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CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ESPACIAL ESPACIAL ESPACIAL ESPACIAL E DINÂMICA E DINÂMICA E DINÂMICA E DINÂMICA DE DE DE DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS PRODUTOS AGROPECUÁRIOS PRODUTOS AGROPECUÁRIOS PRODUTOS AGROPECUÁRIOS Fernando Luís Garagorry Roberto de Camargo Penteado Filho Brasília, DF: Embrapa SGE, Dezembro de 2012

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CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ESPACIALESPACIALESPACIALESPACIAL

E DINÂMICA E DINÂMICA E DINÂMICA E DINÂMICA DEDEDEDE

PRODUTOS AGROPECUÁRIOSPRODUTOS AGROPECUÁRIOSPRODUTOS AGROPECUÁRIOSPRODUTOS AGROPECUÁRIOS

Fernando Luís Garagorry Roberto de Camargo Penteado Filho

Brasília, DF: Embrapa SGE, Dezembro de 2012

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 3

METODOLOGIA GERAL .............................................................................................. 4

EMBRAPA ALGODÃO............................................................................................... 14

ALGODÃO ARBÓREO (EM CAROÇO) ................................................................... 14

ALGODÃO HERBÁCEO (EM CAROÇO) ................................................................. 20

EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO ................................................................................. 29

ARROZ (EM CASCA) .............................................................................................. 29

FEIJÃO (EM GRÃO) ................................................................................................ 38

EMBRAPA CAPRINOS E OVINOS .......................................................................... 47

CAPRINOS .............................................................................................................. 47

OVINOS .................................................................................................................. 55

EMBRAPA GADO DE CORTE ................................................................................ 63

BOVINOS ................................................................................................................ 63

EMBRAPA GADO DE LEITE ................................................................................... 71

LEITE DE VACA ...................................................................................................... 71

EMBRAPA HORTALIÇAS ......................................................................................... 80

ALHO ...................................................................................................................... 80

BATATA-DOCE ....................................................................................................... 88

BATATA-INGLESA .................................................................................................. 97

CEBOLA ................................................................................................................ 105

MELANCIA ............................................................................................................ 113

MELÃO .................................................................................................................. 122

TOMATE ............................................................................................................... 131

EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA .......................................................... 140

ABACAXI ............................................................................................................... 140

BANANA ................................................................................................................ 149

LARANJA .............................................................................................................. 158

MAMÃO ................................................................................................................. 167

MANDIOCA ........................................................................................................... 176

MANGA ................................................................................................................. 185

MARACUJÁ ........................................................................................................... 194

EMBRAPA MILHO E SORGO ............................................................................... 202

MILHO (EM GRÃO) ............................................................................................... 202

SORGO (EM GRÃO) ............................................................................................. 211

EMBRAPA SUÍNOS E AVES ................................................................................. 219

GALINHAS ............................................................................................................ 219

GALOS, FRANGOS, FRANGAS, PINTOS ............................................................ 227

OVOS DE GALINHA.............................................................................................. 235

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SUÍNOS ................................................................................................................. 243

EMBRAPA SOJA ..................................................................................................... 251

SOJA (EM GRÃO) ................................................................................................. 251

EMBRAPA TRIGO ................................................................................................... 260

AVEIA (EM GRÃO) ................................................................................................ 260

CENTEIO (EM GRÃO) .......................................................................................... 266

CEVADA (EM GRÃO) ............................................................................................ 272

TRIGO (EM GRÃO) ............................................................................................... 278

EMBRAPA UVA E VINHO ..................................................................................... 285

MAÇÃ .................................................................................................................... 285

UVA ....................................................................................................................... 292

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 301

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 305

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho é fruto do esforço realizado no âmbito do projeto "Evolução da agricultura brasileira em um período recente", liderado pela Embrapa SGE, e que contou com a participação de diversos centros de pesquisa da Embrapa. O objetivo deste relatório é mostrar mudanças ocorridas com 35 produtos agrícolas no Brasil, em termos de concentração espacial e de localização. Salvo para um produto, o período considerado foi de 1975 a 2005; no caso do maracujá, o período foi de 1988 a 2005.

No que se refere à concentração, em geral, cabe dizer que ela aparece na produção agrícola nas mais diversas formas. Pode ser, por exemplo, na concentração da renda bruta da produção (ALVES et al., 2012), dos tratores ou do uso de irrigação, em um número relativamente pequeno de estabelecimentos. Aqui, o foco é avaliar a concentração de uma variável genericamente designada como "volume" (isto é, a quantidade produzida, no caso dos vegetais, leite de vaca e ovos de galinha, ou o efetivo, no caso dos animais) com relação a unidades geográficas de certos níveis da Divisão Territorial do Brasil, preparada pelo IBGE. Especificamente, serão consideras as cinco regiões, as 27 unidades da federação e as 558 microrregiões. Nesse sentido, trata-se de concentração espacial . As mesmas técnicas foram utilizadas, no projeto, para avaliar a concentração da área colhida ou do número de vacas ordenhadas, mas, por brevidade, os correspondentes resultados não foram incluídos neste relatório. Em geral, eles são similares aos obtidos com as respectivas variáveis de volume (isto é, quantidade produzida ou efetivo, segundo o produto).

No atinente à localização, o foco é caracterizar e medir o movimento (ou deslocamento) dos produtos ao longo dos anos. Nesse contexto, usa-se o termo dinâmica , tomado diretamente da física, no sentido amplo de estudo do movimento. Novamente, por questão de brevidade, a apresentação da dinâmica vai se limitar ao volume de cada produto.

No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total da entidade geográfica considerada) e da produtividade (no caso dos vegetais e do leite de vaca). Em geral, como não se trata de variáveis aditivas, e sim de variáveis de razão (isto é, resultam de calcular determinados quocientes), as técnicas utilizadas foram similares às mostradas neste relatório, mas com alguns ajustamentos.

Com respeito à metodologia segue-se, essencialmente, a que foi usada no projeto já mencionado (GARAGORRY; CHAIB FILHO, 2007). Entende-se que os resultados aqui apresentados permitem demarcar diversos problemas relacionados com a concentração espacial e a dinâmica dos produtos considerados, e levar à formulação de novas ações de pesquisa, desenvolvimento e transferência de tecnologia. No seu conteúdo, este relatório se limita aos resultados que decorrem da aplicação de técnicas relativamente simples de estatística agrícola, sem entrar em detalhes relacionados com a explicação desses resultados. Fica disponível, portanto, um vasto campo de atuação para equipes de socioeconomia, no sentido de formular e testar hipóteses sobre possíveis causas das mudanças identificadas.

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METODOLOGIA GERAL

Dados

Os dados foram recuperados da base Agrotec, da Secretaria de Gestão Estratégica da Embrapa. Trata-se de dados originários do IBGE, de área colhida, quantidade produzida, efetivo de animais e vacas ordenhadas, das séries Produção Agrícola Municipal (PAM) e Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), de 1975 em diante, em nível de microrregião geográfica. Cabe notar que, na base Agrotec, desenvolvida para dar suporte a trabalhos realizados na Embrapa, os dados originais no nível municipal foram realocados, nos anos necessários, aos estados de Mato Grosso do Sul e de Tocantins. De modo que os dados atribuídos às regiões Norte e Centro-Oeste, bem como aos estados mencionados, funcionam como se esses estados existissem, pelo menos, a partir de 1975. Em todo o País, os municípios foram alocados nas atuais microrregiões geográficas, para aproximar o que teria acontecido se elas também tivessem existido a partir de 1975.

No caso de mudança de unidade (por exemplo, de mil frutos ou de mil cachos para tonelada), como aconteceu com a maior parte das frutas de lavouras permanentes, foram utilizados fatores de conversão, de modo a deixar as séries em tonelada, como se essa unidade tivesse sido usada de 1975 em diante.

Neste relatório, salvo no caso do maracujá, foram utilizados, para cada produto, os dados de cada uma das 558 microrregiões onde houve registro dele, nos anos de 1975, 1985, 1995 e 2005; para o maracujá usaram-se os dados de 1988, 1995 e 2005.

Distribuições

O enfoque apresentado neste documento, para detectar e avaliar mudanças territoriais, usa, em sua maior parte, as distribuições dos volumes, nas classes que se indicam em cada caso (e.g., regiões, unidades da federação, certos conjuntos de microrregiões). Os termos “frequência” e “distribuição” serão usados em forma ampla; pode tratar-se de uma distribuição de frequências (absolutas ou relativas) ou da repartição de determinado total entre certas classes (e.g., repartição da produção total do País entre as regiões). Nas fórmulas mostradas mais abaixo, supõe-se que uma distribuição está dada por um conjunto de números não negativos que somam 1. Na apresentação dos resultados, muitas frequências são mostradas como porcentagens, que logicamente somam 100.

Ordenamentos

Inicialmente, as entidades geográficas, da Divisão Territorial do Brasil, a serem consideradas (e.g, regiões, unidades da federação, microrregiões), apresentam-se, apenas, numa escala nominal (onde são identificadas por um código ou um nome). Alguns indicadores estatísticos usados neste documento, tais como os que medem a concentração de uma distribuição, ou a distância entre duas distribuições, não precisam mais que uma escala nominal. No entanto, outros indicadores que são úteis para descrever as mudanças espaciais requerem de uma escala ordinal. Nos exemplos a serem mostrados neste relatório, foram usadas escalas ordinais para as regiões do País, para as unidades da federação e para as microrregiões. Mais especificamente, em cada caso, um ordenamento foi imposto sobre o conjunto de entidades geográficas consideradas.

Ordenamento das regiões e das unidades da federação . No caso das regiões, utilizou-se o ordenamento implícito adotado pelo IBGE nos códigos das regiões e na publicação de estatísticas. Ou seja: 1 – Norte, 2 – Nordeste, 3 – Sudeste, 4 – Sul, 5 –

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Centro-Oeste. Portanto, usando os símbolos N, NE, SD, S e CO, aceita-se o seguinte ordenamento: N < NE < SD < S < CO. Com isso, por exemplo, nas tabelas em que as regiões aparecem nas colunas, pode falar-se de um deslocamento “para a esquerda” ou “para a direita”; além disso, pode ser usada uma distribuição acumulada e pode ser avaliada a assimetria de uma distribuição nas regiões. Em particular, o Sudeste ocupa o lugar central nessa escala.

Também no caso das unidades da federação seguiu-se o ordenamento usado pelo IBGE, de acordo com os códigos oficiais; ou seja: 11 – RO, 12 – AC, ..., 52 – GO, 53 – DF. Nesse caso, o estado de Alagoas ocupa a posição central (14º lugar). Nas tabelas que se referem às unidades da federação, estas serão indicadas em linhas sucessivas, na ordem adotada, sempre que exista registro do produto em algum dos anos considerados. Assim, pode falar-se de um deslocamento "para cima" ou "para baixo". Mais precisamente: 1) nos cálculos de indicadores, para permitir comparações entre produtos, serão levadas em conta as 27 unidades da federação, mesmo que algumas, que só teriam o valor zero em todos os anos considerados, não apareçam na tabela; e 2) os comentários relativos à "parte alta" ou à "parte baixa" de uma tabela referem-se, respectivamente, a unidades da federação que, no ordenamento adotado, vêm antes ou depois de Alagoas, que tem a posição central. A Tabela 1 mostra o exemplo do trigo. No cálculo dos indicadores são consideradas as 27 unidades da federação. Toda a Tabela 1 está contida na "parte baixa" do que seria uma tabela completa com as 27 unidades.

Tabela 1. Trigo: distribuição percentual da quantid ade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

BA 0,00 0,00 0,00 0,04

MG 0,02 0,30 0,59 1,37

SP 3,94 6,85 2,63 2,93

PR 24,81 61,09 69,67 59,40

SC 1,70 1,19 3,51 2,29

RS 69,03 23,19 21,81 29,83

MS 0,50 7,35 1,29 2,93

MT 0,00 0,00 0,00 0,01

GO 0,00 0,01 0,24 1,07

DF 0,00 0,01 0,25 0,13

DOM 0,178 0,207 0,212 0,204

GINI 0,969 0,950 0,963 0,947

Ordenamento das microrregiões. Para cada produto, em cada ano considerado, sobre o conjunto das microrregiões com registro do produto foi utilizado o ordenamento do volume. Assim, é possível identificar a "primeira" microrregião (entendida como a que tem o maior volume), a "segunda", as dez "primeiras", e assim por diante. Com base nesse ordenamento, foi realizada a acumulação do próprio volume, e foram determinados os quartéis (ou quartos) de cada distribuição. Especificamente: a) o quartel superior (Q4) está formado pelo menor conjunto de microrregiões que, respeitando o ordenamento, são suficientes para alcançar 25% do volume; b) o terceiro quartel (Q3) está formado pelas microrregiões seguintes, até

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alcançar, em conjunto com as de Q4, 50% do volume; c) as microrregiões seguintes, até perfazer, junto com as de Q3 e Q4, 75% do volume, formam o segundo quartel (Q2); e d) as restantes formam o quartel inferior (Q1).

Cabe assinalar alguns pontos:

a) como as microrregiões são unidades discretas, não se pode garantir que cada quartel tenha, exatamente, 25% do volume; assim, por exemplo, pode acontecer que Q4 reúna 27,04% do volume;

b) a técnica utilizada garante que, em cada caso, se tenha o número mínimo de microrregiões suficientes para se perfazer uma determinada porcentagem (seja 25, 50 ou 75%) do total nacional, incluindo a "primeira" microrregião e outras que vêm abaixo dela, sucessivamente, respeitando o ordenamento considerado ;

c) na prática, usa-se um enfoque algorítmico, onde o ordenamento é realizado por um programa de computador; isto é, se houver algum empate, aceita-se o ordenamento produzido pelo computador;

d) convém distinguir, por razões de precisão, entre os quartis, que são determinadas microrregiões, e os quartéis (ou quartos), que são conjuntos de microrregiões; neste documento não serão utilizados os quartis, mas apenas os quartéis.

Neste relatório, usou-se o ordenamento natural dos quartéis, para calcular um indicador de assimetria que vai ser mencionado mais adiante. Ou seja, entende-se que Q1 < Q2 < Q3 < Q4; nesse sentido, pode dizer-se, por exemplo, que Q1 é o quartel inferior, ou que Q4 é o quartel superior.

Finalmente, para estudar a dinâmica no nível de microrregião, ou mesmo para ilustrar a distribuição espacial em certos mapas, foram introduzidos quatro conjuntos, chamados grupos , que funcionam como móveis cujo deslocamento vai ser avaliado. Eles são definidos do seguinte modo: a) o grupo 25 (ou G25), coincide com o conjunto Q4; b) o grupo 50 (ou G50) é a união dos conjuntos Q3 e Q4; c) o grupo 75 (ou G75) é a união dos conjuntos Q2, Q3 e Q4; e d) o grupo 100 (ou G100) é o conjunto de todas as microrregiões com registro de volume. Por exemplo, em determinado ano, o grupo 75 da quantidade produzida de arroz esteve formado pelas microrregiões que, em número mínimo, respeitando o ordenamento, foram suficientes para reunir 75% da produção nacional de arroz naquele ano.

Assimetria de distribuição de frequência

A análise de assimetria das distribuições de frequência foi feita mediante um indicador de dominância fraca de segundo grau (GARAGORRY et al., 2003); ele se situa entre os indicadores de dominância estocástica de primeiro e de segundo graus, mais frequentes na literatura (WHITMORE; FINDLAY, 1978; ANDERSON et al., 1977), que exigem alguma desigualdade estrita. A partir de uma distribuição de frequências (f1, f2, ... fk) em K classes, ordenadas de 1 até K, o indicador usado é definido por:

��� � ��� � ��/�� � 1���

���,

onde DOM = coeficiente de dominância estocástica, varia de 0 (concentração à direita) a 1 (concentração à esquerda), k = número da classe, k = 1, 2, ..., K, fk = frequência na classe k.

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No caso de distribuições expressas em porcentagens, usa-se o mesmo indicador, após dividir os valores por 100.

Medida de concentração

Os indicadores de concentração mais usados exigem, apenas, uma escala nominal. Eles dão uma medida do afastamento (distância) entre uma distribuição e a correspondente distribuição uniforme. No caso, considera-se uma distribuição de frequências, como a que foi usada para definir o índice de dominância, sem a exigência de um determinado ordenamento entre as K classes. Para avaliar a concentração das distribuições foi usado o índice de Gini. Ele é definido mediante a seguinte fórmula:

� � ��/2, onde K é o número de classes e D é a diferença média; por sua vez,

� � 2�∑ ∑ ��� � ������������� ���� � 1 ;

de modo que resulta a seguinte expressão:

� � ∑ ∑ ��� � �������������� � 1 .

Note-se que alguns autores (e.g., HOFFMANN, 1998; SOUZA, 1977), utilizam uma fórmula um pouco diferente para definir D, o que não muda muito o valor de G se o número de classes (K) for “grande” (KENDALL; STUART, 1977), mas que subestima a concentração quando o número de classes é pequeno. As definições apresentadas para D e G são as usadas pelo sistema SAS; a fórmula para D corresponde à que aparece na “Encyclopedia of statistical sciences” (DAVID, 1983). O índice pode variar de 0 (distribuição uniforme) a 1 (distribuição concentrada em uma classe).

Quando é razoável aceitar uma escala ordinal (e.g., no caso dos quartéis), é possível calcular o índice de dominância (F); se, além disso, a distribuição de frequências for monótona, na ordem adotada para as classes, existem relações muito simples entre G e F; isto é: se a distribuição for crescente, então G = 1 – 2F; se a distribuição for decrescente (caso muito comum neste documento), então G = 2F – 1. Portanto, nesses casos, o índice de dominância pode ser interpretado tanto como indicador de assimetria quanto de concentração, e o índice de Gini não acrescenta informação.

Distâncias com áreas geográficas

Para avaliar as mudanças espaciais, com respeito a áreas da Divisão Territorial do Brasil, foram usados dois conceitos matemáticos de distância. Ambos correspondem a métricas; ou seja, satisfazem os axiomas exigidos na matemática para se caracterizar uma métrica; em particular, cumprem com a desigualdade triangular.

Distância L1. O ponto de partida são duas distribuições, correspondentes a dois anos, sobre certo conjunto de entidades geográficas. Por exemplo, as distribuições da quantidade produzida de arroz nas regiões da Divisão Territorial do Brasil, em dois anos. A distância que vai ser apresentada, designada como L1, é uma variante da distância L1 utilizada em matemática. Em um espaço vetorial de K dimensões, a distância L1 entre os pontos � � �, !,", �� e # � �#�, #!,",#�� é definida mediante a seguinte expressão:

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$� , # � �| � � #�|�

���

No caso de distribuições, determinadas por números não negativos que somam 1, resulta conveniente, para o presente trabalho, uma forma ligeiramente diferente. Assim, a distância L1 entre duas distribuições (uma para o ano s e a outra para o ano t) é dada por:

$�&, ' � �1/2 �|�(� � �)�|�

���

onde fsk e ftk representam, respectivamente, a frequência da classe k nos anos s e t. Note-se que, a rigor, a distância entre as duas distribuições deveria ser denotada com um símbolo tal como $��(, �); no entanto, como, nas diferentes situações, em cada ano haverá só uma distribuição, não há inconveniente em interpretar essa distância como se fosse entre dois anos. Os valores dessa distância variam de 0, para duas distribuições idênticas, a 1, no caso em que as duas distribuições não tenham frequências positivas em uma mesma classe (isto é, se uma tem frequência positiva numa classe, então a outra tem 0 nessa classe). De modo que um valor de 1 significa uma mudança total, em termos geográficos. O fator ½ foi usado para padronizar a distância, justamente no sentido de que o valor máximo fosse 1. A distância L1 também tem sido chamada de distância de transvariação (SOUZA, 1977; GARAGORRY; CHAIB FILHO, 2007); no entanto, neste documento, preferiu-se não usar o termo “transvariação”, porque ele também tem sido usado, em estatística, para referir-se a outros indicadores.

Neste relatório, ao estudar a dinâmica nos níveis de região e de unidade da federação, as distribuições serão apresentadas em porcentagens; nesses casos, a distância L1 será dada com valores entre 0 e 100. Isso é conveniente, porque há uma interpretação muito simples, que pode ser exprimida em porcentagem, no sentido de que, dado um período por um "ano inicial" e um "ano final", essa distância é uma cota inferior, usualmente bastante ajustada, do máximo que, teoricamente, poderia ter mudado a distribuição do ano inicial.

O seguinte exemplo deve servir para esclarecer essa interpretação. No caso da quantidade produzida de arroz, as distribuições percentuais no nível regional, para os anos de 1975 e 2005 foram, respectivamente, f = (5,22; 16,60; 18,31; 37,87; 21,99) e g = (11,23; 9,01; 2,75; 55,30; 21,70). Logicamente, de acordo com o ordenamento que foi indicado anteriormente, as porcentagens correspondem às regiões N, NE, SD, S e CO, nessa ordem. A distância L1 entre essas distribuições está dada por:

$ � �1/2�|5,22 � 11,23| , |16,60 � 9,01| , |18,31 � 2,75| , |37,87 � 55,30| ,|21,99 � 21,70| � 23,44.

Considerando agora só a distribuição do ano inicial do período, pode demonstrar-se que a mais afastada dela, segundo a métrica L1, é aquela que tem 100 no primeiro componente (onde está o menor componente da distribuição f), e zero nas demais posições. A distância L1 da distribuição f com respeito a essa outra é:

$′ � �1/2�|5,22 � 100,00| , 16,60 , 18,31 , 37,87 , 21,99 � �1/2�94,78 , 94,78 �94,78, salvo pequena diferença de arredondamento.

Portanto, em termos percentuais, a distância original de 23,44 corresponde, de fato, a �23,44/94,78100 � 24,73% do máximo deslocamento teoricamente possível. De modo que o valor de 23,44 pode ser interpretado como uma boa aproximação (com

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um valor um pouco inferior) do deslocamento registrado, quando este é medido como porcentagem do máximo deslocamento teoricamente possível. Nesse exemplo, a distribuição mais afastada significaria que todo o arroz foi para a região Norte, o qual é difícil de se imaginar. Portanto, a distância de 23,44 pode ser interpretada como um deslocamento bastante importante.

Pode haver alguns casos de empates, com mais de uma distribuição que tem o maior afastamento da distribuição inicial. E, nos casos em que a distribuição inicial tem algum componente igual a zero (por exemplo, trigo na região Norte), o valor encontrado para a distância corresponde exatamente à porcentagem de deslocamento da distribuição inicial com relação ao maior afastamento teoricamente possível.

A esta altura, no contexto da dinâmica, o importante é notar que, quando se trabalha com distribuições ao longo do tempo, pode interpretar-se que o móvel é um ponto em um espaço apropriado e que, em vez de se pensar que uma distribuição mudou para outra, o que aconteceu foi que o ponto se moveu, e que a magnitude desse movimento é avaliada por uma distância entre distribuições. Por exemplo, uma distribuição no conjunto das cinco regiões pode ser vista como um ponto em um espaço de cinco dimensões.

Distância de Cantor. O nome está associado ao criador da teoria de conjuntos. A distância entre conjuntos aparece nas teorias matemáticas de medida e probabilidade, e na construção de conglomerados (ANDERBERG, 1973). Os conceitos envolvidos são muito simples, e serão apresentados com referência a conjuntos de microrregiões, conforme segue:

- suponha-se que haja dois conjuntos de microrregiões, Ms e Mt , correspondentes aos anos s e t, respectivamente, onde s < t, referentes ao tema que está sendo analisado (por exemplo, as microrregiões que integraram o grupo 75 em relação à quantidade produzida de certo produto, em 1975 e em 2005);

- determinam-se A, B e C, sendo A o número de microrregiões que aparecem em ambos os conjuntos Ms e Mt; B corresponde ao número de microrregiões que aparecem no conjunto Ms, mas não no Mt; e C representa o número de microrregiões que aparecem no conjunto Mt, mas não no Ms; alguns dos números A, B ou C podem valer zero, mas supõe-se que a sua soma não é zero;

- com esses números calcula-se o coeficiente de Jaccard, que mede a similaridade, concordância ou persistência entre os dois conjuntos, dado por:

4�&, ' � 55 , 6 , 7 ;

ele indica a proporção de microrregiões comuns, entre o total das microrregiões que aparecem em algum dos conjuntos; 4�&, ' � 1 se os dois conjuntos forem iguais (pois, nesse caso, fica B = C = 0), e 4�&, ' � 0 se os dois conjuntos não tiverem microrregiões em comum (pois A = 0);

- a distância de Cantor é o complemento à unidade:

$�&, ' � 1 � 4�&, ' � 6 , 75 , 6 , 7 ;

ela mede a proporção de mudança que houve entre os anos s e t, para o tema analisado, em termos de número de microrregiões, já que compara a soma das que estavam no ano s e saíram (B) e das que não estavam no ano s mas apareceram no ano t (C), com o total de microrregiões envolvidas nesses dois anos. Tal como

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aconteceu com a distância L1, a rigor deveriam ser usados símbolos tais como 4��(, �) e $��(, �); no entanto, como, nas diferentes aplicações, em cada ano haverá só um conjunto, não há inconveniente em interpretar o coeficiente de persistência e a distância de Cantor como se fossem entre dois anos.

O seguinte exemplo permite ilustrar o cálculo da distância de Cantor. No estudo da dinâmica do arroz, trata-se de avaliar essa distância para o grupo 75 da quantidade produzida, de 1975 para 2005. A Fig. 1 mostra uma tabela de contingência de 2 × 2, do tipo usado em livros de estatística para analisar situações análogas (ver, por exemplo, ANDERBERG, 1973). O total de microrregiões no País é de 558. Em 1975, o G75 esteve formado por 94 delas, e em 2005 por 34. A interseção desses dois conjuntos, chamada aqui de "parte persistente", esteve formada por 19 microrregiões, que estiveram no G75 tanto em 1975 como em 2005. Portanto, o total de microrregiões envolvidas com o G75 nesses dois anos está dado por:

A + B + C = 19 + 75 + 15 = 109;

assim, a persistência foi p = 19/109 = 0,17 e a distância de Cantor foi d = 1 – p = (75 + 15)/109 = 0,83. De modo que houve uma alteração substancial no conteúdo do G75; no caso, a distância de Cantor é interpretada como uma alteração geográfica que envolveu 83% das microrregiões que estiveram no G75, em algum dos anos de 1975 ou de 2005.

Ano inicial

Ano final

Total 2005

SIM NÃO

1975

SIM A

19

B 75

94

NÃO C

15

D 449

464

Total 34 524 558

Figura 1. Dados para calcular a distância de Cantor , no estudo da dinâmica do grupo 75 da quantidade produzida de arroz, no n ível de microrregião, do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 : A = 19, B = 75, e C = 15.

A Fig. 2 ilustra o mesmo exemplo, mediante um diagrama de Euler (também chamado de diagrama de Venn). No caso, aparecem inicialmente dois conjuntos, um para 1975 e outro para 2005. A interseção deles corresponde à parte persistente, designada por A; o subconjunto das microrregiões que estavam em 1975 mas não apareceram em 2005 está indicado com B; e o das que não figuravam em 1975 mas entraram para 2005 está marcado com C. Note-se que, nesta apresentação, usou-se a mesma letra, por exemplo "A", para denotar tanto um subconjunto quanto o número de elementos desse subconjunto.

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Figura 2. Diagrama de Euler que ilustra a dinâmica do grupo 75 da quantidade produzida de arroz, no nível de microrre gião, de 1975 para 2005: a) 19 microrregiões foram persistentes (amare lo); b) 75 que estavam em 1975 tinham saído para 2005 (vermelho); e c) 15 que não figuravam no grupo em 1975 tinham entrado nele em 2005 (azul). D o total de 558 microrregiões, 449 não estiveram no G75 em 1975 nem em 2005.

Em forma análoga ao que foi colocado para as distribuições, no contexto de um estudo da dinâmica, em lugar de se pensar que houve dois conjuntos (um para o "ano inicial" e outro para o "ano final"), convém imaginar que o G75 (ou qualquer outro conjunto de microrregiões) é um movel que contém microrregiões, e que em seu movimento ao longo dos anos pode ir perdendo algumas e incorporando outras, como um ônibus no qual descem e sobem passageiros, ao longo do seu trajeto.

Cabe reiterar que, no cálculo da persistência ou da distância de Cantor, só se contam casos que aparecem em algum dos conjuntos; não importa, por exemplo, se uma microrregião produziu muito mais do que outra, se bem que isso foi considerado inicialmente, para formar os conjuntos (por exemplo, para determinar o ordenamento e construir quartéis e grupos). Existe uma adaptação da distância L1, que também tem sido usada com relação aos grupos de microrregiões; ela leva em conta a contribuição percentual, para o volume total, dos conjuntos das microrregiões envolvidas. Em termos gerais, o sentido das variações dessa distância, de um ano para outro, tem acompanhado o que mostra a distância de Cantor; de modo que, por brevidade, ela não será mostrada neste relatório.

Também cabe mencionar que a distância de Cantor pode ser usada em muitas outras situações em que se comparam conjuntos; por exemplo, em dois anos diferentes, os dez países que foram os maiores exportadores de certo produto. Neste documento, a distância de Cantor só foi utilizada para avaliar a dinâmica em termos de microrregiões.

Mapas estatísticos

O sistema SAS foi utilizado para elaborar alguns mapas estatísticos relacionados com o grupo 75 de microrregiões. Usou-se um tipo de mapas que superpõem as situações correspondentes a um “ano inicial” e um “ano final”, em forma similar ao que foi mostrado na Fig. 2. Tal como nessa figura, aparecem as seguintes cores: a)

B

75

A

19

C

15

449

1975 2005

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representaram-se com amarelo as microrregiões que estiveram no grupo 75 tanto no ano inicial quanto no ano final (“parte persistente”); b) com vermelho, as que fizeram parte do G75 no ano inicial, mas não no ano final; e c) com azul, as que não estiveram no G75 no ano inicial, mas sim no ano final. A Fig. 3 mostra o exemplo para a quantidade produzida de arroz, ilustrando o deslocamento que houve de 1975 para 2005.

Figura 3. Arroz: dinâmica do grupo 75 de microrregi ões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 19 permaneceram (p arte persistente, em amarelo); b) 75 saíram (vermelho); e c) 15 entraram (azul).

Centro de gravidade

O conceito de centro de gravidade é útil para se avaliar a mobilidade de uma variável aditiva em termos geográficos agregados. Neste documento, vão ser mostrados os centros de gravidade correspondentes ao volume em todo o País. No projeto, também foram calculados para os diferentes quartéis de microrregiões. Trata-se, realmente, de centros de massa, porque não intervém um campo gravitacional; no entanto, o termo “centro de gravidade” é amplamente utilizado em estatística, em relação a diversos tipos de médias ponderadas. A aplicação do método começou com a determinação de um centróide para cada microrregião do País (mediante o sistema ArcView), dado por

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latitude e longitude. A seguir, para cada ano, alocou-se no centróide a massa (no caso, o volume) de toda a sua microrregião. Com esses dados (latitude, longitude e massa), em cada microrregião, foram determinados os centros de gravidade mediante um programa de cálculo geodésico, que leva em conta a esfericidade da Terra. Como o cálculo do centro de gravidade está caracterizado por uma média de coordenadas ponderadas pelas massas, pode acontecer que uma microrregião com pouca massa, mas afastada dos grandes aglomerados de produção, exerça algum efeito no deslocamento do centro de gravidade. Convém observar que um centro de gravidade pode estar situado em uma microrregião com pouco ou nenhum registro do produto estudado.

O centro de gravidade pode ser considerado como a mais simples média ponderada relacionada com a distribuição geográfica de uma variável. De modo que o estudo de seu movimento dá um resumo do deslocamento da variável. Mediante outro programa de cálculo geodésico, foi determinada a distância terrestre (em km) entre os centros de gravidade correspondentes a cada par dos anos considerados. O sistema MapInfo foi utilizado para elaborar os mapas que mostram a localização dos centros de gravidade.

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EMBRAPA ALGODÃO

ALGODÃO ARBÓREO (EM CAROÇO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Algodão arbóreo: área colhida (ha) em 197 5, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 2.329.558 0 2.329.527 31 0 0

1985 1.337.304 0 1.337.304 0 0 0

1995 87.949 0 87.949 0 0 0

2005 5.013 0 5.013 0 0 0

Variação total -99,78 ― -99,78 -100,00 ― ―

Variação anual -18,51 ― -18,51 -100,00 ― ―

Tabela 2. Algodão arbóreo: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e an ual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 418.124 0 418.108 16 0 0

1985 188.645 0 188.645 0 0 0

1995 9.634 0 9.634 0 0 0

2005 2.123 0 2.123 0 0 0

Variação total -99,49 ― -99,49 -100,00 ― ―

Variação anual -16,15 ― -16,15 -100,00 ― ―

Tabela 3. Algodão arbóreo: produtividade (kg/ha) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 179 ― 179 516 ― ―

1985 141 ― 141 ― ― ―

1995 110 ― 110 ― ― ―

2005 423 ― 423 ― ― ―

Variação total 135,95 ― 135,96 ― ― ―

Variação anual 2,90 ― 2,90 ― ― ―

A relação da forma usual entre as taxas anuais (-16,15 ≅ -18,51 + 2,90) não é muito aproximada porque há algumas taxas muito grandes, em termos absolutos. De todos

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modos, vê-se que a diminuição da quantidade produzida deveu-se à queda na área colhida, já que a taxa da produtividade foi positiva.

NÍVEL REGIONAL

No período de avaliação praticamente toda a produção aconteceu no Nordeste, de modo que não é adequado explorar diferenças regionais.

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 4 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Tabela 4. Algodão arbóreo: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

MA 11.727 6.756 0 0

PI 29.654 47.087 701 8

CE 188.100 65.805 6.430 94

RN 82.315 24.971 1.123 92

PB 65.049 27.233 1.060 1.890

PE 36.023 15.853 320 39

AL 1.082 0 0 0

BA 4.158 940 0 0

MG 16 0 0 0

Total 418.124 188.645 9.634 2.123

A Tabela 5 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 4, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria mostra uma leve tendência de aumento de 1975 até 1995, que capta um deslocamento para a parte alta da tabela, principalmente devido ao aumento na participação do CE e a diminuição nas do RN e PB. De 1995 para 2005 esse indicador tem um decréscimo, que corresponde a uma inversão do movimento, com grande queda na participação percentual do CE e aumento na da PB. O índice de Gini, com valores próximos ou superiores a 0,9, assinala a grande concentração do produto em poucas unidades da federação.

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Tabela 5. Algodão arbóreo: distribuição percentual da quantidade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

MA 2,80 3,58 0,00 0,00

PI 7,09 24,96 7,28 0,38

CE 44,99 34,88 66,74 4,43

RN 19,69 13,24 11,66 4,33

PB 15,56 14,44 11,00 89,02

PE 8,62 8,40 3,32 1,84

AL 0,26 0,00 0,00 0,00

BA 0,99 0,50 0,00 0,00

MG 0,00 0,00 0,00 0,00

DOM 0,627 0,639 0,640 0,582

GINI 0,902 0,886 0,947 0,985

A Tabela 6 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 5, para qualquer par dos anos considerados. Os altos valores observados indicam que houve mudanças substanciais entre as distribuições. Em particular, o maior valor foi registrado entre 1995 e 2005, determinado por uma grande queda no Ceará e um aumento importante, em termos relativos, na Paraíba.

Tabela 6. Algodão arbóreo: distância L1 entre as di stribuições percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 18,65 21,94 73,47

1985 ― 31,86 74,59

1995 ― ― 78,02

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 7 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, duas microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais uma (em Q3) se alcançava 50% e adicionando uma (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por quatro microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta, com um índice de Gini ao redor de 0,7, mas que oscila entre os anos considerados. Por outro lado, como a cultura está praticamente em extinção, o número total de microrregiões com registro estatístico (TOTMIC) mostra uma queda sistemática. No mesmo sentido, diminuiu rapidamente o número das que formaram o G75.

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Tabela 7. Algodão arbóreo: distribuição das microrr egiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GI NI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 82 16 10 6 114 0,684 32

1985 68 14 8 2 92 0,739 24

1995 37 5 4 4 50 0,667 13

2005 17 1 1 2 21 0,778 4

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 8 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 32 microrregiões iniciais, três permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 29 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) uma, que não estava no G75 no ano inicial, tinha entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por quatro microrregiões.

Tabela 8. Algodão arbóreo: mudança no número de mic rorregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 18 14 6 38

1975 1995 11 21 2 34

1975 2005 3 29 1 33

1985 1995 8 16 5 29

1985 2005 1 23 3 27

1995 2005 1 12 3 16

A Tabela 9 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 8, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (29 + 1) / 33 = 0,91, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 9. Algodão arbóreo: distância de Cantor entr e os conjuntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,53 0,68 0,91

1985 ― 0,72 0,96

1995 ― ― 0,94

Alguns números na Tabela 9, principalmente na coluna do "ano final" de 2005, são muito altos, na escala de zero a um. Isso indica que, dentro do período considerado, houve alterações substanciais na composição do grupo 75.

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A Fig. 1 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

Figura 1. Algodão arbóreo: dinâmica do grupo 75 de microrregiões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 3 perma neceram (parte persistente, em amarelo); b) 29 saíram (vermelho); e c) 1 entrou (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 2 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 10 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos. O deslocamento de 1995 para 2005 capta a queda na contribuição do CE e o aumento na da PB.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 231/(80 + 93 + 283) ≈ 0,49 ,

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onde a aproximação deve-se a diferenças no arredondamento das distâncias, indica uma evolução bastante errática, sem tendência espacial definida.

Figura 2. Algodão arbóreo: centros de gravidade nac ionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 10. Algodão arbóreo: distância terrestre (em km) entre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inici al” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 80 67 231

1985 ― 93 301

1995 ― ― 283

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EMBRAPA ALGODÃO ALGODÃO HERBÁCEO (EM CAROÇO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Algodão herbáceo: área colhida (ha) em 19 75, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 1.546.831 605 672.194 479.237 267.000 127.795

1985 2.252.876 5.508 1.012.725 547.119 540.000 147.524

1995 1.103.536 20.815 359.681 241.346 282.760 198.934

2005 1.258.308 1.343 334.238 165.537 57.187 700.003

Variação total -18,65 121,98 -50,28 -65,46 -78,58 447,75

Variação anual -0,69 2,69 -2,30 -3,48 -5,01 5,83

Tabela 2. Algodão herbáceo: quantidade produzida (t ) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação tota l e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 1.330.020 449 224.358 575.088 377.695 152.430

1985 2.667.923 2.228 458.697 927.265 1.035.661 244.072

1995 1.441.526 28.423 171.522 361.324 529.977 350.280

2005 3.666.160 2.847 892.546 384.477 78.722 2.307.568

Variação total 175,65 534,08 297,82 -33,14 -79,16 1.413,85

Variação anual 3,44 6,35 4,71 -1,33 -5,09 9,48

Tabela 3. Algodão herbáceo: produtividade (kg/ha) e m 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e an ual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 860 742 334 1.200 1.415 1.193

1985 1.184 405 453 1.695 1.918 1.654

1995 1.306 1.366 477 1.497 1.874 1.761

2005 2.914 2.120 2.670 2.323 1.377 3.297

Variação total 238,85 185,64 700,07 93,55 -2,69 176,37

Variação anual 4,15 3,56 7,18 2,23 -0,09 3,45

A relação 3,44 ≅ -0,69 + 4,15 indica que, no total do País, o aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se exclusivamente ao aumento na produtividade, já que houve queda na área colhida. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

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NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Algodão herbáceo: distribuição percentual da quantidade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e co ncentração (GINI).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 0,03 16,87 43,24 28,40 11,46 0,414 0,517

1985 0,08 17,19 34,76 38,82 9,15 0,401 0,515

1995 1,97 11,90 25,07 36,76 24,30 0,326 0,414

2005 0,08 24,35 10,49 2,15 62,94 0,241 0,740

O indicador de assimetria vai diminuindo ao longo dos anos, o qual assinala um deslocamento para a direita da tabela (regiões Sul e Centro-Oeste). Houve uma queda substancial no Sudeste e, para 2005, o algodão herbáceo já quase tinha desaparecido da região Sul, concentrando-se no Centro-Oeste. O índice de Gini foi caindo até 1995, mas aumentou muito para 2005, quando a região Centro-Oeste produziu mais de 60% do produto. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com o algodão herbáceo, no nível regional.

Figura 1. Algodão herbáceo: evolução da contribuiçã o percentual das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor como 59, ocorrido entre 1975 e 2005, é que o deslocamento foi da ordem de 59% do máximo que poderia ter acontecido; no caso, se todo o algodão herbáceo tivesse se deslocado para a região Norte, onde estava a menor porcentagem em 1975. Ou seja, valores dessa ordem indicam que o produto teve deslocamentos muito importantes, no nível regional, dentro do período considerado. De fato, o algodão herbáceo é um dos produtos que tem mostrado mais deslocamento no período. Em particular, observa-se na Tabela 4, de 1975 para 2005, quedas nas porcentagens de cerca de 33 pontos no Sudeste e de 26 no Sul, acompanhadas de aumentos de cerca de sete pontos no Nordeste e 51 no Centro-Oeste. Noutra forma

0

10

20

30

40

50

60

70

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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de avaliar as mudanças espaciais ocorridas, também surge da Tabela 4 que, em 1975, as regiões Sudeste e Sul reuniam quase 72% da quantidade produzida, enquanto que isso baixou para menos de 13% em 2005, quando o Nordeste e o Centro-Oeste reuniram mais de 87% da produção.

Tabela 5. Algodão herbáceo: distância L1 entre as d istribuições percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicia l” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 10,80 23,14 59,00

1985 ― 17,04 60,95

1995 ― ― 51,09

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

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23

Tabela 6. Algodão herbáceo: quantidade produzida (t ) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 238 116 27.059 0

AC 0 0 45 126

AM 0 0 0 1

PA 175 2.000 1.019 0

TO 36 112 300 2.720

MA 1.188 976 50 29.206

PI 3.523 40.634 26.224 9.771

CE 27.300 114.440 30.531 8.577

RN 26.173 20.551 14.113 9.229

PB 42.621 52.472 17.747 7.087

PE 29.325 34.030 3.915 2.316

AL 23.347 20.073 1.935 3.959

SE 5.038 14.328 917 0

BA 65.843 161.193 76.090 822.401

MG 84.462 225.433 49.924 153.147

ES 1.051 0 0 0

RJ 975 0 0 0

SP 488.600 701.832 311.400 231.330

PR 377.695 1.035.661 529.977 78.722

MS 81.953 106.317 105.791 176.131

MT 10.193 21.837 87.458 1.682.839

GO 60.284 115.918 157.031 432.045

DF 0 0 0 16.553

Total 1.330.020 2.667.923 1.441.526 3.666.160

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. Os valores do indicador de assimetria sempre estiveram abaixo de 0,3, o que caracteriza o predomínio de unidades da federação situadas na parte baixa da tabela. No entanto, em 2005 ele foi inferior a 0,2, o que indica um deslocamento pronunciado para a parte mais baixa. Em particular, de 1975 a 1995, SP e PR reuniram ao redor de 60% da quantidade produzida; em 2005, uma porcentagem similar foi obtida entre MT e GO. O índice de Gini se manteve acima de 0,8 no período estudado, o que assinala a elevada concentração espacial da produção, no nível de unidade da federação. Em 2005 ele chegou perto de 0,9; nesse ano, apenas três estados ─ BA, MT e GO ─ reuniram um pouco mais que 80% da quantidade produzida.

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24

Tabela 7. Algodão herbáceo: distribuição percentual da quantidade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimet ria (DOM) e concentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,02 0,00 1,88 0,00

AC 0,00 0,00 0,00 0,00

AM 0,00 0,00 0,00 0,00

PA 0,01 0,07 0,07 0,00

TO 0,00 0,00 0,02 0,07

MA 0,09 0,04 0,00 0,80

PI 0,26 1,52 1,82 0,27

CE 2,05 4,29 2,12 0,23

RN 1,97 0,77 0,98 0,25

PB 3,20 1,97 1,23 0,19

PE 2,20 1,28 0,27 0,06

AL 1,76 0,75 0,13 0,11

SE 0,38 0,54 0,06 0,00

BA 4,95 6,04 5,28 22,43

MG 6,35 8,45 3,46 4,18

ES 0,08 0,00 0,00 0,00

RJ 0,07 0,00 0,00 0,00

SP 36,74 26,31 21,60 6,31

PR 28,40 38,82 36,76 2,15

MS 6,16 3,99 7,34 4,80

MT 0,77 0,82 6,07 45,90

GO 4,53 4,34 10,89 11,78

DF 0,00 0,00 0,00 0,45

DOM 0,289 0,294 0,258 0,192

GINI 0,839 0,849 0,836 0,892

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Os altos valores observados indicam que houve mudanças substanciais entre as distribuições. As distâncias na diagonal da Tabela 8, entre anos sucessivos, daqueles considerados, mostram que a grande mudança aconteceu de 1995 para 2005. De fato, observa-se na Tabela 7 que, entre esses dois anos, houve quedas substanciais nas contribuições de São Paulo e Paraná, junto com um notável aumento na do Mato Grosso. Em 1995, São Paulo e Paraná reuniam cerca de 58% da quantidade produzida, enquanto que, em 2005, isso apenas superava 8%.

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25

Tabela 8. Algodão herbáceo: distância L1 entre as d istribuições percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 17,38 25,09 71,10

1985 ― 17,55 71,02

1995 ― ― 59,89

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, duas microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais três (em Q3) se alcançava 50% e adicionando sete (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 12 microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta, sendo que o índice de Gini mostra tendência crescente, chegando a mais de 0,9 no último ano. No mesmo sentido, foi diminuindo o número de microrregiões no G75.

Tabela 9. Algodão herbáceo: distribuição das micror regiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GI NI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 248 24 11 6 289 0,852 41

1985 227 24 9 6 266 0,850 39

1995 219 19 9 5 252 0,862 33

2005 201 7 3 2 213 0,941 12

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 41 microrregiões iniciais, uma permanecia em 2005 (coluna "A"); 2) 40 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 11, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 12 microrregiões.

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26

Tabela 10. Algodão herbáceo: mudança no número de m icrorregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 27 14 12 53

1975 1995 23 18 10 51

1975 2005 1 40 11 52

1985 1995 28 11 5 44

1985 2005 1 38 11 50

1995 2005 3 30 9 42

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (40 + 11) / 52 = 0,98, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Algodão herbáceo: distância de Cantor en tre os conjuntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,49 0,55 0,98

1985 ― 0,36 0,98

1995 ― ― 0,93

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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27

Figura 2. Algodão herbáceo: dinâmica do grupo 75 de microrregiões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 1 perma neceu (parte persistente, em amarelo); b) 40 saíram (vermelho); e c) 11 entra ram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos. O deslocamento de 1995 para 2005 (499 km) indica que houve uma importante alteração na distribuição espacial. A Fig. 3 mostra que o deslocamento foi para o Norte. De fato, tudo isso está de acordo com o que aparece na Tabela 7, entre esses dois anos: queda pronunciada em SP e PR, notável aumento na BA e MT.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 581/(54 + 204 + 499) = 0,23 ,

indica uma evolução com tendência espacial pouco definida.

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28

Figura 3. Algodão herbáceo: centros de gravidade na cionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Algodão herbáceo: distância terrestre (e m km) entre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inici al” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 54 258 581

1985 ― 204 560

1995 ― ― 499

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EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO

ARROZ (EM CASCA)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Arroz: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1 995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 5.306.270 327.616 889.214 1.422.165 1.086.360 1.580.915

1985 4.754.692 611.947 976.379 907.105 1.065.131 1.194.130

1995 4.373.538 604.516 1.225.922 526.793 1.242.294 774.013

2005 3.915.855 654.803 805.524 148.623 1.216.686 1.090.219

Variação total -26,20 99,87 -9,41 -89,55 12,00 -31,04

Var. anual -1,01 2,34 -0,33 -7,25 0,38 -1,23

Tabela 2. Arroz: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 7.781.538 406.239 1.292.059 1.424.996 2.946.965 1.711.279

1985 9.024.555 858.660 1.138.697 1.556.854 3.949.764 1.520.580

1995 11.226.064 1.125.430 1.732.323 990.563 5.954.577 1.423.171

2005 13.192.863 1.481.872 1.189.173 363.030 7.295.967 2.862.821

Var. total 69,54 264,78 -7,96 -74,52 147,58 67,29

Var. anual 1,78 4,41 -0,28 -4,46 3,07 1,73

Tabela 3. Arroz: produtividade (kg/ha) em 1975, 198 5, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 1.466 1.240 1.453 1.002 2.713 1.082

1985 1.898 1.403 1.166 1.716 3.708 1.273

1995 2.567 1.862 1.413 1.880 4.793 1.839

2005 3.369 2.263 1.476 2.443 5.997 2.626

Variação total 129,74 82,51 1,60 143,78 121,06 142,59

Variação anual 2,81 2,03 0,05 3,01 2,68 3,00

A relação 1,78 ≅ -1,01 + 2,81 indica que, no total do País, o aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se exclusivamente ao aumento na

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produtividade, já que houve queda na área colhida. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Arroz: distribuição percentual da quantid ade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GIN I).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 5,22 16,60 18,31 37,87 21,99 0,363 0,353

1985 9,51 12,62 17,25 43,77 16,85 0,385 0,366

1995 10,03 15,43 8,82 53,04 12,68 0,393 0,469

2005 11,23 9,01 2,75 55,30 21,70 0,332 0,589

O indicador de assimetria tem se mantido entre 0,3 e 0,4 ao longo dos anos, o qual assinala um predomínio para a direita da tabela (regiões Sul e Centro-Oeste). Houve, no entanto, importantes mudanças entre essas duas regiões. A importância do Centro-Oeste em 1975 estava ligada ao arroz de sequeiro, usado na abertura do Cerrado; posteriormente, a contribuição dessa região teve uma queda substancial, mas se recuperou para o final do período de estudo, já com a presença de arroz irrigado. Por sua vez, a região Sul teve uma participação crescente, sempre com o predomínio do arroz irrigado. A contribuição conjunta dessas duas regiões era de cerca de 60% em 1975, e passou para algo mais que 75% em 2005.. O índice de Gini foi aumentando ao longo do período, refletindo a concentração já assinalada no Sul e Centro-Oeste. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com o arroz, no nível regional.

Figura 1. Arroz: evolução da contribuição percentua l das regiões para o total da quantidade produzida. A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 23, ocorrido entre 1975 e 2005, é que o

0

10

20

30

40

50

60

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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31

deslocamento foi da ordem de 23% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se todo o arroz tivesse se deslocado para a região Norte, onde estava a menor porcentagem em 1975. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 23, mesmo sendo relativamente baixo na escala de zero a cem, está indicando que o produto teve deslocamentos muito importantes, no nível regional, dentro do período considerado.

Tabela 5. Arroz: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 10,19 19,98 23,44

1985 ― 12,60 18,10

1995 ― ― 12,49

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Page 34: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

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Tabela 6. Arroz: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 122.770 227.134 262.436 214.808

AC 15.958 27.792 51.272 31.561

AM 2.978 3.218 6.538 16.843

RR 3.333 15.689 49.540 119.401

PA 99.554 133.436 337.758 631.724

AP 495 1.408 738 4.006

TO 161.151 449.983 417.148 463.529

MA 907.482 622.791 951.579 673.291

PI 157.485 267.118 395.318 228.192

CE 90.000 89.420 197.920 88.824

RN 4.889 8.592 4.449 3.081

PB 25.351 14.871 16.975 6.330

PE 9.894 20.041 19.770 47.082

AL 15.336 18.096 27.478 10.759

SE 26.147 29.307 14.038 39.010

BA 55.475 68.461 104.796 92.604

MG 772.801 843.259 625.702 247.680

ES 65.000 97.970 60.894 11.788

RJ 77.195 105.847 43.837 9.842

SP 510.000 509.778 260.130 93.720

PR 850.573 296.000 208.041 137.065

SC 292.735 446.718 708.427 1.055.613

RS 1.803.657 3.207.046 5.038.109 6.103.289

MS 667.165 323.993 239.269 224.831

MT 335.984 521.776 762.327 2.262.863

GO 707.086 666.329 419.871 374.627

DF 1.044 8.482 1.704 500

Total 7.781.538 9.024.555 11.226.064 13.192.863

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria manteve-se ao redor de 0,3, o qual indica o predomínio da parte baixa da tabela. Ainda assim, esse predomínio aumentou de 1995 para 2005, quando o indicador alcançou seu menor valor; isso capta o incremento na participação percentual do MT que houve entre esses dois anos. O índice de Gini foi aumentando ao longo dos anos, chegando a mais de 0,8 em 2005; nesse ano, apenas dois estados (RS e MT) produziram mais de 63% do total nacional.

Page 35: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

33

Tabela 7. Arroz: distribuição percentual da quantid ade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 1,58 2,52 2,34 1,63

AC 0,21 0,31 0,46 0,24

AM 0,04 0,04 0,06 0,13

RR 0,04 0,17 0,44 0,91

PA 1,28 1,48 3,01 4,79

AP 0,01 0,02 0,01 0,03

TO 2,07 4,99 3,72 3,51

MA 11,66 6,90 8,48 5,10

PI 2,02 2,96 3,52 1,73

CE 1,16 0,99 1,76 0,67

RN 0,06 0,10 0,04 0,02

PB 0,33 0,16 0,15 0,05

PE 0,13 0,22 0,18 0,36

AL 0,20 0,20 0,24 0,08

SE 0,34 0,32 0,13 0,30

BA 0,71 0,76 0,93 0,70

MG 9,93 9,34 5,57 1,88

ES 0,84 1,09 0,54 0,09

RJ 0,99 1,17 0,39 0,07

SP 6,55 5,65 2,32 0,71

PR 10,93 3,28 1,85 1,04

SC 3,76 4,95 6,31 8,00

RS 23,18 35,54 44,88 46,26

MS 8,57 3,59 2,13 1,70

MT 4,32 5,78 6,79 17,15

GO 9,09 7,38 3,74 2,84

DF 0,01 0,09 0,02 0,00

DOM 0,307 0,309 0,317 0,271

GINI 0,698 0,705 0,749 0,817

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Os relativamente altos valores observados indicam que houve mudanças importantes entre as distribuições, ao longo do período de estudo. Em particular, o maior valor foi registrado entre 1975 e 2005. Entre esses dois anos, segundo as porcentagens que aparecem na Tabela 7, destacam-se as quedas nas contribuições do MA, MG, SP, PR, MS e GO, e o aumento nas de SC, RS e MT.

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Tabela 8. Arroz: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 20,93 33,95 46,40

1985 ― 16,81 29,43

1995 ― ― 16,12

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, quatro microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais nove (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 21 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 34 microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta, sendo que o índice de Gini mostra tendência crescente, chegando a mais de 0,9 no último ano.

Tabela 9. Arroz: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 395 59 24 11 489 0,809 94

1985 400 63 21 7 491 0,829 91

1995 423 44 11 5 483 0,888 60

2005 411 21 9 4 445 0,924 34

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 94 microrregiões iniciais, 19 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 75 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 15, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 34 microrregiões.

Tabela 10. Arroz: mudança no número de microrregiõe s no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 57 37 34 128

1975 1995 34 60 26 120

1975 2005 19 75 15 109

1985 1995 50 41 10 101

1985 2005 28 63 6 97

1995 2005 29 31 5 65

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A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (75 + 15) / 109 = 0,83, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Arroz: distância de Cantor entre os conj untos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,55 0,72 0,83

1985 ― 0,50 0,71

1995 ― ― 0,55

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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Figura 2. Arroz: dinâmica do grupo 75 de microrregi ões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 19 permaneceram (p arte persistente, em amarelo); b) 75 saíram (vermelho); e c) 15 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 285/(129 + 79 + 126) = 015 ,

indica uma evolução com tendência espacial bastante definida; no caso, de acordo com a Fig. 3, para o Sudoeste. Em particular, em 2005, segundo a Tabela 7, têm muita importância as contribuições do RS e MT, que reúnem algo mais que 63% da produção nacional.

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Figura 3. Arroz: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Arroz: distância terrestre (em km) entre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 129 201 285

1985 ― 79 193

1995 ― ― 126

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EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO

FEIJÃO (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Feijão: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 4.145.916 51.000 1.791.751 900.321 1.140.918 261.926

1985 5.315.890 127.882 2.289.870 1.226.968 1.334.262 336.908

1995 5.006.403 233.644 2.653.943 811.159 1.098.978 208.679

2005 3.748.656 167.296 2.096.426 631.445 657.844 195.645

Variação total -9,58 228,03 17,00 -29,86 -42,34 -25,31

Variação anual -0,34 4,04 0,52 -1,18 -1,82 -0,97

Tabela 2. Feijão: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 2.282.466 45.628 707.675 445.270 932.899 150.994

1985 2.548.738 67.189 720.409 664.927 949.981 146.232

1995 2.946.168 145.395 1.028.799 620.254 963.222 188.498

2005 3.021.641 112.576 924.583 832.313 745.191 406.978

Variação total 32,38 146,73 30,65 86,92 -20,12 169,53

Variação anual 0,94 3,06 0,90 2,11 -0,75 3,36

Tabela 3. Feijão: produtividade (kg/ha) em 1975, 19 85, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 551 895 395 495 818 576

1985 479 525 315 542 712 434

1995 588 622 388 765 876 903

2005 806 673 441 1.318 1.133 2.080

Variação total 46,41 -24,79 11,66 166,52 38,54 260,85

Variação anual 1,28 -0,94 0,37 3,32 1,09 4,37

A relação 0,94 ≅ -0,34 + 1,28 indica que, no total do País, o aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se exclusivamente ao aumento na produtividade, já que houve queda na área colhida. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

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NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Feijão: distribuição percentual da quanti dade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GIN I).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 2,00 31,00 19,51 40,87 6,62 0,452 0,511

1985 2,64 28,27 26,09 37,27 5,74 0,462 0,459

1995 4,94 34,92 21,05 32,69 6,40 0,498 0,431

2005 3,73 30,60 27,55 24,66 13,47 0,466 0,339

O indicador de assimetria tem se mantido próximo de 0,5 ao longo dos anos, o qual assinala um certo equilíbrio nas distribuições, entre a parte esquerda (Norte e Nordeste) e direita (Sul e Centro-Oeste) da Tabela 4, com algum predomínio da parte direita. Houve, no entanto, importantes mudanças entre essas duas últimas regiões. O índice de Gini foi diminuindo ao longo do período, refletindo um importante processo de desconcentração, com aumentos no Sudeste e Centro-Oeste e queda no Sul. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com o feijão, no nível regional.

Figura 1. Feijão: evolução da contribuição percentu al das regiões para o total da quantidade produzida. A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 17, ocorrido entre 1975 e 2005, é que o deslocamento foi da ordem de 17% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se todo o feijão tivesse se deslocado para a região Norte, onde estava a menor porcentagem em 1975. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 17, mesmo sendo relativamente baixo na escala de zero a cem, está indicando que o produto teve deslocamentos de certa importância, no nível regional, dentro do período considerado.

0

10

20

30

40

50

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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40

Tabela 5. Feijão: distância L1 entre as distribuiçõ es percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 7,22 8,40 16,62

1985 ― 9,61 12,61

1995 ― ― 13,56

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

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41

Tabela 6. Feijão: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 23.106 35.122 81.007 33.089

AC 4.191 4.059 7.022 4.448

AM 2.090 992 2.944 5.768

RR 158 482 625 658

PA 8.579 21.589 50.976 56.372

AP 22 212 95 682

TO 7.482 4.733 2.726 11.559

MA 35.038 31.259 42.007 35.682

PI 40.000 59.899 86.451 47.668

CE 175.725 77.717 208.826 132.366

RN 42.425 47.545 75.394 20.832

PB 53.854 78.268 87.818 53.211

PE 127.332 79.260 151.324 92.689

AL 25.728 40.532 71.096 45.789

SE 13.773 12.475 54.803 34.026

BA 193.800 293.454 251.080 462.320

MG 284.519 236.540 344.004 559.570

ES 44.218 44.461 38.401 20.129

RJ 8.473 10.581 8.109 5.882

SP 108.060 373.345 229.740 246.732

PR 607.947 499.617 454.134 557.019

SC 169.328 312.153 316.265 113.168

RS 155.624 138.211 192.823 75.004

MS 24.620 29.882 23.590 23.595

MT 20.754 44.873 23.220 66.122

GO 105.018 70.523 132.350 280.461

DF 602 954 9.338 36.800

Total 2.282.466 2.548.738 2.946.168 3.021.641

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. Os valores do indicador de assimetria mantiveram-se ao redor de 0,35, com pouca variação, o qual assinala o predomínio da parte baixa da tabela (isto é, abaixo de AL). Em geral, o índice de Gini esteve entre 0,6 e 0,7, o qual indica uma concentração relativamente alta. Por exemplo, em 2005, apenas três estados (BA, MG e PR) produziram um pouco mais que 52% do total nacional.

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Tabela 7. Feijão: distribuição percentual da quanti dade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 1,01 1,38 2,75 1,10

AC 0,18 0,16 0,24 0,15

AM 0,09 0,04 0,10 0,19

RR 0,01 0,02 0,02 0,02

PA 0,38 0,85 1,73 1,87

AP 0,00 0,01 0,00 0,02

TO 0,33 0,19 0,09 0,38

MA 1,54 1,23 1,43 1,18

PI 1,75 2,35 2,93 1,58

CE 7,70 3,05 7,09 4,38

RN 1,86 1,87 2,56 0,69

PB 2,36 3,07 2,98 1,76

PE 5,58 3,11 5,14 3,07

AL 1,13 1,59 2,41 1,52

SE 0,60 0,49 1,86 1,13

BA 8,49 11,51 8,52 15,30

MG 12,47 9,28 11,68 18,52

ES 1,94 1,74 1,30 0,67

RJ 0,37 0,42 0,28 0,19

SP 4,73 14,65 7,80 8,17

PR 26,64 19,60 15,41 18,43

SC 7,42 12,25 10,73 3,75

RS 6,82 5,42 6,54 2,48

MS 1,08 1,17 0,80 0,78

MT 0,91 1,76 0,79 2,19

GO 4,60 2,77 4,49 9,28

DF 0,03 0,04 0,32 1,22

DOM 0,350 0,338 0,381 0,346

GINI 0,673 0,661 0,589 0,673

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Tratando-se do nível de unidade da federação, os valores alcançados não assinalam algum deslocamento muito importante. As distâncias na diagonal da Tabela 8, entre anos sucessivos, daqueles considerados, mostram que a mudança mais importante aconteceu de 1995 para 2005. Segundo as porcentagens da Tabela 7, entre esses dois anos podem ser assinalados os aumentos nas contribuições percentuais da BA, MG e GO, e a diminuição em SC e RS; de todos

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modos, chama a atenção que, salvo na BA, houve quedas em todos os outros estados do Nordeste.

Tabela 8. Feijão: distância L1 entre as distribuiçõ es percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 21,40 14,92 26,12

1985 ― 17,66 24,50

1995 ― ― 24,63

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, nove microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais 28 (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 67 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 104 microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta, sendo que o índice de Gini mostra valores acima de 0,75, com leve tendência de crescimento, chegando a mais de 0,8 no último ano.

Tabela 9. Feijão: distribuição das microrregiões no s quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 399 81 35 14 529 0,757 130

1985 418 83 36 12 549 0,768 131

1995 414 79 38 16 547 0,753 133

2005 438 67 28 9 542 0,815 104

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 130 microrregiões iniciais, 56 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 74 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 48, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 104 microrregiões.

Page 46: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

44

Tabela 10. Feijão: mudança no número de microrregiõ es no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 83 47 48 178

1975 1995 75 55 58 188

1975 2005 56 74 48 178

1985 1995 93 38 40 171

1985 2005 69 62 35 166

1995 2005 76 57 28 161

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (74 + 48) / 178 = 0,69, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Feijão: distância de Cantor entre os con juntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,53 0,60 0,69

1985 ― 0,46 0,58

1995 ― ― 0,53

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

Page 47: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

45

Figura 2. Feijão: dinâmica do grupo 75 de microrreg iões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 56 permaneceram (p arte persistente, em amarelo); b) 74 saíram (vermelho); e c) 48 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 145/(104 + 212 + 36) = 0,59 ,

indica uma evolução bastante errática, sem tendência espacial definida. No entanto, se somente fosse considerada a evolução de 1985 em diante, o valor do indicador de curvatura estaria dado por: c = 1 – 248/(212 + 36) = 0,00; isto é, a trajetória teria seguido praticamente uma geodésica ("reta terrestre"), indo para o Nordeste. Isso está de acordo com a importância que foram adquirindo as contribuições da BA e GO (Tabela 7).

Page 48: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

46

Figura 3. Feijão: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Feijão: distância terrestre (em km) entr e os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 104 109 145

1985 ― 212 248

1995 ― ― 36

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EMBRAPA CAPRINOS E OVINOS

CAPRINOS

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de efetivo, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. Na tabela são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Caprinos: efetivo (cabeça) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 7.100.994 43.293 6.542.353 182.288 275.465 57.595

1985 10.020.101 163.437 8.989.138 330.864 442.406 94.256

1995 11.271.653 306.922 10.023.365 358.233 411.001 172.132

2005 10.306.722 154.678 9.542.910 252.124 242.713 114.297

Variação total 45,14 257,28 45,86 38,31 -11,89 98,45

Variação anual 1,25 4,34 1,27 1,09 -0,42 2,31

A variação total no País é a média (de razões) das variações totais nas regiões. Comparadas com o valor para o Brasil (45,14), as variações nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste ficaram acima dessa média, no Sudeste a variação foi menor que a média, e no Sul foi negativa.

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 2 dá a distribuição percentual do efetivo, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 2. Caprinos: distribuição percentual do efet ivo nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GINI).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 0,61 92,13 2,57 3,88 0,81 0,720 0,931

1985 1,63 89,71 3,30 4,42 0,94 0,717 0,902

1995 2,72 88,93 3,18 3,65 1,53 0,719 0,879

2005 1,50 92,59 2,45 2,35 1,11 0,728 0,920

Em todo o período a região Nordeste reuniu cerca de 90% do efetivo, o que se reflete nos altos valores dos indicadores de assimetria e concentração, com pouca variação. A Tabela 3 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições; pelo que foi assinalado, resulta lógico que essas distâncias sejam muito pequenas, e não detectem nenhum deslocamento importante entre regiões.

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Tabela 3. Caprinos: distância L1 entre as distribui ções percentuais do efetivo nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final ”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 2,42 3,44 1,65

1985 ― 1,68 3,05

1995 ― ― 3,66

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 4 apresenta os efetivos nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

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Tabela 4. Caprinos: efetivo (cabeça) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 698 17.394 44.754 16.310

AC 862 3.180 6.681 8.012

AM 3.734 6.573 16.076 14.740

RR 2.031 5.126 4.691 9.930

PA 20.439 103.451 178.523 80.311

AP 953 430 1.638 1.668

TO 14.576 27.283 54.559 23.707

MA 311.089 507.504 501.520 395.008

PI 1.391.136 1.610.609 2.146.665 1.389.486

CE 724.117 949.173 1.116.173 931.634

RN 180.038 223.582 288.340 439.400

PB 390.731 555.054 458.477 657.824

PE 1.069.110 1.223.366 1.237.194 1.601.522

AL 78.821 58.452 64.270 67.766

SE 16.115 34.710 20.612 18.292

BA 2.381.196 3.826.688 4.190.114 4.041.978

MG 106.240 149.978 178.161 126.612

ES 20.816 25.349 33.623 17.694

RJ 14.289 45.915 44.364 32.493

SP 40.943 109.622 102.085 75.325

PR 173.548 290.703 206.456 114.796

SC 40.755 71.328 73.656 41.297

RS 61.162 80.375 130.889 86.620

MS 18.759 26.576 42.113 31.598

MT 7.633 6.553 35.387 43.220

GO 30.027 58.527 92.132 36.939

DF 1.176 2.600 2.500 2.540

Total 7.100.994 10.020.101 11.271.653 10.306.722

A Tabela 5 presenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 4, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador a assimetria manteve-se um pouco acima de 0,5, o qual assinala um leve predomínio da parte alta da tabela (isto é, acima de AL), se bem que a maior contribuição percentual individual tem sido a da BA. O índice de Gini mostrou valores próximos ou um pouco acima de 0,8, o que indica uma elevada concentração no nível de unidade da federação. Por exemplo, em 2005, apenas quatro estados (PI, CE, PE e BA) reuniram algo mais que 77% do efetivo nacional.

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Tabela 5. Caprinos: distribuição percentual do efet ivo nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e conc entração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,01 0,17 0,40 0,16

AC 0,01 0,03 0,06 0,08

AM 0,05 0,07 0,14 0,14

RR 0,03 0,05 0,04 0,10

PA 0,29 1,03 1,58 0,78

AP 0,01 0,00 0,01 0,02

TO 0,21 0,27 0,48 0,23

MA 4,38 5,06 4,45 3,83

PI 19,59 16,07 19,04 13,48

CE 10,20 9,47 9,90 9,04

RN 2,54 2,23 2,56 4,26

PB 5,50 5,54 4,07 6,38

PE 15,06 12,21 10,98 15,54

AL 1,11 0,58 0,57 0,66

SE 0,23 0,35 0,18 0,18

BA 33,53 38,19 37,17 39,22

MG 1,50 1,50 1,58 1,23

ES 0,29 0,25 0,30 0,17

RJ 0,20 0,46 0,39 0,32

SP 0,58 1,09 0,91 0,73

PR 2,44 2,90 1,83 1,11

SC 0,57 0,71 0,65 0,40

RS 0,86 0,80 1,16 0,84

MS 0,26 0,27 0,37 0,31

MT 0,11 0,07 0,31 0,42

GO 0,42 0,58 0,82 0,36

DF 0,02 0,03 0,02 0,02

DOM 0,534 0,523 0,531 0,524

GINI 0,819 0,807 0,799 0,817

A Tabela 6 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 5, para qualquer par dos anos considerados. Essas distâncias têm valores bastante baixos, o que indica pouca mobilidade do efetivo de caprinos, no nível de unidade da federação.

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Tabela 6. Caprinos: distância L1 entre as distribui ções percentuais do efetivo nas unidades da federação, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 8,07 7,55 10,30

1985 ― 5,91 7,92

1995 ― ― 10,90

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 7 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de efetivo. Por exemplo, em 2005, três microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% do efetivo; com mais 12 (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 31 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 46 microrregiões. A concentração das distribuições é muito alta, sendo que o índice de Gini mostra valores acima de 0,9, com tendência crescente.

Tabela 7. Caprinos: distribuição das microrregiões nos quartéis de efetivo, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 483 31 12 5 531 0,912 48

1985 500 33 12 4 549 0,916 49

1995 502 36 12 3 553 0,917 51

2005 506 31 12 3 552 0,923 46

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 8 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 48 microrregiões iniciais, 38 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 10 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) oito, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 46 microrregiões.

Tabela 8. Caprinos: mudança no número de microrregi ões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 41 7 8 56

1975 1995 40 8 11 59

1975 2005 38 10 8 56

1985 1995 44 5 7 56

1985 2005 39 10 7 56

1995 2005 42 9 4 55

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A Tabela 9 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 8, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (10 + 8) / 56 = 0,32, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 9. Caprinos: distância de Cantor entre os co njuntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,27 0,32 0,32

1985 ― 0,21 0,30

1995 ― ― 0,24

A Fig. 1 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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53

Figura 1. Caprinos: dinâmica do grupo 75 de microrr egiões para o efetivo, de 1975 para 2005: a) 38 permaneceram (parte persisten te, em amarelo); b) 10 saíram (vermelho); e c) 8 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 2 mostra a posição do centro de gravidade nacional do efetivo, nos anos considerados. A Tabela 10 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 20/(39 + 38 + 77) = 0,87 ,

indica uma evolução muito errática, sem tendência espacial definida. No entanto, as distâncias foram relativamente pequenas, e o centro de gravidade esteve sempre na microrregião de Juazeiro, no norte da BA.

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Figura 2. Caprinos: centros de gravidade nacionais do efetivo, nos anos estudados. Tabela 10. Caprinos: distância terrestre (em km) en tre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para u m “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 39 61 20

1985 ― 38 59

1995 ― ― 77

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EMBRAPA CAPRINOS E OVINOS OVINOS

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de efetivo, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. Na tabela são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Ovinos: efetivo (cabeça) em 1975, 1985, 1 995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 17.828.226 84.428 5.585.113 261.981 11.752.691 144.013

1985 18.658.967 197.567 6.571.917 341.323 11.277.830 270.330

1995 18.336.432 369.732 6.987.061 378.498 10.133.298 467.843

2005 15.588.041 481.528 9.109.668 606.934 4.452.498 937.413

Variação total -12,57 470,34 63,11 131,67 -62,12 550,92

Variação anual -0,45 5,98 1,64 2,84 -3,18 6,44

A variação total no País é a média (de razões) das variações totais nas regiões. Comparadas com o valor para o Brasil (-12,57), as variações nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste foram positivas, com valores bem altos em alguns casos, enquanto que no Sul foi negativa e ficou abaixo da média. No entanto, essa média de razões é, de fato, uma média ponderada das variações regionais, onde a ponderação está determinada pela parte que correspondeu a cada região no total do País, no ano inicial; como, em 1975, a região Sul teve muito maior peso do que as outras, e sua variação até 2005 foi negativa, isso resultou em que a variação no Brasil também fosse negativa. No caso, usando as ponderações que aparecem na Tabela 2, na linha que corresponde a 1975, tem-se o seguinte:

0,0047×470,34 + 0,3133×63,11 + 0,0147×131,67 + 0,6592×(-62,12) + 0,0081×550,92 = -12,57.

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 2 dá a distribuição percentual do efetivo, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 2. Ovinos: distribuição percentual do efetiv o nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GINI).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 0,47 31,33 1,47 65,92 0,81 0,412 0,807

1985 1,06 35,22 1,83 60,44 1,45 0,435 0,763

1995 2,02 38,10 2,06 55,26 2,55 0,454 0,713

2005 3,09 58,44 3,89 28,56 6,01 0,560 0,677

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O indicador de assimetria foi crescendo ao longo dos anos, e passou de valores menores que 0,5 para um valor maior que isso, o qual assinala uma mudança estrutural na distribuição espacial dos ovinos. De fato, em 1975 havia um predomínio na parte direita da Tabela 2 (essencialmente, na região Sul, ovinos lanados), enquanto que isso mudou para a parte esquerda (principalmente, no Nordeste, ovinos deslanados), para 2005. O índice de Gini, ainda com valores relativamente altos, foi diminuindo ao longo do período, refletindo um leve processo de desconcentração, com aumentos nas contribuições do Norte, Sudeste e Centro-Oeste. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com os ovinos, no nível regional.

Figura 1. Ovinos: evolução da contribuição percentu al das regiões para o total do efetivo.

A Tabela 3 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 37, ocorrido entre 1975 e 2005, é que o deslocamento foi da ordem de 37% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se todos os ovinos tivessem se deslocado para a região Norte, onde estava a menor porcentagem em 1975. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 37 está indicando que os ovinos tiveram deslocamentos muito importantes, no nível regional, dentro do período considerado. Nesse sentido, basta observar a "inversão" que ocorreu entre as regiões Nordeste e Sul; de 1975 para 2005, o Nordeste ganhou cerca de 27 pontos percentuais, enquanto que o Sul perdeu algo mais que 37 pontos.

Tabela 3. Ovinos: distância L1 entre as distribuiçõ es percentuais do efetivo nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 5,48 10,66 37,36

1985 ― 5,18 31,88

1995 ― ― 26,70

0

20

40

60

80

1975 1985 1995 2005

%

Ano

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 4 apresenta os efetivos nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Tabela 4. Ovinos: efetivo (cabeça) em 1975, 1985, 1 995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 1.764 13.348 62.772 99.396

AC 10.662 22.571 38.567 45.920

AM 9.528 17.124 31.294 67.197

RR 15.247 32.366 19.664 0

PA 30.124 82.378 165.723 203.027

AP 2.056 2.470 1.159 1.270

TO 15.047 27.310 50.553 64.718

MA 122.528 183.411 175.048 226.488

PI 832.933 976.191 1.259.546 1.511.743

CE 1.134.795 1.259.512 1.368.841 1.909.182

RN 313.098 271.094 289.986 490.310

PB 370.593 396.266 302.611 411.069

PE 489.992 528.064 540.868 1.067.103

AL 138.746 123.164 122.514 203.417

SE 111.765 162.430 154.857 152.053

BA 2.070.663 2.671.785 2.772.790 3.138.303

MG 115.296 108.952 102.805 188.917

ES 12.043 13.290 31.367 31.630

RJ 15.661 17.523 20.687 41.468

SP 118.981 201.558 223.639 344.919

PR 159.203 279.741 598.731 511.801

SC 124.183 189.679 250.386 207.780

RS 11.469.305 10.808.410 9.284.181 3.732.917

MS 100.009 175.233 271.355 439.782

MT 7.087 30.648 100.496 324.865

GO 35.887 61.849 93.192 156.746

DF 1.030 2.600 2.800 16.020

Total 17.828.226 18.658.967 18.336.432 15.588.041

A Tabela 5 presenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 4, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria se manteve abaixo de 0,5, o qual indica o predomínio da parte baixa da tabela (isto é, abaixo de AL); no entanto, ele foi crescendo, de menos de 0,3

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58

em 1975 para mais de 0,4 em 2005, o qual capta o deslocamento do efetivo para o Nordeste. O índice de Gini ainda é bastante elevado, mas mostra uma tendência de diminuição, o que está de acordo com um certo processo de desconcentração espacial. O estado com maior participação percentual tem sido o RS; no entanto, ele tinha mais de 64% em 1975, e caiu para cerca de 24% em 2005.

Tabela 5. Ovinos: distribuição percentual do efetiv o nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (G INI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,01 0,07 0,34 0,64

AC 0,06 0,12 0,21 0,29

AM 0,05 0,09 0,17 0,43

RR 0,09 0,17 0,11 0,00

PA 0,17 0,44 0,90 1,30

AP 0,01 0,01 0,01 0,01

TO 0,08 0,15 0,28 0,42

MA 0,69 0,98 0,95 1,45

PI 4,67 5,23 6,87 9,70

CE 6,37 6,75 7,47 12,25

RN 1,76 1,45 1,58 3,15

PB 2,08 2,12 1,65 2,64

PE 2,75 2,83 2,95 6,85

AL 0,78 0,66 0,67 1,30

SE 0,63 0,87 0,84 0,98

BA 11,61 14,32 15,12 20,13

MG 0,65 0,58 0,56 1,21

ES 0,07 0,07 0,17 0,20

RJ 0,09 0,09 0,11 0,27

SP 0,67 1,08 1,22 2,21

PR 0,89 1,50 3,27 3,28

SC 0,70 1,02 1,37 1,33

RS 64,33 57,93 50,63 23,95

MS 0,56 0,94 1,48 2,82

MT 0,04 0,16 0,55 2,08

GO 0,20 0,33 0,51 1,01

DF 0,01 0,01 0,02 0,10

DOM 0,285 0,303 0,324 0,417

GINI 0,890 0,861 0,822 0,705

A Tabela 6 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 5, para qualquer par dos anos considerados. Os relativamente altos valores observados indicam que houve

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algumas mudanças importantes entre as distribuições. As distâncias na diagonal da Tabela 6, entre anos sucessivos, daqueles considerados, mostram que o maior deslocamento aconteceu de 1995 para 2005. De fato, observando as porcentagens na Tabela 5, vê-se que, entre esses dois anos, cabe assinalar os aumentos nas contribuições do CE, PE e BA, e a queda de cerca de 27 pontos percentuais no RS. Com diferentes magnitudes, houve acréscimo na participação de todos os estados do Nordeste.

Tabela 6. Ovinos: distância L1 entre as distribuiçõ es percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 6,89 14,50 40,47

1985 ― 7,92 34,16

1995 ― ― 26,82

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 7 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de efetivo. Por exemplo, em 2005, sete microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% do efetivo; com mais 20 (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 63 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 90 microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta, sendo que o índice de Gini tem se mantido acima de 0,8, mas com clara tendência decrescente. Observa-se um processo de desconcentração, no nível de microrregião.

Tabela 7. Ovinos: distribuição das microrregiões no s quartéis de efetivo, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 507 22 4 2 535 0,955 28

1985 513 28 4 3 548 0,945 35

1995 500 42 6 3 551 0,924 51

2005 457 63 20 7 547 0,849 90

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 8 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 28 microrregiões iniciais, todas permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) zero delas tinha saído do G75 para o ano final (coluna "B"); e 3) 62, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 90 microrregiões.

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Tabela 8. Ovinos: mudança no número de microrregiõe s no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 27 1 8 36

1975 1995 26 2 25 53

1975 2005 28 0 62 90

1985 1995 32 3 19 54

1985 2005 35 0 55 90

1995 2005 49 2 41 92

A Tabela 9 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 8, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (0 + 62) / 90 = 0,69, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 9. Ovinos: distância de Cantor entre os conj untos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,25 0,51 0,69

1985 ― 0,41 0,61

1995 ― ― 0,47

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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61

Figura 2. Ovinos: dinâmica do grupo 75 de microrreg iões para o efetivo, de 1975 para 2005: a) 28 permaneceram (parte persistente, e m amarelo); e b) 62 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional do efetivo, nos anos considerados. A Tabela 10 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 954/(141 + 136 + 678) = 0,00 ,

indica uma evolução que praticamente segue uma linha geodésica ("reta terrestre"); no caso, segundo a Fig. 3, indo para o Nordeste. Em particular, o movimento do centro de gravidade capta o aumento nas contribuições de CE e BA, e a queda na do RS (Tabela 5).

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62

Figura 3. Ovinos: centros de gravidade nacionais do efetivo, nos anos estudados. Tabela 10. Ovinos: distância terrestre (em km) entr e os centros de gravidade do efetivo, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 141 277 954

1985 ― 136 813

1995 ― ― 678

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EMBRAPA GADO DE CORTE

BOVINOS

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de efetivo, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. Na tabela são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Bovinos: efetivo (cabeça) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 102.531.778 4.293.544 18.296.817 35.586.295 21.668.817 22.686.305

1985 128.422.666 8.910.492 23.014.947 34.620.663 24.387.197 37.489.367

1995 161.227.938 19.183.092 23.173.936 37.168.199 26.641.412 55.061.299

2005 207.156.696 41.489.002 26.969.286 38.943.898 27.770.006 71.984.504

Var. total 102,04 866,31 47,40 9,44 28,16 217,30

Var. anual 2,37 7,85 1,30 0,30 0,83 3,92

A variação total no País é a média (de razões) das variações totais nas regiões. As variações regionais foram todas positivas. Comparadas com o valor para o Brasil (102,04), as variações nas regiões Norte e Centro-Oeste ficaram bem acima da média, enquanto que nas outras regiões ficaram abaixo.

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 2 dá a distribuição percentual do efetivo, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 2. Bovinos: distribuição percentual do efeti vo nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GINI).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 4,19 17,85 34,71 21,13 22,13 0,402 0,327

1985 6,94 17,92 26,96 18,99 29,19 0,386 0,268

1995 11,90 14,37 23,05 16,52 34,15 0,383 0,266

2005 20,03 13,02 18,80 13,41 34,75 0,425 0,250

O indicador de assimetria tem se mantido abaixo de 0,5 ao longo dos anos, o qual assinala um predomínio da parte direita da Tabela 2 (regiões Sul e Centro-Oeste), sobre a parte esquerda (Norte e Nordeste). De todos modos, ocorreram várias mudanças espaciais ao longo do tempo, tais como o aumento nas contribuições do Norte e Centro-Oeste, e queda nas das outras três regiões. O índice de Gini foi diminuindo ao longo do período, refletindo um importante processo de desconcentração. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com os bovinos, no nível regional.

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64

Figura 1. Bovinos: evolução da contribuição percent ual das regiões para o total do efetivo.

A Tabela 3 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 28, ocorrido entre 1975 e 2005, é que o deslocamento foi da ordem de 28% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se todos os bovinos tivessem se deslocado para a região Norte, onde estava a menor porcentagem em 1975. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 28, mesmo sendo relativamente baixo na escala de zero a cem, está indicando que os bovinos tiveram deslocamentos muito importantes, no nível regional, dentro do período considerado. Basta observar, na Tabela 2, de 1975 para 2005, aumentos de cerca de 16 e 13 pontos percentuais nas regiões Norte e Centro-Oeste, respectivamente, e quedas respectivas de quase 16 e oito pontos no Sudeste e Sul.

Tabela 3. Bovinos: distância L1 entre as distribuiç ões percentuais do efetivo nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 9,89 19,74 28,46

1985 ― 9,92 18,65

1995 ― ― 8,73

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 4 apresenta os efetivos nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

0

10

20

30

40

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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65

Tabela 4. Bovinos: efetivo (cabeça) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 51.507 764.299 3.928.027 11.349.452

AC 119.342 349.150 471.434 2.313.185

AM 198.768 427.504 805.804 1.197.171

RR 249.978 305.155 282.049 507.000

PA 1.430.055 3.378.894 8.058.029 18.063.669

AP 63.798 48.370 93.349 96.599

TO 2.180.096 3.637.120 5.544.400 7.961.926

MA 1.782.518 3.278.340 4.162.059 6.448.948

PI 1.379.634 1.600.761 2.135.286 1.826.833

CE 1.984.295 2.499.907 2.266.278 2.299.233

RN 753.352 760.033 722.058 978.494

PB 1.177.475 1.240.627 1.053.737 1.052.613

PE 1.511.814 1.758.259 1.362.064 1.909.468

AL 633.330 843.888 834.347 985.422

SE 789.804 777.288 796.870 1.005.177

BA 8.284.595 10.255.844 9.841.237 10.463.098

MG 20.429.152 19.847.770 20.146.402 21.403.680

ES 2.126.102 1.705.512 1.968.311 2.026.690

RJ 1.649.084 1.806.780 1.905.353 2.092.748

SP 11.381.957 11.260.601 13.148.133 13.420.780

PR 6.605.310 8.046.780 9.389.200 10.153.375

SC 2.259.340 2.777.327 2.992.986 3.376.725

RS 12.804.167 13.563.090 14.259.226 14.239.906

MS 8.836.265 14.991.356 22.292.330 24.504.098

MT 3.105.707 6.507.632 14.153.541 26.651.500

GO 10.704.168 15.913.990 18.492.318 20.726.586

DF 40.165 76.389 123.110 102.320

Total 102.531.778 128.422.666 161.227.938 207.156.696

A Tabela 5 presenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 4, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria tem se mantido abaixo de 0,4, o qual indica o predomínio da parte baixa da tabela. No entanto, ele tem ido aumentando lentamente, o que está de acordo com um deslocamento para a parte alta da tabela. Assim, foram diminuindo as contribuições percentuais de SP e dos estados da região Sul, e aumentando as de RO e PA. O índice de Gini foi diminuindo, o que aponta para um processo de desconcentração espacial, no nível de unidade da federação.

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Tabela 5. Bovinos: distribuição percentual do efeti vo nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (G INI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,05 0,60 2,44 5,48

AC 0,12 0,27 0,29 1,12

AM 0,19 0,33 0,50 0,58

RR 0,24 0,24 0,17 0,24

PA 1,39 2,63 5,00 8,72

AP 0,06 0,04 0,06 0,05

TO 2,13 2,83 3,44 3,84

MA 1,74 2,55 2,58 3,11

PI 1,35 1,25 1,32 0,88

CE 1,94 1,95 1,41 1,11

RN 0,73 0,59 0,45 0,47

PB 1,15 0,97 0,65 0,51

PE 1,47 1,37 0,84 0,92

AL 0,62 0,66 0,52 0,48

SE 0,77 0,61 0,49 0,49

BA 8,08 7,99 6,10 5,05

MG 19,92 15,46 12,50 10,33

ES 2,07 1,33 1,22 0,98

RJ 1,61 1,41 1,18 1,01

SP 11,10 8,77 8,15 6,48

PR 6,44 6,27 5,82 4,90

SC 2,20 2,16 1,86 1,63

RS 12,49 10,56 8,84 6,87

MS 8,62 11,67 13,83 11,83

MT 3,03 5,07 8,78 12,87

GO 10,44 12,39 11,47 10,01

DF 0,04 0,06 0,08 0,05

DOM 0,302 0,304 0,317 0,366

GINI 0,646 0,617 0,603 0,585

A Tabela 6 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 5, para qualquer par dos anos considerados. O máximo valor registrado, de um pouco mais que 30, que ocorreu de 1975 para 2005, indica que houve alguns deslocamentos de certa importância. No caso, o exame da Tabela 5 permite destacar o aumento na participação de RO, PA, MS e MT, junto com quedas na BA, MG, SP e RS. Valores próximos na diagonal da Tabela 6 indicam que os deslocamentos no efetivo de

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bovinos aconteceram em certa forma gradual, sem grandes alterações de uma década para a seguinte.

Tabela 6. Bovinos: distância L1 entre as distribuiç ões percentuais do efetivo nas unidades da federação, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 10,71 20,65 30,29

1985 ― 11,01 21,60

1995 ― ― 12,86

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 7 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de efetivo. Por exemplo, em 2005, 22 microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% do efetivo; com mais 36 (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 85 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 143 microrregiões. A concentração das distribuições é um pouco alta, e tem uma clara tendência de aumento, com o índice de Gini chegando a mais de 0,7 no último ano.

Tabela 7. Bovinos: distribuição das microrregiões n os quartéis de efetivo, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 364 101 49 24 538 0,664 174

1985 376 104 50 23 553 0,671 177

1995 392 99 46 21 558 0,697 166

2005 412 85 36 22 555 0,732 143

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 8 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 174 microrregiões iniciais, 100 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 74 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 43, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 143 microrregiões.

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Tabela 8. Bovinos: mudança no número de microrregiõ es no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 148 26 29 203

1975 1995 121 53 45 219

1975 2005 100 74 43 217

1985 1995 142 35 24 201

1985 2005 119 58 24 201

1995 2005 135 31 8 174

A Tabela 9 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 8, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (74 + 43) / 217 = 0,54, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 9. Bovinos: distância de Cantor entre os con juntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,27 0,45 0,54

1985 ― 0,29 0,41

1995 ― ― 0,22

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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Figura 2. Bovinos: dinâmica do grupo 75 de microrre giões para o efetivo, de 1975 para 2005: a) 100 permaneceram (parte persiste nte, em amarelo); b) 74 saíram (vermelho); e c) 43 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional do efetivo, nos anos considerados. A Tabela 10 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 434/(111 + 139 + 192) = 0,02 ,

indica uma evolução que praticamente segue uma linha geodésica ("reta terrestre"); no caso, segundo a Fig. 3, indo para o Noroeste. Esse movimento está de acordo com as variações nas contribuições das unidades da federação (Tabela 5), onde se destacam os aumentos em RO, PA e MT, e as diminuições nos estados da região Sul, particularmente no RS.

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Figura 3. Bovinos: centros de gravidade nacionais d o efetivo, nos anos estudados. Tabela 10. Bovinos: distância terrestre (em km) ent re os centros de gravidade do efetivo, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 111 247 434

1985 ― 139 323

1995 ― ― 192

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EMBRAPA GADO DE LEITE

LEITE DE VACA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

Por conveniência, nesta seção será usado o termo “leite” para designar o leite de vaca. As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de vacas ordenhadas e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Leite: vacas ordenhadas (cabeça) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), e ntre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 12.293.660 353.884 2.430.150 5.658.467 2.003.772 1.847.387

1985 16.890.308 994.415 3.173.148 7.374.609 2.501.978 2.846.158

1995 20.579.211 1.776.445 3.453.373 8.289.971 3.209.963 3.849.459

2005 20.631.530 2.916.106 3.976.512 7.059.218 3.293.192 3.386.502

Var. total 67,82 724,03 63,63 24,75 64,35 83,31

Var. anual 1,74 7,28 1,66 0,74 1,67 2,04

Tabela 2. Leite: quantidade produzida (1.000 l) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 7.947.387 107.347 1.078.233 4.277.157 1.790.161 694.489

1985 12.078.467 341.646 1.575.024 6.094.862 2.667.815 1.399.120

1995 16.472.744 706.567 1.886.007 7.538.975 4.102.306 2.238.889

2005 24.571.641 1.743.274 2.972.155 9.535.505 6.542.198 3.778.509

Var. total 209,18 1.523,96 175,65 122,94 265,45 444,07

Var. anual 3,83 9,74 3,44 2,71 4,41 5,81

Tabela 3. Leite: produtividade (l/cabeça) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 646 303 444 756 893 376

1985 715 344 496 826 1.066 492

1995 800 398 546 909 1.278 582

2005 1.191 598 747 1.351 1.987 1.116

Variação total 84,23 97,08 68,46 78,70 122,36 196,80

Variação anual 2,06 2,29 1,75 1,95 2,70 3,69

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A relação 3,83 ≅ 1,74 + 2,06 indica que, no total do País, o aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se mais ao incremento na produtividade do que no do número de vacas ordenhadas. Em todas as cinco regiões houve aumento nessas três variáveis, mas com taxas muito diferentes.

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Leite: distribuição percentual da quantid ade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GIN I).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 1,35 13,57 53,82 22,53 8,74 0,441 0,594

1985 2,83 13,04 50,46 22,09 11,58 0,434 0,529

1995 4,29 11,45 45,77 24,90 13,59 0,420 0,482

2005 7,09 12,10 38,81 26,62 15,38 0,422 0,390

O indicador de assimetria tem se mantido abaixo de 0,5 ao longo dos anos, o qual assinala um predomínio, nas distribuições, da parte direita da Tabela 4 (regiões Sul e Centro-Oeste) sobre a parte direita (Norte e Nordeste). Em forma individual, o que sobressai é a queda na região central (Sudeste), a qual, de fato, não pesa no cálculo do indicador de assimetria. O índice de Gini diminuiu muito ao longo do período, refletindo a evolução observada, onde o Sudeste detinha quase 54% em 1975, e passou para algo menos que 39% em 2005, enquanto que houve uma pequena queda no Nordeste e aumentos importantes nas outras três regiões. Ou seja, houve um claro processo de desconcentração. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com o leite de vaca, no nível regional.

Figura 1. Leite: evolução da contribuição percentua l das regiões para o total da quantidade produzida.

0

10

20

30

40

50

60

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 16, ocorrido entre 1975 e 2005, é que o deslocamento foi da ordem de 16% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se toda a produção de leite de vaca tivesse se deslocado para a região Norte, onde estava a menor porcentagem em 1975. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 16, mesmo sendo relativamente baixo na escala de zero a cem, está indicando que o produto teve deslocamentos de certa importância, no nível regional, dentro do período considerado. Basta observar, na Tabela 4, de 1975 para 2005, uma queda de cerca de 15 pontos percentuais na região Sudeste, e aumentos de quase sete e seis pontos no Centro-Oeste e no Norte, respectivamente.

Tabela 5. Leite: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 4,32 10,17 16,48

1985 ― 6,28 12,60

1995 ― ― 6,96

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

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Tabela 6. Leite: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 2.028 58.315 202.167 692.413

AC 8.871 20.645 29.688 79.665

AM 10.115 10.909 48.948 43.883

RR 6.382 5.858 11.205 5.797

PA 20.834 166.957 308.148 697.027

AP 1.800 1.626 2.704 4.016

TO 57.317 77.336 103.707 220.473

MA 37.992 91.992 145.044 321.189

PI 30.978 32.955 55.518 78.715

CE 160.420 207.892 292.262 367.979

RN 66.808 72.687 105.530 211.544

PB 116.292 118.031 139.966 148.604

PE 161.386 239.124 212.662 526.517

AL 50.789 102.814 201.040 236.107

SE 54.417 42.807 65.992 191.310

BA 399.151 666.722 667.993 890.190

MG 2.356.157 3.667.513 4.762.267 6.908.688

ES 219.934 267.750 362.661 417.675

RJ 369.079 378.592 432.353 464.947

SP 1.331.987 1.781.007 1.981.694 1.744.195

PR 555.919 979.565 1.576.443 2.518.940

SC 418.528 559.110 815.322 1.555.626

RS 815.714 1.129.140 1.710.541 2.467.632

MS 139.546 291.226 454.710 498.674

MT 66.785 121.292 307.374 596.387

GO 484.416 975.202 1.450.138 2.648.606

DF 3.742 11.400 26.667 34.842

Total 7.947.387 12.078.467 16.472.744 24.571.641

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria tem estado um pouco acima de 0,3, e com leve tendência de crescimento. De todos modos, há um claro predomínio da parte baixa da tabela (isto é, abaixo de AL). Assim, em 2005, quatro estados nessa parte da tabela (MG, PR, RS e GO) reuniram um pouco mais que 59% da quantidade produzida. O índice de Gini é um pouco alto, al redor de 0,7, mas com tendência de diminuição, o que indica um certo processo de desconcentração espacial, no nível de unidade da federação.

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Tabela 7. Leite: distribuição percentual da quantid ade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,03 0,48 1,23 2,82

AC 0,11 0,17 0,18 0,32

AM 0,13 0,09 0,30 0,18

RR 0,08 0,05 0,07 0,02

PA 0,26 1,38 1,87 2,84

AP 0,02 0,01 0,02 0,02

TO 0,72 0,64 0,63 0,90

MA 0,48 0,76 0,88 1,31

PI 0,39 0,27 0,34 0,32

CE 2,02 1,72 1,77 1,50

RN 0,84 0,60 0,64 0,86

PB 1,46 0,98 0,85 0,60

PE 2,03 1,98 1,29 2,14

AL 0,64 0,85 1,22 0,96

SE 0,68 0,35 0,40 0,78

BA 5,02 5,52 4,06 3,62

MG 29,65 30,36 28,91 28,12

ES 2,77 2,22 2,20 1,70

RJ 4,64 3,13 2,62 1,89

SP 16,76 14,75 12,03 7,10

PR 6,99 8,11 9,57 10,25

SC 5,27 4,63 4,95 6,33

RS 10,26 9,35 10,38 10,04

MS 1,76 2,41 2,76 2,03

MT 0,84 1,00 1,87 2,43

GO 6,10 8,07 8,80 10,78

DF 0,05 0,09 0,16 0,14

DOM 0,313 0,315 0,314 0,328

GINI 0,727 0,718 0,690 0,668

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Os relativamente baixos valores observados indicam que não houve grandes deslocamentos da produção de leite de vaca, no nível de unidade da federação, ao longo de todo o período considerado. De todos modos, segundo as porcentagens na Tabela 7, de 1975 para 2005, podem mencionar-se os aumentos na participação de RO, PA, PR e GO, e os decréscimos na BA, RJ e SP, sendo que neste último estado foi de cerca de dez pontos percentuais.

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Tabela 8. Leite: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 7,31 11,58 18,14

1985 ― 6,99 14,55

1995 ― ― 9,45

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, 23 microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais 44 (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 83 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 150 microrregiões. A concentração das distribuições é um pouco alta, e tem uma clara tendência de aumento, com o índice de Gini chegando a mais de 0,7 no último ano.

Tabela 9. Leite: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 373 82 51 32 538 0,653 165

1985 385 86 51 31 553 0,661 168

1995 389 90 50 29 558 0,669 169

2005 404 83 44 23 554 0,711 150

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 165 microrregiões iniciais, 113 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 52 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 37, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 150 microrregiões.

Tabela 10. Leite: mudança no número de microrregiõe s no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 143 22 25 190

1975 1995 136 29 33 198

1975 2005 113 52 37 202

1985 1995 146 22 23 191

1985 2005 120 48 30 198

1995 2005 131 38 19 188

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A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (52 + 37) / 202 = 0,44, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Leite: distância de Cantor entre os conj untos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,25 0,31 0,44

1985 ― 0,24 0,39

1995 ― ― 0,30

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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Figura 2. Leite: dinâmica do grupo 75 de microrregi ões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 113 permaneceram ( parte persistente, em amarelo); b) 52 saíram (vermelho); e c) 37 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 207/(60 + 79 + 83) = 0,07 ,

indica uma evolução próxima de uma linha geodésica ("reta terrestre"); no caso, segundo a Fig. 3, indo para o Oeste. O centro de gravidade tem se mantido dentro de MG, mas está se aproximando da divisa com GO.

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Figura 3. Leite: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Leite: distância terrestre (em km) entre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 60 131 207

1985 ― 79 148

1995 ― ― 83

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EMBRAPA HORTALIÇAS

ALHO

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Alho: área colhida (ha) em 1975, 1985, 19 95 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 5.484 0 789 2.653 1.710 332

1985 11.433 0 1.171 3.903 5.433 926

1995 12.758 0 729 3.348 7.161 1.520

2005 10.362 0 1.056 2.530 5.438 1.338

Variação total 88,95 ― 33,84 -4,64 218,01 303,01

Variação anual 2,14 ― 0,98 -0,16 3,93 4,76

Tabela 2. Alho: quantidade produzida (t) em 1975, 1 985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 14.174 0 1.980 5.641 5.750 803

1985 45.896 0 3.329 16.466 21.679 4.422

1995 59.017 0 2.452 16.248 31.879 8.438

2005 86.199 0 7.505 28.768 35.422 14.504

Variação total 508,15 ― 279,04 409,98 516,03 1.706,23

Variação anual 6,20 ― 4,54 5,58 6,25 10,13

Tabela 3. Alho: produtividade (kg/ha) em 1975, 1985 , 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 2.585 ― 2.510 2.126 3.363 2.419

1985 4.014 ― 2.843 4.219 3.990 4.775

1995 4.626 ― 3.364 4.853 4.452 5.551

2005 8.319 ― 7.107 11.371 6.514 10.840

Variação total 221,86 ― 183,20 434,77 93,71 348,18

Variação anual 3,97 ― 3,53 5,75 2,23 5,13

A relação 6,20 ≅ 2,14 + 3,97 indica que, no total do País, o aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se mais ao aumento na produtividade do que na área colhida. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

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NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Alho: distribuição percentual da quantida de produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GIN I).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 0,00 13,97 39,80 40,57 5,67 0,405 0,576

1985 0,00 7,25 35,88 47,24 9,63 0,352 0,615

1995 0,00 4,15 27,53 54,02 14,30 0,304 0,657

2005 0,00 8,71 33,37 41,09 16,83 0,335 0,534

O indicador de assimetria tem se mantido bem abaixo de 0,5 ao longo dos anos, o qual assinala um predomínio, nas distribuições, da parte direita da Tabela 4 (Sul e Centro-Oeste) com respeito à esquerda (Norte e Nordeste). De fato, de 1985 em diante, as duas primeiras regiões reuniram bem mais que 50% do total. O índice de Gini tem oscilado ao redor de 0,6, o que está de acordo com a evolução observada. No seu valor máximo (0,657), em 1995, as duas regiões dominantes reuniram algo mais que 68% da produção nacional. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com o alho, no nível regional.

Figura 1. Alho: evolução da contribuição percentual das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 22, ocorrido entre 1975 e 1995, é que o deslocamento foi da ordem de 22% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se todo o alho tivesse se deslocado para a região Norte, onde estava a menor porcentagem em 1975. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 22, mesmo sendo relativamente baixo na escala de zero a cem, está indicando que o produto teve deslocamentos de certa

0

10

20

30

40

50

60

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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importância, no nível regional, dentro do período considerado. Convém observar que as distâncias captam uma mudança de sentido nos principais deslocamentos. Assim, na Tabela 5, a distância de 1975 para 1995 foi de 22,08, enquanto que de 1975 para 2005 foi de 11,69, de modo que houve algum tipo de "retorno". De fato, observa-se na Tabela 4 que, de 1975 para 1995, houve uma queda de cerca de 12 pontos percentuais na região Sudeste, junto com um aumento de algo mais que 13 pontos no Sul, e que o sentido dessas mudanças reverteu-se de 1995 para 2005, com aumento no Sudeste e queda no Sul. Como resultado, as distribuições de 1975 e 2005 são mais próximas, segundo a distância L1, do que as de 1975 e 1995.

Tabela 5. Alho: distância L1 entre as distribuições percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 10,64 22,08 11,69

1985 ― 11,44 8,64

1995 ― ― 12,92

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

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Tabela 6. Alho: quantidade produzida (t) em 1975, 1 985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

PI 190 343 126 58

CE 171 560 358 65

RN 25 48 12 0

PB 21 333 45 29

PE 73 140 51 0

BA 1.500 1.905 1.860 7.353

MG 5.000 10.803 12.490 25.834

ES 290 1.945 1.325 1.304

RJ 111 203 13 0

SP 240 3.515 2.420 1.630

PR 2.300 2.490 3.879 3.006

SC 550 13.421 14.411 12.370

RS 2.900 5.768 13.589 20.046

MS 150 93 60 0

GO 650 4.210 7.838 12.593

DF 3 119 540 1.911

Total 14.174 45.896 59.017 86.199

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria tem se mantido abaixo de 0,3, e com tendência de diminuição; portanto, tem havido predomínio da parte baixa da tabela, e isso tem ido aumentando. O índice de Gini teve valores muito altos, o que está de acordo com a concentração espacial, no nível de unidade da federação, que tem mostrado o produto. Assim, em 2005, apenas quatro estados (MG, SC, RS e GO) reuniram um pouco mais que 82% da quantidade produzida.

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84

Tabela 7. Alho: distribuição percentual da quantida de produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e conc entração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

PI 1,34 0,75 0,21 0,07

CE 1,21 1,22 0,61 0,08

RN 0,18 0,10 0,02 0,00

PB 0,15 0,73 0,08 0,03

PE 0,52 0,31 0,09 0,00

BA 10,58 4,15 3,15 8,53

MG 35,28 23,54 21,16 29,97

ES 2,05 4,24 2,25 1,51

RJ 0,78 0,44 0,02 0,00

SP 1,69 7,66 4,10 1,89

PR 16,23 5,43 6,57 3,49

SC 3,88 29,24 24,42 14,35

RS 20,46 12,57 23,03 23,26

MS 1,06 0,20 0,10 0,00

GO 4,59 9,17 13,28 14,61

DF 0,02 0,26 0,91 2,22

DOM 0,296 0,256 0,223 0,240

GINI 0,848 0,824 0,842 0,856

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. O valor mais alto registrado, de quase 39, de 1975 para 1985, indica que houve algum deslocamento importante entre esses dois anos. De fato, as porcentagens na Tabela 7 mostram, nesse intervalo, quedas significativas na BA, MG, PR e RS, e aumentos nas participações de SP, SC e GO, sendo que em SC foi de mais de 25 pontos percentuais. Alguns outros valores relativamente altos nas distâncias da Tabela 8 sugerem que pode ter havido mais alterações de certa importância, que caberia identificar. Assim, por exemplo, o valor de quase 29, de 1985 para 2005, leva a identificar, na Tabela 7, entre esses dois anos, quedas em SP e SC (neste caso, de quase 15 pontos), e crescimentos nas participações de MG e RS. Como esses deslocamentos se opõem a vários dos identificados no intervalo anterior, há uma evolução com certo "retorno" para a distribuição inicial, de 1975; como resultado, a distância de 1975 para 2005 é muito menor que a de 1975 para 1985.

Tabela 8. Alho: distância L1 entre as distribuições percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 38,94 35,30 25,68

1985 ― 16,37 28,89

1995 ― ― 17,05

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NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, duas microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais três (em Q3) se alcançava 50% e adicionando seis (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 11 microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta e tem mudado muito, com clara tendência de aumento; assim, o índice de Gini mudou de 0,762 em 1975 para 0,917 em 2005.

Tabela 9. Alho: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 150 32 12 5 199 0,762 49

1985 191 33 8 2 234 0,843 43

1995 174 20 5 2 201 0,881 27

2005 134 6 3 2 145 0,917 11

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 49 microrregiões iniciais, duas permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 47 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) nove, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 11 microrregiões.

Tabela 10. Alho: mudança no número de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 19 30 24 73

1975 1995 9 40 18 67

1975 2005 2 47 9 58

1985 1995 18 25 9 52

1985 2005 4 39 7 50

1995 2005 5 22 6 33

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (47 + 9) / 58 = 0,97, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

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86

Tabela 11. Alho: distância de Cantor entre os conju ntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,74 0,87 0,97

1985 ― 0,65 0,92

1995 ― ― 0,85

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

Figura 2. Alho: dinâmica do grupo 75 de microrregiõ es para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 2 permaneceram (pa rte persistente, em amarelo); b) 47 saíram (vermelho); e c) 9 entraram (azul).

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CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 116/(124 + 125 + 183) = 0,73 ,

indica uma evolução muito errática, sem tendência espacial definida. No entanto, cabe observar que, de 1975 até 1995, a trajetória seguia praticamente uma geodésica ("reta terrestre"), segundo confirma o indicador de curvatura para esse período (c = 1 – 248/(124 + 125) = 0,00). De 1995 para 2005, houve uma quebra dessa tendência, o qual está de acordo com diversas alterações nas contribuições percentuais mostradas na Tabela 7.

Figura 3. Alho: centros de gravidade nacionais da q uantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Alho: distância terrestre (em km) entre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 124 248 116

1985 ― 125 96

1995 ― ― 183

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EMBRAPA HORTALIÇAS BATATA-DOCE

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Batata-doce: área colhida (ha) em 1975, 1 985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 153.413 1.030 48.121 16.188 86.782 1.292

1985 79.655 842 32.188 7.580 38.365 680

1995 55.946 281 24.541 7.063 23.817 244

2005 45.311 355 19.996 5.982 18.725 253

Variação total -70,46 -65,53 -58,45 -63,05 -78,42 -80,42

Variação anual -3,98 -3,49 -2,88 -3,26 -4,98 -5,29

Tabela 2. Batata-doce: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 1.599.906 7.750 388.261 154.447 1.037.240 12.208

1985 755.644 5.421 260.412 94.284 386.172 9.355

1995 619.186 2.255 223.842 103.826 285.828 3.435

2005 513.646 919 190.384 85.337 234.464 2.542

Variação total -67,90 -88,14 -50,96 -44,75 -77,40 -79,18

Variação anual -3,72 -6,86 -2,35 -1,96 -4,84 -5,10

Tabela 3. Batata-doce: produtividade (kg/ha) em 197 5, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 10.429 7.524 8.068 9.541 11.952 9.449

1985 9.486 6.438 8.090 12.439 10.066 13.757

1995 11.068 8.025 9.121 14.700 12.001 14.078

2005 11.336 2.589 9.521 14.266 12.521 10.047

Variação total 8,70 -65,59 18,00 49,52 4,76 6,33

Variação anual 0,28 -3,49 0,55 1,35 0,16 0,20

A relação -3,72 ≅ -3,98 + 0,28 indica que, no total do País, a grande queda na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se exclusivamente à diminuição na área colhida, já que houve uma leve melhora na produtividade. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

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NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Batata-doce: distribuição percentual da q uantidade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concen tração (GINI).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 0,48 24,27 9,65 64,83 0,76 0,397 0,761

1985 0,72 34,46 12,48 51,11 1,24 0,456 0,670

1995 0,36 36,15 16,77 46,16 0,55 0,474 0,636

2005 0,18 37,07 16,61 45,65 0,49 0,477 0,638

O indicador de assimetria tem se mantido abaixo de 0,5 ao longo dos anos, mas aproximando-se a esse valor com uma tendência de crescimento, o qual assinala um predomínio, nas distribuições, da parte direita da Tabela 4 (essencialmente, o Sul) com respeito à esquerda (principalmente o Nordeste), mas que vem diminuindo. Assim, enquanto o Sul tinha quase 65% em 1975 e caiu para cerca de 46% em 2005, o Nordeste passou, entre esses anos, de cerca de 24% para uns 37% do total nacional. O índice de Gini tem mostrado uma tendência de diminuição, mas ainda é relativamente alto, com valores acima de 0,6; isso reflete o fato de que duas regiões (Nordeste e Sul), tem reunido mais de 80% do produto. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com a batata-doce, no nível regional.

Figura 1. Batata-doce: evolução da contribuição per centual das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 20, ocorrido entre 1975 e 2005, é que o deslocamento foi da ordem de 20% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se toda a batata-doce tivesse se deslocado para a região Norte, onde estava a menor porcentagem em 1975. Como é praticamente impensável que

0

10

20

30

40

50

60

70

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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isso pudesse vir a acontecer, um valor como 20, mesmo sendo relativamente baixo na escala de zero a cem, está indicando que o produto teve deslocamentos de certa importância, no nível regional, dentro do período considerado. Basta observa na Tabela 4 que, de 1975 para 2005, houve aumentos nas porcentagens de participação das regiões Nordeste e Sudeste, de quase 13 e sete pontos percentuais, respectivamente, junto com uma queda de cerca de 19 pontos no Sul.

Tabela 5. Batata-doce: distância L1 entre as distri buições percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicia l” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 13,73 19,00 19,76

1985 ― 5,98 6,74

1995 ― ― 0,91

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Page 93: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

91

Tabela 6. Batata-doce: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 193 394 0 0

AC 132 44 20 98

AM 4.113 3.785 1.644 596

RR 54 21 0 0

PA 1.736 1.177 591 225

AP 22 0 0 0

TO 1.500 0 0 0

MA 3.531 621 353 86

PI 2.543 1.723 2.192 530

CE 24.444 8.863 8.675 9.213

RN 66.271 47.108 25.091 19.054

PB 58.703 61.574 65.792 54.541

PE 77.938 32.764 41.601 24.312

AL 38.636 16.434 15.909 18.338

SE 13.392 33.781 43.766 35.269

BA 102.803 57.544 20.463 29.041

MG 75.634 34.097 19.980 14.604

ES 16.759 5.134 7.432 2.946

RJ 39.981 28.862 19.520 19.560

SP 22.073 26.191 56.894 48.227

PR 291.988 78.029 48.976 49.107

SC 361.645 79.671 40.504 42.853

RS 383.607 228.472 196.348 142.504

MS 4.753 1.787 548 198

MT 957 573 0 180

GO 5.953 5.738 1.050 625

DF 545 1.257 1.837 1.539

Total 1.599.906 755.644 619.186 513.646

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria tem estado ao redor de 0,3, com leve tendência de crescimento. Portanto, tem havido um claro predomínio da parte baixa da tabela. O índice de Gini tem sido relativamente alto, acima de 0,7, mas com ligeira tendência de diminuição, o que indica um certo processo de desconcentração espacial. Como exemplo, em 1975 os três estados da região Sul produziram quase 65% do total nacional, enquanto que em 2005 isso não chegava a 46%.

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Tabela 7. Batata-doce: distribuição percentual da q uantidade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,01 0,05 0,00 0,00

AC 0,01 0,01 0,00 0,02

AM 0,26 0,50 0,27 0,12

RR 0,00 0,00 0,00 0,00

PA 0,11 0,16 0,10 0,04

AP 0,00 0,00 0,00 0,00

TO 0,09 0,00 0,00 0,00

MA 0,22 0,08 0,06 0,02

PI 0,16 0,23 0,35 0,10

CE 1,53 1,17 1,40 1,79

RN 4,14 6,23 4,05 3,71

PB 3,67 8,15 10,63 10,62

PE 4,87 4,34 6,72 4,73

AL 2,41 2,17 2,57 3,57

SE 0,84 4,47 7,07 6,87

BA 6,43 7,62 3,30 5,65

MG 4,73 4,51 3,23 2,84

ES 1,05 0,68 1,20 0,57

RJ 2,50 3,82 3,15 3,81

SP 1,38 3,47 9,19 9,39

PR 18,25 10,33 7,91 9,56

SC 22,60 10,54 6,54 8,34

RS 23,98 30,24 31,71 27,74

MS 0,30 0,24 0,09 0,04

MT 0,06 0,08 0,00 0,04

GO 0,37 0,76 0,17 0,12

DF 0,03 0,17 0,30 0,30

DOM 0,289 0,321 0,328 0,328

GINI 0,773 0,721 0,730 0,719

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. O valor máximo, de 32, ocorrido de 1975 para 1995, indica que houve algum deslocamento importante entre esses dois anos. No caso, o exame das porcentagens da Tabela 7, nesses dois anos, permite destacar aumentos nas participações da PB, SE, SP e RS, e quedas nas da BA, PR e, principalmente, SC (de mais de 16 pontos percentuais).

Page 95: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

93

Tabela 8. Batata-doce: distância L1 entre as distri buições percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 22,00 32,00 27,76

1985 ― 16,06 13,35

1995 ― ― 8,10

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, sete microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais 14 (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 30 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 51 microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta, sendo que o índice de Gini esteve acima ou próximo de 0,8, mas com tendência de diminuir. Nota-se uma grande queda, com tendência de diminuição bem definida, no número total de microrregiões com registro do produto (coluna "TOTMIC").

Tabela 9. Batata-doce: distribuição das microrregiõ es nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GI NI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 382 41 20 9 452 0,841 70

1985 290 38 16 8 352 0,822 62

1995 240 28 14 7 289 0,822 49

2005 206 30 14 7 257 0,795 51

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 70 microrregiões iniciais, 31 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 39 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 20, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 51 microrregiões.

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94

Tabela 10. Batata-doce: mudança no número de micror regiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 40 30 22 92

1975 1995 28 42 21 91

1975 2005 31 39 20 90

1985 1995 36 26 13 75

1985 2005 36 26 15 77

1995 2005 37 12 14 63

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (39 + 20) / 90 = 0,66, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Batata-doce: distância de Cantor entre o s conjuntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final ”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,57 0,69 0,66

1985 ― 0,52 0,53

1995 ― ― 0,41

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

Page 97: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

95

Figura 2. Batata-doce: dinâmica do grupo 75 de micr orregiões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 31 permaneceram (p arte persistente, em amarelo); b) 39 saíram (vermelho); e c) 20 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 332/(270 + 67 + 10) = 0,04 ,

indica uma evolução que praticamente segue uma linha geodésica ("reta terrestre"); no caso, segundo a Fig. 3, indo para o Nordeste. O maior deslocamento (270 km), entre dois anos sucessivos, daqueles considerados, aconteceu de 1975 para 1985, quando o centro de gravidade moveu-se de SP para MG. Entre 1985 e 2005 ele se manteve em MG.

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96

Figura 3. Batata-doce: centros de gravidade naciona is da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Batata-doce: distância terrestre (em km) entre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inici al” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 270 337 332

1985 ― 67 62

1995 ― ― 10

Page 99: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

97

EMBRAPA HORTALIÇAS BATATA-INGLESA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

Nesta seção, a designação usada pelo IBGE será substituída por “batata”. As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Batata: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 191.216 0 5.134 58.997 127.058 27

1985 155.235 0 1.524 55.588 97.569 554

1995 176.767 0 3.157 61.895 110.687 1.028

2005 142.219 0 6.049 72.823 59.303 4.044

Variação total -25,62 ― 17,82 23,44 -53,33 14.877,78

Variação anual -0,98 ― 0,55 0,70 -2,51 18,17

Tabela 2. Batata: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), e ntre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 1.654.767 0 23.826 632.434 998.343 164

1985 1.946.659 0 12.144 998.023 924.966 11.526

1995 2.692.234 0 54.378 1.308.278 1.299.629 29.949

2005 3.130.174 0 180.344 1.844.509 944.797 160.524

Variação total 89,16 ― 656,92 191,65 -5,36 97.780,49

Variação anual 2,15 ― 6,98 3,63 -0,18 25,80

Tabela 3. Batata: produtividade (kg/ha) em 1975, 19 85, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 8.654 ― 4.641 10.720 7.857 6.074

1985 12.540 ― 7.969 17.954 9.480 20.805

1995 15.230 ― 17.225 21.137 11.741 29.133

2005 22.010 ― 29.814 25.329 15.932 39.694

Variação total 154,33 ― 542,43 136,28 102,76 553,50

Variação anual 3,16 ― 6,40 2,91 2,38 6,46

A relação 2,15 ≅ -0,98 + 3,16 indica que, no total do País, o aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se exclusivamente ao aumento na

Page 100: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

98

produtividade, já que houve queda na área colhida. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Batata: distribuição percentual da quanti dade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GIN I).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 0,00 1,44 38,22 60,33 0,01 0,353 0,794

1985 0,00 0,62 51,27 47,52 0,59 0,380 0,747

1995 0,00 2,02 48,59 48,27 1,11 0,379 0,722

2005 0,00 5,76 58,93 30,18 5,13 0,413 0,715

O indicador de assimetria tem se mantido abaixo de 0,5 ao longo dos anos, o qual assinala um predomínio, nas distribuições, da parte direita da Tabela 4 (particularmente a região Sul), com relação à parte esquerda (Norte e Nordeste). Isso é correto, mas o que sobressai na evolução é o grande aumento da participação da região central, o Sudeste, que não influi no cálculo do indicador de assimetria, acompanhado pela queda substancial no Sul. O índice de Gini foi diminuindo ao longo do período, mas mantendo-se sempre acima de 0,7, o qual ainda é um valor alto. Isso capta o fato de que, durante o período, apenas duas regiões (Sudeste e Sul) reuniram uma porcentagem superior ou próxima a 90%. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com a batata-inglesa, no nível regional.

Figura 1. Batata: evolução da contribuição percentu al das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 30, ocorrido entre 1975 e 2005, é que o deslocamento foi da ordem de 30% do máximo que, teoricamente, poderia ter

0

10

20

30

40

50

60

70

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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99

acontecido; no caso, se toda a batata-inglesa tivesse se deslocado para a região Norte, onde estava a menor porcentagem em 1975. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 30 está indicando que o produto teve deslocamentos muito importantes, no nível regional, dentro do período considerado. Basta ver, na Tabela 4, as alterações que aconteceram nas regiões Sudeste (aumento de quase 21 pontos percentuais) e Sul (queda de mais de 30 pontos).

Tabela 5. Batata: distância L1 entre as distribuiçõ es percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 13,63 12,06 30,15

1985 ― 2,67 17,33

1995 ― ― 18,09

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Tabela 6. Batata: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

CE 95 0 12 0

PB 14.830 8.164 7.152 3.194

PE 631 14 2.865 0

SE 640 486 288 0

BA 7.630 3.480 44.061 177.150

MG 306.819 499.568 704.802 1.003.621

ES 4.820 5.887 10.338 7.953

RJ 8.795 2.959 1.368 970

SP 312.000 489.609 591.770 831.965

PR 426.227 497.522 628.401 547.183

SC 176.610 162.716 192.552 113.477

RS 395.506 264.728 478.676 284.137

MS 16 0 0 716

GO 10 483 12.470 154.400

DF 138 11.043 17.479 5.408

Total 1.654.767 1.946.659 2.692.234 3.130.174

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria tem sido menor que 0,3, com leve tendência de crescimento;

Page 102: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

100

isso indica o predomínio da parte baixa da tabela (isto é, abaixo de AL). O índice de Gini tem sido muito alto, com valores ao redor de 0,87. Em 1975, cinco estados (MG, SP e os três da região Sul) produziram quase 98% do total nacional; para 2005, com diversas alterações nas distribuições, eles ainda reuniram quase 89% do total.

Tabela 7. Batata: distribuição percentual da quanti dade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

CE 0,01 0,00 0,00 0,00

PB 0,90 0,42 0,27 0,10

PE 0,04 0,00 0,11 0,00

SE 0,04 0,02 0,01 0,00

BA 0,46 0,18 1,64 5,66

MG 18,54 25,66 26,18 32,06

ES 0,29 0,30 0,38 0,25

RJ 0,53 0,15 0,05 0,03

SP 18,85 25,15 21,98 26,58

PR 25,76 25,56 23,34 17,48

SC 10,67 8,36 7,15 3,63

RS 23,90 13,60 17,78 9,08

MS 0,00 0,00 0,00 0,02

GO 0,00 0,02 0,46 4,93

DF 0,01 0,57 0,65 0,17

DOM 0,249 0,267 0,266 0,284

GINI 0,866 0,876 0,868 0,875

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Um valor próximo a 32, ocorrido de 1975 para 2005, indica que houve algum deslocamento importante, dentro desse período. De fato, o exame das porcentagens na Tabela 7, nas colunas correspondentes a 1975 e 2005, mostra aumentos significativos nas contribuições de MG e SP, junto com quedas nos três estados da região Sul, que incluem uma perda de quase 15 pontos percentuais no RS. Também pode observar-se a presença de valores bem diferentes na diagonal da Tabela 8, com o mais alto, de 19, acontecendo de 1995 para 2005; isso indica que, entre esses dois anos, aconteceram alguns deslocamentos de certa importância. No caso, podem mencionar-se aumentos nas participações de MG e SP, e quedas nas dos três estados da região Sul.

Page 103: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

101

Tabela 8. Batata: distância L1 entre as distribuiçõ es percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 14,01 13,20 31,56

1985 ― 6,86 18,24

1995 ― ― 19,00

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, quatro microrregiões (em Q4) foram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais seis (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 13 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 23 microrregiões. A concentração das distribuições é muito alta, sendo que o índice de Gini tem se mantido entre 0,8 e 0,9. Nota-se a diminuição, com tendência bem definida, no número total de microrregiões com registro do produto (coluna "TOTMIC").

Tabela 9. Batata: distribuição das microrregiões no s quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 180 23 7 4 214 0,847 34

1985 151 17 7 3 178 0,850 27

1995 136 15 6 3 160 0,850 24

2005 118 13 6 4 141 0,825 23

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 34 microrregiões iniciais, 13 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 21 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) dez, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 23 microrregiões.

Tabela 10. Batata: mudança no número de microrregiõ es no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 19 15 8 42

1975 1995 18 16 6 40

1975 2005 13 21 10 44

1985 1995 19 8 5 32

1985 2005 16 11 7 34

1995 2005 15 9 8 32

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102

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (21 + 10) / 44 = 0,70, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Batata: distância de Cantor entre os con juntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,55 0,55 0,70

1985 ― 0,41 0,53

1995 ― ― 0,53

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

Page 105: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

103

Figura 2. Batata: dinâmica do grupo 75 de microrreg iões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 13 permaneceram (p arte persistente, em amarelo); b) 21 saíram (vermelho); e c) 10 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 340/(107 + 19 + 222) = 0,02 ,

indica uma evolução que praticamente segue uma linha geodésica ("reta terrestre"); no caso, segundo a Fig. 3, indo para o Nordeste.

Page 106: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

104

Figura 3. Batata: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Batata: distância terrestre (em km) entr e os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 107 120 340

1985 ― 19 239

1995 ― ― 222

Page 107: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

105

EMBRAPA HORTALIÇAS CEBOLA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Cebola: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 52.258 0 4.655 14.270 33.219 114

1985 58.005 0 5.335 15.484 37.164 22

1995 74.676 0 11.364 15.487 47.735 90

2005 58.388 0 12.903 8.432 36.680 373

Variação total 11,73 ― 177,19 -40,91 10,42 227,19

Variação anual 0,37 ― 3,46 -1,74 0,33 4,03

Tabela 2. Cebola: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), e ntre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 346.484 0 27.057 110.347 208.607 473

1985 639.569 0 46.229 244.543 348.641 156

1995 940.537 0 156.321 333.813 448.961 1.442

2005 1.137.684 0 273.627 269.024 577.297 17.736

Variação total 228,35 ― 911,30 143,80 176,74 3.649,68

Variação anual 4,04 ― 8,02 3,02 3,45 12,84

Tabela 3. Cebola: produtividade (kg/ha) em 1975, 19 85, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 6.630 ― 5.812 7.733 6.280 4.149

1985 11.026 ― 8.665 15.793 9.381 7.091

1995 12.595 ― 13.756 21.554 9.405 16.022

2005 19.485 ― 21.206 31.905 15.739 47.550

Variação total 193,88 ― 264,84 312,59 150,63 1.046,02

Variação anual 3,66 ― 4,41 4,84 3,11 8,47

A relação 4,04 ≅ 0,37 + 3,66 indica que, no total do País, o notável aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se quase exclusivamente ao aumento na produtividade, já que o crescimento na área colhida foi muito pequeno. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

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106

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Cebola: distribuição percentual da quanti dade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GIN I).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 0,00 7,81 31,85 60,21 0,14 0,368 0,761

1985 0,00 7,23 38,24 54,51 0,02 0,382 0,736

1995 0,00 16,62 35,49 47,73 0,15 0,421 0,654

2005 0,00 24,05 23,65 50,74 1,56 0,425 0,620

O indicador de assimetria tem se mantido abaixo de 0,5 ao longo dos anos, mas com uma tendência de crescimento. Isso assinala o predomínio da parte direita da Tabela 4 (no caso, essencialmente a região Sul), com respeito à esquerda (no caso, somente o Nordeste), se bem que a diferença tem diminuído. O índice de Gini, sempre acima de 0,6, ainda foi relativamente alto, mas com tendência de diminuição ao longo do período, refletindo um certo processo de desconcentração, com aumentos no Nordesste e quedas no Sudeste e no Sul, de 1975 para 2005. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com a cebola, no nível regional.

Figura 1. Cebola: evolução da contribuição percentu al das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 18, ocorrido entre 1985 e 2005, é que o deslocamento, entre esses dois anos, foi da ordem de 18% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se toda a cebola tivesse se deslocado para a região Norte, onde estava a menor porcentagem em 1985. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 18, mesmo sendo relativamente baixo na escala de zero a cem, está indicando que o produto teve deslocamentos de certa importância, no nível regional, dentro do período considerado.

0

10

20

30

40

50

60

70

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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107

De fato, na Tabela 4, de 1985 para 2005, observa-se um aumento de quase 17 pontos percentuais no Nordeste, junto com uma queda de cerca de 15 pontos no Sudeste.

Tabela 5. Cebola: distância L1 entre as distribuiçõ es percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 6,39 12,47 17,66

1985 ― 9,52 18,36

1995 ― ― 11,85

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Tabela 6. Cebola: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

PI 237 129 255 30

CE 197 10 12 0

RN 48 914 0 1.120

PB 778 92 560 143

PE 15.276 22.721 80.080 98.776

SE 291 148 39 0

BA 10.230 22.215 75.375 173.558

MG 9.938 7.057 13.462 67.981

ES 308 465 271 4.792

RJ 1.101 163 0 0

SP 99.000 236.858 320.080 196.251

PR 34.817 27.635 52.421 88.009

SC 38.090 148.130 258.238 353.077

RS 135.700 172.876 138.302 136.211

MS 365 68 0 0

MT 16 48 0 0

GO 42 0 0 13.650

DF 50 40 1.442 4.086

Total 346.484 639.569 940.537 1.137.684

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria tem mostrado valores menores que 0,3, mas com leve tendência de aumento; de todos modos, houve um claro predomínio da parte baixa da

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108

tabela. O índice de Gini tem sido muito alto, se bem que mostra uma tendência de diminuição a partir de 1985, quando alcançou mais de 0,9. Nesse ano, três estados (SP, SC e RS) reuniram mais de 87% da produção nacional; para 2005 eles ainda contribuíam com algo mais de 60%, mas tinha aumentado a participação de PE e BA.

Tabela 7. Cebola: distribuição percentual da quanti dade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

PI 0,07 0,02 0,03 0,00

CE 0,06 0,00 0,00 0,00

RN 0,01 0,14 0,00 0,10

PB 0,22 0,01 0,06 0,01

PE 4,41 3,55 8,51 8,68

SE 0,08 0,02 0,00 0,00

BA 2,95 3,47 8,01 15,26

MG 2,87 1,10 1,43 5,98

ES 0,09 0,07 0,03 0,42

RJ 0,32 0,03 0,00 0,00

SP 28,57 37,03 34,03 17,25

PR 10,05 4,32 5,57 7,74

SC 10,99 23,16 27,46 31,03

RS 39,16 27,03 14,70 11,97

MS 0,11 0,01 0,00 0,00

MT 0,00 0,01 0,00 0,00

GO 0,01 0,00 0,00 1,20

DF 0,01 0,01 0,15 0,36

DOM 0,233 0,235 0,266 0,279

GINI 0,893 0,902 0,882 0,839

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Os relativamente altos valores registrados indicam que houve deslocamentos importantes dentro do período considerado. A maior distância, próxima de 42, foi registrada de 1975 para 2005. O exame das porcentagens da Tabela 7, nas colunas correspondentes a esses anos, permite identificar algumas alterações significativas, como aumento nas participações da BA (cerca de 12 pontos) e SC (uns 20 pontos) e queda nas de SP (uns 11 pontos) e RS (mais de 27 pontos).

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109

Tabela 8. Cebola: distância L1 entre as distribuiçõ es percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 21,28 31,23 41,67

1985 ― 15,58 34,97

1995 ― ― 19,59

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, três microrregiões (em Q4) foram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais três (em Q3) se alcançava 50% e adicionando dez (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 16 microrregiões. A concentração das distribuições é muito alta, sendo que o índice de Gini se manteve acima ou próximo de 0,9, se bem que com leve tendência de queda. Nota-se a diminuição, com tendência bem definida, no número total de microrregiões com registro do produto (coluna "TOTMIC").

Tabela 9. Cebola: distribuição das microrregiões no s quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 233 13 4 2 252 0,929 19

1985 183 6 3 2 194 0,938 11

1995 154 7 4 2 167 0,916 13

2005 127 10 3 3 143 0,883 16

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 19 microrregiões iniciais, dez permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) nove não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) seis, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 16 microrregiões.

Tabela 10. Cebola: mudança no número de microrregiõ es no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 10 9 1 20

1975 1995 12 7 1 20

1975 2005 10 9 6 25

1985 1995 10 1 3 14

1985 2005 7 4 9 20

1995 2005 10 3 6 19

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110

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (9 + 6) / 25 = 0,60, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Cebola: distância de Cantor entre os con juntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,50 0,40 0,60

1985 ― 0,29 0,65

1995 ― ― 0,47

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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111

Figura 2. Cebola: dinâmica do grupo 75 de microrreg iões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 10 permaneceram (p arte persistente, em amarelo); b) 9 saíram (vermelho); e c) 6 entraram ( azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 490/(54 + 290 + 147) = 0,00 ,

indica uma evolução que praticamente segue uma linha geodésica ("reta terrestre"); no caso, segundo a Fig. 3, indo do PR para MG.

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112

Figura 3. Cebola: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Cebola: distância terrestre (em km) entr e os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 54 344 490

1985 ― 290 436

1995 ― ― 147

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113

EMBRAPA HORTALIÇAS MELANCIA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Melancia: área colhida (ha) em 1975, 1985 , 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 82.719 4.841 54.801 9.898 10.934 2.245

1985 74.612 4.101 48.163 6.006 13.655 2.687

1995 79.347 4.872 35.788 8.725 20.989 8.973

2005 80.641 14.486 28.601 9.959 25.074 2.521

Variação total -2,51 199,24 -47,81 0,62 129,32 12,29

Variação anual -0,08 3,72 -2,14 0,02 2,81 0,39

Tabela 2. Melancia: quantidade produzida (t) em 197 5, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 553.947 51.194 270.465 89.636 130.156 12.496

1985 678.708 73.990 259.319 95.495 202.691 47.213

1995 1.546.756 89.419 830.104 166.047 324.047 137.139

2005 1.505.133 190.762 435.145 252.709 547.614 78.903

Variação total 171,71 272,63 60,89 181,93 320,74 531,43

Variação anual 3,39 4,48 1,60 3,52 4,91 6,34

Tabela 3. Melancia: produtividade (kg/ha) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 6.697 10.575 4.935 9.056 11.904 5.566

1985 9.096 18.042 5.384 15.900 14.844 17.571

1995 19.494 18.354 23.195 19.031 15.439 15.284

2005 18.665 13.169 15.214 25.375 21.840 31.298

Variação total 178,71 24,53 208,27 180,20 83,47 462,30

Variação anual 3,48 0,73 3,82 3,49 2,04 5,93

A relação 3,39 ≅ -0,08 + 3,48 indica que, no total do País, o aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se exclusivamente ao aumento na produtividade, já que houve queda na área colhida. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

Page 116: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

114

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Melancia: distribuição percentual da quan tidade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (G INI).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 9,24 48,83 16,18 23,50 2,26 0,598 0,537

1985 10,90 38,21 14,07 29,86 6,96 0,541 0,407

1995 5,78 53,67 10,74 20,95 8,87 0,566 0,539

2005 12,67 28,91 16,79 36,38 5,24 0,518 0,393

O indicador de assimetria tem se mantido um pouco acima de 0,5 ao longo dos anos, o qual assinala um certo predomínio, nas distribuições, da parte esquerda da Tabela 4 (Norte e Nordeste), com relação à direita (Sul e Centro-Oeste). De todos modos, há diversas alterações, sem tendências muito claras, na participação das diversas regiões. O índice de Gini caiu muito de 1975 para 2005, refletindo uma importante desconcentração, de um ano para o outro, mas ao longo do período o comportamento tem sido um tanto errático. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com a melancia, no nível regional.

Figura 1. Melancia: evolução da contribuição percen tual das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 28, ocorrido entre 1995 e 2005, é que o deslocamento foi da ordem de 28% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se todo o arroz tivesse se deslocado para a região Norte, onde estava a menor porcentagem em 1995. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 28 está indicando que o produto teve deslocamentos muito importantes, no nível regional, dentro do período considerado. Em particular, surge da Tabela 4 que, de 1995 para 2005, houve aumentos da ordem

0

10

20

30

40

50

60

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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115

de sete, seis e 15 pontos percentuais nas regiões Norte, Sudeste e Sul, respectivamente, junto com uma queda de quase 25 pontos no Nordeste.

Tabela 5. Melancia: distância L1 entre as distribui ções percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicia l” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 12,73 11,45 19,91

1985 ― 17,37 11,01

1995 ― ― 28,38

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Page 118: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

116

Tabela 6. Melancia: quantidade produzida (t) em 197 5, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 1.623 7.758 16.530 9.100

AC 2.165 5.574 4.556 5.560

AM 15.241 36.684 25.353 15.674

RR 243 61 0 6.513

PA 10.340 15.535 26.941 60.719

AP 674 657 1.313 1.145

TO 20.908 7.721 14.726 92.051

MA 56.117 72.798 32.602 35.537

PI 33.480 47.564 39.470 53.706

CE 16.068 1.268 5.604 22.065

RN 6.467 4.654 10.425 60.237

PB 4.524 3.144 1.733 7.570

PE 27.731 43.038 567.037 80.626

AL 5.375 0 0 6.338

SE 1.507 5.240 5.041 16.890

BA 119.196 81.613 168.192 152.176

MG 37.043 17.733 11.416 52.535

ES 577 717 0 0

RJ 170 207 2.366 1.572

SP 51.846 76.838 152.265 198.602

PR 26.790 10.107 37.820 79.212

SC 24.080 33.987 45.741 46.220

RS 79.286 158.597 240.486 422.182

MS 2.211 2.644 5.409 14.652

MT 1.879 894 8.152 64.212

GO 8.187 43.675 123.578 0

DF 219 0 0 39

Total 553.947 678.708 1.546.756 1.505.133

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria tem estado abaixo de 0,5, o qual indica o predomínio da parte baixa da tabela; além disso, ele mostra uma tendência de diminuição, o que corresponde a um movimento de deslocamento para essa parte da tabela. O índice de Gini tem sido relativamente alto e tem variado ao redor de 0,7, sem uma tendência definida.

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117

Tabela 7. Melancia: distribuição percentual da quan tidade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,29 1,14 1,07 0,60

AC 0,39 0,82 0,29 0,37

AM 2,75 5,40 1,64 1,04

RR 0,04 0,01 0,00 0,43

PA 1,87 2,29 1,74 4,03

AP 0,12 0,10 0,08 0,08

TO 3,77 1,14 0,95 6,12

MA 10,13 10,73 2,11 2,36

PI 6,04 7,01 2,55 3,57

CE 2,90 0,19 0,36 1,47

RN 1,17 0,69 0,67 4,00

PB 0,82 0,46 0,11 0,50

PE 5,01 6,34 36,66 5,36

AL 0,97 0,00 0,00 0,42

SE 0,27 0,77 0,33 1,12

BA 21,52 12,02 10,87 10,11

MG 6,69 2,61 0,74 3,49

ES 0,10 0,11 0,00 0,00

RJ 0,03 0,03 0,15 0,10

SP 9,36 11,32 9,84 13,19

PR 4,84 1,49 2,45 5,26

SC 4,35 5,01 2,96 3,07

RS 14,31 23,37 15,55 28,05

MS 0,40 0,39 0,35 0,97

MT 0,34 0,13 0,53 4,27

GO 1,48 6,44 7,99 0,00

DF 0,04 0,00 0,00 0,00

DOM 0,443 0,415 0,405 0,378

GINI 0,664 0,696 0,788 0,671

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Os relativamente altos valores observados indicam que houve mudanças substanciais entre as distribuições. Em particular, o maior valor foi registrado entre 1995 e 2005. O exame das porcentagens da Tabela 7, nas colunas correspondentes a esses dois anos, permite destacar o aumento nas participações de TO e RS (próxima de 13 pontos), e a queda nas de PE (mais de 31 pontos) e GO.

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118

Tabela 8. Melancia: distância L1 entre as distribui ções percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 24,39 41,02 31,82

1985 ― 33,52 28,56

1995 ― ― 41,18

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, quatro microrregiões (em Q4) foram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais nove (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 37 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 50 microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta, mas com alterações de certa importância ao longo do tempo, como mostra o índice de Gini.

Tabela 9. Melancia: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 291 53 22 9 375 0,780 84

1985 229 29 13 6 277 0,824 48

1995 273 26 4 1 304 0,919 31

2005 268 37 9 4 318 0,860 50

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 84 microrregiões iniciais, 23 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 61 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 27, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 50 microrregiões.

Tabela 10. Melancia: mudança no número de microrreg iões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 31 53 17 101

1975 1995 16 68 15 99

1975 2005 23 61 27 111

1985 1995 22 26 9 57

1985 2005 23 25 27 75

1995 2005 18 13 32 63

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119

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (61 + 27) / 111 = 0,79, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Melancia: distância de Cantor entre os c onjuntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,69 0,84 0,79

1985 ― 0,61 0,69

1995 ― ― 0,71

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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120

Figura 2. Melancia: dinâmica do grupo 75 de microrr egiões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 23 permaneceram (p arte persistente, em amarelo); b) 61 saíram (vermelho); e c) 27 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 404/(238 + 305 + 459) = 0,60 ,

indica uma evolução bastante errática, sem tendência espacial definida. De todos modos, chama a atenção a magnitude do deslocamento ocorrido de 1995 para 2005 (459 km).

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121

Figura 3. Melancia: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Melancia: distância terrestre (em km) en tre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para u m “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 238 68 404

1985 ― 305 211

1995 ― ― 459

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122

EMBRAPA HORTALIÇAS MELÃO

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Melão: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1 995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 4.109 466 1.291 815 1.432 105

1985 6.395 348 3.788 332 1.848 79

1995 13.294 41 11.169 184 1.869 31

2005 14.081 221 11.349 76 2.392 43

Variação total 242,69 -52,58 779,09 -90,67 67,04 -59,05

Variação anual 4,19 -2,46 7,51 -7,60 1,72 -2,93

Tabela 2. Melão: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 14.812 1.862 3.711 4.189 4.932 118

1985 45.228 1.700 33.163 4.550 5.629 186

1995 221.375 474 210.157 2.509 8.102 133

2005 293.842 3.600 273.979 1.399 14.586 278

Variação total 1.883,81 93,34 7.282,89 -66,60 195,74 135,59

Variação anual 10,47 2,22 15,42 -3,59 3,68 2,90

Tabela 3. Melão: produtividade (kg/ha) em 1975, 198 5, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 3.605 3.996 2.875 5.140 3.444 1.124

1985 7.072 4.885 8.755 13.705 3.046 2.354

1995 16.652 11.561 18.816 13.636 4.335 4.290

2005 20.868 16.290 24.141 18.408 6.098 6.465

Variação total 478,90 307,68 739,84 258,14 77,05 475,29

Variação anual 6,03 4,80 7,35 4,34 1,92 6,01

A relação 10,47 ≅ 4,19 + 6,03 indica que, no total do País, o notável aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se mais ao aumento na produtividade do que na área colhida, se bem que ambos componentes cresceram significativamente. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

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123

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Melão: distribuição percentual da quantid ade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GIN I).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 12,57 25,05 28,28 33,30 0,80 0,538 0,404

1985 3,76 73,32 10,06 12,45 0,41 0,669 0,773

1995 0,21 94,93 1,13 3,66 0,06 0,729 0,966

2005 1,23 93,24 0,48 4,96 0,09 0,726 0,954

O indicador de assimetria tem se mantido acima de 0,5 ao longo dos anos, alcançando valores maiores que 0,7 a partir de 1995, o qual assinala um claro prodomínio, nas distribuições, da parte esquerda da Tabela 4 (essencialmente o Nordeste), com respeito à direita (basicamente, o Sul). O índice de Gini tem tido uma marcada tendência de aumento, alcançando, a partir de 1995, valores acima de 0,95, o qual mostra a extraordinária concentração do produto. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com o melão, no nível regional.

Figura 1. Melão: evolução da contribuição percentua l das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 70, ocorrido entre 1975 e 1995, é que o deslocamento foi da ordem de 70% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se todo o melão tivesse se deslocado para a região Centro-Oeste, onde estava a menor porcentagem em 1975. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 70 está indicando que o produto teve deslocamentos substanciais, no nível regional, dentro do período considerado. De fato, o melão é um dos produtos que tem mostrado mais deslocamento. Segundo a Tabela 4, em 1975 a distribuição não era muito concentrada (Gini = 0,404), enquanto que em 1995 quase 95% da quantidade produzida estava no Nordeste (Gini = 0,966).

0

20

40

60

80

100

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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124

Tabela 5. Melão: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 48,27 69,88 68,19

1985 ― 21,61 19,92

1995 ― ― 2,35

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Page 127: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

125

Tabela 6. Melão: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 20 0 0 0

AM 438 931 86 204

RR 0 19 0 228

PA 1.404 750 388 168

TO 0 0 0 3.000

MA 235 168 645 249

PI 92 56 201 1.032

CE 19 0 46.116 117.937

RN 245 5.026 114.860 101.403

PB 0 13 2.480 365

PE 2.952 18.877 18.810 25.325

AL 0 0 0 1.032

SE 0 17 0 0

BA 168 9.006 27.045 26.636

MG 0 75 0 0

ES 28 0 0 0

RJ 150 31 312 247

SP 4.011 4.444 2.197 1.152

PR 588 81 337 2.021

SC 76 43 43 171

RS 4.268 5.505 7.722 12.394

MS 82 113 95 143

MT 36 73 38 135

Total 14.812 45.228 221.375 293.842

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria mudou muito no período estudado. Ele passou de 0,380 em 1975 para 0,584 em 2005. No primeiro caso, o valor abaixo de 0,5 indica o predomínio da parte baixa da tabela (isto é, abaixo de AL); no segundo caso, o valor acima de 0,5 denota o predomínio da parte alta da tabela (isto é, acima de AL). De modo que a variação no indicador de assimetria capta uma alteração substancial da distribuição espacial do produto, em termos de unidades da federação. Como exemplo, em 1975, CE e RN reuniram 1,78% da produção nacional, e passaram para 74,65% em 2005; entre esses mesmos anos, SP e RS caíram de 55,89% para 4,61%. O índice de Gini teve valores muito altos, ao redor de 0,9. De modo que, mesmo com as mudanças espaciais assinaladas, que caracterizam a dinâmica do melão, a produção sempre foi muito concentrada, no nível de unidade da federação.

Page 128: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

126

Tabela 7. Melão: distribuição percentual da quantid ade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,14 0,00 0,00 0,00

AM 2,96 2,06 0,04 0,07

RR 0,00 0,04 0,00 0,08

PA 9,48 1,66 0,18 0,06

TO 0,00 0,00 0,00 1,02

MA 1,59 0,37 0,29 0,08

PI 0,62 0,12 0,09 0,35

CE 0,13 0,00 20,83 40,14

RN 1,65 11,11 51,88 34,51

PB 0,00 0,03 1,12 0,12

PE 19,93 41,74 8,50 8,62

AL 0,00 0,00 0,00 0,35

SE 0,00 0,04 0,00 0,00

BA 1,13 19,91 12,22 9,06

MG 0,00 0,17 0,00 0,00

ES 0,19 0,00 0,00 0,00

RJ 1,01 0,07 0,14 0,08

SP 27,08 9,83 0,99 0,39

PR 3,97 0,18 0,15 0,69

SC 0,51 0,10 0,02 0,06

RS 28,81 12,17 3,49 4,22

MS 0,55 0,25 0,04 0,05

MT 0,24 0,16 0,02 0,05

DOM 0,380 0,462 0,573 0,584

GINI 0,851 0,883 0,919 0,906

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Os altos valores observados indicam que houve mudanças substanciais entre as distribuições. De fato, o melão é um dos produtos que apresenta maiores deslocamentos no nível de unidade da federação. Os números na diagonal da Tabela 8 indicam que o maior deslocamento, entre anos sucessivos, daqueles considerados, aconteceu de 1985 para 1995. Para ilustrar as mudanças espaciais, pode ser usado o caso da maior distância na Tabela 8, de mais de 83, que ocorreu entre 1975 e 1995. O exame das porcentagens da Tabela 7, nas colunas correspondentes a esses dois anos, permite identificar alguma alterações muito importantes, como o aumento nas participações do RN (mais de 50 pontos) e BA, e quedas nas do PA, PE, SP (mais de 26 pontos) e RS (mais de 25 pontos).

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127

Tabela 8. Melão: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 50,32 83,14 82,37

1985 ― 62,77 65,79

1995 ― ― 22,51

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, uma microrregião (em Q4) era suficiente para reunir 25% da quantidade produzida; com mais uma (em Q3) se alcançava 50% e adicionando três (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por cinco microrregiões. A concentração das distribuições é muito alta, com o índice de Gini mantendo-se acima ou próximo de 0,9.

Tabela 9. Melão: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 96 14 2 2 114 0,860 18

1985 84 5 1 1 91 0,927 7

1995 93 2 1 1 97 0,952 4

2005 99 3 1 1 104 0,949 5

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 18 microrregiões iniciais, uma permanecia em 2005 (coluna "A"); 2) 17 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) quatro, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por cinco microrregiões.

Tabela 10. Melão: mudança no número de microrregiõe s no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 3 15 4 22

1975 1995 1 17 3 21

1975 2005 1 17 4 22

1985 1995 3 4 1 8

1985 2005 3 4 2 9

1995 2005 3 1 2 6

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128

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (17 + 4) / 22 = 0,95, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Melão: distância de Cantor entre os conj untos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,86 0,95 0,95

1985 ― 0,63 0,67

1995 ― ― 0,50

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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Figura 2. Melão: dinâmica do grupo 75 de microrregi ões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 1 permaneceu (part e persistente, em amarelo); b) 17 saíram (vermelho); e c) 4 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 1.600/(873 + 746 + 21) = 0,02 ,

indica uma evolução que praticamente segue uma linha geodésica ("reta terrestre"); no caso, segundo a Fig. 3, indo para o Nordeste. De acordo com a Tabela 12, de 1975 para 2005, o centro de gravidade moveu-se 1.600 km, o qual resume a importância dos deslocamentos mostrados pelo melão.

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130

Figura 3. Melão: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Melão: distância terrestre (em km) entre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 873 1.618 1.600

1985 ― 746 729

1995 ― ― 21

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131

EMBRAPA HORTALIÇAS TOMATE

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Tomate: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 46.935 570 11.035 29.887 4.454 989

1985 53.935 398 18.645 27.124 5.247 2.521

1995 62.054 568 20.987 28.403 6.932 5.164

2005 60.526 1.753 13.053 26.061 8.368 11.291

Variação total 28,96 207,54 18,29 -12,80 87,88 1.041,66

Variação anual 0,85 3,82 0,56 -0,46 2,12 8,46

Tabela 2. Tomate: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), e ntre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 1.049.724 3.040 220.393 685.723 100.898 39.670

1985 1.934.610 4.064 562.431 1.130.472 137.061 100.582

1995 2.715.016 11.559 725.065 1.438.200 282.815 257.377

2005 3.452.973 27.523 526.708 1.697.666 399.539 801.537

Variação total 228,94 805,36 138,99 147,57 295,98 1.920,51

Variação anual 4,05 7,62 2,95 3,07 4,69 10,54

Tabela 3. Tomate: produtividade (kg/ha) em 1975, 19 85, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 22.365 5.333 19.972 22.944 22.653 40.111

1985 35.869 10.211 30.165 41.678 26.122 39.898

1995 43.752 20.350 34.548 50.635 40.798 49.841

2005 57.049 15.701 40.351 65.142 47.746 70.989

Variação total 155,08 194,38 102,04 183,92 110,77 76,98

Variação anual 3,17 3,66 2,37 3,54 2,52 1,92

A relação 4,05 ≅ 0,85 + 3,17 indica que, no total do País, o grande aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se principalmente ao aumento na produtividade, já que o crescimento na área colhida não foi muito importante. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

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132

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Tomate: distribuição percentual da quanti dade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (G INI).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 0,29 21,00 65,32 9,61 3,78 0,511 0,736

1985 0,21 29,07 58,43 7,08 5,20 0,530 0,702

1995 0,43 26,71 52,97 10,42 9,48 0,495 0,612

2005 0,80 15,25 49,17 11,57 23,21 0,397 0,542

O indicador de assimetria tem mostrado tendência a diminuir, mudando de um valor acima de 0,5 em 1975 para outro abaixo de 0,4 em 2005. Isso assinala que, enquanto havia um predomínio, na distribuição de 1975, da parte esquerda da Tabela 4 (essencialmente o Nordeste), com relação à parte direita (Sul e Centro-Oeste), a situação se inverteu na distribuição de 2005. No caso, sobressaem a queda no Nordeste a os aumentos no Sul e, principalmente, no Centro-Oeste. O índice de Gini diminuiu notavelmente ao longo do período, refletindo um importante processo de desconcentração. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com o tomate, no nível regional.

Figura 1. Tomate: evolução da contribuição percentu al das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 23, ocorrido entre 1985 e 2005, é que o deslocamento, entre esses dois anos, foi da ordem de 23% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se todo o tomate tivesse se deslocado para a região Norte, onde estava a menor porcentagem em 1985. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 23, mesmo sendo relativamente baixo na escala de zero a cem, está indicando que o produto teve deslocamentos muito importantes, no nível regional, dentro do período considerado.

0

20

40

60

80

100

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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133

Em particular, como mostra a Tabela 4, de 1985 para 2005 houve uma queda de quase 14 pontos percentuais no Nordeste, junto com um aumento de cerca de 18 pontos no Centro-Oeste.

Tabela 5. Tomate: distância L1 entre as distribuiçõ es percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 9,50 12,35 21,90

1985 ― 7,83 23,09

1995 ― ― 15,26

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

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134

Tabela 6. Tomate: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 690 458 488 6.065

AC 165 192 22 109

AM 1.252 1.820 1.575 2.938

RR 57 264 500 5.268

PA 720 1.138 4.749 12.458

AP 64 0 0 0

TO 92 192 4.225 685

MA 1.543 7.387 13.531 6.814

PI 394 297 4.662 2.651

CE 24.000 42.125 91.764 94.482

RN 2.877 11.553 10.708 11.776

PB 18.645 48.125 45.690 21.672

PE 99.720 265.003 324.232 181.373

AL 4 0 0 2.164

SE 3.510 4.020 5.982 5.340

BA 69.700 183.921 228.496 200.436

MG 58.715 158.840 330.392 617.544

ES 31.500 51.915 89.734 123.961

RJ 74.508 110.217 178.254 209.131

SP 521.000 809.500 839.820 747.030

PR 16.680 43.073 87.535 185.299

SC 17.590 42.262 121.225 123.239

RS 66.628 51.726 74.055 91.001

MS 3.891 3.904 5.662 3.898

MT 285 1.818 5.160 2.231

GO 29.908 82.478 237.002 776.430

DF 5.586 12.382 9.553 18.978

Total 1.049.724 1.934.610 2.715.016 3.452.973

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria teve valores ao redor de 0,3, o qual indica o predomínio da parte baixa da tabela. A partir de 1985 ele mostra uma tendência de diminuição, produzida, em parte, pelo aumento na contribuição de GO. O índice de Gini tem sido bastante alto, ao redor de 0,8, mas com certa tendência de queda. Como exemplo, em 2005, apenas três estados (MG, SP e GO) reuniram 62% da produção nacional.

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135

Tabela 7. Tomate: distribuição percentual da quanti dade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,07 0,02 0,02 0,18

AC 0,02 0,01 0,00 0,00

AM 0,12 0,09 0,06 0,09

RR 0,01 0,01 0,02 0,15

PA 0,07 0,06 0,17 0,36

AP 0,01 0,00 0,00 0,00

TO 0,01 0,01 0,16 0,02

MA 0,15 0,38 0,50 0,20

PI 0,04 0,02 0,17 0,08

CE 2,29 2,18 3,38 2,74

RN 0,27 0,60 0,39 0,34

PB 1,78 2,49 1,68 0,63

PE 9,50 13,70 11,94 5,25

AL 0,00 0,00 0,00 0,06

SE 0,33 0,21 0,22 0,15

BA 6,64 9,51 8,42 5,80

MG 5,59 8,21 12,17 17,88

ES 3,00 2,68 3,31 3,59

RJ 7,10 5,70 6,57 6,06

SP 49,63 41,84 30,93 21,63

PR 1,59 2,23 3,22 5,37

SC 1,68 2,18 4,46 3,57

RS 6,35 2,67 2,73 2,64

MS 0,37 0,20 0,21 0,11

MT 0,03 0,09 0,19 0,06

GO 2,85 4,26 8,73 22,49

DF 0,53 0,64 0,35 0,55

DOM 0,317 0,338 0,329 0,277

GINI 0,821 0,804 0,755 0,766

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. O valor máximo, de mais de 39, ocorrido de 1975 para 2005, indica que aconteceram mudanças espaciais muito importantes, no nível de unidade da federação, dentro de período estudado. O exame das porcentagens da Tabela 7,

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136

nas colunas correspondentes a 1975 e 2005, permite destacar o aumento nas participações de MG, PR e GO (próxima de 20 pontos), e queda nas de PE, SP (28 pontos) e RS.

Tabela 8. Tomate: distância L1 entre as distribuiçõ es percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 13,70 23,53 39,47

1985 ― 15,10 34,97

1995 ― ― 22,67

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, oito microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais 14 (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 28 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 50 microrregiões. A concentração das distribuições é muito alta, com o índice de Gini mantendo-se acima de 0,86.

Tabela 9. Tomate: distribuição das microrregiões no s quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 306 24 11 4 345 0,888 39

1985 333 28 12 6 379 0,877 46

1995 346 34 15 6 401 0,864 55

2005 337 28 14 8 387 0,862 50

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 39 microrregiões iniciais, 20 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 19 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 30, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 50 microrregiões.

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137

Tabela 10. Tomate: mudança no número de microrregiõ es no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 29 10 17 56

1975 1995 25 14 30 69

1975 2005 20 19 30 69

1985 1995 35 11 20 66

1985 2005 28 18 22 68

1995 2005 37 18 13 68

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (19 + 30) / 69 = 0,71, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Tomate: distância de Cantor entre os con juntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,48 0,64 0,71

1985 ― 0,47 0,59

1995 ― ― 0,46

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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138

Figura 2. Tomate: dinâmica do grupo 75 de microrreg iões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 20 permaneceram (p arte persistente, em amarelo); b) 19 saíram (vermelho); e c) 30 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 150/(195 + 11 + 135) = 0,56 ,

indica uma evolução bastante errática, sem tendência espacial definida. No entanto, de 1975 para 1995, a trajetória seguiu uma tendência identificável, que estava de acordo com o valor do indicador de curvatura para esse período (c = 1 – 202/(195 + 11) = 0,02). De 1995 para 2005, houve uma quebra nessa trajetória, relacionada, em boa medida, com o aumento notável na contribuição de GO (Tabela 7). De todos modos, de 1975 até 2005, o centro de gravidade esteve em MG.

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139

Figura 3. Tomate: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Tomate: distância terrestre (em km) entr e os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 195 202 150

1985 ― 11 137

1995 ― ― 135

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140

EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA

ABACAXI

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Abacaxi: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 28.200 990 11.385 11.001 2.850 1.974

1985 36.618 1.430 18.329 14.856 595 1.408

1995 44.384 6.014 16.231 19.723 509 1.907

2005 61.787 19.244 24.382 14.713 640 2.808

Variação total 119,10 1.843,84 114,16 33,74 -77,54 42,25

Variação anual 2,65 10,40 2,57 0,97 -4,86 1,18

Tabela 2. Abacaxi: quantidade produzida (1.000 frut os) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação tota l e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 351.384 4.938 146.500 156.979 30.528 12.439

1985 764.401 18.174 413.516 300.264 7.889 24.558

1995 950.907 111.268 396.634 402.534 6.351 34.120

2005 1.528.313 355.738 664.597 435.054 10.186 62.738

Variação total 334,94 7.104,09 353,65 177,14 -66,63 404,37

Variação anual 5,02 15,32 5,17 3,46 -3,59 5,54

Tabela 3. Abacaxi: produtividade (frutos/ha) em 197 5, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 12.460 4.988 12.868 14.270 10.712 6.301

1985 20.875 12.709 22.561 20.212 13.259 17.442

1995 21.425 18.501 24.437 20.409 12.477 17.892

2005 24.735 18.486 27.258 29.569 15.916 22.343

Variação total 98,51 270,61 111,83 107,22 48,58 254,56

Variação anual 2,31 4,46 2,53 2,46 1,33 4,31

A relação 5,02 ≅ 2,65 + 2,31 indica que, no total do País, o aumento na quantidade

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141

produzida, de 1975 para 2005, deveu-se um pouco mais ao aumento na área colhida do que na produtividade, se bem que ambos componentes foram importantes. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Abacaxi: distribuição percentual da quant idade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (G INI).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 1,41 41,69 44,67 8,69 3,54 0,572 0,623

1985 2,38 54,10 39,28 1,03 3,21 0,628 0,715

1995 11,70 41,71 42,33 0,67 3,59 0,643 0,607

2005 23,28 43,49 28,47 0,67 4,11 0,703 0,550

O indicador de assimetria tem se mantido acima de 0,5 ao longo dos anos, com tendência de aumento, chegando a mais de 0,7 em 2005. Isso assinala um claro predomínio crescente, nas distribuições, da parte esquerda da Tabela 4 (Norte e Nordeste), com respeito à parte direita (Sul e Centro-Oeste). Para 2005, quase 67% da produção estava nas duas primeiras regiões. O índice de Gini tem oscilado, mas com alguma tendência a diminuir; ele caiu de 0,715 em 1985 para 0,550 em 2005, refletindo um importante processo de desconcentração. Em 1985, as regiões Nordeste e Sudeste reuniam um pouco mais que 93% do produto, enquanto que o Norte tinha apenas algo mais de 2%; em 2005, o Norte teve mais de 23%, e o conjunto do Nordeste e do Sudeste diminuiu sua participação para quase 72%. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com o abacaxi, no nível regional.

Figura 1. Abacaxi: evolução da contribuição percent ual das regiões para o total da quantidade produzida.

0

10

20

30

40

50

60

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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142

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 24, ocorrido entre 1975 e 2005, é que o deslocamento foi da ordem de 24% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se todo o abacaxi tivesse se deslocado para a região Norte, onde estava a menor porcentagem em 1975. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 24, mesmo sendo relativamente baixo na escala de zero a cem, está indicando que o produto teve deslocamentos muito importantes, no nível regional, dentro do período considerado. Basta assinalar que, segundo as porcentagens da Tabela 4, de 1975 para 2005 houve quedas de cerca de 16 e oito pontos percentuais no Sudeste e Sul, respectivamente, e um aumento de quase 22 pontos no Norte.

Tabela 5. Abacaxi: distância L1 entre as distribuiç ões percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 13,38 10,36 24,23

1985 ― 12,75 21,79

1995 ― ― 13,87

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

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143

Tabela 6. Abacaxi: quantidade produzida (t) em 1975 , 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 796 2.594 5.659 8.930

AC 315 292 1.493 2.807

AM 1.749 2.673 5.453 29.252

RR 18 1.001 627 911

PA 1.146 10.462 91.918 268.124

AP 144 281 421 894

TO 770 871 5.697 44.820

MA 1.622 1.600 21.964 35.444

PI 246 284 666 363

CE 1.926 506 67 29.852

RN 14.441 12.050 30.204 108.764

PB 51.183 343.097 235.757 325.612

PE 25.586 14.162 27.586 22.479

AL 4.834 8.501 15.129 11.046

SE 1.662 4.095 6.284 9.669

BA 45.000 29.221 58.977 121.368

MG 66.202 230.675 311.079 222.951

ES 41.460 26.563 50.610 31.364

RJ 8.617 5.659 24.510 78.365

SP 40.700 37.367 16.335 102.374

PR 1.958 110 1.221 5.827

SC 4.892 2.869 1.263 519

RS 23.678 4.910 3.867 3.840

MS 3.814 2.221 2.840 3.557

MT 764 2.769 11.242 19.844

GO 7.630 19.545 19.728 39.242

DF 231 23 310 95

Total 351.384 764.401 950.907 1.528.313

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria mostrou uma tendência de crescimento, passando de um valor menor que 0,5 em 1975 para outro maior que 0,5 em 2005. Isso indica uma mudança na distribuição espacial do produto: em 1975 havia um predomínio das unidades da federação que estão na parte baixa da tabela (ou seja, abaixo de AL), enquanto que em 2005 passaram a dominar as da parte alta da tabela. Em particular, nota-se o aumento na contribuição percentual do PA. O índice de Gini tem estado acima de 0,7,

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144

o qual indica uma concentração importante, independentemente dos deslocamentos acontecidos. Por exemplo, em 1975, quatro estados (PB, BA, MG e ES) reuniram algo mais que 58% da produção nacional; para 2005, também quatro estados (PA, PB, BA e MG), onde houve a troca do ES pelo PA, reuniram um pouco mais que 61% do total.

Tabela 7. Abacaxi: distribuição percentual da quant idade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,23 0,34 0,60 0,58

AC 0,09 0,04 0,16 0,18

AM 0,50 0,35 0,57 1,91

RR 0,01 0,13 0,07 0,06

PA 0,33 1,37 9,67 17,54

AP 0,04 0,04 0,04 0,06

TO 0,22 0,11 0,60 2,93

MA 0,46 0,21 2,31 2,32

PI 0,07 0,04 0,07 0,02

CE 0,55 0,07 0,01 1,95

RN 4,11 1,58 3,18 7,12

PB 14,57 44,88 24,79 21,31

PE 7,28 1,85 2,90 1,47

AL 1,38 1,11 1,59 0,72

SE 0,47 0,54 0,66 0,63

BA 12,81 3,82 6,20 7,94

MG 18,84 30,18 32,71 14,59

ES 11,80 3,48 5,32 2,05

RJ 2,45 0,74 2,58 5,13

SP 11,58 4,89 1,72 6,70

PR 0,56 0,01 0,13 0,38

SC 1,39 0,38 0,13 0,03

RS 6,74 0,64 0,41 0,25

MS 1,09 0,29 0,30 0,23

MT 0,22 0,36 1,18 1,30

GO 2,17 2,56 2,07 2,57

DF 0,07 0,00 0,03 0,01

DOM 0,400 0,473 0,493 0,543

GINI 0,714 0,861 0,783 0,706

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145

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Alguns valores relativamente altos indicam que houve deslocamentos de certa importância. O valor mais alto na diagonal da Tabela 8, de mais de 43, registrado de 1975 para 1985, indica que a maior mudança, entre anos sucessivos, daqueles considerados, ocorreu entre esses dois anos. A mudança de 1975 para 2005 também não foi muito pequena. Considerando este caso, as porcentagens da Tabela 7, nas colunas de 1975 e 2005, permitem destacar o aumento nas contribuições percentuais do PA (mais de 17 pontos) e PB, e as quedas nas de PE, BA, MG, ES, SP e RS.

Tabela 8. Abacaxi: distância L1 entre as distribuiç ões percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 43,53 37,74 39,19

1985 ― 24,35 42,24

1995 ― ― 27,62

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, três microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais quatro (em Q3) se alcançava 50% e adicionando nove (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 16 microrregiões. A concentração das distribuições é muito alta, com o índice de Gini mantendo-se acima de 0,9.

Tabela 9. Abacaxi: distribuição das microrregiões n os quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 301 17 4 3 325 0,930 24

1985 214 4 2 2 222 0,958 8

1995 225 9 3 2 239 0,941 14

2005 265 9 4 3 281 0,938 16

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 24 microrregiões iniciais, nove permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 15 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) sete, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 16 microrregiões.

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146

Tabela 10. Abacaxi: mudança no número de microrregi ões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial Ano final A B C TOTABC (A+B+C)

1975 1985 7 17 1 25

1975 1995 10 14 4 28

1975 2005 9 15 7 31

1985 1995 7 1 7 15

1985 2005 6 2 10 18

1995 2005 11 3 5 19

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (15 + 7) / 31 = 0,71, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Abacaxi: distância de Cantor entre os co njuntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,72 0,64 0,71

1985 ― 0,53 0,67

1995 ― ― 0,42

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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147

Figura 2. Abacaxi: dinâmica do grupo 75 de microrre giões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 9 permaneceram (pa rte persistente, em amarelo); b) 15 saíram (vermelho); e c) 7 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 504/(408 + 249 + 176) ≈ 0,40 ,

onde a aproximação deve-se a diferenças no arredondamento das distâncias, indica uma evolução com tendência espacial pouco definida. De todos modos, segundo a Fig. 3, pode identificar-se o deslocamento para o Norte.

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148

Figura 3. Abacaxi: centros de gravidade nacionais d a quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Abacaxi: distância terrestre (em km) ent re os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 408 328 504

1985 ― 249 293

1995 ― ― 176

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149

EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA BANANA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Banana: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 313.650 21.645 95.866 151.686 24.751 19.702

1985 417.847 63.576 136.700 138.189 38.007 41.375

1995 509.365 93.534 190.812 138.658 46.859 39.502

2005 491.180 87.386 193.858 134.903 51.514 23.519

Variação total 56,60 303,72 102,22 -11,06 108,13 19,37

Variação anual 1,51 4,76 2,38 -0,39 2,47 0,59

Tabela 2. Banana: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), e ntre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 3.709.605 220.724 1.583.895 1.350.734 372.082 182.170

1985 4.911.322 643.023 1.941.708 1.444.578 532.689 349.324

1995 5.689.518 1.054.583 2.169.590 1.530.767 594.137 340.441

2005 6.703.400 970.173 2.424.219 2.071.177 1.005.683 232.148

Variação total 80,70 339,54 53,05 53,34 170,29 27,43

Var. anual 1,99 5,06 1,43 1,44 3,37 0,81

Tabela 3. Banana: produtividade (kg/ha) em 1975, 19 85, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 11.827 10.197 16.522 8.905 15.033 9.246

1985 11.754 10.114 14.204 10.454 14.016 8.443

1995 11.170 11.275 11.370 11.040 12.679 8.618

2005 13.648 11.102 12.505 15.353 19.523 9.871

Variação total 15,39 8,87 -24,31 72,41 29,86 6,75

Variação anual 0,48 0,28 -0,92 1,83 0,87 0,22

A relação 1,99 ≅ 1,51 + 0,48 indica que, no total do País, o aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se muito mais ao aumento na área colhida do que na produtividade. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

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NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Banana: distribuição percentual da quanti dade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (G INI).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 5,95 42,70 36,41 10,03 4,91 0,587 0,530

1985 13,09 39,54 29,41 10,85 7,11 0,602 0,417

1995 18,54 38,13 26,91 10,44 5,98 0,632 0,404

2005 14,47 36,16 30,90 15,00 3,46 0,608 0,409

O indicador de assimetria tem se mantido próximo de 0,6 ao longo dos anos, o qual assinala um predomínio, nas distribuições, da parte esquerda da Tabela 4 (Norte e Nordeste) com respeito à direita (Sul e Centro-Oeste). De fato, a contribuição das duas primeiras regiões tem estado ao redor de 50%, enquanto que a das duas últimas nunca passou de 20%. O índice de Gini tem mostrado uma tendência de queda, chegando a um valor próximo de 0,4 em 2005, o qual assinala um certo processo de desconcentração. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com a banana, no nível regional.

Figura 1. Banana: evolução da contribuição percentu al das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 14, ocorrido entre 1975 e 1995, é que o deslocamento foi da ordem de 14% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se toda a banana tivesse se deslocado para a região Centro-Oeste, onde estava a menor porcentagem em 1975. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 14, mesmo sendo relativamente baixo na escala de zero a cem, está indicando que o produto teve deslocamentos de certa importância, no nível regional, dentro do período considerado. Em particular, de

0

10

20

30

40

50

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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151

1975 para 1995, observa-se na Tabela 4 um aumento de cerca de 13 pontos percencuais no Norte, e uma queda de mais de nove pontos no Sudeste.

Tabela 5. Banana: distância L1 entre as distribuiçõ es percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 10,16 14,07 13,50

1985 ― 5,44 7,02

1995 ― ― 8,55

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

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152

Tabela 6. Banana: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 59.854 189.232 264.066 57.570

AC 35.230 53.214 94.686 55.479

AM 43.893 41.332 56.368 244.767

RR 1.816 3.193 20.401 36.454

PA 36.129 155.905 561.179 537.900

AP 2.856 4.213 1.499 2.635

TO 40.946 195.934 56.384 35.368

MA 93.148 109.539 152.136 127.927

PI 45.065 37.157 70.553 25.203

CE 669.382 430.248 320.105 363.025

RN 62.798 31.366 33.258 201.891

PB 144.975 147.170 355.017 257.447

PE 235.183 319.099 465.454 359.432

AL 48.464 81.527 36.376 49.127

SE 12.108 26.611 37.351 64.547

BA 272.772 758.991 699.340 975.620

MG 428.684 391.312 461.576 550.503

ES 304.063 219.333 263.700 180.207

RJ 335.969 346.056 275.601 162.327

SP 282.018 487.877 529.890 1.178.140

PR 65.674 83.429 91.853 229.493

SC 203.244 378.267 398.789 668.003

RS 103.164 70.993 103.495 108.187

MS 37.772 57.943 35.158 16.449

MT 32.027 163.047 186.750 60.527

GO 104.711 124.356 115.881 153.018

DF 7.660 3.978 2.652 2.154

Total 3.709.605 4.911.322 5.689.518 6.703.400

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria tem sido um pouco menor que 0,5, sem muita variação, o que indica um certo predomínio das unidades da federação na parte baixa da tabela (isto é, abaixo de AL). O índice de Gini tem estado entre 0,5 e 0,6, o qual não representa uma concentração espacial muito importante, quando comparado com o de outros produtos. Mesmo assim, considerando apenas as duas unidades da federação com maior produção, em 1975, CE e MG reuniram quase 60% do total nacional, enquanto que, em 2005, BA e SP acumularam algo mais que 32%.

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153

Tabela 7. Banana: distribuição percentual da quanti dade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 1,61 3,85 4,64 0,86

AC 0,95 1,08 1,66 0,83

AM 1,18 0,84 0,99 3,65

RR 0,05 0,07 0,36 0,54

PA 0,97 3,17 9,86 8,02

AP 0,08 0,09 0,03 0,04

TO 1,10 3,99 0,99 0,53

MA 2,51 2,23 2,67 1,91

PI 1,21 0,76 1,24 0,38

CE 18,04 8,76 5,63 5,42

RN 1,69 0,64 0,58 3,01

PB 3,91 3,00 6,24 3,84

PE 6,34 6,50 8,18 5,36

AL 1,31 1,66 0,64 0,73

SE 0,33 0,54 0,66 0,96

BA 7,35 15,45 12,29 14,55

MG 11,56 7,97 8,11 8,21

ES 8,20 4,47 4,63 2,69

RJ 9,06 7,05 4,84 2,42

SP 7,60 9,93 9,31 17,58

PR 1,77 1,70 1,61 3,42

SC 5,48 7,70 7,01 9,97

RS 2,78 1,45 1,82 1,61

MS 1,02 1,18 0,62 0,25

MT 0,86 3,32 3,28 0,90

GO 2,82 2,53 2,04 2,28

DF 0,21 0,08 0,05 0,03

DOM 0,448 0,447 0,484 0,446

GINI 0,578 0,534 0,525 0,598

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Alguns dos valores registrados, relativamente altos, indicam deslocamentos de alguma importância. O valor mais alto ocorreu de 1975 para 2005. O exame das porcentagens da Tabela 7, nas colunas correspondentes a esses dois anos, permite destacar o aumento nas participações do PA, BA e SP (quase dez pontos), e a queda nas do CE (próxima de 13 pontos), ES e RJ.

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154

Tabela 8. Banana: distância L1 entre as distribuiçõ es percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 23,48 28,23 35,32

1985 ― 15,16 23,82

1995 ― ― 21,32

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, quatro microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais 15 (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 46 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 65 microrregiões. A concentração das distribuições é muito alta, com o índice de Gini mantendo-se acima de 0,8, e com tendência de aumento.

Tabela 9. Banana: distribuição das microrregiões no s quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 417 58 19 9 503 0,837 86

1985 435 48 18 7 508 0,862 73

1995 427 50 17 7 501 0,860 74

2005 443 46 15 4 508 0,885 65

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 86 microrregiões iniciais, 33 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 53 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 32, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 65 microrregiões.

Tabela 10. Banana: mudança no número de microrregiõ es no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 51 35 22 108

1975 1995 49 37 25 111

1975 2005 33 53 32 118

1985 1995 52 21 22 95

1985 2005 34 39 31 104

1995 2005 45 29 20 94

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155

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (53 + 32) / 118 = 0,72, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Banana: distância de Cantor entre os con juntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,53 0,56 0,72

1985 ― 0,45 0,67

1995 ― ― 0,52

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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156

Figura 2. Banana: dinâmica do grupo 75 de microrreg iões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 33 permaneceram (p arte persistente, em amarelo); b) 53 saíram (vermelho); e c) 32 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 253/(173 + 125 + 130) = 0,41 ,

indica uma evolução com tendência espacial pouco definida; de todos modos, segundo a Fig. 3, observa-se um deslocamento para o Oeste.

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157

Figura 3. Banana: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Banana: distância terrestre (em km) entr e os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 173 235 253

1985 ― 125 80

1995 ― ― 130

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158

EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA LARANJA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Laranja: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 403.192 2.176 30.016 332.531 34.663 3.806

1985 663.063 3.885 55.790 571.789 27.777 3.822

1995 856.419 19.768 96.829 686.967 43.764 9.091

2005 805.665 18.310 114.696 615.400 50.452 6.807

Variação total 99,82 741,45 282,12 85,07 45,55 78,85

Variação anual 2,33 7,36 4,57 2,07 1,26 1,96

Tabela 2. Laranja: quantidade produzida (t) em 1975 , 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), e ntre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 5.050.538 28.842 381.729 4.125.105 471.790 43.072

1985 11.371.459 58.674 814.029 10.077.216 376.397 45.143

1995 15.869.750 279.436 1.242.303 13.578.289 652.224 117.498

2005 17.853.443 248.113 1.619.851 15.038.377 813.830 133.272

Var. total 253,50 760,25 324,35 264,56 72,50 209,42

Var. anual 4,30 7,44 4,94 4,41 1,83 3,84

Tabela 3. Laranja: produtividade (kg/ha) em 1975, 1 985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 12.526 13.255 12.718 12.405 13.611 11.317

1985 17.150 15.103 14.591 17.624 13.551 11.811

1995 18.530 14.136 12.830 19.766 14.903 12.925

2005 22.160 13.551 14.123 24.437 16.131 19.579

Variação total 76,91 2,23 11,05 96,99 18,51 73,00

Variação anual 1,92 0,07 0,35 2,29 0,57 1,84

A relação 4,30 ≅ 2,33 + 1,92 indica que, no total do País, o grande aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se um pouco mais ao aumento na área colhida do que na produtividade, se bem que ambos componentes mostraram

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melhoras importantes. Em todas as regiões encontra-se uma evolução no mesmo sentido, mas com diferenças importantes no comportamento dos dois componentes.

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Laranja: distribuição percentual da quant idade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (G INI).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 0,57 7,56 81,68 9,34 0,85 0,494 0,853

1985 0,52 7,16 88,62 3,31 0,40 0,510 0,915

1995 1,76 7,83 85,56 4,11 0,74 0,514 0,879

2005 1,39 9,07 84,23 4,56 0,75 0,515 0,873

O indicador de assimetria tem se mantido próximo de 0,5 ao longo dos anos, o qual assinala um certo equilíbrio nas distribuições, entre a parte esquerda (Norte e Nordeste) e direita (Sul e Centro-Oeste) da Tabela 4. De fato, ao redor de 85% da produção tem estado na região central (Sudeste), que não pessa no cálculo de indicador de assimetria, e as mudanças nas outras regiões não têm sido muito pronunciadas. O índice de Gini teve valores muito altos, acima de 0,85, o qual concorda com a concentração assinalada no Sudeste. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com a laranja, no nível regional.

Figura 1. Laranja: evolução da contribuição percent ual das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. O valor máximo, de 6,94, ocorrido entre 1975 e 1985, indica que a laranja mostrou apenas pequenos deslocamentos, no nível regional, dentro do período considerado.

0

20

40

60

80

100

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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160

Tabela 5. Laranja: distância L1 entre as distribuiç ões percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 6,94 5,34 4,89

1985 ― 3,06 4,39

1995 ― ― 1,70

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

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161

Tabela 6. Laranja: quantidade produzida (t) em 1975 , 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 200 5.747 17.354 4.421

AC 1.014 1.662 2.793 5.558

AM 3.648 17.893 12.414 11.810

RR 479 596 2.399 2.153

PA 19.455 30.726 241.304 213.972

AP 647 355 1.037 8.300

TO 3.399 1.695 2.135 1.899

MA 55.648 46.877 32.971 8.140

PI 17.858 22.808 20.613 5.046

CE 27.671 14.976 12.021 17.036

RN 4.182 5.663 3.492 4.760

PB 32.911 20.585 9.179 5.412

PE 47.585 29.460 16.497 3.972

AL 11.348 6.310 6.383 34.408

SE 89.895 467.665 542.390 738.787

BA 94.631 199.685 598.757 802.290

MG 241.820 311.577 539.953 577.684

ES 64.396 25.648 28.510 24.849

RJ 430.891 352.687 117.826 69.814

SP 3.387.998 9.387.304 12.892.000 14.366.030

PR 89.561 60.241 148.204 375.309

SC 126.721 32.733 156.637 126.776

RS 255.508 283.423 347.383 311.745

MS 17.106 5.058 6.989 3.819

MT 2.821 9.951 16.878 5.199

GO 21.945 28.454 86.374 113.040

DF 1.200 1.680 7.257 11.214

Total 5.050.538 11.371.459 15.869.750 17.853.443

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria foi sempre um pouco menor que 0,3, e quase constante, o qual indica o claro predomínio de unidades da federação na parte baixa da tabela (isto é, abaixo de AL). O índice de Gini tem sido muito alto, ficando acima de 0,9 a partir de 1985. Isso reflete o predomínio de SP, que produziu mais de 80% do total nacional, de 1985 em diante, entre os anos considerados.

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Tabela 7. Laranja: distribuição percentual da quant idade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,00 0,05 0,11 0,02

AC 0,02 0,01 0,02 0,03

AM 0,07 0,16 0,08 0,07

RR 0,01 0,01 0,02 0,01

PA 0,39 0,27 1,52 1,20

AP 0,01 0,00 0,01 0,05

TO 0,07 0,01 0,01 0,01

MA 1,10 0,41 0,21 0,05

PI 0,35 0,20 0,13 0,03

CE 0,55 0,13 0,08 0,10

RN 0,08 0,05 0,02 0,03

PB 0,65 0,18 0,06 0,03

PE 0,94 0,26 0,10 0,02

AL 0,22 0,06 0,04 0,19

SE 1,78 4,11 3,42 4,14

BA 1,87 1,76 3,77 4,49

MG 4,79 2,74 3,40 3,24

ES 1,28 0,23 0,18 0,14

RJ 8,53 3,10 0,74 0,39

SP 67,08 82,55 81,24 80,47

PR 1,77 0,53 0,93 2,10

SC 2,51 0,29 0,99 0,71

RS 5,06 2,49 2,19 1,75

MS 0,34 0,04 0,04 0,02

MT 0,06 0,09 0,11 0,03

GO 0,43 0,25 0,54 0,63

DF 0,02 0,01 0,05 0,06

DOM 0,293 0,288 0,293 0,293

GINI 0,884 0,944 0,940 0,944

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Os valores registrados não são muito altos, o qual está de acordo com a alta concentração do produto em São Paulo. De todos modos, o valor mais alto na Tabela 8, de quase 20, correspondente à distância entre as distribuições de 1975 e 2005, aponta para a possível existência de alguns deslocamentos de certa importância. Assim, o exame das porcentagens da Tabela 7, nas colunas de 1975 e

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163

2005, permite destacar o aumento na participação de SP (mais de 13 pontos), e a queda na do RJ e, de menor magnitude, na do RS.

Tabela 8. Laranja: distância L1 entre as distribuiç ões percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 17,97 19,13 19,81

1985 ― 5,45 6,82

1995 ― ― 2,95

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, três microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais cinco (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 12 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 20 microrregiões. A concentração das distribuições é extremamente alta, com o índice de Gini mantendo-se acima de 0,95.

Tabela 9. Laranja: distribuição das microrregiões n os quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 478 22 4 2 506 0,953 28

1985 483 8 3 2 496 0,973 13

1995 472 11 4 3 490 0,962 18

2005 453 12 5 3 473 0,956 20

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 28 microrregiões iniciais, 12 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 16 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) oito, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 20 microrregiões.

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164

Tabela 10. Laranja: mudança no número de microrregi ões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 13 15 0 28

1975 1995 13 15 5 33

1975 2005 12 16 8 36

1985 1995 12 1 6 19

1985 2005 10 3 10 23

1995 2005 16 2 4 22

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (16 + 8) / 36 = 0,67, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Laranja: distância de Cantor entre os co njuntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,54 0,61 0,67

1985 ― 0,37 0,57

1995 ― ― 0,27

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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165

Figura 2. Laranja: dinâmica do grupo 75 de microrre giões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 12 permaneceram (p arte persistente, em amarelo); b) 16 saíram (vermelho); e c) 8 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 81/(50 + 50 + 23) = 0,34 ,

indica uma evolução com tendência espacial pouco definida. De todos modos, segundo a Fig. 3 e a Tabela 12, os deslocamentos correspondem a distâncias relativamente pequenas, e o centro de gravidade tem se mantido dentro do estado de SP, próximo da divisa com MG.

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166

Figura 3. Laranja: centros de gravidade nacionais d a quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Laranja: distância terrestre (em km) ent re os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 50 100 81

1985 ― 50 33

1995 ― ― 23

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167

EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA MAMÃO

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Mamão: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1 995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 5.612 217 618 4.483 195 99

1985 14.953 2.441 8.500 3.163 598 251

1995 32.926 2.926 23.502 5.832 462 204

2005 32.559 2.878 18.552 10.484 397 248

Variação total 480,17 1.226,27 2.901,94 133,86 103,59 150,51

Variação anual 6,04 9,00 12,01 2,87 2,40 3,11

Tabela 2. Mamão: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), e ntre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 64.869 1.300 5.574 53.897 2.017 2.081

1985 563.827 90.513 341.793 111.831 6.516 13.174

1995 979.521 64.318 607.471 293.942 4.093 9.697

2005 1.573.819 28.713 879.288 653.015 4.246 8.557

Variação total 2.326,15 2.108,69 15.674,81 1.111,60 110,51 311,20

Variação anual 11,22 10,87 18,38 8,67 2,51 4,83

Tabela 3. Mamão: produtividade (kg/ha) em 1975, 198 5, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 11.559 5.991 9.019 12.023 10.344 21.020

1985 37.707 37.080 40.211 35.356 10.896 52.486

1995 29.749 21.982 25.848 50.402 8.859 47.534

2005 48.337 9.977 47.396 62.287 10.695 34.504

Variação total 318,18 66,53 425,49 418,08 3,40 64,15

Variação anual 4,88 1,71 5,69 5,64 0,11 1,67

A relação 11,22 ≅ 6,04 + 4,88 indica que, no total do País, o notável aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se mais ao aumento na área colhida do que na produtividade, se bem que ambos componentes mostraram um importante

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168

crescimento. Em todas as regiões encontra-se uma evolução no mesmo sentido, mas com participações bem diferentes dos dois componentes.

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Mamão: distribuição percentual da quantid ade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (G INI).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 2,00 8,59 83,09 3,11 3,21 0,508 0,838

1985 16,05 60,62 19,83 1,16 2,34 0,717 0,682

1995 6,57 62,02 30,01 0,42 0,99 0,682 0,761

2005 1,82 55,87 41,49 0,27 0,54 0,645 0,761

O indicador de assimetria tem se mantido acima de 0,5 ao longo dos anos, o qual assinala o predomínio, nas distribuições, da parte esquerda da Tabela 4 (Norte e Nordeste), com respeito à direita (Sul e Centro-Oeste). O índice de Gini tem se mantido bastante alto, o que concorda com a concentração do produto nas regiões Nordeste e Sudeste, se bem que com porcentagens bastante variáveis. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com o mamão, no nível regional.

Figura 1. Mamão: evolução da contribuição percentua l das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. Valores altos, como 66,08, 57,99 e 47,28, de 1975 para os outros anos, indica que o mamão teve deslocamentos substanciais a partir de sua distribuição naquele ano inicial. Como ilustração, segundo a Tabela 4, de 1975 para 1985, houve aumentos de cerca de 14 e 52 pontos percentuais nas regiões Norte e Nordeste, respectivamente, junto com uma queda de mais de 63 pontos no Sudeste. Em resumo, o mamão é um dos produtos que teve deslocamentos mais significativos, no nível regional, dentro do período considerado.

0

20

40

60

80

100

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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169

Tabela 5. Mamão: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 66,08 57,99 47,28

1985 ― 11,57 21,66

1995 ― ― 11,48

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Page 172: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

170

Tabela 6. Mamão: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 43 1.936 10.282 3.073

AC 156 682 2.577 1.795

AM 451 4.497 1.040 3.494

RR 160 1.303 0 1.474

PA 490 82.095 50.179 16.909

AP 0 0 0 508

TO 0 0 240 1.460

MA 9 115 757 927

PI 75 18 84 331

CE 1.261 1.386 9.024 57.741

RN 206 1.489 4.063 33.773

PB 204 3.970 16.023 30.937

PE 1.821 2.749 1.722 12.913

AL 0 0 0 5.793

SE 0 2.587 4.384 9.882

BA 1.998 329.479 571.414 726.991

MG 2.113 6.746 4.214 12.932

ES 2.172 70.220 281.676 629.236

RJ 23.207 4.032 111 976

SP 26.405 30.833 7.941 9.871

PR 668 3.003 1.281 1.667

SC 0 68 0 40

RS 1.349 3.445 2.812 2.539

MS 954 584 1.250 587

MT 1.057 80 5.760 5.143

GO 0 12.470 2.646 2.810

DF 70 40 41 17

Total 64.869 563.827 979.521 1.573.819

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria se manteve abaixo de 0,5; no entanto, ele teve um valor menor que 0,3 em 1975, mas maior que 0,4 nos demais anos considerados. Isso indica que, em todos os casos, houve o predomínio de unidades da federação na parte baixa da tabela (isto é, abaixo de AL), mas que, de 1975 para 1985, houve um deslocamento no sentido da parte alta. Por exemplo, em 1975, RJ e SP reuniram um pouco mais de 76% da produção nacional, e 6,19% em 1985; entre esses dois anos, a BA e o ES passaram, em conjunto, de 6,43% para quase 71%. O índice de Gini foi muito alto,

Page 173: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

171

tendo oscilado ao redor de 0,9. Ou seja, independentemente do deslocamento, a concentração espacial foi elevada e não mudou muito. Para 2005, BA e ES reuniram um pouco mais que 86% do total nacional da quantidade produzida.

Tabela 7. Mamão: distribuição percentual da quantid ade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,07 0,34 1,05 0,20

AC 0,24 0,12 0,26 0,11

AM 0,70 0,80 0,11 0,22

RR 0,25 0,23 0,00 0,09

PA 0,76 14,56 5,12 1,07

AP 0,00 0,00 0,00 0,03

TO 0,00 0,00 0,02 0,09

MA 0,01 0,02 0,08 0,06

PI 0,12 0,00 0,01 0,02

CE 1,94 0,25 0,92 3,67

RN 0,32 0,26 0,41 2,15

PB 0,31 0,70 1,64 1,97

PE 2,81 0,49 0,18 0,82

AL 0,00 0,00 0,00 0,37

SE 0,00 0,46 0,45 0,63

BA 3,08 58,44 58,34 46,19

MG 3,26 1,20 0,43 0,82

ES 3,35 12,45 28,76 39,98

RJ 35,78 0,72 0,01 0,06

SP 40,71 5,47 0,81 0,63

PR 1,03 0,53 0,13 0,11

SC 0,00 0,01 0,00 0,00

RS 2,08 0,61 0,29 0,16

MS 1,47 0,10 0,13 0,04

MT 1,63 0,01 0,59 0,33

GO 0,00 2,21 0,27 0,18

DF 0,11 0,01 0,00 0,00

DOM 0,316 0,464 0,431 0,414

GINI 0,862 0,901 0,928 0,910

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Os altos valores observados indicam que houve mudanças substanciais entre as distribuições. De fato, o mamão é um dos produtos que mostrou maiores deslocamentos, no nível de unidade da federação. Analisando somente a

Page 174: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

172

mudança de 1975 para 2005, destacam-se, nas porcentagens da Tabela 7, nas colunas correspondentes a esses dois anos, o aumento nas participações da BA (mais de 43 pontos) e do ES (próximo a 37 pontos), e a queda nas do RJ (próxima de 36 pontos) e de SP (mais de 40 pontos).

Tabela 8. Mamão: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 81,73 88,26 86,75

1985 ― 19,59 35,46

1995 ― ― 17,99

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, uma microrregião (em Q4) era suficiente para reunir 25% da quantidade produzida; com mais uma (em Q3) se alcançava 50% e adicionando duas (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por quatro microrregiões. A concentração das distribuições é muito alta; de 1985 em diante o índice de Gini manteve-se acima de 0,98, e apenas quatro microrregiões foram suficientes para reunir 75% da quantidade produzida. Em 1985 e 1995, uma microrregião foi suficiente para alcançar 50% da quantidade produzida, o qual é identificado pela presença de um zero na coluna "Q3".

Tabela 9. Mamão: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 117 10 3 2 132 0,889 15

1985 183 3 0 1 187 0,982 4

1995 193 3 0 1 197 0,983 4

2005 249 2 1 1 253 0,982 4

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 15 microrregiões iniciais, nenhuma permanecia em 2005 (coluna "A"); 2) todas elas não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) quatro, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por quatro microrregiões.

Page 175: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

173

Tabela 10. Mamão: mudança no número de microrregiõe s no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 0 15 4 19

1975 1995 0 15 4 19

1975 2005 0 15 4 19

1985 1995 2 2 2 6

1985 2005 2 2 2 6

1995 2005 3 1 1 5

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (15 + 4) / 19 = 1,00, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Mamão: distância de Cantor entre os conj untos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 1,00 1,00 1,00

1985 ― 0,67 0,67

1995 ― ― 0,40

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

Page 176: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

174

Figura 2. Mamão: dinâmica do grupo 75 de microrregi ões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 15 saíram (vermelh o); e b) 4 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 736/(698 + 204 + 51) = 0,23 ,

indica uma evolução com tendência espacial identificável; no caso, segundo a Fig. 3, do centro-sul de MG para o sul da BA. Como pode conferir-se na Tabela 7, essa evolução está de acordo com a queda nas contribuições do RJ e SP, e o aumento nas da BA e ES.

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175

Figura 3. Mamão: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Mamão: distância terrestre (em km) entre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 698 686 736

1985 ― 204 205

1995 ― ― 51

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176

EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA MANDIOCA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Mandioca: área colhida (ha) em 1975, 1985 , 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 2.041.416 161.873 1.107.117 245.071 451.805 75.550

1985 1.868.080 287.602 1.042.836 171.437 301.844 64.361

1995 1.946.163 389.948 1.043.081 145.018 295.785 72.331

2005 1.901.535 496.011 889.331 139.076 285.186 91.931

Variação total -6,85 206,42 -19,67 -43,25 -36,88 21,68

Variação anual -0,24 3,80 -0,73 -1,87 -1,52 0,66

Tabela 2. Mandioca: quantidade produzida (t) em 197 5, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 26.117.614 1.962.440 12.562.605 3.917.567 6.548.683 1.126.319

1985 23.124.782 3.845.116 11.263.751 2.589.297 4.420.924 1.005.694

1995 25.422.959 5.425.464 10.946.619 2.339.447 5.519.011 1.192.418

2005 25.872.015 7.219.321 9.645.562 2.586.626 5.027.498 1.393.008

Var. total -0,94 267,87 -23,22 -33,97 -23,23 23,68

Var. anual -0,03 4,44 -0,88 -1,37 -0,88 0,71

Tabela 3. Mandioca: produtividade (kg/ha) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), e ntre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 12.794 12.123 11.347 15.985 14.494 14.908

1985 12.379 13.370 10.801 15.103 14.646 15.626

1995 13.063 13.913 10.495 16.132 18.659 16.486

2005 13.606 14.555 10.846 18.599 17.629 15.153

Variação total 6,35 20,06 -4,42 16,35 21,62 1,64

Variação anual 0,21 0,61 -0,15 0,51 0,65 0,05

A relação -0,03 � -0,24 + 0,21 indica que, no total do País, a leve queda na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se exclusivamente à queda na área colhida, já que houve um pequeno aumento na produtividade. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

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177

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Mandioca: distribuição percentual da quan tidade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concen tração (GINI).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 7,51 48,10 15,00 25,07 4,31 0,574 0,526

1985 16,63 48,71 11,20 19,12 4,35 0,635 0,483

1995 21,34 43,06 9,20 21,71 4,69 0,637 0,446

2005 27,90 37,28 10,00 19,43 5,38 0,657 0,409

O indicador de assimetria tem se mantido acima de 0,5 ao longo dos anos, o qual assinala o predomínio, nas distribuições, da parte esquerda da Tabela 4 (Norte e Nordeste), com respeito à direita (Sul e Centro-Oeste). O índice de Gini foi diminuindo ao longo do período, refletindo um importante processo de desconcentração. Por exemplo, em 1975, as regiões Nordeste e Sul reuniam algo mais que 73% da produção; para 2005, elas detinham quase 57%, sendo que grande parte da diferença foi para a região Norte. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com a mandioca, no nível regional.

Figura 1. Mandioca: evolução da contribuição percen tual das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 21, ocorrido entre 1975 e 2005, é que o deslocamento foi da ordem de 21% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se toda a mandioca tivesse se deslocado para a região Centro-Oeste, onde estava a menor porcentagem em 1975. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 21, mesmo sendo relativamente baixo na escala de zero a cem, está indicando que o produto teve deslocamentos de certa importância, no nível regional, dentro do período considerado. Como exemplo, segundo a Tabela 4, de 1975 para 2005, houve um aumento de mais de 20 pontos percentuais na região Norte, e uma queda de quase 11 pontos no Nordeste.

0

20

40

60

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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178

Tabela 5. Mandioca: distância L1 entre as distribui ções percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicia l” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 9,76 14,20 21,46

1985 ― 7,65 12,63

1995 ― ― 8,05

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

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179

Tabela 6. Mandioca: quantidade produzida (t) em 197 5, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 122.740 493.378 708.605 488.493

AC 140.580 283.867 395.380 563.919

AM 617.120 954.172 446.497 876.875

RR 8.024 21.558 55.268 77.190

PA 834.921 1.903.943 3.592.740 4.797.757

AP 19.300 46.099 30.040 80.060

TO 219.755 142.099 196.934 335.027

MA 1.843.008 1.020.691 2.445.730 1.529.986

PI 545.153 1.013.463 1.579.266 380.890

CE 1.450.500 764.979 1.012.348 826.017

RN 488.293 540.999 496.184 696.985

PB 641.764 521.251 442.446 269.102

PE 1.575.000 1.474.707 874.769 598.753

AL 492.771 148.369 402.775 266.446

SE 416.460 462.292 646.126 465.707

BA 5.109.656 5.317.000 3.046.975 4.611.676

MG 2.245.633 1.121.063 961.633 927.515

ES 607.684 492.046 345.935 339.524

RJ 344.250 191.509 237.829 174.707

SP 720.000 784.679 794.050 1.144.880

PR 1.953.470 1.722.864 3.106.608 3.308.000

SC 1.429.241 1.182.230 906.468 589.998

RS 3.165.972 1.515.830 1.505.935 1.129.500

MS 449.695 451.869 555.808 538.754

MT 406.580 351.174 341.526 517.479

GO 267.445 197.581 289.514 322.532

DF 2.599 5.070 5.570 14.243

Total 26.117.614 23.124.782 25.422.959 25.872.015

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria mostrou uma tendência de crescimento, passando de um valor menor que 0,5 em 1975 e 1985, para outro maior que 0,5 em 1995 e 2005. Isso indica uma mudança na distribuição espacial do produto: nos dois primeiros anos considerados havia um predomínio das unidades da federação que estão na parte baixa da tabela (ou seja, abaixo de AL), enquanto que nos outros dois passaram a dominar as da parte alta da tabela. Em particular, nota-se o aumento progressivo na contribuição percentual do PA. O índice de Gini se manteve entre 0,5 e 0,6, com

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180

pouca variação, o qual não indica uma concentração espacial muito alta, quando comparado com o índice de outros produtos. Mesmo assim, considerando apenas as duas unidades da federação com maior participação, tem-se que, em 1975, BA e RS reuniram quase 32% da produção total, enquanto que, em 2005, PA e BA contribuíram, em conjunto, com algo mais que 36%.

Tabela 7. Mandioca: distribuição percentual da quan tidade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,47 2,13 2,79 1,89

AC 0,54 1,23 1,56 2,18

AM 2,36 4,13 1,76 3,39

RR 0,03 0,09 0,22 0,30

PA 3,20 8,23 14,13 18,54

AP 0,07 0,20 0,12 0,31

TO 0,84 0,61 0,77 1,29

MA 7,06 4,41 9,62 5,91

PI 2,09 4,38 6,21 1,47

CE 5,55 3,31 3,98 3,19

RN 1,87 2,34 1,95 2,69

PB 2,46 2,25 1,74 1,04

PE 6,03 6,38 3,44 2,31

AL 1,89 0,64 1,58 1,03

SE 1,59 2,00 2,54 1,80

BA 19,56 22,99 11,99 17,82

MG 8,60 4,85 3,78 3,59

ES 2,33 2,13 1,36 1,31

RJ 1,32 0,83 0,94 0,68

SP 2,76 3,39 3,12 4,43

PR 7,48 7,45 12,22 12,79

SC 5,47 5,11 3,57 2,28

RS 12,12 6,56 5,92 4,37

MS 1,72 1,95 2,19 2,08

MT 1,56 1,52 1,34 2,00

GO 1,02 0,85 1,14 1,25

DF 0,01 0,02 0,02 0,06

DOM 0,429 0,482 0,516 0,519

GINI 0,567 0,537 0,530 0,572

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181

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Os valores registrados não são muito altos. De todos modos, o valor máximo, um pouco maior que 29, que ocorreu de 1975 para 2005, sugere que pode ter havido alguma mudança de certa importância entre esses dois anos. Assim, as porcentagens da Tabela 7, nas colunas correspondentes a esses anos, permitem destacar o aumento nas contribuições do PA (mais de 15 pontos) e do PR, e a queda nas de MG e RS.

Tabela 8. Mandioca: distância L1 entre as distribui ções percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 17,17 27,92 29,47

1985 ― 21,75 21,90

1995 ― ― 16,71

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, 13 microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais 28 (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 67 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 108 microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta, sendo que o índice de Gini tem estado acima de 0,7 e superou 0,8 em 2005; além disso, o índice mostra tendência de aumento.

Tabela 9. Mandioca: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 395 81 37 21 534 0,728 139

1985 416 72 36 16 540 0,763 124

1995 419 70 31 17 537 0,773 118

2005 434 67 28 13 542 0,801 108

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 139 microrregiões iniciais, 74 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 65 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 34, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 108 microrregiões.

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182

Tabela 10. Mandioca: mudança no número de microrreg iões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 94 45 30 169

1975 1995 81 58 37 176

1975 2005 74 65 34 173

1985 1995 89 35 29 153

1985 2005 76 48 32 156

1995 2005 90 28 18 136

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (65 + 34) / 173 = 0,57, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Mandioca: distância de Cantor entre os c onjuntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final ”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,44 0,54 0,57

1985 ― 0,42 0,51

1995 ― ― 0,34

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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183

Figura 2. Mandioca: dinâmica do grupo 75 de microrr egiões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 74 permaneceram (p arte persistente, em amarelo); b) 65 saíram (vermelho); e c) 34 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 393/(191 + 147 + 75) = 0,05 ,

indica uma evolução com tendência espacial muito definida, que se aproxima de uma geodésica ("reta terrestre"). No caso, segundo a Fig. 3, o movimento vai para o Noroeste.

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184

Figura 3. Mandioca: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Mandioca: distância terrestre (em km) en tre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para u m “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 191 330 393

1985 ― 147 219

1995 ― ― 75

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185

EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA MANGA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Manga: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1 995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 42.080 604 24.987 14.374 1.252 863

1985 37.569 673 17.124 16.636 570 2.566

1995 56.502 2.004 24.149 28.301 493 1.555

2005 68.141 965 43.792 22.054 758 572

Variação total 61,93 59,77 75,26 53,43 -39,46 -33,72

Variação anual 1,62 1,57 1,89 1,44 -1,66 -1,36

Tabela 2. Manga: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), e ntre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 664.109 8.696 438.637 185.030 15.204 16.542

1985 466.578 8.740 272.119 170.785 5.462 9.472

1995 565.515 32.795 301.905 215.304 3.873 11.638

2005 1.002.211 5.812 702.925 277.541 9.044 6.889

Variação total 50,91 -33,16 60,25 50,00 -40,52 -58,35

Variação anual 1,38 -1,33 1,58 1,36 -1,72 -2,88

Tabela 3. Manga: produtividade (kg/ha) em 1975, 198 5, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 15.782 14.397 17.555 12.873 12.144 19.168

1985 12.419 12.987 15.891 10.266 9.582 3.691

1995 10.009 16.365 12.502 7.608 7.856 7.484

2005 14.708 6.023 16.051 12.585 11.931 12.044

Variação total -6,81 -58,17 -8,56 -2,24 -1,75 -37,17

Variação anual -0,23 -2,86 -0,30 -0,08 -0,06 -1,54

A relação 1,38 ≅ 1,62 – 0,23 indica que, no total do País, o aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se exclusivamente ao aumento na área colhida, já que houve queda na produtividade. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções, mas todas com queda na produtividade.

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186

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Manga: distribuição percentual da quantid ade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GIN I).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 1,31 66,05 27,86 2,29 2,49 0,653 0,775

1985 1,87 58,32 36,60 1,17 2,03 0,642 0,745

1995 5,80 53,39 38,07 0,68 2,06 0,650 0,707

2005 0,58 70,14 27,69 0,90 0,69 0,673 0,831

O indicador de assimetria tem se mantido acima de 0,6 ao longo dos anos, o qual assinala um claro predomínio, nas distribuições, da a parte esquerda da Tabela 4 (essencialmente o Nordeste), com respeito à direita (Sul e Centro-Oeste). O índice de Gini tem se mantido com valores altos, chegando a mais de 0,8 em 2005. Isso está de acordo com o que se observa na Tabela 4, onde o Nordeste sempre teve mais que 50% da produção; em 2005, essa região e o Sudeste reuniram quase 98% da quantidade produzida. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com a manga, no nível regional.

Figura 1. Manga: evolução da contribuição percentua l das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 17, ocorrido entre 1995 e 2005, é que o deslocamento foi da ordem de 17% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se toda a manga tivesse se deslocado para a região Sul, onde estava a menor porcentagem em 1995. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 17, mesmo sendo relativamente baixo na escala de zero a cem, está indicando que o produto teve deslocamentos de certa importância, no nível regional, dentro do período considerado. Por exemplo, de 1995 para 2005, segundo a Tabela 4, houve um aumento de quase 17 pontos percentuais no Nordeste, e uma queda de mais de dez pontos no Sudeste.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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187

Tabela 5. Manga: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 9,31 14,70 4,09

1985 ― 5,42 11,82

1995 ― ― 16,97

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

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188

Tabela 6. Manga: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 149 1.615 4.651 2.432

AC 1.255 1.125 779 405

AM 2.127 3.426 1.566 918

PA 3.355 2.574 25.621 0

AP 465 0 0 0

TO 1.345 0 178 2.057

MA 27.002 26.269 16.855 3.278

PI 38.229 38.211 54.818 15.517

CE 112.039 45.681 31.192 38.181

RN 30.085 24.917 24.407 38.775

PB 82.882 44.838 57.266 23.064

PE 57.120 28.054 35.913 152.694

AL 18.896 9.677 6.590 8.477

SE 10.740 16.306 16.664 26.277

BA 61.644 38.166 58.200 396.662

MG 107.562 77.635 63.665 62.406

ES 9.913 9.522 10.405 5.791

RJ 15.139 15.501 1.217 4.737

SP 52.416 68.127 140.017 204.607

PR 15.204 5.462 3.714 8.338

RS 0 0 159 706

MS 2.091 3.617 132 360

MT 1.261 993 397 2.508

GO 11.474 398 1.486 1.770

DF 1.716 4.464 9.623 2.251

Total 664.109 466.578 565.515 1.002.211

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria mostrou uma tendência de diminuição, passando de um valor apenas maior que 0,5, em 1975, para outros um pouco menores que 0,5, nos demais anos. Ou seja, as distribuições foram mudando, de uma que não se afastava muito de uma distribuição simétrica (caracterizada pelo valor 0,5 no indicador), para outras com certo predomínio da parte baixa da tabela (isto é, abaixo de AL). No caso, isso esteve relacionado com a diminuição progressiva da contribuição percentual conjunta do CE e da PB. O índice de Gini mostrou uma tendência de crescimento, chegando a mais que 0,8 em 2005. Isso indica uma concentração muito alta; de fato, em 2005, apenas três estados (PE, BA e SP) reuniram algo mais que 75% da produção nacional.

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189

Tabela 7. Manga: distribuição percentual da quantid ade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,02 0,35 0,82 0,24

AC 0,19 0,24 0,14 0,04

AM 0,32 0,73 0,28 0,09

PA 0,51 0,55 4,53 0,00

AP 0,07 0,00 0,00 0,00

TO 0,20 0,00 0,03 0,21

MA 4,07 5,63 2,98 0,33

PI 5,76 8,19 9,69 1,55

CE 16,87 9,79 5,52 3,81

RN 4,53 5,34 4,32 3,87

PB 12,48 9,61 10,13 2,30

PE 8,60 6,01 6,35 15,24

AL 2,85 2,07 1,17 0,85

SE 1,62 3,49 2,95 2,62

BA 9,28 8,18 10,29 39,58

MG 16,20 16,64 11,26 6,23

ES 1,49 2,04 1,84 0,58

RJ 2,28 3,32 0,22 0,47

SP 7,89 14,60 24,76 20,42

PR 2,29 1,17 0,66 0,83

RS 0,00 0,00 0,03 0,07

MS 0,31 0,78 0,02 0,04

MT 0,19 0,21 0,07 0,25

GO 1,73 0,09 0,26 0,18

DF 0,26 0,96 1,70 0,22

DOM 0,501 0,485 0,477 0,431

GINI 0,681 0,658 0,704 0,844

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Alguns altos valores registrados indicam que houve mudanças substanciais entre as distribuições. Em particular, o maior valor foi registrado, de quase 51, aconteceu de 1975 para 2005. O exame das porcentagens da Tabela 7, nas colunas correspondentes a esses dois anos, permitem destacar o aumento nas contribuições de PE, BA (mais de 30 pontos) e SP, e a queda nas do CE (mais de 13 pontos), PB e MG. Os valores na diagonal da Tabela 8 indicam que, entre dois anos sucessivos, daqueles considerados, a maior mudança ocorreu de 1995 para 2005.

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190

Tabela 8. Manga: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 17,45 29,79 50,81

1985 ― 20,06 46,84

1995 ― ― 39,01

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, uma microrregião (em Q4) era suficiente para reunir 25% da quantidade produzida; com mais três (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 22 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 26 microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta; o um índice de Gini se manteve entre 0,7 e 0,8 de 1975 até 1995, mas alcançou 0,937 em 2005. Essa alteração pronunciada capta uma mudança substancial na distribuição espacial em termos de quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 1995, o grupo 75, formado pelo número mínimo de microrregiões que eram suficientes para reunir 75% da quantidade produzida (isto é, aquelas que estavam em Q2, Q3 e Q4), continha 79 microrregiões; para 2005, o grupo 75 esteve integrado, apenas, por 26 microrregiões.

Tabela 9. Manga: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 265 56 27 10 358 0,739 93

1985 244 51 23 14 332 0,721 88

1995 251 47 24 8 330 0,760 79

2005 300 22 3 1 326 0,937 26

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 93 microrregiões iniciais, dez permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 83 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 16, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 26 microrregiões.

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191

Tabela 10. Manga: mudança no número de microrregiõe s no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 63 30 25 118

1975 1995 41 52 38 131

1975 2005 10 83 16 109

1985 1995 53 35 26 114

1985 2005 10 78 16 104

1995 2005 16 63 10 89

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (83 + 16) / 109 = 0,91, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Manga: distância de Cantor entre os conj untos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,47 0,69 0,91

1985 ― 0,54 0,90

1995 ― ― 0,82

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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192

Figura 2. Manga: dinâmica do grupo 75 de microrregi ões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 10 permaneceram (p arte persistente, em amarelo); b) 83 saíram (vermelho); e c) 16 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 198/(143 + 150 + 95) = 0,49 ,

indica uma evolução sem tendência espacial definida. As distâncias na Tabela 12 não são muito grandes, e o centro de gravidade tem se mantido dentro da BA.

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193

Figura 3. Manga: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Manga: distância terrestre (em km) entre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 143 265 198

1985 ― 150 61

1995 ― ― 95

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194

EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA MARACUJÁ

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

Os dados para o maracujá começaram a ser publicados pelo IBGE a partir de 1988; de modo que, nesta seção, os dados e resultados vão se referir aos anos 1988, 1995 e 2005. As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Maracujá: área colhida (ha) em 1988, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1988 e 2 005.

Ano BR N NE SD S CO

1988 25.143 3.455 18.735 2.841 0 112

1995 38.522 10.293 18.915 7.844 655 815

2005 35.820 5.104 19.553 8.586 1.021 1.556

Variação total 42,47 47,73 4,37 202,22 ― 1.289,29

Variação anual 2,10 2,32 0,25 6,72 ― 16,74

Tabela 2. Maracujá: quantidade produzida (t) em 198 8, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1988 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1988 320.279 106.755 154.713 58.290 0 521

1995 507.397 163.670 203.159 120.711 8.533 11.324

2005 479.813 51.077 244.343 151.096 13.714 19.583

Variação total 49,81 -52,15 57,93 159,21 ― 3.658,73

Variação anual 2,41 -4,24 2,72 5,76 ― 23,78

Tabela 3. Maracujá: produtividade (kg/ha) em 1988, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1988 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1988 12.738 30.899 8.258 20.517 ― 4.652

1995 13.172 15.901 10.741 15.389 13.027 13.894

2005 13.395 10.007 12.496 17.598 13.432 12.585

Variação total 5,16 -67,61 51,33 -14,23 ― 170,55

Variação anual 0,30 -6,42 2,47 -0,90 ― 6,03

A relação 2,41 ≅ 2,10 + 0,30 indica que, no total do País, o aumento na quantidade produzida, de 1988 para 2005, deveu-se muito mais ao aumento na área colhida do que na produtividade. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

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195

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Maracujá: distribuição percentual da quan tidade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concen tração (GINI).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1988 33,33 48,31 18,20 0,00 0,16 0,787 0,649

1995 32,26 40,04 23,79 1,68 2,23 0,746 0,534

2005 10,65 50,92 31,49 2,86 4,08 0,653 0,618

O indicador de assimetria tem se mantido acima de 0,6 ao longo dos anos, o qual assinala o predomínio, nas distribuições, da parte esquerda da Tabela 4 (Norte e Nordeste), com respeito à direita (Sul e Centro-Oeste). Há uma tendência de diminuição nesse indicador, que capta um leve deslocamento para a direita; de todos modos, em 2005, mais de 60% da produção estava naquelas duas primeiras regiões. Mas se notam alguns deslocamentos importantes. O índice de Gini tem oscilado ao redor de 0,6 durante o período, o qual está de acordo com o que se observa na Tabela 4. Por exemplo, em 1988, as regiões Norte e Nordeste reuniram cerca de 82% da produção; para 2005, uma porcentagem similar foi reunida pelo Nordeste e o Sudeste. De modo que houve deslocamentos, mas a concentração não mudou muito. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com o maracujá, no nível regional.

Figura 1. Maracujá: evolução da contribuição percen tual das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 23, ocorrido entre 1988 e 2005, é que o deslocamento foi da ordem de 23% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se todo o maracujá tivesse se deslocado para a região Sul, onde estava a menor porcentagem em 1988. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 23, mesmo sendo relativamente baixo na escala de zero a cem, está indicando que o produto teve deslocamentos muito importantes, no nível regional, dentro do período considerado. Por exemplo, de 1988

0

10

20

30

40

50

60

1988 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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196

para 2005, de acordo com a Tabela 4, houve uma queda de quase 23 pontos percentuais na região Norte, e um aumento de mais de 13 pontos no Sudeste.

Tabela 5. Maracujá: distância L1 entre as distribui ções percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicia l” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1995 2005

1988 9,34 22,69

1995 ― 21,61

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Page 199: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

197

Tabela 6. Maracujá: quantidade produzida (t) em 198 8, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1988 1995 2005

RO 0 1.270 1.631

AC 102 412 472

AM 210 1.173 904

PA 106.443 160.767 45.297

AP 0 0 1.052

TO 0 48 1.721

MA 2 54 219

PI 3.087 0 169

CE 14.511 31.383 40.261

RN 0 958 2.879

PB 0 5.072 6.072

PE 5.681 1.380 7.803

AL 360 18.765 5.504

SE 123.804 58.136 41.526

BA 7.268 87.411 139.910

MG 11.462 27.008 44.025

ES 0 2.918 51.070

RJ 43.241 5.131 15.012

SP 3.587 85.654 40.989

PR 0 6.025 8.531

SC 0 2.508 5.183

MS 0 164 546

MT 0 619 4.283

GO 104 9.386 13.212

DF 417 1.155 1.542

Total 320.279 507.397 479.813

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria mostrou uma tendência de diminuição, passando de valores um pouco maiores que 0,5, em 1988 e 1995, para um valor menor que 0,5 em 2005. Ou seja, a distribuição espacial foi mudando, de situações com predomínio da parte alta da tabela (isto é, acima de AL), onde sobressai a contribuição do PA, para uma situação em que predominou a parte baixa da tabela, com destaque para BA e ES. O índice de Gini mostrou algum valor muito alto, como 0,9 em 1988, mas com clara tendência de diminuição, típica de um processo de desconcentração.

Page 200: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

198

Tabela 7. Maracujá: distribuição percentual da quan tidade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GINI).

UF 1988 1995 2005

RO 0,00 0,25 0,34

AC 0,03 0,08 0,10

AM 0,07 0,23 0,19

PA 33,23 31,68 9,44

AP 0,00 0,00 0,22

TO 0,00 0,01 0,36

MA 0,00 0,01 0,05

PI 0,96 0,00 0,04

CE 4,53 6,19 8,39

RN 0,00 0,19 0,60

PB 0,00 1,00 1,27

PE 1,77 0,27 1,63

AL 0,11 3,70 1,15

SE 38,66 11,46 8,65

BA 2,27 17,23 29,16

MG 3,58 5,32 9,18

ES 0,00 0,58 10,64

RJ 13,50 1,01 3,13

SP 1,12 16,88 8,54

PR 0,00 1,19 1,78

SC 0,00 0,49 1,08

MS 0,00 0,03 0,11

MT 0,00 0,12 0,89

GO 0,03 1,85 2,75

DF 0,13 0,23 0,32

DOM 0,575 0,542 0,448

GINI 0,900 0,819 0,726

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Os altos valores observados indicam que houve mudanças substanciais entre as distribuições. Em particular, o maior valor foi registrado entre 1988 e 2005. O exame das porcentagens da Tabela 7, nas colunas correspondentes a esses dois anos, permitem destacar o aumento nas participações da BA (quase 27 pontos), MG, ES e SP, e a queda nas do PA (quase 24 pontos), SE (uns 30 pontos) e RJ.

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199

Tabela 8. Maracujá: distância L1 entre as distribui ções percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1995 2005

1988 43,70 65,24

1995 ― 35,98

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, quatro microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais oito (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 25 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 37 microrregiões. A concentração das distribuições é muito alta, sendo que o índice de Gini esteve acima ou próximo de 0,9.

Tabela 9. Maracujá: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1988 69 4 2 1 76 0,904 7

1995 196 10 4 2 212 0,925 16

2005 299 25 8 4 336 0,895 37

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica desse grupo, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1988 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das sete microrregiões iniciais, todas permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) nenhuma tinha saído do G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 30, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 37 microrregiões.

Tabela 10. Maracujá: mudança no número de microrreg iões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1988 1995 6 1 10 17

1988 2005 7 0 30 37

1995 2005 14 2 23 39

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1988 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1988, 2005) = (B + C) / TOTABC = (0 + 30) / 37 = 0,81, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

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200

Tabela 11. Maracujá: distância de Cantor entre os c onjuntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1995 2005

1988 0,65 0,81

1995 ― 0,64

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1988 para 2005.

Figura 2. Maracujá: dinâmica do grupo 75 de microrr egiões para a quantidade produzida, de 1988 para 2005: a) 7 permaneceram (pa rte persistente, em amarelo); e b) 30 entraram (azul).

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201

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 472/(261 + 343) = 0,22 ,

indica uma evolução com certa tendência espacial. Segundo a Fig. 3, o centro de gravidade tem se mantido dentro da BA, mas com deslocamento do Norte para o Centro-Sul do estado.

Figura 3. Maracujá: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Maracujá: distância terrestre (em km) en tre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para u m “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1995 2005

1988 261 472

1995 ― 343

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202

EMBRAPA MILHO E SORGO

MILHO (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Milho: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1 995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 10.854.687 158.373 2.497.651 2.964.018 4.396.538 838.107

1985 11.798.349 326.136 2.592.074 2.824.195 5.009.815 1.046.129

1995 13.946.320 610.882 3.053.294 2.829.571 5.638.962 1.813.611

2005 11.549.425 551.838 2.615.608 2.485.779 3.724.476 2.171.724

Var. total 6,40 248,44 4,72 -16,13 -15,29 159,12

Var. anual 0,21 4,25 0,15 -0,58 -0,55 3,22

Tabela 2. Milho: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 16.334.516 162.856 1.614.457 4.682.865 8.307.755 1.566.583

1985 22.018.180 418.015 1.537.573 6.204.713 11.521.353 2.336.526

1995 36.266.951 948.781 2.437.783 8.069.674 18.575.039 6.235.674

2005 35.113.312 1.082.683 2.933.266 10.486.951 12.752.615 7.857.797

Var. total 114,96 564,81 81,69 123,94 53,50 401,59

V. anual 2,58 6,52 2,01 2,72 1,44 5,52

Tabela 3. Milho: produtividade (kg/ha) em 1975, 198 5, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 1.505 1.028 646 1.580 1.890 1.869

1985 1.866 1.282 593 2.197 2.300 2.233

1995 2.600 1.553 798 2.852 3.294 3.438

2005 3.040 1.962 1.121 4.219 3.424 3.618

Variação total 102,03 90,80 73,49 167,03 81,20 93,57

Variação anual 2,37 2,18 1,85 3,33 2,00 2,23

A relação 2,58 � 0,21 + 2,37 indica que, no total do País, o aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se quase exclusivamente ao aumento na

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203

produtividade, já que o crescimento na área colhida foi pouco significativo. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções, mas todas têm aumento na produtividade.

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Milho: distribuição percentual da quantid ade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GIN I).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 1,00 9,88 28,67 50,86 9,59 0,355 0,594

1985 1,90 6,98 28,18 52,33 10,61 0,343 0,610

1995 2,62 6,72 22,25 51,22 17,19 0,316 0,564

2005 3,08 8,35 29,87 36,32 22,38 0,334 0,440

O indicador de assimetria tem se mantido abaixo de 0,4 ao longo dos anos, o qual assinala o predomínio, nas distribuições, da parte direita da Tabela 4 (Sul e Centro-Oeste), com respeito à parte esquerda (Norte e Nordeste). De fato, as regiões na parte direita têm reunido mais de 50% do milho, durante todo o período considerado, se bem que com evoluções diferentes. O índice de Gini tem mostrado uma tendência de diminuição, que assinala um importante processo de desconcentração: enquanto que em 1975 as regiões Sudeste e Sul reuniam quase 80% da quantidade produzida, e o Centro-Oeste algo menos que 10%, para 2005 aquelas só perfaziam 66%, e o Centro-Oeste tinha aumentado sua participação em mais de 12 pontos percentuais. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com o milho, no nível regional.

Figura 1. Milho: evolução da contribuição percentua l das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 16, ocorrido entre 1975 e 2005, é que o deslocamento foi da ordem de 16% do máximo que, teoricamente, poderia ter

0

10

20

30

40

50

60

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

Page 206: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

204

acontecido; no caso, se todo o milho tivesse se deslocado para a região Norte, onde estava a menor porcentagem em 1975. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 16, mesmo sendo relativamente baixo na escala de zero a cem, está indicando que o produto teve alguns deslocamentos que podem não ser insignificantes, no nível regional, dentro do período considerado. Assim, de 1975 para 2005, segundo a Tabela 4, houve uma queda de cerca de 15 pontos percentuais na região Sul, e um aumento de quase 13 pontos no Centro-Oeste.

Tabela 5. Milho: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 3,39 9,58 16,07

1985 ― 7,30 16,01

1995 ― ― 14,90

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Page 207: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

205

Tabela 6. Milho: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 36.276 147.664 370.179 245.198

AC 18.894 25.770 55.375 60.979

AM 4.372 2.732 9.713 34.890

RR 2.602 7.183 15.400 24.000

PA 53.350 134.587 385.655 559.698

AP 653 801 346 1.330

TO 46.709 99.278 112.113 156.588

MA 188.629 125.141 361.112 402.787

PI 139.000 259.033 391.736 191.839

CE 340.200 165.815 469.177 281.713

RN 62.330 50.307 83.256 23.116

PB 138.828 159.408 154.053 61.386

PE 352.685 196.199 196.142 115.949

AL 56.055 49.018 39.939 34.435

SE 44.530 102.579 67.016 205.577

BA 292.200 430.073 675.352 1.616.464

MG 2.322.512 3.009.601 3.744.524 6.243.873

ES 197.576 230.512 120.065 122.212

RJ 62.777 69.278 29.805 26.970

SP 2.100.000 2.895.322 4.175.280 4.093.896

PR 3.813.309 5.803.713 8.988.166 8.572.364

SC 2.127.124 2.159.049 3.651.206 2.695.211

RS 2.367.322 3.558.591 5.935.667 1.485.040

MS 233.523 327.334 1.435.151 1.291.901

MT 148.433 410.500 1.226.157 3.483.266

GO 1.182.091 1.591.492 3.476.900 2.855.538

DF 2.536 7.200 97.466 227.092

Total 16.334.516 22.018.180 36.266.951 35.113.312

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria tem se mantido entre 0,2 e 0,3, com pouca variação; ou seja, as distribuições tem mostrado o predomínio da parte baixa da tabela. O índice de Gini tem sido um pouco alto, com valores ao redor de 0,75. Como exemplo, em 2005, apenas três estados (MG, SP e PR) reuniram quase 54% da produção nacional.

Page 208: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

206

Tabela 7. Milho: distribuição percentual da quantid ade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,22 0,67 1,02 0,70

AC 0,12 0,12 0,15 0,17

AM 0,03 0,01 0,03 0,10

RR 0,02 0,03 0,04 0,07

PA 0,33 0,61 1,06 1,59

AP 0,00 0,00 0,00 0,00

TO 0,29 0,45 0,31 0,45

MA 1,15 0,57 1,00 1,15

PI 0,85 1,18 1,08 0,55

CE 2,08 0,75 1,29 0,80

RN 0,38 0,23 0,23 0,07

PB 0,85 0,72 0,42 0,17

PE 2,16 0,89 0,54 0,33

AL 0,34 0,22 0,11 0,10

SE 0,27 0,47 0,18 0,59

BA 1,79 1,95 1,86 4,60

MG 14,22 13,67 10,32 17,78

ES 1,21 1,05 0,33 0,35

RJ 0,38 0,31 0,08 0,08

SP 12,86 13,15 11,51 11,66

PR 23,35 26,36 24,78 24,41

SC 13,02 9,81 10,07 7,68

RS 14,49 16,16 16,37 4,23

MS 1,43 1,49 3,96 3,68

MT 0,91 1,86 3,38 9,92

GO 7,24 7,23 9,59 8,13

DF 0,02 0,03 0,27 0,65

DOM 0,267 0,259 0,248 0,264

GINI 0,749 0,763 0,749 0,745

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Os valores não são muito altos. A maior distância aconteceu entre as distribuições de 1975 e 2005. O exame das porcentagens da Tabela 7, para esses dois anos, permite destacar o aumento na participação do MT (uns nove pontos), e a queda nas de SC e, principalmente, RS (mais de 10 pontos).

Page 209: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

207

Tabela 8. Milho: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 7,61 12,84 22,63

1985 ― 8,88 20,47

1995 ― ― 18,62

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, 13 microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais 26 (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 59 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 98 microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta, com um índice de Gini ao redor de 0,8 e com alguma tendência de aumento.

Tabela 9. Milho: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 414 74 34 14 536 0,771 122

1985 430 72 31 15 548 0,782 118

1995 450 59 27 13 549 0,815 99

2005 441 59 26 13 539 0,814 98

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 122 microrregiões iniciais, 64 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 58 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 34, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 98 microrregiões.

Tabela 10. Milho: mudança no número de microrregiõe s no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 93 29 25 147

1975 1995 73 49 26 148

1975 2005 64 58 34 156

1985 1995 80 38 19 137

1985 2005 66 52 32 150

1995 2005 75 24 23 122

Page 210: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

208

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (58 + 34) / 156 = 0,59, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Milho: distância de Cantor entre os conj untos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,37 0,51 0,59

1985 ― 0,42 0,56

1995 ― ― 0,39

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

Page 211: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

209

Figura 2. Milho: dinâmica do grupo 75 de microrregi ões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 64 permaneceram (p arte persistente, em amarelo); b) 58 saíram (vermelho); e c) 34 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 207/(75 + 76 + 203) ≈ 0,41 ,

onde a aproximação deve-se a diferenças no arredondamento das distâncias, indica uma evolução sem tendência espacial definida. No entanto, a Fig. 3 e a Tabela 12 mostram uma mudança importante que ocorreu de 1995 para 2005. O centro de gravidade tem estado em SP; mas, no último período, mostrou um movimento para a divisa com MG, diferente do que aconteceu entre 1975 e 1995. De fato, segundo a Tabela 7, de 1995 para 2005 houve uma queda importante na contribuição percentual

Page 212: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

210

do RS, junto com aumentos nas de MG e MT, o qual se reflete no deslocamento do centro de gravidade.

Figura 3. Milho: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Milho: distância terrestre (em km) entre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 75 139 207

1985 ― 76 223

1995 ― ― 203

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211

EMBRAPA MILHO E SORGO SORGO (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Sorgo: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1 995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 86.683 0 3.600 11.799 68.670 2.614

1985 170.088 0 50.306 43.702 61.133 14.947

1995 153.961 0 27.595 42.210 29.447 54.709

2005 789.186 9.350 85.879 206.506 24.924 462.527

Variação total 810,43 ― 2.285,53 1.650,20 -63,70 17.594,22

Variação anual 7,64 ― 11,15 10,01 -3,32 18,83

Tabela 2. Sorgo: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 201.699 0 2.895 33.591 160.039 5.174

1985 268.143 0 70.110 47.456 125.186 25.391

1995 276.832 0 22.345 94.292 63.311 96.884

2005 1.522.839 13.600 149.961 424.830 41.095 893.353

Variação total 655,01 ― 5.080,00 1.164,71 -74,32 17.166,20

Variação anual 6,97 ― 14,06 8,83 -4,43 18,73

Tabela 3. Sorgo: produtividade (kg/ha) em 1975, 198 5, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 2.327 ― 804 2.847 2.331 1.979

1985 1.576 ― 1.394 1.086 2.048 1.699

1995 1.798 ― 810 2.234 2.150 1.771

2005 1.930 1.455 1.746 2.057 1.649 1.931

Variação total -17,07 ― 117,14 -27,74 -29,25 -2,42

Variação anual -0,62 ― 2,62 -1,08 -1,15 -0,08

A relação 6,97 ≅ 7,64 - 062 indica que, no total do País, o aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se exclusivamente ao aumento na área colhida, já que houve queda na produtividade. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

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212

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Sorgo: distribuição percentual da quantid ade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GIN I).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 0,00 1,44 16,65 79,35 2,57 0,292 0,870

1985 0,00 26,15 17,70 46,69 9,47 0,401 0,550

1995 0,00 8,07 34,06 22,87 35,00 0,288 0,480

2005 0,89 9,85 27,90 2,70 58,66 0,229 0,704

O indicador de assimetria tem se mantido bem abaixo de 0,5 ao longo dos anos, o qual assinala o grande predomínio, nas distribuições, da parte direita da Tabela 4 (Sul e Centro-Oeste), com respeito à parte esquerda (Norte e Nordeste). No entanto, ocorreu um notável deslocamento dentro da parte dominante: de 1975 para 2005, a participação da região Sul caiu de 79,35% para 2,70%, enquanto que a do Centro-Oeste aumentou de 2,57% para 58,66%. O índice de Gini teve uma evolução peculiar: foi diminuindo de quase 0,9 em 1975 para 0,48 em 1995, e posteriormente cresceu para um pouco mais que 0,7. De fato, houve um processo de desconcentração de 1975 para 1995, seguido por outro de concentração até 2005. Em 1975, 96% da quantidade produzida estava nas regiões Sudeste e Sul; em 1995, foram necessárias três regiões (Sudeste, Sul e Centro-Oeste) para reunir cerca de 92%; em 2005, duas regiões (Sudeste e Centro-Oeste) reuniram quase 87%. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com o sorgo, no nível regional.

Figura 1. Sorgo: evolução da contribuição percentua l das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. Um valor próximo a 77, ocorrido entre 1975 e 2005, indica que o sorgo teve um deslocamento substancial, no nível regional, dentro do período considerado. De fato, o sorgo foi um dos produtos que mostrou maiores deslocamentos durante o período.

0

20

40

60

80

100

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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213

Basta observar que, de 1975 para 2005, segundo a Tabela 4, houve uma queda de cerca de 76 pontos percentuais na região Sul, e um aumento de cerca de 56 pontos no Centro-Oeste.

Tabela 5. Sorgo: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 32,66 56,48 76,65

1985 ― 41,89 60,29

1995 ― ― 26,34

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Tabela 6. Sorgo: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

TO 0 0 0 13.600

PI 0 6.323 0 625

CE 216 7.396 418 11.620

RN 2.679 7.364 5.144 21.650

PB 0 400 0 0

PE 0 11.545 445 12.471

SE 0 31 0 0

BA 0 37.051 16.338 103.595

MG 857 5.053 33.492 216.530

ES 562 0 0 0

SP 32.172 42.403 60.800 208.300

PR 2.663 24.546 245 13.723

SC 1.277 0 0 0

RS 156.099 100.640 63.066 27.372

MS 989 16.522 5.136 178.715

MT 0 139 33.040 192.429

GO 4.185 8.730 58.106 510.869

DF 0 0 602 11.340

Total 201.699 268.143 276.832 1.522.839

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O

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214

indicador de assimetria se manteve abaixo de 0,3, com valores menores que 0,2 em três dos quatro anos considerados. Isso assinala um claro predomínio de unidades da federação na parte baixa da tabela (isto é, abaixo de AL). O índice de Gini teve valores muito altos. Em 1975, ano em que o RS contribuiu com mais de 77% da produção nacional, ele alcançou quase 0,97. Nos demais anos, o índice de Gini ficou mais próximo de 0,83, o qual ainda significa uma elevada concentração. Por exemplo, em 2005, apenas três estados (MG, SP e GO) reuniram um pouco mais que 61% da produção total do País.

Tabela 7. Sorgo: distribuição percentual da quantid ade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

TO 0,00 0,00 0,00 0,89

PI 0,00 2,36 0,00 0,04

CE 0,11 2,76 0,15 0,76

RN 1,33 2,75 1,86 1,42

PB 0,00 0,15 0,00 0,00

PE 0,00 4,31 0,16 0,82

SE 0,00 0,01 0,00 0,00

BA 0,00 13,82 5,90 6,80

MG 0,42 1,88 12,10 14,22

ES 0,28 0,00 0,00 0,00

SP 15,95 15,81 21,96 13,68

PR 1,32 9,15 0,09 0,90

SC 0,63 0,00 0,00 0,00

RS 77,39 37,53 22,78 1,80

MS 0,49 6,16 1,86 11,74

MT 0,00 0,05 11,94 12,64

GO 2,07 3,26 20,99 33,55

DF 0,00 0,00 0,22 0,74

DOM 0,179 0,271 0,199 0,187

GINI 0,968 0,830 0,841 0,829

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Os altos valores observados indicam que houve mudanças substanciais entre as distribuições. Em particular, o maior valor, de um pouco mais que 79, foi registrado entre 1975 e 2005. O exame das porcentagens da Tabela 7, nas colunas correspondentes a esses dois anos, permite destacar o aumento na participação da BA, MG (quase 14 pontos), MS (mais de 11 pontos), MT (cerca de 13 pontos) e, principalmente, GO (mais de 31 pontos), e a enorme queda na do RS (cerca de 76 pontos).

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215

Tabela 8. Sorgo: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 40,91 56,75 79,20

1985 ― 46,20 62,42

1995 ― ― 29,70

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, duas microrregiões (em Q4) foram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais seis (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 12 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 20 microrregiões. A concentração das distribuições é muito alta, sendo que o índice de Gini tem se mantido acima de 0,85.

Tabela 9. Sorgo: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 74 5 2 2 83 0,880 9

1985 141 16 6 2 165 0,863 24

1995 99 11 4 2 116 0,856 17

2005 157 12 6 2 177 0,887 20

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das nove microrregiões iniciais, duas permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) sete não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 18, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 20 microrregiões.

Tabela 10. Sorgo: mudança no número de microrregiõe s no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 6 3 18 27

1975 1995 5 4 12 21

1975 2005 2 7 18 27

1985 1995 5 19 12 36

1985 2005 6 18 14 38

1995 2005 10 7 10 27

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216

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (7 + 18) / 27 = 0,93, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Sorgo: distância de Cantor entre os conj untos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,78 0,76 0,93

1985 ― 0,86 0,84

1995 ― ― 0,63

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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217

Figura 2. Sorgo: dinâmica do grupo 75 de microrregi ões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 2 permaneceram (pa rte persistente, em amarelo); b) 7 saíram (vermelho); e c) 18 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 1.204/(800 + 166 + 368) = 0,10 ,

indica uma evolução com tendência espacial bem definida. Segundo a Fig. 3, trata-se de um movimento para o Norte. Em 1975 o centro de gravidade estava no RS, enquanto que em 2005 se encontrava em GO, com um deslocamento de 1.204 km entre esses dois anos. Isso concorda com o que já foi mencionado, no sentido de que o sorgo é um dos produtos que tem mostrado mais movimento.

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218

Figura 3. Sorgo: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Sorgo: distância terrestre (em km) entre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 800 837 1.204

1985 ― 166 463

1995 ― ― 368

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EMBRAPA SUÍNOS E AVES

GALINHAS

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de efetivo, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. Na tabela são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Galinhas: efetivo (cabeça) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 120.010.098 5.263.510 19.882.739 55.850.703 32.912.941 6.100.205

1985 160.501.300 8.188.525 31.832.793 60.833.944 47.663.092 11.982.946

1995 188.367.357 12.870.631 41.071.012 65.041.142 54.383.977 15.000.595

2005 186.573.334 9.255.563 39.883.815 67.546.200 52.179.376 17.708.380

Var. total 55,46 75,84 100,60 20,94 58,54 190,29

Var. anual 1,48 1,90 2,35 0,64 1,55 3,62

A variação total no País é a média (de razões) das variações totais nas regiões. Todas as variações regionais foram positivas. Comparadas com o valor para o Brasil (55,46), as variações nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste ficaram acima da média, enquanto que no Sudeste a variação ficou bem abaixo.

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 2 dá a distribuição percentual do efetivo, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 2. Galinhas: distribuição percentual do efet ivo nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GINI).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 4,39 16,57 46,54 27,43 5,08 0,469 0,533

1985 5,10 19,83 37,90 29,70 7,47 0,464 0,439

1995 6,83 21,80 34,53 28,87 7,96 0,477 0,382

2005 4,96 21,38 36,20 27,97 9,49 0,461 0,405

O indicador de assimetria tem se mantido abaixo de 0,5 ao longo dos anos, o qual assinala o predomínio, nas distribuições, da parte direita da Tabela 2 (Sul e Centro-Oeste), com respeito à esquerda (Norte e Nordeste). O índice de Gini tem mostrado uma tendência de diminuição, passando de mais de 0,5 em 1975 para cerca de 0,4 em 2005. Isso capta um certo processo de desconcentração devido, principalmente, a uma queda na participação da região Sudeste, junto com o aumento na das regiões Nordeste e Centro-Oeste. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com o efetivo de galinhas, no nível regional.

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220

Figura 1. Galinhas: evolução da contribuição percen tual das regiões para o total do efetivo.

A Tabela 3 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. Um valor máximo próximo a 12, ocorrido entre 1975 e 1995, indica que não houve grandes deslocamentos do efetivo de galinhas, no nível regional, dentro do período considerado.

Tabela 3. Galinhas: distância L1 entre as distribui ções percentuais do efetivo nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final ”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 8,64 12,01 10,33

1985 ― 4,20 3,57

1995 ― ― 3,20

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 4 apresenta os efetivos nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

0

10

20

30

40

50

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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221

Tabela 4. Galinhas: efetivo (cabeça) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 439.199 1.418.470 1.765.217 1.442.062

AC 259.529 743.721 720.006 427.903

AM 838.526 956.062 1.329.183 2.406.616

RR 190.293 98.268 361.123 560.000

PA 2.617.357 3.702.882 6.573.792 3.215.121

AP 62.854 126.132 25.870 3.222

TO 855.752 1.142.990 2.095.440 1.200.639

MA 0 4.310.751 4.519.245 3.096.996

PI 1.587.931 2.161.963 3.078.646 2.540.529

CE 3.533.321 7.612.740 7.174.794 6.751.617

RN 954.377 907.707 1.387.087 2.247.523

PB 1.756.446 1.805.029 2.848.196 2.104.899

PE 5.693.170 6.859.457 10.453.694 7.681.443

AL 845.649 911.189 1.071.875 1.650.123

SE 0 796.410 852.658 1.460.918

BA 5.511.845 6.467.547 9.684.817 12.349.767

MG 15.851.724 18.578.336 20.597.365 21.599.818

ES 2.408.451 3.163.131 2.955.522 5.868.942

RJ 4.830.281 2.892.214 3.189.426 898.776

SP 32.760.247 36.200.263 38.298.829 39.178.664

PR 12.693.524 16.802.502 21.872.957 19.839.533

SC 7.410.114 9.953.982 10.428.576 13.927.620

RS 12.809.303 20.906.608 22.082.444 18.412.223

MS 1.513.133 1.555.845 2.171.760 2.592.615

MT 1.129.742 2.351.547 3.163.215 5.156.301

GO 3.397.330 7.275.554 7.929.305 8.029.921

DF 60.000 800.000 1.736.315 1.929.543

Total 120.010.098 160.501.300 188.367.357 186.573.334

A Tabela 5 presenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 4, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria tem oscilado ao redor de 0,34, o qual indica o predomínio de unidades da federação na parte baixa da tabela (ou seja, abaixo de AL). O índice de Gini tem mostrado uma certa tendência de diminuição, passando de quase 0,7 em 1975 para um valor mais próximo de 0,6 em 2005. Isso ainda mostra uma concentração importante. Por exemplo, em 2005, apenas três estados (MG, SP e PR) reuniram um pouco mais que 43% do efetivo nacional.

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222

Tabela 5. Galinhas: distribuição percentual do efet ivo nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e conc entração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,37 0,88 0,94 0,77

AC 0,22 0,46 0,38 0,23

AM 0,70 0,60 0,71 1,29

RR 0,16 0,06 0,19 0,30

PA 2,18 2,31 3,49 1,72

AP 0,05 0,08 0,01 0,00

TO 0,71 0,71 1,11 0,64

MA 0,00 2,69 2,40 1,66

PI 1,32 1,35 1,63 1,36

CE 2,94 4,74 3,81 3,62

RN 0,80 0,57 0,74 1,20

PB 1,46 1,12 1,51 1,13

PE 4,74 4,27 5,55 4,12

AL 0,70 0,57 0,57 0,88

SE 0,00 0,50 0,45 0,78

BA 4,59 4,03 5,14 6,62

MG 13,21 11,58 10,93 11,58

ES 2,01 1,97 1,57 3,15

RJ 4,02 1,80 1,69 0,48

SP 27,30 22,55 20,33 21,00

PR 10,58 10,47 11,61 10,63

SC 6,17 6,20 5,54 7,46

RS 10,67 13,03 11,72 9,87

MS 1,26 0,97 1,15 1,39

MT 0,94 1,47 1,68 2,76

GO 2,83 4,53 4,21 4,30

DF 0,05 0,50 0,92 1,03

DOM 0,328 0,338 0,350 0,334

GINI 0,694 0,642 0,610 0,612

A Tabela 6 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 5, para qualquer par dos anos considerados. Os valores bastante baixos que se observam na Tabela 6 indicam que não houve um deslocamento importante do efetivo de galinhas, no nível de unidade da federação, dentro do período de estudo. No caso da maior distância, ocorrida de 1975 para 2005, o exame das porcentagens da Tabela 5, nas colunas correspondentes a esses dois anos, permite destacar, apenas, a queda da contribuição de SP, em pouco mais que seis pontos percentuais.

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223

Tabela 6. Galinhas: distância L1 entre as distribui ções percentuais do efetivo nas unidades da federação, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 10,98 12,99 13,82

1985 ― 7,08 9,64

1995 ― ― 9,63

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 7 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de efetivo. Por exemplo, em 2005, 13 microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% do efetivo; com mais 32 (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 84 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 129 microrregiões. A concentração das distribuições é um pouco alta, e com tendência de aumento.

Tabela 7. Galinhas: distribuição das microrregiões nos quartéis de efetivo, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 340 95 49 20 504 0,665 164

1985 387 102 45 18 552 0,703 165

1995 402 97 38 15 552 0,737 150

2005 425 84 32 13 554 0,775 129

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 8 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 164 microrregiões iniciais, 86 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 78 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 43, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 129 microrregiões.

Tabela 8. Galinhas: mudança no número de microrregi ões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 124 40 41 205

1975 1995 105 59 45 209

1975 2005 86 78 43 207

1985 1995 129 36 21 186

1985 2005 104 61 25 190

1995 2005 107 43 22 172

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224

A Tabela 9 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 8, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (78 + 43) / 207 = 0,58, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 9. Galinhas: distância de Cantor entre os co njuntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,40 0,50 0,58

1985 ― 0,31 0,45

1995 ― ― 0,38

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

Page 227: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

225

Figura 2. Galinhas: dinâmica do grupo 75 de microrr egiões para o efetivo, de 1975 para 2005: a) 86 permaneceram (parte persisten te, em amarelo); b) 78 saíram (vermelho); e c) 43 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional do efetivo, nos anos considerados. A Tabela 10 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 113/(86 + 62 + 32) = 0,37 ,

indica uma evolução sem tendência espacial definida. No entanto, as distâncias percorridas não são muito grandes (Tabela 12), e o centro de gravidade tem se mantido em MG.

Page 228: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

226

Figura 3. Galinhas: centros de gravidade nacionais do efetivo, nos anos estudados. Tabela 10. Galinhas: distância terrestre (em km) en tre os centros de gravidade do efetivo, de um “ano inicial” para um “ano final” .

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 86 143 113

1985 ― 62 31

1995 ― ― 32

Page 229: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

227

EMBRAPA SUÍNOS E AVES GALOS, FRANGOS, FRANGAS, PINTOS

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

Nesta seção, por conveniência, os produtos reunidos na designação do IBGE serão referidos simplesmente como "frangos". A Tabela 1 apresenta os dados de efetivo, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. Na tabela são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Frangos: efetivo (cabeça) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 178.425.151 8.729.626 28.544.201 74.054.782 59.200.329 7.896.213

1985 309.586.699 11.819.485 48.434.248 104.230.490 133.545.434 11.557.042

1995 541.163.942 22.487.547 71.128.493 145.545.294 273.485.220 28.517.388

2005 812.467.900 18.219.721 84.818.301 223.620.923 402.957.183 82.851.772

Var. total 355,36 108,71 197,15 201,97 580,67 949,26

Var.anual 5,18 2,48 3,70 3,75 6,60 8,15

A variação total no País é a média (de razões) das variações totais nas regiões. Todas as variações regionais foram positivas. Comparadas com o valor para o Brasil (355,36), as variações nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste ficaram bem abaixo da média, enquanto que nas outras duas regiões ficaram bem acima.

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 2 dá a distribuição percentual do efetivo, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 2. Frangos: distribuição percentual do efeti vo nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GINI).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 4,89 16,00 41,50 33,18 4,43 0,459 0,512

1985 3,82 15,64 33,67 43,14 3,73 0,432 0,543

1995 4,16 13,14 26,89 50,54 5,27 0,401 0,572

2005 2,24 10,44 27,52 49,60 10,20 0,362 0,560

O indicador de assimetria tem se mantido abaixo de 0,5 ao longo dos anos, com diminuições sucessivas. Isso assinala o predomínio progressivo, nas distribuições, da parte direita da Tabela 2 (Sul e Centro-Oeste), com respeito à esquerda (Norte e Nordeste). Enquanto que, em 1975, as regiões da parte direita reuniam cerca de 38% do efetivo, isso passou para quase 60% em 2005. O índice de Gini tem mudado pouco, com uma leve tendência de aumento, estando sempre entre 0,5 e 0,6. Enquanto que, em 1975, as regiões Sudeste e Sul reuniram quase 75% do efetivo, essa porcentagem mudou para algo mais que 77% em 2005. Isso, em si mesmo, não significa uma mudança importante; no entanto, a evolução nas duas regiões foi muito

Page 230: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

228

diferente: o Sudeste perdeu quase 14 pontos percentuais, enquanto que o Sul ganhou um pouco mais que 16 pontos. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com o efetivo de frangos, no nível regional.

Figura 1. Frangos: evolução da contribuição percent ual das regiões para o total do efetivo.

A Tabela 3 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 22, ocorrido entre 1975 e 2005, é que o deslocamento foi da ordem de 22% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se todo o efetivo de frangos tivesse se deslocado para a região Centro-Oeste, onde estava a menor porcentagem em 1975. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 22, mesmo sendo relativamente baixo na escala de zero a cem, está indicando que o produto teve deslocamentos de certa importância, no nível regional, dentro do período considerado. Por exemplo, de 1975 para 2005, segundo a Tabela 2, houve uma queda de quase 14 pontos percentuais na região Sudeste, e um aumento de mais de 16 pontos no Sul.

Tabela 3. Frangos: distância L1 entre as distribuiç ões percentuais do efetivo nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 9,96 18,20 22,19

1985 ― 9,27 12,92

1995 ― ― 5,56

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 4 apresenta os efetivos nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

0

10

20

30

40

50

60

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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229

Tabela 4. Frangos: efetivo (cabeça) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 714.718 2.133.080 5.626.581 2.954.770

AC 631.228 823.891 849.471 722.181

AM 1.899.960 1.144.148 1.740.261 1.527.537

RR 126.863 216.534 528.455 648.000

PA 3.932.315 5.882.444 10.971.675 9.918.115

AP 240.459 189.198 295.968 46.515

TO 1.184.083 1.430.190 2.475.136 2.402.603

MA 0 8.059.662 9.986.025 8.368.394

PI 3.331.175 4.245.467 6.074.203 7.599.507

CE 5.436.063 10.474.922 11.543.264 15.367.090

RN 1.302.280 1.320.594 1.529.545 2.906.662

PB 2.038.141 2.503.748 4.028.487 6.146.814

PE 6.050.024 8.921.062 13.714.285 15.882.854

AL 1.490.071 1.211.373 2.189.239 3.038.943

SE 0 1.829.881 2.188.508 3.536.628

BA 8.896.447 9.867.539 19.874.937 21.971.409

MG 20.514.132 29.570.123 44.235.371 67.618.845

ES 3.895.321 3.298.843 7.314.354 9.593.088

RJ 8.735.080 8.150.560 15.230.545 12.737.252

SP 40.910.249 63.210.964 78.765.024 133.671.738

PR 18.965.639 44.526.579 89.020.286 151.814.509

SC 18.700.807 45.402.006 73.718.164 142.411.820

RS 21.533.883 43.616.849 110.746.770 108.730.854

MS 1.624.032 1.423.228 6.851.789 21.585.870

MT 1.423.589 1.321.280 8.245.753 15.959.146

GO 4.438.133 7.212.534 9.637.610 31.801.276

DF 410.459 1.600.000 3.782.236 13.505.480

Total 178.425.151 309.586.699 541.163.942 812.467.900

A Tabela 5 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 4, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria seguiu uma tendência de diminuição, caindo de 0,325 em 1975 para 0,267 em 2005. Os valores do índice mostram o predomínio de unidades da federação na parte baixa da tabela (ou seja, abaixo de AL), e com tendência de aumentar essa dominância. O índice de Gini mostrou valores ao redor de 0,69, com leve tendência de aumento. Isso assinala para um certo processo de concentração. Por exemplo, em 1975, os estados de SP, PR, SC e RS reuniam um pouco mais que

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230

56% do efetivo nacional; para 2005, mesmo com mudanças importantes nas contribuições individuais, eles perfaziam algo mais que 66% do efetivo.

Tabela 5. Frangos: distribuição percentual do efeti vo nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (G INI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,40 0,69 1,04 0,36

AC 0,35 0,27 0,16 0,09

AM 1,06 0,37 0,32 0,19

RR 0,07 0,07 0,10 0,08

PA 2,20 1,90 2,03 1,22

AP 0,13 0,06 0,05 0,01

TO 0,66 0,46 0,46 0,30

MA 0,00 2,60 1,85 1,03

PI 1,87 1,37 1,12 0,94

CE 3,05 3,38 2,13 1,89

RN 0,73 0,43 0,28 0,36

PB 1,14 0,81 0,74 0,76

PE 3,39 2,88 2,53 1,95

AL 0,84 0,39 0,40 0,37

SE 0,00 0,59 0,40 0,44

BA 4,99 3,19 3,67 2,70

MG 11,50 9,55 8,17 8,32

ES 2,18 1,07 1,35 1,18

RJ 4,90 2,63 2,81 1,57

SP 22,93 20,42 14,55 16,45

PR 10,63 14,38 16,45 18,69

SC 10,48 14,67 13,62 17,53

RS 12,07 14,09 20,46 13,38

MS 0,91 0,46 1,27 2,66

MT 0,80 0,43 1,52 1,96

GO 2,49 2,33 1,78 3,91

DF 0,23 0,52 0,70 1,66

DOM 0,325 0,314 0,294 0,267

GINI 0,674 0,692 0,689 0,701

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 5, para qualquer par dos anos considerados. Os valores não são muito altos, o qual indica que não se deve esperar a presença de mudanças muito significativas. O valor máximo, próximo de 24, aconteceu de 1975 para 2005. O exame das porcentagens da Tabela 5, nas colunas

Page 233: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

231

correspondentes a esses dois anos, permite apenas destacar o aumento nas contribuições do PR (uns oito pontos) e de SC, e a queda na de SP.

Tabela 6. Frangos: distância L1 entre as distribuiç ões percentuais do efetivo nas unidades da federação, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 14,06 21,82 23,66

1985 ― 12,00 13,76

1995 ― ― 13,23

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 7 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de efetivo. Por exemplo, em 2005, nove microrregiões (em Q4) foram suficientes para reunir 25% do efetivo; com mais 16 (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 47 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 72 microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta, com um índice de Gini ao redor de 0,7, mas que oscila entre os anos considerados.

Tabela 7. Frangos: distribuição das microrregiões n os quartéis de efetivo, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 342 101 44 17 504 0,683 162

1985 423 88 32 9 552 0,784 129

1995 459 64 23 8 554 0,839 95

2005 481 47 16 9 553 0,872 72

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 8 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 162 microrregiões iniciais, 58 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 104 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 14, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 72 microrregiões.

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232

Tabela 8. Frangos: mudança no número de microrregiõ es no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 106 56 23 185

1975 1995 79 83 16 178

1975 2005 58 104 14 176

1985 1995 81 48 14 143

1985 2005 57 72 15 144

1995 2005 57 38 15 110

A Tabela 9 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 8, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (104 + 14) / 176 = 0,67, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 9. Frangos: distância de Cantor entre os con juntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,43 0,56 0,67

1985 ― 0,43 0,60

1995 ― ― 0,48

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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233

Figura 2. Frangos: dinâmica do grupo 75 de microrre giões para o efetivo, de 1975 para 2005: a) 58 permaneceram (parte persisten te, em amarelo); b) 104 saíram (vermelho); e c) 14 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional do efetivo, nos anos considerados. A Tabela 10 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 256/(97 + 116 + 49) = 0,02 ,

indica uma evolução que segue, praticamente, uma geodésica ("reta terrestre"). Se bem que o centro de gravidade tem se mantido dentro do estado de SP, a tendência espacial é de um movimento para o Sul-Oeste.

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234

Figura 3. Frangos: centros de gravidade nacionais d o efetivo, nos anos estudados. Tabela 10. Frangos: distância terrestre (em km) ent re os centros de gravidade do efetivo, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 97 212 256

1985 ― 116 159

1995 ― ― 49

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235

EMBRAPA SUÍNOS E AVESê OVOS DE GALINHA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

Nesta seção, por conveniência, o produto será designado simplesmente por “ovos”. A Tabela 1 apresenta os dados de quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. Na tabela são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Ovos: quantidade produzida (1.000 dúzias) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e an ual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 843.206 27.962 117.447 491.890 176.642 29.265

1985 1.739.547 45.916 277.029 891.722 425.238 99.642

1995 2.357.018 67.315 468.847 1.042.979 613.551 164.326

2005 2.791.722 75.772 454.865 1.261.705 745.723 253.657

Var. total 231,08 170,98 287,29 156,50 322,17 766,76

Var. anual 4,07 3,38 4,62 3,19 4,92 7,46

A variação total no País é a média (de razões) das variações totais nas regiões. Todas as variações regionais foram positivas. Comparadas com o valor para o Brasil (231,08), as variações nas regiões Norte e Sudeste ficaram abaixo da média, enquanto que nas outras três regiões ficaram acima.

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 2 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 2. Ovos: distribuição percentual da quantida de produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GIN I).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 3,32 13,93 58,34 20,95 3,47 0,482 0,638

1985 2,64 15,93 51,26 24,45 5,73 0,463 0,580

1995 2,86 19,89 44,25 26,03 6,97 0,464 0,509

2005 2,71 16,29 45,19 26,71 9,09 0,442 0,513

O indicador de assimetria tem se mantido abaixo de 0,5 ao longo dos anos, com tendência de diminuição, o qual assinala o predomínio progressivo, nas distribuições, da parte direita da Tabela 2 (Sul e Centro-Oeste), com respeito à esquerda (Norte e Nordeste). O índice de Gini foi diminuindo ao longo do período, refletindo um importante processo de desconcentração, com aumentos no Nordeste, Sul e Centro-Oeste, uma queda de mais de 13 pontos percentuais no Sudeste e diminuição muito pequena no Norte. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com a produção de ovos de galinha, no nível regional.

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236

Figura 1. Ovos: evolução da contribuição percentual das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 3 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. Um valor máximo próximo a 15, ocorrido entre 1975 e 1995, mostra que a produção de ovos de galinha não teve deslocamentos importantes, no nível regional, dentro do período considerado. De acordo com a Tabela 2, a alteração espacial mais significativa aconteceu na região Sudeste, de 1975 para 1995, com a queda de mais de 14 pontos percentuais.

Tabela 3. Ovos: distância L1 entre as distribuições percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 7,75 14,55 13,74

1985 ― 7,01 6,07

1995 ― ― 3,74

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 4 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

0

10

20

30

40

50

60

70

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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237

Tabela 4. Ovos: quantidade produzida (1.000 dúzias) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 1.825 7.310 11.956 6.630

AC 1.958 2.918 3.363 2.216

AM 8.475 10.947 6.868 38.918

RR 262 394 1.858 3.883

PA 9.771 18.788 32.798 17.441

AP 704 630 161 16

TO 4.967 4.929 10.311 6.668

MA 11.930 20.730 22.644 14.652

PI 6.807 13.687 23.952 18.060

CE 17.973 94.289 102.361 95.990

RN 5.207 10.332 17.184 32.903

PB 7.845 17.218 30.625 25.593

PE 31.807 70.222 195.603 124.434

AL 6.253 10.057 13.742 26.402

SE 4.297 5.784 6.688 21.366

BA 25.328 34.710 56.048 95.465

MG 98.573 211.113 255.033 348.359

ES 23.278 36.890 39.924 125.337

RJ 37.054 43.254 30.533 11.573

SP 332.985 600.465 717.489 776.436

PR 69.330 197.341 247.649 289.591

SC 37.031 71.385 116.100 197.901

RS 70.281 156.512 249.802 258.231

MS 8.767 14.331 24.271 31.784

MT 4.644 5.841 10.727 48.887

GO 15.515 64.870 92.181 121.364

DF 339 14.600 37.147 51.622

Total 843.206 1.739.547 2.357.018 2.791.722

A Tabela 5 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 4, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria se manteve entre 0,3 e 0,4, com leve tendência de diminuição; portanto, ele mostra o predomínio de unidades da federação na parte baixa da tabela (ou seja, abaixo de AL). O índice de Gini mostrou uma tendência de diminuição, passando de 0,73 em 1975 para próximo de 0,68 em 2005. Mesmo assim, existe uma concentração importante. Por exemplo, em 2005, apenas três estados (MG, SP e PR) reuniram quase 51% da produção nacional.

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238

Tabela 5. Ovos: distribuição percentual da quantida de produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,22 0,42 0,51 0,24

AC 0,23 0,17 0,14 0,08

AM 1,01 0,63 0,29 1,39

RR 0,03 0,02 0,08 0,14

PA 1,16 1,08 1,39 0,62

AP 0,08 0,04 0,01 0,00

TO 0,59 0,28 0,44 0,24

MA 1,41 1,19 0,96 0,52

PI 0,81 0,79 1,02 0,65

CE 2,13 5,42 4,34 3,44

RN 0,62 0,59 0,73 1,18

PB 0,93 0,99 1,30 0,92

PE 3,77 4,04 8,30 4,46

AL 0,74 0,58 0,58 0,95

SE 0,51 0,33 0,28 0,77

BA 3,00 2,00 2,38 3,42

MG 11,69 12,14 10,82 12,48

ES 2,76 2,12 1,69 4,49

RJ 4,39 2,49 1,30 0,41

SP 39,49 34,52 30,44 27,81

PR 8,22 11,34 10,51 10,37

SC 4,39 4,10 4,93 7,09

RS 8,33 9,00 10,60 9,25

MS 1,04 0,82 1,03 1,14

MT 0,55 0,34 0,46 1,75

GO 1,84 3,73 3,91 4,35

DF 0,04 0,84 1,58 1,85

DOM 0,324 0,322 0,325 0,310

GINI 0,730 0,726 0,702 0,682

A Tabela 6 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 5, para qualquer par dos anos considerados. Os valores são relativamente baixos, o qual indica que houve pouco deslocamento da produção de ovos, no nível de unidade da federação, dentro do período de estudo. Assim mesmo, o valor mais alto, próximo a 18, que aconteceu de 1975 para 2005, sugere investigar um pouco o que aconteceu entre esses anos. O exame das porcentagens da Tabela 5, nas colunas correspondentes a esses dois anos, permite identificar o aumento moderado na participação dos três estados da

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239

região Sul, e uma queda na de SP (cerca de 12 pontos), além de outras mudanças relativamente pequenas.

Tabela 6. Ovos: distância L1 entre as distribuições percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 10,74 16,69 17,84

1985 ― 9,60 13,42

1995 ― ― 12,23

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 7 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, oito microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais 21 (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 42 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 71 microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta, e com tendência de aumento. Em 2005, o índice de Gini chegou a 0,87. Ao longo dos anos, o produto foi registrado em quase todas as microrregiões (coluna "TOTMIC"). No entanto, uma porcentagem cada vez mais pequena delas tem formado o grupo 75, união dos conjuntos das que estão em Q2, Q3 e Q4: 1) em 1975, 119/537 = 22%; 2) em 1985, 92/552 = 17%; 3) em 1995, 79/552 = 14%; e 4) em 2005, 71/554 = 13%.

Tabela 7. Ovos: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 418 80 29 10 537 0,791 119

1985 460 57 25 10 552 0,835 92

1995 473 49 21 9 552 0,857 79

2005 483 42 21 8 554 0,870 71

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 8 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 119 microrregiões iniciais, 55 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 64 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 16, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 71 microrregiões.

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240

Tabela 8. Ovos: mudança no número de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 78 41 14 133

1975 1995 63 56 16 135

1975 2005 55 64 16 135

1985 1995 71 21 8 100

1985 2005 62 30 9 101

1995 2005 59 20 12 91

A Tabela 9 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 8, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (64 + 16) / 135 = 0,59, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 9. Ovos: distância de Cantor entre os conjun tos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,41 0,53 0,59

1985 ― 0,29 0,39

1995 ― ― 0,35

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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241

Figura 2. Ovos: dinâmica do grupo 75 de microrregiõ es para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 55 permaneceram (p arte persistente, em amarelo); b) 64 saíram (vermelho); e c) 16 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 10 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 55/(57 + 62 + 73) = 0,71,

indica uma evolução muito errática, sem tendência espacial definida. As distâncias, no entanto, são relativamente pequenas, e o centro de gravidade tem se mantido no estado de MG.

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242

Figura 3. Ovos: centros de gravidade nacionais da q uantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 10. Ovos: distância terrestre (em km) entre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 57 108 55

1985 ― 62 11

1995 ― ― 73

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243

EMBRAPA SUÍNOS E AVES SUÍNOS

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

A Tabela 1 apresenta os dados de efetivo, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. Na tabela são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Suínos: efetivo (cabeça) em 1975, 1985, 1 995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 37.640.291 1.648.553 10.306.974 7.204.099 15.406.609 3.074.056

1985 32.247.687 2.750.837 8.617.202 5.859.728 11.988.097 3.031.823

1995 36.062.103 4.595.163 9.083.746 6.210.177 12.579.582 3.593.435

2005 34.063.934 2.100.033 7.090.085 5.956.328 15.090.727 3.826.761

Var. total -9,50 27,39 -31,21 -17,32 -2,05 24,49

Var.anual -0,33 0,81 -1,24 -0,63 -0,07 0,73

A variação total no País é a média (de razões) das variações totais nas regiões. Comparadas com o valor para o Brasil (-9,50), as variações nas regiões Norte, Sul e Centro-Oeste ficaram acima da média, sendo que no Sul a variação foi negativa, enquanto que nas outras duas regiões foram negativas, e ficaram bem abaixo da média. No entanto, essa média de razões é, de fato, uma média ponderada das variações regionais, onde a ponderação está determinada pela parte que correspondeu a cada região no total do País, no ano inicial; como, em 1975, as regiões Nordeste, Sudeste e Sul tiveram muito maior peso do que as outras, e sua variação até 2005 foi negativa, isso resultou em que a variação no Brasil também fosse negativa. No caso, usando as ponderações que aparecem na Tabela 2, na linha que corresponde a 1975, tem-se o seguinte:

0,0438×27,39 + 0,2738×(-31,21) + 0,1914×(-17,32) + 0,4093×(-2,05) + 0,0817×24,49 = -9,50.

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 2 dá a distribuição percentual do efetivo, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 2. Suínos: distribuição percentual do efetiv o nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GINI).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 4,38 27,38 19,14 40,93 8,17 0,447 0,462

1985 8,53 26,72 18,17 37,18 9,40 0,470 0,373

1995 12,74 25,19 17,22 34,88 9,96 0,490 0,311

2005 6,16 20,81 17,49 44,30 11,23 0,416 0,429

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244

O indicador de assimetria tem se mantido abaixo de 0,5 ao longo dos anos, o qual assinala o predomínio, nas distribuições, da parte direita da Tabela 2 (Sul e Centro-Oeste), com respeito à parte esquerda (Norte e Nordeste). Houve, no entanto, algumas mudanças durante o período de estudo: de 1975 para 1995, quando o indicador de assimetria cresceu de 0,447 para 0,490, a contribuição percentual da parte direita caiu um pouco mais que quatro pontos, enquanto que a da parte esquerda cresceu algo mais que seis pontos; de 1995 para 2005, quando houve uma diminuição de indicador de assimetria, a evolução mudou, com crescimento de cerca de 11 pontos na parte direita e uma queda similar na parte esquerda. O índice de Gini, sempre abaixo de 0,5, foi diminuindo de 1975 para 1995, quando nenhuma região alcançou 35% de contribuição para o efetivo total no País; posteriormente, teve um aumento, que capta, principalmente, o crescimento na participação da região Sul, que passou de 44%. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com o efetivo de suínos, no nível regional.

Figura 1. Suínos: evolução da contribuição percentu al das regiões para o total do efetivo.

A Tabela 3 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. Um valor máximo próximo a 11, ocorrido entre 1995 e 2005, mostra que o efetivo de suínos não teve deslocamentos importantes, no nível regional, dentro do período considerado.

Tabela 3. Suínos: distância L1 entre as distribuiçõ es percentuais do efetivo nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 5,39 10,16 8,22

1985 ― 4,77 8,96

1995 ― ― 10,95

0

10

20

30

40

50

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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245

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 4 apresenta os efetivos nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Tabela 4. Suínos: efetivo (cabeça) em 1975, 1985, 1 995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 134.645 569.649 1.212.091 308.406

AC 109.919 154.651 203.906 151.073

AM 126.688 180.522 260.926 290.410

RR 28.374 44.248 51.751 88.000

PA 816.875 1.270.837 2.124.098 1.015.415

AP 55.906 25.170 20.063 22.248

TO 376.146 505.760 722.328 224.481

MA 3.308.891 2.607.648 2.750.960 1.666.063

PI 2.028.058 1.481.357 1.650.962 1.355.070

CE 1.366.250 1.241.518 1.210.735 1.089.530

RN 156.570 121.459 165.506 169.100

PB 257.225 243.159 248.061 144.501

PE 495.897 529.592 457.445 436.857

AL 97.970 85.436 123.619 127.781

SE 65.533 81.961 98.657 107.722

BA 2.530.580 2.225.072 2.377.801 1.993.461

MG 4.119.379 3.113.041 3.367.748 3.792.958

ES 637.936 435.861 423.455 292.405

RJ 280.433 286.279 276.086 164.103

SP 2.166.351 2.024.547 2.142.888 1.706.862

PR 6.067.880 4.433.151 3.929.536 4.547.895

SC 3.603.953 3.238.321 4.404.480 6.309.041

RS 5.734.776 4.316.625 4.245.566 4.233.791

MS 531.177 421.523 679.411 855.080

MT 512.191 682.400 990.802 1.359.824

GO 2.008.322 1.893.032 1.869.052 1.499.138

DF 22.366 34.868 54.170 112.719

Total 37.640.291 32.247.687 36.062.103 34.063.934

A Tabela 5 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 4, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria se manteve entre 0,3 e 0,4, sem mostrar uma tendência definida; em todo caso, os valores assinalam o predomínio de unidades da federação

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246

na parte baixa da tabela (isto é, abaixo de AL). O índice de Gini oscilou ao redor de 0,6, também sem tendência definida. Ainda que os valores pareçam um pouco baixos, quando comparados com os de outros produtos, eles indicam uma concentração importante. Por exemplo, considerando só os três estados da região Sul, eles reuniram quase 41% do efetivo nacional em 1975, e um pouco mais de 44% em 2005.

Tabela 5. Suínos: distribuição percentual do efetiv o nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (G INI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,36 1,77 3,36 0,91

AC 0,29 0,48 0,57 0,44

AM 0,34 0,56 0,72 0,85

RR 0,08 0,14 0,14 0,26

PA 2,17 3,94 5,89 2,98

AP 0,15 0,08 0,06 0,07

TO 1,00 1,57 2,00 0,66

MA 8,79 8,09 7,63 4,89

PI 5,39 4,59 4,58 3,98

CE 3,63 3,85 3,36 3,20

RN 0,42 0,38 0,46 0,50

PB 0,68 0,75 0,69 0,42

PE 1,32 1,64 1,27 1,28

AL 0,26 0,26 0,34 0,38

SE 0,17 0,25 0,27 0,32

BA 6,72 6,90 6,59 5,85

MG 10,94 9,65 9,34 11,13

ES 1,69 1,35 1,17 0,86

RJ 0,75 0,89 0,77 0,48

SP 5,76 6,28 5,94 5,01

PR 16,12 13,75 10,90 13,35

SC 9,57 10,04 12,21 18,52

RS 15,24 13,39 11,77 12,43

MS 1,41 1,31 1,88 2,51

MT 1,36 2,12 2,75 3,99

GO 5,34 5,87 5,18 4,40

DF 0,06 0,11 0,15 0,33

DOM 0,356 0,376 0,398 0,333

GINI 0,648 0,597 0,569 0,633

A Tabela 6 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 5, para qualquer par dos anos considerados. Os valores relativamente baixos indicam que não houve

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247

mudanças substanciais nas distribuições espaciais do efetivo de suínos, no nível de unidade da federação, dentro do período de estudo. O máximo valor, próximo de 16, aconteceu de 1975 para 2005. O exame das porcentagens da Tabela 5, nas colunas correspondentes a esses dois anos, permite assinalar o aumento na participação de SC (uns nove pontos), e queda nas do PR e RS.

Tabela 6. Suínos: distância L1 entre as distribuiçõ es percentuais do efetivo nas unidades da federação, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 7,57 13,48 15,69

1985 ― 7,84 13,97

1995 ― ― 13,65

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 7 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de efetivo. Por exemplo, em 2005, 11 microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% do efetivo; com mais 38 (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 106 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 155 microrregiões. A concentração das distribuições é um pouco alta, e com alguma tendência de aumento; isto é, o índice de Gini diminuiu de 1975 para 1985, mas tem ido em aumento a partir desse ano, chegando a 0,741 em 2005.

Tabela 7. Suínos: distribuição das microrregiões no s quartéis de efetivo, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 366 103 48 21 538 0,675 172

1985 359 111 58 25 553 0,636 194

1995 367 112 56 22 557 0,653 190

2005 399 106 38 11 554 0,741 155

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 8 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 172 microrregiões iniciais, 110 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 62 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 45, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 155 microrregiões.

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248

Tabela 8. Suínos: mudança no número de microrregiõe s no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 150 22 44 216

1975 1995 132 40 58 230

1975 2005 110 62 45 217

1985 1995 161 33 29 223

1985 2005 125 69 30 224

1995 2005 129 61 26 216

A Tabela 9 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 8, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (62 + 45) / 217 = 0,49, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 9. Suínos: distância de Cantor entre os conj untos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,31 0,43 0,49

1985 ― 0,28 0,44

1995 ― ― 0,40

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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249

Figura 2. Suínos: dinâmica do grupo 75 de microrreg iões para o efetivo, de 1975 para 2005: a) 110 permaneceram (parte persistente, em amarelo); b) 62 saíram (vermelho); e c) 45 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional do efetivo, nos anos considerados. A Tabela 10 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 143/(78 + 61 + 212) = 0,59 ,

indica uma evolução bastante errática, sem tendência espacial definida. No entanto, de 1975 para 1995 o movimento seguiu, praticamente, uma geodésica ("reta terrestre"), indo para o Noroeste; houve uma quebra desse movimento entre 1995 e 2005, quando o deslocamento foi para o Sul.

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250

Figura 3. Suínos: centros de gravidade nacionais do efetivo, nos anos estudados. Tabela 10. Suínos: distância terrestre (em km) entr e os centros de gravidade do efetivo, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 78 136 143

1985 ― 61 184

1995 ― ― 212

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251

EMBRAPA SOJA

SOJA (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Soja: área colhida (ha) em 1975, 1985, 19 95 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 5.824.492 0 757 467.197 5.106.658 249.880

1985 10.153.405 39.137 72.217 944.156 6.253.673 2.844.222

1995 11.675.005 24.617 571.085 1.130.655 5.416.792 4.531.856

2005 22.948.874 514.246 1.441.161 1.900.077 8.239.181 10.854.209

Var. total 294,01 ― 190.277,94 306,70 61,34 4.243,77

Var.anual 4,68 ― 28,62 4,79 1,61 13,40

Tabela 2. Soja: quantidade produzida (t) em 1975, 1 985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 9.893.008 0 709 765.656 8.780.627 346.016

1985 18.278.585 59.294 86.198 1.840.113 10.688.811 5.604.169

1995 25.682.637 47.271 1.255.571 2.385.166 11.986.519 10.008.110

2005 51.182.074 1.384.561 3.959.940 4.640.903 12.544.106 28.652.564

Var. total 417,36 ― 558.424,68 506,13 42,86 8.180,70

Var. anual 5,63 ― 33,32 6,19 1,20 15,86

Tabela 3. Soja: produtividade (kg/ha) em 1975, 1985 , 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 1.699 ― 937 1.639 1.719 1.385

1985 1.800 1.515 1.194 1.949 1.709 1.970

1995 2.200 1.920 2.199 2.110 2.213 2.208

2005 2.230 2.692 2.748 2.442 1.522 2.640

Variação total 31,31 ― 193,38 49,04 -11,45 90,63

Variação anual 0,91 ― 3,65 1,34 -0,40 2,17

A relação 5,63 ≅ 4,68 + 0,91 indica que, no total do País, o grande aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se muito mais ao aumento na área colhida do que na produtividade. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

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NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Soja: distribuição percentual da quantida de produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GIN I).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 0,00 0,01 7,74 88,76 3,50 0,261 0,926

1985 0,32 0,47 10,07 58,48 30,66 0,203 0,732

1995 0,18 4,89 9,29 46,67 38,97 0,202 0,635

2005 2,71 7,74 9,07 24,51 55,98 0,192 0,617

O indicador de assimetria tem se mantido muito abaixo de 0,5 ao longo dos anos, com tendência decrescente, o qual assinala um grande predomínio, nas distribuições, da parte direita da Tabela 4 (Sul e Centro-Oeste), com respeito à parte esquerda (Norte e Nordeste). De fato, a parte direita sempre tem reunido mais de 80% da quantidade produzida de soja. No entanto, tem ocorrido uma mudança substancial dentro dessa parte: em 1975, o Sul tinha quase 89% e o Centro-Oeste menos de 4% do total nacional; para 2005, a participação do Sul tinha caído para cerca de 25%, enquanto que a do Centro-Oeste tinha passado para quase 56%. O índice de Gini foi diminuindo ao longo do período, caindo de mais de 0,9 para um pouco mais que 0,6, o qual significa um importante processo de desconcentração. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com a soja, no nível regional.

Figura 1. Soja: evolução da contribuição percentual das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. Um valor máximo próximo a 64, ocorrido entre 1975 e 2005, indica que a soja teve grandes deslocamentos, no nível regional, dentro do período considerado. De fato, é um dos produtos que mostrou maiores deslocamentos regionais no período. Nesse sentido, basta observar, na Tabela 4 que, de 1975 para 2005, houve uma queda de mais de 64 pontos percentuais na região Sul, e um aumento de mais de 52 pontos no Centro-Oeste.

0

20

40

60

80

100

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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253

Tabela 5. Soja: distância L1 entre as distribuições percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 30,28 42,08 64,25

1985 ― 12,73 34,97

1995 ― ― 22,38

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

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254

Tabela 6. Soja: quantidade produzida (t) em 1975, 1 985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0 677 10.800 233.281

AC 0 0 0 114

AM 0 0 0 5.136

RR 0 0 0 36.400

PA 0 0 0 204.302

TO 0 58.617 36.471 905.328

MA 0 9.013 162.375 996.909

PI 0 875 20.199 559.545

CE 0 0 0 630

PE 0 0 86 0

AL 0 0 0 984

SE 0 710 0 0

BA 709 75.600 1.072.911 2.401.872

MG 87.375 879.727 1.199.666 2.937.243

ES 281 0 0 0

SP 678.000 960.386 1.185.500 1.703.660

PR 3.624.946 4.413.000 5.694.427 9.492.153

SC 467.160 563.882 444.107 607.413

RS 4.688.521 5.711.929 5.847.985 2.444.540

MS 271.964 2.558.720 2.283.546 3.718.514

MT 660 1.656.039 5.491.426 17.761.444

GO 73.392 1.297.623 2.146.926 6.983.860

DF 0 91.787 86.212 188.746

Total 9.893.008 18.278.585 25.682.637 51.182.074

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria teve sempre valores menores que 0,2. Ou seja, as distribuições têm um claro predomínio da parte baixa da tabela. A mudança de 0,192, em 1975, para 0,188, em 2005, parece muito pequena; no entanto, ela capta a diminuição nas contribuições do PR e RS, e o aumento nas do MT e GO. O índice de Gini foi muito alto, com valores acima de 0,8, mas com tendência de diminuição, o qual indica um certo processo de desconcentração. Por exemplo, em 1975, el teve o valor de 0,935; naquele ano, duas unidades da federação (PR e RS) reuniram algo mais que 84% da produção nacional. Para 2005, o seu valor foi de 0,817, e as duas unidades com maior contribuição (PR e MT) reuniram apenas um pouco mais que 53%. Além de outras mudanças, cabe assinalar que, em 2005, cada um dos estados de TO, MA e PI contribuiu com mais de 1% do total nacional, sendo que eles não tinham registro de soja em 1975.

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255

Tabela 7. Soja: distribuição percentual da quantida de produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e conc entração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,00 0,00 0,04 0,46

AC 0,00 0,00 0,00 0,00

AM 0,00 0,00 0,00 0,01

RR 0,00 0,00 0,00 0,07

PA 0,00 0,00 0,00 0,40

TO 0,00 0,32 0,14 1,77

MA 0,00 0,05 0,63 1,95

PI 0,00 0,00 0,08 1,09

CE 0,00 0,00 0,00 0,00

PE 0,00 0,00 0,00 0,00

AL 0,00 0,00 0,00 0,00

SE 0,00 0,00 0,00 0,00

BA 0,01 0,41 4,18 4,69

MG 0,88 4,81 4,67 5,74

ES 0,00 0,00 0,00 0,00

SP 6,85 5,25 4,62 3,33

PR 36,64 24,14 22,17 18,55

SC 4,72 3,08 1,73 1,19

RS 47,39 31,25 22,77 4,78

MS 2,75 14,00 8,89 7,27

MT 0,01 9,06 21,38 34,70

GO 0,74 7,10 8,36 13,65

DF 0,00 0,50 0,34 0,37

DOM 0,192 0,173 0,174 0,188

GINI 0,935 0,849 0,822 0,817

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Os altos valores observados indicam que houve mudanças substanciais entre as distribuições. Em particular, o maior valor, de quase 68, foi registrado de 1975 para 2005. O exame das porcentagens da Tabela 7, nas colunas correspondentes a esses dois anos, permite destacar o aumento nas participações do MT (próximo a 35 pontos) e de GO (quase 13 pontos), e a queda nas do PR (uns 18 pontos) e, principalmente, do RS (cerca de 43 pontos).

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256

Tabela 8. Soja: distância L1 entre as distribuições percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 31,88 44,32 67,77

1985 ― 18,04 42,76

1995 ― ― 25,08

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, quatro microrregiões (em Q4) foram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais 11 (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 26 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 41 microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta, sendo que o índice de Gini tem se mantido de 0,8 para cima, e com tendência de aumento a partir de 1985. Em todos os anos considerados, o grupo 50, união dos conjuntos de microrregiões em Q3 e Q4, contendo as que, em número mínimo, são suficientes para reunir 50% da quantidad produzida, não alcançou o número de 20 microrregiões.

Tabela 9. Soja: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 166 15 8 5 194 0,842 28

1985 185 23 12 7 227 0,800 42

1995 174 22 10 6 212 0,811 38

2005 218 26 11 4 259 0,846 41

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 28 microrregiões iniciais, 11 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) 17 não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 30, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 41 microrregiões.

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257

Tabela 10. Soja: mudança no número de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 23 5 19 47

1975 1995 20 8 18 46

1975 2005 11 17 30 58

1985 1995 31 11 7 49

1985 2005 24 18 17 59

1995 2005 27 11 14 52

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (17 + 30) / 58 = 0,81, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Soja: distância de Cantor entre os conju ntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,51 0,57 0,81

1985 ― 0,37 0,59

1995 ― ― 0,48

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

Page 260: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

258

Figura 2. Soja: dinâmica do grupo 75 de microrregiõ es para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 11 permaneceram (p arte persistente, em amarelo); b) 17 saíram (vermelho); e c) 30 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 938/(311 + 246 + 381) = 0,00 ,

indica uma evolução que segue, praticamente, uma geodésica ("reta terrestre"). Segundo a Fig. 3, o movimento é claramente para o Norte. Isso é perfeitamente compatível com o que mostra a Tabela 7, com queda nas contribuições percentuais do PR e RS, e aumento nas de MT e GO.

Page 261: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

259

Figura 3. Soja: centros de gravidade nacionais da q uantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Soja: distância terrestre (em km) entre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 311 557 938

1985 ― 246 627

1995 ― ― 381

Page 262: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

260

EMBRAPA TRIGO

AVEIA (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Aveia: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1 995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 44.793 0 0 0 44.793 0

1985 150.395 0 0 0 141.977 8.418

1995 165.179 0 0 0 160.774 4.405

2005 367.921 0 0 0 356.091 11.830

Variação total 721,38 ― ― ― 694,97 ―

Variação anual 7,27 ― ― ― 7,15 ―

Tabela 2. Aveia: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 41.593 0 0 0 41.593 0

1985 166.158 0 0 0 157.326 8.832

1995 180.880 0 0 0 177.209 3.671

2005 522.428 0 0 0 510.178 12.250

Variação total 1.156,05 ― ― ― 1.126,60 ―

Variação anual 8,80 ― ― ― 8,72 ―

Tabela 3. Aveia: produtividade (kg/ha) em 1975, 198 5, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 929 ― ― ― 929 ―

1985 1.105 ― ― ― 1.108 1.049

1995 1.095 ― ― ― 1.102 833

2005 1.420 ― ― ― 1.433 1.036

Variação total 52,92 ― ― ― 54,29 ―

Variação anual 1,43 ― ― ― 1,46 ―

A relação 8,80 ≅ 7,27 + 1,43 indica que, no total do País, o aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se muito mais ao aumento na área colhida do

Page 263: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

261

que na produtividade. A região Sul, onde esteve quase toda a produção, logicamente mostra um comportamento análogo.

NÍVEL REGIONAL

No período de avaliação mais de 90% da produção aconteceu no Sul, de modo que não é adequado explorar diferenças regionais.

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 4 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Tabela 4. Aveia: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

PR 14.152 38.909 119.310 390.624

SC 3.295 56.485 10.518 16.803

RS 24.146 61.932 47.381 102.751

MS 0 8.832 3.608 12.250

DF 0 0 63 0

Total 41.593 166.158 180.880 522.428

A Tabela 5 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 4, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria teve valores ao redor de 0,2, com tendência de crescimento. Ou seja, as distribuições têm claro predomínio da parte baixa da tabela (isto é, abaixo de AL, já que se consideram todas as unidades da federação), mas o aumento no indicador capta o deslocamento causado pelo incremento na contribuição do PR e a queda na do RS. O índice de Gini foi extremamente alto, com valores acima de 0,96 em 1975, 1995 e 2005, e de quase 0,93 em 1985. No caso, salvo em 1985, apenas dois estados (PR e RS) reuniram mais de 90% da produção nacional.

Tabela 5. Aveia: distribuição percentual da quantid ade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

PR 34,02 23,42 65,96 74,77

SC 7,92 33,99 5,81 3,22

RS 58,05 37,27 26,19 19,67

MS 0,00 5,32 1,99 2,34

DF 0,00 0,00 0,03 0,00

DOM 0,183 0,183 0,206 0,212

GINI 0,962 0,926 0,966 0,975

Page 264: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

262

A Tabela 6 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 5, para qualquer par dos anos considerados. Apesar da concentração do produto na região Sul, os altos valores observados indicam que houve mudanças substanciais entre as distribuições no nível de unidade da federação. Em particular, o maior valor, de mais de 51, foi registrado de 1985 para 2005. O exame das porcentagens da Tabela 5, nas colunas correspondentes a esses dois anos, permite destacar o aumento na participação do PR ( mais de 51 pontos), e a queda nas de SC (próxima de 31 pontos) e dfo RS (cerca de 18 pontos).

Tabela 6. Aveia: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 31,39 33,97 43,09

1985 ― 42,58 51,35

1995 ― ― 9,16

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 7 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, quatro microrregiões (em Q4) foram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais cinco (em Q3) se alcançava 50% e adicionando nove (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 18 microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta, mas com clara tendência de diminuição; em 1975, o índice de Gini foi de 0,845, enquanto que em 2005 ficou em 0,687. De modo que pode perceber-se um certo processo de desconcentração, que tem acompanhado o aumento no número de microrregiões com registro do produto (coluna "TOTMIC").

Tabela 7. Aveia: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 37 3 2 1 43 0,845 6

1985 47 8 4 1 60 0,789 13

1995 47 8 5 2 62 0,742 15

2005 48 9 5 4 66 0,687 18

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 8 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das seis microrregiões iniciais, duas permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) quatro não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 16, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 18 microrregiões.

Page 265: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

263

Tabela 8. Aveia: mudança no número de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 4 2 9 15

1975 1995 1 5 14 20

1975 2005 2 4 16 22

1985 1995 5 8 10 23

1985 2005 5 8 13 26

1995 2005 10 5 8 23

A Tabela 9 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 8, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (4 + 16) / 22 = 0,91, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 9. Aveia: distância de Cantor entre os conju ntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,73 0,95 0,91

1985 ― 0,78 0,81

1995 ― ― 0,57

A Fig. 1 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

Page 266: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

264

Figura 1. Aveia: dinâmica do grupo 75 de microrregi ões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 2 permaneceram (pa rte persistente, em amarelo); b) 4 saíram (vermelho); e c) 16 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 2 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 10 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 348/(160 + 144 + 46) = 0,00 ,

onde a aproximação deve-se a diferenças no arredondamento das distâncias, indica uma evolução que segue, praticamente, uma geodésica ("reta terrestre"). A tendência espacial é de um movimento para o Norte. Isso está de acordo com o que mostra a Tabela 5, com aumento na contribuição percentual do PR e queda na do RS.

Page 267: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

265

Figura 2. Aveia: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 10. Aveia: distância terrestre (em km) entre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 160 303 348

1985 ― 144 190

1995 ― ― 46

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266

EMBRAPA TRIGO CENTEIO (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Centeio: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 20.857 0 0 0 20.857 0

1985 12.611 0 0 0 12.611 0

1995 2.647 0 0 0 2.647 0

2005 4.543 0 0 0 4.293 250

Variação total -78,22 ― ― ― -79,42 ―

Variação anual -4,95 ― ― ― -5,13 ―

Tabela 2. Centeio: quantidade produzida (t) em 1975 , 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), e ntre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 19.430 0 0 0 19.430 0

1985 13.222 0 0 0 13.222 0

1995 2.591 0 0 0 2.591 0

2005 6.109 0 0 0 5.734 375

Variação total -68,56 ― ― ― -70,49 ―

Variação anual -3,78 ― ― ― -3,99 ―

Tabela 3. Centeio: produtividade (kg/ha) em 1975, 1 985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 932 ― ― ― 932 ―

1985 1.048 ― ― ― 1.048 ―

1995 979 ― ― ― 979 ―

2005 1.345 ― ― ― 1.336 1.500

Variação total 44,35 ― ― ― 43,38 ―

Variação anual 1,23 ― ― ― 1,21 ―

A relação -3,78 ≅ -4,95 + 1,23 indica que, no total do País, a grande queda na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se exclusivamente à queda na área colhida, já que houve aumento na produtividade. A região Sul, onde esteve quase toda a produção, logicamente mostra um comportamento análogo.

Page 269: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

267

NÍVEL REGIONAL

No período de avaliação praticamente toda a produção aconteceu no Sul, de modo que não é adequado explorar diferenças regionais.

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 4 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Tabela 4. Centeio: quantidade produzida (t) em 1975 , 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

PR 8.108 11.100 588 1.065

SC 4.248 1.470 114 112

RS 7.074 652 1.889 4.557

MS 0 0 0 375

Total 19.430 13.222 2.591 6.109

A Tabela 5 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 4, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria teve valores ao redor de 0,2, com tendência de diminuição. Ou seja, as distribuições têm claro predomínio da parte baixa da tabela (isto é, abaixo de AL, já que se consideram todas as unidades da federação), mas a diminuição no indicador capta o deslocamento causado pela queda nas contribuições do PR e SC e o aumento na do RS. O índice de Gini foi extremamente alto, com valores bem acima de 0,9. No entanto, cabe observar que, se bem as concentrações indicadas para 1985 (0,984) e 2005 (0,973) podem parecer próximas, o fato é que as respectivas distribuições são muito diferentes. Em particular, as respectivas contribuições do PR e do RS foram de 83,95% e 4,93% em 1985, e de 17,43% e 74,59% em 2005; essa mudança se reflete no indicador de assimetria, que caiu de 0,223 para 0,166 entre esses dois anos.

Tabela 5. Centeio: distribuição percentual da quant idade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

PR 41,73 83,95 22,69 17,43

SC 21,86 11,12 4,40 1,83

RS 36,41 4,93 72,91 74,59

MS 0,00 0,00 0,00 6,14

DOM 0,194 0,223 0,173 0,166

GINI 0,938 0,984 0,976 0,973

A Tabela 6 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 5, para qualquer par dos anos considerados. Apesar da concentração na região Sul, os altos valores observados indicam que houve mudanças substanciais entre as distribuições no nível de unidade da federação. Em particular, o maior valor, cerca de 76, foi registrado de 1985 para 2005. O exame das porcentagens da Tabela 5, nas colunas

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268

correspondentes a esses dois anos, permite destacar o aumento na participação do RS (próximo a 70 pontos), e a queda nas do PR (próxima a 67 pontos) e de SC.

Tabela 6. Centeio: distância L1 entre as distribuiç ões percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 42,22 36,50 44,33

1985 ― 67,98 75,80

1995 ― ― 7,83

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 7 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, uma microrregião (em Q4) era suficiente para reunir 25% da quantidade produzida; com mais uma (em Q3) se alcançava 50% e adicionando quatro (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por seis microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta, com um índice de Gini ao redor de 0,7, mas que oscila entre os anos considerados. Em todos esses anos, não mais do que sete microrregiões foram suficientes para reunir 75% da quantidade produzida.

Tabela 7. Centeio: distribuição das microrregiões n os quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 26 4 2 1 33 0,778 7

1985 33 4 1 1 39 0,846 6

1995 14 3 1 2 20 0,667 6

2005 15 4 1 1 21 0,714 6

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 8 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das sete microrregiões iniciais, nenhuma permanecia em 2005 (coluna "A"); 2) todas tinham saído do G75 para ano final (coluna "B"); e 3) seis, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por seis microrregiões.

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269

Tabela 8. Centeio: mudança no número de microrregiõ es no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 0 7 6 13

1975 1995 2 5 4 11

1975 2005 0 7 6 13

1985 1995 0 6 6 12

1985 2005 0 6 6 12

1995 2005 3 3 3 9

A Tabela 9 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 8, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (7 + 6) / 13 = 1,00, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 9. Centeio: distância de Cantor entre os con juntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 1,00 0,82 1,00

1985 ― 1,00 1,00

1995 ― ― 0,67

A Fig. 1 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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270

Figura 1. Centeio: dinâmica do grupo 75 de microrre giões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 7 saíram (vermelho ); e b) 6 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 2 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 10 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 242/(271 + 266 + 58) = 0,59 ,

indica uma evolução bastante errática, sem tendência espacial definida. De fato, a Tabela 5 mostra várias alterações importantes nas contribuições percentuais dos estados da região Sul, ao longo do período estudado.

Page 273: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

271

Figura 2. Centeio: centros de gravidade nacionais d a quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 10. Centeio: distância terrestre (em km) ent re os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 271 222 242

1985 ― 266 223

1995 ― ― 58

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272

EMBRAPA TRIGO CEVADA (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Cevada: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 23.732 0 0 0 23.732 0

1985 110.308 0 0 31 110.277 0

1995 69.458 0 0 0 69.458 0

2005 144.511 0 0 0 143.573 938

Variação total 508,93 ― ― ― 504,98 ―

Variação anual 6,21 ― ― ― 6,18 ―

Tabela 2. Cevada: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), e ntre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 25.463 0 0 0 25.463 0

1985 170.618 0 0 101 170.517 0

1995 104.634 0 0 0 104.634 0

2005 326.251 0 0 0 322.519 3.732

Variação total 1.181,27 ― ― ― 1.166,62 ―

Variação anual 8,87 ― ― ― 8,83 ―

Tabela 3. Cevada: produtividade (kg/ha) em 1975, 19 85, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 1.073 ― ― ― 1.073 ―

1985 1.547 ― ― 3.258 1.546 ―

1995 1.506 ― ― ― 1.506 ―

2005 2.258 ― ― ― 2.246 3.979

Variação total 110,41 ― ― ― 109,37 ―

Variação anual 2,51 ― ― ― 2,49 ―

A relação 8,87 ≅ 6,21 + 2,15 indica que, no total do País, o importante aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se muito mais ao aumento na área colhida do que na produtividade. A região Sul, onde esteve quase toda a produção, logicamente mostra um comportamento análogo.

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273

NÍVEL REGIONAL

No período de avaliação praticamente toda a produção aconteceu no Sul, de modo que não é adequado explorar diferenças regionais.

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 4 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Tabela 4. Cevada: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

MG 0 101 0 0

PR 10.375 62.511 32.282 116.919

SC 3.568 41.902 6.396 8.627

RS 11.520 66.104 65.956 196.973

GO 0 0 0 3.732

Total 25.463 170.618 104.634 326.251

A Tabela 5 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 4, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria teve valores abaixo de 0,2, com certa tendência de diminuição. Ou seja, as distribuições têm claro predomínio da parte baixa da tabela (isto é, abaixo de AL, já que se consideram todas as unidades da federação), mas a diminuição no indicador, de 1975 para 2005, capta o deslocamento causado pela queda nas contribuições do PR e SC e o aumento na do RS. O índice de Gini foi extremamente alto, com valores acima de 0,9. Em particular, em 1995 e 2005, os estados do PR e RS reuniram mais de 90% da produção nacional.

Tabela 5. Cevada: distribuição percentual da quanti dade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

MG 0,00 0,06 0,00 0,00

PR 40,75 36,64 30,85 35,84

SC 14,01 24,56 6,11 2,64

RS 45,24 38,74 63,03 60,37

GO 0,00 0,00 0,00 1,14

DOM 0,191 0,192 0,180 0,181

GINI 0,947 0,934 0,967 0,966

A Tabela 6 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 5, para qualquer par dos anos considerados. Os valores registrados não são muito altos. No entanto, dada a concentração na região Sul, o máximo valor, de um pouco mais que 24, registrado de 1985 para 1995, sugere que houve alguma mudança importante entre esses anos. De fato, o exame das porcentagens da Tabela 5, nas colunas correspondentes a

Page 276: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

274

esses dois anos, permite destacar o aumento na contribuição do RS (mais de 24 pontos) e a queda na de SC (mais de 18 pontos).

Tabela 6. Cevada: distância L1 entre as distribuiçõ es percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 10,61 17,79 16,28

1985 ― 24,29 22,77

1995 ― ― 6,13

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 7 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, duas microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais duas (em Q3) se alcançava 50% e adicionando cinco (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por nove microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta, sendo que o índice de Gini tem se mantido acima de 0,77. Em todos os anos considerados, não mais do que dez microrregiões foram suficientes para reunir 75% da quantidade produzida.

Tabela 7. Cevada: distribuição das microrregiões no s quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 26 4 2 1 33 0,778 7

1985 41 6 2 2 51 0,791 10

1995 27 5 1 2 35 0,771 8

2005 38 5 2 2 47 0,787 9

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 8 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das sete microrregiões iniciais, três permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) quatro não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) seis, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por nove microrregiões.

Page 277: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

275

Tabela 8. Cevada: mudança no número de microrregiõe s no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 4 3 6 13

1975 1995 3 4 5 12

1975 2005 3 4 6 13

1985 1995 5 5 3 13

1985 2005 5 5 4 14

1995 2005 7 1 2 10

A Tabela 9 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 8, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (4 + 6) / 13 = 0,77, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 9. Cevada: distância de Cantor entre os conj untos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,69 0,75 0,77

1985 ― 0,62 0,64

1995 ― ― 0,30

A Fig. 1 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

Page 278: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

276

Figura 1. Cevada: dinâmica do grupo 75 de microrreg iões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 3 permaneceram (pa rte persistente, em amarelo); b) 4 saíram (vermelho); e c) 6 entraram ( azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 2 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 10 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 16/(13 + 49 + 27) = 0,82 ,

indica uma evolução totalmente errática, sem tendência espacial definida. No entanto, as distâncias são pequenas, e o centro de gravidade tem se mantido próximo da divisa entre SC e RS.

Page 279: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

277

Figura 2. Cevada: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 10. Cevada: distância terrestre (em km) entr e os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 13 40 16

1985 ― 49 22

1995 ― ― 27

Page 280: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

278

EMBRAPA TRIGO TRIGO (EM GRÃO)

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Trigo: área colhida (ha) em 1975, 1985, 1 995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 2.931.508 0 0 123.300 2.766.699 41.509

1985 2.676.725 0 0 162.453 2.312.674 201.598

1995 994.734 0 0 26.902 942.503 25.329

2005 2.360.696 0 343 71.582 2.180.181 108.590

Variação total -19,47 ― ― -41,94 -21,20 161,61

Variação anual -0,72 ― ― -1,80 -0,79 3,26

Tabela 2. Trigo: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 1.788.180 0 0 70.830 1.708.384 8.966

1985 4.320.267 0 0 308.924 3.692.803 318.540

1995 1.533.871 0 0 49.489 1.457.089 27.293

2005 4.658.790 0 1.915 200.022 4.263.685 193.168

Variação total 160,53 ― ― 182,40 149,57 2.054,45

Variação anual 3,24 ― ― 3,52 3,10 10,78

Tabela 3. Trigo: produtividade (kg/ha) em 1975, 198 5, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 610 ― ― 574 617 216

1985 1.614 ― ― 1.902 1.597 1.580

1995 1.542 ― ― 1.840 1.546 1.078

2005 1.973 ― 5.583 2.794 1.956 1.779

Variação total 223,53 ― ― 386,43 216,72 723,55

Variação anual 3,99 ― ― 5,41 3,92 7,28

A relação 3,24 ≅ -0,72 + 3,99 indica que, no total do País, o aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se exclusivamente ao aumento na produtividade, já que houve queda na área colhida. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções.

Page 281: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

279

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Trigo: distribuição percentual da quantid ade produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GIN I).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 0,00 0,00 3,96 95,54 0,50 0,259 0,975

1985 0,00 0,00 7,15 85,48 7,37 0,249 0,892

1995 0,00 0,00 3,23 94,99 1,78 0,254 0,966

2005 0,00 0,04 4,29 91,52 4,15 0,251 0,936

O indicador de assimetria tem se mantido próximo de 0,25 ao longo dos anos, o qual concorda com o total predomínio, nas distribuições, da região Sul (na parte direita da Tabela 4) com respeito às demais regiões. O índice de Gini teve valores muito altos, em geral acima de 0,9, o que está de acordo com a concentração das distribuições em uma região. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com o trigo, no nível regional.

Figura 1. Trigo: evolução da contribuição percentua l das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. O valor máximo próximo a dez, ocorrido entre 1975 e 1985, indica que o trigo não passou por deslocamentos importantes, no nível regional, dentro do período considerado. De todos modos, em termos qualitativos, convém observar um certo processo de retorno, indicado pelo fato de que a distância entre as distribuições de 1975 e 1985 é maior do que a que existe entre a distribuição de 1975 e as de 1995 e 2005.

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

Page 282: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

280

Tabela 5. Trigo: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 10,06 1,28 4,02

1985 ― 9,52 6,08

1995 ― ― 3,48

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Tabela 6. Trigo: quantidade produzida (t) em 1975, 1985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

BA 0 0 0 1.915

MG 330 12.929 9.089 63.722

SP 70.500 295.995 40.400 136.300

PR 443.600 2.639.225 1.068.689 2.767.440

SC 30.484 51.620 53.875 106.514

RS 1.234.300 1.001.958 334.525 1.389.731

MS 8.966 317.644 19.786 136.410

MT 0 162 0 683

GO 0 507 3.613 49.885

DF 0 227 3.894 6.190

Total 1.788.180 4.320.267 1.533.871 4.658.790

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria teve valores ao redor de 0,2. Ou seja, as distribuições têm claro predomínio da parte baixa da tabela (isto é, abaixo de AL, já que se consideram todas as unidades da federação). O indicador foi aumentando de 1975 para1995, e diminuiu desse último ano para 2005; dado o predomínio dos estados do PR e RS, essa variação capta os deslocamentos que envolvem essas duas unidades da federação. Assim, a contribuição percentual do PR vai aumentanto de 1975 para 1995, e cai de 1995 para 2005, enquanto que a do RS mostra uma evolução oposta. O índice de Gini foi extremamente alto, com valores acima de 0,94. De fato, nos anos considerados, a contribuição conjunta do PR e RS foi maior que 84% da produção nacional, passando de 91% em 1975 e 1995.

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281

Tabela 7. Trigo: distribuição percentual da quantid ade produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

BA 0,00 0,00 0,00 0,04

MG 0,02 0,30 0,59 1,37

SP 3,94 6,85 2,63 2,93

PR 24,81 61,09 69,67 59,40

SC 1,70 1,19 3,51 2,29

RS 69,03 23,19 21,81 29,83

MS 0,50 7,35 1,29 2,93

MT 0,00 0,00 0,00 0,01

GO 0,00 0,01 0,24 1,07

DF 0,00 0,01 0,25 0,13

DOM 0,178 0,207 0,212 0,204

GINI 0,969 0,950 0,963 0,947

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Os relativamente altos valores observados indicam que houve mudanças importantes entre as distribuições. Em particular, o maior valor, próximo a 49, foi registrado de 1975 para 1995. O exame das porcentagens da Tabela 7, nas colunas correspondentes a esses dois anos, permite destacar o aumento na participação do PR (quase 45 pontos) e a queda na do RS (próxima de 47 pontos). De todos modos, cabe assinalar que, de 1995 para 2005, houve mudança de sentido nessas duas alterações; isto é, houve queda no PR e aumento no RS. Isso aponta para um possível movimento de "retorno" para o RS, que predominava em 1975; em concordância com isso, a distância de 1975 para 1995, na Tabela 8, é maior do que a de 1975 para 2005.

Tabela 8. Trigo: distância L1 entre as distribuiçõe s percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 46,34 48,52 40,21

1985 ― 11,67 10,04

1995 ― ― 11,62

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, cinco microrregiões (em Q4) eram suficientes para reunir 25% da quantidade produzida; com mais oito (em Q3) se alcançava 50% e adicionando 13 (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por 26 microrregiões. A concentração das distribuições é bastante alta, com um índice de Gini ao redor de 0,8, mas que oscila entre os anos

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282

considerados. Em todos esses anos, menos de 30 microrregiões foram suficientes para reunir 75% da quantidade produzida.

Tabela 9. Trigo: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 89 12 7 3 111 0,790 22

1985 119 11 5 3 138 0,855 19

1995 80 14 7 4 105 0,746 25

2005 94 13 8 5 120 0,756 26

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das 22 microrregiões iniciais, 14 permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) oito não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) 12, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por 26 microrregiões.

Tabela 10. Trigo: mudança no número de microrregiõe s no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 11 11 8 30

1975 1995 13 9 12 34

1975 2005 14 8 12 34

1985 1995 16 3 9 28

1985 2005 15 4 11 30

1995 2005 19 6 7 32

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (8 + 12) / 34 = 0,59, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Trigo: distância de Cantor entre os conj untos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,63 0,62 0,59

1985 ― 0,43 0,50

1995 ― ― 0,41

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

Page 285: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

283

Figura 2. Trigo: dinâmica do grupo 75 de microrregi ões para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 14 permaneceram (p arte persistente, em amarelo); b) 8 saíram (vermelho); e c) 12 entraram (azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 249/(272 + 58 + 25) = 0,30 ,

indica uma evolução um pouco errática, sem tendência espacial definida. No entanto, segundo a Fig. 3, a evolução capta um certo movimento de "retorno", do PR para o RS, que já foi mencionado em relação aos dados da Tabela 7.

Page 286: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

284

Figura 3. Trigo: centros de gravidade nacionais da quantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Trigo: distância terrestre (em km) entre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 272 274 249

1985 ― 58 65

1995 ― ― 25

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285

EMBRAPA UVA E VINHO

MAÇÃ

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Maçã: área colhida (ha) em 1975, 1985, 19 95 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 5.123 0 0 2.122 3.001 0

1985 20.061 0 0 2.156 17.905 0

1995 26.704 0 0 668 26.036 0

2005 35.493 0 0 222 35.271 0

Variação total 592,82 ― ― -89,54 1.075,31 ―

Variação anual 6,66 ― ― -7,25 8,56 ―

Tabela 2. Maçã: quantidade produzida (t) em 1975, 1 985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 25.659 0 0 10.099 15.560 0

1985 216.508 0 0 15.396 201.112 0

1995 514.803 0 0 11.061 503.742 0

2005 850.535 0 0 2.811 847.724 0

Variação total 3.214,76 ― ― -72,17 5.348,10 ―

Variação anual 12,38 ― ― -4,17 14,25 ―

Tabela 3. Maçã: produtividade (kg/ha) em 1975, 1985 , 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 5.009 ― ― 4.759 5.185 ―

1985 10.792 ― ― 7.141 11.232 ―

1995 19.278 ― ― 16.558 19.348 ―

2005 23.963 ― ― 12.662 24.035 ―

Variação total 378,45 ― ― 166,06 363,55 ―

Variação anual 5,36 ― ― 3,32 5,25 ―

A relação 12,38 ≅ 6,66 + 5,36 indica que, no total do País, o notável aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se um pouco mais ao aumento na

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286

área colhida do que na produtividade. Nas duas regiões com registros do produto (Sudeste e Sul) as evoluções foram muito diferentes.

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Maçã: distribuição percentual da quantida de produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GIN I).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 0,00 0,00 39,36 60,64 0,00 0,348 0,803

1985 0,00 0,00 7,11 92,89 0,00 0,268 0,964

1995 0,00 0,00 2,15 97,85 0,00 0,255 0,989

2005 0,00 0,00 0,33 99,67 0,00 0,251 0,998

O indicador de assimetria tem se mantido com valores muito baixos, em geral menores que 0,3, ao longo dos anos, o qual concorda com o grande predomínio, nas distribuições, da região Sul (na parte direita da Tabela 4) com respeito às demais regiões. O índice de Gini sempre teve valores muito altos, que foram aumentando até alcançar 0,998 em 2005. Isso apenas capta o que se observa na Tabela 4: em 1975 um pouco mais que 60% da quantidade produzida estava na região Sul, e o restante no Sudeste; para 2005, quase 100% da produção estava no Sul. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com a maçã, no nível regional.

Figura 1. Maçã: evolução da contribuição percentual das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. O valor máximo próximo a 39, ocorrido entre 1975 e 2005, indica que a maçã teve algum deslocamento muito importante, no nível regional, dentro do período considerado. De fato, segundo a Tabela 4, entre esses dois anos houve, realmente, só

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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287

um deslocamento, de uma região para outra, com a perda de uns 39 pontos percentuais na região Sudeste e o aumento na mesma quantidade na região Sul.

Tabela 5. Maçã: distância L1 entre as distribuições percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 32,25 37,21 39,03

1985 ― 4,96 6,78

1995 ― ― 1,82

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

Tabela 6. Maçã: quantidade produzida (t) em 1975, 1 985, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

MG 140 230 105 936

ES 8 29 63 0

RJ 92 0 0 0

SP 9.859 15.137 10.893 1.875

PR 1.306 25.589 25.104 42.758

SC 8.240 120.647 247.421 504.994

RS 6.014 54.876 231.217 299.972

Total 25.659 216.508 514.803 850.535

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria teve um valor acima de 0,2 em 1975, e ficou abaixo desse número nos demais anos. Logicamente, em qualquer dos casos, as distribuições estão na parte baixa da tabela geral, com todas as unidades da federação (isto é, abaixo de AL). No entanto, a mudança exibida pelo indicador capta o deslocamento relacionado com a queda na contribuição percentual de SP, de 1975 para os demais anos. O índice de Gini foi extremamente alto, com valores acima de 0,92 e tendência de crescimento. Como exemplo, em 2005, apenas dois estados (SC e RS) reuniram quase 95% da produção nacional.

Page 290: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

288

Tabela 7. Maçã: distribuição percentual da quantida de produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e c oncentração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

MG 0,55 0,11 0,02 0,11

ES 0,03 0,01 0,01 0,00

RJ 0,36 0,00 0,00 0,00

SP 38,42 6,99 2,12 0,22

PR 5,09 11,82 4,88 5,03

SC 32,11 55,72 48,06 59,37

RS 23,44 25,35 44,91 35,27

DOM 0,216 0,193 0,179 0,181

GINI 0,924 0,946 0,953 0,964

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Os relativamente altos valores observados indicam que houve mudanças importantes entre as distribuições. Em particular, o maior valor, próximo a 39, foi registrado de 1975 para 2005. O exame das porcentagens da Tabela 7, nas colunas correspondentes a esses dois anos, permite destacar o aumento nas participações de SC (mais de 27 pontos) e do RS, e a notável queda na de SP (mais de 38 pontos).

Tabela 8. Maçã: distância L1 entre as distribuições percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 32,25 37,42 39,09

1985 ― 19,57 13,58

1995 ― ― 11,55

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, uma microrregião (em Q4) era suficiente para reunir 25% da quantidade produzida; com mais uma (em Q3) se alcançava 50% e adicionando uma (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por três microrregiões. A concentração das distribuições é muito alta, com o índice de Gini tomando valores acima ou próximo de 0,9; de fato, de 1985 em diante, ele tem estado acima de 0,92. Em 1995 e 2005, apenas três microrregiões foram suficientes para reunir 75% da quantidade produzida.

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289

Tabela 9. Maçã: distribuição das microrregiões nos quartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 69 7 1 2 79 0,882 10

1985 77 2 2 1 82 0,927 5

1995 56 1 1 1 59 0,932 3

2005 50 1 1 1 53 0,925 3

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das dez microrregiões iniciais, duas permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) oito não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) uma, que não estava no G75 no ano inicial, tinha entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por três microrregiões.

Tabela 10. Maçã: mudança no número de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 3 7 2 12

1975 1995 2 8 1 11

1975 2005 2 8 1 11

1985 1995 3 2 0 5

1985 2005 3 2 0 5

1995 2005 3 0 0 3

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (8 + 1) / 11 = 0,82, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Maçã: distância de Cantor entre os conju ntos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,75 0,82 0,82

1985 ― 0,40 0,40

1995 ― ― 0,00

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

Page 292: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

290

Figura 2. Maçã: dinâmica do grupo 75 de microrregiõ es para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 2 permaneceram (pa rte persistente, em amarelo); b) 8 saíram (vermelho); e c) 1 entrou (az ul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 245/(185 + 67 + 3) = 0,04 ,

indica uma evolução que segue, praticamente, uma geodésica ("reta terrestre"). Segundo a Fig. 3, o movimento foi do sul do PR para o sul de SC.

Page 293: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

291

Figura 3. Maçã: centros de gravidade nacionais da q uantidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Maçã: distância terrestre (em km) entre os centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 185 246 245

1985 ― 67 64

1995 ― ― 3

Page 294: CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO ......No projeto também foram estudadas, com menor detalhamento, a concentração e a dinâmica da densidade (isto é, o volume dividido pela área total

292

EMBRAPA UVA E VINHO UVA

ESTATÍSTICAS BÁSICAS

As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados de área colhida e quantidade produzida, nos anos considerados, no total do País e nas cinco regiões. A Tabela 3 apresenta os valores da produtividade, deduzidos das duas tabelas anteriores. Nas três tabelas são incluídas as taxas de variação total e anual, entre o ano inicial e o ano final.

Tabela 1. Uva: área colhida (ha) em 1975, 1985, 199 5 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), entre 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 57.709 0 527 11.289 45.890 3

1985 57.852 0 964 9.678 47.210 0

1995 60.810 0 4.838 10.371 45.587 14

2005 73.203 27 8.712 11.874 52.277 313

Variação total 26,85 ― 1.553,13 5,18 13,92 10.333,33

Variação anual 0,80 ― 9,80 0,17 0,44 16,76

Tabela 2. Uva: quantidade produzida (t) em 1975, 19 85, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 580.586 0 2.097 142.362 436.102 25

1985 712.182 0 8.766 104.015 599.401 0

1995 836.545 0 118.321 146.258 571.805 161

2005 1.232.564 300 262.776 205.553 759.092 4.843

Variação total 112,30 ― 12.431,04 44,39 74,06 19.272,00

Variação anual 2,54 ― 17,47 1,23 1,86 19,19

Tabela 3. Uva: produtividade (kg/ha) em 1975, 1985, 1995 e 2005, no Brasil e regiões, e taxas de variação total e anual (%), ent re 1975 e 2005.

Ano BR N NE SD S CO

1975 10.061 ― 3.979 12.611 9.503 8.333

1985 12.310 ― 9.093 10.748 12.696 ―

1995 13.757 ― 24.457 14.103 12.543 11.500

2005 16.838 11.111 30.163 17.311 14.521 15.473

Variação total 67,36 ― 658,02 37,27 52,80 85,67

Variação anual 1,73 ― 6,98 1,06 1,42 2,08

A relação 2,54 ≅ 0,80 + 1,73 indica que, no total do País, o aumento na quantidade produzida, de 1975 para 2005, deveu-se muito mais ao aumento na produtividade do que na área colhida. Nas regiões encontram-se diferentes evoluções. No entanto, deve observar-se que, no caso da uva, convém evitar comparações diretas, entre

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regiões, dos valores da produtividade; em particular, no Sul acontece só uma colheita anual, enquanto que no Nordeste é comum que existam duas colheitas anuais.

NÍVEL REGIONAL

A Tabela 4 dá a distribuição percentual da quantidade produzida, em cada um dos anos considerados, bem como os correspondentes indicadores de assimetria e concentração.

Tabela 4. Uva: distribuição percentual da quantidad e produzida nas regiões, e indicadores de assimetria (DOM) e concentração (GIN I).

Ano N NE SD S CO DOM GINI

1975 0,00 0,36 24,52 75,11 0,00 0,313 0,874

1985 0,00 1,23 14,61 84,16 0,00 0,293 0,915

1995 0,00 14,14 17,48 68,35 0,02 0,364 0,771

2005 0,02 21,32 16,68 61,59 0,39 0,397 0,720

O indicador de assimetria tem se mantido abaixo de 0,4 ao longo dos anos, o qual assinala o predomínio, nas distribuições, da parte direita da Tabela 4 (essencialmente, a região Sul), com respeito à parte esquerda (no caso, essencialmente o Nordeste). No entanto, esse indicador mostra uma tendência de crescimento, o que se deve a um aumento progressivo na participação do Nordeste e queda na do Sul, já que a mudança que ocorreu na participação da região central (Sudeste) não altera o cálculo do indicador. O índice de Gini mostra valores altos, acima de 0,7, mas com tendência de diminuição, o que assinala um processo de desconcentração. A Fig. 1 ilustra os deslocamentos ocorridos com a uva, no nível regional.

Figura 1. Uva: evolução da contribuição percentual das regiões para o total da quantidade produzida.

A Tabela 5 apresenta as distâncias L1 entre as distribuições regionais de dois anos. A interpretação de um valor próximo a 23, ocorrido entre 1985 e 2005, é que o deslocamento foi da ordem de 23% do máximo que, teoricamente, poderia ter acontecido; no caso, se toda a uva tivesse se deslocado para a região Norte ou para o

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

1975 1985 1995 2005

%

ANO

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

C-Oeste

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294

Centro-Oeste, ou mesmo com alguma repartição entre essas duas regiões, onde estava a menor porcentagem em 1985. Como é praticamente impensável que isso pudesse vir a acontecer, um valor como 23, mesmo sendo relativamente baixo na escala de zero a cem, está indicando que o produto teve deslocamentos muito importantes, no nível regional, dentro do período considerado. Segundo a Tabela 4, basta observar que, de 1985 para 2005, houve um aumento de uns 20 pontos percentuais no Nordeste, e uma queda de cerca de 23 pontos no Sul.

Tabela 5. Uva: distância L1 entre as distribuições percentuais da quantidade produzida nas regiões, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 9,92 13,80 21,37

1985 ― 15,81 22,58

1995 ― ― 7,57

NÍVEL DE UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A Tabela 6 apresenta as quantidades produzidas nos anos considerados, nas unidades da federação em que houve registro do produto em algum desses anos.

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Tabela 6. Uva: quantidade produzida (t) em 1975, 19 85, 1995 e 2005, nas unidades da federação.

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0 0 0 228

TO 0 0 0 72

PI 0 0 15 80

CE 12 9 295 1.831

RN 0 0 1.001 0

PB 318 212 1.000 630

PE 1.557 7.723 56.672 150.827

SE 0 0 12 0

BA 210 822 59.326 109.408

MG 7.877 2.084 8.956 14.389

ES 485 450 142 504

RJ 100 213 0 0

SP 133.900 101.268 137.160 190.660

PR 17.542 21.529 43.966 99.253

SC 58.560 75.546 48.220 47.971

RS 360.000 502.326 479.619 611.868

MS 25 0 124 629

MT 0 0 17 2.080

GO 0 0 0 2.015

DF 0 0 20 119

Total 580.586 712.182 836.545 1.232.564

A Tabela 7 apresenta as distribuições percentuais correspondentes aos dados da Tabela 6, assim como os respectivos indicadores de assimetria e concentração. O indicador de assimetria teve valores ao redor de 0,2, mas com tendência de crescimento. Ou seja, as distribuições têm predomínio da parte baixa da tabela, mas se percebe o deslocamento progressivo causado pelo aumento nas contribuições de PE e BA. O índice de Gini foi extremamente alto, com valores acima ou próximo de 0,9. No entanto, a partir de 1985 percebe-se uma tendência de diminuição, que assinala um certo processo de desconcentração, onde se destaca a queda na contribuição percentual do RS e o aumento nas de PE e BA.

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Tabela 7. Uva: distribuição percentual da quantidad e produzida nas unidades da federação, e indicadores de assimetria (DOM) e conc entração (GINI).

UF 1975 1985 1995 2005

RO 0,00 0,00 0,00 0,02

TO 0,00 0,00 0,00 0,01

PI 0,00 0,00 0,00 0,01

CE 0,00 0,00 0,04 0,15

RN 0,00 0,00 0,12 0,00

PB 0,05 0,03 0,12 0,05

PE 0,27 1,08 6,77 12,24

SE 0,00 0,00 0,00 0,00

BA 0,04 0,12 7,09 8,88

MG 1,36 0,29 1,07 1,17

ES 0,08 0,06 0,02 0,04

RJ 0,02 0,03 0,00 0,00

SP 23,06 14,22 16,40 15,47

PR 3,02 3,02 5,26 8,05

SC 10,09 10,61 5,76 3,89

RS 62,01 70,53 57,33 49,64

MS 0,00 0,00 0,01 0,05

MT 0,00 0,00 0,00 0,17

GO 0,00 0,00 0,00 0,16

DF 0,00 0,00 0,00 0,01

DOM 0,191 0,182 0,228 0,254

GINI 0,953 0,960 0,916 0,899

A Tabela 8 dá as distâncias L1 entre as distribuições da Tabela 7, para qualquer par dos anos considerados. Em princípio, os valores observados não parecem muito altos. No entanto, dado que a produção está concentrada em poucos estados, o valor máximo, cerca de 28, registrado de 1985 para 2005, sugere que pode ter havido alguma alteração espacial importante entre esses anos. De fato, o exame das porcentagens da Tabela 7, nas colunas correspondentes a esses dois anos, permite destacar algumas mudanças, como o aumento na participação de PE (cerca de 11 pontos) e da BA, e a queda na do RS (quase 21 pontos).

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Tabela 8. Uva: distância L1 entre as distribuições percentuais da quantidade produzida nas unidades da federação, de um “ano ini cial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 9,96 16,03 26,41

1985 ― 18,12 27,66

1995 ― ― 10,68

NÍVEL DE MICRORREGIÃO

A Tabela 9 apresenta a distribuição das microrregiões com registro de produção, nos quartéis de quantidade produzida. Por exemplo, em 2005, uma microrregião (em Q4) era suficiente para reunir 25% da quantidade produzida; com mais uma (em Q3) se alcançava 50% e adicionando seis (em Q2) perfazia-se 75%. Ou seja que, em 2005, o grupo 75 (G75) esteve formado por oito microrregiões. A concentração das distribuições é extremamente alta, sendo que o índice de Gini tem se mantido acima de 0,95. Em todos os anos considerados, não mais de duas microrregiões foram suficientes para reunir 50% da quantidade produzida; em 1985, com apenas uma microrregião já se alcançou essa porcentagem, o qual se identifica pela presença de um zero na coluna "Q3".

Tabela 9. Uva: distribuição das microrregiões nos q uartéis de quantidade produzida, indicador de concentração (GINI) e grupo 75 (G75).

Ano Q1 Q2 Q3 Q4 TOTMIC GINI G75

1975 184 4 1 1 190 0,968 6

1985 139 4 0 1 144 0,972 5

1995 157 6 1 1 165 0,956 8

2005 196 6 1 1 204 0,964 8

Imaginando que o grupo 75 é um móvel que vai mudando de posição ao longo dos anos, a Tabela 10 resume a dinâmica dele, de um ano para outro, daqueles considerados. Por exemplo, do ano inicial de 1975 para o ano final de 2005, tem-se o seguinte: 1) das seis microrregiões iniciais, três permaneciam em 2005 (coluna "A"); 2) três não mais pertenciam ao G75 no ano final (coluna "B"); e 3) cinco, que não estavam no G75 no ano inicial, tinham entrado nele para 2005 (coluna "C"). Desse modo, em 2005, o G75 foi formado por oito microrregiões.

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Tabela 10. Uva: mudança no número de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”. Ano inicial Ano final A B C TOTABC

(A+B+C)

1975 1985 3 3 2 8

1975 1995 4 2 4 10

1975 2005 3 3 5 11

1985 1995 5 0 3 8

1985 2005 5 0 3 8

1995 2005 7 1 1 9

A Tabela 11 dá as medidas dos deslocamentos do G75, entre dois quaisquer dos anos considerados, obtidas pelo uso da distância de Cantor. Por exemplo, de acordo com os número na Tabela 10, a distância de Cantor do "ano inicial" de 1975 para o "ano final" de 2005 está dada por: d(1975, 2005) = (B + C) / TOTABC = (3 + 5) / 11 = 0,73, onde os valores de B, C e TOTABC encontram-se na linha correspondente aos anos escolhidos.

Tabela 11. Uva: distância de Cantor entre os conjun tos de microrregiões no grupo 75, de um “ano inicial” para um “ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 0,63 0,60 0,73

1985 ― 0,38 0,38

1995 ― ― 0,22

A Fig. 2 ilustra a dinâmica do G75, de 1975 para 2005.

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Figura 2. Uva: dinâmica do grupo 75 de microrregiõe s para a quantidade produzida, de 1975 para 2005: a) 3 permaneceram (pa rte persistente, em amarelo); b) 3 saíram (vermelho); e c) 5 entraram ( azul).

CENTROS DE GRAVIDADE

A Fig. 3 mostra a posição do centro de gravidade nacional da quantidade produzida, nos anos considerados. A Tabela 12 dá os deslocamentos do centro de gravidade entre dois quaisquer desses anos.

O indicador de curvatura, calculado mediante a expressão

c = 1 – 495/(60 + 363 + 191) = 0,19 ,

indica uma evolução com tendência espacial pouco definida. No entanto, o ano de 1985 tem sido identificado como excepcional, pela grande produção de uva no RS; nesse ano, o RS produziu 70,53% do total nacional (Tabela 7). Se esse ano fosse desconsiderado, a evolução de 1975 para 1995 e, depois, para 2005, teria seguido praticamente uma geodésica ("reta terrestre"), indo para o Nordeste. De fato, nesse caso, o indicador de curvatura estaria dado por: c = 1 – 495/(304 + 191) = 0,00.

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300

Figura 3. Uva: centros de gravidade nacionais da qu antidade produzida, nos anos estudados. Tabela 12. Uva: distância terrestre (em km) entre o s centros de gravidade da quantidade produzida, de um “ano inicial” para um “ ano final”.

Ano inicial

Ano final

1985 1995 2005

1975 60 304 495

1985 ― 363 554

1995 ― ― 191

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CONCLUSÃO

Concentração espacial

A concentração espacial aparece em todos os níveis da Divisão Territorial do Brasil. A Tabela 1 permite uma visão de conjunto, com todos os produtos considerados neste documento, no nível de microrregião, apenas para o ano de 2005.

Tabela 1. Tabela de contingência de produtos × quar téis de microrregiões, e porcentagem que corresponde ao G75 no total de micr orregiões, para cada produto, ano de 2005.

UD

Produto

Q1

Q2

Q3

Q4

TOTMIC

G75/TOTMIC (%)

CNPA Algodão arbóreo 17 1 1 2 21 19,05 Algodão herbáceo 201 7 3 2 213 5,63 CNPAF Arroz 411 21 9 4 445 7,64 Feijão 438 67 28 9 542 19,19 CNPC Caprinos 506 31 12 3 552 8,33 Ovinos 457 63 20 7 547 16,45 CNPGC Bovinos 412 85 36 22 555 25,77 CNPGL Leite de vaca 404 83 44 23 554 27,08 CNPH Alho 134 6 3 2 145 7,59 Batata-doce 206 30 14 7 257 19,84 Batata-inglesa 118 13 6 4 141 16,31 Cebola 127 10 3 3 143 11,19 Melancia 268 37 9 4 318 15,72 Melão 99 3 1 1 104 4,81 Tomate 337 28 14 8 387 12,92 CNPMF Abacaxi 265 9 4 3 281 5,69 Banana 443 46 15 4 508 12,80 Laranja 453 12 5 3 473 4,23 Mamão 249 2 1 1 253 1,58 Mandioca 434 67 28 13 542 19,93 Manga 300 22 3 1 326 7,98 Maracujá 299 25 8 4 336 11,01 CNPMS Milho 441 59 26 13 539 18,18 Sorgo 157 12 6 2 177 11,30 CNPSA Galinhas 425 84 32 13 554 23,29 Frangos 481 47 16 9 553 13,02 Ovos de galinha 483 42 21 8 554 12,82 Suínos 399 106 38 11 554 27,98 CNPSO Soja 218 26 11 4 259 15,83 CNPT Aveia 48 9 5 4 66 27,27 Centeio 15 4 1 1 21 28,57 Cevada 38 5 2 2 47 19,15 Trigo 94 13 8 5 120 21,67 CNPUV Maçã 50 1 1 1 53 5,66 Uva 196 6 1 1 204 3,92 Total 9.623 1.082 435 204 11.344 15,17 Porcentagem no total (%) 84,83 9,54 3,83 1,80 100,00 ─ O que aparece na coluna da direita na Tabela 1, junto com a consideração de situações análogas, para outros anos, tem permitido formular uma espécie de teorema estatístico, ou regra empírica. Isto é: em geral, em todos os anos, para quase todos os produtos, menos de 25% das microrregiões com registro são suficientes para reunir

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75% dos volumes respectivos. Normalmente, as exeções correspondem a uns poucos produtos, que têm implantação antiga em todo o País (e.g., bovinos, leite de vaca, suínos) ou que apresentam registros em muito poucas microrregiões (e.g., aveia, centeio). Mesmo nesses casos, são requeridas menos de 30% das microrregiões com registro para perfazer 75% do volume.

Segundo a Tabela 1, quando se considera a linha de "Total", aparece a interpretação de que, em certa forma de média , algo mais que 15% das microrregiões com registro são suficientes para reunir 75% do volume de um produto. Também as porcentagens que aparecem na última linha, nas colunas de Q1 a Q4, correspondem a um vetor que se obtém como média ponderada dos vetores das porcentagens para os diferentes produtos, onde os pesos são dados pelos valores na coluna "TOTMIC", que indica o número total de microrregiões com registro dos respectivos produtos. Incidentalmente, esse vetor médio é chamado de centro de gravidade por representantes da escola francesa de análise de dados (VOLLE, 1997).

O fato é que, para os diferentes produtos, fica um número relativamento alto (com relação a TOTMIC) de microrregiões em Q1. Isso sugere, como procedimento rápido, no caso da agricultura brasileira, que para se ter uma estimativa da concentração de uma distribuição nos quartéis de microrregiões, basta dividir o número das que estão em Q1 por TOTMIC; usualmente, o valor encontrado é muito próximo do índice de Gini.

Dinâmica

Ao longo do tempo, todos os produtos mostram algum deslocamento no território nacional. O estudo do movimento de cada produto partiu, necessariamente, da identificação de alguns móveis; especificamente, foram considerados os seguintes: 1) nos níveis de região e de unidade da federação, foi um ponto em espaços de cinco e 27 dimensões, respectivamente, cujas coordenadas correspondem a uma distribuição percentual do volume; 2) no nível de microrregião, foi um conjunto de microrregiões chamado de grupo 75; e 3) no nivel nacional, foi um ponto sobre a superfície terrestre, designado como centro de gravidade do volume, estimado a partir dos volumes nas microrregiões. No projeto, também foram considerados os grupos 25, 50 e 100 de microrregiões, e os centros de gravidade dos quartéis de microrregiões.

Tendo um móvel, o passo seguinte consiste em estimar o seu deslocamento, mediante algum conceito de distância. Concretamente, foram utilizadas as seguintes técnicas: 1) nos níveis de região e de unidade da federação, uma distância entre pontos, designada por distância L1, construída como uma medida de afastamento entre distribuições percentuais do volume; 2) no nível de microrregião, uma distância entre conjuntos, designada por distância de Cantor neste documento, que tem sido usada na análise de conglomerados; e 3) no nível nacional, a distância terrestre entre centros de gravidade.

No projeto foram determinados os centros de gravidade para todo o País e para cada quartel de microrregiões, assim como as distâncias entre os pares desses pontos, dentro de cada classe. A Tabela 2 apresenta um resumo de parte desses resultados, com as distâncias (em km), entre os centros de gravidade nacionais e entre os de cada quartel de microrregiões, correspondentes aos anos extremos do período considerado.

No estudo do movimento dos centros de gravidade devem ser considerados também os anos intermediários, e as distâncias entre todos os pares de anos. Aparecem, assim, evoluções peculiares, que podem dar lugar a interpretações detalhadas. Há casos de tendências muito bem definidas, que seguem aproximadamente uma curva

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geodésica ("reta terrestre"); e há também casos de comportamento errático e outros onde pode ser detectado um certo retorno à posição inicial. Nesse contexto, a utilização de mapas resulta muito útil para caracterizar o movimento dos centros de gravidade. O resumo da Tabela 2 pretende, principalmente, mostrar dois aspectos: 1) quando o deslocamento do centro de gravidade nacional tomou valores relativamente altos, certamente a distribuição espacial do produto teve alterações importantes, que se refletiram nos níveis de região e de unidade da federação; e 2) aconteceram, entre os delocamentos dos centros de gravidade dos quartéis, comportamentos muito diferentes segundo os vários produtos.

Tabela 2. Distância terrestre (em km) entre os cent ros de gravidade nacionais (BR) e os de cada quartel de microrregiões, corresp ondentes aos anos extremos do período considerado (*).

UD Produto BR Q1 Q2 Q3 Q4 CNPA Algodão arbóreo 231 161 260 284 299 Algodão herbáceo 581 629 513 817 1.188 CNPAF Arroz 285 568 259 1.017 376 Feijão 145 126 105 265 726 CNPC Caprinos 20 122 102 43 69 Ovinos 954 597 684 2.438 1.147 CNPGC Bovinos 434 134 370 716 699 CNPGL Leite de vaca 207 85 189 211 452 CNPH Alho 116 146 629 248 305 Batata-doce 332 35 44 742 642 Batata-inglesa 340 36 292 161 832 Cebola 490 155 69 689 1.045 Melancia 404 149 365 350 902 Melão 1.600 1.041 2.628 1.505 1.289 Tomate 150 75 267 386 538 CNPMF Abacaxi 504 637 228 740 767 Banana 253 33 449 536 1.134 Laranja 81 97 258 27 77 Mamão 736 732 671 1.048 681 Mandioca 393 80 276 860 612 Manga 198 97 365 287 261 Maracujá 472 449 949 397 380 CNPMS Milho 207 256 246 276 631 Sorgo 1.204 790 1.303 1.044 1.401 CNPSA Galinhas 113 179 198 299 64 Frangos 256 149 296 123 512 Ovos de galinha 55 208 196 116 93 Suínos 143 145 211 283 473 CNPSO Soja 938 593 818 868 1.433 CNPT Aveia 348 378 380 612 109 Centeio 242 106 266 391 301 Cevada 16 136 51 44 148 Trigo 249 166 186 113 540 CNPUV Maçã 245 93 341 73 337 Uva 495 243 417 2.326 0 Média (sem maracujá) 381 270 410 586 591 (*) Os anos extremos foram 1988 e 2005 para o maracujá, e 1975 e 2005 para os demais produtos.

No primeiro aspecto, com deslocamentos no centro de gravidade nacional acima de 900 km, aparecem o melão, o sorgo, os ovinos e a soja. Em todos esses casos,

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deslocamentos muito importantes foram registrados nos níveis de região e de unidade da federação. Mesmo com valores bem menores (e.g., algodão herbáceo, uva), mas acima da média (sem incluir maracujá), que foi de 381 km, o movimento do centro de gravidade nacional permite detectar algumas alterações substanciais na distribuição espacial dos produtos.

No segundo aspecto, sobre os deslocamentos nos quartéis de microrregiões, vê-se, na última linha da Tabela 2, que as médias (sem incluir maracujá) seguem o ordenamento dos quartéis (se bem que as de Q3 e Q4 são muito próximas). De fato, esse ordenamento acontece para certos produtos; mas aparecem, também, numerosas variantes, que poderiam dar lugar a estudos mais detalhados. Por exemplo: 1) no melão, Q1 < Q4 < Q3 < Q2; 2) no arroz, Q2 < Q4 < Q1 < Q3; e 3) no trigo, Q3 < Q1 < Q2 < Q4.

Ainda nesse aspecto, corresponde mencionar que, dos 35 produtos considerados, em 17 casos o maior deslocamento dos centros de gravidade aconteceu no quartel superior (Q4), e que em outros dez isso ocorreu em Q3. Como Q4 contém, em cada ano, relativamente poucas microrregiões, suficientes para reunir 25% do volume, é natural que ele seja associado com a presença de uma boa tecnologia. Em forma secundária, também poderia se pensar que ele esteja associado com boas condições agroecológicas ("aptidão"). No entanto, principalmente nos produtos em que ele mostra um deslocamento importante, teria que se pensar em outro tipo de razões, particularmente econômicas, para justificar a dinâmica observada. Uma situação análoga se repete para os outros dez produtos onde o maior deslocamento aconteceu em Q3. Em termos gerais, seria necessário contar com justificativas detalhadas para poder explicar a dinâmica registrada em certos conjuntos de microrregiões que, em princípio, seriam associados com a presença de boas práticas tecnológicas.

Uma situação diferente acontece no outro extremo, quando houve um deslocamento importante no centro de gravidade do quartel inferior (Q1). Pelo visto na avaliação da concentração, em termos relativos, para cada produto e em cada ano, Q1 contém um grande número de microrregiões; em geral, mais de 75% das que têm registro do produto. E, em termos individuais, cada uma delas contribui muito pouco para o total nacional do volume. Segundo a Tabela 2, apenas dois produtos (caprinos e ovos de galinha) mostraram em Q1 os maiores deslocamento entre os centros de gravidade de seus respectivos quartéis; e, assim mesmo, não foram valores muito altos. O que merece certa atenção são os casos em que o deslocamento do centro de gravidade de Q1 alcançou valores mais altos. Por exemplo, para os seguintes produtos, o deslocamento foi de mais de 500 km: algodão herbáceo, arroz, ovinos, melão, abacaxi, mamão, sorgo e soja. Em certos casos, isso está associado com alguma mudança na distribuição espacial entre "variantes" de um produto que têm a mesma designação nas estatísticas publicadas (e.g., "ovinos" inclui lanados e deslanados, "arroz" inclui de sequeiro e de irrigação). Mas, em qualquer caso, significa que houve uma alteração substancial na distribuição espacial do produto, que se refletiu até na evolução do conjunto das microrregiões que contribuíram com pequenos volumes, nos anos considerados.

Logicamente, o estudo da dinâmica não se esgota com a medição dos deslocamentos. A partir desse ponto, particularmente quando se trabalha com variações anuais, é possível, por exemplo, de se estimar valores escalares de velocidade e aceleração. Também, com base no movimento dos centros de gravidade, podem ser produzidas estimativas para conceitos vetoriais de velocidade, aceleração e força.

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