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CONCEITOS, TIPOLOGIAS E SEGMENTAÇÃO TURÍSTICA EM EVENTOS ETAPA 1

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CONCEITOS, TIPOLOGIAS E SEGMENTAÇÃO

TURÍSTICA EM EVENTOS

ETAPA 1

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Autor

Fabiana Roeder

Reitor da UNIASSELVI

Prof. Hermínio Kloch

Pró-Reitora do EAD

Prof.ª Francieli Stano Torres

Edição Gráfica e Revisão

UNIASSELVI

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CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS

CONCEITOS,TIPOLOGIAS E SEGMENTAÇÃO TURÍSTICA EM EVENTOS

ETAPA 1

1 INTRODUÇÃO

A organização de eventos envolve muitas pessoas e atividades, o que faz com que seja necessário realizar checklists, elaborar contratos e fazer orçamentos, elementos essenciais na sua gestão. Isso tem exigido de organizadores de eventos investimentos contínuos em sua profissionalização para desenvolvimento de habilidades relacionadas à utilização de recursos tecnológicos. Criar eventos ou mesmo reinventar um evento já existente é uma tarefa árdua, que exige criatividade e competência para quem organiza.

A busca por uma compreensão acerca dos eventos faz com que a sua conceituação seja necessária. Nesse sentido, no decorrer do conteúdo desta primeira etapa, apresentaremos formatos de eventos que podem adaptar recursos, conforme seu objetivo e o público que se deseja atingir, especialmente porque cada evento possui particularidades com relação à dimensão, data e perfil de participantes. Aprecie o conteúdo desta etapa do curso livre de Organização e Gestão de Eventos e descubra as diversas possibilidades de conceitos e tipologias que o segmento oferece.

2 EVENTOS: CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO

Um dos grandes objetivos dos eventos é ser instrumento de comunicação, promovendo indivíduos e organizações. Os eventos acompanham a história da humanidade, em cada época e com objetivos diferentes.

O deslocamento físico sempre esteve presente na transformação humana desde a pré-história. O fenômeno turístico está relacionado às viagens. No

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princípio, as viagens com motivações econômicas tinham foco na exploração, onde os povos buscavam conhecer novas terras para sua ocupação. Para os viajantes dessa época, o medo do inesperado era bastante comum, por não se ter o conhecimento a respeito da terra, dos animais e das próprias pessoas, viajar era sempre arriscado e perigoso (IGNARRA, 2013).

É na civilização antiga que encontramos o primeiro registro datado da origem dos eventos, os Jogos Olímpicos da Era Antiga, de 776 a.C., na Grécia, considerado um marco na história dos eventos. A mobilização das pessoas pelo acontecimento dos Jogos Olímpicos era de tamanha proporção, a ponto de haver trégua das guerras (MATIAS, 2013).

FIGURA 1 – JOGOS OLÍMPICOS DA ERA ANTIGA

FONTE: https://bit.ly/3iPJEKC. Acesso em: 25 mar. 2021.

Já no período da Idade Média, teve como pontos fundamentais na história dos eventos a importância dos conclaves, representações teatrais e feiras comerciais. Essa época foi marcada por características bem definidas, com o poderio da Igreja e a atividade comercial. Segundo Matias (2013, p. 36):

Para o Turismo de Eventos, a Idade Média foi bastante significativa, pois praticamente plantou as bases para o desenvolvimento desse tipo de turismo. Foi marcada por uma série de eventos religiosos e comerciais, que causaram o deslocamento de um grande número de pessoas, como membros do clero, mercadores e outros.

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FIGURA 2 – FEIRAS COMERCIAIS DA IDADE MÉDIA

FONTE: https://www.coroflot.com/SPAH/Market-marquees-history-n-origin. Acesso em: 25 mar. 2021.

O capitalismo comercial começou a aparecer quando a Idade Média chegou ao fim. Foi uma época muito importante para o desenvolvimento e evolução da humanidade. Este período foi marcado pela criação de extensas vias de movimento de comerciantes ao longo do território europeu, primórdios das autoestradas que hoje conhecemos. No entroncamento dessas vias surgiram as grandes feiras de troca de comerciais. Era o início das feiras que atualmente provocam grande fluxo de turismo no mundo todo (IGNARRA, 2013).

A relevância das feiras comerciais, com o intuito de permitir a negociação de mercadorias foi um acontecimento importante na evolução dos eventos. As feiras de negócios, embora tenham se tornado mais sofisticadas, permanecem em cena no contexto do turismo de eventos.

A Revolução Industrial foi responsável por grandes mudanças na sociedade, refletindo nos tipos de eventos realizados, causando o surgimento dos eventos técnicos e científicos. Um evento é um acontecimento que, desde as suas origens até chegar aos tempos modernos, sempre envolve várias pessoas, nas diversas fases do seu planejamento e execução, como também atrai um grande número de participantes (MATIAS, 2013).

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Para Zanella (2012, p. 1), evento é “uma concentração ou reunião formal e solene de pessoas e/ou entidades realizada em data e local especial, com objetivo de celebrar acontecimentos importantes e significativos e estabelecer contatos comerciais, culturais, esportivos, sociais, familiares, religiosos, científicos etc.”

Assim, um evento envolve um amplo número de pessoas e pode ocorrer em diferentes ambientes, sejam estes empresariais, acadêmicos, comunitários, sociais, familiares, entre outros. Em meio a um mercado cheio de desafios e competitividade, os eventos possuem uma força propulsora para as estratégias das organizações turísticas.

Há um crescimento significativo no número de pessoas que viajam exclusivamente por interesses profissionais, movimentando a economia no segmento do turismo de negócios e eventos. O próximo tema discutirá a contribuição do turismo de negócios e eventos para a atividade econômica.

3 TURISMO DE EVENTOS E NEGÓCIOS

Compreender o contexto das relações humanas em diferentes espaços geográficos e dimensões socioculturais, econômicas e ambientais leva a ampliar o conhecimento acerca de como o turismo ajudou a desenvolver as ações socioeconômicas no mundo.

No contexto econômico, a atividade turística é muito importante na geração de emprego e renda e no desenvolvimento das comunidades, trazendo benefícios aos turistas e moradores locais. Já os eventos apresentam especif icidades relacionadas com o ambiente socioeconômico, pois contribuem para o ingresso de recursos financeiros decorrente dos fluxos turísticos e promovem o desenvolvimento de atividades complementares, tais como transporte, alimentação, lazer, serviços de logística e, especialmente, o incremento do comércio informal (ZANELLA, 2012).

Segundo Ruschmann e Solha (2006), o turismo é considerado uma indústria, que interage com as mais diversas organizações. O turismo, por si só, pode ser definido como um conjunto de eventos, pois tem duração, extensão, escalas e superposições. Já Britto e Fontes (2002, p. 51) descrevem que:

Existem diversos fatores que dão à viagem características específicas, determinando diferentes tipos de turismo. Entre os fatores que geram os deslocamentos turísticos, destacam-se: as motivações ou objetivos da viagem, a procedência dos viajantes, o volume da demanda, as formas de organização das programações turísticas e a faixa etária dos viajantes.

Um dos fatores que gera deslocamento turístico é a motivação, que de acordo com Philippi Júnior e Ruschmann (2010), colocam os negócios

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como um dos objetivos do turismo, tanto ou mais do que o de lazer, gerando benefícios ao local que recebe o viajante pelo consumo dos fatores da oferta, cuja existência é obrigatória para que a prática da atividade seja consentida.

O turismo de eventos pode ser desencadeado pela participação em eventos de negócios com finalidade profissional. Entretanto, pode também ser gerado pela necessidade de participação em eventos para a satisfação de objetivos de emoções artísticas, científicas, de formação e atualização nos diversos ramos existentes, ou de lazer, beirando esta prática à concepção pura de turismo, ou seja, conferir um festival de música, de gastronomia, um campeonato desportivo ou uma exposição de arte (PHILIPPI JÚNIOR; RUSCHMANN, 2010).

As viagens a negócios não dependem do clima como as viagens a lazer, podem acontecer o ano inteiro. Muitas vezes, eventos destinados a negócios suprem a sazonalidade de outros tipos de turismo, como é o caso do turismo de lazer. As viagens de lazer podem ser adiadas quando a economia não vai bem, já para alguns tipos de viagens de negócios, não importa se a economia vai bem ou mal, elas devem acontecer (CHON, 2014).

Profissionais e executivos viajam a negócios pelas mais variadas razões, conhecer as últimas tendências da indústria, participar de programas de treinamento, assistir a demonstrações de novas tecnologias, encontrar contatos e obter informações sobre a concorrência. As reuniões e convenções representam um grande segmento das viagens de negócios (CHON, 2014).

Diferente do turismo de lazer, o turismo de negócios apresenta vantagens para o mercado, turistas que viajam a negócios apresentam uma média maior de gastos, permanecendo por mais tempo no destino. O perfil desse público é exigente com relação à qualificação da mão de obra local e movimentam mais a cadeia produtiva do turismo, consequente, colaborando para a diminuição dos efeitos da sazonalidade (MOLETTA, 2003).

O turismo de eventos e negócios oferece ao mercado turístico um segmento consolidado, com expectativas de expansão. Especificamente para o turismo de negócios, os serviços de comunicação são essenciais. Com o avanço da tecnologia e a evolução acelerada das plataformas de comunicação, encontros pessoais e viagens aos poucos deixam de ser tão frequentes e dão lugar a videoconferências e webinars.

Seja qual for a sua natureza, conhecer essas diferenças e aproveitar todas as possibilidades que as tecnologias proporcionam é essencial para quem vai realizar um evento. Compreender sobre a tipologia e a classificação dos eventos auxilia na elaboração das primeiras etapas do seu planejamento e organização. Existem diferentes formas de se classificar os eventos, dependendo da finalidade que se tenha em mente. Vamos entender melhor essas diferenças na continuação do estudo.

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4 CLASSIFICAÇÕES E TIPOLOGIAS DOS EVENTOS

Existem diferentes formas de classificação dos eventos, de acordo com a dimensão, a abrangência, o período de realização, quanto à área de interesse do público, o perfil dos participantes e o modo de acesso do público, entre outros critérios. O fato é que a classificação de um evento vai depender do critério que ele é considerado, uma vez que poderá haver outras classificações. Vamos conhecer, detalhadamente, os critérios mais usuais.

Quando o critério é dimensão , considera-se o porte do evento relacionado ao número de participantes e de público simultâneo. A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 16004/2016 classifica a estrutura dos eventos da seguinte forma:

QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS SEGUNDO O CRITÉRIO DE DIMENSÃO

Megaevento – su-perior a 1.000 par-

ticipantes

Alto grau de complexidade de organização, normalmente tem visibilidade e repercussão mundial, e envolve um número expressivo de público e profissionais para sua realização.

Grande porte – su-perior a 500 parti-

cipantes

Alto grau de complexidade de organização, com visibilidade e repercussão adequadas ao público-alvo. Normalmente, envolve um nú-mero significativo de público e profissionais para sua realização.

Médio porte – de 200 a 500 partici-

pantes

Menor nível de complexidade de organização, com visibilidade e repercussão adequadas ao público-alvo. Normalmente, envolve um nú-mero significativo de público e profissionais para sua realização.

Pequeno porte – com até 200 parti-

cipantes

Baixo grau de complexidade de organização, visibilidade e repercussão, que envolve menos pessoas.

FONTE: Adaptado de Ministério da Educação (2017)

Os eventos são um meio de entretenimento e podem ser realizados em pequenas comunidades, com espetáculos internacionais e participantes de todo o mundo. Quando o critério é abrangência, considera-se a origem dos participantes e o local de realização do evento, que pode ser local, estadual, regional, nacional ou internacional (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2017).

Outro critério a ser considerado com relação à classificação é a periodicidade, ou seja, com que frequência determinado evento acontece.

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Um evento pode ter sua assiduidade alterada de acordo com seus resultados, sua demanda ou até de parcerias que não derem certo. O critério de periodicidade de um evento tem a seguinte forma de classificação:

QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS SEGUNDO O CRITÉRIO DE PERIODICIDADE

Permanente Evento que ocorre regularmente, podendo ter distintos intervalos de tempo: um semes-tre, um ano, dois anos, dez anos etc.

Esporádico Evento com intervalos irregulares.

Único Evento cuja edição se realiza uma única vez.

Oportunidade Ocorre por aproveitamento de uma ocasião ou fato.

FONTE: Adaptado de Ministério da Educação (2017)

É importante tratar dos eventos por área de interesse, pois esse tipo de classificação tem a participação de diversos públicos, já que os participantes podem ter diferentes características e necessidades.

QUADRO 3 – CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS SEGUNDO A ÁREA DE INTERESSE DO PÚBLICO

Artístico Relacionado a qualquer espécie de arte liga-da à música, pintura, poesia, literatura etc.

Científico Relacionado a assuntos nos campos das ciências naturais e biológicas, como a medi-cina, botânica, física, química, biologia etc.

Cultural Tem por objetivo ressaltar os aspectos de determinada cultura para conhecimento geral ou promocional.

Cívico Apresenta assuntos ligados à pátria.

Desportivo Qualquer tipo de evento do setor esportivo, independentemente de sua modalidade.

Folclórico Apresenta manifestações de culturas regio-nais de um país, abordando lendas, tradi-ções, hábitos e costumes típicos.

Lazer Tem por objetivo proporcionar entreteni-mento ao seu participante.

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Promocional Tem por objetivo a promoção de um pro-duto ou serviço de uma empresa, entidade, governo ou pessoa, quer seja promoção de imagem ou apoio ao marketing.

Religioso Apresenta assuntos religiosos, seja qual for o credo abordado.

Turístico Seu objetivo é explorar recursos turísticos de uma região ou país, por meio de viagens de conhecimento.

Tur i smo de Eventos

Envolve seminários, congressos e soleni-dades realizados com certa periodicidade.

Tur i smo de Negócios

Tem como característica a presença de exe-cutivos, empresários e profissionais, quando em viagens a negócios, que aproveitam a oportunidade para unir trabalho e lazer.

FONTE: Adaptado de Zitta (2014)

Os eventos com área de interesse cultural também estão relacionados aos festivais de música, apresentações teatrais, festivais de gastronomia, shows, exposições de arte e lançamentos de livros, cada um destes eventos com características e necessidades próprias, que levam ao público experiências completas.

Quanto ao critério relacionado ao perfil do público-alvo, este apresenta variação, quanto mais diversificado for o público-alvo desejado, mais campanhas terão de ser criadas para atingir todo mundo. Com apenas um grupo de consumidores com perfil semelhante, os custos de promoção e vendas do evento serão relativamente menores.

QUADRO 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS SEGUNDO O PERFIL DO PÚBLICO

Geral

Evento preparado para receber um público aberto, sem qualquer impedimento de perfil do público--alvo, limitado apenas em função da capacidade do local de realização. Exceções com relação à idade, em alguns casos é fator de restrição.

DirigidoEvento restrito ao público com os mesmos inte-resses ou relação com o tema.

EspecíficoEvento direcionado a um público com perfil es-pecífico, que se identifica com a área de atividade em questão.

FONTE: Adaptado de Yanes (2014)

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A classificação dos eventos também poderá ser feita adotando como critério o modo de acesso do público ao evento:

QUADRO 5 – CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS SEGUNDO O MODO DE ACESSO DO PÚBLICO

Aberto Com participação livre de critério de seleção, geralmente, atinge todas as classes de público.

Fechado Com participação restrita por critérios especí-ficos, onde o público é convidado a participar.

FONTE: Adaptado de Ministério da Educação (2017)

Apesar dos eventos serem classificados por diversos tipos e formas de participação, podemos direcionar os esforços para que o evento seja organizado contemplando todas as suas especificidades. Acompanhe o exemplo de como classificar um evento.

FIGURA 3 – COMO CLASSIFICAR UM EVENTO: EXEMPLO DAS OLIMPÍADAS

Dimensão

Período

Abrangência

Área de Interesse do Público

Perfil dos Participantes

Modo de Acesso do Público

Megaevento

Permanente

Internacional

Desportivo

Geral

Aberto

FONTE: A autora

As formas de classificação podem ser utilizadas para auxílio na organi-zação de eventos que são apresentados sob diversos tipos ou modalidades. A seguir, em ordem alfabética, Matias (2014) destaca as tipologias mais co-muns dos eventos:

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Assembleia: é um evento do qual participam delegações representan-tes de grupos, classes profissionais, países, regiões ou estados. O debate de assuntos de grande interesse do grupo é a sua principal característica. Os assuntos podem apresentar peculiaridades, como: delegações colocadas em lugares preestabelecidos, conclusões apresentadas são votadas em plenário e, posteriormente, transformadas em recomendações da assembleia. Tam-bém pode haver inscrições de participantes interessados no assunto, mas somente as delegações oficiais têm direito a voto.

Brainstorming: é um evento que proporciona um encontro para o com-partilhamento de ideias e soluções que visam explorar toda a capacidade criativa e intelectual de um grupo de pessoas. Existem muitas variações para a reunião de brainstorming. É bastante comum as equipes partirem para a exposição de toda ideia que passar pela cabeça. As ideias inicialmente pro-postas são discutidas e analisadas, propiciando o surgimento de outras ou a melhora destas. Como tudo o que precisa ser implementado, o brainstorming também conta com etapas que precisam ser seguidas para que ele seja o mais eficiente possível. Esse tipo de reunião geralmente é utilizado no con-texto das agências de publicidade e marketing, esse ritual de “tempestade de ideias”, tradução da palavra brainstorming que tem origem na língua inglesa.

Brunch: é um tipo de evento baseado no ritual de refeições aos domin-gos, muito habitual em hotéis (principalmente à beira da piscina), e de origem britânica. Sua principal característica é unir o café da manhã e o almoço. O sucesso do brunch está na forma equilibrada de como são servidos doces, salgados, sucos e bebidas levemente alcoólicas. A origem da palavra brunch deriva do inglês, breakfast (café da manhã) e lunch (almoço).

Colóquio: evento do tipo reunião fechada que visa esclarecer determi-nado tema ou tomar alguma decisão, utilizado por diversas classes de profis-sionais. O colóquio consiste em uma reunião fechada, que possui uma pauta aprovada e temário pré-definido, que tem por objetivo esclarecer pendências e tomar decisões, sob uma coordenação, as discussões são conduzidas por um moderador, responsável pela apresentação das conclusões e por sub-meter à aprovação do plenário.

Concílio: evento do tipo reunião de autoridades eclesiásticas, na qual são tratados assuntos dogmáticos ou disciplinares da Igreja Católica.

Conclave: evento de cunho religioso, tem como característica a rigoro-sa clausura dos cardeais para eleição de um novo papa. A palavra conclave deriva do latim cum clave, que significa “com chave”.

Concurso: tipo de evento que tem como sua principal característica a competição, abrangendo diversas áreas, tais como a artística, cultural, des-portiva, científica entre outras. Uma comissão organizadora deve coordenar

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o evento, que estabelecerá o regulamento, a premiação e o júri. Os partici-pantes devem seguir as regras estabelecidas para a ocasião.

Conferência: evento do tipo apresentação de um tema informativo (geral, técnico ou científico) por autoridade em determinado assunto para um amplo número de pessoas. É uma reunião formal, que exige a presença de um presidente de mesa que coordenará as tarefas. Não são permitidas interrupções e as perguntas são feitas no final da apresentação por escrito e com identificação.

Congressos: definidos como reuniões promovidas por entidades as-sociativas que se propõem a debater assuntos de interesse de determinado ramo profissional. Podem ser de âmbito internacional, nacional, regional, estadual e municipal. É comum a realização de congressos com médicos, engenheiros, professores, economistas entre outras áreas profissionais. As sessões de trabalho dos congressos podem ser divididas em mesa-redonda, conferência, simpósio, comissões, painéis, palestras e debates. Os congres-sos podem ser divididos em técnicos ou científicos.

Convenção: é um tipo de reunião promovida por partidos políticos, empresas ou setores industriais (vendedores). As convenções possuem o mesmo objetivo, buscar a integração de pessoas pertencentes a um certo partido político ou empresa, submetendo seus participantes a estímulos co-letivos para que possam agir em amparo dos interesses do referido partido ou empresa.

Coquetel: o objetivo desse tipo de evento é reunir pessoas para uma comemoração de alguma data ou acontecimento. É um evento de curta duração, nunca devendo ultrapassar uma hora e meia, onde são servidos bebidas e canapés.

Debate: é um evento para discussão entre dois oradores, cada um prote-gendo um ponto de vista, com a necessidade da presença de um moderador para coordenação. Pode ser aberto ao público ou conduzido por veículo de mídia, sendo que possui uma particularidade, a plateia jamais participa com perguntas.

Desfile: evento com conotação promocional, os desfiles podem ser,

por exemplo, de moda, para apresentar as tendências e lançar produtos de marcas e grandes estilistas, podem ser cívicos, em comemoração às datas especiais, como Independência e Proclamação da República, que aconte-cem em vias públicas e são prestigiados por um grande público, ou ainda, os desfiles de escolas de samba, que hoje são avaliados como um dos maiores eventos brasileiros e são conhecidos mundialmente. O desfile ocorre sobre uma passarela, rua ou em local especial, coordenado por um mestre de ce-rimônias, que deverá ser guiado por um roteiro.

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Encontro: evento que pode ser definido como um encontro de pessoas de uma categoria para debater sobre temas contraditórios, apresentados por representantes de grupos participantes, necessitando de um coordenador para resumir e apresentar as conclusões dos diversos grupos. São conside-rados eventos menos solenes e mais de natureza técnico-científica.

Entrevista coletiva: é um tipo de evento no qual um conhecedor ou representante de empresa, entidade ou governo se coloca à disposição para responder sobre um certo assunto de seu conhecimento, quem conduz as perguntas é a imprensa.

Exposição: é um tipo de evento que tem como objetivo principal a exi-bição pública de produção artística, industrial, técnica ou científica, eventu-almente ocorre a venda dos produtos expostos. O intuito do evento do tipo exposição é a divulgação.

Feira: evento do tipo exibição pública que visa promover e divulgar pro-dutos, técnicas e serviços, com o objetivo de comercialização. Os produtos e serviços são exibidos em estandes montados em locais especiais.

Fórum: um evento do tipo fórum pode ser definido como uma reunião que objetiva conseguir participação efetiva de um público numeroso, a fim de obter mais informações sobre determinado tema proposto. Um fórum permite que técnicos e especialistas debatam com liberdade seus pontos de vista a respeito de temas em pauta, em busca de consenso geral. O fórum conta com a presença de um coordenador, de forma que permite a informa-lidade. A plateia tem a liberdade de participar com questionamentos.

Happy Hour: evento do tipo encontro conhecido por ocorrer no fim de tarde (coquetel/drinque), comumente promovido por bares, galerias e res-taurantes. No happy hour são oferecidos bebidas e petiscos, sua finalidade é proporcionar confraternização ao final do expediente de trabalho.

Jornada: evento definido como encontro de grupos profissionais, de âmbito regional, para discussão de assuntos de interesse comum. Esses en-contros podem ser solicitados por entidades de classe, as conclusões podem servir de diretrizes para determinado segmento.

Mesa-redonda: é um evento do tipo reunião questionadora de um gru-po de quatro a oito pessoas que tem como característica se sentarem em semicírculo. Os assuntos são apresentados em forma de debate com tempo limitado e um moderador coordena os trabalhos, sendo que o plenário pode ou não participar por intermédio de perguntas.

Mostra: evento considerado de pequeno porte, que pode ser ou não itinerante. Este tipo de evento exibe produtos, bens públicos e produções

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artísticas, com o objetivo de noticiar institucionalmente uma determinada empresa ou promoção cultural.

Oficina: tipo de evento semelhante ao workshop, que proporciona a construção do conhecimento, com foco na área educacional.

Painel: tipo de evento derivado da mesa-redonda que tem como objetivo reproduzir as informações de um pequeno para um grande grupo assistente, permitindo o conhecimento de vários ângulos da situação proposta. O painel apresenta um tema com vários subtemas com a participação de especialistas tratando de um determinado assunto, em que cada expositor possui tempo limitado para exposição, realizando-o de forma informal, com a coordena-ção de um moderador. Na modalidade painel pode ocorrer o debate entre os expositores. Nesta situação, a plateia não pode intervir, apenas no final da exposição por meio de perguntas.

Palestra: tipo de evento menos formal que a conferência, na palestra

ocorre a apresentação de um tema predeterminado a um grupo pequeno, que já possui conhecimento prévio sobre o tema. A palestra acontece com a coordenação de um moderador que admite a intervenção dos participantes durante a exposição.

Roda de Negócios: evento do tipo reunião, com o intuito de aproximar empresas para realizar parcerias e negociar seus produtos e serviços ou ain-da, concluir uma negociação político-econômica. Também conhecido como encontro empresarial, tem o objetivo de reunir empresários de um mesmo ramo de negócios com fornecedores e consumidores de produtos e serviços.

Roadshow: é um evento que se desloca para áreas geoeconômicas de determinado país, estado ou região, montado sobre rodas (ônibus ou carreta), com o objetivo informacional, promocional ou comercial, visando conquistar novos clientes, associados ou parceiros e obter apoio do público.

Salão: é um evento destinado a informar, divulgar e promover produtos, com o intuito de criar uma imagem positiva da instituição promotora para os consumidores, sem alvo comercial direto.

Semana: o evento do tipo semana possui as mesmas características do congresso, com palestras, conferências e painéis. Tem como objetivo reunir pessoas pertencentes a uma categoria profissional ou acadêmica que visam discutir temas de importância comum.

Seminário: o evento do tipo seminário consiste em uma exposição verbal feita para pessoas colocadas no mesmo nível, cujos participantes possuem conhecimento prévio do assunto a ser exposto. Tem o propósito de prover e somar informações de temas já pesquisados. É um evento de caráter técnico e/ou profissional conduzido por um coordenador.

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Showcasing: tipo de evento utilizado como alternativa para feiras. O showcasing insere o conceito de vitrine interativa. Os produtos ou serviços são divulgados em vitrines fechadas, onde os participantes não têm contato direto com os expositores. O diálogo ocorre por intermédio de telefones nas cabines, que são conectados diretamente a uma central de informação.

Simpósio: é mais um evento que deriva da mesa-redonda e possui como característica apresentar alto nível de qualidade e contar com a par-ticipação de renomados especialistas. A principal diferença entre simpósio e mesa-redonda é que no simpósio os expositores não debatem entre si o tema apresentado. As perguntas são efetuadas pelo público, que participa ativamente dos trabalhos. É um evento de porte pequeno e curta duração, com diversos expositores e o acompanhamento de um coordenador, cuja função é realizar o intercâmbio de informações.

Videoconferência ou Teleconferência: modalidade de evento que ocorre entre pessoas que não se encontram fisicamente no mesmo lugar, utilizando tecnologia específica e espaço físico apropriado para permitir a interação entre os participantes. A característica da videoconferência é apre-sentar um tema de interesse de determinado grupo de pessoas, mantendo o distanciamento físico entre as pessoas.

Visitas ou Open Day: tipo de evento que tem o intuito de promover a visitação ou apresentação de um determinado empreendimento ao público externo, visando aproximar o público visitante ao empreendimento. Para tan-to, o empreendimento deve observar um projeto que contemple recepção, demonstração audiovisual, brindes e releases de acordo com as caracterís-ticas do segmento do público a ser recebido.

Workshop: um evento do tipo workshop tem como objetivo reunir especialistas para apresentação de novas técnicas e o desenvolvimento de novos temas de determinada área. O workshop destina-se principalmente para apresentar técnicas, habilidades, saberes e artes por meio de explicação com palestrantes e aplicação de atividades práticas.

Vimos que há eventos dos mais diversos e em diferentes formatos. Com o aumento do número de eventos, torna-se necessária a busca por projetos criativos e ideias diferenciadas para vencer a concorrência. Novos formatos de eventos normalmente têm seu início com ideias criativas. Para que um evento fique marcado na memória de seus participantes, a experiência pre-cisa ser muito marcante. Assim começa o engajamento, quando um evento mesmo muito tempo depois de ter acabado ainda é recordado pelo público participante.

Nos encontramos em um cenário de mudanças, para conseguir so-breviver no mercado de eventos durante e após a pandemia da Covid-19 é

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preciso agir. Organizadores de eventos estão enfrentando desafios ao se rein-ventar, agora investem em inovação, buscando novos formatos de eventos. Acompanhe algumas soluções criativas e desafiadoras de novos formatos de eventos para você se inspirar.

4 TENDÊNCIAS E FORMATOS DOS EVENTOS PÓS-PANDEMIA

As inovações na produção dos eventos já fazem parte do panorama atual. Está surgindo uma tendência mundial, a preocupação com a preservação do nosso ecossistema e o zelo pelo planeta Terra. O tema responsabilidade socioambiental e sustentabilidade é recorrente e torna-se obrigatório para quem vai produzir um evento.

Nessa perspectiva, pensemos na aplicabilidade dessa tendência e como poderemos conduzir o desenvolvimento sustentável de um evento. Para promover um evento de forma sustentável, basta trabalhar com o equilíbrio do tripé da sustentabilidade, ou seja, harmoniosamente com os fatores econômicos, ambientais e sociais (MATIAS, 2011).

No Blog da Moblee, empresa que desenvolve aplicativos para feiras e eventos, também podemos conhecer algumas tendências dos eventos:

Eventos menores: essa é uma tendência que, além de reduzir custos e ser mais sustentável, faz com que os participantes se sintam privilegiados e especiais. Isso ocorre porque reunir grupos menores proporciona soluções mais específicas. Em eventos empresariais menores, são comuns as experiências multissensoriais, nas quais são proporcionados para o participante estímulos para os seus cinco sentidos. Isso é feito pela combinação de atividades, conteúdos, a escolha do local e a atmosfera criada no ambiente.

Uso de tablets: substituir o tradicional bloco de anotações ou o cardápio

em eventos por tablets, além de tornar a experiência dos usuários muito mais interessante e inovadora, ajuda a poupar o uso de muitas folhas de papel e, portanto, a derrubada de árvores. A tecnologia vai ajudar a transmitir muito melhor as mensagens e cumprir os objetivos da empresa, tornando-se mais fácil e agradável de entender, pois o meio de transmissão é um suporte já conhecido. Os tablets podem ser entregues aos participantes como um brinde ou, então, ser disponibilizados apenas durante o evento, por meio de aluguel. Há empresas que trabalham exclusivamente com esse tipo de serviço.

Aplicativo e site próprio do evento: o uso de aplicativos é uma tendência em eventos empresariais e para todos os tipos de projetos do

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setor. A grande novidade nesse segmento é o novo recurso Matchmaking. Com ele, é possível cruzar as informações de perfil de outros usuários com os seus interesses. Com isso, ele sugere possíveis conexões, por meio de matches (combinações), e incentiva indivíduos com perfis parecidos a se conhecerem, aumentando o networking dentro do evento. Outra novidade interessante é o recurso de gamificação — conceito que, ao ser aplicado em aplicativos, faz com que eles passem a contar com pequenas tarefas ou atividades que são recompensadas com pontos. Aplicativos que trabalham com esse conceito trazem a experiência de jogos como uma de suas funções, buscando recompensar o participante e estimular ainda mais o engajamento.

Sustentabilidade e otimização de divulgação: quando se fala em

sustentabilidade, o app se torna um aliado ainda mais importante, porque ajuda a reduzir o uso de recursos como banners informativos, folders com a programação do evento ou folhas com o questionário de satisfação. Ter um site para evento próprio também é de extrema importância nesse sentido. Assim como os aplicativos, ele também ajuda a reduzir o consumo de papel e outros recursos. Mais ainda, uma página na web dedicada ao projeto ajuda a potencializar suas inscrições. Afinal, você consegue divulgar seu evento de forma mais previsível e estratégica e, assim, aumentar a taxa de conversão devido à otimização para venda de ingressos e do fornecimento de dados sobre seus visitantes em tempo real.

Digital Swag Bags como brindes: os pacotes digitais de brindes, na tradução livre, são a nova sensação nos eventos corporativos. Os Digital Swag Bags nada mais são do que conteúdo on-line e vale-presentes digitais que agregam valor ao evento e possibilitam a personalização de acordo com o perfil do público. Com os pacotes digitais de brindes, você não precisa se preocupar com transporte, manuseio e sacolas ou embalagens. Não são raros os casos em que o participante acaba esquecendo ou até mesmo jogando os brindes fora gerando desperdício e, consequentemente, prejuízo. Sem os brindes físicos, esse prejuízo é minimizado e, ainda assim, um brinde é entregue.

Transmissão em tempo real: a transmissão em tempo real de palestras, seminários, aulas e congressos vem se tornando uma tendência. A transmissão pode ser feita por meio do Facebook, Snapchat, Hangout, Instagram, entre várias outras ferramentas disponíveis que, além de tudo, ainda promovem o engajamento dos participantes e a disseminação da marca do seu evento e da sua empresa. Para aumentar ainda mais o engajamento, é possível lançar uma hashtag, para que os participantes utilizem em suas postagens pessoais e replicar os seus posts, o que aumenta a interação.

QR Code nos materiais de divulgação e no credenciamento: o Quick Response Code (código de resposta rápida, na tradução livre) foi criado para codificar informações a serem lidas em alta velocidade. O QR Code vem ganhando força nos eventos corporativos mais recentemente e pode

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ser utilizado de diversas formas. Uma delas é nos materiais de divulgação. Em banners e outdoors, por exemplo, você pode disponibilizar um QR Code para que as pessoas sejam direcionadas ao site do evento para outras informações. Outra forma é usar os códigos QR no credenciamento, para agilizar o processo e evitar filas. Ou, ainda, nos crachás dos participantes, para substituir os cartões de visita e proporcionar um networking mais prático. Além disso, se há expositores nos eventos, existem recursos de coletor de dados em eventos que permitem ao expositor uma leitura da credencial dos participantes no momento da visita, ou seja, é possível capturar os contatos instantaneamente e gerar métricas de desempenho em tempo real, otimizando todo o processo.

No cash: as pessoas estão dando preferência pelos cartões de crédito e débito, seja pela praticidade ou até mesmo pela segurança. Por isso, o uso de “dinheiro vivo” está mais escasso no cotidiano do público, o que também acaba refletindo na produção dos eventos. Para atender esse tipo de comportamento, os organizadores mais atentos estão investindo em plataformas que permitem o pagamento vinculado a contas pré-pagas ou a cartões de crédito. O objetivo é oferecer mais comodidade e segurança aos participantes, que não precisam se preocupar com dinheiro.

Crowd-streaming: o crowd-streaming vem se tornando uma ferramenta popular na divulgação dos eventos. O crowd-streaming também é conhecido como a nova modalidade do antigo marketing boca a boca. Por meio das redes sociais e de aplicativos como o WhatsApp, os participantes do seu evento podem enviar vídeos e fotos instantaneamente e até mesmo fazer transmissões ao vivo, o que ajuda a solidificar o marketing de maneira relevante. Apesar de ser uma forma muito interessante de divulgar seu evento, alguns cuidados devem ser tomados. Você deve verificar se existem impedimentos legais ou direitos autorais para uso de material. Caso existam, os participantes devem ser orientados sobre esse fato, a fim de evitar problemas futuros.

Eventos híbridos : a ideia é misturar um evento presencial com elementos virtuais, ou seja, o evento ocorre em um local com a presença de participantes, mas ao mesmo tempo outras pessoas podem assistir a palestras ou fazer videoconferências com os presentes no local. Esse tipo de evento é muito útil para empresas que têm unidades em cidades, estados ou países diferentes e desejam fazer uma apresentação para todos. É uma ótima forma de economizar, afinal, não sairia nada barato trazer todas essas pessoas de lugares diferentes. Dessa forma, é possível organizar um evento de grande porte sem precisar incluir custos muito elevados de traslado e hospedagem. Algumas medidas são necessárias para o sucesso desse tipo de evento.

Conscientização ambiental: é importante lembrar que o evento não precisa ser sobre o meio ambiente para que os organizadores demonstrem consciência ambiental e incentivem o público a fazer o mesmo. Lembre-

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se de que vários parceiros de grandes organizações já cobram atitudes sustentáveis para manter as relações empresariais. Portanto, a preocupação com a sustentabilidade é uma tendência que deve ser seguida nos eventos empresariais. Para que essa vontade de preservar o meio ambiente seja percebida, é necessário investir em aspectos que demonstrem essa intenção, tais como decorações minimalistas, objetos de material reciclável, melhor aproveitamento da luz natural, uso de lâmpadas econômicas, como as de LED, uso de copos biodegradáveis e a extinção dos ingressos impressos. Esses são apenas exemplos de atitudes que fazem o público notar sua intenção para com o meio ambiente.

FONTE: MOBLEE. Disponível em: https://bit.ly/2UdBKAm. Acesso em: 25 mar. 2021.

Os eventos têm apresentado inovações, seja pela tecnologia existente, como a audiovisual e a mídia, seja pelo local e pela infraestrutura, recentemente ampliando as opções de uso de materiais mais sustentáveis.

Começando pela escolha do local do evento, que deve ser pensado para facilitar o acesso ao transporte coletivo, caso contrário, que ofereçam alternativas, como vans ou carona. Também deve-se considerar o impacto do evento, verificando se as formas de transportes disponíveis podem absorver o movimento de montagem e desmontagem, bem como o deslocamento do público ao evento (MATIAS, 2011).

Ações como reduzir e reciclar resíduos produzidos pelo evento, contratar buffets que trabalham com insumos de pequenos produtores rurais, utilizar material reciclado na construção de estandes, são fatores essenciais para promover um evento de forma sustentável (MARTIAS, 2011).

Devido ao período de isolamento social que nos encontramos, em virtude da pandemia da Covid-19, os eventos físicos acabaram migrando para o universo on-line. Eventos on-line entraram para a rotina diária das pessoas e podem ser vistos como uma oportunidade para exercitar a capacidade de inovação do organizador de eventos. Para criar eventos on-line, é preciso muito planejamento, organização e conhecimento na área, para fazer com que os eventos atinjam os resultados esperados.

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FIGURA 4 – EVENTOS ON-LINE

FONTE: https://dumela.tv/blog/licoes-da-pandemia/. Acesso em: 20 mar. 2021.

Temos o exemplo de um novo formato para realização das feiras de negócios. Com o adiamento das tradicionais feiras presenciais em função da pandemia, foi necessário encontrar meios de contornar a situação. Organizadores de eventos encontraram soluções para promover a interação entre expositores e promotores e, posteriormente, a interação com os visitantes: as feiras virtuais.

As exposições funcionam de forma remota, utilizando tecnologias de imersão virtual e realidade aumentada, o que permite que o participante sinta que está completamente inserido no evento. As interações entre o participante e o expositor também acontecem em tempo real, utilizando alguma opção de tecnologias de comunicação. Quando acontecem seminários ou conferências, as interações também são realizadas de forma digital, normalmente como vídeo conferências ou transmissões on-line (streaming).

A principal vantagem da realização de feiras virtuais é a quebra de barreiras geográficas. Como toda a transmissão é remota, não há impedimentos para que pessoas de outras cidades ou até de outros países participem em tempo real, já que a tradução para outros idiomas também se torna mais fácil. Outra vantagem é o aumento na capacidade de lotação do evento, pois depende do desempenho do servidor e não de quantas pessoas o espaço físico comporta.

Devido aos resultados positivos de pequenas e grandes feiras virtuais realizadas até o momento, é provável que essa prática continue mesmo após o fim do distanciamento social. Todas as vantagens poderão ser devidamente aproveitadas sem a pressão de transmitir tudo o que se espera da feira somente de forma remota.

FONTE: https://bit.ly/3gKq27I. Acesso em: 20 mar. 2021.

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Agora você deve estar se perguntando: mas como serão os eventos no futuro? Com relação às adaptações para os eventos no futuro, teremos protocolos bem rígidos que deverão ser seguidos.

Em países como a Coreia do Sul e China já são utilizadas medidas efetivas que constam no protocolo global para execução de eventos, o Informa AllSecure. O Informa AllSecure é o conjunto de processos e medidas de saúde e segurança para eventos da Informa no mundo pós-pandemia.

O documento é fundamentado nos quatro pilares para a proteção de funcionários e visitantes em eventos: distanciamento físico, proteção e detecção de risco, medidas de higiene e segurança e comunicação. Abaixo descrevemos os detalhes das medidas de segurança, higiene e qualidade, possíveis de adoção para organização de futuros eventos (INFORMA ALLSECURE, 2021):

1. Limpeza aprimorada: todos os eventos deverão realizar uma limpeza aprimorada e profunda antes, durante e após os eventos, trabalhando em conjunto com os centros de convenções, para garantir os mais altos padrões de higiene e segurança.  Isso inclui higienização contínua ao longo de um evento, com foco em áreas de alto contato como maçanetas, banheiros e áreas de alimentos e bebidas.

FIGURA 5 – LIMPEZA APRIMORADA DE MAÇANETAS

FONTE: https://br.freepik.com/fotos-premium/limpeza-de-macanetas-de-portas-com-anti-septico-durante-uma-epidemia-viral_8533159.htm. Acesso em: 20 mar. 2021.

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2. Hig iene pessoal : no acesso aos eventos haverá ponto de descontaminação com álcool para desinfecção de mãos e bolsas. Todos os eventos fornecerão instalações adicionais de lavagem das mãos e estações de higienização em todo o espaço do evento, incentivando todos os participantes a lavar e desinfetar as mãos regularmente.

FIGURA 6 – ESTAÇÃO DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

FONTE: https://bit.ly/3ztO6Vb. Acesso em: 20 mar. 2021.

3. Distanciamento físico: sinalização e marcações com faixas de distância física no local. A recomendação para o distanciamento físico é manter-se a uma distância de 2 metros (cerca de 2 braços) da outra pessoa.

FIGURA 7 – AUDITÓRIO COM DISTANCIAMENTO FÍSICO

FONTE: https://bit.ly/3vAijPg. Acesso em: 20 mar. 2021.

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4. Estações de  alimentos e bebidas: todas as equipes de eventos trabalharão em estreita colaboração com os parceiros do centro de convenções para empregar o mais alto padrão de segurança alimentar, minimizando buffets de autoatendimento em favor de opções alimentares pré-embaladas.  Se qualquer fila for prevista, o distanciamento físico será mantido através do uso de marcações no piso e sinalização relevante.

FIGURA 8 – ALIMENTOS EMBALADOS

FONTE: https://br.pinterest.com/pin/45317539987793915/. Acesso em: 15 mar. 2021.

5. Equipamento de Proteção Individual (EPI): os participantes de todos os eventos deverão usar uma máscara facial na entrada.  Itens como luvas e óculos serão usados pelos participantes e pela equipe, se apropriado, de acordo com os conselhos do governo local e das autoridades de saúde.

FIGURA 9 – UTILIZAÇÃO DE EPIs

FONTE: https://www.unifor.br/-/coronavirus-mascara-ou-protetor-facial-face-shield-saiba-qual-e-o-mais-seguro. Acesso em: 20 mar. 2021.

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6. Primeiros socorros: todos os eventos terão acesso a um socorrista qualificado e a uma área de quarentena separada, se possível. Os participantes serão convidados a não comparecer se não se sentirem bem, e as equipes seguirão as orientações das autoridades locais de saúde para detectar e gerenciar qualquer pessoa que apresente sintomas da COVID-19.

7. Triagem para controle e seleção: todos os eventos seguirão as orientações relevantes das autoridades de saúde sobre a triagem dos participantes.  Isso pode incluir a verificação da temperatura de todos na entrada, por meio de varredura térmica ou outros processos de triagem. Em eventos que promovem grande circulação de pessoas, verificar a temperatura corporal de todos os participantes com termômetros seria inviável. Uma alternativa para viabilizar a realização de eventos é o uso de tecnologia para identificar remotamente alterações de calor, que podem digitalizar grandes multidões e identificar pessoas com temperaturas mais altas que as demais.

FIGURA 10 – TECNOLOGIA PARA IDENTIFICAR REMOTAMENTE ALTERAÇÕES DE CALOR

FONTE: https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,aeroportos-brasileiros-usam-alerta-sonoro-sobre-coronavirus-mas-nao-tem-scanner-termico,70003178546. Acesso em: 20 mar. 2021.

8. Rastrear e entrar em contato: caso seja necessário, todos os eventos trabalharão com as autoridades locais para rastrear e entrar em contato com os participantes dos eventos, de acordo com os regulamentos de privacidade locais.

Mesmo que os protocolos tomem por base as experiências asiáticas, o que se observa com as medidas já adotadas no Brasil é a reabertura por fases do acesso a locais com concentração de pessoas. Com medidas de segurança sanitária e uso de tecnologia, a dinâmica dos eventos vai encontrar um novo cenário daqui em diante. O fim da necessidade de isolamento

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social vai demandar muitas adaptações para o setor de eventos, isso envolve organizadores, fornecedores, palestrantes, público participante e parceiros que precisam garantir a segurança de todos.

REFERÊNCIAS

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Guia de eventos, cerimonial e protocolo para a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. 2. ed. Brasília: Editora IFB, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3vFcrnI. Acesso em: 20 mar. 2021.

RUSCHMANN, Doris van de Meene; SOLHA, Karina Toledo (Org.). Planeja-mento turístico. São Paulo: Manole, 2006.

YANES, Adriana Figueiredo. Governança em hospedagem. São Paulo: Erica, 2014.

ZANELLA, Luiz Carlos. Manual de Organização de Eventos: Planejamento e Operacionalização. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

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