concurso pÚblico nacional de...

2
CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE ARQUITETURA “CASA DA SUSTENTABILIDADE” PARQUE TAQUARAL – CAMPINAS - SP 1/2 1 - PRAÇA 2 - PÁTIO 3 - BLOCO ADMINISTRATIVO 4 - BLOCO DOS SANITÁRIOS 5 - COZINHA / CANTINA 6 - FOYER / EXPOSIÇÃO 7 - AUDITÓRIO MÚLTIPLO USO 8 - SALA DE AULAS 9 - SALA DE ARMAZENAMENTO / BATERIA 10 - GERADORES EÓLICOS 11 - PLACAS FOTOVOLTAICAS 12 - ESPELHO D’ÁGUA 13 - PLANTAS AQUÁTICAS 14 - TRATAMENTO DE ESGOTO - FOSSA VERDE 15 - BIODIGESTOR 16 - COMPOSTAGEM 17 - HORTA COMUNITÁRAIA N N Lagoa Pátio Salas de aula / Acumulador de energia Administração / Portaria Sanitários Cozinha / Cantina / Apoio Salão Multiuso Deck com madeira certificada Estrutura metálica + wood frame Tijolo ecológico + fachada ventilada Steel frame + alumínio composto autolimpante Container reciclado Materiais de demolição (reciclagem da construção civil) + parede verde Super adobe Implantação Escala 1:500 Vista Geral Acreditamos que o concurso “Casa da Sustentabilidade” trará uma consciência sobre o pensar susten- tável e de como a arquitetura e seus modos de construção interferem na vida do planeta. Consequentemente, o entendimento da proposta do concurso exige um pensamento que abranja o maior leque possível de possibilidades para se especular e/ou verificar qual será o papel da arquitetura nesse novo contexto. Nosso projeto baseia-se em responder de modo direto e didático as técnicas e as maneiras de se encarar um projeto sustentável. O projeto se propõem em articular os espaços por setores, mostrando a independência deles através da separação dos volumes e por consequência, mostrar as diferentes maneiras que podemos encarar cada segmento da construção. O projeto se articula, desde uma visão mais vernacular do processo constru- tivo, até uma linha mais tecnológica; sem deixar, é claro, de revelar sua beleza nos conceitos vinculados ao seu contexto de cidade. Articulamos o raciocínio em 5 partes: 1. Entendimento da Área O parque do Portugal está localizado num vale, onde a lagoa é o maior referencial. Considerando que a qualidade do ambiente está diretamente ligada a qualidade da ventilação (por traduzir um conforto térmico e higiênico), tomamos essa referência e o sentido de predominância do vento na região para qualificar o ar que passará permanentemente por entre os blocos que foram implantados “isoladamente”. Para potencializar ainda mais o ar no edifício, o paisagismo ajudará no filtro das impurezas. 2. Desempenho Tanto a ventilação quanto as sombras são elementos essenciais e estratégicos nas soluções arquitetônicas. O bom entendimento desses recursos dispensam soluções mecanizadas de climati- zação. O espelho d’água e o paisagismo no seu entorno, juntamente com elementos de coberturas (opacos e translúcidos) e brises são recursos que aliados a edificação suspensa do solo e ao bom posicionamento solar, garantem proteção as faces e a ventilação natural de qualidade. A ventilação cruzada é garantida pelo afastamento dos blocos, pelo seu grande pátio central e por aberturas que podem ser controladas e que são estrategicamente posicionadas. As incidências dos raios solares terão tratamentos diferentes nas faces nascente e poente. 3. Materiais e Recursos O projeto pretende responder as questões da crise global, propondo uma arquitetura de auto- gestão e de construção simples, respeitando a história da cidade. A edificação se justifica pela tradução dos recursos sustentáveis, desde uma tradução da construção vernacular como o adobe e o tijolo dos edifícios históricos até o uso de materiais mais atuais, de linhas industriais de construção seca imprimindo um desperdício mínimo dos resíduos. As especificações dos materiais seguirão princípios de certificação ecológica com custo compatível ao empreendimento, que garanta uma permanência de desempenho ao longo do tempo, que seja de fácil e baixa manutenção, tentando maximizar um equilíbrio entre os materiais locais e industriali- zados. Os recursos usados foram: Sistema de placas fotovoltaicas para energia solar (usadas sobre a cobertura do salão e pontua- das sobre o jardim na face norte da edificação) Sistema de gerador eólico (três geradores na face leste da edificação, captando o vendo predominante na área mais aberta do terreno) Sistema de capitação e armazenamento (espelho d’água) da água de chuva que terá trata- mento por filtros naturais (plantas aquáticas) Sistema de capitação de água com descarte das águas negras e armazenamento sobre os sanitários e cozinha que fará o abastecimento por gravidade dos banheiros e de torneiras para limpeza de piso na cozinha, cantina, etc. Brises (placas perfuradas, coberturas, fachadas ventiladas) Containers que foram reciclados após análise radioativa e biológica • Super adobe • Tijolo ecológico • Banheiro seco Materiais reciclados da construção civil (cozinha / apoio, pavimentação externa) Uso de arvores caducifólias na face norte (garantindo proteção no verão e calor no inverno) Compostagem dos materiais orgânicos (folhas de árvores e resíduos dos wc secos) para poste- rior uso na adubação da horta comunitária. 4. Flexibilidade e Ampliação Todo desenvolvimento do projeto se baseou no entendimento do espaço contemporâneo, para tanto foram lançadas estruturas modulares para possíveis expansões e, concentração dos equipa- mentos fixos (elementos hidráulicos) para garantir flexibilidade de layout ou usos distintos no decor- rer do tempo. 5. Fatores Culturais, Sociais, Ambientais e Econômicos Entendemos que todo projeto para ser sustentável está amparado nas questões culturais, sociais, ambientais e econômicas, portanto, todos esses pontos foram relevantes. - Cultural: quando se levou em conta a apropriação do parque pela população, a morfologia urbana e a história de Campinas; - Social: quando se apropria de um bem comum como é o caso do parque, propomos uma arquitetura não impositiva, pelo contrário, propôs uma arquitetura que fosse uma continuidade do parque, não restritiva e aberta as visuais. Além de programas para a população como a horta comunitária e, de curso de sustentabilidade orientado pelo próprio edifício. - Ambientais: respeitando os espaços verdes com pouca interferência na área drenante e, resga- tando a fauna com uma proposta paisagística de árvores frutíferas que geram alimentos carac- terísticos de algumas aves da região; além da gestão de resíduos e baixa emissão de gases. - Econômica: propondo soluções para construção e manutenção de baixo custo. Todos os materiais e sistema escolhidos são facilmente encontrados na região. Compostagem Horta comunitária Fossa verde Biodigestor

Upload: ngonguyet

Post on 16-Dec-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE ARQUITETURA“CASA DA SUSTENTABILIDADE” PARQUE TAQUARAL – CAMPINAS - SP 1/2

1 - PRAÇA 2 - PÁTIO 3 - BLOCO ADMINISTRATIVO 4 - BLOCO DOS SANITÁRIOS 5 - COZINHA / CANTINA 6 - FOYER / EXPOSIÇÃO 7 - AUDITÓRIO MÚLTIPLO USO

8 - SALA DE AULAS 9 - SALA DE ARMAZENAMENTO / BATERIA 10 - GERADORES EÓLICOS 11 - PLACAS FOTOVOLTAICAS 12 - ESPELHO D’ÁGUA 13 - PLANTAS AQUÁTICAS

14 - TRATAMENTO DE ESGOTO - FOSSA VERDE 15 - BIODIGESTOR 16 - COMPOSTAGEM 17 - HORTA COMUNITÁRAIA

NNN

Lagoa

Pátio

Salas de aula / Acumulador de energia

Administração / Portaria

Sanitários

Cozinha / Cantina / Apoio

Salão Multiuso

Deck com madeira certificadaEstrutura metálica + wood frameTijolo ecológico + fachada ventiladaSteel frame + alumínio composto autolimpanteContainer recicladoMateriais de demolição (reciclagem da construção civil) + parede verde Super adobe

ImplantaçãoEscala 1:500

Vista Geral

Acreditamos que o concurso “Casa da Sustentabilidade” trará uma consciência sobre o pensar susten-tável e de como a arquitetura e seus modos de construção interferem na vida do planeta.Consequentemente, o entendimento da proposta do concurso exige um pensamento que abranja o maior leque possível de possibilidades para se especular e/ou verificar qual será o papel da arquitetura nesse novo contexto. Nosso projeto baseia-se em responder de modo direto e didático as técnicas e as maneiras de se encarar um projeto sustentável.O projeto se propõem em articular os espaços por setores, mostrando a independência deles através da separação dos volumes e por consequência, mostrar as diferentes maneiras que podemos encarar cada segmento da construção. O projeto se articula, desde uma visão mais vernacular do processo constru-tivo, até uma linha mais tecnológica; sem deixar, é claro, de revelar sua beleza nos conceitos vinculados ao seu contexto de cidade.

Articulamos o raciocínio em 5 partes:1. Entendimento da Área O parque do Portugal está localizado num vale, onde a lagoa é o maior referencial. Considerando que

a qualidade do ambiente está diretamente ligada a qualidade da ventilação (por traduzir um conforto térmico e higiênico), tomamos essa referência e o sentido de predominância do vento na região para qualificar o ar que passará permanentemente por entre os blocos que foram implantados “isoladamente”. Para potencializar ainda mais o ar no edifício, o paisagismo ajudará no filtro das impurezas.

2. Desempenho Tanto a ventilação quanto as sombras são elementos essenciais e estratégicos nas soluções

arquitetônicas. O bom entendimento desses recursos dispensam soluções mecanizadas de climati-zação. O espelho d’água e o paisagismo no seu entorno, juntamente com elementos de coberturas (opacos e translúcidos) e brises são recursos que aliados a edificação suspensa do solo e ao bom posicionamento solar, garantem proteção as faces e a ventilação natural de qualidade.

A ventilação cruzada é garantida pelo afastamento dos blocos, pelo seu grande pátio central e por aberturas que podem ser controladas e que são estrategicamente posicionadas.

As incidências dos raios solares terão tratamentos diferentes nas faces nascente e poente.

3. Materiais e Recursos O projeto pretende responder as questões da crise global, propondo uma arquitetura de auto-

gestão e de construção simples, respeitando a história da cidade. A edificação se justifica pela tradução dos recursos sustentáveis, desde uma tradução da construção

vernacular como o adobe e o tijolo dos edifícios históricos até o uso de materiais mais atuais, de linhas industriais de construção seca imprimindo um desperdício mínimo dos resíduos.

As especificações dos materiais seguirão princípios de certificação ecológica com custo compatível ao empreendimento, que garanta uma permanência de desempenho ao longo do tempo, que seja de fácil e baixa manutenção, tentando maximizar um equilíbrio entre os materiais locais e industriali-zados.

Os recursos usados foram:• Sistema de placas fotovoltaicas para energia solar (usadas sobre a cobertura do salão e pontua-

das sobre o jardim na face norte da edificação)• Sistema de gerador eólico (três geradores na face leste da edificação, captando o vendo

predominante na área mais aberta do terreno)• Sistema de capitação e armazenamento (espelho d’água) da água de chuva que terá trata-

mento por filtros naturais (plantas aquáticas)• Sistema de capitação de água com descarte das águas negras e armazenamento sobre os

sanitários e cozinha que fará o abastecimento por gravidade dos banheiros e de torneiras para limpeza de piso na cozinha, cantina, etc.

• Brises (placas perfuradas, coberturas, fachadas ventiladas)• Containers que foram reciclados após análise radioativa e biológica• Super adobe• Tijolo ecológico• Banheiro seco• Materiais reciclados da construção civil (cozinha / apoio, pavimentação externa)• Uso de arvores caducifólias na face norte (garantindo proteção no verão e calor no inverno)• Compostagem dos materiais orgânicos (folhas de árvores e resíduos dos wc secos) para poste-

rior uso na adubação da horta comunitária.

4. Flexibilidade e Ampliação Todo desenvolvimento do projeto se baseou no entendimento do espaço contemporâneo, para

tanto foram lançadas estruturas modulares para possíveis expansões e, concentração dos equipa-mentos fixos (elementos hidráulicos) para garantir flexibilidade de layout ou usos distintos no decor-rer do tempo.

5. Fatores Culturais, Sociais, Ambientais e Econômicos Entendemos que todo projeto para ser sustentável está amparado nas questões culturais, sociais,

ambientais e econômicas, portanto, todos esses pontos foram relevantes.- Cultural: quando se levou em conta a apropriação do parque pela população, a morfologia

urbana e a história de Campinas;- Social: quando se apropria de um bem comum como é o caso do parque, propomos uma

arquitetura não impositiva, pelo contrário, propôs uma arquitetura que fosse uma continuidade do parque, não restritiva e aberta as visuais. Além de programas para a população como a horta comunitária e, de curso de sustentabilidade orientado pelo próprio edifício.

- Ambientais: respeitando os espaços verdes com pouca interferência na área drenante e, resga-tando a fauna com uma proposta paisagística de árvores frutíferas que geram alimentos carac-terísticos de algumas aves da região; além da gestão de resíduos e baixa emissão de gases.

- Econômica: propondo soluções para construção e manutenção de baixo custo. Todos os materiais e sistema escolhidos são facilmente encontrados na região.

Compostagem

Horta comunitária

Fossa verde

Biodigestor

Emerson
Texto digitado
54

Vista da Entrada Pública

Vista do Deck do Foyer

Vista do Bloco Administrativo

Vista do Pátio Central

CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE ARQUITETURA“CASA DA SUSTENTABILIDADE” PARQUE TAQUARAL – CAMPINAS - SP 2/2

SanitáriosSala Multiuso

Salas de aula

Sala MultiusoSanitáriosAdministração / Portaria

Cozinha /Cantina / Apoio

Telha termoacústicaViga vienrendeel

Pilar metálicoBrise horizontal

Brise em chapa perfuradacom estrutura vagonada

Vidro neutro

Viga vienrendeel para passagem do ventoTelha termoacústicaPilar metálicoCaixa d’água de reusoExaustor de gasesContainer - banheiro secoManutenção banheiro

Corte B-BEscala 1:200

Corte C-CEscala 1:200

Telha termoacústicaViga vienrendeel Pilar metálicoVidro insuladoCobertura metálicaForro em bambuDeck em madeira certificadaEspelho d’água / cisterna

Placas fotovoltaicasArgila expandida

Parete super adobe

B

NNN

Planta TérreoEscala 1:200

rampa i=5,5%

Emerson
Texto digitado
54