conceitos importantes de gestão ambiental

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1 INTRODUÇÃO O quadro ambiental mundial tem sido motivo de preocupação de diversos segmentos da sociedade. Diante deste cenário, novas concepções vêm sendo adotadas com o intuito de alcançar uma proteção efetiva da natureza, as quais geram amplas discussões em diferentes esferas políticas, presentes do nível local ao global. Estas questões passaram a abranger... 2 A FORMAÇÃO DOS GRUPOS AMBIENTALISTAS (1970-85) 2.1 A ESTRUTURA DE OPORTUNIDADES POLÍTICAS DA REDEMOCRATIZAÇÃO A Teoria do Processo Político salienta que movimentos sociais surgem quando ocorrem mudanças nas dimensões formais e informais do ambiente político, aumentam as possibilidades para grupos sociais se mobilizarem, abrindo ou criando novos canais para expressão de reivindicações. No caso brasileiro, uma mudança na estrutura de oportunidades políticas (EOP) aconteceu com o início do processo de Redemocratização. As possibilidades de mobilização coletiva se expandiram na segunda metade dos anos 1970, quando as vias de mobilização política foram abertas, as formas de expressão política foram liberalizadas, a censura prévia aos meios de comunicação foi reduzida, a Anistia e a extinção do bipartidarismo propiciaram a diversificação de lideranças e a partidarização de movimentos sociais antes albergados ou simpáticos ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB). A Abertura significou um amainamento da repressão aos protestos sociais em geral; os ativistas ambientalistas podiam contar com aliados em outros movimentos sociais, bem como na Igreja Católica e na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); as instituições políticas e administrativas se tornaram mais permeáveis às demandas da sociedade civil e a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente, o aparato burocrático-legal ambiental foi sendo incrementadas com a criação de órgãos e legislação específica, fornecendo aos ativistas novos espaços políticos e novas estruturas de mobilização para veicular suas reivindicações.

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conceitos importantes gestão ambiental

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INTRODUOO quadro ambiental mundial tem sido motivo de preocupao de diversos segmentos da sociedade. Diante deste cenrio, novas concepes vm sendo adotadas com o intuito de alcanar uma proteo efetiva da natureza, as quais geram amplas discusses em diferentes esferas polticas, presentes do nvel local ao global. Estas questes passaram a abranger...A FORMAO DOS GRUPOS AMBIENTALISTAS (1970-85) A estrutura de oportunidades polticas da Redemocratizao A Teoria do Processo Poltico salienta que movimentos sociais surgem quando ocorrem mudanas nas dimenses formais e informais do ambiente poltico, aumentam as possibilidades para grupos sociais se mobilizarem, abrindo ou criando novos canais para expresso de reivindicaes. No caso brasileiro, uma mudana na estrutura de oportunidades polticas (EOP) aconteceu com o incio do processo de Redemocratizao. As possibilidades de mobilizao coletiva se expandiram na segunda metade dos anos 1970, quando as vias de mobilizao poltica foram abertas, as formas de expresso poltica foram liberalizadas, a censura prvia aos meios de comunicao foi reduzida, a Anistia e a extino do bipartidarismo propiciaram a diversificao de lideranas e a partidarizao de movimentos sociais antes albergados ou simpticos ao Movimento Democrtico Brasileiro (MDB). A Abertura significou um amainamento da represso aos protestos sociais em geral; os ativistas ambientalistas podiam contar com aliados em outros movimentos sociais, bem como na Igreja Catlica e na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); as instituies polticas e administrativas se tornaram mais permeveis s demandas da sociedade civil e a criao da Secretaria Especial do Meio Ambiente, o aparato burocrtico-legal ambiental foi sendo incrementadas com a criao de rgos e legislao especfica, fornecendo aos ativistas novos espaos polticos e novas estruturas de mobilizao para veicular suas reivindicaes. Por fim, durante a Redemocratizao, estava em constituio uma agenda ambientalista internacional. A Conferncia de Estocolmo, reunio da ONU sobre meio ambiente e desenvolvimento, em 1972, abriu a discusso pblica nacional sobre a questo ambiental no Brasil. Alm disso, associaes ambientalistas internacionais e partidos verdes nacionais recm-formados ofereciam novos modelos organizacionais e estratgias de mobilizao. Em conjunto, as dimenses da estrutura de oportunidades polticas da Redemocratizao geraram as condies para a constituio dos grupos ambientalistas que daro a espinha dorsal do movimento brasileiro nos anos 1980. Contextos de micromobilizao e a formao de identidades coletivas. Embora se possam descrever todos os grupos ambientalistas brasileiros surgidos no Brasil dos anos 1970 e 1980 como membros das classes mdias, como fez Antuniassi, a extrao social comum no suficiente para caracteriz-los. Boa parte das mobilizaes polticas do perodo contava com ativistas oriundos das classes mdias. A variao entre os grupos se deve mais aos distintos contextos de micromobilizao nos quais se formaram. Isto , a microcontextos de interao social, tais como instituies profissionais, grupos culturais e redes de amizade, nos quais cidados comuns se convertem em ativistas ambientalistas. A conexo entre ativistas , antes de qualquer coisa, uma interao sociocultural e pessoal, por meio das quais interpretaes comuns, laos afetivos, lealdades comunitrias e o sentimento de pertencimento a grupos se constroem. Nesse processo, emergem identidades coletivas, isto , percepes de distino, fronteiras e interesses de grupo, alguma coisa prxima a uma comunidade. Diferentes gneros de experincia social e poltica conferem, portanto, feies particulares a cada grupo e definem distintos estilos de ativismo. No nosso caso, identidades ambientalistas emergiram a partir de quatro contextos de micromobilizao. Nas origens do ativismo ambientalista no Brasil est um grupo de perfil estritamente conservacionista: Fundao Brasileira para Conservao da Natureza, fundada em 1958, no Rio de Janeiro, formada por engenheiros agrnomos e cientistas naturais, trabalhando na burocracia estatal; Associao Gacha de Proteo ao Ambiente Natural (Agapan), fundada em 1971, em Porto Alegre, formada por pesquisadores de cincias naturais com interesse profissional no tema; Movimento Arte e Pensamento Ecolgico (Mape) surgiu em So Paulo, em 1973, formado por artistas plsticos, escritores e jornalistas vinculados aos movimentos contra-culturais e preocupados com a poluio urbana. Associao Paulista de Proteo Natural (APPN),em 1976,tendo por membros profissionais liberais e pequenos empresrios, com experincia associativa ou poltica anterior.

Frames ambientalistasH dois frames tpicos do ativismo ambientalista. O conservacionista define o meio ambiente exclusivamente como mundo natural selvagem, vendo qualquer interveno nele como questo tcnica, restrita aos cientistas naturais. J o frame ecologia poltica inclui o mundo urbano na definio do problema ambiental. As causas da degradao ambiental so atribudas ao desenvolvimento capitalista e ao estilo de vida moderno.Da se deriva uma crtica sociocultural sociedade capitalista, jogando a discusso sobre meio ambiente para dentro da arena poltica. O movimento ambientalista brasileiro obedece a essa disjuntiva. As variaes de experincia e de percepes da EOP sobre a Redemocratizao levaram os grupos de ativistas ambientalistas a desenvolver dois frames distintos: um conservacionista, outro socioambientalista.O socioambientalismo apenas emergiu com o processo de Redemocratizao, adotado por praticamente todas as associaes formadas nos anos 1970. Nesse frame, a definio do problema ambiental passa das cincias naturais para as humanas, com nfase na relao entre processos sociais e naturais. O humanismo da contracultura incorporado, sob a forma de demanda por uma tica ecolgica. A prpria ideia de meio ambiente redefinida como relao entre grupos sociais e recursos naturais. Essas dimenses sociais foram incorporadas de diferentes maneiras pelos ativistas brasileiros. O discurso ambiental incorporou a crtica ao processo de industrializao em curso no pas nos anos 1970 e demandou alteraes no estilo de vida urbano-industrial. Assim, o novo frame associou fortemente os problemas ambientais com causas polticas e econmicas. Por isso, o chamamos aqui de sociambientalismo. [footnoteRef:1] [1: Movimento social no um mero conjunto de ativistas, mas redes de interao informal entre uma pluralidade de indivduos, grupos e/ou organizaes, engajados em conflitos polticos ou culturais, com base em identidades coletivas compartilhadas.]

Ciclo de protestos da ConstituinteO processo de Redemocratizao culminou em eleies gerais para uma Assembleia Constituinte, abrindo para o movimento a escolha entre manter as mobilizaes no plano da sociedade civil ou organizar um partido prprio e ingressar na arena institucional, como vinham fazendo vrios movimentos sociais. No momento de convocao de uma Constituinte, coalizes entre os grupos ambientalistas se formaram em torno de diferentes estratgias, consolidando vnculos e compromissos entre os ativistas.

O ciclo de protestos da Rio-92 A deciso da Organizao das Naes Unidas (ONU) de sediar sua segunda Conferncia Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no Brasil, em 1992, alterou mais uma vez a estrutura de oportunidades polticas para a rede de ativistas e se tornou evento decisivo na efetivao de um movimento ambientalista brasileiro.A agenda da Conferncia, mais do que a simples agregao de temas socioambientalistas e conservacionistas, propugnava uma nova maneira de definir a questo ambiental. A noo de desenvolvimento sustentvel, propondo novas tecnologias para manejo racional dos recursos naturais, vinha apresentada como forma de conciliar desenvolvimento e preservao ambiental. J a ideia de biodiversidade enfocava a manuteno do patrimnio gentico de todas as formas de vida, inclusive das populaes humanas habitando reas de preservao. A SOS Mata Atlntica adotou a estratgia mais consoante com a nova EOP ao formar uma nova coalizo nacional com 1,1 mil associaes, metade delas sem ativismo prvio em questes ambientais. Assim surgiu o Frum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1990,o centro aglutinador e principal estrutura de mobilizao da rede ambientalista durante a Rio-92. A composio do Frum ps em questo a tnica conservacionista da agenda do movimento resultante da Constituinte.Os movimentos sociais traziam agendas marrons, criticando a desigualdade social, a distribuio inqua dos impactos ambientais e o modelo global de desenvolvimento econmico. Em alternativa, propunham um novo padro de modernizao: o desenvolvimento sustentvel. Assim, esses novos aliados contribuam para um reavivamento do socioambientalismo, reconectando a questo ambiental com a problemtica do desenvolvimento, no esprito do Relatrio Brundtland. Isso no significou, contudo, o retorno dominncia do frame socioambientalista no interior da rede nacional. De uma parte, o frame socioambientalista foi matizado, movendo-se em direo ao conservacionismo. De fato, a noo de desenvolvimento sustentvel compatibilizou a defesa simultnea de proteo ambiental e de desenvolvimento socioeconmico, visando a redistribuio de recursos. De outra parte, o frame conservacionista foi redefinido com a substituio da noo de ecossistema pela de biodiversidade. Por meio dela, a proteo do habitat foi dilatada para incluir grupos sociais em interao com reas florestais, desde que com estilos de vida de baixo impacto ambiental. Os patrimnios gentico e cultural de comunidades indgenas e de populaes tradicionais, como grupos extrativistas, tornaram-se objetos de preservao ambiental. As florestas, tema tpico do conservacionismo clssico, foram revalorizadas como lcus da biodiversidade. Essa incluso de dimenses no-urbanas da pauta marrom diferenciou esse novo frame da tradio conservacionista. Esse duplo processo de matizamento e conciliao gerou, pela primeira vez, um frame comum a todo o movimento: o neoconservacionismo. A polissemia das noes de desenvolvimento sustentvel e de biodiversidade permitiu que grupos com agendas em princpio divergentes pudessem dar tnica prpria s mesmas categorias. Abarcando as questes sociais, tpicas da pauta marrom, e os temas verdes da agenda global, o neoconservacionismo se tornou uma lngua franca para todos os grupos do movimento ambientalista, dos pioneiros dos anos 1970 aos conversos em 1992. Portanto, o novo frame consolidou coalizes, at ento restritas a dimenses estratgicas, em torno de significados. O novo frame se materializou na Agenda 21,documento resultante da Rio- 92. A, itens da agenda ambiental global, como proteo das florestas (cap.11) e da diversidade biolgica (cap.15),foram combinados a tpicas socioambientais, como a capacitao de grupos socialmente vulnerveis para a obteno de meios de subsistncia sustentveis (cap.3). Para estabelecer-se, o neoconservacionismo teve de fazer dois expurgos na agenda socioambiental dos anos 1970. A tnica poltica foi substituda por uma abordagem tcnica da questo ambiental, formulada por especialistas das associaes profissionais dos anos 1990. E o estilo de vida urbano deixou de ser o foco do ativismo, como fica patente na concentrao da atuao das grandes associaes ambientalistas dos anos 1990, SOS e Instituto Socioambiental (ISA), em reas florestais. Nesse sentido, o movimento ambientalista brasileiro caminhou rumo a uma profissionalizao e consequente despolitizao da questo ambiental processo similar ao europeu. O outro impacto do ciclo de mobilizao da Rio-92 sobre o movimento foi a solidificao de uma nova estratgia de mobilizao. As lideranas individuais dos anos 1970 e 1980 foram substitudas por coalizes relativamente duradouras entre associaes. Essas redes de ativismo, policntricas e horizontais, tornaram-se o meio preferencial de articulao do movimento e de expresso de demandas nos anos 1990 em trs sentidos: como base logstica de grandes campanhas temticas; como meio de receber e gerir financiamentos governamentais e internacionais; e como canal de lobby e presso na formulao e implementao de polticas pblicas nacionais. Com as redes, o ativismo ambientalista brasileiro pde, simultaneamente, ampliar seu raio de ao e se especializar em temas e reas geogrficas. Assim, o movimento ganhou uma estrutura simultaneamente descentralizada e institucionalizada. A EOP da Rio-92 constituiu, portanto, a terceira etapa do processo de formao do movimento ambientalista brasileiro. Nesse momento, resolveu-se o problema de coordenao de significados entre grupos distintos, com a configurao de um frame comum ao movimento um todo. Nesse sentido, sua resultante foi a consolidao de um movimento ambientalista nacional.

Gesto Ambiental

Gesto ambiental um sistema de administrao empresarial que d nfase na sustentabilidade. Desta forma, a gesto ambiental visa o uso de prticas e mtodos administrativos que reduzir ao mximo o impacto ambiental das atividades econmicas nos recursos da natureza.HISTRICOxxxxMtodos e objetivos principais da gesto ambiental: Aplicao de mtodos que visem manuteno da biodiversidade Adoo de sistemas de reciclagem de resduos slidos Utilizao sustentvel e racional dos recursos naturais Tratamento e reutilizao da gua e outros recursos naturais dentro do processo produtivo Criao de produtos que provoquem o mnimo possvel de impacto ambiental Uso de sistemas que garantam a no poluio ambiental. Exemplo: sistema carbono zero Treinamento de funcionrios para que conheam o sistema de sustentabilidade da empresa, sua importncia e formas de colaborao Criao de programas de ps-consumo para retirar do meio ambiente os produtos, ou partes deles, que possam contaminar o solo, rios, etc. Exemplo: recolhimento e tratamento de pneus usados, pilhas, baterias de telefones celulares, peas de computador, etc.Importncia para as empresasA adoo de gesto ambiental importante para uma empresa por diversos motivos. Em primeiro lugar porque ela associa sua imagem ao da preservao ambiental, melhorando no mercado as imagens das marcas de seus produtos. Empresas que adotam este sistema conseguem reduzir seus custos, evitando desperdcios e reutilizando materiais que antes eram descartados. Empresas com gesto ambiental melhoram suas relaes comerciais com outras empresas que tambm seguem estes princpios.ISO 14000O ISO 14000 um conjunto de normas tcnicas e administrativas que estabelece parmetros e diretrizes para a gesto ambiental para as empresas dos setores privado e pblico. Estas normas foram criadas pela International Organization for Standardization - ISO (Organizao Internacional para Padronizao).

Desenvolvimento SustentvelConceitoO DS possui diversas noes conceituais. H uma universalidade do conceito e difcil operacionalidade. Este conceito possui dinamicidade e continuamente est em processo de mudana nas relaes sociais, econonmicas e naturais. O alcance do conceito de desenvolvimento sustentvel muito amplo e atinge diversas formas estruturais nacionais e internacionais. O seu estabelecimento como conceito tem o objetivo de encontrar solues para os problemas ambientais globais e proposto como uma estratgia para a agenda ambiental internacional. Devido sua amplitude internacional o conceito de DS considerado confuso e de difcil implementao, pois abrange realidades econmicas, sociais, culturais e ambientais bem diferentes. Desenvolvimento sustentvel significa obter crescimento econmico necessrio, garantindo a conservao do meio ambiente e o desenvolvimento social para o presente e geraes futuras.Portanto, para que ocorra o desenvolvimento sustentvel necessrio que haja uma harmonizao entre o desenvolvimento econmico, a conservao do meio ambiente, a justia social (acesso a servios pblicos de qualidade), a qualidade de vida e o uso racional dos recursos da natureza. Sugestes para o desenvolvimento sustentvel: Reciclagem de materiais Coleta seletiva de lixo Tratamento de esgotos industriais e domsticos para que no sejam jogados em rios, lagos, crregos e mares. Descarte de baterias de celulares e outros equipamentos eletrnicos em locais especializados Gerao de energia atravs de fontes no poluentes Substituio das sacolas plsticas Uso racional (sem desperdcio) de recursos da natureza Diminuio na utilizao de combustveis fsseis (gasolina, diesel), substituindo-os porbiocombustveis Utilizao de tcnicas agrcolas que no prejudiquem o solo Substituio gradual dos meios de transportes individuais (carros particulares) por coletivos (metr) Criao de sistemas urbanos (ciclovias) capazes de permitir a utilizao de bicicletas como meio de transporte eficiente e seguro Incentivo ao transporte solidrio Combate aodesmatamentoilegal de matas e florestas Combate ocupao irregular em regies de mananciais Criao de reas verdes nos grandes centros urbanos Manuteno e preservao dos ecossistemas Valorizao da produo e consumo de alimentos orgnicos Respeito s leis trabalhistas No utilizao de mo-de-obra infantil e trabalho escravo Uso da Gesto Ambiental nas indstrias, empresas prestadoras de servios e rgos pblicos Implantao, nos grandes centros urbanos, da tcnica dotelhado verde.Desenvolvimento Sustentvel no BrasilNo Brasil, assim como nos outros pases emergentes, a questo do desenvolvimento sustentvel tem caminhado de forma lenta. Embora haja um despertar da conscincia ambiental no pas, muitas empresas ainda buscam somente o lucro, deixando de lado as questes ambientais e sociais. Ainda grande no Brasil o desmatamento de florestas e uso de combustveis fsseis. Embora a reciclagem do lixo tenha aumentado nos ltimos anos, ainda muito comum a existncia de lixes ao ar livre. A poluio do ar, de rios e solo ainda so problemas ambientais comuns em nosso pas.IDS (Indicadores de Desenvolvimento Sustentvel)Desenvolvido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica) em 2002, tem como objetivo estabelecer comparaes entre regies do Brasil e com outros pases, no tocante ao desenvolvimento sustentvel. So utilizados dados econmicos, sociais, institucionais e ambientais. O ltimo IDS, apresentado pelo IBGE em 2012, mostrou avanos nos ltimos anos no tocante ao desenvolvimento sustentvel no pas. Porm, ainda estamos muito atrs com relao ao que tem sido feito nos pases mais desenvolvidos.

Sociedade SustentvelSociedade sustentvel aquela que consegue suprir suas necessidades de produo, consumo e crescimento sem comprometer as bases para o desenvolvimento das futuras geraes.Uma sociedade sustentvel deve, portanto, caminhar no sentido do desenvolvimento sustentvel, equilibrando o crescimento econmico com a conservao do meio ambiente e a qualidade de vida.Principais caractersticas de uma sociedade sustentvel Uso racional de gua e energia. Captao e uso da gua das chuvas Conservao do meio ambiente Desenvolvimento de sistema de reciclagem de lixo e reuso de materiais slidos Incentivo e uso de meios de transportes coletivos, bicicletas, veculos eltricos e outros que no poluem o ar Utilizao racional e controlada dos recursos naturais e minerais daTerra Diminuio do uso de combustveis fsseis Uso de fontes de energias renovveis e limpas Implantao de sistemas de educao ambiental nas escolas Ampliao, conservao e manuteno de reas verdes Incentivo aos moradores para que estes plantem rvores em suas caladas, aumentando assim a arborizao urbana. Incentivo e aumento das reas agrcolas destinadas produo de gneros alimentcios (frutas, verduras e cereais) orgnicos.Existem sociedades sustentveis atualmente?Infelizmente no, embora muitas cidades (principalmente na Europa, Japo, EUA e Canad) j possuam algumas caractersticas relacionadas sustentabilidade.A principal dificuldade para a implantao e desenvolvimento de uma sociedade sustentvel o fator econmico. Muitas empresas, buscando baratear os custos de produo, optam por processos produtivos poluentes e no sustentveis.Faltam tambm incentivos dos governos, que visando obter cada vez mais impostos, no criam sistemas de incentivos fiscais para prticas sustentveis.Os cidados, principalmente de pases pobres ou em desenvolvimento, possuem pouco esclarecimento sobre a importncia do desenvolvimento sustentvel para a qualidade de vida atual e das futuras geraes.

Sustentabilidade Empresarial

Sustentabilidade empresarial um conjunto de aes que uma empresa toma, visando o respeito ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentvel da sociedade. Logo, para que uma empresa seja considerada sustentvel ambientalmente e socialmente, ela deve adotar atitudes ticas, prticas que visem seu crescimento econmico (sem isso ela no sobrevive) sem agredir o meio ambiente e tambm colaborar para o desenvolvimento da sociedade.Importncia da sustentabilidade empresarialAlm de respeitar o meio ambiente, a sustentabilidade empresarial tem a capacidade de mudar de forma positiva a imagem de uma empresa junto aos consumidores. Com o aumento dos problemas ambientais gerados pelo crescimento desordenado nas ltimas dcadas, os consumidores ficaram mais conscientes da importncia da defesa do meio ambiente. Cada vez mais os consumidores vo buscar produtos e servios de empresas sustentveis.Vale apena ressaltar que, sustentabilidade empresarial no so atitudes superficiais que visem o marketing, aproveitando a chamada onda ambiental. As prticas adotadas por uma empresa devem apresentar resultados prticos e significativos para o meio ambiente e a sociedade como um todo.Vantagens das prticas empresariais sustentveis Melhoria da imagem da empresa junto aos consumidores e comunidade em geral. Economia, com reduo dos custos de produo. Isto obtido, por exemplo, atravs da reciclagem, reutilizao da gua, reaproveitamento de sobras de matria-prima e medidas de economia de energia eltrica. Melhoria nas condies ambientais do planeta. Satisfao dos funcionrios e colaboradores. Em funo da conscincia ambiental, muitas pessoas tem satisfao em trabalhar em empresas sustentveis. Valorizao das aes em bolsas de valores. Cada vez mais, investidores tem procurado dar mais ateno para a compra de aes de empresas sustentveis socialmente e ambientalmente.Prticas sustentveis nas empresas (exemplos): Uso de sistemas de tratamento e reaproveitamento da gua. Uso racional da gua e da energia eltrica. Reciclagem do lixo slido. Reutilizao de sobras de matria-prima. Criao de projetos educacionais voltados para a conservao do meio ambiente. Adoo de projetos que visem o desenvolvimento educacional e cultural da comunidade em que a empresa est inserida. Uso de materiais reciclveis para a confeco de embalagens dos produtos. Uso de sacolas biodegradveis (caso de supermercados, por exemplo). Uso de filtros que retm os poluentes emitidos em determinadas fases da produo industrial. No descartar esgoto ou resduos qumicos em rios, crregos ou lagos. No poluir o solo com produtos qumicos ou qualquer outro material poluente. No utilizao de trabalho infantil, forado ou escravo. Respeito total as leis ambientais do pas. No adotar prticas que visem tirar vantagens em concorrncias pblicas. A empresa sustentvel no deve aderir, em hiptese alguma, a esquemas de corrupo. Vale lembrar que recursos pblicos desviados por corruptos significam menos investimentos em reas essenciais para a populao (sade, educao, transportes, lazer e etc.). Uso nos processos de produo, quando possvel, de fontes de energia limpa e renovvel. No utilizao de formas de discriminao (raa, cor, religio, opo sexual e etc.) nos processos de seleo de funcionrios. Uso de formas justas, respeitando os princpios de igualdade de direitos no processo seletivo. Respeito s leis trabalhistas do pas, fazendo o pagamento de forma justa e garantindo todos os direitos dos trabalhadores. Uso de prticas de produo que garantam a total segurana dos funcionrios no ambiente de trabalho. Produo de mercadorias e prestao de servios que no coloquem em risco a sade e a segurana fsica ou psicolgica dos consumidores. Uso de contratos com consumidores e outras empresas que sejam claros, objetivos e justos. Fornecimento de um sistema de atendimento ao consumidor (SAC) eficiente. Informar de forma adequada os consumidores a respeito das caractersticas dos produtos que vendem ou dos servios que prestam. Alm disso, importante que a empresa oriente seus consumidores a respeito do descarte das embalagens, produtos com validade vencida ou que no sero mais utilizados por qualquer outro motivo. Adoo, quando for o caso, do sistema de logstica reversa. Este visa evitar que determinados produtos sejam descartados no meio ambiente. Empresas fabricantes de pneus, pilhas, baterias, medicamente e outros produtos que possam poluir o meio ambiente devem utilizar este processo.***A Bolsa de Valores de So Paulo (Bovespa) criou um ndice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). uma importante ferramenta de anlise e comparao das empresas que mantm aes na Bolsa de Valores, visando esclarecer os investidores sobre como estas corporaes esto adotando prticas de desenvolvimento sustentvel.PRINCIPAIS Problemas ambientais atuais Poluio do ar por gases poluentes gerados, principalmente, pela queima de combustveis fsseis (carvo mineral, gasolina e diesel) e indstrias. Poluio de rios, lagos, mares e oceanos provocados por despejos de esgotos e lixo, acidentes ambientais (vazamento de petrleo), etc; Poluio do solo provocada por contaminao (agrotxicos, fertilizantes e produtos qumicos) e descarte incorreto de lixo; Queimadas em matas e florestas como forma de ampliar reas para pasto ou agricultura; Desmatamento com o corte ilegal de rvores para comercializao de madeira; Esgotamento do solo (perda da fertilidade para a agricultura), provocado pelo uso incorreto; Diminuio e extino de espcies animais, provocados pela caa predatria e destruio de ecossistemas; Falta de gua para o consumo humano, causado pelo uso irracional (desperdcio), contaminao e poluio dos recursos hdricos; Acidentes nucleares que causam contaminao do solo por centenas de anos. Podemos citar como exemplos os acidentes nucleares de Chernobyl (1986) e na Usina Nuclear de Fukushima no Japo (2011); Aquecimento Global, causado pela grande quantidade de emisso de gases do efeito estufa; Diminuio da Camada de Oznio, provocada pela emisso de determinados gases (CFC, por exemplo) no meio ambiente.INDICADORES SOCIOECONMICOS NA GESTO AMBIENTALOs Indicadores so dados que permitem quantificar, qualificar ou mensurar algum elemento desejado, facilitando a compreenso dos dados, melhorando a qualidade de pesquisas. Os indicadores so fundamentais para tomadores de deciso e para a sociedade, pois permitem tanto criar cenrios sobre o estado do meio quanto aferir ou acompanhar os relutados de uma deciso tomada. Um indicador pode, ento, ser conceituado como uma ferramenta de avaliao referida a uma caracterstica especfica e observvel, mensurvel em escala quantitativa ou qualitativa, ou a uma mudana que pode ser avaliada em relao a um critrio previamente selecionado, e que mostra a evoluo de uma poltica ou de um ou mais programas implementados em relao a essa caracterstica ou critrio, ou o progresso relativamente ao atingimento de um resultado determinado, habilitando os tomadores de deciso a avaliar a necessidade/oportunidade de uma interveno corretiva e/ou estimar o progresso rumo aos resultados, metas e produtos perseguidos ou, ainda, os impactos de uma determinada ao. USOS DOS INDICADORESAs diferentes necessidades dos seus usurios orientam os usos dos indicadores. Dessa maneira, o conjunto de indicadores a ser empregado em um dado plano depende dos seus objetivos e das suas caractersticas intimamente associadas a essas necessidades. No entanto quatro categorias principais de usos so predominantes: medio de desempenho de polticas pblicas, planos, programas e projetos (sempre que uma base de comparao for estabelecida com clareza como, por exemplo, metas). integrao com interesses e preocupaes externos a polticas setorias determinao do estado do meio ambiente ou dos recursos hdricos de uma dada regio como uma bacia hidrogrfica, um municpio, um estado ou um pas. integrao do processo decisrio ambiental e econmicoIndicadores so tradicionalmente usados para:i. assinalar como um sistema est funcionando em relao ao previsto ou esperado, quando ajudam a identificar problemas no horizonte e avaliar o sucesso de polticas passadas, ao menos indiretamente. Se forem estabelecidos limites crticos que no possam ser ultrapassados, os indicadores funcionaro como um sistema de alerta para os responsveis pela gesto e para a sociedade em geral.ii. fixar a posio em que se encontra um processo, em que direo e com que intensidade ele est evoluindo;iii. aferir a que distncia o processo se encontra de onde deveria estar ou o afastamento do produto em relao a um padro pr-estabelecido iv. avaliar o resultado de polticas pblicas de forma mais direta, no mnimo para atestar se elas melhoram ou pioram os problemas diagnosticados.v. apoiar com dados a construo de modelos hidrolgicos, ambientais, de qualidade da gua, ou de interao ecolgico-social e dar suporte a testes de campo desses modelosvi. apoiar a construo de cenrios e relaes de causalidade.vii. apoiar a elaborao de planos diretores de desenvolvimento urbano, planos plurianuais de investimentos e planos de recursos hdricos de bacias hidrogrficas, entre outros;viii. avaliar impactos ambientais decorrentes da implantao de grandes projetos;ix. justificar o repasse de verbas para a implementao de programas e projetos;x. atender necessidade de disponibilizar equipamentos ou servios sociais para pblicos especficos, por exigncia legal ou presses polticas da sociedade local;

Os indicadores, especialmente os que abordam temas ambientais, procuram denotar o estado do meio a que se referem e as tenses nele instaladas, bem como a distncia de que este se encontra de uma condio de desenvolvimento sustentvel. No caso da gesto dos recursos hdricos, procura-se medir, com os indicadores, as condies dos recursos hdricos de uma determinada bacia ou unidade geopoltica e o estado da gesto dos mesmos, bem como as transformaes experimentadas, tanto por esses recursos quanto pela sua gesto, assim como retratar as relaes que eles guardam com o desenvolvimento sustentvel. um indicador uma informao que permite avaliar, com relao a um dado parmetro de controleou propriedade, onde estamos e para onde vamos, servindo tambm para avaliar programas de ao e seu alcance. Hart(1999) compara indicadores a bssolas que orientam quanto ao rumo e a rota que est sendo seguida.Os indicadores sociais so indispensveis em todas as fases do processo de formulao e implementao de polticas pblicas. Do ponto de vista de polticas pblicas, os indicadores so instrumentos que permitem identificar e medir aspectos relacionados a um determinado conceito, fenmeno, problema ou resultado de uma interveno na realidade. A principal finalidade de um indicador traduzir, de forma mensurvel, determinado aspecto de uma realidade dada (situao social) ou construda (ao de governo), de maneira a tornar operacional a sua observao e avaliao.Classe dos Indicadores: Econmicos Resultam de um conjunto de dados medidos e estatsticas consideradas significativas para o diagnstico e o prognstico da economia, destinadas divulgao pblica e empregada como ferramenta de anlise das condies econmicas atuais e projees futuras. Revelam quanto a economia de um pas ou regio est se expandindo ou contraindo, as taxas de crescimento e as vrias tendncias nelas manifestadas, como por exemplo as vendas no varejo e a taxa de desemprego. Exemplos: ndice de Preos ao Consumidor (IPC), ndice de Custo de Vida (ICV), PIB per capita, Renda per capita, salrio mnimo, taxa de desemprego, ...demogrficosOs indicadores demogrficos referem-se a estatsticas resultantes do estudo de caractersticas das populaes humanas (o tamanho, a densidade demogrfica, taxa de crescimento, taxa de natalidade, populao urbana e rural, distribuio, fertilidade, mortalidade e migrao). Estes indicadores so muito usados em planejamento de servios pblicos e das necessidades de infraestrutura. Nos Planos de Recursos Hdricos, eles so essenciais para as etapas de prognstico, quando se procura fixar as necessidades futuras da BH. SociaisSo aqueles que apontam o nvel de bem-estar geral e de qualidade de vida da populao, principalmente em relao sade, educao, trabalho, renda, segurana, habitao, transporte, aspectos demogrficos e outros;Exemplos: taxa de pobreza, ndice de Gini, nmero de empregos formais, domiclios atendidos por rede de abastecimento de gua; populao que frequenta a escola, escolaridade, nmero de leitos hospitalares por 1000 habitantes,...Ambientais: Demonstram o progresso alcanado na direo do desenvolvimento sustentvel, que compreende, segundo as Naes Unidas, quatro dimenses: ambiental, social, econmica e institucional.Indicadores de sustentabilidade. So divididos em grupos: de desempenho ambiental (de gesto, operacional) e os de condies ambientais locais ou regionais (ar, gua, solo, fauna, seres humanos, comunidade, esttica, cultura, heranas para as prximas geraes). Representam um aprofundamento dos indicadores ambientais no sentido de integrar o territrio dos indicadores econmicos, sociais e ambientais. So multidimensionais. A FIRJAN (2008) indica que para a escolha destes indicadores necessrio levar em considerao: Ser simples, de fcil interpretao e capazes de demonstrar tendncias; Ser relevantes em termos das questes e dos valores ambientais; Facilitar o entendimento dos Sistemas de Gesto Ambiental implementados; Ter uma base cientfica; Considerar as dificuldades de monitoramento (tempo, tecnologia, custos); e Proporcionar bases slidas para comparaes e tomadas de deciso.

NDICE DE PRESSO SOCIOECONMICA (IPS) Densidade demogrfica municipal Taxa de urbanizao Valor adicionado da agropecuria Valor adicionado da indstriaNDICE DE GESTO AMBIENTAL MUNICIPAL (IGAM) Existncia de rgo ambiental, de Conselho Municipal do Meio Ambiente, aspectos qualitativos dos Conselhos, participao em Comit de Bacia, Legislao Ambiental Municipal, Unidades de Conservao Municipal, Agenda 21, funcionrios ativos na gesto ambiental, aes de carter ambiental.Segundo IBAMA (2006), os municpios, ao elaborarem um planejamento territorial baseado em princpios de sustentabilidade, devem considerar um crescimento econmico que proporcione distribuio de renda; alocao e gesto eficiente de recursos pblicos; utilizao adequada dos recursos naturais; maior equilbrio entre o espao rural e o urbano e respeito s tradies culturais das populaes. Cita tambm que para esses requisitos serem atendidos, a rea de meio ambiente no pode ser vista como um departamento isolado, sem recursos e funcionrios. O meio ambiente deve ser um elemento estruturador das polticas municipais e permear todas as reas administrativas.Os indicadores facilitam na compreenso dos dados, melhorando assim a qualidade das pesquisas na medida em que permitem quantificar, qualificar ou mensurar algum elemento desejado. As definies e caractersticas dos indicadores podem ser diversas e vo depender diretamente da abordagem a ser considerada. Desse modo fundamental que os indicadores sejam observados e interpretados dentro do contexto especificamente pretendido de anlise. Reforamos o pensamento de que a simples existncia de uma estrutura administrativa ambiental nos municpios, no garante uma prtica exitosa de gesto ambiental. Contudo, para que exista uma contribuio por parte dos municpios na gesto ambiental territorial e dos recursos naturais fundamental a constituio de algum rgo ou departamento responsvel por essa pasta.http://pt.slideshare.net/gilberto1096/indicadores-de-sustentabilidade?next_slideshow=1

AGENDA AMBIENTAL PBLICAAs questes ambientais fazem parte da agenda pblica constituindo-se em fatores decisivos para o desenvolvimento sustentvel e, ao mesmo tempo, demandando a complementaridade e a interao entre as mais diversas aes do poder pblico. Essas aes devem, portanto, ser articuladas e implementadas de forma transversal para que possam contribuir para a consolidao das bases que permitiro a definio e implantao de uma poltica efetiva para o desenvolvimento sustentvel do pas.Politicas pblicas o conjunto de aes coletivas voltadas para garantia dos direito sociais, configurando um compromisso pblico que visa dar conta de determinada demanda, em diversas reas. So aes e procedimentos que visam resoluo pacifica de conflitos em torno da alocao de bens e recursos pblicos, sendo os personagens envolvidos nesses conflitos, os atores polticos. Desde 2003, quatro linhas bsicas tem determinado o traado da poltica ambiental integrada no Brasil: promoo do desenvolvimento sustentvel; necessidade de controle e participao social; fortalecimento do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama); transversalidade. necessrio adotar estratgias como a correta aplicao dos instrumentos previstos na legislao at novas formas de atuao, com maior transparncia, maior controle social e menor vulnerabilidade aos interesses econmicos e poltico-partidrios. MARCO LEGAL PARA A INTEGRAO DAS POLTICAS PBLICAS: Poltica Nacional do Meio Ambiente (PNMA, 81) Poltica Nacional de Recursos Hdricos (1997) Poltica Nacional de Educao Ambiental (1999) Sistema Nacional de Unidades de Conservao (2000) Poltica Nacional urbana Estatuto das Cidades (2001) Lei de Saneamento Bsico (2007) Poltica Nacional de Resduos Slidos (2007)HISTRICOA Agenda Ambiental na Administrao Pblica (A3P) surgiu em 1999, como um projeto do MMA que buscava a reviso dos padres de produo e consumo e a adoo de novos referenciais de sustentabilidade ambiental nas instituies da administrao pblica. Em 2001, foi criado o Programa Agenda Ambiental na Administrao Pblica, cujo objetivo era sensibilizar os gestores pblicos para as questes ambientais, estimulando-os a incorporar princpios e critrios de gesto ambiental em suas atividades rotineiras. J foram realizados fruns sobre o tema. Em 2002, a A3P foi reconhecida pela UNESCO. Posteriormente, foi includa no PPA 2004/2007 como ao integrante do programa de Educao Ambiental para Sociedades Sustentveis, tendo continuidade no PPA 2008/2011. Em 2005 foi criada a REDE A3P, um canal de comunicao entre os rgos pblicos, para promover o intercmbio tcnico, difundir informaes, sistematizar dados e incentivar e promover o programa. A partir de 2007, a A3P passou a integrar o Departamento de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental, da Secretaria de Articulao Institucional e Cidadania Ambiental. Atualmente, o principal desafio promover a Responsabilidade Socioambiental como poltica governamental, auxiliando na integrao da agenda de crescimento econmico concomitantemente ao desenvolvimento sustentvel, por meio da insero de princpios e prticas de sustentabilidade socioambiental no mbito da administrao pblica. OBJETIVOS: Combate a todas as formas de desperdcio dos bens pblicos e dos RN; Incluso de critrios socioambientais nos investimentos, compras e contrataes pblicas; GA dos resduos, incluindo a parceria com cooperativas de catadores de lixo para gerao de trabalho e renda; Formao continuada (capacitao e sensibilizao) dos servios pblicos em relao aos aspectos socioambientais e de melhoria da qualidade do ambiente de trabalho; Reacender a tica e a autoestima dos servidores pblicos, principalmente em relao ao atendimento de interesses coletivos.A agenda se encontra em harmonia com o princpio da economicidade, que se traduz na relao custo-benefcio e, ao mesmo tempo, atende ao princpio constitucional da eficincia, includo no texto da Carta Magna (art. 37) por meio da Emenda Constitucional 19/1998, e que se trata de um dever da administrao. EIXOS TEMTICOSPraticar REPENSAR, REDUZIR, REAPROVEITAR, RECICLAR E RECUSAR CONSUMIR PRODUTOS QUE GEREM IMPACTOS SOCIAMBIENTAIS SIGNIFICATIVOS. Eixos temticos: Uso racional dos recursos naturais e bens pblicos Gesto adequada dos resduos gerados Qualidade de vida no ambiente de trabalho Sensibilizao e capacitao dos servidores Licitaes sustentveisOnde ocorre e quem participa?Desde o seu lanamento, a A3P tem sido implementada por diversos rgos e instituiespblicas das trs esferas de governo e dos trs poderes. O Programa foi criado para ser aplicado na administrao pblica, mas pode ser usado como modelo de gesto socioambiental por outros segmentos da sociedade.A Responsabilidade Socioambiental se inicia com a deciso da instituio de revisar posturas,atitudes e prticas internas com a finalidade de consolidar a Agenda Ambiental em sua estrutura organizacional. O grande desafio consiste na transformao do discurso terico em aes efetivas e a inteno em compromisso. Os princpios da responsabilidade socioambiental requerem, portanto, cooperao e empenho em torno de causas significativas e inadiveis. A A3P uma iniciativa que demanda engajamentos individual e coletivo, a partir do comprometimento pessoal e da disposio para incorporar conceitos preconizados, objetivando a mudana de hbitos e a difuso do programa.

COMO IMPLANTAR A A3PAs atividades esto baseadas nas orientaes e nos princpios da Norma Brasileira ABNT NBR ISSO 14001/2004 Sistema de Gesto Ambiental requisitos com orientaes para o uso, cabendo, a cada instituio, desenvolver a sua prpria agenda ambiental, adequada s suas caractersticas e peculiaridades, atividades, a seu porte e direcionamento estratgico. preciso estabelecer objetivos, metas e respectivos planos de ao, implementao e operacionalizao das atividades, para as quais a administrao dever disponibilizar recursos financeiros e fsicos, assim como designar seus representantes especficos, com responsabilidade e autoridade definidas. preciso identificar a necessidade de capacitao nas reas de maior prioridade, assim como promover a conscientizao e sensibilizao de todos os funcionrios para a importncia da implementao da A3P. PLANO DE TRABALHO PARA A IMPLEMENTAO DA A3POBJETIVOS GERAIS Promover a reflexo sobre os problemas ambientais em geral e na administrao pblica em particular, estimulando a adoo de atitudes e procedimentos que levem ao uso racional dos recursos naturais e dos bens pblicos. OBJETIVOS ESPECFICOS Elaborar plano de gesto de resduos slidos; Implementar programa de reduo de consumo e reaproveitamento de material de expediente; Implementar programa de combate ao desperdcio de gua e energia; Introduzir Diferencial Ecolgico na aquisio de bens, materiais e contratao de servios; Implementar programa de substituio de insumos e materiais por produtos que provoquem menos danos ao meio ambiente; Elaborar planos e programas voltados eliminao ou minimizao dos impactos ambientais negativos gerados durante a jornada de trabalho; Implementar programa de formao de recursos humanos em Educao Ambiental por meio de palestras, reunies, exposies, oficinas de arte e educao, ecologia humana; e concursos internos que estimulem aes criativas, inovadoras e positivas na adequao da infra estrutura funcional aos conceitos de sustentabilidade; Produzir informativos referentes a temas ambientais, experincias bem-sucedidas e progressos alcanados pela instituio; Implementar coleta seletiva de lixo.O poder pblico deve intervir para garantir maiores nveis de sustentabilidade das atividades econmicas e de produo, levando a sociedade a refletir e adotar novos valores e hbitos. A misso da A3P, acima de tudo, sensibilizar todos os servidores pblicos da administrao, os prestadores de servios, os responsveis pela limpeza, segurana, atendimento ao pblico, etc. No esquema a seguir esto alguns critrios que devero ser contemplados no processo de mudana, para que se alcance um melhor desempenho ambiental e de qualidade de vida no ambiente de trabalho:Quanto aos mveis, material de expediente, produtos qumicos, veculos e acessrios, material de construo, equipamentos eletroeletrnicos, produtos alimentcios, produtos farmacuticos e produtos hospitalares: deve-se praticar: Uso racional dos RN e bens pblicos; tica do servidor pblico, autoestima do servidor pblico, destinao adequada dos resduos slidos; prticas sustentveis, qualidade de vida no trabalho, mudana de hbitos. LEGISLAO BRASILEIRANovo Cdigo Florestal Brasileiro - Lei n 4771/65 (ano 1965)Promulgada durante o segundo ano do governo militar, estabeleceu que as florestas existentes no territrio nacional e as demais formas de vegetao,...so bens de interesse comum a todos os habitantes do Pas.Poltica Nacional do Meio Ambiente - Lei n 6938/81 (ano 1981)Constituiu o marco inicial das aes para conservao ambiental e incorporao do tema nas atividades de diversos setores da sociedade, alm de ser o marco histrico no desenvolvimento do direito ambiental. A partir de vrias normas e regulamentaes que passaram a disciplinar a questo ambiental, relacionadas conservao do MA, uso dos ecossistemas, educao ambiental, gua, patrimnio gentico, fauna, flora, entre outras. Instrumentos da PNMA: zoneamento ambiental, avaliao de impacto ambiental[footnoteRef:2], licenciamento ambiental, sistema de informaes sobre MA, cadastro tcnico federal de atividades e o relatrio de qualidade do MA. Aumentou a fiscalizao e criou regras mais rgidas para atividades de minerao, construo de rodovias, explorao de madeira e construo de hidreltricas. Consagrou o princpio da responsabilidade do poluidor. Constitui o Sisnama e as competncias do Conama. [2: Impacto ambiental qualquer alterao das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do MA, causada por qualquer forma de matria ou energia resultante de atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem a sade, a segurana e o bem-estar da populao; as atividades sociais e econmicas; a biota; e as condies dos RA. ]

LEI DE AO CIVIL PBLICA (N 7.347, 1985)Tutela os valores ambientais, disciplinando a ao civil pblica de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico.

CONSTITUIO FEDERAL DE 1988O artigo 225 impe ao poder pblico e coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente e exige, na forma da lei, que sejam realizados estudos prvios de impactos ambientais para instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente. Todos tem direito ao MA ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida...

Lei de Crimes Ambientais - Decreto n 3179/99 (ano 1999)Instituiu punies administrativas e penais para pessoas ou empresas que agem de forma a degradar a natureza. Atos como poluio da gua, corte ilegal de rvores, morte de animais silvestres tornaram-se crimes ambientais.Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza (SUNC) - Lei n 9985/2000 (ano 2000)Definiu critrios e normas para a criao e funcionamento das Unidades de Conservao Ambiental.Medida Provisria n 2186-16 (ano 2001)Deliberou sobre o acesso ao patrimnio gentico, acesso e proteo ao conhecimento gentico e ambiental, assim como a repartio dos benefcios provenientes.Lei de Biossegurana - Lei n 11105 (ano 2005)Estabeleceu sistemas de fiscalizao sobre as diversas atividades que envolvem organismos modificados geneticamente.Lei de Gesto de Florestas Pblicas - Lei n 11284/2006 (ano 2006)Normatizou o sistema de gesto florestal em reas pblicas e criou um rgo regulador (Servio Florestal Brasileiro). Esta lei criou tambm o Fundo de Desenvolvimento Florestal.POLTICA NACIONAL DE RESDUOS SLIDOS (2007)

LEI DE SANEAMENO BSICO (2007)O Plano Nacional de Saneamento Bsico (PNSB) abrange o abastecimento de gua potvel, o esgotamento sanitrio, a limpeza urbana, o manejo de guas pluviais urbanas, alm de outras aes de saneamento bsico de interesse para a melhoria da salubridade ambiental. Medida Provisria n 458/2009 (ano 2009)Estabeleceu novas normas para a regularizao de terras pblicas na regio da Amaznia.CLUBE DE ROMA E OS LIMITES DO CRESCIMENTOEm 1972, o Clube de Roma (Meadows e outros autores) publicou Os Limites do Crescimento. O relatrio conclua que se fossem mantidos os nveis de poluio, industrializao, produo de alimentos e explorao dos recursos naturais, em aproximadamente 100 anos o limite de desenvolvimento da Terra seria atingido e isto causaria uma diminuio forada da populao mundial e da industrializao. O relatrio conclui que as tendncias atuais poderiam ser mudadas e que se poderiam planejar condies de estabilidade econmica e ecolgica em longo prazo que pudessem satisfazer as necessidades materiais das pessoas e que possibilitasse o seu desenvolvimento humano. Quanto antes se trabalhasse para reverter o quadro ambiental negativo, maiores seriam as chances de sucesso. Em 1972, foi realizada a Conferncia de Estocolmo, a qual introduziu temas como pobreza humana e degradao ambiental, porm sem elaborar uma conceituao sobre o DS. RELATRIO BRUNDTLAND OU NOSSO FUTURO COMUMO Relatrio Brundtland (Relatrio da Comisso Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento) ou Nosso Futuro Comum (1987), como ficou conhecido definiu o DS, como: o que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das geraes futuras para satisfazer as suas. O relatrio identifica os problemas ambientais e sociais como as necessidades primeiras a serem atendidas e foca dois importantes princpios para uma sustentabilidade: as necessidades e limites. O termo agrega, em sua definio, trs pontos fundamentais: crescimento econmico, equidade social e equilbrio ecolgico. O conceito apresentado induz a um esprito de responsabilidade comum como processo de mudana no qual a explorao de recursos materiais, os investimentos financeiros e as rotas do desenvolvimento tecnolgico devero adquirir sentido harmonioso. Nesse sentido, o desenvolvimento da tecnologia deve ser orientado para metas de equilbrio com a natureza e de incremento da capacidade de inovao dos pases em desenvolvimento e o progresso ser entendido como fruto de maior riqueza, maior benefcio social equitativo e equilbrio ecolgico (DONAIRE 1995).O relatrio enfatiza que o DS no implica limites mas implicaes, mas limitaes impostas pelo presente estado da tecnologia e da organizao dos recursos ambientais e sociais e pela capacidade da biosfera absorver os efeitos das atividades humanas. O DS no um estado fixo de harmonia, mas um processo de mudana no qual a explorao de recursos, a direo dos investimentos, a orientao do desenvolvimento tecnolgico e as mudanas institucionais so feitas de forma compatvel com o futuro e com as necessidades presentes. A definio proposta pelo Relatrio Brundtland a mais aceita e procura abranger alm das geraes presentes, as geraes futuras e exige uma mudana na conscincia ambiental por parte da sociedade humana. Atualmente, contemplam o desenvolvimento social, a oportunidade econmica e o melhoramento da qualidade de vida das pessoas, considera-se tambm a igualdade e a equidade entre as geraes presentes e futuras, entre os pases pobres e ricos entre classes sociais, sexos e geraes, sempre respeitando a capacidade de limite dos ecossistemas. A sustentabilidade requer equilbrio entre os fatores sociais, econmicos e culturais, pois um fator de segurana para a humanidade.

RIO 92 OU A CPULA DA TERRAFoi fundamentalmente sobre DS. A conferncia aprovou a Conveno sobre Alterao Climtica; a Conveno sobre a Diversidade Biolgica; a Declarao do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; a Declarao de Princpios sobre o Manejo das Florestas e a Agenda 21. PROTOCOLO DE KYOTOO Protocolo de Kyoto um instrumento internacional, ratificado em 15 de maro de 1998, que visa reduzir as emisses de gases poluentes. Estes so responsveis peloefeito estufae o aquecimento global. O Protocolo de Kyoto entrou oficialmente em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005, aps ter sido discutido e negociado em 1997, na cidade de Kyoto (Japo).Objetivos e InformaesNo documento, h um cronograma em que os pases so obrigados a reduzir, em 5,2%, a emisso degases poluentes, entre os anos de 2008 e 2012 (primeira fase do acordo). Os gases citados no acordo so: dixido de carbono,gs metano, xido nitroso, hidrocarbonetos fluorados, hidrocarbonetos perfluorados e hexafluoreto de enxofre. Estes ltimos trs so eliminados principalmente por indstrias.A emisso destes poluentes deve ocorrer em vrios setores econmicos e ambientais. Os pases devem colaborar entre si para atingirem as metas. O protocolo sugere aes comuns como, por exemplo: aumento no uso de fontes de energias limpas (biocombustveis,energia elica,biomassaesolar); proteo de florestas e outras reas verdes; otimizao de sistemas de energia e transporte, visando o consumo racional; diminuio das emisses de metano, presentes em sistemas de depsito de lixo orgnico; definio de regras para a emisso doscrditos de carbono(certificados emitidos quando h a reduo da emisso de gases poluentes).ExpectativasOs especialistasesperam que o sucesso do Protocolo de Kyoto possa diminuir a temperatura global entre 1,5 e 5,8C, at o final do sculo XXI. Desta forma, o ser humano poder evitar as catstrofes climticas de alta intensidade que esto previstas para o futuro.Resultados do Protocolo de Kyoto aps 10 anosEm 2015 completou 10 anos da entrada em vigor do acordo mundial que visa reduzir a emisso de gases do efeito estufa. Porm, dados divulgados em fevereiro de 2015 apontam que o acordo no atingiu seus objetivos iniciais, pois, entre os anos de 2005 e 2012 houve um aumento da emisso mundial destes gases em 16,2%.Por outro lado, especialistas em clima afirmam que o pacto gerou alguns benefcios. Estes estudiosos dizem que se no houvesse o Protocolo de Kyoto, as emisses de gases do efeito estufa teriam sido muito maiores, aumentando os efeitos nocivos do aquecimento global no planeta. O protocolo tambm foi benfico no sentido de incentivar a adoo de medidas governamentais prticas como o objetivo de diminuir os impactos climticos negativos. Tambm foi positivo, pois alertou a populao mundial para o problema das mudanas climticas, alm de estimular o uso de fontes de energia limpa (elica e solar).Vale lembrar que o Protocolo de Kyoto ainda est em vigor, pois houve o estabelecimento de novas metas que devero ser alcanadas at o ano de 2020. O grande problema que, at o comeo de 2015, apenas 23 pases tinham aderido aos novos objetivos do acordo.

AGENDA 21Agenda 21 um conjunto de resolues (plano de ao) tomadas na conferncia internacional Eco-92, realizada na cidade do Rio de Janeiro, em 1992. Organizada pela ONU (Organizao das Naes Unidas) contou com a participao de 179 pases e resultou em medidas para conciliar crescimento econmico e social com a conservao do meio ambiente. Na Agenda 21 cada pas definiu as bases para a conservao do meio ambiente em seu territrio, possibilitando o desenvolvimento sustentvel.Visa uma transformao socioambiental e uma melhoria das relaes entre ser humano e natureza para resguardar a vida das geraes futuras e caracteriza-se por ser construda a partir das bases populares, em processo amplamente participativos. Possui um carter de planejamento participativo e parte de uma anlise da situao atual de um pas, de um estado, de um municpio ou de uma comunidade em busca de solues, em favor de um bem (ambiental, social, cultural e econmico). uma nova forma de relao do poder pblico com a sociedade (cogestora de sua realidade). Ela possui 40 captulos e suas recomendaes so divididas em 4 reas principais: Questes sociais e econmicasComo a cooperao internacional para acelerar o DS, combater pobreza, mudar os padres de consumo, as dinmicas demogrficas e a sustentabilidade, e proteger e promover a sade humana. conservao e manejo dos recursos visando o desenvolvimentoComo a proteo da atmosfera, o combate ao desmatamento, o combate desertificao e seca, a promoo da agricultura sustentvel e do desenvolvimento rural, a conservao da diversidade biolgica, a proteo dos recursos e gua doce e dos oceanos e o manejo racional dos produtos qumicos txicos e de resduos perigosos.fortalecimento do papel de grandes gruposIncluindo mulheres, crianas, jovens, povos indgenas e suas comunidades, ONGs, iniciativas de autoridades locais em apoio Agenda 21, trabalhadores e seus sindicatos, comrcio e indstria, comunidade cientfica e tecnolgica e agricultores. MEIOS DE IMPLEMENTAO DO PROGRAMAIncluindo mecanismos de recursos financeiros, transferncia de tecnologias ambientalmente saudveis, promoo da educao, conscientizao pblica e capacitao, arranjos de instituies internacionais, mecanismos e instrumentos legais internacionais e informaes para o processo de tomada de decises. Principais temas tratados na Agenda 21- Combate pobreza.- Cooperao entre as naes para chegar ao desenvolvimento sustentvel.- Sustentabilidade e crescimento demogrfico.- Proteo da atmosfera.- Planejamento e ordenao no uso dos recursos da terra.- Combate ao desmatamento das matas e florestas no mundo.- Combate desertificao e seca.- Preservao dos diversos ecossistemas do planeta com ateno especial aos ecossistemas frgeis.- Desenvolvimento rural com sustentabilidade.- Preservao dos recursos hdricos, principalmente das fontes de gua doce do planeta.- Conservao da biodiversidade no planeta.-Tratamento e destinao responsvel dos diversos tipos de resduos (slidos, orgnicos, hospitalares, txicos, radioativos).- Fortalecimento das ONGs na busca do desenvolvimento sustentvel.- Educao como forma de conscientizao para as questes de proteo ao meio ambiente.CONVENO DA DIVERSIDADE BIOLGICA (CDB)Objetivos apregoados da Conveno: conservao da diversidade biolgica; uso sustentvel de suas partes constitutivas e a repartio justa e equitativa dos benefcios que advm do uso dos recursos genticos. um instrumento de direito internacional, acordado e aberto a adeses durante as reunies da Conferncia Rio-92. Para que os Estados no rifem seu cabedal de biodiversidade e de conhecimentos associados e consigam a adeso de suas populaes tradicionais para a valorizao do patrimnio, caber-lhes-iam pelo menos trs medidas imediatas: a de protegerem, mediante um sistema legal, os conhecimentos locais; a de salvaguardarem a livre circulao de sementes, cultivares e formas de vida em geral opondo-se ao seu patenteamento; a de estabelecerem as regras de negociao mnimas para que comunidades locais no possam ser lesadas.

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTALO processo econmico decorrente da globalizao, as transformaes polticas e sociais mundiais, a inovao tecnolgica e cientfica, e, mais recentemente, os impactos das mudanas climticas, tem evidenciado a importncia e a fragilidade da agenda socioambiental global, e amo mesmo tempo, destacado a preocupao de governos e sociedade, principalmente no que diz respeito necessidade de reviso dos atuais padres insustentveis de produo e consumo e modelos econmicos adotados pelos pases desenvolvidos e economias emergentes. Nos ltimos anos, o modelo econmico globalizado tem sofrido severas crticas, principalmente no que diz respeito ao acirramento das desigualdades regionais. O movimento antiglobalizao tem atuado em resposta globalizao dos mercados pelas grandes corporaes transnacionais, colocando-se em oposio ao abuso da globalizao e das instituies internacionais que promovem o neoliberalismo sem considerao aos padres ticos. O movimento tem realizado protestos internacionais forando a incluso de tpicos globais e dos impactos sociais e ambientais nas agendas das corporaes e dos rgos pblicos, com vistas a mudar os atuais padres de crescimento e polticas econmicas de desenvolvimento. Desde a Declarao de Estocolmo, vrios so os tratados, convenes internacionais, discursos e argumentos em favor do DS e da CA. evidente que muitos reconhecem a sua importncia e no se pode negar que muitas aes importantes foram executadas e outras esto em execuo, entretanto, a efetividade de todas as iniciativas deve ser melhor avaliada, com visas ao seu aperfeioamento e efetividade. No Brasil, a extenso territorial um dos fatores a ser considerado para a avaliao das limitaes e fragilidades de programas e projetos de carter socioambiental que buscam trazer a sustentabilidade ambiental do discurso para a prtica. A riqueza ambiental do territrio brasileiro somado diversidade de biomas e as possibilidades e a forma de explorao de seus recursos, geram a urgente necessidade de mudanas no apenas na postura, mas nos resultados obtidos a partir da implementao das diversas iniciativas denominadas socioambientais, mas que no englobam de uma forma sistmica todas as suas dimenses (econmica, social, ambiental, poltica e cultural). As questes que remetem Responsabilidade Ambiental (RSA) so globais e sua compreenso diferente por parte das instituies e das empresas (governamentais ou no), dependendo dos impactos e da influncia dos desafios econmicos, sociais e ambientais a serem enfrentados, bem como dos padres internacionais e nacionais adotados como referncia para o desenvolvimento em cada um dos diferentes pases. Entretanto, a importncia da criao e adoo de polticas e programas de RSA aumentou e pode ser considerada, em grande medida, como resultado do processo desigual e desequilibrado de globalizao das economias bem como da presso exercida por organizaes e movimentos sociais. A responsabilidade social existe desde os anos de 1980, e faz parte de uma agenda voluntria do setor empresarial relacionada ao desenvolvimento de projetos e aes de cunho social. A partir de 1999, o nmero de iniciativas e as discusses relacionadas ao tema se expandiram e atualmente o assunto faz parte da agenda internacional, no restrita ao setor empresarial, mas no mbito das instituies governamentais que, cada vez mais, tem participado como ator do processo, inclusive criando estruturas de governo especficas para tratar do tema. A responsabilidade das empresas essencialmente um conceito que expressa deciso de contribuir voluntariamente em prol de uma sociedade melhor e um MA mais equilibrado e sadio. Possuem compromissos como obrigaes legais, regulamentares e convencionais que devem obrigatoriamente ser cumpridas. Estas empresas passam a adotar um modo de governana aberto e transparente que concilia interesse de diversos agentes em um enfoque global de qualidade e viabilidade. As empresas tm desenvolvido os seus programas de RSA segundo a abordagem do TRIPLE BOTTOM LINE, que se constitui na principal ferramenta do ndice de Sustentabilidade da Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova York e do ndice de Sustentabilidade Social (ISE) da Bovespa. No cenrio atual, a RSA deixou de ser um conceito restrito aos projetos sociais de cunho filantrpico de algumas empresas e passou a envolver um espectro mais amplo, com temas que integram acordos internacionais, como o caso da Declarao Universal dos Direitos Humanos, Declarao da Organizao Internacional do Trabalho, Agenda 21, Declarao de Copenhague para o Desenvolvimento Social e as Metas do Milnio. Durante a Cpula Mundial sobre Desenvolvimento Social, realizada em 1995 em Copenhague, Dinamarca, os lderes mundiais assumiram o compromisso de erradicar a pobreza do mundo e estabeleceram um plano de ao. A Declarao de Copenhague reafirmou o compromisso da Organizao das Naes Unidas com o conceito de desenvolvimento sustentvel (no qual as dimenses social, econmica e ambiental esto intimamente entrelaadas), assumindo a erradicao da pobreza como um imperativo tico, social, poltico e econmico.Em 2000, foi aprovada a Declarao do Milnio, um compromisso poltico que sintetizou vrias das importantes conferncias mundiais da dcada de 90, articulou as prioridades globais de desenvolvimento e definiu metas a serem alcanadas at 2015. O documento incluiu na pauta internacional de prioridades temas fundamental de direitos humanos sob a perspectiva do desenvolvimento, especialmente direitos econmicos, sociais e culturais.Os Objetivos de Desenvolvimento do Milnio (ODM) privilegiaram uma perspectiva de acompanhamento dos avanos, de metas e prioridades a alcanar, enquanto a perspectiva de direitos humanos tem uma viso mais ampla aborda tanto metas intermedirias como metas integrais de fortalecimento de direitos, abarcando assim a amplitude da dignidade humana. Criao de um ambiente econmico, poltico,social, cultural e legal que permitir s pessoas alcanarem o desenvolvimento social; Erradicao absoluta da pobreza com o estabelecimento de metas para cada pas; Emprego universal como uma meta poltica bsica; Promover a integrao social baseada na promoo e proteo dos direitos humanos de todos; Igualdade entre os gneros; Acesso igualitrio e universal educao e servios de sade primrios; Acelerar o desenvolvimento da frica e pases menos desenvolvidos; Assegurar que programas de ajuste estrutural incluam metas de desenvolvimento social; Aumentar os recursos destinados ao desenvolvimento social; Fortalecer a cooperao para o desenvolvimento social atravs da ONU.Direitos HumanosPrincpio 1 Apoiar e respeitar a proteo dos direitos humanos internacionais dentro de seu mbito de influncia;Princpio 2 Certificar-se de que suas corporaes no sejam cmplices de abusos em direitos humanos.TrabalhoPrincpio 3 Apoiar a liberdade de associao e o reconhecimento efetivo do direito negociao coletiva;Princpio 4 Apoiar a eliminao de todas as formas de trabalho forado e compulsrio;Princpio 5 Apoiar a erradicao efetiva do trabalho infantil;Princpio 6 Apoiar o fim da discriminao relacionada a emprego e cargo.Meio AmbientePrincpio 7 Adotar uma abordagem preventiva para os desafios ambientais;Princpio 8 Tomar iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental;Princpio 9 Incentivar o desenvolvimento e a difuso de tecnologias ambientalmente sustentveis.

Em relao ao Pacto Global, o mesmo foi formalmente lanado como uma iniciativa voluntria, em 20 de julho de 2000, na Sede das Naes Unidas, objetivando promover valores universais junto ao setor privado, contribuindo para a gerao de um mercado global mais inclusivo e sustentvel por meio da implementao de princpios universais nas reas de direitos humanos, direitos do trabalho, proteo ambiental e combate corrupo. Participam da iniciativa mais de 5.000 instituies signatrias articuladas por 150 redes ao redor do mundo, envolvendo agncias das Naes Unidas, empresas, sindicatos, organizaes no-governamentais, entre outros parceiros.Alm das iniciativas internacionais, outras nacionais e intersetoriais relacionadas ao tema e ao amplo escopo da RSA surgiram no mundo inteiro e tm envolvido e despertado o interesse no apenas do setor empresarial, mas tambm dos governos, em diversos pases, que cada vez mais tem includo o tema em suas agendas.Da mesma forma que o conceito, as prticas relacionadas responsabilidade socioambiental esto em contnuo processo de construo e aperfeioamento. Atualmente, existe um grande nmero de ferramentas que esto sendo oferecidas como alternativas para os setores empresarial e governamental com vistas a promover avanos em seus projetos, tornando-os mais transparentes e incluindo a participao social.Em 2000, a Organizao para Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE) publicou as Diretrizes de Responsabilidade Social para Empresas Multinacionais que estabeleceram princpios e padres de cumprimento voluntrio, com vistas a uma conduta empresarial responsvel das empresas multinacionais e que tm sido utilizadas como instrumento para desenvolvimento de programas de responsabilidade social das empresas. As Diretrizes representam recomendaes voluntrias e no vinculam governos s empresas.No Brasil, a Portaria do Ministrio da Fazenda n 92/MF, de 12 de maio de 2003, instituiu, no mbito do MF, o Ponto de Contato Nacional para a Implementao das Diretrizes da OCDE para as Empresas Multinacionais PCN, que possui, dentre outras atribuies, participar de conversaes entre as partes interessadas em todas as matrias abrangidas pelas Diretrizes, a fim de contribuir para a resoluo de questes que possam surgir no seu mbito; cooperar com os Pontos de Contatos Nacionais dos demais pases em relao s matrias abrangidas nas Diretrizes; e acompanhar e implementar, no que couber, as Decises do Conselho da OCDE sobre as Diretrizes.Alm das iniciativas mencionadas importante destacar ainda o atual processo de construo da ISO 26000, prevista para ser concluda em 2010, que buscar estabelecer um padro internacional de diretrizes de Responsabilidade Social e, diferentemente da ISO 9001 e da ISO 14001, no ser uma norma para certificao. O processo atual de desenvolvimento da norma se diferencia dos anteriores e est sendo realizado por meio da criao de grupos de trabalho multissetoriais que envolvem a participao de representaes dos trabalhadores; consumidores; indstria; governo; e organizaes no governamentais (ONGs).Iso 26000 Norma Internacional de Responsabilidade SocialSegundo a ISO 26000, a responsabilidade social se expressa pelo desejo e pelo propsito das organizaes em incorporarem consideraes socioambientais em seus processos decisrios e a responsabilizar-se pelos impactos de suas decises e atividades na sociedade e no meio ambiente. Isso implica um comportamento tico e transparente que contribua para o desenvolvimento sustentvel, que esteja em conformidade com as leis aplicveis e seja consistente com as normas internacionais de comportamento. Tambm implica que a responsabilidade social esteja integrada em toda a organizao, seja praticada em suas relaes e leve em conta os interesses das partes interessadas.A norma fornece orientaes para todos os tipos de organizao, independente de seu porte ou localizao, sobre: conceitos, termos e definies referentes responsabilidade social; histrico, tendncias e caractersticas da responsabilidade social; princpios e prticas relativas responsabilidade social; os temas centrais e as questes referentes responsabilidade social; integrao, implementao e promoo de comportamento socialmente responsvel em toda a organizao e por meio de suas polticas e prticas dentro de sua esfera de influncia; identificao e engajamento de partes interessadas; comunicao de compromissos, desempenho e outras informaes referentes a responsabilidade social.

Responsabilidade Socioambiental no Setor PblicoA responsabilidade socioambiental um processo contnuo e progressivo dedesenvolvimento de competncias cidads,com a assuno de responsabilidadessobre questes sociais e ambientaisrelacionadas a todos os pblicos com osquais a entidade interage: trabalhadores,consumidores, governo, empresas,investidores e acionistas, organizaes dasociedade civil, mercado e concorrentes,comunidade e o prprio meio ambiente.Os novos desafios globais e a necessidade de promoveruma Agenda de Desenvolvimento que atendas necessidades do presente, sem comprometer acapacidade de as futuras geraes atenderem s suasprprias necessidades, tendo como princpio anecessidade de mudar comportamentos e adotarnovas prticas ticas e responsveis tanto nosetor empresarial como pblico destaca a importnciada criao de polticas e programas deResponsabilidade Socioambiental (RSA).Promover a RSA um dos elementos essenciaispara o desenvolvimento sustentvel e demandaa integrao das mais diversas instituies quepodem e devem ser mais envolvidas nas discussesatuais. Sustentabilidade no pode ser umassunto somente para seminrios ou produode relatrios, mas sim um critrio a ser inseridoem todas as atividades governamentais, sejamelas atividades meio ou finalsticas.O Plano de Governo (2007 a 2010) apresentou oPrograma Setorial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Cuidando do Brasil que tem comocompromisso central a distribuio de renda,educao de qualidade e sustentabilidade ambiental,em observncia aos princpios da Agenda21 Brasileira. Foi estabelecida como prioridade apromoo do desenvolvimento com incluso sociale educao de qualidade. Para alcanar esseobjetivo, o governo tem elevado os investimentosem reas consideradas estratgicas para o crescimentoeconmico e espera que a iniciativa possaatrair, da mesma forma, o investimento privadopara o desenvolvimento dos setores estratgicos.Para promoo do crescimento econmico embases sustentveis, o governo estabeleceu quatroprincpios que tm orientado a poltica ambiental:desenvolvimento sustentvel, transversalidade,participao e controle social, os quais devem,tambm, orientar todas as polticas implementadaspelo governo brasileiro. Essa nova orientao fundamental, tendo em vista que apenas os instrumentosde regulao e comando e controle noso suficientes para o enfrentamento dos novosdesafios ambientais globais, que cada vez maisdemandam novas estratgias que respondam egarantam, ao mesmo tempo e de forma sustentvel,o crescimento econmico coerente comas polticas para o desenvolvimento sustentvel.H que se considerar ainda o papel que o governodesempenha na economia enquanto grandeconsumidor de recursos naturais, bens e serviosnas suas atividades meio e finalsticas, o que,muitas vezes, provoca impactos socioambientaisnegativos. A adoo de critrios ambientais nasatividades administrativas e operacionais da AdministraoPblica constitui-se um processo de melhoramentocontnuo que consiste em adequar osefeitos ambientais das condutas do poder pblico poltica de preveno de impactos negativos aomeio ambiente. Em outras palavras, a conservaoracional dos recursos naturais e a proteo contraa degradao ambiental devem contar fortementecom a participao do poder pblico.A participao das instituies pblicas noprocesso de RSA necessria e o Estado oprincipal interlocutor junto sociedade, possuindouma ampla responsabilidade e papel indutorfundamental para tornar as iniciativas atuais, etambm as futuras, mais transparentes, incitandoa insero de critrios de sustentabilidade emsuas atividades e integrando as aes sociais eambientais com o interesse pblico.Alm da capacidade de induo, o poder de mobilizaode importantes setores da economia exercidopelas compras governamentais, que movimentam de10 a 15% do Produto Interno Bruto (PIB), inquestionvele deve ser usado para garantir a mudanae adoo de novos padres de produo e de consumoque reduzam os impactos socioambientaisnegativos gerados pela atividade pblica, contribuindopara o crescimento sustentvel e promovendoa responsabilidade socioambiental no mbito dosetor e, por sua vez, respondendo s expectativassociais. A deciso de implantao de um sistema decompras verdes, por exemplo, uma das formas dasinstituies pblicas proverem as indstrias e fornecedorescom incentivos reais para o desenvolvimentode tecnologias sustentveis e compatveis com umapoltica para o desenvolvimento sustentvel.A necessidade de enfrentar os desafios ambientaisde uma maneira mais inovadora, harmonizandoos atuais padres de produo e consumocom objetivos econmicos, prioridades sociais eambientais, tem motivado as mais diversas instituiespblicas a implementar iniciativas especficase desenvolver programas e projetos parapromover a discusso sobre desenvolvimento ea adoo de uma poltica de ResponsabilidadeSocioambiental do setor pblico.A RSA busca integrar o crescimento econmicocom o desenvolvimento sustentvel, atuando nadinamizao de prticas socioambientais e noavano em direo sustentabilidade no mbitoda administrao pblica e das atividades do setorprodutivo e empresarial.No mbito do setor pblico, at o momento noexiste um entendimento nico ou uma definiouniversal para a Responsabilidade Socioambiental.O conceito pode divergir entre os diferentes rgose entidades, e tambm dos utilizados por diferentesorganizaes da sociedade civil e setor empresarial.Alm de implantar uma poltica coerente deRSA, o governo possui um papel importante nadisponibilizao das condies necessrias paraque outros setores da economia possam respondermelhor s expectativas sociais e necessidadesde preservao ambiental. A estrutura para aimplantao de uma poltica de RSA demandaa construo de novas, bem como o aperfeioamentodas atuais ferramentas pblicas, leis eregulamentaes, infra-estrutura, servios e incentivosque possam promover e/ou garantir asmudanas necessrias para que as atividadespblicas sejam sustentveis.O governo possui ainda um papel estratgico noprocesso de RSA por meio da promoo do dilogoentre os setores sociais, da conscientizaoda sociedade sobre a importncia de uma polticade responsabilidade socioambiental, da amplapublicidade e transparncia das iniciativas de RSA,promovendo a sensibilizao e capacitao emparceria com as entidades do setor empresariale da sociedade civil.As instituies governamentais devem buscara mudana de hbitos e atitudes internas, promovendouma nova cultura institucional de combateao desperdcio. Ao mesmo tempo, devem promovera reviso e adoo de novos procedimentospara as compras pblicas que levem em consideraocritrios sustentveis de consumo quepodem incluir, por exemplo: a obrigatoriedade dese respeitar a sustentabilidade ambiental comoum princpio geral da compra a ser realizada; aincluso da necessidade de proteo ambientalcomo um critrio para a seleo dos produtose servios; e a conformidade s leis ambientaiscomo condio prvia para participao nos processoslicitatrios. importante ressaltar ainda que a adoo deuma poltica de RSA pelas instituies pblicas geraeconomia dos recursos pblicos, na medida em queesses sero gastos com maior eficincia, alm debeneficiar o meio ambiente com menores emissesde CO2, contribuindo para que o pas possa cumprirseus compromissos internacionais e ao mesmo tempodando o exemplo para outros pases que aindano implantaram agendas equivalentes.A definio de uma estrutura bsica e vivel paraa implantao da RSA no mbito da administraopblica demanda o estabelecimento de um pontode coordenao para o processo, assim comoa designao das responsabilidades dentro dogoverno. O monitoramento das iniciativas outrocomponente importante e um desafio a ser enfrentadoe requer uma definio clara dos critriosobrigatrios a serem adotados e um nvel elevadode comprometimento das instituies pblicas,bem como de uma estrutura de apoio e especialmentede um sistema independente de verificaodos impactos das iniciativas implantadas.Atualmente, muitas iniciativas j esto sendo implementadase so uma tentativa das instituiesgovernamentais de dar o exemplo. O Ministrio doMeio Ambiente, por exemplo, lanou e tem implementado,desde 1999, a Agenda Ambiental paraa Administrao Pblica (A3P), que tem sidoreforada desde ento. A A3P uma ao voluntriaque busca a adoo de novos padres de produoe consumo, sustentveis, dentro do governo.A CRISE AMBIENTAL

A crise ambiental uma crise de civilizao transformou - se em um dos desafios das sociedades modernas mais importantes do sculo atual. Os processos de industrializao, de urbanizao, de competitividade econmica selvagem e a globalizao comandada pelo grande capital, degradam gravemente os recursos naturais, arriscando a subsistncia dos ecossistemas que sustentam a vida natural e humana. A mudana climtica global processo inequvoco e irreversvel- representa o sintoma mais visvel da crise do modelo de desenvolvimento e estilo de vida imperante no planeta. Os eventos extremos cada vez mais habituais, que acompanham a mudana climtica, so percebidos de forma mais devastadora nos pases menos desenvolvidos, com maiores nveis de pobreza e vulnerabilidade ambiental, como o caso da Amrica Latina. Neste contexto, surgem novos atores, subjetividades, culturas, estilos de vida, teorias e paradigmas ambientais. Assim por exemplo a filosofia e a cultura alternativas do bom viver dos povos indgenas so propagadas. Estes desafios so apresentados aos atores governamentais e no governamentais, em escala global e local; nos mbitos polticos, econmicos, cientficos, tecnolgicos, culturais, educacionais, da sade, dos territrios, da gua, questionando os fundamentos filosficos e epistemolgicos das lgicas de produo e reproduo dos modelos hegemnicos das sociedades industriais, em especial a crena exacerbada sobre a funo do mercado e do crescimento econmico como parmetros nicos do progresso. A soluo para a crise requer utilizar a criatividade, inovao e imaginao para gerar sinergias e alternativas das distintas maneiras de apropriao dos recursos naturais, as lgicas de reproduo das condies materiais e culturais das sociedades, os tipos de interveno e gesto dos ecossistemas, as assimetrias e tenses globais geradas por uma distribuio desigual do poder entre regies, do consumo e dos estilos de vida responsveis orientados a gerar sistemas culturais baseados em conceies sustentveis do desenvolvimento.A histria ambiental latino-americana e os movimentos sociais ambientais proporcionam insumos importantes para a inovao sociolgica. As cincias sociais enfrentam os problemas e conflitos ambientais, com a tarefa de interpret-los e explic-los segundo os meios tericos e metodolgicos que possuem e, por conseguinte, sentem-se desafiadas a questionar seus limites, mas de sua incurso emergem novas potencialidades epistemolgicas e cientficas. A sociologia latino-americana e, particularmente a sociologia ambiental, est produzindo conhecimentos sobre as consequncias dos processos modernizadores e de desenvolvimento na natureza, assim como dos impactos e transformaes que produz na sociedade, nas instituies, estilos de vida e conceies sobre o bom viver, prprio dos povos indgenas. O objetivo que de nosso espao regional surjam novas propostas epistmicas, tericas e metodolgicas que permitam compreender melhor a realidade social e ambiental atual e construir novos modelos de sociedades alternativos s logicas imperantes altamente depredadoras de recursos naturais e da vida humana.POPULAES TRADICIONAIS E A QUESTO AMBIENTALCONCEITO Art. 3 do Decreto 6.040, de 2007: I-Povos e Comunidades Tradicionais: grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas prprias de organizao social, que ocupam e usam territrios e recursos naturais como condio para sua reproduo cultural, social, religiosa, ancestral e econmica, utilizando conhecimentos, inovaes e prticas gerados e transmitidos pela tradio;II-Territrios Tradicionais: os espaos necessrios reproduo cultural, social e econmica dos povos e comunidades tradicionais, sejam eles utilizados de forma permanente ou temporria, observado, no que diz respeito aos povos indgenas e quilombolas, respectivamente, o que dispem osarts. 231 da Constituioe68 do Ato das Disposies Constitucionais Transitriase demais regulamentaes; eIII-Desenvolvimento Sustentvel: o uso equilibrado dos recursos naturais, voltado para a melhoria da qualidade de vida da presente gerao, garantindo as mesmas possibilidades para as geraes futuras.POLTICA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL DOS POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS PRINCIPIOSI-o reconhecimento, a valorizao e o respeito diversidade socioambiental e cultural dos povos e comunidades tradicionais, levando-se em conta,dentre outros aspectos, os recortes etnia, raa, gnero, idade, religiosidade, ancestralidade, orientao sexual e atividades laborais, entre outros, bem como a relao desses em cada comunidade ou povo, de modo a no desrespeitar, subsumir ou negligenciar as diferenas dos mesmos grupos, comunidades ou povos ou, ainda, instaurar ou reforar qualquer relao de desigualdade;V-o desenvolvimento sustentvel como promoo da melhoria da qualidade de vida dos povos e comunidades tradicionais nas geraes atuais, garantindo as mesmas possibilidades para as geraes futuras e respeitando os seus modos de vida e as suas tradies;VI-a pluralidade socioambiental, econmica e cultural das comunidades e dos povos tradicionais que interagem nos diferentes biomas e ecossistemas, sejam em reas rurais ou urbanas;IX-a articulao com as demais polticas pblicas relacionadas aos direitos dos Povos e Comunidades Tradicionais nas diferentes esferas de governo;XII-a contribuio para a formao de uma sensibilizao coletiva por parte dos rgos pblicos sobre a importncia dos direitos humanos,econmicos, sociais, culturais, ambientaise do controle social para a garantia dos direitos dos povos e comunidades tradicionais;OBJETIVO GERALArt.2oA PNPCT tem como principal objetivo promover o desenvolvimento sustentvel dos Povos e Comunidades Tradicionais, com nfase no reconhecimento, fortalecimento e garantia dos seus direitos territoriais, sociais, ambientais, econmicos e culturais, com respeito e valorizao sua identidade, suas formas de organizao e suas instituies.DOS PLANOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTVELI-os Planos de Desenvolvimento Sustentvel dos Povos e Comunidades Tradicionais podero ser estabelecidos com base em parmetros ambientais, regionais, temticos, tnico-socio-culturais e devero ser elaborados com a participao equitativa dos representantes de rgos governamentais e dos povos e comunidades tradicionais envolvidos;II-a elaborao e implementao dos Planos de Desenvolvimento Sustentvel dos Povos e Comunidades Tradicionais poder se dar por meio de fruns especialmente criados para esta finalidade ou de outros cuja composio, rea de abrangncia e finalidade sejam compatveis com o alcance dos objetivos desta Poltica; eIII-o estabelecimento de Planos de Desenvolvimento Sustentvel dos Povos e Comunidades Tradicionais no limitado, desde que respeitada a ateno equiparada aos diversos segmentos dos povos e comunidades tradicionais, de modo a no convergirem exclusivamente para um tema, regio, povo ou comunidade.

Conhecimentos tradicionais e a etnocinciaDevido demanda global a favor da proteo da natureza, juntamente com o crescimento de correntes ambientalistas detentoras de perspectivas diferentes da preservacionista, as populaes tradicionais passaram a ser consideradas importantes como atores responsveis pela proteo do ambiente natural no qual esto inseridas.Neste sentido, Rio 92 enfatizou a necessidade de se proteger essas populaes, assim como os conhecimentos dos quais so detentoras.Porm, a abordagem de assuntos relacionados com conhecimentos tradicionais implica em uma srie de discusses desenvolvidas em diversas esferas cientficas e polticas, geradoras de embates no mbito local e internacional, visto que estes conhecimentos so alvos de diversos interesses.Tais embates envolvem desde a definio de populao e conhecimento tradicional at as questes relacionadas com o direito de propriedade, repercutindo na necessidade de uma reflexo sobre quem so os responsveis pela produo, transmisso e continuidade desses conhecimentos.A interdependncia entre os saberes dos antigos e o cotidiano das populaes conduz compreenso dos conhecimentos tradicionais como produtos histricos, constitudos pela continuidade e transformao dos seus contedos. A insero destes elementos na composio dos conhecimentos tradicionais coloca a transmisso oral como um dos pontos imprescindveis para o processo de produo dos mesmos e demonstra a intensa conexo que existe entre as caractersticas das populaes tradicionais e seus respectivos conhecimentos com o mecanismo de difuso utilizado. Este aspecto permite considerar que os conhecimentos tradicionais no se limitam ao contedo, bem como o processo de transmisso no pode ser entendido como um transporte de informaes, pois ambos so dependentes do contexto no qual se propagam (BECQUELIN, 1992, p. 34; ELLEN, 1997, s/p.; MELLO, 2008, p. 44; TOLEDO, 2001, p. 458). Neste sentido, Cunha (1999, p. 156) adiciona aos conhecimentos tradicionais [...] uma combinao de pressupostos, formas de aprendizado, de pesquisas e de experimentao. faz-se necessrio que os conhecimentos tradicionais sejam interpretados a partir do contexto no qual foram produzidos, para que no sejam padronizados e fragmentados como aqueles originados pela cincia moderna (ELLEN, 1997, s/p.; TOLEDO, 2000, p. 2).A etnocincia exige a articulao entre o natural e o social, utilizando como metodologia a investigao das nomenclaturas designadas pelas populaes tradicionais para os elementos e fenmenos naturais, assim como os valores culturais que transportam. Conhecimentos tradicionais e conservao da natureza: etnoconservaoAo articular as caractersticas das populaes tradicionais e a produo dos seus conhecimentos, tornam-se perceptveis a relao de dependncia entre ambos e a dependncia dos mesmos com os recursos naturais. A crise ecolgica est relacionada com a escassez e a finidade de grande parte dos recursos naturais e consequente ameaa sobrevivncia da espcie humana que, apesar de aparente evidncia e diversas confirmaes cientficas, tem sua existncia negada por parte de muitas autoridades:A crise ambiental gerou novas orientaes para o processo de desenvolvimento e novas demandas para os movimentos sociais (ecologismo/ambientalismo). Seus objetivos mostram a necessidade de incorporar uma dimenso ambiental no campo do planejamento econmico, cientfico, tecnolgico e educativo, induzindo novos valores no comportamento dos agentes sociais [...] (LEFF, 2001, p. 100).

Inseridas nesta procura por solues que conciliem a sociedade humana e os recursos naturais esto as vertentes dos movimentos ambientalistas, que se diferem pelas perspectivas particulares sobre as relaes existentes entre os seres humanos e a natureza, sendo designadas como ecologia profunda, ecoeficincia e ecologia social (DUPAS, 2008, p. 24). Na ecologia profunda esto aqueles que defendem a natureza intocada e a sacralidade da mesma, na tentativa de preservar o que resta de ambientes naturais livres da interferncia humana, preocupados com o crescimento demogrfico e desfavorveis ao crescimento econmico, fundamentados cientificamente pela biologia conservacionista (DIEGUES, 2008, p. 32; MARTNEZ-ALIER, 2007, p. 23).A outra corrente ambientalista, a ecoeficincia (tambm denominada por Martnez-Alier como evangelho da ecoeficincia), caracteriza-se por tentar estabelecer uma relao compatvel entre os recursos naturais e o sistema econmico capitalista, enfatizando o manejo sustentvel desses recursos atravs de teorias desenvolvidas pela ecologia industrial e pela economia ecolgica. Inseridos nesta vertente, os economistas ecolgicos vm se firmando desde a dcada de 1980, buscando associar o sistema econmico predominante com o meio ambiente, ou seja, a relao entre produo de bens de consumo e a demanda de recursos naturais para tal, por meio de anlises e solues capazes de beneficiar os dois lados, ainda que isso no acontea na mesma proporo (DUPAS, 2008, p. 56), uma vez que a proteo do meio amb