras gramaticais da língua portuguesa e o sentido original do texto, qual das possibilidades abaixo NÃO apresenta uma reescrita correta do trecho entre as linhas 34 e 35?

a) Sendo assim, a reclamação só é possível em um cenário de equilíbrio emocional. “Grande parte dos colaboradores que reclamam de seus chefes não conseguem construir reclamações efeti-vas”, diz Reis.

b) Sendo assim, a reclamação só é possível em um cenário de equilíbrio emocional. Segundo Reis, “grande parte dos colaboradores que reclama de seus chefes não consegue construir reclama-ções efetivas”.

c) Dessa forma, a reclamação só é possível em um cenário de equilíbrio emocional, pois grande parte dos colaboradores que reclama de seus chefes não consegue construir reclamações efe-tivas, diz Reis.

d) Sendo assim, a reclamação só é possível em um cenário de equilíbrio emocional. De acordo com Reis, “grande parte dos colaboradores que reclama de seus chefes não consegue construir re-clamações efetivas”.

e) Dessa forma, a reclamação só é possível em um cenário de equilíbrio emocional. “Grande parte dos colaboradores que reclama de seus chefes não consegue construir reclamações efetivas”, afirma Reis.

56. Em algumas palavras, a retirada ao acento gráfico causa mudança de pronúncia e de classe gramatical. Assinale a alternativa em que ocorre tal situação:

a) legítimob) péssimosc) vocêd) possívele) cenário

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57. De acordo com o texto, assinale “V” para Verdadeiro e “F” para Falso.

( ) Queixa não é uma reclamaçãoefetiva.( ) Qualidade técnica não garante resultados, pois é necessário boa relação no ambiente profis-sional.( ) Homero Reis notou forte demanda no que diz respeito aosrelacionamentos, principalmente dentro das organizações.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

a) F – V –Fb) V – F –Fc) F – F – Fd) F – V –Ve) V – V – V

58. De acordo com o texto, é possível afirmarque

I – organizar o raciocínio faz parte do que, para Reis, significa reclamar.II – há um questionamento sobre as vezes em que o comportamento do chefe é levado à discussão.III – Homero Reis possui uma empresa de consultoria. Das afirmações acima, qual(is) está(ão)corre-ta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a IIId) Apenas a I e IIe) I, II e III

59. No período “Para onde você foge quando precisa falar sobre temas que o incomodam no tra-balho?” (linha 25) ao passarmos o vocábulo “você” para o plural, quantas outras palavras sofrerão alteração para efeitos de concordância?

a) 1b) 2c) 3d) 4e) 5

60. Quais das palavras abaixo NÃO faz alusão a Homero Reis?

a) sua (linha 04)b) ele (linha 07)c) ele (linha 09)d) ele (linha 33)e) especialista (linha 36)

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As questões de 61 a 70 referem-se ao texto abaixo.

Histórico da Fenac

Disponível em <http://www.fenac.com.br/fenac/> (texto adaptado)

61. De acordo com o texto, marque (V) para Verdadeiro e (F) para Falso.

I – Na segunda década do século XIX, Novo Hamburgo já demonstrava aptidão para feiras e ex-posições.II – Bruno Petry e Paulo Sérgio Gusmão foram duas pessoas importantes dentro do processo de união dos empresários frente à ideia de, em Novo Hamburgo, fazer uma grande festa e feira do calçado.III – A primeira Fenac foi inaugurada no ano de1963.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

a) F – V –Fb) F – V –Vc) V – F –Fd) F – F – Fe) V – V – V

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62. As lacunas das linhas 12, 22 e 31 devem ser, respectivamente, preenchidas por

a) a – a –vemb) a – à –vemc) à – a –vêmd) à – a –veme) à – à –vem

63. Analise as afirmativas referentes à acentuação gráfica das palavras retiradas do texto e, em seguida, assinale a afirmativa correta.

a) A palavra “já” é acentuada por ser uma monossílaba e, assim sendo, todas as monossílabas de-vem sera centuadas.

b) A palavra “através” é acentuada por ser uma trissílaba terminada em“s”.c) As palavras “concluído” e “ruído” seguem a mesma regra de acentuação.d) A palavra “público” segue a mesma regra de acentuação do vocábulo “concluído”.e) A palavra “obstáculos” é acentuada por ser uma paroxítona e, assim sendo, todas paroxítonas

devem sera centuadas.

64. Segundo o texto, é correto afirmar que

a) a emancipação de Novo Hamburgo se deu em 05 de abril de1927.b) Santini foi escolhido o primeiro presidente daFenac.c) Borges de Medeiros encomendou projetos para um pavilhão de exposições.d) a inauguração da Fenac, em meados de 1960, impressionou o público, principalmente, pela co-

roação de Rita Lenz e Ieda Vargas, eleitas Cinderela do Calçadão e Miss Rio Grande do Sul, respectivamente.

e) Borges de Medeiros, em 1950, promoveu uma feira de calçados na cidade de Novo Hamburgo.

65. Em “Ao longo dos anos, a Fenac cumpriu...” (linha 30 e 31), a vírgula foi usada para

a) separar ovocativo.b) isolar o adjunto adverbial.c) separar oaposto.d) separar itens de mesma função sintática.e) suprimir overbo.

66. Com base no texto, observe as seguintes afirmações

I – Após eleito, Santini tornou-se o líder da realização da primeira Fenac. II – O pavilhão que estava concluído ruiu em 09 de abril de 1963.III – A Fenac, até os dias de hoje, cumpre com seu papel de protagonista de importantes momentos para o setor coureiro-calçadista.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a I e IId) Apenas a I e IIIe) I, II e III

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67. Observe as seguintes perguntas:

I – A inauguração da Fenac trouxe outras atrações inesquecíveis. Quais?II – Quem decidiu realizar uma feira de artesanato na cidade?III – Qual foi a promessa feita por Borges de Medeiros? Qual (is) é(são) respondida(s) pelo texto?

a) Apenas I e IIb) Apenas a IIc) Apenas I e IId) Apenas II e IIIe) I, II e III

68. Respeitando a ideia do texto e estabelecendo a coesão textual, qual alternativa NÃO preen-che adequadamente a lacuna da linha 09?

a) masb) porémc) noentantod) entretantoe) alémdisso

69. A pontuação tem importante papel dentro da construção de um texto. Marque, portanto, a alternativa que apresenta inadequação quanto ao uso dos sinais de pontuação.

a) Muitos foram os obstáculos enfrentados para a criação da Fenac.b) Ieda Maria Vargas foi eleita Miss Rio Grande do Sul.c) Em 25 de maio de 1963, foi inaugurada a primeira Fenac.d) Quase três anos depois Borges de Medeiros cumpriu sua promessa.e) Agostinho Cavasotto exerceu grande papel na concretização da Fenac.

70. Analise as afirmações referentes aos anafóricos retirados do texto e, em seguida, marque a al-ternativa incorreta.

a) “Ele” (linha 04) refere-se a Borges de Medeiros.b) “sua” (linha 06) refere-se à promessa feita por Borges de Medeiros.c) “os dois” (linha 17) refere-se a Bruno Petry e Paulo Sérgio Gusmão.d) “ele” (linha 13) refere-se ao pavilhão de exposições.e) “que” (linha 07 – primeira ocorrência) refere-se a Borges de Medeiros.

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As questões de 71 a 10 referem-se ao texto abaixo.

Política Nacional de Atenção às Urgências Apresentação

Humberto Costa. Ministro da Saúdehttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/politica%20Nacional.pdf.

71. A partir da leitura do texto, marque “V” para informação verdadeira e “F” para informação falsa.

I – A expressão “é fruto do trabalho”, no segundo parágrafo do texto, foi usada no sentido conota-tivo.II – O primeiro parágrafo do texto está na voz passiva analítica.III – O último parágrafo do texto é formado predominantemente em terceira pessoa do singular.

Ordenando de cima para baixo, a alternativa CORRETA é:

a) V – V –Vb) F – F – Fc) V – F –Fd) V – V – Fe) F – V –F

72. Assinale a alternativa contendo a conjugação verbal CORRETA dos verbos sublinhados:

a) Quando o Ministério da Saúde proportarefas à equipe de trabalho, poderá contar com ela.b) Se o governo obtesseo apoio da população, o sucesso do programa estaria garantido.c) A liberação de recursos específicos para as necessidades de cada paciente será feita quando

convira o Ministério.d) Quando o Ministério da Saúde revirinformações por meio das centrais, proporá melhorias.e) Se o governo manter“ambulâncias à deriva”, o sucesso do programa poderá ficar comprome-

tido.

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73. Com relação à grafia de palavras no texto, é CORRETO afirmar que:

a) A palavra “reabilitação” está grafada de forma incorreta.b) A palavra “universalidade” está grafada de forma incorreta.c) A palavra “convalecença” está grafada de forma incorreta.d) A palavra “descentralização” está grafada de forma incorreta.e) Todas as palavras no texto estão grafadas corretamente.

74. Com relação aos processos de formação de palavras no português, é CORRETO afirmar que “empalidecer”, “dentista” e “abreugrafia” são formadas, respectivamente, por:

a) derivação por prefixação – composição parassintética – composição por aglutinação.b) composição por parassíntese – derivação por sufixação – derivação por aglutinação.c) hibridismo – derivação sufixal – derivação parassitética.d) derivação parassintética – derivação por sufixação –hibridismo.e) composição por sufixação – composição por sufixação –hibridismo.

75. É possível substituir, de forma gramaticalmente correta e sem alteração de sentido, os termos “por meio de” (linha 21) e “para” (linha 23) por, respectivamente:

a) por intermédio – a fim deb) através de – afim dec) pelo meio de – afim ded) mediante às – afim dee) por intermédio de – a fim de

76. Observe as afirmações abaixo referentes ao texto:

I – “que” (linha 5) retoma “população” (linha 5). II – “esta” (linha 5) retoma “vitória” (linha 5).III – “nesta” (linha 6) retoma “primeira etapa” (linhas 6 e 7). IV – “que” (linha 22) retoma “informações” (linha 21).V – “todas” (linha 27) retoma “nossas equipes de saúde” (linhas 26 e 27).

Com relação às afirmações anteriores, está CORRETO o que é afirmado:

a) Apenas em I, II e IIIb) Apenas em II, III e IVc) Apenas em I, IV e Vd) Apenas em IVe) Apenas em V

77. A promoção da saúde, a solidariedade, a ação necessária e ágil, estruturam a nossa Política Nacional de Atenção às Urgências. Das alternativas abaixo, aquela em que o verbo sublinhado é conjugado no mesmo tempo verbal que o verbo sublinhado na frase acima é:

a) Vamos trazer informações referentes ao trabalho de implantação da Política Nacional de Aten-ção às Urgências.

b) O Ministério da Saúde fez um belo trabalho na implantação da Política Nacional de atenção às Urgências.

c) Os médicos configuraram um belo trabalho na implantação da Política Nacional de Atenção às Urgências.

d) Viemos trazer informações referentes ao belo trabalho de implantação da Política Nacional de Atenção às Urgências.

e) Eles viram o belo trabalho de implantação da Política Nacional de Atenção àsUrgências.

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78. bastante tempo o Ministério da Saúde vem buscando implantar a PolíticaNacionalde Atenção àsUrgências, qualfoielaborada comvistas ajudar a população,obede-cendo normas e primandopelorespeito indivíduos.

A frase acima estará correta se as lacunas forem preenchidas, respectivamente, por:

a) Faz – a – a – à –ab) À – a – a – à –ac) Faz – a – à – as –ad) Há – a – a – às –aose) Há – a – às –aos

79. Observe as frases abaixo.

I – O desrespeito à Política Nacional de Atenção às Urgências implicará .II – A extinção de programas como a Política Nacional de Atenção às Urgências acarreta à população.III – A implantação da Política Nacional de Atenção às Urgência sresultou à população.

Com relação às frases acima, são complementos dos verbos “implicará”, “acarreta” e “resultou”, nessa ordem:

a) na perda do credenciamento – prejuízos –benefíciosb) perda do credenciamento – prejuízo – embenefícioc) em perda de credenciamento – em prejuízos –benefíciosd) perca do credenciamento – em prejuízo – embenefícioe) em perca de credenciamento – prejuízo – embenefícios

80. Com relação à sintaxe, marque a alternativa que apresenta, respectivamente, termo essencial da oração, termo integrante das oração e termo acessório da oração:

a) predicativo – complemento nominal – adjunto nominalb) sujeito – adjunto adnominal – adjunto adverbialc) predicado – sujeito – objeto diretod) substantivos – verbos – preposiçõese) sujeito – aposto –vocativo

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As questões de 81 a 85 referem-se ao texto abaixo.

TEXTO 1

O que passa na cabeça damoçada

Fonte: Revista Saúde, fevereiro de 2011 , p. 50 (Texto adaptado)

81. A alternativa que preenche corretamente as lacunas das linhas 1, 2 e 15, respectivamente é:

a) traz – raiz –porqueb) trás – raiz –porquec) traz – raíz – porqued) traz – raiz – porquee) trás – raís – porque

82. Na frase Todavia, oscilações repentinas ou baixo-astral permanente são sinais de alerta impor-tantes (linhas 11 e 12), o conetivo todavia poderia ser substituído, mantendo-se o sentido original do texto e a correta estruturação frasal (sem que nenhuma outra alteração precisasse ser feita)por:

a) Ainda queb) Sobretudoc) Contudod) Emborae) Conquanto

83. As palavras salientam (linha 4) e flutuações (linha 11) poderiam ser substituídas, sem que houves-se modificação no sentido da frase em que se inserem, respectivamente por:

a) retificam e oscilaçõesb) refutam e alteraçõesc) comprovam e desequilíbriosd) corroboram e ostentaçõese) destacam e variações

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84. Leia as seguintes afirmações a respeito do emprego de sinais de pontuação no texto.

I – A vírgula da linha 7(após Adiar presentes estimula o autocontrole) está sendo empregada pelo mesmo motivo que a vírgula da linha 13 (após se para eles o adolescente não é feliz).II – A vírgula após se para eles o adolescente não é feliz (linha 13) está sendo usada para separar uma oração subordinada condicional.III – Após Por incrível que pareça (linha 12), em vez de uma vírgula, seria possível colocar um ponto e vírgula, sem que houvesse prejuízo na correção sintática da frase.

Das assertivas acima, qual(is) está(ão) correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a IIId) Apenas I e IIe) Apenas II e III

85. Leia as seguintes assertivas a respeito do emprego de tempos verbais no texto.

I – Vão gerar (linha 2) é uma locução verbal, constituída do verbo auxiliar e verbo principal, que corresponde à forma simples do Futuro do Presente do Indicativo.II – Para que o texto respeitasse a norma padrão, a forma verbal destaca (linha 8) deveria estar sen-do empregada no Pretérito Perfeito do Indicativo, visto que se refere a uma ação já ocorrida, assim como a forma verbal chegou (linha 9), empregada na frase seguinte.III – Em acredita-se que essa seja uma das causas da epidemia (...) (linha 6), o verbo ser está ade-quadamente empregado no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo, visto que indica um fato hipotético.

Das assertivas acima, qual(is) está(ão) correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a IIId) Apenas I e IIIe) I, II e III

As questões de 86 a 90 referem-se ao texto abaixo.

TEXTO 2

É hora de rever o conceito de família estruturada

Fonte: Revista Nova Escola, agosto de 2010 , p. 34 (Texto adaptado)

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86. A alternativa que preenche corretamente as lacunas das linhas 2, 7 e 8 (primeira lacuna), res-pectivamente é:

a) vem – tem –temb) vem – tem –têmc) vêm – têm –temd) vem – têm –teme) vêm – têm –têm

87. A partir das ideias apresentadas no texto, é possível afirmar que:

a) Ainda que a estrutura familiar não seja o único fator relacionado a problemas de aprendizagem, não se pode negar que a presença de um pai e de uma mãe favorece a formação de crianças psicologicamente mais equilibradas.

b) Um lar com pai e mãe não é garantia de atenção aos filhos devido à crescente influência dos meios de comunicação, como televisão e internet.

c) A psicanalista Belinda Mandelbaum reconhece que o estereótipo ideal de família, existente em gerações passadas, sofreu modificações substanciais, mas essas mudanças não necessariamen-te interferem na maneira de educar crianças e adolescentes.

d) Segundo a psicanalista Belinda Mandelbaum, os educadores que aceitam as novas configura-ções familiares são capazes de fazer os estudantes se sentirem acolhidos, bem como propiciam um melhor relacionamento entre a escola e os responsáveis pelos educandos.

e) Apesar de seu modo de vida menos regrado, casais homossexuais têm pleno direito e capacida-de de educar adequadamente uma criança.

88. A alternativa que preenche corretamente as lacunas das linhas 6, 8 (segunda lacuna) e 14, res-pectivamente,é:

a) à – à –àb) à – à –ac) à – a –ad) à – a –àe) a – a –a

89. Na fala, seguidamente fazemos acréscimos ou supressões de fonemas nas palavras; tais fenô-menos, porém, típicos da oralidade, não são registrados na escrita. Dentre as palavras a seguir, a única que não pode se encaixar nesse caso é:

a) Dizerb) Coordenadorac) Compreendemd) Verdadeirose) Honestos

90. A alternativa em que todas as palavras são acentuadas graficamente de acordo com a mesma regra é:

a) laboratório – família –necessáriob) provável – responsáveis –gêneroc) avós – famílias –papéisd) é – alguém –papéise) núcleo – avós –só

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Texto para a questão 91

91. Levando-se em consideração a mensagem veiculada pelo texto da tira acima, pode-se afirmar que:

( ) Mônica acredita em telepatia por vezes, principalmente na faculdade telepática do Cebolinha.( ) Cebolinha teve a intenção de ludibriar Mônica, portanto simulou que possuía faculdade tele-pática.( ) Mônica, ao perceber a intenção do Cebolinha de enganá-la, ficou irritada e fingiu não acredi-tar em telepatia.( ) Mônica disse não acreditar em telepatia porque teve por meta contrariar Cebolinha.( ) Mônica acredita em telepatia, porém não acredita na faculdade telepática do Cebolinha.

Tendo por base tais afirmações, assinale a alternativa que preenche corretamente, de cima para baixo, os parênteses, sendo que V significa verdadeiro e F significa falso.

a) F – V – V – F – V –Vb) V – F – F – V – F –Fc) V – V – V – F – V –Fd) F – F – F – V – F –Fe) F – V – V – F – F –V

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Texto para as questões 92, 93 e 94 .

Disponível em: <http://img4.glowfoto.com/images>

92. Analise as afirmações feitas a respeito das palavras retiradas do fragmento: “Nunca compre uma coisa que você não vai usar” e depois assinale a alternativa correta.

I – O advérbio “nunca” possui quatro fonemas. II – O verbo “compre” apresenta um dígrafo.III – O substantivo “coisa” traz um encontro vocálico. IV – O verbo “vai” possui um hiato.

a) Apenas III está correta.b) Apenas III e IV estão corretas.c) Apenas I, II e III estão corretas.d) Apenas I e III estão corretas.e) I, II, III e IV estão corretas.

93. Escolha a alternativa correta após a leitura atenta da questão abaixo.

Caso mantivéssemos o fragmento “Nunca compra uma coisa que você não vai usar” conjugado no mesmo modo verbal em que se encontra, bem como no mesmo tempo verbal, porém alterásse-mos apenas a pessoa verbal “você” para a pessoa verbal “tu”, tal fragmento ficaria assim:

a) Nunca compres uma coisa que tu não vais usar.b) Nunca compre uma coisa que tu não vai usar.c) Nunca compre uma coisa que tu não vais usar.d) Nunca compra uma coisa que tu não vais usar.e) Nunca compra uma coisa que tu não vai usar.

94. No fragmento “Nunca compre uma coisa que você não vai usar”, a palavra “que”, do ponto de vista da morfologia, é classificada como:

a) Conjunçãob) Pronomec) Substantivod) Advérbioe) Adjetivo

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A partir da leitura da bula do medicamento PASALIX, marque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmações feitas. Em seguida, assinale a alternativa que preenche corretamente, de cima para baixo, a sequência correta de V ou F dos parênteses.

Texto para a questão 95

BLECOSOL SPRAY AQUOSO NASALBeclosol® Laboratório GlaxoSmithKlineSpray aquoso nasal Dipropionato de beclometasonaUso adulto e pediátrico (a partir de 6 anos)Forma farmacêutica e apresentação – BECLOSOL SPRAY AQUOSO NASALBECLOSOL SPRAY AQUOSO NASAL é um aerosol pressurizado, apresentado em frasco de vidro âm-bar neutro com 200 doses, acompanhado de aplicador plástico de polipropileno, especialmente desenhado para uso intranasal.Composição - BECLOSOL SPRAY AQUOSO NASALCada jato, liberado por válvula medidora de dose, contém Dipropinato de bectometasona 5mcg; excipiente q.s.p.Indicações: BECLOSOL SPRAY AQUOSO NASALBECLOSOL SPRAY AQUOSO NASAL está indicado para profilaxia e tratamento da rinite alérgica pe-rene e sazonal, inclusive febre do feno e rinite vasomotora.Posologia - BECLOSOL SPRAY AQUOSO NASALPara o total benefício terapêutico, é necessário o uso regular do produto. A posologia recomenda-da é de duas aplicações em cada narina duas vezes ao dia (400 mg/dia). Para alguns pacientes, pode ser preferível o esquema posológico de uma aplicação em cada narina, três a quatro vezes ao dia. A dose total diária não deve, normalmente, exceder a 8aplicações.Crianças: Dada a escassez das evidências clínicas conclusivas quanto à segurança do uso de BE-CLOSOL SPRAY AQUOSO NASAL em menores de 6 anos de idade, não é indicado o seu emprego nessa faixa etária.Venda sob prescrição médica.

95. Conclui-se, a partir da leitura da bula de Beclosol que este medicamento:

( ) Auxiliar, também, no tratamento da asma.( ) Não está proibido para adolescentes. ( ) Deve ser aplicado nas narinas.( ) Pode ser utilizado a cada três horas do dia.( ) É vendido nas farmácias na apresentação de drágeas e também spray. ( ) Não está proibido para idosos.( ) Além de tratar a rinite alérgica, também está indicado para evitar sua instalação e/ou propa-gação.( ) Permite que duzentos jatos sejam expelidos de seu recipiente.

a) V – F – V – V – F – V – V –Vb) F – V – F – F – F – V – V –Vc) F – V – V – V – V – F – V –Fd) V – F – V – V – F – V – F –Fe) F – V – V – V – F – V – V –V

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As questões de 96 a 100 referem-se ao texto abaixo.

Mate: o chá da vez

Disponível em: <http://saude.abril.com.br/emagrece-brasil.beneficios-cha-mate.shtml> (texto adaptado)

96. De acordo com o texto, é correto concluir que:

a) Ao chegarem à América, os colonizadores ibéricos extinguiram todos os ingredientes que faziam parte dos hábitos indígenas porque necessitavam impor os dogmas da Igreja Católica e acabar com o paganismo.

b) A pesquisa realizada pela UFRJ conseguiu provar que o chá de mate traz benefícios para todo o organismo e não apenas para o sistema respiratório.

c) A pesquisa realizada pela UFRJ já comprovou que os benefícios do chá de mate observado em roedores também são verificados em outras espécies de mamíferos e inclusive no ser humano.

d) A pelagem dos camundongos analisados se mostrou mais bonita e sedosa no nono mês após o início da pesquisa.

e) Um estudo da UFRJ está demonstrando que a ingestão de erva-mate contribui para o rejuvenes-cimento celular, retardando os efeitos do envelhecimento.

97. As lacunas das linhas 5, 8 e 9 devem ser, correta e respectivamente, preenchidas por:

a) a – a –ab) há – há –hác) a – há –ad) há – a –háe) há – a –a

98. Assinale a alternativa em que todas as palavras são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica:

a) ibéricos – hábitos – indígenas –associá-losb) atrás – associá-los – tererê – aliásc) respiratório – próximo – só –órgãosd) tererê – ciência – três –silêncioe) chá – três – mês –vários

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99. Os vocábulos retaliação (linha 3), atenuar (linha 7) e supor (linha 20) poderiam ser substituídos, sem que houvesse mudança substancial no sentido do texto, respectivamente por:

a) abominação – otimizar –sugerirb) censura – minimizar –presumirc) aceitação – ofuscar –ignorard) crítica – amenizar –concluire) ameaça – simplificar –imaginar

100. Leia as seguintes afirmações sobre recursos de pontuação empregados no texto:

I – A primeira vírgula da linha 1 marca a antecipação de uma oração subordinada adverbial tem-poral.II – Caso fosse empregada uma vírgula após a palavra retaliação (linha 3), a pontuação da frase permaneceria correta.III – Na linha 9, as vírgulas antes e depois de a UFRJ marcam a intercalação de um vocativo.

Das afirmações acima, qual(is) está (ão)correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a IIId) Apenas I e IIe) Apenas II e III

As questões de 101 a 115 referem-se ao texto abaixo.

Qualidade de vida: uma noção polissêmica

Disponível em: <http://adm.online.unip.br/img_ead_dp/35428.PDF>

101. As lacunas da linha 18 devem ser correta e respectivamente preenchidas por:

a) preconisado – urbanisado –polarisadob) preconizado – urbanizado –polarizadoc) preconisado – urbanizado –polarisadod) preconizado – urbanizado –polarisadoe) preconisado – urbanisado –polarizado

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102. De acordo com o texto, uma “noção polissêmica” de qualidade de vida pressupõe que:

a) A relatividade da noção de qualidade de vida remete primordialmente ao plano individual, ou seja, à noção que cada indivíduo possui do que é viver de forma digna.

b) A ideia de qualidade de vida está intimamente relacionada ao bem-estar das camadas supe-riores da sociedade.

c) O “termo qualidade de vida” relaciona-se a diferentes significados, que refletem conhecimentos, experiências e valores individuais e coletivos em variadas épocas, espaços e histórias diferentes.

d) Apesar de diferentes variáveis definirem a noção que se tem hoje de qualidade de vida, sua multiplicidade de sentidos resume-se à noção de saúde, preconizada pela medicina ocidental.

e) Cada indivíduo e cada nação é que definem o que é qualidade de vida em sua própria concep-ção.

103. As lacunas das linhas 2, 5 e 12 devem ser correta e respectivamente preenchidas por:

a) a – a –asb) à – à – àsc) a – à – àsd) à – a – àse) à – a – as

104. A partir da leitura do texto, é correto afirma que:

a) É necessário acabar com a noção polissêmica e arcaica de qualidade de vida, que restringe o conceito de felicidade à posse de bens materiais.

b) A relatividade da noção de qualidade de vida nada tem a ver com o plano individual, mas re-mete a três diferentes teses: a histórica, a cultural e a social.

c) A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, de Engels, é um marco na literatura mundial por ser a primeira obra a referendar a relação entre qualidade de vida, saúde e condições dignas de trabalho.

d) Valores como conforto, prazer, boa mesa, moda, utilidades domésticas, viagens, carro, televisão, telefone, computador, uso de tecnologias que diminuem o trabalho manual, consumo de arte e cultura, entre outras comodidades e riquezas – inerentes à noção de qualidade de vida – estão restritos a uma visão ocidental e ultrapassada de felicidade.

e) Valores como conforto, prazer, boa mesa, moda, utilidades domésticas, viagens, carro, televisão, telefone, computador, uso de tecnologias que diminuem o trabalho manual, consumo de arte e cultura, entre outras comodidades e riquezas, relacionam-se a um modelo hegemônico que está a um passo de adquirir significado em âmbito mundial.

105. Sobre a estrutura do texto, é correto afirmar que:

I – Trata-se de um texto informativo, que mescla linguagem técnica e coloquial, visto que é direcio-nado a um público altamenteespecializado.II – É constituído de parágrafos dissertativos e narrativos, com ênfase no uso da linguagem persua-siva.III – Sua introdução sintetiza a noção de qualidade de vida, bem como os diferentes significados que tal noçãoabrange.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a IIId) Apenas I e IIIe) Apenas II e III

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106. Uma forma correta de reescrita da passagem “o discurso da relação entre saúde e qualidade de vida, embora seja bastante inespecífico e generalizante, existe desde o nascimento da medici-na social”, tanto em termos sintáticos como semânticos, encontra- se na alternativa:

a) “o discurso da relação entre saúde e qualidade de vida, ainda que bastante inespecífico e ge-neralizante, existe desde o nascimento da medicina social”

b) “o discurso da relação entre saúde e qualidade de vida, porquanto bastante inespecífico e ge-neralizante, existe desde o nascimento da medicina social”

c) “o discurso da relação entre saúde e qualidade de vida, embora seja bastante inespecífico e generalizante, existe desde o nascimento da medicina social”

d) “o discurso da relação entre saúde e qualidade de vida, embora é bastante inespecífico e ge-neralizante, existe desde o nascimento da medicina social”

e) “o discurso da relação entre saúde e qualidade de vida, apesar de que fora bastante inespecí-fico e generalizante, existe desde o nascimento da medicina social”

107. Assinale a alternativa em que o que não exerce função de pronome relativo:

a) “Qualidade de vida” é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar(...)

b) A relatividade da noção, que em última instância remete ao plano individual, tem pelo menos três fóruns de referência.

c) Os estudiosos que analisam as sociedades onde as desigualdades e heterogeneidades são mui-to fortes(...)

d) Os estudiosos (...) mostram que os padrões e as concepções de bem-estar são também estratifi-cados (...)

e) (...) uso de tecnologias que diminuem o trabalho manual, consumo de arte e cultura, entre outras comodidades eriquezas.

108. Assinale a alternativa em que as palavras são acentuadas de acordo com a mesma regra:

a) própria - indivíduos –referênciab) própria – histórica –saúdec) própria – história –fórunsd) planetário – domésticas –saúdee) está – planetário – hegemônico

109. O vocábulo “hegemônico” (linha 17) apresente significado similar ao de:

a) preponderanteb) destituívelc) hedônicod) arcaicoe) helênico

110. Analise as afirmações abaixo sobre recursos de coesão empregados no texto:

I - A expressão “Ou seja” (linha 9) está sendo empregada para fazer uma retificação em relação à afirmação anterior.II – A expressão “no entanto” (linha 17) poderia ser substituída por “contudo”. III – A expressão “no entanto” (linha 17) poderia ser substituída por “todavia”.

Das afirmações acima, qual(is) está (ão) correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a IIId) Apenas I e IIIe) Apenas II e III

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111. Analise as afirmações abaixo sobre a pontuação do texto:

I – A expressão “em última instância” (linha 8) poderia estar entre vírgulas.II – As vírgulas que marcam a intercalação da oração “embora seja bastante inespecífico e gene-ralizante” poderiam ser substituídas por travessões (linhas2 2-23).III – As expressões “de Engels” e “de Villermé” (linhas 25, 26) estão entre vírgulas porque são orações explicativas.

Das afirmações acima, qual(is) está (ão) correta(s)?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a IIId) Apenas I e IIe) Apenas I, II e III

112. Assinale a alternativa corretamente pontuada:

a) A noção de qualidade de vida nos moldes atuais, pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural dos elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar.

b) A noção de qualidade de vida, nos moldes atuais, pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural dos elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar.

c) A noção de qualidade de vida, nos moldes atuais pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural dos elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar.

d) A noção de qualidade de vida, nos moldes, atuais pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural dos elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar.

e) A noção de qualidade de vida nos moldes atuais: pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural dos elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar.

113. Assinale a alternativa que apresenta a correta grafia do porque:

a) A noção de qualidade de vida é polissêmica por que está relacionada a múltiplas variáveis so-cioculturais, bem como a diferentes períodos históricos.

b) A noção de qualidade de vida é polissêmica porque está relacionada a múltiplas variáveis so-cioculturais, bem como a diferentes períodos históricos.

c) A noção de qualidade de vida é polissêmica porquêestá relacionada a múltiplas variáveis socio-culturais, bem como a diferentes períodos históricos.

d) Valores e necessidades são construídos e hierarquizados diferentemente pelos povos por que essa é uma tendência natural da humanidade.

e) Valores e necessidades são construídos e hierarquizados diferentemente pelos povos por quê essa é uma tendência natural da humanidade.

114. Valores e necessidades são construídos e hierarquizados diferentemente pelos povos por que essa é uma tendência natural da humanidade.

Assinale a alternativa que apresenta uma palavra formada por prefixação e sufixação:

a) conhecimentosb) experiênciasc) históricod) sociedadee) desigualdades

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115. Assinale a alternativa em que NÃO há erro de concordância:

a) Existe estudiosos que analisam as sociedades onde as desigualdades e heterogeneidades são muito fortes, mostrando que os padrões e as concepções de bem-estar são também estratifica-dos.

b) Sempre haverão pesquisas sobre as concepções particulares de qualidade de vida, de acordo com as idiossincrasias das diversas culturas e períodos históricos.

c) A expressão “qualidade de vida” abrange significados distintos, que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades.

d) Estudos sempre devem serem realizados para que se tenha uma noção clara do que é qualida-de de vida para povos de diferentes culturas e classes sociais.

e) Para que hajam noções claras sobre o significado polissêmico de “qualidade de vida”, pesquisa-dores precisam buscar fontes em diferentes culturas.

As questões de 116 a 120 referem-se ao texto abaixo.

Bebês prematuros distinguem objetos pelotato

Disponível em: <http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias>

116. Todas as afirmativas abaixo estão corretas em relação às ideias abordadas no texto, EXCETO:

a) A descoberta de que bebês prematuros já possuem a capacidade de distinguir objetos pelo tato, permite afirmar que esse sentido tem início antes do nascimento.

b) O estudo feito com bebês prematuros levanta a hipótese de que outras partes do corpo tam-bém apresentem sinais de coordenação motora na fase inicial da vida.

c) O estudo com os bebês prematuros serve, entre outros fatores, para melhorar a qualidade do tratamento que eles requerem nas primeiras semanas de vida.

d) A dificuldade de audição e de visão está relacionada ao fato de os bebês prematuros não te-rem tido o tempo hábil para desenvolver tais habilidades antes do nascimento.

e) A capacidade de aprender está presente tanto nas crianças que nascem no período normal quanto nas que têm um nascimento prematuro, pois ambas já possuem maturidade no sistema-neural.

117. Considere as seguintes afirmações sobre propostas de mudanças de formas verbais no texto:

I – Substituir preferem (linha 5) porreagem.II – Substituir respondem (linha 10) porreconhecem.III – Substituir explicaria (linha 21) porelucidaria.

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Qual(is) delas exigiria(am) mudanças adicionais no texto?

a) Apenas a Ib) Apenas a IIc) Apenas a I e IId) Apenas II e IIIe) I, II e III

118. Tendo em vista que o uso de vírgulas obedece não só a normas gramaticais, como também a critérios estilísticos do autor, seu emprego em alguns casos torna-se obrigatório e, em outros, tal pro-cedimento é facultativo. Na coluna da direita são apresentadas mudanças no emprego da vírgula no texto. Relacione com a coluna esquerda:

1 – Processo incorreto 2 – Processofacultativo

( ) Acréscimo de uma vírgula após a palavra nascimento (linha 2) ( ) Supressão da vírgula após a palavra vida (linha8)( ) Retirada da segunda ocorrência de vírgula da linha 15( ) Acréscimo de uma vírgula após a palavra surpreendentes (linha 18)( ) Acréscimo de vírgula antes e depois da expressão “nessa idade” (linha 18)

O preenchimento correto dos parênteses, de cima para baixo, é:

a) 2 – 1 – 1 – 1 –2b) 2 – 1 – 2 – 1 –2c) 1 – 2 – 1 – 1 –1d) 2 – 1 – 1 – 2 –2e) 1 – 2 – 2 – 2 – 1

119. Assinale a alternativa que preenche (correta e respectivamente) as lacunas da afirmação abaixo, feita sobre a forma verbal “Foram analisados” (linha7).

A forma verbal estabelece no texto a ideiadeprocesso ser substituída sem prejuízo de correção da frase por .

a) contínuo –Analisaram-seb) concluído –Analisaram-sec) concluído –Analisou-sed) contínuo –Analisou-see) concluído –Analisaram

120. Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela que corresponde a uma palavra proparoxítona:

a) Prematurosb) Bebêsc) Físicod) Habituaçãoe) Maturidade

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GABARITO

01. E 02. A 03. C 04. A 05. B 06. B 07. C 08. E 09. A 10. D11. A 12. E 13. A 14. E 15. E 16. D 17. D 18. B 19. E 20. D21. C 22. B 23. C 24. E 25. A 26. A 27. E 28. C 29. C 30. A31. E 32. A 33. C 34. A 35. D 36. E 37. C 38. D 39. A 40. B41. B 42. C 43. E 44. C 45. D 46. B 47. D 48. B 49. A 50. A51. B 52. C 53. E 54. - 55. C 56. A 57. E 58. E 59. C 60. D61. B 62. A 63. C 64. A 65. B 66. D 67. E 68. E 69. D 70. E71. C 72. D 73. C 74. D 75. E 76. E 77. A 78. D 79. B 80. *81. B 82. C 83. E 84. B 85. A 86. C 87. D 88. B 89. E 90. A91. D 92. C 93. A 94. B 95. E 96. E 97. D 98. B 99. B 100. A101. B 102. C 103. D 104. E 105. C 106. A 107. D 108. A 109. A 110. E111. D 112. B 113. B 114. E 115. C 116. D 117. C 118. A 119. B 120. C

-** - ANULADA

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RACIOCÍNIO LÓGICO VAMOS BRINCAR DE RACIOCINAR:

1.

3.

2.

4.

5.

6.

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CONCEITOS BÁSICOS DE RACIOCÍNIO LÓGICO

Proposição

Denomina-se proposição a toda sentença, expressa em palavras ou símbolos, que exprima um juízo ao qual se possa atribuir, dentro de certo contexto, somente um de dois valores lógicos possíveis: verdadeiro ou falso.

Somente as sentenças declarativas podem-se atribuir valores de verdadeiro ou falso, o que ocorre quando a sentença é, respectivamente, confirmada ou negada.

Quando uma proposição é verdadeira, atribuímos-lhe o valor lógico V; quando ela é falsa, atribuímos-lhe o valor lógico F. Observação:

Não se pode atribuir valores de verdadeiro ou falso às outras formas de sentenças como as interrogativas, as exclamativas e as imperativas, embora elas também expressem juízos. Exemplos de proposições:

“O número 5 é ímpar” – é uma declaração (afirmativa); portanto, uma proposição. Sabemos ser verdadeira (valor lógico V).

“Todo homem é mortal” – é uma declaração (afirmativa); portanto, uma proposição. Sabemos ser verdadeira (valor lógico V).

“ 15127 ” – é uma declaração (negativa); portanto, uma proposição. Sabemos ser falsa (valor

lógico F).

“Nenhum peixe sabe ler” - é uma declaração (afirmativa); portanto, uma proposição. Sabemos ser verdadeira (valor lógico V). Exemplos de sentenças que não são proposições: (sentenças abertas)

7.

8.

9.

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“Qual o seu nome?” – é uma pergunta, e não uma declaração. Portanto, não é uma proposição. Não se pode atribuir a ela um valor lógico (V ou F).

“Que dia lindo!” – é uma sentença exclamativa, e não uma declaração. Portanto, não é uma pro-posição. Não se pode atribuir a ela um valor lógico (V ou F).

“Ana, vá estudar sua lição” – é uma sentença imperativa, e não uma declaração. Portanto, não é uma proposição. Não se pode atribuir a ela um valor lógico (V ou F).

“ 2013 x ” – é uma sentença aberta, e não uma declaração. Portanto, não é uma proposição. Não se pode atribuir a ela um valor lógico (V ou F). Proposição simples

Uma proposição é dita proposição simples quando não contém qualquer outra proposição como sua componente.

Isso significa que não é possível encontrar como parte de uma proposição simples alguma outra proposição diferente dela. Não se pode subdividi-la em partes menores tais que alguma delas seja uma nova proposição. Exemplo: A sentença “Júlio gosta de esporte” é uma proposição simples, pois não é possível identifi-car como parte dela qualquer outra proposição diferente. Outros exemplos:

“Júlio fala inglês” “Laranja é uma fruta” “Todos os ricos são homens”

Proposição composta

Uma proposição é composta quando se pode extrair como parte dela uma nova proposição. Exemplo: A sentença “Paulo é irmão de Ana e de César” é uma proposição composta, pois é possível retirar-se dela outras proposições: “Paulo e irmão de Ana” e “Paulo é irmão de César”. Conectivos lógicos (ou estruturas lógicas)

Os conectivos lógicos agem sobre as proposições a que estão ligadas de modo a criar no-vas proposições. Alguns dos conectivos são:

Exemplo:

A sentença “Se Talita não bebe, então Carlos vai ao clube ou Bruna toma café”. É uma pro-posição composta na qual podemos observar alguns conectivos lógicos (“não”, “se..., então” e “ou”)

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que estão agindo sobre as proposições simples “Talita não bebe”, “Carlos vai ao clube” e “Bruna toma café”.

Operações com proposições

Assim como na Álgebra tradicional existem as operações com números (adição, subtração etc.), na Álgebra Booleana existem operações com as proposições.

O valor lógico (verdadeiro ou falso) de uma proposição composta depende somente do valor lógico de cada uma de suas proposições componentes e da forma como estas sejam ligadas pelos conectivos lógicos utilizados.

Tabela - verdade É uma forma usual de representação das regras da Álgebra Booleana. Nela, é representada cada proposição (simples ou composta) e todos os seus valores lógicos possíveis. 1º- Conjunção: “A e B” (Representação: BA ).

Denominamos conjunção a proposição composta formada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas pelo conectivo “e”. Exemplo: Dadas as proposições simples: A: Marta é mãe de Beto. B: Marta é mãe de Carlos. A conjunção “A e B” pode ser escrita como:

BA : Marta é mãe de Beto e de Carlos.

Uma conjunção é verdadeira somente quando as duas proposições que a compõem forem

verdadeiras, Ou seja, a conjunção ”A ∧ B” é verdadeira somente quando A é verdadeira e B é verdadeira também. Por isso dizemos que a conjunção exige a simultaneidade de condições.

Na tabela-verdade, apresentada a seguir, podemos observar os resultados da conjunção “A e B” para cada um dos valores que A e B podem assumir.

2º- Disjunção: “A ou B” (Representação: BA ).

Denominamos disjunção a proposição composta formada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas pelo conectivo “ou”. Exemplo:

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Dadas as proposições simples: A: Tiago fala Francês. B: Tiago é universitário. A disjunção “A ou B” pode ser escrita como:

BA : Tiago fala Francês ou é universitário.

Uma disjunção é falsa somente quando as duas proposições que a compõem forem falsas. Ou seja, a disjunção “A ou B” é falsa somente quando A é falsa e B é falsa também. Mas se A for verdadeira ou se B for verdadeira ou mesmo se ambas, A e B, forem verdadeiras, então a disjun-ção será verdadeira. Por isso dizemos que, ao contrário da conjunção, a disjunção não necessita da simultaneidade de condições para ser verdadeira, bastando que pelo menos uma de suas pro-posiçoes componentes seja verdadeira.

Na tabela-verdade, apresentada a seguir, podemos observar os resultados da disjunção “A ou B” para cada um dos valores que A e B podem assumir.

3º- Disjunção exclusiva: “ou A ou B” (Representação: BA ).

Denominamos disjunção exclusiva a proposição composta formada por duas proposições

quaisquer em que cada uma delas esteja precedida pelo conectivo “ou”. Exemplo: Dadas as proposições simples: A: O número 7 é par. B: O número 7 é ímpar. A disjunção exclusiva “ou A ou B” pode ser escrita como:

BA : Ou o número 7 é par ou o número 7 é ímpar.

A proposição disjunção condicional “ou A ou B” é falso somente quando A e B têm o mes-

mo valor lógico (ambas são verdadeiras ou ambas são falsas), sendo verdadeiro quando A e B têm valores lógicos contrários.

Na tabela-verdade, apresentada a seguir, podemos observar os resultados da proposição disjunção condicional “ou A ou B” para cada um dos valores que A e B podem assumir.

A B BA

V V F V F V F V V F F F 4º- Implicação (Condicional): “Se A, então B” (Representação: BA ).

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Denominamos condicional a proposição composta formada por duas proposições quaisquer

que estejam ligadas pelo conectivo “Se..., então” ou por uma de suas formas equivalentes. Exemplo: Dadas as proposições simples: A: Lucas é goiano. B: Lucas é brasileiro. A condicional “Se A, então B” pode ser escrita como:

BA : Se Lucas é goiano, então Lucas é brasileiro.

Uma condicional “Se A então B” é falsa somente quando a condição A é verdadeira e a conclusão B é falsa, sendo verdadeira em todos os outros casos. Isto significa que numa proposi-ção condicional, a única situação que não pode ocorrer é uma condição verdadeira implicar uma conclusão falsa.

Na tabela-verdade apresentada a seguir podemos observar os resultados da proposição condicional “Se A então B” para cada um dos valores que A e B podem assumir.

5º- Dupla Implicação (Bicondicional): “A se e somente se B” (Representação: BA ).

Denominamos bicondicional a proposição composta formada por duas proposições quais-

quer que estejam ligadas pelo conectivo “se e somente se”. Exemplo: Dadas as proposições simples: A: Sérgio é meu tio. B: Sérgio é irmão de um de meus pais. A bicondicional “A se e somente se B” pode ser escrita como:

BA : Sérgio é meu tio se e somente se Sérgio é irmão de um de meus pais.

A proposição bicondicional “A se e somente se B” é verdadeira somente quando A e B têm

o mesmo valor lógico (ambas são verdadeiras ou ambas são falsas), sendo falsa quando A e B têm valores lógicos contrários.

Na tabela-verdade, apresentada a seguir, podemos observar os resultados da proposição bicondicional “A se e somente se B” para cada um dos valores que A e B podem assumir.

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6º- Negação: “Não A” (Representação: A )

Definição

Uma proposição é a negação de outra quando: se uma for verdadeira, então a outra é obrigato-riamente falsa e, se uma for falsa, então a outra é obrigatoriamente verdadeira. Modos de Negação de uma Proposição Simples 1) Antepondo-se a expressão “não” ao seu verbo.

Exemplo: “Beto gosta de futebol”. “Beto não gosta de futebol”.

2) Retirando-se a negação antes do verbo.

Exemplo: “Ítalo não é irmão de Maria”. “Ítalo é irmão de Maria”.

3) Substituindo-se um termo da proposição por um de seus antônimos.

Exemplo: “n é um número ímpar”. “n é um número par”.

Observação

“Este lápis é verde” contradiz, mas não é a negação de “Este lápis é azul”, porque a nega-ção desta “Este lápis não é azul” não obriga a que a cor do lápis seja verde. Poderia ser de qual-quer outra cor, diferente das citadas.

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Tautologia

Uma proposição composta é uma tautologia se ela for sempre verdadeira independente-

mente dos valores lógicos das proposições que a compõem.

Exemplos

1º- A proposição “ AA ” é uma tautologia, pois é sempre verdadeira, independentemente dos

valores lógicos de A. Veja na tabela-verdade a seguir:

2º- A proposição “ BABA ” é uma tautologia, pois é sempre verdadeira, independente-

mente dos valores lógicos de A e de B. Veja na tabela-verdade a seguir:

Contradição

Uma proposição composta é uma contradição se ela for sempre falsa independentemente

dos valores lógicos das proposições que a compõem.

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Exemplo

1º- A proposição “ AA ” é uma contradição, pois é sempre falsa, independentemente dos valo-

res lógicos de A. Veja na tabela-verdade a seguir:

Obs: Para se calcular o número de linhas da tabela-verdade, utilizamos a seguinte fórmula:

2n

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Questões de Raciocínio Lógico – Parte I 1. A negação da afirmação: “Vai fazer frio e vai fazer calor”, é: a. Não vai fazer frio e não vai fazer calor. b. Vai fazer calor e vai fazer frio. c. Ou vai fazer frio ou vai fazer calor. d. Não vai fazer frio ou não vai fazer calor. e. Ou não vai fazer calor ou não vai fazer frio. 2. Negar que Pedro foi nadar se e somente se Maria estava vestida equivale a dizer que: a. Pedro foi nadar se e somente se Maria não estava vestida. b. Pedro foi nadar e Maria estava vestida. c. Pedro estava vestido e Maria estava nadando. d. Ou Pedro foi nadar ou Maria estava vestida. e. Pedro não foi nadar e Maria não estava vestida. 3. A negação da afirmação condicional "se estiver chovendo, eu levo o guarda-chuva"é: a. se não estiver chovendo, eu levo o guarda-chuva b. não está chovendo e eu levo o guarda-chuva c. não está chovendo e eu não levo o guarda-chuva d. se estiver chovendo, eu não levo o guarda-chuva e. está chovendo e eu não levo o guarda-chuva

4. Dadas as proposições simples p e q, tais que p é verdadeira e q é falsa, considere as seguintes proposições compostas abaixo e indique quantas são verdadeiras:

1) p q 2) ~p → q 3) ~(p ~q) 4) ~(p ↔ q)

a. nehuma b. 1 c. 2 d. 3 e. 4

5. Dado que a proposição P é verdadeira, Q é falsa e R e verdadeira, pode-se afirmar que as pro-posições compostas:

P → (Q R); Q → (P R) e R → (P Q) tem como valores-verdade (V ou F), respectivamen-te:

a. F V V b. F V F c. V V F d. V F V e. V V V

6. Sejam dadas as seguintes proposições compostas em que P e Q são proposições verdadei-ras e R é uma proposição falsa:

I. P → (Q ~R)

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II. R → (Q P)

III. (~P Q) → ~R

IV. R ↔ Q

V. P (R Q)

A sequência CORRETA do respectivo valor verdade de cada uma das proposições compostas acima é:

a. V V V F V b. V F F V F c. V V V V V d. F V F F V e. F V V F F

QUESTÕES RACIOCÍNIO LÓGICO – PARTE 2

1. A negação da afirmação “se o cachorro late então o gato mia” é: a. Se o gato não mia, então o cachorro não late. b. O cachorro late e o gato não mia. c. O cachorro não late e o gato não mia. d. Se o cachorro não late, então o gato não mia. e. O cachorro não late ou gato não mia.

2. A negação da proposição “Mário é brasileiro ou Maria não é boliviana” é:

a. Mário não é brasileiro ou Maria é boliviana. b. Mário não é brasileiro e Maria é boliviana. c. Mário não é brasileiro e Maria não é boliviana. d. Mário é brasileiro e Maria não é boliviana. e. Mário é brasileiro ou Maria é boliviana.

3. Na lista de frases apresentadas a seguir:

- “A frase dentro destas aspas é uma mentira.” - A expressão x + y é positiva.

- O valor de + 3 = 7.

- Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira. - O que é isto? Há exatamente: a. Uma proposição b. Duas proposições c. Três proposições d. Quatro proposições e. Todas são proposições

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4. Sendo “p” a proposição: “Junior é alto”, e “q” a proposição: “Ricardo é baixo”, podemos di-zer que a proposição “p ↔ q”, traduzida para a linguagem corrente, é: a. Junior é alto ou Ricardo é baixo b. Ricardo é baixo e Junior é alto c. Se Junior é alto, então Ricardo é baixo d. Se Junior é alto, então Ricardo não é baixo e. Junior é alto se, e somente se, Ricardo é baixo

5. Sendo “p” a proposição: “Juliana gosta de Matemática”, e “q” a proposição: “Nayara gosta

de Física”, assinale a alternativa que corresponde à seguinte proposição em linguagem simbólica: “Se Nayara gosta de Física, então Juliana gosta de Matemática”.

a. p q

b. (~p) q c. q → p

d. (~p) (~q) e. q ↔ q

6. O número de combinações de valorações das proposições simples “A”, “B” e “C” para as

quais a proposição composta (A B) (~C) pode ser avaliada, assumindo valoração “V” ou “F”, será igual a: a. 2 b. 4 c. 8 d. 16 e. 32

7. Sejam as proposições simples “A”, “B”, “C”, “D”, “E” não necessariamente distintas. Se “P”

representa a proposição composta dada por: P: (~A → C) (B ↔ ~E) D. Então o núme-ro máximo de linhas “N” que a proposição composta ”P” poderá ter, será de: a. N ‹ 10 b. 10 ‹ N ‹ 20 c. 20 ‹ N ‹ 30 d. 30 ‹ N ‹ 40 e. 40 ‹ N ‹ 50

8. Considere as seguintes proposições:

A: 6 – 1 = 7 ou 6 + 1 › 2 B: 6 + 3 › 8 e 6 – 3 = 4 C: 9 x 3 › 25 ou 6 x 7 ‹ 45 D: 5 + 2 é um número primo e todo número primo é impar Nesse caso, entre essas 4 proposições: a. Apenas uma é F b. Duas F c. Três F d. Quatro F e. Todas são F

9. Entre as opções abaixo, a única com valor lógico verdadeiro é:

a. Se Roma é a capital da Itália, Londres é a capital da França. b. Se Londres é a capital da Inglaterra, Paris não é a capital da França. c. Roma é a capital da Itália e Londres é a capital da França ou Paris é a capital da Fran-

ça d. Roma é a capital da Itália e Londres é a capital da França ou Paris é a capital da Ingla-

terra e. Roma é a capital da Itália e Londres não é a capital da Inglaterra

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10. Dadas as proposições compostas:

I. 3 + 4 = 7 ↔ 5³ = 125

II. 3 + 2 = 6 → 4 + 4 = 9

III. › 1 ¶ não é um número real

IV. › 1 → 2° = 2

V. › 0 ↔ ¶² ‹ 2

A que tem valor lógico FALSO é a: a. I

b. II

c. III

d. IV

e. V

Proposições logicamente equivalentes (Símbolo )

São proposições cujas tabelas-verdade são idênticas. Uma conseqüência prática da equivalência lógica é que, ao trocar uma dada proposição por qualquer outra que lhe seja equivalente, estamos apenas mudando a maneira de dizê-la. Observação

Não devemos confundir o símbolo da equivalência de proposições com o símbolo da

bicondicional .

Regras de equivalência Da definição de equivalência lógica podemos demonstrar as seguintes equivalências:

Leis comutativas

1º- ABBA

2º- ABBA

Leis associativas:

1º- CBACBA

2º- CBACBA

Leis distributivas:

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1º- CABACBA

2º- CABACBA

Lei da dupla negação:

1º- AA

Lei da absorção

1º- AABA

2º- AABA

Equivalências da Condicional:

1º- BABA

2º- )( tivaContraposiABBA

Questões de proposições logicamente equivalentes 01- (FCC – Analista de Sistemas) Do ponto de vista lógico, se for verdadeira a proposição condi-cional “se eu ganhar na loteria, então comprarei uma casa”, necessariamente será verdadeira a proposição: a) se eu não ganhar na loteria, então não comprarei uma casa. b) se eu não comprar uma casa, então não ganhei na loteria. c) se eu comprar uma casa, então terei ganho na loteria. d) só comprarei uma casa se ganhar na loteria. e) só ganharei na loteria quando decidir comprar uma casa. 02- Dizer que “Beto é paulista ou Paulo não é carioca” é do ponto de vista lógico, o mesmo que di-zer que: a) Se Beto é paulista, então Paulo não é carioca b) Se Beto não é paulista, então Paulo é carioca c) Se Paulo não é carioca, então Beto é paulista d) Se Paulo é carioca, então Beto é paulista e) Se Beto é paulista, então Paulo não é carioca 03- Considere verdadeira a declaração: “Se durmo cedo, então não acordo tarde”. Assim, é correto concluir que a) Se não durmo cedo, então acordo tarde. b) Se não durmo cedo, então não acordo tarde. c) Se acordei tarde, é porque não dormi cedo. d) Se não acordei tarde, é porque não dormi cedo. e) Se não acordei tarde, é porque dormi cedo. 04- Uma proposição logicamente equivalente a “Se eu me chamo André, então eu passo no vesti-bular.” é: a) Se eu não me chamo André, então eu não passo no vestibular. b) Se eu passo no vestibular, então me chamo André. c) Se eu não passo no vestibular, então me chamo André. d) Se eu não passo no vestibular, então não me chamo André. e) Eu passo no vestibular e não me chamo André.

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05- Dizer que “Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista” é do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer que: a) Se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista b) Se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro c) Se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista d) Se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista e) Se Pedro não é pedreiro, então Paulo não é Paulista 06- Dizer que “Antônio é carioca ou José não é baiano” é do ponto vista lógico, o mesmo que dizer que: a) Se Antônio é carioca, então José não é baiano b) Se Antônio não é carioca, então José é baiano c) Se José não é baiano, então Antônio é carioca d) Se José é baiano, então Antônio é carioca e) Antônio é carioca e José não é baiano 07- (ESAF – MPOG/2001) Dizer que “Andre é artista ou Bernardo não é engenheiro” é logicamente equivalente a dizer que: a) André é artista se e somente se Bernardo não é engenheiro; b) Se André é artista, então Bernardo não é engenheiro; c) Se André não é pedreiro, então Paulo é pedreiro; d) Se Bernardo é engenheiro, então André é artista; e) André não é artista e Bernardo é engenheiro. 08- (ESAF – MPOG/2009) Admita que, em um grupo: “se algumas pessoas não são honestas, en-tão algumas pessoas são punidas”. Desse modo, pode-se concluir que, nesse grupo: a) as pessoas honestas nunca são punidas. b) as pessoas desonestas sempre são punidas. c) se algumas pessoas são punidas, então algumas pessoas não são honestas. d) se ninguém é punido, então não há pessoas desonestas. e) se todos são punidos, então todos são desonestos. 09- (ESAF – MPOG) Dizer que “Ana não é alegre ou Beatriz é feliz” é do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer: a) se Ana não é alegre, então Beatriz é feliz. b) se Beatriz é feliz, então Ana é alegre. c) se Ana é alegre, então Beatriz é feliz. d) se Ana é alegre, então Beatriz não é feliz. e) se Ana não é alegre, então Beatriz não é feliz. 10- (ESAF – CGU) Um renomado economista afirma que “A inflação não baixa ou a taxa de juros aumenta”. Do ponto de vista lógico, a afirmação do renomado economista equivale a dizer que: a) se a inflação baixa, então a taxa de juros não aumenta. b) se a taxa de juros aumenta, então a inflação baixa. c) se a inflação não baixa, então a taxa de juros aumenta. d) se a inflação baixa, então a taxa de juros aumenta. e) se a inflação não baixa, então a taxa de juros não aumenta. 11- Um economista deu a seguinte declaração em uma entrevista: “Se os juros bancários são altos, então a inflação é baixa”. Uma proposição logicamente equivalente à do economista é: a) Se a inflação não é baixa, então os juros bancários não são altos b) Se a inflação é alta, então os juros bancários são altos c) Se os juros bancários não são altos, então a inflação não é baixa d) Os juros bancários são baixos e a inflação é baixa e) Ou os juros bancários são baixos, ou a inflação é baixa.

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12- (Cespe – TCE/RN – 2009) Com relação a lógica sentencial e de primeira ordem, julgue os itens que se seguem. 1º- As proposições “Se Mário é assessor de Pedro, então Carlos é cunhado de Mário” e “Se Carlos não é cunhado de Mário, então Mário não é assessor de Pedro” são equivalentes. 2º- Se A, B, C e D são proposições, em que B é falsa e D é verdadeira, então, independentemente das valorações falsa ou verdadeira de A e C, a proposição DCBA será sempre verdadeira.

13- (Cespe – SEBRAE – 2008) Considerando que os números naturais x e y sejam tais que “se x é ímpar, então y é divisível por 3”, é correto afirmar que a) se x é par, então y não é divisível por 3. b) se y é divisível por 3, então x é ímpar. c) se y = 9, então x é par. d) se y = 10, então x é par. 14- (FCC – TRE/Piauí - 2009) Um dos novos funcionários de um cartório, responsável por orientar o público, recebeu a seguinte instrução: “Se uma pessoa precisar autenticar documentos, encaminhe-a ao setor verde.” Considerando que essa instrução é sempre cumprida corretamente, pode-se concluir que, neces-sariamente, a) uma pessoa que não precise autenticar documentos nunca é encaminhada ao setor verde. b) toda pessoa encaminhada ao setor verde precisa autenticar documentos. c) somente as pessoas que precisam autenticar documentos são encaminhadas ao setor verde. d) a única função das pessoas que trabalham no setor verde é autenticar documentos. e) toda pessoa que não é encaminhada ao setor verde não precisa autenticar documentos.

LÓGICA DA ARGUMENTAÇÃO

ValidadeVerdadeArgumentos :

Vamos discutir um dos pontos mais importantes da lógica. A lógica não estuda a verdade ou

a falsidade das idéias, isso é tarefa da ciência. A lógica verifica a validade ou não dos argumentos. É importante entendermos que verdade e validade não têm o mesmo sentido. Também não pode-mos confundir uma sentença falsa com um raciocínio inválido! Argumento lógico

Denomina-se argumento a relação que associa um conjunto de proposições PPP n,...,, 21 ,

chamadas premissas do argumento, a uma proposição C a qual chamamos de conclusão do ar-

gumento.

CPPP n ,...,, 21

Premissa

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Premissa é cada uma das proposições que serve de base à conclusão. Quando falamos em premissas, não vamos discutir sua verdade ou falsidade, e sem verificar a qual conclusão nós po-demos chegar através delas. SILOGISMO Argumento estudado por Aristóteles estruturado com três premissas. A primeira premissa denomina-se premissa maior, a segunda, premissa menor e a terceira, conclusão.

CPP 21,

Exemplo Premissa 1: Todos os artistas são apaixonados. Premissa 2: Todos os apaixonados gostam de flores. Conclusão: Todos os artistas gostam de flores. Quanto à validade de um argumento 1º- Argumento válido

Dizemos que um argumento é válido ou, ainda, que ele é legítimo ou bem construído quando a sua conclusão é uma conseqüência obrigatória do seu conjunto de premissas;

Em outras palavras: quando um argumento é válido, a verdade das premissas deve garantir a verdade da conclusão do argumento.

Isso significa que jamais poderemos ter uma conclusão falsa quando as premissas forem verdadeiras e o argumento for válido.

É importante observar que o estudo dos argumentos não leva em conta a verdade ou a falsidade das proposições que compõem os argumentos, mas tão-somente a validade destes.

Desse modo, ao se discutir a validade de um argumento, o valor de verdade de cada uma de suas premissas é irrelevante. Exemplo Considere o silogismo: Premissa 1: Todos os elefantes adoram fumar. Premissa 2: Nenhum fumante gosta de futebol. Conclusão: Nenhum elefante gosta de futebol. Esse silogismo está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um argumento válido, muito embora a verdade das premissas seja questionável. 2º- Argumento inválido (falacioso)

Dizemos que um argumento é inválido, também denominado ilegítimo, mal construído ou falacioso, quando a verdade das premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclu-são. Exemplo Premissa 1: Todos os alunos do curso foram aprovados. Premissa 2: Ana não é aluna do curso. Conclusão: Ana foi reprovada

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É um argumento inválido, pois as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão. Observa-se que Ana pode ter sido aprovada sem ser aluna do curso. (A primeira pre-missa não afirmou que somente os alunos do curso foram aprovados). Observação

Geralmente os problemas de silogismos apresentam expressões como “Todos”, “Algum”, “Nenhum”. Muitos desses problemas são resolvidos mais facilmente com base na Teoria de Con-juntos e utilizando-se os Diagramas de conjuntos. Proposição Categórica

É toda premissa que apresenta uma das seguintes estruturas:

Todo A é B

Algum A é B

Algum A não é B

Nenhum A é B Diagrama lógico É a representação das proposições categóricas através de diagramas de conjuntos

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QUESTÕES DE LÓGICA DA ARGUMENTAÇÃO 01- Todos os bons médicos são pessoas estudiosas. Assim sendo: a) Alguma pessoa estudiosa não é um bom médico b) O conjunto dos bons médicos contém o conjunto das pessoas estudiosas c) Toda pessoa estudiosa é um bom médico d) Nenhuma pessoa estudiosa é um bom médico e) O conjunto das pessoas estudiosas contém o conjunto dos bons médicos 02- Todo baiano gosta de axé music. Sendo assim: a) Todo aquele que gosta de axé music é baiano b) Todo aquele que não é baiano não gosta de axé music c) Todo aquele que não gosta de axé music não é baiano d) Algum baiano não gosta de axé music e) Alguém que não goste de axé music é baiano 03- Considere verdadeira a declaração: “Nenhum dos alunos que fizeram uma determinada prova tirou mais do que 7”. Diante disso, qual a conclusão correta? a) Todos os alunos tiraram menos do que 7 na prova. b) Todos os alunos tiraram 7 na prova. c) Algum aluno tirou 7 na prova. d) Algum aluno tirou menos de 7 na prova. e) Algum aluno tirou 7 ou menos na prova. 04- Considere que os argumentos seguintes são verdadeiros:

Todo comilão é gordo.

Todo guloso é comilão. Com base nesses argumentos, é correto afirmar que a) Todo gordo é guloso. b) Todo comilão não é guloso. c) Existem gulosos que não são comilões. d) Existem comilões que não são gulosos. e) Existem gulosos que não são gordos. 05- Sabe-se que existe pelo menos um A que é B. Sabe-se também, que todo B é C. Segue-se, portanto, necessariamente que: a) Todo C é B b) Todo C é A c) Algum A é C d) Nada que não seja C é A e) Algum A não é C 06- Considere as seguintes proposições:

I. Todos os cidadãos brasileiros têm garantido o direito de herança. II. Joaquina não tem garantido o direito de herança.

III. Todos aqueles que têm direito de herança são cidadãos de muita sorte. Supondo que todas essas proposições sejam verdadeiras, é correto concluir logicamente que 1º- Joaquina não é cidadã brasileira. 2º- Todos os que têm direito de herança são cidadãos brasileiros. 3º- Se Joaquina não é cidadã brasileira, então Joaquina não é de muita sorte.

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07- (Cespe – Banco do Brasil – Escriturário) Na lógica sentencial, denomina-se proposição uma frase que pode ser julgada como verdadeira (V) ou falsa (F), mas não, como ambas. Assim, frases como “Como está o tempo hoje?” e “Esta frase é falsa” não são proposições porque a primeira é pergunta e a segunda não pode ser nem V nem F. As proposições são representadas simbolica-mente por letras maiúsculas do alfabeto — A, B, C etc. Uma proposição da forma “A ou B” é F se A e B forem F, caso contrário é V; e uma proposição da forma “Se A então B” é F se A for V e B for F, caso contrário é V. Um raciocínio lógico considerado correto é formado por uma seqüência de pro-posições tais que a última proposição é verdadeira sempre que as proposições anteriores na se-qüência forem verdadeiras. Considerando as informações contidas no texto acima, julgue os itens subseqüentes. É correto o raciocínio lógico dado pela seqüência de proposições seguintes: Se Antônio for bonito ou Maria for alta, então José será aprovado no concurso. Maria é alta. Portanto José será aprovado no concurso. É correto o raciocínio lógico dado pela seqüência de proposições seguintes: Se Célia tiver um bom currículo, então ela conseguirá um emprego. Ela conseguiu um emprego. Portanto, Célia tem um bom currículo. 08- (Cespe 2008 – SEBRAE – Analista) Com relação à lógica formal, julgue os itens subseqüen-tes. 1º- A frase “Pedro e Paulo são analistas do SEBRAE” é uma proposição simples. 2º- Toda proposição lógica pode assumir no mínimo dois valores lógicos. 3º- A negação da proposição “ 952 ” é a proposição “ 752 ”. 4º- A proposição “Ninguém ensina a ninguém” é um exemplo de sentença aberta. 5º- A proposição “João viajou para Paris e Roberto viajou para Roma” é um exemplo de propo-sição formada por duas proposições simples relacionadas por um conectivo de conjunção. 6º- A negação da proposição “Ninguém aqui é brasiliense” é a proposição “Todos aqui são bra-silienses”. 09- Admita serem verdadeiros os seguintes fatos:

Alguns fumantes não tomam café.

Todos os cariocas tomam café. Pode-se concluir, corretamente, que: a) Nenhum carioca é fumante. b) Nenhum fumante é carioca. c) Alguns cariocas não são fumantes. d) Alguns fumantes não são cariocas. e) Alguns fumantes são cariocas. 10- Em uma pequena comunidade, sabe-se que: "nenhum filósofo é rico" e que "alguns pro-fessores são ricos". Assim, pode-se afirmar, corretamente, que nesta comunidade a) Alguns filósofos são professores b) Alguns professores são filósofos c) Nenhum filósofo é professor d) Alguns professores não são filósofos e) Nenhum professor é filósofo 11- Todos os que conhecem João e Maria admiram Maria. Alguns que conhecem Maria não a ad-miram. Logo: a) Todos os que conhecem Maria a admiram. b) Ninguém admira Maria c) Alguns que conhecem Maria não conhecem João d) Quem conhece João admira Maria.

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e) Só quem conhece João e Maria conhece Maria 12- O silogismo é uma forma de raciocínio dedutivo. Na sua forma padronizada, é constituído por três proposições: as duas primeiras denominam-se premissas e a terceira, conclusão. As premis-sas são juízos que precedem a conclusão. Em um silogismo, a conclusão é conseqüência neces-sária das premissas. Assinale a alternativa que corresponde a um silogismo. a) Premissa 1: Marcelo é matemático. Premissa 2: Alguns matemáticos gostam de física. Conclusão: Marcelo gosta de física. b) Premissa 1: Marcelo é matemático. Premissa 2: Alguns matemáticos gostam de física. Conclusão: Marcelo não gosta de física. c) Premissa 1: Mário gosta de física. Premissa 2: Alguns matemáticos gostam de física. Conclusão: Mário é matemático. d) Premissa 1: Mário gosta de física. Premissa 2: Todos os matemáticos gostam de física. Conclusão: Mário é matemático. e) Premissa 1: Mário gosta de física. Premissa 2: Nenhum matemático gosta de física. Conclusão: Mário não é matemático. 13- Considere que as seguintes afirmações são verdadeiras: “Todo aluno da Universidade de Fortaleza é inteligente.” “Existem alunos da Universidade de Fortaleza que não são estudiosos.” Assim sendo, com relação aos alunos da Universidade de Fortaleza, pode-se concluir corretamente que, com certeza, a) alguns não são estudiosos e nem inteligentes. b) alguns são estudiosos e inteligentes. c) alguns são estudiosos e não inteligentes. d) todos são estudiosos e inteligentes. e) todos os não inteligentes são estudiosos. 14- (ESAF – Auditoria (SERPRO)/2001) Todas as amigas de Aninha que foram à sua festa de aniversário estiveram, antes, na festa de aniversário de Betinha. Como nem todas amigas de Ani-nha estiveram na festa de aniversário de Betinha, conclui-se que, das amigas de Aninha, a) todas foram à festa de Aninha e algumas não foram à festa de Betinha. b) pelo menos uma não foi à festa de Aninha. c) todas foram à festa de Aninha e nenhuma foi à festa de Betinha. d) algumas foram à festa de Aninha mas não foram à festa de Betinha. e) algumas foram à festa de Aninha e nenhuma foi à festa de Betinha. 15- (ESAF – Auditoria (SERPRO)) Todos os alunos de matemática são, também, alunos de in-glês, mas nenhum aluno de inglês é aluno de história. Todos os alunos de português são também alunos de informática, e alguns alunos de informática são também alunos de história. Como ne-nhum aluno de informática é aluno de inglês, e como nenhum aluno de português é aluno de histó-ria, então: a) pelo menos um aluno de português é aluno de inglês.

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b) pelo menos um aluno de matemática é aluno de história. c) nenhum aluno de português é aluno de matemática. d) todos os alunos de informática são alunos de matemática. e) todos os alunos de informática são alunos de português. 16- (ESAF – MPOG/2009) Considerando as seguintes proposições: “Alguns filósofos são matemá-ticos” e “não é verdade que algum poeta é matemático”, pode-se concluir apenas que: a) algum filósofo é poeta. b) algum poeta é filósofo. c) nenhum poeta é filósofo. d) nenhum filósofo é poeta. e) algum filósofo não é poeta. 17- Em uma pequena comunidade sabe-se que: “Nenhum filósofo é rico” e que “alguns professores são ricos”. Assim pode-se afirmar, corretamente, que nesta comunidade; a) Alguns filósofos são professores. b) Alguns professores são filósofos. c) Nenhum filósofo é professor. d) Alguns professores não são filósofos. e) Nenhum professor é filósofo. 18- (ESAF – MPOG/2009) Numa empresa de nanotecnologia, sabe-se que todos os mecânicos são engenheiros e que todos os engenheiros são pós-graduados. Se alguns administradores da empresa também são engenheiros, pode-se afirmar que, nessa empresa: a) todos os administradores são pós-graduados. b) alguns administradores são pós-graduados. c) há mecânicos não pós-graduados. d) todos os trabalhadores são pós-graduados. e) nem todos os engenheiros são pós-graduados. 19- (CESPE) A forma de uma argumentação lógica consiste de uma seqüência finita de premissas seguidas por uma conclusão. Há formas de argumentação lógica consideradas válidas e há formas consideradas inválidas. A respeito dessa classificação, julgue os itens seguintes. A seguinte argumentação é inválida. Premissa 1: Todo funcionário que sabe lidar com orçamento conhece contabilidade. Premissa 2: João é funcionário e não conhece contabilidade. Conclusão: João não sabe lidar com orçamento. A seguinte argumentação é valida. Premissa 1: Toda pessoa honesta paga os impostos devidos. Premissa 2: Carlos paga os impostos devidos. Conclusão: Carlos é uma pessoa honesta. 20- (FCC – TRE/Piauí - 2009) No diagrama a seguir está representado o conjunto H de todos os habitantes de uma cidade, além dos seguintes subconjuntos de H:

A, formado pelos habitantes que são advogados.

B, formado pelos habitantes que costumam jogar basquete.

C, formado pelos habitantes que gostam de carambola.

D, formado pelos habitantes que são donos de alguma padaria.

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Sabendo que em todas as regiões do diagrama pode-se representar corretamente pelo menos um habitante da cidade, é certo afirmar que, se um habitante dessa cidade a) costuma jogar basquete ou gosta de carambola, então, ele é advogado. b) gosta de carambola, então, ele é advogado e costuma jogar basquete. c) é dono de alguma padaria, então, ele costuma jogar basquete. d) não é dono de alguma padaria, então ele não é advogado. e) não é advogado, então, ele não gosta de carambola. 21- (FCC – TRE/Piauí - 2009) Todos os advogados que trabalham numa cidade formaram-se na universidade X. Sabe-se ainda que alguns funcionários da prefeitura dessa cidade são advogados. A partir dessas informações, é correto concluir que, necessariamente, a) existem funcionários da prefeitura dessa cidade formados na universidade X. b) todos os funcionários da prefeitura dessa cidade formados na universidade X são advogados. c) todos os advogados formados na universidade X trabalham nessa cidade. d) dentre todos os habitantes dessa cidade, somente os advogados formaram-se na universidade X. e) existem funcionários da prefeitura dessa cidade que não se formaram na universidade X. 22- (FCC – TJ/Pernambuco) Todas as estrelas são dotadas de luz própria. Nenhum planeta brilha com luz própria. Logo, a) todos os planetas são estrelas. b) nenhum planeta é estrela. c) todas as estrelas são planetas. d) todos os planetas são planetas. e) todas as estrelas são estrelas. 23- Se for verdade que “Alguns escritores são poetas” e que “Nenhum músico é poeta”, então, também é necessariamente verdade que: a) Nenhum músico é escritor b) Algum escritor é músico c) Algum músico é escritor d) Algum escritor não é músico e) Nenhum escritor é músico

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MATEMÁTICA

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CONJUNTOS NUMÉRICOS

Conjunto dos números naturais (N)

O conjunto dos números naturais é representado pela letra N, contendo os números positivos incluindo o 0 (zero).

N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, …}

É um conjunto infinito, não dá para representar todos os números, assim a reticência (…) indica que é um conjunto infinito. Também pode ser representado da seguinte forma:

N = {x ∈ N | x ≥ 0 }

Subconjuntos dos números naturais

Temos alguns conjuntos derivados do conjunto do números naturais, são eles:

N* = {1, 2, 3, 4, 5, …}; conjuntos dos números naturais não-nulos, ou seja, sem o zero; Np = {0, 2, 4, 6, 8, …}; conjunto dos números naturais pares; Ni = {1, 3, 5, 7, 9; …}; conjunto dos números naturais ímpares; P = {2, 3, 5, 7, 11, 13, …}; conjunto dos números naturais primos.

Todos esses conjuntos estão contidos no conjunto dos números naturais, e, portanto, são subconjuntos dele.

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Conjunto dos números inteiros (Z)

O conjunto dos números inteiros é representado pela letra Z, contendo todos os números naturais e os números negativos, que são os números opostos aos positivos.

Z = {…, -5, -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, 5,…}

Também é um conjunto infinito nas duas extremidades.

Subconjunto dos números inteiros

Z* = {…, -5, -4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4, 5,…}; conjunto dos números inteiros que não contem o zero, não-nulos;

Z+ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, …}; conjunto dos números inteiros positivos, isto é, sem os números negativos;

Z*+ = {1, 2, 3, 4, 5, …}; conjuntos dos números inteiros positivos e sem o zero; Z– = {…, -5, -4, -3, -2, -1, 0}; conjunto dos números inteiros negativos; Z*– = {…, -5, -4, -3, -2, -1}; conjuntos dos números inteiros negativos e sem o zero.

Conjuntos dos números racionais (Q)

O conjunto dos números racionais é representados pela letra Q, contendo os números inteiros, forma decimal exata, os números na forma periódica ou na forma de fração.

É um conjunto infinito também.

Números decimais na forma exata: Ex. {2,2; 5,432; 23,00009}

Números decimais na forma periódica: Ex. {3,2222…; 12,11111…; 40,12121212…}

Subconjunto dos números racionais (Q)

Q* conjuntos dos números racionais sem o zero; Q+ conjuntos dos números racionais positivos; Q*+ conjuntos dos números racionais positivos e sem o zero; Q– conjuntos dos números racionais negativos;

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Q*– conjuntos dos números racionais negativos e sem o zero.

Conjuntos dos números irracionais (I)

O conjunto dos números irracionais é representado pela letra I, contendo todos os números decimais não exatos e não periódicos.

Exemplos: 4,21315… ou 5,122030…

É um conjunto infinito.

Conjuntos dos números reais (R)

O conjunto dos números reais é representado pela letra R, contendo todos os conjuntos anteriormente citados. Assim, R é a união dos conjuntos N, Z, Q e I.

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OPERAÇÕES NOS REAIS

ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO

A adição e a subtração de números inteiros envolvem algumas regras básicas, essenciais para a obtenção do resultado correto. Para uma melhor fixação dessas regras e como utilizá-las, vamos demonstrar os cálculos seguidos da respectiva regra matemática. 1º caso Quando não ocorrer a presença de parênteses nas operações, devemos proceder da seguinte maneira: Quando os sinais dos números são iguais, devemos adicionar mantendo o sinal dos números. + 9 + 9 = + 18 –1 – 1 = – 2 + 4 + 6 = +10 –7 – 8 = – 15 – 9 – 10 = – 19 + 15 + 16 = + 31 + 64 + 6 = + 70 – 54 – 34 = – 88 Quando os sinais são diferentes, devemos subtrair os números mantendo o sinal do número de maior módulo. – 4 + 6 = + 2 – 10 + 5 = – 5 – 20 + 36 = + 16 – 60 + 80 = + 20 – 21 + 5 = – 16 – 91 + 10 = – 81 – 100 + 12 = – 88 + 15 – 30 = – 15 2º caso Caso ocorra a presença de parênteses nas operações entre os números inteiros, devemos eliminá-los, utilizando o jogo do sinal.

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(–8) + (–2) + (–7) – 8 – 2 – 7 – 17 (+81) + (–12) – (+ 7) + 81 – 12 – 7 + 81 – 19 + 62 3º caso Resolver as operações indicadas nos parênteses, nos colchetes e nas chaves, e logo em seguida, realizar o jogo de sinal. (+ 8 + 9) – (+ 5 – 6) – (9 + 1) +17 – (– 1) – (+ 10) +17 + 1 – 10 + 18 – 10 + 8 –{–[(2 + 3) – (7 – 8) + (–6 –4)]} –{–[(5) – (–1) + (–10)]} –{–[5 + 1 – 10]} –{–[–4]} – 4 –[–(2 + 4) – (– 4 –13)] –[– (6) – (– 17)] –[– 6 + 17] – [11] – 11

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Ao eliminar parênteses, utilize o seguinte quadro de sinais: + ( + ) = + + ( – ) = – – ( + ) = – – ( – ) = +

MULTIPLICAÇÃO

É possível fazer o cálculo da multiplicação utilizando algumas regras que possibilitam encontrar o resultado de forma mais rápida.

A multiplicação é uma operação que vêm da soma, sendo utilizada quando possuímos parcelas repedidas na adição. Veja: 12 + 12 + 12 = 36 (Operação de adição) 12 x 3 = 36 (Operação de multiplicação)

Observe que o resultado na soma e na multiplicação são iguais, isso acontece porque quando multiplicamos termos numéricos, um valor representa o número que se quer somar e o outro representa a repetição desse número que foi somado.

Existem alguns truques que possibilitam a realização do cálculo da multiplicação de forma rápida. Veja estas 5 dicas: Dica: Multiplicando números terminados em 0

Para multiplicar números terminados em zero devemos conservar o algarismo que compõe o número que tem zero e multiplicar esse algarismo pelo outro número que não possui zero. No final, adicionamos o zero retirado depois do último algarismo que compõe o resultado da multiplicação. Veja: 23 x 10 = (23 x 1) = 23 → Acrescente o zero retirado depois do último algarismo 23 → 230 35 x 30 = (35 x 3) = 105 → Acrescente o zero retirado depois do último algarismo 105 → 1050 12 x 200 = (12 x 2) = 24 → Acrescente os dois zeros retirados depois do último algarismo 24 → 2400

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DIVISÃO

A divisão é uma das quatro operações básicas da matemática, juntamente à adição, subtração e multiplicação. Essa operação é temida por ser a mais difícil das quatro, porém, talvez, só possua um algoritmo muito diferente das outras.

Para apresentarmos o algoritmo da divisão, devemos relembrar os elementos que compõem uma divisão e, por consequência, compõem também o seu algoritmo. São eles:

Dividendo (D): Número que será dividido. Divisor (d): número que divide. Quociente (q): resultado da divisão. Resto (r): algumas vezes, finalizada a divisão, sobra uma quantidade que não pode ser dividida. Essa quantidade recebe o nome de resto. A partir desses elementos, a divisão será definida da seguinte maneira: D = d·q + r

Para resolver a divisão D:d, procuramos um número q que, multiplicado por d, tenha D como resultado ou um número muito próximo a D. O resto r forma-se pelo resultado da subtração D – d·q.

Essa estratégia é utilizada para dividir números próximos aos presentes nas tabuadas de multiplicação de 1 a 10. Por exemplo, ao realizar a divisão 80:9, procuramos um número (q) que, multiplicado por 9, tenha como resultado 80 (ou próximo a 80).

Sabendo que 9·8 = 72, realizamos a subtração 80 – 72 = 8 e, assim, estamos de posse

de todos os elementos que constituem uma divisão. Observe: D = d·q + r 80 = 9·8 + 8

O algoritmo da divisão é um método prático para realizar divisões algarismo a algarismo, assim como são realizadas as adições, subtrações e multiplicações. Esse algoritmo é comumente chamado de “método da chave” e é definido da seguinte maneira:

D | d r q

Da mesma maneira, procuramos um número q que, multiplicado por d, tenha como resultado D. Se não for possível, encontramos um valor aproximado a D e escrevemos todos esses valores nas posições descritas pelo esquema acima.

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Esse esquema contribui para que a divisão seja realizada de forma prática, algarismo a algarismo. Por exemplo, para dividir 962 por 2 utilizando o método da chave, escreveremos:

962 | 2 Primeiro passo: Tome o primeiro algarismo e procure algum número que, multiplicado por 2, seja igual ou próximo a ele. 9'62 | 2 -8 4 1 O primeiro algarismo é 9. Sabendo que 2·4 = 8, coloque 4 no local destinado ao quociente e calcule o resto. Utilize o espaço abaixo do dividendo para realizar esse cálculo, como fizemos no exemplo acima. Segundo passo: Uma vez realizada a divisão do primeiro algarismo do dividendo, tomaremos o segundo algarismo. No exemplo, esse segundo algarismo é o 6.

Escreveremos 6 ao lado do resto 1, formando 16, que será o novo dividendo. Esse processo é chamado comumente de “descer”, pois dizemos: “desça o 6”. Feito isso, repetiremos o primeiro passo para o novo dividendo: 942 | 2 -8 48 16 -16 0

Note que, ao repetir o processo, colocamos o quociente no local apropriado, isto é ao lado do número que já estava lá, formando 48. Como estamos dividindo 962 da esquerda para a direita, o quociente forma-se também da direita para a esquerda. Terceiro passo: Repetir o passo anterior para o último algarismo. Desça o 2 e observe o resultado: 962 | 2 -8 481 16 -16 02 -2 0

Não havendo nenhum outro número para descer, a divisão pode ser considerada finalizada. O resultado da divisão de 962 por 2 é 481, e escrevemos:

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962 = 2·481 + 0 Observações:

Note que, ao começar a divisão pelo primeiro algarismo, formamos o quociente, passo a passo, também pelo seu primeiro algarismo.

Note também que o algarismo 9, no exemplo anterior, ocupa a posição das centenas. Isso significa que dividimos 9 centenas por 2. O resto dessa divisão foi de 1 centena. Ao descer o 6, formando 16, estamos somando 6 dezenas ao resto (que era de 1 centena), pois 6 ocupa a posição das dezenas no dividendo. No segundo passo da divisão, portanto, dividimos 16 dezenas por 2.

Se o primeiro algarismo fosse menor que o dividendo, bastaria tomar os dois primeiros algarismos. Exemplo:

10'2 | 2 -10 51 02 -2 0

POTENCIAÇÃO

É de grande importância o conhecimento das propriedades das potenciações, principalmente nas situações operatórias entre potências. As regras claras e objetivas são válidas também nos casos envolvendo funções exponenciais, y = ax, com a > 0 e a ≠ 1.

Observe as regras e as aplicações das propriedades:

1) am * an = am + n Multiplicação de potências de mesma base: conserva a base e soma os expoentes. 2) am : an = am – n Divisão de potências de mesma base: conserva a base e subtrai os expoentes. 3) (am)n = am * n Potência de potência, multiplicar os expoentes.

4) Potência com expoente racional: o expoente do radicando se transforma no numerador do expoente da base fora da raiz, e o índice da raiz passa a ser o denominador.

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5) a–n = 1/an, a ≠ 0 Potência com expoente negativo: inverso da base elevado ao expoente positivo. 6) a0 = 1 Toda base diferente de zero elevado ao expoente zero é igual a 1. 7) se a > 0 e a ≠ 0, temos am = an apenas se m = n. Exemplos a) 42 * 43 = 42 + 3 = 45 b) 104 : 102 = 104 – 2 = 102 c) (63)2 = 63*2 = 66

d) e)2–2 = (1/2)2 = 1/4 f) 32 * 33 : 34 = 32 + 3 – 4 = 31 g) 2–2 : 26 = 2– 2 – 6 = 2–8 = (1/2)8 = 1/256 h) 10000 = 1 i) ((72)3)4 = 7 2*3*4 = 724 j) 3x = 81 → 3x = 34 → x = 4

RADICIAÇÃO

As propriedades da radiciação facilitam cálculos de expressões numéricas e equações

que envolvem raízes. Você se recorda de uma operação matemática chamada radiciação? Tenho certeza

que sim! Mas caso você tenha se esquecido de algum detalhe, vamos recordá-la rapidamente.

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Quando estamos trabalhando com a radiciação, existem algumas propriedades que podem nos auxiliar em diversas situações. Vamos verificar como funciona cada uma delas:

1ª propriedade:

Se o radical possuir índice igual ao expoente do radicando, a raiz será igual à base do radicando.

Podemos afirmar que essa propriedade será válida sempre que n for um número natural e a for um número real não negativo. Vejamos alguns exemplos da aplicação dessa propriedade:

Mas nós podemos considerar ainda outra situação em que essa situação é válida. Quando houver um radicando a negativo (a < 0) e n for ímpar, a propriedade também será válida.

2ª propriedade:

A raiz não sofre alteração se multiplicarmos ou dividirmos o índice do radical e o expoente do radicando por um mesmo valor.

A segunda propriedade é válida desde que n, p e q sejam números naturais maiores

do que 1 e que q seja divisor de n e m. Vejamos alguns exemplos da aplicação dessa propriedade:

3ª propriedade:

O produto de radicais de mesmo índice é igual ao produto de radicandos.

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Essa propriedade é válida desde que n seja um número natural maior do que 1 e a e b sejam números reais. Se a e b forem maiores ou iguais a zero, é necessário que n seja par. Vejamos alguns exemplos da aplicação dessa propriedade:

4ª propriedade:

O quociente de radicais de mesmo índice é igual ao quociente de radicandos.

A quarta propriedade é válida desde que n seja maior do que 1. Além disso, a e b devem ser reais, de forma que a seja maior do que zero, e b, maior do que 1. Vejamos alguns exemplos da aplicação dessa propriedade:

OPERAÇÕES COM NÚMEROS DECIMAIS

As operações com números decimais:

ADIÇÃO

Cada uma das quatro operações com números decimais tem um macete para ser resolvido, vamos começar com a soma:

Exemplo 1. O preço de um eletrodoméstico é de R$ 88,52 à vista. Mas pode ser parcelado, tendo um acréscimo de R$ 2,05 no valor total. Qual será o valor se eu optar pelo pagamento parcelado?

1. Podemos considerar que o numeral que está à esquerda da vírgula é o valor em reais, e o que está a direita, é o valor em centavos, logo temos que operar cada valor com o seu respectivo.

Fazemos isso escrevendo os numerais de forma que as vírgulas fiquem alinhadas e resolvemos normalmente:

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Logo, o valor a ser pago será de R$ 90,57.

SUBTRAÇÃO

Para a subtração, utilizamos a mesma lógica da vírgula abaixo de vírgula. Veja o exemplo.

Exemplo 2. Uma passagem de ônibus de Florianópolis para Porto Alegre custa R$ 135,26. Já se você optar por um desconto de estudante, pagará somente R$ 83,50. Neste caso, qual foi o valor do desconto obtido?

Escrevendo a equação alinhando as vírgulas, temos:

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Este estudante obteve R$ 51,76 de desconto.

Importante: Muitas vezes os valores nas questões são apresentados de forma “arredondada”. Nestes casos, basta adicionar o número zero à esquerda do último número, não alterando o valor.

Exemplo 3. Efetue 13,90 + 3,3.

MULTIPLICAÇÃO

Já o cálculo da multiplicação de números decimais é considerado mais simples por alguns.

Para isto, basta fazer o cálculo somente com os numerais, fazendo de conta que não existem as vírgulas. No resultado final, o número de casas decimais (casas á esquerda da vírgula) será a soma do número de casas decimais de cada fator. Veja o exemplo:

Exemplo 4. Um estudante gasta por dia R$ 2,09 com passagens de ônibus. Se o número de dias letivos for de 20 dias, qual será o valor gasto ao final do mês?

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Eliminamos todas as vírgulas e calculamos a multiplicação com números inteiros.

Então, o valor gasto mensalmente pelo estudante é de R$ 41,80.

DIVISÃO

Agora vamos trabalhar com a divisão de números decimais.

A ideia de “eliminar” as vírgulas também é utilizada no momento da divisão de números decimais. Porém antes de fazer isso, é preciso igualar o número de casas depois da vírgula de ambos os fatores. Veja o exemplo:

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Exemplo 5. Ao fechar a conta na pizzaria o valor total deu R$ 58,2. Sabendo que eram 4 pessoas para dividir a conta, quanto cada uma irá pagar?

Primeiramente estruturamos, sabemos que o valor de R$ 58,2 tem que ser dividido por 4.

Perceba que o valor do resto é um número menor do que o valor do resto, nesses casos, acrescentamos uma vírgula á esquerda do quociente e o número zero á esquerda do resto.

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Logo, cada uma das quatro pessoas irá pagar o valor de R$ 14,55.

FRAÇÕES DECIMAIS

Uma fração é dita decimal quando seu denominador é uma potência de 10. Exemplos:

a) 7

10 b)

18

1000 c)

24

100

Transformação de uma fração decimal em um número decimal

Exemplos:

a)12

1000 12 ,

b) 7

10000 007 ,

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c) 157

101 57 , d)

27

100000 0027 ,

FRAÇÃO GERADORA DE UM NÚMERO DECIMAL Exemplos:

a) 0,5 = 5

10

1

2 b) 3,25 =

325

100

65

20 c) 0,009 =

9

1000

d) ( - 2 )-4 =

1

2

1

16

4

RESOLUÇÃO DE EXPRESSÕES NUMÉRICAS 1) Prioridades dos sinais gráficos 1° ) Parênteses 2° ) Colchetes 3° ) Chaves 2) Prioridades das operações 1° ) Radiciação e Potenciação 2° ) Multiplicação e divisão na ordem em que aparecerem 3° ) Adição e subtração Exemplo:

O resultado da expressão (-2 - 1

3) - {[(-3.-1 -

1

6)] . -

2

3} é:

- 7

3 - {[ ( 3 -

1

6 ) ] . -

2

3}

- 7

3 - { [

17

6 ] . -

2

3}

- 7

3 - {

17

6 . -

2

3}

- 7

3 - { -

17

9 }

- 7

3 +

17

9 =

21 17

9 = -

4

9

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NÚMEROS PRIMOS

Números que possuem apenas dois divisores

Os números primos representam o conjunto dos números naturais, maiores que 1,

que possuem apenas dois divisores (1 e ele próprio). Exemplo: 2, 5, 7, 11, etc. Já os números, maiores que 1, com mais de dois divisores são chamados de números compostos. Compreenda: • 1 é divisível apenas por ele mesmo, portando não é um número primo. • 2 é divisível apenas por 1 e 2, portanto é um número primo; • 7 é divisível apenas por 1 e 7, portanto é um número primo; • 8 é divisível 1,2,4 e 8, portanto não é um número primo;

Números Primos de 1 a 100

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MMC / MDC MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM (M.M.C.)

Dois ou mais números sempre têm múltiplos comuns a eles. Vamos achar os múltiplos comuns de 4 e 6:

Múltiplos de 6: 0, 6, 12, 18, 24, 30,... Múltiplos de 4: 0, 4, 8, 12, 16, 20, 24,... Múltiplos comuns de 4 e 6: 0, 12, 24,... Dentre estes múltiplos, diferentes de zero, 12 é o menor deles. Chamamos o 12 de mínimo múltiplo comum de 4 e 6.

O menor múltiplo comum de dois ou mais números, diferente de zero, é chamado de mínimo múltiplo comum desses números. Usamos a abreviação m.m.c.

CÁLCULO DO M.M.C.

Podemos calcular o m.m.c. de dois ou mais números utilizando a fatoração. Acompanhe o cálculo do m.m.c. de 12 e 30: - decompomos os números em fatores primos - o m.m.c. é o produto dos fatores primos comuns e não-comuns: 12 = 2 x 2 x 3 30 = 2 x 3 x 5 m.m.c (12,30) = 2 x 2 x 3 x 5

O m.m.c. de dois ou mais números, quando fatorados, é o produto dos fatores comuns e não-comuns a eles, cada um elevado ao maior expoente.

PROCESSO DA DECOMPOSIÇÃO SIMULTÂNEA

Neste processo decompomos todos os números ao mesmo tempo, num dispositivo como mostra a figura ao lado. O produto dos fatores primos que obtemos nessa decomposição é o m.m.c. desses números. Ao lado vemos o cálculo do m.m.c.(15,24,60) Portanto, m.m.c.(15,24,60) = 2 x 2 x 2 x 3 x 5 = 120

PROPRIEDADE DO M.M.C. Entre os números 3, 6 e 30, o número 30 é múltiplo dos outros dois. Neste caso, 30 é o m.m.c.(3,6,30). Observe:

m.m.c.(3,6,30) = 2 x 3 x 5 = 30

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Dados dois ou mais números, se um deles é múltiplo de todos os outros, então ele é o m.m.c. dos números dados.

Considerando os números 4 e 15, ques são primos entre si. O m.m.c.(4,15) é igual a 60, que é o produto de 4 por 15. Observe:

m.m.c.(4,15) = 2 x 2 x 3 x 5 = 60

Dados dois números primos entre si, o m.m.c. deles é o produto desses números.

Máximo Divisor Comum (M.D.C.)

Dois números naturais sempre têm divisores comuns. Por exemplo: os divisores comuns de 12 e 18 são 1,2,3 e 6. Dentre eles, 6 é o maior. Então chamamos o 6 de máximo divisor comum de 12 e 18 e indicamos m.d.c.(12,18) = 6.

O maior divisor comum de dois ou mais números é chamado de máximo divisor comum desses números. Usamos a abreviação m.d.c.

Alguns exemplos: mdc (6,12) = 6 mdc (12,20) = 4 mdc (20,24) = 4 mdc (12,20,24) = 4 mdc (6,12,15) = 3 CÁLCULO DO M.D.C. Um modo de calcular o m.d.c. de dois ou mais números é utilizar a decomposição desses números em fatores primos. - decompomos os números em fatores primos; - o m.d.c. é o produto dos fatores primos comuns. Acompanhe o cálculo do m.d.c. entre 36 e 90: 36 = 2 x 2 x 3 x 3 90 = 2 x 3 x 3 x 5 O m.d.c. é o produto dos fatores primos comuns => m.d.c.(36,90) = 2 x 3 x 3 Portanto m.d.c.(36,90) = 18. Escrevendo a fatoração do número na forma de potência temos: 36 = 22 x 32

90 = 2 x 32 x5 Portanto m.d.c.(36,90) = 2 x 32 = 18.

O m.d.c. de dois ou mais números, quando fatorados, é o produto dos

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fatores comuns a eles, cada um elevado ao menor expoente.

CÁLCULO DO M.D.C. PELO PROCESSO DAS DIVISÕES SUCESSIVAS Nesse processo efetuamos várias divisões até chegar a uma divisão exata. O divisor desta divisão é o m.d.c. Acompanhe o cálculo do m.d.c.(48,30). Regra prática: - dividimos o número maior pelo número menor; 48 / 30 = 1 (com resto 18) - dividimos o divisor 30, que é divisor da divisão anterior, por 18, que é o resto da divisão anterior, e assim sucessivamente; 30 / 18 = 1 (com resto 12) 18 / 12 = 1 (com resto 6) 12 / 6 = 2 (com resto zero - divisão exata) - O divisor da divisão exata é 6. Então m.d.c.(48,30) = 6.

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RAZÕES / PROPORÇÕES Razões

Vamos considerar um carro de corrida com 4m de comprimento e um kart com 2m de comprimento. Para compararmos as medidas dos carros, basta dividir o comprimento de um deles pelo outro. Assim:

(o tamanho do carro de corrida é duas vezes o tamanho do kart).

Podemos afirmar também que o kart tem a metade do comprimento do carro de corrida. A comparação entre dois números racionais, através de uma divisão, chama-se razão.

A razão pode também ser representada por 1:2 e significa que cada metro do kart corresponde a 2m do carro de corrida.

Denominamos de razão entre dois números a e b (b diferente de zero)

o quociente ou a:b.

A palavra razão, vem do latim ratio, e significa "divisão". Como no exemplo anterior, são diversas as situações em que utilizamos o conceito de razão. Exemplos: - Dos 1200 inscritos num concurso, passaram 240 candidatos. Razão dos candidatos aprovados nesse concurso:

(de cada 5 candidatos inscritos, 1 foi aprovado). - Para cada 100 convidados, 75 eram mulheres. Razão entre o número de mulheres e o número de convidados:

(de cada 4 convidados, 3 eram mulheres). Observações: 1) A razão entre dois números racionais pode ser apresentada de três formas. Exemplo:

Razão entre 1 e 4: 1:4 ou ou 0,25.

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2) A razão entre dois números racionais pode ser expressa com sinal negativo, desde que seus termos tenham sinais contrários. Exemplos:

A razão entre 1 e -8 é .

A razão entre é . Razões entre grandezas de espécies diferentes O conceito é o seguinte:

Para determinar a razão entre duas grandezas de espécies diferentes, determina-se o quociente entre as medidas dessas grandezas. Essa razão deve ser acompanhada da notação que relaciona as grandezas envolvidas.

Exemplos: 1) Consumo médio: - Beatriz foi de São Paulo a Campinas (92Km) no seu carro. Foram gastos nesse percurso 8 litros de combustível. Qual a razão entre a distância e o combustível consumido? O que significa essa razão? Solução:

Razão =

Razão = (lê-se "11,5 quilômetros por litro"). Essa razão significa que a cada litro consumido foram percorridos em média 11,5 km. 2) Velocidade média: - Moacir fez o percurso Rio-São Paulo (450Km) em 5 horas. Qual a razão entre a medida dessas grandezas? O que significa essa razão? Solução:

Razão = Razão = 90 km/h (lê-se "90 quilômetros por hora"). Essa razão significa que a cada hora foram percorridos em média 90 km. 3) Densidade demográfica: - O estado do Ceará no último censo teve uma população avaliada em 6.701.924 habitantes. Sua área é de 145.694 km2. Determine a razão entre o número de habitantes e a área desse estado. O que significa essa razão? Solução:

Razão = Razão = 46 hab/km2 (lê-se "46 habitantes por quilômetro quadrado").

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Essa razão significa que em cada quilômetro quadrado existem em média 46 habitantes. Proporções

Rogerião e Claudinho passeiam com seus cachorros. Rogerião pesa 120kg, e seu cão, 40kg. Claudinho, por sua vez, pesa 48kg, e seu cão, 16kg. Observe a razão entre o peso dos dois rapazes:

Observe, agora, a razão entre o peso dos cachorros:

Verificamos que as duas razões são iguais. Nesse caso, podemos afirmar que a

igualdade é umaproporção. Assim:

Proporção é uma igualdade entre duas razões.

Elementos de uma proporção Dados quatro números racionais a, b, c, d, não-nulos, nessa ordem, dizemos que eles formam uma proporção quando a razão do 1º para o 2º for igual à razão do 3º para o 4º. Assim:

ou a:b=c:d

(lê-se "a está para b assim como c está para d") Os números a, b, c e d são os termos da proporção, sendo: - b e c os meios da proporção. - a e d os extremos da proporção.

Exemplo:

Dada a proporção , temos: Leitura: 3 está para 4 assim como 27 está para 36. Meios: 4 e 27 Extremos: 3 e 36

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Propriedade fundamental das proporções Observe as seguintes proporções:

Produto dos meios = 4.30 = 120 Produto dos extremos = 3.40 = 120

Produto dos meios = 9.20 = 180 Produto dos extremos = 4.45 = 180

Produto dos meios = 8.45 = 360 Produto dos extremos = 5.72 = 360

De modo geral, temos que:

Daí podemos enunciar a propriedade fundamental das proporções:

Em toda proporção, o produto dos meios é igual ao produto dos extremos.

Aplicações da propriedade fundamental Determinação do termo desconhecido de uma proporção Exemplos: - Determine o valor de x na proporção:

Solução: 5 . x = 8 . 15 (aplicando a propriedade fundamental) 5 . x = 120

x = 24 Logo, o valor de x é 24. - Determine o valor de x na proporção:

Solução: 5 . (x-3) = 4 . (2x+1) (aplicando a propriedade fundamental) 5x - 15 = 8x + 4 5x - 8x = 4 + 15 -3x = 19 3x = -19

x =

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Logo, o valor de x é . - Os números 5, 8, 35 e x formam, nessa ordem, uma proporção. Determine o valor de x. Solução:

(aplicando a propriedade fundamental) 5 . x = 8 . 35 5x = 280

x = 56 Logo, o valor de x é 56.

REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA Regra de três simples: Regra de três simples é um processo prático para resolver problemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já conhecidos. Passos utilizada numa regra de três simples: · Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de espécies diferentes em correspondência. · Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais. · Montar a proporção e resolver a equação. Exemplos:

a) Se 8m de tecido custam 156 reais, qual o preço de 12 m do mesmo tecido?

Observe que as grandezas são diretamente proporcionais, aumentando o metro do tecido aumenta na mesma proporção o preço a ser pago.

b) Um carro, à velocidade de 60km/h, faz certo percurso em 4 horas. Se a velocidade do carro fosse de 80km/h, em quantas horas seria feito o mesmo percurso?

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Regra de Três Composta: A regra de três composta é utilizada em problemas com mais de duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais. Exemplo:

a) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar 125m³?

QUESTÕES DE REGRA DE TRÊS

1. Com uma área de absorção de raios solares de 1,2m², uma lancha com motor

movido à energia solar consegue produzir 400 watts por hora de energia.

Aumentando-se essa área para 1,5m², qual será a energia produzida?

a) 300

b) 500

c) 550

d) 600

e) 650

2. Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h, faz um determinado

percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade

utilizada fosse de 480km/h?

a) 3,6

b) 2,8

c) 2,5

d) 2,2

e) 2

3. Uma equipe de operários, trabalhando 8 horas por dia, realizou determinada obra

em 20 dias. Se o número de horas de serviço for reduzido para 5 horas, em que prazo

essa equipe fará o mesmo trabalho?

a) 12,5

b) 25

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c) 32

d) 35,5

e) 38

4. Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. Em 5 horas, quantos

caminhões serão necessários para descarregar 125m³?

a) 10

b) 15

c) 20

d) 25

e) 30

5. Numa fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 carrinhos em 5 dias. Quantos

carrinhos serão montados por 4 homens em 16 dias?

a) 18

b) 25

c) 28

d) 30

e) 32

6. Dois pedreiros levam 9 dias para construir um muro com 2m de altura. Trabalhando 3

pedreiros e aumentando a altura para 4m, qual será o tempo necessário para

completar esse muro?

a) 10

b) 12

c) 15

d) 20

e) 27

7. Três torneiras enchem uma piscina em 10 horas. Quantas horas levarão 10 torneiras

para encher 2 piscinas?

a) 6

b) 8

c) 10

d) 12

e) 14

8. Uma equipe composta de 15 homens extrai, em 30 dias, 3,6 toneladas de carvão. Se

for aumentada para 20 homens, em quantos dias conseguirão extrair 5,6 toneladas

de carvão?

a) 35

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b) 37

c) 39

d) 41

e) 43

9. Vinte operários, trabalhando 8 horas por dia, gastam 18 dias para construir um muro

de 300m. Quanto tempo levará uma turma de 16 operários, trabalhando 9 horas por

dia, para construir um muro de 225m?

a) 12

b) 15

c) 17

d) 20

e) 22

10. Um caminhoneiro entrega uma carga em um mês, viajando 8 horas por dia, a uma

velocidade média de 50 km/h. Quantas horas por dia ele deveria viajar para entregar

essa carga em 20 dias, a uma velocidade média de 60 km/h?

a) 6

b) 7

c) 9

d) 10

e) 11

11. Uma roda-d'água dá 390 voltas em 13 minutos. Quantas voltas terá dado em uma

hora e meia?

a) 1250

b) 2250

c) 2700

d) 2950

e) 3325

12. Um grupo de 15 mineiros extraiu em 30 dias 3,5 toneladas de carvão. Se esta equipe for aumentada para 20 mineiros, em quanto tempo serão extraídos 7 toneladas de carvão? a) 30 b) 40 c) 45 d) 50 e) 55

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MATEMÁTICA FINANCEIRA: PORCENTAGENS As frações (ou razões) que possuem denominadores (o número de baixo da fração) iguais a 100, são conhecidas por razões centesimais e podem ser representadas pelo símbolo "%". O símbolo "%" é lido como "por cento". "5%" lê-se "5 por cento". "25%" lê-se "25 por cento".

O símbolo "%" significa centésimos, assim "5%" é uma outra forma de se escrever 0,05,

ou por exemplo. Veja as seguintes razões:

Podemos representá-las na sua forma decimal por:

E também na sua forma de porcentagens por:

Como calcular um valor percentual de um número?

Agora que temos uma visão geral do que é porcentagem, como calcular quanto é 25% de 200? Multiplique 25 por 200 e divida por 100:

Se você achar mais fácil, você pode simplesmente multiplicar 25% na sua forma decimal, que é 0,25 por 200:

Assim temos:

1. 4% de 32 = 0,04 . 32 = 1,28 2. 15% de 180 = 0,15 . 180 = 27 3. 18% de 150 = 0,18 . 150 = 27 4. 35% de 126 = 0,35 . 126 = 44,1 5. 100% de 715 = 1,00 . 715 = 715 6. 115% de 60 = 1,15 . 60 = 69 7. 200% de 48 = 2,00 . 48 = 96

Repare que no quinto item, 100% de 715 corresponde ao próprio 715, isto ocorre porque 100% representa o todo, ocorre porque 100% é a razão de 100 para 100 (100 : 100) que é igual a 1. Por isto 100% de um número x é o próprio número x, já que o estaremos multiplicando por 1, para sabermos o valor da porcentagem. Analisando os itens de 1 a 4, podemos também perceber que quando o percentual é menor 100%, o número resultante será menor que o número original. Nos itens 6 e 7 percebemos que o resultado é maior que o número original. Isto ocorre porque o percentual é maior que 100%.

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Nos itens 2 e 3 observamos que 15% de 180 é igual a 18% de 150. a% de b é igual a b% de a. Isto é devido à propriedade comutativa da multiplicação que diz que a . b = b . a. Como transformamos uma razão ou fração em porcentagem?

Vimos que razões centesimais são um tipo especial de razão, cujo consequente é igual a cem e podem facilmente ser expressas na forma de porcentagem, simplesmente se eliminando o consequente ou denominador cem e inserindo o símbolo de porcentagem após o antecedente ou numerador. Por exemplo:

Mas como transformamos a razão 3 : 15 em porcentagem? Simplesmente realizando a divisão, encontrando assim o valor da razão, multiplicando-o por 100 e inserindo o símbolo de porcentagem à sua direita, ou seja, multiplicamos por 100%:

Talvez você não tenha percebido, mas podemos utilizar a transformação de uma razão em porcentagem para calcular quantos por cento um número é de outro. Neste nosso exemplo 3 é 20% de 15. Dezoito é quantos por cento de quarenta e cinco?

Para que serve o cálculo da porcentagem?

Razões são utilizadas para podermos comparar grandezas e em sendo a porcentagem uma razão, é exatamente esta a utilidade da porcentagem. Digamos que a população de uma cidade A cresceu de 100 mil para 125 mil em dez anos. Sabemos também que no mesmo período, a população da cidade B passou de 40 mil para 50 mil habitantes. Qual das cidades teve um aumento populacional maior? Aumento populacional da cidade A em porcentagem:

Aumento populacional da cidade B em porcentagem:

Segundos os cálculos realizados acima, percebemos que embora a população da cidade A seja muito maior que a outra, o aumento percentual das duas populações foi o mesmo. Veja também que a razão da população atual para a população de 10 anos atrás, de ambas as cidades é a mesma, uma outra prova de que o crescimento foi proporcionalmente o mesmo: 125000 : 100000 = 50000 : 40000 = 1,25

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QUESTÕES PORCENTAGEM

1. Em agosto de 2006, Josué gastava 20% de seu salário no pagamento do aluguel de sua casa. A partir de setembro de 2006, ele teve um aumento de 8% em seu salário e o aluguel de sua casa foi reajustado em 35%. Nessas condições, para o pagamento do aluguel após os reajustes, a porcentagem do salário que Josué deverá desembolsar é: a. 22,5% b. 25% c. 27,5% d. 30% e. 32,5% 2. Certo mês, um técnico em informática instalou 78 programas nos computadores de um Tribunal. Sabe-se que: na primeira semana, ele instalou 16 programas; na segunda, houve um aumento de 25% em relação à semana anterior; na terceira semana houve um aumento de 20% em relação à semana anterior. Assim sendo, se a tarefa foi concluída na quarta semana, o número de programas que foram instalados ao longo dela foi: a. 28 b. 24 c. 22 d. 20 e. 18 3. Do total de X veículos que entraram no estacionamento de um Tribunal em certo dia, 25% transportavam somente o motorista, 30% transportavam exatamente 2 passageiros e os 54 restantes transportavam mais do que 2 passageiros. O número X é igual a: a. 180 b. 150 c. 140 d. 120 e. 100 4. Os carros de determinada marca sofreram um aumento de 25%. Como as vendas caíram muito, a montadora resolveu dar um desconto tal que os preços voltassem ao que eram antes do aumento. Esse desconto foi de: a. 27,5% b. 25% c. 22,5%

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d. 20% e. 17,5% 5. Um colégio tem 900 alunos, entre os turnos da manhã e da tarde. Sabendo que 53% destes estudam pela manhã, então o número de alunos que estudam pela tarde é: a. 408 b. 423 c. 442 d. 477 e. 482 6. No final de um torneio, uma equipe havia vencido 32 jogos dos 50 disputados. A percentagem de jogos perdidos pela equipe é: a. 64% b. 62% c. 54% d. 36% e. 18% 7. Considerando a taxa mensal constante de 10% de inflação, o aumento de preços em 2 meses será: a. 2% b. 4% c. 20% d. 21% e. 121% 8. O preço de venda de um artigo foi diminuído em 20%. Em que porcentagem devemos aumentar o preço diminuído para que com o aumento o novo preço coincida com o original? a) 15% b) 20% c) 22,5% d) 25% e) 30% 9. Lúcio emprestou R$10 000,00 a César, cobrando juros de 10% ao ano sobre o saldo devedor do ano anterior. César pagou R$3 000,00 um ano após o empréstimo e R$4 000,00

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dois anos após o empréstimo. O valor da terceira parcela, que quitou a dívida, paga três anos após a concessão do empréstimo, foi: a) R$ 5.180,00 b) R$ 5.280,00 c) R$ 5.380,00 d) R$ 5.480,00 e) R$ 5.580,00 10. Em três bimestres consecutivos, um indivíduo obteve reajustes salariais de 20% por bimestre. Seu aumento acumulado no semestre foi de: a) 60% b) 68,4% c) 72,8% d) 78,2% e) 81,4%

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JUROS SIMPLES Juros

Juros representam a remuneração do Capital empregado em alguma atividade produtiva. Os juros podem ser capitalizados segundo dois regimes: simples ou compostos.

JUROS SIMPLES: o juro de cada intervalo de tempo sempre é calculado sobre o capital inicial emprestado ou aplicado. JUROS COMPOSTOS: o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital inicial e passa a render juros também.

O juro é a remuneração pelo empréstimo do dinheiro. Ele existe porque a maioria das pessoas prefere o consumo imediato, e está disposta a pagar um preço por isto. Por outro lado, quem for capaz de esperar até possuir a quantia suficiente para adquirir seu desejo, e neste ínterim estiver disposta a emprestar esta quantia a alguém, menos paciente, deve ser recompensado por esta abstinência na proporção do tempo e risco, que a operação envolver. O tempo, o risco e a quantidade de dinheiro disponível no mercado para empréstimos definem qual deverá ser a remuneração, mais conhecida comotaxa de juros. Quando usamos juros simples e juros compostos? A maioria das operações envolvendo dinheiro utiliza juros compostos. Estão incluídas: compras a médio e longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Raramente encontramos uso para o regime de juros simples: é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo de desconto simples de duplicatas. Taxa de juros A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro emprestado, para um determinado período. Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em seguida da especificação do período de tempo a que se refere: 8 % a.a. - (a.a. significa ao ano). 10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre). Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100, sem o símbolo %: 0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês). 0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre)

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JUROS SIMPLES O regime de juros será simples quando o percentual de juros incidir apenas sobre o valor principal. Sobre os juros gerados a cada período não incidirão novos juros. Valor Principal ou simplesmente principal é o valor inicial emprestado ou aplicado, antes de somarmos os juros. Transformando em fórmula temos:

J = C . i . n

Onde:

J = juros C = principal (capital) i = taxa de juros n = número de períodos

Exemplo: Temos uma dívida de R$ 1000,00 que deve ser paga com juros de 8% a.m. pelo regime de juros simples e devemos pagá-la em 2 meses. Os juros que pagarei serão: J = 1000 x 0.08 x 2 = 160 Ao somarmos os juros ao valor principal temos o montante. Montante = Principal + Juros Montante = Principal + ( Principal x Taxa de juros x Número de períodos )

M = C . ( 1 + ( i . n ) )

Exemplo: Calcule o montante resultante da aplicação de R$70.000,00 à taxa de 10,5% a.a. durante 145 dias. SOLUÇÃO: M = C . ( 1 + (i.n) ) M = 70000 [1 + (10,5/100).(145/360)] = R$72.960,42 Observe que expressamos a taxa i e o período n, na mesma unidade de tempo, ou seja, anos. Daí ter dividido 145 dias por 360, para obter o valor equivalente em anos, já que um ano comercial possui 360 dias. Exercícios sobre juros simples: 1) Calcular os juros simples de R$ 1200,00 a 13 % a.t. por 4 meses e 15 dias. 0.13 / 6 = 0.02167 logo, 4m15d = 0.02167 x 9 = 0.195 j = 1200 x 0.195 = 234 2 - Calcular os juros simples produzidos por R$40.000,00, aplicados à taxa de 36% a.a., durante 125 dias. Temos: J = C.i.n A taxa de 36% a.a. equivale a 0,36/360 dias = 0,001 a.d. Agora, como a taxa e o período estão referidos à mesma unidade de tempo, ou seja, dias,

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poderemos calcular diretamente: J = 40000.0,001.125 = R$5000,00 3 - Qual o capital que aplicado a juros simples de 1,2% a.m. rende R$3.500,00 de juros em 75 dias? Temos imediatamente: J = C.i.n ou seja: 3500 = C.(1,2/100).(75/30) Observe que expressamos a taxa i e o período n em relação à mesma unidade de tempo, ou seja, meses. Logo, 3500 = C. 0,012 . 2,5 = C . 0,030; Daí, vem: C = 3500 / 0,030 = R$116.666,67 4 - Se a taxa de uma aplicação é de 150% ao ano, quantos meses serão necessários para dobrar um capital aplicado através de capitalização simples? Objetivo: M = 2.C Dados: i = 150/100 = 1,5 Fórmula: M = C (1 + i.n) Desenvolvimento: 2P = C (1 + 1,5 n) 2 = 1 + 1,5 n n = 2/3 ano = 8 meses JUROS COMPOSTOS M = C . ( 1 + i )n

QUESTÕES JUROS SIMPLES E COMPOSTOS 1. Para uma taxa de i% ao ano o valor acumulado sob o sistema de capitalização composta sempre gera um montante __________ que o sistema de capitalização simples? a) Menor (para qualquer prazo) b) Maior (para qualquer prazo) c) Maior (para prazos superiores a um ano) d) Menor (para prazos superiores a um ano) 2. Os juros em capitalização simples são sempre iguais ao:

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a) Prazo multiplicado pela taxa de juro e pelo valor do capital inicial b) Prazo multiplicado pela taxa de juro e pelo montante final c) Valor dos juros somado ao capital inicial dividido pelo montante final d) Valor do montante final subtraído dos juros e dividido pelo capital inicial 3. Você fez um empréstimo de R$5.000,00 a uma taxa de juro simples de 12% ao ano a ser pago em dois anos. O valor a ser pago é próximo de: a) R$6.200,00 b) R$6.270,00 c) R$4.030,00 d) R$4.070,00 4. Um investidor faz empréstimo de R$140.000,00 à taxa de 1,95% ao mês no regime de capitalização simples. Sabendo que a amortização será feita cinco meses após a contratação do empréstimo, qual o valor a ser pago no final deste período? a) R$153.650,00 b) R$140.546,00 c) R$152.635,00 d) R$126.350,00 5. Se aplicarmos a quantia de R$50.000,00 pelo prazo de quatro meses, teremos como remuneração desse capital a quantia de R$4.350,00. Qual é a taxa de juro simples ao mês dessa operação? a) 2,11% ao mês b) 2,18% ao mês c) 8,7% ao mês d) 1,09% ao mês 6. Qual o montante retirado de uma aplicação inicial de R$ 10.000,00, com uma taxa de 3% ao mês, durante dois anos: a) R$ 16.000,00 b) R$ 12.400,00 c) R$ 19.333,00 d) R$ 17.200,00

7. Em quantos meses um capital quintuplica na capitalização simples à taxa de 7,5% ao mês?

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a) 66,67 meses b) 4,65 meses c) 80 meses d) 53,33 meses 8. Um agente de mercado aplicou R$45.000,00 em determinado papel. Considerando que a taxa de juro foi de 1,45% ao mês, pelo prazo de 51 dias, calcule, no regime de capitalização simples, o valor de resgate desta operação. Admita que um mês possua 30 dias corridos. a) R$46.114,87 b) R$46.109,25 c) R$45.382,69 d) R$45.383,82

9. Uma empresa tomou um empréstimo de dois anos, taxa de juro compostos de 12% ao ano. Sabendo que o valor devolvido após dois anos foi R$ 500.000,00, então, o empréstimo inicial é mais próximo do valor de: (TABELA = 1,2544) a) R$ 398.597,00 b) R$ 403.226,00 c) R$ 446.429,00 d) R$ 423.550,00 10. Um agente financeiro emprestou R$25.000,00 a serem pagos após sete meses à taxa de 3,5% ao mês. Qual é o juro recebido nesta operação, considerando o regime de capitalização composto? (tabela = 1,2722792) a) R$6.125,00 b) R$875,00 c) R$6.806,98 d) R$31.806,98

11. Um capital foi aplicado a juros simples e, ao final de 3 anos e 4 meses, teve o seu valor triplicado. A taxa mensal dessa aplicação foi de: a) 2,5% b) 4% c) 5% d) 6% e) 7,5%

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PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E GEOMÉTRICAS

Progressão Aritméticas (PA) É uma seqüência de números reais onde cada termo, a partir do segundo, é igual ao anterior mais uma constante ( chamada razão). Exemplos: Sendo a1 = 1 e a razão (r) = 2 então (a1 é o primeiro termo a2 o segundo termo e assim por diante) a2 = a1 + r a2 = 1 + 2 = 3 a3 = a2 + r a3 = 3 + 2 = 5 a4 = a3 + r a4 = 5 + 2 = 7 an = an-1 + r (representação de um termo qualquer) Assim a P.A. será (1, 3, 5, 7......) Para calcularmos a razão de uma P.A. efetuamos a diferença entre um termo qualquer e seu anterior. Exemplos: Dada a P.A. (1, 4, 7, 10....) r = 4 - 1 = 3; r = 7 - 4 = 3; r = 10 - 7 = 3 Termo Geral de uma P.A Para calcularmos qualquer termo de uma P.A. usamos a fórmula seguinte: an = a1 + (n - 1)r an = representa o termo procurado. a1 = representa o primeiro termo da P.A n = representa o número de termos. r = representa a razão da P.A. Exemplos: 1. Calcule o sétimo termo da P.A (1, 6, 11, ...) a7 = ? n = 7 a1 = 1 r = 6 - 1 = 5 an = a1 + (n - 1)r a7 = 1 + (7 - 1)5 a7 = 1 + (6)5 a7 = 1 + 30 a7 = 31 Logo o sétimo termo desta P.A é 31. 2. Calcule o número de termos de uma P.A sabendo que a1 = - 14, an = 19 e r = 3. an = 19 a1 = -14 r = 3 n = ? an = a1 + (n - 1)r 19 = -14 + (n - 1)3

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19 = -14 + 3n - 3 -3n = -14 -3 - 19 -3n = -36(-1) 3n = 36 n = 36/3 n = 12 Logo o número de termos é 12. Formula da Soma dos Termos da P.A. Sn = (a1 + na).n 2 Sn = representa a soma dos termos da P.A. a1 = representa o primeiro termo da P.A. an = representa um determina termo da P.A. n = representa um determinado número de termos da P.A. Exemplos: 1. Calcule a soma dos 15 primeirios termos da P.A (8, 12, 16...) s15 = ? a1 = 8 a15 = ? r = 12 - 8 = 4 n = 15 Observe que para usar a fórmula da soma primeiro devo calcular a15 . an = a1 + (n - 1)r a15 = 8 + (15 - 1)4 a15 = 8 + (14)4 a15 = 8 + 56 a15 = 64 Sn = (a1 + na).n 2 S15 = (8 + 64) . 15 2 S15= 240 Logo soma dos 15 temos é 540. Progressões Geométricas (P.G) Progressões Geométricas (P.G) é uma seqüência de números reais onde cada termo, a partir do segundo, é igual ao anterior multiplicado por uma constante (Chamada razão). Exemplos: Sendo a1 = 3 e a razão (q) = 2, então: a2 = a1 . q a2 = 3 . 2 = 6

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a3 = a2 . q a3 = 6 . 2 = 12 a4 = a3 . q a4 = 12 . 2 = 24 a5 = a4 . q a5 = 24 . 2 = 48 Assim, a P.G será (6, 12, 24, 48,....) Sendo a1 = 54 e q = 1/3, então: a2 = a1 . q a2 = 54 . 1/3 = 18 a3 = a2 . q a3 = 18 . 1/3 = 6 a4 = a3 . q a4 = 6 . 1/3 = 2 a5 = a4 . q a5 = 2 . 1/3 = 1/3 an = an-1 . q (Representa um termo qualquer da P.G) Assim, a P.g será (18, 6, 2, 1/3,....) Fórmula do Termo Geral da P.G an = a1 . qʰˉ¹ an = representa o termo procurado. a1 = representa o primeiro termo da P.G q = representa a razão da P.G n = representa o número de termos. Exemplos: 1. Calcule o sétimo termo da P.G (5, 10, 20,....) a7 = ? a1 = 5 q = 10 : 5 = 2 n = 7 an = a1 . qn - 1 a7 = 5 . 27 - 1 a7 = 5 . 26 a7 = 5 . 64 a7 = 320 Logo o sétimo termo da P.G é 320. 2. Calcule a razão de uma P.G, sabendo-se que a5 = 405 e a1 = 5. a5 = 405 a1 = 5 n = 5 q = ? a5 = a1 . qn - 1 405 = 5 . q5 - 1 405 = 5 . q4 q4 = 405/5 q4 = 81 q = 3 (calculamos a raiz quarta de 81 que é 3) Logo a razão da P.G é 3.

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QUESTÕES PROGRESSÃO ARITMÉTICA (PA) E PROGRESSÃO GEOMÉTRICA (PG)

1. Em uma Progressão Aritmética de razão 3 e primeiro termo 2, o vigésimo termo vale:

(A) 60

(B) 59

(C) 58

(D) 57

(E) 56.

2. Quantos termos tem a Progressão Aritmética (20, 25, ..., 5.005) ?

(A) 5000

(B) 1000

(C) 999

(D) 998

(E) 997.

3. Numa PA em que a1 = 2 e a20 = 10 Qual é a soma dos 20 primeiros termos dessa PA?

(A) 420

(B) 240

(C) 300

(D) 300

(E) 120.

4. A sequência seguinte é uma progressão geométrica, observe: (2, 6, 18, 54...).

Determine o 8º termo dessa progressão.

(A) 2

(B) 108

(C) 1080

(D) 2224

(E) 4374

5. Sabendo que uma PG tem a1 = 4 e razão q = 2, determine a soma dos 10 primeiros

termos dessa progressão.

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(A) 4092

(B) 2024

(C) 1012

(D) 816

(E) 412

6. Quantos termos tem a Progressão Aritmética (15, 5, ..., -5.005) ?

(A) 5000

(B) 502

(C) 503

(D) 3

(E) 4.

7. Qual é a soma dos 20 primeiros pares positivos?

(A) 420

(B) 400

(C) 200

(D) 800

(E) 100.

8. Qual é a soma dos 20 primeiros múltiplos positivos de 7?

(A) 7000

(B) 1470

(C) 1407

(D) 7007

(E) 140.

9. Várias tábuas iguais estão em uma madeireira. Elas deverão ser empilhadas

respeitando a seguinte ordem: uma tábua na primeira vez e, em cada uma das vezes

seguintes, tantas quantas já estejam na pilha. Por exemplo:

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Determine a quantidade de tábuas empilhadas na 12ª pilha.

(A) 24

(B) 48

(C) 240

(D) 2048

(E) 2050

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SISTEMA DE MEDIDAS SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Para que houvesse nessa comparação uma uniformidade, foi estabelecido um sistema universal de medidas chamado SISTEMA MÉTRICO DECIMAL. MEDIDAS DE COMPRIMENTO

Para medirmos a altura de uma pessoa, a distância entre duas cidades, o comprimento

de um campo de futebol, etc..., utilizamos as medidas de comprimento. A unidade fundamental das medidas de comprimento é o metro (m). Existem unidades maiores que o metro (múltiplos) e unidades menores (submúltiplos)

conforme tabela abaixo: UNIDADE DE MEDIDA DE COMPRIMENTO

Múltiplos Unidade Fundamental

Submúltiplos

Quilometro hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro

Km hm dam m dm cm mm

1000 m 100 m 10 m 1 m 0,1 m 0,01 m 0,001 m

TRANSFORMAÇÃO DE UNIDADE Para transformar na unidade imediatamente inferior, multiplica-se por 10; para se transformar na unidade imediatamente superior, divide-se por 10. Na prática, deslocamos a vírgula tantas casas forem necessárias. Partimos da unidade que temos em direção a unidade para qual queremos transformar. Cada unidade que passamos, a vírgula se desloca uma casa de cada vez.

MEDIR ⇄ COMPARAR

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Exemplo: 1) Transforme 21,5 cm em dam:

Exemplo: 2) Transforme 123,45 hm em dm:

MEDIDAS DE MASSA

A unidade fundamental de massa chama-se quilograma. Apesar de o quilograma ser

a unidade fundamental de massa, utilizamos na prática o grama como unidade principal de massa. UNIDADE DE MEDIDA DE MASSA Múltiplos

Unidade Fundamental

Submúltiplos

quilograma hectograma decagrama Grama decigrama centigrama miligrama kg hg dag g dg cg mg 1 000 g 100 g 10 g 1 g 0,1 g 0,01 g 0,001 g TRANSFORMAÇÃO DE UNIDADES Observe que cada unidade de massa é dez vezes maior que a unidade imediatamente inferior. Portanto usaremos o mesmo procedimento adotado na mudança de unidade das medidas de comprimento. Exemplo 1) Transforme 2,5 mg em g:

Exemplo 2) Transforme 0,054 hg em cg:

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Podemos citar três outras unidades: Arroba = 15 kg Quilate = 0,2g Tonelada (t) = 1000 kg t ↔ kg A virgula desloca três casas para direita ou esquerda, multiplicamos ou dividimos por 1000. Exemplo: Transforme 74,05 kg em tonelada:

MEDIDA DE CAPACIDADE A quantidade de líquido é igual ao volume interno de um recipiente, quando enchemos este recipiente, o líquido assume a forma do mesmo. Capacidade é o volume interno de um recipiente sua unidade fundamental é chama-se litro. UNIDADE DE MEDIDA DE CAPACIDADE

Múltiplos

Unidade Principal

Submultiplos

Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro decilitro centilitro mililitro

Kl Hl dal l dl cl ml

1000 l 100 l 10 l 1l 0,1 l 0,01 l 0,01 l

TRANSFORMAÇÃO DE UNIDADES

Cada unidade é 10 vezes maior que a unidade imediatamente inferior. Usaremos o mesmo procedimento adotado na mudança de unidades das medidas de

comprimento e massa. Relação entre unidade de capacidade:

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1 𝒎𝟑 = 1000 l

1𝒄𝒎𝟑 = 1 ml Exemplo: 1) Transforme 3750 l em kl: 2) Transforme 24,7 dal em dl: MEDIDA DE TEMPO

A unidade fundamental das medidas de tempo é o segundo(s) que é igual a fração 1/86400 do dia solar.

As unidades secundárias, que se apresentam somente como múltiplos são:

MÚLTIPLOS UNIDADE PRINCIPAL

DIA HORA MINUTO SEGUNDO

d h min S

1440 min 60 min

86400 s 3600 s 60 s 1 s

Logo 1 dia = 24 horas = 14400 minutos = 86400 segundos.

A representação da medida não decimal que indica unidade de tempo, é feita

escrevendo em ordem decrescente de valor os numerais correspondentes às diversas unidades, acompanhados dos respectivos símbolos. Exemplo: 4d 15h 24min, que se lê: quatro dias, quinze horas e vinte e quatro minutos.

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UNIDADE

VALOR

Mês (me) 30 ou 31 d

Mês comercial (me) 30 d

Ano (a) 365 d

Ano comercial 360 d

Semana 7 d

Quinzena 15 d

Bimestre 2 me

Trimestre 3 me

Semestre 6 me

Biênio 2 a

Triênio 3 a

Quadriênio 4 a

Quinquênio 5 a

Decênio ou década 10 a

Século 100 a

Milênio 1000 a

OBS.: O mês de fevereiro possui 28 ou 29 dias. No ano bissexto, o mês de fevereiro tem 29 dias. Um ano é bissexto quando é divisível por 4, exceto quando terminar por dois zeros, a menos que os dois primeiros algarismos forem um número divisível por 4. Exemplo: 1900 não foi bissexto, 2000 foi bissexto.

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EQUAÇÃO DE 1º GRAU Equações de primeiro grau (com uma variável) Equação é toda sentença matemática aberta que exprime uma relação de igualdade. A palavra equação tem o prefixo equa, que em latim quer dizer "igual". Exemplos: 2x + 8 = 0 5x - 4 = 6x + 8 3a - b - c = 0 Não são equações: 4 + 8 = 7 + 5 (Não é uma sentença aberta) x - 5 < 3 (Não é igualdade)

(não é sentença aberta, nem igualdade) A equação geral do primeiro grau: ax+b = 0 onde a e b são números conhecidos e a diferente de 0, se resolve de maneira simples: subtraindo b dos dois lados, obtemos: ax = -b dividindo agora por a (dos dois lados), temos:

Considera a equação 2x - 8 = 3x -10 A letra é a incógnita da equação. A palavra incógnita significa " desconhecida". Na equação acima a incógnita é x; tudo que antecede o sinal da igualdade denomina-se 1º membro, e o que sucede, 2ºmembro.

Qualquer parcela, do 1º ou do 2º membro, é um termo da equação.

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Equação do 1º grau na incógnita x é toda equação que pode ser escrita na forma ax=b, sendo a e bnúmeros racionais, com a diferente de zero.

Conjunto Verdade e Conjunto Universo de uma Equação Considere o conjunto A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e a equação x + 2 = 5. Observe que o número 3 do conjunto A é denominado conjunto universo da equação e o conjunto {3} é o conjunto verdade dessa mesma equação. Observe este outro exemplo:

Determine os números inteiros que satisfazem a equação x² = 25 O conjunto dos números inteiro é o conjunto universo da equação. Os números -5 e 5, que satisfazem a equação, formam o conjunto verdade, podendo ser indicado por: V = {-5, 5}. Daí concluímos que:

Conjunto Universo é o conjunto de todos os valores que variável pode assumir. Indica-se por U.

Conjunto verdade é o conjunto dos valores de U, que tornam verdadeira a equação . Indica-se por V.

Observações: O conjunto verdade é subconjunto do conjunto universo.

Não sendo citado o conjunto universo, devemos considerar como conjunto universo o conjunto dos números racionais.

O conjunto verdade é também conhecido por conjunto solução e pode ser indicado por S. Raízes de uma equação Os elementos do conjunto verdade de uma equação são chamados raízes da equação. Para verificar se um número é raiz de uma equação, devemos obedecer à seguinte seqüência: - Substituir a incógnita por esse número. - Determinar o valor de cada membro da equação. - Verificar a igualdade, sendo uma sentença verdadeira, o número considerado é raiz da equação. Exemplos:

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Verifique quais dos elementos do conjunto universo são raízes das equações abaixo, determinando em cada caso o conjunto verdade. Resolva a equação x - 2 = 0, sendo U = {0, 1, 2, 3}.

Para x = 0 na equação x - 2 = 0 temos: 0 - 2 = 0 => -2 = 0. (F) Para x = 1 na equação x - 2 = 0 temos: 1 - 2 = 0 => -1 = 0. (F) Para x = 2 na equação x - 2 = 0 temos: 2 - 2 = 0 => 0 = 0. (V) Para x = 3 na equação x - 2 = 0 temos: 3 - 2 = 0 => 1 = 0. (F) Verificamos que 2 é raiz da equação x - 2 = 0, logo V = {2}. Resolva a equação 2x - 5 = 1, sendo U = {-1, 0, 1, 2}.

Para x = -1 na equação 2x - 5 = 1 temos: 2 . (-1) - 5 = 1 => -7 = 1. (F) Para x = 0 na equação 2x - 5 = 1 temos: 2 . 0 - 5 = 1 => -5 = 1. (F) Para x = 1 na equação 2x - 5 = 1 temos: 2 . 1 - 5 = 1 => -3 = 1. (F) Para x = 2 na equação 2x - 5 = 1 temos: 2 . 2 - 5 = 1 => -1 = 1. (F) A equação 2x - 5 = 1 não possui raiz em U, logo V = Ø. Sistemas de Equações do 1º Grau

Considere o seguinte problema: Pipoca, em sua última partida, acertou x arremessos de 2 pontos e y arremessos de 3 pontos. Ele acertou 25 arremessos e marcou 55 pontos. Quantos arremessos de 3 pontos ele acertou? Podemos traduzir essa situação através de duas equações, a saber: x + y = 25 (total de arremessos certo) 2x + 3y = 55 (total de pontos obtidos) Essas equações contém um sistema de equações. Costuma-se indicar o sistema usando chave.

O par ordenado (20, 5), que torna ambas as sentenças verdadeiras, é chamado solução do sistema.Um sistema de duas equações com duas variáveis possui uma única solução. Resolução de Sistemas A resolução de um sistema de duas equações com duas variáveis consiste em determinar um par ordenado que torne verdadeiras, ao mesmo tempo, essas equações. Estudaremos a seguir alguns métodos: Método de substituição

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Solução - determinamos o valor de x na 1ª equação. x = 4 - y - Substituímos esse valor na 2ª equação.

2 . (4 - y) -3y = 3 - Resolvemos a equação formada.

8 - 2y -3y = 3 8 - 2y -3y = 3 -5y = -5 => Multiplicamos por -1 5y = 5

y = 1

- Substituímos o valor encontrado de y, em qualquer das equações, determinando x.

x + 1 = 4 x = 4 - 1 x = 3

- A solução do sistema é o par ordenado (3, 1). V = {(3, 1)} Método da adição

Sendo U = , observe a solução de cada um dos sistemas a seguir, pelo método da adição. Resolva o sistema abaixo:

Solução

- Adicionamos membros a membros as equações:

2x = 16

x = 8 - Substituímos o valor encontrado de x, em qualquer das equações, determinado y: 8 + y = 10 y = 10 - 8 y = 2 A solução do sistema é o par ordenado (8, 2) V = {(8, 2)}

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ESTATÍSTICA

A estatística é uma parte da matemática que aplica métodos científicos para a coleta,

organização, descrição, análise e interpretação de dados. Variável - é o conjunto de resultados possíveis de um fenômeno. Por exemplo, no

lançamento de um dado é possível obter os valores 1, 2, 3, 4, 5, 6. População - é formada por um conjunto de elementos que possuem pelo menos uma característica comum. Por exemplo, os estudantes, as pessoas que possuem um carro de determinada marca, formam uma população. Amostra - é uma parte finita da população, já que nem sempre é possível considerar todos os elementos desta população. Gráficos: forma de apresentar os dados estatísticos.

Distribuição de frequência - é o número de vezes que determinado valor se repete. Observe a tabela abaixo que apresenta as idades dos alunos de uma turma de 30 alunos da 1ª série do ensino médio.

Gráfico de linhas Gráfico de setores

0

200

400

600

800

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000

ANO

EM

PR

ÈS

TIM

O

Gráfico de barras

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Idade 14 15 16 17

Frequência 10 6 3 11

Na tabela abaixo, é apresentada a distribuição de frequência absoluta (em números) e relativa (em percentual) através de 5 intervalos de classe:

NOTAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA

FREQUÊNCIA RELATIVA

0 2 2 5%

2 4 5 12,5%

4 6 15 37,5%

6 8 12 30%

8 10 6 15%

Média Média Aritmética - A média aritmética de dois ou mais números é igual a soma desses números dividida pelo número de parcelas. Exemplo: Calcular a média aritmética dos números 3, 5, 8 e 10.

ma = 3 5 8 10

4

=

26

4 = 6,5

Média Aritmética Ponderada - A média aritmética ponderada de vários números, cada um com o seu peso, é igual a soma dos produtos de cada número pelo seu respectivo peso, dividida pela soma dos pesos. Exemplo: Calcular a média ponderada de 7, 6 e 4, sendo seus respectivos pesos iguais a 3, 2 e 5.

mp = 7 3 6 2 4 5

3 2 5

21 12 20

10

53

10

. . .

= 5,3

Em uma distribuição de frequência é calculada a média ponderada, sendo as frequências os respectivos pesos. Exemplo: A média da tabela abaixo é calculada por:

Idade 14 15 16 17

Frequência 10 6 3 11

m = 1410 156 16 3 1711

10 6 3 11

140 90 48 187

30

465

3015 5

. . . .,

.

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A idade média dos alunos dessa turma é 15 anos e 6 meses. Exercícios 1) Em uma prova, o candidato é aprovado se obter uma nota superior à nota 6,0, caso contrário ele é reprovado. No quadro abaixo são apresentadas as notas obtidas por 5 candidatos nesta prova Candidato Lucas Leonardo Diego Daniela Franciele Nota 4,6 7,6 6,0 9,8 8,0 É correto afirmar que a nota média destes cinco candidatos foi igual a A) 6,4 B) 6,6 C) 6,8 D) 7,0 E) 7,2 2) Em 2014 uma escola divulgou uma tabela com o número de alunos reprovados por turma para as turmas do terceiro ano. A tabela está representada a seguir Turma Número de alunos

reprovados 3T1 08 3T2 09 3T3 08 3T4 12 3T5 08 Qual a média de alunos reprovados por turma no terceiro ano em 2014 nesta escola? A) 08 B) 09 C) 10 D) 11 E) 12 3) Para responder a questão abaixo utilize a tabela de distribuição de frequência abaixo:

NOTA FREQUÊNCIA

5 4

6 5

7 3

8 6

9 3

A média aritmética das notas da turma foi de:

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A) 5,25 B) 6,4 C) 8,1 D) 6,95 E) 7,5 4) Qual a média aritmética ponderada dos números 10,14,18 e 30 sabendo que seus respectivos pesos são 1,2,3 e 5? A) 19 B) 20 C) 21 D) 22 E) 23 5) Um funcionário está atualizando o cadastro de clientes. No primeiro dia ele atualizou 40 cadastros, no segundo dia, 48, no terceiro dia, 46 e no quarto dia, 44. Quantos cadastros ele deverá atualizar no quinto dia para que a média aritmética dos 5 dias seja 45? A) 45 B) 46 C) 47 D) 48 E) 49

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ANÁLISE COMBINATÓRIA

Foi a necessidade de calcular o número de possibilidades existentes nos chamados jogos de azar que levou ao desenvolvimento da Análise Combinatória, parte da Matemática que estuda os métodos de contagem. Esses estudos foram iniciados já no século XVI, pelo matemático italiano Niccollo Fontana (1500-1557), conhecido como Tartaglia. Depois vieram os franceses Pierre de Fermat (1601-1665) e Blaise Pascal (1623-1662).

A Análise Combinatória visa desenvolver métodos que permitam contar - de uma forma indireta - o número de elementos de um conjunto, estando esses elementos agrupados sob certas condições.

2 - Fatorial

Seja n um número inteiro não negativo. Definimos o fatorial de n (indicado pelo símbolo n! ) como sendo:

n! = n .(n-1) . (n-2) . ... .4.3.2.1 para n ³ 2.

Para n = 0 , teremos : 0! = 1. Para n = 1 , teremos : 1! = 1

Exemplos: a) 6! = 6.5.4.3.2.1 = 720 b) 4! = 4.3.2.1 = 24 c) observe que 6! = 6.5.4! d) 10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1 e) 10! = 10.9.8.7.6.5! f ) 10! = 10.9.8!

3 - Princípio fundamental da contagem - PFC

Se determinado acontecimento ocorre em n etapas diferentes, e se a primeira etapa pode ocorrer de k1 maneiras diferentes, a segunda de k2 maneiras diferentes, e assim sucessivamente, então o número total T de maneiras de ocorrer o acontecimento é dado por: T = k1. k2 . k3 . ... . kn

Exemplo: O DETRAN decidiu que as placas dos veículos do Brasil serão codificadas usando-se 3 letras do alfabeto e 4 algarismos. Qual o número máximo de veículos que poderá ser licenciado?

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Solução: Usando o raciocínio anterior, imaginemos uma placa genérica do tipo PWR-USTZ. Como o alfabeto possui 26 letras e nosso sistema numérico possui 10 algarismos (de 0 a 9), podemos concluir que: para a 1ª posição, temos 26 alternativas, e como pode haver repetição, para a 2ª, e 3ª também teremos 26 alternativas. Com relação aos algarismos, concluímos facilmente que temos 10 alternativas para cada um dos 4 lugares. Podemos então afirmar que o número total de veículos que podem ser licenciados será igual a: 26.26.26.10.10.10.10 que resulta em 175.760.000. Observe que se no país existissem 175.760.001 veículos, o sistema de códigos de emplacamento teria que ser modificado, já que não existiriam números suficientes para codificar todos os veículos. Perceberam?

4 - Permutações simples

4.1 - Permutações simples de n elementos distintos são os agrupamentos formados com todos os n elementos e que diferem uns dos outros pela ordem de seus elementos. Exemplo: com os elementos A,B,C são possíveis as seguintes permutações: ABC, ACB, BAC, BCA, CAB e CBA.

4.2 - O número total de permutações simples de n elementos distintos é dado por n!, isto é Pn = n! onde n! = n(n-1)(n-2)... .1 . Exemplos: a) P6 = 6! = 6.5.4.3.2.1 = 720 b) Calcule o número de formas distintas de 5 pessoas ocuparem os lugares de um banco retangular de cinco lugares. P5 = 5! = 5.4.3.2.1 = 120 4.3 - Denomina-se ANAGRAMA o agrupamento formado pelas letras de uma palavra, que podem ter ou não significado na linguagem comum. Exemplo: Os possíveis anagramas da palavra REI são: REI, RIE, ERI, EIR, IRE e IER.

5 - Permutações com elementos repetidos

Se entre os n elementos de um conjunto, existem a elementos repetidos, b elementos repetidos, c elementos repetidos e assim sucessivamente , o número total de permutações que podemos formar é dado por:

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Exemplo: Determine o número de anagramas da palavra MATEMÁTICA.(não considere o acento) Solução: Temos 10 elementos, com repetição. Observe que a letra M está repetida duas vezes, a letra A três , a letra T, duas vezes. Na fórmula anterior, teremos: n=10, a=2, b=3 e c=2. Sendo k o número procurado, podemos escrever: k= 10! / (2!.3!.2!) = 151200 Resposta: 151200 anagramas.

6 - Arranjos simples

6.1 - Dado um conjunto com n elementos, chama-se arranjo simples de taxa k , a todo agrupamento de k elementos distintos dispostos numa certa ordem. Dois arranjos diferem entre si, pela ordem de colocação dos elementos. Assim, no conjunto E = {a,b,c}, teremos: a) arranjos de taxa 2: ab, ac, bc, ba, ca, cb. b) arranjos de taxa 3: abc, acb, bac, bca, cab, cba.

6.2 - Representando o número total de arranjos de n elementos tomados k a k (taxa k) por An,k , teremos a seguinte fórmula:

Obs : é fácil perceber que An,n = n! = Pn . (Verifique)

Exemplo: Um cofre possui um disco marcado com os dígitos 0,1,2,...,9. O segredo do cofre é marcado por uma sequência de 3 dígitos distintos. Se uma pessoa tentar abrir o cofre, quantas tentativas deverá fazer(no máximo) para conseguir abri-lo? Solução: As sequências serão do tipo xyz. Para a primeira posição teremos 10 alternativas, para a segunda, 9 e para a terceira, 8. Podemos aplicar a fórmula de arranjos, mas pelo princípio fundamental de contagem, chegaremos ao mesmo resultado: 10.9.8 = 720. Observe que 720 = A10,3

7 - Combinações simples

7.1 - Denominamos combinações simples de n elementos distintos tomados k a k (taxa k) aos subconjuntos formados por k elementos distintos escolhidos entre os n elementos dados. Observe que duas combinações são diferentes quando possuem elementos distintos, não importando a ordem em que os elementos são colocados.

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Exemplo: No conjunto E= {a,b.c,d} podemos considerar: a) combinações de taxa 2: ab, ac, ad,bc,bd, cd. b) combinações de taxa 3: abc, abd,acd,bcd. c) combinações de taxa 4: abcd.

7.2 - Representando por Cn,k o número total de combinações de n elementos tomados k a k (taxa k) , temos a seguinte fórmula:

Nota: o número acima é também conhecido como Número binomial e indicado por:

Exemplo: Uma prova consta de 15 questões das quais o aluno deve resolver 10. De quantas formas ele poderá escolher as 10 questões? Solução: Observe que a ordem das questões não muda o teste. Logo, podemos concluir que trata-se de um problema de combinação de 15 elementos com taxa 10. Aplicando simplesmente a fórmula chegaremos a: C15,10 = 15! / [(15-10)! . 10!] = 15! / (5! . 10!) = 15.14.13.12.11.10! / 5.4.3.2.1.10! = 3003

Agora que você viu o resumo da teoria, tente resolver os 3 problemas seguintes:

01 - Um coquetel é preparado com duas ou mais bebidas distintas. Se existem 7 bebidas distintas, quantos coquetéis diferentes podem ser preparados? Resp: 120

02 - Sobre uma circunferência são marcados 9 pontos distintos. Quantos triângulos podem ser construídos com vértices nos 9 pontos marcados? Resp: 84

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03 - Uma família com 5 pessoas possui um automóvel de 5 lugares. Sabendo que somente 2 pessoas sabem dirigir, de quantos modos poderão se acomodar para uma viagem? Resp: 48

Exercício resolvido: Um salão tem 6 portas. De quantos modos distintos esse salão pode estar aberto? Solução: Para a primeira porta temos duas opções: aberta ou fechada Para a segunda porta temos também, duas opções, e assim sucessivamente. Para as seis portas, teremos então, pelo Princípio Fundamental da Contagem - PFC: N = 2.2.2.2.2.2 = 64 Lembrando que uma dessas opções corresponde a todas as duas portas fechadas, teremos então que o número procurado é igual a 64 - 1 = 63. Resposta: o salão pode estar aberto de 63 modos possíveis.

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QUESTÕES DE ANÁLISE COMBINATÓRIA 1. De quantas maneiras distintas seis caixas de cores diferentes podem ser empilhadas? a) 36 b) 72 c) 360 d) 540 e) 720 2. Quantos anagramas são formados com a palavra BRIGADA? a) 5040 b) 2520 c) 1260 d) 630 e) 42 3. Quantos números de três algarismos diferentes podem ser formados, utilizando os algarismos de 1 a 9? a) 729 b) 576 c) 504 d) 999 e) 441 4. De uma lista de 4 alunos, temos de escolher um representante de turma e um vice-representante. De quantas maneiras diferentes podemos fazer essas escolhas? a) 24 b) 18 c) 12 d) 8 e) 4 5. De uma lista de 12 gerentes, o diretor de uma empresa tem de escolher um gerente para visitar uma unidade dos EUA e mais um para visitar a unidade da Argentina. De quantas maneiras diferentes podem ser feitas as escolhas? a) 856 b) 750 c) 212 d) 132 e) 66 6. Uma empresa dispõe de 12 seguranças, dentre eles, João e José. Os seguranças trabalham diariamente, em três turnos, quatro em cada turno. João avisou que irá ao médico na próxima 2ª feira pela manhã, portanto não poderá trabalhar no 1º turno. Sabendo-se que José já foi escalado para trabalhar no 1º turno da próxima 2ª feira, de quantos modos distintos os demais integrantes desse turno poderão ser escolhidos? a) 120

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b) 165 c) 210 d) 220 e) 330 7. Um departamento de uma empresa tem 10 funcionários, sendo 6 homens e 4 mulheres. Quantos grupos de trabalho diferentes podem ser formados, contendo 4 homens e 2 mulheres? a) 45 b) 90 c) 30 d) 60 e) 115 8. Quantos números com cinco algarismos podemos construir com os números ímpares 1,3,5,7,9, desde que estejam sempre juntos os algarismos 1 e 3. a) 24 b) 48 c) 96 d) 120 e) 240 9. Quantos são os anagramas possíveis com as letras da palavra: ARARA? a) 6 b) 10 c) 20 d) 60 e) 120 10. Quantos são os anagramas possíveis para a palavra: ULYSSES começando por U? a) 6 b) 10 c) 20 d) 60 e) 120 11. Qual é o número possível de anagramas que se pode montar com as letras da palavra ARARUNA? a) 120 b) 240 c) 420 d) 840 e) 1680 12. Quantas combinações com 4 elementos podem ser montadas com as 10 primeiras letras do alfabeto, de tal forma que sempre comecem pela letra A? a) 24

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b) 48 c) 50 d) 84 e) 504 13. Para resolver um assunto entre 6 professores e 4 alunos, devemos formar comissões com 3 professores e 2 alunos. Quantas são as possibilidades? a) 24 b) 180 c) 516 d) 1240 e) 5420 14. Doze times se inscreveram em um torneio de futebol amador. O jogo de abertura do torneio foi escolhido da seguinte forma: primeiro foram sorteados 4 times para compor o Grupo A. Em seguida, entre os times do Grupo A, foram sorteados 2 times para realizar o jogo de abertura do torneio, sendo que o primeiro deles jogaria em seu próprio campo, e o segundo seria o time visitante. A quantidade total de escolhas possíveis para o Grupo A e a quantidade total de escolhas dos times do jogo de abertura podem ser calculadas através de A) uma combinação e um arranjo, respectivamente. B) um arranjo e uma combinação, respectivamente. C) um arranjo e uma permutação, respectivamente. D) duas combinações. E) dois arranjos. 15. O número de anagramas da palavra CONJUNTO que começam por C e terminam por T é: A) 15 B) 30 C) 180 D) 360 E) 720

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PROPABILIDADE Noções de Probabilidade A história da teoria das probabilidades, teve início com os jogos de cartas, dados e de roleta. Esse é o motivo da grande existência de exemplos de jogos de azar no estudo da probabilidade. A teoria da probabilidade permite que se calcule a chance de ocorrência de um número em um experimento aleatório. Experimento Aleatório É aquele experimento que quando repetido em iguais condições, podem fornecer resultados diferentes, ou seja, são resultados explicados ao acaso. Quando se fala de tempo e possibilidades de ganho na loteria, a abordagem envolve cálculo de experimento aleatório. Espaço Amostral É o conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento aleatório. A letra que representa o espaço amostral, é S. Conceito de probabilidade Se num fenômeno aleatório as possibilidades são igualmente prováveis, então a probabilidade de ocorrer um evento A é:

Por, exemplo, no lançamento de um dado, um número par pode ocorrer de 3 maneiras diferentes dentre 6 igualmente prováveis, portanto, P = 3/6= 1/2 = 50% Dizemos que um espaço amostral S (finito) é equiprovável quando seus eventos elementares têm probabilidades iguais de ocorrência. Num espaço amostral equiprovável S (finito), a probabilidade de ocorrência de um evento A é sempre:

Exemplo: Uma urna tem 30 bolas, sendo 10 vermelhas e 20 azuis. Se ocorrer um sorteio de 2 bolas, uma de cada vez e sem reposição, qual será a probabilidade de a primeira ser vermelha e a segunda ser azul? Resolução: Seja o espaço amostral S=30 bolas, bolinhas e considerarmos os seguintes eventos: A: branca na primeira retirada e P(A) = 10/30 B: preta na segunda retirada e P(B) = 20/29 Assim: P(A e B) = P(A).(B/A) = 10/30.20/29 = 20/87 Exemplo:

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Uma urna tem 30 bolas, sendo 10 vermelhas e 20 azuis. Se sortearmos 2 bolas, 1 de cada vez e respondo a sorteada na urna, qual será a probabilidade de a primeira ser branca e a segunda ser preta? Resolução: Como os eventos são independentes, a probabilidade de sair vermelha na primeira retirada e azul na segunda retirada é igual ao produto das probabilidades de cada condição, ou seja, P(A e B) = P(A).P(B). Ora, a probabilidade de sair vermelha na primeira retirada ´e 10/30 e a de sair azul na segunda retirada 20/30. Daí, usando a regra do produto, temos: 10/30.20/30=2/9. Observe que na segunda retirada forma consideradas todas as bolas, pois houve reposição. Assim, P(B/A) =P(B), porque o fato de sair bola vermelha na primeira retirada não influenciou a segunda retirada, já que ela foi reposta na urna. Exemplo: Se dois dados, azul e branco, forem lançados, qual a probabilidade de sair 5 no azul e 3 no branco? Considerando os eventos: A: Tirar 5 no dado azul e P(A) = 1/6 B: Tirar 3 no dado branco e P(B) = 1/6 Sendo S o espaço amostral de todos os possíveis resultados, temos: n(S) = 6.6 = 36 possibilidades. Daí, temos:P(A ou B) = 1/6 + 1/6 – 1/36 = 11/36 Exemplo: Se retirarmos aleatoriamente uma carta de baralho com 52 cartas, qual a probabilidade de ser um 8 ou um Rei? Sendo S o espaço amostral de todos os resultados possíveis, temos: n(S) = 52 cartas. Considere os eventos: A: sair 8 e P(A) = 8/52 B: sair um rei e P(B) = 4/52 Assim, P(A ou B) = 4/52 + 4/52 – 0 = 8/52 = 2/13. Note que P(A e B) = 0, pois uma carta não pode ser 8 e rei ao mesmo tempo. Quando isso ocorre dizemos que os eventos A e B são mutuamente exclusivos.

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QUESTÕES DE PROBABILIDADE

Probabilidade de um evento em um espaço amostral finito.

01- Considere uma área muito visitada do MCT - Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS -,

relacionada a interações vivas. Em um recipiente existem 12 aranhas, das quais 8 são

fêmeas. A probabilidade de se retirar uma aranha macho para um experimento é

a) 4

b) 1/4

c) 1/3

d) 1/2

e) 2/3

02- Numa urna existem 20 bolas numeradas de 1 a 20. Sorteando-se uma bola, ao acaso,

qual é a probabilidade, em porcentagem, de que o número da bola sorteada seja:

par?

divisível por 3?

maior que 8?

múltiplo de 4?

03- A probabilidade de uma bola branca aparecer ao se retirar uma única bola de uma urna

contendo 4 bolas brancas, 3 vermelhas e 5 azuis, é:

a) 3

1

b) 2

1

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c) 6

1

d) 3

2

e) 9

1

04- No lançamento simultâneo de dois dados, determine a probabilidade dos seguintes

eventos:

a) Os números são iguais

b) A soma dos números é igual a 9

c) A soma dos pontos obtidos é menor que 4

d) A soma dos pontos é 8 e um dos dados apresenta 6 pontos

05- Dois dados cúbicos, não viciados, com faces numeradas de 1 a 6, serão lançados

simultaneamente. A probabilidade de que sejam sorteados dois números consecutivos, cuja

soma seja um número primo, é de

a) 9

2

b) 3

1

c) 9

4

d) 9

5

e) 3

2

Probabilidade condicional

06- Uma concessionária A tem em seu estoque 25 carros de um modelo B. A tabela abaixo

divide os 25 carros disponíveis em tipo de motor e cor.

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Um carro do modelo B foi comprado nessa concessionária. Dado que esse carro é de cor

prata, qual a probabilidade que seu motor seja 1.0?

a) 12

5

b) 10

5

c) 25

5

d) 22

5

e) 6

5

07- Marco estuda em uma universidade na qual, entre as moças de cabelos loiros, 18

possuem olhos azuis e 8 possuem olhos castanhos; entre as moças de cabelos pretos, 9

possuem olhos azuis e 9 possuem olhos castanhos; entre as moças de cabelos ruivos, 4

possuem olhos azuis e 2 possuem olhos castanhos. Marisa seleciona aleatoriamente uma

dessas moças para apresentar para seu amigo Marco. Ao encontrar com Marco, Marisa

informa que a moça selecionada possui olhos castanhos. Com essa informação, Marco

conclui que a probabilidade de a moça possuir cabelos loiros ou ruivos é igual a:

a) 0

b) 19

10

c) 19

16

d) 5

1

e) 16

5

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PROFESSOR JAMUR – MATEMÁTICA & RACIOCÍNIO LÓGICO

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08- Maria ganhou de João nove pulseiras, quatro delas de prata e cinco delas de ouro. Maria

ganhou de Pedro onze pulseiras, oito delas de prata e três delas de ouro. Maria guarda todas

essas pulseiras – e apenas essas – em sua pequena caixa de jóias. Uma noite, arrumando-se

apressadamente para ir ao cinema com João, Maria retira, ao acaso, uma pulseira de sua

pequena caixa de jóias. Ela vê, então, que retirou uma pulseira de prata. Levando em conta

tais informações, a probabilidade de que a pulseira de prata que Maria retirou seja uma das

pulseiras que ganhou de João é igual a:

a) 3

1

b) 5

1

c) 20

9

d) 5

4

e) 5

3

09- Em determinado hospital, no segundo semestre de 2007, foram registrados 170 casos de

câncer, distribuídos de acordo com a tabela abaixo:

A probabilidade de uma dessas pessoas, escolhida ao acaso, ser mulher, sabendo-se que tem

câncer de pulmão, é:

a) 11

5

b) 17

7

c) 17

6

d) 11

3

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PROFESSOR JAMUR – MATEMÁTICA & RACIOCÍNIO LÓGICO

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Eventos independentes

10. Uma moeda é lançada 4 vezes. Qual a probabilidade de sair 4 coroas?

11. Uma urna contém 8 bolas, das quais três são vermelhas e as restantes são brancas.

Qual a probabilidade de retirando-se duas bolas sucessivamente, sem reposição, obtermos a

1ª vermelha e a 2ª branca?

12. Uma urna contém 6 bolas vermelhas e 4 brancas. Três bolas são sucessivamente

sorteadas, sem reposição. A probabilidade de observarmos 3 bolas brancas é:

a) 15

1

b) 20

1

c) 25

1

d) 30

1

e) 35

1

13. Uma caixa tem quarenta tampinhas, sendo dez verdes e trinta vermelhas. São

retiradas duas tampinhas, sucessivamente. Qual a probabilidade de a primeira ser verde e a

segunda ser vermelha, em um sorteio, sem reposição?

a) 26

5

b) 16

3

c) 13

10

d) 52

5

Page 195: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

LEGISLAÇÃO

CONCURSO

PREFEITURA DE

SÃO LEOPOLDO

Editais 01 e 02/20

Page 196: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

Índice

1) Constituição Federal..................pág.01

2) Lei 12.527..................................pág.14

3) Lei 8.429....................................pág.22

4) Lei 6.570....................................pág.27

5) Lei 6.055.....................................pág.33

6) Lei 5.700....................................pág.56

7) Lei Orgânica...............................pág.80

Page 197: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

1

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Dos Princípios Fundamentais Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

a soberania;

a cidadania

a dignidade da pessoa humana;

os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político

. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Dos Direitos e Garantias Fundamentais

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

Page 198: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

2 XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e

prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

Page 199: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

3 XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

A plenitude de defesa;

O sigilo das votações;

A soberania dos veredictos;

A competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e

contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

Privação ou restrição da liberdade;

Perda de bens;

Multa;

Prestação social alternativa;

Suspensão ou interdição de direitos;

XLVII - não haverá penas:

De morte, salvo em caso de guerra declarada,

De caráter perpétuo;

De trabalhos forçados;

De banimento;

Cruéis

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

Page 200: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

4 LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de

pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; LXXII - conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

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5 § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. DOS DIREITOS SOCIAIS Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III - fundo de garantia do tempo de serviço; IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

Page 202: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

6 XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV - aposentadoria; XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Page 203: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

7 Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. DA NACIONALIDADE Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem

condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

De Presidente e Vice-Presidente da República;

De Presidente da Câmara dos Deputados;

De Presidente do Senado Federal;

De Ministro do Supremo Tribunal Federal;

Da carreira diplomática;

De oficial das Forças Armadas.

De Ministro de Estado da Defesa Perde a nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil. § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios. DOS DIREITOS POLÍTICOS Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

Plebiscito;

Referendo;

Iniciativa popular.

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8 § 1º O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para:

Os analfabetos;

Os maiores de setenta anos;

Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos

. § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de:

35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

18 anos para Vereador.

§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. § 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. § 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade administrativa, Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se ao, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. Dos Municípios Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;

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9 II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição; IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município; VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembléia Legislativa; X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal; XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; XIV - perda do mandato do Prefeito § 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. § 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:

Efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;

Não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou

Enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.

§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.

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10 § 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal. § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período; IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão; IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo; XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;

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11 XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

A de dois cargos de professor;

A de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

A de dois cargos ou empregos privativos de Profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei. § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

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12 § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: I - o prazo de duração do contrato; II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III - a remuneração do pessoal. § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se

aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem. § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência social. § 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados alcançados, na forma da lei. Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

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13 V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem.

DOS SERVIDORES PÚBLICOS Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará: I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; II - os requisitos para a investidura; III - as peculiaridades dos cargos. § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados. § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. § 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

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14 LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011. Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações . Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público; II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres. Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente obrigadas. Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes: I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção; II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações; III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação; IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública; V - desenvolvimento do controle social da administração pública.

Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se: I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato; II - documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato; III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado; IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural identificada ou identificável; V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informação; VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados; VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipamento ou sistema; VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino; IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem modificações. Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão.

DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO

Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação; II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, autenticidade e integridade; e III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observada a sua

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15 disponibilidade, autenticidade, integridade e eventual restrição de acesso. Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter: I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada; II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços; VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e VII - informação relativa:

a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores propostos;

b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores. § 1º O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. § 2º Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo. § 3º O direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e do ato

administrativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo. § 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando não fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei. § 5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva documentação. § 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o responsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação. Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. § 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, deverão constar, no mínimo: I - registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público; II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros; III - registros das despesas; IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados; V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. § 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em

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16 sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet). § 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma de regulamento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão; II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação; V - garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis para acesso; VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência § 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se refere o § 2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira, Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado mediante: I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades do poder público, em local com condições apropriadas para:

Atender e orientar o público quanto ao acesso a informações;

Informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas unidades;

Protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações; e

II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à participação popular ou a outras formas de divulgação.

DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Do Pedido de Acesso Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente e a especificação da informação requerida. § 1º Para o acesso a informações de interesse público, a identificação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicitação. § 2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais na internet. § 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações de interesse público. Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível. § 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação. § 2º O prazo referido no § 1º poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente. § 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do cumprimento da legislação

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17 aplicável, o órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação de que necessitar. § 4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente para sua apreciação. § 5º A informação armazenada em formato digital será fornecida nesse formato, caso haja anuência do requerente. § 6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si mesmo tais procedimentos. Art. 12. O serviço de busca e de fornecimento de informação é gratuito § 1º O órgão ou a entidade poderá cobrar exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento dos custos dos serviços e dos materiais utilizados, quando o serviço de busca e de fornecimento da informação exigir reprodução de documentos pelo órgão ou pela entidade pública consultada. § 2º Estará isento de ressarcir os custos previstos no § 1º deste artigo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da . Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o original. Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em risco a conservação do documento original.

Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia. Dos Recursos Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência. Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquicamente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias. Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 dias se: I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado; II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação; III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos nesta Lei. § 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. § 2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Controladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que adote as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto nesta Lei. § 3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35.

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18 Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassificação de informação protocolado em órgão da administração pública federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16. § 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido às autoridades mencionadas depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças Armadas, ao respectivo Comando. § 2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações prevista no art. 35. Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classificação de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação própria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido. § 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público informarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de recurso, negarem acesso a informações de interesse público.

DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição de acesso. Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou

entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder público.

Da Classificação da Informação quanto ao Grau e Prazos de Sigilo

Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional; II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País; V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas; VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações. Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada.

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19 § 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes:

Ultrassecreta: 25 anos;

Secreta: 15 anos; e

Reservada: 5 anos. § 2º As informações que puderem colocar em risco a segurança do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição. § 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º , poderá ser estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de classificação. § 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso público. § 5º Para a classificação da informação em determinado grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado o critério menos restritivo possível, considerados: I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final.

Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas

Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, assegurando a sua proteção. § 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham necessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes públicos autorizados por lei. § 2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo .

§ 3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a serem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e divulgação não autorizados. Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências necessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segurança para tratamento de informações sigilosas. Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em razão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades de tratamento de informações sigilosas adotará as providências necessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes observem as medidas e procedimentos de segurança das informações resultantes da aplicação desta Lei.

Dos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e Desclassificação

Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da administração pública federal é de competência: I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:

Presidente da República;

Vice-Presidente da República;

Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas;

Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e

Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior;

II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia mista; e III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regulamentação específica de cada órgão ou entidade, observado o disposto nesta Lei. § 1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada pela autoridade

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20 responsável a agente público, inclusive em missão no exterior, vedada a subdelegação. § 2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecreto pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em regulamento. § 3º A autoridade ou outro agente público que classificar informação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que trata o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento. Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de sigilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os seguintes elementos: I - assunto sobre o qual versa a informação; II - fundamento da classificação, observados os critérios estabelecidos no art. 24; III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites previstos no art. 24; e IV - identificação da autoridade que a classificou. Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no mesmo grau de sigilo da informação classificada. Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente superior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24. § 1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar as peculiaridades das informações produzidas no exterior por autoridades ou agentes públicos. § 2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação. § 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua produção.

Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de regulamento: I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos últimos 12 (doze) meses; II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com identificação para referência futura; III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informações genéricas sobre os solicitantes. § 1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publicação prevista no caput para consulta pública em suas sedes. § 2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de informações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e dos fundamentos da classificação. Das Informações Pessoais Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. § 1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem: I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem; e II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas se referirem. § 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este artigo será responsabilizado por seu uso indevido. § 3º O consentimento referido no inciso II do § 1º não será exigido quando as informações forem necessárias: I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o tratamento médico;

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21 II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação da pessoa a que as informações se referirem; III - ao cumprimento de ordem judicial; IV - à defesa de direitos humanos; ou V - à proteção do interesse público e geral preponderante. § 4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o titular das informações estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância. § 5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamento de informação pessoal.

DAS RESPONSABILIDADES

Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do agente público ou militar: I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou função pública; III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à informação; IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal; V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem; VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes a possíveis violações

de direitos humanos por parte de agentes do Estado. § 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão consideradas: I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios neles estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou contravenção penal; ou II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos. § 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente público responder, também, por improbidade administrativa, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992. A rt. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver informações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às seguintes sanções: I - advertência; II - multa; III - rescisão do vínculo com o poder público; IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de contratar com a administração pública por prazo não superior a 2 anos; e V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública, até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade. § 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 dias. § 2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso IV.

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22 § 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista. Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente pelos danos causados em decorrência da divulgação não autorizada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer natureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos. Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado . Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

Dos Atos de Improbidade Administrativa que

Importam Enriquecimento Ilícito Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;

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23 II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado; III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade; IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei; XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

Dos Atos de Improbidade Administrativa que

Causam Prejuízo ao Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie; IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado; V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

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24 VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente; IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento; X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente; XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades. XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei; XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas; XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem a lei

Dos Atos de Improbidade Administrativa que

Atentam Contra os Princípios da Administração Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; IV - negar publicidade aos atos oficiais; V - frustrar a licitude de concurso público; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

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25 VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas. IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação. X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere Das Penas Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente. Da Declaração de Bens Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente § 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico § 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função. § 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa. § 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo .

Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

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26 § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento. § 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei. § 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos. Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade. Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo. Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. § 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. § 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. § 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo de não persecução cível, nos termos desta Lei.

§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público. § 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965 § 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. § 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. § 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, § 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias § 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. § 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação. § 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento. § 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. § 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito. § 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal.

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27 § 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica interessada o ente tributante que Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. Das Disposições Penais Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. Pena: detenção de seis a dez meses e multa. Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado. Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual. Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.

Da Prescrição Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança; II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei. LEI N.º 6.570, DE 24 DE MARÇO DE 2008. Art. 1° Esta lei estabelece o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos do Executivo Municipal, nos termos desta Lei. Art. 2° O Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos da Administração Municipal de São Leopoldo obedece ao Regime Jurídico Único dos servidores públicos estabelecido no âmbito municipal, e aplica-se àqueles servidores do Município, excetuados os ocupantes de cargos do quadro dos trabalhadores da educação - docentes. Art. 3° O plano instituído por esta lei será composto do quadro permanente, com os cargos e os grupos ocupacionais. Art. 4° Além dos princípios elencados no art. 37 da Constituição Federal, este plano também observará os princípios seguintes: I - Habilitação Profissional: condição essencial que habilite para o exercício do serviço público municipal através da comprovação de titulação específica; II - Eficiência: competência e qualificação no trabalho prestado; III - Valorização Profissional:

a) remuneração condigna;

b) ingresso mediante aprovação em concurso público;

c) formação continuada;

d) condições adequadas de trabalho.

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28 Art. 5° Para os efeitos desta lei, considera-se: I – cargo público: conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades cometidas ao servidor público, criado por lei, com denominação própria, número certo e vencimento específico, podendo ser de provimento efetivo ou em comissão; II – Servidor Público: é a pessoa física, legalmente investida em cargo público de provimento efetivo permanente ou em comissão; III – Função Gratificada: É um plexo unitário de atribuições, criado por lei, correspondente a encargo de direção, chefia ou assessoramento, a ser exercido por titular de cargo efetivo, da confiança da autoridade que as preenche; IV – Cargo comissionado: são aqueles vocacionados para serem ocupados em caráter transitório por pessoa de confiança da autoridade competente para preenchê-los, a qual também pode exonerá-los ad nutum. V – Nível: símbolo atribuído ao conjunto de cargos equivalentes quanto ao grau de dificuldade, responsabilidade e escolaridade, visando determinar a faixa de vencimento correspondente; VI – Nível de Desenvolvimento: denominação “Júnior”, “Pleno” e “Sênior” atribuído à faixa de vencimento que o servidor ocupa dentro do Nível. VII – Padrão de vencimentos: identifica o vencimento percebido pelo servidor dentro da faixa de vencimento que ocupa; VIII – Faixa de Vencimentos: escala de padrões de vencimentos atribuídos a um determinado nível ou nível de desenvolvimento. IX – Grupo Ocupacional: é o conjunto de carreiras e cargos isolados com entre si quanto à natureza de trabalho ou ao grau de conhecimento ou experiência exigido para seu desempenho. X – Categoria: é o agrupamento de cargos de semelhante exigência de escolaridade, grau de complexidade e responsabilidades. Art. 6°. Os cargos de provimento efetivo, constantes do anexo VI desta Lei, serão providos:

I – pelo enquadramento dos atuais servidores, conforme as normas estabelecidas no Capítulo IX desta Lei; II – por nomeação, precedida de concurso público; III – pelas demais formas previstas em lei. Parágrafo único. O servidor nomeado ocupará inicialmente o nível básico do cargo. Art. 7° Para provimento dos cargos efetivos serão rigorosamente observados os requisitos básicos e os específicos para cada qual. Art. 8º Os requisitos básicos para provimento de cargo público são os estabelecidos no Estatuto dos Servidores Públicos Municipais, observadas as exceções previstas em lei e os requisitos específicos exigidos para o provimento de cada cargo previstos no anexo VI desta Lei. Art. 9º O provimento dos cargos criados por esta Lei, quando decorrente de concurso público, será realizado por ato do Prefeito Municipal, desde que haja cargos vagos e dotação orçamentária para atender as despesas, e será feita em obediência a ordem de classificação dos candidatos em concurso público. Art. 10. Na realização do concurso público poderão ser aplicadas provas de títulos, escritas, orais, teóricas, práticas, psicotécnicas ou de aptidão física conforme as características do cargo a ser provido e a previsão legal. Art. 11. É vedado, a partir da data de publicação desta Lei, o provimento dos cargos declarados em extinção que integram a parte suplementar do Quadro de Pessoal. DA COMPOSIÇÃO DA CARREIRA Art. 12. A carreira será estruturada em Categorias, Níveis, Padrões e Níveis de Desenvolvimento, correspondentes às respectivas faixas de vencimentos, conforme anexos I e VI desta Lei. Art. 13. Salvo exceções previstas nesta lei, o servidor iniciará sua vida funcional em determinado cargo, ocupando o nível básico, a partir do qual concorrerá a progressão por merecimento dentro da faixa de vencimento, e a promoção por desenvolvimento para o nível de desenvolvimento, na forma desta Lei.

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29 Art. 14. Os vencimentos de cada nível serão diferenciados entre si, conforme o que dispõe o anexo I desta Lei. §1º Os níveis de desenvolvimento são estabelecidos nos anexos II e V desta lei, e correspondem a um acréscimo de 2% (dois por cento), 3% (três por cento) e 4% (quatro por cento), calculado sobre o vencimento básico do respectivo Nível correspondente ao cargo, de acordo com o anexo I desta Lei. §2º Os níveis de desenvolvimento integram o vencimento do servidor e são incorporados para todos os fins.

DAS FORMAS DE DESENVOLVIMENTO

FUNCIONAL Da Progressão Art. 15. Progressão é o desenvolvimento horizontal do servidor mediante passagem de um padrão para o imediatamente seguinte, pelo critério de merecimento, dentro da mesma faixa de vencimento do Nível e Nível de Desenvolvimento a que pertence o servidor. Art. 16. Os padrões serão designados por letras, a partir da letra A, diferenciados entre si com uma variação percentual mínima de 3% (três por cento) para a categoria geral e 6% (seis por cento) para a categoria de nível superior, calculada sobre o vencimento básico do servidor. Parágrafo único. Ao ingressar no serviço público municipal, o servidor ocupará o padrão “A” da faixa de vencimento correspondente ao respectivo nível básico do cargo. Art. 17. Será concedida a progressão por merecimento quando atendidos os pressupostos exigidos nesta Lei e normas estabelecidas em regulamento, mediante avaliação de comissão de desenvolvimento funcional. Art. 18. Para fazer jus à progressão, o servidor deverá: I - cumprir o interstício mínimo de 1.095 (mil e noventa e cinco dias) de efetivo exercício no padrão de vencimento em que se encontre; II - obter, pelo menos, o grau mínimo para progressão quando da avaliação de seu desempenho pela Comissão de Desenvolvimento Funcional a que se refere a Lei Municipal n.º 6.055, de 14 de setembro de 2006 – Estatuto dos Servidores Públicos Municipais de São Leopoldo e de acordo com as normas previstas em regulamento específico.

Art. 19. O grau de merecimento será aferido pela Comissão de Desenvolvimento Funcional, com base nos assentamentos funcionais do servidor, e pelo coordenador imediato, quando da avaliação do quesito conhecimento e qualidade do trabalho. § 1° Merecimento é a demonstração, por parte do servidor, do cumprimento de seus deveres e eficiência no exercício do cargo ou função, bem como permanente esforço para o crescimento profissional, evidenciado por meio de constante atualização. § 2° Os critérios objetivos de avaliação serão regulamentados por decreto do Poder Executivo. Art. 20. Caso não alcance o grau de merecimento mínimo exigido para a progressão, o servidor permanecerá no padrão de vencimento em que se encontra, devendo novamente cumprir o interstício de 1.095 (mil e noventa e cinco) dias anos de efetivo exercício nesse padrão para efeito de nova apuração de merecimento. Art. 21. A progressão é extensiva aos ocupantes dos cargos em extinção constantes do Quadro Suplementar de Pessoal, exceto aos servidores regidos pela CLT. Art. 22. Os efeitos financeiros decorrentes das progressões previstas neste Capítulo vigorarão a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da sua concessão. Art. 23. A não realização da avaliação periódica de desempenho prevista no art. 19, inciso II, não prejudicará o servidor na sua progressão por merecimento. Art. 24. Suspendem, por igual período, a contagem do tempo de exercício para fins de progressão por merecimento: I – licença para tratamento em pessoa da família, que exceder a 45 dias; II – licença para tratar de interesse particular; III – licença para acompanhamento de cônjuge; IV – licença para exercer mandato eletivo; V – afastamento para benefício previdenciário de auxílio-doença superior a 30 dias, salvo se decorrente de acidente de trabalho ou motivado

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30 por doenças passíveis de aposentadoria com proventos integrais, previstas em Lei; VI – a investidura no cargo de Secretário Municipal ou equivalente, por período superior a 1 (um) ano; VII – a cedência ou permuta do servidor a outros entes da federação, excetuados aqueles com que o município mantém convênio. Art. 25. As faltas não justificadas, em número não superior a 05, prorrogam, por igual período, a concessão da progressão. Art. 26. Para a contagem dos prazos mínimos exigidos para a progressão por merecimento, será considerado o tempo de exercício prestado ao Município. Parágrafo único. Integram a contagem prevista no caput os afastamentos legais e licenças quando a Lei expressamente o determinar. Da Promoção Art. 27. Promoção é a passagem do servidor público para o nível de desenvolvimento, júnior, pleno e sênior superior àquela a que pertence, dentro do nível correspondente à categoria, partindo-se do nível básico. § 1° A promoção se processará a critério da Administração, no interesse do serviço público, e dependerá sempre da existência de vaga. § 2° Os níveis de desenvolvimento de promoção estão representados graficamente nos anexos II, IV e V desta Lei. §3º A promoção é extensiva aos ocupantes dos cargos em extinção constantes do Quadro Suplementar, exceto aos servidores regidos pela CLT. Art. 28. As vagas oferecidas em cada nível de desenvolvimento corresponderão a 20% dos cargos ocupados em cada categoria, considerando somente os servidores aptos, em razão do tempo, conforme estabelece o anexo IV, a concorrer a tais vagas. Art. 29. A promoção ocorrerá mediante a apuração, através de critérios objetivos, estabelecidos pelos anexos II, III e IV desta Lei, pela Comissão de Nível de Desenvolvimento a que se refere o artigo 35 desta Lei, com base nos assentamentos funcionais do servidor, do merecimento, capacitação e o aperfeiçoamento

do servidor, com vistas ao desenvolvimento funcional na categoria a que pertence. § 1° A classificação dos candidatos à promoção se dará de acordo com os resultados obtidos na apuração dos boletins de desempenho funcional. § 2° Terá preferência para promoção, em caso de empate na classificação, o servidor que contar maior tempo de serviço público municipal e, havendo mais de um candidato concorrente nesta condição, o mais próximo da aposentadoria por idade. § 3º O servidor que ocupar nível de desenvolvimento deverá, nas duas avaliações seguintes, apresentar pontuação além da conferida pela condição “tempo”, caso contrário não poderá concorrer aos demais de níveis de desenvolvimento. Art. 30. Para obter promoção, o servidor deverá: I – cumprir o interstício mínimo de tempo no cargo, indicado para o nível de desenvolvimento a que concorre. II – ter obtido a pontuação mínima de 147 pontos nos boletins de desempenho para promoção por nível de desenvolvimento; III – ter sido aprovado no estágio probatório. IV – atender aos demais requisitos exigidos para a promoção por nível de desenvolvimento previstos no regulamento. Art. 31. O servidor promovido perceberá a gratificação do nível de desenvolvimento, correspondente à avaliação indicada, para o qual foi promovido, de acordo com o anexo V desta Lei. Art. 32. Os efeitos financeiros decorrentes da promoção prevista nesta Seção serão pagos no 2º (segundo) semestre de cada ano. Da Comissão de Desenvolvimento Funcional Art. 33. A Comissão de Desenvolvimento Funcional rege-se pelas normas da Lei Municipal nº 6.055, de 14 de setembro de 2006 e regulamentos específicos.

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31 Da Comissão de Nível de Desenvolvimento Art. 34. A Comissão de Nível de Desenvolvimento é constituída por 3 (três) membros, indicados pelo Prefeito Municipal, dentre servidores municipais. Art. 35. A alternância dos membros constituintes da Comissão de Nível de Desenvolvimento verificar-se-á a cada 3 anos de participação, observados os critérios fixados em regulamentação específica para a substituição de seus participantes, permitida uma recondução. Art. 36. A Comissão se reunirá ordinariamente a fim de avaliar os requisitos para a concessão de promoção, definidos nesta Lei. Art. 37. Para o cumprimento de seus objetivos a Comissão de Nível de Desenvolvimento avaliará:

O tempo se serviço do servidor no cargo;

O grau de escolaridade do servidor;

A experiência gerencial do servidor;

A formação continuada mediante cursos de capacitação.

§ 1° Os critérios objetivos para fins de apuração do merecimento para o desenvolvimento funcional através da promoção, serão fixados em Decreto do Poder Executivo, observado o que dispõe esta lei e em seus anexos. § 2° A proporção de pontos a ser observada no Decreto a que se refere oparágrafo anterior, no tocante a valoração de cada item referido no caput deste artigo, está expressa nos anexos II e III desta Lei. Art. 38. A lotação representa a força de trabalho, em seus aspectos qualitativo e quantitativo, necessária ao desempenho das atividades gerais e específicas da Administração Municipal de São Leopoldo. Art. 39. A Secretaria Municipal de Administração, através de seus órgãos, anualmente, em articulação com as demais secretarias, estudará a lotação de todas as unidades administrativas em face dos programas de trabalho a executar. Parágrafo único. Partindo das conclusões do referido estudo, a Secretaria Municipal de Administração apresentará ao Prefeito proposta de lotação geral da Prefeitura.

Art. 40. Atendida sempre a conveniência do serviço, o Prefeito Municipal de São Leopoldo poderá alterar a lotação do servidor de ofício ou a pedido, desde que não ocorra desvio de função ou haja redução de vencimento do servidor. Art. 41. A carga horária dos cargos está estabelecida nos quadros do anexo VI desta Lei. Parágrafo único. O servidor público municipal perceberá remuneração correspondente ao mês trabalhado, de acordo com esta Lei e com o Estatuto do Funcionário Público Municipal de São Leopoldo. Art. 42. Para a prestação de serviços considerados de natureza ininterrupta, poderá ser adotado regime de trabalho mediante compensação de horários, com escalas de revezamento de 12 horas de trabalho seguidas de 36 horas imediatamente subseqüentes de descanso, cumprida inclusive aos sábados, domingos e feriados, assegurando-se 1 repouso semanal remunerado preferencialmente em domingos. §1º Na adoção do regime de revezamento deverá ser observado sistema de rotatividade anual, dividido em períodos mensais, bimensais, trimestrais e/ou quadrimestrais, de forma que todos os servidores cumpram as respectivas atribuições em cada uma das escalas de revezamento adotadas, sem que sejam os mesmos a cumprir as mesmas escalas. § 2º O serviço prestado no regime previsto no caput deverá restringir-se àqueles órgãos e locais cujas atividades são de natureza ininterrupta. § 3º Nas escalas de que trata este artigo, o trabalho prestado nos sábados, domingos, feriados e pontos facultativos são considerados dias normais de trabalho, não sendo remunerados como período extraordinário. § 4º Para efeitos de faltas injustificadas do servidor em regime de escala, a cada falta na escala corresponderá a 02 (dois) dias de desconto. DO TREINAMENTO E FORMAÇÃO Art. 43. Fica instituída como atividade permanente na Administração Municipal de São Leopoldo o treinamento e a formação de seus servidores, tendo como objetivos:

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32 I - criar e desenvolver hábitos, valores e comportamentos adequados ao digno exercício da função pública; II - capacitar o servidor para o desempenho de suas atribuições específicas, orientando-o no sentido de obter os resultados desejados pela Administração; III - estimular o desenvolvimento funcional, criando condições propícias ao constante aperfeiçoamento dos servidores; IV - integrar os objetivos pessoais de cada servidor, no exercício de suas atribuições, às finalidades da Administração como um todo. Art. 44. O treinamento será de três tipos: I - de integração, tendo como finalidade integrar o servidor no ambiente de trabalho, através de informações sobre a organização e o funcionamento da Administração e de transmissão de técnicas de relações humanas; II - de formação, objetivando dotar o servidor de conhecimento e técnicas referentes às atribuições que desempenha e à cidadania; III - de adaptação, com a finalidade de preparar o servidor para o exercício de novas funções quando a tecnologia absorver ou tornar obsoletas aquelas que vinham exercendo até o momento. Art. 45. O treinamento e a formação serão ministrados, direta ou indiretamente, pela Administração: I - com a utilização de monitores locais; II - mediante o encaminhamento de servidores para cursos e estágios realizados por instituições especializadas, sediadas ou não no Município; III - através da contratação de especialistas ou instituições especializadas, observada a legislação pertinente. Art. 46. A Secretaria Municipal de Administração, através do órgão de recursos humanos, em colaboração com os demais órgãos de recursos de igual nível hierárquico, elaborará e coordenará a execução de programas de treinamento. DAS NORMAS GERAIS DE ENQUADRAMENTO Art. 47. O Prefeito Municipal designará Comissão de Enquadramento, que será composta por, no mínimo, 2 (dois) servidores e pelo Secretário

Municipal de Administração, ou outro servidor comissionado, que a presidirá, cabendo à mesma a elaboração das propostas de atos coletivos de enquadramento e o encaminhamento ao Prefeito. §1º Para cumprir o disposto neste artigo, a Comissão se valerá dos assentamentos funcionais dos servidores e de informações colhidas junto às chefias dos órgãos onde estejam lotados. §2º Os atos coletivos de enquadramento serão publicados sob a forma de listas nominais, através de ato do Prefeito Municipal. Art. 48. Do enquadramento não poderá resultar redução de vencimentos. §1º O servidor será enquadrado no nível básico de vencimento do novo cargo, e ocupará, dentro da faixa de vencimento do mesmo, o padrão que mais se aproximar no padrão de vencimento atual. §2º Caso o valor do novo nível ou padrão de vencimento seja inferior ao anterior, o servidor terá direito à diferença a título de vantagem pessoal nominalmente identificada. Art. 49. No processo de enquadramento serão considerados os seguintes fatores: I - atribuições realmente desempenhadas pelo servidor na Prefeitura; II - a nomenclatura e a descrição de atribuições do cargo para qual o servidor foi admitido através de exame dos assentamentos funcionais; III - nível de vencimento do cargo; IV - experiência específica; V - grau de escolaridade exigível para o exercício do cargo; VI - habilitação legal para o exercício de profissão regulamentada. §1º Os requisitos a que se referem os incisos III e IV deste artigo serão dispensados para atender unicamente a situações preexistentes à data de vigência desta Lei e somente para fins de enquadramento. §2º Será observado no enquadramento o requisito de habilitação legal para o exercício de profissão regulamentada.

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33 Art. 50. Os atos coletivos de enquadramento serão editados de acordo com o disposto neste capítulo em até 90 (noventa) dias após a data de publicação desta Lei, retroagindo seus efeitos à respectiva data. Art. 51. O servidor cujo enquadramento tenha sido feito em desacordo com as normas desta Lei poderá no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data de publicação das listas nominais de enquadramento, dirigir ao Prefeito petição de revisão de enquadramento devidamente fundamentada. §1º O Prefeito Municipal, após consulta à Comissão de Enquadramento a que se refere o artigo 47 desta Lei, deverá decidir sobre o requerido, nos 15 (quinze) dias que se sucederem ao recebimento da petição §2º Em caso de indeferimento do pedido, o Prefeito Municipal dará ao servidor conhecimento dos motivos do indeferimento. LEI Nº 6055, DE 14 DE SETEMBRO DE 2006. Art. 1º Esta Lei institui o regime jurídico estatutário dos servidores públicos do Município de São Leopoldo. Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor público é a pessoa legalmente investida em cargo público. Art. 3º Cargo público é o criado em lei, em número certo, com denominação própria, remunerado pelos cofres municipais, ao qual corresponde um conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a servidor público. Parágrafo Único. Os cargos públicos serão de provimento efetivo ou em comissão. Art. 4º A investidura em cargo público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. § 1º A investidura em cargo do magistério municipal será por concurso de provas e títulos.

§ 2º A investidura em cargo da guarda municipal será por concurso público, com fases diversificadas e formação programática própria, dotados de caráter classificatório e eliminatório. § 3º Somente poderão ser criados cargos de provimento em comissão para atender encargos de direção, chefia ou assessoramento. Art. 5º Função gratificada é a instituída por lei para atender a encargos de direção, chefia ou assessoramento, sendo privativa de detentor de cargo de provimento efetivo, observados os requisitos para o exercício e cujo provimento atenderá a casos, condições e percentuais mínimos. Art. 6º É vedado cometer ao servidor atribuições diversas das de seu cargo, exceto encargos de direção, chefia ou assessoramento e comissões legais. Art. 7º São requisitos básicos para ingresso no serviço público municipal: I - ser brasileiro, assim como estrangeiro, na forma da lei; II - ter idade mínima de dezoito anos; III - estar quite com as obrigações militares e eleitorais; IV - gozar de boa saúde física e mental, comprovada mediante exame médico; V - ter atendido a outras condições prescritas em lei. Art. 8º Os cargos públicos serão providos por:

Nomeação;

Recondução;

Readaptação;

Reversão;

Reintegração;

Aproveitamento. Art. 9º As normas gerais para realização de concurso serão estabelecidas em regulamento. § 1º Além das normas gerais, os concursos serão regidos por instruções especiais, constantes no edital, que deverão ser expedidas pelo órgão competente, com ampla publicidade.

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34 § 2º Às pessoas portadoras de deficiência, nos termos do artigo 37, VIII, da Constituição Federal, é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo, cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras, e para as quais será reservado 5% das vagas oferecidas no concurso, nos seguintes termos: I - deficiência é aquela que, comprovadamente, acarreta à pessoa condições físicas, sensoriais ou mentais reduzidas ou de inferioridade, em relação às demais, tanto para a prestação do concurso quanto para o exercício das atribuições do cargo, mas que não a impossibilite para o exercício do respectivo cargo. II - a comprovação da deficiência, sua identificação e a compatibilidade para o exercício do cargo na forma prevista neste artigo, serão previamente atestadas por laudo de junta médica, nomeada pelo Município, e exigidas como requisito para a inscrição em concurso público. III - quando houver inscritos nas condições do parágrafo 2º, serão observados os seguintes itens: a) a homologação do concurso far-se-á em lista separada para os portadores de deficiência, constando em ambas a nota final de aprovação, e classificação ordinal em cada uma das listas; b) as nomeações obedecerão predominantemente à nota final obtida, independente da lista em que esteja o candidato; c) será assegurada uma vaga aos deficientes, após 19 preenchidas por não deficientes. IV - os demais critérios constantes do edital público são de validade genérica para todos os candidatos, sejam ou não beneficiários da condição de deficiência. Art. 10 Os limites de idade para ingresso no serviço público serão fixados em lei, de acordo com a natureza e a complexidade de cada cargo. Art. 11 O prazo de validade do concurso será de até dois anos, prorrogável, uma vez, por igual prazo. Art. 12 A nomeação é o ato de investidura em cargo público e será feita: I - em comissão, quando se tratar de cargo que, em virtude de lei, assim deva ser provido;

II - em caráter efetivo, nos demais casos. Parágrafo Único. O nomeado ou designado para o exercício de cargo em comissão, antes da posse, declarará por escrito não ter relação familiar ou de parentesco que importe prática de nepotismo, vedada na forma da legislação municipal. Art. 13 A nomeação em caráter efetivo obedecerá à ordem de classificação obtida pelos candidatos no concurso público. Art. 14 Posse é a aceitação expressa das atribuições, deveres e responsabilidades inerentes ao cargo público, com o compromisso de bem servir, formalizada com a assinatura de termo pela autoridade competente e pelo nomeado. § 1º O candidato deverá comprovar na data da posse no cargo, que atingiu a idade mínima e não ultrapassou a idade máxima fixada para o recrutamento, bem como preencheu todos os requisitos constantes na lei e no edital. § 2º A posse dar-se-á no prazo de até dez dias contados da data de publicação do ato de nomeação, podendo, a pedido, ser prorrogado por igual período. § 3º No ato da posse o nomeado apresentará, obrigatoriamente, declaração sobre o exercício de outro cargo, emprego ou função pública e, nos casos que a lei indicar, declaração de bens e valores que constituam seu patrimônio. Art. 15 Exercício é o desempenho das atribuições do cargo pelo servidor. § 1º É de cinco dias o prazo para o servidor entrar em exercício, contados da data da posse. § 2º Será tornado sem efeito o ato de nomeação, se não ocorrer a posse ou o exercício, nos prazos legais. § 3º O exercício deve ser dado pelo chefe da repartição para a qual o servidor for designado. Art. 16 Nos casos de reintegração, reversão e aproveitamento, o prazo de que trata o § 1º do artigo anterior será contado da data da publicação do ato. Art. 17 A readaptação e a recondução não interrompem o exercício.

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35 Art. 18 O início, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no assentamento individual do servidor. Parágrafo Único. Ao entrar em exercício o nomeado apresentará, ao órgão de pessoal, os elementos necessários ao assentamento individual. Art. 19 O servidor nomeado para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público adquire estabilidade após 03 anos de efetivo exercício. Parágrafo Único. O servidor estável só perderá o cargo: I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. Art. 20 Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 36 (trinta e seis) meses, durante o qual a sua aptidão, capacidade e desempenho serão objeto de avaliação por Comissão Especial designada para esse fim, com vista à aquisição da estabilidade, observados os seguintes quesitos:

Assiduidade;

Pontualidade;

Disciplina;

Eficiência;

Responsabilidade;

Relacionamento.

§ 1º É condição para a aquisição da estabilidade a avaliação do desempenho no estágio probatório nos termos deste artigo. § 2º A avaliação será realizada por trimestre e a cada uma corresponderá um competente boletim, sendo que cada servidor será avaliado no efetivo exercício do cargo para o qual foi nomeado, podendo exercer função gratificada cuja natureza esteja em correlação com o cargo ocupado pelo mesmo, sem haver interrupção da avaliação.

§ 3º Somente os afastamentos decorrentes do gozo de férias legais não prejudicam a avaliação do trimestre. § 4º Quando os afastamentos, no período considerado, forem superiores a trinta dias, a avaliação do estágio probatório ficará suspensa até o retorno do servidor ao exercício de suas atribuições, retomando-se a contagem do tempo anterior para efeito do trimestre. § 5º Três meses antes de findo o período de estágio probatório, a avaliação do desempenho do servidor, realizada de acordo com o que dispuser a lei ou regulamento, será submetida à homologação da autoridade competente, sem prejuízo da continuidade de apuração dos quesitos enumerados nos incisos I a VI do "caput" deste artigo. § 6º Em todo o processo de avaliação, o servidor deverá ter vista de cada boletim de estágio, podendo se manifestar sobre os itens avaliados pela(s) respectiva(s) chefia(s), devendo apor sua assinatura. § 7º O servidor que não preencher alguns dos quesitos do estágio probatório deverá receber orientação adequada para que possa corrigir as deficiências. § 8º Verificado, em qualquer fase do estágio, resultado insatisfatório por três avaliações, será processada a exoneração do servidor. § 9º Sempre que se concluir pela exoneração do servidor em estágio probatório, ser-lhe-á assegurada vista do processo, pelo prazo de cinco dias úteis, para apresentar defesa e indicar as provas que pretenda produzir. § 10 A defesa, quando apresentada, será apreciada em relatório conclusivo, por comissão especialmente designada pelo Prefeito, podendo, também, serem determinadas diligências e ouvidas testemunhas. § 11 O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado e reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, se era estável, observados os dispositivos pertinentes. § 12 O estagiário, quando convocado, deverá participar de todo e qualquer curso específico referente às atividades de seu cargo.

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36 Art. 21 Nos casos de cometimento de falta disciplinar, inclusive durante o primeiro e o último trimestre, o estagiário terá a sua responsabilidade apurada através de sindicância ou processo administrativo disciplinar, observadas as normas estatutárias, independente da continuidade da apuração do estágio probatório pela Comissão Especial. Art. 22 Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado. § 1º A recondução decorrerá de: a) falta de capacidade e eficiência no exercício de outro cargo de provimento efetivo ou; § 2º A hipótese de recondução de que trata a alínea "a" do parágrafo anterior, será apurada nos termos dos parágrafos do art. 20 e somente poderá ocorrer no prazo do estágio probatório em outro cargo. § 3º Inexistindo vaga, serão cometidas ao servidor as atribuições do cargo de origem, assegurados os direitos e vantagens dele decorrentes, até o regular provimento. Art. 23 Readaptação é a investidura do servidor efetivo em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, verificada em inspeção médica. § 1º A readaptação será efetuada conforme procedimento estabelecido por decreto Municipal. § 2º A readaptação será efetivada em cargo de igual padrão de vencimento ou inferior. § 3º Realizando-se a readaptação em cargo de padrão inferior, ficará assegurado ao servidor vencimento correspondente ao cargo que ocupava. § 4º Inexistindo vaga, serão cometidas ao servidor as atribuições do cargo indicado, até o regular provimento. Art. 24 Reversão é o retorno do servidor aposentado por invalidez à atividade no serviço público municipal, verificado, em processo, que não subsistem os motivos determinantes da aposentadoria. § 1º A reversão far-se-á a pedido ou de ofício, condicionada sempre à existência de vaga.

§ 2º Em nenhum caso poderá efetuar-se a reversão sem que, mediante inspeção médica, fique provada a capacidade para o exercício do cargo. § 3º Somente poderá ocorrer reversão para cargo anteriormente ocupado ou, se transformado, no resultante da transformação. Art. 25 Será tornada sem efeito a reversão e cassada a aposentadoria do servidor que, dentro do prazo legal, não entrar no exercício do cargo para o qual haja sido revertido, salvo motivo de força maior, devidamente comprovado. Art. 26 Não poderá reverter o servidor que contar setenta anos de idade. Art. 27 A reversão dará direito à contagem do tempo em que o servidor esteve aposentado, exclusivamente para nova aposentadoria. Art. 28 Reintegração é a investidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, quando invalidada a sua demissão por decisão judicial, com ressarcimento de todas as vantagens determinadas na sentença. Parágrafo Único. Reintegrado o servidor e não existindo vaga, aquele que houver ocupado o cargo será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade.

DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO

Art. 29 Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. Art. 30 O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento em cargo equivalente por sua natureza e retribuição àquele de que era titular. Parágrafo Único. No aproveitamento terá preferência o servidor que estiver a mais tempo em disponibilidade e, no caso de empate, o que contar mais tempo de serviço público municipal. Art. 31 O aproveitamento de servidor que se encontrar em disponibilidade há mais de doze meses dependerá de prévia comprovação de sua capacidade física e mental, por junta médica oficial.

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37 Parágrafo Único. Verificada a incapacidade definitiva, o servidor em disponibilidade será aposentado. Art. 32 Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, contado da publicação do ato de aproveitamento, salvo doença comprovada por inspeção médica. DA PROGRESSÃO HORIZONTAL Art. 33 Para efeitos desta Lei, progressão horizontal é a passagem do funcionário efetivo de um padrão salarial para outro imediatamente superior, dentro da mesma faixa de vencimentos do nível a que pertence a classe, pelo critério de merecimento. Art. 34 Para alcançar a progressão, o funcionário deverá, cumulativamente: I - cumprir o interstício de 1.095 (mil e noventa e cinco) dias de efetivo exercício no padrão de vencimento em que se encontre; II - obter, pelo menos, o grau mínimo de merecimento quando da apuração de seu desempenho pela Comissão de Desenvolvimento Funcional a que se refere o art. 36 desta Lei e de acordo com as normas previstas em regulamento específico. § 1º Na avaliação de desempenho deverão ser considerados, entre outros, os seguintes fatores: I - conhecimento e qualidade do trabalho; II - pontualidade; III - inexistência de punição; IV - exercício de cargo ou função de direção e chefia; V - participação em cursos de treinamento diretamente relacionados com as atribuições de seu cargo. § 2º A avaliação de desempenho será apurada uma vez por ano, através da Comissão de Desenvolvimento Funcional, observadas as normas estabelecidas em regulamento, bem como os dados extraídos dos assentamentos funcionais. § 3º Os efeitos financeiros decorrentes das progressões previstas nesta seção vigorarão a partir do primeiro dia do mês subseqüente a sua concessão.

Art. 35 Fica criada a Comissão de Desenvolvimento Funcional, a ser constituído por três membros, detentor de cargo de provimento efetivo, cabendo ao Secretário Municipal de Administração, Diretor de Autarquia ou Fundação indicar os mesmos, devendo dela fazer parte, obrigatoriamente, um representante do órgão de recursos humanos. Art. 36 Caberá à Comissão de Desenvolvimento Funcional promover a avaliação anual de merecimento dos funcionários, com base nos fatores constantes do Boletim de Merecimento, objetivando a aplicação dos institutos de progressão definidos nesta Lei. Art. 37 A Comissão de Desenvolvimento Funcional terá sua organização e forma de funcionamento regulamentadas em Decreto. DA PROGRESSÃO VERTICAL Art. 38 As progressões verticais obedecerão às regras estabelecidas nas leis que dispuserem sobre os planos de carreira dos servidores municipais. DO APERFEIÇOAMENTO Art. 39 Os servidores municipais efetivos poderão ser indicados para cursos de especialização no País, com custas para o Poder Público, quando houver correlação entre o programa de tais cursos e as atribuições do cargo exercido. § 1º O servidor designado para estudo ou aperfeiçoamento ficará obrigado a prestar serviços pelo menos mais dois anos. § 2º Não cumprida a obrigação contida no parágrafo anterior, deverá o Município ser indenizado da quantia total despedida em valores atualizados monetariamente. Art. 40 A vacância do cargo decorrerá de:

Exoneração;

Demissão;

Readaptação;

Recondução;

Aposentadoria;

Falecimento.

Art. 41 Dar-se-á a exoneração: I - a pedido;

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38 II - de ofício quando: a) se tratar de cargo em comissão; b) se tratar de servidor não estável nas hipóteses do art. 20, desta Lei; c) ocorrer posse de servidor não estável em outro cargo inacumulável. Art. 42 A abertura de vaga ocorrerá na data da publicação da lei que criar o cargo ou do ato que formalizar qualquer das hipóteses previstas no art. 40. Art. 43 A vacância de função gratificada dar-se-á por dispensa, a pedido ou de ofício, ou por destituição. Parágrafo Único. A destituição será aplicada como penalidade, nos casos previstos nesta Lei. DAS MUTAÇÕES FUNCIONAIS Art. 44 Dar-se-á a substituição de titular de cargo em comissão ou de função gratificada durante o seu impedimento legal. § 1º Poderá ser organizada e publicada no mês de janeiro a relação de substitutos para o ano todo. § 2º Na falta dessa relação, a designação será feita em cada caso. Art. 45 O substituto fará jus ao vencimento do cargo em comissão ou do valor da função gratificada, na proporção dos dias de efetiva substituição, ficando vedada a opção de vencimentos para o substituto. Parágrafo Único. Em caso excepcional, excetuados os membros do Magistério Público Municipal, atendida a conveniência da Administração, o titular de cargo em comissão ou função gratificada poderá ser nomeado ou designado, cumulativamente, como substituto para outro cargo da mesma natureza, até que se verifique a nomeação ou designação do titular. Nesse caso, somente perceberá o vencimento correspondente a um cargo. Art. 46 Remoção é o deslocamento do servidor de uma para outra repartição do Município. Parágrafo Único. A remoção poderá ocorrer: I - a pedido, atendida a conveniência do serviço; II - de ofício, no interesse da administração.

Art. 47 A remoção será feita por ato da autoridade competente. Art. 48 A remoção por permuta será precedida de requerimento firmado por ambos os interessados. Art. 49 A função de confiança a ser exercida exclusivamente por servidor público efetivo, poderá ocorrer sob a forma de função gratificada. Parágrafo Único. A função gratificada é instituída por lei para atender atribuições de direção, chefia e assessoramento, que não justifiquem o provimento por cargo em comissão. Art. 50 A função gratificada poderá também ser criada em paralelo com o cargo em comissão, como forma alternativa de provimento da posição de confiança, hipótese em que o valor da função gratificada não poderá ser superior a cinqüenta por cento do vencimento do cargo em comissão. Art. 51 A designação para o exercício da função gratificada, que nunca será cumulativa com o cargo em comissão, será feita por ato expresso da autoridade competente. Art. 52 O valor da função gratificada será percebido cumulativamente com o vencimento do cargo de provimento efetivo, sendo facultado ao servidor optar pelo vencimento do cargo em comissão correspondente. Art. 53 O valor da função gratificada continuará sendo percebido pelo servidor que, sendo seu ocupante, estiver ausente em virtude de férias, licenças previstas no art. 138, incisos III e V, alíneas a e b, licença à gestante, adotante ou paternidade, serviços obrigatórios por lei ou atribuições decorrentes de seu cargo ou função. Art. 54 Será tornada sem efeito a designação do servidor que não entrar no exercício da função gratificada no prazo de dois dias a contar da publicação do ato de investidura. Art. 55 O provimento de função gratificada poderá recair também em servidor ocupante de cargo efetivo de outra entidade pública posto à disposição do Município sem prejuízo de seus vencimentos. Art. 56 É facultado ao servidor efetivo do Município, quando indicado para o exercício de cargo em comissão, optar pelo provimento sob a forma de função gratificada correspondente.

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39 Art. 57 A lei indicará os casos e condições em que os cargos em comissão serão exercidos preferencialmente por servidores ocupantes de cargos de provimento efetivo, no percentual mínimo de 10% (dez por cento) do total dos cargos em comissão. Art. 58 O Prefeito determinará, quando não estabelecido em lei ou regulamento, o horário de expediente das repartições. Art. 59 O horário normal de trabalho de cada cargo ou função é o estabelecido na legislação específica, não podendo ser superior a oito horas diárias e a quarenta e quatro horas semanais. Parágrafo Único. Atendida a conveniência pública, a jornada de trabalho ininterrupta de seis horas diárias equivalerá às oito horas diárias previstas para os cargos constantes do Plano de Cargos e Carreiras do Município, suas autarquias e fundação, com aplicação a critério da administração. Art. 60 A freqüência do servidor será controlada: I - pelo ponto; II - pela forma determinada em regulamento, quanto aos servidores não sujeitos ao ponto. § 1º Ponto é o registro, eletrônico ou não, que assinala o comparecimento do servidor ao serviço e pelo qual se verifica, diariamente, a sua entrada e saída. § 2º Salvo nos casos do inciso II deste artigo, é vedado dispensar o servidor do registro do ponto e abonar faltas ao serviço. Art. 61 A prestação de serviços extraordinários só poderá ocorrer por expressa determinação da autoridade competente, mediante solicitação fundamentada do chefe da repartição, ou de ofício. § 1º O serviço extraordinário será remunerado por hora de trabalho que exceda o período normal, com acréscimo de cinqüenta por cento em relação à hora normal. § 2º Salvo nos casos excepcionais, devidamente justificados, não poderá o trabalho em horário extraordinário exceder a duas horas diárias, podendo ser prorrogado por igual período, se o interesse público exigir, conforme dispuser Decreto do Prefeito Municipal.

Art. 62 O serviço extraordinário, excepcionalmente, poderá ser realizado sob a forma de plantões para assegurar o funcionamento dos serviços municipais ininterruptos. Parágrafo Único. O plantão extraordinário visa a substituição do plantonista titular legalmente afastado ou em falta ao serviço. Art. 63 O exercício de cargo em comissão ou de função gratificada, não sujeito ao controle de ponto, exclui a remuneração por serviço extraordinário. Art. 64 O servidor terá direito a repouso remunerado, num dia de cada semana, preferencialmente aos domingos, bem como nos dias feriados civis e religiosos. Parágrafo Único. A remuneração do dia de repouso corresponderá a um dia normal de trabalho. Art. 65 Nos serviços públicos ininterruptos poderá ser exigido o trabalho nos dias feriados civis e religiosos, hipótese em que as horas trabalhadas serão pagas com acréscimo de cinqüenta por cento, salvo a concessão de outro dia de folga compensatória. DA COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES Art. 66 Fica instituída a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que será formada por servidores estáveis, na forma da legislação regulamentar.

Art. 67 Vencimento é a retribuição paga ao servidor pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao valor fixado em lei.

Parágrafo Único. Fica instituído o dia 10 (dez) de abril de cada ano como "data base" para a revisão salarial dos servidores. Art. 68 Remuneração é o vencimento acrescido das vantagens permanentes, estabelecidas em lei. Art. 69 Nenhum servidor poderá perceber mensalmente, a título de remuneração ou subsídio, importância maior do que a fixada como limite pela Constituição Federal, e sua interpretação, segundo o Supremo Tribunal Federal.

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40 Art. 70 Excluem-se do teto de remuneração previsto no art. 69 as diárias de viagem, o auxílio para diferença de caixa e o acréscimo constitucional de férias. Art. 71 A lei fixará a relação de valores entre a maior e a menor remuneração dos servidores municipais. Art. 72 O servidor perderá: I - a remuneração dos dias que faltar ao serviço, sem prejuízo da penalidade disciplinar cabível; II - a parcela da remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências e saídas antecipadas, iguais ou superiores a trinta minutos, sem prejuízo da penalidade disciplinar cabível; III - metade da remuneração na hipótese prevista no parágrafo único do art. 166. Art. 73 Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. Parágrafo Único. Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de pagamento em favor de terceiros, a critério da administração e até o limite de 40% (quarenta por cento) da remuneração. I - A soma dos descontos referentes ao pagamento das prestações de empréstimos, financiamentos e operações de arrendamento mercantil concedidos por instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil concedidos a servidores públicos ativos, inativos e pensionistas vinculados ao Poder Executivo Municipal não poderá exceder a 30% da remuneração. II - O total das consignações facultativas, incluindo as referidas no inciso I, não poderá exceder a 40% da remuneração disponível. Art. 74 As reposições devidas por servidor à Fazenda Municipal poderão ser feitas em parcelas mensais, mediante desconto em folha de pagamento. § 1º O valor de cada parcela não poderá exceder a vinte por cento da remuneração do servidor. § 2º O servidor será obrigado a repor, de uma só vez, a importância do prejuízo causado a Fazenda Municipal em virtude de alcance,

desfalque, ou omissão de efetuar o recolhimento ou entradas nos prazos legais. Art. 75 O servidor em débito com o Erário, que for demitido, exonerado, destituído do cargo em comissão, ou que tiver a sua disponibilidade cassada, terá de repor a quantia de uma só vez. Parágrafo Único. A não quitação de débito implicará em sua inscrição em dívida ativa e cobrança judicial. Art. 76 Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:

Diárias;

gratificações e adicionais;

Auxílio para diferença de caixa;

Auxílio-funeral;

Auxílio natalidade;

Auxílio transporte;

Incorporação de função gratificada;

Programa alimentação;

Plano de saúde;

Prêmio mensal de produtividade.

§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. § 2º As gratificações, os adicionais e os auxílios incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei. Art. 77 Os acréscimos pecuniários não serão computados nem acumulados para fim de concessão de acréscimos ulteriores. DAS DIÁRIAS Art. 78 O Servidor Público Municipal que se afastar da sede, no interesse do Município, em caráter eventual ou transitório, fará jus, além das passagens, também a diárias destinadas a indenizar as despesas com alimentação, estada e locomoção urbana nos seguintes valores: I - 80 UPM`s (Unidade Padrão Monetária) para os afastamentos dentro do estado e com distância superior a 40 (quarenta) km da sede; II - 150 UPM`s (Unidade Padrão Monetária) para os afastamentos para fora do Estado; III – 300 UPM`s (Unidade Padrão Monetária) para os afastamentos para fora do país.

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41 § 1º As diárias serão pagas antes do deslocamento, desde que atendidas as disposições do artigo 79 e 80. § 2º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devido o valor de 25 (vinte e cinco) UPM`s (Unidade Padrão Monetária) quando o deslocamento for superior a 40 km da sede e não exigir pernoite fora da mesma. § 3º Ficam incluídos nas disposições do artigo 79 os servidores estaduais e federais cedidos ao Município. Art. 79 O Servidor Público Municipal somente poderá se afastar, a serviço, de sua sede para outro ponto do território nacional, com direito a diárias quando: I - apresentar solicitação ao Prefeito, através de documento escrito, com até cinco dias de antecedência, em que conste o nome do servidor, o destino, datas de saída e retorno, meio de transporte, motivo da viagem e o visto do Secretário ao qual o servidor está afeto; II - anexar o convite para o curso ou seminário que motivou a viagem, se for o caso; III - for emitida Portaria autorizando a viagem, comprovando o deferimento da solicitação; IV - tiver prestado contas ao Sistema de Controle Interno, nos termos do art. 80, de sua viagem anterior; Art. 80 Todos os Servidores Públicos Municipais se afastarem da sede, nos termos do art. 79 da presente lei, ficam obrigados a prestar contas ao Sistema de Controle Interno, no prazo de 5 (cinco) dias. § 1º A prestação de contas será feita através do encaminhamento de documentação comprobatória do deslocamento, bem como do relatório em que constem as atividades desenvolvidas durante o afastamento. § 2º Somente poderá afastar-se novamente do Município, nos termos do art. 79 da presente Lei, o servidor ou agente político que tiver atendido os requisitos contidos no parágrafo anterior.

Art. 81 Constituem gratificações e adicionais dos servidores municipais:

Gratificação natalina;

Gratificação por hora-máquina;

Adicional por tempo de serviço;

Adicional pelo exercício de atividades em condições penosas, insalubres ou perigosas;

Adicional noturno

. Art. 82 A gratificação natalina será paga, anualmente, a todo funcionário municipal, independentemente da remuneração a que fizer jus. § 1º A gratificação natalina corresponderá a 1/12 (um doze avos), por mês de efetivo exercício, da remuneração devida em dezembro do ano correspondente. § 2º A fração igual ou superior a quinze dias de exercício no mesmo mês será tomada como mês integral, para efeito do parágrafo anterior. § 3º A gratificação natalina será calculada sobre a remuneração do servidor, sendo consideradas as médias anuais do serviço extraordinário, do adicional noturno, da hora-máquina e da função gratificada. § 4º A gratificação natalina será estendida aos inativos e pensionistas, com base nos proventos que perceberem na data do pagamento daquela. Art. 83 A gratificação natalina poderá ser paga em duas parcelas, devendo a segunda ser paga até o dia vinte do mês de dezembro de cada ano. Parágrafo Único. O pagamento de cada parcela se fará tomando por base a remuneração do mês em que ocorrer o pagamento. Art. 84 Em caso de exoneração, falecimento ou aposentadoria do servidor, a gratificação natalina será devida proporcionalmente aos meses de efetivo exercício no ano, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração, falecimento ou aposentadoria. Art. 85 A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.

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42 Art. 87 Por qüinqüênio de efetivo exercício no cargo público municipal, será concedido ao funcionário um adicional correspondente a 5 (cinco por cento) do vencimento de seu cargo efetivo, até o limite de 7 (sete) qüinqüênios, o qual se incorpora para todos os efeitos legais. § 1º Computar-se-á para a vantagem o tempo de serviço anteriormente prestado ao Município, sob qualquer forma de ingresso, desde que sem solução de continuidade com o atual de provimento efetivo. § 2º O adicional é devido a partir do dia imediato àquele em que o funcionário completar o tempo de serviço exigido. Art. 88 Os servidores que executarem atividades penosas ou que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, ou em contato permanente com substâncias tóxicas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional calculado na forma desta Lei. Art. 89 O servidor que fizer jus aos adicionais de penosidade, insalubridade ou periculosidade, deverá optar por um deles, quando for o caso, não sendo acumuláveis estas vantagens. Parágrafo Único. O direito ao adicional de penosidade, insalubridade ou periculosidade, cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão, não se incorporando à remuneração do servidor. Art. 90 O adicional de penosidade somente será concedido quando reconhecida a penosidade da atividade desenvolvida pelo servidor, em laudo pericial, realizado por médico ou engenheiro do trabalho, para o que: § 1º Tem-se por atividade penosa, aquela que causar a quem desenvolver, fadiga física e mental considerada incomum e anormal, em face à maioria das demais atividades habitualmente desenvolvidas pelos trabalhadores em geral. § 2º O adicional será devido à razão de 10% do vencimento padrão de cargo efetivo do servidor, a partir de laudo que reconhecer a penosidade da atividade desenvolvida pelo servidor. Art. 91 O adicional de insalubridade somente será concedido quando reconhecida a insalubridade da atividade desenvolvida pelo servidor, em laudo pericial, realizado pelo período mínimo de quatro em quatro anos por médico ou engenheiro do trabalho oficial credenciado, com

acompanhante de assistente técnico indicado pelas entidades classistas representativas dos municipários, observados os critérios enunciados pelos Anexos da Norma Regulamentadora 15, da Portaria 3214, de 08 de junho de 1978, da Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho, e suas subseqüentes alterações, nos seus escritos termos. § 1º Tem-se por atividade insalubre aquela que causar a quem a desenvolve, cotidiana e habitualmente, reconhecido prejuízo à saúde. § 2º O adicional é devido: I - à razão de um quinto (5%) do menor vencimento padrão de cargo efetivo da Categoria Geral de Vencimentos, a partir do laudo que reconhecer a insalubridade em grau mínimo da atividade desenvolvida; II - à razão de um décimo (10%) do menor vencimento padrão de cargo efetivo da Categoria Geral de Vencimentos, a partir do laudo que reconhecer a insalubridade em grau médio da atividade desenvolvida; III - à razão de um vigésimo (20%) do menor vencimento padrão de cargo efetivo da Categoria Geral de Vencimentos, a partir do laudo que reconhecer a insalubridade em grau máximo da atividade desenvolvida. Art. 92 O adicional de periculosidade somente será concedido quando reconhecida a periculosidade da atividade desenvolvida pelo servidor, em laudo pericial, realizado de quatro em quatro anos por médico ou engenheiro do trabalho oficial credenciado, com acompanhante de assistente técnico indicado pelas entidades classistas representativas dos municipários. I - tem-se por atividade perigosa aquela que atenta contra a integridade física por contato permanente com substâncias tóxicas, ou com risco de vida de quem a desenvolve cotidiana e habitualmente. II - o adicional será devido à razão de 30% do vencimento padrão do cargo efetivo do servidor, a partir do laudo que reconhecer a periculosidade da atividade desenvolvida pelo servidor. Art. 93 Enquanto devidos, os adicionais de que trata esta Lei serão considerados para cálculo das férias e da gratificação natalina do servidor.

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43 Art. 94 O serviço noturno prestado em horário compreendido entre 22 horas de um dia a 5 horas do dia seguinte terá o valor/hora acrescido de mais 30% computando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos e trinta segundos. Parágrafo Único. Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre o valor da hora normal de trabalho acrescido do respectivo percentual extraordinário. DO AUXÍLIO PARA DIFERENÇA DE CAIXA Art. 95 O servidor que, por força das atribuições próprias de seu cargo, pagar ou receber em moeda corrente, perceberá um auxílio para diferença de caixa, no montante de dez por cento do vencimento básico. § 1º O servidor que estiver respondendo legalmente pelo tesoureiro ou caixa, durante os impedimentos legais deste, fará jus ao pagamento do auxílio. § 2º O auxílio de que trata este artigo só será pago enquanto o servidor estiver efetivamente executando serviços de pagamento ou recebimento. Art. 96 O auxílio-funeral é devido à família do funcionário falecido, ainda que ao tempo de sua morte estivesse em disponibilidade ou aposentado, em valor equivalente a um mês de vencimento ou provento. Parágrafo Único. No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago somente em razão do cargo de maior vencimento. Art. 97 O auxílio será pago no prazo de sete dias úteis por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral. Parágrafo Único. Se o funeral for custeado por terceiro este será indenizado, mediante comprovação das despesas até o limite do vencimento ou do provento do funcionário falecido. Art. 98 Prorroga por 60 dias a duração do salário maternidade, prevista na Lei Municipal nº 5.700, de 02 de setembro de 2005. § 1º A prorrogação de que trata o caput deste artigo deverá ser requerida até o final do primeiro mês após o parto e concedida imediatamente

após o gozo do salário maternidade prevista nos termos da legislação em vigor. § 2º Durante o período de prorrogação do salário maternidade, a servidora terá direito a sua remuneração integral, nos mesmos moldes devidos no período de percepção do salário maternidade pago pelo Sistema de Previdência Municipal. § 3º Fica vedado a servidora, durante a prorrogação do salário maternidade, de que trata este artigo, o exercício de qualquer atividade remunerada, bem como a manutenção da criança em creche ou organização similar. § 5º Será concedido auxílio natalidade à servidora por motivo de nascimento de filho em quantia equivalente a 50% do seu vencimento básico. Art. 99 Será concedido aos servidores ativos em efetivo exercício auxílio transporte equivalente a 44 passagens por mês, tomando-se por base a tarifa do transporte coletivo de São Leopoldo.

DA INCORPORAÇÃO DE FUNÇÃO GRATIFICADA

Art. 100. É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. DO PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO Art. 107 Fica instituído o Programa de Alimentação dos Professores do Magistério Público Municipal, dos Servidores Públicos da Administração Municipal Direta, da Fundação Hospital Centenário, do Instituto de Aposentadoria e Pensões do Município de São Leopoldo - IAPS, mediante contrapartida dos servidores que será de 0,01% (zero vírgula zero um por cento) do valor do programa. § 1º Os servidores públicos municipais, detentores de cargos de provimento efetivo ou em comissão, receberão, no máximo, 22 (vinte e dois) vales alimentação. § 2º O Programa de Alimentação terá seu valor fixado por lei específica. § 3º O Programa de Alimentação terá natureza indenizatória, não-remuneratória, não incidindo sobre os afastamentos previstos nesta Lei, salvo

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44 a licença para desempenho de mandato classista, prevista nos art. 120, V e 125 desta Lei. § 4º Não serão considerados, para efeitos de pagamento do Programa de Alimentação, quaisquer vantagens, gratificações e adicionais previstos em Lei. § 5º O Programa de Alimentação instituído pela presente Lei não será computado nem acumulado para fins de concessão de quaisquer acréscimos ulteriores; DO PLANO DE SAÚDE Art. 109 Fica assegurado ao servidor público optar por aderir ao plano de saúde com o qual o Município mantenha convênio ou vier a conveniar. DAS FÉRIAS Art. 110 O servidor terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração. Art. 111 Após cada período de doze meses de vigência da relação entre o Município e o servidor, terá este direito a férias, na seguinte proporção: I - trinta dias corridos, quando não houver faltas ao serviço; II - vinte dias corridos, quando houverem mais de cinco faltas ao serviço. § 1º Caso o servidor efetivo deixe o serviço público, ser-lhe-ão pagas férias e o adicional previsto no art. 119, proporcionalmente ao número de meses de exercício no período aquisitivo. § 1º Caso o servidor efetivo ou Cargo em Comissão, deixe o serviço público, ser-lhe-ão pagas férias e o adicional previsto no art. 119, proporcionalmente ao número de meses de exercício no período aquisitivo. § 2º É vedado descontar, do período de férias, as faltas do servidor ao serviço. Art. 112 Não serão consideradas faltas ao serviço as concessões, licenças e afastamentos previstos em lei, nos quais o servidor continuar com direito ao vencimento normal, como se em exercício estivesse.

Art. 113 O tempo de serviço anterior será somado ao posterior para fins de aquisição do período aquisitivo de férias nos casos de afastamentos por auxílio-doença, por acidente em serviço, por motivo de doença em pessoa da família, para o serviço militar obrigatório, para concorrer a cargo eletivo, licença para tratar de interesses particulares, licença por motivo de afastamento do cônjuge, e para desempenho de mandato classista. Art. 114 O funcionário gozará obrigatoriamente trinta dias consecutivos de férias por ano, concedidas de acordo com escala organizada pela chefia imediata, saldo as exceções previstas em lei. § 1º A escala de férias poderá ser alterada por autoridade superior ouvido o chefe imediato do funcionário. § 2º O gozo de férias poderá ser suspenso por ato devidamente motivado expedido pela chefia imediata. Art. 115 É proibida a acumulação de férias, salvo por imperiosa necessidade do serviço e pelo máximo de dois períodos, atestada a necessidade pelo chefe imediato do funcionário. Art. 116 O funcionário que opera direta e permanentemente com raios x ou substâncias radioativas gozará, obrigatoriamente, 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida, em qualquer hipótese a acumulação. Parágrafo Único. O funcionário referido neste artigo não fará jus ao abono pecuniário de que trata o artigo 118. Art. 117 Independente de solicitação será pago ao funcionário de provimento efetivo, por ocasião das férias um adicional correspondente ao salário do mês em gozo das férias, no início das mesmas e, outro salário de igual valor, ao retornar das férias. § 1º No caso do funcionário exercer função gratificada a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de que trata o caput deste artigo. § 2º Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão é assegurado o gozo de férias anuais remuneradas com um terço a mais do que o salário normal, consoante o inciso XVII,

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45 do art. 7º, da Constituição Federal de 1988, não se aplicando o disposto no caput deste artigo. § 3º As vantagens que não mais estejam sendo percebidas no momento do gozo de férias serão computadas proporcionalmente aos meses de exercício no período aquisitivo das férias, na razão de um doze avos por mês de exercício ou fração superior a quatorze dias. Art. 118 Será permitida a conversão de 1/3 (um terço) das férias em dinheiro, mediante requerimento do funcionário apresentado trinta dias antes do início das férias, vedada qualquer outra hipótese de conversão em dinheiro. Parágrafo Único. No cálculo do abono pecuniário será considerado o valor do adicional de férias previsto no artigo 117. Art. 119 No caso de exoneração, falecimento ou aposentadoria, será devida a remuneração correspondente ao período de férias cujo direito o servidor tenha adquirido nos termos do art. 111. Parágrafo Único. O servidor exonerado, falecido ou aposentado após doze meses de serviço, além do disposto no "caput", terá direito também à remuneração relativa ao período incompleto de férias, na proporção de um doze avos por mês de serviço ou fração superior a quatorze dias. DAS LICENÇAS Art. 120 Conceder-se-á licença ao servidor ocupante de cargo efetivo:

Por motivo de doença em pessoa da família;

Para o serviço militar obrigatório;

Para concorrer a cargo eletivo;

Para tratar de interesses particulares;

Para desempenho de mandato classista;

Por motivo de afastamento de cônjuge;

Por prêmio.

Parágrafo Único. O servidor não poderá permanecer em licença da mesma espécie por período superior a vinte e quatro meses, salvo nos casos dos incisos II e V. Art. 121 Poderá ser concedida licença ao servidor ocupante de cargo efetivo, por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, do pai ou da mãe, do filho ou enteado e de irmão, mediante comprovação médica. § 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e

não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo, o que deverá ser apurado, através de acompanhamento pela Administração Municipal. § 2º A licença será concedida sem prejuízo da remuneração, até 90 (noventa) dias, e, após, com os seguintes descontos: I - de 1/3 (um terço), quando excedente de 90 (noventa) dias, não ultrapassar a 180 (cento e oitenta) dias; II - de 2/3 (dois terços), quando excedente de 180 (cento e oitenta) dias, não ultrapassar a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias; III - sem remuneração, a partir de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias. § 3º A licença prevista neste artigo só será concedida se não houver prejuízo para o serviço público. Art. 122 Ao servidor ocupante de cargo efetivo que for convocado para o serviço militar ou outros encargos de segurança nacional, será concedida licença sem remuneração. § 1º A licença será concedida à vista de documento oficial que comprove a convocação. § 2º O servidor desincorporado em outro Estado da Federação deverá reassumir o exercício do cargo dentro do prazo de trinta dias; se a desincorporação ocorrer dentro do Estado o prazo será de quinze dias. Art. 123 Salvo disposição diversa em lei federal, o servidor ocupante de cargo efetivo fará jus à licença remunerada, com vencimentos integrais, a partir do registro de sua candidatura a cargo eletivo perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. Parágrafo Único. O servidor candidato a cargo eletivo no próprio Município e que exercer cargo ou função de direção, chefia, assessoramento, dele será exonerado a partir do dia imediato ao registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. Art. 124 A critério da administração, poderá ser concedida ao servidor estável licença para tratar de assuntos particulares, pelo prazo de até dois anos consecutivos, sem remuneração.

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46 § 1º O requerente aguardará, em exercício, a concessão da licença, sob pena de demissão por abandono de cargo. § 2º A licença será negada, quando o afastamento do funcionário, fundamentalmente, for inconveniente ao interesse do serviço. § 3º A licença poderá ser interrompida a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. § 4º Não se concederá nova licença antes de decorridos dois anos do término ou interrupção da anterior. § 5º Não se concederá a licença a servidor nomeado ou removido, antes de assumir o exercício. Art. 125 É assegurado ao servidor o direito a licença para desempenho de mandato em confederação, federação ou sindicato representativo da categoria. § 1º Caso o servidor perceba remuneração para desempenho de mandato classista, poderá optar por esta remuneração ou a do cargo em que se encontra licenciado. § 2º Somente poderão ser licenciados servidores eleitos para cargos de direção ou representação nas referidas entidades, até o máximo de três, por entidade. § 3º A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada no caso de reeleição. Art. 126 Poderá ser concedida ao servidor estável licença por motivo de afastamento de cônjuge para outro ponto do Estado, do Território Nacional ou para o exterior. § 1º A licença será concedida mediante pedido devidamente instruído, pelo prazo de até dois anos consecutivos, sem remuneração. § 2º Não se concederá nova licença antes de decorridos dois anos do término ou interrupção da anterior. Art. 127 Após cada decênio ininterrupto de exercício, o servidor fará jus a 6 (seis) meses de licença-prêmio com a remuneração do cargo efetivo. Parágrafo Único. A licença poderá ser gozada de uma só vez ou em parcelas e, neste último caso,

em períodos não inferiores a 30 (trinta) dias devendo o servidor, para esse fim, declarar expressamente, no requerimento em que pedir a licença-prêmio, o número de dias que pretende gozar. Art. 128 Inicia-se a contagem de novo decênio ao servidor que, no período aquisitivo: I - faltar ao serviço, sem justificativa, por mais de 5 dias; II - sofrer penalidade disciplinar de suspensão; III - afastar-se do cargo em virtude de: a) licença superior a 60 dias, consecutivos ou não, por motivo de doença em pessoa da família; b) licença para tratar de interesses particulares; c) licença para tratamento de saúde, por prazo superior a 180 dias, consecutivos ou não; d) condenação à pena privativa de liberdade por sentença definitiva; e) licença superior a 45 dias, consecutivos ou não, por motivo do afastamento do cônjuge. Parágrafo Único. As faltas injustificadas ao serviço retardarão a concessão da licença-prêmio, na proporção de 1 mês para cada falta, até o máximo de 5 faltas. Art. 129 O número de servidores em gozo simultâneo de licença-prêmio não poderá ser superior a 1/3 (um terço) da lotação da respectiva unidade administrativa do órgão ou entidade. DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ÓRGÃO OU ENTIDADE Art. 131 As cedências de servidores municipais ficam autorizadas mediante a observância das seguintes condições: I - somente poderão ser cedidos servidores municipais para: a) autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades anônimas de economia mista, no Município; b) órgãos e entidades dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos demais municípios; c) instituições de assistência social, comunitárias ou filantrópicas, sem fins lucrativos; e d) instituições educacionais de ensino fundamental de 1º e 2º graus, sem fins lucrativos.

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47 II - todas as cedências ficam condicionadas à formalização de ato expresso firmado com órgão, entidade ou instituição beneficiária, devendo ser precedida da assinatura de um termo de concordância pelo servidor, não sendo considerado fato desabonador para a carreira funcional do servidor a recusa em assinar o termo de concordância de cedência. Art. 132 A remuneração do servidor cedido será suportada pelo órgão, entidade ou instituição beneficiárias, às expensas exclusivas, em toda a extensão e para todos os efeitos, com observância do correspondente padrão remuneratório e desenvolvimento funcional, consoante as normas municipais pertinentes. Parágrafo Único. A remuneração do servidor cedido poderá, entretanto, ser suportada às expensas exclusivas do Município, quando a entidade ou instituição beneficiária não explorar atividade econômica, ou se tratar de órgão público da administração direta dos Poderes da União e do Estado do Rio Grande de Sul ou, ainda, quando a entidade ou instituição beneficiária tiver reconhecida utilidade pública, assim declarada em Lei Municipal. Art. 133 As cedências serão formalizadas por prazo determinado, não excedentes a um ano, podendo, entretanto, serem renovadas por iguais períodos, sucessivamente, sempre observadas as condições e cautelas elencadas pela presente Lei. Art. 134 As cedências poderão ser canceladas pelo Município, a qualquer tempo ou título, casos em que os servidores cedidos retornarão ao serviço público municipal, imediatamente, sob pena de infração funcional, sem que caiba ao órgão, entidade ou instituição beneficiária, qualquer direito ou pretensão a ressarcimento. DAS CONCESSÕES Art. 135 Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço: I - por um dia, em cada doze meses de trabalho, para doação de sangue; II - até dois dias, para se alistar como eleitor; III - até três dias consecutivos, por motivo de falecimento de avô ou avó, tios, sogros, cunhados, genros, noras e netos;

IV - até 20 (vinte) dias consecutivos por motivo de nascimento ou adoção, para pai ou adotante, a contar da data do evento para o primeiro caso e da determinação judicial que conceder a guarda provisória ou do trânsito em julgado da decisão judicial que julgar pelo deferimento da adoção, para o segundo; V - até oito dias consecutivos, por motivo de: a) casamento; b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos ou enteados e irmãos; VI - até quinze dias, por motivo de doença ou acidente, sendo obrigatória a apresentação de atestado firmado por profissional médico e cumprimentos dos demais dispositivos legais pertinentes, podendo este documento ser submetido à avaliação da medicina do trabalho do município, na forma do decreto municipal. § 1º A servidora terá direito a uma hora por dia para amamentar o próprio filho até que este complete seis meses de idade. A hora poderá ser fracionada em dois períodos de meia hora, se a jornada for de dois turnos. Se a saúde do filho o exigir, o período de seis meses poderá ser dilatado, por prescrição médica, em até três meses. § 2º O servidor terá direito a se ausentar do serviço, mediante compensação acordada com sua chefia imediata e apresentação de atestado firmado por profissional médico, para acompanhar seu filho menor de idade à consulta médica. Art. 136 Poderá ser concedido horário especial ao servidor estudante quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, desde que não haja prejuízo ao exercício do cargo. Parágrafo Único. Para efeitos do disposto neste artigo, será exigida a compensação de horários na repartição, respeitada a duração semanal do trabalho. DO TEMPO DE SERVIÇO Art. 137 A apuração do tempo de serviço será feita em dias. Parágrafo Único. O número de dias será convertido em anos, considerados de 365 dias.

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48 Art. 138 Além das ausências ao serviço previstas no art. 135 são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de: I - férias; II - exercício de cargos em comissão, no Município; III - convocação para o serviço militar; IV - júri e outros serviços obrigatórios por lei; V - licença:

À gestante, à adotante e à paternidade;

Para tratamento de saúde, inclusive por acidente em serviço ou moléstia profissional; até quinze dias,

Para tratamento de saúde de pessoa da família quando remunerada. Art. 139 O tempo de afastamento para exercício de mandato eletivo será contado na forma das disposições constitucionais ou legais específicas. Art. 140 É vedada a contagem acumulada de tempo de serviço simultâneo. DO DIREITO DE PETIÇÃO Art. 141 É assegurado ao servidor o direito de requerer, pedir reconsideração, recorrer e representar, em defesa de direito ou de interesse legítimo. Parágrafo Único. As petições, salvo determinação expressa em lei ou regulamento, serão dirigidas ao Prefeito Municipal, Diretor de Autarquia ou Fundação e terão decisão no prazo de trinta dias. Art. 142 O pedido de reconsideração deverá conter novos argumentos ou provas suscetíveis de reformar o despacho, a decisão ou ato. Parágrafo Único. O pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado, será submetido à autoridade que houver prolatado o despacho, proferido a decisão ou praticado o ato. Art. 143 Caberá recurso ao Prefeito, como última instância administrativa, sendo indelegável sua decisão. Parágrafo Único. Terá caráter de recurso o pedido de reconsideração quando o prolator do despacho, decisão ou ato houver sido o Prefeito.

Art. 144 O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso, é de trinta dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. Parágrafo Único. O pedido de reconsideração e o recurso não terão efeito suspensivo e, se providos, seus efeitos retroagirão à data do ato impugnado. Art. 145 O direito de reclamação administrativa prescreverá, salvo disposição legal em contrário, em um ano a contar do ato ou fato do qual se originar. § 1º O prazo prescricional terá início na data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência, pelo interessado, quando o ato não for publicado. § 2º O pedido de reconsideração e o recurso interromperá a prescrição administrativa. Art. 146 A representação será dirigida ao chefe imediato do servidor que, se a solução não for de sua alçada, a encaminhará a quem de direito. Parágrafo Único. Se não for dado andamento à representação, dentro do prazo de cinco dias, poderá o servidor dirigi-la direta e sucessivamente às chefias superiores. Art. 147 É assegurado o direito de vistas do processo ao servidor ou representante legal, pelo prazo de cinco (05) dias. Art. 148 A Administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade. Art. 149 São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior, devidamente comprovados. Art. 150 São deveres do servidor: I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; II - lealdade às instituições a que servir; III - observância das normas legais e regulamentares; IV - cumprimento às ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

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49 V - atender com presteza:

Ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;

À expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; e

Às requisições para a defesa da Fazenda Pública;

VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; VII - zelar pela economia do material e conservação do patrimônio público; VIII - guardar sigilo sobre assuntos da repartição; IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; X - ser assíduo e pontual ao serviço; XI - tratar com urbanidade as pessoas; XII - representar contra ilegalidade ou abuso de poder; XIII - apresentar-se ao serviço em boas condições de asseio e convenientemente trajado ou com o uniforme que for determinado; XIV - observar as normas de segurança e medicina do trabalho estabelecidas, bem como o uso obrigatório dos equipamentos de proteção individual (EPI) que lhe forem fornecidos; XV - manter espírito de cooperação e solidariedade com os colegas de trabalho; XVI - freqüentar cursos e treinamentos instituídos para seu aperfeiçoamento e especialização; XVII - apresentar relatórios ou resumos de suas atividades nas hipóteses e prazos previstos em lei ou regulamento, ou quando determinado pela autoridade competente; e XVIII - sugerir providências tendentes à melhoria ou aperfeiçoamento do serviço. Parágrafo Único. Nas mesmas penas por faltas funcionais incorre o superior hierárquico que, recebendo denúncia ou representação a respeito de irregularidades no serviço ou falta cometida por servidor, seu subordinado, deixar de tomar as providências necessárias à sua apuração.

DAS PROIBIÇÕES Art. 151 É proibido ao servidor qualquer ação ou omissão capaz de comprometer a dignidade e o decoro da função pública, ferir a disciplina e a hierarquia, prejudicar a eficiência do serviço ou causar dano à Administração Pública, especialmente: I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; III - recusar fé a documentos públicos; IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo, ou execução de serviço; V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; VI - referir-se de modo depreciativo ou desrespeitoso às autoridades públicas ou aos atos do Poder Público, mediante manifestação escrita ou oral; VII - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de encargo que seja de sua competência ou de seu subordinado; VIII - compelir ou aliciar outro servidor no sentido de filiação à associação profissional ou sindical, ou a partido político; IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; X - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, cônjuge ou companheiro; XI - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; XII - praticar usura sob qualquer de suas formas; XIII - proceder de forma desidiosa no desempenho das funções;

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50 XIV - cometer a outro servidor atribuições estranhas às do cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; XV - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; XVI - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; e XVII - ingerir bebidas alcoólicas durante o horário de trabalho ou apresentar-se alcoolizado ao serviço; XVIII - consumir substâncias psicoativas e apresentar-se drogado ao serviço; Art. 152 É lícito ao servidor criticar atos do Poder Público do ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço, em trabalho assinado, respondendo, porém, civil ou criminalmente na forma da legislação aplicável, se de sua conduta resultar delito penal ou dano moral. DA ACUMULAÇÃO Art. 153 É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. § 1º É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrente dos artigos 40, 42 e 142 da Constituição Federal com a remuneração de cargos, empregos ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma do "caput", os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. § 2º A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.

DAS RESPONSABILIDADES Art. 154 O servidor responde civil, penal e administrativamente pelos atos praticados enquanto no exercício do cargo. Art. 155 A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, de que resulte prejuízo ao Erário ou a terceiros. § 1º A indenização de prejuízo causado ao Erário deverá ser liquidada, podendo ser na forma prevista no art. 74 desta lei. § 2º Tratando-se de dano causado a terceiros responderá o servidor perante a Fazenda Pública em ação regressiva, sem prejuízo de outras medidas administrativas e judiciais cabíveis. § 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida. Art. 156 A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputados ao servidor. Art. 157 A responsabilidade administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado por servidor investido no cargo ou função pública. Art. 158 As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. Art. 159 A responsabilidade civil ou administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal definitiva que negue a existência do fato ou a sua autoria. DAS PENALIDADES Art. 160 São penalidades disciplinares aplicáveis ao servidor após procedimento administrativo em que lhe seja assegurado o direito de defesa: I - advertência; II - suspensão; III - demissão; IV - cassação de aposentadoria ou da disponibilidade; e V - destituição de cargo ou função de confiança. Art. 161 Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes.

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51 Art. 162 Não poderá ser aplicada mais de uma pena disciplinar pela mesma infração. Parágrafo Único. No caso de infrações simultâneas, a maior absorve as demais, funcionando estas como agravantes na gradação da penalidade. Art. 163 Observado o disposto nos artigos precedentes, a pena de advertência ou suspensão será aplicada, a critério da autoridade competente, por escrito, na inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamento ou norma interna, nos casos de violação de proibição que não tipifique infração sujeita à penalidade de demissão. Art. 164 A pena de suspensão não poderá ultrapassar a sessenta dias. Parágrafo Único. Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de cinqüenta por cento por dia de remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço e a exercer suas atribuições legais. Art. 165 Será aplicada ao servidor a pena de demissão nos casos de: I - crime contra a administração pública; II - abandono de cargo; III - indisciplina ou insubordinação graves ou reiteradas; IV - inassiduidade ou impontualidade habituais; V - improbidade administrativa; VI - incontinência pública e conduta escandalosa; VII - ofensa física contra qualquer pessoa, cometida em serviço, salvo em legítima defesa; VIII - aplicação irregular de dinheiro público; IX - revelação de segredo apropriado em razão do cargo; X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio municipal; XI - corrupção; XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções;

XIII - transgressão do art. 151, incisos X a XVI. Art. 166 A acumulação de que trata o inciso XII do artigo anterior acarreta a demissão de um dos cargos, empregos ou funções, dando-se ao servidor o prazo de cinco dias para opção. § 1º Se comprovado que a acumulação se deu por má fé, o servidor será demitido de ambos os cargos e obrigado a devolver o que houver recebido dos cofres públicos. § 2º Na hipótese do parágrafo anterior, sendo um dos cargos, empregos ou funções exercido na União, nos Estados, no Distrito Federal ou em outro Município, a demissão será comunicada ao outro órgão ou entidade onde ocorre acumulação. Art. 167 A demissão nos casos dos incisos V, VIII e X do art. 165 implicará em ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. Art. 168 Configura abandono de cargo a ausência intencional ao serviço por mais de trinta dias consecutivos. Art. 169 A demissão por inassiduidade ou impontualidade somente será aplicada quando caracterizada a habitualidade de modo a representar séria violação dos deveres e obrigações do servidor, após anteriores punições por advertência ou suspensão. Art. 170 O ato de imposição de penalidade mencionará sempre o fundamento legal. Art. 171 Será cassada a aposentadoria e a disponibilidade se ficar provado que o inativo, quando na atividade: I - praticou falta punível com a pena de demissão. II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública; III - praticou usura, em qualquer das suas formas. Art. 172 A pena de destituição de função de confiança será aplicada: I - quando se verificar falta de exação no seu desempenho; II - quando for verificado que, por negligência ou benevolência, o servidor contribuiu para que não se apurasse, no devido tempo, irregularidade no serviço.

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52 Parágrafo Único. A aplicação da penalidade deste artigo não implicará em perda do cargo efetivo. Art. 173 O ato de aplicação de penalidade é de competência do Prefeito Municipal. Parágrafo Único. Poderá ser delegada competência aos Secretários Municipais para aplicação da pena de suspensão ou advertência. Art. 174 A demissão por infringência ao art. 165, incompatibilizará o ex-servidor para nova investidura em cargo ou função pública do Município, pelo prazo de cinco anos. Parágrafo Único. Não poderá retornar ao serviço público municipal o servidor que for demitido por infringência do art. 165, incisos I, V, VIII, X e XI. Art. 175 A pena de destituição de função de confiança implicará na impossibilidade de ser investido em funções dessa natureza durante o período de cinco anos a contar do ato de punição. Art. 176 As penalidades aplicadas ao servidor serão registradas em sua ficha funcional. Art. 177 A ação disciplinar prescreverá: I - em cinco anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria e disponibilidade, ou destituição de função de confiança; II - em dois anos, quanto à suspensão; e III - em cento e oitenta dias, quanto à advertência. § 1º A falta também prevista na lei penal como crime prescreverá juntamente com este. § 2º O prazo de prescrição começará a correr da data em que a autoridade tomar conhecimento da existência da falta. § 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interromperá a prescrição. § 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo prescricional recomeçará a correr novamente, no dia imediato ao da interrupção.

DO PROCESSO DISCIPLINAR EM GERAL Art. 178 A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar sob pena de incorrer nas previsões do art. 150. Parágrafo Único. Quando o fato denunciado, de modo evidente, não configurar infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto. Art. 179 As irregularidades e faltas funcionais serão apuradas em processo regular com direito a plena defesa, por meio de: I - sindicância, quando não houver dados suficientes para sua determinação ou para apontar o servidor faltoso; II - processo administrativo disciplinar, quando a gravidade da ação ou omissão torne o servidor passível de demissão, cassação da aposentadoria ou da disponibilidade. DA SUSPENSÃO PREVENTIVA Art. 180 A autoridade competente poderá determinar a suspensão preventiva do servidor, até sessenta dias, prorrogáveis por igual prazo se, fundamentadamente, houver necessidade de seu afastamento para apuração de falta a ele imputada. Art. 181 O servidor fará jus à remuneração integral durante o período de suspensão preventiva. DA SINDICÂNCIA Art. 182 A sindicância será cometida a servidor ocupante de cargo efetivo, podendo este ser dispensado de suas atribuições normais até a apresentação do relatório. § 1º A critério da autoridade competente, considerando o fato a ser apurado, a função sindicante poderá ser atribuída a uma comissão de servidores, até o máximo de três. § 2º Verificada a obrigação de instituir a comissão de que trata o parágrafo anterior, a autoridade competente, considerando os fatos e a necessidade de conhecimentos técnicos/específicos, designará servidor que ocupe mesmo cargo ou que apresente

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53 semelhanças entre as atribuições que o cargo ocupado pelo sindicado para compor a comissão. Art. 183 O sindicante ou a comissão efetuará, de forma sumária, as diligências necessárias ao esclarecimento da ocorrência e indicação do responsável, apresentando, no prazo máximo de trinta dias úteis, prorrogável por igual prazo, relatório a respeito. § 1º Preliminarmente, deverá ser ouvido o autor da representação e o servidor implicado, se houver. § 2º Reunidos os elementos apurados, o sindicante ou comissão traduzirá no relatório as suas conclusões, indicando o possível culpado, qual a irregularidade ou transgressão e o seu enquadramento nas disposições estatutárias. § 3º O sindicante abrirá o prazo de dez (10) dias para o indiciado apresentar defesa, antes de elaborar o relatório. Art. 184 A autoridade, de posse do relatório, acompanhado dos elementos que instruíram o processo, decidirá, no prazo de quinze dias úteis: I - pela aplicação de penalidade de advertência ou suspensão; II - pela instauração de processo administrativo disciplinar, ou III - arquivamento do processo. § 1º Entendendo a autoridade competente que os fatos não estão devidamente elucidados, inclusive na indicação do possível culpado, devolverá o processo ao sindicante ou comissão, para ulteriores diligências, em prazo certo, não superior a dez dias úteis. § 2º De posse do novo relatório e elementos complementares, a autoridade decidirá no prazo e nos termos deste artigo.

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Art. 185 O processo administrativo disciplinar será conduzido por comissão de três servidores estáveis, designada pela autoridade competente que indicará, dentre eles, o seu presidente. Parágrafo Único. A comissão terá como secretário, servidor designado pelo presidente,

podendo a designação recair em um dos seus membros. Art. 186 A comissão processante, sempre que necessário e expressamente determinado no ato de designação, dedicará todo o tempo aos trabalhos do processo, ficando os membros da comissão, em tal caso, dispensados dos serviços normais da repartição. Art. 187 O processo administrativo será contraditório, assegurada ampla defesa ao acusado, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito. Art. 188 Quando o processo administrativo disciplinar resultar de prévia sindicância, o relatório desta integrará os autos, como peça informativa da instrução. Parágrafo Único. Na hipótese do relatório da sindicância concluir pela prática de crime, a autoridade competente oficiará ao Ministério Público, e remeterá cópia dos autos, independente da imediata instauração do processo administrativo disciplinar. Art. 189 O prazo para a conclusão do processo não excederá sessenta dias, contados da data do ato que constituir a comissão, admitida a prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem, mediante autorização da autoridade que determinou a sua instauração. Art. 190 As reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão detalhar as deliberações adotadas. Art. 191 Ao instalar os trabalhos da comissão, o Presidente determinará a autuação da portaria e demais peças existentes e designará o dia, hora e local para primeira audiência e a citação do indiciado. Art. 192 A citação do indiciado deverá ser feita pessoalmente e contra-recibo, com, pelo menos, quarenta e oito horas de antecedência em relação à audiência inicial e conterá dia, hora e local e qualificação do indiciado e a falta que lhe é imputada, com descrição dos fatos. § 1º Caso o indiciado se recuse a receber a citação, deverá o fato ser certificado, com assinatura de, no mínimo, duas testemunhas. § 2º Estando o indiciado ausente do Município, se conhecido seu endereço, será citado por via postal, em carta registrada, juntando-se ao

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54 processo o comprovante do registro e o aviso de recebimento. § 3º Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital, divulgado como os demais atos oficiais do Município, com prazo de quinze dias. Art. 193 O indiciado poderá constituir procurador para fazer a sua defesa. Parágrafo Único. Em caso de revelia, o presidente da comissão processante designará, de ofício, um defensor. Art. 194 Na audiência marcada, a comissão promoverá o interrogatório do indiciado, concedendo-lhe, em seguida, o prazo de três dias para oferecer alegações escritas, requerer provas e arrolar testemunhas, até o máximo de cinco. § 1º Havendo mais de um indiciado, o prazo será comum e de seis dias, contados a partir da tomada de declarações do último deles. § 2º O indiciado ou seu advogado terão vista do processo na repartição podendo ser fornecida cópia de inteiro teor mediante requerimento no Protocolo Central e reposição do custo. Art. 195 A comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos de modo a permitir a completa elucidação dos fatos. Art. 196 O indiciado tem o direito de, pessoalmente ou por intermédio de procurador, assistir aos atos probatórios que se realizarem perante a comissão, requerendo as medidas que julgar convenientes. § 1º O presidente da comissão poderá indeferir pedidos considerados impertinentes, meramente protelatórios ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos. § 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de conhecimento especial de perito. Art. 197 As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente do intimado, ser anexada aos autos.

Parágrafo Único. Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para a inquirição. Art. 198 O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito. § 1º As testemunhas serão ouvidas separadamente, com prévia intimação do indiciado ou de seu procurador. § 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, proceder-se-á a acareação entre os depoentes. Art. 199 Concluída a inquirição de testemunhas, poderá a comissão processante, se julgar útil ao esclarecimento dos fatos, reinterrogar o indiciado. Art. 200 Ultimada a instrução do processo, o indiciado será intimado por mandado pelo presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de dez dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, sendo fornecida cópia de inteiro teor mediante requerimento e reposição do custo. Parágrafo Único. O prazo de defesa será comum e de quinze dias se forem dois ou mais os indiciados. Art. 201 Após o decurso do prazo, apresentada a defesa ou não, a comissão apreciará todos os elementos do processo, apresentando relatório, no qual constará em relação a cada indiciado, separadamente, as irregularidades de que foi acusado, as provas que instruíram o processo e as razões de defesa, propondo, justificadamente, a absolvição ou punição do indiciado, e indicando a pena cabível e seu fundamento legal. Parágrafo Único. O relatório e todos os elementos dos autos serão remetidos à autoridade que determinou a instauração do processo, dentro de dez dias, contados do término do prazo para apresentação da defesa. Art. 202 A comissão ficará à disposição da autoridade competente, até a decisão final do processo, para prestar esclarecimento ou providência julgada necessária.

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55 Art. 203 Recebidos os autos, a autoridade que determinou a instauração do processo, tomará as seguintes providências: I - dentro de dez dias: a) pedirá esclarecimentos ou providências que entender necessários à comissão processante, marcando-lhe prazo; b) encaminhará os autos à autoridade superior, se entender que a pena cabível escapa à sua competência; II - despachará o processo dentro de vinte dias, acolhendo ou não as conclusões da comissão processante, fundamentando o seu despacho se concluir diferentemente do proposto. Parágrafo Único. Nos casos do inciso I deste artigo, o prazo para decisão final será contado, respectivamente, a partir do retorno ou recebimento dos autos. Art. 204 Da decisão final são admitidos os recursos previstos nesta Lei. Parágrafo Único. Fica garantido ao servidor, no prazo de 15 dias, a contar da intimação da decisão prolatada na Sindicância ou no Processo Administrativo, o direito de recurso à autoridade máxima do Município. Art. 205 As irregularidades processuais que não constituam vícios substanciais insanáveis, suscetíveis de influírem na apuração da verdade ou na decisão do processo, não lhe determinarão a nulidade. Art. 206 O servidor que estiver respondendo a processo administrativo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido do cargo, ou aposentado voluntariamente, quando a irregularidade apurada tenha relação a dano monetário ao erário, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada. Parágrafo Único. Excetua-se o caso de processo administrativo instaurado apenas para apurar o abandono de cargo, quando poderá haver exoneração a pedido, a juízo da autoridade competente. DA REVISÃO DO PROCESSO Art. 207 A revisão do processo administrativo disciplinar poderá ser requerida a qualquer tempo, uma única vez, quando:

I - a decisão for contrária ao texto de lei ou à evidência dos autos; II - a decisão se fundar em depoimentos, exames ou documentos falsos ou viciados; III - forem aduzidas novas provas, suscetíveis de atestar a inocência do interessado ou de autorizar diminuição da pena. Parágrafo Único. A simples alegação de injustiça da penalidade não constituirá fundamento para a revisão do processo. Art. 208 No processo revisional, o ônus da prova caberá ao requerente. Art. 209 O processo de revisão será realizado por comissão designada segundo os moldes das comissões de processo administrativo e correrá em apenso aos autos do processo originário. Art. 210 As conclusões da comissão serão encaminhadas à autoridade competente, dentro de sessenta dias, devendo a decisão ser proferida, fundamentadamente, dentro de trinta dias. Art. 211 Julgada procedente a revisão, será tornada insubsistente ou atenuada a penalidade imposta, restabelecendo-se os direitos decorrentes dessa decisão. DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR Art. 212 O Município garantirá aos seus servidores ocupantes de cargos efetivos o Plano de Seguridade Social, aplicando-se o disposto na Lei Municipal específica do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Servidores Municipais de São Leopoldo - IAPS. DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO Art. 213 Para atender a necessidades temporárias de excepcional interesse público poderão ser efetuadas contratações de pessoal por tempo determinado. Art. 214 Consideram-se como de necessidade temporária de excepcional interesse público, as contratações que visam a: I - atender a situações de calamidade pública; II - combater surtos epidêmicos;

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56 III - atender outras situações de emergência que vierem a ser definidas em lei específica. IV - outras contratações para viabilizar projetos de caráter temporário e de fundamental relevância pública. Art. 215 - As contratações de que trata este capítulo terão dotação orçamentária específica e não poderão ultrapassar o prazo de 1 (um) ano, prorrogáveis por igual período. Art. 216 É vedado o desvio de função de pessoa contratada, na forma deste título, bem como sua recontratação, antes de decorridos seis meses do término do contrato anterior, sob pena de nulidade do contrato e responsabilidade administrativa e civil da autoridade contratante. Art. 217 Os contratos serão de natureza administrativa, ficando assegurados os seguintes direitos ao contratado: I - remuneração equivalente à percebida pelos servidores de igual ou assemelhada função no quadro permanente do Município; II - jornada de trabalho, serviço extraordinário, repouso semanal remunerado, adicional noturno e gratificação natalina proporcional, nos termos desta Lei; III - férias proporcionais, ao término do contrato; IV - inscrição no Regime Geral da Previdência Social. Art. 218 O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte e oito de outubro. Art. 219 Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja expediente, salvo norma específica dispondo de maneira diversa. Art. 220 Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e constem de seu assentamento individual. Art. 221 Do exercício de encargos ou serviços diferentes dos definidos em lei ou regulamento, como próprios de seu cargo ou função gratificada, não decorre nenhum direito ao servidor.

Art. 222 As disposições desta Lei aplicam-se aos servidores dos Poderes Executivo e Legislativo, das autarquias e fundações públicas. LEI Nº 5700, DE 02 DE SETEMBRO DE 2005. Art. 1º Esta Lei reestrutura o Sistema de Previdência Municipal, criado pela Lei nº 3.821-A, de 27 de janeiro de 1993, dispondo acerca da natureza e das características dos benefícios previdenciários dos servidores do Município de São Leopoldo titulares de cargo efetivo e do respectivo regime de custeio. Art. 2º O Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Servidores Municipais de São Leopoldo - IAPS, autarquia com personalidade jurídica de direito público interno e autonomia financeira e administrativa, com sede e foro na cidade de São Leopoldo, Estado do Rio Grande do Sul, criado pela Lei nº 3.821-A, de 27 de janeiro de 1993, tem por finalidade assegurar o gozo dos benefícios previstos nesta Lei, a serem custeados pelo Município, suas entidades e pelos segurados e dependentes, na forma dos instrumentos normativos correspondentes. § 1º - Fica mantido ao IAPS - Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Servidores Municipais de São Leopoldo, instituído pela Lei Municipal nº 3821 "A", de 27 de janeiro de 1993, a responsabilidade pelos planos de benefícios e de custeio de que trata esta Lei e na correspondente legislação ordinária, observados os critérios estabelecidos na Constituição Federal e na correspondente legislação ordinária. § 2º - É vedado ao IAPS, de que trata o artigo anterior, assumir atribuições, responsabilidades e obrigações estranhas as suas finalidades. Art. 3º O RPPS visa dar cobertura aos riscos que estão sujeitos os beneficiários e compreende um conjunto de benefícios que atendam às seguintes finalidades: I - garantir meios de subsistência nos eventos de invalidez, doença, acidente em serviço, aposentadoria, idade avançada, reclusão, morte; e II - proteção à maternidade e à família.

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57 Art. 4º Para os efeitos desta Lei, definem-se como: I - beneficiário: são filiados ao RPPS, na qualidade de beneficiários, os segurados e seus dependentes; II - CMP: conselho municipal de previdência; III - contribuições previdenciárias: montante de recursos devidos pelo Município e pelos segurados e dependentes do Sistema de Previdência Municipal para o custeio do respectivo plano de benefícios, resultante da aplicação dos percentuais de contribuição ordinária sobre a respectiva parcela de contribuição; IV - contribuição definida: contribuição condizente com um plano ou um benefício estruturado no modelo técnico-atuarial que atribui ao segurado um benefício atuarialmente calculado resultante das contribuições realizadas durante o período de deferimento do referido benefício; V - dependente: pessoa que na qualidade de dependente de segurado pode exigir o gozo de benefício especificado nesta Lei; VI - equilíbrio atuarial: correspondência técnica entre as exigibilidades decorrentes do plano de benefícios e as reservas matemáticas resultantes do plano de custeio; VII - hipóteses atuariais: conjunto de parâmetros técnicos adotados para a elaboração da avaliação atuarial necessária à quantificação das reservas técnicas e elaboração do plano de custeio do Sistema de Previdência Municipal; VIII - índice atuarial: indicador econômico adotado na definição e elaboração do plano de custeio para atualização monetária das suas exigibilidades; IX - remuneração de contribuição: parcela da remuneração ou do provento recebido pelo segurado ou dependente sobre a qual incide o percentual de contribuição ordinária para o plano de custeio, assim entendidas as verbas de caráter permanente atribuídas ao cargo efetivo do servidor; IX - remuneração de contribuição: parcela da remuneração percebida pelo servidor ativo sobre a qual incide o percentual de contribuição previdenciária. (Redação dada pela Lei nº 6059/2006)

X - percentual de contribuição previdenciária: expressão percentual calculada atuarialmente considerada necessária e suficiente ao custeio ordinário do plano de benefícios, mediante a sua incidência sobre a parcela ordinária de contribuição; XI - plano de benefícios: especificação dos benefícios atribuídos por esta Lei aos seus segurados e dependentes; XII - plano de custeio: regulamento e especificação das regras relativas às fontes de receita do Sistema de Previdência Municipal necessárias ao custeio dos seus benefícios; XIII - recursos garantidores integralizados: conjunto de bens e direitos integralizados ao Sistema de Previdência Municipal para o pagamento de suas obrigações previdenciárias; XIV - remuneração: vencimento do cargo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes e às parcelas de caráter temporário já incorporadas na forma da legislação vigente, ambas estabelecidas em Lei municipal; XV - RPPS: regime próprio de previdência social; XVI - reserva matemática: expressão dos valores atuais das obrigações do Sistema de Previdência Municipal relativas a benefícios concedidos, no caso de segurados que recebam ou possam exercer direitos perante o regime; e a benefícios a conceder, no caso dos que não implementaram os requisitos para solicitar benefícios especificados no regulamento próprio; XVII - reservas por amortizar: parcela das reservas técnicas a integralizar através de um plano suplementar de amortização do Sistema de Previdência Municipal, podendo ser por contribuição suplementar temporária; XVIII - reserva técnica: expressão matemática das obrigações monetárias líquidas do Sistema de Previdência Municipal; XIX - segurado: titular de cargo efetivo do Município, dos Poderes Executivo e Legislativo, de suas autarquias e fundações, ou aposentados em semelhante regime e seus pensionistas; e XX - taxa de juro técnico atuarial: taxa de juros real adotada como premissa na elaboração do plano de custeio, definida como taxa de remuneração real presumida dos bens e direitos

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58 acumulados e por acumular do regime municipal de previdência. DOS PRINCÍPIOS Art. 5º Os recursos garantidores integralizados ao Sistema de Previdência Municipal têm a natureza de direito coletivo dos segurados. § 1º - O gozo individual pelo segurado, ou por seus dependentes, do direito de que trata o caput fica condicionado ao implemento de condição suspensiva correspondente à satisfação dos requisitos necessários à percepção dos benefícios estabelecidos nesta Lei, na legislação complementar e no respectivo regulamento geral do regime. § 2º - A retirada, voluntária ou normativa, do segurado do Sistema de Previdência Municipal não atribui direito à parcela ideal dos recursos garantidores. Art. 6º É vedado alterar o equilíbrio atuarial do Sistema de Previdência Municipal mediante: I - a criação ou assunção de benefícios sem o anterior ajuste do plano de custeio e a prévia integralização de reservas para benefícios concedidos; II - a alteração do regime de pagamento de recursos garantidores por amortizar e das contribuições previdenciárias já financeiramente exigíveis para o custeio dos planos de benefícios; ou III - a desafetação, total ou parcial, dos recursos garantidores, integralizados ou por amortizar. Art. 7º A parcela de contribuição previdenciária corresponderá tão-só às verbas de caráter permanente integrantes dos vencimentos dos servidores, ou equivalentes valores componentes dos proventos ou pensões, conforme definidas em Lei. Parágrafo Único. Sujeita-se ao regime de que dispõe o caput às parcelas de caráter temporário já incorporadas na forma da legislação vigente às verbas que comporão os proventos de aposentadoria. Art. 8º Os percentuais de contribuição previdenciária serão estabelecidos mediante prévio estudo técnico-atuarial, devendo observar o tratamento isonômico entre grupos de segurados e dependentes, consideradas as

características das respectivas massas, quanto à idade, sexo, família, remuneração, expectativa de vida e demais componentes necessários aos cálculos correspondentes. Art. 9º O plano de custeio do Sistema de Previdência Municipal, compreendendo o regime de constituição de reservas por amortizar e de contribuições previdenciárias, será estabelecido observando o equilíbrio atuarial com o plano de benefícios, de acordo com análise técnica que deverá ser realizada anualmente. Art. 10 - A gestão econômico-financeira dos recursos garantidores será realizada mediante atos e critérios que prestigiem a máxima segurança, rentabilidade, solvência e liquidez dos recursos, garantindo-se a permanente correspondência entre as disponibilidades e exigibilidades do Sistema de Previdência Municipal. § 1º - Será assegurado pleno acesso do segurado às informações relativas à gestão do Sistema de Previdência Municipal.

DA ORGANIZAÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Art. 11 - Fica instituído o Conselho de Administração - CA, órgão superior de deliberação colegiada, será composto pelos seguintes membros: I - um representante do Poder Executivo Municipal; II - dois representantes dos servidores do quadro efetivo do Município; III - um representante dos servidores inativos, quer seja aposentado ou pensionista; IV - um representante dos servidores do quadro efetivo do Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE; V - um representante dos servidores do quadro efetivo da Fundação Hospital Centenário de São Leopoldo; VI - um representante do quadro efetivo a ser escolhido entre os servidores da Câmara Municipal e o IAPS;

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59 § 1º - Os membros do Conselho de Administração, e seus respectivos suplentes, serão nomeados e empossados pelo Prefeito Municipal, com mandato de três anos, admitida apenas uma recondução 2º - Os representantes dos servidores ativos serão indicados em processo eleitoral específico, a ser realizado pelo IAPS, primeiramente com inscrição dos interessados e posteriormente através de votação, com exceção do representante previsto no inciso I, que será indicado pelo Prefeito Municipal. § 3º - O representante dos aposentados e pensionistas será indicado em processo eleitoral específico, a ser realizado pelo IAPS, primeiramente com inscrição dos interessados e posteriormente através de votação. te previsto no inciso I, que será indicado pelo Prefeito Municipal. § 4º - Em caso de não haver possibilidade de preenchimento de qualquer das vagas estabelecidas nos incisos II, III, IV, V e VI deste artigo, o Poder Executivo indicará os servidores para completar o número mínimo exigido. § 5º - Será responsável pelo processo eleitoral, bem como pela divulgação dos respectivos atos, a Presidência do Conselho de Administração. § 6º - O Conselho de Administração será presidido por membro eleito em votação realizada entre seus integrantes, que será substituído, em suas ausências e impedimentos, conforme dispõe o Regimento Interno do Conselho de Administração, por período não superior a 30 (trita) dias consecutivos. § 7º - Os membros do Conselho de Administração não são destituíveis ad nutum, somente podendo ser afastados de seus cargos depois de condenados em processo administrativo de responsabilidade instaurado pelo Prefeito do Município ou em caso de vacância, assim entendida, a decorrente da ausência não justificada em três reuniões consecutivas ou em quatro intercaladas num mesmo ano. § 8º - O Conselho de Administração deverá reunir-se, ordinariamente, uma vez por mês, por convocação de seu Presidente, não podendo ser adiada a reunião por mais de quinze dias, se houver requerimento nesse sentido da maioria dos conselheiros.

§ 9º - Das reuniões do Conselho de Administração, serão lavradas atas em livro próprio § 10 - Poderá ser convocada reunião extraordinária por seu Presidente, ou a requerimento da maioria absoluta de seus membros, conforme dispuser o regimento interno do Conselho de Administração § 11 - Pela atividade exercida no Conselho de Administração, seus Membros não serão remunerados, sendo-lhes assegurado a efetividade de seus cargos públicos, sempre que participarem das reuniões ordinárias e ou extraordinárias, bem como o período que estiverem participando de congressos, seminários e similares, cujo conteúdo seja relacionado diretamente à previdência dos servidores. § 12 Das reuniões ordinárias e extraordinárias do Conselho de Administração, que serão públicas, participará sem direito a voto o Diretor Geral do IAPS. § 13 Constituirá quorum mínimo para as reuniões do Conselho de Administração a presença de quatro conselheiros, sendo exigível para a aprovação das matérias ordinárias maioria simples do Conselho e de pelo menos seis de seus membros para deliberações a respeito dos incisos I; XI; XII; XIV e XVII do art. 12, ficando a implantação destas últimas, condicionada à prévia aprovação do Prefeito do Município. Art. 12 Compete ao Conselho Administrativo: I - estabelecer as diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas aplicáveis ao RPPS; II - apreciar e aprovar em relação à proposta orçamentária do RPPS; III - sugerir em relação à estrutura administrativa, financeira e técnica do IAPS; IV - examinar, opinar e aprovar, observando a legislação de regência do RPPS, à política de benefícios e à adequação entre os planos de custeio e de benefícios, bem como emitir parecer sobre propostas de alteração da política previdenciária do Município, e avaliar sistematicamente a gestão previdenciária;

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60 V - acompanhar, avaliar e sugerir em relação à gestão operacional, econômica e financeira dos recursos do RPPS; VI - opinar e aprovar sobre a contratação de agentes financeiros, a celebração de contratos, convênios e ajustes, bem como sobre a contratação de empresas especializadas para a realização de auditorias contábeis e estudos atuariais ou financeiros; VII - aprovar sobre a alienação de bens imóveis e o gravame daqueles já integrantes do patrimônio do IAPS; VIII - decidir sobre a aceitação de doações, cessões de direitos e legados, quando onerados por encargos que resultem compromisso econômico-financeiro para o IAPS; IX - adotar as providências cabíveis para a correção de atos e fatos, decorrentes de gestão, que prejudiquem o desempenho e o cumprimento das finalidades do IAPS; X - fiscalizar e aprovar todos os atos relacionados às alterações da legislação, patrimônio e administração do IAPS; XI - fiscalizar e aprovar os atos relacionados às alterações da legislação, patrimônio e administração do RPPS; XI - elaborar, aprovar e alterar seu regimento interno. XII - solicitar com a devida fundamentação e aprovação da maioria absoluta do CA, a contratação de auditoria externa a custo do IAPS; XIII - apreciar a prestação de contas anual a ser remetida ao Tribunal de Contas do Estado; XIV - solicitar ao conselho fiscal a elaboração de estudos e pareceres técnicos relativos a aspectos atuariais, financeiros e organizacionais relativos a assuntos de sua competência; XV - apreciar e aprovar a Política Anual de Investimentos; XVI - dirimir dúvidas quanto à aplicação das normas regulamentares, relativas ao RPPS, nas matérias de sua competência; XVII - deliberar sobre os casos omissos no âmbito das regras aplicáveis ao RPPS e exercer as atribuições de Conselho de Administração da entidade de que trata o Título IV desta Lei;

XVIII - manifestar-se em projetos de lei de acordos de composição de débitos previdenciários do Município para com o RPPS; XIX - examinar os atos do Diretor Geral do IAPS e demais prepostos em face dos correspondentes deveres legais, regulamentares e estatutários. § 1º As decisões proferidas pelo Conselho de Administração deverão ser publicadas no sítio eletrônico oficial do IAPS e afixadas na sede do IAPS. § 2º Os órgãos governamentais deverão prestar toda e qualquer informação necessária ao adequado cumprimento das competências do Conselho Administrativo, fornecendo, sempre que necessário, os estudos técnicos correspondentes. § 3º Todo e qualquer investimento em agências financeiras não pertencentes ao sistema público deverá ser submetido à aprovação do Conselho de Administração. Art. 13 - Para realizar satisfatoriamente suas atividades, o Conselho de Administração pode requisitar, a custo do Próprio IAPS, a elaboração de estudos e diagnósticos técnicos relativos a aspectos atuariais, jurídicos, financeiros e organizacionais, sempre que relativos a assuntos de sua competência, mediante aprovação do quórum mínimo de dois terços (2/3). DA ORGANIZAÇÃO DO CONSELHO FISCAL Art. 13-A O Conselho Fiscal é o órgão de fiscalização interna da gestão financeira e administração do IAPS Art. 13-B O Conselho Fiscal, será composto por 3 (três) membros titulares e 3 (três) membros suplentes, designados pelo Prefeito Municipal dentre os servidores titulares de cargo efetivo e inativos, definidos de acordo com os seguintes critérios: I - um representante do Poder Executivo; II - um representante dos servidores do quadro efetivo da Fundação Hospital Centenário de São Leopoldo - FHC; e

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61 III - um representante dos servidores do quadro efetivo do Serviço Municipal de Água e Esgoto - SEMAE. § 1º A indicação dos membros do Conselho recairá, obrigatoriamente, em servidores públicos detentores de cargo efetivo, com titulação em curso de nível superior, nas áreas de ciências administrativas, contábeis, econômicas e/ou atuariais. § 2º O Presidente do Conselho e seu suplente serão escolhidos entre seus membros. § 3º O suplente do Presidente do Conselho Fiscal substituirá o titular na sua ausência ou impedimento temporário, devendo ser indicado novo titular para cumprir o restante do mandato no caso de vacância por qualquer motivo. § 4º O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, mediante convocação de seu Presidente, uma vez a cada bimestre civil e, extraordinariamente, quando convocado por seu Presidente, ou por 2 (dois) membros, havendo necessidade da presença de 3 (três) membros para realização de reunião. § 5º As decisões do Conselho Fiscal serão tomadas por, no mínimo, 2 (dois) votos favoráveis. § 6º Perderá a função de Conselheiro aquele que deixar de comparecer a duas sessões consecutivas, ou três alternadas no ano, sem justificativa aceita. § 7º Os membros do Conselho Fiscal, bem como os respectivos suplentes, não receberão qualquer espécie de remuneração. § 8º Sempre que necessário, no exercício das atividades do Conselho Fiscal, o servidor ficará dispensado das atribuições de seu cargo, sendo que o tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais. § 9º Os membros do Conselho Fiscal exercerão mandato de três anos, admitida apenas uma recondução. Art. 13-C Compete ao Conselho Fiscal: I - elaborar, aprovar e alterar seu regimento interno;

II - examinar os balancetes e balanços do IAPS, bem como as contas e os demais aspectos econômico-financeiros; III - examinar livros e documentos; IV - examinar quaisquer operações ou atos do diretor geral e de seus membros; V - emitir parecer sobre os negócios ou atividades do IAPS; VI - fiscalizar o cumprimento da legislação e das normas em vigor; VII - lavrar atas de suas reuniões, dos pareceres e das inspeções; VIII - remeter ao Conselho Administrativo, anualmente, ou quando entender necessário, parecer sobre as contas e balancetes do IAPS; IX - sugerir medidas para sanar irregularidades encontradas; X - convocar os membros das diretorias do IAPS para reuniões de esclarecimentos de assuntos do RPPS; e XI - dar publicidade aos segurados, bimestralmente, sítio eletrônico do IAPS e afixadas na sede do IAPS, das atividades de fiscalização do conselho. Art. 13-D É vedada a participação simultânea de membros do Conselho de Administração no Conselho Fiscal, bem como nas diretorias do IAPS. DOS BENEFICIÁRIOS Art. 14 - São filiados ao RPPS, na qualidade de beneficiários, os segurados e seus dependentes. Art. 15 - São segurados do RPPS: I - o servidor público ativo do Município, titular de cargo efetivo nos Poderes Executivo e Legislativo, suas autarquias e fundações, bem como aquele que estiver em disponibilidade remunerada; II - os servidores inativos, aposentados nos cargos citados no inciso anterior, e seus pensionistas;

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62 § 1º - Fica excluído do disposto no caput o servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, o contratado por prazo determinado para atender necessidade temporária de excepcional interesse público, e o ocupante de emprego público. § 2º - Na hipótese de acumulação remunerada, o servidor mencionado neste artigo será segurado obrigatório em relação a cada um dos cargos ocupados. Art. 16 - Perde a qualidade de segurado o titular de cargo efetivo que tiver cessado, voluntária ou normativamente, seu vínculo jurídico a este título com o Município, suas autarquias, fundações e demais entidades sob seu controle direto ou indireto, ocorrendo também nas seguintes hipóteses: I - morte; II - exoneração ou demissão; III - cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, salvo quando retornar à atividade como titular de cargo de provimento efetivo; IV - falta de recolhimento das contribuições previdenciárias nas hipóteses previstas no Art. 17, I, II, III e IV, após decorrido o prazo referido no § 5º do mesmo artigo e V - nas hipóteses do Art. 17, V, após decorrido o prazo referido no § 5º do mesmo artigo. § 1º - A perda da condição de segurado, por exoneração, dispensa ou demissão, implica o automático cancelamento da inscrição de seus dependentes. § 2º - A perda da qualidade de segurado importa em caducidade dos direitos inerentes a essa qualidade. § 4º - Não será concedida pensão por morte aos dependentes do segurado que falecer após a perda desta qualidade, salvo se preenchidos os requisitos para obtenção de aposentadoria na forma do parágrafo anterior. Art. 17 - Permanece filiado ao RPPS, na qualidade de segurado, o servidor ativo que estiver:

I - cedido, com ou sem ônus, para outro órgão ou entidade da Administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios; II - afastado ou licenciado do cargo efetivo, independentemente da opção que fizer pela remuneração, para o exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, nos termos do Art. 38 da Constituição Federal; III - em disponibilidade remunerada; IV - afastado ou licenciado do cargo efetivo, com o recebimento de remuneração, nos termos do Regime Jurídico dos Servidores; V - afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem o recebimento de remuneração, nos termos do Regime Jurídico dos Servidores, observados os prazos previstos no § 5º. § 1º - Nas hipóteses dos incisos I e II, a remuneração de contribuição corresponderá àquela relativa ao cargo efetivo de que o segurado é titular, e como se no seu exercício estivesse, devendo a concessão dos benefícios previdenciários seguir a mesma regra. § 2º - Nas hipóteses dos incisos III e IV, a remuneração de contribuição corresponderá àquela que estiver de fato percebendo o segurado, devendo a concessão dos benefícios previdenciários seguir a mesma regra. § 3º - O recolhimento das contribuições nas hipóteses referidas nos incisos I e II é de responsabilidade do órgão ou entidade em que o segurado estiver desempenhando suas atividades, salvo quando cedido sem ônus para o cessionário, ou, no caso de exercício de mandato eletivo, quando houver opção do servidor pela remuneração do cargo efetivo. § 4º - Exclusivamente nas hipóteses dos incisos I, II, III e IV, desde que recolhidas ou repassadas ao RPPS as contribuições devidas, o período em que permanecer o servidor afastado ou licenciado será computado para efeito de aposentadoria e disponibilidade. § 5º - Nas hipóteses do inciso V, o servidor mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuição, até doze meses após a sua cessação, sendo esse prazo prorrogado por mais doze meses caso o servidor tenha tempo de contribuição ao RPPS igual ou superior a cento e vinte meses.

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63 § 6º - Nas hipóteses referidas no parágrafo anterior, a manutenção da filiação somente assegura direito ao benefício de pensão por morte, a ser concedido aos dependentes do segurado, ficando vedado o cômputo do tempo de afastamento para efeito de aposentadoria e disponibilidade. Art. 18 - O servidor efetivo cedido da União, dos Estados, do Distrito Federal ou de outro Município, permanece filiado ao regime previdenciário de origem. Art. 19 - São beneficiários do RPPS, na condição de dependente do segurado: I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de dezoito anos ou inválido; II - os pais, desde que comprovem depender econômica e financeiramente do segurado; e III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de dezoito anos ou inválido, desde que comprovem depender econômica e financeiramente do segurado. § 1º - Os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de condições. § 2º - A existência de dependentes de qualquer das classes indicadas em um dos incisos deste artigo exclui do direito os indicados nos incisos subseqüentes. § 3º - Equiparam-se aos filhos, nas condições do inciso I, mediante declaração escrita do segurado e desde que comprovada a dependência econômica, o enteado e o menor que esteja sob sua tutela e não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação. § 4º - O menor sob tutela somente poderá ser equiparado aos filhos do segurado quando, além de atender aos requisitos do parágrafo anterior, houver a apresentação de termo de tutela. § 5º - Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantenha união estável com o segurado ou segurada, caracterizada nos termos da legislação em vigor, sendo que a inscrição do cônjuge como dependente exclui e impede a inscrição do companheiro ou companheira.

§ 6º - Considera-se união estável aquela verificada entre o homem e a mulher como entidade familiar, quando forem solteiros, separados judicialmente, divorciados ou viúvos, enquanto não se separarem. § 7º - Presume-se a união estável quando comprovada a existência de filhos em comum, com recíproco auxílio para a formação de entidade familiar. Art. 20 - A perda da qualidade de dependente, no RPPS, ocorre: I - para o cônjuge: a) pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada à prestação de alimentos; b) pela anulação judicial do casamento; c) pelo óbito; e d) por sentença judicial transitada em julgado. II - para o companheiro ou companheira, pela cessação da união estável com o segurado ou segurada, enquanto não lhe for assegurada a prestação de alimentos; III - para o filho, para o equiparado ao filho e para o irmão, de qualquer condição, ao completarem dezoito anos de idade, salvo se inválidos, ou pela emancipação e pelo casamento ou pelo estabelecimento de união estável, ainda que inválido, exceto, neste caso, se a emancipação for decorrente de colação de grau em curso de ensino superior; IV - para os dependentes em geral: a) pela cessação da invalidez ou da dependência econômica; b) pelo óbito; e c) pela prática de crime doloso do qual tenha resultado a morte do segurado, condenado por sentença transitada em julgado. § 1º - A inscrição de dependente em classe preeminente a de outro já inscrito implica a submissão do gozo de benefício por este à ordem estabelecida em lei. § 2º - A perda da condição de segurado, por exoneração, dispensa ou demissão, implica a automática exclusão de seus dependentes, da condição de beneficiários do RPPS.

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64 Art. 21 - A filiação do segurado ao Sistema de Previdência Municipal é automática, a partir do exercício em cargo efetivo dos Órgãos mencionados no artigo 2º, e a dos seus dependentes será feita mediante inscrição. Art. 22 - Incumbe ao segurado, no momento em que se realiza a situação de fato que justifica a pretensão, inscrever seus dependentes mediante o fornecimento dos dados e cópias de documentos que comprovem a qualidade legal requerida. § 1º - Constituem documentos necessários à inscrição de dependente: I - cônjuge e filhos: certidões de casamento e de nascimento; II - companheira ou companheiro: documento de identidade e certidão de casamento com averbação da separação judicial ou divórcio, quando um dos companheiros, ou ambos, já tiver sido casado, ou de óbito, se for o caso, e declaração judicial, ou lavrada perante Ofício de Notas, da existência de união estável; III - equiparado a filho: certidão judicial de tutela e, em se tratando de enteado, certidão de casamento do segurado e de nascimento do dependente; IV - pais: certidão de nascimento do segurado e documentos de identidade de seus progenitores; e V - irmão: certidão de nascimento. VI - disposições testamentárias; § 2º - Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, conforme o caso, poderão ser apresentados os seguintes documentos: I - certidão de nascimento de filho havido em comum; II - certidão de casamento religioso; III - declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como dependente do segurado; IV - disposições Testamentárias;

V - anotação constante na Carteira Profissional e/ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social, feita pelo órgão competente; VI - declaração específica feita perante tabelião; VII - prova de mesmo domicílio; VIII - prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos atos da vida civil; IX - procuração ou fiança reciprocamente outorgada; X - conta bancária conjunta; XI - registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como dependente do segurado; XII - anotação constante de ficha ou livro de registro de segurados; XIII - apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua beneficiária; XIV - ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como responsável; XV - escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente; XVI - declaração de não emancipação do dependente menor de dezoito anos; ou XVII - quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar. § 3º - Qualquer fato superveniente à filiação do segurado que implique exclusão ou inclusão de dependente deverá ser comunicado de imediato ao órgão do Sistema de Previdência Municipal, mediante requerimento escrito acompanhado dos documentos exigíveis em cada caso. § 4º - O segurado casado não poderá realizar a inscrição de companheira. § 5º - Somente será exigida a certidão judicial de adoção quando esta for anterior a 14 de outubro de 1990, data do início de vigência da Lei Federal nº 8.069, de 1990. § 6º - Para a comprovação de união estável com companheira ou companheiro, os documentos

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65 enumerados nos incisos III, IV, V, VI e XII do § 2º constituem prova suficiente ao deferimento da inscrição; devendo os demais, serem considerados em conjunto de no mínimo três, a serem corroborados, quando necessário, por justificação administrativa processada na forma desta Lei. § 7º - No caso de pais, irmãos, enteados e tutelados, a prova de dependência econômica será feita por declaração do segurado firmada perante o órgão do Sistema de Previdência Municipal, acompanhada de um dos documentos referidos nos incisos III, V, VI e XIII do § 2º, que constituem prova suficiente; devendo os documentos referidos nos incisos IV, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIV e XV serem considerados em conjunto de no mínimo três, a serem corroborados, quando necessário, por justificação administrativa ou parecer sócio-econômico do órgão do Sistema de Previdência Municipal. § 8º - No caso de dependente inválido, para fins de inscrição e concessão de benefício, a invalidez será comprovada mediante exame médico-pericial a cargo do órgão do Sistema de Previdência Municipal. § 9º - Deverá ser apresentada declaração de não emancipação, pelo segurado, no ato de inscrição de dependente menor de dezoito anos. § 10 - Para inscrição dos pais ou irmãos, o segurado deverá comprovar a inexistência de dependentes preferenciais, mediante declaração firmada perante o órgão do Sistema de Previdência Municipal. § 11 - Os dependentes excluídos desta qualidade em razão de lei têm suas inscrições tornadas nulas de pleno direito; Art. 23 - Ocorrendo o falecimento do segurado, sem que tenha sido feita a inscrição de dependente, cabe a este promovê-la, por si ou por representantes, satisfazendo as seguintes exigências: I - companheiro ou companheira: comprovação de união estável, na forma prevista no § 6º do artigo anterior; II - pais: comprovação de dependência econômica, na forma prevista no § 7º do artigo anterior;

III - irmãos: comprovação de dependência econômica, na forma prevista no § 7º do artigo anterior e declaração de não emancipação; e IV - equiparado a filho: comprovação de dependência econômica, prova da equiparação e declaração de que não tenha sido emancipado. Art. 24 - Os pais ou irmãos deverão, para fins de concessão de benefícios, comprovar a inexistência de dependentes preferenciais, mediante declaração firmada perante o órgão do Sistema de Previdência Municipal. § 3º - A perda da condição de segurado implica o automático cancelamento da inscrição de seus dependentes. Art. 25 - O RPPS compreende os seguintes benefícios: I - Quanto ao segurado: a) aposentadoria por invalidez; b) aposentadoria compulsória; c) aposentadoria por tempo de contribuição; d) aposentadoria por idade; II - Quanto ao dependente: a) pensão por morte; Parágrafo Único. A aposentadoria especial será devida e caracterizada, no que couber, na forma disposta na legislação federal. DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ Art. 26 - A aposentadoria por invalidez será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de licença para o tratamento de saúde, for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade no órgão ou entidade a que se vincule, ensejando o pagamento de proventos a este título enquanto o segurado permanecer nessa condição, observado quanto ao seu cálculo, o disposto no Art. 54. § 1º - A aposentadoria por invalidez, quando for o caso, será precedida de auxílio-doença, que não poderá exceder o período de dois anos;

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66 § 2º - A aposentadoria por invalidez terá proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável. § 3º - Acidente em serviço é aquele ocorrido no exercício do cargo, que se relacione, direta ou indiretamente, com as atribuições deste, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. I - nos casos de acidente de trabalho o segurado deverá apresentar uma Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT, que deverá ser preenchida pelo órgão de lotação do servidor. Tal comunicação tem por finalidade a realização de perícia médica no IAPS nos casos de acidente em serviço, sendo parte dos autos do processo de Invalidez e necessária para a comprovação do acidente em serviço. II - a CAT substitui o atestado médico exigido para a perícia médica e deverá ser apresentada no prazo máximo de 4 dias após o acidente. III - o formulário - CAT, será fornecido pelo IAPS. § 4º - Equipara-se ao acidente em serviço, para os efeitos desta Lei: I - o acidente ligado ao serviço que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou colega de serviço; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao serviço; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de colega de serviço; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior. III - a doença proveniente de contaminação acidental do segurado no exercício do cargo; e IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de serviço:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço relacionado ao cargo; b) na prestação espontânea de qualquer serviço ao Município para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço, inclusive para estudo quando financiada pelo Município dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; e d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. § 5º - Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o servidor é considerado no exercício do cargo. § 6º - Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se refere o parágrafo segundo, tuberculose ativa; hanseníase; alienação mental; neoplasia maligna; cegueira; paralisia irreversível e incapacitante; cardiopatia grave; doença de Parkinson; espondiloartrose anquilosante; nefropatia grave; estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante); síndrome da deficiência imunológica adquirida-Aids; hepatopatia grave; e contaminação por radiação com base em conclusão da medicina especializada. § 7º - A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade total e definitiva para o exercício de qualquer cargo ou função pública, apurada mediante exame realizado pela perícia médica do IAPS, podendo o IAPS, quando entender conveniente, determinar nova avaliação médica para verificar a manutenção da incapacidade, podendo o segurado, a suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. § 8º - Em caso de doença que impuser afastamento compulsório, com base em laudo conclusivo da medicina especializada, ratificado por junta médica, a aposentadoria por invalidez independerá de auxílio-doença e será devida a partir da publicação do ato de sua concessão. § 9º - Até a concessão de aposentadoria por invalidez, a que se refere o § 8º, caberá ao

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67 município, suas entidades e a Câmara Municipal pagar ao segurado a respectiva remuneração. § 10 - A aposentadoria por invalidez será devida a partir da data da incapacidade a que se refere o § 7º, definida em laudo médico-pericial. § 11 - O aposentado por invalidez que tiver cessada a incapacidade ou que voltar a exercer qualquer atividade remunerada, perderá o direito ao benefício, a partir da data da reversão. I - Terá sua aposentadoria automaticamente cessada, a partir da data do retorno, no caso de segurado, aposentado por invalidez, que retornar voluntariamente à atividade. II - Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez, por meio de perícia médica, o benefício cessará de imediato para o segurado que tiver direito a retornar à função que desempenhava ao se aposentar, valendo como documento, para tal fim, o laudo médico. § 12 - O servidor aposentado por invalidez está obrigado, a qualquer tempo, independente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo do IAPS. § 13 - O segurado que retornar a atividade poderá requerer, a qualquer tempo, novo benefício, tendo este processamento normal. § 14 - A invalidez para o exercício do cargo não se confunde com a invalidez para o serviço público. § 15 - A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao RPPS não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobreviver por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. § 16 - Se não for considerado incapaz para o serviço público, o segurado será readaptado para o exercício de cargo compatível com a sua condição. DA APOSENTADORIA COMPULSÓRIA Art. 27. O segurado será automaticamente aposentado aos 75(setenta e cinco) anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição observado quanto ao cálculo, o disposto no art. 54.

DA APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA

DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE

CONTRIBUIÇÃO Art. 28 - O segurado fará jus à aposentadoria por tempo de contribuição, com proventos integrais, calculados na forma prevista no Art. 54, desde que preencha, cumulativamente, os seguintes requisitos: I - tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público; II - tempo mínimo de cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria e III - sessenta anos de idade e trinta e cinco anos de tempo de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta anos de tempo de contribuição, se mulher. § 1º - Os requisitos de idade e tempo de contribuição previstos neste artigo serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício da função de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. DA APOSENTADORIA POR IDADE Art. 29 - O segurado fará jus à aposentadoria por idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, calculados na forma prevista no Art. 54, desde que preencha, cumulativamente, os seguintes requisitos: I - tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público; II - tempo mínimo de cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria e III - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher. DA PENSÃO POR MORTE Art. 38 - A pensão por morte consistirá numa importância mensal conferida ao conjunto dos dependentes do segurado, quando do seu falecimento.

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68 § 1º - Será concedida pensão provisória por morte presumida do segurado, nos seguintes casos: I - sentença declaratória de ausência, expedida por autoridade judiciária competente; e II - desaparecimento em acidente, desastre ou catástrofe. § 2º - A pensão provisória será transformada em definitiva com o óbito do segurado ausente ou deve ser cancelada com reaparecimento do mesmo, ficando os dependentes desobrigados da reposição dos valores recebidos, salvo má-fé. § 3º - O pensionista de que trata o § 1º deverá anualmente declarar que o segurado permanece desaparecido, ficando obrigado a comunicar imediatamente a Divisão de Benefícios o reaparecimento deste, sob pena de ser responsabilizado civil e penalmente pelo ilícito. Art. 39 - A pensão por morte será devida aos dependentes a contar: I - da data do óbito, quando requerida até trinta (30) dias depois deste; II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso I; III - da data da decisão judicial, no caso de declaração de ausência; ou IV - da data da ocorrência do desaparecimento do segurado por motivo de acidente, desastre ou catástrofe, mediante prova idônea. § 1º - No caso do disposto no inciso II, a data de início do benefício será a data do óbito, aplicados os devidos reajustamentos até a data de início do pagamento, não sendo devida qualquer importância relativa a período anterior à data de entrada do requerimento. § 2º - O direito a pensão configura-se na data do falecimento do segurado, sendo o benefício concedido com base na legislação vigente nessa data. Art. 40 - O valor da pensão por morte será igual: I - à totalidade dos proventos percebidos pelo aposentado na data anterior à do óbito, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, acrescido

de setenta por cento da parcela excedente a este limite; ou II - à totalidade da remuneração percebida pelo segurado no cargo efetivo na data anterior à do óbito, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a esse limite. Parágrafo Único. Na hipótese de que trata o inciso II, a remuneração a ser considerada é aquela composta pelas parcelas permanentes e já incorporadas nos termos de lei local, na data do falecimento do segurado. Art. 41 - A pensão será rateada entre todos os dependentes em partes iguais e não será protelada pela falta de habilitação de outro possível dependente. § 1º - O cônjuge ausente não exclui do direito à pensão por morte o companheiro ou a companheira, que somente fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação e desde que comprovada sua dependência econômica. § 2º - A habilitação posterior que importe inclusão ou exclusão de dependente só produzirá efeitos a contar da data da inscrição ou habilitação. § 3º - Será revertida em favor dos dependentes restantes e rateada entre eles a parte do benefício daqueles cujo direito à pensão se extinguir. Art. 42 - A cota da pensão será extinta: I - pelo óbito; II - para o pensionista menor de idade, ao completar dezoito anos, salvo, se inválido, ou pela emancipação, ainda que inválido, exceto, neste caso, se a emancipação for decorrente de colação de grau científico em curso de ensino superior. III - pela cessação da invalidez. Parágrafo Único. Com a extinção do direito do último pensionista, extinguir-se-á a pensão. Art. 43 - A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, observadas as regras da prescrição qüinqüenal.

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69 Art. 44 - Não faz jus à pensão o dependente condenado pela prática de crime doloso de que tenha resultado a morte do segurado. Art. 45 - Será admitido o recebimento, pelo dependente, de até duas pensões no âmbito do RPPS, exceto as pensões deixadas por cônjuge, companheiro ou companheira, casos em que, ressalvadas as decorrentes de cargos acumuláveis, só será permitida a percepção de uma, ressalvado o direito de opção pela mais vantajosa. Art. 46 - A condição legal de dependente, para fins desta Lei, é aquela verificada na data do óbito do segurado, observados os critérios de comprovação de dependência. Parágrafo Único. A invalidez ou a alteração de condições quanto ao dependente, supervenientes à morte do segurado, não darão origem a qualquer direito à pensão. DA GRATIFICAÇÃO NATALINA Art. 52 - A gratificação natalina anual será devida àquele que, durante o ano, tiver recebido proventos de aposentadoria, pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-maternidade ou auxílio-doença pagos pelo IAPS. § 1º - A gratificação de que trata o caput será proporcional em cada ano ao número de meses de benefício pago pelo IAPS, em que cada mês corresponderá a um doze avos, e terá por base o valor do benefício do mês de dezembro, exceto quando o benefício encerrar-se antes deste mês, quando o valor será o do mês da cessação. § 2º - A fração igual ou superior a 15 dias será considerada como um mês. § 3º - A gratificação natalina poderá ser paga em duas parcelas, devendo a segunda ser paga até o dia vinte de dezembro de cada ano. § 4º - O pagamento de cada parcela será calculado com base nos proventos do benefício do mês em que ocorrer o pagamento. § 5º - A segunda parcela será calculada com base nos proventos do benefício em vigor no mês de dezembro, abatida a importância da primeira parcela, pelo valor pago. § 6º - A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.

DO ABONO DE PERMANÊNCIA Art. 53 - O segurado ativo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas nos Arts. 28 e 48 e que opte por permanecer em atividade, fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no Art. 27. § 1º - O abono previsto no caput será concedido, nas mesmas condições, ao servidor que, até 16 de dezembro de 1998, data da publicação da Emenda Constitucional nº 20, ou 31 de dezembro de 2003, data da publicação da Emenda Constitucional nº 41, tenham cumprido todos os requisitos para obtenção da aposentadoria voluntária, com proventos integrais ou proporcionais, com base na legislação então vigente, como previsto no Art. 51, desde que conte, no mínimo, vinte e cinco anos de contribuição, se mulher, ou trinta anos, se homem. § 2º - O abono de permanência será devido a contar do requerimento formal do servidor e da sua opção expressa pela permanência em serviço, sendo condição para pagamento o cumprimento dos requisitos para aposentadoria nos termos do caput e do parágrafo primeiro. § 3º - O pagamento do abono é responsabilidade do Órgão de Lotação a que estiver vinculado o segurado, que o fará com recursos não vinculados ao IAPS. I - O requerimento do Abono de Permanência deve ser encaminhado no Órgão de Lotação a que o segurado estiver vinculado.

DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE OS

BENEFÍCIOS Art. 55 - Independe de carência a concessão de benefícios previdenciários pelo RPPS, ressalvadas as aposentadorias previstas nos Art. 28º, 29º, 48, 49º e 50º que observarão os prazos mínimos previstos naqueles artigos. Parágrafo Único. Para efeito do cumprimento dos requisitos de concessão das aposentadorias mencionadas no caput, o tempo de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria deverá ser cumprido no cargo efetivo em que o servidor estiver em exercício na

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70 data imediatamente anterior à da concessão do benefício. Art. 56 - Ressalvada a compulsória e por invalidez, a aposentadoria vigorará a partir da data da publicação do respectivo ato. Art. 56 Ressalvada a compulsória, a aposentadoria vigorará a partir da data da emissão do respectivo ato. Art. 57 - Para fins de concessão de aposentadoria pelo RPPS é vedada a contagem de tempo de contribuição fictício. Art. 58 - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes de cargos acumuláveis na forma da Constituição Federal, será vedada a percepção de mais de uma aposentadoria por conta do RPPS. Art. 59 - Desde que devidamente certificado e sem ressalvas, será computado, integralmente, o tempo de contribuição no serviço público federal, estadual, distrital e municipal, prestado sob a égide de qualquer regime jurídico, bem como o tempo de contribuição junto ao Regime Geral de Previdência Social, na forma da lei. Art. 60 - Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação do beneficiário para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pelo RPPS, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil. Art. 61 - O segurado aposentado por invalidez permanente e o dependente inválido, independentemente da sua idade deverão, sob pena de suspensão do benefício, submeter-se a exame médico a cargo do órgão competente sempre que solicitado pelo IAPS. Art. 62 - Qualquer dos benefícios previstos nesta Lei será pago diretamente ao beneficiário. § 1º - O disposto no caput não se aplica na ocorrência das seguintes hipóteses, devidamente comprovadas: I - ausência, na forma da lei civil; II - moléstia contagiosa; ou III - impossibilidade de locomoção.

§ 2º - Na hipótese prevista no parágrafo anterior, o benefício poderá ser pago a procurador legalmente constituído, cujo mandato específico não exceda de seis meses, renováveis. § 3º - O valor não recebido em vida pelo segurado será pago somente aos seus dependentes habilitados à pensão por morte, ou, na falta deles, aos seus sucessores, independentemente de inventário ou arrolamento, na forma da lei. Art. 63 - Serão descontados dos benefícios pagos aos segurados e aos dependentes: I - o valor devido pelo beneficiário ao IAPS; II - o valor da restituição do que tiver sido pago indevidamente pelo RPPS; III - o imposto de renda retido na fonte; IV - a pensão de alimentos prevista em decisão judicial; e V - as contribuições associativas ou sindicais e outros descontos autorizados pelos beneficiários. § 1º - O desconto a que se refere o inciso V do caput dependerá da conveniência administrativa da Divisão de Benefícios do órgão do Sistema de Previdência Municipal. § 2º - A restituição de importância recebida indevidamente por beneficiário do Sistema de Previdência Municipal, nos casos comprovados de dolo, fraude ou má-fé, deverá ser feita de uma só vez, devidamente atualizada, independentemente de outras penalidades legais. § 3º - Caso o débito seja originário de erro do órgão do Sistema de Previdência Municipal, o beneficiário, usufruindo benefício regularmente concedido, poderá devolver o valor de forma parcelada, atualizado, devendo cada parcela corresponder, no máximo, a dez por cento do valor do benefício em manutenção, e ser descontado em número de meses necessários à liquidação do débito. § 4º - Nos casos descritos nos parágrafos 2º e 3º, o valor resultante da diferença verificada entre o pago e o devido será objeto de atualização com base na variação do INPC ou outro índice oficial que vier a substituí-lo. Art. 64 - Salvo no caso do salário-família, na hipótese de divisão entre aqueles que a ele

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71 fizerem jus e abono de permanência, nenhum benefício previsto nesta Lei terá valor inferior a um salário mínimo nacional. Art. 65 - Concedida aposentadoria ou pensão será o ato publicado e encaminhado à apreciação do Tribunal de Contas do Estado. Parágrafo Único. Caso o ato de concessão não seja aprovado pelo Tribunal de Contas, o processo do benefício será imediatamente revisto e promovidas as medidas jurídicas pertinentes. Art. 66 - Fica vedada a celebração de convênio, consórcio ou outra forma de associação para a concessão dos benefícios previdenciários de que trata esta Lei com a União, Estados, Distrito Federal ou outro município. Art. 67 - Será fornecido ao beneficiário demonstrativo minucioso das importâncias pagas, discriminando-se o valor da mensalidade, as diferenças eventualmente pagas, com o período a que se referem, e os descontos efetuados. Art. 68 - O Órgão do Sistema de Previdência Municipal poderá negar-se a aceitar procuração quando se manifestar indício de inidoneidade do documento ou do mandatário, sem prejuízo, no entanto, das providências que se fizerem necessárias. Art. 69 - Na constituição de procuradores, observar-se-á o disposto no Código Civil. Art. 70 - Somente será aceita a constituição de procurador com mais de uma procuração, ou procurações coletivas, nos casos de representantes credenciados de leprosários, sanatórios, asilos e outros estabelecimentos congêneres, nos casos de parentes de primeiro grau, ou, em outros casos, a critério do órgão do Sistema de Previdência Municipal. Art. 71 - Não poderão ser procuradores: I - os servidores públicos civis ativos e os militares ativos, salvo se parentes até o segundo grau; e II - os incapazes para os atos da vida civil, observadas as ressalvas dispostas no Código Civil. Parágrafo Único. Podem outorgar procuração as pessoas maiores ou emancipadas, no gozo dos direitos civis.

Art. 72 - O benefício devido ao segurado ou dependente civilmente incapaz será pago ao cônjuge, pai, mãe, tutor ou curador, admitindo-se, na sua falta e por período não superior a seis meses, o pagamento a herdeiro necessário, mediante termo de compromisso firmado no ato do recebimento. Art. 73 - A impressão digital do beneficiário incapaz de assinar, aposta na presença de servidor do Sistema de Previdência Municipal ou de representante desta, vale como assinatura. Art. 74 - Os benefícios poderão ser pagos mediante depósito em conta corrente, exceto o pagamento a procurador. Parágrafo Único. Os benefícios poderão ser pagos mediante qualquer outra autorização de pagamento definida pelo Órgão do Sistema de Previdência Municipal. Art. 75 - Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento conjunto dos seguintes benefícios do Sistema de Previdência Municipal, inclusive quando decorrentes de acidente do trabalho: I - aposentadoria com auxílio-doença; II - mais de uma aposentadoria, exceto os casos de acumulação definidos pela Constituição Federal; III - mais de uma pensão deixada por cônjuge, exceto os casos de acumulação definidos pela Constituição Federal; IV - mais de uma pensão deixada por companheiro ou companheira, exceto os casos de acumulação definidos pela Constituição Federal; e V - mais de uma pensão deixada por cônjuge e companheiro ou companheira, exceto os casos de acumulação definidos pela Constituição Federal. Parágrafo Único. No caso dos incisos III, IV e V é facultado ao dependente optar pela pensão mais vantajosa. Art. 76 - Observada a legislação de regência e ressalvados os casos de aposentadoria por invalidez, o retorno do aposentado à atividade não prejudica o recebimento de sua

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72 aposentadoria, que será mantida no seu valor integral. Art. 77 - Os pagamentos dos benefícios de prestação continuada não poderão ser antecipados. Art. 78 - Os exames médicos para concessão e manutenção de benefícios devem ser, preferencialmente, atribuídos a médicos especializados em perícia para verificação de incapacidade, garantida, quando forem realizados por credenciados, a revisão do laudo por médico do órgão do Sistema de Previdência Municipal com aquele requisito, cuja conclusão prevalece. Art. 80 - Fica o órgão do Sistema de Previdência Municipal obrigado a emitir e a enviar aos beneficiários, aviso de concessão de benefício, além da memória de cálculo do valor dos benefícios concedidos. Art. 81 - O primeiro pagamento da renda mensal do benefício será efetuado em até trinta dias após a data da apresentação, pelo segurado, da documentação necessária à sua concessão. Parágrafo Único. O prazo fixado no caput fica prejudicado nos casos de justificação administrativa ou outras providências a cargo do segurado, que demandem a sua dilatação, iniciando-se essa contagem a partir da data da conclusão das mesmas. Art. 82 - O pagamento das parcelas relativas a benefícios efetuados com atraso por responsabilidade do Sistema de Previdência Municipal será atualizado com base na variação do INPC ou outro índice oficial que vier a substituí-lo, apurado no período compreendido entre o mês em que deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento. Art. 83 - O Órgão do Sistema de Previdência Municipal manterá programa permanente de revisão da concessão e da manutenção dos benefícios do Sistema de Previdência Municipal, a cargo da Divisão de Benefícios, a fim de apurar irregularidades e falhas existentes. § 1º - Havendo indício de irregularidade na concessão ou na manutenção de benefício, o órgão do Sistema de Previdência Municipal notificará o beneficiário para apresentar defesa, provas ou documentos de que dispuser, no prazo de trinta dias.

§ 2º - A notificação a que se refere o parágrafo anterior far-se-á por via postal com aviso de recebimento e, não comparecendo o beneficiário nem apresentando defesa, será suspenso o benefício, com notificação ao beneficiário por edital resumido publicado uma vez em jornal de circulação na localidade. § 3º - Decorrido o prazo concedido pela notificação postal ou pelo edital, sem que tenha havido resposta, ou caso seja esta considerada pelo órgão do Sistema de Previdência Municipal como insuficiente ou improcedente a defesa apresentada, o benefício será cancelado, dando-se conhecimento da decisão ao beneficiário. § 4º - No caso de revisão de benefício em que resultar valor superior ao que vinha sendo pago, em razão de erro do órgão do Sistema de Previdência Municipal, o valor resultante da diferença verificada entre o pago e o devido será objeto de reajuste conforme variação do INPC ou por outro índice oficial que vier a substituí-lo. Art. 84 - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata esta Lei, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: I - portadores de deficiência; II - que exerçam atividades de risco; III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. Art. 85 - Todo e qualquer benefício concedido pelo Órgão do Sistema de Previdência Municipal, ainda que à conta do Tesouro Municipal, observa como limite à remuneração recebida, a qualquer título, em espécie, pelo Prefeito Municipal. Parágrafo Único. Aplica-se o limite de que trata o caput à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas à contribuição para o Regime Geral de Previdência Social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma da Constituição Federal, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.

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73 Art. 86 - O tempo de contribuição para o serviço público federal, estadual ou municipal, bem como para o regime geral da previdência social, será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. Art. 87 - O Sistema de Previdência Municipal observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. Art. 88 - Considera-se tempo de contribuição o tempo, contado de data a data, desde o início até a data do requerimento ou do desligamento, descontados os períodos legalmente estabelecidos como de interrupção de exercício e de desligamento da atividade. Art. 89 - São contados como tempo de contribuição: I - o de serviço público federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal; II - o de recebimento de benefício por incapacidade, entre períodos de atividade; III - o de recebimento de benefício por incapacidade decorrente de acidente do trabalho, intercalado ou não; e IV - o tempo de vinculação ao Regime Geral de Previdência Social. Art. 90 - A prova de tempo de serviço será feita mediante documentos que comprovem o exercício de atividade nos períodos a serem contados, devendo esses documentos serem contemporâneos aos fatos e mencionar as datas de início e término das referidas atividades. Art. 91 - Não será admitida prova exclusivamente testemunhal para efeito de comprovação de tempo de serviço ou de contribuição, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, observado o disposto nesta Lei. Art. 92 - O IAPS observará normas de contabilidade, fixadas pelo órgão competente da União. Parágrafo Único. Os orçamentos do Instituto serão aprovados por decreto do Poder Executivo Municipal, sendo consolidados no orçamento geral do Município.

Art. 93 - O IAPS encaminhará ao Ministério da Previdência Social, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, demonstrativo financeiro e orçamentário das receitas e despesas do RPPS, comprovante mensal do repasse ao RPPS das contribuições a seu cargo e dos valores retidos dos segurados e demonstrativo financeiro relativo às aplicações financeiras. Parágrafo Único. Além dos demonstrativos mencionados no caput, deverão ser encaminhados todos os demais que venham a ser exigidos pela legislação federal pertinente. Art. 94 - Será mantido registro contábil individualizado para cada segurado que conterá: I - nome; II - matrícula; III - remuneração de contribuição, mês a mês; IV - valores mensais e acumulados da contribuição do servidor; V - valores mensais e acumulados da contribuição do município; e VI - valores das contribuições previdenciárias mensais e das acumuladas nos meses anteriores do segurado e do Município, suas autarquias e fundações. Parágrafo Único. Ao segurado será enviado, anualmente, ou disponibilizado por meio eletrônico, extrato Previdenciário contendo as informações previstas neste artigo, referentes ao exercício financeiro anterior. Art. 95 - O patrimônio e a receita do IAPS destinam-se unicamente a manter, desenvolver e garantir as suas atividades na forma da legislação em vigor. Art. 96 - São fontes de custeio do IAPS: I - a contribuição previdenciária da Prefeitura Municipal, Câmara Municipal, das Autarquias e Fundações Públicas do município; II - a contribuição previdenciária dos segurados ativos, inativos e pensionistas; III - doações, subvenções, legados e outras receitas eventuais;

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74 IV - receitas decorrentes de aplicações financeiras e investimentos patrimoniais; V - valores recebidos a título de compensação financeira; VI - os juros de mora, multas e outros acréscimos legais devidos ao IAPS; e VII - transferências operacionais autorizadas em leis específicas e previstas no orçamento da entidade de origem. Art. 97 - Constituem recursos do RPPS: I - a contribuição previdenciária, de caráter compulsório, dos servidores públicos ativos e em disponibilidade de qualquer dos Órgãos e Poderes do Município, incluídas suas autarquias e fundações, na razão de 14%, incidente sobre a totalidade da remuneração de contribuição. II - a contribuição previdenciária, de caráter compulsório, dos servidores públicos inativos e pensionistas de qualquer dos Órgãos e Poderes do Município, incluídas suas autarquias e fundações, na razão de 14%, incidente sobre o valor dos proventos que supere o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social. III - a contribuição previdenciária, de caráter compulsório, dos servidores públicos ativos e inativos de qualquer dos Órgãos e Poderes do Município, incluídas suas autarquias e fundações, em gozo de benefício na data de publicação desta Lei, na razão de 14%, incidente sobre o valor da parcela dos proventos que supere o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social. IV - a contribuição previdenciária, de caráter compulsório, de todos os Órgãos e Poderes do Município, incluídas suas autarquias e fundações, na razão de 16,78% (dezesseis inteiros e sessenta e oito centésimos percentuais), para os servidores pertencentes ao Fundo Financeiro e na razão de 17,62%(dezessete inteiros e sessenta e dois centésimos percentuais) incidente sobre os servidores pertencentes ao Fundo Previdenciário, sobre a totalidade da remuneração de contribuição dos servidores ativos e em disponibilidade remunerada, relativo ao custo normal;

V - O servidor afastado ou licenciado temporariamente do exercício do cargo efetivo sem recebimento de remuneração pelo ente federativo, com a comprovação de efetividade, poderá contar o respectivo tempo de afastamento ou licenciamento para fins de aposentadoria, mediante o recolhimento mensal de contribuição ao regime previdenciário municipal. VI - a contribuição previdenciária, nos casos dos incisos anteriores será de caráter facultativo e extensiva à servidores públicos ativos de qualquer órgão e Poderes do Município, incluídas suas autarquias e fundações, e deverá ser recolhida na sua integralidade, da soma dos incisos I e IV deste Artigo, ou seja, partes do segurado e patronal, pelo próprio servidor, sobre o total da remuneração de contribuição. § 1º Os percentuais de contribuição previstos nos incisos I, II, III e IV deste artigo deverão ser reavaliados atuarialmente, nos termo do Art.99 desta Lei, e conforme a legislação federal pertinente, sendo que, quando necessário e atendendo as indicações do cálculo atuarial, serão alterados através de lei municipal, seja para minorar ou majorar as alíquotas de contribuição. § 2º - Ocorrendo majoração de alíquotas, sua exigibilidade dar-se-á a partir do dia primeiro do mês seguinte ao nonagésimo dia da publicação da lei referida no parágrafo anterior, sendo mantida, até essa data, a obrigatoriedade dos recolhimentos pelas alíquotas então vigentes. § 3º - As contribuições e demais recursos de que trata este artigo somente poderão ser utilizadas para pagamento de benefícios previdenciários do RPPS e da taxa de administração destinada à manutenção desse Regime. § 4º - O valor da taxa de administração, mencionada no parágrafo anterior, será de 2% do valor total das remunerações pagas aos servidores no exercício financeiro anterior, devendo esse valor ser considerado quando da sua realização e contar com cobertura do plano de custeio. § 5º - Os recursos do IAPS serão depositados em conta distinta das contas do Tesouro Municipal. § 6º - As aplicações financeiras dos recursos mencionados neste artigo atenderão às resoluções do Conselho Monetário Nacional,

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75 sendo vedada a aplicação em títulos públicos, exceto os títulos públicos federais, bem como a utilização desses recursos para empréstimo de qualquer natureza. § 7º - A contribuição prevista no inciso II deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que supere o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante. Art. 97A - Ficam criados no âmbito do RPPS de São Leopoldo os seguintes fundos especiais, constituindo unidades orçamentárias de sua unidade gestora: I - Fundo Financeiro: destinado ao pagamento de benefícios previdenciários aos segurados que tenham ingressado no serviço público e aos que já os recebiam benefícios anteriormente à data de 31/12/2009, e aos respectivos dependentes; e II - Fundo Previdenciário: destinado ao pagamento de benefícios previdenciários aos segurados que tenham ingressado no serviço público a partir de 31/12/2009, e aos respectivos dependentes. § 1º O Fundo Financeiro é composto: I - pelas contribuições estabelecidas no art. 97 da Lei Municipal 5.700/05, em relação ao grupo de servidores previstos no inciso I do caput; II - por aportes do Poder Público para complementação do pagamento dos benefícios previdenciários deste Fundo Financeiro, em função das insuficiências financeiras futuras; III - dos aportes financeiros extraordinários do Município; IV - de bens móveis, imóveis e direitos de propriedade, na data desta Lei, da unidade gestora do RPPS de São Leopoldo (IAPS) destinados a este Fundo Financeiro; V - dos bens, recursos e direitos que lhes forem destinados e incorporados, desde que aceitos pelo Conselho de Administração do RPPS de São Leopoldo; VI - das contribuições previdenciárias em atraso, em relação aos beneficiários previstos no inciso I do caput;

VII - dos juros, da atualização monetária e das multas por mora no pagamento de quantias devidas à previdência estadual, em relação aos beneficiários previstos no inciso I do caput; VIII - do produto de aplicações e de investimentos realizados com os respectivos recursos e da alienação de bens destinados s este Fundo Financeiro; IX - dos aluguéis e de outros rendimentos derivados dos bens atualmente do IAPS; X - das receitas oriundas da compensação financeira entre os regimes previdenciários, em relação aos benefícios previstos no inciso I do caput. XI - dos recursos oriundos do pagamento de acordos de parcelamento de dívidas, atualmente em vigor, firmados até a data de 31/12/2010 e novos acordos firmados a partir da data de 31/12/2010, relativos a repasses para este Fundo Financeiro; e XII - do aporte financeiro inicial no valor de R$ 94.500.000,00 (Noventa e quatro milhões e quinhentos mil reais) constituindo o Fundo de Reserva Especial a ser aplicado financeiramente em conta bancária específica destinado ao pagamento de futuros benefícios deste Fundo Financeiro. § 2º O Fundo Previdenciário é composto: I - pelas contribuições estabelecidas no art. 97 da Lei Municipal 5.700/05, em relação ao grupo de servidores previstos no inciso II do caput; II - de bens móveis, imóveis e direitos de propriedade da unidade gestora do RPPS de São Leopoldo destinados, após a data desta Lei, a este Fundo Previdenciário; III - das receitas oriundas da compensação financeira entre os regimes previdenciários, em relação aos benefícios previstos no inciso II do caput. IV - dos aluguéis e de outros rendimentos derivados dos seus bens deste Fundo Previdenciário; V - das contribuições previdenciárias em atraso, em relação aos beneficiários previstos no inciso II do caput;

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76 VI - dos juros, da atualização monetária e das multas por mora no pagamento de quantias devidas à previdência estadual, em relação aos beneficiários previstos no inciso II do caput; VII - dos aportes financeiros extraordinários do Município; VIII - dos demais bens e recursos que a ele forem destinados e incorporados, desde que aceitos pelo Conselho de Administração do RPPS de São Leopoldo; IX - do produto de aplicações e investimentos realizados com os respectivos recursos e da alienação de bens mencionados neste parágrafo; X - dos recursos oriundos do pagamento de acordos de parcelamento de dívidas firmados a partir da data de 31/12/2010 e novos acordos firmados a partir da data de publicação desta Lei Municipal, relativos a repasses para este Fundo Previdenciário; e XI - do aporte financeiro inicial no valor de R$ 29.573.450,60 (Vinte e nove milhões, quinhentos e setenta e três mil, quatrocentos e cinqüenta reais e sessenta centavos) constituindo o Ativo Financeiro Inicial deste Fundo Previdenciário. § 3º Fica vedada a transferência de recursos entre o Fundo Financeiro e o Fundo Previdenciário, bem como a destinação para fins diversos dos previstos nesta Lei Municipal. § 4º O Tesouro do Município é responsável por eventual insuficiência financeira dos Fundos criados pelo presente artigo. § 5º O IAPS é a unidade gestora do Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos Municipais, como tal lhe cabendo a gestão e operacionalização dos Fundos: Previdenciário e Financeiro. § 6º O valor do saldo financeiro do RPPS de São Leopoldo em 31/05/2011 no total de R$ 124.073.450,60 (Cento e vinte e quatro milhões, setenta e três mil, quatrocentos e cinqüenta reais e sessenta centavos) será utilizado para aporte inicial dos fundos segregados instituídos de acordo com os § 1º e § 2º deste artigo. Art. 97B - O Fundo Financeiro fica estruturado em regime de repartição simples e o Fundo Previdenciário, em regime de capitalização.

§ 1º Os benefícios previdenciários administrados pelo Fundo Financeiro serão custeados exclusivamente pelos recursos previstos no art. 97 - A, § 1º, desta Lei Municipal, sendo a complementação dos valores para o pagamento de benefícios garantida de acordo com o que estabelece o art. 97-C desta Lei Municipal. § 2º Os benefícios previdenciários administrados pelo Fundo Previdenciário serão custeados exclusivamente pelos recursos previstos no art. 97-A, § 2º, desta Lei Municipal. Art. 97C - A insuficiência financeira dos poderes e órgãos, relativa ao Fundo Financeiro, será o resultado da diferença entre o montante das contribuições previdenciárias dos segurados, dos pensionistas e patronais, e as respectivas despesas com pagamento de benefícios previdenciários. Parágrafo Único. A insuficiência financeira decorrente da aplicação desta Lei Municipal, em cada exercício, terá tratamento específico na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que poderá prever transferências financeiras adicionais a cargo do Tesouro do Município. Art. 97D - A falta de recolhimento das contribuições previdenciárias ou do repasse da insuficiência financeira estabelecidos nesta Lei Municipal implicarão em responsabilidade funcional, devendo o RPPS de São Leopoldo comunicá-la ao Conselho de Administração e, quando for o caso, representar ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público, incluindo as providências cabíveis previstas na Lei federal nº 9.983, de 14 de julho de 2000, ressalvada a hipótese de atraso de entrega do duodécimo. Parágrafo Único. As disposições contidas no caput estendem-se ao RPPS de São Leopoldo, no caso do não-pagamento dos benefícios previdenciários previstos nesta Lei Municipal, ressalvada a hipótese de ausência de repasse das contribuições previdenciárias e da insuficiência financeira Art. 97E - Não efetuado o depósito de que trata o art. 97 - C, § único desta Lei Municipal, a insuficiência financeira será suportada pelo Tesouro do Município, cabendo-lhe adotar as medidas legais cabíveis contra o poder ou órgão responsável. Art. 98 - Entende-se como remuneração de contribuição, para os efeitos desta Lei, o vencimento básico do cargo efetivo acrescido de

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77 todas as parcelas de caráter remuneratório e outras vantagens percebidas pelo servidor, conforme estabelecido em Lei, excluídas: Art. 98 - Entende-se como remuneração de contribuição, para os efeitos desta Lei, o vencimento do cargo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei, os adicionais de caráter individual ou quaisquer outras vantagens, excluídas:

I - as diárias;

II - os jetons;

III - a ajuda de custo;

IV - o auxílio para diferença de caixa;

V - o auxílio para transporte;

VI - o auxílio para alimentação;

VII - o salário-família;

VIII - o prêmio por assiduidade;

IX - a gratificação por serviço extraordinário;

X - as férias indenizadas;

XI - o abono de permanência;

XII - a gratificação de difícil acesso;

XIII - os adicionais de insalubridade, penosidade e periculosidade.

XIV - a extensão de carga horária ou jornada de trabalho.

§ 1º - Integram a remuneração de contribuição o valor da gratificação natalina, o salário maternidade, o auxílio-doença e os valores pagos aos segurados, em razão do seu vínculo com o Município, decorrentes de decisão judicial ou administrativa, excluídas as parcelas referidas nos incisos I a XIV. § 2º - A gratificação natalina será considerada, para fins contributivos, separadamente da remuneração de contribuição relativa ao mês em que for paga, e não integrará a média para efeito de cálculo dos benefícios. § 3º - Para o segurado em regime de acumulação remunerada de cargos, considerar-se-á, para fins de incidência da contribuição e concessão de benefícios pelo RPPS, a integralidade da remuneração de contribuição referente a cada cargo. § 4º Conforme estabelecido no Art. 39, § 9º da Constituição c/c o art. 13 da Emenda Constitucional nº 103/2019, § 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo, a contar da data de publicação desta Emenda, sendo que

somente a parcela já incorporada fará parte da composição de remuneração para fins de aposentadoria. Art. 99 - O plano de custeio do RPPS será revisto anualmente ou sempre que se fizer necessário, observadas as normas gerais de atuária, objetivando a manutenção de seu equilíbrio financeiro e atuarial. § 1º - A avaliação da situação financeira e atuarial será realizada por profissional ou empresa de atuária regularmente inscritos no Instituto Brasileiro de Atuária - IBA. § 2º - O Demonstrativo de Resultados da Avaliação Atuarial - DRAA - será encaminhado em cada exercício ao Ministério da Previdência Social, dentro do prazo estipulado pelo respectivo ministério. Art. 100 - As contribuições previdenciárias previstas no Art. 97, bem como aquelas devidas nas hipóteses dos incisos I e II do Art. 17, deverão ser recolhidas até o dia vinte (20) do mês seguinte àquelas a que as contribuições se referem, antecipando o vencimento para o dia útil anterior quando não houver expediente bancário. Parágrafo Único. Na hipótese de alteração na remuneração de contribuição, a complementação do recolhimento de que trata o caput deste artigo ocorrerá no mês subseqüente. Art. 101 - A contribuição previdenciária recolhida ou repassada em atraso incidirá a multa de 2% sobre o valor devido, correção de acordo com o INPC e juros de 0,5% (meio por cento) ao mês. Art. 102 - Salvo na hipótese de recolhimento indevido, não haverá restituição de contribuições pagas ao RPPS. Art. 103 - As despesas do IAPS se constituirão de: I - pagamento dos benefícios previdenciários previstos nesta Lei e no respectivo regulamento; II - pagamento da remuneração do pessoal do Instituto; III - aquisição de material permanente, de consumo e de outros insumos necessários à manutenção e ao funcionamento do IAPS;

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78 IV - desenvolvimento e aperfeiçoamento dos instrumentos de gestão, planejamento e controle das ações na área de previdência do serviço municipal; V - investimentos que assegurem a rentabilidade adequada ao cumprimento do Plano de Benefícios; e VI - outros encargos que lhe forem cometidos por lei. § 1º - As despesas mencionadas nos incisos II a VI deste artigo integrarão a taxa administrativa citada no § 4º, do Art. 97. § 2º - Ficam vedadas outras despesas e desencaixes financeiros de qualquer tipo não previstos explicitamente neste artigo, inclusive a concessão de empréstimos e a utilização do patrimônio do IAPS em operações de aval, fiança e assemelhados. § 3º - Fica o Poder Executivo autorizado a promover a abertura de créditos especiais, com o fim específico de executar o disposto nesta Lei. DE PRESTAÇÃO DE CONTAS Art. 104 - Anualmente, no prazo de 60 (sessenta) dias após o encerramento do exercício, a Direção do IAPS deverá apresentar a prestação de contas que se comporá do seguinte: I - relatório de gestão; e II - demonstrações contábeis e financeiras com as respectivas notas explicativas. Parágrafo Único. A prestação de contas será submetida à apreciação do Conselho Previdenciário, sendo posteriormente encaminhada ao Prefeito Municipal para ser integrada a contabilidade geral e à prestação de contas do Município. DA ADMINISTRAÇÃO DO IAPS Art. 105 - A estrutura organizacional do IAPS, seus cargos de provimento efetivo e comissionado serão regulados por legislação específica. DA CONTAGEM RECÍPROCA DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Art. 110 - O segurado terá direito de computar, para fins de concessão dos benefícios do

Sistema de Previdência Municipal, o tempo de contribuição na administração pública direta federal, estadual e municipal, autárquica e fundacional, bem assim ao Regime Geral de Previdência Social. Art. 111 - O tempo de contribuição será contado de acordo com a legislação pertinente, observadas as seguintes normas: I - não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições especiais; e II - é vedada a contagem de tempo de contribuição no serviço público com o de contribuição na atividade privada, quando concomitantes. Art. 112 - O tempo de contribuição para outros regimes de previdência pode ser provado com certidão fornecida: I - pelo setor competente da administração federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, suas autarquias e fundações, relativamente ao tempo de contribuição para o respectivo regime próprio de previdência; ou II - pelo setor competente do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, relativamente ao tempo de contribuição para a Previdência Social. § 1º - O setor competente do órgão do Sistema de Previdência Municipal deverá promover o levantamento do tempo de contribuição para o Sistema de Previdência Municipal à vista dos assentamentos internos ou, quando for o caso, das anotações funcionais na Carteira do Trabalho e/ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social, ou de outros meios de prova admitidos em direito. § 2º - O setor competente do órgão federal, estadual, do Distrito Federal, municipal ou do Instituto Nacional do Seguro Social deverá promover o levantamento do tempo de contribuição para o respectivo regime próprio de previdência à vista dos assentamentos funcionais. § 3º - Os setores competentes deverão emitir certidão de tempo de contribuição, sem rasuras, constando obrigatoriamente: I - órgão expedidor; II - nome do servidor e seu número de matrícula;

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79 III - período de contribuição, de data a data, compreendido na certidão; IV - fonte de informação; V - discriminação da freqüência durante o período abrangido pela certidão, indicadas as várias alterações, tais como faltas, licenças, suspensões e outras ocorrências; VI - soma do tempo líquido; VII - declaração expressa do servidor responsável pela certidão, indicando o tempo líquido de efetiva contribuição em dias, ou anos, meses e dias; VIII - assinatura do responsável pela certidão, visada pelo dirigente do órgão expedidor; e IX - indicação da lei que assegure, aos servidores da União, do Estado, do Distrito Federal, do Município ou dos trabalhadores vinculados ao Regime Geral de Previdência Social, aposentadorias por invalidez, idade, tempo de contribuição e compulsória, e pensão por morte, com aproveitamento de tempo de contribuição prestado em atividade vinculada ao Sistema de Previdência Municipal. § 4º - A certidão de tempo de contribuição deverá ser expedida em duas vias, das quais a primeira será fornecida ao interessado, mediante recibo passado na segunda via, implicando sua concordância quanto ao tempo certificado. DA JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA Art. 113 - A justificação administrativa constitui recurso utilizado para suprir a falta ou insuficiência de documento ou produzir prova de fato ou circunstância de interesse dos beneficiários, perante o órgão do Sistema de Previdência Municipal. § 1º - Não será admitida a justificação administrativa quando o fato a comprovar exigir registro público de casamento, de idade ou de óbito, ou de qualquer ato jurídico para o qual a lei prescreva forma especial. § 2º - O processo de justificação administrativa é parte de processo antecedente, vedada sua tramitação na condição de processo autônomo. Art. 114 - A justificação administrativa somente produzirá efeito quando baseada em início de

prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal. § 1º - É dispensado o início de prova material quando houver ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito. § 2º - Caracteriza motivo de força maior ou caso fortuito a verificação de ocorrência notória, tais como incêndio, inundação ou desmoronamento, que tenha atingido o órgão ou entidade na qual o segurado alegue ter trabalhado, devendo ser comprovada mediante registro da ocorrência policial feito em época própria ou apresentação de documentos contemporâneos dos fatos, e verificada a correlação entre a atividade da empresa e a profissão do segurado. Art. 115 - A homologação da justificação judicial processada com base em prova exclusivamente testemunhal dispensa a justificação administrativa. Art. 116 - Para o processamento de justificação administrativa, o interessado deverá apresentar requerimento expondo, clara e minuciosamente, os pontos que pretende justificar, indicando testemunhas idôneas, em número não inferior a três nem superior a seis, cujos depoimentos possam levar à convicção da veracidade do que se pretende comprovar. Parágrafo Único. As testemunhas, no dia e hora marcados, serão inquiridas a respeito dos pontos que forem objeto da justificação, indo o processo concluso, a seguir, à autoridade que houver designado o processante, a quem competirá homologar ou não a justificação realizada. Art. 117 - Não podem ser testemunhas: I - os loucos de todo o gênero; II - os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos sentidos que lhes faltam; III - os menores de dezesseis anos; e IV - o ascendente, descendente ou colateral, até o terceiro grau, por consangüinidade ou afinidade; Art. 118 - Não caberá recurso da decisão da autoridade competente do órgão do Sistema de Previdência Municipal que considerar eficaz ou ineficaz a justificação administrativa.

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80 Art. 119 - A justificação administrativa será avaliada globalmente quanto à forma e ao mérito, valendo perante o órgão do Sistema de Previdência Municipal para os fins especificamente visados, caso considerada eficaz. Art. 120 - A justificação administrativa será processada sem ônus para o interessado e nos termos das instruções do órgão do Sistema de Previdência Municipal. Art. 121 - Aos autores de declarações falsas, prestadas em justificações processadas perante o órgão do Sistema de Previdência Municipal, serão aplicadas as penas previstas na legislação penal. Art. 122 - Somente será admitido o processamento de justificação administrativa na hipótese de ficar evidenciada a inexistência de outro meio capaz de configurar a verdade do fato alegado e o início de prova material apresentado levar à convicção do que se pretende comprovar. Art. 123 - Todos os proventos de aposentadoria e pensão atualmente pagos pelo Executivo, Câmara, Fundações e Autarquias municipais, decorrentes de sistema contributivo ou não contributivo, a partir da publicação desta Lei passarão a ser custeados com recursos do IAPS devendo ser integrados ao Fundo Financeiro previsto pelo artigo 97 - A, inciso I desta Lei Municipal. Parágrafo Único. A totalidade dos proventos e das pensões de que trata o caput, serão objetos de repasse financeiro pelos entes municipais ao IAPS até o dia 28 do mês do pagamento. Art. 124 - As contribuições a que se refere o Art. 97 desta Lei serão exigíveis a partir do dia primeiro do mês seguinte ao nonagésimo dia da publicação desta Lei, sendo mantida, até essa data, a obrigatoriedade dos recolhimentos pelas alíquotas então vigentes.

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE SÃO LEOPOLDO/RS.

Art. 1º O Município de São Leopoldo, parte integrante da República Federativa do Brasil e do Estado do Rio Grande do Sul, reger-se-á por esta Lei Orgânica e demais leis que adotar,

respeitados os princípios estabelecidos nas Constituições Federal e Estadual. Art. 2º São órgãos da administração municipal a Prefeitura e a Câmara Municipal. § 1º São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo e o Executivo. § 2º São símbolos do Município a Bandeira, o Hino e o Brasão. § 3º É vedada a delegação de atribuições entre os poderes. § 4º O cidadão investido na função de um deles não pode exercer a de outro. Art. 3º Todo poder emana do povo que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos das Constituições Federal, Estadual e desta Lei Orgânica. Art. 4º É mantido o atual território do Município, cujos limites só podem ser alterados em termos de legislação estadual. Art. 5º A sede do Município dá-lhe o nome e tem a categoria de cidade. Art. 6º O Município, como entidade autônoma e básica da Federação, garantirá vida digna a seus moradores e será administrado: I - com transparência de seus atos e ações; II - com moralidade; III - com a participação popular; e IV - com descentralização administrativa. Parágrafo Único - A autonomia do Município também se expressa: I - pela eleição direta dos Vereadores que compõem o Poder Legislativo municipal; II - pela eleição direta do Prefeito e Vice-Prefeito que compõem o Poder Executivo municipal; e III - pela administração própria no que respeite a seu peculiar interesse. Art. 7º São objetivos fundamentais do Município: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

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81 II - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais nas áreas urbana e rural; e III - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, etnia, sexo e gênero, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 8º O Município promoverá projetos ou programas de assistência integral, social, educacional e de saúde da criança, do adolescente e do idoso, na forma da lei. Art. 9º À comunidade em geral competem a fiscalização e a cobrança do cumprimento da lei maior do Município, direito assegurado pelas Constituições Federal e Estadual. DA COMPETÊNCIA PRIVATIVA Art. 10 Compete ao Município prover tudo quanto respeite a seu interesse local, tendo como objetivo o pleno desenvolvimento de suas funções sociais e a garantia do bem-estar de seus habitantes. Art. 11 Compete ao Município, privativamente, as seguintes atribuições: I - elaborar as leis do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e dos orçamentos anuais; II - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, fixar e cobrar preços, bem como aplicar suas rendas, sem prejudicar balancetes, nos prazos fixados em lei; III - organizar o quadro e estabelecer o regime jurídico único dos servidores públicos; IV - administrar seus bens, adquiri-los e aliená-los, aceitar doações, legados e heranças, e dispor de sua aplicação; V - desapropriar por necessidade, utilidade pública ou por interesse social, nos casos previstos em lei; VI - organizar e prestar diretamente, sob regime de concessão ou permissão ou mediante parcerias público-privadas, os serviços e as obras públicas, ou os que lhe sejam concorrentes; VII - elaborar o plano diretor de desenvolvimento urbano, estabelecendo normas de edificação de loteamentos, de zoneamento urbano e rural e de assentamento, bem como as diretrizes

urbanísticas convenientes à ordenação de seu território, observada a lei federal; VIII - estabelecer servidões necessárias à realização de seus serviços, inclusive as dos seus concessionários; IX - promover o adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso do parcelamento e da ocupação do solo urbano; X - conceder e renovar licenças para a localização e funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais, prestadores de serviço e quaisquer outros; XI - cassar licença que houver concedido a estabelecimento que se tornar prejudicial à saúde, higiene, ao sossego, à segurança, aos bons costumes ou ao meio ambiente, fazendo cessar a atividade ou determinando o fechamento do estabelecimento; XII - regulamentar a utilização dos logradouros públicos e áreas urbanas: a) determinar o itinerário e os pontos de parada dos transportes coletivos; b) fixar os locais de estabelecimento de táxis e demais veículos; c) conceder, permitir ou autorizar serviços de transportes coletivos e de táxis e fixar respectivas tarifas; d) fixar e sinalizar os limites das zonas de silêncio, tráfego e trânsito em condições especiais; e e) disciplinar os serviços de carga e descarga e fixar a tonelagem máxima permitida a veículos que circulam em vias públicas municipais; XIII - regular o tráfego e o trânsito nas vias públicas municipais, atendendo à necessidade de locomoção das pessoas com deficiência; XIV - prover a limpeza das vias e logradouros públicos, a remoção e destino do lixo domiciliar e de outros resíduos de qualquer natureza e dispor sobre a prevenção de incêndios; XV - estabelecer normas de prevenção e controle de ruído, da poluição do meio ambiente, do espaço aéreo e das águas; XVII - interditar edificações em ruínas ou em condições de insalubridade e fazer demolir construções que ameacem a segurança coletiva;

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82 XVIII - regulamentar e fiscalizar as competições esportivas, os espetáculos e divertimentos públicos; XIX - legislar sobre serviços públicos, sua realização, inclusive por consórcios públicos para gestão associada e licitação compartilhada, instalação, distribuição e consumo de serviços de caráter de uso coletivo, no âmbito do Município; XX - dispor sobre os serviços funerários e de cemitérios, fiscalizando os que pertencem a particulares; XXI - organizar-se juridicamente, elaborar suas leis, expedir decretos e atos relativos aos assuntos de interesse local; XXII - regulamentar, licenciar, permitir, autorizar e fiscalizar a fixação de cartazes e anúncios, bem como a utilização de quaisquer outros meios de publicidade e propaganda nos locais sujeitos ao poder de polícia municipal; XXIII - legislar sobre a apreensão e depósito de semoventes, mercadorias e móveis em geral, nos casos de transgressão de leis e demais atos municipais, bem como sobre a forma e condições de venda das coisas apreendidas; XXIV - estabelecer e impor penalidades por infração a suas leis e regulamentos; XXV - assegurar a expedição de certidões requeridas às repartições administrativas municipais, para defesa de direitos e esclarecimentos de situações, estabelecendo os prazos de atendimento; XXVI - prestar assistência nas emergências médico-hospitalares de pronto-socorro, por seus próprios serviços ou mediante convênio com instituições especializadas; XXVII - organizar e manter os serviços de fiscalização necessários ao exercício de seu poder de polícia administrativa; XXVIII - dispor sobre registro, vacinação e captura de animais, com a finalidade precípua de erradicar as moléstias de que possam ser portadores ou transmissores; XXIX - promover os seguintes serviços: a) mercados e feiras; b) construção ou preservação de estradas e caminhos municipais;

c) transportes coletivos municipais; e d) iluminação pública; XXX - legislar sobre assunto de interesse local; XXXI - suplementar a legislação federal e estadual no que couber; XXXII - zelar pela preservação e pelo princípio de continuidade dos projetos essenciais, prioritários e vitais nos aspectos social, educacional e de saúde pública, após as alternâncias no Poder Público; XXXIII - incentivar, valorizar e incrementar ações comunitárias de mobilização popular que beneficiem diretamente a administração municipal e a comunidade; XXXIV - dispor sobre o horário e dias do funcionamento do comércio local; XXXV - promover a defesa sanitária vegetal e animal; XXXVI - amparar a maternidade, a infância, os desvalidos e os idosos, coordenando e orientando os serviços no âmbito do Município; XXXVII - proteger a juventude contra toda exploração, bem como contra fatores que possam conduzi-la ao abandono físico, moral e intelectual; XXXVIII - tomar medidas necessárias para restringir a mortalidade e a morbidez infantis, bem como medidas que impeçam a propagação de doenças transmissíveis; XXXIX - incentivar o comércio, a indústria, a agricultura, o turismo e outras atividades que visem ao desenvolvimento econômico; XL - fiscalizar a produção, a conservação, o comércio e o transporte de gêneros alimentícios destinados ao abastecimento público; XLI - fixar os feriados municipais; XLII - fomentar o desporto, o lazer, a cultura e a recreação como direito de todos, inclusive definindo ruas em cada bairro ou vila a serem utilizadas para tal fim; XLIII - manter e organizar a Guarda Municipal, destinada à proteção de seus bens, serviços e instalações;

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83 XLIV - promover a proteção ambiental, preservando os mananciais e coibindo práticas que ponham em risco a função ecológica da fauna e da flora, provoquem a extinção da espécie ou submetam os animais à crueldade; XLV - promover a acessibilidade nas edificações e logradouros de uso público e seus entornos, bem como a adaptação dos transportes coletivos, para permitir o acesso a eles das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida; XLVI - promover meios de redução da criminalidade; XLVII - prover o tratamento e distribuição de água potável; XLVIII - promover e implementar política de prevenção de acidente de trabalho no funcionalismo municipal; e XLIX - desenvolver ações de prevenção e combate ao tráfico e uso de drogas por crianças, jovens e adolescentes. DA COMPETÊNCIA CONCORRENTE OU SUPLETIVA Art. 12 Compete, ainda, ao Município, em comum com a União ou o Estado ou supletivamente a eles: I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II - cuidar da saúde e assistência pública, higiene e segurança, proteção e garantia das pessoas com deficiência; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - promover e proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; V - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas, preservando as florestas, a fauna e a flora; VI - incentivar a produção de alimentos e organizar seu abastecimento;

VII - promover programas de construção de moradias, a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; VIII - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direito de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seu território; IX - estabelecer e implantar política de educação para segurança no trânsito; X - estimular o melhor aproveitamento da terra, bem como as defesas contra as formas de exaustão do solo; XI - abrir e conservar estradas e caminhos e determinar a execução de serviços públicos; XII - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; XIII - regulamentar e fiscalizar o funcionamento e instalação de elevadores; e XIV - promover a defesa do consumidor.) Art. 13 O Município pode celebrar convênios com a União, o Estado e os Municípios para a execução de suas leis, serviços e decisões, bem como para a execução de encargos análogos a essas esferas. § 1º Os convênios podem visar à realização de obras ou à exploração de serviços públicos de interesse comum. § 2º Pode, ainda, o Município, através de consórcio com outros municípios da mesma comunidade socioeconômica, criar entidades intermunicipais para a realização de obras, atividades ou serviços específicos de interesse comum, devendo ser previamente aprovados por leis dos municípios conveniados. § 3º É permitido delegar entre o Estado e o Município, também por consórcio, os serviços de competência concorrente, assegurados os recursos necessários. Art. 14 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes do Município, visando à promoção do bem público e à prestação de serviços à comunidade e aos indivíduos que a compõem, observará os princípios da legalidade, da moralidade, da impessoalidade, da publicidade, da eficiência, da legitimidade, da

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84 participação, da razoabilidade, da economicidade e da motivação. Art. 15 Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. Art. 16 Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. Parágrafo Único - A compra e a contratação de bens e de serviços comuns serão realizadas pela modalidade pregão. Art. 17 A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Art. 18 A administração municipal é constituída dos órgãos integrados à estrutura administrativa da Prefeitura e de entidades dotadas de personalidade jurídica própria. § 1º Os órgãos da administração direta que compõem a estrutura administrativa da Prefeitura se organizam e se coordenam, atendendo aos princípios técnicos recomendáveis ao bom desempenho de suas atribuições. § 2º As entidades dotadas de personalidade jurídica própria que compõem a administração indireta do Município classificam-se em: I - autarquia, o serviço autônomo criado em lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios para executar atividades típicas de administração pública que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizadas; II - empresa pública, a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio e capital do Município, criada por lei para a exploração de atividades econômicas que

o Município seja levado a exercer por força de contingência ou conveniência administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito; III - sociedade de economia mista, a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para exploração de atividades econômicas, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria, ao Município ou à entidade administrativa indireta; e IV - fundação pública, a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada em virtude de autorização legislativa para o desenvolvimento das atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio, gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos do Município e de outras fontes. Art. 19 A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei. Art. 20 Empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação pública só poderão ser criadas por lei específica. Parágrafo Único - Depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no artigo, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada. Art. 21 Todos os órgãos do Município devem prestar, em 10 (dez) dias, as informações requisitadas pelas Comissões de Inquérito, bem como fornecer os materiais e documentos pertinentes. Art. 22 As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviços públicos, responderão pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros, assegurando o direito de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa. Art. 23 Os atos de improbidade administrativa acarretarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, observado o disposto em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

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85 Art. 24 A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII, da Constituição Federal; e III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. DOS ATOS MUNICIPAIS

DA PUBLICAÇÃO Art. 25 A publicação das leis e atos municipais far-se-á sempre em órgão da imprensa oficial, quando houver, e, em sendo inexistente, obedecerá à seguinte ordem: I - em um órgão da imprensa local; e II - afixação na sede da Prefeitura e Câmara. § 1º A escolha do órgão de imprensa para a divulgação das leis e atos administrativos far-se-á através de licitação. § 2º Nenhum ato produzirá efeito antes de sua publicação. § 3º A publicação dos atos não normativos, pela imprensa, poderá ser resumida. Art. 26 O Poder Executivo fará publicar, com ampla divulgação, inclusive por meio da internet, os seguintes relatórios fiscais: I - relatório resumido da execução orçamentária; II - relatório de gestão fiscal. DO REGISTRO Art. 27 O Município manterá os livros que forem necessários ao registro e, obrigatoriamente, os de: I - termo de compromisso e posse;

II - declaração de bens; III - atas das sessões da Câmara; IV - registros de leis, decretos, resoluções, regulamentos, instruções e portarias; V - cópia de correspondência oficial; VI - protocolo, índices de papéis e livros arquivados; VII - licitações e contratos para obras e serviços; VIII - contratos de servidores; IX - contratos em geral; X - contabilidade e finanças; XI - concessões e permissões de bens imóveis e de serviços; e XII - registros de loteamento aprovados. § 1º Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo Prefeito ou pelo Presidente da Câmara, conforme o caso, ou por funcionário designado para tal fim. § 2º Os livros referidos neste artigo poderão ser substituídos por fichas ou outro sistema, com as prevenções à sua autenticidade. § 3º Os livros, fichas ou outro sistema estarão abertos a consultas de qualquer cidadão, bastando, para tanto, apresentar requerimento. DA FORMA Art. 28 Os atos administrativos de competência do Prefeito devem ser expedidos em observação e obediência às seguintes normas: I - decreto numerado em ordem cronológica, nos seguintes casos: a) regulamentação de lei; b) instituição, modificação ou extinção de atribuições não constantes em lei; c) regulamentação interna dos órgãos que forem criados na administração municipal; d) abertura de créditos especiais e suplementares até o limite autorizado por lei, assim como de créditos extraordinários; e) declaração de utilidade pública ou interesse social, para fins de desapropriação ou de servidão administrativa;

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86 f) aprovação de regulamento ou de regimento das entidades que compõem a administração municipal; g) permissão de uso dos bens municipais; h) medidas executórias do plano diretor de desenvolvimento integrado; i) normas de efeitos externos, não privativas de lei; j) fixação e alteração de preços; e l) criação, extinção, declaração ou modificação de direitos dos administrados, não privativos de lei; II - portaria, nos seguintes casos: a) provimento e vacância nos quadros de pessoal; b) abertura de sindicância e processos administrativos, aplicação de penalidades e demais atos individuais de efeitos internos; c) lotação e relotação nos quadros de pessoal; e d) outros casos determinados em lei ou decreto; III - contrato, nos seguintes casos: a) admissão de servidores para os serviços de caráter temporário, nos termos desta Lei Orgânica; e b) execução de obras e serviços municipais, nos termos da lei. DAS CERTIDÕES Art. 29 O Poder Executivo e o Poder Legislativo são obrigados a fornecer a qualquer interessado, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, certidões dos atos, contratos e decisões, desde que requeridas para fim de direito determinado, sob pena de responsabilidade da autoridade ou servidor que negar ou retardar a sua expedição; no mesmo prazo, deverão atender às requisições judiciais, se outro não for fixado pelo Juiz. Parágrafo Único - As certidões relativas ao Poder Executivo serão fornecidas pelo Secretário da Administração da Prefeitura, exceto as declaratórias de efetivo exercício do Prefeito, que serão fornecidas pelo Presidente da Câmara. DOS BENS MUNICIPAIS Art. 30 Constituem o patrimônio municipal os bens imóveis, móveis e semoventes, os direitos e ações que, a qualquer título, pertençam ao Município.

Art. 31 Todos os bens municipais deverão ser cadastrados com a identificação respectiva, numerando-se os móveis segundo for estabelecido em regulamento. Art. 32 Pertencem ao patrimônio municipal as terras devolutas que se localizarem dentro de seus limites. Art. 33 Os bens patrimoniais do Município deverão ser classificados: I - pela natureza; e II - em relação a cada serviço. Parágrafo Único - Deverá ser feita, anualmente, a conferência da escrituração patrimonial com os bens existentes e, na prestação de contas de cada exercício, será incluído o inventário de todos os bens municipais. Art. 34 A alienação de bens municipais, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será sempre precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e concorrência pública, dispensada esta nos casos de doação ou permuta; e II - quando móveis, dependerá apenas de concorrência pública, dispensada esta no caso de doação, que será permitida exclusivamente para fins assistenciais ou quando houver interesse público relevante, justificado pelo Executivo. Art. 35 O Município, preferencialmente à alienação ou à doação de seus bens imóveis, outorgará concessão de direito real de uso, mediante prévia autorização legislativa e concorrência pública. § 1º A concorrência poderá ser dispensada por lei, quando o uso se destinar à concessionária de serviço público, a entidades assistenciais ou quando houver relevante interesse público, devidamente justificado. § 2º A alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de áreas urbanas remanescentes e inaproveitáveis para edificação, resultantes de obras públicas, dependerá apenas de licitação; as áreas resultantes de modificações de alinhamento serão alienadas nas mesmas condições, sejam aproveitáveis ou não.

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87 Art. 36 A aquisição de bens imóveis por compra ou permuta, nos casos em que não houver previsão específica no plano plurianual, nas diretrizes orçamentárias e no orçamento anual, dependerá de prévia avaliação e autorização legislativa. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 11/2009) Art. 37 É proibida a alienação, doação ou concessão de uso de qualquer fração dos parques, praças, jardins ou largos públicos, salvo pequenos espaços destinados à venda de jornais, revistas ou refrigerantes. Art. 38 O uso de bens municipais, bem como a exploração de serviços por terceiros poderão ser feitos mediante concessão, permissão ou autorização, conforme o caso e o interesse público exigir. § 1º A autorização e a permissão de uso far-se-ão por ato negocial unilateral da Administração, no qual estarão previstas as condições de utilização do imóvel, sua destinação obrigatória e hipótese de extinção antecipada da outorga, por ato unilateral da municipalidade. § 2º A concessão de uso de bens públicos municipais, de uso especial ou dominical, dependerá de lei e concorrência pública, formalizando-se, ao final, mediante contrato administrativo. § 3º A permissão de uso e a autorização de uso serão outorgadas em caráter precário, mediante decreto do Chefe do Exercício. Art. 39 Poderão ser cedidas a particulares, para serviços transitórios, máquinas operadoras da Prefeitura, desde que não haja prejuízos para os trabalhos do Município, e o interessado recolha previamente a remuneração arbitrada e assine o termo de responsabilidade pela conservação dos bens. Art. 40 A utilização e administração de bens públicos de uso especial, como mercados, estações, recinto de espetáculos e campos de esportes, serão feitas na forma da lei e regulamentos respectivos. DAS OBRAS E SERVIÇOS MUNICIPAIS Art. 41 A execução das obras e serviços públicos municipais deverá ser sempre precedida de projeto elaborado segundo as normas técnicas adequadas.

Parágrafo Único - As obras e serviços públicos serão executados diretamente pela Prefeitura, por suas autarquias e, indiretamente, por terceiros, mediante licitação. Art. 42 É vedado à empresa inadimplente com a Previdência Social ou infratora da legislação trabalhista celebrar, a qualquer título, com órgãos da administração pública municipal direta ou autarquias, vedando-se-lhe igualmente qualquer benefício fiscal ou creditício. Art. 43 São tributos da competência municipal: I - imposto sobre: a) a propriedade predial e territorial urbana; b) a transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição; d) serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, da Constituição Federal, definidos em lei complementar; II - taxas; III - contribuição de melhoria; e IV - contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto nos incisos I e II do art. 150 da Constituição Federal. § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, da Constituição Federal, o imposto previsto na alínea "a" do inciso I deste artigo poderá: I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. § 2º O imposto previsto na alínea "b" do inciso I deste artigo: I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; e II - compete ao Município da situação do bem.

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88 § 3º Em relação ao imposto previsto na alínea "d" do inciso I deste artigo, cabe à lei complementar: I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; e II - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais que serão concedidos ou revogados. Art. 44 Cabem, ainda, ao Município os tributos e outros recursos que lhe sejam conferidos pela União ou pelo Estado, conforme a Constituição Federal. Art. 45 As taxas só poderão ser instituídas por lei, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos, específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição pelo Município. Art. 46 A contribuição de melhoria poderá ser cobrada dos proprietários de imóveis valorizados por obras públicas municipais, tendo como total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Art. 47 Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultando à administração municipal, especialmente, conferir efetividade a esses objetivos e identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. Parágrafo Único - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. Art. 48 O Município poderá instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de sistemas de previdência e assistência social. Art. 49 Determina-se a distribuição, no Município, dos valores provenientes da arrecadação das multas por infração às normas de trânsito, em cumprimento ao disposto na Constituição Estadual. Art. 50 A concessão de anistia, remissão ou isenção que envolva matéria tributária ou dilatação de prazos de pagamento de tributo só poderá ser feita com autorização legislativa,

exigida, para a sua aprovação, maioria absoluta de seus membros. Parágrafo Único - O benefício não será concedido: I - por mais de uma vez à mesma pessoa física ou jurídica, ou, tratando-se desta última, a quem lhe tenha sucedido, nos casos de extinção, incorporação, fusão ou cisão; II - por mais de uma vez no período de quinze anos, quando incidir sobre o fato gerador do tributo; e III - à pessoa jurídica cujo débito tributário tenha sido gerado por negligência ou má-fé. Art. 51 A receita municipal constituir-se-á da arrecadação dos tributos municipais, da participação em tributos da União e do Estado, dos recursos resultantes do Fundo de Participação dos Municípios e da utilização de seus bens, serviços, atividades e de outros ingressos. Art. 52 Pertencem ao Município: I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre rendimentos pagos, a qualquer título, pela administração direta, autarquia e fundações municipais; II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis situados no Município; III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados no território municipal; e IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e de prestações de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Art. 53 Afixação de preços públicos, devidos pela utilização de bens, serviços e atividades municipais, será feita pelo Prefeito, mediante lei aprovada pelo Poder Legislativo. § 1º As tarifas dos serviços públicos deverão cobrir seus custos, sendo reajustáveis, quando se tornarem deficientes ou excedentes.

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89 § 2º Não se aplica o contido no presente artigo, quando os serviços forem realizados por concessão ou permissão. Art. 54 Nenhum contribuinte será obrigado ao pagamento de qualquer tributo lançado pela Prefeitura sem prévia notificação. § 1º Considera-se notificação a entrega do aviso de lançamento no domicílio fiscal do contribuinte, nos termos de legislação federal pertinente. § 2º Do lançamento do tributo cabe recurso ao Prefeito, assegurado para sua interposição o prazo de 15 (quinze) dias contados da notificação. Art. 55 O Poder Público, Prefeitura Municipal, Câmara de Vereadores, Autarquias, Fundações Municipais e Sociedades de Economia Mista somente poderão aplicar recursos pagar funcionários e prestadores de serviço, através da rede oficial de Bancos e Caixas Econômicas. DOS ORÇAMENTOS Art. 56 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; e III - os orçamentos anuais. § 1º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária. § 2º Os planos e programas setoriais previstos nesta Lei Orgânica Municipal serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pela Câmara Municipal. § 3º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo do efeito sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. § 4º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

Art. 57 A despesa pública atenderá aos princípios estabelecidos na Constituição Federal e às normas de direito financeiro. Art. 58 Nenhuma despesa será ordenada ou satisfeita, sem que exista disponível recurso de crédito votado pela Câmara, salvo a que correr por conta de crédito extraordinário. Art. 59 Nenhuma lei que crie ou que aumente a despesa será executada, sem que dela conste a indicação do recurso para atendimento do correspondente encargo. rt. 61 Os projetos de lei sobre o plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais serão enviados pelo Prefeito ao Poder Legislativo nos seguintes prazos: I - o projeto de lei do plano plurianual, até 30 de julho do primeiro ano do mandato do Prefeito; II - o projeto de diretrizes orçamentárias, anualmente, até 31 de agosto; e III - os projetos de lei dos orçamentos anuais, até 31 de outubro de cada ano. Art. 62 A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública Municipal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. Art. 63 A lei de diretrizes orçamentárias será aprovada pela Câmara Municipal até 31 de julho de cada ano e compreenderá as metas e prioridades da Administração Pública Municipal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual e disporá sobre as alterações na legislação tributária. Parágrafo Único - O Poder Executivo deverá publicar, previamente, versão simplificada das diretrizes orçamentárias, acompanhadas de mapas, gráficos, quadros e outras formas de comunicação visual, de modo que possa estudar, com clareza, em que a municipalidade vai gastar recursos.

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90 Art. 64 A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos poderes do Município, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público municipal; II - o orçamento de investimento das empresas em que o Município, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; e III - orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades a ela vinculadas, da administração direta e indireta, bem como dos fundos instituídos pelo Poder Público. Art. 65 A lei orçamentária anual deverá ser apresentada em valores mensais para todas as suas receitas e despesas em nível global, para permitir seu acompanhamento orçamentário por parte do Executivo e do Legislativo. Art. 67 Os planos e os programas serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Poder Legislativo. Art. 68 As propostas das leis do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual ficarão na secretaria da Câmara de Vereadores, à disposição dos interessados; no máximo, 3 (três) dias após o recebimento das propostas, o Poder Legislativo informará, através da imprensa local, que estão à disposição para consulta das pessoas ou entidades. Art. 69 As emendas serão apresentadas na Comissão, no prazo máximo de 5 (cinco) dias antes da primeira votação, que as apreciará na forma regimental e emitirá parecer. Art. 70 Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pela Comissão Permanente de Orçamento e Finanças, à qual caberá: I - examinar e emitir parecer sobre os projetos e as contas apresentadas anualmente pelo Prefeito; e II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas de investimentos e exercer o acompanhamento e fiscalização orçamentária, sem prejuízo de atuação das demais Comissões da Câmara.

§ 1º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modificam somente podem ser aprovados, caso: I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; e II - indiquem os recursos necessários, admitindo apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: a) dotação para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; ou III - sejam relacionados: a) com a correção de erros ou omissões; b) com os dispositivos do texto do projeto de lei; e c) não alterem a produção total do orçamento anual. § 2º Os recursos que, em decorrência do veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa. Art. 71 Os projetos de lei de que trata o artigo 61, após apreciação do Poder Legislativo, deverão ser encaminhados para a sanção nos seguintes prazos: I - o projeto de lei do plano plurianual, até 15 de agosto do primeiro ano do mandato do Prefeito; II - o projeto de lei das diretrizes orçamentárias, anualmente, até 15 de outubro; e III - os projetos de lei dos orçamentos anuais, até 15 de dezembro de cada ano. Art. 72 É de competência do Poder Executivo a iniciativa das leis orçamentárias e das que abram créditos, fixem os vencimentos e vantagens dos servidores públicos, concedam subvenção ou auxílio ou, de qualquer modo, autorizem, criem ou aumentem a despesa pública. Art. 73 As entidades autárquicas do Município terão seus orçamentos definidos em lei. § 1º Os orçamentos das entidades referidas neste artigo vincular-se-ão ao orçamento do Município pela inclusão:

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91 a) como receita, salvo disposição legal em contrário, do saldo positivo previsto entre os totais das receitas e despesas; e b) como subvenção econômica na receita do orçamento da beneficiária, salvo disposição legal em contrário, do saldo negativo previsto entre os totais das receitas e despesas. § 2º Os investimentos ou inversões financeiras do Município, realizados por intermédio das entidades, serão classificados como receita de capital destas e despesas de transferências daquele. § 3º As previsões de depreciação serão computadas para efeito de apuração do saldo líquido das mencionadas entidades. Art. 76 O Município, para execução de projetos, programas, obras, serviços ou despesas cuja execução se prolongue além de um exercício financeiro, deverá elaborar os orçamentos plurianuais de investimentos. Parágrafo Único - As dotações anuais dos orçamentos plurianuais deverão ser incluídas no orçamento de cada exercício, para utilização do respectivo crédito. Art. 77 O orçamento será uno, incorporando-se, obrigatoriamente, à receita todos os tributos, rendas e suprimentos de fundos, incluindo-se, discriminadamente, na despesa, as dotações necessárias ao custeio de todos os serviços municipais. Art. 78 São vedados: I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais; III - a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais, com finalidade precisa, aprovados pela Câmara por maioria absoluta; IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se refere a Constituição Federal, a destinação de recursos para a manutenção e desenvolvimento

do ensino, como determinado por esta Lei Orgânica, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita; V - a abertura de crédito suplementar ou especial, sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra, ou de um órgão para outro sem prévia autorização legislativa; VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e de seguridade social, para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos; e IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa. § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado, sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que foram autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente. § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de calamidade pública. Art. 79 A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar federal. § 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:

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92 I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; e II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. § 2º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, o Município adotará as seguintes providências: I - redução em, pelo menos, vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; e II - exoneração dos servidores não estáveis. § 3º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. § 4º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus à indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. § 5º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. Art. 80 A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Município e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pela Câmara Municipal, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Parágrafo Único - Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Art. 81 O controle externo, a cargo da Câmara Municipal, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado. Art. 82 A prestação de contas do Prefeito, referente à gestão financeira do ano anterior, será apreciada pela Câmara até 60 (sessenta) dias após o recebimento do respectivo parecer emitido pelo Tribunal de Contas do Estado, o qual somente deixará de prevalecer por decisão de 2/3 (dois terços) de seus membros. Art. 83 Para os efeitos dos artigos anteriores, o Prefeito deverá remeter à Câmara e ao Tribunal de Contas do Estado, até trinta e um (31) de março, as contas relativas à gestão financeira municipal do exercício imediatamente anterior, tanto da administração direta, quanto da administração indireta. Art. 84 As contas relativas à aplicação dos recursos recebidos da União e do Estado serão prestadas pelo Prefeito na forma da legislação federal e estadual, sem prejuízo da sua inclusão na prestação de contas referida no artigo anterior. Art. 85 Se o Executivo não prestar contas até 31 (trinta e um) de março, a Câmara elegerá uma comissão para tomá-las com acesso e poderes para examinar a escrituração e comprovantes de receita e despesa do Município. Art. 86 Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos do Município; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração municipal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; e III - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas do Estado, sob pena de responsabilidade solidária.

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93 § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas do Estado. Art. 87 As contas do Município ficarão, durante 60 (sessenta) dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. Art. 89 Ao Município é vedado: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II - recusar fé aos documentos públicos; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si; IV - subvencionar ou auxiliar, de qualquer modo, com recursos pertencentes aos cofres públicos, quer pela imprensa, rádio, televisão, serviços de alto-falante ou qualquer outro meio de comunicação, propaganda político-partidária ou fins estranhos à administração; V - realizar publicidade que não tenha caráter educativo, informativo ou de orientação social, proibidos nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores da divulgação de atos, programas, obras, serviços e campanhas de órgãos públicos; VI - outorgar isenções e anistias fiscais ou permitir a remissão de dívidas, sem interesse público justificado, sob pena de nulidade do ato; VII - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; VIII - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situações equivalentes, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

IX - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino; X - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; e b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; XI - utilizar tributo com efeito de confisco; XII - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; e XIII - instituir imposto sobre: a) patrimônio, renda ou serviços da União, do Estado e de outros Municípios; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei federal; e d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. § 1º A vedação do inciso XIII, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. § 2º As vedações do inciso XIII, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. § 3º As vedações expressas no inciso XIII, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

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94 Art. 90 A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto com valor igual para todos e nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

III - iniciativa popular no processo legislativo;

IV - participação popular no aperfeiçoamento democrático de suas instituições; e

V - ação fiscalizadora sobre a administração pública

. Art. 92 O plebiscito será utilizado para questões fundamentais de interesse do Município, da cidade ou de bairros. § 1º O plebiscito poderá ser convocado: I - pelo Poder Executivo; II - pela maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal; e III - por iniciativa popular, através da manifestação de, pelo menos, 5% (cinco por cento) do eleitorado do Município, cidade ou de bairro, conforme o interesse em questão. § 2º As situações aludidas nos incisos do parágrafo anterior são soberanas, autônomas e não conflitantes entre si. § 3º É de responsabilidade do Poder Executivo toda a infra estrutura necessária, bem como sua ampla divulgação, cabendo ao Conselho Popular e entidades da sociedade, no âmbito do bairro, cidade ou município, sua organização. Art. 93 O referendo será utilizado em todas as decisões de competência exclusiva ou não da Câmara Municipal desde que: I - aprovado por maioria absoluta; II - o Poder Executivo entenda necessário; e III - haja manifestação favorável de, pelo menos, 5%(cinco por cento) do eleitorado do Município, da cidade ou de bairro, conforme o interesse em questão. Art. 94 Fica instituída, na forma da lei, a Tribuna Popular na Câmara Municipal de São Leopoldo.

§ 1º Podem fazer uso da Tribuna Popular entidades sindicais com sede em São Leopoldo, entidades representativas de moradores ou outras entidades que tenham atuação no âmbito municipal, reconhecidas e/ou registradas como tais. § 2º Poderão ocupar a Tribuna Popular entidades que, mesmo não tendo caráter municipal, venham a apresentar questões de relevância para a população de São Leopoldo. § 3º O Regimento Interno deverá disciplinar as situações no uso da palavra de representantes populares; sempre, após encerrada a participação de qualquer entidade representativa da sociedade, qualquer Vereador, querendo, poderá fazer uso da palavra para falar sobre a matéria tratada. DOS CONSELHOS POPULARES Art. 95 Além das diversas formas de participação popular previstas nesta Lei Orgânica, fica assegurada a existência de Conselhos Populares. Art. 96 Os Conselhos Populares são órgãos de participação da comunidade na administração municipal, com poderes para planejar e fiscalizar. Art. 97 Os Conselhos Populares são autônomos e soberanos para definir sua forma de organização, funcionamento, atribuições e composição. DA FISCALIZAÇÃO POPULAR Art. 98 Todo cidadão tem direito de ser informado dos atos da administração municipal. Parágrafo Único - Compete à administração municipal garantir os meios para que a informação se realize. Art. 99 Toda entidade da sociedade regularmente registrada poderá fazer pedido de informação sobre ato ou projeto da administração, que deverá responder à solicitação no prazo de 30 (trinta) dias ou justificar a impossibilidade da resposta. § 1º Caso a resposta não satisfaça, o requerente poderá reiterar o pedido, especificando suas demandas, para o que a autoridade terá novamente o mesmo prazo.

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95 § 2º A resposta dada pela autoridade ao pedido de informação será apresentada em reunião ordinária do respectivo Conselho. § 3º Caso o Conselho divirja da resposta dada, comunicará à autoridade que poderá corrigi-la ou mantê-la. Art. 100 A fim de discutir o orçamento municipal, durante 60 (sessenta) dias anteriores à sua aprovação, toda entidade da sociedade, legalmente constituída e/ou em funcionamento há pelo menos dois anos, poderá solicitar audiências públicas com a presença do Prefeito ou seu Secretariado, para questionamentos e explicações. Parágrafo Único - A solicitação deverá ser feita, no mínimo, até uma semana antes da data prevista para a reunião. Art. 101 Toda entidade da sociedade de âmbito municipal ou, caso não sendo, que tiver mais de duzentos filiados ou associados poderá requerer ao Prefeito ou à outra autoridade do Município a realização de audiência pública, para que se esclareça determinado ato ou projeto da administração. § 1º A audiência deverá ser concedida no prazo máximo de 20 (vinte) dias, devendo ficar, à disposição da população, toda a documentação atinente ao tema. § 2º Da audiência pública deverão participar, além da entidade requerente, cidadãos e entidades interessadas que terão direito à voz. Art. 102 Também, proceder-se-á, mediante audiência pública: I - a projetos de licenciamento que envolvam impacto ambiental; e II - a atos que envolvam a conservação ou modificação do patrimônio arquitetônico, histórico, artístico ou cultural do Município. DO PODER LEGISLATIVO Art. 103 O Poder Legislativo do Município é exercido pela Câmara Municipal de Vereadores. Art. 104 Fica fixado em 13 (treze) o número de Vereadores da Câmara Municipal de São Leopoldo, conforme preceitua a Constituição Federal, e de acordo com a nova interpretação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), realizada

através da Resolução nº 21.702, que segue em anexo a esta emenda. Art. 105 Os vereadores, prestando compromisso nos termos do Regimento Interno, tomarão posse e deverão fazer declaração de seus bens, que deverá constar na ata do dia primeiro de janeiro do primeiro ano de cada legislatura. Parágrafo Único - A declaração de bens de que trata este artigo deve ser atualizada anualmente, podendo o Vereador optar em apresentar cópia da sua declaração de renda pessoa física. Art. 106 As deliberações da Câmara e suas Comissões serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria de seus membros, salvo disposição em contrário nas Constituições Federal ou Estadual e nesta Lei Orgânica, exigindo quorum superior qualificado. Art. 107 Compete à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito: I - legislar sobre todas as matérias atribuídas explícita ou implicitamente pelos Municípios, pelas Constituições Federal e Estadual, pelas leis em geral, por esta Lei Orgânica e, especialmente, sobre: a) o exercício dos poderes municipais; b) o regime jurídico dos servidores municipais; e c) a denominação das servidões, bairros, logradouros públicos, ruas e avenidas; II - votar: a) o plano plurianual; b) as diretrizes orçamentárias; e c) os orçamentos anuais; III - elaborar as leis complementares à Lei Orgânica; IV - legislar sobre os tributos de competência municipal; V - legislar sobre a criação e extinção de cargos e funções, bem como fixar e alterar vencimentos e outras vantagens pecuniárias; VI - decretar, estipulando as condições, pelo voto da maioria dos vereadores, o arrendamento, o aforamento ou a alienação de próprios municipais, bem como a aquisição de outros,

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96 salvo quando se tratar de doação ao Município, sem encargo; VII - legislar sobre a concessão de serviços públicos do Município; VIII - dispor sobre a divisão territorial do Município, planejamento urbano, uso, parcelamento e ocupação do solo; IX - criar, reformar ou extinguir repartições municipais, assim entendidas as que forem diretamente subordinadas ao Prefeito; X - decidir sobre a criação de empresas públicas, empresas de economia mista, autarquias ou fundações públicas; XII - deliberar sobre empréstimos e operações de crédito, a forma e os meios de seu pagamento e respectivas aplicações, respeitada a legislação federal; XIII - transferir, temporária ou definitivamente, a sede do Município, quando o interesse público o exigir; e XIV - cancelar, nos termos da lei, a dívida ativa do Município, autorizar a suspensão de sua cobrança e a relevação de ônus e juros. Art. 108 O processo legislativo, exceto casos especiais dispostos nesta Lei Orgânica, só se completa com a sanção do Prefeito Municipal. Art. 109 Em defesa do bem comum, a Câmara pronunciar-se-á sobre qualquer assunto de interesse público. Art. 110 É de competência privativa da Câmara Municipal: I - dar posse ao Prefeito, Vice-Prefeito, conhecer sua renúncia ou afastá-los definitivamente do cargo ou dos limites da delegação legislativa, nos casos indicados na Constituição Federal, nesta Lei Orgânica e demais legislações aplicáveis; II - conceder licença ao Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores para afastamento do cargo; III - autorizar o Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores, por necessidade de serviço, a ausentar-se do Município por mais de 10 (dez) dias; IV - zelar pela preservação de sua competência administrativa, sustando os atos normativos do

Poder Executivo que exorbitem o poder regulamentador dos limites da delegação legislativa e que se mostrem contrários ao interesse público; V - exercer a fiscalização da administração financeira e orçamentária do Município com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado e julgar as contas do Prefeito; VI - fiscalizar e controlar diretamente os atos do Poder Executivo, incluindo os da administração indireta; VII - solicitar informações por escrito ao Executivo sobre assuntos referentes à administração, a serem prestadas no prazo de 30 (trinta) dias, a contar do recebimento do pedido; VIII - convocar os Secretários Municipais ou Diretores equivalentes para prestar informações sobre assuntos inerentes as suas atribuições, em audiência aberta ao público, cabendo-lhes 3 (três) dias úteis, antes do comparecimento, para enviar à Câmara exposição das informações solicitadas; IX - criar comissões especiais de inquérito; X - julgar o Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores, nos casos previstos em lei; XI - representar, pela maioria de seus membros, para efeito de intervenção no Município; XII - fixar os subsídios de seus membros, do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais, nos termos da legislação federal: a) o subsídio será fixado no máximo 30 (trinta) dias antes do pleito de cada legislatura; e b) não fixada no prazo da alínea "a", manter-se-á a remuneração anterior; XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação e transformação de cargos, empregos e funções de seus servidores e fixação da respectiva remuneração, observando os parâmetros legais, especialmente a Lei de Diretrizes; XIV - elaborar o seu Regimento Interno; XV - eleger anualmente sua Mesa Diretora, bem como destituí-la; XVI - deliberar sobre assuntos de sua economia interna;

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97 XVII - emendar a Lei Orgânica ou reformá-la; XVIII - mudar, temporária ou definitivamente, a sua sede; e XIX - ouvir, em audiência, em sessões da Câmara ou das Comissões, as representações das entidades civis. DOS VEREADORES Art. 111 Os Vereadores gozam de garantias asseguradas pela Constituição Federal, quanto à inviolabilidade por suas palavras e votos, no exercício do mandato e no âmbito da circunscrição do Município. Art. 112 Os Vereadores não poderão: I - desde a expedição do diploma: a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, no âmbito e em operações no Município, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; e b) exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea anterior, salvo se já se encontrasse no seu exercício antes da diplomação, havendo compatibilidade entre o horário normal das entidades e as atividades no exercício do mandato; II - desde a posse: a) ser diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com privilégio, isenção ou favor, em virtude de contrato com a administração pública municipal; b) ocupar outro cargo público que seja demissível ad nutum; e c) patrocinar causa contra pessoa jurídica de direito público. Art. 113 Perderá o mandato o Vereador: I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar ou atentatório às instituições vigentes;

III - que se utilizar do mandato para a prática de atos de corrupção ou de improbidade administrativa; IV - que deixar de comparecer, injustificadamente, a 5 (cinco) sessões contínuas ou a 10 (dez) intercaladas, de cada sessão legislativa; e V - que fixar domicílio eleitoral fora do Município. Parágrafo Único - A perda do mandato será declarada pela Câmara por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da Mesa ou de Partido Político representado na Casa, assegurada ampla defesa. Art. 114 Não perderá o mandato o Vereador: I - investido em cargo de Secretário Municipal ou Diretor de autarquias do Município, quando poderá optar pela remuneração do mandato, devendo, entretanto, licenciar-se, enquanto no exercício daquele; ou II - licenciado por motivo de doença ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular. Parágrafo Único - O suplente será convocado nos casos de vaga decorrente dos incisos e nos do artigo anterior. Art. 115 O subsídio dos Vereadores será fixado por lei, em cada legislatura para a legislatura subsequente, respeitados os limites e critérios previstos na Constituição Federal e o prazo determinado nesta Lei Orgânica Municipal. Parágrafo Único - Os Vereadores serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, em obediência, em qualquer caso, ao disposto no art. 37, X e XI, da Constituição Federal. Art. 116 A Câmara Municipal reúne-se, anualmente, independentemente de convocação, em sua sede, em sessão legislativa ordinária, do dia 01 de fevereiro a 31 de dezembro. Parágrafo Único - Durante a sessão legislativa, a secretaria da Câmara e seus serviços funcionam diariamente aos dias úteis. Art. 117 No primeiro dia do ano de cada legislatura, cuja duração coincide com o mandato

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98 do Prefeito e dos Vereadores, a Câmara reúne-se para dar posse aos Vereadores, ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e para eleger sua Mesa Diretora, Comissão Representativa e Comissões Permanentes, na forma do Regimento Interno. Parágrafo Único - Nos demais anos da legislatura, a Mesa Diretora será eleita em conformidade com o Regimento Interno da Câmara de Vereadores e tomará posse no dia 2 de janeiro. Art. 118 A convocação extraordinária da Câmara cabe ao seu Presidente, a 1/3 (um terço) de seus membros, à Comissão Representativa ou ao Prefeito. § 1º Nas sessões legislativas extraordinárias, a Câmara somente pode deliberar sobre matéria da convocação. § 2º Para as reuniões extraordinárias, a convocação dos Vereadores será pessoal, através de notificação escrita, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas. § 3º A convocação extraordinária da Câmara Municipal poderá ser feita em qualquer época, através de iniciativa popular, para fins de discussão e deliberação de projetos de lei e demais assuntos de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através da manifestação de, pelo menos, 5% (cinco por cento) do eleitorado. Art. 119 As sessões da Câmara serão públicas. Art. 120 Na Comissão Representativa e nas Comissões da Câmara, será assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos. Art. 121 A Câmara Municipal funciona com a presença, no mínimo, da maioria de seus membros, e as deliberações são tomadas por maioria de votos dos presentes, salvo os casos previstos nesta Lei Orgânica e no Regimento Interno. § 1º Quando se tratar da votação de matérias que exijam quorum da maioria absoluta, o número mínimo prescrito é de 2/3 (dois terços) de seus membros, e as deliberações são tomadas pelo voto da maioria absoluta dos Vereadores.

§ 2º Nos projetos de iniciativa privativa do Prefeito Municipal, não será admitida emenda que aumente a despesa prevista, salvo o disposto na Constituição Federal. § 3º O Presidente da Câmara vota somente quando houver empate, quando a matéria exigir presença de 2/3 (dois terços) e nas votações secretas. Art. 123 Anualmente, dentro de 60 (sessenta) dias do início da sessão legislativa, a Câmara receberá, em sessão especial, o Prefeito, que informará, através de relatório, o estado em que se encontram os assuntos municipais. Parágrafo Único - Sempre que o Prefeito manifestar propósito de expor assuntos de interesse público, a Câmara recebê-lo-á, em sessão previamente designada. Art. 124 Independentemente de convocação, quando o Secretário Municipal ou Diretor de Autarquia desejar prestar esclarecimento ou solicitar providências legislativas a qualquer Comissão, esta designará dia e hora para ouvi-lo. Art. 125 A Câmara terá comissões permanentes e especiais. Art. 126 Compete às comissões permanentes, em razão da matéria: I - discutir e votar matérias que dispensem, na forma do Regimento Interno, a competência do Plenário; II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; III - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; IV - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; e V - exercer, no âmbito de sua competência, a fiscalização dos atos do Executivo e da Administração Indireta. Art. 127 As comissões especiais, criadas por deliberação do Plenário, serão destinadas ao estudo de assuntos específicos e à representação da Câmara.

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99 Art. 128 As comissões especiais de inquérito terão os poderes de investigação previstos no Regimento Interno da Casa, sendo criadas pela Câmara Municipal, mediante requerimento de 1/3 (um terço) de seus membros, para apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova os procedimentos necessários para a responsabilização civil ou criminal dos infratores. Art. 129 O processo legislativo municipal compreende a elaboração de:

emendas à Lei Orgânica;

leis complementares;

leis ordinárias;

decretos legislativos; e

resoluções; Parágrafo Único - Lei complementar disporá sobre a elaboração, alteração, redação e consolidação das leis municipais. Art. 130 A Lei Orgânica pode ser emendada, mediante proposta de um terço de Vereadores ou do Prefeito. Art. 131 Em qualquer dos casos do artigo anterior, a proposta será discutida e votada em duas sessões, na forma regimental, e havida por aprovada, quando obtiver, em ambas as votações, 2/3 (dois terços) dos votos da Câmara Municipal. Art. 132 A emenda à Lei Orgânica será promulgada pela Mesa Diretora da Câmara, com o respectivo número de ordem. DAS LEIS Art. 133 As leis complementares somente serão aprovadas se obtiverem maioria absoluta dos votos dos membros da Câmara Municipal, observados os demais termos da votação das leis ordinárias. Art. 134 A iniciativa das leis municipais, salvo os casos de competência exclusiva, cabe a qualquer membro da Câmara Municipal, ao Prefeito ou ao eleitorado, que a exercerão na forma da Constituição Federal. Parágrafo Único - No início ou em qualquer fase da tramitação de projeto de lei de iniciativa do Prefeito, este poderá solicitar à Câmara Municipal que o aprecie no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, a contar do pedido; caso a Câmara

Municipal não se manifeste nesse prazo, o projeto será incluído na Ordem do Dia, sobrestando-se a deliberação sobre os demais assuntos, para que se ultime a votação. Art. 135 A requerimento do Vereador, os projetos de lei, decorridos 30 (trinta) dias de seu recebimento, serão incluídos na Ordem do Dia, mesmo sem parecer. Parágrafo Único - O projeto somente pode ser retirado da Ordem do Dia a requerimento do autor. Art. 136 O projeto de lei com parecer contrário de todas as Comissões é tido como arquivado. Art. 137 A matéria constante do projeto de lei, rejeitado ou não sancionado, assim como a proposta de emenda à Lei Orgânica, rejeitada ou havida por prejudicada, somente poderão constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara, ressalvadas as proposições de iniciativa do Prefeito. Art. 138 Os projetos de lei, aprovados pela Câmara Municipal, na forma regimental, serão enviados ao Prefeito que, aquiescendo, os sancionará. § 1º Se o Prefeito julgar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, dentro de 15 (quinze) dias úteis contados daquele em que o recebeu, comunicando os motivos do veto ao Presidente da Câmara, dentro do prazo de 48horas. § 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral do artigo, parágrafo, inciso ou alínea. § 3º O silêncio do Prefeito, decorrido o prazo do parágrafo primeiro, acarreta sanção, cabendo ao Presidente da Câmara promulgar a lei. § 4º Devolvido o projeto à Câmara, será ele submetido, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data de seu recebimento, com ou sem parecer, à discussão única, considerando-se aprovado se, em votação pública, obtiver o voto favorável da maioria absoluta da Câmara, caso em que será enviado ao Prefeito para promulgação. § 5º Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no parágrafo anterior, o veto será considerado mantido.

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100 § 6º Não sendo a lei sancionada dentro de 48 (quarenta e oito) horas pelo Prefeito, no caso do parágrafo terceiro, o Presidente da Câmara promulgá-la-á em igual prazo e, não o fazendo, fá-lo-á o Vice-Presidente, na forma regimental, em igual prazo. Art. 139 Tanto no caso de rejeição, pela Câmara, de projeto de lei de iniciativa do Prefeito, como no caso de veto à lei de iniciativa de emenda do legislativo ou proposição popular, o poder que se considerar vencido, a Câmara ou o Prefeito, poderá requerer a consulta popular através do referendo. Art. 140 O referendo à emenda à Lei Orgânica ou à lei aprovada ou rejeitada pela Câmara é obrigatório, caso haja solicitação, dentro de 120 (cento e vinte) dias, subscrita por 5% (cinco por cento) do eleitorado do Município, da cidade, do bairro ou comunidade rural, conforme o interesse ou abrangência. Parágrafo Único - Os resultados das consultas referendárias serão promulgados pelo Presidente da Câmara, conforme a Constituição Estadual. Art. 141 São objetos de lei complementar, dentre outros, o Código de Obras, o Código de Posturas, o Código Tributário e Fiscal, a Lei do Plano Diretor, o Estatuto dos Funcionários Públicos e a Lei do Meio Ambiente. § 1º Os projetos de lei complementar serão revistos por comissão especial da Câmara. § 2º Dos projetos de Códigos e respectivas exposições de motivos, antes de submetidos à discussão da Câmara, dar-se-á divulgação com a maior amplitude possível. § 3º Dentro de 15 (quinze) dias, contados da data em que se publicaram os projetos referidos no parágrafo anterior, qualquer cidadão ou entidade, devidamente reconhecida, poderão apresentar sugestões ao Presidente da Câmara, que as encaminhará à comissão especial para apreciação. DO PODER EXECUTIVO Art. 142 O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, Vice-Prefeito, auxiliado pelos Secretários Municipais, Diretores e Responsáveis pela administração direta e indireta.

§ 1º Aplica-se à elegibilidade para Prefeito e Vice-Prefeito o disposto no capítulo da Câmara Municipal desta Lei Orgânica e a idade mínima de 21 (vinte e um) anos. § 2º É assegurada a participação popular nas decisões do Poder Executivo. Art. 143 A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizar-se-á simultaneamente, nos termos estabelecidos na Constituição Federal. Parágrafo Único - A eleição do Prefeito importará a do Vice-Prefeito com ele registrado. Art. 144 O Prefeito e Vice-Prefeito tomarão posse no dia 1º de janeiro do ano subsequente à eleição em sessão da Câmara Municipal, prestando compromisso de manter, defender e cumprir a Lei Orgânica, observar as Leis da União, do Estado e do Município, promover o bem geral dos munícipes e exercer o cargo sob a inspiração da democracia, da legitimidade e da legalidade. Parágrafo Único - Decorridos 10 (dez) dias da data fixada para a posse do Prefeito ou Vice-Prefeito, salvo motivo de força maior, se não tiver assumido, o cargo será declarado vago. Art. 145 Substituirá o Prefeito, no caso de impedimento e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Prefeito. Parágrafo Único - O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem conferidas em lei, auxiliará o Prefeito sempre que por ele for convocado para missões especiais. Art. 146 Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito, ou vacância do cargo, assumirá a administração municipal o Presidente da Câmara. Art. 147 Verificando-se a vacância do cargo de Prefeito e inexistindo Vice-Prefeito, observar-se-á o seguinte: I - ocorrendo a vacância nos 3 primeiros anos de mandato, dar-se-á eleição 90 (noventa) dias após a sua abertura, cabendo aos eleitos completar o período dos seus antecessores; e II - ocorrendo a vacância no último ano do mandato, assumirá o Presidente da Câmara que o completará.

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101 Art. 148 O mandato do Prefeito é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição, admitindo-se uma reeleição para o mandato subsequente. Art. 149 O Prefeito e Vice-Prefeito, quando no exercício do cargo, não poderão, sem licença da Câmara Municipal, ausentar-se do Município por período superior a 10 (dez) dias, sob pena de perda do cargo ou do mandato. Parágrafo Único - O Prefeito, regularmente licenciado, terá direito a perceber remuneração, quando: I - impossibilitado de exercer o cargo, por motivo de doença, devidamente comprovada; II - em gozo de férias; e III - a serviço ou em missão de representação do Município. § 1º O Prefeito gozará férias anuais de 30 (trinta) dias, sem prejuízo da remuneração, ficando a seu critério a época para usufruir o descanso. § 2º A remuneração do Prefeito será estipulada na forma da Lei Orgânica. Art. 150 Na ocasião da posse e ao término do mandato, o Prefeito fará declaração de seus bens. § 1º A declaração de bens de que trata este artigo deve ser anualmente atualizada, podendo o Prefeito substituí-la pela apresentação da declaração de bens pessoa física. § 2º O disposto neste artigo aplica-se ao Vice-Prefeito, Secretários Municipais, Diretores de Autarquias e Diretores de Fundações Públicas. DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO Art. 151 Ao Prefeito, como chefe da administração, compete dar cumprimento às deliberações da Câmara, dirigir e defender os interesses do Município, bem como adotar, de acordo com a lei, todas as medidas administrativas de utilidade pública sem exceder as verbas orçamentárias. Art. 152 Compete ao Prefeito, entre outras atribuições: I - a iniciativa das leis, na forma e casos previstos nesta Lei Orgânica;

II - representar o Município em juízo e fora dele; III - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas pela Câmara e expedir os regulamentos para sua fiel execução; IV - vetar, no todo ou em parte, os projetos de lei aprovados pela Câmara; V - decretar, nos termos da lei, a desapropriação por necessidade ou utilidade pública ou por interesse social; VI - expedir decretos, portarias e outros atos administrativos; VII - permitir ou autorizar a execução de serviços públicos por terceiros, respeitando o disposto nesta Lei Orgânica; VIII - prover os cargos públicos e expedir os demais atos referentes à situação funcional dos servidores; IX - enviar à Câmara os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias e ao orçamento anual do Município; X - encaminhar à Câmara a prestação de contas, bem como os balanços do exercício findo, até 60 (sessenta) dias após a abertura do ano legislativo; XI - encaminhar aos órgãos competentes os planos de aplicação e as prestações de contas exigidas em lei; XII - fazer publicar os atos oficiais; XIII - prestar à Câmara, dentro de 30 (trinta) dias, as informações solicitadas, salvo prorrogação, a seu pedido e por prazo determinado, em face da complexidade da matéria ou da dificuldade de obtenção nas respectivas fontes, dos dados pleiteados; XIV - superintender a arrecadação dos tributos, bem como a guarda e aplicação da receita, autorizando as despesas e pagamentos dentro das disponibilidades orçamentárias ou dos créditos votados pela Câmara; XV - prover os serviços e obras da administração pública;

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102 XVI - colocar à disposição da Câmara, até o dia 20 de cada mês, os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, observados os parâmetros definidos no art. 29 A da Constituição Federal; XVII - aplicar multas previstas em lei e contratos; XVIII - resolver as questões sobre os requerimentos, reclamações ou representações que lhe forem dirigidas; XIX - oficializar, em obediência às normas urbanísticas, as vias e logradouros públicos, mediante denominação aprovada pela Câmara; XX - convocar, extraordinariamente, a Câmara, quando o interesse da administração o exigir; XXI - aprovar os projetos de edificação e plano de loteamento, arruamento e zoneamento ou para fins urbanos; XXII - apresentar, anualmente, à Câmara relatório circunstanciado sobre o estado das obras e dos serviços municipais, bem como o programa de administração para o ano seguinte; XXIII - organizar os serviços internos das repartições criadas por lei sem exceder as verbas para tal destinadas; XXIV - contrair empréstimos e realizar operações de crédito mediante prévia autorização da Câmara; XXV - providenciar a administração dos bens do Município e sua alienação na forma da lei; XXVI - organizar e dirigir, nos termos da lei, os serviços relativos às terras do Município; XXVII - desenvolver o sistema viário do Município; XXVIII - conceder auxílios e subvenções, observados os critérios e as condições definidas na lei de diretrizes orçamentárias; XXIX - providenciar o incremento do ensino; XXX - solicitar o auxílio das autoridades policiais do Estado para garantia do cumprimento de seus atos; XXXI - estabelecer a divisão administrativa do Município de acordo com a lei;

XXXII - solicitar, obrigatoriamente, autorização à Câmara para ausentar-se do Município, por tempo superior a 15 (quinze) dias; XXXIII - adotar providências para a conservação e salvaguarda do patrimônio municipal; XXXIV - publicar o relatório resumido da execução orçamentária e o relatório da gestão fiscal, observados os prazos, a forma e os conteúdos estabelecidos na Lei Complementar Federal nº 101, de 4 de maio de 2000; e XXXV - revogar atos administrativos, por razões de interesse público, e anulá-los, por vício de ilegalidade, observado o devido processo legal. Art. 153 O Prefeito poderá delegar, por decreto, a seus auxiliares funções administrativas previstas nesta Lei Orgânica. Art. 154 São crimes de responsabilidade os atos do Prefeito que atentarem contra a Constituição Federal, a Constituição Estadual e a Lei Orgânica do Município e, especialmente, contra: I - a existência do Município; II - o livre exercício da Câmara Municipal e dos Conselhos Populares; III - o exercício de direitos políticos, individuais ou sociais; IV - a probidade na administração; V - a lei orçamentária; e VI - o cumprimento das leis e decisões judiciais. Art. 155 O Vice-Prefeito possui a atribuição de, em consonância com o Prefeito, auxiliar a direção da administração pública municipal, podendo exercer outras previstas em lei. Art. 156 São auxiliares diretos do Prefeito: I - os Secretários municipais ou Diretores equivalentes; e II - os Subdiretores. Parágrafo Único - Os cargos são de livre nomeação e exoneração pelo Prefeito.

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103 Art. 157 Lei Municipal estabelecerá as atribuições do Vice-prefeito, dos Secretários de governo e dos demais auxiliares diretos do Prefeito, definindo-lhes a competência, deveres e responsabilidades Art. 158 São condições essenciais para a investidura no cargo de Secretário ou Diretor: I - ser brasileiro; II - estar no exercício dos direitos políticos; e III - ser maior de 18 (dezoito) anos. Art. 159 Além das atribuições fixadas em lei, compete aos Secretários ou Diretores: I - subscrever atos e regulamentos referentes a seus órgãos; II - expedir instruções para a boa execução das leis, decretos e regulamentos; III - apresentar, anualmente, à Câmara Municipal e Conselhos Populares relatório dos serviços realizados por suas repartições; e IV - comparecer à Câmara Municipal sempre que convocados, para prestação de esclarecimentos oficiais. § 1º Os decretos, atos e regulamentos referentes aos serviços autônomos e autárquicos serão referendados pelo Secretário ou Diretor da administração. § 2º A infringência, ao inciso IV, sem justificativa, acarreta crime de responsabilidade. Art. 160 Os Secretários ou Diretores são solidariamente responsáveis com o Prefeito pelos atos que assinarem, ordenarem ou praticarem e estão sujeitos, desde a posse, às mesmas incompatibilidades e proibições estabelecidas aos Vereadores. Art. 161 A competência do Subprefeito limitar-se-á ao Distrito para o qual foi nomeado. Parágrafo Único - Aos Subprefeitos, como delegados do Executivo, compete: I - cumprir e fazer cumprir, de acordo com as instruções recebidas do Prefeito, as leis, resoluções, regulamentos e demais atos do Prefeito e da Câmara;

II - fiscalizar os serviços distritais; III - atender às reclamações das partes e encaminhá-las ao Prefeito, quando se tratar de matéria estranha a suas atribuições, ou quando lhes for favorável a decisão proferida; IV - indicar ao Prefeito providências necessárias ao distrito; e V - prestar contas ao Prefeito, mensalmente, ou quando lhe for solicitado. Art. 162 O Subprefeito, em caso de licença ou impedimento, será substituído por pessoa de livre escolha do Prefeito. Art. 163 Os auxiliares diretos do Prefeito farão declaração de bens no ato da posse e no término do exercício do cargo. Parágrafo Único - A declaração de bens de que trata este artigo deve ser renovada anualmente, podendo o titular do cargo substituí-la pela declaração de bens pessoa física. Art. 164 Os Conselhos Municipais são órgãos de participação direta da comunidade na administração pública, tendo por finalidade propor, fiscalizar e deliberar matérias referentes a cada setor da administração, de acordo com as competências estabelecidas por lei complementar. Art. 165 Leis complementares criarão e especificarão a constituição de cada Conselho, suas atribuições, organização, composição, funcionamento, forma de nomeação de titular e suplente e prazo de duração de mandato. Art. 166 Os Conselhos Municipais são compostos de forma plural e paritária, observando a representatividade da administração, das entidades públicas, classistas e da sociedade civil organizada. Art. 167 Os Cargos em Comissão, criados por lei, em número e com remuneração certos, e com atribuições definidas de chefia, assistência ou assessoramento, são de livre nomeação e exoneração, observados os requisitos gerais de provimento em cargos municipais, e deverão ser exercidos, preferencialmente, por servidores ocupantes de cargo de carreira técnica ou profissional. § 1º Aos ocupantes de Cargos em Comissão será assegurado, quando exonerados, o direito a um vencimento integral por ano continuado na

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104 função, desde que não titulem outro cargo ou função pública. § 2º O servidor público que se beneficiar das vantagens do parágrafo primeiro e, num prazo inferior a 2 (dois) anos, for reconduzido a cargo de provimento em comissão, não terá direito ao benefício. § 3º Os Cargos em Comissão não serão organizados em carreira. § 4º A lei poderá estabelecer, ao par dos gerais, requisitos específicos de escolaridade, habilitação profissional e outros para investidura em Cargos em Comissão. Art. 168 É criado, no Município, o cargo de Ouvidor Municipal, com atribuições definidas em lei. Art. 169 A escolha do Ouvidor Municipal será de atribuição do Poder Executivo, o qual enviará o nome para referendo da Câmara Municipal; sua exoneração somente se dará mediante aprovação da Câmara. Art. 170 O cargo de Ouvidor Municipal, criado no quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Prefeitura Municipal, possui status e estrutura de trabalho de Secretário. Art. 171 É criada, no Município, a Procuradoria Comunitária, que atuará na área judiciária e no campo social, conscientizando as pessoas de seus direitos, bem como buscando a cidadania constitucional, com atribuições definidas em lei. Art. 172 São considerados servidores públicos todos quantos percebam remuneração pelos cofres municipais. Art. 173 O regime jurídico dos servidores municipais da administração pública direta, das autarquias e fundações públicas é único e estabelecido em estatuto, observados os princípios e as normas das Constituições Federal e Estadual e desta Lei Orgânica. Art. 174 Os cargos públicos serão criados por lei, em número certo, com denominação própria, padrão de vencimento básico, condições de provimento e indicação dos recursos pelos quais seus ocupantes serão pagos. § 1º A lei estabelecerá:

I - os critérios objetivos de classificação dos cargos públicos, de modo a garantir isonomia para os de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder ou entre os dos Poderes Executivo e Legislativo; e II - os limites máximo e mínimo e a relação entre esses limites, sendo aquele o valor estabelecido na Constituição Federal. § 2º A criação e a extinção dos cargos públicos do Poder Legislativo, bem como a fixação e alteração de seus vencimentos básicos são de exclusiva iniciativa da Mesa da Câmara e obedecerão ao disposto na Constituição Federal. § 3º A investidura em cargo público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo, na forma prevista em lei, acessível a todos os brasileiros e estrangeiros que preencham os requisitos legais exigidos. § 4º Independem da exigência do parágrafo terceiro as nomeações para Cargos em Comissão, declarados em lei de livre exoneração. § 5º O prazo de validade do concurso será de 2 (dois) anos, prorrogável uma vez por igual período. § 6º Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego na carreira. Art. 175 Às pessoas portadoras de deficiência física é assegurado o direito de se inscrever em concurso público, para provimento de cargo, cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras, para as quais serão reservadas 5%(cinco por cento) das vagas oferecidas. Art. 176 A lei estabelecerá os critérios de contratação por tempo determinado, para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. Art. 177 Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. § 1º A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 da Constituição Federal somente poderão ser

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105 fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual sempre na mesma data e sem distinção de índices. § 2º O índice de reajuste dos vencimentos dos servidores não poderá ser inferior ao necessário para repor seu poder aquisitivo. § 3º As vantagens de ordem pecuniária serão asseguradas a todos os servidores públicos municipais e obedecerão a critérios uniformes quanto à incidência, ao número e às condições de aquisição, na forma da lei. § 4º Serão assegurados ao servidor, por um decênio de ininterrupto exercício, 6 (seis) meses de licença-prêmio, a título de prêmio por assiduidade, preservados os direitos adquiridos na forma da Lei. § 5º É vedado ao servidor perceber mensalmente, a título de remuneração, importância superior à soma dos valores fixados como remuneração, em espécie, a qualquer título, para o Prefeito. § 6º É vedada a participação dos servidores públicos municipais no produto da arrecadação de multas, inclusive da dívida ativa. § 7º É vedada a vinculação ou equiparação dos vencimentos para efeito de remuneração de pessoal do serviço público, com as ressalvas contidas na Constituição Federal. § 8º O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV do art. 37 e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, todos da Constituição Federal. § 9º A lei poderá instituir requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo exigir. § 10 Os Poderes Executivo e Legislativo publicarão, anualmente, os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. § 11 O Prefeito, o Vice-prefeito, os Vereadores e os Secretários Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, em obediência, em qualquer caso, ao disposto no art. 37, X e XI, da Constituição Federal.

§ 12 Lei do Município disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. Art. 178 Os servidores municipais somente serão indicados para cursos de especialização técnica profissional, no País ou no exterior, com custas para o Poder Público, quando houver correlação entre o programa de tais cursos e as atribuições do cargo exercido. § 1º O servidor designado para estudo ou aperfeiçoamento fora do Município, com ônus aos seus cofres, ficará obrigado a prestar serviços, pelo menos, por mais 2 (dois) anos. § 2º Não cumprida a obrigação contida no parágrafo anterior, será o Município indenizado da quantia total despendida, incluídas as remunerações percebidas pelo servidor, em valores atualizados monetariamente. § 3º Não constituirá critério de evolução na carreira a realização de curso que não guarde correlação direta e imediata com as atribuições. Art. 179 São direitos dos servidores públicos municipais: I - remuneração superior ao salário-mínimo, fixado pela União, para os trabalhadores urbanos e rurais; III - gratificação de Natal igual à remuneração ou vencimentos integrais; IV - remuneração do trabalho noturno superior à do trabalho diurno; V - salário-família aos seus dependentes; VI - duração de trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 40 (quarenta) horas semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, conforme o estabelecido em Lei; VII - jornada de 6 (seis) horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento;

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106 VIII - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; IX - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por cento) à normal; X - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 (um terço) a mais do que a remuneração normal, com pagamento antecipado; XI - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e da remuneração, com duração de 180 (cento e oitenta) dias; XII - licença remunerada à adotante: a) de criança até 1 (um) ano de idade, com duração de 180 (cento e oitenta) dias; e b) de criança com mais de 1 (um) ano de idade, com duração de 30 (trinta) dias; XIII - licença-paternidade nos termos fixados em lei; XIV - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XV - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres e perigosas, na forma da lei; XVI - proibição de diferença de remuneração, de exercício de função e de critérios de admissão, por motivo de sexo, idade, cor, religião ou estado civil; XVII - a auxílios:

a) transporte correspondente ao deslocamento do servidor da residência para o trabalho e vice-versa, nos termos da lei;

b) refeição para os servidores ativos que exerçam suas atividades em 02 turnos de trabalho, na forma e condições estabelecidas em lei;

c) natalidade à servidora ativa por nascimento de filho, na forma estabelecida em lei;

d) funeral, por morte do servidor ativo ou inativo, na forma e condições estabelecidas em lei; e

e) reclusão à família do servidor, na forma da lei

; XVIII - direito à livre associação ou sindicalização; XIX - direito de greve exercido nos termos e nos limites definidos em lei; e

XX - garantia de piso salarial nunca inferior ao mínimo profissional para servidores de nível superior. Parágrafo Único - O adicional da remuneração de que trata o inciso XV, deverá ser calculado com base nas características do trabalho e na área e grau de exposição ao risco, definidos em laudo pericial, que fará parte integrante da respectiva lei regulamentadora. Art. 180 A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará: I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; II - os requisitos para a investidura; e III - as peculiaridades dos cargos. Parágrafo Único - A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 12 do art. 177 desta Lei Orgânica Municipal. Art. 181 É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários: I - a de 2cargos de professor; II - a de 1 cargo de professor e outro como técnico ou científico; e III - a de 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. Parágrafo Único - A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. Art. 182 Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos anteriores sob o mesmo título ou idêntico fundamento. Art. 183 Aos servidores titulares de cargos efetivos da administração pública direta e indireta do Município, bem como aos servidores titulares de cargos efetivos da Câmara Municipal é

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107 assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto no art. 40 da Constituição Federal. Art. 183. Aos servidores titulares de cargos efetivos da administração pública direta e indireta do Município, bem como aos servidores titulares de cargos efetivos da Câmara Municipal é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto na Lei do Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Efetivos do Município de São Leopoldo. Art. 184 O tempo de serviço público federal, estadual ou municipal será computado integralmente, para efeitos de aposentadoria e disponibilidade. Art. 185 Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse. Art. 186 Os titulares de órgãos da administração do Poder Executivo deverão atender à convocação da Câmara Municipal, para prestar

esclarecimentos sobre assuntos de sua competência. Art. 187 O pagamento da remuneração e do provento dos servidores públicos municipais, da administração direta, das autarquias e das fundações públicas será realizado até o último dia útil do mês do trabalho prestado. Parágrafo Único - O pagamento da gratificação de Natal será efetuado até o dia 20 (vinte) de dezembro. Art. 189 Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conselhos de empresas fornecedoras ou prestadoras de serviços ou que realizem qualquer modalidade de contrato com o Município sob pena de demissão do serviço público. Art. 190 O Município estabelecerá, por lei, plano assistencial aos servidores públicos e a seus dependentes, mediante contribuições, visando à prestação de assistência médica, odontológica e hospitalar. DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL Art. 191 Na organização de sua economia, em cumprimento ao que estabelecem a Constituição Federal e Estadual, o Município zelará pelos seguintes princípios: I - promoção do bem-estar do homem e da justiça social como fim essencial da produção e do desenvolvimento econômico; II - valorização econômica e social do trabalho e do trabalhador, associada a uma política de expansão das oportunidades de emprego e da humanização do processo social da produção, com a defesa dos interesses do povo; III - democratização do acesso à propriedade dos meios de produção; IV - planificação do desenvolvimento, determinante para o setor público e indicativo para o setor privado; V - integração e descentralização das ações públicas setoriais; VI - proteção da natureza e ordenação territorial; VII - condenação dos atos de exploração do homem pelo homem e de exploração predatória da natureza;

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108 VIII - integração das ações do Município com as da União e do Estado, no sentido de garantir a segurança social, destinadas a tornar efetivos os direitos ao trabalho, à educação, à cultura, ao desporto, ao lazer, à saúde, à habitação e à assistência social; IX - estímulo à participação da comunidade através de suas organizações representativas; e X - preferência aos projetos de cunho comunitário nos financiamentos públicos e incentivos fiscais. Art. 192 A intervenção do Município no domínio econômico dar-se-á por meios previstos em lei, para orientar e estimular a produção, corrigir distorções da atividade econômica e prevenir abusos do seu poder. Parágrafo Único - No caso de ameaça ou efetiva paralisação de serviço ou atividade essencial por decisão patronal, pode o Município intervir, tendo em vista o direito da população ao serviço ou atividade, respeitados os direitos dos trabalhadores. Art. 193 Na organização de sua economia, o Município combaterá a miséria, o analfabetismo, o desemprego, a propriedade improdutiva, a marginalização do indivíduo, o êxodo rural, a economia predatória e todas as formas de degradação da condição humana. Art. 194 Lei Municipal definirá normas de incentivo às formas associativas e cooperativas, às pequenas e microunidades econômicas e às empresas que estabelecerem participação dos trabalhadores nos lucros e na sua gestão. Art. 195 O Município organizará sistemas e programas de prevenção e socorro nos casos de calamidade pública em que a população tenha ameaçados os seus recursos, meios de abastecimentos ou de sobrevivência. Art. 196 Os planos de desenvolvimento econômico do Município terão o objetivo de promover a melhoria da qualidade de vida da população, a distribuição equitativa da riqueza produzida, o estímulo à permanência do homem no campo e o desenvolvimento social e econômico sustentável. Art. 197 Os investimentos do Município atenderão, em caráter prioritário, às necessidades básicas da população e deverão

estar compatibilizados com o plano de desenvolvimento econômico. Art. 198 O plano plurianual do Município e seu orçamento anual contemplarão expressamente recursos destinados ao desenvolvimento de uma política habitacional de interesse social, compatível com os programas estaduais desta área, de forma distributiva, igualitária e justa. DA POLÍTICA URBANA E AGRÍCOLA Art. 199 A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público, conforme diretrizes fixadas nas Constituições Federal e Estadual, terá como objetivo o pleno desenvolvimento das funções sociais e a garantia do bem-estar da população. Art. 200 A execução da política urbana estará condicionada às funções sociais da cidade, compreendidas como direito de acesso de todo cidadão à moradia, transporte público, saneamento, água, energia elétrica, abastecimento, iluminação pública, comunicação, saúde, educação, lazer e segurança, assim como à preservação do patrimônio ambiental e cultural. Art. 201 A propriedade urbana cumpre sua função social, quando condicionada às funções sociais da cidade. Parágrafo Único - O direito de propriedade territorial urbana não pressupõe o de construir, cujo exercício deverá ser autorizado pelo Poder Público, segundo critérios estabelecidos em lei. Art. 202 Para assegurar as funções sociais da cidade e da propriedade, o Poder Público usará, principalmente, os seguintes instrumentos: I - tributários e financeiros: a) imposto predial e territorial urbano, progressivo e diferenciado por zona e outros critérios de ocupação e uso do solo; b) taxas diferenciadas por zonas, segundo os serviços públicos oferecidos; c) contribuição de melhoria; d) incentivos e benefícios fiscais e financeiros; e e) banco de terras; II - jurídicos: a) discriminação de terras públicas; b) desapropriação por interesse social ou utilidade pública; c) parcelamento ou edificação compulsórios;

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109 d) servidão administrativa; e) restrição administrativa; f) inventários, registros e tombamentos de imóveis; e g) declaração de área de prevenção ou proteção. Art. 203 O Poder Público, mediante lei, exigirá do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado, não utilizado ou que comprometa as condições da infraestrutura urbana e o sistema viário que promova seu adequado aproveitamento ou correção de agravamento das condições urbanas, sob pena de, sucessivamente: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressiva no tempo; e III - desapropriação com o pagamento mediante títulos da dívida pública. Parágrafo Único - A função social objetiva a adoção de medidas diferenciando a propriedade para uso produtivo, assegurando: a) acesso à propriedade e à moradia; b) justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização; c) prevenção e correção das distorções da valorização dos imóveis urbanos pela contenção da especulação imobiliária; d) adequação do direito de construir às normas urbanísticas estabelecidas pelo Plano Diretor; e e) regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda. Art. 204 O estabelecimento de diretrizes e normas relativas ao desenvolvimento urbano deverá assegurar: I - a urbanização, a regularização e a titulação das áreas faveladas e de baixa renda, sem remoção de moradores, exceto quando em situação de risco de vida ou saúde, em que poderão ser transferidos para área próxima em condições adequadas para moradia, mediante prévia consulta à população atingida; II - a regularização dos loteamentos irregulares, inclusive os clandestinos abandonados e não titulados; III - a participação ativa das respectivas entidades comunitárias no estudo, encaminhamento e na solução dos problemas;

IV - a presença das áreas de exploração da agricultura de subsistência; V - a preservação, a proteção e recuperação do meio ambiente; VI - a criação e preservação de áreas de especial interesse urbanístico, social, ambiental, turístico e de utilização pública; e VII - às pessoas portadoras de deficiência física, o livre acesso a edifícios públicos e particulares de frequência ao público, a logradouros públicos e ao transporte coletivo. Art. 205 Todo parcelamento do solo para fins urbanos deverá estar inserido em área urbana, semiurbana ou de expansão urbana, assim definida em lei municipal. Art. 206 O banco de terras, instrumento da política urbana, será formado por terras do Município, ao qual serão acrescidas as áreas doadas no processo de loteamentos. § 1º A área de doação dos loteamentos será acrescida de um percentual de 5% (cinco por cento) que irá compor o banco de terras. § 2º O banco de terras será usado para fins de assentamentos populares e demais fins sociais. Art. 207 Nos loteamentos realizados em áreas públicas do Município, o título de domínio ou de concessão real de uso será conferido ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. Art. 208 O Município estabelecerá programas destinados a facilitar o acesso da população local à habitação, como condição essencial à sadia qualidade de vida. § 1º Os investimentos do Município em programas habitacionais, através de recursos orçamentários próprios, serão destinados integralmente para suprir a deficiência de moradia das famílias de baixa renda, na forma a ser definida em lei complementar. § 2º O atendimento da demanda social por moradias populares poder-se-á realizar tanto através da transferência do direito de propriedade, quanto através da cessão do direito de uso da moradia construída.

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110 Art. 209 Deve o Município elaborar lei específica para criação de um fundo rotativo destinado a habitações. § 1º O fundo deverá atender, preferencialmente, às faixas mais carentes da população, estabelecendo critérios de seleção para priorizar os mais necessitados. § 2º Lei específica deverá estabelecer, entre outros: I - a implantação e comercialização de forma financiada de loteamentos populares; II - a construção e comercialização de forma financiada de habitações populares; III - financiamento total ou parcial de lotes urbanizados ou construções de habitações populares; IV - remoção e relocalização de núcleos de sub-habitação; V - urbanização de núcleos de sub-habitação; VI - fixação de regras de avaliação de preços e financiamento, de forma a possibilitar tanto os empreendimentos, como sua aquisição, considerando-se também os aspectos sociais da matéria; e VII - estabelecimento de parâmetros urbanísticos coerentes com as peculiaridades físicas, econômicas e sociais do Município. Art. 210 A execução da política habitacional será realizada por um órgão responsável do Município com a participação de representantes de entidades e movimentos sociais, conforme dispuser a lei, devendo: I - elaborar um programa de construção de moradias populares e saneamento básico; II - avaliar o desenvolvimento de soluções tecnológicas e formas alternativas para os programas habitacionais; III - apoiar a construção de moradias populares realizadas pelos próprios interessados, por regime de mutirão, por cooperativas habitacionais e outras formas alternativas; e IV - estimular e apoiar o desenvolvimento de pesquisas de materiais e sistemas de construção alternativos e de padronização de componentes,

visando a garantir a qualidade e o barateamento da construção. Art. 211 O Conselho Municipal de Habitação, de caráter deliberativo e de fiscalização, terá as seguintes funções, visando ao atendimento da função social da cidade: I - estabelecer diretrizes e prioridades para o desenvolvimento urbano do Município; e II - fiscalizar a execução de projetos habitacionais e a aplicação dos recursos. Parágrafo Único - O Conselho Municipal de Habitação será composto de representantes do Poder Público, dos mutuários, dos inquilinos, da indústria da construção civil e entidades representativas dos movimentos populares, na forma da lei. Art. 212 A infraestrutura dos loteamentos e desmembramentos deverá estar concluída num prazo de 2 (dois) anos, contados da data de aprovação dos respectivos projetos. Parágrafo Único - No caso de descumprimento do prazo previsto, o loteamento será penalizado com multa equivalente a 5% (cinco por cento) do valor comercial da área loteada. Art. 213 O Plano Diretor, aprovado pela Câmara de Vereadores, é o instrumento básico da política de expansão e desenvolvimento urbano e conterá as exigências fundamentais da ordenação da cidade, que consistirão, no mínimo: I - na delimitação das áreas impróprias à ocupação urbana por suas características geotécnicas; II - na delimitação das áreas de preservação natural; III - na delimitação das áreas destinadas à implantação de atividades com potencial poluidor hídrico, atmosférico e de solo; IV - na delimitação das áreas destinadas à habitação popular, atendendo aos seguintes critérios mínimos: a) dotação de infraestrutura básica, como água, energia elétrica, esgoto e vias de acesso; b) situação acima da cota máxima das cheias; e c) declividade inferior a 30% (trinta por cento);

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111 V - na delimitação de áreas destinadas à implantação de equipamentos para a educação, à saúde e ao lazer da população; VI - no estabelecimento de parâmetros mínimos e máximos para parcelamento do solo urbano, que assegurem o seu adequado aperfeiçoamento, respeitando as necessidades mínimas de conforto urbano; e VII - na delimitação de sítios arqueológicos, paleontológicos e históricos que deverão ser preservados. Parágrafo Único - Na elaboração do Plano Diretor pelo órgão técnico da administração municipal, é indispensável a participação das entidades representativas do Município, devendo o projeto, quando de sua remessa à Câmara de Vereadores, ser acompanhado das atas com as críticas, subsídios e sugestões não acolhidas pelo Poder Público. Art. 214 Aquele que possuir, como sua, área urbana de até 250 (duzentos e cinquenta) metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. Art. 215 Na desapropriação de imóveis pelo Município, tomar-se-á como justo preço o valor-base para a incidência tributária. Art. 216 Não serão concedidas licenças para construção de conjuntos residenciais, na forma estabelecida em lei complementar, que não incluam, em seus projetos, prédios para o funcionamento de escola pública de ensino fundamental e creche, com capacidade para atender à demanda criada. Art. 217 O Plano Diretor, ao atender às peculiaridades locais, deverá ainda: I - estabelecer diretrizes para o desenvolvimento econômico e social, consideradas as potencialidades do Município e sua inserção nos âmbitos regional e estadual;

II - estabelecer diretrizes de organização territorial e a adequação entre a densidade e as formas de uso e ocupação do solo e os serviços urbanos existentes ou passíveis de implantação; III - propor medidas administrativas e financeiras necessárias à gestão do Município; IV - definir os recursos necessários e a forma de sua aplicação; e V - apontar os instrumentos necessários à consecução das metas desejadas. Parágrafo Único - O orçamento anual do Município deve estar compatibilizado com as prioridades e metas estabelecidas no Plano Diretor aprovado pela Comissão Popular de Fiscalização Permanente. Art. 218 O Município, nos termos da lei, prestará assistência aos trabalhadores rurais, aos pequenos agricultores e a suas organizações. Art. 219 O Município destinará, anualmente, como incentivo à produção agrícola de abastecimento e meio de promoção ao trabalhador rural e à sua promoção técnica, valor correspondente à parcela do imposto territorial rural a que tem direito, nos termos da Constituição Federal. Art. 220 O Município poderá implementar projetos de cinturão verde para produção de alimentos, bem como estimulará as formas alternativas de venda do produto agrícola diretamente aos consumidores urbanos, prioritariamente aos dos bairros da periferia. Parágrafo Único - O Município estimulará a criação de centrais de compras para abastecimento de microempresas, microprodutores rurais e empresas de pequeno porte. Art. 221 O Município desenvolverá uma política fiscal, com incidência do imposto sobre a propriedade territorial urbana, em forma progressiva em relação aos imóveis que, desviados de sua destinação agrícola, venham a ser utilizados como sítios de lazer. Art. 222 O Município, como incentivo ao desenvolvimento agrícola, conservará e ampliará a rede de estradas vicinais, de eletrificação e telefonia rurais.

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112 DA SAÚDE Art. 223 A saúde é direito de todos e dever do Estado, assegurada mediante políticas econômicas e ambientais que visem à prevenção e/ou à eliminação do risco de doenças e outros agravos, ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 224 Nos programas de saúde, desenvolvidos pelo Município, serão prioritários: I - assistência materno-infantil e medicina preventiva com ações que visem: a) à assistência pré-natal assegurada à gestante; b) ao controle de crescimento e desenvolvimento da criança, dando ênfase à acuidade auditiva e visual; e c) à erradicação da cárie dentária e das doenças infectocontagiosas; II - atendimento à saúde da criança, do adolescente e do idoso, com acompanhamento nos diferentes casos; III - programas de prevenção e atendimento especializados aos portadores de deficiência física, mental e sensorial; IV - programas de prevenção e atendimento especializado à criança e ao adolescente dependente de fumo, álcool, entorpecentes e drogas afins; e V - atendimento à saúde do trabalhador. Art. 225 O direito à saúde assegura o seguinte: a) trabalho em condições dignas, com amplo conhecimento e controle dos trabalhadores sobre o processo e ambiente de trabalho; b) alimentação para todos, segundo suas necessidades; c) moradia higiênica e digna; d) educação e informação plenas; e) qualidade adequada do meio ambiente; f) transporte seguro e acessível; g) repouso, lazer e segurança; h) participação da população na organização, gestão e controle dos serviços e ações de saúde; i) direito à liberdade, à livre organização e expressão; e j) acesso universal e igualitário aos serviços setoriais em todos os níveis.

Art. 226 As ações e serviços de saúde, no âmbito do Município, integram uma rede regionalizada e hierarquizada, constituindo o Sistema Único de Saúde, observadas as seguintes diretrizes: I - descentralização político-administrativa, com direção única ao órgão colegiado local do Sistema Único de Saúde (SUS); II - integralidade na prestação de ações preventivas, curativas e reabilitadoras, adequadas às diversas realidades epidemiológicas; III - universalização e equidade em todos os níveis de atenção à saúde, à população urbana e rural; IV - participação popular; e V - formulação, gestão, controle e fiscalização das políticas de saúde através do órgão colegiado do Sistema Único de Saúde (SUS), com poder deliberativo e composto por representantes das entidades governamentais e da sociedade civil organizada, respeitadas as diretrizes do Regimento Interno do órgão. Art. 227 Ficam criadas, no âmbito do Município, duas instâncias colegiadas de caráter deliberativo, a Conferência e o Conselho Municipal de Saúde. § 1º A Conferência Municipal de Saúde, convocada pelo Prefeito, com ampla representação da comunidade, objetiva avaliar a situação do Município e fixar as diretrizes da política de saúde. § 2º O Conselho Municipal de Saúde, com o objetivo de formular e controlar a execução da política de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, é composto pelo Governo, representantes das entidades prestadoras de serviços de saúde, usuários e trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), devendo a lei dispor sobre sua organização e funcionamento. Art. 228 As instituições privadas poderão participar, de forma suplementar, do Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito do Município, mediante contrato de direito público ou convênio. § 1º A decisão sobre a contratação de serviços privados cabe ao órgão colegiado local do Sistema Único de Saúde (SUS).

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113 § 2º Quando um determinado serviço privado de saúde for necessário para garantir a cobertura assistencial à população e este se negar a ser contratado pelo setor público, ou a se submeter às suas normas, o órgão colegiado local poderá decidir pela intervenção ou desapropriação. Art. 229 O Município não destinará recursos públicos às entidades privadas com fins lucrativos, sob forma de auxílio ou subvenção, incentivos fiscais e creditícios. Art. 230 O Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito do Município, será financiado com recursos do orçamento da Seguridade Social da União, do Estado e do Município, além de outras fontes. § 1º O volume mínimo de recursos destinados pelo Município corresponderá, anualmente, a 10% (dez por cento) de sua receita, computadas as transferências. § 2º Os recursos financeiros serão administrados pelo Fundo Municipal de Saúde, subordinado ao planejamento e controle do órgão colegiado local do Sistema Único de Saúde (SUS). Art. 231 Ao Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito do Município, além de suas atribuições inerentes, incumbe, na forma da lei: I - coordenar e integrar as ações municipais de saúde individuais e coletivas; II - elaborar, periodicamente, através do órgão colegiado local e do Sistema Único de Saúde (SUS), as prioridades e estratégias de promoção e recuperação à saúde; III - regulamentar, controlar e fiscalizar as ações e serviços de saúde; IV - controlar e fiscalizar qualquer atividade e serviço que comportem risco à saúde, à segurança e ao bem-estar físico e psíquico do indivíduo e da coletividade, bem como ao meio ambiente; V - estimular a formação de consciência pública voltada à preservação da saúde e do meio ambiente; VI - realizar a vigilância sanitária, epidemiológica, toxicológica, farmacológica e promover estudos e pesquisas sobre a nosologia municipal;

VII - assegurar, sistemática e periodicamente, informação e divulgação de dados e resultados em saúde pública; VIII - garantir a formação e funcionamento dos serviços públicos de saúde, inclusive hospitalares e ambulatoriais, visando a atender às necessidades municipais; IX - estabelecer normas, critérios e padrões de coleta, processamento, armazenamento e transfusão de sangue humano e seus derivados, garantindo a qualidade desses produtos durante todo o processo, vedado qualquer tipo de comercialização, estimulando a consciência à doação, garantindo informações e acompanhamento aos doadores; X - fomentar a pesquisa, o ensino, o aprimoramento científico e promover o desenvolvimento de tecnologias direcionadas para as ações e serviços de saúde; XI - elaborar plano municipal de promoção de recursos humanos e de desenvolvimento científico e tecnológico condizente com as necessidades de qualificação e ampliação dos serviços públicos de saúde; XII - ordenar e participar da formação de recursos humanos, caracterizando todo serviço público de saúde como espaço para as instituições públicas de ensino desenvolverem suas funções de formação de recursos humanos e de pesquisa; XIII - organizar a distribuição de insumos farmacêuticos, medicamentos e correlatos imunobiológicos, produtos biotecnológicos e químicos essenciais às ações de saúde, materiais de acondicionamento e embalagem, equipamentos e outros meios de preservação, tratamento e diagnóstico, priorizando o atendimento de necessidades locais; XIV - em complementação à atividade federal e estadual, estabelecer legislação complementar referente a critérios, normas, padrões de controle e fiscalização dos procedimentos relativos: a) à remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa ou tratamento, vedada a sua comercialização; b) ao transporte, armazenamento, manuseio e destino final de produtos tóxicos e radioativos e de equipamentos que usam material radioativo ou geram radiação ionizante; e c) ao sangue e hemoderivados;

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114 XV - desenvolver ações específicas de prevenção de deficiências, bem como de recuperação e habilitação dos portadores de deficiência física e/ou mental; XVI - propiciar recursos educacionais e científicos que assegurem o exercício do direito ao planejamento familiar, fornecendo tecnologia e métodos de contracepção, cabendo à rede pública, pelo seu corpo clínico, prestar todo atendimento técnico à saúde, inclusive para a prática do aborto, nos casos previstos em lei; XVII - colaborar com a proteção do meio ambiente, inclusive o do trabalho, e atuar em relação ao processo produtivo, garantindo: a) medidas que visem à eliminação de riscos de acidentes, doenças profissionais e do trabalho, que ordenem o processo produtivo, de modo a garantir a saúde e a vida do trabalhador; e b) informação aos trabalhadores a respeito de atividades que comportem riscos à saúde, dos métodos para controlá-los e dos resultados das avaliações realizadas; XVIII - criar um programa de saúde do trabalhador, com participação de profissionais da área da saúde e sindicatos de trabalhadores, atuando especificamente no diagnóstico, identificação e combate de suas causas; XIX - emitir alvarás a estabelecimentos industriais que possam causar riscos à saúde do trabalhador ou da população. A liberação do alvará só poderá ocorrer mediante parecer técnico de avaliação do órgão público competente, a respeito do impacto sobre o meio ambiente e a saúde humana. Art. 232 O gerenciamento dos serviços de saúde deve seguir critérios de compromisso com o seu caráter público e com a eficácia no seu desempenho. § 1º A avaliação será feita pelo órgão colegiado municipal do Sistema Único de Saúde (SUS). § 2º Os gestores do Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município, em seus diversos níveis, não podem ter acúmulo de emprego com o setor privado contratado. Art. 233 As pessoas que detêm poder de decisão sobre atividades que produzem riscos individuais, coletivos ou ambientais serão responsabilizados civil e criminalmente pelos danos à saúde.

Art. 234 O Município promoverá: I - formação de consciência sanitária individual nas primeiras idades, através do ensino primário; II - serviços hospitalares e dispensários, cooperando com a União e o Estado, bem como as iniciativas particulares e filantrópicas; III - combate às moléstias específicas, contagiosas e infectocontagiosas; IV - combate ao uso do tóxico; e V - serviços de assistência à maternidade e à infância. Parágrafo Único - Compete ao Município suplementar, se necessário, as legislações federal e estadual que disponham sobre a regulamentação, fiscalização e controle das ações e serviços de saúde. Art. 235 Caberá ao Município, através da Secretaria da Saúde, incentivar e criar centros de doações de órgãos. DO SANEAMENTO BÁSICO Art. 236 O saneamento básico é serviço público essencial, constituindo-se em dever do Município sua progressiva extensão à população, como condição fundamental da qualidade de vida, proteção ambiental e desenvolvimento social. § 1º O saneamento básico compreende captação, tratamento e distribuição de água potável, coleta, tratamento e distribuição final de esgotos cloacais e lixo, bem como drenagem urbana. § 2º A lei disporá sobre o controle, fiscalização, processamento e a destinação do lixo, dos resíduos urbanos, industriais, de saúde e assemelhados, devendo o Município adotar, sempre que possível, a reciclagem como forma preferencial de destino final. § 3º A prestação de serviços de captação, tratamento e distribuição de água, coleta, tratamento e distribuição de esgotos cloacais serão prestados exclusivamente pelo Poder Público Municipal, vedada outorga de permissão e concessão, bem como privatização.

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115 § 4º O Município somente receberá, em seu território, os resíduos dos serviços de saúde e os resíduos sólidos urbanos provenientes de outros municípios mediante autorização legislativa. DA EDUCAÇÃO Art. 237 A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 238 O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; V - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VI - gestão democrática do ensino público, na forma da LDB e da legislação do Sistema Municipal de Ensino (SME); VII - garantia de padrão de qualidade; VIII - valorização da experiência extraescolar; e IX - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. Art. 239 O Município, através do Sistema Municipal de Ensino, tem autonomia para fixar as diretrizes e bases da educação municipal, observando as especificidades locais de cada unidade pertencente ao seu sistema. Parágrafo Único - Ao fixar suas diretrizes e bases, o Município deverá observar a legislação federal. Art. 240 O Município ministrará, prioritariamente, o Ensino Fundamental e a Educação Infantil, na perspectiva da Educação Inclusiva, respeitando as exigências da obrigatoriedade e gratuidade,

com recursos próprios e/ou subsidiados pelo Estado e pela União. § 1º O ensino municipal será ministrado, respeitando-se as leis vigentes que fixam as diretrizes e bases para a Educação Básica e em consonância com a legislação do Sistema Municipal de Ensino. § 2º O Município ofertará o ensino fundamental na modalidade da Educação de Jovens e Adultos, com características específicas as suas necessidades e disponibilidades. § 3º Os alunos com necessidades educacionais especiais, matriculados na rede regular de ensino municipal, receberão, em caráter complementar e/ou suplementar, atendimento educacional especializado. Art. 241 É dever do Município, visando à melhoria da qualidade da educação: I - promover a valorização dos profissionais, assegurando-lhes, na forma da lei complementar: a) plano de cargos e carreiras com vantagens próprias e isonomia salarial; b) piso salarial profissional; c) aperfeiçoamento profissional continuado; e d) ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; II - promover a democratização da escola pública através dos seguintes mecanismos: a) escolha da equipe diretiva na forma da lei; b) organização e fortalecimento dos Conselhos Escolares; c) fortalecimento do Círculo de Pais e Mestres (COM); e d) estímulo à organização de Grêmios Estudantis. Art. 242 Fica assegurado ao Município estabelecer o regime de colaboração entre os entes federados com vistas ao atendimento da Educação Básica. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 11/2009) Art. 243 O Município destinará, anualmente, à educação parcela não inferior a 25% (vinte e cinco por cento) da receita resultante dos impostos, incluídas as provenientes de transferências. Parágrafo Único - Nos recursos destinados à manutenção e ao desenvolvimento do ensino,

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116 compreendem-se aqueles relativos à Educação Básica, sendo prioridade a educação infantil e o ensino fundamental, nos termos da Lei nº 9394/96 (LDB) e da legislação que rege o FUNDEB. Art. 244 A Prefeitura Municipal encaminhará para apreciação do Legislativo a proposta do Plano Municipal de Educação, elaborado pela Secretaria Municipal de Educação, com participação do Conselho Municipal de Educação, respeitadas as diretrizes e normas gerais estabelecidas pelos planos nacional e estadual. Art. 245 A Educação Municipal desenvolverá temas transversais que objetivem a educação ambiental, a consolidação dos Direitos Humanos, o respeito à diversidade cultural, étnica, religiosa, política, sexual, de gênero e geracional e de prevenção nas áreas da saúde e de segurança. Art. 246 O Município definirá formas de participação na política de combate ao uso de entorpecentes, fumo, álcool, bem como de outras substâncias, objetivando a educação preventiva, assistência e recuperação dos dependentes, seja de ordem física ou psíquica. DA CULTURA Art. 247 À Fundação Cultural compete: I - realizar atividades de caráter educativo, cultural e artístico, promovendo, prioritariamente, manifestações de cultura regionais; II - oferecer estímulos concretos ao cultivo das ciências, artes e letras; III - cooperar com a União e o Estado na proteção aos locais e objetos de interesse histórico e artístico; IV - incentivar a promoção e a divulgação da história, dos valores humanos e da cultura popular; e V - incentivar a criação de centros de cultura popular. Art. 248 É facultado à Fundação Cultural: I - firmar convênios de intercâmbio e cooperação financeira com entidades públicas ou privadas, para prestação de orientação e assistência na manutenção de bibliotecas públicas;

II - promover, mediante incentivos especiais, dentro de suas possibilidades, a concessão de prêmios e bolsas à realização de atividades e estudos de interesse local, de natureza científica ou socioeconômica. Art. 249 É dever do Município, com a colaboração da comunidade, proteger a diversidade das expressões culturais, reconhecendo a diversidade cultural como característica essencial da humanidade, que constitui patrimônio comum a ser valorizado e cultivado por todos. § 1º O patrimônio cultural leopoldense será protegido por meio de inventários, registros, vigilâncias, tombamentos, desapropriações e outras formas de acautelamento e preservação. § 2º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos na forma da lei. DO ESPORTE E LAZER Art. 250 Cabe ao Município apoiar e incrementar as práticas desportivas na comunidade, mediante: I - promoção prioritária do desporto educacional em termos de recursos humanos, financeiros e materiais de suas atividades, meio e fim; II - dotação de instalações esportivas e recreativas para as instituições escolares públicas municipais; e III - incentivo à pesquisa no campo da Educação Física e condições de seu exercício, do desporto, do lazer e da recreação, com inclusão de pessoas com deficiência. Art. 251 O Município proporcionará meios de recreação sadia e construtiva à comunidade, mediante: I - reserva de espaços verdes ou livres, em forma de parques, bosques, jardins, praias e assemelhados, como base física da recreação urbana; II - construção e equipamento de parques infantis, centros de juventude e edifício de convivência comuna e III - aproveitamento e adaptação de rios, vales, colinas, montanhas, lagos, matas e outros recursos naturais, como locais de passeio e distração.

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117 Art. 252 Os servidores municipais de esporte e recreação articular-se-ão entre si e com atividades culturais do Município, visando à implantação e ao desenvolvimento do turismo. DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM, DO IDOSO E DO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA FÍSICA Art. 253 O Município dispensará proteção especial à família, proporcionando assistência à maternidade, à infância, à adolescência, ao jovem, ao deficiente e ao idoso, podendo, para esse fim, realizar convênios, inclusive com entidades assistenciais públicas ou privadas. Art. 254 O Município assegurará à criança, ao adolescente e ao jovem, com prioridade, a efetivação dos direitos à vida, à saúde, à moradia, à alimentação, ao lazer, à educação, à proteção e profissionalização no trabalho, à cultura, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, ao resguardo de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão nos termos da Constituição Federal. § 1º À criança, ao adolescente, ao deficiente e ao jovem que necessitarem, serão assegurados pelo Município: I - assistência jurídica, através de seus órgãos; II - assistência técnico-financeira; III - atendimento na forma da lei ordinária; e IV - garantia de acesso à escola. § 2º O Município estabelecerá um sistema de políticas públicas de juventude através de plano municipal de juventude decenal e o Conselho Municipal da Juventude na forma da Lei. Art. 255 O Município criará mecanismos para o atendimento de adolescentes menores de 18 (dezoito) anos que incorrerem em prática de ato infracional, conforme o estabelecido na Constituição Federal e respectiva lei ordinária. Art. 256 Fica assegurada a criação e a organização do Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente e do Conselho Municipal de Defesa do Idoso, com atribuições a serem definidas em lei complementar.

DO MEIO AMBIENTE Art. 257 É dever do Poder Público elaborar e implantar, através de lei, um plano municipal de meio ambiente e recursos naturais que contemplará a necessidade do conhecimento das características e recursos dos meios físicos e biológicos, de diagnóstico de sua utilização e definição de diretrizes para o seu melhor aproveitamento no processo de desenvolvimento econômico-social. Art. 258 É competência do Município, além da prevista na Constituição Federal e ressalvada a do Estado: I - exercer o poder de polícia administrativa nas matérias de interesse local, tais como proteção à saúde, aí incluídas a vigilância e a fiscalização sanitárias, a proteção ao meio ambiente, ao sossego, à higiene e à funcionalidade, bem como dispor sobre as penalidades por infração às leis e regulamentos locais; e II - promover a proteção ambiental, preservando os recursos e coibindo práticas que ponham em risco a função ecológica da fauna e da flora e provoquem a extinção da espécie ou submetam os animais à crueldade. Art. 259 O meio ambiente é bem de uso comum do povo, e a manutenção de seu equilíbrio é essencial à sadia qualidade de vida. Parágrafo Único - Para assegurar a efetividade desse direito, o Município desenvolverá ações permanentes de proteção, restauração e fiscalização do meio ambiente, incumbindo-lhe, primordialmente: I - prevenir, combater e controlar a poluição e a erosão em qualquer de suas formas; II - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais, obras e monumentos artísticos, históricos e naturais, e promover a manutenção das espécies e ecossistemas, sendo proibida a caça, definindo-se em lei os espaços territoriais a serem preservados; III - promover a educação ambiental nas escolas municipais e a conscientização pública para a proteção do meio ambiente; IV - definir critérios ecológicos em todos os níveis do planejamento político, social e econômico; e

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118 V - promover o manejo ecológico dos solos, respeitando sua vocação quanto à capacidade de uso. Art. 260 Na formulação de sua política energética, o Município dará prioridade: I - à conservação de energia e à geração de formas de energia não poluidoras; II - ao uso de pequenas quedas d`água, seja pela geração de energia, seja para aproveitamento da água para fim domiciliar, agrícola ou industrial; III - à maximização do aproveitamento das reservas disponíveis; e IV - à redução e controle da poluição ambiental. Art. 261 A implantação de distritos ou polos industriais, carbo ou petroquímicos, bem como empreendimentos definidos em lei que possam alterar significativa ou irreversivelmente uma região ou a vida da comunidade, dependerá de aprovação da Câmara de Vereadores e de plebiscito popular. Art. 262 A implantação, no Município, de instalações industriais para a produção de energia nuclear dependerá de consulta plebiscitária, bem como do atendimento às condições ambientais e urbanísticas exigidas em lei estadual e federal. Art. 263 É vedado, em todo o território municipal, o transporte, depósito ou qualquer outra forma de disposição de resíduos que tenham sua origem na utilização de energia nuclear e de resíduos tóxicos ou radioativos, quando provenientes de outros Estados ou Países. Art. 264 É vedada a produção, o transporte, a comercialização e uso de medicamentos, biocidas, agrotóxicos ou produtos químicos ou biológicos, cujo emprego tenha sido comprovado como nocivo em qualquer parte do território nacional por razões toxicológicas, farmacológicas ou de degradação ambiental. Art. 265 Nenhum local do Município poderá receber lixo ou resíduos sólidos e semissólidos, a menos que esteja dentro das seguintes condições: I - será de solo estruturalmente sólido e permanente, não sujeito a inundações, a desmoronamento ou a outros fenômenos similares;

II - não se situará à margem de rodovias ou estradas; III - o local estará a mais de 200 (duzentos) metros de arroios, vertentes, banhados, rios e outros cursos d`água; IV - o nível de água do lençol freático ficará, pelo menos, a 2 (dois) metros abaixo da superfície do terreno; V - os ventos predominantes deverão ser da cidade para o local do terreno; e VI - o local deverá possuir material adequado para a cobertura dos resíduos. Art. 266 O Poder Público deverá dar adequado tratamento e destino final aos resíduos sólidos e aos fluentes dos esgotos de origem doméstica, exigindo o mesmo procedimento dos responsáveis pela produção de resíduos sólidos e fluentes industriais. Parágrafo Único - A definição do sistema de tratamento e da localização do destino final dependerá de aprovação da autoridade sanitária estadual. Art. 267 Os banhados e demais áreas de inundação natural permanente ou periódica, localizados no Município e pertencentes à bacia hidrográfica do Rio dos Sinos, são reservas ecológicas imunes a qualquer aterro e outras atividades que causem impacto ambiental ou alterem suas condições físicas, químicas e biológicas naturais. Art. 268 Fica proibida qualquer obra que altere o leito ou que danifique as margens e a vegetação dos arroios do Município. Art. 269 As florestas, capões e matas, constituídas por árvores nativas, bem como toda a vegetação natural de seu interior, existentes no Município, são consideradas bem de interesse comum e declaradas de preservação permanente, proibidos seu corte e destruição parcial ou total por qualquer modo. Art. 270 Ficam proibidos o corte e danificação de árvores ou arbustos situados nos logradouros públicos, jardins e parques públicos. Parágrafo Único - O corte dos galhos que tocam os fios da rede elétrica será feito pelo órgão responsável, respeitando-se os critérios técnicos.

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119 Art. 271 Toda área com indícios ou vestígios de sítios paleontológicos e arqueológicos será preservada para fins específicos de estudo. Art. 272 É proibida a instalação de reatores nucleares, com exceção dos destinados à pesquisa científica e uso terapêutico, cuja localização e especificações serão definidas em lei complementar. Art. 273 O Poder Público manterá, obrigatoriamente, o Conselho Municipal de Meio Ambiente, órgão colegiado, autônomo e deliberativo, composto, prioritariamente, por representantes do Poder Público, entidades ambientalistas, representantes da sociedade civil que, entre outras atribuições definidas em lei, deverá: I - analisar, aprovar ou vetar qualquer projeto público ou privado que implique impacto ambiental; e II - solicitar, por 1/3 (um terço) de seus membros, referendo. § 1º Para o julgamento de projetos a que se refere o inciso I, o Conselho Municipal de Meio Ambiente realizará audiências públicas obrigatórias, em que se ouvirão as entidades interessadas, especialmente com representantes das comunidades atingidas. § 2º As populações atingidas gravemente pelo impacto ambiental dos projetos, referidos no inciso I, deverão ser consultadas obrigatoriamente através de referendo. Art. 274 Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. Art. 275 É obrigatória a recuperação da vegetação nativa nas áreas protegidas por lei, e todo proprietário que não respeitar restrições ao desmatamento deverá recuperá-lo. Art. 276 São áreas de proteção permanente: I - os banhados; II - as áreas de proteção das nascentes dos rios; III - as áreas que abriguem exemplares raros da fauna e da flora, como aquelas que sirvam como

local de pouso ou reprodução de espécies migratórias; IV - as áreas estuarianas; e V - as paisagens notáveis. Art. 277 As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores a sanções administrativas com aplicação de multas diárias, sendo progressivas nos casos de continuidade da infração ou reincidência, incluídas redução do nível de atividade e a interdição, independentemente da obrigação dos infratores de restaurar os danos causados. Art. 278 O não cumprimento do disposto neste capítulo sujeitará o infrator às providências dispostas em lei federal que disponha sobre ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente e prevê a formação de um fundo indenizatório, com o objetivo de recuperar o ambiente natural agredido, além da "obrigação de fazer" e "obrigação de não fazer". DO TRANSPORTE Art. 279 O transporte é direito fundamental do cidadão, sendo de responsabilidade do Poder Público municipal o planejamento, o gerenciamento e a operação de vários modos de transportes. Parágrafo Único - Fica assegurada a participação das entidades de representação técnica e social no planejamento e operação dos transportes, bem como no acesso às informações sobre o sistema de transporte, disciplinado na forma da lei. Art. 280 O Poder Público deverá efetuar o planejamento e a operação do sistema de transporte local. § 1º O Executivo definirá, segundo critério do Plano Diretor, o percurso e a frequência do transporte coletivo local. § 2º A operação e a execução do sistema serão feitas de forma direta ou por concessão ou permissão, nos termos da presente Lei. Art. 281 A permissão do serviço público, sempre a título precário, será outorgada por decreto, após edital de chamamento de interessados para a escolha do melhor pretendente; a concessão só será feita com autorização legislativa, mediante contrato precedido de concorrência.

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120 § 1º Serão nulas, de pleno direito, as permissões, as concessões, bem como quaisquer outros ajustes feitos em desacordo com o estabelecido neste artigo. § 2º Os serviços permitidos ou concedidos ficarão sempre sujeitos à regulamentação e fiscalização do Município, incumbindo aos que o executam sua permanente atualização e adequação às necessidades dos usuários. § 3º O Município poderá retomar, sem indenização, os serviços permitidos ou concedidos, desde que executados em desconformidade com o ato ou contrato, bem como aqueles que se revelarem insuficientes para o atendimento dos usuários. § 4º As concorrências para concessão do serviço público deverão ser precedidas de ampla publicidade, inclusive em jornais e rádios locais, mediante edital ou comunicado resumido. Art. 282 As empresas concessionárias ou permissionárias são obrigadas a afixar, em cada lateral interna do ônibus, pelo menos, um cartaz com o resumo das obrigações a que está submetida, em virtude da concessão ou permissão, e das penalidades no caso de sua inobservância. Parágrafo Único - O órgão municipal competente estabelecerá modelo e dimensões deste cartaz que conterá, em destaque, o endereço e telefone para reclamações dos usuários. Art. 283 As permissionárias ou concessionárias dos serviços de transporte ficam obrigadas a observar a legislação municipal sobre saúde e meio ambiente. § 1º A fiscalização municipal terá livre ingresso nas empresas. § 2º A não observância do estabelecido no presente artigo, bem como no precedente, implica a aplicação de multa equivalente a 1/30 do faturamento bruto mensal da empresa; em caso de reincidência, poderá haver intervenção municipal, com a finalidade de adequar a empresa, em 45 (quarenta e cinco) dias, às normas. § 3º No caso de nova reincidência, a permissão ou concessão será cassada.

Art. 284 A lei instituirá o Sistema Municipal de Transporte Público que disporá obrigatoriamente sobre: I - o regime das empresas permissionárias dos serviços de transporte coletivo, o caráter especial de seus contratos e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II - os direitos dos usuários; III - as diretrizes da política tarifária, condizente com o poder aquisitivo da população; IV - os níveis mínimos quantitativos e qualitativos dos serviços prestados a serem assegurados; e V - as formas de participação comunitária na gestão do transporte coletivo, como estabelecido na presente Lei Orgânica. DA SEGURANÇA PÚBLICA Art. 285 O Município manterá Guarda Municipal destinada à proteção de seus bens, serviços e instalações.

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APOSTILA CONCURSO DE SÃO

LEOPOLDO – RS

FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO

Conteúdos do cargo de Professor de Ensino

Fundamental conforme edital La Salle 01/2020.

Elaborado por Mari Tumelero

São Leopoldo, setembro/2021.

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APOSTILA PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL

MÓDULO I

SUMÁRIO

1. LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional...................... 1

2. PNE – Plano Nacional de Educação...................................................... 35

3. PME – Plano Municipal de Educação – COMPARATIVO..................... 46

4. BNCC – Base Nacional Comum Curricular........................................... 51

5. DNCGEB – Diretrizes Curriculares Nacionais Ed Básica.................... 61

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1

LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇAO NACIONAL - LDB LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996.

Art. 1 - EDUCAÇÃO

ABRANGE PROCESSO

FORMATIVO

ONDE SE

DESENVOLVE?

NA VIDA FAMILIAR NA CONVIVÊNCIA HUMANA NO TRABALHO; NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO E PESQUISA; NOS MOVIMENTOS SOCIAIS E ORGANIZAÇÕES DA

SOCIEDADE CIVIL; MANIFESTAÇÕES CULTURAIS.

EDUCAÇÃO ESCOLAR

OCORRE

PREDOMINANTEMENTE

POR MEIO DO ENSINO, EM INSTITUIÇÕES PRÓPRIAS.

VINCULA-SE A QUÊ?

AO MUNDO DO TRABALHO E, À PRÁTICA SOCIAL

Dos Princípios e Fins da Educação Nacional

Art. 2 - EDUCAÇÃO

DEVER

DA FAMÍLIA; DO ESTADO.

PRINCÍPIOS

LIBERDADE; IDEAIS DE SOLIDARIEDADE HUMANA.

FINALIDADE

PLENO DESENVOLVIMENTO DO EDUCANDO;

PREPARO PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA;

QUALIFICAÇÃO PARA O TRABALHO;

Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

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2

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;

IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII - valorização do profissional da educação escolar;

VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;

IX - garantia de padrão de qualidade;

X - valorização da experiência extraescolar;

XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

XII - consideração com a diversidade étnico-racial.

XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida.

XIV - respeito à diversidade humana, linguística, cultural e identitária das pessoas surdas, surdo-cegas e com deficiência auditiva.

Art. 9º, 10 e 11 – Incumbências da União, dos Estados e dos Municípios

INCUMBÊNCIAS E COMPETÊNCIAS

UNIÃO ESTADOS MUNICIPIOS

I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;

II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do sistema federal de ensino e o dos Territórios;

I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino;

I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados;

III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao

II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta

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3

Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva;

do ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;

II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;

IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;

IV-A - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, diretrizes e procedimentos para identificação, cadastramento e atendimento, na educação básica e na educação superior, de alunos com altas habilidades ou superdotação;

V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;

VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual.

VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal.

VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;

VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei;

V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.

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4

VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;

V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;

III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;

VIII - assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de ensino;

IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino.

§ 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de Educação, com funções normativas e de supervisão e atividade permanente, criado por lei.

§ 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União terá acesso a todos os dados e informações necessários de todos os estabelecimentos e órgãos educacionais.

§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituições de educação superior.

IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino;

IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino;

Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referentes aos Estados e aos Municípios.

Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de educação básica.

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5

Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se nas seguintes categorias administrativas: I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder Público; II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. III - comunitárias, na forma da lei.

ART. 12 e 13 – INCUMBENCIAS DOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO E DOS DOCENTES

Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:

Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:

I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;

I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;

III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;

V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;

IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;

II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

III - zelar pela aprendizagem dos alunos;

V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;

IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;

VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola;

VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola;

VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de 30% (trinta por cento) do percentual permitido em lei;

IX - promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas;

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X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas.

XI - promover ambiente escolar seguro, adotando estratégias de prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência de drogas

Art. 16, 17 e 18- dos Sistemas de Ensino

Art. 16. O sistema federal de ensino compreende:

Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal compreendem:

Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:

I - as instituições de ensino mantidas pela União;

II - as instituições de educação superior mantidas pela iniciativa privada;

III - os órgãos federais de educação.

I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público estadual e pelo Distrito Federal;

II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal;

III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela iniciativa privada;

IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, respectivamente.

Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de educação infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu sistema de ensino.

I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal;

II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada;

III – os órgãos municipais de educação.

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EDUCAÇÃO ESCOLAR

EDUCAÇÃO BÁSICA

FINALIDADE

Desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.

ORGANIZAÇÃO

CURRICULAR

séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o

recomendar.

CALENDÁRIO

ESCOLAR

adequar-se às peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas; a critério do respectivo sistema de ensino; sem reduzir o número de horas letivas.

CARGA

HORÁRIA

mínima anual de oitocentas horas para o ensino fundamental e para o ensino médio;

mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais.

deverá ser ampliada de forma progressiva, no ensino médio, para mil e quatrocentas horas, devendo os sistemas de ensino oferecer, no prazo máximo de cinco anos, pelo menos mil horas anuais de carga horária, a partir de 2 de março de 2017.

CLASSIFICAÇÃO

EXCETO na primeira série do Ensino Fundamental:

a) por promoção - na própria escola;

b) por transferência - procedentes de outras escolas;

c) independentemente de escolarização anterior - mediante avaliação feita pela escola;

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PROGRESSÃO

PARCIAL

Pode? Sim

Onde? estabelecimentos que adotam a progressão regular por série.

Condição? preservar a sequência do currículo;

ORGANIZAÇÃO DE TURMAS OU CLASSES

Pode com alunos de séries distintas? Sim

Condição: níveis equivalentes de adiantamento na matéria,

Ensino de quê? línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares.

VERIFICAÇÃO DE RENDIMENTO

a) avaliação contínua e cumulativa;

Prevalência do quê?

aspectos qualitativos sobre os quantitativos;

resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;

b) possibilidade de quê?

aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;

avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;

d) pode ocorrer aproveitamento de estudos concluídos com êxito;

e) OBRIGATORIEDADE DE QUÊ?

estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar;

FREQUÊNCIA

A cargo da escola, Frequência mínima? 75% (setenta e cinco por cento) do total de horas

letivas para aprovação;

OBJETIVOS DAS AUTORIDADES RESPONSÁVEIS

Objetivo permanente:

alcançar relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga horária e, as condições materiais do estabelecimento.

1. devem ter base nacional comum, a ser complementada, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais. Características do quê?

da sociedade,

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9

CURRÍCULO da cultura,

da economia e

dos educandos.

2. devem abranger, obrigatoriamente, o que?

o estudo da língua portuguesa e da matemática,

o conhecimento do mundo físico e natural e,

da realidade social e política, especialmente do Brasil.

3. Ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, obrigatório da educação básica.

4. A educação física é componente curricular obrigatório da educação básica - prática facultativa ao aluno:

que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas;

maior de trinta anos de idade;

que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física;

amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969;

que tenha prole.

5. História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia.

6. Ensino fundamental, a partir do sexto ano - ofertada língua inglesa.

7. As artes visuais, a dança, a música e o teatro são linguagens que constituirão o componente curricular da Educação Básica.

8. Exibição de filmes de produção nacional - exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais.

9. Conteúdos relativos aos direitos humanos e à prevenção de todas as formas de violência contra a criança, o adolescente e a mulher serão incluídos, como temas transversais, observada a produção e distribuição de material didático adequado.

10. A educação alimentar e nutricional será incluída entre os temas transversais.

11. Em estabelecimentos de ensino fundamental e médio, públicos e privados é obrigatório a história e cultura afro-brasileira e indígena. Devem abranger diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como:

o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e,

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10

o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.

serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.

DIRETRIZES

I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática;

II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento;

III - orientação para o trabalho;

IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não-formais.

POPULAÇÃO RURAL

I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;

II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;

III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.

EDUCAÇÃO INFANTIL

FINALIDADES

primeira etapa da educação básica; o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus

aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

ONDE?

I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;

II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.

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11

AVALIAÇÃO

acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.

CARGA HORÁRIA

Mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional;

Atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral;

FREQUÊNCIA

Controle pela instituição de educação pré-escolar; Frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de

horas.

DOCUMENTAÇÃO

Que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança.

Do Ensino Fundamental

ENSINO FUNDAMENTAL – OBRIGATÓRIO – 9 ANOS

OBJETIVOS

I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

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ORGANIZAÇÃO

Pode ser desdobrado em ciclos.

Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar no ensino fundamental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo de ensino-aprendizagem.

CURRÍCULO

ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas

línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como

complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais.

incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, observada a produção e distribuição de material didático adequado.

O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema transversal nos currículos do ensino fundamental.

O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo (catequisar/ato de converter pessoas em torno de uma causa ou ideologia).

CARGA HORÁRIA

Incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola.

São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de organização autorizadas nesta Lei.

O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral, a critério dos sistemas de ensino.

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ENSINO MÉDIO

Duração Mínima: 3 anos - Etapa Final da Educação Básica

FINALIDADES

I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

ÁREAS DO CONHECIMENTO

I - Linguagens e suas tecnologias;

II - Matemática e suas tecnologias;

III - Ciências da natureza e suas tecnologias;

IV - Ciências humanas e sociais aplicadas.

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CURRÍCULO

Deverão considerar a formação integral do aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais.

A parte diversificada deverá estar harmonizada à Base Nacional Comum Curricular e ser articulada a partir do contexto histórico, econômico, social, ambiental e cultural.

Incluirá obrigatoriamente estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia.

O ensino da língua portuguesa e da matemática será obrigatório nos três anos do ensino médio, assegurada às comunidades indígenas, também, a utilização das respectivas línguas maternas.

Incluirão, obrigatoriamente, o estudo da língua inglesa e poderão ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter optativo, preferencialmente o espanhol, de acordo com a disponibilidade de oferta, locais e horários definidos pelos sistemas de ensino.

O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular e por itinerários formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber:

I - linguagens e suas tecnologias;

II - matemática e suas tecnologias;

III - ciências da natureza e suas tecnologias;

IV - ciências humanas e sociais aplicadas;

V - formação técnica e profissional.

A organização das áreas e das respectivas competências e habilidades será feita de acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino.

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CARGA HORÁRIA

A carga horária destinada ao cumprimento da Base Nacional Comum Curricular não poderá ser superior a mil e oitocentas horas do total da carga horária do ensino médio.

AVALIAÇÃO

Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação processual e formativa serão organizados nas redes de ensino por meio de atividades teóricas e práticas, provas orais e escritas, seminários, projetos e atividades on-line, de tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre:

I - Domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna;

II - Conhecimento das formas contemporâneas de linguagem.

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

Mediante disponibilidade de vagas na rede, possibilidade ao aluno concluinte do ensino médio cursar mais um itinerário formativo.

A critério dos sistemas de ensino, a oferta de formação com ênfase técnica e profissional considerará:

I - a inclusão de vivências práticas de trabalho no setor produtivo ou em ambientes de simulação, estabelecendo parcerias e fazendo uso, quando aplicável, de instrumentos estabelecidos pela legislação sobre aprendizagem profissional;

II - a possibilidade de concessão de certificados intermediários de qualificação para o trabalho, quando a formação for estruturada e organizada em etapas com terminalidade.

Além das formas de organização previstas, o ensino médio poderá ser organizado em módulos e adotar o sistema de créditos com terminalidade específica.

Para efeito de cumprimento das exigências curriculares do ensino médio, os sistemas de ensino poderão reconhecer competências e firmar convênios com instituições de educação a distância com notório reconhecimento, mediante as seguintes formas de comprovação:

I - demonstração prática;

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II - experiência de trabalho supervisionado ou outra experiência adquirida fora do ambiente escolar;

III - atividades de educação técnica oferecidas em outras instituições de ensino credenciadas;

IV - cursos oferecidos por centros ou programas ocupacionais;

V - estudos realizados em instituições de ensino nacionais ou estrangeiras;

VI - cursos realizados por meio de educação a distância ou educação presencial mediada por tecnologias.

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO

A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com instituições especializadas em educação profissional.

Da Educação de Jovens e Adultos

Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida.

§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.

§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.

§ 3o A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento.

Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.

§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:

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I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos;

II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.

§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.

QUESTOES BLOCO 1 – LA SALLE CONCURSOS 1. Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9.394/1996), o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios, EXCETO: A) Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber. B) Unicidade de concepção pedagógica. C) Respeito a liberdade e apreço a tolerância. D) Valorização da experiência extraescolar. E) Valorização do profissional da educação escolar. 2. A respeito das disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ( Lei n° 9.394/1996) assinale as afirmações abaixo: I- a educação básica e obrigatória esta organizada em ensino fundamental e ensino médio. II- a educação infantil gratuita é garantida às crianças de até 5 (cinco) anos de idade. III- é dever dos pais ou responsáveis efetuar a matricula das crianças na educação básica a partir dos 6 (seis) anos de idade. IV- o acesso e educação básica obrigatória é direito público subjetivo, pode qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda o Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo. Das afirmações acima, qual(is) está(ão) CORRETA(S)? A) Apenas a II. B) Apenas a I e II. C) Apenas a I, II e III. D) Apenas a II e III. E) Apenas a II e IV. 3. As Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil asseveram que na transição para o ensino fundamental a proposta pedagógica deve observar as seguintes condições. EXCETO: A) respeitar as especificidades das faixas etárias. B) garantir a continuidade no processo de aprendizagem. C) obrigatoriedade de alfabetização no período de um ano. D) garantir a continuidade no processo de desenvolvimento das crianças. E) não antecipar conteúdos que serão trabalhados no ensino fundamental. 4. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações Étnico-Raciais e para o Ensino de Historia e Cultura Afro-Brasileira e Africana, o ensino sistemático de Historia e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica, refere-se, em especial, aos componentes curriculares de: I- Educação Artística. II- Literatura. III- Língua Portuguesa. IV- História do Brasil.

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V- Educação Física. A) Apenas a I e II. B) Apenas a I, II e IV. C) Apenas a I, II e V. D) Apenas a I, III, IV e V. E) I,II,II, IV E V. 5. Sobre as características do ensino fundamental, expostas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, analise as assertivas abaixo e assinale (V) para Verdadeiro e (F) para Falso. ( ) É proibido aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em ciclos. ( ) O ensino fundamental regular será ministrado em língua Portuguesa, asseguradas a comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagens. ( ) O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado exclusivamente como complementação da aprendizagem. ( ) A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola. ( ) O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes. A) V-V-F-F-V. B) F-F-V-V-V. C) F-V-F-V-V. D) V-V-V-F-F. E) F-V-F-V-F. 6. Na Base Comum Curricular (BNCC), a área de Linguagens do Ensino Fundamental – Anos Iniciais é composta pelos seguintes Componentes Curriculares: A) Arte, Historia e Matemática. B) Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Musica. C) Geografia, Ensino Religioso e Historia. D) Educação Física, Ciências e Língua Portuguesa. E) Língua Portuguesa, Artes e Educação Física. 7 - De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil a instituição de Educação Infantil organiza seu currículo, que pode ser entendido como: I- as práticas educacionais organizadas em torno do conhecimento e em meio a relações sociais que se travam nos espaços institucionais, e que afetam a construção das identidades das crianças. II- um conjunto de práticas que buscam minimizar e desarticular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, cientifico e tecnológico. III- as práticas que estruturam o cotidiano das Instituições de Educação Infantil, consideradas modalidades que assegurem as metas politicas municipais, principalmente em períodos eleitorais. Das afirmações acima, qual(is) está(ão) CORRETA(S)? A)Apenas a I . B)Apenas a II . C)Apenas a III. D)Apenas a I e II. E) Apenas a II e III. 8 - Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil, o plano orientador das ações da instituição e que define as metas que se pretende para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças, que é elaborado num processo coletivo, com a participação da direção, dos professores e da comunidade escolar, recebe as seguintes denominações:

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I- Proposta pedagógica. II- Currículo. III- Projeto politico pedagógico. IV- Diretrizes curriculares. V- Normas curriculares. Das denominações acima, qual(is) está(ão) correta(s), de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil? A)Apenas a I . B)Apenas a III . C)Apenas a I e III. D)Apenas a III e IV. E) Apenas a I,II, III, IV e V. 9 - A LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu art. 12, assevera que os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as dos seus sistemas de ensino, terão a incumbência de (entre outros): I- Prover meios para a reprovação dos alunos de menor rendimento. II- Notificar ao Conselho Tutelar do Município a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de 30% (trinta por cento) do percentual permitido em lei. III- Promover ambiente escolar seguro, adotando estratégias de prevenções e enfrentamento ao uso ou dependência de drogas. Das afirmações acima, qual(is) está(ão) CORRETA(S)? A)Apenas a I . B)Apenas a I e II . C)Apenas a II e III. D)Apenas a I e III. E) Apenas a I, II e III. 10 - Segundo a LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a educação, dever da família e do estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e: A) sua qualificação para o trabalho. B) sua capacitação para o vestibular. C) sua competência musical. D) seu preparo físico para a vivência nos variados esportes. E) seu desenvolvimento de comportamentos patológicos. 11- A LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, estabelece que os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: I- Acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. II- Professores com especialização adequada em nível de mestrado, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para integração desses educandos nas classes comuns. III- Educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade para inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais a fins.

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IV- Terminalidade especifica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluírem menor tempo o programa escolar para superdotados. V- Currículos, técnicas, métodos, recursos educativos e organização específicos, para atender as necessidades dos educandos. Das afirmações acima, quais estão corretas? A)Apenas I e V . B)Apenas III e IV . C)Apenas I ,III,IV e V. D)Apenas I,II, III e V. E) Apenas I,II,III,IV e V . 12 - A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional dispõe que o dever do Estado com a Educação Escolar Publica deverá ser efetivado mediante garantia de: A) educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade. B) educação básica obrigatória e gratuita dos 5 (cinco) aos 17 (dezessete) anos de idade. C) educação infantil gratuita às crianças de até 3 (três) anos de idade. D) educação infantil gratuita às crianças de até 4 (quatro) anos de idade. E) oferta de ensino noturno regular, adequado ao mercado de trabalho. 13 - Pedro e Claudia são proprietários de uma escola particular que oferece ensino fundamental e estão organizando o calendário escolar para o ano de 2015. Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em relação as regras de organização da Educação Básica, é correto afirmar que Pedro e Claudia deverão observar o seguinte: A) A carga horaria mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, incluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver. B) A carga horaria mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver. C) A carga horaria mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de cento e oitenta dias de efetivo trabalho escolar, incluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver. D) A carga horaria mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluindo o tempo reservado aos exames finais, quando houver. E) A carga horaria mínima anual será de novecentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, incluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver. 14 - Em relação às Diretrizes da Educação Básica, analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta: I- Os conteúdos curriculares deverão observar a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e a ordem democrática. II- A consideração das condições de escolaridades dos alunos em cada estabelecimento é diretriz que deve ser observada nos conteúdos curriculares. III- A orientação para o trabalho não é diretriz a ser observada nos conteúdos curriculares. IV- A promoção do desporto profissional e apoio as práticas desportivas formais é diretriz a ser observada nos conteúdos curriculares. Das afirmações acima, qual(is) está(ão) CORRETA(S)? A) Apenas a I . B) Apenas a II . C) Apenas a I e II. D) Apenas a I, II e III. E) Apenas a I, II e IV.

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15 - O projeto político pedagógico, nomeado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional como proposta ou projeto pedagógico, representa mais do que um documento. É um dos meios de viabilizar a escola democrática e autônoma para todos, com qualidade social. Autonomia pressupõe liberdade e capacidade e decidir a partir de regras relacionais. O exercício da autonomia administrativa e pedagógica da escola pode ser traduzido como a capacidade de governar a si mesmo, por meio de normas próprias. Neste contexto, analise as afirmações abaixo e assinale (V) para verdadeiro e (G) para falso. ( ) a autonomia da escola numa sociedade democrática é, sobretudo, a possibilidade de ter uma compreensão particular das metas da tarefa de educar e cuidar. ( ) os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de Educação Básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público. ( ) o ponto de partida para a conquista da autonomia pela instituição educacional tem por base a construção da identidade de cada escola, cuja manifestação se expressa no seu projeto pedagógico e no regimento escolar próprio. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: A) V-F-V B) F-F-V C) F-V-F D) V-V-V E) F-F-F 16 - Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Art. 26-A, encontra-se preconizado que nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, púbicos e privado, torna-se obrigatório o estudo: a) da história da tecnologia chinesa. b) da Educação Física e musical-instrumental. c) da história e cultura afro-brasileira e indígena d) da história e cultura afro-indigena e) da história e cultura essencialmente indígena. 17 - Pode-se entender que o processo didático em que se realizam as aprendizagens fundamenta-se na diretriz que assim delimita o conhecimento para o conjunto de atividades. Segundo o Art 27 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação-LDB os conteúdos curriculares da Educação Básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes: I. a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática. II. consideração das condições de escolaridade dos estudantes em cada estabelecimento. III. Orientação para o trabalho. IV. promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não-formais. Das afirmações acima, quais estão corretas? a) Apenas I e II b) Apenas I, II e IV c) Apenas II e III d) Apenas III e IV e) I, II, III e IV

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18 - Conforme a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, os estabelecimentos de ensino,

respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:

I- elaborar e executar sua proposta pedagógica.

II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros.

III- articular-se com famílias e a comunidade, criando processos de desintegração da sociedade com a

escola.

IV - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?

A) Apenas a I.

B) I, II,III e IV.

C) Apenas II e III.

D) Apenas I,II e IV.

E) Apenas I, II e III.

19 - É possível afirmar, conforme dispõe a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, quê os

sistemas municipais de ensino compreendem:

I- as instituições do Ensino Fundamental, Médio e de Educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal. II- as instituições de Educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada. III- os órgãos municipais de educação.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?

A) I, II e III.

B) Apenas I.

C) Apenas I e III.

D) Apenas I e II.

E) Apenas II e III.

QUESTOES LDB BLOCO 2 1 - A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem, EXCETO: A) Na vida acadêmica. B) Na vida familiar. C) Na convivência humana. D) No trabalho. E) Nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. 23 – Segundo o Art. 1º da Lei 9.394/1996, a educação escolar deverá vincular-se: A) Ao mundo político e cívico. B) Ao mundo do trabalho e à prática social. C) À realidade social e comunitária. D) À vida econômica e às políticas públicas. E) Ao contexto cultural e acadêmico.

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3 – NÃO é princípio da Educação Nacional: A) Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas. B) Garantia de padrão de qualidade, prioritariamente, nas instituições de ensino privadas e filantrópicas. C) Valorização do profissional da educação escolar. D) Consideração com a diversidade étnico-racial. E) Garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. 4 – Assinale a alternativa INCORRETA em relação aos princípios com base nos quais o ensino será ministrado. A) Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. B) Garantia do direito à educação e à aprendizagem até o ensino técnico. C) Respeito à liberdade e apreço à tolerância. D) Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. E) Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais. 5 – Analise as assertivas abaixo e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas, quanto aos princípios que servem de base ao ensino, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). ( ) Gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino. ( ) Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino. ( ) Desvinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. ( ) Gratuidade do ensino público e privado em estabelecimentos oficiais. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: A) V – V – F – F. B) F – F – V – V. C) V – F – V – F. D) F – V – F – V. E) V – V – V – V. 6 – A Lei nº 9.394/1996, que trata dos princípios e fins da educação nacional, estabelece que, no Brasil, a educação é: A) Dever da família. B) Dever do Estado. C) Dever da família e do Estado. D) Direito da família. E) Direito da família e dever do Estado. 7 - Assinale V, se verdadeiro, ou F, se falso, quanto ao dever do Estado com educação escolar pública. ( ) Garantir vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade. ( ) Ofertar a educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola. ( ) Atender ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: A) F – V – F. B) V – F – V. C) F – V – V. D) V – V – V. E) F – F – F.

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8 – De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de, EXCETO: A) Acesso público e gratuito ao ensino fundamental para todos os que não os concluíram na idade própria. B) Educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade. C) Oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola. D) Atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. E) Padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. 9 – Analise as proposições e coloque V para verdadeira e F para falsa, em relação ao que preconiza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei Nº 9.394/96. ( ) A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. ( ) A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. ( ) O dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: educação básica obrigatória e gratuita dos 6 (seis) aos 18 (dezoito) anos de idade, organizada da seguinte forma: pré-escola; ensino fundamental; ensino médio. ( ) O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; respeito à liberdade e apreço à tolerância. Marque a alternativa que contém a resposta CORRETA. a) V, F, V e F. b) V, V, F e V. c) V, V, F e F. d) F, V, F e F. e) F, F, V e V. 10 – - De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), analise as seguintes assertivas em relação ao que o poder público deverá realizar na sua esfera de competência federativa: I. Recensear anualmente as crianças e adolescentes em idade escolar, bem como os jovens e adultos que não concluíram a educação básica. II. Fazer-lhes a chamada pública. III. Zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e III. E) I, II e III. 11 – Ao aluno regularmente matriculado em instituição de ensino pública ou privada, de qualquer nível, é assegurado, no exercício da liberdade de consciência e de crença, o direito de, mediante prévio e motivado requerimento, ausentar-se de prova ou de aula marcada para dia em que, segundo os preceitos de sua religião, seja vedado o exercício de tais atividades, devendo-se-lhe atribuir, a critério da instituição e sem custos para o aluno, uma das seguintes prestações alternativas: I. Abonar a falta, sem a necessidade de ser realizada atividade extracurricular.

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II. Trabalho escrito ou outra modalidade de atividade de pesquisa, com tema, objetivo e data de entrega definidos pela instituição de ensino. III. Prova ou aula de reposição, conforme o caso, a ser realizada em data alternativa, no turno de estudo do aluno ou em outro horário agendado com sua anuência expressa. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) Apenas II e III. 12 – A União, os estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino. Analise as afirmações abaixo com relação ao que estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96 sobre a organização da educação nacional. I- A União incumbir-se-á de coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação. II- Os estados incumbir-se-ão de assegurar o ensino fundamental e oferecerem, com prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta lei. III- Os Municípios incumbir-se-ão de oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino. Está CORRETO o que se afirma em a) II. b) I e III. d) I e II. c) I, II e III. e) III. 13 – Os sistemas municipais de ensino compreendem as instituições: I. Do ensino fundamental, médio e de educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal. II. De ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela iniciativa privada. III. De educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada. Quais estão INCORRETAS? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) Apenas II e III.

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14 – Segundo a Lei nº 9.394/1996, a Educação Básica tem por finalidade desenvolver o educando assegurando-lhe: I. A formação comum indispensável para o exercício da cidadania. II. Os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. III. A formação técnica indispensável para a graduação no ensino superior. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas I e II. D) Apenas II e III. E) I, II e III. 15 – No que se refere aos níveis e às modalidades de educação e ensino, de acordo com o disposto na Lei nº 9.394/1996, assinale a alternativa INCORRETA. A) A educação escolar compõe-se de educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, e de educação superior. B) A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. C) O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constitui componente curricular opcional da educação básica. D) Os calendários escolares oferecidos pelas instituições de ensino adequar-se às peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto em Lei. E) As escolas que oferecem a Educação Básica poderão se organizar em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. 16 – A verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios, EXCETO: A) Possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar. B) Não obrigatoriedade de estudos de recuperação ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos. C) Possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado. D) Aproveitamento de estudos concluídos com êxito. E) Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais. 17 – A Lei nº 9.394/1996 dispõe, em seu Art. 24, que a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do ensino fundamental, pode ser feita: I. Por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria escola. II. Por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas. III. Independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas I e II. C) Apenas I e III. D) Apenas II e III. E) I, II e III. 18 – De acordo com a LDB, a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: I. Avaliação cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos quantitativos e dos resultados de exames finais.

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II. Possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar. III. Obrigatoriedade de avanço nos cursos e nas séries caso o aluno demonstrar interesse. IV. Aproveitamento de estudos concluídos com êxito. V. Obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos. Quais estão corretos? A) Apenas III. B) Apenas I e IV. C) Apenas I, III e V. D) Apenas II, IV e V. E) I, II, III, IV e V. 19 – De acordo com a LDB, na educação infantil, a carga horária mínima anual será de: A) 600 (seiscentas) horas, distribuída por um mínimo de 150 (cento e cinquenta) dias de trabalho educacional. B) 600 (seiscentas) horas, distribuída por um mínimo de 180 (cento e oitenta) dias de trabalho educacional. C) 700 (setecentas) horas, distribuída por um mínimo de 180 (cento e oitenta) dias de trabalho educacional. D) 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 180 (cento e oitenta) dias de trabalho educacional. E) 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional. 20 – A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno, EXCETO: A) Que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas. B) Maior de trinta anos de idade. C) Que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física. D) Que trabalhe aos finais de semana. E) Que tenha prole. 21 – Na escola de Rita, filmes de produção nacional, principalmente os que tratam sobre a colonização no país, são exibidos uma vez por mês. Conforme a LDB, a exibição de filmes de produção nacional constitui A) componente curricular complementar, sendo a sua exibição não obrigatória, conforme proposta pedagógica. B) parte do projeto político pedagógico, com exibição mínima de 4 (quatro) horas mensais. C) parte do regimento da escola, com exibição obrigatória de, no mínimo, 3 (três) horas semanais. D) parte do projeto político pedagógico, com exibição mínima de 4 (quatro) horas semanais. E) componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais. 22 – O § 2º, do Art. 26, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nº 9.394, de 1996, em vigor, normatiza o Ensino de Arte para o sistema de educação brasileira. Assinale a alternativa que apresenta a definição dessa área de ensino, na referida lei. a) O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. b) O ensino da arte constituirá componente curricular facultativo, nos diversos níveis da educação básica. c) O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. d) O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório da educação básica. e) O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório da educação infantil e do ensino fundamental, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.

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23 – Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de I. Educação Artística. II. Literatura Brasileira. III. História Brasileira. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e III. E) I, II e III. 24 – De acordo com a LDB, analise as assertivas abaixo: I. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. II. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. III. Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e III. E) I, II e III. 25 – Conforme Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei Nº 9.394/96, a Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até cinco anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Com relação ao exposto, é CORRETO afirmar: a) O currículo da Educação Infantil incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de material didático adequado. b) A Educação Infantil, obrigatória, gratuita na escola pública, tem por objetivo a formação básica do cidadão, mediante o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o domínio da leitura, da escrita e do cálculo. c) Os estabelecimentos que utilizam progressão regular na Educação Infantil podem adotar o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de ensino. d) Será oferecida em creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade e pré-escolas, para as crianças de quatro e cinco anos de idade. e) Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, objetivando a promoção para o acesso ao Ensino Fundamental. 26 – De acordo com o disposto na Lei nº 9.394/1996, relacione a Coluna 1 à Coluna 2, associando os níveis de ensino da educação básica brasileira às suas particularidades. Coluna 1 1. Ensino Fundamental. 2. Educação Infantil. 3. Ensino Médio.

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Coluna 2 ( ) Avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção. ( ) Obrigatório, com duração de 9 anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão. ( ) Etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos. ( ) Incluirá obrigatoriamente estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia. ( ) Primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. ( ) Preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: A) 3 – 2 – 3 – 2 – 1 – 3. B) 2 – 1 – 3 – 3 – 2 – 3. C) 3 – 3 – 1 – 1 – 2 – 2. D) 2 – 1 – 2 – 3 – 3 – 1. E) 1 – 2 – 1 – 3 – 2 – 1.

GABARITO BLOCO 1

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B E C D C E A C C A

11 12 13 14 15 16 17 18 19

C A B C D C E D A

GABARITO BLOCO 2

1 A 2 B 3B 4B 5A 6C 7 D 8A 9 B 10E

11E 12C 13B 14C 15C 16B 17E 18D 19E 20D

21E 22D 23E 24E 25D 26B

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LDB – PARTE 2

Da Educação Profissional e Tecnológica Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos objetivos da educação nacional,

integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia.

§ 1º Os cursos de educação profissional e tecnológica poderão ser organizados por eixos tecnológicos, possibilitando a construção de diferentes itinerários formativos, observadas as normas do respectivo sistema e nível de ensino.

§ 2º A educação profissional e tecnológica abrangerá os seguintes cursos:

I – de formação inicial e continuada ou qualificação profissional;

II – de educação profissional técnica de nível médio;

III – de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação.

Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho.

Art. 41. O conhecimento adquirido na educação profissional e tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos.

DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.

§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.

§ 3º A oferta de educação especial, tem início na educação infantil e estende-se ao longo da vida.

Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação:

I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades;

II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;

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III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;

IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;

V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.

Art. 59-A. O poder público deverá instituir cadastro nacional de alunos com altas habilidades ou superdotação matriculados na educação básica e na educação superior, a fim de fomentar a execução de políticas públicas destinadas ao desenvolvimento pleno das potencialidades desse alunado.

Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.

Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.

Dos Profissionais da Educação

Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos, são:

I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio;

II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;

III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim.

IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino, para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação ou experiência profissional, atestados por titulação específica ou prática de ensino em unidades educacionais da rede pública ou privada ou das corporações privadas em que tenham atuado, exclusivamente para atender ao inciso V do caput do art. 36;

V - profissionais graduados que tenham feito complementação pedagógica, conforme disposto pelo Conselho Nacional de Educação.

Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo a atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como fundamentos:

I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho;

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II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e capacitação em serviço;

III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades.

Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal.

§ 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de magistério.

§ 2º A formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério poderão utilizar recursos e tecnologias de educação a distância.

§ 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará preferência ao ensino presencial, subsidiariamente fazendo uso de recursos e tecnologias de educação a distância.

§ 4º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios adotarão mecanismos facilitadores de acesso e permanência em cursos de formação de docentes em nível superior para atuar na educação básica pública.

§ 5º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios incentivarão a formação de profissionais do magistério para atuar na educação básica pública mediante programa institucional de bolsa de iniciação à docência a estudantes matriculados em cursos de licenciatura, de graduação plena, nas instituições de educação superior.

§ 6º O Ministério da Educação poderá estabelecer nota mínima em exame nacional aplicado aos concluintes do ensino médio como pré-requisito para o ingresso em cursos de graduação para formação de docentes, ouvido o Conselho Nacional de Educação – CNE.

§ 8º Os currículos dos cursos de formação de docentes terão por referência a Base Nacional Comum Curricular.

Art. 62-A. A formação dos profissionais far-se-á por meio de cursos de conteúdo técnico-pedagógico, em nível médio ou superior, incluindo habilitações tecnológicas.

Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para os profissionais, no local de trabalho ou em instituições de educação básica e superior, incluindo cursos de educação profissional, cursos superiores de graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação.

Art. 62-B. O acesso de professores das redes públicas de educação básica a cursos superiores de pedagogia e licenciatura será efetivado por meio de processo seletivo diferenciado.

§ 1º Terão direito de pleitear o acesso previsto os professores das redes públicas municipais, estaduais e federal que ingressaram por concurso público, tenham pelo menos três anos de exercício da profissão e não sejam portadores de diploma de graduação.

§ 2º As instituições de ensino responsáveis pela oferta de cursos de pedagogia e outras licenciaturas definirão critérios adicionais de seleção sempre que acorrerem aos certames interessados em número superior ao de vagas disponíveis para os respectivos cursos.

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§ 3º Sem prejuízo dos concursos seletivos a serem definidos em regulamento pelas universidades, terão prioridade de ingresso os professores que optarem por cursos de licenciatura em matemática, física, química, biologia e língua portuguesa.

Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.

Art. 65. A formação docente, exceto para a educação superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezentas horas.

Art. 66. A preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado.

Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por universidade com curso de doutorado em área afim, poderá suprir a exigência de título acadêmico.

Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público:

I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;

II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim;

III - piso salarial profissional;

IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho;

V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho;

VI - condições adequadas de trabalho.

Dos Recursos financeiros

Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os originários de:

I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

II - receita de transferências constitucionais e outras transferências;

III - receita do salário-educação e de outras contribuições sociais;

IV - receita de incentivos fiscais;

V - outros recursos previstos em lei.

Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da

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receita resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público.

Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas que:

I - comprovem finalidade não-lucrativa e não distribuam resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcela de seu patrimônio sob nenhuma forma ou pretexto;

II - apliquem seus excedentes financeiros em educação;

III - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades;

IV - prestem contas ao Poder Público dos recursos recebidos.

§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para a educação básica, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública de domicílio do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão da sua rede local.

Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’.

Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.

Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a titulação própria poderá exigir a abertura de concurso público de provas e títulos para cargo de docente de instituição pública de ensino que estiver sendo ocupado por professor não concursado, por mais de seis anos.

Das Disposições Transitórias

O Distrito Federal, cada Estado e Município, e, supletivamente, a União, devem:

II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e adultos insuficientemente escolarizados;

III - realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também, para isto, os recursos da educação a distância;

IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino fundamental do seu território ao sistema nacional de avaliação do rendimento escolar.

F I M

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35

LEI N° 13.005/2014 - Aprova o Plano

Nacional de Educação - PNE e dá

outras providências.

Art. 2o São diretrizes do PNE:

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - superação das desigualdades educacionais,

com ênfase na promoção da cidadania e na

erradicação de todas as formas de discriminação;

IV - melhoria da qualidade da educação;

V - formação para o trabalho e para a cidadania,

com ênfase nos valores morais e éticos em que se

fundamenta a sociedade;

VI - promoção do princípio da gestão democrática

da educação pública;

VII - promoção humanística, científica, cultural e

tecnológica do País;

VIII - estabelecimento de meta de aplicação de

recursos públicos em educação como proporção

do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure

atendimento às necessidades de expansão, com

padrão de qualidade e equidade;

IX - valorização dos (as) profissionais da

educação;

X - promoção dos princípios do respeito aos

direitos humanos, à diversidade e à

sustentabilidade socioambiental.

Art. 4o As metas previstas no Anexo desta Lei

deverão ter como referência a Pesquisa

Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, o

censo demográfico e os censos nacionais da

educação básica e superior mais atualizados,

disponíveis na data da publicação desta Lei.

Parágrafo único. O poder público buscará ampliar

o escopo das pesquisas com fins estatísticos de

forma a incluir informação detalhada sobre o

perfil das populações de 4 (quatro) a 17

(dezessete) anos com deficiência.

Art. 5o A execução do PNE e o cumprimento

de suas metas serão objeto de monitoramento

contínuo e de avaliações periódicas, realizados

pelas seguintes instâncias:

I - Ministério da Educação - MEC;

II - Comissão de Educação da Câmara dos

Deputados e Comissão de Educação, Cultura e

Esporte do Senado Federal;

III - Conselho Nacional de Educação - CNE;

IV - Fórum Nacional de Educação.

§ 1o Compete, ainda, às instâncias referidas

no caput:

I - divulgar os resultados do monitoramento e das

avaliações nos respectivos sítios institucionais da

internet;

II - analisar e propor políticas públicas para

assegurar a implementação das estratégias e o

cumprimento das metas;

III - analisar e propor a revisão do percentual de

investimento público em educação.

§ 2o A cada 2 (dois) anos, ao longo do período

de vigência deste PNE, o Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio

Teixeira - INEP publicará estudos para aferir a

evolução no cumprimento das metas

estabelecidas.

§ 3o A meta progressiva do investimento público

em educação será avaliada no quarto ano de

vigência do PNE e poderá ser ampliada por meio

de lei para atender às necessidades financeiras do

cumprimento das demais metas.

§ 5o Será destinada à manutenção e ao

desenvolvimento do ensino, em acréscimo aos

recursos vinculados, a parcela da participação no

resultado ou da compensação financeira pela

exploração de petróleo e de gás natural.

Art. 6o A União promoverá a realização de pelo

menos 2 (duas) conferências nacionais de

educação até o final do decênio, precedidas de

conferências distrital, municipais e estaduais,

articuladas e coordenadas pelo Fórum Nacional

de Educação..

§ 1o O Fórum Nacional de Educação, além da

atribuição referida no caput:

I - acompanhará a execução do PNE e o

cumprimento de suas metas;

II - promoverá a articulação das conferências

nacionais de educação com as conferências

regionais, estaduais e municipais que as

precederem.

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36

§ 2o As conferências nacionais de educação

realizar-se-ão com intervalo de até 4 (quatro)

anos entre elas, com o objetivo de avaliar a

execução deste PNE e subsidiar a elaboração do

plano nacional de educação para o decênio

subsequente.

§ 4o Haverá regime de colaboração específico

para a implementação de modalidades de

educação escolar que necessitem considerar

territórios étnico-educacionais e a utilização

de estratégias que levem em conta as

identidades e especificidades socioculturais e

linguísticas de cada comunidade envolvida,

assegurada a consulta prévia e informada a

essa comunidade.

§ 5o Será criada uma instância permanente de

negociação e cooperação entre a União, os

Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

§ 6o O fortalecimento do regime de colaboração

entre os Estados e respectivos Municípios incluirá

a instituição de instâncias permanentes de

negociação, cooperação e pactuação em cada

Estado.

§ 7o O fortalecimento do regime de colaboração

entre os Municípios dar-se-á, inclusive, mediante

a adoção de arranjos de desenvolvimento da

educação.

§ 1o Os entes federados estabelecerão nos

respectivos planos de educação estratégias

que:

I - assegurem a articulação das políticas

educacionais com as demais políticas sociais,

particularmente as culturais;

II - considerem as necessidades específicas das

populações do campo e das comunidades

indígenas e quilombolas, asseguradas a equidade

educacional e a diversidade cultural;

III - garantam o atendimento das necessidades

específicas na educação especial, assegurado o

sistema educacional inclusivo em todos os níveis,

etapas e modalidades;

IV - promovam a articulação interfederativa na

implementação das políticas educacionais.

§ 2o Os processos de elaboração e adequação

dos planos de educação dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios, de que trata o

caput deste artigo, serão realizados com ampla

participação de representantes da comunidade

educacional e da sociedade civil.

Art. 11. O Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Básica, coordenado pela União, em

colaboração com os Estados, o Distrito Federal e

os Municípios, constituirá fonte de informação

para a avaliação da qualidade da educação básica

e para a orientação das políticas públicas desse

nível de ensino.

§ 1o O sistema de avaliação a que se refere o

caput produzirá, no máximo a cada 2 (dois) anos:

I - indicadores de rendimento escolar, referentes

ao desempenho dos (as) estudantes apurado em

exames nacionais de avaliação, com participação

de pelo menos 80% (oitenta por cento) dos (as)

alunos (as) de cada ano escolar periodicamente

avaliado em cada escola, e aos dados pertinentes

apurados pelo censo escolar da educação básica;

II - indicadores de avaliação institucional, relativos

a características como o perfil do alunado e do

corpo dos (as) profissionais da educação, as

relações entre dimensão do corpo docente, do

corpo técnico e do corpo discente, a infraestrutura

das escolas, os recursos pedagógicos disponíveis

e os processos da gestão, entre outras relevantes.

ANEXO – METAS

META 1 Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE.

META 2 Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE.

META 3 Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento)

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37

META 4 Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.

META 5 Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3o (terceiro) ano do ensino fundamental.

META 6 Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação básica.

META 7

Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as médias nacionais para o IDEB.

META 8

Elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste Plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

META 9

Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional.

META 10

Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional.

META 11

Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público.

META 12

Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público.

META 13

Elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores.

META 14

Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores.

META 15

Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caputdo art. 61 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.

META 16

Formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por cento) dos professores da

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38

educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos (as) os (as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.

META 17

Valorizar os (as) profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE.

META 18

Assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de Carreira para os (as) profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de Carreira dos (as) profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.

META 19

Assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.

META 20

Ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto - PIB do País no 5o (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio.

EXERCÍCIOS

1 - Formação para o trabalho e para a cidadania,

com ênfase nos valores morais e éticos em que se

fundamenta a sociedade, são diretrizes do:

A) Conselho Regional do Estado.

B) Fundo Nacional de Educação.

C) Plano Nacional de Educação.

D) Conselho Nacional de Políticas Públicas.

E) Conselho Nacional de Políticas Educacionais.

2 - Segundo o Plano Nacional de Educação, as

metas previstas no anexo da Lei deverão ter como

referência:

I. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

– PNAD.

II. O Censo Demográfico.

III. Os censos nacionais da educação básica e

superior mais atualizados.

Quais estão corretas?

A) Apenas I.

B) Apenas II.

C) Apenas III.

D) Apenas II e III.

E) I, II e III.

3 - Conforme o Plano Nacional de Educação,

compete às seguintes instâncias como MEC, CNE

e Fórum Nacional de Educação:

I. Divulgar os resultados do monitoramento e das

avaliações nos respectivos sítios institucionais da

internet.

II. Analisar e propor políticas públicas para

assegurar a implementação das estratégias e o

cumprimento das metas.

III. Analisar e propor a revisão do percentual de

investimento público em educação.

Quais estão corretas?

A) Apenas I.

B) Apenas II.

Page 357: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

39

C) Apenas III.

D) Apenas I e II.

E) I, II e III.

4 - Assinale V, se verdadeiro, ou F, se falso,

referente às instâncias que são responsáveis pela

execução do PNE e o cumprimento de suas

metas:

( ) Ministério da Educação.

( ) Conselho Estadual da Educação.

( ) Fórum Nacional da Educação.

( ) Comissão de Educação da Câmara dos

Deputados e Comissão de Educação, Cultura e

Esporte do Senado Federal.

A ordem correta de preenchimento dos

parênteses, de cima para baixo, é:

A) V – F – F – F.

B) F – V – V – F.

C) F – V – F – V.

D) V – F – V – V.

E) V – V – V – V.

5 - A execução do Plano Nacional de Educação

(PNE) e o cumprimento de suas metas serão

objeto de monitoramento contínuo e de avaliações

periódicas. Com base nessa informação, analise

as assertivas abaixo e assinale V, se verdadeiro,

ou F, se falso, no que se refere às instâncias

responsáveis por esse monitoramento.

( ) Ministério da Educação.

( ) Fórum Nacional de Educação.

( ) Conselho Estadual de Educação.

( ) Comissão de Educação da Câmara dos

Deputados e Comissão de Educação, Cultura e

Esporte do Senado Federal.

A ordem correta de preenchimento dos

parênteses, de cima para baixo, é:

A) V – F – V – F.

B) V – V – F – V.

C) F – F – V – V.

D) F – V – F – V.

E) V – V – V – F.

6 - A União promoverá a realização de pelo menos

__________________ conferências nacionais de

educação até o final do decênio, precedidas de

conferências distrital, municipais e estaduais,

articuladas e coordenadas pelo ______________,

instituído nesta Lei, no âmbito do Ministério da

Educação.

Assinale a alternativa que preenche, correta e

respectivamente, as lacunas do trecho acima.

A) duas – Fórum Nacional de Educação

B) duas – Conselho Nacional de Educação

C) três – Comissão de Educação da Câmara dos

Deputados e Comissão de Educação, Cultura e

Esporte do Senado Federal

D) três – Fórum Nacional de Educação

E) quatro – Conselho Nacional de Educação

7 - De acordo com a Lei nº 13.005/2014, que

aprova o Plano Nacional de Educação, com o

objetivo de avaliar a execução desse plano e

subsidiar a elaboração do próximo para o decênio

subsequente, as conferências nacionais de

educação serão realizadas com intervalo de até:

A) 2 anos entre elas.

B) 3 anos entre elas.

C) 4 anos entre elas.

D) 5 anos entre elas.

E) 6 anos entre elas.

8 - Segundo o Plano Nacional de Educação, os

processos de elaboração e adequação dos planos

de educação dos estados, do Distrito Federal e

dos municípios serão realizados com ampla

participação de representantes da:

I. Comunidade Educacional.

II. Sociedade Civil.

III. Sociedade Militar.

Quais estão corretas?

Page 358: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

40

A) Apenas I.

B) Apenas II.

C) Apenas III.

D) Apenas I e II.

E) I, II e III.

9 - Os processos de elaboração e adequação dos

planos de educação dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios serão realizados com

ampla participação de representantes da (o):

A) Comunidade política e sociedade cultural.

B) Comunidade educacional e da sociedade civil.

C) Conselho Tutelar e comunidade política.

D) Comunidade filantrópica e sociedade civil.

E) Conselho de Educação e Conselho Municipal.

10 - De acordo com o Plano Nacional de

Educação, os entes federados estabelecerão nos

respectivos planos de educação estratégias que:

I. Assegurem a articulação das políticas

educacionais com as demais políticas sociais,

particularmente as culturais.

II. Considerem as necessidades específicas das

populações do campo e das comunidades

indígenas e quilombolas, asseguradas a equidade

educacional e a diversidade cultural.

III. Garantam o atendimento das necessidades

específicas na educação especial, assegurado o

sistema educacional inclusivo em todos os níveis,

etapas e modalidades.

IV. Promovam a articulação interfederativa na

implementação das políticas educacionais.

Quais estão corretas?

A) Apenas I.

B) Apenas II e III.

C) Apenas III e IV.

D) Apenas I, II e IV.

E) I, II, III e IV.

11 - Os processos de elaboração e adequação dos

planos de educação dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios serão realizados com

ampla participação:

A) De representantes da comunidade educacional

e da sociedade civil.

B) De representantes da sociedade civil e política.

C) Somente da sociedade educacional.

D) Da administração pública.

E) Somente da comunidade política.

12 - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

deverão elaborar seus correspondentes planos de

educação, ou adequar os planos já aprovados em

lei, em consonância com as diretrizes, metas e

estratégias previstas nesse PNE, no prazo de:

A) 1 ano contado da publicação da Lei.

B) 2 anos contados da publicação da Lei.

C) 5 anos contados da publicação da Lei.

D) 8 anos contados da publicação da Lei.

E) 10 anos contados da publicação da Lei.

13 - Segundo o Plano Nacional de Educação, o

Sistema Nacional de Avaliação da Educação

Básica produzirá, no máximo a cada dois anos:

I. Indicadores de rendimento escolar.

II. Indicadores de avaliação institucional.

III. Avaliação de desempenho docente.

Quais estão corretas?

A) Apenas I.

B) Apenas II.

C) Apenas III.

D) Apenas I e II.

E) I, II e III.

14 - De acordo com a Lei nº 13.005/2014 que

aprova o Plano Nacional de Educação, o Sistema

Nacional de Avaliação da Educação Básica,

coordenado pela União, em colaboração com os

Estados, o Distrito Federal e os Municípios,

constituirá fonte de informação para a avaliação

Page 359: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

41

da qualidade da educação básica e para a

orientação das políticas públicas que produzirá

indicadores, como o Índice de Desenvolvimento

da Educação Básica – IDEB. A quem cabe a

elaboração e o cálculo desse índice e dos

indicadores educacionais que se refere a

avaliação institucional e rendimento escolar?

A) INEP – Instituto Nacional de Estudos e

Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.

B) IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística.

C) IUB – Instituto Universal Brasileiro.

D) ISBRAE – Instituto Superior Brasileiro de

Ensino.

E) ISBET – Instituto Brasileiro Pro Educação e

Trabalho.

15 - Até o final do primeiro semestre do nono ano

de vigência deste PNE, o Poder Executivo

encaminhará ao Congresso Nacional, sem

prejuízo das prerrogativas deste Poder, o projeto

de lei referente ao Plano Nacional de Educação a

vigorar no período subsequente, que incluirá:

A) Estratégias, Planos, Projetos e Metas para o

próximo decênio.

B) Diretrizes, Diagnósticos, Planejamento e

Estratégias para o próximo quinquênio.

C) Planejamento, Transversalidade, Diretrizes e

Diagnóstico para o próximo triênio.

D) Diagnóstico, Diretrizes, Metas e Estratégias

para o próximo decênio.

E) Metas, Diagnóstico, Estratégias e Projetos para

o próximo decênio.

16 - De acordo com o Plano Nacional de Educação

(PNE), é INCORRETO afirmar que:

A) O Fórum Nacional de Educação tem também a

atribuição de acompanhar a execução do

PNE e o cumprimento de suas metas.

B) Uma de suas diretrizes é a universalização do

atendimento escolar.

C) Somente os Municípios atuarão visando ao

alcance das metas e à implementação das

estratégias objeto deste Plano.

D) O poder público buscará ampliar o escopo das

pesquisas com fins estatísticos de forma a incluir

informação detalhada sobre o perfil das

populações de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos

com deficiência.

E) A vigência do plano é de 10 (dez) anos a partir

de sua publicação.

17 - Assinale a alternativa que NÃO corresponde

aos objetivos do Plano Nacional de Educação.

A) Democratização da gestão do ensino público,

nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos

princípios da participação dos profissionais da

educação na elaboração do projeto pedagógico da

escola e a participação das comunidades escolar

e local em conselhos escolares ou equivalentes.

B) Elevação global do nível de escolaridade da

população.

C) Melhoria da qualidade do ensino em todos os

níveis.

D) Planejar, apoiar, monitorar e avaliar as ações

da Atenção Básica nos territórios nacionais, de

acordo com as diretrizes da Portaria nº

2.436/2017.

E) Redução das desigualdades sociais e regionais

no tocante ao acesso e à permanência, com

sucesso, na educação pública.

18 - O Plano Nacional de Educação (PNE)

elaborado em 2014 estabeleceu vinte metas a

serem cumpridas durante a sua vigência, dentre

elas:

I. Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove)

anos para toda a população de 7 (sete) a 18

(dezoito) anos.

II. Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o

final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental.

III. Oferecer educação em tempo integral em, no

mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas

públicas.

Quais estão corretas?

A) Apenas I.

B) Apenas I e II.

C) Apenas I e III.

Page 360: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

42

D) Apenas II e III.

E) I, II e III.

19 - Uma das metas do PNE é alfabetizar todas

as crianças, no máximo, até o final do:

A) 1º ano do ensino fundamental.

B) 2º ano do ensino fundamental.

C) 3º ano do ensino fundamental.

D) 4º ano do ensino fundamental.

E) 5º ano do ensino fundamental.

20 - Segundo o Plano Nacional de Educação, uma

de suas metas é: universalizar o ensino

fundamental de 9 anos para toda a população de

6 a 14 anos e garantir que pelo menos 95% dos

alunos concluam essa etapa na idade

recomendada, até o último ano de vigência desse

PNE. Com base nessa informação, assinale V, se

verdadeiro, ou F, se falso, ao que se refere às

estratégias para concluir a meta.

( ) Promover a busca ativa de crianças e

adolescentes fora da escola, em parceria com

órgãos públicos de assistência social, saúde e

proteção à infância, adolescência e juventude.

( ) Criar mecanismos para o acompanhamento

individualizado dos(as) alunos(as) do ensino

fundamental.

( ) Disciplinar, no âmbito dos sistemas de ensino,

a organização flexível do trabalho pedagógico,

incluindo adequação do calendário escolar de

acordo com a realidade local, a identidade cultural

e as condições climáticas da região.

( ) Estimular a oferta do ensino fundamental, em

especial dos anos iniciais, para as populações do

campo, indígenas e quilombolas, nas próprias

comunidades.

A ordem correta de preenchimento dos

parênteses, de cima para baixo, é:

A) V – F – F – V.

B) F – V – V – F.

C) V – V – V – V.

D) F – V – F – V.

E) V – F – V – F.

21– Uma das metas do Plano Nacional de

Educação é fomentar a qualidade da educação

básica em todas as etapas e modalidades, com

melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de

modo a atingir as médias nacionais para o

A) IDEB – Índice de Desenvolvimento da

Educação Básica.

B) IOEB – Índice de Oportunidades da Educação

Brasileira.

C) PISA – Programa Internacional de Avaliação de

Estudantes.

D) IDH – Índice de Desenvolvimento Humano.

E) IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística.

22 – Dentre as metas estabelecidas no Plano

Nacional de Educação, analise as afirmações

abaixo e assinale V, se verdadeiras, ou F, se

falsas.

( ) Universalizar, até 2016, a educação infantil na

pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5

(cinco) anos de idade e ampliar a oferta de

educação infantil em creches de forma a atender,

no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das

crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência

deste PNE.

( ) Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove)

anos para toda a população de 6 (seis) a 14

(quatorze) anos e garantir que pelo menos 95%

(noventa e cinco por cento) dos alunos concluam

essa etapa na idade recomendada, até o último

ano de vigência deste PNE.

( ) Universalizar, até 2016, o atendimento escolar

para toda a população de 15 (quinze) a 17

(dezessete) anos e elevar, até o final do período

de vigência deste PNE, a taxa líquida de

matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e

cinco por cento).

( ) Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o

final do 4º (quarto) ano do ensino fundamental.

( ) Oferecer educação em tempo integral em 100%

(cem por cento) das escolas públicas, de forma a

atender, pelo menos, 90% (noventa por cento)

dos(as) alunos(as) da educação básica.

Page 361: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

43

A ordem correta de preenchimento dos

parênteses, de cima para baixo, é:

A) F – F – V – F – V.

B) V – V – V – F – F.

C) V – F – V – V – V.

D) F – V – F – V – F.

E) V – F – F – V – V.

EXERCÍCIOS – LOTE 2

1 – A Meta 2 do Plano Nacional de Educação (PNE) tem como foco o atendimento ao público de que faixa etária? A) 6 (seis) a 14 (quatorze) anos. B) Zero a 5 (cinco) anos. C) 3 (três) a 12 (doze) anos. D) 6 (seis) a 16 (dezesseis) anos. E) 7 (sete) a 18 (dezoito) anos. 2 – Correspondem a diretrizes do Plano Nacional de Educação, EXCETO: A) Formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade. B) Promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. C) Valorização dos(as) profissionais da educação. D) Melhoria da competitividade na educação. E) Universalização do atendimento escolar. 3 – De acordo com a Meta 4 do Plano Nacional de Educação, o atendimento educacional especializado atende a população com: I. Deficiência. II. Transtornos globais de desenvolvimento. III. Altas habilidades ou superdotação. Quais estão corretos? A) Apenas I. B) Apenas III. C) Apenas I e III. D) Apenas II e III. E) I, II e III 4 – Sobre o atual Plano Nacional de Educação, é correto afirmar que: I. Foi aprovado em 2014. II. É constituído por 10 (dez) metas e 10 (dez) diretrizes. III. Possui o prazo de vigência de 5 (cinco) anos. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas III. C) Apenas I e II.

D) Apenas I e III. E) I, II e III 5 – Segundo o Plano Nacional de Educação, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios atuarão em regime de colaboração, visando ao alcance das metas e à implementação das estratégias objeto desse Plano. Nesse sentido, assinale V, se verdadeiro, ou F, se falso, quanto a essas estratégias: ( ) Haverá regime de colaboração específico para a implementação de modalidades de educação escolar que necessitem considerar territórios étnico-educacionais e a utilização de estratégias que levem em conta as identidades e especificidades socioculturais e linguísticas de cada comunidade envolvida, assegurada a consulta prévia e informada a essa comunidade. ( ) Será criada uma instância permanente de negociação e cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. ( ) O fortalecimento do regime de colaboração entre os Municípios dar-se-á, inclusive, mediante a adoção de arranjos de desenvolvimento da educação. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: A) F – V – F. B) F – F – V. C) V – V – V. D) V – V – F. E) F – F – F. 6 – A meta 1 do Plano Nacional de Educação pretendia universalizar até 2016 qual etapa da Educação Básica? A) Educação Infantil. B) Ensino Fundamental. C) Educação de Jovens e Adultos. D) Ensino Médio. E) Ensino Técnico. 7 – A execução do Plano Nacional de Educação, bem como o cumprimento de suas metas, serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações periódicas, realizados por qual das instâncias abaixo? A) Instituto da Educação Nacional e do Distrito Federal. B) Fórum Nacional de Educação. C) Sistema Federal de Avaliação da Educação Básica. D) Instituto Nacional de Pesquisas Especiais. E) Câmara do Senado.

Page 362: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

44

8 – De acordo com o Plano Nacional de Educação, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica produzirá, no máximo a cada 2 (dois) anos, indicadores de avaliação institucional, relativos a características como, EXCETO: A) Os recursos financeiros dos familiares dos alunos. B) O perfil do alunado. C) As relações entre dimensão do corpo docente, do corpo técnico e do corpo discente. D) A infraestrutura das escolas. E) Os recursos pedagógicos disponíveis. 9 – Uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) é universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos ______________________ dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do trecho acima. A) 98% B) 95% C) 93% D) 90% E) 85% 10 – Entre as diretrizes do Plano Municipal de Educação, encontram-se os seguintes, EXCETO: A) Promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. B) Superação das desigualdades sociais com encaminhamento para o mercado de trabalho. C) Valorização dos profissionais da educação. D) Erradicação do analfabetismo. E) Melhoria da qualidade da educação. 11 – A execução do Plano Municipal e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações periódicas realizados pelas seguintes instâncias: I. Secretaria Municipal de Educação. II. Ministério Público. III. Conselho Municipal de Educação – CME. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas I e II. C) Apenas I e III. D) Apenas II e III. E) I, II e III.

12 – A Meta 4 do Plano Nacional de Educação preconiza que o atendimento à população portadora de deficiência, transtornos globais de desenvolvimento, altas habilidades ou superdotação, ocorra por meio da educação inclusiva, ou seja: A) Preferencialmente na rede regular de ensino. B) Exclusivamente na rede regular de ensino. C) Em turmas especiais na rede regular de ensino. D) Exclusivamente em escolas especiais. E) Preferencialmente em escolas especiais. 13 – O Plano Nacional de Educação tem vigência de quanto tempo? A) 12 anos. B) 10 anos. C) 08 anos. D) 06 anos. E) 04 anos. 14 – As metas previstas no Plano Nacional de Educação, deverão ter como referência: I. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB. II. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD. III. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e III. E) I, II e III. 15 – As metas previstas no Plano Nacional de Educação deverão ter como referência a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o censo demográfico e os censos nacionais da educação básica e superior mais atualizados. Nesse sentido, o poder público buscará ampliar o escopo das pesquisas com fins estatísticos de forma a incluir informação detalhada sobre o perfil das populações com deficiência de: A) 3 a 15 anos. B) 4 a 17 anos. C) 5 a 16 anos. D) 5 a 17 anos. E) 6 a 18 anos

Page 363: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

45

GABARITO LOTE 1 1C 2E 3E 4D 5B 6 A 7C 8D 9B 10E 11 A 12 A 13D 14 A 15D 16C 17D 18D 19C 20C 21 A 22B GABARITO LOTE 2 1 A 2D 3E 4 A 5C 6 A 7B 8 A 9B 10B 11C 12 A 13B 14B 15B 16C

Page 364: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

46

QUADRO COMPARATIVO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇAO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇAO DE SÃO LEOPOLDO

METAS

METAS

META 1 Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola

para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a

oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo,

50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final

da vigência deste PNE.

META 1: Universalizar, até 2016, a educação Infantil na pré-escola

para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a

oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo,

50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos de idade até

o final da vigência deste PME.

Estratégias: definir, em regime de colaboração entre a União e o

Município, metas de expansão das redes públicas de educação infantil

segundo padrão nacional de qualidade, considerando as peculiaridades

locais, observadas através de pesquisa socioantropológica, realizada

pelo Poder Público Municipal;

Nos primeiros 5 (cinco) anos de vigência, o correspondente a 80%

(oitenta por cento) do percentual definido pela meta nacional para

o atendimento da faixa de 0 (zero) a 3 (três) anos de idade;

META 2 Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para

toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que

pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam

essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste

PNE.

META 2: Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda

a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos de idade e garantir que

pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos estudantes

concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de

vigência deste PME.

META 3 Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a

população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final

do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no

ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento)

META 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a

população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos de idade e elevar,

até o final do período de vigência deste PME, a taxa líquida de

matrículas no ensino médio para 100% (cem por cento).

Page 365: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

47

META 4 Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17

(dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à

educação básica e ao atendimento educacional especializado,

preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de

sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais,

classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados

Meta 4: Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete)

anos de idade com deficiência, TGD, TEA e AH/SD, o acesso à

educação básica e ao AEE, preferencialmente na rede regular de ensino,

com a garantia de sistema educacional inclusivo, de SRM, classes,

escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.

META 5 Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3o

(terceiro) ano do ensino fundamental.

Meta 5: Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º

(terceiro) ano do ensino fundamental.

META 6 Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50%

(cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender,

pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da

educação básica.

Meta 6: Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 70%

(setenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo

menos, 45% (quarenta e cinco por cento) dos estudantes da educação

básica, até atingir sua totalidade ao final do ano de 2024, garantindo o

direito das famílias em optar pelo turno parcial.

META 7: Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas

e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de

modo a atingir as médias nacionais para o Ideb.

Meta 7: Fomentar a qualidade da Educação Básica em todas as etapas

e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de

modo a atingir as médias do IDEB, projetadas para o Município.

META 8: Elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a

29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos

de estudo no último ano de vigência deste Plano, para as populações

do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% (vinte

e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média entre

negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística - IBGE.

Meta 8: Elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29

(vinte nove) anos de idade, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze)

anos de estudo no último ano de vigência deste PME, para as

populações do campo, da região de menor escolaridade no Município

e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade

média entre negros e não-negros declarados à Fundação Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Page 366: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

48

META 9 Elevar a taxa de alfabetização da população com 15

(quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco

décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste PNE,

erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por

cento) a taxa de analfabetismo funcional.

META 9: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15

(quinze) anos ou mais para 98% (noventa e oito por cento) no ano

de 2015 e, até o final da vigência deste PME, erradicar o analfabetismo

absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de

analfabetismo funcional.

META 10 Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das

matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos

fundamental e médio, na forma integrada à educação

profissional.

Meta 10: Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das

matrículas de EJA, nos ensinos fundamental e médio, na forma

integrada à educação profissional.

META 11 Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de

nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50%

(cinquenta por cento) da expansão no segmento público.

META 11: Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de

nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50%

(cinquenta por cento) da expansão no segmento público.

META 12 Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para

50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por

cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos,

assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40%

(quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público.

META 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para

60% (sessenta por cento) e a taxa líquida para 40% (quarenta por cento)

da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos de idade,

assegurando a qualidade de oferta.

META 13 Elevar a qualidade da educação superior e ampliar a

proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo

exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75%

(setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e

cinco por cento) doutores.

Meta 13: Apoiar a qualidade da educação superior e ampliar a

proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício

no conjunto do sistema de educação superior para 45% (quarenta e

cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 8,5% (oito vírgula cinco

por cento) doutores.

Page 367: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

49

META 14 Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-

graduação de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta

mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores.

META 14: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-

graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60

(sessenta) mestres e 25 (vinte e cinco) doutores.

META 15 Garantir, em regime de colaboração entre a União, os

Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de

vigência deste PNE, política nacional de formação dos profissionais da

educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei

n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os

professores e as professoras da educação básica possuam formação

específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área

de conhecimento em que atuam.

META 15: Garantir, em regime de colaboração com a União e Estado,

no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PME, política de formação

municipal dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II

e III do caput do art. 61 da LDBEN nº 9.394/96, assegurando que todos

profissionais da educação básica possuam formação específica de nível

superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em

que atuam.

META 16 Formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por

cento) dos professores da educação básica, até o último ano de

vigência deste PNE, e garantir a todos (as) os (as) profissionais da

educação básica formação continuada em sua área de atuação,

considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos

sistemas de ensino.

META 16: Formar, em nível de pós-graduação lato sensu ou stricto

sensu, na área de atuação, 50% (cinquenta por cento) dos profissionais

da educação docentes que atuam na educação básica, até o último ano

de vigência deste PME, e garantir que todos tenham acesso à formação

continuada, considerando as necessidades, as demandas e as

contextualizações dos sistemas de ensino.

META 17 Valorizar os (as) profissionais do magistério das redes

públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento

médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade equivalente,

até o final do sexto ano de vigência deste PNE

META 17: Valorizar os profissionais do magistério da rede pública

municipal de educação básica, de forma a equiparar seu rendimento

médio ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o

final do 5º (quinto) ano de vigência deste PME.

META 18 Assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos

de Carreira para os (as) profissionais da educação básica e superior

pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de Carreira

dos (as) profissionais da educação básica pública, tomar como

referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal,

nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal

META 18: Assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a partir da vigência

deste PME, a adequação do plano de carreira dos profissionais da

educação básica pública dos sistemas de ensino, conduzida pelas

mantenedoras, conselhos de educação e pelas entidades

representativas de classe, tendo como referência o reajuste do Piso

Salarial Nacional garantindo a equiparação do rendimento médio dos

demais profissionais com a escolaridade equivalente.

Page 368: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

50

META 19 Assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a

efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios

técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade

escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio

técnico da União para tanto.

META 19: Assegurar condições, sob responsabilidade dos sistemas de

ensino, durante a vigência deste PME, para a efetivação da gestão

democrática da educação pública e do regime de colaboração, através

do fortalecimento dos respectivos COMFUDEB, CAE, conselhos de

educação, CE, grêmio estudantil, e da gestão democrática escolar,

prevendo recursos e apoio técnico da União, bem como recursos

próprios das esferas estadual e municipal.

META 20 Ampliar o investimento público em educação pública de

forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do

Produto Interno Bruto - PIB do País no 5o (quinto) ano de vigência

desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao

final do decênio.

Meta 20: Garantir o investimento público em educação pública,

assegurando a competência de cada ente federado, de forma a atingir,

no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto

(PIB) do País no 5º (quinto) ano de vigência deste PME, e o equivalente

a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio.

Page 369: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

51

BNCC - BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E REFERENCIAL

CURRICULAR GAÚCHO

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é:

um documento de caráter normativo;

define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos

os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação

Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e

desenvolvimento

aplica-se exclusivamente à educação escolar, e

está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação

humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e

inclusiva.

Espera-se que:

ajude a superar a fragmentação das políticas educacionais,

enseje o fortalecimento do regime de colaboração entre as três esferas de governo

e,

seja balizadora da qualidade da educação. Assim, para além da garantia de acesso

e permanência na escola, é necessário que sistemas, redes e escolas garantam um

patamar comum de aprendizagens a todos os estudantes.

Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas na BNCC devem

concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências

gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e

desenvolvimento.

Na BNCC,

competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e

procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e

valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício

da cidadania e do mundo do trabalho.

As competências gerais da Educação Básica, apresentadas a seguir,

inter-relacionam-se e desdobram-se no tratamento didático proposto para as

três etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino

Médio), articulando-se na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de

habilidades e na formação de atitudes e valores, nos termos da LDB.

Page 370: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

52

1. CONHECIMENTO

Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico,

social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e

colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. PENSAMENTO CRÍTICO, CIENTIFICO E CRIATIVO

Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo

a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar

causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções

(inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. REPERTÓRIO CULTURAL

Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e

também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

Page 371: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

53

4. COMUNICAÇAO

Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita),

corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística,

matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e

sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento

mútuo.

5. CULTURA DIGITAL

Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma

crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares)

para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver

problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. TRABALHO E PROJETO DE VIDA

Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e

experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e

fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,

autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. ARGUMENTAÇAO

Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar

e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os

direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local,

regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos

outros e do planeta.

8. AUTOCONHECIMENTO E AUTOCUIDADO

Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na

diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e

capacidade para lidar com elas.

9. EMPATIA E COOPERAÇAO

Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se

respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e

valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades,

culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

Page 372: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

54

10. RESPONSABILIDADE E CIDADANIA

Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e

determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos,

sustentáveis e solidários.

DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Os eixos estruturantes das práticas pedagógicas dessa etapa da Educação

Básica são as interações e a brincadeira, experiências nas quais as crianças podem

construir e apropriar-se de conhecimentos por meio de suas ações e interações com seus pares e

com os adultos, o que possibilita aprendizagens, desenvolvimento e socialização.

A interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da infância, trazendo consigo

muitas aprendizagens e potenciais para o desenvolvimento integral das crianças. Ao

observar as interações e a brincadeira entre as crianças e delas com os adultos, é possível

identificar, por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das frustrações, a resolução

de conflitos e a regulação das emoções.

Seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento asseguram, na Educação

Infantil, as condições para que as crianças aprendam em situações nas quais possam desempenhar

um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a

resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural.

Na Educação Infantil, a concepção que vincula educar e cuidar, assim entendido o

cuidado como algo indissociável do processo educativo.

Nesse contexto, as creches e pré-escolas, ao acolher as vivências e os conhecimentos construídos

pelas crianças no ambiente da família e no contexto de sua comunidade, e articulá-los em suas

propostas pedagógicas, têm o objetivo de ampliar o universo de experiências, conhecimentos

e habilidades dessas crianças, diversificando e consolidando novas aprendizagens, atuando

de maneira complementar à educação familiar – especialmente quando se trata da educação

dos bebês e das crianças bem pequenas, que envolve aprendizagens muito próximas aos dois

contextos (familiar e escolar), como a socialização, a autonomia e a comunicação.

Page 373: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

55

Essa concepção de criança como ser que observa, questiona, levanta hipóteses,

conclui, faz julgamentos e assimila valores e que constrói conhecimentos e se

apropria do conhecimento sistematizado por meio da ação e nas interações com o

mundo físico e social não deve resultar no confinamento dessas aprendizagens a um

processo de desenvolvimento natural ou espontâneo.

Ao contrário, impõe a necessidade de imprimir intencionalidade educativa às

práticas pedagógicas na Educação Infantil, tanto na creche quanto na pré-escola.

Essa intencionalidade consiste na organização e proposição, pelo educador, de

experiências que permitam às crianças conhecer a si e ao outro e de conhecer e

compreender as relações com a natureza, com a cultura e com a produção científica, que

se traduzem nas práticas de cuidados pessoais (alimentar-se, vestir-se, higienizar-se), nas

brincadeiras, nas experimentações com materiais variados, na aproximação com a

literatura e no encontro com as pessoas.

Parte do trabalho do educador é refletir, selecionar, organizar, planejar, mediar e

monitorar o conjunto das práticas e interações, garantindo a pluralidade de

situações que promovam o desenvolvimento pleno das crianças.

Por meio de diversos registros, feitos em diferentes momentos tanto pelos professores

quanto pelas crianças (como relatórios, portfólios, fotografias, desenhos e textos), é

possível evidenciar a progressão ocorrida durante o período observado, sem intenção de

seleção, promoção ou classificação de crianças em “aptas” e “não aptas”, “prontas” ou “não

prontas”, “maduras” ou “imaturas”. Trata-se de reunir elementos para reorganizar tempos,

espaços e situações que garantam os direitos de aprendizagem de todas as crianças.

OS CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS

Os campos de experiências constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as

experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos

conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural.

Considerando saberes e conhecimentos, os campos de experiências em que se organiza a

BNCC são:

O eu, o outro e o nós – É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão

constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem

outros modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista.

Corpo, gestos e movimentos – Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos,

movimentos impulsivos ou intencionais, coordenados ou espontâneos), as crianças, desde

cedo, exploram o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem relações,

expressam--se, brincam e produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o

universo social e cultural, tornando-se, progressivamente, conscientes dessa

corporeidade. Por meio das diferentes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as

brincadeiras de faz de conta, elas se comunicam e se expressam no entrelaçamento entre

corpo, emoção e linguagem.

Page 374: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

56

Traços, sons, cores e formas – Conviver com diferentes manifestações artísticas,

culturais e científicas, locais e universais, no cotidiano da instituição escolar, possibilita às

crianças, por meio de experiências diversificadas, vivenciar diversas formas de expressão

e linguagens, como as artes visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografia etc.), a

música, o teatro, a dança e o audiovisual, entre outras.

Escuta, fala, pensamento e imaginação – Desde o nascimento, as crianças

participam de situações comunicativas cotidianas com as pessoas com as quais interagem.

As primeiras formas de interação do bebê são os movimentos do seu corpo, o olhar, a

postura corporal, o sorriso, o choro e outros recursos vocais, que ganham sentido com a

interpretação do outro. Progressivamente, as crianças vão ampliando e enriquecendo seu

vocabulário e demais recursos de expressão e de compreensão, apropriando-se da língua

materna – que se torna, pouco a pouco, seu veículo privilegiado de interação.

Na Educação Infantil, é importante promover experiências nas quais as crianças possam

falar e ouvir, potencializando sua participação na cultura oral, pois é na escuta de histórias,

na participação em conversas, nas descrições, nas narrativas elaboradas individualmente

ou em grupo e nas implicações com as múltiplas linguagens que a criança se constitui

ativamente como sujeito singular e pertencente a um grupo social.

Desde cedo, a criança manifesta curiosidade com relação à cultura escrita: ao ouvir e

acompanhar a leitura de textos, ao observar os muitos textos que circulam no contexto

familiar, comunitário e escolar, ela vai construindo sua concepção de língua escrita,

reconhecendo diferentes usos sociais da escrita, dos gêneros, suportes e portadores. O

contato com histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis etc. propicia a familiaridade com

livros, com diferentes gêneros literários, a diferenciação entre ilustrações e escrita, a

aprendizagem da direção da escrita e as formas corretas de manipulação de livros. Nesse

convívio com textos escritos, as crianças vão construindo hipóteses sobre a escrita que se

revelam, inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à medida que vão conhecendo letras, em

escritas espontâneas, não convencionais, mas já indicativas da compreensão da escrita

como sistema de representação da língua.

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações – As crianças vivem

inseridas em espaços e tempos de diferentes dimensões, em um mundo constituído de

fenômenos naturais e socioculturais. Desde muito pequenas, elas procuram se situar em

diversos espaços (rua, bairro, cidade etc.) e tempos (dia e noite; hoje, ontem e amanhã

etc.). Portanto, a Educação Infantil precisa promover experiências nas quais as crianças

possam fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, levantar

hipóteses e consultar fontes de informação para buscar respostas às suas curiosidades e

indagações. Assim, a instituição escolar está criando oportunidades para que as crianças

ampliem seus conhecimentos do mundo físico e sociocultural e possam utilizá-los em seu

cotidiano.

Page 375: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

57

ENSINO FUNDAMENTAL

ESTRUTURADO EM 5 ÁREAS DO CONHECIMENTO

DEFINIÇOES IMPORTANTES

COMPETENCIAS: é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e

procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores

para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do

mundo do trabalho.

HABILIDADES: Para garantir o desenvolvimento das competências específicas, cada

componente curricular apresenta um conjunto de habilidades. Essas habilidades estão

relacionadas a diferentes objetos de conhecimento – aqui entendidos como conteúdos,

conceitos e processos –, que, por sua vez, são organizados em unidades temáticas.

As habilidades expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas

aos alunos nos diferentes contextos escolares.

Page 376: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

58

EXERCÍCIOS BNCC

1. LA SALLE - 5-Na Base Comum Curricular (BNCC), a área de Linguagens do Ensino

Fundamental – Anos Iniciais é composta pelos seguintes Componentes Curriculares:

A) Arte, Historia e Matemática.

B) Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Musica.

C) Geografia, Ensino Religioso e Historia.

D) Educação Física, Ciências e Língua Portuguesa.

E) Língua Portuguesa, Artes e Educação Física.

2 – LA SALLE - A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) apresenta-se como

documento de caráter normativo, que define o conjunto orgânico e progressivo de

aprendizagens essenciais a todos os alunos ao longo das etapas e modalidades da

Educação Básica, de modo que assegure seus direitos de aprendizagem e

desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de

Educação (PNE). Sobre a BNCC, é CORRETO afirmar que:

I- Campos de experiência é a nomenclatura utilizada para denominar a organização

curricular da educação infantil e do ensino fundamental.

II- “Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas

manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais inclusive aquelas pertencentes

ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas,

individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de

saberes, identidades e culturas” é uma das dez competências gerais da educação básica.

III- Por se constituir uma política nacional, a implementação da BNCC requer

monitoramento dos entes federados, através dos seguintes órgãos: Conselho Nacional de

Educação (CNE), Conselho Nacional de Secretários da Educação (CONSED), União Nacional

dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e os Conselhos Estaduais e Municipais

de Educação.

IV- Na BNCC, o ensino fundamental está organizado em cinco áreas do conhecimento:

Linguagens, Matemática, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Ensino Religioso. No

ensino médio, ela está organizada em quatro áreas do conhecimento: Linguagens e suas

tecnologias, Matemática e suas tecnologias, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e

Ciências da Natureza e suas tecnologias.

É CORRETO o que se afirma em:

a) I e IV.

b) IV.

c) I, II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

3 – LA SALLE – A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) se aplica:

a) À educação formal e não-formal.

b) Exclusivamente à educação escolar.

c) Aos processos de ensino que acontecem na escola, no trabalho e na vida social.

d) À educação popular.

e) À educação profissional.

4 – LA SALLE - Assinale a alternativa que representa o fundamento pedagógico da

BNCC.

a) Prioriza a transmissão de conteúdos.

Page 377: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

59

b) Foco no desenvolvimento de competências.

c) Os meios de ensino são responsáveis pelo sucesso na aprendizagem dos alunos.

d) Ênfase na terminalidade dos currículos.

e) Foco em uma única modalidade de ensino.

5 – LA SALLE - A intersecção entre a formação dos alunos e os conhecimentos das

áreas de Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Ensino

Religioso, em conformidade com a BNCC, se dá através do desenvolvimento de:

a) Trabalho coletivo.

b) Pesquisas científicas.

c) Estudos de campo.

d) Competências e habilidades.

e) Participação em movimentos sociais

6 – IDECAP - Educação midiática forma cidadão consciente, dizem especialistas, ao

avaliarem que foi um avanço a inclusão da educação midiática na Base Nacional

Comum Curricular (BNCC), pois a escola poderá dar instrumentos para que o

estudante possa se tornar um consumidor e produtor de conteúdo responsável. A Base

Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino básico incluiu entre as competências

que o aluno deve ter a leitura crítica da informação que recebe por __________________.

Marque a alternativa que está em conformidade com a (BNCC):

a) Jornais.

b) Revistas.

c) Internet.

d) Redes sociais.

e) Todas alternativas acima estão em conformidade com a (BNCC).

7 – FUNDATEC - De acordo com a Base Nacional Comum Curricular, são competências

gerais da educação básica, EXCETO:

A) Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência

e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos,

inclusivos, sustentáveis e solidários.

B) Desenvolver competências operacionais e atitudinais nos estudantes, bem como

liderança, negociação e planejamento.

C) Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico,

social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e

colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

D) Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais,

e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

E) Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos

e experiências que possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e

fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao projeto de vida, com liberdade,

autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

8 – FUNDATEC - De acordo com a Base Nacional Comum Curricular, o estímulo ao

pensamento criativo, lógico e crítico, por meio da construção e do fortalecimento da

capacidade de fazer perguntas e de avaliar respostas, de argumentar, de interagir

com diversas produções culturais, de fazer uso de tecnologias de informação e

comunicação, possibilita aos alunos ampliar sua compreensão:

I. De si mesmos.

II. Do mundo natural e social.

Page 378: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

60

III. Das relações dos seres humanos entre si e com a natureza.

Quais estão corretas?

A) Apenas I.

B) Apenas II.

C) Apenas III.

D) Apenas I e III.

E) I, II e III.

9 - A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo

que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens

___________________________ que todos os alunos devem desenvolver ao longo das

etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus

direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua

o Plano Nacional de Educação. Assinale a alternativa que preenche corretamente a

lacuna do trecho acima.

A) atitudinais

B) específicas

C) essenciais

D) centrais

E) complexas

10 - De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), na primeira etapa da

Educação Básica, e de acordo com os eixos estruturantes da Educação Infantil

(interações e brincadeira), devem ser assegurados seis direitos de aprendizagem e

desenvolvimento, para que as crianças tenham condições de aprender e se

desenvolver, e dentre eles NÃO está:

A) Analisar.

B) Conviver.

C) Participar.

D) Explorar.

E) Expressar.

GABARITO:

1E 2E 3B 4B 5D 6E 7B 8E 9C 10 A

Page 379: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

61

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO

NACIONAL DE EDUCAÇÃO

RESOLUÇÃO Nº 4, DE 13 DE JULHO DE

2010 (*)

Define Diretrizes Curriculares Nacionais

Gerais para a Educação Básica

Art. 1º A presente Resolução define Diretrizes

Curriculares Nacionais Gerais para o conjunto

orgânico, sequencial e articulado das etapas e

modalidades da Educação Básica, baseando-se

no direito de toda pessoa ao seu pleno

desenvolvimento, à preparação para o

exercício da cidadania e à qualificação para o

trabalho, na vivência e convivência em

ambiente educativo, e tendo como fundamento

a responsabilidade que o Estado brasileiro, a

família e a sociedade têm de garantir a

democratização do acesso, a inclusão, a

permanência e a conclusão com sucesso das

crianças, dos jovens e adultos na instituição

educacional, a aprendizagem para

continuidade dos estudos e a extensão da

obrigatoriedade e da gratuidade da Educação

Básica.

OBJETIVOS

I - sistematizar os princípios e as diretrizes gerais

da Educação Básica contidos na Constituição, na

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(LDB) e demais dispositivos legais, traduzindo-os

em orientações que contribuam para assegurar a

formação básica comum nacional, tendo como

foco os sujeitos que dão vida ao currículo e à

escola;

II - estimular a reflexão crítica e propositiva que

deve subsidiar a formulação, a execução e a

avaliação do projeto político-pedagógico da escola

de Educação Básica;

III - orientar os cursos de formação inicial e

continuada de docentes e demais profissionais da

Educação Básica, os sistemas educativos dos

diferentes entes federados e as escolas que os

integram, indistintamente da rede a que

pertençam.

Art. 3º As Diretrizes Curriculares Nacionais

específicas para as etapas e modalidades da

Educação Básica devem evidenciar o seu papel

de indicador de opções políticas, sociais, culturais,

educacionais, e a função da educação, na sua

relação com um projeto de Nação, tendo como

referência os objetivos constitucionais,

fundamentando-se na cidadania e na dignidade da

pessoa, o que pressupõe igualdade, liberdade,

pluralidade, diversidade, respeito, justiça social,

solidariedade e sustentabilidade.

REFERÊNCIAS CONCEITUAIS

Art. 4º As bases que dão sustentação ao projeto

nacional de educação responsabilizam o poder

público, a família, a sociedade e a escola pela

garantia a todos os educandos de um ensino

ministrado de acordo com os princípios de:

I - igualdade de condições para o acesso,

inclusão, permanência e sucesso na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e

divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o

saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções

pedagógicas;

IV - respeito à liberdade e aos direitos;

V - coexistência de instituições públicas e

privadas de ensino;

VI - gratuidade do ensino público em

estabelecimentos oficiais;

VII - valorização do profissional da educação

escolar;

VIII - gestão democrática do ensino público, na

forma da legislação e das normas dos

respectivos sistemas de ensino;

IX - garantia de padrão de qualidade;

X - valorização da experiência extraescolar;

XI - vinculação entre a educação escolar, o

trabalho e as práticas sociais.

Art. 5º A Educação Básica é direito universal e

alicerce indispensável para o exercício da

cidadania em plenitude, da qual depende a

possibilidade de conquistar todos os demais

direitos.

Art. 6º Na Educação Básica, é necessário

considerar as dimensões do educar e do

cuidar, em sua inseparabilidade, buscando

recuperar, para a função social desse nível da

educação, a sua centralidade, que é o

Page 380: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

62

educando, pessoa em formação na sua

essência humana.

SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO

Art. 7º A concepção de educação deve orientar a

institucionalização do regime de colaboração entre

União, Estados, Distrito Federal e Municípios, no

contexto da estrutura federativa brasileira, em que

convivem sistemas educacionais autônomos, para

assegurar efetividade ao projeto da educação

nacional, vencer a fragmentação das políticas

públicas e superar a desarticulação institucional.

§ 3º O regime de colaboração entre os entes

federados pressupõe o estabelecimento de regras

de equivalência entre as funções distributiva,

supletiva, normativa, de supervisão e avaliação da

educação nacional, respeitada a autonomia dos

sistemas e valorizadas as diferenças regionais.

ACESSO E PERMANÊNCIA PARA A

CONQUISTA DA QUALIDADE SOCIAL

Art. 8º A garantia de padrão de qualidade, com

pleno acesso, inclusão e permanência dos sujeitos

das aprendizagens na escola e seu sucesso, com

redução da evasão, da retenção e da distorção de

idade/ano/série, resulta na qualidade social da

educação, que é uma conquista coletiva de todos

os sujeitos do processo educativo.

Art. 9º A escola de qualidade social adota como

centralidade o estudante e a aprendizagem, o

que pressupõe atendimento aos seguintes

requisitos:

I - revisão das referências conceituais quanto

aos diferentes espaços e tempos educativos,

abrangendo espaços sociais na escola e fora

dela;

II - consideração sobre a inclusão, a

valorização das diferenças e o atendimento à

pluralidade e à diversidade cultural,

resgatando e respeitando as várias

manifestações de cada comunidade;

III - foco no projeto político-pedagógico, no

gosto pela aprendizagem e na avaliação das

aprendizagens como instrumento de contínua

progressão dos estudantes;

IV - interrelação entre organização do

currículo, do trabalho pedagógico e da jornada

de trabalho do professor, tendo como objetivo

a aprendizagem do estudante;

V - preparação dos profissionais da educação,

gestores, professores, especialistas, técnicos,

monitores e outros;

VI - compatibilidade entre a proposta curricular

e a infraestrutura entendida como espaço

formativo dotado de efetiva disponibilidade de

tempos para a sua utilização e acessibilidade;

VII - integração dos profissionais da educação,

dos estudantes, das famílias, dos agentes da

comunidade interessados na educação;

VIII - valorização dos profissionais da

educação, com programa de formação

continuada, critérios de acesso, permanência,

remuneração compatível com a jornada de

trabalho definida no projeto político-

pedagógico;

IX - realização de parceria com órgãos, tais

como os de assistência social e

desenvolvimento humano, cidadania, ciência e

tecnologia, esporte, turismo, cultura e arte,

saúde, meio ambiente.

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR: CONCEITO,

LIMITES, POSSIBILIDADES

Art. 11. A escola de Educação Básica é o espaço

em que se ressignifica e se recria a cultura

herdada, reconstruindo-se as identidades

culturais, em que se aprende a valorizar as raízes

próprias das diferentes regiões do País.

Parágrafo único. Essa concepção de escola exige

a superação do rito escolar, desde a construção

do currículo até os critérios que orientam a

organização do trabalho escolar em sua

multidimensionalidade, privilegia trocas,

acolhimento e aconchego, para garantir o bem-

estar de crianças, adolescentes, jovens e adultos,

no relacionamento entre todas as pessoas.

Art. 12. Cabe aos sistemas educacionais, em

geral, definir o programa de escolas de tempo

parcial diurno (matutino ou vespertino), tempo

parcial noturno, e tempo integral (turno e

contra-turno ou turno único com jornada

escolar de 7 horas, no mínimo, durante todo o

período letivo), tendo em vista a amplitude do

papel socioeducativo atribuído ao conjunto

orgânico da Educação Básica, o que requer

outra organização e gestão do trabalho

pedagógico.

Page 381: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

63

FORMAS PARA A ORGANIZAÇÃO

CURRICULAR

Art. 13. O currículo, assumindo como

referência os princípios educacionais

garantidos à educação, assegurados no artigo

4º desta Resolução, configura-se como o

conjunto de valores e práticas que

proporcionam a produção, a socialização de

significados no espaço social e contribuem

intensamente para a construção de

identidades socioculturais dos educandos.

§ 1º O currículo deve difundir os valores

fundamentais do interesse social, dos direitos e

deveres dos cidadãos, do respeito ao bem comum

e à ordem democrática, considerando as

condições de escolaridade dos estudantes em

cada estabelecimento, a orientação para o

trabalho, a promoção de práticas educativas

formais e não-formais.

§ 2º Na organização da proposta curricular, deve-

se assegurar o entendimento de currículo como

experiências escolares que se desdobram em

torno do conhecimento, permeadas pelas

relações sociais, articulando vivências e

saberes dos estudantes com os

conhecimentos historicamente acumulados e

contribuindo para construir as identidades

dos educandos.

§ 3º A organização do percurso formativo, aberto

e contextualizado, deve ser construída em função

das peculiaridades do meio e das características,

interesses e necessidades dos estudantes,

incluindo não só os componentes curriculares

centrais obrigatórios, previstos na legislação e nas

normas educacionais, mas outros, também, de

modo flexível e variável, conforme cada projeto

escolar, e assegurando:

I - concepção e organização do espaço curricular

e físico que se imbriquem e alarguem, incluindo

espaços, ambientes e equipamentos que não

apenas as salas de aula da escola, mas,

igualmente, os espaços de outras escolas e os

socioculturais e esportivo recreativos do entorno,

da cidade e mesmo da região;

II - ampliação e diversificação dos tempos e

espaços curriculares que pressuponham

profissionais da educação dispostos a inventar e

construir a escola de qualidade social, com

responsabilidade compartilhada com as demais

autoridades que respondem pela gestão dos

órgãos do poder público, na busca de parcerias

possíveis e necessárias, até porque educar é

responsabilidade da família, do Estado e da

sociedade;

III - escolha da abordagem didático-pedagógica

disciplinar, pluridisciplinar, interdisciplinar ou

transdisciplinar pela escola, que oriente o projeto

político-pedagógico e resulte de pacto

estabelecido entre os profissionais da escola,

conselhos escolares e comunidade, subsidiando a

organização da matriz curricular, a definição de

eixos temáticos e a constituição de redes de

aprendizagem;

IV - compreensão da matriz curricular entendida

como propulsora de movimento, dinamismo

curricular e educacional, de tal modo que os

diferentes campos do conhecimento possam se

coadunar com o conjunto de atividades

educativas;

V - organização da matriz curricular entendida

como alternativa operacional que embase a

gestão do currículo escolar e represente subsídio

para a gestão da escola (na organização do tempo

e do espaço curricular, distribuição e controle do

tempo dos trabalhos docentes), passo para uma

gestão centrada na abordagem interdisciplinar,

organizada por eixos temáticos, mediante

interlocução entre os diferentes campos do

conhecimento;

VI - entendimento de que eixos temáticos são uma

forma de organizar o trabalho pedagógico,

limitando a dispersão do conhecimento,

fornecendo o cenário no qual se constroem

objetos de estudo, propiciando a concretização da

proposta pedagógica centrada na visão

interdisciplinar, superando o isolamento das

pessoas e a compartimentalização de conteúdos

rígidos;

VII - estímulo à criação de métodos didático-

pedagógicos utilizando-se recursos tecnológicos

de informação e comunicação, a serem inseridos

no cotidiano escolar, a fim de superar a distância

entre estudantes que aprendem a receber

informação com rapidez utilizando a linguagem

digital e professores que dela ainda não se

apropriaram;

VIII - constituição de rede de aprendizagem,

entendida como um conjunto de ações didático-

pedagógicas, com foco na aprendizagem e no

gosto de aprender, subsidiada pela consciência de

que o processo de comunicação entre estudantes

Page 382: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

64

e professores é efetivado por meio de práticas e

recursos diversos;

IX - adoção de rede de aprendizagem, também,

como ferramenta didático-pedagógica relevante

nos programas de formação inicial e continuada

de profissionais da educação, sendo que esta

opção requer planejamento sistemático integrado

estabelecido entre sistemas educativos ou

conjunto de unidades escolares;

§ 4º A transversalidade é entendida como uma

forma de organizar o trabalho didático-pedagógico

em que temas e eixos temáticos são integrados às

disciplinas e às áreas ditas convencionais, de

forma a estarem presentes em todas elas.

§ 5º A transversalidade difere da

interdisciplinaridade e ambas complementam-se,

rejeitando a concepção de conhecimento que

torna a realidade como algo estável, pronto e

acabado.

§ 6º A transversalidade refere-se à dimensão

didático-pedagógica, e a interdisciplinaridade, à

abordagem epistemológica dos objetos de

conhecimento.

FORMAÇÃO BÁSICA COMUM E PARTE

DIVERSIFICADA

Art. 14. A base nacional comum na Educação

Básica constitui-se de conhecimentos, saberes e

valores produzidos culturalmente, expressos nas

políticas públicas e gerados nas instituições

produtoras do conhecimento científico e

tecnológico; no mundo do trabalho; no

desenvolvimento das linguagens; nas atividades

desportivas e corporais; na produção artística; nas

formas diversas de exercício da cidadania; e nos

movimentos sociais.

§ 1º Integram a base nacional comum nacional:

a) a Língua Portuguesa;

b) a Matemática;

c) o conhecimento do mundo físico, natural, da

realidade social e política, especialmente do

Brasil, incluindo-se o estudo da História e das

Culturas Afro-Brasileira e Indígena,

d) a Arte, em suas diferentes formas de

expressão, incluindo-se a música;

e) a Educação Física;

f) o Ensino Religioso.

§ 2º Tais componentes curriculares são

organizados pelos sistemas educativos, em forma

de áreas de conhecimento, disciplinas, eixos

temáticos, preservando-se a especificidade dos

diferentes campos do conhecimento, por meio

dos quais se desenvolvem as habilidades

indispensáveis ao exercício da cidadania, em

ritmo compatível com as etapas do

desenvolvimento integral do cidadão.

§ 3º A base nacional comum e a parte diversificada

não podem se constituir em dois blocos distintos,

com disciplinas específicas para cada uma dessas

partes, mas devem ser organicamente planejadas

e geridas de tal modo que as tecnologias de

informação e comunicação perpassem

transversalmente a proposta curricular, desde a

Educação Infantil até o Ensino Médio, imprimindo

direção aos projetos político-pedagógicos.

Art. 15. A parte diversificada enriquece e

complementa a base nacional comum, prevendo o

estudo das características regionais e locais da

sociedade, da cultura, da economia e da

comunidade escolar, perpassando todos os

tempos e espaços curriculares constituintes do

Ensino Fundamental e do Ensino Médio,

independentemente do ciclo da vida no qual os

sujeitos tenham acesso à escola.

§ 1º A parte diversificada pode ser organizada em

temas gerais, na forma de eixos temáticos,

selecionados colegiadamente pelos sistemas

educativos ou pela unidade escolar.

§ 2º A LDB inclui o estudo de, pelo menos, uma

língua estrangeira moderna na parte

diversificada, cabendo sua escolha à

comunidade escolar, dentro das

possibilidades da escola, que deve considerar

o atendimento das características locais,

regionais, nacionais e transnacionais, tendo

em vista as demandas do mundo do trabalho e

da internacionalização de toda ordem de

relações.

§ 3º A língua espanhola, por força da Lei nº

11.161/2005, é obrigatoriamente ofertada no

Ensino Médio, embora facultativa para o

estudante, bem como possibilitada no Ensino

Fundamental, do 6º ao 9º ano.

Page 383: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

65

Art. 16. Leis específicas, que complementam a

LDB, determinam que sejam incluídos

componentes não disciplinares, como temas

relativos ao trânsito, ao meio ambiente e à

condição e direitos do idoso.

Art. 17. No Ensino Fundamental e no Ensino

Médio, destinar-se-ão, pelo menos, 20% do

total da carga horária anual ao conjunto de

programas e projetos interdisciplinares

eletivos criados pela escola, previsto no projeto

pedagógico, de modo que os estudantes do

Ensino Fundamental e do Médio possam escolher

aquele programa ou projeto com que se

identifiquem e que lhes permitam melhor lidar com

o conhecimento e a experiência.

§ 2º A interdisciplinaridade e a contextualização

devem assegurar a transversalidade do

conhecimento de diferentes disciplinas e eixos

temáticos, perpassando todo o currículo e

propiciando a interlocução entre os saberes e os

diferentes campos do conhecimento.

ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Art. 18. Na organização da Educação Básica,

devem-se observar as Diretrizes Curriculares

Nacionais comuns a todas as suas etapas,

modalidades e orientações temáticas, respeitadas

as suas especificidades e as dos sujeitos a que se

destinam.

§ 1º As etapas e as modalidades do processo de

escolarização estruturam-se de modo orgânico,

sequencial e articulado, de maneira complexa,

embora permanecendo individualizadas ao logo

do percurso do estudante, apesar das mudanças

por que passam:

I - a dimensão orgânica é atendida quando são

observadas as especificidades e as diferenças de

cada sistema educativo, sem perder o que lhes é

comum: as semelhanças e as identidades que lhe

são inerentes;

II - a dimensão sequencial compreende os

processos educativos que acompanham as

exigências de aprendizagens definidas em cada

etapa do percurso formativo, contínuo e

progressivo, da Educação Básica até a Educação

Superior, constituindo-se em diferentes e

insubstituíveis momentos da vida dos educandos;

III - a articulação das dimensões orgânica e

sequencial das etapas e das modalidades da

Educação Básica, e destas com a Educação

Superior, implica ação coordenada e integradora

do seu conjunto.

§ 2º A transição entre as etapas da Educação

Básica e suas fases requer formas de articulação

das dimensões orgânica e sequencial que

assegurem aos educandos, sem tensões e

rupturas, a continuidade de seus processos

peculiares de aprendizagem e desenvolvimento.

Art. 19. Cada etapa é delimitada por sua

finalidade, seus princípios, objetivos e diretrizes

educacionais, fundamentando-se na

inseparabilidade dos conceitos referenciais: cuidar

e educar, pois esta é uma concepção norteadora

do projeto político-pedagógico elaborado e

executado pela comunidade educacional.

Art. 20. O respeito aos educandos e a seus

tempos mentais, socioemocionais, culturais e

identitários é um princípio orientador de toda a

ação educativa, sendo responsabilidade dos

sistemas a criação de condições para que

crianças, adolescentes, jovens e adultos, com

sua diversidade, tenham a oportunidade de

receber a formação que corresponda à idade

própria de percurso escolar.

ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

I - a Educação Infantil, que compreende: a Creche,

englobando as diferentes etapas do

desenvolvimento da criança até 3 (três) anos e 11

(onze) meses; e a Pré-Escola, com duração de 2

(dois) anos;

II - o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito,

com duração de 9 (nove) anos, é organizado e

tratado em duas fases: a dos 5 (cinco) anos iniciais

e a dos 4 (quatro) anos finais;

III - o Ensino Médio, com duração mínima de 3

(três) anos.

Parágrafo único. Essas etapas e fases têm

previsão de idades próprias, as quais, no

entanto, são diversas quando se atenta para

sujeitos com características que fogem à

norma, como é o caso, entre outros:

I - de atraso na matrícula e/ou no percurso escolar;

II - de retenção, repetência e retorno de quem

havia abandonado os estudos;

III - de portadores de deficiência limitadora;

Page 384: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

66

IV - de jovens e adultos sem escolarização ou com

esta incompleta;

V - de habitantes de zonas rurais;

VI - de indígenas e quilombolas;

VII - de adolescentes em regime de acolhimento

ou internação, jovens e adultos em situação de

privação de liberdade nos estabelecimentos

penais.

Educação Infantil

Art. 22. A Educação Infantil tem por objetivo o

desenvolvimento integral da criança, em seus

aspectos físico, afetivo, psicológico,

intelectual, social, complementando a ação da

família e da comunidade.

§ 1º As crianças provêm de diferentes e

singulares contextos socioculturais,

socioeconômicos e étnicos, por isso devem ter

a oportunidade de ser acolhidas e respeitadas

pela escola e pelos profissionais da educação,

com base nos princípios da individualidade,

igualdade, liberdade, diversidade e

pluralidade.

§ 2º Para as crianças, independentemente das

diferentes condições físicas, sensoriais,

intelectuais, linguísticas, etnicorraciais,

socioeconômicas, de origem, de religião, entre

outras, as relações sociais e intersubjetivas no

espaço escolar requerem a atenção intensiva dos

profissionais da educação, durante o tempo de

desenvolvimento das atividades que lhes são

peculiares, pois este é o momento em que a

curiosidade deve ser estimulada, a partir da

brincadeira orientada pelos profissionais da

educação.

§ 3º Os vínculos de família, dos laços de

solidariedade humana e do respeito mútuo em que

se assenta a vida social devem iniciar-se na

Educação Infantil e sua intensificação deve

ocorrer ao longo da Educação Básica.

§ 4º Os sistemas educativos devem envidar

esforços promovendo ações a partir das quais as

unidades de Educação Infantil sejam dotadas de

condições para acolher as crianças, em estreita

relação com a família, com agentes sociais e com

a sociedade, prevendo programas e projetos em

parceria, formalmente estabelecidos.

§ 5º A gestão da convivência e as situações em

que se torna necessária a solução de problemas

individuais e coletivos pelas crianças devem ser

previamente programadas, com foco nas

motivações estimuladas e orientadas pelos

professores e demais profissionais da educação e

outros de áreas pertinentes, respeitados os limites

e as potencialidades de cada criança e os vínculos

desta com a família ou com o seu responsável

direto.

Ensino Fundamental

Art. 23. O Ensino Fundamental com 9 (nove)

anos de duração, de matrícula obrigatória para

as crianças a partir dos 6 (seis) anos de idade,

tem duas fases sequentes com características

próprias, chamadas de anos iniciais, com 5 (cinco)

anos de duração, em regra para estudantes de 6

(seis) a 10 (dez) anos de idade; e anos finais, com

4 (quatro) anos de duração, para os de 11 (onze)

a 14 (quatorze) anos.

Parágrafo único. No Ensino Fundamental,

acolher significa também cuidar e educar,

como forma de garantir a aprendizagem dos

conteúdos curriculares, para que o estudante

desenvolva interesses e sensibilidades que lhe

permitam usufruir dos bens culturais

disponíveis na comunidade, na sua cidade ou

na sociedade em geral, e que lhe possibilitem

ainda sentir-se como produtor valorizado

desses bens.

Art. 24. Os objetivos da formação básica das

crianças, definidos para a Educação Infantil,

prolongam-se durante os anos iniciais do Ensino

Fundamental, especialmente no primeiro, e

completam-se nos anos finais, ampliando e

intensificando, gradativamente, o processo

educativo, mediante:

I - desenvolvimento da capacidade de

aprender, tendo como meios básicos o pleno

domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II - foco central na alfabetização, ao longo dos

3 (três) primeiros anos;

III - compreensão do ambiente natural e social,

do sistema político, da economia, da

tecnologia, das artes, da cultura e dos valores

em que se fundamenta a sociedade;

IV - o desenvolvimento da capacidade de

aprendizagem, tendo em vista a aquisição de

Page 385: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

67

conhecimentos e habilidades e a formação de

atitudes e valores;

V - fortalecimento dos vínculos de família, dos

laços de solidariedade humana e de respeito

recíproco em que se assenta a vida social.

Ensino Médio

Art. 26. O Ensino Médio, etapa final do processo

formativo da Educação Básica, é orientado por

princípios e finalidades que preveem:

I - a consolidação e o aprofundamento dos

conhecimentos adquiridos no Ensino

Fundamental, possibilitando o prosseguimento de

estudos;

II - a preparação básica para a cidadania e o

trabalho, tomado este como princípio educativo,

para continuar aprendendo, de modo a ser capaz

de enfrentar novas condições de ocupação e

aperfeiçoamento posteriores;

III - o desenvolvimento do educando como pessoa

humana, incluindo a formação ética e estética, o

desenvolvimento da autonomia intelectual e do

pensamento crítico;

IV - a compreensão dos fundamentos científicos e

tecnológicos presentes na sociedade

contemporânea, relacionando a teoria com a

prática.

§ 1º O Ensino Médio deve ter uma base unitária

sobre a qual podem se assentar possibilidades

diversas como preparação geral para o trabalho

ou, facultativamente, para profissões técnicas; na

ciência e na tecnologia, como iniciação científica e

tecnológica; na cultura, como ampliação da

formação cultural.

§ 2º A definição e a gestão do currículo inscrevem-

se em uma lógica que se dirige aos jovens,

considerando suas singularidades, que se situam

em um tempo determinado.

§ 3º Os sistemas educativos devem prever

currículos flexíveis, com diferentes alternativas,

para que os jovens tenham a oportunidade de

escolher o percurso formativo que atenda seus

interesses, necessidades e aspirações, para que

se assegure a permanência dos jovens na escola,

com proveito, até a conclusão da Educação

Básica.

MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Art. 27. A cada etapa da Educação Básica pode

corresponder uma ou mais das modalidades de

ensino: Educação de Jovens e Adultos, Educação

Especial, Educação Profissional e Tecnológica,

Educação do Campo, Educação Escolar Indígena

e Educação a Distância.

Educação de Jovens e Adultos

Art. 28. A Educação de Jovens e Adultos (EJA)

destina-se aos que se situam na faixa etária

superior à considerada própria, no nível de

conclusão do Ensino Fundamental e do Ensino

Médio.

§ 1º Cabe aos sistemas educativos viabilizar a

oferta de cursos gratuitos aos jovens e aos

adultos, proporcionando-lhes oportunidades

educacionais apropriadas, consideradas as

características do alunado, seus interesses,

condições de vida e de trabalho, mediante cursos,

exames, ações integradas e complementares

entre si, estruturados em um projeto pedagógico

próprio.

§ 2º Os cursos de EJA, preferencialmente tendo a

Educação Profissional articulada com a Educação

Básica, devem pautar-se pela flexibilidade, tanto

de currículo quanto de tempo e espaço, para que

seja(m):

I - rompida a simetria com o ensino regular para

crianças e adolescentes, de modo a permitir

percursos individualizados e conteúdos

significativos para os jovens e adultos;

II - providos o suporte e a atenção individuais às

diferentes necessidades dos estudantes no

processo de aprendizagem, mediante atividades

diversificadas;

III - valorizada a realização de atividades e

vivências socializadoras, culturais, recreativas e

esportivas, geradoras de enriquecimento do

percurso formativo dos estudantes;

IV - desenvolvida a agregação de competências

para o trabalho;

V - promovida a motivação e a orientação

permanente dos estudantes, visando maior

participação nas aulas e seu melhor

aproveitamento e desempenho;

Page 386: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

68

VI - realizada, sistematicamente, a formação

continuada, destinada, especificamente, aos

educadores de jovens e adultos.

Educação Especial

Art. 29. A Educação Especial, como

modalidade transversal a todos os níveis,

etapas e modalidades de ensino, é parte

integrante da educação regular, devendo ser

prevista no projeto político-pedagógico da

unidade escolar.

§ 1º Os sistemas de ensino devem matricular

os estudantes com deficiência, transtornos

globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação nas classes comuns

do ensino regular e no Atendimento

Educacional Especializado (AEE),

complementar ou suplementar à

escolarização, ofertado em salas de recursos

multifuncionais ou em centros de AEE da rede

pública ou de instituições comunitárias,

confessionais ou filantrópicas sem fins

lucrativos.

§ 2º Os sistemas e as escolas devem criar

condições para que o professor da classe comum

possa explorar as potencialidades de todos os

estudantes, adotando uma pedagogia dialógica,

interativa, interdisciplinar e inclusiva e, na

interface, o professor do AEE deve identificar

habilidades e necessidades dos estudantes,

organizar e orientar sobre os serviços e recursos

pedagógicos e de acessibilidade para a

participação e aprendizagem dos estudantes.

§ 3º Na organização desta modalidade, os

sistemas de ensino devem observar as

seguintes orientações fundamentais:

I - o pleno acesso e a efetiva participação dos

estudantes no ensino regular;

II - a oferta do atendimento educacional

especializado;

III - a formação de professores para o AEE e

para o desenvolvimento de práticas

educacionais inclusivas;

IV - a participação da comunidade escolar;

V - a acessibilidade arquitetônica, nas

comunicações e informações, nos mobiliários

e equipamentos e nos transportes;

VI - a articulação das políticas públicas

intersetoriais.

Educação Profissional e Tecnológica

Art. 30. A Educação Profissional e Tecnológica, no

cumprimento dos objetivos da educação nacional,

integra-se aos diferentes níveis e modalidades de

educação e às dimensões do trabalho, da ciência

e da tecnologia, e articula-se com o ensino regular

e com outras modalidades educacionais:

Educação de Jovens e Adultos, Educação

Especial e Educação a Distância.

Art. 31. Como modalidade da Educação Básica, a

Educação Profissional e Tecnológica ocorre na

oferta de cursos de formação inicial e continuada

ou qualificação profissional e nos de Educação

Profissional Técnica de nível médio.

Art. 32. A Educação Profissional Técnica de nível

médio é desenvolvida nas seguintes formas:

I - articulada com o Ensino Médio, sob duas

formas:

a) integrada, na mesma instituição; ou

b) concomitante, na mesma ou em distintas

instituições;

II - subsequente, em cursos destinados a quem já

tenha concluído o Ensino Médio.

§ 1º Os cursos articulados com o Ensino Médio,

organizados na forma integrada, são cursos de

matrícula única, que conduzem os educandos à

habilitação profissional técnica de nível médio ao

mesmo tempo em que concluem a última etapa da

Educação Básica.

§ 2º Os cursos técnicos articulados com o Ensino

Médio, ofertados na forma concomitante, com

dupla matrícula e dupla certificação, podem

ocorrer:

I - na mesma instituição de ensino, aproveitando-

se as oportunidades educacionais disponíveis;

II - em instituições de ensino distintas,

aproveitando-se as oportunidades educacionais

disponíveis;

III - em instituições de ensino distintas, mediante

convênios de intercomplementaridade, com

planejamento e desenvolvimento de projeto

pedagógico unificado.

Page 387: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

69

§ 3º São admitidas, nos cursos de Educação

Profissional Técnica de nível médio, a organização

e a estruturação em etapas que possibilitem

qualificação profissional intermediária.

§ 4º A Educação Profissional e Tecnológica pode

ser desenvolvida por diferentes estratégias de

educação continuada, em instituições

especializadas ou no ambiente de trabalho,

incluindo os programas e cursos de

aprendizagem, previstos na Consolidação das

Leis do Trabalho (CLT).

Art. 33. A organização curricular da Educação

Profissional e Tecnológica por eixo tecnológico

fundamenta-se na identificação das tecnologias

que se encontram na base de uma dada formação

profissional e dos arranjos lógicos por elas

constituídos.

Art. 34. Os conhecimentos e as habilidades

adquiridos tanto nos cursos de Educação

Profissional e Tecnológica, como os adquiridos na

prática laboral pelos trabalhadores, podem ser

objeto de avaliação, reconhecimento e certificação

para prosseguimento ou conclusão de estudos.

Educação Básica do Campo

Art. 35. Na modalidade de Educação Básica do

Campo, a educação para a população rural

está prevista com adequações necessárias às

peculiaridades da vida no campo e de cada

região, definindo-se orientações para três

aspectos essenciais à organização da ação

pedagógica:

I - conteúdos curriculares e metodologias

apropriadas às reais necessidades e

interesses dos estudantes da zona rural;

II - organização escolar própria, incluindo

adequação do calendário escolar às fases do

ciclo agrícola e às condições climáticas;

III - adequação à natureza do trabalho na zona

rural.

Art. 36. A identidade da escola do campo é

definida pela vinculação com as questões

inerentes à sua realidade, com propostas

pedagógicas que contemplam sua diversidade em

todos os aspectos, tais como sociais, culturais,

políticos, econômicos, de gênero, geração e etnia.

Parágrafo único. Formas de organização e

metodologias pertinentes à realidade do campo

devem ter acolhidas, como a pedagogia da terra,

pela qual se busca um trabalho pedagógico

fundamentado no princípio da sustentabilidade,

para assegurar a preservação da vida das futuras

gerações, e a pedagogia da alternância, na qual o

estudante participa, concomitante e

alternadamente, de dois ambientes/situações de

aprendizagem: o escolar e o laboral, supondo

parceria educativa, em que ambas as partes são

corresponsáveis pelo aprendizado e pela

formação do estudante.

Educação Escolar Indígena

Art. 37. A Educação Escolar Indígena ocorre em

unidades educacionais inscritas em suas

terras e culturas, as quais têm uma realidade

singular, requerendo pedagogia própria em

respeito à especificidade étnico-cultural de

cada povo ou comunidade e formação

específica de seu quadro docente, observados

os princípios constitucionais, a base nacional

comum e os princípios que orientam a

Educação Básica brasileira.

Parágrafo único. Na estruturação e no

funcionamento das escolas indígenas, é

reconhecida a sua condição de possuidores de

normas e ordenamento jurídico próprios, com

ensino intercultural e bilíngue, visando à

valorização plena das culturas dos povos

indígenas e à afirmação e manutenção de sua

diversidade étnica.

Art. 38. Na organização de escola indígena, deve

ser considerada a participação da comunidade, na

definição do modelo de organização e gestão,

bem como:

I - suas estruturas sociais;

II - suas práticas socioculturais e religiosas;

III - suas formas de produção de conhecimento,

processos próprios e métodos de ensino-

aprendizagem;

IV - suas atividades econômicas;

V - edificação de escolas que atendam aos

interesses das comunidades indígenas;

VI - uso de materiais didático-pedagógicos

produzidos de acordo com o contexto sociocultural

de cada povo indígena.

Page 388: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

70

Educação a Distância

Art. 39. A modalidade Educação a Distância

caracteriza-se pela mediação didático pedagógica

nos processos de ensino e aprendizagem que

ocorre com a utilização de meios e tecnologias de

informação e comunicação, com estudantes e

professores desenvolvendo atividades educativas

em lugares ou tempos diversos.

Art. 40. O credenciamento para a oferta de cursos

e programas de Educação de Jovens e Adultos, de

Educação Especial e de Educação Profissional

Técnica de nível médio e Tecnológica, na

modalidade a distância, compete aos sistemas

estaduais de ensino, atendidas a regulamentação

federal e as normas complementares desses

sistemas.

Educação Escolar Quilombola

Art. 41. A Educação Escolar Quilombola é

desenvolvida em unidades educacionais inscritas

em suas terras e cultura, requerendo pedagogia

própria em respeito à especificidade étnico-

cultural de cada comunidade e formação

específica de seu quadro docente, observados os

princípios constitucionais, a base nacional comum

e os princípios que orientam a Educação Básica

brasileira.

Parágrafo único. Na estruturação e no

funcionamento das escolas quilombolas, bem com

nas demais, deve ser reconhecida e valorizada a

diversidade cultural.

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS PARA A

ORGANIZAÇÃO DAS DIRETRIZES

CURRICULARES NACIONAIS GERAIS PARA A

EDUCAÇÃO BÁSICA

Art. 42. São elementos constitutivos para a

operacionalização destas Diretrizes o projeto

político-pedagógico e o regimento escolar; o

sistema de avaliação; a gestão democrática e a

organização da escola; o professor e o

programa de formação docente.

O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO E O

REGIMENTO ESCOLAR

Art. 43. O projeto político-pedagógico,

interdependentemente da autonomia pedagógica,

administrativa e de gestão financeira da instituição

educacional, representa mais do que um

documento, sendo um dos meios de viabilizar a

escola democrática para todos e de qualidade

social.

§ 1º A autonomia da instituição educacional

baseia-se na busca de sua identidade, que se

expressa na construção de seu projeto

pedagógico e do seu regimento escolar,

enquanto manifestação de seu ideal de educação

e que permite uma nova e democrática ordenação

pedagógica das relações escolares.

§ 2º Cabe à escola, considerada a sua

identidade e a de seus sujeitos, articular a

formulação do projeto político-pedagógico

com os planos de educação – nacional,

estadual, municipal –, o contexto em que a

escola se situa e as necessidades locais e de

seus estudantes.

§ 3º A missão da unidade escolar, o papel

socioeducativo, artístico, cultural, ambiental, as

questões de gênero, etnia e diversidade cultural

que compõem as ações educativas, a organização

e a gestão curricular são componentes integrantes

do projeto político-pedagógico, devendo ser

previstas as prioridades institucionais que a

identificam, definindo o conjunto das ações

educativas próprias das etapas da Educação

Básica assumidas, de acordo com as

especificidades que lhes correspondam,

preservando a sua articulação sistêmica.

Art. 44. O projeto político-pedagógico, instância de

construção coletiva que respeita os sujeitos das

aprendizagens, entendidos como cidadãos com

direitos à proteção e à participação social, deve

contemplar:

I - o diagnóstico da realidade concreta dos sujeitos

do processo educativo, contextualizados no

espaço e no tempo;

II - a concepção sobre educação, conhecimento,

avaliação da aprendizagem e mobilidade escolar;

III - o perfil real dos sujeitos – crianças, jovens e

adultos – que justificam e instituem a vida da e na

escola, do ponto de vista intelectual, cultural,

emocional, afetivo, socioeconômico, como base

da reflexão sobre as relações vida-conhecimento-

culturaprofessor-estudante e instituição escolar;

IV - as bases norteadoras da organização do

trabalho pedagógico;

Page 389: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

71

V - a definição de qualidade das aprendizagens e,

por consequência, da escola, no contexto das

desigualdades que se refletem na escola;

VI - os fundamentos da gestão democrática,

compartilhada e participativa (órgãos colegiados e

de representação estudantil);

VII - o programa de acompanhamento de acesso,

de permanência dos estudantes e de superação

da retenção escolar;

VIII - o programa de formação inicial e continuada

dos profissionais da educação, regentes e não

regentes;

IX - as ações de acompanhamento sistemático

dos resultados do processo de avaliação interna e

externa (Sistema de Avaliação da Educação

Básica – SAEB, Prova Brasil, dados estatísticos,

pesquisas sobre os sujeitos da Educação Básica),

incluindo dados referentes ao IDEB e/ou que

complementem ou substituam os desenvolvidos

pelas unidades da federação e outros;

X - a concepção da organização do espaço físico

da instituição escolar de tal modo que este seja

compatível com as características de seus

sujeitos, que atenda as normas de acessibilidade,

além da natureza e das finalidades da educação,

deliberadas e assumidas pela comunidade

educacional.

Art. 45. O regimento escolar, discutido e aprovado

pela comunidade escolar e conhecido por todos,

constitui-se em um dos instrumentos de execução

do projeto político-pedagógico, com transparência

e responsabilidade.

Parágrafo único. O regimento escolar trata da

natureza e da finalidade da instituição, da

relação da gestão democrática com os órgãos

colegiados, das atribuições de seus órgãos e

sujeitos, das suas normas pedagógicas,

incluindo os critérios de acesso, promoção,

mobilidade do estudante, dos direitos e

deveres dos seus sujeitos: estudantes,

professores, técnicos e funcionários, gestores,

famílias, representação estudantil e função das

suas instâncias colegiadas.

AVALIAÇÃO

Art. 46. A avaliação no ambiente educacional

compreende 3 (três) dimensões básicas:

I - avaliação da aprendizagem;

II - avaliação institucional interna e externa;

III - avaliação de redes de Educação Básica.

Avaliação da aprendizagem

Art. 47. A avaliação da aprendizagem baseia-se

na concepção de educação que norteia a

relação professor-estudante-conhecimento-

vida em movimento, devendo ser um ato

reflexo de reconstrução da prática pedagógica

avaliativa, premissa básica e fundamental para

se questionar o educar, transformando a

mudança em ato, acima de tudo, político.

§ 1º A validade da avaliação, na sua função

diagnóstica, liga-se à aprendizagem,

possibilitando o aprendiz a recriar, refazer o

que aprendeu, criar, propor e, nesse contexto,

aponta para uma avaliação global, que vai além

do aspecto quantitativo, porque identifica o

desenvolvimento da autonomia do estudante,

que é indissociavelmente ético, social,

intelectual.

§ 2º Em nível operacional, a avaliação da

aprendizagem tem, como referência, o conjunto de

conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e

emoções que os sujeitos do processo educativo

projetam para si de modo integrado e articulado

com aqueles princípios definidos para a Educação

Básica, redimensionados para cada uma de suas

etapas, bem assim no projeto político-pedagógico

da escola.

§ 3º A avaliação na Educação Infantil é

realizada mediante acompanhamento e

registro do desenvolvimento da criança, sem o

objetivo de promoção, mesmo em se tratando

de acesso ao Ensino Fundamental.

§ 4º A avaliação da aprendizagem no Ensino

Fundamental e no Ensino Médio, de caráter

formativo predominando sobre o quantitativo e

classificatório, adota uma estratégia de

progresso individual e contínuo que favorece o

crescimento do educando, preservando a

qualidade necessária para a sua formação

escolar, sendo organizada de acordo com regras

comuns a essas duas etapas.

Page 390: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

72

Promoção, aceleração de estudos e

classificação

Art. 48. A promoção e a classificação no Ensino

Fundamental e no Ensino Médio podem ser

utilizadas em qualquer ano, série, ciclo, módulo ou

outra unidade de percurso adotada, exceto na

primeira do Ensino Fundamental, alicerçando-se

na orientação de que a avaliação do rendimento

escolar observará os seguintes critérios:

I - avaliação contínua e cumulativa do

desempenho do estudante, com prevalência

dos aspectos qualitativos sobre os

quantitativos e dos resultados ao longo do

período sobre os de eventuais provas finais;

II - possibilidade de aceleração de estudos

para estudantes com atraso escolar;

III - possibilidade de avanço nos cursos e nas

séries mediante verificação do aprendizado;

IV - aproveitamento de estudos concluídos

com êxito;

V - oferta obrigatória de apoio pedagógico

destinado à recuperação contínua e

concomitante de aprendizagem de estudantes

com déficit de rendimento escolar, a ser

previsto no regimento escolar.

Art. 49. A aceleração de estudos destina-se a

estudantes com atraso escolar, àqueles que, por

algum motivo, encontram-se em descompasso de

idade, por razões como ingresso tardio, retenção,

dificuldades no processo de ensino-aprendizagem

ou outras.

Art. 50. A progressão pode ser regular ou parcial,

sendo que esta deve preservar a sequência do

currículo e observar as normas do respectivo

sistema de ensino, requerendo o redesenho da

organização das ações pedagógicas, com

previsão de horário de trabalho e espaço de

atuação para professor e estudante, com conjunto

próprio de recursos didático pedagógicos.

Art. 51. As escolas que utilizam organização por

série podem adotar, no Ensino Fundamental, sem

prejuízo da avaliação do processo ensino-

aprendizagem, diversas formas de progressão,

inclusive a de progressão continuada, jamais

entendida como promoção automática, o que

supõe tratar o conhecimento como processo e

vivência que não se harmoniza com a ideia de

interrupção, mas sim de construção, em que o

estudante, enquanto sujeito da ação, está em

processo contínuo de formação, construindo

significados.

Avaliação institucional

Art. 52. A avaliação institucional interna deve ser

prevista no projeto político-pedagógico e

detalhada no plano de gestão, realizada

anualmente, levando em consideração as

orientações contidas na regulamentação vigente,

para rever o conjunto de objetivos e metas a serem

concretizados, mediante ação dos diversos

segmentos da comunidade educativa, o que

pressupõe delimitação de indicadores compatíveis

com a missão da escola, além de clareza quanto

ao que seja qualidade social da aprendizagem e

da escola.

Avaliação de redes de Educação Básica

Art. 53. A avaliação de redes de Educação Básica

ocorre periodicamente, é realizada por órgãos

externos à escola e engloba os resultados da

avaliação institucional, sendo que os resultados

dessa avaliação sinalizam para a sociedade se a

escola apresenta qualidade suficiente para

continuar funcionando como está.

GESTÃO DEMOCRÁTICA E

ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA

Art. 54. É pressuposto da organização do trabalho

pedagógico e da gestão da escola conceber a

organização e a gestão das pessoas, do espaço,

dos processos e procedimentos que viabilizam o

trabalho expresso no projeto político-pedagógico e

em planos da escola, em que se conformam as

condições de trabalho definidas pelas instâncias

colegiadas.

§ 1º As instituições, respeitadas as normas legais

e as do seu sistema de ensino, têm incumbências

complexas e abrangentes, que exigem outra

concepção de organização do trabalho

pedagógico, como distribuição da carga horária,

remuneração, estratégias claramente definidas

para a ação didático-pedagógica coletiva que

Page 391: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

73

inclua a pesquisa, a criação de novas abordagens

e práticas metodológicas, incluindo a produção de

recursos didáticos adequados às condições da

escola e da comunidade em que esteja ela

inserida.

§ 2º É obrigatória a gestão democrática no ensino

público e prevista, em geral, para todas as

instituições de ensino, o que implica decisões

coletivas que pressupõem a participação da

comunidade escolar na gestão da escola e a

observância dos princípios e finalidades da

educação.

§ 3º No exercício da gestão democrática, a

escola deve se empenhar para constituir-se em

espaço das diferenças e da pluralidade,

inscrita na diversidade do processo tornado

possível por meio de relações intersubjetivas,

cuja meta é a de se fundamentar em princípio

educativo emancipador, expresso na liberdade

de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a

cultura, o pensamento, a arte e o saber.

Art. 55. A gestão democrática constitui-se em

instrumento de horizontalização das relações,

de vivência e convivência colegiada,

superando o autoritarismo no planejamento e

na concepção e organização curricular,

educando para a conquista da cidadania plena

e fortalecendo a ação conjunta que busca criar

e recriar o trabalho da e na escola mediante:

I - a compreensão da globalidade da pessoa,

enquanto ser que aprende, que sonha e ousa, em

busca de uma convivência social libertadora

fundamentada na ética cidadã;

II - a superação dos processos e procedimentos

burocráticos, assumindo com pertinência e

relevância: os planos pedagógicos, os objetivos

institucionais e educacionais, e as atividades de

avaliação contínua;

III - a prática em que os sujeitos constitutivos da

comunidade educacional discutam a própria práxis

pedagógica impregnando-a de entusiasmo e de

compromisso com a sua própria comunidade,

valorizando-a, situando-a no contexto das

relações sociais e buscando soluções conjuntas;

IV - a construção de relações interpessoais

solidárias, geridas de tal modo que os professores

se sintam estimulados a conhecer melhor os seus

pares (colegas de trabalho, estudantes, famílias),

a expor as suas ideias, a traduzir as suas

dificuldades e expectativas pessoais e

profissionais;

V - a instauração de relações entre os estudantes,

proporcionando-lhes espaços de convivência e

situações de aprendizagem, por meio dos quais

aprendam a se compreender e se organizar em

equipes de estudos e de práticas esportivas,

artísticas e políticas;

VI - a presença articuladora e mobilizadora do

gestor no cotidiano da escola e nos espaços com

os quais a escola interage, em busca da qualidade

social das aprendizagens que lhe caiba

desenvolver, com transparência e

responsabilidade.

O PROFESSOR E A FORMAÇÃO INICIAL E

CONTINUADA

Art. 56. A tarefa de cuidar e educar, que a

fundamentação da ação docente e os programas

de formação inicial e continuada dos profissionais

da educação instauram, reflete-se na eleição de

um ou outro método de aprendizagem, a partir do

qual é determinado o perfil de docente para a

Educação Básica, em atendimento às

dimensões técnicas, políticas, éticas e

estéticas.

§ 1º Para a formação inicial e continuada, as

escolas de formação dos profissionais da

educação, sejam gestores, professores ou

especialistas, deverão incluir em seus currículos e

programas:

a) o conhecimento da escola como organização

complexa que tem a função de promover a

educação para e na cidadania;

b) a pesquisa, a análise e a aplicação dos

resultados de investigações de interesse da área

educacional;

c) a participação na gestão de processos

educativos e na organização e funcionamento de

sistemas e instituições de ensino;

d) a temática da gestão democrática, dando

ênfase à construção do projeto político-

pedagógico, mediante trabalho coletivo de que

todos os que compõem a comunidade escolar são

responsáveis.

Page 392: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

74

Art. 57. Entre os princípios definidos para a

educação nacional está a valorização do

profissional da educação, com a compreensão de

que valorizá-lo é valorizar a escola, com qualidade

gestorial, educativa, social, cultural, ética, estética,

ambiental.

§ 1º A valorização do profissional da educação

escolar vincula-se à obrigatoriedade da

garantia de qualidade e ambas se associam à

exigência de programas de formação inicial e

continuada de docentes e não docentes, no

contexto do conjunto de múltiplas atribuições

definidas para os sistemas educativos, em que

se inscrevem as funções do professor.

§ 2º Os programas de formação inicial e

continuada dos profissionais da educação,

vinculados às orientações destas Diretrizes,

devem prepará-los para o desempenho de suas

atribuições, considerando necessário:

a) além de um conjunto de habilidades cognitivas,

saber pesquisar, orientar, avaliar e elaborar

propostas, isto é, interpretar e reconstruir o

conhecimento coletivamente;

b) trabalhar cooperativamente em equipe;

c) compreender, interpretar e aplicar a linguagem

e os instrumentos produzidos ao longo da

evolução tecnológica, econômica e organizativa;

d) desenvolver competências para integração com

a comunidade e para relacionamento com as

famílias.

Art. 58. A formação inicial, nos cursos de

licenciatura, não esgota o desenvolvimento dos

conhecimentos, saberes e habilidades referidas,

razão pela qual um programa de formação

continuada dos profissionais da educação será

contemplado no projeto político-pedagógico.

Art. 59. Os sistemas educativos devem instituir

orientações para que o projeto de formação dos

profissionais preveja:

a) a consolidação da identidade dos profissionais

da educação, nas suas relações com a escola e

com o estudante;

b) a criação de incentivos para o resgate da

imagem social do professor, assim como da

autonomia docente tanto individual como coletiva;

c) a definição de indicadores de qualidade

social da educação escolar, a fim de que as

agências formadoras de profissionais da

educação revejam os projetos dos cursos de

formação inicial e continuada de docentes, de

modo que correspondam às exigências de um

projeto de Nação.

F I M

Page 393: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

76

EXERCÍCIOS

1 – LA SALLE - 13- Em relação às Diretrizes da

Educação Básica, analise as assertivas abaixo e

assinale a alternativa correta:

I- Os conteúdos curriculares deverão observar a

difusão de valores fundamentais ao interesse

social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de

respeito ao bem comum e a ordem democrática.

II- A consideração das condições de escolaridades

dos alunos em cada estabelecimento é diretriz que

deve ser observada nos conteúdos curriculares.

III- A orientação para o trabalho não é diretriz a ser

observada nos conteúdos curriculares.

IV- A promoção do desporto profissional e apoio

as práticas desportivas formais é diretriz a ser

observada nos conteúdos curriculares.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão)

CORRETA(S)?

A)Apenas a I .

B)Apenas a II .

C)Apenas a I e II.

D)Apenas a I,II e III.

E) Apenas a I,II e IV.

2 – LA SALLE - Conforme as Diretrizes

Curriculares Nacional da Educação Básica (2013)

na Educação Infantil deve-se assumir o cuidado e

a educação, valorizando a aprendizagem para a

conquista de outra vida, formulando uma proposta

pedagógica que considere o currículo como

conjunto de experiências em que se articulam

saberes da experiência e socialização do

conhecimento em seu dinamismo, depositando

ênfase, EXCETO:

A) na gestão das emoções.

B) no desenvolvimento de hábitos higiênicos e

alimentares.

C) na vivencia de situações destinadas a

organização dos objetos pessoais e escolares.

D) na vivencia de situações de preservação dos

recursos da natureza.

E) no domínio da leitura e escrita.

3 – LA SALLE - Considerando o exposto pelas

Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação

Básica (2013), analise as asserções a seguir:

I- Toda política curricular é uma política

cultural, pois o currículo é fruto de uma seleção e

produção de saberes: campo conflituoso de

produção de cultura, de embate entre pessoas

concretas, concepções de conhecimento e

aprendizagem, formas de imaginar e perceber o

mundo.

Assim,

II- As políticas curriculares não se resumem

apenas a propostas e práticas enquanto

documentos escritos, mas incluem os processos

de planejamento, vivenciados e reconstruídos em

múltiplos espaços e por múltiplas singularidades

no corpo social da educação.

A) As asserções I e II são proposições

verdadeiras.

B) As asserções I e II são proposições falsas e não

se complementam.

C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a

II é uma proposição falsa.

D) As asserção I é uma proposição falsa, e a II é

uma proposição verdadeira

E) As asserções I e II são proposições falsas e se

complementam.

4 – LA SALLE - De acordo com as Diretrizes

Curriculares Nacionais para Educação Básica

(2013) para que conquiste a inclusão social, a

educação escolar deve fundamentar-se na ética

dos valores da liberdade, na justiça social, na

pluralidade, na solidariedade e sustentabilidade,

cuja finalidade é o pleno desenvolvimento de seus

sujeitos, nas dimensões individual e social de

cidadãos conscientes de seus direitos e deveres,

compromissados com a transformação social.

Diante dessa concepção de educação, é correto

afirmar que a escola:

I- É uma organização atemporal e linear.

II- Deve ser mais rígida, segmentada e

uniforme.

Page 394: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

76

III- Deve possibilitar que os estudantes

possam adequar seus tempos de aprendizagem

de modo menos homogêneo e idealizado.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão)

correta(s)?

A) Apenas a I .

B) Apenas a II .

C) Apenas a III.

D) Apenas a I e II.

E) Apenas a II e III.

5 – LA SALLE - De acordo com as Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Educação Básica, a

qualidade social da educação brasileira é uma

conquista a ser construída de forma negociada,

pois significa algo que se concretiza a partir da

qualidade da relação entre todos os sujeitos que

nela atuam direta e indiretamente. Significa

compreender que:

A) a educação é um processo de socialização da

cultura da vida, no qual se constroem, se mantêm

e se transformam conhecimentos e valores.

B) a universalização do acesso à escola é uma

média necessária, que assegura a permanência

do aluno no mundo do conhecimento.

C) a escola de qualidade social adota como

centralidade a ortodoxia.

D) o projeto político-pedagógico é concebido e

assumido pelas famílias, portanto não possui

relevância para comunidade escolar.

E) a qualidade na escola exige de todos os sujeitos

do processo educativo uma visão discriminatória e

estereotipada.

6 – LA SALLE - Segundo as Diretrizes curriculares

Nacionais para a Educação Básica, na passagem

dos anos iniciais para os anos finais do Ensino

Fundamental, será dada especial atenção:

I- pelos sistemas de ensino, ao planejamento da

oferta educativa dos alunos transferidos das redes

municipais para as estaduais.

II- pelas escolas, à coordenação das demandas

específicas feitas pelos diferentes professores aos

alunos, a fim de que os estudantes possam melhor

organizar as suas atividades diante das

solicitações muito diversas que recebem.

III- pelas equipes diretivas, às escolas que

optarem por incluir língua estrangeira nos anos

iniciais do Ensino Fundamental garantindo o

direito do professor de não ter licenciatura

específica no componente curricular.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão)

correta(s)?

a) Apenas a I.

b) Apenas I e III.

c) Apenas I e II

d) Apenas II e III.

e) I, II e II.

7 – LA SALLE - Conforme as Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Educação infantil,

as instituições de Educação infantil devem criar

procedimentos para o acompanhamento do

trabalho pedagógico e para a avaliação do

desenvolvimento das crianças, sem objetivo de

seleção, promoção ou classificação, garantindo:

I- a observação crítica e criativa das atividades,

das brincadeiras e interações das crianças no

cotidiano.

II- a continuidade dos processos de

aprendizagens por meio da criação de estratégias

adequadas aos diferentes momentos de transição

vividos pela criança (transição casa instituição de

Educação infantil, transições no interior da

instituição, transição Creche/Pré-escola e

transição Pré-escola/Ensino Fundamental).

III- documentação específica que permita às

famílias conhecerem o trabalho da instituição com

às crianças e os processos de desenvolvimento e

aprendizagem da criança na Educação infantil.

IV - a não retenção das crianças na Educação

infantil.

Das afirmações acima, quais estão corretas?

A) Apenas I e II.

B) Apenas II e III.

C) Apenas II e IV.

D) Apenas I e III.

Page 395: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

77

E) I, II, III e IV.

8 – LA SALLE - Com base nas Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Educação infantil,

analise as afirmações abaixo e assinale (V) para

Verdadeiro e (F) para Falso.

( ) A frequência na Educação infantil é um

requisito para a matrícula no Ensino Fundamental.

( ) É considerada Educação infantil em tempo

integral a jornada de no máximo quatro horas

diárias - em que a criança permanece na escola.

( ) A Educação infantil busca promover o

desenvolvimento integral de crianças de 0 a 6

anos (completos antes do dia 31 de março).

( ) É obrigatória a matrícula na Educação infantil

para crianças de 3 a 5 anos.

A ordem correta de preenchimento dos

parênteses, de cima para baixo, é:

A)V-F-V-F

B) F-F-F-F

C) F-V-V-F

D) V-V-V-V

E) F-V-V-V

9 - Considerando as definições para a Educação

Especial nas Diretrizes Curriculares para a

Educação Básica (2013), assinale V para as

afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

I- ( ) Os sistemas de ensino devem matricular os

estudantes com deficiência, transtorno globais do

desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação nas classes comum do

ensino regular e no Atendimento Educacional

Especializado (AEE), complementar ou

suplementar à escolarização, ofertado em salas

de recursos multifuncionais ou em centros de AEE

da rede pública ou instituições comunitárias,

confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.

II- ( ) Os sistemas e as escolas devem criar

condições para que o professor da classe comum

possa explorar as potencialidades de todos os

estudantes, adotando uma pedagogia dialógica,

interativa, interdisciplinar e inclusiva e, na

interface, o professor do AEE deve identificar

habilidades e necessidades dos estudantes,

organizar e orientar sobre os serviços e recursos

pedagógicos e de acessibilidade para a

participação e aprendizagem dos estudantes.

III- ( ) Na organização da Educação Especial, os

sistemas de ensino devem observar, o pleno

acesso e a efetiva participação dos estudantes no

ensino regular; a participação da comunidade

escolar; a articulação das políticas Inter setoriais.

As afirmativas são, respectivamente:

a) V – V – F

b) V – V – V

c) V – F – V

d) F – V – V

e) F – F – V

10 - Em consonância aos ordenamentos legais do

âmbito federal, as Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Educação Básica (DCNEB)

trazem um conjunto complexo de elementos

importantes para a qualidade do processo de

ensino e aprendizagem nas escolas brasileiras.

No que se refere à promoção, aceleração de

estudos e classificação as DCNEB ratificam no

Ensino Fundamental e no Médio, “as figuras da

promoção e da classificação podem ser adotadas

em qualquer ano, série ou outra unidade de

percurso escolhida, exceto no(s) [...]”.

Assinale a alternativa correta.

a) Primeiros anos do Ensino Fundamental

b) Primeiro ano do Ensino Fundamental

c) Primeiro ano do Ensino Médio

d) Penúltimos anos do Ensino Fundamental e do

Ensino Médio

GABARITO:

1C 2E 3 A 4C 5 A 6C 7E 8B 9B 10B

Page 396: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

CONCURSO

SÃO LEOPOLDO/RS

Editais 02/20

CONTEÚDOS

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Cargos: Professor de SÉRIES INICIAIS

Page 397: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

MATERIAL ELABORADO PELA PROFESSORA MARI TUMELERO – USO EXCLUSIVO DE ALUNOS PRESENCIAIS E AMBIENTE VIRTUAL

SUMÁRIO

REFERÊNCIA PÁG

1.BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino

Fundamental de 9 (nove) anos. 1

2. BRASIL. Ministério da Educação. Anos iniciais do ensino fundamental. 17

3. BRASIL. Resolução Nº 1/2004. DCN para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para

o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. 27

4. BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva

da Educação Inclusiva 32

5. BRASIL. Resolução CNE/CEB Nº 2/2001. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial

na Educação Básica. 39

6. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares nacionais – Saúde. 45

7. BRASIL. Ministério da Educação. Alimentação saudável e sustentável. 54

8. BRASIL. MEC. Indagações sobre currículo: diversidade e currículo. 61

9. BECKER, FERNANDO. Educação e construção do conhecimento. 70

10. CORESETTI, Berenice; WERLE, Flávia O. C.; FRITSCH, Rosangela (orgs.). Avaliação em

larga escala. Políticas e práticas. 78

11. FERREIRO, Emília. Cultura escrita e educação: Conversas de Emília Ferreiro com José

Antonio Castorina, Daniel Goldin e Rosa María Torres. 80

12. HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. 10. ed. Porto

Alegre: Mediação, 2008. 88

13. LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. A Pedagogia Crítico-Social

dos Conteúdos. 100

14. VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Didática: O ensino e suas relações. 110

15. SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 114

16. TEBEROSKY, Ana. Aprender a ler e a escrever: uma proposta construtivista. 118

17. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto de ensino-aprendizagem e

projeto político-pedagógico. 122

Page 398: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

MATERIAL ELABORADO PELA PROFESSORA MARI TUMELERO – USO EXCLUSIVO DE ALUNOS PRESENCIAIS E AMBIENTE VIRTUAL

18. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação da Aprendizagem: Práticas de Mudança

– por uma práxis transformadora. 128

19. LOPES, Greice Duarte; MENNA, Andre Luiz; SILVA, João Alberto da. Alfabetização

matemática e numeramento nos anos iniciais do Ensino Fundamental. 133

20. SMOLE, Kátia Cristina Stocco; MUNIZ, Cristiano Alberto (Org.). A matemática em sala

de aula: reflexões e propostas para os anos iniciais do ensino fundamental. 136

Page 399: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

MATERIAL ELABORADO PELA PROFESSORA MARI TUMELERO – USO EXCLUSIVO DE ALUNOS PRESENCIAIS E AMBIENTE VIRTUAL

1

RESOLUÇÃO Nº 7, DE 14 DE

DEZEMBRO DE 2010

Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o

Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.

Art. 1º A presente Resolução fixa as

Diretrizes Curriculares Nacionais para o

Ensino Fundamental de 9 (nove) anos a

serem observadas na organização curricular

dos sistemas de ensino e de suas unidades

escolares.

Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais

para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos

articulam-se com as Diretrizes Curriculares

Nacionais Gerais para a Educação Básica e

reúnem princípios, fundamentos e

procedimentos definidos pelo Conselho

Nacional de Educação, para orientar as

políticas públicas educacionais e a

elaboração, implementação e avaliação das

orientações curriculares nacionais, das

propostas curriculares dos Estados, do

Distrito Federal, dos Municípios, e dos

projetos político-pedagógicos das escolas.

Parágrafo único. Estas Diretrizes Curriculares

Nacionais aplicam-se a todas as

modalidades do Ensino Fundamental

previstas na Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, bem como à Educação

do Campo, à Educação Escolar Indígena e à

Educação Escolar Quilombola.

FUNDAMENTOS

Art. 3º O Ensino Fundamental se traduz

como um direito público subjetivo de cada um

e como dever do Estado e da família na sua

oferta a todos.

Art. 4º É dever do Estado garantir a oferta do

Ensino Fundamental público, gratuito e de

qualidade, sem requisito de seleção.

Parágrafo único. As escolas que ministram

esse ensino deverão trabalhar considerando

essa etapa da educação como aquela capaz

de assegurar a cada um e a todos o acesso

ao conhecimento e aos elementos da cultura

imprescindíveis para o seu desenvolvimento

pessoal e para a vida em sociedade, assim

como os benefícios de uma formação

comum, independentemente da grande

diversidade da população escolar e das

demandas sociais.

Art. 5º O direito à educação, entendido como

um direito inalienável do ser humano,

constitui o fundamento maior destas

Diretrizes. A educação, ao proporcionar o

desenvolvimento do potencial humano,

permite o exercício dos direitos civis,

políticos, sociais e do direito à diferença,

sendo ela mesma também um direito social,

e possibilita a formação cidadã e o usufruto

dos bens sociais e culturais.

§ 1º O Ensino Fundamental deve

comprometer-se com uma educação com

qualidade social, igualmente entendida como

direito humano.

§ 2º A educação de qualidade, como um

direito fundamental, é, antes de tudo,

relevante, pertinente e equitativa.

I – A relevância reporta-se à promoção de

aprendizagens significativas do ponto de

vista das exigências sociais e de

desenvolvimento pessoal.

II – A pertinência refere-se à possibilidade de

atender às necessidades e às características

dos estudantes de diversos contextos sociais

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e culturais e com diferentes capacidades e

interesses.

III – A equidade alude à importância de tratar

de forma diferenciada o que se apresenta

como desigual no ponto de partida, com

vistas a obter desenvolvimento e

aprendizagens equiparáveis, assegurando a

todos a igualdade de direito à educação.

§ 3º Na perspectiva de contribuir para a

erradicação da pobreza e das desigualdades,

a equidade requer que sejam oferecidos mais

recursos e melhores condições às escolas

menos providas e aos alunos que deles mais

necessitem. Ao lado das políticas universais,

dirigidas a todos sem requisito de seleção, é

preciso também sustentar políticas

reparadoras que assegurem maior apoio aos

diferentes grupos sociais em desvantagem.

§ 4º A educação escolar, comprometida com

a igualdade do acesso de todos ao

conhecimento e especialmente empenhada

em garantir esse acesso aos grupos da

população em desvantagem na sociedade,

será uma educação com qualidade social e

contribuirá para dirimir as desigualdades

historicamente produzidas, assegurando,

assim, o ingresso, a permanência e o

sucesso na escola, com a consequente

redução da evasão, da retenção e das

distorções de idade/ano/série.

PRINCÍPIOS

Art. 6º Os sistemas de ensino e as escolas

adotarão, como norteadores das políticas

educativas e das ações pedagógicas, os

seguintes princípios:

I – Éticos: de justiça, solidariedade,

liberdade e autonomia; de respeito à

dignidade da pessoa humana e de

compromisso com a promoção do bem de

todos, contribuindo para combater e eliminar

quaisquer manifestações de preconceito de

origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer

outras formas de discriminação.

II – Políticos: de reconhecimento dos

direitos e deveres de cidadania, de respeito

ao bem comum e à preservação do regime

democrático e dos recursos ambientais; da

busca da equidade no acesso à educação, à

saúde, ao trabalho, aos bens culturais e

outros benefícios; da exigência de

diversidade de tratamento para assegurar a

igualdade de direitos entre os alunos que

apresentam diferentes necessidades; da

redução da pobreza e das desigualdades

sociais e regionais.

III – Estéticos: do cultivo da sensibilidade

juntamente com o da racionalidade; do

enriquecimento das formas de expressão e

do exercício da criatividade; da valorização

das diferentes manifestações culturais,

especialmente a da cultura brasileira; da

construção de identidades plurais e

solidárias.

Art. 7º De acordo com esses princípios, e em

conformidade com o art. 22 e o art. 32 da Lei

nº 9.394/96 (LDB), as propostas curriculares

do Ensino Fundamental visarão desenvolver

o educando, assegurar-lhe a formação

comum indispensável para o exercício da

cidadania e fornecer-lhe os meios para

progredir no trabalho e em estudos

posteriores, mediante os objetivos previstos

para esta etapa da escolarização, a saber:

I – o desenvolvimento da capacidade de

aprender, tendo como meios básicos o pleno

domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

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II – a compreensão do ambiente natural e

social, do sistema político, das artes, da

tecnologia e dos valores em que se

fundamenta a sociedade;

III – a aquisição de conhecimentos e

habilidades, e a formação de atitudes e

valores como instrumentos para uma visão

crítica do mundo;

IV – o fortalecimento dos vínculos de família,

dos laços de solidariedade humana e de

tolerância recíproca em que se assenta a

vida social.

MATRÍCULA NO ENSINO FUNDAMENTAL

DE 9 (NOVE) ANOS E CARGA HORÁRIA

Art. 8º O Ensino Fundamental, com duração

de 9 (nove) anos, abrange a população na

faixa etária dos 6 (seis) aos 14 (quatorze)

anos de idade e se estende, também, a todos

os que, na idade própria, não tiveram

condições de frequentá-lo.

§ 1º É obrigatória a matrícula no Ensino

Fundamental de crianças com 6 (seis) anos

completos ou a completar até o dia 31 de

março do ano em que ocorrer a matrícula,

nos termos da Lei e das normas nacionais

vigentes.

§ 2º As crianças que completarem 6 (seis)

anos após essa data deverão ser

matriculadas na Educação Infantil (Pré-

Escola).

§ 3º A carga horária mínima anual do Ensino

Fundamental regular será de 800 (oitocentas)

horas relógio, distribuídas em, pelo menos,

200 (duzentos) dias de efetivo trabalho

escolar.

CURRÍCULO

Art. 9º O currículo do Ensino Fundamental é

entendido, nesta Resolução, como

constituído pelas experiências escolares que

se desdobram em torno do conhecimento,

permeadas pelas relações sociais, buscando

articular vivências e saberes dos alunos com

os conhecimentos historicamente

acumulados e contribuindo para construir as

identidades dos estudantes.

§ 1º O foco nas experiências escolares

significa que as orientações e as propostas

curriculares que provêm das diversas

instâncias só terão concretude por meio das

ações educativas que envolvem os alunos.

§ 2º As experiências escolares abrangem

todos os aspectos do ambiente escolar:

aqueles que compõem a parte explícita do

currículo, bem como os que também

contribuem, de forma implícita, para a

aquisição de conhecimentos socialmente

relevantes. Valores, atitudes, sensibilidade e

orientações de conduta são veiculados não

só pelos conhecimentos, mas por meio de

rotinas, rituais, normas de convívio social,

festividades, pela distribuição do tempo e

organização do espaço educativo, pelos

materiais utilizados na aprendizagem e pelo

recreio, enfim, pelas vivências

proporcionadas pela escola.

§ 3º Os conhecimentos escolares são

aqueles que as diferentes instâncias que

produzem orientações sobre o currículo, as

escolas e os professores selecionam e

transformam a fim de que possam ser

ensinados e aprendidos, ao mesmo tempo

em que servem de elementos para a

formação ética, estética e política do aluno.

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BASE NACIONAL COMUM E PARTE

DIVERSIFICADA: COMPLEMENTARIDADE

Art. 10 O currículo do Ensino Fundamental

tem uma base nacional comum,

complementada em cada sistema de ensino

e em cada estabelecimento escolar por uma

parte diversificada.

Art. 11 A base nacional comum e a parte

diversificada do currículo do Ensino

Fundamental constituem um todo integrado e

não podem ser consideradas como dois

blocos distintos.

§ 1º A articulação entre a base nacional

comum e a parte diversificada do currículo do

Ensino Fundamental possibilita a sintonia dos

interesses mais amplos de formação básica

do cidadão com a realidade local, as

necessidades dos alunos, as características

regionais da sociedade, da cultura e da

economia e perpassa todo o currículo.

§ 2º Voltados à divulgação de valores

fundamentais ao interesse social e à

preservação da ordem democrática, os

conhecimentos que fazem parte da base

nacional comum a que todos devem ter

acesso, independentemente da região e do

lugar em que vivem, asseguram a

característica unitária das orientações

curriculares nacionais, das propostas

curriculares dos Estados, do Distrito Federal,

dos Municípios, e dos projetos político-

pedagógicos das escolas.

§ 3º Os conteúdos curriculares que compõem

a parte diversificada do currículo serão

definidos pelos sistemas de ensino e pelas

escolas, de modo a complementar e

enriquecer o currículo, assegurando a

contextualização dos conhecimentos

escolares em face das diferentes realidades.

Art. 12 Os conteúdos que compõem a base

nacional comum e a parte diversificada têm

origem nas disciplinas científicas, no

desenvolvimento das linguagens, no mundo

do trabalho, na cultura e na tecnologia, na

produção artística, nas atividades desportivas

e corporais, na área da saúde e ainda

incorporam saberes como os que advêm das

formas diversas de exercício da cidadania,

dos movimentos sociais, da cultura escolar,

da experiência docente, do cotidiano e dos

alunos.

Art. 13 Os conteúdos a que se refere o art.

12 são constituídos por componentes

curriculares que, por sua vez, se articulam

com as áreas de conhecimento, a saber:

Linguagens, Matemática, Ciências da

Natureza e Ciências Humanas.

As áreas de conhecimento favorecem a

comunicação entre diferentes conhecimentos

sistematizados e entre estes e outros

saberes, mas permitem que os referenciais

próprios de cada componente curricular

sejam preservados.

Art. 14 O currículo da base nacional comum

do Ensino Fundamental deve abranger,

obrigatoriamente, conforme o art. 26 da Lei

nº 9.394/96, o estudo da Língua Portuguesa

e da Matemática, o conhecimento do mundo

físico e natural e da realidade social e

política, especialmente a do Brasil, bem

como o ensino da Arte, a Educação Física e

o Ensino Religioso.

Art. 15 Os componentes curriculares

obrigatórios do Ensino Fundamental serão

assim organizados em relação às áreas de

conhecimento:

I – Linguagens:

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a) Língua Portuguesa;

b) Língua Materna, para populações

indígenas;

c) Língua Estrangeira moderna;

d) Arte; e

e) Educação Física;

II – Matemática;

III – Ciências da Natureza;

IV – Ciências Humanas:

a) História;

b) Geografia;

V – Ensino Religioso.

§ 1º O Ensino Fundamental deve ser

ministrado em língua portuguesa,

assegurada também às comunidades

indígenas a utilização de suas línguas

maternas e processos próprios de

aprendizagem, conforme o art. 210, § 2º, da

Constituição Federal.

§ 2º O ensino de História do Brasil levará em

conta as contribuições das diferentes culturas

e etnias para a formação do povo brasileiro,

especialmente das matrizes indígena,

africana e europeia.

§ 3º A história e as culturas indígena e afro-

brasileira, presentes, obrigatoriamente, nos

conteúdos desenvolvidos no âmbito de todo

o currículo escolar e, em especial, no ensino

de Arte, Literatura e História do Brasil, assim

como a História da África, deverão assegurar

o conhecimento e o reconhecimento desses

povos para a constituição da nação Sua

inclusão possibilita ampliar o leque de

referências culturais de toda a população

escolar e contribui para a mudança das suas

concepções de mundo, transformando os

conhecimentos comuns veiculados pelo

currículo e contribuindo para a construção de

identidades mais plurais e solidárias.

§ 4º A Música constitui conteúdo obrigatório,

mas não exclusivo, do componente curricular

Arte, o qual compreende também as artes

visuais, o teatro e a dança.

§ 5º A Educação Física, componente

obrigatório do currículo do Ensino

Fundamental, integra a proposta político-

pedagógica da escola e será facultativa ao

aluno apenas nas circunstâncias previstas no

§ 3º do art. 26 da Lei nº 9.394/96.

§ 6º O Ensino Religioso, de matrícula

facultativa ao aluno, é parte integrante da

formação básica do cidadão e constitui

componente curricular dos horários normais

das escolas públicas de Ensino

Fundamental, assegurado o respeito à

diversidade cultural e religiosa do Brasil e

vedadas quaisquer formas de proselitismo.

Art. 16 Os componentes curriculares e as

áreas de conhecimento devem articular em

seus conteúdos, a partir das possibilidades

abertas pelos seus referenciais, a abordagem

de temas abrangentes e contemporâneos

que afetam a vida humana em escala global,

regional e local, bem como na esfera

individual. Temas como saúde, sexualidade e

gênero, vida familiar e social, assim como os

direitos das crianças e adolescentes, de

acordo com o Estatuto da Criança e do

Adolescente, preservação do meio ambiente,

nos termos da política nacional de educação

ambiental, educação para o consumo,

educação fiscal, trabalho, ciência e

tecnologia, e diversidade cultural devem

permear o desenvolvimento dos conteúdos

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da base nacional comum e da parte

diversificada do currículo.

§ 1º Outras leis específicas que

complementam a Lei nº 9.394/96 determinam

que sejam ainda incluídos temas relativos à

condição e aos direitos dos idosos e à

educação para o trânsito.

§ 2º A transversalidade constitui uma das

maneiras de trabalhar os componentes

curriculares, as áreas de conhecimento e os

temas sociais em uma perspectiva integrada.

§ 3º Aos órgãos executivos dos sistemas de

ensino compete a produção e a

disseminação de materiais subsidiários ao

trabalho docente, que contribuam para a

eliminação de discriminações, racismo,

sexismo, homofobia e outros preconceitos e

que conduzam à adoção de comportamentos

responsáveis e solidários em relação aos

outros e ao meio ambiente.

Art. 17 Na parte diversificada do currículo do

Ensino Fundamental será incluído,

obrigatoriamente, a partir do 6º ano, o ensino

de, pelo menos, uma Língua Estrangeira

moderna, cuja escolha ficará a cargo da

comunidade escolar.

Parágrafo único. Entre as línguas

estrangeiras modernas, a língua espanhola

poderá ser a opção.

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

Art. 18 O currículo do Ensino Fundamental

com 9 (nove) anos de duração exige a

estruturação de um projeto educativo

coerente, articulado e integrado, de acordo

com os modos de ser e de se desenvolver

das crianças e adolescentes nos diferentes

contextos sociais.

Art. 19 Ciclos, séries e outras formas de

organização a que se refere a Lei nº 9.394/96

serão compreendidos como tempos e

espaços interdependentes e articulados entre

si, ao longo dos 9 (nove) anos de duração do

Ensino Fundamental.

GESTÃO DEMOCRÁTICA E

PARTICIPATIVA COMO GARANTIA DO

DIREITO À EDUCAÇÃO

Art. 20 As escolas deverão formular o projeto

político-pedagógico e elaborar o regimento

escolar de acordo com a proposta do Ensino

Fundamental de 9 (nove) anos, por meio de

processos participativos relacionados à

gestão democrática.

§ 1º O projeto político-pedagógico da escola

traduz a proposta educativa construída pela

comunidade escolar no exercício de sua

autonomia, com base nas características dos

alunos, nos profissionais e recursos

disponíveis, tendo como referência as

orientações curriculares nacionais e dos

respectivos sistemas de ensino.

§ 2º Será assegurada ampla participação dos

profissionais da escola, da família, dos

alunos e da comunidade local na definição

das orientações imprimidas aos processos

educativos e nas formas de implementá-las,

tendo como apoio um processo contínuo de

avaliação das ações, a fim de garantir a

distribuição social do conhecimento e

contribuir para a construção de uma

sociedade democrática e igualitária.

§ 3º O regimento escolar deve assegurar as

condições institucionais adequadas para a

execução do projeto político-pedagógico e a

oferta de uma educação inclusiva e com

qualidade social, igualmente garantida a

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ampla participação da comunidade escolar

na sua elaboração.

§ 4º O projeto político-pedagógico e o

regimento escolar, em conformidade com a

legislação e as normas vigentes, conferirão

espaço e tempo para que os profissionais da

escola e, em especial, os professores,

possam participar de reuniões de trabalho

coletivo, planejar e executar as ações

educativas de modo articulado, avaliar os

trabalhos dos alunos, tomar parte em ações

de formação continuada e estabelecer

contatos com a comunidade.

§ 5º Na implementação de seu projeto

político-pedagógico, as escolas se articularão

com as instituições formadoras com vistas a

assegurar a formação continuada de seus

profissionais.

Art. 21 No projeto político-pedagógico do

Ensino Fundamental e no regimento escolar,

o aluno, centro do planejamento curricular,

será considerado como sujeito que atribui

sentidos à natureza e à sociedade nas

práticas sociais que vivencia, produzindo

cultura e construindo sua identidade pessoal

e social.

Parágrafo único. Como sujeito de direitos, o

aluno tomará parte ativa na discussão e na

implementação das normas que regem as

formas de relacionamento na escola,

fornecerá indicações relevantes a respeito do

que deve ser trabalhado no currículo e será

incentivado a participar das organizações

estudantis.

Art. 22 O trabalho educativo no Ensino

Fundamental deve empenhar-se na

promoção de uma cultura escolar acolhedora

e respeitosa, que reconheça e valorize as

experiências dos alunos atendendo as suas

diferenças e necessidades específicas, de

modo a contribuir para efetivar a inclusão

escolar e o direito de todos à educação.

Art. 23 Na implementação do projeto político-

pedagógico, o cuidar e o educar,

indissociáveis funções da escola, resultarão

em ações integradas que buscam articular-

se, pedagogicamente, no interior da própria

instituição, e também externamente, com os

serviços de apoio aos sistemas educacionais

e com as políticas de outras áreas, para

assegurar a aprendizagem, o bem-estar e o

desenvolvimento do aluno em todas as suas

dimensões.

RELEVÂNCIA DOS CONTEÚDOS,

INTEGRAÇÃO E ABORDAGENS

Art. 24 A necessária integração dos

conhecimentos escolares no currículo

favorece a sua contextualização e aproxima

o processo educativo das experiências dos

alunos.

§ 1º A oportunidade de conhecer e analisar

experiências assentadas em diversas

concepções de currículo integrado e

interdisciplinar oferecerá aos docentes

subsídios para desenvolver propostas

pedagógicas que avancem na direção de um

trabalho colaborativo, capaz de superar a

fragmentação dos componentes curriculares.

§ 2º Constituem exemplos de possibilidades

de integração do currículo, entre outros, as

propostas curriculares ordenadas em torno

de grandes eixos articuladores, projetos

interdisciplinares com base em temas

geradores formulados a partir de questões da

comunidade e articulados aos componentes

curriculares e às áreas de conhecimento,

currículos em rede, propostas ordenadas em

torno de conceitos-chave ou conceitos

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nucleares que permitam trabalhar as

questões cognitivas e as questões culturais

numa perspectiva transversal, e projetos de

trabalho com diversas acepções.

§ 3º Os projetos propostos pela escola,

comunidade, redes e sistemas de ensino

serão articulados ao desenvolvimento dos

componentes curriculares e às áreas de

conhecimento, observadas as disposições

contidas nas Diretrizes Curriculares

Nacionais Gerais para a Educação Básica.

Art. 25 Os professores levarão em conta a

diversidade sociocultural da população

escolar, as desigualdades de acesso ao

consumo de bens culturais e a multiplicidade

de interesses e necessidades apresentadas

pelos alunos no desenvolvimento de

metodologias e estratégias variadas que

melhor respondam às diferenças de

aprendizagem entre os estudantes e às suas

demandas.

Art. 26 Os sistemas de ensino e as escolas

assegurarão adequadas condições de

trabalho aos seus profissionais e o

provimento de outros insumos, de acordo

com os padrões mínimos de qualidade

referidos no inciso IX do art. 4º da Lei nº

9.394/96 e em normas específicas

estabelecidas pelo Conselho Nacional de

Educação, com vistas à criação de um

ambiente propício à aprendizagem, com

base:

I – no trabalho compartilhado e no

compromisso individual e coletivo dos

professores e demais profissionais da escola

com a aprendizagem dos alunos;

II – no atendimento às necessidades

específicas de aprendizagem de cada um

mediante abordagens apropriadas;

III – na utilização dos recursos disponíveis na

escola e nos espaços sociais e culturais do

entorno;

IV – na contextualização dos conteúdos,

assegurando que a aprendizagem seja

relevante e socialmente significativa;

V – no cultivo do diálogo e de relações de

parceria com as famílias.

Parágrafo único. Como protagonistas das

ações pedagógicas, caberá aos docentes

equilibrar a ênfase no reconhecimento e

valorização da experiência do aluno e da

cultura local que contribui para construir

identidades afirmativas, e a necessidade de

lhes fornecer instrumentos mais complexos

de análise da realidade que possibilitem o

acesso a níveis universais de explicação dos

fenômenos, propiciando-lhes os meios para

transitar entre a sua e outras realidades e

culturas e participar de diferentes esferas da

vida social, econômica e política.

Art. 27 Os sistemas de ensino, as escolas e

os professores, com o apoio das famílias e

da comunidade, envidarão esforços para

assegurar o progresso contínuo dos alunos

no que se refere ao seu desenvolvimento

pleno e à aquisição de aprendizagens

significativas, lançando mão de todos os

recursos disponíveis e criando renovadas

oportunidades para evitar que a trajetória

escolar discente seja retardada ou

indevidamente interrompida.

§ 1º Devem, portanto, adotar as providências

necessárias para que a operacionalização do

princípio da continuidade não seja traduzida

como “promoção automática” de alunos de

um ano, série ou ciclo para o seguinte, e para

que o combate à repetência não se

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transforme em descompromisso com o

ensino e a aprendizagem.

§ 2º A organização do trabalho pedagógico

incluirá a mobilidade e a flexibilização dos

tempos e espaços escolares, a diversidade

nos agrupamentos de alunos, as diversas

linguagens artísticas, a diversidade de

materiais, os variados suportes literários, as

atividades que mobilizem o raciocínio, as

atitudes investigativas, as abordagens

complementares e as atividades de reforço, a

articulação entre a escola e a comunidade, e

o acesso aos espaços de expressão cultural.

Art. 28 A utilização qualificada das

tecnologias e conteúdos das mídias como

recurso aliado ao desenvolvimento do

currículo contribui para o importante papel

que tem a escola como ambiente de inclusão

digital e de utilização crítica das tecnologias

da informação e comunicação, requerendo o

aporte dos sistemas de ensino no que se

refere à:

I – provisão de recursos midiáticos

atualizados e em número suficiente para o

atendimento aos alunos;

II – adequada formação do professor e

demais profissionais da escola.

ARTICULAÇÕES E CONTINUIDADE DA

TRAJETÓRIA ESCOLAR

Art. 29 A necessidade de assegurar aos

alunos um percurso contínuo de

aprendizagens torna imperativa a articulação

de todas as etapas da educação,

especialmente do Ensino Fundamental com a

Educação Infantil, dos anos iniciais e dos

anos finais no interior do Ensino

Fundamental, bem como do Ensino

Fundamental com o Ensino Médio,

garantindo a qualidade da Educação Básica.

§ 1º O reconhecimento do que os alunos já

aprenderam antes da sua entrada no Ensino

Fundamental e a recuperação do caráter

lúdico do ensino contribuirão para melhor

qualificar a ação pedagógica junto às

crianças, sobretudo nos anos iniciais dessa

etapa da escolarização.

§ 2º Na passagem dos anos iniciais para os

anos finais do Ensino Fundamental, especial

atenção será dada:

I – pelos sistemas de ensino, ao

planejamento da oferta educativa dos alunos

transferidos das redes municipais para as

estaduais;

II – pelas escolas, à coordenação das

demandas específicas feitas pelos diferentes

professores aos alunos, a fim de que os

estudantes possam melhor organizar as suas

atividades diante das solicitações muito

diversas que recebem.

Art. 30 Os três anos iniciais do Ensino

Fundamental devem assegurar:

I – a alfabetização e o letramento;

II – o desenvolvimento das diversas formas

de expressão, incluindo o aprendizado da

Língua Portuguesa, a Literatura, a Música e

demais artes, a Educação Física, assim

como o aprendizado da Matemática, da

Ciência, da História e da Geografia;

III – a continuidade da aprendizagem, tendo

em conta a complexidade do processo de

alfabetização e os prejuízos que a repetência

pode causar no Ensino Fundamental como

um todo e, particularmente, na passagem do

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primeiro para o segundo ano de escolaridade

e deste para o terceiro.

§ 1º Mesmo quando o sistema de ensino ou a

escola, no uso de sua autonomia, fizerem

opção pelo regime seriado, será necessário

considerar os três anos iniciais do Ensino

Fundamental como um bloco pedagógico ou

um ciclo sequencial não passível de

interrupção, voltado para ampliar a todos os

alunos as oportunidades de sistematização e

aprofundamento das aprendizagens básicas,

imprescindíveis para o prosseguimento dos

estudos.

§ 2º Considerando as características de

desenvolvimento dos alunos, cabe aos

professores adotar formas de trabalho que

proporcionem maior mobilidade das crianças

nas salas de aula e as levem a explorar mais

intensamente as diversas linguagens

artísticas, a começar pela literatura, a utilizar

materiais que ofereçam oportunidades de

raciocinar, manuseando-os e explorando as

suas características e propriedades.

Art. 31 Do 1º ao 5º ano do Ensino

Fundamental, os componentes curriculares

Educação Física e Arte poderão estar a

cargo do professor de referência da turma,

aquele com o qual os alunos permanecem a

maior parte do período escolar, ou de

professores licenciados nos respectivos

componentes.

§ 1º Nas escolas que optarem por incluir

Língua Estrangeira nos anos iniciais do

Ensino Fundamental, o professor deverá ter

licenciatura específica no componente

curricular.

§ 2º Nos casos em que esses componentes

curriculares sejam desenvolvidos por

professores com licenciatura específica, deve

ser assegurada a integração com os demais

componentes trabalhados pelo professor de

referência da turma.

AVALIAÇÃO: PARTE INTEGRANTE DO

CURRÍCULO

Art. 32 A avaliação dos alunos, a ser

realizada pelos professores e pela escola

como parte integrante da proposta curricular

e da implementação do currículo, é

redimensionadora da ação pedagógica e

deve:

I – assumir um caráter processual, formativo

e participativo, ser contínua, cumulativa e

diagnóstica, com vistas a:

a) identificar potencialidades e dificuldades

de aprendizagem e detectar problemas de

ensino;

b) subsidiar decisões sobre a utilização de

estratégias e abordagens de acordo com as

necessidades dos alunos, criar condições de

intervir de modo imediato e a mais longo

prazo para sanar dificuldades e redirecionar

o trabalho docente;

c) manter a família informada sobre o

desempenho dos alunos;

d) reconhecer o direito do aluno e da família

de discutir os resultados de avaliação,

inclusive em instâncias superiores à escola,

revendo procedimentos sempre que as

reivindicações forem procedentes.

II – utilizar vários instrumentos e

procedimentos, tais como a observação, o

registro descritivo e reflexivo, os trabalhos

individuais e coletivos, os portfólios,

exercícios, provas, questionários, dentre

outros, tendo em conta a sua adequação à

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faixa etária e às características de

desenvolvimento do educando;

III – fazer prevalecer os aspectos qualitativos

da aprendizagem do aluno sobre os

quantitativos, bem como os resultados ao

longo do período sobre os de eventuais

provas finais, tal com determina a alínea “a”

do inciso V do art. 24 da Lei nº 9.394/96;

IV – assegurar tempos e espaços diversos

para que os alunos com menor rendimento

tenham condições de ser devidamente

atendidos ao longo do ano letivo;

V – prover, obrigatoriamente, períodos de

recuperação, de preferência paralelos ao

período letivo, como determina a Lei nº

9.394/96;

VI – assegurar tempos e espaços de

reposição dos conteúdos curriculares, ao

longo do ano letivo, aos alunos com

frequência insuficiente, evitando, sempre que

possível, a retenção por faltas;

VII – possibilitar a aceleração de estudos

para os alunos com defasagem idade-série.

Art. 33 Os procedimentos de avaliação

adotados pelos professores e pela escola

serão articulados às avaliações realizadas

em nível nacional e às congêneres nos

diferentes Estados e Municípios, criadas com

o objetivo de subsidiar os sistemas de ensino

e as escolas nos esforços de melhoria da

qualidade da educação e da aprendizagem

dos alunos.

§ 1º A análise do rendimento dos alunos com

base nos indicadores produzidos por essas

avaliações deve auxiliar os sistemas de

ensino e a comunidade escolar a

redimensionarem as práticas educativas com

vistas ao alcance de melhores resultados.

§ 2º A avaliação externa do rendimento dos

alunos refere-se apenas a uma parcela

restrita do que é trabalhado nas escolas, de

sorte que as referências para o currículo

devem continuar sendo as contidas nas

propostas político-pedagógicas das escolas,

articuladas às orientações e propostas

curriculares dos sistemas, sem reduzir os

seus propósitos ao que é avaliado pelos

testes de larga escala.

Art. 34 Os sistemas, as redes de ensino e os

projetos político-pedagógicos das escolas

devem expressar com clareza o que é

esperado dos alunos em relação à sua

aprendizagem.

Art. 35 Os resultados de aprendizagem dos

alunos devem ser aliados à avaliação das

escolas e de seus professores, tendo em

conta os parâmetros de referência dos

insumos básicos necessários à educação de

qualidade para todos nesta etapa da

educação e respectivo custo aluno-qualidade

inicial (CAQi), consideradas inclusive as suas

modalidades e as formas diferenciadas de

atendimento como a Educação do Campo, a

Educação Escolar Indígena, a Educação

Escolar Quilombola e as escolas de tempo

integral.

Parágrafo único. A melhoria dos resultados

de aprendizagem dos alunos e da qualidade

da educação obriga:

I – os sistemas de ensino a incrementarem

os dispositivos da carreira e de condições de

exercício e valorização do magistério e dos

demais profissionais da educação e a

oferecerem os recursos e apoios que

demandam as escolas e seus profissionais

para melhorar a sua atuação;

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MATERIAL ELABORADO PELA PROFESSORA MARI TUMELERO – USO EXCLUSIVO DE ALUNOS PRESENCIAIS E AMBIENTE VIRTUAL

12

II – as escolas a uma apreciação mais ampla

das oportunidades educativas por elas

oferecidas aos educandos, reforçando a sua

responsabilidade de propiciar renovadas

oportunidades e incentivos aos que delas

mais necessitem.

A EDUCAÇÃO EM ESCOLA DE TEMPO

INTEGRAL

Art. 36 Considera-se como de período

integral a jornada escolar que se organiza em

(sete) horas diárias, no mínimo, perfazendo

uma carga horária anual de, pelo menos,

1.400 (mil e quatrocentas) horas.

Parágrafo único. As escolas e,

solidariamente, os sistemas de ensino,

conjugarão esforços objetivando o

progressivo aumento da carga horária

mínima diária e, consequentemente, da

carga horária anual, com vistas à maior

qualificação do processo de ensino-

aprendizagem, tendo como horizonte o

atendimento escolar em período integral.

Art. 37 A proposta educacional da escola de

tempo integral promoverá a ampliação de

tempos, espaços e oportunidades educativas

e o compartilhamento da tarefa de educar e

cuidar entre os profissionais da escola e de

outras áreas, as famílias e outros atores

sociais, sob a coordenação da escola e de

seus professores, visando alcançar a

melhoria da qualidade da aprendizagem e da

convivência social e diminuir as diferenças de

acesso ao conhecimento e aos bens

culturais, em especial entre as populações

socialmente mais vulneráveis.

§ 1º O currículo da escola de tempo integral,

concebido como um projeto educativo

integrado, implica a ampliação da jornada

escolar diária mediante o desenvolvimento

de atividades como o acompanhamento

pedagógico, o reforço e o aprofundamento da

aprendizagem, a experimentação e a

pesquisa científica, a cultura e as artes, o

esporte e o lazer, as tecnologias da

comunicação e informação, a afirmação da

cultura dos direitos humanos, a preservação

do meio ambiente, a promoção da saúde,

entre outras, articuladas aos componentes

curriculares e às áreas de conhecimento, a

vivências e práticas socioculturais.

§ 2º As atividades serão desenvolvidas

dentro do espaço escolar conforme a

disponibilidade da escola, ou fora dele, em

espaços distintos da cidade ou do território

em que está situada a unidade escolar,

mediante a utilização de equipamentos

sociais e culturais aí existentes e o

estabelecimento de parcerias com órgãos ou

entidades locais, sempre de acordo com o

respectivo projeto político-pedagógico.

§ 3º Ao restituir a condição de ambiente de

aprendizagem à comunidade e à cidade, a

escola estará contribuindo para a construção

de redes sociais e de cidades educadoras.

§ 4º Os órgãos executivos e normativos da

União e dos sistemas estaduais e municipais

de educação assegurarão que o atendimento

dos alunos na escola de tempo integral

possua infraestrutura adequada e pessoal

qualificado, além do que, esse atendimento

terá caráter obrigatório e será passível de

avaliação em cada escola.

EDUCAÇÃO DO CAMPO, EDUCAÇÃO

ESCOLAR INDÍGENA E EDUCAÇÃO

ESCOLAR QUILOMBOLA

Art. 38 A Educação do Campo, tratada como

educação rural na legislação brasileira,

incorpora os espaços da floresta, da

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MATERIAL ELABORADO PELA PROFESSORA MARI TUMELERO – USO EXCLUSIVO DE ALUNOS PRESENCIAIS E AMBIENTE VIRTUAL

13

pecuária, das minas e da agricultura e se

estende, também, aos espaços pesqueiros,

caiçaras, ribeirinhos e extrativistas, conforme

as Diretrizes para a Educação Básica do

Campo.

Art. 39 A Educação Escolar Indígena e a

Educação Escolar Quilombola são,

respectivamente, oferecidas em unidades

educacionais inscritas em suas terras e

culturas e, para essas populações, estão

assegurados direitos específicos na

Constituição Federal que lhes permitem

valorizar e preservar as suas culturas e

reafirmar o seu pertencimento étnico.

§ 1º As escolas indígenas, atendendo a

normas e ordenamentos jurídicos próprios e

a Diretrizes Curriculares Nacionais

específicas, terão ensino intercultural e

bilíngue, com vistas à afirmação e à

manutenção da diversidade étnica e

linguística, assegurarão a participação da

comunidade no seu modelo de edificação,

organização e gestão, e deverão contar com

materiais didáticos produzidos de acordo

com o contexto cultural de cada povo.

§ 2º O detalhamento da Educação Escolar

Quilombola deverá ser definido pelo

Conselho Nacional de Educação por meio de

Diretrizes Curriculares Nacionais específicas.

Art. 40 O atendimento escolar às populações

do campo, povos indígenas e quilombolas

requer respeito às suas peculiares condições

de vida e a utilização de pedagogias

condizentes com as suas formas próprias de

produzir conhecimentos, observadas as

Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para

a Educação Básica.

§ 1º As escolas das populações do campo,

dos povos indígenas e dos quilombolas, ao

contar com a participação ativa das

comunidades locais nas decisões referentes

ao currículo, estarão ampliando as

oportunidades de:

I – reconhecimento de seus modos próprios

de vida, suas culturas, tradições e memórias

coletivas, como fundamentais para a

constituição da identidade das crianças,

adolescentes e adultos;

II – valorização dos saberes e do papel

dessas populações na produção de

conhecimentos sobre o mundo, seu ambiente

natural e cultural, assim como as práticas

ambientalmente sustentáveis que utilizam;

III – reafirmação do pertencimento étnico, no

caso das comunidades quilombolas e dos

povos indígenas, e do cultivo da língua

materna na escola para estes últimos, como

elementos importantes de construção da

identidade;

IV – flexibilização, se necessário, do

calendário escolar, das rotinas e atividades,

tendo em conta as diferenças relativas às

atividades econômicas e culturais, mantido o

total de horas anuais obrigatórias no

currículo;

V – superação das desigualdades sociais e

escolares que afetam essas populações,

tendo por garantia o direito à educação;

§ 2º Os projetos político-pedagógicos das

escolas do campo, indígenas e quilombolas

devem contemplar a diversidade nos seus

aspectos sociais, culturais, políticos,

econômicos, éticos e estéticos, de gênero,

geração e etnia.

§ 3º As escolas que atendem a essas

populações deverão ser devidamente

providas pelos sistemas de ensino de

Page 412: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

MATERIAL ELABORADO PELA PROFESSORA MARI TUMELERO – USO EXCLUSIVO DE ALUNOS PRESENCIAIS E AMBIENTE VIRTUAL

14

materiais didáticos e educacionais que

subsidiem o trabalho com a diversidade, bem

como de recursos que assegurem aos alunos

o acesso a outros bens culturais e lhes

permitam estreitar o contato com outros

modos de vida e outras formas de

conhecimento.

§ 4º A participação das populações locais

pode também subsidiar as redes escolares e

os sistemas de ensino quanto à produção e à

oferta de materiais escolares e no que diz

respeito a transporte e a equipamentos que

atendam as características ambientais e

socioculturais das comunidades e as

necessidades locais e regionais.

EDUCAÇÃO ESPECIAL

Art. 41 O projeto político-pedagógico da

escola e o regimento escolar, amparados na

legislação vigente, deverão contemplar a

melhoria das condições de acesso e de

permanência dos alunos com deficiência,

transtornos globais do desenvolvimento e

altas habilidades nas classes comuns do

ensino regular, intensificando o processo de

inclusão nas escolas públicas e privadas e

buscando a universalização do atendimento.

Parágrafo único. Os recursos de

acessibilidade são aqueles que asseguram

condições de acesso ao currículo dos alunos

com deficiência e mobilidade reduzida, por

meio da utilização de materiais didáticos, dos

espaços, mobiliários e equipamentos, dos

sistemas de comunicação e informação, dos

transportes e outros serviços.

Art. 42 O atendimento educacional

especializado aos alunos da Educação

Especial será promovido e expandido com o

apoio dos órgãos competentes. Ele não

substitui a escolarização, mas contribui para

ampliar o acesso ao currículo, ao

proporcionar independência aos educandos

para a realização de tarefas e favorecer a

sua autonomia.

Parágrafo único. O atendimento educacional

especializado poderá ser oferecido no contra-

turno, em salas de recursos multifuncionais

na própria escola, em outra escola ou em

centros especializados e será implementado

por professores e profissionais com formação

especializada, de acordo com plano de

atendimento aos alunos que identifique suas

necessidades educacionais específicas,

defina os recursos necessários e as

atividades a serem desenvolvidas.

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Art. 43 Os sistemas de ensino assegurarão,

gratuitamente, aos jovens e adultos que não

puderam efetuar os estudos na idade própria,

oportunidades educacionais adequadas às

suas características, interesses, condições

de vida e de trabalho mediante cursos e

exames, conforme estabelece o art. 37, § 1º,

da Lei nº 9.394/96.

Art. 44 A Educação de Jovens e Adultos,

voltada para a garantia de formação integral,

da alfabetização às diferentes etapas da

escolarização ao longo da vida, inclusive

àqueles em situação de privação de

liberdade, é pautada pela inclusão e pela

qualidade social e requer:

I – um processo de gestão e financiamento

que lhe assegure isonomia em relação ao

Ensino Fundamental regular;

II – um modelo pedagógico próprio que

permita a apropriação e a contextualização

das Diretrizes Curriculares Nacionais;

Page 413: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

MATERIAL ELABORADO PELA PROFESSORA MARI TUMELERO – USO EXCLUSIVO DE ALUNOS PRESENCIAIS E AMBIENTE VIRTUAL

15

III – a implantação de um sistema de

monitoramento e avaliação;

IV – uma política de formação permanente de

seus professores;

V – maior alocação de recursos para que

seja ministrada por docentes licenciados.

Art. 45 A idade mínima para o ingresso nos

cursos de Educação de Jovens e Adultos e

para a realização de exames de conclusão

de EJA será de 15 (quinze) anos completos.

Parágrafo único. Considerada a prioridade de

atendimento à escolarização obrigatória, para

que haja oferta capaz de contemplar o pleno

atendimento dos adolescentes, jovens e

adultos na faixa dos 15 (quinze) anos ou

mais, com defasagem idade/série, tanto na

sequência do ensino regular, quanto em

Educação de Jovens e Adultos, assim como

nos cursos destinados à formação

profissional, torna-se necessário:

I – fazer a chamada ampliada dos estudantes

em todas as modalidades do Ensino

Fundamental;

II – apoiar as redes e os sistemas de ensino

a estabelecerem política própria para o

atendimento desses estudantes, que

considere as suas potencialidades,

necessidades, expectativas em relação à

vida, às culturas juvenis e ao mundo do

trabalho, inclusive com programas de

aceleração da aprendizagem, quando

necessário;

III – incentivar a oferta de Educação de

Jovens e Adultos nos períodos diurno e

noturno, com avaliação em processo.

Art. 46 A oferta de cursos de Educação de

Jovens e Adultos, nos anos iniciais do Ensino

Fundamental, será presencial e a sua

duração ficará a critério de cada sistema de

ensino.

Nos anos finais, ou seja, do 6º ano ao 9º ano,

os cursos poderão ser presenciais ou a

distância, devidamente credenciados, e terão

1.600 (mil e seiscentas) horas de duração.

Parágrafo único. Tendo em conta as

situações, os perfis e as faixas etárias dos

adolescentes, jovens e adultos, o projeto

político-pedagógico da escola e o regimento

escolar viabilizarão um modelo pedagógico

próprio para essa modalidade de ensino que

permita a apropriação e a contextualização

das Diretrizes Curriculares Nacionais,

assegurando:

I – a identificação e o reconhecimento das

formas de aprender dos adolescentes, jovens

e adultos e a valorização de seus

conhecimentos e experiências;

II – a distribuição dos componentes

curriculares de modo a proporcionar um

patamar igualitário de formação, bem como a

sua disposição adequada nos tempos e

espaços educativos, em face das

necessidades específicas dos estudantes.

Art. 47 A inserção de Educação de Jovens e

Adultos no Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Básica, incluindo, além da

avaliação do rendimento dos alunos, a

aferição de indicadores institucionais das

redes públicas e privadas, concorrerá para a

universalização e a melhoria da qualidade do

processo educativo.

Page 414: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

MATERIAL ELABORADO PELA PROFESSORA MARI TUMELERO – USO EXCLUSIVO DE ALUNOS PRESENCIAIS E AMBIENTE VIRTUAL

16

A IMPLEMENTAÇÃO DESTAS

DIRETRIZES: COMPROMISSO SOLIDÁRIO

DOS SISTEMAS E REDES DE ENSINO

Art. 48 Tendo em vista a implementação

destas Diretrizes, cabe aos sistemas e às

redes de ensino prover:

I – os recursos necessários à ampliação dos

tempos e espaços dedicados ao trabalho

educativo nas escolas e a distribuição de

materiais didáticos e escolares adequados;

II – a formação continuada dos professores e

demais profissionais da escola em estreita

articulação com as instituições responsáveis

pela formação inicial, dispensando especiais

esforços quanto à formação dos docentes

das modalidades específicas do Ensino

Fundamental e àqueles que trabalham nas

escolas do campo, indígenas e quilombolas;

III – a coordenação do processo de

implementação do currículo, evitando a

fragmentação dos projetos educativos no

interior de uma mesma realidade

educacional;

IV – o acompanhamento e a avaliação dos

programas e ações educativas nas

respectivas redes e escolas e o suprimento

das necessidades detectadas.

Art. 49 O Ministério da Educação, em

articulação com os Estados, os Municípios e

o Distrito Federal, deverá encaminhar ao

Conselho Nacional de Educação, precedida

de consulta pública nacional, proposta de

expectativas de aprendizagem dos

conhecimentos escolares que devem ser

atingidas pelos alunos em diferentes estágios

do Ensino Fundamental.

Parágrafo único. Cabe, ainda, ao Ministério

da Educação elaborar orientações e oferecer

outros subsídios para a implementação

destas Diretrizes.

F I M

Page 415: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

17

ANOS INICIAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL

BRASIL. Ministério da Educação.

Anos iniciais do ensino fundamental

POR UMA PRÁTICA EDUCATIVA

NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL QUE RESPEITE OS

DIREITOS DA CRIANÇA À

APRENDIZAGEM

Maria Malta Campos

As mudanças mais recentes – como a expansão da

Educação Infantil, a inclusão das crianças de seis

anos na escola obrigatória e a extensão do Ensino

Fundamental para nove anos – somam-se a desafios

não superados, heranças de tempos passados: as

taxas de repetência mais altas da América Latina; as

alfabetizações mal sucedidas de alunos com acesso à

escola, mas sem acesso à aprendizagem; a falta de

integração entre a pré-escola e as primeiras séries; a

formação inadequada dos professores; as condições

desiguais de funcionamento das escolas públicas,

entre muitas outras.

1. A necessidade de integração entre os currículos

da Educação Infantil e das primeiras séries

Os primeiros anos de vida são muito importantes do

ponto de vista da aprendizagem e da socialização das

crianças pequenas. O desenvolvimento da linguagem

oral, o amadurecimento motor amplo e fino, as

interações entre pares e entre crianças e adultos, a

noção de identidade, o reconhecimento do próprio

corpo, o conhecimento do mundo, a descoberta das

múltiplas formas de brincar são alguns entre muitos

aspectos dessa etapa rica em possibilidades que as

crianças vivem em seus primeiros anos.

À medida que se aproxima dos seis anos de idade, a

enorme curiosidade e vontade de aprender da criança

comporta uma programação mais dirigida às diversas

áreas do conhecimento, sem que isso signifique uma

escolarização precoce nos moldes tradicionais.

O letramento e as primeiras noções de alfabetização,

a iniciação matemática, os conhecimentos sobre o

mundo natural e o mundo da cultura, a criatividade

artística, as atividades físicas e lúdicas em espaços

amplos, o trabalho em grupo são importantes para

ampliar as possibilidades de desenvolvimento e

expressão infantis. Assim, deveriam ser organizadas

as atividades e rotinas da Educação Infantil, em uma

concepção de respeito ao direito à aprendizagem da

criança pequena.

Nesse processo, a criança pré-escolar aprende a ser

aluno e a ser cidadã; não há motivos para que sua

passagem para a primeira série signifique um

rompimento brusco de um processo vivido

intensamente por ela nos anos em que frequentou a

Educação Infantil.

Seria desejável que essa transição ocorresse de

forma a ampliar as possibilidades de aprendizagem

das crianças, incorporando novas metas, sem que

para isso seja preciso desconsiderar formas de

trabalho pedagógico apropriadas para cada faixa

etária. Uma criança de cinco, seis, sete anos de idade

é a mesma, seja em uma etapa educacional, seja em

outra. Os conteúdos e métodos de ensino devem estar

ajustados às suas características e potencialidades,

seja em que escola ela estiver sendo educada.

Quanto mais harmoniosa for essa passagem, mais

condição a criança terá de manter seu interesse em

aprender.

No entanto, muitas vezes o acolhimento dos egressos

da Educação Infantil não leva em consideração essas

experiências educativas anteriores. A escola de

Ensino Fundamental não só costuma tratar todos os

novos alunos da mesma forma – tenham eles ou não

já sido alunos nos anos anteriores – como também

parece que faz questão de reforçar as rupturas entre

as duas etapas iniciais da educação básica: sinaliza-

se claramente que acabou o direito à brincadeira, que

a obrigação leva a melhor sobre a motivação, que a

aprendizagem é imposta e não construída, que todos

devem seguir no mesmo ritmo, independentemente de

suas diferenças individuais, culturais ou de nível de

conhecimento.

Por sua vez, as instituições de Educação Infantil não

gostam de preparar suas crianças para o Ensino

Fundamental. Esse futuro é muitas vezes tratado

como um castigo, como um destino não desejado,

levando os educadores a uma atitude de

enclausuramento, com base em uma concepção

pedagógica idealizada como algo totalmente à parte

do restante da educação básica.

Page 416: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

18

2. Colocando a alfabetização em perspectiva

A sociedade brasileira sempre teve dificuldades em

democratizar o acesso à leitura e à escrita. A simples

menção à alfabetização provoca tensões,

sobressaltos, ansiedades, tanto em profissionais como

nas famílias.

As práticas adotadas na maioria das pré-escolas e

escolas de Ensino Fundamental ainda se encontram

defasadas em relação ao saber acumulado sobre os

processos de aprendizagem, de letramento e de

alfabetização.

Nas palavras de Emília Ferreiro: “Assim como os

objetivos da alfabetização do início da escola primária

necessitam redefinir-se, também necessitam redefinir-

se os objetivos da pré-escola com respeito à

alfabetização. Não se trata, nesse nível, nem de

adotar as práticas ruins da escola primária, seguindo

este ou aquele método de ensinar a ler e escrever,

nem de manter as crianças assepticamente afastadas

de todo o contato com a língua escrita. Esta é uma

falsa dicotomia que se expressa na famosa pergunta:

deve se ensinar a ler e escrever na pré-escola ou

não? Minha resposta é simples: não se deve ensinar,

porém deve-se permitir que a criança aprenda” (p.38).

Ao propor diferentes formas de proporcionar às

crianças uma aproximação e uma maior familiaridade

com a escrita e a leitura, desde a pré-escola e

também nas primeiras séries, a autora mostra como

converter a alfabetização em “uma tarefa interessante,

que dá lugar a muita reflexão e a muita discussão. A

língua escrita se converte num objeto de ação e não

de contemplação. É possível aproximar-se dela sem

medo, porque se pode agir sobre ela, transformá-la e

recriá-la” (p. 47).

Existem diversas coisas para aprender na escola que

não dependem estritamente da alfabetização; por

outro lado, várias experiências mostram que a

curiosidade e o gosto por aprender e por se expressar

facilitam também o domínio da leitura e da escrita. É

preciso, sem deixar de reconhecer a importância da

alfabetização, colocá-la em perspectiva, no campo

mais amplo da cultura e do conhecimento em geral.

3. Os diferentes modelos de relacionamento entre

a Educação Infantil e o Ensino Fundamental

O autor britânico Peter Moss classifica as relações

que se estabelecem entre esses dois níveis

educacionais em quatro tipos:

a. Preparando a criança para a escola

Nesse modelo, a escola obrigatória é claramente o

parceiro dominante e o papel da Educação Infantil é

preparar a criança para que esteja pronta a atender os

requisitos exigidos pelo ensino fundamental. A

palavra-chave é “prontidão”, entendida como o

ajustamento da criança às exigências do sistema

escolar. O autor utiliza a expressão “colonização” da

Educação Infantil pela escola obrigatória, ao se referir

a esse processo.

b. Impasse

Esse segundo tipo de relacionamento descreve aquela

situação em que as duas instituições se fecham uma

para a outra, recusam-se a dialogar e mantêm uma

atitude de franca desconfiança e hostilidade uma em

relação à outra. Na realidade, ao definir sua

identidade, cada uma delas se reporta à negação da

imagem que faz da outra, definindo-se em oposição às

características que acredita estejam presentes nas

práticas educativas da outra etapa.

c. Preparando a escola para a criança

Nesse modelo, já experimentado em países como a

Noruega e a Suécia, procura-se adotar, nos primeiros

anos da escola elementar, práticas utilizadas na

educação infantil que funcionam bem com crianças

daquela faixa etária, adaptando a escola à criança e

não somente ajustando a criança à escola. Para isso,

criam-se condições para que os professores dos dois

sistemas trabalhem juntos, de forma a evitar uma

brusca mudança para as crianças mais jovens que

agora chegam à primeira série.

d. A visão de um lugar de encontro

Essa é a proposta do autor, que parte da constatação

de que as duas instituições tiveram histórias muito

diferentes e guardam tradições pedagógicas também

diversas. Reconhecendo essas distintas bagagens,

seria preciso iniciar um trabalho colaborativo que

pudesse construir novas formas de relação e práticas

educativas integradas para garantir uma passagem

menos brusca de um nível a outro. Para isso, Moss

indica que seria preciso construir uma cultura comum,

a partir de uma visão compartilhada de criança, de

aprendizagem, de conhecimento e de educação.

4. Como chegar lá?

Segundo ele, nos exemplos mais bem-sucedidos,

nota-se a importância atribuída aos aspectos de

“cuidado”, ao lado dos aspectos exclusivamente

Page 417: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

19

pedagógicos. Cuidado, nesse contexto, refere-se a

uma postura de respeito às necessidades integrais da

criança, o que inclui questões como conforto,

alimentação, socialização e descanso, mas também

atenção às suas necessidades emocionais e

características individuais, assim como respeito à sua

identidade racial, cultural e de gênero. Para outros

autores por ele citados, o cuidado é uma ética e como

tal deve ser parte integral da educação, independente

do nível de ensino, pois crianças maiores,

adolescentes e jovens também precisam ser cuidados,

nesse sentido que extrapola apenas os cuidados

físicos.

Ao contrário do que muitos acreditam, a inclusão

dessa dimensão de cuidado não anula a importância

da aprendizagem, mas indica que o direito ao

conhecimento caminha junto ao direito da criança ao

reconhecimento como pessoa que se desenvolve

enquanto ser integrado e não apenas como uma

cabeça que recebe informações.

Nessa perspectiva, é possível visualizar diversas

linhas de ação: um trabalho mais próximo às famílias,

momentos de encontro entre equipes da Educação

Infantil e do Ensino Fundamental, possibilidades de as

crianças visitarem as escolas para onde irão no ano

seguinte, oportunidades para os professores de

primeira série conhecerem as pré-escolas de onde

chegam as crianças, adequação dos espaços internos

e externos da escola, revisão de rotinas e horários,

previsão de um período de adaptação dos alunos que

não tiveram acesso à Educação Infantil quando de seu

ingresso na primeira série, oportunidades de formação

em serviço com a presença de profissionais das duas

etapas da educação, apoio e orientação das

secretarias a essas iniciativas, entre muitas outras.

O direito à aprendizagem, na primeira e na

segunda etapa da educação básica, depende do

respeito ao direito de ser criança; não são

requisitos incompatíveis, mas complementares.

Alfabetização e Letramento

O ENSINO E A APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM ESCRITA EM CLASSES DO PRIMEIRO ANO DO

ENSINO FUNDAMENTAL Sara Mourão Monteiro

Mônica Correia Baptista

Uma prática educativa comprometida com o

desenvolvimento da linguagem escrita não se

restringe à elaboração de atividades e situações

de aprendizagem dirigidas aos alunos.

Além disso, é preciso superar a fragmentação

dessas atividades de ensino no contexto

educativo. Para se assegurar aos aprendizes o pleno

desenvolvimento de suas potencialidades, é

fundamental, dentre outros aspectos, que a ação

educativa se baseie em uma orientação teórico-

metodológica, que se definam os objetivos de ensino,

a organização do trabalho pedagógico, o tipo de

abordagem que se quer dar ao conhecimento e, por

fim, que se considere a realidade sociocultural dos

alunos e o contexto da escola.

Para mobilizar os processos de aprendizagem das

crianças de modo a ajudá-las no desenvolvimento das

capacidades relacionadas à leitura e à escrita e na

construção de representações sobre esse objeto de

estudo, as propostas de atividades e as estratégias

metodológicas precisam ser sequenciadas, articuladas

e contextualizadas, ou seja, as crianças precisam

participar de um conjunto de atividades caracterizado

por um ciclo de ações e procedimentos de ensino-

aprendizagem – as chamadas Situações de

Aprendizagem. Organizar esses ciclos de Situações

de Aprendizagem fica mais fácil quando as

professoras têm em mente uma proposta de ensino na

qual possam buscar referências metodológicas para

projetar seus trabalhos junto às crianças.

Vale ressaltar, ainda, que, para uma proposta de

ensino se tornar um referencial e se materializar

em uma prática de ensino adequada, ela deverá

ser validada e reconstruída a partir do

conhecimento que se tem das crianças e também

das interações que se estabelecem entre os

participantes do grupo escolar e deles com os

objetos do conhecimento. Dessa forma, a

avaliação e o planejamento são fatores

determinantes para a consolidação desta prática.

A avaliação diagnóstica é um procedimento de

ensino a ser adotado com o objetivo de se

estabelecerem relações entre a proposta de

ensino, o perfil pedagógico da turma e as

necessidades de aprendizagem específicas de

cada aluno. O planejamento pedagógico, por sua

vez, como projeto de trabalho do professor, só se

torna efetivo se elaborado a partir da articulação

entre a proposta de ensino e os sujeitos da

aprendizagem.

Uma prática de ensino consistente tem em sua

conformação esse conjunto de elementos bem

Page 418: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

MATERIAL ELABORADO PELA PROFESSORA MARI TUMELERO – USO EXCLUSIVO DE ALUNOS PRESENCIAIS E AMBIENTE VIRTUAL

20

definidos e pressupõe uma construção singular de

cada professora com seu grupo de alunos, ao mesmo

tempo em que requer um trabalho coletivo envolvendo

todo o corpo docente e os demais profissionais na sua

elaboração. Essa construção cotidiana da prática

educativa exige dos seus profissionais a capacidade

de fazer escolhas, criar, recriar, pesquisar,

experimentar e avaliar constantemente suas opções.

Em outras palavras, somente uma prática

pedagógica autônoma garante as condições para

o exercício profissional competente e para a

construção de uma educação comprometida com

a qualidade referenciada socialmente.

O LETRAMENTO

Os conceitos de alfabetização e letramento ressaltam

duas dimensões importantes da aprendizagem da

escrita. De um lado, as capacidades de ler e escrever

propriamente ditas, e, de outro, a apropriação efetiva

da língua escrita: “[…] aprender a ler e escrever

significa adquirir uma tecnologia, a de codificar

em língua escrita e de descodificar a língua

escrita; apropriar-se da escrita é tornar a escrita

‘própria’, ou seja, assumi-la como sua

propriedade” (SOARES, 1998, p.39).

Em síntese

Alfabetização se refere ao processo por meio do

qual o sujeito domina o código e as habilidades de

utilizá-lo para ler e escrever. Trata-se do domínio

da tecnologia, do conjunto de técnicas que o

capacita a exercer a arte e a ciência da escrita.

Letramento, por sua vez, é o exercício efetivo e

competente da escrita e implica habilidades, tais

como a capacidade de ler e escrever para informar

ou informar-se, para interagir, para ampliar

conhecimento, capacidade de interpretar e

produzir diferentes tipos de texto, de inserir-se

efetivamente no mundo da escrita, entre muitas

outras.

A escola desempenha um papel fundamental na

inserção das crianças no mundo letrado, bem como na

sua formação como usuário desse sistema simbólico.

Em geral, é na escola que as crianças se alfabetizam,

desenvolvem capacidades de leitura e produção de

textos. Mas a importância da escola se acentua,

sobretudo, para aquelas crianças cujo acesso a

materiais escritos é restrito. A escola, para esse

segmento, se constitui no espaço privilegiado e, às

vezes, único para adquirir capacidades e habilidades

que permitam usufruir a cultura letrada, interagir com

ela e ampliar suas oportunidades de se apropriar de

bens culturais que, pela sua valorização, têm

dominado as relações sociais em contextos mais

amplos.

A formação de novos usuários da língua escrita se faz

por meio de um longo caminho que exige prática

constante e um olhar atento dos formadores para os

interesses, as curiosidades, os materiais de acesso,

os hábitos e os modos de viver das crianças. À

medida que se avança nesse processo de formação,

conquista-se familiaridade e altera-se a forma de se

relacionar com o mundo e com as pessoas.

ELEMENTOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA

PROPOSTA PEDAGÓGICA

Sabemos que as crianças são muito curiosas e se

envolvem com entusiasmo em situações que as

desafiam a explorar os mais diferentes tipos de

material de leitura; a manusear livros, jornais e

revistas; a ouvir a leitura de contos, poemas, crônicas,

reportagens; a brincar de ler e de escrever ou mesmo

a criar e participar de jogos e brincadeiras nas quais a

leitura e a escrita são objetos centrais. Todas essas

são maneiras de aproximar as crianças da cultura

letrada.

Entretanto, além desse contato com o material escrito,

as crianças precisam ter oportunidades de observar e

reelaborar suas representações sobre o “para que” e

“como” as pessoas leem e escrevem em suas

atividades diárias. Para isso, é importante que a ação

pedagógica promova a participação das crianças em

práticas autênticas de leitura e de escrita, no cotidiano

da sala de aula, nas quais elas possam sempre

interagir com esse objeto do conhecimento.

Mas o que ler e escrever para e com as crianças? A

leitura de livros de literatura em voz alta pelos

professores pode ser um desses momentos em que

se pratica a leitura com a participação dos alunos. A

cada livro lido pela professora, as crianças vão

incorporando novas referências sobre como se

configuram os livros de literatura (localização do título,

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21

do nome do autor, da editora, etc.) A leitura em voz

alta desperta o desejo e a curiosidade das crianças.

Quando elas gostam da história que foi lida em sala

de aula, acabam buscando os livros em momentos

livres de leitura. Portanto, a leitura em voz alta para as

crianças pode despertar o desejo de ser leitor. Vale

ressaltar a importância de se lerem outros materiais

de leitura e buscar apresentar às crianças variados

gêneros textuais.

Também é importante levar para a sala de aula as

experiências de leitura que as professoras têm como

adultos. Trazer materiais que estão sendo lidos ou

escritos pelos profissionais da escola e relatar para as

crianças como são produzidos os textos e como se

caracterizam os momentos de leitura na escola e em

outros lugares são atitudes que podem aguçar o

interesse das crianças para as práticas de leitura e

escrita.

Além disso, vale ressaltar a importância das práticas

de leitura e escrita que se concretizam nos momentos

em que a escrita se torna mediadora das experiências

escolares, ampliando as relações e/ou regulando os

comportamentos das crianças e dos adultos no interior

da escola. Estamos nos referindo aos eventos de

letramento que ocorrem quando os professores levam

livros de literatura, jornais, artigos, etc. como recursos

de estudo de algum projeto de trabalho das crianças

ou quando elas são levadas a registrarem suas

aprendizagens e alguns fatos da aula em um portfólio

ou diário de bordo, por exemplo. É preciso, ainda, criar

espaços apropriados e prever tempos na rotina

escolar para que as crianças tenham contato com os

materiais de leitura.

As crianças podem escolher um artigo ou uma

reportagem de revista ou um livro sobre determinado

tema, por exemplo, e a professora ler em voz alta para

elas. Assim, podem decidir se o que está sendo lido é

ou não interessante e útil para elas, e terão

oportunidade de aprender modos de leitura que estão

relacionados a determinados gêneros. Na escrita de

texto, as situações em que as crianças são

estimuladas a interagir com as demais turmas e outros

profissionais da escola, ou ainda, a escrita de registros

sobre fatos e atividades que compõem um ciclo de

estudos com a mediação da professora, por exemplo,

tornam-se oportunidades para o esclarecimento sobre

as condições de produção (para quem estamos

escrevendo, com qual intenção, por meio de que

gênero, etc.).

O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DE LEITURA E ESCRITA DE PALAVRAS, FRASES E

TEXTOS EM SALA DE AULA

Um conjunto de atividades de leitura e escrita de

palavras e frases deve fazer parte do planejamento

pedagógico dos professores desde o primeiro ano do

Ensino Fundamental. Simultaneamente, as crianças

terão ainda que desenvolver a capacidade de ler e

interpretar textos com autonomia. As habilidades de

leitura e produção de textos envolvem o conhecimento

de elementos que compõem os textos escritos, os

seus estilos, a identificação do autor, da finalidade e

do contexto de circulação do texto. Esses

conhecimentos são construídos na prática cotidiana

de leitura e escrita. É preciso prática e orientação

adequada para desenvolver uma postura de leitor

crítico.

Nos contextos sociais em que os adultos fazem uso

da língua escrita em suas ações cotidianas, desde

muito cedo as crianças começam a lidar com textos

escritos por meio da observação e do

acompanhamento dessas situações de prática de

leitura e escrita. Elas começam, mesmo antes de

terem domínio do sistema de escrita, a conhecer as

especificidades dos gêneros textuais, apreendendo

não apenas o sentido das atividades de leitura e

escrita, mas também a maneira como os textos devem

ser interpretados.

As práticas de leitura e escrita em sala de aula se

concretizam de diferentes maneiras, dentre as quais,

naquelas situações em que os professores preparam

um texto para ser lido e discutido com as crianças, ou

seja, quando o texto se torna objeto de análise e

conhecimento. Por meio de Situações de

Aprendizagem que tomam o texto como objeto de

ensino, as crianças devem ter oportunidade de

compartilhar com os professores suas estratégias,

seus conhecimentos, suas habilidades de leitura e

escrita.

As professoras devem realizar um reconhecimento

das habilidades já desenvolvidas por seus alunos por

meio de uma avaliação diagnóstica para traçar as

metas de aprendizagem para a turma. Cabe assinalar

que não é preciso esperar que as crianças escrevam

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convencionalmente para realizar atividades que visem

desenvolver habilidades, estratégias e

comportamentos de leitura e de escrita de textos. No

caso de a turma ou parte dela ainda não escrever

convencionalmente, podem ser pensadas diferentes

estratégias. Uma delas é a professora exercer o

papel de escriba da classe, produzindo os textos

coletivamente, ou o papel de leitora, lendo para

todos o texto escolhido. Outra estratégia é permitir

e estimular que as escritas espontâneas sejam

produzidas em sala. Também é possível aproveitar

a diversidade da turma e agrupar os alunos de

forma que aqueles que já decodificam e codificam

possam servir de leitores ou de escribas para os

colegas. Qualquer que seja a estratégia adotada, a

professora pode propor às crianças que:

Reescrevam o texto com palavras mais

simples para expressar seu conteúdo;

Marquem partes dos textos lidos de acordo

com a informação requerida ou com o objetivo

da leitura;

Grifem palavras de acordo com o que se quer

ressaltar;

Façam resumos do que está escrito;

Façam anotações sobre o texto;

Realizem leituras individuais ou em duplas

(um aluno que já se apropriou do

funcionamento do sistema de escrita pode ler

para outro que ainda não o faz);

Realizem leituras teatralizadas de textos ou de

trechos de textos;

Realizem leituras com pausas planejadas e

contextualizadas, com perguntas que orientem

a interpretação das crianças;

Realizem leituras seguidas de conversas

orientadas por questões previamente

planejadas pela professora;

Produzam textos em pequenos grupos ou em

duplas (também se podem agrupar as

crianças de forma que aquelas que já são

capazes de ler e escrever se façam de

escribas do grupo);

Produzam textos com apoio de roteiros

definidos pelo coletivo.

Para as crianças de seis anos, a mediação dos

professores é muito necessária. Não apenas porque

elas não conseguem ainda escrever e ler textos com

autonomia, mas também porque para elas a interação

por meio da língua escrita é uma situação que

apresenta condições de produção ainda

desconhecidas, como, por exemplo, a de ter o

interlocutor ausente no momento da produção. Por

isso é importante que o professor sirva de leitor e

escriba em diferentes situações em sala de aula,

principalmente nas atividades específicas para o

desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita

de textos.

Outro aspecto dessa dimensão que merece atenção

das professoras de crianças de seis anos diz respeito

à necessidade de se deixar claro o objetivo das

atividades e como elas deverão ser realizadas, ou

seja, como as crianças devem proceder para realizá-

las.

Ao conduzir as Situações de Aprendizagem que

abordam o texto escrito em classes de seis anos, a

professora deve prever formas de fazer com que as

crianças fiquem atentas aos aspectos que são

abordados nas propostas de leitura ou de escrita dos

textos, consequentemente, as crianças ficarão atentas

também à forma como a atividade será realizada.

A AQUISIÇÃO DO SISTEMA DE ESCRITA E O

DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA

Quando as crianças iniciam o processo de

alfabetização, buscam compreender o que a escrita

representa, ou seja, o que aqueles sinais gráficos

representam e como eles se organizam formando um

sistema de representação.

Desta forma, elas começam a lidar com a

diferenciação dos dois planos da linguagem: o plano

do conteúdo (dos significados), que diz respeito aos

significados e sentidos produzidos quando usamos a

língua oral ou escrita, e o plano da expressão (dos

sons), que diz respeito às formas linguísticas. A

compreensão da natureza alfabética do sistema de

escrita e o desenvolvimento da consciência fonológica

integram esse processo e são impulsionados por

aprendizagens que estimulam o desenvolvimento

infantil à medida que promovem a competência

simbólica das crianças.

Vejamos a seguir, conforme esclareceu o

construtivismo psicogenético, como os aprendizes vão

elaborando hipóteses e resolvendo questões para os

problemas que eles mesmos se colocam, num

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movimento de reconstruções, no qual antigos

conhecimentos vão dando lugar a novas formulações.

OS NÍVEIS CONCEITUAIS DA ESCRITA

Desde os primeiros contatos da criança com marcas

gráficas impressas em livros, cadernos, cartazes,

inicia-se um longo processo de construção de

esquemas conceituais cujo primeiro desafio consiste

em distinguir o que é desenho do que é escrita. Neste

primeiro momento, ainda sem fazer essa distinção, a

criança se propõe a imitar o ato de escrever. Como

num jogo, ela crê que poderia ou deveria escrever

certo conjunto de palavras imitando a ação de

escrever. O resultado dessas primeiras “escritas”

infantis pode aparecer, desde o ponto de vista figural,

como linhas onduladas ou quebradas (zig-zag),

contínuas ou fragmentadas, ou como uma série de

elementos discretos (séries de linhas verticais ou

bolinhas).

Os aspectos figurativos têm a ver com os elementos

formais, tais como: a qualidade do traçado, a

distribuição espacial das formas, a orientação

predominante (da esquerda para a direita, de cima

para baixo), a orientação dos caracteres individuais

(inversões, rotações), etc. Já os aspectos construtivos

têm relação com o que o sujeito quis representar e os

meios que empregou para criar diferenciações entre

as representações. Não são, portanto, os aspectos

figurais que designam se houve ou não uma escrita.

Quando ocorre essa intencionalidade por parte da

criança, ou seja, quando constatamos a presença de

aspectos construtivos, é que consideramos que houve

uma produção escrita.

ASPECTOS CENTRAIS DA EVOLUÇÃO PSICOGENÉTICA DA LÍNGUA ESCRITA

Na linha da evolução psicogenética, identificam-se

três grandes períodos distintos entre si, dentro dos

quais cabem múltiplas subdivisões:

Primeiro período: Caracteriza-se pela

distinção entre o modo de representação

icônico e não icônico;

Segundo período: Ocorre a construção de

formas de diferenciação; o aprendiz busca

exercer um controle progressivo das variações

sobre os eixos qualitativo e quantitativo;

Terceiro período: Marcado pela fonetização

da escrita, que se inicia com um período

silábico e culmina em um período alfabético.

O DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA

FONOLÓGICA

Quando as crianças chegam ao Ensino Fundamental,

possuem um bom domínio da língua materna: sabem

utilizá-la para fins de comunicação, sabem sua

estrutura sintática e têm um adequado conhecimento

do léxico. Sobre a escrita, podemos dizer que as

crianças chegam à escola sabendo suas funções

(para que as pessoas leem e escrevem) e sua

estrutura em muitos gêneros textuais, reconhecem os

sinais gráficos, são capazes de fazer o

reconhecimento de algumas palavras, etc. O trabalho

pedagógico desenvolvido na escola busca ampliar o

desenvolvimento cognitivo e cultural das crianças.

Uma das capacidades das crianças que é

desenvolvida na escola, ao iniciarem o processo

formal de alfabetização, está relacionada à análise do

sistema fonológico da língua que elas aprenderam a

falar desde muito cedo. Os estudos sobre a relação

entre consciência fonológica e alfabetização vêm

demonstrando o importante papel das habilidades

metafonológicas no processo de aquisição da leitura e

da escrita num sistema alfabético. No entanto, pode-

se dizer que essas habilidades se desenvolvem

concomitantemente a esse processo, e não

previamente.

O termo “consciência fonológica” refere-se a um

conjunto de habilidades relacionadas à

capacidade de a criança refletir e analisar a língua

oral, capacidades essas que serão desenvolvidas

ao longo do processo de aquisição do sistema de

escrita.

Podemos relacionar três importantes habilidades

que constituem o trabalho na área da consciência

fonológica:

1 - Identificação das unidades fonológicas;

2 - Segmentação das unidades fonológicas;

3 - Manipulação: inverter, subtrair e trocar segmentos

fonológicos.

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Essas habilidades precisam ser consideradas em

relação aos diferentes níveis das unidades fonológicas

com as quais a criança pode operar: as unidades

suprassegmentares – por exemplo, rimas e aliterações

–, as sílabas e os fonemas.

CONSIDERAÇOES FINAIS

O ensino e a aprendizagem da linguagem escrita em

classes do primeiro ano do Ensino Fundamental

devem acontecer por meio de estratégias capazes de

respeitar as características das crianças e seu direito

de viver plenamente esse momento da vida.

Encontrar uma forma de ensinar capaz de respeitar o

direito ao conhecimento e, ao mesmo tempo, a

capacidade, o interesse e o desejo de cada um de

aprender se constitui em um desafio da Pedagogia

para qualquer nível de ensino ou área de

conhecimento. No caso da aprendizagem da leitura e

da escrita na infância, há que se ter em conta pelo

menos três exigências.

A primeira é a consolidação de uma prática

educativa na qual o aprendiz vai se apropriando da

tecnologia da escrita, ao mesmo tempo em que vai

se tornando um usuário competente desse

sistema. Uma prática que atenda igualmente a esses

dois eixos que constituem o processo de aquisição da

linguagem escrita, trabalhados de forma integrada,

sem que o desenvolvimento de um deles ocorra

anteriormente ao do outro.

A segunda exigência é considerar a escola como

espaço privilegiado para garantir esse

aprendizado. A linguagem escrita possui pelo menos

duas características que a aproximam da ação

educativa formal. A primeira é que se trata de uma

linguagem estruturante e, muitas vezes, pré-requisito

para o acesso a outras linguagens e outros sistemas

de representação. A segunda característica é que a

linguagem escrita requer, diferentemente de outros

bens culturais, a sua apropriação pelos sujeitos. Ou

seja, espera-se que todos os membros da cultura

humana se tornem usuários desse sistema de

representação.

A terceira e última exigência a ser considerada na

formação dos pequenos usuários da linguagem

escrita é o fato de que, por se tratar de um direito,

sua aprendizagem deve respeitar as crianças

como cidadãos e atores do seu próprio

desenvolvimento. Quer consideremos o ponto de

vista da criança como um ser competente,

cognitivamente capaz de formular hipóteses, de

interagir com os signos e símbolos veiculados

socialmente; quer consideremos as características da

sociedade contemporânea como sendo um mundo

grafocêntrico, a linguagem escrita deve ser

compreendida como um bem cultural com o qual as

crianças devem interagir, mas, sobretudo, do qual

devem se apropriar como forma de inclusão na

sociedade.

A abordagem das diferentes áreas do

conhecimento nos primeiros anos do

Ensino Fundamental

Patrícia Corsino

Segundo Vygotsky (2000), o elo central do processo

de aprendizagem é a formação de conceitos. O

autor compara e inter-relaciona duas categorias de

conceitos: os conceitos espontâneos – construídos

cotidianamente pela ação direta das crianças sobre a

realidade que elas experimentam e observam – e os

conceitos científicos – construídos em situações

formais de ensino-aprendizagem.

Para o autor, os conceitos espontâneos percorrem

muitos caminhos até a criança ser capaz de defini-los

verbalmente. Por exemplo, o conceito de irmão, o

próprio Vygotsky relata a dificuldade inicial de a

criança definir o conceito, mesmo tendo a experiência

de ter um irmão. Já os conceitos científicos, que

partem de uma definição, precisam aliar a formulação

cientifica à experiência das crianças. As apropriações

dos conceitos espontâneos e dos conceitos científicos

seguem, assim, direções diferentes, mas são

processos intimamente interligados que exercem

influências mútuas.

O autor enfatiza que a apreensão dos sistemas de

conhecimento científicos pressupõe um tecido

conceitual já amplamente elaborado e desenvolvido

por meio da atividade espontânea do pensamento

infantil. E, ainda, destaca que o desenvolvimento dos

conceitos científicos não é fruto de memorização ou

de imitação, pois estes conceitos surgem e se

constituem por meio de uma tensão de toda atividade

do próprio pensamento infantil: na medida em que a

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criança toma conhecimento pela primeira vez do

significado de uma nova palavra, o processo de

desenvolvimento dos conceitos não termina, mas está

apenas começando (Vygotsky, 2000, p. 252).

Estudando as complexas relações entre as duas

categorias de conceitos, Vygotsky (2000) observou

que, embora as crianças consigam operar

espontaneamente com uma série de palavras, elas

não têm consciência da sua definição, ou seja, não

conseguem tomar consciência do seu próprio

pensamento. Isto é, quanto mais usam

automaticamente alguma relação tanto menos têm

consciência dela. Por isso, entende que tomar

consciência de alguma operação significa transferi-la

do plano da ação para o plano da linguagem, isto é,

recriá-la na imaginação para que seja possível

exprimi-la em palavras (p. 275). Para o autor, o

desenvolvimento consiste nesta progressiva tomada

de consciência dos conceitos e operações do próprio

pensamento.

Nesta perspectiva, a linguagem ganha uma dimensão

central em todo o processo de desenvolvimento e

aprendizagem. Falar sobre o que viu, observou,

sentiu, bem como desenhar, pintar, dramatizar as

situações e observações vividas, ditar para outra

pessoa escrever ou escrever para dizer algo para

alguém são ações que vão possibilitar as recriações

do vivido. Recriações contextualizadas, uma vez que

partem do coletivo (intrapsíquico), são significadas

subjetivamente (interpsíquico) e retornam ao coletivo

reelaboradas.

EDUCAÇÃO, CULTURA, CURRÍCULO

(…) a educação não é nada fora da cultura e sem ela.

Mas, reciprocamente, é pela e na educação, através

do trabalho paciente e continuamente recomeçado de

uma “tradição docente” que a cultura se transmite e se

perpetua: a educação “realiza” a cultura como

memória viva, reativação incessante e sempre

ameaçada, fio precário e promessa necessária da

continuidade humana (Forquin,1993, p. 14).

Forquin, ajuda a refletir sobre as inter-relações entre

educação e cultura, enfatizando a importância da ação

docente neste processo. Para o autor, pode-se dizer

que a cultura é o conteúdo substancial da educação,

sua fonte e sua justificação última.

Partimos de uma visão de cultura como prática social.

Como afirmam Moreira e Candau (2007, p. 27),

quando um grupo compartilha uma cultura,

compartilha um conjunto de significados, construídos,

ensinados e aprendidos nas práticas de utilização da

linguagem. A palavra cultura implica, portanto, o

conjunto de práticas por meio das quais significados

são produzidos e compartilhados em um grupo. Isto é,

um conjunto de práticas significantes.

Nesta perspectiva, os autores discutem o currículo

como escolhas, como uma seleção cultural da escola.

Portanto, um conjunto de práticas que propicia a

produção, a circulação e o consumo de significados. O

currículo é, por consequência, um dispositivo de

grande efeito no processo de construção da

identidade do(a) estudante. E não se pode

desconsiderar a relação de poder e as tensões que se

travam neste processo seletivo da cultura: o currículo

é um território em que se travam ferozes competições

em torno dos significados (Moreira e Caudau, 2007, p.

28).

A escola é a instituição oficialmente encarregada de

organizar, selecionar, decantar, adaptar elementos da

cultura, para serem transmitidos às novas gerações.

Cabe a ela não só a função de selecionar o que

deverá ser ensinado, como também de pensar o como

estes saberes deverão ser organizados para serem

aprendidos da melhor maneira possível. Ao pensar o

como, a escola reorganiza didaticamente aqueles

saberes, faz transposições didáticas dos saberes

eruditos, produzindo substitutos didáticos da cultura

social de referência, produzindo os conhecimentos

escolares. Estes conhecimentos, por sua vez, são

responsáveis por formas típicas de atividades

intelectuais, influenciando também a produção cultural

fora dos muros escolares. Portanto, o professor, com

seus saberes e suas condições de trabalho, é, em

última instância, quem realiza o currículo,

transmitindo, perpetuando e produzindo cultura.

Para Chevallard (1991, p.15), o processo didático é

uma relação ternária entre um docente, os alunos

e o saber. Durante muito tempo, a didática

preocupou-se com a relação “ensino-

aprendizagem”, esquecendo-se do saber. Ao

levarmos em conta o saber nestas relações e

considerando a aquisição de conhecimento como um

processo interativo em que os sujeitos envolvidos não

só se apropriam como também produzem

conhecimentos, surgem algumas questões: quais são

os critérios de seleção dos saberes escolares? Que

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saberes os professores possuem e tomam como

referência e quais os que eles produzem?

O professor encontra-se no centro desta complexa e

tensa relação entre escola e cultura. Especialmente

porque a escola sempre teve dificuldade em lidar com

a pluralidade e com as diferenças, tendendo ao

silenciamento e neutralização de muitas vozes.

Moreira e Caudau (op. cit.) destacam, ainda, que a

homogeneização e a padronização têm sido sua

marca, e que seu grande desafio é abrir espaços

para a diversidade, a diferença e para o

cruzamento de culturas.

E este desafio se coloca desde os primeiros anos da

criança na escola. Nas seleções feitas para cada faixa

etária, em cada área de conhecimento, nas formas

de descontextualizar e recontextualizar os

saberes, nas abordagens capazes de problematizar e

confrontar diferentes pontos de vistas, nas

possibilidades de as crianças expressarem de

diferentes maneiras seus sentimentos, visões e

formas de significar o que está ao seu redor.

A linguagem, como constituinte do sujeito, é a arena

onde cultura e educação se realizam mutuamente.

Portanto, os espaços abertos às interlocuções e

partilhas são sinalizadores de uma educação

comprometida com a constituição das crianças e com

a mudança.

Os conteúdos que circulam e a forma com que são

problematizados pelo professor relevam suas

posições sócio-político-culturais.

Uma educação de qualidade, afirmam Moreira e

Candau (2007, p. 21) deve propiciar ao (à) estudante

ir além dos referentes presentes em seu mundo

cotidiano, assumindo-o e ampliando-o, transformando-

se, assim, em um sujeito ativo na mudança de seu

contexto.

Portanto, não cabe mais na escola a antiga e sempre

presente lógica de transmissão e reprodução de

conhecimentos e também não cabe mais pensar as

áreas de conhecimento de forma fechada e restrita.

A organização do currículo por áreas do conhecimento

é uma maneira (entre outras) de tentar organizar os

saberes em conhecimento escolar. Os conteúdos

selecionados para serem trabalhados em cada área

devem ser entendidos como possibilidades de

socialização de conhecimentos acumulados ao longo

de uma história ocidental, burguesa, urbana, branca –

portanto, precisam ser problematizados de forma

crítica – e também como possibilidade de desenvolver

capacidades nas crianças.

Os conteúdos não são importantes por si sós e sim

enquanto suportes que dão sustentação a inúmeras

ações e interações.

O currículo não é um veículo que transporta algo a

ser transmitido e absorvido, mas sim um lugar em

que, ativamente, em meio a tensões, se produz e

se reproduz a cultura. Currículo refere-se,

portanto, a criação, recriação, contestação e

transgressão (Moreira e Silva, 1994, apud Moreira e

Candau, 2007, p. 28)

BRASIL. Ministério da Educação. Anos iniciais do

ensino fundamental. Disponível em:

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0

000012182.pdf

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HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDIGENA

PRINCÍPIOS

1) CONSCIÊNCIA POLÍTICA E HISTÓRICA DA

DIVERSIDADE O princípio deve orientar para:

À igualdade básica de pessoa humana como sujeito de direitos;

à compreensão de que a sociedade é formada por pessoas que pertencem a grupos etnicorraciais distintos, que possuem cultura e história próprias, igualmente valiosas e que em conjunto constroem, na nação brasileira, sua história;

ao conhecimento e à valorização da história dos povos africanos e da cultura afro-brasileira na construção histórica e cultural brasileira;

à superação da indiferença, injustiça e desqualificação com que os negros, os povos indígenas e também as classes populares às quais os negros, no geral, pertencem, são comumente tratados;

à desconstrução, por meio de questionamentos e análises críticas, objetivando eliminar conceitos, idéias , comportamentos veiculados pela ideologia do branqueamento, pelo mito da democracia racial, que tanto mal fazem a negros e brancos;

à busca, da parte de pessoas, em particular de professores não familiarizados com a análise das relações etnicorraciais e sociais com o estudo de história e cultura afro brasileira e africana, de informações e subsídios que lhes permitam formular concepções não baseadas em preconceitos e construir ações respeitosas;

ao diálogo, via fundamental para entendimento entre diferentes, com a finalidade de negociações, tendo em vista objetivos comuns; visando a uma sociedade justa.

2) FORTALECIMENTO DE IDENTIDADES E DE

DIREITOS O princípio deve orientar para:

o desencadeamento de processo de afirmação de identidades, de historicidade negada ou distorcida;

o rompimento com imagens negativas forjadas por diferentes meios de comunicação, contra os negros e os povos indígenas;

o esclarecimentos a respeito de equívocos quanto a uma identidade humana universal;

o combate à privação e violação de direitos;

a ampliação do acesso a informações sobre a diversidade da nação brasileira e sobre a recriação das identidades, provocada por relações etnicorraciais;

as excelentes condições de formação e de instrução que precisam ser oferecidas, nos diferentes níveis e modalidades de ensino, em todos os estabelecimentos, inclusive os localizados nas chamadas periferias urbanas e nas zonas rurais.

3) AÇÕES EDUCATIVAS DE COMBATE AO RACISMO E A DISCRIMINAÇÕES

O princípio encaminha para: a conexão dos objetivos, estratégias de

ensino e atividades com a experiência de vida dos alunos e professores, valorizando aprendizagens vinculadas às suas relações com pessoas negras, brancas, mestiças, assim como as vinculadas às relações entre negros, indígenas e brancos no conjunto da sociedade;

a crítica pelos coordenadores pedagógicos, orientadores educacionais, professores, das representações dos negros e de outras minorias nos textos, materiais didáticos, bem como providências para corrigi-las;

condições para professores e alunos pensarem, decidirem, agirem, assumindo responsabilidade por relações etnicorraciais positivas, enfrentando e superando discordâncias, conflitos, contestações, valorizando os contrastes das diferenças;

valorização da oralidade, da corporeidade e da arte, por exemplo, como a dança, marcas da cultura de raiz africana, ao lado da escrita e da leitura;

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educação patrimonial, aprendizado a partir do patrimônio cultural afro-brasileiro, visando a preservá-lo e a difundi-lo;

o cuidado para que se dê um sentido construtivo à participação dos diferentes grupos sociais, etnicorraciais na construção da nação brasileira, aos elos culturais e históricos entre diferentes grupos etnicorraciais, às alianças sociais;

participação de grupos do Movimento Negro, e de grupos culturais negros, bem como da comunidade em que se insere a escola, sob a coordenação dos professores, na elaboração de projetos político-pedagógicos que contemplem a diversidade étnico-racial.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CONSELHO PLENO

RESOLUÇÃO Nº 1, DE 17 DE JUNHO DE 2004.

(*) Regulamenta o Parecer CNE 3/3004

Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações ÉtnicoRaciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. O Presidente do Conselho Nacional de Educação, tendo em vista o disposto no art. 9º, § 2º, alínea “c”, da Lei nº 9.131, publicada em 25 de novembro de 1995, e com fundamentação no Parecer CNE/CP 3/2004, de 10 de março de 2004, homologado pelo Ministro da Educação em 19 de maio de 2004, e que a este se integra, resolve: Art. 1° A presente Resolução institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, a serem observadas pelas Instituições de ensino, que atuam nos níveis e modalidades da Educação Brasileira e, em especial, por Instituições que desenvolvem programas de formação inicial e continuada de professores. § 1° As Instituições de Ensino Superior incluirão nos conteúdos de disciplinas e atividades

curriculares dos cursos que ministram, a Educação das Relações Étnico-Raciais, bem como o tratamento de questões e temáticas que dizem respeito aos afrodescendentes, nos termos explicitados no Parecer CNE/CP 3/2004. § 2° O cumprimento das referidas Diretrizes Curriculares, por parte das instituições de ensino, será considerado na avaliação das condições de funcionamento do estabelecimento. Art. 2° As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africanas constituem-se de orientações, princípios e fundamentos para o planejamento, execução e avaliação da Educação, e têm por meta, promover a educação de cidadãos atuantes e conscientes no seio da sociedade multicultural e pluriétnica do Brasil, buscando relações étnico-sociais positivas, rumo à construção de nação democrática. § 1° A Educação das Relações Étnico-Raciais tem por objetivo a divulgação e produção de conhecimentos, bem como de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos quanto à pluralidade étnico-racial, tornando-os capazes de interagir e de negociar objetivos comuns que garantam, a todos, respeito aos direitos legais e valorização de identidade, na busca da consolidação da democracia brasileira. § 2º O Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana tem por objetivo o reconhecimento e valorização da identidade, história e cultura dos afro-brasileiros, bem como a garantia de reconhecimento e igualdade de valorização das raízes africanas da nação brasileira, ao lado das indígenas, europeias, asiáticas. § 3º Caberá aos conselhos de Educação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios desenvolver as Diretrizes Curriculares Nacionais instituídas por esta Resolução, dentro do regime de colaboração e da autonomia de entes federativos e seus respectivos sistemas. Art. 3° A Educação das Relações Étnico-Raciais e o estudo de História e Cultura Afro-

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brasileira, e História e Cultura Africana será desenvolvida por meio de conteúdos, competências, atitudes e valores, a serem estabelecidos pelas Instituições de ensino e seus professores, com o apoio e supervisão dos sistemas de ensino, entidades mantenedoras e coordenações pedagógicas, atendidas as indicações, recomendações e diretrizes explicitadas no Parecer CNE/CP 003/2004. § 1° Os sistemas de ensino e as entidades mantenedoras incentivarão e criarão condições materiais e financeiras, assim como proverão as escolas, professores e alunos, de material bibliográfico e de outros materiais didáticos necessários para a educação tratada no “caput” deste artigo. § 2° As coordenações pedagógicas promoverão o aprofundamento de estudos, para que os professores concebam e desenvolvam unidades de estudos, projetos e programas, abrangendo os diferentes componentes curriculares. § 3° O ensino sistemático de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica, nos termos da Lei 10639/2003, refere-se, em especial, aos componentes curriculares de Educação Artística, Literatura e História do Brasil. § 4° Os sistemas de ensino incentivarão pesquisas sobre processos educativos orientados por valores, visões de mundo, conhecimentos afro-brasileiros, ao lado de pesquisas de mesma natureza junto aos povos indígenas, com o objetivo de ampliação e fortalecimento de bases teóricas para a educação brasileira. Art. 4° Os sistemas e os estabelecimentos de ensino poderão estabelecer canais de comunicação com grupos do Movimento Negro, grupos culturais negros, instituições formadoras de professores, núcleos de estudos e pesquisas, como os Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros, com a finalidade de buscar subsídios e trocar experiências para planos institucionais, planos pedagógicos e projetos de ensino. Art. 5º Os sistemas de ensino tomarão providências no sentido de garantir o direito de alunos afrodescendentes de frequentarem estabelecimentos de ensino de qualidade, que contenham instalações e equipamentos sólidos e

atualizados, em cursos ministrados por professores competentes no domínio de conteúdos de ensino e comprometidos com a educação de negros e não negros, sendo capazes de corrigir posturas, atitudes, palavras que impliquem desrespeito e discriminação. Art. 6° Os órgãos colegiados dos estabelecimentos de ensino, em suas finalidades, responsabilidades e tarefas, incluirão o previsto o exame e encaminhamento de solução para situações de discriminação, buscando-se criar situações educativas para o reconhecimento, valorização e respeito da diversidade. § Único: Os casos que caracterizem racismo serão tratados como crimes imprescritíveis e inafiançáveis, conforme prevê o Art. 5º, XLII da Constituição Federal de 1988. Art. 7º Os sistemas de ensino orientarão e supervisionarão a elaboração e edição de livros e outros materiais didáticos, em atendimento ao disposto no Parecer CNE/CP 003/2004. Art. 8º Os sistemas de ensino promoverão ampla divulgação do Parecer CNE/CP 003/2004 e dessa Resolução, em atividades periódicas, com a participação das redes das escolas públicas e privadas, de exposição, avaliação e divulgação dos êxitos e dificuldades do ensino e aprendizagens de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e da Educação das Relações Étnico-Raciais. § 1° Os resultados obtidos com as atividades mencionadas no caput deste artigo serão comunicados de forma detalhada ao Ministério da Educação, à Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, ao Conselho Nacional de Educação e aos respectivos Conselhos Estaduais e Municipais de Educação, para que encaminhem providências, que forem requeridas.

FIM

EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA

PARECER CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO 5/2012

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Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica têm por objetivos: I - orientar as escolas indígenas de educação básica e os sistemas de ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na elaboração, desenvolvimento e avaliação de seus projetos educativos; II - orientar os processos de construção de instrumentos normativos dos sistemas de ensino visando tornar a Educação Escolar Indígena projeto orgânico, articulado e sequenciado de Educação Básica entre suas diferentes etapas e modalidades, sendo garantidas as especificidades dos processos educativos indígenas; III - assegurar que os princípios da especificidade, do bilinguismo e multilinguíssimo, da organização comunitária e da interculturalidade fundamentem os projetos educativos das comunidades indígenas, valorizando suas línguas e conhecimentos tradicionais; IV - assegurar que o modelo de organização e gestão das escolas indígenas leve em consideração as práticas socioculturais e econômicas das respectivas comunidades, bem como suas formas de produção de conhecimento, processos próprios de ensino e de aprendizagem e projetos societários; ... VII - orientar os sistemas de ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a incluir, tanto nos processos de formação de professores indígenas, quanto no funcionamento regular da Educação Escolar Indígena, a colaboração e atuação de especialistas em saberes tradicionais, como os tocadores de instrumentos musicais, contadores de narrativas míticas, pajés e xamãs, rezadores, raizeiros, parteiras, organizadores de rituais, conselheiros e outras funções próprias e necessárias ao bem viver dos povos indígenas; VII - zelar para que o direito à educação escolar diferenciada seja garantido às comunidades indígenas com qualidade social e pertinência pedagógica, cultural, linguística, ambiental e territorial, respeitando as lógicas, saberes e perspectivas dos próprios povos indígenas.

DOS PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA

Art. 3º Constituem objetivos da Educação Escolar Indígena proporcionar aos indígenas, suas comunidades e povos: I - a recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências; II - o acesso às informações, conhecimentos técnicos, científicos e culturais da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-indígenas. Parágrafo único A Educação Escolar Indígena deve se constituir num espaço de construção de relações Inter étnicas orientadas para a manutenção da pluralidade cultural, pelo reconhecimento de diferentes concepções pedagógicas e pela afirmação dos povos indígenas como sujeitos de direitos. Art. 4º Constituem elementos básicos para a organização, a estrutura e o funcionamento da escola indígena: I - a centralidade do território para o bem viver dos povos indígenas e para seus processos formativos e, portanto, a localização das escolas em terras habitadas por comunidades indígenas, ainda que se estendam por territórios de diversos Estados ou Municípios contíguos; II - a importância das línguas indígenas e dos registros linguísticos específicos do português para o ensino ministrado nas línguas maternas das comunidades indígenas, como uma das formas de preservação da realidade sociolinguística de cada povo; III - a organização escolar própria, nos termos detalhados nesta Resolução; IV - a exclusividade do atendimento a comunidades indígenas por parte de professores indígenas oriundos da respectiva comunidade. Parágrafo único A escola indígena será criada em atendimento à reivindicação ou por iniciativa da comunidade interessada, ou com a anuência da mesma, respeitadas suas formas de representação.

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Art. 5º Na organização da escola indígena deverá ser considerada a participação de representantes da comunidade, na definição do modelo de organização e gestão, bem como: I - suas estruturas sociais; II - suas práticas socioculturais, religiosas e econômicas; III - suas formas de produção de conhecimento, processos próprios e métodos de ensino-aprendizagem; IV - o uso de materiais didático-pedagógicos produzidos de acordo com o contexto sociocultural de cada povo indígena; V - a necessidade de edificação de escolas com características e padrões construtivos de comum acordo com as comunidades usuárias, ou da predisposição de espaços formativos que atendam aos interesses das comunidades indígenas. Art. 6º Os sistemas de ensino devem assegurar às escolas indígenas estrutura adequada às necessidades dos estudantes e das especificidades pedagógicas da educação diferenciada, garantindo laboratórios, bibliotecas, espaços para atividades esportivas e artístico-culturais, assim como equipamentos que garantam a oferta de uma educação escolar de qualidade sociocultural.

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Política Nacional de Educação Especial na

Perspectiva da Educação Inclusiva

I – Introdução

O movimento mundial pela educação inclusiva é

uma ação política, cultural, social e pedagógica,

desencadeada em defesa do direito de todos os

estudantes de estarem juntos, aprendendo e

participando, sem nenhum tipo de discriminação.

A educação inclusiva constitui um paradigma

educacional fundamentado na concepção de

direitos humanos, que conjuga igualdade e

diferença como valores indissociáveis, e que

avança em relação à ideia de equidade formal ao

contextualizar as circunstâncias históricas da

produção da exclusão dentro e fora da escola.

II – Marcos históricos e normativos

No Brasil, o atendimento às pessoas com

deficiência teve início na época do Império, com

a criação de duas instituições:

o Imperial Instituto dos Meninos Cegos,

em 1854, atual Instituto Benjamin

Constant – IBC, e

o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857,

hoje denominado Instituto Nacional da

Educação dos Surdos – INES, ambos no

Rio de Janeiro.

No início do século XX é fundado o

Instituto Pestalozzi (1926), instituição

especializada no atendimento às pessoas

com deficiência mental;

em 1954, é fundada a primeira

Associação de Pais e Amigos dos

Excepcionais – APAE; e,

em 1945, é criado o primeiro atendimento

educacional especializado às pessoas

com superdotação na Sociedade

Pestalozzi, por Helena Antipoff.

Em 1961, o atendimento educacional às

pessoas com deficiência passa a ser

fundamentado pelas disposições da Lei

de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional – LDBEN, Lei nº 4.024/61, que

aponta o direito dos “excepcionais” à

educação, preferencialmente dentro do

sistema geral de ensino.

A Constituição Federal de 1988 traz como um

dos seus objetivos fundamentais “promover o

bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,

sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de

discriminação” (art.3º, inciso IV). Define, no artigo

205, a educação como um direito de todos,

garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o

exercício da cidadania e a qualificação para o

trabalho. No seu artigo 206, inciso I, estabelece a

“igualdade de condições de acesso e

permanência na escola” como um dos princípios

para o ensino e garante como dever do Estado, a

oferta do atendimento educacional especializado,

preferencialmente na rede regular de ensino (art.

208).

O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA,

Lei nº 8.069/90, no artigo 55, reforça os

dispositivos legais supracitados ao determinar

que “os pais ou responsáveis têm a obrigação de

matricular seus filhos ou pupilos na rede regular

de ensino”. Também nessa década, documentos

como a Declaração Mundial de Educação para

Todos (1990) e a Declaração de Salamanca

(1994) passam a influenciar a formulação das

políticas públicas da educação inclusiva.

A Conferência Mundial de Educação para

Todos, Jomtien/1990, chama a atenção para

os altos índices de crianças, adolescentes e

jovens sem escolarização, tendo como

objetivo promover transformações nos

sistemas de ensino para assegurar o acesso e

a permanência de todos na escola.

O documento Declaração de Salamanca e Linha

de Ação sobre Necessidades Educativas

Especiais proclama que as escolas comuns

representam o meio mais eficaz para combater

as atitudes discriminatórias, ressaltando que:

O princípio fundamental desta Linha de Ação

é de que as escolas devem acolher todas as

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crianças, independentemente de suas

condições físicas, intelectuais, sociais,

emocionais, linguísticas ou outras. Devem

acolher crianças com deficiência e crianças

bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e

que trabalham; crianças de populações

distantes ou nômades; crianças de minorias

linguísticas, étnicos ou culturais e crianças de

outros grupos e zonas desfavorecidos ou

marginalizados. (Brasil, 1997, p. 17 e 18).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, Lei nº 9.394/96, no artigo 59,

preconiza que:

os sistemas de ensino devem

assegurar aos estudantes currículo,

métodos, recursos e organização

específicos para atender às suas

necessidades;

assegura a terminalidade específica

àqueles que não atingiram o nível

exigido para a conclusão do ensino

fundamental, em virtude de suas

deficiências;

e assegura a aceleração de estudos

aos superdotados para conclusão do

programa escolar.

Em 1999, o Decreto nº 3.298, que regulamenta a

Lei nº 7.853/89, ao dispor sobre a Política

Nacional para a Integração da Pessoa

Portadora de Deficiência, define a educação

especial como uma modalidade transversal a

todos os níveis e modalidades de ensino,

enfatizando a atuação complementar da

educação especial ao ensino regular.

Acompanhando o processo de mudança, as

Diretrizes Nacionais para a Educação Especial

na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº

2/2001, no artigo 2º, determinam que:

“Os sistemas de ensino devem matricular

todos os estudantes, cabendo às escolas

organizarem-se para o atendimento aos

educandos com necessidades educacionais

especiais, assegurando as condições

necessárias para uma educação de qualidade

para todos. (MEC/SEESP, 2001).”

A Convenção da Guatemala (1999),

promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956/2001,

afirma que as pessoas com deficiência têm os

mesmos direitos humanos e liberdades

fundamentais que as demais pessoas, definindo

como discriminação com base na deficiência toda

diferenciação ou exclusão que possa impedir ou

anular o exercício dos direitos humanos e de

suas liberdades fundamentais. Este Decreto tem

importante repercussão na educação, exigindo

uma reinterpretação da educação especial,

compreendida no contexto da diferenciação,

adotado para promover a eliminação das

barreiras que impedem o acesso à escolarização.

A Lei nº 10.436/02 reconhece a Língua

Brasileira de Sinais – Libras como meio legal

de comunicação e expressão, determinando

que sejam garantidas formas institucionalizadas

de apoiar seu uso e difusão, bem como a

inclusão da disciplina de Libras como parte

integrante do currículo nos cursos de formação

de professores e de fonoaudiologia.

A Portaria nº 2.678/02 do MEC aprova

diretrizes e normas para o uso, o ensino, a

produção e a difusão do sistema Braille em

todas as modalidades de ensino,

compreendendo o projeto da Grafia Braille

para a Língua Portuguesa e a recomendação

para o seu uso em todo o território nacional.

O Decreto nº 5.626/05, que regulamenta a Lei nº

10.436/2002, visando o acesso à escola aos

estudantes surdos, dispõe sobre a inclusão da

Libras como disciplina curricular, a formação e a

certificação de professor de Libras, instrutor e

tradutor/intérprete de Libras, o ensino da Língua

Portuguesa como segunda língua para

estudantes surdos e a organização da educação

bilíngue no ensino regular.

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A Convenção sobre os Direitos das Pessoas

com Deficiência, aprovada pela ONU em 2006

e ratificada com força de Emenda

Constitucional por meio do Decreto

Legislativo n°186/2008 e do Decreto Executivo

n°6949/2009, estabelece que os Estados-

Partes devem assegurar um sistema de

educação inclusiva em todos os níveis de

ensino, em ambientes que maximizem o

desenvolvimento acadêmico e social

compatível com a meta da plena participação

e inclusão, adotando medidas para garantir

que:

a) As pessoas com deficiência não sejam

excluídas do sistema educacional geral sob

alegação de deficiência e que as crianças com

deficiência não sejam excluídas do ensino

fundamental gratuito e compulsório, sob alegação

de deficiência;

b) As pessoas com deficiência possam ter acesso

ao ensino fundamental inclusivo, de qualidade e

gratuito, em igualdade de condições com as

demais pessoas na comunidade em que vivem

(Art.24).

O Conselho Nacional de Educação – CNE

publica a Resolução CNE/CEB, 04/2009, que

institui as Diretrizes Operacionais para o

Atendimento Educacional Especializado – AEE

na Educação Básica. Este documento determina

o público alvo da educação especial, define o

caráter complementar ou suplementar do

AEE, prevendo sua institucionalização no

projeto político pedagógico da escola.

O caráter não substitutivo e transversal da

educação especial é ratificado pela Resolução

CNE/CEB n°04/2010, que institui Diretrizes

Curriculares Nacionais da Educação Básica e

preconiza em seu artigo 29, que os sistemas de

ensino devem matricular os estudantes com

deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação nas classes

comuns do ensino regular e no Atendimento

Educacional Especializado - AEE,

complementar ou suplementar à

escolarização, ofertado em salas de recursos

multifuncionais ou em centros de AEE da rede

pública ou de instituições comunitárias,

confessionais ou filantrópicas sem fins

lucrativos.

O Decreto n°7084/2010, ao dispor sobre os

programas nacionais de materiais didáticos,

estabelece , que o Ministério da Educação

adotará mecanismos para promoção da

acessibilidade nos programas de material

didático destinado aos estudantes da

educação especial e professores das escolas

de educação básica públicas.

A fim de promover políticas públicas de inclusão

social das pessoas com deficiência, dentre as

quais, aquelas que efetivam um sistema

educacional inclusivo, nos termos da Convenção

sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,

instituiu-se, por meio do Decreto n°7612/2011, o

Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com

Deficiência – Viver sem Limite.

A Política Nacional de Proteção dos Direitos

da Pessoa com Transtorno do espectro

Autista é criada pela Lei nº 12.764/2012. Além

de consolidar um conjunto de direitos, esta lei

em seu artigo 7º, veda a recusa de matrícula à

pessoas com qualquer tipo de deficiência e

estabelece punição para o gestor escolar ou

autoridade competente que pratique esse ato

discriminatório.

Ancorada nas deliberações da Conferência

Nacional de Educação – CONAE/ 2010, a Lei nº

13.005/2014, que institui o Plano Nacional de

Educação – PNE, no inciso III, parágrafo 1º, do

artigo 8º, determina que os Estados, o Distrito

Federal e os Municípios garantam o

atendimento as necessidades específicas na

educação especial, assegurado o sistema

educacional inclusivo em todos os níveis,

etapas e modalidades. Com base neste

pressuposto, a meta 4 e respectivas

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estratégias objetivam universalizar, para as

pessoas com deficiência, transtornos globais

do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação, na faixa etária de

04 a 17 anos, o acesso à educação básica e

ao atendimento educacional especializado. O

AEE é ofertado preferencialmente na rede

regular de ensino, podendo ser realizado por

meio de convênios com instituições

especializadas, sem prejuízo do sistema

educacional inclusivo.

Objetivo da Política Nacional de Educação

Especial na Perspectiva da Educação

Inclusiva

A Política Nacional de Educação Especial na

Perspectiva da Educação Inclusiva tem como

objetivo o acesso, a participação e a

aprendizagem dos estudantes com

deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação nas escolas

regulares, orientando os sistemas de ensino

para promover respostas às necessidades

educacionais, garantindo:

Transversalidade da educação especial

desde a educação infantil até a educação

superior;

Atendimento educacional especializado;

Continuidade da escolarização nos níveis

mais elevados do ensino;

Formação de professores para o

atendimento educacional especializado e

demais profissionais da educação para a

inclusão escolar;

Participação da família e da comunidade;

Acessibilidade urbanística, arquitetônica,

nos mobiliários e equipamentos, nos

transportes, na comunicação e

informação; e

Articulação intersetorial na implementação

das políticas públicas.

Estudantes atendidos pela Educação Especial

Por muito tempo perdurou o entendimento de que

a educação especial, organizada de forma

paralela à educação comum, seria a forma mais

apropriada para o atendimento de estudantes

que apresentavam deficiência ou que não se

adequassem à estrutura rígida dos sistemas de

ensino.

Essa concepção exerceu impacto duradouro na

história da educação especial, resultando em

práticas que enfatizavam os aspectos

relacionados à deficiência, em contraposição à

sua dimensão pedagógica. O desenvolvimento

de estudos no campo da educação e dos direitos

humanos vêm modificando os conceitos, a

legislação, as práticas educacionais e de gestão,

indicando a necessidade de se promover uma

reestruturação das escolas de ensino regular e

da educação especial.

Em 1994, a Declaração de Salamanca

proclama que as escolas regulares com

orientação inclusiva constituem os meios

mais eficazes de combater atitudes

discriminatórias e que estudantes com

deficiência e altas habilidades/superdotação

devem ter acesso à escola regular, tendo

como princípio orientador que “as escolas

deveriam acomodar todas as crianças

independentemente de suas condições

físicas, intelectuais, sociais, emocionais,

linguísticas ou outras” (BRASIL, 2006, p.330).

O conceito de necessidades educacionais

especiais, que passa a ser amplamente

disseminado a partir dessa Declaração, ressalta

a interação das características individuais dos

estudantes com o ambiente educacional e social.

No entanto, mesmo com uma perspectiva

conceitual que aponte para a organização de

sistemas educacionais inclusivos, que garanta o

acesso de todos os estudantes e os apoios

necessários para sua participação e

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aprendizagem, as políticas implementadas pelos

sistemas de ensino não alcançaram esse

objetivo.

Na perspectiva da educação inclusiva, a

educação especial passa a integrar a proposta

pedagógica da escola regular, promovendo o

atendimento aos estudantes com deficiência,

transtornos globais do desenvolvimento e

altas habilidades/superdotação. Nestes casos

e em outros, como os transtornos funcionais

específicos, a educação especial atua de forma

articulada com o ensino comum, orientando para

o atendimento desses estudantes.

A educação especial direciona suas ações para o

atendimento às especificidades desses

estudantes no processo educacional e, no âmbito

de uma atuação mais ampla na escola, orienta a

organização de redes de apoio, a formação

continuada, a identificação de recursos, serviços

e o desenvolvimento de práticas colaborativas.

Os estudos mais recentes no campo da

educação especial enfatizam que as definições e

uso de classificações devem ser

contextualizados, não se esgotando na mera

especificação ou categorização atribuída a um

quadro de deficiência, transtorno, distúrbio,

síndrome ou aptidão.

Considera-se que as pessoas se modificam

continuamente, transformando o contexto no qual

se inserem. Esse dinamismo exige uma

atuação pedagógica voltada para alterar a

situação de exclusão, reforçando a

importância dos ambientes heterogêneos para

a promoção da aprendizagem de todos os

estudantes.

A partir dessa conceituação, considera-se

pessoa com deficiência aquela que tem

impedimentos de longo prazo, de natureza

física, mental ou sensorial que, em interação

com diversas barreiras, podem ter restringida

sua participação plena e efetiva na escola e na

sociedade.

Os estudantes com transtornos globais do

desenvolvimento são aqueles que apresentam

alterações qualitativas das interações sociais

recíprocas e na comunicação, um repertório

de interesses e atividades restrito,

estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse

grupo estudantes com autismo, síndromes do

espectro do autismo e psicose infantil.

Estudantes com altas

habilidades/superdotação demonstram

potencial elevado em qualquer uma das

seguintes áreas, isoladas ou combinadas:

intelectual, acadêmica, liderança,

psicomotricidade e artes, além de apresentar

grande criatividade, envolvimento na

aprendizagem e realização de tarefas em

áreas de seu interesse.

Diretrizes da Política Nacional de Educação

Especial na Perspectiva da Educação

Inclusiva

A educação especial é uma modalidade de

ensino que perpassa todos os níveis, etapas e

modalidades, realiza o atendimento educacional

especializado, disponibiliza os recursos e

serviços e orienta quanto a sua utilização no

processo de ensino e aprendizagem nas turmas

comuns do ensino regular.

O atendimento educacional especializado tem

como função identificar, elaborar e organizar

recursos pedagógicos e de acessibilidade que

eliminem as barreiras para a plena participação

dos estudantes, considerando suas necessidades

específicas. As atividades desenvolvidas no

atendimento educacional especializado

diferenciam-se daquelas realizadas na sala de

aula comum, não sendo substitutivas à

escolarização. Esse atendimento complementa

e/ou suplementa a formação dos estudantes com

vistas à autonomia e independência na escola e

fora dela.

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Dentre as atividades de atendimento

educacional especializado são

disponibilizados programas de

enriquecimento curricular, o ensino de

linguagens e códigos específicos de

comunicação e sinalização e tecnologia

assistiva. Ao longo de todo o processo de

escolarização esse atendimento deve estar

articulado com a proposta pedagógica do ensino

comum. O atendimento educacional

especializado é acompanhado por meio de

instrumentos que possibilitem monitoramento e

avaliação da oferta realizada nas escolas da rede

pública e nos centros de atendimento

educacional especializados públicos ou

conveniados.

O acesso à educação tem início na educação

infantil, na qual se desenvolvem as bases

necessárias para a construção do conhecimento

e desenvolvimento global do aluno. Nessa etapa,

o lúdico, o acesso às formas diferenciadas de

comunicação, a riqueza de estímulos nos

aspectos físicos, emocionais, cognitivos,

psicomotores e sociais e a convivência com as

diferenças favorecem as relações interpessoais,

o respeito e a valorização da criança.

Do nascimento aos três anos, o atendimento

educacional especializado se expressa por meio

de serviços de estimulação precoce, que

objetivam otimizar o processo de

desenvolvimento e aprendizagem em interface

com os serviços de saúde e assistência social.

Em todas as etapas e modalidades da

educação básica, o atendimento educacional

especializado é organizado para apoiar o

desenvolvimento dos estudantes,

constituindo oferta obrigatória dos sistemas

de ensino. Deve ser realizado no turno inverso

ao da classe comum, na própria escola ou

centro especializado que realize esse serviço

educacional.

Desse modo, na modalidade de educação de

jovens e adultos e educação profissional, as

ações da educação especial possibilitam a

ampliação de oportunidades de escolarização,

formação para ingresso no mundo do trabalho e

efetiva participação social.

Na educação superior, a educação especial se

efetiva por meio de ações que promovam o

acesso, a permanência e a participação dos

estudantes. Estas ações envolvem o

planejamento e a organização de recursos e

serviços para a promoção da acessibilidade

arquitetônica, nas comunicações, nos sistemas

de informação, nos materiais didáticos e

pedagógicos, que devem ser disponibilizados nos

processos seletivos e no desenvolvimento de

todas as atividades que envolvam o ensino, a

pesquisa e a extensão.

Para o ingresso dos estudantes surdos nas

escolas comuns, a educação bilíngue –

Língua Portuguesa/Libras desenvolve o

ensino escolar na Língua Portuguesa e na

língua de sinais, o ensino da Língua

Portuguesa como segunda língua na

modalidade escrita para estudantes surdos,

os serviços de tradutor/intérprete de Libras e

Língua Portuguesa e o ensino da Libras para

os demais estudantes da escola. O

atendimento educacional especializado para

esses estudantes é ofertado tanto na modalidade

oral e escrita quanto na língua de sinais. Devido

à diferença linguística, orienta-se que o aluno

surdo esteja com outros surdos em turmas

comuns na escola regular.

O atendimento educacional especializado é

realizado mediante a atuação de profissionais

com conhecimentos específicos no ensino da

Língua Brasileira de Sinais, da Língua

Portuguesa na modalidade escrita como

segunda língua, do sistema Braille, do

Soroban, da orientação e mobilidade, das

atividades de vida autônoma, da comunicação

alternativa, do desenvolvimento dos

processos mentais superiores, dos

programas de enriquecimento curricular, da

adequação e produção de materiais didáticos

e pedagógicos, da utilização de recursos

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ópticos e não ópticos, da tecnologia assistiva

e outros.

A avaliação pedagógica como processo

dinâmico considera tanto o conhecimento

prévio e o nível atual de desenvolvimento do

aluno quanto às possibilidades de

aprendizagem futura, configurando uma ação

pedagógica processual e formativa que

analisa o desempenho do aluno em relação ao

seu progresso individual, prevalecendo na

avaliação os aspectos qualitativos que

indiquem as intervenções pedagógicas do

professor.

No processo de avaliação, o professor deve criar

estratégias considerando que alguns estudantes

podem demandar ampliação do tempo para a

realização dos trabalhos e o uso da língua de

sinais, de textos em Braille, de informática ou de

tecnologia assistiva como uma prática cotidiana.

Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a

educação especial na perspectiva da educação

inclusiva, disponibilizar as funções de

instrutor, tradutor/intérprete de Libras e guia-

intérprete, bem como de monitor ou cuidador

dos estudantes com necessidade de apoio

nas atividades de higiene, alimentação,

locomoção, entre outras, que exijam auxílio

constante no cotidiano escolar.

Para atuar na educação especial, o professor

deve ter como base da sua formação, inicial e

continuada, conhecimentos gerais para o

exercício da docência e conhecimentos

específicos da área.

Essa formação possibilita a sua atuação no

atendimento educacional especializado,

aprofunda o caráter interativo e interdisciplinar da

atuação nas salas comuns do ensino regular, nas

salas de recursos, nos centros de atendimento

educacional especializado, nos núcleos de

acessibilidade das instituições de educação

superior, nas classes hospitalares e nos

ambientes domiciliares, para a oferta dos

serviços e recursos de educação especial.

Para assegurar a intersetorialidade na

implementação das políticas públicas a formação

deve contemplar conhecimentos de gestão de

sistema educacional inclusivo, tendo em vista o

desenvolvimento de projetos em parceria com

outras áreas, visando à acessibilidade

arquitetônica, aos atendimentos de saúde, à

promoção de ações de assistência social,

trabalho e justiça.

Os sistemas de ensino devem organizar as

condições de acesso aos espaços, aos recursos

pedagógicos e à comunicação que favoreçam a

promoção da aprendizagem e a valorização das

diferenças, de forma a atender as necessidades

educacionais de todos os estudantes. A

acessibilidade deve ser assegurada mediante

a eliminação de barreiras arquitetônicas,

urbanísticas, na edificação – incluindo

instalações, equipamentos e mobiliários – e

nos transportes escolares, bem como as

barreiras nas comunicações e informações.

Referência: Brasil. MEC/SECADI –Política

Nacional de Educação Especial na Perspectiva

da Educação Inclusiva

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RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2, DE 11 DE

SETEMBRO DE 2001

Institui Diretrizes Nacionais para a Educação

Especial na Educação Básica

Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes

Nacionais para a educação de alunos que

apresentem necessidades educacionais

especiais, na Educação Básica, em todas as

suas etapas e modalidades.

Parágrafo único. O atendimento escolar desses

alunos terá início na educação infantil, nas

creches e pré-escolas, assegurando-lhes os

serviços de educação especial sempre que se

evidencie, mediante avaliação e interação com a

família e a comunidade, a necessidade de

atendimento educacional especializado.

Art 2º Os sistemas de ensino devem matricular

todos os alunos, cabendo às escolas organizar-

se para o atendimento aos educandos com

necessidades educacionais especiais,

assegurando as condições necessárias para uma

educação de qualidade para todos.

Parágrafo único. Os sistemas de ensino devem

conhecer a demanda real de atendimento a

alunos com necessidades educacionais

especiais, mediante a criação de sistemas de

informação e o estabelecimento de interface com

os órgãos governamentais responsáveis pelo

Censo Escolar e pelo Censo Demográfico, para

atender a todas as variáveis implícitas à

qualidade do processo formativo desses alunos.

Art. 3º Por educação especial, modalidade da

educação escolar, entende-se um processo

educacional definido por uma proposta

pedagógica que assegure recursos e serviços

educacionais especiais, organizados

institucionalmente para apoiar, complementar,

suplementar e, em alguns casos, substituir os

serviços educacionais comuns, de modo a

garantir a educação escolar e promover o

desenvolvimento das potencialidades dos

educandos que apresentam necessidades

educacionais especiais, em todas as etapas e

modalidades da educação básica.

Parágrafo único. Os sistemas de ensino devem

constituir e fazer funcionar um setor responsável

pela educação especial, dotado de recursos

humanos, materiais e financeiros que viabilizem e

deem sustentação ao processo de construção da

educação inclusiva.

Art. 4º Como modalidade da Educação Básica, a

educação especial considerará as situações

singulares, os perfis dos estudantes, as

características bio-psicossociais dos alunos e

suas faixas etárias e se pautará em princípios

éticos, políticos e estéticos de modo a

assegurar:

I - a dignidade humana e a observância do direito

de cada aluno de realizar seus projetos de

estudo, de trabalho e de inserção na vida social;

II - a busca da identidade própria de cada

educando, o reconhecimento e a valorização das

suas diferenças e potencialidades, bem como de

suas necessidades educacionais especiais no

processo de ensino e aprendizagem, como base

para a constituição e ampliação de valores,

atitudes, conhecimentos, habilidades e

competências;

III - o desenvolvimento para o exercício da

cidadania, da capacidade de participação social,

política e econômica e sua ampliação, mediante

o cumprimento de seus deveres e o usufruto de

seus direitos.

Art. 5º Consideram-se educandos com

necessidades educacionais especiais os que,

durante o processo educacional,

apresentarem:

I - dificuldades acentuadas de aprendizagem

ou limitações no processo de

desenvolvimento que dificultem o

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acompanhamento das atividades curriculares,

compreendidas em dois grupos:

a) aquelas não vinculadas a uma causa

orgânica específica;

b) aquelas relacionadas a condições,

disfunções, limitações ou deficiências;

II – dificuldades de comunicação e sinalização

diferenciadas dos demais alunos,

demandando a utilização de linguagens e

códigos aplicáveis;

III - altas habilidades/superdotação, grande

facilidade de aprendizagem que os leve a

dominar rapidamente conceitos,

procedimentos e atitudes.

Art. 6º Para a identificação das necessidades

educacionais especiais dos alunos e a tomada de

decisões quanto ao atendimento necessário, a

escola deve realizar, com assessoramento

técnico, avaliação do aluno no processo de

ensino e aprendizagem, contando, para tal, com:

I - a experiência de seu corpo docente, seus

diretores, coordenadores, orientadores e

supervisores educacionais;

II - o setor responsável pela educação especial

do respectivo sistema;

III – a colaboração da família e a cooperação dos

serviços de Saúde, Assistência Social, Trabalho,

Justiça e Esporte, bem como do Ministério

Público, quando necessário.

Art. 7º O atendimento aos alunos com

necessidades educacionais especiais deve ser

realizado em classes comuns do ensino regular,

em qualquer etapa ou modalidade da Educação

Básica.

Art. 8º As escolas da rede regular de ensino

devem prever e prover na organização de

suas classes comuns:

I - professores das classes comuns e da

educação especial capacitados e especializados,

respectivamente, para o atendimento às

necessidades educacionais dos alunos;

II - distribuição dos alunos com necessidades

educacionais especiais pelas várias classes do

ano escolar em que forem classificados, de modo

que essas classes comuns se beneficiem das

diferenças e ampliem positivamente as

experiências de todos os alunos, dentro do

princípio de educar para a diversidade;

III – flexibilizações e adaptações curriculares que

considerem o significado prático e instrumental

dos conteúdos básicos, metodologias de ensino e

recursos didáticos diferenciados e processos de

avaliação adequados ao desenvolvimento dos

alunos que apresentam necessidades

educacionais especiais, em consonância com o

projeto pedagógico da escola, respeitada a

frequência obrigatória;

IV – serviços de apoio pedagógico especializado,

realizado, nas classes comuns, mediante:

a) atuação colaborativa de professor

especializado em educação especial;

b) atuação de professores-intérpretes das

linguagens e códigos aplicáveis;

c) atuação de professores e outros profissionais

itinerantes intra e interinstitucionalmente;

d) disponibilização de outros apoios necessários

à aprendizagem, à locomoção e à comunicação.

V – serviços de apoio pedagógico especializado

em salas de recursos, nas quais o professor

especializado em educação especial realize a

complementação ou suplementação curricular,

utilizando procedimentos, equipamentos e

materiais específicos;

VI – condições para reflexão e elaboração teórica

da educação inclusiva, com protagonismo dos

professores, articulando experiência e

conhecimento com as

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necessidades/possibilidades surgidas na relação

pedagógica, inclusive por meio de colaboração

com instituições de ensino superior e de

pesquisa;

VII – sustentabilidade do processo inclusivo,

mediante aprendizagem cooperativa em sala de

aula, trabalho de equipe na escola e constituição

de redes de apoio, com a participação da família

no processo educativo, bem como de outros

agentes e recursos da comunidade;

VIII – temporalidade flexível do ano letivo, para

atender às necessidades educacionais especiais

de alunos com deficiência mental ou com graves

deficiências múltiplas, de forma que possam

concluir em tempo maior o currículo previsto para

a série/etapa escolar, principalmente nos anos

finais do ensino fundamental, conforme

estabelecido por normas dos sistemas de ensino,

procurando-se evitar grande defasagem

idade/série;

IX – atividades que favoreçam, ao aluno que

apresente altas habilidades/superdotação, o

aprofundamento e enriquecimento de aspectos

curriculares, mediante desafios suplementares

nas classes comuns, em sala de recursos ou em

outros espaços definidos pelos sistemas de

ensino, inclusive para conclusão, em menor

tempo, da série ou etapa escolar, nos termos do

Artigo 24, V, “c”, da Lei 9.394/96.

Art. 9º As escolas podem criar,

extraordinariamente, classes especiais, cuja

organização fundamente-se no Capítulo II da

LDBEN, nas diretrizes curriculares nacionais para

a Educação Básica, bem como nos referenciais e

parâmetros curriculares nacionais, para

atendimento, em caráter transitório, a alunos que

apresentem dificuldades acentuadas de

aprendizagem ou condições de comunicação e

sinalização diferenciadas dos demais alunos e

demandem ajudas e apoios intensos e contínuos.

§ 1º Nas classes especiais, o professor deve

desenvolver o currículo, mediante adaptações, e,

quando necessário, atividades da vida autônoma

e social no turno inverso.

§ 2º A partir do desenvolvimento apresentado

pelo aluno e das condições para o atendimento

inclusivo, a equipe pedagógica da escola e a

família devem decidir conjuntamente, com base

em avaliação pedagógica, quanto ao seu retorno

à classe comum.

Art. 10. Os alunos que apresentem necessidades

educacionais especiais e requeiram atenção

individualizada nas atividades da vida autônoma

e social, recursos, ajudas e apoios intensos e

contínuos, bem como adaptações curriculares tão

significativas que a escola comum não consiga

prover, podem ser atendidos, em caráter

extraordinário, em escolas especiais, públicas ou

privadas, atendimento esse

complementado, sempre que necessário e de

maneira articulada, por serviços das áreas de

Saúde, Trabalho e Assistência Social.

§ 1º As escolas especiais, públicas e privadas,

devem cumprir as exigências legais similares às

de qualquer escola quanto ao seu processo de

credenciamento e autorização de funcionamento

de cursos e posterior reconhecimento.

§ 2º Nas escolas especiais, os currículos devem

ajustar-se às condições do educando e ao

disposto no Capítulo II da LDBEN.

§ 3º A partir do desenvolvimento apresentado

pelo aluno, a equipe pedagógica da escola

especial e a família devem decidir conjuntamente

quanto à transferência do aluno para escola da

rede regular de ensino, com base em avaliação

pedagógica e na indicação, por parte do setor

responsável pela educação especial do sistema

de ensino, de escolas regulares em condição de

realizar seu atendimento educacional.

Art. 11. Recomenda-se às escolas e aos

sistemas de ensino a constituição de parcerias

com instituições de ensino superior para a

realização de pesquisas e estudos de caso

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relativos ao processo de ensino e aprendizagem

de alunos com necessidades educacionais

especiais, visando ao aperfeiçoamento desse

processo educativo.

Art. 12. Os sistemas de ensino, nos termos da Lei

10.098/2000 e da Lei 10.172/2001, devem

assegurar a acessibilidade aos alunos que

apresentem necessidades educacionais

especiais, mediante a eliminação de barreiras

arquitetônicas urbanísticas, na edificação –

incluindo instalações, equipamentos e mobiliário

– e nos transportes escolares, bem como de

barreiras nas comunicações, provendo as

escolas dos recursos humanos e materiais

necessários.

§ 1º Para atender aos padrões mínimos

estabelecidos com respeito à acessibilidade,

deve ser realizada a adaptação das escolas

existentes e condicionada a autorização de

construção e funcionamento de novas escolas ao

preenchimento dos requisitos de infraestrutura

definidos.

§ 2º Deve ser assegurada, no processo

educativo de alunos que apresentam dificuldades

de comunicação e sinalização diferenciadas dos

demais educandos, a acessibilidade aos

conteúdos curriculares, mediante a utilização de

linguagens e códigos aplicáveis, como o sistema

Braille e a língua de sinais, sem prejuízo do

aprendizado da língua portuguesa, facultando-

lhes e às suas famílias a opção pela abordagem

pedagógica que julgarem adequada, ouvidos os

profissionais especializados em cada caso.

Art. 13. Os sistemas de ensino, mediante ação

integrada com os sistemas de saúde, devem

organizar o atendimento educacional

especializado a alunos impossibilitados de

frequentar as aulas em razão de tratamento de

saúde que implique internação hospitalar,

atendimento ambulatorial ou permanência

prolongada em domicílio.

§ 1º As classes hospitalares e o atendimento em

ambiente domiciliar devem dar continuidade ao

processo de desenvolvimento e ao processo de

aprendizagem de alunos matriculados em

escolas da Educação Básica, contribuindo para

seu retorno e reintegração ao grupo escolar, e

desenvolver currículo flexibilizado com crianças,

jovens e adultos não matriculados no sistema

educacional local, facilitando seu posterior

acesso à escola regular.

§ 2º Nos casos de que trata este Artigo, a

certificação de frequência deve ser realizada com

base no relatório elaborado pelo professor

especializado que atende o aluno.

Art. 14. Os sistemas públicos de ensino serão

responsáveis pela identificação, análise,

avaliação da qualidade e da idoneidade, bem

como pelo credenciamento de escolas ou

serviços, públicos ou privados, com os quais

estabelecerão convênios ou parcerias para

garantir o atendimento às necessidades

educacionais especiais de seus alunos,

observados os princípios da educação inclusiva.

Art. 15. A organização e a operacionalização dos

currículos escolares são de competência e

responsabilidade dos estabelecimentos de

ensino, devendo constar de seus projetos

pedagógicos as disposições necessárias para o

atendimento às necessidades educacionais

especiais de alunos, respeitadas, além das

diretrizes curriculares nacionais de todas as

etapas e modalidades da Educação Básica, as

normas dos respectivos sistemas de ensino.

Art. 16. É facultado às instituições de ensino,

esgotadas as possibilidades pontuadas nos

Artigos 24 e 26 da LDBEN, viabilizar ao aluno

com grave deficiência mental ou múltipla, que

não apresentar resultados de escolarização

previstos no Inciso I do Artigo 32 da mesma Lei,

terminalidade específica do ensino fundamental,

por meio da certificação de conclusão de

escolaridade, com histórico escolar que

apresente, de forma descritiva, as competências

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desenvolvidas pelo educando, bem como o

encaminhamento devido para a educação de

jovens e adultos e para a educação profissional.

Art. 17. Em consonância com os princípios da

educação inclusiva, as escolas das redes

regulares de educação profissional, públicas e

privadas, devem atender alunos que apresentem

necessidades educacionais especiais, mediante

a promoção das condições de acessibilidade, a

capacitação de recursos humanos, a

flexibilização e adaptação do currículo e o

encaminhamento para o trabalho, contando, para

tal, com a colaboração do setor responsável pela

educação especial do respectivo sistema de

ensino.

§ 1º As escolas de educação profissional podem

realizar parcerias com escolas especiais, públicas

ou privadas, tanto para construir competências

necessárias à inclusão de alunos em seus cursos

quanto para prestar assistência técnica e

convalidar cursos profissionalizantes realizados

por essas escolas especiais.

§ 2º As escolas das redes de educação

profissional podem avaliar e certificar

competências laborais de pessoas com

necessidades especiais não matriculadas em

seus cursos, encaminhando-as, a partir desses

procedimentos, para o mundo do trabalho.

Art. 18. Cabe aos sistemas de ensino estabelecer

normas para o funcionamento de suas escolas, a

fim de que essas tenham as suficientes

condições para elaborar seu projeto pedagógico

e possam contar com professores capacitados e

especializados, conforme previsto no Artigo 59 da

LDBEN e com base nas Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Formação de Docentes da

Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino

Fundamental, em nível médio, na modalidade

Normal, e nas Diretrizes Curriculares Nacionais

para a Formação de Professores da Educação

Básica, em nível superior, curso de licenciatura

de graduação plena.

§ 1º São considerados professores capacitados

para atuar em classes comuns com alunos que

apresentam necessidades educacionais

especiais aqueles que comprovem que, em sua

formação, de nível médio ou superior, foram

incluídos conteúdos sobre educação especial

adequados ao desenvolvimento de competências

e valores para:

I – perceber as necessidades educacionais

especiais dos alunos e valorizar a educação

inclusiva;

II - flexibilizar a ação pedagógica nas diferentes

áreas de conhecimento de modo adequado às

necessidades especiais de aprendizagem;

III - avaliar continuamente a eficácia do processo

educativo para o atendimento de necessidades

educacionais especiais;

IV - atuar em equipe, inclusive com professores

especializados em educação especial.

§ 2º São considerados professores

especializados em educação especial aqueles

que desenvolveram competências para identificar

as necessidades educacionais especiais para

definir, implementar, liderar e apoiar a

implementação de estratégias de flexibilização,

adaptação curricular, procedimentos didáticos

pedagógicos e práticas alternativas, adequados

ao atendimentos das mesmas, bem como

trabalhar em equipe, assistindo o professor de

classe comum nas práticas que são necessárias

para promover a inclusão dos alunos com

necessidades educacionais especiais.

§ 3º Os professores especializados em educação

especial deverão comprovar:

I - formação em cursos de licenciatura em

educação especial ou em uma de suas áreas,

preferencialmente de modo concomitante e

associado à licenciatura para educação infantil ou

para os anos iniciais do ensino fundamental;

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II - complementação de estudos ou pós-

graduação em áreas específicas da educação

especial, posterior à licenciatura nas diferentes

áreas de conhecimento, para atuação nos anos

finais do ensino fundamental e no ensino médio;

§ 4º Aos professores que já estão exercendo o

magistério devem ser oferecidas oportunidades

de formação continuada, inclusive em nível de

especialização, pelas instâncias educacionais da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios.

Art. 19. As diretrizes curriculares nacionais de

todas as etapas e modalidades da Educação

Básica estendem-se para a educação especial,

assim como estas Diretrizes Nacionais para a

Educação Especial estendem-se para todas as

etapas e modalidades da Educação Básica.

Art. 20. No processo de implantação destas

Diretrizes pelos sistemas de ensino, caberá às

instâncias educacionais da União, dos Estados,

do Distrito Federal e dos Municípios, em regime

de colaboração, o estabelecimento de

referenciais, normas complementares e políticas

educacionais.

F I M

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PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - SAÚDE

APRESENTAÇÃO

O ensino de Saúde tem sido um desafio para a educação no que se refere à possibilidade de garantir uma aprendizagem efetiva e transformadora de atitudes e hábitos de vida. É preciso educar para a saúde levando em conta todos os aspectos envolvidos na formação de hábitos e atitudes que acontecem no dia-a-dia da escola. Por esta razão, a educação para a Saúde será tratada como tema transversal, permeando todas as áreas que compõem o currículo escolar.

O QUE É SAÚDE? Na atualidade, convive-se com uma diversidade considerável de concepções de saúde, entre as quais algumas bastante conhecidas que funcionam como referências mundiais e/ ou nacionais. É o caso, por exemplo, do conceito de saúde assumido em 1948 pela Organização Mundial de Saúde: “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”. O que se entende por saúde depende da visão que se tenha do ser humano e de sua relação com o ambiente, e este entendimento pode variar de um indivíduo para outro, de uma cultura para outra e ao longo do tempo. Ao se ampliar o entendimento das relações entre o indivíduo e o meio ambiente, a condição de saúde ou doença passa a ser interpretada de maneira mais complexa: parte-se de uma circunstância biológica conhecida — no caso, a doença — para a especificação das condições mais favoráveis à sua instalação. Ainda assim, permanece a possibilidade de tratar saúde e doença como estados independentes que resultam de

relações mecânicas dos indivíduos com o ambiente. Interferir sobre o processo saúde/doença está ao alcance de todos e não é uma tarefa a ser delegada, deixando ao cidadão ou à sociedade o papel de objeto da intervenção “da natureza”, do poder público, dos profissionais de saúde ou, eventualmente, de vítima do resultado de suas ações. Acreditar que cidadania é exercício de sujeitos do processo saúde/doença é a motivação essencial da educação para a saúde. Esta é a concepção de saúde que fundamenta os Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação para a Saúde. A promoção da saúde ocorre, portanto, quando são asseguradas as condições para a vida digna dos cidadãos, e, especificamente, por meio da educação, da adoção de estilos de vida saudáveis, do desenvolvimento de aptidões e capacidades individuais, da produção de um ambiente saudável, da eficácia da sociedade na garantia de implantação de políticas públicas voltadas para a qualidade da vida e dos serviços de saúde.

EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONSOLIDANDO POSIÇÕES, ESTABELECENDO LIMITES E

POSSIBILIDADES Também no interior da escola, as questões sobre a saúde encontraram espaço para diferentes abordagens, segundo as inflexões socioeconômicas, políticas e ideológicas de cada momento histórico. Em outras palavras, o que a sociedade entende por saúde está sempre presente na sala de aula e no ambiente escolar.

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Apenas em 1971, a Lei no 5.692 veio introduzir formalmente no currículo escolar a temática da saúde, sob a designação genérica de Programas de Saúde, com o objetivo de “levar a criança e o adolescente ao desenvolvimento de hábitos saudáveis quanto à higiene pessoal, alimentação, prática desportiva, ao trabalho e ao lazer, permitindo-lhes a sua utilização imediata no sentido de preservar a saúde pessoal e a dos outros”.

Em 1977, o Conselho Federal de Educação reafirma a posição de que os Programas de Saúde não devem ser encarados como uma matéria ou disciplina, mas como uma “preocupação geral do processo formativo, intrínseca à própria finalidade da escola”, devendo ser trabalhados “por meio de uma correlação dos diversos componentes curriculares, especialmente Ciências, Estudos Sociais e Educação Física”4. Na década de 80, diversos estados brasileiros já haviam desencadeado processos de reformulação de seus currículos, buscando a incorporação de tendências mais progressistas na área da educação. Quando a escola prioriza a dimensão biológica, as aulas sobre saúde têm como temas predominantes as doenças. E, apesar de receber informações sobre formas específicas de proteção contra cada doença que “estuda”, o aluno tem dificuldade em aplicá-las às situações concretas de sua vida cotidiana. Da mesma maneira, quando a ênfase recai sobre a doença e a valorização dos comportamentos individuais capazes de evitá-la, abre-se pouco espaço para que se construa com o aluno a convicção de que as condições de vida que favorecem a instalação de doenças também podem ser modificadas.

A inter-relação entre Educação e Educação para a Saúde

Verifica-se, por exemplo, que as taxas de mortalidade infantil são inversamente proporcionais ao número de anos de

escolaridade da mãe no ensino básico, em diferentes países e realidades. O desenvolvimento da comunicação verbal e escrita, por exemplo, prioritário no ensino fundamental, é elemento essencial na luta pela saúde: quando se decifra mensagens dos programas educativos e da mídia em geral, quando se lê uma prescrição médica ou uma bula de remédio, na compreensão da saúde como um direito, ou quando se busca a melhoria da qualidade na prestação de serviços. Ao falar de educação, fala-se de articular conhecimentos, atitudes, aptidões, comportamentos e práticas pessoais que possam ser aplicados e compartilhados com a sociedade em geral. Nessa perspectiva, o processo educativo favorece o desenvolvimento da autonomia, ao mesmo tempo em que atende a objetivos sociais. Educação e saúde estão intimamente relacionadas e, em especial, a educação para a Saúde é resultante da confluência desses dois fenômenos. A despeito de que educar para a saúde seja responsabilidade de muitas outras instâncias, em especial dos próprios serviços de saúde, a escola ainda é a instituição que, privilegiadamente, pode se transformar num espaço genuíno de promoção da saúde. Muitas iniciativas locais vêm sendo tomadas para implementar a educação para a Saúde, e o desafio, no momento, é construir referenciais que contemplem esse direito para todos os alunos do ensino fundamental. A escola está continuadamente submetendo os alunos a situações que lhes permitem valorizar conhecimentos, princípios, práticas ou comportamentos saudáveis ou não. Quando não inclui, nas várias áreas do currículo, os diferentes conteúdos relativos ao fenômeno saúde/doença, ou lida com eles como se não tivessem relação direta com as situações da vida cotidiana, ou ainda, quando os alunos convivem com salas de aula, banheiros, quadras de esporte, espaços de recreio, entorno escolar que lhes oferecem referências

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que nada têm a ver com o que é saudável, a escola está optando por um tipo de educação que afasta as crianças e os adolescentes de uma tarefa de cidadania. Ou seja, afasta-os da discussão e da prática de ações individuais e coletivas de cuidados em saúde. Ao iniciar sua vida escolar, a criança traz consigo a valoração de comportamentos relativos à saúde oriundos da família, de outros grupos de relação mais direta ou da mídia. Durante a infância e a adolescência, épocas decisivas na construção de condutas, a escola passa a assumir papel destacado por sua potencialidade para o desenvolvimento de um trabalho sistematizado e contínuo. Precisa, por isso, assumir explicitamente a responsabilidade pela educação para a saúde, já que a conformação de atitudes estará fortemente associada a valores que o professor e toda a comunidade escolar transmitirão inevitavelmente aos alunos durante o convívio cotidiano. Nos primeiros ciclos do ensino fundamental, as normas e a reprodução de padrões tendem a encontrar mais eco entre os escolares. Já os alunos dos últimos ciclos mostram-se pouco submissos às convenções sociais e às regras preestabelecidas. Na educação para a Saúde o papel mais importante do professor é o de motivador que introduz os problemas presentes, busca informação e materiais de apoio, problematiza e facilita as discussões por meio da formulação de estratégias para o trabalho escolar. A transformação do papel psicossocial do adolescente deve ser considerada nas diversas instâncias do convívio escolar como elemento contextual da educação para a Saúde nessas faixas etárias. A adolescência representa uma ampliação importante dos graus de autonomia e diferenciação em relação à família e a vivência entre os pares ganha especial dimensão. Ocorrem, de forma simultânea e aparentemente contraditória, a busca de afirmação da identidade pessoal e uma intensa padronização de comportamentos que

simboliza a “pertinência” ao grupo, com normas de convivência, costumes, valores e interesses compartidos. As intensas modificações corporais e emocionais próprias da puberdade e da adolescência compõem, no terceiro e quarto ciclos, o momento da aprendizagem. Do ponto de vista social, são períodos nos quais ocorre uma significativa ampliação da liberdade de ação, com a diminuição do controle e proteção exercidos durante a infância por parte dos adultos, especialmente dos pais. Ao mesmo tempo, a curiosidade, a ansiedade, a busca de novas experiências, a pressão do grupo de iguais e os próprios mecanismos de afirmação característicos desse momento do desenvolvimento humano compõem um pano de fundo favorável à exposição a diferentes comportamentos de risco. E cada vez mais a educação, elemento favorecedor da construção da autonomia para a tomada de decisões, revela-se essencial para a adoção de comportamentos de valorização da vida. Na adolescência, a referência grupal torna-se progressivamente mais importante na formulação de conceitos, atitudes e comportamentos. Há maior identificação com valores observados em modelos externos à família, ocorrendo, habitualmente, uma “padronização” de comportamentos e atitudes valoradas como positivas pelo grupo de referência. Por isso, a discussão sobre comportamentos saudáveis passa necessariamente pela formulação e explicitação, pelos próprios grupos, de suas concepções de vida. A identificação das idéias, hábitos e atitudes dos alunos com relação a cada tópico do trabalho permite checar concepções sobre a saúde para discuti-las, contrastá-las e refletir em grupo sobre elas. A liberdade necessária ao desenvolvimento psicossocial é complementar à necessidade do estabelecimento de acordos e limites.

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Cabe, na escola, a definição de normas próprias do ambiente escolar, o estabelecimento e o cumprimento de regras coletivas, pautas de comportamento e normas básicas de convivência, preferencialmente com participação dos alunos. Com isso, eles, protagonistas de sua própria aprendizagem, podem incorporar uma dinâmica mais ativa, com maior tendência a aprender de forma significativa. Deve-se considerar também que, nas últimas décadas, além dos temas tradicionalmente trabalhados sobre saúde e nutrição, as questões biopsicossociais adquiriram maior visibilidade, e a escola foi compelida — pelas circunstâncias e pelo reclamo da própria sociedade — a lidar com problemas emergentes, como a contaminação crescente do meio ambiente, a Aids, o consumo abusivo do álcool e outras drogas, a violência social e as diferentes formas de preconceito. E não há como lidar com esses temas por meio da mera informação ou da prescrição de regras de comportamento. Sem dúvida, a informação ocupa um lugar importante na aprendizagem, mas a educação para a Saúde só será efetivamente contemplada se puder mobilizar para as necessárias mudanças na busca de uma vida saudável. Para isso, os valores e a aquisição de hábitos e atitudes constituem as dimensões mais importantes. A escola precisa enfrentar o desafio de permitir que seus alunos reelaborem conhecimentos de maneira a conformar valores, habilidades e práticas favoráveis à saúde. Nesse processo, espera-se que possam estruturar e fortalecer comportamentos e hábitos saudáveis, tornando-se sujeitos capazes de influenciar mudanças que tenham repercussão em sua vida pessoal e na qualidade de vida da coletividade. Para isso, é necessária a adoção de abordagens metodológicas que permitam ao aluno identificar problemas, levantar hipóteses, reunir dados, refletir sobre situações, descobrir e desenvolver soluções comprometidas com a promoção e a proteção da saúde pessoal e coletiva, e,

principalmente, aplicar os conhecimentos adquiridos. Na perspectiva da projeção social da aprendizagem, na escola, na família e na comunidade, deve ser estimulada a geração de alternativas para a difusão dos estudos e trabalhos realizados. A produção de mensagens educativas em saúde pelos próprios alunos pode ser uma forma importante de permitir que se sintam e se tornem, de fato, protagonistas em Saúde. Um ponto fica bastante evidente: quando a escola deseja comprometer-se com a educação para a Saúde de seus alunos, além de funcionar como um espaço que oferece fortes referências para a prática e desenvolvimento de estilos de vida saudáveis, também inclui a abordagem da temática da saúde nos diferentes componentes curriculares.

A EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE COMO UM TEMA TRANSVERSAL

Sob o ponto de vista do processo saúde/doença, as suas múltiplas dimensões, por si só, justificam a opção de caracterizar a educação para a Saúde como um tema transversal do currículo. A proposta de permear o conjunto dos componentes curriculares com a dimensão de saúde que lhes é inerente permite, na realidade, a recomposição de um conhecimento que vem sendo progressivamente fragmentado nas diferentes áreas do saber e no interior de cada uma delas. Pode-se dizer, por exemplo, que Orientação Sexual e Saúde são componentes de um mesmo conjunto temático. Ganham dimensões próprias em função de sua amplitude e complexidade, evidenciadas por meio das dificuldades vividas não só pela escola, mas pela sociedade em geral, no tratamento de ambas as questões. A transversalidade não exclui a possibilidade de organização de projetos de trabalho em torno de questões da saúde. O desenvolvimento do tema também se dá pela

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organização de campanhas, seminários, trabalhos artísticos, mobilizando diversas classes, divulgando informações, ou utilizando materiais educativos produzidos pelos serviços de saúde. OBJETIVOS E CONTEÚDOS DE SAÚDE PARA

TERCEIRO E QUARTO CICLOS

Objetivos A educação para a Saúde cumprirá seus objetivos ao promover a conscientização dos alunos para o direito à saúde, sensibilizá-los para a busca permanente da compreensão de seus condicionantes e capacitá-los para a utilização de medidas práticas de promoção, proteção e recuperação da saúde ao seu alcance. Espera-se, portanto, que ao final do ensino fundamental os alunos sejam capazes de:

compreender saúde como direito de cidadania, valorizando as ações voltadas para sua promoção, proteção e recuperação;

compreender a saúde nos seus aspectos físico, psíquico e social como uma dimensão essencial do crescimento e desenvolvimento do ser humano;

compreender que a saúde é produzida nas relações com o meio físico, econômico e sociocultural, identificando fatores de risco à saúde pessoal e coletiva presentes no meio em que vive;

conhecer e utilizar formas de intervenção sobre os fatores desfavoráveis à saúde presentes na realidade em que vive, agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;

conhecer os recursos da comunidade voltados para a promoção, proteção e recuperação da saúde, em especial os serviços de saúde;

responsabilizar-se pessoalmente pela própria saúde, adotando hábitos de autocuidado, respeitando as possibilidades e limites do próprio corpo.

Conteúdos Selecionados no intuito de atender às demandas da prática social, segundo critérios

de relevância e atualidade, os conteúdos de Saúde estão organizados de maneira a dar sentido às suas dimensões conceitual, procedimental e atitudinal profundamente interconectadas. Essencialmente, devem subsidiar práticas para a vida saudável. Na prevenção de riscos, o uso indevido de drogas constitui um capítulo à parte. É inegável que a escola seja um espaço privilegiado para o tratamento do assunto, pois o discernimento no uso de drogas está diretamente relacionado à formação e às vivências afetivas e sociais de crianças e jovens, inclusive no âmbito escolar. Além disso, a vulnerabilidade do adolescente e o fato de ser esta a fase da vida na qual os comportamentos grupais têm enorme poder sobre as escolhas individuais fazem da escola palco para o estabelecimento de muitos dos vínculos decisivos para a formação das condutas dos alunos frente aos riscos. Mas não é possível trabalhar a questão na escola como se ela fosse uma ilha. O reconhecimento dos fatos e mitos a respeito do assunto, da situação real de uso e abuso de drogas em diferentes realidades, assim como as idéias e sentimentos dos alunos, da comunidade escolar e dos pais a respeito do assunto precisam ser considerados.

Drogas: situando o problema em suas reais dimensões

O alarde da mídia, os gastos vultosos nas ações de “guerra às drogas” e de repressão à comercialização e ao consumo não têm produzido impactos sensíveis, a não ser o de situar a questão como caso de polícia. É necessário reconhecer que o fenômeno moderno das drogas é produto da própria vida em sociedade, das rupturas nas relações afetivas e sociais e da desproteção de seus membros. Atualmente, as drogas são distribuídas segundo regras financeiras e comerciais do mercado, como todas as demais mercadorias, ocupando um lugar altamente lucrativo na economia e uma posição própria no modo de organização social. Na verdade, o uso de drogas não é algo novo para a humanidade e não existem evidências de que deixará de acontecer. O consumo de

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diferentes substâncias psicoativas no trabalho, no lazer ou em rituais e festas, com papel agregador de comunidades, é comum a todas as culturas, e o uso social e religioso de drogas prazerosas, capazes de modificar o humor, as percepções e sensações, tem sido uma constante ao longo da história humana. Entretanto, neste final de século, o acesso a diferentes drogas vem fugindo cada vez mais ao controle da coletividade, tendo passado a caracterizar-se, também, como um problema sanitário. Isso ocorre em função de inúmeros fatores, entre eles o aumento considerável da oferta como resultado da produção em massa, os crescentes graus de consumo e dependência, as condições psicossociais desagregadoras que geram e se amplificam com o abuso das drogas atualmente oferecidas no mercado e com o crescimento da epidemia da Aids. De que “drogas” estamos falando? O que chamamos habitualmente de “drogas” corresponde às drogas psicoativas, que têm atração por atuar no cérebro, modificando a sensibilidade, o modo de pensar e, muitas vezes, de agir. Isso inclui, além de produtos ilegais como maconha, crack e cocaína, os medicamentos para emagrecer que contêm anfetaminas, a nicotina, o álcool e a cafeína. Por isso, ao se discutir “drogas”, é necessário diferenciá-las. As drogas não são todas iguais. São distintas do ponto de vista do risco orgânico, dos efeitos e da dependência que podem provocar, da aceitação legal e cultural que desfrutam, implicando distintas situações de risco. O fato é que, no Brasil, as drogas legais representam mais de 90% dos abusos frequentes praticados pela população em geral. Os estudos disponíveis mostram que, entre os escolares, destaca-se também o uso de drogas lícitas: em primeiro lugar aparece o álcool, seguido pelo tabaco, por inalantes e tranquilizantes. Todos esses produtos podem ser obtidos em mercados e farmácias. Fala-se em “drogas” genericamente, sem se levar em consideração as

relações cotidianas que se estabelecem com diferentes substâncias químicas. Não são feitas distinções entre medicação e automedicação, atendendo, inclusive, aos chamados da propaganda de remédios, comercializados como quaisquer outros produtos. Em contradição com as práticas visíveis aos jovens e que permeiam o cotidiano de sua vivência social, os discursos de combate às drogas sugerem que elas são produtos ilegais e misteriosos e seus consumidores são os outros, marginais e traficantes, a serem excluídos do convívio social. “Não às drogas”, neste caso, pode constituir-se em um discurso alarmante mas vazio, que não leva em conta os sentidos sociais do fenômeno, nem repercute sobre a capacidade de discernimento dos verdadeiros riscos. É indiscutível, no Brasil, o consumo abusivo de medicamentos de forma não terapêutica, estando os remédios muitas vezes disponíveis à criança e ao adolescente no próprio domicílio. Considerando os problemas de saúde e as internações hospitalares decorrentes do consumo abusivo de produtos psicoativos na população em geral e entre adolescentes, novamente, o álcool, acessível com facilidade pelo seu baixo custo, oferta generalizada e propaganda ostensiva, ocupa, de longe, o primeiro lugar. Da mesma forma, o consumo excessivo de tabaco, embora seja um fator de risco importante para a morte prematura, por aumentar as probabilidades de ocorrência de problemas pulmonares, cardiovasculares e câncer, entre outros, não resultou até hoje na proibição da propaganda de cigarros em função de poderosos interesses econômicos envolvidos. Por outro lado, a iniciação no consumo de diferentes drogas psicotrópicas vem se intensificando entre crianças e jovens. Dados relativos à Aids também sugerem que a contaminação pelo HIV ocorre precocemente, associada não só à iniciação sexual

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desprotegida, como ao uso compartilhado de seringas para a administração de drogas injetáveis. Esta é também a fase em que a sociedade estimula o adolescente para o consumo, eventualmente abusivo, de álcool, como indicador simbólico de que se atravessou a linha divisória entre a infância e a vida adulta. E, certamente, as drogas psicoativas podem assumir um papel importante na vida do adolescente como recursos facilitadores da comunicação, da busca do prazer ou na lida com os novos desafios que se apresentam.

TRATAMENTO DIDÁTICO O desenvolvimento dos conteúdos precisa considerar as particularidades da faixa de crescimento e desenvolvimento da classe, que pode ser bastante heterogênea, para que o professor possa trabalhar os procedimentos, as atitudes e os conceitos de interesse para a maioria do grupo. A correspondência com a fase do crescimento e desenvolvimento dos alunos deve ser avaliada para que os conteúdos e o tratamento dado aos temas tenha a maior relação possível com questões presentes na vida dos alunos. Além disso, procedimentos e atitudes não concretizados, embora com desenvolvimento previsto em momento anterior, poderão ganhar prioridade independentemente da etapa formal (série ou ciclo) da escolarização. Na abordagem dos diversos componentes dos blocos de conteúdo, o enfoque principal deve estar na saúde e não na doença. Os detalhes relativos a processos fisiológicos ou patológicos ganharão sentido no processo de aprendizagem na medida em que contribuírem para a compreensão dos cuidados em saúde a eles associados. Não é pressuposto da educação para a Saúde a existência do professor “especialista” ou a formação de alunos capazes de discorrer sobre conceitos complexos, nem o aprendizado exaustivo dos aspectos funcionais e orgânicos do corpo humano.

O que se pretende é um trabalho pedagógico no qual as condições que se fazem necessárias para a saúde, sua valorização e a realização de procedimentos que a favorecem sejam o foco principal. No terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental, o enfoque da educação para a Saúde traz, com maior intensidade, a contextualização do processo saúde/doença. Busca-se a identificação dos seus determinantes no nível individual e das coletividades, para possibilitar o reconhecimento progressivamente mais amplo das correlações sobre as quais se pode interferir para a promoção da vida saudável. A realização de estudos de reconhecimento da região em que se insere a escola e das concepções e necessidades de saúde que lhe são características é um instrumento essencial para montar e desenvolver o projeto educativo. A fluidez das relações entre a escola, a família e demais instituições, grupos organizados e entidades cujas ações repercutem sobre a saúde, é condição para contextualizar a educação para a Saúde e, ao mesmo tempo, um componente amplificador da ação educativa.

BLOCOS DE CONTEÚDOS

Autoconhecimento para o autocuidado A finalidade deste bloco de conteúdos é possibilitar aos alunos o entendimento de que saúde tem uma dimensão pessoal que se expressa, no espaço e no tempo de uma vida, pelos meios de que cada ser humano dispõe para trilhar seu caminho em direção ao bem-estar físico, mental e social. Isso requer sujeitos com autonomia, liberdade e capacidade para regular as variações que aparecem no organismo e que se apropriem dos meios para tomar medidas práticas de autocuidado em geral e, especificamente, diante de situações de risco. Para atender a essa meta, é necessário que o trabalho educativo tenha como referência as transformações próprias do crescimento e

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desenvolvimento e promova o desenvolvimento da consciência crítica em relação aos fatores que intervêm positiva ou negativamente. Esses pressupostos levam à definição de alguns conteúdos essenciais: a construção da identidade e da autoestima, o cuidado do corpo, a nutrição, a valorização dos vínculos afetivos e a negociação de comportamentos para o convívio social. É importante que os alunos possam aprofundar, progressivamente, os conhecimentos sobre o funcionamento do corpo humano — e do seu próprio — para permitir a ampliação das possibilidades de se conhecer para se cuidar, valorizando o corpo como sistema integrado, as questões ligadas à construção de identidade e as características pessoais, num enfoque desenvolvido durante todo o ensino fundamental. No contexto das intensas e contínuas transformações próprias do amadurecimento sexual, trabalhar a construção positiva da imagem corporal pode ter significado importante para a autoestima e autoconfiança, com consequências para toda a vida futura. O estudo da anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor masculino e feminino, e de fenômenos como menarca, menstruação e ciclo menstrual, fecundação, gravidez, parto e puerpério, em suas implicações fisiológicas mas também psicossociais, ganha agora maior destaque, até por sua relação com a preparação para a vida sexual com parceiros. Mesmo consideradas as particularidades de cada classe, o trabalho precoce para favorecer o estabelecimento de vínculos fluidos de relação e para discernir fatos e preconceitos pode ser decisivo para o cuidado de si e de parceiros, em situações presentes e futuras. A puberdade e a adolescência exigem especial atenção dos jovens para o controle do corpo — incluindo respiração, repouso e relaxamento. Forja-se nessa fase uma nova visão de si e do mundo ao se reeditar todo o desenvolvimento infantil em busca de definições de caráter social, sexual, ideológico e vocacional. A elaboração desse momento evolutivo se faz dentro de um tempo

individual e de uma forma pessoal, por meio de reformulações contínuas da imagem corporal e do exercício de situar-se constantemente na família e na sociedade. As diferentes modalidades da arte são recursos para a ampliação das possibilidades motoras e expressivas do corpo e dos movimentos na ação e na comunicação de sentimentos, emoções e necessidades. O professor pode recolher e elaborar, junto com os alunos, informações sobre diferentes formas, usos e costumes de cuidado corporal para permitir a construção de explicações e justificativas para as rotinas, normas e atividades voltadas para o cuidado em saúde, situando-as no seu contexto sociocultural. A continuidade do trabalho voltado para o reconhecimento e aceitação da diversidade humana, além de destinar-se à formação para o combate de discriminações e preconceitos, torna-se importante para permitir a valorização estética de diferentes tipos físicos, além dos padrões estéticos “ideais” apregoados por revistas, pelo cinema ou pela televisão. A higiene corporal é tratada como condição para a vida saudável. A aquisição de hábitos de higiene corporal tem início na infância, não sendo mais o enfoque principal no terceiro e quarto ciclos, pois espera-se que a prática autônoma desses cuidados já tenha sido incorporada ao cotidiano, na forma de rotinas, normas e atividades. Mas, eventualmente, a discussão de questões relativas à higiene corporal deve ser retomada sempre que for sentida a necessidade. Busca-se, por meio do trabalho pedagógico, mobilizar os alunos para estabelecer relações entre as decisões pessoais de autocuidado e a qualidade do convívio social. A associação direta entre higiene e alimentação precisa ser enfatizada, tanto no que diz respeito à água para consumo humano quanto aos processos de produção e manuseio de alimentos. No terceiro e quarto ciclos, a alimentação adequada continua recebendo destaque como fator essencial no crescimento e desenvolvimento, no desempenho das

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atividades cotidianas, na promoção e na recuperação da saúde. Abordada nos primeiros ciclos do ponto de vista das necessidades humanas básicas, volta-se agora para a investigação de hábitos alimentares em diferentes realidades e culturas, como instrumento de identificação das relações entre dieta, rituais da alimentação e vivência social. O foco agora está posto nas finalidades da alimentação, incluídas as necessidades corporais, socioculturais e emocionais. O conceito de uma dieta universal “correta” deve ser evitado, sob pena de desestimular a construção de um padrão alimentar desejável e compatível com a cultura local, composto a partir dos alimentos ricos em nutrientes próprios de cada realidade. Do ponto de vista orgânico, aprofunda-se o estudo do processo completo de nutrição, desde a ingestão de alimentos, digestão, absorção, anabolismo, catabolismo e excreção. Avaliam-se as necessidades básicas de nutrientes por pessoa, a contribuição dos diferentes alimentos para o crescimento e desenvolvimento e as tabelas de ingestão recomendadas, associando-as à presença dos diferentes nutrientes nos alimentos — água, oxigênio, proteínas, hidratos de carbono, gorduras, sais minerais, vitaminas — e suas funções no organismo. Hábitos alimentares precisam ser criticamente debatidos em grupos como forma de avaliar a geração artificial de “necessidades” pela mídia e os efeitos da publicidade no incentivo ao consumo de produtos energéticos, vitaminas e alimentos industrializados. Em especial, é preciso reconhecer a possibilidade de ocorrência simultânea de obesidade — problema de dimensões orgânicas e afetivas — e carências nutricionais, decorrentes principalmente do consumo habitual de alimentos altamente calóricos oferecidos pelo mercado, desprovidos de nutrientes adequados ao consumo humano. Sua contrapartida é o consumo de medicamentos emagrecedores. O uso excessivo de açúcar na dieta é destacado como um hábito alimentar a ser transformado, não se justificando o grau de

consumo (em todo o país) por necessidades calóricas e sim por fatores culturais, o que causa prejuízos comprovados, particularmente à saúde bucal, contribuindo também para a obesidade precoce, importante fator de risco para doenças crônico-degenerativas.

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ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Uma alimentação saudável é aquela que atende

a todas as exigências do corpo, ou seja, não está

abaixo nem acima das necessidades do nosso

organismo. Além de ser fonte de nutrientes, a

alimentação envolve diferentes aspectos, tais

como valores culturais, sociais, afetivos e

sensoriais.

As pessoas, diferentemente dos demais seres

vivos, ao alimentar-se não buscam apenas suprir

suas necessidades orgânicas de nutrientes. Não

se “alimentam” de nutrientes, mas de alimentos

palpáveis, com cheiro, cor, textura e sabor.

Portanto, o alimento como fonte de prazer e

identidade cultural e familiar também é uma

abordagem importante para promover a saúde.

Uma alimentação saudável deve ser:

Variada: inclui vários grupos alimentares, a fim

de fornecer diferentes nutrientes (por exemplo:

cereais, frutas, hortaliças, carnes, laticínios e

feijões).

Equilibrada: respeitando o consumo adequado

de cada tipo de alimento (exemplo: deve-se

comer mais frutas do que gorduras).

Suficiente: em quantidades que atendam e

respeitem as necessidades de cada pessoa.

Acessível: baseada em alimentos in natura,

produzidos e comercializados regionalmente

(acessibilidade física), que são mais baratos que

alimentos industrializados (acessibilidade

financeira).

Colorida: quanto mais colorida é a alimentação,

mais adequada é em termos de nutrientes. Além

de assegurar uma refeição variada, isso a torna

atrativa, o que agrada aos sentidos, estimulando

o consumo de alimentos saudáveis, como frutas,

legumes e verduras, grãos e tubérculos em geral

(tais como mandioca e batatas).

Segura: os alimentos não devem apresentar

contaminantes de natureza biológica, física ou

química ou outros perigos que comprometam a

saúde do indivíduo ou da população.

Assim, deve-se respeitar regras de higiene,

procurando manusear e armazenar

adequadamente todos os alimentos, descartando

aqueles que possuem o prazo de validade

vencido ou que estejam visivelmente estragados.

Ao falar de alimentação não se deve pensar

apenas em quantidade, mas também em

qualidade. A quantidade de alimentos, como já

mencionado, deve ser ingerida de maneira que

não falte nem ultrapasse as necessidades de um

indivíduo. Esse aspecto é importante, pois

previne o aparecimento de doenças causadas

tanto pela falta quanto pelo excesso de

alimentos.

Em relação à qualidade, leva-se em

consideração a ausência de contaminação e a

composição nutricional de cada alimento, ou

seja, quais são os nutrientes que aquele

alimento pode oferecer ao corpo humano. Os

nutrientes são compostos químicos que estão

presentes nos alimentos e que podem ser

aproveitados pelo nosso organismo para sua

manutenção ou crescimento. Existem vários tipos

de nutrientes, que serão abordados

posteriormente neste módulo, mas em geral eles

podem ser divididos da seguinte maneira:

Nutrientes não-essenciais: são aqueles que

podem ser produzidos pelo corpo humano a partir

de outros compostos.

Nutrientes essenciais: o organismo humano

não é capaz de produzi-los, sendo necessário

obtê-los por meio da alimentação. O organismo

humano se encarrega de transformar os

alimentos ingeridos em nutrientes pelo processo

conhecido como digestão.

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Esse processo se inicia a partir do momento em

que o alimento é colocado na boca e vai até a

eliminação de partes não aproveitáveis pelo

organismo. Para que possamos realizar nossas

atividades diárias, nosso corpo precisa de

energia. Caminhar, correr, carregar objetos,

conversar e até mesmo atividades que não

percebemos, como respirar, gastam energia. E

de onde obtemos essa energia? Dos alimentos!

Todos os alimentos que comemos são

transformados em nutrientes, mas nem todos os

nutrientes se transformam em energia.

Assim como a altura é medida em metros ou

centímetros, a energia também possui uma

medida. Essa medida de energia pode ser

chamada de caloria, abreviada geralmente por

cal ou kcal. Ela é o combustível utilizado pelo

corpo humano para realizar atividades. Os

nutrientes que oferecem energia, ou calorias,

ao organismo são conhecidos como

macronutrientes, são os carboidratos, as

proteínas e os lipídios ou gorduras. A

quantidade de energia fornecida por grama de

cada macronutriente está na tabela a seguir:

Existem também os micronutrientes, que, apesar

de não serem transformados em energia, são

importantes para a realização de outros

processos biológicos, como a visão, o

crescimento, a formação óssea, a proteção e

defesa do corpo, etc.

São Macronutrientes:

Carboidratos ou açúcares ou glicídios:

possuem função principalmente energética. São

utilizados pelos músculos para realização de

movimentos e são armazenados no fígado para

manutenção da glicemia. Quando em excesso,

os carboidratos são transformados em gorduras

ou lipídios, a fim de economizar a energia

excedente para situações em que o corpo

realmente necessitar dela. Alterações no

metabolismo da glicose podem ser indicativas de

doenças. Veja na Tabela 2 exemplos de

alimentos nos quais os carboidratos podem ser

encontrados.

Proteínas: são nutrientes necessários para a

formação de células e tecidos. São as proteínas

que permitem o crescimento e desenvolvimento

do corpo, e estão presentes nos músculos,

ossos, cabelos, sangue, pele, entre outros. Assim

como os tijolos desempenham a função estrutural

de um prédio, as proteínas possuem,

comparativamente, a mesma função no

organismo humano. Onde podemos encontrar as

proteínas?

Lipídios ou gorduras ou óleos: são fontes

concentradas de energia, apresentando

praticamente o dobro de calorias quando

comparados aos outros dois macronutrientes.

Quando encontrados no estado sólido, os lipídios

são denominados gorduras (por exemplo: banha,

toucinho) e quando se encontram no estado

líquido são conhecidos como óleos (por exemplo:

azeite de oliva, óleo de soja). Além da função

energética, os lipídios são necessários para a

formação de hormônios, proteção dos órgãos e

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transporte de alguns micronutrientes. Veja na

Tabela 4 alguns alimentos que são fontes de

lipídios.

Fibras: representam um tipo especial de

carboidratos que não fornecem energia, mas

desempenham funções importantes em nosso

organismo. As fibras alimentares originam-se

exclusivamente de plantas e possuem diferentes

propriedades físicas, químicas e fisiológicas. No

corpo humano, elas chegam intactas ao nosso

intestino, ou seja, passam sem serem digeridas

por todo o processo digestório, e é no intestino

que as fibras exercem sua função essencial de

formar as fezes e colaborar em sua eliminação.

Existem basicamente dois tipos de fibras, as

solúveis e as insolúveis. Apesar de ambas

auxiliarem o funcionamento do intestino, elas

apresentam funções diferentes:

Fibras insolúveis: auxiliam na formação das

fezes.

Fibras solúveis: presente nas polpas de frutas,

verduras e legumes, auxiliam na normalização da

microbiota intestinal, são eficientes para

tratamento da constipação intestinal, também

conhecida como “intestino preso”. As fibras ainda

atuam de outras maneiras, auxiliando na redução

do colesterol, controle da glicemia e prevenção

de doenças cardiovasculares. Podemos

encontrar fibras nos seguintes alimentos:

Além dos macronutrientes, existem os

micronutrientes, que não fornecem energia, mas

apresentam funções importantes no organismo.

São eles:

Vitaminas: estão presentes em diferentes tipos

de alimentos (animais e vegetais) e auxiliam no

crescimento, na proteção contra infecções e na

manutenção da saúde. O corpo precisa de

quantidades pequenas desses nutrientes, mas

mesmo assim são indispensáveis. Por exemplo,

quantidades adequadas de vitamina A

asseguram que a nossa visão funcione

normalmente, e de vitamina D permitem a

formação de ossos e dentes durante o

crescimento. A falta e o excesso de vitaminas

podem causar distúrbios nutricionais e

problemas de saúde decorrentes da má

nutrição.

Minerais: desempenham funções como

manutenção do equilíbrio dos líquidos corporais

(água, sangue, urina), transporte de oxigênio

para as células, formação dos ossos, controle da

contração muscular e dos batimentos cardíacos,

transmissão de mensagens pelo sistema

nervoso, entre outras. O corpo necessita de

quantidades bem reduzidas desses nutrientes,

mas eles só podem ser obtidos por meio da

alimentação. A necessidade de minerais pode

variar de acordo com o indivíduo: pessoas que

praticam atividade física intensa podem eliminar

grandes quantidades de minerais pelo suor e/ou

pela urina, aumentando suas necessidades

diárias; pessoas com problemas nos rins podem

ter dificuldades para excretar alguns minerais, o

que requer redução na sua ingestão.

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Água: é um dos principais componentes do corpo

humano. Não oferece energia, mas está

envolvida em praticamente todas as reações que

ocorrem em nosso organismo, como o controle

da temperatura, o transporte de nutrientes pelo

sangue, a eliminação de substâncias pelo suor

e/ou urina (ou limpeza/filtração do sangue), entre

outras.

É importante lembrar que a água está presente

na maioria dos alimentos, mesmo que não seja

visível, e é ela que permite a vida humana. O

equilíbrio da água em nosso corpo também

depende do ambiente e/ou situações cotidianas:

em dias quentes ou aqueles em que praticamos

esportes, devemos tomar mais água.

É a escolha dos alimentos que irá determinar

quais nutrientes serão fornecidos ao nosso corpo.

Por exemplo: ao comer uma fruta, estaremos

oferecendo carboidratos, fibras, vitaminas e

minerais; e ao comer um pastel, estaremos

oferecendo principalmente gorduras.

Mas quais alimentos devemos escolher? Todas

as pessoas devem comer os mesmos alimentos?

A alimentação envolve aspectos culturais,

financeiros e regionais; sendo assim, cada

pessoa possui preferência por certos

alimentos e rejeição por outros, ou seja,

não existe uma fórmula rígida de

alimentação saudável, ela deve ser

construída a partir da realidade de cada

indivíduo.

Entretanto, por mais que se mudem os

alimentos, os nutrientes são os mesmos e

devemos usá-los a nosso favor para

promover a saúde. O que se observa

atualmente é a incidência de doenças

decorrentes de uma alimentação

inadequada.

Por ser bastante didática, a pirâmide dos

alimentos é largamente utilizada no Brasil. Essa

pirâmide subdivide os alimentos em diferentes

grupos e recomenda a ingestão de um número

adequado de porções de cada um deles. A

intenção é possibilitar uma alimentação

equilibrada, respeitando a proporção quantitativa

e qualitativa de todos os alimentos. A figura que

se segue é aplicável à população adulta, ou seja,

com mais de 18 anos.

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Porções são quantidades médias de alimento

que devem ser usualmente consumidas por

pessoas sadias para compor uma alimentação

saudável. Alguns exemplos de porções podem

ser vistas na tabela a seguir.

Por que os alimentos da pirâmide foram divididos

em grupos? Cada grupo representa a fonte de

nutrientes específicos. Vamos entender um

pouco melhor, analisando-a de baixo para cima:

Observe que a pirâmide está colorida em verde,

amarelo e vermelho. Assim como no trânsito,

essas cores apresentam significados dentro da

pirâmide: a base e o segundo andar são

compostos por alimentos que devemos consumir

em maiores quantidades, enquanto o terceiro

andar já exige um pouco de moderação e o topo

pode chegar até à restrição. Além disso, o

volume da pirâmide também nos indica uma

informação importante: a proporção dos grupos

de alimentos que devemos ingerir. Por exemplo,

deve-se comer mais pães e cereais do que doces

ou manteiga; da mesma maneira, a quantidade

de carnes e leite deve ser inferior ao consumo de

frutas e hortaliças.

O que está acontecendo atualmente é uma

inversão dessa pirâmide, ou seja, as pessoas

consomem muitos doces ou alimentos

gordurosos e quase não ingerem frutas,

hortaliças ou mesmo cereais integrais. Uma

das consequências desse comportamento é

bastante visível, o aumento das taxas de

obesidade e doenças cardiovasculares.

Os guias alimentares mencionados oferecem

orientações gerais que se ajustam à maioria da

população, mas nós sabemos que cada pessoa é

diferente das outras: uma criança, por exemplo,

come quantidades menores de alimentos quando

comparada a um adulto; os homens, geralmente,

comem mais que as mulheres. Assim, é possível

observar que a necessidade de nutrientes e

de energia varia de acordo com diversos

fatores: idade, sexo, peso, nível de atividade

física (sedentário ou ativo), tipo de trabalho,

presença de doenças, entre outros. Na

pirâmide, por exemplo, o número de porções que

uma pessoa deverá ingerir de cada grupo

alimentar vai depender de todos os fatores

citados, orientando-a sobre a melhor maneira de

se alimentar.

SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

A alimentação está relacionada com a

produção de alimento, a disponibilidade, o

igual acesso a alimentos pela população e a

capacidade de saciar a fome dos indivíduos.

Já a nutrição está relacionada à escolha por

alimentos saudáveis, ao preparo adequado

para preservar as características nutricionais

e as condições de saúde, higiene e vida e para

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Material sintetizado a partir de documento Alimentação Saudável e Sustentável disponibilizado no site www.portalmec.gov.br

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melhor garantir a utilização dos alimentos em

termos biológicos e sociais. Então, nutrir vai

além de alimentar.

A questão da falta de disponibilidade e de acesso

à alimentação por parte da população brasileira

começou a ser discutida na década de 1940.

Foi nessa época que surgiram programas

assistenciais e de doação de alimentos que

visavam diminuir a fome e a desnutrição no País.

Entretanto, não havia um enfoque específico que

levasse em conta, também, características da

qualidade dos alimentos. Dessa forma, a garantia

de uma alimentação completa, incluindo

conceitos mais abrangentes, acabou ficando em

segundo plano, estando em primeiro plano a

garantia de que a fome biológica fosse saciada.

Somente a partir da década de 1990, a questão

do acesso a alimentos de qualidade tomou conta

do cenário de discussão no País, surgindo ações

mais estruturadas. Tais ações visaram o

estabelecimento de parcerias entre governos

e produtores rurais, o mapeamento das

regiões mais carentes do Brasil e a

elaboração de estratégias que atingiriam

essas regiões, o estabelecimento de formas

de controle e fiscalização dos recursos

destinados aos programas, a busca da

melhoria do perfil nutricional da população

brasileira e, também, o aumento da frequência

e a melhoria no desempenho escolar das

crianças.

Um grande passo foi dado, em 2006, com a

sanção da Lei Orgânica de Segurança

Alimentar e Nutricional (Losan) pelo Presidente

da República, e esse fato pode ser considerado

como um novo marco legal, ou seja, agora o

acesso à Alimentação Adequada é um direito

garantido por lei.

Toda essa legislação teve seu embasamento

no Direito Humano à Alimentação Adequada

(DHAA). Segundo a Organização das Nações

Unidas (ONU), o direito à alimentação

adequada é um direito humano inerente a

todas as pessoas. Esse direito inclui o acesso

regular, permanente e irrestrito, quer

diretamente ou por meio de aquisições

financeiras, a alimentos seguros e saudáveis,

em quantidade e qualidade adequadas e

suficientes, correspondentes às tradições

culturais do seu povo e que garantam uma

vida livre do medo, digna e plena nas

dimensões física e mental, individual e

coletiva.

O que é segurança alimentar e nutricional?

Todas as pessoas têm direito a uma

alimentação saudável, acessível, de

qualidade, em quantidade suficiente e de

modo permanente. Isso é o que chamamos de

segurança alimentar e nutricional. Ela deve ser

totalmente baseada em práticas alimentares

promotoras da saúde, sem nunca comprometer o

acesso a outras necessidades essenciais.

A segurança alimentar e nutricional é um

direito de todo brasileiro e nela se ressalta

que as particularidades e características

culturais de cada região devem ser

respeitadas. Além disso, é dever do poder

público respeitar, proteger, promover,

informar, monitorar, fiscalizar e avaliar a

realização do direito humano à alimentação

adequada, bem como garantir as ações para

que ele seja concretizado.

O conceito de alimentação adequada envolve

todos os nutrientes necessários ao indivíduo,

sendo que as condições sociais, econômicas,

culturais, climáticas e ecológicas também fazem

parte desse conceito.

Assim sendo, as relações entre o comer e o meio

ambiente devem ser trabalhadas em conjunto, a

fim de se atingir o objetivo ideológico do Direito

Humano à Alimentação Adequada (DHAA).

Baseado nesse princípio ideológico, a Losan se

fundamenta no conceito e na prática da

agricultura familiar e sustentável.

O que é agricultura familiar? É quando um grupo

familiar de produtores agrícolas realiza, de forma

participativa, todo o processo produtivo, desde a

escolha da cultura, diversificação, tipo de plantio,

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Material sintetizado a partir de documento Alimentação Saudável e Sustentável disponibilizado no site www.portalmec.gov.br

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até o escoamento da produção de alimentos.

Essa forma de cooperativa propicia melhores

condições de vida no campo, melhora o convívio

familiar – pois permite maior proximidade com os

filhos –, preserva o meio ambiente e a

biodiversidade, além de resgatar formas

tradicionais de cultivo. Dessa forma, ela agrega o

valor social dos agricultores à qualidade dos

produtos. Sua importância é ainda maior

considerando-se que cria oportunidades de

trabalho local, reduzindo o êxodo rural, diversifica

a atividade econômica e busca promover o

desenvolvimento de pequenos e médios

municípios.

Por que no Brasil criaram-se políticas que visam

esse tipo de agricultura? As políticas públicas a

favor da agricultura familiar tiveram início no

Brasil a partir de meados da década de 1990,

sendo que os fatores principais que motivaram o

surgimento dessas políticas públicas foram a

crescente necessidade de ações governamentais

em relação ao quadro de exclusão social e o

fortalecimento dos movimentos sociais rurais,

como, por exemplo, o Movimento dos Sem-Terra

(MST). Outra questão a ser levada em

consideração pela Losan no sentido de promover

os DHAA é a agricultura sustentável, que busca

por meio de métodos alternativos, tais como

agricultura orgânica, controle biológico e natural

de pragas, o desenvolvimento de uma agricultura

com menor prejuízo possível ao meio ambiente e

à saúde humana. Dentro desses objetivos

também está a criação de comunidades agrícolas

mais lucrativas, ou seja, os conceitos de

agricultura familiar e de agricultura sustentável

estão intimamente ligados, construindo o ideal

filosófico fortemente defendido pelo Governo e

pelas comunidades que as praticam.

Como a comunidade escolar deve usufruir dos

benefícios que a agricultura familiar e sustentável

oferece? As escolas públicas recebem verbas do

Governo Federal que são destinadas à compra

de alimentos para a merenda escolar, sendo esta

ação parte integrante do Programa Nacional de

Alimentação Escolar (PNAE). Essas verbas

devem ser complementadas pelos governos

locais e estaduais, ou seja, estados e municípios

devem repassar recursos financeiros para

melhorar qualidade da merenda escolar. Os

responsáveis pela compra dos gêneros

alimentícios de sua escola ou mesmo de todas as

escolas do município podem, juntamente com os

membros da comunidade escolar, desenvolver

ações que promovam o incentivo a esses tipos

de agricultura e, por sua vez, adquirir alimentos

com mais qualidade, contribuindo tanto para a

saúde dos estudantes como para o

desenvolvimento da região onde a escola se

situa.

É bastante comum encontrarmos escolas que já

possuem alternativas para aquisição de gêneros

alimentícios com custos menores e com mais

qualidade, auxiliando, portanto, a

complementação da merenda escolar e o

fornecimento de uma refeição com maior valor

nutritivo. Entre essas alternativas podemos citar a

construção de hortas dentro do ambiente escolar

e, dessa forma, a presença mais frequente de

verduras na merenda. Além disso, é possível

envolver os alunos em todos os processos da

construção da horta, despertando neles o

interesse pela preservação e cuidado com o meio

ambiente, e também auxiliando o processo de

mudança do comportamento alimentar no sentido

de aumentar o consumo de verduras.

Referência Bibliográfica:

BRASIL. Ministério da Educação. Alimentação

saudável e sustentável. Disponível em:

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_d

ocman&view=download&alias=611-

alimentacaosaudavel&Itemid=30192

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61

INDAGAÇOES SOBRE CURRÍCULO

No espaço escolar, nem sempre as decisões

estão nas mãos dos mesmos sujeitos:

estudantes, professores, diretores,

coordenadores, pais, responsáveis. Na maioria

das vezes, a tomada de decisão fica sob a

responsabilidade dos professores e/ou do

conselho de classe. Isso faz com que o peso da

avaliação fique redobrado e coloca o professor

no lugar daquele que deve realizar tal tarefa a

partir de critérios previamente estabelecidos, de

preferência, coletivamente.

A avaliação é, portanto, uma atividade que

envolve legitimidade técnica e legitimidade

política na sua realização.

Entretanto, o professor deve estabelecer e

respeitar princípios e critérios refletidos

coletivamente, referenciados no projeto político

pedagógico, na proposta curricular e em suas

convicções acerca do papel social que

desempenha a educação escolar.

O professor não deve se eximir de sua

responsabilidade do ato de avaliar as

aprendizagens de seus estudantes, assim como

os demais profissionais devem também, em

conjunto com os professores e os estudantes,

participar das avaliações a serem realizadas

acerca dos demais processos no interior da

escola. Dessa forma, ressaltamos a importância

do estímulo à auto avaliação, tanto do grupo,

quanto do professor.

A avaliação na escola não pode ser

compreendida como algo à parte, isolado, já que

tem subjacente uma concepção de educação e

uma estratégia pedagógica.

A avaliação, como parte de uma ação coletiva de

formação dos estudantes, ocorre, portanto, em

várias esferas e com vários objetivos.

Há a avaliação da aprendizagem dos estudantes,

em que o professor tem um protagonismo central,

mas há também a necessária avaliação da

instituição como um todo, na qual o protagonismo

é do coletivo dos profissionais que trabalham e

conduzem um processo complexo de formação

na escola, guiados por um projeto político-

pedagógico coletivo. E, finalmente, há ainda a

avaliação do sistema escolar, ou do conjunto das

escolas de uma rede escolar, na qual a

responsabilidade principal é do poder público.

Esses três níveis de avaliação não são isolados e

necessitam estar em regime de permanentes

trocas, respeitados os protagonistas, de forma

que se obtenha legitimidade técnica e política.

II - A AVALIAÇÃO E O PAPEL SOCIAL DA

EDUCAÇÃO ESCOLAR

Nossa cultura meritocrática naturaliza o uso das

notas a fim de classificar os melhores e os piores

avaliados.

Em termos de educação escolar, os melhores

seguirão em frente, os piores voltarão para o

início da fila, refazendo todo o caminho

percorrido ao longo de um período de estudos.

Essa concepção é naturalmente incorporada em

nossas práticas e nos esquecemos de pensar

sobre o que, de fato, está oculto e encoberto por

ela.

Em nossa sociedade, de um modo geral, ainda é

bastante comum as pessoas entenderem que

não se pode avaliar sem que os estudantes

recebam uma nota pela sua produção.

Avaliar, para o senso comum, aparece como

sinônimo de medida, de atribuição de um

valor em forma de nota ou conceito. Porém,

nós, professores, temos o compromisso de ir

além do senso comum e não confundir avaliar

com medir.

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62

Avaliar é um processo em que realizar provas

e testes, atribuir notas ou conceitos é apenas

parte do todo. A avaliação é uma atividade

orientada para o futuro. Avalia-se para tentar

manter ou melhorar nossa atuação futura.

Essa é a base da distinção entre medir e

avaliar. Medir refere-se ao presente e ao

passado e visa obter informações a respeito

do progresso efetuado pelos estudantes.

Avaliar refere-se à reflexão sobre as

informações obtidas com vistas a planejar o

futuro.

Portanto, medir não é avaliar, ainda que o medir

faça parte do processo de avaliação.

Avaliar a aprendizagem do estudante não

começa e muito menos termina quando

atribuímos uma nota à aprendizagem.

A educação escolar é cheia de intenções, visa

a atingir determinados objetivos

educacionais, sejam estes relativos a valores,

atitudes ou aos conteúdos escolares.

A avaliação é uma das atividades que ocorre

dentro de um processo pedagógico. Este

processo inclui outras ações que implicam na

própria formulação dos objetivos da ação

educativa, na definição de seus conteúdos e

métodos, entre outros. A avaliação, portanto,

sendo parte de um processo maior, deve ser

usada tanto no sentido de um acompanhamento

do desenvolvimento do estudante, como no

sentido de uma apreciação final sobre o que este

estudante pôde obter em um determinado

período, sempre com vistas a planejar ações

educativas futuras. Quando a avaliação

acontece ao longo do processo, com o

objetivo de reorientá-lo, recebe o nome de

avaliação formativa e quando ocorre ao final

do processo, com a finalidade de apreciar o

resultado deste, recebe o nome de avaliação

somativa.

A concepção de educação e a avaliação

Tradicionalmente, nossas experiências em

avaliação são marcadas por uma concepção que

classifica as aprendizagens em certas ou erradas

e, dessa forma, termina por separar aqueles

estudantes que aprenderam os conteúdos

programados para a série em que se encontram

daqueles que não aprenderam.

Essa perspectiva de avaliação classificatória e

seletiva, muitas vezes, torna-se um fator de

exclusão escolar.

Entretanto, é possível concebermos uma

perspectiva de avaliação cuja vivência seja

marcada pela lógica da inclusão, do diálogo,

da construção da autonomia, da mediação, da

participação, da construção da

responsabilidade com o coletivo.

Tal perspectiva de avaliação alinha-se com a

proposta de uma escola mais democrática,

inclusiva, que considera as infindáveis

possibilidades de realização de aprendizagens

por parte dos estudantes. Essa concepção de

avaliação parte do princípio de que todas as

pessoas são capazes de aprender e de que as

ações educativas, as estratégias de ensino, os

conteúdos das disciplinas devem ser planejados

a partir dessas infinitas possibilidades de

aprender dos estudantes.

Hoje, é voz corrente afirmar-se que a avaliação

não deve ser usada com o objetivo de punir, de

classificar ou excluir. Usualmente, associa-se

mais a avaliação somativa a estes objetivos

excludentes. Entretanto, tanto a avaliação

somativa quanto a formativa podem levar a

processos de exclusão e classificação, na

dependência das concepções que norteiem o

processo educativo.

Se entendermos que os estudantes aprendem

de variadas formas, em tempos nem sempre

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63

tão homogêneos, a partir de diferentes

vivências pessoais e experiências anteriores

e, junto a isso, se entendermos que o papel da

escola deva ser o de incluir, de promover

crescimento, de desenvolver possibilidades

para que os sujeitos realizem aprendizagens

vida afora, de socializar experiências, de

perpetuar e construir cultura, devemos

entender a avaliação como promotora desses

princípios, portanto, seu papel não deve ser o

de classificar e selecionar os estudantes, mas

sim o de auxiliar professores e estudantes a

compreenderem de forma mais organizada

seus processos de ensinar e aprender. Essa

perspectiva exige uma prática avaliativa que

não deve ser concebida como algo distinto do

processo de aprendizagem.

A avaliação tem como foco fornecer informações

acerca das ações de aprendizagem e, portanto,

não pode ser realizada apenas ao final do

processo, sob pena de perder seu propósito.

Podemos chamar essa perspectiva de

avaliação formativa.

Segundo Allal (1986, p.176), “os processos de

avaliação formativa são concebidos para

permitir ajustamentos sucessivos durante o

desenvolvimento e a experimentação do

curriculum”.

Perrenoud (1999, p.143) define a avaliação

formativa como “um dos componentes de um

dispositivo de individualização dos percursos

de formação e de diferenciação das

intervenções e dos enquadramentos

pedagógicos”.

Outro aspecto fundamental de uma avaliação

formativa diz respeito à construção da

autonomia por parte do estudante, na medida

em que lhe é solicitado um papel ativo em seu

processo de aprender. Ou seja, a avaliação

formativa, tendo como foco o processo de

aprendizagem, numa perspectiva de interação

e de diálogo, coloca também no estudante, e

não apenas no professor, a responsabilidade

por seus avanços e suas necessidades. Para

tal, é necessário que o estudante conheça os

conteúdos que irá aprender, os objetivos que

deverá alcançar, bem como os critérios que

serão utilizados para verificar e analisar seus

avanços de aprendizagem. Nessa perspectiva,

a auto-avaliação torna-se uma ferramenta

importante, capaz de propiciar maior

responsabilidade aos estudantes acerca de

seu próprio processo de aprendizagem e de

construção da autonomia.

A avaliação formativa é aquela em que o

professor está atento aos processos e às

aprendizagens de seus estudantes. O

professor não avalia com o propósito de dar

uma nota, pois dentro de uma lógica

formativa, a nota é uma decorrência do

processo e não o seu fim último. O professor

entende que a avaliação é essencial para dar

prosseguimento aos percursos de

aprendizagem.

Continuamente, ela faz parte do cotidiano das

tarefas propostas, das observações atentas do

professor, das práticas de sala de aula. Por fim,

podemos dizer que avaliação formativa é aquela

que orienta os estudantes para a realização de

seus trabalhos e de suas aprendizagens,

ajudando-os a localizar suas dificuldades e suas

potencialidades, redirecionando-os em seus

percursos.

1. É fundamental

Transformar a prática avaliativa em prática de

aprendizagem.

2. É necessário

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Avaliar como condição para a mudança de

prática e para o redimensionamento do processo

de ensino/aprendizagem.

3. Avaliar

Faz parte do processo de ensino e de

aprendizagem: não ensinamos sem avaliar, não

aprendemos sem avaliar. Dessa forma, rompe-se

com a falsa dicotomia entre ensino e avaliação,

como se esta fosse apenas o final de um

processo.

A escola, portanto, não é apenas um local onde

se aprende um determinado conteúdo escolar,

mas um espaço onde se aprende a construir

relações com as “coisas” (mundo natural) e com

as “pessoas” (mundo social).

III - A CARACTERÍSTICA PROCESSUAL DA

AVALIAÇÃO

O poder de dar uma nota não raramente é usado

para induzir subordinação e controlar o

comportamento do estudante em sala.

Além disso, nem sempre o professor avalia

apenas o conhecimento que o estudante adquiriu

em um determinado processo de aprendizagem,

mas também seus valores ou atitudes. Dessa

forma, ao conceituarmos a avaliação escolar,

realizada nas salas de aula, devemos levar em

conta que são vários os aspectos incluídos

nesta definição: o conhecimento aprendido

pelo estudante e seu desenvolvimento, o

comportamento do estudante e seus valores e

atitudes.

Alguns desses aspectos são avaliados

formalmente (em provas, por exemplo),

mas outros são avaliados informalmente (nas

conversas com os estudantes, no dia-a-dia da

sala de aula). Investigar, portanto, como está

ocorrendo a avaliação em sua sala de aula –

considerando os aspectos formais e informais –

pode ser um bom começo para aprimorar as

práticas avaliativas usadas.

Em decorrência desses aspectos informais,

avaliamos muito mais do que pensamos

avaliar. Nas salas de aulas, estamos

permanentemente emitindo juízos de valor

sobre os estudantes (frequentemente de

forma pública). Esses juízos de valores vão

conformando imagens e representações entre

professores e estudantes, entre estudantes e

professores e entre os próprios estudantes.

Devemos ter em mente que, em nossa prática,

não estamos avaliando nossos estudantes e

crianças, mas as aprendizagens que eles

realizam.

IV - O COTIDIANO E SUAS POSSÍVEIS

PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO DAS

APRENDIZAGENS

Se, como professor, propicio sempre estudos em

grupo em sala de aula, no momento de avaliar

também devo manter uma certa coerência com

essa metodologia implementada em sala de aula.

Se mobilizo os estudantes a estarem sempre

identificando informações e pouco promovo

situações de análise e reflexão, tal competência

não será cobrada no momento da avaliação.

Primeiro ela terá que ser vivenciada pelos

estudantes no seu nível de desenvolvimento.

Os instrumentos

Há variadas formas de se elaborar instrumentos.

Eles podem ser trabalhos, provas, testes,

relatórios, interpretações, questionários etc.,

referenciados nos programas gerais de ensino

existentes para as redes escolares e que definem

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objetivos e conteúdos para uma determinada

etapa ou série, ou podem ser referenciados no

conhecimento que o professor tem do real

estágio de desenvolvimento de seus alunos e do

percurso que fizeram na aprendizagem.

É importante ressaltar também que os

resultados advindos da aplicação dos

instrumentos são provisórios e não

definitivos. O que o estudante demonstrou não

conhecer em um momento poderá vir a conhecer

em outro. A questão do tempo de

aprendizagem de cada estudante é um fator,

na maioria das vezes, pouco levado em

consideração.

Dessa forma, a coleta dos dados obtidos com os

instrumentos que se referenciam nos programas

gerais de ensino revelará aquilo que os

estudantes aprenderam ou não aprenderam.

O professor, porém, não necessita e não deve

limitar-se a um determinado tipo de instrumento.

Ele pode construir outros que sejam mais

sensíveis ao estágio de desenvolvimento

específico de seus alunos, confiando que tais

instrumentos proporcionarão a dimensão da

possibilidade, do “vir a saber”, revelando melhor

o papel inclusivo da escola e da educação, a

crença no potencial do aprendizado do

estudante.

Se bem planejados e construídos, os

instrumentos (trabalhos, provas, testes, relatórios,

portfólios, memoriais, questionários etc.) têm

fundamental importância para o processo de

aprendizagem ainda que não devam ser usados

apenas para a atribuição de notas na perspectiva

de aprovação ou reprovação dos estudantes.

A elaboração de um instrumento de avaliação

ainda deverá levar em consideração alguns

aspectos importantes:

a) a linguagem a ser utilizada: clara,

esclarecedora, objetiva;

b) a contextualização daquilo que se investiga:

em uma pergunta sem contexto podemos obter

inúmeras respostas e, talvez, nenhuma relativa

ao que, de fato, gostaríamos de verificar;

c) o conteúdo deve ser significativo, ou seja, deve

ter significado para quem está sendo avaliado;

d) estar coerente com os propósitos do ensino;

e) explorar a capacidade de leitura e de escrita,

bem como o raciocínio.

Na Educação Infantil, os(as) professores (as), de

um modo geral, já realizam uma avaliação muito

próxima da formativa, uma vez que exercem uma

avaliação mais contínua do processo das

crianças, desvinculada da necessidade de

pontuá-la com indicadores numéricos ou de outra

ordem, para fins de aprovação. As práticas

avaliativas na Educação Infantil, de um modo

geral, primam pela lógica da inclusão das

crianças com vistas à sua permanência e

continuidade nas creches, pré-escolas e escolas

de Ensino Fundamental.

A avaliação formativa é aquela que orienta os

estudantes para realização de seus trabalhos e

de suas aprendizagens, ajudando-os a localizar

suas dificuldades e suas potencialidades,

redirecionando-os em seus percursos.

Nesse sentido, como já vimos, um aspecto

fundamental de uma avaliação formativa diz

respeito à construção da autonomia por parte do

estudante, na medida em que lhe é solicitado um

papel ativo em seu processo de aprender.

Além disso, a avaliação formativa considera em

que ponto o estudante se encontra em seu

processo de aprendizagem.

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Para Villas Boas (2004), a avaliação formativa

é criteriada, ou seja, toma como referenciais

os objetivos e os critérios de avaliação, mas

ao mesmo tempo toma como referência o

próprio estudante. Isso significa que a análise

de seu progresso considera aspectos tais

como o esforço despendido, o contexto

particular do seu trabalho e o progresso

alcançado ao longo do tempo.

Consequentemente, o julgamento de sua

produção e o retorno que lhe será oferecido

levarão em conta o processo desenvolvido

pelo estudante e não apenas os critérios

estabelecidos para realizar a avaliação. A

avaliação formativa é realizada ao longo de

todo o processo de ensino e aprendizagem.

O professor, trabalhando na perspectiva da

avaliação formativa, não está preocupado no

dia-a-dia em atribuir notas aos estudantes,

mas em observar e registrar seus percursos

durante as aulas, a fim de analisar as

possibilidades de aprendizagem de cada um e

do grupo como um todo. Pode, dessa forma,

planejar e replanejar os processos de ensino,

bem como pode planejar as possibilidades de

intervenção junto às aprendizagens de seus

estudantes.

Em uma prática de avaliação formativa, o

instrumento de registro do professor deve ter o

propósito de acompanhar o processo de

aprendizagem de seus estudantes.

Dentro da perspectiva de uma avaliação

contínua, cumulativa, a Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional recomenda às Escolas de

Ensino Fundamental, em seu artigo 24:

“V - a verificação do rendimento escolar

observará os seguintes critérios:

a) avaliação contínua e cumulativa do

desempenho do aluno, com prevalência dos

aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos

resultados ao longo do período sobre os de

eventuais provas finais...”

Para sintetizar, são aspectos importantes de uma

prática de avaliação formativa: utilização de

instrumentos de avaliação diferenciados; auto

avaliação que leve a uma autorreflexão e maior

responsabilidade sobre sua própria

aprendizagem, retirando das mãos do professor

tal responsabilidade; utilização de diferentes

formas de registro da aprendizagem dos

estudantes; uma forte concepção de que se

avalia, especialmente, para dar continuidade à

aprendizagem dos estudantes e crianças e não

para medir ou dar notas.

DIVERSIDADE E CURRÍCULO

diversidade biológica e currículo;

diversidade cultural e currículo;

a luta política pelo direito à diversidade;

diversidade e conhecimento;

diversidade e ética;

diversidade e organização dos tempos e

espaços escolares

O currículo não está envolvido em um simples

processo de transmissão de conhecimentos e

conteúdos. Possui um caráter político e histórico

e também constitui uma relação social, no

sentido de que a produção de conhecimento nele

envolvida se realiza por meio de uma relação

entre pessoas.

Segundo Tomaz Tadeu da Silva (1995, p.194) o

conhecimento, a cultura e o currículo são

produzidos no contexto das relações sociais e de

poder. Esquecer esse processo de produção – no

qual estão envolvidas as relações desiguais de

poder entre grupos sociais – significa reificar o

conhecimento e reificar o currículo, destacando

apenas os seus aspectos de consumo e não de

produção.

O currículo não se restringe apenas a idéias e

abstrações, mas a experiências e práticas

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concretas, construídas por sujeitos concretos,

imersos em relações de poder. O currículo pode

ser considerado uma atividade produtiva e possui

um aspecto político que pode ser visto em dois

sentidos: em suas ações (aquilo que fazemos) e

em seus efeitos (o que ele nos faz).

Sendo assim,

“as narrativas contidas no currículo, explícita ou

implicitamente, corporificam noções particulares

sobre conhecimento, sobre formas de

organização da sociedade, sobre os diferentes

grupos sociais. Elas dizem qual conhecimento é

legítimo e qual é ilegítimo, quais formas de

conhecer são válidas e quais não o são, o que é

certo e o que é errado, o que é moral e o que é

imoral, o que é bom e o que é mau, o que é belo

e o que é feio, quais vozes são autorizadas e

quais não o são” (Silva, 1995, p. 195).

A produção do conhecimento, assim como sua

seleção e legitimação, está transpassada pela

diversidade. Não se trata apenas de incluir a

diversidade como um tema nos currículos. As

reflexões do autor nos sugerem que é preciso ter

consciência, enquanto docentes, das marcas da

diversidade presentes nas diferentes áreas do

conhecimento e no currículo como um todo: ver a

diversidade nos processos de produção e de

seleção do conhecimento escolar.

O autor ainda adverte que

“As narrativas contidas no currículo trazem

embutidas noções sobre quais grupos sociais

podem representar a si e aos outros e quais

grupos sociais podem apenas ser representados

ou até mesmo serem totalmente excluídos de

qualquer representação. Elas, além disso,

representam os diferentes grupos sociais de

forma diferente: enquanto as formas de vida e a

cultura de alguns grupos são valorizadas e

instituídas como cânone, as de outros são

desvalorizadas e proscritas. Assim, as narrativas

do currículo contam histórias que fixam noções

particulares de gênero, raça, classe – noções que

acabam também nos fixando em posições muito

particulares ao longo desses eixos (de

autoridade)”.(Silva, 1995, p. 195).

Segundo Silvério (2006), um dos aprendizados

trazidos pelo debate sobre o lugar da diversidade

e da diferença cultural no Brasil contemporâneo é

que a sociedade brasileira passa por um

processo de (re)configuração do pacto social a

partir da insurgência de atores sociais até então

pouco visíveis na cena pública. Esse contexto

coloca um conjunto de problemas e desafios à

sociedade como um todo. No que diz respeito à

educação, ou mais precisamente, à política

educacional, um dos aspectos significativos

desse novo cenário é a percepção de que a

escola é um espaço de sociabilidade para onde

convergem diferentes experiências socioculturais,

as quais refletem diversas e divergentes formas

de inserção grupal na história do país.

Mais do que uma multiplicidade de culturas, no

que se refere ao seu número, variedade ou

“pluralidade”, vivemos no contexto das diferentes

culturas, marcadas por singularidades advindas

dos processos históricos, políticos e também

culturais por meio dos quais são construídas.

Vivemos, portanto, no contexto da diversidade

cultural e esta, sim, deve ser um elemento

presente e indagador do currículo. A cultura não

deve ser vista como um tema e nem como

disciplina, mas como um eixo que orienta as

experiências e práticas curriculares.

Podemos indagar como a diversidade é

apresentada na Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional – LDB nº 9394/96,

entendida como a orientação legal para a

construção das diretrizes curriculares

nacionais dela advindas. No seu artigo 26, a

LDB confere liberdade de organização aos

sistemas de ensino, desde que eles se

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orientem a partir de um eixo central por ela

colocado: os currículos do ensino

fundamental e médio devem ter uma base

comum nacional que será complementada, em

cada sistema de ensino e em cada escola, por

uma parte diversificada. Esta última, segundo

a lei, é exigida pelas características regionais

e locais da sociedade, da cultura, da

economia e da clientela.

A incorporação da diversidade no currículo

deve ser entendida não como uma ilustração

ou modismo. Antes, deve ser compreendida

no campo político e tenso no qual as

diferenças são produzidas, portanto, deve ser

vista como um direito. Um direito garantido a

todos e não somente àqueles que são

considerados diferentes. Se a convivência

com a diferença já é salutar para a

reeducação do nosso olhar, dos nossos

sentidos, da nossa visão de mundo, quanto

mais o aprendizado do imperativo ético que

esse processo nos traz. Conviver com a

diferença (e com os diferentes) é construir

relações que se pautem no respeito, na

igualdade social, na igualdade de

oportunidades e no exercício de uma prática e

postura democráticas.

Diversidade e ética – além de indagar a relação

currículo e conhecimento, a discussão sobre a

diversidade permite-nos avançar em um outro

ponto do debate: a indagação sobre diversidade

e ética.

Como se pode notar, assumir a diversidade no

currículo implica compreender o nosso caminhar

no processo de formação humana que se realiza

em um contexto histórico, social, cultural e

político. Nesse percurso construímos as nossas

identidades, representações e valores sobre nós

mesmos e sobre os “outros”. Construímos

relações que podem ou não se pautar no respeito

às diferenças. Estas extrapolam o nível

interpessoal e intersubjetivo, pois são construídas

nas relações sociais. Será que nos relacionamos

com os “outros” presentes na escola,

considerando-os como sujeitos sociais e de

direitos?

O reconhecimento do aluno e do professor como

sujeitos de direitos é também compreendê-los

como sujeitos éticos.

A relação entre ética e diversidade nos coloca

diante de práticas e políticas voltadas para o

respeito às diferenças e para a superação dos

preconceitos e discriminações. Tomaremos como

exemplo dessas práticas a educação de pessoas

com deficiência, a educação dos negros e a

educação do campo.

A concepção de diversidade que orienta a

reflexão presente nesse texto: a diversidade é

entendida como a construção histórica, cultural e

social das diferenças. A construção das

diferenças ultrapassa as características

biológicas, observáveis a olho nu.

O debate sobre a inclusão de crianças com

deficiência revela que não basta apenas a

inclusão física dessas crianças na escola. Há

também a necessidade de uma mudança de

lógica, da postura pedagógica, da

organização da escola (seus tempos e

espaços) e do currículo escolar para que a

educação inclusiva cumpra o seu objetivo

educativo.

Diversidade e organização dos tempos e

espaços escolares – Um currículo que respeita

a diversidade precisa de um espaço/tempo

objetivo para ser concretizado.

Os currículos incorporam uma organização

espacial e temporal do conhecimento e dos

processos de ensino-Aprendizagem.

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Segundo Arroyo (2004a), a escola é também

uma organização temporal. Por isso, o currículo

pode ser visto como um ordenamento temporal

do conhecimento e dos processos de ensinar e

aprender. A organização escolar é ainda bastante

rígida, segmentada e uniforme em nossa

tradição, à qual todos(as) alunos e alunas

indistintamente têm de adequar seus tempos.

A tendência da escola é flexibilizar os tempos

somente para aqueles alunos e alunas

estigmatizados como lentos, desacelerados,

desatentos e/ou com problemas de

aprendizagem.

Quando refletimos sobre a lógica temporal, na

perspectiva da diversidade cultural e humana,

trazemos novas indagações e problematizações

a esse tipo de raciocínio ainda tão presente nas

escolas. Na realidade, a preocupação da escola

deverá ser dar a todos(as) o devido tempo de

aprender, conviver, socializar, formar-se,

consequentemente, ter como critério na

organização do currículo a produção de um

tempo escolar acolhedor e flexível que se

aproxime cada vez mais da dimensão cíclica e

complexa das temporalidades humanas.

O tempo para aprender não é um tempo curto. E,

além disso, a escola não é só um espaço/tempo

de aprendizagem. Ela é também um espaço

sociocultural e imprime marcas profundas no

nosso processo de formação humana. Por isso, a

organização escolar não pode ser reduzida a um

tempo empobrecido de experiências pedagógicas

e de vida.

Assim como o tempo, o espaço da escola

também não é neutro e precisa passar por um

processo de desnaturalização. Podemos dizer

que a escola enquanto instituição social se

realiza, ao mesmo tempo, como um espaço físico

específico e também sociocultural.

Para construir uma nova forma de organização

dos tempos teremos que superar a ideia de um

tempo linear, organizado em etapas em

ascensão, calcado na ideia de um percurso único

para todos e da produtividade. É preciso pensar o

tempo como processo, como construção histórica

e cultural.

A articulação entre currículo, tempos e espaços

escolares pressupõe uma nova estrutura de

escola que se articula em torno de uma

concepção mais ampla de educação, entendida

como pleno desenvolvimento dos(as) educandos

(as).

Dessa forma, os conteúdos escolares, a

distribuição dos tempos e espaços estarão

interligados a um objetivo central: a formação e

vivência socioculturais próprias das diferentes

temporalidades da vida – infância, pré-

adolescência, adolescência, juventude e vida

adulta.

Em consequência, o tempo escolar poderá ser

organizado de maneiras diversas, como, por

exemplo, em fluxos mais flexíveis, mais longos e

mais atentos às múltiplas dimensões da formação

dos sujeitos. Além disso, os critérios do que seja

precedente, do que seja reprovável/aprovável,

fracasso/sucesso serão redefinidos a fim de

garantir aos alunos e às alunas o direito a uma

educação que respeite a diversidade cultural e os

sujeitos nas suas temporalidades humanas.

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Educação e construção do conhecimento.

BECKER, FERNANDO.

O conhecimento não é dado nem nos objetos (empirismo) nem na bagagem hereditária (apriorismo). O conhecimento é uma construção. O sujeito age, espontaneamente - isto é, independentemente do ensino mas não independentemente dos estímulos sociais-, com os esquemas ou estruturas que já tem, sobre o meio físico ou social. Retira (abstração) deste meio o que é do seu interesse. Em seguida, reconstrói (reflexão) o que já tem, por força dos elementos novos que acaba de abstrair. Temos, então, a síntese dinâmica da ação e da abstração, do fazer e do compreender, da teoria e da prática. É dessas sínteses que emerge o elemento novo, sínteses que o apriorismo e o empirismo são incapazes de processar porque só valorizam um dos pólos da relação. Na visão construtivista, sujeito e meio têm toda a importância que se pode imaginar, mas essa importância é radicalmente relativa. Eu valorizo o sujeito na medida em que valorizo o objeto, e vice-versa. Como posso valorizar o indivíduo, subestimando o poder de determinação da sociedade? Como posso valorizar a sociedade, subestimando a capacidade de transformação do indivíduo? A novidade cria-se na exata medida da relação dinâmica entre indivíduo e sociedade, entre sujeito e objeto, entre organismo e meio. Observemos os depoimentos dos professores que se aproximam dessa concepção. Um deles afirma: "A criança adquire conhecimento acho que olhando o mundo, o ambiente. Sofrendo influência das coisas ao seu redor começa-se a estabelecer relações com este mundo.". Um outro diz: "A criança já traz parte do conhecimento. Adquire outra parte com o meio e constrói a partir disto.". Outro: "O bicho eu adestro, é estímulo-resposta. A criança envolve inteligência, pensamento divergente, ela questiona, vai além.".

Um outro: "Como professora procuro interferir o mínimo para que a criança toque, mexa, experimente e, para isso, o professor precisa ter um pouco de sensibilidade para perceber se o aluno está ou não a fim de algo.". E, finalmente, um outro diz: "Olha, o conhecimento é o domínio sobre o saber fazer, no sentido da especificidade do curso que eu trabalho [Arquitetura]. No outro sentido, vejo como aquilo que tu produziste sobre esse saber fazer.". O que isto tem a ver com a sala de aula? Se a concepção de conhecimento do professor, a sua epistemologia -na maior parte das vezes inconsciente, como vimos-for empirista, ele tenderá a seguir um determinado caminho didático-pedagógico. Ele ensinará a teoria e exigirá que seu aluno a aplique ã prática, como se a teoria originariamente nada tivesse a ver com práticas anteriores, e a prática não sofresse nenhuma interferência da teoria que a precedeu. Exigirá, ainda que seu aluno repita, inúmeras vezes, a teoria, até memorizá-la, pois ele é, originariamente, tábula rasa, folha de papel em branco, um "nada" em termos de conhecimento. Essa memorização consistirá, necessariamente, num empobrecimento da teoria, além de impedir que algo novo se constitua. É assim que funciona a quase totalidade de nossas salas de aula. Se a epistemologia do professor for apriorista, ele tenderá a subestimar o tremendo poder de determinação que as estruturas sociais, em particular a linguagem, têm sobre o indivíduo. Conceberá esse indivíduo como um semideus que já trazem si toda a sabedoria ou, pelo menos, o seu embrião. É claro que, inconscientemente(?), aceitará que só certos estratos sociais tenham tal privilégio: os não-índios, os não-negros, os não-pobres etc. Um ensino determinado por tais pressupostos tenderá a subestimar o papel do professor, o papel do conhecimento organizado etc., pois o aluno já traz em si o saber. Se, no entanto, o professor conceber o conhecimento do ponto de vista construtivista, ele procurará conhecer o aluno como uma síntese individual da interação desse sujeito com o seu meio cultural (político, econômico etc.). Não há tábula rasa, portanto. Há uma riquíssima

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bagagem hereditária, produto de milhões de anos de evolução, interagindo com uma cultura, produto de milhares de anos de civilização. Segundo PIAGET, o aluno é um sujeito cultural ativo cuja ação tem dupla dimensão: assimiladora e acomodadora. Pela dimensão assimiladora ele produz transformações no mundo objetivo, enquanto pela dimensão acomodadora produz transformações em si mesmo, no mundo subjetivo. Assimilação e acomodação constituem as duas faces, complementares entre si, de todas as suas ações. Por isso, o professor não aceita que seu aluno fique passivo ouvindo sua fala ou repetindo lições que consistem em dar respostas mecânicas para problemas que não assimilou (transformou para si). Conforme pudemos observar, esses dados - a fala dos professores- e, essas reflexões epistemológicas sugerem um caminho didático para a formação de professores: o docente precisa refletir, primeiramente, sobre a prática pedagógica da qual é sujeito. Somente então apropriar-se-á de teoria capaz de desmontar a prática conservadora e apontar para as construções futuras. A partir disso, uma simples mudança de concepção epistemológica não garante, necessariamente, uma mudança de concepção pedagógica ou de prática escolar, mas sem essa mudança de concepção-superando o empirismo e o apriorismo-certamente não haverá mudança profunda na teoria e na prática de sala de aula. A superação do apriorismo e, sobretudo, do empirismo é condição necessária, embora não suficiente, de avanços apreciáveis e duradouros na prática docente. A sala de aula deve ser inserida na História e no espaço social. O compromisso da Escola deve ser o de construir o novo, superando o arcaico, e não o de repetir, interminavelmente, o antigo. Nas palavras de PIAGET, nesta verdadeira obra-prima que é o Nascimento da Inteligência na Criança (p. 386), "as relações entre o sujeito e o seu meio consistem numa interação radical, de modo tal que a consciência não começa pelo

conhecimento dos objetos nem pelo da atividade do sujeito, mas por um estado indiferenciado; e é desse estado que derivam dois movimentos complementares, um de incorporação das coisas ao sujeito, o outro de acomodação às próprias coisas". Construtivismo é esta forma de conceber o conhecimento: sua gênese e seu desenvolvimento - e, por consequência, um novo modo de ver o universo, a vida e o mundo das relações sociais.

Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos

Podemos afirmar que existem três diferentes formas de representar a relação entre ensino e aprendizagem escolar ou, mais especificamente, entre o exercício da docência e as atividades de sala de aula: a) pedagogia diretiva; b) pedagogia não diretiva e, c) pedagogia relacional ou construtivista. Estas concepções podem constituir-se por epistemologias do senso comum, (a) empiristas ou (b) aprioristas, ou por (c) epistemologias críticas, como a construtivista ou relacional de base interacionista. Aquelas (a e b) têm se mostrado refratárias a toda a exuberante crítica da sociologia da educação, que se desenvolveu no país desde o final da década de 1970, e, mais recentemente, às críticas tanto da psicologia sócio histórica quanto das correntes multiculturalistas, pós-modernistas e pós-estruturalistas; daí a importância da opção pela epistemologia genética; (c) como capaz de realizar a necessária crítica às epistemologias do senso comum e apontar para novos caminhos pedagógicos e didáticos. E neste contexto teórico é que será possível trazer dentro da educação os notáveis avanços que ela produziu nas concepções de desenvolvimento e de aprendizagem humanos.

PEDAGOGIA DIRETIVA E SEU PRESSUPOSTO EPISTEMOLÓGICO

Professor aguarda que alunos entrem na sala, sentem e fiquem quietos e

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silenciosos para escutarem a preleção do professor.

As carteiras estão devidamente enfileiradas e afastadas o suficiente umas das outras para evitar que os alunos conversem entre si.

Se o silêncio e a quietude não se fizerem logo, o professor pedirá silêncio ou levantará a voz dirigindo repreensões até que a palavra seja monopólio seu. Quando isso acontecer, ele começará a dar a aula.

Como é essa aula?

O professor fala, e o aluno escuta.

O professor dita, e o aluno copia.

O professor decide o que fazer e, em geral, decide o mesmo de sempre, e o aluno executa.

O professor age assim porque acredita

que o conhecimento pode ser transmitido para o aluno. Ele acredita no mito da transmissão do conhecimento – do conhecimento como conteúdo conceitual, como estrita mensagem verbal.

Segundo a epistemologia que subjaz à prática desse professor, o indivíduo, ao nascer, nada tem em termos de conhecimento: é uma folha de papel em branco; é tabula rasa. É assim o sujeito na visão epistemológica desse professor: uma folha de papel em branco, um HD, um CD ou um pendrive sem nada gravado. Então, de onde vem o seu conhecimento (conteúdo) e, sobretudo, a sua capacidade de conhecer (estrutura)? Vem, de acordo com essa concepção, do meio físico ou social, por pressão desse meio. Empirismo é o nome dessa explicação do aumento dos conhecimentos. O professor considera que seu aluno é tabula rasa não somente quando ele nasceu como ser humano, mas frente a cada novo conteúdo enunciado na grade curricular da escola em que trabalha. A atitude, nós a conhecemos. O alfabetizador considera que seu aluno nada sabe em termos de leitura e escrita e que ele tem de

ensinar tudo – mito derrubado pela obra de Emília Ferreiro. Ela mostra o quanto a criança já se desenvolveu ao entrar pela primeira vez na escola. Mais adiante, frente à aritmética, o professor, novamente, vê seu aluno como alguém que nada sabe a respeito de somas e subtrações, multiplicações e divisões – mito derrubado por Piaget. Ele mostra como a noção de número é estruturada pela criança à revelia do ensino e, frequentemente, antes de entrar pela primeira vez na escola. Quando a criança entra na escola sem essa construção, a escola diz que ela não tem talento para aprender; o resultado é quase sempre o fracasso que a escola atribui ao aluno. No ensino médio, em uma aula de física, o professor vai tratar seu aluno como alguém desprovido de saber sobre espaço, tempo e relação causal. Já, na universidade, o professor de matemática olha para seus alunos, no primeiro dia de aula, e “pensa”: “60% já estão reprovados!”. Pensa assim porque os concebe, não apenas, como folha de papel em branco na matemática que ele vai ensinar, mas ainda os considera, devido à própria concepção epistemológica, estruturalmente incapazes de assimilar tal conhecimento. E, pior ainda, incapazes de construir estruturas que os tornem capazes de tal assimilação. Em uma palavra, o professor nutre a expectativa de que irão fracassar. Como se vê, a ação desse professor não é gratuita. Ela é legitimada, ou fundada teoricamente, por uma epistemologia, segundo a qual o sujeito é totalmente determinado pelo mundo do objeto ou, o que dá no mesmo, pelo meio, físico ou social ou, ainda, pelos estímulos ambientais. Quem representa este mundo, na sala de aula, é, por excelência, o professor. No seu imaginário, ele, e somente ele, pode produzir algum novo conhecimento no aluno. Acredita que o aluno aprende se, e somente se, ele ensinar; isto é, transmitir. O professor acredita no mito da transferência do conhecimento de uma pessoa para outra: o que ele sabe, não importa o nível de abstração ou de formalização, pode ser transferido ou transmitido diretamente para o aluno, por via verbal ou linguística. Tudo o que o aluno tem a fazer é submeter-se à fala do professor: parar, ficar em silêncio, prestar

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atenção e repetir o que foi transmitido tantas vezes quantas forem necessárias, copiando, lendo o que copiou, repetindo o que copiou, etc., até o conteúdo que o professor deu aderir em sua mente; isto é, até memorizá-lo, não importando se compreendeu ou não. Essa pedagogia, legitimada pela epistemologia empirista, configura o próprio quadro da reprodução da ideologia; reprodução do autoritarismo, da coação, da heteronomia, da subserviência, do silêncio, da morte da crítica, da criatividade, da curiosidade, da inventividade – de tudo aquilo que configura a atividade reflexiva, filosófica ou científica; morte, inclusive, da pergunta (Schuck Medeiros, 2005), que continua sendo reprimida pela docência atual ou, no mínimo, mal administrada. Nessa sala de aula, nada de novo acontece: novas perguntas são respondidas com velhas respostas. A certeza do futuro está na reprodução pura e simples do passado. A disciplina escolar – que tantas vítimas já causou – é exercida com todo rigor, sem nenhum sentimento de culpa, pois há uma epistemologia, originária do senso comum, inconsciente, que legitima essa pedagogia. O aluno, egresso dessa escola, será bem-recebido naquela faixa do mercado de trabalho que não se atualizou, não evoluiu, pois ele aprendeu a silenciar, mesmo discordando, perante a autoridade do professor, a não reivindicar coisa alguma, a submeter-se e a fazer um mundo de coisas sem sentido, sem reclamar, simplesmente porque foi mandado. Ele aprendeu na escola a fazer o que é mandado sem refletir sobre o sentido do seu fazer; evita de todos os modos pensar sobre isso. O produto pedagógico acabado dessa escola é alguém que renunciou ao direito de pensar e que, portanto, desistiu de sua cidadania e do seu direito ao exercício da política no seu mais pleno significado, que não se esforça mais “para não ser idiota” (Cortella e Janine Ribeiro, 2011): qualquer projeto que vise à alguma transformação social escapa a seu horizonte, pois ele deixou de acreditar que sua ação seja capaz de qualquer mudança. O cinismo, expresso em frases do tipo: “de nada adianta fazer qualquer coisa”, é seu jargão. O professor, representante do meio social ou do sistema educacional, da escola e do currículo no qual se insere a disciplina que leciona, determina

o aluno que é considerado tabula rasa frente a cada novo conteúdo. Nessa relação, o ensino e a aprendizagem são polos dicotômicos: acredita-se que o professor jamais aprenderá e o aluno jamais ensinará; tem-se a convicção que o professor sabe tudo e o aluno nada sabe.

PEDAGOGIA NÃO DIRETIVA E SEU PRESSUPOSTO EPISTEMOLÓGICO

Ele está mais nas concepções pedagógicas, psicológicas e epistemológicas do que na prática de sala de aula porque se trata de concepções subjacentes, mas pouco aplicáveis na prática. Pensemos, então, como seria a sala de aula de acordo com esse modelo.

O professor é um auxiliar do aluno, um facilitador, como definiu Carl Rogers (1902-1987).

O aluno já traz um saber ou uma capacidade de conhecer que ele precisa, apenas, trazer à consciência, organizar, ou, ainda, rechear de conteúdo.

O professor deve interferir o mínimo

possível.

Qualquer ação que o aluno decida fazer é, a priori, boa, instrutiva.

É o regime do laissez-faire: deixar fazer,

que o aluno encontrará por si mesmo o caminho.

O professor deve “policiar-se” para interferir o mínimo possível.

O professor não diretivo acredita que o

aluno aprende por si mesmo. Ele pode, no máximo, auxiliar a aprendizagem do aluno, “despertando” o conhecimento que já existe nele. -Ensinar? -Nem pensar! Ensinar prejudica o aluno.

Como diz um professor (Becker, 2011):

“Ninguém pode transmitir. É o aluno que aprende. O processo é mais centrado no aluno”. Outro professor afirma: “[...] você não transmite o conhecimento. Você oportuniza, propicia, leva a pessoa a conhecer”. Outro, ainda: “[...] acho que ninguém pode ensinar ninguém; pode

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tentar transmitir, pode tentar mostrar [...]; acho que a pessoa aprende praticamente por si [...]”.

Que epistemologia sustenta esse modelo pedagógico, frequentemente confundido com construtivismo? A epistemologia que fundamenta essa postura pedagógica é a apriorista. “Apriorismo” vem de a priori, isto é, aquilo que é posto antes como condição do que vem depois. – O que é posto antes? – A bagagem hereditária; diríamos, hoje, o genoma. Essa epistemologia acredita que o ser humano nasce com o conhecimento já programado na sua herança genética, no seu genoma. Basta um mínimo de exercício para que se desenvolvam ossos, músculos e nervos e assim a criança passe a postar-se ereta, engatinhar, caminhar, correr, andar de bicicleta, subir em árvore, jogar futebol, competir em olimpíadas... assim também ocorreria com o conhecimento, de acordo com essa postura. Confunde-se desenvolvimento cognitivo com maturação biológica. Piaget (1959, 1974, p. 55) deixa claro que a maturação biológica é condição necessária do desenvolvimento, mas de modo algum suficiente. Nesse modelo tudo está previsto. É suficiente proceder a ações quaisquer para que tudo aconteça em termos de conhecimento. A interferência do meio – físico ou social – deve ser reduzida ao mínimo. As ações espontâneas farão a criança transitar por fases de desenvolvimento, cronologicamente fixas, que são chamadas de “estágios”. O professor, imbuído de uma epistemologia apriorista – inconsciente, ou quase totalmente inconsciente – renuncia àquilo que seria a característica mental da ação docente: a intervenção no processo de aprendizagem do aluno. Ora, o poder que é exercido sem reservas, com legitimidade epistemológica, no modelo anterior, é aqui escamoteado. Ora, a trama de poder, em qualquer ambiente humano pode ser disfarçada, mas não suprimida. Acontece que, na escola, há limites disciplinares intransponíveis.

Se o modelo diretivo predomina na escola pública, o não diretivo predomina nas escolas da rede privada. Traduzindo em relação pedagógica o modelo epistemológico apriorista, temos: O aluno, pelas suas condições prévias, determina a ação – ou omissão – do professor. Nessa relação, o polo do ensino é desautorizado, e o da aprendizagem, ou do aluno, é tornado absoluto. A relação vai perdendo sua fecundidade na exata medida dessa absolutização. Em outras palavras, a relação torna-se impossível na medida mesma em que pretende avançar. Ensino e aprendizagem não conseguem fecundar-se mutuamente: a aprendizagem por julgar-se autossuficiente, e o ensino por ser proibido de interferir. O resultado é um pseudoprocesso que caminha inevitavelmente para o fracasso, com prejuízo imposto a ambos os polos. O professor é despojado de sua função, “sucatado”. O aluno, guindado a um status que ele não tem, nem poderia sustentar. A aprendizagem de alguns será explicada como mérito do talento e a não aprendizagem de muitos, como déficit herdado, impossível de ser superado.

PEDAGOGIA RELACIONAL E SEU PRESSUPOSTO EPISTEMOLÓGICO

O professor e os alunos entram na sala de aula.

O professor traz algum material – algo

que, presume, tem significado para os alunos. Propõe que eles explorem o material – cuja natureza depende dos destinatários: crianças de pré- -escola, de ensino fundamental, adolescentes de ensino médio, universitários, etc.

Esgotada a exploração do material, com ampla troca de ideias a respeito, o que pode ser feito no interior de pequenos grupos, o professor dirige um determinado número de perguntas, explorando, sistematicamente, diferentes aspectos temáticos propiciados pelo material. Pode solicitar, em seguida, que os alunos representem – desenhando, pintando, escrevendo, fazendo cartunismo, dramatizando, etc. – o que elaboraram.

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A partir daí, discutem-se a direção, a problemática, o material da(s) próxima(s) aula(s), questionando-se sobre o que funcionou melhor, o que ficou precário, o que não funcionou ou deu errado.

As matérias que envolvem laboratório constituem campo aberto para todo tipo de experiência e para avaliação contínua das experiências e das aprendizagens a que elas deram lugar.

Como se vê, a presença do professor reveste-se de enorme importância, mas sua ação não se esgota nele mesmo; ela se prolonga nas ações dos alunos. Por que o professor age assim? Porque ele acredita, ou, melhor, compreende (teoria), que o aluno só aprenderá alguma coisa, isto é, construirá algum conhecimento novo, se ele agir e problematizar a própria ação, apropriar-se dela e de seus mecanismos íntimos. A condição prévia para isso é que consiga assimilar o problema proposto; sem assimilação não haverá acomodação. Em outras palavras, ele sabe que há duas condições necessárias para que algum conhecimento novo seja construído: (a) que o aluno aja (assimilação) sobre o material – objeto, experimento, texto, afirmação, cálculo, teoria, pesquisa, modelo, conteúdo específico, observações, dados coletados, reação química ou física, etc. – que o professor resume que tenha algo de cognitivamente interessante, ou melhor, significativo ou desafiador para o aluno; (b) que o aluno responda para si mesmo (acomodação), sozinho ou em grupo, às perturbações provocadas pela assimilação do material, ou que se aproprie, em um segundo momento, não mais do material, mas dos mecanismos íntimos de suas ações sobre esse material: o que ele fez, por que fez dessa maneira, o que funcionou, o que deu errado, por que deu errado, de que outra maneira poderia ter feito.

Realizar-se-á tal processo por reflexionamento e reflexão (Piaget, 1977/1995, p. 274), a partir das questões levantadas pelos próprios alunos e das perguntas levantadas pelo professor, e dos desdobramentos que daí ocorrerem. O professor construtivista não acredita no ensino, em seu sentido convencional ou tradicional, pois não acredita que um conhecimento (conteúdo) e, menos ainda, uma condição prévia de conhecimento (estrutura) possam transitar, por força do ensino, da cabeça do professor para a cabeça do aluno, da mente do professor para a do aluno; não acredita na transmissão de conhecimento como conteúdo e, menos ainda, como forma ou estrutura. A transmissão social existe, mas ela não acontece se o polo transmissor não contar com um polo receptor ativo, com estruturas já construídas capazes de assimilar o que foi transmitido. [...] a linguagem transmite ao indivíduo um sistema completamente preparado de noções, de classificações, de relações, e, em suma, um potencial inesgotável de conceitos, que se reconstrói, em cada indivíduo, sobre o modelo multissecular já feito pelas gerações anteriores. Mas sabemos que em toda esta coleção a criança começa por aprender somente o que lhe convém, ignorando soberbamente tudo o que ultrapasse seu nível mental. Mesmo aquilo que aprende é assimilado segundo sua estrutura intelectual: uma palavra destinada a transmitir um conceito geral engendra apenas um preconceito semi--individual e semissocializado (a palavra “pássaro” evocará, então, o canário familiar, etc.). (Piaget, 1947/1972, p. 204-205) O professor não acredita na tese de que a mente do aluno é tabula rasa, isto é, que o aluno, frente a um conhecimento novo, seja totalmente ignorante e tenha de aprender tudo da estaca zero, não importando o estádio de desenvolvimento em que se encontre. Ele acredita que tudo o que o aluno construiu até hoje em sua vida serve de patamar para continuar a construir e que alguma porta se abrirá para o novo conhecimento – é só questão de descobri-la; ele descobre isso por construção. Aprendizagem é, por excelência, construção na medida em que é viabilizada pela construção de estruturas cognitivas realizadas no plano do desenvolvimento.

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Professor e aluno determinam-se mutuamente, mediados pelos conteúdos. O professor tem todo um saber construído, sobretudo em uma determinada direção do saber elaborado (repertório cultural da humanidade). Esse professor, que age segundo o modelo pedagógico relacional, professa uma epistemologia também relacional. Ele concebe a criança (o adolescente, o adulto), seu aluno, como de posse de uma história de conhecimento já percorrida; por exemplo, a aprendizagem da língua materna – ou das línguas maternas, nos casos de bi ou trilinguismo. Essa aprendizagem é um fenômeno que não deve ser subestimado; ousaria dizer que a criança que fala uma língua tem condições, respeitado seu nível cognitivo, de aprender qualquer coisa. Aliás, o ser humano, ao nascer, não é tabula rasa. Antes, ao contrário, traz uma herança biológica que é o oposto da “folha de papel em branco” da concepção empirista. Para Piaget, mentor por excelência de uma epistemologia relacional, não se pode exagerar a importância da bagagem hereditária nem a importância do meio social. O que jamais se deve fazer é tornar 1 desses polos exclusivos, absolutizá--lo. Ao contrário, deve-se pô-los em relação, dialetizá-los. Faz-se isso encarando o desenvolvimento cognitivo como função de formas diferenciadas de dois processos entre si complementares: a assimilação e a acomodação (Piaget, 1936), a adaptação e a organização (Piaget, 1967/1973), o reflexionamento e a reflexão (Piaget, 1977/1995). Piaget rejeita, no entanto, a crença de que a bagagem hereditária já traga, em si, programados, os instrumentos (estruturas) do conhecimento e segundo a qual bastaria o processo de maturação para tais instrumentos se manifestarem em idades previsíveis, segundo “estágios” cronologicamente fixos (apriorismo). Rejeita, de outro lado, que a simples pressão do meio social sobre o sujeito determinaria nele, mecanicamente, a acumulação de conhecimentos-conteúdos (empirismo) por uma memória também mecânica. Para ele a

inteligência é memória, mas não apenas memória; é ação e coordenação das ações em níveis cada vez mais diferenciados. Para Piaget, o conhecimento tem início quando o recém-nascido age, assimilando alguma coisa do meio físico ou social. Esse conteúdo assimilado, ao entrar no mundo do sujeito, provoca, ali, perturbações, pois traz consigo algo estranho, para o qual a estrutura assimiladora não tem instrumento para responder. Urge, então, que o sujeito refaça seus instrumentos de assimilação em função dessa estranheza – que pode ser pequena ou grande. Esse refazer-se, da parte do sujeito, é a acomodação (ou a reflexão); é ela que produz novidades. É esse movimento, essa ação que refaz o equilíbrio perdido; porém, o refaz em outro nível, criando algo novo no sujeito. Esse algo novo fará com que as próximas assimilações sejam diferentes das anteriores, sejam melhores: equilibração majorante, isto é, o novo equilíbrio será mais consistente e abrangente que o anterior, mais capaz de responder a desafios. O sujeito constrói – daí CONSTRUTIVISMO – seu conhecimento em duas dimensões complementares, como conteúdo e como forma ou estrutura; como conteúdo ou como capacidade, ou condição prévia de assimilação de qualquer conteúdo. O professor que pensa conforme a epistemologia genética acredita que seu aluno é capaz de aprender sempre. Essa capacidade precisa, no entanto, ser vista sob duas dimensões, complementares entre si. A estrutura, ou condição prévia de todo aprender, que indica a capacidade lógica do aluno, e o conteúdo ou aquilo que ele assimila. Lembremos que, para Piaget (1967/1973), a estrutura é orgânica (cérebro, sinapses, neurotransmissores...) antes de ser formal; e, mesmo sendo formal, jamais deixará de ser orgânica. A dinamização ou, melhor, a dialetização do processo de aprendizagem exige, portanto, dupla atenção do professor. Este, além de ensinar, precisa aprender o que seu aluno já construiu até o momento – condição prévia das aprendizagens futuras; o professor precisa saber em que

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patamar de desenvolvimento encontra-se o aluno. O aluno, por sua vez, precisa aprender o que o professor tem a ensinar (conteúdos da disciplina ou da cultura formalizada); isso desafiará a intencionalidade de sua consciência (Freire, 1979) ou provocará um desequilíbrio (Piaget, 1936; 1975), que exigirá do aluno respostas em duas dimensões complementares: em conteúdo e em estrutura. Para Freire, o professor, além de ensinar, aprende; e o aluno, além de aprender, ensina. Nessa relação, professor e alunos avançam no tempo. As relações de sala de aula, de cristalizadas – com toda a dose de monotonia e tédio que as caracteriza – passam a ser fluidas. O professor construirá, a cada dia, a sua docência, dinamizando seu processo de aprender. Os alunos construirão, a cada dia, a sua “discência”, ensinando, aos colegas e ao professor, novos saberes, noções, conceitos, objetos culturais, teorias, comportamentos. Farão perguntas, muitas delas banais, mas outras que desafiarão o professor. Mas o que avança mesmo nesse processo é a condição prévia de todo aprender ou de todo conhecimento, isto é, a capacidade construída de, por um lado, apropriar-se criticamente da realidade física ou social e, por outro, de construir sempre mais e novos conhecimentos ou capacidades. A tendência, nessa sala de aula, é a de superar, por um lado, a disciplina policialesca e a figura autoritária do professor que a representa, e, por outro, a de ultrapassar o dogmatismo do conteúdo. Não se trata de instalar um regime de anomia (ausência de regras ou leis de convivência), ou o laissez-faire, nem de esvaziar o conteúdo curricular; estas são características do segundo modelo epistemológico com o qual se confunde, frequentemente, uma proposta construtivista. Trata-se, antes, de criticar, radicalmente, a disciplina policialesca e construir uma disciplina intelectual e regras de convivência, o que permite criar um ambiente fecundo de aprendizagem. Trata-se, também, de recriar os conhecimentos que a humanidade já criou (pois não há outra forma de entender-se a aprendizagem, segundo a psicologia genética piagetiana, pois só se

aprende o que é recriado para si) e, sobretudo, de criar conhecimentos novos: novas respostas para antigas perguntas e novas perguntas refazendo antigas respostas; e, não em última análise, respostas novas para perguntas novas. Trata-se, numa palavra, de construir o mundo que se quer, e não de reproduzir ou repetir o mundo que os antepassados construíram para eles ou herdaram de seus antepassados. Construir o mundo que se quer à base do respeito radical ao outro – pessoas, instituições, culturas, meios ambientes, etc. – pois é no outro que reside a condição e a possibilidade da transformação do eu. O resultado de uma sala de aula assim configurada é a construção e a descoberta do novo, é a criação de uma atitude de busca e de coragem que essa busca exige. Essa sala de aula não reproduz o passado pelo passado, mas se debruça sobre o passado porque aí se encontra o embrião do futuro que emergirá das ações que se seguem a cada nova opção. Vive-se intensamente o presente à medida que se constrói o futuro, buscando no passado sua fecundação.

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Avaliação em larga escala: foco na

escola.

WERLE, Flávia Obino Corrêa (org.).

As avaliações de larga escala na educação básica brasileira, cujo planejamento, implementação e resultados estão a cargo de agências externas às instituições escolares avaliadas, focalizam, primordialmente, a aprendizagem dos alunos, por meio da obtenção de resultados generalizáveis ao sistema de ensino, com vistas a mobilizar esforços para a sua melhoria. Tais instrumentos avaliam os sistemas escolares, as escolas e as redes de escolas por meio de testes aplicados aos alunos.

Werle (2010, p.22) ressalta que é importante diferenciar Avalição Externa, de Avaliação em Larga Escala. Para a autora, Avaliação Externa é quando uma empresa especializada neste tipo de consultoria avalia a instituição, podendo abranger todas as ações da escola ou apenas parte delas. Já a Avaliação em Larga Escala é um processo amplo envolvendo diferentes tipos de avaliações, realizada por empresa especializada, porém pretende avaliar o sistema de ensino num todo (todas as escolas de determinado nível ou série) geralmente focada ao nível de aprendizagem dos alunos.

As avaliações em larga escala são vistas pelo Governo como uma prestação de contas à sociedade, permitindo uma maior transparência no emprego do dinheiro público, servindo também para aperfeiçoar projetos, auto avaliar escolas e sistemas, diagnosticar situações escolares. (Werle, 2010, p.25)

Werle (2011 p.23) relata que as avaliações tem um foco muito delimitado e serve para refletir sobre o funcionamento e a realização da educação no conjunto do Sistema, fornecendo dados somente sobre eles.

Por ser externa à dinâmica professor-aluno, ela é independente e avalia de maneira uniforme os alunos que possuem diferentes professores. Em geral, ela também é padronizada para garantir a comparabilidade dos resultados da rede ao longo dos anos.

A aplicação em larga escala tira do foco da avaliação do aluno e coloca a escola/ rede/ município ou estado.

Dessa forma, a avaliação em larga escala busca avaliar de maneira independente e comparável ao longo do tempo, a educação de uma determinada região.

Para garantir que seu objetivo seja atingido, a avaliação externa de larga escala tem alguns requisitos:

Definição clara do que é avaliado, ou seja, o que se espera que cada aluno em cada etapa escolar seja capaz de fazer;

Comparabilidade ao longo do tempo; Capacidade de embasar indicadores

que facilitem a tomada de decisões.

Werle (2010) caracteriza a avaliação em larga

escala como sendo um procedimento amplo que

visa obter resultados gerais dos sistemas de

ensino, realizado por agências técnicas a partir

de testes e medidas, utilizando-se ou não de

procedimentos amostrais que envolvem

diferentes tipos de avaliação.

Os resultados obtidos nas avaliações em larga

escala, segundo Werle (2010) subsidiam e

possibilitam aos que vivenciam o cotidiano

escolar e aos que constroem políticas públicas

para educação refletir sobre os “fracassos e

avanços” obtidos nos testes padronizados.

O panorama das políticas educacionais evidencia

também a emergência de tecnologias digitais na

administração da educação e a centralização do

controle que elas proporcionam. A padronização

de áreas, indicadores e critérios presente nos

instrumentos de coleta de dados retira a escola

de um patamar de auto identidade formulada a

partir de seu próprio olhar para lançá-la como

organização caracterizada por uma linguagem

padrão universalizante e unificadora.

Werle (2010) destaca, no entanto que as

avaliações em larga escala não substituem,

colidem ou se sobrepõe às avaliações de

aprendizagem na sala de aula ou avaliações

institucionais.

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Nesse sentido, que a avaliação em larga escala

serve para determinar a qualidade de ensino nas

escolas,

As avaliações em larga escala são

caracterizadas por objetivarem alcançar de

acordo critérios postos pelo MEC a

implementação de projetos à longo prazo que

visem alcançar e demonstrar que as escolas

brasileiras são e oferecem educação de

qualidade. Tais projetos partem de a necessidade

das escolas trabalharem com aprendizagens de

componentes curriculares específicos e

metodologia estatística com amostras e

populações, sendo que os resultados são

organizados por tabelas e gráficos que

possibilitam comparações entre estados, cidades,

escolas e demais modalidades, podendo

inclusive ser rankiadas. (WERLE, 2010).

Werle (2010) delimita três planos de

segmentação e superposição de avaliações em

larga escala com foco na educação básica:

Em âmbito federal com o SAEB e Prova

Brasil, Provinha Brasil que destina-se as

séries iniciais para verificar o processo de

alfabetização, ENEM e SISU, que

destinam ao ensino médio e ingresso nas

universidades e ENCCCEJA que destina-

se a Educação de Jovens e Adultos;

Em âmbito estadual, em que os estados

avaliam seus sistemas de ensino de

acordo com o que objetivam, como

exemplo o SARESP, no estado de São

Paulo;

Em âmbito municipal, em que os

municípios promovem avaliações para

analisar seus sistemas de ensino, como

exemplo SAREM, no município de Marília-

SP.

Fonte:

WERLE, Flávia Obino Corrêa (org.). Avaliação

em larga escala: foco na escola. São Leopoldo:

Oiko; Brasília: Liber Livro, 2010.

CORESETTI, Berenice; WERLE, Flávia O. C.;

FRITSCH, Rosangela (orgs.). Avaliação em larga

escala. Políticas e práticas. São Leopoldo,

OIKOS: 2015.

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Cultura escrita e educação: Conversas de Emília Ferreiro com

José Antonio Castorina, Daniel Goldin e Rosa María Torres.

Emília Ferreiro

"A escrita é importante na escola, por que é importante fora dela e não o contrário”.

Primeira Jornada - A alfabetização como problema teórico e político

Destacam-se as complexas relações entre a aproximação teórica e as práticas educativas, que trazem à discussão a dimensão política implícita na Educação.

Os testes: uma questão teórica? Emília Ferreiro cita que o problema dos testes pode ser visto como um problema acadêmico e político. Recebera muitas propostas para elaborá-los, mas os considerava um negócio editorial e meros instrumentos de discriminação. Ela sabia que era difícil propor uma política de não-discriminação. Seu argumento era: enquanto a língua escrita não estiver democraticamente distribuída entre a população, o acesso à infor-mação vinculada à língua escrita tampouco será acessível de uma maneira igualitária, e qualquer prova de conhecimento sobre a língua escrita, aplicada no começo do Ensino fundamental, terá um efeito discriminador. Não era questão de substituir um mau teste por outro melhor, mas ir contra essa política.

Começar a pensar a aquisição da língua escrita

A pesquisadora acredita estarem vinculadas a perspectiva puramente metodológica e a ideia de que as condições de aprendizagem da escrita são puramente uma lista de habilidades sensório-motoras, mas que elas não são iguais. Ela cita que lutou contra os métodos, apesar deles serem muito discutidos. Em consequência disso, hoje alguns concluem que essa posição não conduz a nenhuma alternativa metodológica, ou que tais desenvolvimentos teóricos inibem qualquer possibilidade de considerar alternativas pedagógicas gerais ou didáticas específicas. O que não se compreende é que são momentos de um processo.

Segundo Emilia, a proposta metodológica deve considerar os processos de assimilação, que são mecanismos fundamentais para aquisição de conhecimento. Toda proposta do adulto, para ser realmente entendida, deve ser assimilada pela criança.

No início da vida escolar é que são detectadas as dificuldades com a escrita. E, realmente, saber o que acontece com aprendizagem da leitura é um dado crucial para entender os fenômenos de repetência inicial porque o fracasso escolar inicial está centrado na língua escrita.

Antigamente, a visão que existia era a instrumental, segundo a qual escrita é uma técnica de transcrição de sons em formas gráficas e vice-versa. Ferreiro então argumenta: "Dessa perspectiva técnico-instrumental nada há que conhecer, simplesmente há coisas para memorizar e reter...". Nesse sentido, Emilia afirma que uma visão psicológica prévia deve estar vinculada à metodologia de ensino, dei-xando de lado a visão instrumental que se tinha. Isso foi difícil porque o conhecimento sobre a escrita estava em estado virgem, e poucos linguistas da época falaram sobre o assunto.

A construção de um novo objeto conceitual

Ferreiro afirma que, para gerar novas práticas alfabetizadoras mais democráticas, é preciso promover pesquisas, e consequentes práticas. Deve-se mudar a ideia preestabelecida do objeto de estudo, e apoiar-se sobre mudanças já realizadas. Alfabetização implica um trabalho conceitual e o problema reside na concepção do sistema da escrita como sistema de representação, e não na noção pontual dos aspectos sonoros da linguagem.

Inicialmente, elas interrogaram crianças de seis anos, e logo depois partiram para a faixa dos três anos, e as opiniões inesperadas apareceram. Apresentavam às crianças algumas palavras que sabiam ser usadas pelos professores, e perguntavam se elas as conheciam, usaram o método da palavra geradora, ou seja, que consiste em apresentar uma palavra, dividi-la primeiro em sílabas e logo depois em letras. Depois vai se juntando, isto é, fazendo o processo inverso - decompor e recompor. Algumas crianças disseram coisas muito interessantes, mas não foram obtidos resultados reveladores, pelo menos naquele momento.

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Configurou-se, na pesquisa, o ingrediente de formação piagetiana: em um modelo de experimentação em que se trabalham com respostas corretas e erradas, as respostas exóticas não causam dificuldade, só são mais uma das erradas. Todavia, com a formação piagetiana clássica, sabemos que justamente as respostas que apresentam desvios são as que dão melhor informação para entender como se pensa antes de pensar convencionalmente e como se chega a pensar convencionalmente.

Quando as crianças conseguem coordenar as semelhanças e as diferenças entre duas escritas, sendo uma transformação da outra, a interpretação das mesmas é resolvida mantendo-se uma família semântica. Esse princípio é o mesmo na história da escrita principalmente os textos de Gelb e Cohen. Gelb considerou as escritas silábicas como prévias às alfabéticas e isso foi visto nas crianças: no momento em que começam a entender que os rabiscos (as letras) têm algo em comum com pedaços da linguagem, buscam unidades menores que as palavras e encontram a sílaba. De diversos pontos de vista, é mais racional que se chegue a fazer um recorte em sílabas do que em fonemas; o fonema é uma entidade muito abstrata.

Sociogênese e psicogênese da língua escrita

Ela relata que, com sua pesquisa, ficou mais claro que a criança constrói sistemas interpretativos que são baseados mais em correspondências de significados do que em cor-respondências sonoras. E quando começa a estabelecer correspondências sonoras, não iniciava com as unidades que pretendem os adultos, que são os fonemas, mas com outro tipo de unidade: a sílaba. Isso vai de encontro à visão escolar tradicional, que é atomística, alheia a toda noção de sistema.

A domesticação da escrita na escola

A pesquisadora piagetiana afirma que a escrita não era objeto de ninguém, com exceção do professor do primeiro ano do Ensino Fundamen-tal, que havia se apropriado dele de tal maneira que o havia transformado, ou seja, a escrita havia sido transformada de objeto social para objeto escolar: a escola faz a domesticação do objeto. O objeto da escrita no mundo social é um objeto selvagem. A escola decide que letras e combi-nações são apresentadas em certa ordem e

constrói sequências com a boa intenção de facilitar a aprendizagem. Essa transformação da escrita em um objeto de propriedade escolar exclusiva fez com se perdesse algumas funções que a justificaram como objeto de importância social. A escrita transformou-se em um ins-trumento para passar de ano.

Pesquisar e atuar

Emilia cita que a pesquisa que fez é a chamada básica, a qual foi útil para compreender fenômenos de aprendizagem ignorados até então, mas sem ter pretendido de imediato modificar a realidade. A pesquisadora apresenta, também, a importância da pesquisa para o professor como fonte de conhecimento e novas práticas educativas. Isso influencia sua atuação em sala de aula, pois possibilita a aplicação de novas ideias que surgiram a partir de pesquisas realizadas. Ela considera que um professor deve ter uma atitude investigativa, porque isso quer dizer que é alguém que pensa e, portanto, continua aprendendo. E isso não cabe só ao professor: a atitude investigativa é boa para qualquer profissional.

O estudo de um novo campo

No diálogo entre Goldin e Ferreiro, é citado que historiadores começam a documentar práticas de leitura que abrangem outras disciplinas, o que ajuda na compreensão da complexidade da alfabetização. As fronteiras entre as disciplinas começam a ser derrubadas, e inicia-se uma leitura antropológica, histórica, linguística e também psicológica da escrita. Isso modifica a concepção da escrita, pois abre espaço para diálogos inéditos.

Ferreiro cita o exemplo da história evolutiva, como era conhecida a história da escrita nos anos 80. Ela começa com sistemas pictográficos que depois se transformam na possibilidade de utilizar um desenho não para referir-se ao objeto em questão, mas para aludir a outro objeto cujo nome soasse igual. Na história evolutiva, todos os sistemas prévios ao alfabeto foram considerados deficientes: faltava alguma coisa a todos. Eram considerados preparatórios até a conquista do alfabeto. Este era considerado perfeito: simples, econômico, fácil de aprender; permitia escrever tudo que se quisesse.

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Mas com as novas descobertas, mudou-se a forma de apreciar os fenômenos. Emilia cita o exemplo de Piotr Michalowsky, que sustentou que os sistemas de escrita foram criados como sistemas e que em sua origem são mistos, isso porque no começo há signos ideográficos; há signos fônicos que geralmente são silábicos e há signos silenciosos, que indicam categorização dos elementos. Essa ideia não admitia uma origem pictográfica dos sistemas. Esse conceito se estendeu a outros acadêmicos, que também recusaram a ideia da pictografia como primeira etapa da história da escrita, porque era muito duvidoso que o que chamavam de "a ordem do desenho" tivesse evoluído até se tornar a escrita, afinal o desenho teve seu desenvolvimento próprio, inclusive nesta época.

Ferreiro relata que naquele momento se deu conta do que se faltava fazer em relação às escritas: renunciar ao protótipo da escrita per-feita, o alfabeto, e analisá-la por si mesma, sem compará-la ao protótipo. A partir daí, é possível ver a existência dos elementos não alfabéticos, como a separação entre palavras, por exemplo, ou até mesmo a pontuação. A pesquisadora piagetiana afirma que a evolução histórica dos sistemas alfabéticos partiu do seguinte princípio: introduziu elementos gráficos que apontam para o semântico, para categorias do que se diz, violando os princípios alfabéticos.

A partir da grande descoberta do alfabeto, foram introduzidas marcas que já não correspondiam aos princípios fundamentais de criação desse sistema. Apenas recentemente as pessoas, inclusive os linguistas, animam-se a falar do ideográfico dentro do sistema alfabético; porque antes, se falássemos desse tipo de coisas, parecia que se faltava com o respeito à sua própria escrita.

Os sistemas de escrita se desenvolveram por distintas necessidades sociais, deparando-se com o fato de que não é possível mover-se em um só nível de análise. É compreensível que tanto os sistemas atuais como os originários sejam mistos, porque expressam os diferentes modos de analisar as unidades linguísticas e a necessidade de dar conta desses diferentes modos de analisar unidades e níveis de análise que a própria escrita ajudou a descobrir. Todos esses achados permitiram ver aspectos do

processo de alfabetização que antes não podiam ser detectados.

Segunda Jornada - Com e a partir de Piaget A língua escrita a partir da teoria

psicogenética

Piaget propunha uma função semiótica geral a partir do momento em que as crianças manifestam distinguir o significante do significado (jogo simbólico e linguagem são os melhores indicadores). Ele primeiro chamou-a de função simbólica e depois de função semiótica.

A autora sustenta em sua tese que a aquisição de um sistema de símbolos socialmente individuais não é a mesma coisa que a de um sistema organizado. A escrita tem uma existência social além das vontades individuais.

Terceira Jornada - A importância da reflexão

teórica

Fala sobre a importância da teoria no campo da pesquisa cientifica em matéria de educação e sobre os diferentes conflitos epistêmicos que motivam o desenvolvimento intelectual da criança.

O dado: leitura, escrita, ou as ideias sobre o escrito?

Paradoxalmente, Ferreiro diz que a ela não interessa a leitura e nem a escrita, o que a interessa é que tipos de ideias o sujeito constrói sobre o escrito. É importante considerar que o dado que manejamos não é a folha produzida por uma criança. O dado é o resultado das condições de produção, que podem ser diferentes. O dado é a intenção, o próprio processo de produção, que está pronto e a interpretação que faz, uma vez que o produto está terminado conforme seu ponto de vista, diz Ferreiro.

Emilia diz que se a escrita oferece uma representação, o leitor deve reconstruir o objeto que não está ali, mas que foi representado, deixando de lado muitas de suas propriedades essenciais para uma comunicação eficaz. Por outro lado, é preciso levar em conta que para a criança uma escrita é um conjunto de letras e não uma letra isolada, ou seja, um composto de partes. Assim concebida a escrita, a letra não é

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interpretável; o que é interpretável é a composição de partes.

A escrita como representação

No processo de objetivação da língua, a escrita parece cumprir um papel fundamental, assim como na reflexão metalinguística, na criação de um vocabulário propriamente metalinguístico e na reflexão gramatical, diz Ferreiro.

A escrita foi depreciada ao ser concebida como uma representação infiel da fala e, ao mesmo tempo, como uma simples convenção, uma pura atividade artificial. A partir dessa ideia puramente instrumental da escrita, há unidades na fala que têm correspondência com unidades no escrito. As unidades parecem ser dadas; pelo aspecto gráfico, porque existem as letras, e pelo aspecto sonoro, porque os fonemas foram descritos.

Emilia afirma que há um problema com os termos que usamos: "representação" é um termo particularmente ambíguo e, em psicologia, é um termo que serve para tudo. Realmente, representação mental refere-se, sem dúvida, a um fenômeno interior, mas o temo "representação" não tem por que aludir somente à interioridade. Representação é o conjunto de atividades que as sociedades desenvolveram em graus diversos, que consistem em dar conta de certo tipo de realidade, com certos tipos de propósitos, em uma forma bidimensional.

É necessário que tenhamos consciência de que a escrita é um sistema de representação cujo vínculo com a linguagem oral é muito mais complexo do que alguns admitem. A autora dá exemplos de casos de fenômenos de entonação tão importantes na comunicação oral: palavra com sentido irônico, depreciativo, elogioso, admirativo, não transcreve a entonação; não há representação da entonação não escrita equivalente a representação das palavras. Ferreiro afirma que quando as crianças começam a aprendizagem sistemática da escrita, sabem que a entonação é muito importante e sabem disso perfeitamente: sabe distinguir perguntas de pseudoperguntas, afirmações, ordens, etc.

Ressalta-se a importância do nome próprio; além de ser uma identificação insubstituível, ajuda a

reconhecer que a ordem das letras no interior de uma palavra não é aleatória e que a primeira tem um valor de indicador fundamental para o restan-te. Permite ter uma espécie de abecedário básico, com o qual algumas crianças conseguem escrever quase tudo, utilizando as letras de seu nome, mas em outra ordem.

Teorizar para quê?

Emilia Ferreiro justifica seu interesse pelas ideias das crianças por causa de sua formação piagetiana. "Se pensamos que os esquemas assimiladores são realmente importantes para entender a realidade, acreditamos também na importância das teorias, e as teorias são de ordem distinta, são teorias menores ou maiores, teorias mais gerais ou mais locais, mas enfim, teorias. O que procuro é como a criança teoriza sobre a escrita, porque quero contribuir para criar a ciência da escrita, e essa ciência também será, em parte, uma reconstrução das teorizações que a “humanidade fez sobre a escrita".

Ferreiro relata que um dos benefícios que se tem em conhecer as ideias das crianças é pôr em xeque a ideia ingênua que um adulto já alfabetizado tem sobre o que é escrita. Uma das coisas que permite aos adultos relacionados com o ensino da escrita repensarem sua própria relação com a escrita é entender que a criança tem uma visão legítima sobre a escrita, mesmo sendo diferente. A legitimação da visão da criança passa por lhe reconhecer a racionalidade e, no momento em que se estabelece isto, deve-se dialogar com essa racionalidade a partir de outra racionalidade, e não simplesmente descartá-la.

De alguma maneira, a educação não é contemplação e, por isso é, em certa medida, um ato de violência. O educador quer que a criança chegue a certo ponto, e não quer limitar-se a um ato de contemplação. Contudo, concebe as ideias originais que as crianças têm não como um conjunto de disparates ou ideias engraçadinhas, mas como um sistema coerente, entenderá que construir teorias é algo muito próprio da infância e dos adultos que continuam aprendendo, diz Ferreiro.

Quarta Jornada - Itinerários

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A repercussão dos sistemas de escrita no desenvolvimento da criança

A pesquisadora diz que as pessoas que vinham de práticas inspiradas em Paulo Freire receberam bem o livro. Encontraram algo que dava uma resposta técnica e não somente ideológica, porque embora o livro não seja didático, e não pretenda sê-lo, permite a quem tem a inquietação de encontrar algo tecnicamente eficiente e que seja consistente em termos ideológicos de pensar didaticamente.

No Brasil, considerou-se que essa proposta era congruente com uma visão não-discriminadora, que não classificava as crianças em "as que não podem aprender" e "as que podem", com uma ideia evolutiva que, por um lado, permite reconhecer conhecimentos prévios mesmo nas crianças marginalizadas e, por outro, caracteriza o professor como quem sabe mais, mas não como quem já sabe tudo.

Os períodos de evolução: problemas conceituais

Ferreiro relata que o modo de periodizar o desenvolvimento da criança é sempre muito complicado. Tem-se uma periodização de tipo macro em que todos podemos concordar, mas, ao fazer uma periodização mais detalhada, começa o problema do que é que se privilegia realmente.

As denominações usadas pela autora são: pré-silábico, silábico e alfabético. O período silábico alfabético é quando, às vezes, a criança analisa algumas sílabas em termos de sons elementares, e outras, parece não analisar e propõe uma letra para uma sílaba e, às vezes, duas letras para uma sílaba. Momentaneamente, ela descreveu como um período de transição, em que há um fe-nômeno misto, como algo a ser superado, precisamente por que há uma oscilação entre um e outro tipo de regularidade.

Novas linhas de investigação

O multilinguismo e alfabetização é um dos temas fundamentais da escola do século XXI, diz Ferreiro. Ou aceitamos que a globalização corre parelha com o inglês como língua dominante, ou defendemos a pluralidade linguística como algo que enriquece a espécie humana. É necessário

aprender a alfabetizar em contextos multilíngues, nem se fale em bilíngues.

Ferreiro afirma que antes é preciso denunciar certos preconceitos. Toda investigação sobre bilinguismo em nível oral tem uma distorção muito forte, a de considerar o bilinguismo como uma situação rara e o monolinguismo como uma situação normal. "Até agora vimos a alfabetização em uma língua e em um sistema de escrita; com se atrever a pensá-la em mais de uma língua e em vários sistemas de escrita? É preciso atrever-se a pensar que o multilinguismo é a situação normal e que talvez o monolinguismo seja um déficit, ou seja, dar uma volta no eixo da normalidade".

Dentro das novas linhas de investigação, além da defesa da pluralidade linguística como algo que enriquece a espécie humana, cita outro trabalho: a construção de unidades de análise, em que se busca saber quais são as unidades do falante pré-alfabetizado e quais as que reconhece na fala depois de estar alfabetizado.

Quinta Jornada - A escrita descontextualizada, a escola em seu contexto

A escola e o professor frente à mudança

A pesquisadora piagetiana afirma que a escola é uma das instituições mais conservadoras que existem na sociedade. As mudanças no sistema escolar são lentíssimas. "Desde a ciência, estamos lutando com uma concepção pré-científica. Além do tema específico ser leitura, história ou geografia, lutamos contra um fenô-meno universal que desemboca em uma incompreensão total do que é aprender e do que é ensinar".

O professor tem que falar, explicar, e as crianças têm que escutar, prestar atenção, repetir, reter. Supõe-se que assim funcionam as culturas de tradição oral.

Grande parte da experiência escolar teria de ser o aprendizado das rotas que levam ao saber acumulado durante séculos pela humanidade, mas continua sendo o professor o que sabe, e o sabe tudo. Ele é quem decide quando recorrer ao livro, diz Emilia. Ela ainda afirma que os professores não estão preparados para trabalhar com livros, no plural; ele está capacitado para trabalhar com um livro, que é o que ele

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domestica a sua maneira. O professor deveria encarar isso como uma oportunidade sensacional de capacitação e deixar de ser o depositário de uma tradição que não o habilita a trabalhar com diversos livros.

A diversidade na escola e a escola frente à

diversidade

Ferreiro diz que os espaços, os quais a cultura não escolástica criou para que outros espaços naturais da escrita dentro da sala de aula, geraram muito temores, porque parece que se ultrapassou uma fronteira. Há tempos fala-se que a escola tem que se abrir para a realidade, deixar a realidade entrar, sair em busca da realidade. Mas isso não acontece, as fronteiras entre o que é próprio e inerente à escola e o que é exterior ainda estão muito marcadas.

No caso dos livros, ainda se tem muito que fazer. Deve-se romper as barreiras existentes entre os livros didáticos e os não-didáticos. O professor deve aprender a lidar com muitos livros e deixar as crianças lerem, mesmo que seja uma leitura sem controle. Ler é um bem em si mesmo.

Emilia afirma que o problema do livro-padrão ou do livro didático único está vinculado à criança única, à criança-padrão, à criança modelo interno ou personificado em algum de seus tantos perfis das crianças de quatro ou cinco anos. Qualquer criança que difira do padrão que os professores de alguma maneira têm internalizado é uma possível candidata a não avançar no ritmo desejado, a não chegar na meta estipulada.

Segundo Emilia, negar a heterogeneidade e buscar a homogeneidade é querer aproximar-se de um modelo, quer dizer, de um padrão social-mente consensual. Porém, isso acontece em todos os níveis.

Deve-se ver a diversidade entre as crianças como uma vantagem a ser explorada didaticamente, e não como um problema a ser resolvido.

Sexta Jornada - Críticas e Contracríticas

Uma proposta sofisticada Quando questionada sobre para que ter tanta sofisticação em suas propostas educacionais, Ferreiro argumenta dizendo:

A pedagogia está longe de ter rigor científico de outras disciplinas, mas tenta; ela tem as mesmas possibilidades de ob-ter avanços como as outras.

Negar a possibilidade de ter um saber acumulado que vai sendo aperfeiçoado é grave, porque conduz a educação a qualquer um com boa vontade e um pouco de entusiasmo.

Acreditar na impossibilidade de investigação pedagógica é negar possibilidades de avanços.

O mito de que "nos velhos tempos tudo foi melhor" teria de ser aprovado pelos fatos, conclui Ferreiro. A crise dos métodos tradicionais é agra-vada, precisamente, quando se enfrenta os desafios da alfabetização universal. É nesse ponto que a crise se torna mais aguda e que se torna evidente que alguns métodos funcionavam bem não porque o método fosse bom, mas porque se estava agindo sobre crianças que já tinham uma informação básica bastante sólida. Tal informação não foi verificada, nem é verificada hoje em dia, por que é mais fácil supor que chegaram ignorantes à escola.

Alfabetizar em uma realidade mutante

O profissional de ensino deve ser curioso, ter a sensação e que não aprendeu tudo, e que é possível continuar aprendendo. O principal é ter respeito pela criança.

Grande parte dos objetivos escolares que estão vinculados à alfabetização está totalmente defasada em relação às exigências extraescolares. Parte do que percebemos como crise mundial da alfabetização tem a ver om essa defasagem. Houve uma mudança substancial muito importante nas exigências da alfabetização extraescolar, e a escola não quer se dar conta disso.

O mundo moderno é cada vez mais urbano, e a escrita tem um lugar cuja relevância não existe em âmbitos não-urbanos. O uso da informação escrita tende a aumentar. Nas cidades mais desenvolvidas, os seres humanos são substituídos por cartazes com instruções e máquinas diante das quais é preciso reagir se-guindo passos em certa ordem e seguindo instruções que é preciso compreender.

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A defasagem entre a escola e o mundo externo existe de uma maneira muito drástica. O assunto de "por que tanto barulho" tem de ser colocado em termos das exigências de alfabetização que o mundo moderno exige e que a escola não pode ignorar. Houve muitos diagnósticos sobre essa situação, os quais os franceses chamavam de illettrisme, ou seja, o iletrismo. Iletrismo é diferente de analfabetismo. Um analfabeto seria aquele que não passou pela escola, que não aprendeu. O iletrado seria aquele que passou pela escola e, apesar disso, não lê.

Ferreiro afirma que a pessoa que sai da escola precisa ser capaz de continuar sua formação por seus próprios meios. Deve saber buscar a informação e saber utilizá-la; saber selecionar, julgar, discernir.

Sétima Jornada - Contraponto

Falar e escrever

Todo indivíduo, adulto ou criança, por mais analfabeto que seja, vive em uma cultura letrada, pode antecipar algo sobre o que se escreve e estabelecer uma fronteira muito clara entre o que pertence ao domínio oral e o que é do domínio escrito. A diferença entre escrita e oralidade deve ser estabelecida desde o começo. A separação não existe em nível oral. Ninguém fala fazendo pausas entre cada palavra, mas escrevemos assim, e o leitor usa a informação de separação de palavras bastante cedo.

Quem controla a aprendizagem?

A pesquisadora argumenta que o sujeito é ativo na construção do conhecimento e organizador da informação. A resistência reside na dificuldade se reconhecer aprendizagens feitas em contextos não controlados e reconhecer na criança em desenvolvimento uma grande organizadora da informação.

O problema da caligrafia, por exemplo, é fácil de resolver, diz Ferreiro. Temos a máquina de escrever, ou o teclado; este é um bom instru-mento didático. Ela deixou de ser um valor em si mesmo, embora não em todas as culturas. O problema da legibilidade do escrito não é o mes-mo que o problema da caligrafia; é um problema relativo à escrita manual. Em relação à ortografia,

a criança deve aprender a ser revisor de si mesma, de seu próprio texto. Ela deve ver seu texto não como produtora, mas como leitora.

A cultura escrita na primeira infância

Emilia afirma que as crianças devem aprender a língua escrita na pré-escola, ou seja, aos quatro ou cinco anos de idade. É necessário expor a criança a um ambiente em que se possa aprender, que não proíba aprender, que tenha livros, que circule a informação sobre a língua escrita: é evidente que o ambiente por si não é o que alfabetiza. A simples presença do objeto não garante conhecimento, mas a ausência do objeto garante o desconhecimento, diz Ferreiro.

A pesquisadora relata que a repetência tem estreita relação a como se ensina e como se aprende a ler e escrever na escola. A repetência, para a pesquisadora, é a expressão muito mais a incapacidade do sistema escolar para dar conta de aprendizagens diferenciadas do que a incapacidade do indivíduo para aprender. Ela não é justificável nem psicológica, nem pedagogicamente.

Planejamento e avaliação de políticas educativas

A escola é uma instituição que deve gerar aprendizagem, inventando e medindo saberes escolares, onde é criada a possibilidade de se aproximar do conhecimento como um processo de produção que não é alheio, diz Emilia. O problema é que a vocação de ser professor está cada vez mais desprestigiada. Existe a deterioração da profissão em termos sociais.

O problema é complexo: os países não se desenvolvem se a proporção entre universitário e estudantes de educação básica não melhora. O milênio vai terminar sem que o problema da alfabetização tenha sido resolvido; não se pode depositar no sistema escolar toda a responsabili-dade da mudança. É preciso buscar outros agentes, para que haja um compromisso sério de toda a sociedade. Alguns agentes que seriam fundamentais na mudança são os jornalistas e os editores de jornal, sem falar de organismos internacionais, como a UNESCO, a UNICEF e a ONU. Mas o que acontece é que a única instituição que pode ser controlada é a escola, e é aquela que exigimos mais mudanças, diz

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Ferreiro. E, sozinha, a escola não consegue re-sultados.

O multilinguismo, o multiculturalismo e a questão indígena

Não se criam espaços para refletir sobre a estrutura das línguas indígenas, sobre sua organização, para transformá-la realmente em objeto de reflexão. A língua indígena na educa-ção indígena é considerada como língua de alfabetização e nada mais.

No México, todo debate concentra-se na língua de alfabetização. As gramáticas das línguas indígenas que existem são todas feitas por linguistas para linguistas; não há um texto de gramática da língua indígena acessível a um professor indígena comum e corrente.

Ferreiro afirma que é um assunto muito delicado, porque se trata de um conflito que se dá, por um lado, entre dar prioridade à consolidação da escrita de uma língua e, por outro, dar prioridade às necessidades de aprendizagem das crianças.

Fonte:

FERREIRO, Emília. Cultura escrita e educação: Conversas de Emília Ferreiro com José Antonio Castorina, Daniel Goldin e Rosa María Torres. Porto Alegre: Artmed, 2001.

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AVALIAR PARA PROMOVER: As Setas do

Caminho

Jussara Hoffmann

Para Hoffmann, o trajeto a ser percorrido, quando

praticamos a avaliação, é impulsionado pelo

inusitado, pelo sonho, pelo desejo de superação,

pela vontade de chegar ao objetivo/destino que

vai sendo traçado, assim como quando

realizamos o caminho a Santiago de Compostela,

na Espanha. Da mesma forma, avaliar necessita

da conversa uns com os outros, para

compartilhar dos sentimentos de conquista, da

compreensão das setas.

A ousadia do ato de avaliar, neste caminho, tem

o sentido de avançar sempre: promover e a

autora nos apresenta as setas do caminho.

Capítulo 1 – Buscando Caminhos

A avaliação, compreendida como a avaliação da

aprendizagem escolar, deve servir à promoção,

isto é, acesso a um nível superior de

aprendizagem por meio de uma educação digna

e de direito de todos os seres humanos.

Hoffmann é contrária à ideia de que primeiro é

preciso mudar a escola e a sociedade para

depois mudar a avaliação. Pelo contrário, a

avaliação, por ser uma atividade de reflexão

sobre os próprios atos, interagidos com o meio

físico e social, influi e sofre a influência desse

próprio ato de pensar e agir. Assim, é a avaliação

reflexiva que pode transformar a realidade

avaliada.

Para transformar a escola, lugar em que ocorre a

gestão educacional de um trabalho coletivo, é

necessário que ocorra uma reflexão conjunta de

professores, alunos e comunidade, pois a partir

disso desencadeiam-se processos de mudança

muito mais amplos do que a simples modificação

das práticas de ensino.

Rumos da Avaliação neste século

O problema da avaliação da aprendizagem tem

sido discutido intensamente neste último século.

Nas últimas décadas, adquiriu um enfoque

político social, que intensificou a pesquisa sobre

o assunto.

A tendência, dentre os principais estudiosos do

assunto, é a de procurar superar a concepção

positivista e classificatória das práticas avaliativas

escolares (baseada em verdades absolutas,

critérios objetivos, medidas padronizadas e

estatísticas) em favor de uma ação consciente e

reflexiva sobre o valor do objeto avaliado, as

situações avaliadas e do exercício do diálogo

entre os envolvidos.

Dessa maneira, assume-se conscientemente o

papel do avaliador no processo, dentro de um

dado contexto, que confere ao educador uma

grande responsabilidade por seu compromisso

com o objeto avaliado e com sua própria

aprendizagem - a de como ocorre o processo

avaliativo.

Essa reflexão envolve os próprios princípios da

democracia, cidadania e direito à educação, que

se contrapõem às concepções avaliativas

classificatórias, que se fundamentam na

competição, no individualismo, no poder, na

arbitrariedade, que acabam enlaçando tanto os

professores quanto os alunos em suas relações

pessoais verticais e horizontais.

A avaliação a serviço da ação

A contraposição básica estabelecida por este

princípio é estabelecida entre uma concepção

classificatória de avaliação da aprendizagem

escolar e a concepção de avaliação mediadora.

A avaliação mediadora, fundada na ação

pedagógica reflexiva, implica necessariamente

uma ação que promova melhoria na situação

avaliada. Em se tratando da avaliação da

aprendizagem, sua finalidade não é o registro do

desempenho escolar, mas sim a observação

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contínua das manifestações de aprendizagem

para desenvolver ações educativas que visem à

promoção, a melhoria das evoluções individuais.

Da mesma forma, a avaliação de um curso só

terá sentido se for capaz de possibilitar a

implementação de programas que resultem em

melhorias do curso, da escola ou da instituição

avaliada.

No entanto, a despeito das inovações propostas

pela nova LDB (9394/ 96), observa-se na maioria

das escolas brasileiras, de todos os níveis, a

dificuldade para incorporar e compreender a

concepção de avaliação mediadora. Em seus

regimentos escolares enunciam-se objetivos de

avaliação contínua, mas, ao mesmo tempo,

estabelecem-se normas classificatórias e

normativas, o que revela a manutenção das

práticas tradicionais e a resistência à

implementação de regimes não seriados, ciclos,

programas de aceleração, evidenciando o caráter

burocrático e seletivo que persiste no país.

É a compreensão e definição da finalidade da

avaliação da aprendizagem que deve nortear as

metodologias e não o inverso, como se tem

observado até agora.

A autora resume os princípios básicos – as setas

do caminho – a seguir, apontando para onde

vamos:

A finalidade da avaliação mediadora é subsidiar o

professor, como instrumento de

acompanhamento do trabalho, e a escola, no

processo de melhoria da qualidade de ensino,

para que possam compreender os limites e as

possibilidades dos alunos e delinear ações que

possam favorecer seu desenvolvimento, isto é, a

DE PARA

Avaliação para classificação, seleção, seriação. Avaliação a serviço da aprendizagem, da

formação, da promoção da cidadania.

Atitude reprodutora, alienadora, normativa Mobilização em direção à busca de

sentido e significado da ação.

Intenção prognóstica, somativa, explicativa e de

desempenho.

Intenção de acompanhamento

permanente de mediação e intervenção

pedagógica favorável a aprendizagem.

Visão centrada no professor e em medidas

padronizadas de disciplinas fragmentadas.

Visão dialógica, de negociação,

referenciada em valores, objetivos e

discussão interdisciplinar.

Organização homogeneizada, classificação e

competição.

Respeito às individualidades, confiança

na capacidade de todos, na interação e

na socialização.

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finalidade da avaliação é promover a evolução da

aprendizagem dos educandos e a promoção da

qualidade do trabalho educativo.

Regimes seriados versus regimes não-

seriados

Uma das maiores dificuldades de compreensão

das propostas educacionais contemporâneas

reside no problema da organização do regime

escolar em ciclos e outras formas não seriadas. A

razão dessa dificuldade reside justamente no

apego às ideias tradicionais às quais se vinculam

o processo de avaliação classificatória e seletiva.

Os regimes seriados estabelecem oficialmente

uma série de obstáculos aos alunos, por meio de

critérios pré-definidos arbitrariamente como

requisitos para a passagem à série seguinte. Os

desempenhos individuais dos alunos são

utilizados para se comparar uns com os outros,

promovendo os "melhores" e retendo os "piores".

As diferenças individuais são reconhecidas, não

como riqueza, mas como instrumento de

dominação de uns poucos sobre muitos.

Os regimes não seriados, ao contrário,

fundamentam-se em concepções

desenvolvimentistas e democráticas, focalizando

o processo de aprendizagem, e não o produto. O

trabalho do aluno, a aprendizagem, é comparado

com ele próprio, sendo possível observar sua

evolução de diversas formas ao longo do

processo de ensino-aprendizagem, reconhecer

suas possibilidades e respeitá-las. Dessa forma,

a avaliação contínua adquire o significado de

avaliação mediadora do processo de

desenvolvimento e da aprendizagem de cada

aluno, de acordo com suas possibilidades e da

promoção da qualidade na escola.

Isso está longe de ser menos exigente, rigorosa e

mais permissiva. Pelo contrário, essa

organização de trabalho escolar exige a

realização de uma prática pedagógica que

assuma a diversidade humana como riqueza, as

facilidades e dificuldades de cada um como parte

das características humanas, que devem ser

respeitadas e, ao fazê-lo, novas formas de

relações educativas se constituem a partir da

cooperação e não da competição.

Deste modo, se torna possível acolher a todos os

alunos, porque não há melhores nem piores,

sendo que, num processo de avaliação

classificatória, estes últimos, "os piores" estarão

predestinados ao fracasso e à exclusão.

Provas de recuperação versus estudos

paralelos

A ideia de recuperação vem sendo concebida

como retrocesso, retomo. As provas de

recuperação se confundem com a recuperação

das notas já alcançadas, com repetição de

conteúdo.

Estudos paralelos de recuperação são próprios a

uma prática de avaliação mediadora. Neste

processo o conhecimento é construído entre

descobertas e dúvidas, retomadas, obstáculos e

avanços. A progressão da aprendizagem, nos

estudos paralelos, está direcionada ao futuro do

desenvolvimento do aluno.

Os estudos paralelos precisam acompanhar os

percursos individuais de formação dos alunos e

considerar os princípios da pedagogia

diferenciada, para a qual nos chama a atenção

Perrenoud (2000), que alerta:

“o que caracteriza a individualização dos

percursos não é a solidão no trabalho, mas o

caráter único da trajetória de cada aluno no

conjunto de sua escolaridade”.

Nesse sentido, o reforço e a recuperação (nas

suas modalidades contínua, paralela ou final) são

considerados parte integrante do processo de

ensino e de aprendizagem para atendimento à

diversidade das características, das

necessidades e dos ritmos dos alunos.

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Cada professor estabelece uma relação

diferenciada de saber com seus alunos. É

compromisso seu orientá-los na resolução de

dúvidas, no aprofundamento das noções, e a

melhor forma de fazê-lo é no dia-a-dia da sala de

aula, contando com a cooperação de toda a

turma.

Conselhos de classe versus "conselhos de

classe"

Os conselhos de classe vêm sendo realizados,

em grande parte das escolas, orientados por

modelos avaliativos classificatórios e com caráter

sentencitivo - se propondo a deferir uma

sentença ao aluno. Nestas sessões, o privilégio

ao passado é evidente.

Hoffman defende que esta deve ser uma ação

voltada para o futuro, de caráter interativo e

reflexivo, deliberadora de novas ações que

garantam a aquisição de competências

necessárias à aprendizagem dos alunos.

Os momentos do conselho de classe precisam

ser repensados pelas escolas e serem utilizados

para a ampliação das perspectivas acerca dos

diferentes jeitos de ser e de aprender do

educando que interage com outros educadores e

com outros conhecimentos. As questões

atitudinais não devem ocupar um tempo enorme

em detrimento das questões do ensino-

aprendizagem.

Para Hoffman...projetar a avaliação no futuro dos

alunos significa reforçar as setas dos seus

caminhos: confiar, apoiar, sugerir e,

principalmente, desafiá-los a prosseguir por meio

de provocações significativas.

Uma atividade ética

Não basta desenvolver a avaliação educacional a

serviço de uma ação com perspectiva par o

futuro, mas torná-la referência para decisões

educativas pautadas por valores, por posturas

políticas, fundamentos filosóficos e

considerações sociais.

Os protagonistas da avaliação precisam ser

levados a refletir sobre o que fazem e por que

fazem. As práticas educacionais exigem, além de

conhecimento, metodologia, trabalho científico, a

inclusão da dimensão ética e sensível. Nesse

sentido programas e projetos desenvolvidos para

dar conta de problemas apresentados para o

estudo de uma área de conhecimento ou para

resolver questões de determinadas escolas,

estariam respondendo às dimensões ético-

políticas neste contexto avaliativo.

As reformas educacionais

Oriundas de posturas políticas que não devem se

sobrepujar aos atos educativos, as novas

medidas em avaliação educacional afetam os

sentimentos dos atores envolvidos, por se tratar

de uma atividade prática, ética em seu sentido

mais original, porque está embasada em juízo de

valor.

Não concordamos que deva haver regra única

em avaliação, ainda que elencada no bojo de

diretrizes unificadoras das reformas

educacionais, porque cada situação envolve a

singularidade dos participantes do processo

educativo.

Não encontramos mecanismos únicos,

classificatórios que deem conta da complexidade

do ato avaliativo. É preciso considerar, como

alerta Morin, a complexidade inerente a tal

finalidade.

A participação das famílias

Os pais devem participar da escolaridade de

seus filhos, considerando, entretanto, a natureza

do envolvimento; a realidade social destes pais; a

constituição de suas famílias; a luta pela

sobrevivência, etc., nos faz ponderar que as

dificuldades de aprendizagem dos alunos não

podem ser atribuídas às famílias, muito menos o

trabalho de superação destas dificuldades não

pode recair sob a responsabilidade destes, mas

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dos profissionais que atuam nas escolas, bem

como são de sua responsabilidade a aquisição

de atitudes e habilidades que favoreçam o

enriquecimento das relações interpessoais no

ambiente escolar.

É compromisso dos pais acompanhar o processo

vivido pelos filhos, dialogar com a escola, assumir

o que lhes é de responsabilidade.

Promover o diálogo entre os pais e os

professores é função da escola, que não significa

atribuir a eles a tarefa da escola.

A educação inclusiva

Num processo de avaliação mediadora, a

promoção se baseia na evolução alcançada pelo

aluno, na sua singularidade e de acordo com

suas possibilidades, desde que se tenha

garantido as melhores oportunidades possíveis à

aprendizagem e ao desenvolvimento de todos e

de cada um.

Nesse contexto, a responsabilidade pelo fracasso

não pode ser atribuída ao aluno, às suas

dificuldades ou à sua incapacidade. A

responsabilidade pelo desenvolvimento da

aprendizagem contínua do aluno recai sobre os

educadores e sobre a comunidade.

Dessa compreensão decorre o princípio da

educação inclusiva: oferecer ao aluno

oportunidade máxima de aprendizagem e de

inserção social, em condições de igualdade

educativa, isto é, oferece ao aluno condições

adequadas de aprendizagem de acordo com

suas características, suas possibilidades. Isso

significa encontrar meios para favorecer

aprendizagem de todos os alunos.

Assim, são professores e escolas que precisam

adequar-se aos alunos e não os alunos que

devem adequar-se às escolas e aos professores.

A, dimensão da exclusão de muitos alunos da

escola pode ser medida:

• pela constatação das práticas reprovativas

baseadas em parâmetros de maturidade e de

normalidade;

• pela ocorrência dos encaminhamentos de

alunos para classes e escolas especiais por erros

na avaliação pedagógica.

A inclusão nas classes regulares de alunos que

necessitam de atendimento especializado, sem

que haja a preparação do professor no

desempenho de seu papel, priva os alunos com

necessidades especiais de uma escolaridade

digna.

Para Hoffman, um sério compromisso irá

mobilizar a escola brasileira deste século: formar

e qualificar profissionais conscientes de sua

responsabilidade ética frente à inclusão.

Se incluir é fundamental e singular, como no

caminho de Santiago, é necessário valorizar cada

passo do processo, sem pressa, vivendo cada

dia o inusitado.

Capítulo 2 - Outra concepção de tempo em

avaliação

A trajetória a ser percorrida pela avaliação requer

diálogo, abertura e interação, não havendo como

delimitar tempos fixos. Na última década, as

trajetórias da avaliação se propõem a respeitar

os tempos e percursos individuais de formação,

no sistema de ensino e na sala de aula.

O aprendiz determina o próprio tempo da

aprendizagem

O aprendiz é sujeito de sua história. É preciso

respeitar seu tempo de aprender e de ser, o que

implica desagregar-se do tempo determinado

para aprender dado conteúdo.

O ensino não está centrado no professor, nas

aulas frontais, pois cada participante do processo

pode colaborar com a aprendizagem dos outros.

Sendo assim, o tempo é determinado pelo

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aprendiz e o conteúdo pode ser proposto e

explorado de diversas formas, tanto pelo

professor, como pela turma.

Cada passo é uma grande conquista

Avaliação mediadora significa: busca de

significado para todas as dimensões do processo

por meio de uma investigação séria sobre as

características próprias dos aprendizes; conhecer

para promover e não para julgar e classificar;

convicção de que as incertezas são parte da

educação porque esta é fruto de relações

humanas, fundamentalmente qualitativas.

A autora afirma que uma pedagogia diferenciada

pode se desenvolver na experiência coletiva da

sala de aula... desde que haja a clareza de que o

aluno aprende na relação com os outros,

interativamente, mas aprende ao seu tempo e de

forma única e singular.

Todo o aprendiz está sempre a caminho

Constatamos, no caminho, que há um conjunto

de variações de respostas dos alunos de todo os

níveis de ensino. Esta variabilidade de

manifestações nos aponta que muitas tentativas

de acerto são feitas por meio de ensaios e erros.

Essas estratégias são desenhadas por meio de

respostas que chamamos de erro, são comuns e

o professor precisa compreender que trata-se de:

uma resposta incorreta, mas indicadora de

progresso, de avanço em relação a uma fase

anterior do aprendizado, dizendo muito sobre

"qualidade".

É preciso reconhecer que nas práticas atuais, a

padronização dos percursos incorre em sérios

prejuízos para os alunos, porque:

Notas e conceitos são superficiais e genéricos

em relação à qualidade das tarefas e

manifestação dos alunos.

Notas e conceitos classificatórios padronizam o

que é diferente, despersonalizando as

dificuldades de avanços de cada aluno:

Superficializam e adulteram a visão da

progressão das aprendizagens e do seu

conjunto tanto em uma única tarefa,

quanto em um ao letivo, pelo caráter

somativo que anula o processo.

Baseiam-se, arbitrariamente, em certos e

errados absolutos, negando a

relativização desses parâmetros em

diferentes condições de aprendizagem.

Produzem a ficção de um ensino

homogêneo pela impossibilidade de

acompanhar a heterogeneidade do grupo.

Reforçam o valor mercadológico das

aprendizagens e das relações de

autoritarismo em sala de aula.

Privilegiam a classificação e a competição

em detrimento da aprendizagem.

Entravam o diálogo entre os professores,

entre professores e alunos e da escola

com os pais, em termos de avaliação,

pela superficialidade do

acompanhamento.

Qualidade significa intensidade,

profundidade, criação, perfeição.

É importante refletir a cada passo

Mediar é aproximar, dialogar, acompanhar,

ajudar, sem interferir no direito de escolha do

aprendiz sobre os rumos de sua trajetória de

conhecimento.

Classes numerosas podem dificultar essa

aproximação, mas umas das alternativas é

justamente o trabalho em equipe por parte dos

professores, que podem dividir entre si a tarefa

de acompanhar mais de perto um grupo de

alunos (tutoria).

O trabalho em equipe de professores envolve o

compromisso de compartilhamento das

experiências, favorecendo a abordagem

interdisciplinar, a ampliação das perspectivas

acerca da aprendizagem dos alunos.

A auto avaliação como processo contínuo

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A auto avaliação é um processo contínuo que só

se justifica quando se constitui como

oportunidade de reflexão, tomada de consciência

sobre a própria aprendizagem e sobre a própria

conduta, para ampliar suas possibilidades e

favorecer a superação de dificuldades. Ao ser

solicitado a explicar como chegou a uma dada

solução de uma situação, o aluno é levado a

pensar e explicitar suas próprias estratégias de

aprendizagem, ampliando sua consciência sobre

seu próprio fazer e pensar, sobre o seu aprender

a aprender.

Capítulo 3-As múltiplas dimensões do olhar

avaliativo

Avaliar, em sua totalidade, implica em prestar

atenção aos seus fundamentos. Como um

grande iceberg do qual só se percebem os

registros, precisamos construir olhares mais

profundos, para poder ter acesso às suas

dimensões sobre:

Os registros obtidos;

O processo de avaliação;

As concepções de avaliação;

Os valores sociais e éticos.

Avaliação é controle

No âmbito escolar, isso reverte o compromisso

do profissional do educador: quais os princípios e

valores morais, sociais, educacionais que

fundamentam as tomadas de decisões com base

nos processos de avaliação realizados; quais os

critérios utilizados, até que ponto são claros e

transparentes para todas a comunidade (escola,

família, os próprios alunos); quais os benefícios

ou prejuízos que podem advir desse processo de

controle outorgado à escola e aos professores.

Daí o compromisso ético implícito no processo de

avaliação mediadora.

Avaliar para reprovar não é indicador da

qualidade da escola ou do professor. Isso só tem

sentido dentro de uma perspectiva classificatória

e seletiva.

A finalidade do controle deve ser entendida a

favor do aluno e não como obrigação imposta

pelo sistema. Os trajetos de cada aprendiz são

únicos, obedecem a ritmos e interesses diversos,

mesmo vivendo a mesma experiência, cada um a

experimenta de uma forma singular, o que

implica em aprendizagens diferentes dentro de

um mesmo contexto.

Delineando objetivos

Definir os rumos, delinear o norte, o destino

essencial das ações educativas precisa ser o

compromisso fundamental do educador no

processo de avaliação da aprendizagem.

Entretanto este trabalho se dá em um contexto

escolar concreto em que

"a escola enfrenta muitos limites nesse sentido:

behaviorismo, taxionomias intermináveis,

excessivo fracionamento dos objetivos, e

permanente tensão no ambiente escolar entre os

que querem transmitir conhecimentos e os que

querem desenvolver práticas sociais".

(Perrenoud, 2000).

Metas e objetivos não se constituem em pontos

de chegada absolutos, mas pontos de passagem,

novos rumos para a continuidade do trabalho

educativo.

Avaliar segundo esses princípios implica refletir

sobre as crenças, intenções, ideias, estratégias,

a quem se destinam, quais as condições

existentes, quais possibilidades e alternativas

que pode ser citadas em favor do aprendiz.

O plano epistemológico

A intervenção pedagógica é determinada pela

compreensão dos processos realizados pelo

aprendiz em sua relação com o objeto de

conhecimento.

Aprender exige engajamento do aprendiz na

construção de sentidos o que implica busca de

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informações pertinentes momentos diversificados

de aprendizagem contínua. Isso resulta em que o

trabalho do professor acerca dos conceitos que

pretende ensinar consiste em provocar

gradativamente os aprendizes, oferecendo

oportunidade para que estabeleçam relações

entre conceitos e entre as várias áreas do

conhecimento. Assim, interdisciplinaridade e

transversalidade são inerentes ao processo

educativo. A compreensão que o aluno tem de

uma dada disciplina interfere em sua

aprendizagem em outras disciplinas.

Os conteúdos

Cabe ao professor:

atentar às concepções prévias dos alunos

e seus modos de expressarem-se sobre

elas para poder organizar situações de

aprendizagem capazes de envolver esses

alunos;

estar alerta aos desdobramentos dos

objetivos traçados inicialmente, que

constituirão diversos rumos de

prolongamento dos temas em estudo,

dentro de uma visão interdisciplinar, e

diversificação dos procedimentos de

aprendizagem;

organizar momentos de estruturação do

pensamento, favorecendo aos alunos

oportunidades para objetivação de suas

ideias e a consolidação dos conceitos e

noções desenvolvidas.

O planejamento pedagógico revela múltiplos

direcionamentos e está diretamente vinculado ao

processo avaliatório, uma vez que as decisões

metodológicas estabelecem as condições de

aprendizagem ampliando ou restringindo o

processo de conhecimento.

A intervenção pedagógica deve estar

comprometida com a superação de desafios que

possam ser enfrentados pelos alunos,

favorecendo-os avançar sempre.

Perguntar mais do que responder

Avaliar é questionar, formular perguntas, propor

tarefas desafiadoras em processo

consecutivo/contínuo.

A avaliação contínua significa acompanhamento

da construção do conhecimento por parte do

aprendiz, exigindo alterações qualitativas nas

formas registro e tomadas de decisão sobre

aprovação. Cabe ao professor perguntar mais do

que responder, oferecendo ao aluno múltiplas

oportunidades de pensar, buscar conhecimentos,

engajar-se na solução de problemas, repensar,

comprometer-se com seus próprios avanços e

dificuldades.

Transformar respostas em novas perguntas

1. Cada resposta deve suscitar mais perguntas,

tanto por parte dos aprendizes como do próprio

professor. A continuidade da ação pedagógica

condiciona-se aos processos vividos, interesses,

avançados e necessidades dos alunos. Assim:

Experiências coletivas resultam em

construções individuais (cada aluno

aprenderá a seu jeito, a seu tempo,

responderá a sua maneira).

A interpretação das respostas dos alunos

possibilita ao professor perceber

necessidades e interesses individuais de

múltiplas dimensões (análise qualitativa)

Novas experiências educativas,

enriquecedoras e complementares,

articuladas às observações feitas, são

propostas e/ou negociadas com os alunos

(explicações do professor, atividades que

podem ser para todo o grupo, em

pequenos grupos ou específicas para

determinados alunos).

Novas tarefas e/ou atividades são

propostas para acompanham o aluno em

sua evolução (preferencialmente tarefas

avaliativas individuais).

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96

Capítulo 4 - Avaliação e mediação

Avaliação mediadora é um processo interativo,

de troca de mensagens e de significados, de

confronto.

A mediação, conforme Vygotsky e Piaget são

essencial na construção do conhecimento.

Para Vygotsky a reconstrução é importante

porque, no processo de internalização o aluno

atribui sentido à informação criando e recriando

significados com o uso e a audição/leitura da

língua falada e escrita.

Para Vygotsky e Piaget, a linguagem é a

mediação do pensamento.

Note-se ainda que a interação social é

fundamental, pois nela se dará a aprendizagem.

A avaliação é um processo dinâmico e espiralado

que acompanha o processo de construção do

conhecimento, sendo uma interpretação que

assume diferentes significados e dimensões ao

longo do processo educacional, tanto por parte

do professor como do aluno.

A dinâmica do processo avaliativo

A dinâmica da avaliação é complexa, uma vez

que o processo de aprendizagem, entendido

como construção do conhecimento, é ao mesmo

tempo individual e coletivo, pois resulta da ação

do aprendiz sobre o objeto de conhecimento e da

interação social, que o leva a uma interpretação

que necessita, e pode ser reformulada, ampliada

progressivamente, tornando-o capaz de pensar

sobre seus próprios pensamentos elaborando

seus conceitos e reelaborando outros.

Pela mobilização chegamos à expressão do

conhecimento, realizamos a experiência

educativa, o que nos possibilita mobilizar novas

competências adquiridas no processo.

Mediando a mobilização

A expressão/construção da "aprendizagem

significativa" pode se realizar de múltiplas formas

e em diferentes níveis de compreensão.

A avaliação mediadora destina-se a mobilizar,

favorecer a experiência educativa e a expressão

do conhecimento e a abertura a novas

possibilidades por parte do aprendiz.

Não há sentido em avaliar tarefas coletivas

atribuindo valores individuais ou somar pontos

por participação e outras atividades, uma vez que

essas atividades são oportunidades de interação

em meio ao processo e não pontos de chegada.

Qual o papel do educador/ avaliador?

É o papel de mediador, exigindo-lhe manter-se

flexível, atento, crítico sobre seu planejamento. É

preciso que ele seja propositivo, sem delimitar,

consiga questionar e provocar, sem antecipar

respostas prontas; articular novas perguntas a

um processo contínuo de construção do

conhecimento.

O papel do educador ao desencadear processos

de aprendizagem é o de mediador da

mobilização para o aprender.

A investigação de concepções prévias

A análise das concepções prévias dos alunos

não pode ser confundida com as condições

prévias do aluno. O que o aluno já sabe é

baseado em elaborações intuitivas sobre dados

da realidade, que necessita ser aperfeiçoado. As

condições prévias referem-se à história escolar e

de vida de cada aluno, que devem ser

conhecidas em favor dos alunos e não para

fortalecer pré-conceitos sobre ele.

A finalidade da avaliação no que se refere à

mobilização é de adequar as propostas e as

situações às necessidades e possibilidades dos

alunos, para poder fornecer-lhes a aprendizagem

significativa.

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97

Conhecer as concepções prévias do aluno

favorece o planejamento em termos de pontos de

partida, e os possíveis rumos a seguir, mas estes

necessitam ser redimensionados continuamente

ao longo do processo. Conhecer as condições

prévias permite planejar tempos de descobertas,

de diálogos, de encontros, de interação de

trocas, de expressão, ao longo do período letivo.

Os processos de educação e de avaliação

exigem do professor a postura investigativa

durante todo o percurso educativo.

Como mediar o desejo e a necessidade de

aprender?

O trabalho do professor consiste em:

mediar o desejo e a necessidade de

aprender;

mediar as experiências educativas;

mediar as estratégias de aprendizagem

no meio de atividades diversificadas e

diferenciadas;

mediar a expressão do conhecimento ao

longo de tarefas gradativas e articuladas.

Mediar a mobilização significa suscitar o

envolvimento do aluno no processo de

aprendizagem, criando perguntas mobilizadoras,

experiências interativas e oportunidades de

expressão do pensamento individual, mesmo que

as respostas não sejam ainda corretas.

Mediando a experiência educativa

Mediar as experiências educativas significa

acompanhar o aluno em ação-reflexão-ação, nos

processos simultâneos de busca informações,

refletir sobre seus procedimentos de

aprendizagem, interagir com os outros, refletir

sobre si próprio enquanto aprendiz (p.94). Duas

perguntas se tornam essenciais na mediação:

Qual a dimensão do envolvimento do

aluno com a atividade de aprender?

Como ele interage com os outros?

As estratégias de aprendizagem

Mediar as estratégias de aprendizagem significa

intervir no processo de aprendizagem

provocando no aprendiz, e no próprio professor,

diferentes graus de compreensão, levando a

refletirem sobre seus entendimentos no diálogo

educativo.

Mediar significa oferecer aos aprendizes:

experiências necessárias e complementares

(diversificadas no tempo), com diversos graus de

dificuldades, de forma individual, em parcerias,

em pequenos grupos, em grandes grupos para

promover confronto de ideias entre aprendizes e

entre estes e o professor, por meio de diversos

recursos didáticos e de diversas formas de

expressão do conhecimento, por meio de

diferentes linguagens.

Os desafios propostos durante a atividade

educativa são observados por Hoffmann:

Nem sempre o que o professor diz ao

estudante é entendido como ele gostaria;

A estratégia utilizada pelo aluno, ao fazer

algo, só pode ser intuída pelo professor e

ajudá-lo ou confundi-lo;

O professor sabe onde o aluno poderá

chegar, mas não deverá dizê-lo assim

suas orientações serão sempre

incompletas.

O aluno nem sempre expressa suas

dúvidas ou as expressa claramente, uma

vez que "são dúvidas" - o professor

precisa interpretar perguntas.

Ouvir o aluno antes de intervir assegura

melhores interpretações sobre suas

estratégias.

Posturas afetivas, nessas intervenções,

minimizam a pressão exercida pelo

questionamento do professor.

Atividades diversificadas ou diferenciadas?

Diversificar experiências educativas representa

alguns princípios importantes em avaliação

mediadora: diversificá-las em tempo, graus de

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dificuldade, termos de realização individual,

termos dos recursos didáticos e termos da

expressão do conhecimento.

Diferenciar experiências educativas atende aos

pressupostos básicos da ação docente:

Aprender sobre o aprender;

Reconhecer que o processo de

conhecimento é qualitativamente

diferente;

Mediar o desenvolvimento de

aprendizagens coletivas e de atendimento

individual;

Valorizar a heterogeneidade os grupos no

processo de formação a diversidade;

Oferecer ajuda específica se discriminar;

sem desrespeitar; sem subestimar.

Mediando a expressão do conhecimento

Mediar a expressão do conhecimento implica a

reutilização de instrumentos de avaliação como

desencadeadores da continuidade da ação

pedagógica, sendo o desempenho do aluno

considerado como provisório, uma vez que está

em processo de aprendizagem.

Nesse sentido, notas ou conceitos não podem

ser consideradas definitivas, mas apenas

relativas ao conjunto de aprendizagens ocorridas

em um dado período. Implica também refletir

sobre as condições oferecidas para que tal

conjunto de aprendizagem ocorra.

Tarefas gradativas e articuladas

Para Hoffmann, a avaliação mediadora é mais

exigente e rigorosa para alunos e professores

porque suscita a permanente análise do

pensamento em construção, o que significa

muitas tarefas individuais e análise imediata do

professor.

O que o aluno fala, escreve ou faz não é seu

pensamento, mas sua expressão, que também

evolui e se aprimora progressivamente e

necessita ser trabalhada. Os instrumentos de

avaliação devem respeitar as diferentes formas

de expressão do aluno, ao mesmo tempo em que

definem a dimensão do diálogo entre alunos e

professor. A interpretação que o professor faz

das expressões do aluno está sempre sujeita a

ambiguidades, inseguranças, indefinições, daí a

necessidade do diálogo, da troca de ideias que

favoreça a convergência de significados.

Na perspectiva mediadora, toda avaliação, desde

um simples comentário do professor até o uso de

instrumentos formais, tem por finalidade a

evolução do aluno em termos de postura reflexiva

sobre o que aprende, as estratégias que utiliza e

sua interação com os outros. Isso só ocorre

mediante a postura igualmente reflexiva do

educador.

Respeito às diferentes formas de expressão

Os instrumentos de avaliação, em termos do

planejamento e análise, definirão a dimensão do

diálogo entre alunos e professor.

O princípio fundamental da expressão do

conhecimento: o que ouvimos, vemos ou lemos

não é o pensamento do aluno, mas a sua

expressão, que também evolui, se aprimora e

precisa ser trabalhada.

Os limites no diálogo entre professores e alunos

devem ser considerados como positivos na busca

de sintonia. A interpretação dos sentidos,

expressos por ambos, está sempre sujeita a

ambiguidade, inseguranças e indefinições.

Uma postura reflexiva do aluno e do professor

As tarefas avaliativas operam funções de reflexão

que possibilitam:

• para o professor: elemento de reflexão sobre os

conhecimentos expressos pelos alunos x

elemento de reflexão sobre o sentido da sua

ação pedagógica;

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• para o aluno: oportunidade de reorganização e

expressão de conhecimentos x elemento de

reflexão sobre os conhecimentos construídos e

procedimentos de aprendizagem.

Mediar a aprendizagem significa, favorecer a

tomada de consciência do aluno sobre limites e

possibilidades no processo de conhecimento,

possibilitando ao educando refletir sobre sua

apropria aprendizagem, a partir de ações do

cotidiano, originando significativas práticas de

auto avaliação.

Capítulo 5 - Registros em avaliação mediadora

Os registros em avaliação mediadora envolvem

desde o uso de instrumentos comumente

utilizados, tais como: provas (objetivas e

dissertativas) exercícios, preenchimento de

lacunas, escolha de afirmações verdadeiras ou

falsas, itens de múltipla escolha, questões

combinadas, etc., pois o que verdadeiramente

importa é a clareza da tarefa para o aluno e a

reflexão do professor sobre a interpretação que

será dada as expressões dos alunos em termos

de encaminhamentos pedagógicos a serem

realizados a seguir.

A organização de dossiês dos alunos, portfólios,

relatórios de avaliação envolve meios de registro

de um conjunto de aprendizagem do aluno que

permitam ao professor, ao próprio aluno e a suas

famílias uma visão evolutiva do processo. Esses

instrumentos tornam-se mediadores na medida

em que contribuem para entender a evolução do

aluno e apontar ao professor novos rumos para

sua intervenção pedagógica sempre o mais

favorável possível à aprendizagem do aluno, de

todos os alunos, de acordo com suas

necessidades e possibilidades.

Os registros escolares precisam refletir com

clareza os princípios de avaliação mediadora

delineados, de tal forma que registros

classificatórios sejam superados em favor de

registros que assumam o caráter de experiências

em construção, confiantes em sua perspectiva

ética e humanizadora. Nada, em avaliação, serve

como regra geral, ou vale para todas as

situações, em termos de procedimento.

O processo de avaliação precisa ser coerente

com todo o processo de aprendizagem, desde

sua concepção, definição de sua finalidade,

planejamento de estratégias de intervenção,

compreensão do processo de construção está

atrelado às concepções sobre a finalidade de

educação, as quais determinam as estratégias

metodológicas de ensino.

Instrumentos a serviço das metodologias

Quando a autora se refere a instrumentos de

avaliação, está falando sobre testes, trabalhos e

todas as formas de expressão do aluno que me

permitam acompanhar o seu processo de

aprendizagem - tarefas avaliativas.

Instrumentos de avaliação são registros de

diferentes naturezas. Ora é o aluno que é levado

a fazer os próprios registros, expressando o seu

conhecimento em tarefas, testes, desenhos,

trabalhos e outros instrumentos, ora é o professor

quem registra o que observou do aluno, fazendo

anotações e outros apontamentos.

Critérios de correção de tarefas

Critérios de avaliação podem, serem entendidos

por orientações didáticas de execução de uma

tarefa, por seus aspectos formais: número de

páginas, organização no papel, itens de resposta,

normas de redação técnica, etc.

Tarefas avaliativas, numa visão mediadora, são

planejadas tendo como referência principal a sua

finalidade, a clareza de intenções do professor

sobre o uso que fará dos seus resultados, muito

mais do que embasados em normas de

elaboração.

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1. CONCEPÕES E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS E SUAS MANIFESTAÇÕES NA PRÁTICA EDUCATIVA

PEDAGOGIA LIBERAL Não são críticas; Justificam o sistema liberal capitalista (ponto central é a propriedade privada e a sociedade de classes. Influenciado pelas ideias liberais.

A Pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Para isso, os indivíduos precisam aprender a adaptar-se aos valores e normas vigentes na sociedade de classes, através do desenvolvimento da cultura individual. Adaptação à sociedade vigente (não questionar, não criticar, viver de forma harmônica com as diferenças de classes. Fundamentos da pedagogia liberal: positivismo e funcionalismo

TENDÊNCIA TRADICIONAL PAPEL DA ESCOLA Formar o aluno intelectual e moralmente para ocupar sua posição na sociedade; Problemas sociais não são da escola; Alunos com “menor capacidade de aprendizado” deve estudar mais ou procurar educação profissionalizante. É uma escola meritória (mérito do aluno que estudar). CONTEÚDOS o Influência do racionalismo (verdade através da razão humana comprovada cientificamente (não pode ser questionada); o Cultura acumulada (ciências, artes, políticas) é repassada ao aluno como verdade absoluta; o Conteúdos não se preocupam com a realidade social e com as experiências vividas pelos alunos. o “Enciclopedismo”: formar o aluno intelectual, sem ter comprometimento com a aprendizagem significativa. MÉTODO DE AULA: Exposição verbal, oralidade. ETAPAS DE APRENDIZAGEM a) Preparação do aluno (definição do trabalho, recordação da matéria anterior, despertar interesse); b) Apresentação (realce pontos-chave, demonstração)

TRADICIONAL

RENOVADA PROGRESSITA

RENOVADA NÃO DIRETIVA

TECNICISTA

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c) Associação (combinação do conhecimento novo com o já conhecido por comparação e abstração) d) Generalização (dos aspectos particulares chega-se ao conceito geral, é a exposição sistematizada); e) Aplicação (explicação de fatos adicionais e/ou resolução de exercícios). Aprendizagem é LINEAR e FRAGMENTADA. PALAVRAS-CHAVE: MEMORIZAÇÃO e REPETIÇÃO. PROFESSOR Autoridade, detém o conhecimento. Respeito dos alunos é marcado pelas imposições disciplinares. Ex.: Silêncio. RELAÇÃO PROFESSOR x ALUNO:

Professor está numa posição superior ao aluno (é verticalizada). CONCEPÇÃO DE ALUNO: Sujeito passivo (não participa da aprendizagem); Adultocentrismo (criança como adulto em miniatura); FOCO: centralidade no conteúdo. AVALIAÇÃO Cobra-se a memorização; Baseada em exames escritos ou orais; Punição; Boa classificação (ranking); Seletiva (alunos “bons e ruins”).

TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA PROGRESSIVISTA

Influência: PIAGET (Assimilação, Acomodação, Adaptação ou Equilibração) No Brasil: Escola Nova – Escolanovismo – Anisio Teixeira

PAPEL DA ESCOLA Formar: formar para a sociedade vigente. Preocupação: com os interesses do aluno, adequando às necessidades individuais dos alunos. CONCEPÇÃO DE APRENDIZAGEM O aluno é sujeito ativo no processo de aprendizagem; Como o aluno aprende; Fornece ao aluno experiências; Situações-problema, desafios, etc. Educação para a vida (desaparece o enciclopedismo); Foco na orientação da aprendizagem . “Todo o ser dispõe dentro de si mesmo de mecanismo de adaptação progressiva ao meio e de uma consequente integração dessas formas de adaptação no comportamento. Tal integração se dá por meio de experiências que devem satisfazer, ao mesmo tempo, os interesses do aluno e as exigências sociais. Á escola cabe suprir as experiências que permitam ao aluno educar-se, num processo ativo de construção e reconstrução do objeto, numa interação entre estruturas cognitivas do indivíduo e estruturas do ambiente.” CONTEÚDOS Oferecidos em função das experiências dos alunos (conteúdos significativos); Leva em consideração o nível de desenvolvimento do aluno;

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Ativa processos mentais (autonomia do pensar, aprender a aprender). MÉTODO: ensino ATIVO Valoriza-se: O aprender fazendo; As experiências; Pesquisas (descobertas); Solução sistemática de problemas; Trabalho coletivo (em grupo). ETAPAS DO APRENDIZADO: a) Colocar o aluno numa situação de experiência que tenha interesse por si mesma; b) O problema deve ser desafiante, com diferentes níveis de dificuldade; c) O aluno deve dispor de informações e instruções que lhe permita pesquisar a descoberta de soluções; d) Soluções provisórias devem ser incentivadas e ordenadas, com a ajuda discreta do professor; e) Deve-se garantir a oportunidade de colocar as soluções à prova, a fim de determinar sua utilidade para a vida. PEDADOGIA DE PROJETOS: JOHN DEWEY PAPEL DO PROFESSOR

Facilitador; Auxilia o aluno; Intervém para encaminhar e dar condições ao aluno para soluções das descobertas.

DISCIPLINA Decorre naturalmente da convivência em grupo; Solidariedade, respeito, regras do grupo, “vivência democrática”.

TENDÊNCIA RENOVADA NÃO-DIRETIVA Representante: Carl Rogers (Psicólogo)

PAPEL DA ESCOLA: Preocupação com a formação de atitudes e com as questões psicológicas; “O que a escola faz é estabelecer uma mudança dentro do indivíduo”; Formar pessoas saudáveis física e psicologicamente, motivadas para a vida; Aprendizado é consequência. Rogers considera que o ensino é uma atividade excessivamente valorizada; para ele os procedimentos didáticos, a competência na matéria, as aulas, livros, tudo tem muito pouca importância, face ao propósito de favorecer às pessoas um clima de auto desenvolvimento e realização pessoal, o que implica estar bem consigo próprio e com seus semelhantes. O resultado de uma boa educação é muito semelhante ao de uma boa terapia. CONTEÚDOS Ficam em segundo plano; Objetivo central: ajudar o aluno a buscar por si só os seus conhecimentos MÉTODO DE ENSINO: Métodos usuais são deixados de lado.

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PROFESSOR

Especialista em relações humanas.

TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA Brasil: anos 60/70 Influenciada pelo BEHAVORISMO (“...no comportamento uma intencionalidade, um objetivo a ser alcançado, com traços de uma intensa persistência na perseguição desta meta.”) e pelo POSITIVISMO (o conhecimento científico seria a única forma de conhecimento verdadeiro. A corrente positivista promove o culto à ciência, o mundo humano e o materialismo em detrimento da metafísica e do mundo espiritual.) PAPEL DA ESCOLA

Modelar o comportamento humano a partir da utilização de técnicas específicas. SISTEMA SOCIAL Regido por leis naturais e sociais cientificamente concebidas. Ordem e Progresso. Sistema social não é questionado. PESQUISA E DESENVOLVIMENTO Realizado por especialistas. MÉTODO

Uso de livros, apostilas, cartilhas...cópias daquilo que está pronto e deve ser seguido, sem contestação. PROFESSOR O professor é apenas instrutor (não faz pesquisas). O professor repassa conteúdos pré-estabelecidos e o aluno internaliza (memorizando), sem questionar. PAPEL DA ESCOLA/EDUCAÇÃO Preparar para o mercado de trabalho dentro da lógica capitalista de produção. RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO: É técnica.

PROFESSOR ALUNO

É instrutor.

Compromete-se com a aprendizagem (a mão-de-obra qualificada para o mercado de trabalho depende dele.

ETAPAS DA APRENDIZAGEM a) Estabelecimento de comportamentos terminais, através de objetivos institucionais; b) Análise da tarefa de aprendizagem a fim de ordenar sequencialmente os passos da instrução; c) Executar o programa, reforçando gradualmente as respostas corretas correspondentes aos objetivos (Linearidade).

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PEDAGOGIA PROGRESSISTA Pedagogia Crítica

Parte de uma análise crítica da sociedade.

TENDÊNCIAS PROGRESSISTAS

São Críticas; Olham para a realidade extraescolar; denunciam abusos e a realidade social; Sofrem influências de Marx.

TENDÊNCIA LIBERTÁRIA Recebe influência do ANARQUISMO (descentralização do poder). PAPEL DA ESCOLA Transformar a personalidade do aluno.

PENSAMENTO LIBERTÁRIO E PENSAMENTO AUTO-GESTIONÁRIO

Não concentrar poder Tudo é discutido coletivamente.

Gestão escolar é descentralizada. Decisões por meio de conselhos, reuniões, assembleias, etc.

“Há, portanto, um sentimento expressamente político, à medida que se afirma o indivíduo como produto social e que o desenvolvimento individual somente se realiza no coletivo. A auto-gestão é, assim, o conteúdo e o método; resume tanto o objetivo pedagógico quanto o político. A pedagogia libertária, na sua modalidade mais conhecida entre nós “a pedagogia institucional”, pretender ser uma forma de resistência contra a burocracia como instrumento da ação dominadora do estado, que tudo controla (professores, programas, provas, etc.), retirando a autonomia. CONTEÚDOS

São escolhidos com base na necessidade dos alunos (participam da escolha dos conteúdos).

Conteúdos não são exigidos. MÉTODOS Vivência grupal, na forma de autogestão; Alunos buscam sua própria aprendizagem: Sem qualquer forma de poder; Liberdade de reunião para discussão dos temas (processo cooperativo).

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PROFESSOR É cooperador. É organizador do processo (discute conteúdos no nível dos alunos). PROFESSOR X ALUNO: Auto-gestionários, e por consequência são livres.

TENDÊNCIA LIBERTADORA Expoente máximo no Brasil – Paulo Freire Origina-se de princípios não formais de educação. A sociedade precisa ser transformada e a educação deve transformá-la. PAPEL DA ESCOLA Transformador; Comunidade presente; NÃO É oferecer “educação bancária” (transmissão de conhecimentos – invasão cultural – conhecimentos produzidos fora da realidade do aluno). CONTEÚDOS DE ENSINO Temas geradores (retirados da própria realidade vivida pelos alunos); Codificação – decodificação: não pode se restringir aos processos de codificação e decodificação. Dessa forma, o objetivo da alfabetização de adultos é promover a conscientização acerca dos problemas cotidianos, a compreensão do mundo e o conhecimento da realidade social; Problematização: etapa em que o professor desafia e inspira o aluno a superar a visão mágica e acrítica do mundo, para uma postura conscientizada. MÉTODO DE ENSINO: Grupos de discussão. PROFESSOR

Relação horizontal;

Professor é orientador (indaga, pergunta, questiona..)

Auxilia o aluno e não oferece respostas prontas e acabadas. PROFESSOR X ALUNO Relação horizontal e dialógica; Professor conduz atividade livre e democrática.

TENDÊNCIA CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS “Entendida nesse sentido, a educação, a educação é “uma atividade mediadora no seio da prática social global”, ou seja, uma das mediações pela qual o aluno, pela intervenção do professor e por sua própria participação ativa, passa de uma experiência inicialmente confusa e fragmentada (sincrética), a uma visão sintética, mais organizada e unificada. Em síntese, a atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumento por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade.

HOMEM EDUCAÇÃO SOCIEDADE

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PAPEL DA ESCOLA Difundir o conhecimento; É transformadora; É instrumento para emancipação, democratização; Faz a ruptura com a seletividade. Educação de ir ao encontro do interesse da comunidade. ALUNO

Carrega consigo conhecimentos prévios (importantes, mas não suficientes). Aluno aprende e passa a ter uma visão organizada e unificada (CRITICIDADE).

CONHECIMENTOS/CONTEÚDOS: Combate a Visão fragmentada; Visão SINTÉTICA ocorre com a aprendizagem. PROFESSOR É mediador e atua junto com o aluno. É orientador e abre perspectivas; Orienta trocas entre o meio e o aluno; É estimulador; Tem iniciativa. CONTEÚDO

Construído e significativo; Deve dialogar com a realidade e com as experiências do aluno; Considera os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e desenvolvimento psicológico; Trabalha na sistematização lógica dos conhecimentos; Conteúdos geram visão sintética que por sua vez geram a CRITICIDADE que leva à ruptura do que

está instituído (devem ir além da ideologia dominadora). “Uma aula começa pela constatação da prática real, havendo, em seguida, a consciência dessa prática no sentido de referi-la aos temas do conteúdo proposto, na forma de um confronto entre a experiência e a explicação do professor e da compreensão à ação, até a síntese, o que não é outra coisa senão a unidade entre a teoria e a prática. ”

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2. Escola: Um espaço em transformação: Escola tradicional e

escola contemporânea – caracterização;

ESCOLA TRADICIONAL X ESCOLA CONTEMPORÂNEA

Item de

comparação

ESCOLA

TRADICIONAL

ESCOLA

CONTEMPORÂNEA

Manifestação da

Prática

Pedagógica

Predomínio: até 1930,

após permanece com suas

Vertentes.

Católica: monopólio

jesuítico até 1759.

Leiga: liberalismo

clássico 1759 a 1930.

A prática pedagógica propõe

uma interação entre conteúdo e

realidade concreta, visando a

transformação da sociedade

(ação-compreensão-ação).

Enfoque no conteúdo como

produção histórico-social de todos

os homens.

Superação das visões não

críticas e crítico reprodutivista da

educação.

Papel

da Escola

Transmissão de

conhecimentos.

Não possibilita a

mobilidade social,

privilegiando as camadas

mais favorecidas.

Valorização da escola como

espaço social responsável pela

apropriação do saber universal.

Socialização do saber

elaborado às camadas populares,

entendendo a apropriação crítica e

histórica do conhecimento

enquanto instrumento de

compreensão da realidade social

e atuação crítica e democrática

para a transformação desta

realidade.

Função da

Avaliação

Classificatória.

Valoriza aspectos

cognitivos e qualitativos

com ênfase na

memorização.

Prática emancipadora.

Função diagnóstica

(permanente e contínua):

configura-se como um meio de

obter informações necessárias

sobre o desenvolvimento da prática

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O aluno deve

reproduzir na íntegra o

que foi ensinado.

Verificação, por meio

de provas, interrogatórios

orais, exercícios e

trabalhos de casa.

pedagógica para a

intervenção/reformulação desta

prática pedagógica e dos processos

de aprendizagem.

Pressupõe tomada de

decisão.

O aluno toma conhecimento

dos resultados de sua

aprendizagem e organiza-se para as

mudanças necessárias.

Valorização do erro no

processo de aprendizagem.

Relação

Professor -

aluno

O professor é o

centro do processo, é

autoritário.

O aluno é passivo,

submisso, receptivo e

sujeito a castigo.

Relação interativa entre

professor e aluno, em que ambos

são sujeitos ativos.

Professor e aluno são seres

concretos (sócio-históricos),

situados numa classe social -

síntese de múltiplas determinações.

Professor é autoridade

competente, direciona o processo

pedagógico, interfere e cria

condições necessárias à apropriação

do conhecimento, enquanto

especificidade da relação

pedagógica.

Técnicas de

Ensino

Aula expositiva, com

ênfase nos exercícios,

cópias, leituras repetição e

memorização de conceitos e

fórmulas com estímulo ao

individualismo e à

competição.

Discussão.

Debates.

Leituras.

Aula expositivo-dialogada.

Trabalhos individuais e

trabalhos em grupo, com

elaboração de sínteses

integradoras.

Método Expositivo

Método da Prática Social

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Métodos de

Ensino

Preparação:

recordação da aula anterior.

Apresentação:

contemplação e apreensão

do objeto da aprendizagem.

O novo conhecimento é

colocado diante do aluno e

cabe a ele assimilar.

Generalização: o que

é geral separa-se nos

aspectos particulares

concretos: os aspectos

gerais são unidos às ideias

anteriormente adquiridas e

ocorre a sistematização da

aprendizagem.

Aplicação: o aluno

demonstra o que aprendeu

através das avaliações.

Pressupostos do Método

Decorre das relações

estabelecidas entre conteúdo –

método e concepção de mundo.

Confronta os saberes

trazidos pelo aluno com o saber

elaborado, na perspectiva da

apropriação de uma concepção

científico/filosófica da realidade

social, mediada pelo professor.

Incorpora a dialética como

teoria de compreensão da realidade

e como método de intervenção

nesta realidade.

Fundamenta-se no

materialismo histórico: ciência que

estuda os modos de produção.

A relação de

indissociabilidade entre forma e

conteúdo pressupõe a socialização

do saber produzido pelos homens.

Os fins a serem atingidos é

que determinam os métodos e

processos de ensino-aprendizagem.

Busca coerência com os

fundamentos da Pedagogia,

entendida como processo através

o qual o homem se humaniza (se

torna plenamente humano).

A prática é fundamento do

critério de verdade e da finalidade

da teoria.

Incorpora o procedimento

histórico como determinante da

totalidade social.

É na mediação entre o

pensamento e o objeto (enquanto o

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pensamento busca apropriar-se do

objeto) que se desenvolve o

método.

Passos do Método

Prática Social (ponto de

partida): perceber e denotar,

identificar o objeto da

aprendizagem.

Problematização: momento

para detectar as questões que

precisam ser resolvidas no âmbito

da prática social, e que

conhecimentos são necessários a

serem dominados.

Instrumentalização:

apropriação das ferramentas

culturais necessárias à luta social.

Catarse: tomada de

consciência.

Prática Social (ponto de

chegada): retorno à prática social,

com o saber concreto pensado para

atuar e transformar as relações de

produção - visão sintética.

Referência Bibliográfica:

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. A Pedagogia Crítico-Social dos

Conteúdos. 22. ed. São Paulo: Loyola, 2008.

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DIDÁTICA: O ensino e suas

relações.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro.

Para a autora, no livro “Didática: o ensino e suas relações”, ensino e aprendizagem são dois termos que estão interligados entre si. Para que o ensino se torne significativo é preciso considerar as questões socioculturais da escola, do aluno e do professor, além dos recursos didáticos disponíveis. Mas, acima de tudo, a abordagem pedagógica e o comprometimento do educador fazem a diferença, pois o mesmo precisa ser um questionador para com seus alunos, motivando-os a interpretar sempre os seus conhecimentos e os conhecimentos do outro. Assim, eles passam a ter uma visão mais consciente sobre suas próprias descobertas e aprendem a refletir sobre a descoberta do outro, como nos esclarece Veiga na citação abaixo: “Considerando que as ideias referidas pelo conjunto de literatura didática têm sua importância se analisadas de forma críticas, deixando de ressaltadas determinados fatores e condições, concordamos com os autores que destaca a ação de ensinar como uma atividade de mediação pela qual são providos as condições e os meios para os alunos se tornarem sujeitos ativos no processo de apropriação do saber sistematizado. Com base nessa concepção, entendemos que a dinâmica ensino-aprendizagem deve caracterizar-se por situação que estimulem atividade e iniciativo dos alunos e do professor; situações que favoreçam o diálogo entre si e com o professor; ao mesmo tempo que valorizem o diálogo com o saber acumulado historicamente; situações que considerem os interesses dos alunos na apropriação do conhecimentos, sistematizados e ordenados gradualmente de acordo com a organização escolar”. (VEIGA, p.110,2011)

Essa visão da autora vai de contra a visão de ensino e aprendizagem na teoria tradicional de ensino, que diz que o docente era o centro do conhecimento e que o autoritarismo tinha que ser uma relação constante em sala de aula, além de afirmar que o discente não contribuía para nada com os seus saberes. Veiga (2011) deixa claro que os educadores têm uma grande

responsabilidade de transformar os desafios de ensino e aprendizagem no processo democrático, garantindo aos estudantes um espaço de interação e troca de conhecimentos e assim acabar com o privilegio da classe dominante que se destaca pela sua iniciativa e verbalização. Sobre essa democratização do conhecimento a autora diz: “É fundamental nessa interação que o professor assuma o papel de um interlocutor mais experiente, contribuindo efetivamente para que todos os alunos, indistintamente, consigam apropriar-se dos conhecimentos essenciais da etapa escolar tendo consciência de que cada momento de ensinar – aprender é um passo importante para a interiorização do saber sistematizado, historicamente acumulado”. (VEIGA, p.111,2011) A professora cita a teoria sociointeracionista com a perspectiva de um novo caminho a ser adotado no processo de superar a crise da escolarização. De acordo com essa teoria, o indivíduo constrói seus saberes e afetividade na interação com os outros sujeitos. Do ponto de vista da teoria sociointeracionista, é fundamental uma dinâmica dialética e didática no ensino e aprendizagem, por considerar os pontos principais no processo de apropriação do saber. A dinâmica apresentada não tem uma finalidade de mostrar uma verdade definitiva, mas induz os educandos a se apropriar do conhecimento de forma efetiva. Dessa maneira vem se observando uma pratica pedagógica diferenciada da predominante na escola. Assim, A prática pedagógica de fundamento sociointeracionista, por tanto, mostra-se como um caminho para uma ação transformadora de ensinar e aprender. Sob uma ótica vemos a relação professor – aluno de modo diferenciado da concepção funcionalista que vê o mestre como direcionador da aprendizagem ação pedagógico unilateral. (VEIGA, p.112,2011) Veiga conclui seu pensamento sobre ensino e aprendizado dando uma contribuição à didática para melhorar a situação escolar, afirma que os professores precisam de ações transformadoras em seu modo de ensinar e aprender, para

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melhorar a sistematização da apropriação do saber. A autora faz, no livro “Projeto Político – Pedagógico da escola”, uma referência ao compromisso com a valorização da escola como um todo e dos seus educadores como profissionais e agentes de mudanças, além da visão sociopolítica da educação voltada para a emancipação humana. Na leitura dos textos a autora coloca alguns eixos temáticos importantes para a organização e a construção do coletivo, da gestão da escola, relação de poder e autonomia e entre fatores importantes para um bom desenvolvimento e desempenho da escola. Sobre a relação entre gestão e escola Veiga diz: A gestão democrática exige a compreensão em profundidade dos problemas postos pelas práticas pedagógicas. Ela visa romper com a separação entre concepção e execução, entre o pensar e o fazer, entre teoria e pratica. Busca resgatar o controle do processo e do produto do trabalho pelos educadores. (VEIGA, p. 18, 2011)

A autora apresenta a escola com um lugar de concepção, realização e avaliação de seu projeto educativo, uma vez que necessite organizar seu trabalho pedagógico com base em seus alunos. Nessa perspectiva, é fundamental que ela assuma suas responsabilidades, sem esperar que as esferas administrativas superiores tomem essa iniciativa, mas que lhe deem as condições necessárias para levá-la adiante. Para tanto, é importante que se fortaleçam as relações entre escola e sistema de ensino. A didática, do como ensinar, está sendo tratada no texto do ponto de vista da relação sociedade-educação. Segundo ela, a interação na sala de aula, do professor e o aluno, para a transmissão-assimilação de um saber científico, não é neutra. Isso porque uma forma de ensinar, além da planejada para transmitir um saber direto ou indiretamente utilizando recursos e procedimentos, e além da atividade do aluno de descobrir e reproduzir um novo saber é uma forma de educação especifica do homem, ele se desenvolve e se adapta para a sociedade. Segundo a relação de que a pratica pedagógica evidencia o caráter social individual da educação

escolar, a escola destaca apenas o caráter individual social, ficando voltada apenas ao desenvolvimento e preparação do aluno segundo as condições e necessidades predominantes na realidade.

Sociedade e teorias de ensino O objetivo da “didática” (o “como ensinar”) será aqui analisado e compreendido não apenas do ponto de vista técnico e operacional de um movimento que organiza o ensino para educar e adaptar o homem a uma sociedade, mas como forma de organizar, desenvolver e avaliar uma pratica social especifica, a escola é determinada por condições, necessidades e interesses predominantes na pratica social mais ampla que a instituiu. O pensamento pedagógico de Comênio tratava-se da arte universal de ensinar tudo a todos. Com isso, ao enfatizar o processo do ato de ensinar, expressou as novas condições e necessidades da educação resultantes das transformações que estavam atingindo o mundo naquele momento. 1- O mundo humano, como transformação da natureza para produzir a sobrevivência material da humanidade, é produto de um processo social de trabalho no qual o homem é o agente, processo-produto. 3- O terceiro pressuposto é a compreensão do estado como superestrutura, produto (jurídico, político e ideológico) de relações materiais de trabalho que os homens estabelecem entre si.

A relação conteúdo-forma do ato de ensinar A finalidade da escola será vivenciada na forma de ensinar e de transmitir ao aluno uma visão teórico-prática de mundo, isto é, uma determinada forma de pensar e agir. Assim compreendida, a forma de ensinar (Didática) deixa de desempenhar apenas a função de organizar os elementos que estão envolvidos na relação pedagógica. Pois, se analisada do ponto de vista de seu conteúdo implícito, ela expressa as condições e as necessidades predominantes na sociedade e pode contribuir para desenvolver no aluno uma visão critica de mundo. Neste sentido:

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''A Didática pode contribuir para desenvolver uma compreensão critica da arte de ensinar na medida em que for trabalhada do ponto de vista da relação conteúdo-forma''.

PRINCIPIOS PARA UMA TABUA DE OBJETIVOS COM INTENÇOES

EMANCIPATÓRIAS Comenio e sua ‘’Didáctica Magna’’. Revolucionando assim o ‘’como ensinar’’: 1 – “As instituições da ‘sociedade civil”, estando adequadas a uma base econômica, produzem uma forma de estabelecer relações teórico-práticas com esta realidade, isto é, uma forma especifica de compreender e desenvolver sua pratica, a partir das condições e necessidades predominantes. 2- A estrutura da sociedade está fundamentada historicamente em relações sociais de trabalho que dividem os homens em classes sociais opostas, conforme a participação de cada grupo ou classe como proprietário ou mão-de-obra da produção, e considera: 1 - A unidade da ciência e a pluralidade das culturas; 2 - As diversificações das formas de excelência; 3 - A multiplicação das chances; 4 - A unidade no e pelo pluralismo; 5 - A revisão periódica dos saberes ensinados; 6 - A unificação dos saberes transmitido; 7 - Uma educação continua e alternada; 8 - Uso das técnicas modernas de difusão; 9 - A abertura na e pela autonomia; A forma de ensinar não é, simplesmente, introduzida no interior da pratica escolar como resultado de uma opção individual que o professor organiza e desenvolve. Não é também mecânica e deduzida das condições e

necessidades predominantes na sociedade. Mas é determinada por uma pratica social mais ampla, uma forma especifica de ensino, determina a visão de mundo transmitida pelo conteúdo escolar (saber cientifico), por meios das ligações e articulações que são estabelecidas entre os elementos que a compõem (o professor, o aluno, os recursos e o saber) e a sociedade.

REVISITANDO OS OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO

Objetivos da educação e intenções educativas Os objetivos são as mudanças esperadas como consequência da ação educativa nas pessoas e grupo sociais, nas instituições dedicadas ao ensino e nas organizações de âmbito mais largo responsáveis por políticas educacionais. As intenções educativas, diz respeito à relação entre os agentes deflagradores do processo educativo e os objetivos formulados. A educação é o processo de inserção de pessoas no mundo cultural, com tríplice objetivo, a que correspondem três tipos de intenção, conforme o quadro seguinte. Marx (1818-1883) em sua análise da sociedade capitalista, leva em conta as relações existentes entre o estágio de desenvolvimento das forças produtivas e as formas de organização da sociedade, entre o desenvolvimento dos meios materiais de produção e o desenvolvimento histórico da sociedade. A escola então, como instituição da “sociedade civil”, desempenha sua finalidade especifica de difusão de determinada compreensão-explicação cientifica, metódica e sistematizada de mundo, através de uma forma de organização, desenvolvimento e avaliação do trabalho pedagógico. Como forma de expressão teórico-prática de determinada compreensão de mundo, a escola desenvolve a formação de um homem segundo a visão histórica, geográfica, linguística, matemática, etc. que transmite. A sociedade feudal, inicialmente estruturada por meio de um processo de produção bastante artesanal, doméstica e descentralizada, expandiu-se para o comercio e a produção de mercadorias. Novas instituições foram

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estruturadas, as antigas reorganizadas, e o comercio ultrapassou os limites locais para o regional e até o internacional. Assim por volta do século XV, a relação comercial de produção transformou significativamente a vida do homem. Segundo Comênio, a educação do homem deverá ser realizada através de uma “Didáctica Magna” que, buscando a ordem perfeita da natureza, visa “ensinar e aprender para que seja impossível não obter bons resultados”. Significando a “arte de ensinar”, a didática passa à história possuindo como seu objeto o “como ensinar”.

PROCESSO EDUCATIVO

INTENÇÕES EDUCATIVAS OBJETIVOS EDUCACIONAIS

Didática e Sociedade: O conteúdo implícito do

ato de ensinar E, partindo desta visão que compreende a história e o mundo humano como resultado de relações dinâmicas entre a produção material e a produção intelectual, é que se pretende aqui compreender o significado teórico e prático do pensamento de Comênio, em seu propósito de definir um ‘’Método universal de ensinar tudo a todos’’ Do ponto de vista da relação educação-sociedade, a didática não pode possuir como conteúdo apenas o planejamento, o desenvolvimento e a avaliação do “como ensinar”.

A partir da compreensão destas relações, a forma de ensinar será aqui, fundamentada nos seguintes pressupostos:

Ainda adequada ao enfoque de Comênio,

hoje no interior do conhecimento produzido sobre didática, há uma tendência em compreendê-la como “arte, ciência, disciplina ou ainda metodologia” (Alvite 1981, p.21). Considera-se, ainda, que sua temática central é “guiar, dirigir ou instrumentalizar o processo ensino-aprendizagem em que estão envolvidos alunos e professor” (idem,ibidem).

Compreender o “como ensinar” como

base nessa articulação supõe ampliar seu significado e a extensão de sua organização, de seu desenvolvimento e de sua avaliação. Em outras palavras, supõe compreender que a escola, para cumprir sua função pedagógica explicita de transmitir um saber cientifico sobre o mundo, organiza, desenvolve e avalia o ensino por meio de relações implícitas que são estabelecidas entre os elementos envolvidos: o professor, o aluno, o saber e os recursos.

Fonte:

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Didática: O

ensino e suas relações. 13 ed. São Paulo:

Papirus.

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LETRAMENTO: um tema em três

gêneros

SOARES, Magda.

1. Letramento - É uma nova perspectiva sobre a

prática social e escrita.

A palavra letramento proveio da palavra literacy

da língua inglesa. Literacy vem do latim que quer

dizer letra.

Literacy é o estado ou condição que assume

aquela que aprende a ler e a escrever. Está

subentendido que a escrita traz consequências

sociais, culturais, políticas, econômicas,

cognitivas e linguísticas.

2. Letramento é, pois, o resultado da ação de

ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado

ou a condição que adquire um grupo social ou

um indivíduo como consequência de ter-se

apropriado da escrita.

Habilidade de codificar e de decodificar o nome à

verificação da capacidade de usar a leitura e a

escrita para uma prática social.

3 Letramento

Nos países desenvolvidos o que interessa é a

avaliação do nível de letramento da população e

não o índice de alfabetização.

Um indivíduo pode não saber ler nem escrever,

isto é, ser analfabeto, mas ser de certa forma

letrado, pois uma última inferência que se pode

tirar do conceito de letramento é que um

indivíduo pode não saber ler e escrever, isto é,

ser analfabeto, mas ser, de certa forma, letrado

(atribuindo a este adjetivo sentido vinculado a

letramento).

Assim, um adulto pode ser analfabeto, porque

marginalizado social e economicamente, mas, se

vive em um meio em que a leitura e a escrita têm

presença forte, se se interessa em ouvir a leitura

de jornais feita por um alfabetizado, se recebe

cartas que outros leem para ele, se dita cartas

para que um alfabetizado as escreva (e é

significativo que, em geral, dita usando

vocabulário e estruturas próprios da língua

escrita), se pede a alguém que lhe leia avisos ou

indicações afixados em algum lugar, esse

analfabeto é, de certa forma, letrado, porque faz

uso da escrita, envolve-se em práticas sociais de

leitura e de escrita.

As formas de atividade humana que podem

desenvolver o aspecto cognitivo do homem,

como atividades políticas como a militância em

partidos políticos, movimentos da sociedade civil,

organizações e outras que podem relacionar-se a

transformações cognitivas.

Há, assim, uma diferença entre saber ler e

escrever, ser alfabetizado, e viver na condição ou

estado de quem sabe ler e escrever, ser letrado

(atribuindo a essa palavra o sentido que tem

literate em inglês). Ou seja: a pessoa que

aprende a ler e a escrever – que se torna

alfabetizada – e que passa a fazer uso da leitura

e da escrita, a envolver-se nas práticas sociais de

leitura e de escrita – que se torna letrada – é

diferente de uma pessoa que não sabe ler e

escrever – é analfabeta – ou, sabendo ler e

escrever, não faz uso da leitura e da escrita – é

alfabetizada, mas não é letrada, não vive no

estado ou condição de quem sabe lere escrever

e pratica a leitura e a escrita.

4 Letramento em texto didático: o que é

letramento e alfabetização

Analfabeto é aquele que não conhece o alfabeto,

que não sabe ler e nem escrever.

Analfabetismo é o modo de proceder como

analfabeto.

Alfabetizar é tornar o indivíduo capaz de ler e

escrever.

Alfabetização é a ação de alfabetizar, de tornar

alfabeto.

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115

5 Letramento em texto didático: o que é

letramento e alfabetização

Só recentemente passamos a enfrentar esta

nova realidade social em que não basta apenas

saber ler e escrever, é preciso também saber

fazer uso do ler e do escrever, saber responder

às exigências de leitura e de escrita que a

sociedade faz continuamente – daí o recente

surgimento do termo letramento (que, como já foi

dito, vem-se tornando de uso corrente, em

detrimento do termo alfabetismo).

Letramento é o resultado da ação de ensinar e

aprender as práticas sociais de leitura e de

escrita. É o estado ou a condição que adquire um

grupo social, ou um indivíduo, como

consequência de ter se apropriado da escrita e

de suas práticas sociais.

Um indivíduo alfabetizado não é

necessariamente um indivíduo letrado, pois ser

letrado implica em usar socialmente a leitura e a

escrita e responder as demandas sociais da

leitura e da escrita.

6 Letramento em texto didático: o que é

letramento e alfabetização

Faz-se necessário alfabetizar letrando, ou seja

ensinar a ler e a escrever no contexto das

práticas sociais da leitura e da escrita, de modo

que o indivíduo se torne, ao mesmo tempo,

alfabetizado e letrado.

Letramento envolve leitura. Ler é um conjunto de

habilidades, de comportamentos e

conhecimentos. Escrever, também é um conjunto

de habilidades e de comportamentos, de

conhecimentos que compõem o processo de

produção do conhecimento.

7 Letramento em ensaio – Letramento: como

definir, como avaliar, como medir.

À medida que o analfabetismo vai sendo

superado, que um número cada vez maior de

pessoas aprende a ler e a escrever, e à medida

que, concomitantemente, a sociedade vai se

tornando cada vez mais centrada na escrita

(cada vez mais grafocêntrica), um novo

fenômeno se evidencia: não basta apenas

aprender a ler e a escrever. As pessoas se

alfabetizam, aprendem a ler e a escrever, mas

não necessariamente incorporam a prática da

leitura e da escrita, não necessariamente

adquirem competência para usar a leitura e a

escrita, para envolver-se com as práticas sociais

de escrita: não leem livros, jornais, revistas, não

sabem redigir um ofício, um requerimento, uma

declaração, não sabem preencher um formulário,

sentem dificuldade para escrever um simples

telegrama, uma carta, não conseguem encontrar

informações num catálogo telefônico, num

contrato de trabalho, numa conta de luz, numa

bula de remédio…

Como poderemos buscar índices de níveis de

domínio da habilidade de leitura e escrita e dos

seus usos em práticas sociais?

O letramento possui duas dimensões que são no

mínimo paradoxais, quais sejam a dimensão

individual e a dimensão social.

Dimensão Individual: O letramento é visto no

âmbito pessoal.

Dimensão Social: O letramento é visto como um

fenômeno cultural

8 Leitura

Perceber que está se propondo a definir

precisamente o letramento, tendo em vista as

suas dimensões sociais e individuais, sem perder

de vista as diferenças socioculturais do indivíduo.

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Leitura: entende-se que ultrapassa a

decodificação de letras. Implica em diversas

habilidades cognitivas e metacognitivas, tais

como captar significados, interpretar sequência

de idéias ou de eventos, analogias,

comparações, linguagem figurada, relações

complexas, análogas e ainda, a habilidade de

fazer previsões iniciais sobre o sentido do texto,

entre tantas outras habilidades

9 Escrita

Na dimensão individual de letramento, entende-

se um conjunto de habilidades linguísticas e

psicológicas, como a habilidade de registrar

unidades de som até a capacidade de transmitir

ideias ao leitor pretendido. É um processo de

expressar idéias e organizar pensamentos em

linguagem escrita.

10 Letramento funcional

Define-se como sendo os conhecimentos e

habilidades de leitura e de escritura que tornam

uma pessoa capaz de engajar-se em todas

aquelas atividades nas quais o letramento é

normalmente exigido em seu contexto social.

Letramento é responsável por produzir resultados

no desenvolvimento cognitivo e econômico,

mobilidade social, progresso funcional e

cidadania.

11 Modelos de Letramento

Soares propõe modelos autônomos e ideológicos

de letramento.

O modelo autônomo considera como o uso de

habilidades da leitura e da escrita para entender

as exigências sociais. O indivíduo deve se

adaptar à sociedade. O tipo de habilidade,

depende da prática social em que o indivíduo se

engaja.

O modelo ideológico de letramento concebe as

formas que as práticas de leitura e escritura

assumem em determinados contextos sociais,

bem como formam estruturas de poder em uma

sociedade.

12 É possível uma definição?

Os padrões de letramento definidos pelas

escolas variam de acordo com o nível social e

econômico do aluno.

As escolas têm sérias dificuldades de ousarem

para avaliar de uma maneira inovadora, a escola

continua avaliando de forma fragmentada. O

letramento é concebido de maneira incompleta e

discriminatória.

Vale ressaltar que a questão da medição do

letramento não foi suficiente esclarecida e

desenvolvida no trabalho.

13 Os levantamentos censitários coletam dados

de letramento através de dois processos. O

primeiro é a auto avaliação, ou seja, o próprio

informante responde se é alfabetizado ou letrado,

ou se é analfabeto ou iletrado. O segundo é a

obtenção de informação sobre a conclusão, ou

não, pelo informante de uma determinada série

escolar, ou seja, a obtenção de dado sobre a

escolarização formal.

14 No processo de auto avaliação a classificação

de um indivíduo como alfabetizado ou analfabeto,

letrado ou iletrado baseia-se não apenas na

avaliação que o informante faz de suas

habilidades de letramento, mas também na

estimativa que faz de suas habilidades de

letramento, mas também na estimativa que faz

das habilidades dos outros moradores.

O processo de conclusão de série escolar

evidencia que o letramento é questionável.

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15 Levantamentos por amostragem tem como

objetivo avaliar e medir níveis de letramento e

não apenas o nível básico de saber ler e

escrever.

O letramento é uma variável contínua e não

discreta ou dicotômica, refere-se a uma

multiplicidade de habilidades de leitura e de

escrita, que devem ser aplicadas a uma ampla

variedade de materiais de leitura e de escrita e

compreende diferentes práticas que dependem

da natureza, estrutura e aspirações de

determinada sociedade.

Índices de letramento podem ser utilizados para

avaliar e interpretar mudanças de seus níveis

através dos tempos, com base nos dados de uma

série cronológica de levantamento.

Extraído de:

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três

gêneros. 4 ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora,

2010.

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118

APRENDER A LER E A ESCREVER:

uma proposta construtivista

TEBEROSKY, Ana, COLOMER, Teresa.

Capítulo 1 - A Língua Escrita

Observando o percurso histórico do surgimento

da escrita e de suas variadas representações, é

possível verificar que a existência desta permitiu

o registro da memória coletiva, e uma

comunicação maior entre as pessoas, pois as

mensagens não dependiam mais da presença

física dos interlocutores. Na época posterior a

industrialização a concepção de alfabetização é

revista a partir das mudanças sociais (até então a

alfabetização estava ligada ao ócio e ao âmbito

social). Essa demanda social tornou a

escolarização obrigatória.

Em nossa sociedade, no decorrer do século XX a

língua escrita (alfabetização) se torna tecnologia

fundamental, como pré-requisito para qualquer

progresso, potencialização dos conhecimentos e

acesso aos diferentes usos da mesma.

Estudos realizados concebem a língua como

código oral e código escrito. O processo de

produção ou reprodução da língua escrita é

diferente do uso oral porque implica uma relação

entre pensamento e linguagem diferente. A

língua escrita permite fixar o discurso oral e

convertê-lo em objeto de análise. “A língua

escrita seria, em suma, o meio mais eficiente

para que um indivíduo chegue a dominar as

máximas potencialidades de abstração da

linguagem, independentemente de os discursos

construídos por ele serem, ao final, orais ou

escritos”.

Entende-se a aprendizagem da língua escrita

como um domínio linguístico progressivo - não

meramente do código gráfico -, nas situações e

para as funções que cumpre socialmente.

No texto “Aprendices em el domínio de la lengua

escrita”, Wells (1987) trabalha o domínio da

escrita a partir de quatro níveis coexistentes:

Epistêmico

Instrumental

Funcional

Executivo

Cada nível representa:

O nível executivo insiste na posse do código

como tal; diz respeito ao domínio da língua para

traduzir a mensagem do código escrito.

No nível funcional inclui-se saber como a língua

escrita varia segundo o contexto; refere-se a

utilizar os conhecimentos para enfrentar

exigências cotidianas como ler jornal ou seguir

instruções.

No nível instrumental usa-se tanto o código

quanto a forma textual e reside na possibilidade

de buscar e registrar informações escritas.

No nível epistêmico usa-se a língua escrita

como meio de atuação e transformação sobre o

conhecimento: refere-se ao interpretar e avaliar.

Capítulo 2 - O que é ler?

Tradicionalmente pode-se considerar a definição

de ler como a capacidade de entender um texto

escrito pode parecer simplista, mas não é.

As práticas escolares comumente trazem

atividades que partem de pequenos fragmentos

de textos, palavras soltas ou letras isoladas para

o ensino da leitura. Essa situação revela uma

concepção e um desconhecimento: porque ler é

um ato de raciocínio.

Através da percepção, da memória de curto e

longo prazo (esta segunda que armazena as

informações e conhecimentos que temos do

mundo) e dos esquemas de conhecimento que

as pessoas formam ao longo da vida, a

compreensão e a interpretação das informações

se tornam possíveis através da leitura. Ler

consiste em processar as informações visuais de

um texto e as informações não-visuais

conhecimentos do leitor. A partir das informações

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119

do texto o leitor formula hipóteses, antecipa

significados, faz inferências e, no decorrer da

leitura, verifica se suas hipóteses iniciais estavam

corretas.

Frank Smith - e outros autores - revela que ao

explorar um texto através da leitura, o leitor: não

precisa oralizar o texto para compreendê-lo;

desloca os olhos em saltos percebendo

fragmentos do texto - não lemos letra por letra - e

percebe globalmente um conjunto de elementos

gráficos.

Seguindo esses propósitos alguns cuidados

devem ser tomados no trabalho com a

compreensão leitora: a organização de atividades

com propósitos claros: ler com a finalidade de

obter informação ou ler por prazer, ou ainda, para

aprender; e os conhecimentos trazidos pelo leitor

(prévios) - sobre o texto escrito (conhecimentos

paralinguísticos, das relações grafofônicas,

morfológicos, sintáticos, semânticos e textuais) e

sobre o mundo. Quanto maior o conhecimento do

leitor, mais fácil será sua compreensão do texto.

Capítulo 3 - O Ensino e a Aprendizagem da

Leitura

De acordo com as concepções que as escolas

apresentam do que é ler, é que se configuram o

ensino e a aprendizagem da leitura.

Para compreender melhor essa configuração,

vamos retomar um pouco da história: Numa

concepção tradicional acreditava-se que ler

significava realizar correspondência entre os

fonemas e os signos, dos mais simples para os

mais complexos. A aprendizagem da leitura se

dava através da leitura em voz alta.

A partir da década de 50 a leitura “passa a ser

considerada como um processo psicológico

específico, formado pela integração de um

conjunto determinado de habilidades e que pode

desenvolver-se a partir de um certo grau de

maturação de cada uma delas”. Essa concepção

trabalha com pré-leitura ou maturação leitora na

escola.

Com estudos mais recentes e avanços realizados

a leitura “deixou de ser considerada como um

processo psicológico específico para incluir-se

entre os processos gerais de representação

humana da realidade e adotou a perspectiva

teórica de um modelo psicolinguístico-cognitivo”.

Considerando essa concepção, a leitura passa a

ter outra significação e o modo de ensiná-la

também muda. O ensino: considera e parte dos

conhecimentos dos alunos sobre as funções da

leitura; permite a comunicação com função real

(sendo significativa) trabalha a relação com a

língua escrita e seu uso funcional; fomenta a

consciência metalinguística; utiliza textos de

circulação social, concebidos para leitura, e não

textos escolares, o que permite maior significado

para os alunos; permite experiências com textos

variados para aprender suas características

diferenciais; trabalha a leitura sem oralização, a

não ser que haja uma função específica

(comunicar algo a alguém), diferentemente de

como era trabalhado tradicionalmente;

Da mesma forma, deve ser trabalhada nas

escolas, a compreensão leitora. Algumas

pesquisas mostram que essa compreensão é

pouco trabalhada apesar dos alunos lerem com

frequência. Pode-se apontar, como uma das

causas dessa realidade, a utilização da leitura - e

compreensão - sem propósito real.

A concepção utilizada atualmente considera a

aprendizagem significativa. Nessa perspectiva,

atividades orientadas a aprender a ler ajudam os

alunos na compreensão do texto. Podem ser

propostas: resumir e sublinhar as idéias

principais; ler e construir diagramas e esquemas;

o professor oferecer modelos de compreensão;

organizar atividades onde o texto apresente erros

de diferentes níveis para que os alunos apontem

as incoerências; empregar a discussão coletiva

(com intervenções do professor); auxiliar os

alunos a reterem informações a partir de

estratégias como antecipar, reler, repassar, etc.

organizar produções de texto como recurso para

a compreensão.

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120

Capítulo 4 - O Planejamento da Leitura na

Escola

Esse capítulo vai falar um pouco sobre o ensino

da leitura nas últimas séries do ensino

fundamental.

Acredita-se que a aprendizagem da leitura se

estende por toda a escolaridade, não somente no

ensino fundamental, mas também por todo o

ensino médio.

Estudos mais recentes e a apreensão dos

processos de leitura e compreensão apontam a

necessidade de que o ensino da leitura tenha

sentido de prática social e cultural, onde os

alunos possam ampliar seus conhecimentos

comunicativos reais.

Trataremos de duas situações de leitura:

1. a primeira que trata das tarefas escolares: a

utilização da pedagogia de projeto pode ser uma

boa opção pois tira o professor do centro e faz

com que os alunos assumam papéis importantes.

2. uma segunda que trata da leitura literária: pois

destina-se a “apreciar o ato de expressão do

autor, a desenvolver o imaginário pessoal a partir

dessa apreciação e a permitir o reencontro da

pessoa consigo mesma em sua interpretação”.

2.Na escola existem espaços que podem e

devem tornar-se um contexto real de leitura, pois

educa a autonomia dos caminhos de acesso à

informação - a biblioteca escolar, por exemplo.

Nesse sentido, algumas ações são importantes: o

conhecimento dos materiais disponíveis na

biblioteca, exposição do acervo, a hora do conto,

a prática de leitura para criação desse hábito,

entre outras. Essencial é propagar sua existência

de forma a chamar os alunos e outras pessoas

para esse espaço, onde possam criar uma

bagagem leitora através de diversos meios.

Essa medida, de ampliar o repertório, clama por

outras:

1. Relacionadas a compreensão do texto: leitura

e interpretação conjunta de textos que ainda

apresentam dificuldade; ler obras completas,

dividindo-a em partes e realizando: análise de

capítulos, reconstrução da época, antecipação de

informações, descrições, comparações, retomada

do conflito e verificação das hipóteses iniciais;

leitura de textos mais breves com focalização de

aspectos a serem trabalhados relacionar o texto

com os conhecimentos dos alunos; comentar

diferentes textos de diferentes áreas do

conhecimento; leitura e comentário de um texto

para sua compreensão; utilizar quadros,

esquemas e comparações para ajudar na

representação mental da ordenação de

informações;

2. Relacionadas a compreensão da estrutura

significativa dos textos: organizar gráficos,

esquemas ou quadrinhos para representar o

texto; produzir sínteses; ler notícias e dar-lhes

títulos, explicando suas escolhas; produzir e

comparar resumos;

3. Relacionadas “a exercitar as habilidades

envolvidas no processo de leitura”: explicitar o

que sabe sobre um tema; buscar uma informação

determinada no texto (jornal, dicionário ou lista

telefônica); consultar anúncios ou sessões do

cinema; buscar uma informação na enciclopédia;

realizar exercícios de antecipação através da

ativação dos conhecimentos prévios dos alunos;

continuar a escrita de textos (narrativos, histórias

em quadrinhos, etc); construir textos em cadeia

(onde cada aluno produz uma parte); continuar a

escrita de textos informativos; continuar a escrita

de notícias; recompor textos (cortados

previamente pelo professor); recompor textos de

acordo com sua sequência temporal (três notícias

de três dia diferentes, por exemplo); antecipar o

conteúdo do texto a partir de indícios gráficos e

tipográficos; preencher espaços vazios de um

texto; brincar de jogo da forca; O que ajuda muito

no desenvolvimento das habilidades leitora e

escritora são os exercícios de levantamento e

emissão de hipóteses e inferências. Utilizar as

atividades trazidas nos “passatempos”

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MATERIAL ELABORADO PELA PROFESSORA MARI TUMELERO – USO EXCLUSIVO DE ALUNOS PRESENCIAIS E AMBIENTE VIRTUAL

121

(comumente encontrados em banca de jornais,

em livros próprios, revistas ou gibis) também é

um importante exercício para os alunos.

Capítulo 5 - A Avaliação da Leitura

Ao retomar o que já foi discutido nesse livro

percebe-se que não é mais possível utilizar uma

avaliação nos moldes tradicionais. Ela precisa ser

formativa: informa os alunos sobre seus

progressos e avanços (por isso eles devem saber

o tempo todo o que está sendo observado e que

resultado obtiveram), e serve como instrumento

para o professor ajustar seu planejamento e

métodos de ensino (uma reflexão para a ação). O

que comumente vê-se nas escolas é a não

clareza do que avaliar e como avaliar. Dessa

forma as avaliações não põem em jogo todos os

conhecimentos construídos pelos alunos e nem

avaliam todos os aspectos apresentados nos

outros capítulos.

A proposta de Alexandre Gali é que referencia as

avaliações nas escolas catalãs. Ele se baseia na

necessidade de separar “os diversos

componentes do ato de leitura suscetíveis de

serem avaliados de forma diferenciada e

distingue cinco: perfeição mecânica, expressão,

rapidez, compreensão das palavras e

compreensão total”. Dos cinco componentes

apresentados considera que os três últimos

devam ser avaliados. Para ele, os testes de

avaliação devem ser claros e conhecidos dos

alunos (as provas devem estar integradas às

tarefas educativas), para que tenham que refletir

apenas sobre as combinações verbais e o jogo

de idéias presente.

O se tratar da avaliação, mesmo que não se

tenha claro qual seu objetivo principal, alguns

critérios devem ser respeitados - considerando a

nova concepção de leitura e escrita. P.H.

Johnson afirma que o objetivo da avaliação deve

ser “o grau de integração, inferência e coerência

com que o leitor integra a informação textual com

a anterior”.

Podemos considerar como critérios importantes

na avaliação:

1. Atitude emocional no momento da leitura;

2. Buscar informações em um determinado texto;

3. Solicitar que os alunos verbalizem suas idéias

em relação ao texto;

4. Verificar a velocidade da leitura e a leitura

silenciosa;

5. Explorar os conhecimentos prévios dos alunos

com questões relacionadas ao texto;

6. Solicitar que realizem sínteses, dêm títulos a

textos;

7. Solicitar que apontem em um texto seus erros

e incoerências (previamente preparado pelo

professor);

O enfoque principal da avaliação é para que

serve? Nesse sentido deve-se utilizá-la como

instrumento tanto para o professor quanto para o

aluno, na medida em que pode ir controlando

seus avanços e onde necessita maior atenção

para melhorar.

Page 521: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

122

PLANEJAMENTO PROJETO DE ENSINO -

APRENDIZAGEM E PROJETO POLÍTICO

PEDAGÓGICO

Celso dos S. Vasconcellos

PLANEJAMENTO EM QUESTÃO

O PLANEJAMENTO COMO MÉTHODOS DA

PRÁXIS PEDAGÓGICA

Re-significando a Prática do Planejamento

NECESSIDADE DO PLANEJAMENTO

Pressuposto Fundamental do Planejar:

Necessidade de Mudar

O planejamento só tem sentido se o sujeito se

coloca numa perspectiva de mudança

O Educador como Sujeito de Transformação

Para resgatar o lugar do planejamento na prática

escolar, há um elemento fulcral que é o professor

se colocar como sujeito do processo educativo.

Quem age por condicionamento não carece de

planejamento, pois aleguem já planejou por ele;

seres alienados ‘ não precisam’ planejar! Muito

sinteticamente podemos dizer que o indivíduo está

na condição de sujeito de transformação quando a

uma prática, quando em relação a ela há um

querer (estar resolvido a fazer alguma coisa) e um

poder (capacidade de realizar algo).

O Planejamento como Necessidade do

Educador

Os autores mais progressistas, ao abordarem a

problemática, lembram que, antes de ser uma

mera questão técnica o planejamento é uma

questão política, na medida em que envolvem

posicionamentos, opções, jogos de poder,

compromisso com a reprodução ou com a

transformação, etc. Isto é um avanço, mas ainda

não dá conta da sua significação. Para ter sentido,

o enfoque do planejamento, com efeito, necessita

deste deslocamento.

Da Necessidade de Planejar

Por que o planejamento é necessário? A

reprodução, o ensino desprovido de sentido, pode

existir sem planejamento, toda via a recíproca não

é verdadeira: se desejamos uma educação

democrática, temos que ter um projeto bem

definido nesta direção.

(...) para estabelecer outra ordem nas coisas, há

necessidade de uma ação numa determinada

direção, pois não é uma ação qualquer que nos

levará ao que desejamos.

Planejamento x Plano

Planejamento é o processo contínuo e dinâmico

de reflexão tomada de decisão, colocada em

prática e acompanhamento.

O planejamento enquanto processo envolve, pois,

dois grandes subprocessos:

Elaboração

Realização Interativa

PROJETO DE ENSINO – APRENDIZAGEM

NÍVEIS DE PLANEJAMENTO

Na educação escolar, podemos realizar

planejamento em diferentes níveis de

abrangência:

Planejamento do Sistema de Educação

É o de maior abrangência, correspondendo ao

planejamento que é feito e nível nacional, estadual

ou municipal.

Incorpora e reflete as grandes políticas

educacionais. Enfrenta os problemas de

atendimento á demanda, alocação e

gerenciamento de recursos, etc.

Planejamento da Escola

Trata-se do que chamamos de Projeto Político-

Pedagógico (ou Projeto Educativo), sendo o plano

integral da instituição. Compõe-se de Marco

Referencial, Diagnóstico e Programação. Envolve

tanto a dimensão pedagógica, quanto à

comunitária e a administrativa da escola. Mas a

frente no dedicaremos ao seu estudo. (4º Parte).

Page 522: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

123

Planejamento Curricular

É a proposta geral das experiências de

aprendizagem que serão oferecidas pala escola,

incorporada nos diversos componentes

curriculares. Dá a espinha dorsal da escola, desde

as séries iniciais até ás terminais.

Projeto de Ensino-Aprendizagem

É planejamento mais próximo da prática do

professor e da sala de aula. Diz respeito mais

estritamente ao aspecto didático. Pode ser

subdividido em Projeto de Curso e Plano de Aula.

Projeto de trabalho

É o planejamento da ação educativa baseado no

trabalho por projeto: são projetos de

aprendizagem desenvolvidos na escola por um

determinado período, geralmente de caráter

interdisciplinar. Trata-se, muitas vezes, mais de

uma metodologia de trabalho que incorpora a

concepção do projeto.

Plano Setorial

É o plano dos níveis intermediários (cursos,

departamentos, áreas) ou dos serviços no interior

da escola (direção, coordenação/supervisão,

orientação, secretária, etc.). Este plano, em

termos institucionais, é equivalente ao projeto de

ensino-aprendizagem, devendo, portanto, estar

também ao Projeto Educativo da escola.

Estrutura do Projeto de Ensino-

Aprendizagem

1- Sobre o Conceito de Projeto de Ensino-

Aprendizagem

Enquanto o Projeto Político-Pedagógico diz

respeito ao plano global da instituição, o Projeto de

Ensino Aprendizagem corresponde ao plano

didático.

2- PROJETO CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO,

CURRÍCULO E CONHECIMENTO.

O projeto de Ensino-Aprendizagem está atrelado

a uma concepção de educação, que, por sua vez,

está relacionada ás concepções de conhecimento

e de currículo.

2.1 Educações Escolares

Pensar no Projeto de Ensino é enfrentar algumas

questões básicas, que definem o próprio campo

de atuação escolar? Qual o papel escola?

Naturalmente, se estas reflexões já foram feitas

por conta da elaboração no

Projeto Educativo, basta retomá-la; todavia, no

caso da escola não ter seu Projeto, é fundamental

que o educador busque, pelo menos para si e para

seu grupo de trabalho, este posicionamento, a fim

de ter critérios de decisão sobre o tipo de

planejamento que vai se assumir.

2.2 Currículo e Conhecimento

A prática do planejamento dependerá também da

concepção de currículo que se tem, tendo em vista

as implicações bem concretas em termos de

organização do trabalho pedagógico.

O currículo não pode ser pensado apenas como

um rol de conteúdos a serem transmitidos para um

sujeito passivo.

Temos que levar em conta que as atitudes, as

habilidades mentais, por exemplo, também fazem

parte dele.

Neste sentido, o currículo que nos interessa é

aquele em que o educando tem oportunidade de

entrar no movimento do conceito.

Relações Conhecimentos-Realidade

a) Tendências Não-Dialéticas

Nessas tendências está rompido o vínculo

dialético entre o conhecimento e a realidade, no

sentido de que a realidade seja referência do

conhecimento e este, por sua vez, vise à

transformação dessa realidade.

“Academicismo”

É uma das formas mais comuns de se organizar o

currículo da escola, o que significa dizer que o que

determina sua estruturação são os programas de

ensino, o rol de conteúdos programáticos

preestabelecidos e que devem ser

compreendidos.

“Basismo”

Page 523: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

124

É uma tendência que surgiu como reação á

primeira, fazendo uma simples negação (e não

superação), qual seja, aqui o que importa

absolutamente é a realidade e qualquer

elaboração teórica é vista como perda de tempo,

já que ‘a prática é a teoria dela mesma. O currículo

é organizado com base nas vivências, na

experiência imediata e não se vê necessidade do

recurso ao saber sistematizado.

b) Tendências Dialéticas

Nessa tendência busca-se o vínculo dialético entre

o conhecimento e a realidade, havendo, n entanto,

diferença entre elas em relação ao ponto de

partida.

“Da realidade ao conhecimento”

É a tendência que, nesta vinculação, privilegia a

realidade como ponto de partida, ou seja, a partir

de sua análise, da percepção de seus problemas

e contradições, é que se vai organizar o currículo,

a relação de temas que precisam ser discutidos,

para se elevar o nível de consciência,

possibilitando a compreensão e a intervenção.

Deve ficar claro que existe sim o rigor, a

valorização do saber sistematizado, o

planejamento, a proposta de conteúdos, etc. O

que difere é seu processo de gênese.

“Do conhecimento à realidade”

É a tendência que, nesta vinculação, privilegia o

conhecimento como ponto de partida, ou seja, vai

se organizar o currículo tendo como referência os

conhecimentos acumulados pela humanidade, no

seu processo de enfrentamento da realidade.

Evidentemente, não se trata aqui de qualquer

conhecimento, mas daqueles considerados

fundamentais para se dar conta da compreensão

do real e da capacitação dos sujeitos para sua

alteração.

Partindo, então, desses conhecimentos, se faz um

percurso em direção ao contexto do aluno e da

comunidade, no sentido de buscar as mediações

significativas entre o conhecimento aa ser

desenvolvido e a realidade de trabalho.

Visão Geral do Projeto de Ensino-

Aprendizagem

O projeto de Ensino-Aprendizagem pode ser

subdividido basicamente, quanto ao nível de

abrangência, em Projeto de Curso e Plano de

Aula.

1- PROJETO DE CURSO

O Projeto de Curso é a sistematização da proposta

geral de trabalho do professor naquela

determinada disciplina ou área de estudo, numa

dada realidade. Pode ser anual ou semestral,

dependendo da modalidade em que a disciplina é

oferecida.

2- PLANO DE AULA

É a proposta de trabalho do professor para uma

determinada aula ou conjunto de aula (por isto

chama também de Plano de Unidade).

Corresponde ao nível de maior detalhamento e

objetividade do processo de planejamento

didático. É a orientação para o quefazer cotidiano.

3- TRABALHO DE PROJETO

Existem várias formas de se compreender e

realizar o trabalho de projeto. Na sua forma mais

radical, é construído pelos alunos, com a

supervisão do professor: “Usa as matérias, mas

não consiste em materiais, ou disciplinas feitas e

acabadas” (Kilpatrick, 1974: 85). O plano de

trabalho, portanto, é feito pelos próprios alunos, a

partir do roteiro gera apresentado pelo professor:

“O plano será resultado de um esforço de

cooperação e não algo imposto” (Dewey, 1979:

71).

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

1- CONCEITUALIZAÇÃO DE PROJETO

POLÍTICO-PEDAGÓGICO

O Projeto Político-Pedagógico (ou Projeto

Educativo) é o plano global da instituição. Pode

ser entendido como a sistematização, nunca

definitiva, de um processo de Planejamento

Participativo, que se aperfeiçoa se concretiza na

caminhada, que define claramente o tipo de ação

educativa que se quer realizar. É um instrumento

teórico-metodológico para a intervenção e

mudança da realidade. É um elemento de

organização e integração da atividade prática da

instituição neste processo de transformação.

Page 524: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

125

Partes do Projeto Político-Pedagógico

Marco Referencial

Diagnóstico

Programação

O que queremos alcançar?

O que falta para ser o

que desejamos

?

O que faremos

concretamente para suprir tal

falta?

É a busca de um posicionamento

Político: visão do ideal de sociedade e de homem;

Pedagógico: definição sobre a ação educativa e sobre as características que deve ter a instituição que planeja.

É a busca das

necessidades, a partir da análise

da realidade e/ou do

juízo sobre a realidade

da instituição

(comparação com

aquilo que desejamos que seja).

É a proposta de ação. O

que é necessário e

possível para diminuir a distância entre o que

vem sendo a instituição e

o que deveria ser.

2- RELEVÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO-

PEDAGÓGICO

Houve um tempo em que parecia óbvia a

necessidade e a finalidade da escola. No entanto,

especialmente a partir da década de setenta, com

toda a crítica da sociedade francesa, a escola

descobre-se como palco de conflitos e

contradições sociais. Desde então, a explicitação

de seu projeto, do dizer q que veio, vai se tornando

cada vez mais importante.

a) Rigor e Participação

Rigor (Qualidade formal)

É uma maneira de se enfrentar o processo de

alienação, exigindo que as ações sejam

intencionais (desligar o ‘piloto automático’).

Participação (qualidade política)

b) A Ética do Projeto

Dado nível de senso comum que existe hoje,

termos de novas concepções pedagógicas,

dificilmente um Projeto expressará uma proposta

reacionária conservadora. Nestes casos, a

estratégia dos dirigentes que, com efeito, não

querem a mudança parece ser a seguinte: deixa o

povo falar o que quiser; nós escrevemos em

termos bem genéricos (‘belas palavras’), de forma

que não tenha força de cobrança das

transformações’,

c) A Autonomia em Questão

Temos afirmado, no decorrer deste trabalho, que

o Projeto Político-Pedagógico é um caminho de

consolidação da autonomia da escola.

d) Projeto x Regimento

É preciso que fique clara a distinção entre o

Projeto Político-Pedagógico da escola, com o

sentido que apontamos acima, e o regimento

Escolar, que é uma exigência legal para o

funcionamento da escola (duração dos níveis de

ensino, critérios de organização – séries anuais,

períodos semestrais, ciclos, grupos não-seriados,

etc. -, classificação de alunos, verificação do

rendimento escolar, frequência, currículos, etc.).

De acordo com a legislação em vigor, a

elaboração de ambos e de competência da escola.

O que se espera é que o regimento possa ser feito

a partir do Projeto, qual seja, ter os parâmetros e

princípios do Projeto como referência para o

detalhamento administrativo e jurídico (o que nem

sempre é possível, pelo menos no todo, em função

de diretrizes e normas exteriores à escola).

3- VISÃO GERAL DO PROCESSO

1- O QUE É O MARCO REFERENCIAL

O Marco Referencial é a tomada de posição da

instituição que planeja em relação à sua

identidade, visão de mundo, utopia, valores,

objetivos, compromissos. Expressa o ‘rumo’, o

horizonte, a direção que a instituição escolheu,

fundamentado em elementos teóricos da filosofia,

das ciências, da fé. Implica, portanto, opções e

fundamentação.

Tem como função maior tencionar a realidade no

sentido da sua superação/ transformação e, em

termos metodológicos, fornecer parâmetros,

Page 525: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

126

critérios para a realização do Diagnóstico. O

Marco Referencial é composto de três grandes

partes:

Marco Situacional (onde estamos, como

vemos a realidade)

Marco Filosófico ou Doutrinal (para onde

queremos ir)

Marco Operativo (que horizonte

queremos para nossa ação)

2- PARTES DO MARCO REFERENCIAL

2.1. Marcos Situacional

O Marco Situacional é um olhar do grupo que

planeja sobre a realidade em geral: como a vê,

quais seus traços mais marcantes, os sinais de

vida e de morte. É, portanto o momento da análise

de realidade mais ampla na qual a instituição está

inserida.

2.2. Marco Filosófico

O Marco Filosófico (ou Doutrinal) corresponde à

direção, ao horizonte maior, ao ideal geral da

instituição (realidade global desejada). É a

proposta de sociedade, pessoa e educação que o

grupo assume. Aqui são expressas as grandes

opções do grupo (utopia fim).

2.3. Marco Operativo expressa o ideal especifico

da instituição. É a proposta dos critérios de ação

para os diversos aspectos relevantes da

instituição, tendo em vista aquilo que queremos ou

devemos ser (utopia meio).

Entendemos que o Marco Operativo diz respeito a

três grandes dimensões do trabalho escolar, a

saber:

Dimensão Pedagógica

Dimensão Comunitária

Dimensão Administrativa

Diagnóstico

1- O QUE É O DIAGNÓSTICO

Diagnóstico aqui está sendo entendido não num

sentido difundido no senso comum educacional

como ‘levantamento de dificuldades ou de dados

da instituição, a partida análise da realidade e/ou

do confronto com um parâmetro aceito válido.

O Diagnóstico é a parte de um plano que profere

um juízo sobre a instituição planejada em todos ou

em alguns aspectos tratados no Marco Operativo

(que descreveu o modo ideal de se organizar, de

agir da instituição), juízo este realizado com

critérios retirados do mesmo Marco Operatório e,

sobretudo, do Marco Doutrinal.

(...) O diagnóstico é o resultado da comparação

entre o que se traçou como ponto de chegada

(Marco Referencial) e a descrição da realidade da

instituição como ela se apresenta. (Gandin, 1983:

29)

O Diagnóstico corresponde ás seguintes

tarefas:

Conhecer a Realidade

O conhecimento da realidade vai se dar pela

pesquisa (levantamento de dado da instituição) e

análise (estudo dos dados no sentido de captar os

problemas, os desafios, bem como os pontos de

apoio para o processo de mudança da realidade

institucional). A análise visa apreender o

movimento do real.

Julgar a Realidade

O julgamento se dá em função do referencial

assumido pelo coletivo. É o confronto entre o ideal

e o real, entre aquilo que desejamos (MO) e aquilo

que estamos sendo.

Localizar as Necessidades

Necessidades é aquilo que falta em cada aspecto

relevante analisando para que a escola possa ser

o que deseja.

A que distância estamos daquilo que buscamos?

O diagnóstico não é, portanto, simplesmente um

retrato de realidade ou um mero levantar

dificuldades; antes de tudo, é um olhar atento à

realidade para identificar as necessidades

radicais, e/ou o confronto entre a situação que

vivemos e a situação que desejamos viver para

chegar a essas necessidades. Embora a

descrição seja necessária, não é suficiente para

sua compreensão crítica.

Diagnosticar, portanto, é identificar os problemas

relevantes da realidade, ou seja, aqueles que

efetivamente precisam ser resolvidos para a

melhoria da qualidade de vida da comunidade em

questão.

Page 526: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

127

Apresentamos alguns fatores que podem

interferir na construção do Diagnóstico:

Falta de um instrumento adequado para

levantamento de dados (não se conseguir

obter os dados corretamente);

Falta de clareza de critérios para analisar

os dados;

Insegurança em dizer a verdade; medo de

revelar ou trazer à tona certas práticas da

escola (ex.: ‘adiantar aula’ quando outro

professor falta) e ficar marcado por

colegas;

Assustar-se com as críticas que surgirão.

Tomá-las como pessoais;

Falta de visão de totalidade (só conseguir

perceber os problemas mais próximos);

Fala de tempo para reflexão.

Programação

1- O QUE É A PROGRAMAÇÃO

A Programação é o conjunto de ações concretas

assumido pela instituição, naquele espaço de

tempo previsto no plano, que tem por objetivo

superar as necessidades identificadas.

A Programação, dentro de um plano, é uma

proposta de ação para diminuir a distância entre a

realidade da instituição que planeja e o que

estabelece o Marco Operativo. Dito de outra forma

é a proposta de ação para sanar (satisfazer) as

necessidades apresentadas pelo Diagnóstico.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

VASCONCELLOS, Celso dos S. Planejamento:

projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-

pedagógico. Editora Libertad. 24º Edição, São

Paulo.

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128

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM -

PRÁTICAS DE MUDANÇA: POR UMA

PRÁXIS TRANSFORMADORA.

O que está em pauta não é a mera existência

de um rol de sugestões ou opções de o que

fazer. O caminho para se chegar a uma

prática transformadora é bem mais

complexo: é a criação de um novo plano de

ação do sujeito, que é fruto tanto da

percepção de uma necessidade quanto da

clareza de uma finalidade (dialética

necessidade - finalidade - plano de ação). O

problema não é apenas “ter o que fazer”,

“saber” o que deve ser feito, e sim,

interiorizar, entrar no movimento conceitual e

no movimento histórico da atividade

educativa. Por isto enfatizamos a questão do

método de trabalho para o professor.

Para mudar a avaliação, precisamos,

obviamente, mudar seus elementos

constituintes (exemplo: conteúdo e forma).

Contudo, embora necessário, isto não é

suficiente, uma vez que a prática avaliativa

não depende apenas dela mesma.

Ora, no caso da avaliação, a partir do

trabalho de análise sobre o material empírico,

registrado dos discursos dos educadores e

da observação da prática, nestas duas

classes - Avaliação e Relações - emergem

seis grandes categorias:

- Avaliação: intencionalidade; forma;

conteúdo.

- Relações: prática pedagógica;

instituição; sistema.

Isto significa que a mudança da avaliação,

para ser efetiva, deverá estar atenta a estes

seis vetores; para se criar uma nova ecologia

avaliativa, um novo ambiente cultural no

campo da avaliação será preciso se dar

conta, em alguma medida, destas seis

dimensões.

1) AVALIAÇÃO COMO COMPROMISSO

COM A APRENDIZAGEM DE TODOS –

POR UMA NOVA INTENCIONALIDADE

A avaliação, para assumir o caráter

transformador, antes de tudo deve estar

comprometida com a aprendizagem da

totalidade dos alunos. Este é o seu sentido

mais radical, é o que justifica sua existência

no processo educativo. A observação mais

atenta aponta que as mudanças na avaliação

têm ocorrido, mas não no fundamental, que é

a postura de compromisso em superar as

dificuldades percebidas. A questão principal

não é a mudança de técnicas, mas é a

mudança de paradigma, posicionamento,

visão de mundo e valores.

Neste primeiro capítulo, estaremos refletindo

sobre esta mudança essencial no sentido da

avaliação, analisada do ponto de vista de sua

tradução em práticas concretas na escola. O

que estará em pauta aqui é a

intencionalidade que o professor atribui à

avaliação no seu cotidiano.

Muitas têm sido as tentativas de mudança da

avaliação. No entanto, muda-se, muda-se, e

não se consegue transformar a prática. Onde

estaria o núcleo do problema da avaliação?

- No seu conteúdo (abrangência?).

- Na sua forma (exigência quantitativa?).

- Na sua intencionalidade (finalidade,

objetivo?).

- Nas suas relações (com a metodologia,

com as condições de trabaIho, com o

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129

sistema de ensino, com a condição de vida

dos alunos?).

O acompanhamento de processes de

mudança da avaliação em escolas e redes

de ensino têm demonstrado o seguinte:

1. A mudança em outros aspectos da

avaliação (conteúdo, forma, relações) sem a

mudança na sua intencionalidade não tem

levado a alterações mais substanciais.

2. A mudança na intencionalidade da

avaliação, mesmo sem maiores mudanças

em outros aspectos num primeiro momento,

tem possibilitado avanços significativos do

trabalho.

A intencionalidade é o problema nuclear da

avaliação, portanto alguns cuidados devem

ser reforçados:

- não tomá-la como absoluta, definitiva.

- não reduzi-la a um campo por demais

particular ou especifico.

- não confundi-la com a realidade.

- não usá-la como refugio dos conflitos, para

encobrir as contradições da prática.

- não deixar de perceber seu enraizamento

na realidade.

A concretização de uma nova

intencionalidade é, a nosso ver, o maior

desafio contemporâneo da avaliação da

aprendizagem.

No processo de mudança, visamos à

incorporação da nova intencionalidade;

porém, não há como “garantir” em termos

absolutos, não há uma atividade que seja

intrinsecamente emancipatória; exige-se

atenção, espírito crítico, reflexão o tempo

todo. Contudo, a busca de sua tradução em

práticas concretas, coerentes com o

princípio, é imprescindível e ajuda o

enraizamento da nova concepção nos

sujeitos e, no limite, na própria instituição. É

preciso ousar, investigar, procurar caminhos

para assegurar a aprendizagem. Existem

soluções relativamente simples, que estão no

espaço da autonomia do professor e da

escola (abertura a novos possíveis!).

2) CONTEÚDO E FORMA DA AVALIAÇÃO

Conteúdo e forma são duas dimensões

essenciais na concretização da avaliação da

aprendizagem. O conteúdo da avaliação diz

respeito ao o que é tornado como objetivo de

análise. A forma refere-se ao “como“ esta

avaliação ocorre.

Falar do conteúdo da avaliação e, antes de

tudo, refletir sobre o campo sobre o qual irá

incidir. A avaliação pode se dar sobre

diferentes aspectos da realidade: indivíduo,

sala de aula, instituição de ensino, sistema

de ensino ou sociedade como um todo.

Dependendo do foco, teremos suas várias

modalidades: autoavaliação, avaliação do

processo de ensino-aprendizagem, avaliação

institucional, avaliação do sistema

educacional e avaliação do sistema social,

que se articulam intrinsecamente

Assim, temos dois aspectos essenciais na

elaboração da proposta de trabalho:

- O que o aluno precisa aprender (para

definir o que ensinar);

- Como o aluno conhece (para saber o que

ensinar).

A prática avaliativa, obviamente, se dará em

cima disto, enquanto processo e enquanto

produto:

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130

- O que se está ensinando, até que ponto

é relevante?

- Em que medida está se ensinando da

forma adequada?

A avaliação reflete aquilo que o professor

julga ser o fundamental, “o que vale”. - mais

ou menos consciente - Devemos atentar para

o possível descompasso entre o que se

pensa ser o mais importante e aquilo que

efetivamente está se solicitando nas

avaliações. A pergunta sobre o conteúdo da

avaliação, sobre o que deve ser avaliado,

resgata, pois, de imediato o questionamento:

o que vale a pena ensinar?

A forma de avaliar diz respeito ao “como”, a

maneira concreta com que a avaliação se

dará no cotidiano das instituições de ensino;

envolve os rituais, as rotinas, o

desdobramento das diretrizes e normas,

enfim, as maneiras de fazer e de expressar

os resultados da avaliação da aprendizagem.

Quando interrogamos os professores sobre o

como deve ser a avaliação, a perspectiva da

avaliação como processo costuma ser outra

representação das mais presentes e

enfatizadas. Entendemos que avaliação

processual, contínua, é essa atenção e

ocupação permanente do professor com a

apropriação efetiva do conhecimento por

parte do aluno, com a interação aluno-objeto

do conhecimento-realidade; é uma postura,

um compromisso durante todo o processo de

ensino-aprendizagem, e não o multiplicar

“provinhas” - embora não prescinda de

instrumentos e atividades variadas.

Nossa preocupação fundamental se centra

em relação à avaliação e à mudança de

postura, visando superar sua abominável

ênfase seletiva. Até que ponto o instrumento

influi? Entendemos que os instrumentos não

são neutros, embora tenham uma autonomia

relativa. É claro que o como avaliar, a

qualidade do instrumento também é

importante, pois a própria transformação da

postura do professor pode ficar

comprometida se ele se prender a

instrumentos e formas de avaliar tradicionais.

Ocorre que este como está ligado à

concepção (arraigada) de educação que o

professor/escola tem. Se não mudarem as

finalidades, de nada adiantara sofisticar o

instrumento. São, portanto, desafios que se

implicam: a mudança de postura em relação

às finalidades (da educação e da avaliação)

e a busca de mediações adequadas (de

ensinar e de avaliar).

O que vislumbramos é que os professores

tenham uma tecnologia educacional

incorporada, qual seja, que precisem cada

vez menos de artefatos, mas que possam

desenvolver mentefatos avaliativos (nele e

nos alunos). Almeja-se que com o tempo o

professor incorpore uma nova tecnologia de

avaliação, de maneira que confie na sua

experiência, na sua intuição e fique mais livre

de instrumentos formais - embora estes não

possam ser eliminados -. Como esta intuição

não é nata, tem de ser trabalhada,

construída, e constantemente criticada.

Cabe lembrar, para que venham a se

constituir em práxis transformadora, que as

várias iniciativas avaliativas devem estar

articuladas com a nova intencionalidade, bem

como a outras dimensões do processo

educativo.

3) AVALIAÇÃO E VÍNCULO PEDAGÓGICO

O grande desafio pedagógico em sala de

aula é a questão da formação humana

através do trabalho com o conhecimento

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baseado no relacionamento interpessoal e na

organização da coletividade. Quando nos

referimos ao vínculo pedagógico, queremos

abarcar o conjunto do trabalho que o docente

desencadeia em sala de aula e,

particularmente, seu elemento fulcral que é a

gestão mesma do processo de conhecimento

(necessidades, objetivos, conteúdos,

metodologia, relacionamentos, recursos,

interfaces, além da avaliação).

O trabalho de construção do conhecimento

na escola está baseado no trabalho de

gerações passadas e presentes; não realizar

uma atividade significativa traz como

consequência contribuir para a reprodução

do sistema de alienação da organização

social, na medida em que colabora para a

formação de sujeitos passivos, acríticos.

A avaliação deveria ser uma mediação para

a qualificação da prática escolar. No entanto,

não é isto que vem ocorrendo, dado que,

quando surgem dificuldades em sala,

procura-se resolver pela pressão da nota, e

as questões pedagógicas fundamentais não

são devidamente enfocadas. A existência da

reprovação desde as séries iniciais introduz a

alienação na relação pedagógica: ao invés

de o professor investir na mobilização do

aluno para o estudo, para a proposta de

trabalho, passa a usar a avaliação como

arma. No fundo, a questão seria muito

simples: o professor resgatar o seu papel

essencial que é ensinar. Embora isto pareça

elementar, com frequência, a preocupação

maior do professor, como analisamos acima,

não está sendo ensinar, mas “sobreviver”,

seja pela sedução, seja pelo controle.

É necessário reconhecer que, no contexto da

escola brasileira contemporânea, está muito

difícil ser professor.

Neste quadro, a avaliação tradicional tende a

ser uma forma de alívio, uma vez que:

- Do ponto de vista subjetivo, canaliza a

culpa para alguém (aluno/família);

- Do ponto de vista objetivo, das condições

de trabalho (controle disciplinar).

Mas o que colocar no lugar da pressão da

nota? Duas perspectivas são fundamentais: o

sentido para o estudo para o trabalho

pedagógico e a forma adequada de trabalho

em sala de aula. Estes dois elementos se

combinam no processo pedagógico, de

maneira que quando falta um, e o outro está

presente, há uma espécie de compensação,

mas quando os dois estão em baixo nível, o

trabalho em sala fica quase impossível. O

que se vislumbra, pois, em termos de

superação é o poder de o professor estar

centrado na proposta pedagógica, e não

mais na nota.

Por meio de novas atividades, professores e

alunos redescobrem o gosto pelo

conhecimento que vem da compreensão, do

entendimento, da percepção do aumento da

capacidade de intervir no mundo. Assim, a

avaliação – como regulagem das

aprendizagens – é tomada como base para

reorientar a organização do trabalho

pedagógico (replanejamento). O preparo

adequado do curso, da segurança, firmeza, é

que permite o melhor aproveitamento.

A atividade do professor numa perspectiva

dialética implica basicamente: conhecer a

realidade, ter clareza de objetivos e traçar

mediações significativas, agir de acordo com

o planejado e avaliar sua prática (Methodos).

E a tarefa fundamental é, a partir de um

Projeto político Libertador, construir um

vínculo pedagógico coerente com o

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compromisso com a aprendizagem efetiva de

todos os alunos.

4) AVALIAÇÃO E MUDANÇAS

INSTITUCIONAIS E SOCIAIS

No processo de mudança, as manifestações

dos educadores em relação à avaliação não

se limitam a ela; muito pelo contrário,

remetem a outros aspectos, inclusive a

organização escolar e social. A

transformação na avaliação não se restringe

a um esforço isolado do professor, mas é

fruto de um trabalho coletivo; por outro lado,

objetiva-se em estruturas: construção de

novas formas de organização, rotinas, rituais,

regras etc., a fim de que não seja preciso, a

cada instante, a tomada de consciência e a

boa vontade de cada um. As estruturas

sintetizam o desejo do grupo num

determinado momento, e certo que devemos

estar atentos ao risco de se fossilizarem;

portanto, pedem abertura à superação, mas

nem por isso são dispensáveis; ao contrário,

é a sua explicação e concretização que

fornecerá o patamar para novas mudanças.

A instituição deve ter uma forma de

organização que seja inclusiva, que busque,

de todas as maneiras, romper com qualquer

subterfúgio que leve à exclusão. Este desejo,

este comprometimento dos educadores,

todavia, deve se traduzir em práticas

concretas, em iniciativas, negociações,

regras, leis, ritos, vale dizer, numa nova

cultura institucional. O envolvimento da

escola como um todo (também as estruturas

administrativas e comunitárias) é condição

para a consolidação da mudança da

avaliação.

Quando a escola assume aquilo enquanto

proposta coletiva, o significado é bem

diferente em termos de processo de

mudança.

Reside aí a importância do Projeto político

pedagógico, que é o plano global da

instituição. É entendido como a

sistematização, nunca definitiva, de um

processo de planejamento participativo, que

se aperfeiçoa e se objetiva na caminhada,

que define claramente o tipo de ação

educativa que se quer realizar. Trata-se de

um importante caminho para a construção da

identidade da escola. É um instrumento

teórico-metodológico de transformação da

realidade. Visa ajudar a enfrentar os desafios

cotidianos, só que de uma forma refletida,

consciente, sistematizada, orgânica,

científica, e, o que é essencial, participativa.

É um elemento de organização e integração

da atividade prática da instituição neste

processo de transformação, na medida em

que expressa o compromisso do grupo com

uma caminhada. Tornar vivo o projeto, não

deixar que fique engavetado, fazê-lo advir,

incorporá-lo na prática, não é tarefa

especifica de um ou outro membro da

instituição, e sim de todos que o construíram.

O processo de elaboração participativa do

projeto é um espaço privilegiado de

construção do coletivo escolar.

Concluímos, enfatizando a importância

absolutamente essencial da participação do

professor no processo de mudança na

condição de sujeito (e não de objeto),

caminhando de uma prática imitativa (cultura

da reprovação) ou reativa (mera aprovação)

a práxis transformadora (ensino de qualidade

democrática para todos)!

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133

ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA E

NUMERAMENTO NOS ANOS

INICIAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL

LOPES, Greice Duarte; MENNA, Andre Luiz;

SILVA, João Alberto da

Alfabetização matemática

Segundo Danyluk (2002) a matemática é uma

linguagem, que pode ser compreendida e possui

um significado, assim como a Língua Portuguesa,

por exemplo. Porém, a leitura da linguagem

matemática torna-se difícil, se a criança não

compreende o sentido dos símbolos

apresentados. Esses símbolos são compostos

pelos algarismos (1-2-3), em que seu significado

é a quantidade que compõe, além dos sinais (+, -

, x, :) que representam soma, subtração,

multiplicação e divisão, entre outros.

Considerada como ciência, a matemática mostra-

se mediante uma linguagem, a qual possui uma

disposição convencional de ideias que são

expressas por signos com significados. Um

exemplo disso é o próprio sistema de numeração,

em que cada símbolo representa uma ideia que

diz sobre uma quantidade. Quer dizer, são signos

transcritos pelos diferentes numerais, que podem

ser tomados como parte do alfabeto da

matemática (p. 20).

Para a autora existe, portanto, um “alfabeto

matemático” assim como existe para a língua

Portuguesa, por isso, tanto o ensino da

matemática, quanto do português, não pode se

dar pelo simples fato de decorar letras ou

números, mas sim, compreender o significado

que existe por traz de cada um. Danyluk fala

sobre a leitura da matemática, pois, segundo ela,

sendo a matemática também uma linguagem,

pode e deve ser lida. Essa leitura, conforme a

autora

“Se dá quando há o envolvimento do leitor com

aquilo que está sendo lido. O ato de ler e de ler a

linguagem matemática está fundamentado nos

atos humanos de compreender, de interpretar e

de comunicar a experiência vivida. Assim, a

leitura, quando é compreensão e interpretação,

abre para o leitor novas possibilidades de

compreensão de si, do outro e do mundo” (p. 18).

Faz-se necessário, deste modo, que,

especialmente nos anos iniciais, a matemática

seja lida e interpretada, de modo que as crianças

possam manter uma boa relação com a

aprendizagem dos números. Elas precisam

compreender o que leem e escrever o que

compreendem, segundo a autora, referente às

primeiras noções lógicas de aritmética.

A alfabetização matemática deve ser, portanto,

conforme Danyluk a apresenta:

A alfabetização matemática diz respeito aos atos

de aprender a ler e a escrever a linguagem

matemática, usada nas séries iniciais da

escolarização. Compreendo alfabetização

matemática, portanto, como fenômeno que trata

da compreensão, da interpretação e da

comunicação dos conteúdos matemáticos

ensinados na escola, tidos como iniciais para a

construção do conhecimento matemático (2002,

p. 20)

Constance Kamii (1993) afirma que um esquema

classificatório é indispensável para que haja a

possibilidade de construção do conhecimento

físico. Isto é, a criança precisa construir classes

de cores, objetos, formas, entre outros, sendo

este um processo realizado internamente –

conhecimento lógico-matemático – para poder

organizar novos objetos, e relacioná-los aos já

conhecidos e classificados.

Ainda segundo a autora, outro fator importante do

conhecimento é a ordenação dos objetos para a

garantia de que não contamos de forma errada, a

mais ou a menos. Com as crianças de 4 anos

ocorre o mesmo, porém sua organização é

diferente daquela construída por nós adultos,

(habitualmente enfileirados). Ela pode organizar

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os objetos de forma que conte mais de uma vez

algum deles.

E também geralmente, as crianças dessa faixa

etária tendem a explicar que, por exemplo, o

número “dez” corresponde ao último objeto de

uma série de 10 objetos, pois considera que os

números são nomes para cada objeto,

individualmente e não considera um todo. Por

isso a reversibilidade não é possível nessa

idade, pois a criança pensa ou o todo, ou as

partes. Segundo Kamii (1993):

A reversibilidade se refere à habilidade de

realizar mentalmente ações opostas

simultaneamente – neste caso, cortar o todo em

duas partes e reunir as partes num todo. Na ação

física, material, não é possível fazer duas coisas

opostas simultaneamente.

A autora ainda afirma que quando a criança não

tem a estrutura de número (construída

geralmente até os 5 anos de idade), utiliza o

espaço para julgar situações.

A criança que não tem a estrutura de número usa

a melhor coisa que lhe ocorre para fazer

julgamentos quantitativos, isto é, utiliza a noção

de espaço. Contudo, quando ela já tiver

construído a estrutura de número, o espaço

ocupado pelos objetos se torna irrelevante, pois a

criança faz julgamentos quantitativos impondo

uma estrutura numérica aos números. (p. 27)

Ela acredita ser a escola a instituição que priva

as crianças de possuírem autonomia, pois não

ensinam nem problematizam situações, não

desafiam e provocam as crianças para que

pensem e exercitem suas mentes, mas sim

ensinam técnicas e fazem com que as crianças

memorizem, principalmente no ensino de

matemática.

Letramento matemático e numeramento

Referente à alfabetização, existe o conceito

denominado “letramento”, que é inspirado na

palavra inglesa “literacy”. O letramento, diferente

da alfabetização, não é um processo individual,

mas social. Assim, Tfouni (2002) afirma que

enquanto a alfabetização se caracteriza como a

aquisição da leitura e da escrita por um indivíduo,

o letramento enfoca os aspectos sócio-históricos

da obtenção de um sistema escrito por uma

sociedade.

Já o letramento matemático está relacionado ao

uso social das habilidades matemáticas. Ser

letrado em matemática implica “saber se

comunicar na linguagem matemática, confrontar

dados, produzir argumentos, interpretar as

relações estabelecidas, desenvolver estratégias

de cálculos” (SILVA e MIRANDOLI, 2007, p. 374)

Enfim, ser letrado em matemática, não significa

conhecer procedimentos padrões ou fórmulas

transmitidas, e sim poder realizar a leitura de

mundo dos números de modo consistente,

compreendendo o motivo das situações.

Letrar matematicamente, não se trata somente

transmitir conceitos, mas de compreender a

linguagem matemática como um todo,

estabelecendo relações do conteúdo com as

situações vivenciadas. Quando se fala em

metodologia diversificada, um dos pilares para

eficácia do letramento, implica em explorar a

atenção e o raciocínio lógico das crianças, uma

metodologia que vise a valorização das

estruturas do pensamento. (SILVA e

MIRANDOLI, 2007, p. 374)

Assim como o termo letramento expressa uma

ideia social de leitura e escrita, o termo

“numeramento” também supõe, mas com relação

aos números.

[...] ser Numerado é compreender, e aplicar os

conhecimentos da leitura, escrita e habilidades

matemáticas na resolução de problemas e

raciocínio lógico na sociedade; tais como:

interpretar gráficos, tabelas, porcentagens,

estimativas, estatísticas, ler e compreender uma

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conta de telefone, luz, água, e outros

relacionados ao uso social. Também é

acompanhar as mudanças sociais e fazer com

que o sujeito passa a ser visto como um cidadão

atuante na construção do seu próprio saber tendo

a consciência de não só aplicar a matemática no

seu cotidiano, mas como usá-la criticamente.

(BARBOSA, p. 35)

Então, assim como o termo letramento expressa

uma ideia social de leitura e escrita, o termo

“numeramento” também supõe, mas com relação

aos números. Os sujeitos compreendem os

números no seu cotidiano, através da interação

com o meio e com os outros e das experiências

das situações vivenciadas.

Os conceitos referentes à alfabetização

matemática levam a acreditar que aquele

trabalho com matemática, de escrita de

algarismos e leitura dos mesmos, ensino de

algoritmos e procedimentos prontos, já não se

sustentam mais. O ensino de matemática, tanto

na Educação Infantil, enquanto noções, quanto

nos anos iniciais do Ensino Fundamental, carece

de profunda revisão. É partindo desses conceitos

que é possível reconhecer a importância de um

trabalho diferenciado com matemática,

principalmente na alfabetização.

A alfabetização matemática vai além do simples

decifrar números e símbolos. Para que ocorra

alfabetização matemática, o sujeito necessita

compreender os processos envolvidos na

realização de determinada atividade ou resolução

de situação problema. Além disso, deve realizar a

leitura da linguagem matemática, para entender

os significados que a compõe.

É possível afirmar que a alfabetização

matemática inicia antes da inserção da criança

na escola, por meio de atividades que incentivam

o desenvolvimento do raciocínio lógico-

matemático. A seriação e a classificação são

exemplos de conhecimentos que são construídos

antes dessa inserção. A escola deve, portanto,

aprimorar os conhecimentos já construídos pela

criança.

Extraído de:

LOPES, Greice Duarte; MENNA, Andre Luiz;

SILVA, João Alberto da. Alfabetização

matemática e numeramento nos anos iniciais do

Ensino Fundamental.

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A MATEMÁTICA EM SALA DE AULA

(Reflexões e propostas para os anos iniciais do

ensino fundamental)

Katia Stocco Smole / Cristiano Alberto Muniz

Técnicas e tecnologias no trabalho com as

operações aritméticas nos anos iniciais do

ensino fundamental.

Este estudo é conduzido com informações

recolhidas em três fontes de influência da

atividade matemática escolar: livros didáticos,

orientações propostas pelo poder público e

práticas docentes em sala de aula. Embora exista

uma tendência de aproximações das práticas

prescritas em livros didáticos atuais com as

orientações presentes nos Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCN) e nos guias

publicados pelo Plano Nacional do Livro Didático

(PNLD), essas duas fontes de influência da

matemática nas escolas devem ser confontadas

com as efetivas práticas docentes desenvolvidas

em sala de aula.

A análise realizada em torno dessa questão é

comduzida com base em uma abordagem

antropológica do estudo da matemática. Na linha

proposta po Yves Chevallard e colaboradores

(2001). Mais especificamente, ao seguri essa

linha teórica, nossa intenção é destacar as

organizações matemáticas e didáticas proposta

pelas fontes de referência para o estudo de

técnicas aritméticas e suas respectivas

tecnologias, sendo estas entendidas como

justificayiva ou explicações concernentes às

técnicas mencionadas.

O problema didático da sistematização

Entre as orientações propostas para o ensino da

matemática, a sistematizações se destaca com

mais evidência por ser considerada uma das

condições para a institucionalização do saber.

Trata-se de trabalhar com alguns elementos

característicos do saber matemático, como

definições, propriedades, teoremas,

procedimentos de validação, classificações,

regras, algoritmos, entre outros. Estes são

elementos que caracterizam uma parte essencial

da cultura matemática escolar.

Um dos desafios da educação matemática

escolar envolve a produção de um equilíbrio

entre essas tendências extremas. Como

professores interessados na construção coletiva

desse equilíbrio, somos levados a indagar a

propósito da importância ou da verdadeira função

a ser atribuída á sistematização no estudo da

matemática escolar.

As práticas de sistematização de estruturas

matemáticas no contexto escolar incluem a

utilização de certos registros de linguagem

pertinentes à dimensão educativa do saber

escolar. Assim, ao trabalhar com a

sistematização, o aluno é levado a desenvolver

elementos de uma linguagem objetiva cujas

possibilidades de aplicação ultrapassam,

amplamente, o terrritório das instituições

escolares, ou seja, não se trata de pensar na

sistematização como algo isolado ou reduzido no

contexto do saber matemático. A valorização

dessa categoria envolve a elaboração de

sínteses de ideias, conceitos, procedimentos,

condições objetivas, entre outros elementos

do conteúdo (saber) matemático estudado.

Em outros termos, a função da sistematização

na condução didática do estudo da

matemática é uma incumbência

essencialmente ligada ao trabalho do

professor em sala de aula uma vez que,

qualquer que seja a posição adotada pelo

livro didático, cabe ao educador realizar a

sistematização com os alunos.

Diante dos pressupostos acima descritos,

concluímos que a questão da sistematização no

ensino da matemática, de suas potencialidades

educacionais, está intimamente ligada ao

problema da formação docente e leva-nos a

destacar a transposição didática – a

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137

transformação do saber científico, acadêmico,

em saber a ser ensinado (aquele presente nos

livros didáticos) – existente na rede de

instituições envolvidas com as práticas

docentes.

Opções metodológicas

Levando- se em consideração a variedade de

contextos e épocas, observa-se que existem

diferentes tendências metodológicas no cenário

geral das instituições e, portanto, a transposição

didática, pode ocorrer dentro de um amplo

espectro de variação. Enquanto alguns autores

de livros didáticos ou professores optam em

priorizar o ensino dos aspectos técnicos,

desconsiderando explicações tecnológicas,

outros se direcionam para outra posição extrema,

na qual a prioridade é atribuída muito mais à

dimensão tecnológica do que técnica. Em torno

dessa segunda tendência se reúnem as práticas

que colocam em primeiro plano o ensino das

propriedades, teoremas, demonstrações,

modelos, entre outros aspectos teóricos do saber

matemático.

A análise dessas orientações metodológicas não

envolve apenas uma questão sequencial ou de

ordem na apresentação das atividades

matemáticas.

Entre as orientações mais tecnicistas e mais

tecnológicas há uma terceira que podemos

denominar, genericamente, de construtivista

seguindo aqui a proposta de Gascón (2003), ao

analisar as diferentes organizações didáticas

presentes no ensino da matemática.

A vertente construtivista incorporou o

discurso da necessidade de levar o aluno a

interagir mais intensamente com a elaboração

do conhecimento. As inovações pedagógicas

propostas pelo movimento da Escola Nova

influenciariam práticas mais ativas em várias

disciplinas escolares. Porém a inserção efetiva

dessas propostas não ocorreu ao mesmo tempo

ou da mesma maneira nos diferentes campos

disciplinares.

De acordo com a interpretação proposta por

Gascón (2003), as orientações acima

mencionadas sinalizam para três tendências

que representam, de forma aproximada, as

práticas docentes no ensino da matemática.

A primeira delas consiste em atribuir

maior valorização aos aspectos

práticos ou técnicos do estudo da

matemática;

A segunda se caracteriza pela maior

valorização de aspectos teóricos e

tecnológicos;

E a terceira tendência consiste em

priorizar atitudes mais exploratórias ou

construtivistas da atividade matemática

escola.

Estabelecer uma disputa entre orientações

institucionais pode não constribuir para ampliar

as condições de melhoria da educação

matemática. Se um professor opta, em função de

sua vivência, de sua formação profissional ou,

ainda, de suas condições de trabalho, por

priorizar uma das três vertentes praxeológicas

acima descritas, seria muito difícil forçá-lo a

desertá-la e se filiar a outras.

Sobre técnica, a tecnologia e as quatro

operações:

Para o estudo das diferentes organizações

contidas em livros didáticos, utilizamos como

base teórica o conceito de praxeologia,

desenvolvido por Chevallard (1999). De forma

resumida, esse conceito pode ser

caracterizado por um conjunto de tarefas a

serem compridas; de técnicas, que são as

formas de cumprir as tarefas; de tecnologias.

Assim, diante de uma determinada tarefa

matemática, deve-se buscar um jeito de fazer,

algo que torne possível realizá-la de forma

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138

eficiente. Chevallard define como técnica

matemática cada um desses “jeito de fazer” uma

tarefa matemática.

No trabalho com o ensino e a aprendizagem de

números e operações, o grande desafio seria

encontrar um equilibrio adequado entre fazer

contas e justificar ou compreender minimamente

os procedimentos utilizados. Para que isso

ocorra, é necessário partir dos conhecimento

prévios das crianças, pois elas conhecem os

rudimentos das operações antes mesmo de

entrar na escola.

A retomada em espiral dos conteúdos, em outros

níveis e contextos, é considerada de fundamental

importância para uma vardadeira aquisição do

conhecimento. Assim, a criança tem liberdade e

direito de usar outros procedimento para efetuar

seus cálculos sem punição se um determinado

algoritmo ou uma determinada técnica não foi

ainda adquirida. Ao contrário, é importante que

seja estimulada a criar suas técnicas e

discuti-las com o grupo, trabalhando assim

sua capacidade de comunicação e de ouvir o

outro, além de estimular sua criatividade, o

que é fundamental para o pensamento

matemático.

As técnicas ou “jeito de fazer”, de modeo geral,

têm certo grau de escolhas e de indeterminação,

mesmo quando as definições matemáticas

parecem estar claras e precisas. No entanto, é

importante deixar claro que nem toda técnica se

apresenta na forma de um algoritmo, sendo esse

termo entendido aqui como uma sequência

ordenada de procedimentos a serem executados

para a resolução de um problema ou apenas

para a execução de uma operação matemática.

Adição:

Vamos analisar inicialmente a adição, com

números de dois ou mais algarismos, a partit da

apresentação em livros didáticos. Iniciamos com

a análise de um exemplo típico de apresentação

da adição de números de dois algarismos, para

alunos do 2° ano da educação básica, para

ilustrar uma organização didática muito frequente

em livros didáticos do início da década de 1980.

Nesse período, no ensino da técnica de adição

de números de dois algarismos, a opção mais

frequente era iniciar com a apresentação de um

modelo, seguido de exercícios muito

semelhantes. Para a reprodução eficiente dos

modelos pelos alunos, era usual descrever cada

uma das etapas a serem efetuadas. Assim como

feito no momento da apresentação por meio de

um modelo resolvido a ser observado e repetido

pelo aluno.

Algumas ideias sobre o trabalho com adição:

Para se efetuar um cálculo, é possível proceder

de vários modos, porém nenhuma metodologia

dará resultado satisfatórios se o sistema de

numeração decimal não tiver sido apreendido. O

valor posicional dos algarismos tem papel

fundamental na materialização de uma operação

Ao se trabalhar a adição de números com duas

ou mais ordens, é necessário um retorno à

discussão sobre o valor posicional, ou seja,

realiza-se um trabalho em espiral que permite a

apreensão desse conceito.

Experiências mostram que o uso de material

variado contribui para a aquisição dos conceitos,

portanto, todos os materiais disponíveis podem

ser usados pelo professor, começando desde

tampas de garrafas e predrinhas, passando pelo

material dourado e (sapateira) e ao ábaco.

É importante estimular os alunos a realizar

mentalmente as etapas realizadas no papel e,

para tanto, pode-se começar com quantidades

menores. Efetuando vários cálculos desse modo,

o aluno estará tornando-se ato a realiza-lo

também mentalmente, porém observamos que

cada aluno poderá desenvolver essa capacidade

em tempo diferente, o que precisa sempre ser

respeitado.

Page 538: CONCURSO SÃO LEOPOLDO/RS CONTEÚDOS

MATERIAL ELABORADO PELA PROFESSORA MARI TUMELERO – USO EXCLUSIVO DE ALUNOS PRESENCIAIS E AMBIENTE VIRTUAL

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Subtração:

No trabalho com a técnica de subtração, a

dificuldade maior surge no momento de efetuar a

adição com reserva, ou seja, em como preparar o

minuendo da subtração, também conhecida

como “empresta um”. Uma técnica que já foi

bastante utilizada em outras épocas e que não

aparece mais nos livros didáticos das últimas

décadas é o algoritmo da subtração, no qual

eram utilizados pontinhos em vez de reescrever o

minuendo “preparado” para a subtração, também

conhecido como “empresta um”, ou algoritmo da

compensação.

Multiplicação:

Em geral, ao se falar em multiplicação, duas

ideias principais vêm à mente: a tabuada e a

soma de parcelas repetidas. Vamos estudar cada

uma dessas ideias. Primeiramente, não podemos

esquecer que além da ideia de adição de

parcelas iguais, associa-se também à

multiplicação o raciocínio combinatório. A

exploração dessas duas ideias é fundamental

para a compreensão da operação de

multiplicação e para que os alunos consigam,

diante de um problema, saber como se colocar

ou que tipo de raciocínio deve ter.

Divisão:

A divisão foi, durante muito tempo, a última

operação a aparecer nos livros didáticos, porém

as crianças estão acostumadas a efetuar divisões

antes mesmo de entrarem na escola, como já

afirmamos. De fato, crianças de 4 ou 5 anos

dividem objetos entre si, repartindo-os um a um.

A escola deve, portanto, partir desse

conhecimento prévio da criança e então construir

o conceito de divisão. Na operação de divisão,

surge um problema relacionado à língua natural,

ou à língua falada. Usamos a palavra divisão

para dizer, por exemplo, que os seres humanos

se dividem em homens e mulheres, porém

sabemos perfeitamente que o número de homens

não é igual ao número de mulheres. Assim,

dividir pode significar, na linguagem comum,

classificar, separar, marcar limites e repartir em

partes iguais (o que nem sempre é possível). Na

matemática, essa operação traz não somente

essa última ideia como também a ideia de medir.

Extraído de:

SMOLE, Kátia Cristina Stocco; MUNIZ, Cristiano

Alberto (Org.). A matemática em sala de aula:

reflexões e propostas para os anos iniciais do

ensino fundamental. Porto Alegre: Penso, 2013.

Disponível em:

http://sipeadturmae4.pbworks.com/w/file/fetch/11

5497718/bittar_freitas_pais_cap1.pdf